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VOS SOIS O CORPO, DE CRISTO · 2016. 11. 19. · Para terminar esta cartinha, eis uma frase de que gostamos muito. f: uma palavra de Cristo a Santa Catarina de Sena: "Transforma-te

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"VOS SOIS O CORPO, DE CRISTO"

O LEIGO (EQUIPISTA) -PRESENÇA DA IGREJA NO MUNDO

* ESCUTAR A PALAVRA DE DEUS

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UM MOMENTO COM A EQUIPE DA CARTA MENSAL

Ao assumir sua missão, em outubro de 1985, a atual equipe da Carta Mensal se reuniu , no dia 28/10/87 para traçar os . objetivos que deveriam nortear sua atuação. Posteriormente, estes objetivos foram leva­dos à ECIR, que os examinou e aprovou.

Entre estes objetivos, consta que a Carta Mensal, além de ser instru­mento de "formação" e " informação", é também Instrumento de "comu­nicação". Como tal , deve fazer "circular a selva" dentro do Movimento, contribuindo para aumentar o conhecimento mútuo entre equipes e aqui­pistas, levando a todos os fatos e as orientações importantes do Movi­mento.

No cumprimento deste objetivo, a partir do próximo mês, a Carta Mensal passará a contar com uma seção voltada para o melhor conheci­mento das relações que compõem o Movimento no Brasil.

Atualmente, essas Regiões estão em número de 14, assim distri­buídas:

- 6 Regiões no Estado de São Paulo; - 2 Regiões no Estado do Rio; - 1 Região Minas Gerais ; - 1 Região Centro-Norte ; - 1 Região Paraná; - 1 Região Santa Catarina; - 1 ·Região Alo Grande do Sul ; e 1 Região de "Equipes distantes ".

Esperamos, nos próximos meses, através das reportagens que esta­mos preparando, satisfazer a curiosidade de vocês em relação a cada uma destas Regiões. Esperamos, também, cumprir nossa missão de me­lhor fazer circular a seiva ...

--o O o-o mês de novembro nos faz penetrar no tempo do Advento. É o fim

do ano que se aproxima, Natal é o mês que vem. A Carta Mensal traz, sobre o assunto, a palavra de um Conselheiro Espiritual , à pg. 9.

Em novembro, também, com o calendário equipista que voltamos a usar desde o ano passado, são eleitos os novos Casais Responsáveis, que vão assumir em 1988. Isto, para grande gáudio e alívio dos heróis que vêm exercendo a função desde agosto de 1986! Mas, brincadeira à parte, ser Casal Responsável de Equipe é uma grande graça, como vem nos dizer o testemunho de um casal , à pg. 19. Todos estaremos rezando para que a fo\-ça do Espírito Santo nos oriente na escolha dos que serão res­ponsáveis, o ano que vem, pela "vitória da caridade fraterna" em nossas equipes. ·

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Um grande abraço da EQUIPE DA CARTA MENSAL

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EDITORIAL

Extrato das palavras pronunciadas pelo Pe. Henri Caffarel, dia 14 de julho de 1957, por ocasião da primeira visita às Equipes do Brasil.

Eu vos conclamo a empreender, a levar avante, uma ação sistemá­tica, organizada. Fundar uma equipe em todos os pontos estratégicos do Brasil. Lançar sobre a vossa pátria uma imensa rêde de que as Equipes sejam os nós. Assim fazendo, as Equipes serão capazes de levantar todo o Brasil!

Censuraria a mim mesmo, se não afirmasse estar convencido de que as Equipes serão focos incandescentes, irradiando apostolado.

E preciso que cada equipe seja um viveiro de apóstolos, servidores do Cristo e da Igreja, humildes e perseverantes. Eu não insistiria tanto em vos pedir que trabalheis em favor das Equipes, se não estivesse con­vencido de que o melhor meio de atingir a massa é formar apóstolos. Porquanto, formar equipes não é abandonar a massa. E suscitar apóstolos que irão prolongar a ação do sacerdote.

Às nossas equipes do Brasil confio todas as equipes da América. Perante o Senhor, em nome do Senhor eu vos confio o trabalho a realizar. Por outro lado, tendo presente a terrível responsabilidade da Igreja que se debate com a falta de clero, é preciso que as equipes tomem posição junto dela. Sejam os membros das equipes, os mais dedicados, os mais devotados servidores da Igreja, como que um Estado Maior, sempre humilde, sempre disposto a agir. Os mais obedientes, os mais diligentes, capazes de pensar os problemas. A Igreja seguramente precisa de vós.

Ora, para responder à dupla missão a que sois chamados - difusão das equipes, atividade a serviço da Igreja- é preciso que o vosso Movi­mento seja forte. Forte e disciplinado; que tenha a força, o vigor, a inicia­tiva dos homens de ação, escudados num profundo espírito de disciplina.

Cada equipe deve ser forte . O setor deve ser forte. E preciso que lhe deis o concurso de vossa colaboração: fazer dele um Setor forte, de homens fortes.

Sois generosos. Sois devotados. E, por isso mesmo, sois solicitados pela ação. Mas eu vos suplico: nunca deixeis de vos formar! Se a ação não vos permitir continuar a vossa formação, a ação vos perderá.

A Igreja do Brasil precisa formar os homens do futuro. Eles serão formados pela oração, pelo estudo. A Igreja do Brasil precisa dos homens experimentados que sereis dentro de 10, 20 anos. Deveis vos aprofundar para poder assumir, mais tarde, as vossas responsabilidades.

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Não sucumbir à tentação de vos dardes sem medida, até vos esva-· ziardes. Assim fazendo, vós vos esgotareis, sem poder levar nenhuma mensagem. Só há apóstolos, na medida em que há almas de oração, de estudo, de meditação. Só assim estareis em condições de assumir amanhã as responsabilidades que vos forem dadas.

Assim as equipes do Brasil: esforço supremo para levar avante uma grande aventura. Esforço conjugado para conseguir a vitória, na grande aventura de conquistar a glória de Deus.

---<OÜO~--

CARTA DA EQUIPE RESPONSAVEL INTERNACIONAL

MEDITAÇÃO E DEVER DE SENTAR-SE

Caros Amigos,

Vocês estão marcando - ou ainda pretendem marcar - este ano de 1987 com manifestações diversas, destinadas a comemorar e a dar graças a Deus pelos quarenta anos de nosso Movimento. Nesta ocasião, tal como vocês, nos dois também refizemos a leitura dos Estatutos publi­cados em 8 de dezembro de 1947 e do documento "O que é uma Equipe de Nossa Senhora?".

Esta releitura, após pertencermos por vinte e cinco anos ao Movi­mento, nos levou a compreender mais intensamente ainda a que ponto, dentre todas as obrigações ou pontos concretos de esforço, a meditação e o dever de ·sentar-se constituem dois pontos essenciais para o casal.

Antes de nos interrogarmos a respeito do valor atual dos meios propostos pelos Estatutos de 194 7, seria bom rememorar qual a sua origem. Como ele mesmo gosta de lembrar, o Pe. Caffarel precisava, cinquenta anos atrás, responder ao questionamento de quatro casais. Eles desejavam conciliar, no quadro de seu sacramento do matrimônio, seus dois amores: o amor a Cristo e o amor mútuo, fazendo-os crescer a ambos. Não é isso mesmo que, ainda hoje, cada casal pede ao Movimento, qual­quer que seja o número de anos que já passou nas Equipes?

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Para o benefício dos exegetas, é preciso lembrar que, se os Estatutos de 194 7 pediam a cada casal um dever de sentar-s~ mensal, só se exigiam os dez minutos de meditação diária dos casais que exerciam alguma res­ponsabilidade nas Equipes. Foi somente na peregrinação a Roma, em 1970, que o Pe. Caffarel pediu a todos os casais do Movimento que con­sagrassem, cada dia, dez minutos a um encontro pessoal com Deus.

Esta cartinha não quer, de forma alguma, ser um tratado em pro­fundidade a respeito dessas duas obrigações: tantas coisas lindas já foram escritas ... Gostaríamos, simplesmente, a partir de uma palavra São Fran­cisco de Sales, de evocar com vocês seus pontos comuns e a forma como se completam.

Escrevia aquele grande santo, a respeito da meditação: "Que felici­dade estar aí, a sós com Deus, sem que ninguém saiba o que se passa entre Deus e o coração, a não ser o próprio Deus e o coração que adora!"

Esta definição da meditação poderia ser parafraseada para o dever de sentar-se: "Que felicidade estar aí, os dois com Deus, sem que nin­guém saiba o que se passa entre Deus e nós dois, a não ser o próprio Deus e nossos dois corações que adoram!"

As duas obrigações têm o mesmo objetivo: amar, deixar-se amar; pedem as mesmas qualidades: a constância, a perseverança, a abnegação, o esquecimento de si mesmo. Têm o mesmo propósito: participar da ação criadora de Deus.

O mesmo objetivo: amar, deixar-se amar. Como é difícil esquecer-se a si mesmo, para escutar a Deus e a nosso cônjuge e para nos deixarmos amar como ele quer nos amar.

As mesmas qualidades: são ambas sustentadas por um mesmo de­sejo, o de querer crescer no amor de Deus e no amor de nosso cônjuge.

O mesmo propósito: o avanço do Reino de Deus, o reino do amor, onde não se pertence mais a si mesmo mas àquele que se ama e onde se vive mais nele do que em si mesmo.

A mesma finalidade : ambas querem ser uma oração, um tempo en­tregue ao Senhor; a meditação através da intimidade com Deus; o dever de sentar-se através de uma parada onde os esposos, na presença de seu Deus, ouvem mutuamente o que constitui a profundidade da vida de cada um e, assim, lhe oferecem todas as suas atividades.

Não nos esqueçamos que o cume da pirâmide da criação é o casal: "Um Eu sem um Tu não existe." Portanto, nosso amor conjugal deve procurar ser passagem, através da vida cotidiana do casal, para o amor de Deus aos homens. Toda a espiritualidade do casal unido pelo sacra­mento do matrimônio, toda a espiritualidade conjugal deve, assim, en­contrar sua fonte nesses dois amores. Todo casal é imagem do Deus Trino, o amor de cada cônjuge se lança em direção ao outro como uma

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onda e, do encontro dessas duas ondas, jorra o amor que inunda tudo o que está em volta.

Que temos feito destes dois dons de Deus que o Movimento nos permitiu receber? Conservamo-los ciosamente ou sabemos partilhá-los com os outros? Vendo-nos viver, falar, será que os outros casais nos perguntam: de onde vem a força, o dinamismo de seu casal?

