6º Ano Médico - uma proposta de melhoria Mestrado Integrado em Medicina - Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra
Abril de 2014
Realizado por Daniela Borges com a colaboração da Comissão de Curso do 6º ano do ano letivo 2013/14
Resumo
6º Ano Médico - uma proposta de melhoria é um documento realizado no âmbito da Plataforma da
Educação Médica, que envolve os representantes dos estudantes do Mestrado Integrado em
Medicina da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra.
Inicialmente é realizado um Relatório sobre o 6º Ano do MIM recorrendo à informação
disponibilizada no Inforestudante, em Diário da República e na documentação fornecida aos alunos
do 6º ano no ano letivo de 2013-2014.
Por fim são apresentadas as críticas dos discentes e propostas de alteração para o próximo ano letivo,
que se destacam resumidamente de seguida:
● Geral
a. Uniformização da metodologia de ensino e avaliação
■ Definição de objetivos pedagógicos, métodos de ensino e métodos de
avaliação de cada estágio;
■ Realização de um questionário de avaliação, a responder pelos discentes.
b. Redução da carga horária e estágio profissionalizante
■ Alteração da metodologia de ensino no estágio procurando que o discente
observe e execute, sob supervisão, as várias competências que deve saber
executar no final de cada estágio;
■ Redução ou Eliminação da avaliação final e sumativa, valorizando a avaliação
contínua e da execução prática de competências clínicas em diferentes
contextos;
c. Disponibilização da Informação sobre o 6º ano no Inforestudante.
d. Monitorização e reavaliação - acompanhamento dos progressos entre o Coordenador
do Curso e a Comissão de Curso do 6º ano.
● Estágios
a. Medicina
■ Definição de critérios de avaliação a seguir por cada tutor;
■ Distinga a valorização das componentes de Medicina Intensiva e
Serviço de Urgência na avaliação.
b. Cirurgia
■ Disponibilização dos objetivos pedagógicos e métodos de avaliação,
apresentando a valorização de cada um dos parâmetros;
■ Valorização de uma avaliação contínua ao longo do estágio, definindo os
critérios de avaliação a aplicar;
c. Medicina Geral e Familiar e Saúde Pública
■ Realização das aulas teórico-práticas noutra rotação, bem como a não
contabilização das faltas aos seminários dos alunos que realizem este estágio
na sua área de residência.
■ Remodelação do programa das aulas teórico-práticas de Saúde Pública.
d. Oncologia e Saúde Mental
■ Disponibilização no Inforestudante das informações do estágio bem como a a
planificação das aulas teórico-práticas;
● Aulas teórico-práticas
a. As aulas teórico práticas sirvam para os alunos aprenderem a executar atos médicos
(por exemplo cateterismos, algaliações, suturas) dentro do âmbito de cada estágio,
recorrendo também a modelos e simuladores (relacionar com as sugestões da
caderneta).
b. Redução do número de aulas teórico-práticas, com a duração máxima do estágio
relacionado;
c. A inclusão do curso de Suporte Avançado de Vida, com mais horas de formação neste
mesmo modelo de aulas teórico-práticas e com certificação reconhecida
internacionalmente.
● Trabalho Final
a. Disponibilização aos alunos do 6º ano de seminários e workshops curriculares de
presença facultativa que ensinem e apoiem a preparação do Trabalho Final;
b. No início do ano lectivo, o aluno possa apresentar a indicação de um horário semanal
com o objetivo de preparação do trabalho final.
● Caderneta do aluno do 6.º ano - Consideração para aprovação em cada um dos estágios o
preenchimento mínimo de alguns atos e competências relativos ao estágio em questão.
● Seminários
● Redução do número de seminários;
● Escolha de temas referentes às principais lacunas curriculares.
● Considerar-se a sua realização numa semana ou período de tempo exclusivo;
● Uma outra opção a considerar é a alteração dos moldes atuais dos seminários,
realizando um congresso ou jornadas onde os próprios alunos poderiam apresentar os
seus trabalhos finais.
