A cultura da Mandioca – Manihot esculenta Crantz
Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel – UFPel
Outubro de 2013
Fonte: amazonsecrets.com.br
Origem da Mandioca
O pão dos Trópicos (José de Anchieta, 1560)
- Lendas indígenas
“Mani – oca” – casa de Mani
H. CENTRO SUDAMERICANO a) Perú-Ecuador-Bolivia Pimentón - Ají (Capsicum
annuum) Zapallo (Cucurbita maxima) Tomate (Lycopersicon esculentum) Poroto Lima
(Phaseolus lunatus) Poroto Común (Phaseolus vulgaris) Tomatillo (Physalis peruviana)
Papa andina (Solanum andigenum) Pepino Fruta (Solanum muricatum) Papa (Solanum
tuberosum) (2n = 24) b) Chile Papa (Solanum tuberosum) ( 2n = 48) c) Brasil-Paraguay
Mandioca (Manihot esculenta)
Mapa da distribuição da Mandioca no Mundo
Fonte: www.ciat.cgiar.org
Fonte energética de 700 milhões de pessoas nos países em desenvolvimento
Mais de 80 países cultivam mandioca
468250135405
84127
135405
Área (ha)
6810
5857
1390 2410
Quantidade Produzida
(mil t)
27,77
9,83
9,83
Participação da Produção
(%)
14,54
20,64
17,8
Rendimento médio (t/ha)
Norte Nordeste Sul Centro Oeste Sudeste
PA = 4,8 mi de t
RR = 77 mil t
MS = 572 mil t
DF = 15 mil t
Brasil: 26,7 mi t
PR = 3,3 mi de t
SC = 582 mil t
RS = 1,3 mi de t
SP = 1,03 mi de t
RJ = 128 mil t
BA = 4,3 mi de t
PB = 299 mil t
7,6 mi de t
(27%)
1,7 mi de t
(6%)
9,8 mi de t
(36%)
2,34 mi de t
(9%)
5,2 mi de t
(22%)
Fonte: adaptado de
Luciano da Silva Souza –
Embrapa CNPMF –
Dados atualizados IBGE
2008
Fonte: asminasgerais.com.br
Questionamentos:
Como a pesquisa pode contribuir para a melhoria
do sistema produtivo da mandioca?
1. O quê estamos plantando no RS?
2. Quais são nossos principais pontos de estrangulamento?
3. Quais e quantas são as experiências de cultivo e processamento?
4. Como apoiar a conservação dos materiais genéticos?
5. Como auxiliar na resolução do grave problema de falta de mudas?
6. Qual a tendência para a pesquisa e para o mercado da mandioca de mesa?
Jornal “O Taquaryense” 16/11/1929
Fonte: Cinara Morales – Fepagro Taquari
DENOMINAÇÃO DENOMINAÇÃO DENOMINAÇÃO DENOMINAÇÃO DENOMINAÇÃO
Aipim Gigante BRS Jarina CruvelaIAC 12 (Clone IAC
12-829)Pernambucana
Amassa Burro BRS Kiriris Empasc 251(Machado)IAC 13 (Clone IAC
44-82)Pretinha
Branca de Santa
CatarinaBRS Mari FEPAGRO-RS 13 Vassourinha
IAC 14 (Clone IAC
114-80)Rosa
Branquinha BRS Mulatinha FEPAGRO-RS 14 Taquari Iapar 19 (Pioneira) Santa Matilde
BRS Aipim Brasil BRS Poti Fitinha (Içara) ICB 300 Saracura
BRS Aramaris BRS Poti Branco Guarani ICB 300 P SCS252 Jaguaruna
BRS Caipira BRS Prata IAC 14-18 (Clone 14-18) Mandim Branca SCS253 Sangão
BRS Caipora BRS Rosada IAC 576-70 (Clone IAC 576-70) Manteiga UNB 107
BRS Colonial BRS Tapioqueira IAC 59-210 (Clone IAC 59-210) Mantiqueira UnB 119
BRS Dourada BRS VerdinhaIAC Caapora (Clone IAC 105-
66)Maragogipe UnB 120
BRS Gema de Ovo Bujá IAC Iracema (Clone IAC 7-127) Mestiça UnB 120
BRS Guaíra CaririIAC Jaçanã (Clone IAC X-352-
7)Mico UnB 530 P
BRS Jari CrateúsIAC Mantiqueira (Clone IAC 24-
2) Moreninha Urubu
Cultivares de Mandioca registradas no Ministério da Agricultura
Fonte: www.agricultura.gov.br
Variedades de mandioca não registradas
- Bancos de germoplasma com muitas variedades
coletadas junto a agricultores e indígenas;
- Só em São Paulo foram coletas na década de 80 cerca
de 700 cultivares autóctones;
- Materiais oriundos dos programas de melhoramento;
E no Rio Grande do Sul????
