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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMIÁRIDO CAMPUS MOSSORÓ CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS WAGNER MOURA DOS SANTOS AVALIAÇÃO DO NÍVEL DE DIVULGAÇÃO DAS INFORMAÇÕES CONTÁBEIS NOS PORTAIS ELETRÔNICOS DOS MUNICÍPIOS DO RIO GRANDE DO NORTE E A RELAÇÃO COM SUAS CARACTERÍSTICAS SOCIOECONÔMICAS. MOSSORÓ-RN 2013

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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMIÁRIDO

CAMPUS MOSSORÓ

CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

WAGNER MOURA DOS SANTOS

AVALIAÇÃO DO NÍVEL DE DIVULGAÇÃO DAS INFORMAÇÕES CONTÁBEIS NOS

PORTAIS ELETRÔNICOS DOS MUNICÍPIOS DO RIO GRANDE DO NORTE E A

RELAÇÃO COM SUAS CARACTERÍSTICAS SOCIOECONÔMICAS.

MOSSORÓ-RN

2013

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WAGNER MOURA DOS SANTOS

AVALIAÇÃO DO NÍVEL DE DIVULGAÇÃO DAS INFORMAÇÕES CONTÁBEIS

NOS PORTAIS ELETRÔNICOS DOS MUNICÍPIOS DO RIO GRANDE DO NORTE

E A RELAÇÃO COM SUAS CARACTERÍSTICAS SOCIOECONÔMICAS.

Monografia apresenta a Universidade Federal

Rural do Semiárido – UFERSA, campus

Mossoró para obtenção do título Bacharel em

Ciências Contábeis.

Orientador (a): Prof. M.Sc. Dimas Barrêto de

Queiroz – UFERSA.

MOSSORÓ-RN

2013

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Ficha catalográfica preparada pelo setor de classificação e catalogação

da Biblioteca “Orlando Teixeira” da UFERSA

S237a Santos, Wagner Moura dos.

Avaliação do nível de divulgação das informações

contábeis nos portais eletrônicos dos municípios do Rio

Grande do Norte e a relação com suas características

socioeconômicas / Wagner Moura dos Santos. -- Mossoró,

RN : 2013.

43f. : il.

Orientador: Profº. M. Sc. Dimas Barrêto de Queiroz.

Monografia (Graduação) – Universidade Federal Rural do

Semi-Árido, Graduação em Ciências Contábeis, 2013.

1. Teoria da divulgação. 2. Evidenciação. 3. Municípios.

I. Título.

CDD: 657 Bibliotecária: Marilene Santos de Araújo

CRB-5/1033

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WAGNER MOURA DOS SANTOS

AVALIAÇÃO DO NÍVEL DE DIVULGAÇÃO DAS INFORMAÇÕES CONTÁBEIS

NOS PORTAIS ELETRÔNICOS DOS MUNICÍPIOS DO RIO GRANDE DO NORTE

E A RELAÇÃO COM SUAS CARACTERÍSTICAS SOCIOECONÔMICAS.

Monografia apresenta a Universidade Federal

Rural do Semiárido – UFERSA, campus

Mossoró para obtenção do título Bacharel em

Ciências Contábeis.

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RESUMO

Partindo do princípio de que a evidenciação possui o papel relevante na redução da assimetria

informacional existente na relação entre a sociedade e os governantes eleitos, percebe-se a

existência de uma obrigatoriedade por parte dos gestores em divulgar, prestar contas de seus

feitos perante a sociedade, de maneira que seja mantida sua autenticidade. O objetivo dessa

pesquisa consistiu em elaborar um índice de disclosure (divulgação) dos 167 municípios do

estado do Rio Grande do Norte, baseado na perspectiva da Teoria da Divulgação e

accountability em entidades públicas, bem como verificar se existe relação entre esse índice e

as características socioeconômicas dos municípios. O índice de disclosure foi construído

através de um checklist estruturado em duas classes, informações sobre planejamento

municipal e informações de caráter contábil, financeira e fiscal. O índice de disclosure foi

correlacionado às características socioeconômicas através do teste de Spearman. Os

resultados mostraram que Natal é o município com o maior índice de disclosure (100%)

seguido por Macaíba com 87,50%. As evidências apontam ainda que os maiores e mais

desenvolvidos municípios tendem a divulgar um pouco mais de informações que os

municípios menores e menos desenvolvidos.

Palavras-chave: Teoria da Divulgação. Evidenciação. Municípios.

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ABSTRACT

Assuming that the disclosure has a significant role in reducing the informational asymmetry

in the relationship between society and elected officials, it is clear that there is an obligation

on the part of managers to disclose, account for their deeds in society so as to maintain its

authenticity. The objective of this research was to develop an index of disclosure (disclosure)

of the 167 municipalities in the state of Rio Grande do Norte, based on the perspective of

Disclosure Theory and accountability in public and see if there is a relationship between this

index and the characteristics socioeconomic municipalities. The disclosure index was

constructed through a checklist divided into two classes, information on municipal planning

and information of an accounting, financial and tax. The disclosure index was correlated with

socioeconomic characteristics by Spearman test. The results showed that Natal is the

municipality with the highest level of disclosure (100%) followed by Macaíba with 87.50%.

The evidence shows that even the largest and most developed cities tend to spread a bit more

information than the smaller and less developed counties.

Keywords: Theory of Disclosure. Disclosure. Municipalities.

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LISTA DE QUADROS

Quadro 01: Característica da Divulgação das Categorias de Pesquisas. ................................ 13

Quadro 02: Esboço de Informações fundamentais na pesquisa.. ........................................... 21

Quadro 03: Informações e aspectos a serem analisados no momento da coleta. ................... 23

Quadro 04: Conceitos atribuídos aos índices de disclosure. .................................................. 24

Quadro 05: Variáveis utilizadas na pesquisa .......................................................................... 25

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Interpretação da correlação .................................................................................. 27

Tabela 2 - Resumo dos disclosure por grupo considerando a totalidade ( item 1 e 2). .......... 27

Tabela 3 - Resumo dos disclosure por grupo considerando os municípios com divulgação

( item 1 e 2) ............................................................................................................................. 28

Tabela 4 - Índice de disclosure por grupo .............................................................................. 28

Tabela 5 - Índice de disclosure das entidades estudadas ....................................................... 30

Tabela 6 - Resumo dos conceitos de divulgação .................................................................. 31

Tabela 7 - Teste de normalidade das variáveis ....................................................................... 31

Tabela 8 - Correlação de Spearman entre as variáveis ........................................................... 32

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 9

2 REFERENCIAL TEÓRICO ........................................................................................... 11

2.1 TEORIA DA DIVULGAÇÃO ......................................................................................... 11

2.2 TRANSPARÊNCIA GOVERNAMENTAL .................................................................... 13

2.3 PRESTAÇÃO DE CONTAS (ACCOUNTABILITY) EM ENTIDADES PÚBLICAS .... 18

3 METODOLOGIA .............................................................................................................. 20

3.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA ................................................................................ 20

3.2 UNIVERSO DA PESQUISA ........................................................................................... 22

3.3 COLETA DE DADOS ..................................................................................................... 23

3.4 HIPÓTESES DE PESQUISA ........................................................................................... 25

3.5 TRATAMENTO E PROCESSAMENTO DOS DADOS ................................................ 26

4 ANÁLISE DOS RESULTADOS ...................................................................................... 27

4.1 DESCRIÇÃO DOS ACHADOS ...................................................................................... 27

4.2 TESTES DE CORRELAÇÃO.......................................................................................... 31

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................ 32

REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 34

APÊNDICE A- Resumo dos índices apurados na pesquisa. .................................................. 37

ANEXO A - Municípios do Rio Grande do Norte ................................................................. 41

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1. INTRODUÇÃO

Partindo do princípio de que o Estado foi criado com a finalidade de representar os

interesses da sociedade, seus representantes passam a ter uma responsabilidade relevante

dentro do contexto social, atendendo aos interesses dos cidadãos comuns nas áreas de

educação, saúde, segurança, entre outras. No Brasil, os representantes do Estado, são

escolhidos por meio de processo eleitoral direto, que por um período determinado, são

responsáveis pela gestão pública.

O regime democrático impulsiona o aumento da demanda social por ações

governamentais e a respectiva transparência desses atos, tornando assim, o Estado mais

responsável pela busca de estrutura e capacidade para suprir essa demanda e produzir

resultados que sejam satisfatórios aos diferentes segmentos da sociedade. Esses desafios que

nascem no âmbito da gestão pública a torna cada vez mais adequada às boas práticas de

governabilidade.

O primeiro instrumento legal utilizado para tratar a respeito da gestão de finanças

públicas foi elaborado em uma época em que segundo Martins (1995), a administração

pública estava em um processo de melhoramento e modernização, haja vista que era um dos

compromissos básicos do regime implantado em 1964, no caso, o Regime Militar. A Lei n°

4.320/64 instituiu Normas de Direito Financeiro para o âmbito da administração pública. Este

é considerado o marco inicial de uma administração democrática com bases liberais.

Com a Constituição da República de 1988, aspectos da administração pública foram

aprimorados, especificamente, o controle das contas públicas com o objetivo de tornar as

ações governamentais mais transparentes diante dos seus mais diversos interessados. A lei de

responsabilidade fiscal foi outra ferramenta de grande relevância nesse processo de

aperfeiçoamento na gestão pública. Normas, limites e restrições para planejamento e controle

tornaram a administração pública mais responsável.

O perfil do gestor público passou por um processo de mudança em função da

exigência de eficácia e eficiência das ações governamentais. Esse fato exigiu da Contabilidade

Governamental, não apenas a função de prestação contas, mas, sobretudo, o papel de auxílio à

tomada de decisão. A transparência deveria ser generalizada, de modo que a

compreensibilidade das informações chegue ao alcance de todas as pessoas, já que estas são

consideradas stakeholders, interessadas na administração pública.

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Entende-se que o Governo deve oferecer meios para que informações sobre a entidade

sejam disponíveis de maneira confiável aos seus usuários para que seus respectivos interesses

sejam satisfeitos.

