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QUESTÃO 01. Entre os ícones do Realismo estava o pintor francês Gustave Coubert, que chocou a sociedade com as temáticas sociais. Uma das obras mais representativas de Coubert é o quadro Os quebradores de pedras. A paisagem rural deixa de ter aspecto bucólico e serve apenas de moldura para mostrar a realidade social. Nele não se encontram traços de conferir poesia ao duro trabalho de adultos e jovens para cortar pedras com cinzel e marretas. É a dura realidade o que se vê na pintura realista de Coubert, feita em 1849. O Realismo, como escola literária, é caracterizado: a) pelo exagero da imaginação; b) pelo culto da forma; c) pela preocupação com o fundo; d) pelo subjetivismo; e) pelo objetivismo. QUESTÃO 02. LISTA DE REVISÃO- LITERATURA SÉRIE: 2º SÉRIE PROFESSORA: SILVANA FREIESLEBEN ALUNO (a):__________________________________________

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QUESTÃO 01.

Entre os ícones do Realismo estava o pintor francês Gustave Coubert, que chocou a sociedade com as temáticas sociais. Uma das obras mais representativas de Coubert é o quadro Os quebradores de pedras. A paisagem rural deixa de ter aspecto bucólico e serve apenas de moldura para mostrar a realidade social. Nele não se encontram traços de conferir poesia ao duro trabalho de adultos e jovens para cortar pedras com cinzel e marretas. É a dura realidade o que se vê na pintura realista de Coubert, feita em 1849.

O Realismo, como escola literária, é caracterizado:a) pelo exagero da imaginação;b) pelo culto da forma;c) pela preocupação com o fundo;d) pelo subjetivismo;e) pelo objetivismo.

QUESTÃO 02.

Eça de Queirós afirmava:“O Realismo é a anatomia do caráter. É a crítica do homem. É a arte que nos pinta a nossos próprios olhos – para nos conhecermos, para que saibamos se somos verdadeiros ou falsos, para condenar o que houver de mau na nossa sociedade.”

ALUNO (a):__________________________________________

PROFESSORA: SILVANA FREIESLEBEN

SÉRIE: 2 º SÉRIE

LISTA DE REVISÃO- LITERATURA

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Para realizar essa proposta literária, quais os recursos utilizados no discurso realista? Selecione-os na relação abaixo e depois assinale a alternativa que os contém:1- Preocupação revolucionária, atitude de crítica e de combate;2- Imaginação criadora;3- Personagens fruto da observação; tipos concretos e vivos;4- Linguagem natural, sem rebuscamentos;5- Preocupação com mensagem que revela concepção materialista do homem;6- Senso de mistério;7- Retorno ao passado;8- Determinismo biológico ou social.

a) 1, 2, 3, 5, 7, 8b) 1, 3, 4, 5, 8.c) 2, 3, 4, 6, 7.d) 3, 4, 5, 6, 8.e) 2, 3, 4, 5, 8.

QUESTÃO 03.Assinale a alternativa correta.“Mas Luísa, a Luisinha, saiu muito boa dona de casa; tinha cuidados muito simpáticos nos seus arranjos; era asseada, alegre como um passarinho, como um passarinho amiga do ninho e das carícias do macho; e aquele serzinho louro e meigo veio dar à sua casa um encanto sério. (…)Estavam casados havia três anos. Que bom que tinha sido! Ele próprio melhorara; achava-se mais inteligente, mais alegre … E recordando aquela existência fácil e doce, soprava o fumo do charuto, a perna traçada, a alma dilatada, sentindo-se tão bem na vida como no seu jaquetão de flanela!”(Eça de Queirós, O primo Basílio)

a) A prosa realista, com intuito moralizador, desmascara o casamento por interesse, tão comum no século XIX, para defender uma relação amorosa autêntica, segundo princípios filosóficos do platonismo.b) A prosa romântica analisa mais profundamente a natureza humana, evitando a apresentação de caracteres padronizados em termos de paixões, virtudes e defeitos.c) A prosa realista põe em cena personagens tipificados que, metamorfoseados em heróis valorosos, correspondem à expressão da consciência e valores coletivos.d) A prosa realista, apoiando-se em teorias cientificistas do século XIX, empreende a análise de instituições burguesas, como o casamento, por exemplo, denunciando as bases frágeis dessa união.e) A prosa romântica recria o passado histórico com o intuito de ironizar os mitos nacionais.

QUESTÃO 04.A beatitude do Padre Amaro levou Amélia até as últimas consequências.

TORMENTO DO IDEAL

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Conheci a Beleza que não morre E fiquei triste. Como quem da serra Mais alta que haja, olhando aos pés a terra E o mar, vê tudo, a maior nau ou torre, Minguar, fundir-se, sob a luz que jorre: Assim eu vi o Mundo e o que ele encerra Perder a cor, bem como a nuvem que erra Ao pôr do sol e sobre o mar discorre. Pedindo a forma, em vão, a ideia pura, Tropeço em sombras na matéria dura, E encontro a imperfeição de quanto existe. Recebi o batismo dos poetas, E, assentado entre as formas incompletas, Para sempre fiquei pálido e triste.Esse soneto é de Antero de Quental. As afirmações abaixo refere-se ao verso “Recebi o batismo dos poetas” que exprime:I – Evidente postura religiosa assumida por Antero de Quental, que lhe permite ver a Beleza como se fosse uma autêntica alegria de Deus.II – A convicção de que o poeta é falado a contemplar a Beleza, o que tem como consequência a sensação de imperfeição do mundo e o sentimento de melancolia.III – A ideia de que a contemplação da Beleza depende exclusivamente de sua vontade e de sua razão, conforme ditavam os princípios do realismo oitocentista. É correto o que se afirma em:a) III, apenas.b) II, apenas.c) I, II e III.d) I e II, apenas.e) II e III, apenas.QUESTÃO 06.No texto a seguir, Machado de Assis faz uma crítica ao Romantismo: Certo não lhe falta imaginação; mas esta tem suas regras, o astro, leis, e se há casos em que eles rompem as leis e as regras é porque as fazem novas, é porque se chama Shakespeare, Dante, Goethe, Camões.Com base nesse texto, notamos que o autor:a) Preocupa-se com princípios estéticos e acredita que a criação literária deve decorrer de uma elaborada produção dos autores.b) Refuga o Romantismo, na medida em que os autores desse período reivindicaram uma estética oposta à clássica.c) Entende a arte como um conjunto de princípios estéticos consagrados, que não pode ser manipulado por movimentos literários específicos.d) Defende a ideia de que cada movimento literário deve ter um programa estético rígido e inviolável.e) Entende que Naturalismo e o Parnasianismo constituem soluções ideal para pôr termo à falta de invenção dos românticos.

QUESTÃO 07.Sobre o Realismo, assinale a alternativa INCORRETA.a) O Realismo surgiu na Europa, como reação ao Naturalismo.b) O Realismo e o Naturalismo têm as mesmas bases, embora sejam movimentos diferentes.c) O Realismo surgiu como consequência do cientificismo do século XIX.d) Gustave Flaubert foi um dos precursores do Realismo. Escreveu Madame Bovary.e) Emile Zola escreveu romances de tese e influenciou escritores brasileiros.

