95
Inessa Vieira Feliciano WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB ENCOMENDA: PESQUISA AÇÃO EM UMA EMPRESA DO SETOR METAL MECÂNICO DA GRANDE FLORIANÓPOLIS Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Departamento de Engenharia de Produção e Sistemas da Universidade Federal de Santa Catarina, como requisito parcial para a obtenção do título em Engenharia, área Elétrica, habilitação Produção Elétrica. Orientador: Prof.: Dr. Glauco Garcia Martins Pereira Silva Florianópolis 2017

WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB … · Inessa Vieira Feliciano WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB ENCOMENDA: PESQUISA AÇÃO EM UMA EMPRESA DO SETOR

  • Upload
    others

  • View
    1

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB … · Inessa Vieira Feliciano WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB ENCOMENDA: PESQUISA AÇÃO EM UMA EMPRESA DO SETOR

Inessa Vieira Feliciano

WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB

ENCOMENDA: PESQUISA AÇÃO EM UMA EMPRESA DO SETOR

METAL MECÂNICO DA GRANDE FLORIANÓPOLIS

Trabalho de Conclusão de Curso

apresentado ao Departamento de

Engenharia de Produção e Sistemas da

Universidade Federal de Santa Catarina,

como requisito parcial para a obtenção do

título em Engenharia, área Elétrica,

habilitação Produção Elétrica.

Orientador: Prof.: Dr. Glauco Garcia

Martins Pereira Silva

Florianópolis

2017

Page 2: WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB … · Inessa Vieira Feliciano WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB ENCOMENDA: PESQUISA AÇÃO EM UMA EMPRESA DO SETOR

Ficha de identificação da obra elaborada pelo autor, através do Programa de Geração Automática da Biblioteca Universitária da UFSC.

Vieira Feliciano, Inessa WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOBENCOMENDA : PESQUISA AÇÃO EM UMA EMPRESA DO SETORMETAL MECÂNICO DA GRANDE FLORIANÓPOLIS / InessaVieira Feliciano ; orientador, Glauco GarciaMartins Pereira Silva, 2017. 95 p.

Trabalho de Conclusão de Curso (graduação) -Universidade Federal de Santa Catarina, CentroTecnológico, Graduação em Engenharia de ProduçãoElétrica, Florianópolis, 2017.

Inclui referências.

1. Engenharia de Produção Elétrica. 2.Planejamento e Controle da Produção. 3. SobEncomenda. 4. Workload Control. 5. Liberação deOrdem. I. Garcia Martins Pereira Silva, Glauco. II.Universidade Federal de Santa Catarina. Graduação emEngenharia de Produção Elétrica. III. Título.

Page 3: WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB … · Inessa Vieira Feliciano WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB ENCOMENDA: PESQUISA AÇÃO EM UMA EMPRESA DO SETOR

Inessa Vieira Feliciano

WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB

ENCOMENDA: PESQUISA AÇÃO EM UMA EMPRESA DO SETOR

METAL MECÂNICO DA GRANDE FLORIANÓPOLIS

Este Trabalho de Conclusão de Curso foi, julgado adequado e aprovado,

em sua forma final, pelo curso de Graduação em Engenharia de Produção

Elétrica, da Universidade Federal de Santa Catarina.

Florianópolis, 09 de Junho de 2017.

________________________

Prof.ª Marina Bouzon, Drª.

Coordenadora dos Cursos de Graduação em Engenharia de

Produção e Sistemas

Banca Examinadora:

________________________

Prof. Glauco Garcia Martins Pereira Silva, Dr.

Orientador

Universidade Federal de Santa Catarina

________________________

Dante Luiz Juliatto, Dr.

Universidade Federal de Santa Catarina

________________________

Prof. Guilherme Ernani Vieira, Dr.

Universidade Federal de Santa Catarina

Page 4: WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB … · Inessa Vieira Feliciano WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB ENCOMENDA: PESQUISA AÇÃO EM UMA EMPRESA DO SETOR

2

Page 5: WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB … · Inessa Vieira Feliciano WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB ENCOMENDA: PESQUISA AÇÃO EM UMA EMPRESA DO SETOR

3

Este trabalho é dedicado a Deus, aos meus

pais, irmãos e aos queridos amigos que fiz durante a graduação.

Page 6: WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB … · Inessa Vieira Feliciano WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB ENCOMENDA: PESQUISA AÇÃO EM UMA EMPRESA DO SETOR

4

Page 7: WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB … · Inessa Vieira Feliciano WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB ENCOMENDA: PESQUISA AÇÃO EM UMA EMPRESA DO SETOR

5

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, pelo dom da vida, aos meus pais Maria

das Graças e Inácio aos meus irmãos Israel e Ramon (in memoriam), pelo amor

e apoio dedicados a mim em todas as etapas da minha vida.

Ao Professor Glauco Garcia Martins Pereira Silva, pela compreensão e

por ser sempre prestativo nas suas orientações.

À todos os colaboradores do Metalúrgica da Grande Florianópolis e, em

especial ao diretor Gilberto Rech, que gentilmente abriu as portas da sua

empresa para que pudesse realizar este trabalho.

À Universidade Federal de Santa Catarina e ao Estado brasileiro, por ter

permitido todo o processo de graduação, além de muitas oportunidades e

aprendizados durante o curso.

Ao corpo docente do curso de Engenharia de Produção e Sistemas, que

auxiliaram na minha profissionalização e aprendizado técnico-teórico.

Aos amados amigos do Grupo de Oração Universitário (GOU-UFSC),

as queridas irmãs do coração Karina Vieira e Jucilene Meurer, ao meu primo

Jailson Vieira e ao meu amigo de curso Igor Mateus de Lima Nunes.

Page 8: WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB … · Inessa Vieira Feliciano WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB ENCOMENDA: PESQUISA AÇÃO EM UMA EMPRESA DO SETOR

6

Page 9: WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB … · Inessa Vieira Feliciano WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB ENCOMENDA: PESQUISA AÇÃO EM UMA EMPRESA DO SETOR

7

RESUMO

Num mundo em que cada vez mais as pessoas buscam por produtos e serviços

singulares, empresas de pequeno e médio porte, procuram desenvolver

estratégias de mercado que satisfaçam seus consumidores de forma

diferenciada, tanto em relação a produtos e/ ou serviços. Nesse contexto,

adentra-se no ramo de produtos e serviços customizados, ou seja, produtos e

serviços que são feitos sob encomenda. Porém, as empresas sob encomendas

ou Make-to Order, enfrentam dificuldades em adotar métodos adequados para

o planejamento e controle da produção (PCP) que consigam equilibrar as

liberações de ordens dos pedidos dos clientes, possibilitando a entrega de

produtos/serviços nos prazos estabelecidos. No presente trabalho, através da

metodologia pesquisa ação, buscou-se solucionar os problemas de PCP de uma

empresa sob encomenda do ramo metalmecânico da Grande Florianópolis, com

base nos conceitos de Workload Control, estabelecendo critérios para a

liberação de ordens (Order Realese).Os resultados obtidos foram referentes aos

dias que utilizou-se o WLC para liberação das ordens, os quais foram divididos

por dia e por setor. As análises dos gráficos revelaram que nos resultados

diários, obteve-se entre 80% e 100% na execução das ordens liberadas para o

chão de fábrica, e quando analisou-se por setor, os melhores desempenhos

foram nos setores de fresa e CNC, que obtiveram seis e sete dias com 100% da

carga de trabalho completa, respectivamente. Portanto, os quadros de Controle

e Progresso diário e o Quadro de Acompanhamento dos trabalhos, foram

considerados boas ferramentas que resultaram em melhorias no controle da

produção e na disponibilização das informações.

Palavras-chave: MTO, sob encomenda, PCP, Workload Control, Liberação de

Ordem.

Page 10: WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB … · Inessa Vieira Feliciano WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB ENCOMENDA: PESQUISA AÇÃO EM UMA EMPRESA DO SETOR

8

Page 11: WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB … · Inessa Vieira Feliciano WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB ENCOMENDA: PESQUISA AÇÃO EM UMA EMPRESA DO SETOR

9

ABSTRACT

In a world where more and more people are looking for unique products and

services, small and medium-sized companies seek to develop market strategies

which come to satisfy the needs of the customer in every particular way, either

with products or services. In this context, it is relevant to mention the

customized products and services field, which means, products and serviços

ordered to perfect suit the customer’s needs. However, the companies which

take orders or Make-to Order, face difficulties in order to elect suitable

methods for planning and controlling the production (PPC) that can balance the

orders releases of the customers, allowing the delivery of products or services

within the established deadlines. In this parperwork, throughout the action

research methodology, we aimed to solve the PPC problems of a company

which accepts costumer’s orders in the metalworking field in the city of

Florianópolis and surrounding towns, based on the concepts of Workload

Control, establishing order realese criteria. The results obtained were related to

the days when the WLC was used to release the orders, which were divided by

day and by sector. The analysis of the graphs showed that in the daily results,

80% and 100% were obtained in the execution of the orders released to the

plant floor, and when analyzed by sector, the best performances were in the

milling and CNC sectors, which obtained six and seven days with 100% of the

complete workload, respectively. Therefore, the Daily Control and Progress

tables and the Work Monitoring Chart were considered good tools that resulted

in improvement in production control and information availability.

Keywords: MTO, Custom Order, PPC, Workload Control, Order Release.

Page 12: WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB … · Inessa Vieira Feliciano WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB ENCOMENDA: PESQUISA AÇÃO EM UMA EMPRESA DO SETOR

10

Page 13: WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB … · Inessa Vieira Feliciano WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB ENCOMENDA: PESQUISA AÇÃO EM UMA EMPRESA DO SETOR

11

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - PCP e Sistema produtivo sob encomenda ....................................... 26 Figura 2 - Fluxo das informações e PCP .......................................................... 29 Figura 3 - Estrutura básica do WLC ................................................................ 31 Figura 4 - Curva Normal ou Gaussiana............................................................ 33 Figura 5 - Estruturação para condução da pesquisa ação ................................. 36 Figura 6 - Etapas para a coleta de dados .......................................................... 41 Figura 7 - Fluxo de Processo Base ................................................................... 42 Figura 8- Fluxo de Processo Base para Inox .................................................... 43 Figura 9 - Ordem de Produção ......................................................................... 45 Figura 10 - Padronização dos Cartões .............................................................. 47 Figura 11 - Carregamento de Carga ................................................................. 48 Figura 12 - Uso da Tabela de Distribuição Normal -A(z) = P(Z≤ z) ............... 50 Figura 13- Representação no quadro dos tempos reservas por meio dos cartões

......................................................................................................................... 52 Figura 14 - Planilha para a Documentação da programação das Ordens ......... 54 Figura 15 - Quadro de Controle de Progresso Diário....................................... 55 Figura 16 - Quadro Pronto do Controle de Progresso do Trabalho.................. 56 Figura 17 - Legenda do Quadro Controle do Progresso do Trabalho .............. 56 Figura 18 - Controle de Execução dos Trabalhos ............................................ 57 Figura 19 - Quadro de Acompanhamento dos trabalhos .................................. 58 Figura 20 - Quadro Pronto de Acompanhamento dos trabalhos ...................... 59 Figura 21 - Controle de Carregamento de Carga por Setor .............................. 62 Figura 22 - Gráfico Percentual da Execução das Ordens por Dia .................... 63

Page 14: WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB … · Inessa Vieira Feliciano WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB ENCOMENDA: PESQUISA AÇÃO EM UMA EMPRESA DO SETOR

12

Page 15: WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB … · Inessa Vieira Feliciano WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB ENCOMENDA: PESQUISA AÇÃO EM UMA EMPRESA DO SETOR

13

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Tempos das coletas de dados .......................................................... 37 Tabela 2 - Frequência dos Tempos em cada Setor ........................................... 47 Tabela 3 - Serviços Urgentes de duas semanas ................................................ 49 Tabela 4 - Cálculo das horas a serem reservadas para os setores..................... 51

Page 16: WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB … · Inessa Vieira Feliciano WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB ENCOMENDA: PESQUISA AÇÃO EM UMA EMPRESA DO SETOR

14

Page 17: WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB … · Inessa Vieira Feliciano WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB ENCOMENDA: PESQUISA AÇÃO EM UMA EMPRESA DO SETOR

15

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Tempos das operações em cada Setor em Janeiro de 2017 ............ 46 Quadro 2 - Percentual das Ordens Executadas por Dia ................................... 61

Page 18: WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB … · Inessa Vieira Feliciano WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB ENCOMENDA: PESQUISA AÇÃO EM UMA EMPRESA DO SETOR

16

Page 19: WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB … · Inessa Vieira Feliciano WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB ENCOMENDA: PESQUISA AÇÃO EM UMA EMPRESA DO SETOR

17

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

CEM Customer Enquire Management CNC Comando Numérico Computadorizado

CPF Cadastro de Pessoas Físicas

DD Due ouDelivery Date EDD Earliest Due Date

ERP Enterprise Resource Planning

JIT Just-in-Time

Lean Lean Manufacturing

MTO Make-to-Order

MTS Make-to-stock

MRP Material Requirements Planning

MRP-II Manufacturing Resource Planning

OR Order Release

PCP Planejamento e Controle da Produção

PMP Plano-Mestre de Produção

PRD Planned Release Date

SR Strike Rate

TSM Toyota Service Management

WLC Workload Control

WIP Work-in Process

Page 20: WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB … · Inessa Vieira Feliciano WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB ENCOMENDA: PESQUISA AÇÃO EM UMA EMPRESA DO SETOR

18

Page 21: WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB … · Inessa Vieira Feliciano WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB ENCOMENDA: PESQUISA AÇÃO EM UMA EMPRESA DO SETOR

19

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ................................................................................... 21 1.1 PROBLEMATIZAÇÃO E JUSTIFICATIVA DA PESQUISA ......................... 21

1.2 OBJETIVOS ...................................................................................................... 23

1.2.1 Objetivo Geral .................................................................................................. 23

