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XV ENCONTRO DOS NOTÁRIOS E REGISTRADORES DE MATO GROSSO
Cuiabá-MT, em 22/02/2013 Maria Apª Bianchin Pacheco
Registradora de Imóveis da Comarca de Poxoréu-MT
- CC 1916 – art. 860 “Se o teor do registro de imóveis não exprimir a verdade, poderá o interessado reclamar que se retifique.”
- CC 2002 – art. 1.247- “Se o teor do registro não exprimir a verdade, poderá o interessado reclamar que se retifique ou anule.”
- LRP – arts 212 e 213 - retificação
Art. 212. “Se o registro ou a averbação for omissa, imprecisa ou não exprimir a verdade, a retificação será feita pelo Oficial do Registro de Imóveis competente, a requerimento do interessado, por meio do procedimento administrativo previsto no art. 213, facultado ao interessado requerer a retificação por meio de procedimento judicial.”
Subjetiva
•Refere-se a qualificação dos titulares do direito registrado
Objetiva
•Refere-se à caracterização do imóvel matriculado
DIREITOS
• Quando o descompasso entre o registro e realidade refere-se ao título e ao direito inscrito
FATOS
• Quando há descompasso nas características do imóvel e na identificação do titular do direito real
VOLUNTÁRIO
ADMINSTRATIVO
JUDICIAL
• Escritura pública de rerratificação
• Ex officio
• Pelo titular do direito
• Pelo confrontante
• Processo contencioso
Oficial do RI (213, I, "a" e "e
titular do direito (213, I, "a" a "g" e
II
confrontantes (213, II,
in fine);
3º prejudicado
(CR/88, art. 5º, XXII,
XXXIII, XXXV, XXXVI, LIV e
LV).
Mesmo ocorrendo incerteza ou dúvida relevante na análise, ponderação e interpretação dos documentos, o procedimento extrajudicial não pode converter-se em judicial.
A remessa à via judicial dever ir acompanhada por relatório circunstanciado e fundamentado do oficial, ou pelo requerimento da parte interessada.
Procedimento deve ser célere, obedecendo-se os prazos legais.
O que diferencia a retificação unilateral da consensual (bilateral) é a “potencialidade de danos” para terceiros atingidos ou alijados.
Se durante a instrução houver a comprovação de que a retificação atinge terceiros, a retificação unilateral deve ser transmudada para consensual, exceto nos casos de qualificação subjetiva baseada em documentos oficiais ou públicos;
a) omissão ou erro cometido na transposição de qualquer elemento do título;
b) indicação ou atualização de confrontação
c) alteração de denominação de logradouro público, comprovada por documento oficial
d) retificação que vise a indicação de rumos, ângulos de deflexão ou inserção de coordenadas georreferenciadas, em que não haja alteração das medidas perimetrais ;
e) alteração ou inserção que resulte de mero cálculo
matemático feito a partir das medidas perimetrais constantes do registro;
f) reprodução de descrição de linha divisória de imóvel
confrontante que já tenha sido objeto de retificação ; g) inserção ou modificação dos dados de qualificação pessoal
das partes, comprovada por documentos oficiais, ou mediante despacho judicial quando houver necessidade de produção de outras provas
II - a requerimento do interessado, no caso de inserção ou alteração de medida perimetral de que resulte, ou não, alteração de área, instruído com planta e memorial descritivo assinado por profissional legalmente habilitado, com prova de anotação de responsabilidade técnica no competente Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura - CREA, bem assim pelos confrontantes
Retificação de Área: procedimento destinado à adequação à realidade do texto do registro imobiliário, corrigindo a descrição ou suprindo omissões, relativas a confrontações e a dimensões lineares, angulares e de superfície, sempre observando o respeito às áreas públicas e aos limites registrários dos imóveis confrontantes.
Confirmar a identidade entre o imóvel descrito no registro retificando e o imóvel objeto das peças técnicas/vistoria.
Identificar os confrontantes fáticos e sempre que possível confirmar a correlação destes com os confrontantes do registro retificando.
