99
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS AMBIENTAIS E BIOLÓGICAS GRADUAÇÃO EM LICENCIATURA EM BIOLOGIA MARIA DAS GRAÇAS SILVA DE JESUS AMOSTRAS DE PESQUISA EXPERIMENTAL: UM RECURSO DE APROXIMAÇÃO ENTRE ESTUDANTES DO ENSINO MÉDIO E UNIVERSIDADE

 · Web viewUNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS AMBIENTAIS E BIOLÓGICAS GRADUAÇÃO EM LICENCIATURA EM BIOLOGIA MARIA DAS GRAÇAS SILVA DE

  • Upload
    others

  • View
    3

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1:  · Web viewUNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS AMBIENTAIS E BIOLÓGICAS GRADUAÇÃO EM LICENCIATURA EM BIOLOGIA MARIA DAS GRAÇAS SILVA DE

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIACENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS AMBIENTAIS E BIOLÓGICAS

GRADUAÇÃO EM LICENCIATURA EM BIOLOGIA

MARIA DAS GRAÇAS SILVA DE JESUS

AMOSTRAS DE PESQUISA EXPERIMENTAL: UM RECURSO DE APROXIMAÇÃO ENTRE ESTUDANTES DO ENSINO MÉDIO E UNIVERSIDADE

CRUZ DAS ALMAS - BA2016

Page 2:  · Web viewUNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS AMBIENTAIS E BIOLÓGICAS GRADUAÇÃO EM LICENCIATURA EM BIOLOGIA MARIA DAS GRAÇAS SILVA DE

MARIA DAS GRAÇAS SILVA DE JESUS

AMOSTRAS DE PESQUISA EXPERIMENTAL: UM RECURSO DE APROXIMAÇÃO ENTRE ESTUDANTES DO ENSINO MÉDIO E UNIVERSIDADE

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, no curso de Licenciatura em Biologia, como requisito à obtenção do grau de Licenciada em Biologia.

Orientador: Dr. Ricardo Franco Cunha MoreiraCoorientadora: Elaine Costa Cerqueira Pereira

CRUZ DAS ALMAS - BA2016

Page 3:  · Web viewUNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS AMBIENTAIS E BIOLÓGICAS GRADUAÇÃO EM LICENCIATURA EM BIOLOGIA MARIA DAS GRAÇAS SILVA DE
Page 4:  · Web viewUNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS AMBIENTAIS E BIOLÓGICAS GRADUAÇÃO EM LICENCIATURA EM BIOLOGIA MARIA DAS GRAÇAS SILVA DE

Dedico este trabalho a todos aqueles que de formas diversas estiveram comigo na trajetória do conhecer, e construção da minha formação.

Page 5:  · Web viewUNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS AMBIENTAIS E BIOLÓGICAS GRADUAÇÃO EM LICENCIATURA EM BIOLOGIA MARIA DAS GRAÇAS SILVA DE

AGRADECIMENTOS

“Eu chamo de bravo aquele que ultrapassou seus desejos, e não aquele que venceu seus inimigos; pois a mais dura das vitórias é a vitória sobre si mesmo”.

Aristóteles

São muitas as pessoas que durante o processo de formação influenciaram

em minha trajetória acadêmica, atuaram de forma positiva por meio de

encorajamento, palavras positivas, ou até mesmo por meio do próprio exemplo para

que até aqui eu chegasse e pudesse assim expressar minha gratidão, a saber:

Agradecer primeiramente a Deus o único ser que é Auto Existente e, sem

dúvida, sem a ação divina na minha vida, seria impossível essa aquisição, por isso

agradeço a Deus, pois sei que sua ação é contínua na intenção de me orientar e

iluminar em todos os caminhos na qual irei percorrer, sobretudo a minha área de

atuação. Compreendo que o Grande Eu Sou, doador da Vida me ajudou em todos

os momentos e para tanto, tenho um agradecimento eterno.

Agradecer a minha família que acompanhou e me ajudou em meu

crescimento profissional e acadêmico. Aos meus amigos e colegas de profissão, que

foram tolerantes e muito me ajudaram, nos momentos que precisei sair do ambiente

de trabalho para resolver alguma demanda acadêmica, aos colegas de curso Sandra

Conceição, Jeane Almeida, Maraíza Dias, Ana Kátia, Murilo Campos, Joseane

Santos e tantos outros que me auxiliaram de várias maneiras.

Agradecer aos meus professores do curso de Biologia, pois compreendo que

o caminho até a minha formação foi mediado por profissionais competentes e que

me auxiliaram eficientemente. Um agradecimento especial à professora Carolina

Saldanha Scherer, professora Rosilda Arruda e ao professor e mestre Neilton Silva,

os quais são modelos de educadores e tiveram forte influência na minha formação,

pelo fato de se mostrarem mestres por excelência.

Agradecer a escola colaboradora deste trabalho, aos funcionários, gestão e

em especial as professoras do Colégio, bem como a coordenação e equipe do curso

pré-Eném, que abraçaram essa proposta e que contribuíram juntamente com as

turmas, para o planejamento e a finalização desta pesquisa.

Agradecer a minha coorientadora Elaine Cerqueira que em todo o tempo

esteve me orientando e dando sugestões, ao meu orientador Ricardo Cunha que

Page 6:  · Web viewUNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS AMBIENTAIS E BIOLÓGICAS GRADUAÇÃO EM LICENCIATURA EM BIOLOGIA MARIA DAS GRAÇAS SILVA DE

acreditou e estimulou a elaboração desse trabalho, a toda equipe de pesquisadores

da (UFRB) Universidade Federal do Recôncavo, envolvidos nas visitas aos

laboratórios e escola, em especial Darcilucia Almeida e equipe, Soraia Fontele,

Virgílio Cossa, Edna Lobo e equipe, por abraçar este projeto de pesquisa e me

mostrar que todos os desafios podem ser vencidos desde que se tenha

perseverança, pontualidade e dedicação.

Um agradecimento especial a Antonina da Hora Campos de Lima e Maridalva

da Conceição Lordelo, gestoras da unidade de ensino em que trabalho, por muito

contribuírem ao possibilitar a conciliação entre o horário de trabalho e momentos de

atividades ou aulas na faculdade.

Meu muito obrigada!

Page 7:  · Web viewUNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS AMBIENTAIS E BIOLÓGICAS GRADUAÇÃO EM LICENCIATURA EM BIOLOGIA MARIA DAS GRAÇAS SILVA DE

JESUS, M. G. S. PESQUISA EXPERIMENTAL: UM RECURSO DE APROXIMAÇÃO ENTRE ENSINO MÉDIO E UNIVERSIDADE 2016. TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO (GRADUAÇÃO) – CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS AMBIENTAIS E BIOLÓGICAS, UNIVERSIDADE DO RECÔNCAVO DA BAHIA. 2016.

RESUMO

A produção do conhecimento científico é uma demanda que compete as

Universidades e Institutos vinculados à pesquisa científica, sendo assim, é possível

verificar que nas escolas espaço de aprendizagem, por vários motivos, é comum

ocorrer uma distância do conhecimento trabalhado e conhecimento produzido. Esse

fator contribui imensamente para que entre estudantes do ensino médio seja normal

desconhecer os espaços em que se processa a iniciação científica. Esse trabalho

teve como objetivo, analisar os efeitos da prática experimental, promovida por meio

da integração universidade-escola de ensino médio, sobre os conhecimentos iniciais

e finais sobre pesquisa científica, numa perspectiva em que estudantes do 3º ano de

ensino médio, oriundos de um Colégio Estadual e estudantes do curso pré- Enem

foram retirados do cotidiano escolar e inseridos no ambiente de pesquisa na

Universidade Federal do Recôncavo da Bahia – UFRB. Partindo da questão geral da

investigação surgiu a divisão da metodologia em um arranjo de quatro etapas, sendo

a primeira relativa ao que tange à pesquisa de campo e aplicação de questionários

iniciais, a segunda etapa referindo-se a visita dos estudantes aos laboratórios e

campo experimental; a terceira etapa se deu pela visita dos pesquisadores e

palestra na escola e no curso pré Enem. Ao fim procedeu-se uma quarta etapa em

que foi recolhida as percepções sobre os conhecimentos pré e pós -visitas por meio

de um questionário final. Os estudantes de modo geral foram impactados com o

ambiente de pesquisa, demonstrando importantes avanços na avaliação de

conhecimentos finais.

PALAVRAS- CHAVES: Produção do conhecimento; Pesquisa; Laboratório.

Page 8:  · Web viewUNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS AMBIENTAIS E BIOLÓGICAS GRADUAÇÃO EM LICENCIATURA EM BIOLOGIA MARIA DAS GRAÇAS SILVA DE

JESUS, M. G. S. EXPERIMENTAL RESEARCH: A APPROACH SOURCE BETWEEN HIGH SCHOOL AND UNIVERSITY. 2016. TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO (GRADUAÇÃO) – CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS AMBIENTAIS E BIOLÓGICAS, UNIVERSIDADE DO RECÔNCAVO DA BAHIA. 2016.

ABSTRACT

Science production is a build up by universities and institutions linked to

scientific research. It is possible to confirm that in schools it is quite common for

there be significant gaps between the knowledge explored and the knowledge

produced. This contributes to the lack of interest from high school students

involvement in junior programs of researching, or experimental research. This work

aims to check the effects of an interaction between school and university

approaching last year’s high school students to academic reality, allowing them to

access the research environment and knowledge production. Those high school

students from a public school and students preparing for university admission

(ENEM) to research institutions were taken from daily life and introduced into a

scientific environment at the Universidade Federal do Recôncavo da Bahia - UFRB.

The approach to determine the level of knowledge from the students involved four

steps. The first was applied a benchmark was established as part of step one, the

second refers to the visit of the students to the laboratories and experimental field,

the third step were conducted by the visit of researchers and workshops in the school

and the students from preparatory exams (ENEM). In fourth step were theirs

perception were took by a final questionnaire about the pre and post visit. The

students generally were influenced by the research environment, showing important

progress in their knowledge post-research.

KEY WORDS: Production of knowledge, Research; Laboratory.

Page 9:  · Web viewUNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS AMBIENTAIS E BIOLÓGICAS GRADUAÇÃO EM LICENCIATURA EM BIOLOGIA MARIA DAS GRAÇAS SILVA DE

LISTA DE QUADROS

Quadro 01 – Quadro metodológico da investigação....................................................34

Quadro 02 – Protocolo de Questionário para docente.................................................36

Quadro 03 – Protocolo de questionário inicial para discente.......................................37

Quadro 04 – Protocolo de Questionário final para discente.........................................38

Quadro 05 – Dados do 1º. Questionário para discentes contendo resultados de

conhecimentos prévios................................................................................................48

Quadro 06 – Quadro de objetivos alcançados no questionário final para discentes. . .49

Page 10:  · Web viewUNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS AMBIENTAIS E BIOLÓGICAS GRADUAÇÃO EM LICENCIATURA EM BIOLOGIA MARIA DAS GRAÇAS SILVA DE

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO............................................................................................................101.1 JUSTIFICATIVA.......................................................................................................121.2 OBJETIVO...............................................................................................................141.2.1 OBJETIVO GERAL...............................................................................................141.2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS.................................................................................141.3 HIPÓTESES............................................................................................................152 REFERENCIAL TEÓRICO.........................................................................................162.1 CIÊNCIA E PESQUISA CIENTÍFICA.......................................................................162.2 PESQUISA CIENTÍFICA..........................................................................................182.3 BREVE HISTÓRICO DA PESQUISA EXPERIMENTAL..........................................102.4 APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA E FUNDAMENTOS.........................................232.5 A PESQUISA EXPERIMENTAL...............................................................................252.6 ATIVIDADE EXPERIMENTAL ARTICULADA A PRESSUPOSTOS TEÓRICOS UMA PRÁTICA TRANSFORMADORA..........................................................................272.6.1 As atividades experimentais numa metodologia investigativa......................282.6.2 Vantagens do uso de experimentos para aprendizagem de conceitos.........292.7 ARTICULAÇÃO UNIVERSIDADE E ENSINO MÉDIO.............................................312.7.1 Iniciação Científica.............................................................................................323 METODOLOGIA.........................................................................................................343.1 DESENHO GLOBAL DA INVESTIGAÇÃO..............................................................343.2 LOCAL E ENTORNO DA INVESTIGAÇÃO.............................................................343.3 METODOLOGIA PARA RECOLHER OS DADOS...................................................354 RESULTADO E DISCUSSÃO....................................................................................404.1 VISITA AO LABORATÓRIO DE BIOLOGIA MOLECULAR.....................................404.2 VISITA AO CAMPO EXPERIMENTAL.....................................................................414.3 VISITA AO LABORATÓRIO DE GENÉTICA “LAGOA”............................................424.4 VARIABILIDADE GENÉTICA EM PACU.................................................................434.5 MELHORAMENTO GENÉTICO: TAMBACÚ...........................................................444.6 LIOFILIZAÇÃO.........................................................................................................445 CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................................55REFERÊNCIAS.............................................................................................................57APÊNDICES..................................................................................................................60

Page 11:  · Web viewUNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS AMBIENTAIS E BIOLÓGICAS GRADUAÇÃO EM LICENCIATURA EM BIOLOGIA MARIA DAS GRAÇAS SILVA DE

10

1 INTRODUÇÃO

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional LDB (Lei nº 9.394/96), ao

citar o Ensino Médio como etapa final da Educação Básica, sustenta que o mesmo

corresponde a um período de escolarização de caráter geral. Define-o como uma

etapa da escolarização que tem por finalidade o desenvolvimento do indivíduo,

assegurando-lhe a formação comum indispensável para o exercício da cidadania,

conferindo-lhe os meios de progredir no trabalho e em estudos posteriores.

(BRASIL, 1996).

A partir dessa análise a proposta deste trabalho é verificar potencialidades da

pesquisa experimental como objeto de conhecimento para alunos do ensino médio.

De acordo aos Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Médio, a formação do

educando deve ter como objetivo fundamental a apropriação de conhecimentos

básicos, a capacidade de usar as diferentes tecnologias e a capacitação científica

pertinente às áreas de atuação. Este documento defende que:

É importante considerar que as ciências, assim como as tecnologias, são construções humanas situadas historicamente e que os objetos de estudo por elas construídos e os discursos por elas elaborados não se confundem com o mundo físico e natural, embora este seja referido nesses discursos (BRASIL, 2000, p.30)

O trabalho experimental nas escolas teve sua origem há mais de cem anos

por influência do trabalho experimental que era construído nas Universidades. O

objetivo era aperfeiçoar a aprendizagem do conteúdo científico, considerando que os

alunos aprendiam sem saber aplicá-los. As atividades experimentais na escola são

pouco frequentes, embora permaneça a crença dos professores de que por esta via

pode se transformar o ensino de ciências (GIL PÉREZ et al.,1999).

Uma grande soma de artigos critica as atividades experimentais na escola,

várias críticas foram feitas por especialistas em didática das ciências, sobretudo

quando as atividades experimentais são destinadas apenas para ilustrar ou

comprovar teorias anteriormente estudadas. De acordo a Delizocoiv & Angotti (1992.

p.2) “Na aprendizagem de ciências naturais, as atividades experimentais devem ser

garantidas de maneiras a evitar que a relação teoria-prática seja transformada numa

dicotomia”. As críticas seguem também quando estas atividades servem apenas

Page 12:  · Web viewUNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS AMBIENTAIS E BIOLÓGICAS GRADUAÇÃO EM LICENCIATURA EM BIOLOGIA MARIA DAS GRAÇAS SILVA DE

11

para a manipulação de aparatos e efetuação de medições como; pipetar calibrar

instrumentos e preparar soluções.

É importante compreender que as atividades experimentais na escola tem a

função de comprovar a teoria através da prática, ou de modo inverso que através da

prática realizada por alunos se consiga chegar “por descoberta” a uma determinada

teoria. (SILVA;ZANON 2000). As vivências nas instituições educacionais esclarecem

que, mesmo não sendo um recurso usual, atividades que envolvem experimentação

são consideradas de grande importância para o ensino de ciências. Aproximar a

ciência escolar da ciência acadêmica não é uma tarefa fácil, visto que muitas são as

diferenças entre os dois campos.

