Yoga Som Gopala

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  • 8/8/2019 Yoga Som Gopala

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    Este pequeno livro tem como ambio apresentar, atravs de textos e denies sucin-tas, a viso do Nada Yoga ou Yoga do Som.

    Como todo o processo de Yoga (unio) sugere, este uma constatao da natureza div-ina e sonora que anima todo o universo.

    A percepo sensorial sonora opera um eeito proundo na ormao e renamento daconscincia humana, deixando-nos bastante suscetveis a esta infuncia no cotidiano.

    Atualmente, uma grande parte da humanidade vive em uma sociedade saturada de todoo tipo de vibraes sonoras hostis. Desde a cacoonia das ruas da cidade at certos gne-ros de msica que podemos escutar na mdia, tudo contribui para que o nvel vibratriode Rajas (agitao) e amas (negatividade) aumente ao nosso redor, tornando cada vezmais raro o conceito ou sensao de paz e silncio (Sattwa).

    Porm neste conceito que reside a ancestral sabedoria dos Rishis e Yoguis da ndia, queatravs de proundos estados meditativos receberam a preciosa revelao (Shruti) do

    som, passando a utiliza-lo como instrumento indispensvel dentro da prtica do Yoga.Subseqentemente, todo o desenvolvimento da msica clssica na ndia (MargaSangueet) deve-se a este processo interno de auto-conhecimento.

    A utilizao da voz, dos Mantras, assim como o desenvolvimento dos mais diversos in-strumentos musicais serve, na sua origem, como erramenta complementar no caminhodo estado de unio suprema entre o indivduo e o Cosmos.

    Que estas pginas possam servir como inspirao ao leitor no resgate desta maravilhosaherana espiritual que nos inerente.

    Om Sri Krim Prshktie NmhJulio Falavigna (Gopala)

    Srvchintm prityjye svhnen chets

    N ev-nusnheyo yog-smrjym-iccht

    Para aquele que deseja atingir pereio no Yoga, em Nada, somente deve-semeditar (escutar de perto), tendo abandonado todos os pensamentos e comuma mente calma.

    Shnkrchry,

    Yog-trvli

    Nada Yoga

    O caminho do Som chamado na ndia de Nada Yoga.A arte do som ou msica denomina-se Nada Upasana. Como parte e oerenda divina danatureza, constitui um elemento essencial para o crescimento da conscincia humana.

    O Nada Yoga age diretamente no potencial criativo do aspirante, cobrindo as reas si-olgicas, psicolgicas, mentais e supramentais de orma simultnea.

    Na ndia, existe pouca literatura tratando especicamente de Nada Yoga, podendo serconsiderado como a arte de recitar hinos vdicos no Sama Veda, o canto de Bhajans(canes devocionais) dentro do Bhakti Yoga, ou a meditao na slaba OM dentro doRaja e Jana Yoga.

    O ato que o prprio Nada Yoga se encontra onipresente em todos os outros Yogas, jque o ncleo da losoa do Nada Yoga o prprio OM.

    Este Om o mantra sagrado e esotrico por excelncia, sendo ormado pela contraode trs sons - A, U, M- simbolizados no Hindusmo como a trindade csmica de Brah-ma, Vishnu e Shiva. Eles representam, por sua vez, os princpios de criao, preservaoe destruio do universo.

    Assim cada indivduo na terra uma testemunha desta trindade. Mesmo sem estarconsciente, a humanidade inteira est praticando o rito do OM enquanto ala, chora,respira, pensa etc.

    A losoa do Nada Yoga declara que todas as possibilidades sonoras, assimcomo todas as lnguas tm sua origem na slaba sagrada OM.

    Na msica indiana, as notas (Swaras) so extenses de OM. O Nada Yoguepratica diversos Ragas e Raguinis, que so combinaes especiais de notas cor-respondentes aos diversos matizes da alma humana, da natureza e do mundoespiritual.

    Uma vez obtida maturidade neste processo, o Yogue ento capaz de sublimaras emoes no plano mais elevado da conscincia divina.

    Sri Hnumn

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    Nada e Bindu

    Nada som, a vontade de Brahman.Havia um Sat-Sankalpa.Uma vibrao ou Spandana surgiu.Veio a vibrao de OM. Isso Nada.Nada Shiva-Shakti.A unio e relao mtua de Shiva com Shakti Nada.Nada ao.

    Nada signica som, que no o som grosseiro captado pelo ouvido.Nada o aspecto mais sutil de Shabda.Nada se desenvolve em Bindu.Nada o primeiro estgio emanatrio na produo do Mantra.O segundo se chama Bindu.Nada e Bindu existem em todos os Bija-Mantras.Nada aquele aspecto da Shakti que evolui em Bindu.