A LRF enfatiza a importância da Transparência das contas públicas e sua devida

publicação em meios eletrônicos, de maneira que essa informação seja o pressuposto de um

controle externo (sociedade). São instrumentos de transparência da gestão fiscal, segundo a

LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal): os planos, orçamentos e leis de diretrizes

orçamentárias; as prestações de contas e o respectivo parecer prévio; o Relatório Resumido da

Execução Orçamentária e o Relatório de Gestão Fiscal; e as versões simplificadas desses

documentos. Esses instrumentos terão ampla divulgação, inclusive em meios eletrônicos de

acesso público. Partindo desse princípio, poderá existir uma cobrança por uma gestão pública

responsável.

A compreensibilidade dos dados e das informações pelos usuários é uma condição

indispensável. A Transparência das contas públicas em conformidade com a legislação

pertinente é uma política de gestão responsável, favorecendo o exercício da cidadania.

Dentro desse contexto, entende-se que a gestão pública tem a “obrigação de informar”,

através da divulgação de informações de caráter financeiro, econômico e fiscal em meios

acessíveis para manter um relacionamento confiável entre Estado e população e,

consequentemente, minimizar a assimetria informacional existente entre essas duas partes. A

prestação de contas deve ser transparente ao ponto em que atos da gestão efetuados dentro de

um determinado período estejam expressos de maneira coerente e clara nas divulgações.

Baseado no pressuposto da teoria da divulgação (disclosure) e da prestação de contas

(accountability) nas entidades públicas surge o seguinte questionamento: Qual a relação entre

o índice de disclosure das informações contábeis nos portais eletrônicos dos municípios do

Rio Grande do Norte e suas características socioeconômicas? O objetivo desse trabalho

consiste em construir um índice de disclosure e correlacioná-lo às características

socioeconômicas dos municípios do Rio Grande do Norte. Para atingir tal objetivo, os testes

de correlação de Pearson e Spearman foram utilizados.

Dada a importância da divulgação de informações sobre a administração pública para

a sociedade, justifica-se essa pesquisa no sentido de averiguar o nível e a forma de divulgação

de informações contábeis governamentais pelos portais eletrônicos dos municípios do Rio

Grande do Norte.

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2. REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 TEORIA DA DIVULGAÇÃO

Segundo Salotti e Yamamoto (2005), a “Teoria da Divulgação” (em inglês, theory of

disclusore) vem sendo estudada desde a década de 80 pela pesquisa positiva internacional em

Contabilidade.

As discussões acerca da teoria da divulgação envolvem a ideia de que se a mesma

deve ou não ter uma teoria unificada, estruturada e abrangente ou deve-se explicar esse

fenômeno através da teoria dos jogos, em que a própria empresa decide ou não divulgar suas

informações. Para Verrecchia (2001) apud Avelino (2011), não há uma teoria que abranja e

seja sólida com relação às informações emitidas pelas organizações, de forma que há um

conjunto de direcionadores que ajudam a integrar os estudos. De acordo com Salotti e

Yamamoto (2005, p.54):

O principal objetivo dessa linha de pesquisa é explicar o fenômeno da

divulgação das informações financeiras, a partir de diversas perspectivas,

como por exemplo, determinar qual é o efeito da divulgação de

demonstrações contábeis no preço das ações, explicar quais as razões

econômicas para que determinada informação seja divulgada

voluntariamente etc.

Uma empresa deve divulgar informações reguladas por lei, mas, também, pode

divulgar outras informações que sejam úteis para a tomada de decisão dos Stakeholders.

Dessa forma, pode-se dizer que existe a divulgação compulsória, onde a empresa

compromete-se em divulgar informações relevantes previstas em leis, bem como a divulgação

voluntária, onde informações que não são reguladas por lei são divulgadas para oferecer aos

interessados uma maior transparência.

Verrecchia (2001) elabora uma taxonomia que classifica as pesquisas sobre divulgação

em contabilidade em três categorias:

Divulgação baseada em associação. (association- based disclosure)

Divulgação baseada em Discricionariedade. (discretionary-based dsiclosure)

Divulgação baseada na eficiência. (efficiency-based disclosure)

A primeira categoria aborda os trabalhos cuja preocupação primordial é o estudo dos

efeitos exógenos do disclosure em mudanças ou inquietações nas atitudes individuais dos

investidores dentro do mercado de capitais, principalmente por meio do comportamento do

equilíbrio do preço dos ativos e volume das transações (VERRECCHIA, 2001). Para Salotti e

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Yamamoto (2005), essa análise pode ser feita através da caracterização dos efeitos da

divulgação nas ações cumulativas dos investidores, individualmente, no instante em que a

divulgação ocorre. Um exemplo dessa pesquisa é verificado entre a divulgação e mudanças de

preços.

Salotti e Yamamoto (2005) consideram que as pesquisas baseadas em associação têm

sido bem sucedidas, pois ofertam características detalhadas nas relações entre divulgação,

mudanças de preços e outros fenômenos que contextualizam o mercado.

A segunda categoria aborda a maneira como empresas e/ou administradores atuam

com discricionariedade no que tange à divulgação de informações que os mesmos possam ter

conhecimento. Autores como Fields, Lys e Vicente (2001), relacionam este tipo de pesquisa

com a “Teoria das Escolhas Contábéis” (Accounting Choices). “Na teoria de Escolhas

Contábeis, há a ideia de proxies ou imperfeições de mercado que influenciam as escolhas

contábeis por parte dos Gestores: custos de agência, assimetria de informações e

externalidades” (LIMA, 2007, p. 15).

Sendo assim, quando o processo de divulgação passa a ser analisado como um fato

endógeno, então as pesquisa criticam os motivos da divulgação ou não de uma determinada

informação e em quais condições haverá ou não a divulgação dessa informação (SALOTTI,

YAMAMOTO, 2005).

A seguir, Dye (2001, p. 184-185) mostra alguns exemplos de aplicação dessa teoria:

Considere um vendedor de carro que enfatiza a confiabilidade do carro, mas

não menciona nada do seu desempenho. A teoria permite-nos concluir que o

desempenho do carro não é muito bom. Considere alguém cujo currículo

pareça extraordinário, exceto por um período de 15 anos não mencionados

entre o colégio e a faculdade. A teoria nos permite inferir que a pessoa

estava na prisão, em uma faculdade ou relacionada com alguma outra

atividade imoral durante esse intervalo de tempo extenso. Considere uma

empresa que, na seção de destaque do seu relatório anual, repetidamente

enfatiza seu sucesso em atingir reduções de custos, mas não menciona nada

sobre as receitas. A teoria permite-nos inferir que o crescimento de receitas

da empresa foi decepcionante, mesmo antes de verificar a demonstração de

resultados da firma (tradução livre) i

Na terceira e última categoria, estão presentes as pesquisas que buscam encontrar

algumas formas de divulgação que venham a promover eficiência, ou seja, as consideradas

preferíveis incondicionalmente (SALOTTI E YAMAMOTO, 2005). Segundo Verrecchia

(2001, p.160),

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Noções de eficiência são centrais para a economia. Portanto, se um dos

objetivos da literatura sobre divulgação é estabelecer uma relação entre

divulgação financeira e contábil com a economia, a não integração da

eficiência para a discussão pode ser um descuido fatal (tradução livre)ii

A respeito da terceira categoria de pesquisa, Dye (2001, p. 224) comenta que

A maioria dos pesquisadores da área de contabilidade concordaria que,

divulgando mais informação, a firma pode reduzir o seu custo de capital,

com a possibilidade de gerar perdas através da divulgação de informação

privada. Como consequência, uma política de divulgação ótima que promove

um tradeoff entre ganhos em função do custo de capital e perdas em função

da divulgação de informação privada tipicamente envolverá a divulgação de

uma parte (mas não toda) de sua informação (tradução livre)iii

.

Diante disso, percebe-se que essas categorias possuem suas características peculiares

aplicadas aos agentes e fenômenos que contextualizam o mercado. Diferenciando-se no

momento de ocorrência da divulgação (ex ante ou ex post) e no processo de divulgação

(endógeno ou exógeno). O quadro 01 resume as informações das categorias de divulgação.

Quadro 01: Característica da Divulgação das Categorias de Pesquisas.

Categorias Momento da Ocorrência da

Divulgação (ex ante ou ex post)

Processo de Divulgação

(endógeno ou exógeno)

Associação ex post exógeno

Julgamento ex post endógeno

Eficiência ex ante não aplicável

Fonte: SALOTTI E YAMAMOTO (2005 , p.56)

A partir do Quadro 01, depreende-se que em relação ao momento da divulgação

somente a pesquisa por “eficiência” é considerada ex ante, pois existe a condição de analisar

qual tipo de divulgação será preferível antes da sua ocorrência, buscando, assim, a eficiência

máxima nas divulgações.

As pesquisas por “associação” e “discricionariedade” (julgamento) são consideradas

ex post pelo autor. Na primeira, a empresa não estabelece uma discussão acerca dos motivos

da divulgação (exógeno). Na segunda, ela considera os motivos que irão contextualizar as

informações que a firma divulgaria.

2.2 TRANSPARÊNCIA GOVERNAMENTAL

Países que possuem um regime democrático têm adotado cada vez mais a ideia de

transparência no âmbito governamental, com intuito de tornar acessível às informações

relacionadas à gestão pública, especificamente, a política fiscal e à capacidade contributiva

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(SILVA, 2011). Com a publicação da Constituição Federal de 1988 e, por consequência,

advento do Estado Democrático de Direito, a cidadania passou aos poucos a se consolidar

novamente em nosso país (QUINTANA et al, 2011). Dessa forma, o exercício da cidadania

também compreende o fato de poder participar diretamente na condução política e

administrativa do Estado, ou seja, a população também é um usuário das informações

produzidas pela gestão pública. Essas, por sua vez, devem ter caráter confiável, ou seja, “está

fundamentada na veracidade e na validade do seu conteúdo, a ponto de tornar-se uma

ferramenta aceita e utilizada, tanto para avaliação quanto para decisão do usuário” (ROSA,

2011, p.11).

Segundo Silva (2011), conhecer e determinar os tipos de usuários é uma obrigação das

entidades públicas e das pessoas responsáveis pela escrituração e elaboração do sistema

contábil do respectivo Governo, pois o contribuinte tem o direito de conhecer a posição real,

partindo do princípio básico da transparência na Gestão estabelecida pela Lei de

Responsabilidade Fiscal.