O objetivo principal da escola é desenvolver a aprendizagem de um

conhecimento científico anteriormente construído, enquanto que o principal objetivo

da ciência acadêmica é construir novos conhecimentos científicos. Além disso é

significativo também as diferenças de infraestrutura. Os cientistas contam com

aparatos especiais e específicos para o desenvolvimento do conhecimento científico,

em geral são mais qualificados e contam com uma equipe especializada nos

assuntos que investigam.

Nas escolas, ao contrário das universidades, encontramos uma infraestrutura

bem mais limitada para elaborar investigações, equipe pouco experiente na

pesquisa científica, apresentam domínio mínimo de teorias e estudos de campo,

além disso, não há os recursos de ponta, nem aportes tecnológicos e materiais

avançados e tão necessários. De acordo com Carvalho (2007), em uma proposta

que faça uso da experimentação, o aluno deixa de ser simples expectador das aulas

e passa a agir, interfere ao questionar e passa a fazer parte da elaboração do seu

conhecimento.

Supõe-se que a experimentação seja significativa, pois favorece o progresso

dos alunos contribuindo na conquista do conhecimento. O docente favorece a

autonomia intelectual quando permite que o discente pense, ao invés de pensar por

ele, e assim os prepara para uma atuação responsável, crítica, reflexiva e criativa.

(GARRIDO, 2002).

Observando por esse ângulo, considera-se a pesquisa acadêmica como via

de aproximação entre alunos do ensino médio e universidade. A inserção de

estudantes do ensino médio nos espaços de produção do conhecimento científico é

considerada uma técnica favorável para a formação de pesquisadores, além de

Page 13:  · Web viewUNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS AMBIENTAIS E BIOLÓGICAS GRADUAÇÃO EM LICENCIATURA EM BIOLOGIA MARIA DAS GRAÇAS SILVA DE

12

ampliar os conhecimentos dos estudantes sobre o meio científico, e possível

articulação entre universidade e ensino médio.

É possível verificar que entre os estudantes do ensino médio há uma

abrangente ignorância (falta de conhecimento) sobre o processo de produção do

conhecimento científico e as possibilidades de participação em pesquisas científicas,

diante disso, surgem indagações que necessitam um olhar reflexivo. É possível que

a visualização do ambiente em que se processa o conhecimento científico e

aprendizagem sobre etapas de uma pesquisa acadêmica, provoque interesse pela

ciência? A atividade experimental pode ser interpretada como uma prática

transformadora?

A partir dessas indagações e considerações sobre a importância da

experimentação, esse trabalho foi desenvolvido tendo como objetivo, averiguar as

contribuições da integração universidade/ensino médio, tendo como recurso de

integração, a pesquisa experimental e ambiente de pesquisa. Para iniciar esta

pesquisa e prover o fundamento teórico adequado, o referencial teórico foi dividido

em tópicos, a saber: Ciência e Pesquisa Científica onde se caracterizou seus

significados e objetivos, Histórico da pesquisa experimental, onde se estudou a

progressão das práticas experimentais, aprendizagem significativa e fundamentos

numa perspectiva de diálogos com alguns autores sobre as ideias de Ausubel a

pesquisa experimental, que é identificada como um modelo de pesquisa por

excelência, a atividade experimental como uma prática transformadora, nas quais

foram discutidas as vantagens do uso de experimentos para aprendizagem de

conceitos, e a integração ensino médio e universidade, abordando as contribuições

da universidade e funções das bolsas de pesquisas.

1.1 JUSTIFICATIVA

Apesar de a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional LDB (Lei no

9.394/96) definir o ensino médio como uma etapa que qualifica o aluno e o prepara

para progredir em estudos posteriores, quando há aproximação da realidade desse

período de escolarização na rede pública, é possível verificar estudantes

desanimados, despreparados e sem orientação para ingressar no ensino superior, a

autora desse trabalho contemplou a situação citada enquanto realizava os estágios

Page 14:  · Web viewUNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS AMBIENTAIS E BIOLÓGICAS GRADUAÇÃO EM LICENCIATURA EM BIOLOGIA MARIA DAS GRAÇAS SILVA DE

13

curriculares e foi possível manter um contato mais próximo dos estudantes em

formação.

Durante esse período a mesma percebeu que, muitos estudantes não

apresentavam qualquer perspectiva, quando questionados sobre a caminhada após

o ensino médio. Foi possível identificar que inúmeros estudantes finalizam essa

etapa e assim encerram os vínculos com os estudos. A partir dessa noção

angustiante e triste, procurou-se estabelecer através desse trabalho uma ponte entre

o ensino médio e universidade com a finalidade de interferir nessa realidade e poder

contribuir para uma melhor formação desse público.

Na visão de Freire (1997) para entender a teoria é preciso experienciá-la. Na

escola, os conceitos são apresentados de forma vaga, dissociada do contexto que

produz os referidos conceitos, de modo que ocorre um distanciamento entre o que

se aprende e o modo como esse conhecimento é aprendido e usado. Pesquisadores

da área de educação, ao conceituarem a aprendizagem das ciências, esclarecem

que aprender ciências significa necessariamente envolver-se com algumas práticas

dos cientistas, que é um fator central do contexto de produção do conhecimento

científico.

A construção de saberes nas escolas de ensino médio atuais, a despeito do

que reza a LDB e os PCNS, mantém em sua estrutura características fortemente

enraizadas numa educação bancária e como tal, a proposta de ensino ainda é

tradicional, de modo que o ensino se dá por meio de esforços únicos dos

educadores que trabalham num contexto em que predomina a ausência de recursos

que permitam uma formação que de fato seja um elo ao ensino superior.

Verifica-se que é inviável a aprendizagem de conceitos científicos e ao

mesmo tempo desagregar práticas da comunidade científica que deram origem a

esses conceitos, sendo importante a aprendizagem dos conceitos como também o

conhecimento sobre os processos de formação desses conceitos (DRIVER et al.,

1999, p. 36) defendem que:

Aprender ciências não é uma questão de simplesmente ampliar o conhecimento dos jovens sobre os fenômenos, nem de desenvolver e organizar o raciocínio do senso comum dos jovens. Aprender ciências requer mais do que desafiar as ideias anteriores dos alunos mediante eventos discrepantes. Aprender ciências envolve a introdução das crianças e adolescentes a uma forma diferente de pensar sobre o mundo natural e de explicá-lo; tornando-se

Page 15:  · Web viewUNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS AMBIENTAIS E BIOLÓGICAS GRADUAÇÃO EM LICENCIATURA EM BIOLOGIA MARIA DAS GRAÇAS SILVA DE

14

socializado, em maior ou menor grau, nas práticas da comunidade científica, com seus objetivos específicos, suas maneiras de ver o mundo e suas formas de dar suporte as assertivas do conhecimento.

Em 1994, o pesquisador Hodson identificou que os trabalhos de pesquisa em

ensino mostram que os estudantes apresentam melhor aprendizado sobre a ciência

e desenvolvem melhor seus conhecimentos e conceitos quando participam de

investigações científicas semelhantes às realizadas em laboratórios de pesquisa.

Essas investigações, quando propostas aos alunos, tanto podem ser resolvidas na

forma de atividades práticas de laboratório, ou em simulações como de lápis e

papel. (HODSON, 1994).

1.2 OBJETIVOS

1.2.1 Objetivo Geral

Analisar os efeitos da prática experimental promovida por meio da integração

universidade-escola de ensino médio sobre os conhecimentos iniciais e pós-

pesquisa sobre ciência e pesquisa científica.

1.2.2 Objetivos Específicos

Conhecer o perfil dos docentes e dos discentes envolvidos na pesquisa;

Verificar conceitos prévios sobre Ciência e pesquisa científica;

Verificar os conceitos prévios e ocorrência de atividades experimentais em

sala;

Identificar os efeitos da prática experimental, quando se promove a integração

universidade ensino médio;

Identificar o avanço dos estudantes relativo aos conhecimentos iniciais e pós-

visitas em laboratórios e campo experimental

Verificar concepções adquiridas no Campo Experimental e Laboratórios.

Page 16:  · Web viewUNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS AMBIENTAIS E BIOLÓGICAS GRADUAÇÃO EM LICENCIATURA EM BIOLOGIA MARIA DAS GRAÇAS SILVA DE

15

1.3 HIPÓTESES

Atividades numa metodologia experimental durante a abordagem de

conteúdos permite a motivação dos estudantes e consequente interesse em

ingressar na academia;

Estudantes do ensino médio ao serem inseridos no ambiente de pesquisa

científica, terão maior clareza do processo de produção do conhecimento

desenvolvido na Universidade, e ampliação das suas concepções de ciência

e pesquisa científica.

Page 17:  · Web viewUNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS AMBIENTAIS E BIOLÓGICAS GRADUAÇÃO EM LICENCIATURA EM BIOLOGIA MARIA DAS GRAÇAS SILVA DE

16

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 CIÊNCIA E PESQUISA CIENTÍFICA

O conhecimento sempre foi um desafio. Ao longo dos tempos o ser humano

tem se mostrado ávido por descobertas e resoluto na conquista dos saberes, essa

busca é evidenciada de várias formas e alguns autores norteiam com precisão essa

vocação humana. Na percepção de Gil (1999), o homem procura conhecer o mundo

que o cerca gerindo procedimentos elaborados que lhe permitem desvendar a

essência das coisas e a conduta das pessoas.

Em se tratando do conhecimento, Garcia (1988) concorda com Gil (1999) ao

reafirmar o seu conceito, e de forma detalhada define os tipos de conhecimentos.

Quando se trata de apropriação do conhecimento é necessário diferenciar as formas

pelas quais o mesmo pode ser adquirido, considera o autor, que o conhecimento é

atingido por meio de quatro modalidades: religião, a experiência cotidiana, a ciência

e a filosofia, sendo que uma modalidade não desconsidera as demais e cada pessoa

decide a forma que conduzirá sua vida. Na visão de Garcia (1988, p. 23) “[...] elas se

propõem objetivos diferentes, que perseguem através de caminhos diversos [...],

objetos de estudos diferentes”.

O senso comum por ser um apanhado de experiências diárias se diferencia

no sentido de que o mesmo é composto por vivências cotidianas práticas. A filosofia

ocorre num processo de teorias, ainda que embasado em fatos. Garcia (1988)

afirma que em relação aos níveis de conhecimento, o senso comum direciona e

permite ao homem, viver o seu cotidiano e discernir os fenômenos e os seres da sua

realidade. Sobre a filosofia o mesmo autor salienta que, ela pode alastrar-se por um

campo unicamente abstrato, soberano, em principio, de qualquer evento notável. No

entanto o seu processo de inquirição se inicia, sempre embasado sobre um objeto

ou fato concreto, centrado no mundo palpável.

O conhecimento científico estima prever e controlar eventos de determinados

fenômenos, além de retratá-los minuciosamente, identificando-os dentro de

hierarquias específicas e de classes apropriadas. No que se refere ao conhecimento

religioso, Garcia (1988) revela que se trata de um conhecimento com característica

peculiar e que em comparação às demais formas de conhecimento, se expande e se

Page 18:  · Web viewUNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS AMBIENTAIS E BIOLÓGICAS GRADUAÇÃO EM LICENCIATURA EM BIOLOGIA MARIA DAS GRAÇAS SILVA DE

17

difere com o tempo e de acordo a cada cultura. O autor ainda afirma que para

comentar sobre o conhecimento religioso é preciso conceituar religião: “A crença na

existência do “sobrenatural” do “sagrado” considerado tantas vezes, como o criador

de todas as coisas” (GARCIA, 1988).

Contrair conhecimento é muito mais que decifrar sobre um objeto, é além de

conhecer, ter a condição de utiliza-lo de modo a retirar todas as potencialidades que

ele possa oferecer à sociedade. Garcia (1988) considera que habilidades de

descrever e manipular desenvolve-se por meio de contestação e análise de

fenômenos, diferenciando entre eles, o processo de identificação, ou sendo

semelhantes no processo de disseminação.

Lakatos & Marconi (2005) são unânimes com Garcia (1988) ao relatar que o

conhecimento científico é diferente de outros tipos de conhecimento, todavia os

autores especificam com maior precisão a singularidade dessa modalidade do

saber. Afirmam ambos que, o conhecimento popular não se distingue do

conhecimento científico, nem pela sua fidedignidade nem pela natureza do objeto

conhecido, o que distingue é a forma, método e os aparatos do conhecer.

Aprofundando ainda mais os conceitos, nota-se que os termos Ciência e

Pesquisa Científica, em sua definição são em si mesmos caracterizados como

objeto de estudo, esse estudo na percepção da filosofia da ciência, deve direcionar o

pensamento humano para suas próprias descobertas e representações, ao

considerar a definição de ciência:

A ciência é todo um conjunto de atitudes e atividades racionais, dirigidas ao sistemático conhecimento com objetivo limitado, capaz de ser submetido à verificação [...] A ciência é um conjunto de conhecimentos racionais, certos ou prováveis, obtidos metodicamente, sistematizados e verificáveis, que fazem referência a objetos de uma mesma natureza (LAKATOS & MARCONI, 1991).

Gil (1999) considera que etimologicamente ciência significa conhecimento,

sendo o seu objetivo de grande importância para a veracidade dos fatos, com o

objetivo de formular, por meio de linguagem rigorosa e apropriada às leis que regem

os fenômenos, implica em mais que mera catalogação de fatos e descobertas por

meios de tentativas e erros nos procedimentos de como funcionam os fenômenos.

Os autores Lakatos & Marconi (1991) mantêm o mesmo pensamento ao

enfatizar que a ciência é uma sequência de eventos racionais e que a mesma é

Page 19:  · Web viewUNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS AMBIENTAIS E BIOLÓGICAS GRADUAÇÃO EM LICENCIATURA EM BIOLOGIA MARIA DAS GRAÇAS SILVA DE

18

validada por meio do método cientifico empregado, que é um modelo de

conhecimento, o qual leva a ciência a uma confiabilidade, propõe definição de regras

e procedimentos que possibilitarão segurança e validação ao exercício do conhecer

tendo a pesquisa como elemento.

Os mesmos autores ainda argumentam ainda sobre a possibilidade de a

ciência ser passível de erros, e demonstram pensamentos semelhantes ao ponderar

numa parceria com Popper (1959) que a ciência é dinâmica, esclarecem a

necessidade do método científico, o qual é aplicado de modo criterioso e de

natureza científica, o mesmo pressupõe diversas etapas até ser aceito como uma

teoria confiável.

Verifica-se, entretanto que Popper (1959) vai além dos demais autores ao

afirmar a inexistência do método científico. O autor compreende que sendo a ciência

objeto de críticas e de correção, deve se adequar cada tipo de ciência a caracteres

metodológicos específicos. Durante muito tempo acreditou-se que uma tese seria

científica se fosse baseada em fatos em detrimento de opiniões, posteriormente

houve a ideia de que uma tese para ser científica tinha que ser provável. Esse

critério foi derrubado pelo princípio da “falseabilidade” Popper (1959).

Popper (1959) afirma que a ciência cresce a partir de revoluções contínuas,

renovando-se permanentemente e o critério da falseabilidade está associado à ideia

de movimentação e rupturas de teorias e modelos científicos, que tem como

principio básico, a ideia de validade. Essa noção visa estabelecer distinção de

caracteres metodológicos dados a cada tipo de ciência, de acordo com a natureza

dos objetos e com os experimentos que podem ser aplicados para validação e

refutação das teorias acerca dos fenômenos.

Essa flexibilidade permite entender a ciência como autoquestionável e objeto

de críticas ou correção, uma sequência que se mantém permanente possível de

acréscimos de conhecimentos racionais e verificáveis da realidade. “Começo, regra

geral, as minhas lições sobre método científico dizendo aos meus alunos que o

método científico não existe. Acrescento que tenho obrigação de saber disso”,

(POPPER 1959, p. 75).

2.2 PESQUISA CIENTÍFICA

Page 20:  · Web viewUNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS AMBIENTAIS E BIOLÓGICAS GRADUAÇÃO EM LICENCIATURA EM BIOLOGIA MARIA DAS GRAÇAS SILVA DE

19

A pesquisa científica é caracterizada como um meio de se obter respostas de

determinados questionamentos. Os autores a seguir esclarecem e racionalizam em

consonância, sobre a função, confiabilidade e perfeição da pesquisa científica. A

pesquisa é compreendida como um procedimento racional, organizado, que tem

como objetivo oferecer respostas aos problemas propostos.

