86
Vinicius Humberto Nunes Análise comparativa da adesividade dos cimentos Epiphany e AH Plus à dentina radicular tratada com diferentes soluções Ribeirão Preto 2005 Orientadora: Prof ª Dr a Yara T. Corrêa Silva Sousa

Vinicius Humberto Nunes · A779a Análise comparativa da adesividade dos cimentos Epiphany e AH Plus à dentina radicular tratada com diferentes soluções/ Vinícius Humberto Nunes,

  • Upload
    others

  • View
    1

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Vinicius Humberto Nunes · A779a Análise comparativa da adesividade dos cimentos Epiphany e AH Plus à dentina radicular tratada com diferentes soluções/ Vinícius Humberto Nunes,

Vinicius Humberto Nunes

Análise comparativa da adesividade dos cimentos Epiphany

e AH Plus à dentina radicular tratada com diferentes

soluções

Ribeirão Preto

2005

Orientadora: Profª Dra Yara T. Corrêa Silva Sousa

Page 2: Vinicius Humberto Nunes · A779a Análise comparativa da adesividade dos cimentos Epiphany e AH Plus à dentina radicular tratada com diferentes soluções/ Vinícius Humberto Nunes,

Vinicius Humberto Nunes

Análise comparativa da adesividade dos cimentos Epiphany

e AH Plus à dentina radicular tratada com diferentes

soluções

Orientadora: Profa Dra Yara T. Corrêa Silva Sousa

Ribeirão Preto

2005

Dissertação apresentada ao curso de Odontologia da

Universidade de Ribeirão Preto, para obtenção do Título de

Mestre em Odontologia, sub-área Endodontia.

Page 3: Vinicius Humberto Nunes · A779a Análise comparativa da adesividade dos cimentos Epiphany e AH Plus à dentina radicular tratada com diferentes soluções/ Vinícius Humberto Nunes,

Nunes, Vinícius Humberto, A779a Análise comparativa da adesividade dos cimentos Epiphany

e AH Plus à dentina radicular tratada com diferentes soluções/ Vinícius Humberto Nunes, - - Ribeirão Preto, 2005.

76 p.: il.- Orientadora: Profa. Dra Yara T. Corrêa Silva Sousa

Dissertação (mestrado) – Universidade de Ribeirão Preto, UNAERP, Odontologia, área de concentração: Endodontia, 2005.

1. Odontologia. 2. Endodontia. 3. Canal Radicular. 4- Tratamento. I. Título CDD: 617.6342

Page 4: Vinicius Humberto Nunes · A779a Análise comparativa da adesividade dos cimentos Epiphany e AH Plus à dentina radicular tratada com diferentes soluções/ Vinícius Humberto Nunes,

Este trabalho foi realizado no Laboratório de Pesquisas

em Odontologia da Universidade de Ribeirão Preto –

UNAERP.

Page 5: Vinicius Humberto Nunes · A779a Análise comparativa da adesividade dos cimentos Epiphany e AH Plus à dentina radicular tratada com diferentes soluções/ Vinícius Humberto Nunes,

Dedicatórias

Page 6: Vinicius Humberto Nunes · A779a Análise comparativa da adesividade dos cimentos Epiphany e AH Plus à dentina radicular tratada com diferentes soluções/ Vinícius Humberto Nunes,

A DEUS.

Em vários momentos desta caminhada, pude sentir o conforto e o alento

de Tua presença, sem a qual não poderia prosseguir.

Agradeço, constantemente, pelas pessoas que colocaste em minha vida.

Pelas dificuldades que encontrei, e pela força que me deste para superá-las.

Page 7: Vinicius Humberto Nunes · A779a Análise comparativa da adesividade dos cimentos Epiphany e AH Plus à dentina radicular tratada com diferentes soluções/ Vinícius Humberto Nunes,

Aos Meus Pais,

Paulo Nunes Filho

Áurea de Paula Nunes.

Peço sempre a Deus que me torne digno de honrá-los.

Dizer que os amo é tão pouco!

Gostaria de ser conhecedor de uma expressão que pudesse traduzir o

sentimento que enche meu peito quando penso em vocês. Ou então, de possuir

um abraço que pudesse transmitir o orgulho que sinto por simplesmente poder

chamá-los de Pai e Mãe. Quem sabe um dia, um carinho meu possa retribuir

uma ínfima parte do conforto que vossos colos me deram. Mas principalmente,

espero ter sido sensível aos exemplos que me deram, para que um dia, eu

possa dar aos seus netos o mesmo amor que recebi de vocês.

Page 8: Vinicius Humberto Nunes · A779a Análise comparativa da adesividade dos cimentos Epiphany e AH Plus à dentina radicular tratada com diferentes soluções/ Vinícius Humberto Nunes,

Ao Meu Irmão,

Walter Henrique Nunes

Que sempre foi motivo de muito orgulho. No qual muitas vezes me

inspirei para tomar as atitudes mais acertadas, ou apenas para dar boas

risadas, mesmo nos momentos mais difíceis.

Amo você!

Page 9: Vinicius Humberto Nunes · A779a Análise comparativa da adesividade dos cimentos Epiphany e AH Plus à dentina radicular tratada com diferentes soluções/ Vinícius Humberto Nunes,

À minha noiva

Giovanna Mayra Titton de Barros

Com muita diplomacia, respeito e carinho, deu-me segurança para seguir

meu caminho. Comungou comigo dos meus sonhos e soube absorver minhas

tensões, tornando o caminho muito mais seguro e leve.

Te amo.

À minha orientadora, Profª. Drª. Yara T. Corrêa Silva Sousa, pela

solicitude e dedicação com a qual me conduziu nesta pesquisa. A cortesia e

educação, que lhe são peculiares, fizeram com que o andamento dos trabalhos

fosse harmônico, deixando as tarefas sempre mais suaves.

Serei sempre grato por sua dedicação.

Page 10: Vinicius Humberto Nunes · A779a Análise comparativa da adesividade dos cimentos Epiphany e AH Plus à dentina radicular tratada com diferentes soluções/ Vinícius Humberto Nunes,

Agradecimentos

Page 11: Vinicius Humberto Nunes · A779a Análise comparativa da adesividade dos cimentos Epiphany e AH Plus à dentina radicular tratada com diferentes soluções/ Vinícius Humberto Nunes,

Ao Curso de Pós-Graduação em Odontologia da Universidade de

Ribeirão Preto – UNAERP, pelo incremento profissional e pessoal.

Ao Prof. Dr. Manoel Damião de Sousa Neto, pelo acréscimo intelectual

dado a esta dissertação.

Aos professores do Curso de Mestrado em Endodontia da Universidade de

Ribeirão Preto – UNAERP: Paulo César Saquy, Manoel D. de Sousa Neto,

Luiz Pascoal Vansan, Antonio Miranda Cruz Filho, Raphael Carlos

Comeli Lia, Lisete Diniz Ribas Casagrande, Celso Bernardo de Sousa

Filho, Neide Aparecida de Sousa Lehfeld, Rosemary Cristina Linhari R.

Pietro, Jacy Ribeiro de Carvalho Junior, Delza Deise Marchetti Kannan,

Edson Alfredo, Renato Cássio Roperto, Lucélio Bernardes Couto, pelos

ensinamentos transmitidos durante o curso.

Aos colegas da quinta turma de Pós-Graduação em Odontologia, sub-área

Endodontia, Maria Isabel Anastácio Faria, Fabio Leal Braga, Fabricio

Scaini, Cíntia Regina de Carvalho França, Lorenna Fonseca Braga de

Oliveira, Irdival Cristino Figueiredo Junior, Rafael Brandão Ferreira,

Mônica Maria Denadae de Campos Pinto, Edi Wagner Sasaki, pela

amizade e companheirismo. A todos, muito SUCESSO!

Page 12: Vinicius Humberto Nunes · A779a Análise comparativa da adesividade dos cimentos Epiphany e AH Plus à dentina radicular tratada com diferentes soluções/ Vinícius Humberto Nunes,

Aos amigos Tabajara Sabbag Fonseca, Michele Nadalin, Isabela

Parsekian Martins, Neilor Antunes Braga, Felipe Barros, Silvia

Nomelini, Moisés Franco Barbosa da Silva, José Estevam Vieira Ozório

que nunca pouparam esforços para aquela ajuda sempre necessária.

Às incansáveis Cecília Maria Zanferdini, Joana Neia Vieira, Karina

Betini Verri, Sonia Maria Del Campo.

À Rosemary Alexandre, que com a sua ajuda, tornou o caminho belo e

tranqüilo, e, com sua luz, permitiu que muitos momentos difíceis passassem

desapercebidos.

Ao Amigo Marco Fiori Júnior, que abriu as portas de sua casa, dando-me

conforto e alento nos momentos mais difíceis, e comemorando comigo nas

vitórias, assim como nos tempos da “Highlander”.

À Prof.ª Raquel Assed Bezerra da Silva, da Faculdade de Odontologia

de Ribeirão Preto – USP, que me abençoou com sua amizade.

Page 13: Vinicius Humberto Nunes · A779a Análise comparativa da adesividade dos cimentos Epiphany e AH Plus à dentina radicular tratada com diferentes soluções/ Vinícius Humberto Nunes,

Aos amigos da Turma 72 da Faculdade de Odontologia de Araraquara –

UNESP, em especial, Beatriz Maria Valério Lopes, Weber Adad Ricci e

Karin Hermana Neppelenbroek, que se fizeram presentes neste momento

tão importante para mim.

Aos grandes amigos Fernando César Becca Borges e Renata Cristina

Rowe, que propiciaram momentos de muita alegria, e ajudaram a fazer tudo

valer a pena! Adoro vocês!

Aos amigos Antonio Ferreira Inocêncio Neto e Urbano Peres Ramos

Junior, que, mesmo que a distância insista em separar-nos, fazem-se sempre

presentes nos momentos mais importantes.

Ao amigo e irmão Sergio José Andrade, e à cunhada Andréa Sutana

Dias Andrade pelos conselhos, palavras, estima e pela confiança em mim

depositada durante todo esse tempo.

Aos amigos Glauco André Marques e Adriana Sayuri Catuyama

Marques, pela amizade e descontração, que muito ajudaram nessa

caminhada.

Page 14: Vinicius Humberto Nunes · A779a Análise comparativa da adesividade dos cimentos Epiphany e AH Plus à dentina radicular tratada com diferentes soluções/ Vinícius Humberto Nunes,

Aos Irmãos da Loja Maçônica Acácia de Avaré, que participaram

ativamente de mais esse processo de lapidação.

Aos Amigos Professores Doutores Fabio Luiz Camargo Villela Berbert,

Renato de Toledo Leonardo e Idomeo Boneti Filho, da Faculdade de

Odontologia de Araraquara – UNESP, que me estimularam a seguir o caminho

da Endodontia.

Page 15: Vinicius Humberto Nunes · A779a Análise comparativa da adesividade dos cimentos Epiphany e AH Plus à dentina radicular tratada com diferentes soluções/ Vinícius Humberto Nunes,

Sumário

Page 16: Vinicius Humberto Nunes · A779a Análise comparativa da adesividade dos cimentos Epiphany e AH Plus à dentina radicular tratada com diferentes soluções/ Vinícius Humberto Nunes,

RESUMO

SUMMARY

INTRODUÇÃO................................................................................. 01

REVISTA DA LITERATURA............................................................... 05

PROPOSIÇÃO.................................................................................. 28

MATERIAL E MÉTODOS................................................................... 30

RESULTADOS................................................................................. 38

DISCUSSÃO.................................................................................... 46

CONCLUSÕES................................................................................. 54

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................... 56

Page 17: Vinicius Humberto Nunes · A779a Análise comparativa da adesividade dos cimentos Epiphany e AH Plus à dentina radicular tratada com diferentes soluções/ Vinícius Humberto Nunes,

Resumo

Page 18: Vinicius Humberto Nunes · A779a Análise comparativa da adesividade dos cimentos Epiphany e AH Plus à dentina radicular tratada com diferentes soluções/ Vinícius Humberto Nunes,

______________________________________________________________________________________Resumo

O objetivo do presente estudo foi avaliar a adesividade do cimento

Epiphany à dentina radicular previamente tratada com hipoclorito de sódio a

1% e com EDTA a 17%, em comparação ao cimento AH Plus, pelo método do

push-out. Raízes de 60 caninos superiores humanos foram seccionadas

transversalmente na junção amelocementária e a 8 mm da mesma, criando

cilindros de raiz que, após inclusão em resina acrílica autopolimerizável, tiveram

seus canais radiculares preparados com auxílio de uma ponta troncônica. Os

corpos-de-prova foram divididos aleatoriamente em 3 grupos de acordo com a

solução utilizada: GI - água destilada (controle), GII - hipoclorito de sódio a 1%

e GIII - EDTA a 17%. Após o tratamento da dentina, cada grupo foi divido em

dois subgrupos de acordo com o cimento obturador a ser testado: Epiphany e

AH Plus. Os corpos-de-prova foram submetidos ao teste do push-out na

Máquina Universal de Ensaios, com velocidade constante de 1mm/minuto. A

análise estatística dos resultados evidenciou diferença ao nível de 5%.

Concluiu-se que o cimento AH Plus apresentou valores de adesividade

superiores aos obtidos pelo cimento Epiphany, independentemente do

tratamento utilizado, e que a aplicação do EDTA 17% propiciou aumento da

adesividade dos dois cimentos obturadores estudados.

Page 19: Vinicius Humberto Nunes · A779a Análise comparativa da adesividade dos cimentos Epiphany e AH Plus à dentina radicular tratada com diferentes soluções/ Vinícius Humberto Nunes,

Summary

Page 20: Vinicius Humberto Nunes · A779a Análise comparativa da adesividade dos cimentos Epiphany e AH Plus à dentina radicular tratada com diferentes soluções/ Vinícius Humberto Nunes,

_____________________________________________________________________________________Summary

The aim of the present study was to assess the bond strength of the

Epiphany cement to radicular dentin previously treated with 1% sodium

hypochlorite and 17% EDTA, in comparison to the AH Plus cement, using the

push-out test. Roots of 60 human superior canines were transversally sectioned

in the cementoenamel junction and another section was accomplished 8 mm

below the junction. The resulting root cylinders were embedded in

autopolymerized acrylic resin and prepared. Samples were randomly assigned

to 3 groups according to the irrigating solution: GI - distilled water (control), GII

- 1% sodium hypochlorite and GIII - 17% EDTA. After the dentin treatment,

each group was divided into two subgroups according to the luting agent:

Epiphany or AH Plus. Specimens were submitted to the push-out test in a

Universal Testing Machine with a constant speed of 1 mm/min. Data statistical

analysis evidenced differences to a level of 5%. It was concluded that the AH

Plus cement presented superior bond strength than the Epiphany cement,

regardless the irrigating solution, and that the application of 17% EDTA

increased the adhesion of both tested cements.

