5 Tratados Internacionais e Medidas de Cooperação
A cooperação internacional não depende da celebração de tratados para
que possa ocorrer, porém não é possível negar a utilidade dos pactos formais de
cooperação internacional em matéria penal. Esses pactos servem para delimitar o
escopo da cooperação, deixando conhecido de antemão quais os limites que
devem ser respeitados na prestação da ajuda, adaptam o ordenamento interno dos
países signatários aos objetivos assumidos pelos Estados, padronizam os
requerimentos e a forma de execução dos pedidos de auxílio, regulam o custeio
das medidas de cooperação e, muitas vezes, velam pelos direitos das vítimas e dos
suspeitos.
Em 1985, o crescimento da criminalidade organizada transnacional fez
com que o Sétimo Congresso da Organização da Nações Unidas para a Prevenção
do Crime e Tratamento dos Criminosos adotasse, dentre as suas conclusões o
“Plano de Ação de Milão”.411 Junto com uma série de outras recomendações, o
plano determina a tomada de uma série de providências, dentre as quais a criação
de novos instrumentos internacionais dedicados ao combate à criminalidade
transnacional e ao incremento da cooperação internacional em matéria penal. A
partir de então, o número de tratados adotando e regulando medidas, novas e
antigas, de cooperação internacional em matéria penal, vem crescendo de forma
exponencial.
Este capítulo se limitará a descrever, brevemente, os principais acordos
internacionais que regem a matéria. As medidas de cooperação previstas nesses
acordos serão examinadas no capítulo seguinte.
411 United Nations Department of International Economic and Social Affairs “Seventh United
Nations Congress on The Prevention of Crime and the Treatment of Offenders. Milan 26 August – 6 September 1985 – Report prepared by the Secretariat”, p.63-68.
121
5.1 As Convenções da Organização das Nações Unidas
Tratados multilaterais destinados ao combate à criminalidade
transnacional não são novidades.412 Já sob a égide da Ligas das Nações, em 1933
foi firmada a Convenção Internacional para a Repressão do Tráfico de Mulheres
e Crianças. A partir de então, o número de pactos internacionais foi contra a
criminalidade foi crescendo, culminando com a Convenção das Nações Unidas
contra o Crime Organizado Transnacional de 2000, firmado em Palermo. A
Convenção de Palermo é o instrumento multilateral que maior atenção deu às
medidas de cooperação, indireta e direta, a serem empregados no combate à
criminalidade transnacional. A Convenção de Palermo foi construída sobre as
fundações lançadas com a Convenção de Viena Contra o Tráfico Ilícito de
Entorpecentes, de 1988, aumentando as medidas de cooperação nesta previstas,
bem como ampliando o alcance da cooperação em matéria penal.413
A Convenção Contra o Tráfico Ilícito de Entorpecentes e Substâncias
Psicotrópicas veio fortalecer e complementar a Convenção Única de 1961 sobre
Entorpecentes, emendada pelo Protocolo de 1972 e a Convenção sobre
Substâncias Psicotrópicas de 1971, ambas da ONU. A Convenção de Palermo,
na sua estrutura, segue o modelo da Convenção de Viena contra o Tráfico de
Entorpecentes, expandindo o seu alcance para abranger a cooperação contra todos
os delitos praticados por organizações criminosas que tenha repercussão
internacional.
Os dispositivos convencionais mostram uma preocupação não só com a
persecução penal, na fase de investigação e na fase processual, mas na tipificação
412 *O Estatuto de Roma do Tribunal Penal Internacional não regula a cooperação horizontal
entre Estados para o combate à criminalidade transnacional, mas a cooperação vertical no combate a delitos internacionais, razão pela qual não será analisado, a não ser eventualmente durante o curso do trabalho.*
413 * Sete outras convenções e protocolos adicionais, firmados sob a égide da ONU, prevêem a cooperação internacional em matéria penal, seja por meio de extradição, seja mediante assistência jurídica mútua, sem contudo especificar ou regular essas medidas: a Convenção sobre o Combate da Corrupção de Funcionários Públicos Estrangeiros em Transações Comerciais Internacionais; a Convenção das Nações Unidas contra a Corrupção; a Convenção Internacional para Supressão do Financiamento do Terrorismo; o Protocolo Facultativo à Convenção sobre os Direitos da Criança referente à venda de crianças, à prostituição infantil e à pornografia infantil; a Convenção Internacional sobre a Supressão de Atentados Terroristas com Bombas; a Convenção sobre a Proteção Física do Material Nuclear; da Convenção para a Repressão aos Atos ilícitos Contra a Segurança da Aviação Civil; e a Convenção Internacional Contra a Tomada de Reféns.
122
e sanção de delitos, na formação de quadros, na organização e análise de dados
estatísticos e de estudos acadêmicos sobre a criminalidade organizada e no
desenvolvimento econômico e social dos países assolados pelas organizações
criminosas transnacionais, dentre outras medidas. Trata-se de uma abordagem
compreensiva, que busca estudar, entender e combater o fenômeno do crime
organizado transnacional com o auxílio de toda a sociedade internacional, indo
além da preocupação com a simples eficácia processual. Muitos dos dispositivos
relativos à cooperação internacional previstos na Convenção de Palermo são
reproduções ou ampliações de normas veiculadas pela Convenção de Viena.
Cumpre notar que as duas convenções são explícitas em reconhecer a sua
complementaridade a outros tratados sobre a assistência jurídica mútua em
assuntos criminais, inclusive os que ainda não tenham sido celebrados, bilaterais
ou multilaterais.