De acordo com Cervo & Berviam (1983), é uma atividade voltada para a

solução de problemas, através do emprego de processos científicos. A investigação

é um atributo humano e como tal passivo de erros, logo os processos de pesquisa

constituem um aprendizado que é fadado ao fracasso e ao sucesso, não se encontra

um modelo único e ideal, perfeito para a efetivação de uma pesquisa científica, de

modo que através das pesquisas se aprende a pesquisar.

Na percepção de Richardson (1999), o pesquisador é aquele que deve dar

ênfase à importância da pesquisa e à necessidade de se permitir uma atitude

autocrítica em relação às próprias pesquisas. Ele deve manter um exame contínuo

sobre seu ponto de vista pela veracidade ou falsidade dos fatos, reestruturando o

conceito do saber, formando uma visão que possibilite o reconhecimento da

incerteza, a ausência de clareza, a relatividade, a instrumentalização e a

ambiguidade do conceito “verdade científica”.

O mesmo autor considera que é melhor ter trabalho de pesquisa imperfeito

que não ter nenhum, a responsabilidade da pesquisa é fazer o conhecimento

avançar, e o conhecimento, mesmo tendo uma direção, não segue uma linearidade.

Afirma o autor que a pesquisa e seu objetivo imediato é a apropriação do

conhecimento, sendo essa, uma ferramenta para aquisição do conhecimento, logo,

aprendendo a pensar, a pesquisar e construindo um espírito científico, o universitário

estará obtendo conhecimentos novos e ao mesmo tempo sendo ativo e integrante

da tarefa de transformação da realidade.

A metodologia auxilia e orienta o universitário no processo de investigação

para tomar decisões oportunas na busca do saber e na formação do estado de

espírito crítico e hábitos correspondentes necessários ao processo de investigação

científica. O uso de processos metodológicos permitirá ao estudante o

desenvolvimento de seu raciocínio lógico e de sua criatividade (CERVO & BERVIAN,

2002).

Fonseca (2002), afirma que a pesquisa permite formar um vínculo com a

realidade a se investigar além de permitir uma melhor compreensão dessa

Page 21:  · Web viewUNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS AMBIENTAIS E BIOLÓGICAS GRADUAÇÃO EM LICENCIATURA EM BIOLOGIA MARIA DAS GRAÇAS SILVA DE

20

realidade, é feita num processo contínuo, inacabado e permanente. A pesquisa se

estabelece por meio de aproximações sucessivas da realidade, garantindo o aporte

para uma intervenção prática. Na concepção do mesmo autor, a pesquisa científica

decorre de um inquérito ou exame detalhado, objetivando resolver um problema.

Fonseca (2002) relata que para a efetivação de uma pesquisa científica, é

importante fazer a opção do método a ser utilizado, de acordo as especificidades da

pesquisa, sendo que o qualitativo e o quantitativo pode atuar numa parceria. O

mesmo autor afirma que por meio de procedimentos científicos, averigua-se uma

pessoa ou grupo capacitado (sujeito da investigação) fazendo menção a um aspecto

da realidade (objeto da investigação). Tendo como finalidade a comprovação

experimental de hipóteses (investigação experimental) ou para descrevê-la

(investigação descritiva), ou para averiguá-la (investigação exploratória).

2.3 BREVE HISTÓRICO DA PESQUISA EXPERIMENTAL

A ideia de pesquisa experimental como método de pesquisa científica é

moderna. A progressão do modelo experimental foi gradual e lenta, até chegar aos

dias atuais. As delimitações dessa evolução e as apropriações mais importantes são

identificadas a seguir. Silva (2005) corrobora que a origem da pesquisa experimental

é comumente imputada ao filósofo inglês Francis Bacon (1561-1626) no século 17,

porém o método experimental remonta há cerca de quatro séculos antes de Cristo,

quando Aristóteles (384-322 a.C) fez amplas descobertas relacionadas ao mundo

natural.

Na percepção de Silva (2005), tomando por base experimentos, dogmas e

apropriações filosóficas, Aristóteles atinou que a aceleração de um corpo em queda

livre depende de sua massa e que a terra devia ser esférica, já que a esfera é o

sólido mais “perfeito”. No século II antes de Cristo, o astrônomo e matemático

Cláudio Ptolomeu de Alexandria, desenvolveu uma teoria do Universo a partir das

ideias de Aristóteles.

Por argumentos geográficos, Ptolomeu afirmou que a terra era uma esfera, e sendo imóvel deveria ser o centro do universo, porque se

Page 22:  · Web viewUNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS AMBIENTAIS E BIOLÓGICAS GRADUAÇÃO EM LICENCIATURA EM BIOLOGIA MARIA DAS GRAÇAS SILVA DE

21

assim não fosse, o ar mais leve seria deixado para trás, por causa de sua aceleração mais lenta. (SILVA, 2005, p.9).

O mesmo autor compreende que essas teorias vigoraram sem contestação

até a idade média, quando o filósofo inglês Roger Bacon, iniciou uma nova era de

investigação científica (1220-1290). Essa era de indagação tornou a matemática e o

método experimental a base da história natural, o termo “ciência experimental” foi

divulgada pela sua obra. Seu pensamento é de que o homem adquire conhecimento

por meio de raciocínio e experiência, pois sem a experiência ele não pode ter

qualquer certeza.

No século 16, o astrônomo polonês Nicolau Copérnico (1473-1543) reanimou

as teorias do sistema solar formuladas originalmente pelo filósofo e matemático

grego Pitágoras (580-500 a. C.) seis séculos antes de Cristo. Copérnico afirmou que

o sol deveria ser o centro do universo. O médico e físico inglês William Gilbert (1544-

1603) especialmente interessado em magnetismo, foi um dos primeiros

experimentadores, ele submeteu repetidamente o conhecimento existente a teste

experimental, além disso, notou a necessidade de repetição, no caso de expectativa

de variação do resultado de um experimento.

Do ponto de vista de Silva (2005) Francis Bacon sustentou que o ponto de

partida de toda ciência devem ser fatos observados empiricamente e que toda teoria

é confiável à medida em que seja derivada desses fatos. O mesmo autor afirma que

o matemático, físico e astrônomo Galileu Galilei (1564-1642) é citado como sendo

um dos pioneiros do método experimental.

O autor considera ainda, que no século 17 e 18 ocorrem importantes avanços

para o método experimental, incluindo as obras do matemático e filósofo francês

Reneé Descartes (1596-1650), do físico e matemático inglês Isaac Newton (1642-

1727) e do cientista francês Antonie Laurent de Lavousier (1743-1794). A

solidificação do método experimental adquire também o prestígio do relevante

trabalho do médico de renome, o fisiologista francês Claud Bernard (1813-1878).

Claud Bernard teve a sua obra divulgada no seu célebre livro “Introduction a la

medicine experimentale”.

Silva (2005) reflete que o desenvolvimento da experimentação agrícola teve

início em fins do século 18, na época da expansão agrícola, originado da Revolução

Industrial e da necessidade de alimentar uma população urbana em acelerado

Page 23:  · Web viewUNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS AMBIENTAIS E BIOLÓGICAS GRADUAÇÃO EM LICENCIATURA EM BIOLOGIA MARIA DAS GRAÇAS SILVA DE

22

crescimento. A química estava iniciando seu estabelecimento em sua forma atual e já

era reconhecida a sua importância para a compreensão da nutrição e do crescimento

de plantas. Foram criadas cadeiras de agricultura em Oxford, Inglaterra, em 1970 e

em Edimburgo, Escócia, 1797.

O professor Humphrey Davy (1778-1829) da Instituição Real da grã Bretanha

lecionou um curso anual de química em Londres durante dez anos, em (1803-1873)

foi nomeado professor de química da Universidade de Giessen, em 1824. Assim

sendo, a agricultura com uma base sólida em química tornou-se aceita como uma

área acadêmica. A origem da ciência moderna da genética aplicada à agricultura é

creditada aos trabalhos experimentais de cruzamentos com ervilha desenvolvidos

pelo monge austríaco Johann Gregor Mendell (1822-1884). A famosa “Teoria

Mendeliana da herança” foi apresentada em 1866, na publicação do artigo

“Experiments with plant hybrids” (SILVA, 2005).

O trabalho de Mendell permaneceu desconhecido até o início do século 20,

quando ocorre um significativo crescimento da genética. Em anterior período,

diversos cientistas estavam gerindo experimentos e elaborando teorias referentes ao

cruzamento de plantas. Por exemplo, Robert Charles Darwin (1809-1892) publicou o

artigo “The effects of cross and self fertilization in the vegetable kindom”. Esse artigo

divulgou a conclusão de experimentos sobre autofertilização e fertilização cruzada

em plantas, orientado em uma casa de vegetação. (SILVA 2005).

O mesmo autor pondera que na Inglaterra Jhon Bennet Lawes (1814-1900)

instalou em Rothamsted um laboratório dando início a experimentos com fertilização

de superfosfatos originado de ossos e fosfatos minerais. Em 1842 após condução

prolongada de experimentos sobre efeito de adubos sobre plantas em recipientes e

em campo, ele adquire a patente para geração de superfosfato a partir do tratamento

de rochas fosfatadas com ácido sulfúrico, e deu início a primeira indústria de

fertilizantes artificiais.

Silva (2005) enfatiza que Lawes ao associar-se ao químico inglês, Joseph

Henry Gilbert (1817-1901) cria a primeira estação experimental agrícola estruturada

do mundo, por mais de 50 anos esses dois cientistas desenvolveram juntos trabalhos

experimentais com nutrição de plantas e animais, fato que favoreceu o renomado

trabalho da Rothamsted em todo o mundo. A importância desse trabalho postulou

Lawes e Gilbert como os pais do método científico na agricultura.

Page 24:  · Web viewUNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS AMBIENTAIS E BIOLÓGICAS GRADUAÇÃO EM LICENCIATURA EM BIOLOGIA MARIA DAS GRAÇAS SILVA DE

23

Ronald Aylmer Fisher deu continuidade ao trabalho de Lawes, no período de

1919-1933 desenvolveu a teoria e os métodos, ao perceber que experimentos

poderiam ser melhores estruturados que aqueles produzidos por Lawes e Gilbert,

dando então partida ao desenvolvimento do ramo da estatística relacionado com

programação e análise de experimentos. Fischer impulsionou os fundamentos da

pesquisa experimental, deu origem aos rudimentos das deduções estatísticas e

mapeou muitos métodos originais para os diversos problemas existentes na

Rothamsted e outras entidades de pesquisa.

Silva (2005) assegura que Fisher incorporou várias estratégias de análise de

dados, a exemplo do diagnóstico de variação, que passou a ser extensivamente

utilizado na avaliação estatística de dados de experimento. Seu primeiro livro

“Statistical methods for research workers”, um texto sobretudo prático, publicado em

1925, expandiu os novos métodos e os tornou viáveis para pesquisadores em

agricultura e biologia.

2.4 APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA E FUNDAMENTOS

No processo formativo das diversas faixas etárias os assuntos que são

abordados em sala de aula estão de algum modo diretamente associados aos

cotidianos desse público, em situações do senso comum, ou até mesmo com

enfoque científico. Ausubel (1982) formulou teorias que serviram de âncora para

confirmar que o processo de aprendizagem é norteado por todo conjunto de

vivências do aprendiz. Na visão desse psicólogo da educação o conceito de maior

relevância é o da aprendizagem significativa.

Para Moreira e Masini (2011), a teoria de Ausubel (1982) sobre a

aprendizagem significativa é o processo pelo qual um aspecto importante da

estrutura cognitiva do conhecimento é estimulada por uma nova informação, tal fato

é caracterizado como um processo interativo entre um dado novo e uma estrutura de

conhecimento específica Ausubel denominou como conceito subsunçor existente na

estrutura cognitiva do aprendiz. Os mesmos autores descrevem que a aprendizagem

significativa idealizada por Ausubel ocorre quando novos informes consolidam-se em

subsunçores preexistentes na estrutura cognitiva do educando.

Essa armazenagem de informações na mente ocorre de modo sistêmico,

formando uma hierarquia de conceitos, de tal modo que os conhecimentos

Page 25:  · Web viewUNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS AMBIENTAIS E BIOLÓGICAS GRADUAÇÃO EM LICENCIATURA EM BIOLOGIA MARIA DAS GRAÇAS SILVA DE

24

detalhados são conectados aos conhecimentos gerais. Assim sendo, a estrutura

cognitiva significa uma composição organizada de subsunçores baseados nas

experiências dos indivíduos. Para contrastar com a aprendizagem significativa

proposta de Ausubel, os autores esclarecem que a aprendizagem mecânica (rote

learning) é um modelo de aprendizagem em que novas informações são

processadas com pouca ou nenhuma interação com conceitos prévios existentes na

estrutura cognitiva.

Ainda de acordo com Moreira e Masini (2011), dessa forma, fica óbvio que na

aprendizagem mecânica o novo dado é compactado na mente humana de forma

opcional e não há conexões entre a nova informação com aquela previamente

armazenada. A aprendizagem significativa não deve ser confundida com o que há

entre aprendizagem por descoberta e aprendizagem por recepção.

Segundo Ausubel, ocorre ainda um processo de aprendizagem por recepção

e por descoberta. Na aprendizagem por recepção o que deve ser incorporado é

apresentado ao aprendiz em sua forma final, enquanto que na aprendizagem por

descoberta o conteúdo principal a ser assimilado é constatado pelo próprio aprendiz

(MOREIRA e MASINI, 2011).

Para a devida compreensão sobre a teoria proposta por Ausubel em seus

estudos é necessário entender que o indivíduo durante o aprendizado sofre

modificações que causam alterações no seu conhecimento, num evento mental

interno, de modo que o fato a ser considerado não é o comportamento externo do

discente. Pelizzari et al. (2002) salientam, sob a percepção anteriormente descrita, a

importância que os processos mentais têm nesta transformação. Ainda segundo a

autora e colaboradores as conjecturas de Ausubel caracterizam-se por serem

intrínsecas ao processo de aprendizagem escolar, ao invés de generalizar a outros

âmbitos de aprendizagem.

Nesse processo de aprendizagem significativa é preciso atender a dois

requisitos que estão diretamente associados com a forma de apropriação de um

novo saber. Neste pensamento, Pelizzari et al. (2002) sugerem que, em primeiro

lugar, o aluno precisa ter interesse em aprender, caso aconteça opção pela

memorização do conteúdo, essa seria uma aprendizagem mecânica; já o segundo

requisito está vinculado ao conteúdo escolar, tendo este como premissa ser

potencialmente significativo, sendo assim, deve ter um significado lógico que

Page 26:  · Web viewUNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS AMBIENTAIS E BIOLÓGICAS GRADUAÇÃO EM LICENCIATURA EM BIOLOGIA MARIA DAS GRAÇAS SILVA DE

25

estabeleça um conectivo entre a essência do conteúdo e o significado psicológico,

remete a natureza e as experiências de cada indivíduo.

A teoria de Ausubel trouxe importantes avanços para a Educação, uma vez

que estimulou os profissionais da área a reorganizar e repensar suas estratégias

didáticas para atender os conteúdos escolares. De acordo com Pelizzari et al.

(2002), a aprendizagem significativa facilita um abrilhantar da estrutura cognitiva do

educando, pois o processo de ensino é baseado em exploração, descobertas e

experimentação de novas aprendizagens.

Ainda na teoria de Ausubel, na aprendizagem há três benefícios importantes

comparados à aprendizagem memorística. Em primeiro lugar, o conhecimento que

se adquire de maneira significativa é preservado. Em segundo, agrega habilidades

de aprender outros conteúdos de uma maneira mais eficaz, caso aconteça o

esquecimento da informação original. E em terceiro, uma vez esquecida, permite a

aprendizagem posterior – a “reaprendizagem”, em outras palavras (PELIZZARI et

al., 2002).

Dentro da conjuntura da aprendizagem significativa é importante lembrar os

mapas conceituais como instrumento que permitem arquitetar o conhecimento.