Entende-se que o Governo deve oferecer meios para que informações referentes à

entidade sejam disponíveis de maneira confiável aos seus usuários para que seus respectivos

interesses sejam satisfeitos. As informações providas da contabilidade “proporcionam o

acompanhamento permanente da situação da entidade em questão, da sua Gestão envolvendo

o início, o meio e o fim” (ANDRADE, 2012, p.5).

Segundo Szuster (2007), a contabilidade é uma ciência basicamente utilitária, na qual

seu principal produto são informações para planejamento e controle, bem como a

evidenciação de informações relacionadas à natureza patrimonial, econômico e financeiro da

entidade. “Entende-se nos tempos atuais, a contabilidade como uma técnica capaz de

produzir, com oportunidade e fidedignidade, relatórios que sirvam à administração no

processo de tomada de decisões e de controle de seus atos” (KOHAMA 2010, p. 25). Sendo

assim, a contabilidade é a ferramenta principal para elaboração de resultados necessários para

tomada de decisão e exercício da cidadania, já que essas informações são de grande

importância para o controle social, ou seja, controle sobre o uso do patrimônio público.

Diante do contexto de conscientização em que sociedade passa, é de grande relevância

que as informações produzidas pela contabilidade, especificamente, aplicada ao setor público,

sejam acessíveis e compreensíveis, tendo em vista que os recursos utilizados para manutenção

da sociedade provocará uma satisfação social. “Uma vez obtidos os meios financeiros, cabe

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ao Estado aplicá-los no pagamento de pessoas e bens utilizados na criação e manutenção dos

diversos serviços públicos” (SILVA 2011, p.9).

Dessa forma, na medida em que as entidades públicas trabalham para atender às

necessidades da sociedade, elas arrecadam e utilizam recursos que pertencem de alguma

forma, a própria sociedade. Nesse sentido, espera-se que a administração pública possua

responsabilidade na gestão fiscal e permita o acesso dos cidadãos às informações,

assegurando assim, a transparência e configurando a existência da credibilidade entre pessoas

e o governo.

Segundo Oliveira et al. (2009, p.2), “Nas últimas décadas, emergiram nas

organizações públicas a importância da transparência e da eficiência nos processos e a busca

de qualidade e eficácia dos serviços administrativos”. O mesmo autor ressalta que para

atender esses compromissos o Estado brasileiro está criando novos modelos institucionais, ou

seja, uma mudança da cultura burocrática para uma cultura gerencial. Sendo assim, percebe-se

que princípios como disclosure e accountability são essenciais nesses formatos institucionais

que estão surgindo com o objetivo de tornar a informação mais transparente a todos os

usuários, principalmente à sociedade.

A transparência vai além da obrigação de informar, passa a ser desejo de disponibilizar

informações de interesse particular aos interessados (stakeholders), não se limitando somente

aquelas impostas por lei ou regulamento. A transparência adequada provoca um clima de

confiabilidade, tanto no aspecto interno como externo da entidade (Instituto Brasileiro de

Governança Corporativa, IBGC, 2009).

Segundo Jund (2006), a Lei de Responsabilidade Fiscal foi uma ferramenta que

proporcionou normas de planejamento e controle mais eficientes, formas que proporcionem o

controle efetivo da gestão do Governo passaram a ser estudadas pelo gestor público,

procurando sempre a transparência dos demonstrativos contábeis e financeiros de maneira que

todos os cidadãos compreendam a ação dos governantes. Controle, por sua vez, “é a aplicação

dos métodos de acompanhamento e fiscalização dos atos, fatos e das demonstrações oriundas

destes, buscando o aperfeiçoamento e a integridade da entidade” (ANDRADE, 2012, p.7).

Com o intuito de esclarecer dúvidas sobre o controle das contas públicas, o Governo

Federal, publicou a Lei ° 9.755/98, o primeiro instrumento normativo que dispõe sobre a

criação de homepage na internet, pelo Tribunal de Contas da União, para divulgação dos

dados e, dá outras providências. Com a publicação de informações relevantes para efeito

fiscalizatório das contas e ações governamentais, aspectos relacionados ao montante de cada

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um dos tributos arrecadados pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal e pelos

Municípios, bem como os recursos recebidos por esses, os balanços consolidados, os

orçamentos dos exercícios, os resumos dos instrumentos de contratos ou aditivos, relações

mensais de compras, entre outros aspectos. Pode-se considerar que a referida Lei foi uma peça

fundamental nesse processo de democratização das informações referentes à gestão pública.

A instrução normativa n° 28/99 estabeleceu regras para a implementação e

funcionamento do instrumento que trata a Lei 9.755/98. Tornando assim as informações

governamentais mais transparentes e acessíveis a sociedade.

Os fatos e atos apresentados de forma clara e transparente faz com que o meio social

acredite que suas ações foram efetuadas dentro da legalidade e moralidade exigida pela

sociedade (NUNES et al, 2012). A evidenciação possui papel essencial na redução da

assimetria informacional existente na relação entre a sociedade e os governantes eleitos,

assim, os governos têm por obrigação prestar contas de seus atos perante a sociedade

(AVELINO et al, 2011). O principal (sociedade) não tem o mesmo nível de acessibilidade às

informações que os agentes (governo), gerando, com isso, uma desconfiança em relação a

utilização dos recursos públicos, que por direito pertence a própria sociedade. O art. 5° da

constituição Federal, assim determina:

Art. 5° Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,

garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a

inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, á segurança e à propriedade,

nos termos seguintes:

[...]

XIV- é assegurado a todos à informação e resguardado o sigilo da fonte,

quando necessário ao exercício profissional;

[...]

XXXIII- todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu

interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no

prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo

seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado;

[...]

LXXIII- qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise

anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado

participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente a ao patrimônio

histórico e cultural [...]

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Assim, o conflito de agência surge quando o Principal dispõe de um menor grau de

informação que o Agente, podendo este último tomar decisões diferentes do interesse do

primeiro. (QUINTANA et al, 2011). Logo, a transparência está intimamente ligada a um dos

objetivos primordiais da contabilidade que é fornecer informação para cada tipo de usuário.

Segundo o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa, IBGC (2009), o diretor-

presidente deve garantir a prestação de informações aos stakeholders, além das que são

obrigatórias por lei ou regulamento. De maneira que essa comunicação seja feita de maneira

clara, prevalecendo a substância sobre a forma. Para Slomski (2009 p.132), “A comunicação

não deve restringir-se ao desempenho econômico-financeiro, mas deve contemplar também

fatores (inclusive intangíveis) que norteiam a ação empresarial e que conduzem a criação de

valor.” Ou seja, a diretoria deve buscar uma linguagem compreensível ao público-alvo em

questão. Especificamente, a Gestão pública precisa alcançar um conjunto de objetivos sociais

e políticos, de maneira que as restrições e prestação de contas aos stakeholders sejam

obedecidas, conforme a Lei.

Em relação ao disclusore na Gestão Púbica, a Lei Complementar nº 101/2000,

conhecida como Lei de Responsabilidade Fiscal, assegura, através do artigo 48, que a

transparência da gestão fiscal deve seguir alguns instrumentos:

Art. 48: São instrumentos de transparência da gestão fiscal, aos quais será

dada ampla divulgação, inclusive em meios eletrônicos de acesso público: os

planos, orçamentos e Leis de diretrizes orçamentárias; as prestações de

contas e o respectivo parecer prévio; o Relatório Resumido da Execução

Orçamentária e o Relatório de Gestão Fiscal; e as versões simplificadas

desses documentos.

A Lei de Responsabilidade Fiscal é vista como um direcionador das finanças públicas,

tendo que vista que a mesma impõe limites e regras para a gestão de recursos públicos, bem

como a transparência dos planejamentos, dos relatórios referentes às ações para o controle das

atividades públicas.

Freitas (1999 p.70) apud Nunes et al.(2012 p.4), defende o princípio da publicidade e

da transparência:

No que concerne o princípio da publicidade ou da máxima transparência

quer este significar que a Administração há de agir de sorte a nada ocultar e,

para, além disso, suscitando a participação fiscalizatória da cidadania, na

certeza de que nada há, com raras exceções constitucionais, que não deva vir

a público. O contrário soaria como negação da essência do poder em

sua feição pública. De fato e no plano concreto, o Poder somente se

legitima apto a se justificar em face de seus legítimos detentores, mais do

que destinatários.

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Nesse sentido, a sociedade é mais do que um destinatário das informações referentes à

utilização de serviços públicos, é um detentor por assim dizer, dessas informações, já que

diretamente elas foram produzidas partindo do princípio que as mesmas são provenientes de

bens que pertencem diretamente ou indiretamente ao cidadão.

2.3 PRESTAÇÃO DE CONTAS (ACCOUNTABILITY) EM ENTIDADES PÚBLICAS

Segundo o IBGC (2009), a prestação de contas (accountability), deve ser feita pelos

agentes de governança, responsabilizando-se pelos seus respectivos atos e omissões. Paul

(1992) apud Avelino et al. (2011), estabelece uma concepção mais ampla ao afirmar que

accountability significa manter indivíduos e organizações passíveis de serem

responsabilizados pelo seu desempenho. Accountability pública se refere, consequentemente,

ao conjunto de abordagens, mecanismos e práticas usados pelos atores interessados em

garantir um nível e um tipo desejados de desempenho dos serviços públicos.

Segundo Araújo (2008, p. 15), “a accountability, em que pese o esforço de alguns

cultores da língua pátria em querer traduzi-la como responsabilidade, não possui uma

tradução literal para o nosso idioma ou mesmo para outras línguas de origem latina”.

Para Jund (2006 p. 606):

Com a evolução das doutrinas de administração pública, particularmente no

caso brasileiro, os administradores, seguindo a lógica da Gestão por

resultados, devem prestar contas ao contribuinte dos recursos arrecadados e

no que foram gastos ao longo do exercício financeiro, a fim de dar

transparência à gestão e apresentar os resultados alcançados no período. A

exemplo do que ocorre nas empresas privadas, quando, por força da lei, as

entidades em geral apresentam, em complemento às demonstrações

contábeis, notas explicativas e um relatório da atividades, na Administração

Pública, esses documentos são representados por tomada de contas ou

prestação de contas.

A accountability ultrapassa o conceito de responsabilidade, pois em sua essência

existe a ideia de comprometimento, obrigatoriedade de resposta, render e prestar contas. Não

é a simples prestação de contas, mas é a obrigação de prestar contas (ARAÚJO 2008).

