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MÓDULO 1 – CLASSES GRAMATICAIS – PREPOSIÇÃO, CONJUNÇÃO, SUBSTANTIVO e ADJETIVO A) PREPOSIÇÃO Definição Preposições são palavras invariáveis que conectam termos de sintagmas, criando entre eles uma relação de sentido. São fundamentais para o estabelecimento da coesão textual. Exs: 1) Venho de casa. 2) Os homens morreram de frio. 3) Viajo de avião. Observe: a preposição de indica origem no exemplo1, causa no exemplo 2 e meio no exemplo 3. Isso significa que uma mesma preposição pode estabelecer diferentes sentidos a depender do contexto de uso. Classificação As preposições são classificadas em dois tipos: essenciais e acidentais. As essenciais sempre atuam como preposições. São elas: a, ante, após, até, com, contra, de, desde, em, entre, para, perante, por (per), sem, sob, sobre, trás. As acidentais podem pertencer ou ter pertencido a outras categorias gramaticais, mas funcionam como preposições em certos enunciados: afora, conforme, consoante, durante, exceto, fora, mediante, menos, salvo, segundo, senão, tirante, visto, etc. Observe: Estas eleições, segundo as pesquisas, serão um sucesso. Aquele grupo, menos o João, receberá um ponto extra. Combinações e contrações de preposições Quando a preposição a se junta ao artigo masculino singular ou plural e origina as formas ao ou aos, ocorre uma combinação. Quando uma preposição combina-se com outra palavra e sofre alguma modificação em sua constituição fonológica, ocorre uma contração.

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MÓDULO 1 – CLASSES GRAMATICAIS – PREPOSIÇÃO, CONJUNÇÃO, SUBSTANTIVO e ADJETIVO

A) PREPOSIÇÃO

Definição

Preposições são palavras invariáveis que conectam termos de sintagmas, criando entre eles uma relação de sentido. São fundamentais para o estabelecimento da coesão textual.

Exs: 1) Venho de casa. 2) Os homens morreram de frio. 3) Viajo de avião.

Observe: a preposição de indica origem no exemplo1, causa no exemplo 2 e meio no exemplo 3. Isso significa que uma mesma preposição pode estabelecer diferentes sentidos a depender do contexto de uso.

Classificação

As preposições são classificadas em dois tipos: essenciais e acidentais.

As essenciais sempre atuam como preposições. São elas: a, ante, após, até, com, contra, de, desde, em, entre, para, perante, por (per), sem, sob, sobre, trás.

As acidentais podem pertencer ou ter pertencido a outras categorias gramaticais, mas funcionam como preposições em certos enunciados: afora, conforme, consoante, durante,exceto, fora, mediante, menos, salvo, segundo, senão, tirante, visto, etc.

Observe:

Estas eleições, segundo as pesquisas, serão um sucesso.Aquele grupo, menos o João, receberá um ponto extra.

Combinações e contrações de preposições

Quando a preposição a se junta ao artigo masculino singular ou plural e origina as formas ao ou aos, ocorre uma combinação.

Quando uma preposição combina-se com outra palavra e sofre alguma modificação em sua constituição fonológica, ocorre uma contração.

Temos a contração das preposições de e em com as formas singular e plural dos artigos e de alguns pronomes, originando as formas do, da, dos, das, no, na, nos, nas, nele, nela,neles, nelas, num, numa, nuns, numas, disto, disso, daquilo, deste, desta, destes, destas, desse, dessa, desses, dessas, daquele, daquela, daqueles, daquelas, etc.

Da combinação da preposição per (forma arcaica da preposição por) com as formas do singular e do plural do artigo definido, temos as contrações pelo, pela, pelos, pelas.

Quando a preposição a é associada a artigos ou pronomes iniciados pelo fonema /a/ (a, as, aquele, aquela, aqueles, aquelas, aquilo), ocorre a crase, que é um caso particular de contração.A crase é a fusão de dois fonemas vocálicos idênticos em um só, como em Irei sozinha à casa da vovó.

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A preposição e as relações de sentido

Além de estabelecer conexão entre termos, as preposições traduzem noções fundamentais para a compreensão dos enunciados e para a construção das relações de sentido tanto no período como no texto.

Veja, a seguir, as noções frequentemente indicadas por algumas preposições.

ATÉ

O filme ficará em cartaz até quinta. (tempo)Investiremos até a verba acabar. (limite)

COM

Vou ao cinema com minha filha. (companhia)Ele entrou com medo. (modo)

DEO acervo de Carlos é fantástico. (posse)Adoro fazer castelos de areia. (especificação de matéria)

EMNaquele tempo, eu morava em Salvador. (lugar)A sessão começará em quinze minutos. (tempo)

PARALeia para não enferrujar. (finalidade)Vou para a Europa em dezembro. (movimento em direção a)

PORA excursão passará por Curitiba. (lugar)Estou trabalhando por um futuro melhor! (finalidade)

SEM

A cerimônia não pode ocorrer sem os padrinhos. (ausência)Estou sem dinheiro no momento. (privação)

SOBRE

Sei tudo sobre futebol! (assunto)Seus óculos estão sobre a estante. (posição de superioridade com relação a determinadolugar no espaço)

ATENÇÃO: embora seja possível identificar alguns sentidos básicos associados às preposições, o contexto em que são utilizadas é fundamental para a determinação do sentido específico que elas agregam ao enunciado.

Locuções prepositivas

Locuções prepositivas são duas ou mais palavras que funcionam como preposições. Em uma locução prepositiva, a segunda palavra do conjunto é sempre uma preposiçãoessencial.

