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CENTROS DE DISTRIBUIÇÃO: INSTRUMENTOS DE COMPETITIVIDADE EMPRESARIAL
Danilo Barroso Lopes¹
Luis Rodrigues da Silva Neto²
Raynner Braga Araripe³
ResumoEste artigo tem como objetivo realizar uma abordagem teórica da instalação e do
funcionamento básico de um Centro de Distribuição (CD), levando em consideração
sua definição, planejamento necessário para instalação, operações presentes no
processo, a maneira com que os layouts influenciam nessas operações e suas
vantagens. Considerando que o cumprimento dessas atividades corretamente é de
grande importância para o aperfeiçoamento do sistema logístico, apresentamos
também a utilização das organizações de distribuição em um CD.
Palavras-chave: Centro de distribuição, planejamento e sistema logístico.
AbstractThis article aims to conduct a theoretical approach to the installation and the basic
operation of a distribution center (DC), taking into consideration the definition,
planning required for installation, operations present in the process, the way the
layouts influence these operations and the benefits. Whereas the compliance with
these activities properly is important to the logistics system improvement, the article
also presents the distribution organizations used in a DC.
Keywords: Distribution Center, Planning, Logistics System.
1. Introdução1
¹ Estudante, graduando em Engenharia de Produção na FA7 - [email protected]² Estudante, graduando em Engenharia de Produção na FA7 - [email protected]³ Estudante, graduando em Engenharia de Produção na FA7 - [email protected]
Na era do mundo globalizado a competitividade de mercado em qualquer
que seja o ramo de atuação da empresa é bastante acirrada. As organizações
buscam a todo momento reduzir custos, sejam estes de armazenamento, produção
ou distribuição, visando maximizar deste modo seus lucros, para isso elas
necessitam ter seus setores interligados afim de obter uma tomada de decisão
acertada.
Segundo Nobrega (1996) e Shenk (1997) (apud DUTRA; ERDMANN,
2007) na era do conhecimento, as organizações que continuam presas ao
paradigma mecanicista tem dificuldade de acompanhar as mudanças do mercado,
pois a produção e a disseminação das informações acontecem de maneira cada vez
mais rápida.
Faria e Costa (2011, p.15) consideram que a logística não deveria ter sua
origem associada apenas às operações de guerra, pois na construção das pirâmides
do Egito e em outras obras majestosas foram realizadas muitas atividades
relacionadas às atividades logísticas.
Em alguns ramos de atuação, o Centro de Distribuição (CD) tem papel
fundamental dentro da logística, este setor é responsável pela armazenagem de
produtos e distribuição/entrega dos mesmos aos clientes finais, o que pode garantir
ou não a satisfação do cliente dependendo do seu nível de serviço.
Devido a esta importância de se obter uma vantagem competitiva
aumentando o seu nível de serviço fez-se necessário estudar os procedimentos
adotados para um bom planejamento e implantação de um CD.
Um dos aspectos fundamentais para a boa administração dentro de um
CD é a distribuição física que segundo Ballou (2011, p.15) é o ramo da logística que
trata da movimentação, estocagem e processamento de pedidos dos produtos finais
da firma, preocupando-se principalmente com as mercadorias que a companhia
oferece para vender e que não planeja executar processamentos posteriores.
Baseado nesta visão, as empresas estão cada vez mais preocupadas
com a eliminação do retrabalho e reprocessamento, sendo assim elas buscam um
melhor alinhamento entre seus fluxos de materiais e informação de maneira que
venha a cumprir o prazo e enxugar seus custos de inventário.
O presente artigo visa apresentar a importância de um centro de
distribuição dentro da cadeia distributiva, descrevendo os principais pontos com
base em estudos bibliográficos e mostrar que independente do ramo em que uma 2
empresa atua, quando o CD é instalado corretamente, pode trazer vantagens para a
organização.
2. Definição de centro de distribuição De acordo com Imai (2014, p. 33), historicamente os Centros de
Distribuição (CDs) eram tratados apenas como depósitos, por vezes deixados de
lado no planejamento das empresas, que se preocupavam muito mais com todos os
outros setores.
Ainda segundo Imai (2014, p. 33), hoje os CDs são considerados
instrumentos de competitividade de mercado e são parte essencial na estratégia de
disseminação dos produtos, fazendo com que o conceito de CD prospere dentro da
logística e das operações de distribuição.