    Swmi Sivnn

    A primeira vibrao ou som primordial a partir da qual emana toda criao chama-se Nada.

    o primeiro estgio que cria ou emana a projeo do universo. Nada a emanao do

    absoluto no maniesto. o Omkara ou Shabda Brahman. tambm o mstico som de concentrao interno utilizado pelos Yoguis.

    Bindu em snscrito signica ponto, centro ou gota.

    Porm, num sentido mais amplo, Bindu no deve ser tomado como sendo apenas umagota ou ora vital.

    aquele ponto sutil e inconcebvel, verdadeira raiz de toda maniestao. o ponto apartir do qual projetado o universo enomenal dos nomes e ormas.

    Deste Bindu emanada toda a criao, sendo ele a prpria onte vital da maniestao.

    Dentro da cincia dos Yantras (diagramas geomtricos) e Mandalas, o bindu represen-

    tado como o ponto central ao redor do qual se congura a deidade.

    Nada Yoga Sadhana

    OM ou Pranava considerado como o som primordial que est na origem do Univer-so. Tambm chamado de Shabda Brahman, ou a orma sonora do conceito Vednticodo Absoluto.

    Dentro dos mantras, ele o que origina todos os outros, que so compostos das subse-qentes cinqenta slabas do alabeto snscrito.

    A prtica desse OM, verbal ou mentalmente, assim como o ato de escut-lo com ateno,az vibrar automaticamente todos os centros energticos do nosso corpo sutil (chakras).Limpando as veias astrais (nadis) ele prepara o despertar da energia latente (Kundalin-iShakti).

    O processo do Sadhana (prtica espiritual) dentro do Nada Yoga consiste em recon-hecer e realizar essa vibrao sonora tanto interior quanto exteriormente.

    Os sons podem ser classicados comoAhat(produzidos exteriormente) ouAnahat(in-ternos). Estes ltimos s podem ser percebidos com o avano da prtica. A meditaoem Nada no anahata chakra leva o nome de Nadanusandhanam.

    Os pr-requisitos essenciais para esse tipo de prtica so os mesmos que em qualqueroutro ramo do Yoga (Ashtanga Yoga). tica e moral so os primeiros. Tambm impor-

    tante possuir domnio na prtica de asanas e pranayamas (posturas sicas e respira-es), pois eles ajudam muito no processo de concentrao interior e meditao.

    Pode-se azer ojapa (repetio) de So ham com a respirao, inspirando So e expirandoHam, que levar progressivamente percepo dos sons sutis noAnahata Chakra (cen-tro vital cardaco).

    A msica clssica indiana uma das ormas mais ecientes para o aspirante iniciar-se no Nada Yoga, devido a sua natureza essencialmente sttwica (pura, elevada). Ela constituda por uma linda variedade de modos meldicos especcos (Ragas), queproduzem eeitos energticos e teraputicos, tanto no indivduo como no meio etreo(Akasha) que o cerca.

    Grandes santos yogis da ndia eram capazes de operar eitos extraordinrios atravs damanipulao correta das ondas sonoras.

    S T conseguia azer chover atravs do raga Megh. Da mesma maneira, ele acen-dia lmpadas de leo cantando o raga Deepak, de to poderosa que era a emanao dosom de sua voz.

    S Tyj, grande msico, compositor e santo do sul da ndia, dizia que a msi-ca um alimento no apenas destinado aos sentidos, porm alma. Ele chegou aponto de declarar que Moksha (liberao) impossvel para aquele que no pos-sui msica dentro de si! A msica cativa mente, elevando-a s sublimes alturas do

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    esplendor divino. Ela causa Laya (dissoluo) da mente em Brahman, o Absoluto.A combinao de Ragas eMantras sem dvida um meio maravilhoso de se conseguiracilmente elevar o nvel de conscincia.

    Podemos tomar Moksha Mantras como OM NAMAH SHIVAYA ou OM NAMONARAYANAYA, e cant-los com uma melodia simples e agradvel. Mesmo sem o con-hecimento tcnico musical ou da lngua snscrita, obteremos timos resultados se amotivao or pura e sincera.

    Os 4 nveis deNada

    Em Nada Yoga acredita-se que o som ocorre em quatro dimenses - quatro nveis desom que se relacionam reqncia, sutileza e ora.

    1.Som grosseiro - Vaikhari2. Som mental -Madhyama3. Som visualizado - Pashyanti

    4. Som transcendental - Para

    Estes quatro estgios representam a evoluo do som a partir da vocalizao verbal deum mantra (Japa) at a sua realizao no plano transcendental.

    Vamos agora estudar em mais detalhe cada um destes estados, a partir do mais elevado:

    PN

    O som transcendental, detentor da mais alta reqncia chama-se Para Nada.

