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Análise da obra “Iaiá Garcia”, de Machado de Assis

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Aspectos Biográficos do Autor• Machado de Assis (Joaquim Maria M. de A.),

jornalista, contista, cronista, romancista, poeta e teatrólogo.• Nasceu no Rio de Janeiro, RJ, em 21 de junho de 1839,

e faleceu também no Rio de Janeiro, em 29 de setembro de 1908. • É o fundador da Cadeira nº. 23 da Academia Brasileira

de Letras. • Ocupou por mais de dez anos a presidência da

Academia, que passou a ser chamada também de Casa de Machado de Assis.

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Aspectos Biográficos do AutorAlemão , dinamarquês , holandês , árabe , polonês , romeno , sueco , tcheco e estoniano foram algumas das línguas para as quais as obras do autor foi traduzido.O autor escreveu mais de 600 crônicas ao longo dos deus 60 anos , tornando-se um dos responsáveis pela popularização do gênero do país.Escreveu 5 livros de poesia, 7 de contos , 9 de teatro e 9 romances.Sua imagem foi estampada na cédula de mil cruzados , que circulou entre 1987 e 1990.

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1º Discurso de Machado de Assis na ABL

20 de julho de 1897Senhores,

Investindo-me no cargo de presidente, quisestes começar a Academia Brasileira de Letras pela consagração da idade. Se não sou o mais velho dos nossos colegas, estou entre os mais velhos. É simbólico da parte de uma instituição que conta viver, confiar da idade funções que mais de um espírito eminente exerceria melhor. Agora que vos agradeço a escolha, digo-vos que buscarei na medida do possível corresponder à vossa confiança.

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• Não é preciso definir esta instituição, iniciada por um moço, aceita e completada por moços, a Academia nasce com a alma nova, naturalmente ambiciosa. O vosso desejo é conservar, no meio da federação política, a unidade literária. Tal obra exige, não só a compreensão pública, mas ainda e principalmente a vossa constância. A Academia Francesa, pela qual esta se modelou, sobrevive aos acontecimentos de toda casta, às escolas literárias e às transformações civis.

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A vossa há de querer ter as mesmas feições de estabilidade e progresso. Já o batismo das suas cadeiras com os nomes preclaros e saudosos da ficção, da lírica, da crítica e da eloquência nacionais é indício de que a tradição é o seu primeiro voto. Cabe-vos fazer com que ele perdure. Passai aos vossos sucessores o pensamento e a vontade iniciais, para que eles o transmitam aos seus, e a vossa obra seja contada entre as sólidas e brilhantes páginas da nossa vida brasileira.

Está aberta a sessão.

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Frases de Machado de Assis• Lágrimas não são argumentos.• Não levante a espada sobre a cabeça de quem te

pediu perdão.• Não tive filhos, não transmiti a nenhuma criatura o

legado de nossa miséria.• Está morto: podemos elogiá-lo à vontade.• Eu não sou homem que recuse elogios. Amo-os;

eles fazem bem à alma e até ao corpo. As melhores digestões da minha vida são as dos jantares em que sou brindado.

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Frases de Machado de Assis• Suporta-se com paciência a cólica dos outros.• O medo é um preconceito dos nervos. E um

preconceito, desfaz-se - basta a simples reflexão.• A primeira glória é a reparação dos erros.• Há coisas que melhor se dizem calando.• Há pessoas que choram por saber que as rosas têm

espinho. Há outras que sorriem por saber que os espinhos têm rosas!• A arte de viver consiste em tirar o maior bem do

maior mal.

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Frases de Machado de Assis• Felizes os cães, que pelo faro descobrem os amigos.• Não te irrites se te pagarem mal um benefício; antes

cair das nuvens que de um terceiro andar.• Matamos o tempo, o tempo nos enterra.• As coisas valem pelas ideias que nos sugerem.• Tudo é aliado do homem que sabe querer.• Não importa ao tempo o minuto que passa, mas o

minuto que vem.• Esquecer é uma necessidade.• A ingratidão é um direito do qual não se deve fazer

uso.

