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Quinzenário - sai à sexta-feira - 7.50 euros Director: Ricardo Batista 05 de Junho de 2020 Ano XVI Número 413 ARQUITECTURA MATERIAIS Pandemia potencia necessidades. Empresasatentas A pandemia por Covid-19 colocou em evidência um conjunto de necessidades ligadas à higienização e manutenção de materiais e equipamentos. Empresas estão atentas e reforçam a aposta neste “novo normal” PÁGS. 28-31 IMOBILIÁRIO OregressodaNexity aPortugal A crise de 2008 afastou a Nexity mas, dez anos depois, a promotora imobiliária francesa regressou ao mercado com novos projectos e com um novo foco: a classe média. Em carteira estão investimentos na ordem de 160M€ PÁGS. 20-21 ESPECIAL Dossier: Portas, Janelas e Caixilharia As empresas contactas pelo CONSTRUIR, consideram que o tempo de confinamento veio reforçar necessidades básicas de conforto. Uma exigência a que o sector da janelas e portas diz estar preparado e com novidades ainda este ano PÁGS. 32-38 CONSTRUÇÃO BEI e UCI vão apoiar construção de edifícios sustentáveis PÁGS. 04-05 Architailors“reabilita” Hospital daTrindade O projecto deste investimento, estimado em 10 M€, irá incidir nas condições estruturais da unidade hospitalar, mas também nas obras de beneficiação da Igreja, que passar a integrar um percurso museológico e um museu, assim como na recuperação das coberturas, fachadas e espaços exteriores PÁG. 18 JANELAS, PORTAS E FACHADAS COM C ONSTRUIR O JORNAL DE NEGÓCIOS DA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO WWW.CONSTRUIR.PT

W W W. C O N S T R U IR . P T ONSTRUIREFACHADASCOM

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Quinzenário - sai à sexta-feira - 7.50 euros Director: Ricardo Batista 05 de Junho de 2020 Ano XVI Número 413

ARQUITECTURA

MATERIAIS

Pandemia potencia

necessidades.

Empresas atentas

A pandemia por Covid-19 colocouem evidência um conjunto denecessidades ligadas àhigienização e manutenção demateriais e equipamentos.Empresas estão atentas ereforçam a aposta neste “novonormal” PÁGS. 28-31

IMOBILIÁRIO

OregressodaNexityaPortugalA crise de 2008 afastou a Nexity mas,

dez anos depois, a promotora

imobiliária francesa regressou ao

mercado com novos projectos e com

um novo foco: a classe média. Em

carteira estão investimentos na

ordem de 160M€ PÁGS. 20-21

ESPECIAL

Dossier: Portas,Janelas eCaixilhariaAs empresas contactas peloCONSTRUIR, consideram que otempo de confinamento veioreforçar necessidades básicas deconforto. Uma exigência a que osector da janelas e portas dizestar preparado e com novidadesainda este ano PÁGS. 32-38

CONSTRUÇÃO

BEI e UCI vão apoiar construçãode edifícios sustentáveis PÁGS. 04-05

Architailors “reabilita”Hospital da Trindade

O projecto deste investimento, estimado em 10 M€, irá

incidir nas condições estruturais da unidade hospitalar,

mas também nas obras de beneficiação da Igreja, que

passar a integrar um percurso museológico e um

museu, assim como na recuperação das coberturas,

fachadas e espaços exteriores PÁG. 18

JANELAS, PORTASE FACHADAS COM

CONSTRUIRO J O R N A L D E N E G Ó C I O S D A I N D Ú S T R I A D A C O N S T R U Ç Ã O

W W W . C O N S T R U I R . P T

Construção

págs. 04-09

Engenharia

págs. 10-13

Arquitectura

págs. 14-19

Imobiliário

págs. 20-27

Materiais

págs. 28-31

Especial

págs. 32-38

Não há, nesta altura, como o negar, tal como

não haviamuitamargempara duvidas antes:

estamos perante um cenário extremamente

difícil que apesar de resultar de um sério

problema sanitário, representa, efectiva-

mente, muitomais que isso. E é bom que en-

contremos um caminho, enquanto

sociedade, que nos leve a todos ao lugar

certo. OGoverno estimou recentemente que,

em dois anos, seja possível regressar à con-

juntura económica de 2019, antes da reces-

são gerada pela pandemia de Covid-19.

“Neste momento, a incerteza é extremamente elevada e é muito difícil

dizer quando é que as economias regressarão ao nível que tinham, por

exemplo, no ano de 2019, mas […] penso que será possível em cerca de

dois anos regressar” à conjuntura económica do ano passado, disse o se-

cretário de Estado Adjunto e das Finanças, Ricardo Mourinho Félix.

Portugal tem sido encarado como aluno acima damédia na forma como

tem lidado com este sério problema e isso deve deixar-nos orgulhosos,

de facto. Mas há sempre um “mas”. Que não sendo um pormaior, con-

vém não ser tratado como um pormenor. Não há muitas coisas mais

inimigas do compromisso que a ausência de regras claras. Ou pelo

menos formas titubeantes de as promover. Foi assim com as máscaras,

que de não serem necessárias e contraproducentes passaram a obriga-

tórias. E será assim com a importância dos testes. Ao dia de hoje, está

ainda em cima da mesa (sem grande resposta prática por parte dos de-

cisores) uma proposta por parte das associações do Sector da Constru-

ção para que todos os trabalhadores afectos a esta actividade respeitem

um plano especial de testagem e sejam enquadrados num regime de

identificação para que seja mais simples a sua identificação e controlo

de mobilidade. Isto numa altura em que o País, regra geral, já saiu do

seu confinamento forçado. Não tem grande sentido, pois não?

.

Ricardo BatistaDirector Editorial

www.construir.pt

Mas e afinal?

O que vai encontrar

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Editorial

“Imagem positiva na gestão da covid pode atrair investidoresestrangeiros”João Pratas, presidente da Associação Portuguesade Fundos de Investimento, Pensões e Patrimónios ,1 de Junho, Jornal de Negócios

“Ficámos a perceber que é possível desburocratizar mais, que porexemplo foi possível prescindir da apresentação de documentosoriginais, valendo cópias digitalizadas. Há que manter taispossibilidades”Serena Cabrita Neto, Sócia e Co-Coordenadorada Área Fiscal da PLMJ, 1 de Junho, Observador

“Somos os primeiros interessados em dar segurança aostrabalhadores e a toda a população, que tem de continuar aconfiar que nos estaleiros das obras se tem cuidado e se cumpremregras. Por isso, montámos um plano de contingência e deresiliência para todo o sector, a nível nacional, e queremos serparceiros do Governo na sua aplicação”Reis Campos, presidente da Associação dos Industriais deConstrução Civil e Obras Públicas (AICCOPN) , 31 de Maio,Publico

“Eu espero que seja premiado pela inversão do banco”António Ramalho, presidente do Novo Banco,29 de Maio, Expresso

O que se diz...

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Workmedia - Comunicação SA

Detentores de mais de 5% do Capital

Francisco Pedro FinoPedro Miguel Fino

Gerência

Francisco Pedro FinoPedro FinoHenrique Fino

Edição, Publicidade, Promoção e Redacção

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Directora-Geral (Workmedia Comunicação SA)

Margarida Magalhães - 210 994 [email protected]

Director Editorial

Ricardo Batista - 215 825 [email protected]

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PublicidadeCarmen Noronha – 211 318 [email protected],Cristina Rosa – 215 825 [email protected]

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Estudo Gráfico Paula Dias

Produção GráficaRui Camacho – [email protected]ção Pedro - [email protected]

Impressão GRAFISOL - Artes Gráficas, Ruadas Maçarocas, Abrunheira Business Centernº03 - Abrunheira 2710-056 SintraPeriodicidade Quinzenal. Sai à sexta-feira

Tiragem 5.000 exemplaresRegisto no ICS n.º 124191 – NIF 504081217 –Depósito Legal n.º 194726/03

Todos os direitos reservados. Interdita areprodução, mesmo que parcial, de textos,fotografias ou ilustrações sob quaisquer meios epara quaisquer fins, designadamentecomerciais.

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05 de Junho de 2020 | 03

04 | 05 de Junho de 2020

www.construir.ptConstrução

OBanco Europeu de Investi-mento e a União de Créditos

Imobiliários (UCI) estão a promo-ver um conjunto de medidas queapoiam processos de construçãomais sustentáveis, não só por inci-direm sobre a construção de novosedifícios de apartamentos com ele-vada eficiência energética comosobre a reabilitação de imóveis re-sidenciais já existentes, tanto emPortugal como em Espanha.Segundo adiantam as organiza-ções, estes investimentos serãopossíveis porque a UCI disponibili-zará créditos à habitação e em-préstimos pessoais para melhorara eficiência energética dos edifí-cios. O acordo, segundo as mesmasfontes, permitirá à UCI gerar umanova carteira de financiamentoecológico no valor de, pelo menos,100 milhões de euros em Espanhae Portugal, que inclui hipotecas eempréstimos a particulares e a as-sociações.

Melhoria definanciamento da UCIPara o efeito, o BEI irá participarna tranche de prioridade superiorde um título garantido por créditoshipotecários residenciais(«RMBS»), com ummontante totalde aproximadamente 100 milhõesde euros. A carteira titularizada foioriginada pela UCI e é compostapor empréstimos hipotecários por-tugueses existentes. De acordo como comunicado assinado pelos res-ponsáveis do BEI e da UCI, esta

operação “irá revigorar as capaci-dades de financiamento da UCI,para lançar e comercializar activa-mente novas linhas de produtos nodomínio das energias renováveis,alargando assim a capacidade fi-nanceira da UCI para conceder em-préstimos à eficiência energéticana região”.

Carteira de novosempréstimosTrata-se do primeiro projectoapoiado pelo BEI que envolve aconstituição de uma carteira denovos empréstimos para a eficiên-cia energética, que cumprem os re-quisitos estabelecidos pelo Bancoda UE e pelo Plano de Acção paraHipotecas com Eficiência Energé-tica («Energy Efficiency MortgageAction Plan», EeMAP), uma inicia-tiva desenvolvida pela FederaçãoHipotecária Europeia e apoiadapela Comissão Europeia (CE). Oapoio do BEI permitirá à UCI fi-nanciar a construção de edifíciosde balanço energético quase nulo,bem como a reabilitação energé-tica de imóveis residenciais emPortugal e Espanha, tendo comobeneficiários finais os clientes par-

ticulares e as associações de pro-prietários. O projecto ajudará acumprir os objectivos de acção cli-mática e poupança energética daregião, e a atrair investimentos nodomínio da eficiência energética,promovendo em simultâneo o mer-cado de capitais para os títulos ga-rantidos por créditos hipotecáriosresidenciais («Residential Mort-gage-Backed Securities», RMBS)na Península Ibérica, especial-mente em Portugal, onde a activi-dade de investimento nestedomínio tem sido moderada desdea última crise financeira. Estima-se que serão construídos novos edi-fícios com uma área aproximadade 25 000 m² e reabilitados imóveiscom uma área total de 450 000 m²em Portugal e Espanha. Mais de 3000 pessoas beneficiarão destes in-vestimentos, prevendo-se uma pou-pança energética total de 43,7 GWhpor ano, após a finalização do pro-jecto. Além disso, estima-se que ossubprojectos venham a criar 1 230postos de trabalho durante o pe-ríodo de construção.

Foco nos objectivosEmma Navarro, vice-presidente do

O BEI e Unión deCréditos Inmobiliariosvão financiar aconstrução de novosedifícios deapartamentos comelevada eficiênciaenergética e areabilitação de imóveisresidenciais jáexistentes na PenínsulaIbérica. O projectocriará 1 230 postos detrabalho durante a fasede execução econtribuirá para umapoupança energética de43,7 GWh por ano

BEI e UCI investemna construção deedifícios sustentáveis

BEI responsável pela actividade emEspanha e Portugal e pela AcçãoClimática do Banco, assegura que“apesar das circunstâncias difíceisque todos enfrentamos e de os nos-sos esforços estarem concentradosno combate à COVID-19, não per-deremos de vista o objectivo do BEIde apoiar a transição da Europapara uma “economia e uma socie-dade com baixas emissões de car-bono”. No entender de Navarro, “écom grande satisfação que o BEIapoia esta operação inovadora, queestimula investimentos na eficiên-cia energética em Portugal e Espa-nha e torna patente o compromissodo Banco de continuar a promoverprojectos ecológicos”. “O BEI envi-dará os seus melhores esforçospara assegurar que a recuperaçãoeuropeia após a emergência desaúde seja centrada no clima e noambiente”, assegura ainda aquelaresponsável. Já o director executivoa UCI sublinhou que “a nossa cola-boração com o BEI no âmbito doprojecto EEMI da Federação Hipo-tecária Europeia permitir-nos-ácontinuar a promover a eficiênciaenergética e casas mais sustentá-veis em Portugal e Espanha”. Ro-berto Colomer explica que “areabilitação de casas e edifícios naEuropa é essencial para conseguir-mos cumprir os objectivos do planoHorizonte 2030 para o desenvolvi-mento sustentável na UE, umameta que a UCI está totalmente em-penhada em atingir”. Já Luca Ber-talot, secretário-geral da FederaçãoHipotecária Europeia, defende que“a recuperação da crise provocadapela COVID-19 deve assentar numnovo paradigma ecológico, que ga-ranta novas atitudes a nível econó-mico e social. O ponto de partidaserá uma reavaliação do espaço edo ambiente em que vivemos, deuma forma totalmente diferente e,acima de tudo, sustentável”. “O in-vestimento ecológico em edifíciosserá a peça central de um meca-nismo que promoverá uma novacultura no mercado”, conclui. AUCI irá disponibilizar quatro linhas

Investimento

D.R

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Ricardo [email protected]

05 de Junho de 2020 | 05

www.construir.pt Construção

de produtos diferentes: emprésti-mos pessoais ecológicos para a rea-bilitação de condomínios;empréstimos pessoais ecológicospara a reabilitação de imóveis par-ticulares; empréstimos hipotecáriosecológicos para imóveis novos(classes energéticas A e B); e em-préstimos hipotecários ecológicospara imóveis existentes (aquisiçãoe reabilitação).