    Para signica mais alto ou elevado, o que transcende, no sentido de estar alm do alcancedos sentidos. Este som s pode ser escutado em outros planos ou estados de conscincia.

    Dentro da msica cada tom possui um certo nmero de vibraes por segundo, o quechamamos de reqncia. O carter dos tons varia de acordo com a extenso, ora,altura e harmnicos.

    Podemos visualizar isto atravs de um analisador de reqncias, que congura graca-mente um nico som em suas vrias ondas componentes, evidenciando a sua estruturaharmnica.

    Na msica indiana as vibraes recebem o nome deAndolana

    Existem sons que so emitidos em altas reqncias. Alguns deles nos so amiliares, taiscomo osapitos para ces, sons produzidos por morcegos e algumas tonalidades geradaseletronicamente, apesar de no os ouvirmos.

    O ouvido humano no capaz de captar reqncias que vibram acima de uma veloci-dade de 20.000 Hz.

    Uma vez alcanada tal reqncia, os sons se tornam inaudveis, s podendo ser perce-bidos de orma subjetiva como um som interno.

    Ondas como as registradas pelo eletroencealograma (EEG) para medir os impulsosbioeltricos do crebro, por exemplo, esto entre 1 e 60 Hz. O ouvido humano noconsegue percebe-las por estarem abaixo de 16Hz. As tonalidades bem graves (ou sub-graves), por exemplo, podem ser sentidas diretamente no corpo embora no sejamaudveis.

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    Os Nada Yoguis deniram que o som Para ou transcendental aquele que possui a maisalta reqncia. A intensa vibrao de Para o torna inaudvel.

    Vrios textos mencionam que este som Para no possui vibraes, sendo um som semmovimento ou reqncia. Mas ainda assim um som.

    Este paradoxo necessrio para se compreender a natureza transcendental e primordialde Para.

    Quando ele atinge a sua mxima intensidade ou altura, que alcana ento a quietudeque o torna Para Nada. O Nada yogui que atinge este estado consciencial de total qui-etude se torna um com Para Nada.

    Nos Upanishads o mantra OM considerado como a maniestao de Para. O som OMaudvel que ns cantamos no pode ser classicado como Para, por ser um objeto danossa percepo sensorial auditiva ou um objeto da nossa lgica e compreenso.

    Para , ao mesmo tempo, silencioso e eterno.

    Ele possui uma orma e a sua natureza de pura luz (Jyoti). Ele dierente dos sons quepodem ser escutados ou compreendidos pelo indivduo.

    Os Upanishads azem a seguinte declarao a respeito de ParaNada:

    I OM. E OM.

    Pshynti

    O segundo nvel sonoro possui menos vibraes e mais tangvel do que Para. Ele chamado de Pashyanti.

    Pashyanti em snscrito signica: Aquilo que pode ser visto ou visualizado. As antigasescrituras mantm que o som tambm pode ser visto. Como poderia ser este som? Vocj escutou alguma msica em sonhos?

    Esta dimenso particular do som que ocorre no estado de sonho considerada Pashy-

    anti. Tambm pode ser chamado de som mental.

    um som subconsciente que interligado primeiramente com as suas caractersticasmentais e no com os seus rgos vocais (lngua, garganta ou boca). Ele no escutadoatravs do ouvido sico, mas atravs do ouvido interno.

    Se cantarmos o mantra Ram, Ram, Ram em voz alta e ento logo em seguida echarmosos olhos e boca, continuando a repetio mental do mantra, enquanto ao mesmo tempovisualizando a orma e a cor de Ram, ser Pashyanti.

    Quando um som ou palavra escutado em uma esera onde o indivduo no est con-sciente do ambiente ou sons ordinrios que o cercam, chamado depashyanti.

    Quando todos os outros sons desaparecerem e voc escutar um outro som especial,completamente dierente dos outros, ele ser Pashyanti Nada.

    Mhym

    A palavraMadhyama signica entre ou no meio.

    O som que possuir menos vibraes que Para e Pashyanti, porm sendo mais sutil queVaikhari, chamadoMadhyama.

    Madhyama o som que quase no pode ser escutado.Normalmente, quando dois objetos colidem, um determinado som produzido. Istono acontece emMadhyama. Quando batemos palmas ainda um som grosseiro.

    Em madhyama as vibraes seriam mais semelhantes a um sussurro, um som inter-medirio. So harmnicos mais sutis que os audveis.

    Vikhri

    O quarto e mais grosseiro nvel de Nada conhecidocomo Vaikhari. Estes sons sopereitamente audveis e podem s er produzidos sicamente.

    Vaikhari o som alado, podendo ser produzido atravs da rico ou coliso entre doisobjetos. As suas vibraes so limitadas a uma gama mais restrita que os outros trsprecedentes.

