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XXVI CONGRESSO NACIONAL DO CONPEDI SÃO LUÍS – MA DIREITOS SOCIAIS E POLÍTICAS PÚBLICAS II REGINALDO DE SOUZA VIEIRA MARCIO ALEANDRO CORREIA TEIXEIRA

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XXVI CONGRESSO NACIONAL DO CONPEDI SÃO LUÍS – MA

DIREITOS SOCIAIS E POLÍTICAS PÚBLICAS II

REGINALDO DE SOUZA VIEIRA

MARCIO ALEANDRO CORREIA TEIXEIRA

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Copyright © 2017 Conselho Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Direito

Todos os direitos reservados e protegidos. Nenhuma parte deste anal poderá ser reproduzida ou transmitida sejam quais forem osmeios empregados sem prévia autorização dos editores.

Diretoria – CONPEDI Presidente - Prof. Dr. Raymundo Juliano Feitosa – UNICAP Vice-presidente Sul - Prof. Dr. Ingo Wolfgang Sarlet – PUC - RS Vice-presidente Sudeste - Prof. Dr. João Marcelo de Lima Assafim – UCAM Vice-presidente Nordeste - Profa. Dra. Maria dos Remédios Fontes Silva – UFRN Vice-presidente Norte/Centro - Profa. Dra. Julia Maurmann Ximenes – IDP Secretário Executivo - Prof. Dr. Orides Mezzaroba – UFSC Secretário Adjunto - Prof. Dr. Felipe Chiarello de Souza Pinto – Mackenzie

Representante Discente – Doutoranda Vivian de Almeida Gregori Torres – USP

Conselho Fiscal:

Prof. Msc. Caio Augusto Souza Lara – ESDH Prof. Dr. José Querino Tavares Neto – UFG/PUC PR Profa. Dra. Samyra Haydêe Dal Farra Naspolini Sanches – UNINOVE

Prof. Dr. Lucas Gonçalves da Silva – UFS (suplente) Prof. Dr. Fernando Antonio de Carvalho Dantas – UFG (suplente)

Secretarias: Relações Institucionais – Ministro José Barroso Filho – IDP

Prof. Dr. Liton Lanes Pilau Sobrinho – UPF

Educação Jurídica – Prof. Dr. Horácio Wanderlei Rodrigues – IMED/ABEDi Eventos – Prof. Dr. Antônio Carlos Diniz Murta – FUMEC

Prof. Dr. Jose Luiz Quadros de Magalhaes – UFMGProfa. Dra. Monica Herman Salem Caggiano – USP

Prof. Dr. Valter Moura do Carmo – UNIMAR

Profa. Dra. Viviane Coêlho de Séllos Knoerr – UNICURITIBA

D597

Direitos sociais e políticas públicas II [Recurso eletrônico on-line] organização CONPEDI

Coordenadores: Reginaldo de Souza Vieira, Marcio Aleandro Correia Teixeira – Florianópolis: CONPEDI, 2017.

Inclui bibliografia

ISBN:978-85-5505-569-0Modo de acesso: www.conpedi.org.br em publicações

Tema: Direito, Democracia e Instituições do Sistema de Justiça

CDU: 34

________________________________________________________________________________________________

Conselho Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Direito

Florianópolis – Santa Catarina – Brasilwww.conpedi.org.br

Comunicação – Prof. Dr. Matheus Felipe de Castro – UNOESC

1.Direito – Estudo e ensino (Pós-graduação) – Encontros Nacionais. 2. Cooperativismo. 3. Cotas.4. Vulnerabilidade. XXVI Congresso Nacional do CONPEDI (27. : 2017 : Maranhão, Brasil).

Universidade Federal do Maranhão - UFMA

São Luís – Maranhão - Brasilwww.portais.ufma.br/PortalUfma/

index.jsf

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XXVI CONGRESSO NACIONAL DO CONPEDI SÃO LUÍS – MA

DIREITOS SOCIAIS E POLÍTICAS PÚBLICAS II

Apresentação

A Constituição não é um simples ideário e suas normas estão embrenhadas de

vinculatividade, todos a ela devem obedecer, por se constituir na expressão máxima da

vontade política do povo. Em contraponto aos mandamentos constitucionais de aplicabilidade

imediata, paira a discussão acerca dos direitos sociais, cujas

normas que os preveem teriam eficácia limitada e, portanto, aplicabilidade mediata. Os

direitos sociais previstos na Constituição da República Federativa do Brasil de 1988

alcançam eficácia através da efetividade das políticas públicas, cuja complexidade transcende

uma simples prestação de serviços públicos. No âmbito deste Grupo de Trabalho, discutiu-se

sob as mais diversas perspectivas a eficácia dos direitos sociais através de políticas públicas,

articulando os conceitos ligado à campo jurídico formal e seus fundamentos nas teorias dos

direitos sociais, que envolvem uma complexa programação e intervenções qualificadas dos

entes públicos para uma prestação adequada e satisfação de tais direitos. Nesse sentido, os

debates realizados no Grupo de Trabalho Direitos Sociais e Políticas Públicas II e os textos

que se seguem percorrem de forma contundente as questões e seus fundamentos.

Os textos apresentados no Grupo de Trabalho foram organizados em cinco eixos temáticos;

a) Direito à segurança pública; b) Gênero, transporte coletivo de passageiros e refugiados; c)

Direito à educação e crianças e adolescentes; d) Direito à Saúde, segurança social e combate

às desigualdades sociais; e) Regularização fundiária, proteção ambiental, sindicalismo e

combate às desigualdades étnicas.

No primeiro eixo, dois artigos trataram da temática do direito à segurança pública e das

políticas públicas relacionadas a garantia deste direito. O primeiro, de Marcio Aleandro

Correia Teixeira, teve por pressuposto a análise da concepção de conflito social

institucionalizado, como mecanismo para compreender um sistema de policiamento

integrado, que permita enfrentar as novas realidades e exigências sociais, a partir de pesquisa

realizada junto a polícia do Maranhão. Já o segundo trabalho tratou da possibilidade de

judicialização do direito social e fundamental à segurança pública no contexto do Estado

Democrático de Direito, tendo como autoras Stefan Hanatzki Siglinski e Janiquele Wilmsen.

