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Fechamento: 9/05/2016 às 23h58 Ano: XXIV - Nº 5.853 Terça-feira, 10 de maio de 2016 Apesar da decisão do presidente in- terino da Câmara, deputado Waldir Ma- ranhão (PP-MA), de tornar nula a sessão que aprovou a admissibilidade do pro- cesso de impeachment contra Dilma Rousseff, o presidente do Senado, Re- nan Calheiros (PMDB-AL), resolveu dar continuidade ao processo de afastamen- to da presidenta. Depois de muito ques- tionamento de senadores da base do governo, Renan permitiu a leitura do resumo do parecer da Comissão Especi- al de Impeachment pela admissibili- dade do processo. Se Renan insistir em desconsiderar o cancelamento da sessão da Câmara, o Senado poderá votar a admissibilidade do processo amanhã (11). Para tornar nula a sessão, Waldir Maranhão acatou pedido da Advocacia-Geral da União (AGU), que apontou vícios na votação da Câmara, que contrariou a Lei do Impeachment (Lei 1079/50), o rito estabelecido pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e entendimento da Corte Interamericana de Direitos Humanos. Entre os argu- mentos aceitos pelo presidente da Câmara, está o fato de as lideranças partidárias terem encaminhado o voto de suas bancadas. “Não poderiam os partidos políticos ter fechado questão ou firmado orientação para que os parlamentares votassem de um modo ou de outro, uma vez que, no caso deveriam votar de acordo com as suas convicções pessoais e livremente”, destacou Maranhão. Em entrevista coletiva na tarde de ontem, o advogado-geral da União, ministro José Eduardo Cardozo, avaliou que seria insustentável do ponto de vista legal o Senado dar prosseguimento ao processo. Isso porque a anulação da sessão de votação por Waldir Maranhão tornou automaticamente nula a autorização para o Senado prosseguir o processo. “A autorização da Câmara é uma condição de procedibilidade. Waldir Maranhão anula votação do impeachment, mas Renan atropela decisão e continua processo Se essa condição não existe, o processo não pode prosseguir”, argumentou. (Leia mais na página 3). (Leia mais na página 3). (Leia mais na página 3). (Leia mais na página 3). (Leia mais na página 3). O líder da Bancada do PT, deputado Afonso Florence (BA) Afonso Florence (BA) Afonso Florence (BA) Afonso Florence (BA) Afonso Florence (BA), defendeu que o presidente da Câmara fundamentou sua decisão em uma abordagem jurídica bus- cando a legalidade do processo ao corrigir vícios que apontavam para a nulidade do impeachment. “A Lei 1079 não prevê o fechamento de questão [entre bancadas], prevê o exercício individual parlamentar. Além disso, muitos parlamentares anteci- param seus votos, o que também não seria permitido. Maranhão considerou ainda ser necessário que a Câmara publicasse um decreto legislativo para envio [do processo] ao Senado”, explicou o líder, com base nas argumentações da AGU acatadas pelo presidente da Casa. Florence refutou o argumento de vários parlamentares da oposição, segundo o qual a intenção seria protelar a definição do impeachment. O líder disse que, em sua decisão, Maranhão previu, além da devolução do processo à Câmara pelo Senado, um prazo de cinco sessões para que nova votação fosse realizada na Câmara, o que não significaria um prazo que pudesse caracterizar uma postergação. “Portanto, considero legítima e legal a decisão de Waldir Maranhão e espero que o presidente do Senado reveja a decisão de não acatá-la, já que não haveria uma postergação”. Preservar a democracia Preservar a democracia Preservar a democracia Preservar a democracia Preservar a democracia - Em pronunciamento no fim da tarde, Maranhão detalhou os motivos de sua decisão. Ele disse ter consciência do quanto o momento era delicado para preservar a democracia e argumentou que sua decisão tomava por base preceitos constitucionais. “É um momento em que temos o dever de salvar a democracia pelo debate. Não estamos nem estaremos em momento algum brincando de fazer democracia, o rigor das leis é que dá ao cidadão as suas garantias individuais”, afirmou. Bancada do PT no Senado acionará Justiça contra trâmite do golpe GUSTAVO BEZERRA/PT NA CÂMARA A decisão do presidente do Senado, Renan Ca- lheiros (PMDB-AL), de não devolver o processo de impeachment à Câmara dos Deputados, é um equívo- co, de acordo com o líder do governo no Senado, Humberto Costa (PE). Ponto a ponto, Humberto des- montou as justificativas do presidente do Senado para ignorar a decisão do presidente interino da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA), que declarou a nulidade da votação golpista naquela Casa, ontem (9). A interpretação dada por Renan, alertou Humberto, leva ao descumprimen- to da lei, o que obriga ao PT a também recorrer à Justiça para impedir a ilegalidade que é o Senado desconhecer uma decisão da Câmara. “Isso vai levar a Bancada do PT, obrigatoriamente, também à judicialização, no sentido de que o nosso direito seja efetivamente mantido”, avisou o líder. “Alguns aqui acham que nós estamos brincando de tirar uma presidente da República eleita pelo povo. Não, não podemos fazer isso, não. Essa é uma decisão muito grave e, se essa decisão for tomada da forma como está sendo, de maneira errada, ilegal e ilegíti- ma, quem vai sofrer é o Brasil”, protestou Humberto. O líder destacou que não há a alegada “intem- pestividade” na decisão de Maranhão, já que o recur- so apresentado pela Advocacia-Geral da União à Câ- mara contra o rito da votação do impeachment aconteceu exatamente dentro do prazo previsto. “Se o então presidente da Câmara [Eduardo Cunha] queria atrope- lar prazos e, já no dia seguinte [à votação do impeachment], trazer para cá o resultado da decisão, é um problema dele. Isso não tira o direito de quem apresentou o recurso dentro do prazo”, ponderou o líder petista. AGÊNCIA SENADO

Waldir Maranhão anula votação do impeachment, mas Renan … NA CAMARA-5853- 10-05-… · governo, Renan permitiu a leitura do resumo do parecer da Comissão Especi-al de Impeachment

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Page 1: Waldir Maranhão anula votação do impeachment, mas Renan … NA CAMARA-5853- 10-05-… · governo, Renan permitiu a leitura do resumo do parecer da Comissão Especi-al de Impeachment

Fechamento: 9/05/2016 às 23h58

Ano: XXIV - Nº 5.853Terça-feira, 10 de maio de 2016

Apesar da decisão do presidente in-terino da Câmara, deputado Waldir Ma-ranhão (PP-MA), de tornar nula a sessãoque aprovou a admissibilidade do pro-cesso de impeachment contra DilmaRousseff, o presidente do Senado, Re-nan Calheiros (PMDB-AL), resolveu darcontinuidade ao processo de afastamen-to da presidenta. Depois de muito ques-tionamento de senadores da base dogoverno, Renan permitiu a leitura doresumo do parecer da Comissão Especi-al de Impeachment pela admissibili-dade do processo. Se Renan insistir emdesconsiderar o cancelamento da sessão da Câmara, o Senado poderá votar aadmissibilidade do processo amanhã (11).

Para tornar nula a sessão, Waldir Maranhão acatou pedido da Advocacia-Geral daUnião (AGU), que apontou vícios na votação da Câmara, que contrariou a Lei doImpeachment (Lei 1079/50), o rito estabelecido pelo Supremo Tribunal Federal(STF) e entendimento da Corte Interamericana de Direitos Humanos. Entre os argu-mentos aceitos pelo presidente da Câmara, está o fato de as lideranças partidáriasterem encaminhado o voto de suas bancadas. “Não poderiam os partidos políticos terfechado questão ou firmado orientação para que os parlamentares votassem de ummodo ou de outro, uma vez que, no caso deveriam votar de acordo com as suasconvicções pessoais e livremente”, destacou Maranhão.

Em entrevista coletiva na tarde de ontem, o advogado-geral da União, ministroJosé Eduardo Cardozo, avaliou que seria insustentável do ponto de vista legal oSenado dar prosseguimento ao processo. Isso porque a anulação da sessão de votaçãopor Waldir Maranhão tornou automaticamente nula a autorização para o Senadoprosseguir o processo. “A autorização da Câmara é uma condição de procedibilidade.

