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X CONGRESSO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA DA AMAZÔNIA · x congresso de ciÊncia e tecnologia da amazÔnia xvii salÃo de pesquisa e iniciaÇÃo cientÍfica iv salÃo de extensÃo 08,

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X CONGRESSO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA DA AMAZÔNIA XVII SALÃO DE PESQUISA E INICIAÇÃO CIENTÍFICA

IV SALÃO DE EXTENSÃO 08, 09 e 10/11/2017

ASSOCIAÇÃO EDUCACIONAL

LUTERANA DO BRASIL PRESIDENTE:

PAULO AUGUSTO SEIFERT VICE-PRESIDENTE: LEONIR MITTMANN CAPELÃO GERAL:

REV. MAXIMILIANO WOLFGRAMM SILVA

CENTRO UNIVERSITÁRIO LUTERANO DE SANTARÉM

REITOR: ILDO SCHLENDER

CAPELÃO: SÉRGIO MAURÍCIO REINHOLZ

DIRETOR ACADÊMICO: CELSO SHIGUETOSHI TANABE

ASSESSORA DE PESQUISA, PÓS-GRADUAÇÃO E EXTENSÃO:

MARIA VIVIANI ESCHER ANTERO

COORD. DO CURSO DE AGRONOMIA: RAIMUNDO COSME DE OLIVEIRA JUNIOR COORD. DO CURSO DE ARQUITETURA E

URBANISMO: FERNANDO AUGUSTO FERREIRA DO VALLE

COORD. DO CURSO DE DIREITO: JOSÉ RICARDO GELLER

COORD. DOS CURSOS DE EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO E LICENCIATURA: MANUEL ELBIO AQUINO SEQUEIRA COORD. DO CURSO DE ENG. CIVIL: ALESSANDRO SANTOS DE ARAÚJO

COORD. DO CURSO DE PEDAGOGIA: LORENI BRUCH DUTRA

COORD. DO CURSO DE SERVIÇO SOCIAL: IVONE DOMINGOS E SILVA

COORD. DO CURSO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO:

CARLOS ALBERTO PEDROSO ARAÚJO

INFRA-ESTRUTURA DE APOIO TÉCNICO E ADMINISTRATIVO ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL:

ANDRIA ROBERTA FREITAS BARBOSA CPA: SELDON RODRIGUES DUARTE

CPD: RUSSEL DA SILVA JATI

FIES E PROUNI: JULIETE CRISTINA LOBO RODRIGUES

LEGISLAÇÃO E NORMAS: MARILZA DO CARMO SANTOS

NÚCLEO DE ESTÁGIOS: RAIMUNDA REIS DA SILVA

PREFEITURA: KÁTIA REGINA ALMEIDA AMORIM

SAJULBRA: ROSALICE MARIA FERNADES MONTEIRO

CAMARA SECRETARIA GERAL:

LUZENIL FIGUEIRA DE LEMOS SETOR DE COMPRAS:

SILVANA MARIY SOARES SETOR DE PESSOAL:

LILIAN REGINA BATISTA LIMA TESOURARIA:

EUNICE DA CONCEIÇÃO SOUSA DA SILVA

COMISSÃO EDITORIAL CELSO SHIGUETOSHI TANABE

MARIA VIVIANI ESCHER ANTERO

COMISSÃO DE ORGANIZAÇÃO DO CADERNO DE RESUMOS

NARELLY TAVARES RODRIGUES E MELO MARIA VIVIANI ESCHER ANTERO

COMISSÃO CIENTÍFICA CELSO SHIGUETOSHI TANABE MARIA SHEYLA GAMA SOUSA

MARIA VIVIANI ESCHER ANTERO RAFAELA FERANDES NICOLAU

ROSÂNGELA MARIA LIMA DE ANDRADE

CORRESPONDÊNCIA Av. Sergio Henn, 1787, Bairro Diamantino CEP:

68025 – 000 – Santarém – PA Fone/Fax: (0xx93) 3524-1055 E-mail: [email protected]

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Os resumos contidos neste “Caderno de Resumos Expandidos” são de

responsabilidade de seus autores.

Nenhuma parte desta obra deve ser reproduzida por meio impresso ou eletrônico sem a

devida autorização expressa dos organizadores.

Todos os direitos reservados e protegidos por Lei.

C749 Congresso de Ciência e Tecnologia da Amazônia (11. : 2017: Santarém, PA).

Caderno de resumos expandidos do Salão de Pesquisa e Iniciação Científica do CEULS ULBRA

Santarém: Políticas públicas e pesquisa na Amazônia. (n. 17, 2017) / Centro Universitário

Luterano de Santarém. CEULS/ULBRA, 2017.

ISSN 1808-3072.

104 resumos.

514 p. : il.

Evento realizado em Santarém, no Centro Universitário Luterano de Santarém nos dias 08, 09 e

10 de novembro de 2017.

1. Pesquisa Científica. 2. Resumos científicos, I. Centro Universitário Luterano de

Santarém. II. Educação e Ciência. III. Título.

CDU 001.891

Biblioteca Martinho Lutero / Setor de Processamento Técnico / Santarém – PA Bibliotecária Caroline Pinheiro – CRB-2/1536

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APRESENTAÇÃO

O Centro Universitário Luterano de Santarém realiza o Congresso de Ciência

e Tecnologia da Amazônia a cada dois anos, e anualmente o Salão de Iniciação

Científica com o Salão de Extensão, no mês de novembro.

Neste ano de 2017 comemora-se o X Congresso de Ciência e Tecnologia

da Amazônia para celebrar esta data contamos com a presença do Dr. Savio

Tulio Oselieri Raeder do Ministério de Ciência e Tecnologia para debater o tema

central Políticas Públicas e Pesquisa na Amazônia.

Com ampla repercussão entre a comunidade acadêmica regional o X

CONGRESSO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA DA AMAZÔNIA; XVII

SALÃO DE PESQUISA E INICIAÇÃO CIENTÍFICA E IV SALÃO DE

EXTENSÃO destacam a integração entre ensino, pesquisa e extensão

propiciando a interdisciplinaridade, bem como a socialização de trabalhos

realizados por acadêmicos do CEULS e demais instituições da cidade e região.

Estes eventos oferecem a oportunidade de divulgação científica em três

instâncias: a publicação de resumos em anais, a apresentação de pôsteres e a

comunicação oral. Como forma de incentivo à melhoria da qualidade das

publicações, é oferecida premiação àqueles alunos de Iniciação Científica que se

destacarem no evento.

O Caderno de resumos traz 104 Resumos Expandidos (dividido em 2

cadernos) e 71 Resumos Simples.

Sejam bem vindos a este espaço aberto à publicação e debate pela pesquisa.

Maria Viviani Escher Antero

Rosângela Maria Lima de Andrade

Professoras do CEULS ULBRA

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SUMÁRIO

CADERNO 001

CIÊNCIAS AGRÁRIAS

ANÁLISE DO DIMENSIONAMENTO DE UMA ESTRUTURA DE MADEIRA ................................. 17 Msc. Hugo Aquino

Débora Quézia Escócio

Graziella Escócio

Luiz Henrique Lemos Vieira

Cleveland Gustavo Canto

ANÁLISE TEMPORAL DA EXPANSÃO DA LAVOURA DE SOJA NO MUNICÍPIO DE

BELTERRA, PA ............................................................................................................................................. 22 Macelle de Souza Rego

Ellen Magda da Silva Machado

Darlisson Bentes dos Santos

Rafaela Nicolau dos Santos

Lucas Rayner da Cruz Silva

ANÁLISE TEMPORAL DA EXPANSÃO DA LAVOURA DE SOJA NO MUNICÍPIO DE

SANTARÉM-PA ............................................................................................................................................. 26 Ellen Magda da Silva Machado

Macelle de Souza Rego

Darlisson Bentes dos Santos

Rafaela Nicolau dos Santos

Jayne Ribeiro da Silva Machado

ANÁLISE TEMPORAL DA EXPANSÃO DAS ÁREAS DE PLANTIO DE SOJA NOS MUNICÍPIOS

DE BELTERRA, MOJUÍ DOS CAMPOS E SANTARÉM-PA ................................................................. 31 Ellen Magda da Silva Machado

Macelle Souza Rêgo

Darlisson Bentes dos Santos

Rafaela Nicolau dos Santos

Gláucia de Fátima Gomes

ANTRACNOSE NA CULTURA DA PIMENTA-DO-REINO .................................................................. 36 Ana Paula da Cruz Gato

Deilane Freitas Pontes

Eluziane dos Anjos Figueiredo

Igor Moraes de Miranda

Gilbson Santos Soares

ANTRACNOSE NA CULTURA DO MARACUJÁ .................................................................................... 40 Ana Paula da Cruz Gato

Deilane Freitas Pontes

Eluziane dos Anjos Figueiredo

Igor Moraes de Miranda

Gilbson Santos Soares

ANTRACNOSE NO CAJUEIRO NO DISTRITO DE ALTER-DO-CHÃO, SANTARÉM/PA ............. 45

Karin Thaianne Silva de Sousa

Rogér Murilo da Costa Rebelo

André Luiz Cardoso Moreira

Felipe Barros Sousa

Matheus Neves dos Santos

Gilbson Santos Soares

AVALIAÇÃO DE DIFERENTES TIPOS DE SUBSTRATOS NA PRODUÇÃO DE MUDAS DO

REPOLHO (BRASSICA OLERACEA CAPITATA) SOOSHU ............................................................... 49 Maria Lúcia Braga Farias

Nalyene Bianca de Lima Monteiro

Raimundo Cosme de Oliveira Junior

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Darlisson Bentes dos Santos

Alessandra Damasceno da Silva

AVALIAÇÃO DE DIFERENTES TIPOS DE SUBSTRATOS NO PERIODO DE GERMINAÇÃO DE

MUDAS DE ALFACE (LACTUCA SATIVA L.) EM SISTEMA DE PRODUÇÃO ORGÂNICO ....... 53 Róger Murilo da Costa Rebelo

Vândrea Aline Rêgo de Sousa

Gilbson Santos Soares

Darlisson Bentes dos Santos

Daniel Rocha de Oliveira

BACIA DE EVAPOTRANSPIRAÇÃO PARA TRATAMENTO DE ÁGUAS NEGRAS

PROVENIENTES DO CENTRO EXPERIMENTAL FLORESTA ATIVA NA RESEX TAPAJÓS

ARAPIUNS ..................................................................................................................................................... 57

Alailson Sousa Rêgo

Steve Macqueen Fernando Souza da Silva

Edna Reis Costa Araújo

Alessandra Damasceno da Silva

CADASTRO AMBIENTAL RURAL – CAR E O DESMATAMENTO NO MUNICÍPIO DE ÓBIDOS

– PA NO PERÍODO DE 2012 A 2015 ........................................................................................................... 61

Ana Paula Santos Barros

Alessandra Damasceno da Silva

Isabel Cristina Tavares Martins

Darlisson Bentes dos Santos

Gláucia de Fática Gomes

CARACTERIZAÇÃO FÍSICA E QUÍMICA DO SOLO SOB DOIS CASTANHAIS NATIVOS, NA

FLORESTA NACIONAL DO TAPAJÓS, PARÁ E NA RESEX RIO CAJARI, AMAPÁ..................... 65

Everton Araújo Cavalcante

Raimundo Cosme de Oliveira Junior

Marcelino Carneiro Guedes

Daniel Rocha de Oliveira

Yash Brendon

CERCOSPORIOSE NA CULTURA DA ALFACE - LACTUCA SATIVA L. ........................................ 71

Cássia Solange Peixoto Hamburgo

Haylla Claudia Santos Souza

Járede Oliveira Panza

Nara Thaysa de Lira Costa

Gilbson Santos Soares

CERCOSPORIOSE NA CULTURA DA ALFACE – LACTUCA SATIVA L. ....................................... 76

Thayanny Fernanda Cunha da Silva

Ramon Vieira Farias

Gilbson Santos Soares

Darlisson Bentes dos Santos

Edson Pereira dos Reis

CONCENTRAÇÃO DE NUTRIENTES EM RESIDUOS DE COLHEITA DE PLANTIOS DE SOJA

NO OESTE PARAENSE ............................................................................................................................... 82

Nieli Eloine Rodrigues

Raimundo Cosme de Oliveira Junior

Daniel Rocha de Oliveira

Darlisson Bentes dos Santos

Alessandra Damasceno da Silva

CULTIVO DE BATATAS-DOCE EM VASOS COMO USO ALTERNATIVO EM HORTAS

URBANAS ....................................................................................................................................................... 87 Girlane Moraes dos Santos

Liliane Carmo dos Santos

Darlisson Bentes dos Santos

Isabel Cristina Tavares Martins

Alessandra Damasceno da Silva

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DENSIDADE DE CASTANHEIRAS E ESTRUTURA VERTICAL DE FLORESTAS COM

CASTANHAIS NA AMAZÔNIA ORIENTAL ........................................................................................... 91 Felipe Felix Costa

Marcelino Carneiro Guedes

Raimundo Cosme de Oliveira Júnior

Quezia Leandro de Moura Guerreiro

Daniel Rocha de Oliveir

DESEMPENHO PRODUTIVO DE ALFACE (LACTUCA SATIVA) EM REGIME DE

AQUAPONIA ................................................................................................................................................. 97 Yash Brendo Pereira Coelho Guimarães

André Luiz Teixeira Dalagnol

Aline Maria Sousa Cruz

Daniel Rocha de Oliveira

Raimundo Cosme de Oliveira Junior

DESEMPENHO REPRODUTIVO DE VACAS ZEBU, CRIADAS NA REGIÃO DO BAIXO

AMAZONAS, EM CONDIÇÕES DE ESTRESS TÉRMICO E SUBMETIDAS À INSEMINAÇÃO

ARTIFICIAL EM TEMPO FIXO (IATF) ................................................................................................. 102 Alime Maria Sousa Cruz

Rayane Miguel de Sales

Daniel Rocha de Oliveira

Darlisson Bentes dos Santos

Edson Pereira dos Reis

DIAGNÓSTICO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS PRODUZIDOS NO MERCADO CENTRAL DE

SANTARÉM/PA ........................................................................................................................................... 107

Yash Brendo Pereira Coelho Guimarães

Isabel Cristina Tavares Martins

Andre Luiz Teixeira Dalagnol

Igor Moraes de Miranda

Edson Pereira dos Reis

DISPONIBILIDADE DE CÁLCIO E MAGNÉSIO EM SOLO, SOB DIFERENTES CULTIVOS NO

PLANALTO SANTARENO ........................................................................................................................ 111 Elen Kercy Siqueira da Cruz

Maria Albetiza Alves

Juliano Gallo

Raimundo Cosme de Oliveira Junior

Darlisson Bentes dos Santos

EFEITO DE SISTEMAS DE MANEJO SOBRE A DENSIDADE GLOBAL EM LATOSSOLO

AMARELO MUITO ARGILOSO EM PARAGOMINAS-PA ................................................................ 115 Hugo da Silva Alves

Paulo Ferreira Rodrigues Neto

Raimundo Cosme de Oliveira Junior

Eduardo Jorge Maklouf Carvalho

Darlisson Bentes dos Santos

EFEITO DE SISTEMAS DE MANEJO SOBRE EMISSOES DE GASES DE EFEITO ESTUFA EM

CULTURA DA SOJA NO MUNICPIO DE MACAPÁ-AP ..................................................................... 120 Raimundo Cosme de Oliveira Junior

Quezia Leandro Moura Guerreiro

Daniel Rocha de Oliveira

Nagib Jorge Melem Junior

Rogerio Machado Alves

EFEITO DE SISTEMAS DE MANEJO SOBRE EMISSOES DE GASES DE EFEITO ESTUFA EM

CULTURA DO MILHO NO MUNICPIO DE MACAPÁ-AP ................................................................. 125 Raimundo Cosme de Oliveira Junior

Quezia Leandro Moura Guerreiro

Daniel Rocha de Oliveira

Nagib Jorge Melem Junior

Rogerio Machado Alves

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EFEITO DE SISTEMAS DE MANEJO SOBRE EMISSOES DE GASES DE EFEITO ESTUFA EM

LATOSSOLO AMARELO MUITO ARGILOSO DE PARAGOMINAS-PA ....................................... 130 Raimundo Cosme De Oliveira Junior

Eduardo Jorge Maklouf Carvalho

Daniel Rocha De Oliveira

Troy Patrick Beldini

Darlisson Bentes Dos Santos

ESTOQUES DE NITROGÊNIO E CARBONO SOB DIFERENTES SISTEMAS DE USO E MANEJO

DE UM LATOSSOLO AMARELO NO MUNICÍPIO DE PARAGOMINAS ....................................... 135 Raimundo Cosme de Oliveira Junior

Eduardo Jorge Maklouf Carvalho

Willey Ferreira Machado

Darlisson Bentes dos Santos

Daniel Rocha de Oliveira

FLUXO DE CO2 NA INTERFACE SOLO-ATMOSFERA EM ÁREA DE FLORESTA NÃO

MANEJADA NA FLONA TAPAJÓS. ....................................................................................................... 139 Yash Brendo Pereira Coelho Guimarães

Raiane Pereira de Abreu

André Luiz Teixeira Dalagnol

Daniel Rocha de Oliveira

Raimundo Cosme de Oliveira Junior

FUSARIOSE NA CULTURA DA PIMENTA-DO-REINO ..................................................................... 144 Julio Matheus Gomes da Silva

Airam Erasmo Pereira de Sá

Denes Jermerson da Costa Silva

Jarlisson Batista dos Santos

Gilbson Santos Soares

FUSARIOSE NA CULTURA DE ALFACE AMERICANA .................................................................... 148 Benhur Ewerton Beggo Granella

Carlos Borre Dewes

Diego de Melo Correa

Jordan Borges Souza

Gilbson Santos Soares

GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS ORGÂNICOS NO MUNICÍPIO DE SANTARÉM .................. 153 Yash Brendo Pereira Coelho Guimarães

André Luiz Teixeira Dalagnol

Caio Mateus Silva de Souza

Giovanna Ferreira Diniz

Isabel Cristina Tavares Martins

MAL-DE-SETE-VOLTAS NA CULTURA DA CEBOLINHA – ALLIUM FISTULOSUM ............... 158 Andressa Lemos Rocha

Keyse Oliveira da Costa

Ana Flávia Lago

Apoena Garcia Vieira

Gilbson Santos Soares

NITROUS OXIDE FLUXES FROM INTENSIVELY MANAGED MAIZE FIELDS IN SANTAREM-

BELTERRA PLATEAU. ............................................................................................................................. 162 Raimundo Cosme de Oliveira Junior

Troy Patrick Beldini

Plinio Barbosa de Camargo

Daniel Rocha de Oliveira

Raiane Pereira de Abreu Guimaraes

Darlisson Bentes dos Santos

PERDAS DE FRUTAS EM COMÉRCIO VAREJISTA DO MUNICÍPIO DE SANTARÉM/PA ...... 167 Ana Cláudia Zolin

Alessandra Damasceno da Silva

Darlisson Bentes dos Santos

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Isabel Cristina Tavares Martins

Edson Pereira dos Reis

PODRIDÃO DE RAÍZES NA CULTURA DO ABACAXI – ANANASCOMOSUSL MERRIL – NO

MUNICÍPIO DE MOJUÍ DOS CAMPOS/PA ........................................................................................... 172

Thayanny Fernanda Cunha da Silva

Ramon Vieira Farias

Gilbson Santos Soares

Darlisson Bentes dos Santos

Edson Pereira dos Reis

PODRIDÃO NEGRA NA CULTURA DA COUVE MANTEIGA .......................................................... 176 Alan Gonçalves Andrade

Gilbson Santos Soares

Darlisson Bentes dos Santos

Edson Pereira dos Reis

PROTÓTIPO DE UM SISTEMA QUE SERÁ MANUSEADO POR AGENTES DE SAÚDE PARA

NOTIFICAÇÃO DE DOENÇAS TRANSMITIDAS PELO MOSQUITO AEDES AEGYPTI............ 180 Bruno Renê Silveira e Silva

Elber Mateus Silva Oliveira

Jean Santos de Oliveira

João Luís de Brito Neto

Naydion Lima de Aquino

Carlos Eduardo Miléo Antunes

QUANTIFICACAO DA MINERALIZAÇÃO E DA NITRIFICAÇÃO EM PLANTIOS DE SOJA NO

OESTE PARAENSE .................................................................................................................................... 184 Nieli Eloine Rodrigues

Raimundo Cosme de Oliveira Junior

Darlisson Bentes dos Santos

Celso Shiguetoshi Tanabe

Daniel Rocha de Oliveira

RESIDUOS DE COLHEITA E QUANTIFICACAO DE RAIZES EM PLANTIOS DE SOJA NO

OESTE PARAENSE .................................................................................................................................... 190 Nieli Eloine Rodrigues

Raimundo Cosme de Oliveira Junior

Celso Shiguetoshi Tanabe

Daniel Rocha de Oliveira

Darlisson Bentes dos Santos

SIGATOKA-AMARELA: DOENÇA NA CULTURA DA BANANEIRA .............................................. 195 Igor Paula Afonso

Rodrigo Silva dos Santos

Gilbson Santos Soares

Darlisson Bentes dos Santos

Edson Pereira dos Reis

VARIABILIDADE ESPACIAL DE ATRIBUTOS FÍSICOS E QUÍMICOS DE UM SOLO SOB

FLORESTA OMBRÓFILA DENSA NA FLONA TAPAJOS-PA........................................................... 200 Everton Araújo Cavalcante

Raimundo Cosme de Oliveira Junior

Daniel Rocha de Oliveira

Karin Thainne S de Sousa

Katriane Fernandes Correa

CIÊNCIAS EXATAS ANÁLISE COMPARATIVA DOS ESFORÇOS SOBRE VIGAS SUBMETIDAS À FLEXÃO DEVIDO

À CONTRIBUIÇÃO DE LAJES MACIÇAS ............................................................................................ 206 Amilton José S. Viana

Rosane S. Sousa

Hugo Ricardo Aquino

Allan Dállen Almeida de Sousa

Alessandra Damasceno da Silva

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Roseclea Bezerra Gaspar

ANÁLISE DA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE TRATAMENTO DE ESGOTO, NA CIDADE

DE SANTARÉM, NA REGIÃO AMAZÔNICA ....................................................................................... 211 Msc. Sérgio Gouvêa de Melo

Msc. Alessandro Santos de Araújo

Luiz Henrique Lemos Vieira

Adilson Guilherme Feitosa De Oliveira

Arthur Alvarenga Mesquita Rodrigues

Débora Quézia Escócio

Lukas Brito Carneiro

ANÁLISE DE CUSTOS ENTRE ORÇAMENTO POR ESTIMATIVA DE CUSTO E ORÇAMENTO

ANALÍTICO: APLICAÇÃO EM UMA CASA POPULAR NO ESTADO DO PARÁ ......................... 216 Fernando Augusto Ferreira do Valle

Marlyson José Silveira Borges

Bruno Guilherme Lemos Vieira

Bruno Luiz Lacerda Figueiredo

Helito Barbosa da Silva

ANÁLISE ORÇAMENTÁRIA ENTRE OS MÉTODOS: LIGHT STEEL FRAME E

CONVENCIONAL DE CRECHE EM SANTARÉM ............................................................................... 221 Aurizane Monteiro da Silva

Juliana Ester Martins Moura

NatanaFlexaFernades dos Santos

Diego Fernandes dos Santos

Fernando Augusto Ferreira do Valle

CAIPIRA MOBILE: APLICATIVO MÓVEL PARA CONTROLE DE CRIAÇÃO DO FRANGO

CAIPIRA ....................................................................................................................................................... 226 Mauricio Wendel Cavalcante Gonçalves

Marla Teresinha Barbosa Geller

CONFECÇÃO DE MODELO REDUZIDO DE PÓRTICO DE CONCRETO ARMADO –

PARTICIPAÇÃO NO CONCURSO TÉCNICO DO 58º CONGRESSO BRASILEIRO DE

CONCRETO: APARATO DE PROTEÇÃO AO OVO – APO ............................................................... 231 Frank Alec Feitosa Maia

Alexandre Leite Dos Santos Junior

Gabriel Rodrigues Gomes

Marlysson José Silveira Borges

Vinicius Martins Ribeiro

Sérgio Gouvêa de Melo

DESENVOLVIMENTO DE UM JOGO DIGITAL DE PLATAFORMA .............................................. 237 Alleff Cristhian de Sousa Silva

Andrey Camurça da Silva

Márcio Darlen Lopes Cavalcante

DIMENSIONAMENTO E ORÇAMENTAÇÃO DA INFRAESTRUTURA DE UMA EDIFICAÇÃO

DE CINCO PAVIMENTOS EM CONCRETO ARMADO: COMPARATIVO ENTRE PREÇOS DO

SINAPI E SEDOP ......................................................................................................................................... 242 Vinícius Martins Ribeiro

Daniel Branco de Morais

Frank Alec Feitosa Maia

Gabriel Rodrigues Gomes

Hugo Ricardo Aquino

DIMENSIONAMENTO E ORÇAMENTAÇÃO DA SUPERESTRUTURA DE UMA EDIFICAÇÃO

DE QUATRO PAVIMENTOS EM CONCRETO ARMADO: COMPARATIVO ENTRE SISTEMAS

REFERENCIAIS DE CUSTOS DO ESTADO DO PARÁ ....................................................................... 246 Gabriel Rodrigues Gomes

Daniel Branco de Morais

Dayana Trevisan

Frank Alec Feitosa Maia

Vinícius Martins Ribeiro

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Hugo Ricardo Aquino

EASY ENGLISH - OBJETO DE APRENDIZAGEM PARA INTRODUÇÃO AOS PRINCÍPIOS

BÁSICOS DE LÍNGUA INGLESA PARA ALUNOS DO 3ºANO DO ENSINO FUNDAMENTAL:

FASE DE ANÁLISE E PROJETO. ............................................................................................................ 250 Carla Kalyanna Pereira Pinto

Matheus Cunha de Assis

Paulo Almeida de Castro Junior

Marla Teresinha Barbosa Geller

ESTUDO DE SOLO PARA FUNDAÇÕES EM ÁREAS DE POSSIVEL DESENVOLVIMENTO

URBANO DE SANTARÉM-PA .................................................................................................................. 255 Kayna Costa Gregório

Fernando Augusto Ferreira do Valle

Alessandro Santos de Araújo

José Reginaldo Pinto de Abreu

Paulo Henrique Neves Lobo

IDENTIFICAÇÃO E DIAGNÓSTICO DE ESTRUTURA E ALVENARIA NA ESCOLA ESTADUAL

DE ENSINO MÉDIO MAESTRO WILSON DIAS DA FONSECA NO MUNICÍPIO DE SANTARÉM-

PA ................................................................................................................................................................... 261 Rodrigo Bezerra Gaspar

Alessandra Damasceno da Silva

Roseclea Bezerra Gaspar

Isabel Cristina Tavares Martins

Alessandro Santos Araújo

CADERNO 002

LEI DE RESFRIAMENTO DE NEWTON APLICADA À ENGENHARIA CIVIL - BLOCOS

CERÂMICOS ............................................................................................................................................... 266

Msc.Verônica Solimar dos Santos

Luiz Henrique Lemos Vieira

Dandara Benedita da Rocha Marques

Débora Quézia Escócio

LEI DO RESFRIAMENTO DE NEWTON: ANÁLISE DE TEMPERATURAS EM LAJOTAS

CERÂMICAS 40X40CM COM PEI IV E PEI V. ..................................................................................... 271 Adria Silva de Lima

Lauriane Tainá Paiva

Leandson Carvalho Pereira

Marlon Lima Borgaro

Wagne Júnior Mandrick

Veronica Solimar dos santos

MAPEAMENTO DE SOLOS COM BASE NO ENSAIO DE PENETRAÇÃO PADRÃO (SPT) ........ 276 Fernando Augusto Ferreira do Valle

Marlyson José Silveira Borges

Bruno Guilherme Lemos Vieira

Deborah Caroline Oliveira Pereira

Fabio Andrey Souza Melo

METODOLOGIA PARA ATUALIZAÇÃO DE MATERIAL DIGITAL UTILIZANDO A

PLATAFORMA CONSTRUCT 2: ESTUDO DE CASO NO JOGO “SITIO BITS E BYTES DA

CULTURA AMAZÔNICA” ....................................................................................................................... 281 Amélia Caroline de Souza Farias

Marla Teresinha Barbosa Geller

Marialina Correa Sobrinho

METODOLOGIAS AUXILIADORAS NO ENSINO DAS DISCIPLINAS DE ANÁLISE

ESTRUTURAL DOS CURSOS DE ENGENHARIA CIVIL ................................................................... 286 Gabriel Rodrigues Gomes

Daniel Branco de Morais

Dayana Trevisan

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Frank Alec Feitosa Maia

Jordan Almeida Lobato

Vinicius Martins Ribeiro

Sérgio Gouvêa de Melo

MÉTODOS DE REPARO DE PATOLOGIAS NA ESCOLA MAESTRO WILSON DIAS DA

FONSECA NO BAIRRO DA NOVA REPÚBLICA EM SANTARÉM-PA ........................................... 290 Rodrigo Bezerra Gaspar

Alessandra Damasceno da Silva

Roseclea Bezerra Gaspar

Isabel Cristina Tavares Martins

Alessandro Santos Araújo

NOVAS PRÁTICAS NOS PROCESSOS DE ENSINO E APRENDIZAGEM DE LINGUAGEM DE

PROGRAMAÇÃO SOB A LUZ DA TEORIA DA APRENDIZAGEM EXPANSIVA......................... 295 Carlos Alberto Pedroso Araújo

PROJETO TISI APRESENTANDO KAHOOT COMO PROPOSTA METODOLÓGICA A

PROFESSORES DA EDUCAÇÃO BÁSICA ............................................................................................ 300 Kássia Lima de Souza

Marialina Corrêa Sobrinho

PROJETO, EXECUÇÃO E IMPLANTAÇÃO DA BACIA DE EVAPOTRANSPIRAÇÃO EM UMA

RESIDÊNCIA NO BAIRRO DO MAICÁ ................................................................................................. 305 Andrews Malone Pontes da Costa

Jarlivaldo Barroso da Costa

Adson da Silva Machado

Nadir Pires Martins

Alessandro Santos Araújo

SIGNIFICAÇÃO DO SOLAR BARÃO DE SANTARÉM PARA ARQUITETURA LOCAL E

PROPOSTA DE TOMBAMENTO ............................................................................................................. 312 Adriane Morais Lima

Melyssa Luane Noronha Andrade

Aline Maia Coimbra

Cíntia Giselle Batista Campos

VERIFICAÇÃO DAS PATOLOGIAS NA PAVIMENTAÇÃO DA AVENIDA MENDONÇA

FURTADO NO BAIRRO APARECIDA, SANTARÉM-PA .................................................................... 317 Arthur Almeida Silva

Wesley Aguiar Pinto

Verônica Solimar Dos Santos

Isabel Cristina Tavares Martins

Roseclea Bezerra Gaspar

Alessandro Santos Araújo

CIÊNCIAS HUMANAS A ANÁFORA COMO ELEMENTO DIDÁTICO PARA A COMPREENSÃO DE TEXTOS

CIENTÍFICOS NO ENSINO SUPERIOR ................................................................................................. 323 Maria Sheyla Gama Sousa

Poliana Felix de Souza

A EDUCAÇÃO NO MUNDO CONTEMPORÂNEO E SUAS DICOTOMIAS COM A EDUCAÇÃO

BRASILEIRA ............................................................................................................................................... 327 Samuel Rodrigo Marques Walker

A IMPORTÂNCIA DA ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO ........................................................... 332 Leiliane Lourenço da silva

Maria Viviane Escher Antero

A IMPORTÂNCIA DA LITERATURA EM SALA DE AULA .............................................................. 335 Katiane do Nascimento Silva de Sousa

Emailer Marta Dias Silva

Lucicleide Ribeiro Sarmento

Paula Cristina Galdino Guimarães

A IMPORTÂNCIA DA LITERATURA INFANTIL NOS ANOS INICIAIS ......................................... 339 Elis Mariana Tapajós Mota

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13

Marcelo da Costa Silva

Paula Cristina Galdino Guimarães

A IMPORTÂNCIA DA LITERATURA PARA UMA EDUCAÇÃO EMANCIPADORA ................... 343 Evanilde Pereira dos Santos

Luana Miranda Mota

Gabriela de Sousa Pereira

Paula Cristina Galdino de Oliveira

A PESQUISA COMO UM DOS PILARES ESSENCIAIS PARA FORMAÇÃO DO ACADÊMICO DO

CURSODE ENGENHARIA CIVIL DO CEULS/ ULBRA ...................................................................... 347 Roberta Campos Costa

Maria Viviani Escher Antero

A PRECARIZAÇÃO INSTITUCIONALIZADA DO TRABALHO E SUAS IMPLICAÇÕES PARA A

EDUCAÇÃO BRASILEIRA. ...................................................................................................................... 351 Ledyane Lopes Barbosa

Gilberto César Lopes Rodrigues

A RIQUEZA DIDÁTICA DOS GIBIS E MANGÁS NA SALA DE AULA............................................ 356 Narelly Tavares Rodrigues e Melo

APRENDIZAGEM MEDIADA: A UTILIZAÇÃO DO SCRATCH PARA O DESENVOLVIMENTO

DE HABILIDADE PARA RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS DE HARDWARE E SOFTWARE NO

CURSO MONTADOR E REPARADOR DE COMPUTADOR SENAI SANTARÉM ......................... 361 Ilarilda Duarte de Araújo Paiva

Márcio Darlen Lopes Cavalcante

CONDIÇÕES PARA A FORMAÇÃO DO LEITOR LITERÁRIO ........................................................ 366 Arlison Carvalho dos Santos

Eduarda Zuila dos Santos Alencar

Fábio Raphael Godinho de Almeida

Paula Cristina Galdino Guimarães

CURRÍCULO E PRÁTICAS PEDAGÓGICAS NO 1º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL: A

HISTÓRIA DA AMAZÔNIA EM DISCUSSÃO....................................................................................... 370 Carolina Pantoja Brasil

Iamilia Brito de Oliveira

Claudia Cristina Soares Guimarães

Karolina carvalho do Amarante

Maria Antonia Vidal Ferreira

EDUCAÇÃO PARA O EMPREENDEDORISMO:UMA REALIDADE EM CONSTRUÇÃO .......... 375 Loreni Bruch Dutra

ESCOLA DE TEMPO INTEGRAL NA PERSPECTIVA DOCENTE ................................................... 380 Ledyane Lopes Barbosa

Anselmo Alencar Colares

HISTÓRIA DA AMAZÔNIA NO 2º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL NO MUNICÍPIO DE

ÓBIDOS ........................................................................................................................................................ 385 Geanice Pinheiro dos Santos

Márcia Coêlho Nogueira

Maria Rubiane Rocha da Silva

Terlen Lana Vasconcelos de Sena

Maria Antonia Vidal Ferreira

INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA: COMBATE E PREVENÇÃO AO USO DE DROGAS EM UMA

ESCOLA ESTADUAL DO MUNICÍPIO DE SANTARÉM/PA. ............................................................. 390 Ledyane Lopes Barbosa

Lília Travassos de Sousa

Maria Lília Imbiriba Sousa Colares

LITERATURA COMO FERRAMENTA IMPORTANTE NA FORMAÇÃO DO SER HUMANO ... 395 Wirllem Almeida Vasconcelos

Lauriza Marques Bentes

Ana Caroline Bezerra da Silva

Jéssica Poliana Sousa de Oliveira

Paula Cristina Galdino Guimarães

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14

MUAY THAI NO CONTEXTO ESCOLAR ............................................................................................. 398 Bruno Yan da Conceição Pacheco

Alesandra Cabreira

O COLÉGIO DOM AMANDO NA HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA .............................. 403 André das Chagas Santos

Luan Moraes Ferreira

Yana dos Santos Pereira

Luciano Sales Vieira

O ENSINO DA MÚSICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL ......................................................................... 407 Wirllem Almeida Vasconcelos

Débora Cristina da Silva Borges

Naide Pedroso de Sousa

O LÚDICO NA EDUCAÇÃO INFANTIL: A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR NO PROCESSO

ENSINO-APRENDIZAGEM ...................................................................................................................... 411 Elvira Cleisiane de Sousa Oliveira

Josane Silva da Gama

Narelly Tavares Rodrigues e Melo

O PROGRAMA ENSINO MÉDIO INOVADOR E EDUCAÇÃO INTEGRAL: OPÇÕES TEÓRICAS

E ENCAMINHAMENTOS LOCAIS ......................................................................................................... 417 Gisele Vidal Ferreira

Maria Lilia Imbiriba Sousa Colares

O PROGRAMA MAIS EDUCAÇÃO NO MUNÍCIPIO DE BELTERRA: GESTAO ESCOLAR COMO

FOCO ............................................................................................................................................................ 421 Diana Albuquerque dos Santos

Maria Lília Imbiriba Sousa Colares

OS DESAFIOS DA IMPLEMENTAÇÃO DO PME NO MUNICÍPIO DE BELTERRA/PA, A PARTIR

DA PERCEPÇÃO DA EQUIPE GESTORA ............................................................................................. 426 Lília Travassos de Sousa

Maria Lília Imbiriba Sousa de Colares

PRESERVAÇÃO DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO DA CIDADE DE SANTARÉM: CASTELINHO –

CASARÃO DE DONA ESTELINITA ........................................................................................................ 430 Melyssa Luane Noronha Andrade

Cíntia Giselle Batista Campos

PROGRAMA INDUTOR DE EDUCACAO INTEGRAL: ESTUDO DA IMPLEMENTAÇÃO DO

PROEMI EM UMA ESCOLA ESTADUAL DE SANTARÉM-PA ......................................................... 435 Geni Santos de Sousa Galúcio

Maria Lília Imbiriba Sousa Colares

PROMOÇÃO DA LEITURA CRÍTICA NO ESPAÇO ESCOLAR: DESAFIOS E

POSSIBILIDADES ....................................................................................................................................... 440 Paula Cristina Galdino Guimarães

SURDEZ E CULTURA COMO REPRESENTAÇÃO DA IDENTIDADE SURDA ............................. 445 Pamela do Socorro da Silva Matos

Luciano Bruno dos Santos Lobato

Evanilde Pereira dos Santos

Risomar Moraes dos Santos

CIÊNCIAS DA SAÚDE A REALIDADE DO ESPORTE E LAZER NA COMUNIDADE RIBEIRINHA “BOCA DE CIMA DO

ARITAPERA” NO MUNICÍPIO DE SANTARÉM/PA ........................................................................... 453 Ana Cristina Vasconcelos Caetano

Ana Paula Rocha de Sousa

Ecilda Gabriele Santos Maciel

Katiane dos Santos de Sousa

Ludymyla Pinheiro dos Santos

Edna Ferreira Coelho Galvão

AÇÃO PARADOXAL DO MÚSCULO ÍLIOPSOAS ............................................................................... 458 Angélica CleicianeOliveira Vieira

Manuel Elbio Aquino Sequeira

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15

RESPOSTA CARDIOVASCULAR AO TREINAMENTO RESISTIDO COM PESOS ...................... 462 Marcson Luiz Mota Branco

RESPOSTA ÓSSEA AO TREINAMENTO RESISTIDO COM PESOS ............................................... 467 Marcson Luiz Mota Branco

SAÚDE DO HOMEM: ADESÃO E PRÁTICAS DO AUTOCUIDADO NA PREVENÇÃO DE

AGRAVOS A SAÚDE .................................................................................................................................. 473 Cristiano Gonçalves Morais

Antonia Irisley da Silva Blandes

Géssica Rodrigues Silveira

Gisele Ferreira de Sousa

Monica Karla Vojta Miranda

Yara Macambira Santana Lima

SÍNDROME METABÓLICA: UMA ANÁLISE DOS FATORES DE RISCO EM ADOLESCENTES

DO SEXO FEMININO DE UMA ESCOLA PÚBLICA DO MUNICÍPIO DE SANTARÉM-PARÁ .. 478 Aline Mendes Cardoso

Iza Belle Gomes Rodrigues

Larisse Oliveira Bezerra

Suely Viana da Silva

Albino Luciano Portela de Sousa

CIÊNCIAS SOCIAIS ALTERNATIVAS PARA O ABASTECIMENTO DE ÁGUA EM SANTARÉM – PA NA HIPÓTESE

DE RESCISÃO DO CONTRATO COM A COSANPA ........................................................................... 483 Alarico Marques Pereira

Fabrício Soares dos Santos

Juliana Paranhos Vieira

Miguel Borghezan

ATUAÇÃO PSICOLÓGICA COM MULHERES VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA:

ESTUDO BIBLIOGRÁFICO ...................................................................................................................... 487 Patrik Hilliard Silva dos Santos

Luara Raissa Sousa Pinto

Isabela Silva de Vasconcelos

Lívia Cristinne Arrelias Costa

COMPETÊNCIA PARA O ABASTECIMENTO DE ÁGUA EM ALTER DO CHÃO NO MUNICÍPIO

DE SANTÁREM DO ESTADO DO PARÁ ............................................................................................... 493 Alarico Marques Pereira

Miguel Borghezan

Wesley Phelipe Corrêa da Conceição

DESENVOLVIMENTO DO ESPAÇO URBANO E A EXPERIÊNCIA DE IMPLANTAÇAO DO

BAIRRO NOVA REPUBLICA EM SANTARÉM .................................................................................... 497 Jeisilene Maia Oliveira

Maria Lenilda Castro de Jesus

Ivone Domingos e Silva

DIAGNÓSTICO DO BAIRRO SANTA CLARA, SANTAREM, PA: EQUIPAMENTOS URBANOS E

MOBILIDADE URBANA EM 2016 ........................................................................................................... 501 Samuel Ivan Oliveira Moura

José Reginaldo Pinto de Abreu

OUTORGA DO USO DE RECURSOS HÍDRICOS NO ESTADO DO PARÁ ..................................... 506 Alarico Marques Pereira

Alessandra Rodrigues Maciel

Miguel Borghezan

REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA NO BAIRRO ÁREA VERDE DE SANTARÉM/PA, E PAPEL DO

MUNICÍPIO. ................................................................................................................................................ 511 Alarico Marques Pereira

Ivone Domingos e Silva

Miguel Borghezan

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17

ANÁLISE DO DIMENSIONAMENTO DE UMA ESTRUTURA DE MADEIRA

1 Msc. Hugo Aquino 1 2 Débora Quézia Escócio 2

[email protected]

Graziella Escócio 2

Luiz Henrique Lemos Vieira 2

Cleveland Gustavo Canto 2

RESUMO: O presente trabalho expõe a análise da estrutura de madeira que compõe o telhado de uma maloca, com o

intuito de verificar a sua estabilidade, observando o sub ou superdimensionamento da peça. A apreciação será feita por

meio do software JWood, que avalia a resistência de elementos aos esforços. De acordo com os resultados obtidos foi

possível verificar que a estrutura está superdimensionada e seria possível a redução da área de sua seção transversal em

até 38%, sem comprometer a sua estabilidade.

PALAVRAS-CHAVE: MADEIRA; ESTRUTURA; ESTABILIDADE.

INTRODUÇÃO: A madeira é um material de grande utilidade para a construção civil. Possui a

vantagem de ser uma matéria prima abundante no país, ser um produto renovável, de fácil manutenção

e acessível. É mais utilizada na confecção de portas, janelas, móveis e objetos de decoração.

Infelizmente, no Brasil, seu uso ainda é restrito pois não há uma política vigente de incentivo a

sua utilização. Além de haver um preconceito quanto ao uso da madeira, visto que muitos acreditam

ser um material para quem possui baixo poder aquisitivo, enquanto que em outros países, é

considerado um material nobre.

Este trabalho apresenta a análise de uma estrutura de madeira com o intuito de observar sua

estabilidade, através da coleta de dados e posterior verificação de resistência da peça por meio de

cálculos, obtidos nos softwares JWood, de SILVA e PRAVIA, e Ftool, de MARTHA.

MÉTODOS: A maloca analisada situa-se na Av. Tapajós, 154, na pizzaria Massabor, Santarém/PA.

A estrutura é utilizada para pesca, e outras atividades recreativas. A peça de madeira dimensionada

possui as seguintes características: classificação – Maçaranduba (Manilkara huberi), dicotiledônea;

peso especifico – 1300 kg/m³; módulo de elasticidade da madeira verde – 14769 MPa; 𝐾𝑚𝑜𝑑1 = 0,7,

madeira serrada para carregamento de longa duração; 𝐾𝑚𝑜𝑑2 = 0,8, madeira serrada para classe de

umidade (3) ou (4); 𝐾𝑚𝑜𝑑3 = 0,8, madeira de 2ª categoria; base – 9.50 cm; altura – 19.50 cm;

comprimento – 152.00 cm.

Figura 1: Foto da Maloca

1 Engenheiro Civil, Mestre em Estruturas, Docente do curso de Engenharia Civil do CEULS ULBRA, Orientador da

pesquisa. 2 Acadêmica(o) do curso de Engenharia Civil do CEULS ULBRA.

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Fonte: Arquivo pessoal, 2017.

O telhado possui quatro águas, com peso de 38,40 kg/m², telha do tipo Romana, peso especifico

da telha de 0,68g/cm³, possui um consumo de telha de 16 unidades/m² e inclinação de 30,7º.

A estrutura foi analisada parcialmente, tendo em vista sua simetria. Elaborou-se um corte

diagonal, como mostra a figura a seguir.

Figura 2: Planta de corte

Fonte: Elaborada pelos autores no software AutoCAD, v13.0, 2017.

Os elementos levados em consideração foram: a viga inclinada (ou rincão) e as telhas (como

carga distribuída). Para efeito de cálculo, considerou-se a inclinação da peça de madeira (22,8º), não

do telhado. A tabeira não foi adicionada aos cálculos, sendo considerada apenas com efeito

decorativo. Os esquemas das forças atuantes foi obtido através do programa FTOOL.

Figura 3: Cargas atuantes

Fonte: Elaborado pelos autores no software Ftool, v3.1, 2017.

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Figura 4: Diagrama de esforço normal

Fonte: Elaborado pelos autores no software Ftool, v3.1, 2017.

Figura 5: Diagrama de momento fletor

Fonte: Elaborado pelos autores no software Ftool, v3.1, 2017.

Figura 6: Deformação

Fonte: Elaborado pelos autores no software Ftool, v3.1, 2017.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Para a estrutura original, o dimensionamento foi aceito pelo

programa.

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Figura 7: Análise de segurança da estrutura

Fonte: Elaborada pelos autores no software JWood, v1.0, 2017.

Entretanto, de acordo com a NBR 7190:2003, em vigas, a área mínima da seção transversal da

peça de madeira é 50 cm². Observou-se que a da peça analisada foi de 185,25 cm².

Foram inseridos novos valores no software JWood, a fim de dimensionar uma nova peça, com

as mesmas características da dimensionada anteriormente, modificando-se apenas a área, visando a

viabilidade de uma peça com menor área, propiciando, com isso, menor custo e quantidade de

material.

Observou-se que uma peça de área de 52,5 cm² (valor mínimo aceito pelo software), para esta

estrutura, torna-se inviável, visto que a segurança à flexão oblíqua e a flecha máxima não alcançam

os valores necessários para a estabilidade estrutural.

Depois de várias tentativas, encontrou-se para a peça em questão uma área de 115 cm², que

atende as necessidades e mantem a estabilidade da estrutura.

CONCLUSÃO: De acordo com os dados obtidos nos softwares JWood e Ftool, concluiu-se que a

estrutura avaliada é estável. Entretanto, de acordo com os resultados alcançados através dos cálculos

feitos para uma nova área, nota-se que a estrutura da maloca esta superdimensionada. É admissível

que tenha sua área da seção transversal reduzida em aproximadamente 38%, podendo manter ainda a

estabilidade.

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REFERÊNCIAS

Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 7190: Projeto de estruturas de madeira. ABNT,

1997.

Autodesk, Inc. AutoCAD, versão 17.0. 2016. Software.

MARTHA, Luiz Fernando. Ftool, versão 3.1. 2015. Software.

MOLITERNO, Antônio. Caderno de projeto de telhados em estruturas de madeira. Editora

Edgard Blücher LTDA: São Paulo,1997. 2ª edição. 461 páginas.

PFEIL, Walter. Estruturas de madeira. Editora LTC: Rio de Janeiro, 1994. 5ª edição. 295 páginas.

PFEIL, Walter; PFEIL, Michele. Estruturas de madeira. Editora LTC: Rio de Janeiro, 2003. 6ª

edição. 224 páginas.

ROSSI, Fabrício. Telhas cerâmicas: tipos e características. Disponível em

http://pedreirao.com.br/telhas-ceramicas-tipos-e-caracteristicas-passo-a-passo/. Acesso em 01 de

junho de 2017.

SILVA, Juliano Lima da; PRAVIA, Zacarias Martin Chamberlain. JWood, versão 1.0. 2015.

Software.

SZÜCS, Carlos Alberto; TEREZO, Rodrigo Figueiredo; VALLE, Ângela do; MORAES, Poliana

Dias de. Apostila de estruturas de madeira. UFSC: Florianópolis, 2015. 219 páginas.

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ANÁLISE TEMPORAL DA EXPANSÃO DA LAVOURA DE SOJA NO MUNICÍPIO DE

BELTERRA, PA 3Macelle de Souza Rego 1

Ellen Magda da Silva Machado 1 4Darlisson Bentes dos Santos 2

5Rafaela Nicolau dos Santos 3 6Lucas Rayner da Cruz Silva 4

[email protected]

RESUMO: O Brasil é o segundo maior produtor mundial de soja, atrás apenas dos EUA, na safra 2015/16, a cultura

ocupou uma área de 33,17 milhões de hectares, o que totalizou uma produção de 95,63 milhões de toneladas.A imagem

de satélite constitui um importante recurso para o estudo em questão, pois se tornou uma ferramenta importante com a

eficácia apresentada na coleta de dados e teoricamente de baixo custo, e seu uso fornece a identificação e a quantificação

precisa e ágil, auxiliando na classificação de fenômenos agrícolas.O objetivo deste trabalho foi analisar a expansão das

áreas de plantio de soja no município de Belterra, por meio da classificação supervisionada com a utilização da imagem

de satélite, dentre os anos de 2007 a 2014 e compará-los com os dados oficiais do município. As classificações foram

realizadas por meio do SpectralAngleMapper, dando origem à “máscara das áreas de plantio”. Os valores do índice Kappa

do município ficaram acima de 0,64 e o EG de 82,14%. As estimativas de área de soja geradas, corrigidas por matriz de

erros apresentaram correlação razoável com as estimativas oficiais do município, validando a eficácia de ferramentas de

sensoriamento remoto com um o resultado favorável.

PALAVRAS-CHAVE: SENSORIAMENTO REMOTO, BAIXO AMAZONAS, SAM.

INTRODUÇÃO: O Brasil é o segundo maior produtor mundial de soja, atrás apenas dos EUA, na

safra 2015/2016, a cultura ocupou uma área de 33,17 milhões de hectares, o que totalizou uma

produção de 95,63 milhões de toneladas (EMBRAPA, 2017). Os principais municípios produtores do

Estado do Pará são Santarém, Santana do Araguaia, Belterra, Ulianópolis, Paragominas e Dom Eliseu,

porém, os municípios de Santarém, Santana do Araguaia e Belterra respondem respectivamente por

62% da produção de soja desse Estado (IBGE, PAM, 2005).

Devido ao avanço do crescimento da lavoura na região se faz necessário o levantamento da área

de plantio a fim de analisar quais foram os crescentes de áreas ocorridas no decorrer dos anos com

tal produção. De acordo com Nicolau et. al (2015), o sensoriamento remoto torna uma ferramenta

eficaz na coleta de dados, pois o uso de imagens de satélites fornece a identificação e a quantificação

precisas auxiliando na classificação de fenômenos agrícolas. A imagem de satélite constitui um

importante recurso para o estudo em questão, pois disponibilizam informações atualizadas e breves,

porém podendo ocorrer algumas limitações de acordo com a região estudada, como a nebulosidade.

A classificação supervisionada utilizando SAM é uma metodologia bastante utilizada na elaboração

de mapas de uso e ocupação do solo é a classificação digital de imagens de satélites (CROSTA, 1993).

O objetivo deste trabalho foi analisar a expansão das áreas de plantio de soja no município de

Belterra, por meio da classificação supervisionada com a utilização da imagem de satélite, dentre os

1 Discentes, Agronomia, Centro Universitário Luterano de Santarém- CEULS/ULBRA. 2 Msc., Eng. Agric., Centro Universitário Luterano de Santarém- CEULS/ULBRA. 3 Dra., Eng. Agr., Universidade da Amazônia- UNAMA 4 Discente, Eng. Civil, Centro Universitário Luterano de Santarém- CEULS/ULBRA. 3

4

5

6

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anos de 2007 a 2014, onde que no mesmo, ocorrerá o mapeamento, verificação de dados quantitativos

de área crescentes em cada município e a comparação com dados oficiais emitidos pelo órgão federal

responsável no período estudado.

MATERIAIS E MÉTODOS: O estudo foi realizado no município de Belterra, localizado na

mesorregião do Baixo Amazonas, estado do Pará. Localizado na coordenada geográfica 02º40’ de

Latitude Sul e 54º45’ de Longitude Oeste. O tipo climático predominante é o Am da classificação de

Köppen, com características quente e úmido. (SOUSA & ROCHA, 2016; FUPEF, 1986 apud

OLIVEIRA et al, 2005; RODRIGUES et al. 2001; OLIVEIRA et al, 2001).

As análises das áreas foram realizadas através de Imagens de Satélite Landsat5 e 8 sensor TM;

arquivos digitais em formato de shapefile das propriedades com plantio de soja; e das ferramentas

dos softwares: Environment for VisualilizingImages (ENVI® 4.2) e ArcGis® 10.4.

Figura 1. Mapa de Localização do Município Estudado. Fonte: Autoras.

No Software ENVI® 4.5, foram coletados e classificados no total de 10 pixels puros a partir da

amostragem dos polígonos das propriedades produtoras de soja no município de Belterra , onde

geraram-se as máscaras de plantio. A extração dos valores de áreas das máscaras foi realizada na

ferramenta ArcGis®. A avaliação da exatidão das máscaras foi realizada por meio da matriz de erros,

calculada a partirExatidão Global (EG) que avalia o total de acertos em relação ao total de amostras

e o coeficiente e o Kappa (COHEN, 1960) que expressa a precisão da classificação. Os dados obtidos

para as safras 2007 a 2014 pela extração de áreas das máscaras por municípios foram comparadas

com os dados oficiais disponível pelo IBGE por meio do Coeficiente de Correlação por Postos

Spearmam.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: As datas das imagens definidas ficaram entre os meses de junho

e novembro; e na geração das máscaras, utilizaram-se ângulos entre os valores 0.05 a 2.0. Os

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resultados das análises de acurácia a partir da Exatidão Global e do Índice Kappa foram

confeccionados a partir da análise das máscaras geradas, no município de Belterra a exatidão global

alcançou valores entre 80,00% e 94,29%, e no Índice Kappa, segundo a classificação descrita por

Landis e Koch (1977), o município de Belterra foi classificado como excelente, com diferenciação

apenas nos anos 2011 e 2014 que foram classificados como bom e muito bom, respectivamente. A

análise entre os dados extraídos das máscaras e os dados oficiais do IBGE, pode ser observada na

tabela 1. As máscaras são apresentadas na figura 2 e os anos em A, B, C, D, F, G e H.

Tabela 1. Análise de Comparação de Áreas

Município Ano Área IBGE

(ha) Área Máscara (ha)

Diferença

(Máscara -

IBGE) ha

Diferença

(Máscara

- IBGE) %

Belterra

2007 10.000 9.984,903 -15 -0,15%

2008 15.000 15.066,524 67 0,44 %

2009 10.150 10.797,198 647 6,38%

2010 11.400 11.759,463 359 3,15%

2011 11.800 11.318,67 -481 -4,08%

2012 11.800 11.982,691 183 1,55%

2013 10.807 9.459,363 -1.348 -12,47%

2014 13.672 12.216,600 -1.455 -10,66%

A menor de diferença entre a comparação dos dados oficiais e a máscara foi verificada no

Município de Belterra no ano de 2007 com um total de - 15 hectares, e no ano de 2013 e do referente

município observou – se uma diferença de 1.348 hectares, o que corresponde a 12,47%, maior

diferença percentual encontrada.Os resultados apontam uma metodologia promissora, com

levantamento rápido, prático e de baixo custo. Podendo ser representada e implantada em outros

municípios, pois, mesmo com a dificuldade em se obter imagens de qualidade referentes ao período

da safra da cultura estudada, os valores obtidos se aproximaram dos dados oficiais.

CONCLUSÃO: O crescimento na área de plantio foi significativa, com queda de valores apenas nos

anos de 2009 e 2013. O uso de ferramentas de sensoriamento remoto para obter estimativas de área

de cultivo é uma aliada a fontes de informação por apresentar rapidez na obtenção dos dados,

viabilidade e precisão quando equiparadas às técnicas de estimativas convencionais.

A classificação temporal de imagens de satélite permitiu a geração de máscaras denominadas

área de plantio de qualidades razoáveis dentro dos parâmetros de aprovação. No entanto, para o

resultado ser favorável é necessária a utilização de imagens de média a alta resolução, sem

nebulosidade, a fim de evitar o mapeamento e a omissão de áreas desejadas, assim como a

classificação indevida pelo Software utilizado.

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Figura 2. Distribuição espacial da área de plantio de soja no município de Belterra. Fonte: Autoras.

REFERÊNCIAS

COHEN, Jacob; FLEISS, Joseph L; EVERITT, B. S. Largesample standard

errorsofkappaandweightedkappa. PsychologicalBulletin, v. 72, n. 5, p. 323, 1960.

CRÓSTA, A. P. Processamento digital de imagens de sensoriamento remoto. Campinas:

IG/UNICAMP, 1993. 170p.

EMBRAPA. Ageitec- Agência Embrapa de Informação Tecnológica. Árvore do Conhecimento

Agroenergia. Soja. Disponível em

:<http://www.agencia.cnptia.embrapa.br/gestor/agroenergia/arvore/CONT000fbl23vmz02wx5e

o0sawqe3vtdl7vi.html#>. Acesso em: 25 Abr. de 2017.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Perfil dos municípios

brasileiros: meio ambiente 2002. Rio de Janeiro, 2005.

LANDIS, J. R.; KOCH, G. G. The measurementofobserveragreement for categoricaldata.

Biometrics, v.33, n.1, p.159-174, 1977.

NICOLAU; Rafaela Fernandes, MERCANTE; Erivelto, JOHANN; Jerry Andriani,

GRZEGOZEWSKI; Denise, PALUDO; Alex. Mapeamento de áreas das culturas de trigo emilho

2ªsafra para o Estado do Paraná por meio de imagens multitemporaisModis. Anais XVII

Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto - SBSR, João Pessoa-PB, Brasil.INPE. 2015.

SOUSA, Poliana Fernandes Sena e; ROCHA, Solange Helena Ximenes. Aspectos Históricos da

Criação da Escola Comunitária Casa Familiar Rural de Belterra. Revista HISTEDBR On-line,

[S.l.], v.15, n. 66, fev.2016. ISSN 1676-2584.

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26

ANÁLISE TEMPORAL DA EXPANSÃO DA LAVOURA DE SOJA NO MUNICÍPIO DE

SANTARÉM-PA 7 Ellen Magda da Silva Machado 1

Macelle de Souza Rego 1

Darlisson Bentes dos Santos 2

Rafaela Nicolau dos Santos 3

Jayne Ribeiro da Silva Machado 4

[email protected]

RESUMO:O conhecimento da área de plantio é essencial para o planejamento estratégico das empresas ligadas ao

agronegócio sendo, a mensuração de área uma das variáveis mais importantes, principalmente em regiões de fronteiras

agrícolas. A imagem de satélite, por sua vez, constitui um importante recurso para a realização desta mensuração. O

objetivo deste trabalho consiste em analisar a expansão das áreas de lavoura de soja no município de Santarém, por meio

da classificação supervisionada dentre os anos de 2007 a 2012com mapeamento, verificação de dados quantitativos de

áreas crescentes e comparação com os dados oficiais. A análise da acurácia resultou em valores do Índice Kappae Exatidão

Global acima de 0,72 e 86,42%, respectivamente, em contrapartida, os resultados obtidos no Painel Amostral

apresentaram variação de 6,43% a 27,14 e 1,43 a 7,86 em Erros de Omissão de área de plantio e não plantio,

respectivamente, atendendo razoavelmente os parâmetros de qualidade e garantindo resultados satisfatórios.

PALAVRAS-CHAVE: IMAGEM DE SATÉLITE, MONOCULTURA, SAM.

INTRODUÇÃO: A cultura da soja começou a se expandir no Brasil a partir da segunda metade dos

anos 70, devido às ótimas condições de produção apresentadas pelo território brasileiro, sendo

responsável por ocasionar um novo ciclo de criação de riquezas, baseado no volume de incentivos

governamentais destinados à produção e à implantação de infraestruturas, principalmente na região

norte do País (MUELLER et al., 2002; GANAM, 2005, p. 549; FLEXOR, 2006).No Estado do Pará,

a cultura apresentou uma acentuada velocidade de expansão, o que motivou deslocamento

demográfico para a região com o objetivo de ocupar áreas viáveis ao cultivo. Os municípios de

Belterra, Santarém e Santana do Araguaia destacam – se como principais produtores de soja,

representando 62% da produção no estado. (IBGE, 2004; SAUER et al. 2013). Figueiredo (2005)

afirma que o conhecimento da área de plantio é essencial para o planejamento estratégico das

empresas ligadas ao agronegócio e, a mensuração das áreas, uma das variáveis que compõem a base

de cálculo das estimativas de produção, é ainda mais importante nas regiões onde há expansão de

fronteira agrícola. Nicolau et al. (2015) afirma que a imagem de satélite constitui um importante

recurso para o estudo em questão, pois disponibilizam informações atualizadas e breves, além de

possibilitar a identificação e quantificações de áreas auxiliando na classificação de fenômenos

agrícolas. Assim, o objetivo deste trabalho consiste em analisar a expansão da lavoura de soja no

município de Santarém/PA, por meio da classificação supervisionada no período de 2007 à 2012

1 Discente, Agronomia, Centro Universitário Luterano de Santarém- CEULS/ULBRA. 2 Msc. Eng. Agric., Centro Universitário Luterano de Santarém- CEULS/ULBRA 3 Dra., Eng. Agric., Universidade da Amazônia- UNAMA. 4 Discente, Sistema de Informação, Universidade Federal do Oeste do Pará- UFOPA.

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através de mapeamento, verificação de dados quantitativos de áreas crescentes e comparação com os

dados do IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

MÉTODO: O estudo foi realizado no município de Santarém (Figura 1), situado no oeste paraense,

clima insere-se na categoria de megatérmico úmido, com forte concentração de chuva entre os meses

de janeiro a junho e mais rara de julho a dezembro (DE OLIVEIRA JÚNIOR et al.,1999).

Figura 1- Mapa de localização da área estudada.

As análises das áreas foram realizadas através da composição colorida falsa cor R5G4B3

dasimagens de satélite Landsat5 e 8 sensor TM, no período de 2007 a 2012, com auxílio de arquivos

digitais no formato de shapefile - formato de armazenamento de dados geográficas, contendo

informações de propriedades com plantios de soja, resultando no processamento dos dados e

confecção dos mapas nos softwares: Environment for VisualilizingImages (ENVI® 4.2) e ArcGis®

10.4.Os pixels puros foram coletados por seleção pontual sobre os arquivos Shapefilepara a

classificação no ENVI®, dessa forma, todas as áreas com valores de pixels semelhantes foram

identificadas e utilizadas na formação da máscara, que representa a área da cultura.A avaliação da

exatidão das máscaras foi realizada por meio da matriz de erros, que apresenta a Exatidão global (EG)

e ÍndiceKappa(IK) como principais coeficientes de correlação, além da metodologia denominada

painel amostral que consistiu em indicar140 pontos espalhados de forma aleatória sobre cada

mapeamento, sendo 50% sobre a máscara da lavoura e 50% fora do limite da máscara, com objetivo

de balancear a análise dos erros de omissão e inclusão da análise da acurácia.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: As imagens deveriam ser correspondentes ao período da safra na

região (entre a segunda quinzena de dezembro e a primeira quinzena de maio). Portanto, devido a

altos índices de nebulosidade, o período das imagens escolhidas foram de junho a agosto. Os valores

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dos ângulos utilizados para a geração da máscara ficaram entre 0,5 e 2,0. As máscaras são

apresentadas na figura 2 e os anos em A, B, C, D e F.

Figura 2 - Distribuição espacial da área de plantio de soja no município de Santarém.

A análise do Painel Amostral, outra metodologia adotada para avaliar a acurácia das máscaras,

resultou em uma variação de 6,43% a 27,14 e 1,43 a 7,86 em Erros de Omissão de área de plantio e

não plantio, por essa ordem, que indica a proporção de amostras que foram excluídas da classe à qual

pertenciam.Os resultados das análises de acurácia a partir da EG e do IK no município (Tabela 1),

alcançaram valores entre 86,42 % - 92,14%, e 0,72 – 0,84, respectivamente, que segundo a

classificação descrita por Landis e Koch (1977), caracteriza a qualidade da máscara geradacomo

excelente e muito boa. Esse resultado equivale aos obtidos por Antunes et. al. (2012)em seu trabalho

de mapeamento da área plantada de soja na safra de 2003/2004 em oito municípios do Estado do

Paraná, cujo resultado foi IK acima de 0,62 e EG de 74,2%.

Tabela 1 – Análise de Comparação de Áreas

Município Ano Área IBGE

(ha) Área Máscara (ha)

Diferença

(Máscara -

IBGE) ha

Diferença

(Máscara

- IBGE)

%

Santarém

2007 15.000 15.844,39 -844 -5,63%

2008 17.250 17.073,94 -176 -1,02%

2009 18.000 17.713,16 -287 -1,59%

2010 17.100 17.341,33 241 1,41%

2011 17.800 16.958,37 -842 -4,73%

2012 17.800 18.316,54 517 2,90%

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A menor diferença obtida entre a comparação dos dados oficiais e a máscara da lavoura foi no

ano de 2008 com um total de -176 hectares, o que corresponde a -1,02%. Berkaet al.(2003) obteve

em seu estudo sobre a estimativa da área plantada com soja nos municípios do Norte do Paraná,

diferença media relativa de 2,4% na comparação com os dados oficiais. Junior et al. (2015) obteve

uma diferença de 1,64% o que demonstra que a classificação gerada com as bandas do TM para

estimativas da área cultivada é viável.

CONCLUSÃO: Conforme dados obtidos, houve um crescimento significativo de áreas de lavoura

de soja no município de Santarém nos primeiros três anos de análise (2007 – 2009), com pouca

variação nos demais anos estudados. As estimativas de área de lavoura obtidas por meio da matriz

de erros apresentaram alta correlação com os dados oficiais, diferenças apresentadas

resultaram em valores máximos aceitáveis. A classificação temporal de imagens de satélite

permitiu a geração de máscaras de qualidade razoável dentro dos parâmetros de aprovação,

garantindo a obtenção de resultados satisfatórios.

REFERÊNCIAS

ANTUNES, J. F. G. et al. Estimativa de área de soja por classificação de imagens normalizadas pela

matriz de erros.Pesq. Agr.Brasileira, v. 47, n.9, p. 1288-94, 2012.

BERKA, L.M.S.; RUDORFF, B.F.T. Estimativa de área plantada com soja através de imagens

Landsat em municípios do norte do Paraná. In: SIMPÓSIO BRASILEIRO DE

SENSORIAMENTO REMOTO, Belo Horizonte. Anais... São José dos Campos: Inpe, 2003. p.

27-31. Disponível em: <http://marte.dpi.Inpe.br >. Acesso em:01 Mai. 2017.

DE OLIVEIRA JUNIOR, R. C. et al. Zoneamento agroecológico do município de Tracuateua, Estado

do Pará. Embrapa Amazônia Oriental-Documentos (INFOTECA-E), 1999.

FIGUEIREDO, Divino. Conceitos básicos de sensoriamento remoto. Companhia Nacional de

Abastecimento-CONAB. Brasília-DF, 2005. Disponível em: < http://www.conab.gov.br >. Acesso:

24 Mar. 2017.

FLEXOR, Georges G. et al., A expansão da Cadeia da Soja na Amazônia: Os casos do Pará e

Amazonas. In: 44th Congress, Fortaleza-Ce, Brasil. Sociedade Brasileira de Economia,

Administração e Sociologia Rural (SOBER), 2006.

GANAN, Juliana Rezecket al. Mapeamento da cultura da soja com imagens Landsat 5/TM utilizando

algoritmos de classificação supervisionada. In: Simpósio Brasileiro De Sensoriamento Remoto, v.

12, p. 549-555, 2005.

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística- IBGE. Levantamento Sistemático da Produção

Agrícola. Disponível em: < http://www.ibge.gov.br >. Acesso em: 24 Mar. 2017.

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JUNIOR, Carlos Antonio da Silva, et al.. Comparação entre áreas de soja obtidas por imagens

TM/Landsat-5 e MODIS/Terra. 2015. Disponível em: < http://marte2.sid.inpe.br>Acesso: 12 Mai.

2017.

LANDIS, J. R. & KOCH, G. G.The measurement of observer agreement for categoricaldata.

Biometrics, v.33, n.1, p.159-174, 1977.

MUELLER, Charles C. & BUSTAMANTE, Mercedes. Análise da expansão da soja no Brasil.

Versão Preliminar, abril, 2002.

NICOLAU Rafaela Fernandes et al. Mapeamento de áreas das culturas de trigo e milho 2ªsafra para

o Estado do Paraná por meio de imagens multitemporais Modis. In: XVII Simp. Brasileiro de

Sensoriamento Remoto - SBSR, João Pessoa-PB, Brasil. INPE. 2015.

SAUER, Sérgio; PIETRAFESA, José Paulo. Novas fronteiras agrícolas na Amazônia: expansão

da soja como expressão das agroestratégias no Pará. Acta Geográfica, 2013.

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ANÁLISE TEMPORAL DA EXPANSÃO DAS ÁREAS DE PLANTIO DE SOJA NOS

MUNICÍPIOS DE BELTERRA, MOJUÍ DOS CAMPOS E SANTARÉM-PA

8Ellen Magda da Silva Machado1

Macelle Souza Rêgo1

Darlisson Bentes dos Santos2

Rafaela Nicolau dos Santos3

Gláucia de Fátima Gomes4

[email protected]

RESUMO: A soja é uma das mais importantes lavouras na economia mundial, com seu beneficiamento obtêm-se

derivados que são usados em diversas áreas da indústria de alimentos. A imagem de satélite constitui um importante

recurso para o estudo em questão, pois se tornou uma ferramenta importante com a eficácia apresentada na coleta de

dados e teoricamente de baixo custo, e seu uso fornece a identificação e a quantificação precisa e ágil, auxiliando na

classificação dos parâmetros agrícolas. O objetivo desse trabalho foi analisar a expansão das áreas de cultivo da cultura

de soja nos municípios de Belterra, Mojuí dos Campos e Santarém, utilizando o sensoriamento remoto orbital. As

classificações foram realizadas por meio do Spectral Angle Mapper, dando origem à “máscara das áreas de plantio”. Os

valores do índice Kappa dos três municípios ficaram acima de 0,62 bem e EG de 80,00%. As estimativas de área de soja

geradas, corrigidas por matriz de erros apresentaram correlação razoável com as estimativas oficiais dos municípios,

validando a eficácia de ferramentas de sensoriamento remoto com um o resultado favorável.

PALAVRAS-CHAVE: IMAGEM DE SATÉLITE, MONOCULTURA, SAM.

INTRODUÇÃO: Análises referentes à expansão da soja no país proporcionam um panorama de

inúmeras transformações ocorridas no espaço geográfico brasileiro, a partir da modernização e

dinamização da agricultura pós 1964. Segundo o trabalho de Ganan (2005, p. 549), o Brasil está no

meio dos grandes produtores mundiais de soja onde apresenta as melhores condições de expansão da

cultura associadas aos avanços científicos e disponibilização de tecnologias ao setor produtivo.

Carvalho (1999), alega que o cultivo de soja na região amazônica dá início a uma mudança

importante nos modelos de ocupação do espaço territorial, onde conduz a economia da região a um

modo de produção altamente capitalizado. Diante disso, o mesmo afirma que a cultura passou a ser

identificada como potencial responsável por um novo ciclo de criação de riquezas baseados em bons

volumes de incentivos oficiais destinados à produção e a implantação de infraestrutura, especialmente

de transporte na região. Estudos realizados por Costa (2016), afirmam que Santarém e Belterra são

os dois municípios com maior volume de terras ocupadas com plantio de soja, respondendo por 96%

da produção local.

