Yvone Pereira - Devassando o Invisível

Embed Size (px)

Citation preview

Devassando o Invisvel 14.501 Este livro foi composto na ortografia usada pela Editora, ou seja, a de 1943, co m algumas das modificaes propostas pela de 1915. Yvonne A. Pereira Devassando o Invisvel ( eludo sobre en3meno e ,tato &ancendentee devaMado pela mediunidade, ob a orientao dc ipriloe-Gtia4 da mdium) 2 edio Do 6' ao 15' milhar FEDERAO ESPIRITA BRASILEIRA (Departamento Editorial) Rua Souza Valente, 17 e Avenida Passos, 30 RIO, Gb - ZC-08 Composto e impresso nas oficinas da - FEDERAO - 73-RA; 1O.006-L; 1964 ndice Pg. Introduo . 7 Cap. 1 - Nada de novo 9 Cap. II - Como se trajam os Espiritos 39 Cap. III - Frederico Chopin, na Espiritualidade 61 Cap. IV - Nas Regies Inferiores 84 Cap. V - Mistificadores Obsesses 103 Cap. VI - Romances medinicos 116 Cap. VII O amigo beletrista 145 Cap. VIII Sutilezas da Mediunidade 174 Cap. IX - As virtudes do Consolador 198 Cap. X Os grandes segredos do Alm 215

Introduo Apresentando estas pginas ao pblico, nada mais fazemos que obedecer s instrues da ent idade espiritual Charles, amigo desvelado que h sido o anjo bom de nossa vida. Nenhum sentimento de vaidade animou o nosso lpis, quando travamos fatos ocorr idos com nossa prpria mediunidade, pois de longa data framos informada de que, se eles assim se desenrolaram, isso no significava privilgio nossa pessoa, ma s porque nossa faculdade a tanto se presta, por predisposies particulares, no desdobrar natural de suas foras; e, ademais, para que vissem a pblico testemunha r, ainda uma vez, o que outros adeptos do Espiritismo testemunharam tambm, visto ser de interesse geral que se patenteiem sempre, por mltiplos sinais, os fa tos que o Alm-Tmulo, desde tempos remotos, tem concedido aos homens. Quanto escrev emos aqui, existe nos cdigos doutrinrios espritas. No se trata, pois, de obra pessoal, me smo porque o personalismo, se se infiltrar na Doutrina Esprita, acarretar a sua corrupo, como sucedeu ao prprio Cristianismo. No apresentamos, to-pouco, frutos da nossa escolha, porquanto as observaes que aqui vm anotadas foram selecionadas pelos instrutores espirituais, e nem sequer tivemos desejo de organ izar o presente volume. Cumprimos ordem do Alm, apenas, como instrumentao que fomos das intuies positivas de amigos espirituais como Charles, Bezerra de Menezes , Lon Denis, Incio Bittencourt e Leo Tolstoi, que nos assistiam durante a tarefa, levando-nos a compilar recordaes de ocorrncias passadas, que jaziam adormec idas, e indicando at mesmo os trechos das obras de Allan Kardec a citar, como tese, no cabealho de cada captulo.

Devassando o Invisvel No entanto, se algo arrogamos para ns prpria, o direito de afirmar os fatos positivos apreciados no Invisvel, aqui citados. Afi rmamo-los, pois, com todas as nossas foras e convices, porque os vimos, apresentado s por nossos mentores espirituais, examinmo-los, aprecimo-los. E de to longa data ess es acontecimentos de Alm-Tmulo se sucedem em nossa vida; e to habituada nos achamos, no presente, sua realidade, que o Alm-Tmulo para ns, deixou de ser uma sensao, para se tornar sequncia diria da nossa vida.., a tal ponto que, s vezes, confundimos os dois mundos, no lembrando, de momento, se tal ou qual acon tecimento foi ocorrido aqui, na Terra, ou alm, no Invisvel; e muitas vezes acontece, outrossim, que amigos nossos, do imvisvel, costumam ser confundidos, de imediato, com outros tantos da Terra.. Possam estas pginas despertar, no corao do leitor, o amor ao estudo, to necessrio, da Revelao Esprita; e que a observao e a anlise Se sucedam, de sua parte, ao ponto final das lies ventiladas. Quanto a ns, continuaremos a fazer coro a um dos maiores devassadores do Invisvel que a Terra conheceu. - William Crookes -, quando afirmou: "No digo que isto possvel; digo: isto real!" Rio de Janeiro, 15 de Dezembro de 1962. 8 YVONNE A. PEREIRA CAPTULO 1 Nada de novo... - "O vcuo absoluto existe em alguma parte no Espao universal?" "No, no h vcuo, O que te parece vazio est ocupado por matria que te escapa aos sentidos e aos instrumentos." (ALLAN KARDEC - O Livro dos Espritos", Pergunta 36,)

Adeptos h da Doutrina Esprita que rejeitam, at hoje, a verso intimamente muito venti lada pelos Espritos desencarnados, atravs de obras ditadas psicogrficamente, de um mundo material, invisvel aos olhos carnais, mundo esse vibrtil e intenso, on de existir, em estado aperfeioado, ampliado at vertigem, muito do que na Terra existe. Respeitamos, certamente, a opinio dos refratrios a essa revelao, visto que, se dever de qualquer cidado respeitar opinies alheias, ao esprita, com muito maior razo, assistir o dever de considerao opinio do prximo, ainda quando tagnica ao seu modo de ver e pensar. No seria, porm, ocioso raciocinarmos sobre ensinamentos particulares aos domnios da Doutrina Esprita, raciocnios que, se nenhum proveito trouxerem instruo que nos cumpre dilatar diriamente, ao menos nos auxiliaro no aprendizado da meditao, exercitando-nos o pensamento para voos mais arrojados. Estas pginas, como as demais que compem o presente 10 DEVASSANDO O INVISVEL

volume, no so frutos do nosso raciocnio pessoal, como o no so de nossas concepes dou nrias, visto que temos o cuidado de jamais estabelecer concepes pessoais em assuntos de Espiritismo. Certa da nossa fragilidade, renuncimos bem c

edo vaidade das opinies prprias, para nos achegarmos aos mestres e grandes vultos da Doutrina e junto deles buscar o ensinamento seguro, aceitando igualmen te o que o Invisvel espontneamente nos revela, quando concorde com os ensinamentos bsicos, revelaes que, algumas vezes, tm contrariado mesmo as ideias que havamos feito sobre mais de um assunto. Temos sido, portanto, to somente um veculo transmissor das idias e do noticirio do Espao, e, a merc de Deus, empenhamo-nos esfo radamente em ser passiva aos dedicados amigos invisveis, ao se valerem da nossa faculdade. E, por isso mesmo, o que aqui se afigura escrito por nossa p ena mais no ser do que o murmrio das vozes de amigos espirituais que nos dirigem o crebro e impulsionam o lpis, depois de haverem arrebatado o nosso Esprito a giros instrutivos pelo Mundo Invisvel, as mais das vezes. * * * Desde o advento da Doutrina Esprita, os nobres habitantes do mundo espiritual que se tm comunicado com os homens, atravs de grande variedade de mdiuns, afirmam ser a Terra um plido reflexo do Espao. O Livro dos Mdiuns", de Allan Kardec, no bel o captulo VIII - "Do Laboratrio do Mundo Invisvel" - fecundo em explicaes que oferecem base para estudos e concluses muito profundas quanto vertiginosa int ensidade do plano invisvel, a possibilidade de realizaes, ali, por assim dizer, "materiais", que as entidades desencarnadas sempre afirmaram e que nos ltimos tem pos DEVASSANDO O INVISVEL 11

vm confirmando com insistncia e pormenores dignos de ateno. E no precioso compndio "A Gnese", tambm de Allan Kardec, lemos o seguinte, no captulo XIV, sob o ttulo - Ao dos Espritos sobre os fluidos - Criaes fludicas - Fotografias do pensam o: "Os fluidos espirituais, que constituem um dos estados do fluido csmico universal , so, a bem dizer, a atmosfera dos seres espirituais; o elemento donde eles tiram os materiais sobre que operam; o meio onde ocorrem os fenmenos especiais, perceptv eis viso e audio do Esprito, mas que escapam aos sentidos carnais, impressionveis somente matria tangvel; o meio onde se forma a luz peculiar ao mundo espiritual, d iferente, pela causa e pelos efeitos, da luz ordinria; finalmente, o veculo do pensamento, como o ar o do som. "Os Espritos atuam sobre os fluidos espirituais, no manipulando-os como os homens manipulam os gases, mas empregando o pensamento e a vontade. (O grifo nosso.) Para os Espritos, o pensamento e a vontade so o que a mo para o homem. Pelo pensame nto, eles imprimem queles fluidos tal ou qual direo, os aglomeram, combinam ou dispersam, organizam com eles conjuntos que apresentam uma aparncia, uma forma , uma colorao determinadas; mudam-lhes as propriedades, como um qumico muda a dos gases ou de outros corpos combinando-os segundo certas leis. a grande ofic ina ou laboratrio da vida espiritual. " (Pargrafos 13 e 14.) E, no pargrafo 3, desse mesmo captulo, encontraremos: "No estado de eterizao, o fluido csmico no uniforme: sem deixar de ser etreo, sofre odificaes to variadas em gnero e mais numerosas talvez do que no estado de matria tangvel. Essas modificaes constituem fluidos distintos que, embora procedentes do mesmo princpio, so dotados de propriedades especiais e 12 DEVASSANDO O INVISIVEL do lugar aos fenmenos peculiares ao mundo invisvel. Dentro da relatividade de tudo, esses fluidos tm para os Espritos, que tambm so fludicos, uma aparncia to material, quanto a dos objetos tangveis para os encarnados, e so, para eles, o q ue so para ns as substncias do mundo terrestre. Eles os elaboram e combinam para produzirem determinados efeitos, como fazem os homens com os seus materiais , ainda que por processos diferentes." Os prprios Espritos ditos sofredores, at mesmo os criminosos, que se costumam apres entar em bem dirigidas sesses prticas, narram acontecimentos reais, positivos,