Conforme o pensamento de Naoe (2014), são ferramentas que ajudam a reproduzir

uma informação com clareza e objetividade, uma ideia, como, por exemplo, os

fluxogramas, cronogramas, infográficos. Ainda neste estudo, Naoe revela que os

mapas conceituais emergiram com Joseph Novak na década de 1970, que teve

fonte no ensino de Ciências, o qual corelaciona o aprendizado significativo com os

mapas, demonstrando que estes se sustentam e que a fixação de novos conteúdos

ocorre quando são relacionados com aquilo que já conhecemos, introduzindo

conexões.

2.5 A PESQUISA EXPERIMENTAL

De acordo com Silva (2005) a pesquisa experimental é considerada como um

método de pesquisa explicativa, na qual o pesquisador atua interferindo na amostra

com fins deliberados de estabelecer os níveis de um, ou mais atributos

(características) elucidativos, e por essa via, processar inferências conforme os

Page 27:  · Web viewUNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS AMBIENTAIS E BIOLÓGICAS GRADUAÇÃO EM LICENCIATURA EM BIOLOGIA MARIA DAS GRAÇAS SILVA DE

26

efeitos causais desses atributos, sobre atributos respostas. As características

elucidativas são designadas características de tratamento, e seus níveis são

denominados de tratamento.

Exemplos habituais de tratamento são os estímulos diferenciados

apresentados e induzidos a animais e plantas, incluindo dietas diversificadas a

animais ou fungicidas fixados em plantas. Em uma fase inicial, o objetivo do

experimento pode ser tão somente, verificar se os fomentos produzem qualquer

resposta mensurável, em um estágio mais avançado pode ser confirmar, ou negar

conjeturas anteriores formuladas sobre respostas aos tratamentos (SILVA, 2005).

O experimento é o método de pesquisa usualmente empregado em dois

âmbitos: para classificar o método de pesquisa explicativa e para nomear a pesquisa

que lida com esse método. É qualificado por ser o método de pesquisa fidedigno aos

critérios essenciais, os quais definem a propriedade analítica do método científico, e

por longas datas foi considerado o único modelo de pesquisa que é oportuno ao

avanço do conhecimento científico referente a relações causais entre fenômenos.

(SILVA, 2005).

Do ponto de vista de Trivinos (1987), o estudo experimental segue uma

dinâmica rígida de planejamento, as etapas de pesquisa são iniciadas pela

elaboração precisa do problema e das hipóteses, que determinam as variáveis

exatas e controladas que atuam no fenômeno analisado. O autor segue na mesma

visão que Silva, quando afirma que variáveis exatas e controladas atuam no

fenômeno analisado, ambos entendem que no estudo experimental, a amostra sofre

interferência por parte do pesquisador objetivando identificar os níveis de caracteres

esclarecedores.

Ainda Gil (2007) corrobora no sentido de que a pesquisa experimental abarca

delimitar um objeto de estudo, distinguir as variáveis que seriam capazes de

manipulá-lo, determinar as modalidades de controle e de averiguação dos efeitos

que a variável exerce sobre o objeto. Os autores são de mesmo parecer, pois

analisam a pesquisa experimental como um processo no qual o pesquisador está

diretamente conectado com o experimento, interagindo, instigando, colhendo

respostas, analisando os efeitos, decorrente dos estímulos por ele aplicado e as

diferenças verificadas.

Fonseca (2002, p. 38) relata que na pesquisa experimental os efeitos estão

diretamente associados com a dinâmica dos estímulos.

Page 28:  · Web viewUNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS AMBIENTAIS E BIOLÓGICAS GRADUAÇÃO EM LICENCIATURA EM BIOLOGIA MARIA DAS GRAÇAS SILVA DE

27

A pesquisa experimental seleciona grupos de assuntos coincidentes, submete-os a tratamentos diferentes, verificando as variáveis estranhas e checando se as diferenças observadas nas respostas são estaticamente significantes [...] os efeitos observados são relacionados com as variações dos estímulos, pois o proposto da pesquisa experimental é apreender as relações de causa e efeito ao eliminar explicações conflitantes das descobertas realizadas.

Na concepção de Fonseca (2002) há duas modalidades de pesquisas que

são mais usadas: a) pesquisas experimentais com apenas dois grupos análogos,

que são nomeados como experimental e de controle, aplicando um estímulo ao

grupo experimental, no final compara-se, os dois grupos para analisar as alterações

b) pesquisas experimentais antes/depois com um grupo único, definido

antecipadamente em função de suas especificidades e geralmente reduzidos.

O mesmo autor ainda considera que a planificação dos instrumentos para a

coleta de dados deve ser validada para confirmar sua eficiência em aferir os objetos

que a pesquisa se propõe analisar. A pesquisa experimental pode ser realizada em

laboratório ou no campo, o laboratório é o local em que o meio ambiente gerado é

fictício, e o campo é onde são produzidas as condições de manipulações dos

sujeitos nas próprias associações, agregações ou grupos.

2.6 ATIVIDADE EXPERIMENTAL ARTICULADA A PRESSUPOSTOS TEÓRICOS UMA PRÁTICA TRANSFORMADORA

Kovaliczn (1999) contribui ao declarar que a atividade experimental pode ser

considerada uma prática transformadora. Afirma que a mesma nada mais é que a

construção da práxis. Na percepção do autor, a aplicação experimental não deve ser

encarada como uma prática pela prática, de forma utilitária e sim uma prática

transformadora, adaptada à realidade, com objetivos bem definidos, ou seja, a

efetivação da práxis.

Delizoicov e Angotti (1991) nos ajuda na reflexão de que o ensino de ciências

fundamenta-se numa dinâmica em que uma relação entre teoria e prática,

conhecimento científico e senso comum é uma constante. Na aprendizagem de

Page 29:  · Web viewUNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS AMBIENTAIS E BIOLÓGICAS GRADUAÇÃO EM LICENCIATURA EM BIOLOGIA MARIA DAS GRAÇAS SILVA DE

28

Ciências Naturais, as atividades experimentais devem ser garantidas de maneira a

evitar que a relação teoria-prática seja transformada numa dicotomia.

Arruda e Laburu (1998) compartilham do mesmo pensamento ao afirmar que

a teoria e a realidade devem ser ajustadas entre si. Consideram que é necessário

ocorrer uma correspondência entre experimento e conceitos, de modo que a ciência

é definida como uma troca entre teóricos e experimentos, não havendo uma verdade

final a ser conquistada e sim a teoria servindo para sistematizar dados e

experimentos adequando conceitos à realidade.

Carvalho et al. (2007) afirma que é a partir de conhecimentos prévios que se

estabelece uma atividade experimental, o ensino de Ciências deve estimular uma

mudança na percepção do mundo, a partir de hipóteses e conhecimentos prévios. O

autor contribui com a ideia de que os conteúdos dos livros didáticos promovem os

conhecimentos, quando associados a atividades experimentais, considera que os

fenômenos naturais são mais eficientes é melhor compreendido quando há um

ajuste entre teoria e experimentação.

Gaspar (2009) corrobora ao salientar a importância da adequação entre teoria

e experimento, o autor defende que a atividade experimental fragmentada da teoria

não é capaz de promover uma relação com o conhecimento científico, essa

interação somente é possível quando existe junção entre teoria e prática.

2.6.1 As atividades experimentais numa metodologia investigativa

Azevedo (2005) contribui com a ideia de que a teoria e a prática estão

intimamente relacionadas ao processo educativo e na construção de conhecimentos

formulados por cientistas. Na visão do autor, se trabalharmos separadamente a

resolução de problemas, a teoria e as aulas práticas, os alunos adquirem uma visão

deformada do que é ciência, e afirma que na realidade do cientista essas formas de

trabalho encontram-se relacionadas, formando um todo coerente e interdependente.

O mesmo autor esclarece que a atividade investigativa é essencial para o

ensino de ciência e como tal deve ser direcionada de modo a contemplar as

necessidades cognitivas do educando. É também considerada uma estratégia de

excelência a ser utilizada. O autor argumenta que uma atividade de investigação

Page 30:  · Web viewUNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS AMBIENTAIS E BIOLÓGICAS GRADUAÇÃO EM LICENCIATURA EM BIOLOGIA MARIA DAS GRAÇAS SILVA DE

29

deve fazer sentido para o aluno, de modo que o mesmo seja capaz de entender o

porquê de estar investigando o fenômeno que a ele é apresentado.

Lewin e Lomascólo (1998) informam que nenhuma investigação se inicia sem

planejamento, na verdade necessitam de conhecimentos que orientem a

observação. Em uma proposta de atividade investigativa, faz-se necessário a

explicitação dos conhecimentos prévios disponíveis sobre a atividade, sem os quais

se torna impossível a sua efetivação.

Além disso, se as atividades experimentais forem trabalhadas com esse tipo

de abordagem, é possível criar situações que proporcionam maior motivação nos

alunos. Segundo Lewin e Lomascólo (1998, p. 148),

a situação de formular hipóteses, preparar experiências, realizá-las, recolher dados, analisar resultados, encarar trabalhos de laboratório como ‘projetos de investigação’, favorece fortemente a motivação dos estudantes, fazendo-os adquirir atitudes tais como a curiosidade, desejo de experimentar, acostumar-se a duvidar de certas informações, a confrontar resultados, a obterem profundas mudanças conceituais, metodológicas e atitudinais.

Moreira e Levandowisk (1985) entendem que o ensino por investigação pode

ser considerado um instrumento para a aprendizagem de modo a contemplar

aspectos mais amplos do ensino que apenas conteúdos específicos, dependendo da

forma como este ensino é concebido e aplicado. Os autores afirmam que uma

atividade de cunho experimental é um componente indispensável ao ensino de

ciências e que este tipo de atividade pode ser orientada para a consecução de

diferentes objetivos.

2.6.2 Vantagens do uso de experimentos para aprendizagem de conceitos

Segundo Gaspar (2009), atualmente encontramos nas atividades

experimentais o objetivo de promover interações sociais que tornem as explicações

mais acessíveis e eficientes. O mesmo autor destaca que a atividade experimental

tem vantagens sobre a teórica, porém ambas devem andar em parceria, pois uma é

o complemento da outra. Ainda enfatiza que o experimento sozinho não é capaz de

Page 31:  · Web viewUNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS AMBIENTAIS E BIOLÓGICAS GRADUAÇÃO EM LICENCIATURA EM BIOLOGIA MARIA DAS GRAÇAS SILVA DE

30

desencadear uma relação com o conhecimento científico, e sim a junção da teoria

com a prática.

O mesmo autor ressalta as vantagens das aulas práticas, demonstrativas ou

experimentais. A primeira vantagem que se dá no decorrer de uma atividade

experimental é o fato de o aluno conseguir interpretar melhor as informações. O

modo prático possibilita ao aluno relacionar o conhecimento cientifico com aspectos

de sua vivência, facilitando assim a elaboração de significados dos conteúdos

ministrados.

A segunda vantagem é a interação social mais rica, devido à quantidade de

informações a serem discutidas, estimulando a curiosidade do aluno e

questionamentos importantes.

Como terceira vantagem, vemos que a participação do aluno em atividades

experimentais é quase unânime. Isso ocorre por dois motivos: a possibilidade da

observação direta e imediata da resposta e o aluno, livre de argumentos de

autoridade, obtém uma resposta isenta diretamente da natureza (GASPAR, 2009).

O autor entende que por meio da atividade experimental é possível orientar os

alunos numa perspectiva em que os conceitos científicos sejam pautados em bases

cientificas corretas. O objetivo da atividade experimental deve ser eliminar o

bloqueio das pré-concepções alternativas, para possibilitar a aquisição das

concepções cientificamente corretas, pedagogia esta voltada para a evolução ou

mudança conceitual (GASPAR, 2009).

Carvalho et al. (2007) asseguram que os conhecimentos prévios dos

estudantes podem ser ampliados capacitando-os a uma melhor interpretação de

mundo. Assim, entende-se que as atividades de experimentação, além de serem

motivacionais, têm como função primordial auxiliar o educando a desenvolver uma

nova leitura de mundo, partindo de suas hipóteses e conhecimentos prévios,

ampliando seu conhecimento sobre os fenômenos naturais.

Carvalho et al. (2007) afirmam que uma atividade experimental para ser

considerada uma atividade investigativa, o aluno não pode ter uma ação restrita,

limitada à simples observação ou manipulação de materiais deve-se, sobretudo,

evidenciar caracteres de um trabalho científico, esclarece que a resolução de um

problema pela experimentação deve envolver também reflexões, relatos,

discussões, ponderações e explicações características de uma investigação

científica.

Page 32:  · Web viewUNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS AMBIENTAIS E BIOLÓGICAS GRADUAÇÃO EM LICENCIATURA EM BIOLOGIA MARIA DAS GRAÇAS SILVA DE

31

2.7 ARTICULAÇÃO UNIVERSIDADE E ENSINO MÉDIO

Ao refletir sobre o papel das Universidades na atualidade, emerge o debate

sobre a indissociabilidade de ensino pesquisa e extensão. A LDB (Leis de Diretrizes

e Bases da Educação) de 1996, nos artigos 43 a 57, preconiza que a Educação

Superior tem por finalidade fomentar a criação cultural, e a construção do

pensamento científico e crítico, formação de profissionais em diversas áreas do

conhecimento, incentivar a pesquisa e iniciação científica.

A universidade pode contribuir para diminuir as deficiências que os

estudantes iniciais da educação superior apresentam, pode despertar os alunos para

a vocação científica e tecnológica.

A articulação entre Universidade e o Ensino Médio, seja na formação docente quanto na formação profissional e cidadã do aluno, contribui para a redução das deficiências que os ingressantes da educação superior apresentam, bem como, despertar para as vocações científicas e tecnológicas (PEREIRA; PEREIRA; NASCIMENTO, 2011. p. 6148).

A educação científica é uma demanda a ser satisfeita por meio da parceria

entre o ensino médio e a universidade. A sociedade atual é desafiada a produzir

conhecimento e não apenas absorver conteúdos. Demo (2010, p.15,16) esclarece

que a educação científica consiste uma das habilidades do século XXI por ser este

século marcado “pela sociedade intensiva do conhecimento”. A pesquisa é

fundamental ao processo de ensino, aprendizagem e formação do conhecimento

nas instituições universitárias e tem como papel fundamental estar integrada ao

ensino e extensão.

É característico da Universidade, fomentar o processo de pesquisa e de

produção do conhecimento, conforme sugere a Lei de Diretrizes e Bases da

Educação Nacional (LDB) no art. 43º inciso III. De acordo a LDB, compete a

Universidade

incentivar o trabalho de pesquisa e investigação científica, visando o desenvolvimento da ciência e tecnologia e da criação e difusão da cultura e, desse modo, desenvolver o entendimento do homem e do meio em que vive (BRASIL, 1996).

Page 33:  · Web viewUNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS AMBIENTAIS E BIOLÓGICAS GRADUAÇÃO EM LICENCIATURA EM BIOLOGIA MARIA DAS GRAÇAS SILVA DE

32

A pesquisa no ensino médio com fins a elaboração do conhecimento científico

é um ato pouco praticado por professores e estudantes, e essa ausência de prática

compromete tanto o aprendizado do estudante quanto sua atuação profissional e

acadêmica. Na universidade sua adequação pode ser difícil, considerando as

metodologias atuais de ensino, usadas com fundamentos multidisciplinares e

interação ensino/pesquisa.

2.7.1 Iniciação Científica

Considerando as dificuldades existentes nas escolas para fomentar a

pesquisa na educação básica, o Conselho nacional do Desenvolvimento Científico e

Tecnológico (CNPq) e outras fundações estatais de pesquisa têm direcionado

atenção especial ao criarem programas de Iniciação Científica Júnior, com fins a

fomentar e apoiar as iniciativas de pesquisa. O programa implementado por meio do

CNPq tem como função principal, despertar a vocação científica e fomentar talentos

potenciais, entre estudantes do ensino fundamental profissional e médio da rede

pública, por meio do envolvimento do aluno com a atividade de pesquisa científica

ou tecnológica.

