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Eram um povo originário da Escandinávia, que colonizou e saqueou várias regiões da Europa entre os séculos 9 e 11, influenciando bastante a cultura e a história do continente. O nome pelo qual ficaram conhecidos teria se originado da palavra vikingr, que significaria "pirata" em antigas línguas escandinavas - embora alguns especialistas acreditem que a expressão possa derivar de vik, ou "baía". Sua sociedade era formada por clãs, espécie de tribos unidas por laços familiares e chefiadas por proprietários de terras, que também assumiam o papel de líderes militares. Sob seu comando, estavam homens e mulheres que, pelo menos em suas terras, viviam pacificamente como simples agricultores e pescadores. Aliás, as mulheres vikings, ao contrário do que ocorria nas outras regiões da Europa, contavam com muita liberdade: podiam ser proprietárias de terras, administrar o cultivo das fazendas e negociar com mercadores. Cada clã possuía também seus escravos, capturados durante ataques bem-sucedidos a países distantes. Esse instinto conquistador dos vikings, que os levava a pilhar vilas e cidades costeiras da Europa, foi alimentado principalmente por dois fatores: o crescimento da população escandinava e a escassez de terras cultiváveis na região. Mas, apesar de atacarem freqüentemente outros povos, esses guerreiros não merecem totalmente a fama de assassinos impiedosos, imagem criada por crônicas medievais escritas justamente pelas vítimas das invasões. "Os vikings não foram mais sanguinários que qualquer outro povo da época, mas eram pagãos e assim não se detinham na porta das igrejas ou monastérios, como faziam os outros europeus. A sociedade nórdica da época baseava-se na agricultura e na pesca e essas eram as verdadeiras ocupações primárias dos guerreiros", diz o arqueólogo e especialista no assunto Robert McGhee, do Museu Canadense da Civilização, na cidade de Gatineau. Mas, quando largavam os cuidados com a terra e partiam para novas conquistas, eles contavam com um grande aliado: seus barcos, que tinham uma tecnologia bastante avançada para a época. O problema é que todo esse grande conhecimento de construção naval não era seguido à altura pela capacidade de orientação em alto-mar. "As descobertas dos vikings pelo oceano Atlântico resultaram da combinação de navios bastante eficientes com um conhecimento muito

Vikings_Eram Um Povo Originário Da Escandinávia

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Texto para ser aplicado em sala de aula no Ensino Fundamental, disciplina de História, 7. ano.

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Page 1: Vikings_Eram Um Povo Originário Da Escandinávia

Eram um povo originário da Escandinávia, que colonizou e saqueou várias

regiões da Europa entre os séculos 9 e 11, influenciando bastante a cultura e a

história do continente. O nome pelo qual ficaram conhecidos teria se originado

da palavra vikingr, que significaria "pirata" em antigas línguas escandinavas -

embora alguns especialistas acreditem que a expressão possa derivar de vik,

ou "baía". Sua sociedade era formada por clãs, espécie de tribos unidas por

laços familiares e chefiadas por proprietários de terras, que também assumiam

o papel de líderes militares. Sob seu comando, estavam homens e mulheres

que, pelo menos em suas terras, viviam pacificamente como simples

agricultores e pescadores. Aliás, as mulheres vikings, ao contrário do que

ocorria nas outras regiões da Europa, contavam com muita liberdade: podiam

ser proprietárias de terras, administrar o cultivo das fazendas e negociar com

mercadores. Cada clã possuía também seus escravos, capturados durante

ataques bem-sucedidos a países distantes.

Esse instinto conquistador dos vikings, que os levava a pilhar vilas e cidades

costeiras da Europa, foi alimentado principalmente por dois fatores: o

crescimento da população escandinava e a escassez de terras cultiváveis na

região. Mas, apesar de atacarem freqüentemente outros povos, esses

guerreiros não merecem totalmente a fama de assassinos impiedosos, imagem

criada por crônicas medievais escritas justamente pelas vítimas das invasões.

"Os vikings não foram mais sanguinários que qualquer outro povo da época,

mas eram pagãos e assim não se detinham na porta das igrejas ou

monastérios, como faziam os outros europeus. A sociedade nórdica da época

baseava-se na agricultura e na pesca e essas eram as verdadeiras ocupações

primárias dos guerreiros", diz o arqueólogo e especialista no assunto Robert

McGhee, do Museu Canadense da Civilização, na cidade de Gatineau.

Mas, quando largavam os cuidados com a terra e partiam para novas

conquistas, eles contavam com um grande aliado: seus barcos, que tinham uma

tecnologia bastante avançada para a época. O problema é que todo esse

grande conhecimento de construção naval não era seguido à altura pela

capacidade de orientação em alto-mar. "As descobertas dos vikings pelo

oceano Atlântico resultaram da combinação de navios bastante eficientes com

um conhecimento muito pobre de navegação, o que significa que, na maior

parte, suas descobertas foram acidentais", afirma McGhee. Toda essa expansão

oceano afora - que os levou até o Canadá - e os ataques freqüentes ao resto da

Europa durou enquanto os países escandinavos contavam com um excesso de

jovens dispostos a buscar aventura e fortuna longe de casa.

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A partir do século 11, esse excedente populacional diminuiu, esgotando a

capacidade dos clãs de recrutarem novos guerreiros para suas perigosas

viagens. Foi o início do fim desse modelo de sociedade nos países nórdicos. O

rei Olaf II Haraldsson, que subiu ao trono da Noruega no ano de 1015, é

considerado o último chefe viking tradicional.