que no Invisvel se sucedem, um modo de viver e de agir, no Espao, muito distanciad o daquele estado vago, indefinvel, inexpressivo, que muitos entendem seja o nico verdadeiro, quando a Revelao propala, desde o incio, um mundo de vida intensa, mundo real e de realidades, onde o trabalho se desdobra ao infinito e as realizaes no conhecem ocasos. Nas entrelinhas de grandes e conceituadas obras doutr inrias, existem claras aluses a sociedades, ou "colnias", organizadas no Alm-Tmulo, onde avultam cidades, casas, palcios, jardins, etc., etc. Na erudita e e ncantadora obra "Depois da Morte", do eminente colaborador de Allan Kardec, Lon Denis, o qual, como sabemos, alm de primoroso escritor foi um grande inspirado pelos Espritos de escol, pgina 235 da 7 edio (FEB), Cap. XXXV, a exposio dessa tese no somente fecunda e expressiva, como tambm mesclada de grande beleza, como tudo o que passou por aquele crebro e aquela pena. Diz Lon Denis, na citada obra: "O Esprito, pelo poder da sua vontade, opera sobre os fluidos do Espao, combina-os e os dispe a seu gosto, d-lhes as cores e as formas que convm ao seu fim. por meio desses fluidos que se executam obras que desafiam toda comparao e toda anl ise. Construes DEVASSANDO O INVISVEL 13 areas, de cores brilhantes, de zimbrios resplandecentes: circos imensos onde se ren em em conselho os delegados do Universo; templos de vastas propores, donde se elevam acordes de uma harmonia divina; quadros variados, luminosos: reprodues d e vidas humanas, vidas de f e de sacrifcio, apostolados dolorosos, dramas do Infinito (1). Como descrever magnificncias que os prprios Espritos se declaram impo tentes para exprimir no vocabulrio humano? nessas moradas fludicas que se ostentam as pompas das festas espirituais. Os Espritos puros, ofuscantes de lu z, se agrupam em famlias. Seu brilho e as cores variadas de seus invlucros permite m medir a sua elevao, determinar os seus atributos. " (Os grifos so nossos.) E ainda outros trechos desse belo volume trazem informaes a respeito do assunto, b astando que o leiamos com a devida ateno, bem assim vrios captulos de outra obra sua - "O Problema do Ser, do Destino e da Dor". Em outro magnfico livro do grande Denis - "No Invisvel" -, pgina 470, no cap. XXVI, da 3 edio (FEB), h tambm este pequeno trecho, profundocomplexo, sugestivo, descortinando afirmaes grandiosas: "Dante Alighieri mdium incomparvel. Sua "Divina Comdia" uma peregrinao atravs dos os invisveis. Ozan, o principal autor catlico que j analisou essa obra genial, reconhece que o seu plano calcado nas grandes linhas da iniciao nos mistrios antigos, cujo princpio, como sabido, era a comunho com o oculto." (Os grifos so nossos.) Assim se expressa o grande inspirado Lon Denis, (1) So essas reprodues de vidas humanas que os Instrutores Espirituais do a ver aos mdiuns, no Espao, durante o sono letrgico, ou desdobramento, e dos quais se originam os romances medinicos, sempre to atraentes. Vde capitulo VI. 14 DEVASSANDO O INVISIVEL em suas obras, e, se mais no transcrevemos aqui, ser por economia de espao, que pre cisaremos atender. Do exposto, no entanto, deduziremos que a "Divina Comdia" no apresenta to somente fantasias, como imaginaram os prprios eruditos, mas ocorrnci as reais do Alm-Tmulo, que o poeta visionrio mesclou de divagaes, talvez propositadamente, numa poca de incompreenses e preconceitos ainda mais intransigen tes que os verificados em nossos dias (2). Os preciosos volumes escritos pelo sbio psiquista italiano Ernesto Bozzano, produ to de severa anlise cientfica, so frteis em apontar esses mesmos locais do Invisvel, revelados por Espritos desencarnados de adiantamento moral-espiritual no rmal, cujas comunicaes, psicografadas por vrios mdiuns desconhecidos uns dos outros, alguns at completamente alheios ao Espiritismo, foram examinadas e ci entificamente analisadas por aquele ilustre autor. Ser-nos- impossvel transcrever, aqui, muitos trechos de Bozzano a respeito, visto que em suas obras encontramos fartas observaes em torno da tese em apreo. Limitar-nos-emos a citar alguns trechos do interessante livro "A Crise da Morte", onde substancioso noticirio encontrarem os sobre o assunto, alm de alguns "detalhes fundamentais" da sua anlise sobre

comunicaes com Espritos desencarnados. Assim que, no "Dcimo-quarto caso", analisando uma das comunicaes inseridas no mesmo volume, Bozzano observa que - "a paisagem "astral" se compe de duas sries de (2) Dante Alighieri -Ilustre poeta e pensador italiano, nascido em 1265 e faleci do em 1321, autor do poema pico "Divina Comdia", considerado "uma das mais altas concepes do esprito humano". Esse poema contm as ideias e a filosofia da Idade Mdia e se divide em trs pontos: o Inferno, o Purgatrio e o Paraso, e figura uma viagem do poeta ao Mundo Invisvel. Pode-se acrescentar que essa obra imortal criou a poesia e a linguagem italianas. DEVASSANDO O INVISIVEL 15 objetivaes do pensamento, bem distinta uma da outra. A primeira permanente e imutve l, por ser a objetivao do pensamento e da vontade de entidades espirituais muito elevadas, prepostas ao governo das esferas espirituais inferiores; a outra , ao contrrio, transitria e muito mutvel; seria a objetivao do pensamento e da vontade de cada entidade desencarnada, criadora do seu prprio meio imediato. " (3) (Os grifos so nossos.) pgina 153 da referida obra, nas "Concluses" relativas ao ltimo caso, leremos o segu inte, no "detalhe fundamental" n9 6: "Terem-se achado (os Espritos recm-desencarnados) num meio espiritual radioso e ma ravilhoso (no caso de mortos moralmente normais), e num meio tenebroso e opressi vo (no caso de mortos moralmente depravados)." No "detalhe" n9 7: (3) Certa vez, durante um transporte em corpo astral, tivemos ocasio de visitar, no Espao, conduzida pelo Esprito de nossa me, uma tia falecida havia trs anos, Sra. Ernestina Ferraz, de quem framos muito amiga e de quem recebramos, sempre, mu itas provas de dedicao e ternura maternal, sobre a Terra. Recebeu-nos em "um meio imediato", segundo as expresses de Bozzano, criado por ela prpria, pois havia um salo de visitas idntico ao de sua antiga residncia terrena, com o velho piano de carvalho que fora seu (ou a sua reproduo fluidica), e que, presentemente, se encontra em nosso poder. Aberto, com a partitura no local devido, o piano fludico era dedilhado por sua irm caula, Lusa, tambm j falecida, a qual ela prpria e ara, inclusive ensinando-lhe msica. Tal a realidade da criao que, talvez perturbada com a situao frisante, exclammos, algo vexada: - Oh, titia! O seu piano est necessitado de um reparo.., est desafinado.., mas pro meto que o mandarei consertar. E ela, prontamente: - No te incomodes, minha filha, com este meu piano... Presentemente, o piano, devidamente conservado, mantido como recordao da boa amiga que tanto nos serviu. 16 DEVASSANDO O INVISIVEL "Terem reconhecido que o meio espiritual era um novo mundo objetivo, substancial, real, anlogo ao meio terrestre espiritualizado. " No "detalhe" n9 8: "Haverem aprendido que isso era devido ao fato de que, no mundo espiritual, o pe nsamento constitui uma fora criadora, por meio da qual todo Esprito existente no mundo "astral" pode reproduzir em torno de si o meio de suas recordaes." No "detalhe" n' 12: "Terem aprendido que os Espritos dos mortos gravitam fatalmente e automticamente p ara a esfera espiritual que lhes convm, por virtude da lei de afinidades." (Os grifos so nossos.) E ponderamos ns: Se os Espritos dos mortos fatalmente e automticamente gravitam par a a esfera espiritual que lhes convm, que tais esferas existiam mesmo antes de eles para l gravitarem, criadas, certamente, por outros Espritos, com os quais passaro a colaborar, na medida das prprias foras. Com efeito. No "detalhe secundrio" 11' 4, do mesmo caso, Bozzano analisa: "Acham-se de acordo (as almas dos mortos) em afirmar que, embora os Espritos tenh am a faculdade de

criar mais ou menos bem, pela fora do pensamento, o que lhes seja necessrio, todavia, quando se trata de obras complexas e importantes, a tarefa confiada a grupos de Espritos que nisso se especializaram. " Dentre as comunicaes analisadas por Bozzano, ressaltaremos as concedidas pelo Espri to do inesquecvel artista cinematogrfico Rodolfo Valentino, falecido em Agosto de 1926, sua esposa Natacha Rambowa, nas sesses realizadas em Nice, na Frana, e co nsideradas cientificamente muito importantes, nas quais so citados pormenores desse mundo espiritual, e que muito edificam os estudiosos. No nos furtaremos ao prazer de DEVASSANDO O INVISIVEL 17 oferecer ao leitor um substancioso trecho das mesmas comunicaes. Assim se expressa o Esprito do clebre "astro", atravs da psicografia do mdium norte-ameri cano, Jorge Benjamim Wehner, dirigindo-se sua esposa: - "Aqui, tudo o que existe parece constitudo em virtude das diferentes modalidade s pelas quais se manifesta a fora do pensamento. Afirmam-me que a substncia sobre que se exerce a fora do pensamento , na realidade, mais slida e mais durvel do que a s pedras e os metais no meio terrestre. Muitas dificuldades encontrais, naturalm ente, para conceber semelhante coisa, que, parece, no se concilia com a ideia que se po de formar das modalidades em que devera manifestar-se a fora do pensamento. Eu, por minha parte, imaginava tratar-se de criaes formadas de uma matria vaporosa; ela s, porm, so, ao contrrio, mais slidas e revestidas de cores mais vivas, do que o so os objetos slidos e coloridos do meio terrestre... As habitaes so constru as por Espritos que se especializaram em modelar, pela fora do pensamento, essa matria espiritual. Eles as constroem sempre tais como as desejam os Espritos, pois que tomam s subconscincias destes ltimos os gabaritos mentais de seus desejos. " (Os grifos so nossos.) Um livro ainda mais antigo do que as obras de Bozzano - "A Vida Alm do Vu" - obtid o tambm mediiinicamente pelo pastor protestante Rev. G. Vale Owen, tornou-se clebre no assunto, pois que o Esprito da genitora do prprio mdium narra ao filho, em comunicaes peridicas, as mesmas construes fludicas do mundo espiritual, isto , jardins, estradas pitorescas, habitaes, cidades, etc. Semelhante mdium , certa mente, insuspeito, visto que, como protestante, seriam bem outras as ideias que alimentaria quanto vida espiritual. Tais comunicaes, em sua maioria, datam do ano de 1913. Convm deliciarmos, ainda, as nossas almas

18 DEVASSANDO O INVISVEL com alguns pequenos trechos de to interessante livro: - "Pode agora fazer-me o favor de descrever sua casa, paisagens, etc. ? pergunta o Rev. Vale Owen ao Esprito de sua me. E este responde: - "E' a Terra aperfeioada. Certo, o que chamais quarta dimenso, at certo ponto exis te aqui, mas no podemos descrev-la claramente. Ns temos montes, rios, belas florestas, e muitas casas; tudo foi preparado pelos que nos precederam. Trabalha mos, atualmente, por nossa vez, construindo e regulando tudo para os que, ainda durante algum tempo, tm que continuar a sua luta na Terra. Quando eles vierem, encontraro tudo pronto e preparado para receb-los. " - "O tecido e a cor do nosso vesturio tomam a sua qualidade do estado espiritual e do carter de quem o usa. (O grifo nosso.) O nosso ambiente parte de ns mesmos e a luz um importante componente do nosso ambiente. Entretanto, de podero sa aplicao, debaixo de certas condies, como poderemos ver naqueles sales