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QUESTÃO 08.Com referência ao romance O Crime do Padre Amaro, de Eça de Queiros, a única afirmação incorreta é:a) Influenciado pelas teorias do Naturalismo, o autor procura demonstrar que o meio social e a educação religiosa é que determinam o comportamento do indivíduo.b) Influenciado pelas teorias no Naturalismo, Eça de Queiros procura demonstrar que os antecedentes de raça e as taras sexuais é que determinam o comportamento de Amaro e Amélia.c) Adotando os pressupostos da estética realista, o autor critica os efeitos nocivos da arte romântica sobre o caráter de Amélia.d) Tendo por base uma consciência crítica, tipicamente realista, o escritor defende a ideia de que a moral católica, fundada somente em dogmas, opõe-se em tudo à moral natural.e) Tendo por base uma orientação tipicamente realista, o escritor critica o domínio que os padres, por meio de sacramentos como a confissão, exercem sobre os fiéis.

QUESTÃO 09.Das características abaixo, assinale a que não pertence ao Realismo:a) Preocupação critica.b) Visão materialista da realidade.c) Ênfase nos problemas morais e sociais.d) Valorização da Igreja.e) Determinismo na atuação das personagens.

QUESTÃO 10.Sobre a nudez forte da verdade – o manto diáfano da fantasia, epigrafe do romance A Relíquia, de Eça de Queiros, explicita uma crítica:a) À hipocrisia religiosa e ao falseamento dos princípios do Cristianismo, percebidos por Teodorico Raposo na peregrinação que empreende até a Terra Santa.b) À hipocrisia religiosa, com a menção da venda de relíquias, sobretudo a coroa de espinho de Cristo, que Teodorico Raposo encontra na Terra Santa e com que presenteia sua tia beata.c) Aos preconceitos religiosos, através dos pressupostos do Naturalismo, expostos pelo sábio Topsius à personagem principal, Teodorico Raposo.d) Aos princípios estéticos do Romantismo que, ao valorizarem a ideia de fuga da realidade, levavam o homem às alienação.e) À hipocrisia religiosa, presente na sociedade oitocentista portuguesa, por meio da incursão pelo mundo dos sonhos, que simbolicamente acontece durante a peregrinação do Teodorico Raposo pela Terra Santa.

Leia para responder as questões 11 e 12.O primo Basílio (Eça de Queirós)Fragmento 1 Havia doze dias que Jorge tinha partido e, apesar do calor e da poeira, Luísa vestia-se para ir a casa de Leopoldina. Se Jorge soubesse não havia de gostar não. Mas estava tão farta de estar só! Aborrecia-se tanto! De manhã ainda tinha os arranjos a costura, a toalete, algum romance... Mas de tarde! A hora em que Jorge costumava voltar do ministério, a solidão parecia alargar-se em torno dela. Fazia-lhe tanta falta o seu toque de campainha, os seus passos no corredor!... Ao crepúsculo, ao ver cair o dia, entristecia-se sem razão, caía numa vaga sentimentalidade; sentava-se ao piano, e os fados tristes, as cavatinas apaixonadas gemiam instintivamente no teclado, sob os seus dedos preguiçosos, no movimento abandonado dos seus braços moles. O que pensava em tolices então! E à noite, só, na larga cama francesa, sem poder dormir com o calor, vinham-lhe de repente terrores, palpites de viuvez.

Fragmento 2 Servia, havia vinte anos. Como ela dizia, mudava de amos, mas não mudava de sorte. Vinte anos a dormir em cacifos, a levantar-se de madrugada, a comer os restos, a vestir trapos velhos, a sofrer os repelões das crianças e as más palavras das senhoras, a fazer despejos, a ir para o hospital quando vinha a doença, a esfalfar-se

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quando voltava a saúde!... Era demais! Tinha agora dias em que só de ver o balde das águas sujas e o ferro de engomar se lhe embrulhava o estômago. Nunca se acostumara a servir [...]. As antipatias que a cercavam faziam-na assanhada, como um círculo de espingardas enraivece um lobo. Fez-se má; beliscava crianças até lhes enodoar a pele; e se lhe ralhavam, a sua cólera rompia em rajadas. Começou a ser despedida. Num só ano esteve em três casas. Saía com escândalo, aos gritos, atirando as portas, deixando as amas todas pálidas, todas nervosas... [...] A necessidade de se constranger trouxe-lhe o hábito de odiar; odiou sobretudo as patroas, com um ódio irracional e pueril.                    O primo Basílio. In Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguiar, 1986. P. 585 e 597. V. 1. RELEITURA

1. Considere o seguinte fragmento de uma das famosas Conferências do Cassino Lisbonense, em que Eça de Queirós teoriza sobre o novo estilo, comparando-o com o Romantismo:[...] o Realismo é uma reação contra o Romantismo: o Romantismo era a apoteose do sentimento; - o Realismo é a anatomia do caráter. É a crítica do homem. É a arte que nos pinta a nossos próprios olhos – para condenar o que houver de mau na nossa sociedade. António José Saraiva e Óscar Lopes. História da literatura portuguesa. Porto: Porto Editora, 1975. p. 960.

QUESTÃO 11.O narrador caracteriza Luíza como uma personagem romântica. Que traços da personagem, presentes no fragmento 1, nos permitem associá-la com o Romantismo?_____________________________________________________________________________________________

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QUESTÃO 12.Luísa é caracterizada por meio de uma ótica realista, na medida em que o narrador critica-lhe o romantismo, em vez de aderir a ele. Que frase do fragmento 1 comprova essa afirmação?_____________________________________________________________________________________________

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QUESTÃO 13.Cite um romance e uma característica da fase pós-realista de Eça de Queirós._____________________________________________________________________________________________

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QUESTÃO 14.Na segunda metade do século XIX, a revolução industrial e científica provoca uma perturbação dos modos de pensar. A percepção artística evolui. O fascínio pela história, que marca a arte acadêmica e o gosto burguês, dá lugar ao confronto, e mesmo ao choque entre o passado e o presente, que caracterizam a modernidade.. Cite uma obra e um autor que representam as artes plásticas dessa época_____________________________________________________________________________________________

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QUESTÃO 15. Leia atentamente:I. "Segunda Revolução Industrial, o cientificismo, o progresso tecnológico, o socialismo utópico, a filosofia positivista de Auguste Comte, o evolucionismo formam o contexto sociopolítico-econômico-filosófico-científico em que se desenvolveu a estética realista."II. "O escritor realista acerca-se dos objetos e das pessoas de um modo pessoal, apoiando-se na intuição e nos sentimentos."III. "Os maiores representantes da estética realista/naturalista no Brasil foram: Machado de Assis, Aluísio Azevedo e Raul Pompéia."IV. "Poderíamos citar como característica da estética realista: o individualismo, a linguagem erudita e a visão fantasiosa da sociedade."Verificamos que em relação ao Realismo/naturalismo está (estão) correta (corretas):

a. apenas I e II.b. apenas I e III.c. apenas II e IV.d. apenas II e III.e. apenas III e IV.

QUESTÃO 16. Pode-se entender o Naturalismo como uma particularização do Realismo que:a. se volta para a Natureza a fim de analisar-lhe os processos cíclicos de renovação.b. pretende expressar com naturalidade a vida simples dos homens rústicos nas comunidades primitivas.c. defende a arte pela arte, isto é, desvinculada de compromissos com a realidade social.d. analisa as perversões sexuais, condenando-as em nome da moral religiosa.e. estabelece um nexo de causa e efeito entre alguns fatores sociológicos e biológicos e a conduta das

personagens.QUESTÃO 17. Embora tradicionalmente se considere o ano de 1893 como data final do Realismo e suas manifestações no Brasil, sabe-se que, na verdade, durante os primeiros vinte anos do século XX, essa estética desenvolveu-se paralelamente:

a. ao Romantismo e ao Parnasianismo.b. ao Pré-Modernismo e ao Modernismo.c. ao Simbolismo e ao Modernismo.d. ao Simbolismo e ao Pré-Modernismo.e. ao Parnasianismo e ao Modernismo.