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Funcionam como locuções prepositivas conjuntos de palavras como acerca de, apesar de, a respeito de, de acordo com, graças a, para com, por causa de, abaixo de, por baixo de, embaixo de, adiante de, diante de, além de, antes de, acima de, em cima de, por cima de, ao lado de, dentro de, em frente a, a par de, em lugar de, em vez de, em redor de, perto de, por trás de, junto a, junto de, por entre, etc.

EXERCÍCIOS

1 - (Fuvest – adaptada)

Preciso que um barco atravesse o marlá longepara sair dessa cadeirapara esquecer esse computadore ter olhos de salboca de peixee o vento frio batendo nas escamas.[...]Marina Colasanti, Gargantas abertas.

Gosto e preciso de tiMas quero logo explicarNão gosto porque precisoPreciso sim, por gostar.Mário Lago. Disponível em:<http://www.encantosepaixoes.com.br>.

Nos poemas acima, as preposições para e por estabelecem o mesmo tipo de relação de sentido? Justifique sua resposta.

2 - Observe como o emprego da preposição pode tornar o enunciado ambíguo:

Comprei o livro da Joana.

Quais os significados que a frase acima apresenta?

3 - Indique o valor assumido pelas preposições nas frases abaixo:

I. Morava em uma casa de pedra. II. Chegou de carro. III. O governador chegou de Brasília. IV. Falava de política. V. Morreu de pneumonia.

4 - (Ita)

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("Folha de S. Paulo", 1/10/2001.)a) O que há de engraçado nesse diálogo?b) Qual a marca linguística que permite o efeito cômico?

5 - Leia o texto abaixo:

Olhava mais era para Mãe. Drelina era bonita, a Chica, Tomezinho. Sorriu para Tio Terêz. — “Tio Terêz, o senhor parece com Pai...” Todos choravam. O doutor limpou a goela, disse: — “Não sei, quando eu tiro esses óculos, tão fortes, até meus olhos se enchem d’água...” Miguilim entregou a ele os óculos outra vez. Um soluçozinho veio. Dito e a Cuca Pingo-de-Ouro. E o Pai. Sempre alegre, Miguilim... Sempre alegre, Miguilim... Nem sabia o que era ale gria e tristeza. Mãe o beijava. A Rosa punha-lhe do ces de leite nas algibeiras, para a viagem. Papa co-o-Paco falava, alto, falava. (Guimarães Rosa, Manuelzão e Miguilim)

(FUVEST-SP) – “Não sei, quando eu tiro esses óculos, tão fortes, até meus olhos se enchem d’água...”

O valor semântico de até coincide com o do texto em:a) Me disseram que na casa dele até cachorro sabe padre-nosso. b) Bebeu uma bagaceira, saiu para a rua, sob a chuva intensa, andou até a segunda esquina, atravessou a avenida... c) Até então, ele não inquietava os investidores, uma vez que era utilizado para financiar investimentos. d) Não sei se poderei esperar até a próxima semana. e) Foi até a sala e retornou.

6 - (CÁSPER LÍBERO) I. Lá de ano a ano é que vinha procurá-la. II. Rompo à frente, tomo a mão esquerda. III. A mulher adormeceu ao seu lado. IV. Ao entardecer, avistei uma povoação.

Nas frases dadas, as preposições em destaque indicam, respectivamente, as noções de a) movimento no tempo, movimento no espaço, situação no tempo, situação no tempo. b) movimento no tempo, movimento no espaço, situação no espaço, situação no tempo. c) movimento no tempo, movimento no espaço, situação no tempo, situação no espaço. d) situação no espaço, situação no tempo, movimento no espaço, movimento no tempo. e) situação no espaço, movimento no tempo, situação no espaço, movimento no tempo.

7 - (FAMERP) – “Sem olhar para os lados, por pudor talvez, sem querer espiar as mesas da confeitaria onde possivelmente algum conhecido tomava sorvete” (4.° parágrafo) A preposição destacada assume valor semântico semelhante ao que se verifica na frase: a) A crítica tem Machado de Assis por um grande autor. b) Há ainda algumas questões por fazer.

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c) Ficaremos na Europa por cinco dias. d) As tropas cercaram os inimigos por terra e por mar. e) Muitas pessoas vão cedo para casa por medo

8 - (FAE) – “O novo funcionário veio de Pernambuco. Ele viajou de ônibus. Lá, vivia sem dinheiro e morava em um lugarejo distante da Capital.” As preposições destacadas, no texto acima, assumem, respectivamente, os valores de a) origem, meio e causa. b) origem, meio e matéria. c) origem, meio e lugar. d) origem, meio e companhia.

Texto para a questão 9.

Que pode uma criatura senão, entre criaturas, amar? Amar e esquecer, Amar e malamar, Amar, desamar, amar? Sempre e até de olhos vidrados, amar?

9 - (UEL) – A palavra até, no texto de Carlos Drummond de Andrade, tem o mesmo valor semântico que em: a) O marinheiro chegou até o porto ao amanhecer. b) A polícia, até agora, não conseguiu capturar os fugitivos. c) As apurações estaduais foram suspensas até segunda ordem. d) Saveiro Geração III. Resiste a tudo, até a você. e) 12 até 18 dias sem juros no cheque especial. Tarifas que podem chegar a zero.

