Transcript

INTERNET

50 www.backstage.com.br

Paulo Rebêlo é jornalista e cronista, acompa-

nhando os desmandos da música na

Internet desde 1997.

www.rebelo.org.br

o quesito filmes, as informações

disponíveis na Internet são vari-

adas. Poucos atentam ao detalhe das

músicas. Não adianta ter um super-

equipamento de som no computador

se você vai ouvir MP3.

O diferencial de um equipamento

de som mais aprimorado no PC é, jus-

tamente, poder oferecer o que um

MP3 comum não oferece: mais quali-

dade em áudio e mais canais de saída,

além de outros detalhes técnicos que

o povo mais viciado em áudio vai

adorar lhe explicar nas lojas ou nos

centros especializados. O ponto-

chave, então, é você saber que não

adianta ter um superequipamento de

som para ouvir MP3 em casa.

É aí que entram os home theaters:

as caixinhas de som que dão muito

mais vida ao áudio. A dúvida é recor-

rente: qual a diferença entre tantos

sistemas de áudio? E qual deles é o

ideal? Há pouco tempo, além do kit

com duas caixas convencionais, você

tinha apenas uma opção para com-

prar o equipamento, geralmente o kit

N

GUIAprático-pocotóprático-pocotóde home theater

Com Internet ecomputador cada vezmais populares noscentros urbanos,nunca foi tão fácil seequipar para ouvir umsom de qualidade.Mesmo no escritórioimprovisado de casaou no quartinho dosfundos, é possívelinstalar um hometheater caseiro paraseus filmes e músicas

com cinco caixas. E era caro, bem

caro. Hoje, o custo caiu bastante e até

um leigo-pocotó feito este missivista

consegue instalar e colocar para fun-

cionar, sem precisar vender a mãe

para comprar ou fazer crediário para

quitar o débito em 124 prestações.

CANAISO básico é saber o que significam os

números que acompanham o nome

dos equipamentos. Por exemplo: 5.1,

6.1, 7.1, subwoofer. O primeiro núme-

ro corresponde ao número de caixas

acústicas que o sistema de áudio tem.

Por exemplo, um kit 2.1 tem duas cai-

O ponto-chave, então,é você saber que não

adianta ter umsuperequipamento desom para ouvir MP3

em casa

www.backstage.com.br 51

INTERNET

xas. O próximo número se refere ao

subwoofer, uma caixa maior, pesada,

que deve ficar no chão, à sua frente.

Ele é responsável por dar um efeito

mais sonoro aos graves. Assim, um kit

2.1 nada mais é do que duas caixas de

som e um subwoofer. É o padrão para

PCs e atendem perfeitamente bem

para escutar MP3 caseiras.

Outro ponto interessante de se ob-

servar é a disposição das caixas. No sis-

tema 5.1, por exemplo, temos cinco

caixas acústicas: duas traseiras, duas

frontais e uma central. E o subwoofer.

Este é o sistema mais conhecido e ven-

dido ainda hoje e que originou a febre

dos home theaters. A diferença do

5.1 para o 6.1 é simples: a adição de

uma nova caixa traseira, em mono

(as outras são em estéreo), chamada

de Surround Back. Quer dizer, você

terá uma caixa central atrás de você

mirando a caixa central dianteira.

A mesma caixa adicional do 6.1

pode ser usada, também, para um se-

gundo subwoofer, desta vez traseiro.

O que vai diferenciá-lo do sistema 7.1

é que, neste caso, as caixas traseiras

são divididas em duas: surround back

esquerdo e surround back direito. A

idéia de instalar duas caixas acústicas

do tipo surround back, em vez de ape-

nas uma, é para aumentar a dispersão

do som na parte traseira do ambiente.

Para os entusiastas, a diferença é per-

ceptível se o ambiente for favorável,

mas para a maioria é bem difícil de

perceber. Eu não percebo absoluta-

mente nenhuma diferença mas, real-

ço, faço parte do grupo dos leigos-

pocotós e não-viciados em áudio.

Muita gente desliga o subwoofer

porque não gosta dos graves. Também

faço parte deste grupo, mesmo reco-

nhecendo que não é uma estratégia

adequada, segundo os especialistas do

setor. O problema é que as caixas me-

nores não têm capacidade física para

reproduzir sons graves com precisão,

além de ser desaconselhável fisicamen-

te. É aí que entra o papel do subwoofer,

ao separar os graves e amplificá-los.

Mas, se o ouvido é meu, fazer o quê?

