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Santa Casa patrocina bolsas de estudo na Secundária de Palmela INICIATIVA 〉 A missão social da Misericórdia segundo Alberto Trovão do Rosário ENTREVISTA 〉 Pág. 6 Pág. 9 483 ANOS DE DEDICAçãO EM NOME DA VIDA Directora e animadora do Lar de São Pedro falam do dia a dia com os utentes REPORTAGEM 〉 Págs. 10 e 14 Nº 0 Jul. | Ago. | Set. 2012 SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DE PALMELA

Viver + N.º0

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Revista Santa Casa Misercicórdia de Palmela

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Santa Casa patrocina bolsas de estudo na Secundária de Palmela

INICIATIVA 〉

A missão social da Misericórdia segundo Alberto Trovão do Rosário

ENTREVISTA 〉

Pág. 6Pág. 9

483 ANoS dE dEdICAçãoEm NomE dA VIdA

Directora e animadora do Lar de São Pedro falam do dia a dia com os utentes

REPoRTAGEm 〉

Págs. 10 e 14

Nº 0 Jul. | Ago. | Set. 2012SANTA CASA dA mISERICÓRdIA dE PALMELA

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stamos a iniciar o terceiro mandato nos Órgãos Sociais da Santa Casa da Misericórdia de

Palmela, após termos encetado o nosso caminho em 2006 com o firme propósito de abrirmos a Misericórdia à Comunidade e promovermos o melhor relacionamento com todas as Instituições com as quais a Misericórdia partilha um natural e profícuo relacionamento institucional.

Neste percurso de missão social, o nosso trabalho, esforço e dedicação são sinónimos de concretização de projectos que visam, sempre, proporcionar as melhores condições aos nossos utentes e funcionários.

Foi com base nesta nossa preocupação natural e constante que conseguimos, ao longo deste caminho, concretizar significativos melhoramentos nas instalações das valências que temos ao dispor da Comunidade, permitindo, com isso, um reconhecido acréscimo na qualidade dos serviços prestados.

È desta forma que encaramos a missão social da Santa Casa da Misericórdia de Palmela, uma Casa aberta e disponível a toda a População do nosso Concelho.

Mas, a nossa missão não se esgota a cada projecto concretizado. Queremos melhorar continuamente, reafirmando todos os dias a Santa Casa da Misericórdia de Palmela como uma instituição de referência no apoio social.

Por isso, hoje damos corpo a uma nova iniciativa no âmbito da comunicação que, estamos certos, será do agrado dos nossos irmãos e amigos.

Com o lançamento da Revista Viver + reassumimos a condição de dinamismo social. Este será um espaço de divulgação das nossas actividades, apoios e parcerias com as mais diversas Entidades.

A Revista Viver + é o nosso veículo efectivo de comunicação solidária para que a População do Concelho de Palmela possa conhecer melhor a sua Misericórdia e o que a nossa instituição representa.

Uma mais-valia para a comUnicação solidária em nome da comUnidade e da missão social

FRANCISCO CARDOSOPROVEDOR

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2 Jul. | Ago. | Set. 2012

EDITORIAL 〉

Propriedade e Editor santa casa da misericórdia de palmela, Av. Rainha D. Leonor, AP 69, 2950-208 Palmela, Tels. 212 352 450 / 212 330 995, Fax. 212 330 995, E-mail [email protected] Francisco cardoso I Edição e Redacção corrente media, lda., edições e publicações, Sesimbra, Tel. 212 234 100, E-mail [email protected] I Design e Paginação Jorge FerreiraFotografia andré roque (www.andre-roque.com) e santa casa da misericórdia de palmela I Periodicidade Trimestral I Tiragem 1000 ex. I Impressão Grafitime, Impressão e Artes GráficasDistribuição santa casa da misericórdia de palmela I Nota Isenta de Registo na ERC ao abrigo do Dec. Regulamentar 8/99 de 9/06 - Art.º 12, N.º 1 A

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«Grande e maGnífica instituição»

«um trabalho que está a fazer bem»

m nome da comunidade agradeço todo o tra-balho e todo o empenho que pequenos e gran-

des, em prol desta grande e magnífica instituição, prestam a todos aqueles que batem a esta porta. A todos que são esta família de experiência assumida que são os nossos irmãos. Os mais experimentados pela vida e provados pela vida que tem tanto para nos ensinar... Precisamos perceber que a grande es-cola começa e acontece aqui. Põe esta altura, a paróquia e Santa Casa de Palmela estão a desenvolver esforços no sentido de concre-tizar um protocolo que proporcionará às crianças e jovens da catequese e aos nossos irmãos utentes da Santa Casa uma interacção social de grande valia. Sobretudo, pela experiência tão rica que eles têm e que não deve ficar perdida. Creio que todos ficarão a ganhar.Bem hajam a todos e parabéns a Santa Casa e a to-dos aqueles que prestam aqui, onde o coração, dita as regras o excelente trabalho efectuado.

Santa Casa de Palmela merece todo o reconhe-cimento pelo trabalho que ao longo de todos

os seus anos de vida tem desenvolvido em nome da comunidade. Por isso, em primeiro lugar, muitos parabéns a todos quantos têm tornado este esforço possível. A generalidade das misericórdias estão perto de ce-lebrar os 500 anos e esse facto é sinónimo da impor-tância destas instituições.Esta ligação fraterna e este conhecimento que va-mos tendo um dos outros é significativo e produtivo em nome de uma trabalho que só pode ser feito em conjunto que é necessário e inevitável fazer, porque ninguém faz ou sabe tudo sozinho. Só podemos ser generosos e ir ao encontro das necessidades se esti-vermos unidos em favor da comunidade de forma a servir o próximo.Nesta data assinalável, a Santa Casa de Palmela vol-ta a merecer o vasto reconhecimento por um traba-lho que está a fazer bem. E, a provar isso mesmo, é a presença de tantas figuras ligadas ao concelho que não deixaram de se associar a esta celebração. Perso-nalidades que, de viva voz, não hesitam em assumir a solidariedade institucional e elogiar a Santa Casa.Em nome das misericórdias do distrito de Setúbal, renovo as felicitações e votos de um renovado traba-lho de sucessos.

