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- Volume .. Órgão Oficial de Divulgação da Assembléia Nacional Constituinte Brasília, 20 a 26 de junho de 1988 - n- 52 'vis anistiam civis Em novembro, todos às urnas! Nos gritos de e lágrimas de outros, a alegria dos servidores que voltarão a seus cargos com a anistia ADlRPIReynaldo Stavale Quando funcionários, em- pregados de empresas estatais e de economia mista comemo- raram, na semana passada, a anistia que lhes permitirá ocu- par cargos e funções perdidos em decorrência de demissões provocadas por greves, consta- tou-se que o país de hoje com- portava uma anistia de caráter trabalhista, recompondo o te- cido social das negociações pa- trão-empregado, o Estado, no caso, ocupando a primeira fun- ção. I A ANC também devolveu funções e patentes a funcioná- rios e oficiais militares, porém não os reintegrando aos qua- dros. Neste caso, houve respei- to a um sistema hierárquico pe- culiar às Forças Armadas, no qual prática se confunde com mérito. Reconheceu-se a ne- cessidade de pacificação, mas atentou-se para a realidade po- Está assegurado: todos os brasileiros votarão a 15 de no- vembro deste ano, escolhendo mais de 4 mil prefeitos e algo em torno de 48mil vereadores, em todo o país. A decisão foi, praticamente; simultânea. De um lado, a Câ- mara votou substitutivo do Se- nado neste sentido e, de outro, a Constituinte, por ampla maioria, repudiou emendas que prorrogavam gestões ou instituíam mandatos-tampão. lítica do país e para a utilidade que cada anistiado teria, se reintegrado à tropa. Ambas as anistias são atos soberanos da ANC, decididos num determinado contexto histórico. Se é evidente que as relações trabalhistas não auto- rizam mais demissões intem- pestivas, efetivadas sob o arbí- trio de quem quer que seja, o organismo militar ainda guar- da regras próprias. Regras que foram respeitadas. Outra anistia - aos peque- nos e microempresários que in- vestiram durante o Plano Cru- zado - ainda aguarda a delibe- ração dos constituintes. Nesse caso, estará, literalmente, sub judice, o sistema bancário. As suas regras não são nem as tra- balhistas, nem as militares. A Constituinte saberá interpretá- las e julgá-las. O pleito eleitoral de novem- bro próximo foi compreendi- do, pelos constituintes, como um elemento efetivo de avalia- ção da Carta que está sendo, redigida e, também, como ób- via necessidade de consagra- ção da transição democrática. Exemplo disso é que mais ou menos 150 constituintes são candidatos a prefeito. Não ti- veram receio de ver, nas urnas, julgado o trabalho que vêm exe- cutando aqui. (Páginas 6 e 7.) _ . Convocados pela União dos Vereadores do Brasil, representantes de 48 mil legisladores municipais reuniram-se no Senado Federal para debater conquistas alcançadas na nova Constituição

Volume - Portal da Câmara dos Deputados...Em outras palavras, fica claro, como exemplo de linha a seguir, que a inicia tivaprivada também pode e deve atuar, paralelamente ao Governo,

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Page 1: Volume - Portal da Câmara dos Deputados...Em outras palavras, fica claro, como exemplo de linha a seguir, que a inicia tivaprivada também pode e deve atuar, paralelamente ao Governo,

-Volume

~..:~.--Órgão Oficial de Divulgação da Assembléia Nacional Constituinte Brasília, 20 a 26 de junho de 1988 - n- 52

'vis anistiam civis

Em novembro,todos às urnas!

Nos gritos de algu~s e lágrimas de outros, a alegria dos servidores que voltarãoa seus cargos com a anistia

ADlRPIReynaldo Stavale

Quando funcionários, em­pregados de empresas estataise de economia mista comemo­raram, na semana passada, aanistia que lhes permitirá ocu­par cargos e funções perdidosem decorrência de demissõesprovocadas por greves, consta­tou-se que o país de hoje com­portava uma anistia de carátertrabalhista, recompondo o te­cido social das negociações pa­trão-empregado, o Estado, nocaso, ocupando a primeira fun-ção. I

A ANC também devolveufunções e patentes a funcioná­rios e oficiais militares, porémnão os reintegrando aos qua­dros. Neste caso, houve respei­to a um sistema hierárquico pe­culiar às Forças Armadas, noqual prática se confunde commérito. Reconheceu-se a ne­cessidade de pacificação, masatentou-se para a realidade po-

Está assegurado: todos osbrasileiros votarão a 15 de no­vembro deste ano, escolhendomais de 4 mil prefeitos e algoem torno de 48 mil vereadores,em todo o país.

A decisão foi, praticamente;simultânea. De um lado, a Câ­mara votou substitutivo do Se­nado neste sentido e, de outro,a Constituinte, por amplamaioria, repudiou emendasque prorrogavam gestões ouinstituíam mandatos-tampão.

lítica do país e para a utilidadeque cada anistiado teria, sereintegrado à tropa.

Ambas as anistias são atossoberanos da ANC, decididosnum determinado contextohistórico. Se é evidente que asrelações trabalhistas não auto­rizam mais demissões intem­pestivas, efetivadas sob o arbí­trio de quem quer que seja, oorganismo militar ainda guar­da regras próprias. Regras queforam respeitadas.

Outra anistia - aos peque­nos e microempresários que in­vestiram durante o Plano Cru­zado - ainda aguarda a delibe­ração dos constituintes. Nessecaso, estará, literalmente, subjudice, o sistema bancário. Assuas regras não são nem as tra­balhistas, nem as militares. AConstituinte saberá interpretá­las e julgá-las.

O pleito eleitoral de novem­bro próximo foi compreendi­do, pelos constituintes, comoum elemento efetivo de avalia­ção da Carta que está sendo,redigida e, também, como ób­via necessidade de consagra­ção da transição democrática.

Exemplo disso é que mais oumenos 150 constituintes sãocandidatos a prefeito. Não ti­veram receio de ver, nas urnas,julgado o trabalho que vêm exe­cutando aqui. (Páginas 6 e 7.)

_ . Convocados pela União dos Vereadores do Brasil, representantes de 48 mil legisladores municipais reuniram-se no Senado Federal para debater conquistas alcançadas na nova Constituição

Page 2: Volume - Portal da Câmara dos Deputados...Em outras palavras, fica claro, como exemplo de linha a seguir, que a inicia tivaprivada também pode e deve atuar, paralelamente ao Governo,

Nova abertura para a CEECom a visita do primeiro-ministro de'

Portugal, Aníbal Cavaco Silva ao Bra­sil, evidenciou-se uma faceta muitooportuna e que deve servir de modelopara as ações a serem desenvolvidas da­qui em diante, com vistas à busca desoluções objetivas para as dificuldadesdo país.

Como se sabe, estamos diante daperspectiva de abertura de canais paraa criação de condições de ingresso deprodutos brasileiros na ComunidadeEuropéia. Se essa conquista dependeda vontade ou de programas governa­mentais traçados com firmeza, sua con­cretização no entanto só será alcançadacom a simultânea adoção de gestos con­cretos e forte empenho da área empre­sarial.

Em outras palavras, fica claro, comoexemplo de linha a seguir, que a inicia­tiva privada também pode e deve atuar,paralelamente ao Governo, em favorda superação da crise econômico-finan­ceira do Brasil, sem permanecer na po­sição de quem tão-somente pretendavaler-se do paternalismo estatal.

Somos uma nação moderna e que seprepara para a implantação de um novo

.ordenamento jurídico-institucional,igualmente contemporâneo, como oque está em elaboração na Constituin­te. Como tal, cabe-nos entender quea todas as parcelas da sociedade com­pete atuar em proveito do bem comume, é claro, no da Pátria como um todo.

Estamos convictos de que começa aficar distante o tempo em que o empre­sariado preferia acomodar-se, numaposição de dependência e, conseqüente­mente, "de totál sujeição aos ditamesoficiais, adotados muitas vezes casuisti­camente, sem um projeto duradouro.A modernização planejada, ao contrá­rio, deve ensejar um quadro em queserá possível valer-se com bons resul­tados dos reflexos gerais de uma polí­tica traçada pelos governantes, comoagora acontece com Portugal e o Brasil,dentro de um contexto de relaciona­mento entre os diferentes Estados queformam a comunidade internacional.Em hipótese alguma será correto ape­gar-se às políticas de paternalismo, queacabam produzindo efeitos danosos so­bre toda a população, inclusive os em­presários.. Para efetivamente conquistar umapresença no colosso em que deverá con­verter-se a Comunidade EconômicaEuropéia, o empresariado brasileiroprecisará entender-se preliminarmentee, sobretudo, com os empresários dePortugal, país que nos abre as portasde um formidável mercado consumi-

EXPEDIENTEm,L ~ ...

dor. E agir de igual modo em outrasincursões do gênero.

Temos excelentes relações de amiza­de com Portugal, numa vinculação for­temente consolidada por laços históri­cos. Falamos a mesma língua, sempremantivemos uma extraordinária convi­vência, enfim, somos nações irmãs, queagora vislumbram espaços de uma novafase no seu relacionamento. E dele,além dos resultados econômicos, have­rá de resultar o exemplo para futuroslances na órbita externa, como, da mes­ma forma, em relação ao mercado in­terno.

Não há de ser, pois, com o exclusivobafejo das mãos e do favorecimento fá­cil ao Estado que lograremos êxito nes­se tipo de empreitada. O favorecimentooficial passou, de uns tempos para cá,a sofrer o repúdio muito sintomáticoda sociedade e, portanto, dos própriosempresários, notadamente na atual fa­se, em que o país está bem perto dapromulgação de um novo texto consti­tucional. Isto significa que nossa metaé arrumar a casa dentro de parâmetrosmodernos e eficientes.

Caminhar com a ajuda das própriasforças é, aliás, um dos preceitos defen­didos ao longo dos trabalhos da Assem­bléia Nacional Cosntituinte, agora emvias de finalização. E essa a conseqüên­cia imediata das teses desestatizantes,cujas raízes, por sua vez, decorrem donosso patamar de nação que enveredapor sendas realistas e acalentadas pelapopulação. Algo próprio de paísesadultos e que buscam um lugar ao sol.O Brasil reúne essas condições e precisaaproveitar seu potencial para firmar-secomo potência mundial e, assim, de­sempenhar o papel que lhe será exi­gido.

O meio empresarial brasileiro, comotem demonstrado sobejamente, desejaespaço livre para respirar, exatamentetendo em vista a necessidade de partirpara novas e altas posturas.

A hora é de atitudes firmes, corajo­sas e coerentes com os propósitos a se­rem fixados na futura Carta. Não seadmite nenhuma caminhada em des­compasso com a realidade do momen­to, póis se assim ocorrer, não estare­mos registrando evolução, mas nos des­viando perigosamente para a opção me­nos desejável: o retrocesso. Natural­mente sob a inspiração do paternalismoestatal, que até há pouco parecia a úni­ca e deprimente via em que se podiatrafegar. A sinalização já é outra. Urgeacompanhá-Ia.

.Constituinte Humberto LucenaPresidente do Congresso Nacional

o exemploda anistia

A Constituinte avança navotação das disposiçõestransitórias, rumo à conclu­são das deliberações em pri­meiro turno. Na semanapassada, anistiaram os ser­vidores públicos civis e fun­cionários de empresas esta­tais e de economia mista,punidos em função de gre­ves. Foi um momento degrande emoção, tendo emvista, sobretudo, que o lob­by exercido pelos demitidosfoi dos mais bem estrutura­dos. Corredores e galeriasestavam cheios e, ao finalda votação, ouviu-se a gran­de ovação ao Plenário, real­mente ideificado, neste ca­so, como representante pal­pãvel e visível do povo.

São momentos como esseque mostram singularmen­te, a identificação da ativi­dade legislativa com as aspi­rações populares. É eviden­te que a resposta imediatase deu, justamente, por tra­tar-se, também de questãoconjuntural, que afetava odia-a-dia de um grupo, aliásexpressivo, de brasileiros.No entanto, serve para mos­trar que a lei, quando aten­de aos anseios da popula­ção, se revela de grande va­lia. Num país em que osdoutos têm por hábito apos­tar no ceticismo, afirmandoque a lei é feita para nãoser cumprida, e os demais(porque não puderam teracesso à educação) desco­nhecem os seus termos, égratificante assistir aoaplauso a uma norma jurí­dica aprovada.

Que, ao final, se possatambém aplaudir a Cartacomo um todo é o que, sin­ceramente, esperamos.

Ronaldo PaixãoSecretário de Redação

Perdão da dívidaDesde o início defendi a renegociação das dívidas

de pequenos e médios empresários urbanos e rurais,a qual se acha consubstanciada no texto que resultoude fusão das Emendas Mansueto de Lavor e ZizaValadares. À medida em que se aproximava o mo­mento de deliberação pela Assembléia Constituinte,sobre o referido texto, aumentava a pressão dos mi­nistros da Fazenda e do Planejamento contra a suaaprovação, registrando-se, mesmo, nos últimos dias,um verdadeiro terrorismo de infohnação.

Essa campanha redundou no anúncio feito publica­mente pelo ministro Maílson da Nóbrega no sentidode que seria de 10 bilhões de dólares o prejuízodo Tesouro Nacional com o cancelamento da corre­ção monetária incidente sobre as dívidas contraídaspor micros e pequenos empresários urbanos e peque­nos e médios produtores rurais, na vigência do PlanoCruzado, quando, de acordo com o levantamentorealizado pela Confederação Nacional das Microse Pequenas Empresas, o total que resultará daquelecancelamento, até a liquidação final do débito, nãopassa de 183 bilhões de cruzados.

Tudo não passa, portanto, de mais um blefe doministro da Fazenda, a exemplo de seu procedimentopor ocasião do congelamento da URP dos servidorespúblicos, o qual não resultou, como ele chegou aafiançar, na redução da inflação e no controle dodéficit público.

Acresce que, contrariamente à campanha terro­rista orquestrada pelos .mandarins da República, otexto que resultou de fusão daquelas emendas nãoperdoa dívida ou juros pactuados; alcança micros.e pequenos empresários urbanos e pequenos e mé­dios produtores rurais; refere-se apenas aos débitosbancários resultantes de empréstimos celebrados du­rante a vigência do Plano Cruzado; e a Iiquidaçãofinal do débito se realizará em até 180 dias apósa vigência do novo texto constitucional.

E oportuno citar o exemplo altamente significativode uma empresa de São Paulo que reescalonou seudébito do Plano Cruzado junto a um banco privado,o qual, em 19 de março de 1987, era de 254 milcruzados, e que, corrigido, elevou-se para 858 milcruzados, para pagamento em 18 meses, e que, aofinal desse prazo, pagará, por aquele empréstimooriginal de 254 mil cruzados a quantia exorbitantede 4 milhões e 244 mil e 300 cruzados ou seja, umacréscimo equivalente a 1.571 %.

.Co~ outras palavr~s,o que o exemplo citado quer,dizer e que caso nao seja aprovado o texto que,cancela a correção monetária desses empresários,haverá, sem dúvida, uma quebradeira gerarde micro,pequeno e médio empresário no país, fato que prova,estar em jogo o interesse público representado pelamanutenção de milhões de empregos e de atividadeseconômicas fundamentais à sobrevivência de váriossetores oficiais e privados, em todo o território nacio­nal.

Certamente a Assembléia Nacional Constituintenão ficará insensível à gravidade e à urgência dessasituação criada com o estelionato econômico que sechama Plano Cruzado, a qual, se não for corrigidaa tempo e aproveitando a oportunidade que se ofere­ce pela votação daquele texto, inviabilizará a empre­sa, principalmente a empresa genuinamente nacio­nal, a qual já se depara com graves dificuldades de­correntes da recessão que se avizinha, fazendo comque não se vislumbre a curto prazo uma recuperaçãoeconômica do país.

Constituinte Antônio GasparPMDB(MA)

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Jornal da Constituinte - Veículo semanal editado sob aresponsabilidade da Mesa Diretora da Assembléia NacionalConstituinte.MESA DA ASSEMBLÉIA NACIONAL CONSTITUINTE

Presidente- UlyssesGuimarães; Primeiro-Vice-Presidente- Mauro Benevides;Segundo-Vice-Presidente- Jorge Arbage;Primeiro-Secretário - Marcelo Cordeiro; Segundo-Secretário- Mário Maia; Terceiro-Secretário - Arnaldo Faria de Sá.Suplentes:Benedita da Silva, Luiz Soyer e Sotero Cunha.APOIO ADMINISTRATIVO

Secretário-Geralda Mesa - Paulo Affonso M. de OliveiraSubsecretarío-Geralda Mesa - Nerione Nunes CardosoDiretor-Geral da Câmara - Adelmar SilveiraSabinoDiretor-Geral do Senado - José Passos PôrtoProduzido pelo Serviço de Divulgação da Assembléia Na­

cional Constituinte.

2 Jornal da Constituinte

Diretor Responsável - Constituinte Marcelo CordeiroEditores - Alfredo Obliziner e Manoel V. de MagalhãesCoordenador - Daniel Machado da Costa e SilvaSecretário de Redação- Ronaldo Paixão Ribeiro ~

Secretários de Redação Adjuntos - Paulo Domingo R. Nevese Sérgio ChaconChefede Redação- Osvaldo Vaz MorgadoChefede Reportagem- Victor Eduardo Barrie KnappChefede Fotografia - Dalton Eduardo Dalla CostàDiagramação- Leônidas GonçalvesIlustração - Gaetano RéSecretário Gráfico - Eduardo Augusto LopesEQUIPE DE REDAÇÃO

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Moura da Silva, Vladimir Meireles de Almeida, Maria Apare­cida C. Versiani, Marco Antônio Caetano, Eurico Schwinden,Itelvina Alves da Costa, Luiz Carlos R. Linhares, HumbertoMoreira da S_ M. Pereira, ClovisSenna, Luiz Cláudio Pinheiro,Marlise Ilhesca e Domingos Mourão Neto.EQUIPE FOTOGRÁFICA

Reinaldo L. Stavale, Benedita Rodrigues dos Passos, Gui­lherme Rangel de Jesus Barros, Roberto Stuckert e WilliamPrescott.

Composto e impresso no Centro Gráfico do Senado Federal-CEGRAF

Redação: CÂMARA DOS DEPUTADOS - ADIRP- 70160 - Brasflía - DF - Fone: 224·1569- Distribuiçãogratuita

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CARTA::: ACOMPANHE OTEXTO NA NOVA C ::: ACOMPANHE OTEXTO NA NOVA OAB

Plenário decide: vamos votaro plenário da Constituinte passou uma vez mais

por um teste decisivo. Quando se imaginava o impasse,o acordo e o voto aplainaram o caminho de duas maté­rias explosivas: eleições municipais e anistia.

Depois de várias votações, rejeitando uma a umaemendas que propunham a prorrogação de mandatode prefeito e vereadores, ou então, o mandato-tampãode dois anos - em nome da coincidência de eleições- confirmaram-se enfim as eleições municipais paraeste ano, e com um mandato de quatro anos paraprefeitos e vereadores. O texto aprovado vinha da Co­missão de Sistematização, foi repetido pela emendacoletiva do Centrão, e, depois de muita turbulência,confirmado pelo voto da expressiva maioria. Só 19par-

lamentares votaram pela prorrogação.Não menos agitada foi a votação da anistia. Quase

uma dezena de emendas foram submetidas ao Plenário,mas só a que reenquadra os funcionários civis punidospor participarem de greves nos serviços essenciais pas­sou.

Euforia de um lado, tristeza de outro. Todas asemendas que ampliavam a anistia inclusive para ex-inte­grantes das Forças Armadas foram rejeitadas, manten­do-se o texto básico do Centrão. Este texto garanteanistia a todos que, no período de 18 de setembrode 1946 até a data da promulgação da nova Carta,tenham sido atingidos por atos de exceção exclusiva­mente por motivação política.

Sem votar durante 15 dias, o Plenário retomouos trabalhos em ritmo acelerado, podendo prever-seo encerramento das disposições transitórias esta sema­na.

Considerando que cada um dos seus 62 artigossão matérias isoladas, quase todos envolvendo polê­mica, o caminho das disposições transitórias foi o mes­mo seguido no texto permanente: a negociação, a fusãode emendas e a votação por acordo.

Assim foram aprovados dispositivos como o dacomposição do Superior Tribunal de Justiça, definidoo prazo para o funcionamento da Advocacia da União,especificados alguns itens do novo sistema tributáriocriado pela Constituinte, entre outros.

ADIRP/Castro Iúmor

Essa votação aprovou a inclusãode mais um parágrafo ao texto-ba­se, nos termos de fusão de emendasdos constituzntes Hélio Duque(PMDB - PR), Carlos Cardinal(PDT - RS) e João Paulo (PT- M G), estendendo a anistia atéos servidores públicos civis e em­pregados do governo. Essa modifi­cação da redação já aprovada con­figurou-se na única, tendo sido re­jeitadas todos _a~_demais emendasa respeito do ássunto.

dente da República, poderão re­querer ao Supremo Tribunal Fe­deral o reconhecimento de todosos direitos e vantagens interrom­pidos pelos atos punitivos, desdeque comprovem terem sido esteseivados de vício grave.