1.2.2 Objetivos Específicos ....................................................................................... 23

1.2.3 Estrutura do Trabalho .................................................................................... 23

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ..................................................... 25 2.1 EMPRESAS SOB ENCOMENDA .................................................................... 25

2.1 PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO (PCP) ........................... 27

2.2 WORKLOAD CONTROL ................................................................................ 30

2.2.1 Gestão de Pedido de Clientes (CEM) ............................................................. 32

2.2.2 Liberação de Ordens (OR) .............................................................................. 32

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ..................................... 35 3.1 ENQUADRAMENTO METODOLÓGICO ...................................................... 35

3.2 MÉTODO .......................................................................................................... 35

3.3 UNIDADE DE ANÁLISE ................................................................................. 38

4 DESENVOLVIMENTO ..................................................................... 40 4.1 COLETA DE DADOS ....................................................................................... 41

4.1.1 Identificação do Fluxo Base ............................................................................... 41

4.1.2 Tempos das Operações ....................................................................................... 46

4.2 GESTÃO DE PEDIDO DE CLIENTES E TAXA DE STRIKE .......................... 48

4.2.1Definição de Tempo Reserva .............................................................................. 49

4.3 ELABORAÇÃO DO QUADRO DE GESTÃO DAS ORDENS ........................ 52

4.4 ANÁLISES E RESULTADOS DA IMPLANTAÇÃO DO QUADRO .............. 59

4.4.1 Análises Qualitativas ....................................................................................... 59

4.4.2 Análises Quantitativas ..................................................................................... 60

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................. 65 5.1 RECOMENDAÇÕES A FUTUROS TRABALHOS ......................................... 66

REFERÊNCIAS .................................................................................. 67

APÊNDICE A – MEDIÇÃO DOS TEMPOS E FLUXOS DOS

PROCESSOS DAS FAMÍLIAS DOS PRODUTOS BASE .............. 70

APÊNDICE B – PADRÃO DAS ORDENS LIBERADAS............... 76

APÊNDICE C – QUADRO DOS TEMPOS DOS TRABALHOS

DOS SETORES REFERENTES AO MÊS DE JANEIRO .............. 79

ANEXO A – FICHA PARA ORDENS DE

PRODUÇÃO/SERVIÇOS .................................................................. 84

ANEXO B –TABELA DA DISTRIBUIÇÃO NORMAL PADRÃO

ACUMULADA .................................................................................... 85

ANEXO C – DOCUMENTOS DA PROGRAMAÇÃO DO

QUADRO ............................................................................................. 86

Page 22: WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB … · Inessa Vieira Feliciano WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB ENCOMENDA: PESQUISA AÇÃO EM UMA EMPRESA DO SETOR

20

Page 23: WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB … · Inessa Vieira Feliciano WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB ENCOMENDA: PESQUISA AÇÃO EM UMA EMPRESA DO SETOR

21

1. INTRODUÇÃO

Cada vez mais as pessoas buscam por produtos e serviços singulares,

que se adequam as suas necessidades, isto propicia a exploração desse nicho de

mercado que atendem essa demanda.

De acordo com Pancotto et al. (2017), parte das micros, pequenas e

médias empresas buscam desenvolver estratégias de mercado que satisfaçam

seus consumidores de forma diferenciada, tanto em relação a produtos e/ ou

serviços. Nesse contexto, adentra-se no ramo de produtos e serviços

customizados, ou seja, produtos e serviços que são feitos sob encomenda.

Empresas que atendem esse mercado apresentam características

particulares em seu processo de produção, devido à alta variedade dos produtos

e lotes geralmente pequenos, e muitas vezes unitários que desencadeiam

processos muito aleatórios no chão de fábrica.

Diante disso, essas empresas necessitam de métodos adequados e

diferenciados de planejamento e controle da produção (PCP) que consigam

atender à demanda do mercado de uma maneira rápida e eficiente,

possibilitando que estas possam competir no mercado.

De acordo com Thürer et al. (2014), muitas empresas conseguem

controlar a produção por meio da implementação das técnicas de planejamento

e controle lean, porém pequenas e médias empresas sob encomenda, não tem

muito êxito.

No entanto, para alguns estudiosos como Hendry (2005), o

planejamento e controle da produção tem maior relevância a partir dos

conceitos e abordagens de Workload Control (WLC) - controle de carga de

trabalho, pois dispõe de maiores recursos em comparação com as outras

alternativas, para empresas do tipo make-to-order (MTO) ou sob encomenda.

1.1 PROBLEMATIZAÇÃO E JUSTIFICATIVA DA PESQUISA

Um dos problemas enfrentados por empresas sob encomenda é a

dificuldade em estabelecer uma previsão de demanda consistente,

consequentemente, é incerto saber sobre sua capacidade de produção, em um

determinado período. Para Thürer et al. (2014),o principal desafio é encontrar

um equilíbrio entre a taxa de entrada de ordens e a taxa de saída, de maneira a

garantir o ciclo de produção no chão de fábrica, e a entrega das encomendas

confirmadas em tempo hábil.

De fato, a falta de uma previsão da demanda com um grau de

assertividade considerado confiável, implica em desajuste na capacidade de

produção, o excesso de demanda aumenta o ciclo de produção, elevando os

níveis de work-in process (WIP), atrasando as entregas das encomendas, ou

quando há a diminuição do ciclo, tem-se então o desperdício de recursos

Page 24: WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB … · Inessa Vieira Feliciano WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB ENCOMENDA: PESQUISA AÇÃO EM UMA EMPRESA DO SETOR

22

provocado pelo mau uso da estrutura produtiva ou de equipamentos

(KORYTKOWSKI, 2006).

Muitas empresas para planejamento e controle de seus processos

produtivos utilizam os conceitos de lean, obtendo em sua grande maioria

sucesso no ajuste entre demanda e capacidade produtiva. Porém, de acordo

com Thurer et al. (2014), quando se trará de empresas que atendem o mercado

sob encomenda, em que seus processos produtivos são do tipo job shop,

caracterizado pelo alto grau de variedade de produtos e baixo volume, os

conceitos de lean não geram resultados esperados. Para ele a alternativa eficaz

para essas empresas alcançarem o lean são os conceitos de WLC, pois integra

o gerenciamento de pedido do cliente, incluindo regras de definição de datas de

vencimento, acompanhadas do controle de ordem, de forma a nivelar a

demanda e a produção em tempo, quando o trabalho não é padronizado e não é

possível sincronizar os fluxos no chão de fábrica.

Levando em consideração a exposição, este é um trabalho de engenharia

de produção, que tem objetivo dar suporte ao planejamento e controle da

produção de uma empresa sob encomenda de médio porte, do ramo da

indústria metalmecânico, localizada na cidade de São José-SC na grande

Florianópolis.

Assim, como a maioria das empresas sob encomenda, ela enfrenta

dificuldades em equilibrar as liberações de ordens dos pedidos dos clientes, e

como forma de dar suporte ao PCP, elaborou-se a construção e a implantação

de um quadro físico com base nos conceitos de WLC.

Page 25: WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB … · Inessa Vieira Feliciano WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB ENCOMENDA: PESQUISA AÇÃO EM UMA EMPRESA DO SETOR

23

1.2 OBJETIVOS

1.2.1 Objetivo Geral

Implantar um sistema para controle e programação da produção, de

acordo com os conceitos sob encomenda, em uma Metalúrgica da Grande

Florianópolis.

1.2.2 Objetivos Específicos

a) Mapear os processos de produtos e sintetizar através deste um

processo base de produtos e serviços;

b) Mensurar a carga limite de trabalhos que podem ser lançados para o

chão de fábrica;

c) Estabelecer um método de gerenciamento visual do quadro;

d) Avaliar os resultados obtidos com a implantação do quadro.

1.2.3 Estrutura do Trabalho

O trabalho encontra-se dividido em 5 capítulos: o presente capítulo

apresenta a contextualização, problematização, justificativa do estudo, também

contempla os objetivos da pesquisa e a organização global do trabalho.

No capítulo 2 é feita uma revisão da literatura sobre os principais temas

que norteiam esse trabalho: PCP, desafios das empresas sob encomenda na

programação e controle de produção, e os conceitos de Workload Control, e

este como ferramenta para a programação e controlo de ordens na produção.

O capítulo 3 descreve a metodologia, os procedimentos adotados, o

método aplicado, para o desenvolvimento do trabalho, unidade de análise,

limitação e delimitação do tema.

No capítulo 4 são apresentadas as etapas da coleta dos dados,

apresentado o fluxo sintetizado dos processos, como forma de auxílio na

elaboração das ordens de produção. Em seguida é limitada a carga de trabalho

que vai para o chão de fábrica, através de uma análise estatística dos serviços e

da Distribuição Normal, para cálculo de horas reservadas para serviços

urgentes. Também neste capítulo é descrito a elaboração do quadro, os

procedimentos de implantação, e as análises prévias.

Finalmente, as conclusões do trabalho são apresentadas no capítulo 5 com uma contextualização dos resultados aos objetivos propostos, bem como

as contribuições e sugestões para trabalhos futuros.

Page 26: WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB … · Inessa Vieira Feliciano WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB ENCOMENDA: PESQUISA AÇÃO EM UMA EMPRESA DO SETOR

24

Page 27: WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB … · Inessa Vieira Feliciano WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB ENCOMENDA: PESQUISA AÇÃO EM UMA EMPRESA DO SETOR

25

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A fundamentação teórica se baseia nos estudos sobre empresas sob

encomenda, as quais têm como prioridade a entrega dos pedidos dos clientes na

data confirmada. Para isso, as empresas devem contemplar meios eficientes de

planejamento e controle da produção, que resultem num equilíbrio de entrada e

saída dos pedidos no chão de fábrica.

Um dos meios já confirmados como satisfatório na literatura, abordado

neste capítulo, são os conceitos de Workload Control, os quais se concentram

na gestão de clientes e na liberação de ordens.

2.1 EMPRESAS SOB ENCOMENDA

Os sistemas produtivos são classificados de acordo com as

características inerentes a eles, a complexidade das atividades de planejamento

e controle, a maneira como se organizam para atender a demanda.

Desta forma, têm-se as classificações: i) sistemas contínuos, são aqueles

de alta uniformidade na produção e demanda, os produtos/serviços são

interdependentes, não conseguindo identificar e separá-los na

produção/serviços, também são facilmente automatizados; ii) sistemas em

massa, produção em grande escala seus produtos são altamente padronizados,

porém não são passíveis de serem automatizados, necessitam de mão-de-obra

especializada; iii) sistemas em lotes, apresenta volume de produção/serviços

médio, são sistemas de bens e serviços padronizados em lotes repetitivos; iv)

sistemas sob encomenda, são voltados para o atendimento da necessidade dos

cliente, consiste em demandas baixas e alta variedade na produção (TUBINO,

2009). Como a essência do trabalho é sobre as empresas sob encomendas, será

melhor descrito esse sistema de produção.

Ainda para o autor esses sistemas tendem a se organizar em centros de

produção, como representados na figura 1, com foco na função executada.

Page 28: WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB … · Inessa Vieira Feliciano WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB ENCOMENDA: PESQUISA AÇÃO EM UMA EMPRESA DO SETOR

26

Figura 1 - PCP e Sistema produtivo sob encomenda

Fonte: Tubino (2009, p.12)

As empresas sob encomenda, ou do tipo make-to-order, de acordo com,

Hendry et al. (1998) são classificadas por produzirem alta variedade de

produtos, com volume muito baixo. Torres e Fernandes (2005) ressaltam, que o

modelo make-to-order não apresenta estoques de produtos finais, eliminando

os custos de armazenagens de seus produtos, em relação aos prazos para

entrega estes são combinados de antemão com o cliente, e o produto torna-se

customizado conforme suas necessidades.

Nesse sentido, Noorwali (2014) ratifica o exposto anteriormente e

ressalta outras características importantes sobre as empresas sob encomenda

que são o inventário que apresenta um baixo nível, devido ao fato de as

encomendas serem enviadas aos clientes após a produção; o custo que tem um

sistema flexível nas linhas de produção, isso ajuda a redução de custos extras; a

produção com cronograma de produção mais variável e flexível ao mix de

produção; as demandas estabelecidas com base nos requisitos do cliente; e o

agendamento, pois o desempenho da chave principal está na taxa de entrega de

tempo.

Elas, por sua vez, dependem dos pedidos dos clientes que procuram por

produtos customizados, que atendem suas necessidades. Nesse sentido, o start da fabricação dos produtos se dá quando existe a confirmação do pedido por

parte do cliente. Em relação ao chão de fábrica, o autor ressalta:

Page 29: WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB … · Inessa Vieira Feliciano WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB ENCOMENDA: PESQUISA AÇÃO EM UMA EMPRESA DO SETOR

27

(...) à configuração do chão de fábrica destas empresas

muitas vezes têm de fazer malabarismos, pois apresentam

um conjunto diversificado de especificações de ordens.

Um dos principais desafios que enfrentam é encontrar um

equilíbrio entre a entrada taxa de ordens e a sua

capacidade (isto é, a taxa de saída) para garantir que a

produção permaneça operando simultaneamente,

enquanto entregam-se as encomendas confirmadas em

tempo hábil (THÜRER et al., 2014, p. 463).

O planejamento e controle da produção das empresas, segundo Souza et al.(2010), tem seu foco na execução das ordens de produção e no desempenho

delas, como por exemplo, o tempo médio de resposta e a média de atraso das

ordens.

Em relação ao mercado, o autor ressalta que as empresas sob encomenda

têm como prioridade competitiva o curto lead-time de entrega, e para isso

necessitam organizar-se de modo a estabelecer a locação de suas demandas de

maneira especial em suas operações, e assim, serão capazes de fazer seus

negócios.

2.1 PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO (PCP)

O Planejamento e Controle da Produção (PCP),é definido segundo

Tubino (2009, p.1), "(...) como setor de apoio, dentro do sistema produtivo".