Informações geraissobre o BEIO Banco Europeu de Investimento(BEI) é a instituição de financia-mento a longo prazo da União Eu-ropeia, cujo capital é detido pelosEstados-Membros. É o maior fi-nanciador multilateral da acção cli-mática em todo o mundo. Temcomo objectivo liderar a mobiliza-ção do financiamento necessáriopara limitar o aumento da tempe-ratura média global a 1,5 °C em re-lação aos níveis pré-industriais,com vista a cumprir os objectivosestabelecidos no Acordo de Paris.Em 14 de Novembro de 2019, oConselho de Administração do BEI

aprovou os novos objectivos climá-ticos e a nova política de financia-mento no sector da energia doBanco. Até 2025, o Banco aumen-tará gradualmente para 50 % o fi-nanciamento dedicado a objectivosclimáticos e ambientais, a fim degarantir que o Grupo BEI mobiliza,pelo menos, 1 bilião de EUR na dé-cada crítica entre 2021 e 2030 parapromover investimentos que aju-dem a concretizar estes objectivos.O Banco anunciou também a sua

intenção de harmonizar todas asactividades do Grupo BEI com oAcordo de Paris. Neste sentido, oBEI deixará de financiar projectosbaseados em combustíveis fósseis apartir do final de 2021. Já a Uniónde Créditos Inmobiliarios (UCI) éuma instituição financeira commais de 30 anos de experiência, queestá presente em Espanha, Portu-gal, na Grécia e no Brasil (neste úl-timo país sob a forma de umaempresa comum com o Grupo Pro-

víncia). A empresa temmais de 600funcionários, um saldo pendentesuperior a 10 000milhões de EUR emais de 350 000 clientes. A UCIproporciona acesso à habitação econtribui para a renovação do par-que imobiliário, a fim de tornar ascidades mais sustentáveis atravésdos seus empréstimos hipotecários,bem como através de empréstimospessoais destinados a obras de rea-bilitação, disponíveis para particu-lares e condomínios. Desde 2015, aUCI emitiu mais de 2 000 milhõesde EUR em obrigações titulariza-das RMBS da mais elevada quali-dade, através do seu programaPrado, em Espanha.A Iniciativa de Hipotecas com Efi-ciência Energética (EEMI), lideradapelo EMF-ECBC juntamente comuma coalizão de partes interessadasrelevantes do mercado das jurisdi-ções europeia e global, tem comoobjectivo projectar e fornecer umproduto de hipoteca com uso efi-ciente de energia (EEM) e uma es-trutura de acompanhamento,juntamente com recursos de colectae divulgação de dados do EEM.. ■

Investimento

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06 | 05 de Junho de 2020

www.construir.ptConstrução

Estratégia

OGrupo Casais “sempre procu-rou assentar o seu crescimento

no conhecimento e inovação”. Édesta forma que o grupo de Bragaintroduz a formalização da parce-ria, para o mercado português,com a CREE Buildings, uma redeinternacional de empresas comknow-how na construção com ma-deira híbrida, para, de uma formainovadora e sustentável, desenvol-ver grandes volumes de construçãoem prazos curtos e com grandes ní-veis de eficiência.De acordo com a empresa, estas so-luções, acessíveis aos seus repre-sentantes, em países comoAlemanha, Áustria, Bélgica, Dina-marca, Japão, Luxemburgo, Singa-pura, Suíça, e agora, Portugal,permitem a construção de edifícios

híbridos de madeira de alta quali-dade, sendo um produto confiávele com baixo risco execução.Esta é mais uma aposta do GrupoCasais no crescimento da indus-trialização e na implementação desoluções de construção mais sus-tentáveis, que foi apresentada du-rante a visita às instalaçõesindustriais da construtora, emBraga, dos secretários de Estadodo Planeamento e das Infraestru-turas, José Gomes Mendes e JorgeDelgado, respectivamente.“A orientação e as soluções de ma-deira híbrida sustentável da CREEestão em sintonia com o nosso po-sicionamento presente e futuro naindústria da construção. A nossamissão é construir de forma res-ponsável, incorporando práticassustentáveis, que criem valor paraos nossos clientes e para a socie-dade como um todo a longo

prazo”, explica António Carlos Ro-drigues, CEO da Casais.Por sua vez, Hubert Rhomberg,CEO e cofundador da CREE Buil-dings, afirma que o sistema queajudou a criar “está a mudar a faceda indústria da construção. Ao es-tabelecermos colaborações comparceiros autorizados como oGrupo Casais, estamos a acelerareste processo de mudança”.No âmbito desta licença, o GrupoCasais “assume um papel pioneirona indústria e no mercado nacio-nal”, assegura a empresa em co-municado.No essencial, o sistema CREE ba-seia-se numamatéria-prima naturalrenovável, a madeira, para pré-fa-bricar componentes individuais pa-dronizados, como painéis de tecto ede fachada, pilares e estruturas.Estes podem ser rapidamente mon-tados no local da obra, reduzindo asemissões de carbono, o ruído e aspoeiras e permitindo economizartempo, recursos, e criar valor aoma-ximizar processos que reduzem ocusto global e contribuem de formadirecta para a redução de resíduos.“Hoje, precisamos de construir edi-fícios que se adaptem às necessida-des e que acompanhem asmudanças dos negócios, das empre-sas e das pessoas. Por essa razão,precisamos de edifícios que sejam

“A orientação e as soluções de madeira híbrida sus-tentável da CREE estão em sintonia com o nossoposicionamento presente e futuro na indústria daconstrução. A nossa missão é construir de formaresponsável, incorporando práticas sustentáveis,que criem valor para os nossos clientes”, asseguramos responsáveis da Casais

Grupo Casais passa a serparceiro do CREE Buildings

cada vez mais flexíveis, mas tam-bém duradouros, e o sistema CREEpermite-nos isso”, concretiza Antó-nio Carlos Rodrigues.

Industrializaçãocomo ferramentaA industrialização tem vindo a sera ferramenta da Casais para au-mentar a eficiência, que consideraessencial para a transição do sectorda construção, no qual a tendênciaserá cada vez mais assente em pro-dutos e sistemas pensados e pro-duzidos de uma forma integrada,permitindo assim transformar aconstrução num processo de mon-tagem de componentes que podemser configurados de diferentes for-mas para atingir o resultado final.Nesta vertente, a construtora inte-gra 13 empresas – Socimorcasal,Socimorcasal Angola, Probetão,HidroCNT, Undel, Carpin Wood &Metal, Metalser, EIA – Electro IdealAngola, Carpinangola, AmpereEnergy Portugal, Hidroangola,Quadrina e RMCasais – que lhepermitem assumir um posiciona-mento verticalizado.Numa perspectiva de edifício “car-bono zero”, e na lógica dos “NearlyZero Energy Buildings” (NZEB), aCasais assumiu a linha da frentedesta transição para uma constru-ção mais sustentável em 2008, como lançamento da marca GOGREEN BUILDINGS e o projectoOlympo Solutions. Posteriormente,a empresa desenvolveu e registou amarca EPA (Edifícios de Alto PerfilAmbiental), destinada à promoçãode edifícios sustentáveis e que pre-tende ser o instrumento de suporteao negócio e contribuir para a fide-lização dos clientes numa perspec-tiva de criação de valor conjunto.Agora, com esta tecnologia deconstrução, a Casais prepara a se-gunda fase da sua unidade indus-trial, onde projecta produzir oscomponentes deste sistema cons-trutivo, dando assim escala ao cres-cimento da sua mais recenteunidade, a BluFab. Esta tem vindoa dar corpo à transformação do ne-gócio numa visão de construção“industrializada”, onde são já pro-duzidos elementos num processointegrado de construção off-site. ■

Ricardo [email protected]

D.R

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Entrevista

Ao CONSTRUIR, João Gavião,arquitecto e fundador da Asso-

ciação Passivhaus em Portugal fezum balanço da Passive House nonosso País e do caminho que aindafalta percorrer. À semelhança doque acontece noutros países, deviahaver uma maior aposta deste con-ceito na construção e reabilitaçãoda habitação social e equipamen-tos colectivos.

Quais foram, no fundo, os ob-jectivos da conferência?A conferência Passive House Para

Todos estava inicialmente marcadapara Lisboa, como evento presen-cial. O cenário de pandemia fez al-terar os planos e procurámosmanter as apresentações que esta-vam previstas, mas num formato di-ferente.O grande objectivo passa por di-

vulgar diferentes abordagens e estu-dos da implementação da PassiveHouse em Portugal num grandeevento no primeiro semestre.

Que balanço fazem da vossa ac-tividade em Portugal?O balanço é claramente muito

positivo. Quando foi criada a As-sociação Passivhaus Portugal, emfinal de 2012, a Passive Housesimplesmente não existia. Parti-mos do zero. Hoje existe uma redePassive House em Portugal quepermite a implementação de qual-quer projecto no nosso território.Há centenas de profissionais for-mados, dezenas de fabricantescom soluções adequadas, perto deuma centena de projectos cons-truídos, em construção e em fasede desenvolvimento. Convém tam-bém salientar que, até aqui, todoeste trabalho de implementação edisseminação da Passive Houserealizado foi feito sem recurso aqualquer euro de fundos públicosou comunitários.

Que medidas deveriam ser to-madas para que os critérios deuma Passive House fossem deacesso generalizado?Tudo tem de começar pelo bom

projecto. O projecto tem de ser en-tendido na sua globalidade, englo-bando o trabalho de arquitectura,das especialidades, de coordenaçãoe preparação da obra. Mas é no pro-jecto de arquitectura que se dão ospassos fundamentais para a imple-mentação da Passive House, desdelogo pela optimização do custo-be-nefício das soluções.Uma Passive House pode ser

identificada como um edifício semfalhas de desempenho e assente nosprincípios da física das construções,assegurando deste modo ambientessaudáveis, confortáveis, sem patolo-gias e com baixas necessidades deenergia.

O que dificulta este passo? Éuma questão de custo?Não. É uma questão de fazer

bem as coisas e à primeira. Custao mesmo orientar bem o edifícioou orientar mal na fase de pro-jecto. Há muitos outros aspectosem que um projecto com esta in-teligência incorporada permiteaté ter um custo inferior, nomea-damente na definição e dimensio-namento da envolventetransparente e do sombreamento,na definição dos sistemas e equi-pamentos, entre outros aspectos.Para isso é fundamental a forma-ção. Por isso temos feito um es-forço muito grande na procura dedotar os profissionais no sectorcom as competências necessáriaspara projectar e construir PassiveHouses.A questão do custo acaba por ser

uma falsa questão. Em Espanha,por exemplo, em várias regiõesestão a ser construída algumas cen-tenas de unidades de habitação so-cial com certificação Passive House.Ou seja, é possível ter edifícios deelevado desempenho construídoscom custos controlados.

A conferência “Passive House Para Todos”,organizada pela Associação Passivhaus Portugal epela Homegrid, que inicialmente estava marcadacomo evento presencial, acabou por acontecer,nos dias 19 e 20 de Maio e juntou, online,arquitectos, engenheiros, professores einvestigadores de diferentes áreas ligadas àPassive House em Portugal que divulgaramdiferentes abordagens e estudos deimplementação desta prática construtiva

“É possívelter edifíciosde elevadodesempenhoconstruídoscom custoscontrolados”

Construirwww.construir.pt

João GaviãoArquitecto e fundador

da Associação Passivhaus Portugal

“É no projecto de arquitecturaque se dão os passosfundamentais para aimplementação da PassiveHouse com a optimização docusto benefício das soluções”

08 | 05 de Junho de 2020

www.construir.ptConstruçãoD.R.

05 de Junho de 2020 | 09

www.construir.pt Construção

Que incentivos fiscais ou outrosdeveria o Estado implementar?Ao nível dos incentivos uma pro-

posta objectiva que fazemos é a deatribuir um incentivo, por exemplode valor idêntico aos incentivos paraa aquisição de um carro eléctrico,para quem construir uma PassiveHouse certificada. Na operaçãoduma Passive House podemos estara falar de muitas toneladas de emis-sões de C02 evitadas ao fim de 10anos em comparação com um edifí-cio convencional.Primeiramente, o Estado deveria

liderar pelo exemplo. Uma das me-didas que propomos passa por ter aconstrução e a reabilitação deacordo com a Passive House do par-que edificado de habitação socialem Portugal.

Sendo a pobreza energéticauma realidade ainda em Portu-gal, de que forma é que a imple-mentação dos critérios de umaNZEB poderia contribuir paraesta redução e com custos maisreduzidos?Em relação à definição do nZEB

em Portugal também somos muitoclaros: o nZEB deveria ter um de-sempenho similar à Passive Houseou, pelo menos, caminhar paraassim ser no futuro. A realidade nãoé essa na definição do nZEB para osedifícios de serviços e desconfiamosque também não seja para os edifí-cios residenciais.Se tivermos um parque edificado

com melhor desempenho, estamosobviamente amitigar o efeito da po-breza energética. A energia em Por-tugal continuaria a ser cara, mas jánão seria tão necessária para que aspessoas habitassem com conforto edignidade.

Mais do que nunca, os aspectosde uma habitação saudável fazemsentido. Considera que a actualpandemia poderá contribuir paraum concretizar de acções ou demaior consciencialização destanecessidade?Por um lado, neste período de

pandemia estamos todosmais alertaem relação a todos os aspectos quetêm influência na nossa saúde. Poroutro lado, passamos mais tempoem casa e prestamosmais atenção àqualidade dos ambientes interioresque habitamos. Para nós, esta é umapreocupação de sempre e pretende-mos contribuir para que este temaseja discutido. Nesta procura porambientes interiores mais saudá-veis, a Passive House dá uma res-posta inigualável.

