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VITRINE TECNOLÓGICA DE AGROECOLOGIA SHOW RURAL 2014

VITRINE TECNOLÓGICA DE AGROECOLOGIAainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/113634/1/Cartilha... · Pastoreio Racional Voisin (PRV) | 19 Plantas medicinais | 20 Manejo do habitat

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VITRINE TECNOLÓGICA DE AGROECOLOGIA

S H O W R U R A L 2 0 1 4

3CARTILHA DE AGROECOLOGIA

Coopavel :: COOPERATIVA AGROINDUSTRIAL

Embrapa :: EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA

Emater :: INSTITUTO PARANAENSE DE ASSISTÊNCIA TÉCNICA E EXTENSÃO RURAL

Iapar :: INSTITUTO AGRONÔMICO DO PARANÁ

Itaipu Binacional :: USINA HIDRELÉTRICA DE ITAIPU

CPRA :: CENTRO PARANAENSE DE REFERÊNCIA EM AGROECOLOGIA

Capa :: CENTRO DE APOIO AO PEQUENO AGRICULTOR / NÚCLEO MARECHAL C. RONDON

Biolabore :: COOPERATIVA DE TRABALHO E ASSISTÊNCIA TÉCNICA DO PARANÁ

Unioeste :: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ

Adeop :: AGÊNCIA DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL DO EXTREMO OESTE DO PARANÁ

Adelar Soares de Oliveira | BiolaboreAlberto Feiden | EmbrapaAna Paula G. da Silva Wengrat | UnioesteAna Simone Richter | CPRAAndré Eduardo Borges | AdeopArnold Barbosa de Oliveira | EmbrapaAurélio Vinícius Borsato | EmbrapaBruno Paduan | AdeopCátia Cristina Rommel | IaparClaudine Dinali Santos Seixas | EmbrapaClécio Weber | CapaDaniel José de Souza Mol | BiolaboreDaniele Patricia Gentelini | BiolaboreDanielli Toebe | AdeopDirk Claudio Ahrens | IaparDjulio Henrique Rodrigues | AdeopDouglas Fernando Kunz | BiolaboreEdimar Silveira da Silva | CapaEtiene Leite Junior | IaparEverton Ulkoski | BiolaboreFlávia Comiran | IaparFrederico Olivieri Lisita | EmbrapaGlaucia Bravo Dias | BiolaboreIlzo Artur Moreira Risso | EmbrapaIves Clayton G. dos Reis Goulart | EmbrapaJorge Luiz Knebel | CoopavelJosé Augusto Kolling | BiolaboreLeandro Tonin | Adeop

Lincoln Villi Gerke | AdeopLiziane Kadine Pires | Itaipu BinacionalLorivan Webber | Itaipu BinacionalMarcelo Rohde | CapaMárcia Vargas Toledo | EmaterMárcio Miranda | CPRAMarco Antônio Bilo Vieira | Capa Marco Antonio Nogueira | EmbrapaMaria Izabel Radomski | EmbrapaMaristela Perera Carvalho Zanão | IaparMichelle Pires Cubilla Perez | Itaipu BinacionalNelson Rogério Bueno da Silva | Emater Nilo Deliberali | EmaterPatrícia Aparecida Favorito | CapaPaulo Coan Bussolo | BiolaborePaulo Henrique Lizarelli | EmaterReinaldo Santos Shimabuku Jr | Itaipu BinacionalRonaldo Antônio Fochesato | EmaterRonaldo Juliano Pavlak | Itaipu BinacionalSidnei Francisco Müller | CapaSimone Grisa | IaparThaís Fernanda de S. Monteiro | CapaValcir Inácio Wilhelm | CPRAValdeilson Ferreira de Almeida | CapaVanda Pietrowski | UnioesteVanice Marli Fülber | Capa/BiolaboreVilmar V. Saar | CapaVilson Nilson Redel | Biolabore

INSTITUIÇÕES ORGANIZADORAS

EQUIPE ORGANIZADORA

4 5CARTILHA DE AGROECOLOGIA CARTILHA DE AGROECOLOGIA

Os princípios da Agroecologia em 2.250 m² | 6Histórico da vitrine tecnológica de Agroecologia | 7Adubos verdes e consórcios | 8Agrofloresta | 10Apicultura | 12Bioconstruções | 13Fruticultura ecológica | 17Olericultura como alternativa de renda para agricultura familiar ecológica | 18Pastoreio Racional Voisin (PRV) | 19Plantas medicinais | 20Manejo do habitat na conservação dos agentes de controle bio-lógico | 22

Cultivares de soja para sistemas de base ecológica | 23Armadilha para captura de percevejos em soja | 24Milho QPM (alta qualidade proteica) | 24Fixação biológica de nitrogênio (FBN) – uso de inoculantes | 25Homeopatia e Agroecologia | 25Compostagem e vermicompostagem | 26

SUMÁRIO

Os princípios da Agroecologia em 2.250 m²

Histórico da vitrine tecnológica de Agroecologia

A Agroecologia é uma ciência, que con-siste na aplicação de conceitos e princípios ecológicos para o desenho e o manejo de agroecossistemas sustentáveis. Está base-ada na interação dos aspectos ambientais, sociais e econômicos, tendo as proprieda-des agrícolas, o funcionamento da Nature-za como modelo, que por isso não utilizam agrotóxicos e adubos químicos solúveis.

Ao preservar as diversas espécies de insetos nativos, a fauna do solo; ao pro-mover a interação planta-animal-ambiente, também se cria condições para que o solo produza por muitas gerações. Concomitan-temente, o mercado de grãos, leite, carne, hortaliças, frutas, plantas medicinais e con-dimentos orgânicos vêm conquistando cada vez mais consumidores.

Demonstramos em nossa unidade di-dática de 2.250 m²: a importância do auto-consumo; a geração de renda; os animais no

Em 2003, a Embrapa iniciou essa ativi-dade com o cultivo de soja no sistema or-gânico. Dois anos depois, foram cultivadas parcelas, com várias espécies tradicionais na região, dentre elas o milho, a soja, o fei-jão, o arroz e culturas potenciais.

Em 2006, o projeto foi ampliado para os moldes de uma propriedade agrícola fa-miliar diversificada, com casa, pastagens, grãos, frutíferas e horta, trazendo a visão sistêmica da unidade.

Em 2007, ampliou-se com os cultivos de inverno no sistema orgânico, participando do Encontro Técnico de Inverno. Assim, a área passou a ser cultivada o ano todo, tal qual uma propriedade rural.

Em 2009, com aumento da área de plan-tio, consolidamos o espaço da Agroecologia no SHOW RURAL COOPAVEL. A cada ano mais instituições vêm se juntando à propos-

pasto mais sadios e rentáveis; a redução da dependência externa de insumos; o melhor aproveitamento da água da chuva e o uso de materiais alternativos em construções, como o bambu.

Na Agroecologia, a melhor tecnologia é aquela que está calçada nos pilares da sus-tentabilidade, com retorno econômico, que promova o equilíbrio ambiental e a justiça social, com respeito aos conhecimentos lo-cais e tradicionais.

A Agroecologia também resgata valo-res: a qualidade de vida e a saúde da famí-lia, a vida em comunidade e a saúde dos consumidores.

