49
1 Entendendo o Meio Ambiente Entendendo o Meio Ambiente Entendendo o Meio Ambiente Entendendo o Meio Ambiente Entendendo o Meio Ambiente Volume II Volume II Volume II Volume II Volume II Convenção da Biodiversidade GOVERNO DO ESTADO GOVERNO DO ESTADO GOVERNO DO ESTADO GOVERNO DO ESTADO GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO DE SÃO PAULO DE SÃO PAULO DE SÃO PAULO DE SÃO PAULO São Paulo Ambiente do Meio Secretaria

Vol 02 - Convenção da Biodiversidade

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Entendendo o Meio Ambiente - Volume 02 Convenção da Biodiversidade Ambiente SP

Citation preview

Page 1: Vol 02 - Convenção da Biodiversidade

Convenção sobre Biodiversidade Biológica

1

Entendendo o Meio AmbienteEntendendo o Meio AmbienteEntendendo o Meio AmbienteEntendendo o Meio AmbienteEntendendo o Meio Ambiente

Volume IIVolume IIVolume IIVolume IIVolume II

Convenção da Biodiversidade

GOVERNO DO ESTADOGOVERNO DO ESTADOGOVERNO DO ESTADOGOVERNO DO ESTADOGOVERNO DO ESTADO

DE SÃO PAULODE SÃO PAULODE SÃO PAULODE SÃO PAULODE SÃO PAULO

São

Pau

lo

Ambiente

do Meio

Secretaria

Page 2: Vol 02 - Convenção da Biodiversidade

Entendendo o Meio Ambiente – Volume II

2

Ficha CatalográficaFicha CatalográficaFicha CatalográficaFicha CatalográficaFicha Catalográfica(preparada pelo Setor de Biblioteca da CETESB)

S 2 4 2 e São Paulo (Estado). Secretaria de Estado do Meio Ambiente.Entendendo o meio ambiente / Coordenação geral [do]

Secretário de Estado do Meio Ambiente de São Paulo FabioFeldmann. - - São Paulo: SMA, 1997.

8 v.; 22cm

Conteúdo: v. 1. Tratados e organizações internacionais emmatéria de meio ambiente. 33 p. - - v.2. Convenção da biodiversi-dade. 47 p. - - v.3. Convenção do RAMSAR: sobre zonas úmidasde importância internacional, especialmente como habitat deaves aquáticas. 23 p. - - v.4.Convenção CITES: convenção sobreo comércio internacional das espécies da fauna e da flora selva-gens em perigo de extinção. 69 p. - - v.5. Convenção de Vienapara a proteção da camada de ozônio e protocolo de Montrealsobre substâncias que destroem a camada de ozônio. 71 p. --v.6. Convenção sobre mudança do clima. 50 p. - - v.7. Convençãoda Basiléia sobre o controle de movimentos transfronteiriços deresíduos perigosos e seu depósito. 62 p. - - v.8. CooperaçãoInternacional. 35 p.

1. Biodiversidade 2. Controle da poluição ambiental 3. Gestãoambiental - programas 4. Meio Ambiente - preservação I. Título

CDD (18.ed.) 614 . 7CDU (2.ed. med. port.) 504 . 064

Tiragem: 1.000 exemplares

Impresso no Brasil - Printed in Brazil

Page 3: Vol 02 - Convenção da Biodiversidade

Convenção sobre Biodiversidade Biológica

3

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

○ ○ ○ ○ ○ ○

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

○ ○ ○ ○ ○ ○

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

ÍNDICE

Apresentação 5Fabio Feldmann - Secretário do Meio AmbienteApresentação 7Almirante Ibsen Gusmão CâmaraDecreto Legislativo Nº 2, de 1994 1 1Convenção sobre Diversidade Biológica – Preâmbulo 1 3Artigo 1 – Objetivos 1 5Artigo 2 – Utilização de Termos 1 6Artigo 3 – Princípio 1 7Artigo 4 – Âmbito Jurisdicional 1 8Artigo 5 – Cooperação 1 8Artigo 6 – Medidas Gerais para a Conservação e a 1 8Utilização SustentávelArtigo 7 – Identificação e Monitoramento 1 9Artigo 8 – Conservação Insitu 1 9Artigo 9 – Conservação Ex-Situ 2 1Artigo 10 – Utilização Sustentável de Componente da 2 1Diversidade BiológicaArtigo 11 – Incentivos 2 2Artigo 12 – Pesquisa e Treinamento 2 2Artigo 13 – Educação e Conscientização Pública 2 3Artigo 14 – Avaliação de Impacto e Minimização 2 3de Impactos NegativosArtigo 15 – Acesso a Recursos Genétivos 2 4Artigo 16 – Acesso à Tecnologia e Transferência de 2 5TecnologiaArtigo 17 – Intercâmbio de Informações 2 6Artigo 18 – Cooperação Técnica e Científica 2 6Artigo 19 – Gestão de Biotecnologia e Distribuição 2 7de seus BenefíciosArtigo 20 – Recursos Financeiros 2 8Artigo 21 – Mecanismos Financeiros 2 9Artigo 22 – Relação com outras Convenções Internacionais 3 0Artigo 23 – Conferência das Partes 3 1Artigo 24 – Secretariado 3 2Artigo 25 – Órgão Subsidiário de Assessoramento 3 3Científico, Técnico e TecnológicoArtigo 26 – Relatórios 3 4Artigo 27 – Solução de Controvérsias 3 4Artigo 28 – Adoção dos Protocolos 3 5Artigo 29 – Emendas à Convenção ou Protocolos 3 5Artigo 30 – Adoção de Anexos e Emendas a Anexos 3 6Artigo 31 – Direito de Voto 3 7Artigo 32 – Relações entre Convenção e seus Protocolos 3 7

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

○ ○ ○

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

○ ○ ○ ○ ○ ○

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

○ ○ ○ ○

Page 4: Vol 02 - Convenção da Biodiversidade

Entendendo o Meio Ambiente – Volume II

4

Artigo 33 – Assinatura 3 7Artigo 34 – Ratificação, Aceitação ou Aprovação 3 8Artigo 35 – Adesão 3 8Artigo 36 – Entrada em Vigor 3 9Artigo 37 – Reservas 3 9Artigo 38 – Denúncias 4 0Artigo 39 – Disposições Financeiras Provisórias 4 0Artigo 40 – Disposições Transitórias para o Secretariado 4 0Artigo 41 – Depositário 4 0Artigo 42 – Textos Autênticos 4 1Anexo I - Identificação e Monitoramento 4 2Anexo II - Parte 1 - Arbitragem 4 3Parte 2 - Conciliação 4 6

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

○ ○ ○ ○

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

Page 5: Vol 02 - Convenção da Biodiversidade

Convenção sobre Biodiversidade Biológica

5

A P R E S E N TA P R E S E N TA P R E S E N TA P R E S E N TA P R E S E N TA Ç Ã OA Ç Ã OA Ç Ã OA Ç Ã OA Ç Ã O

A Secretaria de Estado do Meio Ambiente está lançandoa Série “Entendendo o Meio Ambiente”, com o intuito deapresentar de forma clara e sucinta os grandes temas relativosao meio ambiente para os profissionais, ativistas e estudiososda área, bem como para o público leigo.

Este livro da série, intitulado “Convenção da Biodiver-sidade”, contém, além do texto integral da mesma, artigo doilustre ambientalista Almirante Ibsen Gusmão Câmara, queapresenta os principais conceitos contidos neste importanteTratado Internacional.

É importante esclarecer que a Convenção daBiodiversidade foi assinada no Rio de Janeiro em 1992, por156 Estados e uma organização de integração econômica

Page 6: Vol 02 - Convenção da Biodiversidade

Entendendo o Meio Ambiente – Volume II

6

regional, foi ratificada pelo Congresso Nacional e entrou emvigor no final de dezembro de 1993. Os objetivos da convençãosão a conservação da biodiversidade, o uso sustentável deseus componentes e a divisão equitativa e justa dos benefíciosgerados com a utilização de recursos genéticos. Além destetratado, a biodiversidade também é tratada no capítulo 15 daAgenda 21, outro importante acordo internacional assinado namesma época. Neste documento, é enfatizada a necessidadede se aprimorar e estimular a sua conservação e o usosustentável dos recursos naturais.

Tanto a Convenção da Biodiversidade, como a Agenda21, serviram como base para que o Estado de São Paulo,através de sua Secretaria de Estado do Meio Ambiente,estabelecesse o PROBIO/SP, um dos programas prioritáriosdesta gestão. Dentre os objetivos deste programa destacamos:

� Implementar a Convenção da Biodiversidade;� Contribuir para a discussão sobre Biodiversidade nos

níveis estadual, nacional e internacional;� Articular a participação de todos os atores sociais

envolvidos;� Definir uma nova política estadual de conservação e de

uso sustentável da biodiversidade, incluindo também arecuperação de áreas degradadas ;

� Disseminar o conteúdo e os conceitos da Convençãoda Biodiversidade e dos Capítulos da Agenda 21 referentes aoobjeto;

� Aperfeiçoar a compreensão científica e econômica daimportância e das funções da Biodiversidade.

E é com o intuito de disseminar os conceitos contidosnesta Convenção e possibilitar a consecução dos objetivos doPROBIO/SP, que lançamos esta publicação.

A Série “Entendendo o Meio Ambiente”, e em particularos números relativos aos principais tratados internacionais,pretende apresentar os temas fundamentais relat ivos àproteção ambiental ao grande público, possibilitando o acessoao conhecimento de instrumentos que permitam uma açãoeficaz da cidadania em prol do meio ambiente.

Fabio FeldmannSecretário de Estado do Meio Ambiente

Page 7: Vol 02 - Convenção da Biodiversidade

Convenção sobre Biodiversidade Biológica

7

A p rA p rA p rA p rA p r e s e n t a ç ã oe s e n t a ç ã oe s e n t a ç ã oe s e n t a ç ã oe s e n t a ç ã oAlmirante Ibsen Gusmão Câmara

Através dos séculos a humanidade tem repetidamentedemonstrado incapacidade para reconhecer nos fatoscontemporâneos os prenúncios de crises graves capazes delevar a mudanças radicais nos rumos da História.

Em relação à biosfera, presenciamos hoje uma dessassituações criticas sem que os povos e seus dirigentes mostrem-se capazes de compreender a gravidade dos fatos que, sobnossos olhos, demandam providências corretivas sérias eefetivas. Trata-se do maior drama ambiental da atualidade, aperda da diversidade biológica devida à rápida destruiçãoextensa e definitiva de ecossistemas naturais, das espéciesque os integrem e de sua própria diversificação gênica.Uma das poucas medidas de repercussão ampla adotadas

Page 8: Vol 02 - Convenção da Biodiversidade

Entendendo o Meio Ambiente – Volume II

8

para minorar os efeitos desse ecocídio de proporções mundiaisfoi a aprovação da Convenção sobre a Diversidade Biológica,hoje aceita por mais de uma centena de países, embora nemsempre respeitada em sua integridade.

Os objetivos desse instrumento internacional de raraoportunidade (Art. 1° ) abrangem três aspectos de fundamentalrelevância: a conservação da diversidade biológica, a utilizaçãosustentável de seus componentes e a repartição justa eeqüitativa dos benefícios derivados da utilização dos recursosgenéticos.

Part icularmente importantes são alguns conceitosestabelecidos no Preâmbulo da Convenção, dentre os quaisse destacam pelo seu conteúdo filosófico a idéia de que adiversidade biológica tem valor intrínseco, vale dizer,independente de sua utilidade para o homem, e que ela éessencial para a continuidade da evolução orgânica e para amanutenção dos sistemas necessários à existência da própriabiosfera.