Waldir Maranhão anula votação do impeachment,mas Renan atropela decisão e continua processo

Se essa condição não existe, o processonão pode prosseguir ”, argumentou.(Leia mais na página 3).(Leia mais na página 3).(Leia mais na página 3).(Leia mais na página 3).(Leia mais na página 3).

O líder da Bancada do PT, deputadoAfonso Florence (BA)Afonso Florence (BA)Afonso Florence (BA)Afonso Florence (BA)Afonso Florence (BA), defendeu que opresidente da Câmara fundamentou suadecisão em uma abordagem jurídica bus-cando a legalidade do processo ao corrigirvícios que apontavam para a nulidade doimpeachment. “A Lei 1079 não prevê ofechamento de questão [entre bancadas],prevê o exercício individual parlamentar.Além disso, muitos parlamentares anteci-param seus votos, o que também não seria

permitido. Maranhão considerou ainda ser necessário que a Câmara publicasse umdecreto legislativo para envio [do processo] ao Senado”, explicou o líder, com basenas argumentações da AGU acatadas pelo presidente da Casa.

Florence refutou o argumento de vários parlamentares da oposição, segundo oqual a intenção seria protelar a definição do impeachment. O líder disse que, em suadecisão, Maranhão previu, além da devolução do processo à Câmara pelo Senado, umprazo de cinco sessões para que nova votação fosse realizada na Câmara, o que nãosignificaria um prazo que pudesse caracterizar uma postergação. “Portanto, considerolegítima e legal a decisão de Waldir Maranhão e espero que o presidente do Senadoreveja a decisão de não acatá-la, já que não haveria uma postergação”.

Preservar a democraciaPreservar a democraciaPreservar a democraciaPreservar a democraciaPreservar a democracia - Em pronunciamento no fim da tarde, Maranhãodetalhou os motivos de sua decisão. Ele disse ter consciência do quanto o momento eradelicado para preservar a democracia e argumentou que sua decisão tomava por basepreceitos constitucionais. “É um momento em que temos o dever de salvar a democraciapelo debate. Não estamos nem estaremos em momento algum brincando de fazerdemocracia, o rigor das leis é que dá ao cidadão as suas garantias individuais”, afirmou.

Bancada do PT no Senado acionará Justiça contra trâmite do golpe

GUSTAVO BEZERRA/PT NA CÂMARA

A decisão do presidente do Senado, Renan Ca-lheiros (PMDB-AL), de não devolver o processo deimpeachment à Câmara dos Deputados, é um equívo-co, de acordo com o líder do governo no Senado,Humberto Costa (PE). Ponto a ponto, Humberto des-montou as justificativas do presidente do Senado paraignorar a decisão do presidente interino da Câmara,Waldir Maranhão (PP-MA), que declarou a nulidadeda votação golpista naquela Casa, ontem (9).

A interpretação dada por Renan, alertou Humberto, leva ao descumprimen-to da lei, o que obriga ao PT a também recorrer à Justiça para impedir ailegalidade que é o Senado desconhecer uma decisão da Câmara. “Isso vai levara Bancada do PT, obrigatoriamente, também à judicialização, no sentido de queo nosso direito seja efetivamente mantido”, avisou o líder.

“Alguns aqui acham que nós estamos brincando detirar uma presidente da República eleita pelo povo.Não, não podemos fazer isso, não. Essa é uma decisãomuito grave e, se essa decisão for tomada da formacomo está sendo, de maneira errada, ilegal e ilegíti-ma, quem vai sofrer é o Brasil”, protestou Humberto.

O líder destacou que não há a alegada “intem-pestividade” na decisão de Maranhão, já que o recur-so apresentado pela Advocacia-Geral da União à Câ-

mara contra o rito da votação do impeachment aconteceu exatamente dentro doprazo previsto. “Se o então presidente da Câmara [Eduardo Cunha] queria atrope-lar prazos e, já no dia seguinte [à votação do impeachment], trazer para cá oresultado da decisão, é um problema dele. Isso não tira o direito de quemapresentou o recurso dentro do prazo”, ponderou o líder petista.

AGÊNCIA SENADO

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Líder da Bancada: Deputado Afonso Florence (BA)

Chefe de Gabinete: Marcus Braga - Coordenação da Imprensa: Rogério Tomaz Jr.; Paulo Paiva Nogueira (Assessoria de Imprensa) Editores: Denise Camarano (Editora-chefe); Vânia Rodrigues e Tarciano Ricarto

Redação: Benildes Rodrigues, Gizele Benitz, Héber Carvalho, Tarciano Ricarto e Vânia Rodrigues - Rádio PT: Ana Cláudia Feltrim , Chico Pereira , Ivana Figueiredo e Gabriel

Fotógrafos: Gustavo Bezerra e Salu Parente Video: João Abreu, Jonas Tolocka e Jocivaldo Vale

Projeto Gráfico: Sandro Mendes - Diagramação: Sandro Mendes e Ronaldo Martins - Web designer e designer gráfico: Claudia Barreiros - Secretária de Imprensa: Maria das Graças

Colaboração: Assessores dos gabinetes parlamentares e da Liderança do PT.

O Boletim PT na Câmara, antigo Informes, foi criado em 8 de janeiro de 1991 pela Liderança do PT na Câmara dos Deputados.EX

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Deputados da Bancada do PTavaliaram que a decisão do presi-dente interino da Câmara, Waldir Ma-ranhão (PP-MA), de anular ontem (9)a sessão em que os parlamentaresdecidiram pela admissibilidade doprocesso de impeachment da presi-denta Dilma Rousseff, é uma açãoefetiva para barrar o golpe desenfreado perpetradocontra a democracia brasileira. Maranhão atendeu apedido feito por José Eduardo Cardozo, ministro daAdvocacia-Geral da União (AGU), com base em váriasirregularidades observadas no processo.

“O documento assinado por Cardozo baseia-se nodesrespeito à Lei do Impeachment, de 1950, similarao que entreguei no Supremo Tribunal Federal [STF].O fato é que, segundo a legislação, os partidos nãopoderiam ter determinado o voto dos parlamentares,que deveriam votar livremente a partir de suas convic-

Deputados do PT elogiam decisão deMaranhão e citam processo cheio de vícios

A deputada Benedita da Silva (PT-RJ)Benedita da Silva (PT-RJ)Benedita da Silva (PT-RJ)Benedita da Silva (PT-RJ)Benedita da Silva (PT-RJ)discursou na Câmara para protestar contra o golpe emcurso no país que quer tirar do poder a PresidenteDilma Rousseff, “uma mulher que tem a sua vidatransparente e clara, que recebeu mais de 54 milhõesde votos do povo brasileiro. Querem tirá-la para im-pedir também que haja sucesso na crise econômicaque está — continuo dizendo — agravada pelacrise política”, disse.

Para a deputada do PT, esse golpe já vem desde2012, travestido de investigação jurídica. “Naquelaépoca, era o chamado mensalão. Depois, tivemos umamaioria avassaladora de juristas renomados, historica-mente reconhecidos, até com pensamento conservador,dizendo que estava em andamento um golpe”, relatou.

Benedita protesta contra golpe: Querem impedir avolta de Lula e jogar mazelas para debaixo do tapete

Ressaltou a deputada Benedita, por outro lado,que o processo jurídico é investigativo, mas é, sobre-tudo, seletivo. “O alvo é o PT! O alvo é o governo! Oalvo é o Lula! Atingem o Estado Democrático de Direi-to quando fazem essa seletividade. Isso acaba sendouma perseguição. E o povo brasileiro está acompa-nhando essa situação”, alertou.

De acordo com a deputada Benedita, essas inci-

ativas têm sido muito claras. “Primeiro, o Janot pediuque investigassem o senador Aécio Neves, mas deu90 dias para que Aécio pudesse responder as citaçõesda Lava-Jato. Houve blitz no PT por conta da delaçãodo Delcídio. A máxima é o domínio do fato. Baseadosnisso, estão agindo contra a democracia brasileira. Enós estamos aqui agindo contra o golpe que querimpedir a candidatura de Lula em 2018 e quer queDilma saia para que se possam jogar para debaixo dotapete as mazelas que serão descobertas, certamen-te, com o fortalecimento da Polícia Federal nas inves-tigações da Lava-Jato”, afirmou.