AERONÁUTICA

§ 5°- Aos Cidadãos que foramimpedidos de exercer, na vida ci­vil, atividade profissional especí­fica, em decorrência das PortariasReservadas do Ministério da Ae­ronáutica n° S-50-GMS, de 19 dejunho de 1964, e n° S-205-GMS,será concedida reparação de natu­reza econômica na forma que dis­puser lei de iniciativa do Congres­so Nacional e a vigorar dentro doprazo de 12 meses, a contar dapromulgação da Constituição.

VEREADOR

§ 6°- Aos que, por força deatos institucionais, tenham exer­cido gratuitamente mandato eleti­vo de vereador, ser-lhe-ão compu­tados, para efeito de aposentado­ria no serviço público e previdên­cia social, os respectivos períodos.

SERVIDORES PÚBLICOS

§ 7°- A anistia, concedida nostermos deste artigo, aplica-se aosservidores públicos ciVIS e aos em­pregados em todos os níveis de go­verno ou em suas fundações, exce­to os ministérios militares, empre­sas públIcas ou empresas mistascom controle estatal, que tenhamsido punidos ou demitidos por ati­vidades profissionais interrompi­das em Virtude de decisão de seustrabalhadores, bem como em de­corrência do Decreto-Lei n°1.632,de 4 de agosto de 1978, ou pormotivos exclusivamente políticos,assegurada a readmissão dos queforam atmgidos a partir de 1979,observado o disposto no § 1°desteartigo.

premo Tribunal Federal exerceráas atribuições e competências defi­nidas na ordem constitucional pre­cedente.APOSENTADORIADE MINISTROS

§ 4°- Instalado o Tribunal, osministros aposentados do Tribu­nal Federal de Recursos tornar­se-ão , automaticamente, minis­tros aposentados do Superior Tri­bunal de Justiça.

INDICAÇÃODE MINISTROS

§ 5°- Os ministros a que se re­fere o inciso II serão indicados emlista tríplice pelo Tribunal Federalde Recursos, observado o dispostono art. 128, parágrafo único, daConstituição.

TRIBUNAIS CRIADOS

§ 6°- Ficam criados cinco Tri­bunais Regionais Federais, deven­do ser instalados no prazo de seismeses, a contar da promulgaçãodesta Constituição, com a jurisdi­ção e sede que lhes fixar o Tribu­nal Federal de Recursos, tendo emconta o número de processo e sualocalização geográfica.

RESPONSABILIDADESDOTFR

§ 7°- Até que se instalem osTnbunais Regionais Federais, oTribunal Federal de Recursosexercerá a competência a eles atri­buída em todo o território nacio­nal, competindo-lhe, ainda, pro­mover-lhes a instalação e indicaros candidatos a todos os cargosde composição inicial mediantelista tríplice, podendo desta cons­tar Juízes federais de qualquer re­gião, independentemente do pra­zo previsto no art. 131, II, daConstituição.

VAGAS NO TFR

§ 8°- É vedado, a partir dapromulgação da Constituição, oprovimento de vagas de ministrosdo Tribunal Federal de Recursos.

PROMOÇÕES DE JUÍZES

§ 9°- Quando não houver juizfederal que conte o tempo mínimode exercício previsto no art. 131,II da Constituição, a promoçãopoderá contemplar juiz com pelomenos cinco anos.JUSTIÇA FEDERAL

§ 10 -A Justiça Federal ficacom a competência residual parajulgar as ações nela propostas atéa data da promulgação destaConstituição. Compete ao Supe­rior Tribunal da Justiça julgar asações rescisórias das decisões até

3883

10

Sim:Não:Abstenção:

Ficou aprovada, com esses nú­meros, fusão de emendas ofereci­das pelos constituintes FernandoBezerra Coelho (PMDB - PE)e Jofran Frejat (PFL - DF). Afusão permitiu a modificação dosartigos 6° e 7° do texto-base, comseus respectivos parágrafos.COMPOSIÇÃO DO STJ

Art. 8°- A composição inicialdo Superior Tribunal de Justiçafar-se-á:

I - pelo aproveitamento dosministros do Tribunal Federal deRecursos;

II - pela nomeação dos minis­tros que sejam necessários paracompletar o número estabelecidona Constituição.

ATUAIS MINISTROS§ 1°- Para os efeitos do dis­

posto na Constituição, os atuaisministros do Tribunal Federal deRecursos serão considerados per­tencentes à classe de que provie­ram, quando de sua nomeação.

INSTALAÇÃO DO STJ

§ 2°- O Supenor Tribunal deJustiça, será instalado sob a presi­dência do Supremo Tribunal Fe­deral.

ATRIBUIÇÕES DO STF§ 3°- Até que se instale o Su­

perior Tribunal de Justiça, o Su-401

Emoção é o termo que melhor define o momento da votação da anistia pelaConstituinte. Nas galerias, centenas de populares acompanharam, voto a voto,a decisão, num clima onde muitas vezes o sentimento se converteu em lágrimas.

CONSTITUIÇÕESESTADUAIS

Art. 5° Cada assembléia le­gislativa, com poderes constituin­tes, elaborará, no prazo de umano, contado da data da promul­gação desta Constituição, a Cons­tituição do estado, observados osprincípios da Constituição federal.

Parágrafo único - Promulgadaa Constituição do estado, caberáà câmara municipal, no prazo deseis meses, votar a lei orgânica res­pectiva, em dois turnos de discus­são e votação, respeitado o dispos­to na Constituição federal e naConstituição estadual.

COMPETÊNCIASREVOGADAS

Art. 7°- Ficam revogadas, apartir de 180 dias sujeito este pra­zo à prorrogação por lei, a contarda data da promulgação da Consti­tuição, todos os dispositivos legaisque atribuam ou deleguem a ór­gãos do Poder Executivo compe­tência assmalada pela Constitui­ção ao Congresso Nacional, espe­cialmente no que tange a:

I - ação normativa;II - alocação ou transferência

de recursos de qualquer espécie.

DECRETOS-LEISParágrafo único - Os decretos­

leis que até a promulgação daConstituição não tiverem sidoapreciados pelo Congresso Nacio­nal serão considerados rejeitados.

Votaram:

423406

89

Votaram:Sim:Não:Abstenção:

SETOR PRIVADO

Ato das Disposições ConstitucionaisGerais e Transuônas (continuação)

§ 3°- Os mandatos dos atuaisprefeitos, vice-prefeitos e verea­dores eleitos em 15 de novembrode 1982, e dos prefeitos, vice-pre­feitos e vereadores eleitos em 15de novembro de 1985, terminarãono dia 1" de janeiro de 1989, coma posse dos eleitos.

Este parágrafo faz parte do arti­go 3°,que fixou o mandato do atualprestdente da República em cincoanos. Ou seja: o mandato do Presi­dente José Sarney terminará em 15de março de 1990.

ANISTIA

Art. 4°- É concedia anistia atodos que, no período de 10 desetembro de 1946 até a data dapromulgação da Constituição, fo­ram atmgidos, em decorrência demotivação exclusivamente políti­ca, por atos de exceção, institu­cionais ou complementares, e aosque foram abrangidos pelo Decre­to-Lei n° 864, de 12 de setembrode 1969, asseguradas as promo­ções, na inatividade, ao cargo, em­prego, posto ou graduação a quetenam direito se estivessem emserviço ativo, obedecidos os pra­zos de permanência em atividadeprevistos nas leis e regulamentosvigentes e respeitadas as caracte­rísticas e peculiaridades própriasdas carreiras dos servidores públi­cos civis e militares, observadosos respectivos regimes jurídicos.

EFEITOS FINANCEIROS

§ 1°- O disposto no caput des­te artigo somente gerará efeitos fi­nancerros a partir da promulgaçãoda Constituição, vedada a remu­neração de qualquer espécie emcaráter retroativo.

§ 2°- Ficam assegurados osbenefícios estabelecidos neste ar­tigo aos trabalhadores do setorprivado, dirigentes e representan­tes sindicais, quando, por motivosexclusivamente políticos tenhamsido punidos, demitidos ou com­pelidos ao afastamento das ativi­dades remuneradas que exerciam,bem como aos que foram impe­lidos a exercer atividades profis­sionais em VIrtude de pressões os­tensivas ou expedientes oficiais si­gilosos.

RECURSO

§ 3°_·Os que, por motivos ex­clusivamente políticos, foram cas­sados ou tiveram seus direitos po­líticos suspensos no período de 15de julho de 1969 a 31 de dezembrode 1969, por ato. do então presi-

Jornal da Constituinte 3

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CAR~T.A~ ~ ~ ~ _ACOlvIPAl\IHE oTEXTO NA, NOVA CA.

383314

5217

3~0382'

26

Com esse resultado o Plenárioaprovou a fusão de emendas dosconstituintes Daso Coimbra(PMDB - RJ), Bonifácio de An­drada (PDS - MG), Agripino deOliveira Lima (PFL - SP), Car­doso Alves (PMDB - SP), JoséGuedes (PMDB - RO) e JorgeArbage (PDS - PA) substitutivaao texto-base, art. 9"e seus respec­tivos parágrafos, excluindo o 3°

Anistia paraos militaresgera debate

Para o constituinte Jorge Uequed(PMDB - RS). "a anistia não é umperdão, não é um favor, não é umdireito de quem foi punido; a anistiaé um direito que tem a sociedade delimpar essa mácula que ocorreu, essaviolência que foi praticada contra al­guns de seus componentes. e da quala sociedade não teve como se defen­der". Ao justificar seu apoio à anistiaampla, geral e irrestrita, Jorge Ue­qued enfatizou que a anistia é umaprerrogativa da sociedade, que querlimpar-se,exonerar-se do arbítrio e daviolênciapraticada no passado.

Disse ainda o parlamentar gaúcho:"hoje, restabelecidoo processodemo­crático, com a sociedade com força,com uma Constituinte estabelecidapara fazer as correções dos descami­nhos, temos aqui, nas DisposiçõesTransitórias, a possibilidadede resga­tar esse compromisso". Para Uequed,a anistia deveria mesmo ter precedidoa convocação da Constituinte, "parapermitir que aqueles que votassemnaescolha dos seus membros já o fizes­sem isentos de toda e qualquer violên­cia praticada pelo regime que caíra".Frisou ainda o representante doPMDB que a anistia não é problemados militares, é problema da socieda­de, não cabendo aos militaresditarema palavra final sobre o assunto

Após anunciar ter encaminhado àMesa duas moções populares a favorda anistia ampla, geral e irrestrita, oconstituinte José Genoino (PT - SP)protestou contra a articulação do pre­sidente Sarney com as suas liderançaspolíticasna Constituinteno sentido dederrotar a anistia no plenário. Segun­do Genoino, que citou matéria pubh­cada pelo Jornal do Brasil, Sarney dis­se às suas lideranças políticas que háum veto militar e que a aprovação daanistia poderia provocar uma cnse ins­titucional, enquanto o ministroda Ma­rinha afirmavana televisãoque a apro­~ação da anistia seria um desserviçoa democracia.

"É exatamente o contrário" -disseGenoíno, acrescentando: "a Assem­bléia Nacional Constituinte. sob penado seu caráter democrático estar defi­nitivamentemaculado,não pode votaressa maténa sob tutela militar, acei­tando uma posição de força". Para orepresentante do PT, os militaresesta­vam impondo um veto inaceitável, Jáque a decisão da Constituinte deveriaser soberana. Afirmou Genoino que"uma coisa fica clara: ou nós temosum governo civilsob tutela militar, outemos uma ditadura militar em um go­verno civil".

O constítumte Farabulini Júnior(PTB- SP) defendeu a anistia ampla,geral e irrestrita. "Temos que atenderaos aviadores, aos marinheiros e aoscivis que foram punidos. Temos queaprovar a anistia porque nós todos quefomos punidos àquele tempo não éra­mos os golpistas. Golpistas foramaquelesque ocuparam o poder. Os de­mais éramos legalistas, os que defen­diam o texto constitucional,os que de­fendiam o legal contra o golpe. Nosquartéis, estabelecia-sea distinçãoen­tre lacerdistas e legalistas. Era assimque se falava nos quartéis. Conheçobem parte dessa Iustória: os legalistasforam punidos, e os golpistasestão nopoder e opõem-se, agora, a que haja

, anistia" - argumentou o parlamentarpetebista.

A constituinte Moema São Thiago(PDT - CE) defendeu a anistia aosmarinheiros punidos por motivaçãopolítica. Para ela, e~ses. ~arin?e!rosestão sofrendo uma discriminação mo­minável,pelo "crime" de terem defen­dido a democracia e a le~alidade esta­belecida pela Constítuição de 1946. Arepresentante do Ceará criticou os al­tos comandose ministrosmilitares porterem colocadouma sériede restriçõesà anistia aos marinheiros. e discordoudo valor de Cz$ 140 milhões mensaisque, segundo as Forças Armadas, te-­nam que ser gastos no caso daaprova­ção dessa anistia. Segundo MoemaSão Thiago, os gastos senam de Cz$114 milhões por mês.

348343

14

Votaram:Sim:Não:Abstenção:

Nessa votação a Constituinteacolheu fusão de emendas quesubstituiu o art. 13 do projeto doCentrão. Os autores foram osconstituintes Firmo de Castro(PMDB - CE), Airton Sandoval(PMDB - SP), Francisco Dorne­lles (PFL - RJ), Mussa Demes(PFL - PI), Lúcia Vânia (PMDB- GO), Aécio de Borba (PDS­CE), Osvaldo Coelho (PFL ­PE), Alysson Paulinelli (PFL ­MG), Mauro Benevides (PMDB- CE), Irapuan Costa Júnior(PMDB - GO), Rubem Medina(PFL - RI) e Ibsen Pinheiro(PMDB- RS). (Continua na pró­xima edição.)

EFEITOS§ 40

- As leis editadas nos ter­mos do parágrafo anterior produ­zirão efeitos a partir da entradaem vigor do sistema tributário na­cional previsto na Constituição.APLICAÇAO DE LEIS

§ 50 - Vigente o novo sistematributário nacional, fica assegura­da a aplicação da legislação quelhe seja anterior, no que não sejaincompatível com ele e com a le­gislação referida nos §§ 30 e 4°IMPOSTOS

§ 6°-Até 31 de dezembro de1989, o disposto na letra "b" doinciso III do art. 177 não se aplicaaos impostos de que tratam os InCI­sos I e II do art. 184 e os incisosII e III do art. 185, que podemser cobrados 30 dias após a publi­cação da lei que os instituiu ou

ÃLlõ{JC>TAS§ 7°- Até que sejam fixadas

em lei complementar, as alíquotasmáximas do imposto municipal so­bre vendas a varejo de combus­tíveis líquidos e gasosos não exce­derão a 3%.

§ 8°- Se, no prazo de 60 diascontados da promulgação daConstituição, não for editada a leicomplementar necessária à insti­tuição do imposto de que trata oinciso II do art. 184, os estadose o Distrito Federal, medianteconvênio celebrado nos termos daLei Complementar na 24, de 7 dejaneiro de 1975, fixarão as normasa que se submeterão, até que leicomplementar disponha sobre amatéria.OURO

§ 9°- O ouro, quando defini­do em lei como ativo financeiroou instrumento cambial, SUJeita-seexclusivamente à incidência doImposto de que trata o art. 182,inciso V, na operação de origem,cuja alíquota mínima será de umpor cento, assegurada a transfe­rência fara os estados, o DistntoFedera e os territórios e para osmumcípios, de origem do produ­to, respectivamente, de 35% e70% do resultado da arrecadação.RECURSOS ESPECIAIS

§ 10° - Enquanto não entrarem vigor a lei a que se refere áalínea "c" do inciso I do art. 188,que deverá ser promulgada até 31de dezembro de 1989, dos recursosde que trata o referido dispositivoé assegurada a aplicação de 0,6%no Norte, um inteiro e 0,8% noNordeste e 0,6% no Centro-Oes­te, atrávés, respectivamente, doBanco da Amazônia S.A., doBanco do Nordeste do Brasil S.A.e do Banco do Brasil S.A.

401368

267

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VotaramSim:Não:Abstenção:

derais e estaduais eleitos vice-pre­feitos, se convocados a exercer afunção de prefeito, não perderãoo mandato parlamentar.

NÚMERO DE VEREADORES§ 30 - O número de vereado­

res por municípios para a legisla­tura a ser eleita em 1988 será fixa­do pelo respectivo Tribunal Re­gional Eleitoral até 90 dias. antesdo pleito, respeitados os Iimitesconstantes no art. 33 da Consti­tuição Federal.

Com essa votação, ficou apro­vada a fusão de emendas, de auto­ria dos constituintes GenebaldoCorreia (PMDB - BA) e ArnaldoMartins (PMDB - RO), dandonova redação ao art. 12.

SISTEMA TRIBUTÁRIOArt. 13 - O sistema tributário

nacional entrará em vigor a partirdo primeiro dia do quinto mês se­guinte ao da promulgação daConstituição, mas não antes do dia1° de janeiro de 1989, mantido,durante o período anterior à vi­gência, o sistema tributário nacio­nal da Constituição de 1967, coma redação dada pela Emenda n°1 de 1969, e pelas demais emen­d~s que posteriormente a modifi­caram.

§ 1°- Entrarão em vigor, apartir da promulgação da Consti­tuição, os arts. 174, 175, 176 e 177,o inciso III do art. 185, a letra"c" do inciso I do art. 188. revoga­das as disposições em contrário daConstituição de 1967 e das emen­das que postenormente a modifi­caram, especialmente o inciso IIIdo seu art. 25.

FUNDO DE PARTICIPAÇÃO§ 2°- O Fundo de Participa­

ção dos Estados, do Distnto Fede­ral e dos Territórios e o Fundode Participação dos Municípiosobservarão as seguintes determi­nações:

I - a partir da promulgação daConstituição, os percentuais se­rão, respectivamente, de 18% ede 20% calculados sobre o produ­to da arrecadação dos impostos re­feridos nos inCISOS III e IV do art.182, mantidos os atuais critériosde rateio até a entrada em vigorda lei complementar a que se refe­re o art. 190, inciso II;

II - o percentual relativo aoFundo de Participação dos Esta­dos, do Distrito Federal e dos Ter­ritórios será elevado de um pontopercentual no exercício financeirode 1989 e, a partir de 1990, inclu­sive, à razão de meio ponto per­centual por exercício, até 1992, in­clusive, atingido o percentual esta­belecido no art. 188, I, "a", em1993;

III- o percentual relativo aoFundo de Participação dos Muni­cípios, a partir de 1989, inclusive,será elevado à razão de meio pon­to percentual por exercício finan­ceiro, até que seja atingido o per­centual estabelecido no art. 188,inciso L "b".

EDIÇÃO DE LEIS§ 3° - A partir da promulga­

ção da Constituição, a União, os, estados, o Distrito Federal e os

municípios poderão editar as leisnecessárias à aplicação do sistematributário nacional nela previsto.

383314

5217

414403

47

Votaram:Sim:Não:Abstenção:

Votaram:Sim:Não:Abstenção:

Essa foi a votação que determi­nou a aprovação de fusão de emen­das oferecidas pelos constituintesAntonio Mariz (PMDB - PB) eJoaquim Haickel (PMDB ­MA), possibilitando a inclusão demais um parágrafo ao art. 90

§ 4° - A atual ProcuradoriaGeral da Fazenda Nacional, dire­tamente ou por delegação, inclu­sive ao Ministério Público Esta­dual, é competente para represen­tar judicialmente a União nas cau­sas de natureza fiscal, na área desua respectiva atribuição, até apromulgação das leis relativas,previstas no caput deste artigo.

drada (PDS - MG), Agripino deOliveira Lima (PFL - SP), Car­doso Alves (PMDB - SP), JoséGuedes (PMDB- RO), VladimirPalmeira (PT - RJ) e Jorge Arba­ge (PDS - PA), substitutiva aotexto-base, art. 9°e seus respectivosparágrafos, excluindo o 30 e maiso artigo 10.

DIREITO DE OpçÁOÉ facultado ao membro do Mi­

nistério Público cujo ingresso nacarreira ocorreu antes da promul­gação desta Constituição optar pe­lo regime anterior no que respeitaàs garantias e vantagens observan­do-se quanto às vedações a situa­ção jurídica existente na data dareferida promulgação.

SERVENTIAS JUDICIAISArt. 11-Serão estatizadas as

serventias do foro judicial, assimdefmidas em lei, respeitados os di­reitos de seus atuais titulares.

Parágrafo único - Fica assegu­rado aos substitutos das serventiasjudiciais, notarias e registrais, navacância, o direito de acesso a titu­lar, desde que legalmente inves­tidos na função até à data da insta­lação da Assembléia NacionalConstituinte, 1" de fevereiro de1987.

O texto do art. 11 foi mantidosegundo o disposto na emenda co­letiva do Centrão.ELEIÇÕES

Art. 12 - Não se aplica às elei­ções previstas para 15 de novem­bro de 1988 o disposto no art. 17da Constituição.

§1°- Na ausência de norma le­gal específica, caberá ao TribunalSupenor Eleitoral editar as nor­mas necessárias à realização daseleições de 1988, respeitada a le­gislação vigente.MANDATO PARLAMENTAR

§ 2°- Os atuais deputados fe-

Votaram:Sim:Não:Abstenção:

Com esse resultado o Plenárioaprovou fusão de emendas doscanstituintes Daso Coimbra(PMDB - RJ), Bonifácio de An-

então proferidas pela Justiça Fe­deral, inclusive daquelas cuja ma­téria passou à competência de ou­tro ramo do Judiciário.