Segundo Wanke (2012, p. 62), os Centros de distribuição têm como
função gerenciar o fluxo de produtos e informações, sempre associando um ao
outro, com o objetivo de redução de prazos de entrega e aumentando
consequentemente o nível de atendimento aos consumidores.
Um CD então pode ser definido como uma unidade de apoio à
organização que agrega valor ao produto através do nível de serviço e aproxima a
unidade produtiva dos distribuidores e consumidores finais.
Conforme Vieira e Roux (2012, p. 2) a grande importância de um CD se
deve a economia que se pode ter caso o seu uso seja feito de forma planejada e
analisada de acordo com as necessidades da natureza da mercadoria.
Faria (2008, p. 83) ainda afirma que um CD posicionado estrategicamente
vem proporcionar uma redução nos custos de manutenção de inventário e
transportes, entre outros custos.
O CD deixou de ser apenas um depósito para guardar os materiais e
passou a ter um papel diferente e importante estrategicamente na colocação dos
produtos no mercado (Alves, online, 2014).
Visto que em um CD não há produção, a empresa deve ter uma gestão
eficiente do estoque, levando em conta a demanda do CD e o tempo para
atendimento de reposição do mesmo.
Um controle de estoque eficiente e eficaz é importante para que a
empresa continue competitiva no mercado, prospectar novos clientes e manter os já
existentes satisfeitos. “Os sistemas de controle de estoque, quando são bem
3
operacionalizados, viabilizam a produção, agilizam as entregas, diminuem os custos
de fabricação e evitam erros” (S/A, online, 2015).
3. Planejamento e Instalação de um CDPara garantir a boa funcionalidade de um CD e a redução de custos
dentro do enfoque logístico, é necessária a elaboração de um planejamento
estratégico que englobe as diferentes áreas da empresa visando avaliar os impactos
com a sua instalação.
“O desenvolvimento do projeto do centro de distribuição depende de
alguns fatores, tais como: tipo de mercadoria e forma de movimentação.” ASAPLOG
(S/A, online, 2015).Mesmo sendo operações de natureza complexa, o planejamento de CD deve ser simplificado, para que sua execução não se torne inviável ou inflexível. Ele precisa, no entanto, ser rico em informações, que permitam que o planejador simule e projete cenários e condições para modelar, adequadamente, seus recursos e processos. É importante ter em mente que erros no planejamento de um CD, muitas vezes, são irreversíveis e, nem sempre, o que os mais populares cases de sucesso no mercado fazem é o melhor para sua operação. (ASAPLOG, online, S/A).
De acordo com Imai (2014, p. 33) um CD deve estar instalado em um
ponto central às suas praças de atendimento, levando em consideração os custos
de seu abastecimento, evitando o encarecimento das compras e suas estratégias de
distribuição.
Pozo (2010, p. 91) ainda ressalta que outro fator importante no projeto é o
dimensionamento e a localização das docas de embarque e desembarque, o
sucesso desse processo proporcionará excelente fluxo dos veículos evitando atraso
nas suas operações.
A relação de cada área com o CD está expressa no quadro a seguir de
acordo com a ASAPLOG (online, S/A, 2015).
Área Aspectos gerais e cuidados básicos
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Projetos Planejamento e controle de toda a implementação do CD, elaboração de cronograma, previsão de orçamento, divisão de tarefas.
LogísticaA localização geográfica está diretamente relacionada a prazo de entrega. A proximidade
com mercado consumidor, fornecedores e infraestrutura logística são elementos importantes para tomada de decisão.
Compras Busca de fornecedores, cotação e aquisição de equipamentos, sistemas e serviços.
Financeiro Levantamento de fontes de recursos, análises de custos e viabilidade econômico-financeira.
Contabilidade Ajustes legais e fiscais necessários para funcionamento e planejamento tributário.
Recursos humanos
Recrutamento e seleção de pessoas, treinamentos, definição de EPIs, aplicação de normas e leis trabalhistas específicas.
TI Implantação de softwares, instalação de infraestrutura e configuração de hardwares.
Marketing Pesquisa de localização dos mercados consumidores e produtos mais vendidos, prazo de entrega de concorrentes.
Jurídico Contrato de locação de barracão, equipamentos e prestação de serviços.
