UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
AVM FACULDAE INTEGRADA
A EAD E A UTILIZAÇÃO DA PLATAFORMA MOODLE
Por: Ronaldo dos Anjos de Araujo
Orientador: Profª Mary Sue de Carvalho Pereira
Rio de Janeiro
2016
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
AVM FACULDAE INTEGRADA
A EAD E A UTILIZAÇÃO DA PLATAFORMA MOODLE
Apresentação de monografia ao Instituto A Vez do
Mestre – Universidade Candido Mendes como
requisito parcial para obtenção do grau de
especialista em Docência do Ensino Superior.
Por: Ronaldo dos Anjos de Araujo
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AGRADECIMENTOS
Agradeço a todos que colaboraram de
forma direta ou indiretamente para o
desenvolvimento e conclusão deste
trabalho, em especial aos alunos dos
diversos cursos superiores de EAD do
CEDERJ.
4
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho, a minha família,
minha esposa e minha filha, por
compreenderem muitas vezes a minha
ausência.
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RESUMO
A presente pesquisa teve como principal objetivo reconhecer as ferramentas de apoio utilizadas no Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) Moodle que proporcionam maior interatividade e aprendizagem, na perspectiva do educando, sendo classificada, quanto aos fins, como exploratória, tendo como objetivo proporcionar maior familiaridade com o problema. Quanto aos meios de investigação, foi classificada como bibliográfica, visto que foi desenvolvida com base em materiais publicados em livros, revistas, jornais, artigos e redes eletrônicas. Também foi utilizado como fonte de consulta um questionário distribuído à um grupo de (42) quarenta e dois alunos de diversos cursos superiores de Ensino a Distância (EAD) do Centro de Educação Superior a Distancia do Estado do Rio de Janeiro (CEDERJ), que utilizam ou utilizaram as ferramentas de apoio do AVA Moodle, pessoas que tiveram experiências práticas com o problema pesquisado. Os resultados foram analisados com base na hipótese e nos pressupostos teóricos que nortearam a pesquisa. Ao final da análise foi possível percebemos que existem diversas ferramentas a serem utilizadas de forma interativa e que o seu uso pode variar de acordo com a sua função na proposta pedagógica do curso. Além disso, identificamos ferramentas da Web 2.0 que podem ser utilizadas em conjunto com as ferramentas formais do Moodle. Estas ferramentas promovem maior envolvimento e interação entre os alunos, professores e o curso. Também percebemos que nem todas as ferramentas oferecidas pelo ambiente são utilizadas, porem é visível a preferência pela utilização dos fóruns, pois a maioria dos alunos entrevistados, responderam que o fórum é o recurso que mais proporciona a interatividade e aprendizado.
Palavras–chave: AVA Moodle, Ensino a Distância e Ferramentas.
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METODOLOGIA
Esta pesquisa foi classificada como exploratória, tendo como objetivo
proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais
explícito ou a constituir hipóteses e como objetivo principal o aprimoramento de
idéias ou a descoberta de intuições, Segundo a obra de GIL (2002).
Quanto aos meios de investigação, foi realizado um levantamento
bibliográfico e desenvolvida com base em materiais publicados em livros,
revistas, artigos e redes eletrônicas. Também foi utilizado como fonte de
consulta um questionário, distribuído à um grupo de (42) quarenta e dois
alunos de diversos cursos superiores de Ensino a Distância (EAD) do Centro
de Educação Superior a Distancia do Estado do Rio de Janeiro (CEDERJ), que
utilizam ou utilizaram as ferramentas de apoio do AVA Moodle, pessoas que
tiveram experiências práticas com o problema pesquisado.
Buscou-se inspirar nas experiências de John B. Thompson para
entender as relações de espaço e tempo. Em seu livro “A mídia e a
modernidade: uma teoria social da mídia”, o autor faz um contexto histórico
sobre as evoluções das mídias e dos meios de comunicação que alteraram de
certa forma o modo de viver da sociedade. E propõe que “o estudo da mídia
pertence verdadeiramente: no âmago dos estudos das sociedades modernas”.
(2012, p.8)
Visto a complexidade da utilização da plataforma Moodle, essa pesquisa
buscou detalhar minuciosamente as mais variadas ferramentas de interação e
colaboração, além das ferramentas de interface utilizadas nesse ambiente,
sendo essas analisadas no presente estudo: fórum, chat, wiki, Glossário,
questionário, mensagens, vídeos, imagens, áudios e links. Contudo, sabe-se,
portanto que nem todas essas ferramentas que foram detalhadas são
realmente utilizadas ou até mesmo conhecidas por todos os indivíduos que
fazem uso desta plataforma.
Para responder aos objetivos desta pesquisa, foram analisados e
interpretados os dados, apresentados por meio de planilhas e gráficos e em
seguida foi realizada uma análise fundamentada nos pressupostos teóricos que
nortearam a pesquisa, a fim de apresentar os resultados.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 8
CAPÍTULO I - EAD e Cultura Digital 11
CAPÍTULO II - O AVA Moodle 19
CAPÍTULO III – Análise e Interpretação dos Dados 33
CONCLUSÃO 39
BIBLIOGRAFIA 41
ANEXO 1 43
INDICE 48
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INTRODUÇÃO
A tecnologia se faz presente, desde os primórdios da evolução humana,
na atualidade vivemos um momento em que a educação assume o papel do
domínio dessas tecnologias. A tecnologia da Informação (TI) vem alterando
comportamentos, o uso intensivo da internet traz mudanças nas formas de
pensar, sentir e agir, interferindo nas relações políticas, econômicas e
principalmente educacionais, se colocando a disposição na formação de uma
sociedade mais igualitária. De acordo com Kenski (2007), “não basta usar a
televisão ou o computador, é preciso saber usar de forma pedagogicamente
correta a tecnologia escolhida.”(p.46)
Visto que, a educação a distância (EAD), passa por período de
mudanças, com desenvolvimento continuo de tecnologias que facilitam cada
vez mais a aprendizagem em ambientes virtuais e sendo alvo de várias
pesquisas no cenário brasileiro e foco no campo educacional, este tipo de
modalidade de ensino, sofre influência por diversas tecnologias. As TI que vem
interferindo positivamente nas relações educacionais, proporcionando acesso
aos mais diferentes grupos da sociedade, possibilita uma educação de
diferentes dimensões, o modelo de aprendizagem que antes era
predominantemente individual, vem se caracterizando um modelo grupal, com
mídias interativas.