    Para possui a qualidade da alma e Pashyanti, da mente. Madhyama tem a qualidademais sutil relacionada aos rgos vocais e Vaikhari qualidade mais grosseira ligada aosrgos sicos.

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    Nada e o Universo

    O Nada yogue experimenta o universo macrocsmico como uma projeo devibraes sonoras, como se o mundo emergisse a partir do som.

    Na Bblia encontramos a reerncia de que no incio havia oVerbo e este Verboera Deus. Este verbo ou palavra chamado Shabda ou Nada em snscrito.

    Os sfs o chamam de Surat. Certos msticos muulmanos tambm acreditamque o mundo emergiu a partir do som e da orma.

    Na Austrlia os povos aborgenes contam que seus ancestrais trouxeram a ex-istncia deste mundo atravs de canes.

    Os Yogues dizem que os cinco elementos (Terra, gua, ar , ogo , ter), os cincosentidos, os rgos de ao e percepo, e a mente (composta deManas, Chitta,Buddhi, Ahamkara), assim como os trs Gunas (sattwa, rajas, tamas), todosoram desenvolvidos a partir do som eterno.

    Isto signica que o universo sico, mental, psquico e intelectual tem na suaorigem o som universal (Nada Brahman,).

    Neste contexto h uma reerncia, em especial no Nada Bindu Upanishade noHansa Upanishad descrevendo que no incio no havia absolutamente nada,uma total no existncia no universo onde apenas o som estava presente.

    Este som era interminvel e a partir dele oi undamentada a estrutura do uni-verso, baseada em vibraes sonoras (Nada).

    O prprio movimento da energia vital (Prana) no corpo humano uma ex-presso deste Nada.

    Meditao em Nada Yoga

    A prtica da meditao (Dhyana) no Nada Yoga tem muito em comum comtcnicas encontradas em outras escolas de Raja Yoga como:

    Hatha Yoga, Kundalini Yoga, Laya Yoga, Kriya Yoga, antra Yoga, Mantra Yoga,etc.

    Todas estas vias almejam o mesmo objetivo, sendo que o Nada Yoga propeuma nase especial na descoberta do som, a partir do plano sico e audvel atos nveis mais proundos.

    Para isto um processo de puricao interna necessrio. As tcnicas medi-tativas so vrias, desde a utilizao de um mantra ou raga at o emprego dediversos Pranayamas, Bandhas e Mudras, como:

    Anuloma Viloma (Nadi Shodhana) Pranayama, Brahmari Pranayama, Mula,Udhyana e Jalandara Bandha, Shambavi e Yoni Mudra.

    Pode-se concentrar internamente em um dos Chakras ou centros de energiapsquica, principalmente oAnahata,Ajna ou Sahasrara Chakras. Para um Nada

    Yogue avanado existe a localizao de um ponto muito sutil chamado Bindu,onde se produz uma vibrao constante de Nada. Esse ponto estaria situado naparte superior traseira do crnio.

    A mais importante orma de meditao em Nada Yoga a meditao noAna-hata Nada ou som interno. Este som provm da vibrao do prana no chakracardaco (Anahata chakra).

    Segundo Swami Sivananda podemos comear esta prtica sentando-nos em umaposio conortvel com as pernas cruzadas(Shukha, Padma ou Siddhasana).

    Em seguida, tapamos ambos os ouvidos com os polegares prestando atenonos sons produzidos internamente. No incio ouviremos os batimentos carda-

    cos, a respirao, a corrente sangnea, etc.Com o tempo perceberemos alguns sons distintos sendo produzidos atravs doouvido direito. Isto ocorre devido infuncia do canal condutor solar (PingalaNadi).

    Estes sons podem aparecer como a sonoridade de cmbalos, concha do mar,sinos, fauta, tambores e troves. Aos poucos estes se tornaro cada vez maissutis, eventualmente desaparecendo e cedendo lugar ao surgimento doAnahataNada.

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    Com a prtica constante sob a orientao de um instrutor ou Guru competente,os vrios blocos de tenso e impurezas(Kleshas) so dissolvidos, levando o med-itador experincia de bem aventurana no estado de Samadhi.

    Yogue Goraknath, discpulo de Yogue Matsyendranath escreveu:

    Oh aspirante, continue com oJapa do mantra So Ham. Porm, esteJapa nodeve ser conduzido pela mente. Ele deve ser experimentado atravs do fuxorespiratrio, de uma orma que voc esteja consciente das 21.600 respiraeseitas no perodo de um dia.

    Quando o seu subconsciente se unir ao seu consciente, atravs da respirao,durante as 24 horas do dia, estes 21.600 ciclos sero experimentados na veloci-dade de 15 a 19 voltas por minuto resultando, em mdia, a 900 respiraes porhora.S ento oAnahata Nada se maniestar. Haver luz na espinha dorsal. A en-ergia solar que conectada ao lado direito do crebro despertar o Surya Nadi.Voc vai sentir a indescritvel vibrao ressoando em cada poro de seu corpo,que ser como OMou SoHam.