Comprovar que a descrição resultante da retificação não se sobrepõe a outros registros e não avança sobre áreas públicas.
Unificação de Imóveis (quando não for
possível identificar os perímetros individualizados
de cada imóvel); Apuração de Remanescente;
Confirmar a identidade entre o imóvel descrito no registro retificando e o imóvel objeto da vistoria.
4.1.2 - Identificar os confrontantes fáticos e sempre que possível confirmar a correlação destes com os confrontantes do registro retificando.
4.1.3 - Comprovar que a descrição resultante da retificação não se sobrepõe a outros registros e não avança sobre áreas públicas.
§ 8o As áreas públicas poderão ser
demarcadas ou ter seus registros retificados pelo mesmo procedimento previsto neste artigo, desde que constem do registro ou sejam logradouros devidamente averbados
§ 9o Independentemente de retificação, dois ou mais confrontantes poderão, por meio de escritura pública, alterar ou estabelecer as divisas entre si e, se houver transferência de área, com o recolhimento do devido imposto de transmissão e desde que preservadas, se rural o imóvel, a fração mínima de parcelamento e, quando urbano, a legislação urbanística
Pode ser utilizada para:
- limitar uma só divisa ou várias; - pactuar ajuste de divisa comum;
- englobar diversos ou todos os
confrontantes do imóvel, que, em consenso, firmam o ajuste, a correção ou a retificação da descrição tabular do imóvel central;
deve contemplar todos os proprietários atingidos pela retificação;
o Tabelionato deve exigir a apresentação
de planta topográfica ou de reprodução que indique as dimensões dos imóveis retificandos e a perfeita indicação das divisas controvertidas. Todas as divisas devem atender as medidas tabulares, com exceção das medidas retificandas.
A escritura de retificação se submete, como qualquer outro título, à qualificação registral, de forma que se o oficial entender que a corrigenda interfere em outros imóveis, poderá exigir a re-ratificação da escritura, com a participação e anuência dos confrontantes potencialmente atingidos.
Caso o confrontante atingido não venha a participar voluntariamente, é possível aproveitar a escritura como peça vestibular para pedido de retificação consensual. Neste caso, a notificação deve limitar-se aos confrontantes potencialmente atingidos pela medida.
altera a descrição tabular existente; resulta numa nova matrícula com
encerramento da matrícula anterior; submete-se aos princípios informadores do
Registro de Imóveis; submete-se à qualificação visando
identificar se a parcela georreferenciada refere-se a área com regimes jurídicos diferentes do que consta no RI.
Análise Qualitativa
• Correspondência entre o registro e a situação fática
Análise Quantitativa
• Dimensões deverão ter lastro: registro do imóvel retificando – registro dos imóveis confrontantes -dimensões fáticas
Estrutura básica para apresentação dos trabalhos no Registro de Imóveis
Procedimento interno no
Registro de Imóveis
requerimento; memorial descritivo/planta/ART/RRT; Certificação/INCRA (imóvel rural, se no
prazo); declaração de confinantes; CCIR/ITR (imóvel rural); certidão da cadeia dominial; anuência do Poder Público, certidão de
legitimidade de origem e/ou quaisquer outras provas necessárias.
O oficial deve convencer-
se que a retificação não acarretará danos aos confinante que anuiu tacitamente.
quando o imóvel estiver situado em área, pertencente e/ou derivada de outras circunscrições imobiliárias, o oficial deverá exigir também a cadeia dominial do imóvel, desde sua origem;
Carta de Anuência, a ser expedida pelo INTERMAT;
Provimento nº 32/2012 “6.3.4 - Em todo o procedimento de retificação de imóvel rural, inclusive averbação da certificação do georreferenciamento, deverá ser apresentada a
manifestação do órgão de Terras do Estado anuindo com os trabalhos técnicos, em
razão do que determina o artigo 26 da Lei Estadual nº 3.922/1977.”
Provimento nº 32/2012 “6.3.4.1 – Caso a manifestação do Estado não seja apresentada pelo requerente, o oficial registrador deverá notificar o órgão de terras, nos moldes do artigo 213 parágrafos 2º ao 7º da Lei 6.015/73, encaminhando os documentos necessários para que o órgão se manifeste perante a serventia, no prazo de até 30 (trinta) dias (mantendo-se o prazo definido no item 6.1.56).