Essa pesquisa extensiva aos estudantes da educação básica e profissional é

realizada em Instituição do Ensino Superior ou Institutos/Centros de Pesquisas e é

orientada por pesquisadores qualificados (BRASIL 2006). O CNPq oferece quotas

de bolsas na modalidade Iniciação Científica Junior às entidades estaduais de

estímulo à pesquisa, fundações de amparo ou Secretarias Estaduais (FAPS) e

demais instituições que funcionam através de acordo e parcerias técnicas, sem

repasses de verbas ou convênio com repasses. Compete a FAPS a divulgação de

editais e receber as propostas de pesquisa.

A escola tradicional é criticada pelo fato de limitar-se a formar alunos para

dominar conteúdos específicos e não formar alunos que saibam pensar, refletir,

propor soluções para problemas e questões atuais, com vistas à correção desse

perfil de educação ocorre atualmente às propostas de incentivo à formação do aluno

pesquisador. Nesse sentido diversas experiências foram produzidas no campo

educacional. Um exemplo é o projeto de Miguel Nicolelis, cientista brasileiro, eleito

Page 34:  · Web viewUNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS AMBIENTAIS E BIOLÓGICAS GRADUAÇÃO EM LICENCIATURA EM BIOLOGIA MARIA DAS GRAÇAS SILVA DE

33

em 2004 pela Scientific American, como um dos 20 líderes mundiais em pesquisa

cientifica.

O projeto desse cientista tem em vista tornar a pesquisa científica um agente

de transformação social no Brasil. O artigo “Ciência e Cidadania”, publicado na

Scientific American Brasil (Ed. 59. abr.2007) afirma que para esse cientista o Brasil

está caindo num fosso educacional e se não mudarmos de atitude, não haverá mais

volta. Sem investir no potencial humano, é melhor esquecer a ideia de fazer o Brasil

crescer. Esse projeto investe na educação infanto-juvenil visando a formação

científica.

Moura (1995) relata a experiência do CEFET- MG (Centro Federal de

Educação Tecnológica de Minas Gerais) com a realização desde 1977, de um tipo

de feira intitulada de Mostra Específica de Trabalhos e Aplicações (META) com

apresentação de trabalhos práticos e projetos realizados por estudantes de cursos

técnicos de ensino médio e cursos de Engenharia. Essa feira teria passado por uma

crise de existência em 1990 sendo quase extinta. Em 1993 sofreu uma

reestruturação.

A feira do CEFET – MG, a partir de 1993 realizou uma revisão quando os

trabalhos apresentados passaram a ser classificados de outra forma, em 4

categorias: trabalhos explicativos, (com objetivo entre outros de, apresentar

princípios científicos), trabalhos construtivos (relacionados à construção de algo) e

os trabalhos investigativos (referentes a pesquisa em torno de problemas e

situações do mundo, buscando soluções para o mesmo).

No processo avaliativo dos centros universitários, um dos itens que compõe a

análise é a produção científica, tecnológica e cultural. Nesse aspecto o Programa de

Iniciação Científica é um agente fortalecedor dessa produção articulado ao ensino

médio, dessa forma o aluno terá oportunidade de obter uma formação com base na

perspectiva de investigação e poderá ser um sujeito mais esclarecido, flexível,

solidário democrático e crítico.

O programa CNPq e demais instituições estaduais de pesquisa, contribui para

reafirmar a declaração de Paulo Freire de que o ensinar exige pesquisa. “Não há

ensino sem pesquisa e pesquisa sem ensino. Esses que - fazeres se encontram um

no corpo do outro. Enquanto ensino, continuo buscando, reprocurando. Ensino

porque busco, porque indago e me indago. Pesquiso para constatar, constatando,

Page 35:  · Web viewUNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS AMBIENTAIS E BIOLÓGICAS GRADUAÇÃO EM LICENCIATURA EM BIOLOGIA MARIA DAS GRAÇAS SILVA DE

34

intervenho, intervindo educo e me educo. Pesquiso para conhecer o que ainda não

conheço e comunicar ou anunciar a novidade” Freire (1996, p.32).

3 METODOLOGIA

3.1 DESENHO GLOBAL DA INVESTIGAÇÃO

Partindo da questão geral da investigação surgiu a divisão da metodologia em

um arranjo de quatro etapas (Quadro 01), sendo a primeira relativa ao que tange à

pesquisa de campo e aplicação de questionários iniciais, a segunda etapa referindo-

se a visita dos estudantes aos laboratórios e campo experimental; a terceira etapa

se deu pela visita dos pesquisadores e palestra na escola e no curso pré Enem. Ao

fim procedeu-se uma quarta etapa em que recolhemos as percepções sobre os

conhecimentos pré e pós- pesquisa.

Quadro 01 – Quadro metodológico da investigação.

ETAPA 01

Observação da escola e curso pré Enem e entorno

Aplicação dos questionários iniciais

ETAPA 02 Visita dos discentes a Laboratórios e Campo Experimental.

ETAPA 03 Visita dos pesquisadores e palestras na escola e cursinho pré Enem.

ETAPA 04 Aplicação dos questionários finais

Fonte – Dados da Pesquisa

3.2 LOCAL E ENTORNO DA INVESTIGAÇÃO

Como foco para a execução do projeto de pesquisa, foi selecionado o Colégio

Estadual de ensino médio, que está situada no bairro da Coplan na cidade de Cruz

das Almas - BA e o Curso Pré-Enem, locado na escola Virgildásio Sena, na Avenida

Page 36:  · Web viewUNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS AMBIENTAIS E BIOLÓGICAS GRADUAÇÃO EM LICENCIATURA EM BIOLOGIA MARIA DAS GRAÇAS SILVA DE

35

Juracy Magalhães, s/n, Centro, são unidades de ensino da rede pública, uma

estadual e outra municipal. A cidade de Cruz das Almas recebeu este nome pelo

fato de haver na sua fase inicial de formação, no local onde hoje está erguida a

Igreja Matriz, uma cruz, onde os fiéis rezavam para as almas (CRUZ DAS ALMAS,

2014). Esta cidade é considerada a segunda mais importante do Recôncavo Sul da

Bahia. Engloba a Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), além dos

grandes centros de pesquisa agrícola como a Embrapa Mandioca e Fruticultura

Tropical e o escritório regional da EBDA (Empresa Baiana de Desenvolvimento

Agrícola), e desta forma destaca-se na região como um polo tecnológico de grande

importância. O Colégio e o curso pré Enem foram escolhidos baseando-se no raio

de abrangência da UFRB e pensando-se também em estender essa parceria,

universidade/escola com foco na pesquisa, às unidades de ensino, que ainda não

teria sido contemplada com ações pertinente a esse tipo de trabalho, dessa forma

viabilizando a execução. Optou-se por essas unidades de ensino também, pelo fato

de nessas instituições haver o público adequado para a efetivação desse trabalho.

3.3 METODOLOGIA PARA RECOLHER OS DADOS

A pesquisa foi empregada numa abordagem descritiva qualitativa,

exploratória a qual compreende um conjunto de diferentes técnicas interpretativas

que visam a descrever e a descodificar os componentes de um sistema complexo de

significados (NEVES, 1996). Descritiva por ter a finalidade de observar, manter

registros e analisar características, ocorrendo a interpretação dos fatos do mundo

tangível, contudo sem interferência do pesquisador, as pesquisas de opinião e

mercadológicas são modelos de pesquisa descritiva (BARROS e LEHFELD, 2007).

É exploratória por estabelecer normas técnicas e métodos para sua

execução, priorizando oferecer informações sobre o objeto desta e orientar a

elaboração de hipóteses (CERVO e SILVA, 2006). A pesquisa exploratória anseia

pela descoberta, pela novidade e resolução de fenômenos, ou elucidação de

eventos que não eram creditados apesar de evidentes (GONÇALVES, 2014). O tipo

de investigação aplicada foi a pesquisa-ação colaborativa por entendermos que no

desenvolvimento desse trabalho, foi necessário conhecer uma realidade e a partir

Page 37:  · Web viewUNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS AMBIENTAIS E BIOLÓGICAS GRADUAÇÃO EM LICENCIATURA EM BIOLOGIA MARIA DAS GRAÇAS SILVA DE

36

desse conhecimento propor e efetuar modificações e especialmente pelo fato de

promover aos estudantes um conhecimento específico que será de grande utilidade

para seu futuro enquanto estudante e profissional. Visto que a pesquisa-ação supõe

uma forma de ação planejada de caráter social.

Outrora, enquanto disponibilizávamos o conhecimento através de visitas aos

laboratórios de pesquisas e palestras que iluminaram o entendimento e direcionou

diversos alunos no sentido de ampliar seus conhecimentos para o ingresso e

permanência na Universidade, também estávamos inseridos nesse ambiente de

descobertas e aprendizado e assim aprendendo com a prática, nas visitas efetivadas

por pesquisadores da UFRB ao lócus de pesquisa confirma a colaboração existente

nesse trabalho, conferindo-lhe o caráter colaborativo da pesquisa-ação.

Na visão de Pimenta, Franco e Santoro (2008) essa abordagem de

investigação favorece o pesquisador no sentido de interferir dentro de uma

problemática social, analisando-a e informando seu objetivo, de modo a mobilizar os

participantes e construir novos saberes.

É através da pesquisa-ação que o docente tem condições de refletir

criticamente sobre suas ações. Na percepção de Pimenta, Franco e Santoro (2008)

a pesquisa-ação possui uma base empírica que é concebida e realizada através de

uma relação estreita com uma ação ou com a resolução de um problema coletivo.

Os participantes dessa pesquisa estão envolvidos de modo cooperativo ou

participativo.

Após a concordância da direção Do Colégio e direção do Curso pré Enem

para realização da pesquisa e verificação da disponibilidade de duas professoras de

Biologia no colégio Estadual e uma professora de química do Curso pré- Enem,

foram aplicados questionários para professoras e alunos maiores de 18 anos, com

questões abertas e de múltipla escolha, objetivando conhecer o perfil de cada um (a)

bem como suas opiniões e conhecimento prévio sobre o tema proposto.

Os questionários foram aplicados em duas etapas para os estudantes

(Quadro 02 e 03) e professoras (Quadro 04), sendo que, na primeira etapa o objetivo

foi verificar os conhecimentos prévios dos estudantes e professoras em relação ao

tema, e na última etapa, houve uma avaliação de conhecimentos dos discentes. A

opção pelo uso de questionários ocorreu, por ser um meio que possibilita medir com

mais exatidão o que se deseja (CERVO; BERVIAN; SILVA, 2007). Ainda, os

mesmos autores afirmam que os questionários possuem a vantagem de os

Page 38:  · Web viewUNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS AMBIENTAIS E BIOLÓGICAS GRADUAÇÃO EM LICENCIATURA EM BIOLOGIA MARIA DAS GRAÇAS SILVA DE

37

respondentes se sentirem mais confiantes, devido o anonimato dos participantes, o

que possibilita informações e respostas mais reais.

Quadro 02 – Protocolo de questionário inicial para discente.

DIMENSÃO OBJETIVO QUESTÃO

Dados do (a) estudante Identificar o perfil do/a

estudante/a

Verificar conceitos sobre

pesquisa científica

1 a 2

Conhecimentos prévios

sobre pesquisa científica

e experimentos

Identificar ocorrência de

atividades experimentais em

aula, na escola

3 e 4

Verificar conhecimentos sobre

pesquisa experimental

5 a 10

Fonte – Dados da Pesquisa.

Page 39:  · Web viewUNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS AMBIENTAIS E BIOLÓGICAS GRADUAÇÃO EM LICENCIATURA EM BIOLOGIA MARIA DAS GRAÇAS SILVA DE

38

Quadro 03 – Protocolo de Questionário final para discente

DIMENSÃO OBJETIVO QUESTÃO

Progresso dos estudantes

em relação ao

conhecimento adquirido.

Identificar avanços, relativo aos

conhecimentos prévios e pós-

pesquisa.1 a 6

Aprendizagem adquirida,

no Laboratório de Biologia

Molecular e Laboratório

de Genética.

Verificar aprendizagem sobre

uma pesquisa com vegetais e

revegetação de áreas

degradadas.

7 a 8

Verificar a aprendizagem sobre

pesquisas com organismos

aquáticos no Laboratório de

Genética.

9 a 10

Conhecimentos

adquiridos no Campo

Experimental.

Aprendizado sobre

a Iniciação científica.

Verificar o aprendizado no

campo experimental. 11 e 12

Identificar os efeitos da

atividade experimental quando

se promove integração

universidade/escola na

formação de estudantes.

13 a 15

Page 40:  · Web viewUNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS AMBIENTAIS E BIOLÓGICAS GRADUAÇÃO EM LICENCIATURA EM BIOLOGIA MARIA DAS GRAÇAS SILVA DE

39

Fonte – Dados da Pesquisa.

Quadro 04 – Protocolo de Questionário para docente.

DIMENSÃO OBJETIVO QUESTÃO

Dados pessoais do (a)

professor (a)

Conhecer a formação do

docente1 a 2

Conhecer o perfil

profissional do docente

Identificar se ocorrem

atividades experimentais

como prática de ensino

3 a 6

Identificar o

conhecimento dos

professores de Biologia

sobre a pesquisa

esperimental.

Identificar os efeitos da

prática experimental, quando

se promove integração

universidade/ensino médio

7 a 8

Fonte – Dados da Pesquisa.

Page 41:  · Web viewUNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS AMBIENTAIS E BIOLÓGICAS GRADUAÇÃO EM LICENCIATURA EM BIOLOGIA MARIA DAS GRAÇAS SILVA DE

40

A pesquisa foi iniciada no mês de março de 2016, após concordância da

direção do Colégio e das professoras de turmas do terceiro ano. Foi explicado para

as turmas, sobre as etapas do processo de pesquisa, considerando o interesse dos

estudantes, e após aplicação do questionário, foi organizado os procedimentos para

a realização das visitas aos laboratórios, ocorrendo no dia 01 de junho as visitas dos

estudantes e professoras aos respectivos laboratórios e campo experimental,

culminando com a visita e palestras na escola no dia 15 de junho, o que foi possível

graças a disponibilidade de alguns pesquisadores. Sendo que esse mesmo

processo repetiu-se no curso pré Enem no mês de julho, nos dias 04 com aplicação

de questionários, dia 05 com visita à universidade e dia 06 visita e palestra dos

pesquisadores no curso preparatório, culminando com o questionário final.

Foram realizadas, visitas ao Campo Experimental e aos Laboratórios de

Biotecnologia, uma visita ao laboratório de Biologia Molecular, (com plantas) e outra

visita ao laboratório de Genética de Organismos Aquáticos “Lagoa,” da Universidade

Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB)

Sujeitos da pesquisa: Uma turma composta por 40 estudantes do 3º ano

ensino médio de um Colégio Estadual no município e 60 alunos do curso pré Enem

foram conduzidos ao Laboratório de Biologia Molecular onde foram recepcionados

pelas pesquisadoras Lorena (aluna do curso de Mestrado em Recursos Genéticos) e

Dra. Elaine Cerqueira (Doutora em Agronomia). Em seguida visitaram o Laboratório

de Genética “Lagoas” onde foram recepcionados pela pesquisadora Dra. Darcilucia

Almeida (Doutora em Agronomia). Visitaram ainda o campo experimental da UFRB

localizado na fazenda experimental onde o Engenheiro Agrônomo Alberico

Raimundo Santana (Mestre em Ciências Agrárias) explicou sobre os experimentos

implantados em campo.

Page 42:  · Web viewUNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS AMBIENTAIS E BIOLÓGICAS GRADUAÇÃO EM LICENCIATURA EM BIOLOGIA MARIA DAS GRAÇAS SILVA DE

41

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

No procedimento metodológico foram citadas questões que nortearam os

questionários (Apêndice A) que foram aplicados na primeira etapa da pesquisa. As

questões a serem respondidas foram separadas em blocos de acordo aos objetivos

a serem atingidos, totalizando 10 questões, objetivando levantar os conhecimentos

prévios encontramos os seguintes resultados:

No primeiro bloco com uma questão (1) direcionada ao perfil do estudante,

100% dos participantes responderam que estão concluindo o 3º ano do ensino

médio, já no questionário aplicado aos estudantes do curso Pré-Enem, 30%

informaram que já concluíram o ensino médio. Numa segunda questão (2) sobre o

conceito de pesquisa cientifica e local de realização, 95% dos estudantes

responderam de modo superficial sobre o conceito de pesquisa científica quando

responderam que “desconhecem o conceito” ou que pesquisa científica “é o

conhecimento por inteiro de todo material utilizado em laboratórios, ou que é um tipo

de pesquisa que envolve ciência e natureza, ou ainda que é uma pesquisa realizada

em algum campus”, 100% concordaram que a pesquisa científica ocorre em

laboratórios.