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Frases de Machado de Assis• É melhor, muito melhor, contentar-se com a

realidade; se ela não é tão brilhante como os sonhos, tem pelo menos a vantagem de existir.• O tempo é pouco para o muito que espero.• Quando dois corações se querem entender,

ainda que falem hebraico, descobrem-se logo um ao outro.• A ocasião faz o furto; o ladrão nasce feito.

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Aspectos literários de Machado de Assis• As obras de Machado de Assis dividem-se em duas fases: a

primeira é fase romântica; a segunda, a realista.

• Na fase romântica, o amor e os relacionamentos amorosos são os principais temas de seus livros. Desta fase, podemos destacar as seguintes obras: Ressurreição (1872), seu primeiro livro, A Mão e a Luva (1874), Helena (1876) e Iaiá Garcia (1878).

• Na fase realista, o autor faz uma análise profunda e realista do ser humano, destacando suas vontades, necessidades, defeitos e qualidades. Nesta fase, destacam-se as seguintes obras: Memórias Póstumas de Brás Cubas (1881), Quincas Borba (1892), Dom Casmurro (1900) e Memorial de Aires (1908).

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Relação de Obras

RomancesRessurreição - 1872 A mão e a luva - 1874 Helena - 1876 Iaiá Garcia - 1878 Memórias Póstumas de Brás Cubas - 1881 Quincas Borba - 1891 Dom Casmurro - 1899 Esaú e Jacó - 1904 Memorial de Aires - 1908

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Relação de Obras

• TeatroHoje avental, amanhã luva - 1860 Desencantos - 1861 O caminho da porta, 1863 Quase ministro - 1864Os deuses de casaca - 1866 Tu, só tu, puro amor - 1880 Lição de botânica - 1906

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Relação de Obras

•Poesia CrisálidasFalenasAmericanasOcidentaisPoesias completas

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Relação de Obras• Contos

A Carteira Miss Dollar O Alienista Noite de AlmiranteO Homem CélebreConto da Escola Uns Braços A Cartomante O EnfermeiroTrio em Lá MenorMissa do Galo

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Iaiá Garcia – Contexto Histórico

• Depois de 1860, na fase do Romantismo liberal e social, a ficção supera a fórmula romântica, invadindo, a partir de 1870, a forma realista, seja na maneira urbana, de análise de costumes e caracteres, seja na regionalista, seja na naturalista. É a ficção nacional, brasileira, consolidada, autônoma. Os gêneros adquirem maior autonomia estética libertando-se da política e do jornalismo. Com a geração de 1870, começa nova influência nas letras, a da filosofia positiva e naturalista.

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Iaiá Garcia – Contexto Histórico

• É nesse contexto que está inserida a primeira fase de Machado de Assis. Iaiá Garcia é a última das obras dessa fase (1878). Machado foi influenciado por autores que já anunciavam o Realismo, como Manuel Antônio de Almeida que, com seu romance Memórias de um Sargento de Milícias, foi considerado por muitos autores um precursor do Realismo.

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Iaiá Garcia – Contexto Histórico

• Na terceira e última fase do romantismo com as Memórias de um sargento de Milícias, A Escrava Isaura e Inocência, por exemplo, nota-se um movimento de reação contra o gênero puramente idealista, a construção dos tipos e das cenas é mais observada, a realidade passa para o primeiro plano, tanto na pintura dos quadros como na dos caracteres.

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Iaiá Garcia - Introdução

O livro foi escrito em 1878, e a trama se desenrola entre os anos de 1866 e 1871. Casamentos arranjados, amores proibidos e jogos de interesse compõem este painel que retrata a sociedade contemporânea ao autor.

Antecipa a experimentação das Memórias Póstumas de Brás Cubas, portanto este romance deve ser considerado como uma obra de transição.

