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XXIII CONGRESSO DE SECRETÁRIOS MUNICIPAIS DE SAÚDE
DO ESTADO DE SÃO PAULO26/03/2009
REDE DE ATENÇÃO À SAÚDE
Prof. Dra Vânia Barbosa do Nascimento
POLÍTICA DE ESTADO
REDES DE ATENÇÃOREDES DE ATENÇÃO À SAÚDEÀ SAÚDE
PRODUZIR SAÚDE
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
Política de Saúde como Política de Estado
Resultante do exercício do poder e da racionalidade técnica na escolha de prioridades e no modo de organização dos processos de intervenção sob a autoridade e responsabilidade do Estado para fazer frente às demandas da saúde.
REDE DE ATENÇÃO À SAÚDE
Portanto, uma Rede de Atenção à Saúde deve Portanto, uma Rede de Atenção à Saúde deve ser entendida como uma forma de se produzir ser entendida como uma forma de se produzir saúde.saúde.
Apresenta uma Apresenta uma dimensão tecnológica e de dimensão tecnológica e de saberes. saberes.
É um É um projeto políticoprojeto político, conformado a partir , conformado a partir de um determinado contexto social, político e de um determinado contexto social, político e econômico. econômico.
Avanços na conformação do Projeto Político da Saúde conquistados pela sociedade e inscritos
na Constituição de 1988:
Conceito Ampliado de SaúdeDireito e Dever do EstadoUniversalidadeDescentralização político-administrativaParticipação Social
Racionalidade Técnica presente na Constituição
Atendimento Integral; Prioridade às ações preventivas, sem prejuízo
dos serviços assistenciais;As ações e serviços públicos de saúde
integram uma rede regionalizada e hierarquizada da atenção, constituindo um sistema único.
A influência do contexto na formulação das estratégias que orientaram as diretrizes constitucionais
• Década de 70 – Crise dos sistemas de saúde: Ineficácia, ineficiência, ineqüidades e crise de credibilidade, face à transição demográfico-epidemiológica: envelhecimento e mudança nos padrões nosológicos, medicalização, desenvolvimento tecnológico e explosão de custos e gastos com a assistência médica-hospitalar.
• Novas concepções do processo saúde-doença-cuidado, mais globalizantes, articulando saúde e condições de vida.
• Conferência - Internacional sobre Atenção Primária de Saúde (1978) – Declaração de Alma Ata
• Saúde para Todos no Ano 2.000 (1977) – 30a. Assembléia Mundial de Saúde
Estratégias para alcançar saúde para todos
• Educação dos problemas de saúde prevalentes; prevenção e controle.
• Suprimento de alimentos e nutrição adequada.• Abastecimento de água e saneamento básico apropriados.• Atenção materno-infantil, incluindo o planejamento familiar.• Imunizações contra as principais doenças infecciosas.• Prevenção e controle de doenças endêmicas.• Tratamento apropriado das doenças comuns e dos acidentes.• Distribuição de medicamentos básicos.
• 1986 – Carta de Ottawa sobre Promoção da Saúde I Conferência Internacional sobre Promoção da Saúde (Canadá)
Década 70 – Contexto BrasileiroIntensa mobilização, críticas e análises
questionando as características do modelo assistencial hegemônico
Modelo previdenciárioDecisão centralizadaHospitalocêntricoDesigualdade no acesso (direito restrito)Dicotomizado (prevenção X cura)Concentrado em grandes centros urbanosMercantilizadoPrecário controle público e social
Década 70 – Contexto Brasileiro
Modelos alternativos de atenção apoiados por agências internacionais (OPAS), universidades estados e municípios:
Projeto Montes Clarosmedicina comunitária;Ênfase na atenção primária;Interiorização de serviços de saúde;participação comunitária;prioridade às populações carentes
A Constituição incorporou o resultado de toda a mobilização em torno da questão saúde partindo do
pressuposto que:
A produção de saúde envolve tanto a execução de políticas sociais e
econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos, como também o acesso às ações e serviços
visando a promoção, proteção e recuperação da saúde.
O SUS e os desafios no seu processo de implantação
Crescente e acelerada incorporação tecnológica; Envelhecimento da população; Difusão da informação; Novos padrões de consumo; Interesses corporativos; Fragmentação da atenção à saúde da população; Altos custos e recursos escassos Mudança no perfil epidemiológico: Transtorno Mental ,
Causas Externas, Agravos Crônicos, Doenças Infecciosas, etc.