A crise do modelo de agricultura con-vencional, seus altos custos e o surgimento de novas pragas e doenças, justificam uma proposta agroecológica para a agricultura paranaense.

ta e várias iniciativas vêm se consolidando, de forma a servir como um exercício de con-versão, passando pela redução de insumos, substituição e finalmente o redesenho da propriedade, com respeito ao dinamismo do processo como um todo.

Hoje a Vitrine conta com 10 entidades empenhadas na sua organização: Embrapa, Iapar, CPRA, Itaipu Binacional, Coopavel, Emater, Biolabore, Capa, Adeop e Unioeste, as quais exercitam com esta experiência a interistitucionalidade multidisciplinar e o pluralismo com respeito nas relações huma-nas e profissionais, também princípios da Agroecologia.

Essa unidade mostra que a agricultu-ra pode trilhar caminhos diversos, usando conceitos científicos avançados, aliados a técnicas acessíveis aos agricultores.

7CARTILHA DE AGROECOLOGIACARTILHA DE AGROECOLOGIA6

8 9CARTILHA DE AGROECOLOGIA CARTILHA DE AGROECOLOGIA

Adubos verdes e consórcios

O que são adubos verdes?

São plantas de cultivo de verão ou de inverno utilizadas para a melhoria da qua-lidade física e química do solo fornecendo nutrientes, principalmente o nitrogênio (N) para as plantas, além de servirem para co-bertura do solo.

Quais são as vantagens da utilização dos adubos verdes?

Trazem grandes benefícios aos solos e sistemas agrícolas em geral: proteção do solo contra erosão; elevação da taxa de infil-tração e aumento da capacidade de retenção de água; recuperação da estrutura do solo; adição de matéria orgânica; aumento da ca-pacidade de troca de cátions; promoção do

Dirk Claudio Ahrens (Iapar) | [email protected] • Flávia Comiran (Iapar) | [email protected]átia Cristina Rommel (Iapar) | [email protected]

aumento de nitrogênio; controle de nematoi-des; aumento e diversificação da população de microrganismos do solo, incremento da capacidade de reciclagem e mobilização de nutrientes perdidos ou pouco solúveis em camadas mais profundas do solo.

Quais características desejáveis dos adubos verdes?

As espécies eleitas para serem utiliza-das como adubos verdes devem ter prefe-rencialmente as seguintes características: fácil estabelecimento no campo, crescimen-to rápido, tolerância ao corte, alta capacida-de de rebrota, alta produção de massa vege-tal, fixação biológica do N, fácil obtenção de sementes e facilidade de manejo.

plantas tiverem uma altura de 80-100 cm (maior brotamento e uniformização da florada), com ciclo de 210-240 dias, produtividade de sementes 0,7-1,5 t/ha. É possível produzir sementes em regiões mais frias, se não ocorrerem geadas precoces.

:: Crotalária spectábilis (Crotalaria spectabilis)

Planta tropical a subtropical, podendo atingir de 60-150 cm de altura, com crescimento vegetativo mais lento. Tolera solos mais pobres em fósforo, com semeadura de setembro-dezembro a uma densidade de 15 kg/ha. Manejar a cobertura aos 110-140 dias da emergência. É bastante efetivo no controle de nematoides e vem sendo utiliza-da como um repelente natural contra o mosquito transmissor da Dengue. Para produção de se-mentes usar 8-10 kg/ha, com ciclo de 180-200 dias e produtividade de 0,6-0,8 t/ha de sementes. É possível produzir sementes em regiões mais frias, se não ocorrerem geadas precoces.

:: Guandu anão IAPAR 43 - Aratã (Cajanus cajan)

Planta tropical a subtropical é uma arbustiva anu-al de dias longos. Além de produção de cobertu-ra, sua massa é rica em proteínas, e seus grãos também podem ser utilizados para alimentação humana e animal. Necessidade de 50 kg/ha de sementes para produção de biomassa, sendo manejada para alimentação animal de 20-40 cm de altura e para cobertura verde aos 140-180 dias pós-emergência. Para produção de sementes uti-

:: Mucuna anã (Mucuna deeringeriana)

Planta de clima tropical a subtropical, de hábito determinado, pode ser intercalada entre linhas de espécies comerciais perenes. Tolera solos po-bres, mas é mais exigente que a mucuna cinza e a mucuna preta. Produz de 2-4 t/ha de massa seca. Semeadura: densidade de 80 a 100 kg/ha na primavera/verão devendo ser manejada no florescimento (800-100 dias após a emergência) com rolo-faca ou roçadeira. Ciclo de 150 dias pós-florescimento para produção de sementes.

:: Crotalária juncea (Crotalaria juncea)

Planta tropical a subtropical, rica em fibras, de rápido crescimento inicial, efeito alelopático, po-dendo atingir 2-3m de altura. Controla alguns ne-matoides, semeadura de outubro-dezembro com densidade de 40 kg/ha, sendo manejada como cobertura aos 110-140 dias. Pode ser utilizada na alimentação animal, a partir de cortes aos 70 dias pós-emergência. A produção de massa seca pode variar de 7-15 t/ha. Para produção de sementes usar de 20-30 kg/ha, fazendo um corte quando as

Algumas espécies de adubos verdes de verão

liza-se 50 kg/ha, com produção variável entre 1-2 t/ha. Com florescimento e maturação das semen-tes de forma irregular faz-se a colheita com 50% das plantas maduras. Não é possível produzir se-mentes em regiões mais frias.

:: Feijão de porco (Canavalia ensiformis)

Originária de regiões tropicais, porte ereto, hábito determina do podendo atingir de 60-120 cm de altura. Adapta-se bem em solos de baixa fertili-dade em fósforo. Planta rústica, mas de semen-tes grandes (100 sementes = 130-150 gramas). Manejo aos 120-150 dias no início da formação de vagens, supressor do crescimento da tiririca, suscetível à presença de nematoides. O ciclo da cultura para produção de sementes varia de 180-200 dias, produzindo 0,8-1,2 t/ha. Nas regiões mais frias produz sementes em solos de menor fertilidade (encurtamento do ciclo).

Mais informações:

CALEGARI, A. Leguminosas para adubação verde de verão no Paraná. Circular 80, maio 1995. IAPAR. http://books.google.com.br/books/about/Leguminosas_para_aduba%C3%A7%-C3%A3o_verde_de_ver.html?id=gQxjAAA-AMAAJ&redir_esc=y

BARNI, N. A; FREITAS, J. M. de O.; MATZE-NAUER, R.; TOMAZZI, D. J.; ZANOTELLI, V.; ARGENTA, G.; SECHIN, J.; TIMM, P. J.; DIDO-NE, I. A.; HILEBRAND, G.; BUENO, A. C.; RIBEI-RO, S. de S. Plantas recicladoras de nutrientes e de proteção do solo, para uso em sistemas equilibrados de produção agrícola. Porto Ale-gre: Fepagro, 2003. 84 p. (Boletim Fepagro, 12).

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O que é um consórcio de plantas?

Consórcios ou policultivos consis-tem no plantio de mais de uma cultura, na mesma área, ao mesmo tempo, com espécies que não competem entre si, or-ganizadas ou não em fileiras. Podem ser empregados com adubos verdes, grãos, hortaliças, frutíferas.