"No teriam de ser demolidas (as edificaes), para aproveitar-se depois o material em nova construo. Seria ele aproveitado com o prdio em p. O tempo no tem ao de espcie alguma sobre as nossas edificaes. Elas no se desfazem nem se arrunam. S

durabilidade depende apenas da vontade dos donos, e, enquanto eles quiserem, o edifcio ficar de p, podendo ser alterado ou modificado consoante seus d esejos. - "...porque estas esferas so espirituais e no materiais." (Grifo nosso.) E o livro todo assim prossegue, em revelaes belas e simples, lgicas e edificantes, o que confirma o noticirio de muitos mdiuns, que tambm chegam a verificar tais realidades do mundo invisvel durante seus desdobramentos em esprito. DEVASSANDO O INVISVEL 1 Mas no s. Um livro encantador, "No Limiar do Etreo", publicado em 1931, de autoria do ilustre Dr. J. Arthur Findlay, pesquisador dos fenmenos espritas na erudita Inglaterra, que ta ntos excelentes investigadores do Psiquismo concedeu ao mundo, conta, no captulo X - Noites de Instruo" -, o dilogo mantido, du- rante uma sesso ntima com o clebre m m Sloan, com um Esprito que lhe respondia atravs do fenmeno da voz direta e do qual destacamos os seguintes trechos: - "Poder dizer-me algo com relao ao vosso mundo? - Todos os que esto num mesmo plano podem, como j disse, ver e tocar as mesmas coi sas. Se olhamos para um campo, um campo o que todos vemos. Cada coisa a mesma para os que se acham nas mesmas condies de desenvolvimento mental. No um sonho. Tud o real para ns outros. Podemos sentar-nos juntos e gozar da companhia uns dos outros, precisamente como fazeis na Terra. Temos livros e podemos l-los. Temos as mesmas sensaes que vs. Podemos dar longos passeios por uma regio e encontrar um amigo a quem no vamos desde muito tempo. Das flores e dos campos aspi ramos os aromas, como vs a. Apanhamos flores, como o fazeis. Tudo tangvel, porm num grau mais alto de beleza do que tudo na Terra. - Assemelha-se nossa a vossa vegetao? - De certo modo, mas muito mais linda. - Como so as vossas casas? - So quais as queremos. As vossas a so primeiro concebidas em mente, depois do que se junta a matria fsica para constru-las de acordo com o que imaginastes. Aqui, temos o poder de moldar a substncia etrea, conforme pensamos. Assim, tambm as nossas casas so produtos das nossas mentes. Pensamos e cons DEVASSANDO O INVISVEL trumos. E' uma questo de vibrao do pensamento e, enquanto mantivermos essas vibraes, onservaremos o objeto que, durante todo esse tempo, objetivo para os nossos sentidos. " To explicativo esse X captulo de "No Limiar do Etreo", que temos pesar de no ser pos svel transcrever mais alguns trechos para as nossas pginas, os quais, acreditamos, edificariam os leitores, se se tornassem conhecidos. Tambm os livros recebidos pe la mdium Zilda Gama, ditados pelo Esprito de Vtor Hugo, num total de cinco boas obras, referem os mesmos noticirios, no obstante o fazerem mui discretamente, dest acando-se, dentre todos, um que j se tornou clebre, porque editado em Esperanto pela FEB (traduo do Prof. Porto Carreiro Neto) e correndo o mundo inteiro: "Na Som bra e na Luz". No relataremos aqui, por muito conhecidas dos leitores, as obras ditadas pela ent idade desencarnada Andr Luiz, e to-pouco "Memrias de um Suicida", onde o assunto pormenorizado com as maiores franquezas. Fica ao leitor o cuidado de estudar, po rtanto, as obras bsicas, em geral, e as comunicaes isoladas, mesmo as provenientes de entidades sofredoras, com ateno e amor, meditando e refletindo sobre tudo, sem esprito de preveno, porque nas suas entrelinhas e nos seus detalhes encontrar referncias positivas sobre o interessante assunto. E vale, ainda, declarar que no deveremos julgar sejam tais revelaes realidades existentes em outros planetas. No! Os termos dos Espritos so categricos: trata-se de esferas fludicas do mundo invisvel. Ao contrrio, aos mdiuns inclinados a acreditarem que aquelas descries traduziriam a vida em diferentes planetas, os prprios Espritos instrutores advertiram, chamando-lhes a ateno para o fato de que no se tratava de planetas materiais e sim do Mundo Espiritual, a verdadeira ptria do Esprito. DEVASSANDO O INVISVEL 21 Costumam alegar, os contraditores, que as obras ditadas mediinicamente, contendo

tais conceitos, seriam mistificaes (o eterno recurso, ou o escudo de que se serve m aqueles que se sentem contrariados, sempre que assuntos novos e, sobretudo, indit os, so apresentados), ou "fantasias do crebro de mdiuns ignorantes", como se expressam alguns, em oratrias entusiastas. Lembraremos, porm, que as obras de Lon D enis esto recheadas dessas informaes, e Lon Denis, o grande continuador de Kardec, foi um filsofo, um escritor grande- mente inspirado pelas foras superio res do Alto, e no um ignorante; que Ernesto Bozzano afirmou, cientificamente, a mesma coisa, aps suas admirveis anlises, e Bozzano era um sbio, dos mais ilustres psiquistas do sculo XX; que o Rev. Vale Owen, obtendo do Esprito de sua veneranda me as mesmas revelaes, no poderia ser um "mdium ignorante", cujo crebro cri sse extravagncias, porque, como pastor protestante ingls, teria curso brilhante de algum seminrio e nem seria esprita; que o Sr. J. Arthur Findlay era u m crebro vigilante, eminente e idneo perquiridor do Psiquismo experimental, escritor e intelectual de renome, no podendo, portanto, ser tachado de ignorante; que Zilda Gama, em cujas obras encontramos as mesmas revelaes, conquanto mais discretas, uma professora assaz culta e no um "mdium ignorante" que Francisco Cndid o Xavier no douto, mas tem dado a pblico livros de valor incontestvel, que honrariam a memria de muitos doutos, se estes pudessem escrever coisas semelh antes; e os dois Espritos - Emmanuel e Andr Luiz - que a esse mdium ditam as obras, tm dado testemunhos de muita lucidez e sabedoria, abordando teses variadas , sempre analisadas por pessoas cultas e muito capazes, para serem tachados de mistificadores. . . E que os prprios livros de Allan Kardec, oferecendo, farta, b ase para todas essas revelaes e noticirios, conforme ci22 DEVASSANDO O INVIStVEL tmos linhas atrs, jamais foram considerados frutos de mistificaes. De outro modo, se um mdium que ama a Doutrina Esprita e por ela se sacrifica, sem outro interesse seno o de servi-la; que a tudo no mundo renuncia, a fim de conser var sua independncia, para melhor se dedicar aos deveres que ela impe, at mesmo as mais santas aspiraes do corao; se um mdium que moralmente se renova para Deus, atravs das mais duras provaes e humilhaes dirias, sofrendo ataques de adversrios at eio da prpria Doutrina e padecendo, no raro, perseguies e vituprios dentro do prprio lar; se um mdium, que morreu para si mesmo, a fim de melhor ressu rgir para Deus e tornar-se digno de se comunicar com os Espritos iluminados, no intuito de bem servir ao prximo e Causa, no obtiver do seu Mestre Jesus -Crist e dos bons Espritos, a quem procurou honrar, seno mistificaes de tal vulto, ser melhor a todos os adeptos do Espiritismo fechar os cdigos da Doutrina e cuidar de vida nova! Atribuir as revelaes sobre a realidades do mundo invisvel a mistificaes de entidades inferiores desconhecer que, presidindo ao movimento do Co nsolador neste mundo - como to bem esclareceu Allan Kardec - h um Esprito Celeste, a quem o Criador outorgou direitos sacrossantos sobre a Terra, o qual no seria capaz de consentir, certamente, que essa Humanidade, pela qual ele prprio se imolou em suplcio numa cruz, fsse to grosseiramente iludida por tanta gente, des te e do outro mundo... quando, afinal de contas, o Consolador, em si mesmo, fruto to s da mediunidade. Prosseguiremos, portanto, visto que o tema profundo, prestando-se a desdobrament os. * * * DEVASSANDO O INVISVEL 23 Quem, dentre ns, j assistiu aos ltimos momentos de um moribundo poder, muitas vezes, observar os fatos aqui ventilados. O decesso de uma criatura que retorna verdadeira ptria - a espiritual -, tais sejam as circunstncias, oferece lies to eluc dativas quanto comoventes e belas. Durante o nosso longo trabalho de assistncia a enfermos e moribundos, tivemos ocasio para as mais edificantes observ aes. Os tuberculosos, principalmente, que comumente expiram em plena conscincia dos seus ltimos momentos sobre a Terra, apresentam vasto cabedal para estudo. Durante o perodo da agonia, eles como que desmaiam. Ser o chamado estado de coma.

Um tnue fio fludico os prende, ainda, ao fardo material que vai ser abandonado. Foge-lhes a pulsao mantenedora da vida orgnica. Palidez impressionante recobre suas feies, que descaem e se enrijecem. As plpebras cerradas encobrem os olhos, que as nuanas da morte j velaram de um embaciamento significativo, mas suores abun da.ntes e fugitivo pulsar do corao avisam que no foi ainda de todo libertada a pobre alma cativa naquele corpo. Ali esto, porm, beira do leito morturio, a me ang ustiada, o pai acabrunhado, a esposa lacrimosa, o filho inconsolvel... Um choro violento, um brado de dor pungente, a grita atormentada dos que ficam, sem poderem reter o ser amado que se vai, quebra o silncio augusto que deve presi dir cena pattica de uma alma que entrou em trabalho de libertao para a verdadeira vida. Ento, o agonizante, a custo, descerra as plpebras. Volta-lhe a pulsao, volta-lhe at mesmo a palavra. Um impulso de vontade e apego aos que lhe fora.m ca ros ao corao f-lo reviver, por instantes, num corpo que se achava quase definitivam ente abandonado. Com voz sussurrante, dbil, balbucia: - Oh! Porque me chamaram?... Eu estava to bem.., num lugar to belo!... 24 DEVASSANDO O INVISVEL Foram as frases que pronunciou, certa vez, uma jovem agonizante de dezoito prima veras, a cuja cabeceira nos postvamos em prece, quando sua me, inconsolvel, e as irms se debulhavam em pranto desesperado... Ouvindo-a, perguntmos-lhe, baixin ho, enquanto rogvamos a assistncia dos seus tutelares, para que a ajudassem a desprender-se dos pesados liames carnais: (4) Em que lugar te encontravas, min ha filha?... Como era esse local? Ela respondeu naturalmente, como se no fora uma agonizante: - Ah! Mas era um jardim delicioso e fresco... Cheio de flores lindas e perfumosa s... como nunca havia visto iguais... Um luar azul coloria-o todo... - Viste algum? Sim... Umas sombras vaporosas me rodeavam... Quem eram? - No pude reconhec-las.., eu dormitava.., estou com tanto sono... - Estavas sentada, caminhavas? - No, estava deitada, assim.., sobre a relva dos canteiros... E' um jardim to lind o.., estou to cansada... Cerrou novamente os olhos e silenciou. Alguns minutos depois, expirava, serena e docemente, sob nossas preces, sem que ningum mais da famlia se animasse a perturbla na sua consoladora paz. Na dcada de 1930, as revelaes sobre as realidades do mundo espiritual j eram conheci das dos adeptos (4) Srta. Aldacira Figueiras, falecida na cidade de Barra do Pirai, Estado do Ri o de Janeiro, no ano de 1942, filha do Sr. Sebastio Figueiras, antigo Comandante da Fora Pblica local, tambm j falecido. DEVASSANDO O INVISIVEL mais estudiosos da Doutrina Esprita, visto que elas foram concedidas aos homens, como vimos, desde muito. Andr Luiz, porm, a eminente entidade espiritual que to substanciosos esclarecimentos nos vem ministrando atravs da mediunidade de Fran cisco Cndido Xavier, no aparecera ainda com as minudncias explicativas da vida em Alm-Tmulo. Guardvamos, pois, desencorajada de apresent-las a pblico, trs das ossas obras j hoje editadas (5), e isso em virtude de, na poca em que foram as mesmas psicografadas, conhecermos poucos livros doutrinrios, no tendo ain da meditado satisfat riament nem mesmo sobre as obras de Allan Kardec, como posteriormente os prprios instruto res espirituais nos levaram a fazer. Recevamos que as revelaes nelas contidas fssem fruto de lamentvel engano, e nos detnhamos, conservando as ditas obras no esq uecimento, mas desencorajada de destru-las. Tambm ns acreditvamos a vida

