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1 Visagismo: recurso para concepção de beleza na produção de moda Larissa Paula Dalbosco 1 - Acadêmica do Curso de Cosmetologia e Estética da Universidade do Vale do Itajaí UNIVALI, Balneário Camboriú, Santa Catarina. Michele Áurea Bezerra 2 - Acadêmica do Curso de Cosmetologia e Estética da Universidade do Vale do Itajaí UNIVALI, Balneário Camboriú, Santa Catarina. Caroline Amhof de Macedo 3 Orientadora Professora do Curso de Cosmetologia e Estética da Universidade do Vale do Itajaí UNIVALI, Balneário Camboriú, Santa Catarina. Contatos 1 [email protected] 2 [email protected] 3 [email protected] Resumo: O objetivo deste estudo é fazer um levantamento bibliográfico e destacar aspectos do visagismo aplicáveis aos processos de produção de moda, bem como abordar temas paralelos que contribuam para o melhor entendimento do trabalho, apresentando alguns dos conceitos que devem ser estudados e aprofundados por profissionais da área da beleza que desejam atuar no mercado da moda. A produção de moda é um nicho de mercado que explora, dentro de seu processo de criação e execução, o profissional de beleza. O profissional de visagismo está capacitado, por possuir conhecimento em diversas áreas que contribuam para a harmonização da imagem pessoal, a atuar de forma enfática e eficiente em uma produção de moda. Ao realizar uma pesquisa bibliográfica de caráter qualitativo exploratório pontua-se, através dos materiais coletados, que o visagismo é um recurso para concepção de beleza na produção de moda, pois faz com que os profissionais Beauty avaliem o rosto de forma mais profunda, respeitando a individualidade de cada face. Palavras chaves: Visagismo, Beleza, Moda. 1 INTRODUÇÃO O visagismo baseia-se na análise holística do individuo, desta forma é possível adaptar a imagem ao que este realmente deseja e precisa. Segundo Hallawell (2008) o termo visagismo deriva da palavra francesa visage que, traduzida, significa rosto. O objetivo do visagismo é transformar, embelezar ou harmonizar o rosto, utilizando os recursos estéticos necessários.

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Visagismo: recurso para concepção de beleza na produção de moda

Larissa Paula Dalbosco1 - Acadêmica do Curso de Cosmetologia e Estética da Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI, Balneário Camboriú, Santa Catarina. Michele Áurea Bezerra2 - Acadêmica do Curso de Cosmetologia e Estética da Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI, Balneário Camboriú, Santa Catarina. Caroline Amhof de Macedo3 – Orientadora Professora do Curso de Cosmetologia e Estética da Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI, Balneário Camboriú, Santa Catarina.

Contatos

[email protected] 2 [email protected] [email protected]

Resumo: O objetivo deste estudo é fazer um levantamento bibliográfico e destacar aspectos do visagismo aplicáveis aos processos de produção de moda, bem como abordar temas paralelos que contribuam para o melhor entendimento do trabalho, apresentando alguns dos conceitos que devem ser estudados e aprofundados por profissionais da área da beleza que desejam atuar no mercado da moda. A produção de moda é um nicho de mercado que explora, dentro de seu processo de criação e execução, o profissional de beleza. O profissional de visagismo está capacitado, por possuir conhecimento em diversas áreas que contribuam para a harmonização da imagem pessoal, a atuar de forma enfática e eficiente em uma produção de moda. Ao realizar uma pesquisa bibliográfica de caráter qualitativo exploratório pontua-se, através dos materiais coletados, que o visagismo é um recurso para concepção de beleza na produção de moda, pois faz com que os profissionais Beauty avaliem o rosto de forma mais profunda, respeitando a individualidade de cada face.

Palavras chaves: Visagismo, Beleza, Moda.

1 INTRODUÇÃO

O visagismo baseia-se na análise holística do individuo, desta forma é possível

adaptar a imagem ao que este realmente deseja e precisa. Segundo Hallawell

(2008) o termo visagismo deriva da palavra francesa visage que, traduzida, significa

rosto. O objetivo do visagismo é transformar, embelezar ou harmonizar o rosto,

utilizando os recursos estéticos necessários.

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Dentre as áreas em que o visagismo pode ser empregado, a produção de moda será

o foco deste trabalho, pois é um nicho de mercado que explora, dentro de seu

processo de criação e execução, o profissional de beleza. O profissional de

visagismo está capacitado, por possuir conhecimento em diversas áreas que

contribuam para a harmonização da imagem pessoal, a atuar de forma enfática e

eficiente em uma produção de moda.

O presente trabalho se faz relevante à medida que se analisa a influência do

profissional de estética no ramo da moda, e a possível otimização e ampliação da

área de atuação deste profissional.

O objetivo deste estudo é fazer um levantamento bibliográfico através de uma

pesquisa qualitativa exploratória e destacar aspectos do visagismo aplicáveis nos

processos da produção de moda, bem como abordar temas paralelos que

contribuam para o melhor entendimento do trabalho, apresentando alguns dos

conceitos que devem ser estudados e aprofundados por profissionais da área da

beleza que desejam atuar no mercado da moda.