6º ano do Mestrado Integrado em Medicina
O 6º ano corresponde ao último ano do Mestrado Integrado em Medicina. Para concluir o ano com
aproveitamento, para além da aprovação nas diversas rotações/estágios, o aluno tem ainda de
elaborar e defender o Trabalho Final de 6º ano, com vista à atribuição do grau de Mestre.
Em Diário da República no Despacho n.º 23 285-E/2007, o 6º ano do Mestrado Integrado em Medicina
define-se da seguinte forma:
Geral
● Calendário Escolar
○ No total, o 6º ano compreende 40 semanas de formação, terminando as rotações no
início de Julho. Existe depois em Setembro uma época de recurso especial, para quem
tiver falhado a aprovação em alguma rotação.
○ Toda a informação sobre a calendarização dos estágios, entrega do trabalho final, bem
como justificação de faltas e número de faltas permitidas, estão disponíveis na página
online da FMUC.
● Coordenação e Serviços de Gestão Académica -o 6º ano do MIM é coordenado pelo Professor
Doutor Américo Figueiredo e o Dr. Jorge Correia tem como função exclusiva a Gestão
Académica do 6º ano.
Rotações
As rotações correspondem a 54 ECTS (total do 6º ano: 60 ECTS), sendo a contribuição de cada uma para
este valor proporcional à duração do estágio respectivo.
Cada rotação inclui, para além do estágio, uma aula teórico-prática semanal.
Medicina (25%)
● ECTS: 13,5
● Duração e Frequência:
○ 10 semanas inclui 8 semanas num Serviço de Medicina Interna, 1 semana em Serviço
de Medicina Intensiva (MI) e 1 semana em Serviço de Urgência (SU).
○ Há limite de 2 faltas a aulas teórico-práticas e 4 faltas(dia) ao estágio.
● Rácio tutor/aluno: 1/3 (1/1 no caso de MI e SU)
● Disponibilização de Informação sobre o estágio e atendimento - No Inforestudante apenas
está disponível a metodologia de avaliação do estágio de Medicina Interna.
● Programa
○ Medicina Interna - a informação é atempadamente dada a conhecer aos alunos,. A
forma como o estágio está organizado atribui alguma autonomia aos alunos e
possibilita a aquisição de variados conhecimentos teóricos e práticos.
○ MI e SU - o programa não é conhecido e não é do conhecimento geral dos alunos
quais os objectivos que se pretendem atingir.
● Atividades Letivas
○ Estágio tutorizado: 5 dias/ semana, 8h30-13h
○ Aulas teórico-práticas: 2.ª feiras, 14-18h
● Método de avaliação
Medicina Interna - composta por uma componente prática (peso de 70% na classificação final)
e outra teórica (peso de 30% na classificação final):
○ Avaliação prática (70% da classificação final)
i. Formativa: cabe ao tutor que acompanha o aluno e que, analisando o seu
trabalho diário (a registar em suporte próprio), lhe dará conta das
competências e atitudes correctas já conseguidas e das falhas a corrigir.
ii. Contínua sumativa (60% da classificação prática)
1. Pelo tutor (50%): assiduidade e pontualidade, capacidade de execução
técnica, interesse pela valorização pessoal, responsabilidade
profissional, capacidade de elaborar uma história clínica, um diário
clínico e um relatório de alta de doentes distribuídos ao aluno.
2. Pelo docente responsável pelas aulas teórico práticas (10%): avaliação
da apresentação dum caso clínico nas aulas teórico-práticas (a realizar
pelo docente responsável pela aula)
iii. Prova final de cabeceira (40% da classificação prática): observação dum
doente e discussão da história clínica perante um júri constituído por dois
tutores, sendo um deles o responsável pelo ensino prático na enfermaria (o
regente poderá fazer parte, com os dois tutores, de um júri em cada
enfermaria); decorre nas 2 últimas semanas do estágio.