espiritual abstrata, indefinvel, e quando nosso Esprito era arrebatado, constatand o a vida intensa dos planos espirituais, e suas belezas ambientes, supnhamos haver gravitado para um planeta melhor, um mundo material, tais como Saturno, Jpi ter ou outro qualquer, ignorando, pela poca, quo difcil isso, tanto para um encarnado como para um desencarnado, no obstante as suposies em contrrio. Nossos ami gos espirituais, porm, corrigiam nosso entusiasmo interplanetrio, se assim nos podemos expressar, e diziam, sem serem por ns acatados em tais asseres durante muito tempo: - No se trata de ambientes planetrios... So realizaes fludicas do prprio Espao. . . te dos ambientes terrenos. . Procura aprender. . . Estuda, estuda.. (5) 'Nas Telas do Infinito", "Memrias de um Suicida" e "Amor e dio". 25 26 DEVASSANDO O INVISIVEL Ora, no ms de Julho de 1935, esposando ns ainda a mesma ideia, de que visitvamos ou tros planetas durante o fenmeno do desdobramento espiritual, tivemos a mo sbitamente acionada pelo Esprito daquele que fora o nosso pai terreno, antigo mdium de boas faculdades curadoras, mas cuja instruo doutrinria no passara da leitura de "O Livro dos Espritos" e do Evangelho segundo o Espiritismo", ambos de Allan Kardec. Havia ele falecido a 25 de Janeiro do mesmo ano, e era a primeira vez que se comunicava mais demoradamente, tudo indicando que assim fazia no intu ito de esclarecer justamente aquilo em que nos reconhecia equivocada.. Dizia ele , psicogrficamente, descrevendo as impresse5 vividas durante a rpida agonia que teve, e depois as estranhezas no Alm-Tmulo: - ". . . Acabei por perder mesmo os sentidos ou adormecer, no sei ao certo... e no pude ver mais nada... Quando despertei, j no me encontrava deitado em meu leito, o que me surpreendeu, pois no me lembrava de t-lo abandonado antes. Fui des pertando com lentido. Eu ouvia e percebia muita coisa, mas confusamente, e no me podia mexer nem abrir os olhos, e sentia frio. Parecia antes um entorpeciment o, que se desfizesse ao poucos, em vez do despertar de um sono, o estado em que me encontrava. Sentia-me sentado numa cadeira de balano e compreendia que fora trans portado para local muito aprazvel, fresco, ameno. O dia estava lindssimo, com um cu muito claro, sol faiscante, e suave brisa baloiava uns galhos de flores trep adeiras, que eu vaga- mente percebia junto de mim, os quais cheiravam muito agra dvelmente, pois me encontrava numa espcie de varanda orlada de trepadeiras floridas, em uma casa igualmente aprazvel, mas desconhecida para mim. Fazia muito silncio e eu me encontrava s. O nico rumor partia do orquestrar longnquo de uns pssaros, verdadei ra melodia que ressoava aos meus ouvidos com delicadeza e DEVASSANDO O INVIStVEL 27 ternura (6). A princpio, imaginei encontrar-me em casa de minha cunhada Ernestina , onde havia tambm uma varanda e pssaros cantadores presos em gaiolas. Posteriorme nte, porm, verifiquei tratar-se de uma residneia fludica de Alm-Tmulo, onde morava minha m e onde eu prprio iria residir como desenca.rnado..." Mais adiante, continuava a narrativa, recordando as primeiras impresses de recm-liberto: - "No compreendia bem o que se passava. Espreguicei-me muito, pois sentia os rgos ( do perisprito) meio entorpecidos. Bocejei e tossi com estrondo, como habitualment e fazia, e fumei um cigarro (7). O dia era to lindo, com a atmosfera mesclada de az ul, que me levantei, reanimado, e debrucei-me varanda, a fira de apreciar a pais agem. Sentia-me bem de sade, nenhum mal-estar fsico me importunava. Procurei ver os pssar os, que continuavam a cantar, mas no consegui avist-los. Aspirei os perfumes das flores trepadeiras e pus-me a assoviar minhas melodias preferidas. Sentia-me satisfeito e no pensava abso

lutamente nada. Dir-se-ia que minha mente repousava. Li, depois, um jornal, ali mesmo, na varanda, e tomei uma xcara de caf, como de hbito. Penso que me encontrava assaz abstrado, pois no percebi quem me servira o caf e me obsequiara com o jornal... Resolvi, ento, fazer um passeio, o que havia muito no me era permitido . Mas, si'ibitamente, lembrei-me de que no deveria faz-lo, porque me encontrava debilitado, doente... Pus-me a relembrar de tudo o que se passara comigo mesmo, nos ltimos tempos, e a confuso estabeleceu-se.., e terminei desconfiando que algo irremedivel, mas muito importante, adviera em mi (6 A entidade comunicante amava os pssaros e costumava deter-se longo tempo a ouvir o cntico dos canrlos que possua, quando encarnada. (7) Vde "O Livro dos Mdiuns", Cap. VIII - "Laboratrio do Mundo Invisvel". 28 DEVASSANDO O INVISIVEL nha vida... A morte to simples, to pouco diferente da vida, que opera essa confuso. .. Em geral se espera encontrar, depois da morte, coisas fantsticas, imaginrias, impossveis e pouco lgicas, ao passo que, em verdade, o Alm-Tmulo nada mais que a con tinuao da vida que deixmos... Pelo menos, assim o foi para mim. O senso da responsabilidade, o exame angustioso dos de- mritos, assim como o reconforto d o dever que se observou, smente advm mais tarde. . . " Alongam-se os detalhes, narrando a presena de entidades amigas, que de incio no rec onheceu, e conclui: - "Ento, surpreendido, vi mame aproximar-se de mim, caminhando ao longo da varanda . Trajava longo vestido branco e achei-a bonita e rejuvenescida, tal como na poca em que enviuvara, isto , nos seus vinte e cinco anos de idade. Curvou-se afet adamente diante de mim, para cumprimentar, como se desejasse brincar, e exclamou , risonha: - "Louvado seja Deus, meu filho! Que boa surpresa, voc poder vir para ju nto de sua me!. . . " Smente ento, caindo em mim, recebi um como choque de espanto, como quem despertasse de um marasmo metal, e compreendi o que se passava. Em rpid o rememorar, deslizou minha imaginao tudo quanto ocorrera, tal se uma faixa luminosa reproduzisse diante dos meus olhos as cenas que eu necessitava ver para meu esclarecimento: meu corpo inerte dentro de um caixo morturio, vocs chorando por mim, meu enterro, humilde e pobre, e minha sepultura coberta de flores ainda frescas. Havia trs dias que se dera o decesso. Ento, eu chorei tambm, comovido e amedrontado... 0 lugar onde vivo uma pequena "cidade", pobre, mas pitoresca. Muito aprazvel, sos segada, indicada para a convalescena daqueles que, como eu, atravessaram uma existncia de penrias e provaes, e convidativa para a meditao e a reorganizao das id para as futuras tentativas espirituais e terrenas. H, aqui, DEVASSANDO O INVISIVEL 29 jardins, lagos e rios muito belos e muito azuis, como refletindo o cu, tal como o s da. Tenho observado, no entanto, que nem os rios nem os lagos sero prpriamente formados pela gua, como a. Dir-se-ia tratar-se de gases singulares, de lquidos flui dificados que imitariam ou equivaleriam s guas terrenas. Silncio constante, s quebrado pelo cntico de mil pssaros, que no se deixam ver. Como ainda no trabalho, pois sou convalescente de uma existncia de sofrimentos e amarguras intensas, fao passeios e admiro as belezas do ambiente, o qual, no obstante modesto, a que d e mais agradvel eu poderia aspirar. E' uma coisa to linda e singular que me faltam palavras para descrev-la... No pensei, quando "vivo", pudesse algum resid ir em local assim, depois de desencarnado, e ainda no compreendi bem como pode ser tudo isso... Mas o Dr. Carlos (8) diz que farei um estudo sobre todos e sses assuntos e os compreenderei integralmente, muito breve, porquanto este ambi ente em que vivo espiritual e no planetrio..." Presentemente, esse Esprito, que em 1935 assim se expressava, encontra-se interna do em um "Reformatrio" do Invisvel, para fazer um curso, ou aprendizado, de cuja natureza no fomos informada, mas tendo em vista uma prxima encarnao, em que grandes responsabilidades lhe cabero. Um raciocnio sereno, ponderado, isento de prevenes, levar-nos- a concluir, por tudo isso, que o Mundo Invisvel no poderia, mesmo, ser uma abstrao, o vcuo onde nada existisse, pois semelhante hiptese seria a negao do prprio Poder Divino, s

eria quase o "nada" dos negativistas, depois da morte. A prpria qualificao "Mundo Invisvel" est a indicar que algo (8) A entidade espiritual Charles, Esprito-guia da famlia. 30 DEVASSANDO O INVISVEL existe, sim, mas que os olhos carnais do homem so impotentes para contemplar. De outro modo, declarando os Espritos esclarecidos, como sempre o fizeram, que a vida de Alm-Tmulo intensssima, real; que l as entidades desencarnadas (e at as encar adas, com especialidade as almas aplicadas a um desejo de progresso mais rpido ou a um ideal a favor da Humanidade) fazem aprendizados, estudos variados, realizam tarefas e misses em torno de causas nobres e a bem do prximo; que existem regies no Espao (esferas) (9) interditadas a entidades inferiores, pontos onde se aglomeram Espritos de sbios, e ainda outros onde se renem artistas, etc., necessriamente estaro afirmando, em essncia, que na vida espiritual existir tudo o q ue necessitaremos para a realizao dos mesmos aprendizados, estudos, tarefas e misses. E se tudo isso existe, porque no existiro as demais realidades que vm send o reveladas desde sempre?... Ao demais, todos os Espritos que se referem vida do Alm asseveram no encontrar palavras bastante expressivas para descreverem no s a intensidade, como a harmonia e a beleza do mundo espiritual. Suas palavras, as descries que fazem desses locais, ou criaes do Invisvel, e que do a ver os mdiuns, estes s podero transmitir empalidecidas pelo constrangimento da palavra humana, to pobre e imperfeita que at mesmo as regies mais simples do pla no astral no so descritas a contento. Para transmitirem o que at hoje h sido trazido s criaturas pelos Guias Espirituais, -lhes necessrio criar imagens para os mdiuns, imagens estas subordinadas ao grau de concepo e poder assimilativo dos mesmos, o que obrigar prpria faculdade m edinica uma operao mental, um jogo de traduo, se de tal expresso nos poderemos servir, que nem sempre reproduzir com (9) "O Livro dos Espritos" - Perguntas 87 e 402. DEVASSANDO O INVISVEL fidedignidade as informaes e os esclarecimentos que o Esprito comunicante pretende prestar. Ainda assim, para que tais coisas se faam, verdadeiras torturas sero necessrias ao mdium e ao seu Instrutor Espiritual. Em primeiro lugar, o mdium dever redobrar esforos no sentido de renovar-se, moral e mentalmente, durante o perodo de adestramento das faculdades, a fim de, na poca oportuna, conseguir fcil intercmbio com a Espiritualidade mais alta, comunho que ter de ser constante, permanente, atravs dos atos cotidianos e no smente s horas de trabalho objetivo, de modo a que a permuta de vibraes o prepare satisfatriamente para o melindroso ministrio e o conserve unido a seus dedicados mentores espirituais. Tal como esclarecem os cdigos da Doutrina Esprita e a prtica da mediunidade confirm a, suas vibraes, suas faculdades em geral, no momento do intercmbio medinico, tero de ser potenciadas ao mximo que sua natureza fsica, psquica e mental suportarem , o que para ele equivaler a uma operao transcendental algo torturante, enquanto a entidade instrutora comunicante dever rebaixar suas prprias vibraes e dem ais faculdades, at equipar-las, ou harmoniz-las, com as do mdium, o que, igualmente, para aquela entidade, ser como tortura e uma abnegao dignas do nosso re speito e da nossa venerao. Em tais ocasies, o mdium poder entrever o mundo invisvel. Frequentemente ele o percebe.., e o que a enxerga ou apreende no consegue explicar integralmente, porquanto no dispe o crebro humano dos necessrios recursos para uma transmisso perfeita. Durante suas fugas em corpo astral, pelo E spao em fora, o que ele v e presencia, com seus Guias, no , de forma alguma, um aglomerado de sombras, o vcuo ou o invisvel inexpressivo (10). , sim, uma (10) Em muitas reunies de experimentao, frequen 32 DEVASSANDO O INVISIVEL vida intensa, real, ativa, superior, espiritualizada, onde o que existe superlat ivamente melhor e mais belo do que o existente na Terra, referncia feita aos plan os felizes do mesmo Invisvel. Est acima de tudo quanto o seu crebro pudesse inventar, pois no percamos de vista o fato de que, geralmente, os mdiuns no tm cultura intelectual to slida para poderem criar, por si mesmos, assuntos dos quais, s vezes , jamais ouviram falar, seno vasto cabedal psquico armazenado, em sua subconscincia