Page 21: Vinicius Humberto Nunes · A779a Análise comparativa da adesividade dos cimentos Epiphany e AH Plus à dentina radicular tratada com diferentes soluções/ Vinícius Humberto Nunes,

Introdução

Page 22: Vinicius Humberto Nunes · A779a Análise comparativa da adesividade dos cimentos Epiphany e AH Plus à dentina radicular tratada com diferentes soluções/ Vinícius Humberto Nunes,

Introdução

2

Ao estudar o perfil ideal que um material obturador dos canais radiculares

deve possuir, torna-se possível estabelecer os parâmetros de pesquisa para o

desenvolvimento de novos produtos, bem como a avaliação daqueles já existentes

no mercado.

Para os estudos das propriedades físico-químicas dos cimentos, foi efetivada

pela American Dental Association (ADA), em 1983, sob o título de Especificação 57,

uma série de normas e testes para a avaliação dos materiais obturadores

endodônticos com a finalidade de promover a padronização das pesquisas e a

uniformidade dos resultados.

A Especificação 57 da ADA determina, para avaliação das propriedades físicas

dos materiais obturadores endodônticos, os seguintes testes: escoamento, espessura

do filme, tempo de endurecimento, radiopacidade, solubilidade e desintegração e

estabilidade dimensional. Vale salientar que esta norma não prevê nenhum modelo

para os testes de adesividade.

Adesividade do cimento obturador significa a sua capacidade de aderir às

paredes dentinárias do canal radicular e propiciar um meio cimentante que promova

a união dos cones de guta-percha entre si e destes com a dentina (SOUSA-NETO et

al., 2005).

Na literatura consultada, observou-se dois modelos utilizados para avaliar a

adesividade do cimento obturador do canal radicular: um proposto por GROSSMAN

(1976), que utiliza uma máquina simples, constituída de uma haste em forma de T

dotada de duas roldanas e um fio; e outro método que utiliza a Máquina Universal

de Ensaios (ØRSTAVIK, 1983).

Page 23: Vinicius Humberto Nunes · A779a Análise comparativa da adesividade dos cimentos Epiphany e AH Plus à dentina radicular tratada com diferentes soluções/ Vinícius Humberto Nunes,

Introdução

3

Em relação à composição, os cimentos obturadores podem ser classificados

em: cimentos resinosos, cimentos à base de óxido de zinco eugenol que contêm ou

não medicamentos, cimentos que contêm hidróxido de cálcio e cimentos à base de

ionômero de vidro.

O primeiro cimento à base de resina epóxica foi preconizado por SCHRÖEDER

(1954), que propôs um cimento obturador à base de resina epóxica de bisfenol A.

A partir de então, as pesquisas contribuíram para a melhoria da qualidade

desse tipo de cimento que resultou em várias propostas, entre elas o AH Plus.

O AH Plus é um cimento com propriedades físico-químicas satisfatórias,

apresenta baixa solubilidade e desintegração (SCHAFER et al., 2003) e boa

adesividade (ELDENIZ et al., 2005); ação antimicrobiana (KAYAOGLU et al., 2005) e

boas propriedades biológicas (WILLERSHAUSEN et al., 2000).

Avanços na tecnologia adesiva alimentam o desejo de reduzir a infiltração

marginal apical e coronária por meio da união do material obturador às paredes dos

canais radiculares (TAY et al., 2005). Um cimento resinoso de metacrilato foi

desenvolvido, juntamente com um primer auto-condicionador, para cumprir este

objetivo.

O cimento Epiphany (Pentron Clinical Technologies, Wallingford, CT, USA) é

um compósito à base de resina de metacrilato de polimerização dual, que possui em

sua composição partículas de carga como hidróxido de cálcio, sulfato de bário, vidro

de bário e sílica.

O cimento Epiphany é utilizado com um material sólido denominado Resilon

(Resilon Research LLC, Madison, CT, USA), composto por polímeros de poliéster

sintéticos termoplastificáveis, similar à guta-percha. A associação do cimento

Page 24: Vinicius Humberto Nunes · A779a Análise comparativa da adesividade dos cimentos Epiphany e AH Plus à dentina radicular tratada com diferentes soluções/ Vinícius Humberto Nunes,

Introdução

4

Epiphany com o Resilon forma um monobloco que se adere às paredes da dentina

(SHIPPER et al., 2004). SHIPPER; TROPE (2004) sugeriram que este monobloco seria

desejável para a completa obturação do canal por permitir menor infiltração marginal

cervical em caso de perda ou fratura do selamento coronário provisório. Estudos in

vitro (SHIPPER et al., 2004) e in vivo (SHIPPER et al., 2005) têm demonstrado boa

resistência do monobloco à penetração bacteriana; entretanto, IMAI; KOMABAYASHI

(2003) apontam como uma desvantagem desse sistema a possível dificuldade em

caso de retratamento.

Considerando-se a proposta de utilização de um cimento de metacrilato

juntamente com um primer auto-condicionador, torna-se importante estudar as

propriedades físico-químicas destes novos materiais obturadores, em especial a

adesividade, a fim de determinar suas reais vantagens.

Page 25: Vinicius Humberto Nunes · A779a Análise comparativa da adesividade dos cimentos Epiphany e AH Plus à dentina radicular tratada com diferentes soluções/ Vinícius Humberto Nunes,

Revista da Literatura

Page 26: Vinicius Humberto Nunes · A779a Análise comparativa da adesividade dos cimentos Epiphany e AH Plus à dentina radicular tratada com diferentes soluções/ Vinícius Humberto Nunes,

Revista de Literatura

6

A revista de literatura realizada neste estudo procurou abordar as

propriedades físico-químicas dos cimentos obturadores, com ênfase na adesividade e

nas diferentes metodologias utilizadas para a sua avaliação.

KEMPER; KILIAN (1976) preconizaram a avaliação da capacidade adesiva de

materiais odontológicos à estrutura dental por meio da utilização da Máquina

Universal de Ensaios.

GROSSMAN (1976) estudou algumas propriedades físicas dos cimentos

obturadores de canais radiculares, entre elas a adesividade. Os materiais testados

foram AH 26, Diaket, Kerr sealer, Mynol, N2, N2 (no-lead), Procosol (nonstaining),

RC2B, Roth 801, Roth 811, Tubliseal e cimento de óxido de zinco e eugenol. Os

resultados demonstraram que quanto menor o tamanho das partículas, mais fácil é a

manipulação do cimento e melhor é seu escoamento e, quanto maior a temperatura

e umidade, menor o tempo de endurecimento do cimento. Todos os cimentos

apresentaram evidências de contração quando expostos à temperatura ambiente por

5 a 7 dias. Em relação à adesão, observou que os cimentos resinosos AH 26 e Diaket

apresentaram melhor adesão que os cimentos à base de óxido de zinco e eugenol.

McCOMB; SMITH (1976) avaliaram in vitro algumas propriedades físicas

(escoamento, tempo de endurecimento, radiopacidade, adesão à dentina radicular,

resistência à compressão e solubilidade) de nove cimentos obturadores de canais

(Kerr sealer, Tubliseal, Procosol (nonstaining), Procosol Silver, PCA, Roth 801, Roth

811, Diaket e AH 26), e as compararam com as propriedades de dois cimentos

endodônticos especialmente preparados com fórmulas à base de policarboxilato (5TD

e 5TDR). Os cimentos endodônticos à base de óxido de zinco e eugenol

apresentaram baixa resistência à compressão e alta solubilidade, não apresentando

adesão à dentina, fato que também ocorreu com o cimento à base de resina

Page 27: Vinicius Humberto Nunes · A779a Análise comparativa da adesividade dos cimentos Epiphany e AH Plus à dentina radicular tratada com diferentes soluções/ Vinícius Humberto Nunes,

Revista de Literatura

7

polivinílica (Diaket). O cimento à base de resina epóxi (AH 26) apresentou

propriedades superiores em relação à resistência, escoamento, radiopacidade e

adesão, embora tenha mostrado alta solubilidade. Os cimentos à base de

policarboxilato apresentaram adesão à dentina duas vezes maior que aquela

apresentada pelo cimento AH 26. Os autores ressaltam que, quanto maior a

quantidade de resíduos orgânicos e inorgânicos no interior do canal radicular, mais

difícil torna-se a adesão do cimento às paredes dentinárias.

ØSTRAVIK et al. (1983) avaliaram, por meio de uma Máquina Universal de

Ensaios, a adesividade dos seguintes cimentos à dentina e à guta percha: AH 26,

Procosol, Forfenan, Diaket, Kloroperka, Endomethasone, N2 e Fosfato de zinco. Os

autores observaram uma maior capacidade adesiva do cimento à base de resina

epóxi AH 26, tanto à dentina, quanto à guta percha em relação aos demais cimentos

estudados.

A partir de 1983, a American Dental Association (ADA) estabeleceu uma série

de normas e testes para avaliar os materiais obturadores endodônticos, com a

finalidade de promover uma uniformidade dos resultados. Os testes de escoamento,

espessura do filme, tempo de trabalho, tempo de endurecimento, solubilidade e

desintegração, radiopacidade e estabilidade dimensional foram incluídos na

especificação 57 da ADA. O teste de adesividade não foi incluído nesta normatização

por não existir um consenso entre os pesquisadores quanto ao melhor método para

se avaliar esta propriedade.

WHITE et al. (1984) avaliaram a influência da smear layer na penetração de

certos materiais obturadores plásticos (pHEMA e silicone) nos canalículos dentinários.

Os resultados demonstraram que a presença da smear layer impediu a penetração

dos materiais nos canalículos dentinários; ao contrário, a remoção da smear layer

Page 28: Vinicius Humberto Nunes · A779a Análise comparativa da adesividade dos cimentos Epiphany e AH Plus à dentina radicular tratada com diferentes soluções/ Vinícius Humberto Nunes,

Revista de Literatura

8

por meio da irrigação com EDTA e hipoclorito de sódio, permitiu que os materiais

penetrassem consideravelmente nos canalículos. Os autores concluíram que a

remoção da smear layer aumenta o contato do material obturador com a dentina e

melhora a capacidade de adesão e o selamento da obturação através do

embricamento mecânico proporcionado.

HYDE (1986) estudou o escoamento, tempo de trabalho, tempo de

endurecimento, pH, solubilidade, adesão e radiopacidade dos seguintes cimentos

obturadores de canais radiculares: Sealapex, CRCS, Tubliseal e Roth 801. O autor

verificou que os cimentos que contêm hidróxido de cálcio em suas fórmulas

(Sealapex e CRCS) provocaram um aumento significante no pH da água que os

continha, ocorrendo o oposto com os cimentos à base de óxido de zinco e eugenol.

O Sealapex apresentou maior solubilidade e desintegração que o Roth 801, que é um

cimento tipo Grossman. Somente o cimento CRCS apresentou adesão satisfatória.

WHITE et al. (1987), dando seqüência ao estudo de 1984, avaliaram a

influência da smear layer na penetração de dois materiais obturadores plásticos

(pHEMA e silicone) e dois convencionais (Roth 801 e AH 26) nos canalículos

dentinários. Os resultados demonstraram que os quatro materiais apresentaram,

igualmente, capacidade de penetrar nos canalículos dentinários expostos, após a

remoção da smear layer com EDTA e NaOCl. Quando não houve remoção da smear

layer, a penetração dos materiais nos canalículos dentinários foi pouco freqüente.

RUEGGEBERG; MARGESON (1990) avaliaram a influência de gases presentes

na atmosfera sobre a polimerização de resinas compostas. Para este experimento,

foram utilizados ambientes com presença oxigênio (ar atmosférico), de gás argônio e

uma combinação dos dois. Uma resina sem carga foi acomodada sobre uma fina

camada de esmalte bovino; em seguida, uma camada de resina com carga foi

Page 29: Vinicius Humberto Nunes · A779a Análise comparativa da adesividade dos cimentos Epiphany e AH Plus à dentina radicular tratada com diferentes soluções/ Vinícius Humberto Nunes,

Revista de Literatura

9

adicionada e polimerizada sobre a resina sem carga nas condições descritas

anteriormente. A comparação do efeito das diferentes condições atmosféricas

testadas, teve o objetivo de mensurar a resistência ao cisalhamento do disco de

resina/compósito ao esmalte bovino condicionado. Valores de conversão de

monômeros da resina sem carga foram calculados por meio de espectro

infravermelho. A resina polimerizada em ambiente com presença de oxigênio

apresentou pobres valores de conversão de monômero e resultou em baixa

resistência ao cisalhamento; entretanto na presença de gás argônio, altos valores de

conversão de monômeros e de resistência ao cisalhamento foram verificados.

WENNERBERG; ØRSTAVIK (1990) estudaram a adesividade de oito cimentos

endodônticos à dentina e à guta-percha. Os materiais estudados foram: AH26, CRCS,

Diaket, clorofórmio-resina, Kloroperka, ProcoSol, Sealapex e Tubliseal. O cimento que

apresentou a melhor adesão foi o AH26 e a pior foi o Sealapex. Na inspeção das

superfícies fraturadas, os cimentos CRCS, Kloroperka, Procosol, clorofórmio-resina e

Sealapex apresentaram falha de coesão. O tratamento prévio da dentina com EDTA

causou significativo aumento na adesão do ProcoSol, clorofórmio-resina, Sealapex e

Tubliseal.

GETTLEMAN et al. (1991) avaliaram a influência da presença da smear layer

na adesão dos cimentos obturadores AH26, Sultan e Sealapex à dentina humana. Os

resultados mostraram diferença significante entre os cimentos, sendo que o AH26

apresentou a maior força de adesão e o Sealapex a menor. Quando a smear layer foi

removida com a utilização da solução de EDTA, apenas o cimento AH26 apresentou

melhora na força de adesão.

ALIGHAMDI; WENNBERG (1994) afirmaram que se o cimento endodôntico

fosse impermeável, insolúvel aos fluidos teciduais, fosse dimensionalmente estável e

Page 30: Vinicius Humberto Nunes · A779a Análise comparativa da adesividade dos cimentos Epiphany e AH Plus à dentina radicular tratada com diferentes soluções/ Vinícius Humberto Nunes,

Revista de Literatura

10

tivesse adesividade à dentina e à guta-percha, concebivelmente teria a capacidade

de selar de forma eficiente o canal radicular, se utilizado em combinação com uma

técnica de obturação adequada.

FIDEL et al. (1994), utilizando um dispositivo semelhante ao desnvolvido por

Grossman em 1976, estudaram as propriedades físicas de alguns cimentos

obturadores de canais radiculares contendo hidróxido de cálcio em sua composição

(Sealer 26, Sealapex, Apexit e CRCS) e um cimento experimental (PR-Sealer). Os

resultados demonstraram que os cimentos Sealapex e Apexit exibiram os menores

valores de adesão.

SOUSA-NETO (1994) estudou o efeito da adição de óleos vegetais (amêndoas

doces, soja, milho e rícino) ao eugenol sobre algumas propriedades físico-químicas

do cimento obturador de canais radiculares tipo Grossman, entre elas a capacidade

adesiva, e verificou que a adição destes óleos vegetais ao eugenol reduziu a

capacidade de adesão deste cimento à dentina. O autor observou, também, que a

adesividade do cimento tipo Grossman à dentina foi proporcional à relação pó-

líquido.