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• O último dos romances da primeira fase de Machado de Assis, Iaiá Garcia apresenta uma clara influência de José de Alencar; os personagens e a trama são tipicamente românticos.

• É uma história singela. Em "Iaiá Garcia", Machado de Assis começa a revelar as qualidades que mais tarde farão dele um grande romancista: a finura de estilo, o senso de humor que já reponta aqui e ali, a recriação de ambientes, a exata caracterização de personagens, principais ou secundários, como Raimundo, o preto africano, escravo liberto e inteiramente dedicado a Luís Garcia.

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•A personagem mais atuante é Estela, que verdadeiramente conduz a ação promovendo a felicidade dos que a

cercam, como Luiz Garcia, Iaiá e Jorge.

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Enredo• O enredo se constitui de uma série de incidentes que giram

sempre em torno do mesmo ponto, a realização ou a não-realização de um casamento.

• Todos os atos das personagens são conduzidos, de modo direto ou indireto, para a consecução ou para o impedimento desse objetivo.

• Assim, a ação do romance arma-se sobre a mesma sequência básica, repetida ao longo do relato com ligeiras variações, mas mantendo sistematicamente os elementos essenciais.

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• O romance se inicia com a apresentação de Luís Garcia, pai de Lina Garcia, chamada em seu círculo familiar de Iaiá. A personagem é convocada por Valéria para que a ajude a convencer o filho a alistar-se no exército brasileiro e participar da Guerra do Paraguai. Na descrição da personagem, ao iniciar o romance, Machado de Assis chama a atenção do leitor para certos aspectos de Luís Garcia:

“No momento em que começa esta narrativa, tinha Luís Garcia quarenta e um anos. (...) Suas maneiras eram frias, modestas e corteses; a fisionomia um pouco triste. Um observador atento podia adivinhar por trás daquela impassividade aparente ou contraída as ruínas de um coração desenganado. Assim era; a experiência, que foi precoce, produzira em Luís Garcia um estado de apatia e ceticismo, com seus laivos (sinais/vestígios) de desdém. ”

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• Nessa primeira descrição, podemos notar que não há nada a se esconder: o narrador apresenta as principais peculiaridades da personagem.

• A descrição, nesse caso, funciona como um objeto de desvelamento: mostra aos leitores a impossibilidade de imputar à personagem qualquer outro caráter que não seja o de um “coração desenganado”.

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No romance, não há nada de oculto no caráter de Luís Garcia. Tudo sobre o pai de Iaiá foi dito na primeira oportunidade pelo narrador, de modo que a atenção do leitor ficasse presa à camada mais imediata do texto: aquela dos fatos a serem narrados.

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Logo após a descrição do pai, o narrador passa rapidamente para a descrição da filha:

“Entretanto, das duas afeições de Luís Garcia, Raimundo era apenas a segunda; a primeira era uma filha. (...) Contava onze anos e chamava-se Lina. O nome doméstico era Iaiá.(...) A boca desabrochava facilmente um riso, — um riso que ainda não toldavam as dissimulações da vida, nem ensurdeciam as ironias de outra idade.”

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Logo após a apresentação de Iaiá, temos a descrição do ambiente doméstico de seu pai. Vemos, nessa parte da narrativa, que a filha de Luís Garcia apresenta sutilezas psicológicas importantes. Observemos com cuidado:

(...) Dessa comparação extraiu a ideia do sacrifício que o pai devia ter feito para condescender com ela; ideia que a pôs triste, ainda que não por muito tempo, como sucede às tristezas pueris. A penetração madrugava, mas a dor moral fazia também irrupção (incursão/invasão) naquela alma até agora isenta da jurisdição da fortuna. (ASSIS, 1975, p. 79)

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Machado, aqui, apresenta-nos um problema: Iaiá reconhece que o pai sacrificou-se ao lhe dar um piano de presente. Porém, como as tristezas pueris não duram, logo ela delicia-se com o presente. O que se mostra importante neste breve trecho é a presença de uma palavra-chave da narrativa, a qual constitui o verdadeiro palco da discussão nesta obra: a moral. Percebe-se que, desde cedo (a personagem contava nessa época com onze anos de idade), Iaiá compreende a “dor moral” que o pai tem de sofrer, para lhe dar educação e conforto. O romance trata, portanto, da aprendizagem de Iaiá em um novo mundo: o mundo da tensão entre o social e o natural, mediante o jogo imposto pelo narrado acerca da moral.

