Zeitgeist Brasil Futuro

8/8/2019 Zeitgeist Brasil Futuro

1/72

PROJETANDO O FUTURO

POR

JACQUE FRESCO

www.thevenusproject.com | movimentozeitgeist.com.br
http://www.thevenusproject.com/http://movimentozeitgeist.com.br/http://movimentozeitgeist.com.br/http://www.thevenusproject.com/


2/72

1

Agradecimentos especiais a

Roxanne MeadowsBob Schilling

Steve Doll

Crditos de produo e avisos de direitos autorais

Todos os designs Jacque FrescoMaquetes Jacque Fresco e Roxanne MeadowsDesenhos Jacque Fresco e Roxanne MeadowsFotografia Jacque Fresco e Roxanne MeadowsImagens de animao Doug Drexler

Nenhuma parte desta publicao pode ser reproduzida em qualquer formato

ou por qualquer meio eletrnico ou mecnico, incluindo sistemas de armaze-namento e recuperao de dados, sem a autorizao por escrito da The Ve-nus Project, Inc., exceto por um redator, que poder citar breves passagensem uma resenha. Todos os direitos reservados.

Os direitos autorais de todos os textos e fotos deste livro e os designs e ilustra-es contidos no DVD duplo do documentrio Future by Design so detidospor Jacque Fresco e Roxanne Meadows, salvo indicao em contrrio.

The Venus Project, Inc.

21 Lane ValleyVenus, FL 33960EUA

Telefone: 863-465-0321Fax: 863-465-1928

[email protected]@thevenusproject.com

Copyright 2007 Jacque Fresco e Roxanne Meadows

Traduzido pela equipe de lingustica doMovimento Zeitgeist Brasil.

[email protected]
http://www.thevenusproject.com/mailto:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]://www.thevenusproject.com/


3/72

2

Sumrio

Introduo ...................................................................................................................... 3

Seu desafio ...................................................................................................................... 5

1.Do ontem ao amanh .............................................................................................. 72.Todas as coisas mudam .......................................................................................... 113.Usando o mtodo cientfico .................................................................................. 134.Mitos existentes ......................................................................................................... 165.De um sistema a outro ............................................................................................ 206.O futuro como um projeto ..................................................................................... 217.Cidades que pensam ............................................................................................. 258.Medo das mquinas ............................................................................................... 479.Cidades no mar ....................................................................................................... 4810.Tomada de decises e leis ................................................................................... 6111.Estilos de vida ......................................................................................................... 66Concluso ..................................................................................................................... 70

Bibliografia .................................................................................................................... 71


4/72

3

Introduo

Um futuro projetado

Preparado(a) para projetar o futuro?

Embora muitos acreditem que podemos elaborar nosso futuro atravs do pen-samento, ao, conhecimento e valores de hoje, nada est to alm da ver-dadeespecialmente em nosso mundo atual de rpidas mudanas. Uma cri-ana recm-nascida no entra num mundo criado por ela mesma. Cada ge-rao herda os valores, conquistas, esperanas, sucessos e derrotas daquelasque a antecederam, assim como o resultado de suas decises.

Durante os milhares de anos da existncia humana em que a tecnologia era

muito simplesou mesmo inexistenteeste fato pode ter tido pouco impactona vida humana e do planeta Terra. Cada gerao de caadores e coletores,

posteriormente agricultores e pioneiros, passou suas ferramentas adiante naevoluo das geraes a fim de ajud-las a sobreviver. Mudanas entre asgeraes eram lentas e quase imperceptveis. Naqueles dias havia poucacompreenso da cincia e de como as coisas funcionavam. As explicaesno eram cientficas.

J no este o caso no nosso mundo atual de alta tecnologia, onde decisesque afetam milhes de pessoas podem acontecer em questo de segundos.Uma criana nascida hoje herda um mundo muito diferente daquele que seuspais herdaram. Imagine herdar um mundo de sculos atrs. Geraes anterio-

res deixaram uma herana de explorao, ocupao e valores irrelevantespara as pessoas de hoje, e tambm muitas oportunidades.

A aplicao de princpios cientficos, com boa ou m inteno, geraramavanos para a vida humana. Criaram-se importantes documentos e procla-maes garantindo direitos e privilgios para membros da sociedade, mas nocorao do progresso humanoou mesmo na sua destruio est a slidafundao da cincia.

Por muitas geraes foi impossvel desenvolver um futuro muito alm do mo-mento presente e previses sobre o futuro no tinham embasamento cientfi-

co. Profetas e sacerdotes previam o futuro baseados em sonhos, alucinaes,seitas, bolas de cristal, etc.

Atualmente, satlites esto em rbita trazendo informaes em fraes desegundos sobre questes pertinentes nossas vidas. Estas informaes so mui-to valiosas para se fazer projees sobre os padres climticos, o relevo geo-grfico, os pontos geolgicos quentes e frios, a densidade populacional e oaquecimento do planeta. Com isso, pela primeira vez, somos capazes de mo-nitorar a sade do planeta, a qual muitos cientistas consideram em grave, se-no crtica, situao.


5/72

4

Em um dia comum, trilhes de informaes viajam pelo ciberespao na velo-cidade da luz, fazendo possvel uma civilizao de alta tecnologia. Embora ascincias naturais e a tecnologia controlem tacitamente o rumo das coisas,milhes de pessoas no mundo ainda praticam pseudocincia, escutam conse-lhos de clarividentes, filsofos e charlates para decidirem suas aes no dia-a-dia. Muitos lderes do mundo procuram regularmente pela ajuda de m-diuns, videntes e astrlogos para guiar suas decises que determinam a con-dio de vida de milhes.

As atividades humanas do presente e suas consequncias no precisam serbaseadas em necessidades e valores de tempos passados. Na verdade, elasno podem ser de modo algum. Por exemplo, conflitos armados para resolveras diferenas entre naes parecem ser a nica sada para a maioria das pes-soas. Esta uma ideia apoiada especialmente por aqueles que obtm lucrocom a venda de armas. Em nosso mundo de hoje, isso totalmente inaceit-

vel e perigoso tendo em vista os custos humanos e ambientais.

Uma perspectiva militar irrelevante uma vez que passamos a entender omundo como sistemas interligados e todos os seus seres como uma nica fam-lia. Controlar rpidas mudanas tecnolgicas e a ns mesmos exige uma novaperspectiva e abordagem. Estas questes agora so necessrias e possveisdevido aos nossos avanos tecnolgicos.

Estas lies so concebidas para desafiar o leitor a dirigir o futuro, no apenaso seu prprio, mas o de toda a sociedade, e no apenas pela sua prpria ge-rao, mas pelas prximas. No s a cincia comea a tornar isto possvel,trata-se hoje de algo vital.


6/72

5

Seu desafio

O futuro no acontece por acaso. Com exceo de eventos naturais, comoum terremoto, o futuro o resultado de esforos de pessoas e do quo beminformadas elas so. Voc pode tentar adivinhar sobre o mundo de amanhse fazendo perguntas como em que tipo de mundo eu quero viver? e oque a democracia significa para mim?. Existem muitas opes para o futuroalm daquelas geralmente discutidas hoje em dia.

Considere esta situao: suponha que voc tivesse sido escolhido para refazertoda a civilizao do nosso planeta usando todos os recursos atualmente dis-ponveis. O objetivo eliminar o mundo da guerra, pobreza, fome e destruioambiental. Voc deve criar o melhor lugar para os habitantes e dar-lhes todosos recursos disponveis, pelo maior tempo possvel.

Lembre-se, voc livre para reorganizar a sociedade de qualquer jeito queacredite que funcionar. A nica limitao que seu projeto deve consideraro limite de capacidade da Terra. Isto significa que os recursos devem ser sus-tentveis para no agredir o planeta.

Voc pode reorganizar a civilizao para criar o melhor mundo possvel, mastenha uma coisa em mente: qualquer necessidade no satisfeita de qualquersegmento da populao reduz a qualidade de vida de todos. Isso pode incluirno s a proteo do ambiente, mas tambm os conceitos de cidade, trans-porte, relaes interpessoais e reestruturao da educao, se voc acharque seja necessrio.

As opes so infinitas. Voc teria naes separadas? Poderia ter um conselhointernacional? Como voc gerenciaria e distribuiria os recursos do mundo parasatisfazer a todos? Voc usaria o mtodo cientfico para tomar decises ouusaria a poltica ou o misticismo? Como voc lidaria com diferenas religiosas?Pode ser que voc chegue a considerar o uso de um sistema de distribuioque no usa dinheiro como um meio de troca.

Particularmente, voc procuraria por uma posio de vantagem sobre os ou-tros? Voc reivindicaria uma casa maior, um carro luxuoso ou uma TV de alta

definio? Baseado em que voc diria que merece tais coisas? Ou que outrosno as merecem? Sua habilidade? Seu investimento em tempo e/ou dinheiro?

Lembre-se: se voc forar qualquer conjunto predeterminado de valores aoutras naes, ou dentro do seu prprio pas ou vizinhana, estar cultivandosentimentos ruins. Como voc evitaria a corrupo poltica? Iria declarar leis etratados universais? Usaria o poderio militar e policial para a coao? Iria de-clarar todos os recursos como patrimnio comum de todas as naes?

Para cumprir tal tarefa esta pessoa deve ver-se livre de qualquer tipo de pre-conceito e sentimento de nacionalismo e refletir esta caracterstica no dese-

nho deste projeto. Como voc faria isso? Este um trabalho difcil que exigeconhecimento de muitas disciplinas.


7/72

6

Esses so alguns dos problemas que devemos considerar quando pensamosem como resolver tal tarefa. Poder ser uma abordagem nova sem interven-o do passado, sem consideraes tradicionalistas, religiosas ou quaisqueroutras, porm tenha sempre em mente para quem esta sociedade ser proje-tada. Sinta-se vontade para ir alm da realidade atual e entre em contatocom ideias novas e criativas.


8/72

7

Captulo um

Do ontem ao amanh

Um pouco de contexto antes de enfrentar este desafio

A vida da maioria dos homens e mulheres atrapalhada por problemas queno podem resolver. Muitos fatos de nossas vidas so resultados de coisas quevo alm de nosso controle. confortvel dizer coisas como sou eu quemmanda, mas na verdade a maioria das mudanas dos indivduos muito pe-quena em sua abrangncia. Pessoas geralmente culpam a si ou ao destino.Entretanto, quando dois carros colidem em uma rodovia devemos culpar osmotoristas? Ou devemos culpar o destino? Ou o meio de transporte foi proje-tado de uma maneira que permite que carros colidam? Somos ns, como in-divduos, responsveis pela coliso dos carros ou isto o resultado de um mau

projeto?Em 2005 houve 43.200 mortes por acidentes de carro nos EUA, alm de cente-nas de milhares de feridos. Agora considere outra maneira de levar pessoas deum lugar para outro o elevador. Quantas pessoas morrem em colises entreelevadores? Estes aparelhos transportam milhes de pessoas todos os dias semnenhuma falha porque seu projeto bem feito. Como poderia o trnsito ter omesmo resultado?