QUESTÃO 18. O cientificismo comunicou feitio próprio ao Realismo-Naturalismo. Assinale a alternativa que não apresenta o cientista e a respectiva teoria científica ou filosófica correspondentes à época daquele movimento literário.

a. Darwin – Teoria da evolução das espécies e sua revolução biológica.b. Comte – Teoria positivista, que explica todos os fenômenos sujeitos às leis naturais.c. Taine – Teoria do ambientalismo determinante: a obra de arte como produto do meio, momento e raça.d. Claude Bernard - Teorias da medicina experimental, mostrando a importância da fisiologia no comportamento

do indivíduo.e. Kant – Teoria segundo a qual a razão constrói o mundo da ciência servindo-se das aparências das coisas,

formas de nossa sensibilidade.QUESTÃO 19. Eça de Queirós afirmava:"O Realismo é a anatomia do caráter. É a crítica do homem. É a arte que nos pinta a nossos próprios olhos – para nos conhecermos, para que saibamos se somos verdadeiros ou falsos, para condenar o que houver de mau na nossa sociedade."Para realizar essa proposta literária, quais os recursos utilizados no discurso realista? Selecione-os na relação abaixo e depois assinale a alternativa que os contém:1. Preocupação revolucionária, atitude de crítica e de combate;2. imaginação criadora;3. personagens fruto da observação; tipos concretos e vivos;4. linguagem natural, sem rebuscamentos;5. preocupação com mensagem que revela concepção materialista do homem;

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6. senso de mistério;7. retorno ao passado;8. determinismo biológico ou social.

a. 1, 2, 3, 5, 7, 8.b. 1, 3, 4, 5, 8.c. 2, 3, 4, 6, 7,d. 3, 4, 5, 6, 8.e. 2, 3, 4, 5, 8.

QUESTÃO 20. Há, no romance brasileiro do século XIX, um filão que se caracteriza por criar quadros da sociedade carioca, com visão crítica dessa sociedade, e "perfis femininos", que foram inicialmente esboços de análise psicológica. Nele podemos incluir autores de momentos diferentes como:

a. Joaquim Manuel de Macedo, José de Alencar e Machado de Assis.b. Joaquim Manuel de Macedo, Martins Pena e Manuel Antônio de Almeida.c. José de Alencar, Machado de Assis e Álvares de Azevedo.d. Martins Pena, Machado de Assis e Álvares de Azevedo.e. Manuel Antônio de Almeida, Martins Pena e José de Alencar.

QUESTÃO 21. Assinale a alternativa incorreta sobre a prosa naturalista:a. As personagens expressam a dependência do homem às leis naturais.b. estilo caracteriza-se por um descritivismo intenso, capaz de refletir a visualização pictórica dos ambientes.c. Os tipos são muito bem delimitados, física e moralmente, compondo verdadeiras representações caricaturais.d. Tem como objetivo maior aprofundar a dimensão psicológica das personagens.e. comportamento das personagens e sua movimentação no espaço determinam-lhe a condição narrativa.

QUESTÃO 22. "Marcas de lona suspensas em varais de ferro, umas sobre as outras, encardidas com panos de cozinha, oscilavam à luz moribunda e macilenta das lanternas. Imagine-se o porão do navio mercante carregado de miséria. No intervalo das peças, na meia escuridão dos recôncavos moviam-se corpos seminus, indistintos. Respirava-se um odor nauseabundo de cárcere, um cheiro acre de suor humano diluído em urina e alcatrão. Negros, de boca aberta, roncavam profundamente, contorcendo-se na inconsciência do sono."Com relação a esse fragmento da obra Bom-Crioulo, de Adolfo Caminha, é correto afirmar que apresenta a(s) seguinte(s) característica(s) naturalista(s):

IX. Tentativa de impessoalidade em relação à voz narrativa.IX. Despreocupação com pormenores descritivos, o que torna o ritmo narrativo extremamente rápido.IX. Subjetividade na descrição do espaço.IX. Valorização de ambientes exóticos, objetivando a recuperação estética das figuras marginalizadas

socialmente.XXII. Preferência por espaços miseráveis e socialmente inferiores.

Está correta a sequencia:a. I, II e V.b. I, IV e V.c. II, III e IV.d. I, II, III, IV. e V.e. II, III e V.

QUESTÃO 23. "E naquela terra encharcada e fumegante, naquela umidade quente e lodosa, começou a minhocar, e esfervilhar, a crescer, um mundo, uma coisa viva, uma geração, que parecia brotar espontânea, ali mesmo, daquele lameiro, a multiplicar-se como larvas no esterco."O fragmento de O   cortiço, romance de Aluísio Azevedo, apresenta uma característica fundamental do Naturalismo. Qual?

a. Uma compreensão psicológica do Homem.b. Uma compreensão biológica do Mundo.c. Uma concepção idealista do Universo.d. Uma concepção religiosa da Vida.

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e. Uma visão sentimental da Natureza.QUESTÃO 24. "Desnudam-se as mazelas da vida pública e os contrastes da vida íntima; e buscam-se para ambas causas naturais (raça, clima, temperamento) ou culturais (meio e educação), que lhes reduzem de muito a área de liberdade. O escritor tomará a sério as suas personagens e se sentirá no dever de descobrir-lhes a verdade, no sentido positivista de dissecar os móveis do seu comportamento." (Alfredo Bosi)O texto refere-se ao:

a. Romantismob. Realismo.c. Simbolismo.d. Parnasianismo.e. Modernismo.

QUESTÃO 25. Analise o seguinte fragmento e responda:"A primeira que se pôs a lavar foi a Leandra, por alcunha a Machona, portuguesa feroz, berradora, pulsos cabeludos e grossos..." (Aluísio Azevedo)Descrição de personagens pela acentuação de caracteres biológicos e raciais é característica do:

a. Romantismo.b. Realismo.c. Modernismo.d. Impressionismo.e. Naturalismo.

QUESTÃO 26. Estão relacionadas a seguir características de movimentos literários. Delas, apenas uma não se refere ao Naturalismo. Qual?

a. Busca da objetividade científica.b. Idealização da natureza.c. Determinismo biológico.d. Tematização do psicológico.e. Aplicação do método experimental.

QUESTÃO 27. As questões A e B referem-se ao mesmo conjunto de textos.a. "Daí a um mês manifestaram-se claramente os efeitos da pisadela e do beliscão; sete meses depois teve a

Maria um filho, formidável menino de quase três palmos de comprimento, gordo, vermelho, cabeludo, esperneador e chorão; o qual, logo depois que nasceu, mamou duas horas seguidas sem largar o peito."

b. "O jornal publicava também parte do relatório do médico legista, cavalheiro de honestidade e cultura reconhecidas, já então um dos grandes sociólogos e etnógrafos do país, relatório que provava que Volta Seca era um tipo absolutamente normal e que se virara cangaceiro e matara tantos homens e com tamanha crueldade não fora provocação de nascença. Fora o ambiente..."

c. "O testamento, que só apareceu e foi aberto depois do enterro, contemplava com dez contos de réis o afilhado do morto; o mais era distribuído por hospitais e asilos."

d. "– Está segura! – exclamou o rapaz, sacudido por estas idéias. O sangue saltava-lhe no corpo; aquela aventura se lhe afigurava a melhor de sua vida; seu orgulho pueril, de namorador vulgar, espinoteava qual potro que se pilha às soltas no prado verdejante e proibido. As outras conquistas vinham logo chamadas por aquelas, e todas as vítimas de sua sensualidade, ou as cúmplices do seu temperamento e da sua má educação, enfileiravam-se defronte dele, como um submisso batalhão de prisioneiros."QUESTÃO 28. Para os autores naturalistas, os fatores biológicos, reforçados por outros de ordem social, determinariam o destino das criaturas. Identifique o excerto de autor naturalista.