Devido o avanço do crescimento da lavoura na região se faz necessário o levantamento da

área de plantio a fim de analisar quais foram as crescentes de áreas ocorridas no decorrer dos anos

com tal produção. “A utilização de imagens de satélite tem sido usada em atividades que tenham

1 Discentes, Eng. Agr., Centro Universitário Luterano de Santarém- CEULS/ULBRA. 2 Msc., Eng. Agric., Centro Universitário Luterano de Santarém- CEULS/ULBRA. 3 Dra., Eng. Agric., Universidade da Amazônia- UNAMA. 4 Msc., Meteorologista, Centro Universitário Luterano de Santarém- CEULS/ULBRA. 8

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maior representatividade e escala como é caso das grandes culturas como a soja” (NANI et al., 2005).

De acordo com Nicolau et. al (2015), o sensoriamento remoto torna uma ferramenta eficaz na coleta

de dados, pois o uso de imagens de satélites fornece a identificação e a quantificação precisas

auxiliando na classificação de parâmetros agrícolas. A imagem de satélite constitui um importante

recurso para o estudo em questão, pois disponibilizam informações atualizadas e breves, porém

podendo ocorrer algumas limitações de acordo com a região estudada, como a nebulosidade.

O objetivo deste trabalho foi analisar a expansão das áreas de plantio de soja nos municípios

de Belterra, Mojuí dos Campos e Santarém, por meio da classificação supervisionada com a utilização

da imagem de satélite, dentre os anos de 2007 a 2014, onde que no mesmo, ocorrerá o mapeamento,

verificação de dados quantitativos de área crescentes em cada município e a comparação com dados

oficiais emitidos pelo órgão federal responsável no período estudado.

MÉTODO: O estudo foi realizado no município de Belterra, Mojuí dos Campos e Santarém, onde

estão situadas na mesorregião do baixo Amazonas, estado do Pará. Belterra está localizada nas

coordenadas geográficas de 02º40’ de S e 54º45’ O, o tipo climático predominante é o Am (Köppen),

quente e úmido e temperatura entre 25 e 32°C, mínima e máxima (OLIVEIRA et al., 2001). Mojuí

dos Campos-PA, está situado no vale do Igarapé Mojuí, 37 km ao sul do município de Santarém, com

coordenadas geográficas de 02°01’ S e 54° 08’ O, clima obedece ao padrão Am (Köppen),

temperatura do ar média anual de 25,9 ºC, umidade relativa do ar de 86%, e precipitação média anual

de 2.111 mm (SILVA, 2009). Santarém insere-se na categoria de megatérmico úmido, do tipo Aw

(Köppen), temperatura média em 26,7°C, precipitação 1.780 mm e umidade relativa do ar em 73%

(OLIVEIRA JÚNIOR, R. C. de, 1999).

As análises das áreas foram realizadas através da Imagem de Satélite Landsat 5 e 8 sensor TM

que foram adquiridas no banco de dados públicos do INPE, do Earth Explorer, da Secretaria de

Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (SEMAS) - SIMLAM Público, no período de 2007 a

2014. Após foi realizada a composição colorida falsa cor R5, G4 e B3 das respectivas imagens, sendo

escolhida uma imagem por ano no período de junho a outubro.

Para análise das imagens e elaboração dos mapas temáticos, foram utilizadas o Environment

for Visualilizing Images (ENVI® 4.2), na visualização, exploração, análise e apresentação de dados

na área de Sensoriamento Remoto/SIG e a ferramenta ArcGis® 10.4 para a extração das máscaras e

elaboração dos mapas.

A seleção de pixels puros foram obtidos através da identificação das áreas com plantio de soja

através de seleção pontual, onde foram selecionados baseando-se nos aspectros característicos de

coloração da cultura. A classificação supervisionada SAM consistiu em substituir a análise visual da

imagem por técnicas de identificação automáticas. Para as análises de acurarias foram utilizados 140

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pontos amostrais espalhados de forma aleatória sobre cada mapeamento, sendo 50% sorteados dentro

da máscara de soja e·50% fora do mapeamento, tal procedimento visou balanceara a análise dos erros

de omissão e inclusão da análise da acurácia. Os dados obtidos para as safras 2007 a 2014 pela

extração de áreas das máscaras por municípios foram comparadas com os dados oficiais disponível

pelo IBGE por meio do Coeficiente de Correlação por Postos Spearman.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: As datas para a geração das imagens em primeiro momento eram

para estar de acordo entre a segunda quinzena de dezembro e a primeira quinzena de maio (referente

à primeira e segunda safra da lavoura de soja na região), porém neste período as imagens

disponibilizadas apresentam altos índices de nebulosidade, impossibilitando sua utilização. Portanto,

as mesmas foram definidas analisando a qualidade de visibilidade da área de plantio para cada ano,

examinando visualmente a porcentagem de nebulosidade de todos os municípios, levando em

consideração, disponibilidade ao público e acessibilidade das mesmas (Tabela 1).

Tabela 2. Datas das imagens utilizadas na pesquisa. Fonte: autoras

A emancipação e desmembramento do município de Mojuí dos Campos ocorreram em 2013,

por isso, o estudo neste município foi realizado somente nas safras 2013 e 2014. Na geração das

máscaras, entre os vários testes realizados para utilização de ângulos, os melhores desempenhos

apresentados foram nos ângulos entre os valores 0.05 a 2.0. Os municípios de Belterra, Mojuí dos

Campos e Santarém foram trabalhados separadamente (Figura 1).

Figura 3. Distribuição espacial das áreas de plantio de soja de Belterra, Mojuí dos Campos e Santarém (Pará).

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Os resultados das análises de acurácia a partir da Exatidão Global e do Índice Kappa foram

confeccionados a partir da análise das máscaras geradas. Para o município de Belterra a exatidão

global alcançou valores entre 80,00% e 94,29%, o município de Mojuí dos Campos alcançou valores

de 89,29% e 90,00 %; e o município Santarém obteve os valores entre 82,30% e 92,14%. O resultado

mais satisfatório foi do município de Mojuí dos Campos, pois os municípios de Belterra e Santarém

apresentaram valores atingindo abaixo do valor mínimo aceito que é de 85% segundo Foody (2002).

Quanto à comparação das áreas mapeadas com os dados oficiais, observa-se que os resultados

obtidos pela máscara e os dados oficiais se diferiram, variando de 6,38% a - 2,47%, 2,90% a -5,90%

e -1,36% e -2,19% nos municípios de Belterra, Santarém e Mojuí dos Campos, respectivamente.

CONCLUSÃO: Com base nos resultados houve crescimento significativo de área de plantio de soja

nos três municípios durante os anos estudados. O uso de ferramentas de sensoriamento remoto para

obter estimativas de área de cultivo é uma boa ferramenta às fontes de informação por apresentar

rapidez na obtenção dos dados, viabilidade e precisão quando equiparadas às técnicas de estimativas

convencionais. A classificação temporal de imagens de satélite permitiu a geração de máscaras

denominadas área de plantio de qualidades razoáveis dentro dos parâmetros de aprovação.

REFERÊNCIAS

CARVALHO, R. A Amazônia rumo ao ‘ciclo da soja’. Amazônia Papers, v. 2, 1999.

COSTA, S. M. G. Sojicultura e Mercado de Terras na Amazônia. Revista Políticas Públicas, v. 19,

n. 1, p. 173-85, 2016.

FOODY, G. M. Status of land cover classification accuracy assessment. Remote Sensing of

Environment, v. 80, p. 185– 201, 2002.

GANAN, J. et al. Mapeamento da cultura da soja com imagens Landsat 5/TM utilizando algoritmos

de classificação supervisionada. Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto, v. 12, p. 549-55,

2005.

NANNI, M. R. et al. Utilização de imagens de satélite na estimativa de produtividade em áreas de

soja. Anais XIII Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto, Florianópolis, Brasil, 21-26 abril

2007, INPE, p. 985-92.

NICOLAU, R. F. et al. Mapeamento de áreas das culturas de trigo e milho 2ª safra para o Estado do

Paraná por meio de imagens multitemporais Modis. Anais XVII Simpósio Brasileiro de

Sensoriamento Remoto - SBSR, João Pessoa-PB, Brasil. INPE. 2015.

OLIVEIRA JUNIOR, R. C. et al. Zoneamento agroecológico do município de Tracuateua, Estado do

Pará. Embrapa Amazônia Oriental-Documentos (INFOTECA-E), 1999.

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OLIVEIRA JUNIOR, R. C. de & CORREA, J. R. V. Caracterização dos solos do município de

Belterra, Pará. Belém: Embrapa Amazônia Oriental. P, v. 39, 2001.

SILVA, C. L. P. Potencial de produtividade e variabilidade espacial de atributos do solo em

plantio direto de soja no nordeste paraense. Belém, 2009.

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ANTRACNOSE NA CULTURA DA PIMENTA-DO-REINO

9Ana Paula da Cruz Gato 1

Deilane Freitas Pontes 1

Eluziane dos Anjos Figueiredo 1

Igor Moraes de Miranda 1

Gilbson Santos Soares 2

[email protected]

RESUMO: A pimenta-do-reino, Piper nigrum L., é uma cultura originária da Índia. As plantas possuem folhas verdes

claras, os frutos desenvolvem-se em espigas e apresentam a coloração avermelhada quando maduros. O cultivo da

pimenta-do-reino teve seu início no Brasil em maior escala a partir do ano de 1933, quando a colônia japonesa se instalou

no Pará. A cultura da pimenta-do-reino exerce importante papel social, econômico e cultural no País, principalmente no

Estado do Pará. O presente trabalho tem como objetivo a identificação de possíveis focos fitopatológicos na área visitada

a partir da sintomatologia. O método utilizado para analisar focos de fitopatologia na propriedade foi a diagnose visual, a

partir da sintomatologia da doença presente nas plantas. Além do relato do proprietário. No decorrer da visita, foram

encontrados alguns sintomas da antracnose nas folhas da pimenteira, caracterizada pelas lesões necróticas, supostamente

causado pelo fungo Colletotrichum gloeosporioides. Com base nos resultados obtidos através do método de diagnose

visual e a comparação com a literatura consultada, além do relato do proprietário, pode-se inferir que os sintomas

encontrados nas folhas da pimenta-do-reino são causados pela antracnose, provocados por falta de manejo correto da

cultura.

PALAVRAS-CHAVE: ANTRACNOSE; PIMENTA-DO-REINO; SINTOMATOLOGIA.

INTRODUÇÃO: A pimenta-do-reino, Piper nigrum L., é uma cultura originária da Índia. Trata-se

de uma planta perene, com caule ramificado, podendo alcançar até 5 m de altura. Possui folhas verdes

claras, os frutos desenvolvem-se em espigas e apresentam a coloração avermelhada quando maduros.

O cultivo da pimenta-do-reino, ou pipericultura, teve seu início no Brasil em maior escala a partir do

ano de 1933, quando a colônia japonesa se instalou no Pará. A pimenta-do-reino tem usos bem

diversificados em todo o mundo, que variam de tempero de alimentos a indústria farmacêutica e

também indústria de cosméticos. (LOPES SERRANO, 2014; PRODUTOR RURAL e SILVA, 2016).

A produção nacional de pimenta-do-reino em 2015 foi de cinquenta e um mil, setecentos e

trinta e nove (51.739) toneladas. A produção esperada para 2016 é de cinquenta e quatro mil e trinta

e uma (54.031) toneladas (Tabela 1). (IBGE, 2016).

Tabela 1 – Produção Nacional esperada de 2016.

Área total plantada 38.842 Hectares

Área a ser colhida 25.620 Hectares

Produção esperada 54.031 Toneladas

Rendimento médio esperado 2.109 Kg/hectare

Fonte: Grupo De Coordenação De Estatísticas Agropecuárias - GCEA/IBGE 2016

1Acadêmicos do Curso de Agronomia do Centro Universitário Luterano de Santarém - CEULS/ULBRA 2 Professor Me. do Curso de Agronomia do Centro Universitário Luterano de Santarém - CEULS/ULBRA 9

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O maior produtor de pimenta-do-reino no Brasil é o Estado do Pará (responsável por 80% da

produção do país), seguido pelo Espírito Santo, Bahia, Maranhão, Paraíba e Minas Gerais completam

a lista. Sendo que a produtividade média no País é 2 a 5 toneladas de grãos por hectare. (OLIVEIRA,

2016).

Dos cento e quarenta e quatro (144) municípios paraenses, setenta e nove (79) cultivam

pimenta-do-reino. Os maiores produtores são Tomé-açu com 3.300 hectares de total de área plantada;

seguida de Igarapé-açu, com 1.450 há; Baião, com 1.380 há; Capitão Poço, que tem 1.360 há; Acará

que plantou 1.300 há; Mocajuba com 1.100 há; e Garrafão do Norte com um plantio de 1.050 há.

(RURAL, 2016). A produção de pimenta-do-reino em todo o estado, no ano de 2015, foi de trinta e

dois mil, quatrocentos e quatorze (32.414) toneladas (Tabela 2). (IBGE, 2015).

Tabela 2 - Produção de pimenta-do-reino no Pará em 2015.

Quantidade produzida 32.414 Toneladas

Valor da produção 845.798 Mil reais

Área destinada à colheita 16.152 Hectares

Área colhida 15.891 Hectares

Fonte: IBGE 2015

As doenças mais comuns na pimenta-do-reino causadas por fungos em nossa região, são a

podridão das raízes (Fusarium solani f. sp.piperis) e a murcha amarela (Fusarium

oxysporum) que diminuem a produção, a produtividade e a vida útil dos pimentais quando

ocorrem. A queima-do-fio (Koleroga noxia) e a antracnose (Colletotrichum gloeosporioides)

[...]. (TREMACOLDI, 2010).

A cultura da pimenta-do-reino exerce importante papel social, econômico e cultural no País,

principalmente no Estado do Pará. O presente trabalho tem como objetivo a identificação de possíveis

focos fitopatológicos na área visitada a partir da sintomatologia.

MÉTODO: O presente estudo foi realizado no município de Santarém-PA, na comunidade Nova

Esperança, área rural da cidade. A visita ocorreu no dia 26 de agosto de 2017.

O método utilizado para analisar focos de fitopatologia na propriedade foi a diagnose visual,

a partir de sinais e sintomas da doença presente nas plantas. Além do relato do proprietário que foi

entrevistado pelo grupo de trabalho, o qual relatou as manifestações de doença em sua plantação. A

propriedade não possui qualquer tipo de assistência técnica, nem convênios, sendo então de produção

independente utilizando técnicas de conhecimento empírico. Toda a Produção do local é

comercializada para municípios e estados vizinhos.

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RESULTADOS E DISCUSSÃO: No decorrer da visita, foram encontrados alguns sintomas da

antracnose nas folhas da pimenteira, caracterizada pelas lesões necróticas, supostamente causado pelo

fungo Colletotrichum gloeosporioides (Figura1). A necrose cresce em formas arredondadas, avança

sobre os tecidos, sendo bem distinta do tecido ainda sadio, mas que apresenta cor amarelada (Figura

2). (TREMACOLDI, 2010).

A Antracnose normalmente não causa perdas significativas em plantios já desenvolvidos, mas

como na área visitada não existe nenhum tipo de assistência técnica como irrigação, adubação,

correção do solo, etc., pode ocorrer a deficiência de nutrientes. Tremacoldi (2010) considera que a

deficiência de potássio, normalmente, está associada a disseminação do fungo, agravando as perdas.

De acordo com o relato do proprietário, as perdas chegam a 25% por colheita.

Mediante a entrevista foi detectado que o proprietário não utiliza nenhum tipo de controle

químico ou biológico para combater o fungo, sendo aplicados apenas inseticidas para controle de

pragas, sendo que este, de forma erronia, era utilizado também para o controle do fungo, o que claro,

não funcionava. Diante disso observou-se que a principal causa da incidência da doença é motivada

pela falta de manejo adequado.

Figura 1 – Folha com lesão necrótica na

propriedade.

Figura 2 – Folha com lesão necrótica da

literatura.

Fonte: Elaborada pelos autores. Fonte: (TREMACOLDI, 2010).

CONCLUSÃO: Com base nos resultados obtidos através do método de diagnose visual e a

comparação com a literatura consultada, além do relato do proprietário, pode-se inferir que os

sintomas encontrados nas folhas da pimenta-do-reino são causados pela antracnose, provocados por

falta de manejo correto da cultura.

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REFERÊNCIAS

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em: 04 Setembro 2017.

________. Levantamento Sistemático Da Produção Agrícola. Instituto Brasileiro De Geografia E

Estatística - IBGE, 2016. Disponivel em:

<ftp://ftp.ibge.gov.br/Producao_Agricola/Levantamento_Sistematico_da_Producao_Agricola_[men

sal]/Fasciculo/2016/lspa_201612_20170222_133000.pdf>. Acesso em: 13 Setembro 2017.

LOPES SERRANO, L. A. Pimenta-do-reino: Alta rentabilidade atrai produtores para a atividade.

Campo & Negócios, 2014. Disponivel em: <http://www.revistacampoenegocios.com.br/pimenta-do-

reino-alta-rentabilidade-atrai-produtores-para-a-atividade/>. Acesso em: 31 Agosto 2017.

OLIVEIRA, N. Pimenta-do-Reino. Aphortesp - Associação dos Produtores e Distribuidores de

Hortifruti do Estado de São Paulo, 2016. Disponivel em:

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Acesso em: 31 Agosto 2017.

PRODUTOR RURAL, C.; SILVA, E. C. Pipericultura. Casa Do Produtor Rural, 2016. Disponivel

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RURAL, R. N. O preço da plimenta-do-reino estimula o aumento da produção. Nordeste Rural

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reino-estimula-o-aumento-da-producao/>. Acesso em: 31 Agosto 2017.

TREMACOLDI, C. R. Principais Doenças Fúngicas da Pimenteira-do-Reino no Estado do Pará e

Recomendações de Controle. Embrapa, 2010. Disponivel em: <https://www.infoteca.cnptia.embr

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ANTRACNOSE NA CULTURA DO MARACUJÁ

10Leiliane da Costa Savino¹

[email protected]

Carini Poliani Neves Barbosa¹

Cleisonir Magro da Silva¹

Leonardo Cunha Paradella ¹

Gilbson Santos Soares²

RESUMO: O maracujá é uma denominação geral dada ao fruto e a planta de várias espécies do gênero Passifora. O

Brasil tem condições excelentes ao seu cultivo, com mais de 150 espécies nativas e continua sendo o maior produtor e

consumidor mundial de maracujá. No maracujazeiro destaca-se as doenças de origem fúngica, dentre elas a antracnose.

O estudo tem o objetivo de identificar a partir da sintomatologia a antracnose e as possíveis medidas de controle utilizadas

na cultura. O método usado foi a diagnose visual, comparando os sintomas característicos da doença aqueles descritos na

literatura. Os frutos maduros da cultura apresentaram necróticas e os frutos jovens as manchas passam da aparência oleosa

para a pardacenta, com a formação de tecido corticoso, deprimindo e murcho, sintomas típicos da antracnose. Conclui-se

que a doença fúngica, a antracnose, está presente a propriedade visitada, e o manejo utilizado como controle pode ser

aperfeiçoado com o implemento de outras medidas para dirimir a proliferação da doença e os prejuízos causados.

PALAVRAS-CHAVE: FITOPATOLOGIA, ANTRACNOSE, MARACUJAZEIRO.

INTRODUÇÃO: O maracujá é uma denominação geral dada ao fruto e a planta de várias espécies

do gênero Passifora. O mesmo é de origem tupi-guarani e significa “alimento que se toma de sorvo”

ou “alimento em forma de cuia”. O maracujá encontra no Brasil em condições excelentes ao seu

cultivo, com mais de 150 espécies nativas. O Brasil continua sendo o maior produtor e consumidor

mundial de maracujá. Dados preliminares do IBGE, indicam que foram colhidas mais de 510.000

toneladas de frutos em 41.500 hectares, no decorrer da safra 2013/14, o que deve significar uma queda

de 15% em relação à safra 2012/13, que foi de 612.000 toneladas. Estima-se, para a safra 2014/2015,

uma pequena recuperação, devendo voltar aos patamares da penúltima safra. Todas as regiões

brasileiras produzem maracujá, tendo à frente o Nordeste, com grande concentração no Estado da

Bahia, que se destaca tanto pela área plantada quanto pela produção colhida. (JOANA,2015;

FALEIRO e JUQUEIRA,2016).

QUADRO 1 - Produção brasileira de maracujá em 2015.

ESTADOS Área Colhida

(há)

Produção

(t)

Rendimento

(t/há)

Bahia 24.345 297.328 12,21

Ceará 5.952 93.079 15,64

Espírito Santo 1.560 37.728 24,18

Minas Gerais 2.220 37.340 16,82

Pará 2.919 33.154 11,36 Fonte: IBGE – Produção Agrícola Municipal,2015.

1Acadêmicos do Curso de Agronomia do Centro Universitário Luterano de Santarém - CEULS/ULBRA 2 Professor Me. do Curso de Agronomia do Centro Universitário Luterano de Santarém - CEULS/ULBRA 10

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QUADRO 2 - Produção brasileira de maracujá em 2015

Fonte: IBGE – Produção Agrícola Municipal,2015.

Planta trepadeira de grande porte, de crescimento rápido, vigorosa de caule frequentemente

sulcado. Em algumas espécies, as folhas são arredondadas e em outras são profundamente partidas,

com bordos serreados, com gavinhas (órgão de sustentação). Suas folhas e suas raízes, como a de

quase todas as plantas da família, contém uma sustância semelhante a morfina, a passiflorina,

empregada como calmante. Elas servem também para preparar chá de efeito diurético e para amenizar

febres intermitentes.

No maracujazeiro destaca-se as doenças, as quais em sua maioria, são de origem fúngica,

ocasionadas principalmente pelos necrotróficos que, pela ação danosa que inflige às plantas, influem

diretamente na produção. As doenças, normalmente, associadas ao maracujazeiro são: bacteriose,

verrugose, septeriose, alternariose, fusariose e antracnose.

Os frutos têm formato variado – globoso, ovoide ablongo, piriforme, variam de 30 a 300g a

fruta, com 9cm de diâmetro, sua casca espessa, geralmente amarelada, alaranjada ou roxa. A polpa

do fruto, parte comestível do maracujá, de cor amarelada, translúcida, envolve cerca de 200 sementes

por fruto. “É calmante e tem propriedade de amolecer os tecidos, atenuar as informações, as inchações

e as queimaduras, e aliviar as dores e cura feridas. Contém vitaminas C, B2 e B5, ferro, cálcio e

fósforo. Rico em celulose. Boa fonte de carboidrato; contem vitamina A, C e complexo B; Rico em

minerais como cálcio, fósforo e ferro; tem propriedades depurativas, sedativas, adstringentes e anti-

inflamatórias; suas sementes atuam como vermífugos; quando industrializados perde completamente

seu teor de vitaminas do complexo B. (SANTOS,2013)

Quando fica em temperaturas elevadas a umidade do ar fica em 90%, ocasionando danos a

cultura, causando o apodrecimento e dificuldade a planta, acontece a infecção, mas na pós-colheita,

onde a fruta apresenta uma boa aparência, o fungo ataca lentamente a fruto. (PERUCH, 2011)

Considerando a cadeia produtiva crescente do maracujá e sua importância, a visita realizada

na propriedade tem o objetivo de identificar a partir da sintomatologia a antracnose e as possíveis

medidas de controle utilizadas na cultura.

Região

Fisiográfica

Área Colhida

(há)

Quantidade produzida

(t)

Rendimento médio

(t/há)

Norte 5.032 71.385 14,19

Nordeste 36.308 450.783 12,42

Sudeste 5.605 105.309 18,79

Sul 2.764 45.890 16,60

Centro-Oeste 1.128 21.172 18,77

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MÉTODO: A pesquisa de campo foi realizada em uma propriedade localizada na PA-431, município

de Mojuí dos Campos, Fazenda Alvorada à 33 km de Santarém -Pá, sob as coordenadas geográficas

-02°44’52,41 S e -54º34’2,44 O (Figura 1)

Em visita a propriedade foi perceptível a doença através da análise visual feita nos frutos e

folhas, com sintomas característicos a antracnose comparadas com o descrito na literatura (MANUAL

DE FITOPATOLOGIA. VOL II. 2005) e pesquisas feitas disponibilizadas vias internet.

Figura 1- Mapeamento da área plantada.

Fonte- Elaborada pelos autores.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Nas observações feitas nos frutos maduros (Figura 2) na cultura

foram encontradas lesões necróticas. Nos frutos jovens (Figura 3), as manchas passam da aparência

oleosa para a pardacenta, com a formação de tecido corticoso, deprimindo e murcho. Kimati et al.

(2005) descrevem que na “antracnose, os frutos apresentam lesões grandes, arredondadas, de

coloração escura, que evoluem para uma podridão mole deprimida, atingindo grande extensão do

fruto que acaba caindo”.

Os frutos maduros apresentam grandes áreas escuras, suco fermentado e, em estádios mais

avançados, adquirem textura semelhante à de pergaminho, murcham e caem. A disseminação

ocorre pelas sementes, respingo de chuva e implementos agrícolas. A sobrevivência do fungo

se dá em restos de culturas e em tecidos afetados na própria planta, fazendo com que a doença

seja mais frequente e severa em uma determinada área a partir do segundo ano de cultivo

(SILVA,2005)

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Figura 2 - Fruto maduro com antracnose Figura 3 - Fruto jovem com antracnose

Fonte: Elaborada pelos autores Fonte: Elaborada pelos autores

Na propriedade, o controle preventivo é realizado com fungicidas e inseticidas sobre

orientação de um engenheiro agrônomo.

A prevenção é uma das melhores formas de controle da antracnose. O emprego de mudas de

procedência conhecida, ou seja, de viveiro sanitizado, é muito importante para a construção de um

pomar sadio. A poda de limpeza, com remoção de partes mais afetadas melhora o arejamento da

cultura e reduz a severidade da doença. Devem ser removidos da área de cultivo restos da cultura e,

ainda folhas e frutos caídos. Essas são medidas saneadoras, mas que não dispensam o emprego de

fungicidas, os quais devem ser aplicados de conformidade com o desenvolvimento e a severidade da

doença. Quando as condições forem propícias a doença, recomenda-se pulverizar a folhagem com

fungicidas a base de oxicloreto de cobre a cada dez dias, devendo-se aumentar os intervalos de

aplicação para 15, e depois para 30 dias, até a completa suspensão das aplicações, quando a doença

deverá estar sob controle e as condições desfavoráveis ao patógeno afastadas. Também, da mesma

forma, podem ser empregados fungicidas a base de ditocarbamatos. (VIANA et al., 2003).

CONCLUSÃO: Em vista dos argumentos apresentados conclui-se que a doença fúngica, a

antracnose, está presente a propriedade visitada, e o manejo utilizado como controle pode ser

aperfeiçoado com o implemento de outras medidas para dirimir a proliferação da doença e os

prejuízos causados.

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REFERÊNCIAS

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http://mais500p500r.sct.embrapa.br/view/arquivoPDF.php?publicacaoid=90000036 Acesso em 09

de Set de 2017.

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Maracujá: área plantada e quantidade

produzida. Brasília, 2009. (Produção Agrícola Municipal, 2009). Disponível em:

<http://www.sidra.ibge.gov.br>. Acesso em: 17 Set. 2017

JOANA, O. 2015. REVISTACAMPO&NEGÓCIOS. Disponível em:

http://www.revistacampoenegocios.com.br/avancos-no-cultivo-de-maracuja-no-brasil/.Acesso em

10 Out 2017

KIMATI, H.; et al. Manual de fitopatologia. 4. ed. São Paulo: Agronômica Ceres.2005. 2v.: il.p.470.

PERUCH, L., Sintomas e controle das principais doenças do maracujazeiro,2011 Informativo técnico.

Disponível em: https://www.researchgate.net/publication/273762407.Acesso em 10 de Set de 2017

SANTOS, N.; BLOGMCIENTIFICA, 2013 Biologia geral, loja virtual. Disponível em:

http://www.blog.mcientifica.com.br/frutas-de-a-a-z/. Acesso em: 17 Set.2017

SILVA, M. 2005. Disponível em: http://www.agencia.cnptia.embrapa.br Acesso em: 17 Set.2017

VIANA, F. 2003.artigo foi publicado na edição número 07 da revista Cultivar Hortaliças e Frutas,

de abril/maio. Disponível em: http://www.grupocultivar.com.br/artigos/maracuja-ameaca-ao-fruto.

Acesso 17 Set.2017

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ANTRACNOSE NO CAJUEIRO NO DISTRITO DE ALTER – DO – CHÃO,

SANTARÉM-PÁ 11Karin Thaianne Silva de Sousa1

[email protected]

Rogér Murilo da Costa Rebelo1

André Luiz Cardoso Moreira 1

Felipe Barros Sousa1

Matheus Neves dos Santos1

Gilbson Santos Soares2

RESUMO: O cajueiro, Anacardium occidentale L., é originária do Nordeste brasileiro. É uma planta perene com

ramificações baixas de porte médio. Atualmente, a produção de caju ainda é de grande importância por conta de seu forte

envolvimento na economia interna e externa com a exportação dos seus produtos industrializados. Dentre as doenças que

prejudicam a planta, a antracnose é a enfermidade mais conhecida e presente onde o cajueiro é cultivado. Diante da

importância cultural, social e econômica da cultura do caju, tanto nacional como regional esse trabalho tem como principal

objetivo identificar e caracterizar os danos causados pela antracnose. O método usado foi a diagnose visual investigando

a sintomatologia das plantas infectadas. Os sintomas observados foram comparados com as descrições do Manual de

Fitopatologia. Também foi considerado os relatos da proprietária. Os relatos da proprietária e a sintomatologia observada

nas plantas durante a visita, conferem com o descrito na literatura para antracnose causada pelo fungo, Glomerella

cingulata. Pode-se inferir que a fitopatologia do cajueiro se trata da antracnose e sua disseminação nas plantas é decorrente

da falta de medidas de controle químico e de medidas preventivas através de podas periódicas, limpeza e queima dos

restos culturais.

PALAVRAS-CHAVE: ANTRACNOSE; CAJU; FITOPALOGIA.

INTRODUÇÃO: Anacardiumoccidentale L., o cajueiropertencente ao gênero Anacardium,

originalmente da família Anacardiaceaeé originária do Nordeste brasileiro. É uma planta perene com

ramificações baixas de porte médio, altura do tipo comum pode chegar em média de 5m a 8m, sua

envergadura entre 12m e 14m, dependendo muito das condições do clima e do solo. (BARROS et al.,

1984).

A agroindústria do caju no Brasil iniciou devido à grande procura externa dos Estados Unidos

pelo liquido retirado da castanha do caju durante a II Guerra Mundial para ser utilizada como isolante

na fabricação de cabos de alta tensão. As lavouras na época eram exploradas em moldes extrativistas

e a castanha do caju era utilizada exclusivamente como matéria-prima para a extração do seu liquido.

(OLIVEIRA, 1990).

Hoje em dia, a produção de caju ainda é de grande importância por conta de seu forte

envolvimento na economia interna e externa com exportação dos seus produtos industrializados,

tendo uma área total de 77.774.519há plantado e uma produção de 77 501t durante a safra de 2016.

(IBGE, 2017).

Da parte carnosa (pseudofruto), são gerados diversos produtos, tais como sucos, doces em

massa, bebidas alcoólicas, entre outros. Da castanha (fruto), além da amêndoa, destinada grande parte

1 Acadêmicos do Curso de Agronomia do CEULS/ULBRA. 2 Professor Me. do Curso de Agronomia do CEULS/ULBRA.11

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à exportação, é também extraído o líquido da castanha utilizado na indústria química para obtenção

de resinas, fabricação de tintas, vernizes, etc. (KIMATI et al., 2005).

Em Santarém, Oeste do Pará, a produção do caju e de seus derivados em comunidades e

assentamentos na região vem ganhando força por elevar a economia regional, fortalecer o turismo, a cultura

local e ainda resgatar as principais atividades produtivas das famílias.

O cajueiro pode ser encontrado prosperando-se em diferentes condições ecológicas, por

diversas largas faixas do mundo tropical, entretanto se cultivada de forma espontânea não significa

ser a melhor das condições para o seu melhor desenvolvimento vegetativo e para as produções em

larga escala. A cultura deve ser em condições climáticas adequadas, para o seu bom desenvolvimento,

juntamente com as condições relativas do solo e quando as plantas dispõem de caracteres genéticos

que irão dispor de uma boa produtividade e são assistidas com os tratos culturais pertinentes.

Apesar de ser referido como hospedeiro de inúmeros organismos patogênicos, nem todos eles

são considerados inimigos, no Nordeste brasileiro, onde existem extensos plantios, sem qualquer

preocupação com a manutenção e equilíbrio ambiental, tem ensejado o surgimento de epidemias

(FREIRE, 1991).

Dentre as doenças que prejudicam a planta, a antracnose é a enfermidade mais conhecida e

presente onde o cajueiro é cultivado, o agente que causa este mal é o fungo Glomerellacingulata

(Stonemam), os sintomas mais comuns são inicialmente nas folhas, com manchas necróticas e

irregulares, em qualquer área do limbo, de coloração parda nas folhas jovens, e no estágio onde as

folhas estão mais velhas, as lesões aparecem em uma coloração avermelhada. No fruto do caju, a

castanha, bem como no pseudofruto ou no pedúnculo, os sintomas mostram-se nas formas de lesões

deprimidas e escuras, que impedem a formação final de ambos ou podem provocar a queda prematura.

O fungo que causa a antracnose para desenvolver com sucesso a sua patogênese necessita de

temperatura e umidade adequadas, além de brotações e frutos jovens. Pode ser controlada através de

pulverizações com fungicidas protetores ou sistêmicos.

Diante da importância cultural, social e econômica da cultura do caju, tanto nacional como

regional esse trabalho tem como principal objetivo identificar e caracterizar os danos causados pela

antracnose a partir de possíveis sinais e sintomas nas plantas da propriedade visitada, em comparação

com as descrições dos referenciais teóricos.

MÉTODOS: A propriedade visitada localiza-se em Santarém, Oeste do Pará, no distrito de Alter-

do-Chão com as coordenadas de Latitude 02 30' 44,4'' e Longitude 54 57' 22,4''(Figura 1). A visita

ocorreu no dia 07 de setembro de 2017.

O método usado foi à diagnose visual investigando a sintomatologia das plantas infectadas.

Os sintomas observados foram comparados com as descrições do Manual de Fitopatologia. Também

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foi considerado os relatos da proprietária. A área plantada é para consumo próprio, apenas. Rosseto

e Santiago (2010) descrevem que a diagnose visual é uma ferramenta muito importante para o estudo

da sintomatologia de doenças, ataque de pragas ou influência do clima ou toxidez de um elemento

pela aparência da planta, especialmente, pela coloração de suas folhas.

Figura 1 - Mapa da Propriedade.

Fonte: Google Earth

A partir do que foi encontrado na propriedade e analisado em laboratório, as informações

foram comparadas com o manual de Fitopatologia.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Na propriedade, os cajueiros infectados recebem como tratos

culturais, apenas a poda, e nesse caso, não tem sido feito nos últimos meses, para ser aproveitada a

sombra das copas das árvores, não sendo utilizado nenhum controle químico, como o uso de

fungicidas.

Os relatos da proprietária e a sintomatologia observada nas plantas durante a visita, conferem

com o descrito na literatura: lesões e atrofiamento na colocação marrom-escura na inflorescência, no

fruto podridão também na coloração marrom-escura, e no pseudofruto, rachaduras e deterioração total

do mesmo o que impedem a formação final de ambos e provocando a queda prematura. Nas folhas

mais velhas, as lesões aparecem de forma necrótica, irregular e de coloração avermelhada. Os

sintomas e sinais identificados caracterizam o fungo da antracnose, Glomerella cingulata

(Stonemam). (KIMATI et al., 2005).

Figura 3. Pseudofruto com rachaduras Figura 4. Folha mais velha com sintomas

Fonte: Elaborada pelos autores. Fonte: Elaborada pelos autores.

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CONCLUSÃO: A partir da sintomatologia analisada no presente estudo, pode-se inferir que a

fitopatologia do cajueiro se trata da antracnose causada pelo fungo Glomerella cingulata (Stonemam).

A disseminação nas plantas é decorrente da falta de medidas de controle na propriedade como a

utilização de fungicidas a base de oxicloreto de cobre, hidróxido de cobre e mancozeb, além de

medidas preventivas através de podas periódicas, limpeza e queima dos restos culturais.

REFERÊNCIAS

ARAÚJO, J.P.P de. SILVA, V. V. da. CAJUCULTURA: modernas técnicas de produção.

Fortaleza: EMBRAPA/CNPAT, 1995.

BARROS, L.M.; ARAÚJO, F. E.; ALMEIDA, J.I.L.; TAIXEIRA, L.M.S. A cultura do cajueiro

anão. Fortaleza: EPACE, 1984.

FREIRE, F. das C. O. Controle químico da antracnose em mudas de cajueiro. In CONGRESSO

BRASILEIRO DE FRUTICULTURA, 11. Petrolina, 1991. Resumos. Cruz das Almas: Sociedade

Brasileira de Fruticultura, 1991.

KIMATI, H.; AMORIN L.; REZENDE, J. A. M.; BERGAMIN FILHO, A.; L. E. A. Manual de

Fitopatologia. 4. ed.,São Paulo: Agronômica Ceres, 2005.

OLIVEIRA, J. D. DE. O complexo agroindustrial de sulcos de frutas tropicais no Estado do

Ceará: uma revisão de organização industrial. Fortaleza: UFC, 1990. Tese Mestrado.

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http://www.agencia.cnptia.embrapa.br/gestor/cana-de-acucar/arvore/CONT

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AVALIAÇÃO DE DIFERENTES TIPOS DE SUBSTRATOS NA PRODUÇÃO DE MUDAS

DO REPOLHO (BRASSICA OLERACEA CAPITATA) SOOSHU

12Maria Lúcia Braga Farias1

Nalyene Bianca de Lima Monteiro1

Raimundo Cosme de Oliveira Junior2

Darlisson Bentes dos Santos3

Alessandra Damasceno da Silva3

[email protected]

RESUMO: O presente trabalho buscou avaliar diferentes tipos de substratos na produção de mudas do repolho

(Brassica oleracea capitata) Sooshu. O experimento foi conduzido em blocos inteiramente ao acaso, com oito tratamentos

e quatro repetições. Os oito tratamentos foram constituídos pelos seguintes substratos: Areia lavada (T1); Substrato

comercial (T2); Substrato caseiro/orgânico (T3); Areia Lavada + Casca de Arroz Carbonizado (T4); Areia Lavada +

Caroço de Açaí (T5); Areia Lavada + Casca de Arroz Carbonizado + Caroço de Açaí (T6); Bokashi + Areia Lavada +

Casca de Arroz Carbonizado (T7); Bokashi + Areia Lavada + Caroço de Açaí (T8). Os parâmetros analisados foram altura

da parte aérea (mm), largura da parte aérea (mm), espessura do caule (mm), comprimento da raiz (mm), peso da massa

fresca (g) e peso da massa seca (g). O T2 apresentou resultados que se sobressaíram aos demais tratamentos, favorecendo

o crescimento das mudas logo nos primeiros dias, portanto, caracterizando-o como o substrato mais indicado para a

produção de mudas de repolho Sooshu. Verificou-se que no T1 obtiveram-se resultados ineficientes para a produção de

mudas de repolho Sooshu.

PALAVRAS-CHAVE: OLERICULTURA, MUDAS, GERMINAÇÃO.

INTRODUÇÃO: O repolho é considerado uma das hortaliças mais eficientes na produção de

alimento, devido à alta taxa de crescimento. Além disso, entre as diversas hortaliças ofertadas aos

consumidores brasileiros, o repolho é a de maior importância econômica entre as variedades botânicas

da espécie Brassica oleracea, por conta do seu elevado valor nutritivo, principalmente pelo teor de

cálcio e de vitamina C (SILVA, 2009).

Por outro lado, considerando o caráter social, o cultivo de repolho é gerador de diversos

empregos em consequência da exigência de mão-de-obra, desde a semeadura até a comercialização

(SILVA et al., 2012). A produção de mudas de alta qualidade se tornou a base da horticultura moderna

(GOMES et al., 2008). Nascimento et al. (2002), afirmam que na produção de mudas de hortaliças

alguns estudos têm sido realizados com relação à substratos e tem permitido a melhoria da qualidade

das mesmas. Além disso, relata ainda que as propriedades físicas, químicas e biológicas dos substratos

podem influenciar a germinação e o desenvolvimento das mudas.

O sucesso de uma cultura depende, em grande parte, da utilização de mudas de alta qualidade,

e um dos principais fatores envolvidos na sua formação é o substrato. O termo substrato se aplica a

todo material sólido, natural ou sintético, bem como residual ou ainda mineral ou orgânico, distinto

1 Eng. Agr., Centro Universitário Luterano de Santarém- CEULS/ULBRA. 2 PhD., Eng. Agr., Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – EMBRAPA. 3 Msc., Eng. Agric., Centro Universitário Luterano de Santarém- CEULS/ULBRA. 12

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do solo, que colocado em um recipiente em forma pura ou em mistura permite o desenvolvimento do

sistema radicular, desempenhando, portanto, um papel de suporte para a planta (ROSA et al., 2002).

Rosa et al. (2002) definem que os substratos podem ter diversas origens, como animal (esterco,

húmus, etc.), vegetal (tortas, bagaços, xaxim, serragem, etc.), mineral (vermiculita, perlita, areia, etc.)

e artificial (espuma fenólica, isopor, etc.).

A escolha e manejo corretos do substrato são de suma importância para a obtenção de mudas

de qualidade. O sucesso de uma produção começa pela obtenção de mudas de qualidade. Uma muda

mal formada dará origem a uma planta com produção abaixo de seu potencial genético. Desta forma,

o presente trabalho teve como objetivo avaliar o desenvolvimento de mudas de repolho (Brassica

oleracea capitata) Sooshu, produzidas em bandejas de poliestireno contendo 128 células, sob

utilização de diferentes substratos.

MATERIAIS E MÉTODOS: O experimento foi realizado no laboratório de solos do Centro

Universitário Luterano de Santarém-CEULS. Realizou-se inicialmente, a secagem de todos os

substratos em estufa com temperatura de 60º C, com exceção da Casca de Arroz Carbonizada (CAC).

Em seguida, os substratos passaram por uma peneira de 2 mm, para eliminação de resíduos e

padronização. Após esta etapa as bandejas foram alocadas em uma casa de vegetação, ainda nas

instalações do CEULS. Para tanto, o clima dominante da região é quente e úmido, característico das

Florestas Tropicais, com temperatura média anual variando de 25 a 28°, umidade relativa média do

ar de 86%. A precipitação pluvial média anual é de 1.920 mm, com maior intensidade no chamado

período de “inverno amazônico”, que ocorre de dezembro a maio, quando a precipitação média

mensal varia de 170 a 300 mm. Nos meses de junho a novembro ocorre o período mais seco,

correspondendo ao “verão amazônico”, neste período ocorrem as menores precipitações pluviais

registradas na região, com valores médios inferiores a 60 mm, entre os meses de agosto a outubro.

O experimento foi conduzido por meio de um Delineamento Inteiramente Casualizado (DIC),

com oito tratamentos e quatro repetições. Cada repetição foi constituída por uma bandeja de isopor

contendo 128 células, com 16 mudas para cada unidade experimental (tratamento). O desbaste das

mudas de repolho Sooshu ocorreu aos 30 dias após o plantio. Houve acompanhamento desde a

semeadura até a fase de desbastes das mudas, no intuito de monitorar as variáveis no desenvolvimento

das mudas cultivadas. A semeadura realizou-se em casa de vegetação telada, com 50% de

luminosidade, e irrigação feita diariamente (pelo menos duas vezes ao dia). Referente à composição

dos substratos, os mesmos descrevem-se da seguinte forma, conforme a Tabela l a seguir.

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Tabela 3. Composição dos substratos na produção de mudas de Repolho Sooshu

Tratamentos Substratos Proporções

T1 Areia lavada

T2 Substrato comercial (Plantmax)

T3 Substrato caseiro (esterco bovino+calcário+terra preta) 1:1:1

T4 Areia lavada+Casca de Arroz Carbonizada 1:1

T5 Areia lavada+Caroço de açaí 1:1

T6 Areia lavada+Casca de Arroz Carbonizada+Caroço de açaí 1:2:2

T7 Bokashi+Areia lavada+Casca de Arroz Carbonizada 1:2:7

T8 Bokashi+Areia lavada+Caroço de açaí 1:4:15

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os valores da Altura da Parte Aérea (APA), são superiores quando

comparados aos demais, sendo 17,71 e 37,52 mm, mínima e máxima, respectivamente (Tabela 2).

Tabela 4. Estatística descritiva dos parâmetros medidos para as mudas de Repolho Sooshu

APA= Altura da Parte Aérea; LPA= Largura da Parte Aérea; EC= Espessura do Caule; CR= Comprimento da raiz;

MF= Massa Fresca e; Massa Seca.

Em relação aos diferentes tipos de substratos utilizados, observaram-se maiores médias para as

variáveis: APA no T4 (37,52 mm), LPA no T2 (27,95 MM), EC no T3 (1,13 MM) e CR no T2 (35,24

mm). Considerando a APA, não houveram diferenças entre T2 e T4, T3 e T5, T6 e T7, para esta

variável. Em contrapartida, ainda nessa variável, T8 difere-se de todos os demais tratamentos.

Para LPA, ocorreram diferenças entre os substratos. Para EC, não houveram diferenças

significativa entre T1, T4, T5 e T8, por outro lado T3 difere-se dos demais tratamentos, ainda nessa

característica. Observando-se CR, T1, T4 e T7 diferem-se entre si e dos demais tratamentos. Enquanto

T2 e T5, T6 e T8 não apresentam diferença entre si (Tabela 3).

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Tabela 5. Médias dos parâmetros medidos para as mudas de Repolho Sooshu

* Médias seguidas da mesma letra (coluna) não diferem entre si pelo teste de Tukey (P>0,05).

CONCLUSÃO: As médias do substrato Plantmax (T2) se sobressaíram aos demais tratamentos

quanto ao desenvolvimento das mudas, caracterizando-o como o substrato mais indicado para a

produção de repolho Sooshu. O composto Bokashi, citado ao longo do trabalho (T6, T7, T8), obteve

resultados que deixaram pouco evidenciadas suas eficiências. A quantidade do Bokashi a ser aplicada

ao solo varia em função das culturas, da fertilidade, da porcentagem de matéria orgânica presente no

solo e de outros fatores que permitem estudar este composto mais a fundo, com o objetivo de

comprovar melhor seu uso.

REFERÊNCIAS

GOMES, L. A. A. et al. Produção de mudas de alface em substrato alternativo com

adubação. Horticultura Brasileira, v. 26, n. 3, p. 359-63, 2008.

NASCIMENTO, W. M. et al. Produção de mudas de tomate em diferentes tipos de bandejas,

substratos e fertilização. Horticultura Brasileira, v. 20, n. 2, p. 388, 2002.

ROSA, M. de F. et al. Utilização da casca de coco como substrato agrícola. Embrapa Agroindústria

Tropical-Documentos (INFOTECA-E), 2002.

SILVA, G. S da. Crescimento e produtividade de repolho roxo em função de espaçamentos entre

linhas e entre plantas. Jaboticabal-SP, 2009. 46 p.

SILVA, K. S. et al. Produtividade e desenvolvimento de cultivares de repolho em função de doses de

boro. Horticultura Brasileira, p. 520-25, 2012.

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AVALIAÇÃO DE DIFERENTES TIPOS DE SUBSTRATOS NO PERIODO DE

GERMINAÇÃO DE MUDAS DE ALFACE (LACTUCA SATIVA L.) EM SISTEMA DE

PRODUÇÃO ORGÂNICO 13Róger Murilo da Costa Rebelo1

Vândrea Aline Rêgo de Sousa1

Gilbson Santos Soares2

Darlisson Bentes dos Santos3

Daniel Rocha de Oliveira4

[email protected]

RESUMO: A alface constitui em uma cultura de grande importância social na agricultura familiar e na alimentação

humana. O uso de substratos de qualidade na germinação de sementes da alface influencia diretamente na velocidade de

desenvolvimento das plantas. O objetivo deste trabalho foi avaliar a eficiência do uso de substratos orgânicos alternativos

no cultivo de mudas de alface. O experimento foi disposto em duas sementeiras de isopor com três tratamentos e uma

testemunha com três repetições em cada. Os tratamentos utilizados foram: (T0) Terra preta, (T1) 50% casca de arroz+25%

esterco de galinha+25% fibra de coco, (T2) 50% fibra de côco+25% esterco de galinha+25% casca de arroz carbonizada,

(T3) 50% esterco de galinha+25% casca de arroz carbonizada+25% fibra de coco. Os parâmetros avaliados foram: matéria

seca (MS), matéria fresca (MF), número de folhas (NF), altura (RPA/R), comprimento da raiz (R) e índice de germinação

(IG). O T0 obteve o melhor resultado em comparação das médias para os parâmetros altura, comprimento da raiz e número

de folhas. Em relação a massa fresca e massa seca da planta o T0 foi o que se destacou em comparação aos demais

tratamentos.

PALAVRAS-CHAVE: ALFACE, SUBSTRATOS, SISTEMA ORGÂNICO.

INTRODUÇÃO: A alface (Lactuca sativa L.) é a hortaliça folhosa de maior importância no Brasil

de acordo com Costa & Sala (2005), e constitui-se numa cultura de grande importância social na

agricultura familiar e na alimentação humana. Esta espécie apresenta alta perecibilidade, sendo

normalmente plantada próximo aos centros consumidores, onde se procura cultivá-la o ano inteiro.

(FERREIRA et al., 2006).

A alface predominante no Brasil é do tipo crespa, liderando com 70% do mercado. O tipo

Americana detém 15%, a lisa 10%, enquanto outras (vermelha, mimosa, etc.) correspondem a 5% do

mercado. (SALA & DA COSTA, 2005). O sucesso do cultivo de hortaliças depende em grande parte

da utilização de mudas de alta qualidade, o que torna o cultivo de hortaliças mais competitivo, com o

aumento de produtividade e redução dos riscos de produção. Entretanto para ter um bom desempenho

de uma muda, é necessário se obter um bom substrato.

O substrato é todo material sólido natural, sintético ou residual, mineral ou orgânico, puro ou

misturado, que proporciona condições favoráveis para o desempenho do sistema radicular. Eles

exercem a função de substrato, nutrição e armazenagem de água e oxigênio. Podem ser de origem

animal, vegetal, mineral e artificial.

1 Eng. Agr., Centro Universitário Luterano de Santarém- CEULS/ULBRA. 2 Msc., Biólogo, Centro Universitário Luterano de Santarém- CEULS/ULBRA. 3 Msc., Eng. Agric., Centro Universitário Luterano de Santarém- CEULS/ULBRA. 4 Msc., Méd. Vet.; Centro Universitário Luterano de Santarém- CEULS/ULBRA. 13

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Alguns materiais usados na formulação dos substratos apresentam características que nem

sempre são suficientes para promover um desempenho satisfatório da muda. Dessa forma, realizar o

estudo de mudas de alface avaliando seu desempenho utilizando diferentes substratos será de grande

importância para subsidiar futuros planos de manejo e o desenvolvimento de políticas de incentivo a

produção.

Estudar o desenvolvimento de mudas de alface (Lactuca Sativa L.) em função de diferentes

substratos orgânicos: fibra de coco, casca de arroz carbonizada, esterco de galinha curtido, mistura

do esterco e casca de arroz carbonizada com fibra de coco com diferentes porcentagens de aplicação

dos mesmos, foi o objetivo do experimento.

MÉTODO: O experimento foi realizado em Santarém- PA, com as coordenadas geográficas

2°27’’12’, Latitude Sul e 54°42’’43’ de Longitude Oeste. O clima da região é caracterizado como

quente e úmido, com uma temperatura média anual de 25° a 28°C. A precipitação média anual

corresponde a 1.920 mm, com maior intensidade de dezembro a maio, no chamado “inverno

amazônico” e nos meses de junho a novembro, o “verão amazônico”, ocorrendo o período mais seco.

O plantio ocorreu no dia 08 de maio, com o experimento encerrado no dia 31 de maio de 2017

(colheita). Neste período a variedade foi acompanhada desde a semeadura até a fase de transplante,

para obter os resultados das análises de seu desenvolvimento e concentração de matéria fresca e seca.

Para a realização desse estudo, foram utilizadas sementes de alface do gênero Lactuca sativa L,

obtidas no comércio local da cidade de Santarém. As sementes possuíam 97% de teor de germinação

e 100% de pureza, segundo dados do fabricante. O experimento foi desenvolvido em uma estufa feita

para o teste de germinação das mudas de alface, coberta com sombrite (50%). As dimensões da estufa

foram de 1 x 3 m, largura e comprimento respectivamente.

O experimento foi realizado em duas bandejas de isopor com 200 células cada. A variedade

utilizada foi a alface Mônica crespa. Na primeira bandeja foi divido em 7 parcelas, cada uma com 20

células totalizando 140 células. A segunda bandeja foi dividida em 5 parcelas, 20 células em cada

totalizando 100. Foram utilizados os seguintes tratamentos: (T0) Terra preta, (T1) 50% Casca de arroz

+ 25% esterco de galinha + 25% fibra de coco, (T2) 50% Fibra de coco + 25% de esterco de galinha

+ 25% casca de arroz carbonizada, (T3) 50% esterco de galinha + 25% Casca de arroz carbonizada +

25% fibra de coco (Figura 1).

As avaliações dos parâmetros foram medidas com régua graduada aos 23 dias após a

semeadura: Matéria Seca (MS), Matéria Fresca (MF), Número de Folhas (NF), Comprimento da parte

Aérea até a Raíz (CPAR), Comprimento da Raiz (R), Mortalidade (M) e Índice de Germinação (IG).

A MS foi determinada pelo processo de secagem em estufa a 45°C até atingir a massa constante, no

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período de 42 horas, em seguida as pesagens tanto individuais quanto em conjunto de cada tratamento

foram feitas através de uma balança de precisão.

Figura 4. Distribuição dos tratamentos

RESULTADOS E DISCUSSÃO: A AAR de T0 apresentou o maior resultado (5,24 cm), superando

os demais substratos, com T1 como o menor (5,24 cm). O R obteve maior resultado em T0 (5,03 cm)

e T1, o menor (4,03 cm). Em relação ao NF, todos os tratamentos apresentaram média acima de duas

folhas, sendo T0 (4,56 cm) o maior e T3 (2,65 cm) o menor número. A maior e menor quantidade de

MF foi encontrada em T0 (2,35 g) e T3 (0,32 g), respectivamente. Para a MS, foram encontradas em

T0 (0,59 g) a maior e em T3 (0,07 g) a menor. A maior mortalidade ocorreu no T0 (35%), enquanto

o maior IG (88,34%) foi verificado em T2 (Tabela 1).

Tabela 6. Medidas dos parâmetros

Parâmetros Unidade

de medida

Tratamentos

T0 T1 T2 T3

Alturas

CPAR cm 7,00 5,24 5,65 5,41

R cm 5,03 4,03 4,49 4,40

NF cm 4,56 3,25 3,06 2,65

Massas

MF g 2,35 0,45 2,31 0,32

MS g 0,59 0,09 0,12 0,07

Germinação

M % 35,00 40,00 11,66 20,00

IG % 65,00 60,00 88,34 80,00 CPAR= Comprimento da Parte Aérea até a Raiz; R= Comprimento da Raiz;

NF= Número de Folhas; MF= Massa Fresca; MS= Massa Seca; M= Mortalidade

e; IG= Índice de Germinação.

CONCLUSÃO: O tratamento T0 apresentou as maiores médias para os parâmetros CPAR, R e NF,

denotando as condições mais favoráveis para o desenvolvimento das mudas de alface quando

comparados com os demais tratamentos.

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REFERÊNCIAS

FERREIRA, M. M. M. et al. Qualidade do tomate em função de doses de nitrogênio e da adubação

orgânica em duas estações. Horticultura Brasileira, v. 24, n. 2, p. 141-45, 2006.

SALA, F. C. &; DA COSTA, C. P. Retrospectiva e tendência da alfacicultura brasileira Retrospective

and trends of Brazilian lettuce crop. Horticultura brasileira, v. 30, n. 2, p. 187-94, 2012.

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BACIA DE EVAPOTRANSPIRAÇÃO PARA TRATAMENTO DE ÁGUAS NEGRAS

PROVENIENTES DO CENTRO EXPERIMENTAL FLORESTA ATIVA NA RESEX

TAPAJÓS ARAPIUNS 14Alailson Sousa Rêgo 1

[email protected] 15Steve Macqueen Fernando Souza da Silva 2

16Edna Reis Costa Araújo 3 17 Alessandra Damasceno da Silva 4

RESUMO: A Bacia de Evapotranspiração (BET) é uma tecnologia proveniente da permacultura para tratamento

domiciliar de águas negras e consiste em um sistema plantado com espécies exigentes por água que permitam a

decomposição anaeróbia da matéria orgânica, mineralização e absorção dos nutrientes pelas raízes. A água nesse sistema

é eliminada por sua vaporização através da evapotranspiração e os nutrientes deixam o sistema após sua incorporação à

biomassa das plantas. Sendo assim, esse trabalho objetivou identificar os processos envolvidos no funcionamento do

sistema, através da observação afim de reproduzir informações para o dimensionamento de uma bacia de

evapotranspiração e sobre o comportamento das plantas utilizadas no sistema. Os resultados mostraram que é possível

recomendar sua implantação de forma a reduzir o impacto ambiental pelo lançamento de esgotos em córregos e rios. O

aproveitamento da água e dos nutrientes contidos no esgoto possuem potencial para utilização desse sistema em projetos

habitacionais populares ou como suporte a cercas vivas entre as residências, por exemplo.

PALAVRAS-CHAVE: RESEX TAPAJÓS-ARAPIUNS; SUSTENTABILIDADE; CEFA.

INTRODUÇÃO: A BET (Bacia de Evapotranspiração) é um sistema de tratamento da água

proveniente da descarga de sanitários convencionais (água negra). Essa é uma tecnologia advinda da

permacultura e que evita a poluição do solo, das águas superficiais e do lençol freático, pois não gera

efluente. Nessa tecnologia os dejetos humanos são transformados em nutrientes para plantas que

retiram a água do sistema através do processo de evapotranspiração, devolvendo totalmente limpa

para o meio ambiente.

A Evapotranspiração é o processo de vaporização da água de superfícies livres e da vegetação

para a atmosfera. Por isso, esse trabalho objetivou identificar no Centro Experimental Floresta Ativa

(CEFA), gerido pelo Projeto Saúde e Alegria (PSA), os processos envolvidos no funcionamento do

sistema, por meio de observação afim de que se reproduzisse informações para o dimensionamento

de uma BET e sobre as plantas utilizadas no sistema.

Kalil (2016) destaca que o estabelecimento de um polo de referência para o desenvolvimento

de projetos de tecnologias socioambientais replicáveis para toda a floresta é um dos desafios do PSA,

onde o CEFA desempenha importante função nesse contexto, pois a partir de um modelo sustentável

de desenvolvimento da região, as construções no CEFA tiveram como foco a eficiência energética, o

tratamento adequado de resíduos, o aproveitamento da luz do dia, da ventilação natural e o

reaproveitamento da água da chuva.

1

14 Engenheiro Agrônomo. Centro de Estudos Avançados de Promoção Social e Ambiental - CEAPS. 2

15 Engenheiro Florestal. Centro de Estudos Avançados de Promoção Social e Ambiental - CEAPS. 3

16 Pedagoga. Centro de Estudos Avançados de Promoção Social e Ambiental - CEAPS. 4

17 Engenheira Agrícola. Centro Universitário Luterano de Santarém – CEULS/ULBRA.

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MÉTODO: De acordo com o ICMBio (2014) a Reserva Extrativista Tapajós-Arapiuns (RESEX

Tapajós-Arapiuns) está localizada nos Municípios de Santarém e Aveiro, na região oeste do Estado

do Pará, com uma área de 647.610 ha, onde aproximadamente 34% da área da RESEX está localizada

no Município de Aveiro/PA, e o restante, 66% no Município de Santarém/PA. O ICMBio destaca,

ainda, que o entorno da RESEX Tapajós-Arapiuns é limitada pelos rios Arapiuns, Maró e Mentae e

que o fato de sua localização estar no interflúvio e encontro dos rios Tapajós e Arapiuns originou o

nome da Unidade de Conservação - UC. O acesso à Reserva pode ser feito por via fluvial, a partir de

Santarém pelos rios Tapajós e Arapiuns ou partindo de Itaituba pelo rio Tapajós.

Devido as características da região e a necessidade de atendimento das populações que ali

vivem, algumas estratégias sustentáveis são necessárias para que a permanência dessas famílias nas

comunidades da RESEX seja assegurada, garantindo seu bem-estar. Para isso, o PSA, contribui

desenvolvendo programas integrados em diversas áreas de interesse da população, dentre esses estão

na área de saúde, saneamento básico, direitos humanos, meio ambiente, geração de renda, educação

e outros. O PSA é uma instituição civil sem fins lucrativos que atua em comunidades tradicionais da

Amazônia, onde a arte, o lúdico e a comunicação são seus principais instrumentos de educação e

mobilização social (PSA, 2017).

Uma estratégia sustentável para o tratamento adequado de resíduos na RESEX Tapajós-

Arapiuns trata-se da Bacia de Evapotranspiração (BET). Esse é um sistema de tratamento e

reaproveitamento dos nutrientes do efluente proveniente do vaso sanitário (águas negras). É um

sistema fechado, ou seja, estanque, e não há saída de água, seja para filtros ou sumidouros. Nele

ocorre a decomposição anaeróbia da matéria orgânica, mineralização e absorção dos nutrientes e da

água, pelas raízes dos vegetais. Os nutrientes deixam o sistema incorporando-se a biomassa das

plantas e a água é eliminada por evapotranspiração. Não há deflúvio (escoamento). E dessa forma,

não há como poluir o solo ou o risco de algum microrganismo patógeno sair do sistema.

Para a construção da BET na RESEX foi necessário a abertura e impermeabilização de uma

trincheira sobre o solo. Para sua impermeabilização utilizou-se lona de geomembrana, sendo,

também, utilizados pneus para câmara de recepção da descarga (3 vasos sanitários). Os pneus

utilizados no projeto foram provenientes de descarte, pois reutilizar é a melhor alternativa para

diminuir o problema do descarte incorreto desse material. O tamanho da bacia dimensionada foi de

1,5 m de profundidade, 3 m de largura e 13 m de comprimento. Esse espaço foi preenchido com

diferentes camadas de substrato e plantado com espécies vegetais de crescimento rápido e exigentes

em água, nesse caso, foi a bananeira. Como a água fica presa na Bacia, ela se movimenta por

capilaridade e, por isso, depois de separada dos resíduos humanos, vai passando (de baixo para cima)

pelas camadas de brita, tijolos, areia e solo, chegando até as raízes das plantas.

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Com o aumento do volume de esgoto no tanque, a água preenche também as camadas de britas,

tijolos e areia, até atingir a camada de solo acima, através da qual, se move por ascensão capilar até

a superfície. Assim, o tanque de evapotranspiração permite que a água que seria eliminada do sistema,

aí permaneça, exercendo outras funções. Após a decomposição anaeróbia da matéria orgânica e

mineralização, há a absorção dos nutrientes e da água pelas raízes das plantas. Os nutrientes deixam

o sistema incorporando-se à biomassa dos vegetais.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: A autonomia do CEFA é a peça fundamental para que o local não

dependa de recursos exteriores para manutenção de suas necessidades ou para lidar com seus resíduos.

Assim, as águas negras do local são destinadas a BET para tratamento adequado.

Kalil (2016) ressalta que as águas cinzas da cozinha, dos chuveiros, dos tanques e das pias

devem ser direcionadas para círculos de bananeiras, onde o saneamento ecológico acontece dentro de

um sistema vivo e que para a água negra dos resíduos sanitários seja adotado uma BET. Esse sistema

que consta de um tanque impermeabilizado preenchido com diferentes camadas de substrato recebe

todo o efluente sanitário.

Na BET os resíduos passam por processos naturais de tratamento, com a degradação da matéria

orgânica e a absorção e vaporização da água pelas plantas e superfície (evapotranspiração). Andrade

Neto e Campos (1999) enfatizam que em procedimentos anaeróbios, a formação de metano (CH4) é

desejável, tendo em vista que a matéria orgânica é retirada da fase líquida, pois o CH4 apresenta baixa

solubilidade na água. Silva (2016) corrobora afirmando que parte do metano produzido na zona

anaeróbia da BET é geralmente consumido enquanto se desloca pela camada de solo da bacia, devido

a oxidação do metano na presença de oxigênio causada pela ação de bactérias metanotróficas.

Silva (2016) revela que a câmara de recepção das águas negras no interior da BET exerce

funções comparadas às de um tanque séptico, que são decantação, flotação, desagregação e digestão

dos sólidos sedimentados (lodo) e da crosta constituída pelo material flotante (escuma). Mandai

(2006) recomenda que a câmara seja de pneus usados, alocados em pé, ao fundo do tanque, formando

uma espécie de túnel horizontal e que ao redor e acima da câmara de recepção a BET seja preenchida

por camadas de materiais com granulometria decrescente. A BET da RESEX Tapajós-Arapiuns foi

desenvolvida levando-se em consideração esses aspectos.

CONCLUSÃO: A missão do CEFA sempre foi a de fortalecer as comunidades da RESEX com o

intercâmbio de conhecimentos, experimentações, melhoria das práticas produtivas e projetos de

geração de renda das comunidades, sendo a BET uma alternativa sustentável de tratamentos dos

resíduos nessas localidades e que podem ser replicadas para outras regiões e habitações urbanas, como

condomínios, por exemplo, e periurbanas como, por exemplo, na forma de cercas vivas e composição

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60

do paisagismo. Essas estratégias minimizam os impactos ambientais ocasionados pelo lançamento de

esgotos em cursos d’água ou outros locais impróprios.

REFERÊNCIAS

ANDRADE NETO, C. O.; CAMPOS, J. R. Tratamento de esgotos sanitários por processo anaeróbio

e disposição controlada no solo. ABES, Rio de Janeiro: 1999.

INSTITUTO CHICO MENDES DE CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE. Plano de Manejo

da Reserva Extrativista Tapajós-Arapiuns: Volume 1 - Diagnóstico. ICMBio, Santarém: 2014.

KALIL, Patrícia. Centro Experimental Floresta Ativa é inaugurado na Resex Tapajós-Arapiuns.

Santarém: 2016. Disponível em: < https://medium.com/rede-

mocoronga/inaugura%C3%A7%C3%A3o-do-centro-experimental-de-floresta-ativa-na-resex-

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2017.

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CADASTRO AMBIENTAL RURAL – CAR E O DESMATAMENTO NO MUNICÍPIO DE

ÓBIDOS – PA NO PERÍODO DE 2012 A 2015

18Ana Paula Santos Barros1

Alessandra Damasceno da Silva2

Isabel Cristina Tavares Martins3

Darlisson Bentes dos Santos4

Gláucia de Fática Gomes5

[email protected]

RESUMO: A evolução do desmatamento no Brasil têm se confirmado através dos dados apresentados pelos programas

de monitoramento do desmatamento na Amazônia. Esse cenário têm atribuído responsabilidades para todos os setores,

entre eles, para os profissionais de ciências agrárias que precisam associar a diversificação das atividades agropecuárias

com a intensificação da produção, o respeito aos recursos naturais e a geração de renda. Diante da preocupação com o

exposto, sobretudo no intuito de criar barreiras contra essa prática, tem se desenvolvido e implementado ferramentas e

técnicas para contribuir no processo de monitoramento e controle do desmatamento como a criação do Cadastro

Ambiental Rural-CAR, associado ao uso de imagens de satélite e de sensoriamento remoto, juntamente com uma

tecnologia geográfica formaria base de dados estratégica para o controle, monitoramento e combate ao desmatamento.

No município de Óbidos- PA essa ferramenta tem dividido opinião com relação a sua contribuição para o controle do

desmatamento. O intuito deste Estudo foi de avaliar a eficiência do CAR como ferramenta de monitoramento e controle

do desmatamento no município de Óbidos - PA no período de 2012 a 2015, através de aplicação de questionários e analise

de imagens de satélite. Para conhecer a opinião dos proprietários foi aplicado questionário e quantificados em métodos

estatísticos. Para detectar as áreas desmatadas foi utilizado os sistemas PRODES, SAD e DETER, e para quantifica-las

foi utilizado o ArcGIS e extraídos os shapes do SICAR. No estudo por imagens de satélites, observou uma evolução do

desmatamento em Óbidos, no mesmo período em que foi intensificada a elaboração de cadastro ambiental, onde também

foi observado, que todas as áreas analisadas foram desmatadas entre 2012 e 2015, período em que o relatório do INPE

mostra uma crescente no desmatamento em Óbidos. No mesmo contexto, evidenciou que essas mesmas áreas foram

desmatadas depois de julho de 2008 condicionando-as a adesão da regularização ambiental e recuperação das reservas

legal.

PALAVRAS-CHAVE: CAR, DESMATAMENTO, PRODES.

INTRODUÇÃO: Os resultados nos relatórios apresentados pelos Programas de monitoramento do

desmatamento na Amazônia com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais - INPE e Instituto do

Homem e Meio Ambiente da Amazônia - IMAZON, têm atribuído responsabilidades para todas as

esferas governamentais e não governamentais como também para os diversos setores e funções,

principalmente para os profissionais de ciências agrárias que carregam o desafio de associar a

diversificação das atividades agropecuárias com a intensificação da produção, o respeito aos recursos

naturais e a geração de renda, planejar uma propriedade rural adequando à produção agropecuária à

conservação ambiental tanto do ponto de vista técnico quanto econômico. Diante da preocupação

com o senário exposto, sobretudo no intuito de criar barreiras contra essa prática, tem se desenvolvido

ferramentas e técnicas para contribuir no processo de monitoramento e controle do desmatamento.

1 Eng. Agr., Centro Universitário Luterano de Santarém- CEULS/ULBRA. 2,4 Msc., Eng. Agric., Centro Universitário Luterano de Santarém- CEULS/ULBRA. 3Msc., Eng. Mec., Centro Universitário Luterano de Santarém- CEULS/ULBRA. 5 Msc., Meteorologista, Centro Universitário Luterano de Santarém- CEULS/ULBRA. 18

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Um dos instrumentos criado pelo Decreto nº 7.830, de 17 de outubro de 2012, para esse objetivo, foi

o Cadastro Ambiental Rural – CAR (BRASIL, 2012).

Em dezembro foi criado o Decreto n° 6.321 e uma das medidas estabelecidas, foi a edição anual

de lista de municípios prioritários, formadas por aqueles com elevados índices de desmatamento

(IMAZON, 2015). A cidade de Óbidos, área de estudo do presente trabalho iniciou com a elaboração

do CAR em 2009, realizado através de profissionais liberais e empresas privadas, sem incentivo

politico e econômico, o serviço gerou custos para proprietários rurais. Após o decreto Nº 6.321 e com

a revogação do novo código florestal, o município através de sua Secretaria Municipal de Meio

Ambiente - SEMA intensificou os trabalhos para que fossem alcançados os 80% das áreas

cadastráveis e desmatamento menor que 40 km².

De acordo com o Boletim disponibilizado pelo IMAZON ao Centro de Apoio Operacional do

Meio Ambiente - CAOMA, Óbidos estava entre os quatro municípios que apresentaram alertas de

desmatamento em 2015, mesmo período em que o município consegue alcançar o cadastramento de

mais de 80% de áreas no SIMLAM. Diante dos números apresentados pelos programas de

monitoramento do desmatamento e o sucesso do município na confecção de CAR, o Sindicato dos

Trabalhadores e de Produtores Rurais, procuram avaliar o objetivo do CAR e os números

apresentados pelos programas de monitoramento do desmatamento em Óbidos.

Para que seja avaliada a viabilidade do investimento aplicado para a elaboração do CAR é

necessário o conhecimento dos resultados deste programa tanto em números de cadastros efetuados

os quais já se conhecem, quanto aos efeitos quantitativos de sua eficiência no monitoramento e

controle do desmatamento. Com intuito de contribuir com essa necessidade, o presente trabalho

consiste em oferecer fonte de informações aos interessados no processo de regularização ambiental,

no que se refere ao CAR como ferramenta de monitoramento do desmatamento no município de

Óbidos, através da avaliação de imagens de satélite e aplicação de questionários a proprietários de

imóveis rurais do município.

MÉTODO: O município de Óbidos está situada no oeste paraense, na mesorregião do Baixo

Amazonas, com localização geográfica de 01º55'03" S e 55º31'05" O, com altitude de 46 m acima do

nível do mar. A temperatura do ar é sempre elevada, com média anual de 25,6º C, a umidade relativa

apresenta valores acima de 80%, em quase todos os meses do ano. A pluviosidade se aproxima dos

2.000 mm anuais, sendo irregular durante o ano.