Votaram:Sim:Não:Abstenção:

Com esse resultado a Constituin­te acolheu fusão de emendas e des­taques que veio a substituir o art.8° da emenda coletiva do Centrão,A matéria que prevaleceu foi ofere­cida pelos constituintes NilsonGibson (PMDB - PE), MaurícioCorrêa (PDT -'- DF), LourivalBaptista (PFL t- SE), Paulo Pi­mentel (PFL -IPR), José da Con­ceição (PMDB - MG), Sigma­ringa Seixas (PMDB - DF), JoséDutra (PMDB - AM), GonzagaPatriota (PMDB - PE) e ArnaldoPrieto (PFL -iRS).

MINISTÉRIO' PÚBLICOArt. 90

- Enquanto não apro­vadas as leis do Ministério Públicoe da Advocacia-Geral da União,o Ministério Público Federal, aProcuradoria Geral da FazendaNacional, as Consultorias Jurídi­cas dos Ministérios e as Procura­dorias, e Departamentos Jurídicosde autarquias federais com repre­sentação própria continuarão aexercer as suas atividades dentroda área de suas respectivas atribui­ções.ADVOCACIA-GERAL

§ 10-0 Poder Executivo, noprazo de 120 dias, encaminhará aoCongresso Nacional projeto de leidispondo sobre a orgamzação e ofuncionamento da Advocacia-Ge­ral da União.

PROCURADORESDA REPÚBLICA

§ 20- Aos atuais procuradores

da República. na forma da leicomplementar, será assegurada aopção, de forma irretratável, en­tre as carreiras do Ministério PÚ­blico Federal e da Advocacia-Ge­ral da União.

§ 3°- Os atuais integrantes doquadro suplementar dos Ministé­nos Públicos do Trabalho e Mili­tar, que tenham adquirido estabi­lidade nessas funções, passam aintegrar o quadro da respectivacarreira.

§ 40- A atual Procuradoria

Geral da Fazenda Nacional, dire­tamente ou por delegação, inclu­sive ao Mimstério Público Esta­dual, é competente para represen­tar judicialmente a União nas cau­sas de natureza fiscal, na área desua respectiva atribuição, até apromulgação das leis relativas,previstas no caput deste artigo.

Art. 10 - A legislação quecriar a Justiça de Paz prevista nos§§ 10 e 2° do art. 119 desta Consti­tuição, manterá os atuais juízes depaz até a posse dos novos titulares,conferindo-lhes os direitos e atri­buições previstas para estes e de­signarã o. dia p~ra a eleição p~e­

VIstano dISPOSItIvo acimamencto­nado.

4 Jornal da Constituinte

Page 5: Volume - Portal da Câmara dos Deputados...Em outras palavras, fica claro, como exemplo de linha a seguir, que a inicia tivaprivada também pode e deve atuar, paralelamente ao Governo,

Para AdylsonMotta, o paíssofreu grandeprejuízo por20 anos semeleições: a

falta de novaslideranças.

Daí achar queeleições têmde ser feitas

com freqüênciamica que avassala o Brasil nos levaà certeza de que só há um cami­nho um só remédio para evitarum~ cnse maior: eleiçôes geraisem 1990", argumentou o repre­sentante do PMDB do Pará.

Segundo ele, os atuais senado­res e deputados federais demons­trariam seu patnotismo, seu ciVIS­mo e seu amor pelo país se abris­sem mão de um ano de seus man­datos, provando que, acima dosinteresses pessoais e políticos, es­tariam colocando o mteresse e asoberania da pátria.

PARTIDOS FORTESO constituinte Bonifácio de An­

drada (PDS - MG) manifestou­se a favor do mandato de dois anospara os prefeitos e vereadores elei­tos no próximo pleito municipal."Somos a favor do mandato dedois anos porque nesse mandatohá coincidencia entre as eleiçõesde deputados e de vereadores."Num país como o nosso, ondeos partidos políticos estão fracos

ADIRP/Castro Júmor

, ~\i, " ~ AI... _ "

O plenário, cheio, discutiu várias propostas: mandato-tampão, adiamento e coincidência de pleitos

tempo imprescindível para que r;-v 1I·.;n-l/~..;-n-jl e desarticulados, e apenas os parti-eles possam proclamar os seus~ dos de esquerda estão articuladosprogramas e afirmar 9S seus direi- _ _ _ _ e ~)f~a~Iz~dos, pre~ls_amos datos?" Disse ainda Aureo Mello coincidência das eleições, paraque serão gastos bilhões de cruza- que os partidos, na sua maror par-dos inutilmente nessa "eleição sol- te, pos~am se fortalecer e aparecerteira" e finalizou parabenizando amanha no tablado nacional pode-o PT, o PSB, o PCB e o PC do rosos e capaz~s realmente. de c~-B, "porque eles serão os grandes ~a~~ar o eleItora,do br~sl1.elro ,vitonosos". justificou o pedessista mmeu\>..

Afirmou ele ainda que a comer­dência das eleições é necessária"para que o poder econômico, queteve imensa influência na últimaeleição solteira para deputado esenador, não venha novamente ase repetir". Segundo Bonifácio deAndrada, "coincidência de elei­ção para vereador, para deputadoe para senador significa fortaleci­mento dos partIdos políticos e de­mocratização do pleito eleitoral".

PELO TAMPÃOO mandato-tampão de dois

anos para os prefeitos e vereado­res a serem eleitos este ano foidefendido também pelo consti­tuinte César Cals Neto (PDS ­CE). "Temos que purificar o siste­ma político, evitando cada vezmais a interferência do poder eco­nômico nas eleições", disse CésarCals Neto, ao apoiar a coincidên­cia das eleições municipais com aspara o Senado e para a Câmarados Deputados. Lembrou o repre­sentante do PDS que, nas eleiçõesde 1986, os votos em branco foramem muito maior número do queem 1982, porque "a presença dovereador e fundamental na elei­ção".

Segundo César Cals Neto, "o.sistema político é como uma casa,é como uma árvore, é como umaestrutura; tem que ter a base, temque ter a fundação, porque senãoele não suporta o vendaval". Paraele, o sistema atual, descoinciden­te "é nocivo ao próprio sistemapolítico, e, evidentemente, à pró­pria democracia". Em seguida,César Cals Neto defendeu tam­bém a possibilidade de reeleiçãodos prefeitos eleitos. "Somos a fa­vor da reeleição pela mesma for­ma que o François Mitterrand vaifazer 14 anos de mandato. E láé democrático. A França é o berço

FEIJOADA SEM FEIJÃOO constituinte Adylson Motta

(PDS - RS) disse ser contra oadiamento das próximas eleiçõesmunicipais e que não aceitava osargumentos dos que queriam adiá­las. O parlamentar lembrou serembasicamente dois os argumentosa favor do adiamento; um, o deque as eleições provocanam tu­multo na Nação, e o outro o deque as eleições sairiam muito ca­ras. Ao rebater esses argumentos,afirmou Adylson Motta que "a de­mocracia é um aprendizado, umexercício, uma Vivência diária",para em seguida citar uma expres­são usada pelo ex-governador doRio de Janeiro, Leonel Brizola:"Democracia sem eleição é comofeijoada sem feijão".

Para Adylson Motta, o Brasilsofreu um grande prejuízo por tertido 20 anos sem eleições, porquenão despontaram novas lideran­ças. "Estamos aí dentro desse qua­dro político sucateado, estamos aívendo nomes de pessoas que exer­ceram lideranças há 30 anos esta­rem hoje na pauta dos possíveiscandidatos; então, a eleição, aocontrário do que se pretende, temque ser feita e com frequência",sustentou o representante doPDS.

LETRAS DE OUROAo defender por sua vez pro­

posta de sua autoria de realizaçãode eleições gerais em novembrode 1989, com o conseqüente adia­mento das eleições municipaismarcadas para este ano, o consti­tumte Asdrubal Bentes (PMDB- PA) afirmou não haver nin­guém em sã consciência que nãoreconheça que o país não supor­tará três eleições consecutivas, em1988, 1989e 1990. "A crisé econô-

Voto sepulta tampão e adiamentoda liberdade democrática, o berçoda democracia".

TAMPÃO,NÃOAo defender a realização das

eleições municipais na data pre­vista, ou seja, no dia 15 de novem­bro deste ano, o constituinte VI­cente Bogo (PMDB - RS) mani­festou sua posição contrária à tesede um mandato-tampão de doisanos para os eleitos. "Acho queisto sena mais um casuísmo da­queles que iriam usar a sua máqui­na financeira para obter dividen­dos eleitorais, fazendo coincidirtodas as eleições".

O parlamentar pelo Rio Grandedo Sul denunciou o lobbv de ve­readores e prefeitos favoráveis aoadiamento do próximo pleito mu­nicipal e disse que a expectativada maioria da sociedade brasilei­ra, que já se sente frustrada pelaaprovação do mandato de cincoanos para o presidente José Sar­ney, e no sentido de que as elei­ções se realizem na data marcada.

PROPOSTA INDECOROSAQuem também se manifestou

contra a proposta do mandato­tampão para prefeitos e vereado­

<res foi o constituinte FranciscoKüster (PMDB - Se). Após fri­sar que respeita os autores dessaproposta, e que espera que elesnão se ofendessem com as suas co­locações, Küster classificou a idéiado mandato-tampão de absurda eindecorosa, já que subverteria aordem do ritmo administrativo degoverno nas comunas-bases da so­ciedade.

"O que vai fazer um prefeitoem dois anos de mandato?", inda­gou o representante de Santa Ca­tarina, respondendo ele próprioem seguida: "No primeiro ano, elema administrar com o orçamentodo seu antecessor, orçamento quecontempla prioridades que não se­riam aquelas de sua plataforma degoverno, e no segundo ano iria sepreocupar com a eleição do seusucessor ou com a sua reeleição".Para Francisco Küster, as eleiçõesmunicipais precisam ser realizadasneste ano, mas para um mandatode quatro anos.

CASUÍSMOO constituinte Lael Varella

(PFL - MG) foi outro que seopôs à proposta de um mandato­tampão para os prefeitos e verea­dores eleitos nas próximas elei­ções municipais. "Devemos com­bater essa proposta com toda forçae veemência, pois um mandato dedois anos é um instituto de amar­gas lembranças, adotado há algumtempo nesse país e que deixoumarcas negativas profundas, ta­manhos os transtornos que trouxepara todos os municípios brasilei­ros", afirmou o parlamentar deMinas Gerais.

Para Lael Varella, o mandato­tampão de dois anos seria um ca­suísmo que não se pode admitir."Não somos daqueles que têm re­ceio de enfrentar uma eleição foradaquelas em que concorrem tam­bém os candidatos a prefeitos evereadores. Não nos preocupa acoincidência de eleições ou de

. mandatos. O que nos preocupa éa possibilidade de se reviver umaprática que tínhamos como sepul­tada", disse o representante doPFL. Frisou ainda Lael Varellaque era favorável à realização deeleições gerais, em todos os níveis,no presente ano, lamentando nãoter sido isso possível.

A decisão sobre as eleições mu­nicipais deste ano agitou o plená­rio. Dos constituintes que encami­nharam a votação, três foram con­tra o adiamento e o mandato tam­pão para os prefeitos; dois defen­deram o adiamento puro e simplesdo pleito para o ano que vem eoutros três defenderam a eleiçãopara um mandato-tampão de doisanos, visando à coincidência dospleitos para prefeito, vereador,deputado estadual, deputado fe­deral e senador ano que vem. Maso plenário preferiu a eleição soltei­ra para um mandato de 4 anos.

Aureo Mello (PMDB - AM)e Asdrubal Bentes (PMDB ­PA) defenderam a prorrogaçãodos mandatos. Adylson Motta(PDS - RS), Lael Varela (PFL- MG) e Vicente Bogo (PMDB- PR) defenderam eleições emnovembro. César Cals Neto (PDS- CE) e Bonifácio de Andrada(PDS - MG) apoiaram o manda­to-tampão. Eduardo Jorge (PT ­SP) falou sobre a campanha.

JULGAMENTO POPULAR

O constituinte Eduardo Jorge(PT - SP) disse gue as próximaseleições municipaís serão um mo­mento privilegiado para os traba­lhadores se unificarem para darum basta às oligarquias que con­trolam as prefeituras de norte asul do Brasil. Para o representantedo PT, é importante que a popu­lação eleja gente realmente com­prometida com os partidos e movi­mentos populares, para ir cons­truindo um mecanismo de contro­le popular sobre as prefeituras.

Acrescentou Eduardo Jorge sertambém inegável que, nessa próxi­ma campanha eleitoral, o governoSarney, a Nova República, oPMDB e o PFL vão estar em jul­gamento. "Será uma espécie deprévra, de introdução à grandecampanha eleitoral para presiden­te da República, que, numa tra­móia, foi adiada para 1989". ParaEduardo Jorge, o pleito municipalserá o início da campanha paraacabar com o governo Sarney ecom a Nova República.

ELEIÇÕES CASADAS

Ao defender sua proposta deadiamento das eleições mumcipaismarcadas para este ano, o consti­tuinte Aureo Mello (PMDB ­AM) argumentou que, tendo sidoo mandato do presidente Sarneyfixado em 5 anos, o pleito muni­cipal deveria ser transferido paranovembro de 1989, a fim de coin­cidir com a escolha popular do fu­turo presidente da República."Nada mais lógico do que as elei­ções municipais acompanharem aseleições presidenciais. Essas duaseleições devem ser casadas. Daía razão singela, simples e nítidada minha proposição", disse Au­reo Mello.

"No momento em que estiver­mos fazendo eleições municipaiseste ano, estaremos torpedeandoa Constituinte, porque, quando osp3:rlamen~ares candidatos a pre­feito partirem para suas campa­nhas, e eles são cerca de 150, nãohaverá oportunidade de regula­mentação da Constituição, cujapromulgação está sendo aguarda­da para o dia 7 de setembro", afir­mou o representante do PMDBdo Amazonas. E indagou: "Comoé que esses 150 candidatos vão fa­zer suas campanhas em apenasdois meses, em detrimento do

Jornal da Constituinte 5

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Definidasas eleições

de novembroMais de 4 mil prefeitos e cerca de 48 mil vereadores serã eleitos

a 15 de novembro deste ano, para cumprirem mandatos normais dequatro anos. Na semana passada, simultaneamente, a Câmara dos De­putados (em segunda votação) e a própria Constituinte sepultaram,de uma vez, todas as pretensões de prorrogação de mandatos, adiamen­tos, redução do período de exercício e outras medidas que pudessem,de qualquer forma, dificultar o pleito municipal ou alterar sua finali­dade.

A Câmara, na ocasião acolheu apenas algumas das modificaçõespretendidas pelo Senado em seu substitutivo. A Constituinte, em ~~ces­

sivas votações, derrubou todas as emendas que tentavam opor dificul­dades à realização do pleito, inclusive as que, m<;smo mantendo aseleições, preconizavam um mandato-tampão de dOIS anos, a pretextoda coincidência geral das eleições em 1989. O projeto do Congressosobre as eleições foi à sanção presidencial. O Jornal da Constituintepublica, a seguir, a íntegra da redação fina!, para que eleitores e interes­sados em se candidatarem tomem conhecimento das normas que rege-rão as eleições de novembro. .

§ 4' - Nenhum convencional po-derá subscrever mais de uma chapae nenhum candidato poderá concorrerao mesmo cargo em chapas diferentes,ficando anuladas as assmaturas em do­bro.

§ 5' - Todas as chapas que obtive­rem, no mínimo, 20% (vinte por cen­to) dos votos dos convencionais parti­ciparão, proporcionalmente, obedeci­da a ordem de votação, da lista decandidatos do Partido às eleições paraa Câmara Municipal.

Art. 17 - Os Presidentes dos Dire­tórios Municipais ou das ComissõesDiretoras Municipais Provisórias soli­citarão à Justiça Eleitoral o registrodos candidatos indicados na Conven­ção.

§ l' - No caso de coligação, o pe­dido de registro dar-se-á na confor­midade do disposto no inciso 11do art.10 desta lei.

§ 2'-Na hipótese de os Partidosou coligações não requererem o regis­tro dos seus candidatos, estes poderãofazê-lo perante a Justiça Eleitoral nas48 (quarenta e oito) horas seguintesao encerramento do prazo previsto noart 11 desta lei.

§ 3' - Em caso de morte, renúnciaou indeferimento de registro de candi­dato, o Partido ou coligação deveráprovidenciar a sua substituição no pra­zo de até 10 (dez) dias, por decisãoda maioria absoluta da Comissão Exe­cutiva Municipal ou Comissão Dire­tora Municipal Provisória do Partidoa que pertence o substituído.

§ 4' - Havendo vagas a preenchernas chapas para as eleições propor­cionaís, as indicações serão feitas pelaComissão Executiva Municipal ou Co­missão Diretora Municipal Provisória,rio prazo estabelecido no art. 11 destalei.

Art. 18 - O órgão partidário mu­nicipal que, em suas convenções paraa escolha de candidatos ou para deli­beração sobre coligação, se opuser àsdiretrizes legitimamente estabelecidaspelos órgãos superiores do partido, se­rá passível de dissolução, nos termosprevistos no art. 71 da Lei n' 5.682,de 21 de julho de 1971, aplicada me­diante deliberação tomada por maio­ria absoluta dos membros da Comis­são Executiva Regional ou ComissãoRegional Provisóna.

§ t- - Da decisão sobre dissoluçãocabe recurso, sem efeito suspensivo.

§ 2' - No mesmo ato que determi­nar a dissolução, será designada Co­

_missão Provisória Municipal que re-

§ r- - Os atuais Vereadores serãoconsiderados candidatos natos dosPartidos Políticos a que pertenceremna data das respectivas Convenções.

§ 2' - A inscnção a que se refereo caput deste artigo será feita na Secre­taria da Comissão Executiva ou Co­missão Diretora Municipal Provisória,até 48 (quarenta e oito) horas do inícioda convenção.

§ 3' - Serão votadas em escrutí­mos diferentes as chapas de candida­tos às eleições majoritárias. e-propor­cionaís,

Parágrafo único - Salvo os casos decoligação, o candidato não poderáconcorrer em mais de uma convençãopartidária.

Art. 14 - Cada Partido PolítIcopoderá registrar candidatos para a Câ­mara Municipal até o triplo de lugaresa preencher.

§ l' - A coligação poderá registraros números seguintes de candidatos:se coligação de dois Partidos, o quan­tum definido no caput deste artigomais 40% (quarenta por cento); se co­ligação de três Partidos, o mesmoquantum mais 60% (sessenta por cen­to); se coligação de quatro Partidos,o mesmo quantum mars 80% (oitentapor cento); se coligação de mais dequatro Partidos, o mesmo quantummais 100% (cem por cento).

§ 2' - A Convenção do Partido Po­lítico poderá fixar, dentro dos limitesprevistos neste artigo, quantos candi­datos deseja registrar, antes da vota­ção de sua relação de candidatos.

§ 3' - No caso de coligações parti­dárias não será observado para cadaPartido Político o limite estabelecidono caput deste artigo

Art. 15 - A Justiça Eleitoral, atéo dia 10 de julho de 1988, declararáo número de Vereadores para cadamunicípio, observadas as normasconstitucionais.

Parágrafo único - Na declaração a'que se refere este artigo, serão consi­derados dados populacionais atualiza­dos em 15 de junho de 1988 pela Fun­dação Instituto Brasileiro de Geogra­fia e Estatística - IBGE.

Art. 16 - A inscrição de candida­tos às eleições majoritárias e de chapaàs eleições proporcionais, para deci­são da Convenção, J(oderá ser feitapor Comissão Executiva ou ComissãoDiretora Municipal Provisória, ou ca­da grupo de 10% (dez por cento) dosconvencionais.

sobre coligações e escolha de candi­datos serão realizadas a partir de 15de julho de 1988, e o requerimentode registro dos candidatos escolhidosdeverá ser apresentado ao CartórioEleitoral até às 18 (dezoito) horas dodia 17 de agosto de 1988.

Parágrafo único - Constituirão aConvenção Municipal:

a) - nos municípios com até I (um)milhão de habitantes, segundo o censode 1980, onde haja Diretório:

I - os membros do Diretório Mum­cipal;

11- os Vereadores, Deputados,Senadores e membros do DiretórioRegional com domicílio eleitoral nomunicípio;

111 - os delegados à ConvençãoRegional;

b)- nos municípios com mais de1 (um) milhão de habitantes, onde ha­ja Diretório:

I-os Vereadores, Deputados eSenadores com domicílio eleitoral nomunicípio;

11- os delegados à Conveção Re­gional dos Diretórios de unidades ad­nnmstrativas ou zonas eleitorais. r

Art. 12-Nos municípios em quenão houver Diretório partidário orga­nizado, inclusive nos 'lue forem cria­dos até 15 de julho de 1988, a Conven­ção de que trata o artigo anterior seráorganizada e dirigida pela ComissãoDiretora Municipal Provisória.