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O primeiro momento de tensão da narrativa ocorre já no segundo capítulo do romance. Na verdade, trata-se de uma fórmula que se repetirá em toda a trama: a realização ou não de um casamento.

Temos a tríade Estela – Valéria – Jorge que representa a dinâmica entre o natural e o social por meio do casamento. A convocação de Luís Garcia para interagir nessa dinâmica, sendo esse o tema do segundo capítulo do romance, não afeta o trinômio, pois ele não participará diretamente da tensão. Porém, caberá a essa personagem o papel de julgar, sendo complementado pelo narrador.

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• O diálogo entre Valéria, Luís Garcia e Jorge é recheado de julgamentos morais que levam o leitor a uma dubiedade: ao separar seu filho de Estela, a verdadeira motivação de Valéria é egoísta, mas, por outro lado, existem grandes vantagens sociais para o jovem rapaz.

• Sob esse aspecto, basta que observemos a descrição que Machado de Assis faz de Estela:

“Simples agregada ou protegida, não se julgava no direito a sonhar posição superior e independente; e dado que fosse possível obtê-la, é lícito afirmar que recusara, porque, a seus olhos seria um favor, e sua taça de gratidão estava cheia. (...) Pois o orgulho de Estela não lhe fez somente calar o coração, infundiu-lhe a confiança moral necessária para viver tranquila no centro mesmo do perigo.”

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A dissimulação, característica própria do universo feminino e romanesco, é resgatada no momento em que Estela descobre seu amor por Jorge:

“No meio de semelhante situação, que sentia ou pensava Estela? Estela amava-o. No instante em que descobriu esse sentimento em si mesma, pareceu-lhe que o futuro se lhe rasgava largo e luminoso; mas foi só nesse instante. Tão depressa descobriu o sentimento, como tratou de o estrangulá-lo ou dissimular, — trancá-lo ao menos no mais escuro do coração, como se fora uma vergonha ou pecado.” (p. 97)

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Sendo assim, a primeira tensão do romance é a seguinte: Jorge ama uma mulher que não é compatível com sua condição social. A mãe do rapaz se mostra contrária a essa união, mas Estela descobre que também o ama. No entanto, Estela, dominada pelo orgulho, rechaça a possibilidade de uma união, pois, em seu entendimento, entregar-se a Jorge seria assumir seu papel de agregada. Assim, a mulher passa a dissimular seus sentimentos, tornando-se superior ao amado por meio da frieza para com ele.

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Apesar de Estela esconder seus sentimentos, é Valéria que domina por ser mais experiente na arte da dissimulação. Valéria, desde o primeiro momento, percebe que há um perigo a ser vencido: Jorge não pode casar-se com Estela:

“Valéria reparou na atitude dos dois; mas como possuía a qualidade de dissimular as impressões, não alterou nem o gesto nem a voz. Os olhos é que nunca mais os deixaram.” (p.102)

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Sempre vigilante, Valéria despacha o filho para o Paraguai. Porém, antes de morrer, casa Estela com Luís Garcia, sendo este o segundo trinômio da trama: Estela – Valéria – Luís Garcia.

Aqui se configura uma pequena mudança: todos são a favor do casamento. Em primeiro lugar, Valéria vê nesta união a resposta para seus problemas; por isso, oferece o dote de casamento para Estela. Em vista desse fato, percebe-se claramente a maestria de Valéria:

“Com essa ideia opressiva entrou ela na casa da viúva, cuja recepção lhe desabafou o espírito do mais espesso de suas preocupações. Valéria beijou-a, com um gesto mais maternal que protetor. Nem lhe deixou concluir a frase de agradecimento; cortou-a com uma carícia (...) dissimulação generosa, que Estela compreendeu, porque também possuía o segredo dessas delicadezas morais.”