As questões utilizadas para descrever o perfil dos proprietários foram: idade, atividade

desenvolvida, tempo de atividade e tempo de domínio da área. Para a o perfil do imóvel foram: área

total, área plantada e tempo de uso.

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Foram classificadas três imagens do município de Óbidos de diferentes satélites, buscando

sempre por imagem de boa qualidade com pouca interferência de nuvens e separadas por período,

entre 2012 e 2015. Os shapes das propriedades, bem como das áreas desmatadas foram extraídos do

SICAR. A base de dados do CAR do município de Óbidos foi adquirida também no SICAR. O

processamento das propriedades utilizadas na pesquisa, foi realizado utilizando o programa ArcGis

9.3 e planilha eletrônica. Através do CAR dos proprietários escolhidos, foram analisadas as peças

vetoriais das Áreas de Uso Alternativo (AUA), Área de Reserva Legal (ARL) e Área de Proteção

Permanente (APP), buscando identificar as áreas desmatadas e o período de desmatamento.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Na etapa de aplicação do questionário, foram realizados duas

reuniões, onde aplicaram-se os questionários para 50 proprietários de imóveis rurais, com conversas

presenciais de em média 10 minutos cada (Quadro 1). Referente ao quadro 02 , 80% dos entrevistados

conhece o objetivo do CAR, e 84 % dos entrevistados não concorda que o CAR esteja cumprindo

com seu objetivo. 72 % confirmam que desmatou área de vegetação nativa depois que foi realizado

o CAR de sua propriedade, e 88% declararam que não deixaram de desmatar por causa do CAR. 98%

dos entrevistados dizem que o CAR não foi motivo para reduzir a produção agrícola. E nenhum

participante da pesquisa se interessou em continuar com a regularização do imóvel rural por

intermédio do cadastro ambiental rural.

Quadro 7. Respostas obtidas do questionário realizado com os proprietários de terra.

ÍTEM PERGUNTAS RESPOSTAS

SIM NÃO

A Conhece o objetivo do CAR? 40 10

B Concorda que o CAR esteja cumprindo com seus objetivos? 8 42

C Após a elaboração do CAR foi desmatada alguma área de vegetação

nativa?

14 36

D O CAR foi motivo para deixar de desmatar alguma área? 6 44

E O CAR foi motivo para reduzir a produção agrícola? 1 49

F Através do CAR surgiu interesse em continuar a regularização da

área?

0 50

Das cinquenta propriedades analisadas quatro não foram detectadas pelo sistema PRODES,

porém, nos dados da série histórica realizada com imagens de três diferentes satélites, retiradas do

sistema DETER e SAD, e mais o depoimento do proprietário sobre o ano de desmate, confirmou-se

que as quatro propriedades foram desmatadas entre 2012 e 2015, conforme foi registrado no Cadastro

Ambiental Rural das propriedades.

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A imagem abaixo, retirada do sistema PRODES ilustra as áreas desmatadas depois de julho de

2008. Com base na pesquisa que considera apenas as áreas desmatadas entre 2012 e 2015. As

propriedades com desmatamento no período estudado foram circuladas em preto. Também foram

encontradas divergências de período de desmate nas duas propriedades circuladas em branco,

enquanto no depoimento dos proprietários as áreas foram desmatadas entre 2012 e 2015 e no

PRODES foi detectado o desmatamento antes de 2012 (Figura 1).

Figura 5. Classificação das propriedades analisadas com o CAR.

CONCLUSÃO: O CAR representaria uma oportunidade singular de conhecimento da estrutura física

dos imóveis rurais, de seus recursos hídricos e vegetais. Por ter um caráter declaratório, mesmo

utilizando imagens de satélites, muitos de seus dados dependem da informação dos seus

proprietários/possuidores. Isto pode causar discrepâncias entre as informações declaradas e as

situações reais. Os dados informados no CAR não condizem com os dados apresentados nos sistemas

de monitoramento do desmatamento. Os resultados obtidos respondem parcialmente o objetivo desta

pesquisa, contudo se faz necessário, estudos mais detalhados, com métodos mais adequados e

intervenções sócio ambientais para que seja compreendido a eficiência do CAR como ferramenta de

monitoramento e controle do desmatamento.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Decreto nº 7.830, de 17 de outubro de 2012. Dispõe sobre o Sistema de Cadastro

Ambiental Rural, o Cadastro Ambiental Rural, estabelece normas de caráter geral aos Programas de

Regularização Ambiental, de que trata a Lei no 12.651, de 25 de maio de 2012, e dá outras

providências.

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CARACTERIZAÇÃO FÍSICA E QUÍMICA DO SOLO SOB DOIS CASTANHAIS

NATIVOS, NA FLORESTA NACIONAL DO TAPAJÓS, PARÁ E NA RESEX RIO

CAJARI, AMAPÁ.

19Everton Araújo Cavalcante¹

Raimundo Cosme de Oliveira Junior²

[email protected]

Marcelino Carneiro Guedes3

Daniel Rocha de Oliveira4

Yash Brendon5

RESUMO: Este trabalho teve como objetivo realizar uma análise exploratória dos atributos físicos e químicos de dois

solos situados sob diferentes castanhais nativos. Para cada área do experimento, foi realizado um levantamento, utilizando

uma amostragem sistemática, em uma parcela de 300 x 300 m, adotando um grid de espaçamento regular com 60 pontos,

espaçados, obedecendo as distancias de 50 m entre linhas e 30 metros entre pontos de amostra. As amostras foram

coletadas na camada superficial de 0-20 cm. Foram determinadas a textura, macroporosidade, microporosidade,

porosidade total, além de pH em água, P e K disponíveis, Ca, Mg e Al trocáveis, Fe, Mn, Zn e Cu. Os dados foram

avaliados por estatística descritiva. Os resultados apontaram que o teor de argila sofre maior variação.

PALAVRAS CHAVES: ANÁLISE EXPLORATÓRIA, PROPRIEDADES FÍSICAS, PROPRIEDADES

QUÍMICAS.

INTRODUÇÃO: O reconhecimento do papel da castanheira na estrutura da floresta e o seu potencial

de sustentabilidade, intensifica a necessidade de estudos sobre tão importante espécie (SALOMÃO,

2014). Atualmente, encontra-se na lista de espécies ameaçadas de extinção do Ministério do Meio

Ambiente (MMA) (BRASIL, 2008).

Neves (2010) relacionou a regeneração da castanheira com atributos do solo e luz em um

castanhal localizado no sudeste do Amapá e verificou que os atributos edáficos foram mais associados

ao desenvolvimento da castanheira do que a luz. A relação da porosidade com o crescimento foi

significativa para o incremento em altura e diâmetro. A análise de regressão múltipla do incremento

em altura em função dos nutrientes também foi altamente significativa. Em outro trabalho, Guedes et

al. (2011) observaram que o potássio foi o principal atributo da fertilidade do solo associado ao

desenvolvimento e regenerações das castanheiras.

Segundo Locatelli et al. (2005), a análise química do solo de plantio de castanheira-do-brasil

(Argissolo Vermelho Amarelo distrófico plíntico, textura argilosa), em Porto Velho, Rondônia,

demonstrou que a castanheira-do-brasil apresenta bom desenvolvimento em altura e diâmetro quando

1Mestrando UFOPA, Santarem-PA 2Dr. Pesquisador, Embrapa Amazônia Oriental, Belém-PA; [email protected] 3Dr. Pesquisador, Embrapa Amapá, Macapá-AP 4MSc. Professor CEULS/ULBRA, Santarem-PA; 5Academico Agronomia CEULS/ULBRA, Santarém-PA 19

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em solos com pH ácido, baixos valores de saturação de bases, solo distrófico, baixa capacidade de

troca de cátions e altíssimos valores de saturação de alumínio.

O presente trabalho apresenta uma análise descritiva dos atributos físicos e químicos do solo

em dois castanhais nativos, um situado na FLONA Tapajós, no estado do Pará e outro situado na

RESEX Rio Cajari, no estado do Amapá, com o objetivo da obtenção de maiores conhecimentos a

respeito das características físicas e químicas dos solos, que darão subsídios às práticas futuras de

manejo, além da manutenção ou ampliação da produtividade destas áreas.

MATERIAL E MÉTODOS: Para a realização deste trabalho foram estabelecidas amostras em 2

áreas distintas, sendo aqui denominadas: Castanhal I – Castanhal/FLONA Tapajós no Estado do Pará

e Castanhal II – Castanhal/Resex Rio Cajari no Estado do Amapá

O Castanhal 1 (C1) está situado na Floresta Nacional do Tapajós, município de Belterra, Pará,

no km 85 da Rodovia Santarém-Cuiabá, compreendendo as coordenadas 54° 55' 47.70" W / 3° 3'

16.00" S. O clima é do tipo Ami, segundo classificação de Koppen, (clima tropical com estação seca

de 2 a 3 meses por ano com precipitação anual de 2000 mm). A média anual de temperatura é de 25

°C. A umidade relativa é de 86% (76-93%). (OLIVEIRA, 2005).

O Castanhal II (CII) localizado no Estado do Amapá, Município de Vitória do Jari, situado entre

as coordenadas 52° 18’ 23,63’’ W / 0° 33’ 50,88’’ S, dentro de uma unidade de conservação de uso

sustentável denominada Reserva Extrativista Rio Cajari. Possui um clima tropical úmido com poucas

variações de temperatura, permanecendo a média anual entre 25 a 30 °C. Registra-se precipitação

anual de cerca de 2.500mm (DRUMMOND, 2004).

Para cada área do experimento, foi realizado um levantamento, utilizando uma amostragem

sistemática, em uma parcela de 300 x 300 m, adotando um grid de espaçamento regular com 60

pontos, cada um correspondendo a uma repetição, obedecendo as distancias de 50 m entre linhas e

30 metros entre pontos. As amostras foram coletadas na camada superficial de 0-20 cm.

As analises seguiram os procedimentos descritos no Manual de Métodos de Analise de Solos

(Embrapa, 2011). Foi utilizado o programa Statistic 8.0 (Statsoft Inc) para execução das análises

descritivas dos parâmetros estudados (granulometria, macro e microporosidade, parâmetros químicos

de rotina)

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Com base na análise granulométrica do solo (Tabela.1) observou-

se que o solo sob o castanhal I apresenta equilíbrio entre as frações granulométricas (areia total, silte

e argila) com um certo predomínio da fração argila, enquanto que o solo avaliado no castanhal II

demonstra dominância da fração areia total. Nos demais atributos físicos, destacam-se a

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microporosidade e porosidade total do solo do castanhal I com valores relativamente superiores aos

encontrados ao solo do castanhal II, admitindo a possibilidade desses resultados estarem associados

aos elevados teores de matéria orgânica presente nesse solo, o que contribui diretamente para a

formação da estrutura, favorecendo este comportamento (AQUINO et al., 2014).

No castanhal II houve um predomínio dos macroporos em relação aos microporos, tal condição

deve-se a maior relação areia/argila e aos baixos teores de silte. Ferreira (2010) afirma que o maior

tamanho das partículas de areia desfavorece a agregação destas partículas em comparação as frações

silte e argila, dessa forma, em razão da textura mais arenosa, o solo apresenta predomínio de

macroporos em sua estrutura. Já no castanhal I, tal a sua textura argilosa, há um predomínio de

microporos, o que confirma o estudo realizado por Gomes et al. (2007).

Entre os dois castanhais o Al foi o que apresentou o maior coeficiente de variação (217,39%)

no castanhal II (tabela 2). Este efeito se deve a grande variação dos teores desse nutriente na área

estudada.

Considerando que o Al3+ representa a acidez trocável do solo, geralmente, os solos que

apresentam menores valores de pH, apresentam valores superiores de Al3+ (Rocha et al., 2009), dada

a facilitação da solubilização do Al trocável no solo (MAFRA, 2008), o que é corroborado no presente

estudo, sobretudo nos valores obtidos no castanhal da Flona Tapajós, conforme Tabela 2.

É importante ressaltar que em solos de florestas nativas, semelhantes aos das áreas deste estudo,

as variações nas características químicas são melhores explicadas pelo material de origem do solo ou

pelas pedoformas (CAMBARDELLA et al., 1994). O produto da estatística descritiva indica que os

atributos estudados sofrem variação no interior da área de estudo, podendo, essa heterogeneidade,

influenciar na oscilação da produtividade de algumas espécies (GANDAH et al., 2000) como a

castanheira, na Amazônia.

CONCLUSÃO: No castanhal I os atributos que apresentaram maior variabilidade foram o Mn, Cu e

Ca, sendo estas as variáveis consideradas mais heterogêneas nesta área. Já no castanhal II a maior

heterogeneidade foi atribuída as variáveis Na, Al e Zn. Dentre os atributos estudados o pH indicou

maior simetria entre os dados, nos dois castanhais analisados.

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Table 1- . Estatística descritiva para as variáveis argila, silte, areia, na profundidade 0,0 a 0,20m

em solos sob dois castanhais nativos, na FLONA Tapajós - Pará e na Resex do Rio Cajari –

Amapá. Estatística Argila Silte Areia Macro Micro PT

g.kg-1 m³m-3 %

Solo - Castanhal I

Mínimo 393.00 59.75 305.39 0.00 0.00 0.00

Máximo 584.50 142.17 527.60 0.28 0.42 0.65

Média 516.51 101.95 381.52 0.20 0.34 0.54

Mediana 521.25 99.47 371.94 0.20 0.35 0.55

Desv.Pad.(1 38.22 17.65 42.29 0.05 0.07 0.10

CV%(2) 7.40% 17.31% 11.09% 24.93% 21.41% 20.14%

Assimetria -1.2853 0.1765 1.6308 2.0194 -3.5004 -4.2265

Curtose 2.0286 -0.3145 3.2898 7.3278 14.8786 19.7207

d(3) 0.007 0.69 0.001 0.75 0.33 0.81

Solo - Castanhal II

Mínimo 113,5 51,68 659,3 0,1179 0,1111 0,3491

Máximo 244,5 147,2 821,72 0,3872 0,26 0,5075

Média 178,0667 84,0025 737,9333 0,2298 0,1797 0,4095

Mediana 176,25 84,62 737,11 0,225 0,1808 0,4067

Desv.Pad.(1) 29,64 16,16 35,17 0,06 0,03 0,03

CV%(2) 16,65% 19,24% 4,77% 24,98% 19,07% 8,27%

Assimetria 0,1344 0,7668 0,0425 0,341 -0,061 0,5253

Curtose -0,5515 2,9315 -0,5338 0,0674 -0,5451 0,5083

d(3) 0.79 0.01 0.75 0.43 0.67 0.15 (1)desvio padrão, (2)coeficiente de variação, (3)teste de normalidade

Os teores de argila são os que sofreram menor variação no castanhal I, enquanto que no castanhal

II os teores de areia total correspondem a menor variabilidade entre os atributos desta área.

A maioria dos atributos estudados apresentaram considerado grau de heterogeneidade, havendo

variabilidade nos atributos edáficos estudados em ambas as áreas. Os solos estudados também

apresentaram comportamentos diferenciados em relação as suas estruturas físicas e químicas.

Tabela 2 - Estatística descritiva para as variáveis pH, carbono (C), nitrogênio (N), fósforo (P),

cobre (Cu), potássio (K), sódio (Na), zinco (Zn), manganês (Mn), cálcio (Ca), magnésio (Mg),

alumínio (Al) e ferro (Fe), na profundidade de 0-20cm de solo sob dois

Variável Sítio Média Mediana Valor

Minimo

Valor

Máximo

Coeficiente

de Variação

(CV%)

Desvio

Padrão

pH (H2O) C - I 4,08 4,08 3,76 4,51 4,41 0,18

C - II 5,74 5,74 4,74 6,45 6,10 0,35

C (g kg-1) C - I 13,90 13,35 8,78 21,71 18,99 2,64

C - II 8,25 8,28 3,53 14,74 25,94 2,14

N (g kg-1) C - I 1,16 1,13 0,86 1,70 13,79 0,16

C - II 0,79 0,8 0,52 1,08 16,46 0,13

P (mg dm-3) C - I 2,81 2,72 2,19 4,94 17,79 0,50

C - II 3,5 3,02 2,33 9,87 41,71 1,46

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Cu (mg dm-3) C - I 0,39 0,32 0,10 1,44 76,92 0,30

C - II 1,81 1,7 0,9 4,36 32,60 0,59

K (mg dm-3) C - I 21,57 20,00 12,00 39,00 32,55 7,02

C - II 19,33 17 10 47 38,13 7,37

Na (mg dm-3) C - I 3,68 3,00 1,00 10,00 53,26 1,96

C - II 2,96 2 1 31 131,42 3,89

Zn (mg dm-3) C - I 0,79 0,71 0,44 1,94 35,44 0,28

C - II 0,767 0,6 0,22 3,7 71,71 0,55

Mn (mg dm-3) C - I 3,61 2,90 0,72 13,70 80,06 2,89

C - II 218,31 213,81 129,55 351,16 21,40 46,72

Ca (cmolc dm-3) C - I 0,20 0,13 0,05 0,98 85,00 0,17

C - II 1,21 1,12 0,26 2,25 41,32 0,5

Mg (cmolc dm-3) C - I 0,22 0,21 0,06 0,53 45,45 0,10

C - II 0,51 0,47 0,12 1,12 43,14 0,22

Al (cmolc dm-3) C - I 1,59 1,65 0,72 2,31 22,01 0,35

C - II 0,05 0 0 0,61 220,00 0,11

Fe (mg dm-3) C - I 224,70 226,00 44,00 375,00 23,68 53,21

C - II 95,11 91 38 153 27,15 25,82

C – I – Castanhal I; C – II – Castanhal II

REFERÊNCIAS

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CERCOSPORIOSE NA CULTURA DA ALFACE - LACTUCA SATIVA L.

20Thayanny Fernanda Cunha da Silva1

[email protected]

Ramon Vieira Farias1

Gilbson Santos Soares2

Darlisson Bentes dos Santos2

Edson Pereira dos Reis2

RESUMO: Oriunda do leste do mediterrâneo, a alface (Lactuca sativa L.), é uma hortaliça muito utilizada na

alimentação. É cultivada em todo o mundo para o consumo em saladas. A alface se apresenta em vários tipos de folhas,

cores, formas, tamanhos e texturas. O objetivo deste trabalho é identificar possíveis enfermidades na cultura da alface que

afetam sua produção e causam prejuízos aos produtores. A análise foi realizada por diagnose visual, comparação entre a

sintomatologia da enfermidade com a literatura. As plantas doentes apresentavam manchas escuras, necróticas, que

danificam a região foliar da cultura da alface, característico da cercosporiose. O método de controle utilizado se faz pela

remoção das plantas doentes para que não ocorra contaminação das plantas sadias.

PALAVRAS-CHAVE: FITOPATOLOGIA; CERCOSPORIOSE; ALFACE.

INTRODUÇÃO: A cultura da Alface (Lactuca sativa L.) é amplamente difundida no Brasil. O seu

cultivo pode ocorrer de forma convencional ou em hidroponia, o que facilitou a sua disponibilidade

por todo ano. Apresentam plantas bem formadas, de boa aparência, e agregam mais valor quando não

há ocorrências de lesões. Pode ser consumida de diversas formas, o que garante sua versatilidade.

(LOPES e GUEZADO-DUVAL, 1998).

“É uma das mais importantes das hortaliças cultivadas no mundo. Também está classificada

entre as mais importantes hortaliças no Brasil, tanto em volume como valor comercializado,

apresentando ótima aceitação pelo consumidor”. (SILVA et al., 1995, apud MESQUITA, 2008).

“É uma planta herbácea, delicada, com caule diminuto, onde se prendem as folhas. Os dias

curtos e as temperaturas amenas favorecem a vegetação. Já os dias longos e temperaturas altas

favorecem o florescimento”. (CARVALHO; SILVEIRA, 2017).

Largamente difundida no Brasil, sendo produzida em todo o território nacional, a alface é

considerada a hortaliça folhosa mais consumida no país. Apresenta grande aceitação na

alimentação humana e constitui-se em uma boa fonte de vitaminas (A1,B1,B2,B5 e C) e sais

minerais ( Ca, Fe, Mg, P, K e Na) (MENEZES et al.,2001; MAROTO-BORREGO, 1986; e

CAMARGO, 1992, apud MESQUITA, 2008).

A alface é uma espécie de hortaliça também muito atrativa aos horticultores, porque possui

ciclo curto e alta produtividade, além de ser cultivada durante todo o ano, graças à adaptabilidade de

suas variedades a diferentes condições climáticas.

Proveniente de clima temperado, o cultivo em locais de temperatura e luminosidade elevada

gera obstáculos ao seu desenvolvimento, assim impedindo que expresse todo o seu potencial

1 Acadêmico do Curso de Agronomia do Centro Universitário Luterano de Santarém - CEULS/ULBRA 2

Professores do Curso de Agronomia do Centro Universitário Luterano de Santarém - CEULS/ULBRA 20

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genético. Entre 21,1 e 26,6°C, a planta floresce e produz sementes, podendo tolerar alguns

dias com temperatura de 26,6 a 29,4°C, desde que as temperaturas noturnas sejam baixas.

Nestas condições, ocorre redução do ciclo da cultura comprometendo a produção, devido à

antecipação da fase produtiva (SETÚBAL E SILVA, 1992, apud MESQUITA, 2008).

Em vista da importância econômica, social e cultural da cultura da alface, em especial no

município de Santarém, o presente trabalho tem por objetivo identificar através de sintomas e sinais

manifestados nas plantas, possíveis focos de patologias na horta da comunidade tabocal, no município

de Santarém- PA.

MÉTODO: A propriedade escolhida na pesquisa está localizada na comunidade Tabocal na altura

do km 22, na área semiurbana de Santarém, sob as coordenadas geográficas 2º37’14,2” S e

54º44’24,0”W (figura 1). Com elevação de 50 m (fonte: Google Maps). Trata-se de uma propriedade

que utiliza somente substratos orgânicos para sua produção não fazendo uso de substratos químicos,

exceto pelo uso de dessecantes (glifosato) aplicado em plantas daninha muito recorrente no local e de

difícil controle. A propriedade não dispõe de suporte técnico tudo é realizado com base no

conhecimento empírico.

Figura 1 – Mapa da propriedade.

Fonte: Google Maps.

A produção da alface está presente em diversos comércios e feiras de hortaliças de Santarém

ou vendidas diretamente aos consumidores nas feiras. A comercialização da produção da propriedade

ultrapassa as fronteiras do município de Santarém, sendo também comercializada em Oriximiná,

Porto de Moz, Porto Trombetas, Terra Santa, Óbidos, Macapá dentre outros.

A análise da possível patologia foi realizada a partir da diagnose visual investigando sintomas

e sinais na plantação de alface e mediante relatos do proprietário. A visita ocorreu por volta das 10

horas da manhã do dia 27 de agosto de 2017. Os sintomas e sinais detectados foram comparadas com

o Manual de Fitopatologia volume II.

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RESULTADOS E DISCUSSÃO: O proprietário, que atua a 15 anos como produtor de hortaliças,

relatou desafios que enfrentados ao longo desses anos. O maior deles tem sido a presença de pragas

e moléstias entre as quais: mosca branca, podridão mole, pulgão, antracnose, míldios e cercosporiose.

Na cultura da alface, atualmente, a cercosporiose tem causado grandes prejuízos. O problema pode

estar relacionado ao excesso de umidade resultante da irrigação, no período da estiagem, e das altas

precipitações pluviométricas, no período chuvoso.

Ainda de acordo com o produtor a plantação anual é de 3 a 4 mil pés de alface. Nesse período,

devido a enfermidade, as perdas chegam a 50%. Contudo, o produtor substituiu todos os substratos

das hortaliças afetadas e, atualmente, quando algum destes sintomas é percebido na cultura as plantas

que manifestam a sintomatologia são imediatamente removidas para que não ocorra a contaminação

das plantas sadias.

Os sintomas observados nas plantas doentes, durante a visita, caracterizam-se pela presença de

manchas de formas diversas, escuras nas bordas e mais claras na parte central (Figura 2). A medida

que as pequenas manchas evoluem elas se fundem em manchas maiores, prejudicando as folhas de

alface em seu aspecto visual (figura 3). A sintomatologia é característica da cercosporiose ou mancha

de cercospora, umas das doenças fúngicas da alface, causada pelo fungo Cercospora longíssima. Sua

disseminação, normalmente está vinculada a fatores climáticos como temperatura, com extensa

variação, e alta umidade relativa do ar. A doença é muito comum nas regiões Norte e Nordeste do

Brasil. (GOMES et al., 2004; LOPES et al., 2010;).

Menandro e Alencar (2014) descrevem que que a cercosporiose se manifesta primeiramente

nas folhas mais velhas e inferiores. A partir que a doença evolui, as manchas antes pequenas e

marrons, ficam irregulares ou angulares, podendo ter cores canela a marrom, e ao redor, o tecido fica

amarelecido. A parte superior da planta é atingida de forma progressiva. As lesões podem se estender

a grandes áreas das folhas, e essas, quando totalmente desenvolvidas tornam-se brevemente

necróticas e deprimidas.

A mancha de cercospora não chega a ser uma doença destrutiva mas é comum em muitas

regiões e em variedades de folhas lisa. Os sintomas são frequentes em folhas velhas e quando

ocorre coalescência de muitas manchas pode prejudicar o desenvolvimento da planta e seu

valor comercial. As manchas são circulares, pardacentes com centro mais claro. A ausência

de corpos de frutificação do fungo diferencia-a da septorise e, ao examinar com lentes de

aumento de 20 x, constata-se , tanto na fase inferior como na superior , grande quantidade de

conídios esbranquiçados e longos, produzidos em conidióforos (KIMATI et al., 2005).

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Figura 2 – Lesões necróticas na região foliar (fase inicial).

Fonte: Elaborada pelos autores.

Figura 3 – Lesões necróticas na região foliar (fase avançada).

Fonte: Elaborada pelos autores.

Na propriedade foi observado que o agricultor não tem assistência técnica para o plantio da

cultura. Por conta própria, periodicamente, ele realizar a análise de solo e adubação. É prática comum,

na propriedade, consorciar a alface com cebolinha ou alface com coentro.

CONCLUSÃO: A partir da análise da sintomatologia em plantas infectadas de alface, na propriedade

visitada, em comparação com a literatura consultada sobre a cultura, conclui-se que a enfermidade se

caracterizam como a cercosporiose causada pelo fungo Cercospora longíssima. As perdas na

propriedade, que chegam a 50 % podem estar relacionadas ao excesso de umidade no solo que

favorece a disseminação do fungo.

REFERÊNCIAS

GOMES, A. M. A.; MICHEREFF, S. J.; MARIANO, R. L. R. Elaboração e validação de escala

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(Bremia lactucae) da Alface (Lactuca sativa) em Viveiro. Brasília, DF, 2008.

MENEZES, et al; MAROTO-BORREGO; CAMARGO apud MESQUITA, Paulo Góes. Biologia,

Epidemiologia e Controle de Míldio (Bremia lactucae) da Alface (Lactuca sativa) em Viveiro.

Brasília, DF, 2008.

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CERCOSPORIOSE NA CULTURA DA ALFACE – LACTUCA SATIVA L.

21Cássia Solange Peixoto Hamburgo1

Haylla Claudia Santos Souza1

Járede Oliveira Panza1

[email protected]

Nara Thaysa de Lira Costa1

Gilbson Santos Soares2

RESUMO: A alface (Lactuca sativa L.) é uma planta anual, herbácea, com caule curto, não ramificado, ao qual se

prendem as folhas que são relativamente grandes. É uma das hortaliças mais cultivadas, sendo suas folhas mundialmente

consumidas, principalmente em forma de salada. No Brasil, destaca-se por seu grande valor comercial, sendo a sexta

hortaliça em importância econômica e oitava em termos de produção. A cultura sofre com a ocorrência de doenças

causadas por diversos fitopatógenos. A cercosporiose está entre as principais doenças fúngicas da alface. O presente

trabalho tem por objetivo identificar, através da sintomatologia apresentada pelas plantas, possíveis focos de

cercosporiose na propriedade denominada Fazenda Luma a partir da diagnose visual. De acordo com o produtor e as

observações realizadas na propriedade, a fitopatologia encontrada caracteriza-se pelo aparecimento de pequenas manchas

marrons nas folhas mais velhas de alface, como primeiro sintoma da doença na planta, com um halo amarelado e com o

ponto central mais claro e acinzentado, nota-se que os sintomas manifestos são característicos da doença conhecida como

cercosporiose da alface. A partir do estudo realizado com plantas infectadas de alface, pode-se inferir que se trata da

enfermidade denominada cercoporiose ou mancha-de-cercóspora, causada pelo fungo Cercospora longissima.

PALAVRAS-CHAVE: FITOPATOLOGIA, CERCÓSPORA, ALFACE.

INTRODUÇÃO: A alface (Lactuca sativa L.) é uma planta anual, pertencente à família Asteracea,

nativa de regiões de clima temperado, característico do Sul da Europa e Ásia ocidental. Caracterizada

como uma planta herbácea, possui caule curto, não ramificado, ao qual se prendem as folhas que são

relativamente grandes. A coloração de suas folhas varia de verde a verde- amarelada, existindo

algumas espécies de cor arroxeada. É uma das hortaliças mais cultivadas, sendo suas folhas

mundialmente consumidas, principalmente cruas ou em forma de salada. No Brasil, destaca-se por

seu grande valor comercial, sendo a sexta hortaliça em importância econômica e oitava em termos de

produção. (FILGUEIRA, 2000; OLIVEIRA et al., 2005; RESENDE, et al., 2007; HENZ e

SUINAGUA, 2009).

Em decorrência da sua alta perecibilidade, as zonas produtoras costumam se concentrar

próximo a áreas urbanas, os chamados “centuriões-verdes”. Nas regiões Sul e Sudeste são cultivadas

alfaces importadas adaptadas a um clima mais frio, já nas regiões com temperaturas mais altas

predominam as alfaces de verão. Três quartos do volume de produção concentram-se nas regiões

Sudeste e Sul enquanto o Nordeste e o Centro-Oeste respondem pelos 25% restantes. Na região Norte,

a produção de hortaliças é incipiente e os mercados consumidores são abastecidos por produtos

oriundos, principalmente, do Nordeste e Sudeste. (MELO, 2006; OLIVEIRA, 2011). Por este motivo,

1 Acadêmicos do Curso de Agronomia do Centro Universitário Luterano de Santarém - CEULS/ULBRA 2 Professor Me.do Curso de Agronomia do Centro Universitário Luterano de Santarém - CEULS/ULBRA21

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os dados referentes a produção não só da alface, mas também, de hortaliças como um todo no

município de Santarém, são escassos.

Entre os produtos orgânicos a alface possui um grande potencial de mercado, visto que

apresenta elevado teor de vitaminas e de sais minerais, indispensáveis na dieta humana.

(FONTANÉTTI et al., 2006).

A cultura sofre com a ocorrência de doenças causadas por diversos fitopatógenos. No mundo

já foram relatadas mais de 75 doenças da alface, doenças estas causadas por microrganismos parasitas

tais como bactérias, fungos, nematoides e vírus, destacando-se: tombamento, queima, podridão,

míldio, manchas causadas por fungos, bactérias e as viroses. (LOPES et al., 2010).

A cercosporiose também conhecida como mancha de cercospora está entre as principais

doenças fúngicas da alface, é causada pelo fungo Cercospora longíssima e encontra-se disseminada

em vários locais de cultivo, estando entre as principais doenças foliares da alface na região Norte e

Nordeste do Brasil. O seu desenvolvimento ocorre com ampla variação de temperatura, porém é mais

destrutiva em ambientes nos quais a mesma varia em torno dos 25°C e alta umidade relativa do ar (>

90%), sendo caracterizada por apresentar manchas foliares. (GOMES et al., 2004; LOPES et al.,

2010;).

É considerada uma doença de importância econômica, não chega a ser destrutiva, contudo,

afeta diretamente o órgão comercializado, prejudicando seu valor comercial e também causa grandes

danos em campo, bem como em cultivo protegido e hidroponia. (LOPES e QUEZADO-DUVAL,

1998; PASSOS et al. 2015).

Os primeiros sintomas manifestam-se inicialmente em folhas mais velhas podendo evoluir

para folhas mais jovens, onde se formam manchas necróticas, geralmente circulares, pardacentas com

centro mais claro, podem se tornar irregulares ou angulares, circundadas por tecido clorótico além

das lesões poderem coalescer quando a doença apresentar alta severidade. (LOPES et al., 2010).

Tendo em vista a importância econômica, social e nutricional da cultura da alface,

principalmente em nossa região, o presente trabalho tem por objetivo identificar, através da

sintomatologia apresentada pelas plantas, possíveis focos da fitopatologia cercosporiose na

propriedade denominada Fazenda Luma.

MÉTODO: A propriedade escolhida para o presente estudo está localizada na Comunidade de São

Paulo, no município de Mojuí dos Campos, sob as coordenadas geográficas 02º43.156’ S e 54º43.193’

W (Figura 1). A propriedade trabalha com produção orgânica, ou seja, não são utilizados agrotóxicos

e fertilizantes químicos de alta concentração e solubilidade em nenhum momento do ciclo produtivo.

Sua produção destina-se principalmente as feiras do município de Santarém.

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Figura 1 - Mapa da propriedade Fazenda Luma.

Fonte: Elaborada pelos autores.

A análise da possível fitopatologia na plantação de alface foi realizada a partir da diagnose

visual. Foi comparado a sintomatologia encontrada nas plantas com as descrições da doença no

Manual de Fitopatlogia de Kimati et al. (2005), também foi levado em consideração os relatos do

proprietário. A visita ocorreu por volta das nove 09 horas da manhã do dia primeiro (01) de setembro

de 2017. Os canteiros utilizados no plantio são suspensos e em alguns o produtor utiliza consórcios

de alface com outras hortaliças a fim de otimizar o espaço.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: De acordo com o produtor e as observações realizadas na

propriedade, a fitopatologia encontrada caracteriza-se pelo aparecimento de pequenas manchas

marrons nas folhas mais velhas de alface, como primeiro sintoma da doença na planta, com um halo

amarelado e com o ponto central mais claro e acinzentado (Figura 2). Mediante a diagnose visual,

nota-se que os sintomas manifestos são característicos da doença conhecida como cercosporiose da

alface. É bastante notória a manifestação dos sintomas nas folhas de alface quando comparada com

folhas sadias (Figura 3).

Figura 2 - Sintomas de cercoporiose em folhas de alface.

Fonte: Elaborada pelos autores

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Figura 3 - Comparação entre folhas de alface: (a) sem sintoms e (b) com sintomas.

Fonte: Elaborada pelos autores.

Kimati et al. (2005) descrevem os sintomas de plantas infectadas por cercosporiose como

“manchas são circulares, pardacentas com o centro mais clara”. Lopes et al. (2010) também destaca

a formação de manchas nas folhas mais velhas, as quais podem atingir folhas mais jovens, as manchas

necróticas pardacentas podem ser circulares ou ter formas irregulares, circundadas por tecido

clorótico, as lesões poderem se fundir em caso avançado da enfermidade.

De acordo com relatos do produtor, estima-se que as perdas causadas pela cercosporiose

chegam a mais de 70% da produção, já que as manchas nas folhas não favorecem a utilização do

produto para fins comerciais. Vale ressaltar que a cercosporiose só foi observado em plantas, em

cujos canteiros não se pratica o consórcio da alface com outras hortaliças.

A comparação realizada entre os sintomas encontrados em plantas infectadas e as imagens

utilizadas no Manual de fitopatologia de Kimati et al. (2005) sobre a cercosporiose, também revelam

uma íntima relação nos dois casos (Figura 4).

Figura 4 – Sintomas: (a) descritos por Kimati et al. (2005) e (b) observados estudo.

Fonte: (a) Kimati et al. (2005) e (b) Elaborada pelos autores.

Como medidas de controle da doença o produtor utiliza o método do controle químico, com a

utilização de produto a base de cobre e o método do controle manual através da retirada das folhas

infectadas, para que não afetem as folhas mais novas. Kimati et al. (2005) recomendam como

medidas de controle a utilização de sementes sadias, rotação de culturas, pulverização das plantas em

(a) (b)

(a) (b)

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desenvolvimento com benomyl ou tiofanato metílico, após o aparecimento dos primeiros sintomas

ou, preventivamente, com mancozeb ou chlorothalonil.

Apesar de o produtor já ter lidado com perdas por conta desses sintomas e tenha realizado os

controles químico e manual nas plantas afetadas, é possível que o agente causador se encontre no

solo. Lopes, Quezado-Duval e Reis (2010) consideram que as estruturas reprodutivas do fungo

sobrevivem de um cultivo para outro em restos culturais não totalmente decompostos, afetando assim

as folhas da planta e interferindo no seu processo de fotossíntese.

CONCLUSÃO: A partir do estudo realizado com plantas de alface infectadas e a análise dos

sintomas verificados na propriedade, e em comparação com a literatura consultada sobre a cultura,

pode-se inferir trata-se da fitopalogia denominada cercoporiose ou mancha-de-cercóspora, causada

pelo fungo C. longissima.

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CONCENTRAÇÃO DE NUTRIENTES EM RESIDUOS DE COLHEITA DE PLANTIOS

DE SOJA NO OESTE PARAENSE

22

Nieli Eloine Rodrigues1

Raimundo Cosme de Oliveira Junior2

[email protected]

Daniel Rocha de Oliveira3

Darlisson Bentes dos Santos3

Alessandra Damasceno da Silva3

RESUMO: Os investimentos em pesquisa e tecnologia, além da variedade de produtos que podem ser cultivados nas

diferentes regiões do país, tem posicionado o Brasil como um dos maiores produtores de alimentos no cenário mundial,

com destaque para o cultivo de grãos. Esse fortalecimento dos sistemas agrícolas, especialmente através do avanço das

fronteiras, pode ocasionar impactos negativos aos recursos naturais, entre os quais o uso incorreto dos solos pode ser

citado como exemplo. Na Amazônia, por ser uma fronteira agrícola recente, ainda são poucos os trabalhos conduzidos no

sentido de elucidar as diferentes características dos sistemas de cultivo. Desse modo, buscaram-se, através deste estudo,

verificar algumas dessas características em áreas que adotem sistema de plantio direto e convencional de cultivo de soja

na região do Planalto Santareno. Entre elas, destaca-se a produção de resíduos culturais, imprescindíveis para o aporte de

matéria orgânica e proteção do solo, e concentração de nutrientes nestes resíduos, que poderão retornar aos solos através

de ciclagem. Os resultados demonstraram que as variáveis estudadas não diferiram estatisticamente entre as formas de

preparo do solo, e concluiu-se que são necessários estudos de longo prazo na região, no que diz respeito à estas e outras

características inerentes aos sistemas de plantio, especialmente os que se referem aos manejos conservacionistas do solo.

PALAVRAS-CHAVE: NUTRIENTES, SOJA, OESTE PARAENSE, SISTEMAS DE PLANTIO

INTRODUÇÃO: O aumento da produção de grãos na Amazônia pode ser claramente visível através

do exemplo de Santarém - Pará, que devido às grandes áreas de terras com baixa declividade e a

localização estratégica, acabou se tornando um laboratório de produção empresarial de soja, a partir

de 1997, com iniciativa do governo estadual à época (PUTY et al., 2007).

Atualmente, considerando os municípios de Santarém, Mojuí dos Campos e Belterra (região do

planalto santareno), os principais grãos cultivados, no que diz respeito à produção, são os de soja,

milho e arroz, respectivamente, sendo produzidas, somente no ano de 2013, 88561 toneladas de grãos

de soja, 59213 toneladas de grãos de milho e 19645 toneladas de arroz em casca (INSTITUTO

BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA, 2014).

Esse fortalecimento dos sistemas agrícolas, no entanto, especialmente através do avanço das

fronteiras, apesar da importância econômica e da demanda de mercados externos, deve ser realizado

de forma que seja possível conservar os recursos naturais, destacando-se, nesse contexto, a utilização

dos solos.

1 MSc. Santarém-PA, [email protected] ; 2Dr. Embrapa Amazonia Oriental, Prof. Ceuls/Ulbra, Santarém-PA; 3MSC. Professor Ceuls/Ulbra, Santarém-PA.

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83

As práticas de maior revolvimento dos solos, com arações e gradagens, promovendo, entre

outras ações, a incorporação dos resíduos culturais existentes sobre a sua superfície, fazem parte de

um conjunto de técnicas adotadas no sistema de plantio convencional (PC).

Entre as maneiras de se adotar um manejo conservacionista, encontra-se o emprego das técnicas

de plantio direto (PD), que tem por princípios básicos o mínimo revolvimento do solo, a cobertura

permanente e a rotação de culturas (CRUZ et al., 2006; FRANCHINI et al, 2009).

No caso da utilização dos resíduos culturais como cobertura morta, acreditou-se, por muito

tempo, que sua única finalidade era de evitar o excesso de evaporação de água do solo, por impedir a

insolação direta. De fato, um solo coberto apresenta-se mais úmido, especialmente na camada

superficial. Blainski & Tormena (2011) também afirmam que os restos culturais presentes sobre o

solo são fundamentais para a elevação dos níveis de matéria orgânica, o que é essencial para a

agregação, permeabilidade e porosidade do solo (GONÇALVES et al., 2010). Redin (2010) ressalta

ainda que os resíduos vegetais, compostos tanto pela parte aérea quanto pelas raízes, são importantes

para a ciclagem de nutrientes.

O objetivo do presente estudo foi o de verificar a concentração de nutrientes em resíduos de

cultivos de soja no planalto santareno, região oeste paraense.

MATERIAL E METODOS: Os locais de coleta das amostras compreenderam duas propriedades

agrícolas, ambas situadas no município de Mojuí dos Campos - PA. A primeira área é conduzida sob

sistema de plantio direto de soja (PDS), sendo as suas coordenadas geográficas 2°40’09,75” S e

54°39’21,17” W. A segunda área, por sua vez, apresenta o sistema de plantio convencional de soja

(PCS) e localiza-se sob as coordenadas de 2°44’19,38” S e 54°37’00,60” W.

A região apresenta temperatura do ar com média anual de 25,6° C, sendo 31°C e 22,5°C os

valores médios para a máxima e a mínima, respectivamente. A umidade relativa possui valores acima

de 80% em quase todos os meses do ano, com precipitação pluviométrica em torno dos 2000 mm

anuais. Há, no entanto, uma irregularidade na distribuição das chuvas, ocorrendo as maiores

precipitações nos meses de dezembro a junho (período chuvoso). Segundo a classificação de Köppen,

o tipo climático da região é o Ami (OLIVEIRA JUNIOR & CORREA, 2001; PARÁ, 2011).

Os solos predominantes são os Latossolos Amarelos Distróficos, que apresentam textura

argilosa a muito argilosa, com teores da fração argila variando de 490 a 930 g/Kg de solo.

(OLIVEIRA JUNIOR & CORREA, 2001).

A coleta das amostras ocorreu um dia após a colheita em ambas as áreas de estudo. Para coletar

a palhada foi utilizado um gabarito de 0,25 m² (0,50 m x 0,50 m), fixado ao solo. Foram realizadas

10 amostragens aleatórias em cada área de estudo, sendo a palhada existente no interior do gabarito

retirada manualmente e acondicionada em sacos de papel Kraft, devidamente identificados.

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84

Posteriormente, estas amostras foram submetidas à secagem em estufa de circulação de ar forçada a

65°C, até peso constante. Em seguida, o material foi peneirado, para retirar o excesso de solo, e

pesado em balança analítica (precisão de 0,01 g), desconsiderando as embalagens.

Posteriormente à pesagem das amostras dos resíduos culturais da parte aérea, ocorreu a moagem

deste material, em moinho tipo Willey com malha de 20 mesh, sendo o pó resultante submetido à

digestão sulfúrica (H2SO4/ H2O2) em bloco digestor a 300ºC, até a obtenção de soluções límpidas

que, por sua vez, foram diluídas com água destilada, constituindo os extratos que permitiram verificar

a concentração dos seguintes nutrientes: nitrogênio (íons amônio e nitrato NH4++NO3

-), fósforo (íon

fosfato PO43-), potássio (K+), cálcio (Ca2+) e magnésio (Mg2+). Tais análises foram realizadas através

do Fotômetro HI 83200 (Hanna Instruments), com o uso de reagentes específicos para cada nutriente

em questão.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Não foram observadas diferenças estatísticas significativas entre

as formas de manejo do solo quanto à concentração de nutrientes nos resíduos.

Analisando a figura 9, nota-se que o nutriente presente em maior quantidade nos resíduos

culturais corresponde ao íon potássio com 44,18± 2,299 e 40,67± 1,872 Kg ha-1, nos plantios

convencional e direto, respectivamente, seguido por nitrogênio (íons amônio e nitrato), cálcio,

magnésio e fosfato (K+>(NH4++NO3

-)>Ca2+>Mg2+>PO43-).

Os valores de potássio (acima citados) e nitrogênio (28,45 e 26,94 Kg ha-1, em plantio

convencional e direto) observados neste estudo são superiores aos verificados por Bataglia et al.

(1976), que, analisando a concentração de nutrientes na parte aérea da soja, no Estado de São Paulo,

encontraram, ao final do seu ciclo, valores aproximados de 14 Kg ha-1de nitrogênio e 16,5 Kg ha-1 de

potássio. Os dados referentes ao fosfato (0,033 e 0,028 Kg ha-1), no entanto, são inferiores ao desse

mesmo autor (2,5 Kg ha-1),além de apresentar médias aproximadas para os nutrientes cálcio (21,2 Kg

ha-1) e magnésio (9,5 Kg ha-1).

Em g Kg-1, os dados médios encontrados nesta pesquisa são de 10,11 e 10,33 (NH4++NO3

-),

0,012 e 0,011 (PO43-), 15,70 e 15,60 (K+), 7,00 e 6,00 (Ca2+) e, 4,00 e 3,75 (Mg2+), considerando o

plantio convencional e direto, respectivamente. São, portanto, superiores aos valores observados por

Sousa Neto & Taketomi (2012b), que também analisaram a concentração de nutrientes nos resíduos

culturais da soja cultivada no Planalto Santareno, sendo 1,38x10-3 e 1,23x10-3 as médias encontradas

para o fosfato, 0,50 e 0,40 as médias de potássio, 0,18 e 0,19 os valores observados para o cálcio e

0,61 para o magnésio, em g Kg-1, e também para o plantio convencional e direto, respectivamente.

Segundo dados de Sfredo (2008) e Embrapa Soja (2013), as quantidades médias de nutrientes

contidos nos restos culturais dessa leguminosa são: 32 g Kg-1 de nitrogênio, 2,4 g Kg-1 de fósforo, 15

g Kg-1 de potássio, 9,2 g Kg-1 de cálcio e 4,7 g Kg-1 de magnésio.

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Nota-se, portanto, que dos valores encontrados nesta pesquisa, os de potássio correspondem,

aproximadamente, à média citada por Sfredo (2008) e Embrapa Soja (2013), e os dados de cálcio e

magnésio também podem ser considerados como valores aproximados. As médias de nitrogênio e

fosfato são aquelas que mais apresentaram distanciamento das médias citadas por tais autores, sendo

inferiores os dados encontrados neste estudo.

Em relação à estes dois nutrientes, pode-se dizer que eles são os que possuem as mais elevadas

taxas de exportação para os grãos, 65 (P) e 61% (N), podendo chegar à 87 (P) e 84% (N) (SFREDO,

2008; EMBRAPA SOJA, 2013), o que poderia ser um dos motivos para as suas concentrações abaixo

das médias nos resíduos culturais deste estudo.

CONCLUSÃO: A concentração de nutrientes nos resíduos culturais demonstra o teor destes

nutrientes que poderiam retornar ao solo através da manutenção dos resíduos sobre a superfície.

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CULTIVO DE BATATAS-DOCE EM VASOS COMO USO ALTERNATIVO EM HORTAS

URBANAS 23Girlane Moraes dos Santos1

Liliane Carmo dos Santos1

Darlisson Bentes dos Santos2

Isabel Cristina Tavares Martins3

Alessandra Damasceno da Silva4

[email protected]

RESUMO: O objetivo deste trabalho foi avaliar o desenvolvimento e produção da batatas-doce em vasos, como

alternativa produtiva em hortas urbanas. O experimento foi conduzido inicialmente em ambiente de casa de vegetação,

em seguida foi alocado em uma área do Centro Universitário Luterano de Santarém CEULS/ULBRA. O plantio ocorreu

em vasos com 28 cm de diâmetro e 24 cm de profundidade, sendo totalizada um a área de 0,62 m² por vaso, preenchido

com substrato. A colheita foi realizada com 124 dias após o plantio das ramas-sementes, procedendo-se a avaliação da

parte área (rama + folhas) e das características das raízes. As variáveis medidas foram das Batatas-doce Roxa e Branca,

sendo os parâmetros físicos: Produtividade da Massa Verde (PMV); Produtividade Total das Raízes (PTR); Classificação

quanto ao Tamanho (CT) e; Produtividade de Massa Seca (PMS). A variedade que produziu mais MV e MS, produziu

menos raízes tuberosas, a CT da variedade Batata-doce branca ficou entre extra A, extra B e diversos, no entanto, a

variedade Batata-doce roxa ficou em extra A, extra B e especial.

PALAVRAS-CHAVE: IPOMOEA BATATAS, VARIEDADES, PRODUTIVIDADE.

INTRODUÇÃO: A batata-doce é uma das hortaliças mais importantes do mercado alimentício

mundial, está na sexta posição de culturas anuais mais produzidas no mundo. Porém, a falta de

pesquisas e tecnologias avançadas para o plantio em grandes escalas contribuem para que essa cultura

seja pouco cultivada no Brasil (AMARO et al., 2014 ).

Considerada como uma cultura anual, é uma planta perene, podendo ser mantida em qualquer

tipo de solo desde que a temperatura média seja superior a 24° C (EMBRAPA, 1995). As flores são

hermafroditas, apresentam diferença no tamanho, formato e coloração. Em condições normais no

campo, algumas variedades não florescem, enquanto outras produzem poucas flores e outras

produzem flores em profusão (NUNES, 2016).

O principal aspecto no qual agricultura urbana difere da rural é o ambiente, aproveitando de

forma inteligente a limitação de espaço. Para se ter uma horta em apartamentos são necessários fazer

canteiros suspensos ou o plantio pode ser feito em vasos, ou outros recipientes alternativos, desde que

o ambiente e o espaço sejam adequados para se cultivar as hortaliças desejadas (ROESE, 2003).

O cultivo de hortaliças na área urbana possibilita a obtenção de uma alimentação mais

saudável, e diminui o custo com despesas alimentícias (CRIBB, 2009). Este trabalho foi realizado

com o objetivo de avaliar a produção de batatas-doce em vasos como alternativa de uma produção

urbana.

1 Discente de Eng. Agr., Centro Universitário Luterano de Santarém- CEULS/ULBRA. 2 Msc., Eng. Agric., Centro Universitário Luterano de Santarém- CEULS/ULBRA. 3 Msc., Eng. Mec., Centro Universitário Luterano de Santarém- CEULS/ULBRA. 4 Msc., Eng. Agric., Centro Universitário Luterano de Santarém- CEULS/ULBRA. 23

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MÉTODO: O estudo ocorreu no município de Santarém, estado do Pará, inicialmente em casa de

vegetação, para em seguida ser alocado em uma área do Centro Universitário Luterano de Santarém-

CEULS/ULBRA no período de fevereiro a junho de 2017. O município está situado no oeste

paraense, microrregião Médio Amazonas, a 29 m de altitude, na confluência dos rios Amazonas e

Tapajós, distante aproximadamente 807 km da capital do Estado. Este trabalho foi desenvolvido em

uma área urbana da cidade, com as coordenadas geográficas de 2° 27’ 15” S e 54° 42’ 48” O

(CORRÊA, et al., 2016), conforme a figura 4 a seguir.

Figura 6. Localização do experimento

As variedades de Batatas-doce selecionadas para o experimento foram Branca e Roxa

(também é conhecida por “Paulista”), foram plantadas em vasos plásticos, sendo 9 de cada cultivar.

O plantio foi feito com ramas-sementes (Figura 2), contendo entre 6 a 8 entrenós com

aproximadamente 30 cm de comprimento, em vasos de 28 cm de diâmetro e 24 cm de altura, sendo

a área de 0,62 m² por vaso. Preenchido com pedras (para auxiliar na drenagem da água), composto

de terra preta, e mulching ou cobertura do solo. A irrigação foi manual e complementar, conforme

(MIRANDA et al., 1989).

Figura 7. Plantio de ramas-sementes da Batatas-doce. Fonte: autoras.

A colheita foi realizada com 124 dias após o plantio das ramas, procedendo-se a avaliação da

produção da parte aérea (ramas + folhas) e das características de produção das raízes. Este

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89

procedimento foi baseado em parte do trabalho desenvolvido por Junior A. et al. (2012), e os

parâmetros medidos estão listados, com seus respectivos procedimentos, conforme a tabela 1, a

seguir.

Tabela 8. Parâmetros físicos medidos nas Batatas-doce Roxa e Branca

Parâmetros Unidade Partes do vegetal Procedimentos

PMV g.vaso-¹ Ramas + Folhas Balança de precisão

PTR g.vaso-¹ Raízes

tuberosas

Balança de precisão

CT g Raízes

tuberosas

Extra A (301 – 400)

Balança de precisão Extra B (201 – 300)

Especial (151 – 200)

Diversos (80 -150 ou > 400)

PMS g

Ramas + Folhas Balança de precisão

°C Estufa (105°C em 24 h) PMV= Produtividade de Massa Verde; PTR= Produtividade Total das Raízes; CT= Classificação quanto ao Tamanho

e; PMS= Produtividade de Massa Seca.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: A PMV mínima da Batata-doce Roxa foi de 102,14 g,

representando 2,64% a menos da Branca (104,90 g). A PTR da mínima da Roxa (185,53 g) representa

36,36% a menos que a Branca (291,49 g). A PMS mínima da Roxa (21,10 g), representando 2,05%

a menos que a Branca (21,54 g).

Tabela 9. Estatística descritiva das medições das batatas-doce Roxa e Branca

Na CT, foi verificada na variedade Roxa, a predominância da classe B (66,66%), sendo que

na Branca as maiores médias foram observadas para a classe Extra A (66,66%). Não foram medidas

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nenhuma classe diversos nem especial para as variedades Roxa e Branca respectivamente, conforme

a tabela 3 a seguir.

Tabela 10. Classificação CT das Batatas-doce Roxa e Branca

CONCLUSÃO: A variedade que produziu mais MV e MS, produziu menos raízes tuberosas, a CT

da variedade Batata-doce branca ficou entre extra A, extra B e diversos. No entanto, a variedade Roxa

ficou em extra A, extra B e especial. Todos os vasos produziram raízes tuberosas, apenas um vaso

produziu flores, ambas as variedades de Batatas-doce apresentaram algum tipo de lesão fisiológica

nas raízes. Maiores cuidados quanto ao combate às pragas e ao tempo de colheita poderiam favorecer

os resultados obtidos neste experimento.

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NUNES, H. F. Batata-doce [Ipomoea batatas (L.) Lam.] nas roças e quintais do litoral paulista:

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DENSIDADE DE CASTANHEIRAS E ESTRUTURA VERTICAL DE FLORESTAS COM

CASTANHAIS NA AMAZÔNIA ORIENTAL

24 Felipe Felix Costa¹

[email protected]

Marcelino Carneiro Guedes²

Raimundo Cosme de Oliveira Júnior³

Quezia Leandro de Moura Guerreiro4

Daniel Rocha de Oliveira5

RESUMO: O estudo verificou se existem padrões de estrutura vertical nas florestas com castanhais dos Estados do

Amapá e Pará, e se os mesmos podem ser associados à densidade de castanheiras. Foi utilizado o LiDAR terrestre para a

obtenção das informações de alturas, densidade de área foliar (DAF) e índice de área foliar (IAF). Foram realizadas

análises para verificar se havia diferenças entre as médias de alturas, análises de homogeneidade dos IAF’s por estrato

entre as áreas, e por fim, correlação de Spearman entre densidade de castanheira-da-amazônia por estrato para as florestas

em cada Estado. As duas florestas têm um padrão de floresta de grande porte, sem diferenças significativas entre as médias

de alturas. O IAF por estrato nas duas áreas é homogêneo, com um mesmo padrão de densidade foliar nas diferentes

alturas ao longo do perfil vertical das florestas. Não houve correlação significativa da densidade de castanheira por estrato

em nenhuma das áreas. Deste modo, observou-se nesse estudo, que a densidade de castanheiras na Amazônia oriental não

pode ser relacionada com a cobertura foliar da floresta matriz e que o padrão do perfil vertical das florestas é similar, com

padrões de altura máxima próxima de 50 m e maior densidade foliar na vegetação de sub-bosque e de árvores dominadas,

até 10 m de altura.

PALAVRA-CHAVE: CASTANHEIRA-DA-AMAZÔNIA, LIDAR TERRESTRE, ESTRATIFICAÇÃO

VERTICAL

INTRODUÇÃO: A região amazônica é composta em sua maior parte por ecossistemas de floresta

densa. A estrutura desse tipo de vegetação pode apresentar características diferentes, dependendo das

condições ambientais (DAJOZ, 2005). Entre a grande diversidade de espécies na Amazônia, está a

castanheira-da-amazônia (Bertholletia excelsa Bonpl.), que ocorre preferencialmente em terra firme

com floresta ombrófila densa (MÜLLER et al. 1980). A densidade foliar (DAF) e o índice de área

foliar (IAF) são importantes para avaliação da estrutura vegetal. A altura do dossel e das árvores

dominantes é um fator que pode ser associado à pujança da floresta e à capacidade de suporte dos

sítios. Deste modo, é importante verificar se a estrutura da vegetação, onde ocorre a castanheira, pode

ser associada à densidade da espécie. Porém, é difícil obter informações precisas da estrutura vertical

e do dossel da floresta, tornando inviável muitas vezes esses estudos, devido à imprecisão envolvida

na medição da altura e ao custo da atividade. O uso de novas tecnologias, como o sistema de radar

LiDAR portátil terrestre, tem colaborado no desenvolvimento de estudos para avaliação da estrutura

da vegetação (LEFSKY et al., 2002). Esse estudo teve como objeto, verificar se existem padrões

diferenciados de estrutura vertical de florestas com castanhais dos Estados do Amapá e Pará,

¹ Mestrando em Biodiversidade Tropical – PPGBio/UNIFAP

² Dr. Embrapa Amapá, Macapá-AP;

³ Dr. Amazonia Oriental, Prof. Ceuls/Ulbra, Santarém-PA; 4vDra ICTA/Ufopa, Santarém-PA; 5vMSc. Prof. Ceuls/Ulbra, Adepara, Santarém-PA.

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avaliando as alturas e os IAF’s em diferentes estratos, e se estão associados à densidade de

castanheiras.

MATERIAIS E MÉDOTOS: O estudo foi realizado na Amazônia Oriental, mais especificamente

nos Estados do Amapá e Pará. Abrangeu duas florestas de castanhais, uma em cada Estado. Nessas

áreas existem parcelas permanentes padronizadas da rede Kamukaia (GUEDES et al., 2017), que têm

a dimensão de 300 m x 300 m. Para as avaliações realizadas no âmbito do projeto MAPCAST, cada

parcela foi subdividida em 6 transectos de 300 m de comprimento por 50 m de largura, gerando

subparcelas de 1,5 ha, para cálculo da densidade de castanheiras. Em cada transecto, foi utilizado

LiDAR Rangefinder em plataforma portátil terrestre, para realizar o levantamento da estrutura do

dossel. O LiDAR emite pulsos laser, medindo a distância e quantidade dos pulsos que retornam, e a

proporção dos pulsos que não retornam e ultrapassam o dossel. O caminhamento com o LiDAR foi

realizado em velocidade constante, indo e voltando no meio de cada transecto. Os dados obtidos

foram usados para gerar as informações de alturas máxima e média, calculadas a partir da média dos

valores mais altos e médios, respectivamente, em cada intervalo de 50 m percorrido, Também foi

calculada a densidade foliar e os índices de área foliar (IAF’s) pela equação de MacArthur and Horn

(1969). Após obtenção das informações, foram realizadas análises com o teste T, para verificar se

havia diferenças nas alturas máximas e médias entre as áreas. Em seguida, foram estabelecidas cinco

classes de estratificação vertical da vegetação, sendo: I - sub-bosque (<8 m ); II - estrato inferior (8-

18 m); III - intermediário (19-26 m); IV - superior (27-35 m) e V - emergentes (>35 m), adaptado de

(SOUZA e SOUZA, 2004). Os IAF’s foram gerados para cada classe de altura, e foi realizado o teste

de qui-quadrado (χ²) para verificar se as áreas apresentavam diferenças nas proporções do IAF total

dividido ao longo dos estratos. Em cada parcela ao longo dos transectos foi calculada a densidade de

castanheiras para a aplicação da análise de correlação de spearman, com os IAF’s em cada classe de

altura. Todas análises foram executadas no software R.

RESULTADO E DISCUSSÂO: A altura das florestas com castanhais nos Estados do Amapá e Pará

não apresentaram diferenças significativas entre as médias de altura máxima e altura média (Tabela

1). Isso evidencia que as duas áreas têm um padrão semelhantes quanto à altura da vegetação.

Tabela 1 – Comparação entre as alturas máximas e médias de florestas com castanheiras nos

Estados do Amapá e Pará, Amazônia oriental

Variáveis Média

Máximos absolutos Teste

Floresta AP Floresta PA Floresta AP Floresta PA T p-value

Alturas Máx. 37,90 38,55 49,04 48,11 -0,493 0,623

Alturas Méd. 28,97 28,29 43,25 38,98 0,498 0,620

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Verifica-se que as florestas onde ocorrem as castanheiras, tanto no Amapá, quanto no Pará, são

florestas de grande porte, com média de altura máxima próxima a 40 m. Em alguns transectos foram

observados valores máximos de altura próximos de 50 m. Floresta com alturas elevadas, demonstram

que há elevado potencial na capacidade produtiva de sítio. Os locais que apresentaram as maiores

alturas, devem também ter maior abundância de castanheiras.

Outro padrão identificado nas duas florestas foi o IAF por estrato de altura, os quais não

apresentaram diferenças significativas no teste de qui-quadrado (χ²). As duas vegetações exibem

homogeneidade em relação à densidade de área foliar no perfil vertical (Figura 1).

Figura 1 - Média de Densidade de Área Foliar (DAF) em diferentes alturas ao longo do perfil

vertical de florestas com castanheiras no Amapá e Pará. Também é apresentado o valor do teste de

χ².

O IAF das duas florestas é maior nos estratos do sub-bosque e inferior, devido a quantidade de

arbustos e pequenas árvores adaptadas à sombra, que podem ser encontradas nessas faixas de alturas,

característica específica desse tipo de vegetação na Amazônia. Nos estratos superiores e emergentes,

acima de 40 m, os valores de IAF encontrados, devem ser relacionados com as grandes árvores como

as castanheiras e angelins. Apesar das grandes copas das árvores dessas espécies, elas ocorrem em

baixa abundância, o que é condizente com os menores valores observados nesse estrato superior das

árvores emergentes.

Nas análises de correlação, não houve relação significativa entre a densidade de castanheiras

com os IAF’s das duas florestas e nem com o modelo geral (Tabela 2). As duas florestas têm média

de densidade de castanheira iguais e os IAF’s também são próximos.

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Tabela 2 - Resultados da correlação de spearman entre os IAF’s das áreas com densidade de

castanheira, médias dos IAF totais e da densidade de castanheiras

Variáveis X̅ IAF

Total

X̅ Densidade

Ind. Cast

Teste

rho (ρ) p-value

IAF AP 4,669 11 0,112 0,858

IAF PA 5,416 11 0,564 0,322

IAF Geral 4,893 11 0,330 0,352

Observa-se ainda, que todas as análises, representadas nos gráficos a seguir, mostram linhas

retas de tendência no sentido positivo (Figura 2). Apesar de não significativas, observa-se uma

tendência de aumento na densidade de castanheiras com o aumento do IAF da vegetação matrix onde

as castanheiras estão inseridas. Isso mostra que a densidade de castanheiras na floresta pode tornar o

dossel mais denso, fazendo com que diminua penetração de luz nos estratos do sub-bosque.

Figura 2 - Relação entre a soma total dos IAF’s de todos os estratos com a densidade de castanheira

nas florestas do Amapá, Pará e Geral (duas áreas)

Legenda: O gráfico “geral” representa as amostras das duas áreas AP e PA.

Na análise mais detalhada da densidade de castanheiras por IAF em diferentes estratos, é

possível notar que também não houve correlação significativa com nenhum estrato (Figura 3).

Observa-se nessa análise mais detalhada, que pode haver tendências distintas entre as duas áreas, na

relação da densidade das castanheiras com a cobertura foliar em cada estrato. No entanto, é necessária

maior amostragem para discutir isso, pois no estudo atual, não foi detectada nenhuma diferença

significativa entre as florestas com castanheiras nos Estados do Amapá e Pará.

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Figura 3 – Resultados da correlação de spearman entre a densidade de castanheira com os IAF’s

em diferentes estratos das florestas do Amapá, Pará e Geral (duas áreas), contendo também os

valores de p-value de cada teste

Legenda: letra a) modelo para área do Amapá; letra b) área do Pará e; letra c) Modelo geral, com dados das duas áreas.

CONCLUSÃO: Foi possível observar nas florestas da Amazônia Oriental padrões semelhantes de

alturas e densidade de área foliar por estrato. A densidade por estrato é semelhante entre as áreas,

concentrando a maior densidade de área foliar nos estratos inferiores (I e II). A densidade de

castanheiras na Amazônia oriental não pode ser relacionada com a cobertura foliar da floresta matriz

e o padrão do perfil vertical das florestas é similar, com padrões de altura máxima próxima de 50 m

e maior densidade foliar na vegetação de sub-bosque e de árvores dominadas, até 10 m de altura. O

uso do LiDAR terrestre mostrou ser de grande valia para execução deste estudo.

REFERÊNCIAS

Dajoz, R. Princípios de Ecologia Geral. Artmed, Rio de Janeiro, RJ, Brasil. 2005.

Lefsky, M. A., Cohen, W. B., Parker, G. G., Harding, D. K. Lidar Remote Sensing for Ecosystem

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Bentes, M.P.M., Oliveira, V.B. (eds). Produtos florestais não madeireiros- Guia Metodológico da

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MacArthur, R. H., Horn, J. W. Foliage profiles by vertical measurements. Ecology 50(5): 802–804,

1969.

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pesquisas. Belém, PA. 1980.

Souza D. R., Souza A. L. Estratificação vertical em floresta ombrófila densa de Terra firme não

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DESEMPENHO PRODUTIVO DE ALFACE (LACTUCA SATIVA) EM REGIME DE

AQUAPONIA

25Yash Brendo Pereira Coelho Guimarães1

[email protected]

André Luiz Teixeira Dalagnol1

Aline Maria Sousa Cruz1 26Daniel Rocha de Oliveira2

27Raimundo Cosme de Oliveira Junior3

RESUMO: O crescimento populacional que tem ocorrido nos últimos anos gerou uma pressão sobre o setor de

produção de alimento para que este produza cada vez mais em áreas menores. Uma resposta a essa necessidade é a

integração dos sistemas de produção. Diante disso, este trabalho tem por objetivo comparar o desempenho produtivo da

Alface (Lactuca sativa) em regime de aquaponia e de hidroponia. O experimento foi conduzido em sistema NFT,

utilizando para duas variedades de alface, roxa e crespa, em dois sistemas de produção, hidroponia e aquaponia de

primeiro ciclo (maturidade incompleta). O sistema aquapônico foi constituído por um reservatório de peixes, uma unidade

filtrante e bancada de produção; O sistema hidropônico foi constituído por um reservatório de solução nutritiva e bancada

de produção; O sistema utilizou sais balanceados Hidrogood® para folhosas, mantendo condutividade elétrica em 1.3 mS

cm-1. Conclui-se que o sistema hidropônico é mais eficiente na produção de alface quando comparado com sistema

aquapônico com maturidade incompleta, contudo não é possível inferir sobre o rendimento foliar, portanto, são

necessários mais estudos para elucidar os detalhes produtivos dos sistemas.

PALAVRAS CHAVE: FOLHOSAS, PEIXES, BIOFILTRO.

INTRODUÇÃO: A Aquaponia é uma técnica de produção baseada na integração da produção de

organismos vivos aquáticos (aquicultura ou aquacultura) associada ao cultivo de plantas sem solo

(hidroponia), especialmente verduras e legumes (SOMERVILLE et al., 2014).

O Sistema funciona aproveitando os resíduos gerados pelos peixes como substrato para

bactérias (Biofiltro) que utilizam esses produtos em seu metabolismo e liberam nutrientes para o

ambiente. Esta atividade das bactérias também melhora a qualidade da água que retorna ao tanque de

peixes (HUNDLEY & NAVARRO, 2015). Com a utilização do processo de recirculação da água, o

sistema aquapônico tem potencial para economizar até 90% de água em relação a sistemas

convencionais de produção (CARNEIRO et al., 2015). O sistema aquapônico garante a qualidade da

água pela atividade do filtro biológico que conecta os sistemas, ocupa uma área reduzida com

produtividade elevada, o que pode estimular a agricultura familiar tanto rural quanto urbana, e pode

apresentar produtividade de peixes e hortaliças igual ou superior em relação aos sistemas

convencionais (TONET et al., 2011; CARNEIRO et al., 2015; HUNDLEY & NAVARRO, 2013). A

alface é uma das hortaliças mais consumidas e estudadas no Brasil. A grande variedade, demanda

elevada, facilidade de produção/manejo e grande quantidade de bibliografia, foram fatores decisivos

para a escolha desta cultura para o presente trabalho (EMBRAPA, 2009).

25

1 Graduando(a) do Curso de Agronomia pelo Centro Universitário Luterano de Santarém.

26

2 Professor do Curso de Agronomia do Centro Universitário Luterano de Santarém.

27

3 Coordenador do Curso de Agronomia do Centro Universitário Luterano de Santarém.

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A plantas utilizadas em hidroponia e aquaponia necessitam, em geral, de oxigênio, hidrogênio,

carbono, macronutrientes (nitrogênio, potássio, cálcio, magnésio, fósforo e enxofre) e

micronutrientes (cloro, ferro, manganês, boro, zinco, entre outros) disponíveis na água e na atmosfera.

A condutividade elétrica avalia a quantidade de cargas elétricas presentes na água, e estas, indicam a

possibilidade de interações entre os nutrientes e as raízes das plantas (CARNEIRO et al., 2015). De

acordo com Barbieri (2010), a condutividade ótima para a cultura da alface em hidroponia é entre 1,0

e 1,5 dS m-1.

O pH é determinante para a produção de hortaliças em sistemas sem solo pois exerce influência

sobre a disponibilidade de nutrientes para as plantas. Além disso, o pH influencia o processo de

nitrificação. As bactérias nitrificantes, responsáveis pela conversão da Amônia em Nitrito e Nitrato,

são aeróbias, de ocorrência natural e tem o pH ótimo entre 7,0 e 8,0, com sua atividade reduzida à

medida que o pH se distancia da neutralidade (BRAZ FILHO, 2000).

O presente trabalho teve por objetivo avaliar o desempenho produtivo da alface (Lactuca sativa)

cultivada em regime de aquaponia em comparação com o sistema hidropônico convencional.

MÉTODO: O experimento foi conduzido em sistema NFT (Nutrient Film Technique) descrito por

Hundley & Navarro (2013), utilizando duas variedades de alface, roxa e crespa, e dois sistemas de

produção, hidroponia e aquaponia de primeiro ciclo. O sistema aquapônico foi constituído pelo

reservatório de peixes, unidade filtrante e bancada de produção; o reservatório possui capacidade de

mil litros e foi povoado com 300 peixes (100 alevinos de tambaqui com aproximadamente 30 g e 200

alevinos de tilápia com aproximadamente 5 g; a unidade filtrante foi estruturada em três

compartimentos organizados na seguinte sequência: filtro físico, filtro biológico e “sump”428, com

capacidade filtrante para suportar dejetos de até 100 kg de biomassa de peixe; a bancada de produção

foi montada com tubos PVC de 75 mm perfurados com serra copo a cada 20 cm, num total de 23

perfurações por tubo e 10 tubos, onde, cada perfuração alojou uma plântula. A condução de água e

nutrientes foi possibilitada por bomba que captava água do sump, possibilitando fluxo individual por

tubo de 1,2 L/min.