10 - (Ufac) "O que desejava... Ah! Esquecia-se. Agora se descordava da viagem que tinha feito pelo sertão, a cair de fome." (Graciliano Ramos). A alternativa em que a Preposição de expressa a mesma ideia que possui em "...a cair de fome" é:

a) De tanto gritar, sua voz ficou rouca.b) De grão em grão, a galinha enche o papo.c) De noite todos os gatos são pardos.d) Chegaram cedo de Cruzeiro do Sul.e) Trazia no bolso uma caneta de prata.

B) CONJUNÇÃO

Definição

Conjunções são palavras invariáveis que conectam orações, estabelecendo entre elas uma relação de subordinação (dependência) ou de simples coordenação.

Classificação

Tipos de conjunção

As conjunções são classificadas como coordenativas e subordinativas.

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Mais importante do que decorar a lista das conjunções associadas a cada uma dessas classificações é identificar as relações semânticas (ou de sentido) e sintáticas (de coordenação ou independência; de subordinação ou dependência) entre as orações.

As conjunções coordenativas

As conjunções que simplesmente coordenam orações, sem que entre elas se estabeleça uma relação de dependência sintática, são consideradas coordenativas.

• Aditivas (exprimem relação de soma, de adição): e, nem, não só… mas também.

Exemplo: Comia e tomava café.

• Adversativas (exprimem relação de contraste, de oposição): mas, porém, todavia, contudo, no entanto, não obstante.

Exemplo: Gostaria de ver o jogo, mas preciso estudar.

• Alternativas (exprimem relação de alternância, de exclusão): ora, quer, seja, nem, ou

Exemplo: Ela estuda ou trabalha?

• Conclusivas (exprimem relação de conclusão): logo, pois (posposto ao verbo), portanto, por conseguinte, por isso, assim.

Exemplo: Estou sem minha carteira, portanto não posso comprar esses livros.

• Explicativas (exprimem relação de explicação): pois (anteposto ao verbo), que, porque, porquanto.

Exemplo: Não vou à festa porque não tenho par.

As conjunções subordinativas

As conjunções que, ao ligarem duas orações, estabelecem uma relação de dependência sintática entre elas, de tal maneira que uma das orações determina ou completa o sentido da outra, são consideradas subordinativas.

• Causais (exprimem relação de causa): porque, pois, porquanto, como (= porque), pois que, visto que, visto como, por isso que, já que, uma vez que, que.

Exemplo: Já que ficarei em casa, aproveitarei para lavar o carro.

• Concessivas (exprimem relação de concessão): embora, conquanto, ainda que, se bem que, mesmo que, posto que, bem que, por mais que, por menos que, apesar de, apesar de que, nem que.

Exemplo: Embora eu adore chocolate, hoje ficarei sem sobremesa.

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• Condicionais (exprimem relação de condição): se, caso, contanto que, salvo se, sem que (= senão), desde que, a menos que, a não ser que.

Exemplo: Se você contar a verdade, poderá sair do castigo.

• Conformativas (exprimem relação de conformidade): conforme, consoante, segundo, como.

Exemplo: Ela partiu, como eu temia.

• Comparativas (exprimem relação de comparação): que, mais/menos/maior/menor/melhor/pior… do que, tal… qual, tanto… quanto, como, assim como, bem como, como se, que nem.

Exemplo: Ir à academia é pior do que fazer dieta!

• Consecutivas (exprimem relação de consequência): tal/ tanto/tão/tamanho… que, de forma que, de maneira que, de modo que, de sorte que.

Exemplo: Ele foi tão gentil que acabei me apaixonando.

• Finais (exprimem relação de finalidade): para que, a fim de que, porque (= para que).

Exemplo: Juntem-se mais, para que todos caibam na foto.

• Proporcionais (exprimem relação de proporcionalidade): à medida que, à proporção que, ao passo que, quanto mais… mais/menos, quanto menos… mais/menos.

Exemplo: À medida que o tempo passava, Márcia ficava mais bonita.

• Temporais (exprimem relação de tempo): quando, antes que, depois que, até que, logo que, sempre que, assim que, desde que, todas as vezes que, cada vez que, apenas, mal, que (= desde que).

Exemplo: Assim que cheguei, percebi a troca.

• Integrantes ligam à oração principal as orações subordinadas substantivas, que exercem funções próprias dos substantivos (sujeito, objeto direto, objeto indireto, predicativo, complemento nominal e aposto): que, se.

Exemplo: Todos sabem que eu te amo.

EXERCÍCIOS

TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES: O PODER DA LITERATURAJosé Castello

1Em um século dominado pelo virtual e pelo instantâneo, que poder resta à literatura? Ao contrário das imagens, que nos jogam para fora e para as superfícies, a literatura nos joga para dentro. Ao contrário da realidade virtual, que é compartilhada e se baseia na interação, 2a literatura é um ato solitário, nos aprisiona na introspecção. Ao contrário do mundo instantâneo em que vivemos, dominado pelo “tempo real” e pela rapidez, a literatura é lenta, é indiferente

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às pressões do tempo, ignora o imediato e as circunstâncias.Vivemos em um mundo dominado pelas respostas enfáticas e poderosas, enquanto a

literatura se limita a gaguejar perguntas frágeis e vagas. A literatura, portanto, parece caminhar na contramão do contemporâneo. Enquanto o mundo se expande, se reproduz e acelera, 3a literatura contrai, pedindo que paremos para um mergulho “sem resultados” em nosso próprio interior. Sim: a literatura – no sentido prático – é inútil. 4Mas ela apenas parece inútil.