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Estela acaba por reconhecer em Valéria alguém superior às suas forças. A orgulhosa agregada não conseguiu separar-se de sua protetora, pois, reconhecendo-lhe a superioridade na arte da dissimulação, não lhe sobra recursos a não ser retornar à esfera de proteção da viúva.

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Logo após esse episódio, Estela e Luís Garcia discutem sobre o projeto de se unirem:

“— Creio que nenhuma paixão nos cega, e se nos casarmos é por nos julgarmos friamente dignos um do outro. — Uma paixão de sua parte, em relação à minha pessoa, seria inverossímil, confessou Luís Garcia; não lha atribuo. Pelo que me toca, era igualmente inverossímil um sentimento dessa natureza, não porque a senhora não pudesse inspirar, mas porque eu já não o poderia ter. — Tanto melhor, concluiu Estela; estamos na mesma situação e vamos começar uma viagem com os olhos abertos e o coração tranquilo. Parece que em geral os casamentos começam pelo amor e acabam pela estima; nós começamos pela estima; é muito mais seguro.”

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Do diálogo entre as personagens, não deriva, por certo, um julgamento amoroso, pois se trata de um julgamento moral, que fora impulsionado pela mãe de Jorge, a mesma senhora que, para recompensar esse matrimônio, entrega o dote de Estela. A união entre o indiferente Luís Garcia e a orgulhosa viúva é uma união de características que não se confundem, mas que podem vir equilibrar a economia doméstica da casa de Iaiá Garcia. O real motivo do casamento para Luís é Iaiá, que já reconhecera Estela como uma mãe possível, mas que em sua ingenuidade não participou dos planos de Valéria.

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Jorge retorna da guerra para descobrir a amada em matrimônio com seu melhor amigo, e a mãe morta. Lembremos que os dois primeiros trinômios de tensão da narrativa tiveram como motivo inspirador as próprias resoluções de Valéria. Devemos lembrar ainda que uma personagem fora dos trinômios serve de estímulo ou dinamismo dos acontecimentos – no primeiro trinômio, temos Luís Garcia; no segundo, Iaiá. O próximo trinômio apresentará Iaiá como uma de suas peças fundamentais.

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Agora temos Luís Garcia – Iaiá Garcia – Jorge. É Iaiá, centro deste trinômio, que desenvolve a dinâmica da narrativa. Aqui, trata-se do casamento como salvaguarda de uma situação: Iaiá pretende casar-se com Jorge pelo amor que tem ao pai. Vejamos como se configura o problema:

“(...) Luís Garcia disse algumas palavras a respeito do filho de Valéria. — Pode ser que eu me engane, concluiu o cético; mas persuado-me que é um bom rapaz. Estela não respondeu nada; cravou os olhos numa nuvem negra, que manchava a brancura do luar. Mas Iaiá, que chegara alguns momentos antes, ergueu os ombros com um movimento nervoso. — Pode ser, disse ela; mas eu acho-o insuportável.”

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E ainda:

“A verdadeira causa era nada menos que um sentimento de ciúme filial. Iaiá adorava o pai sobre todas as coisas; era o principal mandamento de seu catecismo. Instigara o casamento, com o fim de lhe

tornar a vida menos solitária, e porque amava Estela. O casamento trouxe para casa uma companheira e

uma afeição; não lhe diminuiu nada do seu quinhão (porção / parte) de filha.

Iaiá viu, entretanto, a mudança nos hábitos do pai, pouco depois de convalescido, e sobretudo desde os

fins de setembro. Esse homem seco para todos, expansivo somente na família, abriria uma exceção

em favor de Jorge (...)”