“Deputados, quero aqui dizer: golpe, não! Ficafeio! A sociedade já está assistindo, ela já está enten-dendo o que está montado evidentemente”, finalizou.

Câmara homenageia Escola dos Meninos e Meninas do Parque

Numa iniciativa da deputada Erika Kokay

(PT-DF) a Câmara realizou ontem (9) sessão solene

em homenagem aos 21 anos da Escola dos Meninos

e Meninas do Parque (EMMParque).

“Prestamos esta homenagem a Escola dos Me-

ninos e Meninas do Parque, por toda sua inovação

pedagógica e porque é uma escola que se adapta

ao seu próprio público”, disse Erika.

A escola atende jovens e adultos em situação

de rua buscando, por meio do ensino formal, possi-

bilitar ao estudante conviver em um espaço onde

ele é protagonista da sua própria história, resgatan-

do a identidade cidadã de cada um e preparando-o

para “novos voos” rumo ao conhecimento em ou-

tros estabelecimentos de ensino.

ções. Tampouco os deputados poderiam ter adiantadoqual seria o seu voto”, argumentou o deputado PPPPPauloauloauloauloauloTTTTTeixeiraeixeiraeixeiraeixeiraeixeira (PT-SP)(PT-SP)(PT-SP)(PT-SP)(PT-SP).

A deputada Benedita da Silva (PT-RJ)Benedita da Silva (PT-RJ)Benedita da Silva (PT-RJ)Benedita da Silva (PT-RJ)Benedita da Silva (PT-RJ) disseque a decisão do presidente interino dá um novofôlego àqueles que lutam contra o golpe e a favorda democracia. “Sabemos que esse processo de im-peachment não foi regular. Esperamos que Mara-nhão se mantenha firme na sua decisão e tambémaguardamos obter do Supremo [Tribunal Federal] eda própria sociedade um olhar de justiça com rela-

ção a esse processo. Mais doque nunca precisamos nos man-ter nas ruas”, avaliou.

O deputado VicenteVicenteVicenteVicenteVicenteCândido (PT-SP)Cândido (PT-SP)Cândido (PT-SP)Cândido (PT-SP)Cândido (PT-SP) analisou queo presidente interino agiu corre-tamente, com respaldo político ejurídico. “Ele percebeu com cla-

reza que não poderia endossar um processo cheio devícios, que inclusive será alvo de ação no STF. A Câ-mara não pode ser um instrumento do golpismo con-tra a democracia brasileira”, afirmou.

Para o deputado VVVVValmir Assunção (PT-BA),almir Assunção (PT-BA),almir Assunção (PT-BA),almir Assunção (PT-BA),almir Assunção (PT-BA),Maranhão demonstrou o que todo mundo já sabe:o processo coordenado por Eduardo Cunha é umgolpe à democracia. “Nasceu de uma chantagem,rasga a Constituição e fere de morte a democraciabrasileira. Não sairemos da luta! Vamos barrar oGolpe”, disse o parlamentar.

PELA DEMOCRACIA

GUSTAVO BEZERRA/PT NA CÂMARA

GUSTAVO LIMA/CÂMARA

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Em entrevista coletiva, o ministro daAdvocacia Geral da União (AGU), JoséEduardo Cardozo, afirmou na tarde de on-tem (9) que seria insustentável o Senadocontinuar com o processo de impeachmentda presidenta Dilma Rousseff, ignorando adecisão do deputado Waldir Maranhão (PP-MA), presidente interino da Câmara, queanulou a sessão plenária em que deputa-dos votaram pela admissibilidade da ação.A análise do ministro ocorreu minutos an-tes de o presidente do Senado, Renan Ca-lheiros (PMDB-AL), anunciar que daria pros-seguimento ao processo.

Cardozo argumentou durante a entrevista que,atendendo a pedido da AGU, o presidente da Câmaradeclarou a nulidade da sessão, o que demandariauma nova votação. O ministro sustentou que, a partirdo momento em a sessão foi anulada, passou a sernula também a autorização para o Senado prosseguircom o processo. “A autorização da Câmara é umacondição de procedibilidade. Se essa condição nãoexiste, o processo não pode prosseguir”, afirmou.

O ministro refutou veementemente a hipótese aven-tada pela oposição de a nulidade da sessão ser fruto deuma “manobra”. Cardozo lembrou que a petição com osquestionamentos sobre os vícios presentes na votaçãofoi apresentada à Presidência da Câmara, à época, ain-da sob o mando de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), em

Continuidade do processo de impeachment noSenado é “insustentável”, afirma Cardozo

tempo hábil, sem que o presidente tenha se posiciona-do sobre o assunto. Reforçou ainda que a decisão sobreuma petição não é manobra, muito embora possa ense-jar discordâncias ou não sobre seu teor. “Manobra seriaalguém fazer uma petição e ela não ser analisada”,disse, acrescentando que o direito de peticionar é ga-rantido pela Constituição.

Para reforçar ainda mais sua tese, o titular daAGU disse que o ministro Luiz Fux, do Supremo Tribu-nal Federal (STF), ao proferir decisão em ação deautoria do deputado PPPPPaulo Taulo Taulo Taulo Taulo Teixeira (PT-SP) eixeira (PT-SP) eixeira (PT-SP) eixeira (PT-SP) eixeira (PT-SP) emtermos semelhantes ao da Advocacia Geral da União,disse que o caso reputa-se como “interna corporis”.Ou seja, segundo o ministro do STF, restringe-se “amatéria ao âmbito de discussão da Câmara dos Depu-

tados”, não se sujeitando “ao controlejurisdicional”. Para Cardozo, se não cabeuma decisão da Justiça sobre o caso, sórestaria à própria Câmara responder àpetição, o que foi feito por Maranhão.

“A petição foi apresentada no prazodevido. Por demora na decisão, não podeuma autoridade ferir o direito de umapessoa. Não bastasse essa questão, cabeà Câmara avaliar o que de fez de legalou não. É o chamado poder de autotute-la. Quem praticou atos ilegais pode revê-los. Não fosse assim, estaríamos numparadoxo terrível”, frisou. O paradoxo,

segundo Cardozo, seria a Câmara deixar de se posi-cionar sobre o fato em questão, já que o STF consi-derou se tratar de questão “interna corporis”.

José Eduardo Cardozo explicou que o presi-dente interino da Casa só negou um dos pontosquestionados pela AGU. Entre os argumentos acei-tos para anular a sessão estão o fato de as lideran-ças partidárias terem encaminhado a votação, quan-do cada parlamentar teria o direito de decidir in-dividualmente sem nenhum tipo de direcionamento;a antecipação de voto de vários parlamentares,quando estavam no papel de juízes e não apenasde parlamentares; e a negação à defesa do direitode falar por último no processo, já que o relatorusou a palavra antes da votação.

O líder do Governo na Câmara,deputado José Guimarães (PT-CE)José Guimarães (PT-CE)José Guimarães (PT-CE)José Guimarães (PT-CE)José Guimarães (PT-CE), con-siderou uma “vitória da democracia, e derespeito ao Estado Democrático de Direito eao devido processo legal” a decisão do pre-sidente em exercício da Câmara, deputadoWaldir Maranhão (PP), de anular a sessãoque votou a admissibilidade do processo deimpeachment da presidenta Dilma Rousseff.A afirmação deu-se durante coletiva à im-prensa no início da tarde de ontem(9).

“A questão central é que as inúmeras incorreções(na votação do impeachment) feitas ao arrepio da leiforam anuladas, para restabelecer a legalidade, odevido processo legal e o direito de defesa, tudo issoconsignado em todos os tratados internacionais assi-nados pelo Brasil”, afirmou Guimarães.

O líder do governo também afirmou que o direitode defesa da presidenta não foi assegurado de formaplena, e que a continuidade do processo desta forma

Ainda dá tempo da Câmara se redimir sobre a tramitaçãodo impeachment feita ao “arrepio da lei”, afirma Guimarães

poderia ser contestado judicialmente.“Ele (Waldir Maranhão) acatou a decisão porque

houve interdição do direito de defesa. Ainda dá tempoda Câmara se redimir sobre aquela tramitação que foifeita. Vários partidos fecharam questão, até ameaçade expulsão foi feita. A melhor forma de não judicia-lizar tudo isso é refazer aquela votação, chamar ofeito à ordem e vamos para a disputa política, que épermanente”, observou Guimarães.