A internet vem ampliando as possibilidades de participação entre os
alunos e tutores, através da EAD online, seja essa: graduação, pós-graduação,
especialização entre outros. Várias instituições de ensino vêm utilizando
ambientes que oferecem recursos específicos e várias formas de interação,
conhecidos como Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) ou Virtual Learning
Evironmet (VLE) que é um conjunto de ferramentas para administração de
cursos através de redes de computadores, como a internet, entre eles o AVA
moodle.
Após realizar diversas leituras no que diz respeito a Ambientes Virtuais
de Aprendizagem, optou-se para o estudo das ferramentas utilizadas no AVA
Moodle, por ser uma plataforma de aprendizagem a distancia baseado em
software livre, gratuito e aberto e atualmente um sistema consagrado com uma
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das maiores bases de usuários no mundo, utilizado pela maioria das
universidades públicas.
A filosofia educacional sobre a qual se baseia o Moodle é a do
construcionismo, que afirma que o conhecimento é construído na mente do
estudante, ao invés de ser transmitido sem mudanças a partir de livros, aulas
expositivas ou outros recursos tradicionais de instrução. Os cursos
desenvolvidos no Moodle são criados em um ambiente centrado no estudante
e não no professor, o professor ajuda o aluno a construir este conhecimento
com base nas suas habilidades e conhecimentos próprios, ao invés de
simplesmente publicar e transmitir este conhecimento. Por esta razão, o
Moodle dá uma grande ênfase nas ferramentas de interação entre os
professores (tutores) e alunos de um curso.
Sendo assim, esta pesquisa tem como tema, EAD e a Plataforma
Moodle, e considerando que os professores (tutores) da EAD já possuem os
conhecimentos necessários para o manuseio das ferramentas, fica evidenciado
que esta possui relevância acadêmica e importância científica, visto que busca
investigar as ferramentas de apoio, utilizadas pelos educadores (tutores) e
educandos no AVA Moodle, que proporcionam maior interatividade e
aprendizagem, na perspectiva dos educandos, a fim de formar opinião a cerca
do assunto e contribuir para um possível aperfeiçoamento e/ou melhoria
dessas ferramentas no processo ensino-aprendizagem, sendo definido como
problema de pesquisa: Quais as ferramentas de apoio, utilizadas no Ambiente
Virtual de Aprendizagem (AVA) Moodle que proporcionam maior interatividade
e aprendizagem, na perspectiva do educando?
Para investigação do problema de pesquisa foi levantada a seguinte
Hipótese: Considerando que nem todas as ferramentas de apoio
disponibilizadas no AVA Moodle são realmente utilizadas ou até mesmo
conhecidas por todos os educandos que fazem uso desta plataforma, devemos
levar em consideração que alguns pressupostos podem influenciar em sua
utilização, tal como: Relação espaço e tempo, habilidade, disponibilidade de
máquina, tempo disponível, acesso a internet e idade.
Dessa forma, a presente pesquisa tem como objetivo geral, Reconhecer
as ferramentas de apoio utilizadas no AVA Moodle que proporcionam maior
interatividade e aprendizagem, na perspectiva do educando.
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Para atingir o objetivo geral, serão seguidos os seguintes objetivos
específicos:
a) Identificar o perfil dos educandos do Ensino a Distância (EAD);
b) Descrever as funcionalidades das ferramentas de apoio utilizadas no
AVA Moodle; e
c) Determinar quais as ferramentas de apoio, utilizadas no AVA Moodle,
que proporcionam maior interatividade e aprendizagem, na
perspectiva do educando.
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CAPÍTULO I
EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA E CULTURA DIGITAL
Para Moran (2002) “a Educação a distância é o processo de ensino-
aprendizagem, mediado por tecnologias, onde professores e alunos estão
separados espacial e/ou temporalmente”. Assim como para Maia e Mattar
(2007) “a EaD é uma modalidade de educação em que professores e alunos
estão separados, planejados por instituições e que utilizam diversas
tecnologias de comunicação”.
Os autores nos mostram ideias parecidas, onde as tecnologias estão
sempre sendo utilizadas por professores e alunos, e ambos estejam
separados, ou seja, este modelo de ensino é bem diferente do ensino
presencial. O modelo tradicional de educação requer alunos e professores em
determinado espaço (sala de aula) e tempo (aproximadamente quatro horas
por dia) para que ocorra o processo de ensino aprendizagem.
Segundo Gil (2004) em depoimento, registrado no site cultura digital, o
ex-Ministro da Cultura, define:
Cultura digital é um conceito novo. Parte da ideia de que a revolução das tecnologias digitais é, em essência, cultural. O que está implicado aqui é que o uso de tecnologia digital muda os comportamentos. O uso pleno da Internet e do software livre cria fantásticas possibilidades de democratizar os acessos à informação e ao conhecimento, maximizar os potenciais dos bens e serviços culturais, amplificar os valores que formam o nosso repertório comum e, portanto, a nossa cultura, e potencializar também a produção cultural, criando inclusive novas formas de arte.
Podemos observar que em ambos os conceitos, tanto da EaD quanto
Cultura digital, nota-se que o uso das TIC alteram as formas de relação e
interação entre indivíduos e de certa forma altera a sociedade.
Concorda-se com Thompson (2012, pag. 197) quando ele fala que:
um dos aspectos mais salientes da comunicação no mundo moderno é que ela acontece numa escala cada vez mais global. Mensagens são transmitidas através de grandes distâncias com relativa facilidade, de tal maneira que indivíduos têm acesso a informação e comunicação provenientes de fontes distantes. Além disso, com a separação entre o espaço e tempo trazida pelos meios eletrônicos; o acesso às mensagens provenientes das mais remotas fontes no espaço pode ser instantâneo ou virtualmente instantâneo.