    Mantra

    O Som, constitudo de vibraes energia. Um mantra snscrito uma energiamstica contida dentro de uma estrutura sonora. Para liberar a energia do som,ns aprendemos a repetir o mantra com mtrica e entoao precisas. Os man-tras so uma cincia exata, por isso importante pronunci-los corretamente.

    O processo de repetio de um mantra denomina-se Japa. Essa prtica, assim

    como outras ormas de Yoga, regula o fuxo vital (Prana) em nosso organismo,proporcionando bem estar sico, psquico e espiritual.

    OsMoksha Mantras (mantras que conduzem liberao)so subdivididos emduas categorias: Nirguna e Saguna, os quais estudaremos logo abaixo:

    S M

    Para a maioria das pessoas mais cil reerir-se a um nome ou orma (Saguna) do queao absoluto alm destes (Nirguna).

    Neste caso utiliza-se o suporte das dierentes deidades existentes no panteo Hindusta.

    Estas deidades simbolizam dierentes aspectos de Brahman ou Deus.Podemos escolh-las de acordo com uma atrao baseada no som proveniente do Man-tra assim como pelos atributos sugeridos na sua imagem.

    Uma vez escolhida, a deidade (IshtaDevata) torna-se o oco da prtica meditativa, de-vendo permanecer sempre a mesma para que a concentrao mental (Dharana) e sub-seqente meditao (Dhyana) sejam alcanadas.

    M - Ap

    OM GAM GANAPATAYE NAMAHA - Gnesh

    OM NAMAH SHIVAYA - ShivOM NAMO NARAYANAYA - Vishnu

    OM SRI RAMAYA NAMAHA - Rm

    OM NAMO BHAGAVATE VAASUDEVAYA - Krishn

    OM DUM DURGAYE NAMAHA - Durg

    OM SHRIM MAHA LAKSHMIE NAMAHA -Lkshmi

    OM AIM SARASWATIE NAMAHA - Srswti

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    N M

    Representam a nossa natureza absoluta e no-dual, utilizados principalmente na escolaVedanta , requerem um nvel de percepo mais sutil.

    OM - Brhmn

    SO HAM - Brhmn

    Bhakti e Nada Yoga

    Bhakti o processo no qual o Yogue busca a sublimao de suas emoes em um es-tado de prounda devoo ao aspecto pessoal de Deus (Ishwara).

    Quando um Bhakti Yogue utiliza um mantra, seu primeiro aprendizado consiste em o-car a ateno no som produzido pelo mesmo. Essa tcnica denominada Vaikhari Japa,ou constante repetio em voz alta do mantra.

    Depois de um certo tempo o praticante passa a ter uma percepo cada vez mais ntidae prounda do som do Mantra, chegando a cessar a produo de ondas sonoras audveis.Ele ento intensica a sua experincia do mantra atravs da repetio labial ou sussurrar(Upamsu Japa).

    Finalmente ele passa repetio puramente mental ou Manasika Japa. Neste estgiomais proundo o prprio mantra se transmuta em Nada.

    No texto a seguir, temos uma linda exaltao de Swami Sivananda sobre a combinaoentre Bhakti e Nada atravs do canto devocional (Sankirtan):

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    Sankirtan Yoga

    Sankirtan a Swarupa ou natureza essencial de Deus.Dhvani Sankirtan.

    Os quatro Vedas tm a sua origem no som. Existem quatro tipos de som: Vaikhari (vo-cal),Madhyama (da garganta), Pasyanti (do corao) e Para (do umbigo). O som partedo umbigo. Os Vedas tambm se originam do umbigo.

    O Sankirtan e os Vedas provm da mesma onte.

    As pessoas sentam-se juntas e cantam os nomes do Senhor com harmonia e acordo, comShuddha ou Bhava (sentimento divino). Isso Sankirtan.

    O Sankirtan acompanhado pelo toque de sons musicais da mesma maneira em que apalavra San precede Kirtan. Sankirtan uma cincia exata. Ela eleva a mente, alm deintensicar o Bhava, ou sentimento divino, a um grau mximo.

    Nama e Nami so inseparveis. Nama quer dizer o nome de Deus. Nami signica aquiloque denotado pelo nome ou Nama. Nama ainda mais grandioso que Nami. Mesmona experincia ordinria o Homem pode morrer, porm seu nome lembrado durantemuito tempo. Kalidasa, Valmiki, Tulsidas, Gauranga e outros s o personagens lembra-

    dos at hoje na histria da ndia. Nama no nada mais do que Chaitanya. Sankirtan cantar os nomes divinos com Bhava e Prema (amor puro).