Padre José MariaPároco de Palmela

Joaquim BarbosaProvedor da SCM Almada e secretário do Secretariado Regional de Setúbal da União das Misericórdias Portuguesas

483.º aniversário da santa casa celebrado sob o siGno da responsabilidade social

erca de uma centena de con-vidados celebraram, no dia

10 de Março, em clima de grande entusiasmo os 483 anos de vida da Santa Casa da Misericórdia de Palmela. Momento solene de renovado re-conhecimento público pelo papel social de importância acrescida que a instituição continua a desempe-nhar no seio do concelho palme-lense e igualmente marcado pela iniciativa inédita da Santa Casa que formalizou um protocolo com a Escola Secundária de Palmela que visa atribuir três bolsas de estudo, devidamente designadas “Álvaro Carvalho Cardoso” – nome do ca-rismático Provedor da Misericórdia que exerceu funções entre 1956 e 1974 -, para premiar alunos de mé-rito com dificuldades económicas (ver pág. 6).A cerimónia de assinatura do pro-tocolo, formalizado pelo Provedor Francisco Cardoso e pela Directora da Escola, Deolinda Ferreira, foi re-alizada na sala da biblioteca do Lar de São Pedro e marcou o arranque solene da tarde festiva, desde logo com uma relevante evocação de Ál-varo Cardoso. «Homem de causas, sempre disponível para defender nobres princípios e uma figura que nos orgulha», destacou o Provedor da Santa Casa, Francisco Cardoso, justificando da melhor forma a atri-buição do nome do seu antecessor às prestimosas bolsas de estudo.Com um vinco especial, o professor António Correia, numa evocação sentida e esclarecida recordou Ál-varo Cardoso como «um homem ao serviço de todos». «Criou uma imagem com que todos gostamos de lidar. Foi uma referência e um exemplo a seguir...» Elogios presen-ciados com emoção pela esposa, duas filhas e netos do malogrado bem feitor palmelense.Envoltos num espírito de entusias-ta confraternização, os convidados brindaram à oficialização da bene-

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Dia festivo começou na biblioteca

Santa Casa e Escola formalizaram protocolo

António Correia evocou Álvaro Cardoso

Provedores de misericórdias irmãs aproveitaram...

... momento para reforçar laços de união Doces 483 anos de vida

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4 Jul. | Ago. | Set. 2012

efeméride 〉

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«Forças para continuar um bom trabalho»

«uma instituição sempre presente»

estaco com particular relevância, e agradeço à misericór-dia a iniciativa e a nomeação da bolsa de estudo com o

nome de Álvaro Cardoso, personalidade incontornável da vida da nossa misericórdia e de Palmela. Recordo que, nos tempos da ditadura, o escritor Fernando Na-mora, num dos seus livros, escreveu que a Suiça era um bem dito país que tratava bem os seus velhos, no sentido carinhoso da palavra. Hoje em dia, não sei como vai o resto do país, admi-to que partilhem desse honroso cuidado, mas tenho a certeza que Palmela trata bem os seus idosos e, portanto, a nossa San-ta Casa da Misericórdia é um excelente exemplo disso. Felicito, sinceramente, os dirigentes actuais e os que passaram pela misericórdia, e desejo do fundo do coração que tenham forças para continuar este bom trabalho, ao mesmo tempo que desejo votos de sinceros parabéns a esta instituição de referência.

com muito gosto que a autarquia de Palmela se associa a esta comemoração de mais um aniversário da nossa San-

ta Casa como também à justa homenagem que aqui fizeram ao distinto cidadão da nossa terra que foi Álvaro Cardoso. Penso que uns mais de perto, outros nem tanto, uns com mais ou menos tempo, mas todos tivemos oportunidade de conhe-cer esta figura incontornável e extraordinária que marcou a historia da nossa terra e continuará a marcar através do proto-colo que a Santa Casa celebrou com a escola secundária que vai marcar a vida de crianças e jovens. Por isso, o meu reconhecimento e agradecimento por esta ini-ciativa, que é de facto louvável.Uma segunda palavra para os profissionais desta casa. Um grande bem-haja pelo vosso trabalho. É com este conjunto de profissionais que assumem grande dedicação, carinho, esforço e trabalho, muitas vezes voluntarioso, que esta grande institui-ção vai para a frente e cumpre a sua missão histórica e que vai continuar ser muito importante no futuro.Quero dizer aos dirigentes que é igualmente um acto de cora-gem trabalhar de forma voluntária, com espírito associativo, amigo e de irmão. No caso de Palmela, a misericórdia é importante, não só por ser uma instituição antiga, mas porque é um a instituição sem-pre presente e que continua a fazer parte de todos os momen-tos importantes que esta terra vive. A Santa Casa continua ser um parceiro de todos os dias.Parabéns à misericórdia. Que continuem a vossa missão, que continuem a solidariedade junto dos que mais precisam, e que continuemos a ser esta força que ajuda a construir as nossas sociedades tornando as mais dignas, sob o ponto de vista hu-mano, com mais qualidade e contribuindo para um envelheci-mento, se possível, com mais qualidade para os nossos idosos.Bem hajam pelo vosso trabalho.

Vítor BorregoPresidente da Assembleia Municipal de Palmela

Ana Teresa VicentePresidente da Câmara Municipal de Palmela

483.º aniversário da santa casa celebrado sob o signo da responsabilidade social

mérita iniciativa da instituição com um moscatel de boas-vindas, an-tes de seguirem para o tradicional almoço-convívio na grande sala de refeições do Lar de São Pedro, que presenteou os convidados com um repasto confeccionado pela cozinha do lar, pela mão das dedicadas cozi-nheiras da instituição.

Misericórdias irMãsna festa de PalMelaA Santa Casa de Palmela é uma re-ferência na região e não só... Em dia de aniversário, e a comprovar as ex-celentes relações institucionais não faltaram à celebração festiva distin-tos representantes da paróquia lo-cal, Cáritas e de nove misericórdias – Setúbal, Seixal, Almada, Sines, Santiago do Cacém, Alhos Vedros, Borba, Vimieiro e Vila Nova da Bar-quinha. Num dia tão significativo de home-nagem festiva ao reconhecimento pela obra social da Santa Casa de Palmela, estiveram igualmente re-presentados a Câmara Municipal, Assembleia Municipal e Junta de Freguesia de Palmela, instituições e empresas locais e regionais e mui-tos amigos e parceiros da miser-cicórdia, que diariamente contri-buem para renovar a nossa missão social. De viva voz, todos elogiaram o trabalho de eleição que continua a ser desenvolvido pela instituição e desejaram os melhores sucessos à Santa Casa, perante uma plateia que concentrou igualmente os ele-mentos dos órgãos sociais da mise-ricórdia palmelense.A uma visita guiada às instalações do Lar de São Pedro, na presença dos utentes e funcionários que deram mais brilho a uma tarde de agradável convívio, seguiu-se o tra-dicional momento do apagar das velas do bolo de aniversário, num momento de particular entusias-mo familiar.Parabéns Santa Casa!