De que forma os arquitectos eengenheiros estão alertas paraesta realidade?Em relação aos arquitectos e uma

vez que estamos num processo elei-toral na Ordem dos Arquitectos, es-tamos a promover a discussão destaestratégia Passive House Para Todos

junto das quatro listas concorrentes.O projecto de arquitectura é e con-tinuará a ser a ferramenta funda-mental para termos edifícios maisconfortáveis, saudáveis e sustentá-veis. Como arquitecto, consideroque é imprescindível que os arqui-tectos reconheçam essa importân-cia e chamem a si umamaior quotade responsabilidade na definiçãodos ambientes interiores que vive-mos. A qualidade de um espaço nãose mede apenas pela sua fotogenia.Verificamos com satisfação que

há uma preocupação cada vezmaior por parte dos projectistas emPortugal porque reconhecem amais valia da Passive House e por-que cada vez mais os clientes finaise os promotores pedem PassiveHouses. Há ainda muito trabalho afazer na disseminação da PassiveHouse por isso a aposta muitogrande que fazemos nos eventos(workshops, seminários e conferên-cias) e na formação oficial PassiveHouse. Temos um programa deeventos muito alargado e que estáacessível no nosso site (www.pas-sivhaus.pt).■

Entrevista

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D.R

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Opinião

10 | 05 de Junho de 2020

Atualmente, os gestores de projeto tendem a assumir um papel limitado na implementação e utilização do BIM(Building Information Modelling) como parte do processo de desenvolvimento dos projetos de construção e in-fraestruturas. Para maximizar o potencial desta metodologia, requer-se uma maior proatividade e entendimentosobre as implicações e possibilidades que o BIM pode proporcionar ao ambiente construído.

O gestor de projetos pode influenciar na forma como os processos são adaptados e nos requisitos necessáriospara facilitar a implementação BIM. Deverá assim participar na tomada de decisão desde cedo, capitalizar sobrea sua experiência em comunicação, coordenação e colaboração, e estar ciente das vantagens e desafios destaabordagem, que no final do dia tem apenas o seguinte objetivo: melhorar a forma como os projetos são desen-volvidos e como os ativos são geridos, facilitando, para todas as partes interessadas, o acesso à informação cor-reta, da entidade correta, na forma correta e no tempo correto.

A gestão BIM deve ser assegurada por uma entidade independente e respeitar os requisitos da ISO19650, a normainternacional para gerir a informação ao longo do ciclo de vida de um ativo construído utilizando BIM. Nestanorma encontramos a descrição do processo de gestão a seguir para cada fase de contratação deste tipo de ser-viços, ao longo do desenvolvimento dos projetos.

A utilização do BIM evolui ao longo do ciclo de vida do ativo, variando desde a conceção, mais orientada para aprodução de informação, até à construção e exploração, onde existe um maior foco na extração e utilização dainformação. A importância da coordenação de projetos é frequentemente reconhecida apenas quando algo de er-rado acontece, existindo a tendência de transferir erros de conceção, medição e outros para a fase de construção.Os gestores de projeto têm a oportunidade de mitigar estas ineficiências por recurso à metodologia BIM, desdeque previamente definidos os requisitos contratuais apropriados para promover a colaboração entre as equipasde conceção e construção.

Os gestores de projeto podem assumir uma posição líder na gestão da mudança requerida para a implementaçãodesta abordagem inovadora, alinhando a sua estratégia em 3 níveis chave: organização-ativo-projeto. A mudançaorganizacional deverá iniciar com o apoio da gestão de topo, passando por iniciativas intra- e inter-organizacio-nais, até atingir um estágio de melhoria contínua.

Não obstante, o BIM não é ainda a panaceia que a indústria tem vindo a procurar. A falta de normalização espe-cífica; a escassez de recursos humanos reunindo conhecimento e experiência combinada em BIM e na indústriada construção; a dificuldade em definir objetivos SMART (“specific, measurable, actionable, relevant and timely”);e a complexidade em realizar análises custo-benefício, recorrendo ao conceito de custo de oportunidade, basea-das em potenciais erros, omissões, incompatibilidades e outras ineficiências, são alguns dos desafios mais signi-ficativos, além da natural resistência humana.

NOTA: O CONSTRUIR manteve a grafia original do artigo

O BIM e a Gestãode ProjetosBruno de Carvalho Matos

Board Member do RICS

Portugal, Engº Civil Sénior

MSc PMP e MBA pela

Católica | Nova

(https://www.linkedin.

com/in/bjscmatos/)

www.construir.ptEngenharia

“Os gestores deprojeto podem- e devem -assumirum papelrelevante naliderança egovernanceda gestão dainformação”

12 | 05 de Junho de 2020

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Ferrovia

Num relatório sobre o sector, re-lativo ao ano de 2018, a AMT

concluiu que, segundo dados doIRG-Rail, um grupo de reguladoresferroviários europeus, “a rede na-cional tem uma taxa de electrifica-ção acima da média europeia(64%) e uma densidade abaixo damédia, quer em termos de área,quer de população”, sendo que “noperíodo entre 1990 e 2017, Portu-gal foi, a par com a França, o paísque mais viu a sua rede diminuirem termos percentuais (-17%)”, lê-se num comunicado.Segundo a AMT, no que diz res-peito “ao investimento em Infraes-truturas de Longa Duração (ILD),registou-se um ligeiro crescimentoem 2018, para 92 milhões de euros,mas continua longe dos níveis deinvestimento realizado durante operíodo 2002-2011 que registou ní-veis médios anuais de 354 milhõesde euros”.Por outro lado, a procura notransporte ferroviário de passagei-ros “registou, entre 2017 e 2018,um aumento na ordem de 3,9%em termos de passageiros e 2,2%em termos de PKm [passageiros-quilómetro]”, o que mostra a ma-nutenção da “tendência decrescimento da procura verificadanos anos anteriores, que ascende a+17% (passageiros) e +23%(PKm), entre 2013 e 2018”, indi-cou a AMT.Segundo o relatório, a rede é, maio-ritariamente, de via larga (i.e., bitolaibérica, de 1668mm), via única eelectrificada. Nas últimas 3 décadastem-se verificado uma redução darede total em exploração (encerra-mento de linhas e ramais), mas umaumento da rede electrificada, cor-respondendo actualmente a 64% dototal (contra 14% em 1990). A redeferroviária nacional é utilizada

maioritariamente para serviços detransporte de passageiros (83% dosCKm). Comparativamente com osoutros países1 europeus a rede fer-roviária nacional pode ser conside-rada de reduzida dimensão, não sóem termos absolutos de extensão(24% da média) como também emtermos de densidades relativas: porárea (55% damédia) e por 1 Para osexercícios de benchmarking apre-sentados foram seleccionados ospaíses com melhor classificação noÍndice Europeu de Desempenho daFerrovia, calculado pela consultoraBCG, mais especificamente os paí-ses população (43% damédia). Des-taca-se contudo, a percentagem deelectrificação da rede portuguesa(64%), o que a coloca acima damédia das suas congéneres. Denotar, igualmente, que entre 2016 e2018, o volume de actividade dotransporte ferroviário de mercado-rias em Portugal manteve-se cons-tante em termos de comboiosrealizados e toneladas transporta-das, tendo existido, no entanto, umaumento das distâncias percorridas(+6,9% em CKm e +9,8% em TKm).Relativamente aos principais gru-pos de mercadorias e utilizando anomenclatura NST 2007, o trans-porte ferroviário de mercadoriasrealizado em território nacional ca-racterizou-se, em 2018, à seme-lhança dos anos anteriores, poruma predominância do transportede contentores (NST 18) com 51%dos TKm realizados (era de 32% em2017), de coque (derivado do car-vão) e produtos petrolíferos refina-dos (NST 7) com 16% (27% em

2017) e da fileira demadeira e pastade papel (NST 6) com 12% (15% em2017). Em termos de variaçõesmaissignificativas, entre 2017 e 2018 re-gistou-se um aumento de +65% notransporte de contentores (NST 18)e uma redução no transporte decoque e produtos petrolíferos refi-nados (-39%, NST 7).Ainda assim, realçou o regulador,“Portugal era, em 2018, um dospaíses que menos utilizava o trans-

Portugal, a par com França, foi o país europeu quemais rede ferroviária perdeu entre 1990 e 2017,num total de 17% de decréscimo, de acordo comdados divulgados pela Autoridade da Mobilidade edos Transportes (AMT)

Portugal no topo dos que maisperderam rede ferroviária

porte ferroviário e dos poucos ondea quota de mercado da ferrovia nãocrescia nos últimos anos” no uni-verso europeu, segundo o mesmorelatório.No segmento das mercadorias,destaca-se “o aumento de 65% notransporte de contentores” bemcomo uma "redução de 39% notransporte de coque e produtos pe-trolíferos refinados”, indicou aAMT.A transportadora Medway, antigaCP Carga, “aumentou para 86% asua quota-parte do transporte totalde mercadorias por modo ferroviá-rio, sendo o maior operador na ge-neralidade dos grupos demercadorias”, indicou a AMT, real-çando ainda que “Portugal é dospoucos [países europeus] que tem

Ricardo [email protected]

Segundo o relatório, a rede é,maioritariamente, de via larga (i.e.,bitola ibérica, de 1668mm), viaúnica e electrificada

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05 de Junho de 2020 | 13

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o mercado de transporte ferroviá-rio de mercadorias 100% privado”.A AMT analisou ainda a regulari-dade e pontualidade do transporteferroviário, tendo concluído que“os serviços de transporte de pas-sageiros, em 2018, registaram umaumento acentuado do número decomboios suprimidos, bem comoum aumento da percentagem decomboios com atraso devido, es-sencialmente, à ocorrência de gre-ves e à indisponibilidade dematerial circulante”. Relativa-mente ao investimento em Infraes-truturas de Longa Duração (ILD),registou-se um ligeiro crescimentoem 2018, para 92 milhões de euros,mas continua longe dos níveis deinvestimento realizado durante operíodo 2002-2011 que registou ní-veis médios anuais de 354 milhõesde euros.

Reclamações a crescerNesse ano, houve um crescimentode 21% nas reclamações, “essen-cialmente na CP”, de acordo com oregulador.Por outro lado, “em matéria de se-

gurança, o ano de 2018 registouum decréscimo do número de aci-dentes significativos (-24% que noano anterior)”, adiantou a AMT.O regulador deu ainda conta da'performance' financeira e opera-cional do sector, concluindo que osresultados operacionais, incluindoo gestor da infraestrutura e quatro

operadores, “cifraram-se, em 2018,em 76 milhões de euros negativose os resultados antes de impostoem 139 milhões de euros negati-vos”, sendo que estes valores cor-respondem a um “agravamento de25 milhões de euros nos resultadosoperacionais e seis milhões deeuros nos resultados antes de im-

postos”, lê-se na mesma nota.O regulador contabilizou tambémque, em 2018, “as transferências doEstado para as empresas do ecos-sistema ferroviário foram de 384milhões de euros, dos quais 298milhões para a IP [Infraestruturasde Portugal]” e 86 milhões de eurospara a CP. ■

Ferrovia

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14 | 05 de Junho de 2020

www.construir.ptArquitectura

Apandemia em que vivemosmudou a forma como trabalha-

mos e como as empresas se relacio-nam com os clientes. As reuniões denegócios são feitas à distância, asconsultas são feitas em rede e a for-mação é online. O Mundo abran-dou,mas rapidamente está a ganhar(im) pulso, através do recurso àsnovas tecnologias.Se é verdade que para muitas em-presas esta é uma nova forma de tra-balhar, para outras há que nadadisto é novidade. É o caso do Archi-tect Your Home (AYH), o gabinetede arquitectura que nasceu há oitoanos para ser virtual e cuja factura-ção, em 2019, ultrapassou os trêsmilhões de euros. Uma história desucesso que une, em rede, vários ga-binetes de arquitectura de Norte aSul do País e cujo trabalho já ultra-passou as fronteiras nacionais.A história do AYH começa justa-mente com uma crise. “Em 2012, aconstrução e a arquitectura atraves-savam uma fase menos boa e mui-tos gabinetes estavam a fechar, oAYH soube reinventar a formula, in-troduzindo um novo posiciona-mento, provando que era possíveljuntar arquitectura, decoração e rea-bilitação a um processo criativo, de-senhado à medida de cada cliente”,conta o fundador André Rodriguesda Silva, arquitecto e sócio do Ar-chitect Your Home.A consultoria e o apoio ao clientesão feitos online. “Todos os projec-tos são iniciados com a presença docliente, numa reunião onde o pro-cesso criativo arranca com a tradi-cional realização deesquissos/desenhos que ajudam àmelhor solução para cada espaço”,explica André Rodrigues da Silva. Adistância física elimina os riscos decontágio e o trabalho é asseguradopelas plataformas online. Acresce

que, nos últimos oito anos, o AYHampliou a sua rede de arquitectos edesigners de interiores. “Cada gabi-nete é único, mas estamos unidossobre uma mesma marca que coor-dena e dá o apoio ao cliente e per-mite uma colaboração interna entrearquitectos muito positiva, em quese partilha umametodologia de tra-balho (o sistema Architect YourHome) - que permite ter uma res-posta consistente e uma entregaajustada às necessidades de cadaprojecto. Para além disso todos têmcertas características em comum,como o sentido prático e a facilidadede comunicação. São arquitectosque trabalham muito proxima-mente com o cliente procurando in-corporar activamente as ideiasdestes nos projectos”, reforça AndréSilva.Hoje, o AYH conta com 12 ateliês es-palhados pela zona da Grande Lis-boa, Grande Porto e Algarve, e 27

arquitectos “Faz sentido ter alguémlocal, que conheça as regras de cadacâmara, que conheça os empreitei-ros e fornecedores, e que pode, defacto, ajudar as pessoas a pôr emmarcha as coisas. Desde 2012 e até àdata de hoje, já passámos a barreirados 300 projectos, maioritariamentede reabilitação, mas com uma ten-dência crescente para a habitaçãonova”, acrescenta o arquitecto.O maior crescimento do AYH acon-teceu entre 2013 e 2015, mas a si-tuação de pandemia pode propiciarum novo ênfase a uma plataformaque até 2019 tinha um volume defacturação de três milhões de euros.“A introdução de consultorias onlinefoi uma adaptação e divulgação deum serviço que sempre prestámosaos nossos clientes que estavam fisi-camente distantes, em que atravésdo nosso Portal do Cliente, das múl-tiplas plataformas online, videocon-ferência e chats, é possível estar adesenhar em Lisboa um projectopara Luanda. Tirando partido dosoito anos de experiência que temos atrabalhar à distância, achámos queeramesmo importante divulgar estaforma de trabalhar que permite odistanciamento social pedido ac-tualmente. A flexibilidade e adapta-ção ao contexto estão sem dúvida noADN do Architect Your Home peloque certamente em conjunto encon-traremos novas formas de responder

O Architect Your Homenasceu há oito anospara ser virtual e une,em rede, váriosgabinetes dearquitectura de Norte aSul do País, numtrabalho que jáultrapassou asfronteiras nacionais

Arquitectura àdistância de um click

aos novos desafios que surjam”, re-conhece André Silva.