A produção de moda é a continuação do trabalho do estilista, sua função é despertar

o desejo de consumo do público sobre o produto. Faz-se por meio de divulgação

através de fotos, desfiles, televisão, cinema, teatro, ou qualquer outro recurso

encontrado. Na publicidade de moda é necessário que haja essa visualização das

roupas, e a partir desse contato desencadeia-se o desejo de aquisição, pois

segundo Santos (2009) mais que em qualquer outro tipo de propaganda esta apela

para uma atmosfera de glamour, magia e sedução.

O profissional da beleza, sendo ele maquiador ou cabeleireiro, tem seu espaço na

indústria da moda; o visagismo pode e deve ser utilizado por esses profissionais a

fim de aperfeiçoar o resultado final da produção de moda.

2 METODOLOGIA

O presente artigo caracteriza-se pela utilização da pesquisa bibliográfica de caráter

qualitativo e exploratório. Segundo Dias [ca. 2006] a pesquisa qualitativa caracteriza-

se, principalmente, pela ausência de medidas numéricas e análises estatísticas,

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examinando aspectos mais profundos e subjetivos do tema em estudo. Calder (apud

DIAS, [ca.2006], p. 1) concluiu que, “a pesquisa qualitativa proporciona um

conhecimento mais profundo e subjetivo”. O mesmo autor destaca que a pesquisa

qualitativa exploratória pode ser utilizada em pesquisas científicas em áreas ainda

inexploradas pelo pesquisador.

Piovesan e Temporini (1995) afirmam que a pesquisa exploratória tem por finalidade

o refinamento dos dados, o desenvolvimento e apuro das hipóteses aumentando o

grau de objetividade da própria pesquisa, tornando-a mais consentânea com a

realidade.

A coleta de material para a fundamentação teórica, bem como a organização e

seleção deste é de suma importância para o cumprimento da primeira etapa do

trabalho. Dentre os materiais pesquisados estão livros, artigos científicos e materiais

extraídos da internet sendo analisada sua relevância teórica.

Através da metodologia aplicada obteve-se conclusões plausíveis e satisfatórias a

respeito do tema abordado satisfazendo desta forma o objetivo do trabalho.

3 REFERENCIAL TEÓRICO

3.1 A estética e o belo

A moda bem como outras áreas que dependem da exposição visual necessita

levar em conta as reflexões e o entendimento sobre a questão do belo e da

estética. A preocupação e o interesse do homem por estas questões desencadeou

fenômenos sociais que deram início ao sistema da moda.

Desde sua gênese o homem preocupou-se com a estética, demonstrando isso através da decoração do seu corpo e do meio onde vivia. É nessa preocupação que se originaram a moda e a arte. Assim, pode - se entender a estética, fundamental para moda e para a arte, como um instrumento de expressão e comunicação (SCHULTE, 2002 p. 48).

A área da filosofia que tem como objeto de estudo as questões relacionadas ao

belo, harmonia, sensibilidade e aos fundamentos da arte é conhecida como

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estética. O termo deriva do grego aisthésis que significa percepção, sensação.

Hegel (1999) define estética mais precisamente como ciência do sentido; da

sensação.

Vale (2005) salienta que a estética tem despertado, desde a Grécia antiga, interesse

e preocupação no ser. A antiga Grécia foi o berço de diversos pensadores e

filósofos, entre eles estão Platão e Aristóteles, que apesar de serem mentor e pupilo,

respectivamente, conceituam o belo de forma distinta. “Na filosofia idealística

platônica, se afirmava que a beleza de um objeto depende da maior ou menor

relação que ele tem com uma beleza superior, absoluta, única beleza verdadeira”

(ALVARENGA, 2007, p.36). No entanto para Aristóteles “a beleza está inserida de

certa harmonia, ou ordenação, existentes entre as partes de um determinado objeto

e em relação ao todo. O Belo, entre outras características, é importante certa

grandeza, tendo ao mesmo tempo, proporção e medida nessa grandeza”

(ALVARENGA, 2007, p.37). O belo de Platão transcende a forma, no entanto para

Aristóteles o belo é a forma, e depende das características desta para existir.

A discussão a respeito do belo é extensa e para a análise de todas suas vertentes

seria necessária uma pesquisa muito aprofundada. Opta-se então por um conceito

que julga-se coerente, não pode haver regra de gosto objetiva, que determine

através de conceitos o que seja, ou não, belo. Todo juízo proveniente desta questão

é estético; isto é, o sentimento do sujeito e não o conceito de um objeto é o seu

fundamento determinante (KANT, 1790).