Consórcio de Hortaliças.

Para que serve o consórcio?

A finalidade do uso de consórcios é ter rendas periódicas, maximização do uso do solo e da água, da cobertura do solo e do uso da mão de obra, bem como proporcio-nar condições desfavoráveis à presença de pragas e doenças nos cultivos, pela diver-sidade de espécies. Assim, cultivando-se, por exemplo, o milho, o feijão, o arroz e o quiabo há um melhor aproveitamento dos espaços em uma propriedade, havendo in-teração positiva entre elas.

O que vem a ser cultivo em faixas?

É uma evolução do uso dos consórcios, para facilitar a semeadura e colheita mecâ-nica, sendo o cultivo em faixas de espécies diferentes, como o milho e a soja.

Agrofloresta Maria Izabel Radomski (Embrapa Florestas) | [email protected]

Numa linguagem simples, a Agroflo-resta é a integração de árvores, plantas e animais em sistemas conservacionistas, re-nováveis e produtivos. A agrofloresta pode ser considerada mais um meio, do que uma simples tecnologia acabada. A flexibilida-de do sistema agroflorestal é uma de suas vantagens, ou seja, é possível montar dife-rentes arranjos com árvores, lavouras e ani-mais de acordo com os objetivos do agricul-tor, os recursos disponíveis (terra, capital e mão de obra), e as demandas do mercado.

Os sistemas agroflorestais também po-

dem ser mais ou menos complexos (diversi-ficados), tanto no espaço quanto no tempo. Existem sistemas mais simples como os sistemas agrossilvipastoris, que integram árvores, lavouras de verão, pastagem de inverno e gado; e os sistemas silvipastoris que associam árvores, pastagem perene e gado. E sistemas mais complexos, como os sistemas agroflorestais multiestrata, que visam o arranjo de espécies alimentícias e arbóreas cultivadas ou regeneradas natu-ralmente de modo a “imitar” os diferentes estratos de uma floresta.

Por que Agrofloresta?

Os sistemas agroflorestais utilizam o máximo da terra. Cada parte da terra é con-siderada aproveitável para as plantas que são utilizadas. Ênfase é dada para as es-pécies perenes, lavouras de múltiplos usos que são plantadas uma vez, mas benefi-ciam por um longo período de tempo. Além disso, os sistemas agroflorestais são utiliza-dos para aproveitar as interações benéficas das plantas cultivadas, e para reduzir inte-rações não favoráveis. Eles são usados para reduzir os riscos associados à agricultura de pequena ou larga escala, e para aumen-tar a sua sustentabilidade.

Os sistemas agroflorestais oferecem os múltiplos benefícios das árvores: conser-var o solo, aumentar a fertilidade por meio da fixação de nitrogênio, ou pela retirada de minerais de camadas profundas do solo e sua colocação na superfície através da serapilheira, fornecer sombra para os ani-mais, produzir madeira, alimentos e com-bustível.

A agrofloresta não é um sistema de receitas prontas para a venda, é um siste-ma para manejo dos recursos agrícolas, da terra, para benefício do proprietário e, em longo prazo, para o bem-estar de toda a so-ciedade. Embora o sistema seja apropriado para toda a terra, ele é especialmente impor-tante no caso de propriedades com declivi-dades acentuadas onde a agricultura leva a

rápidas perdas de solo. Um sistema agroflo-restal pode, enfim, ser pensado como parte de um sistema maior que é a propriedade, e que contém muitos outros subsistemas que juntos definem um caminho mais sustentá-vel para a vida no meio rural.

Vantagens da Agrofloresta

:: Segurança alimentar para a família e ren-da para o produtor;

:: Produção diversificada – redução de risco;:: Baixa ocorrência de pragas e doenças;:: Aumento da fertilidade do solo;:: Alta produtividade por área ocupada;:: Uso de mão de obra familiar;:: Baixa necessidade de insumos externos;:: Espaço de convivência.

SAF com frutíferas.

Sistema silvipastoril.

Quintal Agroflorestal.

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Não há como resistir ao fascínio das abelhas. Com o seu modelo de socialização, onde cada qual possui uma função bem de-finida, executada sempre em benefício do bem-estar da coletividade, nos dão um belo exemplo de convivência.

As pesquisas científicas fazem-nos acreditar que a abelha melífera existe há no mínimo quarenta e dois milhões de anos. É importante lembrar que a abelha melífera, não tem mudado sua vida e sua formação biológica, enquanto outras espécies vivas têm mudado consideravelmente.

O que são

São construções que utilizam como base os materiais naturais e trazem na sua essência a ideia da sustentabilidade, ao uti-lizar de modo racional os recursos naturais. Algumas técnicas, conceitos e materiais uti-lizados são os tijolos de adobe, taipa leve, taipa de pilão, cob, super adobe, fardo de palha, tijolos de solocimento, cisterna de ferrocimento para captação de água da chu-va, aquecimento de água com energia solar,

A importância da abelha para o mun-do das plantas é enorme e assim podemos imaginar o milagre da natureza. Não apenas as flores das plantas úteis são fecundadas por 80% das abelhas melíferas, mas tam-bém muitas outras.

Além das abelhas nos fornecerem mel, pólen, própolis, cera, geleia real e apitoxina (líquido da guilhada), todos os produtos de grande valor para o homem, também são responsáveis pela polinização das flores ga-rantindo maior quantidade e qualidade dos frutos, perpetuando espécies.

Nilo Deliberali (Emater) | [email protected] Valcir Inácio Wilhelm (CPRA) | [email protected]

Apicultura Bioconstruções

Apicultor manejando Colmeia. Abelha carregada de pólen.

Referindo-nos ao mel – produto produ-zido em maior quantidade pelas abelhas – não se pode classificá-lo como um produto na moda. Os Egípcios foram os pioneiros nesse tipo de criação. Na Grécia Antiga, o mel colhido nas montanhas do Hymeto era conhecido como “manjar dos deuses”. A literatura internacional registra perto de 10 mil obras que usam como tema a abelha.

Há relatos que para produzir um quilo de mel as abelhas necessitam visitar quatro milhões de flores, percorrendo 40 mil quilô-metros (o equivalente a uma volta ao redor do planeta Terra). Isso se a pastagem melí-fera for encontrada a 500 metros da colmeia.

Nos países desenvolvidos, atribui-se 20

vezes mais valor ao trabalho de polinização que as abelhas fazem, do que a produção de mel, pólen, própolis, etc.

Acrescenta-se a isso, a informação de que somente para o consumo próprio, uma família normal de abelhas, consome 90 qui-los de mel e 30 quilos de pólen, tamanha a dimensão dos condicionantes ambientais e agroecológicos, que o desenvolvimento da apicultura merece.

Os interessados em atuar na apicultu-ra poderão procurar o Instituto EMATER para os devidos esclarecimentos, bem como participar de curso para conhecer melhor a atividade. Maiores informações: (45) 3288-1144, [email protected].

telhado vivo, banheiro seco, bambu, pedra, madeira e rebocos naturais.