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A nossa utente Bélgica Santos apagou as velas do bolo

Almoço-convívio reuniu uma centena

O empresário Celestino Rei recebeu a nossa distinção

O empresário Manuel Garcia foi igualmente reconhecido

Susana Círiaco representou a JF Palmela

Em dia de aniversário...

... a Misericórdia recebeu lembranças

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santa casa incentiva progressão escolar com atribuição de bolsas de estudo

cerimónia das comemorações dos 483 anos de vida da Santa Casa da Misericór-

dia de Palmela ficou marcada pela assinatura formal de um protocolo de cooperação inédito celebrado entre a nossa instituição e a Escola Secundária de Palmela que vai permitir a três alunos daquele estabelecimento de ensino au-ferirem de bolsas de estudo. As “Bolsas de Estudo Álvaro Carvalho Cardoso”, assim denominadas, numa justa homenagem ao antigo provedor da Santa Casa de Palmela, vão ser suportadas pela misericórdia traduzin-do um apoio total de 2000 euros.«Com este gesto pretendemos ajudar as famí-lias com menos recursos de forma a possibilitar aos seus filhos a plena actividade escolar», des-tacou o Provedor Francisco Cardoso, na altura da assinatura do documento. «Álvaro Carvalho Cardoso foi um grande obreiro desta casa e este gesto e a sua associação a esta iniciativa é uma homenagem e um reconhecimento natural em nome da personalidade marcante que represen-tou no seio da nossa comunidade», vincou.Em representação da Escola Secundária de Palmela, a professora Deolinda Ferreira, Direc-tora da escola, não hesitou em assumir que «as bolsas de estudo revestem-se de uma enorme importância». «A escola fica muito reconhecida à Santa Casa da Misericórdia de Palmela e, em nome dos alunos e das suas famílias, bem como em nome de todos os que contribuem para o êxito dos nossos jovens, manifestamos a ex-pressão da nossa gratidão», enalteceu.A responsável pelo estabelecimento de ensino palmelense, que conta com mais de um milhar de alunos e uma centena de professores, reco-nheceu que «esta é uma oportunidade acresci-da para que os jovens mais carenciados possam seguir o normal percurso no ensino secundário e encararem a entrada na vida académica com uma renovada motivação».Deolinda Ferreira, há três anos a exercer o car-go de directora da escola, lembra que «as bolsas vão premiar o mérito» e serão atribuídas em função dos bons resultados «dos alunos que estejam numa situação familiar de dificuldades efectivas».

Personalidade ímparAs bolsas atribuídas homenageiam o ilustre ci-dadão Álvaro Carvalho Cardoso, um homem a quem Palmela muito deve. Álvaro Carvalho Cardoso nasceu em 1926 vin-do a falecer em 2011, com 84 anos de idade. Com uma vida muita preenchida e sempre dis-posto a ajudar os outros, dedicou-se a múlti-plas actividades: dirigiu a empresa de camiona-gem e de passageiros Palmelense, dedicou-se à plantação de vinha no concelho e ergueu ade-gas. Foi presidente da Câmara Municipal de Palmela, Provedor da Santa Casa da Misericór-dia até 1974, interrompido devido à revolução do 25 de Abril, e fundador da agremiação que levou à realização das Festas das Vindimas. Foi ainda presidente do Palmelense Futebol Clube.É a Álvaro Carvalho Cardoso que se deve a existência da Escola Secundária de Palmela no espaço onde se encontra ainda hoje, porque foi ele que doou o terreno para a sua construção.

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Deolinda Ferreira e Francisco Cardoso formalizaram a instituição das bolsas de estudo

«Os livros escolares representam uma despesa cada vez mais difícil de suportar, bem como os materiais escolares inerentes ao normal percur-so escolar», aponta a directora, reforçando a im-portância da iniciativa da Santa Casa.Nesta altura, a escola está em fase de conclusão das avaliações, pelo que, de acordo com a direc-tora, no final de Julho já deverão ser conhecidos os três alunos contemplados com as respectivas bolsas de estudo numa cerimónia agendada para o arranque do novo ano lectivo, a realizar nas instalações da escola.

InvestImento relevanteAs “Bolsas Álvaro Carvalho Cardoso” consistem na atribuição anual de 1.500 euros ao melhor aluno do 12.º ano de escolaridade que pretenda seguir o ensino universitário e 250 euros a dois

as bolsas de estudo revestem ‑se de umaenormeimportância

Deolinda Ferreira

alunos do ensino secundário, acompanhando o seu percurso ao longo de três anos.A este contributo financeiro, o protocolo prevê ainda que a Santa Casa preste apoio técnico-administrativo em serviço social a alunos e famílias, bem como a intervenção e auxílio em termos de alimentação ou outras valências, sempre que a escola o solicite.

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protocolo 〉

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Ele era Provedor da Misericórdia e, no edifício velho havia um asilo para velhos; assim mesmo. O Álvaro promoveu a construção de um Lar para Idosos. A ele de-dicou o seu empenho e carinho, desde o fornecimento não conta-bilizado de materiais e transportes para a obra, trabalho de empre-gados da Casa Humberto Cardo-so, até ao estudo de pormenores de acabamentos e equipamento. Um dia, era eu pároco, disse-me: “António, não queres ir ver o Lar dos Idosos que estamos a construir? Fomos. “Olha, aqui são quartos de

casal, para não separarmos os ve-lhotes um do outro... As casas de banho (com equipamentos que na altura ainda não se viam) têm estes apoios todos e seguranças para marido e mulher se ajudarem um ao outro a tomar banho... A sala de es-tar, ampla, com janelões grandes a darem para a paisagem, uma gran-de lareira, cadeirões dos móveis Olaio, nessa altura o mais chique do país... Olha, António, já mostrei isto a amigos meus que me disseram: – Tu pões estes móveis aqui para os velhos?!!! – Eu só lhes respondi: Tu tens e gostas? Eu também tenho na minha casa e gosto. E os idosos da mi-nha terra também têm direito a ter e vão gostar.”Noutro dia estava eu na Direcção da Escola Secundária, telefona-me o Álvaro, que precisava de falar co-migo. Prontificou-se a ir à Escola, apareceu acompanhado do “seu” pedreiro, Manuel Joaquim Calei-ra, e expôs o assunto: “A Câmara Municipal pediu à Casa mais terreno para aumentar a Escola. Eu cedi mais X metros quadrados. Os topógrafos da Câmara vieram fazer as marca-ções mas elas não estão bem. Mandei