O sistema hidropônico foi constituído por um reservatório de solução nutritiva e bancada de

produção; o reservatório possui capacidade de 100 litros; a bancada de produção foi montada com

tubos PVC de 75 mm perfurados com serra copo a cada 20 cm num total de 23 perfurações por tubo

e 11 tubos, onde cada perfuração alojou uma plântula e a condução de água e nutrientes foi

possibilitada por bomba que captava água do sump possibilitando fluxo individual por tubo de 1

4Reservatório anexo ao sistema que possibilita o abastecimento constante de água a todos os setores do sistema.

28

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L/min. O sistema utilizou sais balanceados Hidrogood® formulados para folhosas, mantendo

condutividade elétrica em 1.3 mS cm-1.

O delineamento experimental foi em blocos ao acaso, onde foram distribuídos tratamentos que

integravam variedade (crespa e roxa) e sistema de produção (hidroponia e aquaponia). Os blocos

foram constituídos no formato de 2x2. Os dados foram tabulados em planilhas eletrônicas do Software

Microsoft Office EXCEL e a análise de estatística descritiva foi realizada no mesmo software.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os resultados apresentados demonstram que as plantas alojadas

em sistema hidropônico são mais eficientes produtivamente quando comparadas àquelas em sistema

aquapônico de primeiro ciclo e que a produtividade de alfaces da variedade crespa é superior que a

da variedade roxa (Figura 1). Esses resultados possivelmente se deram por deficiências no sistema

aquapônico, e podem ser explicados quando esclarecemos que os nutrientes disponíveis são oriundos

do processamento de compostos nitrogenados na nitrificação e da mineralização dos nutrientes

residuais, conforme relatam Carneiro et al. (2015). Os resultados ainda podem ser explicados

utilizando os relatos de Hundley & Navarro (2013) e Carneiro et al. (2015), os quais citam a influência

do pH sobre a disponibilidade de macro e micronutrientes visto que, a alface tem pH ótimo na faixa

de 6,5 a 7,0 e o sistema aquapônico funcionou com pH entre 7,0 e 8,0.

A massa verde das duas variedades foi superior no sistema hidropônico possivelmente por este

apresentar maior disponibilidade e equilíbrio de nutrientes necessário para o crescimento de folhosas,

em especial ressaltando a presença de ferro (HUNDLEY & NAVARRO, 2013). O número de folhas

não difere entre os sistemas, mas apresenta diferença entre variedades (Figura 2). A partir desse

resultado, pode-se inferir que a emissão foliar não sofre grande influência da disponibilidade de

nutrientes, sendo mais relevante a influência genética para esta variável.

Figura 8 - Valores médios de peso (g) em sistemas

produtivos hidropônico e aquapônico com diferentes

variedades de alface.

Figura 9 - Valores médios de número de folhas de

alface nos sistemas.

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100

Os resultados deste estudo diferem dos apresentados por Magalhães et al. (2010) os quais

identificaram médias superiores a 22 folhas por planta. Tal diferença possivelmente está associada a

distinção de variedades utilizadas no estudo utilizado para comparação.

O resultado de rendimento de folhas demonstra que o sistema hidropônico também apresenta

desempenho superior (Figura 3). Os valores de rendimento para ambas as variedades permaneceram

entre 60 e 70%. A variedade Crespa do sistema aquapônico apresentou o pior rendimento. Porém,

ambas as variedades apresentaram rendimento inferior a 50% para o sistema.

Esses resultados diferem do obtidos por Geisenhoff et al. (2016), que mostraram que a utilização da

água de piscicultura pode fornecer os nutrientes necessários à produção de hortaliças sem a

necessidade de suplementação nutritiva. A variedade Roxa, no sistema hidropônico, e Crespa, no

sistema aquapônico, apresentou os maiores valores de rendimento de massa seca (3,5 a 4%) (Figura

4). Resultados parecidos com os encontrados por Geisenhoff et al. (2016), em torno de 4% de

rendimento.

CONCLUSÃO: A produtividade de massa verde foi superior no sistema hidropônico quando

comparado ao aquapônico e com destaque da variedade crespa. O número de folhas foi influenciado

por características genéticas, contudo não demonstrou variação por sistema produtivo. O rendimento

de folhas no sistema hidropônico é superior quando comparado com sistema aquapônico. O

rendimento produtivo em massa seca no sistema aquapônico é superior quando comparado com

sistema hidropônico.

REFERÊNCIAS

BARBIERI E; MELO D. J. F de; ANDRADE L. F; PEREIRA E. W. L; COMETTI N. N. 2010.

Condutividade elétrica ideal para o cultivo hidropônico de alface em ambiente tropical. Horticultura

Brasileira. 28: S303-S308. 2010.

Figura 3 - Rendimento de folhas para diferentes

variedades de alface em diferentes sistemas produtivos. Figura 4 - Rendimento da Massa Seca para diferentes

variedades de alface em diferentes sistemas

produtivos.

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101

BRAZ FILHO, M. S. P. Qualidade na produção de peixes em sistemas de recirculação de água.

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CARNEIRO, P. C. F.; NUNES, M. U. C.; NIZIO, A. M.; FUJIMOTO, R. Y. Aquaponia: produção

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Brasil: novas perspectivas. São Carlos, Editora Pedro & João, 2015.

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GEISENHOFF, L. O.; JORDAN R. A.; SANTOS, R. C.; OLIVEIRA F. C.; GOMES E. P. Effect of

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Revista Brasileira de Agropecuária Sustentável (RBAS), v.3, n.2. p.52-61, Dezembro, 2013.

MAGALHÃES, A. G.; MENEZES, D.; RESENDE, L. V.; BEZERRA NETO, E. Desempenho de

cultivares de alface em cultivo hidropônico sob dois níveis de condutividade elétrica. Horticultura

Brasileira, v.28, n.3, p.316-320, 2010.

SOMERVILLE, C.; COHEN, M.; PANTANELLA, E.; STANKUS, A.; LOVATELLI, A. Small-

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TONET, A.; RIBEIRO, A. B.; BAGATIN, A. M.; QUENEHENN, A.; SUZUKI, C. C. L. F. Análise

microbiológica da água e da alface (Lactuca sativa) cultivada em sistema aquapônico, hidropônico e

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DESEMPENHO REPRODUTIVO DE VACAS ZEBU, CRIADAS NA REGIÃO DO BAIXO

AMAZONAS, EM CONDIÇÕES DE ESTRESS TÉRMICO E SUBMETIDAS À

INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL EM TEMPO FIXO (IATF)

29Alime Maria Sousa Cruz1

Rayane Miguel de Sales1

Daniel Rocha de Oliveira2

Darlisson Bentes dos Santos3

Edson Pereira dos Reis4

[email protected]

RESUMO: O objetivo deste trabalho foi avaliar o desempenho reprodutivo de vacas zebu, criadas na região do baixo

amazonas, em condições de estresse térmico e submetidas à Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF). Foram

utilizadas 20 vacas multíparas, mantidas em regime de pasto e submetidos a protocolo de sincronização de estro. O

delineamento foi inteiramente casualizado e dividido em dois tratamentos: termoneutralidade e estresse. Os resultados

foram avaliados pelo procedimento ANOVA e a diferença entre médias foi realizada através do teste de Tukey a 5% de

significância. A temperatura retal não foi influenciada pela condição de exposição ao estresse térmico, bem como a taxa

de fertilidade não apresentou diferenças estatísticas entre os dois grupos de animais nas diferentes condições do estudo.

PALAVRAS-CHAVE: ESTRESS TÉRMICO, TERMONEUTRALIDADE, FERTILIDADE.

INTRODUÇÃO: Um fato a ser considerado no planejamento ao desenvolvimento da pecuária no

Brasil são as altas temperaturas das regiões tropicais, havendo necessidade da introdução de animais

adaptados às condições climáticas do local e com capacidade em eliminar excesso de calor corporal,

pois grande parte do país apresenta temperatura do ar elevada durante todo ano associada à umidade

relativa do ar também alta, fatores estes que agem diretamente no organismo animal interferindo em

seu desempenho produtivo e reprodutivo. Em vista disso, animais de origem zebuína predominaram

a pecuária brasileira, onde geralmente nos sistemas de criação recebem com a máxima intensidade os

efeitos do clima, apresentando tolerância ao ambiente tropical por questões de adaptação

(McMANUS et al., 2002).

O planejamento nutricional deve proporcionar a manutenção de boas condições corporais para

que o uso da Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF) maximize seus resultados ao ser aplicada

com intuito de melhorar os indicadores produtivos e reprodutivos do rebanho, com vistas à melhoria

na taxa de desfrute e retorno econômico da atividade (FERREIRA et al., 2013). O ganho de heterose

através do cruzamento industrial proporciona ao animal o melhoramento genético decorrente da

combinação de características entre raças, permitindo a produção de uma carne mais nobre em

ambientes mais rústicos e maior retorno econômico à agropecuária.

1 Discentes, Eng. Agr., Centro Universitário Luterano de Santarém- CEULS/ULBRA. 2Msc., Méd. Vet., Centro Universitário Luterano de Santarém- CEULS/ULBRA. 3Msc., Eng. Agric., Centro Universitário Luterano de Santarém- CEULS/ULBRA. 4 Esp., Eng. Agr., Centro Universitário Luterano de Santarém- CEULS/ULBRA. 29

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103

Na maioria das regiões do Brasil, os dias de verão são quentes e a temperatura média fica

acima dos níveis aceitáveis para não comprometer os eventos da reprodução. A forma mais comum

para prever se as vacas estão sendo expostas a estresse térmico é através da caracterização do

ambiente térmico que envolve elementos climáticos como temperatura ambiente, umidade relativa do

ar, radiação solar e velocidade do vento (FERREIRA, 2005).

Os animais homeotérmicos podem apresentar seu máximo potencial genético e reprodutivo

estando na faixa da zona termoneutra, onde nestas condições de temperatura ambiente o animal não

precisa produzir ou perder calor corporal e seu metabolismo é mínimo, desta forma, estando em Zona

de Conforto Térmico (ZCT). A ocorrência de trocas térmicas entre o animal e o ambiente depende da

situação em que ambos se encontram, pois se a temperatura do ambiente permanecer mais elevada

do que aquela em que o animal se encontra ZCT, o mesmo terá dificuldades em compensar a ação

desta temperatura, entrando em estresse térmico, atingindo diretamente o desempenho animal

(BARION et al., 2012). Seja para produzir calor corporal (termogênese) ou para perder calor para o

ambiente (termólise), o uso da energia de mantença para estes processos de gerar ou dissipar calor

será utilizado de forma a afetar a produção e reprodução ao diminuir a energia disponível para estas

atividades.

Desta forma, o presente estudo teve por objetivo acompanhar o desempenho reprodutivo de

vacas bovinas Zebu, em condições de estresse térmico a fim de montar base referencial regional para

subsidiar adequações de ambientes produtivos/manejo e manejos reprodutivos utilizados na região

do Baixo Amazonas.

MÉTODO: O estudo foi desenvolvido entre os meses de agosto e novembro de 2016, em propriedade

particular no município de Santarém, oeste paraense, microrregião do Médio

Amazonas, distante, aproximadamente, 870 km de Belém. O clima do município insere-se na

categoria de megatérmico úmido, do tipo Aw da classificação de Köppen, com temperatura média,

durante todo o ano, em torno de 26,7ºC. A precipitação anual média atingem 1.780 mm, com forte

concentração entre os meses de janeiro a junho e mais rara de julho a dezembro, e a umidade relativa

do ar média em torno de 73% (OLIVEIRA JÚNIOR et al., 1999).

Conforme questionário de seleção aplicado, a propriedade foi escolhida por apresentar

bovinos de alto padrão genético, em condições sanitárias e zootécnicas consideradas adequadas para

a realização do estudo. A realização da palpação retal para identificação de anormalidades do trato

reprodutivo foi realizada por médico veterinário. Os animais foram manejados em sistema de pastejo

rotacionado com disponibilidade de forragem verde para atendimento das demandas alimentares. A

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104

pastagem era composta por forragem do gênero Panicum CV Mombaça. Os animais foram

sincronizados em centro de manejo coberto utilizando protocolo proposto por Baruselli et al. (1999).

Foram utilizadas 20 fêmeas bovinas multíparas até 6 anos de idade com peso médio de 350

kg e escore de condição corporal mínimo de 5,0 conforme Vale (1999). O estudo foi inteiramente

casualizado, dispondo os animais em dois tratamentos Estresse (exposição à radiação direta na pré-

inseminação) e Termoneutralidade (não exposição à radiação direta). A Temperatura Retal (TR) foi

aferida antes dos procedimentos de inseminação, utilizando termômetro clinico veterinário. A

Frequência Cardíaca (FC) foi aferida antes dos procedimentos de inseminação, através da contagem

de pulsos carótidos em 15 segundos. A Frequênciaq Respiratória (FR) foi aferida antes dos

procedimentos de inseminação, através da contagem de movimentos respiratórios em 15 segundos.

O Diagnóstico de Gestação (DG) foi realizado aos 30 dias com auxílio de ultrassom com probe

transretal da marca/modelo KAIXIN 5500. O Índice de Fertilidade (IF) foi calculado da divisão do

número de fêmeas pelo número de fêmeas em cobertura, multiplicado por 100.

Foram realizadas análises descritivas dos dados, representadas pelas médias e Coeficientes de

Variação (CV), assim como analise de variância ANOVA através do programa ESTATISTICA

versão 8.0. Médias variadas foram comparadas através do teste de tukey a 5% de significância.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Não foi observada diferença estatística na taxa de fertilidade entre

os dois grupos de animais nas diferentes condições de ambiente (conforto e estresse) aos 30 dias após

IATF (Figura 1).

Figura 10. Taxa de fertilidade e temperatura retal de vacas Zebu.

Os resultados deste trabalho diferem dos observados por Barbosa et al. (2011) que observaram

o efeito do estresse (efeitos negativos da temperatura e da umidade do ar mais alta) sobre vacas

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mestiças em estudos realizados na região sudeste do país, nos meses de outono/ inverno e meses de

primavera/ verão, indicando que épocas mais quentes diminuem a taxa de fertilidade.

Estão descritos na tabela 1, os dados de clínicos e comportamentais relacionados à

termorregulação e reprodução para vacas submetidas à IATF.

Tabela 11. Médias e desvio padrão das variáveis fisiológicas e comportamentais de fêmeas Zebu

Não foi observada diferença para os sinais clínicos de vacas submetidas à IATF entre os

diferentes tratamentos, contudo foi observado restrição comportamental para apresentação do cio. Os

resultados clínicos apresentados são coerentes aos apresentados por Cunninghan (1999) o qual ainda

esclarece que essa é uma característica de animais homeotérmicos saudáveis em condições térmicas

ambientais branda ou moderada.

CONCLUSÃO: A temperatura retal não foi influenciada pela condição de exposição ao estresse

térmico, demonstrando que a capacidade de termorregulação é satisfatoriamente eficiente para as

condições do estudo. A taxa de fertilidade não foi alterada nas diferentes condições do estudo,

possivelmente em decorrência da modificação fisiológicas em âmbito de ambiência uterina,

motilidade de tubas e qualidade celular. Animais expostos à condição de estresse, reduzem a

apresentação dos sinais de cio, dificultando a identificação da qualidade da sincronização de estro.

Ainda são necessários mais estudos para elucidar as mudanças fisiológicas que comprometem a

eficiência reprodutiva em vacas submetidas a estresse térmico.

REFERÊNCIAS

BARBOSA, C. F. et al. Inseminação artificial em tempo fixo e diagnóstico precoce de gestação em

vacas leiteiras mestiças. Revista Brasileira de Zootecnia. v. 40, n. 1, p. 79-84, 2011.

BARION, M. R. L; SILVA, H. C; FERREIRA, S. G. C. A importância e os tipos de sombras

utilizadas para bovinos a pasto. In: Encontro Internacional de Produção Científica Cesumar, 2012,

Maringá. Anais eletrônicos...Paraná: CESUMAR.

BARUSELLI, P. S. et al. Dinâmica folicular em búfalas submetidas à sincronização da ovulação para

inseminação artificial em tempo fixo. Arq. Da Faculdade de Veterinária UFRGS, Porto Alegre, v.

27, p. 210, 1999.

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106

CUNNINGHAM, J. G. Tratado de fisiologia veterinária, 4ª Edição, Rio de Janeiro: Editora Guanabara Koogan S,A., 1999, 528p.

FERREIRA, M. C. N. et al. Impacto da condição corporal sobre a taxa de prenhez de vacas da raça

nelore sob regime de pasto em programa de Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF). Semina:

Ciências Agrárias, Londrina, v. 34, n. 4, p. 1861-68, 2013.

FERREIRA, R. A. Maior produção com melhor ambiente para aves, suínos e bovinos. Viçosa:

Aprenda Fácil, 2005.

MCMANUS, C. et al. Componentes reprodutivos e produtivos no rebanho de corte da Embrapa

Cerrados. Revista Brasileira de Zootecnia, v. 31, n. 2, p. 648-57, 2002.

OLIVEIRA JUNIOR, R. C de et al. Zoneamento agroecológico no município de Tracuateua, Estado

do Pará. Belém: Embrapa Amazônia Oriental, 1999. p45. (Embrapa Amazônia Oriental.

Documentos, 15).

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107

DIAGNÓSTICO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS PRODUZIDOS NO MERCADO CENTRAL

DE SANTARÉM – PA

30Yash Brendo Pereira Coelho Guimarães 1

[email protected] 31Isabel Cristina Tavares Martins2

Andre Luiz Teixeira Dalagnol1

Igor Moraes de Miranda1

Edson Pereira dos Reis2

RESUMO: A destinação inadequada de Resíduos Sólidos e a falta de gerenciamento representam uma preocupação

crescente na sociedade, visto que o crescimento das populações gera o aumento do consumo de alimentos e

consequentemente aumenta essas demandas. Nesta perspectiva, a pesquisa apresenta um Plano de Gerenciamento dos

Resíduos Sólidos gerados pelas atividades comerciais desenvolvidas no Mercado Público, como base para a Elaboração

do Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos. O Mercado está localizado no município de Santarém-Pa, onde

desenvolve atividades com a comercialização de frutas, verduras, carnes, frios, lanches, artesanatos e diversos. A

metodologia abrange a aquisição dos dados através de aplicação de questionários, entrevistas in loco nos órgãos

responsáveis pelo mercado - para identificação dos resíduos gerados por meio da observação -, registros fotográficos,

diálogos e/ou entrevistas com feirantes e terceirizados do empreendimento. Deste modo, além de apresentar o Diagnóstico

dos Resíduos Sólidos do Mercado Público, a pesquisa contribui com o gerenciamento dos resíduos provenientes do

funcionamento do empreendimento possibilitando a identificação do material a ser gerenciado de forma eficiente.

PALAVRAS CHAVE: RESÍDUOS SÓLIDOS, MERCADOS PÚBLICOS, GERENCIAMENTO.

INTRODUÇÃO: Dentre os vários problemas enfrentados pela sociedade atual encontra-se a

destinação final dada aos resíduos sólidos que tem ocupado lugar de grande visibilidade no que se

refere a tentativa em solucioná-la. Esses resíduos são produzidos diariamente por todos os setores da

sociedade (Fábricas, comércio, residências, feiras livres e outros) e apresentam em sua grande maioria

uma destinação final incorreta, responsável pela degradação dos ambientes urbanos e dos recursos

naturais, suas principais causas residem a falta de políticas de planejamento no âmbito municipal,

bem como de verba e informação (VAZ, 2003).

Segundo a Lei 12.305, de agosto de 2010, entende-se por Resíduos Sólidos todo: “material,

substância, objeto ou bem descartado resultante de atividades humanas em sociedade, a cuja

destinação final se procede, se propõe proceder ou se está obrigado a proceder, nos estados sólido ou

semissólido, bem como gases contidos em recipientes e líquidos cujas particularidades tornem

inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou em corpos d’água, ou exijam para isso

soluções técnica ou economicamente inviáveis em face da melhor tecnologia disponível.”

A Política Nacional de resíduos Sólidos classifica os resíduos sólidos, onde dentre eles pode-

se enquadrar quanto a sua origem os resíduos de limpeza urbana: os originários da varrição, limpeza

de logradouros e vias públicas e outros serviços de limpeza urbana.

30

1 Graduanda(o) do Curso de Agronomia pelo Centro Universitário Luterano de Santarém.

31

2 Professor do Curso de Agronomia do Centro Universitário Luterano de Santarém.

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Segundo GOUVEIA (2012) a poluição causada por resíduos sólidos pode ser caracterizada

como uma alteração das características naturais de um ambiente, que no caso dos mercados e feiras

livres, pode ser facilmente observada pelos sentidos olfativo e visual, além das possíveis

contaminações causadas pelos mesmos. Por apresentarem uma permanente produção de resíduos

sólidos em seus vários setores de venda, que são gerados desde a sua recepção e organização dos

alimentos até a venda para os consumidores além do consumo dos alimentos prontos como comidas,

doces e etc, estes são potenciais geradores de resíduos.

Quanto ao gerenciamento dos resíduos sólidos, ainda segundo a lei 12.305 (2010), trata-se do

conjunto de ações que envolvem as etapas de coleta, transporte, transbordo, tratamento, destinação e

disposição final, ambientalmente adequada, dos resíduos sólidos e rejeitos e devem estar embasadas

no Plano de Gerenciamento de Resíduos do município. Segundo SANTOS (2014) e LOPES (2006)

o plano de gerenciamento deve conter etapas que reúnem ações para implantação, descrição do

empreendimento, definição de procedimentos operacionais, apresentação de responsáveis por tais

etapas, as metas e procedimentos para minimização da geração de resíduos sólidos, a realização do

diagnóstico dos resíduos sólidos gerados ou administrados, contendo sua origem, volume e

caracterização, etapa atendida neste artigo, onde o conhecimento do material a ser administrado,

torna-se essencial para implantação de um Sistema de Gerenciamento de Resíduos Sólidos.

A pesquisa teve como objetivo elaborar um plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos para

o mercado municipal (Mercadão 2000) situado no município de Santarém-Pa, através da identificação

dos resíduos gerados pelas atividades realizadas no empreendimento, classificá-los quanto à origem

e periculosidade e identificar a quantidade de resíduos sólidos geradas. De modo a contribuir com a

sustentabilidade do empreendimento, com reflexos diretos na melhoria do Gerenciamento de

Resíduos Sólidos em Mercados Públicos.

MÉTODO: O estudo foi realizado na cidade de Santarém, localizada na região norte do Brasil,

mesorregião do Baixo Amazonas e microrregião de Santarém.

A pesquisa quantitativa e qualitativa foi realizada nas instalações do Mercado Público

Municipal (Mercadão 2000) localizado na Avenida Tapajós, bairro Laguinho, no município de

Santarém/Pa.

Os dados foram coletados durante o ano de 2017, entre os meses de maio e junho, realizado

in loco através de questionários e registros fotográficos, aplicados aos feirantes em geral (vendedores

e produtores de frutas, verduras, pescados e carnes) sobre as condições de trabalho, transporte e

armazenamento dos produtos, bem como a destinação final dos resíduos vegetais, além de entrevista

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com o presidente de uma das associações dos feirantes. Os registros tiveram por objetivo de mostrar

como o mercado organiza e comercializa seus produtos para a população.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os dados registrados pela secretaria de infraestrutura do

município de Santarém, não categoriza as coletas das feiras livres e mercados de modo que possamos

analisar a produção do resíduo na fonte geradora. Para isso fez-se necessário o acompanhamento

semanal das atividades in loco através de entrevistas e registros fotográficos afim de investigar

qualitativamente os resíduos gerados.

Foram analisados os dados qualitativos dos resíduos gerados, a destinação deste material e as

quantidades dos diferentes tipos de resíduos (orgânicos, plásticos, papel, madeira e etc) em relação

ao total recolhido.

A análise quantitativa mostrou que ocorre desperdício dos produtos, principalmente de frutas

e verduras, visto que o local de armazenamento e as bancas de exposição não são adequados para a

conservação do bom estado dos alimentos, apresentando falta de higiene e a exposição direta do sol

em alguns setores da feira, favorecendo o desperdício dos alimentos. Desse modo o estudo aponta

que o mercado central (mercadão 2000) gera um volume considerável de resíduos sólidos

abrangendo, carcaças e peles de peixes, ossos de animais, restos de legumes, frutas e verduras.

Observou-se que não há uma gestão eficiente dos resíduos vegetais, visto que os mesmos são

destinados de forma inadequada diretamente para o lixão do Perema.

CONCLUSÃO: O mercado central de Santarém-PA (mercadão 2000) gera um volume considerável

de resíduos sólidos incluindo orgânicos e não orgânicos que são destinados inadequadamente para o

lixão municipal. Uma parte desses resíduos poderia ser reaproveitado para compostagem orgânica,

ao exemplo de alguns projetos já consolidados em Santarém, como é o caso do HRBA (hospital

regional do baixo Amazonas) diminuindo os impactos causados pela disposição desordenada destes

resíduos, utilizando-os como composto orgânico nas hortas. Esses resíduos também contribuem para

a geração de gases poluentes no lixão, pela decomposição dessa matéria orgânica (CUNHA, 2002).

Essa forma de disposição inadequada de resíduos orgânicos provoca a depreciação da paisagem e

atrai vetores como moscas, formigas, baratas, ratos e mosquitos, entre outros. Uma gestão adequada

desses resíduos orgânicos se faz necessária, através de coleta seletiva, além de melhores condições

de armazenamento dos seus produtos para que durem por mais tempo e, consequentemente, gerem

menos resíduos.

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REFERÊNCIAS

CUNHA, V.; CAXIETA FILHO, J. V.; Gerenciamento da coleta de Resíduos sólidos urbanos:

estruturação e aplicação de modelo não-linear de programação por metas. Gestão & Produção, v.9,

n.2, p.143-161, ago. 2002.

GOUVEIA, N. Resíduos sólidos urbanos: impactos socioambientais e perspectiva de manejo

sustentável com inclusão social. Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo – 2012.

MMA - MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. Manual para implantação de compostagem e de

coleta seletiva no âmbito de consórcios públicos. Brasília- DF, 2010.

LOPES, L. Gestão e gerenciamento integrado dos resíduos sólidos urbanos. Dissertação

(Programa de pós-graduação em geografia humana), Universidade do estado de São Paulo, 2006.

SANTOS, A. T. L.; HENRIQUE, N. S.; SCHLINDWEIN, J. A.; FERREIRA, E.; STACHIW, R.

Aproveitamento da fração orgânica dos resíduos sólidos urbanos para produção de composto

orgânico. Revista Brasileira de Ciências da Amazônia. v. 3, n. 1, p. 15-28. Universidade Federal

de Rondônia. RO. 2014.

VAZ, L. M. S.; COSTA. B. N.; GUSMÃO, O. da S.; AZEVEDO, L. S. Diagnóstico dos Resíduos

Sólidos Produzidos em na Feira Livre: O Caso da Feira de Tomba. Sitientibus, Feira de Santana,

n. 28, p. 145-159, 2003.

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DISPONIBILIDADE DE CÁLCIO E MAGNÉSIO EM SOLO, SOB DIFERENTES

CULTIVOS NO PLANALTO SANTARENO

32Elen Kercy Siqueira da Cruz1

Maria Albetiza Alves1

Juliano Gallo2

Raimundo Cosme de Oliveira Junior3

Darlisson Bentes dos Santos4

[email protected]

RESUMO: A camada superficial do solo é o meio físico onde ocorre grande parte das reações físicas, químicas e

biológicas que envolvem as plantas. A solução do solo é água que se concentra nos poros do solo, onde estão presentes

íons suscetíveis à absorção pelas raízes dos vegetais. Os elementos Cálcio (Ca) e Magnésio (Mg) são essenciais às culturas

agrícolas pois possuem funções relevantes no ciclo químico e biológico dos mesmos. O presente trabalho objetivou

verificar a disponibilidade de Ca e Mg na solução do solo, utilizando lisímetros e na parte sólida do solo, utilizando o

trato holandês para retirada de amostras em campo. Quatro parcelas distintas foram amostradas, sendo: área com plantio

de milho, plantio de mandioca, pousio (capoeira de 5 anos) e, plantio de soja. As maiores disponibilidades de Ca no solo

foram percebidas na área de milho (940 mg.dm-3) e na solução do solo na área de soja (110 mg.dm-3) e; as maiores

disponibilidades de Mg no solo na área de mandioca (228 mg.dm-3) e na solução do solo na área do milho (150 mg.dm3).

PALAVRAS-CHAVE: FERTILIDADE DO SOLO, NUTRIENTES.

INTRODUÇÃO: Para o crescimento e desenvolvimento das plantas, é imprescindível a

disponibilidade de água, para suprir às exigências das mesmas. De acordo com Primavesi (2002) as

plantas vivem em parte no solo e parte no ar, sendo que nenhuma delas é mais importante que a outra,

visto que, a raiz é responsável pela retirada de água, nutrientes e oxigênio do solo, e as folhas captam

do ar, o gás carbônico e energia.

Conforme Miranda (2002), o solo é denominado a camada externa onde é agricultável, tendo

sua origem através de ações físicas, químicas e biológicas, de formação natural através da rocha

matriz. Segundo Raij (1991) e Schwarzbach (2005), o solo é composto por uma massa porosa

possuindo espaço vazio preenchido por água, esta água é denominada de solução do solo, que contem

diversas substâncias minerais e orgânicas, bem como nutrientes e elementos tóxicos absorvíveis pelas

plantas. Considerando que a absorção dos nutrientes depende da sua forma disponível na solução de

solo, a obtenção desses teores é frequentemente confundida com a quantidade de solutospresentes no

solo. Assim, torna evidente a importância da verificação da disponibilidade dos nutrientes absorvidos

pelas plantas.

O objetivo deste trabalho foi verificar as disponibilidades de Ca e Mg em quatro distintas

áreas de cultivo, tais como, áreas com plantio de milho, mandioca, soja e uma área de pousio

denominada capoeira.

1Eng. Agr., Centro Universitário Luterano de Santarém- CEULS/ULBRA. 2Msc., Eng. Agr., Centro Universitário Luterano de Santarém- CEULS/ULBRA. 3Dr., Eng. Agr., Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – EMBRAPA. 4Msc., Eng. Agric., Centro Universitário Luterano de Santarém- CEULS/ULBRA. 32

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MATERIAIS E MÉTODOS: A área de estudo está localizada no município de Santarém/PA, com

coordenadas geográficas 02°59’10’’ (S) e 54°49’17’’ (W). O solo predominante é o Latossolo

Amarelo Distrófico Álicos (VENTURIERI, 2007). Segundo Oliveira Junior e Corrêa (2001),

apresentam escassez nos nutrientes essenciais ao ciclo de vida dos vegetais normalmente as

profundidades mais superficiais apresentam os teores de bases mais altos.

As coletas de solução do solo e do solo foram realizadas (março) em quatro áreas planas na

mesma propriedade, sendo: 1) “roça de toco” com cultivo de milho (18 m2), sem adubação e calagem,

onde somente foram realizadosos ciclos de cultivo nos dois últimos anos, sendo milho, seguido com

arroz, anterior à estas, a área apresentava capoeira com 10 anos; 2) “roça de toco” com ciclo de cultivo

de mandioca (20 m2), anteriormente ciclosde cultivo com milho, sem tratamento com calagem e

adubação, somente a derruba e posterior queima; 3) vegetação secundária em pousio ou capoeira (30

m2) há 5 anos e; 4) cultivo de soja mecanizada (16 m2), submetida a calagem, também foram

cultivados milho e arroz em “roça de toco”,antiga pastagem.

Para extrair a solução do solo foram instalados Lisímetros do tipo cápsula porosa. Os

equipamentos foram distribuídos ao acaso dentro de cada área, sendo 4em cada uma,com

profundidades distintas (0,1,0,2,0,4 e 0,9 m) e três repetições, totalizando 12 lisímetros.Em cada área

de estudo os equipamentos foram alocados em um conjunto entre linhas dos cultivos. Na área de

capoeira foram colocados em dois grupos de seis equipamentos ao acaso (Figura 1).

Figura 1. Lisímetros nas áreas: milho (a); capoeira (b); mandioca (c) e; soja (d). Fonte: Autor.

As coletas do solo foram realizadas nas mesmas áreas da anterior. O trado holandês foi

utilizado para coletar as amostras simples nas mesmas profundidades. Quatro amostras simples foram

misturadas, formando uma composta por profundidade (Figura 2). As amostras coletadas em campo

foram levadas ao laboratório de solos do CEULS. O método de extração de Mehlich1, foi usado para

verificar o P disponível no solo. Para as análises (solução do solo e solo), foi usado o Photometer HI

83200. Vale ressaltar que os dados estatisticamente descritivos nortearam a discussão da pesquisa.

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113

Figura 2. Coleta das amostras de solos em distintas profundidades (a); mistura das amostras simples

(b); amostras coletadas e identificadas (c) e; coleta de solo próxima aos lisímetros (d). Fonte: Autor.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: A quantidade de cátions retidos na superfície das argilas,

destacados por Gomes&Filizola (2006), associam o Ca e Mg como favorecedores do aumento da

produtividade. Os dados mais destacados foram relativos às duas primeiras profundidades (0,1 e 0,2

m). Na área da mandioca, a maior disponibilidade de Ca no solo (560 mg.dm-3) ocorreu aos 0,1 m;

na área do milho o valor de Ca (940 mg.dm-3) no solo chamou a atenção por ser 3,13 vezes maior que

a segunda profundidade de 0,2m.

Na área de pousio, denominada também de capoeira, o valor mais significativo com 0,1 m,

em termos de disponibilidade foi o Ca (140 mg.dm-3). Apenas na solução do solo na oferta de Mg (5

mg.dm-3) aos 0,2 m o valor foi menor. Na soja os valores mais significativos são de Ca (360 mg.dm3)

e Mg (108 mg.dm-3) no solo (Tabela 1).

CONCLUSÃO: A relação entre matéria orgânica e disponibilidade dos nutrientes (Ca e Mg) nas

primeiras camadas (0,1 e 0,2 m) são maiores, considerando interações físicas e químicas. A capoeira

apresentou os menores valores acumulados nos primeiros 0,2 m de profundidade.

Tabela 1 - Médias dos teores de Ca e Mg, em mg.dm-3 na solução do solo e no solo nas áreas de

plantio e pousio (capoeira), em distintas profundidades.

MA

ND

IOC

A Ca Mg

MIL

HO

Ca Mg

Prof. (m) Solução Solo Solução Solo Solução Solo Solução Solo

0,1 36 560* 5 228 60 940* 150 156

0,2 38 180 5 84 70 300 5 120

0,4 30 100 5 - 40 100 4 12

0,9 26 80 5 12 25 60 9 24

CA

PO

EIR

A Ca Mg

SO

JA

Ca Mg

Prof. (m) Solução Solo Solução Solo Solução Solo Solução Solo

0,1 37 140* 6,0 60 110 360* 5 108*

0,2 40 80 5,0** 72 32 200 8 48

0,4 37 60 6,0 36 43 120 6 24

0,9 24 60 10,0 24 21 80 8 36

* Valores com maiores disponibilidades (solução do solo e solo); ** Valores com menores disponibilidades (solução

do solo e solo).

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114

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115

EFEITO DE SISTEMAS DE MANEJO SOBRE A DENSIDADE GLOBAL EM

LATOSSOLO AMARELO MUITO ARGILOSO EM PARAGOMINAS-PA

33 Hugo da Silva Alves1

Paulo Ferreira Rodrigues Neto1

Raimundo Cosme de Oliveira Junior2

[email protected]

Eduardo Jorge Maklouf Carvalho3

Darlisson Bentes dos Santos4

RESUMO: O estudo foi desenvolvido no município de Paragominas-PA, com o fim de verificar os efeitos de sistemas

de manejo sobre algumas propriedades físicas de um Latossolo Amarelo muito argiloso. As amostras foram coletadas em

seis profundidades (0-0,10, 0,10-0,20, 0,20-0,30, 0,30-0,40, 0,40-0,60 e 0,60-0,80 m), diante dos seguintes sistemas de

manejo: MATA – área de mata nativa; PAST – área de pastagem; SPC Sistema de plantio convenciona e SPD – Sistema

de plantio direto e o parâmetro avaliado foi a densidade global. Com base nos resultados, concluiu-se que este atributo

físico do solo não foi alterado de forma positiva pela matéria orgânica do sistema de plantio direto. Desta forma infere-

se que a densidade global é um importante indicador para avaliar a qualidade do solo, verificada pelas consideráveis

alterações apresentadas pelos sistemas de manejo.

PALAVRAS-CHAVE: FÍSICA DO SOLO, SISTEMAS DE MANEJO, DENSIDADE GLOBAL DO SOLO.

INTRODUÇÃO: O município de Paragominas-PA se diferencia dos demais da região pelo seu

investimento em alto nível tecnológico na agricultura, porém ainda predomina o modelo de cultivo

tradicional ou convencional, como ocorre na maioria dos municípios paraenses. Este modo de cultivo

caracteriza-se pela utilização de práticas de manejo geralmente inadequadas como, desmatamento

generalizado, uso intensivo de máquinas e insumos químicos e predominância do monocultivo,

ocasionando a perda da cobertura vegetal, perda de matéria orgânica e erosão no solo, tornando-se

um grave problema ambiental e econômico, difícil de ser mensurado (Alves, Carvalho & Silva, 2014).

Desta forma, é de suma importância que sejam desenvolvidos estudos relativos a produção

sustentável de alimentos onde, o solo como principal ferramenta para esta produção, seja tratado de

modo em que não resulte em exaustão de nutrientes e não perca sua qualidade física e química.

Neste contexto, destaca-se o sistema de plantio direto que se caracteriza por ser um processo

de semeadura em solo sem revolvimento, onde a semente é colocada em sulcos ou covas, com largura

e profundidade suficientes para a adequada cobertura e contato delas com a terra. Neste sistema de

cultivo, mantem-se o solo coberto através da palhada formada pela cultura anteriormente plantada. O

mesmo auxilia na manutenção da matéria orgânica, protege contra erosão, proporciona um

melhoramento químico e restruturação física do solo, promove a reciclagem de nutrientes, a

1 Academicos Agronomia, Ceuls/Ulbra, Santarém-PA, [email protected] ; 2Dr. Embrapa Amazonia Oriental, Ceuls/Ulbra, Santarém-PA; 3Dr. Embrapa Amazonia Oriental, Belém-PA; 4MSc. Prof. Ceuls/Ulbra, Santarém-PA.

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116

preservação da matéria orgânica e o desenvolvimento de macro e microorganismos responsáveis pela

vida dos solos.

Os atributos físicos do solo apresentam-se como importantes indicadores de sua qualidade.

Desta forma, o objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito de diferentes sistemas de manejo sobre a

propriedade física densidade global de um Latossolo Amarelo muito argiloso no município de

Paragominas-PA.

MATERIAIS E MÉTODOS: O estudo foi realizado no segundo semestre de 2015 em área

experimental localizada no município de Paragominas ao sudeste do estado do Pará, situado a 2º 59’

S e 47º 21’ O, com altitude média de 89 m. O município apresenta clima do tipo Aw, segundo a

classificação de Köppen, com regime pluviométrico por volta de 1.743 mm, 85% de umidade relativa

do ar e temperatura média de 26,3 ºC (Alves, Carvalho & Silva, 2014). O município ainda apresenta

um período de estiagem que vai de julho a novembro. O tipo de solo predominante no local é o

Latossolo Amarelo, de textura muito argilosa, e baixa fertilidade natural, porém com boas

características físicas (EMBRAPA 2006; Alves, Carvalho & Silva, 2014).

A amostragem foi realizada sob quatro sistemas diferentes de manejo do solo: PD – Sistema de

Plantio Direto – Soja (Glycine max); PC – área de plantio convencional de Soja (Glycine max); PAST

– área de pastagem do gênero Capim-Braqueirão (Brachiaria brizantha cv. Mandaru), com a presença

de gado; MATA – Fragmento de Floresta Nativa (Floresta Ombrófila Densa). Para cada sistema

foram coletadas amostras de solo (deformadas e indeformadas) nas profundidades 0-10; 10-20; 20-

30; 30-40; 40-60 e 60-80 cm.

As amostras indeformadas de solo foram obtidas em anel volumétrico com aproximadamente

100 cm3 de volume interno, com 3 (três) repetições para cada tratamento e profundidade, perfazendo

72 (setenta e duas) amostras. Foi analisada a variável densidade global do solo (Dg).

Adotou-se o delineamento inteiramente casualisado e a significação dos dados foi determinada

pelo teste de Scott-Knott, a 5% de significância, com auxílio do programa estatístico SISVAR.

(Ferreira 2011).

RESULTADOS E DISCUSSÃO: A Tabela 1 apresenta os resultados médios das variáveis

densidade global do solo (Dg).

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117

Tabela 1. Valores médios da Densidade global do solo (Dg), em kg dm-3, em diferentes

profundidades, para os sistemas de manejo estudados no município de Paragominas-PA.

Sistema Prof. Dg

m kg dm-3

MATA

0-0,10

1,01aA

PAST 1,25cC

SPC 1,08aB

SPD 1,28aC

Média 1,15

MATA

0,10-0,20

1,18bB

PAST 1,17cB

SPC 1,07aA

SPD 1,25aC

Média 1,17

MATA

0,20-0,30

1,20 bC

PAST 1,09bA

SPC 1,16bB

SPD 1,29aD

Média 1,18

MATA

0,30-0,40

1,23bA

PAST 1,21cA

SPC 1,19bA

SPD 1,25aA

Média 1,22

MATA

0,40-0,60

1,22bA

PAST 1,19cA

SPC 1,19bA

SPD 1,22aA

Média 1,20

MATA

0,60-0,80

1,29cC

PAST 1,02aA

SPC 1,20bB

SPD 1,22aB

Média 1,18 Médias seguidas por letras minúsculas iguais, entre profundidades, na coluna, e maiúscula na coluna, entre tratamentos,

não diferem estatisticamente entre si, pelo teste de Scott knott (5 % de significância).

Os resultados de densidade do solo (Dg), apresentados na Tabela 1, variaram de 1,01 a 1,25

kg.dm-3. Observa-se que houve diferença estatística significativa pelo teste de Scott-Knott a 5% de

probabilidade para esta variável, com exceção das profundidades que vão dos 30 aos 60 cm.

Comparando-se os tratamentos nas profundidades estudadas, observa-se que nas áreas de MATA e

PAST, ocorreram menores valores de Dg, na ordem de 1,01 (0 a 10 cm) e 1,02 kg.dm-3 (60 a 80 cm),

respectivamente, enquanto que, maiores valores foram observados na camada de 20 a 30 cm do SPD

e nas camadas de 60 a 80 cm da área de MATA. Observa-se, também, que, maiores valores de Dg

foram seguidos de baixos teores de MO, o que evidencia a relação inversa entre as mesmas. Matias

et al. (2012), também relatou valores de Dg maiores em solos cultivados em comparação a áreas de

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118

mata, demonstrando que os maiores valores desta variável em áreas cultivadas podem estar

relacionados diretamente a perda de MO. A camada mais superficial da área sob PAST (0 a 10 cm),

apresentou um maior valor de Dg da ordem de 1,25 kg.dm-3, porém com alto teor de MO no solo. Em

contrapartida, nas camadas mais profundas (60 a 80 cm) desta área, a Dg chegou a 1,02 kg.dm-3.

Resultados semelhantes foram observados por Gazolla et al. (2013), os quais atribuíram este resultado

ao efeito do pisoteio nas pastagens pelo gado. A mesma situação de aumento da densidade pode ser

visualizada no SPD. É importante ressaltar que a Dg foi considerada alta em quase todas as camadas

estudadas neste sistema de plantio e apresentou teores consideráveis de MO em todas as

profundidades. Neste sistema de produção, restos de cultura são utilizados principalmente para

manter a temperatura e humidade do solo, proteger contra processos erosivos e ainda fornecer matéria

orgânica para o solo.

Reichert et al. (2003) afirmam que as atividades agrícolas que utilizam máquinas e envolvam

mobilização constante, alteram a estrutura do solo modificando suas condições que são determinantes

para o desenvolvimento de raízes. Ainda segundo os autores, as principais consequências são a

agregação e a compactação. Os solos com altos teores de argila apresentam ainda uma maior

tendência ao processo de compactação e resistência a descompactação. Desta forma a Dg pode

permanecer alta mesmo com valores significativos de MO.

Estes dados estão relacionados aos menores valores de Dg obtidos nas profundidades,

demonstrando a correlação negativa existente entre essas duas variáveis. Porém a área submetida ao

SPD apresentou um comportamento atípico, onde os valores de porosidade total acompanham os

maiores valores de densidade.

CONCLUSÕES:

Os maiores valores de densidade foram seguidos de baixos teores de matéria orgânica,

evidenciando a relação inversa entre estas duas propriedades físicas.

Os atributos físicos do solo são importantes indicadores para avaliar a qualidade do solo,

verificada pelas consideráveis alterações da densidade.

REFERÊNCIAS

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Paragominas, PA. – Belém, PA: Embrapa Amazônia Oriental, 2014.

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produtividade de soja. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, V. 39, n. 6, p. 581-8, 2004.

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EFEITO DE SISTEMAS DE MANEJO SOBRE EMISSOES DE GASES DE EFEITO

ESTUFA EM CULTURA DA SOJA NO MUNICPIO DE MACAPÁ-AP

34

Raimundo Cosme de Oliveira Junior¹

[email protected]

Quezia Leandro Moura Guerreiro4

Daniel Rocha de Oliveira2

Nagib Jorge Melem Junior 3

Rogerio Machado Alves3

RESUMO: A emissão de gases de efeito estufa é considerado um dos maiores causadores do aquecimento global e o

Brasil, através da Embrapa, está empenhado em cumprir as metas acordadas de efetuar o inventario das emissões de N2O,

CH4 e CO2, através de três grandes projetos: Pecus (pecuária), Saltus (florestas) e Fluxus (grãos). O objetivo deste trabalho

foi avaliar o efeito de diferentes sistemas de manejo, cultivado com soja, sobre as emissões de gases (N2O, CO2 e CH4)

em Latossolo Amarelo argiloso no município de Macapá, área de cerrado. A metodologia utilizada consistiu de

amostragem através de câmaras estáticas e analise por cromatografia gasosa. Os resultados mostraram não haver

diferenças entre sistemas e, entre períodos de cada sistema para o oxido nitroso, houve significância no sistema

convencional; houve diferenças para metanos entre períodos, no sistema convencional. Concluiu-se que o plantio direto

e o convencional não apresentaram diferenças nas emissões de oxido nitroso nas condições do município de Macapa-AP,

utilizando-se a cultura do milho, neste período de estudo.

PALAVRAS-CHAVE: ÓXIDO NÍTRICO, METANO, GÁS CARBÔNICO.

INTRODUÇÃO: O aumento das emissões dos gases dióxido de carbono (CO2), óxido nitroso (N2O)

e metano (CH4) é um dos principais problemas ambientais da atualidade. Cerri & Cerri (2007)

informaram que a atividade agrícola no Brasil representa 75%, 91% e 94% das emissões totais de

CO2, CH4 e N2O, respectivamente.

A forma de plantio adotada pode influenciar no papel das áreas agricultáveis como fonte ou

sumidouro dos gases do efeito estufa. O sistema plantio direto, por exemplo, é considerado uma

alternativa para reduzir a emissão de CO2 e CH4 (Amado et al., 200, Mosier et al., 2004,), uma vez

que as práticas de preparos convencionais como aração e gradagem acarretam em perdas de C do solo

devido as altas taxas de decomposição da matéria orgânica (Cerri et al., 2004).

O estudo de Passianoto et al. (2003), na região central do estado de Rondônia, com diferentes cultivos,

informa que no preparo do solo convencional houve aumento da emissão de CO2 em 37% nos

primeiros 2 meses, enquanto que no regime de plantio direto as emissões de CO2 se limitaram a 7%,

no mesmo período.

As emissões de CO2 e CH4 são oriundas de processos metabólicos aeróbios e anaeróbios,

respectivamente, realizados pelos microrganismos do solo (Moreira & Siqueira, 2006) e as de N2O

1 Dr. Embrapa Amazonia Oriental, Ceuls/Ulbra, Santarém-PA; [email protected] ; 2MSc. Prof Ceuls/Ulbra, Adepara, Santarém-PA; 3Dr. Embrapa Amapá, Macapa-AP; 4Dra ICTA/Ufopa, Santarém-PA.

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121

estão relacionadas com os processos de nitrificação e desnitrificação devido à fertilização nitrogenada

(Mosier et al., 2004).

A emissão de gases de efeito estufa é considerado um dos maiores causadores do aquecimento global

e o Brasil, através da Embrapa, está empenhado em cumprir as metas acordadas de efetuar o

inventario das emissões de N2O, CH4 e CO2, através de três grandes projetos: Pecus (pecuária), Saltus

(florestas) e Fluxus (grãos).

Assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito de diferentes sistemas de manejo em área de

cultivo de soja, sobre as emissões de gases (N2O, CO2 e CH4) no município de Macapá, estado do

Amapá.

MATERIAIS E MÉTODOS: O estudo foi realizado no ano de 2016 em área experimental

localizada no município de Macapá. O município apresenta clima do tipo Aw, segundo a classificação

de Köppen, com regime pluviométrico por volta de 1.743 mm, 85% de umidade relativa do ar e

temperatura média de 26,3 ºC (Rodrigues et al, 2000). O município ainda apresenta um período de

estiagem que vai de julho a novembro. O tipo de solo predominante no local é o Latossolo Amarelo,

de textura argilosa, e baixa fertilidade natural, porém com boas características físicas (Rodrigues et

al., 2000).

A amostragem foi realizada sob dois sistemas diferentes de manejo do solo: PD – Sistema de

Plantio Direto – Soja (Glycine max); PC – área de plantio convencional de Soja (Glycine max).

Para cada sistema foram coletadas amostras de gases, através de câmaras estáticas,

aleatoriamente distribuídas na área de plantio da cultura. Todas as coletas foram realizadas com 10

repetições (10 sacolas com 4 seringas cada).

Para as medidas de temperatura do solo, foi utilizado um termômetro digital do tipo Taylor que

foi introduzido no solo à profundidade de 2 cm, ao lado de cada uma das câmaras, o mesmo sensor

foi usado para fazer a leitura da temperatura do ar, à sombra, no momento da amostragem dos gases.

As intensidades das coletas foram divididas em 2 etapas: do plantio até 8 dias, diariamente (para

verificar o efeito dos fertilizantes) e a segunda, a cada semana, até a época da colheita.O procedimento

para análise e cálculo dos fluxos dos diferentes gases amostrados utilizou a metodologia descrita em

Oliveira Junior et al. (2015).

A análise dos dados foi efetuada utilizando-se o software Statistica 7.0 (Statsoft Inc.). A

normalidade foi testada e, quando necessário, os dados foram log transformados (N2O = log (N2O +

60), CH4= log (CH4 + 650), em µg m-2 h-1 (N2O e CH4), respectivamente. As diferenças foram testadas

por ANOVA one way e pelo teste de Tukey, com nível de probabilidade de 0.05. Regressão linear

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122

foi utilizada para investigar possíveis relações entre umidade e temperatura do solo e os fluxos dos

gases estudados.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: A Tabela 1 apresenta os resultados médios dos fluxos dos gases

CH4, CO2 e N2O e da temperatura do solo.

Tabela 1. Valores médios dos fluxos de CH4, do fluxo de N2O, e do CO2 (com erro padrão da

média), e da temperatura do solo, para os sistemas de manejo estudados, nos diferentes estádios de

desenvolvimento da cultura de soja, no município de Macapá-AP.

Sistema Estádio N2O ± SEM CO2 ± SEM CH4 ± SEM Temp

sOLWFPS µg-N m-2 h-1 mg-C m-2 h-1 µg-C m-2 h-1 C

Plantio Convencional

PC Period 1 -0,07±0,05a 24,21±110,97a 0,95±1,02a 27,5±0,8a

Period 2 -0,001±0,005b 128,12±57,27a 0,001±0,007b 27,2±2,0a

Total -0,0108 ±0,009 113,79±51,62 0,13±0,14 27,1±1,5

Plantio Direto

PD Period 1 -0,015±0,03a -2,70±14,45a -0,10±0,09a 26,5±0,4a

Period 2 -0,002±0,004a 78,63±33,42a -0,01±0,007a 27,2±1,3a

Total -0,004±0,006 67,54±29,06 -0,006±0,01 27,1±1,2 Médias seguidas por letras iguais, na coluna, entre períodos, não diferem estatisticamente entre si, pelo teste de Tukey (5

% de significância). SEM= erro padrão da média.

No caso do óxido nitroso (N2O), verificou-se que, no sistema convencional, o mesmo

apresentou média de fluxo de -0,0108 ± 0,009 µg-N m-2 h-1, com acréscimo entre o período 1 (do

plantio até 8 dias após essa operação) e o período 2 (Tabela 1). Já no sistema de plantio direto, esta

média se elevou para 0,004±0,006 µg-N m-2 h-1, seguindo o mesmo padrão entre os períodos como

no sistema convencional.

O gás carbônico (CO2) apresentou média de 113,79±51,62 mg-C m-2 h-1, com valores de

24,21±110,97 mg-C m-2 h-1 no período 1, aumentando para 128,12±57,27 mg-C m-2 h-1. No sistema

de plantio direto, a média geral foi de 67,54±29,06 mg-C m-2 h-1, com -2,70±14,45 mg-C m-2 h-1 no

período 1 e 78,63±33,42 mg-C m-2 h-1 no período 2 (Tabela 1).

As medições de metano (CH4) foram realizadas no mesmo período que as de óxido nitroso, e

nos mesmos sistemas. No sistema de plantio convencional, a média de fluxo de metano encontrada

foi de 0,13±0,14 µg-C m-2 h-1, com período 1 apresentando emissão de 0,95±1,02 µg-C m-2 h-1,

decrescendo para 0,001±0,007 µg-C m-2 h-1 no período 2. Nas condições do sistema de plantio direto,

a média do fluxo de metano foi de -0,006±0,01 µg-C m-2 h-1, também com valores decrescendo do

período 1 (-0,10±0,09 µg-C m-2 h-1) para o período 2 (-0,01±0,007 µg-C m-2 h-1) (Tabela 1).

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123

A temperatura do solo, no sistema convencional, apresentou valor médio de 27,1±1,5 C, com

variação decrescente de somente um grau Celsius entre o período 1 e o período 2 (Tabela 1). No

sistema de plantio direto, o valor médio encontrado foi de 27,1±1,2 C, com aumento de 1,5 C entre o

período 1 e o período 2 (Tabela 1).

A frequência da amostragem foi importante para avaliar os efeitos dos dois sistemas de cultivo

de soja sobre as emissões de N2O e CH4. Também, os preparos de solo, a alta temperatura e a alta

precipitação representaram uma única oportunidade de medir as emissões desses gases na interface

solo-atmosfera (Oliveira Junior et al., 2015)

Com respeito ao fluxo de N2O, não houve diferenças significativas entre os sistemas de plantio

convencional e plantio direto, nem mesmo dentro dos períodos de cada um desses sistemas (Tabela

1), resultados esses que discordam daqueles encontrados por Oliveira Junior et al. (2015), Yang &

Cai (2005); Ciampitti et al. (2005) e Ciampitti et al. (2007), mesmo considerando a grande

disponibilidade de N durante o período 1, o que pode ser associado com as boas condições para

atividades de bactérias de nitrificação e denitrificação (Firestone & Davidson, 1989). Escobar et al.

(2010) encontraram que as emissões de N2O depois da colheita da cultura de soja foram 3x maiores

em plantio direto do que em sistema convencional, fato este que corrobora os resultados aqui

mensurados.

No presente estudo, o sistema de plantio convencional apresentou variação significativa entre

os períodos (Tabela 1), o que demonstra a importância da incorporação de resíduos vegetativos antes

do próximo ciclo de cultivo, o que favorece a acumulação de C e, assim, permitindo maiores fluxos

de CH4 (Watanabe, 1999).

CONCLUSÕES:

Houve diferença estatística nos fluxos de oxido nitros, entre períodos, no sistema de plantio

convencional;

Os fluxos de metano apresentaram diferenças entre períodos no sistema de plantio

convencional;

Não houve diferença entre os fluxos de CO2, entre os sistemas nem entre os períodos de plantio.

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125

EFEITO DE SISTEMAS DE MANEJO SOBRE EMISSOES DE GASES DE EFEITO

ESTUFA EM CULTURA DO MILHO NO MUNICPIO DE MACAPÁ-AP

35Raimundo Cosme de Oliveira Junior¹

[email protected]

Quezia Leandro Moura Guerreiro4

Daniel Rocha de Oliveira2

Nagib Jorge Melem Junior 3

Rogerio Machado Alves3

RESUMO: A emissão de gases de efeito estufa é considerado um dos maiores causadores do aquecimento global e o

Brasil, através da Embrapa, está empenhado em cumprir as metas acordadas de efetuar o inventário das emissões de N2O,

CH4 e CO2, através de três grandes projetos: Pecus (pecuária), Saltus (florestas) e Fluxus (grãos). O objetivo deste trabalho

foi avaliar o efeito de diferentes sistemas de manejo, cultivado com milho, sobre as emissões de gases (N2O, CO2 e CH4)

em Latossolo Amarelo argiloso no município de Macapá, área de cerrado. A metodologia utilizada consistiu de

amostragem através de câmaras estáticas e análise por cromatografia gasosa. Os resultados mostraram haver diferenças

entre sistemas para oxido nitroso. Concluiu-se que o plantio direto e o convencional não apresentaram diferenças nas

emissões de metano e gás carbônico, nas condições do município de Macapa-AP, utilizando-se a cultura do milho, neste

período de estudo.

PALAVRAS-CHAVE: ÓXIDO NÍTRICO, METANO, GÁS CARBÔNICO.

INTRODUÇÃO: O setor agrícola é um dos responsáveis pelo aumento das emissões de dióxido de

carbono (CO2), óxido nitroso (N2O) e metano (CH4), principais gases do efeito estufa (IPCC, 2007).

O CO2 é emitido em maior quantidade, porém o N2O e CH4 apresentam 296 e 23 vezes mais potencial

de gerar aquecimento, respectivamente, quando comparados com o primeiro (IPCC, 2001).

Estratégias de manejo alternativo do solo em relação ao sistema convencional têm sido

sugeridas para reduzir as emissões desses gases para a atmosfera (USSIRI et al., 2008). Além das

práticas de uso e manejo do solo, as condições microclimáticas e edáficas também influenciam nos

processos de influxo (entrada) e efluxo (saída) que favorecem o acúmulo do carbono no solo (FRANK

et al., 2006).

Chung et al. (2008) e Albuquerque (2012) indicam que as diferentes formas de manejo do

solo podem determinar se o sistema agrícola será fonte ou sumidouro de carbono, mas ainda são

poucos os estudos que abordam os processos de sequestro de CO2 e redução da emissão de N2O e

CH4, principalmente em regiões tropicais. No caso do trabalho de Albuquerque (2012), desenvolvido

em sistemas de rotação de culturas sobre Latossolo Vermelho Distrófico no estado do Paraná, foi

concluído que culturas em Latossolo sob plantio direto agem como dreno de CH4, sendo o sistema

Alfava-Milho o que mais oxida este gás.

1 Pesquisador Embrapa Amazônia Oriental, Professor CEULS/ULBRA, Santarém-PA, raimundo.oliveira-

[email protected] 2 Professor CEULS/Ulbra, Santarém-PA 3 Pesquisador Embrapa Amapá, Macapá-AP 4 Professora ICTA/Ufopa, Santarém-PA35

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126

Buscando reduzir as lacunas do conhecimento sobre o potencial de determinadas culturas

serem fontes ou sumidouro desses gases, a Embrapa, por meio dos projetos Pecus (pecuária), Saltus

(florestas) e Fluxus (grãos) está inventariando suas emissões em solos amazônicos submetidos à

atividade agrícola e nesse âmbito, o presente estudo buscou quantificar e analisar o efeito de diferentes

sistemas de manejo em área de cultivo de milho, sobre as emissões dos gases N2O, CO2 e CH4, no

município de Macapá, estado do Amapá.

MATERIAIS E MÉTODOS: O estudo foi realizado no ano de 2016 em área experimental

localizada no município de Macapá. O município apresenta clima do tipo Aw, segundo a classificação

de Köppen, com regime pluviométrico por volta de 1.743 mm, 85% de umidade relativa do ar e

temperatura média de 26,3 ºC (RODRIGUES et al, 2000). O município ainda apresenta um período

de estiagem que vai de julho a novembro. O tipo de solo predominante no local é o Latossolo

Amarelo, de textura argilosa, e baixa fertilidade natural, porém com boas características físicas

(RODRIGUES et al., 2000).

A amostragem foi realizada sob dois sistemas diferentes de manejo do solo: PD – Sistema de

Plantio Direto – Soja (Glycine max); PC – área de plantio convencional de Soja (Glycine max).

Para cada sistema foram coletadas amostras de gases, através de câmaras estáticas,

aleatoriamente distribuídas na área de plantio da cultura. Todas as coletas foram realizadas com 10

repetições (10 sacolas com 4 seringas cada).

Para as medidas de temperatura do solo, foi utilizado um termômetro digital do tipo Taylor

que foi introduzido no solo à profundidade de 2 cm, ao lado de cada uma das câmaras, o mesmo

sensor foi usado para fazer a leitura da temperatura do ar, à sombra, no momento da amostragem dos

gases.

As intensidades das coletas foram divididas em 2 etapas: do plantio até 8 dias, diariamente

(para verificar o efeito dos fertilizantes) e a segunda, a cada semana, até a época da colheita.O

procedimento para análise e cálculo dos fluxos dos diferentes gases amostrados utilizou a

metodologia descrita em Oliveira Junior et al. (2015).

A análise dos dados foi efetuada utilizando-se o software Statistica 7.0 (Statsoft Inc.). A

normalidade foi testada e, quando necessário, os dados foram log transformados (N2O = log (N2O +

60), CH4= log (CH4 + 650), em µg m-2 h-1 (N2O e CH4), respectivamente. As diferenças foram testadas

por ANOVA one way e pelo teste de Tukey, com nível de probabilidade de 0.05. Regressão linear

foi utilizada para investigar possíveis relações entre umidade e temperatura do solo e os fluxos dos

gases estudados.

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127

RESULTADOS E DISCUSSÃO: A Tabela 1 apresenta os resultados médios dos fluxos dos gases

CH4, CO2 e N2O eda temperatura do solo.

Tabela 1. Valores médios dos fluxos de CH4, do fluxo de N2O, e do CO2 (com erro padrão da

média), e da temperatura do solo, para os sistemas de manejo estudados, nos diferentes estádios de

desenvolvimento da cultura de soja, no município de Macapá-AP.

Sistema Estádio N2O ± SEM CO2 ± SEM CH4 ± SEM Temp

sOLWFPS µg-N m-2 h-1 mg-C m-2 h-1 µg-C m-2 h-1 C

Plantio Convencional

PC

Period 1 1,21±1,22aA 20,10±11,05a -0,006±0,02a 27,5±0,8a

Period 2 0,01±0,004b -948±987,6a -0,008±0,006a 27,2±2,0a

Total 0,18 ±0,17 -816,±852,9 -0,008±0,005 27,1±1,5

Plantio Direto

PD

Period 1 -0,003±0,004aB -1,80±6,09a -0,006±0,009a 26,5±0,4a

Period 2 -0,008±0,002a 850,1±1691,4a -0,004±0,003a 27,2±1,3a

Total 0,007±0,002 733,9±1459,8 -0,004±0,003 27,1±1,2

Médias seguidas por letras minúsculas iguais, na coluna, entre períodos, não diferem estatisticamente

entre si, pelo teste de Tukey (5 % de significância). SEM= erro padrão da média. Medias seguidas

por letras maiúsculas iguais, na coluna, não diferem estatisticamente entre si, pelo teste de Tukey

(5%) e comparam períodos entre os sistemas.

No caso do óxido nitroso (N2O), verificou-se que, no sistema convencional, o mesmo

apresentou média de fluxo de 0,18 ± 0,17 µg-N m-2 h-1, com decréscimo entre o período 1 (do plantio

até 8 dias após essa operação) e o período 2 (Tabela 1), com valores de 1,21±1,22µg-N m-2 h-1 e

0,01±0,004µg-N m-2 h-1, respectivamente. Já no sistema de plantio direto, esta média baixou

consideravelmente para 0,007±0,002 µg-N m-2 h-1, com os dois períodos não diferindo entre si, mas

com ligeiro aumento no período 2 (-0,003±0,004 µg-N m-2 h-1 e 0,008±0,002 µg-N m-2 h-1,

respectivamente) (Tabela 1).

O gás carbônico (CO2) apresentou média de -816±852,9 mg-C m-2 h-1, no sistema de plantio

convencional, com valores de 20,10±11,05 mg-C m-2 h-1 no período 1, diminuindo fortemente para -

948±987,6 mg-C m-2 h-1, período 2. No sistema de plantio direto, a média geral foi de 733,9±1459,8

mg-C m-2 h-1, com -1,80±6,09 mg-C m-2 h-1 no período 1 e forte acréscimo de 850,1±1691,4 mg-C m-

2 h-1 no período 2 (Tabela 1).

As medições de metano (CH4) foram realizadas no mesmo período que as de óxido nitroso e

gás carbônico, e nos mesmos sistemas. No sistema de plantio convencional, a média de fluxo de

metano encontrada foi de -0,008±0,005 µg-C m-2 h-1, com o período 1 apresentando fluxo de -

0,006±0,02 µg-C m-2 h-1, diminuindo ligeiramente para -0,008±0,006 µg-C m-2 h-1 no período 2. Nas

condições do sistema de plantio direto, a média do fluxo de metano foi de -0,004±0,003 µg-C m-2 h-

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128

1, com valores também aumentando do período 1 (-0,006±0,009 µg-C m-2 h-1) para o período 2 (-

0,004±0,003 µg-C m-2 h-1) (Tabela 1).

A temperatura do solo, no sistema convencional, apresentou valor médio de 27,1±1,5 C, com

variação decrescente de somente um grau Celsius entre o período 1 e o período 2 (Tabela 1). No

sistema de plantio direto, o valor médio encontrado foi de 27,1±1,2 C, com aumento de 1,5 C entre o

período 1 e o período 2 (Tabela 1).

A frequência da amostragem foi importante para avaliar os efeitos dos dois sistemas de cultivo

de soja sobre as emissões de N2O, CO2 e CH4. Também, os preparos de solo, a alta temperatura e a

alta precipitação representaram uma única oportunidade de medir as emissões desses gases na

interface solo-atmosfera (OLIVEIRA JUNIOR et al., 2015)

Com respeito ao fluxo de N2O, houve diferenças significativas entre os sistemas de plantio

convencional e plantio direto, quando consideramos o período 1 (Tabela 1), resultados esses que

discordam daqueles encontrados por Oliveira Junior et al. (2015), Yang & Cai (2005); Cianpitti et al.

(2005) e Cianpitti et al. (2007), mesmo considerando a grande disponibilidade de N durante o período

1, o que pode ser associado com as boas condições para atividades de bactérias de nitrificação e

denitrificação (FIRESTONE & DAVIDSON, 1989).

No presente estudo, o sistema de plantio convencional não apresentou variação significativa

entre os períodos (Tabela 1).

CONCLUSÕES:

Houve diferença estatística nos fluxos de oxido nitroso, entre períodos, no sistema de plantio

convencional;

Houve diferenças estatísticas entre os períodos 1 dos sistemas de plantio convencional e plantio

direto, para oxido nitroso;

Os fluxos de metano não apresentaram diferenças entre períodos no sistema de plantio

convencional;

Não houve diferença entre os fluxos de CO2, entre os sistemas nem entre os períodos de plantio.

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130

EFEITO DE SISTEMAS DE MANEJO SOBRE EMISSOES DE GASES DE EFEITO

ESTUFA EM LATOSSOLO AMARELO MUITO ARGILOSO DE PARAGOMINAS-PA

36Raimundo Cosme De Oliveira Junior¹

Eduardo Jorge Maklouf Carvalho¹

Daniel Rocha De Oliveira2

Troy Patrick Beldini 3

Darlisson Bentes Dos Santos2

RESUMO: O município de Paragominas-PA se diferencia dos demais da região pelo seu investimento em alto nível

tecnológico na agricultura, porém, ainda predomina o modelo de cultivo tradicional ou convencional. Este município se

constitui, hoje, em um dos três principais polos produtores de grãos do estado do Para. A emissão de gases de efeito estufa

é considerado um dos maiores causadores do aquecimento global e o Brasil, através da Embrapa, está empenhado em

cumprir as metas acordadas de efetuar o inventario das emissões de N2O, CH4 e CO2, através de três grandes projetos:

Pecus (pecuária), Saltus (florestas) e Fluxus (grãos). O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito de diferentes sistemas

de manejo, cultivado com soja, sobre as emissões de gases (N2O e CH4) em Latossolo Amarelo muito argiloso no

município de Paragominas-PA. A metodologia utilizada consistiu de amostragem através de câmaras estáticas e analise

por cromatografia gasosa. Os resultados mostraram não haver diferenças entre sistemas e entre períodos de cada sistema

para o oxido nitroso; houve diferenças para metanos entre períodos, no sistema convencional. Concluiu-se que o plantio

direto e o convencional não apresentaram diferenças nas emissões de oxido nitroso nas condições do município de

Paragominas.

PALAVRAS-CHAVE: ÓXIDO NÍTRICO, METANO, REGIÃO TROPICAL.

INTRODUÇÃO: O município de Paragominas-PA se diferencia dos demais da região pelo seu

investimento em alto nível tecnológico na agricultura, porém ainda predomina o modelo de cultivo

tradicional ou convencional, como ocorre na maioria dos municípios paraenses. Este modo de cultivo

caracteriza-se pela utilização de práticas de manejo geralmente inadequadas como, desmatamento

generalizado, uso intensivo de máquinas e insumos químicos e predominância do monocultor,

ocasionando a perda da cobertura vegetal, perda de matéria orgânica e erosão no solo, tornando-se

um grave problema ambiental e econômico, difícil de ser mensurado (ALVES, CARVALHO &

SILVA, 2014).

Também, este município se constitui, hoje, em um dos três principais polos produtores de grãos

do estado do Para, com área plantada de 61.000ha em 2013 (SPRP, 2013).

A emissão de gases de efeito estufa é considerado um dos maiores causadores do aquecimento

global e o Brasil, através da Embrapa, está empenhado em cumprir as metas acordadas de efetuar o

inventario das emissões de N2O, CH4 e CO2, através de três grandes projetos: Pecus (pecuária),

Saltus (florestas) e Fluxus (grãos).

1Dr. Pesquisador, Embrapa Amazônia Oriental, Belém-PA; [email protected] 1Dr. Pesquisador, Embrapa Amazônia Oriental, Belém-PA, [email protected] ; 2MSc. Professor CEULS/ULBRA, Santarem-PA, [email protected] ; 2MSc. Professor CEULS/ULBRA, Santarem-PA, [email protected]; 3Dr., Professor UFOPA, Santarem-PA, [email protected] 36

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131

Assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito de diferentes sistemas de manejo, cultivado

com soja, sobre as emissões de gases (NO2 e CH4) em Latossolo Amarelo muito argiloso no

município de Paragominas-PA.

MATERIAIS E MÉTODOS: O estudo foi realizado no segundo semestre de 2015 em área

experimental localizada no município de Paragominas ao sudeste do estado do Pará, situado a 2º 59’

S e 47º 21’ O, com altitude média de 89 m. O município apresenta clima do tipo Aw, segundo a

classificação de Köppen, com regime pluviométrico por volta de 1.743 mm, 85% de umidade relativa

do ar e temperatura média de 26,3 ºC (ALVES, CARVALHO & SILVA, 2014). O município ainda

apresenta um período de estiagem que vai de julho a novembro. O tipo de solo predominante no local

é o Latossolo Amarelo, de textura muito argilosa, e baixa fertilidade natural, porém com boas

características físicas (ALVES, CARVALHO & SILVA, 2014).

A amostragem foi realizada sob dois sistemas diferentes de manejo do solo: PD – Sistema de

Plantio Direto – Soja (Glycine max); PC – área de plantio convencional de Soja (Glycine max). Para

cada sistema foram coletadas amostras de gases, através de câmaras estáticas, aleatoriamente

distribuídas numa área de 01 ha. Todas as coletas foram realizadas com 10 repetições (10 sacolas

com 4 seringas cada).

Para as medidas de temperatura do solo, foi utilizado um termômetro digital do tipo Taylor que

foi introduzido no solo à profundidade de 2 cm, ao lado de cada uma das câmaras, o mesmo sensor

foi usado para fazer a leitura da temperatura do ar, à sombra, no momento da amostragem dos gases.

Do interior das câmaras retiraram-se amostras de solo a 10cm de profundidade que eram

colocadas logo em seguida em sacos plásticos devidamente identificados e posteriormente

conduzidos ao laboratório para pesagem em balança de precisão para obter o peso úmido de cada

amostra de solo. Para obtenção de peso seco foi utilizado o método de secagem em estufa a 105 ºC

por 48 horas resultando na umidade gravimétrica do solo, ou seja, o percentual de água no solo que é

dado pela equação 1.