As tecnologias são simples, podendo ser desenvolvidas para a aplicação popular tanto no meio rural quanto urbano, mas to-talmente viáveis para a arquitetura conven-cional.

A proposta das construções ecológicas vai ao encontro da preocupação ambiental que não se resume a preservação de recur-sos e ambientes naturais, tampouco só a produção agrícola com base ecológica.

Construção em bambu.

Abrigo de animais/CPRA.

Por que das bioconstruções

Um ponto fundamental dessas técnicas é a preferência pela utilização de materiais disponíveis no local como, por exemplo, a terra, reduzindo gastos com transporte, fabricação e construindo habitações com baixo custo as quais, ao contrário das ha-bitações comuns, oferece ótimo conforto térmico, sendo esta uma das principais vantagens. Além disso, reduzimos signi-ficativamente ou até mesmo evitamos a agressão ao ambiente, com a aplicação de técnicas comprovadas da arquitetura mun-dial, muitas delas com séculos de história e experiência.

A indústria da construção é uma das grandes responsáveis pela poluição e pelo consumo excessivo dos recursos não re-nováveis do planeta, motivo pelo qual um conjunto de entidades governamentais e não governamentais parceiros neste even-to trabalham com a proposta de incluir as bioconstruções e o uso de energias reno-váveis nas propriedades rurais, buscan-do o bem estar, o resgate do trabalho em

mutirão e a sustentabilidade do agricultor familiar.

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Cisterna de Ferro-Cimento

Desenho esquemático de captação, condução e armazenamento de água.

Cisterna de Ferrocimento.

As cisternas são estruturas com a fun-ção de armazenar água e nesse caso cons-truídas com a técnica de ferrocimento, que é resistente, econômica e de fácil construção e reparo.

O uso sustentável da água consiste em estabelecer o máximo de elementos da cap-tação, armazenamento e reciclagem em uma propriedade. A instalação de calhas nos te-lhados das construções para a captação das águas das chuvas e o seu armazenamento em cisternas ameniza os problemas nos pe-ríodos de escassez. Também é uma ótima forma de economizar água potável ou trata-da, que tem custo e é muitas vezes desperdi-çada e usada sem critério nos sanitários, na lavação de calçadas e veículos, etc.

Em uma chuva de 100 mm numa casa com 100 m² de telhado, dá para captar e ar-mazenar 10 mil litros de água (10 m³).

Para construir uma cisterna os materiais necessários são: malha de ferro de 14 cm x 14 cm x 4,2 mm, tela de viveiro (pinteiro), arame recozido, cimento, areia, brita 1, regis-tro de PVC 50 mm, joelho de PVC 50 mm, tubo de PVC 50 mm, tubo de PVC 100 mm e as calhas e conexões para o telhado.

Passo a passo da construção da cisterna

1º Dia – Fazer um contrapiso, com argamas-sa traço 3:3:1 (areia/brita/cimento), com 4 cm de espessura. Depois amarrar a tela de viveiro na malha de ferro que será a parede, no tamanho (diâmetro) que for a cisterna. Montar o cilindro (gaiola) da cisterna em cima da malha do piso.

Construção 1º dia (Vitrine de Agroecologia).

2º Dia – Sobre a armação começa a aplica-ção da argamassa que deve ter o traço 2:1 (areia/cimento) para a parede, e 3:1 (areia/cimento) para o piso e a tampa. Uma pessoa deve ficar por dentro aparando com uma

Construção 2ºdia.

placa a colocação da argamassa, que é apli-cada de baixo para cima e em faixas.

3º Dia – Estando a massa seca, inicia-se o enchimento da cisterna com água, pois, ela vai calcificar nos pontos mais frágeis, tor-nando-a impermeável.

Dica – Para a construção de uma cisterna é importante que a argamassa da parede seja feita toda no mesmo dia, portanto, faça um mutirão para realizar esse serviço. Antes de fazer a sua, o ideal é participar de alguma oficina prática, para aprender todas as dicas.

Aproveitamento da Energia Solar

Por ser abundante na maior parte do planeta, principalmente nas regiões tro-picais como o Brasil, estar disponível nos locais mais remotos ou de difícil acesso,

sua produção não poluir o ambiente, entre outras vantagens, a energia solar está en-tre as mais importantes opções de energia alternativa renovável que dispomos e cada vez mais sendo utilizada, seja de forma di-reta ou indireta.

O aproveitamento de forma direta é pos-sível para secagem de cereais, desidratação de vegetais (plantas medicinais), desinfecção de água e solo, aquecimento de água, etc.

Esquentar água para as mais diversas finalidades necessita de alguma fonte de energia, sendo as mais comuns a elétrica e o fogo. A obtenção de ambas gera enormes impactos sobre o ambiente, ao passo que a energia solar é limpa e gratuita.

A ideia do aquecedor solar de água confeccionado com materiais recicláveis é uma alternativa que beneficia diretamente a pessoa que adota essa prática, pela eco-nomia em dinheiro, mas, muito importante também pela atitude de reciclar, sem qual-quer processo industrial, 60 garrafas PET (2 litros) e 50 embalagens longa vida (1 litro), o que beneficia toda a população através da preservação do ambiente.

Mais informações:

Manual prático para construção e instalação do aquecedor solar:www.meioambiente.pr.gov.br/arquivos/File/cors/Kit_res_17_aquecedor_solar.pdf

Uso Sustentável do Bambu – Estufa Ecológica

O uso do bambu em bioconstruções, em especial na estrutura de estufas ou cul-tivos protegidos, é muito interessante sob o ponto de vista econômico, porém a sua uti-lização nas propriedades deve ser ampliada pela visão da Agroecologia, que não se atem apenas na viabilidade econômica de uma atividade. Com o enfoque agroecológico desenvolvemos agricultura sem nos esque-cermos das questões ambientais e sociais

Painel demonstrativo na Vitrine de Agroecologia.

Painel sobre telhado.

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16 17CARTILHA DE AGROECOLOGIA CARTILHA DE AGROECOLOGIA

na construção de processos de desenvol-vimento rural sustentável, onde o bambu, considerada “a planta dos mil usos” encai-xa-se bem. O bambu é uma matéria prima facilmente acessível aos agricultores e é um recurso natural renovável, de alta rusticida-de e crescimento rápido, adaptando-se per-feitamente ao conceito do desenvolvimento de “tecnologias sociais”.

A estufa construída e em produção na Vitrine Tecnológica de Agroecologia no Show Rural Coopavel é só um exemplo das possibilidades de utilização do bambu em bioconstruções. Para um bom começo, o primeiro passo é cortar o bambu na época mais adequada, que é nos meses de maio a agosto, observando que os colmos estejam maduros, ou seja, com mais de três anos. Para aumentar ainda mais a durabilidade do bambu, realizar o tratamento das peças, preferencialmente com produtos naturais, fogo ou água, deixando secar na sombra e

Imagem interna de estufa com estrutura em bambu, modelo CPRA.

Imagem externa de estufa com estrutura em bambu, modelo CPRA.

Bambusa oldhami, entouceirante.

Evitar apoiar direto no chão.