I - na chapa da coligação poderãoser inscritos candidatos filiados aquaisquer Partidos Políticos dela mte­grantes;

11- o pedido de registro dos candi­datos sera subscrito pelos Presidentesou representantes legais dos Partidoscoligados, ou pela maiona dos mem­bros das respectivas Comissões Execu­tivas Municipais ou Comissões Dire­toras Municipais Provisónas;

111 - a cohgação será representadaperante a Justiça Eleitoral por delega­dos indicados pelos Partidos que acompõem.

§ l' - É vedado ao Partido Políticocelebrar coligações diferentes para aeleição majoritária e para a eleiçãoproporcional.

§ 2' - A coligação terá denomina­ção própria, que poderá ser a junçãode todas as siglas que a inte~em, sen­do a ela assegurados os direitos confe­ridos aos Partidos Políticos no que serefere ao processo eleitoral.

§ 3' - Cada Partido deverá usarsua própria legenda, sob a denomi­nação da coligação.

§ l' - A Convenção a que se refereeste artigo terá a seguinte composição:

I - os membros da Comissão Dire­tora MunicrpalProvisória;

11- os Vereadores, Deputados eSenadores com domicílio eleitoral nomunicípio;

§ 2' - as Convenções dos Partidoshabilitados na forma do art. 7' destalei terão a composição prevista no pa­rágrafo anterior.

§ 3' - Nos municípios de mais de1 (um) milhão de habitantes, os Dire­tÓrIOS de unidades administrativas ouZonas Eleitorais equiparadas a muni­cíPIO, que não tenham organizaçãopartidária, serão representados nasConvenções a que se refere esta leipelo Presidente da Comissão DiretoraMunicipal Provisóna.

Art. 13 - Para as eleições previs­tas nesta lei, o 'p'razo de filiação parti-

Art. 11 - As Convenções Munici- dária dos candidatos encerrar-se-á nopais Partidárias destinadas a deliberar ... dia 10 de julho de 1988.

Art. lO-Na formação de coliga­ções serão observadas as seguintesnormas:

Art. 9' - As coligações depende­rão de proposta da Comissão Execu­tiva Municipal, da Comissão DiretoraMunicipal Provisória ou de 30% (trin­ta por cento) dos convencionais, e deaprovação pela maioria absoluta dosmembros da Convenção Municipal.

Art. 8' - Dois ou mais PartidosPolíticos poderão coligar-se para re­gistro de candidatos comuns à eleiçãomajoritária, à eleição proporcional,ou a ambas

pelo Tribunal Superior Eleitoral ­TSE, mediante a apresentação de có­pia do manifesto, do programa, do es­tatuto e da ata de fundação, na qualconste a formação de, pelo menos, 9(nove) Comissões Diretoras Regio-'nais Provisórias, com prova de publi­cação desses atos, que será gratuita,no Diário Oficial da União.

§ 2' - Os Partidos Políticos regis­trados na forma deste artigo ficam dis­pensados das exigências mínimasquanto à formação de diretórios muni­cipais, e suas convenções para escolhade candidatos e deliberação sobre coli­gações poderão ser organizadas e diri­gidas por Comissões Diretoras Muni­cipais Provisórias, nos termos destalei.

DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 3' - Serão considerados elei­tos o Prefeito e o Vice-Prefeito comele registrado que obtiverem maioriados votos.

Parágrafo único - Nos municípioscom mais de 200.000 (duzentos mil)eleitores, se nenhum dos candidatosalcançar a maioria absoluta dos votos,não computados os em branco e osnulos, renovar-se-á a eleição no dia15 de dezembro de 1988, concorrendoos dois mais votados no pnmeíro tur­no, considerando-se eleito o que al­cançar a maioria dos votos.

Art. 4' - A posse do Prefeito, Vi­ce-Prefeito e Vereadores, eleitos nostermos desta lei, dar-se-á no dia i- dejaneiro de 1989.

Art. 5' - Nas eleições referidasnos artigos anteriores será aplicada alegislação eleitoral vigente, ressalva­das as regras especiais estabelecidasnesta lei.

Art. l' - As eleições para Prefei­tos, Vice-Prefeitos e Vereadores serãorealizadas, simultaneamente, em todoo País, no dia 15 de novembro de 1988.

Art. 2'-Na mesma data previstano artigo anterior serão realizadaseleições para Prefeitos, Vice-Prefeitose Vereadores, nos municípros que te­nham sido criados dentro dos prazosprevistos pelas respectivas legislaçõesestaduais, excluídos aqueles cuja cria­ção seja posterior a 15 de julho de1988.

Art. 6' - Poderão registrar candi­datos e participar das eleições previs­tas nesta lei, os atuais Partidos Políti­cos, com registro definitivo ou provi­sório, e os que venham a ser organi­zados em tempo hábil.

Parágrafo úmco. Os Partidos Polí­ticos com registro provisório que ve­nham a completar, em 1988, o prazoprevisto no art. 12 da Lei n- 5.682,de 21 de julho de 1971, terão o mesmoautomaticamente prorrogado por 12(doze) meses.

Art. 7' - Além dos Partidos Políti­cos referidos no artigo anterior, pode­rão também participar das eleições de15 de novembro de 1988 os que tive­rem, entre os seus fundadores, mem­bros integrantes do Congresso Nacio­nal representantes de, pelos menos,5 (cinco) Estados da Federação.

§ l' - O registro destes Partidos,em caráter provisório, será deferido

6 Jornal da Constituinte

Page 7: Volume - Portal da Câmara dos Deputados...Em outras palavras, fica claro, como exemplo de linha a seguir, que a inicia tivaprivada também pode e deve atuar, paralelamente ao Governo,

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presentará o Partido, com poderes pa­ra adotar providências necessárias àparticipação nas eleições de que trataesta lei, podendo, inclusive, substituir,até o octogésimo dia antes da data daeleição, candidatos já registrados.

Art. 19 - A Justiça Eleitoral regu­lará a identificação dos Partidos e seuscandidatos.

§ l' - Aos Partidos fica assegura­do o direito de manter os números atn­buídos à sua legenda na eleição ante­rior e, ao candidato, nessa hipótese,o direito de manter o número que lhefoi atribuído na mesma eleição.

§ 2' - No caso de coligação na elei­ção majoritária, a mesma optará, pararepresentar seus candidatos, entre osnúmeros designativos dos Partidosque a Integram; na coligação para elei­ções proporcionais, os candidatos se­rão inscntos com o número da sériedo respectivo Partido.

Art. 20 - As cédulas oficiais paraas eleições regulamentadas por esta leiserão confeccionadas segundo modeloaprovado pela Justiça Eleitoral, queas imprimirá, com exclusividade, paradistribuição às mesas receptoras Aimpressão será feita em papel brancoe opaco, com tipos uniformes de le­tras, podendo as cédulas ter camposde diferentes cores, conforme os car­gos a eleger, números, fotos ou símbo­los que permitam ao eleitor, sem apossibilidade de leitura de nomes,Identificar e assinalar os candidatos desua preferência.

§ l'-Os canditados para as elei­ções majoritárias, identificados pornomes, fotos, símbolos ou números,deverão figurar na ordem determina­da por sorteio.

§ 2' - Para as eleições realizadaspelo sistema proporcional a cédula te­rá a identificação da legenda dos Parti­dos ou coligações que concorrem,através de símbolo, número ou cor,e terá espaço para que o eleitor escre­va o nome ou o número do candidatode sua preferência

§ 3' - Além das característicasprevistas neste artigo, o Tribunal Su­penar Eleitoral poderá estabeleceroutras no interesse de tornar fácil arnamfestação da preferência do elei­tor, bem como definir os cntérios paraa identificação dos Partidos ou coliga­ções, através de cores ou símbolos.

Art 21 - As Mesas receptoras se­rão também Mesas apuradoras.

Art. 22 - O canditado poderá serregistrado sem o prenome ou com onome abreviado, apelido ou nome pe­lo qual é mais conhecido, até o maxi­mo de 3 (três) opções, desde que nãose estabeleça dúvida quanto a suaIdentidade, não atente contra o pudor,não seja ridículo ou irreverente.

Parágrafo único - Para efeito deregistro, bem como para apuração econtagem de votos, no caso de dúvidaquanto à Identificação da vontade doeleitor, serão vãhdos e consignados osnomes, prenomes, cognomes ou apeli­dos de canditados registrados em elei­ções imediatamente anteriores, paraos mesmos cargos.

Art. 23 - Se o elevado número dePartidos e canditados às eleições pro­porcionais tornar inviável serem afixa­das suas relações dentro da cabine in­devassável, a afixação poderá ser efe­tuada em local visível no recinto daSeção Eleitoral.

Art. 24 - O mandato eletivo pode­rá ser impugnado ante a Justiça Eleito­ral no prazo de quinze dias após a di­plomação, instruída a ação com provasconclusivas de abuso de poder econô­mico, corrupção ou fraude e transgres­sões eleitorais.

Parágrafo único - A ação de im­pugnação de mandato tramitará emsegredo de justiça, respondendo o au­tor, na forma da lei, se temerána oude manifesta má-fé.

Art. 25-Ao servidor público, es­tatutário ou não, dos órgãos ou entida­des da Administração Direta ou Indi­reta da União, dos Estados, do Dis­trito Federal, dos Municípios e dosTerritórios, ,das fundações instituídasou mantidas pelo Poder Público, e aoempregado de empresas concessioná­rias de serviços públicos fica assegu­rado o direito à percepção de sua re-

muneração, como se em exercício desuas ocupações habituais estivesse,durante o lapso de tempo que mediarentre o registro de sua canditadura pe­rante a Justiça Eleitoral e o dia seguin­te ao da eleição, mediante simples co­municado de afastamento, para pro­moção de sua campanha eleitoral.

Parágrafo único - O direito deafastamento previsto no caput desteartigo se aplica aos empregados de ou­tras empresas privadas, ficando estasdesobngadas do pagamento da remu­neração relativa ao período.

Art 26 - Na divulgação por qual­quer forma de resultado de prévias,pesquisas ou testes pré-eleitorais, de­vem ser incluídas, obngatoriamente,as seguintes informações:

a) período de realização do traba­lho'

b) nomes de bairros ou localidadespesquisadas;

c) número de pessoas ouvidas emcada bairro ou localidades; e

d) nome do patrocinador do traba­lho.

§ i- - Quaisquer J(révias, pesqui­sas ou testes pré-eleitorais somentepoderão ser divulgados até o dia 14de outubro de 1988.

§ 2' - Em caso de infração do dis­posto neste artigo, os responsáveis pe­lo órgão de divulgação infrator estarãosujeitos à pena cominada no art. 322da Lei n' 4.737, de 15 de julho de 1965- Código Eleitoral.

Art. 27 - São vedados e conside­rados nulos de pleno direito, não ge­rando obrigações de espécie algumapara a pessoa jurídica interéssada enenhum direito para o beneficiário, osatos que, no período compreendidoentre a data da publicação desta leie o término do mandato do Prefeitodo município, importarem em no­mear, contratar, aumitir servidor pú­bhco, estatutário ou não, na Adminis­tração Direta e nas Autarquias, nassociedades de economia mista, empre­sas públicas e fundações Instituídas oumantidas pelo Poder Público.

§ l' - Serão igualmente nulos osatos que, no período compreendidoentre a data da publicação desta leie o término do mandato do Prefeito,importarem em dispensar, demitir,transfenr, suprimir vantagens de qual­quer espécie ou exonerar ex-offtcioservidores municipais, sejam quais to­rem suas categorias ou espécies.

§ 2' - As vedações deste artigonão atingem os atos de:

I - nomeação de aprovados emconcurso público ou de ascensão fun­cionai;

H - nomeação ou exoneração decargos em comissão e designação oudispensa de função de confiança;

IH - nomeação para cargos do Po­der Judiciário, do Ministério Público,de Procuradores do Estado e dos Tri­bunais e Conselhos de Contas;

IV - decorrentes de lei estadual,ainda que aprovada nos períodos proi­bitivos estabelecidos neste artigo.

§ 3' - Os atos editados com baseno § 2' deste artigo deverão ser funda­mentados e publicados dentro de 48(quarenta e oito) horas após a sua edi­ção, no respectivo órgão oficial.

§ 4' - O atraso da publicação doDtârto Oficial relativo aos 15 (quinze)dias que antecedem os prazos ImClaISa que se refere este artigo implica anulidade automática dos atos relativosa pessoal nele inseridos, salvo se pro­vocados por caso fortuito ou forçamaior.

PROPAGANDA ELEITORAL

Art. 28 - A propaganda eleitoralno rádio e na televisão, para as elei­ções de 15 de novembro de 1988, res­tringir-se-á, unicamente, ao horáriogratuito disciplinado pela Justiça Elei­toral, com expressa proibição de qual­quer propaganda paga, obedecidas asseguintes normas:

I - todas as emissoras do País re­servarão, nos 45 (quarenta e cinco)dias antenores à antevéspera das elei­ções, 90 (noventa) minutos diários pa-

ra a propaganda, sendo 45 (quarentae cinco) minutos à noite, entre 20h30mIn. (vinte horas e trinta minutos)e 22h 30 mino (vinte e duas horas etrinta minutos);

II - a Justiça Eleitoral distribuiráos horários reservados entre os Parti­dos Políticos que tenham candidatosregistrados às eleições majoritárias, àseleições proporcionais, ou a ambas,observados os seguintes critérios:

a) 30 (trinta) mmutos diános dividi­dos da seguinte forma:

1- até 5 (cinco) minutos, drstnbuí­dos com os Partidos Políticos sem re­presentação no Congresso Nacional,limitado ao máximo de 30 (trinta) se­gundos para cada um;

2 - o restante do tempo será divi­dido igualmente entre os Partidos Po­líticos com representação no Congres­so Nacional, com o mínimo de 2 (dois)minutos e o mãximo de 4 (quatro) mi­nutos;

b) 30 (tnnta) minutos diários distri­buídos entre os Partidos Políticos, naproporção do número de seus repre­sentantes no Congresso Nacional,

c) 30 (trinta) minutos diários distri­buídos entre os Partidos Polítrcos, naproporção do número de seus repre­sentantes na Assembléia Legislativa;

d) ao Partido Político a que tenhasido distribuído tempo diário inferiora 1 (um) minuto, facultar-se-á a somadesses tempos para utilização cumu­lativa até o limite de 3 (três) minutos;

e) os Partidos Políticos que só regis­trarem candidatos a uma das eleições,proporcional ou majontária, terão di­reito à metade do tempo que lhes ca­beria de acordo com os critérios dasalíneas a, b e c deste inciso, inclusiveno que se refere aos tempos mínimos;

f) a redução prevista na alínea ante­rior não se aplicará nos critérios dasalíneas b e c se o Partido Político regis­trou candidatos em ambas as eleições,mesmo sendo em coligação;

g) se o atendimento ao disposto naalínea a ultrapassar os 30 (tnnta) mi­nutos, o excesso será deduzido do tem­po previsto na alínea b; no caso desobra de tempo; o excesso será acres­cido ao tempo previsto na mesma alí­nea b;

IH - na distnbuicão do tempo aque se refere o item 1 da alínea a doinciso antenor, a coligação se equiparaa um Partido; qualquer que seja o nú­mero de partidos que a Integram; noque se refere ao Item 2 da mesma alí­nea, em caso de coligação, a distn­buição do tempo obedecerá ao seguin­te: se de 2 (dOIS) Partidos, o tempode um mais 50% (cinquenta por cen­to); se de 3 (três) ou mais, o tempode um mais 100% (cem por cento);

IV - em caso de coligação entrePartidos com representação e Partidossem representação no Congresso Na­cional, estes não poderão acrescentar

mais do que o tempo conferido a umPartido no item 1, alínea a, do incisoH'

'V - a representação de cada Parti­do no Congresso Nacional e na As­sembléia Legislativa, para efeito dadistnbuição do tempo, será a existenteem 10 de julho de 1988;

VI - onde não houver AssembléiaLegislativa, distribuição do total dotempo previsto na alínea c do incisoH deste artigo far-se-ã na proporcio­nalidade da representação do Partidodo Congresso Nacional;

VH - compete aos Partidos ou coli­gações, por meio de Comissão espe­cialmente designada para esse fim, dis­tribuir, entre os canditados registra­dos, os horários que lhes couberem;

VIH - desde que haja concordân­era entre todos os Partidos Interessa­dos, em cada parte do horário gratuitopoderá ser adotado critério de distri­buição diferente do fixado pela JustiçaEleitoral, à qual caberá homologar;

IX - as emissoras de rádio e televi­são ficam obrigadas a divulgar, gratui­tamente, comunicados ou instruçõesda Justiça Eleitoral, até o máximo de15 (quinze) minutos diários, consecu­tivos ou não, nos 30 (trinta) dias ante­nores ao pleito;

X - independentemente do horá­rio gratuito de propaganda eleitoral,fica facultada a transmissão, pelo rá­dio e pela televisão, de debates entreos candidatos registrados pelos Parti­dos Políticos e coligações, asseguradaa participação de todos os Partidos quetenham candidatos, em conjunto ouem blocos e dias distintos; nesta últimahipótese, os debates deverão fazerparte de programação previamente es­tabelecida, e a organização dos blocosfar-se-á mediante sorteio, salvo acor­do entre os Partidos interessados.

Art. 29 - Da propaganda eleitoralgratuita poderão participar, além doscandidatos registrados, pessoas devi­damente credenciadas pelos Partidosaos quais couber o uso do tempo, me­diante comunicação às emissoras pelacomissão a que alude o inciso VH doartigo anterior, resguardada aos can­didatos a destinação de pelo menosdOIS terços do tempo, em cada pro­grama.

§ l'-Não depende de censuraprévia a propaganda partidária oueleitoral feita através do rádio ou datelevisão, respondendo cada um pelosexcessos cometidos, com a apuraçãoda responsabilidade solidária do Parti­do a que for atribuído o horáno.

§ 2' - Fica assegurado o direito deresposta a qualquer pessoa, candidatoou não, à qual sejam feitas acusaçõesdifamatórias, injuriosas ou caluniosas,no horário gratuito da propagandaeleitoral O ofendido utilizará, parasua defesa, tempo igual ao usado paraa ofensa, deduzido do tempo reser­vado ao mesmo Partido em cUJO horá­rio esta foi cometida

Art. 30 - Ocorrendo a hipótese daeleição em segundo turno, a distribui-:ção do tempo far-se-ã igualmente en­tre os Partidos ou coligações dos can­didatos concorrentes.

§ l' - Na hipótese prevista nesteartigo, o tempo reservado para a pro­paganda eleitoral gratuita será de 45lquarenta e cinco) minutos diários,sendo a metade à noite, entre 20h 30mino (vinte horas e tnnta minutos) e)2h 30min. (vinte e duas horas e trintaminutos).

§ 2' - A propaganda eleitoral gra­tuita, no segundo turno, realizar-se-ádo dia 29 de novembro a 13 de dezem­bro, dispensada a obngatoriedade dautilização de 2/3 (dois terços) do tem­po pelo candidato, prevista no caputdo artigo anterior.

Art. 31- Pela imprensa escrita se­rá permitida a divulgação paga de cur­riculurn vitae do candidato, ilustradoou não com foto e um slogan, do nú­mero de seu registro na Justiça Eleito­ral, bem como do Partido a que per­tence.

Parágrafo único. - O espaço máxi­mo de cada anúncio a ser utilizado,por edição, é de 240 em? (duzentose quarenta centímetros quadrados)para cada candidato à eleição propor­cionai, e de 360cm2 (trezentos e ses­senta centímetros guadrados) para ca­da candidato à eleição majoritária.

Art. 32 - Em bens particulares, fi­ca livre a fixação de propaganda elei­toral com a permissão do detentor desua posse; nos bens que dependam deconcessão do Poder Público ou quea ele pertençam, bem como nos deuso comum, fica proibida a propagan­da, inclusive por meio de faixas oucartazes afixados em quadros ou pai­néis, salvo em locais indicados pelasPrefeituras, com Igualdade de condi­ções para todos os Partidos.

Art. 33 - Constitui crime eleito­ral, punível com a pena de detençãode 6 (seis) meses a 1 (um) ano e cassa­ção do registro se o responsável forcandidato, a divulgação de qualquerespécie de propaganda política na datada eleição, mediante publicações, fai­xas, cartazes, dísticos em vestuários,postos de distribuição ou entrega dematerial e qualquer forma de alicia­mento, coação ou manifestação ten­dente a influir, coercitivamente, navontade do eleitor, junto às seçõeseleitorais ou vias públicas de acessoàs mesmas.

Art. 34 - O profissional de rãdioe televisão fica impedido de apresen­tar programa ou dele participar, quan­do candidato a cargo eletivo nas elei­ções de que trata esta lei, durante operíodo destinado à propaganda elei­toral gratuita, sob pena de anulaçãodo registro de sua candidatura pelaJustiça Eleitoral.

Art. 35 - O Poder Executivo, aseu critério, editará normas regula­mentando o modo e a forma de ressar­cimento fiscal às emissoras de rádioe de televisão, pelos espaços dedica­dos ao horário de propaganda eleitoralgratuita.

Art. 36 - Ficam anistiados os dé­bitos decorrentes da multa prevista noart. 8' da Lei n' 4.737, de 15 de julhode 1965, aos que se inscreverem comoeleitores até a data do encerramentodo prazo de alistamento para as elei­ções de 15 de novembro de 1988.