○ Avaliação teórica (30 % da classificação final) - Teste de escolha múltipla, baseado em
seis casos clínicos (um por cada um dos cinco capítulos da medicina interna incluídos
na prova de seriação para acesso ao internato da especialidade e um enquadrável
noutras áreas importantes). Para cada caso serão elaboradas três a quatro questões,
perfazendo um total de vinte. O teste será realizado para todos os grupos, no final dos
estágios, em Julho, com hipótese de repetição. O livro de referência será o Harrison’s
Principles of Internal Medicine. É necessário aproveitamento na avaliação prática
(classificação igual ou superior a 10 valores) para ser considerada a avaliação teórica.
Nesta, uma classificação inferior a 8 valores implica a repetição da avaliação; com
classificação de 8 ou 9 valores pode haver lugar a exame oral.
○ As avaliações são individuais e o peso de cada componente de avaliação é do
conhecimento dos alunos.
○ As notas são afixadas e são discriminadas as classificações finais de cada componente
da avaliação.
MI e SU - a avaliação é incorporada na nota de Medicina Interna, mas não é do conhecimento
dos alunos a sua ponderação.
Cirurgia (20%)
● ECTS: 10,8
● Duração: 8 semanas
○ Há limite de 2 faltas a aulas teórico-práticas e 4 faltas(dia) ao estágio.
● Rácio tutor/aluno: 1/3
● Disponibilização de Informação sobre o estágio e atendimento - O programa, métodos de
ensino e avaliação, bem como a bibliografia não são disponibilizados no Inforestudante.
● Programa - Apesar de ser promovido um trabalho continuado e autónomo por parte dos
estudantes, o exame final oral assume uma importância muito grande, impedindo de certo
modo que os alunos aproveitem da melhor forma todas as atividades que se podem realizar
no decorrer deste estágio;
● Atividades Letivas
○ Estágio tutorizado: 5 dias/ semana, 8h30-13h
○ Aulas teórico-práticas: 5.ª feiras, 14-18h (por vezes também 3.ª feiras, 14-18h)
● Método de avaliação - composto por uma prova oral, uma prova escrita (final de 40 perguntas
de escolha múltipla) e um relatório descritivo das actividades realizadas. Desconhece-se qual
a valorização que é dada a cada um dos componentes da avaliação.
Saúde Materna (10%) e Infantil (10%)
● ECTS: 5,4 + 5,4
● Duração: 4 semanas + 4 semanas
○ Há limite de 1 falta a aulas teórico-práticas e 2 faltas (dia) a cada um dos estágios.
● Rácio tutor/aluno: 1/1-2
● Disponibilização de Informação sobre o estágio e atendimento - O programa, métodos de
ensino e avaliação, bem como a bibliografia do estágio de Saúde Infantil são disponibilizados
no Inforestudante.
● Programa - tanto o programa como os objetivos são apresentados aos alunos no início de cada
estágio e são cumpridos.
● Atividades Letivas
Saúde Infantil
○ Aulas Teórico-práticas - decorrem no Auditório do Hospital Pediátrico Carmona da
Mota, à 2ª feira à tarde, das 16h30 às 18h30, para todos os alunos a frequentar o grupo
de Saúde Materna e Saúde Infantil; As aulas teórico-práticas, com registo de
presenças, constam da discussão de casos clínicos em grupos de 8 alunos (“problem
based small groups”) e da apresentação comentada por grupos de 8 alunos de uma
publicação científica recente.
○ Aulas Práticas/ Laboratoriais - Durante as 4 semanas do estágio de saúde infantil todas
as manhãs serão distribuídas tarefas clínicas para o período compreendido entre as 9 e
as 13 horas. As atividades diárias iniciam-se sempre às 9 horas com a apresentação dos
doentes internados nos dias anteriores e subsequente discussão. Terminam às 12h30
com o comentário e partilha das experiências dessa manhã. Durante as 4 semanas do
estágio (com registo de presenças) está prevista a frequência de consultas de
ambulatório no serviço de urgência do Hospital Pediátrico e de consultas externas de
especialidades ou subespecialidades médicas ou cirúrgicas pediátricas e do
internamento. Outros dias são preenchidos com a realização de procedimentos
invasivos em modelos (1 dia, “clinical skills lab”), o aperfeiçoamento da semiologia
com recurso a software específico (1 dia, “computer assisted learning”), de duas
histórias clínicas (2 dias), a observação de recém-nascidos normais sob a orientação de
um docente no Serviço de Neonatologia da Maternidade Bissaya Barreto (1 dia).
