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XXI Semana de História - inscricoes.fmb.unesp.br · Qual a utilidade da história? É possível aprender com a história? Quais os possíveis usos políticos e públicos do passado

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XXI Semana de História

Usos públicos e políticos da história

e o papel do historiador

CADERNO DE PROGRAMAÇÃO

E RESUMOS

Universidade Estadual Paulista

“Júlio de Mesquita Filho”

Campus de Franca

2017

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XXI Semana de História – UNESP/ Franca

Apresentação

O Departamento de História da Universidade Estadual

Paulista (UNESP – Campus de Franca) realizará entre 16 e 19 de

outubro de 2017 a XXI Semana de História com o tema: “Usos

públicos e políticos da história e o papel do historiador”. O

objetivo mais geral dessa escolha temática é fomentar a

discussão em torno dos modos de pensar e fazer história na

atualidade.

O evento propõe debater: Quais relações

estabelecemos com a experiência passada? Qual a utilidade

da história? É possível aprender com a história? Quais os

possíveis usos políticos e públicos do passado e da história na

contemporaneidade? Qual o papel do testemunho? O que é

o direito à memória e à história? Como estabelecer uma

verdade histórica? Essas perguntas nos localizam teoricamente

em um quadro epistemológico que busca desnaturalizar

conceitos e problematizar as apreensões de mundo partilhadas

pela coletividade, bem como nos situam em um presente

marcado por uma busca incessante pela “preservação” e

“reavaliação” do passado.

Motivados pelas questões acima, os organizadores da

XXI Semana de História pretendem promover um espaço de

discussão e diálogo em torno das noções de escrita da história,

usos públicos e políticos da história, testemunho e memória.

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XXI Semana de História – UNESP/ Franca

Sumário

Cronograma de atividades ........................................ 04

Súmula da programação ........................................... 05

Programa detalhado ................................................... 08

1. Conferências ....................................................... 08

2. Mesas .................................................................... 09

3. Minicursos ............................................................. 12

4. Simpósios Temáticos ........................................... 24

5. Resumos de comunicações .............................. 36

Cronograma de apresentações em STs .................... 99

Índice de autores........................................................ 100

Organização e Apoio ................................................ 101

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XXI Semana de História – UNESP/ Franca

Cronograma de atividades

Segunda-Feira

(16/10)

Terça-

Feira

(17/10)

Quarta-

Feira

(18/10)

Quinta-Feira

(19/10)

8h às

11h

Credenciamento

e entrega de materiais

9h30

às

12h

Minicursos

Minicursos

Minicursos

Minicursos

14h

às 17h

Simpósios

Temáticos

Simpósios

Temáticos

Simpósios

Temáticos

15h30 às

Coffee

Break

Coffee

Break

Coffee

Break

16h

Lançamento

de livros

19h30

Abertura do

Evento

19h45

às

23h

Conferência

de Abertura

Mesa

Redonda

Mesa

Redonda

Conferência

de

Encerramento

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XXI Semana de História – UNESP/ Franca

Súmula da programação

16.10

8h às 11h Credenciamento e entrega de material

Local: Hall de entrada do bloco 1

9h30 às 12h Minicursos

1. Fontes históricas na sala de aula e a construção da

consciência histórica.

Prof. Dr. Ronaldo Cardoso Alves (UNESP/ Assis)

Local: Anfiteatro da Biblioteca

2. História Intelectual, percursos pessoais e “escritas de si”.

Profª Drª Daiane Vaiz Machado (Universidade Federal da

Fronteira Sul – UFFS)

Local: Sala 12 – Relações Internacionais (1º ano)

3. Tratamento de acervos arquivísticos: a teoria e a

prática.

Prof. Ms. Renato Crivelli Duarte (Arquivista do CEDAP-

UNESP/ Assis)

Local: Sala 13 – Relações Internacionais (2º ano)

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XXI Semana de História – UNESP/ Franca

19h30 Abertura do Evento

19h45 Conferência de Abertura:

As esquerdas e o uso do passado no Brasil e na França

(2016-2017)

Prof.ª Drª Armelle Enders (Université Paris 8-Vincennes-

Saint-Denis / Institut d’Histoire du Temps Présent – França).

Coordenadora: Prof.ª Drª. Karina Anhezini.

Local: Anfiteatro II

17.10

9h30 às 12h Minicursos

14h às 17h Simpósios Temáticos (consultar salas na pág. 99)

19h30 Mesa Redonda: “Usos do passado e as

intervenções públicas dos historiadores”.

- Divulgação da História na Internet: uma reflexão sobre

os dez anos do Projeto Café História.

Prof. Dr. Bruno Leal Pastor de Carvalho (UFF)

- Culturas de passado e experiências de tempo.

Prof. Dr. Fernando Nicolazzi (UFRGS)

Coordenador: Prof. Dr. Ricardo Alexandre Ferreira

Local: Anfiteatro II

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XXI Semana de História – UNESP/ Franca

18.10

9h30 às 12h Minicursos

14h às 17h Simpósios Temáticos (consultar salas na pág. 99)

16h Lançamento de livros

Local: Sala 25 – 5º ano Direito

19h30 Mesa Redonda: “Direito à história:

historiografia e patrimônio”.

- O que é o direito à história e qual o futuro da

historiografia? Prof. Dr. Valdei Lopes de Araújo (UFOP)

- Patrimônio Cultural: Memória, História e Política

Prof. Dr. Jaelson Bitran Trindade (IPHAN)

Coordenadora: Prof.ª Drª Marisa Saenz Leme.

Local: Anfiteatro II

19.10

9h30 às 12h Minicursos

14h às 17h Simpósios Temáticos (consultar salas na pág. 99)

19h30 Conferência de Encerramento

La carga ética de la noción pragmatista de hecho

histórico. Prof.ª Drª Verónica Tozzi (Universidad de Buenos Aires –

Argentina)

Local: Anfiteatro II

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XXI Semana de História – UNESP/ Franca

Programa detalhado

1. Conferências

As esquerdas e o uso do passado no Brasil e na França (2016-

2017)

Prof.ª Dr.ª Armelle Enders - Université Paris 8-Vincennes-Saint-

Denis / Institut d’Histoire du Temps Présent – França.

O objetivo dessa apresentação é avaliar o uso das referências

históricas pelas esquerdas na França e no Brasil. O passado

continua sendo o melhor enredo para transformar um projeto

político em narração. Duas conjunturas serão contempladas

nesse trabalho: a do impedimento da presidente Dilma

Rousseff; a campanha eleitoral para a presidência da

República francesa de 2017.

La carga ética de la noción pragmatista de hecho histórico

Prof.ª Dr.ª Verónica Tozzi - UBA-UNTREF-CONICET

Las reflexiones de los filósofos pragmatistas clásicos, John Dewey

(1859-1952) y George Herbert Mead (1863-1931), en torno a la

naturaleza de la investigación histórica resultan hoy de suma

relevância y vigencia para lidiar con el aún presente- pasado-

reciente. Tendremos como punto de partida la crítica

pragmatista al dualismo representación-realidad y la

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XXI Semana de História – UNESP/ Franca

consideración de la naturaleza práctica de la constitución del

contenido cognitivo de nuestras creencias científicas e

históricas. El objetivo apunta a mostrar que lo político es

intrínseco a toda consideración del pasado (sea académica o

de la esfera pública). El dictum pragmatista de William James:

qué diferencia haría en nuestra práctica (en nuestra acción

futura) si esta noción más que aquella otra fuera verdadera? no

es una reducción de verdadero a útil o conveniente sino una

advertencia de hacernos responsables de nuestras creencias.

El aporte pragmatista radical y específico de Dewey apunta a

señalar que no se trata de primero establecer la verdad de una

creencia y luego analizar qué consecuencias (usos) se pueden

extraer de aceptarla, sino que el contenido significativo o

significado mismo de una oración es práctico y moral. El caso

argentino de los 30000 desaparecidos de la última dictadura

cívico militar será un caso testigo de la vigencia de la

concepción pragmatista sobre la historia.

2. Mesas redondas

Usos do passado e as intervenções públicas dos

historiadores

Culturas de passado e experiências de tempo

Prof. Dr. Fernando Nicolazzi - Universidade Federal do Rio

Grande do Sul (UFRGS)

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XXI Semana de História – UNESP/ Franca

O objetivo desta apresentação é oferecer algumas reflexões

sobre o estatuto do passado na cultura contemporânea e a

partir disso refletir sobre algumas de suas condições e

modalidades de uso. Em outras palavras, a intenção é discutir

o que poderia ser chamado por ora de culturas de passado em

sua relação íntima com certas formas de experiência do

tempo, considerando os modos de usos políticos do passado e

as intervenções públicas dos historiadores.

Divulgação da História na Internet: uma reflexão sobre os dez

anos do Projeto Café História

Prof. Dr. Bruno Leal Pastor de Carvalho - Universidade Federal

Fluminense (UFF)

Em janeiro de 2018, o portal Café História completa dez anos de

existência. O objetivo desta conferência é discutir os principais

momentos desta experiência de História Pública na internet,

visando problematizar desafios, dinâmicas, mudanças,

perspectivas e tendências no campo da divulgação científica

da história.

Direito à história: historiografia e patrimônio

O que é o direito à história e qual o futuro da historiografia?

Prof. Dr. Valdei Lopes de Araújo – Universidade Federal de Ouro

Preto (UFOP)

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XXI Semana de História – UNESP/ Franca

Muito do debate tradicional sobre o valor do historiador e da

historiografia parece partir de problemas ligados ao valor do

conhecimento da história como realidade e representação,

sem abdicar dessa dimensão, gostaríamos de refletir sobre o

desafio contemporâneo de responder à percepção de que

“todos têm e fazem história”, inclusive no sentido das

apresentações. Nossa reflexão é um convite a repensar a

função do historiador de modo a entendê-la também, e

sobretudo, como respondendo ao direito humano de, sendo

histórico, poder ter essa condição reconhecida ao apresentar

suas próprias histórias. A historiografia poderia ampliar suas

funções tradicionais ligadas às expectativas de "aprender com

a história" a partir das apresentações privilegiadas dos

historiadores para se tornar um espaço de acolhimento,

curadoria, incentivo, apoio e amplificação das mais diversas

apresentações históricas produzidas pelos atores sociais. No

lugar de se pensar como um centro irradiador, o campo

historiográfico pode se projetar como espaço de acolhimento

e convergência da pluralidade de histórias.

Patrimônio Cultural: Memória, História e Política

Prof. Dr. Jaelson Bitran Trindade (IPHAN)

A questão patrimonial se coloca sempre em relação à

identidade e à memória, e essa relação se dá no evolver

histórico das sociedades, diante dos seus acervos – produtos e

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XXI Semana de História – UNESP/ Franca

obras – e formas de apropriações/configurações do espaço,

dum território. O peso do político e do econômico, ou seja, das

relações e práticas sociais não pode ser eludido ou

emascarado nessas questões.

3. Minicursos

Minicurso 1: Fontes Históricas na sala de aula e a

construção de consciência histórica

Prof. Dr. Ronaldo Cardoso Alves (UNESP/Assis)

Objetivo:

O curso tem como objetivo refletir acerca do trabalho

com diferentes fontes históricas no ensino de História.

Todos os tipos de produção cultural podem ser

apropriados por professores-historiadores como fonte

para a construção do conhecimento histórico. Nesse

sentido, o curso pretende desenvolver, teórica e

metodologicamente, possibilidades de trabalho com a

diversidade tipológica documental em sala de aula

(imagética, audiovisual, sonora, escrita e da cultura

material).

Justificativa:

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XXI Semana de História – UNESP/ Franca

O Ensino de História contemporâneo tem refletido acerca

da ação do professor-pesquisador, pois para ele não há

dissociação entre pesquisa e docência. Aos futuros e

atuais professores de História, portanto, se reserva o

desafio de desenvolver atividades que permitam aos

alunos a aprendizagem da História por meio da análise da

diversidade de fontes (escritas, imagéticas, sonoras,

audiovisuais, materiais, entre outras), pois é nessa ação

didática, mediada pela racionalidade histórica, que

reside a função de promover o embate com a produção

cultural, historicamente concebida, a fim de criar

possibilidades de reflexão. Nessa perspectiva, a

aprendizagem histórica ocorre por meio de um processo

gerador de habilidades que combina a seleção de

informações, o exercício hermenêutico e a criação de

perspectivas de orientação temporal no cotidiano vivido.

Finalmente, uma questão se coloca ao desenvolvimento

do curso: como o trabalho com fontes históricas no Ensino

de História, na perspectiva do professor-pesquisador,

possibilita a formação do pensamento histórico dos

estudantes de forma que possam, conscientemente,

enfrentar os desafios de seu tempo? Com base nesse

desafio, o curso visa desenvolver possibilidades de

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XXI Semana de História – UNESP/ Franca

trabalho com fontes históricas em sala de aula, de forma

que tais ações didáticas possam promover maior

mobilização das operações do raciocínio histórico, por

parte dos estudantes, de forma que as representações

derivadas desse processo possam ser objeto de reflexão

constante de seus professores.

Programa:

a) A Ciência da História como meio para a construção do

conhecimento histórico dos estudantes do ensino

fundamental e médio - relações epistemológicas entre a

Didática da História e a History Education (Educação

Histórica); b) Diferentes fontes históricas para a

construção do conhecimento histórico: a aprendizagem

histórica com Sentido para a Vida; c) Ensino de História e

Imagens; d) Ensino de História e Cinema; e) Ensino de

História e Música; f) Ensino de História e Cultura Material.

Referências:

ABUD, Katia Maria. A construção de uma didática da

História: algumas ideias sobre a utilização de filmes no

ensino. História São Paulo: UNESP, v. 22, n. 1, p.183-193,

2003.

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XXI Semana de História – UNESP/ Franca

. Registro e representação do cotidiano: a música

popular na aula de História. Caderno Cedes. Campinas,

v. 25, n. 67, p. 309-317, set./dez. 2005.

. ; SILVA, André Chaves de Melo Silva; ALVES,

Ronaldo Cardoso. Ensino de História. São Paulo: Cengage

Learning, 2010.

ALVES, Ronaldo Cardoso. Das causas e consequências na

aprendizagem histórica: um estudo a respeito da

significância histórica. Revista Eletrônica

Documento/Monumento. Cuiabá: UFMT, v. 12, p. 165-191,

2014.

. Da Consciência Histórica (pré) (pós?) moderna:

reflexões a partir do pensamento de Reinhart Koselleck.

Saeculum. João Pessoa: UFPB, v. 30, p. 321-339, 2014.

. História e vida: o encontro epistemológico entre

Didática da História e Educação Histórica. História &

Ensino. Londrina: UEL, v. 19, p. 49-69, 2013.

. A transferência da família real portuguesa para o

Brasil: explicação histórica em estudantes brasileiros e

portugueses. Antíteses. Londrina: UEL, v. 5, p. 691-716, 2013.

BARCA, Isabel. Educação Histórica: uma nova área de

investigação. Revista da Faculdade de Letras – História.

Porto, III Série, v. 2, p. 13-21, 2001.

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XXI Semana de História – UNESP/ Franca

KOSELLECK, Reinhart. Futuro passado: contribuição à

semântica dos tempos históricos. Trad. Wilma Patrícia

Maas e Carlos Almeida Pereira. Rio de Janeiro:

Contraponto; Ed. PUC-Rio, 2006.

KOSSOY, Boris. Fotografia e memória: reconstituição por

meio da fotografia. In: SAMAIN, Etienne (Org.). O

fotográfico. São Paulo: Hucitec; CNPq, 1998.

MANGUEL, Alberto. Lendo imagens. São Paulo:

Companhia das Letras, 2001.

MENESES, Ulpiano T. Bezerra de. Como explorar um museu

histórico. São Paulo: Anais do Museu Paulista da USP, 1991.

. Do teatro da memória ao laboratório da História:

a exposição museológica e o conhecimento histórico.

Anais do Museu Paulista. São Paulo: USP, v. 2, 1994; v. 3,

1995.

. O patrimônio cultural entre o público e o privado.

In: O direito à memória: patrimônio histórico e cidadania.

São Paulo: DPH; SMC, 1991.

NAPOLITANO, Marcos. História e música: história cultural

da música popular. Belo Horizonte: Autêntica, 2002.

PINSKY, Carla Bassanezi (Org.). Fontes históricas. São

Paulo: Contexto, 2005.