Aspectos igualmente importantes do Preâmbulo são oreconhecimento de que os Estados são responsáveis pelaconservação da biodiversidade contida em seus territórios epela sustentabilidade de sua utilização, e a observação de quea falta de plena certeza cientifica não deve ser usada comorazão para postergarem-se medidas destinadas a evitar ouminimizar a perda da diversidade biológica.

A Convenção é extensa e sua análise adequada exigiriaespaço incompatível com esta apresentação. Alguns de seuspreceitos, contudo, justif icam ser ressaltados. Um deles,lamentavelmente de conotação negativa, é o fato de queimportantes determinações contidas em vários artigos sãoprecedidos da ressalva “na medida do possível e conforme ocaso”, o que necessariamente as enfraquece.

Ponto fundamental a ser referido é o princípio de queos Estados têm o direito soberano de explorar seus própriosrecursos biológicos, cabendo-lhes porém a responsabilidadede não causar danos a áreas além dos limites da jurisdiçãonacional (Art. 3°); não obstante, eles devem desenvolverestratégias, planos ou programas para a conservação eutilização sustentável da diversidade biológica (Art. 6°) eidentificar seus elementos componentes, monitorando-os eidentificando processos e atividades que possam ter efeitosnegativos, para sua conservação e utilização sustentável (Art.

Page 9: Vol 02 - Convenção da Biodiversidade

Convenção sobre Biodiversidade Biológica

9

7°).De crucial importância é a determinação de que os

Estados devem estabelecer um sistema de áreas naturaisprotegidas para conservar in situ a biodiversidade de seusterritórios, assim como adotar medidas para a conservaçãoex situ de seus componentes (Art 8° e 9°).

São ainda estabelecidas medidas para que o processodecisório nacional incorpore o exame da conservação e dautilização sustentável dos recursos biológicos (Art. 10°) eprevêem-se programas de educação e treinamento cientifico,assim como incremento de pesquisas para a identificação, aconservação e a utilização sustentável da diversidade biológica(Art. 12). Esta norma é especialmente significativa, uma vezque a maior parte dos recursos biológicos são aindadesconhecidos.

É também ressaltada a necessidade de proceder-se àavaliação do impacto ambiental de projetos que possam tersensíveis efeitos negativos e de adotarem-se as providênciascabíveis (Art. 14).

A Convenção demonstra preocupação em assegurarque os países em desenvolvimento, onde se concentra a maiorparte da biodiversidade, tenham acesso garantido àstecnologias que utilizam seus recursos (Art. 16) e que elesparticipem das pesquisas em biotecnologia (Art. 19), prevendo-se ainda mecanismo para prover tais países de recursosdestinados aos fins da Convenção (Art. 21).

O exame da implementação de Convenção deve serexecutado periodicamente, mediante uma Conferência dasPartes (Art. 23) que poderá adotar, se necessário, as emendasconvenientes.

A Convenção não é um instrumento ideal e contémfalhas e omissões, como indica o comentário feito no inicio destaapresentação, mas mesmo assim signif ica um passogigantesco no sentido de preservarem-se os recursos vivosdo planeta em face das ações irrefletidas da humanidade.

Page 10: Vol 02 - Convenção da Biodiversidade

Entendendo o Meio Ambiente – Volume II

10

Page 11: Vol 02 - Convenção da Biodiversidade

Convenção sobre Biodiversidade Biológica

11

Convenção sobrConvenção sobrConvenção sobrConvenção sobrConvenção sobre Diversidade Biológica (1992)e Diversidade Biológica (1992)e Diversidade Biológica (1992)e Diversidade Biológica (1992)e Diversidade Biológica (1992)

DecrDecrDecrDecrDecreto Legislativo Nº 2, de 1994eto Legislativo Nº 2, de 1994eto Legislativo Nº 2, de 1994eto Legislativo Nº 2, de 1994eto Legislativo Nº 2, de 1994

Aprova o texto da Convenção sobre DiversidadeBiológica, assinada durante a Conferência das Nações Unidassobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, realizada na cidadedo Rio de Janeiro, no período de 5 a 14 de junho de 1992.

O Congresso Nacional decreta:

Art. 1º – É aprovado o texto da Convenção sobreDiversidade Biológica, assinada durante a Conferência dasNações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento,realizada na cidade do Rio de Janeiro, no período de 5 a 14 dejunho de 1992.

Page 12: Vol 02 - Convenção da Biodiversidade

Entendendo o Meio Ambiente – Volume II

12

Parágrafo único. Estão sujeitos a aprovação do CongressoNacional quaisquer atos que possam resultar em revisão dareferida Convenção, bem como quaisquer ajustescomplementares que, nos termos do art. 49.I. da ConstituiçãoFederal acarretem encargos ou compromissos gravosos aopatrimônio nacional.

Art. 2º – Este Decreto Legislativo entra em vigor na datade sua publicação.

Senado Federal, 3 de fevereiro de 1994 -Senador Humberto Lucena, Presidente.

Page 13: Vol 02 - Convenção da Biodiversidade

Convenção sobre Biodiversidade Biológica

13

Convenção sobrConvenção sobrConvenção sobrConvenção sobrConvenção sobre Diversidade Biológicae Diversidade Biológicae Diversidade Biológicae Diversidade Biológicae Diversidade Biológica

P rP rP rP rP r e â m b u l oe â m b u l oe â m b u l oe â m b u l oe â m b u l o

As Partes Contratantes.Conscientes do valor intrínseco da diversidade biológica

e dos valores ecológico, genético, social, econômico, científico,educacional, cultural, recreativo estético da diversidadebiológica e de seus componentes:

Conscientes também, da importância da diversidadebiológica para a evolução e para a manutenção dos sistemasnecessários a vida da biosfera.Afirmando que a conservação da diversidade biológica é umapreocupação comum a humanidade.

Reafirmando que os Estados têm direitos soberanossobre os seus próprios recursos biológicos.

Page 14: Vol 02 - Convenção da Biodiversidade

Entendendo o Meio Ambiente – Volume II

14

Reafirmando, igualmente, que os Estados são respon-sáveis pela conservação de sua diversidade biológica e pelautilização sustentável de seus recursos biológicos.Preocupados com a sensível redução da diversidade biológicacausada por determinadas atividades humanas.

Conscientes da falta geral de informação e deconhecimento sobre a diversidade biológica e da necessidadeurgente de desenvolver capacitação científ ica, técnica einstitucional que proporcione o conhecimento fundamentalnecessário ao planejamento e implementação de medidasadequadas .

Observando que é vital prever, prevenir e combater naorigem as causas da sensível redução ou perda da diversidadebiológica.

Observando também que quando exista ameaça desensível redução ou perda de diversidade biológica, a falta deplena certeza científica não deve ser usada como razão parapostergar medidas para evitar ou minimizar essa ameaça.Observando igualmente que a exigência fundamental para aconservação da diversidade biológica e a conservação in situdos ecossistemas e dos habitats naturais e a manutenção erecuperação de populações viáveis de espécies no seu meionatural.

Observando ainda que ex situ, preferivelmente no paísde origem, desempenham igualmente um importante papel.Reconhecendo a estreita e tradicional dependência de recursosbiológico de muitas comunidades locais e populaçõesindígenas com estilos de vida tradicionais, e que é desejávelrepartir eqüitativamente os benefícios derivados da utilizaçãodo conhecimento tradicional, de inovações e de práticasrelevantes a conservação da diversidade biológica e a utilizaçãosustentável de seus componentes.Reconhecendo, igualmente, o papel fundamental da mulherna conservação e na utilização sustentável da diversidadebiológica e afirmando a necessidade da plena participação damulher em todos os níveis de formulação e execução depolíticas para a conservação da diversidade biológica.

Enfatizando a importância e a necessidade de promovera cooperação internacional, regional e mundial entre os Estadose as organizações intergovernamentais e o setor não-governamental para a conservação da diversidade biológicae a utilização sustentável de seus componentes.

Reconhecendo que cabe esperar que o aporte de

Page 15: Vol 02 - Convenção da Biodiversidade

Convenção sobre Biodiversidade Biológica

15

recursos financeiros novos e adicionais e o acesso adequadoas tecnologias pertinentes possam modificar sensivelmente acapacidade mundial de enfrentar a perda da diversidadebiológica.

Reconhecendo, ademais, que medidas especiais sãonecessárias para atender as necessidades dos países emdesenvolvimento, inclusive o aporte de recursos financeirosnovos e adicionais e o acesso adequado às tecnologiaspertinentes.Observando, nesse sentido, as condições especiais dos paísesde menor desenvolvimento relativo e dos pequenos Estadosinsulares.

Reconhecendo que investimentos substanciais sãonecessários para conservação a diversidade biológica e quehá expectativa de um amplo escopo de benefícios ambientais,econômicos e sociais resultantes desses investimentos.Reconhecendo que o desenvolvimento econômico social e aerradicação da pobreza são as prioridades primordiais eabsolutas dos países em desenvolvimento.

Conscientes de que a conservação e a uti l izaçãosustentável da diversidade biológica e de importância absolutapara atender as necessidades de alimentação, de saúde e deoutra natureza da crescente população mundial, para o quesão essenciais o acesso e a repartição de recursos genéticose tecnologia.Observando, enfim, que a conservação e a uti l izaçãosustentável da diversidade biológica fortalecerão as relaçõesde amizade entre os Estados e contribuirão para a paz dahumanidade.

Desejosas de fortalecer e complementar instrumentosinternacionais existentes para a conservação da diversidadebiológica e a utilização sustentável de seus componentes, e

Determinadas a conservar e utilizar de forma sustentávela diversidade biológica para benefício das gerações presentese futuras.Convieram no seguinte:

Artigo 1Artigo 1Artigo 1Artigo 1Artigo 1Ob j e t i vo sOb j e t i vo sOb j e t i vo sOb j e t i vo sOb j e t i vo s

Os objetivos desta Convenção, a serem cumpridos deacordo com as disposições pertinentes, são a conservaçãoda diversidade biológica, a utilização sustentável de seus

Page 16: Vol 02 - Convenção da Biodiversidade

Entendendo o Meio Ambiente – Volume II

16

componentes e a repartição justa e eqüitativa dos benefíciosderivados da utilização dos recursos genéticos, mediante,inclusive, o acesso adequado aos recursos genéticos e atransferência adequada de tecnologias pertinentes, levando emconta todos os direitos sobre tais recursos e tecnologias, emediante financiamento adequado.

Artigo 2Artigo 2Artigo 2Artigo 2Artigo 2Utilização de TUtilização de TUtilização de TUtilização de TUtilização de Tererererermosmosmosmosmos

Para os propósitos desta Convenção:“Área protegida”“Área protegida”“Área protegida”“Área protegida”“Área protegida” signif ica uma área definida

geograficamente que é destinada, ou regulamentada, eadministrada para alcançar objetivos específ icos deconservação.

“Biotecnologia”“Biotecnologia”“Biotecnologia”“Biotecnologia”“Biotecnologia” significa qualquer aplicação tecnológicaque utilize sistemas biológicos, organismos vivos, ou seusderivados, para fabricar ou modificar produtos ou processospara utilização específica.

“Condições in situ”“Condições in situ”“Condições in situ”“Condições in situ”“Condições in situ” signif ica as condições em querecursos genéticos existem em ecossistemas e habitatsnaturais e, no caso de espécies domesticadas ou cultivadas,nos meios onde tenham desenvolvido suas propriedadescaracterísticas.“Conservação ex situ” significa a conservação de componentesda diversidade biológica fora de seus habitats naturais.