WEIGER et al. (1995) avaliaram a capacidade de adesão de um cimento à

base de ionômero de vidro, após o tratamento das paredes dentinárias com as

seguintes soluções: EDTA 20% seguido de irrigação com NaOCl 1%, ácido fosfórico a

37%, ácido cítrico a 6%, ácido nítrico a 2,5%, ácido poliacrílico a 10% e 20%, e

NaoCl 0,9% como controle. Os resultados demonstraram que o pré-tratamento com

EDTA e NaOCl promoveu uma adesão significativamente maior do cimento à dentina.

Os autores concluíram que a eliminação da smear layer parece ser um fator essencial

para se obter uma melhor adesão do cimento à dentina radicular.

Page 31: Vinicius Humberto Nunes · A779a Análise comparativa da adesividade dos cimentos Epiphany e AH Plus à dentina radicular tratada com diferentes soluções/ Vinícius Humberto Nunes,

Revista de Literatura

11

FINGER et al. (1996) investigaram as profundidades de inibição de

polimerização pelo oxigênio, a resistência ao cisalhamento de esmalte e dentina, e a

adaptação marginal de adesivos experimentais (contendo BisGMA/HEMA, em

misturas de BisGMA-dicarbonato de baixa inibição com HEMA, e com HEMA-

carbonato variando de 100/0, 80/20, 60/40, 50/50 e 40/60 em peso) em cavidades

de dentina. A espessura da camada de inibição foi determinada microscopicamente

como a superfície não-polimerizada. Para o teste de resistência de união, cilindros de

resina composta foram unidos ao esmalte e à dentina após o condicionamento prévio

com ácido fosfórico e adesivos dissolvidos em acetona; a adaptação marginal foi

avaliada nas cavidades cilíndricas da dentina. Cinco amostras de cada foram

armazenadas em água por 24 horas antes do teste. Os autores verificaram que

monômeros de baixa inibição modificados por carbonato não apresentam vantagens

como adesivos para esmalte e dentina quando comparados com resinas à base de

BisGMA/HEMA convencional.

PATIERNO et al. (1996) avaliaram a resistência de união de um cimento

resinoso de polimerização dual, em dentina bovina, por meio do teste de push-out.

Raízes de dentes bovinos foram seccionadas transversalmente na região crvical,

formando um anel de 4mm de espessura e seus canais foram alargados com

instrumentos padronizados. As paredes dos canais foram tratadas com um sistema

adesivo e preenchidas com o cimento resinoso fotoativado, por meio de uma técnica

direta, com aplicação do compósito de forma incremental; e uma indireta, com uma

inlay de resina pré-polimerizada para cimentação. A avaliação por Microscopia

Eletrônica de Varredura (MEV) revelou que a técnica de acomodação indireta

demonstrou aumento da densidade e do comprimento dos tags de resina, quando

comparado à técnica direta. Os autores verificaram aumento nos valores de

Page 32: Vinicius Humberto Nunes · A779a Análise comparativa da adesividade dos cimentos Epiphany e AH Plus à dentina radicular tratada com diferentes soluções/ Vinícius Humberto Nunes,

Revista de Literatura

12

resistência de união do compósito à dentina preparada endodonticamente e tratada

com sistema adesivo por meio da técnica indireta (inlay), quando comparado coma

técnica direta (incremental).

SILVA et al. (1997) estudaram a adesividade de alguns cimentos obturadores

de canais radiculares à base de óxido de zinco e eugenol antes e após a aplicação da

solução quelante EDTAC sobre a superfície dentinária. Os resultados evidenciaram

que, antes da aplicação do EDTAC, a ordem decrescente da adesividade dos

cimentos continua a mesma, tanto antes como depois da aplicação do EDTAC. Os

autores concluíram que a aplicação de ETAC sobre a superfície dentinária aumentou

os valores de adesividade apenas para o cimento Endométasone Ivory.

SOUSA-NETO (1997) avaliou a influência de diferentes tipos de breus (X, WW

e WG) e resinas hidrogenadas (Staybelite e Staybelite éster 10) no escoamento,

tempo de endurecimento, estabilidade dimensional, solubilidade e desintegração,

espessura do filme e adesividade dos cimentos tipo Grossman. Para o teste de

adesividade, foi empregada uma Máquina Universal de Ensaios. O autor verificou que

a adesividade à dentina dos cimentos que continham breu foi superior à dos

cimentos que continham resinas hidrogenadas, o que pode ser explicado pela

presença de cargas elétricas nos breus.

KOUVAS et al. (1998) estudaram a influência da smear layer na profundidade

de penetração de três cimentos endodônticos (Sealapex, Roth 811 e CRCS) nos

canalículos dentinários. A remoção da smear layer com o uso de EDTA e NaOCl

previamente à obturação, permitiu a penetração de todos os cimentos (as

profundidades variaram entre 35µm e 80µm), enquanto que, na presença da smear

layer , nenhum cimento foi capaz de penetrar nos canalículos dentinários. Os

cimentos Sealapex e Roth 811 penetraram mais profundamente que o CRCS, o que,

Page 33: Vinicius Humberto Nunes · A779a Análise comparativa da adesividade dos cimentos Epiphany e AH Plus à dentina radicular tratada com diferentes soluções/ Vinícius Humberto Nunes,

Revista de Literatura

13

segundo os autores, poderia estar relacionado aos tamanhos das partículas (menores

nos cimentos Sealapex e Roth 811).

MANNOCCI et al. (1998) observaram, sob Microscopia Eletrônica de Varredura

(MEV), a interface guta-percha-dentina-resina em canais obturados com AH 26 e All

Bond 2. Os resultados demonstraram a presença de resina no interior dos túbulos

dentinários e presença de camada híbrida, assim como uma boa interação na

interface resina-guta-percha. Os autores consideraram a possibilidade de união entre

a resina do cimento obturador e a resina presente no cone de guta-percha.

LALH et al. (1999), por meio de teste de cisalhamento, avaliaram a

adesividade à dentina dos seguintes cimentos obturadores de canais radiculares à

base de ionômero de vidro: Ketac-Endo, KT-308 (cimento experimental) e ZUT

(combinação do KT-308 e um agente antimicrobiano). Noventa incisivos bovinos

foram selecionados e tiveram suas coroas desgastadas até a exposição da dentina.

Estes dentes foram divididos em três grupos, para receberem diferentes

condicionamentos da superfície dentinária exposta: tratamento com água destilada,

tratamento com NaOCl 2,6% e tratamento com solução de EDTA 17%, seguido da

irrigação com NaOCl 2,6%. Os resultados do teste de cisalhamento demonstraram

que os cimentos experimentais KT-308 e ZUT aderiram melhor à dentina que o

cimento Ketac-Endo, e que a adesão de todos os três cimentos endodônticos

testados foi superior na presença da smear layer.

KATAOKA et al. (2000) estudaram a capacidade de adesão à dentina de um

novo cimento resinoso obturador de canais radiculares, por meio de teste de tração.

O exame ao microscópio eletrônico de varredura revelou a formação de uma camada

híbrida de aproximadamente 2 mm de espessura, resultado da penetração do

cimento no interior dos canalículos dentinários. Os melhores resultados de adesão

Page 34: Vinicius Humberto Nunes · A779a Análise comparativa da adesividade dos cimentos Epiphany e AH Plus à dentina radicular tratada com diferentes soluções/ Vinícius Humberto Nunes,

Revista de Literatura

14

foram obtidos com a realização de um pré-tratamento da dentina com EDTA 15%,

seguido da aplicação de um primer composto por uma solução aquosa de HEMA 50%

contendo 5% de glutaraldeído.

CHUNG et al. (2001), preocupados com a possível influência que os diferentes

tipos de medicação intracanal pudesse ter sobre a adesividade dos cimentos à base

de ionômero de vidro, desenvolveram uma pesquisa em dentinas de 120 dentes de

bovinos e compararam grupos onde utilizaram pasta de hidróxido de cálcio,

formocresol liquido, digluconato de clorexidina e água como controle. Concluíram

que o pior desempenho foi do Ketac-Endo comparado ao KT-308 e ZUT, e que a

medicação intracanal deve ser escolhida de acordo com o tipo de cimento de

ionômero de vidro que será utilizado, pois apresentam composição química diferente.

LAI et al. (2001) avaliaram a hipótese de que agentes oxidantes, como

peróxido de hidrogênio e hipoclorito de sódio, podem ser neutralizados pela ação do

ascorbato de sódio, um agente redutor. Superfícies de dentina foram tratadas com

peróxido de hidrogênio e hipoclorito de sódio, antes e após o ataque ácido. Um dos

grupos também recebeu tratamento da superfície com ascorbato de sódio. Os

resultados revelaram que o peróxido de hidrogênio reduziu a resistência de união de

ambos adesivos, enquanto o hipoclorito de sódio produziu redução somente na

adesão do Single Bond (p<0,05). Os autores verificaram que o tratamento da

superfície dentinária com ascorbato de sódio promove aumento na resistência de

união quando comparada com superfícies tratadas com peróxido de hidrogênio e

hipoclorito de sódio.

TIMPAWAT et al. (2001) realizaram um estudo para determinar a força de

adesão de diferentes cimentos à base de ionômero de vidro (Ketac-Endo, Espe,

Seefeld, Germany) nas paredes do canal radicular, depois de pré-ratamento com

Page 35: Vinicius Humberto Nunes · A779a Análise comparativa da adesividade dos cimentos Epiphany e AH Plus à dentina radicular tratada com diferentes soluções/ Vinícius Humberto Nunes,

Revista de Literatura

15

diferentes condicionadores ácidos de superfície, usados em dentística restauradora,

comparados com EDTA, que é o irrigante endodôntico padrão para remover a smear

layer da parede do canal. Os resultados desse estudo sugeriram que os ácidos cítrico

ou fosfórico deveriam ser considerados uma alternativa ao EDTA para a rotina da

remoção do smear layer.

FRANCO et al. (2002) avaliaram a compatibilidade da união entre diferentes

adesivos e um cimento resinoso de polimerização dual, usando um teste

convencional de tração. Os adesivos usados foram: Prime & Bond (PB), Scotchbond

Multi Purpose (SB) e o ativador Self Cure (SC). O cimento de polimerização dual

usado foi o Enforce (EF). Seis grupos, com cinco amostras cada, foram testados: G1:

EF/PB/EF (fotoativado); G2: EF/SB/EF (fotoativado); G3: EF/PB+SC/EF (fotoativado);

G4: EF/PB+SC/EF (somente quimicamente ativado); G5: EF/EF (fotoativado); G6:

EF/EF (somente quimicamente ativado). O cimento resinoso foi aplicado em dois

moldes de aço com uma perfuração cônica de 4 mm de diâmetro e 1 mm de

espessura, e o adesivo foi aplicado entre eles. A resistência à tração foi mensurada

em uma máquina universal de ensaios a uma velocidade de 0,5 mm/min. Os autores

verificaram que não houve incompatibilidade entre os diferentes adesivos usados

com o cimento resinoso de polimerização dual e que os mais baixos valores de

resistência de união ocorreram na ausência de fotoativação.

LEE et al. (2002) em estudo, in vitro, compararam quatro tipos de cimentos

endodônticos (Kerr, à base de óxido de zinco e eugenol; Sealapex, à base de

hidróxido de cálcio; AH26, à base de resina epóxi; Ketac-Endo, à base de ionômero

de vidro) quanto a adesão à dentina e à guta-percha. Cilindros de alumínio (5 mm de

diâmetro) foram posicionados, com auxílio de cera, sobre superfícies planas de

Page 36: Vinicius Humberto Nunes · A779a Análise comparativa da adesividade dos cimentos Epiphany e AH Plus à dentina radicular tratada com diferentes soluções/ Vinícius Humberto Nunes,

Revista de Literatura

16

dentina coronária e de guta percha e preenchidos com um dos cimentos estudados.

Após o tempo de endurecimento, suas resistências à tração foram mensuradas. Os

cimentos endodônticos apresentam a seguinte ordem crescente de adesão à dentina:

Kerr<Sealapex<Ketac-Endo<AH26, enquanto que a adesão à guta-percha ocorreu

da seguinte forma: Ketac-Endo<Sealapex<Kerr<AH26.

SOUSA-NETO et al. (2002a) estudaram o efeito do laser Er:YAG na superfície

dentinária sobre a adesividade aos cimentos endodônticos Grossman, N-Rickert,

Endomethazone e Sealer 26. Quarenta molares humanos tiveram as coroas cortadas

para exposição de dentina e anéis de alumínio (10 mm x 6 mm) foram preenchidos

com os cimentos testados sobre essas superfícies, para a realização do teste na

Máquina Universal de Ensaios Instron 4444. Os dentes foram divididos em dois

grupos: G1 sem aplicação de laser e G2 com laser Er:YAG (Kavo Key Laser 2; 11mm

de distância focal, perpendicular à superfície, freqüência de 4 Hz, 200 mJ de energia,

62 J de energia total e 313 pulsos, tempo de aplicação de 1 minuto e 2,25W de

potência). O cimento Sealer 26 mostrou a melhor adesão com e sem aplicação do

laser; enquanto que Grossman e N-Rickert apresentaram valores intermediários e o

Endomethazone apresentou o pior resultado. A aplicação do laser não alterou a

adesividade dos cimentos à base de OZE, entretanto, aumentou à do Sealer 26.

SOUSA-NETO et al. (2002b) avaliaram, in vitro, o efeito da aplicação das

soluções quelantes EDTA, EGTA, e CDTA sobre a dentina humana na adesividade e

infiltração apical dos seguintes cimentos obturadores dos canais radiculares: Sealer

26, Sealapex, N-Rickert, e Endofill. Além disso, observaram a possível existência de

correlação matemática entre os testes de adesividade e infiltração marginal apical.

Foram utilizados 80 molares superiores e inferiores para o teste de adesividade, que

tiveram suas coroas desgastadas na face oclusal até a obtenção de uma superfície

Page 37: Vinicius Humberto Nunes · A779a Análise comparativa da adesividade dos cimentos Epiphany e AH Plus à dentina radicular tratada com diferentes soluções/ Vinícius Humberto Nunes,

Revista de Literatura

17

de dentina plana, onde o cimento era depositado com auxílio de um cilindro de

alumínio (10 mm x 6 mm). O teste de adesividade foi realizado através da Máquina

Universal de Ensaio Instron 4444. O teste de infiltração marginal apical utilizou 160

caninos superiores que, após a instrumentação e obturação dos canais radiculares,

foram submetidos ao processo de diafanização para a visualização do nível de

infiltração marginal apical. A penetração do nanquim na região apical foi medida

através do microscópio de mensuração. Os dentes foram divididos em 4 grupos:

grupo 1, água destilada; grupo 2, EDTA, grupo 3, EGTA; grupo 4, CDTA. Os

resultados evidenciaram diferença significante (p<0.01) entre os cimentos e soluções

testadas e não evidenciaram correlação matemática entre os testes de adesividade e

infiltração marginal. O cimento Sealer 26 e a solução de EDTA apresentaram os

melhores resultados para os testes de adesividade e infiltração marginal apical.