A literatura não serve para nada – é o que se pensa. A indústria editorial tende a reduzi-la a um entretenimento para a beira de piscinas e as salas de espera dos aeroportos. De outro lado, a universidade – em uma direção oposta, mas igualmente improdutiva – transforma a literatura em uma “especialidade”, destinada apenas ao gozo dos pesquisadores e dos doutores. Vou dizer com todas as letras: são duas formas de matá-la. A primeira, por banalização. A segunda, por um esfriamento que a asfixia. Nos dois casos, a literatura perde sua potência. 5Tanto quando é vista como “distração”, quanto quando é vista como “objeto de estudos”, 6a literatura perde o principal: seu poder de interrogar, interferir e desestabilizar a existência. 7Contudo, desde os gregos, a literatura conserva um poder que não é de mais ninguém. 8Ela lança o sujeito de volta para dentro de si e o leva a encarar o horror, as crueldades, a imensa instabilidade e 9o igualmente imenso vazio que carregamos em nosso espírito. Somos seres “normais”, como nos orgulhamos de dizer. Cultivamos nossos hábitos, manias e padrões. Emprestamos um grande valor à repetição e ao Mesmo. Acreditamos que somos donos de nós mesmos!

Mas 10leia Dostoievski, leia Kafka, leia Pessoa, leia Clarice – 11e você verá que rombo se abre em seu espírito. Verá o quanto tudo isso é mentiroso. 12Vivemos imersos em um grande mar que chamamos de realidade, mas que – a literatura desmascara isso – não passa de ilusão. A “realidade” é apenas um pacto que fazemos entre nós para suportar o “real”. A realidade é norma, é contrato, é repetição, ela é o conhecido e o previsível. O real, ao contrário, é instabilidade, surpresa, desassossego. O real é o estranho.

(...)A literatura não tem o poder dos mísseis, dos exércitos e das grandes redes de

informação. Seu poder é limitado: é subjetivo. 13Ao lançá-lo para dentro, e não para fora, ela se infiltra, como um veneno, nas pequenas frestas de seu espírito. Mas, 14nele instalada pelo ato da leitura, 15que escândalos, que estragos, 16mas também que descobertas e que surpresas ela pode deflagrar.

Não é preciso ser um especialista para ler uma ficção. Não é preciso ostentar títulos, apresentar currículos, ou credenciais. A literatura é para todos. Dizendo melhor: é para os corajosos ou, pelo menos, para aqueles que ainda valorizam a coragem.(...)

http://blogs.oglobo.globo.com/jose-castello/post/o-poder-da-literatura-444909.html.Acesso em: 21 de fev 2017.

1. (G1 - epcar (Cpcar) 2018) Assinale a opção em que NÃO se percebe uma ideia adversativa. a) “Contudo, desde os gregos, a literatura conserva um poder que não é de mais ninguém.”

(ref. 7) b) “Ela lança o sujeito de volta para dentro de si e o leva a encarar o horror, as crueldades...”

(ref. 8) c) “...que escândalos, que estragos, mas também que descobertas e que surpresas ela pode

deflagrar.” (ref. 15) d) “Vivemos imersos em um grande mar que chamamos de realidade, mas que – a literatura

desmascara isso – não passa de ilusão”. (ref. 12) 2. (G1 - epcar (Cpcar) 2018) Assinale a alternativa que apresenta uma explicação INCORRETA. a) Em “Tanto quando é vista como distração, quanto quando é vista como objeto de estudos...”

(ref. 5), os termos em destaque estabelecem uma relação de comparação entre as duas situações relacionadas.

b) Os dois pontos foram utilizados no excerto “...a literatura perde o principal: seu poder de interrogar, interferir e desestabilizar...” (ref. 6) para introduzir ideias que foram resumidas em um termo anterior.

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c) A vírgula presente em “...a literatura é um ato solitário, nos aprisiona na introspecção.” (ref. 2) foi utilizada para marcar a elipse de um termo.

d) No período “...mas também que descobertas e que surpresas ela pode deflagrar.” (ref. 16) , se o sujeito fosse para o plural, a locução verbal ficaria: pode deflagrarem.

3. (G1 - cp2 2017) A Verdadeira Arte de ViajarMário Quintana

A gente sempre deve sair à rua como quem foge de casa,Como se estivessem abertos diante de nós todos os caminhos do mundo.Não importa que os compromissos, as obrigações, estejam ali...Chegamos de muito longe, de alma aberta e o coração cantando!

Fonte: http://www.casadobruxo.com.br/poesia/m/verdadeura.htm. Acesso em 03/10/2016.

Releia os seguintes versos destacados do poema de Mário Quintana:

A gente sempre deve sair à rua como quem foge de casaComo se estivessem abertos diante de nós todos os caminhos do mundo

A conjunção sublinhada nos dois versos estabelece uma relação de sentido de a) causa. b) conformidade. c) comparação. d) consequência. 4. (Espcex (Aman) 2017) “Pela primeira vez na história, pesquisadores conseguiram projetar do zero o genoma de um ser vivo (uma bactéria, para ser mais exato) e ‘instalá-lo’ com sucesso numa célula, como quem instala um aplicativo no celular.É um feito e tanto, sem dúvida. Paradoxalmente, porém, o próprio sucesso do americano Craig Venter e de seus colegas deixa claro o quanto ainda falta para que a humanidade domine os segredos da vida. Cerca de um terço do DNA da nova bactéria (apelidada de syn3.0) foi colocado lá por puro processo de tentativa e erro – os cientistas não fazem a menor ideia do porquê ele é essencial.”

Folha de S. Paulo, 26/03/2016.