propósito da criação de Bolsas de Estudos – Álvaro

Cardoso, por iniciativa da Santa Casa da Misericórdia de Palmela, foi-me pedido que falasse do meu amigo. Há tanto para dizer em poucas linhas.Era um homem bom... duma gene-rosidade imensa... sempre pronto a alinhar com causas justas... pessoa de muitos bens sem se deixar possuir pela riqueza... administrador respon-sável e competente de bens que não eram apenas seus... um mãos largas sem o andar a apregoar... amigo da sua terra e da sua gente... sempre pronto a ajudar as suas colectividades e associações... Provedor inesquecível que traçou rumos novos de humani-dade à Misericórdia... mais do que patrão, um amigo de quem traba-lhava na Casa Humberto Cardoso... homem que nunca se envolveu em intrigas... que semeava a paz à sua volta…duma rectidão a toda a pro-va... duma seriedade total nos negó-cios... avesso a qualquer trafulhice... pessoa de não se pôr em bicos de pés, de não usar os outros como escadote nem se prestando a ser escadote de ninguém... cristão de fé esclarecida e de viver coerente com ela, empe-nhado na comunidade que ajudava a ser viva, com uma dignidade que não permitia qualquer confusão com beatice, e a quem Palmela deve tanto pelo que fez pelo restauro da igreja de S.Pedro... amigo duma fidelidade total aos seus amigos... filho, marido, pai e avô, para quem a devoção pelo pai, o amor e o carinho familiar e o respeito pelos passos de cada um na sua realização, eram o alicerce seguro e discreto da sua maneira de estar na vida...Aqui vão algumas imagens dum filme que, se lhes fôssemos jun-tar as que cada pessoa de Palmela guarda, seria muito longo:

Álvaro Cardoso, quem é ele?[Testemunho de um amigo]

antónio CorreiaProfessor

cá o meu pedreiro, aqui o sr. Manel, em quem tenho toda a confiança; ele fez as medições e eu tenho de dar mais três carreiras de vinha. Foi isso que ficou combinado. Anda lá abaixo, para veres por onde deve ser feita a vedação.” Um dia este amigo do Álvaro foi preso. Nunca ele o repreendeu nem censurou nem se afastou, mesmo sabendo que o amigo era persona non grata e que em sua casa dormia às vezes o Zeca Afon-so, por medo que o fossem buscar de noite. Misturou-se com toda a gente e encabeçou uma lista de oitocentas pessoas que subscre-veram uma petição para a liber-tação do amigo. Empenhou a sua palavra, o seu nome, seu dinheiro (para a caução) e a sua segurança, e foi no seu carro, com a esposa, buscar o amigo à prisão. Na Torre do Tombo encontra-se documento com data de 3/3/1974, uma semana após ter ido buscar esse amigo, que diz: “o Álvaro Cardoso... é o nacional Álvaro Carvalho Cardoso, que foi Presiden-te da Câmara Municipal de Palmela e... ainda Provedor da Santa Casa da Misericórdia local, mas que, apesar da sua grande fortuna e dos lugares que tem desempenhado, nunca foi nacionalista sincero, demonstrando agora o seu verdadeiro íntimo.”O Álvaro Cardoso, tão verdadeiro, tão sincero, tão amigo da sua pá-tria e da sua terra! Tudo isto por causa de ser fiel na amizade! Nos tempos agitados que se seguiram, nunca usou destes créditos a pedir dividendos. Ele era assim. É bom que Santa Casa da Miseri-córdia de Palmela e Escola Secun-dária liguem o seu nome à forma-ção de novos cidadãos.

António Correia recordou momentos marcantes da vida do antigo Provedor

Álvaro Carvalho Cardoso

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Família elogia homenagemA esposa, Maria da Graça Cardoso, acompanhada das filhas, Maria Leonor e Maria Filomena, netos e outros familiares de Álvaro Cardoso enalteceram a iniciativa dos responsáveis da Santa Casa, em dar o nome do antigo provedor às bolsas de estudo patrocinadas pela misericórdia. «Sentimos que foi um acto de justiça». «Agradecemos a homenagem e o enor-me reconhecimento que é feito a uma pessoa que tivemos o privilégio de ter na nossa família, que deu muito aos outros sem pedir nada em troca», desta-cou Maria Leonor Cardoso, num sentimento partilhado pela restante família. D. Maria da Graça e a filha Maria Filomena Maria Leonor Cardoso com o filho e o neto

72012 Jul. | Ago. | Set.

〈 EVOCAÇÃO

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O Lar de São Pedro, inaugura-do em 1973, conta actualmente com um total de 52 profissionais integrados no quadro de pessoal da Santa Casa que trabalham dia-riamente com dedicação e empenho nas diversas áreas de intervenção. A saber: Directora técnica (1); director delegado (1); médico (1); administrativos (3); animadora (1); encarregada (1); ajudantes de lar (15); auxiliares (13); cozinha (9); lavandaria (3); motoristas (2) e manutenção (2). Além desta vasta equipa permanente, a instituição ainda envolve mais oito profissionais que prestam serviço regularmente: psiquiatra (1); psicólogo (1); enfermeiros (5); cabeleireira (1).Inaugurado em 2003, o Centro de Dia de Aires é um local de grande importância para a respon-sabilidade social que a Santa Casa de Palmela não hesita em assumir. Semana após semana, prontos a acolher os utentes desta valência estão dois funcionários efectivos: uma ajudante de lar e uma auxiliar.No que respeita ao Centro de Medicina Física e de Reabilitação, com portas abertas desde 1994, a equipa de profissionais apresenta cinco fisioterapeutas permanentes e dois fisiatras, dois aju-dantes, dois administrativos e dois auxiliares. Uma equipa de dedicados técnicos que, diariamente, contribuiu decisivamente para a recuperação física dos utentes.