, desde passadas existncias, fceis de seus Guias-Instrutores acionarem, a fim de pod erem transmitir, ou compreender, o que vem. De tudo quanto a respeito observamos, e do que a Revelao Esprita nos participa, che garemos, pois, s concluses seguintes, as quais, para a maioria dos adeptos do Espiritismo, no sero, certamente, surpreendentes novidades: As construes do meio invisvel so edificadas com as essncias disseminadas pelo Universo infinito, para a te o mdium que obtm a comunicao, ou outros que a elas assistem, distinguirem o panor ama ou os ambientes mentais que circundam o Esprito comunicante. Recentemente, em certa sesso para cura de obsesses, realizada num Centro Esprita do Mier, E. da Gu anabara, durante a manifestao do Esprito de um infeliz brio, que atuava sobre um pobre homem, chefe de numerosa famlia, impelindo-o embriaguez, foram vis tos, pelos mdiuns presentes, um barril de aguardente e um cenrio como de taverna, enquanto forte cheiro de lcool, percebido por todos os presentes, se derramava pe la sala. Na cidade de Pedro Leopoldo, em uma sesso do Grupo "Meimei", na qual tomava parte o conceituado mdium Francisco Cndido Xavier, em Maro de 1956, comunica va-se, por um dos mdiuns presentes (Geraldo Rocha), o Esprito de um bispo catlico. Essa entidade no s se deixou ver, por vrias das pessoas presentes, envergan do trajes sacerdotais, como tambm o ambiente em que vivia como desencarnado: um belssimo recanto de Catedral, com os vitrais fluindo luzes multicores de grand e efeito. DEVASSANDO O INVISIVEL 33 realizao dos desgnios da Providncia a nosso respeito, isto , para a criao de quanto a til, necessrio e agradvel ao nosso Esprito, quer se encontre este sobre a Terra, reencarnado, ou fruindo os gozos da Ptria Espiritual; trata-s e do fluido csmico universal, ou de certas modificaes deste, de que se origina o fluido espiritual; do ter fecundado, fonte geradora de tudo quanto h dentro da C riao, inclusive os prprios planetas materiais e o nosso perisprito. Daremos a essas realizaes espirituais o nome que quisermos, ou que a pobreza da no ssa linguagem puder interpretar. O certo que tais essncias, tais fluidos, o to reais, to concretos para os desencarnados como os elementos do mundo em que vi vemos o so para ns. nicamente, os desencarnados construiro, no mundo espiritual, de maneira bem diversa daquela que empregamos na Terra. No Espao, como, alis, na T erra, a vontade soberana, o pensamento motor, produtor, criador. Rene-se, por exemplo, um grupo, uma falange de Espritos evoludos, que resolvem criar uma co munidade social no Espao, destinada a acelerar seus trabalhos e iniciativas em prol do progresso e do bem comum. So espiritualmente homogneos, dotados de elev adas capacidades morais, intelectuais e artsticas, alm de serem tcnicos no assunto. Seus pensamentos vibram unssonos, do que resultam irradiaes e movimentaes po derosas, coordenadoras, intensas at ao deslumbramento e ao incompreensvel para ns outros, os mortais inferiores. Eles j teriam programado o que desejavam pr oduzir: uma escola para a reeducao geral de Espritos frgeis que delinquiram nas experincias terrenas; um asilo ou reformatrio, um hospital para o reajustament o mental ou vibratrio de pobres sofredores que partiram da Terra envoltos em complexos deplorveis; um palcio para reunies solenes, uma cidade. A fora motora dos seus pensamentos poderosamente associados 2 34 DEVASSANDO O INVIStVEL e disciplinados, irradiando energias cuja natureza o homem ainda no poder conceber , agir sobre aqueles fluidos e essncias e edificar o que antes fora delineado e desejado. Comumente, esse trabalho lento e requer perseverana para o seu aperfe ioamento. Ser tanto mais rpido quanto maiores forem as potncias mentais criadoras reunidas. Essas criaes, tais como forem - belas, artsticas, verdadeiros trabalhos de ourivesaria fludica, deslumbrantes, m esmo, por vezes - obedecero, no entanto, s recordaes ou gosto esttico dos opera- dores, razo por que se parecem com as da Terra, sem que as da Terra se par eam com elas, como afirmou algures a ilustre entidade espiritual Andr Luiz, pois que muito mais perfeitas so elas do que os homens julgam. No obstante, somos levada a julgar, graas s mesmas observaes a que nos conduz a Revel

ao, que essas edificaes no sero permanentes nem fixas numa determinada regio. Sero antes mveis, transplantando-se para onde se faa necessria a presena da falange que as criou. Sero passveis de se dissolverem sob o desejo dos seus criadores, ou de se modificarem segundo as convenincias. Se essa falange receber em seu seio discpulos e pupilos, estes po dero tornar-se cooperadores, exercitando os prprios poderes mentais na criao de detalhes, sujeitos ao veredicto dos mestres, e assim progrediro em saber, dese nvolvendo foras latentes, evoluindo e se engrandecendo, pois tudo isso caminhar para a perfeio. Tratando-se de entidades inferiores, d-se idntico fenmeno de criao mental, no obstant a diferena impressionante na direo criadora, uma vez que estes operadores ignoram sejam os ambientes que os rodeiam criaes de suas prprias mentes, pois que o feito tambm se poder operar revelia da vontade premeditada e intencional, sob o choque emocional da mente exacerbada, bastando apenas que seus pensamentos trabalhem DEVASSANDO O INVISVEL ou se impressionem com imagens fortes, como acontece com os suicidas, que vivem rodeados de cenas macabras de suicdio. Certamente que, deseducadas, criminosas, muitas vezes dadas ao mal, com suas irradiaes mentais contaminadas pelo vrus de mil prejuzos, essas entidades se cercaro, no Alm-Tmulo, de criaes grosseiras, dramticas, mesmo trgicas, que a elas mesmas horrorizam, pois que eivadas de todas as artimanhas e ciladas oriundas dos pensamentos inferiores. E, reunidos tais Espritos em grupos e falanges, em virtude da lei de similitude, que os leva a se atrarem uns aos outros, tero criado, ento, seus prprios infernos, suas prprias prises, seus antros ignbeis, a que nada sobre a Terra poder assemelhar-se. E os cri am servindo-se das mesmas foras motoras do pensamento, agindo sobre as mesmas essncias, os mesmos fluidos, as mesmas ondas vibratrias do ter. Tais, porm, sejam as necessidades de interesse geral, essas regies, e com elas os Espritos inferiores seus criadores, sero localizadas num ponto ermo do Invisvel ou da Terra mesma, temporriamente, a fim de que eles se no imiscuam com os homens e vislumbre m, na forja dos sofrimentos, o imperativo de regenerao e progresso. E' a isso que os instrutores espirituais denominam "Invisvel Inferior", porque ns outros precisarem os de alguma expresso, de um vocbulo para nos apossar dos ensinamentos fornecidos pel o Espao. Ns mesmas, as criaturas encarnadas, estaremos dentro de "regies" criadas pelo noss o pensamento, alm de permanecermos na crosta do planeta. Nossos pensamentos estaro estereotipados, concretizados pelo poder motor das nossas energias mentais atuando sobre os fluidos sublimes em que mergulha o Universo criado pelo Todo-P oderoso, embora no se trate de movimento to intenso nem to real como os de um desencarnado. Mas, ainda assim, devido a isso que os desencarnados 35 y 4 4 T 36 DEVASSANDO O INVISIVEL surpreendero o que pensamos, o que so o nosso carter e o nosso sentimento, as nossa s intenes e tendncias, pela natureza das "edificaces" mentais que nos acompanham. "O reino de Deus est dentro de vs, asseverou o Cristo. E ns outros certamente poder emos acrescentar: "E tambm o nosso inferno! Eis porque nossos Guias Espirituais, tal como a advertncia invarivel das filosofia s religiosas, nos aconselham a educar nossas mentes, impelindo-as para as nobres e elevadas expresses da alma. E' que visam a guiar-nos para um estado vibratrio fu turo, no Alm-Tmulo, que nos abrigue de desditas e vexames. A tese, como bem se percebe, compl exa, intensa at vertigem... pois tudo o de que tratamos aqui se desdobra em modalidades e matizes infinitos, e no ser em uma crnica ligeira que a poderemos des

envolver perfeitamente, muito embora o faamos sob orientao dos mentores espirituais. Ora, foi-nos dito pelo Divino Mestre que ramos deuses... Sim, somos deuses! Possumos, sim, em modesta dinamizao, mas passvel de se desenvolve r, pela ao do progresso, o grmen de todos os atributos que o Ser Todo-Poderoso possui em grau s upremo e infinito. A est um desses atributos - o poder mental criador - que h passado despercebido a muitos de ns! Nosso pensamento , pois, criador, porque cent elha do Pensamento Supremo; por conseguinte, cria, em torno de ns mesmos, pequenos universos e mundos para nossa ventura, necessidade ou desdita, enquanto no aprendermos a utilizar as energias superiores para fins sublimes. Nas prprias aes e realizaes meramente terrenas, no o pensamento o primeiro a tudo planejar menta mente, para em seguida edificar objetivamente?... Porventura, quando um grupo de homens resolve construir um palcio ou uma cidade, ou ainda qualquer e mpreendimento gran dioso, no foi a sua mente que primeiro agiu e esboou a obra, sob a ao da prpria vonta de? Quando a lavoura do linho ou dos cereais triunfa, dando-nos seus primorosos produtos, sustentando a vida do homem, no se serviu este, primordialmente, da sua mente, para conseguir a grande vitria? E quando, no Alm-Tmulo, falanges de Espritos elevados se renem para criar, com as foras mentais, essas "colnias", que fa zem?. Estudam, habilitam-se, exercitam-se em aprendiza- dos sublimes, atravs dos tempos . .. At que, um dia, Espritos imortais, j glorificados pelo domnio de excelsas virtudes, sejam capazes de criar tambm um planeta, uma habitao para as experincias r edentoras de uma Humanidade em marcha para o progresso - tal como Jesus em relao Terra, no princpio das coisas deste mundo, dentro das leis e da orientao da Cr ao Suprema. Tais estudos, todavia, pertencentes iniciao superior do Esprito, - e apenas vislumb rados, no momento terreno, pelas almas fortes -, sero de preferncia realizados na vida invisvel, onde muito se dilatam as capacidades de compreenso da criatura. Mas, dia vir em que, na prpria Terra, tais conhecimentos sero banais, como banal o estudo da Geografia... pois, efetivamente, no passa de um estudo geogrfico mais vasto... ampliado at quarta dimenso... ou ao estado fludico transcendental... * * * De posse de to importantes cabedais, fornecidos pela Nova Revelao, que o Espiritism o, o que temos a fazer no acoimar de ignorantes, intrujes e mistificadores os mdiuns que os tm recebido do Mundo Espiritual, mas procurar estudar, investigar e devassar, a DEVASSANDO O INVISVEL 37 38 DEVASSANDO O INVISVEL fim de que a Verdade se patenteie, para proveito de todos, imitando os verdadeir os sbios e psiquistas, como Allan Kardec, Willia.m Crookes, Frederico Myers, Lon Denis, Ernesto Bozzano, Roberto Dale Owen, J. Arthur Findlay, Csar Lombroso, Alex andre Aksakof e tantos outros luminares de corao simples, aos quais o orgulho no cegou... CAPITULO II Como se trajam os Espritos... "Os fluidos espirituais, que constituem um dos estados do fluido csmico universal , so, a bem dizer, a atmosfera dos seres espirituais; o elemento donde eles tiram os materiais sobre que operam; o meio onde ocorrem os fenmenos especiais, perceptv eis viso e audio do Esprito, mas que escapam aos sentidos carnais, impressionveis smente matria tangvel; o meio onde se forma a luz peculiar ao mundo espiritual, dif erente, pela causa e pelos efeitos, da luz ordinria; finalmente, o veculo do pensamento como o ar o do som. Os Espritos atuam sobre os fluidos espirituais, no os manipulando como os homens manipulam os gases, mas empregando o pensamento e a vontade. Para os Espritos, o pensamento e a vontade so o que a mo para o homem.