5.2 As Convenções Européias
O sistema regional europeu de combate á criminalidade transnacional conta
com uma série de tratados firmados sob á égide do Conselho da Europa e da
União Européia e organizações que a antecederam, como, por exemplo, a
Comunidade Econômica Européia e o Benelux. Cabe esclarecer que União
Européia e Conselho Europeu não se confundem. O Conselho Europeu é uma
organização internacional regional que antecede à União Européia e com ela
coexiste. O Conselho foi criado em 1949, com a celebração do Tratado de
Londres pelo Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte e pelos Reinos da
Bélgica, Dinamarca, Holanda, Noruega e da Suécia, além das Repúblicas
Francesa, Irlandesa, Italiana e o Grão Ducado de Luxemburgo. Hoje em dia o
Conselho é formado dia por 47 Estados, dele participando Estados que não
integram a União Européia. A União Européia, conta com 27 Estados e tem
origem na Comunidade Econômica Européia, fundada pelo Tratado de Roma, de
1957, e posteriormente, transformada em União Européia pelo Tratado de
Maastricht, de 1992. Ambas as instituições tem objetivos assemelhados e buscam
a integração da Europa, econômica, social e politicamente. Os pactos
internacionais multilaterais adotados pelos integrantes do Conselho da Europa
tendem a ter uma abrangência territorial maior do que aqueles firmados pelos
123
integrantes da União Européia. Por outro lado como a maioria, senão todos, dos
integrantes da União Européia integram o Conselho da Europa, os pactos firmados
no âmbito dessa organização internacional acabam valendo dentro da União
Européia.
Os Estados europeus firmaram uma série de acordos internacionais sobre o
tema, como a Convenção Européia sobre Extradição, de 1957, o Tratado Benelux
de 1962, que regula a cooperação em matéria criminal entre Bélgica, Holanda e
Luxemburgo e o Acordo de Schengen de 1985 e a respectiva Convenção de
aplicação de 1990, adotado para eliminar barreiras alfandegárias, policiais e de
imigração dentro da União Européia. Apesar disso, é a Convenção Sobre
Assistência Mútua em Matéria Criminal do Conselho Europeu, firmada em
Estrasburgo, em 1959, o principal documento sobre o tema. A Convenção
Européia regula o trâmite de pedidos de auxílio em matéria criminal pelos Estados
Partes, estabelecendo as hipóteses de solicitação via carta rogatória ou por via
direta, entre autoridades judiciais de Estados europeus, para o fim de produção de
prova em processo criminal e na fase pré-processual. Talvez o aspecto mais
importante da Convenção de 1959 é que os modelos da ONU e da Comunidade
Britânica foram construídos sobre a experiência dos Estados Partes da Convenção
na aplicação desse instrumento convencional.414
Ao disposto pela Convenção de 1959, foram acrescidos dois Protocolos
Adicionais sobre Assistência Mútua em Matéria Criminal, o primeiro de 1978
que, além de estabelecer novas regras sobre reservas ao disposto pela Convenção
e dar uma nova redação ao artigo 22 da mesma, estendeu o alcance das medidas
de cooperação previstas originalmente na Convenção para abranger a interrupção
e suspensão de execução de sentenças e decisões judiciais e a persecução de
delitos fiscais. Entre esse primeiro Protocolo Adicional e o segundo, de 2001, foi
adotado pelos Estados que compõem a União Européia a Convenção Sobre
Assistência Mútua em Matéria Criminal de 2000.
Essa convenção acresceu ao disposto pelos pactos anteriores, adaptando-os
às necessidades atuais da justiça criminal. A cooperação direta entre autoridades
não-judiciais, inclusive por meio de medidas de informação espontânea, passou a
ser regulada de forma expressa pela Convenção de 2000. A Convenção da U.E.,
414 MCCLEAN, David. International Co-operation in Civil and Criminal Matters, p. 196 e 214.
124
foi além da regulação do mero auxílio indireto ao tratar instrumentos processuais
e de combate direto à criminalidade transnacional, como a tomada de depoimentos
via videoconferência ou conferência por telefone ou a utilização de agentes
disfarçados em de investigações criminais.
O pacto somente tem validade entre os Estado que integram a União
Européia, o que justificou a adoção, pelos Estados que integram o Conselho da
Europa, do Protocolo Adicional de 2001 à Convenção Sobre Assistência Mútua
em Matéria Criminal do Conselho Europeu de 1959, que reformou o instrumento
original, adotando, com pequenas modificações, as inovações trazidas pela
Convenção da União Européia de 2000. Como as convenções da ONU os pactos
europeus ressaltam o seu caráter suplementar aos demais acordos em vigor ou que
venham a ser firmados sobre o tema, sejam estes bilaterais ou multilaterais.
5.3 As Convenções Americanas
A Organização dos Estados Americanos, seguindo o modelo das Nações
Unidas, patrocinou a celebração de quatorze convenções multilaterais sobre
assuntos penais, dessas convenções, somente as convenções sobre Extradição,
Carta Rogatória, Produção de Prova e Assistência Mútua regulam, de forma
específica, medidas de cooperação internacional 415 As demais convenções
abordam temas que vão além da cooperação internacional em matéria criminal. A
Convenção de Assistência Mútua o principal instrumento a regular a cooperação
direta entre os Estados que compõem a OEA.