O Lar de São Pedro é a infra-estrutura de referência da Santa Casa da Misericórdia de Palmela. Um edifício de excelência que con-tinua a merecer sucessivos melho-ramentos de requalificação, nas mais diversas áreas, no sentido de continuar a proporcionar aos seus utentes, funcionários e a quem nos honra com a sua visita as melhores condições possíveis de acomodação, trabalho e bem-estar.No universo de valências da insti-

tuição, a Misericórdia de Palmela tem igualmente ao serviço dos utentes o Centro de Dia de Aires e o Centro de Medicina Física e de Reabilitação. Os números falam por nós…

No Lar de São Pedro as amplas áreas de funcionamento dos serviços, de lazer e de culto são uma mais-valia do edifício. Cozinha, sala de refeições, biblioteca, capela, salas de convívio (interior e exterior), centro médico, barbearia, área de serviços admi-nistrativos e direcção e parque de estaciona-mento, representam uma dezena de espaços devidamente funcionais e apetrechados.

São mais de duas centenas os utentes que fazem parte da grande família da Misericórdia de Palmela.No Lar de São Pedro, a Santa Casa acolhe 84 pesso-as. Entre as 56 mulheres e os 28 homens residentes, refira-se que o mais novo tem 41 anos e a mais idosa, já festejou a fasquia do centenário.O Centro de Dia recebe semanalmente 20 utentes. Quinze mulheres e cinco homens, com idades compre-endidas entre os 56 e os 90.Na reabilitação física o Centro de Medicina da insti-tuição palmelense assume-se como uma valência de importância acrescida para a população neste universo da Santa Casa. Por semana, o centro possibilita o tra-tamento e recuperação a uma média de 150 utentes, o que diz bem da sua capacidade de intervenção.

O conforto dos utentes no Lar de São Pedro é uma preocupação natural, constante e fundamental para os responsáveis da Santa Casa. Nesse sentido, a acomodação de excelência de quem vive no seio da família da Misericórdia de Palmela é uma realidade que não permite quaisquer reservas de interrogações.As 89 camas que servem os utentes da Santa Casa estão distribuídas por 32 quartos – onze de quatro ca-mas, um de três, dezoito de duas e dois de uma – sendo que as duas enfermarias têm duas camas cada.

utentes

funcionários

apoios

Valências de eleição

camas

8 Jul. | Ago. | Set. 2012

UNIVERSO SCMP 〉

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ASSEMBLEIA GERAL Presidente: Prof. Dr. Alberto Manuel Trovão do Rosário; 1º Secretário: José Rodrigues Ferreira; 2º Se-cretário: Ulisses Caetano Oliveira Machado; 1º Suplente: José Manuel da Silva Machado; 2º Suplente: Filipe Oliveira Maçarico Cardoso; 3º Suplente: Carlos Manuel Ascenso Simões Costa.

CONSELHO FISCAL Presidente: Fernando Manuel Ferreira Martins; Secretário: Sérgio Coelho Pavão; Relator: Fernando Camolas Rodrigues; 1º Suplente: Laurentino Verdi Oliveira Cor-deiro; 2º Suplente: Lúcio da Costa Calha; 3º Suplente: Jaime Fernando Batalha Coelho.

MESA ADMINISTRATIVA Provedor: Francisco Manuel Gon-çalves Cardoso; Vice-Provedor: José Silvestre Fernandes; Se-cretário: António Carlos Gonçalves da Silva Nunes; Tesoureira: Maria Filomena Teixeira Gomes Cardoso; Primeiro Vogal: Gui-lherme Manuel Batista Monteiro; Segundo Vogal: Carlos Dinis Caetano Ferreira; Terceiro Vogal: Irene Maria Lopes Trindade Si-mões; 1º Suplente: Artur José Marques; 2º Suplente: Celestino Rodrigues Rei; 3º Suplente: Adérito Carvalho Gonçalves.

Corpos soCiais para o triénio 2012/2014

«Hoje não se entende tão bem o benevolato e o voluntarismo»

[ALBeRTO TROVãO DO ROSáRIO – PReSIDeNTe DA ASSeMBLeIA GeRAL DA SANTA CASA DA MISeRICóRDIA De PALMeLA]

A sAntA CAsA de PAlmelA está semPre AbertA A iniCiAtivAs que visem A ColAborAção PessoAl e instituCionAl que vão no sentido de AjudAr As PessoAs

á mais de uma dezena de anos ligado à obra social da

Santa Casa da Misericórdia de Pal-mela, com as funções de Presiden-te da Assembleia Geral da nossa instituição, o Dr.º Alberto Trovão do Rosário, encara com apreensão o momento actual.em discurso directo, o líder da AG da Misericórdia de Palmela, con-fessa que a instituição continua a desenvolver um grande esforço em prol das pessoas e desafia a comunidade local a assumir um papel mais relevante no volunta-rismo.

Viver + - Como olha para a reali-dade da Misericórdia de Palme-la nos dias que correm?Alberto Trovão do Rosário - De uma forma muito positiva. To-

davia, não deixo de assumir uma certa apreensão que é comum a todas as instituições de solidarie-dade social que dinamizam o seu trabalho num meio envolvente que enfrenta muitas dificuldades sócio-económicas.Contudo, a Santa Casa de Palmela, dentro do que está ao nosso alcan-ce, está a desenvolver um esforço significativo e fiel à nossa missão.

No momento actual, o papel de uma misericórdia assume, por-tanto, ainda mais relevância na responsabilidade social...Sim. Além do dever de dar uma resposta às dificuldades que a ins-tituição assumiu na sua génese, a instituição deve estar sempre com a porta aberta para fazer face a eventualidades. Nesta altura, e perante tamanhas solicitações, as exigências aumen-tam e o trabalho no sentido de desenvolver esta dinâmica de im-portante apoio social carecem, à mesma medida, de um contributo acrescido que as instituições de-sejam atender, mas infelizmente nem sempre com a devida pro-porção, apesar de continuarmos a fazer todos os possíveis para mini-mizar as dificuldades das pessoas.

Como avalia a importância insti-tucional da Misericórdia de Pal-mela no seio do concelho?Não tão grande como deveria ser.

Hoje não se entende tão bem o be-nevolato e o voluntarismo como em determinados momentos da nossa história. estamos num con-celho muito grande e a resposta social deveria ser mais efectiva.Há muitos que reconhecem a missão da misericórdia, mas esta incumbência podia e devia ser par-tilhada por muitas mais pessoas.A Santa Casa de Palmela está sem-pre aberta a iniciativas que visem a colaboração pessoal e institucional que vão no sentido de ajudar as pessoas. Acções que entendemos serem fundamentais e que são cada vez mais um dever da comu-nidade.