Internacionalização damarca é o próximopassoA sede do Architect Your Home pla-nifica o trabalho, organiza os planosde marketing e comunicação quedão depois lugar a um conjunto deacções, presença em feiras e publi-cações. Um trabalho de fundo quedá projecção à marca e potencia aangariação de clientes, seja no on-line seja através do contacto presen-cial em feiras e em parceiros.“Apostamos também fortemente noestabelecimento de parcerias comkey players da áreamas hoje, ao fimde 8 anos de actividade, já temosmuitos clientes que vêm por reco-mendação boca-a-boca”, garante ofundador da marca.A coordenação e distribuição dostrabalhos é feita pela sede, distri-buindo-os consoante a área geográ-fica e capacidade de resposta dogabinete associado. “Existem tam-bém situações que os trabalhos sãopartilhados entre mais do que umatelier, tirando-se efectivamente par-tido do trabalho em rede”, garanteAndré Silva. Grande parte dos pro-jectos realizados pela marca locali-zam-se no mercado interno.Contudo, a maioria dos clientes doAYH são estrangeiros. Ainda que omercado nacional seja o foco daatenção da marca, André Silva ad-mite que o futuro poderá passarpela internacionalização da marca.“Temos tido boas experiências noexterior, nomeadamente no ReinoUnido, Jordânia e Angola. A inter-nacionalização do Architect Homeparece-nos ser a trajectória ade-quada para a empresa. É um con-ceito que se adapta a qualquer país,uma vez que o sistema é flexível,ajustando-se à escala e orçamentoexistente para cada projecto, conse-guindo ir ao encontro das necessi-dades de qualquer cliente. Citando aminha sócia, a arquitecta MarianaPedroso, 'estamos em Portugal hásete anos emudámosmuita coisa doconceito original, adaptámos aonosso mercado, que hoje é feito demuitos clientes estrangeiros, inves-tidores e promotores, que procuramimóveis para reabilitar'”, sublinha. ■

Plataforma online

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DR

16 | 05 de Junho de 2020

www.construir.ptArquitectura

Astu.dere - Oficina de Arquitec-tura e Design, foi duplamente

distinguida com o prémio MUSEDesign Awards 2020, a competiçãointernacional que junta anualmentemilhares de projectos realizados porcriadores de todo oMundo. Este anonão foi excepção. Nele participaram3820 projectos, provenientes demeiacentena de países. Fundado pelo ar-quitecto Ulisses Costa, o jovem ate-lier, localizado em Vila Meã,Amarante, viu o projecto do próprioescritório stu.dere reconhecido como Gold Award na Categoria de Escri-tórios e o projecto da LavandariaMorinha, comSilver Award, na Cate-

goria Comércio.“Ao concorrer a este tipo de pré-mios, assumimos à partida desen-volvemos um bom trabalho e queeste poderia ser reconhecido. Noentanto, não deixamos de ficar umpouco surpreendidos quando rece-

bemos a notícia. É sempre commuita satisfação que vemos onosso esforço e empenho colocadoem cada desafio proposto por umcliente, ser reconhecido depois deavaliado por um júri composto pormais de 13 profissionais da área, de

A edição de 2020 do MUSE Design Awards distinguiu em duas categorias o ate-lier Stu.dere. Fomos conhecer um pouco o trabalho desta ainda jovem oficinade arquitectura e design

Stu.dere com dois MUSE

Prémio

Manuela Sousa [email protected]

DR

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oito nacionalidades distintas”, re-fere Ulisses Costa. Apesar das ca-racterísticas distintas de cadaprojecto, Ulisses Costa reconhece-lhes um traço comum já que, emambos, “impera a harmonia e atémesmo a simplicidade dos espaços,com atenção ao detalhe”, explica ofundador e director criativo da ofi-cina. “O escritório foi pensadopara ser um espaço de destaque, di-ferenciador na região e, simulta-neamente, reflectir no seu próprioespaço os ideais da equipa e os va-lores que acredita serem essenciaispara responder aos desafios decada cliente”. Já com o projectominimalista da Lavandaria Mori-nha, “pretendeu-se criar um am-biente actual e inovador, espelhodo evoluir da sociedade que pro-cura soluções práticas para a ges-tão do seu dia a dia, contudo, comapontamentos que nos lembram osantigos lavadouros comunitários”.Com apenas três anos de actividade,o gabinete tem-se dedicado essen-cialmente a novas construções dotipo residencial, incluindo reabilita-ção e remodelação de interiores. ■

18 | 05 de Junho de 2020

www.construir.ptArquitectura

Reabilitação

No ano em que celebra o seu265º aniversário, a Ordem da

Trindade, no Porto, prepara-se paraentrar numa nova fase de activi-dade. Aquela que é uma das maisantigas instituições da Invicta, ini-ciou no início deste ano a reabilita-ção de uma das suas principaisestruturas, cujo projecto arquitectó-nico tem a assinatura de EduardoCruz, da Architailors.Com ummontante de investimentosuperior a 10 milhões de euros, aOrdem da Trindade conta com fi-nanciamento para a reabilitaçãoatravés do IFRRU e uma outraparte destinada ao financiamentodo investimento através do pro-grama JESSICA.A obra foi adjudicada à empresaGrow Engineering, que deverá con-cluir a empreitada em finais deMaio de 2021.

Qualidade eFuncionalidadeComposto por dois edifícios princi-pais – a Igreja da Trindade e o Hos-pital – a obra visa

“reabilitar todo o conjunto edifi-cado da Ordem da Trindade”, aindaque o foco principal seja a unidadehospitalar, que irá sofrer uma “re-modelação profunda”. Além da ne-cessidade de dotar o hospital de“melhores condições estruturais emeios técnicos de vanguarda”,houve também a preocupação doatelier Architailors em “aumentar aqualidade dos serviços prestados ea capacidade de resposta aos cida-dãos”. A par do hospital, haverá umgrande esforço nos Cuidados Conti-nuados. “Sendo uma unidade de re-ferência da Rede Nacional deCuidados Continuados Integrados(RNCCI) e a única inserida no con-celho do Porto, vamos aumentar a

capacidade em mais 30 camas, dis-ponibilizando aos portuenses umainovadora Unidade de Cuidados deConvalescença, a alocar nos pisos 5,6 e 7 da ala Norte, voltada para a Es-tação do Metro da Trindade”, referea Francisco Miranda Duarte, direc-tor-geral da Ordem da Trindade.

Futuro museuA Igreja da Trindade, considerada amaior igreja do Porto, com capaci-dade para 500 pessoas, irá sofrer“obras de beneficiação e de consoli-dação estrutural”. Além disso, irá in-tegrar um percurso museológico adefinir e a construção do futuroMuseu da Igreja da Trindade. “Seráum espaço cultural relevante para a

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cidade e para os cidadãos em geral,com utilização de soluções tecnoló-gicas digitais, mas que, também, in-cluirá o extraordinário acervo dearte sacra com265 anos de história”.Serão, ainda, recuperadas todas ascoberturas e panos das fachadas,mas também uma intervenção “im-pactante” na reabilitação dos espa-ços exteriores, com “umapreocupação acrescida” nas ques-tões de mobilidade e acessibilidadedos cidadãos.

Para recordarO início da construção da Ordemda Trindade remonta a 14 de Maiode 1755, data em que Papa BentoXIV assinou a bula que permitiuerigir aquela instituição com finsde natureza “assistencial” e de“solidariedade social, sob adenominação inicial de“Arquiconfraria da SantíssimaTrindade e Redenção dos Cativos”.Já a sua existência legal e adenominação actual foramimplementadas em 1781, com aconcessão do Beneplácito Régio darainha D. Maria I.Hoje, a Ordem conta com um im-portante espólio de património,composto pela Igreja da Trindade,considerada a maior Igreja da ci-dade do Porto, com capacidadepara mais de 500 pessoas, está “en-cravada” em todo o quarteirão edi-ficado, aberta desde 5 de Junho de1841 (ainda sem capela-mor) einaugurada ao público em 5 deJunho de 1892 e o Hospital da Trin-dade, cuja origem se confunde coma da história da cidade. Inauguradoem 1852 integra, actualmente, asvalências de Bloco Operatório, In-ternamento, Consulta Externa,Atendimento Programado, Hospitalde Dia, Imagiologia e Laboratóriode Análises; uma farmácia comuni-tária, anterior ao próprio hospital einaugurada em 22 de Agosto de1824, uma Unidades de CuidadosContinuados e uma Estrutura Resi-dencial para Idosos (ERPI), inaugu-rada a 11 deMaio de 1930. Ao longodos anos, a Ordem desenvolveu ac-tividades no sentido de manter ocompromisso de auxílio à comuni-dade, e por isso, criou a “Sopa Eco-nómica”, que continua a existirainda hoje com a distribuição deuma refeição diária aos mais caren-ciados, e de um “Lar de Idosas”para as irmãs mais carenciadas.Estes dois serviços funcionam emcomplementaridade com a ERPI ea UCC.■

O projecto deste investimento, estimado em 10 M€, irá incidir nas condições estruturais da unidadehospitalar, mas também nas obras de beneficiação da Igreja, que passar a integrar um percurso museológicoe um museu, assim como na recuperação das coberturas, fachadas e espaços exteriores

Architailors assinareabilitação do HospitalOrdem da Trindade

DR

20 | 05 de Junho de 2020

www.construir.ptImobiliário

Investimento

Apandemia veio complicar umpouco os planos, mas nos últi-

mos dois anos a empresa fez o tra-balho de casa, preparou a suaentrada e os primeiros projectosestão agora prontos a arrancar enem o covid-19 faz atrasar a agendada promotora imobiliária francesa.Maio foi o mês oficial do arranqueoficial da Nexity em Portugal com aapresentação dos três primeirosprojectos residenciais da empresa:dois localizados em Leça da Pal-meira e um terceiro na área metro-politana de Lisboa, no Dafundo(Algés), que no conjunto represen-tam um investimento global de 68milhões de euros. Mas o pipeline deinvestimento da promotora francesaprevisto para o mercado nacional émais vasto e na calha estão já outrosprojectos em desenvolvimento, emLisboa, Porto e Algarve, destinadosao quer aomercado residencial e de

Residências Sénior, que represen-tam um investimento de 160 mi-lhões de euros.O grupo, cotado na bolsa de Paris,que fechou 2019 com cerca de 11mil funcionários, um volume de ne-gócios de 4,5 mil milhões e um EB-DITA de 573 milhões de euros,centra a sua atenção no crescimentointernacional. A Polónia, Itália, Bél-

gica e Alemanha são já mercadosfortes para a promotora, onde estatem em curso 21 novos projectos re-sidenciais. Portugal é omercado quese segue e, também aqui, a empresairámanter o foco sobretudo nomer-cado residencial, “com o objectivode contribuir para amudança do pa-radigma da habitação em Portugal,através do desenvolvimento de pro-

A crise de 2008 afastou a Nexity mas, dez anos depois, a promotora imobiliáriafrancesa regressou ao mercado português com novos projectos e com um novofoco: a classe média

O regresso daNexity a Portugal

“A Polónia,Itália, Bélgica eAlemanha sãojá mercadosfortes para apromotora, ondeesta tem emcurso 21 novosprojectosresidenciais.Portugal é omercado que sesegue e,também aqui, aempresa irámanter o focosobretudo nomercadoresidencial”

CONSTRUIRwww.construir.pt

jectos de larga escala, com quali-dade. Acima de tudo, a empresa am-biciona implementar projectosadaptados às necessidades dos por-tugueses, com a finalidade de criarcidade para todos”, anunciou a Ne-xity em meados de Maio.A, reconhecida, carência do mer-cado nacional por uma oferta resi-dencial dirigida à classe média estáno centro da estratégia da promo-tora francesa. “Através dos nossosprojectos, queremos ser parte dasolução para um problema que é afalta de oferta na habitação a pre-ços ajustados às capacidades dasfamílias portuguesas. Queremos,por isso, representar uma verda-deira mudança, construindo casasjunto dos grandes centros urbanosonde, neste momento, essa oferta épraticamente inexistente no País ea preços que os portugueses pos-sam pagar. Temos a convicção queiremos transformar a oferta de ha-bitação nacional”, confirma Fer-nando Vasco Costa, director-geralda Nexity Portugal.