A Convenção Interamericana sobre Assistência Mútua em Matéria Penal
conta 40 artigos divididos em seis capítulos. Além disso, a Convenção conta com
um Protocolo Facultativo, que cuida da possibilidade de cooperação em delitos
considerados de natureza fiscal. A Convenção foi celebrada em 1992, e o
415 * São elas as Convenções Interamericanas sobre Assistência Mútua em Matéria Penal e o
respectivo protocolo adicional; sobre o Cumprimento de Sentenças Penais no Exterior; contra a Corrupção; a Convenção Interamericana contra o Terrorismo; contra a Fabricação e o Tráfico Ilícito de Armas de Fogo, Munições, Explosivos e outros Materiais Correlatos; para Prevenir e Punir os Atos de Terrorismo Configurados em Delitos contra as Pessoas e a Extorsão Conexa; sobre o Tráfico Internacional de Menores; sobre Prova e Informação sobre Direito Estrangeiro; sobre a Validade Extraterritorial de Sentenças Estrangeiros e Decisões Arbitrais; sobre a Produção de Prova no Exterior e o respectivo protocolo adicional; sobre Extradição; sobre Medidas Preventivas; sobre Cartas Rogatórias e o respectivo Protocolo Adicional; e sobre Jurisdição na Esfera Internacional para a Validade Extraterritorial de Sentenças Estrangeiras.
125
Protocolo em 1993, antecedendo a Convenção de Palermo e as modificações
feitas na Convenção do Conselho Europeu sobre Auxílio Mútuo em pelo menos
uma década. O texto convencional expressamente veda aos particulares o uso dos
instrumentos previstos pelo acordo.
A Convenção Interamericana sobre Extradição é uma consolidação dos
princípios e regras consagrados pelo Direito Internacional sobre o tema. A
convenção regula, dentre outras, as hipóteses em que a extradição pode ser
requerida, as causas do seu indeferimento, as formalidades inerentes à solicitação
de entrega do acusado, os direitos e garantias do extraditando, bem como as
hipóteses em que a entrega pode ser condicionada. O texto da convenção difere
muito pouco do que já era estipulado pelo Estatuto do Estrangeiro, pela
Constituição e pela jurisprudência do STF. O mais importante, talvez, seja o fato
de que a convenção consagra, em seu artigo 8°, a cláusula aut dedere aut
judicare.
A OEA, também celebrou uma convenção sobre cartas rogatórias que se
destina à instrução de processos civis e comerciais mas que, por vontade expressa
dos Estados que a integram pode ser estendida para abranger causas criminais e
trabalhistas. Pelo artigo 2° da convenção, as rogatórias expedidas sob o escopo da
convenção são limitadas à prática de atos formais, como a intimação e citação, ou
a tomada de depoimentos e obtenção de provas e informações, sendo lícito aos
Estados ressalvarem essa última hipótese.
5.4 O Brasil e os Acordos Internacionais de Cooperação Internacional em Matéria Penal
A Organização das Nações Unidas assenta que “Todos os Estados e
entidade devem cooperar por meio das Nações Unidas ou de qualquer outra forma
na prevenção e controle do crime como um elemento indispensável para a
promoção da paz e segurança da humanidade...”416 já que o “...crime se tornou
um problema com dimensões nacionais e internacionais, prejudicando o
desenvolvimento político, cultural, econômico, social e cultura, e ameaçando a
416 United Nations, Department of International Economic and Social Affairs “Seventh United
Nations Congress on The Prevention of Crime and the Treatment of Offenders. Milan, 26 August – 6 September 1985 – Report prepared by the Secretariat”
126
segurança interna e a estabilidade de Estados soberanos.”417 Para o Brasil, o
dever de cooperar internacionalmente é um princípio fundamental que rege a sua
atuação nas relações internacionais, como determina o artigo 4°, IX, da
Constituição.418
Considerando os objetivos e causas da cooperação internacional em
matéria penal indicados pela ONU, o preceito constitucional impõe aos órgãos
nacionais o máximo esforço na cooperação com os Estados estrangeiros para o
no combate à criminalidade internacional. A cooperação internacional impede que
regimes democráticos sejam desestabilizados por criminosos que, pela força ou
pelo dinheiro, se apropriam dos processos e instrumentos democráticos,
usurpando a vontade popular e impedindo a autodeterminação dos povos, a
independência dos Estados e a segurança e paz mundiais. Não existe progresso ou
desenvolvimento econômico sem segurança.
A cooperação internacional em matéria criminal não é um fenômeno novo.
O aumento da criminalidade transnacional e o incremento do comércio humano
no plano global tornaram premente a tomada de medidas concretas aptas a dar
uma resposta à criminalidade. Detectada essa necessidade, o que se verificou foi
um aumento, em progressão geométrica, das convenções e tratados sobre auxílio
mútuo em matéria criminal. O histórico da participação do Brasil em tratados
sobre cooperação em matéria criminal demonstra que a sua participação nesse
embate somente ganhou vulto a partir do final do século XX, quando foram
incorporados ao ordenamento jurídico pátrio dezenas de convenções, acordos e
tratados internacionais sobre o tema.
5.4.1 Convenções Internacionais sobre Cooperação Penal Celebradas Pelo Brasil
O Brasil faz parte de da maioria das convenções mundiais e regionais que
regulam a cooperação internacional em matéria penal. Esses pactos foram
celebrados sob a égide da Liga das Nações, da Organização das Nações Unidas -
ONU e da Organização dos Estados Americanos – OEA. Dentro do MERCOSUL
417 United Nations, Department of International Economic and Social Affairs “Ninth United
Nations Congress on The Prevention of Crime and the Treatment of Offenders. Cairo, 29 April – 8 May 1995 – Report prepared by the Secretariat”.
418 BRASIL, Constituição da República Federativa do Brasil, art. 4°, IX.
127
a cooperação internacional em matéria penal é matéria de um tratado específico.
