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SUGESTÕES DE QUESTÕES Texto 1 O Homo Semântico 05 10 15 20 25 30 35 40 45 Jarbinhas, poeta, passou a vida inteira escrevendo discursos. Redator aposentado, depois de viúvo, conversava com os chinelos. Botava pijama e lia os livros que deixara para saborear na idade da sabedoria. Porém, vez ou outra, baixava nele aquela saudade do passado rebordado de metrificadas glórias. (...) Jarbinhas, poeta, era uma vaga e rara estrela na fractal Constelação da Redondilha Menor. De modo que dessas requentadas recordações Jarbinhas se socorria quando a solidão apertava por demais o gogó das noites mais velozes. Até que um dia o telefone tocou. E o Lemos (ex-colega de repartição que nunca havia lido nada, a não ser o Livro de Ponto) convidou Jarbinhas para uma festa qualquer, em homenagem a um jovem deputado que iria tomar posse em Brasília. Detalhe: o discurso de saudação seria dele, Jarbas Augusto da Silva, o Tinhosão, o culto. Glória das glórias! Nosso herói passou o resto da tarde lapidando as idéias, montando o esqueleto que sustentaria seus melhores verbetes. Palavras têm vida própria, ele sabia. Por isso caprichou na oficina, empinando substantivos, lustrando adjetivos, engraxando verbos, lixando artigos e parafusando pronomes. De madrugada, já cansado, burilou pela última vez o texto, colocando algumas borboletas sirigaitas nos advérbios de tempo, para que a memória dos ouvintes registrasse, lato sensu, a eternidade daquele momento. E a solenidade bucólica do discurso. Mesmo não conhecendo o jovem destinatário de sua peça oratória, não importava o lustro: ele, Jarbinhas, sabia como não ser mendace nessas horas. E foi dormir com uma frase: “Os velhos tempos voltaram...” Dia seguinte, vestiu o terno azul-marinho, botou no pulso o Patek Philipe, beijou a medalhinha de São Judas protetor e se mandou pro aeroporto da Pampulha, com o PTA na mão. Ali, ofegante, pegou o primeiro avião de sua carreira e conseguiu chegar incólume, apesar dos vácuos na boca do estômago. No hotel, com um banho frio, se recompôs. E, na horinha marcada, nosso britânico herói já adentrava o Salão Nobre do próprio hotel, lugar escolhido para a festa. Como detestava postergações! Cheio de retóricas na alma, já foi logo procurando pelo Lemos no abelhal zunzunzum de gente e outros bichos. (Aqui, diga-se de passagem: a maioria composta por jovens mensageiros ambulantes da língua de Hamlet, o que já vinha estampado nas camisetas e no boné virado.) Mas havia também barbicarecas de brincos, cabeloiros pintados, hunos nasaltrespassados, visigodos tatuados e bárbaras moçoilas vestidas de nadaquase. Democraticamente, todos dançavam o mesmo “ba-be-bi-bo-bu”, algo bem da moda. Bem off-road, all right? Confuso, assustado, Jarbinhas foi salvo pelo Lemos, que apareceu com um “cabelos amarrados na nuca” a tiracolo. E apresentou: -Esse é o nosso novo e digníssimo deputado, Jarbas. Filho de Ronivon e Valdirene. Irmão de Onaireves Filho, Jerry Wanderley e Cheroques Júnior...Neto de Alceni com Cameli. Todos na política, mas cada um por seu 1

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SUGESTÕES DE QUESTÕES

Texto 1

O Homo Semântico

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10

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Jarbinhas, poeta, passou a vida inteira escrevendo discursos. Redator aposentado, depois de viúvo, conversava com os chinelos. Botava pijama e lia os livros que deixara para saborear na idade da sabedoria. Porém, vez ou outra, baixava nele aquela saudade do passado rebordado de metrificadas glórias.

(...)Jarbinhas, poeta, era uma vaga e rara estrela na fractal Constelação da Redondilha Menor.De modo que dessas requentadas recordações Jarbinhas se socorria quando a solidão apertava

por demais o gogó das noites mais velozes. Até que um dia o telefone tocou. E o Lemos (ex-colega de repartição que nunca havia lido nada, a não ser o Livro de Ponto) convidou Jarbinhas para uma festa qualquer, em homenagem a um jovem deputado que iria tomar posse em Brasília. Detalhe: o discurso de saudação seria dele, Jarbas Augusto da Silva, o Tinhosão, o culto.

Glória das glórias! Nosso herói passou o resto da tarde lapidando as idéias, montando o esqueleto que sustentaria seus melhores verbetes. Palavras têm vida própria, ele sabia. Por isso caprichou na oficina, empinando substantivos, lustrando adjetivos, engraxando verbos, lixando artigos e parafusando pronomes. De madrugada, já cansado, burilou pela última vez o texto, colocando algumas borboletas sirigaitas nos advérbios de tempo, para que a memória dos ouvintes registrasse, lato sensu, a eternidade daquele momento. E a solenidade bucólica do discurso.