Se voc acredita que os meios de transporte deveriam ser projetados paratornar quase impossvel ferir ou matar algum numa coliso, ento este livro

para voc. Se voc acredita que a cincia pode reestruturar a sociedade edar a cada indivduo uma oportunidade para a auto compreenso e satisfa-o, ento voc provavelmente vai gostar destas ideias.

Para aproveitar ao mximo estas ideias voc ter de combinar receptividadecom ceticismo. J difcil o suficiente defrontar os problemas de hoje em dia, ainda mais difcil entender as fantsticas e chocantes mudanas que po-dem ocorrer no futuro.

Imagine um homem inteligente em Nova Iorque h cem anos sentado comum livro projetando o futuro para o prximo sculo. Ele se negaria a acreditar

que em 2006 quase todo mundo poderia dirigir carros sem trao animal quechegam a 80 km/h facilmente. Talvez ele pense que os cientistas tenhamavanado muito alm do esperado.

Ele riria presunosamente da ridcula previso de que mquinas feitas pelohomem viajariam alm da velocidade do som. A ideia de enviar imagens esons instantaneamente de qualquer parte do mundo soaria impossvel paraeste homem h 100 anos. Seria difcil pra ele acreditar que na guerra seriausada uma pequena bomba controlada em tempo real para explodir umacidade inteira do outro lado do mundo com uma preciso cirrgica. Este ho-

mem do incio do sculo XX ficaria assustado ao saber que parte dos seus sal-rios poderia ser reservada para a sua aposentadoria.


9/72

8

Agora vamos deixar nosso amigo resmungando sozinho sobre o mundo estarindo rpido demais e que o futuro est avanando muito alm do esperado.

Ns temos mais capacidade de prever o futuro hoje em dia? Para poder projetar um futuro de mudanas positivas ns precisamos primeiro nos tornar es-

pecialistas em mudar nossas prprias mentes. As diferenas entre os sculos XIXe XX provavelmente sero consideradas pequenas se levarmos em conta oque podemos fazer ao longo deste prximo sculo.

Voc entender melhor essas ideias se olhar para o momento atual comouma passagem entre o ontem e o amanh. Voc tambm precisar de sensi-bilidade para perceber as injustias, a perda de oportunidades para a felici-dade e conflitos sangrentos que caracterizam nossa civilizao do sculo XXI.

Ns no temos uma bola de cristal para ver o resto deste sculo. Ns gostar-amos que voc acrescentasse estas ideias sua mente e sua experincia de

vida. Talvez voc encontre ideias ainda melhores que possam contribuir paraprojetar o futuro de nossa civilizao. Nas prximas pginas ns exploraremospossibilidades incomuns, alarmantes, emocionantes e possveis para projetar-mos o futuro.

Uma crise que precisa de tratamento

de se pensar que com nossa tecnologia podemos eliminar a maioria dos ma-les sociais. Poderia a tecnologia moderna propiciar comida, vesturio, abrigoe bens materiais se a usarmos de modo inteligente? O que nos impede de fa-zer isso? Nossa tecnologia est avanando cada vez mais, mas nossa socie-dade ainda se baseia em mtodos e conceitos concebidos sculos atrs. Nsainda temos uma sociedade baseada em escassez e no uso de dinheiro. Ain-da temos padres de pensamento baseados em antigas estruturas usadas nasia Ocidental alguns milhares de anos atrs. Tentamos adaptar os grandesavanos da tecnologia com valores obsoletos que no so mais teis paranosso mundo hoje.

Devido s enormes vantagens dadas s corporaes pelos legisladores quedevem a elas as suas posies, os monoplios esto ganhando mais poder. Oconfortante pressuposto de que eu posso fazer a diferena est cada vez

mais longe da realidade. Algumas poucas corporaes possuem um nmerocada vez maior de empresas. Muitas destas pessoas participam do conselhode vrias grandes corporaes alm das suas prprias. As corporaes quepossuem empresas de automveis e avies tambm podem adquirir empresasdo ramo da alimentao, rdio, TV, revista, farmacutica, fabricao em ge-ral e armamentos. Dez grandes empresas financeiras controlam praticamentetodos os cartes de crdito dos EUA. A riqueza e a influncia desta elite em-presarial no podem ser alcanadas ou contrariadas pelos trabalhadores queas tornaram possveis. Como a mdia de propriedade destas enormes corpo-

raes, difcil saber se os noticirios sempre dizem a verdade.


10/72

9

De acordo com muitas pesquisas, a maioria dos cientistas constatou que araa humana est em rota de coliso com a natureza, que todos os ecossis-temas da Terra esto sofrendo e que a capacidade do planeta de sustentar avida est sob sria ameaa. (1) Existe a ameaa de uma rpida mudanaclimtica no mundo que certamente trar profundas consequncias. A polui-o dos rios, terra e ar que respiramos ameaam nossa sade. Ns estamosdestruindo recursos no renovveis como a superfcie do solo e a camada deoznio ao invs de os usarmos de forma inteligente.

Ns enfrentamos ameaas de ordem comum a todas as naes: superpopu-lao, cortes de energia, escassez da gua, catstrofes econmicas, propa-gao de doenas incontrolveis e a substituio de trabalho humano pormquinas, para citar apenas algumas. 852.000.000 de pessoas passam fomeno mundo. Todos os dias mais de 16.000 crianas morrem por causas relacio-nadas fome, isto representa uma morte a cada cinco segundos. (1) Em todo

o mundo mais de um bilho de pessoas vivem abaixo da linha da pobreza,recebendo menos de um dlar por dia. (2) Uma pequena parcela da popula-o obtm a maior parte da riqueza e recursos do mundo. A distncia entre apobreza e a riqueza cada vez maior. Em 2002, nos EUA, um alto executivoganhava 282 vezes mais dinheiro do que um trabalhador comum. (3) Em 2005a renda dos altos executivos aumentou em 12%, gerando uma mdia de 9,8milhes de dlares por ano. No ramo do petrleo, eles obtiveram uma rendaainda maior, chegando a subir 109%, gerando uma renda de 16,6 milhes dedlares por ano. Ao mesmo tempo, os salrios dos trabalhadores comuns dos

EUA dificilmente acompanhou a inflao. No estado de Oregon, os trabalha-dores viram os seus salrios obterem, nesses mesmos perodos, um modestoaumento de 2,8%, chegando a 15,080 dlares por ano.

Esta situao em que vivemos no parece estar funcionando para a maioriadas pessoas. Considerando os avanos da cincia e tecnologia nos ltimos200 anos, talvez voc se pergunte as coisas tem que ser deste jeito?. Obser-

vando o fato de que, quando aplicado com tal inteno, o conhecimentocientfico capaz de trazer melhorias para os seres humanos e seu relaciona-mento com o meio ambiente, no h dvidas de que a cincia e a tecnolo-gia podem produzir abundncia de modo que seja disponvel a todos. Porm

o mau uso e abuso da tecnologia aparentemente s fazem as coisas piora-rem.

Os problemas que enfrentamos no mundo hoje so basicamente causadospor ns mesmos. Ns temos que aceitar que nosso futuro depende apenas dens mesmos. Enquanto os valores representados por lderes religiosos ao longodos sculos inspiraram pessoas a agir de modo socialmente responsvel, outrosforam para a guerra por motivos de diferenas religiosas. Esperar pela inter-veno divina de personagens mticos uma iluso que no resolver os pro-blemas do nosso mundo moderno. O futuro do mundo de nossa inteira res-

ponsabilidade e depende apenas das decises que tomarmos hoje. Ns so-mos a nossa prpria salvao ou condenao.


11/72

10

O aspecto e as solues do futuro dependem totalmente do esforo coletivodas pessoas. Ns somos partes integrantes da rede da vida. O que afeta a vi-da de outras pessoas e do meio ambiente afeta nossa vida da mesma manei-ra.

O que precisamos de uma mudana em nosso senso de direo e propsito.Precisamos de uma alternativa para uma sociedade mundial sustentvel dife-rente de qualquer uma do passado. Esta soluo aqui apresentada est emuma forma bastante comprimida. Ela resultado de anos de estudo e pesqui-sa experimental.

Estas palavras oferecem alternativas plausveis para alcanarmos um mundomelhor. Elas foram criadas atravs do mtodo cientfico. Como qualquer outranova abordagem ela requer um pouco de imaginao e boa vontade paraentender os propsitos das solues. Lembre-se de que quase toda nova ideia

foi ridicularizada e rejeitada quando exposta pela primeira vez, especialmentepor parte dos especialistas de cada poca.

Foi exatamente isso o que aconteceu aos cientistas que disseram pela primeiravez que a Terra era redonda, que disseram que ela girava em torno do sol eque um dia as pessoas poderiam voar. Voc poderia escrever um livro, e mui-tos o fizeram, com todas as coisas que as pessoas acharam impossveis deacontecer at que se tornassem viveis. Pense sobre viagens lua, por exem-plo! Seus bisavs teriam rido de tal possibilidade. Tal ideia era apenas um as-sunto em romances de fico cientfica. Muitos pensadores alm de seus tem-pos foram encarcerados e mortos por dizerem coisas como a Terra no ser ocentro do universo.

Aqueles que lutaram por justia e mudanas sociais tiveram dificuldades ainda

maiores. Pessoas que defenderam tais mudanas foram espancadas, abusa-das, presas e brutalmente assassinadas. Por exemplo, Wangari Maathai, queganhou o prmio Nobel da paz em 10 de dezembro de 2004 foi presa diversasvezes por lutar contra o desmatamento no Qunia, frica. Dian Fossey, uma

ativista naturalista que lutou para proteger uma populao de gorilas contracaadores foi encontrada morta de forma brutal em sua cabana. Infelizmen-te, ela no supriu as necessidades dos caadores. Um grande volume de livros

poderia ser escrito sobre as dificuldades das pessoas que buscaram por mu-danas que ameaavam o status quo.


12/72

11

Captulo dois

Todas as coisas mudam

Em nosso universo dinmico, todas as coisas mudam, dos locais mais distantes

do espao csmico ao movimento dos continentes. A mudana ocorre emtodos os sistemas vivos e no vivos. A histria da civilizao uma histria demudanas do simples ao mais complexo. A engenhosidade e as inveneshumanas so testemunhas desse fato. Sistema algum pode permanecer est-tico por muito tempo; a maioria das monarquias foi substituda por outras for-mas de governo e as sociedades baseadas no desejo das pessoas, no dereis, emergiram. Infelizmente, as mudanas nem sempre so para melhor.