Umidade (%)= (Pu-Ps) / (Ps-Pr) *100 (Eq. 1)

Onde Pu= Peso úmido do solo; Ps= Peso seco do solo; e Pr=Peso do recipiente onde o solo foi

pesado.

As intensidades das coletas foram divididas em 3 etapas: do plantio até 7 dias, diariamente (para

verificar o efeito dos fertilizantes); a segunda a cada semana, até a época da colheita; e, a terceira, no

dia da colheita até 5 dias após esta operação. O procedimento para análise e cálculo dos fluxos dos

diferentes gases amostrados utilizou a metodologia descrita em Oliveira Junior et al. (2015).

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132

A análise dos dados foi efetuada utilizando-se o software Statistica 7.0 (Statsoft Inc.). As

diferenças foram testadas por ANOVA one way e pelo teste de Tukey, com nível de probabilidade de

0.05. Regressão linear foi utilizada para investigar possíveis relações entre umidade e temperatura do

solo e os fluxos dos gases estudados.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: A Tabela 1 apresenta os resultados médios dos fluxos dos gases

CH4 e N2O, a umidade e a temperatura do solo.

Tabela 1. Valores médios do fluxo de CH4, do fluxo de N2O, da umidade e da temperatura do solo,

para os sistemas de manejo estudados, nos diferentes estádios de desenvolvimento da cultura de

soja, no município de Paragominas-PA.

Sistema Estádio N2O ± SEM UMID Solo CH4 ± SEM Temp

sOLWFPS µg-N m-2 h-1 % µg-C m-2 h-1 ºC

Plantio Convencional

PC

Period 1 0,024±0,028a 24,79±1,67a 0,074±0,07a 27,5±0,8a

Period 2 0,014±0,104a 25,65±2,00b 0,02±0,077b 27,2±2,0a

Period 3 0,027±0,0,037a 23,53±1,22c 0,011±0,08bc 26,5±0,2a

Total 0,018 ± 0,08 25,07±2,02 0,033±0,078 27,1±1,5

Plantio Direto

PD

Period 1 0,031±0,043a 25,08±0,94a 0,058±0,10a 26,5±0,4a

Period 2 0,013±0,037a 25,34±1,03a 0,028±0,056a 27,2±1,3a

Period 3 0,048±0,039a 23,10±0,78b -0,005±0,05a 28,2±0,2b

Total 0,019±0,039 25,07±1,17 0,035±0,072 27,1±1,2

Médias seguidas por letras iguais, na coluna, entre períodos, não diferem estatisticamente entre si,

pelo teste de Tukey (5 % de significância).

No caso do óxido nitroso (N2O), verificou-se que, no sistema convencional, o mesmo

apresentou média de fluxo de 0,018 ± 0,08 µg-N m-2 h-1, com decréscimo entre o período 1 (do plantio

até 6 dias após essa operação) e o período 2, com aumento considerável para o período 3 (Tabela 1).

Já no sistema de plantio direto, esta média caiu para 0,019±0,039 µg-N m-2 h-1, seguindo o mesmo

padrão entre os períodos como no sistema convencional.

As medições de metano (CH4) foram realizadas no mesmo período que as de óxido nitroso, e

nos mesmos sistemas. No sistema de plantio convencional, a média de fluxo de metano encontrada

foi de 0,033±0,078 µg-C m-2 h-1, com período 1 apresentando emissão de 0,074±0,07 µg-C m-2 h-1,

decrescendo para 0,011±0,08 µg-C m-2 h-1 no período 3. Nas condições do sistema de plantio direto,

a média do fluxo de metano foi de 0,035±0,072 µg-C m-2 h-1, também com valores decrescendo do

período 1 (0,058±0,10 µg-C m-2 h-1) para o período 3 (-0,005±0,05 µg-C m-2 h-1) (Tabela 1).

A temperatura do solo, no sistema convencional, apresentou valor médio de 27,1±1,5 C, com

variação decrescente de somente um grau Celsius entre o período 1 e o período 3 (Tabela 1). No

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133

sistema de plantio direto, o valor médio encontrado foi de 27,1±1,2 C, com aumento de 1,5 C entre o

período 1 e o período 3 (Tabela 1).

No sistema convencional, a umidade do solo estava com a média de 25,07±2,02 %, mantendo-

se praticamente constante durante todos os períodos de desenvolvimento da cultura de soja. No

sistema de plantio direto a média deste parâmetro foi de 25,07±1,17%, com ligeiro decréscimo do

período 2 para o período 3 (Tabela 1).

A alta frequência da amostragem foi importante para avaliar os efeitos dos dois sistemas de

cultivo de soja sobre as emissões de N2O e CH4. Também, os preparos de solo, a alta temperatura e a

alta precipitação representaram uma única oportunidade de medir as emissões desses gases na

interface solo-atmosfera (OLIVEIRA JUNIOR et al., 2015)

Com respeito ao fluxo de N2O, não houve diferenças significativas entre os sistemas de plantio

convencional e plantio direto, nem mesmo dentro dos períodos de cada um desses sistemas (Tabela

1), resultados esses que discordam daqueles encontrados por Oliveira Junior et al. (2015), Yang &

Cai (2005); Ciampitti et al. (2005) e Ciampitti et al. (2007), mesmo considerando a grande

disponibilidade de N durante o período 1, o que pode ser associado com as boas condições para

atividades de bactérias de nitrificação e denitrificação (FIRESTONE & DAVIDSON, 1989). Escobar

et al. (2010) encontraram que as emissões de N2O depois da colheita da cultura de soja foram 3x

maiores em plantio direto do que em sistema convencional, fato este que corrobora os resultados

aqui mensurados.

No presente estudo, o sistema de plantio convencional apresentou variação significativa entre

os períodos (Tabela 1), o que demonstra a importância da incorporação de resíduos vegetativos antes

do próximo ciclo de cultivo, o que favorece a acumulação de C e, assim, permitindo maiores fluxos

de CH4 (WATANABE, 1999).

CONCLUSÕES

Não houve diferença estatística nos fluxos de oxido nitros em ambos os sistemas de plantio;

Os fluxos de metano apresentaram diferenças entre períodos no sistema de plantio

convencional;

Houve relação linear e positiva entre os fluxos de oxido nitroso e a temperatura e a umidade do

solo;

REFERÊNCIAS

ALVES, L. W. R.; CARVALHO, E. J. M.; SILVA, L. G. T.; Diagnóstico agrícola do município de

Paragominas, PA. – Belém, PA: Embrapa Amazônia Oriental, 2014.

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134

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135

ESTOQUES DE NITROGÊNIO E CARBONO SOB DIFERENTES SISTEMAS DE USO E

MANEJO DE UM LATOSSOLO AMARELO NO MUNICÍPIO DE PARAGOMINAS

37

Raimundo Cosme de Oliveira Junior1

[email protected]

Eduardo Jorge Maklouf Carvalho2

Willey Ferreira Machado3

Darlisson Bentes dos Santos4

Daniel Rocha de Oliveira4

RESUMO: Trata-se de dois elementos chaves que potencialmente atuam para acelerar as mudanças climáticas globais.

A região amazônica apresenta a problemática da conversão de cobertura vegetal de extensas áreas, em prol da pecuária e

da agricultura e sem o manejo apropriado de produção, o que tem gerado a rápida degradação dos solos desses ambientes.

O referido estudo tem como objetivo verificar os teores de nitrogênio e carbono sob diferentes sistemas de manejo em

Latossolo Amarelo, no município de Paragominas, estado do Pará. A amostragem foi realizada sob quatro sistemas

diferentes de manejo do solo: sistema de plantio direto com soja; área de plantio convencional com soja; área de pastagem,

com a presença de gado e, capoeira. Para cada sistema foram coletadas amostras de solo nas profundidades 0-10 e 10-20.

O carbono orgânico (C.org) e o nitrogênio foram determinados segundo a metodologia descrita no Manual da EMBRAPA.

O carbono orgânico, o sistema de plantio direto apresentou valores significantemente mais elevados do que os demais,

com 25,3 g kg-1. Concluiu-se que o sistema de plantio direto acumula mais carbono do que os outros sistemas estudados,

especialmente na camada mais superficial (0-10cm) e apresentou menor valor para densidade global.

PALAVRAS-CHAVE: NITROGÊNIO TOTAL, CARBONO TOTAL, MANEJO.

INTRODUÇÃO: O Brasil é um dos principais produtores agrícolas do mundo. Nas últimas décadas,

a produção agrícola brasileira cresceu significativamente, devido às mudanças tecnológicas

introduzidas no sistema produtivo e através da incorporação de novas áreas de produção àquelas já

exploradas. Na região Norte brasileira, a agropecuária tem papel de destaque na economia regional,

sendo o estado do Pará considerado o principal produtor da região (CASTRO, 2013).

Em Paragominas no estado do Pará, o setor econômico passou por transformações nas últimas

décadas, incentivadas pela demanda externa, oferta de recursos naturais e pelo avanço em pesquisas

científicas na região. Durante as décadas de 1960 e 1970 a pecuária extensiva era a principal atividade

econômica em Paragominas, devido à grande extensão territorial, baixo preço das terras, além de

possuir condições climáticas favoráveis para cultivo de forrageira e criação de bovinos de corte. Neste

mesmo período também já existiam algumas serrarias com pouca tecnologia e pequenas áreas com

agricultura de subsistência (LEAL, 2000).

Para a avaliação da qualidade do solo, é necessário a utilização de indicadores no sistema, que

sejam sensíveis e capazes de identificar as modificações ocorridas (EL-HUSNY, 2010). Os

indicadores são atributos que medem ou refletem o estado ambiental e as condições de

sustentabilidade do ecossistema. Eles podem ser classificados como físicos, químicos e biológicos

1Dr. Embrapa Amazônia Oriental, Prof. Ceuls/Ulbra, Santarèm-PA, [email protected]; 2Dr . Embrapa Amazônia Oriental, Belém-PA; 3Mestrando Ufopa, Santarém-PA; 4MSc. Professores Ceuls/Ulbra, Santarém-PA.

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136

(ARAÚJO; MONTEIRO, 2007) e, juntos, constituem critérios de uso e manejo dos solos nos

diferentes sistemas agrícolas (MATSUOKA et al., 2003).

A matéria orgânica do solo (MOS) em sistemas tropicais é um componente de extrema

importância, já que esses solos possuem avançado grau de intemperismo e baixa fertilidade natural.

Sistemas de manejo capazes de manter ou até mesmo incrementar as frações de C orgânico no solo

contribuem para a manutenção da capacidade produtiva e para a mitigação do incremento do CO2

atmosférico (Siqueira Neto et al., 2009).

A mineralização de N e C total são processos importantes na regulação do funcionamento de

ecossistemas naturais e de agroecossistemas. Além da influência do clima, a taxa de ciclagem, os

teores de C orgânico e de N variam em função do tipo de cobertura vegetal, frequência e profundidade

de sistemas de manejo do solo

Contudo, ainda são poucos os resultados de estudos ao patamar local que buscam aferir

modelos de uso do solo que visem acréscimos nas reservas de nitrogênio e carbono no solo. Deste

modo, objetivou-se com esse estudo aferir as alterações nos estoques de nitrogênio total e carbono

em diferentes sistemas de manejo do solo no município de Paragominas – PA.

MATERIAL E MÉTODOS: A amostragem foi realizada sob quatro sistemas diferentes de manejo

do solo: PD – Sistema de Plantio Direto – Soja (Glycine max); PC – área de plantio convencional de

Soja; PAST – área de pastagem de capim braquiarão (Brachiaria brizantha cv. Mandaru), com a

presença de gado; CAP – Vegetação Secundária. Para cada sistema foram coletadas amostras de solo

deformadas e indeformadas nas profundidades de 0-10 e 10-20 cm.

O carbono orgânico (C.org) foi determinado segundo a metodologia descrita em EMBRAPA

(1997). Dessa forma, obtendo-se os teores de carbono orgânico, calculou-se a matéria orgânica (MO)

através da fórmula:

M.O (g kg-1) = C.org (g kg-1) 1,724

As amostras indeformadas de solo foram obtidas em anel volumétrico com aproximadamente

100 cm3 de volume interno, com 1 (uma) repetição para cada tratamento e profundidade gerando 40

amostras, para o cálculo da densidade global do solo (Ds).

Adotou-se o delineamento inteiramente casualisado e a significação dos dados foi

determinada pelo teste de Tukey, a 5% de significância, com auxílio do programa Statistic7.0 (Statsoft

Inc.).

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Na tabela 1 encontramos os valores médios do carbono orgânico

e do nitrogênio total nos diferentes sistemas estudados, além da densidade global.

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137

O plantio direto apresentou relação C/N em 14:1, o plantio convencional 12:1, o sistema de

pastagem 15:1 e a capoeira, área de referência, apresentou aproximadamente 12:1. Como esperado,

o sistema de manejo da pastagem apresentou maiores valores. Também, verificou-se que há diferença

significativa entre profundidades somente no sistema de pastagem, confirmando que a camada

superficial neste sistema acumula matéria orgânica, mas o nitrogênio é mais rapidamente transportado

por lixiviação para camadas mais profundas ou mesmo emitido como gás. Entre sistemas, na

profundidade de 0-10cm, há diferenças entre o plantio direto e a pastagem; enquanto na camada de

10-20cm, a pastagem se diferenciou dos demais sistemas, com valor de 26,01 ± 8,31, bastante superior

aos demais.

Tabela 1. Valores médios de Carbono Orgânico Total, relação C/N, Nitrogênio Total e Densidade

Global, em 4 sistemas de manejo, no município de Paragominas-PA.

SISTEMA PROF C Org. N Tot. RELAÇÃO DG

cm g kg-1 g kg-1 C/N Mg m-3

PASTAGEM 0-10 20,68 ± 4,34Aa 2,44 ± 1,11Aa 9,23 ± 2,23Aa 1,20 ± 0,03Aa

10-20 14,14 ± 1,93Aa 0,60 ± 0,22Ba 26,01 ± 8,31Ba 1,25 ± 0,03Aa

Total 18,50 ± 4,84 1,83 ± 1,27 14,82 ± 9,49 1,23 ± 0,04

CAPOEIRA 0-10 23,07 ± 1,90Aa 1,83 ± 0,16Aa 12,59 ± 0,53Aab 0,94 ± 0,07Ab

10-20 20,38 ± 2,13Aa 1,81 ± 0,36Aab 11,49 ± 1,34Ab 1,01 ± 0,05Ab

Total 22,17 ± 2,31 1,82 ± 0,23 12,22 ± 0,99 0,98 ± 0,06

PLANTIO

CONVENC

0-10 23,31 ± 1,83Aa 2,02 ± 0,35Aa 11,71 ± 1,37Aab 1,10 ± 0,08Aa

10-20 17,91 ± 2,08Aa 1,44 ± 0,09Aab 12,39 ± 0,92Ab 1,21 ± 0,06Aa

Total 21,51 ± 3,21 1,83 ± 0,40 11,93 ± 1,25 1,16 ± 0,09

PLANTIO

DIRETO

0-10 30,04 ± 8,09Ab 2,18 ± 0,42Aa 13,68 ± 1,30Ab 0,97 ± 0,09Aab

10-20 15,82 ± 2,98Ba 1, 01 ±0,16Bab 15,62 ± 1,24Ab 1,15 ± 0,06Ba

Total 25,30 ± 9,63 1,79 ± 0,67 14,33 ± 1,56 1,06 ± 0,12

Letras maiúsculas, na coluna, comparam profundidades dentro do sistema; letras minúsculas, na

coluna, comparam profundidades entre sistemas (preto = 0-10; vermelho=10-20)

Com respeito ao carbono orgânico, o sistema de plantio direto apresentou valores

significantemente mais elevados do que os demais, na camada de 0-10cm, concordando com os

resultados encontrados por Campos et al. (2013) e Luciano et al. (2010) em solos do cerrado e de

Santa Catarina, respectivamente.

Para o parâmetro nitrogênio total, o sistema pastagem apresentou valores mais baixos e

significativos a 5%, na camada de 10-20cm do que nos outros sistemas de manejo estudados (Ensinas

et al, 2014). Não houve diferença para este parâmetro químico na camada de 0-10cm, entre os

sistemas estudados.

A densidade global apresentou a sequência crescente de valores de capoeira > plantio direto

> plantio convencional > pastagem, os dois primeiros sendo estatisticamente diferentes dos demais

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138

na profundidade de 0-10cm. Isto vem em acordo com Campos et al. (2013) e Luciano et al. (2010),

que estudaram solos no cerrado e Santa Catarina, respectivamente.

CONCLUSÕES

O sistema de plantio direto acumula mais carbono do que os outros sistemas estudados,

especialmente na camada mais superficial (0-10cm);

O sistema de plantio direto apresentou menor valor para o parâmetro DG entre os sistemas de

manejo;

Não houve diferenças quanto a nitrogênio total entre os sistemas estudados, na profundidade de

0-10cm;

REFERÊNCIAS

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BioscienceJournal, Uberlândia, v. 23, n.3, p. 66-75, 2007.

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LEAL, G. L. R. Paragominas: a realidade do pioneirismo. 2 ed. Paragominas: Prefeitura Municipal

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MATSUOKA, M.; MENDES, I. C.; LOUREIRO, M. F. Biomassa microbiana e atividade

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SIQUEIRA NETO, M.; PICCOLO, M. de C.; FEIGEL, B.J.; VENZKE FILHO, S. de P.; CERRI,

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FLUXO DE CO2 NA INTERFACE SOLO-ATMOSFERA EM ÁREA DE FLORESTA NÃO

MANEJADA NA FLONA TAPAJÓS.

38Yash Brendo Pereira Coelho Guimarães1

[email protected]

Raiane Pereira de Abreu1

André Luiz Teixeira Dalagnol1 39 Daniel Rocha de Oliveira2

40Raimundo Cosme de Oliveira Junior3

RESUMO: A Respiração Basal do Solo (RBS) é um importante indicativo da atividade microbiana no solo e é realizada

a partir da quantificação das emissões de CO2 do solo por área ou volume por período de tempo. O CO2 é o gás do efeito

estufa mais importante em termos de quantidade emitida e sua dinâmica nos compartimentos ambientais deve ser bem

compreendida. As medidas de CO2 foram realizadas utilizando um analisador de gás por infravermelho portátil - EGM-

4, conectado a uma câmara de fluxo de CO2 do solo. Na estação seca, a pluviosidade foi zero para o mês de dezembro de

2015 e as emissões de CO2 não chegaram a 4 mg CO2 m-2 h-1. Para ambos os períodos, pode-se notar que os maiores

fluxos de CO2 não ocorrem nos meses de maior pluviosidade.

PALAVRAS CHAVE: BIOMASSA MICROBIANA, EFEITO ESTUFA, RESPIRAÇÃO BASAL.

INTRODUÇÃO

A Respiração Basal do Solo (RBS), de acordo com Silva et al. (2007), é a somatória de todas

as funções metabólicas que produzem CO2 através da degradação da matéria orgânica no solo, em

especial, processos promovidos por microrganismos heterotróficos. Tais processos são fortemente

influenciados, principalmente, por fatores abióticos como temperatura, umidade e aeração do solo

(respiração aeróbia), bem como, a disponibilidade de matéria orgânica no solo, visto que estas

variáveis podem estimular ou inibir a atividade microbiana (SEVERINO et al. 2005; SILVA et al.,

2007; PES, 2009; NETO et al., 2011).

De acordo com Pes (2009), o preparo convencional do solo, que promove intenso revolvimento

e exposição dos resíduos orgânicos do solo ao ataque microbiano, favoreceu fortemente as emissões

de CO2 e o plantio direto apresentou acréscimo sensível nas emissões de N2O (Óxido Nitroso). Penã

et al. (2005) relatam que em áreas de sucessão ecológica vegetal mais avançada as emissões de CO2

foram superiores em relação a áreas de sucessão inicial e que, essa atividade de produção de CO2, foi

mais intensa nas camadas com maior teor de matéria orgânica do solo, indicando a influência dos

estoques de carbono superficiais sobre a atividade dos microrganismos.

Destacam-se, ainda, os efeitos da cobertura do solo sobre o equilíbrio da temperatura e umidade

criando um ambiente favorável à atividade microbiológica, bem como, a respiração das raízes das

plantas (BORGES et al., 1999; PENÃ et al., 2005; PES, 2009; NETO et al., 2011). Balota et al.

(1998) verificaram que a prática do plantio direto proporcionou acréscimo da biomassa microbiana,

1

38 Graduando(a) do Curso de Agronomia pelo Centro Universitário Luterano de Santarém. 2

39 Professor MSc. do Curso de Agronomia do Centro Universitário Luterano de Santarém. 3

40 Coordenador do Curso de Agronomia do Centro Universitário Luterano de Santarém.

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140

da RBS, maior relação Cmic./Corg. e menor quociente metabólico (qCO2) e consequente redução nas

emissões de CO2.

Pes (2009), avaliando as emissões de CO2 em áreas agrícolas em diferentes sistemas de

produção, relada que existe sazonalidade nas emissões de CO2 e que o pico de emissões ocorre nos

períodos de temperaturas mais baixas, onde a umidade do solo é maior e o ambiente favorece a

atividade microbiana. De acordo com Araújo et al. (2011), o estoque de carbono total no solo tente a

decrescer nos primeiros anos de implantação de pastagens e se elevar em pastagens mais antigas. Essa

dinâmica tem influência sobre a degradação biológica da matéria orgânica e, consequentemente, no

aumento da emissão de CO2.

Borges et al. (1999) confirmam que a atividade microbiana foi mais intensa em áreas de mata,

no horizonte mais superficial, do que em áreas cultivadas com frutíferas e que a macro e

microporosidade foi reduzida nas áreas cultivadas, o que pode levar a uma deficiência no aporte de

oxigênio e reduzir a atividade microbiana (BORGES et al., 1999; NETO et al., 2011).

O objetivo do presente estudo foi verificar as emissões de CO2 em áreas de florestas não

manejadas na Flona Tapajós, município de Belterra, estado do Pará.

MATERIAIS E MÉTODOS: A área de estudo está localizada no km 67 da Rodovia Santarém-

Cuiabá (BR-163), na Floresta Nacional do Tapajós – Flona do Tapajós (2° 45’ a 4° 10’ S e 54° 45’ a

55° 30’ W), Município de Belterra, estado do Pará. A Flona foi criada em 1974 pelo Decreto Federal

n° 73.684 de fevereiro de 1974 (RUSCHEL, 2008), sendo alterada pela Lei Federal n° 12.678 a partir

de 26 de junho de 2012 (BRASIL, 2012) e possui área de 527.319 hectares que abrange os municípios

de Belterra, Aveiro, Placas e Rurópolis.

A vegetação predominante na área de estudo é classificada como Floresta Ombrófila Densa,

caracterizada pela dominância de árvores de grande porte, além de lianas e epífitas (Veloso et al.

1991; Hernandez Filho et al. 1993). Nessa região existe predominância de Latossolo Amarelo

Distrófico (Oliveira Junior et al., 1999), caracterizados por diferentes texturas, geralmente profundo,

ácido, friável e revestido por florestas densas (Espírito-Santo et al, 2005). De acordo com Ruschel

(2008) o clima é tropical úmido, com temperatura média anual de 25,5 ºC e variação térmica anual

inferior a 5 ºC, classificado como Ami no sistema Köppen, com precipitação média anual em torno

de 1.900-2110 mm, sendo as maiores precipitações ocorrentes nos meses de janeiro a maio.

Na área de floresta primária foram estabelecidas 16 parcelas de 25 m x 25m, totalizando 1ha,

com dimensões de 50m x 200m, pertencentes ao projeto GoAmazon. As medidas de CO2 foram

realizadas utilizando um analisador de gás por infravermelho portátil (EGM-4, PP Systems, U. K.)

conectado a uma câmara de fluxo de CO2 do solo (SCR-1, PP Systems, U. K.). As medidas foram

realizadas em seis (6) pontos de amostragem para cada parcela, distribuídos aleatoriamente.

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141

Os fluxos foram analisados por ANOVA One Way, utilizando-se o software Statistic 8.0

(Statsoft Inc.).

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os resultados médios calculados dos fluxos de CO2 na interface

solo/atmosfera na Floresta Nacional do Tapajós estão apresentados na Figura 1. Os dados não

apresentaram diferença estatística significativa entre os períodos seco e úmido.

A precipitação média nos meses da estação chuvosa variou de 90,5 mm a 333,7 mm, sendo a

média mais alta verificada no mês de março. Nesse mesmo período, o fluxo de CO2 ficou entre 5,68

mg CO2 m-2 h-1 e 7,44 mg CO2 m

-2 h-1, estando estes entre os maiores valores encontrados no estudo.

Na estação seca, a pluviosidade foi zero para o mês de dezembro de 2015 e as emissões de CO2

não chegaram a 4 mg CO2 m-2 h-1. Já para os meses de julho, agosto, setembro e novembro a

pluviosidade ficou abaixo de 150 mm, chegando ao mínimo de 28,9 mm no mês de agosto. Neste

mesmo mês, as emissões de CO2 foram as maiores do estudo, chegando a 7,45 mg CO2 m-2 h-1. A

menor taxa de emissão de CO2 para este período foi verificada no mês de julho com 1,67 mg CO2 m-

2 h-1.

Para ambos os períodos, pode-se notar que os maiores fluxos de CO2 não ocorrem nos meses

de maior pluviosidade. É possível que isso ocorra em função da sensibilidade da microbiota do solo

à umidade do mesmo, visto que os microrganismos agem sobre a matéria orgânica são aeróbios e, em

ambientes com limitação de oxigênio, como solos saturados em água, esses organismos tem sua

atividade limitada.

A influência da umidade sobre a atividade microbiana é demonstrada nos resultados obtidos

por Neto et al. (2011) que verificou correlações fortes entre a emissão de CO2 e a umidade do solo.

Borges et al. (1999) verifica que a macro e microporosidade do solo são maiores em áreas de mata.

Esse fator favorece, não só, a atividade biológica, como também, a oxidação da matéria orgânica, em

função da maior exposição da mesma ao oxigênio.

Peña et al. (2005) relata que o microclima que é criado na camada mais superficial de florestas,

constituído por temperatura e umidade adequadas e disponibilidade de matéria orgânica, favorece a

atividade microbiana, aumentando o metabolismo e, consequentemente, a perda de carbono na forma

de CO2. Silva et al. (2007) corrobora essa observação.

Os resultados obtidos no presente trabalho vão de encontro aos alcançados por Neto et al.

(2011) e Pes (2009), que verificaram a sazonalidade nos fluxos de CO2. É possível que a falta de

chuvas em dezembro tenha influenciado no resultado, uma vez que é o mês onde normalmente

iniciam as chuvas mais intensas na Amazônia (Oliveira Junior et al., 1999).

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Figura 11 - Variação das médias dos luxos de CO2 na interface solo/atmosfera e precipitação

pluviométrica em área de floresta nativa entre dezembro de 2015 a novembro de 2016.

CONCLUSÃO

Os maiores fluxos não ocorrem nos meses de mais elevada pluviosidade;

Não houve diferenças significativas entre os fluxos durante o período chuvoso e o período

seco;

Há potencial relação entre a umidade do solo e a emissão de CO2 no solo estudado,

REFERÊNCIAS

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FUSARIOSE NA CULTURA DA PIMENTA-DO-REINO

41Julio Matheus Gomes da Silva1

[email protected]

Airam Erasmo Pereira de Sá1

Denes Jermerson da Costa Silva1

Jarlisson Batista dos Santos1

Gilbson Santos Soares2

RESUMO: A pimenta do Reino é uma das especiarias mais utilizadas mundialmente. O estado do Pará possui a maior

produção nacional. A Fusariose, causada pelo fungo Fusarium solani é uma das grandes barreiras que limitam o avanço

dessa cultura. O fungo se alimenta de matéria orgânica presente tanto na planta como no solo. Os principais agentes de

disseminação são a água, mudas infectadas e o vento. O objetivo deste trabalho é identificar por meio da diagnose visual

os sintomas presentes nas plantas infectadas, as causas e os métodos adequados de controle, em face à grande escassez

de informações técnicas e a grande importância da cultura para a região. As manifestações encontradas nos lugares da

visita foram comparadas com as ocorrências demonstradas na literatura consultada, onde se pode observar com clareza a

mesma sintomatologia. A taxa de mortalidade das plantas na propriedade poderia ser evitada com o manejo correto quanto

ao espaçamento e irrigação.

PALAVRAS-CHAVE: FUSARIOSE; PIMENTA-DO-REINO; DIAGNOSE VISUAL.

INTRODUÇÃO: A pimenta-do-Reino, Piper nigrum, é originária da Índia sendo uma das principais

especiarias utilizadas na culinária mundial devido seu sabor relativamente picante. O Brasil é um dos

maiores produtores (Quadro 1), chegando a colher 43 mil toneladas, exportando sua maior parte. O

estado do Pará é o maior produtor nacional, sendo responsável por 80% da produção. (IBGE, 2012).

Quadro 1 - Dados da produção nacional de Pimenta-do-Reino em 2012.

Grandes

regiões

produtoras

Área (há)

Quantidade

produzida (t)

Rendimento

médio (kg/há)

Valor

(1000 R$) Destinada

a colheita Colhida

Brasil 19432 19427 43345 2231 438120

Norte 15097 15092 32499 2153 347772

Nordeste 1910 1910 4149 2172 21453

Sudeste 2381 2381 6670 2801 68754

Centro-

Oeste 44 44 27 614 141

Fonte: IBGE, 2012 (adaptado).

1Acadêmicos do Curso de Agronomia do Centro Universitário Luterano de Santarém - CEULS/ULBRA 2 Professor Me. do Curso de Agronomia do Centro Universitário Luterano de Santarém - CEULS/ULBRA41

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145

Um dos fatores naturais que limitam a produção da Pimenta-do-Reino é propagação de

doenças em meio a cultura, ocasionando diminuição na produtividade e na maioria das vezes levando

a morte de plantas infectadas. Uma das doenças de maior importância é a Fusariose também

conhecida como Podridão das raízes, causada pelo fungo Fusarium solani que vem prejudicando as

pimenteiras desde a década de 50 trazendo prejuízos para os produtores.

O fungo Fusarium solani f. sp. Piperis pertencente ao Reino Fungi; Filo Ascomycota; Subfilo:

Pezizomycotina; Classe: Sordariomycetes; Subclasse: Hypocreomycetidae; Ordem: Hypocreales;

Familia: Nectriaceae. O fungo vive tanto na planta como no solo se alimentando de matéria orgânica.

Um dos principais agentes de disseminação são a água, em períodos úmidos, mudas infectadas,

devido sua reprodução por estaquia e o vento, ocasionando infecção nos ramos, invadindo e

bloqueando os tecidos vasculares e destruindo as células do parênquima. (KIMATI et al., 2005;

TREMACOLDI, 2010).

Diante da escassez de informações sobre essa doença na cultura da Pimenta do Reino na região

de Santarém, restringindo o avanço para realização de técnicas para o controle e prevenção. Este

trabalho tem por objetivo, identificar através da diagnose visual os sintomas manifestados pelas

plantas enfermas, bem como descrever as possíveis causas e métodos adequados de controle segundo

a literatura consultada.

MÉTODO: A visita foi realizada na propriedade localizada na rodovia PA-370, km 27, na

comunidade São Jorge, no município de Santarém-PA, cuja as coordenadas são: 02:37:56.3 S –

54:35:48.9 W (Figura 1). Segundo o produtor existem na propriedade 2.500 plantas/hectare,

totalizando 40.000 plantas de diferentes cultivares.

Figura 1 - Localização da propriedade.

Fonte: Google Maps

O parâmetro utilizado para obter os resultados se deu através da Diagnose visual, ferramenta

muito importante para identificação de sintomas do patógeno. Com o auxílio da literatura, mais

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146

precisamente do Manual de Fitopatologia de Kimati et al. 2005, bem como informações obtidas pelo

proprietário. A visita a lavoura aconteceu no dia 17 de Agosto de 2017 no período da manhã.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: A Pimenta-do-Reino possui na região norte do Brasil uma grande

importância econômica devido à grande quantidade de produtores no estado do Pará, onde

infelizmente na maioria das vezes há falta de conhecimento sobre tal enfermidade, sendo muitas vezes

confundidas com problemas apresentados por deficiência nutricional, que por sua vez, acabam

trazendo prejuízos incalculáveis aos produtores. Dentre as doenças que se destacam, a Fusariose,

também conhecida como Podridão da Raízes é a doença mais comum nesse cultivo.

A pimenta-do-reino escolhida para a realização do estudo foi da variedade Guajarina com

aproximadamente 8.000 plantas na propriedade visitada, dais quais verificou-se uma grande

ocorrência dessa moléstia. A diagnose visual, permitiu enxergar os sintomas expressadas pelas

plantas, que são semelhantes com o que afirmam Kimati et al. (2005), ocorrendo necrose e queda

progressiva das folhas (Figura 2), perda de ramos, e estrias negras das raízes ao caule resultante da

destruição dos tecidos radiculares.

Figura 2 - Necrose parcial e queda progressiva

das folhas.

Figura 3 - Estria negra devido a morte do

tecido radicular.

Fonte: Elaborada pelos autores. Fonte: Elaborada pelos autores.

A sintomatologia encontrada também é confirmada por Albuquerque (1964), que diz quando

a inoculação acontece na porção aérea, verifica-se o surgimento de manchas escuras nos ramos e

posterior queda foliar (Figura 3).

Acredita-se que a grande incidência dessa enfermidade na lavoura seja devida ao excesso

hídrico promovido pela irrigação, assim como o espaçamento adotado de 1,5 m X 2,5 m em fileiras

simples. Duarte (2006), recomenda para este tipo de fileira espaçamento de 2,0 m x 2,0 m; 2,5 m x

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2,5 m ou 2,0 m x 3,0 m. O espaçamento escolhido não permite a entrada de luz solar contribuindo,

portanto, a um ambiente favorável para o fungo Fusarium solani, principalmente em épocas mais

chuvosas do inverno amazônico.

Segundo relatos do proprietário, os prejuízos causados pela Fusariose chegam a 15%. Utiliza-

se dentro da lavoura a aplicação do fungicida Trichodermil pelo menos duas vezes ao ano.

O controle dessa doença deve ser preventivo, com o uso de areia lavada ou casca de

arroz carbonizada para enchimento dos canteiros, de drenagem e de 1 a 2

pulverizações quinzenais com carbendazim, tiabendazol ou tebuconazol (1 mL do

produto comercial por litro de água), alternadas com uma aplicação de mancozeb ou

captan (3 g ou 3 mL/L), sempre misturado com um espalhante adesivo (1 mL/L de

calda fungicida). (DUARTE et al. 2006).

CONCLUSÃO: Com o auxílio da literatura, a partir da diagnose visual e as informações levantadas

na propriedade, pode-se concluir que, a sintomatologia observada nas plantas infectadas é

consequência pela Fusariose ou Podridão das raízes, que tem como agente causal o fungo Fusarium

solani f. sp. Piperis. O método de controle adequado, segundo a literatura consultada deve ocorrer de

forma preventiva, com pulverizações de fungicidas recomendados, espaçamento apropriado e

controle da umidade do solo irrigado.

REFERÊNCIAS

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DUARTE, M.L.R.; POLTRONIERI, M.C.; CHU, E.Y.; et al. A cultura da pimenta-do-reino. 2. ed.

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FUSARIOSE NA CULTURA DE ALFACE AMERICANA

42Benhur Ewerton Beggo Granella1

[email protected]

Carlos Borre Dewes 1

Diego de Melo Correa1

Jordan Borges Souza1

Gilbson Santos Soares2

RESUMO: A alface americana, Lactuca sativa L., é a hortaliça mais consumida na maior parte do mundo e no Brasil.

Em Santarém e municípios vizinhos, o cultivo é feito por agricultores familiares, do plantio até a colheita de forma manual,

calcula-se que atualmente cerca de 10.000 mil pés de alface são abastecidos no mercado, diariamente. Os fungos

conhecidos como deuteromicetos, vivem no solo saprofiticamente ou exercendo parasitismo sobre diversas culturas

anuais ou perenes, causando sintomas de tombamento de plântulas e podridão de raízes de plantas. Dentre as espécies

destaca-se a Fusarium oxysporum, agente causal da fusariose. O presente estudo tem como objetivo identificar o patógeno

através dos sintomas apresentados pelas plantas infectadas e evidenciar possíveis medidas de controle empregadas para

evitar a disseminação da doença. A diagnose visual, foi o método de análise utilizado, além do relato do proprietário sobre

incidência e controle da doença. Foi possível identificar plantas da alface com sintomas de fusariose, murchamento das

folhas o apodrecimento do colo. O excesso de umidade no solo para o plantio, oriundo da irrigação, parece ser o principal

fator de disseminação do fitopatógeno. Os controles utilizados são preventivos, controle manual e o controle biológico.

PALAVRAS-CHAVE: FUSARIOSE; ALFACE; FITOPALOGIA.

INTRODUÇÃO: A alface americana, Lactuca sativa L., é uma hortaliça anual ou bienal, utilizada

na alimentação humana desde cerca de 500 a.C. Oriunda do Leste do Mediterrâneo, é a hortaliça mais

cultivada e consumida em saladas, praticamente, em todo o mundo, possui inúmeras

variedades de folhas, cores, formas, tamanhos e texturas. A alface é uma planta rica em nutrientes e

clorofila; e tem a função de alcalinizar e desintoxicar - principalmente o fígado. Esta hortaliça

constitui uma importante fonte de vitaminas (A, C e niacina) e sais minerais (sais de enxofre, fósforo,

ferro, cálcio e silício). No Brasil não poderia ser diferente, estima-se que aproximadamente 40% do

total investido pelos brasileiros na compra de verduras destinem-se a aquisição da alface, tornando-a

a hortaliça mais consumida em nosso país. A produção é realizada de diferentes formas (hidropônica,

produção em estufa e cultivo orgânico), o que aumenta a produtividade e oferece resultados mais

satisfatórios e saudáveis aos consumidores finais. Em Santarém e municípios vizinhos, o cultivo é

feito por agricultores familiares, do plantio até a colheita de forma manual, calcula-se que atualmente

cerca de 10.000 mil pés de alface são abastecidos no mercado, diariamente.

Os fungos da divisão Deuteromycota, fungos imperfeitos, são popularmente conhecidos como

deuteromicetos, vivem no solo saprofiticamente ou exercendo parasitismo sobre diversas culturas

anuais ou perenes. A ação desses fungos está relacionada aos sintomas de tombamento de plântulas

1Acadêmicos do Curso de Agronomia do Centro Universitário Luterano de Santarém - CEULS/ULBRA 2 Professor Me. do Curso de Agronomia do Centro Universitário Luterano de Santarém - CEULS/ULBRA42

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e podridão de raízes de plantas. Dentre as espécies de deuteromicetos destaca-se a Fusarium

oxysporum, agente causal da fusariose. (MOREIRA e SIQUEIRA, 2002).

Esse fungo penetra nas raízes através de aberturas naturais ou ferimentos e coloniza o sistema

vascular das plantas dificultando a absorção de água e nutrientes. A obstrução do xilema causa, com

o passar do tempo, a murcha, atrofia e morte das plantas. Na ausência de hospedeiros suscetíveis ou

condições adversas, esse pode permanecer viável na área infestada por longos períodos através de

estruturas de resistência denominadas clamidósporos ou, ainda, associado a restos de cultura ou

matéria orgânica. Estudos têm evidenciado que o patógeno pode permanecer viável no solo por

períodos de até 8 anos. (BIANCHINI et al., 1997).

Bedendo (1995) classifica o damping-off como um grupo de doença que incide em tecidos

vegetais jovens, em sementes recém plantadas que apodrecem, devido à ação de patógenos presentes

no solo ou veiculados na semente, ocorrendo antes da germinação e após o intumescimento deste

órgão, reduzindo o “stand” inicial de plantas no viveiro de produção de mudas ou no campo, sendo

popularmente chamado de tombamento. Quando o ataque do patógeno ocorre após a emergência das

plântulas essa doença é denominada como damping-off de pós-emergência, cujos sintomas são

observados na região do colo nas plântulas, rente ao solo, com o aparecimento de manchas

encharcadas que com o tempo vão evoluindo para lesões profundas, culminando com a constrição do

caule, que por estar enfraquecido, tende a tombar.

Para o manejo da fusariose recomenda-se a adoção de medidas que visem a evitar o

aparecimento da doença, reduzam o potencial de inóculo ou dificultem a sua disseminação. Entre as

práticas recomendadas destacam-se: evitar o plantio em áreas com histórico da doença; usar

sementes sadias ou tratadas. Para a produção de mudas, utilizar substrato livre de patógenos, evitar

semeadura profunda e regas excessivas. As bandejas devem ser desinfestadas com cloro a 10% por

30 minutos; plantar mudas sadias no campo; adubar equilibradamente; irrigar moderadamente com

água de boa qualidade; realizar rotação de culturas por três a cinco anos visando a redução do inóculo

em áreas afetadas; evitar o plantio em estações favoráveis a doença (primavera e verão), em áreas

problemáticas; eliminar e destruir plantas doentes, inclusive o caule e raízes; utilizar matéria orgânica

de origem conhecida; eliminar restos culturais que possam servir substrato para a sobrevivência do

patógeno na área; empregar a solarização associada a agentes de controle biológico (Trichoderma

harzianum) pode reduzir de forma significativa a doença no campo.

Benítez et al. (2004) consideram que o controle biológico ou biocontrole é fundamentado nas

interações antagônicas que ocorrem entre as espécies. O emprego de isolados do fungo Trichoderma,

também um deuteromiceto, é uma das alternativas aos produtos químicos para o combate de

fitopatógenos de solo e em sementes pois interferem na vida do fitopatógeno por diversos

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150

mecanismos de ação como a competição por espaço e nutrientes, a antibiose, o micoparasitismo, a

fungistase, a indução de resistência, entre outros. Entre os agentes de biocontrole, os mais importantes

são os do gênero Trichoderma por serem antagonistas eficazes de uma ampla faixa de fungos

fitopatogênicos.

Tendo em vista a importância econômica, social e cultural da alface, o presente estudo tem

como objetivo identificar o patógeno através dos sintomas apresentados pelas plantas infectadas e

evidenciar possíveis medidas de controle empregadas para evitar a disseminação da doença.

MÉTODOS: Essa pesquisa foi realizada na Fazenda Alvorada, localizada na PA-431, (Rodovia

Curua-una ), Km39 no Ramal Tracoá no Município de Mojuí dos Campos – PA (Figura1).

Figura 1 – Localização da Fazenda Alvorada.

Fonte: Google Earth,2017.

A diagnose visual, foi o método de análise utilizado. A diagnose visual é uma ferramenta

indispensável para avaliar a sintomatologia de doenças, ataque de pragas ou influência do clima ou

toxidez de um elemento pela aparência da planta, especialmente, pela coloração de suas folhas.

(ROSSETO e SANTIAGO, 2010). Os sintomas observados nas plantas doentes foram comparados

com aqueles descritos no Manual de Fitopatologia, além de ser levado em consideração o relato da

incidência da fitopalogia e controle utilizados feitos pelo proprietário.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: De acordo com relatos do proprietário, foi levado em conta um

surto do patógeno nas plantas da alface, desenvolvido em um canteiro de uma das estufas. Segundo

ele, devido ao excesso de irrigação fazendo com que o solo ficasse encharcado propiciando assim um

ambiente favorável para o desenvolvimento e disseminação do fungo. A fitopalogia causou a perda

de quatrocentos pés de alface de uma só vez.

As plantas doentes apresentavam o murchamento das folhas como estágio inicial do patógeno,

já que a fusariose ataca o sistema radicular da planta afetando os vasos condutores, as plantas retiradas

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do canteiro manifestavam também o apodrecimento do colo. Vale ressaltar, que devido à falta de um

protocolo com medidas eficazes de controle, por meio de métodos químicos, a alternativa no caso de

aparição da patogenia é a retirada imediata das plantas doentes dos canteiros, visto que o fungo,

presente no solo, se instala muito rapidamente na planta. Atualmente quando algum sintoma do

patógeno é percebido nos canteiros, as plantas que manifestam a sintomatologia são imediatamente

removidas da área do plantio. Bianchini et al. (1997) consideram que a ocorrência da fusariose é mais

frequente no verão, quando prevalecem períodos com altas temperaturas e umidade. O uso de

sementes infectadas é considerado o modo mais importante de disseminação da doença. A introdução

do fungo em áreas sadias é feita através do plantio de mudas infectadas. No campo, a transmissão da

doença deve-se principalmente ao uso de implementos e ferramentas agrícolas infestados, água de

irrigação, chuvas e circulação de pessoas.

Durante a visita na propriedade foram encontrados pés de alface com o seguinte sintomas:

“Dumping-off” (tombamento), murcha e apodrecimento das folhas, desde as mais novas até as mais

velhas (Figura 2). As plantas da alface que apresentavam sintomas da fusariose, encontravam-se no

canteiro em que houve o excesso de irrigação, em meio adensado, o que proporciona um microclima

favorável ao desenvolvimento do patógeno (EMBRAPA, 2014).

A comparação da sintomatologia com a literatura, constata que o agente causador se encontra

no solo, em estado de sobrevivência, e pode atuar, inicialmente as raízes, limitando assim a absorção

de nutrientes e alterando a estrutura da planta, a disseminação rápida se deve ao excesso de umidade

no solo.

Figura 2 – Sintoma iniciais no Alface.

Fonte – Elaborada pelos autores.

A propriedade conta no momento com um teste de controle biológico usando o fungo

Trichoderma harzianum, um fungo “benigno” a planta, o qual quando aplicado no solo e/ou inoculado

da semente, age como um competidor em relação ao fungo patógeno. Os resultados ainda estão em

teste, mas o proprietário entende que, mesmo sendo um método caro, o mesmo deve auxiliar a diminui

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as perdas, fazendo o investimento se pagar. Benítez (2004) descreve que os fungos da espécie

“Trichoderma harzianum interferem na vida do fitopatógeno por diversos mecanismos de ação como

a competição por espaço e nutrientes, a antibiose, o micoparasitismo, a fungistase, a indução de

resistência, entre outros”.

Podemos ressaltar que mesmo havendo outros pequenos focos em toda a produção,

verificamos que esse surdo que acarretou uma grande perda foi devido ao manejo incorreto sobre a

irrigação pois a fusariose aparecia sim em outros canteiros, mas logo quando apresentavam os

sintomas iniciais o produtor logo retirava e descartava a planta infectada.

CONCLUSÃO: Os resultados encontrados na propriedade visitada quando comparados com a

literatura, mais os relatos do proprietário, permitem inferir que a fitopalogia em plantas da alface

encontradas, trata-se da fusariose causada pelo fungo Fusarium oxysporum. O excesso de umidade

no solo utilizado para o plantio, oriundo da irrigação, parece ser o principal fator de disseminação do

fitopatógeno. Os métodos de controle utilizados na propriedade são preventivos, controle manual,

com a retirada e descarte das plantas infectadas e o controle biológico através do fungo Trichoderma

harzianum, este em fase de teste na propriedade.

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GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS ORGÂNICOS NO MUNICÍPIO DE SANTARÉM

43Yash Brendo Pereira Coelho Guimarães1

[email protected]

André Luiz Teixeira Dalagnol1

Caio Mateus Silva de Souza1

Giovanna Ferreira Diniz1

Isabel Cristina Tavares Martins2

RESUMO: Os resíduos sólidos orgânicos são os principais responsáveis pelo potencial poluidor dos

resíduos sólidos (RS), em geral seus derivados (chorume, metano, metais pesados, etc.) são altamente

poluentes se dispostos em logradouros inadequados. O objetivo do presente estudo é analisar os dados

referentes à coleta de resíduos sólidos orgânicos na cidade de Santarém, região oeste do Pará. Os

dados cedidos pela Secretaria Municipal de Infraestrutura (SEMINFRA) mostram que 63,8% dos RS

coletados no município são de origem orgânica, e apesar de ter havido uma leve redução no total de

RS produzido entre anos de 2015 e 2016, ainda assim, seria possível produzir mais de 23 mil toneladas

de composto orgânico a partir dos resíduos gerados na região urbana de Santarém. Em 2016 foram

produzidas, dentro das unidades de destinação, apenas 8 toneladas de composto. A partir da análise

dos dados pode-se concluir que há potencial de utilização sustentável dos RS orgânicos em Santarém

e que os projetos institucionais de aproveitamento dos RS orgânicos apresentam-se como uma boa

alternativa para a mitigação dos problemas ambientais gerados por esses resíduos.

PALAVRAS CHAVE: compostagem, poluição, lixo urbano

INTRODUÇÃO: A produção de resíduos sólidos (RS) pela população é um problema que, desde a

revolução industrial, vem ganhando força e se tornando um entrave social, econômico e,

principalmente, ambiental (PHILIPPI JR., 1979). Somente a partir da década de 70 certa preocupação

começou a tomar forma na sociedade. Nesse período, o foco era com a coleta e disposição desses

resíduos. Na década seguinte buscaram-se métodos de tratamento e destruição do material. E hoje, a

preocupação primordial quanto a esses resíduos é a prevenção e redução da produção desses resíduos

(BROLLO & SILVA, 2001; LOPES, 2006).

Lopes (2006) afirma que mais da metade dos resíduos sólidos gerados no brasil são constituídos

de material orgânico passível de sofrer processo de compostagem ou transformação anaeróbia. Esses

resíduos são os principais responsáveis pela poluição decorrente da disposição inadequada de

resíduos sólidos urbanos em função de seu potencial de gerar líquidos e gases nocivos aos seres vivos,

ao ar, ao solo e aos corpos de água (chorume, metano, metais pesados) (PEREIRA NETO & LELIS,

1999; BROLLO & SILVA, 2001; ABREU JUNIOR et al., 2005; LOPES, 2006;).

Na última década diversos projetos têm sido desenvolvidos a fim de que os problemas

ambientais do lixo urbano sejam mitigados. Entretanto, a maioria desses projetos são de abrangência

limitada, normalmente municipal ou institucional. No município de Santarém, um dos exemplos mais

43

1Graduando(a) do Curso de Agronomia pelo Centro Universitário Luterano de Santarém. 2MSc. Professora Ceuls/Ulbra, Santarém-PA.

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marcantes é o projeto “Compostagem e Horta Orgânica”, implantado em 2015 no Hospital Regional

do baixo Amazonas (HRBA). Aproximadamente um ano após a implantação o Hospital recebeu o

prêmio “Amigo do Meio Ambiente” concedido pela Secretaria de Estado de Saúde de São Paulo. Em

2017, o HRBA recebeu o selo Materiality Disclosures, emitido pela Global Reporting Initiative

(GRI), que reconhece as instituições que desenvolvem práticas mitigadoras de impactos ambientais.

No mundo, apenas 15 hospitais possuem essa certificação (PORTAL AMAZÔNIA, 2016; HRBA,

2017).

As mudanças com relação ao gerenciamento de resíduos sólidos devem continuar acontecendo,

principalmente em função da nova Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei Nº 12.305, de 02 de

agosto de 2010), que dispõe sobre os “[...]princípios, objetivos e instrumentos, bem como, sobre as

diretrizes relativas à gestão integrada de resíduos sólidos[...]” (BRASIL, 2010). O prazo para

adequação dos municípios à nova legislação terminou em agosto de 2014 e vem sendo rediscutido

desde então em função da grande quantidade de cidades que ainda mantinham lixões como destino

final dos resíduos (MANNARINO et al., 2015). A nova legislação prevê, ainda, a implementação de

sistemas de coleta seletiva em todos os municípios. 62% dos municípios brasileiros são atendidos por

algum tipo de iniciativa de coleta seletiva e, destes, a grande maioria é composta por municípios com

mais de 100 mil habitantes. A dificuldade encontra-se no fato de que essas iniciativas não atendem a

totalidade do município e baseiam-se em pontos de entrega voluntária, sem serviços de coleta nas

residências (BRASIL, 2010; ABRELPE, 2014; MANNARINO et al., 2015).

Diante do exposto, o presente trabalho tem por objetivo analisar os dados sobre a gestão de

resíduos sólidos orgânicos produzidos e coletados no município de Santarém no ano de 2016.

MATERIAIS E MÉTODOS: O estudo foi realizado na cidade de Santarém, localizada na região

norte do Brasil, mesorregião do Baixo Amazonas e microrregião de Santarém.

A pesquisa se baseou na análise das informações cedidas pela Secretaria Municipal de

Infraestrutura de Santarém (SEMINFRA). Os dados referentes ao ano de 2015 estão disponíveis na

ferramenta de acesso SNIS (Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento). É uma ferramenta

de acesso público alimentada anualmente com os dados de saneamento básico dos municípios

brasileiros. As informações são apresentadas na forma de tabelas com dados de quantidades, materiais

e equipamentos, custos, mão-de-obra, áreas de ação, dentre outras.

Foram avaliados os dados referentes à quantidade de resíduos sólidos orgânicos coletados no

período a partir da análise das informações gravimétricas fornecidas pela SEMINFRA.

Após análise, os resultados foram organizados em tabelas e gráficos para demonstração dos

dados e extração das informações mais relevantes.

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RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os dados relativos ao total de resíduos sólidos coletados no

município de Santarém, no ano de 2016, são apresentados na Tabela 1. De acordo com os dados

fornecidos pela SEMINFRA e disponíveis no SNIS, nenhuma das unidades de destinação de resíduos

sólidos urbanos de Santarém possui Licença de Operação. Essa situação vai de encontro com a

Resolução CONAMA nº 237 de 19/12/1997, que determina que todas as atividades de destinação e

tratamento desses materiais estejam sujeitas a licenciamento ambiental (CONAMA, 2012)

A quantidade, em toneladas, de resíduos sólidos coletados no município variou de 4.015,33 ton,

no mês de outubro, a 5.400,45 ton, no mês de junho. O total de resíduos coletados em 2016 foi 2,05%

menor do que em 2015. Essa redução pode estar relacionada com o aumento de iniciativas de

reutilização de resíduos sólidos na cidade, podendo-se tomar como exemplo o projeto “Compostagem

e Horta Orgânica” do HRBA que, só em julho de 2017 reutilizou mais de 2 toneladas de resíduos

orgânicos gerados pelo hospital (HRBA, 2017).

Considerando somente a população urbana de Santarém, que é a principal atendia pelos serviços

de coleta de lixo, cada pessoa na cidade produz 709 g de lixo por dia. Desse total, 452, 34 g é composta

de resíduos orgânicos. Anualmente, cada pessoa produziria aproximadamente 165 kg de matéria

orgânica passível de utilização em compostagem e biodigestão (ABREU JUNIOR et al., 2005).

Tabela 12 - Produção mensal, média diária e quantidade Per capta de resíduos sólidos produzidos

no município de Santarém.

Prod./Mês Méd. Kg/Dia Méd. Ton. /Dia Per capta/Dia

Média 4.649,84 153.025 152,6 0,709*

Total 55.798,05 ---------- ---------- ----------

*Considera-se a população urbana do município - 215.790 habitantes (IBGE, 2010)

Do total de resíduos coletados, 63,8% são constituídos de matéria orgânica que é um material

passível de reutilização em processos de transformação biológica. Esses dados corroboram as

informações de Lopes (2006), que afirma que mais da metade dos resíduos gerados no Brasil são de

origem orgânica. Os dados gravimétricos dos RS no município, calculados pela SEMINFRA em

2011, são apresentados na Figura 1.

Considerando o total produzido em 2016, a quantidade de matéria orgânica encaminhada para

o aterro municipal e para as fossas sépticas é de, aproximadamente, 35.599,16 toneladas.

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Figura 12 - Média, em %, da quantidade de resíduos sólidos coletados em Santarém de acordo com

o tipo de material

(Fonte: SEMINFRA/2011).

De outubro de 2015 a abril de 2016 foi implementado um projeto piloto de compostagem de

resíduos das feiras e mercados (8 toneladas) e rejeitos de grãos de soja (4 toneladas). O resultado foi

a geração de 8 toneladas de composto estabilizado pronto para diversos usos, em especial, o uso

agrícola (SANTOS et al., 2014). Considerando essa proporção, a partir do total de matéria orgânica

produzida em 2016, seria possível obter mais de 23 mil toneladas de composto orgânico que poderia

ser utilizado para produção de alimentos em escolas, hospitais, asilos e para uso em hortas

comunitárias (ABREU JUNIOR et al., 2005; SANTOS et al., 2014)

De acordo com a SEMINFRA (2015), não são aplicados recursos diretamente para o manejo

de resíduos sólidos. É informado, porém, que as despesas com limpeza urbana chegam a mais de 14

milhões de reais por ano. Se adotarmos que 50% é destinado ao manejo de RS, e que, desse total,

63,8% é gasto com o manejo de resíduos orgânicos, a economia seria de quase 4,5 milhões de reais

que poderiam ser investidos em saúde e educação, por exemplo.

CONCLUSÃO: Os resíduos sólidos orgânicos produzidos em Santarém possuem potencial de

utilização em processos de transformação e aplicação em atividades agrícolas na área urbana. A

quantidade utilizada em projetos-piloto de compostagem e biodigestão ainda é muito pequena em

relação ao total produzido no município. Existem diversos entraves para que o município se ajuste à

nova Política Nacional de Resíduos Sólidos. Em especial, a ausência de licença de operação das

unidades de destinação desses resíduos. Os projetos institucionais de aproveitamento dos RS

orgânicos apresentam-se como uma boa alternativa para a mitigação dos problemas ambientais

gerados por esses resíduos.

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157

REFERÊNCIAS

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ABREU JUNIOR, C. H.; BOARETTO, A. E.; MURAOKA, T.; KIEHL, J. de C. Uso agrícola de

resíduos orgânicos potencialmente poluentes: propriedades químicas do solo e produção vegetal.

Tópicos Ciência do Solo, 4:391-470. 2005.

BRASIL. ARAÚJO, E. A. de; KER, J. C.; MENDONÇA, E. de S.; SILVA, I. R. da;. Lei Federal nº

12.305 - Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos; altera a Lei no 9.605, de 12 de fevereiro de

1998; e dá outras providências. Diário Oficial [da União], 03 de agosto de 2010.

BROLLO, M. J.; SILVA, M. M. Política e gestão ambiental em resíduos sólidos: revisão e análise

sobre a atual situação no Brasil. 21º Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e ambiental.

ABES – Trabalhos Técnicos. João Pessoa, PB. 2001.

CONAMA – Conselho nacional do Meio ambiente. Resoluções do Conama: Resoluções vigentes

publicadas entre setembro de 1984 e janeiro de 2012. Ministério do Meio Ambiente. Brasília: MMA,

2012.

HRBA – Hospital Regional do Baixo Amazonas. Hospital Regional de Santarém já reaproveitou

mais de seis toneladas de lixo orgânico em 2017. Disponível em: www.hrba.org.br. Acesso em 12

de outubro de 2017.

LOPES, L. Gestão e gerenciamento integrados dos resíduos sólidos urbanos: Alternativas para

pequenos municípios. Dissertação (mestrado). Departamento de Geografia da Faculdade de

Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo. São Paulo, SP. 2006.

MANNARINO, C. F.; FERREIRA, J. A.; GANDOLLA, M. Contribuições para a evolução do

gerenciamento de resíduos sólidos urbanos no Brasil com base na experiência Europeia. Eng. Sanit.

Ambient. Setembro de 2015.

PEREIRA NETO, J. T.; LELIS, M. P. N. Variação da composição gravimétrica e potencial de

reintegração ambiental dos resíduos sólidos urbanos por região fisiograficado estado de Minas Gerais. Laboratório de Engenharia e Saneamento Ambiental, Universidade Federal de Viçosa, 1999.

PHILIPPI JR A. Sistema de resíduos sólidos: coleta e transporte no meio urbano. [Dissertação de

Mestrado – Departamento de Saúde Ambiental da Faculdade de Saúde Pública da USP. São Paulo

(SP); 1979.

PORTAL AMAZÔNIA. Hospital Regional do Baixo Amazonas recebe prêmio por ações ambientais.

Disponível em: www.portalamazonia.com. Acesso em 12 de outubro de 2017.

SANTOS, A. T. L.; HENRIQUE, N. S.; SHHLINDWEIN, J. A.; FERREIRA, E.; STACHIW.

Aproveitamento da fração orgânica dos resíduos sólidos urbanos para produção de composto

orgânico. Revista Brasileira de Ciências da Amazônia, v. 3, n. 1, p. 15-28, 2014.

SEMINFRA – Secretaria de Infraestrutura de Santarém. Diagnóstico de Resíduos Sólidos (2015).

Disponível em: http://www.snis.gov.br/diagnostico-residuos-solidos/diagnostico-rs-2015. Acesso

em 05 de outubro de 2017.

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MAL-DE-SETE-VOLTAS NA CULTURA DA CEBOLINHA – ALLIUM FISTULOSUM

44Andressa Lemos Rocha1

[email protected]

Keyse Oliveira da Costa1

Ana Flávia Lago1

Apoena Garcia Vieira 1

Gilbson Santos Soares2

RESUMO: A cebolinha é um condimento muito utilizado no norte do Brasil e, sobretudo uma importante cultura nas

hortas de produtores de olerícolas. Em quase todos os pratos típicos regionais do norte do Brasil ela está presente,

agregando sabor característico e especial. Tendo em vista a importância da cebolinha no âmbito econômico, cultural e

social na região, o objetivo do presente trabalho é identificar o Mal-de-sete-voltas, também conhecida como antracnose

foliar, em uma propriedade na zona urbana de Santarém-PA, conforme seus sintomas na cultura e confrontá-los com os

descritos na literatura. A análise foi efetuada a partir dos sintomas apresentados pelas plantas e comparadas com os

descritos na literatura. Para isso, foram colhidas e registradas amostras e através de diagnose visual, supõem-se que as

plantas estavam infectadas pelo fungo Colletotrichum gloeosporioides f. sp. cepae, agente causal da fitopatologia Mal-

de-sete-voltas.

PALAVRAS-CHAVE: CEBOLINHA, FITOPATOLOGIA, ANTRACNOSE, FUNGO.

INTRODUÇÃO: A cultura da cebolinha, Allium fistulosum, é um condimento muito apreciado nas

mesas dos brasileiros. Em quase todos os pratos típicos regionais do norte do Brasil ela está presente,

agregando sabor característico e especial. Pertence a família aliácea, que abrange também outros

condimentos importantes nacionais, como o alho e a cebola (FILGUEIRA, 2003, p. 252 e 269).

Essa planta caracteriza-se por apresentar folhas tubulares-alongadas formando touceiras.

Adapta-se a variadas temperaturas e a vários tipos de solo, entretanto, produz melhor em pH entre 6,0

e 6,5. Pode ser propagada por sementes ou por parte vegetativa, ao qual é a forma mais utilizada. No

entanto, quando há presença de doenças, a propagação mais indicada é por meio de semeadura. A

colheita se dá entre 55 ou 85 dias do plantio por parte vegetativa e semeadura, respectivamente.

(FILGUEIRA, 2003, p. 269).

As doenças fúngicas são causadas por fungos patogênicos e podem ocorrer em todas as fases

de desenvolvimento da planta, inclusive em fases pré-plantio e pós-colheita. Os fatores ambientais

são grandes aliados, tanto no combate dessas doenças como também, no favorecimento. As altas

temperaturas e umidade da região amazônica são altamente favoráveis ao aparecimento e

desenvolvimento de fungos do gênero Colletotrichum. (FILGUEIRA, 2003, p. 97; PEREIRA, 2014,

p. 19; ALMEIDA, 2015, p.10).

Dentre as espécies, destaca-se o Colletotrichum gloeosporioides f. sp. cepae, que segundo

Kimati et al. (2005, p. 56) é o fungo causador da doença denominada Mal-de-sete-voltas, que atinge

a cultura da cebolinha.

A disseminação do fungo ocorre por meio de mudas e sementes contaminadas ou mesmo por

meio da água da chuva ou de irrigação, isso porque, a água consegue dissolver a massa mucilaginosa

que o reveste e transporta o patógeno para novos tecidos hospedeiros, o qual em temperaturas de 23-

30 ºC germinam e penetram o tecido vegetativo através da cutícula. Esse fungo também pode

sobreviver no solo, em restos de cultura e sementes, o que dificulta o controle da doença (KIMATI

et al, 2005, p. 57).

1Acadêmicas do Curso de Agronomia do Centro Universitário Luterano de Santarém - CEULS/ULBRA 2 Professor Me. do Curso de Agronomia do Centro Universitário Luterano de Santarém - CEULS/ULBRA44

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Considerando a importância da cebolinha no âmbito econômico, cultural e social na região o

objetivo do presente trabalho é identificar Mal-de-sete-voltas conforme seus sintomas na cultura da

cebolinha, na propriedade visitada, e confrontá-los com os descritos na literatura.

MÉTODO: O município de Santarém se encontra a 2º 26’ 00” latitude sul e a 176 metros de altitude,

apresentando clima tropical úmido, com temperaturas médias de 28ºC, umidade relativa do ar média

de 84% e precipitação pluviométrica anual média de 2,096 mm (EL-HUSNY, 2006). A propriedade

escolhida para o desenvolvimento deste trabalho fica localizada na área urbana de Santarém, estado

do Pará, no bairro da Floresta, sob as coordenadas 2º27’10.8” (Figura 1). Trata-se de uma horta de

cultivo de variadas olerícolas, dentre elas, a cebolinha, coentro, alface e couve. O plantio é

desenvolvido em canteiros no solo, demarcados por tijolos de argila, separados entre si por

espaçamento para tratos culturais.

Figura 1 - Localização da Horta.

Fonte: Google Maps

Em relato do produtor, a fitopatologia, até então desconhecida por ele, é reincidente em sua

propriedade, sendo que, no cultivo em questão, a doença já havia atingido boa parte da produção,

acarretando grandes prejuízos no plantio realizado.

A visita ocorreu no dia 21 de agosto de 2017 por volta das 18h, no momento em que o produtor

estava realizando tratos culturais normais nos canteiros. Foram registradas e colhidas amostras para

análise e comparação com a literatura. O método utilizado para identificação da doença foi a diagnose

visual, fazendo-se uso dos sintomas apresentados na planta e os descritos na literatura.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: O Mal-de-sete-voltas é uma fitopatologia caracterizada por

apresentar mela, estiolamento e tombamento, também chamado de “damping-off”. Em campo,

apresenta enrolamento, curvatura e clorose das folhas, podendo-se verificar abundância de

pontuações pretas, que são acérvulos do fungo (Figura 2). A partir desses acérvulos, são liberadas

massas gelatinosas de coloração rosada ou alaranjada, a qual contém esporos do patógeno. Entretanto,

ocorre apenas quando há alta umidade. (KIMATI et al., 2005, p. 57). Um dos primeiros sintomas

observados na cultura visitada foi o enrolamento das folhas, característica que denominada

enfermidade. As plantas também apresentavam estiolamento, tombamento, curvatura e clorose das

folhas (Figura 3). Em algumas touceiras já era possível verificar a abundância de pontuações pretas,

que são acérvulos do fungo (Figura 4).

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Figura 2 – (a),(b) e (c): Sintomas do Mal-de-sete-voltas na cultura da cebolinha, (d) e (e) –

acérvulos do fungo.

Fonte: SANTANA (2015, p. 30).

Figura 3 - Enrolamento, estiolamento, tombamento, curvatura e clorose das folhas.

Fonte: Autores

Figura 4 - Acérvulos do fungo.

Fonte: Autores

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Praticamente todos os canteiros de cebolinha apresentavam sintomas expressivos dessa

doença, alguns em maior intensidade que outros. Os fatores climáticos, como temperatura e umidade

do ar, típicos da região, combinados com a umidade do solo, feito por irrigação, devem contribuir

significativamente para disseminação do patógeno na cultura. Outros fatores que podem estar

contribuindo são: a utilização de mudas e a reutilização do substrato de culturas anteriores,

possivelmente contaminadas. Kimati et al. (2005) ressalta que a disseminação do patógeno pode

ocorrer por meio de mudas ou sementes contaminadas e através da água da chuva ou de irrigação,

combinado com temperaturas de 23-30 ºC. O fungo pode sobreviver no solo, em restos de cultura e

sementes, o que favorece a permaneça do patógeno no local de plantio.

CONCLUSÃO: Com base no Manual de Fitopatologia de Kimati et al (2005) e de literaturas

complementares, pode-se inferir que a doença causadora desses sintomas é o Mal-de-sete-voltas

(Antracnose foliar) que tem como agente causal o fungo Colletotrichum gloeosporioides f. sp. cepae.

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NITROUS OXIDE FLUXES FROM INTENSIVELY MANAGED MAIZE FIELDS IN

SANTAREM-BELTERRA PLATEAU.

45Raimundo Cosme de Oliveira Junior1

[email protected]

Troy Patrick Beldini2

Plinio Barbosa de Camargo3

Daniel Rocha de Oliveira4

Raiane Pereira de Abreu Guimaraes5

Darlisson Bentes dos Santos4

RESUMO: Devido à recente expansão agrícola na Amazônia, a avaliação dos impactos deste uso da terra sobre os

gases de efeito estufa, as emissões destes gases têm se tornado uma prioridade de pesquisa. Este trabalho teve como

objetivos principais a quantificação dos fluxos de N2O em solos da Amazônia plantados com milho, e a relação deste

fluxo com os parâmetros químicos e físicos do solo e com a precipitação. Este estudo foi conduzido em campos agrícolas

de milho (Zea mays), localizados nos municípios de Belterra e Santarém, oeste do estado do Pará, durante o ano de 2015.

O método da câmara estática foi utilizado para coletar as amostras de gases. A maioria das atividades agrícolas ocorreu

na estação chuvosa, com 70% da precipitação anual ocorrendo durante esta estação. No campo, o N2O apresentou um

fluxo médio de 41.3 µg m-2 h-1 com uma queda acentuada do período 1 para os outros períodos antes do período de

colheita. Os resultados concluem que durante o período que vai desde o plantio inicial até o dia 7 (período 1), a cultura

emitiu mais óxido nitroso do que outros; o período de colheita emitiu os fluxos mais altos das culturas.

PALAVRAS CHAVE: MUDANÇAS CLIMÁTICAS, SOLOS TROPICAIS, REGIÃO AMAZÔNICA.

INTRODUCTION: Land use change, the anthropogenic clearing of forest for agriculture, and

agricultural practices are three of the main contributors to the increase in atmospheric greenhouse gas

(GHG) concentrations (IPCC, 2007) and, thus; climate changes. The main gases that contribute to the

greenhouse effect (GHG) are carbon dioxide (CO2), methane (CH4), nitrous oxide (N2O), ozone (O3)

and water vapor (H2O) (OSTERMAYER, 2004).

The fluxes of CO2, CH4, and N2O are influenced by multiple factors, such as climate, nitrogen

deposition, and land management practices. Agriculture releases to the atmosphere significant

amounts of CO2, CH4, and N2O (METAY et al., 2007). As a proportion of global anthropogenic

emissions in 2005, agriculture contributed approximately 20% of CO2, (JOHNSON et al., 2007) 58%

of N2O (SYAKILA and KROEZE, 2011), and 47% of CH4.

Due to recent agricultural expansion in the Amazon evaluation of impacts by this land use on

greenhouse, gas emissions has become a research priority. Some studies have documented the

emissions from pastures (WICK et al. 2005), and forests (KELLER et al. 2005), but few studies have

investigated emissions from croplands in the Amazon region (OLIVEIRA JUNIOR et al., 2015).

1Pesquisador Embrapa Amazônia Oriental, Belem-PA, [email protected]; 2Professor IBEF/UFOPA, Santarém-PA; 3Professor CENA/USP, Piracicaba-SP; 4Professor CEULS/ULBRA, Santarém-PA 5Estudante de Agronomia CEULS/ULBRA, Santarém-PA45

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163

In light of this situation, this work had as its principal objectives the quantification of trace

gas flux of N2Oin soils of the lower Amazon basin planted with maize, and the relation of this flux

with soil chemical and physical parameters and with precipitation.

MATERIAL AND METHODS: This study was conducted in agricultural fields planted with maize

(Zea mays), located near the cities of Belterra and Santarém in western Pará State, Brazil, during the

production year of 2007. During dry season, this area was in fallow.

The region's climate is type Am in the Köppen classification system (IBAMA, 2004), and the

soils are predominately clayey Oxisols on slightly undulating terrain, classified by the Brazilian Soil

Classification System (OLIVEIRA JUNIOR & Correa, 2001) as Typic Hapludox, with an average

clay content above 850 g kg-1.

Sampling was done in 1 ha plot. In this plot, 10 static chambers were randomly distributed for

each sampling event. During the crop cycle (and concurrent with sampling), mineral fertilizer was

applied at a rate of 400 kg ha-1 (2 % N, 45 % P, and 60 % K), and nitrogen fertilizer was applied at a

rate of 60 kg ha-1 of urea (60 % N) 20 days after plant emergence. Maize productivity was 5,800 kg

ha-1 (± 400 kg) per year.