Saúde Materna
○ Estágio tutorizado
○ Aulas Teórico-práticas - decorrem no Auditório do Hospital Pediátrico Carmona da
Mota, à 2ª feira à tarde, das 14h30 às 16h00, para todos os alunos a frequentar o grupo
de Saúde Materna e Saúde Infantil; As aulas teórico-práticas, com registo de
presenças, constam da apresentação de temas do interesse de um médico
generealista, bem como da discussão de casos clínicos simulados;
● Método de Avaliação
Saúde Infantil
○ Avaliação contínua do estágio (70%):
■ 50% Avaliação diária com os tutores (pontualidade, assiduidade, interesse,
motivação, participação, iniciativa, conhecimentos, aptidões e atitudes
demonstrados)
■ 20% Apresentação nas aulas teórico-práticas de uma publicação científica
recente
○ Na última semana do estágio (30%)
■ Discussão oral de uma história clínica (20%) a última semana do estágio, de
âmbito alargado;
■ Relatório escrito de uma história clínica (10%)
Saúde Materna
● Avaliação contínua do estágio
● História clínica
● Prova escrita (a realizar na última semana de aulas)
Saúde Mental (10%)
● ECTS: 5,4
● Duração: 4 semanas
○ Há limite de 1 falta a aulas teórico-práticas e 2 faltas (dia) ao estágio.
● Rácio tutor/aluno: 1/1-2
● Disponibilização de Informação sobre o estágio e atendimento - O programa, métodos de
ensino e avaliação, bem como a bibliografia não são disponibilizados no Inforestudante.
● Programa - O programa não é disponbilizado online nem divulgado no início do estágio.
Porém, na manhã do primeiro dia de estágio, o Coordenador distribui os alunos pelos
respectivos tutores e explicita as regras de funcionamento
● Atividades Letivas
○ Estágio tutorizado: 5 dias/ semana, 8h30-13h. Durante o estágio, os alunos são
incentivados a participar nas diferentes reuniões organizadas pelo Serviço de
Psiquiatria, com debate sobre temas recentes, discussão de casos clínicos e
apresentação de artigos científicos.
○ Aulas teórico-práticas: 6.ª feiras, 16-18h
● Método de Avaliação: Relatório sobre as atividades desenvolvidas durante o estágio e/ou
apresentação de uma história clínica (variável entre tutores)
Medicina Geral e Familiar e Saúde Pública (20%)
● ECTS: 10,8
● Duração: 8 semanas
○ Há limite de 1 falta a aulas teórico-práticas e 2 faltas (dia) ao estágio.
● Rácio tutor/aluno: 1/1
● Disponibilização de Informação sobre o estágio e atendimento - O programa, métodos de
ensino e avaliação, bem como a bibliografia não são disponibilizados no Inforestudante,
apesar de terem sido apresentados na 1ª aula.
● Programa - tanto o programa como os objetivos são apresentados aos alunos no início de cada
estágio e são cumpridos.
● Atividades Letivas
○ Medicina Geral e Familiar -
○ Saúde Pública - 6 aulas teórico-práticas, de 2horas cada uma, que constam da
exposição de diapositivos pelos vários docentes;
● Método de Avaliação
○ Medicina Geral e Familiar - ;
○ Saúde Pública - ;
Oncologia (5%)
● ECTS: 2,7
● Duração: 2 semanas
○ Há limite de 1 falta a aulas teórico-práticas e 1 falta (dia) ao estágio.
● Rácio tutor/aluno: 1/2
● Disponibilização de Informação sobre o estágio e atendimento - O programa, métodos de
ensino e avaliação, bem como a bibliografia não são disponibilizados no Inforestudante.