O Brasil integra, também, da Convenção de Auxílio Judiciário em Matéria Penal
da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa. Esse acordo, ainda não vige
internamente, eis que até 23/04/2009, não havia sido ainda aprovado pelo
Congresso Nacional.
Seguindo o exortado pela Convenção de Palermo, o Brasil também é parte
de inúmeros acordos bilaterais sobre o tema. Os acordos bilaterais, em sua
maioria, servem para regular as prestações assumidas quando da celebração das
convenções internacionais, especificando a forma pela qual as modalidades de
auxílio previstas nos tratados multilaterais será prestado entre o Brasil e os co-
signatários.
Embora o primeiro tratado sobre cooperação date do início do século XX, a
maioria dos pactos integrados pelo Brasil foram introduzidos no ordenamento
jurídico a partir da última década do século passado, mais precisamente, a partir
de 1996. Somente entre 2000 e 2008, dez tratados multilaterais internacionais e
dois protocolos adicionais foram incorporados ao ordenamento jurídico, mais do
que dobrando o número de instrumentos internacionais até então incorporados ao
ordenamento pátrio.
Como se pode observar dos quadros abaixo, os acordos de cooperação em
sua maioria regulam problemas que parecem ser perenes, como o tráfico e
exploração de mulheres e crianças e o tráfico de entorpecentes. A partir da década
de 70 do século passado nota-se uma preocupação crescente com o terrorismo,
sendo a virada do século marcada por tratados contra a corrupção e o crime
organizado transnacional. Sintomaticamente, em 1948, é firmado um tratado
contra o genocídio e em 1998 o Estatuto do TPI é celebrado.
Quadro I Convenções em Matéria Penal Promulgadas pelo Brasil sob o Regime da Liga das Nações
Título
Data Decreto Data da promulgação
Acordo para a Repressão do Tráfico de Mulheres Brancas 18/05/1904 5.591 13/07/1905
Convenção Internacional para a Repressão do Tráfico de Mulheres Brancas
04/05/1910 16.572 27/08/1924
Acordo sobre a Repressão da Circulação de Publicações Obscenas.
04/05/1910 16.571 27/08/1924
Convenção Internacional do Ópio. 23/01/1912 11.481 10/02/1915 Convenção Internacional para a 30/09/1921 23.812 30/01/1934
128
Repressão do Tráfico de Mulheres e de Crianças. Convenção Internacional para a Repressão de Moeda Falsa, e Protocolo.
20/04/1929 3.074 14/09/1938
Convenção sobre Repressão do Contrabando.
19/06/1935 2.646 05/05/1938
Convenção para Repressão do Tráfico Ilícito das Drogas Nocivas
26/06/1936
2.994
17/08/1938
Quadro - II Convenções em Matéria Penal Promulgadas pelo Brasil no Âmbito da
Organização das Nações Unidas entre 1955 e 1961.
Título Data da Conclusão
Decreto de Promulgação
Data da Promulgação
Protocolo de Emenda da Convenção para
Repressão da Circulação e do Tráfico
das Publicações Obscenas, concluída em Genebra a 12 de Setembro de 1923
12/11/1947 37.100 25/03/1955
Protocolo de Emenda da Convenção para a Repressão do Tráfico
de Mulheres e de Crianças, de 30 de
Setembro de 1921, e da Convenção para a Repressão do Tráfico de Mulheres Maiores, de 11 de Outubro de
1933
12/11/1947 37.176 15/04/1955
Convenção para a Prevenção do Crime de
Genocídio 09/12/1948 30.822 06/05/1952
Convenção para a Repressão do Tráfico
de Pessoas e do Lenocínio e respectivo
Protocolo Final.
21/03/1950 46.981 08/10/1959
Convenção Única sobre Entorpecentes.
30/03/1961 54.216 27/08/1964
Convenção Relativa às Infrações e a Certos
Outros Atos Cometidos a Bordo de Aeronaves
14/09/1963 66.520 30/04/1970
Quadro - III Convenções em Matéria Penal Promulgadas pelo Brasil no Âmbito da
Organização das Nações Unidas entre 1970 e 1988.
Título Data de Conclusão Decreto de Promulgação
Data da Promulgação
Convenção para a Repressão ao
16/12/1970 70.201 24/02/1972
129
Apoderamento Ilícito de Aeronaves.
Convenção sobre Substâncias
Psicotrópicas. 21/02/1971 79.383 14/03/1977
Convenção para a Repressão de Atos
Ilícitos Contra a Segurança da Aviação
Civil.
23/09/1971 72.383 20/06/1973
Protocolo de Emendas à Convenção Única
sobre Entorpecentes, 1961.
25/03/1972 76.248 12/09/1975
Convenção Internacional contra a
Tomada de Reféns 18/12/1979 3.517 20/06/2000
Convenção para a Repressão aos Atos
Ilícitos Contra a Segurança da Aviação
Civil
24/02/1988 2.611 2/06/1998
Convenção contra o Tráfico Ilícito de Entorpecentes e
Substâncias Psicotrópicas.
20/12/1988 154 26/06/1991
Quadro - IV Convenções em Matéria Penal Promulgadas pelo Brasil no Âmbito da
Organização das Nações Unidas entre 1997 e a presente data.