“Conservação in si tu”“Conservação in si tu”“Conservação in si tu”“Conservação in si tu”“Conservação in situ” signif ica a conservação deecossistemas e habitats naturais e a manutenção erecuperação de populações viáveis de espécies em seus meiosnaturais e, no caso de espécies domesticadas ou cultivadas,nos meios onde tenham desenvolvido suas propriedadescaracterísticas.

“Diversidade Biológica”“Diversidade Biológica”“Diversidade Biológica”“Diversidade Biológica”“Diversidade Biológica” signif ica a variabil idade deorganismos vivos de todas as origens e os complexosecológicos de que fazem parte: compreendendo ainda adiversidade dentro de espécies, entre espécies e deecoss is temas.

“Ecossistema” “Ecossistema” “Ecossistema” “Ecossistema” “Ecossistema” signif ica um complexo dinâmico decomunidades vegetais, animais e de microorganismos e o seumeio inorgânico que interagem com uma unidade funcional.

“Espécie domesticada ou cultivada”“Espécie domesticada ou cultivada”“Espécie domesticada ou cultivada”“Espécie domesticada ou cultivada”“Espécie domesticada ou cultivada” significa espécieem cujo processo de evolução influiu o ser humano paraatender suas necessidades.

Page 17: Vol 02 - Convenção da Biodiversidade

Convenção sobre Biodiversidade Biológica

17

“Habitat” significa o lugar ou tipo de local onde um organismoou população ocorre naturalmente.

“Material genético”“Material genético”“Material genético”“Material genético”“Material genético” significa todo material de origemvegetal, animal, microbiana ou outra que contenha unidadesfuncionais de hereditariedade.

“Organização regional de integração econômica”“Organização regional de integração econômica”“Organização regional de integração econômica”“Organização regional de integração econômica”“Organização regional de integração econômica”significa uma organização constituída de Estados soberanosde uma determinada região, a que os Estados-Membrostransferiram competência em relação a assuntos regidos poresta Convenção, e que foi devidamente autorizada, conformeseus procedimentos internos, a assinar, ratificar, aceitar, aprovara mesma e a ela aderir.

“País de origem de recursos genéticos”“País de origem de recursos genéticos”“País de origem de recursos genéticos”“País de origem de recursos genéticos”“País de origem de recursos genéticos” significa o paísque possui esses recursos genéticos em condições in situ.

“País provedor de recursos genéticos”“País provedor de recursos genéticos”“País provedor de recursos genéticos”“País provedor de recursos genéticos”“País provedor de recursos genéticos” significa o paísque provê recursos genéticos coletados de fontes in situ,incluindo populações de espécies domesticadas e silvestres,ou obtidas de fontes ex situ, que possam ou não ter sidooriginados nesse país.

“Recursos biológicos”“Recursos biológicos”“Recursos biológicos”“Recursos biológicos”“Recursos biológicos” compreende recursos genéticos,organismos ou partes destes, populações, ou qualquer outrocomponente biótico de ecossistemas, de real ou potencialutilidade ou valor para a humanidade.

“Recursos genéticos”“Recursos genéticos”“Recursos genéticos”“Recursos genéticos”“Recursos genéticos” significa material genético de valorreal ou potencial.

“Tecnologia” “Tecnologia” “Tecnologia” “Tecnologia” “Tecnologia” inclui biotecnologia.“Uti l ização sustentável”“Uti l ização sustentável”“Uti l ização sustentável”“Uti l ização sustentável”“Uti l ização sustentável” signif ica a uti l ização de

componentes da diversidade biológica de modo e em ritmotais que não levem, no longo prazo, à diminuição da diversidadebiológica, mantendo assim seu potencial para atender asnecessidades e aspirações das gerações presentes e futuras.

Artigo 3Artigo 3Artigo 3Artigo 3Artigo 3Pr inc íp ioPr inc íp ioPr inc íp ioPr inc íp ioPr inc íp io

Os Estados, em conformidade com a Carta das NaçõesUnidas e com os princípios de Direito internacional, têm o direitosoberano de explorar seus próprios recursos segundo suaspolíticas ambientais, e a responsabilidade de assegurar queatividades sob sua jurisdição ou controle não causem dano aomeio ambiente de outros Estados ou de áreas além dos limitesda jurisdição nacional.

Page 18: Vol 02 - Convenção da Biodiversidade

Entendendo o Meio Ambiente – Volume II

18

Artigo 4Artigo 4Artigo 4Artigo 4Artigo 4Âmbito JurisdicionalÂmbito JurisdicionalÂmbito JurisdicionalÂmbito JurisdicionalÂmbito Jurisdicional

Sujeito aos direitos de outros Estados, e a não ser quede outro modo expressamente determinado nesta Convenção,as disposições desta Convenção aplicam-se em relação a cadaParte Contratante.

a) No caso de componentes da diversidade biológica,nas áreas dentro dos limites de sua jurisdição nacional: e

b) No caso de processos e atividades realizadas sob suajurisdição ou controle, independentemente de onde ocorramseus efeitos, dentro da área de sua jurisdição nacional ou alémdos limites da jurisdição nacional.

Artigo 5Artigo 5Artigo 5Artigo 5Artigo 5C o o p e r a ç ã oC o o p e r a ç ã oC o o p e r a ç ã oC o o p e r a ç ã oC o o p e r a ç ã o

Cada parte Contratante deve, na medida do possível econforme o caso, cooperar com outras Partes Contratantes,diretamente ou, quando apropriado, mediante organizaçõesinternacionais competentes, no que respeita as áreas além dajurisdição nacional e em outros assuntos de mútuo interesse,para a conservação e a utilização sustentável da diversidadebiológica.

Artigo 6Artigo 6Artigo 6Artigo 6Artigo 6Medidas Gerais para a ConservaçãoMedidas Gerais para a ConservaçãoMedidas Gerais para a ConservaçãoMedidas Gerais para a ConservaçãoMedidas Gerais para a Conservação

e a Utilização Sustentávele a Utilização Sustentávele a Utilização Sustentávele a Utilização Sustentávele a Utilização Sustentável

Cada Parte Contratante deve, de acordo com suaspróprias condições e capacidades:

a) Desenvolver estratégias, planos ou programas para aconservação e a utilização sustentável da diversidade biológicaou adaptar para esse fim estratégias, planos ou programasexistentes que devem refletir, entre outros aspectos, as medidasestabelecidas nesta Convenção concernentes à Parteinteressada: e

b) Integrar, na medida do possível e conforme o caso, aconservação e a utilização sustentável da diversidade biológicaem planos, programas e políticas setoriais ou intersetoriaispertinentes.

Page 19: Vol 02 - Convenção da Biodiversidade

Convenção sobre Biodiversidade Biológica

19

Artigo 7Artigo 7Artigo 7Artigo 7Artigo 7Identificação e MonitoramentoIdentificação e MonitoramentoIdentificação e MonitoramentoIdentificação e MonitoramentoIdentificação e Monitoramento

Cada Parte Contratante deve, na medida do possível econforme o caso, em especial para os propósitos dos arts. 8 a10:Identificar componentes da diversidade biológica importantespara sua conservação e sua utilização sustentável, levando emconta a lista indicativa de categorias constante no anexo I :

a) Monitorar, por meio de levantamento de amostras eoutras técnicas, os componentes da diversidade biológicaidentif icados em conformidade com a alínea (a) acima,prestando especial atenção aos que requeiram urgentementemedidas de conservação e aos que ofereçam o maior potencialde utilização sustentável;

b) Identificar processos e categorias de atividades quetenham ou possam ter sensíveis efeitos negativos naconservação e na uti l ização sustentável da diversidadebiológica e monitorar seus efeitos por meio de levantamentode amostras e outras técnicas; e

c) Manter e organizar, por qualquer sistema, dadosderivados de atividades de identificação e monitoramento emconformidade com as alíneas a,b e c acima.

Artigo 8Artigo 8Artigo 8Artigo 8Artigo 8Conservação In situConservação In situConservação In situConservação In situConservação In situ

Cada Parte Contratante deve, na medida do possível econforme o caso:

a) Estabelecer um sistema de áreas protegidas ou áreasonde medidas especiais precisem ser tomadas para conservara diversidade biológica;

b) Desenvolver, se necessário, diretrizes para a seleção,estabelecimento e administração de áreas protegidas ou áreasonde medidas especiais precisem ser tomadas para conservara diversidade biológica;

c) Regulamentar ou administrar recursos biológicosimportantes para a conservação da diversidade biológica,dentro ou fora de áreas protegidas, a fim de assegurar suaconservação e utilização sustentável;

d) Promover a proteção de ecossistemas, habitatsnaturais e manutenção de populações viáveis de espécies emseu meio natural;

Page 20: Vol 02 - Convenção da Biodiversidade

Entendendo o Meio Ambiente – Volume II

20

e) Promover o desenvolvimento sustentável e ambiental-mente sadio em áreas adjacentes às áreas protegidas a fimde reforçar a proteção destas áreas;

f) Recuperar e restaurar ecossistemas degradados epromover a recuperação de espécies ameaçadas, mediante,entre outros meios, a elaboração e implementação de planose outras estratégias de gestão;

g) Estabelecer ou manter meios para regulamentar, admi-nistrar ou controlar os riscos associados à utilização e liberaçãode organismos vivos modificados resultantes da biotecnologiaque provavelmente provoquem impacto ambiental negativo quepossa afetar a conservação e a uti l ização sustentável dadiversidade biológica, levando também em conta os riscos paraa saúde humana;

h) Impedir que se introduzam, controlar ou erradicarespécies exóticas que ameacem os ecossistemas, habitats ouespécies;

i) Procurar proporcionar as condições necessárias paracompatibilizar as utilizações atuais com a conservação dadiversidade biológica e a uti l ização sustentável de seuscomponentes;

j) Em conformidade com sua legislação nacional,respeitar, preservar e manter o conhecimento, inovações epráticas das comunidades locais e populações indígenas comesti lo de vida tradicionais relevantes à conservação e àutilização sustentável da diversidade e incentivar sua maisampla aplicação com a aprovação e a part icipação dosdetentores desse conhecimento, inovações e práticas; eencorajar a repartição eqüitativa dos benefícios oriundos dautilização desse conhecimento, inovações e práticas;

k) Elaborar ou manter em vigor a legislação necessáriae/ou outras disposições regulamentares para a proteção deespécies e populações ameaçadas;

l) Quando se verifique um sensível efeito negativo àdiversidade biológica, em conformidade com o art . 7regulamentar ou administrar os processos e as categorias deatividades em causa; e

m) Cooperar com o aporte de apoio financeiro e de outranatureza para a conservação insitu a que se referem as alíneasa a i acima, particularmente aos países em desenvolvimento.

Page 21: Vol 02 - Convenção da Biodiversidade

Convenção sobre Biodiversidade Biológica

21

Artigo 9Artigo 9Artigo 9Artigo 9Artigo 9Conservação Ex-SituConservação Ex-SituConservação Ex-SituConservação Ex-SituConservação Ex-Situ

Cada Parte Contratante deve, na medida do possível econforme o caso e principalmente a fim de complementarmedidas de conservação insitu:

a) Adotar medidas para a conservação ex-situ decomponentes da diversidade biológica, de preferência no paísde origem desses componentes;

b) Estabelecer e manter instalações para a conservaçãoex-situ e pesquisa de vegetais, animais e microorganismos, depreferência no país de origem dos recursos genéticos;

c) Adotar medidas para a recuperação e regeneraçãode espécies ameaçadas e para sua reintrodução em seuhabitat natural em condições adequadas;

d) Regulamentar e administrar a coleta de recursosbiológicos de habitats naturais com a finalidade de conservaçãoex-situ de maneira a não ameaçar ecossistemas e populaçõesinsitu de espécies, exceto quando forem necessárias medidastemporárias especiais ex-situ de acordo com a alínea ( c )acima; e

e) Cooperar com o aporte de apoio financeiro e de outranatureza para a conservação ex-situ a que se referem as alíneasa a d acima; e com o estabelecimento e a manutenção deinstalações de conservação ex-situ em países emdesenvolvimento.