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QUESTÃO 29. O realismo que isola Manuel Antônio de Almeida no panorama do romance romântico provém, em parte, das linhas caricaturais que desenha sua variada galeria de personagens. Identifique o excerto de sua autoria.

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QUESTÃO 30. Assinale V para verdadeiro e F para falso. Sobre o Realismo/Naturalismo brasileiro:a. Pode-se dizer que uma das maiores influências sofridas foi a do Positivismo.b. Por razões de dependência cultural, nosso Realismo apresenta, de modo geral, as mesmas características do

Realismo francês.c. Uma das principais diferenças entre o Romantismo e o Realismo brasileiros é que o Realismo tem uma visão

idealizada da realidade e o Romantismo tenta descrever a realidade tal qual é.d. Os naturalistas mostram, em seus romances, que o homem é determinado pelo meio e pelo momento

histórico.e. regionalismo, iniciado com O sertanejo, de José de Alencar, é um exemplo típico do Naturalismo brasileiro.

QUESTÃO 31. Relacione a coluna I com a coluna II.Coluna I(1) Valorizou o indianismo com intuito nativista.(2) Idealizou a vida campestre com verdadeiro estado de poesia.(3) Analisou o momento histórico, revelando-o em sua miséria moral e econômica.Coluna IIRealismoRomantismoArcadismoA sequencia correta, de cima para baixo, é:

a. 3, 1, 2.b. 3, 2, 1.c. 2, 3, 1.d. 2, 1, 3.e. 1, 3, 2.

QUESTÃO 32. É possível caracterizar o romance naturalista por vários traços, entre os quais o fato de que nele:a. as ações dos homens são consideradas resultantes de um compromisso moral entre o ser humano e as forças

espirituais, que transcendem a matéria e tendem ao eterno.b. há preferência por temas sociais e psicológicos, visto que o objetivo maior dessa corrente literária é a análise

percuciente das causas e consequências dos fatos históricos.c. se observa uma intenção consciente do escritor no sentido de imprimir à narração um cunho animista,

necessário para explicar a relação entre o homem e a natureza.d. a narração exalta o homem metafísico, em oposição ao homem animal, cujas ações e intenções o escritor

analisa e condena, na medida em que defende uma conduta ética.e. escritor evita julgar ações e personagens de um ponto de vista ético ou moral, pois seu intuito é expor e

analisar cientificamente a realidade.QUESTÃO 33. Várias características do Realismo estão intimamente ligadas ao momento histórico, refletindo, dessa forma, as posturas:

a. nacionalista e positivista.b. positivista e evolucionista.c. evolucionista e sentimentalista.d. neoclassicista e socialista.e. bucólica e antropocêntrica.

QUESTÃO 34. "[...] uma preta velha, vergada por imenso tabuleiro de madeira, sujo, seboso, cheio de sangue e coberto por uma nuvem de moscas, apregoava em tom arrastado e melancólico: 'Fígado, rins e coração'. Era uma vendedeira de fatos de boi. [...] os cães, estendidos pelas calçadas, tinham uivos que pareciam gemidos humanos, movimentos irascíveis, mordiam o ar, querendo morder os mosquitos."Nesse trecho naturalista, Aluísio Azevedo enfatiza a:

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a. patologia social.b. brutalidade do cotidiano.c. despreocupação ética.d. força da hereditariedade.e. ação do meio social.

QUESTÃO 35. O romance naturalista de Aluísio Azevedo, em sua busca de verossimilhança, baseou-se, mais de uma vez, em fatos realmente ocorridos.O "caso Capistrano" foi um crime que frequentou a crônica policial carioca da época, ocorrido por questões de honra. Tal fato teria sido explorado em:

a. mulato.b. Uma lágrima de mulher.c. Casa de pensão.d. A mortalha de Alzira.e. cortiço.

QUESTÃO 36. Observe o fragmento abaixo, pertencente a conhecida obra naturalista:"Uma escrava cafuza, a quitandeira Bertoleza, que lhe fornecia a comida, tendo perdido o homem com quem vivia amigada, recebe bem a aproximação de João Romão, logo tornado seu procurador e conselheiro."Estamos nos referindo a:

a. Aluísio Azevedo – O cortiço.b. Aluísio Azevedo – Casa de pensão.c. Aluísio Azevedo – O mulato.d. Machado de Assis – Quincas Borba.e. Raul Pompéia – Canções sem metro.

QUESTÃO 37. Os textos I e II referem-se às questões A e B seguintes.I. "[...] a sua pele, cor de cobre, brilhava com reflexos dourados; [...] a pupila negra, móbil, cintilante; a boca forte mas bem modelada e guarnecida de dentes alvos [...] Era de alta estatura; tinha as mãos delicadas; a perna ágil e nervosa [...], apoiava-se sobre um pé pequeno, mas firme no andar e veloz na corrida.Segurava o arco e as flechas com a mão direita caída..."II. "[Bertoleza] devia ser esmagada, devia ser suprimida [...] ela era o torpe balcão da primitiva bodega; era o aladroado vintenzinho de manteiga em papel pardo; era o peixe trazido da praia e vendido à noite ao lado do fogareiro à porta da taberna; era o frege imundo [...]; era o sono roncado num colchão fétido, cheio de bichos..."A. Pelas características que apresentam, os dois textos anteriores são, respectivamente:

a. barroco e realista.b. moderno e moderno.c. moderno e naturalista.d. romântico e naturalista.e. romântico e moderno.

B. Assinale a única alternativa errada:a. texto I revela a profunda contradição existente em querer valorizar o nacional sem perder de vista os valores e

padrões europeus.b. texto I é descritivo e a exagerada subjetivação apresenta a personagem como um ser imponente, idealizado.c. As metáforas que caracterizam a personagem do texto II são exemplos da linguagem rude que Aluísio Azevedo

utiliza em seus livros.d. A atmosfera de morbidez criada no texto II contraria os princípios do estilo de época que o texto I representa.e. os dois textos são típicos do Modernismo, pois os escritores modernos amavam demais a liberdade, podendo,

portanto, embelezar ou enfear o que quisessem.QUESTÃO 39. A respeito do autor de O Ateneu, disse Mário de Andrade: "Raul Pompéia, inconscientemente, foi a última e derradeiramente legítima expressão do barroco entre nós". Referia-se, com essas palavras, ao:

a. tema nitidamente barroco desenvolvido no romance.b. fato de que Raul Pompéia viveu no fim da era barroca.c. requinte verbal da linguagem de Pompéia.

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d. espírito religioso da obra.e. caráter moralista da narração.

QUESTÃO 40. No romance O cortiço, Aluísio Azevedo estabelece uma forte ligação entre o meio em que vivem as personagens e sua vida material, moral e psicológica. Tal relação apoia-se nos princípios:

a. do livre-arbítrio religioso.b. do determinismo científico.c. do sentimentalismo romântico.d. do culto à natureza.e. do ideário modernista.