Num mundo onde a família periclita porque os casais se desfazem por não saberem se fazer, se construir, nós, casais das Equipes de Nossa Senhora temos uma mis~ão específica: lembrar que o amor conjugal existe e que, para que possa crescer, é preciso utilizar os instrumentos adequa­dos e apoiar-se sobre certos pilares, como a meditação e o dever de sen­tar-se.

Dediquemos, portanto, um tempo, cada um de nós, para examinar como temos vivenciado estes dois meios; não é por acaso que foram chamados de 'pontos concretos de esforço'. Em nossas reuniões de equipe, examinemos, com a ajuda de nossos conselheiros espirituais e dos outros casais da equipe, o que devemos fazer para dar-lhes mais vida.

Da mesma forma que vocês, sabemos como é difícil parar, cada dia, para dar dez minutos a Deus; de tirar uma noite para sentar-se frente a frente com o cônjuge. Mas o mundo precisa de nós. Se não o fizermos , não será somente o amor de nosso casal que impediremos de crescer, mas de todos os casais que nos cercam.

Para terminar esta cartinha, eis uma frase de que gostamos muito. f: uma palavra de Cristo a Santa Catarina de Sena: "Transforma-te em leito, que eu me farei torrente. "

Entreguemo-nos ao amor de Deus e ao de nosso cônjuge; o mundo espera que lhe demos esta água de que o Cristo dizia: "A água que lhes darei se tornará neles fonte de vida eterna."

O mundo tem sede; precisamos dar-lhe de beber; que temos feito? Os casais do mundo têm sede de amor; que temos feito para atender a seu apelo?

A todos, a amizade de nosso casal.

Françoise e Jean-Jacques CREPY.

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A EC/R CONVERSA COM VOCES

Caros amigos

Acaba de ser realizado em Roma o Sínodo dos bispos, tendo como tema a Vocação e Missão dos leigos na Igreja e no mundo, vinte anos depois do Concílio Vaticano li.

A oito de dezembro, o movimento das equipes de Nossa Senhora estará, no mundo todo, comemorando quarenta anos da elaboração da Carta (Estatutos).

Estes dois acontecimentos, o primeiro muito importante para a vida da Igreja - Povo de Deus, e o segundo, com a sua importância para a vida do movimento, nos movem a fazer com vocês uma reflexão através destas linhas.

Vamos procurar olhar para o passado, buscando colher nele elemen­tos que nos ajudem a entender a realidade presente para tentarmos trans­formar o futuro.

As primeiras equipes surgiram no ano de trinta e oito e começaram a se expandir verdadeiramente na década de quarenta, após o término da guerra. Em cinqüenta chegaram ao Brasil.

Qual era a realidade de Igreja de então? Era a Igreja com a auto­compreensão tridentina (do Concílio de Trento), compreendida antes de tudo como Igreja hierárquica. Confundia-se mesmo Igreja com hierarquia, tanto que, ainda hoje, se ouve referir-se a ela, querendo falar de papa e bispos. Predominava uma fé individualista, uma preocupação com a sal­vação de cada "alma".

Nesse contexto, surgiram as Equipes de Nossa Senhora com uma proposta bastante revolucionária para a época, (o que faz com que reco­nheçamos o profetismo de seus iniciadores). Vivência em comunidade, auto-ajuda e responsabilidade de uns para com os outros no plano da salvação, espiritualidade conjugal, diálogo conjugal, retiros para casais . . .

Essa grande novidade atraiu a muitos. Talvez, parte dos que aderiam, fossem motivados pela novidade, mas, à medida em que conheciam o espírito da proposta, se enchiam de entusiasmo porque efetivamente iam obtendo respostas aos seus anseios.

A adesão a essa proposta do movimento levava a um novo estilo de vida e à consciência da responsabilidade apostólica. Daí a preocupação, por parte dos casais, não apenas em expandir o movimento como em atuar fora do mesmo, dando sua preciosa colaboração à Igreja.

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Aconteceu então o Concílio Vaticano li, que teve como conseqüência uma grande transformação na Igreja. Aqui, na América Latina, tivemos ainda as conferências da CELAM (Conferência Episcopal Latino Ameri­cana) realizadas em Medellin e em Puebla que levaram a nossa Igreja a dar significativos passos na trilha do Vaticano 11.

Como resultado, temos hoje uma Igreja que se compreende como constituída por hierarquia e leigos (todos formando o povo de Deus) aos quais cabem diferentes serviços, mas têm a mesma missão: construir o Reino de Deus, Reino que começa no interior de cada pessoa à medida em que se vive o mandamento novo e que se propaga pela prática da solidariedade, da fraternidade e da justiça.

Reflitamos pois um pouco sobre a nossa equipe, as equipes de nosso Setor, de nossa Região:

e Estamos vivendo conforme a compreensão tridentina de Igreja ou conforme a compreensão do Vaticano 11? Somos equipes abertas para o movimento, para a Igreja e para o mundo? Sentimo-nos res­ponsáveis pela transformação do mesm9, ou estamos preocupados apenas com as nossas próprias dificuldades? Que mundo vamos dei­xar como herança para as gerações que nos seguirem? O que estamos fazendo para que ele seja melhor?

e Será que as equipes de Nossa Senhora vão ser simplesmente aquele movimento que só foi útil à Igreja durante um certo período? Nós queremos que elas sejam úteis para os séculos futuros, mas isso supõe que elas sejam repensadas em função dessa Igreja que precisa delas (conforme palavras do Pe. Caffarel, nosso fundador, em sua última visita ao Brasil).

Somos os construtores do Reino. Como concretizar isto? Não pre­tendemos aqui dar receitas prontas (nem temos capacidade para tanto), mas tão somente colocar alguns pontos para ajudar na reflexão.

• Não estamos soltos no espaço. Pertencemos a uma Igreja Particular, a uma parcela do Povo de Deus. :f. principalmente aí que devemos atuar.

e Pertencemos a um movimento familiar. Então, prioritariamente, de­vemos atuar em prol da família.

• A Igreja da América Latina e do Brasil optaram preferencialmente pelos pobres. Refletimos bastante a respeito dessa opção, que retar­damos um pouco a compreender. Tiramos nossas conclusões a res­peito.

Cristo nasceu e viveu na pobreza. Isto deve ter um sentido, como tudo em sua vida. Talvez para que soubéssemos que os bens materiais são perfeitamente dispensáveis para que o homem seja verdadeiramen­te homem.

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- Os pobres são os mais fracos, os mais necessitados.

Não é uma opção exclusiva ou excludente. Não significa escolher uns contra os outros, mas uns em favor de todos, pois, escolher o pobre significa escolher a pessoa humana pelo que ela é, pela sua dignidade. Também porque é mais fácil para o pobre, por ser mais livre, viver os valores evangélicos da solidariedade, da fraternidade e confiar em Deus. Eles podem ser um sinal para todos. Por isso, a convivência com eles pode ser muito enriquecedora.

Acreditamos, pois, que está nos fazendo falta uma maior convi-vência com famílias menos favorecidas . Como?

Optando por uma maior abertura das eqvipes para as classes popula­res? (Já existem ricos exemplos de equipes assim formadas e que de­vem ser seguidos).

Procurando formar e acompanhar outro tipo de comunidade com eles? (Também já existem experiências desse tipo) .

- Ajudando os jovens, não pertencentes a qualquer tipo de comunidade, a se prepararem para a vida conjugal e familiar?

• Precisamos ter presente aqui que um meio privilegiado de atuação é através da Pastoral Familiar. Nesse trabalho nossas equipes poderiam, quem sabe, reescrever o papel da famíli~ hoje.

• Não podemos nos esquecer que precisamos dar também uma especial atenção aos jovens, à acolhida dos jovens casais nas equipes, bus­cando atender verdadeiramente às suas necessidades. Isso ajudará o movimento a permanecer atual.

Não se trata aqui de mudar o movimento. Trata-se de adequar nossa caminhada às necessidades do tempo presente e em consonância com os objetivos fundamentais das equipes.

Estas são algumas das preocupações de um casal que acredita e ama profundamente as Equipes de Nossa Senhora e que ficou profunda­mente impressionado com as palavras que Pe. Caffarel disse em ltaici:

"As equipes de Nossa Senhora devem ser continuamente re-inven­tadas, . .. porque um movimento, uma Igreja que não refletem sobre o contínuo ajustamento de sua atividade são um movimento e uma Igreja que decaem e que, muito depressa, estarão em crise . .. Se as equipes de Nossa Senhora, neste pós-concílio, não forem fermento de renovação na Igreja, serão postas de lado, para dar lugar a novos movimentos mais ousadamente revolucionários, capazes de trabalhar pelo 'aggiornamento' da Igreja".

Muito carinhosamente

Cidinha e Igar

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ADVENTO: TEMPO DE MUDANÇA

Na Igreja este é um momento privilegiado para reflexão sobre o mistério da Encarnação do Filho de Deus, Jesus Cristo, em nossa história.

Este mistério tornou-se presente com o nascimento de Jesus, O NA­TAL, festa intimamente ligada ao ADVENTO pois este (o Advento) é a preparação para esta festa muito querida e esperada por todos que é o Natal.

O Advento, embora insista em nossa conversão, não tem mais o caráter penitenciai de antes da reforma litúrgica. A conversão consiste em prepararmos, alegres e ligeiros, cheios de esperança, o caminho do Senhor que vem.

O ADVENTO não deve ser só momento litúrgico na Igreja, pois "o Advento do Reino de Deus, traz em si uma proposta radicalmente nova de relacionamento entre os homens e os grupos humanos; traz em si uma crítica a muitos projetos e maneiras de se organizar a sociedade e a vida individual de cada um. Vivemos numa sociedade que só visa o lucro, o poder, a dominação de alguns poucos sobre todos os outros. A pessoa humana é reduzida a mercadoria. A injustiça se petrificou nas estruturas sócio-econômicas que a cada dia matam milhares de seres huma­nos. Uns tem tudo, outros não tem nem terra, nem trabalho, nem salário digno, nem casa, nem comida ... "

Viver o ADVENTO significa, portanto, rever os nossos projetos, avaliá-los à luz da mensagem do ADVENTO do Senhor, rever o rumo que estamos tomando em nossa vida individual, social e comunitária.

O Senhor vem: vem assumindo o governo do mundo e de nossas vidas. Vem realizando a salvação, a cada dia, a cada momento da história, até que um dia o Reino estará plenamente estabelecido. O Senhor vem: cada celebração litúrgica é uma "visita" do Senhor, dia de sua vinda, principalmente quando celebramos a Eucaristia, programando sua vitória sobre todas as mortes, "até que Ele venha".