TAGGER et al. (2002) estudaram a adesão à dentina dos cimentos CRCS,

Apexit, PCS, Ketac-Endo, Bioseal, AH 26 e Sealer 26, utilizando disco de dentina

obtido a partir da coroa de terceiros molares, onde o cimento era depositado para a

realização do teste de tração na Máquina Universal de Ensaios. Os resultados

evidenciaram que os cimentos à base de resina epóxi apresentaram os maiores

valores de adesão em relação aos demais cimentos estudados.

A capacidade de remoção da smear layer do canal radicular, utilizando

diferentes soluções com agitação ultra-sônica, foi verificada por GUERISOLI et al.

(2002). Os autores utilizaram 20 incisivos inferiores humanos, os quais foram

separados em quatro grupos: grupo 1- instrumentação e irrigação com hipoclorito de

sódio 1%; grupo 2 – instrumentação e irrigação com água destilada; grupo 3 –

instrumentação e irrigação com hipoclorito de sódio 1% associado ao EDTAC 15%;

grupo 4 – somente irrigação com hipoclorito de sódio 1% associado ao EDTAC 15%,

Page 38: Vinicius Humberto Nunes · A779a Análise comparativa da adesividade dos cimentos Epiphany e AH Plus à dentina radicular tratada com diferentes soluções/ Vinícius Humberto Nunes,

Revista de Literatura

18

sem instrumentação (controle negativo). Nos grupos onde foi realizado preparo

biomecânico com agitação ultra-sônica, foi utilizada uma lima K #15 adaptada ao

ultra-som, por um tempo de 1 minuto. Após o preparo, os dentes foram seccionados

longitudinalmente e avaliados pela Microscopia Eletrônica de Varredura. Os

resultados mostraram que o hipoclorito de sódio associado ao EDTAC removeu

satisfatoriamente a smear layer das paredes dentinárias. Os grupos do hipoclorito de

sódio utilizado isoladamente e água destilada não foram eficazes quanto ao poder de

remoção de tal camada.

NIU et al. (2002) avaliaram, por meio de Microscopia Eletrônica de Varredura,

a erosão dentinária provocada pelo preparo biomecânico utilizando o sistema Profile®

29 e variando a irrigação final da seguinte maneira: I- NaOCl a 6% (3ml, 2 minutos),

II- EDTA a 15% (3ml, 1 minuto), III- EDTA a 15% (3ml, 1 minuto) seguido e NaOCl

a 6% (3ml, 2 minutos), IV- EDTA a 15% (3ml, 3 minutos) e V- EDTA a 15% (3ml, 3

minutos) seguido de NaOCl a 6% (3ml, 2 minutos). Os resultados mostraram que,

quando os canais foram irrigados com a solução de EDTA a 15% isoladamente, a

superfície dentinária teve uma aparência lisa, plana e os túbulos dentinários

apresentavam-se abertos. Entretanto, quando os canais foram irrigados com EDTA a

15% seguido da solução de NaOCl a 6%, houve erosão excessiva da superfície

dentinária.

SALEH et al. (2002) estudaram a adesão de cinco cimentos obturadores de

canais radiculares à dentina e à guta percha, além dos efeitos de pré-tratamentos

dentinários. Foram preparados cilindros de dentina radicular com 4 mm de diâmetro

e suas superfícies foram condicionadas com ácido fosfórico à 37% por 30 segundos,

ácido cítrico à 25% por 30 segundos, EDTA à 17% por 5 minutos e água destilada

(controle). Na seqüência, foram unidas a um disco plano de guta percha com os

Page 39: Vinicius Humberto Nunes · A779a Análise comparativa da adesividade dos cimentos Epiphany e AH Plus à dentina radicular tratada com diferentes soluções/ Vinícius Humberto Nunes,

Revista de Literatura

19

seguintes cimentos testados: cimento de Grossman (CG), Apexit (AP), Ketac-Endo

(KE), AH Plus (AH), RoekoSeal Automix (RS) e RoekoSeal Automix com um primer

experimental (RP). As superfícies foram pressionadas, uma contra a outra, e foi

aguardado o completo endurecimento dos cimentos. Os corpos-de-prova foram

submetidos a uma força de tração em uma Máquina Universal de Ensaios. As médias

de resistência de união (MPa ± desvio-padrão) variaram de 0,07 ± 0,01 (AP) à 1,19

± 0,47 (AH). O pré-tratamento com EDTA produziu uniões mais fracas que o grupo

controle, enquanto que o pré-tratamento com ácido fosfórico e ácido cítrico

aumentou a adesão do cimento de Grossman. O primer usado com o cimento

RoekoSeal aumentou significantemente sua adesão à dentina não-tratada. A

avaliação das superfícies fraturadas indicou falhas de adesão na dentina para o

cimento de Grossman e para o RoekoSeal, além de falhas na guta percha para o

Ketac-Endo e para o RoekoSeal Automix com um primer experimental. A falha

pareceu ser puramente coesiva no cimento para o AH Plus e para o Apexit. Os

autores verificaram que a remoção da smear layer pode favorecer a adesão do

cimento à dentina.

HÜLSMANN et al. (2003) indicaram o uso e modo de ação dos agentes

quelantes em endodontia, ressaltando que o agente líquido dissolve a smear layer e

aumenta a permeabilidade da dentina. Sobre a eficácia do EDTA em amolecer a

dentina, esse assunto vem sendo debatido, segundo os autores. Estes ressaltaram,

também, que muitos dos fabricantes de instrumentos de níquel-titânio recomendam

a irrigação com EDTA durante a instrumentação rotatória. Mostram ainda que vários

autores recomendam a irrigação final com EDTA 15-17% para a remoção da smear

layer. A revisão de literatura sobre agentes quelantes concluiu que as propriedades

Page 40: Vinicius Humberto Nunes · A779a Análise comparativa da adesividade dos cimentos Epiphany e AH Plus à dentina radicular tratada com diferentes soluções/ Vinícius Humberto Nunes,

Revista de Literatura

20

químicas e farmacológicas do EDTA são recomendáveis para o uso clínico em

endodontia.

IMAI; KOMABAYASHI (2003) estudaram a adesividade e infiltração marginal

de um cimento obturador resinoso injetável, composto por um pó de metilmetacrilato

e sulfato de bário radiopaco e um líquido de monômero de metilmetacrilato e

catalisador borato de tributil. Os resultados indicaram que o cimento obturador

injetável Endoresin-2®, teve propriedades satisfatórias na obturação do canal

radicular em relação a adesividade à dentina e ao selamento apical.

NAJAR et al. (2003) estudaram a adesividade do cimento obturador à base de

ionômero de vidro, Ketac-Endo com e sem a presença de smear layer, em relação a

outros dois cimentos obturadores: Grossman e Sealer 26. Foram utilizados 60

molares humanos que tiveram suas coroas desgastadas na face oclusal até a

obtenção de uma superfície de dentina plana. Os dentes foram divididos em três

grupos, de acordo com os cimentos testados. Cada grupo foi subdividido em dois

grupos de dez dentes, onde um grupo não sofreu remoção da smear layer e o outro

teve a remoção da smear layer pela aplicação do EDTAC por cinco minutos. Para o

teste de adesividade, foi utilizada a Máquina Universal de Ensaio Instron 4444. Os

resultados evidenciaram que a adesividade dos cimentos Ketac e Grossman foram

estatisticamente semelhantes entre si e apresentaram valores inferiores ao cimento

Sealer 26, independentemente da remoção da smear layer. O cimento Sealer 26

apresentou adesividade superior aos cimentos testados e a remoção da smear layer

aumentou ainda mais sua adesividade.

PICOLI et al. (2003) estudou, in vitro, o efeito da aplicação do laser Er:YAG e

da solução de EDTAC na superfície dentinária, sobre a adesividade de diferentes

tipos de cimentos endodônticos contendo hidróxido de cálcio. Foram utilizados 60

Page 41: Vinicius Humberto Nunes · A779a Análise comparativa da adesividade dos cimentos Epiphany e AH Plus à dentina radicular tratada com diferentes soluções/ Vinícius Humberto Nunes,

Revista de Literatura

21

molares superiores humanos e suas superfícies oclusais foram desgastadas, deixando

exposta uma superfície plana de dentina. No Grupo I, a superfície dentinária não

recebeu nenhum tratamento; no Grupo II foi aplicada a solução de EDTAC por 5

minutos; no Grupo III, a dentina recebeu aplicação do laser Er:Yag com os seguintes

parâmetros: Potência de 2,25 W, DF 1 mm, freqüência de 4 Hz, tempo de aplicação

de 1 minuto, energia de 200 mJ, energia total aplicada ao dente de 62 J. Após o

tratamento da dentina exposta, os dentes foram divididos em quatro sub-grupos,

constituídos de 5 dentes cada um, para receberem os seguintes cimentos a serem

avaliados: Sealer 26®, Apexit, Sealapex, CRCS. A adesão foi mensurada com o auxílio

da Máquina Universal de Ensaios. Os resultados evidenciaram haver diferença

significante (p<0,01) para os cimentos avaliados e os tratamentos aplicados à

superfície dentinária. Os cimentos puderam ser agrupados, quanto à sua adesividade

à dentina, em ordem crescente, na seguinte forma: Sealer 26, CRCS, Apexit e

Sealapex. A aplicação do laser Er:YAg e da solução de EDTAC foram eficientes em

aumentar a adesão do cimento Sealer 26 e Apexit. A aplicação do laser só foi

significativamente superior à solução de EDTAC em propiciar aumento na

adesividade do cimento Sealer 26 à dentina.

SALEH et al. (2003) avaliaram, por meio de microscopia eletrônica de

varredura e espectroscopia dispersiva de energia, as interfaces entre cimentos

endodônticos/dentina e cimento/guta percha rompidas após o teste de resistência de

união. As superfícies de dentina, condicionadas com ácido fosfórico à 37% por 30

segundos, ácido cítrico à 25% por 30 segundos, EDTA à 17% por 5 minutos e água

destilada (controle) foram unidas ao disco de guta-percha com os seguintes cimentos

testados: cimento de Grossman, Apexit, Ketac-Endo, AH Plus, RoekoSeal Automix e

RoekoSeal Automix com um primer experimental. A spectroscopia dispersiva de

Page 42: Vinicius Humberto Nunes · A779a Análise comparativa da adesividade dos cimentos Epiphany e AH Plus à dentina radicular tratada com diferentes soluções/ Vinícius Humberto Nunes,

Revista de Literatura

22

energia traçou sucessivamente componentes do cimento nas superfícies rompidas.

Alguns dos cimentos penetraram nos túbulos dentinários quando a superfície foi

tratada com ácidos. Porém, esses tags de cimento permanecem obliterando os

túbulos após o rompimento da união apenas para alguns cimentos (cimentos de

Grossman, RoekoSeal Automix com um primer experimental, AH Plus/EDTA). Esses

autores verificaram que não houve relação entre o aumento da resistência de união

com a dentina e a penetração dos cimentos endodônticos para o interior dos túbulos

dentinários.

TAGGER et al. (2003) estudaram a adesão à guta-percha dos cimentos CRCS,

Apexit, PCS, Ketac-Endo, Bioseal, AH26 e Sealer 26, utilizando disco de 10mm de

diâmetro e 2mm de espessura de guta-percha onde o cimento era depositado para a

realização do teste de tração na Máquina Universal de Ensaios. Os resultados

evidenciaram que os cimentos a base de resina epóxi apresentaram os maiores

valores de adesão em relação aos demais cimentos estudados.

TORABINEJAD et al. (2003) investigaram o efeito de várias concentrações de

hipoclorito de sódio, antes do uso do MTAD (uma mistura de um isômero de

tetraciclina, um ácido e um detergente) como irrigação final para remover a smear

layer. Dez operadores, usando instrumentação rotatória step-back passiva, com limas

de Ni-Ti taper 0,04, prepararam 80 dentes humanos uni e multi-radiculares, usando

como soluções irrigadoras: água destilada, quatro concentrações de NaOCl e MTAD.

Os canais foram, então, tratados por 2 minutos com 5 ml de uma das soluções

estudadas: NaOCl à 5,25%, água destilada estéril, EDTA à 17%, e MTAD. A presença

de smear layer e a quantidade de erosão na superfície das paredes do canal

radicular, nas porções coronária, média e apical de cada canal foram examinadas por

meio de Microscopia Eletrônica de Varredura. Os resultados mostraram que, embora

Page 43: Vinicius Humberto Nunes · A779a Análise comparativa da adesividade dos cimentos Epiphany e AH Plus à dentina radicular tratada com diferentes soluções/ Vinícius Humberto Nunes,

Revista de Literatura

23

o MTAD tenha removido mais smear layer quando usado como solução irrigadora

intracanal, alguns remanescentes do componente orgânico da smear layer

permaneceram intactos na superfície das paredes do canal radicular. A efetividade do

MTAD para remover completamente a smear layer é aumentada quando baixas

concentrações de NaOCl são usadas como irrigação intracanal antes de sua

aplicação.

ECONOMIDES et al. (2004) examinaram a infiltração marginal em dois

materiais retrobturadores com e sem agentes adesivos, por meio do modelo de

transporte de fluido. Os dentes usados no estudo foram preparados com a técnica

step-back, apicectomizados e divididos em quatro grupos: O Grupo A foi selado com

cimento ionomérico Fuji II LC, o Grupo B foi retrobturado com o mesmo cimento

associado ao novo agente cimentante Fuji Bond; o Grupo C foi retroobturado com o

composto resinoso Admira e o Grupo D foi retroobturado com o mesmo cimento do

Grupo C em associação ao Admira Bond. Os dentes foram expostos à infiltração por

um período de 24 horas, um mês e dois meses. Os resultados evidenciaram que os

grupos selados com os cimentos ionoméricos apresentaram infiltração

significativamente menor que os outros grupos e, entre os grupos selados com

cimentos resinosos, o grupo Admira associado com Admira Bond apresentou menor

infiltração.

GOGOS et al. (2004) avaliaram a força adesiva dos cimentos Fibrefill (à base

de resina de metacrilato), Endion (à base de ionômero de vidro), Topseal (à base de

resina epóxi) e CRCS (à base de hidróxido de cálcio) ao canal dentinário humano.

Todos os dentes foram irrigados com NaOCl 2,5%, EDTA à 17% e água destilada. A

resistência de união foi testada por meio do teste de cisalhamento usando uma

Máquina Universal de Ensaios a uma velocidade de carregamento de 0,5 mm/min. O

Page 44: Vinicius Humberto Nunes · A779a Análise comparativa da adesividade dos cimentos Epiphany e AH Plus à dentina radicular tratada com diferentes soluções/ Vinícius Humberto Nunes,

Revista de Literatura

24

grupo do cimento Fibrefill apresentou a maior força de adesão, seguido pelo Topseal,

Endion, e CRCS.