20 | 05 de Junho de 2020

Vasco Costa, director-geral da Nexity Portugal

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www.construir.pt Imobiliário

Projectos residenciaisem larga escalaNo Dafundo, a empresa vai inves-tir 24 milhões de euros num em-preendimento com uma área brutade construção de 6.733m2, numtotal de 61 habitações (T0 a T4+1,entre 40 e 213 m2) e dois espaçoscomerciais.Em Leça da Palmeira, a Nexitytem previsto um investimento de24 milhões de euros para a cons-trução de 108 apartamentos(T0+1 a T4 Duplex, entre 40 e 165m2) e espaços comerciais, que re-presentam uma área bruta deconstrução de 12.200 m2. Um se-gundo projecto localizado tam-bém em Leça da Palmeira, sobreo qual a empresa não adiantouainda pormenores, está orçadoem 20 milhões de euros. A em-presa adquiriu o ano passado oitodos nove lotes, inseridos então noprojecto urbanístico Nova Facar,numa área total de construçãoacima do solo de 60.000 m2.Com décadas de experiência, a Ne-xity caracteriza-se “por apresentaruma oferta diferenciadora”. A em-

presa pretende afirmar-se pela ino-vação,” criando apartamentos maiseficientes, reduzindo áreas com de-sign inteligente. Por isso, todos osespaços são pensados ao porme-nor, mais abertos, com áreas estra-tegicamente planeadas”.“As nossas casas são totalmentepensadas para todas as fases davida, com um design racional, o

que permite preços mais ajustados.Acreditamos que, com criatividade,empenho, qualidade arquitectó-nica e trabalhando com sistemasde construção inovadores, a Nexityserá uma empresa que vai marcar adiferença, não só no sector, mastambém, no processo de transfor-mação das áreas urbanas. Criamoscidades para todos, essa é a nossa

promessa”, destacou FernandoVasco Costa.Uma nova abordagem ao mercadoe que difere da estratégia adoptadana primeira década de actuação daempresa em Portugal e que ficoumarcada pela construção em 2004do edifício de escritórios Amorei-ras Plaza, localizado no “coração”da capital. ■

Investimento

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D.R

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22 | 05 de Junho de 2020

www.construir.ptImobiliárioD

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Entrevista

Nos últimos anos, a Keller Wil-liams investiu mais de mil mi-

lhões de USD no desenvolvimentode nova tecnologia que vai permitira virtualização dos processos deprocura e compra de casa. Este é

momento ideal para lançar a novaferramenta, segundo revela aoCONSTRUIR o presidente da com-panhia em Portugal, Eduardo Gar-cia e Costa.

Uma das primeiras reacçõesque a KW teve à pandemia foi ade disponibilizar o livro SHIFT.Porquê? É possível comparar

esta crise à de 2008?O livro SHIFT é um guia para a

sobrevivência nos mercados emmudança, onde é possível encon-trar modelos de actuação para omercado imobiliário que ajudam eapoiam os consultores nessa mu-dança.

O que se pretende mostrar é que,numa situação complicada, como ocaso da crise de 2008, é possível con-seguirmos superar as situaçõesmaiscomplicadas e difíceis, tendo paraisso que assumir essa dificuldadecomo um facto. Não ficar parado àespera que passe, perceber como po-demos mudar a nossa atitude e onosso comportamento e procurarnovas soluções e novos caminhos.

Esta crise, que todos vamos en-contrar, terá repercussões maiores,até porque a necessidade de distan-ciamento social altera a forma de serealizar alguns negócios. Mas, aindaassim, é importante olhar em frente,pois já nada será como antes.

O poder de nos adaptarmos àsmudanças é limitado por aquiloque não podemos de todomudar.Não podendomudar o cenário depandemia, o que pode o sectorafinal mudar?

O sector tem que encontrar novosmodelos de actuação. É imperativomudar. Neste mercado, como emoutros, vamos ter situações muitodelicadas, sendo inevitável que al-guns não consigam superar as difi-culdades.

É importante que todos enten-dam que este vai ser um ciclo demudança mundial. Já temos váriasáreas e sectores de actividade a rein-ventar-se, criando novosmodelos defazer acontecer. É isto que nos vaiacontecer também.

Na KW temos a vantagem de terum grupo sólido e de podermoscontar com a experiência dos USAonde, ao longo dos anos, se foramadaptando, tendo em conta as vá-rias dificuldades com que se foramdeparando. E mudar o SHIFT éisso mesmo, é procurar novas for-mas de actuar.

Por isso o lançamento do Con-sultor Digital?

O Consultor Digital vai permitira cada consultor estar mais pertodos seus clientes. Com esta aborda-gem, vai ser possível de forma es-truturada realizar todos os serviçosnecessários à compra e venda depropriedades. Falamos de serviçoscomo mostrar uma casa virtual-mente com detalhe e pormenor,fazer angariações, etc. Isto vai serpossível para um cliente ou paramais do que um, se falarmos de

open houses.Mais à frente, será pos-sível, ir mais além e fazer os contra-tos de promessa compra e venda,entre outras situações que até aquise exigia um contacto presencial. Éfundamental sair da nossa zona deconforto e perceber como podemosfazer mais e melhor.

Setembro pode ser o mês derelançamento da actividade.Concorda? Que efeitos isso po-derá ter de uma forma transver-sal no sector?

Setembro pode ser ummês de ba-liza. Pode acontecer antes ou depois,mas não fazemos cenários. Até por-que só conseguimos controlar anossa actuação. Por isso, estamosfocados em melhorar, adaptar, alte-rar aquilo que conseguimos e con-trolamos para continuar a manter aqualidade e nível de serviço que osnossos consultores oferecem aosseus clientes. Isto porque continua-ram a existir pessoas que precisamde comprar e vender casas.

O lançamento do vosso consul-tor digital foi uma reacção? Estacrise veio antecipar algumas mu-danças, esperadas, no sector?

O conceito Consultor Digital nãoé uma ferramenta, mas uma abor-dagem estruturada que pretendedotar os consultores KW da melhorformação e proposta de serviçosadaptada às necessidades de hojeque obrigam a uma proximidade di-gital. A Keller Williams preparou-se para um momento como este aoinvestir mil milhões de dólares emtecnologia que permita a virtualiza-ção dos processos de procura e com-pra de casa para além da formaçãoe demais comunicação entre con-sultores e seus clientes. O mundo eos negócios vão ter que se adaptar àsnovas formas de viver. E todas asferramentas digitais, seja para for-mação e/ou venda, vão ser essenciaispara os consultores. Até porque irápermitir de forma muito rápida ummaior contacto com os clientes.

Qual a vossa perspectiva deadesão a esta ferramenta? Em es-pecial do lado do comprador/in-vestidor?

Estamos a acompanhar os nossosconsultores na aplicação desta abor-dagem, com várias formações. Con-tamos, por isso, que a adesão sejamuito boa por parte de todos. É umanova realidade e, como em tudo,vamos ter clientes mais receptivos eoutros menos. No entanto, este seráo caminho e o futuro. Daqui a algumtempo, vamos estar a fazer o ba-lanço e perceber que esta era a solu-ção que há muito se esperava. ■

O sector imobiliário precisa reinventar-se, e acrise provocada pela pandemia veio aceleraressa mudança, afirma o presidente da KellerWilliams ao CONSTRUIR

A mudança éimperativa noImobiliário

Eduardo Garcia e Costapresidente da Keller Williams

“É importante que todosentendam que este vai ser umciclo de mudança mundial. Játemos várias áreas e sectoresde actividade a reinventar-se,criando novos modelos de fazeracontecer. É isto que nos vaiacontecer também”

Manuela Sousa [email protected]

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Investimento

AMexto, empresa de investi-mento imobiliário especiali-

zada no segmento de luxo, assinoua escritura para aquisição de umlote, nos Olivais, destinado à cons-trução do seu primeiro projecto demass market em Portugal. O O’LI-VING, dividido em dois edifícios,terá um total de 86 apartamentos.Composto por tipologias de T1 aT3 duplex, com áreas entre os70m2 e os 180m2 e garagem indi-vidual, o novo projecto da Mextopretende dar uma clara resposta àfalta de oferta destinada ao mer-cado residencial nacional. Assi-nado pelo arquitecto MiguelSaraiva, o projecto contempla tam-bém cinco unidades de retalhocom áreas entre os 97m2 e os198m2. A configuração não des-carta a possibilidade de loja única,podendo acomodar um supermer-cado ou outra estrutura de comér-

cio para servir não só os residentescomo a comunidade local.Um dos pontos fortes do O’LIVINGserá a sua localização estratégica,na zona oriente da cidade, a pou-cos passos do Parque das Nações,permitindo acessibilidades rápidastanto para norte, pela A1, comopara sul, pela Ponte Vasco da

Gama. O empreendimento situar-se-á muito próximo do Aeroporto,do metro e da Gare do Oriente, be-neficiando da oferta existente decomércio de rua, centros comer-ciais, boas escolas publicas e priva-das, parques e equipamentos delazer nas zonas envolventes.A poucos minutos do Rio Tejo e de

Mexto assinou aescritura de aquisiçãodo lote destinado àconstrução dos 86apartamentos. MiguelSaraiva é o arquitectoque assina o projectoque aposta forte nalocalização estratégica,na zona oriente dacidade de Lisboa, apoucos passos doParque das Nações

Mexto avança para novoprojecto em Lisboa

Um dos pontosfortes doO’LIVING será asua localizaçãoestratégica, nazona orienteda cidade, apoucos passosdo Parque dasNações

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uma das mais procuradas zonas deescritórios da cidade, o O’LIVINGpretende “dar a melhor respostapossível ao mercado português,com uma oferta de qualidade, comuma arquitectura versátil e compreços em linha com a procura na-cional. Temo-nos apercebido do in-

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A Mexto vai instalar nos Olivais, em Lisboa, um projecto para a classe média

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teresse crescente por este tipo deproduto imobiliário e por isso feztodo o sentido enquadrar a quali-dade da Mexto neste segmento, queapresentará todo o conforto, deta-lhe e sofisticação que tão bem ca-racterizam a marca” asseguraElson Angélico, General Director &Partner da Mexto.O projecto O’LIVING terá aindaem consideração boas práticas eprincípios de sustentabilidade,desde a arquitectura à construção,recorrendo, sempre que possível, afornecedores e materiais nacionais,o que, segundo Elson Angélico,“permite o investimento da marcana economia portuguesa, com umacrença profunda na capacidade dasindústrias e na qualidade que apre-sentam. Estamos certos de que aaposta em produtos nacionais éum dos factores decisivos para arecuperação desta pandemia, e écom satisfação que escolhemosparceiros portugueses para nosajudarem a tornar real mais umprojecto especial da Mexto.”A Mexto é uma empresa de investi-mento imobiliário, especializadano segmento de reabilitação resi-dencial de luxo que prima pelaqualidade e inovação dos seus pro-dutos. Presente há três anos emPortugal, a Mexto conta já com 10projectos desenvolvidos em territó-rio nacional, os quais se incluemno vasto portefólio da empresa,composto por 242 apartamentos,51.000m2 de área de construção eum volume de investimento naordem dos 200 milhões de euros.A Mexto procura investir nas me-lhores localizações, reabilitandocada edifício com omáximo de res-peito pela sua história e carisma,num equilíbrio perfeito com omaior e mais actual conforto eluxo.■

Investimento

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Opinião

26 | 05 de Junho de 2020

Há um setor da construção “A.C.” - Antes do Covid-19 e outro “D.C.” - Depois do Covid-19, e promotores eempreiteiros têm estado, também eles, na linha da frente do “Portugal que trabalha”, para estarmos hoje,nesta nova era, como nos prometerem que iriamos ficar: (quase) bem.Na verdade, construtores e promotores rapidamente perceberam que estavam juntos nesta crise e que, maisdo que nunca, tinham de se preparar e encontrar entendimentos para evitar cenários de disputa em quetodos, sem exceção, perderiam.

Recuando a meados de Março deste ano, quando Portugal inteiro começou a fugir para dentro de suas casaspara iniciar um confinamento de duração incerta, não podemos deixar de recordar, como Advogados, o marde solicitações que nos surgiram, dia e noite, quando entre nós ainda imperava a perplexidade e incertezaquanto à forma de atuar perante o avanço desta ameaça imprevisível, no âmbito das cláusulas de forçamaior destinadas a regular o impensável: guerras, revoluções, terramotos… epidemias.

Neste tempo excecional, que deixou as vidas de todos em suspenso, os mais variados investidores, promo-tores, empreiteiros e fornecedores avaliaram com as suas equipas legais dos contratos e compromissos fu-turos assumidos por aqueles na era da Construção A.C., para avaliarem o que fazer aos investimentos,projetos e obras em curso e obter uma resposta à pergunta “e agora, o que fazemos?”.

Nestas análises, foram re-pescados e esmiuçadosconceitos como o da alte-ração das circunstâncias,impossibilidade de cum-primento, alocação de ris-cos e outros, na procurade soluções legais adequa-das para lidar com situa-ções imprevisíveis eassim, trazer alguma luzaos caminhos que, pro-motores e empreiteiros,poderiam trilhar paraacomodar todas as incer-tezas e impactos que a pandemia poderia trazer às obras em curso.

Na verdade, nestes momentos em que e tudo o vírus levou, não se sabia se haveriam condições para conti-nuar: a eventual escassez de mão de obra com o recolhimento generalizado, a incerteza quanto ao forneci-mentos de materiais, o fantasma das fronteiras e fábricas a fechar ou, em ultima análise, a eventual faltade fundos, caso este ou aquele investidor ou promotor decidissem ficar por ali, perante a sombria falta devisibilidade quanto ao dia de amanhã.

Mas as obras não pararam. E, agora, olhando para trás, temos por certo que quem tivesse parado obrasnessa altura, por motivos de força maior ou outros, teria corrido um sério risco de ver os seus projetos“morrer”. Decisão essa, aliás, que seria fácil de tomar num ambiente de total incerteza e insegurança, nadacómodo para quem investe.

“ConstruçãoA.C./D.C.”

Tiago Mendonça de

Castro

Sócio e coordenador da área

de Imobiliário

Rita Alarcão Júdice

Sócia na área de Imobiliário,

Urbanismo e Turismo

PLMJ Imobiliário e

Construção

www.construir.ptImobiliário

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Para quem, como nós, preparou um sem número de contratos com cláusulas destinadas a lidar com situações deimprevisibilidade, que regra geral conduzem à suspensão ou cessação de obrigações, a verdade é que – e assim oescrevemos em notas informativas então circuladas – o caminho era, sem dúvida, o de pôr as partes a dialogar.