Decisão Decisão Decisão Decisão Decisão - Na decisão do presidenteem exercício foram acatados vários argu-mentos da Advocacia Geral da União (AGU).Entre eles, o fechamento de questão e aorientação dos partidos obrigando os parla-mentares a votar segundo a agremiaçãopolítica, violando a liberdade e a consciên-cia; a publicidade do voto antes do final davotação, o que caracteriza prejulgamento eofensa ao amplo direito de defesa; além dodesrespeito ao direito de defesa pela não

permissão que o advogado da presidenta falasse porúltimo antes da votação.

Outro ponto aceito por Waldir Maranhão foi deque a Câmara descumpriu o regimento interno daCasa, ao não ter formalizado o resultado por Reso-lução, como determina as normas de funciona-mento da Casa, e previsto no processamento deimpeachment do ex-presidente Collor, tomadocomo exemplo a ser seguido pelo STF.

ANTONIO CRUZ

ALEX FERREIRA

PELA DEMOCRACIA

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A Bancada do PT na Câmara, em nota divulgada na sexta-feira (6) sobre asuspensão do mandato de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afirma que a decisão doSupremo Tribunal Federal evidencia a nulidade dos atos praticados pelo ex-presidente da Câmara, principalmente em relação ao acolhimento do pedido deimpeachment da presidenta Dilma Rousseff. “Está agora reconhecido pelo STFque a própria denúncia do PSDB foi recebida como retaliação à decisão daBancada do PT na Câmara, que votou pela admissibilidade da Representaçãocontra ele no Conselho de Ética”, diz o texto.

O texto destaca também que entre os motivos acolhidos pelo STF para oafastamento de Cunha está a utilização do mandato de forma irregular, “agindoem desvio de finalidade e com abuso de poder, objetivando livrar-se das conse-quências dos crimes por ele cometidos”.

Leia abaixo a íntegra da nota assinada pelo

líder da bancada, deputado Afonso Florence (BA)

no www.ptnacamara.org.br.

Em nota, Bancada do PT afirmaque decisão do STF evidencia anulidade dos atos praticados

por Eduardo Cunha

O afastamento do deputado Eduardo Cunha(PMDB-RJ) do cargo de deputado, na quinta-feira(5), pelo Supremo Tribunal Federal (STF), naavaliação dos parlamentares da Bancada do PT naCâmara vem tarde, mas é importante porque des-nuda para a sociedade brasileira que Cunha é ochefe do golpe em curso no País e, portanto, tudo o que foi feitonesta Casa tem que ser anulado. “O Supremo demorou 141 diaspara acatar o pedido de afastamento, mas ele é fundamental porqueconfirma que Cunha era de fato o chefe do golpe e Michel Temeruma marionete do Cunha. Agora que o chefe caiu, nós vamos derru-bar o golpe”, afirmou o deputado PPPPPaulo Pimenta (PT-RSaulo Pimenta (PT-RSaulo Pimenta (PT-RSaulo Pimenta (PT-RSaulo Pimenta (PT-RS).

Paulo Pimenta, que na sessão de quarta-feira à noite disse aCunha que aquela seria a última sessão que ele presidiria, alertouque esse afastamento é apenas um começo. “Temos que pedir anulidade dos atos de Eduardo Cunha à frente da Câmara - ogoverno já anunciou que vai fazer isso -, temos que continuardefendendo a Dilma, defendendo a democracia. Temos que irpara as ruas acabar com esse golpe”, conclamou.

O deputado PPPPPaulo Taulo Taulo Taulo Taulo Teixeira (PT-SPeixeira (PT-SPeixeira (PT-SPeixeira (PT-SPeixeira (PT-SP) também destacou aimportância do afastamento de Eduardo Cunha, uma vez que ele

Afastamento de Cunha foi tardia, mas abriu espaço paraquestionamento do processo de impeachment, avaliam deputados

Deputados do PT, PCdoB, Rede, PSol e PTdoB demonstraramunião e força mais vez na defesa da democracia na manhã dequinta-feira (5), no plenário da Câmara. Mesmo com os microfonesdesligados e a transmissão televisiva cortada por determinação dovice-presidente da Casa, Waldir Maranhão (PP-MA), eles realiza-ram uma sessão histórica para comemorar o afastamento do depu-tado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) da presidência da Câmara peloSupremo Tribunal Federal. Presidida pela deputada Luiza Erundina(PSol-SP), a sessão informal abriu espaço principalmente para queos deputados reforçassem a tese de que o STF precisa anular tam-bém a sessão presidida por Cunha, que aprovou a abertura de pro-cesso contra a presidenta Dilma Rousseff.

O deputado Henrique Fontana (PT-RSHenrique Fontana (PT-RSHenrique Fontana (PT-RSHenrique Fontana (PT-RSHenrique Fontana (PT-RS) afirmou que oafastamento de Cunha, mesmo tarde, reafirma e fortalece a tese dailegitimidade do golpe parlamentar conduzido por Eduardo Cunha.“O afastamento abre espaço para anular o processo contra umapresidenta honesta, que foi aberto por vingança, por retaliação

Partidos se unem em sessão histórica da Câmara apósde Eduardo Cunha e citam ato de “vingança

Por onde andaram os defensores do presidente afastado daCâmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ)? Esta foi a perguntaque rondou os quatros cantos das dependências da Câmara, naquinta-feira (5). Os deputados da bancada do PT, VicentinhoVicentinhoVicentinhoVicentinhoVicentinho(SP), Assis Carvalho (PI) e Ságuas Moraes (MT)(SP), Assis Carvalho (PI) e Ságuas Moraes (MT)(SP), Assis Carvalho (PI) e Ságuas Moraes (MT)(SP), Assis Carvalho (PI) e Ságuas Moraes (MT)(SP), Assis Carvalho (PI) e Ságuas Moraes (MT) observa-ram que o lado direito do plenário da Câmara, onde a maioria dosapoiadores de Cunha se alojam, se manteve vazio depois dadecisão - liminar - do ministro do Supremo Tribunal Federal(STF), Teori Zavascki de afastar o peemedebista do mandato dedeputado e, consequentemente, da presidência da Casa.

“O plenário está vazio. Os golpistas sempre ficam do lado

vinha se aproveitando do cargo de presidente da Câmara para obs-truir a Justiça, em especial o processo de sua própria cassação.“Infelizmente, foi uma decisão tardia. Não apenas porque a Procu-radoria Geral da República já havia requerido seu afastamento emdezembro, cinco meses atrás, mas principalmente porque suas ati-vidades ao longo desse período foram profundamente afetadas peloseu comportamento criminoso”, lamentou.

Paulo Teixeira também reforçou que não se pode aceitar acontinuidade desse processo de impeachment da presidenta Dil-ma Rousseff. “A sociedade brasileira, que se mobilizou para de-nunciar Cunha e tornar realidade esse afastamento, agora deve semobilizar para cobrar do Senado e também do STF a paralisaçãodesse processo, contaminado desde a origem por vingança, reta-liação e chantagem de Eduardo Cunha”, defendeu.

“Como pode o processo de impeachment de uma presidenta da

porque o PT se negou a votar a favor de Cunha no Conselho de Ética”.A deputada Maria do Rosário (PT-RSMaria do Rosário (PT-RSMaria do Rosário (PT-RSMaria do Rosário (PT-RSMaria do Rosário (PT-RS

arbitrariedade pode calar a democracia. “Encerrar uma sessão, tirar omicrofone, tirar o nosso direito de falar faz parte do jogo antidemocrá-tico e golpista e mostra o poder que Cunha ainda exerce, mesmo no diado seu afastamento”, avaliou a deputada. Ela assegurou, no entanto,que o golpe não passará e que as vozes da democracia continuarãodenunciando as arbitrariedade e as manobras.