    Sankirtan Yoga o caminho mais rpido, cil, seguro e barato para atingir a realizaode Deus nesta era.

    As pessoas no conseguem mais praticar duras austeridades hoje em dia. Elas no tmmais a ora de vontade necessria para a prtica do Hatha Yoga. So incapazes de per-manecer toda uma vida em Bramacharya (celibato). Elas no tm os pr-requisitos psi-colgicos para o Raja Yoga. No possuem tampouco o intelecto aado para a prtica doJana Yoga ou Sadhana Vedntico.

    Porm, esse Sankirtan Yoga ou Yoga do canto dos nomes divinos est ao alcance detodos. Existe um poder (Shakti) innito nos nomes de Deus. Ele remover todas as

    impurezas da sua mente. Os vedantins dizem que existem trs tipos de obstculos paraa auto-realizao:

    Mala, Vikshepa eAvarana. Para remov-los eles prescrevem Nishkamya Karma (serviodesinteressado),Upasana (adorao) e Nididhyasana vedntica (busca intelectual).

    Sankirtan sozinho pode obter todos os trs juntos numa s tacada. Assim, ele removeas impurezas da mente (Mala), acalmando-a e controlando sua tendncia de vacilar(Vikshepa). Finalmente ele rasga o vu da ignorncia (Avarana), levando o aspirante(Sadhaka) ace a ace com Deus.

    Maya (iluso) to potente que o ilude a cada instante. A cada momento ela lhe d asensao de que o prazer existe somente nos objetos dos sentidos e em nenhum outrolugar. Voc troca a dor pelo prazer. Esse o trabalho de Maya. Fique atento! Lembre-se:Janma mrityu jara vyadhi duhkha dosha (este mundo cheio de dores conseqentes donascimento, morte, velhice, doena e misria). No existe prazer nesses objetos nitos.Yo vai bhuma tat sukham (voc obter elicidade somente no innito). Sankirtan o ca-pacitar a realizar esse innito aqui e agora. Ele o libertar da iluso. Dessa maneira,cante ento os nomes do Senhor. Cante oMaha Mantra:

    Hre Rm Hre RmRm Rm Hre HreHre Krishn Hre Krishn

    Krishn Krishn Hre Hre

    Esse o grande mantra para as pessoas do Kali Yuga (poca moderna de destruio). ORishi Narada oi visitar o senhor Brahma e disse:

    Senhor, as pessoas neste Kali Yuga no sero capazes das austeridades, nem de con-duzir os Yajnas (sacricios e oerendas), nem de percorrer a via do Vedanta.

    Por avor, tenha compaixo para com eles e indique um modo cil com o qual eles pos-sam alcanar Deus.

    O Senhor Brahma, na sua innita compaixo e piedade, concedeu esse Maha Mantra,

    com o qual as pessoas do Kali Yuga pudessem alcanar a auto-realizao. Cante ento osnomes de Deus. Sirva, ame, d, medite, realize, seja bom e piedoso. Pergunte quem soueu?. Conhea o Ser e seja livre.

    Que Deus abenoe vocs todos com sade, vida longa, paz, prosperidade e elicidade.

    Swmi Sivnn

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    Msica e Nada Yoga

    Nada encontrado internamente. a msica sem cordas que tocada dentrodo corpo. Ela penetra o interno e o externo, levando-o para longe da iluso.

    Kbir

    A relao entre a msica e o Nada Yoga ilustrada atravs de uma linda histria doSrimad Bhagavatam, escritura clssica que narra os Lilas divinos de Sri Krishna:

    Krishna havia deixado o seu palcio por volta da meia noite, indo em direo foresta. A lua cheia brilhava durante os primeiros meses do inverno. Elecomeou a tocar a sua fauta (Bansuri) e o eco produzido se espalhava do-cemente sobre a calma atmosera. Esta msica viajava desde a foresta at ovilarejo, onde oi escutada pelas Gopis. E, quando escutaram este som, elasrepentinamente deixaram suas casas e maridos, esquecendo-se completamentedo que estavam azendo ou estivesse acontecendo.Elas correram em direo aolugar de onde fua o Nada daquela fauta. Elas comearam a danar ao redordo tocador da fauta. Depois de pouco tempo descobriram que cada uma delasse encontrava danando com o prprio Krishna em pessoa.

    O signicado esotrico dessa histria s compreendidopelos Yogues. Neste sentido, Krishna representa o mais altoplano de conscincia de onde fui o som divino no mais pro-undo estado de Nada-Sadhana. Assim que despertados pelosom da fauta, os sentidos deixam seus respectivos objetos deprazer e experincia, reugiando-se no local de onde provmo fuxo de Nada. L todos os sentidos passam a danar ao re-dor de Nada, cortando completamente a sua conexo com osobjetos externos. Desta orma, Dharana(capacidade de ver ouexperimentar algo internamente) inicia, permitindo a entradano estado de Dhyana (meditao).