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Além disso, esse novo modelo de comunicação possibilita o indivíduo,
sair da posição passiva de espectador que só consumia as mídias. Para esse
caso, existiam produtores que planejam programas e tinha determinados textos
a serem ditos a diversos tipos de públicos. O que vem mudando com a cultura
digital, é que esses espectadores estão saindo da sua zona de conforto e
passando a produtor de conteúdos, utilizando diversas mídias sociais, como
YouTube, Facebook, Linkedin, Twitter, entre outras. De acordo com Jenkins
(2008) “a cultura da convergência é um fenômeno que está revolucionando o
modelo de encarar a produção de conteúdo em todo mundo”. O autor ressalta
que “a cultura da convergência é a colisão entre as velhas e novas mídias,
onde a mídia corporativa e a mídia alternativa se cruzam, onde o poder do
produtor de mídia e o poder do consumidor interagem de maneiras
imprevisíveis”. (p.27)
Para o autor há três conceitos importantes que nos ajudam a pensar
sobre as alterações que estão acontecendo. Sendo o primeiro de convergência
dos meios de comunicação, ou seja, o fluxo de conteúdos através de múltiplos
suportes midiáticos. O segundo de cultura participativa que aponta a diferença
com noções mais antigas sobre a passividade dos espectadores frente aos
meios de comunicação. E o último de inteligência coletiva expressão cunhada
por Pierre Lévy (1998), onde o autor relata que “nenhum de nós pode saber
tudo; cada um de nós sabe alguma coisa; e podemos juntar as peças, se
associarmos nossos recursos e unirmos nossas habilidades” (p.28).
1.1 Contexto histórico
Com o crescimento das ferramentas da internet, a Educação a Distância
(EAD), vem ganhando mais espaço no cenário da educação brasileira. Cada
vez mais Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) fazem parte, de
uma maneira rápida, das pessoas se comunicarem, interagirem e
compartilharem conteúdos. Há alguns anos a EAD vem sendo foco de
pesquisa no campo educacional.
Principalmente, na última década, a educação a distância, juntamente
com as TIC, ganharam espaços significativos na educação brasileira. Com o
avanço tecnológico, a EAD, sofreu atualizações que foram de grande
importância para este modelo de educação. Alterando, de certa forma, os
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espaços de ensino-aprendizagem. De acordo com Maia e Matar (2007) “talvez
nenhuma novidade tenha produzido um impacto tão intenso na história da
educação quanto o desenvolvimento da educação a distância, especialmente
da educação on-line, nos últimos anos”.
A EAD, antes utilizada, apenas, em casos específicos, agora possibilita
a flexibilização dos espaços e tempos, ou seja, não é mais necessário estar
presente, em determinada hora, para interagir. Além disso, as plataformas dos
cursos de EAD, possibilitam a interação síncrona e assíncrona, por diversas
mídias, como videoconferência, chats, fóruns de discussão, entre outros.
Desse modo, o aluno cumpre suas tarefas em horários distintos, diferente do
que acontece com o modelo presencial.
A educação a distância nos últimos anos tem crescido expressivamente
no âmbito nacional, inclusive nas universidades e empresas corporativas. Mas
nem sempre foi assim. A EAD, por alguns autores é divida em três gerações.
Segundo Maia e Matar (2007), os primeiros escritos encontrados sobre EAD no
Brasil, inicia-se em 1904, com o ensino por correspondência. Os materiais
eram impressos e enviados pelos correios.
Nesse primeiro modelo de EAD, a interação era quase que nula, pois o
aluno só aprendia apenas com o uso do material, ou seja, a aprendizagem não
era construída e sim já vinha pronta na apostila. Remete-nos, pois, ao conceito
de Educação Bancária, de Paulo Freire, o qual é depositado no aluno o
conteúdo para que o mesmo possa gravar na memória sem um debate crítico
da matéria que está disponibilizada no material.
A segunda geração da EAD, é conhecida por muitos autores como
geração analógica, pois envolve o uso das mídias como o rádio, a TV, o
telefone e videotapes. Foi neste segundo momento da EAD, por volta de 1969,
que surgiram as Universidades Abertas. A intenção dessa geração era oferecer
oportunidades aos adultos que não conseguiram concluir seus estudos. Sendo
elas, através de programas de rádio e TV, como, por exemplo, o telecurso
2000, que eram respaldados por instituição pública que expedia a titulação
oficial.
O ponto em comum entre a primeira e a segunda geração, é voltado
para parte na qual a interação é quase nula, ou seja, o aluno recebia o
material, realizava as atividades enviava pelos correios e assim cumprindo
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todas as etapas concluía o curso e ainda tinha o diploma que comprovava a
sua participação. Desse modo, não há construção de conhecimento e sim
transmissão de conteúdos, pois o aluno, assistia, ouvia, ou lia o texto e
respondia as apostilas de forma mecânica.
A década de 90 concebe a terceira geração, que traz consigo os
computadores e internet. Diferente das gerações anteriores, essa fase,
possibilita interações entre os professores (tutores) e alunos, de forma síncrona
e assíncrona. Sendo assim, existe também a convergência das mídias, pois
cada uma tinha sua função e era utilizada em determinado aparelho, com o
boom tecnológico, essas mídias passaram a ser multimídia, ou seja, todas as
mídias em um único aparelho, que a princípio era o computador e com o
avanço das tecnologias de informação e comunicação, essas possibilidades
aumentaram.
A EAD nessa geração ganhou um novo olhar, o modelo de educação
passou a contar com a internet e o computador como ferramenta, a EAD
passou a ser on-line e a educação no atual modelo não é mais transmitida e
sim construída, na interação entre tutores e alunos.
Recentemente essa linguagem multimidiática não está mais restrita ao
computador, ela foi ampliada para outras mídias digitais, como, por exemplo,
tablet, celular, mp4 entre outros, o que permite ao aluno a criar conteúdos junto
com outros alunos e também com o tutor, algo que não acontecia nas gerações
anteriores, pelo fato do material já vir pronto e o aluno ser apenas um
consumidor que tinha que responder o que lhe era pedido nas apostilas.
Atualmente, também já se discute uma quarta geração de
EAD,caracterizada pelo uso de banda larga que possibilita estabelecer e
manter interação dos participantes de uma comunidade de aprendizagem com
maior qualidade e rapidez.
1.1.2 EAD no contexto atual
No contexto das discussões em torno da Educação a Distância a
questão da comunicação e da interação é entendida como aspecto
fundamental para o sucesso dessa modalidade de educação.