Rosário também defendeu a anulação do processo de impeachment

Defensores de Eduardo Cunha somem da Câmara depois de afastamento do “chefe”direito. Cadê eles? Espero que, embora, tardiamente, a decisãode afastamento se consolide no colegiado do Supremo”, afir-mou Vicentinho, que chamou atenção para o fato de queCunha ainda não foi cassado e nem preso. “Ele continuaaltamente perigoso para a ética democrática do Pmanter a chama acesa contra o golpe”.

“O ministro Teori Zavascki resolve afastar Eduardo Cunha quepresidia esta Casa. Pestavam ali, em torno dele, esvaziaram o parlamento, talvez levan-do solidariedade ao chefe maior

Ainda, observou o deputado piauiense, não basta só o afasta-

Leia a íntegra:

Estamos próximos da consumação de um golpe de Estado, sem forçanem violência física, mas com as armas do grande capital, de setores doaparelho estatal e da mídia monopolizada.

Caso a maioria do Senado mantenha o que vêm antecipando vários deseus integrantes, a presidenta Dilma Rousseff, que não cometeu qualquercrime, será afastada por até 180 dias.

E só voltará se, numa sessão futura, sob a direção do presidente do SupremoTribunal Federal (STF), obtiver 28 votos – ou o outro lado não chegar a 54 votos.

Beneficiário direto do golpe, o conspirador-geral da República, ovice-presidente, perdeu semana passada seu principal parceiro. Após5 meses, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, réuem diversos crimes de corrupção, foi afinal afastado do mandato e daMesa, faltando agora a ida para uma merecida cela.

Aos democratas, nós incluídos, impõe-se uma ingente tarefa: resistir juntocom a presidenta e denunciar os que rasgam a Constituição e violam o EstadoDemocrático de Direito. Por isso, já no dia 10 agora, vamos apoiar o DiaNacional de Paralisação e Mobilizações, convocado pelas Frentes Brasil Populare Povo sem Medo. E continuarmos juntos na luta.

Não ao Golpe. Fora Temer!

Rui Falcão é presidente nacional do PT

Rui Falcão: Depois de afastado,falta a Cunha uma ‘merecida cela’Em artigo semanal na Agência PT de Notícias, o presidente

do partido fala sobre o golpe contra a presidenta Dilma,

expectativas no Senado e pede mobilização.

GUSTAVO BEZERRA/PT NA CÂMARA

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A deputada Moema Gramacho (PT-BA)Moema Gramacho (PT-BA)Moema Gramacho (PT-BA)Moema Gramacho (PT-BA)Moema Gramacho (PT-BA)apresentou, em plenário, na quinta-feira (5) ques-tão de ordem com base no art. 4º do Código deÉtica e Decoro Parlamentar da Câmara questio-nando as ações do ex-presidente da Casa deputa-do Eduardo (PMDB-RJ) na condução do pedido deimpeachment vice-presidente da República, Mi-chel Temer. A petista disse que o art. 4º, inciso IVé claro quando estabelecem procedimentos que senão forem cumpridos e podem levar a perda demandato por quebra de decoro parlamentar.

“O ex-presidente Eduardo Cunha utilizou-se do cargo para fraudar o andamento dos tra-balhos ao não acolher e pautar o pedido deimpeachment do vice-presidente Temer”, de-nunciou Moema, reafirmando o inciso IV: “Frau-dar, por qualquer meio ou forma, o regularandamento dos trabalhos legislativos para al-terar o resultado de deliberação”.

Como forma de corrigir o desvio cometido porEduardo Cunha, a deputada aconselhou o presi-dente em exercício, deputado Waldir Maranhão(PP-MA) a acatar o processo que recomenda oimpedimento do vice-presidente da República.

“Espero que o deputado Waldir Maranhãopossa dar celeridade ao acolhimento do pedidode impeachment contra o vice-presidente, por-que se a presidente Dilma está sendo acusadade ‘pedaladas’, Temer trabalhou com ela comovice-presidente, e ela não fez nada que eletambém não tivesse feito”, argumentou Moe-ma Gramacho. A deputada defendeu que a Casadê a mesma celeridade ao processo – seguin-do o ritmo do golpe parlamentar que foi apli-cado na presidenta Dilma.

O deputado Leo de Brito (PT-AC)Leo de Brito (PT-AC)Leo de Brito (PT-AC)Leo de Brito (PT-AC)Leo de Brito (PT-AC) tam-bém cobrou do presidente em exercício da Câ-mara, a abertura da comissão especial para tra-tar do impeachment do vice-presidente MichelTemer. “Faço um pedido ao presidente WaldirMaranhão. Já que os partidos não querem indi-car os nomes para a comissão do impeachmentde Michel Temer, que ele mesmo o faça e dêprosseguimento, para que não haja dois pesos eduas medidas”, reiterou.

Moema questiona

Cunha em condução do

impeachment e cobra

celeridade para

impedimento de Temer

Afastamento de Cunha foi tardia, mas abriu espaço paraquestionamento do processo de impeachment, avaliam deputados

artidos se unem em sessão histórica da Câmara após afastamentoCunha e citam ato de “vingança” em processo

vinha se aproveitando do cargo de presidente da Câmara para obs-truir a Justiça, em especial o processo de sua própria cassação.“Infelizmente, foi uma decisão tardia. Não apenas porque a Procu-radoria Geral da República já havia requerido seu afastamento emdezembro, cinco meses atrás, mas principalmente porque suas ati-vidades ao longo desse período foram profundamente afetadas peloseu comportamento criminoso”, lamentou.

eixeira também reforçou que não se pode aceitar acontinuidade desse processo de impeachment da presidenta Dil-ma Rousseff. “A sociedade brasileira, que se mobilizou para de-nunciar Cunha e tornar realidade esse afastamento, agora deve semobilizar para cobrar do Senado e também do STF a paralisaçãodesse processo, contaminado desde a origem por vingança, reta-liação e chantagem de Eduardo Cunha”, defendeu.

“Como pode o processo de impeachment de uma presidenta da

República eleita legitimamente, que sequerfoi indiciada ou teve suas contas reprova-das, ser conduzido por alguém que é réu eque agiu de forma criminosa na aberturado processo, como atestou agora o minis-tro do STF”, questiona Teixeira.

O deputado Reginaldo Lopes (PT-MGReginaldo Lopes (PT-MGReginaldo Lopes (PT-MGReginaldo Lopes (PT-MGReginaldo Lopes (PT-MG) disse que o dia 5de maio é histórico pela decisão do Supremo de afastar EduardoCunha. “Mas é fundamental que, para consolidar esse dia histó-rico, o STF tenha a coragem de anular os atos do presidenteEduardo Cunha, em especial os atos do golpe do dia 17 de abril”,afirmou, se referindo à sessão do plenário da Câmara, presididapor Eduardo Cunha, que aprovou a admissibilidade do processode impedimento da presidenta Dilma.

A deputada Margarida Salomão (PT-MGMargarida Salomão (PT-MGMargarida Salomão (PT-MGMargarida Salomão (PT-MGMargarida Salomão (PT-MG) considerou a deci-são história e afirmou que o afastamento de Cunha “limpa a Câmara”.“É uma vitória da democracia”, completou.

O deputado Chico D’Angelo (PT-RJChico D’Angelo (PT-RJChico D’Angelo (PT-RJChico D’Angelo (PT-RJChico D’Angelo (PT-RJ) também fez ques-tão de comemorar. “A decisão pelo afastamento comprova que,infelizmente o Parlamento estava sendo usado ao bel prazer deEduardo Cunha e contra a democracia”.

porque o PT se negou a votar a favor de Cunha no Conselho de Ética”.A deputada Maria do Rosário (PT-RSMaria do Rosário (PT-RSMaria do Rosário (PT-RSMaria do Rosário (PT-RSMaria do Rosário (PT-RS) disse que nenhuma

arbitrariedade pode calar a democracia. “Encerrar uma sessão, tirar omicrofone, tirar o nosso direito de falar faz parte do jogo antidemocrá-tico e golpista e mostra o poder que Cunha ainda exerce, mesmo no diado seu afastamento”, avaliou a deputada. Ela assegurou, no entanto,que o golpe não passará e que as vozes da democracia continuarãodenunciando as arbitrariedade e as manobras.