Segundo Andrade (2012 p.375) “A prestação de contas é o demonstrativo organizado pelo

agente, entidade ou pessoa responsável, acompanhado ou não de documentos comprobatórios

das operações de receita e despesa, dos demonstrativos contábeis e seus anexos.” A CF/88

trata desse assunto no art. 70:

Art.70. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e

patrimonial da União e das entidades da administração direta e indireta,

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quanto à legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções

e renúncia de receitas, será exercida pelo Congresso Nacional, mediante

controle externo, e pelo sistema de controle interno de cada poder. (EC n°

19/98) Parágrafo único. Prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica,

pública ou privada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre

dinheiros, bens e valores públicos, ou pelos quais a União responda, ou que,

em nome desta, assuma obrigações de natureza pecuniária.

Para trazer maior eficiência na transparência eletrônica das contas públicas, foi

sancionado a Lei Complementar n° 131/09, obrigando que todos os entes públicos do país

promovessem ações para o pleno conhecimento e acompanhamento da sociedade sobre as

finanças públicas, em tempo real e de modo detalhado. Para Slomski (2009 p.133),

O cumprimento deste princípio na Gestão pública é essencial não só com os

relatórios exigidos pela legislação, mas também com relatórios que façam

com que o cidadão possa fazer comparações com resultados privados e,

assim, sentir-se confortável ao ver que a gestão pública está sendo eficiente

no Gasto dos Recursos públicos, no curto prazo, haja vista que a eficácia dos

atos da administração pública somente será perceptível a médio e a longo

prazo.

Logo, percebe-se que princípios de governança como esses, começam a entrar no

ambiente da Gestão pública, que com o passar do tempo vem se adequando a novas doutrinas

e limitações, onde o principal usuário externo dos serviços e das informações é a sociedade.

Que por sua vez, deve receber dos Gestores públicos a prestação de contas que expressem de

maneira clara e coerente informações a respeito de sua atuação, ou seja, responsabilizar-se

pelo exercício de seus mandatos.

As boas práticas de governança pregadas pelo IBGC ganham espaço no desempenho

da controladoria na Gestão pública, com o intuito de minimizar a assimetria informacional

existente entre gestor eleito e cidadão. Um dos instrumentos criados recentemente foi a Lei

12.527/11, que trouxe vários dispositivos benéficos nesse contexto de informação. Chamada

de “Lei de acesso à informação”, ela aborda aspectos importantes na garantia ao direito à

informação, inclusive com a delimitação de seu escopo, bem com os procedimentos,

princípios e restrições às informações públicas. Destaque para o art. 5 da referida Lei, “É

dever do Estado garantir o direito de acesso à informação, que será franqueada, mediante

procedimentos objetivos e ágeis, de forma transparente, clara e em linguagem de fácil

compreensão”.

Assim, a transparência no âmbito público é algo relevante quando se trata de uma

gestão responsável não somente pelo fato de ser um procedimento democrático, mas por ser

um princípio legal.

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3. METODOLOGIA

3.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA

O presente estudo classifica-se como descritivo e exploratório. Com o objetivo de

descrever relações entre variáveis, a presente pesquisa descreverá características de uma

população, no caso, o índice de divulgação dos municípios do estado do Rio Grande do Norte,

elaborado através de uma técnica padronizada de coleta de dados (checklist), bem como

descrever características socioeconômicas desses municípios e estabelecer relações entre essas

variáveis pesquisadas, sendo assim, o presente trabalho é considerado descritivo. Segundo Gil

(2009, p.42), “As pesquisas descritivas têm como objetivo primordial a descrição das

características de determinada população ou fenômeno ou, então, o estabelecimento de

relações entre variáveis.”

A pesquisa também é exploratória, pois a ideia é tornar o assunto (disclosure) mais

claro, ou seja, o conhecer com maior profundidade construindo questões relevantes para a

condução da pesquisa. (BEUREN et al, 2006). “Pode-se dizer que estas pesquisas têm como

objetivo principal o aprimoramento de ideias ou descoberta de intuições” (Gil, 2009, p. 41).

Sendo assim, com o objetivo de tornar a temática mais explícita através da construção de

instrumentos (checklist) relevantes para uma satisfatória desenvoltura da pesquisa para a

promoção de uma maior familiaridade com o problema tornam esse trabalho de caráter

exploratório em relação aos seus objetivos. Beuren et al. (2006) ressalta que este tipo de

estudo, especificamente, em contabilidade seja tratado como exploratório, deve-se estar

voltado para um assunto pouco abordado nessa área de conhecimento. Princípios de

governança como disclosure e accountability começam a entrar no âmbito da gestão pública.

Para conduzir a máquina pública, é necessário ter princípios com transparência, equidade,

prestação de contas (accountabiity) e responsabilidade corporativa, estes aspectos são

defendidos pelo IBGC (Instituto brasileiro de governança Corporativa), logo esses

pressupostos devem ser considerados no contexto em que a governança corporativa é

implantada na gestão púbica (SLOMSKI, 2009).

Quanto aos procedimentos técnicos utilizados, o presente estudo é considerado um

levantamento ou survey, pois a população estudada é numerosa, tendo em vista o

detalhamento das informações de cada objeto (Municípios). Conforme, Beuren et al (2006,

p.86), “o estudo de levantamento é utilizado, geralmente, quando a população é numerosa e,

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por conseguinte, há impossibilidade de estudar detalhadamente cada objeto ou fenômeno em

específico”. Nessa pesquisa, especificamente, será estudado todos os municípios do estado do

Rio Grande do Norte, que segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE),

possui 167 municípios.

A pesquisa também pode ser considerada bibliográfica, pois se fundamentará em

materiais já elaborados, principalmente de livros e artigos científicos. Gil (2009, p.44), afirma

que “A pesquisa bibliográfica é desenvolvida com base em material já elaborado, constituído

principalmente de livros e artigos científicos.” O material consultado na pesquisa

bibliográfica contempla todo referencial já publicado, ou seja, tornado a público o tema em

estudo, através de boletins, jornais, revistas, livros, monografias, dissertações, teses, entre

outros (BEUREN et al, 2006). Sendo assim, com o objetivo de recolher informações

preliminares acerca do tema em estudo, a pesquisa bibliográfica fundamentou

imprescindivelmente as concepções e teorias deste trabalho.

As bases teóricas utilizadas para fundamentar as categorias informacionais a serem

observadas no processo de coleta de dados foram divididas em duas perspectivas:

informações sobre planejamento municipal e informações contábil, financeira e fiscal. Essas,

por sua vez, fundamentadas legalmente. O Quadro 02 resume as duas perspectivas que são de

base teórica para a análise dos objetos de estudo e que estão estabelecidas no instrumento de

coleta do estudo tendo em vista o objetivo da divulgação dessas entidades.

Quadro 02: Esboço de Informações fundamentais na pesquisa.

Categorias de informação Instrumentos Base teórica Objetivo da

divulgação

Informações sobre

planejamento municipal

Informação sobre realização

de audiência pública

Kohama (2010);

Silva (2011);

PPAQuintana et al

(2007);

LDO Andrade (2012);

LOA Rosa (2011);

Divulgações sobre alterações

no orçamento

Lei n°

101/2000;

Fornecer ao cidadão

informações relevantes

que expressem de

maneira concisa a

situação financeira e

econômica do

Município.

Relacionada à

execução do

orçamento, a respectiva

Gestão dos ativos bem

Lei 4320/1964;

Lei 9755/1998;

Montante de Tributos

arrecadadosKohama (2010);

Informações sobre a execução

da despesa pública (I, art. 48 A da

LRF)

Silva (2011);

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Informações Contábeis,

financeiras e fiscais

como a das dívidas.

Informações sobre a execução

da receita pública (II, art 48 A da

LRF)

Quintana et al

(2007);

Informações sobre processos

licitatóriosAndrade (2012);

Relatório de Prestação de

Contas AnualRosa (2011);

BOLei n°

101/2000;

BF Lei 4320/1964;

BPLei n°

101/2000;

DVP Lei 4320/1964; Relatório Resumido da

Execução Orçamentária

Lei n°

9755/1998;

Relatório de Gestão Fiscal Lei 131/2009;

Fonte: elaborado pelo autor.

Além disso, a pesquisa documental foi também um dos procedimentos técnicos

utilizados para fundamentar o assunto, tendo em vista que será pesquisa em fontes de segunda

mão, que para Gil (2009 p.46), “De outro lado, há os documentos de segunda mão, que de

alguma forma já foram analisados, tais como: relatórios de pesquisa, relatório de empresa,

tabelas estatísticas etc.” Nesse caso, a necessidade de utilizar indicadores socioeconômicos

para estabelecer uma correlação, induziu a pesquisa a coletar dados estatísticos provenientes

de estatística públicas oficiais disponibilizadas pelos ministérios do trabalho, da educação e da

saúde.

Quanto ao tratamento dos dados, a pesquisa é quantitativa, pois é necessário abordar

questões quantitativas tanto na coleta de dados como no tratamento dos dados coletados, este

por sua vez passará por um tratamento estatístico de correlação para a obtenção de resultados.

Beuren et al (2006, p.93), ressalta que “a abordagem quantitativa é frequentemente aplicada

nos estudos descritivos, que procuram descobrir e classificar a relação entre variáveis e a

relação de casualidade entre fenômenos.” Logo, o fato de tentar compreender a relação entre

nível de disclosure e índices socioeconômicos nos municípios do RN, comprova a natureza

quantitativa da pesquisa.

3.2 UNIVERSO DA PESQUISA

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O objeto de pesquisa do presente trabalho são todos os 167 municípios do estado do

Rio Grande no Norte. Para Beuren et al (2009, p.118), “População ou universo da pesquisa é a

totalidade de elementos distintos que possui certa paridade nas características definidas para

determinado estudo.” Dessa forma, não será necessário estabelecer uma amostragem em

função do objeto de estudo, pois os mesmos possuem características definidas para aquilo que

se pretende realizar, ou seja, todos os municípios potiguares.