Entende-se por sistema produtivo, a transformação de insumos (entradas) em

produtos (saídas), por meio de um processo. Ainda no que se refere à definição

do PCP, Russomano (2000) ressalta que este é uma função de apoio de

coordenação das várias atividades conforme o planejamento da produção, de

forma que os programas pré-estabelecidos sejam atendidos de acordo com os

prazos e quantidades requeridos.

De acordo com Tubino (2009), o PCP dentro de suas atribuições no

sistema produtivo desenvolve quatro funções base:

Planejamento Estratégico da Produção: estabelece um plano de

produção num período de longo prazo, de acordo com estimativas de

vendas para o mesmo período. Nessa função o plano não é muito

detalhado, pois consiste em analisar os recursos financeiros e

produtivos disponíveis de forma a adequá-los à demanda;

Planejamento-mestre da Produção: consiste em estabelecer um

plano-mestre de Produção (PMP) de produtos finais, nessa função o

plano é detalhado a médio prazo, período a período, de acordo com o

Plano de Produção, com base nas previsões de vendas a médio

prazo, ou nos pedidos confirmados em carteira. Também nessa fase

Page 30: WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB … · Inessa Vieira Feliciano WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB ENCOMENDA: PESQUISA AÇÃO EM UMA EMPRESA DO SETOR

28

são identificados os possíveis gargalos, refazendo-o até chegar num

PMP viável;

Programação da Produção: é estabelecida a curto prazo, baseia-se no

PMP, nas informações do controle de estoques e de Engenharia,

nessa função define-se o que comprar, o que produzir ou montar de

cada item necessário à composição dos produtos finais. Também é

responsável de fazer o sequenciamento das ordens emitidas;

Acompanhamento e Controle da Produção: consiste na coleta e

análise de dados, com objetivo de estabelecer uma ligação entre os

planos de produção e a execução dele no chão de fábrica, de maneira

a identificar as anomalias e os desvios em relação ao previsto,

possibilitando as medidas corretivas o quanto antes.

Para Fernandes e Godinho (2010), dependendo do nível de desvios em

relação ao que foi previsto no PMP, ou da severidade do problema identificado

no sistema de produção, tem-se a possibilidade de optar pela reprogramação

dos planos, revisando todo o programa de produção, definindo novas datas para

as ordens e realocando o atraso. A seguir na figura 2, tem-se a visão geral das

funções do PCP.

Page 31: WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB … · Inessa Vieira Feliciano WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB ENCOMENDA: PESQUISA AÇÃO EM UMA EMPRESA DO SETOR

29

Figura 2 - Fluxo das informações e PCP

Fonte: Tubino (2009, p.3)

Existem alguns modelos de gerenciamento de PCP, cada um com

vantagens e limitações, dentre eles está o MRP (Material Requirements

Planning ou planejamento das necessidades de materiais), bem como seu

desdobramento o MRP-II (Manifacturing Resource Planning, ou planejamento

dos recursos de manufatura), definidos como sistemas de gerenciamento

computadorizados e visam fornecer informações por meio de registros diários

alimentados por diversos setores da empresa e por previsões (MATOS et al., 2014).

De acordo com Tubino (2009), esses sistemas não executam rotinas

básicas, como por exemplo, o planejamento-mestre e o cálculo das

necessidades de materiais, essas funções estão a cargo dos atuais sistemas ERP

(Enterprise Resource Planning, ou planejamento de recursos de empresa) que

Page 32: WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB … · Inessa Vieira Feliciano WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB ENCOMENDA: PESQUISA AÇÃO EM UMA EMPRESA DO SETOR

30

gerenciam e operam as funções executadas pelo PCP, por meio de pacotes

comerciais de software.

O Just-in-Time (JIT) que tem como significado “tempo exato”, também

conhecido como Sistema Toyota de Produção, desenvolvido inicialmente no

Japão na década de 70, teve por objetivo aumentar a qualidade e a flexibilidade

da linha de produção, eliminando os estoques e efetuando as entregas no

momento exato (MATOSet al., 2014).

Segundo Vollmannet et al. (2006), o JIT é uma filosofia que tem por

definição a produção de bens somente quando existe a necessidade,

eliminando assim os desperdícios, a redução de custos e de não conformidades.

Nesse sentido, Kaminski (2010) ressalta que uma das principais

características do sistema JIT é a produção puxada, nela os componentes são

solicitados conforme a necessidade, são entregues diretamente na linha,

obtendo a otimização dos processos produtivos, eliminação os estoques até se

extinguirem e, consequentemente, a redução de custo de armazenagem,

transporte e imobilizado.

2.2 WORKLOAD CONTROL

O Workload Control (WLC) é um sistema de Planejamento e Controle

da Produção, voltado especialmente para as empresas sob encomenda, em que

se tem uma grande variedade produto e uma demanda baixa. Segundo Thürer

(2014), o WLC oferece às empresas MTO ou sob encomenda muitos dos

benefícios das técnicas do lean (lean manufacturing ou manufatura enxuta), as

quais possibilitam o nivelamento da demanda e produção ao longo do tempo,

quando o trabalho não é normalizado e, quando não é possível sincronizar o

fluxo das operações no chão de fábrica.

Battaglia (2016), diz que o principal objetivo do WCL é o de controlar

as filas de espera no chão de fábrica, respeitando as datas de entrega

prometidas com base nos recursos disponíveis. Prossegue o autor, esse controle

se estabelece por meio da análise dos tempos de atravessamento (tempo de

uma ordem de produção que é liberado ao chão de fábrica até o momento no

qual o produto torna-se disponível ao cliente) das ordens, comparando-se as

datas de entrada e saída dos pedidos e o inventário em processo. Segundo

Facchin e Sellitto (2008), o inventário em processo ou Work in Process (WIP)

são os materiais já liberados para a manufatura, mas que estão aguardando as

respectivas ordens, as quais ainda não foram concluídas. O WCL apresenta uma estrutura hierarquia de cargas de trabalho

dividida em 3 (três) níveis: i) carga de trabalho do chão de fábrica ou WIP; ii)Carga

de trabalho planejada: É formada por todas as ordens

aceitas; portanto essa carga inclui a carga de trabalho do

Page 33: WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB … · Inessa Vieira Feliciano WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB ENCOMENDA: PESQUISA AÇÃO EM UMA EMPRESA DO SETOR

31

chão de fábrica (WIP) e a carga de trabalho formada pelas

ordens vindas do planejamento de mais alto nível que já

foram aceitas (pre-shop pool); e; iii) Carga de trabalho

total: é formada por todas as ordens aceitas somadas a

uma porcentagem que reflete a probabilidade da empresa

conseguir novos pedidos. Essa probabilidade, baseada no

histórico da empresa em ganhar novos pedidos, é

chamada na literatura internacional a respeito de WLC de

strike rate (THÜRER; GODINHO, 2012 p.45).

Nesse sentido de estruturação do WLC,existem ainda dois níveis de

controle: o CEM (Customer Enquire Management, gestão de pedidos de

clientes) e a OR (Order Release, liberação de ordens), (THÜRER;

GOLDINHO, 2012). Na figura 3, está representada a estrutura do WLC.

Figura 3 - Estrutura básica do WLC

Fonte: Thürer; Godinho (2012, p.45) adaptado de Kingsman; Tatsiopoulos; Hendry

(1989).

Page 34: WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB … · Inessa Vieira Feliciano WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB ENCOMENDA: PESQUISA AÇÃO EM UMA EMPRESA DO SETOR

32

2.2.1 Gestão de Pedidos de Clientes (CEM)

ACEM controla a carga de trabalhos que deverão ser liberados para o

chão defábrica, estabelecendo um equilíbrio entre a capacidade necessária e a

disponível ao longo do tempo, para que estes sejam executados de forma

rentável e pontual (KINGSMAN 2000).

Segundo Thürer et al. (2014), a CEM tem por função apoiar os gestores

nos seus esforços para coordenar as funções de venda e produção, superando os

possíveis conflitos que possam existir entre eles, por exemplo, a função de

vendas procurar maximizar as receitas enquanto a produção trabalho com um

fluxo de carga, com elevado atraso e longos prazos de entrega. Nesse sentido,

Melnyk et al. (1991), ressaltam que a CEM atua como um primeiro filtro que

pré-seleciona a carga de trabalho planejada.

A CEM possui três princípios interdependentes, os quais objetivam

nortear a programação da produção: a) programação avançada (ajuste de data

de vencimento),uma data de vencimento é determinada internamente e a partir

disso a capacidade é planejada e controlada ao longo do tempo; b)

programação para trás (data de vencimento): a viabilidade de uma data de

vencimento especificada externamente(pelo cliente) é avaliada e a capacidade é

planejada e controlada ao longo do tempo;e c) análise da taxa de Strike: a

probabilidade de se obter novos pedidos, ou de ganhar uma proposta para um

conjunto específico de resultados (por exemplo, data de vencimento e preço) é

avaliada usando dados históricos (THÜRER et al., 2014).

2.2.2 Liberação de Ordens (OR)

A OR é o segundo nível de controle de carga de trabalho no chão de

fábrica. Esse mecanismo libera ordens para o chão de fábrica de modo que a

carga de trabalho mantenha um nível constante de trabalho no chão de fábrica e

que as datas de entrega (DD) sejam cumpridas.

Para Thürer e Godinho (2012), existem dois tipos de mecanismos de

liberação de ordem estritamente ligados ao WLC que são:

Periódico: são liberadas em intervalos de tempos periódicos, por

exemplo, uma sua vez ao dia, ou uma vez na semana, etc. Tal método,

obedece a regras tradicionais para a liberação de ordens do pre-shop

pool: EDD (Earliest Due Date, Data de entrega mais cedo), PRD

(Planned Release Date, menor folga ou Data de Liberação Planejada).

Contínuo: libera as ordens do pre-shop pool de forma contínua, isso

significa que a qualquer momento pode haver um a liberação de um

novo pedido. Essa por sua vez, também obedece as mesmas regras da

liberação periódica, ou seja, EDD e PRD.

Page 35: WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB … · Inessa Vieira Feliciano WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB ENCOMENDA: PESQUISA AÇÃO EM UMA EMPRESA DO SETOR

33

As liberações de ordens são limitadas pela carga de trabalho total que

segundo Thürer e Godinho (2012), “é formada por todas as ordens aceitas

somadas a uma porcentagem que reflete a probabilidade da empresa conseguir

novos pedidos”. Os novos pedidos para eles podem, ser calculados por uma

taxa baseada em dados históricos da empresa, a qual é chamada na literatura

internacional a respeito de WLC de Strike Rate (SR). No referido trabalho foi

calculada essa taxa, utilizando a distribuição Normal.

A distribuição normal é a mais importante das distribuições de

probabilidades, também é conhecida como a “curva em forma de sino”,

formada pelas associações dos erros de mensuração. A mensuração de

determinada grandeza quando repetida, mesmo com aparelho equilibrado não

se chegam ao mesmo resultado. Pelo contrário, resulta um conjunto de valores

que oscilam, de forma aproximadamente simétrico, ao redor do valor

verdadeiro (CORREIA, 2003).

A partir desses valores fazendo um histograma, gera-se uma figura com

forma aproximadamente simétrica, denominada curva normal ou também como

é conhecida gaussiana, apresentada na figura 4.

Figura 4 - Curva Normal ou Gaussiana

Fonte: Correia (2003, p.88)

A distribuição normal tem sua função de densidade de probabilidade

dada por: 2

2

( )

2 (1)1

( ) 2

X

f x e

Onde:

: média da distribuição;

: desvio padrão;

X: variável aleatória.

Page 36: WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB … · Inessa Vieira Feliciano WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB ENCOMENDA: PESQUISA AÇÃO EM UMA EMPRESA DO SETOR

34

Page 37: WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB … · Inessa Vieira Feliciano WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB ENCOMENDA: PESQUISA AÇÃO EM UMA EMPRESA DO SETOR

35

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

3.1 ENQUADRAMENTO METODOLÓGICO

Na presente seção, será apresentado o enquadramento da pesquisa, em

relação à: objetivo da pesquisa, natureza da pesquisa, lógica da pesquisa,

técnica de coleta de dados e técnica de análise de dados.

Objetivo da pesquisa: é aplicar uma pesquisa exploratória, para

facilitar maior familiaridade do autor com a implantação de um

sistema de controle e programação da produção, de acordo com os

conceitos sob encomenda em uma Metalúrgica da Grande

Florianópolis. Aplica-se, também, uma pesquisa explicativa para

identificar os fatores que determinam ou contribuem para a

ocorrência dos fenômenos que dificultam ou favorecem esta

implantação.

Natureza da pesquisa: é quantitativa, pois analisa as informações

por meio de dados quantitativos como os destacados nos Apêndices

C e D; e qualitativa, a fim de demonstrar os dados qualitativos

apresentados no Apêndice E;

A lógica da pesquisa: considera-a dedutiva, pois parte da premissa

que as empresas MTO ou sob encomenda, têm melhorias em seu

PCP com a utilização dos conceitos do WLC chegando-se a

conclusão que estes também são aplicáveis a empresa em estudo;

Técnica de coleta de dados: refere-se à apresentação de dados

primários coletados durante o período do estágio e através de uma

entrevista (Apêndice B) para identificar os pontos positivos e

negativos das mudanças implantadas;

Técnica de análise de dados:as análises são quantitativas, com as

analises gráficas relacionadas à liberação de ordens e qualitativas

através de um questionário sobre a utilização dos quadros.

3.2 MÉTODO

O objetivo do método é criar uma estratégia para obter elementos que

possibilitem a utilização do quadro físico na empresa em estudo, com o intuito

de melhorar seu PCP, cujo processo produtivo é sob encomenda, baseado nos

conceitos de Workload Control. Sendo assim, utilizou-se o método de Pesquisa

Ação, como instrumento de pesquisa. A figura 5 representa a estrutura deste

método.