Rosário também defendeu a anulação do processo de impeachment

aprovado pela Câmara. Se um dos motivos do STF para o afastamento deCunha foi a pressão e as chantagens que ele fez para se manter no podere não ser cassado, imagina o que ele não fez de chantagem e pressãopara aprovar o impedimento da presidenta Dilma?”, questionou.

A deputada Erika Kokay (PT-DFErika Kokay (PT-DFErika Kokay (PT-DFErika Kokay (PT-DFErika Kokay (PT-DF) lamentou a atitude. ParaErika, suspender o funcionamento da Casa porque Cunha foi afasta-do pelo STF é dizer que o que estamos assistindo é uma “tirania”,é reconhecer que Eduardo Cunha é o dono do poder Legislativo. Masnão é. É exatamente o contrário, Cunha é sinônimo do que tem depior na política brasileira”, afirmou.

A deputada Luiza Erundina considerou o afastamento de Cunhacomo “vitória da democracia” e disse que a Casa precisa resgatarsua credibilidade. “A Casa deveria ter afastado há muito tempoesse deputado corrupto”, afirmou. Ela também condenou o proces-so de impeachment da presidente Dilma Rousseff e a ascensão dovice-presidente da República Michel Temer ao Poder. “Que situa-ção é essa? Que País é esse?”, desabafou.

Defensores de Eduardo Cunha somem da Câmara depois de afastamento do “chefe”reito. Cadê eles? Espero que, embora, tardiamente, a decisão

de afastamento se consolide no colegiado do Supremo”, afir-mou Vicentinho, que chamou atenção para o fato de queCunha ainda não foi cassado e nem preso. “Ele continuaaltamente perigoso para a ética democrática do País. Vamosmanter a chama acesa contra o golpe”.

“O ministro Teori Zavascki resolve afastar Eduardo Cunha quepresidia esta Casa. Para a nossa surpresa, todos os golpistas queestavam ali, em torno dele, esvaziaram o parlamento, talvez levan-do solidariedade ao chefe maior”, ironizou Assis Carvalho.

Ainda, observou o deputado piauiense, não basta só o afasta-

mento do deputado Eduardo Cunha da Presidência da Câmara. Paraele, é preciso que o Conselho de Ética da Casa se manifeste. “Seráuma vergonha muito grande se o Conselho de Ética se mantiveromisso. Infelizmente esse colegiado estava sendo instrumentaliza-do por Eduardo Cunha”, lembrou Assis.

O deputado Ságuas Moraes reiterou que, após a liminardo ministro Teori e, no momento de julgamento pelo plenodo STF, não se encontra mais um defensor de Cunha nestaCasa. “Seus apoiadores devem estar consolando o EduardoCunha porque o STF, neste momento, deverá manter essaliminar do Teori”, sentenciou Ságuas.

GUSTAVO BEZERRA/PT NA CÂMARA

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A presidenta da União Nacional dosEstudantes (UNE), Carina Vitral, visitou naquinta-feira (5) a liderança do PT na Câ-mara para solicitar o apoio do partido naluta contra a instalação da CPI que pretendeinvestigar a entidade. Criada na última quar-ta-feira (4) pelo réu no Supremo TribunalFederal (STF) e presidente afastado da Câ-mara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), a CPI temcomo autor do requerimento de instalaçãoo deputado Marco Feliciano (PSC-RJ), e ébaseada em recortes de jornais que apontam supostasirregularidades em convênio da entidade com a União.

Durante o encontro com o líder do PT, deputadoAfonso Florence (BAAfonso Florence (BAAfonso Florence (BAAfonso Florence (BAAfonso Florence (BA), e com os deputados AssisAssisAssisAssisAssisCarvalho (PICarvalho (PICarvalho (PICarvalho (PICarvalho (PI), Carlos Zarattini (SPCarlos Zarattini (SPCarlos Zarattini (SPCarlos Zarattini (SPCarlos Zarattini (SP), Leo deLeo deLeo deLeo deLeo deBrito (ACBrito (ACBrito (ACBrito (ACBrito (AC), Margarida Salomão (MGMargarida Salomão (MGMargarida Salomão (MGMargarida Salomão (MGMargarida Salomão (MG) ePPPPPaulão (ALaulão (ALaulão (ALaulão (ALaulão (AL), a presidenta da UNE afirmou que acriação da CPI “é uma clara retaliação política deEduardo Cunha contra a entidade”.

Desde o ano passado a UNE e vários outros

Bancada do PT apoia luta da UNE contrainstalação de CPI motivada por vingança política

movimentos sociais têm denunciado e criticado aagenda conservadora e fundamentalista adotada porCunha na presidência da Câmara. As críticas aumen-taram nos últimos meses após o presidente afasta-do ter instalado, por vingança, o processo de impe-achment da presidenta Dilma Rousseff.

“Essa CPI é um completo absurdo. Primeiro, por-que não tem fato determinado, como manda a Cons-tituição e também porque pede investigação sobresituações totalmente legais, como é o caso da indeni-

zação paga pela União à UNE, aprovada poresta Casa. Se preciso for, iremos ao STF paraprovar que a abertura desta CPI é uma vin-gança de Cunha por causa da atuação daUNE”, afirmou Carina Vitral.

Após ser aprovada pelo Congresso Naci-onal, em 21 de junho de 2010, o ex-presi-dente Lula promulgou a Lei 12.260/10. Anorma reconheceu a responsabilidade do Es-tado brasileiro pela destruição, no ano de1964, da sede da UNE, localizada no muni-

cípio do Rio de Janeiro. A entidade recebeu R$ 44,6milhões a título de indenização da União Federalpelos danos sofridos na ditadura militar.

ApoioApoioApoioApoioApoio- Ao final do encontro, o líder do PT hipo-tecou total apoio à entidade na luta contra a instala-ção da CPI. “O PT vai apoiar a UNE nessa luta por tudoque a entidade representa para o país e também porser uma decisão descabida, uma verdadeira retalia-ção política promovida pelo presidente afastado Eduar-do Cunha”, garantiu Afonso Florence.

GUSTAVO BEZERRA/PT NA CÂMARA

INVESTIGAÇÃO

A deputada Erika Kokay (PT-DF)Erika Kokay (PT-DF)Erika Kokay (PT-DF)Erika Kokay (PT-DF)Erika Kokay (PT-DF) apresen-tou na quinta-feira (5), em plenário, recurso solici-tando efeito suspensivo da decisão da Presidênciada Câmara de instaurar a Comissão Parlamentar deInquérito para investigar a UNE. De acordo comErika Kokay, o Regimento da Câmara limita emcinco o número de CPIs funcionando simultanea-mente, com observância da ordem de apresentaçãodos respectivos requerimentos de criação, critérioque não foi respeitado por Eduardo Cunha.

“Nós tivemos protocolada a CPI da UNE depoisda CPI para investigar as medidas socioeducativas eos adolescentes infratores. O presidente definiu o pra-zo de cinco sessões para que o autor da CPI das medi-das socioeducativas estabeleça um fato determinado.Como foi estabelecido este prazo, não caberia a insta-lação da CPI da UNE, que, aliás, também não tem

Petistas denunciam ilegalidade da CPI da UNE

fato determinado. Fatos determinados são fatos queocorreram e que envolvem a instituição. Fatos deter-minados, segundo o Regimento desta Casa, dizemrespeito a posturas que merecem uma investigaçãodesta Casa, porque são posturas que apresentam indí-cios de irregularidades. Por tudo isso, faço um recursoà decisão da Presidência”, explicou Erika Kokay.

O recurso foi recebido pela Mesa Diretora e seráanalisado pela Presidência da Casa.

VingançaVingançaVingançaVingançaVingança – Na avaliação do deputado Leo deLeo deLeo deLeo deLeo deBrito (PT-ACBrito (PT-ACBrito (PT-ACBrito (PT-ACBrito (PT-AC), a determinação do presidente afas-tado da Câmara, Eduardo Cunha, foi mais um ato devingança. “A UNE não cometeu nenhum crime. AUNE faz parte do movimento estudantil que lutou pordemocracia no País, que tem participado efetivamen-te das mudanças educacionais nos últimos anos”,destacou Leo de Brito, na tribuna da Casa.

O deputado do PT do Acre enfatizou que instru-mentos como CPIs são utilizados para atacar movi-mentos rurais, movimentos indígenas e agora o movi-mento estudantil, que tem uma tradição, que inclusi-ve revelou lideranças e vários partidos.