Artigo 10Artigo 10Artigo 10Artigo 10Artigo 10Utilização Sustentável de ComponentesUtilização Sustentável de ComponentesUtilização Sustentável de ComponentesUtilização Sustentável de ComponentesUtilização Sustentável de Componentes

da Diversidade Biológicada Diversidade Biológicada Diversidade Biológicada Diversidade Biológicada Diversidade Biológica

Cada Parte Contratante deve, na medida do possível econforme o caso:

a) Incorporar o exame da conservação e uti l izaçãosustentável de recursos biológicos no processo decisórionacional;

b) Adotar medidas relacionadas à utilização de recursosbiológicos para evitar ou minimizar impactos negativos nadiversidade biológica;

c) Proteger e encorajar a uti l ização costumeira derecursos biológicos de acordo com práticas culturaistradicionais compatíveis com as exigências de conservaçãoou utilização sustentável;

Page 22: Vol 02 - Convenção da Biodiversidade

Entendendo o Meio Ambiente – Volume II

22

d) Apoiar populações locais na elaboração e aplicaçãode medidas corretivas em áreas degradadas onde adiversidade biológica tenha sido reduzida; e

e) Estimular a cooperação entre suas autoridadesgovernamentais e seu setor privado na elaboração de métodosde utilização sustentável de recursos biológicos.

Artigo 11Artigo 11Artigo 11Artigo 11Artigo 11Incen t i vosIncen t i vosIncen t i vosIncen t i vosIncen t i vos

Cada Parte Contratante deve, na medida do possível econforme o caso, adotar medidas econômica e socialmenteracionais que sirvam de incentivo a conservação e utilizaçãosustentável de componentes da diversidade biológica.

Artigo 12Artigo 12Artigo 12Artigo 12Artigo 12Pesquisa e TPesquisa e TPesquisa e TPesquisa e TPesquisa e Trrrrreinamentoeinamentoeinamentoeinamentoeinamento

As Partes Contratantes, levando em conta asnecessidades especiais dos países em desenvolvimento,devem:

a) Estabelecer e manter programas de educação etreinamento científ ico e técnico sobre medidas para aidentif icação, conservação e uti l ização sustentável dadiversidade biológica e seus componentes, e proporcionarapoio a esses programas de educação e treinamentodestinados às necessidades específ icas dos países emdesenvolvimento;

b) Promover e estimular pesquisas que contribuam paraa conservação e a uti l ização sustentável da diversidadebiológica, especialmente nos países em desenvolvimento,conforme, ente outras, as decisões da Conferência das Partestomadas em conseqüência das recomendações do ÓrgãoSubsidiário de Assessoramento Científ ico, Técnico eTecnológico; e

c) Em conformidade com as disposições dos arts. 16, 18e 20, promover e cooperar na utilização de avanços científicosda pesquisa sobre diversidade biológica para elaborar métodosde conservação e utilização sustentável de recursos biológicos.

Page 23: Vol 02 - Convenção da Biodiversidade

Convenção sobre Biodiversidade Biológica

23

Artigo 13Artigo 13Artigo 13Artigo 13Artigo 13Educação e Conscientização PúblicaEducação e Conscientização PúblicaEducação e Conscientização PúblicaEducação e Conscientização PúblicaEducação e Conscientização Pública

As Partes Contratantes devem:a) Promover e estimular a compreensão da importância

da conservação da diversidade biológica e das medidasnecessárias a esse f im, sua divulgação pelos meios decomunicação, e a inclusão desses temas nos programaseducacionais; e

b) Cooperar, conforme o caso, com outros Estados eorganizações internacionais na elaboração de programaseducacionais de conscientização pública no que concerne aconservação e à utilização sustentável da diversidade biológica.

Artigo 14Artigo 14Artigo 14Artigo 14Artigo 14AAAAAvaliação de Impacto e Minimizaçãovaliação de Impacto e Minimizaçãovaliação de Impacto e Minimizaçãovaliação de Impacto e Minimizaçãovaliação de Impacto e Minimização

de Impactos Negativosde Impactos Negativosde Impactos Negativosde Impactos Negativosde Impactos Negativos

1. Cada Parte Contratante, na medida do possível econforme o caso, deve:

a) Estabelecer procedimentos adequados que exijam aavaliação de impacto ambiental de seus projetos propostos quepossam ter sensíveis efeitos negativos na diversidade biológicaa fim de evitar ou minimizar tais efeitos e, conforme o caso,permitir a participação pública nesses procedimentos;

b) Tomar providências adequadas para assegurar quesejam devidamente levadas em conta as conseqüênciasambientais de seus programas e políticas que possam tersensíveis efeitos negativos na diversidade biológica;

c) Promover, com base em reciprocidade, notificação,intercâmbio de informação e consulta sobre atividades sob suajurisdição ou controle que possam ter sensíveis efeitosnegativos na diversidade biológica de outros Estados ou áreasalém dos limites da jurisdição nacional, estimulando-se aadoção de acordos bilaterais, regionais ou multi laterais,conforme o caso:

d) Notificar imediatamente, no caso em que se originemsob sua jurisdição ou controle, perigo ou dano iminente ou gravea diversidade biológica em área sob jurisdição de outrosEstados que possam ser afetados por esse perigo ou dano,assim como tomar medidas para prevenir ou minimizar esseperigo ou dano; e

e) Estimular providências nacionais sobre medidas de

Page 24: Vol 02 - Convenção da Biodiversidade

Entendendo o Meio Ambiente – Volume II

24

emergência para o caso de atividades ou acontecimentos deorigem natural ou outra que representem perigo grave eiminente a diversidade biológica e promover a cooperaçãointernacional para complementar tais esforços nacionais e,conforme o caso e em acordo com os Estados ou organizaçõesregionais de integração econômica interessados, estabelecerplanos conjuntos de contingência.

1. A Conferência das Partes deve examinar, com baseem estudos a serem efetuados, as questões daresponsabil idade de reparação, inclusive restauração eindenização, por danos causados à diversidade biológica,exceto quando essa responsabil idade for de ordemestritamente interna.

Artigo 15Artigo 15Artigo 15Artigo 15Artigo 15Acesso a Recursos GenéticosAcesso a Recursos GenéticosAcesso a Recursos GenéticosAcesso a Recursos GenéticosAcesso a Recursos Genéticos

1. Em reconhecimento dos direitos soberanos dosEstados sobre seus recursos naturais, a autoridade paradeterminar o acesso a recursos genéticos pertence aosgovernos nacionais e esta sujeita a legislação nacional.

2. Cada Parte Contratante deve procurar criar condiçõespara permitir o acesso a recursos genéticos para utilizaçãoambientalmente saudável por outras Partes Contratantes e nãoimpor restrições contrárias aos objetivos desta Convenção.

3. Para os propósitos desta Convenção, os recursosgenéticos promovidos por uma Parte Contratante, a que sereferem este artigo e os artigos 16 e 19, são apenas aquelesprovidos por Partes Contratantes que sejam países de origemdesses recursos ou por Partes que os tenham adquirido emconformidade com esta Convenção.

4. O acesso, quando concedido, deverá sê-lo de comumacordo e sujeito ao disposto no presente artigo.

5. O acesso aos recursos genéticos deve estar sujeito aoconsentimento prévio fundamentado da Parte Contratanteprovedora desses recursos, a menos que de outra formadeterminado por essa Parte.

6. Cada Parte Contratante deve procurar conceber erealizar pesquisas científicas baseadas em recursos genéticosprovidos por outras Partes Contratantes com sua plenaparticipação e, na medida do possível, no território dessasPartes Contratantes.

7. Cada Parte Contratante deve adotar medidas

Page 25: Vol 02 - Convenção da Biodiversidade

Convenção sobre Biodiversidade Biológica

25

legislativas, administrativas ou políticas, conforme o caso e emconformidade com os arts. 16 e 19 e, quando necessários,mediante o mecanismo financeiro estabelecido pelos arts. 20e 21, para compartilhar de forma justa e eqüitativa os resultadosda pesquisa e do desenvolvimento de recursos genéticos e osbenefícios derivados de sua utilização comercial e de outranatureza com a Parte Contratante provedora desses recursos.Essa partilha deve dar-se de comum acordo.

Artigo 16Artigo 16Artigo 16Artigo 16Artigo 16Acesso à TAcesso à TAcesso à TAcesso à TAcesso à Tecnologia eecnologia eecnologia eecnologia eecnologia e

TTTTTransferência de Transferência de Transferência de Transferência de Transferência de Tecnologiaecnologiaecnologiaecnologiaecnologia

1. Cada parte Contratante, reconhecendo que atecnologia inclui biotecnologia, e que tanto o acesso à tecnologiaquanto sua transferência entre Partes Contratantes sãoelementos essenciais para a realização dos objetivos destaConvenção, compromete-se, sujeito ao disposto neste artigo,a permitir e ou facilitar a outras Partes Contratantes acesso atecnologias que sejam pertinentes à conservação e utilizaçãosustentável da diversidade biológica ou que utilizem recursosgenéticos e não causem dano sensível ao meio ambiente, assimcomo a transferência dessas tecnologias.

2. O acesso a tecnologia e sua transferência a paísesem desenvolvimento, a que se refere o § 1 acima, devem serpermitidos e/ou facilitados em condições justas e as maisfavoráveis, inclusive em condições concessionais epreferenciais quando de comum acordo, e , caso necessário,em conformidade com o mecanismo financeiro estabelecidonos arts. 20 e 21. No caso de tecnologia sujeita a patentes eoutros direitos de propriedade intelectual, o acesso à tecnologiae sua transferência devem ser permitidos em condições quereconheçam e sejam compatíveis com a adequada e efetivaproteção dos direitos de propriedade intelectual. A aplicaçãodeste parágrafo deve ser compatível com os §§ 3,4 e 5 abaixo.Cada Parte Contratante deve adotar medidas legislat ivas,administrativas ou políticas, conforme o caso, para que as PartesContratantes, em particular as que são países emdesenvolvimento, que provêem recursos genéticos, tenhamgarantido o acesso a tecnologia que utilize esses recursos esua transferência, de comum acordo, incluindo tecnologiaprotegida por patentes e outros direitos de propriedadeintelectual, quando necessário, mediante as disposições dos

Page 26: Vol 02 - Convenção da Biodiversidade

Entendendo o Meio Ambiente – Volume II

26

arts. 20 e 21, de acordo com o direito internacional e conformeos §§ 4 e 5 abaixo.

4. Cada Parte Contratante deve adotar medidaslegislativas, administrativas ou políticas, conforme o caso, paraque o setor privado permita o acesso à tecnologia a que serefere o § 1 acima, seus desenvolvimento conjunto e suatransferência em benefício das instruções governamentais edo setor privado de países em desenvolvimento, e a esserespeito deve observar as obrigações constantes dos §§ 1, 2e 3 acima.

5. As Partes Contratantes, reconhecendo que patentes eoutros direitos de propriedade intelectual podem influir naimplementação desta Convenção, devem cooperar a esserespeito em conformidade com a legislação nacional e o direitointernacional para garantir que esses direitos apoiem e não seoponham aos objetivos desta Convenção.