QUESTÃO 41. A redução dos seres humanos ao nível animal, a natureza humana vista como uma selva onde os fortes, representados por João Romão, devoram os fracos, são princípios básicos do romance ..... de ..... .

a. A mortalha de Alzira – Aluísio Azevedo.b. Memorial de Aires – Machado de Assisc. Casa de pensão – Aluísio Azevedo.d. cortiço – Aluísio Azevedo.e. Esaú e Jacó – Machado de Assis.

QUESTÃO 42. Leia os textos seguintes:Seus romances dividem-se em dois grupos, não porém em duas fases, alternando-se os românticos e os naturalistas."É como romancista social que melhor se afirmou o [seu] talento. É o escritor apaixonado, o artista combativo, pondo a nu os problemas sociais e morais da realidade brasileira do seu tempo."em um dos principais romances, descreve a lenta ascensão do mestiço brasileiro, em sua participação no campo intelectual, político e social, dificultada pelos preconceitos duma aristocracia latifundiária e escravocrata.Embora, como naturalista, pretenda manter uma atitude científica, objetiva e imparcial na descrição do homem e da sociedade, nele frequentemente reponta o romantismo subjacente, no tom polêmico com que combate, por exemplo, o clericalismo, no apaixonamento com que descreve os males sociais, e em toques de lirismo e patético diante de personagens vítimas da fatalidade da condição humana.Esse conjunto de características descreve o mundo literário de:

a. Raul Pompéia.b. Machado de Assis.c. Aluísio Azevedo.d. Inglês de Sousa.e. Júlio Ribeiro.

QUESTÃO 43. Sobre O Ateneu, de Raul Pompéia, é correto afirmar que:a. apresenta todas as características do Realismo, exceto a influência do meio sobre o comportamento do

indivíduo.b. tem como matéria-prima as recordações e impressões da personagem principal.c. constitui-se num documento fotográfico da realidade objetiva.d. segue uma ordem cronológica, apoiando-se no real.e. não se atém a reflexões críticas em relação ao contexto social.

QUESTÃO 44. Assinale a alternativa incorreta a respeito de O Ateneu.a. Por apresentar uma estrutura bastante eclética, não se trata de um romance que tem uma classificação

rigorosa como representante de uma ou outra tendência literária.b. Tem como narrador em primeira pessoa, Sérgio, que relata fatos ocorridos com ele no passado.c. A ação desse romance transcorre no ambiente fechado de um internato, onde convivem crianças,

adolescentes, professores e empregados.d. A maioria das personagens do romance é apresentada de uma forma caricatural, realçando seus aspectos

negativos.e. Em função de uma narrativa mais dinâmica, o autor abre mão da análise psicológica de personagens.

QUESTÃO 45. Assinale a alternativa correta a respeito de O Ateneu, romance de Raul Pompéia:a. romance de formação que avalia a experiência colegial, por meio de Sérgio, alter-ego do autor.

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b. romance romântico que explora as relações pessoais de adolescentes no colégio, acenando para o homossexualismo latente.

c. romance naturalista que retrata a tirania do diretor do colégio e o materialismo de sua mulher com os alunos.d. romance realista que apresenta um padrão de excelência da escola brasileira do final do Império.e. romance da escola do Brasil no final do Império, cuja falência vem assinalada pelo incêndio do prédio, no final

da narrativa.QUESTÃO 47. Identifique o movimento literário, o autor e a obra que traz como dedicatória a seguinte frase:"Ao verme que primeiro roeu as frias carnes do meu cadáver dedico como lembrança estas..."

a. Realismo, Machado de Assis, Memórias póstumas de Brás Cubasb. Naturalismo, Aluísio Azevedo, O mulato.c. Naturalismo, Júlio Ribeiro, A carne.d. Pré-Modernismo, Lima Barreto, Triste fim de Policarpo Quaresma.e. Romantismo, Álvares de Azevedo, Lembrança de morrer.

QUESTÃO 48. De Machado de Assis pode-se afirmar que:a. em sua prosa, o homem quase desaparece e sobreleva a descrição das personagens.b. seu romance Ressurreição, de 1872, inicia a segunda fase do autor, a qual se caracteriza pela dimensão

intimista.c. na trilogia Memórias póstumas de Brás Cubas, Quincas Borba e Dom Casmurro, o autor explora o tema do

adultério, elaborando uma teia de suspeitas que se sustentam na dissimulação feminina.d. como ficcionista inicia-se como romântico e evolui para o Realismo.e. como poeta seus primeiros livros são de caráter simbolista.f. em seus primeiros livros de versos, vêem-se influências de Gonçalves Dias, Lamartine e Baudelaire.g. sua prosa romântica caracteriza-se pelo transbordamento sentimentalh. reproduz nos diálogos de suas personagens a linguagem popular.

QUESTÃO 49. "Filosofia dos epitáfiosE, aliás, gosto dos epitáfios; eles são, entre a gente civilizada, uma expressão daquele pio e secreto egoísmo que induz o homem a arrancar à morte um farrapo ao menos da sombra que passou. Daí vem, talvez, a tristeza inconsolável dos que sabem os seus mortos na vala comum; parece-lhes que a podridão anônima os alcança a eles mesmos."O fragmento acima, de Memórias póstumas de Brás Cubas, exemplifica a seguinte característica de seu autor:

a. pessimismo com que trata as personagens que ocupam postos privilegiados na sociedade burguesa, diferentemente do modo como lida com indivíduos socialmente carentes.

b. uso da ironia como arma de combate às tendências estéticas do Romantismo, de que nunca sofreu influência.c. a fixação nos problemas sentimentais, entendidos como única causa da conduta humana.d. a tendência à idealização das personagens, herança do Romantismo.e. a tentativa de compreender a natureza humana naquilo que tem de universal.

QUESTÃO 50. [Leia o texto da questão anterior.]Do ponto de vista da composição, é correto afirmar que o capítulo "Filosofia dos epitáfios":

a. é predominantemente dissertativo, servindo os dados do enredo e do ambiente como fundo para a digressão.b. é predominantemente descritivo, com a suspensão do curso da história dando lugar à construção do cenário.c. equilibra em harmonia a narração, à medida que faz avançar a história e cria o cenário de sua ambientação.d. é predominantemente narrativo, visto que o narrador evoca os acontecimentos que marcaram sua saída.e. equilibra narração e dissertação, com o uso do discurso indireto para registrar as impressões que o ambiente

provoca no narrador.QUESTÃO 51. Com relação a Machado de Assis, podem-se fazer as seguintes afirmações:

a. literariamente, sua obra inclui contos, poesias e romances.b. os seus romances da fase realista incluem Dom   Casmurro,   Memórias   póstumas   de   Brás   Cubas, 

Helena e Quincas Borba.c. Machado de Assis dá muita importância à paisagem natural da cidade do Rio de Janeiro, onde suas narrativas

transcorrem, descrevendo-a com colorido e detalhe.

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d. Memórias póstumas de Brás Cubas é considerado o livro-marco na obra machadiana, a partir do qual inicia sua fase mais profunda e madura.

e. a visão de mundo de Machado, como se depreende da leitura de seus romances e contos, é irônica, pessimista e crítica.

f. com respeito ao estilo, Machado de Assis introduz um elemento pouco comum na literatura de sua época, que é a conversa que o autor/narrador mantém a todo momento com o leitor.QUESTÃO 52. "Tinha-me lembrado a definição que José Dias dera deles, 'olhos de cigana oblíqua e dissimulada'. Eu não sabia o que era oblíqua, mas dissimulada sabia, e queria verse se podiam chamar assim [...] deixou-se fitar e examinar. Só me perguntara o que era, se nunca os vira; eu nada achei de extraordinário; a cor e a doçura eram minhas conhecidas. A demora da contemplação creio que lhe deu outra idéia do meu intento; imaginou que era um pretexto para mirá-los mais de perto, com os meus olhos longos, constantes, enfiados neles, e a isto atribuo que entrassem a ficar crescidos, crescidos e sombrios, com tal expressão que..."O excerto faz parte do romance ....., cuja principal personagem feminina é ..... .

a. Memórias póstumas de Brás Cubas – Virgília.b. Dona Flor e seus dois maridos – Dona Flor.c. Dom Casmurro – Capitu.d. cortiço – Rita Baiana.e. Senhora – Aurélia.