O sentimento é de que foi isso que foi feito. Acertaram-se posições, reafirmaram-se compromissos de continuidadee de recuperação de atrasos de obras, não se exploraram fragilidades etrabalhou-se em conjunto para seguir em frente, o que foi decisivo paraque se pudesse dar continuidade aos milhares de obras que, num mer-cado imobiliário em alta, estavam em curso e assim continuaram aolongo destes longos meses de confinamento.

O milagre português também ajudou, mas se assim não fosse, a tem-pestade perfeita que se avizinhava poderia, em última análise, ter le-vado a que acontecesse em Portugal o que aconteceu em Espanha,Itália e França: obras paradas e que continuam ainda hoje paradas sinedie, por abandono, desistência ou inviabilidade da sua prossecução.Por tudo isto, é preciso não esquecer na era da Construção D.C., quetambém aqui Portugal fez melhor e demarcou-se positivamente peladiferença.

No meio das cidades vazias, os mais variados promotores e empreitei-ros estiveram lá fora a preparar as nossas futuras casas, escolas, hos-pitais e escritórios.

Fica assim, sonoramente neste texto, o nosso merecido aplauso a todosvós, pela vossa coragem em andar para frente.

Opinião

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Construtores e promotoresrapidamente perceberam que estavamjuntos nesta crise e que, mais do quenunca, tinham de se preparar eencontrar entendimentos para evitarcenários de disputa em que todos, semexceção, perderiam

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Covid-19

Esta necessidade levou as em-presas a reinventarem-se, a

adaptarem-se e a dar preferência aprodutos e serviços que melhor seadequam aos tempos que vivemos.A pandemia criou novos nichos demercado e, pasme-se, muita danova tecnologia e dos produtos quesão hoje anunciados já existiam.Mas, por razões diversas, entre asquais a falta de mercado, não esta-vam no topo das prioridades dasestratégias empresariais. Mas issomudou.Em Portugal, a Sociedade Transfor-madora de Alumínios (STA), emconjunto com a Biocant, uma divi-são da Universidade de Coimbra,está a trabalhar há mais de quatroanos na aplicação de nanopartículasno tratamento de superfícies simul-taneamente antiviral, antibacterianoe antifúngico. Constituída em 1989em parceria com o grupo belga So-binco, a STA é uma empresa espe-cializada no desenvolvimento e

produção de sistemas para portas ejanelas, em particular para caixilha-rias de alumínio.O resultado do trabalho de investi-gação dos últimos anos resultou nacriação de um novo produto: o Na-nocoat. “Encontramos uma soluçãoviável em 2016 e começamos os tes-tes oficiais em organismos notifica-dos para validar os nossosresultados. Entretanto, desenvolve-mos o nosso processo produtivo e aaplicação do Nanocoat nos nossosdiversos acabamentos, pintura lí-quida, anodização e lacagem”, ex-plica Eric Van Den Bruel, directorgeral da STA.O produto foi apresentado pela pri-meira vez na feira BAU, na Alema-nha, em 2017 e, actualmente, aempresa portuguesa é o único for-necedor de puxadores de porta e ja-nela com Nanocoat em todo omundo. Mas apesar do sucesso nainvestigação do produto, a procuranão justificava, então, a criação deuma linha produção dedicada, masisso pode estar prestes a mudar edar um impulso à empresa.Portugal começou há algumas se-

manas o seu processo de desconfi-namento, mas o perigo de umanova vaga da doença e o cresci-mento do número de infectados éainda muito real, sobretudo numaaltura em que as empresas prepa-ram o seu regresso e há um maiorfluxo de pessoas a circular pelosedifícios. Antecipando este facto aSchimitt+Sohn, que se dedica há65 anos a produzir, instalar e afazer a manutenção multimarca deelevadores, lançou um novo lequede soluções. “O Be Safe by S+, temum duplo objectivo garantir a se-gurança de utilização de elevadorestransformando-os em agentes acti-

Prevenção! Esta é a palavra do momento. A pande-mia alterou hábitos, criou outros mas nunca comohoje a higiene, a saúde e a prevenção de doenças,em particular o Covid-19, estiveram tão em voga

Os novos mercadosque a pandemia criou

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vos de prevenção. Este leque de so-luções de prevenção de contágio in-tegra uma propostacompletamente inovadora, que é aBe Safe Touchless by S+, um sis-tema de chamada remota de eleva-dores através do smartphone decada utilizador, prescindindo danecessidade de utilizar os botõesdos equipamentos”, avança MiguelFranco, administrador do grupoem Portugal. Lançado há cerca deummês, este leque de soluções estáa ter uma excelente aceitação porparte do mercado. “Sabemos queestes equipamentos são centraisnessa mobilidade e, portanto, umleque de soluções tão abrangente ecom uma eficácia bastante elevadacomo o que lançamos é uma pro-posta de valor acrescentado”, sus-tenta o responsável.

Aposta no reforço daposição do mercadoAs soluções Be Safe by S+ abrangemainda desde intervenções clássicasde higienização e desinfecção dascabinas dos ascensores, a sistemasmais avançados de desinfecção porionização, ozonização ou ultravio-leta, este último também disponívelpara escadas e tapetes rolantes. Ocentro de competências daSchmitt+Sohn estudou ainda solu-ções técnicas e de gestão comple-mentares a estes sistemas deprevenção de contágio, como a limi-tação da carga do elevador, aplica-ção de películas de higienização ousinalética especializada.O lançamento destas soluções deforma integrada, sob uma mesmadesignação, o Be Safe, é uma novi-dade, assim como o lançamento doBe Safe Touchless by S+, que é novonomercado.Mas as outras soluçõesque integram o Be Safe já existiamantes, porque, como explica MiguelFranco. “como todos sabemos, asnecessidades de higienização não

A OLI, especialista na produção de autoclismos apostahabitualmente no desenvolvimento de novos produtos

A STA é o único fornecedor de puxadores de porta e janelacom Nanocoat em todo o mundo

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são de hoje”. “Estes tipos de solu-ções não se limitam ao “combate”específico deste vírus. NaSchmitt+Sohn desenvolvemos o BeSafe by S+ para dar resposta aos de-safios de saúde que, é verdade quese tornaram mais evidentes comeste vírus, mas que serão centraispara o futuro das cidades”, acres-centa.A empresa está há 65 anos em Por-tugal, garantemais de 470 postos detrabalho e exporta cerca de 80% doque produz para os mercados inter-nacionais onde o GrupoSchmitt+Sohn actua. “Temos emcurso investimentos de cerca de 10milhões de euros para o reforço dacapacidade produtiva em Portugal.Dito isto, obviamente que a pande-mia traz efeitos à economia e, entreoutros impactos, atrasa o desenvol-vimento de projectos, o que acabarápor também ter efeito no planea-mento da nossa actividade de forne-cimento de equipamentos. Mas,estamos muito bem preparados edurante o confinamento imposto,conseguimos não interromper anossa produção nem fornecimento

de serviços, com um plano de con-tingência que salvaguardou a saúdede todos os nossos colaboradores emanteve os níveis de serviço juntodos nossos clientes”, adiantaMiguelFranco.A preocupação com a higiene é algoque faz parte do ADN da OLI. A suagama de produtos respondem deforma eficaz às exigências trazidaspela pandemia, em especial no que

aos espaços públicos diz respeito.”Falamos de placas de comando quefazem activar a descarga do auto-clismo sem a necessidade de toque,ou as placas com revestimento finalantibacteriano, permitindo assim ainibição do crescimento de micro-organismos como bactérias, fungosou algas. Dispomos ainda de outrosprodutos, que dadas as suas carac-terísticas são indicados para garan-

tir uma higienização adequada dacasa de banho”, refere a empresa. Aespecialista na produção de auto-clismos aposta habitualmente nodesenvolvimento de novos produtose admite que “as preocupaçõescom a higiene e a segurança de uti-lização do espaço do banho, emparticular os espaços de utilizaçãopublica e intensa, serão uma opor-tunidade de crescimento para estesprodutos”. Para já a estratégia é deobservar a evolução do mercado eapostar no que o mercado exige.“Vamos promover mais os produ-tos que referimos e que são maisadequados aos tempos de hoje,sem descurar os produtos mais tra-dicionais, mas ainda não consegui-mos ter uma ideia de como será oresto do ano”. A OLI juntou-seainda ao esforço na luta contra oCovid-19 e está a produzir, fora doseu core business, equipamentosde protecção individual tais comoviseiras para protecção facial ouadaptador para elásticos das más-caras de forma a proteger as ore-lhas de quem usa máscaras porperíodos prolongados.■

Covid-19

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O lançamento do Be Safe Touchless by S+é uma resposta às exigências do mercado

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Covid-19

Os espaços públicos são a prin-cipal preocupação no que à

transmissão do Covid-19 diz res-peito. “Com a pandemia e o cum-primento das medidas deprevenção, a frequência da lava-gem das mãos triplicou e o tempode lavagem duplicou. É imperativoinstalar equipamentos sanitários(torneiras, sanitas, urinóis, acessó-rios, etc), em todos os locais públi-cos que proporcionem tanto amáxima higiene como a poupançade água”, refere Cláudia Roque,responsável de marketing e comu-nicação da Delabie.O Grupo Delabie tem como princi-pal objectivo criar e desenvolverprodutos sustentáveis e com de-sign, “que apresentem como resul-tado evidente, economia de água ede energia e acima de tudo garantiro conforto do utilizador e a anteci-

pação das normas de higiene. Éuma verdadeira cultura de em-presa que nos permite a cada dia,acompanhar os espaços sanitáriosdas colectividades e dos estabeleci-mentos de cuidados de saúde,assim como todos os locais que re-cebem público, nos seus novos de-safios”,A estratégia da empresa, nesta fase,

assenta na comunicação das solu-ções da marca que melhor se ade-quam ao momento actual. Desdetorneiras electrónicas para lavató-rio, doseadores de sabão/gel hi-droalcoólico electrónicos, sistemaselectrónicos de descarga para uri-nóis e para sanitas, todas elas solu-ções sem contacto manual. “Onosso maior desafio, é inovar cons-

tantemente, com o melhor desem-penho possível, design apelativo efuncional, que favoreçam a higienee que sejam sustentáveis na sua uti-lização. Ao conseguirmos a uniãode todos estes factores estaremos acorresponder às demandas de ummercado cada vez mais exigente e,que neste momento está a ser “ob-rigado” a adaptar as suas instala-ções sanitárias”, reforça aresponsável.Os estabelecimentos hospitalaresfazem parte da carteira de clientesda empresa, a marca tem uma“uma gama hospitalar muito diver-sificada e perfeitamente adaptadaa todos os constrangimentos naprevenção e propagação de germese bactérias. Soluções como, mistu-radoras electrónicas de lavatóriocom bica removível equipadas comuma bica filtrante antibacterianaBIOFIL, filtros e cartuchos anti-bacterianos, que permitem umaprotecção imediata dos seus utili-zadores. Não é de actualidade quefalamos, mas sim de mais de 20anos de experiência comprovada etema de discussão com propostasneste sentido”, sustenta. ■

Até ao final do ano, a empresa irá manter o foco no lançamento de novosprodutos com soluções adaptadas às necessidades dos estabelecimentosque recebem público

Delabie reafirma aposta emsoluções para espaços públicos

Isopan desenvolve módulos hospitalares

Asolução integra a utilização dospainéis de isolamento para te-lhado e fachadas de outra empresado grupo italiano, a Isopan. O pro-jecto é o resultado da sinergia entreprofissionais e empresas do sectorda saúde e assenta no processo de

pré-fabricação industrializado deestruturas hospitalares, que superao desempenho de hospitais de cam-panha ou contentores de constru-ção que se transformam eminstalações sanitárias temporárias.Criada desde a fase de planea-mento para incorporar todas asmelhores práticas e normas especí-ficas para o sector de saúde. O mó-dulo para 18 camas inclui 2 camas

isoladas, 125 m2 de salas técnicas e770 m2 de área operacional. A es-trutura é entregue 90% já pré-mon-tada e não necessita de fundações,garantindo assim tempos de mon-tagem bastante rápidos. O pro-cesso completo, desde o fabrico atéao funcionamento total, demoraapenas 69 dias.O sistema foi criado com uma es-trutura de suporte em aço que nãoprecisa de fundações. Esta estru-tura adapta-se aos sistemas de re-vestimento a seco: painéissandwich isolantes por fora e pare-des com acabamento em placaspor dentro. Tudo isso para garantira qualidade, durabilidade e rapidezde instalação.Segundo a empresa, os painéis me-tálicos isolantes são uma soluçãoque permite obter resultados per-sonalizados e garantir um elevadodesempenho de isolamento tér-

mico, insonorização, estanquei-dade e reacção ao fogo, de acordocom as mais diversas necessidades.São leves, versáteis e fáceis demontar. Os painéis são acoplados auma estrutura de aço, um materialreciclável e antissísmico, fabricadapela empresa Manni Sipre.A unidade modular centra-se noscuidados intensivos e responde àsnecessidades da emergência daCOVID-19. No entanto, as suas ca-racterísticas fazem com que sejaadequada para várias aplicações nosector de saúde, expandindo o seupotencial a longo prazo. Cada mó-dulo estrutural é projectado para serindependente do ponto de vista dainstalação e é aplicado por um sis-tema de ar condicionado controladopor computador, capaz de gerir tam-bém a pressurização e despressuri-zação de cada box e que ajuda aconter a propagação infecciosa. ■