Como caracteriza a equipa dos órgãos sociais da Misericórdia de Palmela?Positiva, dedicada e solidária. Tra-balham com um sentido extraor-

dinário de voluntarismo e isso é, talvez, o maior reconhecimento que se deve apontar. As muitas horas que dão da sua vida parti-cular em nome desta missão social são disso um bom exemplo.

Que desafios mais prementes gostaria de ver tornados reali-dade ainda neste mandado?Não é fácil ultrapassar o estado de coisas que vivemos, pelo que os desafios são diários e todos eles prementes. Temos de encarar as dificuldades com a mesma força e empenho como temos vindo a fazer até aqui.Não é possível fazer muito mais. É possível sonhar e tomar atitudes no sentido de melhorar a condição de vida das pessoas como continu-amos a fazer, mas atendendo ao actual cenário é complicado fazer melhor.

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〈 ENTREVISTA

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«Trabalhar aqui dá-nos uma experiência de vida exTraordinária»

á 11 anos, o Lar de São Pedro abriu-lhe as portas do estágio profissional. Hoje

Cláudia Costa é a Directora de uma casa que a fez crescer pessoal e intelectualmente e onde se sente motivada a enfrentar os desafios do dia a dia e a promover novos projectos. «Nunca me tinha passado pela cabeça trabalhar com idosos», começa por confessar a respon-sável máxima da vasta equipa operacional da instituição.Com o curso de Assistente Social, a etapa pro-fissional da Drª Cláudia Costa começou desde logo com a aceitação do repto da provedoria da altura em apresentar um renovado projecto para o lar. «Na altura o lar acolhia 110 utentes. Entre outras funcionalidades propostas, o meu plano visava diminuir o número de camas nos quatros. O projecto ganhou a simpatia dos res-ponsáveis e tornou-se uma realidade. No final, senti que ficaram agradados com o meu traba-lho, foi-me proposto assumir estas funções e cá estou há 11 anos», lembra a Directora que esteve igualmente associada à inauguração do Centro de Dia de Aires.Com mais de uma década ao serviço da Santa Casa de Palmela, Cláudia Costa confessa que trabalhar no lar «dá-nos uma experiência de vida extraordinária». «É um enriquecimento contínuo e chegamos ao fim do dia com mais alguma coisa aprendida».Todavia, há um factor que a entristece de quan-do em vez. «Os óbitos são a parte negativa. No início ia para casa a chorar. Mas, consegui criar uma barreira sentimental protectora. Traba-lhar com idosos mexe muito com os nossos sentimentos, mas o tempo encarrega-se de nos ensinar a resguardar perante estas situações».Mas a vida é o que importa acarinhar e Cláudia Costa lembra a importância que os familiares dos utentes têm nesta etapa da existência. «Promovemos um constante equilíbrio e sinto-nia com os familiares dos utentes em nome de um melhor bem-estar. Sinto esse dever e essa obrigação e neste campo temos, todos, conse-guido encontrar as soluções adequadas».

Um dia no larÉ com uma expressão de contentamento que Cláudia Costa conta como é um dia passado no Lar de São Pedro, onde entra diariamente pouco antes das 9h30. «Por exemplo, numa se-gunda-feira, talvez um dos dias mais agitados, a manhã é normalmente ocupada a inteirar-me e resolver assuntos que entretanto surgiram no fim-de-semana, numa comunicação constan-te com a nossa equipa. A tarde é dedicada aos atendimentos aos familiares». Um dia cheio de

Misericórdiasmais procuradasNo Lar de São Pedro a maioria dos utentes são oriundos do concelho de Palmela, mas a Directora lembra que de há uns anos a esta parte começaram a chegar idosos de outros concelhos da região e de Lisboa. «As pessoas recorrerem cada vez mais às misericórdias porque apresentam custos inferiores e todas condições para dar resposta ao acolhimento de idosos». Mas esta é, cada vez mais, uma missão complicada. «Não ficamos alheios às dificuldades das pessoas que aumentam diariamente. Facto que nos obriga a desenvolver um grande es-forço em nome da responsabilidade social, muitas vezes num claro papel de substituir a Segurança Social, mas não conseguimos dar tudo», alerta a responsável do lar.

Cozinha renovada e novos serviços na forjaOs projectos de melhoramento do lar e de novas valências estão sempre a surgir. A Directora revelou que a renovação da cozi-nha do lar, no sentido de promover maior funcionalidade, é uma forte possibilidade a breve prazo.Mas a grande novidade passa pela criação de serviços domiciliários no âmbito da ali-mentação e cuidados de saúde. «Levar a comida a casa e criar um serviço de enfer-magem no domicílio são dois desafios que ambicionamos tornar realidade. São apoios fundamentais na nossa área de intervenção e que desejamos ver concretizados», garan-te a Directora, que não hesita em assumir o papel e a obrigação de tentar contribuir da melhor forma possível até ao último dia da vida de quem mais precisa de ajuda.

interacção, afinal o mais importante e motiva-dor para a Directora do lar, que garante sentir-se «muito feliz» por um trabalho que um dia a surpreendeu e que a tem motivado a melhorar.Instada a apresentar as qualidades do lar que dirige, Cláudia Costa não hesita: «Pela minha experiência e comparação não há como este. Parece vaidade mas é um facto».E os argumentos não refreiam... «A alimen-tação, as boas áreas, quartos, salas... Aqui há espaço, há claridade, tudo é luz e tenho esse feedback das pessoas que nos visitam, que não deixam igualmente de elogiar os cuidados de limpeza. Tudo isto é uma realidade só possível com um serviço de qualidade e dedicação dos nossos profissionais que são uma mais-valia fundamental».Um desfiar de qualidades comprovadas que são reconhecidas pelos elementos dos órgãos sociais da instituição, pessoas das quais Cláudia Costa tem sentido «sempre confiança», o que «é muito gratificante e motivador».