O Tempo litúrgico do ADVENTO faz-nos viver profundamente este aspecto da presença-ausência do REINO. Reaviva em nós a esperança de um futuro melhor de um mundo que parece estar se suicidando. Reanima a nossa coragem: os 1,10ssos esforços por uma vida digna, por uma socie­dade fraterna não serão em vão. Reaviva o nosso amor. ALGU:eM espera por nós no ponto de chegada e já se faz presente como companheiro de caminhada:

"O SENHOR JESUS."

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Pe. José Roberto Agostinho Cons. Espiritual- Eq. 8-Araraquara/SP

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VIDA EM EQUIPE

A CORREÇÃO FRATERNA

(Texto para Reflexão e Troca de idéias numa Reu­nião Informal)

O termo Correção Fraterna pode ser compreendido como censura amiga, movida por um impulso de amor, que visa o bem desse amigo.

No entanto é muito difícil essa interligação entre correção e frater­nidade e isso acontece porque de natureza, somos levados a nos armar contra as pessoas que se voltam contra nós. A primeira reação é então de revolta, de não aceitação, porque o orgulho é algo que queremos preservar a todo custo.

Para se fazer em equipe a correção fraterna é necessário estarmos atentos aos objetivos dessa vida em equipe.

Um dia resolvemos nos unir em equipe. A princípio talvez por curio­sidade ou busca de novas experiências, mas com o tempo fomos perce­bendo que essa vida em equipe nos enriquecia e muito. E assim pouco a pouco fomos nos deixando cativar, conscientes de que não fomos nós que nos escolhemos, mas Deus que nos chamou a uma mesma vocação, no e pelo matrimônio. Sem sombra de dúvida é a espiritualidade con­jugal e familiar que buscamos juntos, que torna essa vida em equipe assim tão misteriosa, devido justamente à diversidade de culturas, de personalidades, de interesses e de dons. Se fôssemos todos iguai~, muito breve a nossa vida de equipe cairia na rotina.

Não podemos nos esquecer em nenhum momento que fomos cha­mados a crescermos juntos, a apararmos as arestas, a nos suportarmos e a enriquecer-nos na busca da santidade.

Mas essa vida de equipe tem características próprias e, conscientes das nossas "diferenças", é preciso termos sempre a certeza de que nos reunimos em nome de Cristo e que a Sua promessa se cumpre: "Onde dois ou três se reunirem em Meu Nome, Eu estou no meio deles".

No entanto a vida em equipe não é um mar de rosas e uma de suas características é a cruz, o esforço constante em nos aceitarmos uns aos outros ao mesmo tempo em que nós mesmos também nos dispomos a nos moldarmos numa forma mais perfeita.

Mas para conseguir essa aceitação e integração é necessário antes de mais nada começar por reconhecer os nossos próprios defeitos, nossos

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bloqueios, nossos cmmes, nossa mania de comparação, nossos precon­ceitos, tendo humildade para pedir perdão a Deus e aos irmãos.

Devemos ter sempre presente o ideal que buscamos, portanto a equipe deveria ser a terra onde cada um pudesse crescer sem medo, para a libertação das formas de amor escondidas dentro de cada ser. Deveria ser o lugar onde cada um se sentisse livre para ser ele mesmo, expres­sando-se e dizendo com toda a confiança o que se vive e que se pensa. Entre nós deveria ter uma escuta cheia de respeito e de ternura, capaz de despertar no outro o que há nele de mais belo e de mais verdadeiro: o dom especial que Deus lhe deu e que temos de fazer frutificar.

Na equipe vivemos a realidade dos dons e dos defeitos, das limi­tações e das qualidades. E diante dessas limitações não podemos nos omitir, porque isto seria faltar com a caridade. Mas precisamos nos policiar, porque muitas vezes vemos os defeitos dos outros e até mesmo os aumentamos, para podermos encobrir os nossos próprios defeitos. Tal­vez os defeitos que criticamos nos outros sejam os nossos próprios que recusamos olhar de frente.

Mas para fazermos a correção fraterna é necessário estarmos atentos às tensões que surgem no seio da equipe e não podemos escondê-las, mas sim conviver com elas porque por elas poderemos vencer as limitações e renovar nossas energias de amor. Quando na equipe tudo vai bem, somos levados a nos acomodarmos.

Não podemos nessas situações fugir da realidade e do diálogo, pois as tensões muitas vezes acontecem porque esperamos coisas diferentes e não temos coragem de revelá-las.

Outro cuidado que se deve ter é com os momentos de decepção, comuns em toda vida de equipe. E preciso saber vencê-los e não nos deixarmos dominar por eles, porque eles nada mais são que a passagem para a libertação interior, para a maturidade.

Como e quando fazer a correção fraterna

B na equipe onde Deus nos colocou, que temos de trabalhar e ser­mos trabalhados pelos outros, abrindo o coração para ouvir e acolher, dizendo com paciência e caridade, aquilo que o irmão precisa ouvir, para despertar nele uma realidade para a qual não tenha ainda sido despertado, porque talvez nunca tenha encontrado um amigo que lhe desse a chance de enxergar o seu erro e reconhecê-lo.

A maior prova de maturidade é justamente saber corrigir com amor porque amar o outro até o ponto de chamar-lhe a atenção é prova de caridade que vai além dos critérios humanos e sociais. Isso porque é muito mais cômodo nos omitirmos, porque essa atitude não nos com­promete.

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Quando percebemos que a árvore (equipe) precisa de poda, deve­mos estar dispostos a fazê-la ou deixar que outros a façam, aceitando as possíveis correções dirigidas a nós também porque só assim a seiva poderá com mais energia alimentar essa árvore.

São necessárias as podas, os cortes; muitas vezes os galhos precisam ser cortados, o tronco ferido, para que a árvore dê mais fruto.

Quando percebemos que um ramo está torto, é preciso denunciar, corrigir visando o bem do outro e da própria comunidade. E preciso apararmos as arestas, porque ramos poluídos pelo egoísmo crescem com a incapacidade de amar e perdoar.

Há momentos na vida de equipe que é preciso arrancar as ervas daninhas para não colocar em risco toda a colheita. E o momento duro da verdade e da caridade e isso só pode ser feito dentro do espírito da caridade, como nos adverte Mateus (18, 15-17).

Condições para fazer a correção fraterna

1 - Conhecer o outro - Conhecer aquilo que faz a sua persona­lidade, os seus gostos, as suas aptidões, pressentindo o seu mistério pes­soal, colocando nossos olhos no coração dele, para descobrir as riquezas do seu ser, porque só assim surge a admiração que desperta a afeição.

2 - Dar-se a conhecer- Só teremos moral de cobrar, de exigir, se nós somos doadores, se também nós nos revelamos. E esse dar-se a conhecer é muito mais que o simples falar de si mesmo. E o próprio dom de si. E fazer a desocupação do "eu" para que os outros tenham acesso. E não colocar resistência às investidas. E abrir o coração sem camuflagens, colocando às claras no~sas fragilidades e limitações, preser­vando no entanto o direito ao nosso fôro íntimo.

3 - Colocar-se no lugar do outro - Detectar o erro e fazer uma auto-análise para ver até onde vai a nossa culpa nesse erro descoberto. Procurar conhecer as razões que o levaram a agir assim. E quando desco­bertas essas razões e detectado o erro e a necessidade de correção, ter prudência no falar, refreando a língua, para que ela não semeie a cizânia, falando apenas o que for necessário e o que constrói, porque não é neces­sório dizer tudo o que se sabe ou que se pensa, mas é preciso ser verda­deiro em tudo o que se diz. Saber que o amor corrige a falta, mas nunca condena. Não querer finalmente penetrar onde a prudência nos manda parar.

4 - Desejar o crescimento do irmão - A correção fraterna só tem sentido quando encerra um desejo real e verdadeiro de fazer o outro crescer. Ela não pode ser feita nunca com o objetivo de fazer desaparecer algo que nos incomoda, mas que não constitui impecilho para o cresci­mento do irmão. E bom aprendermos a conviver com as coisas que não

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precisam ser mudadas. Não podemos ser tão intransigentes. Aí ·é que se situa a verdadeira aceitação do outro com suas limitações.

5 - Corrigir na verdadeira caridade - Deus é Amor e amor é Caridade .. Portanto só deixando Deus agir em nós, pedindo as luzes do Espírito Santo e crendo nessa ação transformadora é que poderemos exercer a correção fraterna na verdadeira caridade e sem medo de errar.

6 - Exercitar a humildade - A correção fraterna só dará frutos positivos no momento em que reinar na equipe o verdadeiro sentido da humildade, da capacidade de reconhecer as falhas e pedir perdão.

Enfim, para uma verdadeira vida de equipe é preciso que cada um compartilhe a sua vida, especialmente a sua espirituàlidade. Não importa que seja pouco. Lembremo-nos da multiplicação dos pães: O milagre só aconteceu, porque alguém que tinha pouco se dispôs a oferecer esse pouco a fim de saciar a fome dos outros. Na equipe assim também acon­tece, no momento em que colocamos nossos dons em oferenda. O Cristo ali presente se responsabiliza em fazer a multiplicação. Assim ficaremos saciados e poderemos até recolher cestos da sobra de tudo que foi com­partilhado, para oferecermos aos irmãos que não têm como nós a graça de pertencerem a uma equipe, e de viverem uma vida comunitária.

Quando nos dispomos a oferecer o nosso pouco a equipe cresce e quando isso não acontece ela perde a espontaneidade. As palavras passam a ser escolhidas e~tre aquelas que devem ou não serem ditas. Os assuntos passam a sofrer uma triagem mental e daí surge a super sensibilidade, que procura em cada palavra uma segunda intenção.

Enquanto tivermos medo de nos entregarmos, com receio de sermos julgados, rejeitados, é sinal que não está vivo no seio da equipe o Cristo Comunitário. Não estaremos então nos reunindo em seu nome.

A . cada dià precisamos estar atentos ao que precisa ser mudado, corrigido, aprendendo a carregar os fardos uns dos outros numa interde­pendência, numa aliança, porque aquele que não pede ajuda, despreza os outros e se auto valoriza e aquele que não espera nada das pessoas destrói nelas a sua capacidade de dar.

Temos de caminhar para que nossa equipe seja a vitória da cari­dade, mesmo à custa de muitos sacrifícios e renúncias, porque só assim poderemos colher o fruto de toda essa vida de equipe: "Aprendermos a morrer para nós mesmos, porque só no homem que morre é que o Cristo pode ressurgir."