FIAÇÃOAntes de pensar em migrar para

um sistema de áudio melhorado, você

INTERNET

52 www.backstage.com.br

e-mail para esta coluna:

[email protected]

deve analisar o espaço e tamanho do

seu quarto/escritório para ver se vale a

pena. Leve em consideração não ape-

nas o espaço, mas também a flexibilida-

de do ambiente para passar os fios. Em

DVDs convencionais, não existe áudio

7.1. Ou seja, se o seu objetivo principal é

assistir a filmes de locadora com som de

última geração no PC, não vale a pena

investir agora em um kit desse porte.

O áudio 7.1 é encontrado apenas em

poucos jogos (mais recentes) e na pró-

xima geração de DVDs, seja Blu-ray ou

HD-DVD. Mas se o 7.1 é muito, isso

não significa que duas caixas dão conta

do recado. Isso seria subutilizar o po-

tencial de áudio incluído nos DVDs. O

melhor, nesse caso, é um kit básico 5.1

que já irá fazer uma grande diferença se

o posicionamento for ajustado.

Na hora de comprar seu kit há duas

distinções básicas das caixas acústicas:

analógica e digital. Como é previsível,

a qualidade das caixas digitais é superi-

or, enquanto as analógicas são bem

mais baratas e têm maior facilidade

para apresentar aqueles ruídos chatos

na hora de aumentar e diminuir o vo-

lume. Um bom kit analógico não deixa

nada a desejar a um digital, até porque

a maioria dos home theaters atuais,

usados domesticamente, ainda traba-

lha com caixas analógicas. Cuidado

com as lojas: muitos vendedores não

sabem identificar quando o kit é digi-

tal. É sempre bom ler bem as especi-

ficações ou pesquisar na Internet an-

tes de fazer a compra.

Opção mais prática para os cinéfi-

los é procurar kits chamados “home

theater in a box”. Trata-se de um kit

único que contém todos os módulos,

caixas, reprodutores e cabos necessári-

os. Os mais avançados ainda oferecem

calibradores com um pequeno micro-

fone para fazer o ajuste da reprodução

de áudio. E há kits de “home theater in

a box” cuja qualidade é tão boa quanto

caixas acústicas especializadas.

CONFIGURANDOA disposição do equipamento é mui-

to importante. Quando falamos em

caixas acústicas traseiras (nos modelos

5.1, 6.1, 7.1), é comum achar que elas

devem ficar atrás de você. Errado. São

traseiras porque ficam na parte de trás

de um “círculo de áudio” chamado de

“sweet spot”, que é o espaço para onde o

som vai reverberar, mas não ficam atrás

de você. O chamado “sweet spot” é o

ponto perfeito em que a pessoa deve se

situar. Ou seja, é o lugar onde você vai

sentar para assistir a seus filmes ou jo-

gar. A partir daí é que as caixas devem

ser posicionadas. Saiba mais sobre o

posicionamento ideal no manual do

seu equipamento. Ninguém lê manual,

a gente sabe, mas tem coisa que só o

manual consegue explicar.

A instalação do home theater é

simples. Os kits vendidos nas lojas já

especificam quais são as caixas dian-

teiras, traseiras e a central. A ligação

dos fios também é simples, porque são

coloridos e cada cor é específica para

um local. Há uma “central de fios” em

que se ajusta o volume e, a partir dela,

os outros fios saem para se conectar às

caixas. O excesso de fios é a maior difi-

culdade para quem trabalha em ambi-

entes pequenos e quer instalar um

home theater. Lembre-se, os fios vão

passar pelo lado esquerdo e direito do

ambiente até as caixas de som. Assim,

ou você prega o fio na parede ou corre

o risco de alguém abrir a porta sem avi-

sar (se for um quarto pequeno) e aca-

bar com toda a festa.

Para garantir um home theater com

som impecável, os mais empolgados

por áudio devem prestar atenção na

devida calibração do equipamento,

configurando o volume e o atraso

(delay, do inglês) do som em cada uma

das caixas. Você também pode conferir

isso no manual. Caso não encontre, o

Google existe também para isso. Se o

seu quarto/escritório do PC for peque-

no, não adianta perder tempo com

ajustes avançados de calibração e atra-

so, porque física é física. Preste mais

atenção no congestionamento de fios

e nos suportes das caixas traseiras, que

irão fazer bem mais diferença.

Se der tudo errado, volte para o

radinho de pilha. Não tem fios e até

hoje ninguém nunca reclamou.

Opção mais prática para oscinéfilos é procurar kits

chamados “home theaterin a box”. Trata-se de um

kit único que contém todosos módulos, caixas,

reprodutores e cabosnecessários