Artigo 17Artigo 17Artigo 17Artigo 17Artigo 17InterInterInterInterIntercâmbio de Inforcâmbio de Inforcâmbio de Inforcâmbio de Inforcâmbio de Informaçõesmaçõesmaçõesmaçõesmações

1. As Partes Contratantes devem proporcionar o intercâm-bio de Informações, de todas as fontes disponíveis do público,pertinentes a conservação e a uti l ização sustentável dadiversidade biológica, levando em conta as necessidadesespeciais dos países em desenvolvimento.

2. Esse intercâmbio de informações deve incluir ointercâmbio dos resultados de pesquisas técnicas e científicas,e socioeconômicas, como também Informações sobre progra-mas de treinamento e de pesquisa, conhecimento especia-l izado, conhecimento indígena e tradicional como tais eassociados às tecnologias a que se refere o § 1º do art. 16.Deve também, quando possível, incluir a repatriação dasInformações.

Artigo 18Artigo 18Artigo 18Artigo 18Artigo 18Cooperação Técnica e CientíficaCooperação Técnica e CientíficaCooperação Técnica e CientíficaCooperação Técnica e CientíficaCooperação Técnica e Científica

1. As Partes Contratantes devem promover a cooperaçãotécnica e científica internacional no campo da conservação eutilização sustentável da diversidade biológica, caso necessário,por meio de instituições nacionais e internacionais competentes.

2. Cada Parte Contratante deve, ao implementar estaConvenção, promover a cooperação técnica e científica com

Page 27: Vol 02 - Convenção da Biodiversidade

Convenção sobre Biodiversidade Biológica

27

outras Partes Contratantes, em particular países em desenvol-vimento, por meio , entre outros, da elaboração e implemen-tação de políticas nacionais. Ao promover essa cooperação,deve ser dada especial atenção ao desenvolvimento e fortale-cimento dos meios nacionais mediante a capacitação derecurso humanos e fortalecimentos institucional.

3. A Conferência das Partes, em sua primeira sessão devedeterminar a forma de estabelecer um mecanismo deintermediação para promover e facilitar a cooperação técnicae científica.

4. As Partes Contratantes devem, em conformidade comsua legislação e suas políticas nacionais, elaborar e estimularmodalidades de cooperação para o desenvolvimento eutilização de tecnologias, inclusive tecnologias indígenas etradicionais, para alcançar os objetivos desta Convenção. Comesse fim, as Partes Contratantes devem também promover acooperação para a capacitação de pessoal e o intercâmbiode técnicos.

5. As Partes Contratantes devem, no caso de comumacordo, o estabelecimento de programas de pesquisaconjuntos e empresas conjuntas para o desenvolvimento detecnologias relevantes aos objetivos desta convenção.

Artigo 19Artigo 19Artigo 19Artigo 19Artigo 19Gestão da Biotecnologia eGestão da Biotecnologia eGestão da Biotecnologia eGestão da Biotecnologia eGestão da Biotecnologia e

Distribuição de seus BenefíciosDistribuição de seus BenefíciosDistribuição de seus BenefíciosDistribuição de seus BenefíciosDistribuição de seus Benefícios

1. Cada Parte Contratante deve adotar medidas legisla-tivas, administrativas ou políticas, conforme o caso, para permitira participação efetiva, em atividades de pesquisa biotecno-lógica, das Partes Contratantes, especialmente países emdesenvolvimento, que provêem os recursos genéticos paraessa pesquisa, e se possível nessas Partes Contratantes.

2. Cada Parte Contratante deve adotar todas as medidaspossíveis para promover e antecipar acesso prioritário, em basejusta e eqüitativa das Partes Contratantes, especialmente paísesem desenvolvimento, aos resultados e benefícios derivados debiotecnologias baseadas em recursos genéticos providos poressas Partes Contratantes. Esse acesso deve ser de comumacordo.

3. As Partes devem examinar a necessidade e asmodalidades de um protocolo que estabeleça procedimentosadequados, inclusive, em especial, a concordância prévia

Page 28: Vol 02 - Convenção da Biodiversidade

Entendendo o Meio Ambiente – Volume II

28

fundamentada, no que respeita a transferência, manipulaçãoe utilização seguras de todo organismo vivo modificado pelabiotecnologia, que possa ter efeito negativo para a conservaçãoe utilização sustentável da diversidade biológica.

4. Cada Parte Contratante deve proporcionar, diretamenteou por solicitação, a qualquer pessoa física ou jurídica sob suajurisdição provedora dos organismos a que se refere o § 3acima, a Parte Contratante em que esses organismos devemser introduzidos, todas as Informações disponíveis sobre autilização e as normas de segurança exigidas por essa ParteContratante para a manipulação desses organismos, bemcomo todas as informações disponíveis sobre os potenciaisefeitos negativos desses organismos específicos.

Artigo 20Artigo 20Artigo 20Artigo 20Artigo 20Recursos FinanceirRecursos FinanceirRecursos FinanceirRecursos FinanceirRecursos Financeirososososos

1. Cada Parte Contratante compromete-se a proporcionar,de acordo com a sua capacidade, apoio financeiro e incentivosrespectivos às atividades nacionais destinadas a alcançar osobjetivos desta Convenção em conformidade com seus planos,prioridades e programas nacionais.

As Partes países desenvolvidos devem prover recursosfinanceiros novos e adicionais para que as Partes países emdesenvolvimento possam cobrir integralmente os custosadicionais por elas concordados decorrentes daimplementação de medidas em cumprimento das obrigaçõesdesta Convenção, bem como para que se beneficiem de seusdispositivos. Estes custos devem ser determinados de comumacordo entre cada Parte país em desenvolvimento e omecanismo institucional previsto no art. 21 de acordo compolíticas, estratégias, prioridades programáticas e critérios deaceitabilidade, segundo uma lista indicativa de custos adicionaisestabelecida pela Conferência das Partes. Outras Partes,inclusive países em transição para uma economia de mercado,podem assumir voluntariamente as obrigações das Partespaíses desenvolvidos. Para os fins deste artigo, a Conferênciadas Partes deve estabelecer, em sua primeira sessão, umalista de Partes países desenvolvidos. A Conferência das Partesdeve periodicamente revisar e, se necessário, alterar a lista.Contribuições voluntárias de outros países e fontes podem sertambém estimuladas. Para o cumprimento dessescompromissos deve ser levada em conta a necessidade de

Page 29: Vol 02 - Convenção da Biodiversidade

Convenção sobre Biodiversidade Biológica

29

que o fluxo de recursos seja adequado, previsível e oportuno,e a importância de distr ibuir os custos entre as Partescontribuintes incluídas na citada lista.

3. As Partes países desenvolvidos podem também proverrecursos financeiros relativos à implementação esta Convençãopor canais bilaterais, regionais e outros multilaterais.

4. O grau de efetivo cumprimento dos compromissosassumidos sob esta Convenção pelas Partes países desen-volvidos, no que se refere a recursos financeiros e transferênciade tecnologia, e levará plenamente em conta o fato de que odesenvolvimento econômico e social e a erradicação dapobreza são as prioridades primordiais e absolutas das Partespaíses em desenvolvimento.

5. As Partes devem levar plenamente em conta asnecessidades específicas e a situação especial dos países demenor desenvolvimento relativo em suas medidas relativas afinanciamento e transferência de tecnologia.

6. As Partes Contratantes devem também levar em contaas condições especiais decorrentes da dependência dadiversidade biológica, sua distribuição e localização nas Partespaíses em desenvolvimento, em particular os pequenosestados insulares.

7. Deve-se também levar em consideração a situaçãoespecial dos países em desenvolvimento, inclusive os que sãoecologicamente mais vulneráveis, como os que possuemregiões áridas e semi-áridas, zonas costeiras e montanhosas.

Artigo 21Artigo 21Artigo 21Artigo 21Artigo 21Mecanismos FinanceirMecanismos FinanceirMecanismos FinanceirMecanismos FinanceirMecanismos Financeirososososos

1. Deve ser estabelecido um mecanismo para prover, pormeio de doação ou em bases concessionais, recursosfinanceiros para os fins desta Convenção, às partes países emdesenvolvimento, cujos elementos são descritos neste artigo.O mecanismo deve operar, para os fins desta Convenção, soba autoridade e a orientação da Conferência das partes, e a elaresponder. As operações do mecanismo devem ser realizadaspor estrutura institucional a ser decidida pela Conferência dasPartes em sua primeira sessão. A Conferência das Partes devedeterminar, para os fins desta Convenção, políticas, estraté-gicas, prioridades programáticas e critérios de aceitabilidaderelativos ao acesso e a utilização esses recursos. As Contri-buições devem levar em conta a necessidade mencionada no

Page 30: Vol 02 - Convenção da Biodiversidade

Entendendo o Meio Ambiente – Volume II

30

Artigo 20 de que o fluxo de recursos seja previsível, adequadoe oportuno, de acordo com o montante de recursosnecessários, a ser decidido periodicamente pela Conferênciadas Partes, bem como a importância das distribuição de custosentre as partes contribuintes incluídas na lista a que se refere oparágrafo 2 do Artigo 20. Contribuições voluntárias podemtambém ser feitas pelas Partes países desenvolvidos e poroutros países e fontes. O mecanismo deve operar sob umsistema de administração democrático e transparente.

2. Em conformidade com os objetivos desta Convenção,a conferência das partes deve determinar, em sua primeiraversão políticas, estratégias e prioridades programáticas, bemcomo diretrizes e critérios detalhados de aceitabilidade paraacesso e uti l ização dos recursos f inanceiros, inclusive oacompanhamento e a avaliação periódica de sua utilização. AConferência das Partes deve decidir sobre as providências paraa implementação do parágrafo 1 acima após consulta àestrutura institucional encarregada da operação do mecanismofinanceiro.

3. A Conferência das Partes deve examinar a eficácia domecanismo estabelecido neste Artigo, inclusive os critérios eas diretrizes referidas no Parágrafo 2 acima, em não menosque dois anos da entrada em vigor desta Convenção, e a partirde então periodicamente. Com base nesse exame, deve, senecessário, tomar medidas adequadas para melhorar a eficáciado mecanismo.

4. As Partes Contratantes devem estudar a possibilidadede fortalecer as instituições financeiras existentes para proverrecursos f inanceiros para a conservação e a uti l izaçãosustentável da diversidade biológica.

Artigo 22Artigo 22Artigo 22Artigo 22Artigo 22Relação com OutrasRelação com OutrasRelação com OutrasRelação com OutrasRelação com Outras

Convenções InterConvenções InterConvenções InterConvenções InterConvenções Internacionaisnacionaisnacionaisnacionaisnacionais

1. As disposições desta Convenção não devem afetar osdireitos e obrigações de qualquer Parte Contratantedecorrentes de qualquer acordo internacional existente, salvose o exercício desses direitos e o cumprimento dessasobrigações cause grave dano ou ameaça a diversidadebiológica.

2. As Partes Contratantes devem implementar estaConvenção, no que se refere e ao meio ambiente marinho, em

Page 31: Vol 02 - Convenção da Biodiversidade

Convenção sobre Biodiversidade Biológica

31

conformidade com os direitos e obrigações dos Estados decor-rente do Direito do mar.

Artigo 23Artigo 23Artigo 23Artigo 23Artigo 23Conferência das PartesConferência das PartesConferência das PartesConferência das PartesConferência das Partes

1. Uma Conferência das Partes é estabelecida por estaConvenção. A primeira sessão da Conferência das Partes deveser convocada pelo Diretor Executivo do Programa das NaçõesUnidas para o Meio Ambiente no mais tardar dentro de umano da entrada em vigor desta Convenção. Subseqüentemente,sessões ordinárias da Conferência das partes devem ser reali-zadas em intervalos a serem determinados pela Conferênciaem sua primeira sessão.