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XXI Semana de História – UNESP/ Franca

.; LUCA, Tania Regina de (Org.). O historiador e suas

fontes. São Paulo: Contexto, 2009.

RÜSEN, Jörn. Razão histórica: fundamentos da ciência

histórica. Trad. Estevão de Rezende Martins. Brasília:

Editora UnB, 2001.

. História viva: formas e funções do conhecimento

histórico. Trad. Estevão de Rezende Martins. Brasília:

Editora UnB, 2007.

. Reconstrução do passado: os princípios da

pesquisa histórica. Trad. Estevão de Rezende Martins.

Brasília: Editora UnB, 2007. –

SCHMIDT, Maria Auxiliadora. Literacia histórica: um desafio

para a educação histórica no século XXI. História & Ensino.

Londrina: UEL, v. 1, p. 9-22, 2009.

.; BARCA, Isabel; MARTINS, Estevão de Rezende

(Org.). Jörn Rüsen e o Ensino de História. Curitiba: Editora

UFPR, 2010.

Minicurso 2: História Intelectual, percursos pessoais e

“escritas de si”

Prof.ª Dr.ª Daiane Vaiz Machado - Universidade Federal da

Fronteira Sul (UFFS)

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XXI Semana de História – UNESP/ Franca

Justificativa:

A eclosão de críticas dirigidas aos determinismos das

estruturas nas ciências humanas, decorrentes e

vinculadas ao esgotamento dos modelos interpretativos,

como o marxismo e o estruturalismo, nos oferece a

visualidade de um novo deslocamento epistemológico

posto em questão a partir dos anos 1970. Este processo,

lento, cuja difusão deve ser articulada à roupagem das

diferentes culturas historiográficas, entre elas a brasileira,

colocou em cena a valorização da ação, da

intencionalidade pessoal. A progressiva reconsideração

da dimensão individual, colocando o indivíduo como

“problema historiográfico”, instigou os pesquisadores a

incursionar por formas narrativas em que os sujeitos

expressaram subjetivamente suas experiências históricas.

Dentro deste nicho historiográfico, este minicurso está

particularmente interessado nas possibilidades

investigativas das chamadas “escritas de si”

(autobiografias, diários, testemunhos, correspondências),

com foco na exploração das potencialidades

interpretativas das narrativas epistolares. As “escritas de si”

são construídas na tensão entre a introspecção e as

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XXI Semana de História – UNESP/ Franca

inspeções sociais, seus escritores formulam espaços de

significação para suas escolhas, de formulação da crítica,

explicitam como empregam o tempo, denunciam os

afetos e suas preferências. Como indicam Artières e Laé

(2011), a reflexibilidade, que consiste em elaborar um

espaço vazio entre seu próprio caminho e os ruídos da

sociedade, é intrínseca às “escritas de si”. A possibilidade

de tratamento das “escritas de si” será sistematizada a

partir da História Intelectual, domínio cruzado, que se

interroga, entre outras inquietações, do significado da

produção cultural, da circunstância de criação,

apropriação e circulação do conhecimento, permitindo,

assim, ao trabalhar com “percursos intelectuais”, fazer

convergir o autor, as obras e o seu contexto de produção

em uma dimensão sociológica, histórica e filosófica.

Programa:

Nosso ponto de partida será a História Intelectual e um

panorama das suas possibilidades investigativas, como a

abordagem da biografia intelectual e o cruzamento de

interesses com a História da Historiografia. Seguiremos

com a exemplificação do potencial heurístico das

“escritas de si”, com foco na correspondência (a missiva

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XXI Semana de História – UNESP/ Franca

como registro de um instante de memória, crônica do

cotidiano, construção de si), o que significa, também,

refletir sobre o estatuto do “lugar” deste material, os

arquivos pessoais.

Referências:

ARTIÈRES, P. Arquivar a própria vida. Estudos Históricos, Rio

de Janeiro, v. 11, n. 21, p. 9-34, 1998.

; LAÉ, J.-F. Archives personnelles. Histoire,

anthropologie et sociologie. Paris: Armand Colin, 2011.

DELACROIX, C.; DOSSE, F.; GARCIA, P.; OFFENSTADT, N.

(Orgs.). Historiographies: concepts et débats I. Paris:

Gallimard, 2010.

DERRIDA, J. Mal de arquivo: uma impressão freudiana. Rio

de Janeiro: Relume Dumará, 2001.

DOSSE, François. História e ciências sociais. Bauru: Edusc,

2004.

. Le marche des idées. Histoire des intellectuels,

histoire intellectuelle. Paris: La Découverte, 2003.

. O desafio biográfico: escrever uma vida. São

Paulo: USP, 2009.

GOMES, Â. de C. (Org.). Escrita de si, escrita da História.

Rio de Janeiro: FGV, 2004.

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XXI Semana de História – UNESP/ Franca

. Nas malhas do feitiço: o historiador e os encantos

dos arquivos privados. Estudos Históricos, RJ, v. 11, n. 21, p.

121-127, 1998.

GONTIJO, R. História e historiografia nas cartas de

Capistrano de Abreu. História, São Paulo, v. 24, n. 2, p.159-

185, 2005.

LOPES, M. A. (Org.). Grandes Nomes da História

Intelectual. São Paulo: Contexto, 2003.

LORIGA, S. O pequeno x: da biografia à história. Belo

Horizonte: Autêntica, 2011.

MALATIAN, T. Narrador, registro e arquivo. In: PINSKY, Ca.

B.; LUCA, T. R. de. (Orgs). O historiador e suas fontes. SP:

Contexto, 2012, p. 195-221.

NOIRIEL, G. Sur la “crise” de l’histoire. Paris: Gallimard, 2005.

PROCHASSON, C. “Atenção: Verdade!” Arquivos privados

e renovação das práticas historiográficas. Estudos

Históricos, n. 21, p. 105-119, 1998.

ROUDINESCO, E. A análise e o arquivo. Rio de Janeiro:

Jorge Zahar Ed., 2006.

SILVA, H. R. da. Fragmentos da história intelectual: Entre

questionamentos e perspectivas. Campinas, SP: Papirus,

2002.

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XXI Semana de História – UNESP/ Franca

TRAVANCAS, I.; ROUCHOU, J.; HEYMANN, L. (Orgs.)

Arquivos pessoais: reflexões multidisciplinares e

experiências de pesquisa. Rio de Janeiro: FGV, 2013.

VENÂNCIO, G. M. Presentes de papel: cultura escrita e

sociabilidade na correspondência de Oliveira Vianna.

Estudos Históricos, v. 2, n. 28, p. 23-47, 2001.

VINCENT-BUFFAULT, A. Da amizade: uma história do

exercício da amizade nos séculos XVIII e XIX. Rio de

Janeiro: Jorge Zahar, 1996.

Minicurso 3: Tratamento de acervos arquivísticos: a teoria

e a prática.

Prof. Ms. Renato Crivelli Duarte - Doutorando em Ciências

da Informação (UNESP/Marilia) e arquivista do Centro de

Documentação e Apoio à Pesquisa (CEDAP), UNESP/Assis.

Objetivo:

Trabalhar em acervos requer conhecimento teórico e

prático e o minicurso Tratamento de acervo arquivístico:

a teoria e a prática buscará apresentar na XXI Semana

de História da UNESP/Franca os princípios teóricos e

práticos da arquivística por meio da discussão a respeito

da Arquivologia (disciplina) e da arquivística (técnica),

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XXI Semana de História – UNESP/ Franca

suas técnicas de identificação e da análise documental,

análise diplomática e tipológica em documentos de

arquivos; a classificação de documentos de arquivo em

seu contexto e, por fim, a descrição de documentos de

arquivo e elaboração de instrumentos de pesquisa.

Programa:

a) Princípios da Arquivologia (disciplina) e da arquivística

(técnica); b) Identificação e análise documental, análise

diplomática e tipológica em documentos de arquivos; c)

Classificação de documentos de arquivo em seu

contexto; d) Descrição de documentos de arquivo e

elaboração de instrumentos de pesquisa.

Referências:

BELLOTTO, Heloisa Liberalli. Arquivos permanentes:

tratamento documental. Rio de Janeiro: Editora FGV,

2006.

. Como fazer análise diplomática e análise

tipológica de documentos de arquivo. São Paulo: Arquivo

do Estado de SP; Imprensa Oficial do Estado, 2002.

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XXI Semana de História – UNESP/ Franca

CAMARGO, Ana Maria de Almeida; GOULART, Silvana.

Tempo e circunstância: a abordagem contextual dos

arquivos pessoais. São Paulo: iFHC, 2007.

DELMAS, Bruno. Arquivos para quê?: textos escolhidos.

São Paulo: iFHC, 2010.

FONSECA, Maria Odila. Arquivologia e Ciência da

Informação. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2006.

PAES, Marilena Leite. Arquivo: teoria e prática. Rio de

Janeiro: Editora FGV, 2004.

4. Simpósios Temáticos

ST-1 Registros sobre gentes e costumes no Brasil colonial (1500-

1808)

Ana Carolina de Carvalho Viotti

(Doutora em História – UNESP/Franca; Historiógrafa do CEDAPH-UNESP)

Clara Braz dos Santos

(Doutoranda em História – UNESP/Franca)

Durante o período colonial, muitos foram aqueles que

procuraram anotar suas impressões sobre os costumes ou

prescrever regras de conduta para os habitantes do Brasil:

desde A Carta de Caminha, quando os primeiros portugueses

aportaram no Novo Mundo, até a vinda da corte portuguesa

para os trópicos, pessoas de diversas origens e ocupações, de

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XXI Semana de História – UNESP/ Franca

passagem por essas terras ou fixados a ela, preocuparam-se em

colocar por escrito suas impressões, juízos, avisos e normas sobre

as diversas sortes de gentes – brancos, pardos, vermelhos,

pretos –, bem como a respeito de suas práticas religiosas,

alimentares, sobre as maneiras de vestirem-se e portarem-se nos

variados espaços e ocasiões. São fartas as notas e

recomendações acerca das relações hierárquicas

estabelecidas e como lidavam com as questões administrativas

e da governança, dos modos como cuidavam do corpo e da

alma, entre muitos outros aspectos cotidianos relacionados à

experiência nos trópicos, e que em grande medida eram

partilhados com a metrópole portuguesa. Em cartas ânuas,

catecismos, manuais de confissão e devoção, sermões,

panegíricos, descrições de festas e entradas, crônicas religiosas,

manuais de agricultura, obras médicas/cirúrgicas, regimentos,

ofícios, regulamentos, leis, cartas, relatórios de viagem, missões

científicas, entre tantos outros tipos de registros, é possível

identificar indicações e retratos sobre o cotidiano nos trópicos,

testemunhos sobre as condutas avistadas ou consideradas

desejáveis para o “Novo Mundo”. O que tais escritos dizem, por

exemplo, sobre os pactos morais aqui estabelecidos? Que tipo

de retrato intentam delinear sobre o Brasil e seus habitantes?

Nesse escopo, pretendemos discutir pesquisas em diferentes

fases de desenvolvimento que apresentem visões diversas das

histórias, memórias e testemunhos forjados sobre a então

colônia portuguesa nas Américas.

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XXI Semana de História – UNESP/ Franca

ST-2 História e mídias eletrônicas: fontes, objetos e aspectos

teórico-metodológicos

Eduardo Amando de Barros Filho

(Doutorando em História – UNESP/Assis)

Wellington Amarante Oliveira

(Doutorando em História – UNESP/Assis)

A segunda metade do século XX foi palco da expansão dos

meios de comunicação. O pleno desenvolvimento do rádio, a

expansão da indústria cinematográfica, o surgimento da

televisão, o lançamento dos satélites, a explosão dos

videogames, o advento da Internet, alteraram hábitos,

costumes e imprimiram uma nova velocidade à comunicação.

Todavia, há uma gama de práticas, rotinas e experiências, que

se recriam e se renovam. Em meio a multiplicidade de

plataformas, formatos e muitas vezes um presentismo excessivo

dos profissionais ligados à comunicação, a História pode

colaborar para assentar alguns fundamentos sólidos para o

conhecimento das relações sociais entre os meios.

Compreender historicamente o papel das mídias eletrônicas na

contemporaneidade é lançar luz aos temas que ainda nos

afligem no tempo presente. O presente Simpósio Temático tem

por objetivo reunir pesquisadores ocupados com investigações

sobre as mídias eletrônicas na contemporaneidade no Brasil e

no mundo. Contemplando dois caminhos teórico-

metodológicos possíveis, o primeiro relacionado a uma história

social da mídia, por meio do qual é possível pensar o papel dos

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XXI Semana de História – UNESP/ Franca

meios de comunicação considerando sua especificidade

institucional e sua condição enquanto agentes sociais plenos

de historicidade. Numa outra perspectiva, espera-se discutir as

representações e usos do passado pelos meios de

comunicação social. Entre as mídias eletrônicas destacamos o

cinema, o rádio, a televisão, o videogame, o computador, em

sua interface com a Internet, sempre considerando as relações

de cada um desses meios entre si e com outros agentes

midiáticos como a imprensa escrita.

ST-3 Autoria e biografia na História: perspectivas em debate

Marina Tonon

(Doutoranda em História – UNESP/Franca)

Aline Michelini Menoncello

(Doutoranda em História – UNESP/Assis)

A História da Historiografia tem privilegiado como objetos de

análise os autores e suas obras. A partir da década de 1960,

Roland Barthes (1915-1980) e Michel Foucault (1926-1984)

movimentaram o campo historiográfico problematizando a

categoria “autor”. Este estaria ou não morto? Qual era a sua

importância? Seria possível compreender um texto a partir,

apenas, da biografia do autor? Além deste debate, durante o

século XX, temas ligados à biografia e sua relação com a

história também ganharam novo fôlego renovando questões

como: Qual a relação entre biografia e história? Qual a

contribuição individual para o desenvolvimento histórico? Esses

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e outros questionamentos guiam as mais diversas pesquisas,

logo, entendendo que são inúmeras as possibilidades de se

investigar as experiências humanas esse Simpósio Temático

propõe aos participantes a problematização das categorias

autor e obra e buscará dialogar com estudos da História

Política, da História Intelectual, da História da Historiografia e da

Teoria da História que partam de destas categorias para narrar

trajetórias intelectuais, participação do indivíduo em um

determinado grupo, as redes de sociabilidades, a análise da

produção historiográfica e, ainda, aqueles que analisam as

ferramentas conceituais oferecidas por algum autor ou

corrente teórica.

ST-4 A escrita da história nos reinos ibéricos (séculos XIII- XVI)

Maria Emília Granduque José.

(Doutora em História – UNICAMP)

Danielle Oliveira Mércuri

(Doutora em História – UNESP/Franca; Pesquisadora da Fundação Biblioteca Nacional)

Muitos foram aqueles que, na Idade Média, se dedicaram a

obras históricas, malgrado poucos tenham sido os que se

consagraram exclusivamente a essa tarefa e bem raros os que

receberam apenas a designação de historiadores. A maioria

daqueles que escreveu história no medievo realizou essa tarefa

secundariamente e paralelamente a outras funções. Essa

tendência geral nos reinos europeus é perceptível também no

espaço castelhano e português, uma vez que, nesses reinos,

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XXI Semana de História – UNESP/ Franca

não foi raro que os letrados, por ocuparem funções mediadas

pela escrita, acabassem aplicando-se à atividade de

cronista/historiador, e igualmente conjugassem essa tarefa a

outras que já desempenhavam. Se os clérigos tinham sido os

grandes responsáveis pelo preparo das crônicas em Castela

até o século XIII e em Portugal até o século XIV, os cortesãos da

Chancelaria, no primeiro caso, e do Arquivo Régio, no segundo,

passaram a ser os responsáveis por esse ofício nesses reinos no

final da Idade Média. Nos séculos XV e XVI, porém, o registro

dos acontecimentos passa a ser elaborado também de forma

significativa fora dos espaços régios por autores não oficiais que

em seus gabinetes particulares se ocuparam da narrativa dos

fatos ocorridos naquela época, especialmente dos eventos

relacionados às conquistas de além mar. Tendo em vista que

esses escritores oficiais e não oficiais cumpriram a tarefa de

eternizar no papel as conquistas alcançadas sob o cetro dos

reis ibéricos, a fim de pôr em evidência as boas ações

empreendidas, a proposta desse simpósio é discutir os usos da

história na construção da boa imagem da sociedade ibérica e

na elaboração de seus padrões morais entre os séculos XIII e

XVI. Mais precisamente, o objetivo é, por um lado, refletir em

que medida a história atuou para erguer, conservar e transmitir

para as demais gerações um quadro positivo dos reinos ibéricos

e, por outro, analisar os perfis daqueles que se consagraram a

essa tarefa.