Título Data da Celebração Decreto de Promulgação
Data da Promulgação
Convenção Internacional sobre a
Supressão de Atentados Terroristas
com Bombas (com reserva ao parágrafo 1
do art. 20)
15/12/1997 4.394 26/09/2002
Convenção sobre o Combate da Corrupção de Funcionários Públicos Estrangeiros em Transações Comerciais Internacionais. (Paris)
17/12/1997 3.678 30/11/2000
Estatuto de Roma do Tribunal Penal Internacional
17/07/1998 4.388 25/09/2002
Convenção Internacional para a Supressão do Financiamento do Terrorismo
09/12/1999 5.640 26/12/2005
Protocolo Facultativo à Convenção sobre os Direitos da Criança referente à venda de crianças, à prostituição infantil e à pornografia
20/05/2000 5.007 8/03/2004
130
infantil Convenção das Nações Unidas contra o Crime Organizado Transnacional (Palermo)
15/11/2000 5.015 12/03/2004
Protocolo Adicional à Convenção das Nações Unidas contra o Crime Organizado Transnacional, relativo ao Combate ao Tráfico de Migrantes por via terrestre, marítima e aérea
15/11/2000 5.016 12/03/2004
Protocolo Adicional à Convenção das Nações Unidas contra o Crime Organizado Transnacional Relativo à Prevenção, Repressão e Punição do Tráfico de Pessoas, em Especial Mulheres e Crianças
15/11/2000 5.017 12/03/2004
Protocolo contra a Fabricação e o Tráfico Ilícito de Armas de Fogo, suas Peças e Componentes e Munições, complementando a Convenção das Nações Unidas contra o Crime Organizado Transnacional
31/5/2001 5.941 26/10/2006
Convenção das Nações Unidas contra Corrupção
31/10/2003 5.687 31/01/2006
No âmbito das Américas, tratados regulando a cooperação internacional em
matéria penal na América antecedem a própria fundação do MERCOSUL. O
Brasil foi signatário da Convenção Internacional de Direito Privado de Havana,
firmada por vários Estados americanos, e que foi internalizada no direito
Brasileiro por meio do Decreto nº 18.871, de 13 de agosto de 1929. A
Convenção teve por escopo a aprovação do Código de Direito Internacional
Privado conhecido como Código Bustamante em homenagem ao jurista cubano
Antonio Sánchez de Bustamante y Sirvén, chefe da delegação cubana encarregada
das negociações e idealizador do projeto de codificação.
O Código Bustamante, em seu Livro III (artigos 296 e seguintes),
intitulado "Direito Penal Internacional" não cuida de cooperação internacional,
mas, antes, dos princípios de aplicação territorial da lei penal acima abordados.
Somente a partir do capítulo III, do título II do Livro IV, que cuida do "Direito
131
Processual Internacional" (art. 340 e seguintes) é que o Código se ocupa das
regras de cooperação internacional em matéria penal. Mais precisamente, a
extradição é tratada nos artigos 344 usque 381, cabendo aos artigos 388 a 393
regulamentam as cartas rogatórias. O Código veda a execução de sentenças
penais, salvo no que concerne os seus efeitos civis (art.437). O modelo adotado
pelo Código reflete o modelo internacional clássico que, consagrando o princípio
da territorialidade, prevê a cooperação internacional em matéria penal como
tarefa de competência do Poder Judiciário, que a exerce por meio de cartas
rogatórias e pedidos de extradição.
Além do Código de Bustamante, o Brasil, na qualidade de integrante da
Organização dos Estados Americanos, também participa de uma série de pactos
internacionais, de aplicação restrita aos continentes americanos, que versam sobre
a cooperação internacional em matéria criminal. Uma comparação entre o quadro
abaixo e os quadros acima revela que os tratados sobre cooperação, tanto de
âmbito mundial, quanto regional, vêm sendo incorporados no mesmo ritmo, a
notável exceção sendo a Convenção Interamericana Sobre Assistência Mútua em
Matéria Penal, que demorou cerca de 15 anos da data de sua celebração para ser
internalizado, enquanto a Convenção de Palermo contra o Crime Organizado, que
contém uma série de dispositivos sobre auxílio jurídico recíproco, demorou menos
de quatro anos.
Quadro V Convenções em Matéria Penal Promulgadas pelo Brasil no Âmbito da
Organização dos Estados Americanos.
Título Data da Celebração Decreto de Promulgação
Data de Promulgação
Convenção Internacional de Direito Privado de Havana – Código Bustamante
20/02/1928 18.871 13/08/1929
Convenção para Prevenir e Punir os Atos de Terrorismo Configurados em Delitos Contra as
Pessoas e a Extorsão Conexa,
Quando Tiverem eles Transcendência
Internacional.
02/02/1971 3.018 06/04/1999
Convenção Interamericana sobre Prova e Informação
08/05/1979 1.925
10/06/1996
132
Acerca do Direito Estrangeiro
Convenção Interamericana sobre o Cumprimento de Sentenças Penais no Exterior
09/06/1993 5.919 03/10/2006
Convenção Interamericana sobre Assistência Mútua em Matéria Penal e respectivo Protocolo Facultativo. Promulgada, de
11/06/1993 6.340 3/01/2008
Convenção Interamericana sobre o Tráfico Internacional de Menores
18/03/1994 2.740 20/08/1998
Convenção Interamericana contra a Corrupção
29/03/1996 4.410 07/10/2002
Convenção Interamericana contra a Fabricação e o Tráfico Ilícito de Armas de Fogo, Munições, Explosivos e outros Materiais Correlatos
14/11/1997 3.229 29/10/1999
Convenção Interamericana contra o Terrorismo
03/06/2002 5.639 26/12/2005
Note-se que o Brasil assinou, mas não ratificou, as seguintes convenções
da OEA: a Convenção Interamericana Sobre a Validade de Provas Colhidas no
Estrangeiro (30/01/1975) e o respectivo Protocolo Adicional (05/24/84); a
Convenção Interamericana Sobre Competência na Esfera Internacional Para a
Eficácia Extraterritorial das Sentenças Estrangeiras (05/24/84); a Convenção
Interamericana Sobre Extradição (25/02/81); e a Convenção Interamericana
Sobre o Cumprimento de Medidas Cautelares (05/08/79).