Interdependência e necessidade de convergência de tecnologias na produção de saúde
Exigência da gestão das redes e de unidades de atenção do SUS
O sistema de atenção à saúde
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“.... os serviços de saúde devem estar distribuídos otimamente no espaço, segundo níveis primário, secundário e terciário. Se a atenção primária deve necessariamente ser prestada o mais descentralizadamente possível, os níveis secundário e terciário organizam-se obedecendo aos princípios de disponibilidade de recursos e de economia de escala. É irracional descentralizar, no limite, serviços de maior densidade tecnológica como atenção hospitalar, atenção ambulatorial especializada, sistemas de apoio diagnósticos e terapêutico, etc” (MENDES, (1998:33).
A conformação das redes de atenção à saúde
Redes de Atenção à Saúde são arranjos organizativos de serviços e ações de saúde, de
diferentes densidades tecnológicas, que integradas por meio de sistemas de apoio
diagnóstico, de logística e de gestão, buscam garantir a integralidade do cuidado em um
dado espaço territorial.
Os avanços do SUS na formulação de estratégias à conformação da rede de atenção à saúde
Promoção da SaúdeAtenção Primária à SaúdeMédia e Alta ComplexidadeProgramas e Ações de SaúdeRegionalização
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Hierarquização e regionalização da atenção à saúde
HC/referência terciária
Hospital geral
Ambulatórios Especializados
UBS/PSF
Município A
Município B
Procura o fortalecimento da atenção por meio da ampliação do acesso, a qualificação e reorientação das práticas de saúde embasadas na Promoção da Saúde. Apresenta melhores resultados em saúde, maior satisfação dos usuários, maior eqüidade em saúdee menores custos.
ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
PRESSUPOSTOS DA ORGANIZAÇÃO DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
ADSCRIÇÃO DE CLIENTELADefinição precisa do território de atuação
TERRITORIALIZAÇÃOMapeamento da área, compreendendo segmento populacional
determinado
DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO DE SAÚDE DA POPULAÇÃOCadastramento das famílias e dos indivíduos, gerando dados que
possibilitem a análise da situação de saúde do território
PLANEJAMENTO BASEADO NA REALIDADE LOCALProgramação das atividades segundo critérios de risco à saúde,
priorizando solução dos problemas
INTERDISCIPLINARIDADE: Trabalho interdisciplinar, integrando áreas técnicas e profissionais de diferentes formações;
VINCULAÇÃO: Participação na dinâmica social das famílias assistidas e da própria comunidade;
VALORIZAÇÃO DOS DIVERSS SABERES E PRÁTICAS: pressupõe abordagem integral e resolutiva, possibilitando a criação de vínculos de confiança com ética, compromisso e respeito;
INTEGRALIDADE: Assistência integral, continua e organizada, à população adscrita, com garantia de acesso a recursos complementares;
PARTICIPAÇÃO SOCIAL: Participação da comunidade no planejamento, execução e avaliação das ações;
INTERSETORIALIDADE: Trabalho intersetorial, integrando projetos sociais e setores afins, voltados para a promoção da saúde
FORTALECIMENTO DA GESTÃO LOCAL: Apoio a estratégias de fortalecimento da gestão local.