Sampling was divided into 4 stages: Period 1: from initial seedling planting (day zero) to day

15 (fertilizer application), with daily sampling to verify the effects of fertilizer application; Period 2:

day 16 up to day 71 (flowering period), with sampling conducted once a week; Period 3: from day 72

to day 113 (pre-harvest), with weekly sampling; and Period 4, from harvest day to day 7 after harvest,

with sampling done each 2 day.

The static chamber method was used to sample N2O and CO2, following the protocol described

in Keller et al. (2005) and Oliveira Junior et al. (2015).

Soil was sampled at 10 cm depth from inside the area covered by the chamber immediately

after gas collection was finished. Samples were placed in labeled plastic bags and transported to the

laboratory for weighing on a precision balance to obtain wet mass. Soils were dried at 105 ºC for 48

h in an oven and then weighed again to obtain dry mass.

RESULTS AND DISCUSSION: Rainfall is highly seasonal in the research area and the monthly

totals during three years (January 2005 to December 2007) are shown in Figure 1. Most agricultural

activities took place in the rainy season with 70% of annual precipitation occurring during this season.

In the fields, N2O had an average cycle flux of 41.3 µg m-2 h-1 with a steep decrease from

period 1 to the other periods before harvest period (Figure 2).

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164

The high frequency of sample collection during the period of crop management was important

to be able to evaluate the effects of maize crop systems on the emission of N2O. Furthermore, the soil

preparation management in the maize crop, together with high temperatures and rainfall, represent a

unique situation to measure N2O emission in the soil-atmosphere continuum.

With respect to N2O flux, there was a significant difference in the soybean plantation in

relation to period (F=10.4; p < 0.01), which could be explained by the greater availability of N in

period 1 compared to the other periods.

This greater availability of N is probably associated with good conditions for nitrifying and

denitrifying bacterial activity (FIRESTONE & DAVIDSON, 1989).This is related to soil tilling under

conventional management prior to seedling emergence that stimulates organic matter cycling, O2,

temperature, and moisture conditions (DOBBIE & SMITH, 2001) that favor N availability, which is

reflected in greater N2O emission.

These results are similar to those for young pastures in the Amazon rich in available N

(DAVIDSON et al., 2001). Anaerobic conditions associated with high concentrations of N,

principally in the form of nitrate (N-NO3-) represent ideal conditions for high denitrifying bacterial

activity (Smith et al., 2003), which could also explain the elevated flux found in period 1.

Figure 1. Total precipitation during entire study period.

Figure 2. Average trace gas (N2O) flux values with standard error (±SE) in an area of

mechanized cultivation of maize.

-100,00

0,00

100,00

200,00

300,00

400,00

500,00

1 2 3 4

N2

O F

luxe

s,µ

g m

-2h

-1

Periods

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165

The data for emission of N2O in this study are lower than those related in studies done in

primary and secondary forests in the Amazon. Palm et al., (2002) reported an annual N2O flux of 9.1

µg m-2 in secondary forest in Peru. Keller et al., (2005) found average annual N2O fluxes of about 75

µg m-2 on a clay soil and 16 µg m-2 on a sandy soil in primary forest in the Brazilian Amazon, and

Oliveira Junior et al. (2015) in very clay soils with soybean and rice.

CONCLUSIONS

During the period from initial seedling planting to day 7 (period 1), the crop emitted more

nitrous oxide than others period.

The harvest period emitted the highest fluxes of the crops

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167

PERDAS DE FRUTAS EM COMÉRCIO VAREJISTA DO MUNICÍPIO DE

SANTARÉM-PA 46Ana Cláudia Zolin1

Alessandra Damasceno da Silva2

Darlisson Bentes dos Santos3

Isabel Cristina Tavares Martins4

Edson Pereira dos Reis5

[email protected]

RESUMO: Este trabalho objetivou a realização de um levantamento de dados em relação às perdas de frutas frescas

no comércio varejista, com o intuito de obter informações para apoiar possíveis melhorias para a minimização de perdas

pós-colheita de frutas, no município de Santarém-PA. O método adotado foi à aplicação de questionário aos encarregados

do setor hortifrutícolas de cada estabelecimento, mediante visitação in loco, onde, por sua vez, notou-se que as perdas de

frutas frescas apresentam três principais causas, transporte irregular, aparência desagradável e colheita realizada

incorretamente. Os estabelecimentos que padecem com estas perdas, podem ser capazes de empregar técnicas, dentro das

condições de cada um, para minimizar o máximo possível de perdas.

PALAVRAS-CHAVE: ARMAZENAMENTO, FEIRA LIVRE, SUPERMERCADO.

INTRODUÇÃO: No Brasil, uma montanha de 39 mil toneladas de alimentos por dia vão diretamente

para o lixo (COSTA, 2013). Devido à falta de investimento em treinamento dos funcionários para o

manuseio correto dos alimentos, o volume em desperdício é vasto e quando refere-se ao pequeno

varejo, o próprio, não tem interessa em investir na produção de frutas dos seus fornecedores. As

transações frequentes entre varejo e fornecedor são de grande importância, pois permitem que as

partes ganhem conhecimento uma das outras, melhorando o relacionamento, gerando confiança em

torno de uma finalidade em comum e fazendo com que a utilização de contratos formais seja

desnecessária, uma vez que os pagamentos são efetuados no ato da compra, de acordo com (COSTA

e SOUZA, 2010). As perdas de frutas acontecem praticamente em todos os lugares, até mesmo em

nossa residência, no comércio varejista o índice de perdas é maior, por motivo de que a fruta é um

alimento perecível. No entanto, existem diversas maneiras de evitar tais perdas, relata Ceccato e

Basso (2011). Contudo, conhecer e compreender as razões pelas quais ocorrem as perdas é benéfico

de maneira geral tanto para o produtor como para o comerciante. Segundo Bastos (2015), o transporte

das frutas e hortaliças é uma das principais escapatórias para a redução das perdas de alimentos no

Brasil, visto que, não há embalagens adequadas e economicamente viáveis para o produtor rural, isto

se torna um motivo, pois os produtos que não são embalados adequadamente podem sofrer danos.

Os supermercados não são suficientemente rígidos quanto ao padrão estético dos produtos, o

que de certa forma acaba sendo prejudicial à comercialização, em razão da ausência deste padrão.

1 Eng. Agr., Centro Universitário Luterano de Santarém- CEULS/ULBRA. 2 Msc., Eng. Agric., Centro Universitário Luterano de Santarém- CEULS/ULBRA. 3Msc., Eng. Agric., Centro Universitário Luterano de Santarém- CEULS/ULBRA. 4 Msc. Eng. Mec., Centro Universitário Luterano de Santarém- CEULS/ULBRA. 5 Esp., Eng. Agr., Centro Universitário Luterano de Santarém- CEULS/ULBRA. 46

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168

Uma alternativa vantajosa seria a criação de seções com produtos de diferentes padrões e preços, com

o intuito de agradar o consumidor dando-lhe opção de escolher entre adquirir um produto “bonito”

pelo valor estabelecido, ou um produto “feio” devido aos danos causados, por um valor menor.

MÉTODO: O presente trabalho foi realizado no município de Santarém, Pará. Esse município está

localizada às margens direita do rio Tapajós, na sua junção com o rio Amazonas, cerca de 807 km

distante, em linha reta, da capital do Estado. A cidade possui sua área urbana de 77 km² e sua área

rural de 22.810 km², de acordo com os dados da Prefeitura Municipal de Santarém (PMS, 2016). Está

localizado nas coordenadas geográficas Latitude: 02º 26' 35" S e Longitude: 54º 42' 30" W. Os

produtos hortifrutícolas, em Santarém, são vendidos em estabelecimentos como supermercados e

feiras livres. A pesquisa foi baseado por dois segmentos, sendo 5 (cinco) feiras livres, com intensa

movimentação, na qual há circulação da maioria dos transportes públicos do município e, 4

supermercados, com muitas variedades de mercadorias de ampla utilização pela população, com

ambiente refrigerado e agradável para os clientes, e que possui uma boa reputação no município

perante os consumidores. A escolha do mercado foi feita de forma sucinta, usando como critério, a

notabilidade de cada um dos estabelecimentos comerciais. Ambos os segmentos são do setor de varejo

ou retalho que trata da venda de produtos ou a comercialização de serviços em pequenas quantidades,

ao contrário do que acontece na venda por atacado, o varejo é a venda direta ao comprador final,

consumidor do produto ou serviço, sem intermediários, conforme Parente (2000). A pesquisa foi

realizada no primeiro semestre de 2017 mediante visitação in loco para aplicação de um questionário

constituído por perguntas preestabelecidas. As entrevistas foram realizadas diretamente com os

encarregados do setor de hortifrutícolas nos supermercados, bem como com os encarregados da feira

livre que comercializam as frutas. No momento da entrevista foi realizado, também, esclarecimentos

sobre a pesquisa junto ao entrevistado, bem como recolhimento de sua assinatura para o Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido – TCLE, que respalda a integridade e seriedade da pesquisa junto

à sociedade garantindo o uso das informações e o anonimato dos pesquisados. O processamento dos

dados quantitativos foi realizado com auxílio de planilha eletrônica. Os dados qualitativos foram

analisados através da interpretação do conteúdo expresso nas entrevistas realizadas utilizando-se de

referencial teórico adequado para tal.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os resultados alcançados revelaram que a maioria das frutas mais

vendidas em 9 estabelecimentos, são as mesmas (Figura 1).

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Figura 13. Frutas mais vendidas semanalmente no mercado varejista em Santarém-PA.

Observou-se que semanalmente são perdidas poucas quantidades de frutas, porém, 4 destas

frutas tem uma quantia preocupante de perdas, sendo a laranja, abacaxi, melancia e maçã (Figura 2).

Luz et al. (2010), averiguaram em seu estudo que a preocupação com as perdas de frutas,

legumes e verduras tem ocupado gradualmente o espaço nas ocupações das empresas, visto que,

muitas das perdas são irrevogáveis. A maior preocupação está na validez dos produtos, em razão de

ser curta.

Figura 14. Frutas com maiores perdas semanais no mercado varejista de Santarém-PA

Existem vários motivos que promovem as perdas. Vale destacar que, o motivo mais comum

entre os estabelecimentos é o transporte irregular, com a média de 23% nos 2 locais de pesquisa

(supermercado e feira livre); seguido da colheita realizada incorretamente, ou seja, frutos que

apresentam cortes, e produto irregular com aparência desagradável (feio, pequeno, cor variada) com

20% de perdas; local de armazenamento inadequado (não refrigeração) com 15%; o manuseio

excessivo do consumidor, que é quando o mesmo, amassa, coloca a unha, derruba ou até mesmo

ingere o produto, com 10%; infestação por microrganismos fitopatogênicos (fungos, bactérias); e

logística mal executada com 5% (Figura 3).

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Figura 15. Motivos que promovem as perdas no mercado varejista do município de Santarém.

Apenas 2,39% dos entrevistados utilizam somente estradas de terra, 51,2% afirmaram que

utilizam estradas pavimentadas e 46,41% usam ambas. Grande parte das perdas de frutas remete-se a

inexistência de ambiente refrigerado, onde as frutas ficam armazenadas e expostas à vista do

consumidor, na metade dos estabelecimentos onde foi realizada a pesquisa. Apenas 30% investem

em sala de manipulação e balcão refrigerado, 20% investem em câmara fria e 50% não possuem

nenhum local refrigerado de armazenamento, que é o caso apenas das feiras livres (Figura 4).

Figura 16. Locais de armazenamento das frutas para o consumidor no mercado varejista de

Santarém.

CONCLUSÃO: A principal causa das perdas é o transporte irregular dos produtos. Os transportes

utilizados não possuem refrigeração. Os resultados permitiram compreender que para uma maior

conservação das frutas, é indispensável que o dono do estabelecimento invista em treinamento dos

funcionários, sensibilização dos clientes e a refrigeração do ambiente, onde as frutas sejam muito

bem armazenadas, para que o tempo de prateleira seja o maior possível.

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171

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PODRIDÃO DE RAÍZES NA CULTURA DO ABACAXI -ANANASCOMOSUSL. MERRIL-

NO MUNICÍPIO DE MOJUÍ DOS CAMPOS/PA

47Thayanny Fernanda Cunha da Silva1

[email protected]

Ramon Vieira Farias1

Gilbson Santos Soares2

Darlisson Bentes dos Santos2

Edson Pereira dos Reis2

RESUMO: Originário do Brasil, o abacaxi (Ananascomosus L. Merril), é uma planta monocotiledônea, herbácea e

perene. Trata-se de uma planta cultivada em regiões tropicais e subtropicais e o Brasil é um dos maiores produtores

mundiais. O objetivo deste trabalho foi identificar possíveis enfermidades na cultura do abacaxi e verificar como as

doenças afetam sua produção causando prejuízos aos produtores. A análise foi realizada por meio de sintomas e sinais da

enfermidade nas plantas comparadas com aquelas descritas na literatura especializada, manual de fitopalogia. Foi

identificada a podridão de raízes na cultura do abacaxi causada pelo fungo PhytophthoracinnamomiRands, patologia mais

comum em áreas de alta precipitação pluviométrica e má drenagem. Na propriedade visitada adota-se medidas de

prevenção e controle como substituir todos os substratos da lavoura, remover e queimar plantas que manifestam a

sintomatologia, para que não ocorram contaminações das plantas sadias.

PALAVRAS–CHAVE: ABACAXIZEIRO.DIAGNOSE.FITOPATOLOGIA

INTRODUÇÃO: O abacaxi, AnanascomosusL. Merril, é uma cultura que pertence à família

Bromeliaceae. É originada no Continente Americano (Brasil e Paraguai). O Brasil é um dos maiores

produtores mundiais de abacaxi. O abacaxizeiro é uma planta herbácea, cujo cultivo se adapta sob

uma longa faixa de temperatura, que vai de 5 ºC a cerca de 40 ºC. Contudo, é no intervalo de 22 ºC a

32 ºC que a planta apresenta o melhor desenvolvimento das folhas e raízes. (CAVALCANTE, 1988).

No Brasil, a principal variedade é a Pérola, sendo a mais apreciada pelos brasileiros para o

consumo in natura. Possui alta quantidade de vitaminas A, B e C, carboidratos, sais minerais e fibras.

É um fruto composto, formado por aproximadamente 150 a 200 pequenos frutilhos individuais unidos

ao eixo central da inflorescência. O fruto tem formato cônico, casca de cor amarelo-alaranjada e polpa

amarelo-pálida, suculento, rica em açúcares e de acidez elevada, sendo que a planta tem as folhas

praticamente desprovidas de espinhos. (EMBRAPA, 2005).

O abacaxizeiro compõe-se de caule (talo) curto e grosso, onde crescem folhas em forma de

calha, estreitas e rígidas, e no qual também se inserem raízes axilares. O sistema radicular é

fasciculado, superficial e fibroso, encontrado em geral numa profundidade de 0 a 30 cm e,

raramente, a mais de 60 cm da superfície do solo. A planta adulta das variedades comerciais

mede de 0,80 a 1,20 m de altura e 1,00 a 1,50 m de diâmetro (COPPENS

D´EECKENBRUGGE e LEAL, 2003).

A cultura do abacaxi pode ser explorado por um ciclo ou mais ciclos adicionais, chamados de

soca. Os ciclos têm duração variável, dependendo das condições climáticas, do vigor do material de

plantio e do manejo da cultura. Na Região Tropical brasileira, representativa para muitas regiões de

1 Acadêmico do Curso de Agronomia do Centro Universitário Luterano de Santarém - CEULS/ULBRA 2 Professores do Curso de Agronomia do Centro Universitário Luterano de Santarém - CEULS/ULBRA47

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173

cultivo de abacaxi no mundo, o primeiro ciclo dura de 14 a 18 meses, enquanto os ciclos da soca são

mais curtos, levando, em geral, cerca de 12 a 14 meses (REINHARDT, 2000).

O abacaxizeiro é considerado uma planta exigente, demandando quantidades de nutrientes que

a maioria dos solos cultivados não consegue suprir integralmente.

Em vista da importância econômica, social e cultural da cultura do abacaxi, principalmente na

região norte, o presente trabalho tem por objetivo identificar, através de sintomas e sinais

manifestados nas plantas, possíveis focos de patologias no município de Mojuí dos Campos – PA e

verificar como as doenças afetam sua produção causando prejuízos aos produtores.

MÉTODOS: A propriedade escolhida para o estudo está localizado no Sitio Baixa d’agua, na área

rural do município de Mojuí dos Campos, sob as coordenadas geográficas 54º47’20,55”,

54º47’38,40”, 54°47’14,76” , 54º46’55,59” com elevação de 03º28’09,95”m. A produção de abacaxi

da propriedade é comercializada com os supermercados de Mojuí dos Campos e Santarém ou vendida

diretamente aos consumidores nas feiras das respectivas cidades.

A análise da possível patologia foi realizada a partir da diagnose visual investigando sintomas e sinais

na plantação de abacaxi e mediante relatos do proprietário. A visita ocorreu por volta das 4 horas da

tarde do dia 24 de setembro de 2016. Os sintomas e sinais detectados foram comparados com o

manual de fitopalogia, volume II.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: O proprietário relatou que um dos maiores problemas que ele vem

enfrentando no cultivo do abacaxi é a podridão de raízes por decorrência de solos com uma má

drenagem em áreas onde ocorrem altas precipitações pluviométricas. É uma doença que provoca

alteração na coloração verde normal das folhas que passa a ser amarelada, onde as folhas perdem a

turgescência, as bordas enrolam e as extremidades encurvam para baixo (EMBRAPA 2000).

De acordo com o produtor a plantação anual é de 180.000 mil pés de abacaxi, entre o período

de maio a junho ele planta 60 mil pés de abacaxi. Neste período, devido à enfermidade, houve uma

perda de oito mil pés, o equivalente aproximadamente a 13,3% da na plantação de abacaxi. Contudo,

o produtor substituiu todos os substratos da lavoura afetada e, atualmente, quando algum destes

sintomas é percebido na cultura as plantas que manifestam a sintomatologia são imediatamente

removidas e queimadas para que não ocorra a contaminação das plantas sadias.

Kimati et al. (2005) consideram que a podridão de raízes é típica de locais elevada precipitação

pluviométrica, que possuem má drenagem, pode causar relevantes perdas na plantação. A

enfermidade provoca a morte da planta, pois provoca o apodrecimento das raízes em qualquer fase

do desenvolvimento da planta, as folhas ficam amareladas com perda da turgidez, bordas enroladas,

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encurvadas para baixo e facilmente destacadas da planta. Esse conjunto sintomatológico foi

encontrado em plantas doentes da propriedade (Figura 1).

Figura 1 - Sintomas de podridão de raízes no abacaxizeiro.

Fonte: Elaborada pelos autores

Na propriedade foi observado que o agricultor não tem orientação técnica para o plantio das

culturas, mecanização do solo, análise do solo para verificação de pH e adubação e que é prática

comum consorciar o abacaxi com melancia ou abacaxi com jerimum. Ainda de acordo com o

proprietário, o combate a pragas e doenças é feito com o uso de insumos químicos.

CONCLUSÃO: A partir da análise dos sintomas e sinais em plantas infectadas verificados na

propriedade em comparação com a literatura consultada sobre a cultura, conclui-se que: a

enfermidade trata-se da podridão de raízes causada pelo fungo PhytophthoracinnamomiRands; na

última safra o agricultor teve perda de aproximadamente 13,3% da produção; como medidas

preventivas, atualmente, as plantas doentes são cortadas e queimadas, para que não ocorra a

contaminação das plantas sadias; o agricultor não tem orientação técnica para o cultivo, não usa

mecanização do solo e não realiza análise do solo; é prática comum consorciar o abacaxi com

melancia ou abacaxi com jerimum; são utilizados para controle da enfermidade insumos químicos.

REFERÊNCIAS

CAVALCANTE ,P.B. Fruteiras comestíveis da Amazônia. 4. Ed. Belém: Museu Paraense Emilio

Goeldi,1988.279p.Disponivel em: http://fitopatologia1.blogspot.com.br/2010/12/revisao-

bibliografica-do-abacaxi-ananas.html

MATOS, A.P. de. Manejo integrado da podridão-negra do fruto do abacaxizeiro. Cruz das

Almas: Embrapa-CNPMF. 2005. 2p. Abacaxi em Foco, n.34 disponivel em:

http://www.biologico.agricultura.sp.gov.br/artigos_ok.php?id_artigo=75

KIMATI, Hiroshi; AMORIM, L; BERGAMIN, A. Filho; CAMARGO, L.E.A.; REZENDE, J.A.M.

Manual de fitopatologia: Doenças das Plantas Cultivadas. 4. ed. São Paulo: Agronômica Ceres,

2005. 2v.: il. p. 56 – 57.

COPPENS D’EECKENBRUGGE, G., and F. Leal. 2003. Morphology, anatomyandtaxonomy. In:

D.P. Bartholomew, R.E. Paull, and K.G. Rohrbach (ed.) The pineapple: botany, productionand uses.

p. 13-32. CABI Publishing, New York. Disponivel em

:http://www.cnpat.embrapa.br/cnpat/down/index.php?pub/FruteirasTropicaisdoBrasil.pdf

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175

REINHARDT, D.H. 2000. A planta e o seu ciclo. In: D.H. Reinhardt, L.F. da S. Souza, and J.R.S.

Cabral. Abacaxi. Produção: Aspectos técnicos. p. 13-14. Org. Embrapa Comunicação para

Transferência de Tecnologia. Brasília. (Frutas do Brasil. 7) Disponivel em:

http://www.cnpat.embrapa.br/cnpat/down/index.php?pub/FruteirasTropicaisdoBrasil.pdf

EMBRAPA 2000, Disponível em: http://www.ceinfo.cnpat.embrapa.br/arquivos/artigo_2330.pdf

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PODRIDÃO NEGRA NA CULTURA DA COUVE MANTEIGA

48Alan Gonçalves Andrade¹

[email protected]

Gilbson Santos Soares2

Darlisson Bentes dos Santos2

Edson Pereira dos Reis2

RESUMO: Couve é o nome vulgar, genérico, das diversas variedades cultivares da espécie BrassicaoleraceaL., da

família das Brassicaceae. Planta de fácil cultivo e de baixo custo, cultivadas em hortas, para fins comerciais ou hortas

caseiras. Originária da costa do Mediterrâneo, seu cultivo ocorre há mais de dois milênios e hoje está espalhado pelo

mundo. A podridão negra é uma fitopatologia causada da bactéria Xanthomonascampestris pv. campestris, sendo

considerada uma das doenças mais destrutivas das crucíferas. Dado a importância econômica da couve manteiga, o

presente estudo tem o objetivo identificar possíveis sintomas da podridão negra em plantas infectadas e os métodos de

controle utilizados na propriedade. O método usado na análise foi a diagnose visual e a sintomatologia observada ou

informada pelo proprietário, foi comparada com a literatura. A propriedade possui aproximadamente 400 pés de couve

plantadas e diariamente é realizada a manutenção e tratos culturais. Nas plantas infectadas foram observadas

manifestações dos sintomas da podridão negra na folha da couve. Pode-se inferir, com uma cerca margem de segurança,

que os sintomas são típicos da podridão negra e como método de controle, além do trato da cultura já utilizado, sugere-

se a aração profunda e a rotação de cultura.

PALAVRAS-CHAVE: FITOPATOLOGIA, PODRIDÃO, COUVE.

INTRODUÇÃO: Couve é o nome vulgar, genérico, das diversas variedades cultivares da espécie

BrassicaoleraceaL., da família das Brassicaceae (Quadro 1), a qual também pertencem o nabo e a

mostarda. É uma planta muito utilizada como verdura na cozinha, rica em vitaminas C, A, K e cálcio,

além de outros nutrientes importantes para o organismo.

QUADRO 1 – Classificação científica da couve manteiga.

Reino: Plantae

Divisão: Magnoliophyta

Classe: Magnoliopsida

Ordem: Brassicales

Família: Brassicaceae

Gênero: Brassica

Espécie: B. oleracea

Fonte: Wikipédia, 2017.

É utilizada na culinária para refogados, recheios de tortas, sopas e crua em saladas, a couve tem

demanda no país inteiro. Com importante participação na elaboração do suco verde (detox), que se

torna cada vez mais popular entre a crescente população de brasileiros atentos a uma melhor qualidade

de vida, por isso, sua procura está se ampliando no mercado.

1 Acadêmico do Curso de Agronomia do Centro Universitário Luterano de Santarém - CEULS/ULBRA 2 Professores do Curso de Agronomia do Centro Universitário Luterano de Santarém - CEULS/ULBRA48

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Planta de fácil cultivo e de baixo custo, cultivadas em hortas, para fins comerciais ou hortas

caseiras. A couve também pode ser usada como complementação de renda, mesmo par quem tem

pouca experiência com plantios.

Originária da costa do Mediterrâneo, seu cultivo ocorre há mais de dois milênios e hoje está

espalhado pelo mundo. A couve manteiga é formada por folhas grandes e livres que podem atingir de

60 cm a 1 metro. No varejo, é comum encontrar a versão lisa, larga e na cor verde escura.

A podridão negra é uma fitopatologia causada da bactéria Xanthomonascampestris pv.

campestris, sendo considerada uma das doenças mais destrutivas das crucíferas, que envolve a couve

manteiga, brócolis, couve-chinesa, couve-flor, rabanete, repolho e rúcula. Kimati et al. (2005)

descreve que “a podridão negra é a principal doença bacteriana das crucíferas. Seu agente causal tem

distribuição mundial. Atualmente, com a introdução e/ou obtenção de novas variedades/híbridos com

bons níveis de resistência, a doença tem causado danos menores”. Essa doença pode causar prejuízos

medianos à severos de grande importância econômica, sendo que essa bactéria sobrevive em

sementes, restos culturais de plantas doentes, plantas daninhas e plantas doentes. A temperatura,

presença da água de irrigação e da chuva são favoráveis para a penetração da bactéria.

Considerando a importância econômica da couve manteiga, o presente estudo tem o objetivo

identificar através da diagnose visual possíveis sintomas da podridão negra em plantas infectadas e

os métodos de controle utilizados na propriedade.

MÉTODO: A propriedade escolhida para o presente estudo está localizada na comunidade Tabocal

na altura do km 22, na área semiurbana de Santarém, sob as coordenadas geográficas 2º37’14,2’’S e

54°44`24,0’’W (figura 1), com elevação de 50 m. A visita ocorreu por volta das 9h da manhã do dia

27 de agosto de 2017.

Na propriedade são cultivadasdiversas hortaliças como alface, cebolinha, coentro e couve. A

produção é comercializada em Santarém e municípios vizinhos. Em Santarém, a produção abastece

redes de supermercados.Trata-se de uma propriedade de produção orgânica, ou seja, que não utiliza

nenhum insumo químico em nenhummomento do ciclo produtivo das hortaliças, com exceção os

produtos para suprir as necessidades da horta, que são os fertilizantes minerais, na decadência de

NPK do solo. No entanto, a horta não possui e nem recebe qualquer tipo de assistência técnica de

nenhuma entidade de pesquisa, extensão ou defesa agropecuária.

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Figura 1 - Mapa da propriedade.

Fonte: Google Maps.

O método usado na análise foi a diagnose visual. A sintomatologia observada ou informada

pelo proprietário, após a visita dos canteiros que apresentavam plantas doentes, foi comparada com

o Manual de Fitopatologia de Kimatiet al. (2005).

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Atualmente, a propriedade possui aproximadamente 400 pés de

couve plantadas, de acordo com relato do proprietário. Diariamente é realizada a manutenção e tratos

culturais. Nas plantas infectadas foram observadas manifestações dos sintomas da podridão negra na

folha da couve a saber, manchas amareladas em forma de V, murchas e quedas de algumas folhas à

medida que a enfermidade se desenvolve (Figura 2). Esses sintomas observados nas folhas coincidem

com o que é descrito no manual de fitopatologia “Os sintomas podem ser observados em qualquer

estádio de desenvolvimento da planta. No campo são comuns lesões amarelas em forma de V, com o

vértice voltado para o centro da folha...” (KIMATI et al., 2005).

Figura 2 - Secamento e amarelecimento em forma de V nas folhas da couve.

Foto: Autoria própria

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O proprietário relatou que a enfermidade é frequente nas plantas da couve. A medida que são

observados os sintomas nas hortaliças, as folhas infectadas são retiradas dos canteiros e são usadas

na alimentação de aves. A perda é superior a 30%, mesmo com o trato cultural diário. O

reconhecimento da fitopatologia deve-se a assistência técnica recebido no passado, justificando a

utilização de medidas de controle.

Para o controle da podridão negra é recomendada a eliminação total, por meio de aração

profunda, de restos de culturas infectadas, plantas voluntárias e plantas daninha hospedeiras do

patógeno. É aconselhável que em áreas anteriormente cultivadas com crucíferas é ter uma rotação de

cultura no período de dois anos (KIMATI et al., 2005). Muito embora o produtor já tenha lidado com

essa enfermidade em anos anteriores, é possível que o agente causal se encontre no solo, em estado

de sobrevivência.

CONCLUSÃO: Com a análise da diagnose visual dos sintomas e sinais verificados na plantação da

propriedade em comparação com a literatura estudada sobre a cultura, pode-se inferir com uma cerca

margem de segurança que esses sintomas são típicos da podridão negra, causada pela bactéria

Xanthomonascampestris pv.campestres. Como método de controle, além do trato da cultura já

utilizado, sugere-se a aração profunda e a rotação de cultura.

REFERÊNCIAS

COUVE. In. WIKIPÉDIA, a enciclopédia livre. Wikimedia Foundation, 2017. Disponível em:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Couve acesso em 9 de outubro 2017

MELLO, R.; couve. Disponível em: http://revistagloborural.globo.com/vida-na-fazenda/como-

plantar/noticia/2015/05/como-plantar-couve.html acesso em 8 de outubro 2017.

KIMATI, H.; et al. Manual de fitopatologia. 4. ed. São Paulo: Agronômica Ceres. 2005. 2v.: il. p.

285

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PROTÓTIPO DE UM SISTEMA QUE SERÁ MANUSEADO POR AGENTES DE SAÚDE

PARA NOTIFICAÇÃO DE DOENÇAS TRANSMITIDAS PELO MOSQUITO AEDES

AEGYPTI

49Bruno Renê Silveira e Silva¹

[email protected]

Elber Mateus Silva Oliveira¹

Jean Santos de Oliveira¹

João Luís de Brito Neto¹

Naydion Lima de Aquino¹

Carlos Eduardo Miléo Antunes²

RESUMO: O trabalho tem como objetivo apresentar o protótipo de um sistema para preenchimento eletrônico da

notificação de doenças causadas pelo mosquito Aedes aegypti que é transmissor de doenças graves como a Febre amarela,

dengue, zika vírus e chikungunya. O preenchimento será realizado por dispositivos móveis através dos agentes de saúde,

pois foi observado algumas dificuldades encontradas pelos mesmos enquanto ao manuseio dos elementos utilizados

atualmente que são a caneta e a folha de papel, pois na forma atual problemas relacionados a lentidão de coleta e

manipulação de dados são relatados pelos gestores, além de que o a coleta manual aumenta a probabilidade de

preenchimento errado, fora de padrão ou incompleto o que mascaram o resultado final, além de dificultar o planejamento

das políticas públicas de saúde. O papel a ser desempenhado por esse protótipo propõe a notificação das doenças que

atualmente podem ser ameaças para a população da cidade de Santarém-PA com eficácia e precisão, possibilitando assim

a antecipação de medidas preventivas para evitar possíveis surtos, diminuindo os riscos à saúde pública. A ferramenta a

ser utilizada para o processo de construção do referido protótipo se chama Balsamiq. Este projeto encontra-se em fase de

concepção.

PALAVRAS-CHAVE: PROTÓTIPO, AEDES AEGYPTI, NOTIFICAÇÃO.

INTRODUÇÃO: Sabe-se que a informação é uma das ferramentas de trabalho mais importantes para

a vigilância em saúde. Com isso, observou-se que os instrumentos mais comuns que são utilizados

para essa atividade em muitos casos são apenas caneta e papel constituído de informações a serem

preenchidas. E através desse método observou-se algumas deficiências em sua execução, como

conhecimento insuficiente dos profissionais quanto à notificação imediata dessas doenças e a

classificação equivocada. Parte então a necessidade de o serviço de saúde capacitar os profissionais

para tornar-se capazes de atuar, e mais que isso; um sistema eficiente e eficaz de notificação dessas

doenças sistematizado para que esses erros diminuam e para que esses agentes possam realizar seu

trabalho com mais precisão e rapidez, pois em muitas vezes são utilizados instrumentos ultrapassados

e inadequados para devida tarefa já que propiciam lentidão no processo de dados e constrói-se uma

alta possibilidade de erro humano devido ao trabalho ser feito manualmente. Sabe-se que informação

em saúde pode ser a base para a gestão dos serviços, pois orienta a implantação, acompanhamento e

avaliação dos modelos de atenção à saúde e das ações de prevenção e controle de doenças. Devido a

velocidade de transmissão dessas doenças o perfil epidemiológico torna-se muito volátil,

necessitando de outras técnicas para o monitoramento das mesmas. O conhecimento de novas doenças

1Acadêmicos do Curso de Sistemas de Informação do CEULS/ULBRA. Projeto TISI. V semestre 49 2 Professor do Curso de Sistemas de Informação do (CEULS/ULBRA) e Orientador do Projeto.

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ou a emergência de outras, tem a necessidade de constantes revisões periódicas no sentido de ser

atualizada. Para isso haverá uma plataforma onde se poderá saber quais os riscos de epidemia dessas

doenças e o perigo eminente que existe em determinadas áreas da cidade devido a proliferação do

Aedes aegypti, e determinar quais são os fatores decorrentes desses surtos nessas localidades, e a

partir desses resultados se poderá fazer uma análise mais profunda e criar formas de combate e

prevenção das referidas doenças.

Com a notificação de doenças a vigilância epidemiológica fica mais forte e rígida. De acordo

com Brasil (1990) a Vigilância Epidemiológica (VE) é definida como:

Um conjunto de ações que proporcionam o conhecimento, a detecção ou prevenção de

qualquer mudança nos fatores determinantes e condicionantes de saúde individual ou

coletiva, com a finalidade de recomendar e adotar as medidas de prevenção e controle das

doenças e agravos (BRASIL, 1990).

Assim, para atender sua finalidade, a VE tem que ser suprida com informações sobre as doenças

e agravos que estão sob vigilância ou que possam ocorrer de modo inusitado.

Segundo Brasil (2009) os sistemas de informação em saúde evoluem rapidamente. Além das

mudanças tecnológicas, os conceitos e métodos para armazenar, tratar e disseminar informação para

que seja utilizada da melhor forma por diferentes públicos (gestores, acadêmicos e sociedade em

geral) têm se desenvolvido rapidamente.

O presente resumo está disposto em seções, o qual depois desta introdução encontram-se a

segunda seção referente ao método de desenvolvimento do projeto, seguido da seção de resultados e

discussão e finalizando com a conclusão.

MÉTODO: O sistema de informação deve ser visto como um componente essencial do processo de

trabalho em vigilância epidemiológica e controle de doenças, como a base para a gestão dos serviços,

pois orienta a implantação, acompanhamento e avaliação dos modelos de atenção à saúde e das ações

de prevenção e controle de doenças (LUNA, 2004). Verificou-se que na atualidade que essa trajetória

não se deu bem assim, viu-se muitas doenças serem erradicadas, bem como o aparecimento de muitas

doenças; como a dengue, zika vírus e a chikungunya, doenças transmitidas pelo mosquito Aedes

aegypti.

Hoje tem-se a necessidade de investigar e coletar dados precisos dessas doenças, pois as

mesmas se alastram muito rápido em um curto espaço de tempo, no entanto é importante observar os

aspectos de magnitude dessas doenças para tomar as devidas providencias para o seu combate e por

consequências a qualidade dessas prevenções se elas estão sendo eficazes o suficiente para se ter o

resultado esperado (CERRONI, 2012). Dessa forma, o trabalho consiste em utilizar uma ferramenta

paga capaz de ser eficiente para o rápido desenvolvimento e execução do presente protótipo sendo

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ele: a ferramenta de prototipagem Balsamiq: Nele pode-se desenvolver aplicações tanto para desktop

quanto para mobile. E ele também permite que durante o processo tenhamos mais ideias em curto

período de tempo, pois é altamente simples de usar.

O modelo a ser utilizado para o desenvolvimento do sistema, terá mais praticidade de

locomoção e será off-line, assim provendo o diagnóstico da doença. Estas funcionalidades serão

executadas mesmo sem conexão com o servidor, aumentando a aplicabilidade prática do sistema

inclusive em áreas de população carente onde a rede é limitada de recursos, ou até mesmo inexistente

sendo assim um modelo mobile.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: O trabalho ainda não está concluído, mas a motivação que levou

o desenvolvimento dessa pesquisa foi buscar a implementação de um software que possa agilizar a

coleta dos dados, melhorar o monitoramento dos casos, identificar as áreas de maior incidência. A

expectativa quanto aos resultados a serem alcançados com a aplicação do sistema abrange ainda,

orientar a implantação, o acompanhamento e a avaliação das políticas públicas, analisar o grau de

risco da área/bairro onde essas pessoas residem para que se possa ter uma dimensão dos riscos que

são expostos fora de sua residência. Apresentar resultados e, subsequentemente, os motivos que

levaram os bairros a terem mais ou menos surtos e exposição ao risco de proliferação do mosquito.

No quadro 1 estão descritos os requisitos funcionais do sistema, especificando todas as

funcionalidades necessárias. Em seguida, o quadro 2 mostra os requisitos não funcionais.

Quadro 1 – Requisitos funcionais

Requisito Descrição

Login/Autenticação Permiti o usuário conectar-se através de usuário de senha

Cadastro de informações

referente aos dados coletados

O cadastro irá contribuir para que o agente possa incluir a

coleta das informações no banco de dados.

Visualizar informações

cadastradas.

O agente poderá visualizar as informações até então inseridas

no sistema.

Menu inicial Irá mostrar outras funções a serem executadas pelo usuário.

Relatório de doenças mais

notificadas.

Irá apresentar quais as áreas de maior risco de doenças e

apresentar os bairros com maior número de surtos.

Relatórios Os relatórios devem ter a opção de visualização em PDF,

HTML e XLS.

Instruções O sistema trará consigo algumas instruções primordiais para o

usuário.

Sair do sistema O ambiente deve permitir que usuário possa sair do sistema a

qualquer momento.

Filtrar Permite o usuário filtrar resultados pelo nome e bairros, ruas e

número do imóvel.

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Quadro 2 - Requisitos Não Funcionais

Requisito Descrição

Usabilidade Os relatórios devem ter mais de uma opção de visualização

Segurança Os usuários terão que ter login e senha para conectar-se.

Confiabilidade Probabilidade de indisponibilidade é pequena, devido o protótipo funcionar

off-line.

Usabilidade A interface do protótipo será intuitiva e simples de manusear.

CONCLUSÃO: Portanto concluiu-se que o trabalho é de suma importância pois a tecnologia

protótipo vem ampliar o desenvolvimento no agilizar das tarefas realizadas pelos agentes de saúde e

favorecer o trabalho desenvolvido nos bairros com a intenção de detectar com precisão as doenças

causadas pelo mosquito Aedes aegypti.

Nesse contexto verificou-se a lentidão dos profissionais da saúde e as dificuldades de

encontrarem resultados precisos bem como a agilidade do trabalho; nesse contexto é necessário a

implementação de políticas públicas na área da saúde para ser desenvolvidas com habilidades por

parte dos agentes de saúde.

Portanto, o trabalho apresentado nos ajudou a conhecer de perto as dificuldades assim como o

desenvolver da tecnologia que objetiva o aprimoramento dos dados para melhor atuação.

REFERÊNCIAS

ARAUJO, Maria Márcia, SILVA, Cleudinar Gomes da. A importância do sistema de informação

de agravos de notificação - SINAN para a vigilância epidemiológica do Piauí. Disponível em:

<http://www.ojs.ufpi.br/index.php/rics/article/download/2046/2317>. Acesso em: 10 outubro

2017.

BRASIL. Ministério da Saúde. A experiência brasileira em sistemas de informação em saúde /

Ministério da Saúde, Organização Pan-Americana da Saúde, Fundação Oswaldo Cruz. – Brasília:

Editora do Ministério da Saúde, 2009.2 v. Disponível em: <

http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/experiencia_brasileira_sistemas_saude_volume1.pdf >.

Acesso em: 21 maio 2016.

CERRONI, Matheus de Paula. Magnitude das doenças de notificação compulsória e qualidade

das ações de vigilância epidemiológica na região de fronteira do

Brasil, 2007 – 2009; 2012. P.35.

INF. EPIDEMIOL. Sus. v.7 n.1 Brasília mar. 1998. Disponível

em: <http://dx.doi.org/10.5123/S0104-16731998000100002 >. Acesso em: 19 de maio de 2016.

IMASTERS. 6 Ferramentas de Prototipagem para qualquer designer UX. Disponível em:

<https://imasters.com.br/design-ux/6-ferramentas-de-prototipagem-para-qualquer-designer-de-

ux/?trace=1519021197&source=single>. Acesso em 10 outubro 2017.

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QUANTIFICACAO DA MINERALIZAÇÃO E DA NITRIFICAÇÃO EM PLANTIOS DE

SOJA NO OESTE PARAENSE

50Nieli Eloine Rodrigues1

Raimundo Cosme de Oliveira Junior2

Darlisson Bentes dos Santos3

Celso Shiguetoshi Tanabe3

Daniel Rocha de Oliveira3

[email protected]

RESUMO: Na Amazônia, por ser uma fronteira agrícola recente, ainda são poucos os trabalhos conduzidos no sentido

de elucidar as diferentes características dos sistemas de cultivo. Assim, nesse estudo se objetivou verificar a concentração

de nitrogênio mineral nos solos conduzidos sob sistemas de plantio direto e convencional e obter as taxas de nitrificação

e mineralização do nitrogêniode áreas de cultivo de soja na região do Planalto Santareno. Os resultados demonstraram

que as variáveis estudadas não diferiram estatisticamente entre as formas de preparo do solo. Assim, concluímos que

houve diferença nas concentrações de N-mineral encontradas no solo nos estádios de desenvolvimento R1 e R8 dos

cultivos de soja; que houve diferenças significativas quanto às taxas de mineralização e nitrificação diárias entre as

profundidades de coleta, especialmente entre as camadas 0-10 e 30-40 cm, com maiores valores observados na primeira

camada, possivelmente devido à maior atividade microbiana próxima à superfície do solo; e que as taxas de mineralização

e nitrificação são positivas, o que indica conversão de N-orgânico à N-inorgânico.

PALAVRAS-CHAVE: NITROGÊNIO MINERAL, SOLOS TROPICAIS, MINERALIZAÇÃO E

NITRIFICAÇÃO.

INTRODUÇÃO: Na Região Amazônica, a destinação de áreas para o cultivo de grãos,

especialmente os de soja, vem fortalecendo o processo de avanço da fronteira agrícola desde a década

de 1990.

Atualmente, considerando os municípios de Santarém, Mojuí dos Campos e Belterra (região do

planalto santareno), os principais grãos cultivados, no que diz respeito à produção, são os de soja,

milho e arroz, respectivamente, sendo produzidas, somente no ano de 2013, 88561 toneladas de grãos

de soja, 59213 toneladas de grãos de milho e 19645 toneladas de arroz em casca (INSTITUTO

BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA, 2014).

São muitas as pesquisas que mostram os benefícios do plantio direto. Experimentos conduzidos

no Rio Grande do Sul, comprovaram que a redução da intensidade de revolvimento do solo refletiu-

se em menores taxas de perda de carbono orgânico e nitrogênio total ou até mesmo mantém essas

taxas em valores semelhantes aos do solo em condições naturais. Estudos realizados por Guadagnin

et al. (2005), em Santa Catarina, mostram que sistemas conservacionistas de manejo do solo

apresentam-se mais eficazes do que o preparo convencional na redução das perdas de solo e água.

Blainski & Tormena (2011) também afirmam que os restos culturais presentes sobre o solo são

fundamentais para a elevação dos níveis de matéria orgânica, o que é essencial para a agregação,

permeabilidade e porosidade do solo (GONÇALVES et al., 2010).

1Engenheira Agricola, CEULS/ULBRA, Santarém-PA 2Dr. Pesquisador, Embrapa Amazônia Oriental, Belém-PA; [email protected] 3MSc. Professor CEULS/ULBRA, Santarem-PA, 50

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A dinâmica do nitrogênio também é uma das características importantes a serem avaliadas, uma

vez que os diferentes preparos do solo podem influenciar a disponibilidade da sua fração mineral às

plantas, necessária ao bom desenvolvimento dos cultivos.

No que se refere a este elemento, pode-se dizer que é o macronutriente mais importante para as

culturas agrícolas, uma vez que é exigido em maior quantidade. Entretanto, apesar de ser difundido

na natureza, o nitrogênio praticamente não existe nas rochas que dão origem aos solos, sendo

presente, predominantemente, no ar atmosférico, na forma molecular altamente estável de N2, não

aproveitável diretamente pela maioria dos vegetais superiores (RAIJ, 1991).

O objetivo do presente estudo foi determinar os teores de nitrogênio mineral e suas taxas de

mineralização e nitrificação em solos conduzidos sob sistemas de plantio direto e convencional, em

áreas de cultivo de grãos, na região do Planalto Santareno

MATERIAL E MÉTODOS: Os locais de coleta das amostras compreenderam duas propriedades

agrícolas, ambas situadas no município de Mojuí dos Campos - PA.A primeira área é conduzida sob

sistema de plantio direto de soja (PDS), sendo as suas coordenadas geográficas2°40’09,75” S e

54°39’21,17” W. A segunda área, por sua vez, apresenta o sistema de plantio convencional de soja

(PCS) e localiza-se sob as coordenadas de 2°44’19,38” S e 54°37’00,60” W.

A região apresenta temperatura do ar com média anual de 25,6° C, sendo 31°C e 22,5°C os

valores médios para a máxima e a mínima, respectivamente. A umidade relativa possui valores acima

de 80% em quase todos os meses do ano, com precipitação pluviométrica em torno dos 2000 mm

anuais. Há, no entanto, uma irregularidade na distribuição das chuvas, ocorrendo as maiores

precipitações nos meses de dezembro a junho (período chuvoso). Segundo a classificação de Köppen,

o tipo climático da região é o Ami (OLIVEIRA JUNIOR & CORREA, 2001; PARÁ, 2011).

Os solos predominantes são os Latossolos Amarelos Distróficos, que apresentam textura

argilosa a muito argilosa, com teores da fração argila variando de 490 a 930 g/Kg de solo.

(OLIVEIRA JUNIOR & CORREA, 2001).

Para determinação das concentrações de N-mineral, bem como suas taxas de nitrificação e

mineralização em solos sob cultivo de soja, foram realizadas três campanhas de coleta, abrangendo

os seguintes estádios de desenvolvimento da planta: início do florescimento (R1), início da formação

do grão (R5) e maturação de colheita da cultura (R8). Os procedimentos seguem os descritos em

Sfredo (2008); Siqueira Neto et al.(2010) e Figueira (2013).Foram coletadas amostras de solo em 5

pontos aleatórios de cada área de estudo, em quatro intervalos de profundidades: 0-10, 10-20, 20-30,

e 30-40 cm.

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RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os resultados demonstram que a concentração de N-mineral não

diferiu estatisticamente entre as áreas de estudo.

Nota-se, no entanto, que houve um decréscimo no valor das médias ao longo do ciclo da

cultura, chegando a apresentar diferença significativa (p<0,05) entre as campanhas 1 e 3, nas

profundidades 10-20, 20-30 e 30-40 cm (Tabela 1).

Em trabalho conduzido por Bizarro (2004) em Porto Alegre, onde verificava o teor de

nitrogênio mineral no solo ao longo do ciclo do cultivo de soja, também demonstrou que há tal

redução. Siqueira Neto et al. (2010), avaliando a dinâmica do nitrogênio em sistema de plantio direto

com diferentes culturas, em Tibagi – PR, verificaram que as maiores concentrações de nitrogênio

inorgânico no solo são nos estádios iniciais de desenvolvimento dos cultivos, e vai reduzindo até a

maturação e colheita. Este fato pode ser explicado pela absorção de nutrientes pelas plantas, que

ocorre com maior velocidade aos 45 dias após a emergência, o que corresponde ao estádio R1 ou

início do florescimento. Logo, as concentrações de N-mineral no solo reduziriam até o estádio R8,

uma vez que seriam, em grande parte, absorvidos pelas plantas nos estádios anteriores (SFREDO,

2008; SIQUEIRA NETO et al., 2010).

Quanto às taxas de mineralização e nitrificação não foram observadas diferenças estatísticas

entre os sistemas de preparo do solo nem entre as campanhas de coleta. Foram verificadas, no entanto,

diferenças significativas quanto à profundidade de coleta (Tabela 2), sendo que as camadas mais

próximas à superfície, especialmente até 10 cm, apresentaram maiores médias em relação às camadas

mais profundas. Estas taxas diárias de mineralização e nitrificação mais elevadas nas camadas

superficiais podem estar relacionadas à maior atividade microbiana, uma vez que possuem maiores

teores de matéria orgânica, melhor aeração e presença de calcário, que favorecem a conversão do N-

orgânico à inorgânico (SIQUEIRA NETO et al., 2010).

Tabela 1. Médias das concentrações de N-mineral (NH4++NO3

-) no solo, em mg Kg-1, em quatro

profundidades de coleta, nos plantios convencional (PC) e direto (PD). Campanhas 1, 2 e 3

correspondem aos estádios R1 (início do florescimento), R5 (início da formação dos grãos) e R8

(maturação de colheita), respectivamente.

N-mineral Profundidade (cm) Campanhas

1 2 3

PC

0-10 13,375 a 12,129 a 10,153 a

10-20 13,325 a 11,245ab 8,571 b

20-30 13,466 a 11,569ab 8,063 b

30-40 14,850 a 11,512 a 7,383 b

PD

0-10 13,017 a 12,138 a 8,766 a

10-20 13,198 a 12,011ab 8,142 b

20-30 14,808 a 10,951ab 7,532 b

30-40 15,880 a 12,104 a 6,714 b Médias seguidas de mesma letra na linha não diferem estatisticamente entre si pelo Teste Tukey, a 5 % de probabilidade.

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Tabela 2. Médias das taxas de mineralização e nitrificação, diárias, em mg kg-1, em quatro

profundidades de coleta, nos plantios convencional (PC) e direto (PD). Campanhas 1, 2 e 3

correspondem aos estádios R1 (início do florescimento), R5 (início da formação dos grãos) e R8

(maturação de colheita), respectivamente.

N-mineral Campanhas Profundidade (cm)

0-10 10-20 20-30 30-40

PC

1 0,97 a 0,78 a 0,36 b 0,27 b

2 1,00 a 0,56 ab 0,51 ab 0,19 b

3 0,89 a 0,76 a 0,29 b 0,10 b

PD

1 0,90 a 0,65 ab 0,41 ab 0,27 b

2 0,87 a 0,42 ab 0,40 ab 0,30 b

3 0,91 a 0,73 a 0,35 b 0,11 b

N-mineral Campanhas Profundidade (cm)

0-10 10-20 20-30 30-40

PC

1 0,96 a 0,78 a 0,34 b 0,26 b

2 0,94 a 0,56 ab 0,52 ab 0,20 b

3 0,82 a 0,77 a 0,27 b 0,12 b

PD

1 0,90 a 0,61 ab 0,36 ab 0,22 b

2 0,89 a 0,38 b 0,38 b 0,25 b

3 0,89 a 0,71 a 0,32 b 0,09 b Médias seguidas de mesma letra na linha não diferem estatisticamente entre si pelo Teste Tukey, a 5 % de probabilidade.

Analisando as médias, verifica-se que todas as taxas de mineralização e nitrificação diárias

são positivas. As taxas positivas, no caso da mineralização, indicam que o N-orgânico do solo está

sendo convertido em N-inorgânico. Este processo contribui para que o amônio e, especialmente, o

nitrato, através da nitrificação, possam ser disponibilizados às plantas (RAIJ, 1991). Portanto, quanto

maior a taxa de mineralização, maior será a taxa de conversão de nitrogênio orgânico à amônio e, em

seguida, à nitrato. A taxa de nitrificação positiva torna-se importante nesse contexto, uma vez que a

forma nítrica é mais absorvida pelas plantas que a forma amoniacal (VASCONCELOS et al., 1988;

RAIJ, 1991).

Siqueira Neto et al. (2010), estudando a mineralização do nitrogênio em solo sob plantio direto

encontraram taxas diárias que variaram de 0,74 a 1,75 e 0,83 a 2,49 mg kg-1, em sucessão de soja/trigo

com 12 e 22 anos de cultivo, respectivamente, em profundidade até 10 cm do solo. Na camada de 10-

20 cm, os valores médios foram de 0,31 e 0,42 mg kg-1 dia-1. Figueira (2013), verificando a

mineralização e nitrificação do nitrogênio em cultivos de soja em sistema de plantio convencional e

direto, verificou médias de 0,73 e 1,33 mg kg-1 dia-1, respectivamente, para mineralização, e 0,79 e

1,45 mg kg-1 dia-1 para nitrificação, na camada de 0-10 cm de profundidade, porém, também não foi

observada diferença estatística entre os tipos de cultivo.

Vale ressaltar que não foram observadas diferenças estatísticas significativas entre os tipos de

preparo do solo tanto no que diz respeito à concentração de N-mineral e suas taxas de mineralização

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188

e nitrificação, quanto à produção de resíduos culturais e concentração de nutrientes nestes resíduos.

A área referente ao plantio direto neste estudo possui apenas dois anos sob esse tipo de preparo do

solo. Para Franchini et al. (2009), é a partir do quinto ano, aproximadamente, após a adoção, que o

sistema de plantio direto atinge a maturidade e se consolida, passando a apresentar resultados

melhores que o plantio convencional.

CONCLUSÃO

Os resultados obtidos para as variáveis estudadas não diferiram quanto aos tipos de sistema

de plantio.

Houve diferença nas concentrações de N-mineral encontradas no solo nos estádios de

desenvolvimento R1 e R8 dos cultivos de soja, sendo a maior concentração presente no estádio R1,

nas camadas de 10-20, 20-30 e 30-40 cm, provavelmente devido à absorção de nutrientes pelas

plantas, que decresce ao longo do ciclo das culturas.

Houve diferenças significativas quanto às taxas de mineralização e nitrificação diárias entre

as profundidades de coleta, especialmente entre as camadas 0-10 e 30-40 cm, com maiores valores

observados na primeira camada, possivelmente devido à maior atividade microbiana próxima à

superfície do solo.

As taxas de mineralização e nitrificação são positivas, o que indica conversão de N-orgânico

à N-inorgânico.

REFERÊNCIAS

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na qualidade física de um latossolo.In: CONGRESSO BRASILEIRO DE CIÊNCIA DO SOLO, 33.,

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Pós-Graduação em Ciências, Centro de Energia Nuclear na Agricultura, Universidade de São Paulo,

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RESIDUOS DE COLHEITA E QUANTIFICACAO DE RAIZES EM PLANTIOS DE SOJA

NO OESTE PARAENSE

51Nieli Eloine Rodrigues

Raimundo Cosme de Oliveira Junior

[email protected]

Celso Shiguetoshi Tanabe

Daniel Rocha de Oliveira

Darlisson Bentes dos Santos

RESUMO: Na Amazônia, por ser uma fronteira agrícola recente, ainda são poucos os trabalhos conduzidos no sentido

de elucidar as diferentes características dos sistemas de cultivo. Desse modo, buscaram-se, através deste estudo, verificar

algumas dessas características em áreas que adotem sistema de plantio direto e convencional de cultivo de soja na região

do Planalto Santareno. Entre elas, destaca-se a produção de resíduos culturais, imprescindíveis para o aporte de matéria

orgânica e proteção do solo. Para isso foram analisadas a quantificação de resíduos culturais da parte aérea na pós-colheita

e das raízes. As análises estatísticas consistiram em teste t a 5% de significância e ANOVA seguida de Teste Tukey. Os

resultados demonstraram que as variáveis estudadas não diferiram estatisticamente entre as formas de preparo do solo, e

concluiu-se que são necessários estudos de longo prazo na região, no que diz respeito à estas e outras características

inerentes aos sistemas de plantio, especialmente os que se referem aos manejos conservacionistas do solo.

PALAVRAS CHAVE: RESÍDUOS CULTURAIS, LATOSSOLO AMARELO, SOJA.

INTRODUÇÃO: A diversidade agrícola existente no Brasil somada à moderna e eficiente

agricultura desenvolvida em território nacional tem levado o país ao status de grande fornecedor

mundial de alimentos, o que é fundamental para a economia brasileira (BRASIL, 2010) e para a

crescente demanda por produtos alimentícios. Inicialmente, o Brasil respondeu à essa demanda

expandindo suas áreas da região Sul para o Centro-Oeste e, em seguida, para a região Norte (PUTY

et al., 2007).

Na Região Amazônica, por exemplo, a destinação de áreas para o cultivo de grãos,

especialmente os de soja, vem fortalecendo o processo de avanço da fronteira agrícola desde a década

de 1990. Essa expansão tem ocorrido rapidamente, principalmente como resultado da combinação de

diversos fatores, tais como preços altos e subsídios governamentais indiretos, incluindo melhorias na

infraestrutura de transporte (FEARNSIDE, 2006).

Atualmente, considerando os municípios de Santarém, Mojuí dos Campos e Belterra (região

do planalto santareno), os principais grãos cultivados, no que diz respeito à produção, são os de soja,

milho e arroz, respectivamente, sendo produzidas, somente no ano de 2013, 88561 toneladas de grãos

de soja, 59213 toneladas de grãos de milho e 19645 toneladas de arroz em casca (IBGE, 2014).

Quando cultivadas sob sistema de plantio convencional, a maior parte das áreas agrícolas

existentes no Brasil torna-se sensível a processos de degradação. Estes solos geralmente exigem alta

tecnologia e oferecem condições para múltiplas culturas, sendo que, em algumas regiões, são

1

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191

possíveis até três culturas por ano, devido ao clima. Porém, se o cultivo for realizado por meio do

plantio convencional, a base produtiva se degrada em poucos anos (ALVIM & OLIVEIRA JUNIOR,

2005).

Este estudo tem como objetivo quantificar os resíduos culturais das partes aéreas e das raízes

dos cultivos de soja, em sistemas de plantio direto e convencional.

MATERIAL E MÉTODOS: Os locais de coleta das amostras compreenderam duas propriedades

agrícolas, ambas situadas no município de Mojuí dos Campos - PA. A primeira área é conduzida sob

sistema de plantio direto de soja (PDS), sendo as suas coordenadas geográficas 2°40’09,75” S e

54°39’21,17” W. A segunda área, por sua vez, apresenta o sistema de plantio convencional de soja

(PCS) e localiza-se sob as coordenadas de 2°44’19,38” S e 54°37’00,60” W.

A região apresenta temperatura do ar com média anual de 25,6° C, sendo 31°C e 22,5°C os

valores médios para a máxima e a mínima, respectivamente. A umidade relativa possui valores acima

de 80% em quase todos os meses do ano, com precipitação pluviométrica em torno dos 2000 mm

anuais. Há, no entanto, uma irregularidade na distribuição das chuvas, ocorrendo as maiores

precipitações nos meses de dezembro a junho (período chuvoso). Segundo a classificação de Köppen,

o tipo climático da região é o Ami (OLIVEIRA JUNIOR & CORREA, 2001; PARÁ, 2011).

Os solos predominantes são os Latossolos Amarelos Distróficos, que apresentam textura

argilosa a muito argilosa, com teores da fração argila variando de 490 a 930 g/Kg de solo.

(OLIVEIRA JUNIOR & CORREA, 2001).

A coleta das amostras ocorreu um dia após a colheita em ambas as áreas de estudo. Para coletar

a palhada foi utilizado um gabarito de 0,25 m² (0,50 m x 0,50 m), fixado ao solo. Foram realizadas

10 amostragens aleatórias em cada área de estudo, sendo a palhada existente no interior do gabarito

retirada manualmente e acondicionada em sacos de papel Kraft, devidamente identificados.

Posteriormente, estas amostras foram submetidas à secagem em estufa de circulação de ar forçada a

65°C, até peso constante. Em seguida, o material foi peneirado, para retirar o excesso de solo, e

pesado em balança analítica (precisão de 0,01 g), desconsiderando as embalagens. Os dados obtidos

foram utilizados para o cálculo da produção de massa seca de palha por hectare.

A coleta das raízes, também, foi realizada um dia após a colheita, nos mesmos locais de

amostragem da palhada. Consistiu na retirada de amostras de solo com auxílio de um trado de caneco.

Este método possui a vantagem de realização de forma localizada, não havendo grandes destruições,

além de ser de fácil e rápida execução (RONQUIM, 2007). Foram realizadas três coletas de solo e

raízes em cada área de 0,25 m², em 10 repetições (FANTE JUNIOR et al., 1994), até a profundidade

de 20 cm (0-10, 10-20 cm). Estas amostras foram acondicionadas em sacos plásticos devidamente

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192

identificados e encaminhadas ao laboratório, onde as porções de solo e raízesforam separadas por

lavagem, utilizando-se peneiras de 1,18 mm. Em seguida, as raízes foram levadas à estufa a 65°C, e

pesadas em balança analítica para a determinação de suas massas secas. A quantificação das raízes

foi feita pela razão entre a massa seca radicular e o volume de solo amostrado (FANTE JUNIOR et

al., 1994; FANTE JUNIOR et al., 1999).

RESULTADOS E DISCUSSÃO: A produção de resíduos culturais da parte aérea foi de 2814,24 ±

299,39 kg ha-1 no sistema de plantio convencional e 2607,04 ± 375,68 kg ha-1 no sistema de plantio

direto, sendo que não foram verificadas diferenças estatísticas significativas entre os sistemas de

plantio adotados nas áreas de estudo.

Simon (2009) e Redin (2010), verificando a produção de massa seca da parte aérea de soja no

início da maturação fisiológica, em Santa Maria – RS, chegaram a valores de 6243 e 8000 kg ha-1,

respectivamente, em área cultivada no plantio direto. Valores que variaram de 6900 a 7200 kg ha-1

foram encontrados por Souza (2009) em área de estudo próxima à Belém, sob preparo convencional

do solo, também no início da maturação fisiológica. Rossi et al. (2013), encontraram valores

aproximados de 6000 e 3500 kg ha-1 de resíduos culturais da parte aérea, coletados pós-colheita, para

soja em consorciação com braquiária e sorgo, respectivamente.

Os valores referentes à quantificação da massa seca da parte aérea neste estudo encontram-se,

portanto, abaixo dos encontrados nos estudos acima citados. Porém, neste caso, deve ser considerado

que a coleta realizada neste estudo abrange o período de pós-colheita, isto é, refere-se aos resíduos

ou restos culturais que permanecem no solo após a colheita dos grãos, diferentemente de outros

estudos, onde a amostragem da massa seca da parte aérea ocorre em estádios anteriores à colheita e

utilizando plantas inteiras, excluindo as raízes. Logo, é provável se esperar que haja maior produção

nestes casos, uma vez que partes da planta como os grãos também são quantificados. À exceção, entre

os trabalhos que foram citados, Rossi et al. (2013) que realizaram a quantificação da parte aérea no

pós-colheita, mas deve-se ressaltar que os resíduos de soja foram coletados juntamente com aqueles

de culturas utilizadas em consórcio.

Na região do Planalto Santareno, estudos vem procurando quantificar a produção de resíduos

culturais da parte aérea das culturas de grãos, porém, os dados encontrados até o momento referem-

se ao cultivo do milho, outro importante grão produzido na região. Sousa Neto & Taketomi (2012),

estimaram a produção de 9161,16 e 4306,96 kg ha-1 de resíduos de milho para áreas de plantio direto

e convencional, respectivamente, no município de Belterra. No ano de 2014, em coletas realizadas

em paralelo à este estudo, também no município de Belterra, chegou-se a um valor de 6496 kg ha-1

de resíduos de milho, no sistema de plantio direto.

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Em relação às raízes, verificou-se que o plantio convencional obteve média de produção de

112,6 ± 25,11 kg ha-1, enquanto o plantio direto apresentou média de 75,8 ± 13,86 kg ha-1. No entanto,

não foram verificadas diferenças estatísticas significativas entre as áreas de estudo.

Bordin et al. (2008) analisando a massa seca radicular em diferentes preparos de solo, no

florescimento, também constatou que não houve diferenças significativas entre os sistemas de plantio

direto e convencional, sendo produzidos, aproximadamente, 200 e 300 kg ha-1, respectivamente, na

profundidade até 20 cm.

Redin (2010) avaliando as raízes de diversas culturas em Santa Maria – RS, no início do

florescimento, encontrou valores de 870 kg ha-1 no cultivo de soja. Segundo o mesmo autor, este

valor é pouco significativo quando comparado às outras culturas, especialmente as gramíneas, que

produzem, aproximadamente, três vezes mais.

CONCLUSÃO

Os resultados obtidos para as variáveis estudadas não diferiram quanto aos tipos de sistema

de plantio.

Outros métodos de quantificação de raízes devem ser adotados na região, visando avaliar

qual permite melhor análise da produção e distribuição da massa radicular.

REFERENCIAS

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sistema de plantio direto no Estado de Mato Grosso do Sul. Revista de Economia e Sociologia

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SIGATOKA-AMARELA: DOENÇA NA CULTURA DA BANANEIRA

52Igor Paula Afonso 1

[email protected]

Rodrigo Silva dos Santos1

Gilbson Santos Soares2

Darlisson Bentes dos Santos2

Edson Pereira dos Reis2

RESUMO: No Brasil a cultura da banana (Musa paradisiaca L.) atinge a maioria dos estados. Os fatores climáticos do

país como a temperatura, insolação, umidade relativa e precipitação favorecem a produção no decorrer de todo o ano.

Dentre as patogenias que atingem a cultura da banana, atualmente, a Sigatoka Amarela é uma patogenia que preocupa os

estados brasileiros produtores. O presente trabalho tem por objetivo descrever a doença Sigatoka amarela da bananeira

enfatizando sua sintomatologia e controle. As amostras foram analisadas por meio da diagnose visual e comparadas com

doenças descritas na literatura e com informações obtidas em campo através da entrevista do proprietário. No local do

estudo foi diagnosticado a ocorrência da Sigatoka-amarela. Sobre os métodos de controle utilizados na propriedade foram

relatados pelo proprietário o uso do controle cultural, químico e genético. Os métodos de controle são fatores que

contribuem para o aumento da produção agrícola de maneira rentável e saudável aos consumidores locais e regionais.

Pode-se inferir que; a fitopatologia analisada caracteriza-se como Sigatoka-amarela e que os métodos de controle

utilizados no manejo da cultura são essenciais e cabíveis para manter a produção e impedir a disseminação do agente

causal na propriedade e região.

PALAVRAS-CHAVE: SIGATOKA-AMARELA, BANANA, FITOPATOLOGIA.

INTRODUÇÃO: No Brasil a cultura da banana (Musa paradisiaca L.) atinge a maioria dos estados.

Os fatores climáticos do país como a temperatura, insolação, umidade relativa e precipitação

favorecem a produção no decorrer de todo o ano. Portanto o cultivo da banana tem elevada

importância econômica e social, visto que está presente nas diferentes classes sociais da população,

atinge desde a população mais carente até aquelas de elevado poder aquisitivo.

Dentre as patogenias que atingem a cultura da banana, atualmente, a Sigatoka Amarela é uma

patogenia que preocupa os estados brasileiros produtores. Principalmente estados que possuem de

frequente e boa distribuição de chuvas e temperatura favorável a disseminação da fitopatologia.

A Sigatoka-amarela ou cercosporiose da bananeira é uma doença causada pelo fungo Mycosphaerella

musicola. A doença atingeo cultivo de algumas variedades da cultura da bananeira. Nesse caso,

banana prata, Banana-da-terra e banana maçã.

Tessmann (2015) considera que a cercosporiose, como patogenia da bananeira, só perde para

a Sigatoka-negra, doença mais agressiva e que tem como agente causal o fungo Mycosphaerella

fijiensis, mas mesmo assim, seja em escala micro, meso e até em macro extensão de terra, ocasiona

sérios prejuízos na produção de banana no Brasil.

Muito embora o ciclo produtivo da bananeira tenha sido associado aos fungos, a banana (Musa

spp.) ainda é mundialmente comercializada e consumida na maior parte dos países de clima tropical,

1Acadêmicos do Curso de Agronomia do Centro Universitário Luterano de Santarém - CEULS/ULBRA 2 Professores do Curso de Agronomia do Centro Universitário Luterano de Santarém - CEULS/ULBRA52

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haja vista que o sucesso do sistema produtivo da bananeira está correlacionado aos impactos

climáticos.

Levando em consideração os aspectos aqui relatados da cultura da banana, esse trabalho tem

por objetivo descrever a doença Sigatoka amarela da bananeira enfatizando sua sintomatologiae

controle.

MÉTODOS: A pesquisa foi realizada em uma área ribeirinha, situado no Sítio Vista Alegre (Figura

1), localizado na região de Pixuna do Tapará, Santarém - PA, margem esquerda do Rio Amazonas,

solo de várzea, textura do solo argiloso e clima tropical.

Figura 1 - Localização do Sítio Vista Alegre no Tapará.

Fonte: Google Maps.

Nessa propriedade tem como maior produção a piscicultura e ao redor dos tanques de 100m x

50m, aproximadamente, o plantio entre linhas de bananeira – prata, da terra e maçã – cerca de 6.500

pés com espaçamento de 2,0m x 2,0m. (Figura 2). As amostras foram analisadas por meio da diagnose

visual e comparadas com doenças descritas na literatura e com informações obtidas em campo através

da entrevista do proprietário.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: No local do estudo foi diagnosticado a ocorrência da Sigatoka-

amarela, pois foram detectamos sintomas da doença fúngi caem muitas bananeiras, algumas em

estado avançado da fitopatologia (Figura 2), o que deve ter favorecido a disseminação do agente

causal para as demais.

A lesão provocada pelo fungo pode ser visualizada em cinco estádios fenológicos. A infecção

inicia nas folhas jovens, como as folhas zero (vela), um, dois, três e, raramente, quatro. Nessas folhas,

o fungo provoca descoloração em forma de ponto ou risca entre as nervuras secundárias (estádio I),

que posteriormente aumenta de tamanho, formando estrias de coloração amarela (estádio II). Com a

evolução da doença, as estrias crescem, tornam-se necróticas, elípticas, alongadas e sempre paralelas

às nervuras secundárias da folha (estádio III). Posteriormente, a lesão é envolta por um halo amarelo

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(estádio IV), adquirindo formato oval-alongado, de 12 a 15 mm de comprimento por 2 a 5 de largura,

e centro deprimido, seco e coloração cinza (estádio V). (AGROFIT, 2011).Nafigura 2 observa-se os

estágios da presença da doença Sigatoka-amarela supramencionado.

Os danos são causados pela desfolha com a morte precoce das folhas que enfraquece a planta;

abre portas para a entrada de outras doenças como a cordana; diminuição do tamanho dos cachos;

menor número de pencas e de seus frutos (Figura 3); maturação precoce dos frutos no campo;

alongamento do ciclo, com o enfraquecimento do rizoma, perfilhamento curto.A infecção ocorre

através dos estômatos, abertos ou não (via direta). O esporo depositado sobre a folha germinará em

presença de um filme de água. Dependendo da temperatura, isto ocorrerá em duas a seis horas.

Posteriormente, a hifa crescerá sobre a folha por duas a seis horas até encontrar um estômato, onde

um apressório será formado, seguindo-se a penetração. O período de incubação tem se mostrado

extremamente variável em função do ambiente, havendo registros de 15 até 76 dias. Além da

infecção, a produção e disseminação dos esporos sexuados e assexuados são fortemente influenciadas

pelas condições climáticas, podendo ser destacados três componentes fundamentais do clima: chuva,

orvalho e temperatura, que exercem ação decisiva no desenvolvimento de epidemias (CORDEIRO e

KIMATI, 2005).

Figura 2 - Esquema dos estágios da Sigatoka-amarela que enfatiza a sintomatologia da doença.

Fonte: Elaborada pelos autores.

Os conídios (anamorfo) sobrevivem de 3 a 4 semanas sobre as folhas e os ascósporos

(teleomorfo) sobrevivem oito semanas, portanto as duas fases do fungo participam do

estabelecimento da doença (AGROFIT, 2011).