Pelo pensamento, eles imprimem queles fluidos tal ou qual direo, os aglomeram, combinam ou dispersam, organizam com eles conjuntos que apresentam uma aparncia, uma forma, uma colorao determinadas; mudam-lhes as propriedades, como um qumico muda a dos gases ou de outros corpos, combinando-os segundo certas leis. E' a gr ande oficina ou laboratrio da vida espiritual." (ALLAN KRDEC - Gnese, Cap. XIV, Os Fluidos. Pargrafos 13 e 14.) Quando Joana d'Arc, a donzela de Orlees, era submetida a um daqueles terrveis inte rrogatrios que a Histria registou, no curso do processo da sua condenaj -', : 40 DEVASSANDO O INVISVEL o, movida pela chamada Santa Inquisio, na Frana, um dos seus mais encarniados verdugo , ou jues, justamente o Bispo de Beauvais, fz-lhe esta pergunta ardilosa, tentando confundi-la: - "So Miguel te aparece desnudo?.. ." pois sabe-se que um dos Espritos que a assis tiam era por ela mesma considerado como sendo aquele santo da Igreja Catlica, uma das imagens que ela se habituara, desde a infncia, a ver e a venerar na peque na igreja da aldeia de Domremy, seu bero natal. Prontamente respondeu a donzela com outra interrogao, mas to profunda, to sutil e co mplexa que no a poderia ter compreendido a crueldade do estreito crebro dos seus algozes, mas que a posteridade, nos dias atuais, devidamente compreende e explica luz dos estudos transcendentais feitos pela Terceira Revelao, ou Espiritismo: - "Pensas que Deus no tem com que vesti-lo?. . " - respondeu Joana. Sim! Deus, o Criador Onipotente, o Artista inimitvel, Senhor da Beleza Suprema, p ossui, espalhados pela sua criao infinita, at dentro das prprias possibilidades psquicas-vibratrias-mentais de seus filhos, os elementos e as energias que lhes pe rmitem ataviar-se, uma vez desencarnados, consoante os seus prprios gostos artstic os ou simplesmente prticos, tais quais os encarnados. A Revelao Esprita fornece as base s necessrias compreenso do atraente fato, pois tanto nas obras de Allan Kardec como nas do seu eminente colaborador Lon Denis encontraremos fartos esclar ecimentos quanto possibilidade da confeco espiritual de um traje, deste ou daquele "figurino", usado pelos habitantes do mundo invisvel. Citaremos alguns de sses trechos esclarecedores, apenas, visto ser impossvel citar todos eles, dada a variedade do que poderemos a respeito encontrar. Alm DEVASSANDO O INVISVEL 41 dos pargrafos de "A Gnese", citados acima, leremos, ainda, no 3 do mesmo captulo: "No estado de eterizao, o fluido csmico no uniforme; sem deixar de ser etreo, sofre odificaes to variadas em gnero e mais numerosas talvez do que no estado de matria tangvel. Essas modificaes constituem fluidos distintos que, embora procedentes do mesmo princpio, so dotados de propriedades especiais e do lugar aos fenmenos peculiares ao mundo invisvel. Dentro da relatividade de tudo, e sses fluidos tm para os Espritos, que tambm so fludicos, uma aparncia to material quanto a dos objetos tangveis para os encarnados, e so, para eles, o que so para ns as substncias do mundo terrestre. Eles os elaboram e combinam para produzirem determinados efeitos, como o fazem os homens com os seus materiais, a inda que por processos diferentes. No Cap. VIII de "O Livro dos Mdiuns" (Do Laboratrio do Mundo Invisvel), existe long a e substanciosa revelao da fora criadora dos Espritos desencarnados, os quais, utilizando-se da matria prpria do Invisvel, ou seja, do fluido csmico que enc he os espaos sem fim, a este manejam de sorte a construrem o que bem desejarem, com o poder que o pensamento e a vontade lhes concedem. O assunto das citadas revelaes se refere a uma apario masculina, que trazia nas mos u ma caixa de rap. Dentre a copiosa contribuio, que servir de base para a nossa exposio, destacaremos os trechos seguintes, das perguntas feitas por Allan Kardec e das respostas fornecidas pelo Esprito de So Lus, um dos iluminados reveladores dos cdigos do Espiritismo:

_ fl,_ DEVASSANDO O INVISIVEL - "Dizes que era uma aparncia - pergunta AJlan Kardec -; mas, uma aparncia nada te m de real, como uma iluso de ptica. Desejaramos saber se aquela caixa de rap era apenas uma imagem sem realidade, ou se nela havia alguma coisa de materia l?" Resposta de So Luis: - "Certamente. E' com o auxlio deste princpio material que o perisprito toma a aparn cia de vesturios semelhantes aos que o Esprito usava quando livo." (O grifo nosso.) Segue-se o comentrio de Allan Kardec, elucidativo e oportuno, para o qual remetem os o leitor, e depois encontraremos o prosseguimento da lio, com nova pergunta do Codificador: - "Dar-se- que a matria inerte se desdobre? Ou que haja no mundo invisvel uma matria essencial, capaz de tomar a forma dos objetos que vemos? Numa palavra, tero estes um duplo etreo no mundo invisvel, como os homens so nele representados pelos Espritos?" Resposta: - "No assim que as coisas se passam. Sobre os elementos materiais disseminados po r todos os pontos do espao, na vossa atmosfera, tm os Espritos um poder que estais longe de suspeitar. Podem, pois, eles concentrar sua vontade esses elemen tos e dar-lhes a forma aparente que corresponda dos objetos materiais." (Grifo nosso.) - "Formulo novamente a questo, de modo ca 7 A L tegrico, a fim de evitar todo e qualquer equvoco: So alguma coisa as vestes de que os Espritos se cobrem?" - "Parece-me que a minha resposta precedente resolve a questo. No sabes que o prpri o perisprito alguma coisa?" - "Resulta, desta explicao, que os Espritos fazem passar a matria etrea pelas transfo rmaes que queiram e que, portanto, com relao caixa de rap, o Esprito no a encontrou completamente feita, f-la ele prprio, no momento em que teve necessi dade dela, por ato de sua vontade. E, do mesmo modo que a fz, pde desfaz-la. Outro tanto naturalmente se d com todos os demais objetos, como vesturios, jias, et c. Ser assim?" (Grifo nosso.) - "Mas, evidentemente. " - "A caixa de rap se tornou to visvel para a senhora de que se trata, que lhe produ ziu a iluso de uma tabaqueira material. Teria o Esprito podido torn-la tangvel para a mesma senhora?" - "Teria. " - "T-la-ia a senhora podido tomar nas mos, crente de estar segurando uma caixa de rap verdadeira ?" - "Sim." - "Se a abrisse, teria achado rap? E, se aspirasse esse rap, ele a faria espirrar? " - "Sem dvida." - "Pode ento o Esprito dar a um objeto, no s a forma, mas tambm propriedades especiai s?" (11) (11) Muitos Espritos, antes de se deixarem ver pelos mdiuns, ou de se comunicarem, revelam sua presena atravs do perfume que lhes mais grato, ou que o foi quando encar DEVASSAND O INVISVEL 43 44 DEVASSANDO O INVISVEL - "Se o quiser. Baseado neste princpio foi que respondi afirmativamente s pergunta s anteriores. Tereis provas da poderosa ao que os Espritos exercem sobre a matria, ao que estais longe de sus. peitar, como eu disse h pouco." (Grifo nosso.) E assim prossegue a lio, num encadeamento atraente, que conviria o leitor apreciar . Ainda no volume "A Gnese", tambm no Cap. XIV, pargrafo 14, veremos o seguinte:

"Algumas vezes essas transformaes (dos fluidos espirituais) resultam de uma inteno; doutra, so produto de um pensamento inconsciente. Basta que o Esprito pense numa coisa, para que esta se produza, como basta que modele uma ria, para que est a repercuta na atmosfera. E' assim, por exemplo, que um Esprito se faz visvel a um encarnado que possua a vista psquica, sob as aparncias que tinha nados. As entidades espirituais Charles e Frederico Chon se revelam pelo perfume de violeta, com certo detalhe que torna inconfundvel um perfume do outro, ou sej a, a presena de um desses Espritos da presena do outro, tal se se tratasse, antes, de particularidades de vibraes. O Esprito "Scheilla", ex-enfermeira alem, morta em uni bombardeio areo, durante a guerra mundial, e que se comunica com o md ium Francisco Cndido Xavier, revela-se por um forte e muito materializado cheiro de ter, lembrando a sua profisso, em cujo exerccio desencarnou. Espritos sofredores e inferiores costumam fazer-se notados pelo cheiro de bebidas alcolicas, de fumo, de podrido e at de decomposio cadavrica. E aqueles vitimados em desastres, e que vm a morrer durante a estada nos hospitais, costumam desprender o cheiro do iodofrmio, do iodo, do formol, etc. E no muito raro um Esprito amigo, fam iliar, dar ao seu mdium o perfume que sabe este aprecia, o que representa uma das muitas formas de afetividade e carinho com que to bondosos amigos brindam seus aparelhos medinicos. DEVASSANDO O INVISIVEL 45 quando vivo na poca em que o segundo o conheceu, embora haja ele tido, depois des sa poca, muitas encarnaes. Apresentam-se com o vestu,rio, os sinais exteriores - enfermidades, cicatrizes, membros amputados, etc. - que tinham ento." (O grifo nosso.) Nas obras de Lon Denis vamos encontrar o precioso argumento a cada passo, confirm ando tudo quanto os videntes tm revelado sobre o vesturio dos Espritos. No captulo XX de "No Invisvel" - "Aparies e materializaes de Espritos" - farto e encantador o icirio a respeito, desenvolvendo explicaes sobre o modo por que operam as entidades desencarnadas, ao desejarem criar algo, e dos elementos, ou matrias sutis, de que se servem para tanto. Citaremos pequenos trechos, convidand o o leitor a uma consulta a todo o belo captulo: "As prprias nebulosidades, agregados de matria csmica condensada, germens de mundos , que na profundeza dos espaos nos mostram os telescpios, vo reaparecer na primeira fase das materializaes dos Espritos. E' assim que a experimentao esprita onduz s mais vastas consequncias. A ao do Esprito sobre a matria nos pode fazer compreender de que modo se elaboram os astros e se consuma a obra gigantesca do Cosmos. " Mais adiante, destacaremos: "Numa sesso, o Esprito de Llia forma com um sopro, aos olhos dos assistentes, um te cido levo de gaze branca, que se estende pouco a pouco e termina por cobrir todas as pessoas presentes. E' um exemplo de criao pela vontade, que vem confirmar o que dizamos no comeo deste captulo. " E mais alm ainda: li 46 DEVASSANDO O INVISIVEL "Recordamos tambm o caso de Emma Hardinge, assinalado pelo Sr. Colvilie: apareceu ela com o vestido de rainha das fadas, que trouxera muito tempo antes, em sua mocidade. Nesse caso, como em alguns outros, a apario parece no ser mais que simple s imagem mental exteriorizada pelo Esprito, e que adquire bastante consistncia para ser percebida pelos sentidos." (O grifo nosso.) "No smente o Esprito domina os elementos sutis da matria, de modo a impressionar a p laca sensvel e os rgos dos videntes, mas nas aparies visveis para todos pode ainda reproduzir, pela ao da vontade, as formas que revestiu e os trajes que usou na Terra e que lhe permitem fazer-se reconhecer. Esse , com efeito, o objeti vo essencial de tais manifestaes. Da as roupagens, vestes, armas e acessrios com que se apresentam as aparies." Na excelente obra "O Problema do Ser, do Destino e da Dor", captulo XX - "A Vonta