Embora aceitemos que as mudanas so inevitveis, os humanos reagem aelas com bastante resistncia. Em muitos casos, a mudana ameaa aquelesem posio de vantagem que geralmente esto l justamente para manter ascoisas como esto. Isso fato em qualquer sociedade, seja a estrutura de po-der religioso, militar, socialista, capitalista, comunista, fascista ou tribal. Os lde-res tentaro impedir a mudana. Algumas vezes, mesmo quando as condi-es da maioria das pessoas so terrveis, o prprio povo pode resistir mu-dana, pois existe conforto no que familiar. Ns nos referimos a eles como osautoproclamados guardies do sistema.

Mas no importa quantas pessoas resistam, a civilizao humana no exce-o ao fato da mudana. A mudana ocorre em todos os sistemas sociais, e a nica constante. Podemos nos assegurar de que a histria da humanidade

uma histria de mudanas.

Apesar disso, a todo o momento, interesses egostas (aqueles que tm mais aganhar ao manter as coisas como esto) opem-se at a mudanas tecnol-gicas. Por exemplo, no incio do sculo XX, defensores da cavalaria montada acavalo atrasaram o desenvolvimento do tanque de guerra. Era uma tradioto forte que quando a Alemanha invadiu a Polnia em 1939, sua diviso detanques enfrentou soldados ainda montados em lombos de cavalos.

obvio que os soldados a cavalo no tiveram nenhuma chance. O desenvol-vimento de aeronaves ameaou as divises de tanques. Depois os pilotos e

projetistas de avies lutaram para conter o desenvolvimento de msseis guia-dos. Os homens dos msseis lutaram para deter o desenvolvimento de armas alaser. E assim por diante.

Se nos perguntamos o porqu de ainda enfrentarmos muitos dos mesmos pro-blemas que nossos ancestrais tinham quando nossas capacidades tecnolgi-cas ultrapassam tanto as deles, devemos considerar que estivemos aqui porto pouco tempo que poderamos praticamente ser chamados de recm-nascidos.

Se voc usasse um relgio de 24 horas para representar o tempo desde que avida comeou na Terra, ele mostraria que os humanos s comearam a existir


13/72


14/72

13

Captulo trs

Usando o mtodo cientfico

O que temos aqui

Antes da cincia de hoje, quando os seres humanos no compreendiam asrelaes do mundo fsico, eles inventavam suas prprias explicaes. Estas ex-plicaes tendiam a ser simplistas e, em muitos casos, nocivas. Por exemplo, seuma pessoa sabe que onda gigante se aproxima e resolve ficar e rezar por suasalvao ao invs de sair dali, poder prejudicar a sua sobrevivncia. Pessoasachavam que pragas e doenas eram punies da ira de um deus, mas o m-todo cientfico descobriu que doenas so disseminadas por ratos e piolhos, ecausadas por germes.

Isto no significa que cientistas tem a mente fechada para tais questes,

que para eles aceitarem uma ideia so necessrios mtodos mais sofisticadose normas mais exigentes.

O uso do mtodo cientfico ajuda a diminuir vcios, discriminaes e ideias pr-concebidas. Ele exige que uma afirmao seja verificada e que os pesquisa-dores descubram atravs da experincia o que funciona e o que no funcio-na. Cientistas perguntam o que temos aqui? e ento desenvolvem experi-mentos para determinar a natureza do mundo fsico.

Este processo requer que os experimentos possam ser verificados por outrosque devem chegar aos mesmos resultados. Um dos maiores atributos da cin-

cia que pesquisadores no podem aceitar concluses atravs da intuio. necessrio um trabalho meticuloso e tempo para encontrar solues e respos-tas. Frequentemente muitos fracassos chegam antes de qualquer descobertapositiva.

A linguagem da cincia

A comunicao de ideias e informaes normalmente comea com a lin-guagem, mas quando voc percebe o quanto mal compreendido voc nodia-a-dia, percebe que esta uma tarefa nada fcil. Nossa linguagem colo-

quial envolve centenas de anos de mudana cultural e, infelizmente, difcilresolver ideias conflitantes atravs do seu uso. Em muitos casos, por causa dediversos contextos e experincias de vida, a mesma palavra pode ter muitossignificados para pessoas diferentes. Os pensamentos de uma pessoa podemser interpretados de diferentes maneiras por terceiros mesmo quando usadauma nica lngua.

Porm existe uma linguagem que facilmente compreendida por muitos,mesmo em diferentes partes do mundo. Esta linguagem tem um elevado graude correlao fsica com o mundo real. Nela h pouco espao para confu-so. Em diferentes campos da cincia como engenharia, matemtica, qumi-


15/72

14

ca, etc., ns temos o mais prximo de uma linguagem descritiva universal quedeixa pouco espao para uma interpretao subjetiva.

Por exemplo, se o diagrama de um carro dado a qualquer sociedade tecno-logicamente desenvolvida, em qualquer parte do mundo, independente de

sua religio e ideia poltica, o resultado final ser o mesmo. Esta linguagem foideliberadamente desenvolvida como a mais apropriada para resolver umproblema. praticamente isenta de interpretaes vagas e ambiguidades.

Muitos dos grandes avanos tcnicos realizados em nossa era moderna seriamimpossveis sem esta comunicao mais aperfeioada. Sem uma linguagemdescritiva comum, teramos sido incapazes de prevenir doenas, aumentar orendimento de colheitas, conversar a milhares de quilmetros, ou construirpontes, barragens, sistemas de transporte e muitas outras maravilhas da tecno-logia da era computadorizada.

A aplicao e compreenso de uma semntica geral so essenciais para me-lhorar a comunicao. A semntica tem sido interpretada de muitas maneirasdiferentes. Resumidamente, isto uma tentativa de melhorar a comunicaoatravs do cuidadoso uso da linguagem. Por exemplo, termos como rabe,judeu ou irlands, tem significados diferentes para diferentes pessoas. Pa-lavras semelhantes tm seus significados dependentes do contexto e da expe-rincia. Isto tambm se aplica a palavras como compreenso, conscin-cia, democracia, realidade, amor, etc. Para se ter uma discusso inteli-gente usando certas palavras importante perguntar para a pessoa o que elaquer dizer com as palavras que usa. Se algum quer se comunicar de modosignificativo, bom que todos definam seus termos usados. A semntica apenas um instrumento que ajuda na comunicao. Um livro muito til sobre otema o Tyranny of Words de Stuart Chase.

Podemos aplicar os mtodos da cincia para projetar a nossa

sociedade?

A descoberta do mtodo cientfico nos permite validar e testar muitas propos-tas. Se algum afirma que um determinado elemento estrutural pode aguen-tar uma quantidade especfica de libras por polegada quadrada, esta decla-

rao pode ser testada, sendo aceita ou rejeitada com base em resultadosdo teste. este tipo de teste que nos permite projetar e construir pontes, pr-dios, embarcaes, avies e outras maravilhas do mundo.

Quase todos apoiam a cincia quando se trata de cirurgias, passeios de avioou a construo de arranha-cus, pontes e automveis. Ao longo dos sculosparece que desenvolvemos um consenso de que quando o assunto se tratade segurana pessoal, preferimos o caminho da cincia, mais do que da m-gica. Por que isso? Provavelmente porque funciona, e todos podem perceberfacilmente os resultados.

Por que ento no fazemos o mesmo quando estamos planejando nossas so-ciedades: nossas cidades, sistemas de transportes, agricultura, assistncia m-


16/72

15

dica e por a afora? Se voc pensava que j fazamos essas coisas cientifica-mente, pense novamente! Se cincia tem a ver com o que funciona entoclaramente h muito na configurao social e econmica de hoje que no cientfica, porque as coisas no esto funcionando muito bem para a maioriada populao do mundo ou para o meio ambiente. Se estivessem, a guerra, apobreza, a fome, o desabrigo, a poluio, etc., no seriam dominantes hoje.Infelizmente nossas estruturas sociais no envolvem um planejamento global.

Uma condio para a tarefa de redesenhar a sociedade o projeto estar deacordo com a capacidade de sustento do nosso planeta. Isto significa quenossos recursos tm de suportar a vida no planeta para todos. Isto certamenteir requerer o mtodo cientfico como avaliao.

Se algum deseja levar uma pessoa at a lua, no ser o suficiente apenasconstruir um foguete e mir-lo lua. Temos que primeiro testar quais so as

foras que o corpo humano aguenta. Ns podemos colocar a pessoa numacentrfuga e avaliar o quanto seu corpo suporta. Daramos uma bateria detestes para esta pessoa. Por exemplo, verificaramos como o corpo funcionanuma gravidade zero e como isso afeta sua sade. Tambm precisaramos deinformaes sobre a sobrevivncia na lua, como por exemplo, se h gua, ar,temperatura aceitvel, etc.

Desta mesma forma, temos que olhar para nosso planeta como uma coisa se perguntar o que temos aqui?. Queremos aplicar estes mesmos mtodosinteligentes de planejamento utilizando um sistema cientfico com as cinciasda Terra para a sobrevivncia planetria. O grau de no aplicao deste m-todo cientfico em nossa forma de viver na Terra determina o montante de so-frimento desnecessrio que temos.

Como faremos isso?


17/72

16

Captulo quatro

Mitos existentes

O domnio da lei

Muitos acreditam que precisamos da fora da lei para eliminar nossos proble-mas. Mas de mais leis que precisamos? Ns temos muitas leis, milhares e mi-lhares delas, e elas so constantemente desrespeitadas.

Por exemplo, existem milhares de leis proibindo o roubo. Mas, se analisarmosisto mais de perto junto com as estatsticas, verificamos que poucas pessoascontrolam a maior parte dos recursos da Terra. A maioria no tem dinheiro su-

ficiente nem mesmo para suas mnimas necessidades. Como se pode pensarque, sem alterar estas condies, a aprovao de uma lei ir evitar furtos? Istofica ainda mais difcil quando a publicidade faz os produtos parecerem to

sedutores. Quase inconscientemente, as pessoas nos EUA so expostas a maisde 2.500 anncios publicitrios por dia.

Nem mesmo um tratado de paz pode impedir outra guerra se os problemas debase no forem resolvidos. Leis de cooperao internacional no se tratam doque uma lei deveria ser, elas apenas tendem a congelar as coisas do jeito queesto. Indiferente de tratados, naes que conquistaram terras ao redor domundo atravs do uso da fora e violncia ainda retm posies de vanta-gens territoriais e de fcil acesso a recursos. Tratados so apenas esparadrapossobre o problema e frequentemente apenas impedem conflitos a curto prazo.