    Em snscrito a palavra Krishna signica aquilo ou aquele que atrai, sendo derivada da

    raiz Karshan.Gopi em linguagem popular signica a lha de uma amlia que cuida das vacas. Emsnscrito Gopi se relaciona simbolicamente aos sentidos.

    Quando ouvia o som da fauta, o sentido da audio se abstraa de todas as outras ontessonoras, undindo-se no Nada interior. Esse processo de abstrao chama-se Pratya-hara.

    Quem que toca a fauta no meio do cu? Afauta tocada onde os rios Gan-ges e Yamuna convergem. A confuncia dos trs rios sagrados - Ganges, Ya-

    muna e Saraswati - acontece em um lugar chamado Trikuti.Oh, este o encontro de Ganges e Yamuna... O som fui desde o norte, as Gopisescutam o som da fauta cando todas hipnotizadas pelo Nada supremo...

    Kbir

    O desenvolvimento da msica indiana nas suas mais variadas ormas tal como a con-hecemos hoje, deve-se a um processo de popularizao ocorrido durante o perododas cortes dos imperadores mongis e muulmanos, que trouxeram ao pblico umatradio at ento connada aos templos e Gurukulas hindustas ortodoxos.

    Assim, na ndia existem dois gneros distintos de msica: um chamado Deshi ou olclo-re popular, destinado basicamente ao entretenimento; e outro gnero conhecido como Marga Sangueet,ou msica clssica propriamente dita. Essa msica subdivide-se emduas correntes principais: Hindustani no norte da ndia e Karnatic no sul da ndia.

    Ambas as correntes desenvolveram a pereio a arte dos Shrutis, Swaras e Ragas, comoveculo de Nada Yoga.

    Entre as mais ortes e antigas expresses musicais da tradio do norte da ndia temoso canto Dhrupad,onde o cantor se az acompanhar somente pelo som da ampura e doPakhawaj.

    Esse estilo desenvolveu-se mais tarde no canto Khayal.

    A msica instrumental que tem sua origem nos antigos templos como orma de adorao,utiliza uma grande variedade de instrumentos como a Veena, o Sitar, o Sarod, o Santoor, oSarangui, a fauta bansuri, o Shenhai, oMrdangam, as ablas, o Sarangui e outros.

    Pakhawaj

    Tablas

    Veena

    Sitar

  • 8/8/2019 Yoga Som Gopala

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    O aprendizado da msica indiana, assim como dentro do Yoga, passa por uma relaoentre mestre e discpulo (Guru-Shishya), sendo que os mestres s revelam os segredos desua arte aos discpulos que orem merecedores de portar o nome da sua escola (Ghara-na). Por essa razo a transmisso eita de orma oral, levando muitos anos de esoro eprtica constantes para alcanar maturidade na execuo dos Ragas. Muitos dos grandesmsicos da ndia so considerados como Nada Yogues, por sua total maestria do som.

    S

    um termo snscrito que signica ouvir ou ser ouvido.

    Origina-se a partir de Nada (som). A literatura musical descreve 22 Shrutis.

    Os shrutis tm sido denidos como pequenas requncias sonoras que podem ser acil-mente captadas e reconhecidas pelo ouvido humano.

    Os Shrutis no so dierentes das Swaras (notas), ambos esto intimamente conectadostal qual as marcas dos anis sobre o corpo de uma serpente.

    Experts em Nada Yoga azem um paralelo entre os 22 Shrutis e os canais condutores doPrana no corpo astral (Nadis).

    As ramicaes nervosas situadas no plexo cardaco so envolvidas por trs Nadis prin-

    cipais - Ida, Pingala e Sushumna. Em nmero de 22 elas aparecem oblquas, sendo queos Shrutis correspondentes surgem a partir de uma leve presso de ar (Vayu) sobre asramicaes.

    Os Shrutis podem ser melhor compreendidos atravs do estudo do Sitar, instrumentoque demonstra claramente os microtons entre as notas undamentais.

    Sw

    So as notas musicais propriamente ditas.

    As Swaras oram extradas a partir dos shrutis, sendo ormadas pela combinao de

    vrios destes.Na tabela abaixo veremos os seus respectivos nomes e correspondncias:

    Sw S S C *Shadaj SA 4 MuladharaRishabh RE 3 SwadisthanaGandhar GA 2 ManipuraMadhyam MA 4 AnahataPancham PA 4 VishuddaDhaivat DHA 3 AjnaNishad NI 2 Sahasrara

    *A associao entre Chakras e notas de cunho comparativo apenas, sendo dicil de-

    terminar a exata reqncia de cada centro energtico, por estarem em um plano sutilonde o ouvido sico no alcana.

