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http://www.arquitetonico.ufsc.br/vilanova-artigas VILANOVA ARTIGAS Um pouco sobre a residência Bettega e seu arquiteto January 24, 2013 às 13:18 João Batista Vilanova Artigas foi um dos grandes nomes da arquitetura brasileira. Nasceu em 14 de junho de 1914, na cidade de Curitiba-PR. Apesar de paranaense, sua obra se concentra mesmo é na cidade de São Paulo, onde se formou arquiteto engenheiro pela Escola Politécnica da USP.

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VILANOVA ARTIGASUm pouco sobre a residência Bettega e seu arquiteto

January 24, 2013 às 13:18

João Batista Vilanova Artigas foi um dos grandes nomes da arquitetura brasileira. Nasceu em 14 de junho de 1914, na cidade de Curitiba-PR. Apesar de paranaense, sua obra se concentra mesmo é na cidade de São Paulo, onde se

formou arquiteto engenheiro pela Escola Politécnica da USP.

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João Batista Vilanova Artigas. Fonte: www.g-arquitetura.com.br

É responsável por grandes obras, das quais podemos destacar o edifício da FAU-USP, o Estádio do Morumbi, a antiga rodoviária de Londrina, além de muitos

outros.

FAU-USP. Fonte: www.archdaily.com.br

Morumbi. Fonte: www.g-arquitetura.com.br

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Rodoviária. Fonte: www.g-arquitetura.com.brSuas obras apresentam uma grande preocupação com o indivíduo e o local de

inserção. Tal característica é fruto da forte influência da arquitetura orgânica de Frank Lloyd Wright em sua obra. Na verdade, Artigas usou claramente o repertório formal do arquiteto americano nas suas residências na década de 1940. Depois, contudo, ele mesmo afirma ter encontrado seu próprio caminho, o qual apresenta

fortes traços corbusianos, além de sua própria linguagem e forte ideologia.

Casinha. Fonte: www.g-arquitetura.com.br

Casa Rio branco Paranhos. Fonte: www.g-arquitetura.com.br

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Residência Taques Bittencourt. Fonte: www.vitruvius.com.brMarcando justamente a transição entre as duas fases, a residência Bettega,

construída em Curitiba em 1953, apresenta um discurso híbrido: as formas simples e o uso de pilotis fazem referência clara à Le Corbusier, enquanto que a

preocupação com o uso de materiais locais remete ao organicismo de Wright. Encomendada por João Luíz Bettega, a casa recebeu muitas críticas da vizinhança, acostumada com os valores clássicos da capital paranaense.

Residência Bettega, fachada principal.

A residência foi inserida em um terreno longo, porém estreito. Sua fachada principal, constituída por uma face quadrada com apenas uma abertura retangular e acomodada sobre três esbeltos pilares, se ergue de modo discreto para a rua. O

acesso principal fica na lateral da casa, no meio do terreno, e se dá através de uma rampa externa. No primeiro pavimento, nos deparamos com uma sala ampla, dividida ao meio por uma lareira. De um lado, um ambiente com amplas aberturas

e pé direito duplo. Do outro, há uma sala  marcando a transição para a copa.

Rampa externa direciona o visitante ao acesso principal, localizado na lateral da residência.

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Ambiente transitório sala-copa.

Sala com pé direito duplo.

As aberturas, consequentes da fachada envidraçada, se encontram a noroeste, o que resulta em grande insolação durante todo o ano. Elas se estendem

pelos dois ambientes, garantindo grande iluminação natural e integração com o meio externo.

Aberturas laterais. Fonte: Acervo de Taís D’angelis

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Aberturas da fachada lateral envidraçada.

Duas rampas nos levam ao pavimento superior. Entre elas, em pavimento intermediário, há uma pequena sala-estúdio. O corredor que sucede a rampa dá

acesso aos quartos e banheiros. Os quartos se abrem também a noroeste, através de amplas janelas com esquadrias de madeira.

Rampas e sala-estúdio.

Corredor no pavimento superior.

Em uma residência marcada por linhas retas e ortogonais, um elemento se destaca: uma escada em espiral na parte dos fundos. Essa escada, dotada de valor estético e complexidade de execução, desloca a atenção para a área de

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serviço da casa, de onde se eleva, chegando ao quarto destinado à empregada – este, um apartamento com insolação semelhante a dos outros cômodos e

independente do restante da casa.

No ano de 2003, a casa foi tombada pelo governo do Paraná. Atualmente, funciona como instituto, voltado ao estudo de arquitetura. A Casa Vilanova Artigas,

como hoje é chamada, contém uma livraria e um pequeno café, além de ceder espaço para várias oficinas e palestras.

Oficina com Paulo mendes da Rocha. Fonte: www.g-arquitetura.com.br

Palestra com Décio Tozzi. Fonte: www.g-arquitetura.com.br

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Como dito acima, a casa Vilanova Artigas marca o início de uma fase do arquiteto que irá se consolidar nas casas paulistanas. Nelas, o arquiteto materializa sua vivência de criança paranaense e a alia ao processo de

modernização da segunda metade do século XX, criando, sobretudo, residências pensadas sob o ponto de vista da realidade brasileira da época.

Referências:ARANTES, Pedro Fiori. Arquitetura Nova: Sérgio Ferro, Flávio Império e

RodrigoLefèvre, de Arigas aos mutirões. São Paulo: Editora 34, 2002.

www.g-arquitetura.com.br

Colaboração: Giceli Portela

As imagens não referenciadas acima foram retiradas de acervo próprio.