Mesmo não conhecendo o jovem destinatário de sua peça oratória, não importava o lustro: ele, Jarbinhas, sabia como não ser mendace nessas horas. E foi dormir com uma frase: “Os velhos tempos voltaram...”

Dia seguinte, vestiu o terno azul-marinho, botou no pulso o Patek Philipe, beijou a medalhinha de São Judas protetor e se mandou pro aeroporto da Pampulha, com o PTA na mão. Ali, ofegante, pegou o primeiro avião de sua carreira e conseguiu chegar incólume, apesar dos vácuos na boca do estômago.

No hotel, com um banho frio, se recompôs. E, na horinha marcada, nosso britânico herói já adentrava o Salão Nobre do próprio hotel, lugar escolhido para a festa.

Como detestava postergações! Cheio de retóricas na alma, já foi logo procurando pelo Lemos no abelhal zunzunzum de gente e outros bichos. (Aqui, diga-se de passagem: a maioria composta por jovens mensageiros ambulantes da língua de Hamlet, o que já vinha estampado nas camisetas e no boné virado.) Mas havia também barbicarecas de brincos, cabeloiros pintados, hunos nasaltrespassados, visigodos tatuados e bárbaras moçoilas vestidas de nadaquase. Democraticamente, todos dançavam o mesmo “ba-be-bi-bo-bu”, algo bem da moda. Bem off-road, all right?

Confuso, assustado, Jarbinhas foi salvo pelo Lemos, que apareceu com um “cabelos amarrados na nuca” a tiracolo. E apresentou:

-Esse é o nosso novo e digníssimo deputado, Jarbas. Filho de Ronivon e Valdirene. Irmão de Onaireves Filho, Jerry Wanderley e Cheroques Júnior...Neto de Alceni com Cameli. Todos na política, mas cada um por seu partido. Não é uma beleza?

Ao que o guapo e amistoso mancebo deputado respondeu, perguntando (ou perguntou, respondendo, tanto faz) e estendendo a mão:

-E aí, vovô? É o senhor então que veio detonar o lero? Muito prazer. Eu sou o Xobas Farias Maltas. Qualquer azaração pro seu lado é só me bater um grambel, falô? Transo tudo numa boa. E a galera é massa! Pega leve... Comigo num tem boné! Rá!

Salvo novamente pelo Lemos, que era o mestre de cerimônias da tribo, Jarbinhas se dirigiu ao microfone para a saudação, mas já sem nenhum plural. Tirou do paletó as oito laudas de seu impecável arrazoado lingüístico e teve um súbito. Iluminado pelos emissários de Calíope, na hora agá, analisou os códigos, os chips e os transístores daquela execrável prosódia à qual tantas vezes condenara. Seu cérebro varreu as páginas pregressas de A Uma Deusa, de um possível Luís Lisboa, maranhense d’antanho: algo que decorara apenas pela prodigalidade do extrato fônico. E lascou:

- “Senhor deputado! Tu és o quelso do pental ganírio saltando as rimpas do fermim calério, carpindo as taipas do furor salírio nos rúbios calos do pijom sidério! És obartólio do bocal empírio que ruge e passa no festim, em ticoteios de partano estírio, rompendo as gâmbias de hortomo-genério! Rá, eu tô maluco! God save the King-Kong! Alea jacta est! E tenho dito!” - E encerrou o papo por aí.

Sem entender por quê, foi aplaudido, apupado, ovacionado e urrado. Minutos depois, convidado oficialmente, Jarbinhas assumiu o posto de Redator dos Improvisos do nobre deputado.

Os novos tempos voltaram. E, naquela noite, Jarbinhas semancouBARRETO, Antônio. Transversais do Mundo.Belo Horizonte:Ed. Lê,1998 , pp 17 a 19

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QUESTÃO 01 (Descritor: perceber informações implícitas no texto)

Assunto: Texto e produção de sentido

Na última hora Jarbinhas substituiu o discurso que havia preparado porque:

a- julgou que o seu discurso estava pouco glamouroso em relação à sofisticação da platéia;b- observou que o ambiente onde faria o discurso estava imerso num zunzunzum abelhal;c- constatou que os interlocutores não se apresentavam tradicionalmente vestidos;d- percebeu a inadequação da linguagem utilizada ao perfil dos interlocutores.

QUESTÃO 02 (Descritor: fazer inferências a partir da análise do texto )

Assunto: Texto e produção de sentido

A partir da leitura do texto, constata-se que todas as alternativas abaixo estão corretas, EXCETO:

a- O domínio da linguagem de prestígio confere poder e status.b- O discurso de Jarbinhas chama a atenção pelo ritmo melodioso.c- A exploração das variações lingüísticas chama a atenção do leitor.d- O texto representa uma situação fictícia, sem correspondência com a realidade.