Nessa perspectiva, surgem os ambientes virtuais de aprendizagens
(AVA), com recursos que aumentam a interatividade nos processos educativos.
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Vale ressaltar que a utilização dos ambientes virtuais de aprendizagem por si
só não garantem uma modificação da lógica da "transferência de
conhecimento", é necessário que a proposta pedagógica definida para uso
destes ambientes supere esta lógica da transmissão-recepção, já que estes
espaços possuem como característica própria à interatividade, a possibilidade
de interconexão entre sujeitos das diversas partes do mundo, a troca de
informações e a construção de trabalhos coletivos, eles fazem parte de um
mundo sem fronteiras, com muitas possibilidades abertas a serem exploradas.
No contexto atual da EAD algumas mudanças são evidentes, porém, são
mudanças que vão desde a troca do suporte midiático (da apostila impressa
para um site na internet até propostas inovadoras que potencializam as
possibilidades do ciberespaço, com a idéia de uma educação para liberdade).
Nesse sentido, podemos citar as características de alguns modelos
perceptíveis na educação a distância, trazidos por Ropoli et al (2002).
O modelo instrucional - apresenta como base a transmissão de
informação e conteúdo, prevê pouca participação do professor ou tutor e não
utiliza estratégias colaborativas no processo de aprendizagem. Na realidade
este modelo caracteriza-se por ser auto-explicativo, acompanhado de textos
escritos de forma dialógica, testes online, com interface bem elaborada e com
elementos gráficos. Apresenta como característica própria não explorar a
utilização de espaços colaborativos para troca de informações e experiência.
Os conteúdos são transmitidos para um aluno passivo, que não tem a
possibilidade de questionar ou interferir na informação recebida.
O modelo interativo - apresenta como característica principal uma forte
participação do professor ou tutor, e a presença de atividades planejadas de
forma a acompanhar o desempenho dos alunos. A intervenção do professor
surge como forma de auxiliar o aprendizado e, nesse contexto, existe muita
discussão e participação dos alunos. O conteúdo pode trabalhar os principais
conceitos, abordando-os de forma simples e objetiva, de modo a explorar
questões que incentivem a interação de todos. Além disso, existe a
possibilidade de explorar materiais complementares, instigando a iniciativa dos
alunos de buscar novas informações, e, até mesmo, trazendo questões para
colocar aos colegas do grupo.
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O modelo colaborativo - prevê atividades colaborativas como estratégias
de aprendizagem. O professor é um auxiliador do processo de interação entre
as comunidades que se formam no processo educativo. Nesse sentido,
destacamos o papel do professor como “orientador e desafiador”, numa
perspectiva em que, este deixa de ser apenas um provedor de informações e
passa a ser um gerenciador de entendimento. Segundo Ramos (2005) ao citar
Andrade e Beiller (1999), o papel do professor é motivar o grupo e monitorar a
participação dos alunos, considerando os objetivos e interesses coletivos.
Quanto ao conteúdo a ser trabalhado nesse modelo, o destaque está
associado a propostas de desafios, que venham incentivar a discussão e a
produção do conhecimento no grupo de estudo, para isso torna-se necessário
a formação de turmas de modo que os alunos possam interagir, visando trocas
de informações, experiências e expectativas, propondo soluções e aprimorando
o conhecimento.
1.2 Pressupostos teóricos
Segundo Gil (1994) em sua música parabolicamará
antes mundo era pequeno porque terra era grande hoje mundo é muito grande porque terra é pequena do tamanho da antena parabolicamará ê volta do mundo, camará ê, ê, mundo dá volta, camará (...)
De acordo com o trecho da música parabolicamará, de Gilberto Gil,
“antes mundo era pequeno porque terra era grande”, podemos observar como
havia a impressão que o tempo demorava a passar, as notícias demoravam a
chegar e o que acontecia, por exemplo, no outro lado do mundo, era raro de se
saber.
Já a cultura que estamos vivendo, se insere neste trecho da música
“hoje mundo é muito grande porque terra é pequena”. Neste pedaço, Gil faz
referência à antena parabólica, que era e ainda é, em algumas cidades,
utilizada para captar sinais de canais de televisão. Mas porque esse trecho
apesar de antigo se torna contemporâneo?Esta música ilustra as mudanças em
relação ao espaço e tempo na contemporaneidade. O fato da cultura digital,
possibilitar o encurtamento das distâncias dos lugares (países, cidades,
estados, etc.) da terra em relação ao mundo, altera as relações de espaço e
tempo.
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Com o crescimento das ferramentas da internet, a cultura digital, vem
ganhando espaço mundialmente e cada vez mais as mídias sociais fazem
parte de uma maneira rápida das pessoas se comunicarem, interagirem e
compartilhar conteúdos. Além disso, aos poucos vão se alterando também as
relações de poder existentes na sociedade, nesse caso, nos espaços
educacionais. De acordo com o sociólogo John Tompson (2012), “quando
novos meios de comunicação são desenvolvidos e introduzidos, eles mudam
as maneiras pelas quais os indivíduos se relacionam uns com os outros e com
eles próprios”. (p.9)
Nos últimos anos estamos vivendo uma grande revolução digital e a
inserção de novas tecnologias em nosso dia-a-dia. A facilidade/comodidade
que essas tecnologias nos possibilitam é imensamente importante.
Podemos observar que grande parte da sociedade não vem
acompanhando esses avanços tecnológicos com a mesma frequência dos mais
novos. Os Ambientes Virtuais de Aprendizagem (AVA) aparecem então visando
suprir uma carência, seja educacional - tanto daqueles que não cursaram o
ensino regular na idade certa, como aqueles que buscam aprimorar o
conhecimento, seja no trabalho ou/e no estudo, com foco em uma melhor
colocação no mercado; ou seja, somente por interesse no aprendizado, pois, a
EAD, além de poupar tempo que já anda escasso com tantos afazeres do
cotidiano muitas vezes economiza dinheiro também.
De acordo com D’Ávila, (2006)
A teoria construtivista oferece subsídios valiosos à compreensão da aprendizagem como um processo construtivo e significativo, além de poder gerar uma nova abordagem de educação a distância (EAD) e/ou educação on-line.
As Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) foram responsáveis
por grandes avanços e modificações na EAD, criando Ambientes Virtuais de
Aprendizagem (AVA) interativos e de fácil utilização, com interfaces que
buscam auxiliar a comunicação, estudo e a pesquisa do educando.
Segundo Almeida (2011)
A interação que se estabelece nos ambientes virtuais propicia o desenvolvimento coconstruído dos participantes por meio de mediações entre estes participantes, o meio social e o próprio ambiente, cuja influência na evolução e na aprendizagem não diz respeito apenas à forma como ele foi estruturado e às respectivas informações, mas enfatiza as articulações que se estabelecem na experiência social. (p.210).
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Contudo, essa inserção de novas tecnologias redimensiona o papel do
professor, que passa a ser o mediador do conhecimento, além de mudar o
perfil do aluno que passa a ser não mais só um depósito do que o professor
ensina, mas um pesquisador, saindo da passividade do processo ensino-
aprendizagem que muitas das vezes é dominante numa sala de aula
presencial.
Desse modo, a sociedade em geral, tem se desenvolvido em um ritmo
muito acelerado e tem demandado profissionais qualificados para exercer
diversas funções na área educacional. Como há pessoas que trabalham e
quase não tem tempo para se qualificar, sendo num curso de graduação, pós-
graduação, entre outros, a Educação a Distância (EaD) juntamente com as
tecnologias da informação e comunicação (TIC), acabam se tornando uma
alternativa usada por cursos superiores e empresas para a capacitação e
especialização de pessoas que não disponibilizam de tempo para frequentar
um curso presencial, e de certa forma, acaba alterando as formas de espaço e
tempo, que refletem na sociedade.
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CAPÍTULO II
O AMBIENTE VIRTUAL DE APRENDIZAGEM MOODLE
Os Ambientes Virtuais de Aprendizagem (AVA) são estruturados e
desenvolvidos com o objetivo de promover a aprendizagem, por meio de
cursos a distância. São espaços eletrônicos construídos para permitir a
veiculação e interação de conhecimentos e usuários, esses ambientes são
chamados de Sistemas de Gerenciamento de Aprendizagem (Learning
Management Systems – LMS). São softwares projetados para atuarem como
salas de aula virtuais e têm como características o gerenciamento de
integrantes, relatório de acesso e atividades, promoção da interação entre os
participantes, publicação de conteúdos.
Os LMS são Ambientes Virtuais de Aprendizagem (AVA), que
diferentemente de outros, oferecerem características de controle e
gerenciamento inexistentes em outras interfaces da web. Os ambientes de
aprendizagem se caracterizam e se diferenciam de outros ambientes da web
porque eles têm uma dinâmica própria para atender a proposta pedagógica, o
qual é orientado no sentido de que se estabelecem metas para o aluno atingir.
Outro diferencial é o oferecimento de feedback, pois é fundamental para que os
alunos possam avaliar se estão atingindo os objetivos estabelecidos pelo
curso. O feedback é um dos aspectos críticos de um ambiente de
aprendizagem, visto que se o aluno não recebe comentário sobre as atividades
que ele desenvolveu em um curso ele não tem como saber se está ou não
atingindo os objetivos estabelecidos.
Nos AVA, os recursos que dão suporte à educação a distância são os
mesmos da internet: correio, fórum, chat, conferência, banco de recurso etc. O
gerenciamento desses ambientes engloba diferentes aspectos, dos quais
destacados a gestão das estratégias de comunicação e mobilização dos
participantes, a gestão da participação dos alunos por meio de registro das
produções, interações e caminhos percorridos, a gestão de apoio e orientação
dos formadores aos alunos e a gestão da avaliação.
Pelo fato de ser um software livre, gratuito e aberto, o Moodle pode ser
carregado, utilizado, modificado e distribuído. Ele é um projeto de
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desenvolvimento contínuo, por isso, pode receber atualizações constantes,
tendo também os próprios usuários como seus construtores. Por propor uma
aprendizagem colaborativa on-line, ele é considerado um ambiente baseado
numa proposta construtivista. Segundo o seu criador Martin Dougiamas, que
lidera o projeto até hoje, “não se trata a aprendizagem como atividade social,
mas focaliza a atenção da aprendizagem que acontece enquanto construímos
ativamente artefatos (como textos, por exemplo), para que outros vejam ou
utilizem” (MUZINATTI, 2005).
Sendo assim, o Moodle é um ambiente que permite a adequação das
necessidades das instituições e dos usuários, e enquanto ambiente virtual de
aprendizagem, foi desenvolvido levando em consideração que a aprendizagem
acontece, através da colaboração do conhecimento. Podemos ver na filosofia
do desenvolvimento do Moodle uma clara expressão das intenções de
promover a colaboração e cooperação mútua entre os alunos, buscando
desenvolver uma cultura baseada em conhecimentos compartilhados entre o
grupo.
O fato de o Moodle ser um ambiente de aprendizagem que possibilita o
feedback, a própria construção do ambiente e a construção do conhecimento
compartilhado conduz que se adote uma concepção social para a
compreensão de sua dinâmica de aprendizagem. Pulino Filho (2005, p. 6)
comenta a esse respeito que o “termo processo social sugere que a
aprendizagem é alguma coisa que se faz em grupos. Deste ponto de vista,
aprendizagem é um processo de negociação de significados em uma cultura de
símbolos e artefatos compartilhados”
Para o desenvolvimento das atividades são utilizados recursos que
reforçam alguns princípios que permitem a comunicação e a intervenção do
usuário durante o processo. Esses recursos são disponibilizados no ambiente e
possibilitam a interação dos alunos com os conteúdos, colegas e professores.
Essas ferramentas são consideradas de informação e comunicação. No
caso das interfaces de comunicação destacam-se as ferramentas de
interatividade síncronas e as assíncronas. As ferramentas de comunicação
síncronas são as que permitem a participação de alunos e professores em
eventos marcados, com horários específicos, via internet, a exemplo dos chats.