Page 38: WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB … · Inessa Vieira Feliciano WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB ENCOMENDA: PESQUISA AÇÃO EM UMA EMPRESA DO SETOR

36

Figura 5 - Estruturação para condução da pesquisa ação

Fonte: Mello et al. (2012) adaptado de Westbrook (1995), Coughlan e Coghlan (2002)

e Thiollent (2007)

A fase inicial é de planejar a pesquisa ação dividida em três etapas: a

definição do contexto e propósito da pesquisa, estrutura conceitual-

teórica e seleção da unidade de análise e técnicas de coleta de dados.

O contexto abordado é de uma pesquisa dos conceitos do WLC para

a implantação de um quadro físico para suporte de PCP, a seleção da

unidade de análise é uma empresa de metalmecânico de São José, a

qual tem por sistema produtivo o tipo sob encomenda, objeto deste

estudo. Como meios para traçar essa estratégia, procurou-se estudar

os conceitos base do WLC e os elementos chaves, que são Gestão de

Pedidos de Clientes (Customer Enquire Management- CEM) e a

Liberação de Ordem (Order Release – OR) e consequentemente a

elaboração da programação da produção.Ainda para fins de

planejamento, fez-se um mapeamento dos processos de itens

representantes de determinadas famílias, tendo como resultado os

tempos de processos de cada setor e o lead time do produto,

utilizando o MSExcel 2010. Obteve-se por meio do mapeamento, os

fluxos dos processos os quais resultaram num fluxo base, elaborado

no software Bizagi Process Modeler. Como a empresa em estudo

tem seu processo produtivo sob encomenda, o fluxo indica os caminhos, ou seja, os processos que determinado produto deverá

passar, mesmo que este não pertença a nenhuma família e assim

estimar um tempo para cada processo. Também o fluxo base servirá

de apoio na construção das ordens de produção dentro do sistema de

Gestão CoreBusiness.

Page 39: WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB … · Inessa Vieira Feliciano WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB ENCOMENDA: PESQUISA AÇÃO EM UMA EMPRESA DO SETOR

37

A coleta de dados foi a etapa seguinte, buscou-se informações da

carga de trabalho de cada setor num período de um mês, e com isso

estabelecer intervalos de tempos que farão parte dos elementos

visuais do quadro, Quadro de Controle de Progresso Diário.

Também obteve-se informações sobre os pedidos urgentes num

período de duas semanas, para o cálculo das Strike Rate (SR) por

meio da Distribuição de Normal, que será utilizada para os critérios

de liberação de ordens. Aqui nessa fase foi utilizado o MSExcel 2010, para organização e cálculos estatísticos e probabilísticos. Por

fim, coletaram-se as informações no período da utilização do quadro,

para fazer as análises dos resultados. Na tabela 1 estão expressos os

tempos que foram gastos para a coleta de dados.

Tabela 1 - Tempos das coletas de dados

Fonte: Própria Autora

A próxima etapa é o planejamento das ações: a construção do

quadro, e os procedimentos para utilizá-lo. Para isso foi sugerido

pelo orientador da autora, uma visita à loja Hai Toyota, situada na

grande Florianópolis. Como se sabe, o conceito de manufatura

enxuta ou lean originou-se do sistema Toyota de Produção. A

utilização desse conceito, ou melhor, dessa filosofia, é

frequentemente abordada na literatura destacando seus excelentes

resultados, eliminando desperdícios e otimizando os fluxos dos

processos, etc. Na referida visita, pode-se conhecer a ferramenta

adotada para a programação dos serviços prestados ao cliente o TSM

(Toyota Service Management). Por meio desta são realizados todos

os agendamentos e a programação de todos os serviços pós-venda.

Como forma de acompanhamento e controle dos serviços, tem-se na

instalação da loja quadros físicos que são alimentados e modificados

conforme o passar do tempo e as mudanças na programação.

Também teve-se a oportunidade de visitação à loja da Hyundai

Dados referentes à Tempo

Observação 3 meses

Serviços Urgentes: 10 dias

Lead time 1 mês

Tempos por operação

nos setores1 mês

Coleta dos resultados 8 dias

Page 40: WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB … · Inessa Vieira Feliciano WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB ENCOMENDA: PESQUISA AÇÃO EM UMA EMPRESA DO SETOR

38

situada em Florianópolis, a qual utiliza o mesmo sistema de

planejamento e controle dos serviços de pós-venda da Toyota.

A etapa seguinte é a implantação do plano de ação, que corresponde

ao que precisa ser feito (ou transformado) para realizar a solução de

um determinado problema, (MELLO, 2012). Das visitações,

obtiveram-se fotos, vídeos e relatos dos funcionários responsáveis de

como eram os procedimentos para a utilização dos quadros. A partir

destes, juntamente com alguns colaboradores responsáveis pelo setor

de produção da empresa, elaborou-se dois quadros: Quadro de

Controle de Progresso Diário e Quadro de Acompanhamento dos

Trabalhos, adaptados para atender às necessidades da empresa. Toda

parte de elaboração e procedimentos para utilizá-lo está descrita na

seção 4.4.

A última parte contempla as análises da implantação e utilização do

quadro Quadro de Controle de Progresso Diário, que foram feitas

com o apoio do MsExcel 2012 no que diz respeito à elaboração dos

gráficos e de forma descritiva no que se refere ao cenário o qual se

encontra a empresa e na interpretação dos gráficos. Ao final tem-se

uma entrevista com o colaborador direto das ações, que esteve

presente na elaboração e que utilizou o quadro. Apresenta-se

também, a conclusão das ações e as recomendações de possíveis

trabalhos futuros.

3.3 UNIDADE DE ANÁLISE

A empresa está localizada no bairro de Barreiros, na cidade de São José

na grande Florianópolis. Teve seu inicio no ano 1995, com a direção dos atuais

sócios e pertence ao ramo metalomecânico. Atua na fabricação de produtos na

área da metalurgia com “know how” próprio e no desenvolvimento de projetos

de produtos e serviços sob encomenda.

No ano de 2013 entrou para o segmento de cortes, com a aquisição da

máquina de Corte Jato de água, e em 2016 com a aquisição da máquina Corte

de Plasma. Completando seus atributos, ela atua também no ramo corte e dobra

de chapas com sistema hidráulico e na fabricação de produtos em inox. No que

se refere à prestação de serviços, tornou-se especialista em manutenção industrial.

Atualmente ela conta com vinte e sete colaboradores, distribuídos nos

setores de administração, solda, torno, CNC, fresa e inox. A mesma busca se

consolidar no ramo oferecendo capacitação aos colaboradores e modernização

em seus maquinários.

Page 41: WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB … · Inessa Vieira Feliciano WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB ENCOMENDA: PESQUISA AÇÃO EM UMA EMPRESA DO SETOR

39

No período da pesquisa a empresa passava por mudanças em seu

sistema de gestão, feito até então, de forma não formalizada. Suas informações

em relação aos clientes, descrição do pedido/produto, custo das horas

trabalhadas por colaborador e os custos das matérias-primas constavam em

uma única ficha1, com a exceção dos orçamentos e notas fiscais que eram

feitos em um sistema específico para eles.

Com a implantação do sistema de Gestão CoreBusiness, a rotina da

empresa foi modificada, agora todas as informações estão disponíveis em meio

digital. Os colaboradores agora preenchem o cadastro dos clientes com

informações essenciais (como por exemplo: nome, CPF, telefone, endereço) e a

partir daí geram-se os orçamentos, existindo a aprovação do orçamento por

parte do cliente, o próximo passo era gerar as ordens produção/serviços.

As ordens de produção/serviço necessitavam de informações adicionais

tais como: processos pelos quais passariam o produto (passos), a locação das

máquinas e consequentemente dos colaboradores, e a estimativa dos tempos

das operações realizadas por cada colaborador. Essas informações eram

essências para o planejamento e controle da produção, e consequentemente

para a alimentação do quadro.

Além disso, havia um acúmulo e duplicidade de funções por parte das

pessoas responsáveis pela produção, o colaborador designado para planejar e

controlar a produção, este por sua vez no decorrer do trabalho será que

denominado de colaborador parceiro, também atendia os clientes tanto pelo

telefone quanto pessoalmente, fazia orçamentos e compras de matérias-primas.

O colaborador responsável pelo orçamento, também fazia compras de

matérias-primas, elaborava o projeto e desenhos dos produtos e delegava

serviços aos colaboradores do chão de fábrica. O supervisor da produção era

quem elaborava projetos e desenhos, desenvolvia a atividade de representante

externo da empresa, supervisionava os serviços que eram feitos fora da

empresa e também, despachava serviços para o chão de fábrica.

Outro fator comum ao cenário é o conflito de liberação de ordens para a

produção, devido à falta de comunicação entre os três responsáveis, muitas

vezes existiam pausas nas operações para sobrepor outro pedido que estivesse

com a data de entrega em atraso.

Contudo, a empresa está caminhando para sanar todos esses conflitos

com a implantação do sistema e com um melhor entrosamento da equipe de

produção.

3.4 DELIMITAÇÃO E LIMITAÇÃO DO TEMA

1ANEXO A – Ficha para Ordens de Produção/Serviços

Page 42: WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB … · Inessa Vieira Feliciano WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB ENCOMENDA: PESQUISA AÇÃO EM UMA EMPRESA DO SETOR

40

O tema da pesquisa está delimitado em relação ao local, foi em uma

empresa do setor metalmecânico de São José – SC, no processo produtivo sob

encomenda, nos estudos dos conceitos do WL Como método de planejamento

e controle da produção, e na implementação do Quadro de Controle de

Progresso do Trabalho, como apoio à gestão de ordens de produção/serviço e

para o planejamento e controle da produção.

Os dados foram coletados conforme previstos, porém a utilização deles

e as análises não foram conforme desejado. Por exemplo, os lead times

calculados limitaram-se somente para a elaboração dos fluxos, porém o

objetivo era que além disso, estes servissem para mensurar os tempos das

atividades executadas pelos operadores, ou seja, estabeleceria o limite de carga

juntamente com a taxa de strike. No período em que se colocou em prática a

ação referente à pesquisa não houve processos semelhantes que pudessem ser

utilizados esses tempos, de modo que os tempos foram estimados pela

experiência dos responsáveis pela produção.

A taxa de Strike foi calculada em função dos dados coletados que se

referiam apedidos que fossem considerados como urgentes. Mas no momento

da programação de lançamento das ordens para o chão de fábrica, constatou-se

que a maioria dos pedidos se tratava de prioridades, pois eram clientes já

fidelizados ou que tinham contratos de licitações com a empresa, então eles

estão mais ligados à gestão de clientes.

Outra limitação importante a se ressaltar, foi o adiamento da construção

do quadro por parte da empresa, em virtude das mudanças no sistema de

gestão. A necessidade de mudança de cultura gerou resistência por parte dos

responsáveis da administração da produção, no que se refere à organização e

registro das informações, resultando em atrasos na implantação do sistema de

gestão e como um dos elementos base para o WLC são as ordens de

produção/serviços, não se pode acompanhar o processo por mais tempo e ter

resultados mais relevantes, como a criação de indicadores de entradas e saídas

de ordens do chão de fábrica, de tempos de ociosidade entre uma ordem e

outra, dos pedidos entregues aos clientes até a data combinada.

Os resultados não puderam ser comparados, pois a empresa não

continha métodos avaliativos ou meios de acompanhamentos da produção,

então os dados para análises de resultados limitaram-se aos produzidos durante

a pesquisa.

4 DESENVOLVIMENTO

O desenvolvimento do trabalho contou com as seguintes etapas da

coleta de dados, apresentadas na figura 5, os quais proveram a implementação

da pesquisa e consequentemente a obtenção dos objetivos estabelecidos.

Page 43: WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB … · Inessa Vieira Feliciano WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB ENCOMENDA: PESQUISA AÇÃO EM UMA EMPRESA DO SETOR

41

Figura 6 - Etapas para a coleta de dados

Fonte: Própria Autora - Feito no software Bizagi Process Modeler

4.1 COLETA DE DADOS

4.1.1 Identificação do Fluxo Base

Para e implantação do quadro físico, foi necessário conhecer o ciclo de

produção, ou seja, como ocorre o fluxo dos processos no chão de fábrica.

Diante disso, foi realizado um estudo dos tempos e fluxos das famílias de

produtos que são mais requisitados2. Esses fluxos foram considerados como

referência para a elaboração de um fluxo base, representado na figura 6, sendo

que destes derivam outros, mudando as especificações conforme a necessidade

do cliente, contemplando assim a grande maioria dos processos dos produtos. Porém, como se trata de uma empresa sob encomenda, é muito difícil obter um

2 Apêndice A – Medição dos Tempos e Fluxos dos processos das famílias dos

produtos Base.

Page 44: WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB … · Inessa Vieira Feliciano WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB ENCOMENDA: PESQUISA AÇÃO EM UMA EMPRESA DO SETOR

42

único fluxo que represente todos, de maneira que poderá vir encomendas que

não se encaixem em nenhum deles.

Figura 7 - Fluxo de Processo Base

Fonte: Própria Autora - Feito no software Bizagi Process Modeler

Representada na figura 7 está o fluxo de processo dos produtos em inox,

os quais são fabricados separadamente de forma a evitar a contato e assim a

contaminação destes materiais.

Page 45: WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB … · Inessa Vieira Feliciano WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB ENCOMENDA: PESQUISA AÇÃO EM UMA EMPRESA DO SETOR

43

Figura 8- Fluxo de Processo Base para Inox

Fonte: Própria Autora - Feito no software Bizagi Process Modeler

Com base nos processos citados, ditos como base para todos os

produtos e serviços que porventura entrarão no chão de fábrica, verificou-se a

necessidade de terem-se ordens de serviços documentadas, ou seja, com

informações consistentes do ciclo de produção. Atualmente, a forma de

documentação é no preenchimento de uma ficha3. Essas ordens serviriam como

instrumento essencial para o planejamento e controle da produção.

Anteriormente, o setor de produção tinha como documentação fichas, com

poucas informações, as quais eram preenchidas após cada tarefa feita com o

nome do colaborador e o tempo utilizado na execução.