O segundo eixo desta obra, com quatro artigos, teve como fio condutor dos textos, a temática

de gênero, em especial, no que concerne ao reconhecimento e garantia de direitos para as

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mulheres. No primeiro artigo, de autoria de Selma Pereira de Santana e Fernando Oliveira

Piedade, com base nas políticas públicas adotadas no Governo Lula para garantir a igualdade

de gênero, buscou analisar no âmbito local, a transversalidade destas políticas, em especial,

no combate às desigualdades sociais e a pobreza. O segundo trabalho, que tem como autores

João Carlos Medeiros Rodrigues Júnior e Reginaldo de Souza Vieira, procurou identificar

quais os municípios brasileiros que adotaram, no contexto da política pública de transporte

público coletivo de passageiros a medida de segregação das mulheres em vagões exclusivos

no metrô, como forma de as proteger das diversas modalidades de violência que estão

submetidas neste meio de transporte. Na sequência, o terceiro trabalho, de Juliana Vital

Rosendo e Liziane Paixao Silva Oliveira, tendo por referência que 25% do número dos

refugiados que o Brasil recebeu nos últimos anos são mulheres, vem problematizar a

necessidade de políticas públicas que considerem a condição de gênero no processo de

acolhimento, de proteção, de assistência e

na reintegração social destas refugiadas em nosso país. Por fim, o quarto artigo, de autoria de

Robson Heleno da Silva, na mesma esteira do artigo anterior, pautou a temática das

refugiadas, analisando a proteção jurídica prevista em nosso ordenamento, bem como as

políticas públicas existentes para esse grupo social vulnerável.

O terceiro eixo foi estruturado com três artigos que possuem como questão norteadora o

direito à educação. O primeiro texto, trata do acesso à educação das crianças e adolescentes

em situação de risco. Na abordagem realizada, as autoras Mariana Wanderley Cabral e

Juliana Silva Dunder, analisam a educação inclusiva, tendo por referência um dos objetivos

do milênio, incluso da Agenda 2030 da ONU, no município de João Pessoa/PB. Já o segundo

texto, de autoria de Daiane Garcia Masson e Carliana Luiza Rigoni, problematiza o novo

ensino médio, tendo por pressuposto o direito fundamental à educação e o direito

fundamental ao trabalho. O último trabalho deste eixo, de autoria de Ana Elizabeth Neirão

Reymão e Karla Azevedo Cebolão, tendo como referencial teórico Amartya Sen, desenvolve

sobre a importância das políticas públicas de educação como elemento fundamental para o

desenvolvimento humano.

O quarto eixo desta obra, intitulado: direito à Saúde, segurança social e combate às

desigualdades sociais, foi organizado com quatro artigos. O primeiro artigo, de Rachel Rocha

Mesquita da Costa, a partir dos estudos de Amartya Sen, analisa o Programa Bolsa Família e

a necessidade do empoderamento dos(as) beneficiários(as), no processo de gestão do referido

programa social. O segundo artigo, de Sílvia Ferreira Paterlini Nerilo e Rogerio Mollica,

pauta a temática da tributação, a sua cobrança e a distribuição desigual dos recursos

arrecadados, bem como o reflexo desta realidade nas políticas públicas que buscam

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concretizar a justiça social. Em continuidade, o terceiro trabalho de Eduardo Machado

Mildner e Lucca Silveira Finocchiaro, apresentou a segurança social como um direito

humano e fundamental. Já o quarto e último artigo deste eixo, tratou do direito à saúde, em

especial a implementação da Política Nacional de Atenção Oncológica. No texto, as autoras

Amanda Silva Madureira e Denise de Fátima Gomes de Figueiredo Soares Farias, tendo por

pressuposto os conceitos de políticas públicas, procuraram identificar as principais

dificuldades ao acesso do paciente oncológico ao tratamento no país.

Por fim, o quinto e último eixo desta obra, com quatro artigos, apresenta as discussões acerca

da regularização fundiária, da proteção ambiental, do sindicalismo e do combate às

desigualdade étnicas. O primeiro artigo, de autoria de Miguel Etinger De Araujo Junior e

Renata Calheiros Zarelli, busca compreender a Lei Federal nº. 13.465/2017, que trata sobre o

processo de regularização fundiária urbana e rural. O segundo trabalho, de autoria de Carla

Maria Peixoto Pereira e Astolfo Sacramento Cunha Júnior, analisa o direito à moradia, no

âmbito do Projeto de Macrodrenagem da Bacia do Una, implementado em Belém (PA). Na

sequência, o terceiro artigo de Whenry Hawlysson Araújo Silveira, problematiza a questão da

representação sindical, com ênfase para a atuação dos denominados sindicatos pelegos, que

prejudicam a proteção do direito dos trabalhadores. Já o quarto artigo, de Domingos do

Nascimento Nonato e Daniella Maria dos Santos Dias, analisa o julgamento da ADC nº 41

pelo STF, que veio reconhecer a constitucionalidade da Lei 12.990/2014, a qual reserva 20%

das vagas oferecidas em concursos públicos para provimento de cargos efetivos e empregos

públicos na esfera da administração pública federal direta e indireta, no âmbito dos Três

Poderes.

Por fim, esperamos que a presente obra e os textos que a estruturam possa contribuir no

processo de garantia e concretização dos direitos social previstos na CRFB/1988.

Prof. Dr. Marcio Aleandro Correia Teixeira (UFMA/MA)

Prof. Dr. Reginaldo de Souza Vieira (UNESC-SC)

Nota Técnica: Os artigos que não constam nestes Anais foram selecionados para publicação

na Plataforma Index Law Journals, conforme previsto no artigo 7.3 do edital do evento.