A ausência de conhecimento sobre os conceitos e procedimentos para

efetivação de pesquisas científicas é fator constante na educação básica, de modo

que a fragilidade do aporte científico, no ensino médio para ingresso nas

universidades torna-se visível, nas respostas dos discentes, quando respondem que

pesquisa científica “é pesquisar coisas sobre objeto da ciência, no laboratório” ou

que “nunca” frequentou um laboratório de pesquisa e que a frequência em que

participa de atividades experimentais é “nenhuma". Demo (2004) entende a

pesquisa como um fundamento educativo e afirma ser uma das vias mais eficientes

para a aprendizagem.

No 2º bloco composto por questões sobre a ocorrência ou não de atividades

experimentais em sala de aula (questão 03 e 04), e conhecimentos sobre pesquisa

experimental (questões 05 a 08), 100% dos estudantes responderam que não há

atividades experimentais durante as aulas de modo que não possuem

conhecimentos sobre o tema. São inúmeras as forças que contribuem para que o

educador não ofereça aos estudantes uma maior convivência com atividades

experimentais, esse fato impede que durante o percurso acadêmico de inúmeros

Page 43:  · Web viewUNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS AMBIENTAIS E BIOLÓGICAS GRADUAÇÃO EM LICENCIATURA EM BIOLOGIA MARIA DAS GRAÇAS SILVA DE

42

estudantes um melhor aproveitamento da pesquisa científica, já que o mesmo ainda

terá que se familiarizar com tal aparato.

Mesmo que seja considerada a existência de inibidores para a execução de

aulas práticas, como a inexistência de laboratórios, falta de tempo para organização,

ausência de equipamentos, as aulas práticas mesmo em menor quantidade, se

forem interessantes e desafiantes, já serão suficientes para permitir um contato

direto com fenômenos, esclarecer questões de investigação, e organizar e

interpretar dados, qualidades que ansiamos por desenvolver como forma de ensinar

Ciências as novas gerações (TRIVELATO; SILVA, 2011).

Ainda no bloco 02, nas questões referentes ao conhecimento sobre pesquisa

experimental, 100% respondeu que uma atividade experimental tem melhor efeito

quando os estudantes são inseridos num ambiente de pesquisa (questão 9) e

entendem que uma atividade experimental é mais motivadora, pois os conceitos são

melhor compreendidos, ( alternativa questão 10). Na visão de Santos (2011, p.06) “o

processo de aprendizagem é desencadeada a partir da motivação”, e essa não deve

vir apenas por parte do estudante, o professor tem também uma participação muito

importante nesse processo. Estimular os alunos para o aprendizado, viabilizando a

motivação é uma das tarefas contínuas que o educador precisa manter (BZUNECK,

2013).

A resposta dos alunos de que a atividade prática e a teoria devem andar juntos,

(alternativa questão 10) é confirmada por vários autores. As atividades

experimentais podem ser de utilidade como estratégia de ensino, tem a função de

complementar as aulas convencionais relembrando conceitos, apurando fatos

científicos estudados no âmbito teórico, fato que contribui para a aprendizagem

(ARAUJO; ABIB, 2003). É importante considerar que a teoria e a prática não podem

ser desvinculadas no sentido de que os estudantes devem durante o processo da

prática, descobrir ou perceber uma verdade, um conceito uma determinada teoria ou

que é possível nesse trajeto, reavaliar uma teoria discutida anteriormente.

Page 44:  · Web viewUNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS AMBIENTAIS E BIOLÓGICAS GRADUAÇÃO EM LICENCIATURA EM BIOLOGIA MARIA DAS GRAÇAS SILVA DE

43

Quadro 05 – Dados do 1º. Questionário para discentes contendo resultados de conhecimentos prévios.

OBJETIVOS QUESTÕES RESULTADO

Verificar perfil do

discente e

conceitos sobre

pesquisa científica.

1 a 2

100% dos estudantes da

Escola Dr. Lauro Passos

confirmaram cursar o

último ano do ensino

médio, 30% dos discentes

do curso pré Enem

declararam que já

concluíram o ensino

médio, os demais cursam

2º. e 3º. ano do ensino

médio.

95% não souberam

conceituar pesquisa

científica

Identificar

existência de

atividades

experimentais na

escola 3 a 4

100% disseram

desconhecer um

laboratório de pesquisas

científicas, e nenhum

acesso a etapas de

condução de um

experimento.

98% disseram nunca

presenciar uma atividade

experimental

Verificar

conhecimentos

sobre Pesquisa

5 a 10 100% afirmaram não ter

conhecimentos sobre

pesquisa experimental

Page 45:  · Web viewUNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS AMBIENTAIS E BIOLÓGICAS GRADUAÇÃO EM LICENCIATURA EM BIOLOGIA MARIA DAS GRAÇAS SILVA DE

44

Experimental

Fonte – Dados da Pesquisa.

Ainda na primeira etapa os questionários para docentes foram aplicados para

duas professoras de Biologia de um colégio Estadual e uma educadora do cursinho

pré Enem, em uma fase única, para identificar conhecimentos relativos a pesquisa

experimental. O questionário foi dividido em 03 blocos. No questionário foi possível

definir a formação e experiência do docente, a prática de atividades experimentais

em aula e os efeitos de uma prática experimental quando se promove integração

universidade/ensino médio.

Nas questões 01 e 02 relativas a formação e experiência, a professora A do

Colégio Estadual informou que é Licenciada em ciências biológicas e pós graduada

em Ciências da natureza e suas Tecnologias, e que exerce a docência há 19 anos, a

professora B, informou que é licenciada em Ciências Biológicas e que exerce a

docência há 16 anos. A professora C informou que é pós doutoranda Mestre e

Doutora em Fitotecnia e Graduada em Agronomia, exerce a docência há 20 anos. A

formação das professoras em análise indica que as mesmas buscam qualificação

compatível com o exercício das suas respectivas profissões.

A sociedade encontra-se em contínua evolução, de modo que a educação

busca adequação constante e com isso sofre mudanças que influenciam de

maneiras, que o educador sempre terá que aprender para ensinar. Além disso, é

necessário que o docente tenha afinidade com a disciplina que leciona e formação

adequada e direcionada para a área que ensina. Assim sendo é importante que o

educador seja preparado considerando os diferentes saberes de modo que o

exercício da docência seja contemplado num processo amplo e contínuo.

No processo de formação de professores é preciso considerar a importância dos saberes das áreas de conhecimento (ninguém ensina o que não sabe), dos saberes pedagógicos (pois o ensinar é

Page 46:  · Web viewUNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS AMBIENTAIS E BIOLÓGICAS GRADUAÇÃO EM LICENCIATURA EM BIOLOGIA MARIA DAS GRAÇAS SILVA DE

45

uma prática indutiva que tem diferentes e diversas direções de sentido na formação do humano), dos saberes didáticos (que tratam da articulação da teoria da educação e da teoria de ensino para ensinar nas situações contextualizadas), dos saberes da experiência do sujeito professor (que dizem do modo como nos aproximamos do ser professor em nossa vida) (PIMENTA, 2005, p.71).

Nas questões 3 a 6 objetivando identificar a prática de atividades

experimentai em sala, as professoras A, B, e C consideram importante o uso de

atividades experimentais para o aprendizado, e que a pesquisa científica pode ser

imitada em sala de aula, contudo a professora A raramente realiza atividades

experimentais, a professora B realiza de modo regular por falta de recursos e

ambiente apropriado. Nas questões 7 e 8 as professoras A , B e C entendem que se

estudantes do ensino médio tivessem acesso ao ambiente de pesquisa científica, se

interessariam pelo conhecimento científico .

Os trabalhos com atividades experimentais favorece que estudantes tornem-

se perspicazes no processo de aprendizagem. Hodson (1994) afirma que aulas

práticas não necessariamente devem ser atividades que se desenvolvam apenas em

laboratórios, o autor compreende que existem possibilidades diferentes que podem

alcanças os mesmos fins. Rosito (2003) esclarece que é possível realizar

experimentos na sala de aula, ou até mesmo fora dela, fazendo uso de materiais de

baixo custo. Afirma o mesmo autor que não exclui a contribuição de um laboratório

equipado na construção de um ensino de excelência, mas entende que seja

importante superar a ideia de que a ausência de um laboratório equipado justifique

um ensino baseado tão somente no livro didático.

As aulas práticas são necessárias para o aprendizado do estudante, de modo que o

educador deve assumir um maior compromisso na oferta por aulas nesse modelo, é

importante considerar que existem diversas alternativas, como por exemplo a

condução do grupo para uma aula extra classe, visitas a uma instituição de

pesquisa. Considerando que a carga horária do professor deve ser cumprida de

acordo ao currículo escolar é importante a inserção de atividades experimentais

ainda que numa frequência menor, mas de modo que essas atividades despertem

no estudante o desejo pela ciência e pesquisa

4.1 VISITA AO LABORATÓRIO DE BIOLOGIA MOLECULAR

Page 47:  · Web viewUNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS AMBIENTAIS E BIOLÓGICAS GRADUAÇÃO EM LICENCIATURA EM BIOLOGIA MARIA DAS GRAÇAS SILVA DE

46

Na segunda etapa da pesquisa, ocorreram as visitas aos laboratórios e

campo Experimental. A mestranda em Recursos Genéticos Vegetais recepcionou a

turma e apresentou o Laboratório de Biologia Molecular, falou dos objetivos dos

trabalhos em andamento bem como de todas as etapas envolvidas no

desenvolvimento dos mesmos. Explicou a importância de estudar a diversidade

genética das plantas e sua influência na revegetação de áreas degradadas. De

acordo com a pesquisadora, as pesquisas em andamento tem por objetivo, estudar

a diversidade genética de plantas por meio de características morfológicas e

moleculares.

Os estudantes mostraram-se impressionados durante as explicações sobre a

retirada de Dna para análise e questionaram sobre a visualização desse material,

alguns explicaram que tinham em mente que seria possível verificar a olho nu e de

imediato o Dna existente na amostra, ocorrendo então as devidas explicações.

Foi explicado que em uma APA, de duas áreas, uma área de maior e outra de

menor diversidade genética é necessário revegetar a área que ocorre menor

diversidade naquela parte que está deficiente e ocorre maior clareira. Esse tipo de

trabalho é feito para conservação de áreas degradadas, citando como exemplo a

Mata Atlântica que apesar de endêmica, só ocorre no Brasil e muitas espécies já

foram extintas sem ao menos serem conhecidas. Os estudantes se manifestaram,

questionando sobre os tipos de melhoramentos e a possibilidade de enxertia com

plantas de famílias diferentes, foi então explicado que só é feito enxertia com plantas

com fator da mesma espécie.

4.2 VISITA AO CAMPO EXPERIMENTAL

A turma foi recepcionada, por um Engenheiro Agrônomo, após apresentação

o professor iniciou sua exposição sobre fruta pão, explicando inicialmente que a

espécie A. altilis (Park) possui dois tipos de variedades: a variedade sem sementes,

chamada de apirena, e a com sementes, conhecida como var, seminífera e

morfologicamente são semelhantes. A fruteira mais conhecida na nossa região é

aquela em que a propagação é feita através de estacas de raiz, porém é um

Page 48:  · Web viewUNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS AMBIENTAIS E BIOLÓGICAS GRADUAÇÃO EM LICENCIATURA EM BIOLOGIA MARIA DAS GRAÇAS SILVA DE

47

processo lento, principalmente quando se necessita de grande quantidade de

mudas. O professor esclareceu ainda para os discentes que recentemente um

trabalho pioneiro de sua autoria foi publicado na área de enxertia, com uma

variedade que tem semente. Continuando, informou que essa variedade parece uma

jaca, pois a fruta-pão é da mesma família e gênero da jaca, e por ter semente pode

ser feito o porta-enxerto A partir dessas considerações o professor iniciou uma

demonstração de como se fazer um porta- enxerto passo a passo.

Durante a exposição o professor permitiu a interação, de modo que os

estudantes fizeram perguntas, comentários e demonstraram bastante interesse,

enquanto eram desafiados pelo pesquisador a retornarem à universidade na

condição de alunos dele, para melhor compreensão do tema. Em seguida conduziu

a turma para o campo, onde os estudantes ficaram maravilhados com a fruta, tirando

fotos, manipulando, questionaram sobre a flor do fruto, alguns alunos solicitaram

mudas para plantar e levaram algumas mudas e foram também presenteados com

frutas colhida no momento.

4.3 VISITA AO LABORATÓRIO DE GENÉTICA “LAGOA”

A turma composta foi recepcionada pela pesquisadora que apresentou o

laboratório explicando que é um Laboratório conhecido como LAGOA, pelo fato de

ser ambiente para pesquisas com organismos aquáticos. A pesquisadora

apresentou aos estudantes, diversos tipos de organismos (siri, ostra, peixe e

camarão) coletados e conservados em álcool 99%, ou álcool absoluto. Em seguida

ocorreu a apresentação da equipe composta por 5 alunos de mestrado em

microbiologia, 2 alunos de graduação em engenharia de pesca, 1 estudante do

ensino médio. As duas mestrandas em Microbiologia Agrícola relataram as

respectivas pesquisas, elas procuram microrganismos Bipariolytimus e Eschericha

coli ou salmonela (bactérias) em ostras coletadas em Itaperoá.

4.4 VARIABILIDADE GENÉTICA EM PACU. Um estudante de Engenharia de Pesca

comentou que faz pesquisa com pacu peixe da Amazônia o qual é muito rentável

economicamente, com o objetivo de verificar a variabilidade genética.

Page 49:  · Web viewUNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS AMBIENTAIS E BIOLÓGICAS GRADUAÇÃO EM LICENCIATURA EM BIOLOGIA MARIA DAS GRAÇAS SILVA DE

48

4.5 MELHORAMENTO GENÉTICO: TAMBACÚ. Essa pesquisa é conduzida por um

estudante de Engenharia de Pesca, o qual esclareceu que quanto maior for o grau

de parentesco, mais ameaçada a população se encontra, e quanto maior a

diversidade, maior será a adaptação no ambiente e mais resistente se torna a

espécie ou o organismo. A pesquisa em questão é com melhoramento genético

entre duas espécies de peixes, tambaqui e pacu em que uma espécie é de maior

porte e a outra espécie é mais resistente, o cruzamento genético é feito entre duas

espécies vegetais ou animais distintos. Sendo assim é feito um cruzamento genético

entre esses dois indivíduos com o objetivo de formar híbridos.

4.6 LIOFILIZAÇÃO

Essa prática foi respaldada pela coordenadora da equipe Dra. Darcilucia

Almeida, a qual informou que nesse procedimento é necessário congelar um pedaço

da amostra e após o congelamento, deve ser conduzida para o Liofilizador, a fim de

que toda a água contida na amostra seja retirada. A liofilização é uma prática em

que a amostra é preservada para ser utilizada depois. De acordo a pesquisadora

existem estudos que comprovam que a prática de liofilização permite que amostras

liofilizadas após 20 anos sejam úteis para extração de DNA, em ostras o tempo de

liofilização é de 30 h; já uma fruta pão, por exemplo, deve ser de 24 h para retirada

total da água.

Na visita ao Laboratório LAGOA, os estudantes observaram detalhadamente

todos os aparelhos existentes no Laboratório, observaram de perto a máquina de

eletroforese, e inquiriram sobre o gel usado para remoção do plasmídeo,

observaram uma amostra liofilizada e ouviram atentamente todas as pesquisas

apresentadas, solicitaram a um dos estudantes de engenharia de Pesca que fizesse

uma demonstração do material genético sendo amplificado, juntamente com o

estudante visualizaram as bandas de Dna na máquina de PCR e mostraram -se

satisfeitos com as explicações.