● Programa - Os docentes não disponibilizaram no Inforestudante o programa da unidade
curricular nem identificaram as competências a adquirir pelos alunos.
● Atividades Letivas - frequência das unidades assistenciais de ensino e investigação das 08h às
16h, acompanhando os Doentes que a elas recorrem, bem como as actividades de
investigação que aí, eventualmente, ocorram. Durante este período de contacto, sempre
supervisionado pelo seu Tutor, desempenha essencialmente funções de interno para o
desenvolvimento de raciocínio clínico e prática de atitudes básicas no âmbito dos cuidados
oncológicos. Pretende-se desta forma que contacte directamente e em cenário real, com o
caso clínico e todas as suas consequências diagnósticas e terapêuticas.
● Método de Avaliação - Avaliação Contínua Estruturada, mas não foi dado a conhecer aos
alunos os componentes da avaliação, nem o seu peso relativo.
Trabalho Final
Este Trabalho Final pode assumir uma das seguintes quatro modalidades:
● Artigo científico
● Artigo de revisão
● Projecto de Investigação
● Relatório
O Orientador deste trabalho pode ser:
● Um Doutor ou Mestre da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra ou de outra
Faculdade, na qual o aluno esteja a desenvolver o seu trabalho, sendo que este deve ter um
Curriculum Vitae adequado à orientação do trabalho. Quando o orientador for externo à
Faculdade de Medicina, terá que existir um co-orientador da FMUC.
● Outras individualidades de reconhecido mérito científico, com actividade adequada à
orientação (sendo também necessário, neste caso, um co-orientador da Faculdade de
Medicina).
A proposta de tema e de orientação científica tem de ser entregue na Divisão Académica da
Faculdade, ao longo do 5º ano, tendo como limite o último dia útil do mês de Maio. De salientar que
todo o trabalho é efectuado em horário extra-curricular.
Posteriormente, a entrega do Trabalho Final é feita, ao longo do 6º ano, na Divisão Académica, nos
prazos definidos pelo Conselho Científico. Estes prazos variam anualmente, mas compreendem
habitualmente três fases de entrega, que correspondem, respectivamente, a três épocas de defesa.
Na defesa deste Trabalho Final, o aluno realiza uma apresentação oral com a duração máxima de 15
minutos, tendo o júri quinze minutos para colocar questões e o candidato igual período de tempo de
resposta. A duração máxima das provas é de quarenta e cinco minutos.
A classificação do Trabalho Final é expressa no intervalo 10-20 da escala numérica inteira de 0 a 20,
sendo o seu peso 10% da nota final do 6º ano (6 ECTS).
Caderneta do aluno do 6.º ano
Conjunto de procedimentos ou atividades que o estudante deve observar/ realizar, incluindo atos
das especialidades das rotações mas cuja valorização e ponderação é desconhecida pela totalidade
dos alunos.
Seminários
Todos os alunos do 6º ano têm ainda, ao longo do ano, 20 seminários (com uma frequência
aproximadamente semanal), acerca de temas considerados pertinentes e importantes para a sua
formação.
Os estudantes podem faltar a 4 seminários.
O 6º Ano Médico nas Escolas Médicas Portuguesas
Tabela síntese do ano profissionalizante das 8 Escolas Médicas/Faculdades nacionais com os principais pontos em comum. Os
asteriscos indicam peculiaridades daquele estágio/rotação, descritos ao longo do documento (in Ano Profissionalizante do curso de
Medicina, ANEM-GTEM março de 2013)
As Críticas e Propostas de alteração
Importa antes de mais referencia que algumas alterações realizadas no passado por sugestão das
Comissões de Curso do 6º ano e aceites pelo no passado
1. Geral
A) Uniformização da metodologia de ensino e avaliação
Atualmente não existe uniformidade em relação a tutores, horários e conteúdos pedagógicos num
mesmo estágio. Acredita-se que é necessária uma harmonização da carga de trabalho e os critérios de
avaliação dentro de cada estágio, visto serem discrepantes conforme os tutores. Além disso, há
alguma variância em relação à qualidade e formação pedagógica dos tutores.