Dra. Cláudia Costa, Directora do Lar de S. Pedro

H

a alimenTação, as boas áreas, quarTos, salas...

aqui há espaço, há claridade, Tudo é luz e Tenho esse

feedback das pessoas que nos visiTam, que não deixam

igualmenTe de elogiar os cuidados de limpeza

10 Jul. | Ago. | Set. 2012

REPORTAGEM 〉

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az parte da nossa grande fa-mília de utentes do Lar de São

Pedro há cerca de 15 anos. Maria Pimenta, ou Dona Pimenta, como é carinhosamente tratada, confes-sa que o exercício físico sempre foi a sua grande paixão da vida. Agora, numa casa que não hesita em elogiar, a Dona Pimenta reforça outro prazer de há muito: a leitura.Fomos encontrar Maria de Lurdes Pimenta no seu quarto à conversa

com uma amiga. Surpreendida pela nossa intenção de a entrevistar por breves instantes, a antiga telefo-nista/recepcionista numa empresa alemã, em Lisboa, rapidamente se prontificou a partilhar algumas pá-ginas da sua história de vida.«Na minha juventude tive grandes aborrecimentos… Coisas que já lá vão e que apesar de marcantes foram superadas», começou por desfiar. Solteira e sem descendentes, a

Dona Pimenta dedicou-se ao exer-cício físico e à profissão durante largos anos. «Tornei-me uma apai-xonada pela actividade física desde jovem e até aos 70 anos, altura em que um AVC (acidente vascular ce-rebral) obrigou-me a travar essa mi-nha forma de encarar a vida». «Fiz equitação, patinagem, ginástica e tiro com arco. O exercício físico e a prática desportiva foi uma priorida-de que sempre me acompanhou e tenho pena de não poder dar a con-tinuidade que desejava...»Com a impossibilidade de man-ter a tão desejada regularidade no exercício físico, a Dona Pimenta reforçou uma outra actividade não menos importante e prazerosa: ler. «Tento ler o mais possível… Pelo menos um livro por semana é quase garantido», revela a nos-sa utente que tem no psicólogo do Lar de São Pedro um dedica-do amigo quando os livros são o tema. «Aprendo muito com ele. Falamos sobre as minhas leituras e trocamos impressões sobre a in-terpretação dos livros», conta com orgulho e um esclarecimento sin-gular. Aliás, as leituras de Maria de Lurdes Pimenta não se ficam pelos livros que a biblioteca do lar tem á disposição. «À noite, com maior

disponibilidade, leio os jornais de uma ponta à outra». E sobre esta actualidade, a Dona Pimenta não hesita em comparar com tempos idos: «Hoje em dia é muito mau. Fico apavorada com tanta agitação que se vive na socie-dade actual. A falta de estabilidade profissional e também de segurança deixam-me preocupada», aponta.No Lar de São Pedro encontrou uma grande família que a acolheu de braços abertos, mas as sauda-des da sua casa são, naturalmente indisfarçáveis. «Se me pergunta se gosto de estar aqui? Não. Sinto a falta da minha casa. Mas agora é o lar que é a minha casa. E den-tro desta nova fase da minha vida, estou muito satisfeita. Tenho um quarto magnífico e a garantia de saber que neste lar há uma equi-pa de pessoas excelentes lideradas por um sempre presente Provedor e onde tenho a ‘minha’ Vanessa (animadora do lar)».Instada sobre se houve alguma coi-sa que gostaria de ter feito antes. A resposta é pronta e conclusiva: «Sinto que fiz tudo o que gostaria de ter feito».

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NomeIdade

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Maria de Lurdes Pimenta86 anosLisboa

«A minha vida

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estou muito satisfeita. tenho

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garantia de saber que neste lar há uma equipa

de pessoas excelentes

12 Jul. | Ago. | Set. 2012

HISTÓRIA COM VIDA 〉

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er a Drª Vanessa Soromenho por perto dos utentes é sinónimo de alegria contagiante.

Há uma dezena de anos a assumir funções de responsabilidade na área da animação sócio-cultural no Lar de São Pedro e no Centro de Dia de Aires, Vanessa Soromenho desempenha um papel fundamental no dia a dia da instituição, que é reconhecido por todos. «Gosto muito do meu trabalho que todos os dias me permite contribuir para renovar a ale-gria dos nossos utentes. Ter a possibilidade de trabalhar com idosos é imensamente agradável. Aliás, é com esta faixa etária que mais gosto de interagir profissionalmente», sublinha a nossa ‘fazedora de boa-disposição’.A confiança que os utentes não hesitam em conceder-lhe é um excelente exemplo da importância que a nossa animadora representa no seio da instituição. «Sinto que é uma prova da minha dedicação e que o meu trabalho está ter resultados positivos. Afinal, estes são os meus maiores objectivos». Uma missão que, por vezes, conhece naturais obstáculos, mas que com a referida dedicação, acabam sempre por ser superados, fazendo com que a adesão às iniciativas propostas «assumam uma alar-gada participação».Com especial sentido de promover sorrisos, Vanessa Soromenho con-fessa que gostaria de ver aumentada a sua ‘equipa’ de trabalho, de forma a proporcionar a outras pessoas uma renovada dinâmica de esperança.

InIcIatIvas para todos os gostosO plano de desenvolvimento de animação sócio-cultural da Santa Casa de Palmela tem o cunho pessoal de Vanessa Soromenho. Ao longo do ano, são inúmeras as acções propostas e realizadas e que satisfazem os utentes, desde as actividades de lazer internas – teatro, trabalhos manu-ais, festas temáticas e ginástica – aos passeios, eventos e visitas realiza-dos no concelho e um pouco por todo o país (ver fotos nas margens da página).«Nas actividades físicas, três vezes por semana, há uma presença regular de 40 utentes, o que é muito significativo. Mas as nossas propostas são sempre muito participadas, onde as festas temáticas e as acções fora do lar são as preferidas», elege a técnica.Até ao final do ano, muitas mais iniciativas serão realizadas em nome do bem-estar dos nossos utentes.