Equipe Editorial Index Law Journal - [email protected].

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1 Mestrando em Avaliação de Políticas Públicas pela UFC. Especialista em Direito e Processo do Trabalho pelo Centro Universitário Christus (UNICHRISTUS). Graduado em Direito pelo Centro Universitário Estácio de Sá.

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A MISSÃO COLETIVA DOS SINDICATOS E AS DIFICULDADES SOFRIDAS PELO TRABALHADORES FACE AO SINDICATO PELEGO

THE COLLECTIVE MISSION OF THE TRADE UNIONS AND THE DIFFICULTIES SUFFERED BY THE WORKERS FACE THE FAKE SYNDICATE

Whenry Hawlysson Araújo Silveira 1

Resumo

Este trabalho aborda a importância coletiva dos sindicatos na realidade dos trabalhadores.

Muito embora o padrão de atuação dos sindicatos siga seu normal trâmite, deve-se atentar

para a atuação do sindicalista pelego, sobretudo quando finge representar a classe operária,

quando na verdade a manipula. A partir dessa violação, se faz necessária a tomada de

medidas excepcionais para a proteção desses bens e direitos, que estão na eminência de sua

violação. As negociações coletivas surgem como papel fundamental para garantir e assegurar

esses direitos. Advém delas os mecanismos mais satisfatórios para garantir o direito dos

trabalhadores que são vítimas dessa violação.

Palavras-chave: Direito coletivo do trabalho, Sindicato pelego, Negociações coletivas

Abstract/Resumen/Résumé

This paper discusses the collective importance of unions in workers' reality. Although the

standard of action of the trade unions follow its normal course, one should pay attention to

the work of the trade unionist, especially when he pretends to represent the working class,

when in fact he manipulates it. From this violation, it is necessary to take exceptional

measures for the protection of these goods and rights, which are in the eminence of their

violation. Collective bargaining emerges as the direction of these rights. It provides the most

satisfactory mechanisms to guarantee the rights of these victims.

Keywords/Palabras-claves/Mots-clés: Collective labor law, Fake syndicate, Collective negotiations

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INTRODUÇÃO

O presente trabalho tem como foco apresentar as dificuldades sofridas pelos

trabalhadores face ao sindicato pelego. Sob a visão geral, objetiva-se discorrer sobre os diversos

aspectos do sindicato, bem como fundamentos da organização sindical, para entendimento das

práticas antissindicais. Por conseguinte, analisa-se as práticas antissindicais em diversos

períodos históricos, com o objetivo de demonstrar à sociedade a verdadeira missão coletiva das

células sindicais.

O presente trabalho parte das seguintes afirmativas: a) no Brasil vigora, desde a década

de 1930, inclusive após a CF/88, o sistema de unicidade sindical, sindicato único por força de

norma jurídica, que consiste no reconhecimento de uma única entidade sindical; b) Liberdade

sindical versa sobre o direito dos trabalhadores constituírem livremente associações, sobre o

raciocínio lógico de proteção contra os atos antissindicais; c) a Constituição prevê a

obrigatoriedade da participação dos sindicatos nas negociações coletivas de trabalho (CF/88,

art. 8°, VI).

Desta forma, o conhecedor dos direitos trabalhistas detém não apenas o poder, mas o

dever de garantir às empresas um bom funcionamento, bem como aos trabalhadores, o benefício

dos direitos adquiridos.

Em um primeiro momento, são abordadas as questões históricas envolvendo o

sindicalismo desde o período imperial, relatando o surgimento de entidades até hoje existentes,

como por exemplo, a Central Única dos Trabalhadores (CUT). Em raciocínio perene, será

explicado sobre o surgimento da expressão “novo sindicalismo”, que tem uma importante

função no decorrer da história.

Em seguida, são externados os diversos conceitos de sindicato, sua natureza jurídica e

sua missão no arcabouço funcional. Por fim, as considerações finais tratarão das práticas

antissindicais propriamente ditas, suas consequências e prejuízos causados por tais atos.

O que instiga a realização do presente trabalho é demonstrar à sociedade a existência

dos sindicatos, suas atribuições, bem como a função social a que se destina. Dessa forma,

coloca-se em evidência os direitos dos trabalhadores e empregadores face aos sindicatos de

classe, com o intuito reforçar o rol de direitos a serem garantidos, bem como evitar a supressão

desses direitos sejam suprimidos.

1. SURGIMENTO E ASPECTOS GERAIS SOBRE A EVOLUÇÃO HISTÓRICA

SINDICAL NO BRASIL

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Durante o império (1822-1889), não existiam sindicatos. Os trabalhadores da época se

valiam apenas das ligas de socorros mútuos e sociedades de trabalhadores. O artigo 179 da

Constituição Imperial de 1824, ao proteger a inviolabilidade dos direitos civis e políticos dos

cidadãos brasileiros, excluiu todas as corporações de ofício (art. 179, XXV, CF1824).

No entanto, frisa-se que a anarquia sindicalista que surgiu em 1820 e findou-se por

volta de 1920, deu influência ao sistema sindical brasileiro, conforme pontua Amauri Mascaro

Nascimento (2010, p.117):

O anarquismo sindical foi propagado, nos meios trabalhistas brasileiros, pelos

imigrantes italianos, em panfletos que aqui publicaram para divulgação das

suas ideias, de um sindicalismo apolítico, voltado para a melhoria das

condições dos trabalhadores e com o emprego de táticas, como a sabotagem,

a greve geral etc. (...) Seu declínio foi vertiginoso, não só pela reação contrária,

culminando com a expulsão dos estrangeiros de 1907 a 1921, mas porque o

anarquismo sofreu um esvaziamento com os conflitos étnicos.