de" - tambm de Lon Denis, encontraremos este pequeno trecho, alm de outros favorveis nossa tese e que seria fastidioso citar: "Em todos os domnios da observao achamos a prova de que a vontade impressiona a matr ia e pode submet-la a seus desgnios. Esta lei manifesta-se com mais intensidade ainda no campo da vida invisvel. E' em virtude das mesmas regras que os Espritos c riam as formas e os atributos que nos permitem reconhec-los nas sesses de material izao " Ora, assim sendo, sentindo-nos vontade sobre to slidas bases para descrever o que desejamos, no recorreremos aqui a Ernesto Bozzano, nem a William Crookes ou a Aksakof, embora certa de que tambm em suas DEVASSANDO O INVISVEL obras encontraramos elementos que confirmariam o que conosco se tem passado no de curso de nossas atividades medinicas. * * * Durante as numerosas ocasies em que, como vidente, temos observado entidades dese nearnadas, quer em nosso estado normal, quer quando nos h sido possvel penetrar o mundo invisvel, leva da em corpo espiritual (perisprito) pelos Guias e Instrutores que nos deferem essa honra, grande nmero de Espritos temos visto, e at com eles convivido, se deste modo nos podemos expressar, de variada gradao moral e intelectual, e apenas uma vez nos recordamos de ter percebido um intei rament desnudo. Contrriamente, o que temos presenciado nos confere o direito de categrica mente afirmar que - sim! - os Espritos se trajam e modificam a aparncia das vestes que usam conforme lhes apraz, excluso feita de alguns muito inferiores e c riminosos, geralmente obsessores da mais infima espcie, cuja mente no possui vibraes altura de efetu ar a admirvel "operao plstica" requerida. Por isso mesmo, a aparncia destes ltimos costuma ser choc ante para o vidente, pela fealdade, ou simplesmente pela misria, pois se apresentam cobertos de andrajos e farrapos, como que empapados de lama, ou em buados em longos sudrios negros, com mantos ou capas que lhes envolvem os ombros e a cabea e, no raro, mascarados por um saco negro enfiado na cabea, com duas abert uras altura dos olhos, tais os antigos verdugos da Inquisio, uniformizados para operaes nas salas de suplcios, de que nos do conhecimento as gravuras antigas. Longos chapus costumam trazer tambm, assim como botas de canos altos, conquanto muito difcil seja ao mdium dis 47 48 DEVASSANDO O INVISIVEL tinguir-lhes os ps. Tais Espritos procuram, frequentemente, esconder o rosto e ins ultam rudemente o mdium, se este os surpreende com a viso. Certamente que o instrumento medinico, diante de uma apario dessa categoria, precisar estar de posse de toda a tranquilidade fornecida pela f e pela confiana adquiridas atravs do exerccio medinico, a fim de se no deixar envolver pelas faixas daninhas expelida s pela entidade, cuja presena, se se tornar constante, poder produzir, a um mdium pouco experimentado, desequilbrios graves e at mesmo a obsesso. A prece ser sempre a melhor defesa contra essa espcie de habitantes do mundo invisvel. Se a prece for feita com a necessria confiana, levando o mdium a se harmonizar com as vibraes superiores do Alm, geralmente tais entidades se afastam com rapidez, apavoradas e contrafeitas. Tais aparies, no entanto, no so frequentes, parecendo-nos mesmo que as que temos sur preendido smente nos foram permitidas sob a direo dos nossos Instrutores Espirituais, para a necessria observao e estudo. Raramente aceitam elas uma convers ao doutrinria. Cremos que smente a reencarnao, num trabalho de educao pela dor dos aprendizados pungentes, ter eficincia no seu soerguimento moral. Ainda que tal revelao - a do vesturio dos Espritos - desagrade a alguns estudiosos, que no admitem tal possibilidade, e que tm os Espritos como seres diferentes dos homens, abstratos, vagos, no poderemos afirmar seno que, pelo menos os que se conservam chegados Terra, pelas lembranas de terem sido homens muitas vezes, so eles to simples e naturais que nos do a impresso de homens apenas algo mais frgeis

na sua estrutura, mais belos alguns, porque lucilantes e delicadssimos na sua feio perispiritual, mas hediondos e repulsivos outros, porque de aparncia in ferior ao comum dos mortais terrenos, mais desagradveis vista. DEVASSANDO O INVISVEL 49 1&uitas vezes, durante nossas oraes dirias, nos vemos rodeada de entidades sofredor as, que, ao que parece, at ns so encaminhadas pelos Guias Espirituais a fim de participarem no smente das preces consolativas que fazemos, mas tambm da lei tura doutrinria que sistemticamente realizamos todas as noites, leitura que parece instru-las, norte-las, consol-las de suas dvidas: e infortnios e dos desapontamentos prprios do mundo invisvel, pois, quando lemos, a s vibraes da nossa mente repercutem no entendimento dessas entidades como a palavra enunciada e somos ouvidos e compreendidos por elas tal se falssemos em voz alta. Da porque dever o mdium, principalmente, se conservar sempre vigilante com as leituras que fizer, as quais podero torn-lo um plo de atraes afins, ao sabor d a sua mesma natureza. Nessas ocasies, isto , quando oramos ou estudamos, somos visitada por suicidas chorosos e desolados, por pobres criaturas surpreend idas pela desencarnao em desastres, etc. Mostram, ento, chorando, braos esmagados, pernas amputadas, ferimentos variados, de onde corre o sangue, trazendo eles prpr ios vestes ensanguentadas. Suicidas se apresentam contorcendo-se em dores ocasio nadas pelo envenenamento, ou asfixiados pelo enforcamento, e um mundo extenso de dores e desolaes se delineia nossa viso. Muitos desses se tm reanimado com as pginas do captulo VI de O Evangelho segundo o Espiritismo", de Allan Rardec (O Cristo Co nsolador), pois a esses de dispensar, antes de mais nada, as consolaes do amor do Cristo, as esperanas no amparo e na misericrdia do Eterno. As explicaes da Cincia e as elucidaes da Filosofia, to smente, no faro eco sobre suas desgraas. Ser& necessrios o Evangelho e a prece para fortalec-los e seren-los na confiana de um socorro celeste, para, depois, ento, adquirirem a compreenso da Filosofia e a provas irrefutveis da Cincia. 11 50 DEVASSANDO O INVISTVEL Certa vez, o Esprito de um jovem, que aparentava 18 ou 20 anos de idade, apresent ou-se nossa viso, todo envolvido em ataduras de gaze, da cabea aos joelhos, braos, mos, rosto. Chorava; e um cheiro forte de iodofrmio anunciou sua presena ante s mesmo da materializao. Compreendemos que seu trespasse se efetivara por uma exploso e que falecera no hospital; pois o panorama dos acontecimentos relaci onados com a desencarnao da entidade comunicante, ou mesmo passagens de seu drama ntimo, so revelados ao mdium atravs das suas prprias irradiaes (ou de sua aura), o q produz intuies quase instantneas, espcie de conversao teleptica, ou vibratria, que desvenda as cenas e enseja esclarecimentos para o que se h-de te ntar, a fim de minorar a sua aflio. Como sempre, em presena desse Esprito, procurmos fazer leitura amena e esclarecedora, convidando-o a ouvi-la, o que fz co m grande respeito e ateno. Ormos juntos e conversmos depois, embora ligeiramente. E tivemos a satisfao de v-lo sorrir e agradecer, ao se afastar. Nenhuma conquista humana, nenhum prazer ou alegria deste mundo se poder comparar felicidade de um mdium que j se viu envolvido em tarefa desse gnero. O consolo que ele prprio recebe, se sofre, a doura inefvel de que se sente invadir, ao verifi car que conseguiu auxiliar um desses pequeninos a quem Jesus ama e recomenda, ultrapassa todas as venturas e triunfos terrenos. E' como se ele prprio, o instru mento medinico, houvesse mergulhado em vibraes celestes, atravs das lgrimas do sofredor do Invisvel, as quais procurou enxugar. Evidentemente que um servio dessa natureza, realizado por um mdium desacompanhado de colaboradores, nem ser de fcil realizao nem dever ser encetado levianamente. Ser antes espontneo, provocado e dirigido to smente pelos Instrutores Espirituais, a ssim DEVASSANDO O INVISVEL 51 mesmo quando acharem o mdium em condies vibratrias adequadas para o feito. Parece qu e o mdium, ento, imunizado de perigos por processos que escapam nossa compreenso, o que indica no dever ele jamais desejar ou provocar semelhantes exper incias. Ao demais, antes que tais labores sejam confiados responsabilidade

de um aparelho medinico, ser necessrio que ele se tenha preparado longamente atravs de um tirocnio ininterrupto, que se tenha desprendido, muitas vezes, do mundo e de si mesmo, atravs de renncias e dolorosos testemunhos, de forma a que o corao, ferido por dores inconsolveis na Terra, esteja preparado para a compreenso exata das lides do invisvel. Muitas dessas entidades, porm, se debruam sobre o nosso ombro e lem conosco, intere ssadas, naquilo que estudamos, o que testemunha ser a vida espiritual simpies como a nossa prpria vida, a continuao desta, to smente. Temos observado que algu mas de tais entidades colocam os culos a que estavam habituadas, quando encarnadas, para lerem melhor, conosco... Ge- ralmente so, como ficou dito, leitu ras escolhidas as que fazemos, ou do Evangelho, que projetem com vigor a persona lidade e os feitos do Cristo, ou de obras espritas que melhor toquem o corao. Assim sendo, esses pequeninos e sofredores se afeioam ao mdium que os ajudou nos dias difceis e se tornam amigos fervorosos para todo o sempre, estabelecendo-se, ento, indissolveis elos de fraternidade. H cerca de um ano, pela madrugada, estando ns ainda desperta, apresentou-se nossa viso um Esprito cujo decesso carnal se teria dado entre os seus trinta e oito ou quarenta anos de idade. Trajava-se pobremente, com terno azul-marinho, j usado, camisa branca tambm bastante usada, gravata preta, atada com certo desleix o. Esqulido e abatido, infinitamente triste, mas ': 1 DEVASSANDO O INVISVEL j resignado prpria condio, colocou a mo sobre a nossa, num gesto fraterno, e disse: - Venho agradecer-lhe os votos feitos, em minha inteno, bondade de Deus... Suas pr eces me auxiliaram tanto que at minha famlia, que deixei na Terra, foi beneficiada ... Chamo-me Joaquim... e meu nome est no registo do seu caderno de apontamentos... Constatmos, ento, que esse visitante fora suicida... e, materializado, pudemos obs ervar que havia terra em sua indumentria, isto , impresses da poro de terra em que fora sepultado, assim como sua mente permanecia afeita ao vesturio que hab itualmente usava quando vivo, e com o qual fora tambm para a sepultura. Como, efetivamente, possumos um caderno onde registamos nomes de suicidas e pessoas fal ecidas em geral, conhecidos ou colhidos dos noticirios dos jornais, procurmos verificar se realmente existia nos ditos apontamentos aquele singelo nome. E enc ontrmos, de fato, entre os suicidas, um Joaquim Pires; tratava-se, portanto, de um dos destacados dos noticirios dos jornais, recomendado para as preces e as lei turas dirias. E estamos certa de que ser um bom amigo, cuja afeio nos acompanhar pelo futuro afora... * * * At o momento presente, os Espritos mais bem "trajados e mais belos que tivemos oca sio de observar atravs de materializaes, durante a viglia e tambm no mundo invisvel, por ocasio do desdobramento do corpo astral, foram os que passamos a cit ar. A entidade que se denomina Charles, martirizado por amor ao Evangelho, no sculo XVI, na Frana, durante a clebre matana de So Bartolomeu, comumente se deixa ver em trajes de iniciado hindu, tendo-se mostrado, uma nica 52 DEVASSANDO O INVISWEL 53 vez, em trajes de prncipe indiano, visto que no sculo XVII foi soberano na India. Frederico Chopin, que j variou a indumentria quatro vezes em suas aparies, deixando-se perceber, em duas delas, apuradamente trajado moda da sua poca (reina do de Lus Filipe, na Frana), mas todo envolto num como luar azul trans- lcido, como neblina. Vtor Hugo, a quem s pudemos distinguir o busto, tambm envolto em nebl inas lucilantes, argnteas, com reflexos azuis pronunciados, sem que pudssemos destacar o "feitio" dos trajes. A falange de iniciados hindus, de que somos pupi la espiritual, com todos os seus integrantes esforando-se por serem contemplados em seu "uniforme" caracterstico, as gemas do anel e do turbante inclusive, envolt