QUESTÃO 03 (Descritor: reconhecer o sentido conotativo das palavras)

Assunto: Conotação

Conotação - É a ampliação e modificação do sentido da palavra, a fim de obter um efeito particular em um contexto específico de interlocução.

Todas as alternativas abaixo exemplificam o conceito acima, EXCETO:

a- “Redator aposentado, depois de viúvo, conversava com os chinelos”.b- “E na horinha marcada, nosso britânico herói adentrava o Salão Nobre”.c- “...empinando substantivos, lustrando adjetivos, engraxando verbos...”d- “...a solidão apertava por demais o gogó das noites mais velozes”.

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QUESTÃO 04 (Descritor: diferenciar linguagem coloquial da culta)

Assunto: Variação lingüística

“E aí, vovô? É o senhor então que veio detonar o lero? Muito prazer. Eu sou o Xobas Farias Maltas. Qualquer azaração pro seu lado é só me bater um grambel, falô? Transo tudo numa boa. E a galera é massa! Pega leve!...Comigo não tem boné! Rá!”

Em todas as alternativas o trecho abaixo foi reescrito. Assinale aquela em que se usou apenas a norma culta da linguagem:

a) E aí, amigo? É o senhor então que veio fazer o discurso? Muito prazer. Eu sou o Xobas Farias Maltas. Qualquer problema, é só me telefonar. Resolvo fácil. A turma é boa. Fique tranqüilo! Comigo não tem complicação!

b) Como vai, doutor? É o senhor então que veio fazer o discurso? Muito prazer. Eu sou o Xobas Farias Maltas. Qualquer problema, é só me telefonar. Resolvo fácil. A turma é boa. Fique tranqüilo! Comigo não tem complicação!

c) E aí, vovô? É o senhor então que veio discursar? Muito prazer. Eu sou o Xobas Farias Maltas. Qualquer complicação é só me telefonar, falou? Ajeito tudo numa boa. E as pessoas são ótimas! Fique tranqüilo!...Comigo tudo é fácil!

d) Como vai, amigo? É o senhor então que vai falar para a galera? Muito prazer. Eu sou o Xobas Farias Maltas. Qualquer problema, é só me telefonar, falou? Resolvo fácil. A turma é boa. Pega leve!...Comigo não tem confusão!

QUESTÃO 05 (Descritor: reconhecer informações implícitas no texto)

Assunto: Texto e produção de sentido

Ao descrever a platéia e o local do evento, o locutor faz várias críticas. Marque a alternativa que NÃO constitui exemplo disso:

a) O Salão Nobre do hotel estava repleto de convidados.b) Pessoas que não assumem a própria idade, insistindo num visual descolado.c) Moças com roupas chamativas por seu reduzido tamanho.d) O “ba-be-bi-bo-bu” musical que, democraticamente, envolvia a todos.

QUESTÃO 06 (Descritor: inferir o significado de uma expressão considerando o contexto)

Assunto: texto e produção de sentido

“Off-road” é uma expressão em inglês que significa fora da estrada. No contexto, podem-se inferir todos os significados abaixo, EXCETO:

a) Alude ao traje e comportamento formal dos participantes.b) Refere-se ao modo nada tradicional dos convidados.c) Remete ao jeito informal das pessoas presentes.d) Faz alusão à maneira bastante descontraída do público.

QUESTÃO 07 (Descritor: identificar características formais e informais do texto)

Assunto: Variação lingüística

Repleto de termos sonoros e melodiosos, o discurso de Jarbinhas, vazio de conteúdo, foi amplamente aplaudido, ovacionado e urrado, apesar de várias palavras usadas nem existirem nos dicionários. Marque a alternativa que melhor caracteriza o discurso de Jarbinhas:

a) Próximo do padrão escrito da língua culta, portanto mais formal, ou dito culto.b) Distante do padrão escrito, logo mais informal, ou dito “popular”.c) Uma fusão de variantes lingüísticas com características formais e informais.

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d) Uma variante lingüística representativa da língua padrão falada.QUESTÃO 08 (Descritor: reconhecer processos de formação de palavras)

Assunto: Formação das palavras

O autor inventou vários neologismos para definir as pessoas presentes e o ambiente da festa.Todas as alternativas abaixo relacionam palavras com seu respectivo processo de formação.Com base em seus conhecimentos, analise-as e assinale a que estiver INCORRETA:

a) zunzunzum – onomatopéiab) abelhal –derivação sufixalc) nadaquase – composição por justaposiçãod) cabeloiros – composição por justaposição

QUESTÃO 09 (Descritor: inferir o sentido das palavras considerando o contexto)

Assunto: Texto e produção de sentido

As expressões sublinhadas abaixo estão corretamente interpretadas, de acordo com o contexto, EXCETO em:

a) “.. lia os livros que deixara para saborear na idade da sabedoria.” ( linhas 2 -3)Idade em que, já aposentado, acumulara vasta experiência e conhecimento.

b) “E foi dormir com uma frase: “Os velhos tempos voltaram...” ( linhas 18-19)Tempo em que Jarbinhas era um prestigiado redator de discursos.

c) “Os novos tempos voltaram.” ( linha 54)Tempo em que, apesar de bem remunerado, Jarbinhas não tinha o reconhecimento do público.

d) “Qualquer azaração pro seu lado é só me bater um grambel, falô?” ( linha 40)Fazer uma ligação telefônica, referência a Alexander Graham Bell, inventor do telefone.