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XXI Semana de História – UNESP/ Franca

ST-5 Produção escrita no Brasil imperial e republicano (1808-

1930)

Amanda Peruchi

(Doutoranda em História – UNESP/Franca)

Caio Cesar Vioto de Andrade

(Doutorando em História – UNESP/Franca)

Uma das questões mais frequentes entre os historiadores é a de

como reunir e abordar os registros do passado. Pensando nos

pesquisadores de história do Brasil, principalmente os que

estudam o recorte temporal conhecido como Império e

Primeira República, muitos são os vestígios documentais que

podem ser trabalhados como, por exemplo, os periódicos, os

romances, as narrativas de viagens, os discursos políticos, os

relatórios ministeriais, os debates parlamentares, as mensagens

presidenciais, os manifestos políticos, os programas partidários,

entre tantos outros que foram legados por essa época. Nesse

sentido, este simpósio temático tem como proposta abrir

espaço para que os pesquisadores de história Brasil do século

XIX e das primeiras décadas do século XX possam apresentar as

suas pesquisas a fim de fomentar discussões sobre a produção

escrita e sobre as formas de abordagem da documentação

desse período, além de também questionar o papel dos

diferentes testemunhos no estabelecimento de uma verdade

histórica.

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XXI Semana de História – UNESP/ Franca

ST- 6 Do essencial e do natural: questões sobre o viver na Idade

Média

Rafael Afonso Gonçalves

(Doutor em História – UNESP/Franca)

Thiago Henrique Alvarado

(Doutorando em História – UNESP/Franca)

Em sua glosa do célebre “Regimento dos Príncipes” de Egídio

Romano, frei Juan García de Castrojeriz destacou uma ideia

que se tornara uma tópica no período medieval, a de que o

homem, para o bem viver, teria quatro “necessidades naturais”:

“comida, vestiduras, proteção e doutrina”. Tais aspectos,

segundo o frade franciscano do século XIV, sustentavam uma

necessidade humana ainda mais essencial: a de termos de

“viver em companhia” uns dos outros. Ao definir quais eram

carências humanas indispensáveis ou as características que lhe

eram “naturais”, esses escritos – tratados, leis, narrativas de

viagens, manuais de confissão, entre outros – deixam entrever

uma maneira de conceber diferentes facetas do viver a partir

de uma hierarquia de crenças e valores, sobretudo aqueles

ligados à fé cristã. Isto é, ações como alimentar-se, vestir-se,

proteger-se ou procriar, por exemplo, não são destituídas de

significado simplesmente por serem consideradas necessidades

essenciais. Ao contrário, tais “necessidades” implicam em

práticas e deveres que são frequentemente alvo da atenção

dos letrados da época. Este simpósio temático tem como

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XXI Semana de História – UNESP/ Franca

objetivo reunir pesquisas já concluídas ou em andamento, que

tratem do período medieval, e que de algum modo reflitam

sobre os diferentes sentidos e significados atribuídos para

práticas e necessidades consideradas essenciais e naturais.

ST-7 Expectativas da modernidade e vivências políticas nas

sociedades americanas

Marisa Saenz Leme

(Docente do Departamento de História – UNESP/Franca)

Abner Neemias da Cruz

(Doutorando em História – UNESP/Franca)

A compreensão das dinâmicas da modernidade nas diversas

regiões americanas, a partir da segunda metade do século

XVIII, estendendo-se para o século XIX e além, é tema que

desafia os entendimentos historiográficos, incrementando a

renovação da sua história política, ao abrir um grande leque de

possibilidades temáticas, em que se entremeiam a diversidade

das vivências culturais, sociais e políticas. Implicando a

modernidade, conforme a concepção de Koselleck, numa

profunda transformação da vivência sociocultural – que passou

a se focar nas expectativas de futuro – e numa ampla

renovação político-conceitual, trata-se de observá-la não

como um todo acabado, mas numa elaboração, muitas vezes

inconclusa, impregnando de modo diverso, em diferentes

temporalidades, diferentes segmentos de uma mesma

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XXI Semana de História – UNESP/ Franca

sociedade. Para tanto, tem-se revelado muito profícua a

exploração das linguagens e conceitos que circulavam

naqueles espaços, incorporando-se muitas vezes diferentes

significados num mesmo termo (Pocock). Com base nessas

referências, no presente simpósio objetiva-se pensar como as

sociedades americanas, no espectro cronológico apontado,

perpassaram diferentes interações culturais e políticas –

manifestadas em projetos, visões, conflitos ou contradições –

em que se observam conflituosas vivências da modernidade.

ST-8 Narrativas da História: o espaço fronteiriço entre história e

literatura

Crhistophe Barros dos Santos Damazio

(Doutorando em História – UNESP/Franca)

A partir das novas propostas teóricas e metodológicas

promovidas pela Escola dos Annales, os horizontes dos

historiadores se ampliaram consideravelmente. A

interdisciplinaridade com outros campos das ciências humanas

e a utilização de fontes até então menosprezadas pela

historiografia positivista e metódica de períodos anteriores,

expandiram os campos de trabalho do historiador para áreas

como cultura e mentalidades e, concomitantemente,

revitalizaram áreas “antigas”, como economia e política. No

concernente às novas fontes, interessa-nos neste simpósio

temático, explorar como a literatura foi “redescoberta” pelos

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XXI Semana de História – UNESP/ Franca

historiadores como uma fonte importante para o estudo das

estruturas sociais e das formas de fazer político do homem.

Esquecida por historiadores do século XIX por não ser

considerada, de acordo com os padrões de cientificidade da

época, uma fonte confiável para se obter a verdade, a

literatura começou a tomar lugar destacado nos trabalhos

historiográficos interessados na análise da memória de

determinado período histórico. Assim, romances, contos,

crônicas e diversas formas de escrita literária passaram a

compor o corpus documental de pesquisas voltadas para o

estudo de como os indivíduos e a sociedade eternizaram na

memória determinados fatos ocorridos em contextos históricos

específicos. Desde então, a relação estreita estabelecida entre

história e literatura fomenta um debate teórico e acadêmico

acirrado para estabelecer claramente as fronteiras entre os dois

campos. Neste simpósio temático, pretendemos discutir como

historiadores têm utilizado as fontes literárias no estudo de

diferentes períodos históricos e, concomitantemente, perceber

qual o lugar desses estudos na historiografia. Conforme

mencionado anteriormente, trabalhos voltados a diferentes

períodos da história serão bem-vindos, desde que utilizem fontes

literárias ou discutam como os historiadores vêm tomando a

literatura como forma de narrativa histórica.

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XXI Semana de História – UNESP/ Franca

ST-09 Dimensões do Império: administração, sociedade e

política no Atlântico português

Monique Marques Nogueira Lima

(Doutoranda em História – UNESP/Franca)

William de Andrade Funchal

(Mestre em História – UNESP/Franca)

Há, pelo menos, quase duas décadas, a historiografia luso-

brasileira vem investigando o processo de constituição das

instituições de poder público nos domínios ultramarinos. Tais

instituições foram tanto as de caráter local, como as câmaras

municipais, quanto aquelas relacionadas aos poderes

intermediários, como governadores, ouvidores, provedores,

juízes de fora, corregedores, etc. Na condição de uma

monarquia católica, o Império português também se apoiou

em instituições religiosas, como as paróquias, as Santas Casas

de Misericórdia e as visitações do Santo Ofício para normatizar

a ocupação e administrar os territórios coloniais. Logo, as

estruturas burocráticas e a defesa do catolicismo formaram um

grande alicerce para o projeto de expansão marítima de

Portugal. Nesse sentido, atas e registros das câmaras,

correspondência dos governadores e de diversas autoridades

enviadas ao Conselho Ultramarino, bem como autos

inquisitoriais e demais documentos eclesiásticos (do Tribunal

episcopal, por exemplo) são fontes essenciais para desvendar

as características das instituições políticas e da sociedade

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XXI Semana de História – UNESP/ Franca

portuguesa no ultramar. A proposta do presente simpósio

temático é reunir trabalhos acadêmicos em diferentes níveis de

pesquisa e fases de elaboração dedicados a compreender o

Atlântico português nos séculos XVII e XVIII em seus aspectos

políticos e sociais (estabelecimento de redes governativas,

atuação da governança local, mobilidade e projeção social,

estratégias de evangelização e repressão das heresias, por

exemplo) e que possibilitem a reflexão sobre a perenidade da

Monarquia portuguesa, mas também as características

específicas que sua estrutura alcançou no ultramar.

5. Resumos de comunicações

(Em ordem alfabética por Simpósio Temático)

ST 01 - Registros sobre gentes e costumes no Brasil colonial

(1500-1808)

PRESCRIÇÕES DE UM MÉDICO HOLANDÊS SOBRE O BEBER

COTIDIANO NO BRASIL DO SÉCULO XVII

Autor: Gabriel Ferreira Gurian

Orientador: Prof. Dr. Jean Marcel Carvalho França

Financiamento: CNPq

Durante seu domínio dos territórios setentrionais da América

portuguesa, os holandeses dissertaram em vários contextos a

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XXI Semana de História – UNESP/ Franca

respeito do espaço natural dessas terras. Muitos de seus relatos

incluem notas sobre a vegetação, os rios, as águas, os frutos e

os animais, preocupados em expor os benefícios, malefícios e

utilidades desses elementos no cotidiano da conquista. Dentre

esses textos, encontram-se os escritos médicos de Willem Piso,

que, além de tratarem da aplicação de vários desses

elementos locais nos procedimentos de cura e na boa

manutenção da saúde, também trazem prescrições quanto à

ingestão habitual ideal para aqueles que se encontrassem nos

trópicos. O objetivo desta apresentação é conduzir uma breve

exposição sobre os apontamentos do douto a respeito de um

beber cotidiano ideal ao cenário do Brasil, abordando notas

sobre o consumo de água, de sucos dos frutos e de bebidas

alcoólicas.

*

REVISITANDO AS CIDADES COLONIAIS BRASILEIRAS

Autor: Leonardo Soares dos Santos

Prof. de História da UFF/Campos

Este trabalho discute a natureza, o papel e o perfil das cidades

coloniais no Brasil, em especial o Rio de Janeiro. Entre as

questões aqui analisadas estão a forma de organização e

ordenamento das cidades e as influências urbanas grego-

romana, medieval, árabes e renascentistas. Nosso principal

intuito é demonstrar que tais cidades não foram concebidas

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XXI Semana de História – UNESP/ Franca

em função de um “urbanismo caótico”, pelo “improviso” e

“desprezo pelas cidades”. Elas foram, sim, produto de uma

vigorosa e complexa cultura urbana, tipicamente portuguesa.

*

A CRENÇA EM MILAGRES NA VIDA COLONIAL NO BRASIL (SÉC.

XVI, XVII E XVIII)

Autor: Lucas de Almeida Semeão

Orientador: Prof. Dr. Jean Marcel Carvalho França

Financiamento: FAPESP

A crença em milagres e, portanto, na interferência direta de

Deus no mundo dos homens, durante os três primeiros séculos

de colônia, foi um habito muito comum no dia a dia das gentes

do Brasil. O objetivo deste artigo é investigar o que se falou

sobre esses acontecimentos milagrosos em terras brasílicas em

diferentes momentos através de narrativas em língua

portuguesa, enxergando-os como um instrumento de

ratificação e reafirmação da fé católica no novo mundo, pois

serviam como um mecanismo moralizante que ditavam

determinadas condutas cotidianas e justificavam pensamentos

e ações taxando-os como corretos.

*

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XXI Semana de História – UNESP/ Franca

ATIVIDADE COM TABULEIRO: TENSÕES EM VILA RICA NO XVIII

Autora: Viviane dos Santos Dias

Orientador: Prof. Dr. Ricardo Alexandre Ferreira

O presente trabalho tem como objetivo abordar normas e

transgressões relacionadas com a vida de mulheres escravas e

libertas que, nos principais núcleos urbanos do Brasil da primeira

metade do século XVIII, se encarregavam do comércio

ambulante de gêneros alimentícios e outros produtos. Durante

o exercício de suas funções, tais mulheres frequentemente

enfrentavam prisões, castigos e até mesmo respondiam a autos

policiais e judiciários por serem acusadas de práticas, à época,

tidas como clandestinas e reprováveis. Assim, a partir da análise

de autos de infração produzidos, nos Setecentos em Vila Rica,

o presente trabalho busca compreender e interpretar as

tensões sociais vividas por essas mulheres no cotidiano do

universo colonial.

ST 02 – História e mídias eletrônicas: fontes, objetos e

aspectos teórico-metodológicos

ROLANDO BOLDRIN: PERCEPÇÕES, EXPERIÊNCIAS E

PREOCUPAÇÕES ESTÉTICAS DA MÚSICA RURAL

Autor: Alessandro Henrique Cavichia Dias

Orientador: Prof. Dr. Newton D’Angelo

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XXI Semana de História – UNESP/ Franca

A pesquisa tem por objetivo examinar a relevância e as

contribuições do papel do mediador cultural para a

“construção” do cenário da música popular brasileira, tendo

como objeto de estudo a atuação de Boldrin, pois muitos de

seus trabalhos artísticos musicais são influenciados pelas suas

percepções, experiências e preocupações sobre a estética da

“tradicional” música popular nacional, e pelas transformações

que esses gêneros musicais vinham sofrendo, em especial a

música rural, devido, principalmente, a influência das músicas

estrangeiras nos ritmos nacionais. A militância de Boldrin

demonstra essas transformações, levando em consideração a

sua proposta de autenticidade e pureza. Assim como essas

mudanças ocorreram e levaram a uma reconfiguração do

modo de compreender o que era música caipira e o que seria

música sertaneja. Com isso, ainda vale investigar

profundamente as relações entre os interpretes de cada um

dos gêneros elencados acima, e as concessões realizadas por

cada um para que se encaixasse em uma tradição musical.

*

HISTÓRIA NA REDE: REFLEXÕES SOBRE A NARRATIVA HISTÓRICA

NO CIBERESPAÇO

Autora: Bruna Carolina Marino Rodrigues

Orientadora: Prof.ª Dr.ª Maria Renata da Cruz Duran

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XXI Semana de História – UNESP/ Franca

Nos últimos 30 anos a configuração de redes virtuais de

interação e comunicação por meio da internet fez com que

novos desafios fossem colocados à escrita da História. Assim

como os meios de comunicação, o cinema, rádio e a televisão

engendraram discussões sobre a natureza do conhecimento

histórico e seus objetos, os avanços tecnológicos e a internet

têm possibilitado que historiadores ao redor do mundo

problematizem os modos de produção do conhecimento na

cultura digital. Destarte, nosso objetivo é compreender como a

dinâmica do ciberespaço tem propiciado mudanças no

campo da História e na forma de narrar o passado, partindo de

uma revisão bibliográfica dos trabalhos de Bruno L P de

Carvalho (2016), Anita Lucchesi (2014) e Serge Noiret (2015) a

fim de investigar em que medida a internet e as tecnologias

digitais tem configurado um novo espaço para pesquisa e a

divulgação da História no Brasil.

*

AS MÍDIAS ELETRÔNICAS NO ENSINO DA HISTÓRIA DA ARTE

Autora: Diana Silveira de Almeida

Contemporaneamente, o acesso à informação e ao

conhecimento se tornou uma via democrática, cujos diversos

tipos de conteúdos se encontram disponíveis em diferentes

dispositivos eletrônicos. Contudo, o fácil acesso acaba, muitas

vezes, por obscurecer o critério para discernir quais fontes são

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XXI Semana de História – UNESP/ Franca

seguras e quais são informações duvidosas. Em razão disso, o

objetivo deste trabalho é investigar qual a relação entre o tema

das mídias eletrônicas e o ensino de história da arte e das

imagens. O intuito é o de discorrer sobre a utilização dessas

mídias em sala de aula, a fim de pensar tanto em possibilidades

de ensino de história da arte quanto incitar o debate sobre a

utilização de fontes midiáticas sobre este tema.