Art. 37 - Ficam revogados o art.21 e seu parágrafo único da Lei n?5 682, de 21 de julho de 1971, quedisciplinam a alteração estatutária eprogramática dos Partidos Políticos.

Art. 38 - O Tribunal SuperiorEleitoral - TSE, expedirá instruçõespara o fiel cumprimento desta lei, in­clusive adaptando, naquilo em que elafor omissa, aos dispositivos constitu­cionais, as regras para as eleições desteano.

Art. 39 - O Tribunal SuperiorEleitoral- TSE, poderá complemen­tar o dispositivo nesta lei, através deInstrução Normativa, sobretudo paracumprimento do que for estabelecidona nova Constituição Federal a serpromulgada pela Assembléia Nacio­nal Constituinte.

Art. 40 - Esta lei entra em vigorna data de sua publicação.

Art. 41-Revogam-se as disposi­ções em contrário.

Jornal da Constituinte 1

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, João Calmon

POSITIVO

"Considero mu~to positivo o quese aprovou, no pnmelfo turno, com

o financiamento dos programas su­plementares, e o Centrão, o salãrio-e­ducação, ausências essas que trariam,sem dúvida, graves perturbações aoprocesso educacional brasileiro.

Para o senador catarinense, o re­sultado da votação foi bom, principal­mente porque permitiu que ficassemclaros o princípio do ensino públicogratuito nos estabelecimentos manti­dos pelo poder público, a consagra­ção da liberdade de participação dainiciativa privada no ensino e a priori­dade dos recursos públicos para asescolas públicas mas com a permissãodo atendimento às escolas comuni­tárias, confessionais e filantrópicassem finalidade lucrativa. Bornhausenentende que a manutenção de per­centuais obrigatórios para a educaçãofoi a garantia da continuidade da cha­mada Emenda Calmon, a seu ver, damaior importância para o atendimen­to à educação, aSSIm como a consa­gração da autonomia da universida­de, a manutenção do salário-educa­ção para o ensino fundamental e aincorporação definitiva ao texto cons­titucional dos programas suplemen­tares de alimentação e assistência I àsaúde. "Mas - enfatiza Bornhausen- só o texto legal não será capaz,por si só, de mudar toda uma estru­tura educacional, por mais válidasque sejam as intenções. E preciso quehaja uma vontade coletiva, da comu­nidade e do governo, pois se a açãodo governo é indispensável, a partici­pação da sociedade é fundamental."

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Marco Maciel

a gratuidade no ensino público. Se­melhante ao processo excludente dasbolsas de estudos, o ensino públicoobrigatório, na sua opinião, fecha de­finitivamente as portas à grande mas­sa de estudantes pobres que, concor­rendo em inferioridade de condiçõescom os mais ricos (bem alimentados,bem assistidos e com possibilidadesde cursos preparatórios e outras van­tagens) terão menos chances de con­quistar as vagas nas corridas dos vesti­bulares. O que sobrará, então, paraesses estudantes menos favorecidos?O pagamento das altas mensalidadesnas faculdades particulares, enquan­to os mais favorecidos, que podempagar, estarão ocupando a maioriadas vagas nas escolas públicas. A esserespeito, Passarinho lembra o mode­lo que implantou ao seu tempo deministro da Educação: paga quem P9­de pagar e, quem não p'ode pagar,não paga, por enquanto (isto é, paga­rá depois, à medida que o seu.saláriopermitir percentuais progressivos,baseados na declaração do Impostode Renda de cada um). Ele cita comoexemplo um episódio que o surpreen­deu: por volta de 71, 72, uma pes­quisa revelou que 41,49& dos alunosda USP (São Paulo) eram filhos depais que não tinham sequer o cursoprimário completo.

REALISTA"A fusão é melhor e mais realista

que o texto da Sistematização e o doCentrão", garante o senador JorgeBornhausen, representante do PFLde Santa Catarina e ex-ministro daEducação da Nova República, queexplica o porquê do seu ponto de vis­ta: a Sistematização havia esquecido

129& dos recursos da União e 209&dos estados), Passarinho lembra quedois estados chegaram a ultrapassaressa marca: Mato Grosso, sob a admi­nistração de Pedro Pedrossian, ePiauí, onde o atual governador, Al­berto Silva, exercia seu primeiromandato como chefe do executivopiauiense. "E por incrível que pare­ça, comenta, o estado que menosaplicou foi São Paulo."

Como líder de seu partido, o PDS,Passarinho sentou-se à mesa das ne­gociações de onde saiu, no caso, o"emendão", uma espécie de acordosuprapartidário, em que algumas di­vergências foram esquecidas em fun­ção de se chegar à aprovação do teorprincipal da questão. Isso não impe­diu, entretanto, que o líder pedessístafizesse reparos a determinados dispo­sitivos que, por força do acordo, fo­ram aprovados, contrariando, dessaforma, a filosofia do seu pensamento.É o caso, por exemplo, da determi­nação de se ministrar o ensino na lín­gua portuguesa, ficando asseguradoaos indígenas o direito de serem ins­truídos em sua língua materna. Eleindaga: o Estado deverá, então, mon­tar toda uma estrutura, do 10 grauà universidade, em língua xavante,tupi-guarani, ou quantas línguas indí­genas houver? E, se isso fosse viável,onde encontrar os professores? E, seos encontrasse, esse contingente, aoconcluir seus estudos, iria ser absor­vido por qual mercado de trabalho?

Outro item apontado pelo senadorparaense foi o que se refere à aplica­ção dos recursos públicos. A opiniãode Passarinho, nesse particular, é queo texto fosse mais abrangente, de mo­do a permitir que todas as escolas semfins lucrativos pudessem ser contem­pladas com recursos públicos, semrestringi-los apenas às escolas confes­sionais, comunitárias ou filantrópi­cas. "Já a permissão de bolsas de es­tudo apenas para escolas particularesde 10 e 29 graus vem evidenciar umaverdadeira prevenção contra a inicia­tiva privada na educação. O queacontece, por exemplo, aqui em Bra­sília? A universidade do governo nãooferece curso norturno. O estudanteque trabalha e dispõe de poucos re­cursos não pode pagar a faculdade.que acabará por transformar-se numprivilégio dos mais favorecidos pelafortuna", pondera Jarbas Passarinho,para acentuar: "essa foi uma tenta­tiva esquerdizante na Constituinte, eisso me arranhou".

"A consolidação do processo da in­justiça" foi como Passarinho definiua decisão da Constituinte de adotar

"O resultado da votação, no pri­meiro turno, do capítulo da educaçãoé excelente. Representou um consen­so entre as várias correntes e a de­monstração de que todos os antago­nismos foram superados pelo obje­tivo maior de se garantir à educaçãoo lugar de destaque que ela reclama".A afirmação do senador João Calmon(PMDB - ES), autor da famosa"Emenda Calmon" (que, em 83, ele­vou os percentuais destinados à edu­cação), é, de certa forma, corrobo­rada pela declaração do senador Mar­co Maciel (PFL - PE), presidentenacional do PFL e ex-ministro daEducação do Governo Sarney. ParaMaciel, a aprovação desse capítuloda forma como ocorreu é altamentepositiva, sobretudo porque resultadode um acordo em que a matéria, porsua vez, se coloca entre as que envol­vem o mais amplo interesse nacional.

Embora com restrições a determi­nados dispositivos que, "por forçados acordos acabaram sendo aprova­dos junto com o teor principal daquestão", o senador Jarbas Passari­nho (PA), líder do PDS no Senadoe ex-ministro da Educação no Go­verno Médici, considera a aprovaçãodo capítulo da educação, nesse pri­meiro turno, como um avanço quepode ser creditado à compreensão daConstituinte de que ao processo edu­cacional brasileiro se deva dar priori­dade, inclusive sob o ponto de vistaeconômico. Também ex-ministro daEducação no atual Governo Sarney,o senador Jorge Bornhausen declaraque os avanços conquistados pelaConstituinte no terreno educacionalconfiguram uma posição realista doproblema, em que prevaleceu o senti­mento da maioria, embora nem sem­pre, em todos os momentos, tenhacorrespondido às idéias que ele pró­prio defendia.

A elevação dos percentuais dos re­cursos à educação para 189& (daUnião), e 259& (dos estados e municí­pios) é um avanço discutível, se a le­tra da lei ficar morta, alerta o consti­tuinte Jarbas Passarinho (PA), se­gundo o qual é preciso, em primeirolugar, lutar para que esses recursossejam liberados de fato. Para o líderdo PDS no Senado, entretanto, essadeterminação de se elevar os recursossó teria sentido se a aplicação dessedinheiro não levasse a desperdícios."E, infelizmente, no texto constitu­cional, não há como se coibir o abu­so", lamenta. Mostrando matemati­camente como, ao tempo de seu car­go como ministro da Educação, con­seguiu amyliar o percentual anual dosrecursos (cuja aplicação alcançou os

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111II

VIGILÂNCIA

Maria Valdira

Para sanar essa lacuna, o senadorcapixaba propõe como indispensáveluma mobilização indormida de todosos segmentos da sociedade e não ape­nas daqueles diretamente ligados aoensino. E lamenta: "Foi uma penanão ter sido possível aprovar artigode minha autoria criando, no Brasil,a exemplo do que já existe em váriospaíses desenvolvidos, um ConselhoMunicipal de Educação, eleito pelacomumdade no mesmo dia da eleiçãodos prefeitos e vereadores, pois a pro­ximídade que o município propiciapara que o cidadão veja melhor o queestá ocorrendo é um fato importan­te". João Calmon destacou ainda vá­rios itens do capítulo da educaçãoque, do seu ponto de vista, consti­tuem um avanço expressivo nessaárea, como a consignação, pela pri­meira vez, da gratuidade do ensinopúblico em estabelecimentos oficiais,a oferta do ensino noturno regularnas universidades públicas ("o atualsistema está garantindo uma autên­tica reserva de mercado que favoreceas em.{lresasparticulares de ensino"),a explicitação de que o acesso ao ensi­no obrigatório e gratuito é direito pú­blico subjetivo, o financiamento dosprogramas suplementares de alimen­tação e assistência à saúde com recur­sos provenientes de contribuições so­ciais e outros recursos orçamentáriose a solução conciliatória encontradano caso da destinação das verbas pú­blicas para a escola pública. A respei­to desse último item, Calmon obser­va: "Seria razoável que as universi­dades particulares, não confessio­nais, tomassem a iniciativa de promo­ver um autopoliciamento através dainstalação de comissões éticas capa­zes de :zelar pela boa qualidade doensíno,i eliminando as execráveis fa­culdades de fim de semana e outrasconhecidas como autênticas caça-ní­queis, nas quais quem paga regular­mente suas mensalidades sai diplo­mado". Indagado sobre como se sen­tia ao ver, agora, repetida e ampliadaa vitória de novembro de 83 "Emen­da Calmon", o senador João Cal­mon respondeu, comovido: "Na oca­sião, comentei com o coração nasmãos: se eu morresse hoje, morreriafeliz. Só esse avanço justifica minhapassa~em pela Constituinte e pelaprópria vida".

lei-==

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ados recursos federais para as despesasdo ensino. A emenda Calmon, agoratransubstanciada no "emendão" (ele­vando para 18%) obteve a quase una­nimidade da Assembléia NacionalConstituinte, onde os integrantes dasmais diferentes tendências ideológi­cas e partidárias concordaram em queà educação não se pode mais negarum tratamento especial na tentativade reverter a atual situação que en­vergonha o país no concerto das na­ções. João Calmon conta com entu­siasmo como se desenvolveram as ne­gociações parase chegar ao consenso:"Na área da discussão e votação emplenário todos os antagonismos fo­ram superados graças à fase de nego­ciações entre as várias correntes. Nãohouve divergências na votação do pri­meiro turno em relação ao artigo 246,cujo texto foi mantido exatamentecom a redação que lhe dei no antepro­jeto de minha autoria e que apresen­tei, como relator, à Subcomissão deEducação, Cultura e Esportes. Esseartigo se reveste de singular impor­tância porque leva em consideraçãoa previsível diminuição da receita deimpostos federais resultante da refor­ma tributária embutida no texto nanova Carta. De acordo com todas asestimativas feitas, deverá ocorreruma diminuição da receita de impos­tos da União, que girará em tornode 15 a 18%, o que representa umamajoração de quase 40%. O aumento- explica Calmon - será, entretan­to, mais substancial na área dos esta­dos e municípios porque à diminuiçãodos impostos federais corresponderãum significativo aum~nto da ~e~el~ados impostos estaduais e mUmCIpaISsobre os quais incidirá o percentualde 25%".

"Entretanto - continua Calmon-, há outro fato auspicioso na áreados estados e municípios: pela pri­meira vez, o texto proposto por mimna Subcomissão de Educação estabe­lece a obrigatoriedade da incidênciados 25% também sobre o total dastransferências de recursos financeirosda União para os estados e na áreados municípios sobre as transferên­cias e repasses feitos pelo governo fe­deral e pelo governo estadual. Esseart. 246 representa, sem dúvida, umamajoração dos recursos financeirosdestinados à manutenção e desenvol­vimento do ensino. É uma pena quenão seja possível incluir no texto umartigo que proíba o desperdício, a ine­ficiência e o empreguismo que des­graçadamente existem no serviço pú­blico em geral e não apenas na áreada educação."

CONSENSO

O consenso a que chegaram os vá­rios partidos na Constituinte sobre ocapítulo da educação é motivo degrande satisfação para o senadorJoãoCalmon (PMDB -ES), um batalha­dor incansável para a elevação dospercentuais destinados à educação eque, em 83, através da hoje famosa"emenda Calmon", conseguiu inserirna Constituição a destinação de 13%

Jarbas Passarinho

ensino, uma vez que amplia as fron­teiras da oferta da educação. "Tantoque, do meu ponto de vista, o ensinodeveria ser gratuito para todos, indis­tintamente, como nos países maisadiantados." Marco Maciel reportou­se a pronunciamento seu sobre a im­portância da educação para a realiza­ção democrática, no qual observava:"não se pode falar em democracia nu­ma sociedade em que a escola nãoseja instituição criadora, ativa e per­feitamente identificada com os pro­blemas da comunidade em que se in­sere; e muito menos podemos olharcom confiança o futuro enquanto so­mente 17 em cada 100 alunos da pri­meira série chegam à oitava, e menosde 10 conseguem passar ao segundograu." Daí a sua convicção de queuma tomada de consciência, e so apartir daí (sem desprezar a elevaçãodo percentual, dado muito significa­tivo) será capaz de reverter o atualquadro educacional brasileiro, unani­memente visto como calamitoso. "Opapel da educação, mais que priori­tário, é essencial para o desenvolvi­mento nacional, porque dela depen­de o próprio aperfeiçoamento demo­crático do Brasil" - conclui MarcoMaciel.

deve garantir

Na opinião do presidente do PFL,o ensino público gratuito, ao contrá­rio ~o que alguns imaginam, não co­locará entraves à democratização do

Jorge BornhausenI

refetência à educação", afirma o se­nadér Marco Maciel (PFL - PE),ex-ministro da Educação, o primeiro

\a assumir essa pasta na Nova Repú­blica. Conforme salientou, esse capí­tulo] que deve envolver o mais amplointetesse nacional, merece o trata­mento especial que o texto constitu­cional pretende dar porque diz res­peito à própria cidadania e ao desen­volvimento nacional, uma vez q,uepropicia ao cidadão sua ampla partici­pação na vida do país. Marco Macieladverte, no entanto: o texto sozinhonão! será suficiente para resolver asgrandes questões educacionais brasi­leiras. O problema não está nas leise sim, numa tomada de consciênciade toda a sociedade e do governo so­bre lo assunto. Reiterando declara­ções feitas anteriormente, o senadorpenl.ambucano lembra que, desde os

_. empos do Império, quando se insta-• Iaram no país instituições de ensino

que 'se limitavam a retransmitir cultu­ras importadas de outros continentes,alheias totalmente à realidade brasi­leira, que a educação -tem represen­tadô, no Brasil, um problema crucial.ElitJzado e desvinculado das reais ne­cessidades nacionais, o processo edu­cacibnal tem-se ressentido, no decor­rer dos teml?os, com a inexistênciade uma política coerente e adequadaque'o cansagre definitivamente den­tro do papel que deve desempenharno desenvolvimento social e econô­mico e no aperfeiçoamento democrá­tico do país."

Constituinte

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Romero Luiz SantosPlanaltina - DF

FunçãoPrincipal

Srs. Constituintes,Que as Forças Armadas sejam

profissionalizantes, tendo comoprincipal função a defesa externado país; no âmbito interno deve­rão prestar assistência médica àscamadas mais pobres da SOCieda­de; colaborar na urbanização àsfavelas, com colocação de água,luz, esgoto e policiamento ondenão tem; empregarem menoresabandonados com remuneração ecarteira assinada. (... ) O serviçomilitar não será obrigatório e seráo povo o seu supremo comandan­te, representado pelo Presidenteda República.

Nelson Goulart Silveira FilhoRio de Janeiro - RI

RigorSrs. Constituintes,Que se crie a pena de morte pa­

ra os criminosos de alta periculo­sidade e irrecuperáveis tais comoassaltantes, latrocinistas, seqües­tradores e outros. O governo nãopode gastar uma fortuna paramanter tais delinqüentes nos pre­sídios. O servidor público deveaposentar-se aos 30 anos de- ser­viço.

lhadores rurais, Os pequenos agri­cultores precisam de empréstimoscom juros baixos. Os pequenos,agricultores precisam também quese favoreçam as cooperativas. Ca­da agricultor que sai do campo éuma greve decretada. Colônia ri­ca, país rico. (... )

Natal Antônio MairioniVideira- SC

OBS- I'ARA FINS. TAIIllÉII DE SER PUBLICADOESTA NO JORNAL DA aONSTITUINTE. UPPFRua Manoel Clemente, 13

calXa Postal, 172 - Fone 761-0164

CGC 11 303 906/0001- 91GARANHUNS _ pERNAMBUCO

Jornal "O MONITOR"

üer-enhuna , 31 de .. 010 de 1988

EXIlO. Sr. Dep. Federal

Ulysses Gu.1Inarães

DD Pres~dente da ANO

BRASÍLIA Dl'

Na ~ual~dade de V~ce Dl.retor do Jor­

nal O MONITOR, ~a.e se eda tre na cadede pez-nanbuc ana de êer-anhune , /

através desta e ell ncae de centenas de aer-va do.r-ee pÚbll.cOS CiVl.15

da Umão, atualmente aposentados, faço um gr-ande apelo aos senhores

c ons ta.buz.nüee para 4Iaa votem. a favor da EIlenda üo ns trí t uc a onaj, na /

Z.POOO13 - 4, ao capItulo das Dl.sposl.ções Transitórias lIae preceitu!l

DENTRO DE 180 DIAS. A um:10 IIRClOll"Ú( PROOEDEllÁ ) :c REVIS10 E ATUl

LIzAQ10 DOS PROVENTOS DOS SERVIDORES INATIVOS, A FIM DE A1IlJSU-LOS

liO DISPOSTO NO ART. 48 DESTA CONSTITUIÇ10.

Tal EIlenda. vis!!. corr~&ir tala :LnjWlt~

940 ao atual aposentado. Pois na verdade, o art. 48, ampara apenas

Da futaros aposentados 10';0 após a prollulgação da Constl tw.ção.

Justlça p8.I"a 08 aerva ãor-ee apoaerrta­

dos da União é o sentido desta cart!!.

Não é possivel. llue só os futuro. /

apoaantados( DepU. da prollul!:açâo da fatora Conehtaiç80 ) tenllll di­

reito a reclaB~lfioações Da revisóea de proventos. Alé. dfeeo , MO

htJ.vertfetrOatiTl.d8de 'las.nto a efei tos dos &:sstoa coa os servidores!

eatel... ~ ~" ~~pe~ rsaa t:cÍac;õee t

a) Ulisses 1M·ixoto Pi.J.to 1lhoTdenba dade nO 311.905 - SSP _ 1'E

Acho 'I ae os ATUAIS APOSENTADOS DA /

UNIl0, devem ter os mesmos dl.rel. tos dos fatures apoaenüadoa , Per 1.5-

to, é IHU to jUflt& a EII1enda do deputado do PFL do DJ.stri to Federal. Ve.!

l1ir CSJ1pelo.

k Câmara de Garanhans aprovou J.dêntJ., -co ape'Lo a Tarl.QS constJ. tw.ntes de Per-nenbuco e de outros Estados pe

ta Yotaz=e~ a favor. & Assembléia Lel;J.slativB. de PernSllbaco, aprovo~relluorJ..dl.ento no mesmo e enta.do ,

Examedos pés

Srs. Constituintes,Minha sugestão é em relação à

saúde. Gostaria que fosse revistaa legislação que vigora em algu­mas cidades do Brasil sobre umexame feito no recém-nascido,mais conhecido como o exame dospés, pois através dele descobre-sequando existe tendência na cnan­ça para debilidade mental, fatoque, se constatado, possibilita umtratamento rápido com a conse­qüente cura.

Mauro SartoVarginha - MG

Pagamentoda dívida

Srs. Constituintes,Que a Constituição federal asse­

gure: suspensão do pagamento dadívida externa e de seus respec­tivos juros, fazendo-se uma audi­toria para se saber como, onde equando o dinheiro contraído foiaplicado e, em seguida, a realiza­ção de um plebiscito para saberse ainda devemos pagar ou sus­pender definitivamente o paga­mento dessa dívida.