Margarida e Agostinho

Equipe 2 - Setor A. Juiz de Fora

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A PALAVRA DO PAPA

Publicamos, neste número, a segunda parte do dis­curso que o Papa João Paulo li pronunciou, em audiência aos participantes da Assembléia Plenária do Pontifício Conselho para a Família.

SACRAMENTALIDADE DO MATRIMôNIO E ESPIRITUALIDADE CONJUGAL E FAMILIAR

5. Por seu lado, "o sacramento do matrimônio, que retoma e espe­cifica a graça santificante do ba­tismo, é a fonte própria e o meio original de santificação para os cônjuges" e para a família cristã (Familiaris Consortio, 56). O ser do esposo e da esposa - e a rela­ção deles - foi configurado com o mistério da união de Cristo e da Igreja mediante a celebração deste sacramento. A espiritualidade con­jugal dimana da docilidade mesma ao Espírito Santo que marcou os esposos no seu ser. O Espírito San­to "torna o homem e a mulher ca­pazes de se amarem, como Cristo nos amou" (ibid., 13) e de mani­festarem "a todos a presença viva do Salvador no mundo e a autên­tica natureza da Igreja, quer por meio do amor dos esposos, quer pela sua generosa fecundidade, uni­dade e fidelidade, quer pela amável cooperação de todos os seus mem­bros" (Gaudium et Spes, 48).

6. Mas se a inserção em Cristo, efetuada pelo baptismo, e a partici­pação no mistério pascal são ele­mentos constitutivos da espirituali­dade conjugal, é preciso não esque­cer os conteúdos específicos que de­vem ser santificados na fidelidade ao Espírito. O matrimônio, que cor­responde ao desígnio de Deus, está arraigado na natureza humana. A estrutura mesma do ser humano comporta uma exigência de verdade no seu agir. Promover uma espiri­tualidade conjugal cristã ignorando totalmente ou em parte as autênti­cas exigências naturais, seria defor­mar ao mesmo tempo o valor natu­ral do matrimônio e o seu aspecto de sacramento cristão.

A espiritualidade conjugal cristã não é, afinal, senão o desenvolvi­mento normal da vida segundo o Espírito de Cristo, do dom e das exigências do ser matrimonial. "As tarefas, que a família é chamada por Deus a desenvolver na história, brotam do seu próprio ser e repre-

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sentam o seu desenvolvimento dinâ­mico e existencial" (Familiaris Con­sortio, 17). Estas mesmas tarefas do matrimônio, percebidas com mais clareza à luz da Revelação e vividas no Espírito de Cristo, fazem do ma­trimônio cristão um caminho espe­cífico de santidade para muitos lei­gos cristãos.

7. Hoje, os que tomaram cons­ciência desta dimensão espiritual e transcendente da união conjugal e familiar, saberão manifestar na so­ciedade os frutos dum amor gene­roso e fecundo. Um apostolado en­tre as famílias, de lar a lar, entre os cônjuges e os pais cristãos, é particularmente oportuno. O bem­-estar humano e cristão das pessoas e das famílias, e também a paz e a prosperidade cia sociedade, depen­dem em grande parte desta luz, deste fermento que os lares cristãos são chamados a ser no meio do mundo. Quando eles dão testemu­nho da concórdia entre os seus membros, da unidade e da fidelida­de nas relações entre esposos, do seu amor inabalável no meio das provações e das contrariedades, quando dão prova de compreensão e de abertura para os outros, per­manecendo eles mesmos humildes e vigilantes, são como luzes que, nos momentos de obscuridade e de dú­vida, iluminam e fortificam outros esposos e outros lares tentados pelo desalento e o abandono, pelo egoís­mo, pela infidelidade, até mesmo pelo divórcio, e também pelo ma­logro.

Os esposos e os lares cristãos que cumprem a sua missão, constroem a Igreja, dentro da sua própria famí­lia, e fora, na sociedade. Constroem-

-na no interior, quando, fiéis à dinâ­mica da sua própria comunhão con­jugal, consolidam e fortalecem a sua união humana e espiritual de acor­do com a promessa de se tornarem uma só carne, resultante então da aliança nupcial. Constroem-na, ain­da, quando esta união íntima de corpo e de alma frutifica de ma­neira responsável com a vinda de filhos, aos- quais transmitem uma autêntica formação humana e cris­tã; quando o amor mútuo e aos filhos permanece fiel, apesar da tentação da infidelidade e do aban­dono; e enfim quando, ainda que aparentemente já não haja razões humanas para amar, se continua entretanto a amar, com a força de Cristo. Assim, a própria sociedade se enriquece de todas estas virtudes das famílias cristã, na medida em que elas mantêm e defendem a ho­nestidade e a fidelidade, o perdão e a reconciliação, o dom de si e o espírito de . sacrifício, a convivên­cia e a paz, o respeito e o espírito · de concórdia.

8. B preciso então, caros mem­bros do Pontifício Conselho para a Família, que promovais uma pasto­ral que faça descobrir todas as ri­quezas que comporta a espirituali­dade conjugal. "A família cristã ... edifica o Reino de Deus na história meâiante aquelas mesmas realida­des quotidianas que dizem respeito e contradistinguem a sua condição de vida: é então no amor conjugal e familiar- vivido na sua extraordi­nária riqueza de valores e exigên­cias de totalidade, unicidade, fideli­dade e fecundidade (cf. Humanae Vitae, 9) - que se exprime e se realiza a participação da família

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cristã na missão profética, sacerdo­tal e real de Jesus Cristo e da sua Igreja" (Familiaris Consortio, 50).

Faço votos, então, por que as re­flexões desta Assembléia plenária estimulem o Pontifício Conselho pa­ra a Família, as Comissões para a família das Conferências Episco­pais, os grupos de espiritualidade e os outros movimentos cristãos que servem a família, a promoverem um

intenso apostolado em prol do ma­trimônio e da família. Na multipli­cidade das iniciativas apostólicas, que o Espírito Santo suscita na Igreja e em fidelidade à unidade da doutrina, o Senhor abençoará com frutos abundantes estas atividades.

Em penhor destas graças, aben­çoo-vos de todo o coração, e faço extensiva esta bênção aos vosos fi­lhos e àqueles que vos são queridos.

No... Senhora de Pskov

'Enqusnto se honra a Mile, o Filho 'por quem tudo foi feito' (C/ t, 15-16) e em quem o Pai fez hsbltar toda a sua plenitude {C/ 1,19) é mais e mais conhecido, smado, glorificado e seguido. •

(Vaticano 11)

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MARIA NA MISSÃO DA IGREJA

• Não se pode falar de Igreja, senão quando estiver a f Maria, Mãe do · Senhor, com os irmãos dEle. •

(Marlalls Cultus, 28)

Todas as reflexões sobre esse tema transportam-nos para o Cenáculo de Jerusalém na manhã de Pentecostes, quando a Mãe de Jesus, com a sua oração, presidia ao início da evangelização (cf. Evangelii Nuntiandi, 82). Naquele momento tão significativo para o desenvolvimento da Igreja até o fim dos séculos, Maria estava presente e atuante, no vértice da caridade, que é o seu lugar. Mas todas as etapas do caminhar da Igreja, marcadas que são pelo sangue do Cordeiro imolado (Ap 5, 12), tiveram igualmente esse "grandioso sinal" (cf. Ap 12,1) de Maria, a Virgem Santíssima, em cujo mistério de esposa associada ao divino Redentor, a Igreja descobre e admira o seu próprio mistério. Disse o Concílio que, na meditação contemplativa da arcana santidade de Maria, a Igreja aprende a ser cada vez mais virgem e mãe, na disponibilidade do SIM ao Pai e a Jesus Cristo, na docilidade perfeita à voz do Espírito.

"UM GRANDE SINAL APARECEU NO C!:U: UMA MULHER RE­VESTIDA DE SOL TINHA A LUA DEBAIXO DOS Pi:S E NA CABEÇA UMA COROA DE DOZE ESTRELAS" .

SINAL QUE TRAÇA O CAMINHO

Na " nova criação", isto é , no "novo nascimento" do homem em Cristo (cf. Jo 3,5), há duas constantes: a ação do Espírito Santo e a fidelidade do homem agraciado. No relato evangélico da Anun­ciação de Maria vemos bem traçadas essas linhas:

"O Espírito Santo descerá sobre ti, e a virtude do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra . .. E Maria disse: Eis a serva do Se­nhor; faça-se em mim segundo a tua palavra" (Lc 1,35 e 38).

Esse estender a sua sombra protetora e fecundante sobre a Virgem de Nazaré, nova ação do Espírito de Deus na plenitude dos tempos, é sinal da " nova aliança", que se cumprirá na morte e

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ressurreição de Jesus. Para que Jesus seja concebido, o Espírito vem a Maria, a Virgem do coração novo, a primeira a aceitar o dom de Deus para si e para todos nós. Maria é mesmo a Virgem (a Arca) da Nova Aliança, nela tem início o mistério de Pentecos­tes, como fruto antecipado da Páscoa de Cristo.

Ora, toda a essência, todo o mistério da Igreja cifra-se nessa Aliança que nos introduz na vida segundo o Espírito Santo. Na Anunciação, jubilosa; aos pés da Cruz, dolorosa, Maria responde pela Igreja, personifica a Igreja na sua aliança esponsal. Sua pre· sença, em meio dos Apóstolos e Discípulos do Senhor, na manhã de Pentecostes, é o "sinal" eloqüente de como a Igreja deverá acolher a efusão do Espírito para poder corresponder ao amor ciu­mento de seu divino Esposo e tornar-se divinamente fecunda. Seu caminho está traçado: é o SIM virginal e plenário de Maria; um Amém irrestrito a Jesus Cristo, que a leva depois pelas estradas do mundo a anunciar e recolher os frutos da Redenção. Bem junto ao Coração orante de Maria, Apóstolos e Discípulos aprenderam a silabar a carti lha do sim amoroso. Seus sucessores não terão que ir a outra escola. . . Mas, por sua vez, junto aos Apóstolos e Dis­cípulos, Maria implorou, com todo o peso de sua maternidade do Ressucitado, aquela mesma abundância dos dons do Espírito, que Ela já havia recebido na Anunciação (cf. Lumen Gentium, 59; Ad Gentes, 4). Assunta ao Céu em corpo e alma, a Virgem, Igreja glo­rificada, não deixará de exercer essa esplêndida missão em favor dos irmãos peregrinos do seu Primogênito. Até a consumação dos séculos, a Igreja peregrina e missionária se esforçará por ser Maria no meio dos povos; e Maria, lá do céu, continuará, por sua inter­cessão e sua proximidade misteriosa espiritual e materna, a forti· ficar a ação da Igreja. Essa não caminhará sem Aquela.