Para esse tipo de interatividade, a comunicação em tempo real, possibilita aos
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envolvidos uma sensação de grupo, de comunidade, o que pode ser
determinante para a continuidade do curso, uma vez que preserva a motivação,
a interação em tempo real, o retorno e a crítica imediata, encontros regulares,
etc. Já as ferramentas de comunicação assíncronas como o Fórum, o Diário, o
diálogo, a lição, entre outros, são consideradas como revolucionárias pelo fato
de possibilitar que o usuário faça sua intervenção de forma mais organizada,
uma vez que ele terá tempo para sistematizar sua opinião, comentário,
respostas, etc.
2.1 Ferramentas do AVA Moodle e suas funcionalidades
No ambiente Moodle contamos com ferramentas que proporcionam o
desenvolvimento de conteúdo e atividades, sendo designados como
“Recursos” e “Atividades”. Neste estudo, analisaremos as ferramentas
“Atividades”, mais propriamente aquelas ferramentas que promovem a
interação entre professores e alunos na construção do conhecimento,
descrevendo suas funcionalidades, baseado em estudos bibliográficos, a fim de
atender o previsto na letra ”b” dos objetivos específicos desta pesquisa.
• CHAT: O chat é um ambiente em que os participantes de um curso
podem realizar uma discussão síncrona, em tempo real, por meio da
web.
De acordo com Tortoreli (2012, p.9) esta ferramenta permite que os
alunos tenham “autonomia na forma de se expressar, promovendo a
troca de ideias e de informações, além de ter o feedback imediato à
opinião exposta e a possibilidade de reformulá-la, enriquecendo a
discussão”. Este autor exemplifica a utilização do chat como meio “para
expor dúvidas, questionamentos, posicionamentos, e até mesmo discutir
questões mais complexas sobre o conteúdo de estudo”.
Andrade (2012) indica a utilização deste ambiente pelos professores
para promover reuniões de grupos de estudos, orientando suas
atividades; para realizar uma dinâmica de perguntas e respostas rápidas
ou para um fórum síncrono, onde é postada uma questão para debate e
após a realização deste, o professor realiza a mediação da interação e
os alunos indicam links para acesso a imagens, vídeos e outros,
relativos ao conteúdo discutido.
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Segundo Pulino Filho (2005), o chat pode ser utilizado como meio para
realização de entrevistas com especialistas de determinada área do
saber, enriquecendo o debate sobre o conteúdo estudado, pode ser
utilizado por grupos de trabalho, onde cada grupo possui a sua sala de
bate papo, podendo atuar de forma separada ou visível, tendo ou não
acesso aos debates de todos os grupos, pode ser utilizado para
atendimento aos alunos após uma aula presencial ou síncrona, servindo
de ambiente para realização destes atendimentos, onde o professor
determina os horários e a forma de atendimento.
Esta ferramenta também pode ser utilizada como um ambiente para uma
aula expositiva, onde o professor faz a exposição de conteúdo, abrindo
para debate e questões dos alunos ao final da exposição. Além disso,
pode ser designado como um “chat livre”, onde os alunos podem utilizar
para debate de assuntos diversos relacionados ao meio acadêmico.
• FÓRUM: O Fórum é apresentado no Moodle como uma atividade de
discussão muito importante e que apresenta diversos tipos de estrutura.
Suas mensagens podem apresentar diversos formatos e permitem
anexar documentos. Se os participantes do fórum realizarem assinatura
no mesmo, receberão notificações de suas participações em seu e-mail
e os professores podem encaminhar mensagens ao fórum, solicitando o
envio de cópia para o e-mail de cada aluno.
Esta ferramenta permite a comunicação assíncrona dos participantes de
um curso, ou seja, de acordo com sua disponibilidade pessoal, não
sendo necessário que todos estejam simultaneamente conectados.
Pulino Filho (2005) adverte que o fórum deve ser desenvolvido de
acordo com os objetivos do curso para haver envolvimento e
participação dos alunos. O autor afirma que o fórum deve servir como
uma atividade prática, mas também como um material de apoio aos
estudos.
Os fóruns se configuram de diversas formas em cursos on-line, podendo
servir como uma interface de comunicação do curso com os alunos,
onde temos o fórum de notícias, o quadro de avisos, o mural virtual e
outros.
23
Também como um ambiente de interação livre, para discussões gerais,
onde cada participante poderá inserir “tópico de discussão” relacionado
ou não ao conteúdo do curso, utilizado para debates em grupos de
trabalhos, conversas paralelas ao curso (fórum café), chamada virtual,
etc. Este é considerado um espaço de socialização, utilizado para os
alunos se conhecerem melhor, mais informalmente.
Andrade (2012) indica outros exemplos da utilização da ferramenta
fórum em atividades pedagógicas, sendo: como um ambiente para
postar atividade e obter feedback do professor/tutor; um espaço para
desenvolver discussões sobre atividades que estão sendo desenvolvidas
ou finalizadas; um ambiente para promover dramatizações, e, como um
ambiente para postagem de arquivos, como por exemplo, links, vídeos,
imagens e outros para complementar o aprendizado de algum tema.
• GLOSSÁRIO: A ferramenta glossário é apresentada pelo Moodle como
um ambiente que permite aos seus integrantes a construção e
manutenção de lista de termos ou definições, como em um dicionário.
Se permitido, esta ferramenta comporta o anexo de arquivos aos
registros realizados e comentários sobre estes. O uso desta ferramenta
permite a pesquisa dos registros por ordem alfabética, categoria, data ou
autor. Permite também o auto-link dos conceitos ou frases registrados
em locais onde estes aparecem no curso. As entradas dos registros no
glossário podem ser aprovadas automaticamente ou exigir aprovação de
um moderador (professor), podendo também, ser avaliadas pelos
professores ou estudantes.
De acordo com Santos e Araújo (2009) a interface glossário do Moodle
não limita sua utilização ao conceito padrão desta palavra, construída
para um fim específico, mas sim como um canal de produção,
disponibilização e socialização coletiva de conteúdos abertos. As
autoras, Santos e Araújo (2009, p.252) reforçam essa ideia dizendo que
“quanto maior a facilidade de publicação e flexibilização de autorias
coletivas, melhores ficam os processos de ensino e de aprendizagem na
educação online.” Neste sentido, podemos dizer que o glossário é uma
interface com um grande potencial para a construção da aprendizagem.