QUESTÃO 53. Sobre Dom Casmurro é correto afirmar que:a. a partir dos ciúmes de Sancha, Escobar deixa de freqüentar a casa de Bentinho e Capitu.b. Ezequiel, sem qualquer sombra de dúvida, apresenta semelhança física com Escobar.c. toda a narrativa é parcial, pois se desenvolve a partir da ótica da personagem-narrador, ou seja, Bentinho.d. Capitu, devido a seus "olhos de ressaca", deixa claro o adultério cometido.e. Dona glória, mãe de Bentinho, devido aos conselhos de José Dias, não chega a mandar o filho para o

seminário.QUESTÃO 54. "Em vez de ir ao espelho, que pensais que fez Capitu? Não vos esqueçais que estava sentada de costas para mim. Capitu derreou a cabeça, a tal ponto que me foi preciso acudir com as mãos e ampará-la; o espaldar da cadeira era baixo. Inclinei-me depois sobre ela, rosto a rosto, mas trocados, os olhos de um na linha da boca do outro. Pedi-lhe que levantasse a cabeça, podia ficar tonta, machucar o pescoço. Cheguei a dizer que estava feia; nem esta razão a moveu."Na fase da análise psicológica e social, a ficção de Machado de Assis salienta, como ilustra o texto transcrito a:

a. hipocrisia social.b. vaidade egoística.c. ambigüidade feminina.d. impossibilidade amorosa.e. insanidade velada.

QUESTÃO 55. "Marcela amou-me durante quinze meses e onze contos de réis [...]"Neste trecho, de Memórias póstumas de Brás Cubas, Machado de Assis:

a. surpreende o leitor com um vocabulário exótico e comparações inesperadas.b. dá seu depoimento autobiográfico e impressionista, através de um estilo rebuscado e colorido.c. explora com muita felicidade a "psicologia feminina", razão pela qual foi aceito com entusiasmo pelo público

ansioso de uma literatura romântica.d. focaliza o emergente proletariado fluminense e os interesses ocultos por trás de suas ações aparentemente

triviais.e. dá um exemplo da ironia e do humor característicos de sua obra, frutos de um profundo pessimismo.

QUESTÃO 56. A ação de quase todas as narrativas realistas de Machado de Assis se passa:a. em províncias fictícias, nos últimos anos do Brasil-Império.b. no Rio de janeiro, no decênio que precedeu a Primeira Grande Guerra.c. em várias regiões do Brasil, no primeiro período republicano.

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d. no Rio de Janeiro, ao tempo do Império e da Primeira República.e. no Rio de Janeiro, nos anos em que se preparava a Independência.

QUESTÃO 59. Assinale as afirmativas corretas relativamente à personalidade literária de Machado de Assis.a. Iniciou sua carreira literária sob o signo do Romantismo.b. Em seus romances Helena e Iaiá Garcia, ainda se encontra esteticamente vinculado à maneira romântica.c. autor repartiu sua produção por vários gêneros, atingindo o ponto mais alto na crítica literária.d. A obra poética do autor revela-o como um criador de fina sensibilidade.e. Na linha do romance psicológico, afirma-se o autor como um dos pioneiros da ficção brasileira.

QUESTÃO 60. Assinale a alternativa incorreta sobre Machado de Assis.a. Estilo sóbrio, com descrições moderadas.b. Linguagem vibrante, cheia de metáforas.c. Senso de humor sutil e velado.d. Personalidade um tanto melancólica, pessimista.e. Enfatiza os aspectos psicológicos das personagens.

APÓS A LEITURA DA OBRA DE ALUISIO AZEVEDO, O CORTIÇO, RESPONDA O ROTEIRO DE LEITURA QUESTÃO 01. Leia as proposições acerca de O Cortiço.I. Constantemente, as personagens sofrem zoomorfização, isto é, a animalização do comportamento humano, respeitando os preceitos da literatura naturalista.II. A visão patológica do comportamento sexual é trabalhada por meio do rebaixamento das relações, do adultério, do lesbianismo, da prostituição etc.III. O meio adquire enorme importância no enredo, uma vez que determina o comportamento de todas as personagens, anulando o livre-arbítrio.IV. O estilo de Aluísio Azevedo, dentro de O Cortiço, confirma o que se percebe também no conjunto de sua obra: o talento para retratar agrupamentos humanos.Está(ão) correta(s)a) todas.b) apenas I.c) apenas I e II.d) apenas I, II e III.e) apenas III e IV.QUESTÃO 02. Leia o texto abaixo, retirado de O Cortiço, e faça o que se pede:Eram cinco horas da manhã e o cortiço acordava, abrindo, não os olhos, mas a sua infinidade de portas e janelas alinhadas.Um acordar alegre e farto de quem dormiu de uma assentada, sete horas de chumbo.[…].O rumor crescia, condensando-se; o zunzum de todos os dias acentuava-se; já se não destacavam vozes dispersas, mas um só ruído compacto que enchia todo o cortiço. Começavam a fazer compras na venda; ensarilhavam-se discussões e rezingas; ouviam-se gargalhadas e pragas; já se não falava, gritava-se. Sentia-se naquela fermentação sangüínea, naquela gula viçosa de plantas rasteiras que mergulham os pés vigorosos na lama preta e nutriente da vida, o prazer animal de existir, a triunfante satisfação de respirar sobre a terra.AZEVEDO, Aluísio. O cortiço. 15. ed. São Paulo: Ática, 1984. p. 28-29.Assinale a alternativa que NÃO corresponde a uma possível leitura do fragmento citado:a) No texto, o narrador enfatiza a força do coletivo. Todo o cortiço é apresentado como um personagem que, aos poucos, acorda como uma colméia humana.b) O texto apresenta um dinamismo descritivo, ao enfatizar os elementos visuais, olfativos e auditivos.c) O discurso naturalista de Aluísio Azevedo enfatiza nos personagens de O Cortiço o aspecto animalesco, “rasteiro” do ser humano, mas também a sua vitalidade e energia naturais, oriundas do prazer de existir.d) Através da descrição do despertar do cortiço, o narrador apresenta os elementos introspectivos dos personagens, procurando criar correspondências entre o mundo físico e o metafísico.

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e) Observa-se, no discurso de Aluísio Azevedo, pela constante utilização de metáforas e sinestesias, uma preocupação em apresentar elementos descritivos que comprovem a sua tese determinista.QUESTÃO 03. A questão a seguir baseia-se no seguinte fragmento do romance O cortiço (1890), de Aluísio Azevedo (1857-1913):

O cortiçoFechou-se um entra-e-sai de marimbondos defronte daquelas cem casinhas ameaçadas pelo fogo. Homens e

mulheres corriam de cá para lá com os tarecos ao ombro, numa balbúrdia de doidos. O pátio e a rua enchiam-se agora de camas velhas e colchões espocados. Ninguém se conhecia naquela zumba de gritos sem nexo, e choro de crianças esmagadas, e pragas arrancadas pela dor e pelo desespero. Da casa do Barão saíam clamores apopléticos; ouviam-se os guinchos de Zulmira que se espolinhava com um ataque. E começou a aparecer água. Quem a trouxe? Ninguém sabia dizê-lo; mas viam-se baldes e baldes que se despejavam sobre as chamas.Os sinos da vizinhança começaram a badalar.