QUESTÃO 10 (Descritor: reconhecer marcas da linguagem coloquial)

Assunto: Variação lingüística

Marque a alternativa em que NÃO se usou a linguagem coloquial:

a- “...e se mandou pro aeroporto da Pampulha, com o PTA na mão.”(linha.21)b- “E na horinha marcada, nosso britânico herói já adentrava o Salão Nobre...”(linhas.24 -25)c- “E encerrou o papo por aí”. (linha.51)d- “Ao que o guapo e amistoso mancebo deputado respondeu, perguntando...” (linha.37)

Texto 2

Camisinha de cérebro

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Nos primeiros seis meses deste ano, na cidade de São Paulo, a cada dia, em média, duas meninas de menos de 14 anos se tornaram mães. Na faixa dos 15 a 19 anos, a média diária sobe para 79 casos. Documentos oficiais revelam que a situação se mantém praticamente inalterada pelo menos desde 2001.

Em apenas seis anos, nascerão pouco menos de 200 mil crianças filhas de mães adolescentes e quase sempre pobres. A maioria dessas meninas terá, em média, três filhos.

Num fenômeno nacional, garotas tornadas mães tão jovens, ainda quase pré-adolescentes, são a faceta mais evidente de uma tragédia cujo antídoto, oferecido na semana passada pelo prefeito do Rio de Janeiro, César Maia, é a distribuição em massa de camisinhas -solução bem intencionada, mas provavelmente inútil.

Numa perversa assimetria, é visível no mapa de São Paulo que as mulheres mais ricas e mais velhas se limitam a ter um filho (isso para não atrapalhar os estudos e a profissão), enquanto, em bairros da periferia, de cada 1.000 adolescentes de 15 a 19 anos, cerca de 70 têm um filho por ano.

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Para comparar, tome-se uma região como Pinheiros, utilizando como referência a mesma idade de adolescentes: a proporção cai de 70 para 10 a cada mil.

Mães com muitos filhos, exigência crescente de qualificação da mão-de-obra, escolas públicas ruins, desemprego, baixos salários e falta de estrutura familiar --fatores que concorrem para perpetuar a má distribuição de renda- são alguns dos ingredientes da criminalidade.

(...)O estrago da maternidade precoce pode ser avaliado com base nos resultados de uma pesquisa

(divulgada na quarta-feira) que aparentemente nada tem a ver com o assunto. A Prefeitura de São Paulo lançou estudo mostrando que, de cada 10 empregos novos criados na cidade, quase 7 são ocupados por mulheres de idade entre 18 e 24 anos que completaram, no mínimo, o ensino médio e, na maior parte das vezes, uma faculdade. Dificilmente uma mulher consegue chegar a esse grau de escolaridade tendo sido mãe muito jovem. Resultado: há batalhões de indivíduos que, mesmo num ambiente de crescimento econômico, terão dificuldade de inserção no mercado de trabalho. Estão condenados a viver na marginalidade, dependendo de verbas oficiais ou engrossando as fileiras do crime. Lembre-se de que, no Brasil, nasce anualmente 1 milhão de filhos de adolescentes.

Diante dessas devastadoras conseqüências, a solução mais fácil e tentadora é distribuir mais camisinhas ou pílulas.

O acesso a métodos contraceptivos é indispensável, mas quem acompanha projetos que trabalham com adolescentes sabe que a questão é mais complexa: a carência crônica faz com que as jovens, apesar da falta de recursos, vejam no filho não um problema, mas uma solução.

Mais do que uma solução, uma perspectiva. Logo vão descobrir, porém, que nem sequer encontraram um projeto de vida e muitas vezes terão jogado no mundo seres humanos que terão mais dificuldade de ter perspectiva.

Educadores aprenderam que a base do planejamento familiar é o projeto de vida, é a capacidade de detectar os próprios potenciais e de acreditar na possibilidade de transformá-los em habilidades. A realização se dá em vários níveis, além da maternidade.

Quem tem projeto de vida acredita em si próprio porque se respeita. Isso significa tanto se esforçar para estudar ou batalhar um emprego como preservar o próprio corpo.

Se quiser, de fato, enfrentar a pobreza, o prefeito da próxima gestão terá de transformar os centros de saúde e as escolas em espaços não apenas de educação para a vida mas de educação na vida.

Evitar a gravidez precoce ou proteger-se contra doenças sexualmente transmissíveis é somente uma conseqüência da atitude de quem se valoriza no presente e aposta no futuro e, assim, acaba aprendendo que a melhor camisinha está no cérebro, e não na genitália.