O Direito Coletivo dos Trabalhadores insurge com o dever de Associação do

trabalhador. Já a noção inicial de sindicato tem seu início com a Revolução Industrial ocorrida

no século XVIII (MANUS, 1995, p. 182).

A introdução da máquina no processo industrial cria, através daquelas

enormes concentrações de trabalhadores em redor da própria máquina, a

figura do assalariado e, juridicamente, instaura-se o princípio da ampla

liberdade de contratação, sem qualquer limite à vontade das partes. Afirma

ainda, que, embora o indivíduo continuasse a ser solicitado ao trabalho, não

mais importava sua capacidade pessoal e sua habilidade, que eram

fundamentais aos artesãos. (...) aquela hipotética igualdade entre empregado

e empregador, tendo em conta a evidente disparidade entre ambos – o patrão

detinha os meios de produção, a máquina, além do poder de dirigir a prestação

de serviços – representava na realidade uma desigualdade alarmante. Era

claramente a liberdade de o patrão explorar sem limites e de o empregado ser

explorado sem defesa.

Os empregados cumpriam o que lhes eram ordenados e o patrão, com mão de ferro,

comandava em prol de seus interesses pessoais. Conforme se vislumbrava, o patrão era

possuidor de todas as ferramentas necessárias para a contínua produção. Já o colaborador,

contribuía apenas com a execução do serviço.

Nessa época, já existiam sindicatos influenciados por trabalhadores gringos, que

exerciam atividade profissional no Brasil. Essa união de operadores estrangeiros era

denominada de liga operária (MARTINS, 2014, p. 688).

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Assevera Alice Monteiro de Barros (2009, p. 1219) que a origem do Direito Coletivo

no liberalismo fez parte das peculiaridades do Direito do Trabalho naquela época. Muito

embora o fenômeno associativo fosse manifestamente proibido no regime liberal, o Direito

Coletivo não se pautou em remotos precedentes.

Maurício Godinho Delgado (2007, p. 1358) afirma que as primeiras associações de

trabalhadores livres e assalariados surgiram apenas no fim do século XIX e início do século

XX. A presença da migração europeia influenciou fortemente no desenvolvimento dessas

entidades coletivas, uma vez que trouxe ideias e concepções plasmadas nas lutas operárias de

outros continentes.

A Constituição de 1988 trouxe uma mudança significativa na cadeia trabalhista e

sindical brasileira. Determinou a aplicabilidade jurídica eficaz no processo negocial autônomo

coletivo. Rompe-se, assim, um dos pilares do velho modelo sindical: o controle político-

administrativo do Estado sobre a estrutura sindical (DELGADO, 2007, p. 1364).

Contudo, diversos dispositivos preservados pela Carta de 1988 atuam frontalmente

sobre a estrutura e dinâmica sindicais, inviabilizando a construção de um padrão democrático

de gestão social e trabalhista no Brasil. São eles a contribuição sindical obrigatória, de origem

legal (artigo 8°, IV, in fine, CF/88); b) representação corporativa no seio do Poder Judiciário

(arts. 111 a 117, CF/88); c) poder normativo do Judiciário Trabalhista (art. 114, §2°, CF/88); d)

preceitos que obrigam a unicidade e o sistema de enquadramento sindical (art. 8°, CF/88)

(DELGADO, 2007, p. 1365).

Contudo, se por um lado tem-se aceitado o não favorecimento das células sindicais

através de sua condução organizativa com a subdivisão das categorias de profissionais, de outro

tem-se permitido negociações coletivas, muitas vezes prejudiciais aos interesses dos

trabalhadores, se levada em conta a falta de (ou baixa) representatividade dessas entidades.

O período ditatorial no Brasil trouxe muitos prejuízos para as organizações sindicais.

As limitações legais impostas limitaram as formas de atuação dos sindicatos, bem como retirou

dessa classe a possibilidade de participação política, trazendo enormes mudanças no sentido da

nação.

A vultuosa valorização do movimento sindical durante meados do século XX foi o

principal alvo de ataques pelo governo ora autoritário, uma vez que boa parte dos opositores se

concentravam nesse meio. Incapacitar os movimentos sindicais era de suma importância para a

preservação do modelo ditatorial. Em contrapartida, surgiram diversos movimentos que

apoiavam a redemocratização no país.

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O êxito dos movimentos grevistas se deu em decorrência da exclusão política

suportada pela classe trabalhadora, trazendo um sentido de emergência política, social e

econômica. Se dava pela a junção de diferentes setores políticos, que enxergavam o caminho

para redemocratização nos movimentos paredistas. Segundo Iram Jacome Rodrigues (1999, p.

77):

As greves mostravam a existência de outro ator, até aquele momento excluído

do cenário político, mas que queria participar. (...) Oriundos dos setores

industriais mais modernos da economia nacional, esse movimento social, que

em seu desenvolvimento se transformou em movimento político, representou,

naquele momento, uma novidade na cena política brasileira.

Nascia nos anos 70 um novo modelo de ação sindical, denominado Novo Sindicalismo.

Diferente do que se supõe, esse movimento não mais ostentava o reformismo e a política de

conciliação de classes. Passa-se então a confrontar diretamente os patrões. Além do mais, o

novo sindicalismo tinha como característica a autonomia exercida frente ao Estado, bem como

aos partidos políticos, o que permitia sua inserção direta no setor econômico-industrial,

fortalecendo ainda mais a luta por melhorias de classe.

O Novo Sindicalismo tinha propostas mais amplas, favorecendo a melhoria de vida e

de trabalho no ambiente laboral. Em sua pauta de reivindicações, combatia de forma explícita

o famoso “milagre econômico” da ditadura, que tinha como pressupostos à míngua salarial e as

ações repressivas contra os trabalhadores.

Ou seja, as tensões e conflitos sobre as ações que deveriam ser adotadas pelo

movimento sindical acabaram solidificando dois lados. O primeiro era liderado pelas oposições

ao movimento sindical, combatendo fortemente o regime militar e a estrutura sindical

corporativa, chegando a serem conhecidos como bloco de combate.