A terceira etapa conforme esclarecido anteriormente, aconteceu no dia 15 de

junho, e pelo teor desse evento solicitamos à professora do Colégio Estadual que os

alunos do 1º e 2º ano também estivessem presentes. Ocorreu em dois momentos:

(1) Através de uma palestra objetivando informar os estudantes sobre o processo de

Page 50:  · Web viewUNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS AMBIENTAIS E BIOLÓGICAS GRADUAÇÃO EM LICENCIATURA EM BIOLOGIA MARIA DAS GRAÇAS SILVA DE

49

iniciação científica, modalidades de bolsas de iniciação e orientações para obtenção

dessas bolsas, e (2) dois pesquisadores apresentaram suas pesquisas e progressão

na vida acadêmica por meio de relatos.

Durante a palestra, os estudantes questionaram sobre a carga horária

necessária para participação do programa de iniciação científica, alguns lamentaram

o fato de terem acesso ao conhecimento sobre bolsas de iniciação científica apenas

na última etapa do ensino médio e não terem mais a oportunidade de ingresso.

Na quarta etapa foi aplicado o questionário final para discentes dividido em 05

blocos no quadro 06 abaixo. O método empregado para análise dos questionários

finais foi a Análise de Conteúdos, a qual é interpretada como sendo um conjunto de

técnicas de análise de comunicações visando obter por procedimentos sistemáticos

e objetivos de descrição do conteúdo das mensagens, indicadores que permitam a

inferência de conhecimentos relativos às condições de produção, recepção destas

mensagens.

A análise categorial toma em consideração a totalidade de um texto, classifica

de acordo a existência ou ausência de itens de sentido. É o método das categorias

uma espécie de gavetas ou rubricas significativas que permitem a classificação

constitutiva da mensagem, Bardin (2009).

Nas questões iniciais (01 a 06) tem como objetivo identificar o avanço entre

conhecimento prévio e posterior. No primeiro bloco, a 1ª questão retoma o conceito

de pesquisa científica, os estudantes apesar de não responder de forma precisa,

70% relacionaram uma pesquisa científica com as pesquisas observadas durante as

visitas aos laboratórios na UFRB, ao responder que a pesquisa científica “é uma

pesquisa detalhada sobre um ser, realizada em laboratório” ou que “é uma pesquisa

sobre um determinado assunto utilizando experimentos e pesquisas de campo” e

ainda que “é um estudo do problema que caracteriza o estudo e com a finalidade de

descobrir as respostas e utiliza o método científico.” Entendem que “é um estudo

minucioso de animais e vegetais”. No questionário inicial, essa mesma questão foi

respondida com as seguintes descrições: “é o conhecimento por inteiro de todo

material utilizado em laboratórios, ou que é um tipo de pesquisa que envolve ciência

e natureza, ou ainda que é uma pesquisa realizada em algum campus”.

Na 2ª questão, 100% dos estudantes confirmaram acesso aos laboratórios de

pesquisa na UFRB, enquanto que no questionário inicial 100% dos estudantes

disseram desconhecer um laboratório de pesquisas científicas e nenhum acesso a

Page 51:  · Web viewUNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS AMBIENTAIS E BIOLÓGICAS GRADUAÇÃO EM LICENCIATURA EM BIOLOGIA MARIA DAS GRAÇAS SILVA DE

50

etapas de condução de um experimento. Na 3ª 100% dos discentes afirmaram o

acesso a instalação e condução de um experimento científico na UFRB, no

questionário inicial 100% dos estudantes afirmaram que nunca tiveram acesso a

etapas de condução de um experimento, na 4ª 100% declararam que uma prática

tem melhor efeito quando estudantes são inseridos num ambiente de pesquisa, no

questionário inicial essa questão 100% também deram a mesma resposta.

Na 5ª questão 9% dos estudantes conceituaram uma pesquisa experimental

por investigação respondendo que “realiza-se uma teoria com uma prática,

formulando- se uma tese que pode ser repetida para ser comprovada e aceita no

meio científico" ou que “pode ser objeto de investigação a inserção de pé de feijão

no pé de algodão”, “é uma atividade investigativa sobre algum ser vivo ou sobre

algo, com uso de experimento” “é uma investigação objetivando resultados” no

questionário inicial 100% afirmaram não ter conhecimento sobre pesquisa

experimental por investigação.

Na 6ª 95% concordaram que a prática e teoria devem andar juntos em

consonância com a resposta do questionário inicial, e 95% concordaram que uma

prática experimental é mais motivadora pelo fato de os conceitos serem melhor

compreendidos, essa resposta foi semelhante a resposta do questionário inicial no

mesmo percentual de estudantes. Nessa questão 06 finaliza a etapa de comparação

entre conhecimento inicial e pós-pesquisa.

A seguir verificaram-se os conhecimentos adquiridos nos laboratórios,

analisa-se o avanço dos estudantes sobre assuntos relacionados á pesquisa

experimental, pois no questionário inicial os estudantes confirmaram desconhecer

assuntos sobre pesquisa dessa natureza, não necessariamente comparando com

conhecimentos prévios, mas investigando conhecimentos adquiridos pós- pesquisa.

O segundo bloco contendo duas questões (07 e 08), objetivando verificar

conhecimentos adquiridos no laboratório de biologia molecular, sobre a revegetação

de áreas degradadas, 60% dos estudantes definiram o processo de revegetação de

uma área degradada e 64% identificaram que no processo de extração de DNA de

uma planta, o objetivo é estudar a diversidade genética.

O terceiro bloco contendo duas questões (09, 10), objetivando verificar

aprendizagem sobre pesquisas com organismos aquáticos no laboratório de

genética. Na 9ª questão, 75% dos alunos lembraram que ocorre pesquisa de

estudos da diversidade genética de peixes, estudos com camarões e ostras, na 10ª

Page 52:  · Web viewUNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS AMBIENTAIS E BIOLÓGICAS GRADUAÇÃO EM LICENCIATURA EM BIOLOGIA MARIA DAS GRAÇAS SILVA DE

51

questão, 61% identificaram que o Liofilizador tem como função retirar toda a água e

preservar a amostra, para extração de DNA.

O quarto bloco contendo duas questões (11, 12) objetivando identificar a

aprendizagem adquirida no campo experimental, na 11ª questão, 32% explicaram o

método de enxertia com fruta-pão, na 12ª questão, 73% dos discentes explicaram as

vantagens do método de enxertia.

O quinto bloco identifica os efeitos de uma prática experimental quando se

promove integração universidade/ ensino médio contendo três questões (13,14,15)

sendo que na 13ª questão, 95% afirmaram não ter o conhecimento sobre bolsas de

iniciação científica, antes dessa integração com a UFRB. 90% dos estudantes

confirmaram na 14ª questão, o interesse em participar de projetos e bolsas de

iniciação científica ao iniciar o percurso acadêmico, na última questão (15), 95%

afirmaram que a integração universidade/escola influenciou seu interesse em

ingressar na universidade e que tiveram seus conhecimentos ampliados.

Quadro 06 – Quadro de objetivos alcançados no questionário final para discentes.

OBJETIVOS QUESTÕES RESULTADO

Identificar

avanços em

conhecimento

pós- pesquisa

1 a 6

70% relacionam a

pesquisa cientifica

com as pesquisas

conhecidas na UFRB.

100% confirmaram

acesso a laboratórios

na UFRB pós-

pesquisa.

100% afirmaram

acesso a instalação de

experimento científico

e etapas de condução.

Verificar

aprendizagem

7 a 8 60% definiram o

processo de

Page 53:  · Web viewUNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS AMBIENTAIS E BIOLÓGICAS GRADUAÇÃO EM LICENCIATURA EM BIOLOGIA MARIA DAS GRAÇAS SILVA DE

52

sobre

revegetação de

áreas

degradadas

revegetação

64% identificaram o

objetivo da extração

de DNA

Verificar

aprendizagem

sobre pesquisas

com organismos

aquáticos9 a 10

75% lembraram que

ocorrem pesquisas

com diversidade

genética de camarões,

peixes, ostras.

61% definiram a

função do Liofilizador

Identificar

aprendizagem

no campo

experimental11 a 12

32% explicaram o

método de enxertia

com fruta-pão

73% explicaram as

vantagens da enxertia

Verificar efeitos

da atividade

experimental

quando se

promove

articulação

universidade/ens

ino médio13 a 15

95% obtiveram

conhecimento sobre

bolsas de iniciação

através deste trabalho.

90% afirmaram o

interesse por bolsas

quando inseridos no

Ensino Superior

75% afirmaram que

foram influenciados e

motivados por esse

trabalho para ingressar

na universidade

Fonte – Dados da Pesquisa.

Page 54:  · Web viewUNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS AMBIENTAIS E BIOLÓGICAS GRADUAÇÃO EM LICENCIATURA EM BIOLOGIA MARIA DAS GRAÇAS SILVA DE

53

.

Os questionários para docentes foram aplicados de acordo a percepção de

Bardin (2009) que esclarece que a análise de conteúdo refere-se a ferramentas

metodológicas sutis e em contínua evolução que se emprega a discursos diversos,

aponta que na análise qualitativa é a ocorrência ou não de uma dada característica

de conteúdo ou de um apanhado de características num fragmento específico da

mensagem que é levado em consideração.

Os questionários foram aplicados para duas professoras do Colégio Estadual

e uma educadora do cursinho pré Enem, em uma fase única, para identificar

conhecimentos relativos a pesquisa experimental. O questionário foi dividido em 03

blocos. No questionário foi possível definir a formação e experiência do docente, a

prática de atividades experimentais em aula e os efeitos de uma prática

experimental quando se promove integração universidade/ensino médio.

Nas questões 01 e 02 relativas a formação e experiência, a professora A do

colégio Estadual informou que é Licenciada em ciências biológicas e pós graduada

em Ciências da natureza e suas Tecnologias, e que exerce a docência há 19 anos, a

professora B, informou que é licenciada em Ciências Biológicas e que exerce a

docência há 16 anos. A professora C informou que é Pós- doutoranda, Mestre e

Doutora em Fitotecnia e Graduada em Agronomia, exerce a docência há 20 anos. A

formação das professoras aponta para o fato de que as mesmas encaram a

profissão com seriedade e buscam a capacitação específica e contínua para o

exercício da docência

Page 55:  · Web viewUNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS AMBIENTAIS E BIOLÓGICAS GRADUAÇÃO EM LICENCIATURA EM BIOLOGIA MARIA DAS GRAÇAS SILVA DE

54

A sociedade encontra-se em contínua evolução, de modo que a educação

busca adequação constante e com isso sofre mudanças que influenciam de

maneiras, que o educador sempre terá que aprender para ensinar. Além disso, é

necessário que o docente tenha afinidade com a disciplina que leciona e formação

adequada e direcionada para a área que ensina. Assim sendo é importante que o

educador seja preparado considerando os diferentes saberes de modo que o

exercício da docência seja contemplado num processo amplo e contínuo.

No processo de formação de professores é preciso considerar a importância dos saberes das áreas de conhecimento (ninguém ensina o que não sabe), dos saberes pedagógicos (pois o ensinar é uma prática indutiva que tem diferentes e diversas direções de sentido na formação do humano), dos saberes didáticos (que tratam da articulação da teoria da educação e da teoria de ensino para ensinar nas situações contextualizadas), dos saberes da experiência do sujeito professor (que dizem do modo como nos aproximamos do ser professor em nossa vida) (PIMENTA, 2005, p.71).

Nas questões 3 a 6 objetivando identificar a prática de atividades

experimentai em sala, as professoras A, B, e C consideram importante o uso de

atividades experimentais para o aprendizado, e que a pesquisa científica pode ser

imitada em sala de aula, contudo a professora A raramente realiza atividades

experimentais, a professora B realiza de modo regular por falta de recursos e

ambiente apropriado. Nas questões 7 e 8 as professoras A , B e C entendem que se

estudantes do ensino médio tivessem acesso ao ambiente de pesquisa científica, se

interessariam pelo conhecimento científico .

Os trabalhos com atividades experimentais favorece que estudantes tornem-

se perspicazes no processo de aprendizagem. Hodson (1994) afirma que aulas

práticas não necessariamente devem ser atividades que se desenvolvam apenas em

laboratórios, o autor compreende que existem possibilidades diferentes que podem

alcanças os mesmos fins. Rosito (2003) esclarece que é possível realizar

experimentos na sala de aula, ou até mesmo fora dela, fazendo uso de materiais de

baixo custo. Afirma o mesmo autor que não exclui a contribuição de um laboratório

equipado na construção de um ensino de excelência, mas entende que seja

importante superar a ideia de que a ausência de um laboratório equipado justifique

um ensino baseado tão somente no livro didático.

As aulas práticas são necessárias para o aprendizado do estudante, de modo

que o educador deve assumir um maior compromisso na oferta por aulas nesse

Page 56:  · Web viewUNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS AMBIENTAIS E BIOLÓGICAS GRADUAÇÃO EM LICENCIATURA EM BIOLOGIA MARIA DAS GRAÇAS SILVA DE

55

modelo, é importante considerar que existem diversas alternativas, como por

exemplo a condução do grupo para uma aula extra classe, visitas a uma instituição

de pesquisa. Considerando que a carga horária do professor deve ser cumprida de

acordo ao currículo escolar é importante a inserção de atividades experimentais

ainda que numa frequência menor, mas de modo que essas atividades despertem

no estudante o desejo pela ciência e pesquisa.

Page 57:  · Web viewUNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS AMBIENTAIS E BIOLÓGICAS GRADUAÇÃO EM LICENCIATURA EM BIOLOGIA MARIA DAS GRAÇAS SILVA DE

56

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este presente trabalho buscou aproximar estudantes do ensino médio, da

realidade científica, por meio da integração escola e universidade, de modo a

demonstrar as etapas de pesquisas experimentais e ambiente de experimentação

em laboratórios e suas tecnologias. A ideia de utilizar a pesquisa experimental como

ferramenta de ensino emerge da necessidade de expor pesquisas científicas (em

andamento na UFRB) para estudantes do ensino médio com intuito de fomentar o

interesse, daqueles que já almejam ingressar no ensino superior e também daqueles

que ainda não tem interesse.

O interesse por realizar esse trabalho surgiu de reflexões, que durante os

estágios supervisionados vieram a despontar, pois os estudantes nesse período

demonstraram que não tinha interesse em prosseguir os estudos após o ensino

médio. A realidade de que o ensino médio vigente no país pouco prepara o

estudante para a vida acadêmica é um fator que contribui imensamente para esse

desencanto por parte dos estudantes. Nesse contexto surgem as alternativas que

podem estimular os discentes a uma melhor apropriação e interesse pelo

conhecimento. Esse trabalho foi um instrumento alternativo para despertar e saciar

nesses estudantes a curiosidade pelo mundo científico.

Assim sendo é importante compreender que a experimentação e a pesquisa

podem ser desenvolvidas no cotidiano escolar como um princípio educativo,

percebida e inserida como um instrumento metodológico, para construção dos

saberes. Os professores de Ciências, Biologia e Química, inúmeras vezes

identificam-se com as dificuldades de não terem em seus respectivos espaços

escolares, laboratórios ou mecanismos laboratoriais que permitam aulas

experimentais, sendo importante criar meios para inserção de estudantes ao

ambiente de pesquisas e produção do conhecimento.

Partindo da premissa de que o conhecimento das etapas de uma pesquisa

experimental pode ser útil para permitir que estudantes estabeleçam relações entre

teoria e prática, consideramos importante a percepção de que os discentes

conseguiram, na avaliação final, associar as pesquisas visualizadas durante as

visitas aos laboratórios, com o conceito da Pesquisa Científica, fator que

anteriormente não eram capazes, (pois os mesmo informaram não possuir

Page 58:  · Web viewUNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS AMBIENTAIS E BIOLÓGICAS GRADUAÇÃO EM LICENCIATURA EM BIOLOGIA MARIA DAS GRAÇAS SILVA DE

57

conhecimentos sobre a pesquisa experimental e produção de conhecimento), foi

possível perceber também que os estudantes fizeram descobertas no sentido de que

a função de um experimento é descobrir uma teoria ou repensar uma teoria que já

foi estudada anteriormente quando faziam associações no campo experimental

sobre o procedimento de enxertia.