(Reproduzido da Revista Nova Aurora)

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TESTEMUNHO

O mês de novembro é mês de eleição do Casal Res­ponsável em nossas Equipes. ~ o momento de dirigir nossas súplicas ao Espírito Santo, para que nos inspire e ilumine a cada um de nós: a atuação do Casal Responsável poderá, muitas vezes, determinar o crescimento, maior ou menor, da espiritua!idade em nossa Equipe. Como dizia Pe. Caffarel, é sua missão fazer da Equipe um triunfo da caridade fraterna. Mas não podemos esquecer que somos todos co-res­ponsáveis. Pelo fato de termos eleito um casal para a missão, não deixamos, nós também, de sermos. res­ponsáveis pela vitória da caridade fraterna. Damos aqui o testemunho de um casal a respeito.

A FORÇA DO ESPíRITO SANTO

Estávamos com um pouco mais de um ano no movimento das Equi­pes de Nossa Senhora, quando ocorreu a eleição para Casal Responsável da Equipe 13 de Marília.

A Reunião aconteceu em nossa casa e o nosso desejo era de nos desligar, ao final da mesma.

Qual não foi nossa surpresa quando o Conselheiro Espiritual, Padre José Carlos, anunciou o nosso nome como o escolhido.

O mundo pareceu desabar aos nossos pés. Ficamos como os Após­tolos perdidos no próprio medo, na insegurança.

"Mas o Espírito, que é dinamismo, não fica inativo no coração da­quele onde faz a sua morada: mas, como a alma anima o corpo e o torna capaz de agir, assim o Espírito Santo nos animou e nos tornou capazes de agir sobrenaturalmente."

E hoje podemos usar palavras de Henri Caffarel: "Os dons do Espí­rito, que até então quase nunca intervinham, entram em jogo cada vez mais ... "

Temos certeza que a nossa vida mudou muito. Estávamos perdidos na Vida e o Espírito Santo nos levou a uma Vida em Equipe, a uma pre­sença maior de Deus em nossa Família.

Sentimos, enfim, que é Dele que recebemos as luzes e as forças para responder com amor, carinho, dedicação, a tudo que no~ é solicitado, pela Equipe, pelo Movimento, pelo nosso próximo.

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G UIDO e MAR I LIA Equipe 13

Marília - SP.

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REFLEXOES SOBRE A SESSÃO DE FORMAÇÃO - CAMPINAS 19 a 21 junho/87

Como é gostoso quando se ganha um presente inesperado. Principal­mente numa oportunidade em que não há nenhuma data a ser comemora­da e a gente recebe a "surpresa", um buquê de rosas ou uma linda gravata com um cartão "lembrei de você"!

Foi mais ou menos essa sensação que sentimos, ao iniciar nossa participação na Sessão de Formação de Campinas.

A nossa covocação foi um presente de Cristo:

·Lembrei-me de vocês! Aqui está um lindo presente" .

Nos três dias que lá passamos, recebemos um rico material de formação e informação, transmitido pelo Pe. José Carlos e por Carlos Eduardo e Regina, lgar e Cidinha, Toninho e Olga, Astolfo e Mercedes, num perfeito entrosamento entre as palestras de aprofundamento cristão, voltado para o embasamento espiritual das equipes e os aspectos prá­ticos e vivenciais, sob a responsabilidade dos leigos.

Muito poderíamos escrever sobre as palestras, pois . os resumos são muito ricos, mas ficaria .inviável tomar todo o boletim para esse assunto. Por outro lado, não é possível descrever o prazer de chupar um cacho de uvas. É preciso que as chupemos. Na Sessão de Formação é assim: a cada momento as palestras nos tocam direta e profundamente, a revelação é indiscritível. É preciso participar, para sentir o que Cristo nos fala e como Ele nos atinge. ··

O outro aspecto positivo desse encontro foram as oportunidades de reflexão individual e do casal, que nos levaram a revisões profundas,

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tanto 'no plano espiritual , como no nosso papel de equiplstas e principal­mente como leigos na Igreja.

Ajudou também, em muito, a revisão de nossas posições e valores, como casal , e o fortalecimento da família .

O clima da Sessão de Formação, como era de se esperar, transcorreu num ambiente de espiritualidade, doação e fraternidade, deixando a todos nós uma agradável sensação de verdadeiros Apóstolos em preparação para sair pelo mundo com nossa missão.

Resta agora coiocarmos em prática tudo que recebemos nessa Sessão de Formação.

As dúvidas foram esclarecidas e a responsabilidade aumentou. "Nós somos cristãos, não para seguir uma doutrina, mas para seguir Cristo " (Pe. José Carlos).

Dayse e Américo Eq. 01 - Araraqu!'lra/SP

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EMAúS

EMAúS é um movimento de evangelização para jovens de 18 a 25 anos, visando o crescimento na fé e espiritualidade para as lideranças cristãs.

O movimento propicia um recolhimento de 3 dias onde os jovens, em vivência de comunidade, têm oportunidade de realizar uma reflexão séria sobre os valores da vida humana e cristã, sobre o mistério redentor de Cristo, de sua Igreja, e sobre a missão da juventude na Igreja e no mundo atual.

O movimento das comunidades missionárias de Emaús também pro­picia uma escola de aprofundamento doutrinário e bíblico, onde essa reflexão realizada à luz da Palavra de Deus é completada com uma cate­quese fundamental na doutrina, na teologia dos sacramentos, na experiên­cia da fé e nas celebrações litúrgicas.

O Emaús se realiza pedagogicamente através de palestras, medita­ções, atos litúrgicos, experiência de oração, dinâmica de grupo, questio­nários, murais, plenários, etc., visando apresentar aos jovens o Cristo novo, como ún ico Salvador "para que, evangelizados, evangelizem e con­tribuam com uma resposta de amor a Cristo, para a libertação integral do homem e da sociedade, levando uma vida de participação e comunhão " (Puebla) .

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Procura, assim, o Movimento de Emaús atender à exortação apostó­lica de Paulo VI: "A atual missão da Igreja é dar Cristo à juventude", criando assim um espaço "onde o Evangelho é transmitido e deve se irradiar" (Evangelii Nuntiandi). J: também uma resposta de fidelidade a João Paulo 11: "Eu insisto na necessidade de um ensino cristão orgânico e sistemático que deve ser: (1) Não algo improvisado mas que siga um programa que lhe permita alcançar o fim determinado e (2) um ensino que se concentre no essencial, sem ter a pretensão de tratar todas as questões disputadas e sem se transformar em investigações teológicas e exegêses científicas" (Catechesi Tradendae).

--o O o--

O Movimento de Emaús se realiza atualmente nas seguintes cidades:

BRASfLIA (Pe. Inácio - SOS 314, Bl. J, Apto. 402, CEP 70383) VALENÇA (C. Postal 87332, CEP 27600, Fone: (0244) 520260)

BELO HORIZONTE (lgr. N.S. do Rosário, Fone: (031) 2012703) VARGINHA (Esc. Paroquial Pio XII, Fone : (035) 2212191)

JUIZ DE FORA (C.P. 230, CEP 36100, Fone : (032) 2129571)

SOROCABA (Josette P. Urban, Fone: (0152) 311605) CURITIBA (R. Nilo Peçanha, 1270, Fone: (041) 2229330) FLORIANóPOLIS (Lgo. S. Sebastião, 17, Fone: (0482) 226471) JOINVILLE (Av. Mal. Deodoro, 845)

PORTO ALEGRE (Pça. Mons. Emílio Lotterman, 96, Fone: 224141) CAXIAS DO SUL (Rua Sagitário, 820) PELOTAS (Pe. Carlos Johanes, R. Sen. Mendonça, 35, ap. 91)

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PAIS E FILHOS

Em nosso número de outubro, á pág. 27 recomen­damos à leitura dos equipistas o livro "Deixar Ser", do Pe. Manuel lceta. Recentemente, acompanhando o casal Alvaro e Mercedes Gomes-Ferrer, da ERI, o Pe. lceta esteve entre nós. Magda Sadalla aprovei­tou para entrevistá-lo e aqui nos conta um pouco de sua vida :

A EDUCAÇÃO A PARTIR DO ENCONTRO HUMANO

Após uma palestra para casais, um casal emocionado aproxi-ma-se do palestrista:

- O senhor tem que escrever tudo isto que acaba de dizer! - Eu!? Não! Eu não sou escritor ... - Pois nós exigimos que o senhor se transforme em um. Um

livro atinge um número de pessoas imprevisível! E foi assim, que o Pe. Manuel lceta, sacerdote e educador se

viu obrigado a escrever seu primeiro livro "Deixar Ser", que hoje na Espanha, já está na 6." edição. E foi justamente, através deste livro, que nós pudemos ter a alegria de entrar em contato com ele.

Monique Duchene lera na Carta Mensal espanhola um trecho deste livro e ficou encantada com ele, com a simplicidade e clareza com as quais Manuel lceta transmitia normas segu­ras para bem educar. Pediu então a Ester Azevedo, quando de sua viagem à Espanha, que lhe trouxesse um exemplar do mesmo.

Foi assim que eu recebi o livro das mãos de Monique, e como "não podia DEIXAR DE SER" também me encantei e empenhei-me para que as Edições Paulinas o aprovassem e pu­blicassem. Conforme o que me comu­nicaram:

- É um dos melhores livros que já publicamos! A minha exigência, como boa avó "coruja", foi de que as ilus­

trações fossem fotos dos meus netos, e assim foi. E para mim, que em tudo vejo a mão de Deus, é como se os nossos netos, através de suas fisionomias tão felizes e descontraídas, continuas­sem transmitindo aos outros, a mensagem maior:

- Amem, e façam o que quiserem! (Sto. Agostinho)

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Em fins de julho, finalmente o livro veio ·à luz", e por uma "coincidência" soubemos também, que o escritor deveria vir para a Argentina em visita às equipes, em fins d!:l agosto, e passaria três dias em São Paulo.

Não perdemos tempo então, e à revelia dele, (podem se es­pantar!) programamos uma palestra no Ginásio Madre Alix, para que outras pessoas pudessem também conhecê-lo.

Juntamente com ele vieram Mercedes e Alvaro Gomes-Ferrer, membros da ERI e os três nos foram apresentados na noite de 27-8-87.