No mesmo período da pesquisa a empresa passava por uma

implantação de um sistema de gestão empresarial, o “CoreBusiness” da

Deltacon no sentido de tornar mais eficiente às práticas de gestão empresarial.

3 Anexo A – Ficha para Ordens de produção/serviços

Page 46: WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB … · Inessa Vieira Feliciano WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB ENCOMENDA: PESQUISA AÇÃO EM UMA EMPRESA DO SETOR

44

O sistema conta com um conjunto de ferramentas e interfaces as quais são

adequadas conforme a necessidade de cada empresa. A autora em alguns

momentos deu suporte à implantação do módulo de produção do sistema,

colaborando com as informações referentes à dinâmica dos processos da

produção, as quais serviram de suporte para a customização do software.

Com a implantação do sistema, o problema da falta de armazenamento e

materialização das informações do ciclo de produção, foi resolvido. Os fluxos

descritos auxiliaram na elaboração do documento “ordem de produção” figura

8, que será o padrão para impressão no sistema. É importante salientar que a

referida empresa, também presta serviços tanto interno quanto externo, devido

a isso também foi elaborado ordens para esses serviços4.

4 Apêndice B – Padrão das Ordens Liberadas

Page 47: WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB … · Inessa Vieira Feliciano WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB ENCOMENDA: PESQUISA AÇÃO EM UMA EMPRESA DO SETOR

45

Figura 9 - Ordem de Produção

Fonte: Própria Autora

Page 48: WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB … · Inessa Vieira Feliciano WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB ENCOMENDA: PESQUISA AÇÃO EM UMA EMPRESA DO SETOR

46

4.1.2 Tempos das Operações

Para definir o modo como se ilustraria o carregamento de carga no

quadro, coletaram-se informações dos tempos, os quais foram simbolizados na

forma de cartões que representaram o carregamento de trabalhos diários de

cada colaborador. Estão apresentados no quadro1 uma amostra dos tempos das

operações que foram realizadas no mês de janeiro, nos setores correspondentes:

solda, torno, fresa e inox.

Quadro 1 - Tempos das operações em cada Setor em Janeiro de 2017

Fonte: Própria Autora

Solda (mim) Torno (min) Fresa (min) Inox (min)

120 60 390 30

25 90 180 60

240 130 30 510

240 30 180 390

90 210 30 120

150 240 15 30

40 300 80 100

450 480 80 210

30 30 10

45 140 120

60 15 60

90 390 60

120 60 450

180 120 510

450 260

60 330

240 260

60 240

260 75

240 210

120 210

220 120

300 120

510 240

Page 49: WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB … · Inessa Vieira Feliciano WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB ENCOMENDA: PESQUISA AÇÃO EM UMA EMPRESA DO SETOR

47

Com os tempos coletados estabeleceu-se os intervalos de modo a

compreender todos os possíveis tempos, o número de classes foi definido de

maneira a ser mais viável a confecção dos cartões e consequentemente a

alimentação do quadro. Na tabela 2estão apresentados os intervalos, que

variam entre: 1 à 15 minutos, 15 à 30 minutos, 30 à 60 minutos e tempos

maiores que 60 minutos.

Tabela 2 - Frequência dos Tempos em cada Setor

Fonte: Própria Autora

Tendo como base a freqüência relativa dos dados, constatou-se que os

intervalos de tempos estabelecidos são relevantes para a definição dos cartões.

Estes por sua vez, foram padronizados para a medição dos tempos, são

diferenciados por cores e tamanhos, como mostra a figura 10.

Figura 10 - Padronização dos Cartões

Fonte: Própria Autora

A disposição dos cartões no quadro representa a carga de trabalho de

cada colaborador ao longo do dia. A cada nova tarefa, correspondente a um

cliente distinto identifica-se por sobre o cartão o nome deste cliente e ou o

número da ordem de produção. A figura 11 mostra a disposição dos cartões

para determinados colaboradores.

Classes Intervalos Freq. Absoluta Freq. Relativa (%)

1 1 |----- 15 4 5%

2 15 |----- 30 5 6%

3 30 |----- 45 11 14%

4 45 |----- 60 59 75%

Total 79 100%

Page 50: WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB … · Inessa Vieira Feliciano WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB ENCOMENDA: PESQUISA AÇÃO EM UMA EMPRESA DO SETOR

48

Figura 11 - Carregamento de Carga

Fonte: Própria Autora

4.2 GESTÃO DE PEDIDOS DE CLIENTES E TAXA DE STRIKE

A gestão de pedidos de clientes (CEM), como viu-se na literatura,

possibilita suportes básicos para a implementação dos conceitos do WLC no

planejamento e Controle da Produção (PCP).

Para a programação das atividades,as ordens selecionadas obedeceram

aos seguintes critérios:

a) Programação para trás (data de vencimento), a programação se faz

em função dos pedidos que estão perto de vencer ou já venceram,

também como critérios de seleção aprioridade é dada aos clientes de

licitação e clientes já fidelizados;

b) Programação pela Análise da taxa de Strike (taxa de novos pedidos),

em sua rotina a empresa tem um número considerável de pedidos de

urgência, os quais são alocados no chão de fábrica, aqui também se

segue a regra de dar prioridade aos clientes de licitação;

c) Programação avançada (ajuste da data de vencimento), uma data de

vencimento é determinada internamente e a partir disso a capacidade

é planejada e controlada ao longo do tempo, isso ocorrerá quando

houver um fluxo de informações sobre os pedidos, entre os

envolvidos por meio do sistema. Na seção seguinte será abordada a

liberação de ordem (OR), que junto com a CEM, culminam na

programação da produção.

A empresa em estudo, além de atuar na produção de produtos por

encomenda, trabalha com manutenção de peças. É rotineiro durante a semana

chegar serviços que são urgentes, com isso é necessário estabelecer um tempo

para essas atividades. Na literatura sobre WLC, já vista no item 2.2.2, esse

tempo é denominado strike rate costumeiramente obtido através de históricos

estatísticos, diminuindo a necessidade de reprogramação das ordens lançadas

no chão de fábrica, os atrasos nas execuções dos trabalhos, e consequentemente, a entrega dos pedidos aos clientes.

Para o cálculo da strike rate, aqui denominado de “tempo reserva”,

optou-se por utilizar a distribuição normal, que será abordado no item seguinte,

Page 51: WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB … · Inessa Vieira Feliciano WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB ENCOMENDA: PESQUISA AÇÃO EM UMA EMPRESA DO SETOR

49

tendo por base o histórico dos números de pedidos de urgências no período de

duas semanas.

4.2.1 Definição de Tempo Reserva

Para a definição do tempo reserva, destinado aos trabalhos urgentes que

surgem durante o dia, coletou-se tempos referentes a duas semanas que cada

setor dispende para a realização destes trabalhos, tais tempos estão

apresentados na tabela 3.

Tabela 3 - Serviços Urgentes de duas semanas

Fonte: Própria Autora

Apesar de os dados serem limitados, em relação ao número de amostra

para cada setor, considerou-se que estes obedecem a uma distribuição normal.

Com isso, procurou-se um valor para a variável aleatória X (números de horas

reservadas para cada setor) que oferecesse um nível de confiança de95%, ou

seja, que esse valor de horas atribuídas a variável X, atendesse a 95% dos

pedidos de urgências durante o dia.

Como as distribuições das amostras dos dados de cada setor não

resultam em médias zero e desvios padrão um, apresentados na tabela 4, foi

necessário fazer uma mudança de variável, para que se pudesse estabelecer o

valor X, que quantifica as horas necessárias a serem reservadas para cada setor.

A função densidade de probabilidade de X, apresentada na equação (1)

na seção 2, é reduzida para uma função densidade normal padronizada,

apresentada na equação (2), de variável aleatória Z com ( Z = 0) e desvio

padrão (Sz = 1). De maneira que, a função de variável aleatória Z é tabelada5,

tal tabela dá o resultado de probabilidade de área sob a curva normal como

mostra a figura 12, possibilitando a determinação das probabilidades de

qualquer variável aleatória X entre um intervalo P(a≤ X≤ b).

5Anexo B: Tabela da Distribuição Normal Padrão Acumulada

Data CNC (h) Data Inox (h) Data Solda (h) Data Fresa (h) Data Torno (h)

19/01/2017 1,67 16/01/2017 1,50 16/01/2017 1,00 19/01/2017 2,00 20/01/2017 2,50

26/01/2017 1,50 24/01/2017 0,33 18/01/2017 3,00 20/01/2017 0,50 23/01/2017 2,25

25/01/2017 0,83 19/01/2017 1,00 24/01/2017 2,50 25/01/2017 1,00

26/01/2017 1,50 25/01/2017 2,00 26/01/2017 3,80

27/01/2017 1,50 26/01/2017 2,50 27/01/2017 3,00

Serviços Urgentes

Page 52: WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB … · Inessa Vieira Feliciano WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB ENCOMENDA: PESQUISA AÇÃO EM UMA EMPRESA DO SETOR

50

Figura 12 - Uso da Tabela de Distribuição Normal -A(z) = P(Z≤ z)

Fonte: Site do Instituto de Matemática e Estatística da USP

6

Diante disso, fez-se uma mudança de variável, ou melhor, uma

normalização da variável aleatória X, apresentada em (2), que corresponde aos

valores tabelados de Z.

Normalização: X ~N( X ,2S ) Z ~N(0,1)

(2)

X XZ

S

Onde:

Z: variável tabelada;

X: variável aleatória, que representa as horas a serem reservadas;

X : média da distribuição;

S: desvio padrão;

S2: variância.

Para um nível de confiança de 95%, buscou-se ovalor de z em que a

probabilidade P(Z≤ z)=95% na tabela da distribuição normal acumulada, o

valor de z correspondente é z=1,65.Por meio da normalização e atribuindo

6 Disponível em < https://www.ime.usp.br/~hbolfar/aula_2013/Aula6-A12012.pdf >

Acessado em: 02/07/2017.

Page 53: WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB … · Inessa Vieira Feliciano WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB ENCOMENDA: PESQUISA AÇÃO EM UMA EMPRESA DO SETOR

51

z=1,65, achou-se o valor da variável X, pela equação (3), que corresponde às

horas a serem reservadas para cada setor, como mostra a tabela 4.

1,65 (3)X S X

Tabela 4 - Cálculo das horas a serem reservadas para os setores

Fonte: Própria Autora

Assim para os setores, CNC e Inox reservaram-se 2 horas, para

solda 3 horas, para fresa 3,5 horas e torno 4,5 horas.É importante salientar

que os setores de solda,fresa e torno contam com mais de um colaborador,

de modo que as horas reservadas são distribuídas entre eles.

Os tempos reservados foram representados por cartões7 de cor

branca com tamanhos que simbolizam os tempos iguais aos padronizados

de 15, 30 e 60 minutos. A figura 13mostra a utilização dos cartões no

quadro de Controle de Progresso do Trabalho, eles são alocados ao final da

linha horizontal. Se por ventura, durante o dia não aparecerem serviços

urgentes para os setores, outros trabalhos pré-agendados serão alocados

pelo responsável da produção.

7 A definição dos cartões será melhor detalhada na seção 4.3.

CNC (h) Inox (h) Solda (h) Fresa (h) Torno (h)

1,67 1,50 1,00 2,00 2,50

1,50 0,33 3,00 0,50 2,25

0,83 1,00 2,50 1,00

1,50 2,00 3,80

1,50 2,50 3,00

= Média 1,58 0,83 1,50 2,00 2,50

= Variância 0,014 0,35 0,69 0,69 1,06

= Desvio Padrão 0,12 0,59 0,83 0,83 1,03

1,78 1,81 2,87 3,37 4,20

: (horas a serem reservadas

por dia para cada setor) 2,00 2,00 3,00 3,50 4,50

2S

S

1,65 X S X

X

Page 54: WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB … · Inessa Vieira Feliciano WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB ENCOMENDA: PESQUISA AÇÃO EM UMA EMPRESA DO SETOR

52

Figura 13- Representação no quadro dos tempos reservas por meio dos cartões

Fonte: Própria Autora

4.3 ELABORAÇÃO DO QUADRO DE GESTÃO DAS ORDENS

A elaboração do quadro teve como ponto de partida os dados coletados e

descritos nos itens anteriores, bem como a visitação das lojas Hai Toyota e

Hyundai, a qual se obteve uma ideia física do quadro.

O quadro deve ser uma ferramenta dinâmica e um meio de rápido acesso

as informações de como se encontram a distribuição de trabalho no chão de

fábrica. O segundo passo foi à definição do layout do quadro, tendo como

premissa a rotina da empresa em estudo mediante as contribuições do

colaborador responsável pelo planejamento e controle da produção. Optou-se

por elaborar dois quadros, um que acompanha e controla as atividades

realizadas no chão de fábrica e outro que acompanha as ordens depois da

produção até o faturamento, este será explorado no item seguinte.

Page 55: WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB … · Inessa Vieira Feliciano WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB ENCOMENDA: PESQUISA AÇÃO EM UMA EMPRESA DO SETOR

53

Com o layout já definido, procurou-se uma empresa especializada no

ramo de artigos de gestão visual, para a confecção do mesmo. Foi solicitado

um orçamento, o valor foi considerado alto pela administração da empresa.

Contudo, a empresa teria condições de fazê-lo com seus próprios recursos,

tanto em relação ao material quanto à mão-de-obra, e assim foi decidido.

O quadro que foi elaborado para acompanhar a produção é o Quadro de Controle de Progresso do Trabalho, que está representado na figura 15, tem

por objetivo principal o acompanhamento visual dos trabalhos no decorrer do

tempo, expresso nas linhas horizontais, o acompanhamento ficou sob o

comando do responsável pela produção. Também ele disponibiliza as

informações dos trabalhos em cada posto de trabalho, pois cada funcionário,

coluna colaborador, tem atrelado a ele uma ordem de produção/serviço, ali

estará à descrição das etapas que o produto/serviço passará a matéria prima

utilizada, insumos, desenho e outras informações relevantes referentes ao

produto/serviço.

