3
O Leão e o Ratinho Caía a tarde na selva. E ao longe pelos caminhos, ouvia-se a passarada que regressava a seus ninhos. Na beira de uma lagoa, os sapos em profusão , cantavam bem ritmados, a sua velha canção. No mais, tudo era silêncio. No entanto, nesse momento, surgiu um velho leão, à procura de alimento. Andava orgulhosamente, com passos lentos, pesados. E por onde ele passava, os bichos apavorados, fugiam para suas tocas, deixando livre o caminho. Porém, eis que de repente, surgiu um pobre ratinho. O leão não perdeu tempo e assim estendendo a pata, alcançou o pobrezinho que corria pela mata. - Vejam só, que sorte a minha! Abocanhei-te seu moço. Tu não és lá muito grande, mas já serve para o almoço! - Tenha piedade senhor! - Oh, solte-me, por favor! Do que lhe serve matar-me! Pois veja bem, se me come, eu sou tão pequenininho, que mal posso matar-lhe a fome. - Pensando bem, tens razão! Eu vou soltar-te ratinho. O que ia fazer contigo, assim pequeno, magrinho. Segue em paz o teu passeio. Não vês, sou teu amigo, para mim de nada serves, quase não pode contigo! - Seu Leão, esse favor, eu jamais esquecerei. Se puder, algum dia, ainda lhe pagarei. - Oh! - Pagar-me? Ora! Tu mal aguenta contigo! O que poderias fazer a meu favor, pobre amigo! - Não sei, não sei majestade, mas prometo-lhe outra vez, algum dia, hei de pagar-lhe, o grande bem que me fez! E assim dizendo, o ratinho correu e muito feliz entrou no seu buraquinho. E o leão tranquilamente, embrenhou -se na floresta. Entretanto, de repente, o pobre animal, caiu na rede de um caçador. E a fera se debatendo de raiva e pavor, urrava! E quanto mais se esforçava, mais a corda o enlaçava. Nesse instante, o tal ratinho, que de longe tudo ouvia, chegou perto do leão, que urrando se debatia. - Não se aflija meu amigo, aqui estou para salvá-lo. Espere. Fique tranquilo, pois vou tentar libertá-lo. Deixe-me roer a corda que o prendeu... assim...assim... não se mexa por favor, descanse e confie em mim. E o ratinho foi roendo, roendo insistentemente, até que a corda cedeu e arrebentou finalmente! - Pronto, estou livre afinal! - Muito obrigado ratinho. O que seria de mim sem tua ajuda, amiguinho! E o ratinho humildemente, cheio de satisfação, estendeu sua patinha ao grande e velho leão! - Amigo, não me agradeça, entretanto aprenda bem, não faça pouco dos fracos, confie neles também! 1-Marque (V) para efeitos de sentidos pertinentes ao texto-discurso e (F) para efeitos de sentidos não pertinentes: a-( ) Percebe-se o discurso de crítica aos que desvalorizam os fracos; b-( ) Percebe-se que o personagem leão representa a prática social da exibição de poder; c-( ) Percebe-se que o personagem ratinho representa a prática social da ingratidão; d-( ) Percebe-se o discurso de que apenas os fortes conseguem ter eficiência no mundo; e-( ) Percebe-se o discurso de que se deve exercer o poder com humildade; 2-Qual a tese central defendida na fábula?

professorgilber.files.wordpress.com …  · Web viewO Leão e o Ratinho. Caía a tarde na selva. E ao longe pelos caminhos, ouvia-se a passarada que . regressava. a seus ninhos

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: professorgilber.files.wordpress.com …  · Web viewO Leão e o Ratinho. Caía a tarde na selva. E ao longe pelos caminhos, ouvia-se a passarada que . regressava. a seus ninhos

O Leão e o RatinhoCaía a tarde na selva. E ao longe pelos caminhos, ouvia-se a passarada que