Neste sentido, sugere-se:
● Concertação em termos de definição de objetivos pedagógicos, métodos de ensino e
métodos de avaliação, a executar pelos tutores de cada estágio.
● Realização de um questionário de avaliação, a responder pelos discentes, que possa orientar
e estimular os tutores na melhoria do seu desempenho pedagógico.
B) Redução da carga horária e estágio profissionalizante
Os estudantes do 6º ano médico em Coimbra sentem-se atualmente em desvantagem perante os
seus pares de outras Escolas Médicas, por terem um ano curricular que exige muito mais horas de
trabalho do que noutras Faculdades para a sua concretização.
O 6º ano além da componente curricular é também o ano de preparação para o Exame Nacional de
Seriação do Internato Médico, decisivo na possibilidade de escolha da especialidade a aprender.
Os alunos de Coimbra sentém-se em desvantagem por terem de investir parte do seu tempo:
1. A estudar para avaliações de conteúdos sobre os quais foram previamente avaliados nos 5
anos de curso que completaram;
2. A passarem algumas manhãs num serviço hospital sem qualquer atividade para realizarem.
O 6º ano deverá ser um estágio profissionalizante. Assim, sugere-se:
● Alteração da metodologia de ensino no estágio procurando que o discente observe e
execute, sob supervisão as várias competências que deve saber executar no final de cada
estágio; deve ser realizado pelo tutor um acompanhamento e monitorização desta
progressão, que só é possível se:
○ o discente tiver oportunidade de executar as competências a aprender;
○ a sua aprendizagem for valorizada e garantida pelo registo no logbook de
competências;
Esta metodologia poderá levar algum tempo a ser implementada com qualidade, mas
sugere-se a curto prazo a designação das competências que cada estágio pode garantir a sua
aprendizagem e execução pelo discente.
● Redução ou Eliminação da avaliação final e sumativa, valorizando a avaliação contínua e da
execução prática de competências clínicas em diferentes contextos; os alunos que chegam ao
6º ano já foram avaliados na componente teórica em várias Unidades Curriculares (saber e
saber como); importa no Estágio Curricular e Programado avaliar se executam sob supervisão
e se sabem fazê-lo independentemente; para fazer isto é relevante acompanhar a progressão
do estudante ao longo do estágio e priveligiar a aprendizagem e avaliação contínua em tempo
letivo, aproveitando o rácio tutor/aluno no 6º ano.
C) Disponibilização da Informação sobre o 6º ano
Até agora a informação sobre os estágios, seminários, caderneta, trabalho final ou mesmo
especificidades do 6º ano médico estão distribuidas por vários locais e sites o que não permite um
fácil acesso a todo o material.
Sugere-se que doravante seja privilegiada a disponibilização de toda a informação e materiais sobre o
6º ano no Inforestudante, na Unidade Curricular definida como Estágio Programado e Orientado.
● Devem ser atualizadas as informações relativas ao Programa, Métodos de Ensino e Avaliação
de todos os estágios, seminários, trabalho final e caderneta.
● As notas e os materiais de apoio devem ser disponibilizados em documentos para consulta,
evitando a necessidade dos estudantes de se dirigirem aos serviços para acederem à
informação.
● Pode ainda aproveitar-se as funções de submissão de trabalhos para a entrega do Trabalho
Final e dos Fóruns de Discussão para disponibilização de casos clínicos para resolução dos
alunos.
D) Monitorização e reavaliação
O 6º ano do MIM é um ano que exige um grande acompanhamento e aplicação de mudanças
estruturais para a sua melhoria.
Sugere-se um acompanhamento dos progressos entre o Coordenador do Curso e a Comissão de Curso
do 6º ano para verificar os efeitos das alterações implementadas e resolução dos problemas que
surgirem, conforme já vem a ser feito.
Estágios
Medicina
A principal queixa prende-se com as disparidades de critérios de avaliação entre tutores. Além disso
não é clara a valorização das componentes de Medicina Intensiva e Serviço de Urgência na avaliação.