os em neblinas lucilantes, com reflexos azuis. Lzaro Zamenhof, o criador do Esper anto, vaporoso mas muito humanizado em seu terno do sculo XX, circundado de um halo com o que formado de ondas concntricas, que indicaria o elevado trabalho intelectual (detalhe tambm observado em Vtor Hugo), e esbatida a sua configurao perispiritual po r um jacto de luz radiosa, verde-claro, igualmente de forma concntrica. E, finalmente, um vulto muito nobre, observado no ano de 1930, cuja identidade i gnoramos, mas a quem denominmos Anjo Guerreiro, pelas particularidades do quadro em que se deixou contemplar. Acreditamos, porm, tratar-se de algum integrante da legio protetora do Brasil, ou do movimento esprita no Brasil. O certo era que trajava uma tnica grega, curta, atada por um cinto dourado; um diadema discreto, um simples friso de ouro, cabea, e guiando uma biga romana como que construda de alabastro. Com a destra, empunhava as rdeas, sem que, todavia, aparecessem os cavalos, e, com a sinistra, uma flmula de grandes dimenses, alvinitente, onde se lia - Salve, Brasil imortal!" Estampava-se visivelmente, nessa entidade, assim DEVASSANDO O INVISVEL materializada, o tipo oriental, o rabe, evocando tambm o tipo brasileiro muito con hecido no Estado de Gois. Era jovem, belo e sorridente, e um luzeiro cor-de-rosa envolvia-o, espraiando-se em torno e se estendendo longamente sobre uma multido q ue cantava hosanas e empunhava pequenas flmulas, multido que seguia em cortejo atrs da biga. No nos estenderemos em particularidades quanto a essa viso, por no jul g-la interessante para estas pginas. No entanto, jamais fomos informada da identidade de to formoso Esprito. Acrescentaremos, apenas, que sua apario assinal ou etapa definitiva em nossa vida e em nossos labores espritas. * * * Comumente, os Espritos se nos apresentam trajados conforme o fizeram durante a ex istncia carnal: os homens, com o terno que habitualmente usavam, acentuando este ou aquele detalhe que melhor os identifique; as mulheres, com os vestidos que, i gualmente, de preferncia usavam. Mais raramente, alguns se deixam ver com a indum entria com que foram sepultados, e ainda outros com os trajes que desejariam possuir, m as que no chegaram a usar. Dois meses aps o falecimento de nossa me, ns e mais trs pessoas da famlia vimo-la, assistindo a uma reunio de preces em sua inteno, traja ndo um costume de gabardine azul-marinho, com um "cachecol" de seda quadriculada branca e preta, vestes por ela preferidas para as viagens que fazia em visita ao s filhos, nos ltimos meses que viveu. Uma tia nossa, a Sra. C. A. S., falecida no interior do Estado de So Paulo, em 1950, cerca de vinte dias aps o trespasse apres enta-se nossa viso, no Rio de Janeiro, dizendo ter vindo visitar-nos, pois se sentia saudosa. Vestia um costume preto, e um vu de rendas negras cobria-lhe DEVASSANDO O TNVIStVEL inteiramente o corpo, partindo da cabea e atingindo os ps. Sua configurao perispirit ual, como vemos, era chocante, O vu incomodava-a horrivelmente e ela se debatia, aflita e irritada, tentando em vo retir-lo de si. Agradecemos-lhe a visit a e o interesse pela solido em que vivamos, pois, na ocasio, asseverou-nos encontrar-se penalizada ante as provaes com que nos debatamos, e convidamo-la a orar, a fim de se poder libertar daquele incomodativo manto, sem que, no entanto, nos fsse possvel compreender o que poderia causar semelhante fenmeno. Cerca de um ms mais ta rde, porm, soubemos, por pessoa da famlia presente ao seu funeral, que nossa tia fora sepultada com um costume azul-marinho escuro e um vu de rendas negras co brindo-lhe o rosto e o corpo, exatamente a mantilha, tipo espanhol, que usava ao assistir a missas e tomar a comunho, como boa catlica que fora. Uma filha do espiritista Sr. Antnio Augusto dos Santos, residente em Belo Horizon te, trs dias aps a morte de sua irm Elizabeth, menina de catorze anos de idade, viu-a, pela madrugada, no seu prprio quarto de dormir, pairando no ar e trajando um suntuoso vestido de baile, tipo "Imperatriz Eugnia". To ferica a luz que a circundava que, clareando todo o aposento, permitiu vidente observar detalhes,

tais como o desenho das rendas que ornavam o vestido, babados, fitas, flores, etc, Assevera a jovem vidente que o vestido era salpicado de pequenas prolas, cor no gotas de orvalho, detalhe por ns tambm observado em duas das quatro indumentrias perispirituais apresentadas pela entidade Frederico Chopin. Porque seja inspirad a e futurosa pintora, a filha do Sr. Antnio dos Santos, no dia seguinte, desenhou , com mincias, a viso que tivera pela madrugada, dando a ver os detalhes do vestido que a menina morta absolutamente no possura quando viva. Semelhante materializao, espontnea e inesperada, 55 1' 56 DEVASSANDO O INVISVEL teve o dom de reanimar e consolar os desolados pais da jovem falecida, que se ma ntinham sucumbidos ante a acerba provao. Referir-nos-emos ainda ao mesmo fato, em captulo posterior. De outro modo, Espritos plenamente espiritualiza-dos, como Adolfo Bezerra de Menezes e Bittencourt Sampaio, foram por ns distingu idos envergando longa tnica vaporosa, nvea, cintilante, levemente esbatida de azul, O primeiro costuma deixar-se ver, tambm, trajando avental de mdico, com barr ete, ao passo que o segundo, isto , Bittencourt, a quem uma nica vez vimos, em dia de grande provao, h muitos anos, talvez pela sua qualidade de "poeta do Evan gelho", trazia uma coroa de louros, ou de mirto ou carvalho, como os antigos intelectuais gregos e latinos, * * * Alguns adeptos do Espiritismo, talvez demasiadamente ortodoxos, talvez pouco obs ervadores, dogmatizan do um ensino que, sabemos, ainda no foi completamente revel ado, pois o prprio Codificador afirmou seria evolutivo, alguns adeptos, dizemos, comba tem tais relatrios medinicos, afirmando que assim no dever ser, porque Espritos no precisam vestir-se. Ora, se os prprios Espritos afirmaram a Allan Kardec que o perisprito semimaterial, que a forma, o modelo onde se esboa o corpo carnal, e, portanto, um corpo, seria o caso de relembrarmos a impertinneia astuciosa do Senhor de Beau vais para com a donzela de Orlees: - "So Miguel te aparece desnudo?. . . - ou seja: Eles, os Espritos, com os seus perispritos semimateriais, como so, e, portanto, tra tando-se de um corpo, aparecero desnudos aos mdiuns?. L DEVASSANDO O INVISVEL 57 Teramos que responder, visto que o dever de um mdium revelar com sinceridade, com a conscincia voltada para Deus, o realismo do mundo invisvel. - Sim, h Espritos desencarnados, aqueles que fo-' ram homens ou mulheres de baixa condio moral, que se arrastaram em existncias consagradas aos excessos carnais, devassido dos costumes, que podem, com efeito, aparecer desnudos aos mdiuns, revel ando mesmo, em cenas degradantes, que lhes foram habituais no estado humano, a degradao mental em que ainda permanecem. E o vidente, cujo compromisso exatament e esse, de se tornar intermedirio entre os dois planos da Vida, h-de contemplar e revelar, embora estarrecido e contrafeito, o realismo que seus instrutores esp irituais lhe permitem surpreender no Alm-Tmulo, para satisfazer queles que desejare m informaes sobre o palpitante assunto. Todavia, o comum se apresentarem os desencar nados sob as aparncias que mais lhes agradem. Os fatos mais antigos a esto, espalhados pelos sculos, atestando que, seja de fluido csmico universal, de ter sub limado ou de fluido espiritual, de matrias quintessenciadas, de gases ou de vaporizaes, ou simplesmente como decorrncia de fora mental projetada sobre as fibras

supersensveis do perisprito, o certo que a maioria dos habitantes do Alm se deixa ver com roupagens que variam do belo esplendoroso ao miservel e ao ho rrvel. Tambm os mdiuns espritas supunham que os desencarnados no se vestissem. Mas, diante do que a sua prpria viso constata, que devero eles afirmar seno o que lhes do a ver do mundo invisvel? Isto , que vem os Espritos "trajados" de vrios model s, e que isso o comum no plano espiritual? E, por vezes, at muito artstica e suntuosamente trajados? Lembremo-nos, ento, da admirvel resposta de Joan a d'Are aos seus juzes, tratando de So Miguel, compreendendo 58 DEVASSANDO O INVISVEL que ela, h cinco sculos, no ignorava o que hoje a Doutrina Esprita expe: - "Pensas que Deus no tem com que vesti-lo?. . . " Ou seja: Sim! Os Espritos podem vestir-se, servindo-se dos ricos elementos esparsos pelo U niverso, aos quais acionam voluntria ou insensivelmente, valendo-se das foras do pensamento e da prpria vontade! Ora, de tudo o que acabmos de observar, e atentos ao que expem Allan Kardec, Lon De nis, Ernesto Bozzano, William Crookes, e outros, bem ao que os prprios desencarna dos so incansveis em confirmar, extrairemos as seguintes dedues: - Que a mente do Esprito desencarnado cria para a sua configurao individual a indum entria que deseja, valendo-se da prpria vontade, segundo o prprio gosto artstico, a necessidade, a singeleza dos hbitos, a humildade do carter e o grau de elevao moral-mental-espiritual, pois o Esprito possui liberdade e aptides naturais para assim se conduzir. 2 - Que a mente do desencarnado tambm poder evocar os hbitos e usos passados, conser var as imagens dos trajes que preferiu, mesmo em existncia remota, e imprimi-las na sensibilidade plstica do perisprito, e assim se apresentar aos seus iguais de A lm-Tmulo, como aos mdiuns, em materializaes espontneas e individuais, ou provocadas para viso coletiva. 3 - Que o Esprito do recm-desencarnado poder padecer o fenmeno de repercusso vibratr dos acontecimentos verificados no corpo carnal, durante a crise do lento desligamento das energias fludicas que o prendiam quele, por ocasio do desenl ace, sobressaindo no dito fenmeno o detalhe assaz impressionante da natu DEVASSANDO O INVISVEL L 59 reza da indumentria com a qual o sepultaram, fenmeno este, no entanto, geralmente ocorrido com as entidades muito arraigadas matria. 49 - Que o perisprito, cujas essncias e propriedades so impressionveis e, portanto, amoldveis ao plstica do pensamento, com uma sutileza indescritvel; sendo expansvel e contrtil; e exercendo a energia mental, sobre as mesmas propried ades, uma ascendncia irresistvel, d-lhe aquela forma que desejar ou que puder, mesmo inconscientemente, mesmo sua revelia, pois que esse poder mental nat