Manuel lceta nasceu na Espanha em S. Sebastian a 4 de setem­bro de 1934 (bem perto da França). ~ o mais velho de 11 irmãos, tem um outro irmão sacerdote e uma irmã religiosa. Pertence à congregação Marianista.

Foi ordenado sacerdote em 67, fez seus estudos de teologia e fi losofia na Suíça, em Friburgo.

Sua primeira missão, como sacerdote, foi em Barcelona como vigário num bai rro operário, lá conheceu o Movimento Familiar Cristão e iniciou então um trabalho junto as famílias .

Em 70, foi enviado para Girardot na Colômbia onde além de lecionar filosofia e psicologia num colégio de religiosas e num colégio protestante, dava assistência a casais do MFC. Foi ·aí também que conheceu as ENS e "me encanté con e lias" passando a ser um grande cooperador e incentivador do nosso movimento.

Voltou para a Espanha em 74, pensando em trabalhar só com jovens, e conforme ele disse: ·

- Durante um ano resisti às investidas dos casais das equi­pes mas.. . ao fim capitulei e sinto-me muito feliz em poder trabalhar com eles. Atualmente, além de dirigir grupos de jovens, sou assistente da equipe 15 de Valencia, que de acordo com eles, é "a melhor equipe do mundo"!

"Viver a dois" "Amor, quem você é?" "lares em oração" "Justamente a mim, coube-me ser eu?" "Exercícios espirituais" "O jantar que recria e enamora " São estes também livros seus publicados na Espanha. Para terminar Pe. Manuel deixou uma pequena mensagem: "Vocês, casais, procurem levar continuamente uma vida muito

positiva e agir semore com bondade. A bondade não se engana nunca! Temolj que exigir e muito, mas com bondade. Para educar não existe outro caminho."

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CONVERSA COM OS PAIS

Em um dado momento, o casal José e Maria conclui - "está na hora de concebermos um filho. Nossa relação está nos permitindo crescer. Podemos nos enriquecer ainda mais".

Gravidez. Preocupação com a saúde da mãe e do bebê, Tiago, não importa o nome. . . Quando o cordão umbilical é cortado, emoção e alegria de José e Maria. A criança se liberta do aconchego do útero para compartilhar do aconchego da família. Para crescer no e com o amor dos dois. Nos primeiros dias, alguma ansiedade dos pais. Tão indefesa ... tão dependente deles . . . SEREMOS CAPAZES?

Primeiros anos. Cuidado em a aquecer, em a alimentar, em que nada lhe falte. E a comunicação pais x filho se faz através do desvelo carinhoso. Através das expressões de afeto, físicas ou verbais. O filho é nutrido, vestido e, principalmente, educado para o amor. Amor constru­tivo, livre, não possessivo, maduro. Assim ele vai se iniciando na respon­sabilidade, na auto-afirmação, na auto-independência. Tornando-se se­guro. Tornando-se pessoa.

Refletindo pelo seu ser o amor de seus pais, que por sua vez se origina em Deus- fonte de todo amor.

Que faz o jardineiro com sua plantina? -Rega-a. Aduba-a. Coloca estacas para que siga a direção correta, para que não se quebre. Como procedem José e Maria? - Colocam regras adequadas. Buscam ser compreensivos. Procuram vivenciar os mandamentos de Deus, ser mo­delos vivos. Tentam uma coerência entre eles, pais, em relação ao que transmitir e em como transmitir os princípios que consideram básicos, os valores morais e religiosos.Serão estes que irão guiar seu filho vida à fora. A medida em que a criança cresce, preocupação em a respeitar em suas diversas fases de desenvolvimento. Cada uma destas tem suas pe­culiaridades e necessidades. Em irem se afastando, delicadamente, para que ela defina seu próprio espaço, sua individualidade. Facilitação de situações para que exercite sua independência. Para que aprenda com suas tentativas e erros. Para que possa mais tarde se auto-dirigir. Ter confiança em si. Amar-se e amar os outros.

Um belo dia, a criança deixa de ser criança. O adolescente, antes tão necessitado de uma condução firme, deixa de ser adolescente. E o segundo corte do cordão umbilical. Mais doloroso, para os pais, que o

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primeiro. E o nascimento para o mundo. José e Maria ficam um pouco apreensivos e inseguros. Teresa, ou Tiago, não importa o nome, tem condições de enfrentar, sem eles, o lá fora? .. . SERÁ CAPAZ?

Momento de testar a confiança no que plantaram de ensinamentos, nos anticorpos que inocularam. Se antes a comunicação se baseava numa doação deles pais, agora, será uma troca. Basear-se-á na compreensão mútua e no respeito. E a troca será tão mais rica, quanto mais deram qualitativamente.

José e Maria sabem que o filho não é uma extensão deles. Apren­deram isto no decorrer da experiência de vê-lo crescer. Sabem que é importante que ele seja ele mesmo. Confiam que a eles recorrerá quan­do necessitar do apoio e da palavra dos pais. Entregam-no a Deus. E en­tregando-o a Deus estão seguros de que o vínculo permanecerá. Estão seguros de que, mesmo se tiverem falhado em algum aspecto, ele os su­prirá. Ninguém perde um filho criado no amor. No amor familiar. No amor de Deus. Sabedores disto, quando o filho de José e Maria se toma adulto, estes o entregam ao mundo, para que o mundo se enriqueça com essa dádiva.

Data

06 a 08/11

06 a 08/11

13 a 15/11

14 e 15/11

27 a 30/11

Myrian Vallias de Oliveira Lima (extraído da Revista Ave Maria)

RETIROS

Setor

São Paulo

Belém

Sorocaba

Rio/O

Rio/A

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Local

Barueri

C. Retiro S. José

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NOTICIAS DOS SETORES

Novas Equipes

- Petrópolis/RJ, Equipe n.0 15 Casal Piloto: Juju e Evaldo Cons. Espiritual: Pe. Atallba Um grupo de casais entusiasmados e

Interessados que há dois anos aguarda­va a disponibilidade de um sacerdote para ser lançado como equipe.

-Vassouras/RJ

Lançada a Equipe n.0 1 daquela cida­de, vinculada à Coordenação de Valen­ça tendo como Casal Piloto Zuleika e Campeio e como Conselheiro Espiritual Pe. Maurice Perron, transferido de Va­lença e "fundador " da nova equipe.

- Porto Alegre/AS

Equipe n.0 50/B - N. S. do Bom Conselho

Cons. Espiritual: Pe. Alcindo Werker (Vig. do Sant. N. S. Aparecida-lpanema)

Casal Piloto : Tereza e Barbosa (Eq. 5)

Equipe n.0 52/B - N. S. da Medalha Milagrosa

Cons. Espiritual : Pe . Aleixo Bottan (Vig. da Paróquia N. S. das Graças­Tristeza)

Casal Piloto: Marlene e Paulo (Eq . 21)

- Recife/PE

No dia 8 de agosto, sábado, às 16:30 nos Aflitos ocorreu a Missa Mensal das ENS, muito participada e com a capela cheia para a satisfação dos organizado­res (Eq. 02) e dos presentes . Encerrada a celebração com a benção do Pe. Bar­ros, Alcindo e Lúcia (Eq. 01) chamou

os casais piloto Olga e Angelo, acom­panhados pelo Pe. Camurça (Eq. 08) e Márcia e Luiz Carlos (Eq. 07) apresen­tando-os a todos e, particularmente, aos casais das novas equipes. Pe. Iná­cio será o C.E. da Equipe 07. Após as boas vindas da Coordenação, os Pilo­tos acertaram a data da primeira reu­nião. Aproveitando a data, os casais passaram para a Sacristia, para uma singela comemoração ao Dia dos Pais. Conforme reporta o • Nosso Mensagei­ro" as ENS do Recife agradecem a Deus pela expansão do Movimento e pedem à nossa protetora que Ilumine a caminhada desses novos companheiros, fazendo-os crescer em espiritualidade e

· amor.

Mudanças nos Quadros

- Nilza e Osnyr, após dedicado ser­viço ao Movimento passaram a respon­sabilidade do Setor A do Rio de Janei­ro para a ·xará· Nllza e seu marido Luciano em 12 de agosto último du­rante uma noite de Oração programada pelos setores A e C.

- O ·Nosso Mensageiro", órgão in­formativo das ENS do Recife/PE, rela­ciona em sua edição de agosto de 1987 os novos Casais de Ligação, a saber Mercês e Ismael (Eq. 5) ligando as equipes 1 e 3. Ana e Oscar (Eq. 4) li­gando as equipes 2 e 5; Letícia e Hairton (Eq. 3) ligando as equipes 4 e 6.

- No Setor B de Londrina/PR Safe· te e Itamar substituem a Noemia e Ezaro na função de C.R. do Setor.

- Também em Londrina/PR, Olga e Francisco passam a responsabilidade

pelo Setor A para M. Cecília e Gaspar.

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- De Londrina ainda foi nomeado responsável pela Coordenação Norte do Paraná, que abrange as cidades de Assar, Astorga e Pitangueiras, o casal Ires e José Carlos, substituindo idelma e Jorge.

- No dia 08-08-87 a Coordenação das ENS de Belo Horlzonte/MG foi E!le­vada à categoria de Setor, tendo assu­mido como Responsável o casal Dori­nha e Vital (Eq. 03) . A transmissão do cargo foi feita por Zelly e Resende, que após dedicado trabalho deixam a responsabilidade pela antiga Coorde­nação, e contou com a presença de Margarida e Agostinho (CR-MG). A transmissão ocorreu durante belíssima Celebração Eucarística prestigiada por todos os casais equipistas de Belo Ho­rizonte e representantes das ENS de Plrapora e Juiz de Fora. Juntamente com a notícia recebemos cópia da car­ta enviada pelo novo C.R. a todos os equlplstas da cidade comunicando a aceitação do cargo e na qual se nota grande inspiração e total adesão à von­tade de Deus .

Jovens

- Realizado em 25 de julho último no Colégio São Luiz, em Recife/PE, sob orientação espiritual do Pe. Antonio Bach e coordenação de Zélia e Fernan­des (Eq. 5), o li Encontrinho do Recife com a participação de 57 jovens entre 14 e 25 anos, e contando com a cola­boração de vários casais equipistas. As palestras versaram sobre : Sacramentos (Pe. Pedro); Entrosamento do leigo com a Igreja (Jarbas, da Eq. 5) ; nosso relacionamento com Deus, a oração e a necessidade de missa (Frei Aluísio); Sexualidade (Ora. Cristina Tereza). O encerramento ocorreu com a Santa Missa, com confissão comunitária e homilia direcionada e coparticipada pe­los jovens.