A preocupação com a estética desencadeou o sistema da moda e tornou-se uma

preocupação corriqueira, coletiva, e que, salvas as proporções filosóficas da

questão, são passiveis de compressão e emprego comum. Nota-se que o

embelezamento pessoal alcançou dimensões inimagináveis há séculos atrás, seus

sistemas enraizaram-se na sociedade e suas características são, quase sempre

benéficas e bem vindas. Baudrillard (apud SCHULTE, 2002 p. 49) afirma que “a

beleza do meio é a primeira condição da felicidade de viver”. Esta afirmação nos

permite concluir a dedicação à beleza é uma forma de proporcionar felicidade e

prazer a si mesmo e aos outros. É possível que esta afirmação explique a

incansável busca pela beleza e sua hipervalorização.

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3.2 A moda

Mais do que vestimentas e adornos, a moda representa a ascensão de um

comportamento coletivo. Moda vem do latim modus, cujo significado é modo. Moda,

segundo Palomino (2003), é muito mais do que roupa, é um sistema que integra o

simples uso das roupas do dia-a-dia a um contexto maior, político, social,

sociológico. “A moda não é apenas um fenômeno frívolo, epidérmico, superficial,

mas espelho dos hábitos, do comportamento psicológico do indivíduo, da profissão,

da orientação política, do gosto (...)” (DORFLES (apud ABREU, 2002 p.69)).

Schimid (2004) salienta que a linguagem da moda está inserida no desenvolvimento

da humanidade, por esse motivo tão intimamente ligada à sua evolução e a

mudança de costumes. Bonadio (2002) destaca sabiamente Lipovetsky quando o

mesmo afirma que a moda só se faz possível em sociedades cuja vida coletiva se

desenvolve permeada pelo culto das fantasias e das novidades dentro de uma

temporalidade efêmera.

A moda não pertence a todas as épocas nem a todas as civilizações (...). Só a partir do final da idade média é possível reconhecer a ordem própria da moda, a moda como sistema, com suas metamorfoses incessantes, seus movimentos bruscos, suas extravagâncias (...) (LIPOVETSKY, 1989 p.23).

Abreu (2002) afirma que a moda é a troca permanente de referências e que tudo

influencia o modo de vestir das pessoas. Isto confirma e explica a mobilidade ligeira

da moda, que se alimenta da construção e desconstrução sazonal de suas formas.

A moda surgiu e consolidou-se em meio às mudanças dos séculos, e foram essas

que escreveram a história da moda. “A moda é a lógica do novo. O efêmero é a

forma de ser da moda, ou seja, estar eternamente em mutação” (Wajnman, 2002,

p.132).

As manifestações da moda não são apenas traduzidas por vestimentas e

acessórios, mas também pelo seguimento da beleza, o que inclui cosméticos,

maquiagens, cores e cortes de cabelo que seguem um ciclo tão sazonal quanto o

das roupas.

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A inserção da moda no cotidiano atual é praticamente inquestionável, haja vista que

a moda é um fenômeno coletivo que revela características de um grupo de pessoas

em um espaço de tempo, suas mudanças são impulsionadas por uma minoria de

iniciados que captam uma necessidade ou uma manifestação mesmo que discreta e

tratam de massificá-la carregando multidões que buscam o que a moda tem de mais

próprio: a mudança.

3.3 Mercado da moda e beleza

O mercado da beleza e da moda vem mostrando resultados excelentes; Fagundes

(2010) diz que em janeiro de 2010 o jornal britânico Financial Times publicou

reportagem afirmando que o Brasil é o terceiro maior mercado de cosméticos, atrás

apenas dos Estados Unidos e Japão. O mercado da moda não fica atrás, segundo

Disitzer e Vieira (2006) hoje o Brasil se afirma como um dos mais promissores

mercados de moda do planeta. Sua posição está se fortalecendo no exterior,

aumentando o volume de exportação e a participação, cada vez mais assídua, de

estilistas nacionais em eventos que integram o calendário internacional.

As indústrias da moda e da beleza caminham paralelamente, as duas tem como

força motriz a vaidade, a busca eterna pelo novo, pela beleza e juventude. Ambas

alimentam-se da fantasia, da imagem, da aparência e muito injustamente já foram

relegadas as últimas estâncias das preocupações, sem que fosse levada em conta

sua importância social e seu caráter aprazível. Do mesmo modo que defende-se a

moda e a beleza como preocupações dignas de reflexão e apreciação, sabe-se que

a devoção cega a suas exigências ou a elevação da moda e da beleza a patamares

de primeira importância, pode ser nociva e doentia.

Cobra (2007) salienta que as pessoas se expressam por meio de produtos de moda,

sejam roupas, acessórios, carros, cosméticos, entre outros; este tipo de

comunicação não-verbal ganhou importância e destaque. Tavares (apud MORAES;

PINOTTI, 2009) refere-se à marca como o nome, distinto ou combinado com a

função de identificar a promessa de benefícios, associada a bens ou serviços, que

aumenta o valor de um produto além de seu propósito fundamental. As produções

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de moda têm sempre como objetivo destacar a marca, seu perfil e proposta, a fim de

ser um mediador entre a empresa ou a marca e consumidor final.

A produção de moda é para Stoppe [ca.2008] o que dá continuidade ao trabalho do

estilista, encarregando-se de viabilizar os meios para que a roupa, antes pesquisada

e idealizada, possa despertar o desejo de consumo, seja através de desfiles,

fotografias, figurinos de cinema, teatro, televisão, entre outros. Ela tem como

objetivo administrar o desejo das marcas de projetar uma imagem final.