O segundo, denominado Unidade Sindical, tinha como lideres indivíduos conhecidos

dos partidos de esquerda, como o PCB e PC do B, muitas vezes chamados de pelegos, por

apresentarem propostas reformistas.

No entanto, durante as lutas no período da ditadura, mesmo à frente dos sindicatos,

havia unidade entre os blocos. Enquanto a oposição defendia o combate direto ao regime, a

unidade evitava o confronto.

Durante as décadas de 70 e 80, a situação favorecia a propagação dos ideais do “novo

sindicalismo”. Já nos anos subsequentes, ocorreram profundas mudanças na sistemática

capitalista de produção, cujos resultados modificaram demasiadamente a correlação entre as

forças das classes sociais.

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Frisa-se que os diversos períodos vivenciados pelo movimento sindical brasileiro se

deram através da relação entre o contexto político, social e econômico presenciado em cada

época, bem como os dispositivos de sua legislação trabalhista.

Não se trata de produção legislativa provocada de maneira causal ou intencional dos

detentores do poder. A legislação trabalhista foi fruto de uma luta social cumulada com a

necessidade de acobertar e preencher lacunas resultantes da necessidade aparente de

determinado fato social.

Para a classe burguesa, a concessão de alguns direitos é usada para dissuadir a classe

trabalhadora de sua luta maior. Estes, por sua vez, contemplam a ampliação de sua proteção

legal para avançar buscando seus interesses estratégicos.

1.1 A EDIFICAÇÃO DA LEGISLAÇÃO TRABALHISTA NO BRASIL

Nos dias atuais, alguns discursos desprovidos de noção insistem em tratar os direitos

básicos dos trabalhadores como se fossem benefícios dispensáveis. O Brasil não é detentor de

legislação trabalhista perfeita. Mesmo assim a legislação existente, por vezes, não é obedecida.

Deve-se, portanto, desmistificar a lenda de que a legislação trabalhista foi presente de

um governo que se preocupou com a sociedade e assim a presenteou. Como já descrito em

linhas anteriores, a legislação trabalhista brasileira é o resultado da luta travada por muitos

trabalhadores brasileiros durante o século XX, trazendo em seu liame as marcas das diferentes

situações políticas e econômicas vivenciadas pelo país durante esse período.

Segundo Heloísa Helena Teixeira de Souza Martins (1978), “ a primeira lei trabalhista

do Brasil foi o decreto 1.313, de 1891, que impedia o trabalho de menores de 12 anos em

fábricas na Capital Federal”. Segundo a autora, referido mandamento jamais foi obedecido.

No ano de 1911, o governo de São Paulo chegou a elaborar um decreto para normatizar

o trabalho feminino e infantil, fiscalizando as formas de sua ocorrência. Em 1917, assumindo

um compromisso ao final da greve geral, o governo de São Paulo reformulou a citada lei, que

não chegou sequer a vigorar.

Durante a República Velha, quase não houve produção legislativa que versasse sobre

direitos trabalhistas. Nesse período, vigorava a denominada “política dos governadores”,

ocasião em que cada Estado emanava poder para elaborar suas leis sobre determinados temas

(RODRIGUES, 1979, p. 49).

Apenas em 1923, através do Decreto 16.027, o Conselho Nacional do Trabalho fora

instituído. Tinha como objetivo tratar de assuntos relativos à organização do trabalho e da

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previdência social no Brasil. Sua criação consistiu no primeiro passo em direção à criação do

Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio, no ano de 1931. (MARTINS, 1978, p. 21).

A partir de então, houve manifesta mudança na contextualização política internacional,

sobretudo logo após a Primeira Guerra Mundial. Com a influência do Tratado de Versalhes,

surge a Organização Internacional do Trabalho (OIT). Sua criação teve por objetivo estipular

parâmetros gerais relacionados às formas de trabalho, encabeçados por intenções econômicas e

humanitárias.

A obrigatoriedade de adequação às resoluções legais elaboradas pela OIT também

passou a vincular o governo à ideia de encarar a legislação trabalhista enquanto uma política

Estatal. Estes são os primeiros efeitos dos momentos democráticos na área trabalhista e sindical

(DELGADO, 2016, p. 1365 e 1366).

As dificuldades sofridas decorrem, em parte, da diversidade de categorias de

trabalhadores, impedindo a consolidação de alguma consciência de classe. Outra causa da crise

sindical é a individualização cada vez maior das relações de trabalho, que esconde o caráter

classista do trabalho e o reduz ao âmbito particular das empresas, gerando uma grande

dificuldade para o movimento dos trabalhadores reagirem às propostas do mercado de trabalho,

resultando da perda de algumas garantias históricas da classe trabalhadora.

2 DAS NUANCES CONCEITUAIS DO SINDICATO

2.1 ASPECTOS GERAIS

Conforme assevera Maurício Godinho Delgado (2016, p. 1468) “o direito coletivo é o

conjunto de regras e institutos regulatórios que regem as relações dentro do ambiente coletivo

das atividades laborais, ou seja, de um lado os trabalhadores/empregados propriamente ditos

representados por suas entidades sindicais respectivas e do outro, as empresas/empregadoras

atuando isoladamente ou através de seus sindicatos”.

Portanto, os sujeitos de direito coletivo, por essência, são os sindicatos, muito embora

os empregadores possam ocupar essa posição, mesmo de forma isolada. No entanto, para se

estruturar e ganhar força coletiva, o trabalhador singular necessita de seu ente associativo para

representar sua categoria, no caso, o sindicato.

Continuando o raciocínio, Sergio Pinto Martins (2014, p. 790) conceitua sindicato

como “a associação de pessoas físicas ou jurídicas que têm atividades econômicas ou

profissionais, visando à defesa dos interesses coletivos e individuais de seus membros ou da

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categoria”. Cita, ainda, o esclarecimento de Octávio Bueno Magano (1993, v. 3:97) que afirma

não se tratar de agrupamento, mas de associação, pois o primeiro está inserido no âmbito de

categoria sociológica e não jurídica.