O texto informativo acima, que apresenta ao público a criação de uma bactéria apenas com genes essenciais à vida, contém vários conectivos, propositadamente destacados. Pode-se afirmar que a) para inicia uma oração adverbial condicional, pois restringe o genoma à condição de

bactéria. b) e introduz uma oração coordenada sindética aditiva, pois adiciona o projeto à instalação do

genoma. c) como introduz uma oração adverbial conformativa, pois exprime acordo ou conformidade de

um fato com outro. d) porém indica concessão, pois expressa um fato que se admite em oposição ao da oração

principal. e) para que exprime uma explicação: falta muito para a humanidade dominar os segredos da

vida.

5. (G1 - ifsc 2017) Isto sabemos: a Terra não pertence ao homem; o homem pertence à Terra.Isto sabemos: todas as coisas estão ligadas, como o sangue que une uma família. Há uma ligação em tudo. O que ocorre com a terra recairá sobre os filhos da terra. O homem não teceu o tecido da vida: ele é simplesmente um de seus fios. Tudo o que fizer ao tecido, fará a si mesmo.

Fragmento da Carta do Cacique americano ao Presidente dos Estados Unidos da América em 1855. Disponível em: <http://comitepaz.org.br/chefe_seattle.htm>. Acesso em: 19 ago. 2016.

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Considerando o texto e as frases a seguir, marque com (V) o que for verdadeiro e com (F) o que for falso.

I. “Isto sabemos: todas as coisas estão ligadas, como o sangue que une uma família.”II. “Isto sabemos: a Terra não pertence ao homem; o homem pertence à Terra.”III. “Tudo o que fizer ao tecido, fará a si mesmo.”

( ) Em I, a oração destacada estabelece uma condição em relação àquela que a antecede.( ) Em II, o ponto e vírgula pode ser substituído pela palavra mas, sem que haja alteração de

sentido.( ) Não haveria alteração de sentido em III, se escrevêssemos: Tudo o que fizer ao tecido irá

fazer também a si mesmo.( ) Em I e II, o vocábulo isto faz referência à informação que aparece após os dois pontos.

Assinale a alternativa que contém a sequência CORRETA das respostas, de cima para baixo. a) V – V – V – F. b) V – F – V – V. c) F – V – V – F. d) F – V – V – V. e) F – V – F – V. 6. (G1 - ifsp 2017) Conjunções são palavras que ligam orações independentes; elas podem apresentar ideias conclusivas, alternadas, explicativas, dependendo do contexto e conjunção utilizada. Observe a oração abaixo:

Joana estudou o ano inteiro, logo foi bem nas provas finais.

Assinale a alternativa cuja conjunção destacada apresenta a mesma função da conjunção destacada na oração. a) Ele não respondeu às minhas cartas nem me telefonou. b) A mulher chamou o táxi, porém não foi ouvida. c) Tudo foi executado conforme planejamos. d) Você me ajudou muito; terá, pois, minha eterna gratidão. e) Viajarei mesmo que meus pais não autorizem. 7. (Uel 2017) Leia o fôlder a seguir.

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Com base na leitura do fôlder, responda aos itens a seguir.

a) O que difere o uso dos termos sublinhados nas sentenças “Consulte sempre um médico ao perceber os sintomas” e “Os sintomas iniciais podem ser semelhantes aos da gripe”?

b) Na frase “Assim como a gripe, a pneumonia pneumocócica pode ser prevenida através da vacinação”, se fosse omitida a expressão “como a gripe”, o sentido original estaria mantido? Por quê?

8. (G1 - ifal 2017) Assinale a opção em que se altera o sentido da oração “Porque poesia não se define, sente-se.”. a) Mas poesia não se define, sente-se. b) Já que poesia não se define, sente-se. c) Tendo em vista que poesia não se define, sente-se. d) Uma vez que poesia não se define, sente-se. e) Haja vista que poesia não se define, sente-se. 9. (Uerj 2017) Como desertava, meu bisavô Antônio foi levado em um bote até o navio que já se afastava do porto de Gênova. (ref. 2)

O trecho sublinhado estabelece com o restante da frase o sentido de: a) causa b) conclusão c) concessão d) conformidade TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: I. Quando um não quer, dois não brigam.II. Cada cabeça, uma sentença.III. Um dia da caça, o outro do caçador.

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IV. Em briga de marido e mulher, não se mete a colher.V. Casa de ferreiro, espeto de pau.

10. (Puccamp 2017) “Casa de ferreiro, espeto de pau.”

No provérbio acima, a) o paralelismo da forma põe em destaque uma oposição. b) o segundo membro da frase expressa uma causa. c) o segundo membro da frase expressa uma finalidade. d) manifesta-se uma relação desejável entre o espaço habitado e o instrumento de trabalho. e) associam-se, respectivamente, uma profissão e uma condição necessária para seu

exercício.

C) SUBSTANTIVO

Definição

SUBSTANTIVO: palavra que serve para dar nome às coisas do mundo. Exemplos: cadeira (nome de um objeto), rosa (nome de uma flor), esperança (nome de um sentimento), corrida (nome de uma ação), futebol (nome de um esporte), caminhão (nome de um veículo), anel (nome de um acessório), garapa (nome de uma bebida), feijão (nome de um alimento), macarronada (nome de uma comida), Votuporanga (nome de uma cidade), Maria (nome de uma pessoa), Brasil (nome de um país) etc.

Classificação

Os substantivos são classificados em simples ou compostos, primitivos ou derivados, próprios ou comuns e concretos ou abstratos.

● Simples e compostos: quando consideramos a formação dos substantivos, observamos que há uma diferença entre termos como laranja e arco-íris. No primeiro caso, observamos a ocorrência de um único radical na formação da palavra. No segundo, há mais de um radical.