2. Sessões extraordinárias da Conferência das partesdevem ser realizadas quando for considerado necessário pelaConferência, ou por solicitação escrita de qualquer Parte, desdeque, dentro de seis meses após a solici tação ter sidocomunicada às Partes pelo Secretariado, seja apoiada por pelomenos um terço das Partes.

3. A Conferência das Partes deve aprovar e adotar porconsenso suas regras de procedimento e as de qualquerorganismo subsidiário que estabeleça, bem como as normasde administração financeira do Secretariado. Em cada sessãoordinária a Conferência das Partes deve adotar um orçamentopara o exercício até a seguinte sessão ordinária.

4. A Conferência das partes deve manter sob exame aimplementação desta Convenção, e, com esse fim, deve:

a) Estabelecer a forma e periodicidade da comunicaçãodas informações a serem apresentadas em conformidade como Artigo 26, e examinar essas informações, bem como osrelatórios apresentados por qualquer órgão subsidiário;

b) Examinar os pareceres científ icos, técnicos etecnológicos apresentados de acordo com o Artigo 25;

c) Examinar e adotar protocolos, caso necessário, emconformidade com o Artigo 28;

d) Examinar e adorar, caso necessário, emendas a estaConvenção e a seus anexos, em conformidade com os Artigos29 e 30;

e) Examinar emendas a qualquer protocolo, bem comoa qualquer de seus anexos e, se assim decidir, recomendarsua adoção às partes desse protocolos;

f) Examinar e adotar caso necessário, anexos adicionais

Page 32: Vol 02 - Convenção da Biodiversidade

Entendendo o Meio Ambiente – Volume II

32

a esta Convenção, em conformidade com o Artigo 30.g) Estabelecer os órgãos subsidiários, especialmente de

consultoria científica e técnica, considerados necessários àimplementação desta Convenção;

h) Entrar em contato, por meio do Secretariado, com osórgãos executivos de Convenções que tratem de assuntosobjeto desta Convenção, para com eles estabelecer formasadequadas de cooperação; e

i) Examinar e tomar todas as demais medidas quepossam ser necessárias para alcançar os f ins destaConvenção, à luz da experiência adquirida na suaimplementação.

1. As Nações Unidas, seus organismos especializados ea Agência Internacional de Energia Atômica, bem comoqualquer Estado que não seja Parte desta Convenção, podemse fazer representar como observadores nas sessões daConferência das Partes. Qualquer outro órgão ou organismo,governamental ou não-governamental, competente no campoda conservação e da utilização sustentável da diversidadebiológica, que informe ao Secretariado do seu desejo de sefazer representar como observador numa sessão da Confe-rência das Partes, pode ser admitido, a menos que um terçodas Partes apresente objeção. A admissão e a participação eobservadores deve sujeitar-se as regras de procedimentoadotadas pela Conferência das Partes.

Artigo 24Artigo 24Artigo 24Artigo 24Artigo 24S e c rS e c rS e c rS e c rS e c r e t a r i a d oe t a r i a d oe t a r i a d oe t a r i a d oe t a r i a d o

1. Fica estabelecido um Secretariado com as seguintesfunções:

a) Organizar as sessões da Conferência das Partesprevista no Artigo 23 e prestar-lhes serviço;

b) Desempenhar as funções que lhe atribuam osprotocolos;

c) Preparar relatórios sobre o desempenho de suasfunções sob esta convenção e apresentá-la à Conferência dasPartes;

d) Assegurar a coordenação com outros organismosinternacionais pertinentes e, em particular, tomar asprovidências administrativas e contratuais necessárias para odesempenho eficaz de suas funções; e

e) Desempenhar as demais funções que lhes forem

Page 33: Vol 02 - Convenção da Biodiversidade

Convenção sobre Biodiversidade Biológica

33

atribuídas pela Conferência das Partes.2. Em sua primeira sessão ordinária, a Conferência das

Partes deve designar o Secretariado dentre as organizaçõesinternacionais competentes que se tenham demonstradodispostas a desempenhar as funções de secretariado previstasnesta Convenção.

Artigo 25Artigo 25Artigo 25Artigo 25Artigo 25ÓrÓrÓrÓrÓrgão Subsidiário de Assessoramentogão Subsidiário de Assessoramentogão Subsidiário de Assessoramentogão Subsidiário de Assessoramentogão Subsidiário de Assessoramento

Científico, Técnico e TCientífico, Técnico e TCientífico, Técnico e TCientífico, Técnico e TCientífico, Técnico e Tecnológicoecnológicoecnológicoecnológicoecnológico

1. Fica estabelecido um órgão subsidiário de assesso-ramento científico, técnico e tecnológico para prestar, em tempooportuno, à Conferência das Partes e, conforme o caso, aosseus demais órgãos subsidiários, assessoramento sobre aimplementação desta Convenção. Este órgão deve estar abertoà participação de todas as Partes e deve ser multidisciplinar.Deve ser composto por representantes governamentais comcompetências nos campos de especialização pertinentes. Deveapresentar relatórios regularmente à Conferência das Partessobre todos os aspectos de seu trabalho.

2. Sob a autoridade da Conferência das Partes e de acor-do com as diretrizes por ela estabelecidas, e a seu pedido, oórgão deve:

a) Apresentar avaliações científicas e técnicas da situaçãoda diversidade biológica;

b) Preparar avaliações científicas e técnicas dos efeitosdos tipos de medidas adotadas, em conformidade com oprevisto nesta Convenção;

c) Identif icar tecnologias e conhecimentos técnicosinovadores, eficientes e avançados relacionados à conservaçãoe à utilização sustentável da diversidade biológica e prestarassessoramento sobre as formas e meios de promover odesenvolvimento e/ou a transferência dessas tecnologias;

d) Prestar assessoramento sobre programas científicose cooperação internacional em pesquisa e desenvolvimento,relativos à conservação e à utilização sustentável da diversidadebiológica; e

e) Responder a questões científicas, técnicas, tecnológi-cas e metodológicas que lhe formulem a Conferência dasPartes e seus órgãos subsidiários.

3. As funções, mandato, organização e funcionamentodeste órgão podem ser posteriormente melhor definidos pela

Page 34: Vol 02 - Convenção da Biodiversidade

Entendendo o Meio Ambiente – Volume II

34

Conferência das Partes.

Artigo 26Artigo 26Artigo 26Artigo 26Artigo 26Re l a t ó r i o sRe l a t ó r i o sRe l a t ó r i o sRe l a t ó r i o sRe l a t ó r i o s

Cada Parte Contratante deve, com a periodicidade a serestabelecida pela Conferência das Partes, apresentar-lherelatórios sobre medidas que tenha adotado para aimplementação dos dispositivos desta Convenção e sobre suaeficácia para alcançar os seus objetivos.

Artigo 27Artigo 27Artigo 27Artigo 27Artigo 27Solução de ContrSolução de ContrSolução de ContrSolução de ContrSolução de Controvérsiasovérsiasovérsiasovérsiasovérsias

1. No caso de controvérsia entre Partes Contratantes noque respeita à interpretação ou aplicação desta Convençãoas Partes envolvidas devem procurar resolvê-la por meio denegociação.

2. Se as Partes envolvidas não conseguem chegar a umacordo por meio de negociação, podem conjuntamente solicitaros bons ofícios ou a mediação de uma terceira Parte.

3. Ao ratificar, aceitar, ou aprovar esta Convenção ou aela aderir, ou em qualquer momento posterior, um Estado ouorganização de integração econômica regional pode declararpor escrito ao Depositário que, nos casos de controvérsia nãoresolvida de acordo com o § 1º ou o § 2º acima, aceita comocompulsórios um ou ambos dos seguintes meios de soluçãode controvérsias:

a) arbitragem de acordo com o procedimentoestabelecido na Parte 1 do Anexo II;

b) Submissão da controvérsia à Corte Internacional deJustiça.

4. Se as Partes na controvérsia não tiverem aceito, deacordo com o parágrafo 3º acima, aquele ou qualquer outroprocedimento, a controvérsia deve ser submetida à conciliaçãode acordo com a Parte 2 Anexo II, a menos que as Partesconcordem de outra maneira.

4. O disposto neste artigo aplica-se a qualquer protocolosalvo de outra maneira disposto nesse protocolo.

Page 35: Vol 02 - Convenção da Biodiversidade

Convenção sobre Biodiversidade Biológica

35

Artigo 28Artigo 28Artigo 28Artigo 28Artigo 28Adoção dos PrAdoção dos PrAdoção dos PrAdoção dos PrAdoção dos Protocolosotocolosotocolosotocolosotocolos

1. As Partes Contratantes devem cooperar na formulaçãoe adoção de protocolos desta Convenção.

2. Os protocolos devem ser adotados em sessão daConferência das Partes.

3. O texto de qualquer protocolo propostos deve sercomunicado pelo Secretariado às Partes Contratantes pelomenos seis meses antes dessa sessão.

Artigo 29Artigo 29Artigo 29Artigo 29Artigo 29Emendas à Convenção ou PrEmendas à Convenção ou PrEmendas à Convenção ou PrEmendas à Convenção ou PrEmendas à Convenção ou Protocolosotocolosotocolosotocolosotocolos

1. Qualquer Contratante pode propor emendas a estaConvenção. Emendas a qualquer protocolo podem serpropostas por quaisquer Partes dos mesmos.

2. Emendas à esta Convenção devem ser adotadas emsessão da Conferência das Partes. Emendas a qualquerprotocolo devem ser adotadas em sessão das Partes dosprotocolos pertinentes. O texto de qualquer emenda propostaa esta Convenção ou a qualquer protocolo, salvo se de outromodo disposto no protocolo, deve ser comunicado às Partesdo instrumento pertinente pelo Secretariado pelo menos seismeses antes da sessão na qual será proposta sua adoção.Propostas de emenda devem também ser comunicadas peloSecretariado aos signatários desta Convenção, parainformação.

3. As Partes devem fazer todo o possível para chegar aacordo por consenso sobre as emendas propostas a estaConvenção ou a qualquer protocolo. Uma vez exauridos todosos esforços para chegar a um consenso sem que se tenhachegado a um acordo a emenda deve ser adotada, em últimainstância, por maioria de dois terços das Partes do instrumentopertinente presentes e votantes nessa sessão, e deve sersubmetida pelo Depositário a todas as Partes para ratificação,aceitação ou aprovação.

4. A ratificação, aceitação ou aprovação de emendas deveser notificada por escrito ao Depositário. As emendas adotadasem, conformidade com o parágrafo 3º acima devem entrarem vigor entre as Partes que as tenham aceito no nonagésimodia após o depósito dos instrumentos da ratificação, aceitaçãoou aprovação de pelo menos dois terços das Partes

Page 36: Vol 02 - Convenção da Biodiversidade

Entendendo o Meio Ambiente – Volume II

36

Contratantes desta Convenção ou das Partes do protocolopertinente, salvo se de outro modo disposto nesse protocolo. Apartir de então, as emendas devem entrar em vigor para qual-quer outra Parte no nonagésimo dia após a Parte ter depositadoseu instrumento de ratificação, aceitação ou aprovação daemendas .

5. Para os fins deste artigo. “Partes presentes e votantes”significa Partes presentes e que emitam voto afirmativo ounegativo.