*

A INSTITUIÇÃO DA FUNDAÇÃO CENTRO BRASILEIRO DE TV

EDUCATIVA, 1964 – 1967

Autor: Eduardo Amando de Barros Filho

Orientador: Prof. Dr. Áureo Busetto

Com a ascensão dos militares ao poder, via golpe civil-militar

de 1964, inicia-se uma segunda fase para a televisão brasileira

que se encontrava em um processo de profissionalização,

expansão e avanço tecnológico. No que tange o uso da

televisão de forma educativa, o governo vai encampar

algumas iniciativas e possibilidades, buscando alternativas para

a programação apresentada pelas emissoras comerciais e

para os problemas enfrentados pelo país no campo da

educação. Com o intento de sistematizar as iniciativas em

relação ao uso educativo da televisão, logo em 1964,

começara a ser concebido o projeto que resultou na Fundação

Centro Brasileiro de TV Educativa (FCBTVE). Portanto, esta

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XXI Semana de História – UNESP/ Franca

comunicação objetiva analisar o plano e as ideias investidos

para a criação da FCBTVE, desde a primeira comissão formada

para estudar sua viabilidade, em 1964, até sua inauguração em

1967.

*

RAP E HISTÓRIA: UMA DISCUSSÃO COM VIDEOCLIPES

Autor: Gabriel Passold

Orientador: Prof. Dr. André Fabiano Voigt

Este trabalho tem por objetivo debater a abordagem de

músicas de rap na universidade, analisando conceitos e

princípios utilizados em alguns trabalhos, ao mesmo tempo em

que abordamos elementos de alguns videoclipes de rap. Se por

um lado é comum a análise das letras das músicas de artistas

considerados engajados para uma possível emancipação das

ideologias da dominação, em detrimento de outras músicas,

artistas e elementos supostamente não ajustados a alguns

conceitos e princípios teórico-metodológicos, partimos do

pressuposto de que videoclipes disponibilizados em mídias

eletrônicas são formados por um tecido estético com múltiplas

possibilidades interpretativa, e portanto subjetivas.

*

O CINEMA ESTADUNIDENSE NO BRASIL DURANTE A SEGUNDA

GUERRA MUNDIAL

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XXI Semana de História – UNESP/ Franca

Autora: Tatiana de Carvalho Castro

Orientador: Prof.ª Dr.ª Edna Mara Ferreira da Silva

Este texto procura entender a necessidade de criar um

personagem que pudesse representar o Brasil no contexto de

Segunda Guerra Mundial, como as produções fílmicas de Walt

Disney Alô Amigos e Você já foi à Bahia? conseguiram fazer isto

enquanto eram usadas para criar um relacionamento o

próximo entre os governos Americano e Brasileiro naquele

período, servindo como dois dos principais mecanismos de

difusão da chamada "Política da Boa Vizinhança".

*

O "ATENTADO DA RUA TONELERO" PELAS PÁGINAS DO JORNAL

ULTIMA HORA (UH)

Autor: Thiago Fidelis

Orientador: Prof. Dr. Ângelo Del Vecchio

Financiamento: CAPES

Em 1951, começou a circular o jornal Ultima Hora (UH).

Organizada por Samuel Wainer, essa publicação serviu de

espaço para as ações positivas do governo de Getúlio Vargas,

pois os principais periódicos desse contexto faziam intensa

oposição ao presidente. Um de seus principais críticos, Carlos

Lacerda, foi alvejado a tiros quando voltava para seu

apartamento, na Rua Tonelero em Copacabana. A vítima foi

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XXI Semana de História – UNESP/ Franca

ferida, enquanto que o militar Rubens Vaz, que acompanhava-

a, faleceu. Tal fato causou intensa comoção nacional e, a partir

desse acontecimento, a imprensa em geral passou a pedir a

saída de Vargas, já que esse fora apontado como responsável

pelo acontecimento. Assim, essa comunicação tem por

objetivo apresentar como a UH abordou o atentado, assim

como seus desdobramentos, mantendo uma linha bastante

distinta das principais publicações do período.

*

A TV EDUCATIVA NA FRANÇA E NO BRASIL: A LA CINQUIÈME E

O CANAL FUTURA

Autor: Wellington Amarante Oliveira

Orientador: Prof. Dr. Áureo Busetto

Financiamento: FAPESP

Este trabalho tem por objetivo analisar de forma comparativa o

papel das emissoras educativas no campo televisivo francês e

brasileiro entre os anos de 1994 e 2002, tendo como eixo-central

as relações sociais que tornaram possível a criação da La

Cinquième (1994) e do Canal Futura (1997). Buscamos

confrontar a hipótese de que as duas emissoras, ainda que de

naturezas distintas (público e privado), enfrentaram, ao longo

de suas trajetórias iniciais, os mais variados desafios, muitas

vezes com práticas semelhantes, o que confirma a inserção das

emissoras no debate internacional sobre as formas de

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XXI Semana de História – UNESP/ Franca

potencializar os usos educativos da televisão na superação das

desigualdades socioeconômicas e na exploração do

audiovisual educativo como um nicho de mercado durante a

última década do século XX.

ST 03 – Autoria e biografia na História: perspectivas em

debate

O CONCEITO DE PROGRESSO NO INSTITUTO HISTÓRICO

PAULISTA (1909-1942)

Autor: Gerson Ribeiro Coppes Jr.

Orientadora: Prof.ª Dr.ª Karina Anhezini de Araújo

A descentralização política após a proclamação da República

levou a formação de falas regionais valorizando as

características locais das províncias. Em São Paulo, a

construção de uma identidade paulista estava associada ao

predomínio econômico do estado neste período. Neste

trabalho propomos discutir as características desta identidade

a partir da análise do conceito de progresso na Revista do

Instituto Histórico paulista: Qual definição os trabalhos dão a

esse conceito? Quais elementos são associados a ele? Como

ele contribui para definir esta identidade? Podemos verificar

nos trabalhos a importância dada a dimensão material deste

conceito estando associado, por exemplo, a obras de

infraestrutura e a chegada da ferrovia. Porém, na constituição

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XXI Semana de História – UNESP/ Franca

de uma certa experiência de tempo e desta identidade, o

progresso também seria associado a ideia de modernização

presente no fim do século XIX.

*

PEDRO CALMON: HISTORIOGRAFIA E PERCEPÇÃO DO TEMPO

Autora: Gueise de Novaes Bergamaschine

Orientador: Prof. Dr. Ronaldo Pereira de Jesus

Financiamento: CAPES

Pedro Calmon é o autor de duas biografias de D. Pedro II

publicadas em um intervalo de aproximadamente quatro

décadas. Tendo sido membro do IHGB por mais de meio século,

a obra de Calmon não raro recebe o rótulo do

conservadorismo que caracterizou essa instituição. No entanto,

Calmon foi um homem de intensa atividade intelectual e

acadêmica cuja obra perpassa todo o século XX. É razoável

considerar que aspectos de sua escrita tenham se alterado,

refletindo a complexidade do período e as grandes alterações

ocorridas na historiografia brasileira. Propomos o estudo das

biografias de D. Pedro II através de uma abordagem detalhada

da trajetória do autor, considerando seu posicionamento nos

debates historiográficos do século XX e sua forma de perceber

a história e equacionar as temporalidades. Tal análise constitui

espaço privilegiado para uma aproximação com os conceitos

de autor e obra.

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XXI Semana de História – UNESP/ Franca

*

PEDAGOGIA INACIANA: O EXEMPLO NA AUTOBIOGRAFIA E O

AUTOEXAME NOS EXERCÍCIOS ESPIRITUAIS

Autor: Leandro Lente de Andrade

Orientador: Prof. Dr. Marcos Roberto de Faria

Tendo em vista a dimensão educacional dos jesuítas na Europa

e a expressiva ação dos homens de preto nas terras além-mar,

marcando por mais de dois séculos o período colonial brasílico;

o trabalho analisa dois documentos do fundador da ordem

religiosa Companhia de Jesus, Inácio de Loyola: a

Autobiografia e os Exercícios Espirituais. Nesse sentido, são

tomadas as características pedagógicas singulares presentes

nos dois documentos. A Autobiografia como uma obra

elaborada com a finalidade de expor um exemplo a ser

seguido e, portanto, norteadora do modus procedendi

jesuítico. Os Exercícios Espirituais como um manual de imersão

espiritual possibilitando a conversão e a alteração radical na

conduta moral, religiosa e prática do exercitante por meio do

autoexame.

*

A VISÃO SELETIVA DE CLIO: O NEGRO COMO OBJETO DE

ESTUDO NA RIHGB

Autor: Luís Roberto Manhani

Orientação: Prof.ª Dr.ª Karina Anhezini de Araujo

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XXI Semana de História – UNESP/ Franca

Financiamento: FAPESP

A presente proposta de comunicação visa apresentar os

resultados preliminares do projeto de Iniciação Científica,

inserido na área de estudos da História da Historiografia, que

busca investigar os saberes histórico e etnográfico voltados

para a delimitação do negro como objeto de estudo no Brasil.

Analisando as publicações da Revista do Instituto Histórico e

Geográfico Brasileiro de 1839 a meados do século XX,

mapeamos 20 artigos que possuem o negro como objeto ou

apontam a necessidade de toma-lo como objeto. Buscamos

compreender os saberes praticados pelos letrados do Instituto

em seus estudos sobre o “outro”, considerando sua possível

inclusão ou exclusão, política e histórica do projeto de nação.

Serão abordados nesta comunicação os 20 artigos

selecionados com enfoque no lugar e na temporalidade

destinados ao negro no período estudado.

*

NA TRAMA DOS VAGARES DO OFÍCIO: UMA CONSTRUÇÃO DA

HISTORIOGRAFIA PAULISTA NO ITINERÁRIO DOCUMENTAL DA

RIHGSP (1895 – 1905)

Autor: Nelcivan Francisco de Sousa

Orientadora: Prof.ª Dr.ª Karina Anhezini de Araújo

Financiamento: FAPESP

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XXI Semana de História – UNESP/ Franca

O final do século XIX caracterizou-se pela regionalização da

produção do conhecimento histórico no Brasil. Esse não era

mais o tempo de histórias nacionais, mas o momento

adequado para a realização de estudos localizados. Nesta

concepção moderna de história chama a atenção certo

aspecto: a importância dada à busca e a divulgação de

documentos. Partindo desta problematização, a presente

comunicação visa apresentar os resultados inicias da pesquisa

que desenvolvo acerca dos documentos publicados na RIHGSP

entre os anos de 1895 e 1905. O que se pretende é demonstrar

a maneira pela qual a produção desta trama documental

atuou na concepção historiográfica paulista de fins do século

XIX e início do século XX, por meio da construção de padrões,

de lugares comuns, e de ideias naturalizadas em verdades. Um

intelectual característico desse período, Antônio de Toledo Piza

e Almeida, será aqui utilizado como vetor para essa análise.

Neste sentido, procura-se evidenciar a singularidade de uma

formação histórica pautada pela seleção, transcrição e

publicação de documentos históricos.

*

A ARTE E A CRÍTICA SEGUNDO UM PORTUGUÊS EXILADO NO

BRASIL (1963 – 74)

Autor: Thales Reis Alecrim

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XXI Semana de História – UNESP/ Franca

João Apolinário, um português exilado no Brasil – mais

conhecido pela interpretação de seus poemas pelo conjunto

musical de seu filho, o Secos & Molhados –, produziu cerca de

500 criticais teatrais para o Última Hora de São Paulo entre 1963

e 1974. O presente trabalho faz parte de uma pesquisa que visa

compreender a obra de desse autor que transmite muito bem

os dilemas de um recorte de efervescência cultural. Nesse

sentido, aqui apontares as principais referências teóricas e

estéticas do autor, assim analisaremos sua representação de si

enquanto crítico e sua leitura sobre o papel da arte na

sociedade. Para atingirmos nosso objetivo, situaremos suas

críticas dentro das amplas redes culturais e intelectuais que

alinhadas à contracultura, correram pelo ocidente e

mobilizaram manifestações na arte e na vida cotidiana.

*

O SÉCULO XIX ACABOU DE TERMINAR

Autor: Thiago Augusto Modesto Rudi

Orientadora: Prof.ª Dr.ª Karina Anhezini

Financiamento: FAPESP

Esta comunicação realiza o estudo de escritos sobre história

publicados nas primeiras décadas do século XX. Na leitura

desses textos, estarei acompanhado da seguinte questão:

como eles se relacionavam com o passado dos estudos

históricos, especialmente, com o passado oitocentista dos

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XXI Semana de História – UNESP/ Franca

estudos históricos? Por meio desta apresentação, espero

discutir como o início do século XX foi um dos momentos nos

quais o passado historiográfico oitocentista estava prestes a

terminar, a nunca acabar, a completar 100 anos e a se tornar

passado. Em outros termos, esta comunicação é uma pequena

parte de uma coleção de momentos nos quais nosso passado

mudou.

*

A NARRATIVA HISTÓRICA DE FRIEDRICH GUNDOLF: O INDIVÍDUO

COMO GESTALT

Autora: Walkiria Oliveira Silva

Orientador: Prof. Dr. Estevão Chaves de Rezende Martins

Prof. Dr. Stefan Berger

Financiamento: CNPq/ CAPES

Entender a relação entre a escrita da história e a importância

do indivíduo significativo foi a problemática central do

germanista alemão Friedrich Gundolf (1880-1931). Friedrich

Gundolf foi um importante intelectual alemão durante o final do

século 19 e as três primeiras décadas do século 20. Membro do

Círculo de Stefan George e professor da Universidade de

Heidelberg, Gundolf travou diálogos intelectuais com os irmãos

Weber, Georg Simmel, Wilhelm Dilthey, dentre outros. Na busca

por estabelecer as formas e funções do conhecimento histórico

- uma forma de resposta à crise do historicismo - Gundolf tentou

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XXI Semana de História – UNESP/ Franca

compreender o lugar do indivíduo na narrativa histórica e sua

função para o desenvolvimento de uma narrativa histórica de

caráter pragmático entrelaçada à construção de uma

identidade nacional alemã. Neste simpósio tento apresentar a

articulação proposta por Gundolf entre biografia e história

mediante seu conceito de Gestalt. Ao longo de sua carreira,

Gundolf dedicou-se a escrever biografias. A mais bem sucedida

delas foi Goethe, de 1916.

ST 04 – A escrita da história nos reinos ibéricos (séculos XIII

– XVI)

FREI LUCAS DE SANTA CATARINA E A HISTÓRIA DOS

DOMINICANOS EM PORTUGAL: O CONVENTO DE SÃO

DOMINGOS DAS DONAS

Autor: Alex Rogério Silva

Orientador: Prof. Dr. Yllan de Mattos

Financiamento: FAPESP

Frei Lucas de Santa Catarina nasceu em Lisboa no ano de 1660

e faleceu na mesma cidade aos 80 anos de idade. Professou

em 1680 na Ordem dos Pregadores no Convento de São

Domingos de Benfica, iniciando uma longa vida monástica que

faria dele um homem de muitas experiências e um rico

testemunho de sua época. Foi escolhido para suceder o Frei Luís

de Sousa como cronista da província dominicana portuguesa,

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XXI Semana de História – UNESP/ Franca

produzindo nesta função a Quarta Parte da História de S.

Domingos Particular do Reino e Conquistas de Portugal. Esta

comunicação tem por objetivo analisar o escrito do Frei Lucas

de Santa Catarina no tocante a História da Ordem Dominicana

em Portugal, na qual mapearemos as boas ações

empreendidas pelas religiosas do Convento de São Domingos

das Donas de Santarém de modo a construir uma boa imagem

dos conventos femininos dominicanos, mas também disseminar

em seus escritos os padrões morais cristãos de forma a legá-los

a posteridade.

*

HANS STADEN E MICHEL DE MONTAIGNE: UM OLHAR SOBRE A

CULTURA DO NOVO MUNDO

Autora: Chrislaine Janaina Damasceno

Financiamento: CAPES

Este artigo aborda questões referentes ao século XVI, onde a

relação entre nativos e europeus desenrolava-se em um

conflito físico e cultural. A partir dos textos Hans Staden,

testemunha ocular que passou nove meses em contato com os

nativos e Michel de Montaigne, que teve contato com os

habitantes do Novo Mundo na França, é proposta uma relação

entre esses dois autores europeus, que viveram na mesma

época, mas que estabeleceram pensamentos divergentes

sobre os nativos portugueses. Nessa aproximação, pretende-se

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XXI Semana de História – UNESP/ Franca

discutir a recepção e transmissão das diferenças culturais por

ambos os autores para seus contemporâneos através da escrita

e das representações imagéticas sobre as diferenças culturais.

