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Educação socioambiental na prática Proposta de parceria entre o Parque Estadual da Pedra Selada - PEPS e as Escolas situadas na região em seu entorno _____________________________________________________________________________ ________________ Considerações preliminares Uma das missões do PEPS é promover a educação ambiental nas comunidades no entorno do Parque. Para tanto, conta com a participação de moradores e empresários locais no seu Conselho Consultivo, na Câmara Técnica de Educação Ambiental (CT-EA) e no Grupo de Trabalho de Resíduos Sólidos (GTRS). Em todas as reuniões do CT-EA e do GTRS evidencia-se a importância, nas ações socioambientais analisadas, da participação das centenas de jovens que frequentam diariamente as Escolas da região e do imenso potencial que representam para o nosso desenvolvimento. Essa percepção recomenda a construção de uma parceria entre o PEPS e as Escolas locais, de modo a desenhar atividades adequadas às faixas etárias e clientelas, e de alcance comunitário em curto prazo. A proposta é dar oportunidades aos jovens para ajudarem a melhorar o ambiente onde vivem e se prepararem para exercer a governança de suas comunidades daqui a poucas décadas, em tempos especialmente desafiadores. Essas oportunidades surgem ao longo da realização de atividades de interesse socioambiental definidas com os jovens interessados em participar nos projetos, onde poderão desenvolver seus talentos e interesses, conhecer outros novos, sentir-se mais realizados como cidadãos e cidadãs, mais preparados para o futuro, e interagir com jovens desenvolvendo ações similares em outras regiões e países. A colaboração de professores, educadores e funcionários das Escolas da região interessados na melhoria socioambiental das comunidades locais e no desenvolvimento de nossos jovens será decisiva para o sucesso do projeto em parceria com o PEPS, sua equipe e seus colaboradores. Objetivo geral A proposta de parceria com as Escolas, elaborada pelo GTRS com contribuições da CT-EA, foca prioritariamente em um dos maiores desafios de nossa região: a gestão dos resíduos sólidos, que precisa se tornar mais sustentável, destinando devidamente os resíduos

amigosdemaua.net · Web viewEm geral, a única atividade – ou atividade inicial – que o projeto propõe às Escolas, aos grupos de práticas e aos facilitadores locais é a compostagem

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Educação socioambiental na prática

Proposta de parceria entre o Parque Estadual da Pedra Selada - PEPS e as Escolas situadas na região em seu entorno_____________________________________________________________________________________________

Considerações preliminares

Uma das missões do PEPS é promover a educação ambiental nas comunidades no entorno do Parque. Para tanto, conta com a participação de moradores e empresários locais no seu Conselho Consultivo, na Câmara Técnica de Educação Ambiental (CT-EA) e no Grupo de Trabalho de Resíduos Sólidos (GTRS).

Em todas as reuniões do CT-EA e do GTRS evidencia-se a importância, nas ações socioambientais analisadas, da participação das centenas de jovens que frequentam diariamente as Escolas da região e do imenso potencial que representam para o nosso desenvolvimento.

Essa percepção recomenda a construção de uma parceria entre o PEPS e as Escolas locais, de modo a desenhar atividades adequadas às faixas etárias e clientelas, e de alcance comunitário em curto prazo.

A proposta é dar oportunidades aos jovens para ajudarem a melhorar o ambiente onde vivem e se prepararem para exercer a governança de suas comunidades daqui a poucas décadas, em tempos especialmente desafiadores.

Essas oportunidades surgem ao longo da realização de atividades de interesse socioambiental definidas com os jovens interessados em participar nos projetos, onde poderão desenvolver seus talentos e interesses, conhecer outros novos, sentir-se mais realizados como cidadãos e cidadãs, mais preparados para o futuro, e interagir com jovens desenvolvendo ações similares em outras regiões e países.

A colaboração de professores, educadores e funcionários das Escolas da região interessados na melhoria socioambiental das comunidades locais e no desenvolvimento de nossos jovens será decisiva para o sucesso do projeto em parceria com o PEPS, sua equipe e seus colaboradores.

Objetivo geral

A proposta de parceria com as Escolas, elaborada pelo GTRS com contribuições da CT-EA, foca prioritariamente em um dos maiores desafios de nossa região: a gestão dos resíduos sólidos, que precisa se tornar mais sustentável, destinando devidamente os resíduos orgânicos para compostagem e os recicláveis para o caminhão da coleta seletiva da Cooperativa dos Recicladores de Resende.

Afinal, a remoção e destinação do “lixo” é uma das maiores despesas de qualquer município, e a redução do volume levado para os aterros sanitários está prevista na Política Nacional de Resíduos Sólidos, conforme as metas abaixo.

Nosso objetivo geral é aproximar nossa região ao máximo dessas metas, e, neste contexto, as Escolas têm um papel decisivo, não só por concentrar diariamente centenas de pessoas, pela produção de resíduos orgânicos e recicláveis que geram, mas também por serem os estudantes os vetores mais conscientes e efetivos para difundir as boas práticas junto a suas famílias e à comunidade em geral.