Os países que integram o Mercado Comum do Sul – MERCOSUL
também vêm adotando medidas para reforçar a cooperação internacional em
matéria penal. O MERCOSUL foi formado por meio do Tratado de Assunção,
firmado pela República Argentina, a República Federativa do Brasil, a República
do Paraguai e a República Oriental do Uruguai em 26 de março de 1991 e têm
por principal objetivo o fomento da livre circulação de bens serviços e fatores
produtivos entre os países, através de medidas políticas, comerciais e tributárias
destinadas a eliminar a circulação de mercadorias. O Tratado é complementado
133
pelo Protocolo de Outro Preto, firmado em 17 de dezembro de 1994. O Protocolo
cria e organiza as atribuições dos órgãos de execução da integração do Cone Sul.
O MERCOSUL não é uma entidade supra-estatal, mas, antes, uma entidade
intergovernamental dotada de personalidade jurídica, exercida pelo Conselho do
Mercado Comum,419 sem competência superposta às competências constitucionais
dos Estados Partes.
Dentro do âmbito do MERCOSUL não existe, como ocorre na União
Européia, uma delegação de poderes dos Estados ao órgão internacional, sendo
que as três funções clássicas do Estado são exercidas privativamente pelos órgãos
nacionais. Assim, a prevenção e repressão de crimes, o seu julgamento e a
imposição de penas competem às autoridades nacionais, reforçando-se a
necessidade de cooperação internacional judicial penal entre os diversos Estados.
A mesma conclusão se aplica àquelas medidas de cooperação judiciária ou
administrativa ao cargo dos órgãos de persecução penal cuja consecução não
carece do exercício da jurisdição.
Os Estados que integram o MERCOSUL fazem parte da Convenção das
Nações Unidas contra o Crime Organizado Transnacional (Convenção de
Palermo), a Convenção sobre o Combate da Corrupção de Funcionários Públicos
Estrangeiros em Transações Comerciais Internacionais e do Estatuto de Roma do
Tribunal Penal, bem como da Convenção Interamericana sobre Assistência
Mútua. Logo, independentemente dos acordos internacionais que venham a ser
pactuados no MERCOSUL, os Estados que o integram têm há muito se orientado
na direção de uma cooperação em matéria criminal cada vez mais abrangente. O
principal acordo em vigor no MERCOSUL sobre cooperação penal é o Protocolo
de São Luis, firmado em 25 de junho de 1996, sendo que existem outros pactos
que lhes são complementares, inclusive o Protocolo de Las Lenãs que cuida da
cooperação civil.
Quadro VI Convenções e Acordos em Matéria Penal Promulgadas pelo Brasil no Âmbito do
MERCOSUL.420
Título Data da Celebração
Decreto de Promulgação
Data de Promulgação
419 Artigos 8, III, 34 e 40 do Protocolo de Ouro Preto. 420 O protocolo sobre medidas cautelares não foi incluído por se tratar de acordo que regra a
cooperação por meio de concessão de cautelares destinadas a assegurar a reparação patrimoniais decorrente de sentença penal.
134
Protocolo de Assistência Jurídica Mútua em Assuntos Penais. (MERCOSUL)
25/06/1996 3.468 17/05/2000
Acordo complementar ao acordo de assistência jurídica mútua em assuntos penais entre os Estados Partes do MERCOSUL
5/12/2002
Acordo de Extradição entre os Estados Partes do MERCOSUL
10/12/1998 4.975 30/01/2004
Protocolo de Las
Leñas 27/06/1992 2.626 15/06/1998
Acordo de
Assistência Jurídica
Mútua em Assuntos
Penais entre os
Estados Partes do
MERCOSUL, Bolívia
e Chile
18/02/2002
Acordo
Complementar ao
Acordo de
Assistência Jurídica
Mútua em Assuntos
Penais entre os
Estados Partes do
MERCOSUL, Bolívia
e Chile
20/12/2001
Acordo-Quadro Inter-
regional de
Cooperação entre as
Comunidades
Européias e seus
Membros e o
Mercado Comum do
Sul e seus Estados
Partes
15/12/1995
Além dos acordos que regulam a cooperação em matéria penal entre os
países que integram o MERCOSUL, existe um Acordo-Quadro entre o
135
MERCOSUL e a Comunidade Européia. Esse acordo têm um escopo amplo e
visa fornecer um modelo ou marco inicial da cooperação inter-regional com a
então CE. O Acordo-Quadro é um conjunto de promessas e normas
programáticas que busca pavimentar o caminho para uma cooperação inter-
regional efetiva. Em relação à matéria penal, o principal objetivo do acordo é
fomentar a cooperação no combate ao narcotráfico. O fato é que esse acordo tem
um papel menor, no que concerne à cooperação criminal, já que as convenções da
ONU e os tratados bilaterais entre o Brasil e os Estados europeus regulam, de
forma mais compreensiva, a cooperação penal internacional.
5.4.2 Tratados Bilaterais sobre Cooperação Internacional.
O Brasil também faz parte de vários acordos bilaterais sobre cooperação em
matéria penal. A maioria regula a assistência jurídica recíproca entre os
signatários. Outros tratam de temas diversos, como assistência gratuita ou
medidas de cooperação direta como a transferência de apenados.
Quadro VII - Acordos Bilaterais sobre Cooperação em Matéria Penal Promulgados Pelo Brasil.
País ou Organismo
Título ou Objeto Assinado em Decreto nº Data
Argentina Convenção sobre Assistência Judiciária Gratuita.