Quadro 1 – Relação área com o CD
Apesar de saber o quão é importante realizar um bom planejamento e
achar o local estratégico, muitos dos centros de distribuições acabam sendo
instalados por benefícios e incentivos fiscais, ou seja, eles buscam adequar a sua
estratégia ao novo espaço, analisando a relação custo e benefício.
Imai (2014, p. 34) afirma que é uma característica do Brasil que os
generosos incentivos fiscais sejam preponderantes na escolha de uma região
geográfica para a instalação da planta.
4. Funções do CDCom o grande aumento hoje evidente nos consumidores por exigência de
mercadorias e serviços de qualidade, deve-se renovar e controlar os processos
realizados no CD, onde os mesmos podem até ser um diferencial competitivo.
As funções básicas de um CD que devem ser monitoradas para serem
executadas de maneira eficiente. Segundo Alvarenga e Novaes (2000, p. 122) são:
recebimento, movimentação, armazenagem, preparação dos pedidos, embarque,
circulação externa e estacionamento.
Recebimento
Esta função é a que introduz a mercadoria nos processos logísticos do
CD, nesta primeira etapa a boa gestão é de extrema importância, pois uma
informação incorreta pode comprometer o restante do fluxo. A etapa é iniciada
quando as mercadorias chegam e após a liberação do veículo ela é descarregada,
5
conferidas juntamente ao documento de transporte e dependendo do tipo de produto
podem até mesmo passar por análises de qualidade, por amostragem, antes mesmo
de o produto ser totalmente descarregado. É nessa etapa também que o
endereçamento do produto é definido através de sistema ou manualmente.
Movimentação
Esta função está relacionada por toda e qualquer movimentação realizada
dentro do CD, desde o recebimento da mercadoria até a entrega ao consumidor
final, ou ainda para terceiros que irão distribuí-las.
Conforme Moura (1998, apud RODRIGUES; PIZZOLATO, 2003, p. 3) “O
tipo de equipamento utilizado na movimentação de materiais afeta a eficiência e o
custo de operação do CD”.
Assim sendo, a determinação correta da movimentação destas
mercadorias, evita deslocamentos desnecessários e por consequência aumento no
custo ou eventual perda de produtos.
Armazenagem
Segundo Pozo (2004, apud CABRAL; CARNEIRO; SILVA, 2015, p. 2),
dentro de um processo logístico, a armazenagem é uma atividade de apoio que dá
suporte ao desempenho das atividades primárias, para que a empresa possa
alcançar o sucesso, mantendo e conquistando clientes com atendimento do
mercado e satisfação total dos acionistas.
Após o recebimento, as mercadorias são direcionadas para
armazenagem, de acordo com a especificação dos produtos estes locais são
adequados a fim de conservá-los e mantê-los em segurança. Bertaglia (2009, p.180)
citou ainda alguns tipos de armazenagem: prateleiras, estantes, tanques, estrados
ou até mesmo acondicionados e sobre protetores de umidade.
Preparação dos pedidos
Segundo Murray (online), a preparação de pedidos ou picking é a
atividade em que os produtos são extraídos do sistema de armazenagem para
satisfazer uma ordem de pedido dos clientes.
Conforme Alvarenga e Novaes (2000, p. 122) a separação dos produtos
deve ser feita em um local específico no CD, sendo trazidos do lugar onde estão
6
armazenados e acondicionados conforme necessidade de cada segmento da
empresa.
Embarque
O embarque ou expedição é a última função a ser realizada dentro do
Centro de Distribuição, esta etapa se resume ao embarque destes produtos no
veículo envolvendo ainda alguns outros processos como a conferência, emissão de
documentos necessários, pesagem do veículo se possível e liberação do mesmo.
Circulação externa e estacionamento
De acordo com Alvarenga e Novaes (2000, p. 122) é correta e muito
importante a disponibilização de áreas próprias para manobras de veículos,
estacionamento, carga e descarga. Esse aspecto traz mais segurança para as
movimentações, tanto em relação ao produto quanto na prevenção de acidentes.
5. Nível de Serviço“Nível de serviço logístico é a qualidade com que o fluxo de bens e
serviços é gerenciado. É o resultado líquido de todos os esforços logísticos da firma.
É o desempenho oferecido pelos fornecedores aos seus clientes. ” (BALLOU, 2011,
p. 73).