(Dimensten, Gilberto. Cominha de Córebro. Folha de São Paulo, 17 de outubro de 2004, cod C15)

QUESTÃO 11 (Descritor: inferir o significado de uma palavra a partir do contexto)

Assunto: Texto e produção de sentido

As palavras sublinhadas abaixo foram corretamente interpretadas, de acordo com o seu significado no texto, EXCETO:

a) “...são a faceta mais evidente de uma tragédia cujo antídoto ...” (linhas 7 - 8 ) (solução)b) “O estrago da maternidade precoce pode ser avaliado....” (linha 20.) (de risco)c) “...terão dificuldade de inserção no mercado de trabalho.” (linha 26) (ingresso)d) “...a melhor camisinha está no cérebro, e não na genitália.” (linha 47) (sexo)

QUESTÃO 12 (Descritor: reconhecer a modalização do discurso)

Assunto: Modalização

Em todas as alternativas, o enunciado expressa uma opinião do locutor do texto, EXCETO:

a) “O acesso a métodos contraceptivos é indispensável...”b) “...é a distribuição em massa de camisinhas - solução bem-intencionada, mas provavelmente inútil.”c) “Diante dessas devastadoras conseqüências, a solução mais fácil e tentadora é distribuir mais

camisinhas ou pílulas.”d) “Na faixa etária dos 15 a 19 anos, a média diária sobe para 79 casos.”

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QUESTÃO 13 (Descritor: identificar recursos lingüísticos de construção textual)

Assunto: Construção textual

Marque a opção ERRADA sobre a construção do texto:

a) O autor usa dados estatísticos para sustentar seus argumentos.b) Os últimos parágrafos do texto apontam uma solução para o problema da gravidez na adolescência.c) A linguagem coloquial é usada, em algumas partes do texto, aproximando-o do leitor.d) O último parágrafo, além de retomar o título, explica-o.

QUESTÃO 14 (Descritor: fazer inferências a partir da leitura do texto)

Assunto: Texto e produção de sentido

Todas as alternativas abaixo representam conseqüências da gravidez na adolescência apontadas no texto, EXCETO:

a) Dificuldade de acesso a um nível de escolaridade melhor.b) Alto índice de desemprego e submissão a baixos salários.c) Dificuldade de inserção no mercado de trabalho.d) Exigência crescente de qualificação de mão-de-obra.

QUESTÃO 15 (Descritor: fazer inferências a partir da leitura do texto)

Assunto: Texto e produção de sentido

Com base na leitura feita, é correto afirmar que o principal objetivo do texto é:

a) Propor a distribuição de mais camisinhas ou pílulas aos jovens.b) Constatar que mães com muitos filhos perpetuam a má distribuição de renda.c) Reconhecer que a jovem carente vê no filho uma solução de vida.d) Evidenciar a necessidade do indivíduo construir um projeto de vida.

QUESTÃO 16 (Descritor: identificar os elementos retomados pelos pronomes)

Assunto: Coesão por remissão

Em todas as alternativas, a palavra destacada está corretamente interpretada entre parênteses, EXCETO em:

a- “.. a faceta mais evidente de uma tragédia cujo antídoto é a distribuição de camisinhas...” (linhas 8 - 9) (cujo = da faceta). b- “...isso para não atrapalhar os estudos e a profissão...” (linha 12) (isso = limitação das mulheres ricas

e mais velhas a apenas um filho) c- “...a capacidade de detectar os próprios potenciais e de acreditar na possibilidade de transformá-los

em habilidades.(linhas 37 -38 ) (los = os próprios potenciais) d- “Isso significa tanto se esforçar para estudar ou batalhar um emprego...” (linhas 40 - 41) (isso = ter um

projeto de vida, acreditar em si próprio porque se respeita.)

QUESTÃO 17 (Descritor: fazer inferências a partir da leitura do texto)

Assunto: Texto e produção de sentido

De acordo com a leitura do texto, NÃO é possível inferir que:

a- A elaboração de um projeto pessoal de vida significa a valorização do presente e uma porta no futuro.b- A iniciativa do prefeito César Maia é inoperante para a resolução do problema.c- A maternidade precoce é o mais grave problema social do Brasil.

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d- A maturidade e a condição sócio-econômica privilegiada levam ao controle da natalidade.QUESTÃO 18 (Descritor: analisar o valor semântico dos prefixos)

Assunto: De quantas língua se faz uma língua?

Observe:

“..cujo antídoto é a distribuição de camisinha...”

O prefixo grego -anti, encontrado em antídoto, tem o mesmo significado do prefixo em:

a) desempregob) transformarc) contraceptivod) inútil

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Texto 3

Veja. São Paulo. Abril, Ed.1876, de 20 de outubro de 2004, p. 132

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QUESTÃO 19 (Descritor: identificar o significado de uma expressão no contexto)

Assunto: Texto e produção de sentido

Todas as alternativas apresentam possíveis leituras para a expressão “razão social”, EXCETO:

a) Refere-se à inscrição da firma no órgão competente.b) Refere-se ao uso racional das atividades do cidadão.c) Refere-se ao papel que toda empresa deve desenvolver na sociedade.d) Refere-se à atuação social a que se obrigam as empresas responsáveis.