*

A HISTÓRIA A SERVIÇO DOS REIS. OS CRONISTAS E A COROA

NOS REINOS DE CASTELA E LEÃO (SÉCULO XV)

Autora: Danielle Oliveira Mércuri

Pesquisadora da Fundação Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro

Desde o reinado de Afonso X (1252-1284), a importância dada

aos registros escritos exigiu que se conferisse maior atenção ao

perfil dos escolhidos para exercer as atividades escriturárias. A

Chancelaria régia, por reunir letrados aptos aos afazeres

ligados à justiça e à administração, colocou os escrivães,

notários, chanceleres, e outros que nela trabalhavam, sob a

mira dos monarcas interessados, dentre outras coisas, em

regular o regimento do reino e registrar os eventos presentes e

passados. Não obstante os oficiais da chancelaria e outros

membros da casa real tenham atuado como escritores das

histórias do reino, a oficialização do cargo de cronista só veio a

ocorrer durante o reinado de Juan II, momento em que o ofício

se tornou especializado e exigiu denominações específicas. As

plumas não tiveram menos relevância nos reinados de dos filhos

desse monarca, Enrique IV e Isabel. Marcados por diversos

conflitos nobiliárquicos e disputas pela sucessão do poder, esses

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XXI Semana de História – UNESP/ Franca

reinados foram palco de uma proliferação de crônicas,

evidenciada pela avalanche de relatos concorrentes, às vezes,

escritos por cronistas adversários. Nesse sentido, pretendemos

nessa comunicação analisar em que medida a composição

desses relatos e a troca de cronistas são representativos de

como o apanágio da verdade foi uma arma importante nos

jogos de poder no reino.

*

OS PARADIGMAS DA ESCRITA HISTÓRICA LAICA NO REINADO

DE EDWARD III (C. 1340 – C. 1360)

Autor: Fernando Pereira dos Santos

Orientadora: Prof.ª Dr.ª Susani Silveira Lemos França

Financiamento: CAPES

A escrita da história por laicos na Inglaterra entre as décadas

de 1340 - 1360 teve dentre seus produtores homens ao mesmo

tempo versados na ordenação das palavras e experientes no

manejo das armas, dentre os quais destacaram-se Geoffrey le

Baker, Jean le Bel e Thomas Gray. Mais do que lugar de

disseminação de informações sobre os conflitos contra

franceses e escoceses, suas narrativas configuram-se como

escritos onde ideais cavaleirescos destacavam as realizações

do rei Arthur em seus tempos de governança, pretensamente

continuadas sob os auspícios de Edward III. Na presente

comunicação, discorreremos acerca de tal parâmetro

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XXI Semana de História – UNESP/ Franca

naquelas crônicas seculares, considerando-se sua relação

entre o desejo de exposição social da nobreza e o amparo a

escrita de história permeada por feitos belicosos.

*

A HISTÓRIA E A CRÔNICA NA ESPANHA DO SÉCULO XVI

Autora: Maria Emília Granduque José

O objetivo desta comunicação consiste em esquadrinhar os

critérios que os cronistas espanhóis do século XVI,

nomeadamente aqueles que se dedicaram à narrativa dos

descobrimentos americanos, estabeleceram para a

confecção do gênero história-crônica. Mais precisamente,

como nesse período os termos “história” e “crônica” eram

empregados de forma equivalente para classificar os escritos

históricos, a proposta é analisar como esses dois gêneros eram

definidos por esses letrados. Além dessa questão central, este

trabalho também busca destacar de que maneira a escrita

desses textos, ora chamados de história ora chamados de

crônica, estava em harmonia com as ordenações emitidas pela

coroa a respeito da descrição dessas novas terras.

*

OS OFICIAIS DE MUITAS GUISAS QUE VIAJARAM PARA A ÁFRICA

NO SÉCULO XV

Autora: Paula Sposito Almeida

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XXI Semana de História – UNESP/ Franca

Orientadora: Prof.ª Dr.ª Susani Silveira Lemos França

Financiamento: FAPESP

A presença dos cronistas na vida pública portuguesa tornou-se

fundamental durante o século XV. Preocupados em registrar os

feitos portugueses e exaltar a imagem dos reis e infantes que se

colocaram à frente das conquistas, alguns se deslocaram para

a África para conferir estes eventos. Todavia, à medida que

avançava o século, outros homens seriam contratados pela

coroa na exploração do território, passando também a receber

designações régias para registrar os prestígios das conquistas e

relacionar o conhecimento das terras. Tendo em vista os

similares propósitos dessas crônicas e relatos, este estudo busca

interrogar de que maneira esses escritos contribuíram para a

afirmação do reino português e de suas conquistas em África,

e por outro lado, refletir sobre as transformações de uma corte

que, no final daquele século, incorporou a serviço régio homens

de distintas posições e origens.

ST 05 – Produção escrita no Brasil imperial e republicano

(1808-1930)

A IMPRENSA FRANCESA DO RIO OITOCENTISTA SEGUNDO OS

JORNAIS BRASILEIROS

Autora: Amanda Peruchi

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XXI Semana de História – UNESP/ Franca

Orientador: Prof. Dr. Jean Marcel Carvalho França

Coorientadora: Prof.ª Dr.ª Milena da Silveira Pereira

Financiamento: CAPES

Em abril de 1827, Pierre Plancher publicou o primeiro periódico

escrito em francês na cidade do Rio de Janeiro, o

L’Indépendant, e abriu espaço para o aparecimento de muitas

outras folhas francesas na capital do Império. Foram produzidos,

no século XIX, mais de vinte títulos franceses, dos quais alguns

duraram meses enquanto outros permaneceram por muitos

anos no cenário dos impressos da corte. Independentemente

da durabilidade das folhas francesas, elas fizeram parte da

imprensa carioca dessa época e abordaram diversos assuntos

em suas páginas como, por exemplo, sobre as transformações

urbanas ocorridas na cidade, sobre as dinâmicas da vida

política do Império e até mesmo sobre a vida social dos

moradores. Os jornais brasileiros, por sua vez, não deixaram de

notar a grande participação dos periódicos franceses na

imprensa carioca e, por isso, legaram diversos comentários,

elogios e críticas sobre esses impressos. Nesse sentido, o

principal objetivo desta comunicação é mapear, a partir das

anotações dos jornais brasileiros, o que eles disseram acerca

dessa imprensa francesa produzida no Rio imperial a fim de

analisar como as folhas francesas foram recebidas pelas

brasileiras.

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XXI Semana de História – UNESP/ Franca

*

O GURU DE PAPEL: LIVROS DE IOGA NO MERCADO EDITORIAL

PAULISTA 1907-1920

Autor: Bruno Guaraldo de Paula Silveira

Orientadora: Prof.º Dr.ª Valéria dos Santos Guimarães

Financiamento: CAPES/CNPq

Os leitores paulistas do início do século XX tiveram à sua

disposição uma significativa oferta de livros sobre ioga, que

começaram a aparecer no mercado por volta de 1910. A

Editora e Livraria Pensamento, fundada em 1907, exerceu papel

pioneiro na tradução, edição e difusão destes livros e era,

então, a única especializada no ramo na cidade de São Paulo.

A Editora já contava, em 1920, com um catálogo diversificado,

uma rede de distribuição nacional e uma tiragem anual de pelo

menos 25.000 exemplares, e além dos livros, publicava a revista

mensal "O Pensamento" desde 1907 e o periódico anual

"Almanach d’O Pensamento", editado ininterruptamente desde

1913. O objetivo central da apresentação é tentar, com base

na metodologia da História da Leitura, estabelecer um quadro

geral desta produção escrita e da publicação de livros sobre

ioga em São Paulo entre 1907 e 1920.

*

A LINGUAGEM DAS OLIGARQUIAS NA PRIMEIRA REPÚBLICA

Autor: Caio César Vioto de Andrade

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XXI Semana de História – UNESP/ Franca

Orientadora: Prof.ª Dr.ª Rita de Cássia Biason

Financiamento: CAPES

O presente trabalho pretende tratar das disputas entre as

oligarquias republicanas, expressas por meio de documentos

como os anais do Congresso Nacional, relatórios ministeriais e

mensagens presidências, no contexto da crise dos preços

internacionais do café entre 1895 e 1906, em que se debatia a

necessidade de intervenção do Estado na economia. Tendo

como norte teórico-metodológico o contextualismo linguístico,

intentamos analisar como os atores políticos envolvidos

procuravam justificar e legitimar a ação estatal no âmbito

econômico, e como se davam as relações entre as esferas

econômica, política e social na construção das linguagens.

*

A ARTICULAÇÃO ENTRE IMAGENS E TEXTOS NO JORNAL A

LANTERNA (1909-1916)

Autor: Carlos Henrique Neres dos Santos

Orientadora: Prof.ª Dr.ª Valéria dos Santos Guimarães

Financiamento: CAPES

O jornal A Lanterna – folha anticlerical e de combate, foi um

periódico libertário paulistano que esteve inserido no

movimento de expansão da imprensa operária no Brasil

durante a Primeira República. Publicado com maior

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XXI Semana de História – UNESP/ Franca

regularidade entre os anos de 1909 a 1916, sua principal

bandeira era a luta contra o clero e possuía como

característica a presença marcante das ilustrações, utilizada

como instrumento na estratégia de combate ao clericalismo.

Assim, essa comunicação terá por intuito demonstrar de que

maneira imagens e textos se articulavam nas páginas do jornal,

buscando entender quais eram seus atributos, como se dava o

diálogo e as funções que cada ferramenta desempenhava em

meio à economia do jornal. O estudo terá como referencial

teórico a História da Leitura, em que a história da imprensa é

compreendida como um campo de interesse onde se cruzam

os âmbitos da produção, difusão e recepção dos impressos.

*

“ESTUPENDOS ACONTECIMENTOS”: AS NARRATIVAS CURIOSAS

DA IMPRENSA OITOCENTISTA

Autor: Estevão de Melo Marcondes Luz

Residente Pós-doutoral no PPGH | UFMG

A presente comunicação pretende lançar alguns

apontamentos iniciais acerca da pesquisa que venho

desenvolvendo sobre aspectos da imprensa periódica brasileira

de meados do século XIX. Os “estupendos acontecimentos”,

termo retirado das fontes, serão o foco central da pesquisa que

aqui se apresenta. Trata-se de um panorama bastante

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XXI Semana de História – UNESP/ Franca

interessante de narrativas “curiosas” divulgadas nas páginas da

imprensa do período, um objeto ainda pouco explorado,

composto por histórias extraordinárias do cotidiano imperial,

como crimes, enfermidades, notícias ficcionais, propagandas,

anúncios e outras narrativas. Por meio destas pretendo, ao

longo do desenvolvimento da pesquisa, levantar alguns indícios

sobre os aspectos culturais daquela sociedade e, assim,

contribuir para a compreensão da formação da incipiente

imprensa periódica brasileira no Oitocentos.

*

“ESCRAVOS DA NAÇÃO”: O JOGO ENTRE A VERSÃO DO

ESTADO E A DO ESCRAVO

Autora: Ilana Peliciari Rocha

Docente na UFTM

Os “escravos da nação” foram originários do confisco dos bens

dos jesuítas, em 1759. Estavam distribuídos em várias localidades

do Brasil colonial e imperial e foram libertados com a Lei do

Ventre Livre. A sua compreensão decorre de diferentes

documentos históricos, apresentados aqui numa seleção para

um diálogo que confronta ou distingue as perspectivas e visões

do Estado e do escravo. Essa opção leva a identificar as formas

de abordagem, estabelecendo o papel das fontes no

estabelecimento de uma visão histórica sobre os escravos da

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XXI Semana de História – UNESP/ Franca

nação. Assim, torna-se fundamental pontuar os limites e as

possibilidades das fontes.

*

O ATO DE PINTAR NO RIO DE JANEIRO OITOCENTISTA

Autora: Iris Cristina Fabri Paiva

Orientadora. Prof.ª Dr.ª Milena da Silveira Pereira

Financiamento: CAPES/CNPq

Pensar a arte de pintar para o século XIX no Brasil é

compreender a importância que os homens oitocentistas

atribuíam ao estilo denominado como neoclassicismo. A

preocupação para com determinadas regras estilísticas

exigidas pela Academia Imperial de Belas Artes do Rio de

Janeiro era constantemente cobrada para os alunos

pertencentes a ela. Esta importância pode ser notada tanto no

estatuto da própria Academia, como também em críticas

publicadas nos periódicos da época acerca dos Salões

oferecidos pela mesma. De tal maneira, o estatuto, ou até

mesmo as atas de reuniões, podem nos ajudar na

compreensão da elaboração interna do Instituto, enquanto

que os periódicos nos permitem pensar o recebimento do

público sobre as exposições e o progresso dos alunos. A

apresentação tem como objetivo dissertar sobre como

determinados documentos se complementam e ajudam na

compreensão do período.

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XXI Semana de História – UNESP/ Franca

*

O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL E AS REFORMAS

URBANAS NO OITOCENTOS

Autora: Janaina Salvador Cardoso

Orientadora: Prof.ª Dr.ª Milena da Silveira Pereira

Financiamento: FAPESP

O Auxiliador da Industria Nacional foi uma revista mensal

produzida pelos membros da Sociedade Auxiliadora da

Indústria Nacional (1828) entre os anos de 1833 e 1892. Este

periódico veiculou notícias e conhecimentos relacionados aos

novos cultivos e maquinários que poderiam ser introduzidos nas

práticas agrícolas brasileiras. Os redatores do Auxiliador

também publicaram sobre as diferentes reformas urbanas

realizadas no Rio de Janeiro ao longo do século XIX. A partir da

análise dos diferentes escritos que circularam nas páginas deste

periódico buscaremos apresentar as notícias sobre os novos

meios de transportes, iluminação das vias públicas e

arborização da capital fluminense, e deste modo, abordar

como estas medidas de urbanização do Império contribuíram

com a formação de uma agricultura moderna e renovada,

assim como foi almejado pela Sociedade Auxiliadora.

*

A IMPRENSA JUDAICA NO BRASIL

Autora: Julia Souza Oliveira

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XXI Semana de História – UNESP/ Franca

Orientadora: Prof.ª Dr.ª Virginia Célia Camilloti

A história da imprensa judaica no Brasil ainda se encontra em

vias de ser feita. Embora haja alguns trabalhos que se

debrucem sobre jornais em iídiche, pouco ou quase nada foi

escrito sobre os periódicos publicados em português. Sendo

assim, nos incumbimos a tarefa de trabalhar com o primeiro

periódico judaico publicado em português no Brasil, A Columna

que circulou entre janeiro de 1916 e dezembro de 1917.

Buscaremos na presente comunicação traçar algumas das

características dessa imprensa, além de procurar ressaltar a

importância deste tipo de fonte para o estudo das

comunidades judaicas radicadas no Brasil nos primeiros anos do

século XX.

*

IDENTIDADES MUÇULMANAS NO BRASIL OITOCENTISTA: UM

RELATO DE VIAGEM.

Autor: Luiz Henrique Souza da Silva

Orientador: Prof. Dr. Jean Marcel Carvalho França

Parte das fontes escritas que se tem acerca do Brasil durante o

século XIX correspondem a importantes narrativas de viagem.

Estes relatos de viajantes são fontes indispensáveis para a

investigação dos processos de construção sobre a imagem do

Brasil e dos brasileiros. Assim, pretendo discutir neste trabalho a

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XXI Semana de História – UNESP/ Franca

narrativa “Deleite do estrangeiro em tudo o que é espantoso e

maravilhoso”, feita em terras brasileiras entre os anos de 1866 a

1869 pelo viajante bagdali Abdulrrahman al-Baghdádi. Este

relato traz importantes contribuições ao conhecimento que se

tem sobre as relações entre religião e escravidão, a partir da

perspectiva da comunidade muçulmana do Brasil oitocentista.

*

A MODA (D)ESCRITA E ILUSTRADA NAS FOLHAS FLUMINENSES

OITOCENTISTAS

Autora: Mariana de Paula Cintra

Orientadora: Prof.ª Dr.ª Milena da Silveira Pereira

Financiamento: FAPESP

O Rio de Janeiro, no ano do desembarque da família real nos

trópicos, assistiu ao surgimento da primeira tipografia oficial em

solo brasileiro. Desde então, a palavra impressa ganhou as ruas

em busca de pessoas ávidas por informações de toda ordem.