A busca de maior atendimento aos interesses coletivos levou a criação dos sindicatos,

sintetizando os interesses de uma categoria na expectativa de se chegar a um objetivo comum

e harmonioso entre representante e representados (CASSAR, 2014, p.1223).

Frisa-se que o objetivo primordial dos sindicatos é a melhoria da qualidade de vida do

trabalhador, bem como de suas condições laborais, o que de fato, é a situação mais problemática

na realidade brasileira.

O sindicato consiste em uma associação coletiva direcionada especificamente aos

interesses formais e materiais da classe trabalhadora na qual representa. Sua natureza jurídica é

essencialmente privada, mantendo a independência em relação ao Estado.

2.2 SISTEMAS SINDICAIS

Em constante evolução, o sindicalismo ocidental demonstra certo padrão de

organização, denominado “sistemas ou células sindicais”. Seu principal enfoque são os

sindicatos de trabalhadores, pois estes são o coração do direito coletivo. Esse raciocínio ocorre

por que os empresários se organizam de uma maneira que faz expandir seu poder dentro da

sociedade e do Estado.

A organização é feita individualmente estruturando e administrando o processo

produtivo em seus estabelecimentos e empresas, tornando-se em um ser coletivo trabalhista.

Luciano Martinez (2012, p. 681) traz a ideia de categoria, dando uma classificação objetiva de

categoria como “o conjunto de pessoas que gozam, pela condição comum em que se encontram

da mesma posição com relação aos direitos e deveres políticos”.

Inúmeros são os sistemas sindicais. O professor Maurício Gondinho Delgado (2016,

p. 1471-1475) classifica os critérios de agregação dos trabalhadores nas organizações sindicais

em quatro padrões da seguinte forma: a) sindicatos por ofício ou profissão; b) sindicatos por

categoria profissional; c) sindicato por empresa; d) sindicato por ramo empresarial.

Há, inclusive, quem explore o aspecto formal de cada um dos sistemas sindicais,

descrevendo sua rigidez: Sindicatos abertos são os que oferecem maiores vantagens para a

pessoa ingressar em seu interior. Sindicatos fechados são os que oferecem maiores restrições

(MARTINS, 2013, p. 784).

227

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A presente classificação mostra o quanto o sindicato se desvirtuou de seu verdadeiro

objetivo, principalmente no que concerne ao seu comprometimento para com o bem da

categoria, tirando o foco das melhorias salariais e de qualidade no ambiente de trabalho para se

preocupar com a quantidade de sindicalizados, transformando o sindicato em um comércio.

A prática cada vez mais comum da “peleguisse” pelos sindicatos desvirtua o

verdadeiro objetivo para o qual foram idealizados, isto é, negam o objeto que foram projetados

a proteger: o direito dos trabalhadores.

2.3 A IMPORTÂNCIA DA NEGOCIAÇÃO COLETIVA

Um dos mais importantes métodos de resolução de conflitos na realidade sindical é a

negociação coletiva. Possui como principal objetivo dirimir as diferenças entre trabalhadores

e empregadores no ambiente laboral.

A negociação concerne nos poderes que o sindicato tem de homologar acordos e

convenções coletivas com os empregadores, representados pelos seus sindicatos patronais, com

o objetivo de fixar normas coletivas a serem aplicadas aos trabalhadores, ou parte da categoria.

A respeito da função da negociação coletiva, Maurício Godinho Delgado (2016, p.

1341), expressa que sua principal função é a negocial, uma vez que permite o diálogo com os

empregadores e/ou sindicatos empresariais com vistas à celebração dos diplomas negociais

coletivos, compostos por normas jurídicas que regem os contratos de trabalho.

Essa função também está elencada nos artigos 7º, XXVI, 8º, IV, da Constituição

Federal de 1988, assim como no art. 611 da Consolidação das Leis Trabalhistas, onde se

depreende a importância e obrigatoriedade de participação dos sindicatos nas negociações

coletivas de trabalho.

Portanto, a negociação coletiva assume o papel de função basilar do sindicato, uma

vez que se torna uma forma rápida de solucionar os conflitos através do acordo, regulado através

do contrato coletivo.

Sabe-se que anualmente, os trabalhadores brasileiros têm um dia de trabalho retido em

forma de contribuição obrigatória com o sindicato de sua categoria. Filiado ou não a um

sindicato, todo trabalhador brasileiro tem, pela lei atual, a obrigação de contribuir com um dia

de trabalho anualmente.

Recentemente, o Projeto de Lei 870/15, que versa acerca da faculdade de contribuição

sindical, foi apensado ao Projeto de Lei 6706/09, onde aguarda atualmente Parecer do Relator

na Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público (CTASP). Referido Projeto

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busca isentar os contribuintes da obrigatoriedade de contribuição, uma vez que nem todo o

sindicato é ativo na luta de sua categoria, o que legitimaria exclusão da obrigatoriedade de

contribuição.

Na realidade, conforme já abordado anteriormente, a contribuição sindical virou uma

forma de arrecadação de renda para os sindicatos, deixando de lado o verdadeiro propósito para

o qual fora criado, que é lutar pela melhoria das condições de trabalho. Até então não há

estimativas de quando o Projeto de Lei 6706/09 cumprirá com os trâmites legislativos

necessários para entrar em vigor em forma de Legislação efetiva.

3 ANÁLISE DAS DIFICULDADES SOFRIDAS PELO TRABALHADOR FACE AO

SINDICATO PELEGO

Inicialmente, cumpre evidenciar que não há como dissociar a análise dos movimentos

antissindicais de uma análise pautada nos direitos humanos, uma vez que a igualdade e

isonomia são garantidas por lei.