O Agendamento será feito conforme a pré-seleção das liberações das

ordens. No item 2.2.2, ressaltou a importância da liberação das ordens para o

carregamento de carga para o chão de fábrica. Nesse sentido, procurou-se

selecionar um dos mecanismos de liberação, que seja adequado com a

realidade da empresa, e viu-se que o melhor mecanismo é o de liberação

periódica, no caso uma vez ao dia, obedecendo à regra PRD (Planned Release

Date, ou Data de Liberação Planejada, menor folga.

Segundo Favoretto (2001), em qualquer operação, o fornecimento de

recursos não é infinito, necessitando assim de limitações, principalmente a

serem consideradas no planejamento e controle do carregamento de carga para

cada posto de trabalho. Para ele existem dois tipos de carregamento: infinito

(não existe limitação de trabalhos) e finito (neste caso o trabalho é alocado até

o limite estabelecido), e deve-se limitar em longo, médio e curto prazo.

Na empresa em questão se enquadra no carregamento de carga finito, o

período correspondente a um dia de trabalho.

Para fazer a programação do carregamento de carga, o qual estará

representado no quadro, pode-se considerar os tempos dos processos, bem

como o lead time das famílias de produtos tomados como referência,

adicionando os tempos estimados para a strike rate de cada setor, apresentados

na tabela 4. Quando houver pedido de produtos inéditos no chão de fábrica, os

tempos serão estimados pelo colaborador, que em virtude da sua experiência

pode assim estimá-lo. Para o cronograma da liberação de ordens utilizou-se uma planilha

representada na figura 14, como instrumento de apoio no momento da

alimentação do quadro de carregamento de carga e como forma de registro da

Page 56: WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB … · Inessa Vieira Feliciano WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB ENCOMENDA: PESQUISA AÇÃO EM UMA EMPRESA DO SETOR

54

programação do dia vigente. Também servirá para elaboração de futuros

indicadores que acompanharão as melhorias no controle da produção.

A planilha é composta por linhas horizontais que correspondem ao

planejamento de carregamento de carga de trabalho para cada colaborador

durante o dia, a linha abaixo de cada nome dos colaborados correspondem a

possíveis reprogramações. Nas últimas três colunas têm-se os campos:

programação confirmada (marcado se tudo foi executado como planejado),

tempo reserva (caso se tenha utilizado, este tempo foi calculado pela taxa de

strike), e reprogramação (caso foi necessário uma mudança de planos que

exceda o tempo disponível pela taxa de Strike). Com os dados, geraram-se

gráficos e análises em relação à validade dos critérios estabelecidos para a

programação e carregamento de carga da produção e a sua melhoria no PCP.

Figura 14 - Planilha para a Documentação da programação das Ordens

Fonte: Própria Autora

Page 57: WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB … · Inessa Vieira Feliciano WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB ENCOMENDA: PESQUISA AÇÃO EM UMA EMPRESA DO SETOR

55

No Quadro de Controle de Progresso Diário, a pré-seleção estará na

posição Agendamento, que conta com os tempos: 1 dia antes e 2 dias antes. As

ordens que estarão alocadas na posição 1 dia antes, deverão passar por uma

nova triagem para que seja feita a programação da liberação das ordens,

conforme critérios estabelecidos. A coluna próximos trabalhos, são os

trabalhos referentes ao dia vigente esperando para ir para o chão de fábrica,

quando os trabalhos em processo acabarem.

Figura 15 - Quadro de Controle de Progresso Diário

Fonte: Própria Autora

O modelo para a elaboração do quadro está representado na figura 15,

na sequência na figura 16, tem-se uma foto do quadro pronto.

Page 58: WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB … · Inessa Vieira Feliciano WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB ENCOMENDA: PESQUISA AÇÃO EM UMA EMPRESA DO SETOR

56

Figura 16 - Quadro Pronto do Controle de Progresso do Trabalho

Fonte: Própria Autora

Na figura 16, observa-se alguns elementos que ainda não foram citados,

como a linha do tempo que na verdade corresponde a carga horário de trabalho

que é das 7h45min às 18hs, as horas foram arredondadas no quadro está das

7hs às 18hs. Outro elemento é a linha vertical (sistema de roldanas)que varre o

tempo, isso possibilita o controle dos trabalhos, pois no horário correspondente

o trabalho representado por aquele cartão deverá ter acabado.

Mais ao final do quadro localiza-se uma legenda, figura 17, com os

significados de cada cartão que são os símbolos de carregamento de carga dos

trabalhos programados ou pausas para o decorrer do dia.

Figura 17 - Legenda do Quadro Controle do Progresso do Trabalho

Fonte: Própria Autora

Page 59: WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB … · Inessa Vieira Feliciano WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB ENCOMENDA: PESQUISA AÇÃO EM UMA EMPRESA DO SETOR

57

Como forma de sinalizar que o trabalho findou, o cartão deverá ser

baixado como mostra a figura 18, e a ordem deverá ter saído desse quadro ido

para um segundo, que será descrito na sequência, e a ordem que está na coluna

próximo trabalho, passará para coluna trabalho em processo. Caso isso não

tenho ocorrido, o responsável pela produção deverá investigar as possíveis

causas.

Figura 18 - Controle de Execução dos Trabalhos

Fonte: Própria Autora

Na figura 19 tem-se o modelo elaborado para a construção do segundo

quadro “Quadro de Acompanhamento de trabalho”,que tem por objetivo

acompanhar as ordens liberadas, antes e depois de passarem pelo Quadro

Controle de Progresso de Trabalho.

As ordens que antecedem são pedidos liberados, porém falta alguma

matéria prima, ou à liberação do cliente ou do gerente de produção em relação

ao orçamento, confirmação de especificações do produto entre outras. Nesse

caso, têm-se três colunas para a alocação dessas ordens, uma coluna em que

serão alocadas as ordens que Aguardam liberação do gerente, outra que

estarão as ordens que estão Aguardando a liberação do cliente, ou ainda

Aguardando o material (matéria prima ou insumos). Estas, depois de

resolvidas as pendências, passarão para a coluna se serviços liberados as quais

irão para a fase de programação do cronograma das ordens que irão para o

chão de fábrica.

Page 60: WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB … · Inessa Vieira Feliciano WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB ENCOMENDA: PESQUISA AÇÃO EM UMA EMPRESA DO SETOR

58

As ordens posteriores são de produtos acabados que necessitam passar

pelo processo de pintura, que é o mais comum, ou por outro processo mais

específico do produto, nesse caso as ordens são alocadas na coluna Serviços Terceirizados.

Ao final as ordens passarão pelas colunas em que estarão aguardando o

controle de qualidade, ficarão na coluna Inspeção, depois da inspeção existem

dois caminhos para as ordens, um é o Aguardando Instalação, caso o produto

requeira esse serviço, e o outro é Prontos para Entrega. A partir deste ponto os

trabalhos referentes à produção de encerram.

Figura 19 - Quadro de Acompanhamento dos trabalhos

Fonte: Própria Autora

A seguir a figura 20, mostra o quadro pronto como as informações já

citadas anteriormente. Como estas informações referem-se mais a questões do

setor da produção, ele não ficou nas instalações do chão de fábrica e sim na

sala do setor de produção, diferente do Quadro de Controle de Progresso Diário

que está nas instalações do chão de fábrica.

Serviços

Liberados

Serviços

Terceirizado

Aguardando

Material

Prontos para

Entrega

Pintura

Aguard.

Liberação do Cliente

Arguadando

Instalação

Quadro de Acompanhamento dos trabalhos

Outros Inspeção

Aguardando

Liberação do Gerente de prod.

Page 61: WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB … · Inessa Vieira Feliciano WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB ENCOMENDA: PESQUISA AÇÃO EM UMA EMPRESA DO SETOR

59

Figura 20 - Quadro Pronto de Acompanhamento dos trabalhos

Fonte: Própria Autora

4.4 ANÁLISES E RESULTADOS DA IMPLANTAÇÃO DO QUADRO

4.4.1 Análises Qualitativas

Nos dias em que se colocou em prática a utilização do quadro, a autora

teve que estar presente, para acompanhar o processo de planejamento do

cronograma das ordens que eram liberadas, as quais tinham como critérios os

citados no item 4.3, e a alimentação e controle dos trabalhos durante o dia.

As análises qualitativas foram feitas com base na entrevista com o

colaborador direto a respeito da utilização do quadro, que se encontra na

íntegra no Apêndice E.

Para ele o Quadro Pronto do Controle de Progresso do Trabalho, “(...). o quadro em si é fácil de alimentar e muito bom”

8 , ressalta ainda que é muito

bom olhar para o quadro e saber o que cada um dos funcionários está fazendo,

possibilitando o melhor controle das atividades. As dificuldades ressaltadas

8 Entrevista concedida por Colaborador Parceiro. Entrevista I. [abr. 2017].

Entrevistador: A Autora, 2017. 1 arquivo .mp4 (10 min.). A entrevista na íntegra

encontra-se transcrita no Apêndice E desta monografia.

Page 62: WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB … · Inessa Vieira Feliciano WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB ENCOMENDA: PESQUISA AÇÃO EM UMA EMPRESA DO SETOR

60

pelo colaborador direto referem-se apenas na geração das ordens de produção

no sistema de gestão que recém foi implantado, e precisa ser alimentado com

informações.

Em relação ao Quadro de Acompanhamento dos trabalhos, as

considerações foram muito melhores, pois todos da administração da produção

tiveram uma empatia e as ordens ficaram mais acessíveis a todos. Antes

estavam confinadas na mesa de uma pessoa, e como o quadro de

acompanhamento isso não mais acontecia, evitando possíveis entregas tardias,

que acumulando produtos prontos no chão de fábrica, ou outras vezes, notas

não eram faturadas, ou produtos que foram já fabricados e precisam só de

instalação no local, ou ainda peças que só precisava ser pintada e entregues.

Com o quadro todas essas informações ficaram melhor organizadas e visíveis.

Em relação à continuação da utilização dos quadros, o colaborador

responde que: “Sim, vai se continuar a utilizá-lo, só que vai demorar um

tempo pra andar redondinho, porque estamos em fase de

implantação do sistema a gente tá com dificuldades em

alimentar o sistema para a geração de Ordens de serviço

e nem tudo foi decidido, mas vai ser utilizado, é uma

ótima ferramenta.”9

Conduto percebeu-se uma boa aceitação do quadro no momento que foi

implantado, e espera-se que continuem a usá-los, devido aos benefícios já

constatados por eles mesmos.

4.4.2 Análises Quantitativas

As análises quantitativas se referem aos resultados obtidos das

liberações de ordens para o chão de fábrica, com base nos conceitos WLC. A

carga máxima de trabalho diário é de oito horas e o período para análise foi de

oito dias. Foram avaliados resultados por dias e por setores.

9 Idem 5

Page 63: WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB … · Inessa Vieira Feliciano WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB ENCOMENDA: PESQUISA AÇÃO EM UMA EMPRESA DO SETOR

61

Quadro 2 - Percentual das Ordens Executadas por Dia

Fonte: Própria Autora

No quadro 3, tem-se o total de horas cumpridas das ordens de

produção/serviço por colaborador, em relação aos dias. A média total dos dias

foi de 7 horas. Nota-se que, no quarto dia em diante, a execução dos trabalhos

por parte dos colaboradores, ficaram em sua maioria acima da média. Este

resultado se deu pelo fato de que, já se estava mais habituado ao planejamento

de lançamento das ordens, a uma melhor comunicação entre os envolvidos a

respeito dos trabalhos considerados como prioridades, evitando assim a

superposição de ordens aos colaboradores de chão de fábrica, que resultavam

no não cumprimento das ordens planejadas para aquele dia, fato esse

observado nos primeiros dias.

12/abr 13/abr 17/abr 19/abr 26/abr 27/abr 28/abr 02/mai

Colaborador 1 7 4 8 8 8 7 8 8 7

Colaborador 2 8 8 8 8 8 8 8 8 8

Colaborador 3 8 8 8 8 8 8 8 8 8

Colaborador 4 8 8 8 3 4 4 8 8 6

Colaborador 5 8 8 8 2 1 1 8 8 6

Colaborador 6 8 8 0 8 8 8 8 8 7

Colaborador 7 6 8 8 8 8 8 8 8 8

Colaborador 8 6 4 8 8 8 8 8 8 7

Colaborador 9 7 8 4 4 8 7 8 0 6

Colaborador 10 8 8 8 8 8 8 8 8 8

Colaborador 11 2 8 8 8 8 8 8 8 7

Colaborador 12 6 8 4 4 8 8 8 8 7

Colaborador 13 8 8 8 8 8 7 8 8 8

Colaborador 14 8 8 8 5 8 8 8 8 8

Média Total

Dias de Execução das Ordens Média (h)

7 horas

Page 64: WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB … · Inessa Vieira Feliciano WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB ENCOMENDA: PESQUISA AÇÃO EM UMA EMPRESA DO SETOR

62

Figura 21 - Controle de Carregamento de Carga por Setor

Fonte: Própria Autora

A figura21, mostra que os setores que obtiveram melhor rendimento na

execução das ordens lançadas no chão de fábrica, foram os setores de CNC e

fresa, com sete dias e seis dias com a carga de trabalho completada 100%. No

setor CNC já era esperado, pois os processos são programáveis e a cada nova

ordem é necessário uma reprogramação do comando, isso dificulta as

interrupções no meio das operações, e as ordens são executadas até o fim. O

setor de solda é o maior setor dentro da produção, existente serviços que são

feitos fora da empresa pelos funcionários deste setor, e em virtude da falta de

comunicação entre a administração da produção que já foram mencionados,

isso ocasionou o resultado de cinco dias sem que este atingisse 100% da carga

de trabalho completada.