Talvez seja preciso pessoas diferentes no governo. Pessoas com tica, que sepreocupam com as outras. Talvez elas acabem com a corrupo e trabalhempara o bem estar social. Mas mesmo que as mais ticas das pessoas fossemeleitas aos cargos mais elevados e ficssemos sem recursos, ainda existiriammentiras, trapaas, roubo e corrupo. No de pessoas ticas que precisa-mos, mas de uma forma inteligente de administrar os recursos da Terra para obem estar de todos.

Examinando as condies que causam os problemas

Talvez o problema esteja alm da criao de mais leis ou da eleio de pes-soas mais ticas para o governo. Vamos dar uma olhada no modo como ob-temos e distribumos os bens que precisamos.

Isto feito atravs do ganho de dinheiro, tanto pela troca do tempo, habili-dade e esforo de algum quanto pelo investimento no sistema financeirocom a ideia de obter mais dinheiro em retorno, e troc-lo por bens e servios.Este pode ter sido um bom mtodo no passado, quando os bens eram escas-sos e a tecnologia ainda dava seus primeiros passos. Mas hoje, nossa tecnolo-gia avanada pode ser a ferramenta para mudar esta situao.

Se olharmos de maneira cientfica, existem alimentos e bens materiais mais doque o suficiente para satisfazer toda populao mundial, se gerenciados de


18/72


19/72

18

11.Existe uma enorme degradao ambiental devido ao elevado custo demelhores mtodos de eliminao de resduos.

12.O planeta Terra est sendo saqueado pelo lucro.13.Os benefcios da tecnologia so distribudos apenas entre aqueles que pos-suem poder de aquisio suficiente.

14.Principalmente, quando o propsito das corporaes lucro, decises emtodas as reas no so feitas para beneficiar as pessoas ou o meio ambiente,elas priorizam apenas a aquisio de riqueza, propriedade e poder.

A prxima fase no desenvolvimento social

O que que todos ns temos em comum? Quais so nossas prioridades? To-das as naes e pessoas, independente de filosofia poltica, credos religiososou costumes sociais, dependem de recursos naturais. Todos necessitam de

gua e ar limpos, terra frtil para alimentos, tecnologia e conhecimento tcni-co a fim de proporcionar um alto padro de qualidade de vida. Talvez te-nhamos que atualizar a maneira como a sociedade funciona de modo quetodos possam obter as vantagens que a tecnologia proporciona e obtermosum ambiente limpo e com alta qualidade de vida. No existe dinheiro o sufici-ente para pagar por tal mudana, mas existem recursos mais do que o neces-srio na Terra para isso ser feito.

Revisando: o planeta tem recursos abundantes e nossa maneira de racionali-zar estes recursos atravs do dinheiro ultrapassada e causa muito sofrimento.

No de mais dinheiro que precisamos, mas de uma gesto inteligente dosrecursos da Terra que traga benefcio a todos. Ns podemos alcanar isto maisfacilmente atravs de uma economia baseada em recursos.

Economia baseada em recursos

Este um conceito muito diferente de qualquer outra coisa apresentada athoje. De modo simples, uma economia baseada em recursos usa recursos aoinvs de dinheiro, e pessoas tem acesso a qualquer coisa que queiram sem ouso do dinheiro, crdito, escambo, ou qualquer outra forma de dvida ou ser-

vido. Todos os recursos so mantidos como uma herana comum a to-dos os habitantes da Terra.

A verdadeira riqueza de qualquer nao no est no seu dinheiro, est nodesenvolvimento, na potencialidade e nas pessoas que trabalham para elimi-nar a escassez e proporcionar uma sociedade mais humana.

Se isto ainda confuso para voc, pense nisso: se um grupo de pessoas ficarpreso em uma ilha com dinheiro, ouro e diamantes, mas a ilha no ofereceterra arvel, peixe nem gua potvel. A riqueza deles seria irrelevante para a

sobrevivncia.

O que aconteceria se todo o dinheiro do mundo desaparecesse? Se o solo, asfbricas e todos os outros recursos existirem, poderemos construir qualquer coi-


20/72

19

sa que queiramos e preencheremos nossas necessidades. No fim das contas,dinheiro no o que as pessoas precisam, e sim satisfazer suas necessidades.

Numa economia baseada em recursos, recursos so usados diretamente paraelevar a vida de toda a populao. Com base nos recursos, e no no dinheiro,

ns podemos satisfazer todas as necessidades da vida e proporcionar umaalta qualidade de vida para todos.


21/72

20

Captulo cinco

De um sistema a outro

A transio os sinais dos tempos

A maioria das pessoas no procura por uma soluo alternativa para a socie-dade at que seu sistema atual deixe de funcionar. Uma mudana em nossacultura, que est to presa ao dinheiro, vai exigir, provavelmente, um colapsodo sistema atual. Algumas coisas que j esto acontecendo atualmente po-dem j ser sinais de que este colapso j est a caminho.

Os pases industrializados esto instalando mais e mais tecnologia automatiza-

da para competir com preos mais baixos na economia global. O resultadodesta nova tecnologia mais e mais pessoas perdendo seus empregos, assimno podendo cuidar se si mesmos e de suas famlias. Usando a automao e

a cibernetizao em seu potencial mximo, a mquina substitui tambm amaior parte dos profissionais, no apenas o trabalhador industrial. Consequen-temente, cada vez menos pessoas so capazes de comprar os produtos queas fbricas automatizadas lanam.

Uma constante terceirizao de postos de trabalho e a realocao de fbri-cas em pases de terceiro mundo, onde a mo de obra mais barata, aliadaa poucas restries ambientais e outros benefcios parecem ser positivos numaperspectiva de curto prazo. Mas em um longo perodo resultaro em desastre. provvel que a perda de renda da maioria dos desempregados se torne to

grande que venham a perder suas casas e posses.Alguns de cientistas afirmam que, at o ano de 2030, haver uma drstica es-cassez de petrleo de fcil extrao. Talvez o petrleo no venha a acabar,mas a sua extrao se tornar financeira e fisicamente impraticvel, devido demasiada energia que ser necessria para as perfuraes e o refinamento.Basicamente o mesmo que acontecer com o gs natural, s que mais ra-pidamente.

Este, e outros fatos, geraro um grande problema social e ambiental, empre-sas brigaro com unhas e dentes para manter suas margens de lucro e explo-

raro ainda mais os recursos naturais como a terra e a gua. Talvez leve aofracasso do sistema de dbito/finanas para maioria das pessoas e estas pas-sem a desacreditar nele. Neste momento estas pessoas percebero seriamen-

te como uma economia global baseada em recursos funcionaria. Iro perce-ber como suas vidas poderiam ser em uma sociedade diferente. Nos prximoscaptulos, teremos uma breve ideia sobre o processo de nos adaptarmos aeste novo meio de vida.


22/72

21

Captulo seis

O futuro como um projeto

Emergindo num futuro mais so

Primeiros passos

Para comear a implementao de uma economia baseada em recursos, osdesigners sociais devem utilizar o mtodo cientfico e propor a questo: Oque temos aqui? Com a condio de que tudo seja disponibilizado da ma-neira mais eficiente, confortvel e duradoura possvel, a prioridade nmero um fazer um levantamento puramente tcnico das necessidades bsicas dapopulao total do globo. A quantidade de casas, comida, gua, servios desade, transporte, educao e o que mais for necessrio, deve ser compara-da com os recursos que o planeta tem a oferecer. Ela ter de ser balanceada

com as necessidades das outras espcies que constituem a teia de vida naTerra.

O objetivo principal superar a escassez e fornecer as necessidades de

todas as pessoas do mundo. Para criar uma civilizao vivel e sustentvel omais rpido possvel, precisamos de imensas quantidades de energia. O que extremamente necessrio uma estratgia de desenvolvimento energticonuma escala global, exigindo um empreendimento conjunto de planejamentointernacional num nvel nunca antes alcanado.

Energia

Uma das medidas mais teis do desenvolvimento de uma civilizao a quan-tidade de energia disponvel por pessoa. Em grande parte, o grau de confortode que voc desfruta hoje se correlaciona com a energia sua disposio.

Imagine a paralisia que ocorreria se seu suprimento de eletricidade e gasolinafosse cortado, e voc tivesse de usar seus prprios msculos para fazer tudo.

A economia baseada em recursos vai logo trabalhar em fontes limpas deenergia. Isso s possvel quando no h mais limitaes monetrias no cami-nho da realizao e fornecimento do que necessrio. Eliminadas as restri-es do lucro, da propriedade e da escassez, os laboratrios comeariam ra-pidamente a trabalhar juntos e trocar informaes livremente. No haverianecessidade de patentes ou informaes de posse j que a meta final no fazer dinheiro a fim de continuar trabalhando, mas alcanar resultados queso rpida e gratuitamente disponibilizados para a populao inteira do pla-neta.

As pessoas ficariam muito ansiosas e gratas por participar desse projeto, j que

os resultados beneficiam imediatamente a todos. Times interdisciplinares depessoal qualificado, de acordo com as exigncias do projeto, trabalharo emsistemas automatizados e de energia para produzir e fornecer bens e servios

numa escala massiva. At os estudantes universitrios iro participar no des-cobrimento de mtodos rpidos para resolver esses problemas.


23/72

22

Esses podem ser os exrcitos do futuro, uma enorme mobilizao pacfica pararestaurar e preservar a Terra e seu povo. Isso nunca foi feito antes e s ser pos-svel quando o dinheiro no for mais um obstculo. A questo no se temoso dinheiro, mas se temos os recursos e meios para alcanar essa nova direo.

Durante a transio de um sistema ao outro, regies de escassez so providascom concentradores de calor para o cozimento de alimentos e esterilizaoda gua. Os alimentos dessa rea so desidratados e comprimidos para eco-nomizar espao durante o transporte. O empacotamento biodegradvel epode tambm servir como fertilizante. Regies sem terra arvel usaro stioshidropnicos, criadouros de peixes em terra e lavouras marinhas. Para conser-var energia durante a transio, em vez de cada famlia preparar sua comida,existem centros de distribuio de alimentos que enviam os alimentos s casase restaurantes diretamente. Esses mtodos massivos de fornecimento de bense servios so aplicados por todo o mundo.

Imensas fontes de energia sero exploradas e desenvolvidas. Elas incluem ven-tos, movimento das ondas e mars, correntes ocenicas, diferenciais de tem-peratura, quedas dgua, geotrmica, eletrosttica, hidrognio, gs natural,algas, biomassa, bactrias, transio de fase e terminica (converso de calorem eletricidade por meio da ebulio de eltrons de uma superfcie quentede metal e os condensando numa superfcie mais fria). Alm disso, h a capa-cidade das lentes Fresnel de concentrar calor.