Varas finas para os arcos.Figueira em frutificação. Frutos de framboesa.

em pé, para que as varas não se contraiam após a construção, enfraquecendo toda a estrutura. Outro detalhe importante é man-ter o bambu, preferencialmente, sem conta-to com o chão, apoiando em outra madei-ra, ou realizar um tratamento adequado na base, para aumentar a sua durabilidade. Os pés-direitos podem ser feitos com bambus de espessura maior, ou mesmo com bam-bus finos unidos em três peças ou mais. Já os arcos devem ser feitos com as espécies mais finas, de preferência das espécies alas-

trantes, que tem os entrenós mais curtos e por isso, maior resistência ao quebramento no momento de curvá-los.

A construção de uma estufa de bambu não é difícil, mas, por ser um material que normalmente não temos muita prática em utilizá-lo, alguns detalhes são importantes. Então, converse com o técnico do Instituto EMATER para organizar uma oficina em

sua região, que o Centro de Agroecologia-CPRA terá prazer em realizá-la.

A fruticultura é uma atividade de gran-de importância na Agroecologia, graças as seguintes características: possibilita ao agri-cultor um grande rendimento por área, e por se tratar na maioria dos casos, de culturas perenes, utilizam relativamente pouca mão de obra, variando de acordo com a espécie; apre-senta possibilidade do comércio dos frutos in natura, ou a transformação em sucos, doces, geleias, licores, entre outros, o que agrega valor a produção e garante renda ao produtor

Ronaldo Juliano Pavlak (Itaipu Binacional) | [email protected]

Fruticultura Ecológica

durante o ano todo, além disso, as frutas são importantes fontes de proteínas, sais mine-rais, vitaminas e fibras, indispensáveis para o funcionamento do organismo humano.

Essas características da fruticultura a tornam uma atividade estratégica. A implan-tação de pomares domésticos ou comerciais, é uma excelente alternativa para a manuten-ção de agricultores familiares no campo, bem como para a complementação nutricional das famílias rurais.

Mais informações:

Cartilha Estufa Ecológica com o passo a passo para construí-la: w w w. c p ra . p r . g o v. b r /a r q u i v o s / F i l e / CartilhaCPRAEstufaEcológica.pdf

No espaço reservado à fruticultura na Vitrine Tecnológica de Agroecologia (VTA), é apresentado um pomar com algumas das frutíferas possíveis de cultivo na região Oeste do Paraná: figo (Ficus carica L.), amora pre-ta (Rubus sp.), framboesa (Rubus ideaus L.), acerola (Malpighia punicifolia L.) e goiaba

(Psidium guajava L.), tradicionalmente cul-tivadas, com orientações de cultivo, trans-formação e comercialização conhecidos, e outras frutíferas nativas, pouco exploradas comercialmente, porém com grande poten-cial na região tais como, pitanga (Eugenia uniflora L.) e guabiroba (Campomanesia xan-

18 19CARTILHA DE AGROECOLOGIA CARTILHA DE AGROECOLOGIA

thocarpa O.Berg). A VTA tem como objetivo demostrar a fruticultura como alternativa de incremento na alimentação e fonte de renda

aos agricultores, também em técnicas de manejo e condução das mesmas em sistema de produção de base ecológica.

A olericultura é a área da horticultura que engloba a produção de culturas folho-sas, raízes, frutos diversos e partes comes-tíveis. A atividade, além de colaborar na economia familiar, pode ser encarada como alternativa de renda na propriedade, sendo capaz de proporcionar boa qualidade de vida e renda bruta alta, porém requer mão de

Márcia Vargas Toledo (Emater) | [email protected] Francisco Müller (Capa) | [email protected]

Olericultura como alternativa de renda para agricultura familiar ecológica

obra qualificada. A crescente demanda por produtos de melhor qualidade vem afetando a forma de produção e comercialização das hortaliças, o avanço nas agriculturas de ba-ses ecológicas tem colaborado na discussão de formas de produção mais sustentáveis, em consonância com o ambiente, economi-camente viáveis e socialmente justas.

É recomendado o maior número possível de espécies, a escolha dessas tem papel fun-damental, pois quanto maior a diversidade, tanto mais o sistema tenderá para o equilí-brio, e dessa forma menores problemas com pragas e doenças. Devem-se levar em con-sideração os possíveis arranjos, respeitando as espécies conhecidas como “amigas” e as que não convivem em harmonia entre si. É importante ainda incluir espécies floríferas que atraiam insetos polinizadores e que atraiam espécies que favoreçam o controle biológico natural, como plantas da família

das Asteraceae (girassol, flor de mel, marga-ridas) e Apiaceae (coentro, anis, funcho).

Horta em sistema de Mandala.

A capacidade de um sistema agroecoló-gico de se manter ao longo do tempo, depen-de das práticas e processos utilizados, onde o acréscimo da biodiversidade e da bioce-nose estão entre os principais itens a serem observados como estratégia de manutenção desse sistema ao longo do tempo.

Na atividade leiteira, o princípio expos-to é de igual importância. Quanto maior o número de espécies vegetais, macro e micro-organismos, maior a capacidade do sistema

Daniel José de Souza Mol (Biolabore) | [email protected]

Pastoreio Racional Voisin (PRV)

leite de se sustentar, tanto na manutenção e produção dos animais, quanto na manuten-ção da fertilidade e condições ambientais.

Se a situação da cadeia produtiva do leite e da carne for analisada, chegar-se-á a conclusão que apenas sobreviverão os produtores que tiverem baixo custo de pro-dução, com produtividade ótima. A máxima eficiência será alcançada apenas pelos bons produtores de forragem, que a fornecem di-reto aos animais, respeitando seu bem estar.

Mais informações:

Informações importantes quanto à implantação, condução e manejo de frutíferas, bem como receitas e sugestões de tratamentos alternativos.

• Circular Técnica 64: Cultivo Orgânico de Fruteiras Tropicais – Manejo do Solo e da Cultura:www.cnpmf.embrapa.br/publicacoes/circulares/circular_64.pdf

• Circular Técnica 35: Figueira (Ficus carica L.) do Plantio ao Processamento Caseiro:www.cpact.embrapa.br/publicacoes/download/circulares/circular35.pdf

• Circular Técnica 75: Cultivo da Amora-Preta:http://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/56229/1/cir075.pdf

• Circular Técnica 80: Recomendações para o Controle de Pragas em Hortas Urbanas:www.cnph.embrapa.br/paginas/bbeletronica/2009/ct/ct_80.pdf

• Série Produtor Rural: Agricultura Orgânica:www.esalq.usp.br/biblioteca/PUBLICACAO/Serie%20Produtor%20Rural%20Especial%20-%20Agricultura%20Organica/Organica.pdf

O cultivo de hortaliças pode ser a campo, em canteiros, com cultivo mínimo ou através do plantio direto ou em ambiente protegido, para culturas mais exigentes. O sistema Mandala são hortas no formato circular, de forma que permita uma maior integra-ção de seus elementos, visando o máximo proveito das funções entre si, e atender as necessidades uns dos outros. Os caminhos

devidamente projetados facilitam o manejo, a irrigação e a colheita, além de permitir um maior aproveitamento da área comparado com o sistema de canteiros lineares (sistema convencional). Plantam-se verduras, legu-mes, cereais, frutas, ervas aromáticas, medi-cinais e flores. Essa técnica economiza água, trabalha com várias plantas e faz a utilização de fertilizantes orgânicos.