E tudo era um clamor.A Bruxa surgiu à janela da sua casa, como à boca de uma fornalha acesa. Estava horrível; nunca fora tão bruxa.

O seu moreno trigueiro, de cabocla velha, reluzia que nem metal em brasa; a sua crina preta, desgrenhada, escorrida e abundante como as das éguas selvagens, dava-lhe um caráter fantástico de fúria saída do inferno. E ela ria-se, ébria de satisfação, sem sentir as queimaduras e as feridas, vitoriosa no meio daquela orgia de fogo, com que ultimamente vivia a sonhar em segredo a sua alma extravagante de maluca.Ia atirar-se cá para fora, quando se ouviu estalar o madeiramento da casa incendiada, que abateu rapidamente, sepultando a louca num montão de brasas. (Aluísio Azevedo. O cortiço)Em O cortiço, o caráter naturalista da obra faz com que o narrador se posicione em terceira pessoa, onisciente e onipresente, preocupado em oferecer uma visão crítico-analítica dos fatos. A sugestão de que o narrador é testemunha pessoal e muito próxima dos acontecimentos narrados aparece de modo mais direto e explícito em:a) Fechou-se um entra-e-sai de marimbondos defronte daquelas cem casinhas ameaçadas pelo fogo.b) Ninguém sabia dizê-lo; mas viam-se baldes e baldes que se despejavam sobre as chamas.c) Da casa do Barão saíam clamores apopléticos…d) A Bruxa surgiu à janela da sua casa, como à boca de uma fornalha acesa.e) Ia atirar-se cá para fora, quando se ouviu estalar o madeiramento da casa incendiada…QUESTÃO 04. A questão a seguir baseia-se no seguinte fragmento do romance O cortiço (1890), de Aluísio Azevedo (1857-1913):O cortiço

Fechou-se um entra-e-sai de marimbondos defronte daquelas cem casinhas ameaçadas pelo fogo. Homens e mulheres corriam de cá para lá com os tarecos ao ombro, numa balbúrdia de doidos. O pátio e a rua enchiam-se agora de camas velhas e colchões espocados. Ninguém se conhecia naquela zumba de gritos sem nexo, e choro de crianças esmagadas, e pragas arrancadas pela dor e pelo desespero. Da casa do Barão saíam clamores apopléticos; ouviam-se os guinchos de Zulmira que se espolinhava com um ataque. E começou a aparecer água. Quem a trouxe? Ninguém sabia dizê-lo; mas viam-se baldes e baldes que se despejavam sobre as chamas.Os sinos da vizinhança começaram a badalar.

E tudo era um clamor.A Bruxa surgiu à janela da sua casa, como à boca de uma fornalha acesa. Estava horrível; nunca fora tão

bruxa. O seu moreno trigueiro, de cabocla velha, reluzia que nem metal em brasa; a sua crina preta, desgrenhada, escorrida e abundante como as das éguas selvagens, dava-lhe um caráter fantástico de fúria saída do inferno. E ela ria-se, ébria de satisfação, sem sentir as queimaduras e as feridas, vitoriosa no meio daquela orgia de fogo, com que ultimamente vivia a sonhar em segredo a sua alma extravagante de maluca.Ia atirar-se cá para fora, quando se ouviu estalar o madeiramento da casa incendiada, que abateu rapidamente, sepultando a louca num montão de brasas. (Aluísio Azevedo. O cortiço)

O caráter naturalista nessa obra de Aluísio Azevedo oferece, de maneira figurada, um retrato de nosso país, no final do século XIX. Põe em evidência a competição dos mais fortes, entre si, e estes, esmagando as camadas de baixo, compostas de brancos pobres, mestiços e escravos africanos. No ambiente de degradação de um cortiço, o autor expõe um quadro tenso de misérias materiais e humanas.

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No fragmento, há várias outras características do Naturalismo. Aponte a alternativa em que as duas características apresentadas são corretas:a) Exploração do comportamento anormal e dos instintos baixos; enfoque da vida e dos fatos sociais contemporâneos ao escritor.b) Visão subjetivista dada pelo foco narrativo; tensão conflitiva entre o ser humano e o meio ambiente.c) Preferência pelos temas do passado, propiciando uma visão objetiva dos fatos; crítica aos valores burgueses e predileção pelos mais pobres.d) A onisciência do narrador imprime-lhe o papel de criador, e se confunde com a idéia de Deus; utilização de preciosismos vocabulares, para enfatizar o distanciamento entre a enunciação e os fatos enunciados.e) Exploração de um tema em que o ser humano é aviltado pelo mais forte; predominância de elementos anticientíficos, para ajustar a narração ao ambiente degradante dos personagens.QUESTÃO 05. A questão a seguir baseia-se no seguinte fragmento do romance O cortiço (1890), de Aluísio Azevedo (1857-1913):O cortiçoFechou-se um entra-e-sai de marimbondos defronte daquelas cem casinhas ameaçadas pelo fogo. Homens e mulheres corriam de cá para lá com os tarecos ao ombro, numa balbúrdia de doidos. O pátio e a rua enchiam-se agora de camas velhas e colchões espocados. Ninguém se conhecia naquela zumba de gritos sem nexo, e choro de crianças esmagadas, e pragas arrancadas pela dor e pelo desespero. Da casa do Barão saíam clamores apopléticos; ouviam-se os guinchos de Zulmira que se espolinhava com um ataque. E começou a aparecer água. Quem a trouxe? Ninguém sabia dizê-lo; mas viam-se baldes e baldes que se despejavam sobre as chamas.Os sinos da vizinhança começaram a badalar.E tudo era um clamor.A Bruxa surgiu à janela da sua casa, como à boca de uma fornalha acesa. Estava horrível; nunca fora tão bruxa. O seu moreno trigueiro, de cabocla velha, reluzia que nem metal em brasa; a sua crina preta, desgrenhada, escorrida e abundante como as das éguas selvagens, dava-lhe um caráter fantástico de fúria saída do inferno. E ela ria-se, ébria de satisfação, sem sentir as queimaduras e as feridas, vitoriosa no meio daquela orgia de fogo, com que ultimamente vivia a sonhar em segredo a sua alma extravagante de maluca.Ia atirar-se cá para fora, quando se ouviu estalar o madeiramento da casa incendiada, que abateu rapidamente, sepultando a louca num montão de brasas. (Aluísio Azevedo. O cortiço)Releia o fragmento de O cortiço, com especial atenção aos dois trechos a seguir:Ninguém se conhecia naquela zumba de gritos sem nexo, e choro de crianças esmagadas, e pragas arrancadas pela dor e pelo desespero.(…)E começou a aparecer água. Quem a trouxe? Ninguém sabia dizê-lo; mas viam-se baldes e baldes que se despejavam sobre as chamas.No fragmento, rico em efeitos descritivos e soluções literárias que configuram imagens plásticas no espírito do leitor, Aluísio Azevedo apresenta características psicológicas de comportamento comunitário. Aponte a alternativa que explicita o que os dois trechos têm em comum:a) Preocupação de um em relação à tragédia do outro, no primeiro trecho, e preocupação de poucos em relação à tragédia comum, no segundo trecho.b) Desprezo de uns pelos outros, no primeiro trecho, e desprezo de todos por si próprios, no segundo trecho.c) Angústia de um não poder ajudar o outro, no primeiro trecho, e angústia de não se conhecer o outro, por quem se é ajudado, no segundo trecho.d) Desespero que se expressa por murmúrios, no primeiro trecho, e desespero que se expressa por apatia, no segundo trecho.e) Anonimato da confusão e do “salve-se quem puder”, no primeiro trecho, e anonimato da cooperação e do “todos por todos”, no segundo trecho.QUESTÃO 06. Dos segmentos abaixo, extraídos de O Cortiço, de Aluísio Azevedo, marque o que não traduza exemplo de zoomorfismo:a) Zulmira tinha então doze para treze anos e era o tipo acabado de fluminense; pálida, magrinha, com pequeninas manchas roxas nas mucosas do nariz, das pálpebras e dos lábios, faces levemente pintalgadas de sardas.