24
O glossário pode ser utilizado para socializar conceitos sobre os temas
estudados em determinada matéria. Os professores podem sugerir
termos e autorizar que seus alunos também indiquem novos termos.
Atualizando estes conceitos até o final dos estudos. O uso do glossário
para organizar uma biblioteca de links comentados é interessante para
auxiliar os alunos a pesquisar na internet, além de criar um grande
hipertexto sobre o que está sendo pesquisado, facilitando a assimilação
e interpretação dos conteúdos estudados. Outra forma interessante de
utilizar o glossário é na criação de midiateca, onde podem ser
disponibilizados vários tipos de arquivos digitais ao mesmo tempo como
artigos, textos, vídeos, áudios animações, imagens e etc. Mas é
importante permitir, também, autoria e co-autoria dos alunos no
desenvolvimento deste ambiente, oferecendo mais uma oportunidade de
aprendizagem colaborativa. (SANTOS E ARAÚJO, 2009)
• QUESTIONÁRIO: A ferramenta questionário é definida pelo Moodle
como um ambiente em que o professor pode criar e configurar testes de
múltipla escolha, verdadeiro ou falso, correspondência e outros tipos de
perguntas. Nos casos de questão fechada, a tentativa pode ser corrigida
automaticamente, podendo fornecer feedback e/ou mostrar as respostas
corretas.
O questionário pode ser utilizado como atividade para acompanhamento
de estudos dirigidos, onde os alunos devem ler material teórico e a cada
momento ou parte desta leitura é oferecido um pequeno questionário.
Assim os alunos poderão perceber se estão entendendo o material lido.
Também podemos utilizar o questionário como um exercício de fixação
para que os alunos possam perceber se estão realizando determinada
atividade prática, de forma correta. Neste caso é interessante criar um
banco de questões e permitir que o questionário seja realizado quantas
vezes forem necessárias, sendo que questões novas vão surgindo a
cada tentativa. (PULINO FILHO, 2005)
• WIKI: O Wiki é considerado pelo Moodle como um módulo de atividade
que permite a adição e edição de uma coleção de páginas da web,
25
podendo ser desenvolvido de forma colaborativa, onde todos podem
editá-lo, ou de forma individual, onde cada pessoa terá o seu Wiki para
edição. As ações realizadas em um Wiki ficam registradas, permitindo
um histórico de versões anteriores da página editada. Este espaço pode
ser usado para realizar anotações de uma palestra por membros de um
grupo, organizando um esquema de trabalho juntos; para a colaboração
na co-autoria de elaboração de conteúdos, livros, temas específicos,
narração ou poesia; para anotações pessoais, como um diário.
Moran Costas (2013) apresenta o Wiki como uma ferramenta importante
para a construção de ideias e escrita colaborativa. Afirma que a
utilização desta ferramenta permite o amadurecimento do grupo de
estudos, pois além do objetivo de sempre melhorar o objeto de estudo,
os integrantes aprendem entre si. E, acompanhando o histórico de
participações, o professor pode verificar o crescimento do grupo.
O Wiki pode ser utilizado para realizar anotações de aula em grupo,
onde os integrantes realizam seus registros e impressões pessoais de
uma aula em um local único editado por todo o grupo. Como é uma
ferramenta flexível, o Wiki pode ser utilizado para realizar discussões
livres, objetivando identificar ideias de um grupo de pessoas em torno de
um tema. E essas ideias podem ser trabalhadas e desenvolvidas por
seus autores com hiperlinks para outras páginas relacionadas à mesma.
(PULINO FILHO, 2005)
2.1.1 Interfaces do AVA Moodle
Nos ambientes virtuais existem várias ferramentas que propiciam a inter-
relação entre alunos e professores, podendo ser utilizadas de várias formas,
isoladas ou conjugadas. Existem também outras ferramentas e recursos
disponíveis na Web que podem ser utilizados de forma complementar.
Kay e Andrade (2012), Em seu artigo relatam que o ambiente virtual de
aprendizagem Moodle possui diversas ferramentas para o desenvolvimento de
atividades nos cursos e, além destas, este ambiente dispõe de diversos
aplicativos que permitem instalar e utilizar novas ferramentas, inclusive da Web
2.0.
26
Além das ferramentas padrão existentes no Moodle, podemos contar
com ferramentas externas a este ambiente, para tornar mais forte as propostas
pedagógicas de ensino-aprendizagem. Kay e Andrade (2012) afirmam que é
importante utilizar no ensino as ferramentas Web 2.0 mais usadas e
interessantes para os alunos, como as redes sociais. Estas ferramentas podem
ser utilizadas em conjunto com o Moodle para torná-lo mais atraente, pois este
ambiente normalmente é acessado somente para estudo.
Entretanto, de acordo com Moran Costas (2013) esta combinação de
ambientes mais formais com os informais, nos permite ser mais flexíveis para
atender ao nosso público (alunos).
2.1.2 Ferramentas de interface da WEB 2.0 com o AVA Moodle
• FACEBOOK: O facebook é uma ferramenta que faz parte da web 2.0 e
possui um diferencial na utilização no contexto educacional, pois os
alunos já o utilizam no desenvolvimento de suas redes sociais e se
sentem motivados na interação que ele proporciona. Sendo assim, esta
ferramenta pode ser utilizada como recurso complementar para
atividades desenvolvidas no moodle, potencializando a interação e
colaboração entre os alunos, em uma interface que faz parte do dia-a-
dia de sua aprendizagem coletiva, mas não é um ambiente padrão de
estudos.
Segundo Patrício e Gonçalves (2010, p.1)
O Facebook (http://www.facebook.com/) é uma das redes sociais mais utilizadas em todo o mundo como espaço de encontro, partilha, interação e discussão de idéias e temas de interesse comum. É um ambiente informal em que qualquer indivíduo se sente à vontade para comunicar, partilhar e interagir. O seu poder atractivo e catalisador têm contribuído para que cada vez mais jovens adiram a esta rede social.