Page 65: WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB … · Inessa Vieira Feliciano WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB ENCOMENDA: PESQUISA AÇÃO EM UMA EMPRESA DO SETOR

63

Figura 22 - Gráfico Percentual da Execução das Ordens por Dia

Fonte: Própria Autora

Já na figura 22 apresentam-se os resultados da execução dos trabalhos

referentes às ordens lançadas para o chão de fábrica nos por dia. Os trabalhos

realizados por dia obtiveram uma média entre 80% e 100%, resultado

considerado satisfatório para o inicio da implantação do WLC.

É evidente que o ideal seria que ao final do dia a carga fosse 100%

completa, mas isso é algo alcançável. Considerando-se que era algo novo, que

antes não havia nenhum tipo formal de planejamento e controle da produção, e

que agora há a necessidade de inclusão das informações no sistema, para gerar

as ordens de produção/serviço, isso ocasiona demora na liberação das ordens,

porém é algo momentâneo até que tudo se torne rotina, e assim a média dos

dias chegará bem próximo de 100%.

Page 66: WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB … · Inessa Vieira Feliciano WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB ENCOMENDA: PESQUISA AÇÃO EM UMA EMPRESA DO SETOR

64

Page 67: WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB … · Inessa Vieira Feliciano WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB ENCOMENDA: PESQUISA AÇÃO EM UMA EMPRESA DO SETOR

65

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A presente pesquisa propôs um método para o planejamento e controle

da produção para empresas sob encomendas que em sua maioria apresentam

necessidades de melhorias em seu PCP, pois apresentam dificuldades em

estabelecer uma previsão de demanda consistente, consequentemente é incerto

saber sobre sua capacidade de produção em um determinado período e no

controle de entrada e saída das ordens, de maneira que o produto/serviço seja

entregue ao cliente na data prevista.

Os objetivos específicos, foram todos cumpridos com êxito, fez-se o

fluxo de processo base, que gerou o documento padrão das ordens e essas

foram implementadas no sistema. A carga limite foi mensurada de acordo

com os pedidos urgentes, e estabeleceu-se horas a serem reservadas, para as

eventuais emergências. Através dos estudos do WLC e da visita técnica,

conseguiu-se elaborar os quadros e os procedimentos de gerenciamento do

mesmo, que se adequassem as necessidades da empresa.

As hipóteses levantadas, sobre as dificuldades de controlar o PCP de

forma que os fluxos dos processos se mantivessem constantes, ou seja, sem

sobreposição de ordens, nem espera de trabalhos intermediários (Work-in

Process), e nem a ociosidade de máquinas e operadores, se confirmaram, na

análise dos resultados dos gráficos por dias e por setores, nem todos chegaram

a 100% de carga completa.

Com o atraso na implantação dos quadros, não se pode ter condições de

gerar indicadores para melhor avaliar os resultados do WLC na liberação de

ordem e no planejamento e controle da produção, e assim validar

completamente a proposta de melhoria do PCP da empresa em estudo.

Os dados extraídos do mapeamento dos processos, de determinadas

famílias, de produtos com maior saída, não foram utilizados por completo.

Estes serviriam como base para mensurar os tempos dos processos de produtos

derivados ou similares a eles, e assim auxiliar na elaboração do cronograma

das ordens lançadas na produção.

Um dos elementos importantes evidenciados no estudo é referente à

gestão de pedidos de clientes (CEM) e no cronograma de liberação de ordens,

que deve prevalecer como prioridade de atendimento, as ordens de produção

dos clientes já fidelizados ou com potencial para a fidelização.

Em relação à elaboração do quadro que serviu como apoio no controle

das mesmas, os resultados foram satisfatórios. No período em que foi utilizado, mesmo tendo um cenário não muito oportuno, despertou a consciência dos

responsáveis diretos pela produção de como é fundamental ter meios de

planejamento e controle da produção.

Page 68: WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB … · Inessa Vieira Feliciano WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB ENCOMENDA: PESQUISA AÇÃO EM UMA EMPRESA DO SETOR

66

As dificuldades se concentraram na implantação do sistema, e isso

realmente foi bem visível, pois havia muita resistência de mudança de cultura

por parte dos responsáveis pela produção, eram constantes as reclamações e os

adiamentos para o inicio de utilização do sistema, mesmo que eles soubessem

que era necessário haver mudanças para que a empresa cresça.

Conclui-se que o estudo se mostrou interessante ao evidenciar a

importância da implantação do WLC para a liberação de ordem de produção

sob encomenda nas empresas do ramo metalomecânico. Isto é, mesmo os

processos muito aleatórios são passíveis de planejamento e controle.

Portanto, o estudo evidenciou ao implantar uma ferramenta visual, que

contempla todos os trabalhos que estão sendo executados por cada colaborador

no tempo corrente, pode ser muito positivo para empresas do ramo

metalomecânico, tendo o maior controle das atividades por parte do supervisor

e possibilita a autonomia do colaborador de chão de fábrica.

Para a autora da pesquisa, o período da implantação propiciou uma

experiência enriquecedora no que se refere à formação acadêmica e

profissional. Ainda, para ela pode-se conhecer um pouco das dificuldades

encontradas num chão de fábrica, fazer trocas de experiências entre as teorias e

as práticas utilizadas pela empresa, bem como saber lidar com as divergências

de opiniões entre os colaboradores no âmbito da administração da produção

primando sempre pela mediação e da importância do trabalho em equipe.

5.1 RECOMENDAÇÕES A FUTUROS TRABALHOS

A pesquisa sobre o tema não se esgotou, sugerindo-se outros estudos

que contemplem a utilização de tempos padrões para cada operação, de

maneira que esses tempos possam auxiliar na estimativa dos tempos da maioria

dos produtos que vão para o chão de fábrica, e consequentemente na

elaboração do cronograma das ordens lançadas para a produção. Também

sugere-se o modelo para empresas que já tenham indicadores de produção ,

para fazer uma análise comparativa do antes e depois do WLC.

Page 69: WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB … · Inessa Vieira Feliciano WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB ENCOMENDA: PESQUISA AÇÃO EM UMA EMPRESA DO SETOR

67

REFERÊNCIAS

BATTAGLIA, D. et al. Controle pela carga de trabalho de um sistema flexível

de manufatura. Revista Ingeniería Industrial, v. 15, n. 1, 2016.

CORREIA, M.S. B. B. Probabilidade e estatística. 2ª ed. Belo Horizonte:

PUC Minas Virtual, p. 116 , 2003. Disponível em:

<http://197.249.65.74:8080/biblioteca/bitstream/123456789/731/1/Livro%20de

%20Probabilidade%20e%20Estat%C3%ADstica.pdf>. Acessado em:

30/06/2017.

DE MOURA, G. T., et al. Medição de tempo de atravessamento e inventário

em manufatura de equipamentos eletromecânicos. Gepros: Gestão da

Produção, Operações e Sistemas, v. 2, n. 3, p. 107, 2007.

HENDRY, L. C. Applying world class manufacturing to make-to-order

companies: problems and solutions. International Journal of Operations &

Production Management, v. 18, n.11, p. 1086-1100, Nov. 1998.

HENDRY, L.C.Product customisation: An empirical study of competitive

advantage and repeat business. Lancaster University Management School

Working Paper Series. 2005.

HENDRY, L., et al. Investigating implementation issues for workload control

(WLC): a comparative case study analysis. International Journal of

Production Economics, v. 112, n. 1, p. 452-469, 2008.

FACCHIN, T.; SELLITTO, M.A. Medição do inventário em processo e tempo

de atravessamento em manufatura por modelagem em redes de Petri e

diagrama de resultados. Gestão & Produção, vol. 15, no. 2, p. 307–321, 2008.

FAVARETTO, F. Uma contribuição ao processo de gestão da produção

pelo uso da coleta automática de dados de chão de fábrica. 2001. Tese de

Doutorado. Universidade de São Paulo.

FERNADES, F. C. F.; GODINHO, M. F. Planejamento e controle da

produção. Dos fundamentos ao essencial. São Paulo: Atlas, 2010;

KAMINSKI, M.T. et al. Um Estudo da Viabilidade De Implementação do Just

In Time na Santa Fé Vagões S/A. In: XXX Encontro Nacional de Engenharia

Page 70: WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB … · Inessa Vieira Feliciano WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB ENCOMENDA: PESQUISA AÇÃO EM UMA EMPRESA DO SETOR

68

de Produção, São Carlos: ENEGEP 2010. Disponível em:

<http://www.abepro.org.br/biblioteca/enegep2010_TN_STO_113_

739_14802.pdf>. Acesso em: 15/02/2017.

KAUARK, F. S.; MANHÃES, F. C.;MEDEIROS, C. H. Metodologia da

Pesquisa: Um Guia Prático. Bahia: Via Litterarum, 2010.

KINGSMAN, B. G.; TATSIOPOULOS, I. P.; HENDRY, L. C. A Structural

Methodology for Managing Manufacturing Lead Times in Make-To-Order

Companies. European Journal of Operational Research, v. 40, p. 196-209,

1989.

KINGSMAN, B. G. Modeling input-output workload control for dynamic

capacity planning in production planning systems. International journal of

production economics. Vol. 68, n 1, p. 73–93, 2000.

KORYTKOWSKI, P. Optimization of Production Capacity in Intangible Flow

Production Systems. IFAC- Papers OnLine: The International Federation of

Automatic Control, p. 627-632, 2006.

MARCONI, M. A; LAKATOS, E. M. Técnicas de pesquisa: planejamento e

execução de pesquisas, amostragens e técnicas de pesquisas, elaboração e

interpretação de dados. 3.ed. São Paulo: Atlas, 1996.

MATOS, A.C. et al. Planejamento e Controle da Produção: Um Estudo em

Uma Empresa de Pequeno Porte do Setor Metalúrgico. In: XIV Mostra de

Iniciação Científica, Pós-Graduação, Pesquisa e Extensão, 2014, Caxias do

Sul. Anais da Mostra de Iniciação Científica. Caxias do Sul: Pós-graduação,

Pesquisa e Extensão, 2014.

MELLO, C. H. P. et al. Pesquisa-ação na engenharia de produção: proposta de

estruturação para sua condução. Revista Produção, v. 22, n. 1, p. 1-13, 2012.

MELNYK, S.A., RAGATZ, G.L., FREDENDALL, L. Load smoothing by the

planning and order review/release systems: A simulation experiment, Journal

of Operations Management, vol. 10, n 4, p. 512– 523, 1991.

MIGUEL, P. A. C. Metodologia de pesquisa em engenharia de produção e

gestão de operações. 2. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2012.

Page 71: WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB … · Inessa Vieira Feliciano WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB ENCOMENDA: PESQUISA AÇÃO EM UMA EMPRESA DO SETOR

69

NOORWALI, Ammar. Apply MTS-MTO & rule base in food flow processing

system. International Journal of Scientific & Engineering Research, v. 5, n.

1, p. 2218-2225, 2014.

PANCOTTO, M. J. et al. Características do Processo de Compra de Produtos

Esportivos Customizados. Connexio-Issn 2236-8760, V. 5, N. 2, P. 63-84,

2017.

RUSSOMANO, V. H. Planejamento e acompanhamento da produção. 6.

ed. São Paulo: Pioneira 2000.

SOUZA, A. A., et al. Análise da aplicabilidade do Time-driven Activity-based

Costing em empresas de produção por encomenda. Revista Universo

Contábil, v. 6, n. 1, p. 67-84, 2010.

THÜRER, M. et al. Lean Control for Make‐to‐Order Companies: Integrating

Customer Enquiry Management and Order Release. Production and

Operations Management, v. 23, n. 3, p. 463-476, 2014.

THURER, M..; GODINHO, M. F. Redução do lead time e entregas no prazo

em pequenas e médias empresas que fabricam sob encomenda: a abordagem

Worload Control (WLC) para o Planejamento e Controle da Produção (PCP).

Gestão & Produção, vol. 19, no. 1, p. 43-58, 2012

TORRES, M. D. M. e FERNANDES, P. Planejamento e Gestão da

Produção: Planejamento da Produção, das Capacidades e dos Materiais.

Departamento de Engenharia Informática, Faculdade de Ciências e Tecnologia:

Universidade de Coimbra; Coimbra – Portugal, 2005.

TUBINO, D. F. Planejamento e controle da produção: Teoria e prática. 2ª

edição. São Paulo: Atlas, 2009.

VOLLMANN, T. E. Sistemas de Planejamento e Controle da Produção

para o Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos. Porto Alegre: Bookman

2006.