INTEGRALIDADE: Assistência integral, continua e organizada, à população adscrita, com garantia de acesso a recursos complementares
CARACTERÍSTICAS DA APS
Prevenção de
Doenças
Vigilância à Saúde
PROMOÇÃO DA SAÚDE
EscolasEspaços Públicos
Equipamentos da CulturaIgrejas
Sociedade CivilEspaços da Cultura
ONGEstabelecimentos de Saúde
Sociedade Civil OrganizadaEmpresas
Assistência Social
PROMOÇÃO DA SAÚDEExemplos de programas e iniciativas do nível
federal
• Estratégia Saúde da Família na Atenção Básica Reorganização da atenção básica, com adscrição de família a equipes
multiprofissionais e ações abrangentes de promoção, prevenção e assistência
• Agentes Comunitários de Saúde Parte da equipe de saúde da família; em certos locais, atua sozinho, com
práticas de promoção e prevenção
• Bolsa Família e Renda Mínima Complementação da renda familiar, com recursos da União, para melhoria da
alimentação e das condições de saúde e nutrição, além da educação fundamental
PROMOÇÃO DA SAÚDEExemplos de programas e iniciativas do nível
federal•Aleitamento materno
•Carteiro Amigo Atividade de incentivo ao aleitamento materno, com a utilização de carteiros, que divulgam informações sobre o tema de casa em casa
•Iniciativa Hospital Amigo da Criança Cerca de 230 hospitais credenciados no país, com práticas de incentivo ao aleitamento nos berçários e entre crianças internadas
•Política Nacional de Alimentação e Nutrição Leis Federais para adição de micro-nutrientes: ferro e ácido fólico em farinhas; iodação do sal
• Rede Nacional de Bancos de Leite Humano (IFF/FIOCRUZ) 180 unidades
PROMOÇÃO DA SAÚDEExemplos de programas e iniciativas do nível
federal • Programa de educação e saúde através do exercício físico e do
esporte Núcleos do Agita Brasil
• Programa de Prevenção e Controle das Doenças Imunopreveníveis (PNI)Vacinas: BCG, Pólio, DTP/HIB (tetravalente), Tríplice viral, Antiamarílica, Influenza (para adultos). Futuro: vacinas contra o rotavirus e 7-valente contra pneumococus
• Programa Humanização no Pré-Natal e Nascimento Melhoria no acesso à cobertura e à qualidade do acompanhamento pré-
natal, da assistência ao parto e puerpério às gestantes e ao recém-nascido, incluindo práticas de promoção da saúde; registro cívil obrigatório e gratuito
PROMOÇÃO DA SAÚDEExemplos de programas e iniciativas do nível
federal•Programa Nacional de Controle do Câncer do Colo do Útero e de MamaEducação, diagnóstico precoce (Papanicolau e auto-exame de mamas) e tratamento
•Programa Nacional de Controle do Tabagismo e Outros Fatores de Risco de Câncer Capacitação de profissionais em mais de três mil municípios brasileiros: escolas, empresas e comunidades locais.
Ação inter-setorial de controle do tabagismo nos diversos ambientes
•Rede Brasileira de Municípios Saudáveis
• Mensagens de saúde em telenovelas
•Lei do Trânsito: Iniciativa extra-setorial, com importante impacto sobre a morbi-mortalidade; cinto de segurança
•Controle de armas
PROMOÇÃO DA SAÚDEExemplos de programas e iniciativas do nível
federal• Escolas Promotoras da Saúde
Programa espelho da OMS/OPS, com iniciativas incipientes, em diversos pontos do território nacional
• Programa Saúde do Adolescente Dirigido a todos os jovens entre 10 a 19 anos e caracterizado pela
integralidade das ações e pelo enfoque preventivo e educativo
• Programa Saúde na Escola Vídeos educativos para compor a grade de programação da TV Escola/MEC
• Controle do Álcool Restrições de publicidade e de venda para menores de 18 anos
. Grupos de apoio social: alcoolistas, obesos, tabagistas, grávidas, nutrizes, portadores de necessidades especiais
PROMOÇÃO DA SAÚDEPRIORIDADES EM CONJUNTURA RECENTE NO BRASIL
O perfil de morbidade e mortalidade, assim como situação sócio-ambiental, indicam as principais políticas públicas implicadas com a promoção da saúde hoje no Brasil:
• Habitação
• Saneamento básico: água, esgoto e lixo
• Segurança alimentar: políticas de alimentação e nutrição
• Educação: analfabetismo; universalização do ensino básico
• Renda mínima garantida pela Bolsa Família
Média complexidade
Demande profissionais especializados e o uso de recursos tecnológicos de apoio diagnóstico e terapêutico para o atendimento ambulatorial especializado e hospitalar.
Procedimentos ambulatoriais:1)procedimentos especializados realizados por profissionais médicos, outros de nível superior e nível médio; 2) cirurgias ambulatoriais especializadas; 3) procedimentos traumato-ortopédicos; 4) ações especializadas em odontologia;5) patologia clínica; 6) anatomopatologia e citopatologia; 7) radiodiagnóstico; 8) exames ultra-sonográficos; 9) diagnose; 10) fisioterapia; 11) terapias especializadas; 12) próteses e órteses; 13) anestesia
Internações e Procedimentos Hospitalares
Média complexidade
Alguns critérios para a organização regionalizada das ações de média complexidade:
necessidade de profissionais especializados para o desenvolvimento das ações;
os dados epidemiológicos e sócio demográficos do município;
a correspondência entre a prática clínica e a capacidade resolutiva diagnóstica e terapêutica;
a complexidade e o custo dos equipamentos; a abrangência recomendável para cada tipo de serviço; economias de escala e métodos e técnicas requeridas para a
realização das ações.