Pedro de Oliveira LimaPaço do Lumiar - MA

PequenoAgricultor

Srs. Constituintes,Que a nova Constituição seja

lei para o bem de todo o povo.Que os produtos agrícolas dêembom lucro ao agricultor, e que opreço dos produtos sejam estabe­lecidos pelos sindicatos dos traba-

ANO IX-N' 38MAIO/88

MudançasProfundas

Gratuidadedo ensino

Srs. Constituintes,Acho que foi uma medida muito

boa adotada pelo governo, de con­vocar uma Assembléia Constituin­te, pois até hoje todas as Consti­tuições que o Brasil teve foramimpostas, sem participação do po­vo. A nova Constituição deve as­segurar aos cidadãos brasileiros odireito à vida, à liberdade, à igual­dade, ao trabalho, à educação, àhabitação, e à assistência médica,etc. A nova Constituição devepossibilitar mudanças profundasno Brasil. (... )

Angelita de Souza AlvarengaSão José do Cedro - SC

Srs. Constituintes,Gratuidade do ensino de 10

Grau. O ensino de 10 Grau deveriaser obrigatório e gratuito, tantonos estabelecimentos oficiaisquanto nos particulares. O Estadodeveria amparar financeiramenteo estabelecimento de ensino parti­cular, objetivando, dessa forma,atendimento escolar a todos osmenores compreendidos na faixados sete aos quinze anos. Com issoo processo tornará a Educaçãomenos dispendiosa para o Estadoque, paulatinamente, a entregaráà iniciativa privada. (... )

Carlos Antônio RaimundoRio de Janeiro - RJ

pliação do' campo profissional, le­vando a assistência médica à zonarural e gerando maiores oportu­nidades, de emprego na área desaúde. E preciso interiorizar maisa medicina para que a populaçãocrescente da zona rural tenha maisacesso a esses serviços. (... )Augusto César do Amaral Guima-

rãesRio Grande do Piauí - PI

CARTA ABERTA AOS CONSTITUINTES

Somos ferroviários demitidos da Companhia

Vale do Rio Doce - CVRD - em Vitória, Espírito Santo, por termosparticipado da greve nacional dos dias 3 e 4 de maio, contra D

congelamento da URP. A maioria de nós tinha mais de dez anos deCasa, alguns até com 25 anos de trabalho. E a forma das demi~

aões foi por justa causa, colocando-nos numa situação constrang~

dora.

Senhores ParLanenteres ,

sua s o.Lí dar-Ledade ,

Contamos, neste momento, com a solidaríed.! _

de dos nossos colegas da empresa que, en Assembléia Geral, deci

da r am contribuir com HUM MIL CRUZADOS, mensalmente, dos seus s~

Lãracs , para o Fundo de AJuda aos Demitidos.

Hoje muitos reconhecem os erros dessas demissões. Estamos tentando iniciar urna negociação através da bancada parlamentar do nosso Estado com a direção da empresa. No eotanto as coisas estão muito difíceis e vagarosas. -

Não temos dúvidas de Que só existe uma so

Lução mais lmediata. Por isso ~stamos apelado para a sua sensi~bilidade e o seu espírito de justiça, pc.dindo para que vote naemenda da ANISTIA COM REINTEGRAçnO DOS DEMITIDOS DAS ESTATAIS. •

Esta é a melhor contribuição que os nossosücns t atuintes poderão oferecer a centenas de trabalhadores brasileiros injustiçados, pelo simples fato de terem lutado em def'eaados seus legítimos direitos.

Contamos com esse apoio e agradecemos a

IEd,'lIdo p~lo Smd'(:II(O dos T'"b.'h"do'~1 f71 Ef''t'~J8' F~,rrJ"'~"'" d. v.tÓ/'n-A .. Go~~mldo'O'~'( J86_4P"n<H'_ V,[l\rllIES_Fo"•• 222õ133. 2236205D 'Clot n,s;>o"~v.1 R~,,"roV.nu.. _ Jorlllm" R"spons~".1 OrõlYIlno C.1'I'.Iho- R~ 24.J5 DRTIMG

I

Interiorizaçãoda saúde

Srs. Constituintes,No meu ponto de vista, para um

país que se encontra em desénvol­vimento, é necessário um sistemade saúde que proporcione a am-

Ilmo. s serv/~O rle Imz-, pre"50

Dl'. k1AllCJEIo __- aOllDEIllO

A Constituinte entrou em sua últimaetapa, a da votação do projeto deConstituição pelo plenário. Desdeo início a sociedade participou eopinou, por todos os meios. E ainda étempo de contribuir. Escreva a suacarta, dizendo o que você pensa e quer.

PreZado Senhol"o "Jo Lendo e •

mal da C'on t acompanham.de consfu. S 1. tUJ.llte" do, Btl'alré

z-na lJ.sta dos r ' aprecl.eJ. e COm €'ran e de Um amigo dQ. Cânmecebedores de J.ntere ra

, para Coleta de BSa tostaria~ dados e

Ool"llalment !U'qUi vo,Catandu\'a a,

• 2 de~aJ.o d

;0 ilULO O'=' AOl.lltes qUe re:fl E.T.4Pl'ovel.to A'/Adtn

PR .p~ - .F:i.'~'te J. tam no Para s . '-2038158

ao b:re o P 'RLAM se€'Undo tU!'no d 01. tar aos SerihdiV,dlnd llNTAllISI.!O' a Asaemblé ores Oonstlt

o as decl. ... ' Unico sa z.a NaC10n u-do pOV"o, como soes e tirando a â stema qUe Poderá s aI Conetitntn_

estataJ.s Por eremplo: a ~~J.a de dOlllÍni alvar o BRASIL, a f'er.roV"J....l sUcata da e o e el"ros '

Norte st(j ne'::€J.a nUal ' Por COnta~tc. ete~ et Bar da AleIIlB.nh~ a,

Recuperação deEncarcerados

EquivalênciaCambial

Srs. Constituintes,Que haja equivalência cambial,

pois acho que nós brasileiros nãodevemos ser mais pobres ou maisricos em relação a outros países.Devemos, sim, ter direito, comouma nação pacífica, a bons negó­cios com o mundo, terra própriae todos os benefícios por parte deuma Constituição democrática esimplificada. Acredito na justiçade um sistema capitalista, na qualgoverne o equilíbrio de valores.(... ) Defendo essa justiça paraqualquer transação comercial,tanto aqui como no exterior. (... )

Racph Martins de OliveiraBelo Horizonte - MG

Srs. Constituintes,Que haja uma educação mais

humanística e cristã para os encar­cerados; que os mesmos traba­lhem para que percebam o seu va­lor e se tornem aptos a viveremem sociedade após sua liberdade.Censura rigorosa para certos pro­gramas de TV, inclusive para asnovelas que trocam os valores es­pirituais e morais, prejudicando aformação dos adolescentes e dascrianças com seu sensualismo ba­rato. Mais vigilância dos policiaisnas ruas de dia e de noite; maisesforço na educação pública.

Ana Mansur SebastianiBatatais - SP

10 Jornal da Constituinte

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Lobo apóia tabelamento de juros. ADIRP/Salustiano Pmtoo Constituinte João Lobo - ,v - ~ 'I"IC'I João Lobo - O quadro parti-

(PFL - PI) é favorável à inclu- , .; ,,: ' dári? j~ esta ~ofr~ndo uma ~com?-são do tabelamento dos juros ",; , dação, Isto ja esta sendoAfel~o, nosdo novo texto constitucional, ~ estamos vendo a tendência dosargumentando que"os grandes grandes partidos, como a Arena,b f" d d t ,- como o PDS, como o PMDB, a

ene icia os es e .paIS sao os se desintegrarem, formando ou-bancos e,?s banquem?s, ~emo- tros partidos que tentem acomo-do geral . Ele também e a fa- dar o mundo político que surge.vor das emendas que Isentam ~ ~ A política é muito dinâmica, e osde correção monetária as mi- homens mudam os seus enfoques,cro e pequenas empresas e con- mudam, de I?~nto de vista, só acedem anistia fiscal às peque- mo~te e esta.tlc~; mnguem podenas empresas agrícolas, em a~dlcar do direito de rever l?OSI~função dos empréstimos con- çoes, ~e muda~ de ponto de vista;

, • A • -- Istoe Inerente a natureza humana.traídos durante a vigencra do E eu acho que qualquer cidadãoPlano Cruz!ido.,~ara Lobo, a tem o direito de rever os seus pon-reforma tnbutana aprovada tos de vista as suas atitudes comopela Constituinte "vai benefi- nós, polítidos, temos o dir~ito deciar as pequenas comunidades, rever os nossos posícionamentosas cidades os estados descen- políticos; nada mais legítimo paratralizará t~do este ac6mulo de' um político do que ele mu~ar derecursos, de dinheiro, somente partl?O, ~scolher outro pa~tIdo;na mão do governo central". Nos nao estamos co~ .nu}gue!U

" . - e nem o casamento civil e hojeEle analisa am~a a,situação de indissóluvel. Por que uma simplesseu estado, o PIam. Lobo: de um modo geral, gosto das coisas que foram adotadas pela Constituinte filiação partidária vai violentar a

JC - Senador, qual a sua opi- consciência de qu::lquer político?nião sobre o tabelamento dos juros aconteçam sem a nossa participa-. , somente na mão do governo cen- Eu acho que ISSO nao tem nenhumna nova Carta? ção, sem o nosso sentimento ao, traI. Esse é o primeiro sintoma das sentido mas eu volto à reacomo-

João Lobo _ Sou inteiramente lado de tão grande segmento da ditaduras. As ditaduras chamam d~ção partidári~. Te~ho a ifl:lpres-favorável a que os juros sejam ta- sociedade brasileira. Todas essas para si todo o bolo do dinheiro, sao de.que partidos vao,s~rglr, o~-belados. Gostei de a Constituinte micros e pequenas empresas que toda a massa de impostos arreca- tros vao tornar-se estáticos, vaoter colocado no corpo permanente embalaram no sonho dourado do dados no país, para que os estados se c??fo~ar com seus pequenosda Constituição o tabelamento dos Plano Cruzado estão às portas da e municípios fiquem dependentes papeIs. Nos e~tamos pa~sanao p~rjuros. Isso estava se tornando qua- falência, para não dizer falidas. do poder central. Esse é o tema ll:ma verdad,elracomoçao partidá-se que motivo de piada e de debo- Não adianta o argumento do mi- inicial de toda ditadura. Estamos na II:este pa~s. Y_am,?s ver quantosche. Todos os nossos eleitores as- nistro Maílson da Nóbrega, dizen- num processo democrático. Te- partidos resistirão a,prova.de .no-sacavam contra os parlamentares, do que a anistia leva este país à mos que descentralizar riquezas, ~embro?e 1988. So deP<:l1s,.dlssoos constituintes o medo que ti- falência. Não leva coisa nenhuma. distribuir através dos municípios e que nos teremos uma idéia donham de enfre~tar os poderosos Se levasse o país já estava na falên- e dos estados. A Constituição, a que .deve~á acontecer na eleiçãobanqueiros, o poderoso mundo fi- cia, porque ninquém está pagando meu ver, atendeu a esses requi- presidencial de 1989.

. d ís. Se estã nada. O que queremos é norma- sitos.nanceiro este pais, e estavamos lizar esta situação. Era como se JC _ Senador, serão mantidas JC - Senador, como está o seuenfrentando todos os assuntos, quiséssemos institucionalizar esse l . . . d estado, o Piauí?romo endo tabelamentos nor as e eições municipais marca asp . v , , - débito. Não adianta dizer que o Eu tenho a para este ano? João Lobo- O meu estado, co-matizando tudo o que era p.?sslvel Brasil vai à falência se isso for fei- impressão de mo todo pobre, sofre mais do quenorfl:la!lzar ?entr~ da sociedade to. Então, já está na falência, por- João Lobo- Creio que sim. Faz os ncos quando as coisas ficam di-brasileira, nao havia motIvos,para que ninguém está pagando. que partidos parte do cronograma eleitoral do fíceis. O Piauí é um estado peque-deixarmos de fora o mundo finan- As microse as pequenas empre- vão surgir, Brasil. De acordo com a legislação no, um estado pobre, um estadocelro,. ~s ban~uelros., O~ grandes sas não podem pagar os débitos outros vão em vigor, com o texto constitu- sem recursos, sofre mais do quebeneficiados es!e pais sao os ban- que resultaram da correção mone- cional vigente, haverá eleições em os grandes estados. O Piauí estácos e ~s banquelr~s, d~ modo ge- tária após o Plano Cruzado. E o tornar-se 15 de novembro de 1988. Não há atravessando uma fase muito difí-ral. So .qu:m esta enriquecendo mesmo se estende para os débitos estáticos, nenhum sentido em tentar mudar cil da sua história, com um gover-no Brasil sao os banqueiros esta data. Não temos clima para -,. . da agricultura, principalmente no vão se no que nao esta, a meu ver, enca-

. Era o tipo ~e carap,:,ç~ que ser- Nordeste. Isso é inteiramente in- prorrogação de mandatos. Os pre- rando os problemas mais urgentesvia be~ a nos, constituintes, de viável, impossívelcobrar esses dé- conformar feitos estão exaustos, as Câmaras da sua população, um governoque estavamos com medo de tabe- bitos. A fraca infra-estrutura nor- com seus estão desgastadas. O poder muni- que luta com extrema dificuldadelar ~ enfre_nta; o mundo dos ban- destina não suporta a correção cipal precisa, urgentemente, ser de recursos, porque os recursos doquelfos, nao tínhamos coragem de monetária em nada, não suporta pequenos renovado. Não há nenhuma des- governo federal, que atendiam àst~be!ar Juro~. A nossa resposta es- juros dessa altura. Gostaria de pe- papéis culpa para que não se faça eleição necessidades do Piauí, não estãota ai, Incluímos n~ t~xto perma- dir às autoridades, já que estão agora, em novembro de 1988.Não fluindo como deveriam fluir paranente da Constituição ~ tabel31- fazendo tamanho escarcéu em tor- sulbrasileiros, recomposição de acredito que seja o custo dessa aquele estado. O governador nãom~nto dC?s JUros .ban~,!nos. ~ao no disso, inclusive uma síndrome Transbrasil, dezenas de casos que eleição que evitará que ela se pro- tem conseguido, mercê da falta deadianta dizer que ISSO e ImEosslvel da falência e da quebradeira da não têm levado este país à falên- cesse. A eleição não custa caro ao apoio da sua bancada, dos seusd~ ser feito, Isso ~ode e eve s~r Nação, que não tem maiores con- cia. Por que os pequenos, micros, Governo, que despende, talvez, políticos, dentre os quais eu nãofeito. Deye ser te~to Rorque nao se'piências, eu pediria a essas au- os pequenos lavradores da área no meu estado de que posso falar, me incluo, porque o governadortemos mais condlço~s e enfrentar tondades que mandassem fazer o crítica do Nordeste brasileiro, se o Piauí, o preço de lOKmde estra- é do PMDB e eu sou do PFL, ao absur~o qu~ esta acontecendo cálculo, apurassem em quanto im- fossem anistiados, levariam este da asfaltada. Os ganhos sociais, coligação PMDB _ PDS, noneste pais. S~l.de to~os os. argu~ porta essa anistia, por exemplo, país à falência? democráticos, superam toda esta Piauí, foi quem fez o governo, ementos con.tran.os. SeI que Juro e para os pequenos agricultores do JC - Senador, como vê a refor- despesa. Acho que a democracia o governo não está aparecendo napreço de dinheiro, a lei d? mer- Nordeste. Quanto seria essa anis- ma tributária aprovada pela Cons- exige o exercício da democracia frente do Governo Federal, comcado pux~ os Juros para c~ma, o tia, qual o valor que isso signifi- tituinte? A democracia é o regime de a necessária substância, para rei­gove~no e o grande patrocinador cariapara os cofresda nação? Esse João Lobo _ De um modo ge- eleições. E precisamos fazer, ur- vindicar nada, nem atendimento,dos Juros, m~s o goyerno deve "país tem despendido tanto dinhei- ral, gosto das coisas que foram gentemente, essas eleições muni- nem verbas, nem casa, nem coisaadotar uma atitude, Ia qu~ som~s ro, sem nenhum sentido social e adotadas pela Constituinte e inclu- cipais. Os executivos municipais nenhuma.caI?a~es de fazer cOlsa~ muito mais amplo, como seria o da anistia da sas no texto permanente da Cons- estão exaustos, as câmaras muni- Então eu acho que o Piauí estádrastI~as, por que n~o podemos pequena agropecuária do Nordes- tituição. Acho que a reforma tri- cipais estão desgastadas. Não há passando por uma fase difícil, asfazer ISSO? S~u favoravel ao tabe- t butária foi boa. Naturalmente, vai motivo para o argumento de ten- dificuldades mais urgentes não es­lamento dos JUros. e·Acho que os grandes também ter que ser corrigida em determi- tar a COIncidência dessas eleições. tão sendo atendidas com os peque-

JC - Senador, algumas emen- devem ser beneficiados, cuidados nados pontos. Não estamos fazen- Se já as descoincidimos, porque nos recursos, porque o governa­das tratam da isenção de correção e atentidos. Mas, principalmente do nada imóvel e eternamente du- seria melhor para o processo de- dor tem a sua vista voltada paramonetária de micro epequenas em- os micros e pequenos lavradores radouro. Esta Constituição, sabe- mocrático a repetição quase que grandes projetos, para grandespresas e também da anistia fiscal nordestinos, sem nenhuma ex- mos, é essencialmente dinâmica. anual de eleições, por que, agora, planos, e a bancada que deveriad ' l vamos novamente COIncidi-las? d das pequenas empresas agnco as. pressão significativano orçamento Ela vai ter que ser emendada, cor- ar suporte ao governo esta ual,Qual a sua posição em relação ao deste país, deviam ser anistiados. rigida, ao longo do desenvolvi- Não há razão. Não vejo argumen- não está lutando junto ao Gover­assunto? Não adianta tentar fazer média, mento e do crescimento deste to capaz de justificar a protelação, no Federal para carrear recursos

di d . . b 'M" ibutã . o adiamento, a não realização das d t d dJoão Lobo - Este é outro as- rzen o que ISSO sena um a sur- pais. as a rerorma tn utana, co- capazes e a en er os gran espro-sunto que fico inteiramente a fa- do, gerana exemplo. Não geraria mo disse antes, de um modo geral, eleições municipais em 15 de no- jetos do governo, e o povo

vembro de 1988.vor dos projetos do senador Man- coisa nenhuma. Temos votado fa- é boa. Ela vai beneficiar as peque- piauiense está vivendo uma fasesueto de Lavor e do deputado voravelmente a coisas muito pio- nas comunidades, as cidades, os JC - Senador, promulgada a de grandes dificuldades, de muitaHumberto Souto. Acho que não res; a esses crimes de colarinho estados, descentralizará todo este nova Constituição, como fica o pobreza, de muita carência de tu-é possível deixar que essas coisas branco que têm assolado este país, acúmulo de recursos, de dinheiro, quadro partidário? do.

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Page 12: Volume - Portal da Câmara dos Deputados...Em outras palavras, fica claro, como exemplo de linha a seguir, que a inicia tivaprivada também pode e deve atuar, paralelamente ao Governo,

muniapats

Opovoqueras eleições

nas dirigir um município durantedois anos e depois ter que se sub­meter novamente a uma eleição.

Precisamos, isso sim, é renovaros quadros políticos brasileiros.Eu até que, na verdade, sou a fa­vor, inclusive, de eleições geraislogo após a promulgação da Cons­tituição, ou seja, noventa diasapós a promulgação da Constitui­ção. Acho que as eleições geraisem todos os níveis fariam muitobem ao Brasil e à democracia quequeremos implantar neste país,porque na realidade o povo estádescontente com a classe políticae não é só com deputados e sena­dores: está descontente desde overeador até o presidente da Re­pública.

JC - Deputado há uma emen­da que elimina a correção mone­tária para micro, pequenas e mé­dias empresas agrícolas de emprés­timos contraídos durante a vigên­cia do Plano Cruzado. O deputadoconcorda?

Maguito Vilela - Concordo.Parece-me uma emenda da maiorjustiça, porque todos os pequenose microempresários, tanto do se­tor rural quanto do setor urbanoe também os médios, estão aí alta­mente sacrificados, porque con­traíram empréstimos no PlanoCruzado, e todo mundo sabe queessa situação se reverteu total­mente, estamos vivendo um outroestágio e eles estão altamente J?e­nalizados. E lógico que é preCISOfazer alguns reajustes nessa emen­da porque, como está, ela acababeneficiando também os grandese, aí, eu já não concordo. Os gran­des têm outras maneiras de se "sa­far" e não foram tão prejudicados.Temos de olhar hoje para os pe­quenos, médios e microempresá­rios, tanto da zona rural quantoda zona urbana, e parece-me queessa emenda é da maior justiça.