SHIPPER et al. (2004) avaliaram, in vitro, a infiltração de Streptococcus

mutans e Enterococcus faecalis em canais obturados com guta percha e cimento AH

26® e com o cimento Epiphany®, variando também a técnica de obturação entre a

condensação lateral e vertical. Os autores concluíram que os grupos que usaram o

sistema Epiphany apresentaram uma redução significante de infiltração em relação

aos grupos selados com guta percha e AH 26.

TEIXEIRA et al. (2004) avaliaram a resistência à fratura de dentes tratados

endodonticamente e obturados, por meio de condensação lateral e vertical, com

cones de guta percha e com o cimento Epiphany e cones de resina (Resilon). Oitenta

dentes uni-radiculares humanos foram divididos aleatoriamente em cinco grupos:

condensação lateral e vertical com guta percha, condensação lateral e vertical com

Resilon, e o grupo controle sem material obturador. As amostras foram armazenadas

em 100% de umidade por duas semanas, embebidos em resina de poliéster e

levados ao teste mecânico de fratura. Os resultados mostraram que os dentes

obturados com Epiphany e cones de Resilon, apresentaram maior resistência à

fratura que os demais grupos, independentemente da técnica de obturação usada.

ELDENIZ et al. (2005) avaliaram a adesividade de três cimentos endodônticos

(Diaket®, AH Plus® e Endo-REZ®). Os dentes foram irrigados com EDTA 17%

seguido de irrigação com NaOCl 5,25% e separados em dois grupos: grupo controle,

preenchido pelos cimentos desta forma e o segundo grupo, onde foi criada

artificialmente uma área uniforme de smear layer. Em seguida, os canais foram

selados com os cimentos obturadores. Os resultados mostraram que a remoção da

Page 45: Vinicius Humberto Nunes · A779a Análise comparativa da adesividade dos cimentos Epiphany e AH Plus à dentina radicular tratada com diferentes soluções/ Vinícius Humberto Nunes,

Revista de Literatura

25

smear layer aumentou a força de adesão em todos os cimentos, e o cimento AH Plus

apresentou os maiores valores de adesão à dentina com ou sem smear layer.

KAYAOGLU et al. (2005) estudaram, in vitro, a atividade antimicrobiana dos

cimentos endodônticos MCS, AH Plus, Cimento tipo Grossman, Sealapex e Apexit,

contra a bactéria Enterococcus Faecalis. Os cimentos recém espatulados foram

colocados diretamente em contato com a bactéria, ou separados por uma

membrana. Os resultados mostraram que os cimentos MCS, AHPlus e tipo Grossman

foram eficazes contra a bactéria estudada, enquanto que os cimentos à base de

hidróxido de cálcio Sealapex e Apexit não foram eficientes no período experimental

proposto.

SHIPPER et al. (2005) avaliaram, in vivo, a eficácia da obturação de guta

percha e cimento AH26, comparada ao monobloco obtido a partir do Resilon e

cimento Epiphany na prevenção de periodontites apicais, subseqüentemente à

inoculação coronária com microrganismos orais. Foram utilizadas 56 raízes vitais de

pré-molares, assépticas, de cães adultos. Os canais foram instrumentados, divididos

aleatoriamente em quatro grupos experimentais (Modelo de Infiltração Coronária) e

um grupo controle negativo, obturados da seguinte maneira: grupo 1- condensação

lateral da guta percha e cimento AH26 (n=12); grupo 2- condensação vertical da

guta percha e cimento AH26 (n=12); grupo 3- condensação lateral do cimento

Epiphany/Resilon (n=12); grupo 4- condensação vertical do cimento

Epiphany/Resilon (n=10); grupo controle negativo (n=10)- guta percha e cimento

AH26 ou cimento Epiphany/Resilon utilizando as técnicas da condensação lateral e

vertical como nos grupos 1 a 4, sem a presença de microrganismos. No grupo

controle positivo, 57 raízes de pré-molares adicionais foram instrumentadas,

infectadas e não-obturadas. Os pré-molares nos grupos 1 a 4 foram avaliados

Page 46: Vinicius Humberto Nunes · A779a Análise comparativa da adesividade dos cimentos Epiphany e AH Plus à dentina radicular tratada com diferentes soluções/ Vinícius Humberto Nunes,

Revista de Literatura

26

novamente, inoculados com placa dental dos próprios cães e armazenados. Essa

nova inoculação de microrganismos foi repetida em mais duas ocasiões em intervalos

mensais. Os dentes no grupo controle negativo não foram avaliados novamente. Na

14ª semana após a inoculação coronária, os cães foram sacrificados e as mandíbulas

preparadas para a avaliação histológica. Inflamação moderada foi observada em

82% das raízes obturadas com guta percha e cimento AH26, número

significativamente maior que o das raízes obturadas com o cimento Epiphany/Resilon

(19%) e grupo controle negativo (22%) (p<0,05). Os autores verificaram que

espécimes que continham o monobloco obtido a partir do Resilon e cimento

Epiphany apresentaram os menores índices de periodontite apical.

SOUSA-NETO et al. (2005) avaliaram o efeito da aplicação dos lasers Er:YAG e

Nd:YAG, em diferentes parâmetros na dentina radicular humana, sobre a adesividade

de um cimento obturador à base de resina epóxi, pelo método do push-out. Noventa

caninos superiores foram seccionados transversalmente na junção amelocementária

e a 8 mm da mesma, criando um cilindro de raiz que foi incluído em resina acrílica

autopolimerizável. Com auxílio de uma broca tronco-cônica, os canais radiculares

foram preparados divididos aleatoriamente em 9 grupos. No grupo I, a dentina foi

tratada com 2 mL de EDTAC a 17% por 5 minutos. Do grupo II ao V, a dentina foi

tratada com o laser Er:YAG com os seguintes parâmetros: 8 Hz e 200 mJ; 8 Hz e 400

mJ; 16 Hz e 200 mJ; 16 Hz e 400 mJ, respectivamente. Do grupo VI ao IX, a dentina

foi tratada com o laser Nd:YAG com os seguintes parâmetros: 10 Hz e 1 W; 10 Hz e

2 W; 15 Hz e 1 W; 15 Hz e 2 W, respectivamente. Os condutos foram preenchidos

com cimento à base de resina epóxi e submetidos ao teste de push-out na Máquina

Universal de Ensaios. A análise estatística dos resultados evidenciou diferença ao

nível de 1% entre os tratamentos com os lasers Er:YAG e Nd:YAG com maiores

Page 47: Vinicius Humberto Nunes · A779a Análise comparativa da adesividade dos cimentos Epiphany e AH Plus à dentina radicular tratada com diferentes soluções/ Vinícius Humberto Nunes,

Revista de Literatura

27

freqüências e o EDTAC a 17%. Os autores concluíram que o aumento da freqüência

dos lasers Er:YAG e Nd:YAG, independentemente do aumento da potência, provocou

aumento na adesividade do cimento obturador à base de resina epóxi em relação ao

grupo tratado com EDTAC a 17%.

TAY et al. (2005) avaliaram, in vitro, a qualidade estrutural do selamento

apical obtido com a obturação dos canais com o sistema Resilon/Epiphany e com a

associação AH Plus/Guta-Percha. Para isso, dentes humanos unirradiculares foram

instrumentados com a técnica Crown-Down e irrigados com NaOCl e EDTA, para

posterior obturação com os sistemas estudados. Por meio de Microscopia Eletrônica

de Varredura, foram observadas fendas ao longo das paredes dos canais e, por meio

de microscópio eletrônico de transmissão, foi avaliada a infiltração marginal. Os

exames revelaram áreas livres de fendas e com fendas ao logo das paredes em

ambos sistemas; do mesmo modo foram encontradas infiltrações marginais,

mostrando que, com estes sistemas, o selamento hermético dos canais apicais ainda

não é possível.

Page 48: Vinicius Humberto Nunes · A779a Análise comparativa da adesividade dos cimentos Epiphany e AH Plus à dentina radicular tratada com diferentes soluções/ Vinícius Humberto Nunes,

Proposição

Page 49: Vinicius Humberto Nunes · A779a Análise comparativa da adesividade dos cimentos Epiphany e AH Plus à dentina radicular tratada com diferentes soluções/ Vinícius Humberto Nunes,

Proposição

29

O objetivo deste estudo foi avaliar comparativamente, por meio do teste push-

out, a adesividade dos cimentos endodônticos Epiphany e AH Plus à dentina radicular

humana previamente tratada com hipoclorito de sódio a 1% ou com hipoclorito de

sódio a 1% associado ao EDTA a 17%.

Page 50: Vinicius Humberto Nunes · A779a Análise comparativa da adesividade dos cimentos Epiphany e AH Plus à dentina radicular tratada com diferentes soluções/ Vinícius Humberto Nunes,

Material e Métodos

Page 51: Vinicius Humberto Nunes · A779a Análise comparativa da adesividade dos cimentos Epiphany e AH Plus à dentina radicular tratada com diferentes soluções/ Vinícius Humberto Nunes,

Material e Métodos

31

Para realização do experimento foram utilizados 60 caninos superiores

humanos pertencentes a uma coleção de dentes anterior à aprovação das Diretrizes

e Normas Regulamentadoras de Pesquisas em Seres Humanos, através da resolução

CNS no 196, de 10 de outubro de 1996, e que foram conservados em timol a 0,1% à

9oC. Os dentes foram previamente lavados em água corrente por 24 horas, a fim de

eliminar possíveis resíduos da solução de timol.

Inicialmente, as raízes foram seccionadas transversalmente, com disco de

carburundum montado em peça reta, em dois pontos: o primeiro na junção esmalte-

cemento e o segundo, paralelo ao primeiro, a aproximadamente 8 mm deste no

sentido apical (Figura 1A). Os cilindros de raiz obtidos foram centralizados,

individualmente, em anéis de alumínio de 16 mm de diâmetro e 8mm de altura

(Figura 1B) que foram preenchidos com resina acrílica auto polimerizável incolor (Jet,

Clássico Ltda, São Paulo, Brasil) (Figura 1C).

Os conjuntos cilindro de raiz-resina acrílica-anel de alumínio, a partir de então,

foram denominados corpos-de-prova.

Page 52: Vinicius Humberto Nunes · A779a Análise comparativa da adesividade dos cimentos Epiphany e AH Plus à dentina radicular tratada com diferentes soluções/ Vinícius Humberto Nunes,

Material e Métodos

32

Figura 1. A) Preparo do cilindro de raiz a partir da secção do canino em dois pontos na

junção: esmalte-cemento e a 8 mm do primeiro; B) Cilindro de raiz centralizado em um anel

de alumínio; C) Preenchimento do anel de alumínio com resina acrílica; D) Corpo-de-prova.

Os corpos-de-prova foram colocados em um delineador e tiveram suas

superfícies aplainadas, paralelas entre si, com pontas diamantadas cilíndricas, até

obter um comprimento final de 8 mm (Figuras 2A e 2B).

Na fase seguinte, os corpos-de-prova foram posicionados em um dispositivo

especialmente desenvolvido no Laboratório de Pesquisa em Odontologia da UNAERP,

com o objetivo de manter o alinhamento dos espécimes de forma mais vertical

possível, garantindo a não indução de esforços horizontais no momento dos testes.

Esse conjunto foi colocado sobre a base do delineador para que o diâmetro do canal

de cada corpo-de-prova fosse aumentado e regularizado até seu tamanho final, por

meio de uma ponta diamantada troncônica (893-047, Brasseler, Savannah, GA, USA)

acoplada a uma peça reta (Figura 2C).

A B

C D

Page 53: Vinicius Humberto Nunes · A779a Análise comparativa da adesividade dos cimentos Epiphany e AH Plus à dentina radicular tratada com diferentes soluções/ Vinícius Humberto Nunes,

Material e Métodos

33

A profundidade de penetração da broca foi determinada pelo término de sua

parte ativa nivelada com a superfície do corpo-de-prova, a fim de obter um canal

troncônico padronizado (Figura 2D). Durante esse procedimento, o canal preparado

foi irrigado constantemente com água destilada.

Figura 2. A) Aplainamento do corpo-de-prova no delineador; B) Determinação do

comprimento final de 8 mm por meio do paquímetro digital; C) Preparo do canal com

ponta diamantada troncônica, em baixa rotação; D) Limite de penetração da ponta

diamantada troncônica.

Os corpos-de-prova foram distribuídos aleatoriamente em 3 grupos de acordo

com a solução utilizada.

Grupo I (n=20): Os canais preparados foram inundados com 20 ml de água

destilada e secos com cones de papel absorvente esterilizados (Dentisply-Herpo,

Petrópolis-RJ, Brasil).

Grupo II (n=20): Os canais preparados foram inundados com 5 ml de solução

de hipoclorito de sódio a 1%, que permaneceu por 5 minutos. Este procedimento foi

A B

C D

C D

Page 54: Vinicius Humberto Nunes · A779a Análise comparativa da adesividade dos cimentos Epiphany e AH Plus à dentina radicular tratada com diferentes soluções/ Vinícius Humberto Nunes,

Material e Métodos

34

repetido a cada 5 minutos, até que se completasse 30 minutos. Após este período,

os canais preparados foram irrigados com 20 ml de água destilada e secos com

cones de papel absorvente esterilizados.

Grupo III (n=20): Os canais preparados foram inundados com 5 ml de solução

de hipoclorito de sódio a 1%, que permaneceu por 5 minutos. Este procedimento foi

repetido a cada 5 minutos, até que se completasse 30 minutos. Com o término deste

período, os canais preparados foram inundados com EDTA a 17% por 5 minutos.

Posteriormente, os canais preparados foram lavados com 20 ml de água destilada e

secos com cones de papel absorvente esterilizados.

As soluções de EDTA a 17% e hipoclorito de sódio a 1%, foram aviadas no

Laboratório de Química da Universidade de Ribeirão Preto – UNAERP.

Cada grupo foi subdividido em dois, de acordo com o material obturador a ser

testado (Esquema 1).

Nos subgrupos I-A, II-A e III-A, os canais preparados foram preenchidos com o

cimento Epiphany (Pentron Clinical Technologies, Wallingford, CT, USA), que traz em

sua composição mistura das resinas UDMA, PEGDMA, EBPADMA e BISGMA,

barioborosilicato de vidro silanizado (que contém pequenas porções de óxido de

alumínio), sulfato de bário, sílica, hidróxido de cálcio, óxido de bismuto com aminas,

peróxido, fotoiniciadores de polimerização, estabilizadores e pigmentos.

Nos subgrupos I-B, II-B e III-B, os canais preparados foram preenchidos com o

cimento AH Plus (Dentsply DeTrey, Konstanz, Germany).