QUESTÃO 20 (Descritor: inferir o significado dos signos.)

Assunto: Vivemos entre signos

“Signos são formas materiais por meio das quais compartilhamos significados”.

As setas fechando em forma de círculo, na parte superior do anúncio, são signos corretamente interpretados em todas as alternativas abaixo, EXCETO em:

a) A circulação dos benefícios gerados pelo investimento no social.b) O retorno do investimento social para a empresa e a comunidade.c) A reciprocidade entre os vários segmentos representados nas imagens dentro do círculo.d) O intercâmbio entre a empresa e os diversos públicos com os quais ela se relaciona.

QUESTÃO 21 (Descritor: inferir o significado dos signos)

Assunto: vivemos entre signos

“Ícone é um signo não-lingüístico, uma imagem cujo significante (forma) lembra visualmente o significado”.

No anúncio, foram criadas formas visuais para representar as 8 metas do milênio estabelecidas pela ONU. Assinale a alternativa em que o desenho não poderia ser denominado ícone:

a) Um coração contendo um coraçãozinho representando a melhoria da saúde da gestante.b) Um prato fumegante representando o fim da fome e da miséria.c) Um círculo sobreposto a uma cruz representando igualdade entre sexos e valorização da mulher.d) Um lápis representando educação básica para todos.

QUESTÃO 22 (Descritor: identificar as intencionalidades do anúncio publicitário)

Assunto: Texto e produção de sentido

A partir da análise do anúncio publicitário, pode-se inferir que todas as alternativas representam intencionalidades do anunciante, EXCETO:

a) Convencer outras empresas da necessidade de se investir no social.b) Explicitar os vários segmentos sociais que recebem apoio empresarial.c) Apresentar as várias vantagens que o investimento proporciona.d) Destacar as empresas que interagem com a comunidade.

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QUESTÃO 23 (Descritor: fazer inferência a partir da leitura do texto)

Assunto: texto e produção de sentido

Marque a alternativa que, de acordo com o texto, NÃO representa uma vantagem de se investir no social:

a) Expansão da empresa e enfraquecimento da concorrência.b) Permanência de um quadro de funcionários competentes e satisfeitos.c) Facilidade de obtenção de recursos financeiros.d) Promoção do uso racional dos recursos naturais.

QUESTÃO 24 (Descritor: identificar o leitor virtual do texto)

Assunto: texto e produção de sentido

Todo texto é construído tendo em vista um leitor virtual cujo perfil é identificado pelo assunto, pelo vocabulário, pelo tom e pelo portador.

Marque a alternativa que representa o principal leitor virtual deste texto:

a) O público-alvo do investimento.b) Os assinantes da revista Veja.c) Os atuais e os futuros agentes do investimento.d) A sociedade em geral.

Texto 4

Eu, Etiqueta

Em minha calça está grudado um nomeque não é meu de batismo ou de cartórioum nome...estranho.Meu blusão traz lembrete de bebidaque jamais pus na boca, nesta vida.Em minha camiseta, a marca do cigarroque não fumo, até hoje não fumei.(...)desde a cabeça até o bico dos sapatos,são mensagens,letras falantes, gritos visuais, ordens de uso, abuso, reincidência,costume, hábito, premência,indispensabilidade, e fazem de mim homem-anúncioitinerante,escravo da matéria anunciada(...)Hoje sou costurado, sou tecido,sou gravado de forma universalsaio da estamparia,não de casa,da vitrina me tiram, recolocam,objeto pulsante mas objetoque se oferece como signode outros objetos estáticos, tarifados(...)

(Carlos Drummond de Andrade)

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QUESTÃO 25 (Descritor: identificar características do locutor do texto)

Assunto: Texto e produção de sentido

Em todo texto há uma voz que fala e nele deixa pistas. A essa voz denominamos locutor.

IDENTIFIQUE duas características do locutor do texto.

QUESTÃO 26 (Descritor: justificar o título)

Assunto: Texto e produção de sentido

JUSTIFIQUE o título do texto.

QUESTÃO 27 (Descritor: identificar informações no texto)

Assunto: Texto e produção de sentido

Na 2ª estrofe, observam-se duas gradações ascendentes: uma em relação às propagandas, outra em relação ao locutor. IDENTIFIQUE-AS e comente.

QUESTÃO 28 (Descritor: inferir intencionalidade do uso de um recurso discursivo)

Assunto: Construção textual e produção de sentido

O ponto de vista do locutor é percebido pelas pistas que ele deixa no texto. Para perceber a sua intencionalidade, é necessário interpretar essas pistas.