3.3 COLETA DE DADOS

A pesquisa será realizada na homepage na internet de cada município do estado do

RN, onde estão divulgadas as informações relacionadas a gestão dos mesmos. Os critérios

observados serão estabelecidos no instrumento de coleta, não se restringindo a recorte

temporal ou período preestabelecido. O critério de avaliação para esse objeto de estudo será

feita mediante a presença ou ausência de determinadas informações sobre planejamento

municipal e informações de caráter contábil, financeiro e fiscal. O instrumento de coleta será

o checklist, pois permitirá a aplicação da proposta teórica do presente estudo: nível de

divulgação (disclosure) dos municípios do RN. Segundo Beuren et al (2006, p.133):

“Entende-se por checklist a técnica de verificar se a população pesquisada dispõe de

elementos necessários para aplicação de uma determinada proposta teórica, isto é, para

operacionalizar uma pesquisa”.

Sendo assim, cada município possuirá sua avaliação expressa por meio do total de

scores, onde a presença de determinado instrumento legal será expresso pelo número “1”. Por

outro lado, a ausência implicará na expressão do número “0”. A somatória dos números

representará o total de scores. Este por sua vez, será classificado como: Excelente, Regular ou

Baixo. O checklist é descrito no Quadro 03:

Quadro 03: Informações e aspectos a serem analisados no momento da coleta.

ITEM QUESITOS

1 Informações sobre planejamento municipal

1.1 Informação sobre realização de audiências públicas

1.2 PPA

1.3 LDO

1.4 LOA

1.5 Divulgação sobre alterações no orçamento

(Continua)

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(Conclusão)

ITEM QUESITOS

2 Informações contábeis, financeiras e fiscais

2.1 Montante de Tributos arrecadados

2.2 Informações sobre a execução da despesa pública

2.3 Informações sobre a execução da receita pública

2.4 Informações sobre processos licitatórios

2.5 Relatório de Prestação de Contas Anual

2.6 BO- Balaço Orçamentário

2.7 BF- Balanço financeiro

2.8 BP- Balnço Patrimonial

2.9 DVP-Demonstrações das Variações Patrimoniais

2.10 Relatório Resumido da execução Orçamentária

2.11 Relatório da Gestão Fiscal

3 TOTAL DE SCORES

CONCEITO

Fonte: adaptado de Avelino et al (2011).

Apuração dos índices de disclosure será obtida através da seguinte fórmula:

Baseado no total de scores apurado em cada entidade classifica-se o total de pontos

nos conceitos: excelente, regular e baixo. Conforme quadro 04:

Quadro 04: Conceitos atribuídos aos índices de disclosure.

SCORES= 1- DIVULGADO/ 0-NÃO DIVULGADO

PONTOS: CONCEITO

Acima de 13 EXCELENTE

8 a 12 REGULAR

menos de 8 BAIXO

Fonte: elaborado pelo autor.

A avaliação será feita somente através de instrumentos legais de natureza estratégica

(planejamento), contábil, financeira e fiscal. A presente pesquisa também fará uma coleta de

dados de caráter socioeconômico dos munícipios em estudo, por meio da internet em portais

que publiquem informações de natureza sociais e econômicas. Portais como do IBGE, sistema

Firjan, dentre outros que foram necessários, foram consultados. Foram utilizadas as seguintes

variáveis com suas respectivas fontes de informação, conforme quadro 05:

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Quadro 05: Variáveis utilizadas na pesquisa.

Variável Fonte

IFDM

(índice firjan de desenvolvimento municipal)

o Índice FIRJAN de Desenvolvimento Municipal

é um estudo anual do Sistema FIRJAN que

acompanha o desenvolvimento de todos os mais

de 5 mil municípios brasileiros em três áreas:

Emprego & Renda, Educação e Saúde. Ele é feito,

exclusivamente, com base em estatísticas públicas

oficiais, disponibilizadas pelos ministérios do

Trabalho, Educação e Saúde.

Sistema Firjan- Ano base 2010

IFGF

(índice firjan de Gestão Fiscal)

Para contribuir com uma gestão pública eficiente

e democrática, o Sistema FIRJAN desenvolveu o

Índice FIRJAN de Gestão Fiscal (IFGF). Uma

ferramenta de accountability que tem como

objetivo estimular a cultura da responsabilidade

administrativa, por meio de indicadores que

possibilitem o aperfeiçoamento das decisões

quanto à alocação dos recursos públicos, bem

como maior controle social da gestão fiscal dos

municípios.

Composto por cinco indicadores: Receita Própria,

Pessoal, Investimentos, Liquidez e Custo da

Dívida, o índice tem como base de dados as

estatísticas oficiais disponibilizadas anualmente

pela Secretaria do Tesouro Nacional, constituídas

por informações orçamentárias e patrimoniais

prestadas pelos próprios municípios.

Sistema Firjan- Ano base 2010

IDH

(Longevidade Educação e Renda)

Segundo Programa das Nações Unidas para o

Desenvolvimento no Brasil, o Índice de

Desenvolvimento Humano (IDH) é uma medida

resumida do progresso a longo prazo em três

dimensões básicas do desenvolvimento humano:

renda, educação e saúde. O objetivo da criação do

IDH foi o de oferecer um contraponto a outro

indicador muito utilizado, o Produto Interno Bruto

(PIB) per capita, que considera apenas a dimensão

econômica do desenvolvimento.

IBGE- Censo de 2010

População

Número de habitantes.IBGE, em parceria com os

Órgãos Estaduais de Estatística, Secretarias

Estaduais de Governo e Superintendência da Zona

Franca de Manaus - SUFRAMA.

Fonte: dados da pesquisa.

3.4 HIPÓTESES DE PESQUISA

A partir do pressuposto inicial dessa pesquisa, de que os municípios com melhores

condições socioeconômicas tendem a apresentar melhores níveis divulgação de informações

sobre a gestão pública, foram levantadas algumas hipóteses.

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Para testar as hipóteses, foi necessário selecionar variáveis independentes, que de

alguma maneira expressam características dos municípios. De acordo com Januzzi (2006)

apud Cruz (2010, p.87), um indicador socioeconômico é em geral uma medida quantitativa

munido de significado social substantivo, disposto a qualificar um conceito abstrato, de

interesse teórico (para pesquisa acadêmica) ou pragmático (para formulação de políticas). É

um recurso metodológico, empiricamente declarado, que expressa algo sobre características

da realidade social.

Além disso, será considerado o tamanho do município de acordo com a população.

Esses índices socioeconômicos serão usados como proxy para o nível de desenvolvimento

socioeconômico. Diante disso, apresentam-se as seguintes hipóteses:

H1: Os maiores municípios tendem a divulgar mais informações contábeis.

H2: Os municípios com maior desenvolvimento socioeconômico tendem a divulgar

mais informações contábeis.

3.5 TRATAMENTO E PROCESSAMENTO DOS DADOS

Os dados coletados durante a pesquisa foram tratados por meio de uma análise

descritiva, pois o objetivo fundamental desse estudo é investigar e entender o fenômeno da

divulgação das informações da gestão pública e sua correlação com índices socioeconômicos

dos respectivos objetos (municípios) estudados. Segundo Beuren et al (2006, p.139):

A análise descritiva se preocupa fundamentalmente em investigar o que é, ou

seja, em descobrir as características de um fenômeno. Para tanto, vale-se de

técnicas estatísticas como cálculo do percentual, média, desvio-padrão,

coeficiente de correlação, análise de regressão e outras, para analisar os

dados de forma a dar suporte às inferências do pesquisador.

Posteriormente, foram realizados os testes de correlação, cujo objetivo é verificar a

existência de relação entre o índice de diclosure e as características socioeconômicas dos

municípios do Rio Grande do Norte.

Para realizar o teste de correlação foram considerados 72 municípios de um universo

de 167 devido ao fato de que somente os municípios que possuem o índice de disclosure, bem

como todos os índices socioeconômicos, foram considerados na análise estatística.

Para verificar a intensidade da associação entre as variáveis, utilizou-se inicialmente, o

teste de Kolmogorov-Smirnov, cujo objetivo é verificar se os dados seguem uma distribuição

normal (DOANE; SEWARD, 2008). Se o pressuposto for atendido, a correlação de Pearson

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27

será utilizada, caso contrário, o teste não paramétrico de correlação de postos de Spearman

será utilizado.

Para interpretar o coeficiente de correlação, as referências propostas por Levin e Fox

(2004) foram utilizadas, conforme demonstra a Tabela 01.

Tabela 01: Interpretação da Correlação Correlação Interpretação

-1,00 Correlação Negativa Perfeita

-0,60 Forte Correlação Negativa

-0,30 Correlação Negativa Moderada

-0,10 Fraca Correlação Negativa

0,00 Não há Correlação

+0,10 Fraca Correlação Positiva

+0,30 Correlação Positiva Moderada

+0,60 Forte Correlação Positiva

+1,00 Correlação Positiva Perfeita

Fonte: Adaptado de Levin e Fox (2004)

4. ANÁLISE DOS RESULTADOS

4.1 DESCRIÇÃO DOS ACHADOS

A tabela 02 apresenta o resumo dos disclosure por grupo considerando a totalidade, ou

seja, o número de entidades que possuem divulgação em relação ao universo de 167.

Tabela 02: Resumo dos disclosure por grupo considerando a totalidade (item 1 e 2).

Item de disclosure Total Disclosure Percentual

1 Informações sobre planejamento municipal

1.1 Informação sobre realização de audiências

públicas 167 6 3,59%

1.2 PPA 167 8 4,79%

1.3 LDO 167 10 5,99%

1.4 LOA 167 11 6,59%

1.5 Divulgação sobre alterações no orçamento 167 9 5,39%

2 Informações contábeis, financeiras e fiscais

2.1 Montante de Tributos arrecadados 167 12 7,19%

2.2 Informações sobre a execução da despesa pública 167 66 39,52%

2.3 Informações sobre a execução da receita pública 167 63 37,72%

2.4 Informações sobre processos licitatórios 167 43 25,75%

2.5 Relatório de Prestação de Contas Anual 167 2 1,20%

2.6 BO- Balanço Orçamentário 167 13 7,78%

2.7 BF- Balanço financeiro 167 5 2,99%

(Continua)

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28

(Conclusão)

Item de disclosure Total Disclosure Percentual

2.8 BP- Balanço Patrimonial 167 6 3,59%

2.9 DVP-Demonstrações das Variações Patrimoniais 167 3 1,80%

2.10 Relatório Resumido da execução Orçamentária 167 19 11,38%

2.11 Relatório da Gestão Fiscal 167 17 10,18%

Fonte: elaborado pelo autor.