Partindo desse principio, o método de ma-nejo conhecido como Pastoreio Racional Voi-sin (PRV), é o que oferece melhores condições para alcançar eficiência econômica, social e ambiental, em propriedades de produção de leite e carne. O PRV foi proposto pelo cientis-ta francês André Voisin, na década de 1940, e consiste no pastoreio direto com a rotação de pastagens, respeitando o tempo de repou-so da forragem, através da subdivisão da área em piquetes, permitindo o direcionamento do gado para os piquetes onde a forragem estiver em seu máximo potencial forrageiro.

O Pastoreio Racional Voisin é orientado por quatro leis:1. Lei do repouso – período suficiente para armazenar reservas nas raízes e permitir a labareda de crescimento, período de maior crescimento das pastagens.2. Lei da ocupação – refere ao tempo de permanência dos animais no piquete, que deve ser o menor possível, antes que os ani-mais comam a rebrota nova.3. Lei do rendimento máximo – referente à necessidade dos animais para que atinjam o seu melhor em produção e desenvolvimento.

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4. Lei do rendimento regular – permitir que o animal encontre todos os dias um piquete novo, com forragem necessária às suas exi-gências diárias, promovendo assim o rendi-mento regular.

Além do que foi exposto, para a boa con-dução do projeto PRV deve-se atentar para:

• Não utilização de produtos químicos como carrapaticidas, vermífugos, etc., dando preferência para fitoterápicos e

Propriedade da família Hedel, em Marechal C. Rondon, PR, manejada segundo as leis do PRV.

homeopáticos, que estimulam o surgi-mento e a manutenção de organismos como besouro rola-bosta, minhocas den-tre outros.

• Utilização de água de qualidade e em abundância em todos os piquetes.

• Arborização e consórcio nas pastagens com espécies de múltiplos propósitos, como: acréscimo de matéria orgânica e fornecimento de nutrientes, ação quebra-vento, sombreamento adequado do pasto, alimentação dos animais, dentre outros.

• Manejo dos animais em grupo de dife-rentes exigências nutricionais: Desnate (animais de maior exigência nutricional, como vacas em lactação) e repasse (ani-mais com menor exigência nutricional, como vacas secas, prenhas e novilhas intermediárias).

OBS.: Os animais devem ser conduzidos para os piquetes com tranquilidade e cuida-do. Da mesma forma deve-se dar atenção nos momentos de ordenha e arraçoamento.

O que é?

Plantas medicinais são espécies vege-tais, cultivadas ou não, utilizadas com pro-pósitos terapêuticos.

Quais os benefícios?

As plantas medicinais são utilizadas há milênios na cura de problemas de saúde e podem ser usadas das mais variadas for-mas: como chás, unguentos, florais e medi-camentos fitoterápicos. As plantas passam a ser consideradas medicinais quando são usadas de forma tradicional como remédio, aliviando sintomas, prevenindo e curando

Plantas medicinaisReinaldo S. Shimabuku Jr (Itaipu Binacional) | [email protected] P. Cubilla Perez (Itaipu Binacional) | [email protected]

doenças. É, em muitos casos, uma alterna-tiva à medicina alopática, pois essas ervas trazem menos efeitos colaterais que os re-médios convencionais.

Quais os cuidados devem ser observados ao comprar ou utilizar plantas medicinais?

• De acordo com a legislação brasileira (Lei 5991/73), plantas medicinais po-dem ser vendidas apenas em farmácias ou herbanários. Nesses locais, devem estar corretamente embaladas e acom-panhadas da classificação botânica (nome científico) no rótulo. A embala-gem de uma planta medicinal não pode apresentar indicações para uso terapêu-tico.

• Utilize somente plantas medicinais conhecidas e de preferência com reco-mendação de um profissional da saúde, principalmente durante a gestação ou em idosos e crianças menores de seis meses;

• Evite automedicação, mesmo com plan-tas medicinais. Se necessário use em sintomas comuns, pouco intensos e de natureza passageira;

• Chás de plantas medicinais também po-dem apresentar efeitos indesejados se não forem utilizados na forma e na quan-tidade recomendadas;

• O preparo correto de chás, xaropes e cozidos são importantes para extrair as substâncias ativas que estão nas plan-tas;

• Utilize somente plantas identificadas. Plantas que possuem o mesmo nome popular podem tratar doenças diferentes;

• Em caso de piora ou efeitos indesejados, interromper o uso e procurar o serviço de saúde mais próximo.

Onde o produtor pode encontrar mais informações?

Aquele que pretende participar do mer-cado de Plantas Medicinais deve-se apoiar

no tripé Legislação / Organização / Quali-dade. Antes de iniciar o cultivo, o produtor deve informar-se sobre as exigências do setor.

É imprescindível conhecer e cumprir a legislação pertinente. A organização e a sis-tematização da legislação relativa à coleta, produção e comercialização tem sido objeto de constantes levantamentos e debates.

Além dos aspectos legais referentes à legislação trabalhista e legislação tributá-ria, há mais duas áreas que devem ser ob-servadas: a legislação ambiental, que trata da coleta, do comércio e da industrialização de espécies nativas; e a legislação sanitá-ria, que regulamenta a comercialização das plantas no varejo, na forma de alimen-to ou medicamento. Essas leis podem ser obtidas, respectivamente, junto aos órgãos ambientais de cada estado e junto às Secre-tarias de Saúde nos Serviços de Vigilância Sanitária.

Plantas em processo de desidratação.

Espinheira Santa (Maytenus ilicifolia).

Mais informações:

http://portal.anvisa.gov.br/wps/content/ Anvisa+Portal/Anvisa/Inicio/Medicamentos/Assunto+de+Interesse/Medicamentos+fitote-rapicos

www.ibama.gov.br

www.agricultura.gov.br

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A adoção de práticas agronômicas e de manejo da propriedade que favoreçam ou não sejam agressivas aos agentes de contro-le biológico são de fundamental importân-cia para a redução do impacto dos insetos

Vanda Pietrowski (Unioeste) | [email protected]

Manejo do habitat na conservação dos agentes de controle biológico

pragas e para uma maior eficiência do con-trole biológico, seja ele natural ou aplicado. Podem-se destacar como importantes para a conservação e a manutenção dos organis-mos benéficos os seguintes itens:

Lagarta parasitada.Horta com manejo de habitats para conservação de agentes de controle biológico.

de refúgio para os insetos benéficos que aju-dam a controlar as pragas da propriedade.

Seletividade de produtos

Mesmo na agricultura de base ecológi-ca são utilizados produtos que têm ação de largo espectro, ou seja, eliminam também os inimigos naturais. O uso de produtos seleti-vos é de suma importância para a eficiência dos agentes de controle biológico. Embora haja pouca informação sobre a seletividade de caldas, extratos e outros produtos consi-derados naturais ou ecológicos aos inimigos naturais, experimentos demonstraram que algumas caldas e extratos, tais como, nim, calda sulfocálcica, enxofre elementar e extra-tos de arruda afetam as vespinhas controla-doras de pragas.