Eu votarei a favor da aprovaçãodessa emenda, para ver se suavizaa situação de todos esses empre­sários brasileiros, que estão real­mente numa situação crítica. Essacorreção monetária é insuportávelpara os grandes. Imagine para osmédios e pequenos! Então, achoque é da maior valia e tenho quasecertez~ absoluta que o Congressoconstttuínte vai aprovar essaemenda nas Disposições Transitó­rias e vamos ter condições de ali­-viaressa situação, que é realmenteuma situação aflitiva de todos osempresários brasileiros, tanto, re­pito, da zona rural quanto da zonaurbana.

JC - Deputado, como analisa areforma tributária aprovada peloPlenário da Constituinte?

Maguito Vilela - Eu já tiveoportunidade de me manifestar arespeito disso no sentido de dizerque ainda não foi a reforma tribu­tária ideal para o Brasil. A luta,no Brasil, por uma reforma tribu­tária que promova de fato a des­centralização dos recursos arreca­dados pela União vem de longasdécadas. Na realidade, os estados

Um país com a dimensão conti­nental como o nosso precisa pos­suir, no mínimo, o dobro do nú­mero de estados que possui atual­mente. Um processo de desenvol­vimento organizado e ordenadoexige a descentralização. Portan­to, o Estada de Goiás, que é umestado imenso e que tem apenas244 municípios, precisa ser divi­dido até mesmo para criar novosmunicípios y também para se de­senvolver. E lógico que nos esta­dos grandes geralmente uma parte

, do estado acaba ficando prejudi­cada. Em Goiás, por exemplo, onordeste é um bolsão de miséria,de pobreza, de fome, o norte émuito mais subdesenvolvido doque o sul e o sudoeste. O sul eo sudoeste, vamos fazer justiça,sempre receberam uma dosemaior de recursos que o norte eo nordeste.

JC - Deputado, há uma pro­posta de sua autoria nas Disposi­ções Transitórias que trata dos lití­gios entre os estados. Qual o obje­tivo?

Maguito Vilela - Sabemos queno Brasil existem vários litígios en­tre estados irmãos, litígios secula­res que já levaram, inclusive, cen­tenas de vidas, que já ceifaramcentenas de vidas. São fatos quetranstornam a vida das populaçõesenvolvidas, que desestruturam go­vernos municipais e estaduais, afe­tando os interesses maiores da Na­ção. Não é admissível a perma­nência de situações tão constran­gedoras. Por esse motivo, apre­sentei uma emenda visando à eli­minação dos problemas de litígiosno Brasil, num prazo de três anos,a contar da promulgação da futuraConstituição, obedecidos os crité­rios a serem definidos nas Dispo­sições Transitórias. Acho que essaemenda colocará, realmente, umponto final nos litígios entre esta­dos e municípios brasileiros.

JC - O deputado tem lutadomuito em prol do desporto brasi­leiro. Como o assunto foi tratadona Constituinte?

Maguito Vilela - Ser despor­tista no Brasil, hoje, não é tarefafácil. Agora, pela primeira vez nahistória do Brasil, veremos o es­porte figurar no texto constitucio­nal. Pelo texto aprovado pela As­sembléia Nacional Constituintepassa a ser dever do Estado a no­bre tarefa de fomentar práticasdesportivas formais e não-for­mais, garantida a autonomia dasentidades desportivas dirigentes edas associações quanto à sua orga­nização e seu funcionamento. Otratamento para desporto profis­sional e não-profissional deveráser diferenciado. Também seráobservada a proteção e o incentivoàs manifestações desportivas decriação nacional. Tudo isso repre­senta uma grande conquista, jáque significa um incentivo maiorpor parte dos governos estaduaise municipais e do governo federal.

Foi também uma grande vitóriaa inclusão de um artigo que possi­bilitasse mudanças radicais na le­gislação esportiva. Esse artigo ga­rantirá a tão esperada autonomiada justiça desportiva, tendo sidoeliminada a possibilidade de inge­rência nos moldes atuais da justiçacomum, nas ações relativas à disci­plina e às competições do estadopelo menos durante sessenta dias.A justiça comum só poderá se ma­nifestar sobre qualquer problemana justiça desportiva depois desessenta dias, se a justiça despor­tiva não der cifras definitivas aqualquer litígio, ou seja, não dera sentença final. Aí a justiça co­mum poderá interferir.

Quero dizerque a reforma.

tributárianão foi a

ideal parao Brasil.Contudo,

o textoaprovado

trarábenefícios

consideráveis

ma presidencialista de governo,perdeu a grande oportunidade demodernizar o Brasil e as suas insti­tuições. Foi, sem dúvida alguma,um grande equívoco histórico. OCongresso constituinte passou,naquela oportunidade, um atesta­do de incompetência ao escusar-sede dividir com o Executivo a res­ponsabilidade de administrar essanação. Perdemos, sem dúvida, atémesmo um pouco da moral paracontinuar criticando com tantacontundência o Poder Executivo,porque nós optamos por um siste­ma arcaico, viciado, um sistemacorrupto, concentrador de rendae de poderes, arbitrário, um siste­ma autoritário, quando tínhamosnas mãos a oportunidade de im­plantar no Brasil um sistema mo­demo, um sistema dinâmico, umsistema ágil e que tem dado certoem toda nação desenvolvida douniverso hoje, inclusive na Euro­pa.

JC - O deputado era favorávelà criação do Estado do Tocantins?

Maguito Vilela - Como todosos goianos, sempre fui plenamentefavorável à divisão do meu estadoe apóio as demais propostas, inclu­

e municípios brasileiros, em toda sive de divisão de outros estados.a Históna do Brasil - no Brasil A modernização de nosso paísRepública, principalmente -, ja- passa, a meu ver, necessariamentemais experimentaram uma auto- por uma redivisão territorial. Osnomia financeira e, conseqüente- momentos atuais são extrema­mente, administrativa. E a As- mente dinâmicos. A vida nem ésembléia Nacional Constituinte dinâmica, é supersônica e exigenão conseguiu avançar dentro dos respostas rápidas, especialmenteparâmetros que pretendíamos, pa- por parte dos países subdesenvol­râmetros esses definidos pelas vidos, sob o risco de ficarem àreais necessidades dos nossos esta- margem dos acontecimentos, dosdos e municípios. Contudo, o tex- avanços econômicos, políticos, so­to aprovado trará benefícios consi- ciais, científicos e tecnológicos al­deráveis. cançados pelos países mais avan-

JC - Deputado, parlamentaris- çados. Estados extensos, comota convicto, como vê a manutenção são os estados brasileiros, em suado presidencialismo? grande maioria, não permitem

Maguito Vilela - A meu ver, uma boa administração. São inú-a Assembléia Nacional Consti- meros os municípios com diversifi­tuinte, ao fazer a opção pelo siste- __cados e complexos problemas.

Vilela: apóioaspropostas de divisão dos outros estados

•••

Contrário à prorrogação daseleições municipais, já que "atese não é simpática e o povoquer mudar os mandatários decada município", o constituin­te Maguito Vilela (PMDB ­GO) lamenta a não-aprovaçãodo parlamentarismo: "A Cons­tituinte, ao fazer a opção pelosistema presidencialista de go­verno, perdeu a grande opor­tunidade de modernizar o Bra­sil e as suas instituições". Naentrevista, Maguito Vilela co­menta outros assuntos, entreeles, a criação do Estado doTocantins ("como todos osgoianos, sempre fui plenamen­te favorável à divisão do meuestado") e emenda de sua au­toria, nas Disposições Transi­tórias, que trata do litígio entreos estados e também o que con­sidera avanço em relação aodesporto nacional.

JC - Deputado, o calendárioeleitoral prevê eleições municipaiseste ano. O senhor acredita quepossam ser prorrogadas?

Maguito Vilela - Acredito quenão. Acho que essa tese prorroga­cionista não é simpática e o povobrasileiro quer realmente mudaros mandatários de cada município.Todos os prefeitos e vereadoresjá estão governando seus municí­pios há seis anos. Portanto, é umtempo mais do que suficiente parafazer um excelente trabalho e, na­turalmente, é preciso renovar osmandatários municipais e os ve­readores de todas as câmaras mu­nicipais. A renovação sempre trazuma injeção de ânimo aos novosmandatários e também aos pró­prios moradores de cada municí­pio, um novo ânimo a todos osmunícipes. Isto quer dizer que arenovação é salutar, é importan­tíssima e principalmente quandoo mandato é tão longo quanto estede seis anos. Sou a favor da manu­tenção do calendário eleitoral.Nós precisamos obedecer a essecalendário eleitoral e de maneiraalguma prorrogar por mais um.ano, ou dois.

Existem hipóteses aí de se pror­rogar essas eleições municipais, deprefeitos e vereadores. Nas últi­mas semanas havia tomado corpouma emenda que prorrogava porseis meses os mandatos dos atuaisvereadores e prefeitos, mas ante­cipar-se-ia, também, o pleito parapresidente da República em seismeses. Essa emenda me pareciaaté simpática, mas não vingou emvirtude da votação e manutençãodos cinco anos para o atual presi­dente da República. De forma quequalquer uma ou outra emenda,mesmo essa que está sendo propa­lada nos últimos dias, do mandato­tampão com direito à reeleição,não me parece uma boa emenda,mesmo porque ninguém gostariade enfrentar uma eleição para ape-

12 Jornal da Constituinte

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Cunha critica ordem A •economica•

Cunha:empresabrasileira de capitalnacionaldeveria ser de brasileiros domiciliados no país

n? 3.511, que assegura uma apo­sentadoria vitalícia a todos os defi­cientes físicos, mentais e excepcio­nais, encontrou guarida na novaCarta; a sugestão n° 3.520, que fi­xava um percentual de 15% paraa União e 25% para os estados,Distrito Federal e municípios des­tinados à política de saúde, foiaprovada com a fixação do percen­tual em 18%; da mesma forma asugestão n° 3.523, que estabelecea proteção à velhice por parte daUnião, dos estados e dos municí­pios, também aprovada no seu es­pírito pela ANC.

ASSIm ainda a proposta n° 3.514,que estabelecia a aposentadoriapara a mulher aos 25 anos e parao homem aos 30 anos de trabalho,que não sendo aprovada nessesentido o foi ao menos na aposen­tadoria proporcional com essesmesmos tempos de serviço; damesma forma a sugestão n° 3.518,que beneficiou o funcionalismopúblico, estabelecendo que osproventos da inatividade equiva­lerão sempre aos da ativa.

Não me esqueço da sugestão n°3.510 que estabeleceu a inviola­bilidade para os deputados fede­rais, senadores, deputados esta­duais e vereadores, que foi apro­vada, resgatando essa prerrogati-

. va dos parlamentos, que lhe negoua ditadura por mais de década emeia; da mesma forma a sugestãon° 811, expressa em 26 artigos so­bre a Ordem Econômica, de queem boa parte se valeu a ANC paraa estruturação desse setor da novaCarta, em que pese esta ter infeli­citado a empresa nacional, contra­riando as posições que propus epelas quais me bati.

A sugestão n°2.611, que propu­nha eleições diretas para presiden­te da República, vice, defutadosfederais e senadores para 20 diasapós a promulgação da Constitui­ção e que foi esmagada pela deci­são da maioria em favorecer omandato de cinco anos para oatual presidente da República;destaco a sugestão n° 3.515, pelaqual, independentemente de seuestado civil, os pais têm o deverde reconhecer seus filhos, prote­gendo a criança no seu capítuloespecífico; para não deixar de des­tacar o Projeto de Resolução n"345, pelo qual pretendi, em feve­reiro de 1987, impedir o desastredo Plano Cruzado, congelando asOTN em 106 cruzados e 40 centa­vos por mais um ano, impedindo,assim, a débâcle da economia na­cional e o desastre das micro, mé­dias e pequenas empresas nacio­nais, bem como da agricultura, to­das infelicitadas pela atitude irres­ponsável de Dilson Funaro, queconsidero o maior estelionatário'da economia nacional.

Não deixo de falar ainda no Pro­jeto do Decisão n° 8, de 1987, peloqual pretendi submeter a dívidaexterna à Assembléia NacionalConstituinte, impedindo que oExecutivo, por seus ministros, ad­ministrasse questão que, penso,está relacionada com a própria so­berania nacional, e que está enga­vetado até hoje na mesa de Ulys­ses Guimarães.

Enfim, estas são algumas daspropostas que apresentei e que de­fendi, procurando expressar porelas o significado do mandatoconstituinte que me foi outorgadopor mais de 107 mil paulistas.

I'

-sileira de capital nacional a pessoajurídica constituída e com sede nopaís, cujo controle decisório e decapital votante esteja sob a titula­ridade direta ou indireta de pes­soas físicas domiciliadas no país.

Ao fixar a definição com basenas pessoas físicas domiciliadas nopaís e não em brasileiros domici­liados no país, como pretendia aEmenda Domingos Juvenil, aConstituinte permitiu admitir-seque a Volkswagen do Brasil, queé uma empresa estrangeira, masconstituída sob as leis brasileiras,com sede e administração no paíse cujo detentor indireto do capitalvotante decisório (que é alemão),o Sr. Wolfgang Sauer, que é pes­soa física domiciliada no Morum­bi, em São Paulo, seja consideradaempresa brasileira de capital na­cional.

As conseqüências disso corrempor conta do art. 205 aprovado pe­la Constituinte, onde está estabe­lecido que a concessão de explo­ração de energia hidráulica ou de .riquezas do subsolo brasileiro so­mente será concedida a brasileirosou empresas brasileiras de capitalnacional. Por aí temos que, alémdos brasileiros, as empresas es­trangeiras - quase todas elas de­tentoras do direito de lavras nopaís -, desde que tenham o de­tentor direto ou indireto do capitalvotante decisório domiciliado noBrasil, terão direito, por seremconsideradas empresas brasileirasde capital nacional, ao acesso tran­qüilo às nossas riquezas.

JC - Quais as emendas propos­tas pelo senhor e quantas aprova­das pela ANC?

João Cunha - Apresentei umconjunto de 17 sugestões à Assem­bléia Nacional Constituinte. Nãome fixei num setor específico. Te­nho propostas que abrangem umuniverso maior. Assim, a sugestão

Penso quefalta no

Brasil umprojeto

nacional quepossa sera soma esíntese detodos nós.Às elites

dirigentesfaltou uma

visão depoder

nacional

baseada na soberania nacional, nalivre iniciativa, na propriedadeprivada, etc., o artigo 200 do pro­jeto básico da Comissão de SIste­matização definiu empresa nacio­nal. Intervi nessa discussão jun­to às lideranças, procurando mos­trar o equívoco e o absurdo dadefinição dada à empresa nacio­nal, evidenciando que, sendo essapeça basilar de toda a ordem eco­nômica, colocaríamos em risco,como está colocado, o subsolobrasileiro e todas as suas riquezas.

Será considerada empresa bra-

ADIRPlWdliam Prescott

22 governadores de estado, 309constituintes e sem nenhum pro­jeto que contemplasse a nação. Eaí, pela oitava vez em nossa histó­ria constitucional, o poder não foiencarado como instrumento da fe­licidade do povo mas como ban­quete para saciar a fome de inte­resses imediatistas, pessoais e es­treitos, sem respeito algum pelossuperiores interesses da pátna!!

Penso que deveríamos, antes de'iniciar a Assembléia NacionalConstituinte, ter estabelecido umpacto nacional que definisse quetipo de nação desejamos cons­truir, qual nosso modelo econô­mico, qual o regime e modelo polí­tico, o papel do Judiciário, comoadministrar nossas riquezas desubsolo, estabelecer as priorida­des na educação, saúde, habita­ção, agricultura, estruturação doparque industrial brasileiro, comotratar a empresa nacional frenteà violência das multinacionais, en­fim, qual o destino a dar às nossasfontes energéticas, como construiro novo homem e mulher brasilei­ros. Nada disso foi feito. Pelo con­trário, o pacto firmado por Tan­credo Neves, Ulysses Guimarães,Aureliano Chaves, Marco Maciele tantos outros, foi um pacto detransição muito mais asseguradordos interesses da ditadura vencidaque dos interesses do povo que

, a derrotou nas ruas. Mais uma vez,as elites dirigentes pediram aoeterno povo conformado que fossepara casa assistir à novelística daGlobo que elas resolveriam seusproblemas. E aí está o resultado!

JC - Como vê a ordem econô­mica definida pela Constituinte?

João Cunha - Aí, mais umavez, a nação foi traída pela esper­teza de alguns, pela pressa de ou­tros, pela omissão de muitos e pelaindigência intelectual de quase to­dos. Depois de estabelecer osprincípios da Ordem Econômica,

o constituinte João Cunha ­(PDT - SP) diz que se deve­tia, antes do início da Consti­tuinte, ter "estabelecido umpacto nacional que definisseque tipo de nação desejamosconstruir, qual nosso modeloeconômico, qual o regime emodelo político, o papel do Ju­diciário, como administrarnossas riquezas de subsolo, es­tabelecer as prioridades naeducação, saúde, habitação,agricultura, estruturação doparque industrial brasileiro,como tratar a empresa nacio­nal frente à violênciadas multi­nacionais, enfim, qual o des­tino a dar àsnossas fontes ener­géticas, como construir o novohomem e mulher brasileiros.Nada dissofoi feito". Na entre­vista, além de manifestar seudesencanto com a Nova Repú­blica e, também, com a formapela qual foi definida a ordemeconômica no texto constitu­cional, João Cunha comenta asemendas que apresentou, quenão se restringem a um setorespecífico. Tratam, por exem­plo, da proteção à velhice, elei­ções para presidente, vice, de­putados federais e senadores120 dias após a promulgaçãoda Constituição e, ainda, daquestão da dívida externa.

JC - Como vê a Nova Repú­blica?

João Cunha - 22 anos após aditadura que infelicitou a pátria,tentamos na Constituinte, com aoitava Constituição brasileira, fir­mar um estado democrático. Asesperanças de todos, por isso, fo­ram depositadas nesta Assem­bléia.

Lutei contra essa ditadura e porela fui indiciado, por quatro vezes,na Lei de Segurança Nacional.Com o voto 344 em Tancredo Ne­ves, simbolicamente dei-lhe a vitó­ria, derrubando o regime do entre­guismo e da força corrupta, abrin­do os espaços da Nova República.Não foi, entretanto, com o presi­dente que subimos a rampa do Pa­lácio do Planalto, mas com um ca­dáver nos braços!

A Nova República, assim, nãonasceu. Apenas a ditadura traves­tiu-se de democrata. Os centrosdo poder não se alteraram, apenasnovos comensais chegaram à me­sa. Essa a minha visão!

JC -'- Como deveria ter sido fei­to?

João Cunha - Penso que faltaao Brasil um projeto nacional quepossa ser a soma e síntese dos so­nhos de todos nós. Infelizmentenosso país tem sido vítima de colo-"nialismos de origens díversas e nasua história inteira. As elites diri­gentes faltou e tem faltado umavisão de poder nacional. Ao invésde pensar-se a nação, atentando­se para suas realidades e potencia­lidades e definindo os rumos deseu desenvolvimento e das manei­ras de realização da felicidade deseu povo, temos vivido da impro­visação descuidada, predatória,alienante, entreguista.

O PMDB, partido que ajudeia construir, chegou ao poder com

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Tocantins: a luta não terminou

Siqueira: o Estado do Tocantins deve ser u":! campo fértil para a iniciativa privada.

por duas vezes, nos últimos dias.Fui ao presidente para dizer-lheque ia votar por cinco anos, nãoapenas por acreditar no seu gover­no e por ser seu amigo, mas por­que os interesses da minha regiãoassim recomendavam que eu o fi­zesse. A construção da ferroviaNorte-s-Sul e o apoio à implan­tação do Estado do Tocantins se­riam suficientes para tanto. O pre­sidente, porém, tem destinadomuito recurso para projetos de ir­rigação e para outros setores daeconomia do Tocantins e tem da­do assistência e apoio à Goiás, in­clusive quando do grave acidentecom a cápsula de Césio 137.

JC - E quanto ao governo donovo estado, o deputado é candi­dato a governador? Qual a formade indicação do governador, no­meação ou eleição direta?

Siqueira Campos - Estou fa­zendo um grande esforço para unirtodos os líderes e o povo tocanti­nense a fim de compormos um go­verno de coalização, ideal para agrandiosa tarefa de implantaçãodo novo estado. O desafio é desco­munalmente grande, por isso, de­vemos nos unir. Sem união assu­mirei as minhas responsabilidadese atenderei à convocação popularpara qualquer missão. Entendoque deve haver eleição direta paragovernador, porque a tarefa deimplantação do Estado do Tocan­tins deve contar com a participa­ção indispensável do povo. Umgovernador nomeado, seja elequal for, não teria a confiança eo apoio para uma tarefa de taisproporções, para a qual a adesãopopular é imprescindível.

Reafirmo, aqui, o meu empe­nho de unir todas as lideranças po­líticas e o nosso povo para um ver­dadeiro pacto que nos leve a umgoverno de união de todas as for­ças políticas e populares, para oque não abro mão de postularqualquer cargo ou posição. Se istonão for possível, em razão da in­transigência e ambição de alguns,partirei para as praças públicas pa­ra, com o povo, desmantelar asestruturas dos que têm pretensõesoligárquicas no Estado do Tocan­tins.

JC - Muita gente ajudou na lutapelo Estado do Tocantins. Mas te­ve quem atrapalhasse, não teve?