Sugere-se para este estágio que:
● Se definam os critérios de avaliação a seguir por cada tutor, garantindo a resolução de
desigualdades conforme os tutores;
● destaquem a valorização das componentes de Medicina Intensiva e Serviço de Urgência na
avaliação.
Cirurgia
Além das fragilidades comuns aos outros estágios, no caso particular de cirurgia a avaliação merece
bastantes críticas por parte dos alunos. Muitos consideram-na injusta e desmedida, não servindo os
propósitos de avaliação de um estágio. As críticas apontadas referem-se à avaliação final:
● A avaliação consiste numa oral à cabeceira do doente com duração variável (pode durar entre
três minutos a cerca de uma hora);
● Os critérios de avaliação não estão definidos;
● O júri é constituído por uma só pessoa;
● A marcação das datas das provas é feita com pouca antecedência e pode ser mudada sem
qualquer aviso prévio, na maioria das vezes, não se cumprindo as horas estipuladas;
● Caso um aluno seja reprovado, nunca sabe quando poderá repetir a prova (há alunos a quem
é concedida a repetição na fase imediatamente seguinte enquanto que outros apenas o
poderão fazer em junho, na última fase, ou em julho);
● A avaliação contínua do estágio realizada pelo tutor que acompanhou o aluno diariamente ao
longo de oito semanas de estágio é suplantada pelo momento de avaliação oral final.
● Não é clara a percentagem de qualquer uma das componentes da avaliação deste estágio.
● Os estudantes consideram que representa alguma sobrecarga para os alunos e que os
conteúdos teóricos que são alvo de de avaliação, já foram avaliados ao longo do curso em
unidades curriculares do 3º e 4º anos.
Sugere-se para este estágio que:
● Se disponibilizem os objetivos pedagógicos e métodos de avaliação, apresentando a
valorização de cada um dos parâmetros;
● Valorize uma avaliação contínua ao longo do estágio, definindo os critérios de avaliação a
aplicar, garantindo a resolução de desigualdades conforme os tutores;
Saúde Materna e Infantil
A única crítica que podemos apontar, principalmente pelo facto de se tratar de um estágio
profissionalizante e com uma componente prática predominante, é alguma falta ocasional de
uniformidade dos tutores, podendo haver casos (bastante raros, no entanto) em que o cumprimento
total do programa não é conseguido. No entanto, esta crítica é também uma vantagem por outro lado,
uma vez que esta situação só acontece para dar a oportunidade aos alunos de existir um rácio
aluno-tutor de 1-2:1.
Quanto à saúde infantil, uma vantagem muito grande é a diversidade de serviços pelos quais os
alunos têm a oportunidade de passar. No entanto, esta mesma vantagem é vista por muitos alunos
como uma limitação, uma vez que não lhes permite ter um estágio verdadeiramente
profissionalizante, pois mudando de serviço todos os dias, não estabelecem uma relação aluno–tutor
que lhes permita levar a cabo alguns atos médicos.
Não se sugerem alterações específicas.
Saúde Mental
No entender dos alunos, no início do estágio, deveria ser dada a conhecer a planificação das aulas
teórico-práticas, para que os mesmos soubessem quais os temas que vão ser debatidos.
Sugere-se para este estágio que:
● Se disponibilize no Inforestudante as informações do estágio bem como a a planificação das
aulas teórico-práticas;
Medicina Geral e Familiar e Saúde Pública
Atualmente o estágio pode ser realizado na área de residência dos alunos. Essa possibilidade é
atualmente limitada pela necessidade de participação obrigatória nos seminários e nas 6 aulas
teórico-práticas relativas à componente de Saúde Pública.
No caso particular das aulas teórico-práticas de Saúde Pública há ainda a referir que os temas não são
repetidos, mas são dados de forma demasiado extensa e pormenorizada.
Sugere-se que:
● Os alunos que realizem este estágio na sua área de residência possam realizar as aulas
teórico-práticas noutra rotação, bem como não serem contabilizadas as faltas aos seminários.