15/11/1961 6.2978 11/07/1968
Argentina Tratado sobre Transferência de presos
11/09/1998 3.875 23/07/2001
Alemanha Acordo de Garantia de Reciprocidade na Transmissão de Informações do Registro Penal.
15/05/1957
Bélgica Convenção sobre Assistência Judiciária Gratuita.
10/01/1955 41.908 29/07/1957
Canadá Tratado sobre Transferência de Presos.
15/07/1992 2.547 14/04/1998
Coréia do Sul Acordo de Cooperação Judiciária e Assistência Mútua em Matéria Penal
13/12/2002 5.721 13/03/2006
136
Chile Tratado sobre Transferência de Presos Condenados
29/04/1998 3.002 26/03/1999
China Acordo de Cooperação Judiciária em Matéria Penal.
24/05/2004 6.282 3/12/2007
Colômbia Acordo de Cooperação Judiciária e Assistência Mútua em Matéria Penal
07/11/1997 3.895 23/08/2001
Cuba Acordo de Cooperação Judiciária e Assistência Mútua em Matéria Penal
24/09/2002 6.462 21/05/2008
Espanha Tratado sobre Transferência de Presos.
07/11/1996 2.576 30/04/1998
Espanha Acordo de Cooperação Judiciária e Assistência Mútua em Matéria Penal
22/05/2006 6.681 08/12/2008
Estados Unidos da América do Norte
Acordo de Assistência Judiciária em Matéria Penal.
14/10/1997 3.810 02/05/2001
França Acordo de Cooperação Judiciária em Matéria Penal.
28/05/1996 3.324 30/12/1999
Itália Tratado sobre Cooperação Judiciária em Matéria Penal.
17/10/1989 862 09/07/1993
ILANUD Acordo de Cooperação para a Prevenção do Crime e o Tratamento do Criminoso.
30/11/1989 2.151 19/03/1997
Japão Acordo sobre Assistência Judiciária.
23/09/1940 Troca de notas
Países baixos Convenção sobre Assistência Judiciária Gratuita.
16/03/1959 53.923 20/05/1964
República do México
Tratado de Cooperação Jurídica Internacional em Matéria Penal.
06/0802007 Decreto Legislativo n
°6.006
Ainda não foi promulgado
pelo Presidente da
República
Países Baixos (Válido apenas para as Antilhas Neerlandesas e Aruba )
Acordo para a Extensão ao Suriname e às Antilhas Neerlandesas da Convenção Relativa à Assistência Judiciária Gratuita de 1959.
16/11/1964 6.2978
137
Paraguai Acordo para Restituição de Veículos Automotores Roubados ou Furtados.
01/09/1994 18/11/1996 2.131
Paraguai Tratado sobre Transferência de Pessoas Condenadas e de Menores sob Tratamento Especial.
10/02/2000 09/10/2002 4.443
Peru Acordo de Assistência Jurídica em Matéria Penal
21/07/1999 3.988 29/08/2001
Portugal Tratado de Auxílio Mútuo em Matéria Penal.
07/05/1991 1.320 30/11/1994
Portugal Tratado Sobre a Transferência de Pessoas Condenadas
05/09/2001 5.767 02/05/2006
Portugal Acordo Sobre Assistência Judiciária Gratuita
Troca de Notas
Reino unido Acordo sobre Transferência de Presos
20/08/1998 4.107 28/01/2002
Ucrânia Acordo de Cooperação Jurídica em Matéria Penal
16/01/2002 5.984 12/12/2006
Estão em vigor no Brasil 11 acordos sobre auxílio jurídico recíproco, os
MLAT’s, sendo que outros seis estão no Congresso Nacional esperando
aprovação, e três outros já foram firmados, mas, ainda não foram remetidos à
aprovação do legislativo. Além disso, o Brasil negocia novos acordos de
assistência recíproca com cerca de outros cinqüenta e três países.
Quadro VIII – Acordos sobre Auxílio Jurídico Recíproco já negociados.