O mercado da moda se vale de dois grandes meios de divulgação, são eles os

desfiles e as produções fotográficas; os desfiles, ainda segundo Stoppe [ca.2008]

são mais do que a apresentação da roupa, são a apresentação de um ambiente

onde está definindo o estilo próprio de cada estilista, de cada coleção. Pontieri

(2005) afirma que a fotografia, quando em função da moda, tem a finalidade de

vender um ideal estético ao consumidor de moda, a diferença é o modo com que

fazem isto, a linguagem utilizada é diferente para cada marca ou proposta.

“Uma produção de moda é uma composição que organiza elementos na busca de

um estilo, ou, mais concretamente, de certo clima global da foto que traduza o estilo”

(JOFFILY,1991, p.103).

Há um número inimaginável de profissionais envolvidos nos processos de produção

de moda, estes são responsáveis cada por uma parte específica, no entanto diante

do objetivo firmado no trabalho em questão destaca-se o profissional Beauty ou

Beauty Artist.

3.4 Profissional Beauty

Beauty Art é a manifestação contemporânea que admite o embelezamento ou a

concepção criativa de make e hair como arte. Seu emprego é geralmente observado

em desfiles de moda, ensaios fotográficos, cinema e teatro.

O profissional que desenvolve a Beauty Art é chamado de Beauty Artist ou

Profissional Beauty, estes segundo Dwyer e Feghali (2001) são artistas da beleza,

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que não medem esforços para materializar as imagens criadas pelo estilista e pelo

Stilyst. Para atingir o objetivo o Beauty Artist faz testes, croquis e utiliza todos os

recursos possíveis além da criatividade para obter um bom resultado. Estes

profissionais são responsáveis pela elaboração de maquiagens e cabelos

condizentes com o tema proposto e que colaborem na fixação do conceito da marca.

O Profissional Beauty que trabalha em uma produção, segundo Molinos (2009) tem

que estar apto expressar o conceito da marca através das cores, dos materiais e das

técnicas empregadas, harmonizando-as nos modelos. A concepção de beleza em

uma produção de moda é o resultado da soma do conceito proposto pela coleção ou

marca com a criatividade do Profissional Beauty.

Sabe-se que o cabeleireiro é parte importante na produção de moda, já que cada

vez mais os cabelos, e suas diversas possibilidades, transmitem identidade.

Segundo Liz (apud MORAES; PINOTTI, 2009, p.12) “o trabalho de um hair-stilist é

transformar o cabelo dos modelos de acordo com a proposta específica de cada

trabalho”. O maquiador, ou make-up artist, por sua vez, desbrava faces, modificando

formas e volumes, adicionando ou camuflando cores e texturas. O objetivo do seu

trabalho é imprimir o conceito da marca nos rostos e contextualizá-los à proposta.

O Beauty Artist necessita ser capaz de expressar-se através da linguagem visual; a

face e os cabelos são seu instrumento de trabalho e devem ser explorados de todas

as formas possíveis, a fim de transmitir, por meio da elaboração e produção de

cabelo e maquiagem, a idéia sugerida. Além de dominar todo o conhecimento

prático que rege a sua profissão, este profissional deve estar atento as

manifestações artísticas, as tendências da moda, as evoluções cosméticas e aos

movimentos sociais, a fim de obter informações que possam ajudá-lo em seu

processo criativo.

Este profissional pode, além de atuar na concepção de beleza, ser parte integrante

da equipe responsável pelo Casting, nome dado a seleção de modelos para

determinado trabalho, desde que disponha de um conhecimento inerente à sua

classe, porém não tão comumente encontrado: o visagismo; este pode ser de

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grande valia no momento de analisar um rosto, reconhecer suas formas, prever seu

comportamento diante da luz, modificá-lo ou realçá-lo.

O Beauty Artist encontra no visagismo um aliado na concepção de beleza para

produção de moda, pois através deste é possível potencializar as técnicas de

elaboração de make e hair, proporcionando um resultado ainda mais satisfatório e

pleno ao trabalho.

3.5 Visagismo

A expressão visagismo foi criada em 1936, pelo maquiador e cabeleireiro francês

Fernand Aubry. O termo deriva da palavra francesa visage, que em português

significa rosto. “Refere-se à arte de embelezar ou transformar o rosto, utilizando

cosméticos, tinturas e o corte de cabelo” (HALLAWELL, 2008, p.21). Portanto, é

aplicado ao trabalho do maquiador e do cabeleireiro.

Hallawell (2009) afirma que a filosofia por trás do visagismo é a personalização da

imagem, a harmonização dos elementos que compõe o rosto, e o combate a

uniformização da imagem. O visagismo vê o rosto como templo da identidade

pessoal; e por este motivo aborda questões que servem como subsídio teórico para

o profissional de beleza em sua prática profissional.