Na tabela 03, apresenta-se o resumo por grupo considerando os municípios com

divulgação.

Tabela 03: Resumo dos disclosure por grupo considerando os municípios com divulgação (item 1 e 2).

Item de disclosure

Município com

divulgação disclosure Percentual

1 Informações sobre planejamento municipal

1.1

Informação sobre realização de audiências

públicas 75 6 8,00%

1.2 PPA 75 8 10,67%

1.3 LDO 75 10 13,33%

1.4 LOA 75 11 14,67%

1.5 Divulgação sobre alterações no orçamento 75 9 12,00%

2 Informações contábeis, financeiras e fiscais

2.1 Montante de Tributos arrecadados 75 12 16,00%

2.2

Informações sobre a execução da despesa

pública 75 66 88,00%

2.3 Informações sobre a execução da receita pública 75 63 84,00%

2.4 Informações sobre processos licitatórios 75 43 57,33%

2.5 Relatório de Prestação de Contas Anual 75 2 2,67%

2.6 BO- Balanço Orçamentário 75 13 17,33%

2.7 BF- Balanço financeiro 75 5 6,67%

2.8 BP- Balanço Patrimonial 75 6 8,00%

2.9

DVP-Demonstrações das Variações

Patrimoniais 75 3 4,00%

2.10 Relatório Resumido da execução Orçamentária 75 19 25,33%

2.11 Relatório da Gestão Fiscal 75 17 22,67%

Fonte: elaborado pelo autor.

Na Tabela 04 apresenta-se a média dos índices de disclosure correspondentes a cada

um dos 2 (dois) conjuntos de informações analisados.

Tabela 04: Índice de disclosure por grupo

Características Qualitativas Média do Índice

1- Informações sobre planejamento municipal 11,73%

2- Informações Contábeis, Financeira e Fiscal 30,18%

Fonte: elaborado pelo autor.

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29

Diante das informações coletadas e das tabelas que apresentam valores indicando o

percentual das informações divulgadas pelas entidades, percebe-se que os itens 2.2

(informações sobre a execução da despesa) e 2.3 (informações sobre a execução da receita)

foram os mais divulgados pelos municípios do estado. O terceiro item mais divulgado foi o de

informações sobre processo licitatório. O item 2.5 (Relatório de Prestação de Contas Anual)

foi aquele com menor índice de disclosure, precisamente, dois municípios em um universo

de 75. Percebe-se que também houve evidenciação voluntária por parte de algumas entidades,

o item 1.1 (informações sobre realização de audiências públicas) apresentou um pequeno

percentual, mas que sobrepôs a outros itens considerados compulsórios.

Além disso, percebe-se que dos 75 municípios que possuem divulgação, o índice de

disclosure em relação a informações sobre planejamento municipal de caráter compulsório

(PPA, LDO e LOA) encontram-se em uma situação percentualmente baixo, uma vez que se

não forem evidenciados esses instrumentos, a sociedade não compreenderá as ações que

conduziram a criação de valor por parte da entidade pública, ou seja, esses itens serão

norteadores que evidenciarão a maneira como a entidade pública está sendo administrada.

Slomski (2009), afirma que a comunicação não deve está limitada a aspectos econômico-

financeiros, mas deve considerar demais fatores (inclusive intangíveis) que direcionam a ação

empresarial e que induzem a constituição de valor. Nesse sentido, limitar-se a instrumentos

financeiros e contábeis não é suficiente para adquirir a plena confiança da comunidade. A

média de disclosure dos 2 (dois) grupos de informação permite afirmar que informações de

caráter contábil, financeiro e fiscal são mais divulgados do que informações acerca do

planejamento municipal.

Observa-se que boa parte dos itens avaliados é de divulgação compulsória. Partindo

desse princípio, compreende-se que em sua totalidade os municípios estão em um contexto

baixo nível de disclosure. Assim, esse percentual obtido implica dizer que o Estado do Rio

Grande do Norte está desfavorecendo a construção de uma sociedade com accountability

plena. Na medida em que a prática de prestação de contas elevará a condição de

reponsabilidade coorporativa por parte do ente público e a confiança por parte da sociedade

em seus gestores.

Na tabela 05, apresentam-se os índices de disclosure de cada um dos entes públicos

analisados.

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30

Tabela 05: Índice de disclosure das entidades estudadas

Ordem Município Índice Ordem Município Índice

1 Natal 1,0000 39 Major Sales 0,1875

2 Macaíba 0,8750 40 Ouro Branco 0,1875

3 Mossoró 0,8125 41 Parelhas 0,1875

4 Parnamirim 0,8125 42 Pedro Velho 0,1875

5 Caicó 0,6250 43 Rodolfo Fernandes 0,1875

6 Canguaretama 0,6250 44 Santana dos Matos 0,1875

7 Arez 0,5000 45 Santana do Seridó 0,1875

8 Governador Dix-Sept 0,4375 46 São Bento do Norte 0,1875

9 Porto do Mangue 0,3750 47 São João do Sabugi 0,1875

10 Santa Cruz 0,3750 48 São Rafael 0,1875

11 São Gonçalo do Amarante 0,3750 49 Jaçanã 0,1250

12 São Miguel 0,3750 50 Baraúna 0,1250

13 Apodi 0,3125 51 Bom Jesus 0,1250

14 Assú 0,3125 52 Coronel João Pessoa 0,1250

15 Currais Novos 0,3125 53 Doutor Severiano 0,1250

16 Equador 0,3125 54 Encanto 0,1250

17 Janduís 0,3125 55 Extremoz 0,1250

18 Acari 0,2500 56 Florânia 0,1250

19 Baía Formosa 0,2500 57 Lajes Pintadas 0,1250

20 Bodó 0,2500 58 Macau 0,1250

21 Francisco Dantas 0,2500 59 Nísia floresta 0,1250

22 Ipanguaçu 0,2500 60 São Bento do Trairí 0,1250

23 Nova Cruz 0,2500 61 São Fernando 0,1250

24 São Tomé 0,2500 62 São Pedro 0,1250

25 Serra Negra do Norte 0,2500 63 Tangará 0,1250

26 Tibau 0,2500 64 Umarizal 0,1250

27 Lajes 0,1875 65 Várzea 0,1250

28 Pureza 0,1875 66 Vera Cruz 0,1250

29 Ipueira 0,1875 67 Água Nova 0,0625

30 Caraúbas 0,1875 68 Alto do Rodrigues 0,0625

31 Carnaúba dos Dantas 0,1875 69 Areia Branca 0,0625

32 Carnaubais 0,1875 70 Ceará-Mirim 0,0625

33 Cerro Corá 0,1875 71 José da Penha 0,0625

34 Goianinha 0,1875 72 Marcelino Vieira 0,0625

35 Guamaré 0,1875 73 Olho d'água dos Borges 0,0625

36 Jardim Seridó 0,1875 74 Serrinha dos Pintos 0,0625

37 Lagoa D'anta 0,1875 75 Touros 0,0625

38 Luís Gomes 0,1875

Fonte: elaborado pelo autor.

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31

Na tabela 06, apresenta-se o resumo dos conceitos diante do número de municípios

que possuem disclosure.

Tabela 06: Resumo dos conceitos de divulgação.

Pontos Conceito N° de municípios

16 EXCELENTE 4

8 a 12 REGULAR 3

menos de 8 BAIXO 68

Fonte: elaborado pelo autor.

Constatou-se que o município de Natal possui o maior índice de disclosure (100%), o

município de Macaíba foi o segundo com 87,5%, seguido pelos municípios de Mossoró e

Parnamirim com 81,25%. Destaca-se Natal e Macaíba em suas divulgações o fato de ter

evidenciado informações de caráter voluntário. Dos 75 municípios que evidenciaram suas

informações apenas 4 possuem um conceito “excelente” nessa pesquisa.

4.2 TESTES DE CORRELAÇÃO

Inicialmente, deve-se verificar se as variáveis possuem distribuição normal para uma

escolha apropriada entre as alternativas disponíveis para realizar testes estatísticos. A tabela

07 evidencia o teste de normalidade Kolmogorov-Smirnov para as variáveis em questão.

Tabela 07: Teste de normalidade das variáveis

Itens ID IFDM IFGF IDH POPULAÇÃO

Número de observações 72 72 72 72 72

Média 0,2407 0,6334 0,4086 0,6495 33273,5278

Desvio Padrão 0,1955 0,05395 0,1289 0,04683 100321,2256

Kolmogorov-Smirnov Z 2,079 0,903 0,435 0,990 3,207

p – value 0,000 0,389 0,992 0,281 0,000

Fonte: Dados da pesquisa, 2013.

A hipótese nula do teste é que as distribuições das variáveis assemelham-se à

distribuição normal. Para aceitar ou rejeitar tal hipótese considerou-se o nível de significância

de 5%. Se o p-value for menor que 0,05, rejeita-se a hipótese nula. Se for maior, não rejeita-se

a hipótese nula.

Diante dos dados processados nesse teste de normalidade, conclui-se que apenas as

variáveis IFMD, IFGF e IDH possuem distribuição normal. As variáveis ID e população não

são normalmente distribuídas. Em função da variável ID não possuir distribuição normal, o

teste de correlação de Spearman foi utilizado. A tabela 08 demonstra o teste de correlação

para as variáveis.

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32

Tabela 08: Correlação de Spearman entre as variáveis

Itens ID IFDM IFGF IDH POPULAÇÃO

ID Coeficiente de Correlação 1,000

p – value

IFDM Coeficiente de Correlação 0,234 1,000

p – value 0,048

IFGF Coeficiente de Correlação 0,102 0,069 1,000

p – value 0,395 0,565

IDH Coeficiente de Correlação 0,209 0,513 0,208 1,000

p – value 0,078 0,000 0,079

POPULAÇÃO Coeficiente de Correlação 0,341 0,086 0,046 0,300 1,000

p – value 0,003 0,475 0,701 0,010

Fonte: Dados da pesquisa, 2013.

Não existe relação estatística entre ID, IFGF e IDH, uma vez que o nível de

significância foi maior que 0,05 (p-value > 0,05). Dessa forma, desconsidera-se as duas

variáveis socioeconômicas no que tange as correlações estatísticas.