As diferenças sociais não podem fundar-se sobre a utilidade comum. Portanto, na visão

de Norberto Bobbio (2004, p. 21):

(...) sem direitos do homem reconhecidos e protegidos não há democracia;

sem democracia não existem as condições mínimas para a solução pacífica

dos conflitos. Em outras palavras, a democracia é a sociedade dos cidadãos, e

os súditos se tornam cidadãos quando lhes são reconhecidos alguns direitos

fundamentais; haverá paz estável, uma paz que não tenha a guerra como

alternativa, somente quando existirem cidadãos não mais apenas deste ou

daquele Estado, mas do mundo.

Durante muito tempo, as organizações sociais se uniram em forma de sindicatos,

tomando um lugar essencial nas batalhas pela redemocratização e por uma sociedade mais justa

e igualitária. Na visão de Mauro Cappelletti (1988, p. 91) esse esforço sempre esteve centrado

sobre as pessoas comuns.

Ilustra Valentim Carrion (2009, p. 471) que:

(...) O conflito coletivo se resolve pela repressão, pela solução administrativa,

pela arbitragem, pela sentença normativa ou através de negociação.

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No entanto, as Centrais Sindicais possuem condutas que contradizem os movimentos

sindicais. Suas condutas se desvirtuam da legítima ação dos sindicatos em defesa dos interesses

dos trabalhadores. São os denominados sindicatos pelegos.

3.1 CONCEITO DE SINDICATO PELEGO

O termo pelego foi muito usado durante o governo de Getúlio Vargas, nos anos 1930.

Imitando a Carta Del Lavoro, do fascista italiano Benito Mussolini, o então presidente decretou

a Lei de Sindicalização em 1931, submetendo os estatutos dos sindicatos ao Ministério do

Trabalho.

Pelego era o manifesto líder sindical de confiança do governo, responsável por garantir

os interesses da entidade estatal. Anos depois, o referido termo voltou à tona com a ditadura

militar, quando foi utilizado para descrever o papel de dirigente sindical apoiado pelos militares.

A expressão, que antigamente indicava a pele ou o pano que amaciava o contato entre

o cavaleiro e a sela, virou sinônimo de traidor da classe trabalhadora e aliado do governo e dos

patrões. Logo, o termo pelego significava a submissão de uma pessoa pelos interesses de outra

(SCALAMBRINI, 2010).

A defesa do direito dos trabalhadores é uma das mais nobres atitudes, tendo como

ponto de partida o raciocínio de que qualquer sociedade só caminha bem quando os

trabalhadores têm seus direitos garantidos.

Há de se destacar a luta contínua das classes trabalhadoras contra os sindicatos pelegos,

mais precisamente em São Paulo, onde as lutas contra referidas práticas desencadearam ações

que repercutiram na luta sindical brasileira (TOALDO, 2011).

A perseguição contra os direitos trabalhistas teve seu declínio com a união da classe

trabalhadora, que através do exercício de seu direito de greve, conquistou e reivindicou cada

vez mais seu espaço.

Alternativa a ser evidenciada no cenário sindical contra as práticas antissindicais seria

a desvinculação total do funcionário eleito dirigente sindical com a empresa. Essa ligação

permite a desvirtuação deste em relação as suas atribuições como presidente, como por

exemplo, a ameaça de perder o emprego.

O aumento do período de estabilidade durante o exercício das atividades sindicais seria

igualmente alternativa viável, se cumulada com a desvinculação empresarial acima descrita.

Assim, o exercício da função seria mais efetivo contra as ações ditatoriais dos empregadores.

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3.2 DA MOVIMENTAÇÃO E CONDUTAS DOS ATOS ANTI-SINDICAIS

Os movimentos antissindicais manifestam-se por intermédio de inúmeros meios e em

momentos distintos da relação empregatícia, o qual está exposto no ordenamento jurídico

precisamente no artigo 5°, XVI II da CF/88, como roga Alice Monteiro de Barros (2009, p.

1295):

Uma das formas mais perigosas e insidiosas de discriminação é aquela

exercida pelos empregadores sobre os trabalhadores, na fase pré-contratual,

recusando-se a admiti-los no emprego, em decorrência de sua filiação ou

atividade sindical. (...) essa situação se acentua se atentarmos para a escassez

dos mecanismos de proteção, em relação às condutas da mesma natureza,

praticadas após a contratação.

Essas condutas podem se concretizar nas diversas fases da relação de emprego.

Firmado o vínculo empregatício, poderá o empregador praticar condutas antissindicais, as quais

podem ser comissivas ou omissivas, desde o período de experiência, até os momentos finais do

contrato.

Ao abordar as condutas antissindicais, Alice Monteiro de Barros (2009, p. 1291) assim

as conceitua:

O conceito de conduta antissindical é amplo e abrange os atos que

prejudicam indevidamente um titular de direitos sindicais no exercício da

atividade sindical ou por causa desta ou aqueles atos mediante os quais lhe são

negadas, injustificadamente, as facilidades ou prerrogativas necessárias ao

normal desempenho da ação coletiva.

Na ótica de Maurício Godinho Delgado (2016, p. 1308) “Há, sistemáticas de

desestímulo a sindicalização e desgaste à atuação dos sindicatos (denominadas de práticas

antissindicais) que entram em claro choque com o princípio da liberdade sindical”.

As condutas antissindicais acarretam prejuízos para ambas as partes, tendo em vista

que o empregado, ao perceber qualquer conduta que não condiz com as expectativas

inicialmente propostas, sobretudo no que tange a busca de melhorias no ambiente laboral e

financeira, corta o vínculo pecuniário com o sindicato, deixando de pagar sua contribuição.

É nesse contexto que o dirigente sindical assume vital importância na luta por

melhorias dentro da empresa, representando toda uma categoria, independente de contribuição

ou não. Quando há diferenciação entre filiados e não filiados geralmente ocorre o declínio do

poder de persuasão deste.