Page 55: Vinicius Humberto Nunes · A779a Análise comparativa da adesividade dos cimentos Epiphany e AH Plus à dentina radicular tratada com diferentes soluções/ Vinícius Humberto Nunes,

Material e Métodos

35

Nos subgrupos A, os canais preparados dos corpos-de-prova, após o tratamento

com as soluções propostas, foram condicionados com o primer autocondicionador

que acompanha o Kit e, posteriormente, preenchidos com o cimento Epiphany com a

utilização de um aplicador próprio.

Nos subgrupos B, os canais preparados dos corpos-de-prova, após o tratamento

com as soluções propostas, foram preenchidos com o cimento AH Plus com a

utilização de seringa de aplicação (Centrix Inc, Shelton, CT, USA).

Esquema 1. Esquema da distribuição dos grupos experimentais.

Após o preenchimento dos canais radiculares, os corpos-de-prova tiveram suas

superfícies externas limpas, a fim de remover os excessos de cimento obturador, e

foram mantidos em estufa, a temperatura constante de 37°C e umidade relativa de

95%, por período correspondente a três vezes o tempo de endurecimento de cada

cimento, determinado por meio de testes prévios (8 horas para o cimento Epiphany e

12 horas para o cimento AH Plus). Decorrido este tempo, os corpos-de-prova foram

removidos, secos e submetidos ao teste de push-out na Máquina Universal de

C orpos-de - P rova n=60

Água Destilada n=20

NaOCl 1%

n=20

NaOCl 1% EDTA 17%

n=20

G - IIIA Epiphany

n=10

G - IIIB AH Plus

n=10

G - IIA Epiphany

n=10

G - IIB AH Plus

n=10

G - IA Epiphany

n=10

G - IB AH Plus

n=10

Page 56: Vinicius Humberto Nunes · A779a Análise comparativa da adesividade dos cimentos Epiphany e AH Plus à dentina radicular tratada com diferentes soluções/ Vinícius Humberto Nunes,

Material e Métodos

36

Ensaios Instron 4444 (Instron Corporation, Canton, MA, USA) dotada de célula

de carga acoplada a sistema oscilante e de garra.

Figura 3 – Esquema do corpo-de-prova posicionado no dispositivo de alinhamento e apreensão na Máquina Universal de Ensaios - INSTRON 4444.

Um dispositivo fixo, construído em aço inoxidável, foi utilizado para a fixação

dos corpos-de-prova, de maneira que a face com menor diâmetro do canal radicular

ficasse voltada para cima e alinhada à haste empregada para pressionar o cimento,

sem entrar em contato com a camada de dentina (Figura 3).

Esta metodologia assegura um alinhamento preciso e reprodutível do espécime,

de modo que a haste a ser utilizada no teste de push-out não entre em contato com

a camada de dentina quando o material obturador for pressionado. A máquina foi

calibrada com velocidade constante de 1 mm/minuto.

Haste móvel do dispositivo e direção

do movimento

Amostra posicionada

Espaço para dispersão do cimento

Cimento a ser testado

Cilindro de raiz (8mm)

Resina acrílica

Base para fixação da amostra

Page 57: Vinicius Humberto Nunes · A779a Análise comparativa da adesividade dos cimentos Epiphany e AH Plus à dentina radicular tratada com diferentes soluções/ Vinícius Humberto Nunes,

Material e Métodos

37

A força necessária para o rompimento do cimento da superfície de dentina, para

cada corpo-de-prova, foi anotada.

A análise estatística foi realizada com o auxílio do software GMC 8.1,

desenvolvido pelo Prof. Dr. Geraldo Maia Campos, da Faculdade de Odontologia de

Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo. Os dados originais da força necessária

para remoção do cimento obturador foram submetidos aos testes estatísticos

preliminares com o objetivo de verificar a distribuição amostral.

Page 58: Vinicius Humberto Nunes · A779a Análise comparativa da adesividade dos cimentos Epiphany e AH Plus à dentina radicular tratada com diferentes soluções/ Vinícius Humberto Nunes,

Resultados

Page 59: Vinicius Humberto Nunes · A779a Análise comparativa da adesividade dos cimentos Epiphany e AH Plus à dentina radicular tratada com diferentes soluções/ Vinícius Humberto Nunes,

Resultados

39

Os dados utilizados para este estudo foram os valores correspondentes à força

necessária para o deslocamento do cimento obturador do corpo-de-prova. Cada um

dos 6 grupos utilizou 10 espécimes, obtendo-se 60 valores no total. Os valores

obtidos estão demonstrados na Tabela I.

TABELA I. Valores de força máxima de tração, em KNewton (KN), para o deslocamento do cimento

obturador do corpo-de-prova.

ÁGUA NaOCl EDTA

EPIPHANY

0,7428 0,4252 0,1359 0,6081 0,3557 0,5614 0,5169 0,6277 0,6757 0,0836

X = 0,4733 ± 0,2228

0,7624 0,5450 0,7216 0,6446 0,7878 0,5283 0,5587 0,8035 0,9353 0,6054

X = 0,6892 ± 0,1343

0,6395 0,8564 0,6091 0,6867 0,8972 0,7165 0,6867 0,6040 0,5197 0,5673

X = 0,6783 ± 0,1204

AH PLUS

0,6234 0,7063 0,6357 0,7643 0,7065 0,6567 0,7153 0,5903 0,7627 0,7554

X = 0,6916 ± 0,0620

0,7707 0,6634 0,7818 0,5235 0,7009 0,7187 0,8725 0,6819 0,7726 0,8526

X = 0,7338 ± 0,1009

0,9740 0,8005 1,1580 0,8733 0,8028 0,9254 0,9557 0,7707 0,9754 0,9307

X = 0,9166 ± 0,1137

Page 60: Vinicius Humberto Nunes · A779a Análise comparativa da adesividade dos cimentos Epiphany e AH Plus à dentina radicular tratada com diferentes soluções/ Vinícius Humberto Nunes,

Resultados

40

Os dados originais foram submetidos a uma série de testes preliminares, para

analisar se a distribuição amostral era normal. Os cálculos

dos parâmetros amostrais sugerem que a distribuição é normal, uma vez que há 17

dados acima da média e 17 dados abaixo da média. (Tabela II)

TABELA II- Cálculo dos parâmetros amostrais. Valores originais.

Parâmetros Amostrais Valores Originais

Soma dos erros 0.0000

Soma dos quadrados dos erros 0.8931

Termo de correlação 0.0000

Variação total 0.8931

Média geral da amostra 0.0000

Variância da amostra 0.0151

Desvio padrão da amostra 0.1230

Erro padrão da média 0.0159

Mediana, por dados agrupados 0.0000

Número de dados da amostra 60.0000

Dados abaixo da média 17.0000

Dados iguais à média 26.0000

Dados acima da média 17.0000

Calculou-se, então, a distribuição das freqüências por intervalo de classe

acumuladas, nas quais os intervalos de classe baseiam-se na média e no desvio

padrão amostral, como mostra a Tabela III.

Page 61: Vinicius Humberto Nunes · A779a Análise comparativa da adesividade dos cimentos Epiphany e AH Plus à dentina radicular tratada com diferentes soluções/ Vinícius Humberto Nunes,

Resultados

41

TABELA III- Distribuição de freqüências. Valores originais.

A. Freqüência por intervalo de classe:

Intervalo de classe M-3s M-2s M-1s Méd M+1s M+2s M+3s

Freqüências absolutas: 2 1 14 26 13 4 0

Em valores percentuais: 3,3 1,7 23,3 43,3 21,7 6,7 00

B. Freqüências acumuladas:

Intervalo de classe M-3s M-2s M-1s Méd M+1s M+2s M+3s

Freqüências absolutas: 2 3 17 43 56 60 60

Em valores percentuais: 3,3 5,0 28,3 71,7 93,0 100,0 100,0

Com os dados das freqüências acumuladas, traçou-se uma curva

experimental, a qual foi sobreposta a curva normal matemática. A discrepância entre

as duas curvas demonstra seu grau de aderência (Figura 4).

Observa-se na Figura 4, que a curva normal e a curva experimental estão

bastante próximas entre si, indicando haver normalidade entre as amostras testadas.

Page 62: Vinicius Humberto Nunes · A779a Análise comparativa da adesividade dos cimentos Epiphany e AH Plus à dentina radicular tratada com diferentes soluções/ Vinícius Humberto Nunes,

Resultados

42

Figura 4- Curva experimental e normal dos percentuais

acumulados de freqüência.

Traçou-se o histograma de freqüências da distribuição dos erros amostrais e a

curva normal, os quais podem ser vistos na Figura 5, onde se nota a distribuição

central dos dados experimentais e simetria dos dados ao redor da média, com

números equivalentes abaixo e acima dela, o que é um indício de que a distribuição

dos erros amostrais é normal.

Page 63: Vinicius Humberto Nunes · A779a Análise comparativa da adesividade dos cimentos Epiphany e AH Plus à dentina radicular tratada com diferentes soluções/ Vinícius Humberto Nunes,

Resultados

43

Figura 5- Histograma de freqüência da distribuição dos erros

amostrais e curva normal.

A seguir, realizou-se o teste de aderência da distribuição de freqüências por

intervalo de classe da distribuição normal em relação à mesma distribuição dos

dados amostrais. Verificou-se que a probabilidade da distribuição experimental ser

normal foi de 48,22% (Tabela IV).

TABELA IV- Teste de aderência à curva normal. Valores originais.

A. Freqüência por intervalo de classe:

Intervalo de classe M-3s M-2s M-1s Méd M+1s M+2s M+3s

Curva normal 0,44 5,40 24,20 39,89 24,20 5,40 0,44

Curva experimental 3,33 1,67 23,33 43,33 21,67 6,67 0,00

B. Cálculo do Qui-quadrado:

Graus de Liberdade: 4 Interpretação

Valor do Qui-quadrado: 3,47 A distribuição amostral testada

Probabilidade de H0: 48,2200 % é normal

Page 64: Vinicius Humberto Nunes · A779a Análise comparativa da adesividade dos cimentos Epiphany e AH Plus à dentina radicular tratada com diferentes soluções/ Vinícius Humberto Nunes,

Resultados

44

A análise do conjunto de resultados obtidos nesses testes preliminares levou à

conclusão de que a distribuição amostral era normal, o que nos conduziu para a

realização da análise estatística paramétrica, cujos resultados são vistos a seguir.

O teste paramétrico que melhor se adaptou ao modelo matemático proposto

foi a análise de variância, pelo fato de se tratar de um teste que permite a

comparação de múltiplos dados independentes. Os resultados da análise de variância

podem ser vistos na Tabela V.

TABELA V- Análise de Variância. Valores originais.

Fonte de variação Soma dos quadrados G.L Quadrados médios (F) Prob. Ho

Entre soluções 0.5068 2 0.2534 5.32 0,004%

Entre cimentos 0.4189 1 0.4189 25.33 0,005%

Soluções x Cimentos 0.0788 2 0.0394 2.38 10.012%

Resíduo 0.8931 54 0.0165

Variação total 1.8975 59

A análise de variância acusou diferença estatística significante (p<0,05) entre

soluções estudadas. Para os cimentos, evidenciou diferença estatística significante

(p<0,01); já para interação entre soluções e cimentos, demonstrou não haver

diferença estatística significante (p>0,05).

A fim de esclarecer quais os tipos de soluções eram diferentes entre si, como

demonstrado na análise de variância, aplicou-se o teste complementar de Tukey, que

pode ser visto na Tabela VI.

O teste complementar de Tukey (Tabela VI) indicou haver diferença

estatisticamente significante (p<0,05) entre as soluções estudadas.

Page 65: Vinicius Humberto Nunes · A779a Análise comparativa da adesividade dos cimentos Epiphany e AH Plus à dentina radicular tratada com diferentes soluções/ Vinícius Humberto Nunes,

Resultados

45

TABELA VI- Teste de Tukey – entre tratamentos.

Soluções auxiliares Médias Valor crítico (∝=0,005) Água destilada deionizada 0,58248 ♦ NaOCl 1% 0,70156 ◊ 0,098 EDTA 17% 0,80748 ● Símbolos diferentes significam valores estatisticamente diferentes.

Page 66: Vinicius Humberto Nunes · A779a Análise comparativa da adesividade dos cimentos Epiphany e AH Plus à dentina radicular tratada com diferentes soluções/ Vinícius Humberto Nunes,

Discussão

Page 67: Vinicius Humberto Nunes · A779a Análise comparativa da adesividade dos cimentos Epiphany e AH Plus à dentina radicular tratada com diferentes soluções/ Vinícius Humberto Nunes,

Discussão

47

Adesão pode ser definida como um processo no qual duas superfícies de

composições moleculares diferentes unem-se por forças de atração, sejam elas

químicas, físicas ou mecânicas (ERICKSON, 1992). Considerando-se as forças

mecânicas, a adesão ocorre por aprisionamento do material em outro corpo, dentro

de cavidades naturais ou artificiais. A adesão química pode ser obtida pelas forças de

valência primárias, como por exemplo, ligações covalentes e metálicas. A adesão

física, por sua vez, depende das forças de valência secundárias: forças de Van der

Walls, forças de Dispersão de London e pontes de hidrogênio (NAKABAYASHI;

PASHLEY, 2000).

Para que ocorra adesão, é necessário que haja uma proximidade bastante

grande entre os materiais que se pretende unir. Portanto, uma condição primordial é

a capacidade de umectação do líquido num material sólido (PHILLIPS, 1996). Esta

capacidade de umectação permitirá a aproximação necessária entre dois materiais,

facilitando a atração molecular e propiciando adesão (ERICKSON, 1992).

Algumas variáveis podem interferir no resultado e entendimento dessa

propriedade quando se leva em consideração a adesão do material obturador às

paredes dos canais radiculares. A primeira diz respeito à metodologia empregada, a

segunda variável é o tratamento da superfície dentinária e a terceira o tipo de

material utilizado.

Em relação à metodologia, a falta de normatização, pela ADA, dos testes de

adesividade dos materiais obturadores endodônticos, faz com que uma ampla gama

de modelos experimentais sejam propostos na literatura.

GROSSMAN (1976) propôs o uso de uma máquina simples, constituída de uma

haste em forma de T dotada de duas roldanas e um fio. Uma das extremidades do

fio é conectada ao material a ser testado e a outra extremidade à carga. Adiciona-se

Page 68: Vinicius Humberto Nunes · A779a Análise comparativa da adesividade dos cimentos Epiphany e AH Plus à dentina radicular tratada com diferentes soluções/ Vinícius Humberto Nunes,

Discussão

48

carga até que ocorra a separação do material obturador da superfície dentinária. A

massa necessária para a ruptura é relacionada com a aceleração da gravidade no

local do teste, conseguindo-se a força de tração de ruptura. Depois, calcula-se a

tensão de tração que relaciona, por sua vez, a força de tração de ruptura à área de

cimentação.