A associação entre as variáveis ID e IFDM é significativa ao nível de 5%, porém o

coeficiente de correlação equivale a 0,234, indicando uma correlação positiva fraca entre as

variáveis. A mesma avaliação pode ser feia para as variáveis ID e POPULAÇÂO, ou seja,

uma fraca correlação positiva.

Essas evidências apontam que os maiores e mais desenvolvidos municípios do Rio

Grande do Norte divulgam um pouco mais informações que os municípios considerados

pequenos. A diferença entre os mesmo pode ser considerada insignificante. Dessa forma

aceit-se as hipóteses H1 e H2 propostas nesta pesquisa.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Esta pesquisa teve por objetivo construir um índice de disclosure para os 167

municípios do Rio Grande do Norte, sob a perspectiva da teoria da divulgação, e verificar se

existe relação entre o índice de disclosure (ID) e o Índice de Desenvolvimento Humano

(IDH), Índice Firjan de Desenvolvimento Fiscal (IFDM), Índice Firjan de Gestão Fiscal

(IFGF) e a população. O índice de dislocure construído nessa pesquisa possibilitou obter uma

visão de quais municípios divulgam suas informações de caráter contábil, financeiro e fiscal,

bem como informações sobre planejamento municipal de natureza voluntária ou compulsória,

além de conceber a realidade dos municípios dessa unidade federativa no que tange a

responsabilidade e compromisso na divulgação (disclosure) e prestação de contas

(accountability).

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33

Assim, constatou-se que a maior preocupação desses municípios refere-se ao

disclosure obrigatório. Para uma maior desenvoltura dessas entidades nesse índice

recomenda-se também a divulgação de caráter voluntário.

Verificou-se que o município de Natal possui o maior índice de disclosure (100%)

diante da proposta da pesquisa, cumprindo de maneira integral aquilo que é proposto pela

legislação nos aspectos contábil, financeiro, fiscal e de planejamento. O município de

Macaíba é segundo com 87,5%, seguidos de Mossoró e Parnamirim com 81,25%. Desse

modo, conclui-se que a divulgação das informações na contabilidade pública não está

plenamente coerente com o que a legislação dispõe.

Percebe-se que dos 75 municípios que possuem o índice de disclosure, apenas Natal

divulgou seu itens de forma integral. Os itens com o maior divulgação entre as entidade foram

as informações sobre execução da despesa com 88% dos 75 municípios, informação sobre

execução da receita com 84% ; e informação sobre processo licitatório com 57,33%.

No que tange à relação entre o índice de disclosure (ID) e as variáveis

socioeconômicas consideradas nesse estudo (IFDM, IFGF , IDH e população), constatou-se

que para efeito estatístico considerou as relações ID e IFDM, e a relação ID e população.

Diante de uma análise estatística, verificou-se que existe um correlação positiva fraca entre as

variáveis em ambos os casos. Ou seja, os maiores (maior população) e mais desenvolvidos

(maior IFDM) municípios do Rio Grande do Norte divulgam um pouco mais informações que

os municípios considerados pequenos. Logo, aceita-se as hipóteses propostas nessa pesquisa.

Para novos estudos, recomenda-se: entender os fatores que levam a maioria dos

municípios do Estado do Rio Grande do Norte a não divulgarem suas informações conforme a

legislação dispõe, mesmo tendo grande parte do disclosure obrigatório. Investigar quais são

os fatores que limitam essas entidades a implantar um endereço on-line com o portal de

transparência atualizado disponível a sociedade. Por fim, sugere-se a inclusão de novas

variáveis independentes para estudo.

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julho de 2013.

iConsider a car salesman who extols the reliability of a car, but dos not mention its performance. The theory permits

us to conclude that the car’s performance is not very good. Consider someone whose resume looks extraordinary,

except for an unaccounted 15 year gap following graduation to college. The theory permits us to infer either that the

person was in prison, in graduate school, or engaged in some other nefarious activity during this extended time

interval. Consider a firm that in the “highlights” section of its annual report, repeatedly stresses its success in

achieving cost reductions but does not mention revenues. The theory permits us to infer that the firm’s revenue growth

was disappointing, even before inspecting the firm’s income statement.

ii Notions of efficiency are central to economics. Therefore, if one objective of the disclosure literature is to forge a

link between financial reporting and economics, failure to integrate efficiency into the discussion may be a fatal

oversight.

iii Most accounting researchers would agree that, by disclosing more information, a firm can lower its cost of capital

at the possible expense of generating losses through disclosure of proprietary information. As a consequence, an

optimal disclosure policy that trades-off these cost of capital gains against proprietary losses typically will involve

some, but not complete, disclosure of its information.

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37

APÊNDICE A- Resumo dos índices apurados na pesquisa.