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Apandemia da COVID-19 temprovocado uma necessidadeextraordinária de soluções para aárea da saúde em todo o mundo.Incluindo na área dos materiais deconstrução. A portuguesa Vicaimatem apostado no continuo desen-volvimento e investimento na suaLinha Hospitalar, que hoje incluiuma vasta oferta de performances

específicas e certificadas, nas ver-tentes de corta-fogo, acústico, se-gurança e corta-radiações, comdiversas opções de configuração,revestimentos e design.A empresa, tem vindo a colaborarcom as empresas de construção quecontinuam a trabalhar na renova-ção, ampliação e construção de hos-pitais ou centros médicos. Nestecontexto, a marca foi seleccionadapara responder de forma célere aprojectos na área da saúde, atravésdo fornecimento de produtos da sua

linha hospitalar, que englobam di-versas soluções técnicas Portaro(porta e aro prontos a instalar) e ou-tros, como painéis de revestimento.Entre os projectos fornecidosconsta, a norte, a recém-inauguradaala de Cuidados Intensivos do Hos-pital Pedro Hispano, em Matosi-nhos, que foi equipada com painéisignífugos para revestimento de pa-redes. Estes painéis, indicados paralocais onde a resistência ao fogo éum factor preponderante, foram re-vestidos a Dekordor HD, um lami-

Covid-19

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A pandemia criouurgência na resposta daconstrução e renovaçãodas unidades hospitala-res. Neste contexto,a Vicaima aposta nodesenvolvimento da sualinha hospitalar

Vicaima reforça Linha Hospitalar

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nado de pressão contínua, de ele-vada resistência física e química.No Funchal, um conjunto vasto depropostas da Linha Hospitalar daVicaima, foi igualmente requeridopara equipar a nova ala de interna-mento do Hospital Dr. Nélio Men-donça. De entre as quais se destacamoPortaro com resistência ao fogo até30 minutos, de abrir e vai-vém, bemcomo soluções não fogo, todas elastambémcom revestimentoDekordorHD, ideal para locais sujeitos a umuso intensivo.Com cerca 95% da sua produção di-rigida para a exportação, a empresacoloca-se entre os principais playerseuropeus no design e produção desoluções de portas de interior, por-tas técnicas, aros, roupeiros, painéise peças para mobiliário. Inovadorae criadora de tendências, a Vicaimatem uma preocupação constantepela sustentabilidade, sendo a pri-meira empresa portuguesa do sec-tor a obter a certificação FSC. ■

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Pandemia não alterouestratégia de investimento

e lançamento de novos produtos

www.construir.ptEspecial Janelas, Portas e Caixilharias

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Perante a paragem forçada, as em-presas foram obrigadas a encon-

trar alternativas paramanter os seusnegócios e postos de trabalho. À se-melhança com outras sectores daárea da construção, também o dasJanelas, Portas e Caixilharias e pro-dutos associados apontaram as fer-ramentas tecnológicas como oprincipal aliado. Ao CONSTRUIR, asempresas revelaram como o teletra-balho levou a um necessário ajustenosmétodos de trabalho, com as ne-cessárias reuniões online, mas que oprincipal desafio foi manter a activi-dade em funcionamento. Formaçãoonline para colaboradores e clientes,assim como ummaior investimentonas vendas online e reforço logísticoocuparam as empresas no períodode maior confinamento. Outras em-presas optaram por avançar com aprodução de encomendas pré-Covidou reforçar o stock para que conse-guissem dar resposta às encomen-das, no caso de eventualmente não oconseguirem através das empresasno estrangeiro.

Quebra nas vendasA redução da actividade económica,além da subsequente quebras nasvendas, irá levar a uma diminuiçãodas facturação. Esse é um facto jáassumido pelas empresas que con-tactámos. Contudo, sendo uma daspoucas actividades que não parou nasua totalidade, aguardam com ex-pectativa o retomar da normalidadeno sector das obras. Sendo um pro-blema à escala global torna-se maisdifícil prever o comportamento daeconomia e do sector na sua genera-lidade, cujos efeitos poderão perdu-rar a médio e a longo prazo.“Tudo aponta que os grandes projec-tos em curso continuarão conformeprevisto pelo que, a curto prazo,

penso que não sentiremos uma re-tracção significativa. A dúvida residenos investimentos que estão aindaem projeto e se chegarão, ou não, asair do papel”, considera RicardoVieira, director-geral da ReynaersAluminium Portugal.Mais optimista, a Schüco Portugalconsidera que “o crescimento da car-teira de projectos e pedidos de clien-tes nos últimos anos permitiuminimizar o impacto no volume denegócios”, cuja actividade se ressen-tiu principalmente emMadrid, ondea empresa tem os seus armazéns eque tiveram de fechar durante umperíodo de duas semanas. Aindaassim, a expectativas é que as conse-quências da pandemia sejam “senti-das mais a médio prazo que a curtoprazo”.“As obras em execução não vãoparar, ainda que possam sofrer al-guns atrasos, mas é possível que seadiem os inícios de novas promo-ções imobiliárias durante os próxi-mos meses”, reforça António PauloPinto, director comercial da SchücoPortugal.Já a Tecofix aponta para uma quebranos objectivos na ordem dos 15% a20%, cuja recuperação irá depender

se “o mercado reabrir de forma po-sitiva”. Para isso irá também contri-buir “o aumento da segurança” para“reduzir o receio de investimentoque ainda se faz sentir nomercado”,afirma Ana Monteiro, directora demarketing da empresa.

Trabalhar duranteo isolamentoA Deceuninck, por exemplo, apro-veitou esse período “para formar osseus clientes emdiferentes áreas: co-mercial, técnica, gestão empresarial,assim como de uso de redes sociaispara incrementar o negócio”, explicaGiorgio Grillo, director-geral da em-presa.Apesar de “privilegiar o contacto di-recto com o cliente” para a Cicomolesta fase foi uma “oportunidade parareforçar a sua resposta no atendi-mento telefónico e na loja online,com o reforço de colaboradores”,afirmou Mário Gil, CEO daquelaempresa.Já a Reynaers antecipou o Estado deEmergência e, mesmo antes de esteter sido decretado, “os trabalhado-res, cujas funções o permitiam,foram colocados em teletrabalho”,explica Ricardo Vieira, director

Cerca de 70% das empresas manteve a sua actividade, de acordo com os dados da ANFAJE. Os prejuízos nãosão ainda quantificáveis, contudo a associação do sector aponta para quebras no volume de vendas rondaramos 50%. Ainda assim, as empresas contactas pelo CONSTRUIR, consideram que o tempo de confinamento veio

reforçar necessidades básicas de conforto térmico e acústico, com um foco cada vez maior nas habitaçõespós-Covid. Uma exigência a que o sector da janelas e portas diz estar preparado e com novidades ainda este ano

geral. Ainda assim, “serviços logísti-cos e a área produtiva mantiveram-se em funcionamento para asseguraros compromissos assumidos, em-bora sujeitos a um plano de contin-gência apropriado ao contexto”.E se, por um lado, a saúde está emprimeiro lugar, esta foi, também,“uma oportunidade para acelerar aimplementação de um conjunto deprojectos na área da transformaçãodigital que já tinham em curso”, ex-plica Ricardo Vieira.Com uma vasta experiência no for-necimento de soluções integradas decolagem, isolamento e estanquici-dade para janelas, foi no mês deAbril que a Soudal sentiu umamaior“quebra na comercialização dos pro-dutos para a instalação da janela emobra, sobretudo nas obras particula-res e renovações”. Isto porque, ex-plica Rui Salgueiro Alves, IndustryBusiness Unit Director & STEPCoordinator Soudal Portugal, “osclientes não queriam os instaladoresnas suas obras”. Contudo, vendo-seforçados a adiar a instalação das ja-nelas nas obras já em curso, muitosdos fabricantes de janelas optarampor aproveitar esse período para darseguimento à carteira de encomen-

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Cortizo (Cor Vision

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das que tinha já do período pré-Covid. “Este efeito provocou um au-mento do consumo dos selantes paravidro duplo e das soluções de cola-gem e selagem utilizadas no fabricode janelas. Como resultado final,uma parte acabou por praticamentecompensar a outra”, afirmou Sal-gueiro Alves.Também para a Tecofix a actividadenão parou, já que actuam no comér-cio de ferramentas e materiais de fi-xação, e, com as medidas decontenção necessárias, mantiverama actividade das lojas físicas. Aindaassim, cerca de 60% dos colabora-dores da Tecofix deram continui-dade ao seu trabalho a partir de casa.Ana Monteiro aponta maiores difi-culdades nas primeiras duas sema-nas, “dado a redução significativa declientes nas lojas e a impossibilidadeda nossa equipa comercial continuara realizar as regulares visitas aosclientes”. Para contornar esta situa-ção, a empresa desenvolveu umplano assente no reforço da comuni-cação online. “De forma a combater-mos o impacto desta retracção nonosso negócio, reduzimos as nossascompras, adiámos os lançamentosde novos artigos, e aomesmo tempo,aumentámos a nossa comunicaçãoonline. Já estávamos a desenvolverum novo website, mas como aindanão estava concluído, acabámos porreforçar o nosso e-mail marketing, ea comunicação através das nossasredes sociais”, explica AnaMonteiro.Como objectivo de “proteger os pró-prios empregados, bem como clien-tes e fornecedores”, a Schücotambém antecipou as indicações go-vernamentais de confinamento,“tendo iniciado o trabalho a partir decasa antes que tais medidas se te-nham tornadas obrigatórias ou re-comendadas pelo Ministério daSaúde”.De acordo com director comercial,

António Paulo Pinto, o grau de digi-talização da empresa, com quase 70anos de existência, “tem sido um fac-tor diferenciador, ao longo dosanos”, o que permitiu que duranteeste período o trabalho online nãofosse muito diferente do que já éfeito num dia normal de trabalho,entre acompanhamento de projec-tos, clientes, parceiros e fornecedo-res”. Foi, ainda, para a SchücoPortugal uma oportunidade para“estar em contacto com clientes eoutros parceiros de forma online,através de eventos, formações e reu-niões”.Com uma das suas principais fábri-cas em Espanha, na Galiza, a Cor-tizo viu-se confrontada com apossibilidade de não conseguir res-ponder às encomendas já solicitadasem Portugal, devido ao encerra-mento deste tipo de actividades.Ainda assim, por se encontrar numadas regiões menos afectadas, a fá-brica apenas encerrou durante oitodias. Para contornar esta situação eminimizar o impacto nas encomen-das em Portugal, a Cortizo Portugaloptou por “aumentar em 150% ostock de perfis de alumínio e PVC,

ferragens, vedantes, acessórios e pai-nel compósito” que abasteceram oscentros logísticos da empresa emVila do Conde e RioMaior. “Isto per-mitia-nos assegurar o fornecimentode materiais ao mercado portuguêsno caso de o transporte demercado-rias entre Espanha e Portugal serrestringido”, afirmou José Santos,responsável comercial da CortizoPortugal.

Eficiência eSustentabilidadeA instalação de janelas e portas comrecurso a materiais eficientes e quepromovam uma maior reduçãoenergética pode diminuir o consumode energia por parte dos edifícios emcerca de 55%. Este dado levou a quenas últimas décadas este seja o seg-mento commaior numero de certifi-cações ambientais e desustentabilidade e com maior inves-timento ao nível do desenvolvimentode novas tecnologias. Por isso, falarde eficiência e sustentabilidade jánão é visto como uma mais-valiapara o sector, mas sim como algoque está inerente à actividade paraqualquer empresa que queira colo-car-se no mercado, tanto nacionalcomo internacional e que fazem esseo seu core business. Como nos ex-plica a Reynaers, já “não se trata deuma aposta mas sim de um pre-missa basilar do desenvolvimento deproduto e da nossa missão corpora-tiva. A Reynaers é eficiência e é sus-tentabilidade. Ponto”.Não deixa, porém, de ser um factordiferenciador no que diz respeito aestar presente nomercado e empro-jectos demaiores dimensões. Este é,ainda, um elemento que reforça a re-siliência das empresas em situaçõescomo a pandemia do Covid-19, emque as empresas precisam de se rea-daptar rapidamente.“Nenhuma empresa consegue com-

petir a nível internacional se nãofizer uma clara aposta no desenvol-vimento de soluções que permitamminimizar os efeitos nocivos dos edi-fícios no Planeta”, reforça GiorgioGrillo. “Há mais de 10 anos que aDeceuninck trabalha no sentido deaumentar as prestações dos seusprodutos, mantendo a competitivi-dade económica e apostando em so-luções 100% recicláveis”, afirma eaponta a ThermoFibra como o re-sultado desse esforço e que integra onovo sistema da marca, Elegant.Também para a Cicomol esse temsido umpercurso de “vários anos” deinvestimento e que culminou na co-lecção de portas ecofriendly apre-sentadas em 2015, assim como acertificação da empresa com refe-rência ao FSC e a certificação am-biental com o referencial normativoNP EN ISSO 14001.“A aposta na inovação sempre foiuma das principais característicasda identidade daCortizo”, indica José Santos. Umaestratégia que irá manter-se segura-mente, garante, de forma a respon-der a todo um sector,nomeadamente os arquitectos, queassim o exigem. “No nosso sector aarquitectura vai continuar a solicitarsistemas de janelas e portas que con-tribuam para reduzir o consumoenergético das habitações, que me-lhoremo conforto de quemas habitae que maximizem a superfície devidro por forma a incrementar a en-trada de luz natural nas várias divi-sões”. Este último aspecto tornou-seainda mais importante perante apandemia “devido à necessidade deconfinamento da população queacabou por transformar as nossashabitações em lugares para perma-necermuito tempo, para actividadesde lazer, trabalho e não como espa-ços de passagem como eram conce-bidos, principalmente nos últimos

Reynaers (MasterLine 8 SoftTone)

Deceuninck thermofibra

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Cicomol - Porta 1F Carvalho Serrado

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anos”, afirma José Santos.A procura de soluções e inovaçõestecnológicas tem caracterizado, tam-bém, a estratégia da Schüco para omercado da construção. “Mais doque mais-valia, é uma atitude”.Desde há vários anos que a empresatem cooperado com a WWF e émembro fundador da AluminiumStewardship Initiative desde 2014,com “o objectivo de desenvolver“standards” válidos a nível mundialpara toda a cadeia de fornecimento,incluindo a certificação por tercei-ros, para fabricar o alumínio deforma sustentável”.“A Schüco tem colocado a fasquiados seus produtos em níveis supe-riores não só ao de outros produtosdisponíveis no mercado, como in-clusive às exigências actuais defini-das em documentos normativos eleis, ainda que tenham disponíveisprodutos para todo o tipo de consu-midores e necessidades”, reitera An-tónio Paulo Pinto.Isso significa que nos sentimos pre-parados para fazer face a estas exi-gências, tendo produtos quecumprem totalmente com os maiselevados requisitos, por exemplopara certificações Passiv Haus,BREAM, LEED, Cradle to Cradle,DGNB.Muitos dos produtos Schücotêm, também, a devida certificaçãoC2C, Cradle to Cradle, base da eco-nomia circular, tendo em conta as-petos como a saúde, a reutilizaçãoem vez do desperdício”.Uma das áreas onde a Soudal temsido mais activa ao nível da eficiên-cia energética e da sustentabilidade éno sector das janelas. De acordo comRui Salgueiro Alves, a Soudal “estápresente em todas as fases da cadeiade valor, não só com soluções que sa-tisfazem todas as exigências do mer-cado, mas também com abordagensinovadoras que trazem valor agre-gado para todos os intervenientes doprocesso: arquitectos e projectistas,fabricantes, instaladores e cliente

final”, comdestaque para as soluçõesselantes para o fabrico de vidro duploisolante e as soluções para a instala-ção eficiente de janelas eficientes.Esta estratégia levou inclusive à “rup-tura” na formade instalação tradicio-nal de janelas emPortugal, “propondosoluções integradas ao nível do isola-mento térmico e acústico e estanqui-dade ao ar e à água, com clarasmelhorais no desempenho da janelainstalada”, reforçaaquele responsável.