O deputado João Daniel (PT-SE)João Daniel (PT-SE)João Daniel (PT-SE)João Daniel (PT-SE)João Daniel (PT-SE) tambémrepudiou a criação da CPI para investigar a UNE. Naavaliação do parlamentar, “essa é uma tentativa decriminalizar os movimentos estudantis no País”.

LUCIO BERNARDO JR/CÂMARA

Núcleo de Mulheres do PT elege luta contra o fundamentalismo como prioritária na Câmara

O Núcleo de Mulheres da Bancada do PT na Câmara reuniu-se na quinta-feira (5) para traçar a estratégia de atuação

das parlamentares do partido na recém-criada Comissão de Defesa dos Direitos das Mulheres, e também no plenário e nas

demais comissões da Casa. Na primeira reunião comandada pela nova coordenadora do colegiado, deputada Ana Perugini

(SP), também compareceram as deputadas Benedita da Silva (RJ), Erika Kokay (DF), Luizianne Lins (CE), Margarida Salomão

(MG), Maria do Rosário (RS) e Moema Gramacho (BA).

“No atual momento, em que a pauta fundamentalista tem avançado nessa Casa, precisamos estar unidas na defesa dos

direitos humanos das mulheres, junto com os movimentos sociais e as deputadas de outros partidos nessa Casa, para que

possamos fazer o enfrentamento na defesa das questões de gênero que deve permear muitas comissões”, afirmou.

Durante a reunião, a Comissão de Educação foi destacada como um dos principais focos de atenção do Núcleo de Mulheres,

devido ao grande número de parlamentares fundamentalistas e contrários às questões de gênero no colegiado.

Ficou acertado ainda que o Núcleo de Mulheres vai definir nas próximas reuniões um Plano de Trabalho Temá-

tico, em conjunto com entidades da sociedade civi l que tratam das questões de gênero.

GUSTAVO BEZERRA/PT NA CÂMARA

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A bancada ruralista da Câmara protagonizou naquinta-feira (5) mais um show de baixarias com decla-rações preconceituosas e insinuações injuriosas volta-das aos movimentos sociais em defesa da terra, e atémesmo contra parlamentares que defendem essas cau-sas. O triste espetáculo ocorreu durante audiência públi-ca da CPI da Funai/Incra, que ouviu o depoimento dapresidenta do Incra, Maria Lúcia Falcon.

Durante a preleção da convidada o relator docolegiado, deputado Nilson Leitão (PSDB-MT), ten-tou de todas as formas usar casos isolados de supostasirregularidades praticadas no processo de reformaagrária para tentar criminalizar o MST e o próprioIncra. Entre as acusações, o relator mostrou alguns“documentos” que na avaliação dele provam casosde desmatamento, exploração ilegal de garimpo epagamento por recebimento de lotes.

Maria Lúcia disse que o Incra considera essaspossíveis irregularidades como caso de polícia eque o órgão não tem compromisso com mal feitos.“Em relação a esses casos específicos digo que sãocasos de polícia, e quando percebemos qualquer

O deputado Luiz Couto (PT-PB)Luiz Couto (PT-PB)Luiz Couto (PT-PB)Luiz Couto (PT-PB)Luiz Couto (PT-PB)utilizou a tribuna da Câmara, na últimasemana, para cobrar providência da Po-lícia Federal em relação ao assassinatode dois irmãos agricultores, NivaldoBatista Cordeiro e Jesser Batista Cor-deiro, que ocorreu no dia 24 de abril,na cidade de Buritis, em Rondônia. Se-gundo o deputado, os corpos foram encontrados boi-ando no rio Candeias a cinco quilômetros de distânciado lugar em que foram abordados. “Este crime brutalnão poderá ficar impune. Há fortes indícios de perse-guição aos camponeses e envolvimento de latifundiá-rios neste assassinato”, denunciou Couto.

O deputado relatou que a Liga dos Camponeses Pobresde Rondônia e Amazônia Ocidental e a Comissão de mora-dores da Área 10 de Maio explicou, em nota, que a moto emque viajavam os agricultores estava suja de sangue. Deacordo com Luiz Couto, tal fato indica que eles foram bale-ados na estrada enquanto viajavam e seus corpos carregados

REFORMA AGRÁRIA

Presidente do Incradesmonta acusação dabancada ruralista sobrepossível instrumentalizaçãodo órgão pelo MST

irregularidade praticada por algum servidor do órgãoimediatamente instauramos processo administrativo.Inclusive, os senhores parlamentares podem nosajudar enviando esses casos para investigação daPolícia Federal”, esclareceu Maria Lúcia.

Não satisfeito com a resposta, o relator apontoua “metralhadora giratória” para acusar o Incra de“manter uma parceria com o MST”. A afirmaçãoprovocou reação de vários parlamentares do PTpresentes à audiência, entre eles, Adelmo LeãoAdelmo LeãoAdelmo LeãoAdelmo LeãoAdelmo Leão(MG)(MG)(MG)(MG)(MG), Erika Kokay (DF), João Daniel (SE),Erika Kokay (DF), João Daniel (SE),Erika Kokay (DF), João Daniel (SE),Erika Kokay (DF), João Daniel (SE),Erika Kokay (DF), João Daniel (SE),Marcon (RS), Nilto TMarcon (RS), Nilto TMarcon (RS), Nilto TMarcon (RS), Nilto TMarcon (RS), Nilto Tatto (SP), Patto (SP), Patto (SP), Patto (SP), Patto (SP), Padre Joãoadre Joãoadre Joãoadre Joãoadre João(MG) (MG) (MG) (MG) (MG) e Valmir Assunção (BA).Valmir Assunção (BA).Valmir Assunção (BA).Valmir Assunção (BA).Valmir Assunção (BA).

O relator perguntou à presidenta do Incra se elatinha conhecimento de que o MST não tinha CNPJ epor isso não podia manter parceria com a autarquia.Como resposta, Lúcia Falcon destacou que o órgãoapenas mantém diálogo com o movimento, sem qual-quer vínculo formal. “Não preciso saber se o MST temou não CNPJ. Deveria saber se a autarquia fosse fir-mar algum convênio, contrato ou parceria formal como MST, mas isso não existe. O Incra apenas houve as

demandas do MST, assim como faz com outros movi-mentos sociais”, explicou.

A resposta foi aplaudida por vários parlamen-tares e causou a fúria do relator que disse não se“incomodar com claque”. Ainda nervoso, ameaçouexpulsar os presentes no auditório que aplaudiama presidente do Incra.

Acusação do TCU Acusação do TCU Acusação do TCU Acusação do TCU Acusação do TCU – Sobre a acusação deparlamentares ruralistas sobre possíveisirregularidades apontadas pelo TCU no processo dereforma agrária, Maria Lúcia Falcon disse que elesdevem tomar cuidado porque os supostos 500 milcasos encontrados fazem parte de um banco de dadosantigo, e que entre as supostas ocorrências constaaté mesmo casos perfeitamente explicáveis.

“Esse relatório do TCU é baseado em um sistemaantigo do Incra, que não pode ser comparado a outrasbases de dados. E entre esses casos existem 19 milcasos de pessoas que faleceram depois de receber olote. Bom, dizer que a pessoa não poder morrer de-pois de receber o lote é complicado”, disse LuciaFalcon disfarçando o riso.

Luiz Couto pede providências paraassassinato de irmãos em Buritis

e desovados no rio Candeias. “Ambos eramacampados da Área 10 de Maio, e haviamrecebidos ameaças de morte do latifundiá-rio Caubi Moreira Quito, que em várias oca-siões afirmou que iria matar todos os sem-terra antigos do acampamento”, informouo deputado.

Ainda conforme relatou Luiz Couto,no dia 29 de dezembro de 2014, Caubi informou aodelegado Renato Morari, de Ariquemes, que havia contra-tado 10 policiais militares de Buritis para fazer a segu-rança armada de sua fazenda. “Esses policiais fizeramdiversas tentativas de reintegração de posse na Área 10de Maio sem ordem judicial”, acusou o petista.