Os primeiros jornais, no entanto, não contribuiu apenas para

uma maior disseminação de ideias e notícias como também

foram peças centrais para a propagação de aspectos do

cotidiano, sobretudo da gente abastada. A criação de

periódicos fluminenses dedicados às mulheres confirma essa

afirmação, visto que seus redatores procuravam justamente

levar diversão e os padrões do bom tom às suas leitoras.

Partindo da seção intitulada “modas” das folhas femininas,

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XXI Semana de História – UNESP/ Franca

procuramos pensar em que medida a indumentária ajudou a

compor aquelas páginas e, ao mesmo tempo refletir sobre o

lugar da roupa e da mulher que a vestia na imprensa carioca

da época.

*

FONTES PRIMÁRIAS NA RELEITURA DA POLÍTICA EXTERNA

IMPERIAL

Autor: Pedro Gustavo Aubert

O estudo da política externa imperial a partir da leitura crítica

de fontes primárias permite uma série de releituras sobre o

período. Os Relatórios Ministeriais, disponíveis online, são um

grande manancial para pesquisa. Todavia, eram também uma

vitrine dos gabinetes para o Poder Legislativo. Porém,

despachos, notas secretas, reservadas e reservadíssimas não

eram ali publicados. Também não são encontrados nos

arquivos oficiais, pois muitos ministros guardavam consigo

documentos confidenciais dado o temor de que caíssem em

mãos erradas. O visconde do Uruguai saiu do governo em 1853

e continuou articulando politicamente nos bastidores. Quando

Uruguai começou a perder influência política, escreveu uma

autobiografia (1860) afirmando que saíra da política em 1853.

Tal visão foi reproduzida por seus biógrafos e chegou à

produção historiográfica recente sem grande questionamento.

*

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XXI Semana de História – UNESP/ Franca

RELATOS MÉDICOS NAS PRIMEIRAS DÉCADAS DO XX:

POSSIBILIDADES DE PESQUISA

Autora: Priscila Bermudes Peixoto

Orientadora: Prof.ª Dr.ª Valéria Guimarães

Essa comunicação tem por objetivo abordar a investigação e

o uso de fontes históricas relacionadas às práticas de medicina

no Brasil da primeira metade do século XX. O pesquisador

interessado na História da saúde, das ciências ou da medicina

pode valer-se de uma vasta pluralidade de registros e relatos

do passado. Além dos suportes especializados, como jornais e

revistas médicas, o historiador encontrará na grande imprensa

entrevistas, inquéritos e anúncios que podem contribuir para

melhor compreensão de seu objeto de pesquisa e do contexto

analisado. A intenção é destacar principais aspectos do

discurso médico do período e também apontar a possibilidade

de articulação entre os diversos tipos vestígios históricos.

ST 06 - Do essencial e do natural: questões sobre o viver

na Idade Média

AS MULHERES NOBRES NA SEGUNDA CRUZADA: A INFLUÊNCIA

DE ELEANOR DA AQUITÂNIA

Autora: Amanda Claudiano Francisco

Orientadora: Prof.ª Dr.ª Susani Silveira Lemos França

Financiamento: PIBIC

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XXI Semana de História – UNESP/ Franca

No século XI, com a aclamação do Papa Urbano II para que os

fiéis da Igreja Católica socorressem o povo do Oriente e

retomassem para si a Terra Santa, deu-se o início um dos

maiores movimentos de peregrinação armada e expansão

européia conhecido como Cruzada. Tal movimento, o qual

empregou homens, mulheres e crianças, além dos objetivos de

peregrinação aos lugares sagrados, para oração e redenção

de pecados, fundava-se na ideia de expansão da fé pela força

armada. Nosso objetivo neste estudo é examinar o papel da

mulher em tal cenário, principalmente das mulheres nobres, as

quais tomavam as estradas com seus maridos. O foco do

estudo é a Segunda Cruzada, mas partindo de uma figura

específica. Examinaremos a obra Histoire de la croisade de Louis

VII, escrita por Odon de Deuil, o qual relata a Cruzada

estabelecida por Luís VII e como esta teve influência de sua

esposa, Eleanor da Aquitânia.

*

IMPRESSÕES DOS MISSIONÁRIOS FRANCISCANOS ACERCA DOS

CULTOS DO ORIENTE (SÉC. XIII E XIV)

Autora: Amanda Mantoan Sabino

Orientador: Prof. Dr. Leandro Alves Teodoro

Financiamento: CAPES

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XXI Semana de História – UNESP/ Franca

Tendo como alvo as terras do oriente entre os séculos XIII e XIV,

muitos viajantes teceram narrativas que continham não só

descrições do itinerário que percorriam, mas, igualmente,

contavam suas impressões sobre diversos aspectos dos

costumes dos povos de lá. Entre esses viajantes, os missionários

da Ordem dos Frades Menores também apontaram em seus

escritos detalhes a respeito da alimentação, das gentes, dos

hábitos na guerra, mas também descrições sobre os cultos dos

homens e mulheres. Nesse sentido, franciscanos como João de

Pian dei Carpine, Odorico de Pordenone, entre outros irmãos,

demonstraram grande interesse de conhecer os cultos

partilhados pelos povos que viviam na extensão do império

tártaro-mongol. Partindo dessas descrições, a proposta da

apresentação será avaliar como esses religiosos, que tinham um

mesmo referencial cristão, viram as demais religiões das terras a

leste.

*

JEAN GERSON E A TEOLOGIA MÍSTICA NA SOLUÇÃO DOS

EMBATES DE SEU TEMPO: A CRÍTICA AOS TEÓLOGOS (SÉCULO

XV)

Autora: Letícia Gonçalves Alfeu de Almeida

Orientadora: Prof.ª Dr.ª Susani Silveira Lemos França

Financiamento: CNPq

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XXI Semana de História – UNESP/ Franca

No limiar do século XV, em meio ao cisma que dividia o papado

entre Roma e Avignon, o teólogo chanceler da Universidade de

Paris, Jean Gerson (1363-1429), recolheu-se da agitação de seu

alto posto para um exílio autodeclarado, em Bruges, onde se

voltou para o estudo da contemplação, ou da teologia mística,

que dizia respeito à modalidade direta e mais elevada de

contato com Deus, um saber legado pelos padres e definido

como uma sabedoria que dispensava o intelecto e o

conhecimento racional, as palavras e a escrita. O objetivo

principal deste letrado, também um pregador, era prover aos

laicos ensinamentos em vernáculo sobre a contemplação,

projetando e traduzindo para o mundo dos “simples” um modo

de vida ascético até então próprio dos religiosos. Sendo assim,

o intuito desta comunicação é avaliar como a visada de

Gerson para os textos místicos do passado, de Dionísio

Areopagita aos exegetas do século XII, como Hugo ou Ricardo

de São Victor, pretendia não apenas conduzir as práticas

devocionais dos leigos, mas também reformar o próprio saber

teológico e a conduta dos teólogos da Universidade, ou

melhor, como a defesa da contemplação para os simples

amparou-se na crítica aos teólogos, no sentido de pregar que

a virtude era mais importante para a vida do cristão do que o

conhecimento ou erudição.

*

ENSINAR AOS MENINOS CASTELHANOS NAS PARÓQUIAS DOS

SÉCULOS XIV E XV

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XXI Semana de História – UNESP/ Franca

Autor: Rodolfo Nogueira da Cruz

Orientadora: Prof.ª Dr.ª Susani Silveira Lemos França

Financiamento: FAPESP

Durante o século XIV e XV, os prelados castelhanos,

responsáveis pelos sínodos e concílios eclesiásticos, ordenavam

que os demais clérigos do reino atentassem para a educação

dos meninos das paróquias. Muitas vezes esses homens

atribuíam ao sacristão o dever de ensinar – dentro das igrejas e

em determinadas horas do dia – a ler, escrever e cantar nas

missas os meninos que tinham até quatorze anos. Também

estabeleciam nessas reuniões penas para o não cumprimento

das aulas e recomendações aos laicos para que enviassem os

mais novos às escolas paroquiais para que tomassem

conhecimento da doutrina e da gramática. A partir de livros

sinodais, escritos pelos bispos de Toledo, Cuenca, Ávila e

Segóvia nos séculos XIV e XV, é possível mapear algumas

questões sobre o viver e o cotidiano da prática de ensinar a

doutrina cristã no reino de Castela e em suas fronteiras.

*

A ÁGUA COMO SUSTENTO E AMEAÇA NAS VIAGENS

CASTELHANAS QUATROCENTISTAS

Autor: Waslan Saboia Araújo

Orientadora: Prof.ª Dr.ª Susani Silveira Lemos França

Financiamento: FAPESP

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XXI Semana de História – UNESP/ Franca

No decorrer do século XV o reino de Castela foi cenário de um

aumento de escritos que tratavam sobre viagens de homens

por terras alhures das fronteiras do habitual. Através da leitura

desses relatórios é possível notar como a prática do deslocar-se

por outras bandas constituiu uma atividade que impunha

desafios e percalços aos viajantes, principalmente no âmbito

do sustento físico ao longo dos trajetos. Uma vez dito isto, o

intuito desta apresentação é de sopesar o papel legado a

água dentro dessas viagens que, muitas vezes, levaram os

indivíduos a se deslocar por sítios ermos e inóspitos, nos quais

essa provisão era extremamente necessária. A proposta é a de

perscrutar menções sobre a água tanto como fator

indispensável para o prosseguimento dos périplos, como

também notar possíveis matizes onde esse recurso poderia ser

visto como ameaça para a viagem bem como para os

viageiros.

*

A ARTE DE ENSINAR OS FILHOS NOBRES NA CASTELA DOS

SÉCULOS XV E XVI

Autora: Yasmin de Andrade Leandro

Orientadora: Prof.ª Dr.ª Susani Silveira Lemos França

Financiamento: FAPESP

Entre o final do século XV e o início XVI, mostrou-se crescente o

interesse dos letrados e dos reis de Castela pela educação dos

nobres, em grande parte devido às leituras de obras que

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XXI Semana de História – UNESP/ Franca

vinham da Itália e da ida frequente de letrados para aquele

território. Através de alguns tratados contendo exemplos

virtuosos, foram estabelecidas pelos letrados castelhanos regras

para a educação dos filhos e filhas. Nosso objetivo principal,

nesta comunicação, é examinar esses tratados em que o

diálogo é estabelecido entre o pai e os filhos, procurando

ressaltar quais as ações que deveriam ser mais destacadas e

cuidadas ao longo da vida dos rapazes, com ênfase sobre

como tais noções novas ou retomadas foram recorrentes no

período. Os tratados selecionados sobre a educação dos

homens são: “Manera de criar a los hijos” e “De liberis

educandis”. Além da riqueza do seu conteúdo, tais tratados

foram escolhidos em razão da sua larga difusão na Península

Ibérica e por se apresentarem como uma espécie de “arte da

vida” destinada a projetar ideais de boa conduta.

ST 07 - Expectativas da modernidade e vivências políticas

nas sociedades americanas

O BRASIL DIMENSIONADO PELO FUTEBOL

Autor: Agnaldo Kupper

Orientador: Prof. Dr. Claudinei M. Magre Mendes

Não há como negar que, particularmente no Brasil, a prática

futebolística está inserida nas relações sociais e, como tal,

sujeita a novas participações, a novos sentidos e a novos

significados. Desta forma, é parte integrante das mudanças

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XXI Semana de História – UNESP/ Franca

engendradas pelo processo histórico brasileiro. Certo é que o

futebol é um reflexo do que somos e de como temos olhos ao

mundo. O futebol desenhou e desenha o Brasil, seja no

imaginário, seja no esvaziamento da luta sindical do primeiro

quartel do século anterior, seja nos planos diretores de cidades,

seja na integração do negro na sociedade brasileira (não sem

percalços e guinadas), seja sendo usado para afirmar a

ditadura militar, seja como ensaio para a abertura

democrática, seja ensaiando o “lulismo” (edificado nos jogos

de almoço das fábricas), seja representando a imagem do

Brasil nas Copas que venceu ou perdeu. Seja num 7 a 1.

*

DZI CROQUETTES E LAS YEGUAS DEL APOCALIPSIS:

HOMOSSEXUALIDADE, ARTE E POLÍTICA NAS DITADURAS

BRASILEIRA E CHILENA

Autor: Andrei Chirilã

Orientadora: Prof.ª Dr.ª Marisa Saenz Leme e

Prof.ª Dr.ª Onilda Alves do Carmo

Este artigo busca compreender e analisar as semelhanças e

diferenças relativas às vivências da comunidade homossexual

brasileira e chilena durante o período de governos ditatoriais

nos dois países por meio do estudo de dois grupos artísticos, as

Dzi Croquettes (Brasil) e Las Yeguas del Apocalipsis (Chile),

realizando uma reflexão não apenas de como os

questionamentos das noções tradicionais de gênero,

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XXI Semana de História – UNESP/ Franca

sexualidade e performatividade se fizeram presentes no meio

artístico em um período de extrema violência e

conservadorismo, mas também sobre o uso das manifestações

artísticas e da corporalidade como espaços e instrumentos de

atuação política e crítica ao autoritarismo.

*

CONSTITUCIONALISMO E MODERNIDADE POLÍTICA NO BRASIL

DA INDEPENDÊNCIA

Autor: Gustavo Garcia Toniato

Orientadora: Prof.ª Dr.ª Marisa Saenz Leme

Esta comunicação pretende apresentar a forma pelo qual o

discurso em torno de um ideal de constituição aparece nos

discursos das cartas publicadas na Imprensa Portuguesa que de

alguma forma circulou na América Portuguesa nos anos de

1820 à 1823, momento tanto de acelerada construção de um

espaço público de debates no Império Português quanto de

transformações políticas profundas, que acabaram por levar a

desagregação do Reino Unido. As cartas que utilizaremos estão

reunidas na coleção de panfletos Guerra Literária Panfletos da

Independência (1820-1823) Volume I Cartas, organizado por

José Murillo de Carvalho Lúcia Bastos e Marcello Basile.

*

A GUERRA DOS DEZ ANOS E A INDEPENDÊNCIA DE CUBA: UMA

ANÁLISE EM RAFAEL MARÍA MERCHÁN

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XXI Semana de História – UNESP/ Franca

Autor: Igor Henrique Batistella

Orientador: Prof. Dr. Marcos Alves de Souza

Voltada ao estudo da Guerra dos Dez Anos (1868-1878), conflito

que inaugura os grandes movimentos de luta pela

independência cubana, esta pesquisa visa compreender com

maior profundidade os acontecimentos ocorridos no

crepúsculo colonial da ilha. Para melhor retratar o momento,

trabalharei com o livro “Cuba: justificación de su Guerra de

Independência”, publicado nos primeiros anos da guerra final

de libertação (1895-1898) pelo jornalista Rafael María Merchán

(1844-1905). Em um trabalho marcadamente crítico, Merchán

denuncia os abusos e desgovernos da burocracia espanhola

na antilha, bem como a relação de exploração estabelecida

entre Madri e Havana. Busca-se compreender como o trabalho

de Merchán pode ter influenciado os rebeldes derrotados de

1878 a voltarem às armas, tendo-o como provável elemento

influenciador da separação junto a outros intelectuais cubanos

de fins do século XIX.

*

TEMPORALIDADE E EXPECTATIVA: O PERU DE MARIÁTEGUI E

FLORES GALINDO

Autor: Marcus Vinícius Furtado da Silva Oliveira

Orientador: Prof. Dr. Alberto Aggio

Financiamento: CAPES

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XXI Semana de História – UNESP/ Franca

O ensaísmo latino-americano marca a constituição de uma

temporalidade específica ao continente, fundada no

amálgama entre o tempo indígena e espanhol. Nessa

justaposição, a América Latina emerge como um espaço no

qual os traumas retroalimentam a expectativa do vir a ser

(FREDRIGO, BITTENCOURT, 2014). Nesse sentido, esse trabalho

procura pensar as expectativas peruanas do século XX tendo

como fonte os trabalhos de José Carlos Mariátegui, Sete Ensaios

de Interpretação da Realidade Peruana, de 1928, e de Alberto

Flores Galindo Buscando Um Inca, de 1986. Com isso,

pretendemos demonstrar como ambos os autores, dentro de

suas singularidades, partindo de uma leitura histórica acerca da

sociedade peruana, constroem uma expectativa para a

realização da modernidade peruana, marcada pela

possibilidade de um amálgama entre as tradições incaicas e

aquelas advindas da modernidade Ocidental.