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Ensina Alice Monteiro de Barros (2009, p. 1291) que:

(...) O principal valor a ser protegido aqui é a liberdade sindical, que está

exposta a vários tipos de lesão, gerando inúmeros comportamentos suscetíveis

de serem enquadrados como antissindicais.

Geralmente, a liberdade sindical e de livre associação prevista na constituição não é

exercida, tanto pela existência de apenas um ente representativo quanto pelo controle moral

exercido por determinados sindicatos.

Conforme o exposto, as práticas desleais se constituem em coações físicas, morais e

sociais, assim como em ameaça direta contra trabalhadores que aderiram ou já estejam

participando de algum movimento grevista, bem como de qualquer movimento de cunho

reivindicativo, para que dele não participem.

São atos antissindicais a não-contratação do trabalhador por ser sindicalizado,

a despedida, a suspensão, a aplicação injusta de outras sanções disciplinares,

as transferências, as alterações de tarefas ou de horário, os rebaixamentos, a

inclusão em listas negras ou no índex, a redução de remuneração, a

aposentadoria obrigatória (MARTINS, 2014, p. 720).

Os principais participantes dessa conduta, conforme lição de Alice Monteiro de Barros

Monteiro (2009, p. 1294) “(...) geralmente, são os empregadores ou as suas organizações,

admitindo-se, entretanto, que o Estado, quer como empregador, quer como legislador, também

incorra nessa prática”.

Alice Monteiro de Barros (2009, p. 1294) discorre sobre a realização exacerbada das

condutas antissindicais dos sindicatos pelegos:

As próprias organizações de trabalhadores podem praticar atos antissindicais

contra os empregados ou seus sindicatos. E assim é que os sindicatos, em

determinados momentos, têm visto nas cooperativas ou em outras instituições

uma forma de desestimular a sindicalização.

As entidades sindicais que congregam trabalhadores também poderão praticar

atos antissindicais, prejudicando o trabalhador, outro sindicato, o empregador

ou suas organizações.

Até mesmo o empregado, excepcionalmente, pode praticar, uma conduta

antissindical, quando, por exemplo, o dirigente de sindicato força uma

rescisão indireta para receber o FGTS e indenização por dano moral.

Em alguns casos, o trabalhador firma com o empregador compromisso de não filiação

a seu sindicato como critério de manutenção e permanência no emprego. Em outras ocasiões, o

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próprio empregador manipula a organização do sindicato de sua categoria (DELGADO, 2016,

p. 1308).

Recentemente, o Sindicato dos Comerciários de Fortaleza (2017), através da

Coordenação de Políticas para as Mulheres se manifestaram através de atos de defesa e apoio a

uma servidora pública, funcionária do Hospital César Cals, em Fortaleza. Segundo informações

do Sindicato dos Comerciários, a funcionária “vem sofrendo com ameaças e perseguições, após

denunciar as condições e precarizações de trabalho dentro do Hospital César Cals”.

Muito embora os esforços empreendidos, as práticas antissindicais ainda persistem.

Segundo informações do Procurador do Trabalho de São Paulo Renan Bernardi kalil (2017),

atos antissindicais foram praticados tanto pelo Estado de São Paulo como por empregadores

durante as movimentações da greve geral do dia 28 de abril de 2017. Verifica-se que as Medidas

Legislativas são insuficientes para conter as práticas antissindicais, ao passo que as propostas

feitas não passam de manobras para ludibriar os trabalhadores.

Portanto, são considerados agentes antissindicais todos aqueles que maculam o

princípio da liberdade sindical, violando o art. 8° da CF/88. A impunidade vem da dificuldade

de comprovação das práticas antissindicais, que pode estar em causas aparentemente lícitas,

considerando que a contratação de um empregado manifesta um conteúdo discricionário.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente trabalho abordou em sua primeira perspectiva, aspectos históricos dos

sindicatos, evidenciando importantes épocas, como o surgimento do “Novo Sindicalismo” e

seus efeitos na ditadura militar.

Em um segundo momento, analisou-se as diversas formas de conceituação de

sindicato, explicando sua natureza jurídica e seus sistemas, bem como destacou a importância

das negociações coletivas e as funções exercidas pelo sindicato.

Por fim, em um terceiro momento, abordou-se os problemas das práticas antissindicais

propriamente ditas, evidenciando a persistência dessa realidade no cotidiano da classe

trabalhadora.

Quando presentes, as práticas pelegas prejudicam o desenvolvimento no ambiente

laboral, mostrando que as lutas por direitos, através do direito de greve, não se mostram

suficientes para contê-las. Já o empregador, por ter melhores condições, sempre se sobressai

em negociações coletivas.

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Portanto, o presente trabalho destaca que a liberdade sindical é direito

constitucionalmente previsto. Deve ser respeitado e promovido por todos os órgãos e cidadãos

a ela vinculados. Se por um lado essa liberdade remete a uma limitação por parte do estado, por

outro não deve ser utilizado de modo desmedido, violando os princípios para o qual foram

destinados a proteger.

Igualmente, os empregadores não devem coibir, limitar, restringir ou mesmo dificultar

o exercício das atividades sindicais, garantindo aos trabalhadores a total liberdade de associação

às entidades de classe.

Deve o Poder Público criar políticas públicas efetivas de combate às práticas

antissindicais dentro do sistema sindicalista, levando em conta as perspectivas operacionais,

financeiras, assim como no âmbito de sua fiscalização.

A busca pela efetividade de direitos e melhores condições de trabalho não pode cessar

por nenhum motivo. Enquanto não forem respeitados os direitos dos trabalhadores, nunca

haverá uma sociedade livre e igualitária, levando o desenvolvimento social à decadência.

Do contrário, seremos levados a acreditar veemente que os direitos trabalhistas não

passam de meras folhas de papéis em branco, e que as vontades dos empregadores serão sempre

satisfeitas.

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