regressava a seus ninhos. Na beira de uma lagoa, os sapos em profusão, cantavam bem ritmados, a sua velha canção. No mais, tudo era silêncio.  No entanto, nesse momento, surgiu um velho leão, à procura de alimento. Andava orgulhosamente, com passos lentos, pesados. E por onde ele passava, os bichos apavorados, fugiam para suas tocas, deixando livre o caminho.  Porém, eis que de repente, surgiu um pobre ratinho. O leão não perdeu tempo e assim estendendo a pata, alcançou o pobrezinho que corria pela mata. - Vejam só, que sorte a minha! Abocanhei-te seu moço. Tu não és lá muito grande, mas já serve para o almoço!  - Tenha piedade senhor! - Oh, solte-me, por favor! Do que lhe serve matar-me! Pois veja bem, se me come, eu sou tão pequenininho, que mal posso matar-lhe a fome. - Pensando bem, tens razão! Eu vou soltar-te ratinho. O que ia fazer contigo, assim pequeno, magrinho. Segue em paz o teu passeio. Não vês, sou teu amigo, para mim de nada serves, quase não pode contigo! - Seu Leão, esse favor, eu jamais esquecerei. Se puder, algum dia, ainda lhe pagarei. - Oh! - Pagar-me? Ora! Tu mal aguenta contigo! O que poderias fazer a meu favor, pobre amigo! - Não sei, não sei majestade, mas prometo-lhe outra vez, algum dia, hei de pagar-lhe, o grande bem que me fez! E assim dizendo, o ratinho correu e muito feliz entrou no seu buraquinho. E o leão tranquilamente, embrenhou-se na floresta. Entretanto, de repente, o pobre animal, caiu na rede de um caçador. E a fera se debatendo de raiva e pavor, urrava! E quanto mais se esforçava, mais a corda o enlaçava. Nesse instante, o tal ratinho, que de longe tudo ouvia, chegou perto do leão, que urrando se debatia.  - Não se aflija meu amigo, aqui estou para salvá-lo. Espere. Fique tranquilo, pois vou tentar libertá-lo. Deixe-me roer a corda que o prendeu... assim...assim... não se mexa por favor, descanse e confie em mim.  E o ratinho foi roendo, roendo insistentemente, até que a corda cedeu e arrebentou finalmente!  - Pronto, estou livre afinal! - Muito obrigado ratinho. O que seria de mim sem tua ajuda, amiguinho! E o ratinho humildemente, cheio de satisfação, estendeu sua patinha ao grande e velho leão! - Amigo, não me agradeça, entretanto aprenda bem, não faça pouco dos fracos, confie neles também!

1-Marque (V) para efeitos de sentidos pertinentes ao texto-discurso e (F) para efeitos de sentidos não pertinentes:a-( ) Percebe-se o discurso de crítica aos que desvalorizam os fracos;b-( ) Percebe-se que o personagem leão representa a prática social da exibição de poder;c-( ) Percebe-se que o personagem ratinho representa a prática social da ingratidão;d-( ) Percebe-se o discurso de que apenas os fortes conseguem ter eficiência no mundo;e-( ) Percebe-se o discurso de que se deve exercer o poder com humildade;2-Qual a tese central defendida na fábula?a-( ) é preciso vangloriar-se do poder de que se dispõe; b-( ) é preciso não desvalorizar e não humilhar os considerados fracos; c-( ) é preciso ajudar uns aos outros;3-Qual enunciado revela “exercício do poder com abuso dos fracos”?a-( ) Abocanhei-te seu moço; b-( ) - Vejam só, que sorte a minha!; c-( ) - Oh! - Pagar-me? Ora! Tu mal aguenta contigo!; d-( ) Segue em paz o teu passeio.4-No enunciado “Na beira de uma lagoa, os sapos em profusão, cantavam bem ritmados, a sua velha canção.”, o adjetivo grifado caracteriza o substantivo:a-( ) lagoa; b-( ) sapos; c-( ) profusão; d-( ) canção5-No enunciado “Tu não és lá muito grande, mas já serve para o almoço!”, a conjunção grifada é adversativa porque estabelece uma relação de: a-( ) _______( sentido positivo)_______, mas _______(sentido positivo)__________b-( ) _______( sentido negativo)_______, mas _______(sentido negativo)_________c-( ) _______( sentido positivo)_______, mas _______(sentido negativo)__________d-( ) _______( sentido negativo)_______, mas _______(sentido positivo)__________6-Qual enunciado revela súplica?a-( ) - Tenha piedade senhor! - Oh, solte-me por favor! b-( ) - Seu Leão, esse favor, eu jamais esquecerei.c-( ) - Não sei, não sei majestade...d-( ) - Não se aflija meu amigo, aqui estou para salvá-lo.