NovidadesAs estratégias de lançamento denovos produtos é um dos pontosaltos de qualquer empresa e,mesmonumperíodo de incerteza e emplenapandemia, as empresas preparamal-gumas novidades que deverão estar

nomercado até ao final do ano. Cria-tividade e inovação são os pontoschave para uma indústria competi-tiva e que se destaca pela capacidadede acrescentar sempre algo mais aosseus produtos.Dentro de poucas semanas a Deceu-ninck irá lançar no mercado o novosistema Elegant. Trata-se de “umaplataforma versátil graças ao revolu-cionário conceito iCOR, com a suaestética exterior nunca antes vista emjanelas e portas de PVC, de altas pres-tações graças àThermoFibra”, afirmaGiorgio Grillo. A estes, “juntamos oProtex 2.0, a evolução da actual caixade estore com altas prestações térmi-cas e acústicas e com a inovadoraforma de fabrico que permite ofere-cer ao usuário final uma caixa dealtas prestações, por um preço bas-tante competitivo, e 100% reciclável.

Ao nível das portas, a Cicomol prevê“apresentar novosmodelos, especial-mente na área técnica commelhora-mentos na questão da acusticidade eda resistência ao fogo, para além deque aumentaremos também os aca-bamentos disponíveis em todas as co-lecções”, refere Mário Gil.Quem também está a apostar na ino-vação é a Veka. A companhia está apromover o Spectral, uma nova tec-nologia de acabamentos para siste-mas de perfis em PVC. “Pioneira emrelação ao desenho e tacto superfi-cial, combina a lacagem e folheaçãonuma única e inovadora solução desuperfícies semperder rendimento emanutenção das qualidades estéticasinerentes aos perfis de PVC VEKA”,assegura a empresa, acrescentandoque essa condição resulta da “com-binação do desenho e uma excelente

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Soudal

SchA?co (Tueren_06_Buero_03)

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ADENE: QUEREMOS QUE A ETIQUETA CLASSE + “CONSTITUA A PRI-MEIRA REFERÊNCIA DOS CONSUMIDORES”

As janelas foram identificadas como o produto de maior valor acrescentado para as empresas e com maior im-

pacto positivo para os moradores ou utilizadores dos imóveis. Neste contexto, a ADENE – Agência para a Ener-

gia, em colaboração com várias associações empresariais e de I&D sectoriais, desenvolveu o sistema de

etiquetagem energética de produtos Classe+. Tendo como base um sistema semelhante ao já utilizado na etiqueta

energética dos electrodomésticos, o Classe + permite “contribuir para a valorização dos elementos dos edifícios

que não dispõem de etiqueta energética europeia, como janelas, isolamentos, películas de vidro, entre outros, que

permita às empresas, de forma voluntária, classificar e valorizar os seus produtos numa escala da F (menos efi-

ciente) a A+ (mais eficiente)”, refere a Agência. Em colaboração com a ANFAJE, as janelas foram o primeiro pro-

duto a ser classificado segundo este sistema. A substituição de uma janela vulgar, de vidro simples e sem corte

térmico, por uma janela com etiqueta Classe+ com classificação “A+” permite reduzir em, pelo menos, 55% as per-

das de energia associadas a esse elemento. Neste sentido, a ADENE, em conjunto com a ANFAJE, avançou para

a classificação das janelas de acordo com este sistema, sendo o primeiro produto a integrar esta mesma classifi-

cação. “Com a etiquetagem de janelas Classe+ queremos desmistificar e simplificar a escolha de investimentos

no mercado de reabilitação energética. Ou seja, que a etiqueta energética constitua a primeira referência dos con-

sumidores quando procuram e avaliam as melhores soluções para a suas novas janelas”, reforça, ainda, a ADENE.

Além do site www.classemais.pt, onde está disponível toda a informação, foram lançados, recentemente, dois guias

de apoio ao consumidor: o guia “3 Passos para Janelas Eficientes”, para orientação na consulta às empresas e na

avaliação dos orçamentos, e o “Guia Técnico de Janelas Eficientes CLASSE+”, onde é possível conhecer mais em

detalhe os aspectos técnicos a considerar na aquisição de janelas. O objectivo passa por promover “umamaior apli-

cação das janelas eficientes quer em obras de reabilitação quer em obras novas, já que estas são elementos do-

minantes nas fachadas, e um dos principais contribuintes para o desempenho energético dos edifícios”.

“Os projectos já iniciados de desen-volvimento de novos produtos irãotambém ter continuidade na Schüco,tanto a nível central como na filialpara a Península Ibérica”, afirmouAntónio Paulo Pinto. Trata-se não sóde dar continuidade à responsabili-dade de “inovar e elevar o nível do

mercado”, como também “uma res-ponsabilidade para o mercado daconstrução e para comos nossos par-ceiros que fabricam e instalam siste-mas Schüco”, reforça o directorcomercial que aponta ainda este anoe 2021 para que algumas dessas ino-vações estejam disponíveis no mer-cado. “A estratégia da Soudal para osector das janelas não sofrerá altera-ção”, confirmou, também SalgueiroAlves que recorda que “a abordagemda Soudal a este mercado não secentra em produtos, mas em siste-mas integrados de produtos que emconjunto valem domais que o soma-tório das partes”. A aposta conti-nuará, por isso, no sentido de“trabalhar conjuntamente com osnossos parceiros (detentores de siste-mas, fabricantes de vidro duplo e dejanelas, instaladores e cliente final).Nesta área pretendemos reforçar anossa imagem de especialistas em“Soluções do Vidro à Parede”. Esteano será, ainda umano de novidadespara a Tecofix, que “irámanter os ob-jetivos e novidades/ lançamentos pre-vistos”. O destaque vai para o reforçoda comunicação digital dessas mes-mas novidades e cujo lançamentodeverá ser antecipado no novo web-site recentemente concluído. ■

alocamos à investigação, desenvolvi-mento de produto e inovação de ser-viços ou processos”. “Esta decisãoaplica-se também ao mercado por-tuguês que está a sair desta crise desaúde pública com uma imagemmuito positiva aos olhos dos investi-dores estrangeiros”, acrescentou.

técnica nunca vista até hoje, é criadauma estética única de alto valor queproporciona às superfícies de janelasuma nova dimensão capaz de desen-volver projectos que estimulam ossentidos”. “As suas fantásticas carac-terísticas técnicas proporcionam aoperfil uma grande durabilidade e re-sistência à intempérie, aos riscos e àabrasão de modo a cumprir as exi-gências mais altas, mantendo um as-pecto impecável ao longo de toda avida útil da janela. Esta nova tecnolo-gia, únicanomercado, consegueumasuperfície sem reflexos que repele asmarcas e a humidade e é fácil de lim-par, basta um pano húmido”, asse-gura a empresa.Também José Santos, da Cortizo, re-velou que se encontram a trabalharcom a equipa de Investigação, De-senvolvimento e Inovação (I&D+i)para apresentar algumas novidadesaos clientes até ao final do ano quevão ao encontro das novas tendên-cias pós-Covid para as habitações enas quais as “janelas têm um grandeprotagonismo, como elemento ar-quitectónico que, simultaneamente,nos conecta e isola do exterior”.Ricardo Vieira, da Reynaers refor-çou, também, que “a pandemia emnada veio mudar os recursos que

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Sistema de fixação Tecofix Spit Paslode

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Opinião

Metade das empresas do Sector das Janelas, Portas e Fachadas não recorreu, nem pensa vir a recorrer, às me-didas de apoio disponibilizadas pelo Governo para combate à pandemia Covid-19, ainda que considerem queestas estão à altura das expectativas. Durante o Estado de Emergência, quase 70% das empresas do sector man-tiveram-se em funcionamento. Das que mantiveram em funcionamento, cerca de 30% recorreram ao “lay-off”parcial, enquanto que mais de 50% não tiveram necessidade de recorrer. As empresas do sector continuam ex-pectantes face ao futuro mais próximo, relativamente à evolução da pandemia e dos seus efeitos, esperando quea retoma no segmento dos clientes particulares poderá demorar mais, devido à perda de confiança e de rendi-mento das famílias.Ainda de acordo com o inquérito que a ANFAJE realizou juntos das empresas Associadas, conclui-se que as que-bras no volume de vendas, entre Março e Abril, foram entre 25 e os 50% para cerca de 40% das empresas, en-quanto que 25% destas viram o seu volume de vendas diminuir em mais de 50%. O sector registou piorespercentagens nos pedidos de orçamento, tendo-se verificado uma diminuição entre 10 e 50% em 50% das em-presas, e apenas 18% não registaram menos pedidos de orçamentos para a substituição ou aquisição de jane-las eficientes. O inquérito permite concluir ainda que o pior se passou ao nível das adjudicações de orçamentoscom cerca de 90% das empresas a registarem quebras em comparação com os primeiros dois meses do ano (Ja-neiro e Fevereiro de 2020). Dessas quebras, 75% registaram-se no mercado das obras particulares.Neste contexto, nos meses de Março e Abril, cerca de 75% das empresas inquiridas dizem ter registado uma que-bra na produção entre 10 a 50% e cerca de 80% não conseguiu instalar as janelas, quer devido às limitações im-postas pelo Estado de Emergência, quer devido às desistências de grande parte dos clientes particulares.Do inquérito resulta ainda alguns dados positivos: mais de 60% das empresas demonstrou não ter tido proble-mas na cadeia de abastecimento; 25% não teve quebras na exportação e nenhuma empresa encerrou totalmentea sua actividade.Questionados sobre os desafios que antecipam para os próximos seis meses, os Associados da ANFAJE destacama gestão de tesouraria, liquidez e recebimentos dos clientes, a redução nos pedidos e adjudicações de orçamen-tos e a incerteza socioeconómica. Recordando que o Sector das Janelas, Portas e Fachadas não parou face àsameaças da pandemia, os Associados da ANFAJEmantêm-se na expectativa perante a incerteza socioeconómica,com uma forte confiança e vontade de “virar o jogo”, arregaçando as mangas. Acreditamos que é tempo para re-pensar as estratégias das empresas, as quais deverão passar por uma adaptação ao mercado e às novas formas deabordar e interagir com os clientes. Estas mudanças que vieram para ficar, impõem uma aceleração da digitali-zação como forma de promoção de produtos e serviços junto dos clientes, com a criação de showrooms virtuais,recurso à realidade aumentada e um reforço do posicionamento das empresas nas redes sociais e web. Cremosque serão necessárias uma capacidade de liderança forte, persistência e uma enorme motivação para vencer asadversidades do percurso. No entanto, estamos confiantes de que os investimentos no Sector da Construção e doImobiliário vão manter-se, o que terá efeitos positivos no Sector das Janelas, Portas e Fachadas.Até porque a Covid-19 não trouxe só aspectos negativos ao Sector das Janelas, Portas e Fachadas eficientes;trouxe também oportunidades, uma vez que o confinamento e o teletrabalho levaram as pessoas a valorizar maisaspectos como o conforto térmico e acústico das suas casas, bem como a qualidade do ar interior, a luz natu-ral e a eficiência energética para não verem disparar as suas facturas energéticas. E as características da jane-las, portas e fachadas eficientes respondem positivamente a todas estas novas necessidades.Sob o lema «Todos Juntos na defesa do Sector das Janelas, Portas e Fachadas», a ANFAJE disponibilizou, desdeo primeiro momento, toda a informação útil para as empresas e seus trabalhadores, acompanhando a perma-nente actualização de medidas e programas que foram sido lançados pelo Governo português, elaborando igual-mente, vários documentos com recomendações e orientações. Em suma: a ANFAJE considera que manter aactividade das empresas e o sector a funcionar, será fundamental para uma recuperação mais rápida dos im-pactos da pandemia Covid-19. ■

NOTA: O CONSTRUIR manteve a grafia original do artigo

Covid-19: um momentode dificuldades, mastambém de enormesdesafios e oportunidadespara o sector

João Ferreira Gomes

arquitecto e presidente da

Associação Nacional dos

Fabricantes de Janelas

Eficientes (ANFAJE)

“De acordocom oinquérito que aANFAJErealizou juntosdas empresasAssociadas,conclui-se queas quebras novolume devendas, entreMarço e Abril,foram entre 25e os 50% paracerca de 40%das empresas,enquanto que25% destasviram o seuvolume devendasdiminuir emmais de 50%”