Os estudantes demonstraram maior clareza sobre a produção do

conhecimento científico considerando que houve surpresa ao verificarem de perto

como se processa o conhecimento científico e o ambiente no qual é produzido,

também foi visível a gratidão que alguns alunos demonstraram ao serem inseridos

nesse ambiente, considerando as falas de alguns que pediram “por favor” para

participar das visitas aos laboratórios e campo experimental, e após as visitas. Alem

disso afirmaram que esse trabalho os motivou a entrar para a universidade, essa

motivação foi demonstrada no fato de que os estudantes não cessaram de

questionar durante a visita ao campo experimental e sentiram-se satisfeitos por

encontrar as respectivas respostas, foi possível diagnosticar também, que o

aprendizado dos estudantes foi alargado ao considerar os conhecimentos iniciais e

os conhecimentos demonstrados após a avaliação.

Page 59:  · Web viewUNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS AMBIENTAIS E BIOLÓGICAS GRADUAÇÃO EM LICENCIATURA EM BIOLOGIA MARIA DAS GRAÇAS SILVA DE

58

REFERÊNCIAS

AUSUBEL, D. P. A aprendizagem significativa: a teoria de David Ausubel. São

Paulo: Ed. Moraes, 1982.

ARRUDA, S.M.; LABURU, C.E. Considerações sobre a função de experimento no ensino de Ciências. In: NARDI, Roberto (Org.). Considerações atuais no ensino de Ciências. São Paulo: Editora Escritura 1998, pg. 73-87.

AZEVEDO, Maria Cristina P. S. de. Ensino por investigação: problematizando as atividades em sala de aula. In: CARVALHO, Anna Maria Pessoa de. (Org.) Ensino de ciências: unindo a pesquisa e a prática. São Paulo: Thomson, 2005.

ARAÚJO, Mauro Sérgio Teixeira de; ABIB, Maria Lúcia dos Santos. Atividades experimentais no ensino de Física: Diferentes enfoques, diferentes finalidades. Revista Brasileira de Ensino de Física, São Paulo, v. 25, n. 2, p.176-194, jun, 2003.

BRASIL. Conselho Nacional de Pesquisa. Fixa requisitos, condições, benefícios e orientações necessárias à implementação das bolsas de Iniciação Científica Júnior. Brasília: CNPq, IS010, 2006.

BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais, Ensino Médio, 2000. BRASIL. LDB; Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional,1996.

BZUNECK, J. A. Motivar seus alunos: sempre um desafio possível. Disponível em: < http://www.bdm.unb.br. Acessado> acesso em: 12/05/2016.

BARDIN, L. Análise de Conteúdo. Lisboa, Portugal; Ed. 70, LDA, 2009.

CARVALHO, Anna Maria Pessoa de et al. Ciências no Ensino Fundamental: o conhecimento físico. São Paulo: Scipione, 2007.

CERVO, Amado Luiz; BERVIAN, Pedro Alcino; DA SILVA, Roberto. Metodologia Científica. 6. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007.

CERVO, Amado Luiz; BERVIAN, Pedro Alcino. Metodologia Científica: para uso dos estudantes universitários. 3. ed. São Paulo: MCCRAW-HILL do Brasil,1983.

CERVO, Amado Luiz; BERVIAN, Pedro Alcino. Metodologia científica. 5. ed.São Paulo: Prentice Hall, 2002. 242 p.

CRUZ DAS ALMAS, Prefeitura Municipal. A História de Cruz das Almas. Disponível em: <http://www.cruzdasalmas.ba.gov.br/cidade>. Acessado>. Acesso em: 27 out. 2015.

Page 60:  · Web viewUNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS AMBIENTAIS E BIOLÓGICAS GRADUAÇÃO EM LICENCIATURA EM BIOLOGIA MARIA DAS GRAÇAS SILVA DE

59

DEMO, P. Desafios modernos de educação, 2. ed. Petrópolis: Vozes, 1993

DELIZOICOV, D.; ANGOTTI,J. A. Metodologia do Ensino de Ciências. São Paulo: Cortez, 1992.

DRIVER,R.; ASOKO, H.; LEACH, J.; MORTIMER, E. e SCOTT, P. Constructing scientific knowledge in the classroom. Educational Researcher, n. 7, p. 5-12, 1994. Tradução de MORTIMER, E. Construindo conhecimento científico em sala de aula. Química Nova na Escola, n. 9, p. 31-40,1999

FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996.

FREIRE, P. Pedagogia da Autonomia. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1997.

FONSECA, J. J. S. Metodologia da pesquisa científica. Fortaleza: UEC, 2002.

GARRIDO, E. Sala de aula: Espaço de construção do conhecimento para o aluno e de pesquisa e desenvolvimento profissional para o professor. In: CASTRO, A. D. de; CARVALHO, A. M. P. de. (Org.). Ensinar a ensinar: Didática para a escola fundamental e médio. São Paulo: Pioneira, Thomson Learning, 2002

GASPAR, A. Experiências de Ciências para o Ensino Fundamental. São Paulo: Ática, 2009.

GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 5. ed. São Paulo: Atlas,1999.

GIL, A.C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2007.

GIL PÉREZ, D. et al. Tiene sentido seguir distinguiendo entre aprendizaje de conceptos, resolución de problemas de lápiz e papel y realización de prácticas de laboratorio? Ensenãnza de las Ciencias, v. 17, n. 2, p. 311-320, 1999.       GARCIA, F. L. Introdução crítica ao conhecimento. Campinas-SP: Papirus, 1988.

DEMO, P. Saber pensar é questionar. Brasília: LiberLivro, 2010.

HODSON, D. Hacia un enfoque más crítico del trabajo de laboratorio . Enseñanza de lãs Ciencias, 1994.

KRASILLCHIK, M. Prática de ensino de biologia. 4. ed. São Paulo: Edusp, 2004

KOVALICZN, R. A. O professor de Ciências e de Biologia frente às parasitoses comuns em escolares. Mestrado em Educação. UEPG, 1999. (Dissertação)

Page 61:  · Web viewUNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS AMBIENTAIS E BIOLÓGICAS GRADUAÇÃO EM LICENCIATURA EM BIOLOGIA MARIA DAS GRAÇAS SILVA DE

60

LEWIN, A.M.F e LOMASCÓLO, T.M.M. La metodología científica em la construcción de conocimientos. Enseñanza de las Ciencias, v. 20, n. 2, p. 147-510, 1998.

MARCONI, M. de A.; LAKATOS, E. M. Fundamentos de metodologia científica. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2005.

MOURA, Dácio G. - Feiras de Ciências: Necessidade de novas diretrizes. Belo Horizonte: Dimensão, n.6,1995. http://www.tecnologiadeprojetos.com.br/ (acesso em 15/06/2016).

LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. A. Fundamentos de metodologia científica. 3.ed. Rev. Ampl. São Paulo: Atlas, 1991.

LEWIN, A.M.F e LOMASCÓLO, T.M.M. La metodología científica em la construcción de conocimientos. Enseñanza de las Ciencias, v. 20, n. 2, p. 147-510, 1998.

MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Técnicas de pesquisa. 4. ed. São Paulo:Atlas, 1999.

MOREIRA, M. A; LEWANDOWISKI, C. E. Diferentes abordagens ao ensino de laboratório. Porto Alegre: UFRGS. 1995

MOREIRA, M; MASINI, E. Aprendizagem Significativa. Disponível em: <www.feg.unesp.br/~saad/educacao/AprendizagemSignificativa.doc>. Acesso em: 12 out. 2015.

NAOE, A. Uso de mapas conceituais favorece aprendizagem e processos colaborativos. 2014. Disponível em: <http://www5.usp.br/40901/mapas-conceituais-organizam-conhecimento-e-favorecem-aprendizagem/>. Acesso em: 02 dez. 2014.

NEVES, J. L. Pesquisa Qualitativa - Características, uso e possibilidades. Caderno de pesquisa em administração, São Paulo, V.1, N°03,2°sem./1996

PELIZZARI, A et al. Teoria da aprendizagem significativa segundo Ausubel. 2002. Disponível em: <http://portaldoprofessor.mec.gov.br/storage/materiais/0000012381.pdf>. Acesso em: 24 mai. 2016.

POPPER, K. A lógica da descoberta científica. London: Hutchinson, 1959.

PEREIRA, I. B; PEREIRA, T. R. D. S.; NASCIMENTO, F. dos S. Articulação universidade e ensino médio: potencialidades das Geotecnologias e o conhecimento científico. In: CONGRESSO NACIONAL DE EDUCAÇÃO, 10, 2011, Curitiba. Anais... Curitiba, 2011, p. 6138-6150.

RICHARDSON, R. J et al. Pesquisa social: métodos e técnicas. 3. ed. São Paulo: Atlas, 334 p.

Page 62:  · Web viewUNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS AMBIENTAIS E BIOLÓGICAS GRADUAÇÃO EM LICENCIATURA EM BIOLOGIA MARIA DAS GRAÇAS SILVA DE

61

SANTOS, L. C. M. Experiência com a utilização dos recursos didáticos nas aulas de ciências do 7º ano na Escola Estadual Profº Arício Fortes. V colóquio Internacional, Educação e Contemporaneidade. São Cristovão - SE. 2011. P. 1-17.

SILVA,L.H.A., ZANON, L.B A experimentação no ensino de Ciências.In: SCHNETZLER,R. P.& ARAGÃO, R.M.R. (orgs.). Ensino de Ciências: Fundamentos e abordagens. Piracicaba: CAPES/UNIMEP, 2000.

SILVA, J. G. C.Pesquisa Experimental: Boletim Técnico no. 9,Pelotas, 2005.

TRIVELATO, S. F. SILVA, R. L. F. Ensino de Ciências. São Paulo. Ed. Cengage Learning, 2011.

TRIVIÑOS, A. N. S. Introdução à pesquisa em Ciências Sociais: a pesquisa qualitativa em educação. São Paulo, Atlas, 1987.

Page 63:  · Web viewUNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS AMBIENTAIS E BIOLÓGICAS GRADUAÇÃO EM LICENCIATURA EM BIOLOGIA MARIA DAS GRAÇAS SILVA DE

62

APÊNDICES

APÊNDICE A – PRIMEIRO QUESTIONÁRIO PARA ESTUDANTES

1) Qual sua formação?

___________________________________________________________________________

2) Qual seu conceito de Pesquisa Científica? Onde é realizada?

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

3) Qual frequência você participa de atividades experimentais na escola?

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

4) Você já frequentou um laboratório de pesquisa?

___________________________________________________________________________

5) Você conhece as instalações e condução de algum experimento científico?

___________________________________________________________________________

6) Você gostaria de conhecer as etapas da condução de um experimento numa

Universidade?

___________________________________________________________________________

7) Você tem interesse em ingressar numa Universidade após concluir o ensino médio?

___________________________________________________________________________

8) Você seria capaz de conceituar atividade experimental por investigação?

( ) Não

( )Se sim, conceitue.

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

9) Você avalia que uma atividade experimental tem melhor efeito quando os estudantes

são inseridos num ambiente de pesquisa?

Page 64:  · Web viewUNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS AMBIENTAIS E BIOLÓGICAS GRADUAÇÃO EM LICENCIATURA EM BIOLOGIA MARIA DAS GRAÇAS SILVA DE

63

( ) Sim

( ) Não

( ) Em alguns conteúdos apenas

( ) Talvez

Marque as alternativas que você considera correta:

10) Uma atividade experimental por investigação é mais motivada, pois:

( ) Os conceitos são melhor compreendidos.

( ) A atividade prática e a teoria devem andar juntas.

( ) Uma atividade experimental por investigação não é motivadora.

( ) Os conceitos não são melhor compreendidos.

Page 65:  · Web viewUNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS AMBIENTAIS E BIOLÓGICAS GRADUAÇÃO EM LICENCIATURA EM BIOLOGIA MARIA DAS GRAÇAS SILVA DE

64

APÊNDICE B – SEGUNDO QUESTIONÁRIO PARA ESTUDANTES

1) O que você entende por pesquisa científica? Onde é realizada?

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

2) Você já frequentou um laboratório de pesquisa? Onde?

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

3) Você conhece as instalações e condução de algum experimento científico? Qual e

onde?

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

4) Você avalia que uma atividade tem melhor efeito quando estudantes são inseridos num

ambiente de pesquisa?

( ) Sim ( ) Não ( ) Em alguns conteúdos apenas ( ) Talvez

5) Você seria capaz de conceituar atividade experimental por investigação?

( ) Não ( ) Se sim, conceitue.

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

6) Marque as alternativas que você considera correta:

Uma atividade experimental é mais motivadora, pois:

( ) Os conceitos são melhor compreendidos.

( ) A atividade prática e a teoria devem andar juntas.

( ) Uma atividade experimental por investigação não é motivadora.

( ) Os conceitos não são melhor compreendidos.

7) No laboratório de genética, em pesquisas com plantas, foi explicado como é feita uma

revegetação de uma área degradada, você poderia explicar?

________________________________________________________________________

________________________________________________________________________

Page 66:  · Web viewUNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS AMBIENTAIS E BIOLÓGICAS GRADUAÇÃO EM LICENCIATURA EM BIOLOGIA MARIA DAS GRAÇAS SILVA DE

65

________________________________________________________________________

________________________________________________________________________

8) Conforme a explicação da pesquisadora, qual é o objetivo da pesquisa, quando se faz a

extração de DNA de plantas no aparelho de eletroforese para análise?

( ) Estudar se há diversidade genética ( ) Alterar a genética da planta

9) Numa visita ao laboratório “Lagoas” da UFRB, conhecemos alguns experimentos que

foram citados pelos pesquisadores. Você poderia descrever algum?

________________________________________________________________________

________________________________________________________________________

10) Você poderia identificar a função de alguns dos aparelhos que foram citados pelos

pesquisadores?

a) Liofilizador

( ) Retira água da amostra para extração do DNA ( ) Amplifica o DNA

b) Eletroforese

( ) Extração de DNA para análise ( ) Inventário de plantas

c) PCR

( ) Aumenta a amostra ( ) Amplia a hélice de DNA

11) Você seria capaz de explicar como fazer a enxertia de acordo as orientações recebidas

no campo experimental da UFRB?

________________________________________________________________________

________________________________________________________________________

________________________________________________________________________

12) No procedimento de enxertia (exemplo, fruta pão), quais são as vantagens?

________________________________________________________________________

________________________________________________________________________

13) Sobre as bolsas de iniciação científica, você já conhecia a existência e função das

bolsas?

( ) Sim ( ) Não ( ) Conheci por meio desse trabalho

14) Quando você estiver na universidade, você terá interesse em participar de alguma

atividade de pesquisa que favoreça seu acesso a uma bolsa?

Page 67:  · Web viewUNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS AMBIENTAIS E BIOLÓGICAS GRADUAÇÃO EM LICENCIATURA EM BIOLOGIA MARIA DAS GRAÇAS SILVA DE

66

________________________________________________________________________

________________________________________________________________________

15) De que modo sua visita aos laboratórios e conhecimento sobre bolsa de iniciação

científica contribuiu para seu aprendizado? Houve alguma influência no seu desejo de

ingressar na Universidade?

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

Page 68:  · Web viewUNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS AMBIENTAIS E BIOLÓGICAS GRADUAÇÃO EM LICENCIATURA EM BIOLOGIA MARIA DAS GRAÇAS SILVA DE

67

APÊNDICE C – QUESTIONÁRIO PARA DOCENTE

1) Qual sua formação?

___________________________________________________________________________

2) Há quantos anos exerce a docência?

___________________________________________________________________________

3) Sobre atividade experimental: você considera importante para o aprendizado?

( ) Não ( ) Sim

4) Com qual frequência você promove atividades experimentais com os estudantes em

sala?

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

5) Qual sua opinião sobre o uso de experimentos como proposta de ensino?

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

________________________________________________________________________

6) Você acredita que a pesquisa científica pode ser aplicável e imitada em sala de aula?

( ) Com certeza

( ) É impossível

( ) Talvez

( ) Em alguns conteúdos apenas

7) Você considera que estudantes do ensino médio se interessariam pelo Conhecimento

Científico, se fossem introduzidos ao ambiente em que a Pesquisa Científica é

desenvolvida?

( ) Com certeza

( ) É impossível

( ) Talvez

( ) Em alguns conteúdos apenas

8) Como você qualificaria uma atividade experimental por investigação:

( ) Importante

( ) É útil para alguns conteúdos

( ) Muito importante pois une a teoria e a prática

( ) Nunca me interessei em conhecer