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A primeira motivação de Iaiá é separar Luís Garcia de Jorge por conta de um ciúme filial. Entretanto, o que acontece é o oposto: pouco a pouco, Jorge aproxima-se de Iaiá sem perder a admiração de Luís Garcia. Em realidade, essa admiração moral aumenta. E Iaiá ainda não tinha os planos de casamento. Até então, seu objetivo era afastar Jorge de seu pai.

No capítulo X, há a mudança na resolução de Iaiá. E, seguindo a ordem da narrativa, um fator externo desencadeia a mudança: a releitura de uma das cartas de Jorge nos tempos de guerra, releitura para o pai e leitura para Estela e Iaiá – que “lê” os olhos da madrasta.

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Iaiá, mesmo com um pretendente certo, começa a aproximar-se de Jorge. Procópio Dias, o pretendente cuja moral é execrada tanto pelo narrador quanto por Jorge, precisa viajar para recuperar uma herança. O afastamento de Procópio, como anteriormente o afastamento de Jorge, configura a aproximação das personagens, que terminará no matrimônio de ambos. Procópio pede a Jorge para cuidar de Iaiá. E Iaiá inicia seu plano para conquistar o antigo amado de Estela. Como já vimos, o objetivo de Iaiá não é a disputa mas a salvaguarda de seu pai, pois ela sabia o perigo que representava Jorge em sua casa.

A filha de Luís Garcia, enfim, consegue seu objetivo. Jorge jura-lhe amor, e os dois iniciam os preparativos para o casamento. Contudo, o pai de Iaiá encontra-se enfermo e acaba por falecer.

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Regida pelo orgulho, Estela percebe logo que Iaiá deseja casar-se com Jorge por algum motivo além de seus próprios sentimentos. Vejamos a reação da personagem à situação em que é mera espectadora:

“O procedimento da enteada, a súbita conversão às atenções de Jorge, toda aquela intimidade visível e recente, acordara no coração de Estela um sentimento, que nem aos orgulhosos poupa. Ciúme ou não, revolvera a cinza morna e achou lá dentro uma brasa. (...) (...) O orgulho vencera uma vez; agora era o amor, que, durante anos de jugo e compressão, criara músculos e saía a combater de novo. A vitória seria uma catástrofe, porque Estela não dispunha da arte de combinar a paixão espúria (falsa/ilegítima) com a tranquilidade doméstica; teria as lutas e as primeiras dissimulações; uma vez subjugada, iria direto ao mal.”

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Os ciúmes de Estela continuam relacionados a uma situação em que o orgulho é o verdadeiro motivo, pois, mesmo reconhecendo o amor de Jorge, ela pretende provar que é moralmente superior. Com a morte de Luís Garcia, no capítulo XV, Estela poderia desobrigar-se dos impedimentos morais que a colocaram na situação acima mencionada. Todavia, devemos lembrar que Estela era também mãe de Iaiá. Esse fato, gerado pela convivência das duas em casa do pai de Lina, poderia ser exatamente o sucesso da nova empreitada da viúva: casar os até então noivos Jorge e Iaiá.

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Porém, Iaiá não desejava mais casar com o filho de Valéria. Vejamos os motivos:

“Mas duas circunstâncias a induziram ao desfecho; era a primeira a revelação de Procópio Dias, confirmação de suas suspeitas; a segunda foi o espetáculo que se lhe ofereceu aos olhos, naquela noite, logo depois de se despedir do noivo. Sabendo que a madrasta estava no gabinete do pai, ali foi ter e espreitou pela fechadura; viu-a sentada com a cabeça inclinada ao chão, desfeito o penteado, mas desfeito violentamente, como se lhe metera as mãos em um momento de desespero, e caindo-lhe o cabelo em ondas amplas sobre a espádua, com a desordem da pecadora evangélica. Iaiá não a viu sem que os olhos se umedecessem. — Que se casem! disse a moça resolutamente.”