O deputado disse ainda que sugeriu ao presidentedo Núcleo Agrário, deputado João Daniel (PT-SE) João Daniel (PT-SE) João Daniel (PT-SE) João Daniel (PT-SE) João Daniel (PT-SE)para que o colegiado também tome as providênciasnecessárias e, ao mesmo tempo, encaminhe a denúnciapara a Comissão de Direitos Humanos e Minorias daCâmara para que acompanhe de perto o caso.

O Partido dos Trabalhadores divulgounota na última semana, em que lamenta aviolência contra a manifestante do Movi-mento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST),baleada durante manifestação. Edilma Apa-recida Vieira dos Santos foi baleada quan-do cerca de 500 pessoas marchavam rumoà prefeitura de Itapecerica, onde seriam re-cebidos para reunião sobre moradia.

“Manifestamos nossa solidariedade aoMovimento dos Trabalhadores Sem Teto eexigimos a punição do policial preso em fla-grante como autor do disparo”, diz a notado PT, assinada pelo presidente do partido,Rui Falcão, e pelo secretário de Movimen-tos Populares, Bruno Elias.

“O PT repudia mais este episódio do rei-terado ataque aos movimentos popularese direitos dos trabalhadores que tem sidoestimulado pela ofensiva conservadora emcurso no País”.

PT lamenta violência

contra manifestante do

MTST baleada em SP

MARIA LUCIA FALCON

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O revés no processo golpista ocorrido ontem (9) foirecebido com euforia por dezenas de representantes dosmovimentos sociais, parlamentares e militantes de di-versos partidos que lotaram a solenidade “Educaçãopela Democracia”, no Palácio do Planalto, em defesa domandato da presidenta Dilma contra o golpe em cursono País. No momento da solenidade tomou-se conheci-mento da decisão do presidente interino da Câmara,deputado Waldir Maranhão (PP-MA), acatando recursoda Advocacia-Geral da União que pede nulidade dasessão do dia 17 de abril que aprovou a admissibilida-de do processo contra a presidenta Dilma Rousseff.

A notícia pegou a presidenta Dilma de surpresa,no momento em que anunciava a criação de maiscinco universidades no País. Ela disse que não tinhasido comunicada oficialmente sobre a iniciativa epediu cautela porque, segundo ela, “vivemos umaconjuntura de manhas e artimanhas”. “Temos quecontinuar percebendo o que está em curso”, reco-mendou a presidenta Dilma.

“Peço a todos aqui e aos parlamentares certatranquilidade para lidar com isso. É fundamental quea gente perceba que as coisas não se resolvem assim.Vai ter muita luta, muita disputa. É um golpe contravárias coisas que a democracia proporcionou para nóstodos”, alertou a presidenta Dilma.

Para o ex-presidente da Câmara, deputadoMarco Maia (PT-RS),Marco Maia (PT-RS),Marco Maia (PT-RS),Marco Maia (PT-RS),Marco Maia (PT-RS), presente na solenidade, areviravolta é fruto das irregularidades cometidas navotação do processo do impeachment.

Suspensão do impeachment é recebida com euforiaem solenidade no Palácio; Dilma pede cautela

“O presidente Waldir Maranhão, com essa decisão,demonstra maturidade e a tomou à luz da lei, daquilo queprevê o Regimento da Câmara. Demonstra, com isso, umacapacidade enorme em momentos complexos da históriapolítica do Brasil”, avaliou Marco Maia. Ele se reportou aum trecho dos argumentos do presidente interino da Casaque afirmou que acolheu arguições da AGU “por entenderque efetivamente ocorreram vícios que tornaram nula depleno direito a sessão em questão”.

De acordo com Marco Maia, Waldir Maranhãorecompõe o processo da forma como ele deveria tersido feito desde o início. Para o petista, Eduardo Cu-nha atropelou o Regimento e Maranhão o recolocouno seu caminho. “É um revés forte, porque bota otema de novo no debate na Câmara e eu tenho quecerteza que a partir de agora nós teremos uma deci-são diferente por parte do plenário”.

Para Marco Maia, “talvez tenhamos pela frenteuma disputa jurídica, mas a decisão do presidente Ma-ranhão é soberana, de uma Casa que tem um presidenteque pode tomar essa decisão”, afirmou Marco Maia.

Entusiasta da democracia e crítico ferrenho dogolpe parlamentar registrado na sessão da Câmara, odeputado PPPPPaulo Pimenta (PT-RSaulo Pimenta (PT-RSaulo Pimenta (PT-RSaulo Pimenta (PT-RSaulo Pimenta (PT-RS), um dos articu-ladores das atividades de rua, a decisão de Maranhãosinaliza para o povo brasileiro que, com luta, mobili-zação e resistência o golpe poderá ser enterrado e oPaís resgatar a democracia.

“É uma derrota para o crime organizado, para oCunha, para aqueles que desprezam a democracia, para

os conspiradores e para os traidores. É a força do povobrasileiro que mostra que tem amor pela sua pátria, pelademocracia, pela Dilma e pela luta. Estamos muitofelizes e essa felicidade vai nos dar mais energia paracontinuar lutando até a vitória final”, disse Pimenta.

Tribunal de ExceçãoTribunal de ExceçãoTribunal de ExceçãoTribunal de ExceçãoTribunal de Exceção - O deputado ReginaldoReginaldoReginaldoReginaldoReginaldoLopes (PT-MG),Lopes (PT-MG),Lopes (PT-MG),Lopes (PT-MG),Lopes (PT-MG), também presente no evento, disseque o deputado Waldir Maranhão está fazendojustiça porque o que ocorreu no processo de impe-dimento da presidenta Dilma foi, de fato, umtribunal de exceção. Para ele, é um processo viciado,sem base legal e conteúdos foram incluídos,fugindo assim, do escopo determinado.

“Waldir Maranhão faz justiça anulando aquelasessão. Portanto, é a vitória do povo. Essa vitória temmuito a ver com a mudança de percepção. Ou seja, asociedade já tem uma outra percepção sobre esseprocesso. A sociedade, hoje, por ampla maioria, eudiria que mais de 60% rejeita esse golpe, rejeita oimpeachment e quer a defesa da democracia , a sobe-rania do voto popular”, salientou Reginaldo Lopes.

Na mesma linha o deputado Leo de BritoLeo de BritoLeo de BritoLeo de BritoLeo de Brito(PT-AC) (PT-AC) (PT-AC) (PT-AC) (PT-AC) acrescentou: “Essa decisão significa umavitória da democracia, fazendo com que o teatro doshorrores que tivemos no dia 17 seja revisto. É umavitória das mobilizações que foram feitas nos últimosmeses, contra o golpe e pela democracia”, observouLeo de Brito, que fez questão de frisar que o caminhoque o Senado terá que trilhar a partir dessa ação édevolver o processo à Câmara.

Movimentos sociais fazem Dia Nacional de Paralisações hojeHoje (10), Dia Nacional de Paralisações e Mobiliza-

ção em defesa da Democracia, dos Direitos Trabalhis-

tas, Sociais e Humanos e Contra o Golpe que está em

curso no Brasil, estão programadas mobilizações em

todo o País. Os atos são organizados pela Frente Brasil

Popular, formada por 60 entidades entre coletivos, sin-

dicatos e movimentos sociais.

“Serão realizados atos em todo o País, com parali-

sações dos trabalhadores (as), atrasos de entrada no

expediente, bloqueios de estradas e principais vias de

acesso, passeatas, assembleias populares, ocupações

de escolas e universidades, intervenções político-cultu-

rais e outras iniciativas das Centrais Sindicais e Movi-

mentos Sociais, organizados do campo e da cidade, da

esquerda popular-democrática, unidos e comprometi-

dos em barrar esse golpe, que é contra o Brasil e o povo

brasileiro, além de um desrespeito ao voto do cidadão”,

diz a convocatória do evento.

Em Salvador (BA), a paralisação será no campus da

UFBA, a partir das 6h; no Rio de Janeiro (RJ) será na Alerj,

às 17h, e em Brasília (DF), na UNB, às 12h.Veja a lista completa das cidades que terão

mobilizações na agenda e ajude a divulgar:

http://www.pt.org.br/agenda.

PELA DEMOCRACIAGUSTAVO BEZERRA/PT NA CÂMARA