Os substantivos formados por um único radical são considerados simples. Exemplos: lápis, cana, terra, leite, padaria etc.

Os substantivos formados por mais de um radical são considerados compostos. Exemplos: guarda-roupa, erva-doce, girassol, pé-de-moleque etc.

● Primitivos e derivados: alguns substantivos não derivam de qualquer outra palavra da língua. Podem, no entanto, dar origem a novas palavras.To

me notaOs substantivos que não se originam de qualquer outra palavra são considerados

primitivos. Exemplos: pão, lata, cana, amor etc.Os substantivos formados a partir de outras palavras são considerados derivados.

Exemplos: padaria, lataria, canavial, amabilidade etc.

● Próprios e comuns: os substantivos que nomeiam seres particulares, únicos, dentre aqueles de um mesmo grupo, são os próprios. Exemplos: João, Pedro, Ana, São Paulo, Lins, Pernambuco, China etc.

Já os substantivos usados para nomear todos os seres de um mesmo grupo são os comuns. Exemplos: computador, homem, criança, dedo, luz, vaso, machado etc.

● Concretos e abstratos: os substantivos que possuem existência própria são concretos. Exemplos: cadeira, luz, árvore, lápis, vento, ar, Deus, saci etc.

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Já os que não têm existência própria, ou seja, dependem de outros seres para existir, são abstratos (sentimentos e ações): amor, angústia, sede, medo, beijo, abraço, encontro etc.

ATENÇÃO: ALGUMAS PALAVRAS, QUE NÃO SÃO SUBSTANTIVOS, PODEM PASSAR A SER, EM FUNÇÃO DO CONTEXTO. ESSE PROCESSO DENOMINA-SE SUBSTANTIVAÇÃO – UM TIPO DE DERIVAÇÃO IMPRÓPRIA.

Exs: José me deu um não como resposta. (o não passou de advérbio a substantivo, graças

ao artigo)

O sofrer envelhece. (o sofrer passou de verbo a substantivo, graças ao artigo) O barato sai caro. (o barato passou de adjetivo a substantivo, graças ao artigo)

EXERCÍCIOS

1 - (FGV-SP – adaptada) Leia este trecho da letra de “Lero--Lero”, composição musical de Edu Lobo e Cacaso, e responda às questões.

Sou brasileiro de estatura medianaGosto muito de fulana, mas sicrana é quem me quer

No segundo verso, encontram-se as formas fulana e sicrana.Quanto a elas, pode-se afirmar que são:a) pronomes de tratamento usados pejorativamente tanto na conversa informal como na poesia.b) substantivos usados para designar pessoas cujo nome não se quer ou não se pode revelar.c) pronomes pessoais oblíquos de uso arcaico.d) substantivos próprios, que devem ser grafados com maiúsculas iniciais.e) termos de gíria não aceitos na linguagem coloquial.

2 - (UFTM) – Observe as palavras: hábil, crer, precisa. Assinale a alternativa que contém os substantivos, derivados dessas palavras, na forma negativa.a) inabilidade – descrença – imprecisão.b) inábil – descrente – imprecisa.c) habilidade – crença – precisão.d) habilidoso – crente – precioso.e) inabilmente – descrente – precisamente.

3 - (FUVEST) – Cultivar amizades, semear empregos e preservar a cultura fazem parte da nossa natureza.Reescreva a frase, substituindo por substantivos cognatos os verbos cultivar, semear e preservar, fazendo também as adaptações necessárias.

Texto para a questão 4.4 - (UNESP) – João Cabral de Melo Neto pretendeu criar uma linguagem para seus poemas que se afastasse um pouco da linguagem usual, por meio de pequenos desvios. Para isso, empregou, às vezes, palavras fora das classes morfológicas a que pertencem.

NA MORTE DOS RIOSDesde que no Alto Sertão um rio seca,a vegetação em volta, embora de unhas,embora sabres, intratável e agressiva,faz alto à beira daquele leito tumba.Faz alto à agressão nata: jamais ocupao rio de ossos areia, de areia múmia.

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(João Cabral de Melo Neto)

a) Transcreva os fragmentos em que isso acontece.b) Identifique a classe original das palavras e a classe em que João Cabral as utilizou em seu poema.

5 - (FUMEC-MG) – Em todos os exemplos abaixo, o diminutivo traduz ideia de afetividade, exceto:a) Deixe-me olhar o seu bracinho, minha filha.b) Para mim você será sempre a queridinha.c) Amorzinho, você vem comigo?d) Ele é um empregadinho de nossa firma.e) Não sei, paizinho, como irei embora.

6 - Substitua as palavras destacadas por substantivos que indiquem ações equivalentes.a) Sucederam-se ações sociais que elevaram o moral dos menos favorecidos.

b) Rescindir o contrato implicaria multa vultosa.

c) Sobreviver ao cataclismo levou à união da população.

7 - (MACKENZIE) – De acordo com a norma culta, assinale a alternativa que apresenta inadequação no processo de nominalização.a) As passistas da escola de samba estavam dispersas.Dispersão das passistas da escola de samba.b) Os jovens perseveram em busca de soluções para os problemas do país.Perseverança dos jovens em busca de soluções para os problemas do país.c) A herança foi dissipada pelos herdeiros.Dissipação da herança pelos herdeiros.d) O movimento de protesto foi reprimido pelas autoridades.Repressão do movimento de protesto pelas autoridades.e) A França asilou muitos brasileiros durante a dita dura militar.Asilamento de muitos brasileiros pela França durante a ditadura militar.