Considerações gerais

O ideal, quando se pensa em insetos pragas, é que não haja necessidade de adoção de medidas de controle, mas, sim,

que o ambiente agrícola esteja estabele-cido e manejado de modo que o controle biológico natural seja eficiente, mantendo a população dos insetos herbívoros em equilíbrio. Porém, mesmo nas agriculturas de base ecológica, que adotam práticas que favoreçam os inimigos naturais, isso é difícil de ocorrer. Portanto, é importante que o agricultor compreenda e conheça sua propriedade, faça um histórico dos seus problemas com insetos pragas e planeje em longo prazo medidas que visem à redução dos impactos dessas pragas, não esperan-do o problema se instalar para então tomar medidas de controle. Por fim, o agricultor deve compreender que a eficiência na ado-ção do controle biológico está diretamen-te ligada as suas escolhas. Muitos são os agentes de controle biológico que estão naturalmente disponíveis nas propriedades agrícolas. Saber manejá-los e conservá-los, aproveitando os benefícios que estes tra-zem na redução de insetos herbívoros, é de suma importância quando se busca uma produção sustentável.

Nos sistemas de base ecológica pode ser usada qualquer cultivar de soja, desde que não seja transgênica. Na escolha da cultivar deve-se levar em conta o objetivo da produção e as condições da proprieda-

Claudine Dinali Santos Seixas (Embrapa Soja) | [email protected]é Marcos Gontijo Mandarino (Embrapa Soja) | [email protected]

Cultivares de soja para sistemas de base ecológica

de para esse cultivo, observando o ciclo da cultivar, a cor do hilo e a reação a doenças. Cultivares de ciclo precoce são indicadas para facilitar o manejo da ferrugem asiática e dos percevejos.

Policultivo

A diversificação da produção, além de reduzir as populações dos insetos pragas, possibilita aos agentes de controle bioló-gico maior disponibilidade de espécies de insetos que lhes sirvam como presas ou hospedeiras, aumentando assim sua per-manência na área. É importante que, na di-versificação de cultivos, se intercale plantas de porte maior com plantas de porte baixo, criando assim um microclima favorável aos inimigos naturais.

Épocas de floração

Muitos predadores e parasitoides adul-tos, quando há ausência de presas ou hospe-deiros, alimentam-se de pólen e néctar. Por-tanto, um manejo visando diferentes épocas de floração contribui para a permanência e a

multiplicação dos inimigos naturais. Impor-tante também é a manutenção de flores na propriedade, nas bordaduras dos cultivos ou em locais intercalados a esses. Plantas como girassol, flor-do-sol e mamona são exemplos de espécies importantes, que servem como banco de inimigos naturais.

Áreas de refúgio

A manutenção de áreas de refúgio para que os inimigos naturais das pragas se pro-tejam em momentos com condições adver-sas, principalmente em altas temperaturas, tem demonstrado ser importante para am-pliar a ação desses inimigos naturais sobre os insetos pragas. Essas áreas podem ser mantidas associadas ao item anterior de disponibilidade de floração. Geralmente o plantio consorciado, principalmente com feijão de porco, é um ótimo exemplo de área

A cor do hilo é importante no caso de produção voltada para alimentação humana, nesse caso deve-se preferir cultivares que possuam hilo claro (amarelo ou marrom-cla-ro). Não se tem notícia de materiais crioulos

de soja, mas há cultivares comerciais com re-sistência a algumas doenças e essas devem ser preferidas. A Embrapa Soja desenvolveu cultivares especiais para alimentação huma-na. Elas possuem o hilo claro e o sabor suave.

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Uma estratégia que pode auxiliar no ma-nejo dos percevejos em soja é o uso de arma-dilhas com urina bovina. Essas armadilhas são confeccionadas utilizando garrafas plás-ticas tipo pet de dois litros com aberturas no terço mediano da garrafa. Essas aberturas podem ser feitas mais acima para aumentar o intervalo de reabastecimento das armadi-lhas. É utilizada uma solução de urina bovi-na + sal de cozinha, nas proporções de três litros de urina e 500 g de sal, dissolvidos em sete litros de água.

Esse milho especial tem qualidade pro-teica superior, porque os teores de lisina e triptofano, aminoácidos essenciais, são em media 50% superiores ao milho comum, podendo chegar a ser 85% superiores. Ou-tra grande vantagem é que sendo variedade permite a produção e reutilização da semen-te pelo agricultor. A Embrapa disponibiliza duas variedades, a BR 473 que tem o grão amarelo e a BR 451 que tem o grão branco. A cor branca da BR 451 possibilita o emprego direto do seu fubá em misturas com a fari-

Beatriz Spalding Correa-Ferreira | [email protected] Dinali Santos Seixas (Embrapa Soja) | [email protected]

Claudine Dinali Santos Seixas (Embrapa Soja) | [email protected] Fernandes Meirelles (Embrapa Milho e Sorgo) | [email protected]

Armadilha para captura de percevejos em soja

Milho QPM (alta qualidade proteica)

É indicado que as armadilhas sejam vis-toriadas periodicamente para a retirada dos insetos já capturados e a reposição da solu-ção, que deve estar 2 cm abaixo das aber-turas da garrafa, evitando a fuga de novos

nha de trigo, sem alterar a cor, a textura e o sabor, além de aumentar o valor nutricional de bolos, pães, biscoitos, mingaus e massas, diminuindo o glúten na massa. Excelente op-ção para fornecimento a programas sociais.

Ambas as variedades podem ser utiliza-das na alimentação humana, mas também devem ser fornecidos a animais monogás-tricos – peixes, suínos, aves e equídeos (cavalos, asnos, burros). O resultado será o aumento de ganho de peso dos animais em relação ao milho comum.

Isca para percevejo.

Muitas plantas da família das legumino-sas (fruto tipo legume ou vagem) são capazes de se associar a bactérias benéficas “rizó-bios” (Rhizobium), para receber o nitrogênio que precisam. Essas bactérias podem ser introduzidas no cultivo pelo uso de inoculan-te na semente, que é o produto que carrega essas bactérias. Essas bactérias formam nó-dulos nas raízes das plantas, onde captam o nitrogênio do ar e o transformam numa forma assimilável pela planta.

Claudine Dinali Santos Seixas (Embrapa Soja) | [email protected] Antonio Nogueira (Embrapa Soja) | [email protected]

Fixação Biológica de Nitrogênio (FBN) – uso de inoculantes

A inoculação deve ser feita todo ano to-mando alguns cuidados: realizar a inoculação à sombra e protegida do calor excessivo; se-mear logo após a inoculação; se o inoculante for turfoso, umedecer a semente com solução açucarada a 10% para melhorar a aderência (300 mL/50 kg de sementes); aplicar cobalto e molibdênio via foliar. Também há inoculante para milho e trigo, mas nesse caso, a bactéria (Azospirillum) auxilia na promoção do cresci-mento das plantas por outros mecanismos.

A Homeopatia é uma ciência que vem ao encontro da Agroecologia, proporcionando a homeostase do ser vivo. Seu uso tem crescido muito nos últimos anos, por apresentar resul-tados concretos, ser de fácil uso, de baixo cus-to, não gerar resíduos e nem contaminar o ser humano e o ambiente.