De acordo com Krizek (apud MORAES e PINOTTI, 2009, p. 6) “o visagismo é o

estudo do rosto e tem como finalidade oferecer soluções adequadas a cada rosto,

respeitando as características pessoais”.

O visagismo pode ser definido como uma arte aplicada, segundo Waack (2010) arte

aplicada é o nome dado as artes cuja utilidade seja a razão principal; o visagismo

busca primordialmente atender aos anseios do cliente, ao contrario de outras artes

plásticas, como a pintura ou a escultura onde normalmente manifestam-se a

personalidade do artista, seus gostos pessoais e pensamentos.

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O visagista, assim chamado o profissional de beleza que aplica o visagismo,

necessita dispor de conhecimento em diversas áreas.

É evidente que um visagista precisa conhecer diversas técnicas de maquiagem ou de corte de cabelo. O que não é tão óbvio é que também precisa conhecer os fundamentos da linguagem visual, que são os princípios básicos que governam os conceitos de harmonia e estética (HALLAWELL, 2008, p.21).

A linguagem visual é um conjunto de elementos simbólicos utilizados para que se

estabeleça visualmente algum tipo de comunicação; dentre eles estão a escrita, o

desenho, os gestos, ou qualquer outra forma de expressão visual. Esta constitui-se

de um sistema de representação simbólica, profundamente influenciado por

princípios que organizam possibilidades de representação e de significação em uma

dada cultura (MARTINS; GOUVÊA; PICCININI, 2005). Julga-se a proporção,

perspectiva tonal e simetria como as três necessidades mais imediatas no que diz

respeito a fundamentos da linguagem visual para o profissional Beauty.

A proporção pode ser definida como a harmonia que deve existir entre as diversas

partes de um todo, e entre cada parte e o todo. Hallawell (2008) afirma que a cabeça

e o rosto humano têm proporções quase perfeitas. A análise da proporção faz-se

importante devido à ligação da proporção perfeita, também conhecida como

proporção áurea, com a beleza; esta associação é muitas vezes errônea, pois a

desproporção pode, tanto quanto a proporção exata, resultar em elementos também

associáveis a beleza mesmo que menos harmoniosos.

Ainda segundo Hallawell (2008) a perspectiva é a ilusão de profundidade criada em

uma imagem; a perspectiva tonal por sua vez, é a ilusão de profundidade criada pela

diferença de tons. No visagismo a perspectiva tonal é facilmente empregada em

maquiagens onde se utiliza diferentes tons para sobrepor ou aprofundar algum

elemento ou na colorimetria onde se acrescenta reflexos e nuances diversas para

causar a impressão de volume.

Simetria é outro fator de suma importância para o visagismo, observa-se que

existem rostos simétricos e assimétricos, essa característica pode ser observada no

formato do rosto ou formato das partes do rosto. Quando o profissional de visagismo

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depara-se com alguma assimetria deve, primeiramente, identificá-la e

posteriormente escolher a técnica para harmonizá-la. Conceitua-se simetria como

correspondência, forma e posição relativa de partes situadas em lados opostos de

uma linha ou plano médio; harmonia resultante de certas combinações e proporções

regulares. Remete à igualdade, à semelhança entre fatos. (AMORIM, 2008). Rostos

triangulares ou triangulares invertidos são considerados assimétricos, em alguns

casos observa-se que algum dos elementos do rosto é muito grande ou pequeno

para o rosto, o profissional Beauty deve estar atento a essas características e utilizar

o visagismo como aliado na identificação da assimetria e da técnica usada para

amenizá-la.

Os conhecimentos obtidos através do estudo do visagismo são inegavelmente

extensos e por este motivo é impossível abordar todos no presente trabalho; no

entanto faz-se necessário destacar os aspectos mais relevantes.

3.5.1 Formatos de rosto

Há nove formatos de rosto pré - estabelecidos: retangular, quadrado, oval, redondo,

triangular, triangular invertido, hexagonal com base reta, hexagonal com lateral reta

e losangular. No entanto há muitos rostos que não se encaixam, por conter

características específicas, em nenhum dos formatos acima citados. Há também que

se observar o formato do perfil do rosto, os mais comuns são reto, curvo e angular.

Hallawell (2009) afirma que para a análise do rosto deve-se observar a linha lateral

do rosto, do arco zigomático até a mandíbula. Para melhor visualização

disponibilizou-se uma imagem como referência (anexo 1).

A angulação desta linha determinará o formato do rosto. O mesmo autor explica e

caracteriza cada uma das situações; os rostos com linhas curvas podem ser

redondos ou ovais, no rosto redondo a altura do rosto praticamente se iguala a

largura, enquanto em um rosto oval a altura é consideravelmente maior que a

largura.

Se a linha observada for reta, o rosto é retangular, quadrado ou hexagonal com a

lateral reta. No rosto quadrado a altura e largura são proporcionais, enquanto no

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rosto retangular a altura é maior que a largura, assim como no oval. O rosto

hexagonal com as laterais retas é semelhante, em proporção de medidas, ao

retangular, no entanto apresenta a mandíbula na linha ou acima da linha dos lábios.