Page 2: professorgilber.files.wordpress.com …  · Web viewO Leão e o Ratinho. Caía a tarde na selva. E ao longe pelos caminhos, ouvia-se a passarada que . regressava. a seus ninhos

7-No relato “Andava orgulhosamente, com passos lentos, pesados.”, a palavra grifada indica: a-( ) o lugar por onde andava o leão; b-( ) o tempo em que o leão andava; c-( ) o modo como o leão andava; d-( ) a intensidade que o leão andava8-No enunciado “Do que lhe serve matar-me! Pois veja bem, se me come, eu sou tão pequenininho, que mal posso matar-lhe a fome.”, a conjunção grifada:a-( ) conclui o que foi dito antes; b-( ) adiciona informação ao que foi dito antes; c-( ) opõe-se ao que foi dito antes; d-( ) explica o que foi dito antes9-No enunciado “E assim dizendo, o ratinho correu e muito feliz entrou no seu buraquinho.”, o advérbio grifado intensifica a palavra:a-( ) ratinho; b-( ) correu; c-( ) feliz; d-( ) entrou10-Qual enunciado revela que o personagem interlocutor recebeu uma forma de tratamento inferiorizada na relação de poder?a-( )- Seu Leão, esse favor, eu jamais esquecerei.b-( ) - Não sei, não sei majestade...c-( ) - Tenha piedade senhor!d-( ) O que poderias fazer a meu favor, pobre amigo!11-No enunciado “E quanto mais se esforçava, mais a corda o enlaçava.”, temos uma relação de:a-( ) oposição entre o esforço do leão e o enlace da corda; b-( ) proporcionalidade/concomitância entre o esforço do leão e o enlace da corda; c-( ) finalidade do esforço do leão para obter o enlace da corda; d-( ) comparação do esforço do leão com o enlace da corda12-No enunciado “Nesse instante, o tal ratinho, que de longe tudo ouvia, chegou perto do leão, que urrando se debatia.”,  o pronome grifado é relativo, podendo ser substituído, a depender do contexto, por (o qual, a qual, os quais, as quais), e foi usado para não repetir a palavra: a-( ) instante; b-( ) ratinho; c-( ) longe; c-( ) leão13-No enunciado “Nesse instante, o tal ratinho, que de longe tudo ouvia, chegou perto do leão, que urrando se debatia.”,  o pronome grifado é relativo, podendo ser substituído, a depender do contexto, por (o qual, a qual, os quais, as quais), e foi usado para não repetir a palavra: a-( ) ratinho; b-( ) longe; c-( ) perto; d-( ) leão14-No enunciado “Caía a tarde na selva. E ao longe pelos caminhos, ouvia-se a passarada que regressava a seus ninhos.”, o pronome grifado é relativo, podendo ser substituído, a depender do contexto, por (o qual, a qual, os quais, as quais), e foi usado para não repetir a palavra: a-( ) tarde; b-( ) selva; c-( ) caminhos; d-( ) passarada15-No enunciado “E o leão tranquilamente, embrenhou-se na floresta. Entretanto, de repente, o pobre animal, caiu na rede de um caçador.”, a conjunção grifada estabelece uma relação adversativa descrita corretamente em:a-( ) o leão está em uma situação positiva e muda para outra situação positiva;b-( ) o leão está em uma situação negativa e muda para outra situação negativa;c-( ) o leão está em uma situação negativa e muda para uma situação positiva;d-( ) o leão está em uma situação positiva e muda para uma situação negativa;16- O pronome lhe é usado para não repetir determinadas palavras ou expressões. Identifique a que ou a quem se refere o pronome lhe nos trechos extraídos da fábula:a- “Do que lhe serve matar-me!”_______________________________________________b- “eu sou tão pequenininho, que mal posso matar-lhe a fome.”_______________________c- “Se puder, algum dia, ainda lhe pagarei.”_______________________________________d- “algum dia, hei de pagar-lhe...” ______________________________________________17-No enunciado “Espere. Fique tranquilo, pois vou tentar libertá-lo.”, a conjunção grifada:a-( ) conclui o que foi dito antes; b-( ) opõe-se ao que foi dito antes; c-( ) adiciona uma informação ao que foi dito antes; d-( ) explica o que foi dito antes18-Qual argumento defende respeito aos que aparentemente possuem menor força nas relações de poder?a-( ) “Tu mal aguenta contigo! O que poderias fazer a meu favor, pobre amigo!”b-( ) “- Seu Leão, esse favor, eu jamais esquecerei.”c-( ) “Muito obrigado ratinho. O que seria de mim sem tua ajuda, amiguinho!”d-( ) “...entretanto aprenda bem, não faça pouco dos fracos, confie neles também!”19-Substitua as palavras sublinhadas no texto-discurso por outras, buscando conservar o sentido do que foi dito.20-Produza um texto-discurso, dizendo o que você pensa sobre aqueles que menosprezam as pessoas de menor poder nas relações sociais.