O proprietário relatou que, apesar do conhecimento prévio a respeito da doença Sigatoka-

amarela, não conhecia os danos que o fungo causa na bananeira que ele cultiva e acreditava que a

diminuição dos frutos do cacho era relacionada a falta de nutrientes do solo ou algo intrínseco da

1 - FOLHA JOVEM (VELA);

3 - DESCOLORAÇÃO TOTAL,

FOLHA EM ESTADO DE

NECROSE;

2 - FOLHA NO ESTADO INICIAL

DA INFECÇÃO DO FUNGO

(Mycosphaerella musicola);

4 - BANANEIRA TOMBADA.

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planta, por isso, considerava um fator natural e não algo correlacionada às doenças, ou mais

especificamente a Sigatoka-amarela.

Figura 3 - Má formação de bananas e diminuição significativas de bananas no cacho.

Fonte: Elaborada pelos autores.

Sobre os métodos de controle utilizados na propriedade foram relatados pelo proprietário o

uso do controle cultural, químico e genético. Os métodos de controle são fatores que contribuem para

o aumento da produção agrícola de maneira rentável e saudável aos consumidores locais e

regionais.(IBGE, 2004).

O controle cultural corresponde a retirada de plantas daninhas ao redor das plantas e também

as folhas infectadas pelo fungo (Mycosphaerella musicola) tendo como ferramenta uma foice, são

retiradas e queimadas em um local longe das bananeiras, assim o agente causador da doença será

eliminado, dando espaço para recuperação das bananeiras (SILVA, 1994, p.23).

O controle químico usado na cultura de banana é um fungicida chamado Propiconazol junto

com óleo mineral com intervalos entre aplicações de 4 a 5 semanas. As aplicações são feitas quando

as bananeiras ainda estão novas, ou seja, quando atingem cerca de 60 cm a 1,5m, pois estão mais

vulneráveis a doença e também devido à dificuldade de aplicação quando as plantas estão maiores.

O controle genético está relacionado ao uso de variedades resistentes a Sigatoka-amarela. As

mudas resistentes são fornecidas pela Embrapa de Santarém, o que reduziu de 60% para 20% a

incidência da doença na propriedade, segundo relato do produtor. Tais estratégias de controle são

essenciais para maior preservação e produção das bananeiras cultivadas no Sítio de Piscicultura do

Tapará.

CONCLUSÃO: A partir das observações realizadas na visita pode-se inferir que; a fitopatologia

analisada caracteriza-se como Sigatoka-Amarela e que os métodos de controle utilizados no manejo

da cultura, cultural, químico e genético; são essenciais e cabíveis para manter a produção e impedir a

disseminação do agente causal na propriedade e região.

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bananeira. II Semana Integral de Cursos da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná. Londrina –

PR. 2015, 27 slides, color. Acompanha texto. Disponível em: http://www.sigatoka_negra.pdf

Acesso em: 06 out. 2017

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200

VARIABILIDADE ESPACIAL DE ATRIBUTOS FÍSICOS E QUÍMICOS DE UM SOLO

SOB FLORESTA OMBRÓFILA DENSA NA FLONA TAPAJOS-PA.

53

Everton Araújo Cavalcante¹

Raimundo Cosme de Oliveira Junior²

[email protected]

Daniel Rocha de Oliveira3

Karin Thainne S de Sousa4

Katriane Fernandes Correa4

RESUMO: Por meio de técnicas da geoestatística é possível detectar a ocorrência da dependência e distribuição

espacial dos atributos do solo, o que auxilia sobremaneira na análise e descrição mais detalhada do comportamento dos

atributos físicos e químicos do solo. O objetivo deste trabalho foi a utilização da geoestatística na avaliação dos atributos

físicos e químicos em um Latossolo Amarelo Distrófico sob floresta nativa na Floresta Nacional do Tapajós, Belterra,

Pará. Foi realizada uma amostragem sistemática dos dados, obedecendo um grid de 50 m sendo os pontos de coletas

distribuídos em 41 linhas, totalizando 451 amostras. Todos os pontos foram georreferenciados em seguida feitas as coletas

de solo em cada ponto da malha na profundidade de 0,0 a 0,20 m para determinação dos atributos físicos e químicos.

Foram determinadas textura (argila, areia total, silte), em relação aos parâmetros químicos determinou-se pH em água, P

e K disponíveis, Ca, Mg e Al trocáveis, Fe, Mn, Zn e Cu. Foram realizadas análises estatísticas descritivas e geoestatística.

O uso do parâmetro alcance do semivariograma mostrou-se eficiente para determinar a densidade amostral ideal para o

ambiente em estudo. Os semivariogramas reproduziram de forma satisfatória o comportamento espacial dos atributos,

possibilitando seu uso para estimar a variabilidade natural dos atributos do solo.

PALAVRAS CHAVES: GEOESTATÍSTICA, VARIABILIDADE ESPACIAL, PROPRIEDADES FÍSICAS E

QUÍMICAS.

INTRODUÇÃO: O conhecimento a respeito da variabilidade do solo permite um melhor

entendimento das relações existentes entre os atributos e fatores ambientais, podendo auxiliar na

determinação de técnicas de manejo, contribuindo, dessa forma, para uma melhor gestão sustentável

e minimização dos impactos ambientais (Plant, 2001).

Amaral (2010) aponta que os estudos detalhados dos componentes de um ecossistema florestal,

como por exemplo, o solo e a comunidade arbórea, servem de subsídios ao desenvolvimento e

aperfeiçoamento das técnicas de conservação, preservação, silviculturais, visando sua

operacionalidade e sustentabilidade.

O estudo da variabilidade espacial por meio da geoestatística permite a interpretação dos

resultados com base na estrutura da variabilidade natural dos atributos estudados, considerando a

existência ou não de uma dependência espacial dentro do intervalo de amostragem, permitindo

melhor compreensão da variabilidade dos atributos e sua influência no ambiente (Souza et al., 2009).

Nesse contexto, o objetivo deste trabalho foi investigar a variabilidade espacial dos atributos

físicos e químicos, por meio de técnicas da geoestatística, em um Latossolo Amarelo Distrófico sob

1 MSc. IdeflorBio, Santarem-PA, CEP 68035-110, [email protected] 2Dr. Embrapa Amazonia Oriental, Ceuls/Ulbra, Santarém-PA; 3MSc. Professor Ceuls/Ulbra, Adepara, Santarém-PA; 4Acadêmicas Agronomia Ceuls/Ulbra, Santarém-PA.

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201

um remanescente de floresta ombrófila densa situado na Floresta Nacional do Tapajós, em Belterra –

Pará.

MATERIAL E MÉTODOS: Esta área compreende um talhão de 50 ha de uma Floresta Ombrófila

Densa, situada no km 67 da BR-163 na FLONA Tapajós nas coordenadas geográficas 54° 56' 48.51"

W / 2° 52' 30.39" S.

Foi realizada uma amostragem sistemática dos dados, obedecendo um grid de 50 m sendo os

pontos de coletas distribuídos em 41 linhas, totalizando 451 amostras. Todos os pontos amostrais

foram georreferenciados com o auxílio de um receptor GPS Garmin Etrex 76 Csx. As amostras de

solo foram coletadas a uma profundidade de 0 – 0,20m.

As amostras foram analisadas quanto aos seguintes atributos: pH, carbono (C), fósforo (P),

alumínio (Al), cálcio (Ca), magnésio (Mg), potássio (K), ferro (Fe), manganês (Mn), zinco (Zn), cobre

(Cu), areia total (AT), silte (SIL) e argila (ARG).

Os resultados foram submetidos a análise descritiva utilizando o programa Sisvar (Ferreira,

2011). Para a caracterização da variabilidade espacial, utilizou-se a análise geoestatística (Isaaks &

Srivastava, 1989). Sob a teoria da hipótese intrínseca, o semivariograma experimental foi utilizado

para o ajuste dos modelos. Para a definição do melhor modelo foi utilizada a técnica de validação

cruzada. Ao se observar correlação espacial entre as amostras por meio das análises dos

semivariogramas foram elaborados os mapas de isolinhas interpolando os dados através da krigagem.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os resultados obtidos na estatística descritiva dos atributos físicos

e químicos do solo podem ser encontrados na tabela 1. A maioria dos atributos analisados apresentou

alto grau de heterogeneidade, com exceção do pH e da fração argila, que demonstraram baixa

variação.

Dentre as variáveis estudadas o Ca foi quem apresentou o maior coeficiente de variação

(136,76), seguido por Mn (105,75), Cu (91,26) e Ca+Mg (90,98), atribuindo a estes atributos uma

condição heterogênea na área de estudo, conforme Frogbrook et al., (2002). As demais propriedades

apresentaram CV considerados intermediário a baixo, conforme Warrick e Nielsen (1980), com

variação de (12% <.CV > 60%). Guerreiro et al., (2017) encontraram valores semelhantes em solos

de floresta natural, sobretudo com altos valores de CV para Ca e Mn e baixa variação do pH. Aquino

et al. (2014), ao estudar a distribuição espacial dos atributos químicos do solo na floresta amazônica,

encontrou níveis de variação moderada a alta.

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202

Tabela 3 - Estatística descritiva dos atributos físicos e químicos do solo

Variáveis Média Mediana Valor Min. Valor Max.

Coeficiente de

Variação

(%)

Desvio

Padrão

Ca (cmolc dm-3) 0,68 0,40 0,30 7,00 136,76 0,93

Ca+Mg (cmolc dm-3) 1,22 0,90 0,50 8,30 90,98 1,11

Al (cmolc dm-3) 2,11 2,20 0,10 4,20 26,54 0,56

Cu (mg dm-3) 2,86 1,90 0,00 15,60 91,26 2,61

Zn (mg dm-3) 3,25 2,80 0,00 11,70 58,77 1,91

pH (H2O) 4,53 4,50 4,2 5,1 3,53 0,16

P (mg dm-3) 4,74 5,00 1,00 14,00 41,35 1,96

Mn (mg dm-3) 7,30 5,00 0,50 90,10 105,75 7,72

Na (mg dm-3) 17,51 17,00 8,00 77,00 34,67 6,07

MO (g kg-1) 36,04 35,31 3,23 73,88 24,81 8,94

Fe (mg dm-3) 130,15 116,30 13,60 381,40 54,28 70,64

K (mg dm-3) 37,12 35,00 20,00 84,00 25,94 9,63

SIL (g kg-1) 118,98 110,00 1,0 290,0 42,44 50,50

AT (g kg-1) 7,92 8 1,0 21,0 34,97 2,77

ARG (g kg-1) 873,09 882,00 705,0 994,0 5,76 50,33

A grande diferença entre os valores dos CVs dos atributos estudados, pode ser explicada pelo

comportamento distinto que estas variáveis apresentam no solo. O K, por exemplo, possui uma maior

mobilidade no solo que o P. Somado a isso, a diversidade de espécies vegetais na floresta nativa pode

ser grande, o que contribui com teores e concentrações diferentes dos nutrientes em referência aos

locais amostrados (Santos, 2012). Carvalho et al. (2013), afirma que a variação envolvendo as

propriedades físicas e químicas do solo, podem ser influenciadas por fatores ambientais.

Os atributos manganês, matéria orgânica e cobre apresentaram efeito pepita puro, ou seja, não

existe dependência espacial, indicando que estão distribuídos aleatoriamente no espaço (Carvalho,

2002).

Os semivariogramas apresentaram bons resultados para as demais variáveis, o que permitiu

com que fosse realizado o ajuste a partir dos modelos gaussiano, esférico e exponencial. A partir dos

modelos ajustados foi possível observar valores bem variáveis de efeito pepita entre os atributos

estudados. O menor valor de efeito pepita foi 0,02 para o atributo pH, enquanto que o maior foi

1.461,78 para a variável argila. Ressalta-se que quanto menor a proporção do efeito pepita em relação

ao patamar do semivariograma, maior será a dependência espacial apresentada pelo atributo que

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resulta em maior continuidade do fenômeno, menor a variância da estimativa e maior confiança no

valor estimado (Aquino et al., 2014).

Na tabela 2 são apresentados os estimadores dos parâmetros dos semivariogramas e os

coeficientes de determinação dos modelos ajustados.

Tabela 4 - Resultados da análise geoestatística dos atributos físico e químico do solo sob floresta

nativa na Floreta Nacional do Tapajós.

Variável Modelo C0 C1 A IDE ME AB RMSS

pH Exp 0,02 0,02 205,43 51,48 0,0000 -0,01 0,10

Zn Exp 2,75 1,02 151,79 72,97 0,0037 1,69 1,18

Fe Exp 0,02 0,02 205,43 51,48 0,00 -0,01 0,10

Al Exp 0,20 0,21 316,48 51,59 -0,0002 -0,10 0,35

Ca+Mg Gau 0,94 0,49 278,81 34,49 0,0008 0,34 0,71

Ca Gau 0,65 0,37 288,20 36,23 0,0007 0,32 0,59

Na Esf 22,68 11,34 86,75 33,33 -0,0008 -0,37 3,82

K Gau 62,78 38,66 42,76 38,11 -0,0031 -1,39 5,48

P Exp 2,38 2,03 372,24 54,00 0,0000 0,00 1,11

ARG Exp 1380,57 1461,78 173,50 48,57 -0,0341 -15,39 27,67

SIL Exp 1315,63 1233,41 208,20 51,61 0,03 12,27 27,85

AT Gau 4,85 5,65 416,40 46,19 0,00 0,55 1,56

Entre as variáveis estudadas as que apresentaram dependência espacial foram pH, Zn, Fe, Al,

Ca+Mg, Ca, Na, K, P, argila, silte e areia total. Tal condição demonstra que os semivariogramas

explicam a maior parte da variância dos dados experimentais. Nesse sentido, Souza et al. (2009)

afirmaram que uma das principais utilizações dos semivariogramas é na determinação do número

ideal de amostras para a estimação das características do solo.

CONCLUSÃO

Os resultados referentes à análise geoestatística demonstraram que as variáveis matéria

orgânica, manganês e cobre não apresentaram dependência espacial.

Os valores de alcance obtidos demonstram menor variabilidade em relação aos atributos areia

total, fósforo e alumínio e maior variabilidade para potássio, sódio e zinco, além da fração

argila.

O uso do parâmetro alcance do semivariograma mostrou-se eficiente para determinar a

densidade amostral ideal para o ambiente em estudo, podendo esses resultados servir como

base para futuros estudos na região da FLONA Tapajós para levantamentos de solos.

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204

Os semivariogramas reproduziram de forma satisfatória o comportamento espacial dos

atributos, possibilitando seu uso para estimar a variabilidade natural dos atributos do solo.

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206

ANÁLISE COMPARATIVA DOS ESFORÇOS SOBRE VIGAS SUBMETIDAS À FLEXÃO

DEVIDO À CONTRIBUIÇÃO DE LAJES MACIÇAS

54Amilton José S. Viana

55Rosane S. Sousa

[email protected] 56Hugo Ricardo Aquino

57Allan Dállen Almeida de Sousa 58Alessandra Damasceno da Silva

59Roseclea Bezerra Gaspar

RESUMO ­Este trabalho estuda os procedimentos de cálculo para esforços de contribuição de lajes maciças sobre as

vigas, contidas nas bibliografias estruturais mais propagadas na Engenharia Civil, que serão de Marcus, Czerny, Linha de

Ruptura, Processo de Pinheiro, Teoria das Placas e Analogia de Grelhas. O objetivo do trabalho foi identificar o método

de cálculo mais viável dentre os resultados obtidos.

PALAVRAS-CHAVE: LAJE MACIÇA; MÉTODOS DE CÁLCULO; ESFORÇOS DE CONTRIBUIÇÃO.

INTRODUÇÃO: Para cálculo estrutural há gama diversificada de métodos amplamente difundidos.

Em conformidade com Costa (1997 apud ALBUQUERQUE, 1999, p.1) o desenvolvimento da

construção inicia pela qualificação de projetos, com relevância ao projeto estrutural, devido a isso um

conhecimento limitado sobre os esforços solicitantes para colaboração das lajes em vigas se torna um

problema.

O regime elástico tem como base a Teoria da Elasticidade, o qual considera a deformação da

estrutura elástico-linear, e por outro lado o regime plástico com base na teoria de plasticidade e

considera, como define Montoya et al. (2000, p.504), comportamento rígido-plástico perfeito. Tais

afirmações são importantes ressaltar para verificação e comparação entre os resultados obtidos, pois

de acordo com Pinheiro et al. (2007, p.11.9) as cargas transferidas das lajes para as vigas acontecem

dentro do regime elástico, sendo este a base da maioria dos métodos aqui analisados, como Czerny,

Marcus, Teoria das placas e Analogia de Grelhas. Por outro lado, o método proposto pela NBR

6118:2014, baseia-se no regime plástico, em que Clímaco (2005, p.300) afirma ser uma configuração

de equilíbrio imediatamente antes da ruptura, justificando o método de Linhas de Ruptura ou Processo

das Áreas como o modelo de cálculo pela norma para a obtenção dos esforços nas lajes,

consequentemente as reações de apoio, ou seja, as cargas aplicadas sobre vigas. Este trabalho pretende

analisar de forma comparativa os esforços sobre vigas submetidas à flexão, devido à contribuição de

54

1Engenheiro Civil pela instituição ULBRA, campus Santarém.

55

2Acadêmica do 10° semestre de Engenharia Civil da ULBRA campus Santarém.

56

3Professor Esp. Centro Universitário Luterano de Santarém – CEULS/ULBRA.

57

4Me. Estruturas. Projetos Prontos.

58

5Ma. Ciências Ambientais. Centro Universitário Luterano de Santarém – CEULS/ULBRA.

59

6Esp. Tecnologia de Alimentos. Centro Universitário Luterano de Santarém – CEULS/ULBRA.

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lajes maciças pelos métodos usuais de cálculo, identificando o mais viável dentre os resultados

obtidos para possíveis aplicações na modelagem e cálculo estrutural.

MÉTODO:A realização desse trabalho teve como base a pesquisa bibliográfica com averiguação de

dados e informações através de materiais já publicados como dissertações de mestrado, artigos,

normas, livros de assuntos como concreto, concreto armado, lajes de concreto armado, lajes maciças,

analise estrutural e os diversos métodos de cálculo a fim de encontrar os esforços de contribuição de

lajes maciças.

Foram calculados os esforços solicitantes de reações de apoio no plano de laje escolhido

utilizando duas formas, através de cálculo manual, onde se fez por diversos processos e por auxílio

de software, para obtenção das reações de apoio. Tornando-se possível a comparação foi realizada

uma planta estrutural possuindo sete planos de lajes irregulares com espessuras de 12 cm e retirada

um plano de laje que será armada em duas direções e dará suas respectivas contribuições em seus

quatro apoios (V1, V2, V5, V6).

Para os cálculos, ficam estabelecidos alguns parâmetros de projeto como a classe de

agressividade ambiental CAA-II, equivalente ao cobrimento nominal da armadura de 2,5 cm.

Considerou-se também além do peso próprio de 3 kN/m², um contrapiso de 3 cm com 0,63 kN/m², o

assentamento de cerâmico de espessura de 0,5 cm e 0,09 kN/m² de contribuição, reboco de 2 cm

equivalente a 0,38 kN/m², sobrecarga de 1,50 kN/m² e o peso da alvenaria considerando a argamassa,

o tijolo com 11cm de espessura e a argamassa com 2 cm para cada face de parede em uma altura de

2,90 m, atribuindo 3,35 kN/m², totalizando um peso de 8,94 kN/m² de contribuição para os apoios.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Após todo o desenvolvimento de cálculos e processos

determinados por cada autor para obtenção dos valores dos esforços e com o intuito de verificar e

analisar os valores da reação de apoio da laje foi feita a comparação entre os resultados, analisando

as vigas individualmente, considerando e destacando sua condição de apoio e vão equivalentes.

Na figura 1 o gráfico dos esforços na viga V1-V201 nota-se uma diferença de 2,64 kN/m entre

o menor valor, que é o de Marcus, e o maior valor que é o encontrado pelo processo de Pinheiro.

Porém, Linha de Ruptura e o processo através das tabelas de Czerny apresentaram um valor com

variação mínima com o processo de Analogia de Grelhas, o qual foi feito com auxílio computacional.

O resultado obtido por Teoria das placas, apesar de ter uma diferença maior, pode se considerar ainda

assim variação pouco significativa neste âmbito de cargas.

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Figura 1 - Esforços de contribuição da Laje L1 na viga V1-V201.

Fonte: Autoria própria, 2017

Figura 2 - Esforços de contribuição da Laje L1 na viga V2-V204.

Fonte: Autoria própria, 2017

Observou-se que o resultado obtido pelo processo de Marcus ainda apresenta o menor valor de

carga a ser transmitida da laje para a viga no lado de menor comprimento entre os demais métodos.

Por outro lado, Czerny, Pinheiro e Linhas de Ruptura apresentaram praticamente o mesmo valor nesta

condição de apoio, assim como Analogia de grelhas que apesar da diferença ser um pouco maior,

porém não tão significativa. Teoria das Placas apresentou o maior valor, tendo uma diferença de 3,84

kN/m do menor que foi Marcus, e de aproximadamente 1,13 kN/m entre os outros métodos

simplificados.

0

10 6,84 6,828,09

5,45 6,04 6,81

CO

NT

RIB

UIÇ

ÃO

DA

LA

JE

(kN

/m)

MÉTODOS DE CÁLCULO

ESFORÇOS NA VIGA V1-V201 (SIMPLESMENTE APOIADA)

0

5

10

1511,8 11,82 11,82

9,112,94 12

CO

NT

RIB

UIÇ

ÃO

DA

LA

JE

(kN

/m)

MÉTODOS DE CÁLCULO

ESFORÇOS NA VIGA V2-V204 (ENGASTE PERFEITO)

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Figura 3 - Esforços de contribuição da Laje L1 na viga V5-V211.

Fonte: Autoria própria, 2017

Verificamos maior diferença entre os resultados, com exceção de Czerny e Linhas de rupturas,

que apresentaram praticamente o mesmo valor. Por outro lado, Marcus passou do menor para

apresentar o maior valor entre os métodos. Pinheiro e Analogia de grelhas apresentaram um valor

com menor variação entre a borda simplesmente apoiada e a borda engastada no mesmo vão, e

também com valores com pouca variação entre si. Teoria das placas apresentou a maior variação dos

valores entre borda engastada e borda simplesmente apoiada demonstrado no gráfico anterior, e que

nesse caso gerou o menor carga, com uma diferença de 4,05 kN/m entre o maior valor.

Figura 4 - Esforços de contribuição da Laje L1 na viga V6-V214.

Fonte: Autoria própria, 2017

Na viga que sofre maior solicitação da carga da laje calculada, logo se percebe que a variação

entre os valores é menor do que as outras vigas anteriores, e que o método de Marcus é o que mais se

difere, seguido da Teoria das placas, mas este com uma diferença bem menor, que vai de 0,5 a 1,34

kN/m, enquanto Marcus tem uma variação entre 5,04 e 5,88 kN/m entre os outros métodos.

05

1015 7,91 7,96 9,43 11,21

7,16 9,17C

ON

TR

IBU

IÇÃ

O D

A

LA

JE

(k

N/m

)

MÉTODOS DE CÁLCULO

ESFORÇOS NA VIGA V5 - V211 (SIMPLESMENTE APOIADA)

05

101520 13,84 13,79 13,8

18,8814,34 13

CO

NT

RIB

UIÇ

ÃO

DA

LA

JE

(k

N/m

)

MÉTODOS DE CÁLCULO

ESFORÇOS NA VIGA V6 - V214 (ENGASTE PERFEITO)

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210

CONCLUSÃO: Analisando os resultados, verificou-se que entre os métodos simplificados o

processo de Marcus, quem utiliza os quinhões de carga para a determinação dos esforços de reação

de apoio, se demonstrou ser mais conservador nos resultados, gerando os maiores valores, porém com

grande diferença entre os resultados das cargas transferidas para as vigas de vãos desiguais. Teoria

das Placas apresentou basicamente a mesma configuração de distribuição de cargas para as vigas que

Marcus, porém com números menores. Diante disso os autores concluem que necessita uma análise

de uma laje quadrada para uma nova comparação, o que pode ser uma proposta para trabalhos

posteriores.Dos métodos simplificados, considerando itens como segurança e praticidade de cálculo,

comparando aos resultados obtidos pelo software visando uma proximidade, temos o método de

Czerny e Linhas de Ruptura que apresentam resultados próximos e satisfatórios. Em contrapartida,

Pinheiro apresenta um processo mais prático que Linhas de Ruptura, que foi o modelo adaptado por

ele, porém com números um pouco maiores, o que aumenta sua margem de segurança, mas com

valores satisfatórios.

REFERÊNCIAS:

ALBUQUERQUE, A. t. Análise de alternativas para edifícios em concreto armado. 1998. 100 f.

Dissertação (Mestrado em Engenharia de Estruturas) – Escola de Engenharia de São Carlos,

Universidade de São Paulo, São Carlos, 1999.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6118: Projeto de estruturas de

concreto - Procedimento. Rio de Janeiro, 2014. 238p.

CLÍMACO, J.C. T. Estruturas de concreto armado – Fundamentos de projeto,

Dimensionamento e Verificação.Brasília,2005. 300p.

MONTOYA, P.J.; MESEGUER, A.; CABRE, M. HormigonArmad. 14.ed. Basada em EHE

ajustada al Código Modelo y AL Eurocódigo. Barcelona, Gustavo Gili, 2000.

PINHEIRO, L. M.; MUZARDO, C. D.; SANTOS, S. P. Fundamentos do concreto e projetos de

edifícios. 2007. 380 f. Notas de aula do Curso em Graduação em Engenharia Civil – Escola de

Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo,São Carlos, 2007.

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211

ANÁLISE DA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE TRATAMENTO DE ESGOTO, NA

CIDADE DE SANTARÉM, NA REGIÃO AMAZÔNICA

60Msc. Sérgio Gouvêa de Melo1

Msc. Alessandro Santos de Araújo2

Luiz Henrique Lemos Vieira3

[email protected]

Adilson Guilherme Feitosa De Oliveira4

Arthur Alvarenga Mesquita Rodrigues4

Débora Quézia Escócio4

Lukas Brito Carneiro4

RESUMO: O presente trabalho apresenta a análise de funcionalidade da Estação de Tratamento de Esgoto no bairro

do Mapiri. A implantação da ETE é de fundamental importância para o município de Santarém/PA, visto que foi elaborada

com o intuito de minimizar os impactos ambientais e melhorar as condições de vida da população, sendo que para isto,

foi implantado como principal tecnologia de tratamento o reator UBOX®. Os resultados apresentados foram obtidos por

meio de pesquisa a outras publicações e por visitas técnicas tanto à ETE quanto à população atendida. As análises dos

componentes físico-químicos apresentaram valores satisfatórios, entretanto a ETE não atende a população prevista.

PALAVRAS-CHAVE: ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ESGOTO; REATOR UBOX®;

MUNICÍPIO DE SANTARÉM.

INTRODUÇÃO: As águas residuárias de uma cidade compõem-se dos esgotos sanitários e

industriais sendo que estes, em caso de geração de efluentes muito tóxicos, devem ser tratados em

unidades das próprias indústrias. Nesse sentido, a implantação de uma estação de tratamento de

esgotos tem por objetivo a remoção dos principais poluentes presentes nas águas residuárias,

retornando-as ao corpo d’água sem alteração de sua qualidade.

O parâmetro mais utilizado para definir um esgoto sanitário ou industrial é a demanda

bioquímica por oxigênio (DBO). Pode ser aplicada na medição da carga orgânica imposta a uma

estação de tratamento de esgotos e na avaliação da eficiência das estações - quanto maior a DBO

maior a poluição orgânica.

A escolha do sistema de tratamento é função das condições estabelecidas para a qualidade da

água dos corpos receptores. Além disso, qualquer projeto de sistema deve estar baseado no

conhecimento de diversas variáveis do esgoto a ser tratado, tais como a vazão, o pH, a temperatura,

a DBO, etc.

1 Engenheiro e Mestre. Docente do curso de Engenharia Civil da Associação Educacional Luterana do Brasil – campus

Santarém. Orientador da pesquisa. 60 2 Engenheiro e Mestre. Docente do curso de Engenharia Civil da Associação Educacional Luterana do Brasil – campus

Santarém. Co-orientador da pesquisa. 3 Acadêmico do 10º semestre do Curso de Engenharia Civil da Associação Educacional Luterana do Brasil – campus

Santarém. Pesquisador bolsista de iniciação científica (PROICT/2017). 4

Acadêmicos do Curso de Engenharia Civil da Associação Educacional Luterana do Brasil – campus Santarém.

Pesquisadores voluntários de iniciação científica (PROICT/2017).

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212

De acordo com a lei federal n° 11.445 os três níveis governamentais (Municipal, Estadual e

Federal) são responsáveis pelo abastecimento de agua tratada, coleta e tratamento de esgoto, limpeza

urbana, manejo de resíduos sólidos e drenagem das águas pluviais. Essa lei define que cada município

é responsável pelo planejamento do saneamento básico e dos outros serviços citados acima.

O tratamento de águas servidas deve ser feito em Estações de Tratamentos de Esgotos –

ETE’s, sendo que estas são de fundamental importância para o sucesso de um plano de saneamento

básico, haja vista os poluentes encontrados nas águas servidas. De posse disso vislumbra-se a

importância da implantação de sistemas de tratamento de esgoto no município de Santarém/PA.

Em virtude do exposto a Prefeitura Municipal de Santarém/PA, por meio de um financiamento

contratado junto ao Ministério das Cidades “PAC I”, e com a participação da Caixa Econômica

Federal e da Secretaria Municipal de Infraestrutura, construiu duas ETE’s com capacidade para

atender 75.000 habitantes, sendo 50.000 habitantes no Bairro do Mapiri e 25.000 habitantes no Bairro

do Uruará. Guimarães, Carvalho e Silva (2007) explicam que investir em saneamento é uma das

formas de se reverter o quadro existente. Dados divulgados pelo Ministério da Saúde afirmam que

para cada R$1,00 investido no setor de saneamento, economiza-se R$4,00 na área de medicina

curativa. Assim, este trabalho, visou entender como funciona o processo, os resultados atingidos, e

os benefícios para a população de Santarém. Sendo que o sistema utilizado para o tratamento do

esgoto é novo na região Norte, denominado Reatores Ubox®, um sistema compacto e que requer uma

área menor para sua implantação, esse sistema será descrito no decorrer do presente trabalho.

MÉTODO: Para o presente projeto de pesquisa, a metodologia adotada consta em duas fases de

pesquisa distintas: bibliográfica e investigativa. A primeira visou apresentar um aparato teórico acerca

do sistema de tratamento UBOX®. A segunda procura explorar a implantação e operação deste

tratamento na estação, tendo sido escolhida a ETE do Irurá, localizada no bairro Mapirí no município

de Santarém/PA, conforme Figura 1.

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213

Figura 1- Imagens de satélite da ETE de Esgoto Irurá

Fonte: software Google Earth (2015).

Para a fase investigativa, a pesquisa possui caráter descritivo e veio da necessidade da

complementação de dados que não encontram-se disponibilizados por parte da literatura, valendo

ressaltar que “variáveis importantes podem não ser conhecidas ou não estar totalmente definidas”

(COOPER & SCHINDLER, 2003), apontando a relevância de realização de um estudo acerca do

sistema de tratamento adotado na ETE do Irurá.

Ao fim do trabalho, podemos verificar que os resultados obtidos propiciam conhecimento a

respeito dos diferentes métodos utilizados, assim como a eficiência do sistema escolhido para o

tratamento de esgoto para atender a população.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: A concepção do reator UBOX é baseada na integração de quatro

processos (anaeróbio, aeróbio, decantação e tratamento do biogás) em um único reator, Este reator

foi desenvolvido pela empresa holandesa Paques BV, líder em processos de tratamento biológico de

efluentes, e procura incorporar, além de um alto grau de desenvolvimento tecnológico e pesquisas,

os anseios da sociedade relacionados à exalação de odores desagradáveis, custos e impactos

paisagísticos (DEDINI, 2015). Assim, como o reator adotado no processo verticaliza o sistema misto

anaeróbio seguido por aeróbio, a aceitação da população foi positiva, levando em consideração a

ausência de odores desagradáveis e o impacto paisagístico que esta poderia proporcionar.

De acordo com os ensaios adquiridos por parte da construtora MELLO AZEVEDO, para

verificação de alguns parâmetros das amostras de entrada e saída de efluentes da ETE, observa-se

que todos os resultados foram satisfatórios, ou seja, estavam de acordo com a resolução 430/2011 do

CONAMA, que dispõe sobre as condições e padrões de lançamento de efluentes. Entretanto, em se

tratando de população atendida, a ETE do Mapiri não satisfez as expectativas, visto que foi projetada

para ser responsável pelo tratamento do esgoto dos bairros Mapiri, Jardim Santarém, Caranazal,

Liberdade e Residencial Salvação. Se o funcionamento da ETE estivesse de acordo com o previsto

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214

seria muito vantajoso para o município, visto que o sistema implantado, o reator UBOX, em relação

ao convencional, é mais compacto, conforme pode ser observado na Figura 2 , possui um processo

mais acelerado e causa um menor impacto ao meio ambiente.

Figura 2 - Foto da Estação de Tratamento do Bairro Mapirí – Santarém – Pará

Fonte: Autoria própria, 2017.

CONCLUSÃO: De acordo com as pesquisas realizadas, tendo em vista os parâmetros da cidade de

Santarém, o sistema mais vantajoso implantado foi o sistema UBOX de tratamento de esgoto, com a

vantagem de fazer o tratamento de uma forma mais ágil, utilizando menos espaço e com baixa

produção de resíduos sólidos resultantes do processo, assim diminuindo os impactos ambientais

provenientes do descarte do mesmo, ao contrário dos métodos tradicionais que são normalmente

utilizados. De acordo com o projeto a E.T.E do Mapiri atenderia 50.000 habitantes e possibilidade de

ampliação para o atendimento de 150.000 habitantes. Mas, no entanto, de acordo com as pesquisas

investigativas com os moradores dos bairros que seriam beneficiados, a ETE, não atendeu aos

requisitos previstos em projeto, pois atende a menos da metade da população a que foi projetada. É

preciso mais atenção do poder público com relação ao saneamento básico da cidade de Santarém. O

município tem implantado hoje uma boa infraestrutura para o tratamento de esgoto, no entanto o

sistema não está sendo operado da forma tecnicamente correta. É preciso recuperar as redes de esgoto

e interligar o restante das residências previstas.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA. RESOLUÇÃO Nº 430, DE 13 DE

MAIO DE 2011. Dispõe sobre condições e padrões de lançamento de efluentes. Disponível em:<

http://www.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=646>. Acesso em: 27 de jul. 2017.

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215

COOPER, D.R.; SCHINDLER, P.S. Métodos de pesquisa em administração.7 ed.

Porto Alegre: Bookman, 2003. 640 p.

DEDINI, Indústria de Base. Manual Técnico DBOX. Piracicaba: CODISTIL, 2015.

GUIMARÃES, A. J. A.; CARVALHO, D. F. de; SILVA, L. D. B. da. Saneamento básico. Disponível

em:<http://www.ufrrj.br/institutos/it/deng/leonardo/downloads/APOSTILA/Apostila%20IT%20179

/Cap%201.pdf> . Acesso em: 15 ago. 2009.

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216

ANÁLISE DE CUSTOS ENTRE ORÇAMENTO POR ESTIMATIVA DE CUSTO E

ORÇAMENTO ANALÍTICO: APLICAÇÃO EM UMA CASA POPULAR NO ESTADO DO

PARÁ

61Fernando Augusto Ferreira do Valle1

[email protected]

Marlyson José Silveira Borges2

Bruno Guilherme Lemos Vieira3

Bruno Luiz Lacerda Figueiredo4

Helito Barbosa da Silva5

RESUMO: Este trabalho tem por objetivo fazer uma análise comparativa de custos, por meio da utilização de dois

orçamentos de uma casa residencial de padrão popular medindo 39,56m² de área construída no município de Santarém-

PA. Primeiramente foi aplicado o orçamento por estimativas de custos do Custo Unitário Básico CUB-PA em seguida a

casa foi orçada usando os custos das composições e insumos do Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da

Construção Civil SINAPI-PA, conforme o SINAPI-PA em que os encargos sociais sobre preços da mão de obra foi

considerado de 119,66% (Hora). Buscou-se identificar a diferença entre o custo total dos dois orçamentos, comparando

o resultado final e verificando a discrepância entre estes. Analisando os dois orçamentos elaborados, foi verificado que

houve uma diferença positiva de 5,67% para o orçamento por estimativa de custo CUB-PA. Neste caso a utilização do

SINAPI-PA foi de fundamental importância, mesmo com a pouca diferença entre eles, pois o orçamento por estimativa

de custo não tem a mesma precisão de um orçamento analítico. Esta pesquisa vem confirmar que é possível confiar no

orçamento por estimativa de custo, pois deixa comprovada a pequena diferença entre os orçamentos utilizados para esta

edificação no município de Santarém/PA.

PALAVRAS-CHAVE: ORÇAMENTO. CUB-PA. SINAPI-PA.

1 INTRODUÇÃO: A construção de casas populares está em um momento positivo no nosso país,

programas como o Minha Casa Minha Vida e incentivos dos bancos através da facilidade de

financiamento estão tornando o Brasil um verdadeiro canteiro de obras. Antes do início do

investimento em um empreendimento é necessário um estudo de viabilidade, nesse caso necessita de

uma análise prévia do custo desses projetos para se obter a dimensão do empreendimento.

Uma das formas de obtenção dos custos de uma edificação é através da estimativa de custo,

onde são utilizados custos por metro quadrado, entre os indicadores o mais conhecido é o Custo

Unitário Básico – CUB, esses custos são divulgados mensalmente pelos Sindicatos da Indústria da

Construção Civil – SINDUSCON estaduais. Existindo sempre um receio sobre a confiabilidade de se

estimar o custo de uma edificação pelo CUB, seja uma casa popular ou um prédio de 12 pavimentos.

A proposta seguinte mostra a importância do orçamento por estimativa de custo, com base no

Custo Unitário Básico – CUB, para casas populares como critério de viabilidade imobiliária para o

município de Santarém/PA. Sabe-se que dentre as modalidades de orçamento, o orçamento analítico

é o tipo mais indicado, sendo o mais criterioso e onde se tem uma maior proximidade do custo real

1Professor M.Sc Eng. Civil, Curso de Engenharia Civil , CEULS/ULBRA, Santarém-PA,

2 Engenheiro Civil, Colaborador Curso de Engenharia Civil , CEULS/ULBRA, Santarém-PA61

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217

de uma obra, mas antes da elaboração deste tipo de orçamento é feita a estimativa de custo com o

objetivo de ter uma noção do custo do imóvel a se construir.

Neste trabalho será utilizada uma edificação de pequena dimensão em que se procura descobrir

a eficiêcnia da utilização do CUB para edificações de pequeno porte, em específico casas populares.

Busca-se encontrar a diferença de custo, se existem grandes variações e expressar numericamente

esses resultados.

2 MÉTODO

2.1 PROJETO BÁSICO DE UMA CASA POPULAR

O projeto deste trabalho referente a edificação de uma casa popular, foi elaborado pelos

autores deste. Inicialmente, com a descrição do empreendimento já definida e de acordo com a norma

NBR 12721:2006, escolheu-se o imóvel residencial de padrão popular com 39,56m² de área

construída, composto dos seguintes ambientes: uma sala de estar, uma cozinha, um banheiro e um

dormitório. Num terreno estipulado para este projeto medindo 10m x 15m, totalizando 150 m² de

área, onde a edificação está localizada no centro, com a vista frontal para o hemisfério sul.

2.2 ORÇAMENTO POR ESTIMATIVA DE CUSTO CUB-PA

Quando se pensa em construir uma edificação o orçamento por estimativa de custo, é usado

para que se tenha uma noção básica de quanto vai custar à execução deste projeto. A norma criada

pela ABNT que define os critérios de coleta, cálculo, insumos representativos e os seus pesos de

acordo com os padrões de construção (baixo, normal e alto)foi a NB-140, posteriormente substituída

pela NBR 12.721,que leva em conta as condições de acabamento, a qualidade do material empregado

e os equipamentos existentes. (MATTOS, 2006, p. 35).

Os valores usados neste trabalho para o orçamento por estimativa de custo foram retirados dos

Custos Unitários Básicos de Construção do estado do Pará (CUB/m²) e referem-se ao mês de

setembro/2014. Estes custos unitários foram calculados conforme dispositivo na ABNT NBR

12.721/2006, com base em novos projetos, novos memoriais descritivos e novos critérios de

orçamentação e, portanto, constituem nova série histórica de custos unitários, com designação de

CUB/2006.

Nestes custos unitários básicos não estão incluídos alguns itens existentes nas construções

como: fundações e projetos. No caso do projeto em questão, a fundação tem que ser incluída, pois o

valor mencionado no CUB-PA é baseado apenas na sua área construída, assim também como o projeto

executivo completo tem que ser considerado.

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218

Conforme o CUB-PA de Setembro de 2014 o custo por metro quadrado de uma casa

residencial popular composta de um dormitório, sala, banheiro e cozinha é de R$ 1.056,95 (Um mil

e cinquenta e seis reais e noventa e cinco centavos), sendo que neste valor não constam os gastos com

a fundação e projeto completo (executivo e complementares).

De acordo com o projeto, a edificação tem 39,56m² de área construída, o valor do custo direto

(CD) da casa popular, se dá através da multiplicação da área construída (AC) pelo índice do mês de

referência do CUB-PA (CUB), que somado com o valor da fundação (CF), mais o valor do

projetoexecutivo (CP), oferece o custo total (CT) da edificação.

2.3 ORÇAMENTO ANALÍTICO SINAPI-PA

O orçamento analítico foi elaborado baseado nos índices das composições de custos e pesquisa

de preços dos insumos da tabela SINAPI-PA referente ao mês de Setembro de 2014, em que a

proposta é executar o projeto no município de Santarém-PA, para tal a importância de um projeto

bem detalhado, para subsidiar um levantamento detalhadodos quantitativos e insumos, procurando

chegar a um valor mais próximo possível do custo real da edificação planejada.

O orçamento analítico baseia-se em uma composição de custos unitários para cada serviço da

obra, levando em consideração quanto de mão de obra, material e equipamento são gastos em sua

execução. Além do custo dos serviços (custo direto), são computados também os custos de

manutenção do canteiro de obras, equipes técnicas, administrativa e de suporte da obra, taxas e

emolumentos, etc. (custo indireto), chegando a um valor orçado preciso e coerente.(MATTOS, 2006

p.22).

Como nem todas as composições relacionadas a serviços estavam na tabela de composições

sintética, foi necessário a elaboração de composições fundamentados no catálogo de composições

analítico e somando as informações dos insumos do SINAPI-PA. Após a conclusão do orçamento

analítico, com todas as composições de custos, foi verificado o custo por etapa para melhor

visualização dos valores de cada item.

Foi desconsiderado o uso da Bonificação e Despesas Indiretas - BDI, pois para a composição

do índice de BDI é abordado fatores que variam entre as empresas, como o custo de administração

central. Assim fica exposto que são considerados nessas composições de custos e planilha

orçamentária os custos de materiais e custo de mão de obra. Desde junho do ano de 2014 os preços

associados às composições foram atualizados, levando em consideração custos com encargos sociais

complementares em todas as composições.

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3 RESULTADOS: Comparando os dois orçamentos não houve grande diferença. O custo total do

orçamento analítico é de R$ 44.181,49, o custo total do orçamento por estimativa é de R$ 46.782,13,

a diferença entre os dois orçamentos foi de R$ 2.600,64 (Dois mil e seiscentos reais e sessenta e

quatro centavos), dando uma variação de 5,56%.

Tabela 01 - Comparação do orçamento analítico com o orçamento por estimativa de custo

Fonte: Hélito Silva - Bruno Figueiredo, 2014

De acordo com o projeto, a edificação tem 39,56m² de área construída, o valor total por m²

(VT) da casa popular, se dá através da divisão do custo total do CUB-PA (CT) pela área construída

(AC).O resultado do valor total por m² da edificação pelo CUB-PA, obtido através do cálculo é de R$

1.182,56.

O valor total por m² (VT) da casa popular se dá através da divisão do custo total do orçamento

analítico pelo SINAPI-PA (COA) pela área construída (AC).O resultado do valor total por m² da

edificação pelo SINAPI-PA é de R$ 1.116,82.

Tabela 02 - Comparação dos custos totais dos orçamentos por m²

Fonte: Hélito Silva - Bruno Figueiredo, 2014

4 CONCLUSÃO: Após analisar a comparação entre os resultados do orçamento por estimativa de

custo aqui elaborado através dos Custos Unitários Básicos CUB-PA e o orçamento analítico resultado

do Sistema Nacional de Pesquisas de Custos e Índices da Construção Civil SINAPI-PA, verificou-

seque, não houve grande discrepância entre seus valores totais, ocorrendo uma variação de 5,56%

entre ambos, portanto vislumbra-se que o resultado final seja satisfatório.

Essa diferença demonstra que o orçamento por estimativa de custo elaborado com o Custo

Unitário Básico CUB-PA disponibilizado pelo SINDUSCON-PA, é confiável no que diz respeito ao

projeto de uma residência de padrão popular, podendo-se neste caso afirmar a viabilidade do

empreendimento no município de Santarém/PA.

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Ressalta-se, portanto a importância do orçamento analítico para buscar a maior precisão,

quanto mais detalhado forem os projetos, mais detalhes possuírem os trabalhos de orçamentação e

possibilitarem o melhor levantamento de quantitativos dos serviços, o custo total do orçamento será

o mais próximo do custo real da obra.

REFERÊNCIAS

ALVES e LOPES, Atos Coelho de Araújo e Édipo Lopes. Orçamento elaborado com tabela do

Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil – SINAPI-PA, nas obras do

município de Santarém-PA: lucro ou prejuízo? 2012. 321f. Trabalho de Conclusão de Curso –

Graduação em Engenharia Civil – Centro Universitário Luterano de Santarém. Santarém – PA. 2012.

MATTOS, Aldo Dórea. Como preparar orçamentos de obras. 1. ed. SP: Pini, 2006.

SAMPAIO, Fernando Morethson. Orçamento e custo da construção. 1. Ed. SP: Hemus, 1998.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 12721/06: Critérios para

Avaliação de Construção para Incorporação Imobiliária e outras disposições para condomínios

edilícios. Rio de Janeiro: ABNT, 2006.

SINDICATO DA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO DO ESTADO DO PARÁ. Custo Unitário

Básico (CUB/m2). Belém: http://www.sindusconpa.org.br/

CAIXA ECONOMICA FEDERAL. http://www.caixa.gov.br/

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ANÁLISE ORÇAMENTÁRIA ENTRE OS MÉTODOS: LIGHT STEEL FRAME E

CONVENCIONAL DE CRECHE EM SANTARÉM

62Aurizane Monteiro da Silva1

[email protected]

Juliana Ester Martins Moura2

NatanaFlexaFernades dos Santos3

Diego Fernandes dos Santos4

Fernando Augusto Ferreira do Valle5

RESUMO :O crescimento populacional e os avanços tecnológicos geram novos desafios para a

construção civil, dentre elesa busca por soluções através de métodos que possibilitem segurança,

modernidade, curto prazo, agilidade na execução e desperdícios mínimos de materiais, além de um

sistema mais eficiente, aumentando a produtividade e atendendo uma demanda crescente. Diante

disso, o sistema Light Steel Frame surge como uma alternativa para os desafios da construção, sendo

necessário um estudo que traga esclarecimentos sobre o emprego deste sistema para instituições

públicas que se firmarão de maneira padronizada em todas as regiões do país, levando em

consideração as peculiaridades e dificuldades diversas das regiões. O presente trabalho visa estudar

e comparar analise orçamentáriaspara a construção de creches no município de Santarém, além da

aplicabilidade do sistema Light Steel Frame, avaliando a importância deste para o mercado

competitivo frente ao sistemaconstrutivo convencional.

PALAVRAS-CHAVE: Análise orçamentária, construção civil e Light Steel Frame.

INTRODUÇÃO: No Brasil, a construção civil ainda é predominantemente artesanal, caracterizada

pela baixa produtividade e principalmente pelo grande desperdício, o mercado tem sinalizado

mudanças nessa situação, mas ainda de forma lenta se comparada a outros setores da economia.

Dentro dessa realidade, os construtores têm buscado investir em processos construtivos mais

eficientes que resultem em produtos de melhor qualidade sem aumentos significativos dos custos, a

fim de se tornarem mais competitivos, como forma de garantir a presença de suas empresas no

mercado.

As soluções para os problemas gerados na atualidade da construção civil evidenciam a

necessidade de mudança na mentalidade dos colaboradores de que tais inovações não são confiáveis,

que irão gerar desemprego, ao contrário irá abrir um “leque” de opções e novas oportunidades

surgirão em meio a novos conhecimentos, enriquecendo desta forma o campo da construção. “Apesar

das empresas construtoras brasileiras serem tradicionalmente resistentes às modernizações dos seus

meios de produção, a introdução de inovações tecnológicas é a melhor forma para se atingir a

industrialização dos processos construtivos. Mas, essas inovações devem ser economicamente viáveis

e compatíveis com os condicionantes nacionais, para que a construção industrializada possa ser a

solução real no panorama brasileiro (Sales, 2001)”.

1Acadêmica Curso de Engenharia Civil , CEULS/ULBRA, Santarém-PA62

2Acadêmica Curso de Engenharia Civil , CEULS/ULBRA, Santarém-PA

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222

Neste contexto, o uso do aço na construção civil vem aparecendo como uma das alternativas

para mudar o panorama do setor. O sistema Steel Frame se utilizado conceito de cargas distribuídas

para repartição dos esforços gerados pelas edificações. A estrutura é composta de perfis leves de aço

galvanizado denominados de montantes e guias que formam os painéis autoportantes das paredes e

estrutura de telhado, constituindo no final um conjunto monolítico leve e resistente.

Este trabalho trata de uma comparação orçamentária de creches tipo C analisadas pelo método

construtivo convencional e em Light Steel Frame (LSF). Para tanto, levou-se em consideração a

eficácia da aplicação do método em LSF existentes e na facilidade na manutenção de seus elementos

estruturais, que exige profissionais qualificados. Utilizou-se basicamente a planilha orçamentária dos

dois métodos e a relação construtiva do emprego de alguns materiais, convenientemente mais viáveis

e de simples implementação entre os métodos e equipamentos existentes.

MÉTODO:O estudo de caso sobre análise orçamentária entre os métodos convencionais e Light

Steel Frame das creches tipo C, caracterizadas por ser de menor porte e menor capacidade de

abrangência de crianças no município de Santarém/PA, utiliza a metodologia relacionada aos dados

comparativos em relação ao orçamento, tempo para execução e indicadores de viabilidade entre os

dois modelos construtivos, um com o LFS e o outro com o método convencional em concreto armado.

As análises comparativas serão feitas com base em planilhas orçamentárias de Creches Tipos

C de (781,26m²) fornecidas pelo FNDE 2015 do programa pro infância. Utilizando como base desta

comparação tabela orçamentária do FNDE com base de custo SINAPI-PA em que se verifica que o

valor da creche pelo método construtivo convencional com área de 781,26m² é de R$ 1.079.625,35

com um BDI de 22,50% e com um custo de R$1.381,90 por m², no sistema de LSF o custo por m2 é

de R$1.296,83 totalizando o valor global da obra em R$ 1.013.119,46 com um BDI de 22,50%.

Os resultados irão comparar o estudo que trata de creches do programa do MEC, onde são

modelos do tipo C que atenderão a 120 crianças, sendo uma construída pelo método convencional e

outra pelo método de Ligth Steel Frame. Sendo a primeira localizada no bairro de Alter do Chão e a

segunda no bairro de São Cristóvão respectivamente, em que será priorizada a análise comparativa

custo benefício de ambos os métodos construtivos.

RESULTADOS E DISCUSSÕES: A tabela 01faz um comparativo entre os dois modelos

construtivos, nota-se que o custo total de construção da creche no sistema convencional é

aproximadamente 6,16% maior que o da creche em construção em LSF. Os valores comparativos de

custo por m² é 1.296,83m² para construção em LSF, e 1.381,90m² para a construção pelo método

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convencional. Dados estes observados em duas creches que não possuem diferenças na área

construída, pois em ambas a classificação (tipo C) são as mesmas.

TABELA 01 - QUADRO COMPARATIVO

De acordo com as especificações construtivas e o cronograma indicado pelos dois sistemas

construtivos, nota-se que o tempo de construção do LSF é bem mais curto que o convencional. Com

isso, o desprendimento de capital no sistema construtivo LSF é feito mais rapidamente que o sistema

convencional. Por outro lado, por sua execução ser mais rápida, é possível disponibilizar o

empreendimento para o uso em um tempo mais curto.

TABELA 02 - AMOSTRAGENS DE CUSTOS

Os itens mais onerosos da construção em LSF são evidentemente o sistema de vedação vertical

interno e externo – paredes e o sistema de cobertura, sendo aproximadamente 16,38% e 20,57%,

respectivamente, do custo total da construção. Portanto, os dois itens juntos correspondem a 36,95%

do valor total para construção. Já para a creche com estrutura convencional, a parte mais onerosa é

representada pela fundação (10,45%) e superestrutura (12,58%), sendo 23,03% do custo total da

construção.

Nos dados apresentados na tabela 02, nota-se que na creche em sistema convencional a

fundação representa 10,45% do custo total da obra e em LSF a fundação representa entre 4,62% do

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custo total da obra. E a fundação em LSF, representa entre 5% e 7% do custo total da obra. Para

situações de terrenos acidentados, observa-se um custo inferior ao sistema convencional. No item

movimentos de terras do LSF o custo total é de R$1.581,93. Já na construção convencional o custo

total deste item é R$19.467,36. Em que o método convencional sobre o item movimentos de terras é

aproximadamente 91,87% maior que o LSF. Porém tal diferença é justificada em decorrência de

topografia irregular entre ambos os terrenos, em casos de similaridades ocorrerá à redução

significativa entre ambos os métodos.

No item paredes o método LSF custa R$ 165.946,11 e o convencional R$ 52.856,01 o método

convencional é 213,96% menor que LSF. Esta diferença ocorre preferencialmente por conta da

metodologia LSF utilizar isolamento acústico e térmico na sua execução deixando com um custo mais

elevado, porem com uma qualidade superior, associado ao fato de que também não foram

contabilizados insumos como chapisco, reboco, abertura e vedação de instalações no modelo

convencional.

No item cobertura o LSF custa R$ 208.423,62 e o mesmo item no convencional é R$98.296,08

o método convencional é 112,04% menor que LSF. Esta diferença ocorre preferencialmente por conta

da metodologia LSF utilizar cobertura em telhas metálicas com pintura eletroestática e isolamento

acústico e térmico na sua execução.

No item instalação elétrica o LSF custa R$ 34.695,59 e a convencional R$ 82.438,49 com

percentual de 57,91% menor que o convencional, isto ocorre preferencialmente por conta da redução

de insumos eretrabalhos pois o método de LSF é mais simplificado. No item instalação Hidráulica

LSF custa R$ 46.267,30 e convencional R$ 103.352,99 com diferença de 55,23% menor para o LSF,

esta redução ocorre por conta da redução de insumos e retrabalhos assim como pela simplificação

dos projetos de redes hidráulicas. No item instalação Sanitárias LSF custa R$ 21.072,31 e a

convencional e R$ 23.988,70 a diferença e de 12,16 % menor para o LSF, tal redução ocorre por

similaridade das demais instalações.

CONCLUSÃO: A competitividade exige cada vez mais eficácia no uso dos recursos sem perder a

qualidade, fazendo com que a redução de custos, a diminuição do tempo de execução e a obtenção de

ganhos na produtividade, resultem em retornos maiores sobre os investimentos, qualidade de

atendimento e credibilidade. Por meio de uma fundamentação teórica, no que se refere ao sistema

construtivo LSF apresentado neste artigo, procurou-se reunir informações a respeito de suas

peculiaridades, evidenciando uma visão abrangente sobre as fases construtivas e as vantagens de sua

aplicação quando comparado ao sistema construtivo convencional em concreto armado no município

de Santarém/PA.

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Com base nos resultados apresentados neste trabalho, foi possível a comprovação de que há

mais ganhos utilizando o método inovador do Light Steel Frame ao compara-lo com o método

convencional, beneficiando economicamente os envolvidos nesta construção em especifico no

município de Santarém/PA.

Em que a partir desta possível implantação possibilitará a execução de duas creches por ano,

levando em consideração o menor tempo de execução deste método, além de ser uma construção

através de um sistema de maior sustentabilidade, e menor agressão ao meio ambiente.

REFERÊNCIAS

______ NBR 5674, Manutenção de edificações – Procedimento. Rio de Janeiro, 2012.

______ NBR-6355: Perfis estruturais de aço formados a frio - Padronização. Rio de Janeiro, 2003.

______ NBR-9050: Acessibilidade a edificações - Portaria GM/MS Nº 321/88. Rio de Janeiro, 2015.

ALVENARIA. In: PAULUZZI. Brasil: Alvenaria de Vedaçao, 2012. Disponível em:

<http://www.pauluzzi.com.br/vedacao.php>. Acesso em: 12 Agostos 2015

ARAUJO, Rodrigues & Freitas, Apostila de Concreto Armado. UFFRJ. 2006

BRASILlT. Guia Construção Industrializada: catálogo. São Paulo, 2014.

CRASTO, R. C. M, FREITAS, A. M. S. Sistema Light Steel Framing: um guia para arquitetos. Série

Manual de Construção em Aço. Centro Brasileiro de Construção em Aço, 2005.

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CAIPIRA MOBILE: APLICATIVO MÓVEL PARA CONTROLE DE CRIAÇÃO DO

FRANGO CAIPIRA

63Mauricio Wendel Cavalcante Gonçalvesl1

Marla Teresinha Barbosa Geller2

[email protected]

RESUMO: A criação de frango caipira é uma das formas de muitas famílias agregarem valor à sua renda e colocar no

mercado um produto diferenciado. Porém o controle do manejo deste tipo de criação na maioria dos casos ainda é manual.

Este trabalho foi criado com o intuito de elaborar um aplicativo móvel, para auxiliar no controle do manejo do frango

caipira do micro e pequeno produtor rural. O levantamento de requisitos foi realizado junto a um produtor de frango

caipira, através de entrevistas e estes requisitos foram modelados com o auxílio da Linguagem de Modelagem Unificada

(UML) e da ferramenta Astah Community. A metodologia utilizada foi o Modelo de Desenvolvimento em Cascata, por

ser um modelo que possibilita melhor organização e controle no processo de desenvolvimento. Para o armazenamento

dos dados foi utilizado um banco de dados local que utiliza comandos SQL. O trabalho desenvolvido apresenta a

modelagem do sistema e algumas funcionalidades do aplicativo que já foram testadas.

PALAVRAS-CHAVE: FRANGO CAIPIRA, MODELO EM CASCATA, DESENVOLVIMENTO DE

APLICATIVO MÓVEL.

INTRODUÇÃO: Este projeto apresenta como proposta o desenvolvimento de um aplicativo para o

auxílio na criação frango caipira do micro e pequeno produtor. Atualmente os criadores tem buscado

a tecnologia para auxiliar no processo de criação, visto que a automatização dos processos é uma

realidade tornando o negócio mais rentável, mais produtivo e eficiente. Como o mercado vem cada

vez mais se tornando competitivo, os pequenos produtores estão em busca de meios informatizados

para ajudar na criação, pois isso pode se tornar um grande diferencial. A criação do frango caipira

tem se tornado uma prática bastante comum, sendo feita na zona rural ou em grandes centros urbanos,

muitas das vezes para satisfazer as necessidades pela busca de alimentos (carne e ovos) ou apenas

como um hobby, pois criar galinha caipira pode se constituir em uma prática bastante prazerosa,

diferenciada da criação industrial. O termo galinha caipira teve sua origem a partir do século passado

quando, no período do descobrimento, aos poucos, foram sendo introduzidas diversas raças de aves

no Brasil. De acordo com Rocha (2015, p.28) em seu Guia Prático de Criação de Frango e Galinha

Caipira, atualmente se trabalha em 3 métodos que são bastantes utilizados, sendo eles: sistema

extensivo, sistema semi-intensivo e sistema intensivo. No dia 27/08/2015 foi anunciando pela

Associação Brasileira de Normas Técnicas ABNT a Norma Técnica ABNT NBR 16389:2015 -

Avicultura - Produção, abate, processamento e identificação do frango caipira, colonial ou capoeira.

Esta norma especifica os requisitos para produção primária do frango caipira criado no sistema

semiextensivo.

De acordo com a norma, a ave deverá ter uma área livre para pastejar e tomar banho de sol.

A criação de frango caipira permite que a ave expresse os seus comportamentos naturais. É

1 Egresso do Curso de Sistemas de Informação do CEULS/ULBRA. 2 Professora do Curso de Sistemas de Informação do CEULS/ULBRA e Orientadora do Projeto. 63

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227

proibido o uso de melhoradores de desempenho, conhecidos como promotores de

crescimento, a base de antibióticos. Outra regra importante é que teremos um padrão de

produção de 70 dias. Esse período foi calculado e comprovado como sendo a hora certa que

a ave atinge a maturidade ideal e consegue adquirir as qualidades desejadas de sabor, cor,

aroma e textura. A ave tradicional vai para o abate com 40 dias de vida. (MORIKAWA,

2015)

A escolha por realizar o desenvolvimento de um aplicativo que possibilite o controle de

criação do frango caipira, surgiu pela necessidade de apresentar uma solução informatizada para o

ramo, realizando assim uma maneira mais objetiva de controlar a criação diária do frango. O

desenvolvimento seguiu as etapas do processo em cascata e foram utilizadas tecnologias de

desenvolvimento mobile e um gerenciamento de banco de dados local, para facilitar em caso de não

conexão com a internet. O controle de criação de frango caipira é um processo que exige algumas

ações diárias e que se automatizados facilitarão muito o dia a dia dos criadores. Dentre estas

atividades diárias incluem-se: o controle diário das aves; o controle de vacinação; controle de

insumos; e a movimentação de entrada e saída das aves.Tento em vista a necessidade de toda essa

informação, deseja-se integrar estes processos de manejo a um sistema informatizado, que auxilie

nesse controle de informações, o que venha a proporcionar ao criador vários benefícios, como redução

de tempo e gastos.

MÉTODO E FERRAMENTAS: Como metodologia de desenvolvimento utilizou-se o processo em

cascata, representado na figura 1. Este processo demonstra ser útil quando os requisitos são fixos e

bem conhecidos já no início do processo, permitindo desta forma que o trabalho seja realizado de

maneira linear, facilitando o controle. (PRESSMAN, 2011).O processo em Cascata é dividido em

cinco etapas: comunicação, Planejamento, Modelagem, Construção e Implantação. Nessa

metodologia, inicialmente procura-se compreender completamente o problema, a ser resolvido, seus

requisitos e suas restrições; depois projeta-se soluções que atendam a todos os requisitos e restrições

(SOMMERVILLE, 2011).Como ferramentas para o auxílio à construção dos modelos UML

(Linguagem de Modelagem Unificada) utilizou-se o Astah Community que é conhecida por sua

praticidade e simplicidade em elaborar os diagramas (BRANDANI; AREND; SOUZA; PIRES,

2015). E para o desenvolvimento do aplicativo o Intel XDK, queé um ambiente de desenvolvimento

multiplataforma de código aberto, que possibilita criar aplicativos web móveis e aplicativos HTML5

híbridos para várias plataformas de destino (WALSH; BAZZEL, 2016).

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Figura 1. Etapas do Processo em Cascata segundo Pressmann (2010).

Fonte: Adaptado de Pressmann (2010).

RESULTADOS: Como requisitos do sistema pode-se citar: Cadastro de usuário, cadastro de aves,

cadastro de insumos, controle de vacinação, controle de doenças, produção de relatórios, como

apresentado na figura 2.

Figura 2. Diagrama de Casos de Uso do Sistema Caipira Mobile.

Fonte: Arquivo Pessoal (2016).

O gerenciamento da criação é a principal função do aplicativo. Para isso, o aplicativo irá

controlar as rotinas diárias de entradas e saídas de animais, a fim de identificar o saldo do animal

cadastrado. O aplicativo também tem uma função de controle de vacinação, que conta com um

calendário para aplicação de vacinas de acordo com a idade das aves. A representação do

armazenamento de dados está na figura 3, com o diagrama de classes.

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Figura 3. Modelo de classes de armazenamento para o Caipira Mobile.

Fonte: Arquivo Pessoal (2016).

A tela inicial do sistema que possibilita o login do usuário está representada na figura 4. A

figura 5 representa a tela de cadastro de aves, com o registro das características necessárias.

Figura 4. Tela de Login Figura 5. Tela para o cadastro de aves

Fonte: Arquivo Pessoal (2016).

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230

CONCLUSÃO: Os objetivos propostos foram alcançados, com ajuda das análises feitas, o aplicativo

atendeu todos os requisitos propostos pelo usuário. A utilização das ferramentas foram um fator

facilitador para o desenvolvimento. O uso da metodologia prescrita pelo modelo em cascata,

organizou o trabalho e desta forma pode-se acompanhar e obedecer ao cronograma previsto. O

contato com os produtores foi fundamental para se entender quais as necessidades deste tipo de

negócio e o quanto é difícil fazer o controle, quando não se tem uma ferramenta informatizada. A

aplicação deste projeto será acompanhada junto a um produtor, com o objetivo de identificar possíveis

melhorias no aplicativo, e o que deixou de ser pensado e produzido até o momento, possa ser

implementado em possíveis trabalhos futuros. Espera-se que o Caipira Mobile possa auxiliar o

pequeno produtor a desenvolver esta atividade de forma mais controlada, diminuindo custos e tempo

para atividades de controle e gerando maior lucro.

REFERÊNCIAS

ABNT NBR 16389:2015 - Avicultura - Produção, abate, processamento e identificação do frango

caipira, colonial ou capoeira.

BRANDANI, CAMILA. et al. Guia Prático de utilização da ferramenta Astah Community 6.1.

Disponível em: <https://pt.scribd.com/doc/139768773/Astah-Comnunity>. Acesso em 15 de

novembro de 2016.

MORIKAWA, Reginaldo. Farming: Disponível em: <http://sfagro.uol.com.br/reginaldo-morikawa-

presidente-da-aval/>. Acesso em 20 de novembro de 2016

PRESSMAN, R. S. Engenharia de Software, 7ª ed. São Paulo: MCGrawHill, 2010.

SOMMERVILLE, I. Engenharia de Software. 6ª. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2011.

ROCHA, Valdir. Como criar galinha caipira. Disponível

em:<http://www.criargalinha.com.br/sobre/>. Acesso em 19 de novembro de 2016.

WALSH, Michael; BAZZEL, Paul. Companion App Tabs Overview. Disponível em:

<https://software.intel.com/pt-br/xdk/docs/intel-xdk-overview>. Acesso em 20 de outubro de 2016

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CONFECÇÃO DE MODELO REDUZIDO DE PÓRTICO DE CONCRETO ARMADO –

PARTICIPAÇÃO NO CONCURSO TÉCNICO DO 58º CONGRESSO BRASILEIRO DE

CONCRETO: APARATO DE PROTEÇÃO AO OVO – APO

64Frank Alec Feitosa Maia1

[email protected]

Alexandre Leite Dos Santos Junior1

Gabriel Rodrigues Gomes1

Marlysson José Silveira Borges1

Vinicius Martins Ribeiro1 65Sérgio Gouvêa de Melo2

RESUMO: O Aparato de Proteção ao Ovo – APO proporciona aos estudantes a oportunidade de se obter o contato

com elementos estruturais que serão submetidos a cargas reais de forma dinâmica. Apesar de toda a vivência com a parte

teórica dos assuntos relacionados a analise estrutural, a formação dos engenheiros civis carece de fundamentos práticos

sobre tal perspectiva. Com isso, objetivou-se o estudo aprofundado dos aspectos estruturais do pórtico em questão, bem

como na sua concepção, com a definição dos materiais empregados, a disposição das armaduras e a idealização da

geometria adequada para o pórtico, baseando-se tanto em informações assimiladas ao longo do curso de graduação como

na busca de tecnologias mais modernas e apropriadas. Além de todo aspecto prático que o concurso técnico pode fornecer,

também pode-se dizer que o mesmo estimula o lado empreendedor e criativo dos alunos, e não menos importante o

trabalho em equipe, que envolveu esse grupo de acadêmicos no qual esforço coletivo buscou a resolução do problema.

PALAVRAS-CHAVE: PÓRTICO; MODELO REDUZIDO; CONCRETO

1 INTRODUÇÃO: O comitê de atividades estudantis do Instituto Brasileiro de Concreto –

IBRACON organiza todos os anos, no Congresso Brasileiro de Concreto, o concurso técnico Aparato

de Proteção ao Ovo – APO, no qual se propõe aos estudantes dos cursos de Engenharia Civil e

Arquitetura o desafio de projetarem e construírem um aparato, que consiste em um pórtico de

concreto armado, com o objetivo de proteger o ovo de impactos suscetíveis de um cilindro metálico.

Prontamente a equipe do CEULS/ULBRA procedeu a análise do regulamento do concurso

técnico, a qual especifica todos os parâmetros para desenvolvimento do aparato, e elaborou um

cronograma definindo os prazos e etapas para confecção do pórtico de concreto armado.

O regulamento estabelece os materiais que podem ser empregados e define as características do

APO. Com isso, o seu formato e suas dimensões devem ser inscritos nos limites geométricos da figura

01, com tolerância de + 1,00 mm, assim como sua massa que tem o limite de 3.800g.

1 Acadêmicos do curso de Engenharia civil do CEULS/ULBRA64 2 Engenheiro civil, Mestre em Processos Construtivos e Saneamento e Professor do CEULS/ULBRA 65

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Figura 01 – Dimensões e formato do APO

Fonte: Regulamento 23º Concurso – APO 2016

De imediato iniciou-se o estudo bibliográfico acerca dos impactos atuantes na estrutura e de

qual modo o pórtico iria resistir a tais ações dinâmicas. Em seguida, foi efetuado o desenvolvimento

do traço para o Concreto de Alto Desempenho - CAD, pois apesar de ter elevada resistência deve

obter uma baixa densidade afim de proporcionar a massa ideal para o pórtico. Só a baixa densidade

do concreto não foi suficiente para obter-se a massa necessária, então depois de análises definiu-se a

geometria do pórtico, na qual está especificada em projeto em anexo.

O 58º Congresso Brasileiro de Concreto ocorreu em Belo Horizonte/MG no período entre 11 a

14 de outubro de 2016, a Arena de Eventos Minascentro. A entrega do pórtico foi efetuada no

primeiro dia, onde foram feitas as medições e pesagem, para verificação dos parâmetros exigidos no

regulamento. No dia 12 de outubro de 2016 ocorreu o concurso técnico, no qual obteve-se a 12ª

colocação.

2 MATERIAIS E MÉTODOS

2.1 TÉCNICAS DE COLETAS DE DADOS

Os experimentos foram realizados em laboratório com acompanhamento do laboratorista. A

seguir apresenta-se discriminadamente os principais componentes para fabricação do pórtico de

concreto armado.

2.1.1 Concreto

Inicialmente houve a caracterização dos agregados utilizados, assim como o estudo

aprofundado para determinação dos tipos materiais a serem empregado no concreto. O traço foi

calculado pelo método da ABCP. A elaboração do concreto se deu por meio da mistura dos

componentes em uma betoneira estacionária com capacidade de130 litros, da marca Vencedora

Maqtron, na seguinte ordem: Agregado graúdo – Granito de Rurópolis; 1/3 do volume de água +

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Aditivo + Fibras de polipropileno; Cimento; Sílica ativa; Agregado miúdo – Areia lavada; Flocos de

EPS; 2/3 de água restante.

Todo o aditivo foi dissolvido em 2/3 do volume de água, para se obter uma mistura mais efetiva.

Deixou-se misturar os materiais por 5 minutos em velocidade média na betoneira, até apresentar um

aspecto homogêneo do concreto.

No item 3 será descriminado os materiais utilizados e suas respectivas quantidades,

apresentando o traço do concreto e sua resistência final.

2.1.2 Forma

O tipo de material utilizado na fabricação e montagem das formas foi a chapa MDF com

espessura de 15,00 mm, por possuir um aspecto mais liso e proporcionar acabamento melhor ao

pórtico. O processo de fabricação se deu pelo corte das peças de MDF em formato e dimensões

precisamente adequados aos padrões estabelecidos pelo regulamento do concurso. A montagem foi

executada com parafusos com o intuito de tornar a desforma mais rápida e prática, garantindo da

rigidez e durabilidade da forma.

2.1.3 Armadura

A utilização de arames com diâmetro de 1,00 mm, oriundos de pneus de caminhão, foi o

material utilizado para as ferragens longitudinais e transversais.