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Embora ainda ame Jorge, a menina decide desfazer a promessa porque sua madrasta o ama e não há impedimento moral algum para que se faça a união. É aqui que vemos como a “puberdade moral” de Iaiá torna-a superior aos procedimentos de Estela:

“Ergueu-se e procurou beijá-la. A madrasta recuou instintivamente a cabeça; era um gesto de repugnância, que a fisionomia ingênua e pura de Iaiá para logo dissipou. Em tão verdes anos, sem nenhum trato social, era lícito supor na menina tamanha dissimulação?”

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Iaiá sabia da paixão de Jorge e do amor que Estela tentava esconder. É claro que o orgulho de Estela passa a interpretar as atitudes de sua enteada como “um impulso desinteressado”. Porém, não se trata disso, mas de uma batalha, em todo o romance, de fingimentos para atingir determinados objetivos em torno do contrato social chamado casamento. Estela, perdida em meio à batalha das ilusões, ainda ama Jorge, que não mais a ama.

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Entretanto, Estela não deseja casar com Jorge, pois seu orgulho a impede.

Ela vai ao encontro Iaiá e inicia o mais longo diálogo do texto, resultando em um casamento por amor e o afastamento de alguém. Neste caso, Estela, que deixa o Rio de Janeiro e, ao fazer isso, demonstra que a única coisa a escapar ao naufrágio das ilusões é a moral, respondendo assim a indeterminação dada pela palavra “coisa” na frase final do romance: “Era sincera a piedade da viúva. Alguma coisa escapa ao naufrágio das ilusões”."

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“— Marquemos o casamento para esta semana, disse Estela na noite de um domingo. — Ainda não, respondeu a enteada. Posto visse dissipada a tempestade que lhe negrejara sobre a cabeça, Iaiá enxergava ainda para o lado poente um espectro, e para o lado do nascente uma possibilidade. Esses dois pontos negros vinham estragar a beleza azul do céu e torná-lo pesado e melancólico. O mistério do futuro unia-se ao mistério do passado; um e outro podiam devorar o presente, e ela receava ser esmagada entre ambos. A convivência da família aterrava-a. Que seria para ela o casamento, se tivesse de penetrar nele com a perpétua ameaça diante dos olhos, uma antiga semente de amor, que a primeira brisa da primavera podia fazer brotar e crescer de novo? Acreditava na isenção presente da madrasta, e na inteira cura do marido, mas o futuro? A beleza de Estela estava ainda longe do declínio, e a modéstia de Iaiá fazia-a persuadir de que, ainda no declínio, seria superior à sua.”

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“O dia do casamento foi definitivamente marcado naquela noite. Como Estela declarasse que ela própria serviria de madrinha, Iaiá procurou dissuadi-la cautelosamente; também ao noivo repugnou a intervenção espiritual da viúva.

Mas Estela não se deu por entendida. O papel de acólita (ajudante/assessora), que a si mesma distribuíra, tinha-o desempenhado com lealdade e dignidade. Quis ir até o fim. Era o melhor modo de se mostrar isenta e superior. Jorge sentia-se vexado e transportado ao mesmo tempo, ao observar a simplicidade e o desvelo que a viúva punha naquele ato. Iaiá sentia só admiração e gratidão. Tinha já certeza de que o passado era pouca coisa, e de que o futuro seria coisa nenhuma. O casamento ia separá-las, reconciliando-as.”

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“Iaiá achou no casamento a felicidade sem contraste. A sociedade não lhe negou carinhos e respeitos. (...) Nenhuma nuvem do passado veio sombrear a fronte de um ou de outro; ninguém se interpunha entre eles. Iaiá escrevia algumas vezes a Estela, que lhe respondia regularmente, e no mais puro estilo de família. De longe em longe a enteada presenteava a madrasta, que lhe retribuía logo na primeira ocasião. Quanto a encontrarem-se, era difícil; Estela aplicava todos os seus cuidados à nova ocupação.”