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Metodologia

Considerando a necessidade de aproveitar ao máximo os esforços dos facilitadores envolvidos – educadores, funcionários, equipe do PEPS e moradores; todos voluntários no projeto – e dos próprios alunos, nossa proposta é trabalhar com “grupos de práticas socioambientais” (permanentemente aberto a todos os estudantes), de modo a focar os jovens, de modo organizado, em projetos em grupo que desenvolvam habilidades que lhes serão úteis quando exercerem a governança da região.

Trabalhar com grupos de práticas nas Escolas é a metodologia que vem sendo praticada pelo Grupo de Resíduos Sólidos do CONAPAM – Conselho Consultivo da APA Federal da Serra da Mantiqueira, em municípios como Resende (RJ), e Bocaina de Minas, Bom Jardim de Minas e Delfim Moreira (MG), sempre adaptada à faixa etária atendida.

Liderança participativa, levantamento das condições e necessidades, elaboração e realização de projetos, monitoramento, avaliação e elaboração de relatórios, trabalho em grupo, relação com voluntários, comunicação, são algumas dessas habilidades às quais os jovens têm acesso ao longo do desenvolvimento das ações do seu “grupo de prática”.

Em geral, a única atividade – ou atividade inicial – que o projeto propõe às Escolas, aos grupos de práticas e aos facilitadores locais é a compostagem dos resíduos orgânicos do refeitório escolar e a melhoria na separação e encaminhamento dos materiais recicláveis (papel, papelão, plástico e metal).

Grupo de práticas socioambientais do Escola Estadual Cônego João Severo, em Bocaina de Minas

De fato, todos os “insumos” ou recursos necessários para essa atividade tão essencial, tão indeclinável, tão educativa, já estão presentes em todas Escolas: os resíduos, os jovens que precisam aprender a lidar com eles, os educadores e o espaço.

A partir da atividade de compostagem, os jovens dos diversos grupos decidem seus futuros projetos, como a elaboração de um vídeo sobre a prática, pelos estudantes da E.E.C.J.S. (Bocaina de Minas MG), e de um folheto explicando as vantagens produzido pelos estudantes da Escola Estadual Visconde de Sapucaí, em Delfim Moreira, sobre como transformar os resíduos orgânicos em adubo, distribuído aos moradores que mantêm jardins e hortas em seus quintais.

Passeios e apresentações, como a realizada pelo grupo de Bocaina na sede do PEPS a educadores ambientais da região sobre suas atividades (junho de 2018), também contribuem para o desenvolvimento dos jovens, promovendo a autoconfiança e a comunicação.

Os estudantes também são estimulados a relatarem as atividades de seus grupos na internet – usualmente via Facebook – e a trocarem ideias e experiências entre si, inclusive com jovens realizando projetos similares em outros países.

Geralmente, as atividades têm início com uma palestra sobre a importância da compostagem e da reciclagem dos resíduos, mostrando o trabalho em outras escolas. Essa palestra terá sido divulgada previamente por meio de minicartazes ou visitas às salas de aula, ou por meio dos professores etc.

Na palestra, são distribuídas pequenas “fichas de inscrição” para os estudantes que se interessaram no que lhes foi apresentado. Por meio delas, fica-se sabendo o que interessa a cada jovem, o que gostariam de fazer ou aprender no grupo, e o tempo livre de que dispõe para as atividades do grupo.

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Em Bocaina de Minas e em Bom Jardim de Minas, os respectivos grupos locais se reúnem semanalmente, quase sempre com a presença da profa. de Biologia e facilitadora do grupo, e as visitas de voluntários que vão à Escola para trocar ideias com os estudantes sobre suas atividades.

Acima, minuta de cartazete de divulgação, apresentação na Escola Estadual Na.Sra.Aparecida, em Bom jardim de Minas, MG, e ficha de inscrição.Abaixo, compostagem em leiras no Colégio Estadual Antônio Quirino, e em cilindros de arame, na Escola Municipal Francisco Quirino, em Visconde de Mauá, RJ.

Proposta

Visando viabilizar essa parceria com as Escolas da região ao entorno do PEPS, pretendemos realizar um Seminário de Integração com seus gestores pedagógicos e educadores ambientais, para desenvolvermos essa proposta e adequá-la à realidade de cada Unidade de ensino.

Certamente só depois da realização desse Seminário e de conhecermos as atividades de gestão de resíduos já em prática nas Escolas, teremos formulada uma proposta participativa de trabalho numa parceria mais bem definida, identificando os educadores desejosos de facilitar as atividades em sua Escola, de modo a reduzir os resíduos escolares e atingir, até o final do ano, a meta determinada pela PNRS para 2019 em todas as Unidades escolares, com reflexos na população em geral.

Daí em diante contaremos todos com a criatividade e o entusiasmo dos jovens estudantes da região.