Impressões sobre um Retiro

- Maria Luiza e Constantino, da Eq. 7 de Campinas/SP apresentam suas impressões sobre o retiro de que par­ticiparam entre 7 e 9 de agosto últi­mos na Casa de Siloé dos Monges

Beneditinos do Mosteiro de São Bento em Vinhedo. Equlplstas há 18 anos (In icialmente na Capital e depois em Campinas) fizeram o seu retiro anual em vários locais e o lugar em que sen­tiram-se mais recolhidos foi na Casa de Siloé, que julgam "um local privile­giado onde a natureza nos aproxima do Pai pois suas montanhas e o verde das redondezas nos convidam à oração" .

Lá chegados na ânsia do recolhimen­to, silêncio e paz encontraram um pe­queno grupo de casais com a mesma disposição. Pequeno porque o local comporta o dobro de pessoas e, apesar de todo o esforço do Setor, esse nú­mero não foi atingido, mas em com­pensação, e talvez por isso mesmo, o aproveitamento foi maior. O pregador Pe. João Bosco, assistente do Setor de Campinas, deu a todos condição para meditação individual e em casal. Foi um retiro muito feliz pois o tema ·O momento fundador em nossas vidas" foi bem aprofundado na perspectiva do • eu " e do · nós" e que propiciou o atingimento de um clima de profunda meditação.

Inserção na Igreja

- Na reunião ordinária do Conselho Deliberativo do CEFAS, realizada em Santos/SP a 9 de junho último, sob a presidência do Revmo. Bispo Diocesa­no D. David Picão, as ENS mais uma vez foram chamadas ao serviço da Igreja Particular de Santos nas pessoas de nossos irmãos: Britto e Fuad, am­bos da Eq. 8 eleitos, respectivamente , 1.0 e 2.0 Vice-Presidente do Conselho e, também, Badini (Eq. 9) e Aluísio (Eq. B-Pilotada) naquela mesma ocasião eleitos Presidente e Vice-Presidente da Diretoria, respectivamente .

- Com grande satisfação, Cylésia e Hélcio C.R . do Setor de Criciuma/SC nos contam que os equipistas de seu setor estão bem inseridos na Igreja local. Assim é que entre eles contam­se sete ministros da Eucaristia e mais de vinte catequistas . Alguns casais fa­zem parte da equipe de Liturgia. Vá­rias equipes colaboram com o Alber­gue, o Abrigo de Menores e todos os

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meses os equipistas engajam-se na distribuição de · ranchos " a famílias carentes e também de remédios e rou­pas. Outros participam dos grupos de Reflexão, outros ainda, da Pastoral da Saúde e Pastoral Vocacional , a qual é coordenada por um casal equipista. Vá­rias equipes coordenam ou dão pales­tras em Cursos de Noivos e de Batis­mo. Parece que para alguns poucos equipistas de Criciuma, ainda falta escutar o chamado do Senhor mas a grande maioria é um exemplo que deve ser seguido.

Volta ao Pai - Betinho, filho de Jane e Pedro

Gilberto, os quais durante 6 anos fo­ram C.R. da Coordenação de Dois Cór­regos/SP. Aos 24 anos, jovem e ale­gre, Betinho deixa o convívio de sua família e de um número Incontável de amigos, para ser embalado eternamen­te nos braços do Pai Celeste.

- Salvador Bentivegna, da Equipe 07 I A de São Paulo/SP voltou ao pai em 09·09-87. Juntamente com sua es­posa Giselda foram Casal de Ligação durante muitos anos .

Eventos - Realizado a 27 de julho último em

Taubaté/SP, o Encontro dos Casais Pi· loto e de Ligação da Região São Paulo­Leste. Os casais palestristas Salete e Guerino, e Ana Maria e Décio enfoca· ram o valor da missão de, através do exercício dessas duas funções tão im­portantes para o Movimento, colocar· mo-nos ao serviço de nossos irmãos equipistas . O encontro fo i encerrado com a Santa Missa celebrada por Pe. Jonas que esteve presente ao encon· tro durante toda a tarde, colaborando com várias reflexões .

- Ocorreram em Valença/RJ as reu­niões Inter-equipes com a participação de 7 grupos sob o tema " Inserção do Leigo na Igreja ". Um dos grupos reu­niu-se na vizinha cidade de Rio Preto e contou com a grande dedicação do Pe. Inácio, C.E. da equipe daquela ci­dade.

- Aconteceu entre 12 e 15 de junho passados a Sessão de Formação da Região São Paulo-Sul I que engloba os setores A, B, O, e E da Capital; Setor de Mogi das Cruzes ; Setor do ABC (Sto. André , S. Bernardo, S. Caetano) e Setor de Santos. Realizada na Casa de Retiros do CEFAS, em Santos, sob a assistência espiritual de Frei Este· vão Nunes (C.E. de equipes em Curiti· ba/PR) e coordenada pelos equipistas do Setor de Santos, contou com a pre­sença sempre marcante e querida de Nancy Moncau e a colaboração de vá· rios casais dos quadros do Movimento. Participaram 22 casais da Região e 1 casal de Jaú/SP. Na equipe de serviço, além da · turma da Tia Herminia •, a dedicação de Eunice e Piffer (Eq. 15). Dorilea e Jo (Eq. 13) e Elgo (Eq. 2) .

- As ENS de Manaus/ AM acorre­ram, prazeirosas, ao Centro de Treina­mento • Maromba" (palavra amazônica que significa plataforma de madeira flutuante destinada à sobrevivência de pessoas e animais nas grandes enchen· tes dos rios) para participarem do 1.0

Mutirão das ENS de Manaus. Trinta e sete casais, sendo um de Santarém/ PA, escutaram o entusiasmo cativante de Maria Helena e Zarif de São Paulo e também dos equipistas de Brasília Mariy e Francisco, e Elza e Renato (estes também Regionais da Região Centro-Norte) . Os equipistas de Ma­naus através de Neuza e Antonio Mar­tins agradecem ao empenho de todos na realização do Mutirão e esperam que o encontro se repita, • como for­ma de levar os casais do Movimento a tomarem mais consciência de sua missão como cristãos , de buscarem com afinco a santidade através do ca­minho das ENS e, ao mesmo tempo, contribuírem na evangelização da fa· mília e da sociedade em geral, tornan· do o mundo mais permeável à ação de Deus ".

- Em 2 de agosto passado, os aqui­pistas de Criciuma/SC participaram, com grande proveito, de uma Manhã de Estudos, com a presença do Pe. Ed­gard de Oliveira e na qual foi estudado o • Lineamenta • .

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- Em comemoração aos 20 anos de existência do Movimento das ENS em Assis/SP, rea lizou-se uma Manhã de Reflexão coordenada por Hilda e Acá­cia, Casal Responsável pela Coordena­ção de Assis. Iniciado com uma Cele­bração Litúrg ica presidida pelo Pe. Giancarlo o encontro deu oportunidade aos participantes de meditar sobre as ENS, seus objetivos e seus meios e também de rever a caminhada dos equipistas de Assis ao longo desses 20 anos, algumas vitórias, dificuldades, sobretudo na expansão do Movimento por contarem com poucos sacerdotes que lhes dão apolo. No encerramento, aconteceu um almoço de confraterniza­ção com a presença também dos filhos de equipistas. Apesar do dia chuvoso e frio, compareceu a quase totalidade dos equipistas da cidade, bem como de vários casais ex-equipistas que por vários motivos deixaram o Movimento. Presença, também do Casal Regional Neusa e Orlando, bem como de Mary e Sidney de Bauru. Ao convidado es­pecial Pe. Giancarlo Villa, iniciador do Movimento naquela cidade, um agrade­cimento muito especial dos equipistas, pelo grande período de tempo a eles dedicado, pelo dinamismo e entusias­mo e também pela motivação, pois mesmo estando há muitos anos fora de Assis , jamais deixou de comunicar­se com eles com palavras de estímulo que nunca deixaram que eles esmore­cessem e parassem ·no meio do cami­nho •. Um agradecimento também a to­dos os sacerdotes que os assistiram durante esses anos e, de modo parti­cular, aos atuais Conselheiros Espiri­tuais Mons. Floriano e Pe. Golfetti. A equipe da Carta Mensal parabeniza seus irmãos de Assis e agradece o envio da mensagem divulgada aos seus equipistas.

- Ao ensejo da comemoração dos 25 anos das ENS em Jundiaí/SP ocor­rida em 30 de agosto último e sobre a qual aguardamos maiores detalhes, re-cebemos de Elisete e Jair Basso uma mensagem redigida por Nelsy e Adeli­no Brandão (Eq. 8) em nome de todas as equipes de Jundlaí e lamentamos não dispor de espaço suficiente para

reproduzi-la em sua íntegra. Trata-se de uma mensagem de agradecimento aos padres salvatorianos que, sob a éÇJide do ilustre Bispo Diocesano D. Roberto, deram uma contribuição ines­timável ao progresso do Movimento em Jundiaí ao longo desses 25 anos. Esse progresso é ainda mais Insepará­vel dos nomes dos padres Oliva Bi­notto, Divo Binotto e Valter Carrijo, orientadores espirituais das equipes , amigos de todas as horas, colaborado­res incansáveis para todas as promo­ções de ordem social, material ou es­p.iritual, que tem sido levadas à con­cretização pelos casais equlpistas, mesmo fora de Jundiaí. Nas reuniões , ou fora delas, aquelas presenças já, de há muito, transcenderam ao mero as­pecto formal, para se transformarem numa verdadeira fraternidade, na qual os salvatorianos assumem o papel de irmãos ajudando os equiplstas e com eles caminhando para o objetivo co­mum, segundo o espírito que anima as ENS.

- Os equipistas da Região São Pau­lo Sul-1 tiveram o privilégio de ouvir, na noite de 19 de agosto passado, uma palestra do Pe. Manuel lceta (Pe. Ma­neio) sobre o tema "Educar no amor". O simpático sacerdote é Conselheiro Espiritual das ENS na Espanha e ba­seou sua palestra no seu livro • Deixar Ser· recentemente editado em portu­guês pelas Edições Paulinas. Após a palestra seguiu-se uma "noite de au­tógrafos •. A destacar a presença de Mercedes e Alvaro, equlplstas da Es­panha e integrantes da Equipe Respon­sável Internacional na função de casal supervisor das ENS no Brasil. O even­to realizou-se no Colégio Madre Alix em São Paulo, Capital a propósito da Semana da Família na Arquidiocese e contou com a presença expressiva de casais equipistas e de outros leigos en­gajados na Pastoral Famil iar (v. artigo pág. 23).