A energia da fuso a mesma energia que move o cosmos e as estrelas.Quando aprendermos como aproveit-la, os problemas de energia do mundoestaro resolvidos para sempre, sem qualquer efeito prejudicial ou materiaistxicos perigosos para serem descartados. O nico resduo seria a cinza limpado hlio.

Os oceangrafos nos disseram ao final do sculo XX que se utilizssemos oenorme potencial energtico dos oceanos mundial que ocupam 70,8% dasuperfcie terrestre, poderamos facilmente satisfazer as necessidades de ener-

gia presentes e futuras dos milhes de anos vindouros.

Um elemento chave no design de cidades na economia baseada em recursos

a incorporao de todo aproveitamento energtico dentro da estrutura dacidade. Isso ser melhor explicado na seo Cidade.

Outra opo de energia pouco aproveitada o desenvolvimento de materi-ais piezeltricos, ou sistemas laminados dentro de cilindros, ativados com a su-bida e descida das mars.

A energia geotrmica, ou energia extrada do calor da Terra, est sendo usa-da ao redor do mundo com tremendo sucesso. Cientistas presumem que sedesenvolvermos e aproveitarmos apenas 1% da energia geotrmica disponvelna crosta da Terra, nossos problemas de energia seriam eliminados. Na eco-

nomia baseada em recursos sem restrio monetria, a sociedade teria umachance de provar que esses cientistas estavam certos.


24/72

23

A energia geotrmica pode fornecer mais de 500 vezes a energia contida emtodas as fontes de combustvel fssil do planeta, enquanto reduz a ameaado aquecimento global. Usinas de energia nuclear produzem pouqussima po-luio se comparadas gerada pelos combustveis fsseis, e no emitem xi-do de nitrognio ou dixido de carbono. necessria uma rea de terra relati-vamente pequena para a usina energtica. Sem as companhias de petrleo egs natural controlando uma economia monetria, a energia geotrmica tor-nar-se-ia o modo mais econmico e eficiente de aquecer e resfriar as constru-es. Se tivssemos aplicado somente um dcimo do que atualmente gastocom equipamento militar no desenvolvimento de geradores geotrmicos, po-deramos h muito ter resolvido nossas faltas de energia.

Em regies como a Islndia, a energia geotrmica usada para cultivar vege-tais o ano todo em reas fechadas. Na economia baseada em recursos,usando-se esse mtodo, enormes quantidades de vegetais frescos podem ser

cultivadas durante todas as estaes. Um processo similar pode ser usado nacriao de peixes e em regies onde o aquecimento e resfriamento so ne-cessrios. Estruturas subaquticas massivas poderiam passar uma poro dofluxo da Corrente do Golfo por atravs de grandes turbinas para gerar energiaeltrica limpa. As turbinas teriam um separador centrfugo e defletores a fim deprevenir danos vida marinha.

Uma ponte terrestre ou tnel cruzando o Estreito de Bering entre a sia e aAmrica do Norte poderia gerar energia eltrica e coletar e processar produ-tos marinhos. Acima e abaixo da superfcie marinha haveria tneis para o

transporte de passageiros e materiais. Dutos poderiam levar gua doce dosicebergues em derretimento a outras partes do mundo. A estrutura no s

proporcionaria uma ligao fsica entre continentes, como tambm serviriacomo uma avenida para troca social e cultural.

Em nossa economia baseada em recursos, existem estudos abrangentes doimpacto ambiental e humano antes do comeo de qualquer projeto em largaescala. As principais preocupaes so proteger e restaurar o meio ambienteem benefcio de todas as criaturas vivas na comunidade da vida. O propsitoda construo e desenvolvimento desses projetos para gerao de energia

livrar os seres humanos de tarefas laboriosas desnecessrias. Para alcanaressa sociedade, precisaremos automatizar a maioria dos empregos o mais r-pido possvel.


25/72

24

Explorando a Corrente do Golfo

Essas estruturas subaquticasdesviam uma poro do fluxoda Corrente do Golfo e outras

correntes passando-a atravsde turbinas para gerar energiaeltrica limpa. As turbinas giramlentamente e tm separadorescentrfugos e defletores a fimde prevenir danos vida mari-nha.

Barragem do Estreito de Bering

Um dos grandes avanos no

futuro poderia ser a constru-o de uma ponte terrestre outnel cruzando o Estreito deBering. A principal funo des-sa juno seria gerar energiaeltrica e comportar instala-es para a coleta e o pro-cessamento de produtos domar. Acima e abaixo da su-perfcie marinha haveria tneis para o transporte de passageiros e materiais.Poderiam tambm ser incorporados dutos para conduzir gua doce do derre-timento de icebergues para outras partes do mundo. Essa estrutura no s po-deria proporcionar uma conexo entre a sia e a Amrica do Norte, comotambm servir como avenida para o intercmbio social e cultural.

Usinas de energia geotrmica

Com refinamentos nas tecno-

logias de converso, a energiageotrmica pode fazer umpapel mais proeminente nareduo dos perigos do aque-

cimento global. Facilmentepraticvel em muitas regiesao redor do mundo, essa fontesozinha forneceria energia lim-

pa o suficiente para os prximos mil anos.


26/72

25

Captulo sete

Cidades que pensam

Projetando o futuro

Os governos locais gastam muito tempo tentando melhorar nossas cidades,estradas e sistemas de transportes atuais. O custo de operao e manutenoe a ineficincia em geral so altos. mais barato construir novas cidades doque tentar restaurar e manter as antigas, assim como mais eficiente projetarmtodos mais flexveis do que tentar atualizar fbricas obsoletas.

Para ter um mundo sem poluio e desperdcio, porm mantendo as praas,

parques, centros de arte e msica, escolas e hospitais disponveis para todossem uma etiqueta de preo, so necessrias mudanas profundas no modocomo planejamos as cidades bem como nos nossos estilos de vida.

Para chegarmos a esse sistema, a primeira cidade ir testar a validade dosparmetros do projeto e fazer alteraes sempre que necessrio. Essa novadireo social poder ser promovida em vrias frentes como livros, revistas,televiso, rdio, seminrios, cinema, parques temticos, etc. Podemos tam-bm projetar e testar processos automatizados de construo para a prximacidade.

Cidades circulares multidimensionais inovadoras combinam os mais sofistica-dos recursos e tcnicas disponveis. A disposio circular geometricamenteelegante, cercada de praas e jardins, projetada para operar com o mnimo

de energia para alcanar o mais alto padro de vida possvel para todos. Oprojeto da cidade usa o melhor da tecnologia limpa em harmonia com a eco-logia local.

O desenho destas novas cidades enfatizam a restaurao e proteo do meioambiente. preciso ficar claro que a tecnologia quando no utilizada emprol humanitrio perde o sentido.

As novas cidades iro providenciar um ambiente completo com ar e gualimpos, sistema de sade, alimentao nutritiva, entretenimento, acesso in-formao e educao para todos. Existiro centros de arte, oficinas de usina-gem completamente equipadas, laboratrios de cincia, reas de esporte elazer e distritos de manufatura. Estas novas cidades iro tambm providenciartodas as formas de recreao em uma curta distncia de zonas residenciais.Reciclagem de lixo, sistemas de gerao de energia limpa e renovvel, e to-dos os servios sero integrados e gerenciados por mtodos cibernticos. Agesto da vida, seu estilo e preferncias pessoais, so deixados inteiramenteao indivduo.

Algumas cidades podem ser circulares enquanto outras podem ser lineares,subterrneas, ou construdas como cidades flutuantes no mar (chegaremos

nelas mais tarde). Muitas cidades seriam projetadas como sistemas enclausu-rados completos, de forma muito similar a um navio cruzeiro equipado para


27/72

26

uma viagem de seis meses. Eles comportariam residncias, teatros, parques,centros de recreao e entretenimento, instalaes educacionais e para cui-dados mdicos, e todas as necessidades e confortos de um ambiente total-mente habitvel. Tudo nessas cidades seria o mais prximo de um sistema au-tnomo conforme permitirem as condies. Em localidades ao norte, algumaspoderiam ser parcialmente subterrneas.

No planejamento das cidades, computadores ajudaro a delinear o projetocom base na mais compreensvel anlise dos dados do ambiente e das ne-cessidades humanas. Por exemplo, as caractersticas da populao em umadada rea determinam quantos hospitais e escolas so construdos e o equi-pamento necessrio. Alguns sistemas mdicos seriam mveis e outros pr-fabricados em terra e no mar. Eventualmente, cidades inteiras seriam constru-das automaticamente no local de sees padronizadas e pr-fabricadas fei-tas em fbricas automatizadas. Atravs desse mtodo de abordagem sist-

micano podemos enfatizar isso muitoseremos capazes de dar s pesso-as um altssimo padro de vida o mais rpido possvel.

Isso proporciona um alto grau de flexibilidade no projeto para mudanas e seaproveita das unidades trocveis. As cidades assumem aparncias novas ediferentes dependendo de como so usadas. Cada cidade nica. Elas noreduzem a vida das pessoas a um nvel bsico; antes, elas tornam disponveistodos os confortos que a cincia e tecnologia modernas tm a oferecer. Atmesmo as pessoas mais ricas do passado no poderia alcanar um padro devida igual aos dessas novas cidades, as quais tambm maximizaro a segu-

rana e o conforto mental.

As estruturas sero feitas de materiais modernos como uma construo tiposanduche que semiflexvel com interior espumado e uma superfcie exter-na de cermica esmaltada que possibilitam a expanso e contrao sem ris-co de fratura. Isso no requer nenhuma manuteno. A fina construo emforma de concha pode ser produzida em massa em questo de horas. Estetipo de estrutura sofre pouco ou nenhum dano de terremotos, furaces, cupinse incndios. As janelas sero controladas eletronicamente para sombrear ouescurecer a iluminao externa e vm equipadas como sistemas automticos

de limpeza controlados por computador que dispensam trabalho humano.Tecnologias inovadoras tornam possvel a conservao de recursos para regi-es menos desenvolvidas, sem sacrificar nenhum dos confortos da vida mo-derna. Ser apenas atravs de tais inovaes que nossa meta final de um ele-vado padro de vida para toda a raa humana poder ser alcanada.

Essas cidades coordenam a produo e distribuio, operando uma econo-mia equilibrada para que no haja superproduo ou subproduo. Realizarisso requer um sistema nervoso autnomo (censores no meio ambiente) inte-grado com todas as reas do complexo social.


28/72

27

Por exemplo, no cinturo agrcola, sondas enterradas no solo automaticamen-te mantm um constante inventrio do nvel do lenol dgua, condies dosolo, nutrientes etc., e toma as medidas apropriadas sem precisar de interven-o humana conforme as condies mudam. Esse mtodo de resposta ele-trnica industrial seria aplicado em todo o sistema.