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No primeiro aniversário da morte de Luís Garcia, Iaiá foi com o marido ao cemitério, a fim de depositar na sepultura do pai uma coroa de saudades. Outra coroa havia sido ali posta, com uma fita em que se liam estas palavras: — A meu marido. Iaiá beijou com ardor a singela dedicatória, como beijaria a madrasta se ela lhe aparecesse naquele instante. Era sincera a piedade da viúva. Alguma coisa escapa ao naufrágio das ilusões.

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Realismo na obra Machadiana

• Um dos primeiros pontos quando pensamos em Realismo é a atenção dada ao retrato das personagens. Elas são indivíduos únicos, descritos em todos os seus detalhes, bons ou ruins, contanto que pareçam verdadeiros. Em Iaiá Garcia encontramos personagens que nos parecem mais verdadeiras graças à verossimilhança de suas descrições.

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Uma das características do Realismo é que qualquer motivo de conflito do homem com seu ambiente ou circunstantes é assunto para o realista. No período que a obra foi escrita, havia o preconceito com os casamentos entre classes sociais diferentes.

O autor coloca a personagem Estela em conflito com essa situação: “O ressentimento do desnível social e toda a problemática psicológica que o dever de gratidão cria...” (KRAEMER, p. 25).

Há críticos que dizem que Machado retrata com essa personagem seus próprios conflitos.

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• Em todas as obras dessa primeira fase, Machado traz à tona essa problemática. Diferentemente de Helena, no entanto, em que a heroína procura harmonizar o sentimento com a ambição, em Iaiá Garcia Estela, com o seu orgulho, impõe-se o sacrifício de desistir do seu amor perdendo a oportunidade de ascender socialmente:

• “Simples agregada ou protegida, não se julgava com direito a sonhar outra posição superior e independente; e dado que fosse possível obtê-la, é lícito afirmar que recusara, porque a seus olhos seria um favor, e sua taça de gratidão estava cheia.” (p. 26-27).

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• Vemos, então, que Machado também mostra em Iaiá Garcia os conflitos do homem com o meio em que está inserido.

• Em Iaiá Garcia, sua última fase romântica, as narrativas se tornam mais profundas em conteúdo e em técnica, e encaminham-se para a retratação do espírito e da vida interior, ou seja, a complexidade da análise psicológica.

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• Em Iaiá Garcia, os acontecimentos do enredo se dão por causa do caráter das personagens. A personagem de Estela é talvez o melhor exemplo de construção psicológica dentro do romance e de como uma personagem influi no desenrolar do enredo. Assim, Machado a descreve:

• “Estela era vivo contraste do pai, tinha a alma acima do destino. Era orgulhosa, tão orgulhosa que chegava a fazer da inferioridade uma auréola; mas o orgulho não lhe derivava de inveja impotente ou de estéril ambição; era uma força, não um vício - era o seu broquel de diamante, o que a preservava do mal...”(p. 26)

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• Fica claro como Machado de Assis dá ênfase ao psicológico de Estela, quando diz que a alma da moça está acima do próprio destino, e diz que o orgulho é uma força maior. Jorge também fica atraído por Estela por causa de algo a mais do que sua beleza:

• “A imperturbável seriedade de Estela foi um aguilhão mais, não menos cruel que a gentileza de suas formas, e certo ar de resolução que lhe transparecia do rosto quieto e pálido.”(p. 24)

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• Do mesmo modo, Jorge, filho de dona Valéria, é uma personagem que adquire complexidade com a evolução do romance. Jorge era formado em Direito, mas não exercia a profissão: “... empregava uma partícula do tempo em advogar o menos que podia – apenas o bastante para ter o nome no portal do escritório e no Almanaque de Laemmert”(p. 14). Era ocioso pelas condições de vida que tinha. A sua preocupação era a de gozar a vida frequentando bailes, teatro, noitadas com os amigos.

• O autor coloca a personagem desse modo com o intuito de pôr em prática uma de suas principais características desenvolvidas no Realismo: a análise psicológica das personagens.

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•Boa prova a todos!