Municípios ID IFDM IFGF IDH População

Acari 0,25 0,6740 0,5361 0,698 11.035

Afonso Bezerra 0 0,5694 0,2095 0,629 10.844

Água Nova 0,0625 0,6614 0,3801 0,588 2.980

Alexandria 0 0,5741 0,5407 0,637 13.507

Almino Afono 0 0,5985 0,7226 0,64 4.871

Alto do Rodrigues 0,0625 0,7095 0,4753 0,688 12.305

Angicos 0 0,6520 0,4556 0,688 11.549

Antônio Martins 0 0,5069 0,5326 0,636 6.907

Apodi 0,3125 0,6744 0,4517 0,654 34.763

Areia Branca 0,0625 0,6795 0,3830 0,71 25.315

Arez 0,5 0,6317 0,2139 0,624 12.924

Assú 0,3125 0,6010 0,5074 0,677 53.227

Augusto Severo 0 0,5641 0,611 9.289

Baía Formosa 0,25 0,6072 0,6200 0,643 8.573

Baraúna 0,125 0,6088 0,2145 0,6 24.182

Barcelona 0 0,5834 0,613 3.950

Bento Fernandes 0 0,5985 0,3328 0,579 5.113

Bodó 0,25 0,6477 0,3332 0,595 2.425

Bom Jesus 0,125 0,5901 0,3162 0,625 9.440

Brejinho 0 0,6276 0,5986 0,625 11.577

Caiçara do Norte 0 0,5652 0,5071 0,631 6.016

Caiçara Rio do Vento 0 0,6373 0,4063 0,618 3.308

Caicó 0,625 0,7020 0,4386 0,756 62.709

Campo Redondo 0 0,6493 0,4814 0,633 10.266

Canguaretama 0,625 0,6110 0,4809 0,6 30.916

Caraúbas 0,1875 0,6375 0,5229 0,614 19.576

Carnaúba dos Dantas 0,1875 0,6577 0,3124 0,742 7.429

Carnaubais 0,1875 0,5626 0,651 9.762

Ceará-Mirim 0,0625 0,5496 0,1672 0,646 68.141

Cerro Corá 0,1875 0,6377 0,4061 0,592 10.916

Coronel Ezequiel 0 0,5930 0,2216 0,601 5.405

Coronel João Pessoa 0,125 0,5647 0,2849 0,592 4.772

Cruzeta 0 0,6770 0,5120 0,713 7.967

Currais Novos 0,3125 0,6493 0,3584 0,724 42.652

Doutor Severiano 0,125 0,6317 0,4517 0,598 6.492

Encanto 0,125 0,5320 0,5199 0,625 5.231

Equador 0,3125 0,6825 0,4460 0,665 5.822

Espírito Santo 0 0,5093 0,2940 0,581 10.475

Extremoz 0,125 0,5852 0,4383 0,694 24.569

Felipe Guerra 0 0,6810 0,633 5.734

Fernando Pedroza 0 0,6241 0,3013 0,625 2.854

Florânia 0,125 0,5902 0,3668 0,657 8.959

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38

Francisco Dantas 0,25 0,6397 0,5386 0,622 2.874

Frutuoso Gomes 0 0,5986 0,4983 0,639 4.233

Galinhos 0 0,5724 0,612 2.159

Goianinha 0,1875 0,6743 0,4315 0,651 22.481

Governador Dix-Sept 0,4375 0,6313 0,3841 0,637 12.374

Grossos 0 0,5902 0,4734 0,683 9.393

Guamaré 0,1875 0,7169 0,645 12.404

Ielmo Marinho 0 0,6070 0,6243 0,59 12.171

Ipanguaçu 0,25 0,5413 0,5341 0,613 13.856

Ipueira 0,188 0,6946 0,1945 0,691 2.077

Itajá 0 0,5939 0,2953 0,635 6.932

Itaú 0 0,6695 0,5297 0,675 5.564

Jaçanã 0,13 0,6207 0,4895 0,631 7.925

Jandaíra 0 0,5449 0,5127 0,571 6.801

Janduís 0,3125 0,5857 0,4229 0,604 5.345

Januário Cicco 0 0,5899 0,3903 0,596 9.011

Japi 0 0,6060 0,3739 0,57 5.522

Jardim de Angicos 0 0,4946 0,628 2.607

Jardim de Piranhas 0 0,5819 0,5093 0,675 13.506

Jardim Seridó 0,1875 0,7302 0,2504 0,722 12.113

João Câmara 0 0,5829 0,3626 0,639 32.227

João Dias 0 0,5655 0,5418 0,59 2.601

José da Penha 0,0625 0,6393 0,3311 0,629 5.868

Jucurutu 0 0,6118 0,3615 0,637 17.692

Jundiá 0 0,6132 0,3308 3.582

Lagoa D'anta 0,1875 0,6212 0,1648 0,601 6.277

Lagoa de Pedras 0 0,6300 0,2399 0,594 6.989

Lagoa de Velhos 0 0,6388 0,3460 0,63 2.668

Lagoa Nova 0 0,5836 0,2821 0,62 13.983

Lagoa Salgada 0 0,6064 0,3060 0,598 7.564

Lajes 0,2 0,6941 0,6337 0,64 10.381

Lajes Pintadas 0,125 0,6443 0,2732 0,655 4.612

Lucrécia 0 0,6320 0,4929 0,66 3.633

Luís Gomes 0,1875 0,6382 0,5200 0,644 9.610

Macaíba 0,875 0,6373 0,2786 0,665 69.467

Macau 0,125 0,6455 0,5356 0,69 28.954

Major Sales 0,1875 0,6900 0,6004 0,63 3.536

Marcelino Vieira 0,0625 0,6023 0,3934 0,613 8.265

Martins 0 0,6531 0,3513 0,694 8.218

Maxaranguape 0 0,5229 0,4325 0,608 10.441

Messias Targino 0 0,6514 0,4640 0,614 4.188

Montanhas 0 0,5968 0,2907 0,586 11.413

Monte Alegre 0 0,5647 0,3604 0,645 20.685

Monte das Gameleiras 0 0,6073 0,4407 0,593 2.261

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39

Mossoró 0,8125 0,7618 0,4009 0,735 259.815

Natal 1 0,8156 0,4519 0,788 803.739

Nísia floresta 0,125 0,5610 0,4939 0,666 23.784

Nova Cruz 0,25 0,5959 0,2724 0,617 35.490

Olho d'água dos Borges 0,0625 0,6189 0,6662 0,63 4.295

Ouro Branco 0,1875 0,6777 0,6461 0,702 4.699

Paraná 0 0,6316 0,4176 0,609 3.952

Paraú 0 0,5167 0,612 3.859

Parazinho 0 0,5468 0,3907 0,564 4.845

Parelhas 0,1875 0,7070 0,3380 0,704 20.354

Parnamirim 0,8125 0,7699 0,3976 0,76 202.456

Passa e Fica 0 0,5714 0,4551 0,611 11.100

Passagem 0 0,6223 0,5532 0,648 2.895

Patu 0 0,6359 0,4424 0,676 11.964

Pau-dos-Ferros 0 0,7168 0,4124 0,725 27.745

Pedra Grande 0 0,5750 0,4063 0,587 3.521

Pedra Preta 0 0,5838 0,3647 0,576 2.590

Pedro Avelino 0 0,5232 0,5532 0,622 7.171

Pedro Velho 0,1875 0,6071 0,1716 0,626 14.114

Pendências 0 0,6043 0,5012 0,631 13.432

Pìlões 0 0,643 3.453

Poço Branco 0 0,4907 0,3142 0,606 13.949

Portalegre 0 0,6371 0,2687 0,633 7.320

Porto do Mangue 0,375 0,5610 0,2603 0,598 5.217

Presidente juscelino 0 0,5701 0,2032 0,605 8.768

Pureza 0,19 0,5729 0,3533 0,577 8.424

Rafael Fernandes 0 0,6398 0,6447 0,652 4.692

Rafael Godeiro 0 0,5808 0,5542 0,637 3.063

Riacho da Cruz 0 0,5841 0,5153 0,624 3.165

Riacho de Santana 0 0,6815 0,2070 0,621 4.156

Riachuelo 0 0,4970 0,4649 0,656 7.067

Rio do Fogo 0 0,5905 0,3781 0,598 10.059

Rodolfo Fernandes 0,1875 0,6301 0,4507 0,653 4.418

Ruy Barbosa 0 0,6145 0,6468 0,579 3.595

Santa Cruz 0,375 0,6139 0,5601 0,655 35.797

Santa Maria 0 0,5946 0,5818 0,627 4.762

Santana dos Matos 0,1875 0,5765 0,4588 0,594 13.809

Santana do Seridó 0,1875 0,7162 0,3546 0,684 2.526

Santo Antônio 0 0,6433 0,4279 0,655 22.216

São Bento do Norte 0,1875 0,5595 0,4134 0,643 2.975

São Bento do Trairí 0,125 0,6115 0,2054 0,616 3.905

São Fernando 0,125 0,5935 0,6590 0,664 3.401

São Francisco do Oeste 0 0,6509 0,3021 0,652 3.874

São Gonçalo do

Amarante 0,375 0,6209

0,3564 0,695 87.668

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40

São João do Sabugi 0,1875 0,6712 0,5864 0,725 5.922

São José do Mipibu 0 0,6151 0,2870 0,671 39.776

São José do Campestre 0 0,5837 0,2311 0,631 12.356

São José do Seridó 0 0,6941 0,5531 0,74 4.231

São Miguel 0,375 0,6530 0,3844 0,615 22.157

São Miguel do Gostoso 0 0,5551 0,4695 0,558 8.670

São Paulo do Potengi 0 0,5766 0,5924 0,642 15.843

São Pedro 0,125 0,5951 0,3204 0,631 6.235

São Rafael 0,1875 0,5925 0,4499 0,637 8.111

São Tomé 0,25 0,5891 0,4118 0,613 10.827

São Vicente 0 0,6328 0,3883 0,639 6.028

Senador Elói de Souza 0 0,5839 0,5625 0,588 5.637

Senador Georgino

Avelino 0 0,6367

0,2609 0,646 3.924

Serra de São Bento 0 0,5547 0,4958 0,6 5.743

Serra do Mel 0 0,6220 0,3676 0,619 10.287

Serra Negra do Norte 0,25 0,5928 0,6048 0,663 7.770

Serrinha 0 0,6340 0,3826 0,598 6.581

Serrinha dos Pintos 0,0625 0,6279 0,4276 0,637 4.540

Severiano Melo 0 0,6488 0,632 5.752

Sítio Novo 0 0,6164 0,5612 0,605 5.020

Taboleiro Grande 0 0,6519 0,6464 0,641 2.317

0 0,5147 0,4521 0,583 11.836

Tangará 0,125 0,6193 0,3866 0,631 14.175

Tenente Ananias 0 0,6552 0,3853 0,597 9.883

Ten. Laurentino Cruz 0 0,6461 0,3611 0,628 5.406

Tibau 0,25 0,5698 0,678 3.687

Tibau do sul 0 0,6013 0,4184 0,655 11.385

Timbaúba dos Batistas 0 0,6721 0,4783 0,719 2.295

Touros 0,0625 0,5974 0,1699 0,595 31.089

Triunfo potiguar 0 0,5544 0,4956 0,578 3.368

Umarizal 0,125 0,6181 0,5439 0,642 10.659

Upanema 0 0,6092 0,5002 0,588 12.992

Várzea 0,125 0,6074 0,2360 0,621 5.236

Venha-Ver 0 0,6251 0,4838 0,544 3.821

Vera Cruz 0,125 0,6248 0,3890 0,606 10.719

Viçosa 0 0,6562 0,7586 0,653 1.618

Vila Flor 0 0,5967 0,2345 0,639 2.872

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41

ANEXO A - Municípios do Rio Grande do Norte

MUNICÍPIOS DO RN

1 Acari 61 Jardim de Piranhas 121 Santa Cruz

2 Afonso Bezerra 62 Jardim Seridó 122 Santa Maria

3 Água Nova 63 João Câmara 123 Santana do Matos

4 Alexandria 64 João Dias 124 Santana do Seridó

5 Almino Afonso 65 José da Penha 125 Santo Antônio

6 Alto do Rodrigues 66 Jucurutu 126 São Bento do Norte

7 Angicos 67 Jundiá 127 São Bento do trairí

8 Antônio Martins 68 Lagoa D’anta 128 São Fernando

9 Apodi 69 Lagoa de Pedras 129 São Francisco do Oeste

10 Areia Branca 70 Lagoa de Velhos 130 São Gonçalo do Amarante

11 Arês 71 Lagoa Nova 131 São joão do Sabugi

12 Assú 72 Lagoa Salgada 132 São João de Mipibu

13 Augusto Severo 73 Lajes 133 São José do Campreste

14 Baía Formosa 74 Lajes Pintadas 134 São José do Seridó

15 Baraúna 75 Lucrécia 135 São Miguel

16 Barcelona 76 Luís Gomes 136 São Miguel do Gostoso

17 Bento Fernandes 77 Macaíba 137 São Paulo do Potengi

18 Bodó 78 Macau 138 São Pedro

19 Bom Jesus 79 Major Sales 139 São Rafael

20 Brejinho 80 Marcelino Vieira 140 São Tomé

21 Caiçara do Norte 81 Martins 141 São Vicente

22 Caíçara do Rio do Vento 82 Maxaranguape 142 Senador Elói de Souza

23 Caicó 83 Messias Targino 143 Senador Georgino Avelino

24 Campo Redondo 84 Montanhas 144 Serra de São Bento

25 Canguaretama 85 Monte Alegre 145 Serra do Mel

26 Caraúbas 86 Monte das Gameleiras 146 Serra Negra do Norte

27 Carnaúba dos Dantas 87 Mossoró 147 Serrinha

28 Carnaubais 88 Natal 148 Serrinha dos Pintos

29 Ceará-Mirim 89 Nísia Floresta 149 Severiano Melo

30 Cerro Corá 90 Nova Cruz 150 Sítio Novo

31 Coronel Ezequiel 91 Olho d' Água do Borges 151 Taboleiro Grande

32 Coronel João Pessoa 92 Ouro Branco 152 Taipu

33 Cruzeta 93 Paraná 153 Tangará

34 Currais Novos 94 Paraú 154 Tenente Ananias

35 Doutor Severiano 95 Parazinho 155 Tenente Laurentino Cruz

36 Encanto 96 Parelhas 156 Tibau

37 Equador 97 Parnamirim 157 Tibau do Sul

38 Espírito Santo 98 Passa e Fica 158 Timbaúba dos Batistas

39 Extremoz 99 Passagem 159 Touros

40 Felipe Guerra 100 Patu 160 Triunfo Potiguar

41 Fernando Pedroza 101 Pau dos Ferros 161 Umarizal

42 Florânia 102 Pedra Grande 162 Upanema

43 Francisco Dantas 103 Pedra Preta 163 Várzea

44 Frutuoso Gomes 104 Pedro Avelino 164 Venha-Ver

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42

45 Galinhos 105 Pedro Velho 165 Vera Cruz

46 Goianinha 106 Pendências 166 Viçosa

47 Governador Dix-Sept Rosado 107 Pilões 167 Vila Flor

48 Grossos 108 Poço Branco

49 Guamaré 109 Potalegre

50 ILemo Marinho 110 Porto do Mangue

51 Ipanguaçu 111 Presidente Juscelino

52 Ipueira 112 Pureza

53 Itajá 113 Rafael Fernandes

54 Itaú 114 Rafael Godeiro

55 Jaçanã 115 Riacho da Cruz

56 Jandaíra 116 Riacho de Santana

57 Janduís 117 Riachuelo

58 Januário Cicco 118 Rio do Fogo

59 Japi 119 Rodolfo Fernandes

60 Jardim de Angicos 120 Ruy Barbosa

Fonte: IBGE- Estados (2010)