ØRSTAVIK (1983) propôs o uso da Máquina Universal de Ensaios para os

testes de adesividade dos materiais obturadores dos canais radiculares. Esse método

foi seguido por diversos pesquisadores, entre eles HYDE (1986); WENNBERG;

ØRSTAVIK (1990); SOUSA-NETO et al. (2002a); NAJAR et al. (2003) e PICOLI et al.

(2003). Segundo estes autores, o teste de adesividade aferido pela Máquina

Universal de Ensaios promove maior uniformidade e reprodutibilidade, propiciando a

obtenção de dados fidedignos; além disso, os valores da tensão de tração expressos

em MPa (Mega-Pascal) favorecem a comparação dos resultados, uma vez que é uma

unidade aceita internacionalmente.

A partir da metodologia proposta por ØRSTAVIK (1983), verifica-se uma

variação do substrato onde o teste é realizado. Na literatura, observamos que os

pesquisadores utilizaram: disco de dentina obtido a partir de coroas de terceiros

molares (TAGGER et al., 2002; SALEH et al., 2003), dentina coronária cervical de

molares (PÉCORA et al., 2001; TIMPAWAT et al., 2001; SOUSA-NETO et al., 2002a;

NAJAR et al., 2003; PICOLI et al., 2003), dentina radicular da região cervical de

canino (SOUSA-NETO, 1997), disco de guta-percha (LEE et al., 2002; SALEH et al.,

2003; TAGGER et al., 2003).

Page 69: Vinicius Humberto Nunes · A779a Análise comparativa da adesividade dos cimentos Epiphany e AH Plus à dentina radicular tratada com diferentes soluções/ Vinícius Humberto Nunes,

Discussão

49

SOUSA-NETO et al. (2005) desenvolveram metodologia que permite a

avaliação da capacidade adesiva dos cimentos utilizando como corpo-de-prova a

dentina radicular interna, o que favorece a compreensão de como a adesão ocorre

nas paredes dentinárias em condições mais próximas do uso clínico do material a ser

testado. Esta metodologia baseou-se no trabalho de PATIERNO et al. (1996), que

propuseram um método de avaliação da resistência à tração da resina composta na

dentina radicular cervical, onde cortes transversais foram feitos na região cervical da

raiz dos dentes, obtendo amostras cilíndricas com 4 mm de espessura. Os canais

radiculares foram alargados e em suas paredes foram aplicados o sistema adesivo

dentinário e a resina composta, para posterior realização do teste de tração de push-

out. Assim, esse modelo experimental foi adaptado ao teste de adesividade dos

cimentos obturadores de canais radiculares.

SOUSA-NETO et al. (2005) enfatizaram, ainda, que o cimento é colocado em

contato com a superfície dentinária no seu formato anatômico, ao contrário de uma

superfície plana de dentina coronária que apresenta diferente constituição

canalicular. Dessa maneira, quando o corpo-de-prova é preenchido com o cimento

obturador, este toma a forma do conduto radicular, além de penetrar nos túbulos

dentinários, provocando embricação semelhante à que ocorre no interior do canal

radicular obturado, portanto a força obtida com este modelo é a de cisalhamento e

não a de tração pura.

A segunda variável é o tratamento da superfície dentinária, que tem sido

realizado com diferentes substâncias químicas (WENNBERG; ØRSTAVIK, 1990;

GETTLEMAN et al., 1991; WEIGER et al., 1995; SILVA et al., 1997; KATAOKA et al.,

2000; TIMPAWAT et al., 2001; SALEH et al., 2003; NAJAR et al., 2003), com

radiação laser (PÉCORA et al., 2001; SOUSA-NETO et al., 2002a; PICOLI et al., 2003)

Page 70: Vinicius Humberto Nunes · A779a Análise comparativa da adesividade dos cimentos Epiphany e AH Plus à dentina radicular tratada com diferentes soluções/ Vinícius Humberto Nunes,

Discussão

50

ou com a ação ultra-sônica (KRELL et al., 1985; JENSEN et al., 1999; SACONO;

BERBERT, 2005), visando a remoção da smear layer que, segundo WHITE et al.

(1984), WHITE et al. (1987), KOUVAS et al. (1998), consiste em um fator negativo

na obturação do canal radicular, pois interpõe-se entre o material obturador e a

parede dentinária, interferindo na adesividade deste à parede do canal radicular.

No presente estudo, observou-se que a aplicação da solução quelante que,

segundo HÜLSMANN et al. (2003), apresenta a capacidade de agir sobre a matriz

mineral do dente e de atuar na remoção da smear layer formada durante o preparo

biomecânico, propiciou maiores valores de adesão dos cimentos obturadores

estudados à dentina do canal radicular. Isso, provavelmente, ocorreu devido à maior

penetração dos cimentos no interior dos túbulos dentinários, o que resultou em

aumento da superfície de contato do material obturador com a dentina.

Os espécimes tratados com o hipoclorito de sódio apresentaram valores

intermediários de adesão dos cimentos obturadores estudados à dentina do canal

radicular. Este resultado deve-se, provavelmente, ao fato de que o hipoclorito de

sódio não é capaz de remover completamente a smear layer, que tem em sua

composição compostos orgânicos e inorgânicos (NIU et al., 2002; TORABINEJAD et

al., 2003). A presença do hidróxido de sódio e do ácido hipocloroso permite à

solução de hipoclorito de sódio uma ação de solvência de compostos orgânicos.

Percebe-se, dessa forma, que a solução de hipoclorito de sódio atua seletivamente

em matrizes orgânicas (GUERISOLI et al., 2002), fato este que impede a completa

remoção da smear layer presente nas paredes do canal radicular após o preparo

biomecânico.

Page 71: Vinicius Humberto Nunes · A779a Análise comparativa da adesividade dos cimentos Epiphany e AH Plus à dentina radicular tratada com diferentes soluções/ Vinícius Humberto Nunes,

Discussão

51

No caso do cimento Epiphany, o hipoclorito de sódio pode também ter

interferido na polimerização do primer, como descrito por LAI et al. (2001),

comprometendo a adesão do cimento à dentina.

Os espécimes nos quais a dentina foi lavada com água destilada apresentaram

os menores valores de adesão. Nestes casos, a dentina provavelmente permaneceu

recoberta por smear layer resultante do preparo dos dentes.

Portanto, estes resultados confirmam que a presença da smear layer prejudica

a adesão dos cimentos endodônticos, uma vez que a mesma atua como uma

interface adicional entre material obturador e dentina, dificultando, ou até mesmo

impedindo, a penetração dos cimentos obturadores nos canalículos dentinários

(WHITE et al., 1984; WHITE et al., 1987; KOUVAS et al., 1998).

Em relação à terceira variável, os resultados obtidos evidenciaram que o

cimento AH Plus apresentou melhores valores de adesividade em relação ao cimento

Epiphany.

O AH Plus, por ser um cimento à base resina epóxi, penetra melhor nas

microirregularidades devido ao seu escoamento e seu elevado tempo de

polimerização. Essas propriedades favorecem maior embricação entre cimento e

dentina que, aliada à coesão entre suas moléculas (SOUSA-NETO et al., 2002a),

promove maior resistência à remoção e\ou deslocamento da superfície da dentina, o

que, no presente estudo, traduz-se em maior adesividade.

A nova geração de cimentos obturadores à base de resina de metacrilato,

juntamente com um primer auto-condicionador, trouxe expectativas em relação ao

melhor desempenho na adesão e no selamento marginal coronário e apical. No

entanto, os resultados obtidos com o cimento Epiphany, no presente estudo, não

Page 72: Vinicius Humberto Nunes · A779a Análise comparativa da adesividade dos cimentos Epiphany e AH Plus à dentina radicular tratada com diferentes soluções/ Vinícius Humberto Nunes,

Discussão

52

corresponderam a essa expectativa em relação à adesividade. Estes resultados

provavelmente devem-se aos seguintes fatores:

1. A polimerização do cimento na interface com a dentina pode ter sofrido a

influência do oxigênio presente na parede dentinária interna e no interior dos

túbulos dentinários. Segundo FRANCO et al. (2002), o oxigênio inibe a vinil

polimerização nas resinas compostas. Os compósitos não completam a

polimerização e aproximadamente 40 a 60% das ligações de carbono

permanecem insaturadas (FINGER et al., 1996). Esse raciocínio foi descrito

por RUEGGEBERG; MARGESON (1990), que afirmaram que o oxigênio pode

produzir uma fina película de polímero com um baixo grau de polimerização.

Isso provavelmente causou inibição de polimerização do cimento Epiphany.

2. Falhas na interface cimento-dentina, conforme descrito por TAY et al. (2005).

Estas falhas provavelmente ocorrem devido à polimerização do cimento

resinoso à base de metacrilato imediatamente após a sua inserção no canal

radicular. Segundo esses autores, a fotoativação coronária do cimento,

conforme instrução do fabricante, pode limitar o escoamento do cimento

resinoso. A nosso ver, o maior escoamento do cimento provavelmente

possibilitaria maior contato deste com o primer e conseqüentemente maior

embricação com a dentina. TAY et al. (2005) observaram, por meio de MEV,

que o primer estava presente em toda extensão do canal radicular, inclusive

na porção apical, o que reforça que a falha na interface cimento-dentina

estava relacionada ao cimento e não à aplicação do primer.

Page 73: Vinicius Humberto Nunes · A779a Análise comparativa da adesividade dos cimentos Epiphany e AH Plus à dentina radicular tratada com diferentes soluções/ Vinícius Humberto Nunes,

Discussão

53

3. Incapacidade de fotoatiovação do cimento em toda a extensão do corpo-de-

prova, o que gera a incompleta polimerização, resultando na presença de

monômeros residuais do cimento na porção mais profunda do corpo-de-prova.

Um aspecto que deve ser considerado na avaliação dos resultados obtidos é

que a proposição do presente estudo foi avaliar a adesividade do cimento Epiphany.

Por esse motivo, no modelo experimental empregado não foi utilizado o Resilon que,

segundo TEIXEIRA et al. (2004), possibilita a formação de um sistema monobloco

que pode interferir nos valores de adesão.

Muitos estudos sobre a adesividade dos cimentos obturadores têm sido

publicados recentemente (SOUSA-NETO et al., 2002b; SALEH et al., 2002; LEE et al.,

2002; TAGGER et al., 2002; PICOLI et al., 2003; TAGGER et al., 2003; GOGOS et al.,

2004; SOUSA-NETO et al., 2005), no entanto, tem-se discutido muito pouco sobre a

metodologia mais adequada para o estudo desta propriedade e o real papel que a

adesividade do cimento à dentina desempenha no resultado final da obturação do

canal radicular. TEIXEIRA et al. (2004) abriram uma perspectiva para o

entendimento dessa propriedade quando observaram que os materiais à base de

resina de metacrilato, por buscar uma união mais efetiva com a dentina por meio de

primers autocondicionadores, e a formação de um sistema monobloco podem

aumentar a resistência da raiz de dentes tratados endodonticamente, o que a nosso

ver é uma grande vantagem na utilização deste sistema, desde que as propriedades

físico-químicas do cimento sejam adequadas pelo fabricante.

Page 74: Vinicius Humberto Nunes · A779a Análise comparativa da adesividade dos cimentos Epiphany e AH Plus à dentina radicular tratada com diferentes soluções/ Vinícius Humberto Nunes,

Conclusões

Page 75: Vinicius Humberto Nunes · A779a Análise comparativa da adesividade dos cimentos Epiphany e AH Plus à dentina radicular tratada com diferentes soluções/ Vinícius Humberto Nunes,

Conclusões

55

Com base na metodologia empregada e nos resultados obtidos, pode-se

concluir que:

1. O cimento AH Plus apresentou valores de adesividade superiores aos

obtidos pelo cimento Epiphany.

2. A aplicação da solução de EDTA 17% aumentou a adesividade dos dois

cimentos estudados.

3. Os maiores valores de adesividade foram obtidos com o cimento AH

Plus, quando a dentina foi tratada com EDTA 17%.

4. Os menores valores de adesividade foram obtidos com o cimento

Epiphany, quando foi utilizada somente água destilada.

Page 76: Vinicius Humberto Nunes · A779a Análise comparativa da adesividade dos cimentos Epiphany e AH Plus à dentina radicular tratada com diferentes soluções/ Vinícius Humberto Nunes,

Referências Bibliográficas

Page 77: Vinicius Humberto Nunes · A779a Análise comparativa da adesividade dos cimentos Epiphany e AH Plus à dentina radicular tratada com diferentes soluções/ Vinícius Humberto Nunes,

Referências Bibliográficas

57

ALIGHAMDI, A.; WENNBERG, A. Testing sealing ability of endodontic filling materials.

Endod. Dent. Traumatol., v. 10, n. 6, p. 249-55, 1994.

AMERICAN DENTAL ASSOCIATION Specification N.57 for Endodontic filling

materials, 1983.

CHUNG, H. A.; TITLEY, K.; TORNECK, C. D.; LAWRENCE, H. P.; FRIEDMAN, S.

Adhesion of glass-ionomer cement sealers to bovine dentin conditioned with

intracanal medications. J. Endod., v. 27, n. 2, p. 85-8, 2001.

ECONOMIDES, N.; KOKORIKOS, I.; KOLOKOURIS, I.; PANAGIOTIS, B.; GOGOS, C.

Comparative study of apical sealing ability of a new resin-based root canal sealer. J.

Endod., v. 30, n. 4, p. 403-6, 2004.

ELDENIZ, A. U.; ERDENIR, A.; BELLI, S. Shear bond strength of three resin based

sealer to dentin with and without the smear layer. J. Endod., v. 31, n. 4, p. 293-6,

2005.

ERICKSON, R. L. Surface interations of dental adhesive materials. Oper. Dent., v. 5,

n. 2, p. 81-94, 1992.

FIDEL, R. A. S.; SOUSA-NETO, M. D.; SPANÓ, J. C. E.; BARBIN, E. L.; PÉCORA, J. D.

Adhesion of calcium hydroxide-containing root canal sealers. Braz. Dent. J., v. 5, n.

1, p. 53-7, 1994.

Page 78: Vinicius Humberto Nunes · A779a Análise comparativa da adesividade dos cimentos Epiphany e AH Plus à dentina radicular tratada com diferentes soluções/ Vinícius Humberto Nunes,

Referências Bibliográficas

58

FINGER, W. J.; LEE, K. S.; PODSZUN, W. Monomers with low oxygen inhibition as

enamel/dentin adhesives. Dent. Materials, v. 12, n. 2, p. 256-61, 1996.

FRANCO, E. B.; LOPES, L. G.; D’ALPINO, P. H.; PEREIRA, J. C.; MONDELLI, R. F.;

NAVARRO, M. F. Evaluation of compatibility between different types of adhesives and

dual-cured resin cement. J. Adhes. Dent., v. 4, n. 2, p. 271-5, 2002.

GETTLEMAN, B. H.; MESSER, H. H.; ELDEEB, M. E. Adhesion of sealer cements to

dentin with and without smear layer. J. Endod., v. 17, n. 1, p. 15-20, 1991.