*

LA IMPLEMENTACIÓN DEL ORDEN EN LA POLICÍA FISCAL DE

VALPARAÍSO - VALPARAÍSO (CHILE) 1896-1920

Autor: Vania Luz Cárdenas Muñoz

Universidad Nacional de La Plata, Argentina

La exposición se concentrará en los resultados de la

investigación efectuada en el marco de Magíster de Historia y

Ciencias Sociales denominado El orden Gañán: organización y

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XXI Semana de História – UNESP/ Franca

composición de la policía de Valparaíso, 1890-1920. En la

exposición se abordará la creación de las Policías Fiscales

(1896) el primer cuerpo policial chileno que funcionó bajo la

dependencia Estatal y las principales funciones desempeñadas

por los funcionários subalternos o guardianes en Valparaíso

hacia finales del siglo XIX e inicios del XX. Se revisarán las

principales funciones a cargo del personal encargado de la

vigilância poblacional en el principal puerto chileno de estos

años y las principales tensiones que se presentaron para la

organización de estos cuerpos policiales por parte del Estado.

Para la investigación, se consultaron comunicaciones oficiales

efectuadas entre la Intendencia y la Prefectura policial de

Valparaíso, ubicadas en el Fondo de Archivos de la Intendencia

de Valparaíso (Archivo Nacional, Santiago de Chile) y una

publicación oficial denominada Revista de Policía de

Valparaíso.

*

A SUBVERSÃO CONTRA O RECRUTAMENTO MILITAR NA

PROVÍNCIA DE SÃO PAULO (1875-1889)

Autor: Vinícius Tadeu Vieira Campelo dos Santos

Orientadora: Prof.ª Dr.ª Marisa Saenz Leme

Financiamento: CNPq

O presente trabalho visa problematizar a questão do

recrutamento militar na província de São Paulo durante o

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XXI Semana de História – UNESP/ Franca

Período Imperial. O recrutamento militar, tinha como

característica ser forçado e irregular, sendo destinado a uma

determinada parcela pobre da população (mendigos, libertos,

lavradores, criminosos e etc.) que não possuía alguma profissão

ou ofício bem determinado. Com a criação da Lei 2556 de 26 de

setembro de 1874 se institui que o recrutamento militar para o

Exército e Armada teria como base o sorteio universal. Com isso

a nova Lei alterou radicalmente a lógica que se tinha de

recrutamento até então, gerando assim uma reação popular

intensa em várias localidades do Império. Dentro disto,

analisaremos as notícias referentes às sedições na província de

São Paulo, desde relatórios de presidentes da província, jornais

que circulavam na época e uma autuação contra os sediciosos.

*

AS FERROVIAS NO CENTRO-SUL BRASILEIRO DE UMA

PERSPECTIVA DA GLOBAL HISTORY

Autor: Welber Santos

Orientadora: Prof.ª Dr.ª Andréa Lisly Gonçalves

Este artigo tem como objetivo a leitura contextual da

construção de ferrovias no Centro-Sul do Império do Brasil a

partir de uma perspectiva que extrapole os limites do Estado

Nacional. A partir de tal perspectiva, o caráter internacional e

as relações internacionais, as influências atlânticas no que

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XXI Semana de História – UNESP/ Franca

concerne à expansão dos avanços da chamada "revolução

industrial" e temas afins a serem observados num jogo de

escalas que conecta o industrialismo e a expansão do

capitalismo industrial oitocentista e como se dão suas

influências regionais e as conexões entre agentes que se

movimentam num espaço que vai além das fronteiras

nacionais. A expansão técnica ferroviária no século XIX de uma

perspectiva global e as variações nas relações internacionais

num âmbito regional a partir da observação de como se dão

as mudanças nos contratos de mão-de-obra em setor

altamente especializado e com demandas de novo tipo, que

demandam novas perspectivas de mercado financeiro, de

associação, de administração pública e de contratos

internacionais.

ST 08 - Narrativas da História: o espaço fronteiriço entre

História e Literatura

HISTÓRIA, LITERATURA E LÍNGUA: REFLEXÕES SOBRE O PASSADO

BRASILEIRO

Autora: Beatriz Rodrigues

Orientadora: Prof.ª Dr.ª Márcia Naxara

Financiamento: CAPES

Por meio de registros literários, proponho analisar algumas

discussões suscitadas em torno da língua portuguesa no Brasil

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XXI Semana de História – UNESP/ Franca

entre os anos de 1880 e 1930. José de Alencar, Mário de

Andrade, Monteiro Lobato, Olavo Bilac e José Verissimo são

apenas alguns dos escritores que trataram da língua em suas

produções. Temas como a alteridade entre Brasil e Portugal, a

influência estrangeira, a estética, o vocabulário e a ortografia

nos fazem refletir sobre aspectos importantes da cultura

brasileira, tais como: as tensões entre o popular e o erudito na

prática cotidiana, os aspectos identitários, as noções de

progresso, civilidade e civilização, dentre outros. Trata-se,

portanto, de uma proposta de trabalho que procura integrar

história, literatura e língua para refletir o passado brasileiro.

*

O PRIMEIRO ROMANCE DE GILBERTO FREYRE: CARACTERÍSTICAS

E IMPLICAÇÕES

Autor: Bruno Cesar Cursini

Orientador: Prof. Dr. Alexandre de Sá Avelar

Financiamento: CAPES

O objetivo deste trabalho é investigar a obra de ficção de

Gilberto Freyre, selecionando um de seus romances, dona sinhá

e o filho padre, compreendendo assim os usos que este autor

faz da narrativa e lançando algumas luzes sobre sua

concepção da natureza da investigação historiográfica e da

prática sociológica. Acreditamos que com o cotejamento de

outras fontes referentes a Gilberto Freyre – diário pessoal,

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XXI Semana de História – UNESP/ Franca

autobiografia e cartas – é possivel mapear-se a gênese de seus

trabalhos como ficcionista, e também explicar os temas

explorados por ele nestes trabalhos. Por entendermos que o

romance de Freyre compõe seu espaço autobiográfico

também é inevitável que remetamos à discussão acerca dos

textos autorreferencias, sua relação com a memória, o que

representam para a literatura e para a história e as

particularidades metodológicas de seu uso como fonte.

*

A ASSIMILAÇÃO DA CRÍTICA MODERNA NA OBRA LITERÁRIA DE

SÍLVIO ROMERO

Autor: Cícero João da Costa Filho

Orientador: Prof. Dr. Marcos Silva

Analisando o Brasil à luz das ideais naturalistas, tendo por base

o pensamento de Buckle, Comte e Taine, Sílvio ressalta a

importância da Crítica Moderna na confecção de seu projeto

nacional. Somente classificando as determinadas áreas do

conhecimento em ciências e quase ciências, aderindo à

Crítica como recurso metodológico envolto por sua teoria da

mestiçagem e pela lei do mais forte, somada a influência do

meio e da raça, é possível compreender o modelo de Crítica

adotado pelo bacharel para empreender sua leitura de Brasil.

Leitor de tantas correntes de ideias e baseando-se no criticismo

de fundamentação kantiana para sustentar suas análises,

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XXI Semana de História – UNESP/ Franca

Romero investigou o Brasil a par das teorias do positivismo, do

evolucionismo e do determinismo europeu, apontando as

caudas do atraso do país, seus os remédios, e assim, propondo

um novo projeto para uma nação moderna.

*

A ESCRITA FICCIONAL DE CARLOS HEITOR CONY DURANTE A

DITADURA MILITAR NO BRASIL

Autor: Crhistophe Barros dos Santos Damazio

Orientadora: Prof.ª Dr.ª Márcia Pereira da Silva

Financiamento: CAPES

Neste trabalho discutiremos como a literatura, especialmente o

gênero do romance, se transformou em um meio de

representação e debate das questões políticas e sociais mais

polêmicas do período ditatorial no Brasil. Nosso objeto de

estudo é a escrita de Carlos Heitor Cony, em especial, as obras

Pessach: a travessia e Pilatos. Nesses livros, temas como o papel

dos intelectuais, a luta armada, a repressão do governo e as

transformações na cultura brasileira compõem o pano de

fundo das narrativas. O romance Pessach: a travessia, de 1967,

retrata a “luta esperançosa” de integrantes de grupos armados

de oposição ao governo. Já Pilatos, de 1974, período de maior

repressão da ditadura brasileira, retrata um momento de

desilusão entre aqueles que se opuseram aos militares. Nosso

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XXI Semana de História – UNESP/ Franca

trabalho pretende percorrer o caminho de oposição ao

autoritarismo no Brasil por meio escrita de Carlos Heitor Cony.

*

A HISTÓRIA NA HISTÓRIA: UMA LEITURA DE DESDE QUE O SAMBA

É SAMBA

Autor: Gabriel Capelossi Ferrone

Orientadora: Prof.ª Dr.ª Juliana Santini

Este trabalho propõe uma reflexão sobre como a narrativa

literária estabelece uma relação de apropriação da narrativa

histórica, especialmente em Desde que o samba é samba,

segundo romance de Paulo Lins, publicado em 2012. A

discussão se centrará em apontar como o autor constrói a

ficcionalização do nascimento e desenvolvimento do Samba e

da Umbanda na obra, a partir de uma confluência entre figuras

pertencentes à historiografia do imaginário popular e

personagens pertencentes à ordem da criação literária. Para

tanto, serão revisitadas as discussões de Aristóteles, sobre a

diferença de papeis do historiador e do poeta (romancista), e

de Walter Scott e György Lukács, com princípios e teorizações

do romance histórico.

*

JORGE AMADO E PIERRE VERGER: UM ENCONTRO ENTRE

LITERATURA E FOTOGRAFIA

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XXI Semana de História – UNESP/ Franca

Autor: Eudes Marciel Barros Guimarães

Orientadora: Prof.ª Dr.ª Márcia Regina Capelari Naxara

Financiamento: CAPES

Pierre Verger costumava contar que “descobriu” o Brasil através

do romance Jubiabá, de Jorge Amado, publicado na França

sob o título Bahia de tous les saints (1938). Em 1946, Verger

desembarca em Salvador e começa a fazer os seus primeiros

trabalhos para a revista O Cruzeiro. Do seu interesse pela capital

baiana resultaram diversas fotografias dentre as quais muitas

foram posteriormente reunidas no livro Retratos da Bahia (1980).

Essas imagens nos remetem ao universo da literatura amadiana,

em que as ruas da cidade são praticadas pelos populares que,

por sua vez, lhes dão vida, dinamismo e identidade. Uma leitura

comparativa das fotografias de Pierre Verger (Retratos da

Bahia) e da literatura de Jorge Amado (Jubiabá) constitui o

objetivo desta comunicação, de modo a considerar

especialmente a dimensão histórica impregnada em tais

imagens fotográficas e literárias.

*

A JUSTIÇA PERÍODO JOANINO EM MEMÓRIAS DE UM

SARGENTO DE MILÍCIAS

Autor: Gustavo de Mello Sá Carvalho Ribeiro

Orientador: Prof.ª Dr.ª Maria Célia de Moraes Leonel

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XXI Semana de História – UNESP/ Franca

Financiamento: CAPES

Pretende-se, com o trabalho, verificar como a justiça brasileira

é representada em Memórias de um sargento de milícias de

Manuel Antônio de Almeida, narração de tipos da sociedade

brasileira do século XIX, em que a relevância do tema da justiça

nacional se encontra, por exemplo: a) na forte presença da

classe dos meirinhos, na qual se inclui o pai do protagonista,

Leonardo Pataca, e, a partir de tal classe, o retrato do sistema

judiciário e do processo judicial; b) na personagem D. Maria,

cuja "mania de demandas" representa a cultura da sentença

que segue a sociedade brasileira ainda hoje; c) na dialética

"ordem e desordem", como bem ensina Antonio Candido, uma

vez que o direito é instrumento estatal para a manutenção da

ordem; assim, mesmo o personagem Major Vidigal, que

representa a maior fonte de ordem entre as personagens -

chega-se a dizer a ele, ao longo da narrativa: "[...] o que é a lei,

se o Sr. major quiser?" - rende-se à desordem, aceitando

satisfazer um pedido de uma mulher por quem se interessava.

O embasamento teórico é agrupado em três linhas:

primeiramente, ensaios críticos sobre o autor e sobre o corpus,

dentre os quais se destaca "Dialética da malandragem" de

Antonio Candido; em segundo lugar, estudos sobre teoria,

filosofia, história e sociologia do direito, como Teoria e

sociologia do direito de Aurélio Wander Bastos; e, finalmente,

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XXI Semana de História – UNESP/ Franca

balizas teóricas sobre aspectos da narrativa, como o Discurso

da narrativa de Gérard Genette.

*

SOB O OLHAR DE VERONICA: A LÍRICA POÉTICA DO AMOR NO

CINQUECENTO

Autor: João Paulo Ribeiro Beraldo

Orientador: Prof. Dr. Yllan de Mattos

O Renascimento italiano foi um período de grandes

transformações, tanto nas artes, mais conhecidas, quanto na

política, sociedade, entre outras. A literatura também teve seus

grandes expoentes, desde Dante Alighieri a Pietro Aretino, são

nomes aclamados até hoje e que tiveram excelentes e

impostíssimas contribuições. Mas, quanto às mulheres, elas

tiveram a oportunidade de se expressar? E mais: de se expressar

publicamente? Neste trabalho, apresentaremos duas poetisas

do século XVI, Veronica Gambara (1485 - 1550) e Veronica

Franco (1546 - 1591), que expuseram em seus poemas a lírica

amorosa. Assim, pretendemos apontar as diferenças e

semelhanças entre essas duas poetisas através da análise das

obras Rime (1530), de Veronica Gambara, e Terze Rime (1575),

de Veronica Franco.

*

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XXI Semana de História – UNESP/ Franca

LITERATURA E NACIONALISMO ITALIANO NAS ESCOLAS DE

IMIGRANTES EM JUIZ DE FORA – MG

Autora: Mariana Eliane Teixeira

O tema Imigração Italiana no Brasil é amplo, possibilitando uma

série de indagações históricas. O artigo em questão volta-se

para uma abordagem pouco explorada, que é a da

educação dos imigrantes e dos seus filhos no Brasil e a relação

das escolas dos imigrantes com o governo da Itália. Nesse caso

em específico, nos dedicaremos a analisar as obras literárias

enviadas periodicamente pelo governo italiano às escolas

Umberto Primo e Regina Margherita, em Juiz de Fora, Minas

Gerais, ressaltando até que ponto o governo italiano mostrava-

se preocupado com a educação dos emigrados. Em linhas

gerais, o conteúdo das obras enviadas transitava entre

conteúdos propedêuticos e literatura e procuravam construir

e/ou reforçar um sentimento de pertença entre aqueles que

emigraram e o seu país de origem, reforçando o sentimento de

italianidade entre os emigrados e seus filhos.

*

JOHAN HUIZINGA E OS IDEAIS HISTÓRICOS DE VIDA

Autor: Renato Ferreira Lopes

Orientador: Prof. Dr. Cássio da Silva Fernandes

Financiamento: CAPES

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XXI Semana de História – UNESP/ Franca

Conceitos históricos convertidos em imagens, exemplos dignos

de imitação ou símbolos culturais inspiradores podem ser fatores

determinantes no desenvolvimento de culturas, estados ou

indivíduos? E se forem, muito dos ideais políticos, econômicos e

culturais não advém de suas ligações com a História? Esses

questionamentos foram feitos por Johan Huizinga (1872-1945)

em sua aula inaugural na Universidade de Leiden, Holanda, em

janeiro de 1915. Publicada no mesmo ano, sob o título de Os

ideais Históricos de Vida, a conferência tinha o propósito de

tratar da “influência da História na História”, partindo do

distante exemplo de Carlos o Temerário (1433-1477) para

discutir o fenômeno do Nacionalismo, elemento determinante

na Primeira Guerra Mundial, iniciada no ano anterior. Visamos

aqui apresentar a questão dos revivals na cultura da

apresentação e o lugar das imagens e da Literatura no

conhecimento histórico segundo Huizinga, autor do clássico O

outono da Idade Média (1919) e ainda pouco debatido em

terras brasileiras.