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b) Leandra…a Machona, portuguesa feroz, berradora, pulsos cabeludos e grossos, anca de animal do campo.c) Daí a pouco, em volta das bicas era um zunzum crescente; uma aglomeração tumultuosa de machos e fêmeas.d) E naquela terra encharcada e fumegante, naquela umidade quente e lodosa começou a minhocar,… e multiplicar-se como larvas no esterco.e) Firmo, o atual amante de Rita Baiana, era um mulato pachola, delgado de corpo e ágil como um cabrito…QUESTÃO 07. A questão refere-se aos trechos a seguir.“Justamente por essa ocasião vendeu-se também um sobrado que ficava à direita da venda, separado desta apenas por aquelas vinte braças; e de sorte que todo o flanco esquerdo do prédio, coisa de uns vinte e tantos metros, despejava para o terreno do vendeiro as suas nove janelas de peitoril. Comprou-o um tal Miranda, negociante português, estabelecido na rua do Hospício com uma loja de fazendas por atacado.”“E durante dois anos o cortiço prosperou de dia para dia, ganhando forças, socando-se de gente. E ao lado o Miranda assustava-se, inquieto com aquela exuberância brutal de vida, aterrado diante daquela floresta implacável que lhe crescia junto da casa, por debaixo das janelas, e cujas raízes piores e mais grossas do que serpentes miravam por toda parte, ameaçando rebentar o chão em torno dela, rachando o solo e abalando tudo.”(AZEVEDO, Aluísio. O Cortiço. 26. ed. São Paulo: Martins, 1974. p. 23; 33.)Com base nos fragmentos citados e nos conhecimentos sobre o romance O Cortiço, de Aluísio Azevedo, considere as afirmações a seguir:I. A descrição do cortiço, feita através de uma linguagem metafórica, indica que, no romance, esse espaço coletivo adquire vida orgânica, revelando-se um “ser” cuja força de crescimento assemelha-se ao poderio de raízes em desenvolvimento constante que ameaçam tudo abalar.II. A inquietação de Miranda quanto ao crescimento do cortiço deve-se ao fato de que sua casa, o sobrado, ainda que fosse uma construção imponente, não possuía uma estrutura capaz de suportar o crescimento desenfreado do vizinho, que ameaçava derrubar sua habitação.III. Não obstante a oposição entre o sobrado e o cortiço em termos de aparência física dos ambientes, os moradores de um e outro espaço não se distinguem totalmente, haja vista que seus comportamentos se assemelham em vários aspectos, como, por exemplo, os de João Romão e Miranda.IV. Os dois ambientes descritos marcam uma oposição entre o coletivo (o cortiço) e o individual (o sobrado) e, por extensão, remetem também à estratificação presente no contexto do Rio de Janeiro do final do século XIX.Estão corretas apenas as afirmativas:a) I e II.b) I e III.c) II e IV.d) I, III e IV.e) II, III e IV.

QUESTÃO 08. Relacione os trechos da obra O Cortiço, de Aluísio de Azevedo, às características realistas/naturalistas seguintes que predominam nesses trechos e, a seguir, marque a alternativa CORRETA:1. Detalhismo.2. Crítica ao capitalismo selvagem.3. Força do sexo.

( ) “(…) possuindo-se de tal delírio de enriquecer, que afrontava resignado as mais duras privações. Dormia sobre o balcão da própria venda, em cima de uma esteira, fazendo travesseiro de um saco de estepe cheio de palha.”( ) “(…) era a luz ardente do meio-dia; ela era o calor vermelho das sestas de fazenda; era o aroma quente dos trevos e das baunilhas, que o atordoara nas matas brasileiras.”( ) “E seu tipo baixote, socado, de cabelos à escovinha, a barba sempre por fazer (…) Era um pobre diabo caminhando para os setenta anos, antipático, muito macilento.”

a) 2, 1, 3b) 1, 3, 2c) 3, 2, 1

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d) 2, 3, 1e) 1, 2, 3QUESTÃO 09. Em O cortiço, o caráter naturalista da obra faz com que o narrador se posicione em terceira pessoa, onisciente e onipresente, preocupado em oferecer uma visão crítico- analística dos fatos. A sugestão de que o narrador é testemunha pessoal e muito próxima dos acontecimentos narrados aparece de modo mais direto e explícito em:a) Fechou-se um entra-e-sai de marimbondos defronte daquelas cem casinhas ameaçadas pelo fogo.b) Ninguém sabia dizê-lo; mas viam-se baldes que se despejavam sobre as chamas.c) Da casa do Barão saíam clamores apopléticos…d) A Bruxa surgiu à janela da sua casa, como à boca de uma fornalha acesa.e) Ia atirar-se cá para fora, quando se ouviu estalar o madeiramento da casa incendiada…QUESTÃO 10. Texto 1

De cada casulo espipavam homens armados de pau, achas de lenha, varais de ferro. Um empenho coletivo os agitava agora, a todos, numa solidariedade briosa, como se ficassem desonrados para sempre se a polícia entrasse ali pela primeira vez. Enquanto se tratava de uma simples luta entre dois rivais, estava direito! ‘Jogassem lá as cristas, que o mais homem ficaria com a mulher!’ mas agora tratava-se de defender a estalagem, a comuna, onde cada um tinha a zelar por alguém ou alguma coisa querida.

(AZEVEDO, Aluísio, O cortiço. 26. ed. São Paulo: Martins, 1974. p. 139.)Texto 2

O cortiço é um romance de muitas personagens. A intenção evidente é a de mostrar que todas, com suas particularidades, fazem parte de uma grande coletividade, de um grande corpo social que se corrói e se constrói simultaneamente.

(FERREIRA, Luiz Antônio. Roteiro de leitura: O cortiço de Aluísio Azevedo. São Paulo: Ática, 1997. p. 42.)Sobre os textos, assinale a alternativa correta.

a) No Texto 1, por ser ele uma construção literária realista, há o predomínio da linguagem referencial, direta e objetiva; no Texto 2, por ser ele um estudo analítico do romance, há o predomínio da linguagem estética, permeada de subentendidos.b) A afirmação contida no Texto 2 explicita o modo coletivo de agir do cortiço, algo que também se observa no Texto 1, o que justifica o prevalecimento de um termo coletivo como título do romance.c) Tanto no Texto 1 quanto no Texto 2 há uma visão exacerbada e idealizada do cortiço, sendo este considerado um lugar de harmonia e justiça.d) No Texto 1 prevalece a desagregação e corrosão da grande coletividade a que se refere o Texto 2.e) O que se afirma no Texto 2 vai contra a idéia contida no Texto 1, visto que no cortiço jamais existe união entre os seus moradores.