Texto para a questão 8.A humanidade criou a palavra, que é constitutiva do humano, seu traço distintivo.

8 - (UNESP) – Considerando o contexto e o relacionamento sintático entre os ele mentos deste período do texto, verifica-se que humano é empregado comoa) adjetivo.b) pronome indefinido.c) advérbio.d) substantivo.e) verbo.

9 - Grife as palavras substantivadas:

a) O grande assombra, o glorioso ilumina, o intrépido arrebata; o bom não produz nenhum desses efeitos. Contudo, há uma grandeza, há uma glória, há uma intrepidez em ser simplesmente bom, sem aparato, nem interesse, nem cálculo; e sobre tudo sem arrependimento. (Machado de Assis)

b) O muito torna-se pouco ao se desejar mais. (Quevedo)

c) E um vagalume lanterneiro, que riscou um psiu de luz. (Guimarães Rosa)

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10 - (Unimep-SP) O plural de fogãozinho e cidadão é:

a) fogãozinhos e cidadãos

b) fogãosinhos e cidadãos

c) fogõezinhos e cidadãos

d) fogõezinhos e cidadões

e) fogõesinhos e cidadões

D) ADJETIVO

ADJETIVO: palavra que serve para dar característica aos substantivos, às coisas do mundo. Exemplos: Carro (substantivo) novo (adjetivo) Carro (substantivo) usado (adjetivo)

Locução adjetiva: preposições + substantivos com valor e função de adjetivo. Muitas locuções adjetivas podem ser substituídas por seus respectivos adjetivos. Exemplos:

de leite: lácteode lobo: lupinode lua: lunar

de rio: fluvialde chuva: pluvial de terra: terreno

de velho: senilde víbora: viperinode visão: ótico ou óptico

Classificação dos adjetivos:

Os adjetivos são classificados em simples ou compostos e primitivos ou derivados.

● Simples e compostos: os adjetivos formados por um único radical são considerados simples. Exemplos: branco, preto, azul, amarelo, curto, grande, pequeno, claro, escuro, liso, feliz, infeliz, amarelado, agradável, ingrato etc.

Os adjetivos formados por mais de um radical são considerados compostos. Exemplos: azul-marinho, vermelho-sangue, médico-hospitalar, socioeconômico.

● Primitivos e derivados: alguns adjetivos não derivam de qualquer outra palavra da língua. Podem, no entanto, dar origem a novas palavras.Tome nota

Os adjetivos que não se originam de qualquer outra palavra são considerados primitivos. Exemplos: branco, preto, azul, amarelo, curto, grande, pequeno, claro, escuro, liso, feliz etc

Os adjetivos formados a partir de outras palavras são considerados derivados. Exemplos: infeliz, amarelado, agradável, ingrato etc.

Adjetivos pátrios: são adjetivos derivados que se referem a continentes, países, regiões, estados, cidades etc. Exemplos:

Japão japonêsItália italianoAcre acrianoEspírito Santo: espírito-santense ou capixaba

Rio de Janeiro (estado) fluminenseRio de Janeiro (cidade) cariocaSão Paulo (estado): paulistaSão Paulo (cidade): paulistano

Adjetivos compostos

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Nos adjetivos compostos, formados, em sua maioria, por dois adjetivos, somente o segundo recebe a flexão do feminino, se for possível, e de número. Exemplos:

consultório médico-dentário clínica médico-dentária clínicas médico-dentárias

acordo luso-brasileirounião luso-brasileira

uniões luso-brasileiras

Azul-marinho e azul-celeste são exceções, porque são sempre invariáveis. Exemplos:

o terno azul-marinho/azul-celesteos ternos azul-marinho/azul-celeste a capa azul-marinho/azul-celesteas capas azul-marinho/azul-celeste

Surdo-mudo também é exceção, porque ambos variam. Exemplos:

o rapaz surdo-mudo os rapazes surdos-mudosa moça surda-mudaas moças surdas-mudas

As cores que têm um substantivo como segundo radical: farda verde--oliva, fardas verde-oliva; tinta amarelo-canário, tintas amarelo-canário também são invariáveis.

ATENÇÃO: ALGUNS ADJETIVOS, QUAMDO MUDAM DE POSIÇÃO EM RELAÇÃO AO SUBSTANTIVO CARACTERIZADO, PODEM SOFRER VARIAÇÃO DE SENTIDO.

Ex.: Mulher pobre – sem dinheiro Pobre mulher – coitada

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EXERCÍCIOS

1 - (UFPA) Considerando-se os grupos de palavras em destaque, a mudança de posição do adjetivo em relação ao substantivo mudaria por completo o sentido em:a) “E o que significa o caso desse simples vendedor de praia?”b) “Ele representa o melhor exemplo de como o empresário deve tratar o consumidor.”c) “O fornecedor tem como alvo final de seu negócio o consumidor, devendo respeitar seus reais desejos e necessidades [...].”d) “O lucro é decorrência do bom relacionamento com o consumidor.”e) “É bom lembrar: um consumidor satisfeito é um cliente fiel.”

2 - (UNIV. FED. DE JUIZ DE FORA-MG – MODELO ENEM) – A respeito da frase: "... eu não sou propriamente um autor defunto, mas um defunto autor..." (Machado de Assis) são feitas as seguintes afirmações:I. No primeiro caso, autor é substantivo; defunto é adjetivo.II. No segundo caso, defunto é substantivo; autor é adjetivo.III. Em ambos os casos tem-se um substantivo composto.Assinale:a) Se I e II forem verdadeiras.b) Se I e III forem verdadeiras.c) Se II e III forem verdadeiras.d) Se todas forem verdadeiras.e) Se todas forem falsas.