Segundo Faria e Costa (2011, p. 43) observa-se uma série de atividades
relacionadas ao cliente, como qualidade do produto, eficiência do meio de
transporte, armazenagem, prazo de entrega, entre outros, para se chegar a um valor
que indica se o nível de serviço esperado ou exigido pelos clientes está sendo
alcançado.
Ainda conforme Faria e Costa (2011, p. 43), um nível de serviço pode ter
excelência quando a empresa traz algo a mais para o cliente, por exemplo,
disponibilizando a entrega antes do prazo final, ou apenas informando a localização
atual do seu produto, superando assim sua expectativa.
Assim acrescenta-se que a obtenção de um nível de serviço esperado é
uma consequência da execução com excelência das funções citadas anteriormente,
e que a responsabilidade por grande parte da medição é do CD, pois Alvarenga e
Novaes (2000, p. 90) ainda afirmam que os principais fatores que compõe o nível de
serviço são: prazo de entrega, avarias na carga, extravios e reclamações diversas.
7
6. LayoutLayout é a forma estratégica de como são dispostos no CD os
funcionários, materiais e ferramentas, com a finalidade de utilizar o espaço de forma
eficiente e otimizar o fluxo de produtos, baseado nas características dos arranjos
físicos, dos produtos e dos equipamentos.
Segundo Imai (2014, p. 36), o layout tem papel decisivo na fluidez que se
deseja nas operações do centro de distribuição, porque a sua escolha impacta
diretamente no uso e na produtividade dos ativos de movimentação.
Para Wanke e Magalhães (2012, p. 64), as decisões de layout para maior
eficiência da movimentação de materiais não se traduz apenas em menores
despesas com equipamentos, espaço e mão de obra, mas também em maior
flexibilidade para atender eventuais necessidades de mudanças e de movimentação
de itens.
São destacáveis dois tipos de projeto de layouts: o princípio do fluxo de
produtos Bowersox & Closs (2001, apud RODRIGUES; PIZZOLATO, p. 4), em que o
fluxo dos produtos deve ser planejado em linha reta para evitar congestionamentos;
e giro dos produtos Rodrigues (1999, apud RODRIGUES; PIZZOLATO, p. 4) em que
as estações de trabalho são fixas, não necessariamente em linha reta, e que o
produto que transita pelas demais estações de trabalho, de acordo com o volume.
A escolha do tipo de layout baseia-se no ramo que o CD trabalha e na
sua organização espacial, porque o tipo de layout escolhido para um CD pode não
ser vantajoso para outro, devido aos tipos dos produtos trabalhados e equipamentos
utilizados.
Figura 1 – Giro dos produtos8
Figura 2 – Princípio do fluxo de produtos
7. Vantagens percebidas na adoção de um CDCom a implantação de CDs na rede de abastecimento é notável as
diversas vantagens no sistema logístico. Rodrigues e Pizzolato (2003 p. 4) afirmam
que com a centralização do estoque estarão sendo beneficiados todos os elos da
cadeia: fornecedor, empresa e consumidor.
De acordo com Hill (2003, apud BERNI, p. 7) alguns dos principais fatores
que levam ao uso dos CDs são: redução do lead time, desempenho nas entregas,
melhoria no nível de serviço, redução dos custos logísticos, aumento do Market
Share e um novo patamar de competitividade.
Bowersox & Closs (2001 apud RODRIGUES; PIZZOLATO, p. 4)
identificam duas vantagens na adoção de um CD: a capacidade de agregar valor ao
produto e os diferentes tipos de operações que podem ser realizadas no CD –
Transit Point, Merge in Transit, Cross Docking e Break Bulk. É importante salientar
que não é possível encontrar todas essas operações sendo trabalhadas ao mesmo
tempo dentro de um CD, pois vai depender da estratégia da empresa e o tipo de
segmentação.
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Fonte: Adaptada de Bowersox & Closs (2009)
Figura 3: Funcionamento Transit Point, Merge in Transit, Cross Docking e Break Bulk.
O transit point funciona como uma instalação de passagem, recebendo os
carregamentos consolidados de um único fornecedor e separando-os para entregas
locais a clientes individuais.
A operação do tipo cross docking é parecida com o transit point, mas esta
se caracteriza por envolver vários fornecedores para atender clientes comuns.