● O programa das aulas teórico-práticas de Saúde Pública seja remodelado de forma a realçar o
essencial que teremos de conhecer na prática do dia-a-dia.
Oncologia
No entender dos alunos, no início do estágio, deveria ser dada a conhecer a planificação das aulas
teórico-práticas, para que os mesmos soubessem quais os temas que vão ser debatidos.
Sugere-se para este estágio que:
● Se disponibilize no Inforestudante as informações do estágio bem como a a planificação das
aulas teórico-práticas;
Aulas teórico-práticas
Os conteúdos da maioria das aulas teórico-práticas já foram abordados ao longo dos 5 anos curso
completados, o que condiciona o interesse dos estudantes relativamente a estas aulas.
Além disso, critica-se veemente a exigência de 8 semanas de aulas teórico-práticas para estágios de 4
semanas. Atualmente existem alunos a frequentar as aulas antes de iniciarem o estágio e alunos que
já terminaram o estágio e que já fizeram avaliação a continuar a participar nas aulas.
Deste modo sugere-se :
● As aulas teórico práticas sirvam para os alunos aprenderem a executar atos médicos (por
exemplo cateterismos, algaliações, suturas) dentro do âmbito de cada estágio, recorrendo
também a modelos e simuladores (relacionar com as sugestões da caderneta).
● Redução do número de aulas teórico-práticas, com a duração máxima do estágio relacionado;
● A inclusão do curso de Suporte Avançado de Vida, com mais horas de formação neste mesmo
modelo de aulas teórico-práticas.
Trabalho Final
À data, além do Trabalho Final do 6º ano não ser destacado no plano curricular em vigor, disponível
em Diário da República, não há qualquer horário ou formações dedicados à sua elaboração.
Sugere-se:
● Disponibilização aos alunos do MIM, especialmente aos alunos 5º e 6º ano, seminários e
workshops curriculares de presença facultativa que ensinem e apoiem a preparação do
Trabalho Final;
● No início do ano lectivo, o aluno possa apresentar a indicação de um horário semanal com um
máximo 81 horas anuais(metade das horas de trabalho correspondentes aos 6 ECTS) para
rever e para ter reuniões com o orientador, com o objetivo de preparação do trabalho final.
Caderneta do aluno do 6.º ano
A criação desta caderneta para utilização dos alunos do 6º ano levanta alguns problemas pelo fraco
reconhecimento dos tutores na sua utilização e a valorização inexistente desse esforço dos
estudantes em garantir a realização de atos e competências para o seu preenchimento.
Sugere-se que seja considerada para aprovação em cada um dos estágios o preenchimento mínimo de
alguns atos e competências relativos ao estágio em questão.
Seminários
Os seminários atualmente são considerados pelos estudantes como redundantes. Reconhece-se que
inclusive os docentes verificam a falta de interesse dos estudantes. Além disso a sua realização ao
longo do ano, com presença obrigatória, limita a possibilidade de realização de estágios fora dos
CHUC, pois os alunos têm de voltar a Coimbra para o Seminário.
Sugere-se a sua remodelação, incluindo:
● Redução do número de seminários;
● Escolha de temas, não relacionados exclusivamente com os estágios, mas adaptados a
assuntos relacionados com a prática clínica e referentes às principais lacunas curriculares,
como por exemplo: Comunicação em medicina, Prescrição racional de medicamento,
Interpretação de exames de imagem, Exames laboratoriais e a sua relação com a clínica,
Medicina Translacional, Principais sintomas/ síndromes em serviço de urgência e sua
abordagem, Gestão em Saúde, Empreendedorismo em Medicina, Dilemas éticos.
● Deve ainda considerar-se a sua realização numa semana ou período de tempo exclusivo de
forma a garantir a presença dos alunos que tenham interesse em realizar mobilidade nacional
ou internacional.
● Pode ainda considerar-se a alteração dos moldes atuais dos seminários, realizando um
congresso ou jornadas onde os próprios alunos poderiam apresentar os seus trabalhos finais.