    R

    Raga a base meldica da msica Indiana. Traduzido literalmente do snscrito signicaO que colore a mente. Raga mais do que uma escala. um conjunto de notas cha-mando rases musicais nas quais o msico cria uma pintura sonora.

    Um Raga deve possuir no mnimo cinco notas (Swaras), interpretadas em ciclos ascen-dentes (Aroha) e descendentes (Avaroha).

    Os Ragas podem ser associados com a vasta gama dos sentimentos humanos (Bhava),assim como s dierentes estaes do ano ou perodos do dia.

    Logo abaixo estudaremos trs progresses (Tatas) de Ragas conhecidos:

    1. R B

    S R G M P D N S ()

    2- R M

    S G M DN S ()

    3. R Sj:

    S RG P D S ()

    As notas que aparecem em negrito representam Koma (bemol) quando movidas para

    baixo (RE, GA, DHA, NI) ou ivra (sustenido) quando movidas para acima (MA).As notas em sua escala normal - SA, RE, GA, MA, PA, DHA, NI - so denominadas Shud-dha ou puras.

    SA e PA so notas xas (achal swar).

    T

    Tala (tempo) um importante ator regulador na durao relativa dos sons musicais.

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    Tala constitudo de vibraes que so baseadas na marcao do pulso humano. Destaorma, ele o marcador do pulso da vida.

    A palavra Tala provm da contrao de andava e Lasya.

    andava representa a dana csmica do Senhor Shiva e Lasya a resposta de sua consorteParvati.

    Os Talas so geralmente tocados, dentro da msica Indiana, por uma variedade de in-strumentos de percusso que incluem o Pakhawaj, oMridange as ablas.

    A unidade de medida dos Talas denomina-se Matra, sendo que a velocidade de ex-ecuo chamada de Laya ou ritmo.Eles subdividem-se em VilambitLaya (lento),Mad-hya Laya(mdio) e Drut Laya(rpido).

    Abaixo veremos alguns dos Talas mais populares :

    1. T - T (16Matras):

    DHA DHIN DHIN DHA

    DHA DHIN DHIN DHA

    DHA TIN TIN TA

    TA DHIN DHIN DHA

    2. D-T 6 (Matras):

    DHA DHIN NA

    DHA TIN NA

    3. Rp-T ( 7Matras):

    TIN TIN NA

    DHIN NA DHIN NA

    . Jp-T ( 5Matras):

    DHIN NA DHIN DHIN NA

    TIN NA DHIN DHIN NA

    Fontes bibliogrficas:

    antra, Nada and Kriya Yoga - Swami SivanandaTeory o Indian Music - Ram Avatar VirGarland o Letters - Arthur AvalonAutobiography - Ravi ShankarMeditation and Mantras - Swami Vishnu DevanandaLaya Yoga - Shyam Sundar GoswamiBindu Magazine - Swami Janakananda

    Hatha Yoga Pradipika - Yogui Swatmarama.Srimad Bhagavatam - Sri Vyasa DevaAlguns artistas que podem ser vir como reerncia musical:Ravi Shankar, Shahid Parvez, Nikhil Banerjee (Sitar)G.S. Sachdev, Hari Prasad Chaurasia (Bansuri)Pandit Jasraj, Lakshmi Shankar, Mallikarjun Mansoor, Pandit Bhimsen Joshi, GuirijaDevi(canto Khayal,Bhajan)Dagar Brothers, Pandit Vidur Mallik,(canto Dhrupad)Swapan Choudry, Anindo Chaterjee, Zakir Hussein, Pandit Kishan Maharaj, Allah R a-kha (abla)Pandit Shiv Kumar Sharma (Santoor)Ustad Sultan Khan,Pandit Ram Narayan (Sarangui)

    Ustad Ali Akbar Khan, Pandit Brij Narayan(Sarod)Ustad Bismillah Khan(Shenhai)

    Gostaria de maniestar minha gratido inspirao espiritual de Sri SwmiSivnnji Mhrj, grande Yogue contemporneo, e seu discipulo SwmiVishnu Devnnji Mhrj, undador do Interntionl Sivnn YogVent Centers, onde recebi toda minha ormao e amparo na prtica do

    Yoga.Dedico esta pequena obra aos ps de meu Guruji Sri Hnumn, excelentemsico e Nada Yogue, que me iniciou nesse caminho, assim como aSri AnnKumr Mllik, com quem completei meus estudos em abla, Pakhawaj e can-to.Aqui no Brasil, meu carinho aos companheiros do projeto musical ShbRs - Totti Lima (Ganapati) e Fbio Mentz (Shantireva) , com quem tive oprazer de gravar dois lindos CDs de msica Indiana

    OM SHANTI

    Gopl