*

“O AFRICANO”: DILEMAS HISTÓRICOS, LITERÁRIOS E SOCIAIS DE

UM JORNAL MOÇAMBICANO (1908-1919)

Autor: Thiago Henrique Sampaio

Orientador: Prof. Dr. Paulo Cesar Gonçalves

Financiamento: CNPq

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XXI Semana de História – UNESP/ Franca

A tipografia em Moçambique surgiu a partir da década de

1850, primeiro na Ilha de Moçambique e posteriormente nas

regiões de Inhambane, Lourenço Marques e Quelimane. Essas

primeiras publicações eram a serviço dos interesses da

colonização portuguesa. Ao final do século XIX e primeira

década do XX começaram a se desenvolver uma imprensa

oriunda de uma elite negra local. Esse grupo buscava

denunciar os abusos, corrupções e desleixos da administração

colonial lusitana em território moçambicano. Um deste

periódicos foi “O Africano”, que surgiu em 1908 como

propriedade do Grêmio Africano de Lourenço Marques e durou

até 1919. O presente trabalho buscar discutir as

potencialidades de pesquisa existente dentro de um jornal

moçambicano e seus dilemas históricos, literário e sociais

presentes em sua escrita.

*

IGNÁCIO DE LOYOLA BRANDÃO:

REFLEXÕES SOBRE TEMPO, HISTÓRIA E MEMÓRIA.

Autora: Vera Lúcia Silva Vieira

Orientadora: Prof.ª Dr.ª Márcia Naxara

Financiamento: CAPES

A partir de diferentes registros textuais, procuro investir sobre a

produção do escritor e jornalista Ignácio de Loyola Brandão.

Recorro ao diálogo com seus escritos no sentido de

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XXI Semana de História – UNESP/ Franca

problematizar as redes tecidas entre memória, tempo e história,

indagando sua escrita política e seu papel na construção de

múltiplas sensibilidades urbanas, bem como seu exercício de

apreensão, testemunho e registro do tempo. Pautando-me por

uma leitura histórica, recorto narrativas que figuram percursos,

itinerários e viagens, sublinhando nos escritos a capacidade de

enunciar complexos meandros entre razão e sentimentos,

desejos, medos, indiferenças e humilhações; multifacetadas

dimensões da condição humana que dizem respeito a formas

de experiência estética, sensível e histórica.

ST 09 - Dimensões do Império: administração, sociedade e

política no Atlântico português

SEM REI E SEM ESCRAVOS: LUIZ GAMA E OS “ESTADOS UNIDOS

DO BRASIL”

Autora: Adrielli de Souza Costa

Orientador: Prof. Dr. Ricardo Alexandre Ferreira

Financiamento: CNPq

É sabido que o processo de construção da escravidão como

uma instituição indesejável no Brasil do oitocentos contou com

diversos nomes e, dentre eles, alguns são destacados pela

historiografia especializada na temática, como o literato e

jornalista Luiz Gonzaga Pinto da Gama (1830-1882). Figuras

como Joaquim Nabuco compartilhavam o apoio ao poder

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XXI Semana de História – UNESP/ Franca

monarquista ao mesmo tempo que defendiam a extinção do

cativeiro africano no Brasil. Por outro lado, Luiz Gama teve

grande participação nas campanhas republicadas entre os

anos 60 e 80 do XIX. Deste modo, a comunicação aqui

proposta, tendo como base os escritos de Luiz Gama,

veiculados em jornais da época, bem como alguns de seus

poemas, visa identificar uma possível relação entre os

argumentos republicanos e abolicionistas do literato. Planejava

o literato uma mudança conjunta das duas grandes estruturas

de poder do Brasil oitocentista?

*

MUITOS ENGENHOS E POUCA CANA: O AÇÚCAR NA BAHIA NO

SÉC. XVII

Autor: Marcelo Lunardi do Carmo

Orientador: Prof. Dr. Daniel Strum

Na segunda metade do século XVII, os senhores dos engenhos

reais do Recôncavo enfrentavam sérias dificuldades com a

falta de cana. A construção de novos engenhos, conhecidos

como engenhocas menores e movidos a tração animal, era

vista como a principal causa do problema. Em 1660

autoridades da Câmara de Salvador encaminharam uma

representação ao Conselho Ultramarino, na qual pediam a

proibição de instalação de novos engenhos à beira-mar,

argumentavam que esses concorriam com os já instalados

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XXI Semana de História – UNESP/ Franca

pelas canas dos lavradores, situação que estava arruinando a

todos. Os proprietários, e pessoas interessadas na instalação, de

novos engenhos posicionaram-se contrários a proibição,

alegavam que o veto a construção de novas unidades

prejudicaria a ocupação do território. Seguiu-se um debate

entre a autoridades coloniais, polarizado entre os que

defendiam a proibição e os que a condenavam.

*

INQUISIÇÃO E ESCRAVIDÃO: SENHORES E ESCRAVOS NOS

DOCUMENTOS DO SANTO OFÍCIO PORTUGUÊS

Autora: Monique Marques Nogueira Lima

Orientador: Prof. Dr. Ricardo Alexandre Ferreira

Financiamento: CAPES

O Santo Ofício da Inquisição se configurou como uma

instituição que, em Portugal e seus domínios, atuou na repressão

das heresias e na consolidação da moral católica. Ao agir

contra os desvios da fé, este Tribunal julgou e condenou

diferentes homens e mulheres, no reino e nas colônias. Dentre a

tipologia de acusados, não foi incomum encontrar casos de

escravas e escravos penitenciados pelos inquisidores; também

não foi incomum encontrar, nos processos que registravam sua

atuação e nos cadernos do promotor da Inquisição, elementos

da relação entre esses homens e seus senhores. Na colônia

americana, especialmente, inúmeros africanos foram

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XXI Semana de História – UNESP/ Franca

denunciados pelos crimes de feitiçaria, sodomia, além da

condenação das práticas de religiosidade. A partir das fontes

inquisitoriais, portanto, esta comunicação pretende abordar a

relação possível entre duas instituições importantes do Império

português - a Inquisição e a Escravidão -, com atenção aos

aspectos que demonstram a ligação entre escravos e seus

senhores.

*

COMO CRUZAR O ATLÂNTICO: DO CORREIO-MOR AO

CORREIO MARÍTIMO (SÉC. XVII-XVIII)

Autor: Romulo Valle Salvino

Orientador: Prof. Dr. Tiago Luís Gil

Nos séculos XVII e XVIII, registraram-se várias iniciativas visando

a regular a comunicação escrita entre Portugal e a América.

Entre elas, as nomeações de assistentes do correio-mor para os

principais portos americanos, bem como as tentativas

malogradas de se implantar o transporte de correspondências,

por meio de paquetes, fora do regime das frotas. Todavia,

somente com as reformas do final do século XVIII seriam

estabelecidas ligações postais regulares entre os dois lados do

Atlântico. Tais projetos geraram resistências, não só devido a

interesses particulares, mas também como fruto de distintas

visões sobre a articulação geopolítica da monarquia. Este

trabalho busca oferecer uma visão geral sobre o assunto, de

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XXI Semana de História – UNESP/ Franca

modo a contribuir para história institucional dos sistemas de

comunicação escrita, cuja evolução indicia mudanças no

próprio funcionamento do império português.

*

A ADMINISTRAÇÃO POMBALINA E A LEGITIMAÇÃO DA

FRONTEIRA NORTE BRASILEIRA

Autora: Vanessa Pultrini Rovaris

Orientador: Prof. Dr. Guilherme Grandi

O presente estudo visa apresentar os aspectos iniciais da

pesquisa em andamento, desenvolvida em nível de Mestrado,

sobre a introdução do cultivo do arroz branco nas Capitanias

do Grão-Pará e Maranhão, durante o século XVIII e a respectiva

questão do abastecimento da colônia e da Metrópole.

*

O TERRITÓRIO DE SÃO PAULO E A GARANTIA DA SOBERANIA

PORTUGUESA NO CENTRO-SUL DO BRASIL NA PRIMEIRA METADE

DOS SETECENTOS

Autor: William de Andrade Funchal

Financiamento: FAPESP

No século XVIII, a preocupação em garantir a autoridade

portuguesa nas fronteiras centro-sul do Brasil, por meio de um

grande projeto geopolítico pautado no estabelecimento de

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XXI Semana de História – UNESP/ Franca

um novo acordo de limites com a Espanha (Tratado de Madri,

1750), fez com que Portugal deixasse o aparato burocrático-

administrativo da colônia sob um único mando: o Rio de

Janeiro. Contudo, tal organização modificou sobremaneira a

ex-capitania vicentina, que viu grande parte de seu território ser

desmembrado. Assim, a presente comunicação tem como

objetivo compreender como a busca pela soberania das

fronteiras meridional e ocidental do Brasil na primeira metade

dos Setecentos afetou o aspecto político-territorial de São

Paulo.

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ST 01 /

ST 11

2 ano SS

Sala 22

ST 02

4 ano SS

Sala 24

ST 03

3 ano SS

Sala 23

ST 04

5 ano direito

sala 25

ST 05

1 ano SS

Sala 21

ST 06

4 ano Historia

Sala 20

ST 07

2 ano História

Sala 18

ST 08

1 ano História

Sala 16

Tatiana Thiago Rudi Fernando Ilana Peliciari João Paulo Castro Santos Beraldo Nelcivan Amanda

Alessandro Sousa Paula Sposito Peruchi Renato Lopes Dias

Luis Manhani Danielle Mariana Thiago

TERÇA Gabriel Mercuri Cintra Sampaio

17/10 Passold Thales Alecrim

Chrislaine Íris Cristina Mariana

Damasceno Fabri Teixeira

Maria Emilia Janaina

José Salvador

Alex Rogério

Silva

William Thiago Fidelis Gerson Estevão Luz Gustavo Beatriz Funchal Coppes Garcia Rodrigues Eduardo Luiz Henrique

Rômulo Vale Barros Filho Walkiria Silva Silva Vinicius Cícero Filho

QUARTA Santos

18/10 Marcelo Wellington Leandro Gustavo

Carmo Oliveira Andrade Caio Vioto Igor Batistella Ribeiro

Vanessa Diana de Gueise de Pedro Aubert

Bruno Cursini

Rovaris Almeida Novaes

Leonardo Bruna Aline

Santos Rodrigues Menoncello

Lucas Bruno Amanda C. Agnaldo Eudes

Semeão Guaraldo Amanda S.

Waslan A.

Kupper Guimarães

QUINTA Gabriel Carlos Neres Rodolfo C. Andrei Chirilã Crhistophe

19/10 Gurian Yasmim L. Damazio Julia Souza Letícia A. Marcus

Viviane Dias Oliveira Vera Lucia Vieira

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Índice de autores ALECRIM, T. R. 50

ALMEIDA, D. S. 41

ALMEIDA, L. G. A. 71

ALMEIDA, P. S. 57

ALVES, R. C. 5; 12

ANDRADE, C. C. V. 60

ANDRADE, L. L. 48

ARAÚJO, V. L. 7; 10

ARAUJO, W. S. 73

AUBERT, P. G. 68

BARROS FILHO, E. A. 42

BATISTELLA, I. H. 78

BERALDO, J. P. R. 89

BERGAMASCHINE, G. N. 47

CARDOSO, J. S. 65

CARMO, M. L. 94

CARVALHO, B. L. P. 6; 10

CASTRO, T. C. 44

CHIRILÃ, A. 76

CINTRA, M. P. 67

COPPES JR., G. R. 46

COSTA FILHO, C. J. 84

COSTA, A. S. 93

CRUZ, R. N. 72

CURSINI, B. C. 83

DAMASCENO, C. J. 54

DAMAZIO, C. B. S. 85

DIAS, A. H. C. 39

DIAS, V. S. 38

DUARTE, R. C. 5; 22

ENDERS, A. 6; 8

FERRONE, G. C. 86

FIDELIS, T. 44

FRANCISCO, A. C. 69

FUNCHAL, W. A. 97

GUIMARÃES, E. M. B. 86

GURIAN, G. F. 36

JOSÉ, M. E. G. 57

KUPPER, A. 75

LEANDRO, Y. A. 74

P á g i n a | 100

LIMA, M. M. N. 95

LOPES, R. F. 90

LUZ, E. M. M. 62

MACHADO, D. V. 5; 17

MANHANI, L. R. 48

MÉRCURI, D. O. 55

MUÑOZ, V. L. C. 79

NICOLAZZI, F. 6; 9

OLIVEIRA, J. S. 65

OLIVEIRA, M. V. F. S. 78

OLIVEIRA, W. A. 45

PAIVA, I. C. F. 64

PASSOLD, G. 43

PEIXOTO, P. B. 69

PERUCHI, A. 58

RIBEIRO, G. M. S. C. 87

ROCHA, I. P. 63

RODRIGUES, B. 82

RODRIGUES, B. C. M. 40

ROVARIS, V. P. 97

RUDI, T. A. M. 51

SABINO, A. M. 70

SALVINO, R. V. 96

SAMPAIO, T. H. 91

SANTOS, C. H. S. 61

SANTOS, F. P. 56

SANTOS, L. S. 37

SANTOS, V. T. C. 80

SANTOS, W. 81

SEMEÃO, L. A. 38

SILVA, L. H. S. 66

SILVA, W. O. 52

SILVEIRA, B. G. P. 60

SOUSA, N. F. 49

TEIXEIRA, M. E. 90

TONIATO, G. G. 77

TOZZI, V. 7; 8

TRINDADE, J. B. 7; 11

VIEIRA, V. L. S. 92

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XXI Semana de História – UNESP/ Franca

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XXI SEMANA DE HISTÓRIA DA UNESP

Faculdade de Ciências Humanas e Sociais

Campus de Franca

USOS PÚBLICOS E POLÍTICOS DA

HISTÓRIA E O PAPEL DO HISTORIADOR

16 a 19 de outubro de 2017

Local:

Faculdade de Ciências Humanas e Sociais – FCHS

UNESP/ Franca

Realização:

Departamento de História

Programa de Pós-Graduação em História – UNESP/Franca

Inscrições:

http://www.inscricoes.fmb.unesp.br/index.asp?configurar

=true&codEvento=8336

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XXI Semana de História – UNESP/ Franca

Comissão Organizadora:

Prof.ª Dr.ª Karina Anhezini

Prof. Dr. Ricardo Alexandre Ferreira

Prof.ª Dr.ª Ana Carolina de Carvalho Viotti

Prof.ª Dr.ª Daiane Vaiz Machado

Viviane Cristina Simões Baldochi

Comitê Científico:

Prof.ª Dr.ª Denise Aparecida Soares de Moura

Prof. Dr. Jean Marcel Carvalho França

Prof. Dr. José Adriano Fenerick

Prof.ª Dr.ª Karina Anhezini

Prof.ª Dr.ª Márcia Regina Capelari Naxara

Prof. Dr. Marcos Sorrilha Pinheiro

Prof.ª Dr.ª Marisa Saenz Leme

Prof. Dr. Ricardo Alexandre Ferreira

Prof.ª. Dr.ª Tânia da Costa Garcia

Comissão Organizadora Discente:

Marina Rodrigues Tonon (Doutoranda)

Thiago Augusto Modesto Rudi (Doutorando)

Gerson Ribeiro Coppes Jr. (Doutorando)

Luís Roberto Manhani (Graduando)

Nelcivan Francisco de Sousa (Graduando)

Monitoria:

Aline do Nascimento Aguiar

Anna Luiza Veríssimo

Arielly Janaina Galiciani de Souza

Bárbara Benati Luvizotto

Caroline Hespporte Rodrigues

Danielle Cortes Queiroz

Felipe Dvulathca de Paiva

Fernando Eduardo Strabelli Guilherme Andrade dos Santos

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XXI Semana de História – UNESP/ Franca

Janaina Salvador Cardoso

Joyce Nader Altenfelder Silva

Julia Amad Campiotti

Julia Souza Oliveira

Kevin Andrade Oliveira

Luis Felipe Carnevalli

Matheus Ramalho -

Rodolfo Nogueira da Cruz

Taciana Chen

Victor Ferreira Pinto

Victória Siqueira Pereira

Vinícius Amorim Prado

Identidade Visual:

Luís Roberto Manhani

Formatação e revisão de material:

Profa. Dra. Ana Carolina de Carvalho Viotti

Janaina Salvador Cardoso

Rodolfo Nogueira da Cruz

Apoio e financiamento