- Cultivares e seleções coletadas e avaliadas pela FEPAGRO
-Inverno rigoroso
-Introdução de materiais de outros estados, principalmente
do PR e MS
-Tolerância a bacteriose, antracnose e super brotamento;
Fonte: www.iaracaju.infonet.com.br
Banco de Germoplasma e Avaliação de Cultivares no RS
- Coleta e envio de amostras de manivas para plantio e
posterior caracterização (morfológica, agronômica e molecular);
- Introdução de materiais registrados
a) Embrapa Mandioca e Fruticultura;
b) Embrapa Cerrados;
c) IAC –Campinas;
d) IAPAR;
e) EPAGRI;
f) Universidade de Brasília;
Fonte: Chielle et. al. (2009)
Algumas cultivares Comerciais
São Paulo:
-IAC 576 - Amarela
-Cultivar lançada pelo IAC em 1984;
-Excelente padrão culinário;
-Polpa creme quando crua e amarela quando
cozida;
-Medianamente resistente a bacteriose
-IAC 24-2 – Mantiqueira
-Cultivar lançada pelo IAC em 1957;
-Resistente a bacteriose;
-Talvez cultivar mais difundida pela sua
adaptação
-Pioneira
-Lançada pelo IAPAR;
-apresenta ótimo padrão culinário - a “mandioca que frita sem cozinhar”
-medianamente resistente à bacteriose e ao super alongamento.
-BRS Gema de Ovo
-apresenta ótimo padrão culinário
-bom cozimento e padrão de massa cozida
-Susceptível à bacteriose
-Polpa creme quando crua e amarela quando cozida
-Verdinha (IAC 14-18)
-Resistente à bacteriose,
-produtiva,
-alto teor de matéria seca, gerando uma massa cozida mais farinácea.
-Exigente quanto à fertilidade do solo
Introdução:
-Cultivares desenvolvidas para as regiões Sudeste, Centro-oeste e
Nordeste se adaptam as condições edafoclimáticas do RS?
-Tendência de mercado para cultivares amarelas – ricas em
betacaroteno : precursor da vitamina A
-Será que só a introdução de cultivares resolve o problema das
baixas produtividades? Ou estará associado ao manejo da cultura?
Fonte: Luciano da Silva Souza – Embrapa CNPMF, 2009
Como armazenar corretamente as estacas:
1. Verticalmente
- Protegida de geadas;
- Protegidas dos ventos frios predominantes;
- Base enterrada no solo cerca de 5cm;
- Cobertas com capim ou palha;
- Manter úmidas as estacas, mas sem excesso para evitar
apodrecimento;
- Dominância apical – poucas gemas brotam durante o
armazenamento;
- Possibilidade de armazenamento por maior período;
2. Horizontalmente:
- Tempo de duração é menor – maiores perdas;
- Deve ser mantida com a cepa;
- Deve ser coberta com capim para proteger de geadas e
reduzir a desidratação;
- Possibilidade de brotação de várias gemas e perda da rama;
1. Aspectos agronômicos da cultivar:
- Finalidade a que se destina;
2. Qualidade das manivas
- Hastes maduras – 8 a 10 meses ou quando no mínimo 1/3 folhas
já tiverem caído;
- Terço médio da haste;
- 15 a 20 cm de comprimento com 5 a 7 gemas;
- Medula sadia;
- Maniva de haste com umidade – fazer um pequeno corte e a
seiva tem que escorrer;
- Corte em ângulo reto;
3. Sanidade da planta e das manivas
- Manivas isentas de pragas e de doenças – grande parte das
doenças é transmitida através das mudas;
4. Capacidade de armazenamento das manivas
5. Baixa taxa de multiplicação
Fonte: Luciano da Silva Souza – Embrapa CNPMF, 2009
Colheita
Deterioração fisiológica: 24 a 72 horas
Mais curto período de pós-colheita entre as principais culturas que produzem raízes de reserva
Compostos fenólicos – oxidados – formando quinona - pigmentação
Principais problemas fisiológicos e fitossanitários
Controle biológico do mandarová – Erinnyis ello
L.
-Baculovirus erinnyis
Controle mecânico
- Armadilha luminosa
Controle da mosca-branca
- Variedades resistentes
- Cladosporium sp.
Controle do percevejo-de-renda
- resistência varietal
- Hyaliodes vitreus e H. beckeri
- Beauveria bassiana
Controle de ácaros
- Variedades
- Coleópteros -Stethorus e Oligota
-Ácaros fitoseídeos
- Mecanismos de resistência
Sphaceloma manihoticola Fungo de epiderme
Produz giberelinas para induzir a formação de tecido jovem
Possui grande variabilidade genética
Desafio
Mandioca de qualidade
ObrigadoJosé Ernani Schwengber – Pesquisador Embrapa Clima Temperado