A armação foi feita com auxílio de alicates para corte e dobra dos arames. Com execução de

primeiramente das ferragens longitudinais e em seguida acompanhada dos estribos. Tendo sua fixação

na ferragem longitudinal por arames mais finos de baixa resistência.

2.2 ENSAIO

2.2.1 Preparação do apo para o ensaio de carregamento dinâmico

Os pórticos que apresentem dimensões e massa em conformidade com o Regulamento serão

ensaiados.

Antes do início do ensaio, o APO deve ser fixado no gabarito. Após a sua fixação, o mesmo

será devidamente centralizado no ponto de aplicação da carga pela Comissão Organizadora.

Finalmente, será colocado um ovo (cozido) sob o APO e após este momento, o pórtico não poderá

ser movido ou manuseado.

O carregamento dinâmico do APO será realizado soltando-se um cilindro metálico, com 50mm

de diâmetro e massa de 15kg, de alturas progressivamente maiores, iniciando pela altura de 1,0m.

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234

Se o APO resistir ao primeiro impacto, então o cilindro será solto da altura de 1,5m e assim

sucessivamente, aumentando-se a altura em 0,50m a cada novo impacto, até chegar a 2,5m. Portanto,

o cilindro será solto das alturas de 1,0m; 1,5m; 2,0m e 2,5m.

O carregamento será realizado de forma progressiva, até que o ovo seja danificado pela

impossibilidade do APO continuar a protegê-lo. Nesta situação final, o ovo pode ser danificado por

ter sido atingida a capacidade suporte do APO ou pelo desprendimento de pedaços do APO que

atingiram o ovo.

A máxima energia resistida pelo APO antes de danificar o ovo (carga x altura) será a somatória

das energias parciais de cada carregamento.

Caso o APO resista a todas as cargas de impacto, será repetida por até três vezes a maior carga

(queda do cilindro da altura máxima, igual a 2,5m).

Caso não se verifique a ruptura do APO, o ensaio será encerrado após o terceiro carregamento

da altura de 2,5m e a carga resistida considerada será a máxima possível prevista pra este Concurso.

3 RESULTADOS E DISCUSSÕES: Após caracterização de agregados e em conjunto com revisão

bibliográfica, pode-se calcular o traço adequado para o concreto utilizado no APO, foram efetuados

ensaios destrutivos para a definição da resistência à compressão. Abaixo segue o quadro de

especificação das características dos materiais utilizados no concreto, bem como suas devidas

quantidades.

O pórtico foi montado no dia 22 de agosto de 2016 e foi submetido ao processo de cura úmida,

a qual o mesmo, depois da desforma, ficou submerso até o período que antecedesse a viagem para a

participação no concurso.

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235

No dia 12 de outubro de 2016, foi efetuado a inscrição no 23º concurso de Aparato de Proteção

ao Ovo, consequentemente o pórtico foi submetido as devidas medições para verificação do peso e

encaixe no gabarito. As medidas variaram menos que a tolerância permitida e o peso do pórtico foram

de 3.638 g.

Na competição, apesar da elevada resistência à compressão do concreto, o pórtico não resistiu

e rompeu no primeiro impacto (1,00 m), onde verificou a ruptura das ferragens positivas e o

cisalhamento que ocorreu no encontro entre os pilares e a viga.

4 CONCLUSÃO: A pesquisa em questão proporcionou a vivência prática com situações reais de

cargas dinâmicas em modelos reduzidos de estrutura de concreto armado. Apesar de um resultado

não satisfatório na competição, a experiência adquirida foi excepcional e possibilitou a aprendizagem

de conceitos ainda não vistos.

Sobre a estrutura do APO, pode-se dizer que a utilização e a disposição da ferragem são tão

importantes quanto a utilização de um concreto de alto desempenho, pois no caso em analise o

rompimento se deu pelo baixo diâmetro utilizado do arame (0,65 mm abaixo do limite) e por falta de

Característica dos materiais componentes do concreto

Material Identificação/tipo/marca Procedência/

fabricante

Massa

específica

kg/m³

Dimensão

máxima

característica do

agregado mm

Módulo de

finura do

agregado

Observações

Cimento CP-V-ARI RS Ciplan 3110,00

Água Potável COSANPA 1000,00

Agregado 1 Areia lavada Alter-do-chão 2665,00 9,5 2,41

Agregado 2 Granito Rurópulis 2708,00 1,18 -

Adições 1 Silica ativa Tecnosil 2220,00

Adições 2 Fibra de polipropileno MACCAFERRI 910,00

Adições 3 Flocos de EPS Isoamazon 12,00

Aditivo 1 Adiment Premium Vedacit 1090,00

Composição do concreto Propriedades do concreto

Material Quantidade kg/m³ Determinação Método utilizado

(norma técnica) Valor Unidade

Cimento 953,47

Abatimento / Flow NBR NM 67 80 mm

Água 254,26

Resistência à

compressão NBR 5739 85,00 MPa

Agregado 1 442,41

Agregado 2 889,49

Informações sobre o processo de construção do pórtico

Adições 1 76,28

Data de moldagem 22/08/2016 (dia/mês/ano)

Adições 2 0,600 Temperatura e processo de

cura

Temperatura

Ambiente (23°C)

- Cura Úmida

ºC Adições 3 95,35 L

Aditivo 1 47,67 L

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236

utilização de elementos que diminuíssem o efeito cortante no engaste pilar/viga. Outro fator que

contribuiu para a ruptura da viga, foi a utilização de filetes de madeira que diminuíram a seção da

viga no local onde a mesma rompeu.

Os fatores imprescindíveis para a elaboração de um APO que resista a todas as cargas dinâmicas

aplicadas, envolvem a definição: adequada da geometria do pórtico; de uma ferragem resistente, bem

como sua disposição no pórtico; do concreto de baixo peso e com elevada resistência.

REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (2014). NBR 6118 – Projeto de

estruturas de concreto – Procedimento. Rio de Janeiro, 2014;

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (2004). NBR 14931 – Execução de

estruturas de concreto – Procedimento. Rio de Janeiro, 2004;

FUSCO, P. B. (1995) – Técnica de armar as estruturas de concreto. São Paulo: PINI;

HELENE, P. (2002). Manual para Reparo, Reforço e Proteção de estruturas de Concreto. São

Paulo: Pini;

HELENE, P. & TERZIAN, P. (2001). Manual de Dosagem e Controle do Concreto. São Paulo:

Pini;

INSTITUTO BRASILEIRO DO CONCRETO – IBRACON – http://www.ibracon.org.br/. Acesso

em 10 de abril de 2016;

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DESENVOLVIMENTO DE UM JOGO DIGITAL DE PLATAFORMA

66Alleff Cristhian de Sousa Silva1

67Andrey Camurça da Silva2 68Márcio Darlen Lopes Cavalcante3

RESUMO: O trabalho apresenta o desenvolvimento de um jogo de plataforma, criado por meio da ferramenta

Construct 2, que vai da pré-produção a pós-produção, detalhando características específicas da mecânica, gráfico e

codificação. A produção do jogo segue o modelo de engenharia de software orientada à programação de jogos mais

adequada ao desenvolvimento independente. É apresentado o game design document (GDD), juntamente com ferramentas

utilizadas para a codificação. Como resultado do trabalho tem-se o jogo digital Phase One e ainda a descrição do processo

de desenvolvimento de um game.

PALAVRAS-CHAVES: JOGO, PRODUÇÃO, GAME ENGINE.

1 INTRODUÇÃO: Os jogos digitais vêm se tornando um dos principais meios de entretenimento na

contemporaneidade. Eles estão disponíveis para diversas plataformas e diferentes dispositivos,

fazendo-se presentes na rotina das pessoas, sejam elas crianças, jovens, adultos e até idosos. Com a

diversificação e o aumento do público, a indústria de jogos tem aumentado seu faturamento e,

consequentemente, apresentado projeções otimistas para o futuro (FLEURY; NAKANO;

CORDEIRO, 2014). Para Santos (2016, p.47) “trata-se de um mercado cada vez mais influente em

nível social, comercial, artístico, desportivo e econômico”. Isso só é possível porque atualmente os

games buscam não só entreter, mas também agregar valor à experiência dos seus usuários. Apesar do

mercado promissor, ainda há lacunas ao tratar da produção de games, uma vez que não se tem um

modelo padronizado de desenvolvimento. Diferente dos softwares tradicionais, o desenvolvimento

de games ainda hoje não tem metodologias específicas para tratar de sua produção, especialmente no

que diz respeito ao desenvolvimento independente. Nesse sentido, o presente estudo buscou analisar

e detalhar o processo de desenvolvimento de um jogo. Foi desenvolvido o Phase One (jogo de

plataforma para dispositivo móvel) através da ferramenta Construct 2. Para tanto, foi necessário

descrever a utilização da game engine para codificação, associada ao game design document (GDD),

contendo o documento de orientação do desenvolvimento. A produção do jogo segue o modelo de

engenharia de software orientada à programação de jogos que se mostrou mais adequada ao

desenvolvimento independente. O produto deste trabalho consiste em um game para dispositivos

moveis 2D, gênero de ação e subclassificação de plataforma, além da descrição de todo o ciclo de

produção. Não menos importante, a metodologia de software, fruto da adaptação do modelo de

Velásquez (2009), foi cuidadosamente descrita no GDD.

1 Bacharel em Sistemas de Informação pelo centro Universitário Luterano de Santarém 66 2 Discente do curso de Licenciatura em Matemática e Física da Universidade Federal do Oeste do Pará. 67 3 Mestre em Educação pela Universidade Federal do Oeste do Pará68

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METODOLOGIA: Para o desenvolvimento do game foi adotado como base o modelo de engenharia

de software orientada à programação de jogos / simulações interativas, descrito por Velasques (2009,

p.37). Para atender as necessidades do desenvolvimento do Phase One, foi feito adaptações do

modelo proposto pelo autor. O modelo apresentado na figura a seguir distingue-se do modelo original

somente nos itens que compõem o GDD.

Figura 1 - Modelo de desenvolvimento orientado a jogos - Phase One.

Fonte: Arquivo pessoal.

Com a game engine Construct 2, também conhecido como motor de jogos, descrita por Batista

e et al. (2014, p.) como “um software que funciona como um conjunto de bibliotecas que ajudam o

desenvolvedor de jogos, que simplifica e abstrai muitos detalhes técnicos, como detalhes de

hardware”, foi feito a decodificação do jogo. Os principais aspectos que influenciaram na escolha do

motor de jogos foram a facilidade de uso, a codificação simples e o baixo custo de aquisição. Os

Concepção de jogo

Ideia

Ideia do jogo

Enredo do jogo

1 Introdução 4 Detalhamento Técnico

2 Interface e interação 5 Arte

3 Mecânica do Jogo 6 Som

Game Design Document

Escolha da Plataforma – Tecnologias de

Apoio

Codificação

Manutenção

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239

elementos gráficos foram baixados do site Game Arte 2D. Para edição de figuras e áudio utilizou-se,

respectivamente, os softwares GIMP (GNU Image Manipulation Program) e Audacity.

RESULTADOS: Foi exposto o processo de criação de jogos digitais utilizando recursos como a

GDD e motores de jogos, bem como o desenvolvimento baseado na adaptação do modelo de

engenharia de software, conforme descrito na metodologia. A elaboração do GDD foi a etapa mais

longa no processo de desenvolvimento, mas apesar de extensa, o esforço exigido para criá-lo pode

ser descrito como compensatório, visto que este foi fundamental para a orientação durante todo

processo de desenvolvimento. A elaboração do jogo com a Engine Construct 2 mostrou-se simples.

Apesar de exigir a compreensão da lógica de seus mecanismos, a mesma trabalha basicamente com

elementos gráficos, sendo possível desenvolver um jogo completo através desta sem que haja a

necessidade de maiores conhecimentos de programação.

Figura 2 - Game Engine Construct 2 e interface gráfica do jogo na fase 1.

Durante todo o desenvolvimento foram efetuados testes de bug, que foram extremamente

importantes para adequações feitas nesse jogo ainda na fase de codificação. Esses testes identificaram

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erros de configuração de interface, métodos, variáveis e de objetos. Já nos testes com produto final

foram notados alguns travamentos das animações da personagem ao colidir com os inimigos. Esses

travamentos foram corrigidos ao se adicionar o comportamento de objeto sólido ao inimigo e na

personagem principal. Os testes foram feitos em três smartphones, sendo dois deles Samsung Galaxy

S4-mini e um Samsung Galaxy Gran Prime. Todos os aparelhos testados atendiam aos requisitos

mínimos de hardware especificados no GDD. Estes também se deram através de simulações

realizadas no recurso Modo Design Adaptado do browser Mozilla Firefox, a qual permite ajustar a

resolução da tela, simulando, assim, vários tipos de dispositivos. No game produzido, o usuário deve

guiar Júlia (personagem principal) para libertar seus amigos do cativeiro, mas para isso deverá

sobreviver aos perigos dos obstáculos e dos mais assustadores zumbies. É um jogo do estilo

plataforma e ação em terceira pessoa, ambientado em um cenário pós-apocalíptico com zumbis e

muitas armadilhas mortais. O estilo do game é baseado no gênero plataforma*69 em duas dimensões

(2D), limitando os movimentos nas direções: esquerda, direita, cima e baixo. O jogo possui

semelhança com jogos encontrados através da Google play, tais como ZKW-Reborn, Door Defense:

Zombie Attack, Chuck contra Zumbis e Shotgun vs Zombies. Todos esses jogos adotam o gênero de

ação, tendo ainda o seu enredo focado na ameaça zumbi, coincidentemente objetivando sobreviver a

eles. O diferencial do jogo está em seu enredo, cujo objetivo não se limitar a enfrentar zumbis, mas

também a fazer o resgate. Além disso, possui aspectos modernos, já que trabalha com elementos

gráficos de alta resolução. O apelo visual das personagens e dos cenários, combinado com a boa

qualidade gráfica, faz com que o jogo seja atraente para um público bem diversificado.

CONSIDERAÇÕES FINAIS: As dificuldades na área de desenvolvimento de games estão

relacionados a carência de conteúdo, assim como a escassez de metodologias de desenvolvimento

com foco em games. Em relação as ferramentas, pode-se afirmar que as mesmas estão evoluindo

rapidamente, propiciando cada vez mais facilidade e produtividade para o desenvolvimento de jogos

digitais. Os produtos deste trabalho foram um game para dispositivos moveis em duas dimensões,

gênero de ação e subclassificação de plataforma, descrição de todo o ciclo de produção e também a

metodologia de software. O processo de desenvolvimento é fruto da adaptação de um modelo de

engenharia de software que se mostrou adequado para o desenvolvimento independente.

* Plataforma é o nome dado a um gênero de jogos digitais em que o jogador corre e pula entre plataformas e obstáculos,

enfrentando inimigos e coletando objetos bônus. 69

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241

REFERÊNCIA

FLEURY, A.; NAKANO, D.; CORDEIRO, J. H. D. O. Mapeamento da Indústria Brasileira de

Jogos Digitais. São Paulo. 2014.

VELASQUEZ, C. E. L. Modelo de Engenharia de Software: para o Desenvolvimento de Jogos e

Simulações Interactivas. 2009. 105 f. Dissertação (Mestrado em Computação Móvel) - Universidade

Fernando Pessoa, Porto, 2009.

SANTOS, B. O. Expansão do mercado dos videojogos: Como educar os séniores para uma cultura

gamificada. 2016. 138f. Dissertação (Mestre em Ciências da Comunicação). Universidade Fernando

Pessoa, Porto, 2016.

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DIMENSIONAMENTO E ORÇAMENTAÇÃO DA INFRAESTRUTURA DE UMA

EDIFICAÇÃO DE CINCO PAVIMENTOS EM CONCRETO ARMADO: COMPARATIVO

ENTRE PREÇOS DO SINAPI E SEDOP

70Vinícius Martins Ribeiro1

[email protected]

Daniel Branco de Morais1

Frank Alec Feitosa Maia1

Gabriel Rodrigues Gomes1

Hugo Ricardo Aquino²

RESUMO: Este trabalho tem como objetivo geral dimensionar e orçar a fundação de uma edificação de cinco

pavimentos de concreto armado. Os objetivos específicos compreendem no dimensionamento dessa fundação a partir da

NBR 6122 – Projeto e execução de fundações - e orçamentação a partir da base de dados e composição de custos do

SEDOP – Secretaria de Estado de Desenvolvimento Urbano e Obras Públicas – e do SINAPI – Sistema Nacional de

Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil, os dois referentes ao estado do Pará. A temática em questão se faz

importante pois busca envolver duas vertentes de extrema necessidade para a vida acadêmica e profissional do engenheiro

civil ao adquirir resultados em função dos cálculos de orçamento para proporcionar a melhoria e o aumento de dados no

tocante a este relevante assunto e dimensiona-lo estruturalmente. Serão usados, para tal, softwares que auxiliarão nosso

estudo no intuito de dar praticidade e garantir valores os mais precisos possível, são eles: Eberick V8 Gold versão

estudantil para o cálculo e análise de estabilidade estrutural e o Excel para gerar as planilhas de orçamento resumo e

sintético. Serão comparados, a partir daí os valores encontrados a partir das duas bases de dados citadas.

PALAVRAS-CHAVE: FUNDAÇÕES, ORÇAMENTO, COMPARAÇÃO DE CUSTOS.

INTRODUÇÃO: A NBR 6122 - Projeto e execução de fundações enfatiza em seus principais

tópicos, primeiramente a necessidade de investigações geotécnicas, geológicas e observações locais

apresentando essas investigações como de campo – sondagens a trado, poços e trincheiras, inspeção

ou amostragem, simples reconhecimento à percussão, rotativas e especiais, ensaios de penetração

quase estática ou dinâmica, resistência e deformabilidade, permeabilidade ou determinação de perda

da água, medições de níveis d’água e de pressões neutras, medições de níveis subterrâneos; além de

investigações de laboratório como a caracterização, resistência, deformabilidade, permeabilidade,

colapsibilidade, expansibilidade. O reconhecimento geológico básico, ou seja, imprescindível é o

reconhecimento geotécnico que compreende as sondagens à percussão ou outro método geofísico de

prospecção do solo para fins de fundação.

As sondagens de reconhecimento à percussão são indispensáveis e devem ser executadas de

acordo com a NBR 6485, levando-se em conta as peculiaridades da obra em projeto. Tais

sondagens devem fornecer no mínimo a descrição das camadas atravessadas, os valores dos

índices de resistência a penetração (S.P.T.) e as posições dos níveis d’água. (NBR 6122,

1996, p.4)

As cargas e segurança nas fundações são encontradas a partir da obtenção de esforços. Deve

ser considerado, para isso, as cargas especificadas em projeto, o peso próprio dos elementos dos

1 Acadêmicos do Curso de Engenharia Civil do CEULS ULBRA 70 2 Professor com título de Mestre do CEULS ULBRA

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elementos estruturais de fundação. Devem-se levar em conta ainda as variações de tensão decorrentes

da execução eventual de aterros, reaterros e escavações, bem como os diferentes carregamentos que

atuam durante as fases de execução da obra. Caso seja fornecido ao projetista da fundação um único

tipo de carregamento sem especificação das ações combinadas, aplica-se disposto no item 5.5 da NBR

6122. Para o cálculo da carga admissível empregando-se fator de segurança deve-se ter como base a

figura 1. (NBR 6122, PROJETO E EXECUÇAÕ DE FUNDAÇÕES, 1996, p.6)

Figura 1 – Fatores de segurança globais mínimos.

Fonte: NBR 6122 – Projeto e execução de fundações.

O dimensionamento das fundações superficiais pode ser feito de duas maneiras: a partir do

conceito de pressão admissível, o que é disposto nos itens 6.2, 6.3 e 6.4, ou a partir dos conceitos de

coeficientes de segurança parciais, o que é disposto em 5.6 da NBR 6122. No método de pressão

admissível deve ser levado em conta a profundidade da fundação, a geometria da fundação, entre

outros fatores. Para tal, existem métodos de cálculo que são prescritos em 6.1.2 da NBR 6122.

Figura 2 – Valores de𝜎adm em função da largura B da sapata

Fonte: NBR 6122 – Projeto e execução de fundações.

METODOLOGIA: Este trabalho é de cunho bibliográfico pois contará com o planejamento de uma

estrutura não existente, projetada para fins de análise e obtenção de resultados que sanem dúvidas a

respeito das mais utilizadas bases gratuitas que o profissional da engenharia civil possui, além de

contar com softwares que auxiliarão nosso estudo no intuito de dar praticidade e garantir valores os

mais precisos possível, são eles: Eberick V8 Gold versão estudantil para o cálculo e análise de

estabilidade estrutural e o Excel para gerar as planilhas de orçamento resumo e sintético; tal ajuda

será imprescindível para adquirir com mais praticidade e excelência as quantidades de armadura,

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forma e volume de concreto. Em seguida serão apresentadas as planilhas de dimensionamento

utilizadas para organizar a demonstrar o comparativo de custos obtido a partir dos quantitativos

existentes para a correta execução da infraestrutura do prédio em estudo. Para nortear o

dimensionamento dessa fundação serão utilizadas as normas NBR 6122:1996 – Projeto e execução

de fundações – e a NBR 6118:2014 – projeto de estruturas de concreto procedimento. Utilizar-se-á

um solo do tipo arenoso com tensão de 1,9 kgf/cm² a 2 m de profundidade para o cálculo da fundação

rasa do tipo sapatas isoladas de concreto armado. A planta de locação será apresentada abaixo

segundo o dimensionamento auxiliado pelo software citado. Em seguida serão apresentas as planilhas

de orçamento sintético a partir das diferentes bases de composição de custos.

Figura 3 – Planta de locação de sapatas

Fonte: Autor, 2017.

RESULTADOS E DISCUSSÕES: As planilhas de orçamento sintético apresentam os valores

encontrados na planilha de quantitativo, apresentando, além disso, os códigos, unidades, preços

unitário e parcial, o que delimita de maneira contundente os parâmetros para o embasamento almejado

nos objetivos deste trabalho. Observou-se que o valor total encontrado com a base de dados do

SEDOP é 6,24% maior que o valor total obtido a partir das composições SINAPI.

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245

Quadro 1 – Orçamento sintético de infraestrutura baseado das composições de custo SEDOP

Item Descrição Ref. Código Unid. Qte Preço unit. Preço parcial

1.1 Escavação mecanizada 30675 m³ 810,00 8,24R$ 6.674,40R$

1.3 Forma de sapatas e arranques 50036 m² 27,10 69,65R$ 1.887,52R$

1.4 Armadura de sapatas e arranques 50038 kg 457,90 6,53R$ 2.990,09R$

1.5 Concreto 30 Mpa (incl. Preparo e lanç.) 50259 m³ 16,00 560,00R$ 8.960,00R$

1.6 Desforma 50037 m² 27,10 3,40R$ 92,14R$

1.7 Impermeabilização (Vedacit) 80313 m² 27,10 13,58R$ 368,02R$

1.8 Reaterro compactado 30254 m³ 794,00 37,15R$ 29.497,10R$

50.469,26R$

1.0 INFRAESTRUTURA

SEDOP

Total Fonte: autor, 2017.

Quadro 2 – Orçamento sintético de infraestrutura baseado das composições de custo SINAPI

Item Descrição Ref. Código Unid. Qte Preço unit. Preço parcial

1.1 Escavação mecanizada 90102 m³ 810 12,02R$ 9.736,20R$

1.3 Forma e desforma de sapatas e arranques 96529 m² 27,1 166,31R$ 4.507,00R$

1.4 Armadura de sapatas e arranques 96543 kg 457,9 11,98R$ 5.485,64R$

1.5 Concreto 30 Mpa (incl. Preparo e lanç.) 96556 m³ 16 600,76R$ 9.612,16R$

1.6 Impermeabilização tinta asfáltica 74106 m² 27,1 8,68R$ 235,23R$

1.7 Reaterro compactado 93382 m³ 794 22,58R$ 17.928,52R$

47.504,75R$

1.0 INFRAESTRUTURA

SINAPI

Total

Fonte: autor, 2017.

CONCLUSÃO: Os objetivos geral e específico deste trabalho foram atingidos em função da análise

dos resultados encontrados nos cálculos de orçamento da edificação fictícia projetada. Deve-se atentar

ao fato de que as composições e índices retirados das bases de dados em questão são passíveis de

mudanças constantes que dependem da situação econômica do Brasil, além de serem modificadas em

pouco tempo, o que provocaria alterações nos resultados desse estudo quando visto em outro período

diferente dos quais foram retirados os valores – setembro de 2017.

REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6118/2014. Projeto de estruturas

de concreto procedimento: ABNT, 2014.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6122/1996. Projeto e execução de

fundações: ABNT, 1996.

ALONSO, Urbano Rodrigues. Exercícios de fundações. 2. ed. São Paulo: Editora Ediguard Blucher.

ARAÚJO, José Milton de. Curso de concreto armado. Rio Grande, RS: Editora DUNAS, 2003. 4

v.

CAPUTO, Homero Pinto. Mecânica dos solos e suas aplicações. 3 ed. Rio de Janeiro: INL, 1977.

v. 4

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246

DIMENSIONAMENTO E ORÇAMENTAÇÃO DA SUPERESTRUTURA DE UMA

EDIFICAÇÃO DE QUATRO PAVIMENTOS EM CONCRETO ARMADO:

COMPARATIVO ENTRE SISTEMAS REFERENCIAIS DE

CUSTOS DO ESTADO DO PARÁ

71Gabriel Rodrigues Gomes1

Daniel Branco de Morais1

Dayana Trevisan1

Frank Alec Feitosa Maia1

Vinícius Martins Ribeiro1

Hugo Ricardo Aquino²

RESUMO: Este presente trabalho tem como objetivo geral dimensionar e orçar uma estrutura de quatro pavimentos

em concreto armado. Os objetivos específicos compreendem o dimensionamento estrutural de uma edificação de quatro

pavimentos em concreto armado, a orçamentação da mesma com custos de referências do SEDOP-PA e SINAPI-PA e a

verificação do percentual correspondente do valor da superestrutura ao custo unitário básico do empreendimento em

questão. A pesquisa é de cunho essencialmente bibliográfico e se valerá de custos de referências do SEDOP-PA e SINAPI-

PA para o mês de referência de setembro de 2017 para obtenção dos preços e do software @EberickV8 para lançamento

e dimensionamento da estrutura. Conclui-se que a média percentual do valor equivalente da superestrutura em relação ao

valor total do empreendimento é de 22.31% e que os custos do SINAPI-PA são 17.90% maiores que os do SEDOP-PA.

PALAVRAS-CHAVES: ORÇAMENTAÇÃO. DIMENSIONAMENTO. SUPERESTRUTURA

INTRODUÇÃO: A orçamentação de uma edificação é um procedimento técnico minucioso que

demanda conhecimento e experiência da parte do orçamentista. Para Sampaio (1987) “Orçamento é

o cálculo dos custos para executar uma obra ou um empreendimento, quanto mais detalhado, mais se

aproximará do custo real”. Como afirma o autor, quanto mais detalhado for o levantamento e a

verificação de projetos, mais se tornará um processo eficaz.

Todavia, quando ainda se está em um fase de planejamento do empreendimento, utilizam-se

estimativas de custos para obtenção de valores aproximados, que se pautam em pesquisas de preços

em históricos da região interessada e projetos similares. No caso do estado do Pará, uma das fontes

de obtenção desses dados é através do Custo Unitário Básico o qual fornece o custo da obra por área

construída e é muito utilizado como parâmetro norteador.

O caso em questão da pesquisa trata-se de uma edificação residencial de quatro pavimentos,

padrão alto, estruturada em concreto armado. O prédio possui uma área total de 1.156 m², cada andar

com 289m². De acordo com o quadro abaixo, a obra é qualificada como padrão alto R-8, ou seja,

enquadra-se como prédio residencial multifamiliar de até 8 pavimentos que compreende o valor de

R$1.477,15/m². O custo básico da edificação é simplesmente o produto da área pelo CUB. Logo, o

produto R$1.477,15/m² x 600m² é de R$ 1.707.585,40 (Um milhão, setecentos e sete mil reais,

quinhentos e oitenta e cinco reais e quarenta centavos).

1 Acadêmicos do Curso de Engenharia Civil do CEULS ULBRA 71 2 Professor com título de Mestre do CEULS ULBRA

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247

Quadro 1- Custos Unitários Básicos do CUB-SINDUSCON-PA (Setembro/2017)

Fonte: Adaptado de Sinduscon-PA

Disponível em: http://www.sindusconpa.org.br/site/cub.php

Os objetivos da pesquisa pautam-se essencialmente em dimensionar a estrutura e orçar

analiticamente com os custos de referências do SEDOP-PA e SINAPI-PA. Obter-se-á, a partir de

então, a diferença dentre os custos de referências supracitados e, além disso, o quanto a superestrutura

equivale em termos percentuais do empreendimento, o que pode servir de base para futuras pesquisas

de preço da região para estimativas de custos para estrutura. Algumas bibliografias estimam que a

superestrutura compreende cerca de 17-22% da obra, como Vargas (2010) que em sua obra determina

esse percentual em 19,34%.

A concepção estrutural e o dimensionamento serão realizados em observância da NBR

6118/2014, 6120 e 8681. Os elementos estruturais são: vigas, pilares, escadas e reservatório. Uma

vez que a superestrutura é concebida e dimensionada obter-se-á dados para realizar o preciso

orçamento. A arquitetura do pavimento tipo está mostrada abaixo:

Figura 1- Arquitetura do Pavimento Tipo

Fonte: Autor, 2017

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248

O software utilizado para análise é o @EberickV8, o qual analisa as lajes por analogia de

grelhas, os pilares pelo método do pilar padrão com rigidez aproximada e as vigas com base nos

diagramas de momento fletor e esforço cortante.

METODOLOGIA: Trata-se de uma pesquisa de cunho principalmente bibliográfico, a qual idealiza-

se através do dimensionamento e essencialmente da orçamentação da superestrutura de quatro

pavimentos concebida em concreto armado. A arquitetura projetada pelos autores é um prédio

residencial padrão alto.

A concepção e dimensionamento foram realizados utilizando-se as seguintes normas: ABNT

NBR 6118 – Projeto de estruturas de concreto – Procedimento; ABNT NBR 6120 – Cargas para

cálculo de estruturas de edificação – Procedimentos; ABNT NBR 8681 – Ações e segurança nas

estruturas – Procedimentos. Foi utilizado na modelagem e processamento dos resultados o software

@EberickV8 da empresa AltoQi.

A estimativa do Custo Unitário Básico da edificação (CUB) para servir de base ao preço da

edificação é efetuado por dados do SINDUSCON-PA (Setembro-2017), padrão alto, classe R-8. Os

custos de referência que serão levados em consideração para comparação entre si é do SEDOP-PA

(Setembro/2017) e SINAPI-PA (Setembro/2017). Todos os custos de referências estão como preços

sem desoneração.

RESULTADOS E DISCUSSÕES: As planilhas de orçamento sintético apresentam os valores

encontrados na planilha de quantitativo, apresentando, além disso, os códigos, unidades, preços

unitário e parcial, o que delimita de maneira contundente os parâmetros para o embasamento almejado

nos objetivos deste trabalho. Observou-se que o valor total encontrado com a base de dados do

SINAPI é 17.90% maior que o valor total obtido a partir das composições SEDOP, conforme

mostram, os quadros abaixo.

Quadro 2- Custo da Estrutura pelo SEDOP-PA(Setembro-2017)

Fonte: Autor, 2017

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Quadro 3- Custo da Estrutura pelo SINAPI-PA (Setembro-2017)

Fonte: Autor, 2017

O percentual encontrado para o valor da estrutura correspondente ao valor total da obra que tem

o montante de R$ 1.707.585,40 é de 20.11% para os preços do SEDOP-PA e de 24.50% para os

valores do SINAPI-PA, ou seja, a média percentual é de 22.31%, o que pode servir de parâmetro para

consultas de preço.

CONCLUSÃO: Os objetivos geral e específico deste trabalho foram atingidos em função da análise

dos resultados encontrados nos cálculos de orçamento da edificação fictícia projetada. Deve-se atentar

ao fato de que as composições e índices retirados das bases de dados em questão são passíveis de

mudanças constantes que dependem da situação econômica do Brasil, além de serem modificadas em

pouco tempo, o que provocaria alterações nos resultados desse estudo quando visto em outro período

diferente dos quais foram retirados os valores – setembro de 2017.

REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6118/2014. Projeto de estruturas

de concreto procedimento: ABNT, 2014.

ARAÚJO, José Milton de. Curso de concreto armado. Rio Grande, RS: Editora DUNAS, 2003. 4

v.

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL DA UEPG. Notas de aulas da disciplina de

Construção Civil. Carlan Seiler Zulian; Elton Cunha Doná. Ponta Grossa: DENGE, 2000.

Digitalizado em www.uepg.br/denge/civil

LIMMER, C. V. Planejamento, orçamento e controle de projetos e obras. Rio de Janeiro, RJ.

editora LTC - Livros Técnicos e Científicos Editora S.A., 1997.

REVISTA CONTRUÇÃO E MERCADO, Orçamento real. São Paulo: Pini, edições: 1 (agosto de

2001) a 98 (setembro de 2009).

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250

EASY ENGLISH - OBJETO DE APRENDIZAGEM PARA INTRODUÇÃO AOS

PRINCÍPIOS BÁSICOS DE LÍNGUA INGLESA PARA ALUNOS DO 3ºANO DO ENSINO

FUNDAMENTAL: FASE DE ANÁLISE E PROJETO.

72Carla Kalyanna Pereira Pinto1

Matheus Cunha de Assis1

Paulo Almeida de Castro Junior1

Marla Teresinha Barbosa Geller2

RESUMO: O objetivo deste trabalho é desenvolver um OA (Objeto de Aprendizagem) para o ensino da língua inglesa

direcionado aos alunos do 3°ano do ensino fundamental. A justificativa se deve ao fato da importância de se conhecer

este idioma para que o jovem se torne um cidadão inserido na sociedade globalizada. O uso de OAs auxilia o processo

de ensino e aprendizagem pois o faz de forma lúdica. O projeto foi elaborado utilizando os conceitos e práticas da

Engenharia de Software para desenvolvimento de sistemas, ou seja, realização através de um processo passando por todas

as fases do ciclo de vida do software. O resultado inicial deste trabalho é apresentado através da especificação das fases

de Análise e Projeto, sendo possível a partir dele a implementação do OA - Easy English, com a ferramenta Construct2.

Através deste projeto busca-se propiciar a formação de vínculos entre o estudante e a Língua Inglesa, propiciando

situações que despertem ou ampliem os interesses dos alunos acerca do tema apresentado.

PALAVRAS-CHAVE: OBJETOS DE APRENDIZAGEM, ENGENHARIA DE SOFTWARE, LÍNGUA

INGLESA.

INTRODUÇÃO: O aprendizado de uma segunda língua na infância, proporciona um maior

envolvimento com a informação, facilitando o desenvolvimento do indivíduo como cidadão

globalizado (ALMEIDA, 1998). Segundo Figueiredo (1997) “a idade do indivíduo é um dos fatores

que determinam o modo pelo qual se aprende uma língua”. O ensino de inglês na infância além de

facilitar a compreensão da própria língua materna, aumenta a habilidade do indivíduo de aprender

outras línguas estrangeiras. De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais, Terceiro e Quarto

Ciclos do Ensino Fundamental que:

A aprendizagem de Língua Estrangeira contribui para o processo educacional como um todo,

indo muito além da aquisição de um conjunto de habilidades linguísticas. Leva a uma nova

percepção da natureza da linguagem, aumenta a compreensão de como a língua funciona e

desenvolve maior consciência do funcionamento da própria língua materna. (MEC, 1998).

Como recurso facilitador nesta tarefa, tem-se a tecnologia que é de extrema aceitação entre os

jovens atualmente, e pode ser utilizado para estabelecer a ponte entre o saber teórico e a realidade. O

desenvolvimento de um objeto de aprendizagem que auxilie na interação entre o aluno e a língua

estrangeira pode facilitar o processo, para que se tenha melhor desenvolvimento e conhecimento com

uma língua estrangeira. Audino e Nascimento (2010), consideram um OA como sendo "recursos

digitais dinâmicos, interativos e reutilizáveis em diferentes ambientes de aprendizagem elaborados a

partir de uma base tecnológica”. A motivação é um fator de grande influência no desempenho dos

alunos e precisa estar presente em todos os processos do ensino. Conforme Costa (1987) “o aluno

1 Acadêmicos do Curso de Sistemas de Informação do CEULS/ULBRA. Projeto TISI. V semestre.

72 2 Professora do Curso de Sistemas de Informação do (CEULS/ULBRA) e Orientadora do Projeto.

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251

tende a se desenvolver nas atividades em que acredita obter sucesso”, desta forma, proporcionar

atividades relevantes que favoreçam a interação dos alunos é de extrema importância para as crianças,

já que elas perdem rápido o interesse e a motivação por tarefas que acreditam ser difíceis. Pierce

(2013) afirma que um OA para ser utilizado com eficiência deve ter atividades que atendam as

expectativas dos aprendizes. Para Martinez (2000), “os OAs devem ser desenhados usando um

enquadramento conceitual inserido em teorias, estratégias e metodologias instrucionais”. Portanto, o

trabalho segue os princípios da Engenharia de Software Educacional e utiliza as fases de um processo

de desenvolvimento de software, testando o aplicativo com professores e alunos orientando-os como

devem utilizar este recurso, para que traga benefícios em sala de aula. Dentre os objetivos específicos

do projeto podemos citar: (i) identificar quais as principais dificuldades apresentadas pelos alunos ao

ter este conteúdo de forma tradicional na sala de aula; (ii) investigar quais as metodologias utilizadas

pelo professor e como o conteúdo é ministrado; (iii) propor um OA com o conteúdo para auxílio na

sala de aula; (iv) aplicar o OA como complemento do conteúdo ministrado pelo professor; (v) avaliar

o aproveitamento dos alunos. Esta primeira parte do projeto apresenta as fases de Análise e Projeto

para a construção do OA - Easy English.

MÉTODO: A metodologia utilizada para criação do aplicativo inclui os passos de um processo de

desenvolvimento de software tradicional que foi adaptado para ser utilizado no desenvolvimento de

um software educacional, mais especificamente de um OA. O método utiliza o modelo de

desenvolvimento de software Cascata que inclui as fases de: Levantamento de requisitos, Análise,

Projeto, Implementação, Testes e Implantação (PRESSMANN, 2006). A UML (Linguagem de

Modelagem Unificada) será utilizada nas fases de Análise e Projeto para modelar o sistema. UML é

uma linguagem de modelagem que, segundo Bezerra (2002), é constituída de elementos gráficos que

permitem representar diversas perspectivas do sistema a ser desenvolvido. O aplicativo é voltado para

área da educação e tem como requisito importante a criação de uma interface atrativa e intuitiva para

facilitar a usabilidade e proporcionar boa interatividade com o usuário. O OA iniciará com um

determinado conteúdo da disciplina, logo após, o mesmo aplicará uma pequena atividade avaliativa

para ver o quanto o usuário aprendeu nesta etapa. Após esta primeira fase, o grau de dificuldade será

aumentado sutilmente, fazendo com que o usuário eleve seu nível. O Easy English será desenvolvido

na plataforma Construct 2, que possui uma versão livre e ambiente de desenvolvimento bastante

intuitivo, facilitando o desenvolvimento de jogos e OAs (HOLANDA, 2014).

A primeira etapa do processo é o levantamento e análise dos requisitos os quais serão a base

para a realização da próxima fase que é o projeto do software (SOMMERVILLE, 2003). Com a

finalização da etapa de projeto, com todas as especificações necessárias, o OA será implementado,

testado e finalizado para uso na disciplina de inglês.

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252

RESULTADOS e DISCUSSÃO: Como resultado desta fase do trabalho, finaliza-se as etapas de

levantamento de requisitos e análise para o Easy English, apresentando na figura 1 o diagrama de

atividades utilizando a UML, que representam as atividades realizadas pelo usuário ao acessar o

aplicativo.

Figura 1 - Diagrama de Atividades para o Easy English.

O quadro 1 apresenta o levantamento de requisitos funcionais para o OA, que especificam todas

as funcionalidades do aplicativo.

Quadro 1 - Requisitos funcionais

Requisito Descrição

Click com o

Mouse

O OA (Easy English) permitirá que o usuário possa escolher as

alternativas das questões propostas.

Som do(a)

narrador(a)

O Easy English emitirá a fala do narrador tanto para explicar

determinado assunto quanto fazer questionamentos.

Cenários O Easy English apresentará pontos turísticos da cidade de

Santarém-PA.

Fases O Easy English terá diversas fases com graus variados conforme

o jogador conseguir entender o conteúdo e conseguir passar nas

fases anteriores.

Menu inicial O Easy English deverá ter um menu inicial com as opções:

jogar, instruções e créditos.

Jogar Permitirá que o jogador dê início ao jogo/aprendizado.

Instruções O sistema trará consigo algumas instruções primordiais para o

usuário.

Créditos O Easy English irá apresentar algumas informações em relação a

construção do aplicativo.

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253

Sair do jogo O ambiente deve permitir que usuário possa sair do jogo a

qualquer momento que quiser.

Assuntos O Easy English possuirá alguns dos principais assuntos da língua

inglesa para os alunos da 3ª série do ensino fundamental e será

explicado pelo narrador (a).

Questões As questões serão apresentadas no jogo pelo (a) narrador (a) logo

após cada assunto explicado.

Pontuação O Easy English apresentará a pontuação do usurário do início ao

fim, a pontuação aumentará conforme o jogador acerte as

questões propostas.

Tela final O Easy English apresentará uma tela final com a opção de

escolha musical na qual o usuário poderá cantar essa música com

um playback.

Bônus A música escolhida na tela final será uma música proposta em

relação ao conteúdo passado.

Segundo Pressmann (2006), requisitos não funcionais determinam como o software deve se

comportar para que atenda às necessidades do usuário. O quadro 2 apresenta os requisitos não

funcionais que estão ligados aos conceitos de usabilidade para o Easy English.

Quadro 2 - Requisitos Não Funcionais

Requisito Descrição

Assuntos Os assuntos explicados devem ser de fácil entendimento para os

alunos da 3ª série do ensino fundamental.

Questões As questões serão relacionadas aos assuntos apresentados

anteriormente.

Telas As telas possuirão paisagens dos pontos turísticos da cidade de

Santarém-PA.

Textos Serão apresentados em fontes grandes para que os alunos não

possam ter dificuldades para ler.

Alternativas As alternativas apresentarão design intuitivo para que seja de

fácil entendimento

Full-screen O Easy English deve ser executado exclusivamente no modo

full-screen, para que o usuário não tenha sua atenção dispersada

por outros aplicativos.

Mouse Qualquer atividade proposta pelo Easy English, terá o mouse

como ferramenta principal para qualquer ação.

Narrador (a) A interlocução deverá ser dinâmica e lúdica para que o aplicativo

não seja entediante ou que faça o aluno perder o interesse.

A partir destas especificações as próximas fases deste projeto incluem a implementação do

software, os testes e a entrega aos professores para que utilizem em sua disciplina.

CONCLUSÃO: Desenvolver um OA é um trabalho que exige conhecimento interdisciplinar

abordando a parte pedagógica, a parte de conteúdo da língua inglesa e a parte técnica para

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254

implementação do software. Por este motivo, é de grande importância que os envolvidos no projeto

estejam conscientes e preparados para tal tarefa. Conhecer os fundamentos da Engenharia de Software

foi um ponto facilitador para realização do projeto, ao mesmo tempo que se observou que dividir o

desenvolvimento em etapas garantiu que o trabalho fosse realizado com responsabilidade e qualidade.

Neste momento apresentou-se as etapas inicias de desenvolvimento do Easy English, possibilitando

que as próximas fases sejam realizadas com coerência aos objetivos do OA.

Através deste projeto busca-se facilitar a formação de vínculos entre o estudante e a Língua

Inglesa, propiciando situações que despertem ou ampliem os interesses dos alunos acerca do tema

apresentado. Com o Easy English a língua inglesa será abordada sob diversas visões, com diferentes

propósitos, de forma a facilitar a participação do aluno, contribuindo de maneira a tornar a aula bem-

sucedida no que diz respeito à aprendizagem do idioma.

REFERÊNCIAS

ALMEIDA FILHO, J.C.P. Dimensões Comunicativas no Ensino de Línguas. Campinas: Pontes,

1998.

AUDINO, D. F.; NASCIMENTO, R. da S. Objetos de aprendizagem - diálogos entre conceitos e uma

nova proposição aplicada à educação. Revista Contemporânea de Educação, v. 5, p. 128-148, 2010.

BEZERRA, E. Princípios de análise e projeto de sistemas com UML. Tio de Janeiro: Campus, 2002.

BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais: terceiro e quarto ciclos do Ensino Fundamental.

Brasília, DF: MEC,1998.

COSTA, Daniel N. Martins da. Por que Ensinar Língua Estrangeira na Escola de 1º grau. São Paulo:

EPU, EDUC, p.17, 1987.

FIGUEIREDO, Francisco José Quaresma de. Aprendendo com os erros: uma perspectiva

comunicativa de ensino de línguas. Goiânia, 1997.

HOLANDA, G. Começando com o Construct 2. 2014. Disponível em: <www.scirra.com/tutorials/.>

Acesso em: 20 agosto 2017.

MARTINEZ, M. Designing learning objects to mass customize and personalize learning. In: D. A.

Wiley (Ed.). The Instructional Use of Learning Objects: Online Version. 2000, p. 1-27. Disponível

em: < http://www.lingnet.pro.br/media/trabalhos/doris_OA.pdf>. Acesso em: 15 setembro 2016.

PIERCE, N. Digital Game-Based Learning for early childhood. Learnovate. Centre, 2013.

PRESSMANN, R. S. Engenharia de Software. 6ª.ed. São Paulo: McGraw-Hill.

SOMMERVILLE, I. Engenharia de Software. São Paulo: Addison Wesley, 2003.

Page 255: X CONGRESSO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA DA AMAZÔNIA · x congresso de ciÊncia e tecnologia da amazÔnia xvii salÃo de pesquisa e iniciaÇÃo cientÍfica iv salÃo de extensÃo 08,

255

ESTUDO DE SOLO PARA FUNDAÇÕES EM ÁREAS DE POSSIVEL

DESENVOLVIMENTO URBANO DE SANTARÉM-PA

73Kayna Costa Gregório1

[email protected]

Fernando Augusto Ferreira do Valle²

Alessandro Santos de Araújo3

José Reginaldo Pinto de Abreu4

Paulo Henrique Neves Lobo5

RESUMO: A cidade de Santarém foi fundada em 1661 e, desde então, seu crescimento populacional e industrial vem

acontecendo de maneira desorganizada, gerando interferências no setor da construção civil, em alguns casos no que diz

respeito a parâmetros geotécnicos. A execução de edificações sem o prévio conhecimento das características que o solo

do terreno apresenta, é um dos grandes fatores da causa de manifestações patológicas, podendo, até mesmo, em alguns

casos levar a construção ao colapso. Diante disto, foram selecionados seis bairros com potencial de crescimento urbano

da cidade de Santarém, para analisar o solo e definir qual o tipo de fundação mais viável dentro dos parâmetros técnico-

econômicos para a construção de uma casa popular de 48,6m². De acordo com os laudos de sondagem do tipo SPT, as

características de solo predominante encontrada nos bairros da Nova República, Cipoal, Mararu, Urumari, Alvorada e na

Vila de Alter do Chão foi areno-argiloso, sem a presença do lençol freático, com exceção de Alter do Chão. O tipo de

fundação mais adequada para a edificação foi o Radier, cujo dimensionamento foi realizado de acordo com as

características apresentadas nos laudos descritos no presente trabalho.

PALAVRAS-CHAVE: FUNDAÇÃO, SOLO, CRESCIMENTO URBANO.

INTRODUÇÃO: A cidade de Santarém, fundada em 1661, serviu como ponto de apoio para a

circulação de mercadorias na região Oeste do Pará, e com o passar dos anos, a vila foi se

desenvolvendo, transformando-se em município. Porém, o seu crescimento populacional aconteceu

de forma desproporcional, tendo o seu apogeu nas décadas de 60 e 70, com a abertura das rodovias

Santarém-Cuiabá e Santarém-Curuá-Una. Em função desse crescimento desorganizado, muitos

bairros periféricos foram surgindo e as construções, principalmente residenciais, eram executadas

praticamente sem nenhum parâmetro técnico, sem levar em consideração os conhecimentos básicos

que a Engenharia Civil proporciona. Diante disto muitos problemas de manifestações patológicas

foram surgindo nas construções, como fissuras, infiltrações, e até mesmo em alguns casos o colapso

destas. Sendo assim, unir os assuntos crescimento urbano com estudo de solo é importante para evitar

problemas de pequeno e grande porte nas edificações, vias públicas, e promover melhorias com

questões envolvendo saneamento básico, como tratamento de esgoto e disponibilização de água para

a população, entre outros.

Para o estudo foram escolhidos seis bairros na cidade, abrangendo regiões sul e sudeste do

município, que são áreas onde Santarém ainda sofre expansão populacional e industrial no decorrer

dos últimos anos, por circundarem as principais rodovias que a cortam, fazendo ligação com demais

cidades e estados do Brasil. Os bairros referem-se a Nova República e Cipoal – no entorno da

1Engenheira Civil, Santarém-PA. 73 2 Professor M.Sc Eng. Civil, Curso de Engenharia Civil , CEULS/ULBRA, Santarém-PA.

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Santarém-Cuiabá (BR-163) –, Urumari e Mararu – Santarém-Curuá-Una (PA-370) – e bairro

Alvorada e a Vila de Alter Chão, que são os dois extremos da PA-457 (Rodovia Everaldo Martins).

Diante destas questões, fica fácil entender que as fundações são de suma importância para estabilidade

de qualquer edificação, sem elas, é impossível desenvolver qualquer projeto. A escolha equivocada

do tipo de fundação mais apropriada para o terreno em que se queira construir pode trazer prejuízos

graves ao construtor, e para defini-la é necessário a averiguação das camadas mais profundas de solo,

apresentando suas características mais peculiares.

O principal objetivo deste artigo é descrever o processo de escolha da fundação mais adequada

para um determinado tipo de solo, com base na análise de laudos de sondagem do tipo SPT. Esses

laudos são de regiões selecionadas na cidade de Santarém, que tem grande potencial de crescimento,

para que, assim, as futuras construções nesses locais apresentem menor índice de patologias, tenham

maior durabilidade, além de poder auxiliar na identificação de possíveis manifestações patológicas e

potencial indicativo de reparo nas edificações já existentes. Sabe-se que, contratar um profissional da

área da construção civil não é acessível para todas as pessoas, porém, a literatura e as pesquisas estão

disponíveis para todas as classes. Além disso, também é apresentado as vantagens e desvantagens da

escolha da fundação, atentando, principalmente, ao custo benefício da estrutura, uma vez que a maior

parte da população que ocupa esses bairros atendem as camadas mais carentes da sociedade.

MATERIAIS E MÉTODOS: Para o desenvolvimento deste trabalho de pesquisa recorreu-se, nas

primeiras etapas do projeto, a seleção de um acervo bibliográfico consistente com o tema e com

levantamento de dados. Este levantamento consistiu na coleta de relatórios de ensaios SPT realizados

em algumas áreas do município de Santarém. As principais regiões estudadas são as que circundam

as três principais rodovias da cidade, sendo elas BR 163 (Santarém-Cuiabá), PA 370 (Santarém-

Curuáuna) e PA 475 (Rodovia Everaldo Martins), onde há o frequente crescimento populacional e

desenvolvimento urbano do município. O acervo bibliográfico contém, além de artigos e autores

experientes no que se diz respeito à ensaios de Sondagem a Percussão, as normas da ABNT que

regram esse procedimento na prática, e a parte histórica da cidade de Santarém, que conta como se

deu o Desenvolvimento Urbano ao redor das rodovias ao longo dos anos. O levantamento de dados

foi feito com a ajuda das empresas PRESIM - Premoldados Simões Engenharia e Comércio LTDA e

da MTEC Geotecnia, que forneceram os Laudos de Sondagem das áreas de estudo, com base nisso,

buscou-se identificar os perfis Nspt para as diversas unidades geotécnicas identificadas, bem como

os perfis médios de cada zona. A partir das informações contidas nos laudos de sondagem

(estratigrafia, nível d’água, entre outros) foram averiguadas as condições em que o solo de cada região

possa receber o modelo mais adequado de fundação levando em consideração o seu perfil e o tipo de

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edificação que será estabelecida. Por se tratarem de regiões onde o crescimento vem acontecendo

aceleradamente, a definição do tipo de fundação mais apropriada deve ser indispensável onde, através

de um projeto detalhado, evita com que a construção sofra manifestações patológicas ao longo de sua

“vida útil”, garantindo mais estabilidade e segurança. No dimensionamento da fundação para o solo

identificado pelos laudos, foi necessário caracterizar que tipo de edificação a fundação iria sustentar,

ou seja, as cargas que atuaram sobre o terreno. A proposta apresentada é a locação de uma casa

popular possuindo dois quartos, um banheiro social, sala e uma cozinha americana que será conjugada

a sala, totalizando 48,6m² de área. Também foi apresentado o dimensionamento da fundação indicada,

que foi realizado na versão 8 do software Eberick, programa indicado para o cálculo de estruturas.

Além de cálculos de coeficientes de recalques verticais e horizontais para que fosse acrescentado nos

comandos do programa.

RESULTADOS E DISCUSSÕES: Para exemplificar o dimensionamento de um radier liso em

concreto armado, foi criado um projeto de uma casa popular com cinco cômodos (Dois quartos, um

banheiro, uma sala e uma cozinha americana), possuindo 48,60 m² de área. A escolha deste tipo de

fundação se deu em função de fatores técnico-econômicos, como o custo e o tempo na execução,

além da sua simplicidade ao dimensionamento, e da sua segurança quanto ao equilíbrio das cargas da

edificação. Além disso, por ser uma construção de pequeno porte, uma fundação em sapatas ou em

blocos seria inviável, pois os elementos ficariam muito próximos entre si, chegando até mesmo a

interceptarem. Dória (2007) afirma que o radier é empregado quando o solo tem baixa capacidade de

carga, quando deseja-se uniformizar recalques, quando as áreas das sapatas se aproximam umas das

outras ou, ainda, quando a área destas for maior que a metade da área da construção. Ressalva,

também, que, “a fundação do tipo radier pode ser suportada por pilares em situações em que o lençol

freático encontra-se próximo a superfície ou aonde a base do solo é suscetível a grandes recalques”.

Baseando-se nos solos apresentados pelos laudos, o radier pode ser utilizado em todos os seis bairros

citados, uma vez que apresentam características similares com a presença predominante do solo

areno-argiloso.

Para o Eberick, algumas informações são bastante necessárias para serem inseridas na janela de

diálogo da laje de fundação, como os coeficientes de recalque horizontal (kh) e vertical (kn), onde kh

foi dado pela relação k1 multiplicado pela razão entre a profundidade e a largura da laje – na unidade

de kgf/m³, mas deve ser transformado para tf/m³ para o programa, e o kn é determinado pela razão

entre o kh e o coeficiente de Poisson de acordo com o tipo de solo na camada. Tomando como partida

o solo do bairro Nova República, solo argilo-arenoso com a predominância da argila e sem a presença

do nível d’água nas camadas superficiais, o kh resultou em 5 tf/m³ e o kn em 17 tf/m³. No bairro

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Cipoal, o coeficiente de recalque horizontal para argila é dado pela formulação Kh=0,2*k1/B - onde

o valor de k1 é adotado para argila mole resultando em 4,6 tf/m³, e o kn coeficiente de Poisson adotado

para argilas foi no valor de 11,5 tf/m³.

No bairro Mararu, a camada superficial onde o radier será fixado é composta por areia argilosa

muito fofa, com coeficiente de recalque vertical (kv) de 17,24 tf/m³ e coeficiente de recalque

horizontal (kh) de 5 tf/m³. No Urumari, o coeficiente de recalque horizontal (kh) para o tipo de solo

caracterizado na sua camada superficial, que foi o argiloso, foi de 4,6 tf/m³ e o coeficiente de recalque

vertical (kv) foi no valor de 11,5 tf/m³. No bairro Alvorada, o coeficiente de recalque horizontal (kh)

para o solo argiloso foi no valor de 4,6 tf/m³, e o coeficiente de recalque vertical (kn) foi 11,5 tf/m³.

Na vila de Alter do Chão, o solo é arenoso, com presença de argila, e o nível do lençol freático foi

encontrado na cota de 5,8 metros. As regiões que ficam as margens do Rio Tapajós apresentam o

N.A. mais superficial, podendo variar de profundidade de acordo com o período de cheia e seca. Foi

feito uma única perfuração nessa região, para verificar se este solo era completamente arenoso, porém

há bastante presença de argila nas camadas mais profundas. A sua camada superficial é composta por

solo arenoso, onde o coeficiente de recalque horizontal (kh) para a argila é de 4,6 tf/m³ e o vertical

(kn) é de 11,5 tf/m³.

Além dos coeficientes, também é necessário colocar na janela de diálogo da laje de fundação

os carregamentos que serão sustentados pela placa de radier, como as cargas da estrutura, calculado

através do peso próprio da edificação, carga acidental e de revestimento, peso das paredes. Para este

caso, adotou-se a espessura da parede o valor de 0,15 metros, o pé direito de 3,0 metros, a quantidade

de paredes de 40 metros lineares. resultando num total de 324 KN distribuídos numa placa de área de

48,6 m² de área. Além disso, ainda é considerado o peso da cobertura, que foi adotado 70 kgf/m² para

o telhado e sobrecarga de 1,5 kN/m². Foi considerado o fck de 25 MPa para o concreto, com módulo

de elasticidade de 24150 Mpa e peso específico de 25,00 kN/m³, de acordo com o quadro abaixo.

Quadro 1 – Dados do Radier

Fonte: Eberick, 2016.

Os coeficientes de recalque em todas as áreas estudadas apresentaram valores muito próximos.

Tal fato proporcionou a definição da mesma fundação, com a mesma composição estrutural para

todos os solos analisados neste estudo. Ao colocar todos esses dados no Eberick, obteve-se o

dimensionamento do Radier, com detalhamento de armaduras e ferragem positiva e negativa, com

espessura de 16cm e utilização de vergalhões de 8.0mm e 6.3mm.

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Quadro 2 – Cálculos do Radier

Fonte: Eberick, 2016.

Diante dos dados apresentados, obtiveram-se os seguintes resultados:

Quadro 3 – Resultados

Fonte: Eberick, 2016.

As análises realizadas indicaram que o radier proposto neste estudo poderá ser assente em solos

com tensão admissível de 1,8 kgf/m². Nas camadas superficiais dos solos analisados neste trabalho,

a tensão admissível ficou entre 0,4 kgf/m² e 2,0 kgf/², por isso, para os solos com tensões admissíveis

abaixo de 1,8 kgf/m², é necessário a escavação entre 0,8 a 1,0 metro de profundidade. Ou então,

aumentar a espessura da placa do radier para 0,20m.

CONCLUSÃO: Este trabalho apresenta assunto relevante no que se diz respeito à importância do

conhecimento do solo através dos ensaios de Sondagem a Percussão, para que se possa definir o tipo

de fundação que mais se adequa ao solo detectado e a edificação que será construída sobre este. Com

base na seleção de seis bairros com potencial de crescimento urbano na cidade de Santarém, foi

idealizado um projeto para uma casa popular com 48,6m² de área para que se definisse a fundação

mais adequada para o solo que essas áreas iriam apresentar. Foram analisados diversos laudos de

sondagens fornecidos pelas empresas especializadas na área de geotecnia, Presim e MTEC, instaladas

na cidade, e foi constatado que o tipo de solo caracterizado é areno-argiloso, e a fundação mais

indicada para todos os seis terrenos que sustentam a edificação é do tipo Radier. O dimensionamento

desta laje invertida foi realizado na versão 8 do Eberick. Para que o Eberick forneça o

dimensionamento completo da estrutura, foram necessários alguns cálculos empíricos para que se

estabelecessem as cargas que o radier iria sustentar, e os coeficientes de recalque do solo.

Na execução destes cálculos, foi possível perceber que os coeficientes de recalque vertical e

horizontal dos solos possuíam valores iguais ou muito aproximados. Diante disso, o cálculo do radier,

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bem como sua espessura e armação é adequada para todos os locais propostos. Para as camadas que

o terreno evidencia tensão admissível abaixo de 1,8 kgf/m², faz-se necessário a escavação em uma

profundidade entre 0,8 e 1,0 metro. Diante de tudo o que foi apresentado, pode-se constatar que as

fundações são elementos com função essencial em qualquer obra, seja ela de grande ou pequeno

porte. É uma parte tão fundamental do projeto, que torna até os piores tipos de solo realmente passível

de qualquer construção. Para o caso de Santarém, cidade carente de infraestrutura urbana e

saneamento básico, ter o mínimo de conhecimento sobre o solo predominante já possibilita o

desenvolvimento de edificações com beleza arquitetônica singular que ofereça maior segurança

estrutural para o morador.

REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT. Execução de sondagens de

simples reconhecimento dos solos: método de ensaio. Apresentação: NBR 6484. Rio de Janeiro/01

BRASIL.

CICHINELLI, G.C. – Mercado construção. Fundações Profundas. 2015. Disponível em:

<http://construcaomercado.pini.com.br/negocios-incorporacao-construcao/163/artigo338059-

1.aspx>. Acesso em: Setembro, 2016

DÓRIA, L. E. S. – Projeto de fundação em concreto tipo radier – mestrado. Universidade federal

de Alagoas. 108 p. Alagoas-Maceió, 2007

FOGAÇA, M. – Infraestrutura Urbana, projeto custos e construção – Fundações e Contenções. 2012.

Disponível em: <http://infraestruturaurbana.pini.com.br/solucoes-tecnicas/20/fundacao-com-

tubuloes-perfuracao-profunda-usada-na-construcao-de-271662-1.aspx>. Acesso em: Setembro,

2016.

FONSECA, Wilde Dias – Santarém Momentos Históricos – ICBS – 6ª Edição. 2015 220f,

Santarém, 2015.

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IDENTIFICAÇÃO E DIAGNÓSTICO DE ESTRUTURA E ALVENARIA NA ESCOLA

ESTADUAL DE ENSINO MÉDIO MAESTRO WILSON DIAS DA FONSECA NO

MUNICÍPIO DE SANTARÉM- PA

74 Rodrigo Bezerra Gaspar 1

[email protected] 75 Alessandra Damasceno da Silva 2

76Roseclea Bezerra Gaspar3 77Isabel Cristina Tavares Martins4

78Alessandro Santos Araújo5

RESUMO – Essa pesquisa teve como objetivo identificar as patologias encontradas na Escola Maestro Wilson Dias da

Fonseca localizada no município de Santarém - PA e diagnosticar de forma coerente tais manifestações. A Escola em

estudo, apresentou vários problemas que consistem em: eflorescências, trincas, corrosão em armadura, erosões e recalque

no piso. A maior parte desses problemas se manifestou devido à presença de umidade. A definição do diagnóstico para

as patologias foi desenvolvida levando em consideração as causas do problema, e tendo como objetivo o futuro reparo

para reduzir ou cessar as patologias detectadas. Para o desenvolvimento do estudo de caso foi utilizado a metodologia

criada por Lichtenstein, esta consiste de maneira simplificada em três etapas: A fase de levantamento de subsídios, que

ocorre com a vistoria do local, identificando a natureza e origem das patologias; o diagnóstico da situação, que visa o

entendimento das manifestações, em termos de análise das relações de causa e efeito para caracterização das patologias

encontradas; e definição de conduta, ou seja, identificação e proposta de tratamento adequado para as manifestações. Por

fim conclui-se sobre a necessidade da elaboração de métodos de reparo das patologias, afim de buscar cessar ou minimizar

seu efeito sobre a edificação.

PALAVRAS-CHAVE: PATOLOGIAS; DIAGNÓSTICO; ESTUDO DE CASO.

INTRODUÇÃO: Com o avanço tecnológico no setor de técnicas e materiais de construção, observa-

se um elevado número de edificações relativamente novas apresentando diversos tipos de patologias.

A necessidade de algum órgão efetivo para fazer fiscalizações periódicas dos prédios públicos e a

falta de comprometimento dos representantes políticos para com a segurança e o bem estar dos alunos

e funcionários da escola geram no final do mês rombos no orçamento.

A falta de manutenção nessa escola transformou o que eram pequenos defeitos e que no início teriam

baixo custo de reparação, crescessem para situações de desempenho insatisfatório com possível

insegurança estrutural e de alto custo de recuperação.

Tendo em vista que a edificação em estudo foi construída há mais de 10 anos e que desde o momento

de sua implantação foram efetuadas poucas manutenções e um grande número de problemas já

ocorreram na edificação, a mesma adquiriu inúmeros problemas em suas estruturas, paredes internas

e externas, piso, entre outros.

1 Engenheiro Civil. 74 2 Ma. Ciências Ambientais. Centro Universitário Luterano de Santarém – CEULS/ULBRA. 75 3 Esp. Tecnologia de Alimentos. Centro Universitário Luterano de Santarém – CEULS/ULBRA. 76 4 Ma. Geofísica. Centro Universitário Luterano de Santarém – CEULS/ULBRA. 77 5 Me. Estruturas e Construção Civil. Centro Universitário Luterano de Santarém – CEULS/ULBRA. 78

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Sendo assim, a relevância da realização deste trabalho se deve à necessidade de se fazer um

levantamento das patologias detectadas, a qual a partir desta, se poderá realizar um estudo para

determinar as causas desses problemas afim de melhorar a qualidade do edifício que é atualmente o

local de aprendizagem de inúmeros estudantes. Por isso, a pesquisa objetivou o levantamento das

patologias detectadas e o diagnóstico para determinação das causas dessas patologias afim de

enumerar as possíveis medidas de melhoria que possam ser tomadas.

MÉTODO: O método utilizado para diagnosticar as patologias encontradas no edifício foco deste

trabalho foi o criado por LIECHTENSTEIN (1985). Esta metodologia proposta é compreendida no

fluxograma exibido na figura 1.

Figura 1 - Método para levantamento e diagnóstico de manifestações patológicas.

Fonte: Liechtenstein, 1985.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os problemas foram detectados por toda a extensão do bloco de

estudos e no seu redor. Algumas manifestações também foram localizadas nos outros blocos da

escola, foram casos como manchas, bolores, trincas entre outras. A seguir vem sendo apresentados

os casos mais pertinentes encontrados com suas respectivas soluções para a correta manutenção das

mesmas.

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Caso 1 - Corrosão da armadura em contato com calha e telhado.

Foi observado corrosão na armadura de viga calha na parte superior da estrutura, mais

precisamente perto da calha e do telhado, onde a corrosão pode ser compreendida por uma diminuição

do diâmetro da armadura da viga por meio de oxidação.

A umidade ali é incidente, ou seja, é proveniente das entradas de ar devido à falta de vedação

da ligação laje-telhado e possível falta e vedação da calha, provocando assim a corrosão da armadura.

A expansão do material do aço, decorrente da corrosão, expulsa o recobrimento.

De acordo com HELENE (1986) a finalidade do cobrimento de concreto é a de proteger a capa

ou película protetora da armadura contra danos mecânicos, ao mesmo tempo em que mantém sua

estabilidade.

Segundo SANTOS FILHO (2008), para que haja corrosão é necessário a presença de oxigênio

(ar), umidade (água) e a existência de uma célula de corrosão eletroquímica (diferencial de potencial),

que só ocorre após a despassivação da armadura. O cobrimento inadequado da armadura favorece a

reação de oxidação.

Caso 2 - Trincas próximas a elementos de esquadria.

Observam-se em quase todas as esquadrias trincas diagonais na linha de canto, elas aparecem

tanto em janelas quanto em caixas para ar-condicionado, estas estão presentes em quase todas as

esquadrias que ficam presentes para o lado onde o sol atua diretamente sobre elas durante todo o

período da tarde.

As trincas das esquadrias mostram que ocorreu movimentação das esquadrias em razão da

expansão e retração térmica das mesmas, este trabalho “empurra” as esquadrias contra a alvenaria de

vedação que por sua vez não tem como suportar esse esforço devido não ter elasticidade e todo esse

processo de “abertura” para o aumento das esquadrias fica evidente na forma de trinca.

Segundo THOMAZ (1989), qualquer componente de uma construção está sujeito a variações

de temperatura, seja em determinada estação do ano ou até mesmo diárias. Essas variações acabam

dilatando ou contraindo os materiais de construção. Esses movimentos de dilatação e contração são

limitados pela relação que envolve os materiais e componentes, por isso acabam sendo geradas

tensões nos materiais que poderão provocar o aparecimento de trincas e fissuras.

Pode-se citar também, a ocorrência de fissuras por dimensionamento inadequado e sobrecarga

das estruturas, quando não há conhecimento técnico ou especificações em manuais de uso e

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manutenção de que variações bruscas no carregamento do elemento estrutural, podem vir a causar

manifestações patológicas nas peças (DO CARMO, 2003).

Caso 3 - Trincas nas juntas de dilatação.

É visível nas juntas de dilatação do prédio que todas estão apresentando rachaduras, é claro a

percepção de que são juntas devido a todas as rachaduras deste tipo são de forma vertical precisa,

além de começarem no meio das vigas.

Para THOMAZ (1989) as juntas de dilatação são introduzidas nos edifícios para que as partes

contíguas a elas atuem como corpos rígidos independentes, isto é, sob ação de recalques, insolação,

entre outros, cada parte movimenta-se lateralmente à junta, sem introduzir tensões na parte adjacente.

Para que ocorra tal comportamento, as juntas devem seccionar completamente a construção, não

devendo ocorrer a presença de quaisquer continuidades ou materiais rígidos no interior da junta

(concreto, restos de argamassa, etc.).

No caso do prédio da escola Wilson Fonseca é possível perceber que as juntas foram cobertas

por argamassa e pintura, ou seja, não foi aplicado nenhum tipo de material elástico para a

movimentação dessas juntas gerando assim as trincas observadas.

Caso 4 - Piso afundando no andar térreo

No andar térreo, em algumas salas como, o piso está recalcando, causando assim

movimentações nos blocos de concreto. Após anamnese feita através de recolhimento de informações

orais com moradores locais foi possível saber que a escola foi construída acima de um antigo depósito

de lixo, portanto é possível concluir que o recalque excessivo é resultado da falta de análises prévias

do solo.

A norma técnica ABNT NBR 6122/2010 – Projeto e execução de fundações, prescreve a

necessidade de análises prévias do solo, através de ensaios de campo e laboratoriais, como por

exemplo, ensaios SPT na área edificável do lote, obedecendo ao número de sondagens mínimo por

metro quadrado edificado, se necessário ensaios axiais de cone para reconhecimento da resistência

de ponta e tensão horizontal do solo, conhecimento do perfil estratigráfico e análises de laboratório a

fim de conferir níveis de contaminação são de suma importância para o atendimento às normas

técnicas e para o não surgimento de patologias, sendo que muitas são decorrentes de recalques do

solo em que está assente a fundação (CBIC, 2013).

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CONCLUSÃO: Os diagnósticos apresentados são coerentes e possibilitam a futura restauração das

mesmas, provando assim que o método de Liechtenstein é eficaz e alcançando os objetivos propostos.

No entanto, ficou clara a importância de se elaborar métodos de reparo das patologias identificadas

para que as mesmas possam vir a ser cessadas ou ao menos reduzidas para que assim a vida útil do

edifício de estudo possa ser aumentada.

REFERÊNCIAS

CBIC, Câmara Brasileira da Indústria da Construção. Desempenho de edificações habitacionais: Guia

orientativo para atendimento à norma ABNT NBR 15575/2013. 2ª ed. Brasília, Gadioli Cipolla

Comunicação, 2013.

DO CARMO, P.O. Patologia das construções. Santa Maria, Programa de atualização profissional – CREA

– RS, 2003.

HELENE, Paulo R. Do Lago. Manual de reparo, proteção e reforço de estruturas de concreto.

São Paulo, Red Reabilitar, 2003.

LICHTENSTEIN, N. B. Patologia das Construções: procedimento para formulação do

diagnóstico de falhas e definição de conduta adequada à recuperação de edificações: São

Paulo: Escola Politécnica da USP, 1985.

SANTOS FILHO, L. M. Apostila patologia das construções. Curitiba, outubro de 2008.

THOMAZ, E. Trincas em edifícios: causas, prevenção e recuperação. São Paulo. Pini, Escola

Politécnica da Universidade de São Paulo, IPT – Instituto de Pesquisas

Tecnológicas do Estado de São Paulo, 1989.

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XVII SALÃO DE PESQUISA E INICIAÇÃO CIENTÍFICA IV SALÃO DE EXTENSÃO

Continua no caderno 002.

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Portaria Ministerial nº 1992 – D.O.U. de 20/12/06

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