Em 1796 o médico alemão Samuel Chris-tian Frederick Hahnemann idealizou e criou a Homeopatia. Logo ao iniciar os estudos da Homeopatia médica, Hahnemann disse ao

Marcia Vargas Toledo (Emater) | [email protected] Sidnei Francisco Müller (Capa) | [email protected] • Vanice Marli Fulber (Capa) | [email protected]

Homeopatia e Agroecologia

curar seu próprio cavalo: “se as leis que pro-clamo são as da Natureza, elas serão válidas para todos os seres vivos.“ É baseada em qua-tro princípios, sendo eles a lei da semelhança, doses mínimas e infinitesimais, experimenta-ção no indivíduo sadio e medicamento único.

No Brasil, a medicina homeopática foi introduzida em 1840, e a prática terapêutica regulamentada a partir da Lei n° 10.831, atra-vés da Instrução Normativa n° 46/2011, a qual legalizou seu uso na agricultura orgânica.

percevejos atraídos e capturados. As arma-dilhas devem ser colocadas desde o início do cultivo da soja, preferencialmente nas borda-duras, penduradas em estacas ou no chão, de 50 m em 50 m.

A Homeopatia é acima de tudo uma ciência, portanto, não tem dono. Definida como libertadora, proporciona maior inde-pendência econômica e técnica do agricultor. Os medicamentos homeopáticos são prepa-

rados com doses ultradiluídas de matérias-primas a partir de animais (ou partes deles), vegetais e minerais. Quando são preparados com o agente causador do desequilíbrio, são chamados de nosódios ou bioterápicos.

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O fundamento da Homeopatia é que não há doenças, mas sim, doentes. Para Hahne-mann, a doença é uma conse quência do desequilíbrio do organismo. Assim a es-colha do tratamento é feita a partir dos sinto-mas, considerando as causas e o desenvol-vimento da doença, a forma de adoecer, as circunstâncias, bem como as características do organismo doente. Atuam na energia vi-tal do ser, estimulando o organismo e pro-movendo a autorregulação.

Na agropecuária a Homeopatia vem sen-do aplicada na prevenção e no tratamento de doenças, pragas, melhoria na qualidade de produtos, aumento de princípios ativos, tra-tamento de sementes, água, solo e equilíbrio dos ambientes. Experiências de campo na pecuária comprovam a eficiência da Homeo-patia no controle dos parasitas; tratamento e prevenção de mastites, diarreias, problemas reprodutivos, verrugas, entre outros. Seu uso simples, junto ao sal mineral, água, no alimento, via oral ou outra forma de contato, permite que todos possam utilizá-la.

Na produção vegetal, o uso da Home-opatia tem demonstrado bons resultados na prevenção e no controle de doenças e

pragas como percevejos, pulgões, ácaros, moscas brancas, cigarrinhas, lagartas, for-migas, entre outros. Usada ainda para injú-rias como transplantes, podas, granizos, es-tiagens e geadas. Também potencializa os nutrientes e a vida do solo, resultando em plantas mais sadias, mais produtivas e de melhor qualidade.

A Homeopatia é mais uma ferramenta a ser utilizada na Agroecologia, por ir de en-contro aos seus princípios. Proporciona o autoequilíbrio da energia vital do ser tratado, resultando em animais e cultivos capazes de expressar melhor o seu potencial produtivo e com maior qualidade.

Amostra de medicamento homeopático.

Húmus

O húmus é o componente orgânico, re-sultante da decomposição microbiana de resíduos de animais e plantas. Com aspecto macio e acastanhado, essa substância amor-fa traz grandes benefícios ao solo, entre eles:

• Promove a liberação gradativa de nutrien-tes, tornando a adubação mais eficaz e duradoura.

Etiene Leite Junior (Iapar) | [email protected] • Nelson R. Bueno da Silva (Emater) | [email protected] Juliano Pavlak (Itaipu Binacional) | [email protected]

Compostagem e vermicompostagem

• Melhora as propriedades físicas do solo;• Aumenta a retenção de umidade;• Age como reservatório fixo de nitrogênio,

que é fundamental para manter a fertili-dade do solo.

• Reduz a compactação de solos argilosos e melhora a agregação de solos arenosos.

Compostagem

Composto é o resultado da degradação biológica da matéria orgânica, em presença de oxigênio, sob condições controladas pelo homem. Os produtos do processo de de-composição são: gás carbónico, calor, água e a matéria orgânica “compostada”.

A compostagem é o processo biológico de decomposição e de reciclagem da maté-ria orgânica contida em restos de origem animal ou vegetal formando um composto. A compostagem propicia um destino útil para os resíduos orgânicos, evitando sua acumulação em aterros e melhorando a es-trutura dos solos. Esse processo permite dar um destino aos resíduos orgânicos agríco-las, industriais e domésticos, como restos de comidas e resíduos do jardim. Esse pro-cesso tem como resultado final um produto – o composto orgânico – que pode ser apli-cado ao solo para melhorar suas caracterís-ticas, sem ocasionar riscos ao ambiente.

Vermicompostagem

Vermicompostagem é o processo de pro-dução de húmus ou vermicomposto utilizan-do minhocas.

O resíduo orgânico que serve como ali-mento para minhocas, ao passar por seu trato digestivo, sofre transformações que favorecem a formação de matéria orgânica estabilizada, ou seja, de adubo orgânico co-nhecido como “húmus de minhoca” ou “ver-micomposto”.

As espécies mais adaptadas à vermicom-postagem são as Vermelhas-da-Califórnia (Eisenia foetida e Eisenia andrei) e a Noturna

Africana (Eudrilus eugeniae), por alimenta-rem-se de resíduos orgânicos semicrus, terem alta capacidade de proliferação e crescimento muito rápido têm sido as mais utilizadas.

As minhocas digerem os resíduos que são excretados sob a forma de húmus ou vermicomposto, que é um rico fertilizante, inodoro, contendo micronutrientes (ferro, zin-co, cloro, boro, molibdênio, cobre) e macronu-trientes (nitrogênio, fósforo, potássio).

Ambos os produtos são condicionadores de solo, ajudam a fauna, servindo de alimen-to a mesma, formando e ativando a vida do solo, o que o torna mais poroso e agregado, facilitando o enraizamento das plantas, a não entrada de doenças e a melhor absorção dos nutrientes pelas plantas. O agricultor pode melhorar o solo de sua propriedade, dei-xando-o sem as camadas compactadas e de impedimento, utilizando os condicionadores de solo e usufruindo da ação benéfica dos microorganismos.

Existem também outros condicionadores como o Bokashi, a turfa e, folhas e galhos de árvores que a própria natureza nos fornece gratuitamente.

Mais informações:

• Circular Técnica 29: Vermicompostagemwww.cnpab.embrapa.br/system/files/cit029.pdf

• Folder: Vermicompostagem: Uma alternativa viável e sustentávelwww.cpact.embrapa.br/publicacoes/down-load/folder/minhocultura.pdf

• Circular Técnica 59: Compostagem de Resí-duos para Produção de Adubo Orgânico na Pe-quena Propriedadewww.cpatc.embrapa.br/publicacoes_2010/ct_59.pdf

R E A L I Z A Ç Ã O