As cidades funcionariam como organismos em evoluo integrados em vez deestruturas estticas, pois o design deles favorece a mudana. Esses ambientescompletos proporcionaro o maior alcance possvel de individualidade e cria-tividade queles que neles morarem.

Consideraes no design

No passado, os adornos arquitetnicos eram partes integrais das construes.As grandes colunas e peristilos de prticos das antigas Grcia e Roma eramcomponentes exigidos nas estruturas deles. Com o advento de materiais leves

e modernos e melhorias na engenharia, hoje podemos transpor grandes dis-tncias sem o uso de colunas ou outras estruturas de sustentao.

A economia baseada em recursos no mais empregaria o retrocesso consci-ente de eficincia para manter uma aparncia chamativa nos designs. Secontinuarmos a projetar nossas construes com evidentes desperdcio e de-corao, diminumos o padro de vida dos outros ao usarmos os recursos deforma esbanjadora. Projetar uma estrutura com muitas projees artificiais noindica originalidade, criatividade, ou individualidade. A individualidade ex-pressa pelo nosso jeito singular de pensar sobre ns mesmos e o mundo a nos-

sa volta, no por nossa aparncia externa.No que devemos diminuir as belas estruturas criadas no passado com a limi-tada tecnologia disponvel na poca. Contudo, a contnua aplicao de m-todos antigos de construo retarda o pensamento criativo e inovador, o qual essencial para uma cultura emergente.

O uso inteligente dos recursos incorporados s estruturas simplifica nosso estilode vida e reduz o desperdcio e manuteno consideravelmente. As novascidades proveriam as necessidades dos habitantes atravs de uma eficientealocao de recursos e materiais, num ambiente energeticamente consciente

e livre de poluio.

Lares

Para muitos neste incio de sculo XXI, as casas do futuro podem parecer sur-realistas. Elas, por exemplo, podem ser protegidas das intempries por meioseletrnicos. A moblia pode ser composta por configuraes totalmente distin-tas que se ajustam automaticamente aos contornos de nossos corpos. Novastecnologias resultaro em paredes completamente transparentes de modoque os ocupantes possam ver a paisagem ao redor sem que ningum de foraveja o interior. A luz do dia pode ser suavizada e reduzida de acordo com apreferncia dos ocupantes. As construes forneceriam uma barreira contra o


29/72

28

som, os insetos e a poeira, e manteriam a temperatura interna desejada. Ostelefones seriam invisveis e parte integrante da estrutura interior, direcionandoo som para seu ouvido por meios eletrnicos. Os materiais de construo gera-ro energia e controlaro o clima ao seu redor.

Com o uso inteligente das tecnologias humanas, pode-se criar um vasto conjunto de casas singularmente individuais. Os elementos estruturais seriam flex-veis e dispostos de forma coerente para melhor servir a cada indivduo. As ca-sas modulares pr-fabricadas iro incorporar um alto grau de flexibilidade in-concebvel no passado. Elas podero ser construdas em qualquer lugar quealgum possa desejar: em meio a florestas, no pico de montanhas ou em ilhasremotas. Podem ser projetadas para serem residncias autnomas, com gera-dores trmicos, concentradores de calor, e cadeias fotovoltaicas embutidasna pele da construo. Placas trmicas tingiriam de preto a clara luz do Solusando padres variveis de sombreamento. Todas essas funes so contro-

ladas pelo ocupante e fornecem energia mais que suficiente para o funcio-namento da casa.

Os lares tambm iro conter uma precisa combinao de diferentes metaisutilizando o efeito termopar para o aquecimento e resfriamento. Outros mate-riais fixados a materiais de cermica ou plstico em estado slido constituiriama estrutura da casa. Com essas aplicaes, quanto mais quente fica do ladode fora, mais fresco torna-se o interior. Esse mtodo serve para aquecer ouresfriar as construes. Os interiores das casas seriam projetados para se adap-tarem s preferncias dos indivduos.

Meios de transporte

Quando algum quiser viajar para fora da cidade, veculos de solo, mar, es-pao, etc. guiados por computador podem transportar passageiros e cargas.Para um rpido deslocamento de passageiros por terra, atravs de viadutos,pontes e tneis, trens maglev de alta velocidade cobriro grandes distncias esubstituiro com eficincia a maioria dos transportes areos. Alguns comparti-mentos de passageiros nas unidades de transporte podem ser transferidos dotrem em movimento durante o trnsito, o que elimina o tempo de espera nasestaes. Veculos sobre trilhos, martimos e submarinos podem cuidar da mai-oria dos carregamentos. Muitas das unidades de transporte possuem compo-nentes separveis e contineres padronizados tornando-os fceis de transferir.

Nas cidades, vrios tipos de escadas-rolantes, elevadores, condutores e trans-

portadores podem ser projetados para se moverem em todas as direes,chegando inclusive a subir pelas laterais das construes. Eles podem ser inter-ligados com outros sistemas de transporte e estendidos at as casas tambm.

A maioria das unidades de transporte menores para as pessoas pode ser ope-rada via comando de voz. Quando o comando de voz no for vivel ou poss-

vel, pode-se usar mtodos alternativos como teclados numricos. Sem asgrandes corporaes controlando a produo automobilstica pelo lucro, to-


30/72

29

dos os sistemas de transporte podem ser projetados para serem modulares,constantemente aprimorados, e providos com os ltimos avanos tecnolgi-cos.

Cidade circular

O permetro externo faz parte darea recreativa, com campos degolfe, pistas para caminhada e

ciclismo e oportunidades para es-portes aquticos. Um cursodgua cerca o cinturo agrcola

com suas construes fechadas e

transparentes. A utilizao de tec-nologias modernas elimina, de

uma vez por todas, o uso de subs-tncias qumicas e pesticidas peri-

gosos. Adentrando mais no centro da cidade, oito reas verdes fornecem fon-tes limpas e renovveis de energia usando dispositivos de energia elica, tr-mica e solar. O cinturo residencial apresenta belos lagos e riachos serpente-antes. As casas e apartamentos so graciosamente desenhados para combi-narem com a paisagem. Uma ampla variedade em arquitetura inovadora for-nece vrias escolhas aos ocupantes.

Adjacente ao distrito residen-

cial, uma vasta seleo dealimentos saudveis e cultiva-dos organicamente esto dis-ponveis 24 horas por dia. Emseguida, esto os apartamen-tos e centros de projeto, quecircundam a cpula central.Oito cpulas abrigam os cen-tros de cincia, arte, msica,pesquisa, exibio, entreteni-

mento e conferncia, dentre os quais todos so totalmente equipados e aces-sveis a todos.

A cpula central, ou centro temtico, abriga o sistema ciberntico, as insta-laes educacionais, os centros de sade e as instalaes para aquisio debens, comunicao, rede de comunicao e assistncia infantil. Ademais, eleserve como o corao da maioria dos servios de transporte, os quais tomama forma de condutores que deslocam passageiros para qualquer lugar dentroda cidade. Esse sistema facilita o transporte eficiente dos residentes da cida-de, eliminando a necessidade de automveis. O transporte interurbano se d

por monotrilhos e veculos operados eletricamente.


31/72

30

Cidades enclausuradas completas

Muitas cidades so projetadas para serem sistemas totalmente fechados, bemparecidos a navios de cruzeiro prontos para um cruzeiro de seis meses. Elascontem residncias, teatros, parques, centros de entretenimento e recreaoe os confortos de um ambiente completamente habitvel. Tudo nessas cida-des o mais prximo possvel de um sistema autnomo. Em locais ao norte ouem reas desabitadas, as cidades podem ser subterrneas.

Complexo ciberntico

Este complexo cibernetizadoutiliza avanadas tecnologiasgrficas para projetar umaimagem em 3D virtual da Ter-ra em tempo real. Ele faz uso desistemas de comunicao viasatlite para fornecer informa-es do mundo inteiro sobre ascondies do clima, as corren-

tes ocenicas, os estoques de recursos, a populao, as condies agrcolas eos padres de migrao dos peixes e animais. Os complexos cibernticos inter-ligados representam o crebro e o sistema nervoso da civilizao mundial. To-das as informaes ficam prontamente disponveis para todos na internet. Essenico site administra nosso patrimnio comum de recursos e monitora a capa-cidade de sustentao e sade da Terra.


32/72

31

Cidade universitria

Esta universidade de arqui-tetura e estudos ambientais,ou universidade mundial,

um campo de testes paracada fase do desenvolvi-mento arquitetnico. uminstituto de pesquisas vivoe em constante evoluoaberto a todos. O desem-penho dos alunos basea-

do no credenciamento da competncia e as descobertas so diretamenteaplicadas s estruturas sociais em benefcio de toda a humanidade.

As pessoas vivem nessas cidades experimentais e fornecem realimentaosobre a habitabilidade e a facilidade de manuteno das vrias estruturas.Estas informaes so usadas para formular modificaes nas estruturas demodo a garantir a mxima eficincia, o conforto e a segurana. As instala-es tambm so utilizadas para desenvolver sistemas de construo modulare componentes, que servem a uma vasta gama de necessidades e prefern-cias. Na maioria dos casos, o aspecto externo reflete a funo dos edifcios que so projetados de dentro para fora.

Arranha-cus

Estes arranha-cus so feitos de fibra de carbono reforada e concreto pro-tendido. Trs colunas imensas de formato longo e estreito, medindo 30 metrosna base, lhes do estabilidade contra terremotos e ventos fortes. Esta estruturasemelhante a um trip reforada para diminuir a presso, tenso e toro.

Estes arranha-cus gigantescos garantem que mais terrenos fiquem disponveispara parques e reservas florestais, ao mesmo tempo em que ajuda a acabar


33/72

32

com a expanso urbana. Cada uma destas torres abriga um ambiente com-pleto, contendo centros de acesso bem como instalaes de assistncia infan-til, educacionais, de sade, e recreativas. Isso ajuda a reduzir a necessidadede viajar para fora das instalaes.


34/72

33

Centro de dilogo

A funo do centro de dilo-go submeter os aconteci-

mentos urgentes do momento anlise crtica, e levantarquestes relevantes para odilogo do pblico informado.

A foto direita representa aconstruo automatizada daestrutura de uma cpula.

Sistemas de remessa internacional

Embarcaes martimas hidrodinmicas possibilitam viagens eficientes e dealta velocidade. Elas so energeticamente eficientes e proporcionam mximoconforto e segurana aos passageiros. So construdos com materiais compos-tos durveis e cobertos por uma fina camada de titnio, a qual exige mnima

manuteno. Parte do nvel superior abre horizontalmente quando as condi-es meteorolgicas permitem.