Na maior parte do texto, o locutor se expressa na 1ª pessoa. No entanto, no antepenúltimo verso, ele se manifesta na 3ª pessoa. EXPLIQUE a intencionalidade dessa mudança.

QUESTÃO 29 (Descritor: identificar valor discursivo das reticências)

Assunto: Construção textual e produção de sentido

Observe o trecho:“um nome...estranho”

EXPLIQUE o valor discursivo do uso das reticências na passagem acima.

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...de 17 a 20 anos tenta vestibular e depois vai para faculdade...

Texto 5

Disponível em gaia.org.pt/.../2003 - july/msg00072.html - Acessado em 24/10/2004

QUESTÃO 30 (Descritor: relacionar uma afirmativa ao texto não-verbal )

Assunto: Vivemos entre signos

Em nossa sociedade atual, imagens, nomes e marcas têm maior importância que as coisas e que as próprias pessoas. Observe o texto acima e comente a afirmativa .

QUESTÃO 31 (Descritor: perceber a intencionalidade na localização dos logotipos no texto não-verbal)

Assunto: Texto e produção de sentido

Alguns logotipos foram colocados em pontos estratégicos do corpo do bebê. Windows (cabeça), Mac Donalds (barriga) e Life (umbigo). EXPLIQUE a intencionalidade dessas relações.

QUESTÃO 32 (Descritor: analisar textos de épocas e gêneros distintos, estabelecendo relações entre eles)

Assunto: Texto e produção de sentido

Os textos 4 e 5 tratam do mesmo tema, mas cada um retrata a sua época. O texto 4 é bem mais antigo que o texto 5. ANALISE-OS e aponte, no texto 4, os elementos que evidenciam mudanças no comportamento humano em relação ao texto 5.

Texto 6

...Pena que o tempo para curti-la é antes dos 6 e depois dos 50.

Veja a prova:Aos 6 anos vai para escola...

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http://tirinhasdojo.cjb.net/

QUESTÃO 33 (Descritor: identificar objetivo do texto)

Assunto: Texto e produção de sentido

Todo texto possui um objetivo em função do qual é constituído.

IDENTIFIQUE, no texto lido, a intenção do locutor.

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QUESTÃO 34 (Descritor: identificar uma informação no texto)

Assunto: Texto e produção de sentido

A partir da leitura do texto, o que se pode inferir a respeito do casamento?

QUESTÃO 35 (Descritor: inferir uma informação implícita)

Assunto: Texto e produção de sentido

“_ Viu só? Depois de uma vida esforçada e suada, você já pode começar a curti-la!”

IDENTIFIQUE e EXPLIQUE a ironia presente na passagem acima.

QUESTÃO 36 (Descritor: identificar as vozes presentes no texto)

Assunto: Texto e produção de sentido

IDENTIFIQUE as vozes presentes no texto.

Texto 7

No dia 16/12/04, pesquisa do IBGE informou que o problema alimentar do país não é o excesso de gente comendo pouco, mas gente que come muito, ameaçada de sofrer as graves conseqüências da obesidade.

www.chargesonline.com.br

QUESTÃO 37 (Descritor: relacionar textos)

Assunto: Texto e produção de sentido

Observe a charge acima e RELACIONE-A com o resultado da pesquisa do IBGE.

QUESTÃO 38 (Descritor: inferir informação implícita)

Assunto: Texto e produção de sentido

IDENTIFIQUE e EXPLIQUE o humor da charge?

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Texto 8

Disponível em www.brazzil.com/forum/ viewtopic.php?t=3653. Acessado em 24/10/2004

QUESTÃO 39 (Descritor: inferir valor semântico do vocábulo no contexto)

Assunto: Texto e produção de sentido

O texto 8 é um anúncio publicitário. É comum, nesse gênero textual, a utilização de slogans, como se verifica em: “Não faça Arte na Arte dos outros.”

EXPLIQUE a duplicidade de sentido que a palavra arte adquire no slogan.

QUESTÃO 40 (Descritor: inferir valor semântico do vocábulo no contexto)

Assunto: Texto e produção de sentido

A faculdade Estácio de Sá promoveu um evento a que intitulou UniversidArte (Arte em toda parte).

A palavra é formada por composição (Universid + Arte). Nesse contexto, o radical Universid é polissêmico.

EXPLIQUE os dois significados.

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GABARITO DAS QUESTÕES OBJETIVAS

QUESTÃO 01: D QUESTÃO 13: CQUESTÃO 02: D QUESTÃO 14: DQUESTÃO 03: B QUESTÃO 15: DQUESTÃO 04: B QUESTÃO 16: AQUESTÃO 05 A QUESTÃO 17: CQUESTÃO 06: A QUESTÃO 18: CQUESTÃO 07: C QUESTÃO 19: BQUESTÃO 08: D QUESTÃO 20: CQUESTÃO 09: C QUESTÃO 21: CQUESTÃO 10: D QUESTÃO 22: DQUESTÃO 11: B QUESTÃO 23: AQUESTÃO 12: D QUESTÃO 24: C

GABARITO DAS QUESTÕES ABERTAS

QUESTÃO 25

Professor, há várias possibilidades de respostas. Entre as diversas características, é importante citar que o locutor do texto é uma pessoa bastante crítica, consciente, lúcida; adulta o bastante para perceber sua condição de “manequim” e jovem o suficiente para se deixar seduzir pela vaidade de andar na moda.