Artigo 30Artigo 30Artigo 30Artigo 30Artigo 30Adoção de Anexos e Emendas a AnexosAdoção de Anexos e Emendas a AnexosAdoção de Anexos e Emendas a AnexosAdoção de Anexos e Emendas a AnexosAdoção de Anexos e Emendas a Anexos

1. Os anexos a esta Convenção ou a seus protocolosconstituem parte integral da Convenção ou do protocolopertinente, conforme o caso, e, salvo se expressamente dispostode outro modo, qualquer referência a esta Convenção e a suesprotocolos constitui ao mesmo tempo referência a quaisquerde seus anexos. Esses anexos devem restringir-se a assuntosprocessuais, científicos, técnicos e administrativos.

2. Salvo se disposto de outro modo em qualquer protocolono que se refere a seus anexos, para a proposta, adoção eentrada em vigor de anexos suplementares a esta Convençãoou de anexos a quaisquer de seus protocolos, deve-seestabelecer o seguinte procedimento:

a) os anexos a esta Convenção e a qualquer protocolodevem ser propostos e adotados de acordo com oprocedimento estabelecido no artigo 29;

b) qualquer Parte que não possa aceitar um anexosuplementar a esta Convenção ou um anexo a qualquerprotocolo do qual é Parte o deve notificar por escrito, aoDepartamento dentro de um ano da data da comunicação desua adoção pelo Depositário. O Depositário deve comunicarsem demora a todas as Partes qualquer notificação desse tiporecebida. Uma Parte pode a qualquer momento retirar umadeclaração anterior de objeção, e, assim, os anexos devementrar em vigor para aquela Parte de acordo com o dispostona alínea e abaixo;

c) um ano após a data da comunicação pelo Depositáriode sua adoção, o anexo deve entrar em vigor para todas asParte desta Convenção ou de qualquer protocolo pertinenteque não tenham apresentado uma notificação de acordo como disposto na alínea b acima.

Page 37: Vol 02 - Convenção da Biodiversidade

Convenção sobre Biodiversidade Biológica

37

3. A proposta, adoção e entrada em vigor de emendasaos anexos a esta Convenção ou a qualquer protocolo devemestar sujeitas ao procedimento obedecido no caso da proposta,adoção e entrada em vigor de anexos a esta Convenção ouanexos a qualquer protocolo.

4. Se qualquer anexo suplementar ou uma emenda aum anexo for relacionada a uma emenda a esta Convençãoou qualquer protocolo , este anexo suplementar ou esta emendasomente deve entrar em vigor quando a referida emenda àConvenção ou protocolo estiver em vigor.

Artigo 31Artigo 31Artigo 31Artigo 31Artigo 31DirDirDirDirDireito de Veito de Veito de Veito de Veito de Votootootootooto

1. Salvo o disposto no parágrafo 2º abaixo, cada ParteContratante desta Convenção ou de qualquer protocolo deveter um voto.

2. Em assuntos de suas competência, organizações deintegração econômica regional devem exercer seu direito aovoto com um número de votos igual ao número de seusEstados-Membros que sejam Partes Contratantes destaConvenção ou de protocolo pertinente. Essas organizações nãodevem exercer seu direito de voto se seus Estados-Membrosexercerem os seus, e vice-versa.

Artigo 32Artigo 32Artigo 32Artigo 32Artigo 32Relações entrRelações entrRelações entrRelações entrRelações entre esta Convenção e seus Pre esta Convenção e seus Pre esta Convenção e seus Pre esta Convenção e seus Pre esta Convenção e seus Protocolosotocolosotocolosotocolosotocolos

1. Um Estado ou uma organização de integração econô-mica regional não pode ser Parte um protocolo salvo se for, ouse tornar simultaneamente, Parte Contratante desta Convenção.

2. Decisões decorrentes de qualquer protocolo devemser tomadas somente pelas Partes do protocolo pertinente.Qualquer Parte Contratante que não tenha ratificado, aceito ouaprovado um protocolo pode participar como observadora emqualquer sessão das Partes daquele protocolo.

Artigo 33Artigo 33Artigo 33Artigo 33Artigo 33A s s i n a t u r aA s s i n a t u r aA s s i n a t u r aA s s i n a t u r aA s s i n a t u r a

Esta Convenção está aberta a assinatura por todos osEstados e qualquer organização de integração econômicaregional na cidade do Rio de Janeiro de 5 de junho de 1992 a

Page 38: Vol 02 - Convenção da Biodiversidade

Entendendo o Meio Ambiente – Volume II

38

14 de junho de 1992, e na sede das Nações Unidas em NovaIorque, de 15 de junho de 1993.

Artigo 34Artigo 34Artigo 34Artigo 34Artigo 34Ratificação, Aceitação ou AprRatificação, Aceitação ou AprRatificação, Aceitação ou AprRatificação, Aceitação ou AprRatificação, Aceitação ou Aprovaçãoovaçãoovaçãoovaçãoovação

1. Esta Convenção e seus protocolos estão sujeitos a ratifi-cação, aceitação ou aprovação pelos Estados e por organi-zações de integração econômica regional. Os Instrumentos deratificação, aceitação ou aprovação devem ser depositadosjunto ao Depositário.

2. Qualquer organização mencionada no parágrafo 1ºacima que se torne Parte Contratante desta Convenção ou dequalquer de seus protocolos, sem que seja Parte contratantenenhum de seus Estados-Membros, deve ficar sujeita a todasas obrigações da Convenção ou do protocolo, conforme o caso.No caso dessas organizações, se um ou mais de seus Estados-Membros for uma Parte Contratante desta Convenção ou deprotocolo pertinente, a organização e seus Estados-Membrosdevem decidir sobre suas respectivas responsabilidades parao cumprimento de suas obrigações previstas nesta Convençãoou o protocolo, conforme o caso. Nesses casos, a organizaçãoe os Estados-Membros não devem exercer simultaneamentedireitos estabelecidos por esta Convenção ou pelo protocolopertinente.

3. Em seus instrumentos de ratificação, aceitação ouaprovação, as organizações mencionadas no parágrafo 1ºacima devem declarar o âmbito de sua competência no querespeita a assuntos regidos por esta Convenção ou porprotocolo pertinente. Estas organizações devem tambéminformar ao Depositário de qualquer modificação pertinenteno âmbito de sua competência.

Artigo 35Artigo 35Artigo 35Artigo 35Artigo 35A d e s ã oA d e s ã oA d e s ã oA d e s ã oA d e s ã o

1. Esta Convenção e quaisquer de seus protocolos estáaberta a adesão de Estados e organizações de integraçãoeconômica regional a partir da data em que expire o prazopara a assinatura da Convenção ou do protocolo pertinente.Os instrumentos de adesão devem ser depositados junto aoDepositário.

2. Em seus instrumentos de adesão, as organizações

Page 39: Vol 02 - Convenção da Biodiversidade

Convenção sobre Biodiversidade Biológica

39

mencionadas no § 1º acima devem declarar o âmbito de suascompetências no que respeita aos assuntos regidos por estaConvenção ou pelos protocolos. Essas organizações devemtambém informar ao Depositário qualquer modificaçãopertinente no âmbito de suas competências..

3. O disposto no artigo 34, parágrafo 2º, deve aplicar-sea organizações de integração econômica regional que adirama esta Convenção ou a quaisquer de seus protocolos.

Artigo 36Artigo 36Artigo 36Artigo 36Artigo 36Entrada em VEntrada em VEntrada em VEntrada em VEntrada em Vigorigorigorigorigor

1. Esta Convenção entra em vigor no nonagésimo diasapós a data de depósito do trigésimo instrumento de ratificação,aceitação, aprovação ou adesão.

2. Um protocolo deve entrar em vigor no nonagésimodia após a data do depósito do número de instrumentos deratificação, aceitação, aprovação ou adesão estipulada nesseprotocolo.

3. Para cada Parte Contratante que ratifique, aceite ouaprove esta Convenção ou a ela adira após o depósito dotrigésimo instrumento de ratificação, aceitação, aprovação ouadesão, esta Convenção entra em vigor no nonagésimo diaapós a data de depósito pelo Parte Contratante do seuinstrumento de ratificação, aceitação, aprovação ou adesão.

4. Um protocolo, salvo-se disposto de outro modo nesseprotocolo, deve entrar em vigor para uma Parte Contratanteque o ratifique, aceite ou aprove ou a ele adira após sua entradaem vigor de acordo com o parágrafo 2º acima, no nonagésimodia após a data do depósito do instrumento de ratificação,aceitação, aprovação ou adesão por essa Parte Contratante,ou na data em que esta Convenção entre em vigor para essaParte Contratante, a que for posterior.

5. Para os f ins dos parágrafos 1 e 2 acima, osinstrumentos depositados por uma organização de integraçãoeconômica regional não devem ser contados como adicionaisàqueles depositados por Estados-Membros dessa organi-zação.

Artigo 37Artigo 37Artigo 37Artigo 37Artigo 37R e s e r v a sR e s e r v a sR e s e r v a sR e s e r v a sR e s e r v a s

Nenhuma reserva pode ser feita a esta Convenção.

Page 40: Vol 02 - Convenção da Biodiversidade

Entendendo o Meio Ambiente – Volume II

40

Artigo 38Artigo 38Artigo 38Artigo 38Artigo 38Denún c i a sDenún c i a sDenún c i a sDenún c i a sDenún c i a s

1. Após dois anos da entrada em vigor desta Convençãopara uma Parte Contratante, essa Parte Contratante pode aqualquer momento denunciá-la por meio de notificação escritaao Depositário.

2. Essa denúncia tem efeito um ano após a data de seurecebimento pelo Depositário, ou em data posterior se assimfor estipulado na notificação de denúncia.

3. Deve ser considerado que qualquer Parte Contratanteque denuncie esta Convenção denuncia também os protocolosde que é Parte.

Artigo 39Artigo 39Artigo 39Artigo 39Artigo 39Disposições Financeiras PrDisposições Financeiras PrDisposições Financeiras PrDisposições Financeiras PrDisposições Financeiras Provisóriasovisóriasovisóriasovisóriasovisórias

Desde que completamente reestruturado, em conformi-dade com o disposto no Artigo 21, o Fundo para o MeioAmbiente Mundial, do Programa das Nações Unidas para oDesenvolvimento, do Programa das Nações Unidas para o MeioAmbiente, e do Banco Internacional para a Reconstrução e oDesenvolvimento, deve ser a estrutura institucional provisória aque se refere o Artigo 21, no período entre a entrada em vigordesta Convenção e a primeira sessão da Conferência dasPartes ou até que a Conferência das Partes designe umaestrutura institucional em conformidade com o Artigo 21.

Artigo 40Artigo 40Artigo 40Artigo 40Artigo 40Disposições TDisposições TDisposições TDisposições TDisposições Transitóriasransitóriasransitóriasransitóriasransitórias

para o Secrpara o Secrpara o Secrpara o Secrpara o Secretariadoetariadoetariadoetariadoetariado

O Secretariado a ser provido pelo Diretor Executivo doPrograma das Nações Unidas para o Meio Ambiente deve sero Secretariado a que se refere o Artigo 24, parágrafo 2,provisoriamente pelo período entre a entrada em vigor destaConvenção e a primeira sessão da conferência das Partes.

Artigo 41Artigo 41Artigo 41Artigo 41Artigo 41Depos i t á r i oDepos i t á r i oDepos i t á r i oDepos i t á r i oDepos i t á r i o

O Secretário-Geral das Nações Unidas deve assumirfunções de Depositário desta Convenção e de seus protocolos.