As linhas inclinadas correspondem aos formatos triangular, triangular invertido,

hexagonal com a base reta e losangular; os triangulares apresentam a testa mais

estreita que o queixo, enquanto os triangulares invertidos caracterizam-se pela testa

mais larga que o queixo. Quando em um triangulo invertido a linha do cabelo se une

formando um bico, há o formato de coração, mas se as linhas se afunilarem do arco

zigomático até a testa, identifica-se o losangular. O formato hexagonal com base

reta é semelhante ao losangular, sua diferença está na largura do queixo, sendo

esta mais larga no hexagonal de base reta.

A análise dos formatos dos rostos compreende a muitos outros aspectos, além dos

acima citados, no entanto é possível através destes conhecimentos básicos, aplicar

a identificação de rostos e beneficiar-se desta para o resultado final de uma

maquiagem ou corte de cabelo, adaptando as técnicas ao formato do rosto, a fim de

harmonizá-lo.

Elaborou-se uma tabela com sugestões de técnicas para harmonização dos

formatos de rosto acima citados (apêndice 1), esta tabela pode ser uma ferramenta

para o Profissional Beauty no instante em que analisa o rosto a ser trabalhado; no

entanto destaca-se que não é aconselhável o uso indiscriminado das sugestões da

tabela, pois para a aplicação correta do visagismo muitos outros fatores devem ser

analisados, como personalidade e funcionalidade.

3.5.2 Tipos cromáticos

A cor é sem duvida um dos elementos primordiais no visagismo, pois é possível a

partir do seu emprego adequado, destacar ou disfarçar características e transmitir

impressões.

Hallawell (2009) nomeia Johonas Itten e Robert Dorr como colaboradores no estudo

das cores. Johonas Itten, professor de pintura na Escola de Arte Bauhaus em 1928,

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descobriu que seus alunos destacavam em suas pinturas uma determinada cor, que

se relacionava com o próprio tom de pele, e notou que as cores escolhidas por eles

manifestavam sua personalidade individual. Robert Dorr, na década seguinte, criou o

sistema de chaves de cor ou Color Key Sistem. Este sistema classificava as cores

em frias e quentes, de acordo com suas características.

A partir deste sistema em 1942, Suzanne Caygill realizou uma extensa pesquisa

sobre tons de pele, desenvolveu o Color Harmony ou harmonia da cor, que batizava

os tipos cromáticos de pele com os nomes das estações. “A primavera e o outono

são duas classificações distintas para peles quentes, e verão e inverno duas para

peles frias” (HALLAWELL, 2009, p.168).

As peles negras não podem ser analisadas seguindo o sistema de estações, pois

apresentam cores diferentes em sua composição. Jean Patton classificou em 1991

as peles negas em dois grupos de pele quente, dois de peles frias e dois de peles

neutras. Os nomes dados aos grupos derivam de nomes de regiões, ritmos musicais

e temperos.

Segundo o raciocínio proposto por Suzanne Caygill e Jean Patoon, descrito por

Hallawell elaborou-se tabelas (anexo 2) pois estas auxiliam o profissional no instante

da avaliação e processo criativo da concepção de beleza em uma produção de

moda.

A partir do conhecimento básico à cerca dos formatos de rosto, tonalidades de pele

e da linguagem visual é possível aplicar o visagismo na área do embelezamento

pessoal; sabe-se que o visagismo é um conceito amplo e multifacetado, de modo

que englobar todos seus aspectos demandaria uma pesquisa demasiadamente

extensa, fugindo então do formato do trabalho em questão.

Os conceitos e informações acima explanadas deverem nortear o Beauty Artist no

momento da construção da imagem na produção de moda, e devem ser somadas as

técnicas disponíveis, aos recursos digitais, ao conceito da campanha ou da marca e

principalmente à criatividade.

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3.6 Make e Hair do século XX

É essencial que o profissional Beauty que trabalha com produção de moda, saiba

definir, caracterizar e identificar o make e hair do século XX, pois na moda a

comunicação entre o Stilyst e o profissional Beauty é geralmente feita através de

referências como décadas, épocas ou ícones de cada época.

Para visagista este conhecimento é necessário, pois em determinado momento de

seu trabalho ele necessitará adequar um padrão pré estabelecido, como make da

década de 20, por exemplo, a um rosto que nem sempre tem as características

ideais para determinado trabalho.

É necessário que o profissional Beauty disponha do máximo conhecimento à cerca

da história e dos acontecimentos das décadas e séculos que precederam a

atualidade para que este possa caracterizar seus modelos ou clientes quando

necessário.

Como saber por que as mulheres usavam batons tão delineados na década de 40, sem levar em conta que os EUA entraram na guerra (e para vencer), que Max Factor andava de mãos dadas com o cinema, que Walt Disney e a Coca–Cola desembarcavam por aqui enquanto Carmen Miranda foi estrelar em Hollywood? (MOLINOS, 2009, p. 189).