QUESTÃO 26

Através do título, o locutor se define assumindo o seu lado consumista. O texto desenvolve o título, explicitando as várias marcas que ele ostenta pelo corpo.

QUESTÃO 27

Na primeira gradação, “são mensagens, letras falantes, gritos visuais, ordens de uso, abuso, reincidências”, percebe-se a evolução das propagandas que, não satisfeitas de serem simples mensagens, transformam-se em ordens de reincidência.

Na segunda gradação, “costume, hábito, premência, indispensabilidade”, nota-se que as características foram deslocadas para o locutor, cujo costume de usar determinadas etiquetas tornou-se uma indispensabilidade.

QUESTÃO 28

Professor, é importante que o aluno perceba que, quando o locutor muda de 1ª para 3ª pessoa, ele se impessoaliza para reforçar a sua condição de objeto.

QUESTÃO 29

É esperado que o aluno infira a hesitação do locutor em caracterizar o nome que ostenta.

QUESTÃO 30

Professor, espera-se que o aluno perceba que a intenção de usar a imagem de um bebê “carimbado” com vários logotipos remete à característica marcante da vida moderna de, desde o nascimento, inserir o ser humano numa concepção de vida bastante consumista.

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QUESTÃO 31

Presume-se que o aluno entenda que não foi aleatória a escolha da parte do corpo onde o logotipo foi afixado. Assim, Windows (programa de computador) foi colocado na cabeça para aproximar a inteligência da máquina com a inteligência humana. Mac Donalds (rede de lanchonetes) foi afixado na barriga pela associação que se estabelece entre alimento e digestão. Life (vida) está no umbigo por ser ele a parte do corpo mais representativa do início da vida.

QUESTÃO 32

É de se supor que o aluno perceba, primeiramente, que os logotipos, no texto 4, estão afixados nas diferentes partes do vestuário do eu-lírico, enquanto, no texto 5, eles foram colados diretamente no corpo do bebê. Isso significa que atualmente o comportamento consumista tornou-se muito mais intenso e precoce. Também é importante destacar que, no texto 4, o locutor tem plena consciência de seu papel de garoto-propaganda, enquanto, no texto 7, não foi dada opção de escolha ao bebê.

QUESTÃO 33

Mostrar, de forma humorística que, no desenvolvimento da vida humana, não se reserva espaço para o entretenimento, em razão das funções desempenhadas em cada fase.

QUESTÃO 34

Professor, facilmente o aluno perceberá que o casamento não é privilegiado como uma fase “cor-de-rosa” da vida. Ao contrário, é frustrante para o casal. Isso fica evidente ao analisar o 4º quadrinho.

QUESTÃO 35

É consenso que as aposentadorias vigentes no Brasil são insuficientes para o aposentado se sustentar com dignidade. Além disso, ao se aposentar, a pessoa não dispõe de saúde que lhe permita “curtir a vida numa boa”. Portanto, a ironia está na expectativa de uma vida folgada e prazerosa nessas condições.

Professor, é importante observar a coerência.

QUESTÃO 36

Professor, espera-se que o aluno perceba a existência de três locutores: o principal, responsável pela condução do texto; o secundário, responsável pelos comentários antecedidos por asteriscos e cuja fala ironiza o locutor principal. A terceira voz se insere no balão do último quadrinho como um xingamento.

QUESTÃO 37

É importante perceber que Lula foi caracterizado como representante dos obesos, o que fica evidente na forma caricatural como sua barriga foi desenhada e na manchete do jornal que sua esposa lê.

QUESTÃO 38

O humor é decorrente de todo o conjunto de detalhes da charge, principalmente da pergunta que o presidente faz (“Que foi?”) à sua esposa, quando percebeu que D. Marisa lhe dirige um olhar bastante crítico, correlacionando a notícia lida no jornal (“O problema do Brasil é o obeso”) e a silhueta do marido.

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QUESTÃO 39

Professor, não é difícil perceber que a 1ª vez em que a palavra arte aparece, justaposta ao verbo fazer, tem o sentido de praticar uma infração ou simplesmente fazer bagunça. Esse sentido é reforçado pela pichação que sofre. Na 2ª vez em que a palavra arte aparece, ela tem o sentido de produção artística, o que se percebe pelo contexto da propaganda.

QUESTÃO 40

O primeiro sentido do radical é universidade, estabelecido pela proximidade com faculdade. O segundo significado é universal e não está tão evidente. Ele só pode ser inferido quando aproximamos do slogan “Arte por toda parte”.

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