- A coordenação de Casa Branca/ SP realizou em 2 de agosto passado o Retiro Anual dos equipistas, com a par­t icipação de casais daquela cidade e também de Aguaí, Venda Branca e

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Aguas da Prata, nas dependências do antigo Seminário do Desterro.

- Realizado um Mutirão da Região Rio-1 entre 11 e 13-09 com a participa­ção de 27 casais no Convento do Ce­náculo. O mutirão é um esforço con­junto para proporcionar uma visão mais profunda do que são as ENS nas suas grandes linhas. Objetiva fazer com que o casal equipista com pouco tempo no Movimento aprecie os testemunhos de vivência de outros casais ampliando, assim, seus conhecimentos sobre as propostas das ENS e dirimindo even­tuais dúvidas. Casais mais antigos no Movimento costumam, também, parti­cipar do Mutirão para fins de recicla­gem e os testemunhos que oferecem de suas vidas são sempre um enrique­cimento para os demais. No dizer de Daisy e Bertoche (C.R. Rio-f), • confia­mos que os casais que participaram do Mutirão levem para suas equipes mui­to entusiasmo e espírito de serviço e agradecemos a Deus a oportunidade que pudemos ter" .

- Agluns poucos (lamentavelmente, apesar da divulgação) casais da Região São Paulo Sul-1 foram brindados com uma palestra do Pe. Fernando Cardoso, realizada na noite de 16 de setembro na Casa das Filhas de São Francisco de Sales em São Paulo, Capital. O pa­lestrista, que fez seus estudos sobre as Sagradas Escrituras em Jerusalém e é professor atuante dessa matéria abordou, de forma filosoficamente pro­funda, mas ao mesmo tempo extrema­mente didática o tema • Lei de Deus, lei dos homens " levando os presentes a refletir e concluir que • o ser huma­no só se torna inteiramente livre quando sua vontade endógena vem a coincidir com a vontade de Deus ". Após a palestra, Pe. Fernando fez um convite a todos os equipistas da Ca­pital para participarem de Sessões de Reflexão que ele conduz todas as 2.•• feiras das 20:30 às 22:30 hs. na La­reira, Rua Aurea 324, Vila Mariana e que versam sempre sobre os textos das leituras da liturgia da missa do domingo seguinte .

Conselheiros Espirituais - A Equipe 13 de Marílla/SP pede­

nos para ressaltar a atuação de seu Conselheiro Pe. José Carlos Tófolli (Pe. Carlão) que com sua juventude e di­namismo dedica um carinho muito es­pecial à sua equipe, apesar de seus mil e um afazeres. Informam também que instituíram a reza do terço pela equi­pe nos dias 13 de cada mês.

- Os equlpistas de Dois Córregos/ SP sentiram a • alegria dos santos" na missa de ação de graças concelebrada na Matriz do Divino Espfrito Santo na­quela cidade por ocasião do Jubileu de Ouro de ordenação sacerdotal do Pe. Vidal Alonso no dia 23 de junho pas­sado. Pe. Vida I é um "equipista do amor doação" que vem dando apoio e dedicação incondicionais ao nosso Mo­vimento, sobretudo, às equipes 3, 4, 5 e 6 de Dois Córregos às quais assiste há 12 anos. Dentre os 19 concelebran­tes encontravam-se o Revmo. Bispo Diocesano D. Constantino e Pe. José Luiz, o superior da Ordem Agostiniana. Pe. Vidal e mais outros companheiros (todos vivos, graças a Deus) foram or­denados em 18-11-1927 em La Vid, Pro­víncia de Burgos, Espanha. Velo para o Brasil em 1950 e há 20 anos está em Dois Córregos. Em 28 de agosto últi­mo, dia de Santo Agostinho, Pe. Vidal esteve na Província de Burgos para celebrar o Jubileu em companhia de seus irmãos ordenados na mesma data.

- Os casais da Equipe 5 de Lages/ SC apresentam suas despedidas ao Pe. Olímpio Rhoden que os acompanhou como C.E. durante 5 anos e agora é transferido para Porto Alegre/AS para exercer o cargo de Provincial dos Pa­dres Redentoristas. O C.R. da Equipe 5, Neiva e Dorali envia-nos uma bela mensagem de despedida e agradeci­mento ao Pe. Olímpio escrita por Ce­cília e Afonso na qual dizem que • a equipe agradecida, admira no Pe. Olímpio não só o espiritualizador mas o amigo que a apoiou em todas as horas, principalmente nas mais difíceis e pedem a Deus e a N. S. da Paz que lhe dêem a merecida paga pelo bem que lhes fez" . Esperam que a juven-

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tude de seu entusiasmo e idealismo e o calor do seu coração possam vir a semear bons f rutos em alguma equipe de Porto Alegre que possa vir a ter contato com ele.

- O Setor de Belo Horizonte/MG festejou em 26 de setembro de 1987, os 50 anos de sacerdócio de Dom Christiano Portela de Araujo Pena, C.E. da Eq. 7. Outro motivo de júbilo para os equipistas locais fo i o agraclamento de D. Chrlstiano com o título de Cida­dão Honorário de Belo Horizonte em Sessão Solene da Câmara Municipal realizada na noite de 22-09. Juntamente com a notfcla, Beth e Toninha anexam um artigo publicado por D. Chrlstiano que é encarregado da Pastoral da Saú­de, alusivo ao seu Jubileu de Ouro Sacerdotal.

Experiência Comunitária nas ENS

- Informa o BICA (Boletim Informa­tivo do Setor de Araraquara/SP) que vai muito bem a Experiência Comunitá­ria, liderada por Leda e Mazinho da Eq. 5 com a colaboração de Therezinha e Wenis da Eq. 2. Os sete casais par­ticipantes já se reuniram por três ve­zes. Será assistente espiritual do gru­po e Pe. Dezan. A equipe da Carta Mensal deseja que os novos casais, particularmente os da • segunda gera­ção equipista" possam encontrar no Movimento o caminho da realização plena da sua vocação de cristãos casa­dos, a exemplo de seus pais.

- Realizada em 29-08 em Casa Branca/SP uma reunião preparatória

para a implantação das Experiências Comunitárias na Coordenação das ENS naquela cidade Conforme nos contam Sonia e Bid (casal correspondente) vie­ram de Ribeirão Preto, Maria Marta e Heloísa e Ary (C.R.-SP/Norte) para tra­zer subsídios aos futuros casais coor­denadores das Experiências que serão Inicialmente Implantadas no Distrito de Venda Branca onde, com certeza, logo surgirá mais uma ENS.

- Formado mais um grupo de Expe­riência Comunitária nas ENS em Belo Horlzonte/MG sob coordenação de Ce­cília e Hamilton e contando com a as­sistência espiritual do Pe. Edésio Silva de Vllhena.

Boletins

- Dentre os vários boletins que re­cebemos dos setores de coordenações das ENS espalhadas por todo o Brasil e que são uma das grandes fontes para as "Notícias dos Setores • men­cionamos A MENSAGEM, boletim das equipes de Belo Horizonte cujos núme­ros 02 (Março/87) e 03 (Malo/87) nos foram enviados por Beth e Toninha, encarregados da Comunicação, junta­mente com a solicitação da publicação de seu endereço pois gostariam Imen­samente de manter intercâmbio com os outros setores e coordenações do Bra­sil e de receber seus boletins.

Aqui vai: Elizabeth e· Antonio Scalzo

Rua Gomes Freire n.0 20 ·- Nova Cachoeirlnha

CEP 31150 · Belo i lorizonte - MG

Lembramos a todos os equipistas que o Secretariado ainda dis­põe de cartões da Sagrada Família, com o ícone especial das Equipes, contendo ou não a orientação para rezar o terço .Vocês poderão receber 20 cartões, enviando apenas Cz$ 150,00 ao en­dereço do Secretariado, por cheque em nome das Equipes de Nossa Senhora.

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MEDITANDO EM EQUIPE

TEXTO DE MEDITAÇÃO (Lc. 10,21-24)

Naquele tempo , Jesus exultou de alegria sob a ação do Espírito Santo c disse: " Eu te louvo, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque ocultaste estas coisas aos sábios c entendidos, e as revelaste aos peque­ninos. Sim, ó Pai, porque assim foi do teu agrado. Tudo me foi entregue por meu Pai c ninguém conhece quem é o Filho senão o Pai , c quem é o Pai senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar".

E, voltando-se para os discípulos, disse-lhes a sós: "Felizes os olhos que vêem o que vós vedes! Pois eu vos digo que muitos profetas e reis quiseram ver o que vós vedes . mas não viram, ouvir o que ouvis. mas não ouviram

ORAÇÃO LITúRGICA

Na verdade, ó Pai, Deus eterno e todo-poderoso, é nosso dever dar-vos graças , é nossa salvação dar-vos glória , em todo tempo c lugar, por Cristo. Senhor nosso . Foi ele que os profetas predisseram, a Virgem esperou com amor de mãe . ·João anunciou estar próximo e mostrou presente entre os homens.

É ele que nos dá a alegria de nos pn;pararmos desde agora para o mistério do seu natal, a fim de encontrar-nos em oração e celebrando os seus louvores.

Por isso, com todos os Anjos e Sanl\:Js proclamamos a vossa glória. dizendo a uma só voz:

Santo, Santo, Santo, Senhor, Deus do universo! O céu e a terra proclamam a vossa glória . Hosana nas alturas! Bendito o que vem em nome do Senhor! Hosana nas alturas .

(Prefácio do Advento)

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Um momento com a Equipe da Carta Mensal . ..... . .... ... .. .. .

Editorial - Pe. Caffarel . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2

Carta da ERJ: Meditação e Dever de sentar-se .. . .............. . 3

A ECIR conversa com vocês . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . -6

Advento: tempo de mudança . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9

A correção fraterna . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . ......... .

A Palavra do Papa ... ........ · . . .

Maria na missão da Igreja ........ . .

Testemunho: a força do Espírito Santo

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Sessão de formação - Campinas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20

Emaús . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21

A educação a partir do encontro humano . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23

Conversa com os pais

Retiros . . .. . . . ..... .

Notícias dos Setores

Meditando em Equipe

EQUIPES DE NOSSA SENHORA

01050 Rua João Adolfo.ll8 · 9' · cj. 90I·Tel. 34 8833

São Paulo · SP

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