MUNDO DE ACTIVIVADEST

A Nazaré recebeu a visita de 30 utentes no dia 14 de Junho

Na tradicional Festa de Natal todos participam com alegria

Fomos à festa do Baile da Pinha nos Leões de Cajados

Acções de trabalhos manuais ao longo do ano

Dia de Reis celebrado a rigor

LATI apresentou uma peça de teatro religioso no Lar de S. Pedro, no dia 28 de Março

30 utentes da Santa Casa participaram, a 5 de Abril, num convívio entre várias IPSS na Quinta das Façalvas

Bom tempo e uma visita a recordar Palmela

No Desfile Sénior 2012 os nossos utentes exibiram-se a grande nível

Lar não dispensa a folia do Carnaval

Em Pinhal Novo, num convívio com várias IPSS, resultou uma sardinhada

Parque da Comenda eleito para um piquenique

Dra. Vanessa Soromenho

14 Jul. | Ago. | Set. 2012

ENTRE NÓS 〉

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Brincos para Nossa Senhora das Dores

Santa Casa de Palmela lidera Secretariado Regional

As boas contas da Misericórdia de Palmela

Centro de Dia de Aires festejou nove anos de actividade

Foi, recentemente, consumada uma vontade do antigo Provedor da SCM Pal-mela, Manuel Sousa Lopes, que desejou, após o seu falecimento, que um par de brincos de família fosse ofertado à ima-gem de Nossa Senhora das Dores, com o patrocínio da nossa Santa Casa.A foto ilustra o momento em que Maria Manuela Sousa Lopes Parreira, filha do antigo provedor, entre 1948 e 1953, na companhia da sua filha e neto, concreti-zou a louvável vontade do seu pai. Acto que mereceu a presença e o alto reconhe-cimento do Provedor Francisco Cardoso em nome da Santa Casa de Palmela.

O Provedor da Santa Casa de Palmela, Francisco Cardoso, foi eleito, no passado dia 11 de Fevereiro, Presidente do Secre-tariado Regional de Setúbal da União das Misericórdias Portuguesas (SRSUMP).Na eleição, que decorreu no âmbito da Assembleia do SRSUMP, realizada nas instalações da nossa Misericórdia, fo-ram igualmente eleitos, para o triénio 2012/2014, Joaquim Barbosa, Santa Casa da Misericórdia de Almada (1.º Se-cretário) e Luís Venturinha, Santa Casa da Misericórdia de Sines (2.º Secretário).

A Mesa Administrativa da Santa Casa da Misericórdia de Palme-la, apresentou no passado dia 29 de Março, em Assembleia Geral, conforme estipulado no Compromisso da Irmandade, o Relatório de Actividades e Contas de Gerência, relativos ao ano de 2011.Destacou-se na apresentação do Relatório de Actividades, as diversas iniciativas realizadas durante o ano com os utentes do Lar de S. Pedro e do Centro de Dia de Aires, de modo a assegurar o bem estar e a satisfação destes, enquanto utentes nas nossas instalações.Foram igualmente reflectidos os investimentos feitos e os equipa-mentos adquiridos durante o ano, dos quais se destacam a aquisi-ção de uma carrinha de nove lugares equipada para o transporte de utentes em cadeira de rodas, diverso equipamento de cozinha e ainda algum equipamento para o nosso Centro de Medicina Física e de Reabilitação. Depois de apresentado o Relatório de Actividades, seguiram-se as Contas de Gerência. Neste documento, a Santa Casa da Misericór-dia de Palmela apresentou, no ano final do ano de 2011, um total de proveitos no valor de 1.321.060,21 euros. Receitas que provêm das suas valências, o Lar de S. Pedro, o Centro de Dia de Aires e o Centro de Medicina Física e de Reabilitação. Além das receitas provenientes das valências referidas, ainda tem algum significado, os valores correspondentes aos arrendamen-tos, tanto do edifício do antigo hospital de N.ª Senhora da Con-ceição, como de um prédio situado em Lisboa, na Praça da Alegria.A nível de comparticipações estatais, a Santa Casa da Misericórdia de Palmela, tem, tanto no Lar de S. Pedro como no Centro de Dia de Aires, Acordos de Cooperação celebrados com o Instituto de Segurança Social. No ano de 2011, a totalidade das verbas rece-bidas daquela entidade, através dos Acordos de Cooperação assi-nados, tiveram um peso de 27,31 por cento em relação ao total dos Proveitos. Do lado da despesa, destacou-se os custos com o pessoal, que tiveram um peso de 56 por cento na estrutura de Custos e Perdas da Instituição.Foi posteriormente apresentado o Parecer do Conselho Fiscal, e a Certificação Legal de Contas, elaborada pelo Revisor Oficial de Contas, já que, desde o ano de 2009 que a Santa Casa tem as con-tas de gerência certificadas por um Revisor Oficial de Contas, de forma a atestar que a contabilidade é elaborada em conformidade com os princípios contabilísticos geralmente aceites.O Relatório de Actividades e Contas de Gerência relativos ao ano de 2011 foram colocados à consideração da Assembleia Geral, tendo estes sido aprovados por unanimidade.

Responsáveis, técnicos e utentes do Centro de Dia de Aires assina-laram, no passado dia 7 de Mar-ço, o 9.º aniversário daquela im-portância valência da Santa Casa da Misericórdia de Palmela.Num dia especial, a animadora sócio-cultural, Vanessa Sorome-nho, promoveu um animado e entusiasta convívio festivo ao qual não faltaram as duas deze-nas de utentes do centro de dia.E porque em dia de aniversário não pode faltar o tradicional bolo de anos, todos cantaram os para-béns e não deixaram de adoçar a boca.

No âmbito da nomeação de Pal-mela Cidade Europeia do Vinho 2012, a Santa Casa da Misericór-dia de Palmela foi nomeada Em-baixadora da prestigiada distin-ção internacional. Uma honrosa responsabilidade atribuída à nossa instituição, que merece o nosso reconhecimento, e em nome da qual assumiremos toda a colaboração e divulgação.

A SCMP está receptiva à admis-são de voluntários. Todos os inte-ressados devem proceder à inscri-ção nos serviços administrativos da Misericórdia de Palmela.

SCMP com título de Embaixadora

Voluntariado

152012 Jul. | Ago. | Set.

〈 mais notícias

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para uma recuperação

eficiente

Av. Rainha D. Leonor – Apartado 692950-208 PalmelaT. 212 352 450 | 212 350 017 - F. 212 330 [email protected]

Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do TejoDirecção-Geral de Protecção Social aos Funcionários e Agentes da Administração Pública (ADSE)Sindicato dos Bancários do Sul e Ilhas (SAMS)Portugal Telecom - Associação de Cuidados de SaúdeVictoria - Seguros, S.A.Axa Portugal - Companhia de Seguros, S.A.Ministério da Administração Interna - Guarda Nacional Repúblicana (GNR)Centro Hospitalar de Setúbal, E.P.Montepio GeralServiços Sociais da Caixa Geral de DepósitosA

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