Siqneira Campos - Muita gen­te ajudou: o governador HenriqueSantillo, a Assembléia Legislativa,através de todos os seus integran­tes, especialmente seu presidente,os companheiros de bancada goia­na e todos os constituintes, espe­cialmente o relator Bernardo Ca­bral, o presidente Ulysses Guima­rães, o presidente Humberto Lu­cena, o senador Nelson Carneiro,os líderes de todos os partidos, es­pecialmente Mário Covas, AdolfoOliveira, José Lourenço, AmaralNetto, Luiz Inácio Lula da Silva,Gastone Righi, Brandão Montei­ro e outros, uns mais, outros me­nos, mas sempre de forma deci­siva, não podendo deixar de res­saltar a importante ajuda de PauloAffonso Martins de Oliveira, se­cretário-geral da Mesa e de muitosdos seus auxiliares, a imprensagoiana e a imprensa nacional. Atodos, a gratidão do povo tocanti­nense. Devemos esquecer os quenos criaram problemas; eles nãoconseguiram impedir a vitória danossa causa.

Comissão de Saúde e AssistênciaSocial, Comissão de Defesa doMeio Ambiente, Comissão deEducação, Cultura e Esportes eComissão de Defesa dos DireitosHumanos e da Cidadania, que te­nham por objetivo cadastrar todasas pessoas e sua famílias, regis­trando todas as informações sobreelas e que possam transmitir-lhesconhecimentos e proporcionar­lhes assistência, ajudando-as nasolução de seus diversos proble­mas.

Essas comissões cuidarão de to­dos os assuntos da comunidade re­lacionados com artesanato, meioambiente, mutirões, saúde, defesados direitos do cidadão, emprego,moradia, posse da terra e educa­ção, esta desde a alfabetização,passando pelo ensino profissiona­lizante ate o curso superior, e acoordenação de eventos de natu­reza cultural, cuidando para que,desde o início, cada comunidadetenha banda de música e centrocomunitário para organizar as di­versas formas de manifestação eintercâmbio cultural, tais como:festas populares, sessões teatrais,cine clube, foro de debates e pales­tras, publicações de jornais de co­munidades, cordéis etc.

JC - E como seria o governodo Tocantins: teríamos o estado in­tervencionista, competidor ou àiniciativa privada caberia o papelde gerarriquezas com o apoio, massem a interveniência do estado?

Siqueira Campos - Será bomque o Estado do Tocantins setransforme em um campo fértil pa­ra a iniciativa privada. A estati­zação não terá vez ali. Ao estadocabe o importante papel de agentedo bem-estar social, de excitadore estimulador do desenvovimentoeconômico. O Tocantins será umestado de administração leve, do­tado de moderna estrutura ad­minstrativa, com poucas secreta­rias, reduzido número de órgãos,sem empresas estatais, enfim umcampo aberto à força criativa erealizadora da iniciativa privada,onde todos possam ter lucros e on­de o dinheiro corra, também, pe­las mãos do povo.JC - O deputado eSteveainda, ré­centemente, com o presidente Jo­sé Sarney, por duas vezes. Por quevotou por um mandato de cincoanos para o presidente?

Siqueira Campos - Realmente. estive com o presidente Sarney,

Estou fazendoum grande

esforço paraunir todos os

líderes eo pOVO

tocantinensea fhn de

compormos umgoverno decoalizão,

que é o ideal

gens e cereais. ~ as terras ali sãoquase de graça. E só abrir estradaspara integrá-las ao Nordeste e àBelém-Brasília e botar os técnicospara dar assistência e os bancospara emprestar dinheiro, que osresultados serão imediatos.

JC - Como funcionariam as es­colas integradas de ensino profis­sionalizante?

Siqueira Campos - Gostariaque, de início, tivéssemos, no mí­nimo, uma escola integrada em ca­da município. Nessas escolas, osalunos chegam às 7 horas da ma­nhã, tomam banho, vestem o uni-oforme, fazem lanche e se entregamàs atividades escolares tradicio­nais até às 11 horas, após o quealmoçam e, à tarde, freqüentamas aulas do curso profissionalizan­te e outras atividades, sempre in­tercaladas, pela manhã e à tarde,por recreio e exercícios físicos, às17 horas tomam banho, trocamsuas roupinhas e vão para casa.

JC - E as associações comuni­tárias, como operariam?

Siqueira Campos - Que todomunicípio tenha uma associaçãocomunitária é o essencial. Cadaassociação, diversas comissões:

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ADIRPlReynaldo Stavale

para exportação, além das ativida­des pecuárias (produção de car­nes, leite e derivados), apoiando­se a iniciativa privada, especial­mente quanto à organização dasbacias leiteiras, rede de laticínios,frigoríficos, armazéns gerais,transportes etc.

Como também para estender li­nhas de transmissão de energiaelétrica de Cachoeira Dourada,Boa Esperança e Tucuruí aos di­versos municípios, inclusive paraeletrificação rural; instalar agên­cia bancária, escritório da Emater,armazém geral e repetidoras deTV e posto telefônico em todasas comunidades; desenvolver es­forços para solução imediata dasquestões de terra, para erradicara injustiça e a violência da região.

JC - Como obter recursos paratantos empreendímentos, deputa­do?

Siqueira Campos - Em primei­ro lugar, o Estado do Tocantinsterá renda própria e crédito sufi­ciente. Depois, passaremos a teros recursos da Sudam e do Progra­ma Grande Carajás e recursos afundo perdido que lhe serão entre­gues pelo Governo federal. Alémdisso, virão maciços investimentosprivados, pois tenho sido consul­tado por empresas nacionais e in­ternacionais sobre novos projetosagrícolas e industriais do estadoque está surgindo. Seria interes­sante abrirmos escritórios de re­presentação do governo do Tocan­tins em Brasília e Belém e designarrepresentantes junto às bolsas devalores para captar recursos de in­centivos fiscais e creditícios e dosresultantes da conversão da dívidaexterna em capital de risco.

JC - Quais os setores da econo­mia que oferecem maiores vanta­gens para o investidor?

Siqueira Campos - Sem dúvi­da, o da produção agroindustrialde suco de frutas e castanha-de­caju, produção de grãos, sob irri­gação, o da criação e engorda debovinos, suínos, da mineração etc.As indústrias de sucos de frutasestão exportando tudo o que pro­duzem e as de beneficiamento decastanha.de caju importam maté­ria-prima da India para cumpri­rem seus contratos de exportação.A área da margem direita do rioTocantins tem terras, clima e con­dições magníficas, melhores queas do Ceará, 'para produzir caju,além de laranja, mandioca, pasta-

o constituinte que mais ba­talhou para que fosse aprovadaa criação do Estado do Tocan­tins, Siqueira Campos (PDC­GO), adverte que a luta nãoterminou, pois a nova Consti­tuição ainda não foi promul­gada. No entanto, ele já traçaplanos e projetos e explica,nessa entrevista, quais as prio­ridades básicas para o estadoe expõe de maneira ampla oseu potencial.

JC - Deputado, aprovada a cria­ção do Estado do Tocantins, em10 turno, e sendo certa a sua apro­vação no plebiscito, quais são assuas idéias com relação à implan­tação e funcionamento do novo es­tado?

Siqueira Campos - Temos ain­da muita luta pela frente até che­garmos à promulgação da novaConstituição e para que nela conti­nue inserido o artigo que prevêa criação do Estado do Tocantins.Toda essa luta e as preocupaçõesdela decorrentes não me impe­dem, no entanto, de fazer planos,projetos e de ter idéias sobre comodeva ser implantada a máquinapolítíco-administrativa e sobre asprioridades, em termos de políti­cas, obras e programas para o no­vo estado.

JC - Quais as prioridades bási­cas que o deputado traçaria parao Estado do Tocantins?

Siqueira Campos - Logo apósa organização da estrutura políti­co-administrativa do estado, eurecomendaria a adoção de provi­dências para acabar com o desem­prego e o subemprego; implantarhospitais e postos de saúde, cre­ches e um sistema de abastecimen­to de água em todas as cidades,vilas e povoações; criar e implan­tar a Universidade do Tocantinse escolas integradas de ensino pro­fissionalizante capazes de retirardas ruas, alimentar, educar e daruma profissão aos 100mil menorescarentes, muitos deles abandona­dos, do novo estado, organizar ascomunidades, também em asso-ociações comunitárias, para que to­dos os homens e mulheres se sin­tam integrados e possam partici­par do esforço de construção donovo estado e efetivamente dosfrutos do trabalho e do desenvol­vimento; criar, de imediato, 20 ou­tros municípios, para completar100, com os 80 já existentes, paradar assistência ao povo e maiorequilíbrio ao estado.

E ainda para construir rodoviase pontes sobre os rios Araguaia,Tocantins e outros que integremas diversas regiões e municípios àBelém-Brasília e esta às malhasviárias e aos portos do Nordeste,do Centro-Oeste e da Amazônia,especialmente à BR-158, no Pará,e à BR-020, na Bahia, para queformem um sistema integrado derodovias, ferrovias, aeroportos,hidrovias, portos, conjugado comarmazéns, silos e terminais de em­barque; incentivos e estímulos cre­ditícios e fiscais para a implanta­ção de programas agroindustriais,tendo por base a produção e bene­ficiamento de grãos (arroz, soja,feijão" milho etc.) e frutas (laran­ja, caju, banana, maracujá etc.)e tubérculos (mandioca, batatasetc.), que gerem fartos excedentes

14 Jornal da Constituinte

Page 15: Volume - Portal da Câmara dos Deputados...Em outras palavras, fica claro, como exemplo de linha a seguir, que a inicia tivaprivada também pode e deve atuar, paralelamente ao Governo,

Brasil e Portugal mais amigosADIRPlReynaldo Slavale

No aperto de mão de Cavaco Silva e Ulysses, a reafirmação da amizade entre brasileirose portugueses

No curso da visita oficial quefez ao Brasil, o primeiro-ministroportuguês, Aníbal Cavaco Silva,foi recebido, no Salão Nobre doSenado Federal, pelos presidentesdo Congresso Nacional, senadorHumberto Lucena, e da Assem­bléia Nacional Constituinte e daCâmara dos Deputados, UlyssesGuimarães. Na oportunidade,Humberto Lucena entregou a Ca­vaco Silva a Medalha da Ordemdo Congresso Nacional, no graude Grã-Cruz. Coube ao deputadoJosé Lourenço, líder do PFL, pro­ceder à leitura do ato do Conselhoda Ordem que conferiu a medalhaao visitante.

Em seu breve discurso de agra­decimento, o primeiro-ministro dePortugal destacou os laços de ami­zade que unem seu país ao nosso,assinalando particularmente queas relações entre lusitanos e brasi­leiros assumem característicaspróprias que as distinguem entretodas na história das nações.

Referindo-se às perspectivas decooperação luso-brasileira, comvistas ao Mercado Comum Euro­peu, Cavaco Silva ressaltou que,

"com imaginação, respeitando,com proveito, as especificidadespolíticas e econômicas das regiõesdo globo em que se inserem Brasile Portugal, temos que encontrarfórmulas pragmáticas que permi­tam ultrapassar a mera retóricadas boas intenções".

Antes do pronunciamento doprimeiro-ministro português, opresidente do Congresso, Hum­berto Lucena, dirigiu-lheuma sau­dação em que também salientou"os laços indestrutíveis que nosunem pela sólida amizade e apreçoque nos igualam no campo afeti­vo". E, em seguida, observou queos brasileiros estão, agora, diantede um largo gesto da nação portu­guesa, que tem o significado daabertura da comunidade econômi­ca européia ao Brasil. HumbertoLucena garantiu que o CongressoNacional, a partir, principalmen­te, da promulgação da futura Car­ta constitucional, dará total res­paldo para instrumentalizar osacertos resultantes das conversa­ções entre os dois governos e, so­bretudo, entre empresários brasi­leiros e portugueses.

ADIRPIWJ!bam Prescott

Anistia aosdemitidos

depois de 78

Os demitidos e cassados abordaram os constituintes no caminho do plenário e pediram apoio

ADIRPlWllham Prescotttitucional que garantiu o direitode greve aos servidores públicos.

Um dos líderes dos servidoresdemitidos da Empresa de Correiose Telégrafos, Paulo César Garcia,ligado à direção do PDT do Riode Janeiro, assinalou a grande vi­tória da sua categoria, segundoele, a mais vitimada em função dasdemissões efetivadas no atual Go­verno, por determinação do minis­tro Antônio Carlos Magalhães.Conforme enfatizou, "a anistiaconfigurou uma vitória das forçasprogressistas, que jogaram na or­ganização do movimento reivindi­catório dos trabalhadores da ECTe dos servidores das estatais".

caise representantes de aproxima­damente 500 entidades e associa­ções de servidores e empregadosde todo o País. A CoordenaçãoGeral do movimento de reintegra­ção dos servidores demitidos, '!ueacompanhou as negociações m­tensamente, desde o início dos tra­balhos da Constituinte, e mobili­zou todas as suas forças a partirde janeiro, em incontestáveis reu­niões com as lideranças partidá­rias, articulou um dos maiores emais bem organizados lobbyes vis­tos dentro da Assembléia.

Segundo Luiz José dos Santos,trabalhador demitido da Telerj noatual governo e um dos coorde­nadores do movimento, "a con­cessão da anistia aos servidoresdemitidos constitui-se numa dasmaiores vitórias políticas do movi­mento sindical brasileiro nos últi­mos anos e da própria AssembléiaNacional Constituinte". Ele assi­nalou a importância da medida,inclusivepara a política partidária,de vez que "grande parte dosservidores demitidos pertenciamaos quadros do PDT e do PT, mui­tos deles desempenhando impor­tantes funções na organização da­quelas agremiações".

José Eduardo Lírio, da DireçãoEstadual da CUT do Rio de Janei­ro, considerou a vitória dos demi­tidos como um estímulo à reorga­nização do movimento sindicaldos trabalhadores das empresasestatais e aplaudiu a emenda cons- .

Por 496 votos a favor, oito con­tra e nove abstenções a Assem­bléia Nacional Constituinte apro­vou fusão de emendas dos depu­tados Hélio Duque (PMDB ­PR), Carlos Cardinal (PDT ­RS) e João Paulo (PT -MG) queconcede anistia aos servidores pú­'blicos civis e aos empregados emtodos os níveis, do governo ousuas fundações, empresas públicasou mistas com controle estatal queforam punidos ou demitidos a par­tir de 1979,em decorrência de gre­ve ou outras decisões das catego­rias a que pertencem.

A readmissão dos servidores eempregados, exceto a dos servi­dores civis de ministérios milita­res, foi assegurada aos trabalha­dores punidos em decorrência doDecreto-Lei n91.632, de 4 de agos­to de 1978, ou de quaisquer leiscom efeitos equivalentes ou, ain­da, com base em qualquer diplo­ma legal com motivação política.

Na mesma sessão em que foi vo­tada a anistia dos militares puni­dos por força de atos institucionaisou administrativos, a partir de1964, a Assembléia NacionalConstituinte tomou, sem dúvida,uma de suas decisões mais impor­tantes, ao conceder o direito dereadmissão a cerca de mil demiti­dos, a maioria dos quais, entre osanos de 1983e 1985.

A votação da matéria foi acom­panhada por vários líderes sindi-

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Fome éprotestonaANC

Com uma greve defome no corredor deacesso ao plenáriodaANC,deficientes físicosde São Pauloprotestaram contra oato do prefeitoJânio Quadros queretirou os vendedoresambulantes dospontos fixos queocupavam no centrodaquela capital.Tereza Maria dosSantos, Jordaci Silvade Oliveira, JoséAfonso Victor eOsvaldo Valentinderam o seu recado:só querem ter odireito de trabalhar

Presidentedebate comas crianças

Quase 150 crianças daEscola Classe da 302 Norte,

quadra onde residem osdeputados, estiveram emvisita à Constituinte esta

semana. Aos gritos "doutorUlysses, doutor Ulysses",

atraíram a atenção dopresidente da Assembléia,

que, com elas, dialogou poralguns minutos.

Descontraído, Ulyssesrespondeu a perguntas dascrianças sobre a venda defogos de artifício: "A lei

proíbe a venda mas ninguéma obedece", explicou ele,

lamentando osprejuízos e os perigos

dos fogos. Falousobre a necessidade de seelevarem os salários dos

trabalhadores e dos servidorescivis e militares e definiu,

em poucas palavras, o que aAssembléia vem fazendo pelascrianças na área educacional.

ADIRPlWilham Preseott.................""'...-- -....,.,~ ... -

ADlRP/GuIlherme Rangel

Avaliação daConstituinte

Comitês, plenários e movimentospró-participação popular na Consti­tuinte promoveram em Brasília semi­nário de avaliação dos resultados daAssembléia, concluindo que houveavanços no campo social e também naeconomia. Com a presença de consti­tuintes identificados com as teses pro­gressistas, o seminário traçou ainda aestratégia das lideranças populares naelaboração das Constituições esta­duais e na legislação complementar eordinána. Na foto, a deputada Cris­tina Tavares (PE).

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Comitiva deGoiás visita

a Assembléiao presidente UlyssesGuimarães re­

cebeu visitade cortesia de uma delega­ção de mulheres do Estado de Goiás,acompanhadas do deputado MauroMiranda (PMDB - GO). Além damulher do deputado, Maria ReginaAndrade Soares, e das primeiras da­mas de Goiás, Sônia Célia Santillo,e de Goiânia, Wesllian Pelles Ronz,estiveram presentes primeiras damasde 46 municípios goianos. Elas pedi­ram celeridade no término da Consti­tuinte e esforços em favor da unidadedo PMDB. Estiveram na Assembléia:Alvorada, Varnlde Floriano de Campos;Amortnâpolis, Maria Dias de Oliveira;Aporé, Mana Neusa L dos Santos, Araçu,Luza Cassiano Pereira; Arenôpolis, IvoneHorbilon de Castro, Aunlãndia, SignorehAlves de Miranda; Bonfinápolis, DeusvirTristão de Oliveira; Brejmho de Nazaré,Maria Machado Pinto; Caturaí, DivaldaMaria Gobbi, Corumbaíba, Maria de Lur­des de Almeida; Damolãndta, Elza Furtadode Lima; Formoso, Maria do Socorro Al­cântara; Gotandtra, Mana das Graças Tns­tão; Goiatuba, Deumira Alves de Ohveira;Inhumas, Marly Palmeira Essado; Iporá,Ivondrr Souza Silva, Itaberaí, Helern SoaresDias Mendonça; Itaguaru, Mana Rosáriada Silva; Itajâ, Marta Simões de O. Sam­paio; ltapuranga, Edna Maria da Trindade;Itarumã, Helena de Souza; ltauçu, ManaLúcia de Anunciação, Jandaia, OraldinaPereira Ribeiro; Jaupaci, Diva Maria GUI­marães; Iovtãnia, Adnane de Ohveira Fer­nandes; Leopoldo de Bulhões, Maria deLourdes de Oliveira; Moiporâ, Sandra Mar­tins Dias; Mossâmedes, Maria Hennínia Pe­reira de Carvalho; Nerôpolis. Jercimar Car­valho; Nova Glâna, Natalina Nazareth daCunha; Nova Veneza, Vera Lúcia FaquimAlves; Ouro Verde, Maria do Carmo Perei­ra; Paraíso do Norte, Virgínia Pughesi Ave­Imo; Paraúna, Luíza Gomes Pereira; Petro­ltna, Edna Maria dos Santos; Pilar deGOiás, Mana Conceição Pires Xavier; Pira­nhas, Antônia Leite de Souza; Ptum,Rosi­clé Alves Praxedes; Rubiataba, Mana Ritade Parva; Santa Isabel, Maria Ana Borgesde Souza; Santa Teresinha, Cleusa CorreiaSoares; Santa Rosa, Ercídia da Costa Santa­na; Sanclerlândia, Maria Lopes de Faria,Uruana, Rosidalva Souza Cardoso; Varjão,Eunice Ricardo de Souza Silva, Santa Bár­bara, Joana D'Arc Vaz Teodoro. Outrosmunicípios enviaram representantes. Ca­choeira Dourada, Ubaldo Emího Martins,Céha Regina Borges Martins, Stanley Si­queira Prates e LéraSiqueira Prates; Colz­nas do Sul, Lrlian de Cássia Soares Men­donça; de Dtorama, veio o prefeito Eurí­pedes Luís dos Santos; de Formoso do Ara­guaza, Mana Lúcia Veras Parnão; Gouve­lãndta, Ana Dias Campos Mamedes e Ger­vãsio Mamedes; Itaguan, Ramiô Rodnguesda Silva e Maria Cintra Rodrigues; !tum­blara, Amélia Silva Carvalho; Niquelãndta,Darcy Moraes Leite da Silva e Getúho Mo­raes Leite; Ouvidor, Sílvia Mana Inácio,Itelvino João Inãcio e Júho Antônio Pas­choal; Palmeiras de GOiás, Walton GarciaCardoso; Santa Fé de Goiás, Getúho D'Al­cântara da Silva e Maria Felizardo da Silva;São Simão, José Ferreira de Castro; Trom­bas, Mana Concebida Pimentel; Vianápo­lis,Armindo Alves de Melo, Mana das Gra­ças Caixeta Moraes e Luís Máno Melo.ADIRPIWIIham Preseott

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Jornal da Constituinte