3 - (FUVEST) – Segundo a ONU, os subsídios dos ricos prejudicam o Terceiro Mundo de várias formas: 1. man têm baixos os preços internacionais, desvalorizando as exportações dos países pobres; 2. excluem os pobres de vender para os mercados ricos; 3. expõem os produtores pobres à concorrência de produtos mais baratos em seus próprios países. (Folha de S.Paulo, 02/11/1997, E-12)No texto, as palavras destacadas rico e pobre pertencem a diferentes classes de palavras, conforme o grupo sintático em que estão inseridas.a) Obedecendo à ordem em que aparecem no texto, identifique a classe a que pertencem, em cada ocorrência destacada, as palavras rico e pobre.

b) Escreva duas frases com a palavra brasileiro, empregando-a cada vez em uma dessas classes.

4 - Substitua a expressão destacada por um adjetivo correspondente, fazendo as adaptações necessárias.

a) A guerra causa sempre males sem medida.b) Há emoções que provocam sentimentos que não se exprimem.c) Recordações felizes da infância não se olvidam jamais. d) O menor demonstrou comportamento que não se podia repreender.e) O advogado utilizou argumentos que não se podiam refutar.

5 - Aponte a alternativa incorreta quanto à correspondência entre a locução e o adjetivo.a) Glacial (de gelo); ósseo (de osso).b) Fraternal (de irmão); argênteo (de prata).c) Farináceo (de farinha); pétreo (de pedra).d) Viperino (de vespa); ocular (de olho).e) Ebúrneo (de marfim); insípida (sem sabor).

6 - (FGV-SP –MODELO ENEM) – Assinale a alternativa gramaticalmente correta.a) Na Aliança Lusa-brasileira, os porteiros usavam ternos azuis-marinhos e as recepcionistas, saias azuis-pavões.b) Na Aliança Luso-brasileira, os porteiros usavam ternos cinzas-chumbos e as recepcionistas, saias verdes-olivas.

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c) Na Aliança Luso-brasileira, os porteiros usavam ternos cinza-chumbo e as recepcionistas, saias verde-oliva.d) Na Aliança Lusa-brasileira, os porteiros usavam ternos cinzas-chumbo e as recepcionistas, saias verdes-oliva.e) Na Aliança Luso-brasileira, os porteiros usavam ternos cinza-chumbos e as recepcionistas, saias verde-olivas.

7 - (IBMEC) – Dados os seguintes adjetivos: pluvial, occipital, lupino e lacustre, assinale a alternativa que apresenta as locuções adjetivas correspondentes.a) de chuva, de olho, de lobo e de rio, respectivamente.b) de chuva, de nuca, de lupa e de lago, respectivamente.c) de rio, de nuca, de lobo e de lago, respectivamente.d) de chuva, de nuca, de lobo e de lago, respectivamente.e) de rio, de olho, de lupa e de lago, respectivamente.

Texto para a questão 8.Há notícias que são de interesse público e há notícias que são de interesse do público. Se a celebridade “x” está saindo com o ator “y”, isso não tem nenhum interesse público. Mas, dependendo de quem sejam “x” e “y”, é de enorme interesse do público, ou de um certo público (numeroso), pelo menos.As decisões do Banco Central para conter a inflação têm óbvio interesse público. Mas quase não despertam interesse, a não ser dos entendidos.O jornalismo transita entre essas duas exigências, desafiado a atender às demandas de uma sociedade ao mesmo tempo massificada e segmentada, de um leitor que gravita cada vez mais apenas em torno de seus interesses particulares.(Fernando Barros e Silva, O jornalista e o assassino. Folha de S. Paulo (versão on line), 18/04/2011. Acessado em 20/12/2011.)

8 - (UNICAMP)a) A palavra público é empregada no texto ora como substantivo, ora como adjetivo.

Exemplifique cada um desses empregos com passagens do próprio texto e apresente o critério que você utilizou para fazer a distinção.

b) Qual é, no texto, a diferença entre o que é chamado de interesse público e o que é chamado de interesse do público?

9 - (UFP – MODELO ENEM) – A expressão em que a mudança de colo cação de seus termos altera por completo o sentido do adjetivo é:a) velho fidalgo – fidalgo velho.b) índio tímido – tímido índio.c) coração nobre – nobre coração.d) pobre índio – índio pobre.e) admiração ardente – ardente admiração.

Leia o seguinte texto:Mas a girafa era uma virgem de tranças recém-cortadas. Com a tola inocência do que égrande e leve e sem culpa. A mulher do casaco marrom desviou os olhos, doente, doente. Sem conseguir — diante da aérea girafa pousada, diante daquele silencioso pássaro sem asas — sem conseguir encontrar dentro de si ponto pior de sua doença, o ponto mais doente, o ponto de ódio, ela que fora ao Jardim Zoológico para adoecer. Mas não diante da girafa, que era mais paisagem do que ente. Não diante daquela carne que se distraíra em altura e distância, a girafa quase verde. Procurou outros animais, tentava aprender com eles a odiar. O hipopótamo, o hipopótamo úmido. O rolo roliço de carne, carne redonda e muda esperando outra carne roliça e muda. Não. Pois havia tal amor humilde em se manter apenas carne, tal doce martírio em não saber pensar. (Clarice Lispector)

10 - (FUVEST) – Destaque do texto dois adjetivos diferentes que, referindo-se respectivamente à girafa e ao hipopótamo, expressem a mesma ideia. Qual é essa ideia?