O break bulk é um tipo de operação onde recebe cargas de vários
fornecedores, realiza a atividade de separação e consolida em apenas uma carga
que se destina a vários clientes. Ele é usado em transporte marítimos.
Merge in transit é uma extensão do conceito de cross docking combinado
com o sistema de just-in-time, sendo usado na distribuição de produtos de alto valor
agregado, como por exemplo na fabricação de computadores, já que os diversos
componentes são fabricados em diferentes plantas.
10
8. Utilização das organizações de distribuição em um CDSegundo Bertaglia (2009, p. 139) as organizações de distribuição são
responsáveis por vendas e transferências de produtos do fabricante para o comércio
e o consumidor. A cadeia de abastecimento integrada é moldável de acordo com a
estratégia adotada pela empresa e as características de seus produtos.
Será descrito a seguir as organizações em que os produtos podem ser
distribuídos, elaborada por Betaglia (2009, p. 139).
Organizações de Atacado
São organizações intermediarias que se dedicam às funções de venda a
varejistas, usuários comerciais, industriais e institucionais, agindo ainda como
agentes de compra e venda de grandes volumes para grandes clientes. Essas
organizações fornecem valor para o perfeito funcionamento do sistema de
distribuição nas dimensões de tempo e lugar.
A dimensão tempo é proporcionada pelos fatores comercialização e
estocagem. Os serviços de comercialização permitem com que os varejistas possam
efetuar de forma rápida e na quantidade necessária a reposição do estoque. O
abastecimento dos produtos certos de forma adequada é garantida pela estocagem.
A dimensão lugar está relacionada ao transporte e ao estoque. É
necessário que haja um elo de confiança no abastecimento dos estoques, com isso
a proximidade geográfica do CD com o varejista é fundamental, pois há
organizações produtivas que não possui a capacidade de manter níveis elevados de
estoques.
Organizações de Varejo
O varejo é uma combinação de atividades destinada a vender produtos e
serviços diretamente aos consumidores. Tem como principal papel atuar como
intermediário entre a produção e o consumo, é por meio desta organização que os
fabricantes conseguem levar de forma eficiente os seus produtos aos seus
consumidores.
Na cadeia de abastecimento o varejo representa a voz dos consumidores,
por tratá-los individualmente e reunir informações em escala. A decisão de
centralização das operações e de processos podem implicar em mudanças
estruturais importantes e grandes investimentos.
11
Neste seguimento é comum a utilização de modelos mistos, considerando
o fluxo logístico, volume e localização em que as lojas são abastecidas diretamente
pelos fornecedores em alguns produtos e sendo complementadas pelo CD com
relação a produtos de menor rotatividade.
Organizações de Operação Logística
As organizações tem terceirizado algumas de suas atividades por conta
da evolução na forma de fazer negócios, buscando também manter o foco em suas
competências. Grandes organizações passam a utilizar terceiros devido aos fatores
estratégicos, operacionais e financeiros.
Estes fatores tem como objetivo principal aumentar o nível de serviço,
mantendo o foco apenas em suas atividades principais (fins) e contratando
operadores que são mais competentes para executar as tarefas secundarias do seu
negócio.
Considerações finais
A instalação de um centro de distribuição é justificada tanto pelas
vantagens financeiras quanto as vantagens por nível de serviço, mesmo que em
certos momentos essas duas diretrizes não caminhem juntas.
Nesse contexto, um fator fundamental no gerenciamento do sistema
logístico é a estruturação de um consolidado sistema de distribuição, estando bem
localizado geograficamente a fim de possibilitar o atendimento no local e tempo ideal
para o consumidor final.
Apesar de saber da importância de uma boa estruturação e um bom
planejamento para a instalação de um CD, percebe-se que atualmente isso é
deixado de lado devido aos generosos benefícios fiscais oferecidos.
Dentro desta perspectiva, este artigo procurou alinhar o que se apresenta
nas literaturas com o que se vive no contexto atual, mostrando que ainda assim é
necessário identificar e definir as atividades que estão inseridas dentro de um CD e
seguir algumas etapas para que a sua instalação seja bem sucedida.
Com este artigo foi possível identificar e definir as atividades que se
apresentam dentro de um CD, buscando alinhar estes processos para que este seja
uma vantagem competitiva e a empresa possa agregar valor ao seu produto.
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