Page 72: WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB … · Inessa Vieira Feliciano WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB ENCOMENDA: PESQUISA AÇÃO EM UMA EMPRESA DO SETOR

70

APÊNDICE A –Medição dos Tempos e Fluxos dos processos das famílias

dos produtos Base

Tabela com os Tempos para a produção do Eixo da Roda (famílias de Eixo)

Fonte: Própria Autora

Fluxo do Eixo de Roda

Fonte: Própria Autora - Feito no software Bizagi Process Modeler

Produto : Eixo de Roda

Lados Setup (min) Corte (min) Usinagem (min) Pausas (min)Tempo total

(min)

1º lado 34 2,24 5 176

55

Total 0 2,24 5 231

34 0 22,4 Tempo Bruto (min): 174,60

Tempo (1pça/min)

(min) 1,08

Tempo Total (52

pça)

(min)

56,40Tempo de inspeção e

troca de peça:118,20

Lead Time (1pça)

(min) 3,36

Lead Time (52 pça)

(min) 174,60

min/pç 2,27

Page 73: WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB … · Inessa Vieira Feliciano WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB ENCOMENDA: PESQUISA AÇÃO EM UMA EMPRESA DO SETOR

71

Tabela com os tempos para a produção de Abraçadeiras (famílias das

Abraçadeiras)

Fonte: Própria Autora

Fluxo da Abraçadeira

Fonte: Própria Autora - Feito no software Bizagi Process Modeler

Produto: Abraçadeira

Corte (min) Curva (min) Dobra/furo (min )Ajuste na Prensa

(min)

Solda/Acapamento

(min)

Tempo (pausa ou

setup)

26

30 150 40 90 26

30 55,5 150 40 90 Tempo Total (min)

Lead Time

(1pça/min)

(min)

36,55Lead Time (10 pças)

(min)365,50 391,50

15055,530 40 90

Page 74: WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB … · Inessa Vieira Feliciano WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB ENCOMENDA: PESQUISA AÇÃO EM UMA EMPRESA DO SETOR

72

Tabela com os tempos para a produção da Roda (famílias de Roda)

Fonte: Própria Autora

Produto: Roda

Lados Setup (min) Corte (min) Usinagem (min) Pausas (min)Tempo total

(min)

1º lado 31 5 6,38 4 174

2ºlado 2,18 10 270

9 160

Total 5 8,56 23 604

31 50 85,6 Tempo Bruto (min): 437,40

Tempo

(1pça/min) 3,20

Tempo toltal (52

pça)

(min)

166,60Tempo de inspeção e

troca de peça:270,80

Lead Time (1pça)

(min) 8,41

Lead Time (52 pça)

(min) 437,40 min/pç 5,21

Page 75: WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB … · Inessa Vieira Feliciano WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB ENCOMENDA: PESQUISA AÇÃO EM UMA EMPRESA DO SETOR

73

Fluxo da Roda

Fonte: Própria Autora - Feito no software Bizagi Process Modeler

Page 76: WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB … · Inessa Vieira Feliciano WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB ENCOMENDA: PESQUISA AÇÃO EM UMA EMPRESA DO SETOR

74

Tabela com os tempos para a produção da Peça Mecânica (famílias de Peça

Mecânica)

Fonte: Própria Autora

Fluxo da Peça Mecânica

Fonte: Própria Autora - Feito no software Bizagi Process Modeler

Lados Setup (min) solda (min) Corte (min) Usinagem (min) Pausas (min) Acabamento (min)

Peça 1 22 90 411 11

Peça 2 295 17

15 150

135

Total 71 90 706 178 270

22 142 180 1412 Tempo Total Tempo Total

Lead Time

(1pça/min)

(min)

1080,50

Lead Time (2 pça)

(min)

2161

1528,50

71 120

Page 77: WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB … · Inessa Vieira Feliciano WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB ENCOMENDA: PESQUISA AÇÃO EM UMA EMPRESA DO SETOR

75

Tabela com os tempos para a produção dos Carrinhos para Bombonas de Água.

(famílias de Carrinhos para Bombonas de Água)

Fonte: Própria Autora

Fluxo do Carrinho para Bombonas de Água

Fonte: Própria Autora - Feito no software Bizagi Process Modeler

Produto: Carrinho para Bombona de Água

Solda Corte Dobra Embalagem Gabarito Rodas/Rodízios

690

750

600

660

720

90

2130 690 690 78,0 330 50,87

Lead Time :

(1uni/min) 158,76 2,65 Total de Horas p/ 25 carrinhos 66,15

330 50,8778,00

Tempos em minutos

Page 78: WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB … · Inessa Vieira Feliciano WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB ENCOMENDA: PESQUISA AÇÃO EM UMA EMPRESA DO SETOR

76

APÊNDICE B – Padrão das Ordens liberadas

Ordem de Serviço (Interno)

Fonte: Própria Autora

Page 79: WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB … · Inessa Vieira Feliciano WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB ENCOMENDA: PESQUISA AÇÃO EM UMA EMPRESA DO SETOR

77

Ordem de Serviço Externo

Fonte: Própria Autora

Page 80: WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB … · Inessa Vieira Feliciano WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB ENCOMENDA: PESQUISA AÇÃO EM UMA EMPRESA DO SETOR

78

Ordem de Serviço Terceirizado

Fonte: Própria Autora

Page 81: WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB … · Inessa Vieira Feliciano WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB ENCOMENDA: PESQUISA AÇÃO EM UMA EMPRESA DO SETOR

79

APÊNDICE C – Quadro dos Tempos dos trabalhos dos Setores referentes

ao mês de Janeiro

Data Solda (mim) Torno (min) Fresa(min) Inox(min)

02/01/2017 60

02/01/2017 90

02/01/2017 130

02/01/2017 120

02/01/2017 390

03/01/2017 25

03/01/2017 240

03/01/2017 30

03/01/2017 210

03/01/2017 240

04/01/2017 240

04/01/2017 300

04/01/2017 480

04/01/2017 30

04/01/2017 140

04/01/2017 90

04/01/2017 150

05/01/2017 40

05/01/2017 450

05/01/2017 30

05/01/2017 45

05/01/2017 15

06/01/2017 390

06/01/2017 60

06/01/2017 60

09/01/2017 120

09/01/2017 90

09/01/2017 260

09/01/2017 330

09/01/2017 120

09/01/2017 180

09/01/2017 450

09/01/2017 30

09/01/2017 60

09/01/2017 180

10/01/2017 240

10/01/2017 260

10/01/2017 60

11/01/2017 240

11/01/2017 260

11/01/2017 75

11/01/2017 210

13/01/2017 30

16/01/2017 240

16/01/2017 210

16/01/2017 120

16/01/2017 180

Page 82: WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB … · Inessa Vieira Feliciano WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB ENCOMENDA: PESQUISA AÇÃO EM UMA EMPRESA DO SETOR

80

Fonte: Própria Autora

Data Solda (mim) Torno (min) Fresa(min) Inox(min)

17/01/2017 60

17/01/2017 510

17/01/2017 120

17/01/2017 220

17/01/2017 120

17/01/2017 30

18/01/2017 390

18/01/2017 240

18/01/2017 300

19/01/2017 510

19/01/2017 210

19/01/2017 330

19/01/2017 120

19/01/2017 30

20/01/2017 5

20/01/2017 15

20/01/2017 240

20/01/2017 100

20/01/2017 210

20/01/2017 210

20/01/2017 390

20/01/2017 50

21/01/2017 510

23/01/2017 80

23/01/2017 10

23/01/2017 510

23/01/2017 120

23/01/2017 120

23/01/2017 210

23/01/2017 210

24/01/2017 40

24/01/2017 80

24/01/2017 60

25/01/2017 90

25/01/2017 210

25/01/2017 60

26/01/2017 120

30/01/2017 60

30/01/2017 450

31/01/2017 510

Page 83: WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB … · Inessa Vieira Feliciano WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB ENCOMENDA: PESQUISA AÇÃO EM UMA EMPRESA DO SETOR

81

APÊNDICE D – Quadro das Horas de Trabalho Executadas

Fonte: Própria Autora

12/a

br13

/abr

17/a

br19

/abr

26/a

br27

/abr

28/a

br02

/mai

Col

abor

ador

17

48

88

78

8

Col

abor

ador

28

88

88

88

8

Col

abor

ador

38

88

88

88

8

Col

abor

ador

48

88

34

48

8

Col

abor

ador

58

88

21

18

8

Col

abor

ador

68

80

88

88

8

Col

abor

ador

76

88

88

88

8

Col

abor

ador

86

48

88

88

8

Col

abor

ador

97

84

48

78

0

Col

abor

ador

10

88

88

88

88

Col

abor

ador

11

28

88

88

88

Col

abor

ador

12

68

44

88

88

Col

abor

ador

13

88

88

87

88

Col

abor

ador

14

88

85

88

88

Méd

ia (

hor

as)

77

76

77

87

Page 84: WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB … · Inessa Vieira Feliciano WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB ENCOMENDA: PESQUISA AÇÃO EM UMA EMPRESA DO SETOR

82

APÊNDICE E – Entrevista Concedida pelo Colaborador Parceiro

Entrevista

Nome: Colaborador Parceiro

Idade: 23 anos

Formação: Superior Incompleto Curso: Eng. Civil Fase: 1ªfase

Tempo de Serviço na Empresa: 1ano e 9 meses

Data: 19/04/2017Hora: 11h:15min

Duração: 10min Formato:mp4

1) Quais as dificuldades encontradas na realização do planejamento e do

cronograma das ordens a serem lançadas para o chão de fábrica.

Se eu tivesse as ordens de produção seria muito fácil, seria só olhar e organizar assim, como eu não tem todas, eu tenho que verificar o que

não tem ordem e cadastrar nos sistema e gerar a ordem, tem coisas que só na cabeça do meu supervisor, que ele não passou para o papel

e ele vai colocar para amanhã de manhã e não passou pra ninguém,

tá só na cabeça dele e eu preciso descobrir isso. Eu preciso ter um dialogo com o supervisor, com o colaborador que faz o orçamento,

com o diretor. Tem que ter um diálogo com todos, às vezes ...eles

não... se eles tivessem...há para eu conseguir usar um funcionário eu teria que agendar seria perfeito, o quadro seria fácil tudo seria fácil.

Mas eles não precisam de orçamento, ordem de produção de ficha, nem saber pra quem eles estão fazendo, pra colocar produzir, não

precisam te conhecer nem saber nada de ti, você pode vim pela

primeira vez, eles vão colocar produzir sem ter nada, esse é o maior empecilho que eu encontro na empresa, eles vão colocar produzir.

2) Em relação implementação do quadro de Carregamento de carga,

quais as dificuldades?

A dificuldade não é em alimentar o quadro e sim em ter o material

para alimentar o quadro, ter as ordens de produção. O quadro em si é fácil de alimentar e muito bom. O quadro de dentro que é para o

acompanhamento das ordens é mais chato, mas todos gostaram ajuda bastante, é só olhar e já se sabe o que tem que ir pra pintura, o que

tem que subir para ser faturado, economiza bastante tempo.

Page 85: WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB … · Inessa Vieira Feliciano WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB ENCOMENDA: PESQUISA AÇÃO EM UMA EMPRESA DO SETOR

83

3) Pelo tempo que você utilizou o quadro poderia melhorar o controle e

planejamento da produção?

Sim, poderia sim é uma boa ferramenta desde que seja usado adequadamente. Ela possibilita um melhor acompanhamento de todo

que está no chão de fábrica. Mas pra isso os serviços não podem ser

da forma como era antes, o cliente chega ali, às vezes se precisar colocar uma emergência ali torno, fazer e depois colocar no papel

tudo bem, mas tem que ter sido passado as informações para alguém,

se você não tem tempo, tem que responsabilizar alguém para fazer, o que não pode é o colaborador acabar o serviço e tu não ter dado, nem

do cliente do serviço, não ter alimentado o sistema, o quadro, nem o

programa, às vezes nem uma ordem de compra, o supervisor nem

passou a Ordem de Compra (OC) para o papel. Isso é uma grande

dificuldade que a gente tem. O que eles focam é atender o cliente, ele tem que estar satisfeito e com rapidez, tudo bem, isso é essencial a

gente mantem muitos clientes por causa disso, só que em que ser feito uma ordem de produção, eu não tem tempo pra fazer , mas pelo menos

uma OC e responsabilizar alguém para fazer o ordem, faz essa ordem

de produção o cliente está aqui, os dados dele estão aqui, a gente precisa dos dados do cliente: CPF, CEP e telefone a gente já

consegui fazer o cadastro dele, não é muita coisa, vai levar 2 minutos.

A pessoa que estiver atendendo o serviço, se o cara já é cadastrado, só fazer um orçamento, e depois passa pra mim e assim gerar a ordem

o quanto antes deve entrar a ordem pra terminar o serviço, o que não pode é ficar o quadro ficar sem alimentar porque ele é o que tá

produção. Pra alimentar tem que alimentas o sistema e pra alimentar

eu tenho que ter todos os dados, tanto do produto como o do cliente.

4) Qual a sua expectativa para o futuro, em relação à utilização dos

quadros?

Sim, vai ser continuar a utilizá-lo, só que vai demorar um tempo pra

andar redondinho, porque estamos em fase de implantação do sistema

a gente tá com dificuldades em alimentar o sistema para a geração de Ordens de serviço e nem tudo foi decidido, mas vai ser utilizado, é

uma ótima ferramenta.

Page 86: WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB … · Inessa Vieira Feliciano WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB ENCOMENDA: PESQUISA AÇÃO EM UMA EMPRESA DO SETOR

84

ANEXO A – Ficha para Ordens de Produção/Serviços

Page 87: WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB … · Inessa Vieira Feliciano WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB ENCOMENDA: PESQUISA AÇÃO EM UMA EMPRESA DO SETOR

85

ANEXO B –Tabela da Distribuição Normal Padrão Acumulada

Page 88: WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB … · Inessa Vieira Feliciano WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB ENCOMENDA: PESQUISA AÇÃO EM UMA EMPRESA DO SETOR

86

ANEXO C – Documentos da Programação do Quadro

Documento do Dia 12/04/2017

Page 89: WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB … · Inessa Vieira Feliciano WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB ENCOMENDA: PESQUISA AÇÃO EM UMA EMPRESA DO SETOR

87

Documento do Dia 13/04/2017

Page 90: WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB … · Inessa Vieira Feliciano WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB ENCOMENDA: PESQUISA AÇÃO EM UMA EMPRESA DO SETOR

88

Documento do Dia 17/04/2017

Page 91: WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB … · Inessa Vieira Feliciano WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB ENCOMENDA: PESQUISA AÇÃO EM UMA EMPRESA DO SETOR

89

Documento do Dia 19/04/2017

Page 92: WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB … · Inessa Vieira Feliciano WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB ENCOMENDA: PESQUISA AÇÃO EM UMA EMPRESA DO SETOR

90

Documento do Dia 26/04/2017

Page 93: WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB … · Inessa Vieira Feliciano WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB ENCOMENDA: PESQUISA AÇÃO EM UMA EMPRESA DO SETOR

91

Documento do Dia 27/04/2017

Page 94: WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB … · Inessa Vieira Feliciano WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB ENCOMENDA: PESQUISA AÇÃO EM UMA EMPRESA DO SETOR

92

Documento do Dia 28/04/2017

Page 95: WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB … · Inessa Vieira Feliciano WORKLOAD CONTROL EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB ENCOMENDA: PESQUISA AÇÃO EM UMA EMPRESA DO SETOR

93

Documento do Dia 02/05/2017