Com base em autores como Molinos (2009), Palomino (2003), Peacock (1993),

Mackrell (1997) e Moutinho (2000) elaborou-se uma tabela (apêndice 2) com a

descrição breve de make e hair do século XX, no entanto sabe-se que quanto mais

aprofundado e específico for o estudo de determinada década, mais referências é

possível coletar e desta forma pode-se observar que, mesmo que as décadas

fiquem para sempre eternizadas por um look, uma imagem que predominou; estas

foram repletas tendências menores que também são válidas no momento da

caracterização.

O profissional de visagismo necessita deste conhecimento histórico não apenas para

a caracterização de modelos na produção de moda, mas também como aliado no

processo criativo, já que para releituras, momentos onde se faz necessário a

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referência, porém não a copia fiel, o estudo da história pode fornecer informações

significativas e confiáveis de onde pode- se seguir com a criação.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A produção de moda é a responsável por desencadear o desejo de consumo sobre

o produto e instigar o público. A moda se vale de dois grandes meios de divulgação,

são eles os desfiles de moda e as produções fotográficas, estes utilizarão todos os

recursos para criar uma atmosfera favorável ao consumo do produto e a exposição

da marca.

Dentre as etapas da produção de moda estão envolvidos inúmeros profissionais,

cada um com uma função específica. O responsável pela concepção beleza é o

Profissional Beauty ou Beauty Artist. O profissional Beauty necessita conhecer não

apenas as técnicas de elaboração de maquiagem e cabelo, mas sim recorrer ao

estudo do visagismo como aliado para a potencialização do seu trabalho. Destaca-

se duas áreas do visagismo como necessidade imediata ao Beauty Artist, são elas a

identificação e harmonização dos formatos de rosto e a análise dos tipos cromáticos.

O visagismo é um recurso para a concepção de beleza na produção de moda, pois

faz com que os profissionais Beauty avaliem o rosto de forma mais profunda,

respeitando a individualidade de cada face. Os conhecimentos obtidos através do

estudo do visagismo podem ser empregados em diversas etapas da produção de

moda, não apenas na elaboração de make e hair, mas também no casting.

Há de se notar que existem outros aspectos do visagismo relevantes ao estudo, pois

este prega a análise holística do individuo, no entanto diante do objetivo firmado

selecionou-se alguns dos julgados primordiais e básicos para a iniciação ao

visagismo.

Mediante um quadro restrito de bibliografias específicas sobre produção de moda e

visagismo, sugere-se que mais estudos sejam elaborados na área para que, o mais

breve possível, possamos dispor de matérias confiáveis para pesquisa. Desta forma,

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deixa-se o presente trabalho a disposição à consulta, contribuindo desta forma com

a comunidade científica.

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APÊNDICES Apêndice 1 - Sugestão para harmonização dos formatos de rosto

ROSTOS COM LINHAS CURVAS

REDONDOS

MAKE

Valorizar a parte externa dos olhos;

Afinar as bochechas escurecendo abaixo do zigomático;

Definir o contorno dos lábios.

HAIR

Manter um volume o ápice para alongar a cabeça;

Priorizar cortes repicados para dar mais movimento e ângulos ao rosto;

Cabelos mais longos favorecem este formato de rosto.

OVAIS

MAKE

Aplicar o blush valorizando a parte alta das bochechas;

Ousar nas cores utilizadas;

Escurecer mandíbula e zigomático caso deseje criar mais ângulos a face.

HAIR

Possibilidade de ousar nos cortes e penteados;

Um corte mais repicado caso deseje contrastar com a leveza dos ângulos da face;

Franjas de todas as formas, preferencialmente repicadas.

IMAGEM DE REFERÊNCIA

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ROSTOS COM LINHAS RETAS

QUADRADO, RETANGULAR E HEXAGONAL COM A LATERAL RETA

MAKE

Aplicar o blush na parte central das bochechas se desejar diminuir os ângulos do rosto;

Escurecer a extremidade no zigomático caso deseje valorizar os ângulos da face;

Batons e sombras de cores pastéis conferem suavidade à face e equilibram os ângulos.

HAIR

Cabelos com comprimento médio;

Franjas preferencialmente perfiladas;

O corte em camadas da feminilidade ao rosto.

IMAGEM DE REFERÊNCIA

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ROSTOS COM LINHAS INCLINADAS

TRIANGULAR

MAKE

Valorizar a parte externa dos olhos;

Optar por batons mais neutros e olhos mais destacados;

Escurecer as têmporas.

HAIR

A utilização de franjas para equilibrar a parte superior da cabeça com a inferior;

Cortes repicados desde o ápice da cabeça;

Evitar penteados do tipo moicano.

TRIANGULAR

INVERTIDO

MAKE

Valorizar a parte interna dos olhos;

Optar por batons menos discretos a fim de valorizar a parte inferior da face;

Escurecer a mandíbula.

HAIR

Cabelos com cumprimento acima dos ombros;

Camadas que se iniciam abaixo do zigomático;

Priorizar penteados alonguem a cabeça.