Em Vigor Submetidos ao Congresso para Aprovação
Assinados Negociados sem Assinatura
Colômbia Angola Nigéria Bahamas Coréia do Sul
Canadá Hong Kong
China Grã-Bretanha Cuba Líbano Estados Unidos
México (aprovado pelo congresso)
Espanha Suíça França Suriname Itália Peru Portugal Ucrânia
138
Quadro IX – Acordos de Auxílio Recíproco em Matéria Penal em negociação
Em Negociação Propostas de Tratados Recebidas Pelo Brasil
Propostas de Tratados Enviadas Pelo Brasil
África do Sul Albânia Áustria Alemanha Argélia Bélgica Austrália Grécia Bolívia Israel Índia Bulgária Romênia Moçambique Chile Turquia Moldava Cingapura Costa Rica Dinamarca Egito El Salvador Emirados Árabes Unidos Equador Federação Russa Filipinas Guatemala Honduras Hungria Ilhas Cayman Ilhas Jersey Ilhas Virgens (Reino Unido) Indonésia Irlanda Japão Liechtenstein Luxemburgo Macau Malásia Marrocos Mônaco Nicarágua Nova Zelândia Países Baixos Panamá Polônia República Tcheca Síria Suécia Tailândia Tunísia Venezuela
Quadro X - Acordos Bilaterais sobre Extradição Promulgados Pelo Brasil
País Data da Celebração Decreto de Promulgação
Data da Promulgação
Argentina 15/11/1961 62.979 11/07/1968 Austrália 22/08/1994 2.010 25/09/1996 Bélgica 06/05/1963 41.909 29/07/1957 Bolívia 25/02/1938 9.920 8/07/ 1942 Chile 08/11/1935 1.888 17/08/1937 Colômbia 28/12/1938 6.330 25/09/ 1940 Coréia do Sul 01/09/1995 4.152 7/03/ 2002 Equador 04/03/1937 2.950 8/08/1938 Espanha 02/02/1988 99.340 22/06/1990 Estados Unidos – Tratado de
13/01/1961 18/06/1962
55.750 11/02/ 1965
139
Extradição e o respectivo Protocolo Adicional França 28/05/1996 5.258 27/10/2004 Itália 17/10/1988 863 9/07/1993 Lituânia 28/09/1937 4.528 16/08/1939 México – Tratado de Extradição e Respectivo Protocolo Adicional
28/12/1933 18/09/1938
2.535 22/03/1938
Paraguai 24/02/1922 16.925 27/05/1925 Peru 13/02/1919 15.506 31/05/ 1922 Portugal 28/05/1996 1.325 2/12/1994 Reino Unido 18/07/1995 2.347 10/10/1997 Suíça 23/07/1932 23.997 13/03/1934 Uruguai 27/12/1916 13.414 15/01/1919 Venezuela 07/12/1938 5.362 1/03/ 1940
Quadro XI - Acordos Bilaterais sobre Cartas Rogatórias Promulgados Pelo Brasil
País Data da Celebração
Decreto de Promulgação
Data da Promulgação
Argentina 14/02/1880 7.871 03/11/ 1880 Argentina -Protocolo que modifica o Acordo para
Execução de Cartas Rogatórias
16/09/1912 40.998 22/02/1957
Acordo, por troca de notas, sobre Simplificação de
Legalizações em Documentos Públicos
23/10/2003 Troca de Notas 23/03/2004
Bolívia 22/12/1879 7.857 15/10/1880 Chile - Acordo, por troca
de notas, para dispensa de legalização
10/02/1970 Troca de Notas Data da Assinatura
Estados Unidos - Ajuste para a Dispensa de
legalização Consular
22/04/1969 Data da Assinatura
França Acordo, por troca de Notas, sobre a
Gratuidade Parcial da Execução das Cartas
Rogatórias em Matéria Penal
05/10/1978 585 26/06/1992
Peru 29/09/1879 7.582 27/12/1879 Peru - Acordo Ampliativo 08/06/1891 1.395 18/05/1893
Portugal 31/08/1895 Data da Assinatura
Uruguai -Protocolo Relativo à Execução de
Cartas Rogatórias, Modificativo do Artigo 4º do Acordo de 14 de fevereiro
de 1879
12/12/1906 9.169 30/11/1911
140
5.4.3 Evolução da Incorporação de Pactos sobre Cooperação Internacional em Matéria Penal Pelo Brasil.
Os quadros acima evidenciam que do final do Século XIX até, pelo menos,
a metade século passado, a maioria dos tratados celebrados pelo Brasil sobre
cooperação internacional, regula procedimentos relativos à extradição ou ao
cumprimento de cartas rogatórias. Somente a partir das últimas duas décadas do
Século XX é que o Brasil passou a celebrar tratados bilaterais versando sobre
medidas de cooperação jurídica direta, regulando a prestação de auxílio jurídico
mútuo ou a transferência de apenados. Isso reforça a conclusão de que somente há
algumas décadas é que a comunidade internacional vem sentindo a necessidade de
incrementar a cooperação direta em matéria penal, necessidade diretamente ligada
ao aumento da criminalidade transnacional.
Gráfico I - Evolução da Incorporação ao Ordenamento Jurídico Brasileiro dos Tratados sobre Cooperação Internacional em Matéria Penal.
0
2
4
6
8
10
12
14
16
1900-1929 1930-1959 1960-1989 1990-2008
Tratados multilaterais
ONU
Tratados multilaterais
OEA
Tratados multilaterais
MERCOSUL
Tratados bilaterais
Tratados de extradição
141
Gráfico II - Evolução da Incorporação ao Ordenamento Jurídico Brasileiro dos Tratados
Bilaterais sobre Cooperação Internacional em Matéria Penal.
0
10
20
30
40
50
60
70
1900-1989 2009-2015
(estimativa)
Cooperação
Judiciária
Auxílio Jurídico
Recíproco
Transferência de
Apenados
Assistência Jurídica
Gratuira
Extradição
Rogatórias
Outros de
cooperação direta
Os gráficos acima, feitos com base nas informações prestadas neste
capítulo, demonstram de forma precisa que o Brasil, forçado pela globalização,
incorporou ao seu ordenamento jurídico a maior parte dos tratados sobre
cooperação em matéria penal que integra na última década do Século XX. A
maioria dos tratados bilaterais versa sobre alguma forma de cooperação direta, via
de regra, sobre assistência jurídica recíproca. O segundo gráfico, deixa claro,
ainda, que até a última década do Século XX, o Brasil, seguindo a tendência
mundial, dava preferência aos tratados sobre extradição e cartas rogatórias, o
que muda de forma significativa a partir dos anos 90. O marco dessa viragem é,
sem dúvida, o Plano de Milão adotado pelo Sétimo Congresso da Organização
das Nações Unidas para a Prevenção do Crime e Tratamento dos Criminosos,
ocorrido em 1985. A última coluna do gráfico representa o número de tratados de
auxílio jurídico recíproco a serem incorporados pelo ordenamento pátrio se
aprovados os acordos submetidos ao Congresso Nacional, os já negociados, e
aqueles em negociação. Somente a aprovação dos dois primeiro grupos
representaria a quase duplicação dos MLAT’s em vigor no país.