Intertextualidade
Monte Castelo Legião Urbana
Ainda que eu falasse a língua dos homens. E falasse a língua dos anjos, sem amor eu nada seria. (coríntios cap. 13) É só o amor, é só o amor. Que conhece o que é verdade. O amor é bom, não quer o mal. Não sente inveja ou se envaidece. O amor é o fogo que arde sem se ver. É ferida que dói e não se sente. É um contentamento descontente. É dor que desatina sem doer. ( Os lusíadas Camões) Ainda que eu falasse a língua dos homens. E falasse a língua dos anjos, sem amor eu nada seria.
Provérbios
“Quem espera sempre alcança”
“Faça o que eu digo, não faça o que eu faço“
“Pense, antes de agir”
“Devagar se vai ao longe”
“Quem semeia vento, colhe tempestade”
Chico Buarque
Bom Conselho Ouça um bom conselho Que eu lhe dou de graça Inútil dormir que a dor não passa Espere sentado Ou você se cansa Está provado, quem espera nunca alcança Venha, meu amigo Deixe esse regaço Brinque com meu fogo Venha se queimar Faça como eu digo Faça como eu faço Aja duas vezes antes de pensar Corro atrás do tempo Vim de não sei onde Devagar é que não se vai longe Eu semeio vento na minha cidade Vou pra rua e bebo a tempestade
Canção do exílio (Gonçalves Dias)
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá;
As aves que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.
Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossas flores têm mais vida,
Nossa vida mais amores.
Em cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Nova canção do exílio
Luís Fernando Veríssimo
Minha terra tem Palmeiras Coríntias, Inter e Fla
mas pelo que se viu na Argentina
não jogam mais futebol por lá.
Os amigos que aqui gorjeiam dizem que a coisa vai aos trancos
Falam de promessas de abertura
e de um suposto novo Santos
Nosso céu tem mais estrelas, mas no chão continua o
assombro:
a melhor conjunção do horóscopo
é a de quatro estrelas no ombro.
Nossas várzeas tem mais flores
nossas flores mais pesticidas.
Só se banham em nossos rios
desinformados e suicidas.
É pau, é pedra, é o fim do caminho É um metro, é uma légua, é um pobre burrinho É um caco de vida, é a vida, é o sol É a dor, é a morte, vindo com o arrebol É galho de jurema, é um pé de poeira Cai já, bambeia, é do boi a caveira É pé de macambira invadindo a cocheira É vaqueiro morrendo, é a reza brejeira É angico, é facheiro, é aquela canseira É farelo, é um cisco, é um resto de feira É a fome na porta, é um queira ou não queira Na seca de março, é a fuga estradeira É a seca de março torrando o sertão É a promessa devida da outra eleição É a seca de março torrando o sertão É a promessa devida da outra eleição É pau, é pedra, é o fim do caminho.
Secas de Março - Jessier Quirino
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