HEXAGONAL DE

BASE RETA OU

LOSANGULAR

MAKE

Aplicar o blush na parte central das bochechas se desejar diminuir os ângulos do rosto;

Escurecer a mandíbula;

Alongar as partes externas de lábios e olhos sempre que possível.

HAIR

Evitar penteados que confiram volume na parte superior da cabeça;

Cortes do tipo Chanel conferem volume à mandíbula.

Cabelos curtos valorizam a estrutura óssea.

IMAGEM DE REFERÊNCIA

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Apêndice 2 - Make e hair do Século XX

DÉCADA DE 20

MAKE

Sobrancelhas finas e arqueadas, blush em forma redonda sob as maçãs do rosto, forte presença do batom vermelho, olhos delineados com a cor preta.

HAIR

Cabelos curtos com presença de franja acentuando o contorno do rosto.

DÉCADA DE 30

MAKE

Sombra de cor neutra, porém os olhos ainda delineados, blush rosado, batom em diversas nuances.

HAIR

Cabelos com o comprimento um pouco maior que a década anterior.

DÉCADA DE 40

MAKE

Lábios vermelho escuro, blush rosa ou marrom e pouco presença de maquiagem nas pálpebras.

HAIR

Cachos presos com grampos ou o uso de turbantes garantindo a praticidade.

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DÉCADA DE 50

MAKE

Sobrancelhas delineadas e escuras, muito batom e máscara de cílios, a sensualização da imagem feminina.

HAIR

Cabelos ondulados presos ou soltos, a inserção da tintura capilar, principalmente em forma de reflexo.

DÉCADA DE 60

MAKE

Cílios exageradamente definidos, olhos delineados, batom em tonalidade rosa e bochechas bem definidas com blush.

HAIR

Cabelos com volume no ápice da cabeça, pontas modeladas para fora ou para dentro, uso de fixadores, adornos com enfeites de proporções exageradas, popularização de franjas de todas as formas.

DÉCADA DE 70

MAKE

Maquiagem suave e em cores neutras, pele um pouco mais bronzeada.

HAIR

Cabelos eram longos, sem compromisso, divididos ao meio, e ornados com faixas e flores.

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DÉCADA DE 80

MAKE

Excesso de maquiagem em todas as cores e com muito brilho.

HAIR

Cabelos cacheados com permanente longos ou curtos.

DÉCADA DE 90

MAKE

Maquiagem em tons neutros com aspecto natural.

HAIR

Cabelos tornam-se mais lisos e longos, pouca presença de adornos.

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ANEXOS

Anexo 1 - Linhas do Rosto

Figura 1: Identificação do formato do rosto

Fonte: http://weheartit

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Anexo 2 – Tabelas dos tipos cromáticos

CLASSIFICAÇÃO DE PELES BRANCAS

Categoria Cor quente

Tonalidade Básica

Amarelo-dourado

Cabelo Louro- dourado, castanho-claro ou médio

Cores que favorecem

Sugestão de acessórios

Dourado

OUTONO

Categoria Cor quente

Tonalidade básica

Ferrugem

Cabelo Ruivo, louro- avermelhado, castanho- claro ou médio

Cores que favorecem

Sugestão de acessórios

Dourado

INVERNO

Categoria Cor fria

Tonalidade básica

Amarelo com fundo roxo

Cabelo Preto, castanho- médio ou escuro

Cores que favorecem

Sugestão de acessório

Prata

PRIMAVERA

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VERÃO

Categoria Cor fria

Tonalidade básica

Rosa com fundo azulado

Cabelo Louro-claro ou claríssimo, ou castanho-claro

Cores que favorecem

Sugestão de acessório

Prata

CLASSIFICAÇÃO DE PELES NEGRAS

BLUES

Categoria Cor fria

Cor superficial Negra

Tonalidade de base

Azul

Cabelo Preto ou castanho- escuríssimo

Cores que favorecem

Sugestão de acessório

Prata

JAZZ

Categoria Cor fria

Cor superficial Chocolate

Tonalidade de base

Verde

Cabelo Preto, castanho-escuro ou médio

Cores que favorecem

Sugestão de acessório

Prata ou dourado

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SAARA

Categoria Cor neutra

Cor superficial Amarelo

Tonalidade de base

Roxo

Cabelo Castanho- escuro, médio ou claro, louro- escuro ou

ruivo- médio

Cores que favorecem

Sugestão de acessório

Prata

NILO

Categoria Cor neutra

Cor superficial Marfim

Tonalidade de base

Azul

Cabelo Castanho- claro, médio ou acinzentado

Cores que favorecem

Sugestão de acessório

Prata

CALIPSO

Categoria Cor quente

Cor superficial Amarelo

Tonalidade de base

Amarelo-dourado

Cabelo Preto, castanho- médio escuro ou ruivo- escuro

Cores que favorecem

Sugestão de acessório

Dourado

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SPIKE

Categoria Cor quente

Cor superficial Vermelho

Tonalidade de base

Verde- terra

Cabelo Castanho- escuro ou médio, ruivo- escuro ou médio

Cores que favorecem

Sugestão de acessório

Dourado