Média complexidade
As secretarias estaduais de saúde, em conjunto com os municípios, devem estabelecer parâmetros de concentração
para os grupos e subgrupos de procedimentos, a serem aprovados nas comissões intergestores bipartite (CIB) e nos
conselhos estaduais de Saúde.
Os parâmetros adotados deverão refletir não apenas necessidades em saúde em abstrato ou recomendadas por
normas técnicas ou consenso de especialistas, mas também seu impacto financeiro e as disponibilidades de sua cobertura com
os recursos disponíveis, segundo a Programação Pactuada e Integrada (PPI); Tabela de procedimentos do SUS; Sistema de
Informações Ambulatoriais (SIA/SUS) e Sistema de Informações Hospitalares (SIH/SUS)
Alta Complexidade
Caracteriza-se por intervir em problemas de saúde com baixa prevalência e gravidade;
Relacionada ao alto custo;Exigem tecnologia avançada e profissionais especializados;
Lida com ampla base territorial; Demanda uma gestão diferenciada
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AC
CARDIOLOGIA
ORTOPEDIA
IMPLANTE OSTEOINTEGRADO
GASTROPLASTIA
NEUROCIRURGIA
UTILABIO PALATAL E DEF. CRÂNIO-FACIAIS
QUEIMADOS
ONCOLOGIA
IMPLANTE COCLEAR
Áreas de Atuação
EPILEPSIA
ENDOVASCULAR
DOR CRÔNICA
TRS
Política Nacional de Saúde Mental
PROGRAMAS E AÇÕES DE SAÚDE
Saúde da Criança
“Os problemas são complexos e requerem soluções complexas e sistêmicas.” E. Vilaça
É preciso organizar todas as ações, ao mesmo tempo e num mesmo espaço-território
É preciso organizar a rede de atenção à saúde
O dilema da gestão da saúde!
Os problemas para a constituição da RAS
•Tempo político curto – 4 anos•Pressão por visibilidade política na saúde•Compromissos com manutenção do poder•Disputas político-partidárias•Descontinuidade de projetos•Recursos limitados
Necessidades Crescentes
XRecursos Limitados
É preciso priorizar para conseguir um mínimo de equilíbrio na oferta das
distintas modalidades assistenciais de acordo com as necessidades de saúde
da população
Rede de Atenção à Saúde
1. Diagnóstico da Situação de Saúde•Informação•Considerar os vários meios de captar a informação necessária ao diagnóstico: ouvidoria, mídia, conselhos de saúde, câmara municipal, equipe de saúde, etc
2. Base material e estruturas de apoio•Desconcentração administrativa•FMS estruturado e sob gestão da saúde•Procedimentos regulares de aquisição (Licitação); armazenamento e distribuição de materiais•Agilidade na contratação de profissionais•Apoio diagnóstico e tratamento•Assistência farmacêutica •Sistemas de informação e vigilância em saúde•Sistemas logísticos: identificação de usuários, prontuários eletrônicos; centrais de regulação; sistema de transporte, etc
Rede de Atenção à Saúde
3. Gestão participativa e colegiada;
4. Compreensão e definição de territórios de abrangência para as distintas modalidades assistenciais;
5. Investimento na APS como porta principal do sistema,que integra e coordena o cuidado;
6. Combinar ações horizontais com verticais (baseadas no risco de adoecer e morrer);
7. Implementação da Política de Regulação: novascontratualizações, diminuir a fragmentação, garantirconectividade, gestão da lista de espera;
Rede de Atenção à Saúde
Apostar no fortalecimento da Gestão Regional,
aprimorando os arranjos, dispositivos e instrumentos
de gestão como:
Colegiados, GTs, Plano Regional de Saúde, Contratos
de Gestão, PPI, Monitoramento e Avaliação;
Rede de Atenção à Saúde
REGIONALIZAÇÃO