35/72

34

Navios com componentes destacveis

Muitas das unidades de transporte possuem componentes separveis e con-tineres padronizados tornando-os fceis de transferir. Sees inteiras de cargaso descarregadas em vez de contineres separados.

Navios e canais

Um eficiente sistema de transpor-te nacional incluiria redes de cur-sos dgua, de canais e sistemas

de irrigao. Muitos dos naviosque cruzam esses canais so f-bricas automatizadas flutuantes,ao passo que outros transportampassageiros e carregamentos.Seria possvel oferecer um enfo-que inovador na educao em

centros educacionais flutuan-tes, onde crianas e adultos viajam de uma regio outra do continente. Issolhes permitiria aprender sobre o mundo em que vivem, no apenas atravs delivros, mas da experincia e interao com o ambiente do mundo real.

Megaprojetos hidrolgicos seriam parte integrante do planejamento inter-continental, minimizando enchentes e secas, enquanto auxiliam a migraode peixes, remoo do lodo acumulado, e desenvolvem stios para gerenciare limpar o escoamento agrcola e urbano. As guas da enchente seriamdesviadas para bacias de armazenamento de gua, disponibilizando o uso de

gua em perodos de estiagem. Isso no s ajuda a mantes o nvel fretico,como tambm fornece clareiras naturais e uma reserva dgua de emergn-cia no caso de incndios. Alm disso, os canais forneceriam gua para a agri-cultura e irrigao, para as fazendas de criao de peixes nacionais, para pro-teger os pntanos e a vida silvestre, e para as reas de recreao.


36/72

35

Automveis

Carros aerodinmicos propor-cionariam transporte de longadistncia altamente veloz,

energeticamente eficiente eseguro. Alguns veculos podemter rodas, enquanto outros soequipados com dispositivos de

levitao magntica ou flutuao area. Eles seriam equipados com tecnolo-gia de reconhecimento de voz que permite que os passageiros solicitem seudestino por comando de voz. Sistemas de automonitoramento diro aos vecu-los quando o servio for requisitado, e eles transportariam a si mesmos parainstalaes de servio e manuteno. O uso de energia eltrica limpa e nopoluente possibilitaria o funcionamento silencioso dos veculos. Dispositivoscom sensores de proximidade conectados a sistemas automticos de veloci-dade e breque podem tornar os veculos capazes de evitar colises. Comouma medida secundria de segurana, todo o interior conter uma membra-na protetora. Dentro das cidades, transportadores horizontais, verticais, radiaise circulares serviriam maioria das necessidades de transporte.

Trens maglevsistemas de transporte pblico e monotrilhos

Enquanto esses trens de levitaomagntica esto em movimento,uma seo do compartimento de

passageiros ou suspendida, oudeslizada para o lado. Estas se-es destacveis podem levar ospassageiros a seus destinos, en-quanto outros compartimentos so

introduzidos no lugar delas. Este mtodo permite que o corpo principal do trempermanea em movimento, economizando tempo e aumentando a eficin-cia. Alm disso, os compartimentos removveis so especialmente equipadospara proporcionar uma ampla gama de servios de viagem. Os trens de alta

velocidade maglev e os monotrilhos sero usados no transporte interurbano.


37/72

36

Pontes

Estas elegantes pontes so projetadas para suportar compresso, tenso etoro na expresso simplificada de seus membros estruturais. Em alguns casosos trens maglev ficam suspensos debaixo das pistas de trnsito.

A aeronave do futuro

Uma vez que as aeronaves militaresseriam desnecessrias numa econo-mia baseada em recursos, a nfase

passa para o avano do servio m-dico de emergncia e dos veculosde transporte. Aqui est um exemplode aeronave VTOL (Vertical Take-Offand Landing), com trs turbinas sin-cronizadas, o que permite excepcio-

nal manobrabilidade.Estas aeronaves em forma de delta socontroladas por meios eletrodinmicos,eliminando a necessidade de ailerons,profundores, lemes de direo,spoilers,flaps, ou qualquer outro controle me-cnico. Alm de proporcionar melhordirigibilidade e propriedades aerodi-nmicas, esta tecnologia inovadora

tambm serve como um sistema anti-


38/72


39/72

38

Lares

A arquitetura e as habitaes individuais dascidades se desenvolvem de uma forma total-mente diferente das casas do passado. Com o

uso inteligente das tecnologias humanitrias,pode-se criar um vasto conjunto de casas singu-larmente individuais. Seus elementos estruturaisso flexveis e organizados de forma coerentepara melhor atender s preferncias individuais.Esses lares modulares pr-fabricados, que con-tm um elevado grau de flexibilidade, podemser construdos em qualquer lugar que se podeimaginar, dentro de florestas, no topo de mon-tanhas ou em ilhas remotas.

Todas essas habitaes so residncias autnomas e energeticamente eficien-tes, com seus prprios geradores trmicos e concentradores de calor. H clu-las fotovoltaicas embutidas no lado de fora das paredes e nas janelas do edi-fcio. A vitrificao dupla escurece a luz do sol com padres variveis de som-breamento. Todas essas funes so controladas pelo ocupante e fornecem

energia mais que suficiente para o funcionamento da casa.


40/72

39

Os lares so pr-fabricados a partir de um novotipo de concreto protendido reforado, com umrevestimento cermico externo flexvel; so relati-vamente livres de manuteno, prova de in-cndios e impermeveis s condies meteoro-lgicas. Suas pequenas estruturas so produzidasem massa em questo de horas. Com este tipode construo, os danos causados por terremo-tos e furaces so mnimos.

Automao

Inteligncia artificial

A chave para alcanar a abundncia e um alto padro de vida para todasas pessoas no planeta automatizar o mximo possvel no menor perodo de

tempo. Ao se substituir o trabalho humano por mquinas e implementar umaeconomia global baseada em recursos, todos vivem melhor do que os maisricos de hoje em dia. Um futuro sem trancas nas portas e sem o medo de al-gum lhe dar uma pancada na cabea para roubar seus bens ou dinheiro

possvel porque todos tm livre acesso a tudo que est disponvel. E muitopode ser disponibilizado ao se automatizar e usar os recursos sabiamente.

A cibernetizao, fuso dos computadores com a produo, ir desencadearum fluxo de bens e servios nunca antes experimentado. H muito a ser feitono campo da inteligncia artificial (IA). A IA a programao de computado-res que simula a capacidade humana de tomar decises e de testar hipte-ses, incluindo a de autocorreo. Ela redesenha sistemas mecnicos e eletr-nicos para simular e superar o desempenho humano. Por mais emocionantesque esses avanos sejam, estamos apenas comeando a nos dar conta daspossibilidades.

Podemos considerar a cibernetizao como a nica proclamao de eman-cipaoreal da humanidade, quando utilizada de forma humana e inteligen-

te. Ela permite que as pessoas tenham o mais alto padro de vida possvel,sem praticamente nenhum trabalho. Ela liberta as pessoas, pela primeira vez,


41/72

40

da rotina de suas atividades dirias. Quando os seres humanos forem livres dosmtodos obsoletos de um sistema monetrio, ns finalmente comearemos acompreender o que significa ser civilizado.

Ao usarmos a automao e a ciberntica de forma mais ampla, no s os

operrios das indstrias, como tambm a maioria dos profissionais podem sersubstitudos por mquinas. Mesmo hoje em dia os escritores mais visionrios efuturistas tm dificuldade em aceitar a possibilidade de robs substiturem ci-rurgies, engenheiros, alta administrao, pilotos de avio e outros profissio-nais. As mquinas podem facilmente substituir os humanos no governo e nagesto dos assuntos mundiais. Isto no representa uma tomada de poder porparte das mquinas, como algumas pessoas talvez temam. Em vez disso, atransferncia gradual de tomada de decises para a inteligncia artificial aprxima fase da evoluo social.

Sistemas computadorizados so mais eficazes, devido ao nmero de sensoresque possuem. O controle pode ser automatizado quando os sensores estoinstalados em todos os locais possveis e interligados numa rede mundial decomputadores.

Durante a transio de uma sociedade monetria para uma baseada em re-cursos, equipes de engenheiros e analistas de sistemas, programadores, pes-quisadores e afins sero necessrias para ajudar a supervisionar, gerenciar eanalisar o fluxo de bens e servios. Mas, medida que a sociedade baseadaem recursos caminhar para um mundo mais ciberntico, a maioria das pessoasj no ser necessria para gerir e operar essa civilizao emergente. Com otempo, os computadores sero capazes de desenvolver seus prprios progra-mas, melhorar e consertar seus prprios circuitos, e atualizar as informaessobre as necessidades da sociedade. cibercentros interconectados coorde-nariam as indstrias de servios, os sistemas de transporte, os servios pblicosde sade e a educao, com os dados mais recentes sobre a economiamundial. Haveria sistemas redundantes em funcionamento para a eventuali-dade de falhas ou interrupes.

Organizada dessa forma dentro de uma economia baseada em recursos, a IAresultaria em mudanas mais significativas para a raa humana do que qual-

quer salto, filosofia ou revoluo anteriores. muito significativo quando sabe-mos que o que est claramente faltando na sociedade de hoje a gestointeligente dos recursos da Terra, e que a maioria dos problemas pode ser re-solvida quando a tecnologia usada com sabedoria.

Consequentemente, pode-se alcanar um padro muito mais elevado de vi-da para todos ao redor do mundo, quando todos os recursos terrestres soconectados, organizados, controlados e utilizados de forma eficiente para be-nefcio de todos, enquanto sistema totalmente global no apenas para umnmero relativamente pequeno de pessoas.


42/72

41

Megamquinas

O conceito de megamquina representa uma mudana radical na aparnciafsica, desempenho e comportamento das mquinas. Elas agem mais comosistemas vivos, uma vez que so capazes de tomar decises adequadas de

acordo com suas funes especficas. Em caso de ameaas ou perigos impre-vistos para os seres humanos, elas iro agir em nossa defesa. Para minimizarfalhas no sistema, os computadores so projetados para serem flexveis e ca-pazes de desligamento automtico no caso de uma de suas partes falhar.

Numa avanada economia ciberntica global, megamquinas, dirigidas poruma IA sofisticada, escavam canais e tneis e constroem pontes, viadutos e

barragens, sem precisar de interveno humana. A participao humanaconsiste em decidir os fins.

Estruturas autoeregveis massivas seriam altamente eficientes na construo de

toda a infraestrutura global. Estas cidades no so uniformes, como se podeimaginar. A ideia de que planejamento em grande escala implica uniformida-de em massa errnea.