Provimento nº 32/2012 “6.3.4.2 – a falta de manifestação do órgão, no prazo de 30 (trinta) dias, será considerada anuência tácita. 6.3.4.3 – O material deverá ser encaminhado pelo Correio, com Aviso de Recebimento. 6.3.4.4 - Os documentos que acompanharão a
notificação ao Instituto de Terras deverão ser apresentados pelo requerente. São eles: duas vias das peças técnicas - uma delas em mídia digital – e certidão atualizada da matrícula e da cadeia dominial
do imóvel retificando.
Provimento nº 32/2012 “6.3.4.5 – Havendo impugnação, deverão ser
observados os procedimentos definidos na Lei de Registros Públicos.”
Decorridos 30 dias a contar do prazo de juntada do AR, se
não houver manifestação do INTERMAT, presume-se anuência tácita.
Se o RI já efetivou a averbação de retificação/georreferenciamento e receber a Carta de Anuência do INTERMAT fora do prazo, o INTERMAT poderá, nos termos da Lei Federal nº 6.739/1979, adotar as providências a seguir expostas:
Art. 8oA A União, o Estado, o Distrito Federal ou o Município prejudicado poderá promover, via administrativa, a retificação da matrícula, do registro ou da averbação feita em desacordo com o art. 225 da Lei no 6.015, de 31 de dezembro de 1973, quando a alteração da área ou dos limites do imóvel importar em transferência de terras públicas. (ncluído pela Lei nº 10.267, de 28.8.2001)
Lei Federal nº 6.739/1979 – Dispõe sobre a matrícula e o Registro de Imóveis e dá outras providências.
Art. 8oA (...) § 1o O Oficial do Registro de Imóveis, no prazo de cinco dias
úteis, contado da prenotação do requerimento, procederá à retificação requerida e dela dará ciência ao proprietário, nos cinco dias seguintes à retificação.
§ 2o Recusando-se a efetuar a retificação requerida, o Oficial Registrador suscitará dúvida, obedecidos os procedimentos estabelecidos em lei.
§ 3o Nos processos de interesse da União e de suas autarquias e fundações, a apelação de que trata o art. 202 da Lei no 6.015, de 31 de dezembro de 1973, será julgada pelo Tribunal Regional Federal respectivo.
§ 4o A apelação referida no § 3o poderá ser interposta, também, pelo Ministério Público da União.
Lei Federal nº 6.739/1979 – Dispõe sobre a matrícula e o Registro de Imóveis e dá outras providências.
Art. 8oB Verificado que terras públicas foram objeto de
apropriação indevida por quaisquer meios, inclusive decisões judiciais, a União, o Estado, o Distrito Federal ou o Município prejudicado, bem como seus respectivos órgãos ou entidades competentes, poderão, à vista de prova da nulidade identificada, requerer o cancelamento da matrícula e do registro na forma prevista nesta Lei, caso não aplicável o procedimento estabelecido no art. 8oA.
Lei Federal nº 6.739/1979 – Dispõe sobre a matrícula e o Registro de Imóveis e dá outras providências.
Art. 8oB (...) § 1o Nos casos de interesse da União e de suas autarquias e
fundações, o requerimento será dirigido ao Juiz Federal da Seção Judiciária competente, ao qual incumbirão os atos e procedimentos cometidos ao Corregedor Geral de Justiça. § 2o Caso o Corregedor Geral de Justiça ou o Juiz Federal não considere suficientes os elementos apresentados com o requerimento, poderá, antes de exarar a decisão, promover as notificações previstas nos parágrafos do art. 1o desta Lei, observados os procedimentos neles estabelecidos, dos quais dará ciência ao requerente e ao Ministério Público competente.
Lei Federal nº 6.739/1979 – Dispõe sobre a matrícula e o Registro de Imóveis e dá outras providências.