GOGOS, C.; ECONOMIDES, N.; STAVRIANOS, C.; KOLOKOURIS, I.; KOKORIKOS, I.

Adhesion of a new methacrylate resin-based sealer to human dentin. J. Endod. v.

30, n. 4, p. 230-40, 2004.

GROSSMAN, L. I. Physical properties of root canal cements. J. Endod., v. 2, n. 6, p.

166-75, 1976.

GUERISOLI, D. M. Z.; MARCHESAN, M. A.; WALMSLEY, P. J.; PÉCORA, J. D.

Evaluation of smear layer removal by EDTAC and sodium hypochorite with ultrasonic

agitation. Int. Endod. J., v. 35, n. 5, p. 418-21, 2002.

HÜLSMANN, M.; HECKENDORFF, M.; LENNON, A. Chelating agents in root canal

treatment: mode of action and indications for their use. Int. Endod. J., v. 36, n. 12,

p. 810-30, 2003.

Page 79: Vinicius Humberto Nunes · A779a Análise comparativa da adesividade dos cimentos Epiphany e AH Plus à dentina radicular tratada com diferentes soluções/ Vinícius Humberto Nunes,

Referências Bibliográficas

59

HYDE, D. G. Physical properties of root canal sealers containing calcium

hydroxide. 1986. 80p. Thesis (Master of Science) – University of Michigan.

IMAI, Y.; KOMABAYASHI, T. Properties of a new injectable type of root canal filling

resin with adhesiveness to dentin. J. Endod., v. 29, n. 1, p. 20-3, 2003.

JENSEN et al. Comparison of the cleaning efficacy of passive sonic activation and

passive ultrasonic activation after hand instrumentation in molar root canals. J.

Endod., v.25, n.11, p. 735-738, 1999.

KATAOKA, H.; YOSHIOKA, T.; SUDA, H.; IMAI, Y. Dentin bonding and sealing ability

of a new root canal resin sealer. J. Endod., v. 26, n. 4, p. 230-5, 2000.

KAYAOGLU, G.; ERTEN, H.; ALACAM, T.; ORSTAVIK, D. Short-term antibacterial

activity of root canal sealers towards Enterococcus faecalis. Int. Endod. J., v. 38, n.

7, p. 483-8, 2005.

KEMPER, R.; KILIAN, R. New test system for tensile bond strength. J. Dent. Res., v.

55, p. 138, 1976, Special Issue B, Abstract 308.

Page 80: Vinicius Humberto Nunes · A779a Análise comparativa da adesividade dos cimentos Epiphany e AH Plus à dentina radicular tratada com diferentes soluções/ Vinícius Humberto Nunes,

Referências Bibliográficas

60

KOUVAS, V.; LIOLIOS, E.; VASSILIADIS, L.; PARISSIS-MESSIMERIS, S.;

BOUTSIOUKIS, A. Influence of smear layer on depth penetration of three endodontic

sealers: an SEM study. Endod. Dent. Traumatol., v. 14, n. 4, p. 191-5, 1998.

KRELL, K. V.; NEO, J. The use of ultrasonic endodontic instrumentation in re-

treatment of a paste-filled endodontic tooth. Oral Surg., v.60, n.1, p. 100-2, 1985.

LALH, M. S.; TITLEY, K.; TORNECK, C. D.; FRIEDMAN, S. The shear bond strength of

glass ionomer cement sealers to bovine dentine conditioned with common

endodontic irrigants. Int. Endod. J., v. 32, n. 5, p. 430-5, 1999.

LAI, S. C.; MAK, Y. F.; CHEUNG, G. S..; OSORIO, R.; TOLEDANO, M.; CARVALHO, R.

M.; TAY, F. R.; PASHLEY, D. H. Reversal of compromised bonding to oxidized etched

dentin. J. Dent. Res., v. 80, n. 10, p. 1919–24, 2001.

LEE, K. W.; WILLIAMS, M. C.; CAMPS, J. J.; PASHLEY, D. H. Adhesion of endodontic

sealers to dentin and gutta-percha. J. Endod., v. 28, n. 10, p. 684-8, 2002.

MANNOCCI, F.; INNOCENTI, M.; FERRARI, M. Stereomicroscopic and scanning

electron microscopic study of roots obturated with vertically condensed gutta-percha,

epoxy resin cement, and dentin bonding agent. J. Endod., v. 24, n. 6, p. 397-400,

1998.

Page 81: Vinicius Humberto Nunes · A779a Análise comparativa da adesividade dos cimentos Epiphany e AH Plus à dentina radicular tratada com diferentes soluções/ Vinícius Humberto Nunes,

Referências Bibliográficas

61

McCOMB, D.; SMITH, D. C. Comparision of physical properties of polycarboxilate-

based and convencional root canal sealers. J. Endod., v. 2, n. 8, p. 228-35, 1976.

NAJAR, A. L.; SAQUY, P. C.; VANSAN, L. P.; SOUSA-NETO, M. D. Adhesion of a glass-

ionomer root canal sealer to human dentine. Aust. Endod. J., v. 29, n. 1, p. 20-2,

2003.

NAKABAYASHI, N.; PASHLEY, D. Hibridização dos Tecidos Dentais Duros. São

Paulo: Quintessence, 2000, 130 p.

NIU, W.; YOSHIOKA, T.; KOBAYASHI, C.; SUDA, H. A scanning electron microscopic

study of dentinal erosion by final irrigation with EDTA and NaOCl solutions. Int.

Endod. J., v. 35, n. 9, p. 934-9, 2002.

ØRSTAVIK, D. Physical properties of root canal sealers: measurement of flow,

working time, and compressive strength. Int. Endod. J., v. 16, n. 2, p. 99-107,

1983.

PATIERNO, J. M.; RUEGGEBERG, F. A.; ANDERSON, R. W.; WELLER, R. N.; PASHLEY,

D. H. Push-out strenght and SEM evaluation of resin composite bonded to internal

cervical dentin. Endod. Dent. Traumatol., v. 12, n. 3, p. 227-36, 1996.

PÉCORA, J. D.; CUSSIOLI, A. L.; GUERISOLI, D. M. Z.; MARCHESAN, M. A.; SOUSA-

NETO, M. D.; BRUGNERA-JUNIOR, A. Evaluation of Er:YAG laser and EDTAC on

Page 82: Vinicius Humberto Nunes · A779a Análise comparativa da adesividade dos cimentos Epiphany e AH Plus à dentina radicular tratada com diferentes soluções/ Vinícius Humberto Nunes,

Referências Bibliográficas

62

dentin adhesion of six endodontic sealers. Braz. Dent. J., v. 12, n. 1, p. 27-30,

2001.

PHILLIPS. A. Materiais Dentários. Anusavice. 10 ed. Rio de Janeiro: Guanabara,

1996, 328 p.

PICOLI, F.; BRUGNERA-JUNIOR, A.; SAQUY, P. C.; GUERIZOLI, D. M.; PÉCORA, J. D.

Effect of Er:YAG laser and EDTAC on adhesiveness to dentine of different sealers

containing calcium hydroxide. Int. Endod. J., v. 36, n. 7, p. 472-5, 2003.

RUEGGEBERG, F. A.; MARGESON, D. H. The effect of oxygen inhibition on an

unfilled/filled composite system. J. Dent. Res., v. 69, n. 9, p. 1652-8, 1990.

SACONO, N.; BERBERT, F.L.C.V. Efeito de diferentes associações entre técnicas de

preparo biomecânico e de tratamento dentinário na limpeza das paredes do canal

radicular. No prelo.

SALEH, I. M.; RUYTER, I. E.; HAAPASALO, P. M. P.; ØRSTAVIK, D. The effects of

dentine pretreatment on the adhesion of root-canal sealers. Int. Endod. J., v. 35,

n.10, p. 859-66, 2002.

SALEH, I. M.; RUYTER, I. E.; HAAPASALO, P. M. P.; ØRSTAVIK, D. Adhesion of

endodontic sealers: scanning electron microscopy and energy dispersive

spectroscopy. J. Endod., v. 29, n. 9, p. 595-601, 2003.

Page 83: Vinicius Humberto Nunes · A779a Análise comparativa da adesividade dos cimentos Epiphany e AH Plus à dentina radicular tratada com diferentes soluções/ Vinícius Humberto Nunes,

Referências Bibliográficas

63

SCHAFER, E.; ZANDBIGLARI, T. Solubility of root-canal sealers in water and artificial

saliva. Int Endod J., V. 36, n. 10, p. 660-9, 2003.

SCHROËDER, A. Mitteilungen uber die abschlussdichtigkeit von wurzelfullmaterialien

und erster hinweis auf ein neuartiges wurzefullmittel. Schweizerische

Monatsschrift fur Zahnhelkunde, v. 64, p. 921-31, 1954.

SHIPPER G.; ØRSTAVIK D.; TEIXEIRA F.B.; TROPE M. An evaluation of microbial

leakage in roots filled with a thermoplastic synthetic polymer-based root canal filling

material (Resilon). J. Endod., v. 30, n. 5, p. 342-7, 2004.

SHIPPER G.; TEIXEIRA F. B.; ARNOLD, R. R.; TROPE M. Periapical inflammation after

coronal microbial inoculation of dog roots filled with gutta-percha or resilon. J.

Endod., v. 31, n. 2, p. 91-6, 2005.

SHIPPER, G.; TROPE, M. In vitro microbial leakage of endodontically treated teeth

using new and standard obturation techniques. J. Endod., v. 30, n. 2, p. 154-8,

2004.

SILVA, R. G.; BARBIN, E. L.; SPANÓ, J. C. E.; SAVIOLI, R. N.; PÉCORA, J. D. Estudo

da adesividade de alguns cimentos obturadores dos canais radiculares. ROBRAC, v.

6, n. 21, p. 14-8, 1997.

Page 84: Vinicius Humberto Nunes · A779a Análise comparativa da adesividade dos cimentos Epiphany e AH Plus à dentina radicular tratada com diferentes soluções/ Vinícius Humberto Nunes,

Referências Bibliográficas

64

SOUSA-NETO, M. D. Estudo da influência de alguns óleos vegetais

adicionados ao eugenol sobre as propriedades físico-químicas do cimento

obturador de canais radiculares do tipo Grossman. Ribeirão Preto, 1994. 108p.

Dissertação (Mestrado) – Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto, Universidade

de São Paulo.

SOUSA-NETO, M. D.; Estudo da influência de diferentes tipos de breus e

resinas hidrogenadas sobre propriedades físico-químicas do cimento

obturador de canais radiculares tipo Grossman, Ribeirão Preto, 1997. 108p.

Tese (Doutorado) – Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto, Universidade de

São Paulo.

SOUSA-NETO, M. D.; MARCHESAN, M. A.; PÉCORA, J. D.; BRUGNERA-JUNIOR, A.;

SILVA-SOUSA, Y. T. C.; SAQUY, P. C. Effect of Er:YAG laser on adhesion of root canal

sealers. J. Endod., v. 28, n. 3, p. 185-7, 2002a.

SOUSA-NETO, M. D.; PASSARINHO-NETO, J. G.; CARVALHO-JUNIOR, J. R.; CRUZ-

FILHO, A. M.; PÉCORA, J. D.; SAQUY, P. C. Evaluation of the effect of EDTAC, EGTAC

and CDTA on dentin adhesiveness and microleakage with root canal sealers. Braz.

Dent. J., v. 13, n. 2, p. 123-8, 2002b.

SOUSA-NETO, M. D.; COELHO, F. I; MARCHESAN, M. A.; ALFREDO, E.; SILVA-

SOUSA, Y.T.C. In vitro study of the adhesion of an epoxy based sealer to human

Page 85: Vinicius Humberto Nunes · A779a Análise comparativa da adesividade dos cimentos Epiphany e AH Plus à dentina radicular tratada com diferentes soluções/ Vinícius Humberto Nunes,

Referências Bibliográficas

65

dentine submitted to irradiation with Er:YAG and Nd:YAG lasers. Int. Endod. J., v.

38, n. 12, p. 866-70, 2005.

TAGGER, M.; TAGGER, E.; TJAN, A. H.; BAKLAND, L. K. Measurement of adhesion of

endodontic sealers to dentin. J. Endod., v. 28, n. 5, p. 351-4, 2002.

TAGGER, M.; TAGGER, E.; TJAN, A. H.; BAKLAND, L. K. Shearing bond strength of

endodontic sealers to gutta-percha. J. Endod., v. 29, n. 3, p. 191-3, 2003.

TAY, F. R.; LOUSHINE, R. J.; WELLER, R. N.; KIMBROUGH, W. F.; PASHLEY, D. H.;

MAK, Y. F.; LAI, C. N.; RAINA, R.; WILLIAMS, M. C. Ultrastructural evaluation of the

apical seal in roots filled with a polycaprolactone-based root canal filling material. J.

Endod., v. 31, n. 7, p. 514-9, 2005.

TEIXEIRA, F. B.; TEIXEIRA, E. C. N.; THOMPSON, J.; TROPE, M. Fracture resistance

of roots endodontically treated with a new filling material. JADA, v. 135, n. 6, p.

646-52, 2004.

TIMPAWAT, S.; HARNIRATTISAI, C.; SENAWONGS, P. Adhesion of a glass-ionomer

root canal wall. J. Endod., v. 27, n. 3, p. 168-71, 2001.

Page 86: Vinicius Humberto Nunes · A779a Análise comparativa da adesividade dos cimentos Epiphany e AH Plus à dentina radicular tratada com diferentes soluções/ Vinícius Humberto Nunes,

Referências Bibliográficas

66

TORABINEJAD, M.; CHO, Y.; KHADEMI, A. A.; BAKLAND, L. K.; SHABAHANG, S. The

effect of various concentrations of sodium hypochlorite on the ability of MTAD to

remove the smear layer. J. Endod., v. 29, n. 3, p. 233-9, 2003.

WEIGER, R.; HEUCHERT, T.; HAHN, R.; LÖST, C. Adhesion of a glass-ionomer

cement to human radicular dentine. Endod. Dent. Traumatol., v. 11, n. 5, p. 214-

9, 1995.

WENNBERG, A.; ØRSTAVIK, D. Adhesion of root canal sealers to bovine dentine and

gutta-percha. Int. Endod. J., v. 23, n. 1, p. 13-9, 1990.

WHITE, R. R.; GOLDMAN, M.; LIN, P. S. The influence of the smeared layer upon

dentinal tubule penetration by plastic filling materials. J. Endod., v. 10, n. 12, p.

558-62, 1984.

WHITE, R. R.; GOLDMAN, M.; LIN, P. S. The influence of the smeared layer upon

dentinal tubule penetration by endodontic filling materials. Part II. J. Endod., v. 13,

n. 8, p. 369-74, 1987.

WILLERSHAUSEN, B.; MARROQUIN, B. B.; SCHAFER, D.; SCHULZE, R. Cytotoxicity of

root canal filling materials to three different human cell lines. J. Endod. V. 26, n. 12,

p. 703-7, 2000.