As fbricas podem ser projetadas pelos robs para os robs; sistemas ciber-nticos so autoprogramveis por meio de realimentao ambiental. As m-quinas do futuro sero capazes de autorreplicao e aperfeioamento, e dereparar a si mesmas e atualizar seus prprios circuitos. J que os computadorese sistemas envolvidos monitoram a si mesmos, as peas so fornecidas e insta-ladas com bastante antecedncia a qualquer desgaste. As mquinas funcio-

nam continuamente, exceto quando esto conduzindo seus prprios reparos.Para economizar energia, que um tema importante na sociedade baseadaem recursos, pode-se eliminar vrias fbricas fazendo com que os produtossejam manufaturados automaticamente durante o percurso at o seu destinode entrega. Por exemplo, os mdulos de transporte dos navios, trens e aviespodem processar alimentos perecveis, como peixes e verduras, durante opercurso.

Usar a tecnologia desta forma torna possvel que uma sociedade global pro-grida e mude no menor tempo possvel. Voc deve se lembrar de que tudo

isto se torna possvel porque o objetivo principal o benefcio de todos, e noapenas o de certas empresas ou indivduos.


43/72

42

Robs que constroem robs

robs industriais de acesso

mltiplo

Estes robs industriais de

acesso mltiplo fazem usode vastos recursos informati-vos, que lhes permitem re-ceber comandos via satliteou no local. Eles tambmso projetados para tomaras medidas adequadas, naausncia de instrues hu-manas, combinando uma

srie de sistemas microeletromecnicos (MEMS), sensores e receptores com

sofisticados circuitos de tomada de deciso e programas de inteligncia artifi-cial. Eles so capazes de lidar com uma vasta gama de tarefas de produoindustrial, e at mesmo de atualizar seus nveis de servio e substituir suas pr-

prias peas. Sempre que preciso, esses megarrobs se comunicam entre si ecoordenam a logstica e remessa dos materiais necessrios para cada projeto.

Nanotecnologia

A nanotecnologia ofere-ce um enorme potencial.Ela combina a tica com

lasers e permite que amatria seja montadatomo por tomo, paracriar qualquer estruturamolecular necessria. Ananotecnologia ir pro-vocar uma revoluosubmicroscpica em to-dos os campos.

Megaescavadeiras

Esta cena mostra uma escavadeiraa laser. Tais dispositivos, dirigidospor satlite, so capazes de fundiro solo abaixo num material seme-lhante lava derretida, contor-nando assim a terra para ajudar naconstruo de canais, estradas ehidrovias.


44/72

43

Mquina automtica montadora de

tneis

Os segmentos de tnel flutuam pormeio de canais com o uso de grandes

dispositivos de flutuao. Esta mqui-na automtica de montar tneis le-vantam os segmentos e os colocamnas posies necessrias. Depois deconcludos, os tneis so utilizados notransporte maglev de alta velocidade.

Construo de torres

Estas torres so especialmente proje-tadas para as regies onde ocorrem

terremotos com frequncia. Tais es-truturas suspendidas por cabos su-portam com facilidade uma grandevariedade de movimentos, tenses e

deformaes. Torres circulares dis-postas radialmente erguem a simesmas de forma eficiente e rpida,

ao redor de um ncleo central que abriga elevadores e demais utilidades do-

msticas. As janelas translcidas servem como geradores fotovoltaicos, e aintensidade da luz que entra pelas janelas alterada eletronicamente. Todo o

processo de limpeza das janelas e a manuteno so automatizados.

Guindaste gigante

Este guindaste multifuncional projetado para erguer qualquertipo de estrutura e posicion-lasobre as fundaes e estacas, outransferi-la para sistemas de ia-mento vertical que posicionam aunidade em torres. Terminadoscom suas tarefas, estes guindastesautoeregveis so desmontadosem um formato compacto a fim de facilitar o transporte para a prxima de-

signao.


45/72

44

Residncias produzidas em massa por

extruso

Isto mostra como os leves apartamentos,feitos com fibra de carbono e concreto

armado, comeam como extruses con-tnuas e so depois divididos em unidadesindividuais. As camadas externas destaseficientes estruturas servem como gera-dores fotovoltaicos.

Guindaste de elevao e

posicionamento

Esta mquina automtica posiciona ashabitaes pr-fabricadas em diferentes

locais da rea de construo.

Megamquinas

A mquina em primeiro plano umaunidade multifuncional. Conforme mos-trado, ela suspende e insere elementos

de habitao pr-fabricados em umaestrutura de apoio. Embora estas unida-des pr-fabricadas sejam compostas por

componentes padres, elas so es-

truturas modulares de uma diversi-dade to grande a ponto de permi-tir a expresso individual mxima nodesign do interior e na decorao.


46/72

45

Sistemas automatizados de

construo

A construo destes complexosindustriais e de pesquisa realiza-

da por equipamentos robticos,que recebem instrues via satli-te. As equipes de construo con-sistem de gruas automatizadasque se deslocam ao longo dos

edifcios instalando pisos, janelas, paredes externas, telhados e outros com-ponentes, de baixo para cima,sem nenhuma intervenohumana. Estes dispositivos con-tm sensores de automonito-

ramento para minimizar aci-dentes industriais ou colisescom outros dispositivos ou seresvivos.

Usina de dessalinizao

Esta megamquina est transportando uma cabine transparente usada noprocesso de condensao por evaporao. Ela posta em canais algunscontendo gua salgada e serve como uma usina de dessalinizao porevaporao, para fornecer gua limpa para o consumo, irrigao e outras


47/72


48/72

47

Captulo oito

Medo das mquinas

Liberao das mquinas

Muitas pessoas temem uma tomada de poder por parte das mquinas, po-rm nunca houve um nico ato ou plano feito pelas mquinas a fim de ma-chucar algum. (Infelizmente, no se pode dizer o mesmo dos seres humanos.)

Os humanosno as mquinasusam gases que atacam o sistema nervoso emsseis para destruir. At os acidentes de automveis e avies so geralmentecausados por erro humano e no por falhas mecnicas.

Muitos temem os rpidos avanos tecnolgicos, especialmente as mquinasautomatizadas e computadorizadas que substituem seres humanos. Para serhonesto, alguns desses temores so justificveis num sistema monetrio onde

rpidos avanos em tecnologia de produo demandam menos trabalhado-res.

Alguns no confiam numa sociedade computadorizada e temem possveisfalhas das mquinas. Eles receiam que a tecnologia nos torne semelhantes aelas, conduzindo-nos uniformidade, e resultando na perda da individualida-de, liberdade de escolha e privacidade.

Em defesa das mquinas, no h qualquer indcio de elas agindo contra sereshumanos por conta prpria, exceto em estrias de fico cientfica. Os huma-nos as programam e dirigem seu uso. As mquinas no devem ser temidas; o

mau uso e m direo destas que ameaa a humanidade. Ns no pode-mos nos esquecer de que os bombardeios a cidades, o uso de gs nervoso, asprises, os campos de concentrao e as cmaras de tortura foram dirigidos eoperados por seres humanos e no por mquinas. At as armas atmicas e osmsseis teleguiados foram construdos e controlados pelas pessoas. Elas poluemo meio ambientenosso ar, oceanos e rios. O uso e a venda de entorpecen-tes, a distoro da verdade, a intolerncia e o racismo so parte dos falhossistemas humanos e da lavagem cerebral e dificilmente caractersticas dasmquinas.

Mquinas no so perigosas. Ns somos. Enquanto no aceitarmos a respon-sabilidade de nossas relaes com os outros seres humanos e do uso inteligen-te dos recursos terrestres, representaremos o maior perigo para o planeta. Sealgum dia houver um conflito entre humanos e mquinas, sabemos quem ocomearia!

A cincia e a tecnologia no criaram nenhum de nossos problemas. Eles ad-vm do abuso e mau uso das outras pessoas, do meio ambiente e da tecno-logia. Numa civilizao mais humana, as mquinas so usadas para diminuir ajornada de trabalho, aumentar a disponibilidade de mercadorias e servios, epara prolongar nosso tempo livre. Novas tecnologias so usadas para elevar o

padro de vida de todos, de modo que aumentar o uso de tecnologia mec-nica beneficia o ser humano.


49/72

48

Captulo nove

Cidades no mar

As fronteiras do oceano

A teia de vida de nosso planeta sustentada pelo ciclo hidrolgico essagrande variedade de formas de gua, que so parte da circulao do plane-ta: os oceanos, a neve, o gelo, a chuva, os lagos, os lenis freticos, os aqu-feros. Esse fluxo constantemente renovado, energizado pelo calor do Sol, pelarotao da Terra, e pela Fora de Coriolis, sustenta todo o ciclo de vida, inclu-indo a humanidade.

As pessoas geralmente falam de reas de terra no aproveitadas, mas rara-mente dos maiores recursos naturais no aproveitados, que so os oceanos doplaneta. A explorao e o desenvolvimento dos oceanos devem ser conduzi-

dos com o maior cuidado. Embora os humanos os tenham usado por milharesde anos como fontes de alimento e meio de transporte, ns estamos apenascomeando a perceber o enorme potencial e diversidade destes recursos re-lativamente intocados. Os oceanos proporcionam um ambiente praticamenteilimitado em alimentos, produo de energia, transporte, minerais, medica-mentos e muito mais.

No passado havia pouco respeito sade dos oceanos, que so essenciaispara toda a vida na Terra. Ns sobreviveramos e avanaramos mais facilmen-te enquanto espcie se levssemos a srio a recuperao dos oceanos.

Abusos ao meio ambiente ocenico no passado

Em agosto de 1970, o exrcito dos EUA jogou propositalmente continerescontendo 67 toneladas de gases txicos no Oceano Atlntico. Para piorar, olocal do despejo era prximo principal artria neste sistema de manuteno vidaa Corrente do Golfo, o que aumentou ainda mais a urgncia de umaoperao de limpeza. As marinhas do mundo, as frotas de pesca, linhas decruzeiro, e muitas cidades litorneas casualmente usam o oceano como lixeirae banheiro.

A falta de saneamento adequado um dos maiores perigos sade humana.Isso resulta em sade precria, enfermidades e mortes relacionadas polui-o das guas costeiras. S o sul da sia abriga 825 milhes de pessoas quevivem no litoral sem saneamento bsico. No difcil entender por que os n-veis de esgoto no tratados nas guas da costa do sul da sia so os maioresdo mundo. Isso, alm de ser um risco sade das pessoas, cria a chamadamar vermelha que causa a morte em massa de peixes, animais selvagens erecifes de corais. (4)

As prticas de destruio ao meio ambiente so numerosas. Grandes pesquei-ros comerciais danificam o meio ambiente submarino numa escala global.Suas redes esmagam ou enterram organismos do leito do mar, destruindo seu

Documents

Zeitgeist Brasil Futuro