Art. 8oB (...) § 3o Caberá apelação da decisão proferida: ( I – pelo Corregedor Geral, ao Tribunal de Justiça; II – pelo Juiz Federal, ao respectivo Tribunal Regional Federal.
§ 4o Não se aplica o disposto no art. 254 da Lei no 6.015, de 31 de dezembro de 1973, a títulos que tiverem matrícula ou registro cancelados na forma deste artigo.
Art. 8oC É de oito anos, contados do trânsito em julgado da decisão, o prazo para ajuizamento de ação rescisória relativa a processos que digam respeito a transferência de terras públicas rurais.
tanto o interessado poderá apresentar, como o registrador poderá requerer ao interessado, a apresentação de quaisquer outras provas que entender necessárias para a qualificação, desde que admitidas em Direito, colhidas ou obtidas por fontes lícitas: documental, oral e técnica de todas as naturezas (certidões de inteiro teor das transcrições primitivas e/ou matrículas, do imóvel retificando/ georreferenciado e dos confrontantes, de laudos técnicos, fotografias, etc.);
Quanto ao estudo técnico, o perito ou engenheiro deve:
confeccionar planta capaz de comprovar a alocação atual do imóvel, suas divisas e dimensões e pontos exatos de amarração; bem situar a base física do imóvel e suas divisas;
se envolver alteração de medidas, a planta deve contemplar o imóvel confrontante, pretensamente atingido pela expansão da área, esclarecendo se suas medidas e dimensões estão preservadas;
A planta, além do traçado atual, deve apresentar as medidas tabulares, para que a verificação comparativa das medidas seja facilmente constatada por todos os envolvidos;
A retificação pode depender de resgate da formação original do imóvel, devendo ser demonstrado o alinhamento do imóvel com vias públicas, a simetria entre as divisas atuais e as medidas tabulares passadas e presente, manutenção da mesma figura geométrica;
Determinadas situações implicam em retificação de outros imóveis, além daquele requerido.
inclusão de área não titulada ou não
arrecadada à área registrada; levantamento de fração ideal de imóvel; várias matrículas numa única poligonal sem
que seja possível sua unificação; inclusão de área pública e/ou área privada –
de titularidade de terceiros, no levantamento;
quaisquer outras situações que indiquem potencialidade de danos a terceiros;
Código de Terras Lei 3.922/77, Art. 26: § 1º- “Constatada pela medição e demarcação, a
existência de área maior que a mencionada nos limites e linhas do título, será o excedente vendido pelo Estado, preferencialmente ao titular do domínio, com acréscimo das despesas decorrentes.”
§ 2º - “Não poderá o portador do título definitivo, pretender como excesso qualquer área fora ou além dos limites consignados em seu título, sendo tal área considerada devoluta.”
quando o imóvel apresentar parcelas com regimes jurídicos diferentes - propriedade e posse, o levantamento deve ser feito em parcelas distintas, tendo ingresso no RI apenas a parcela de propriedade;
a parcela referente à posse incidente sobre área devoluta, poderá ser regularizada junto ao órgão competente ou pela via judicial; e a parcela incidente sobre área privada poderá ser objeto de ação de usucapião.
regularização fundiária de interesse social realizada em Zonas Especiais de Interesse Social - ZEIS, promovida por Município ou pelo Distrito Federal, quando os lotes já estiverem cadastrados individualmente ou com lançamento fiscal há mais de 10 (dez) anos;
a adequação da descrição de imóvel rural às exigências dos arts. 176, §§ 3o e 4o, e 225, § 3o, da Lei nº 6.015/73;
a adequação da descrição de imóvel urbano
decorrente de transformação de coordenadas geodésicas entre os sistemas de georreferenciamento oficiais;
a averbação do auto de demarcação urbanística e o registro do parcelamento decorrente de projeto de regularização fundiária de interesse social de que trata a Lei no 11.977, de 7 de julho de 2009;
o registro do parcelamento de glebas para fins urbanos anterior a 19 de dezembro de 1979, que esteja implantado e integrado à cidade, nos termos do art. 71 da Lei no 11.977, de 7 de julho de 2009.