Page 41: Vol 02 - Convenção da Biodiversidade

Convenção sobre Biodiversidade Biológica

41

Artigo 42Artigo 42Artigo 42Artigo 42Artigo 42TTTTTextos Autênticosextos Autênticosextos Autênticosextos Autênticosextos Autênticos

O original desta Convenção, cujos textos em árabe, chi-nês, espanhol, francês, inglês e russo são igualmente autênti-cos, deve ser depositado junto ao Secretário-Geral das NaçõesUnidas.

Em fé do que, os abaixo assinados, devidamente autoriza-dos para esse fim, firmam esta Convenção.

Feita no Rio de Janeiro, ao 5 dias de junho de mil novecen-tos e noventa e dois.

Page 42: Vol 02 - Convenção da Biodiversidade

Entendendo o Meio Ambiente – Volume II

42

ANEXO IANEXO IANEXO IANEXO IANEXO IIdentificação e MonitoramentoIdentificação e MonitoramentoIdentificação e MonitoramentoIdentificação e MonitoramentoIdentificação e Monitoramento

1. Ecossistemas e habitats: compreendendo grandediversidade, grande número de espécies endêmicas ouameaçadas, ou vida si lvestre; os necessários as espéciesmigratórias; de importância social, econômica , cultural oucientífica; ou que sejam representativos, únicos ou associadosa processos evolutivos ou outros processos biológicosessenciais:

2. Espécies e imunidades que: estejam ameaçadas;sejam espécies si lvestres aparentadas de espéciesdomesticadas ou cultivadas; tenham valor medicinal, agrícolaou qualquer outro valor econômico; sejam de importânciasocial, científica ou cultural; ou sejam de importância para apesquisa sobre a conservação e a utilização sustentável dadiversidade biológica, como as espécies de referências; e

3. Genomas e genes descritos como tendo importânciasocial, científica ou econômica.

Page 43: Vol 02 - Convenção da Biodiversidade

Convenção sobre Biodiversidade Biológica

43

ANEXO IIANEXO IIANEXO IIANEXO IIANEXO IIPPPPPARARARARARTE ITE ITE ITE ITE I

A r b i t r a g emA r b i t r a g emA r b i t r a g emA r b i t r a g emA r b i t r a g emArtigo 1Artigo 1Artigo 1Artigo 1Artigo 1

A Parte demandante deve notificar o Secretariado de queas Partes estão submetendo uma controvérsia a arbitragemem conformidade com o Artigo 27. A notificação deve expor oobjeto em questão a ser arbitrado, e incluir, em particular, osartigos da Convenção ou do Protocolo de cuja interpretaçãoou aplicação se tratar a questão. Se as Partes não concordaremno que respeita o objeto da controvérsia, antes de ser oPresidente do tribunal designado, o tribunal de arbitragem devedefinir o objeto em questão. O Secretariado deve comunicar ainformação assim recebida a todas as Partes Contratantesdesta Convenção ou do protocolo pertinente.

Artigo 2Artigo 2Artigo 2Artigo 2Artigo 2

1. Em controvérsias entre duas Partes, o tribunal dearbitragem deve ser composto e três membros. Cada umadas Partes da controvérsias deve nomear um árbitro e os doisárbitros assim nomeados devem designar de comum acordoum terceiro árbitro que deve presidir o tribunal. Este último nãopode ser da mesma nacionalidade das Partes em controvérsia,nem ter residência f ixa em terri tório de uma das Partes;tampouco deve estar a serviço de nenhuma delas, nem tertratado do caso a qualquer título.

2. Em controvérsia entre mais de duas Partes, as Partesque tenham o mesmo interesse devem nomear um árbitro decomum acordo.

3. Qualquer vaga no tribunal deve ser preenchida deacordo com o procedimento previsto para a nomeação inicial.

Artigo 3Artigo 3Artigo 3Artigo 3Artigo 3

1. Se o Presidente do tribunal de arbitragem não fordesignado dentro de dois meses após a nomeação do segundoárbitro, o Secretário-Geral das Nações Unidas, a pedido de umadas partes, deve designar o Presidente no prazo adicional dedois meses.

2. Se uma das Partes em controvérsia não nomear umárbitro no prazo de dois meses após o recebimento da

Page 44: Vol 02 - Convenção da Biodiversidade

Entendendo o Meio Ambiente – Volume II

44

demanda, a outra parte pode disso informar o Secretário-Geral,que deve designá-lo no prazo adicional de dois meses.

Artigo 4Artigo 4Artigo 4Artigo 4Artigo 4

O tribunal de arbitragem deve proferir suas decisões deacordo com o disposto nesta Convenção, em qualquerprotocolo, e com o direito internacional.

Artigo 5Artigo 5Artigo 5Artigo 5Artigo 5

Salvo se as partes em controvérsia de outro modoconcordarem, o tr ibunal de arbitragem deve adotar suaspróprias regras de procedimento.

Artigo 6Artigo 6Artigo 6Artigo 6Artigo 6

O tribunal de arbitragem pode, a pedido de uma dasPartes, recomendar medidas provisórias indispensáveis deproteção.

Artigo 7Artigo 7Artigo 7Artigo 7Artigo 7

As Partes em controvérsia devem facilitar os trabalhosdo tribunal de arbitragem e, em particular, utilizando todos osmeios a sua disposição:

a) Apresentar-lhe todos os documentos, informações emeios pertinentes; e

b) Permitir-lhe, se necessário, convocar testemunhas ouespecialistas e ouvir seus depoimentos.

Artigo 8Artigo 8Artigo 8Artigo 8Artigo 8

As Partes e os árbitros são obrigados a proteger aconfidencialidade de qualquer informação recebida com essecaráter durante os trabalhos do tribunal de arbitragem.

Artigo 9Artigo 9Artigo 9Artigo 9Artigo 9

Salvo se decidido de outro modo pelo tr ibunal dearbitragem devido a circunstâncias particulares do caso, oscustos do tribunal deve ser cobertos em proporções iguaispelas Partes em controvérsia. O tribunal deve manter um

Page 45: Vol 02 - Convenção da Biodiversidade

Convenção sobre Biodiversidade Biológica

45

registro de todos os seus gatos, e deve apresentar umaprestação de contas final as Partes.

Artigo 10Artigo 10Artigo 10Artigo 10Artigo 10

Qualquer Parte Contratante que tenha interesse denatureza jurídica no objeto em questão da controvérsia, quepossa ser afetado pela decisão sobre o caso, pode intervir noprocesso com o consentimento do tribunal.

Artigo 11Artigo 11Artigo 11Artigo 11Artigo 11

O tribunal pode ouvir e decidir sobre contra-argumen-tações diretamente relacionadas ao objeto em questão dacontrovérsia.

Artigo 12Artigo 12Artigo 12Artigo 12Artigo 12

As decisões do tribunal de arbitragem tanto em matériaprocessual quanto sobre o fundo da questão devem ser toma-das por maioria de seus membros.

Artigo 13Artigo 13Artigo 13Artigo 13Artigo 13

Se uma das partes em controvérsia não comparecerperante o tribunal de arbitragem ou não apresentar defesa desua causa, a outra Parte pode solicitar ao tribunal que continueo processo e profira seu laudo. A ausência de uma das partesou a abstenção de uma parte de apresentar defesa de suacausa não constitui impedimento ao processo. Antes de proferirsua decisão final, o tribunal de arbitragem deve certificar-sede que a demanda esta bem fundamentada de fato e de direito.

Artigo 14Artigo 14Artigo 14Artigo 14Artigo 14

O tribunal deve proferir sua decisão final em cinco mesesa partir da data em que for plenamente constituído, salvo seconsiderar necessário prorrogar esse prazo por um períodonão superior a cinco meses.

Artigo 15Artigo 15Artigo 15Artigo 15Artigo 15

A decisão final do tribunal de arbitragem deve se restringirao objeto da questão em controvérsia e deve ser

Page 46: Vol 02 - Convenção da Biodiversidade

Entendendo o Meio Ambiente – Volume II

46

fundamentada. Nela devem constar os nomes dos membrosque a adotaram e na data. Qualquer membro do tribunal podeanexar a decisão final um parecer em separado ou umparecera divergente.

Artigo 16Artigo 16Artigo 16Artigo 16Artigo 16

A decisão é obrigatória para as Partes em controvérsia.Dela não há recurso, salvo se as Partes em controvérsiahouverem concordado com antecedência sobre umprocedimento de apelação.

Artigo 17Artigo 17Artigo 17Artigo 17Artigo 17

As controvérsias que surjam entre as partes emcontrovérsia no que respeita a interpretação ou execução dadecisão final pode ser submetida por quaisquer uma das Partesà decisão do tribunal que a proferiu.

PPPPPARARARARARTE 2TE 2TE 2TE 2TE 2Conc i l i a ç ãoConc i l i a ç ãoConc i l i a ç ãoConc i l i a ç ãoConc i l i a ç ão

Artigo 1Artigo 1Artigo 1Artigo 1Artigo 1

Uma Comissão de conciliação deve ser criada a pedidode uma das Partes em controvérsia. Essa comissão, salvo seas Partes concordarem de outro modo, deve ser composta decinco membros, dois nomeados por cada Parte envolvida eum Presidente escolhido conjuntamente pelos membros.

Artigo 2Artigo 2Artigo 2Artigo 2Artigo 2

Em controvérsia entre mais de duas Partes, as Partescom o mesmo interesse devem nomear, de comum acordo,seus membros na comissão. Quando duas ou mais Partestiverem interesses independentes ou houver discordância sobreo fato de terem ou não o mesmo interesse., as Partes devemnomear seus membros separadamente.

Artigo 3Artigo 3Artigo 3Artigo 3Artigo 3

Se no prazo de dois meses a partir da data do pedidode criação de uma comissão de conciliação, as Partes nãohouverem nomeado os membros da comissão, o Secretário-

Page 47: Vol 02 - Convenção da Biodiversidade

Convenção sobre Biodiversidade Biológica

47

Geral das Nações Unidas, por solicitação da Parte que formulouo pedido, deve nomeá-los no prazo adicional de dois meses.

Artigo 4Artigo 4Artigo 4Artigo 4Artigo 4

Se o Presidente da comissão de conciliação não forescolhido nos dois meses seguintes a nomeação do últimomembro da comissão, o Secretário-Geral das Nações Unidas,por solicitação de uma das Partes, deve designá-lo no prazoadicional de dois meses.

Artigo 5Artigo 5Artigo 5Artigo 5Artigo 5

A comissão de conciliação deverá tomar decisões pormaioria de seus membros. Salvo se as Partes em Controvérsiaconcordarem de outro modo, deve definir seus própriosprocedimentos. A comissão deve apresentar uma proposta desolução da controvérsia, que as Partes devem examinar emboa fé.

Artigo 6Artigo 6Artigo 6Artigo 6Artigo 6

Uma divergência quanto à competência - da comissãode conciliação deve ser decidida pela comissão .

Page 48: Vol 02 - Convenção da Biodiversidade

Entendendo o Meio Ambiente – Volume II

48

Coordenação GeralCoordenação GeralCoordenação GeralCoordenação GeralCoordenação Geral

Secretário de Estado do Meio Ambiente de São PauloFabio Feldmann

Produção Editorial e PesquisaProdução Editorial e PesquisaProdução Editorial e PesquisaProdução Editorial e PesquisaProdução Editorial e Pesquisa

Rachel Biderman Furriela

Produção GráficaProdução GráficaProdução GráficaProdução GráficaProdução Gráfica

Dirceu Rodrigues

C a p aC a p aC a p aC a p aC a p a

OZ Design

ImpressãoImpressãoImpressãoImpressãoImpressão

Gráfica IMESP

Page 49: Vol 02 - Convenção da Biodiversidade

Convenção sobre Biodiversidade Biológica

49