Com a proposta de explorar e identificar o potencial educativo da rede
social facebook, os autores Patrício e Gonçalves (2010) utilizaram
recursos e atividades que pudessem ser suportadas no processo de
ensino/aprendizagem, objetivando maior pro atividade na participação
dos alunos. Nesta proposta desenvolveram fases de interação e estudos
que utilizaram a ferramenta como um repositório de fotografias, vídeos e
27
eventos relacionados ao tema de estudo. Em outro momento, o
ambiente foi utilizado para disponibilizar materiais e recursos específicos
do conteúdo programático e num terceiro momento foi criado um grupo
de estudos neste ambiente, que seria utilizado como espaço para debate
e compartilhamento de ideias, experiências e mesmo dúvidas sobre o
tema estudado. De acordo com estes autores, a utilização do facebook
nos propósitos educacionais revelou resultados positivos, como
interesse, participação, interação e colaboração dos alunos para os
estudos propostos.
• SECOND LIFE: O Second life é uma ferramenta externa ao Moodle que
pode ser utilizada de forma conjugada a este, potencializando o Design
Educacional de seus cursos, favorecendo a contextualização e a
flexibilização de conteúdos voltados para a prática de resolução de
problemas e de acordo com o mundo do trabalho. Apresenta-se em
formato tridimensional onde os alunos podem vivenciar o sentimento de
imersão em um ambiente virtual de estudos. (SILVA, 2012).
Este ambiente permite a utilização do imaginário para a construção de
uma realidade virtual, possibilitando maior interatividade, colaboração e
práticas educativas mais próximas à realidade dos alunos. Podemos
contar com as potencialidades deste ambiente agregadas ao sistema
Moodle. O mecanismo utilizado para esse processo se chama Sloodle,
um sistema que permite integrar o SL e o Moodle, proporcionando o
desenvolvimento de cursos com o dinamismo de uma sala de aula
presencial. É um ambiente onde incorporamos a gestão e o
acompanhamento de processos de ensino e aprendizagem do Moodle
ao espaço tridimensional do Second Life. (SILVA, 2012).
A utilização do sistema Sloodle permite a criação de cursos mais
atrativos ao olhar dos alunos, pois este sistema apresenta
características de rede social agregada a contextos lúdicos e interativos.
• BLOG: O Blog externo ao Moodle é uma ferramenta potencial para o desenvolvimento de atividades educacionais que podem ser conjugadas a este sistema.
28
Segundo Senra (2013, p.4)
Um blog, blogue, weblog ou caderno digital é uma página da WEB, que permite o acréscimo de atualizações de tamanho variável chamados artigos ou posts. Estes podem ser organizados de forma cronológica inversa ou divididos em links sequenciais, que trazem a temática da página, podendo ser escritos por várias pessoas, dependendo das suas regras.
Como este é um espaço de manuseio simples e que permite a
configuração personalizada de forma estética e estrutural, torna-se um
recurso interessante e atrativo para os alunos que o utilizam para
publicar suas ideias em tempo real. O conteúdo dos blogs podem ser
apresentados em formato educativo, de entretenimento ou apenas
informativo, sendo que os blogs temáticos são voltados para o
desenvolvimento dos seus próprios conteúdos.(MERCADO,
NASCIMENTO E SILVA, 2008).
Este ambiente permite aos seus usuários, promoverem interatividade por
meio de postagens de comentários ou de informações em forma de
artigos, imagens e vídeos. Em blogs educativos, é permita a intervenção,
orientação e mesmo correção das contribuições dos alunos. As
participações no blog são publicadas para acesso de todos os usuários,
demandando maior comprometimento de professores e alunos no
conteúdo a ser publicado. (SENRA, 2013).
Os blogs podem ser utilizados para desenvolver trabalhos
interdisciplinares e transdisciplinares, sendo também uma boa
alternativa para desenvolver projetos que vão além da escola,
envolvendo de forma interativa a família e a comunidade em redes
sociais que geram conhecimento. Este ambiente também pode ser
utilizado por professores como ferramenta adjacente para desenvolver
trabalhos em grupo, desenvolver um tema a partir da contribuição de
cada participante do blog, discutir sobre notícias da atualidade, realizar
estudos sobre livros indicados para leitura, desenvolver produção de
textos ou socialização de textos para reflexão dos alunos, promover auto
avaliação, entre outros. (MERCADO, NASCIMENTO E SILVA, 2008).
Moran Costas (2013, p.43) indica alguns tipos de blogs educacionais:
29
Tipos de blogs educacionais: discussão de estudos de caso, projetos, produção de textos, narrativas, poemas, análise de obras literárias, opinião sobre atualidades, relatórios de visitas e excursões de estudos, publicações de fotos, desenhos e vídeos produzidos por alunos.
• TWITTER: De acordo com os autores Silva, Vieira e Schineider (2010)
outra rede social que merece atenção em projetos educacionais é o
Twitter, uma rede conhecida como meio de notícias por alguns
pesquisadores, que permite a transmissão de informações de forma
rápida e eficiente.
Essa rede social cognitiva baseada na troca de informações permite uma espécie de ‘armazenamento’ do conhecimento. O uso de hashtag, ou seja, ao se colocar o símbolo “#” diante de uma ou mais palavras aglutinadas, permite que o conhecimento seja “etiquetado”, fazendo com que os usuários possam seguir informações específicas sobre um assunto e/ou evento. Essa característica torna o Twitter um tipo de indexador de conteúdo, pois, as mensagens trocadas entre os usuários podem conter hiperlinks que redirecionem o internauta para um aprofundamento que vai além dos 140 caracteres. (SILVA, VIEIRA e SCHINEIDER, 2010, p.5).
No estudo realizado por Vasconcelos (2010) podemos verificar que o
twitter pode ser inserido em projetos educativos de formas distintas,
como exemplo, no desenvolvimento de disciplinas, na capacitação de
docentes e alunos, em atividades práticas do curso, desenvolvendo
produções textuais e pesquisas, na integração da comunidade
acadêmica por meio da utilização deste recurso, na divulgação dos
demais projetos da escola.
• YOUTUBE: O Youtube é uma ferramenta que foi criada no ano de 2005
por três funcionários de uma empresa de tecnologia. O propósito foi
desenvolver uma maneira que possibilitasse compartilhar vídeos na
internet, evitando o envio destes por e-mail, pois isso era um processo
muito demorado. (KAMERS, 2012).
Mattar (2009) afirma que podemos utilizar vídeos para enriquecer
nossas aulas presenciais e a distância, bem como professores e alunos
podem produzir vídeos como atividades de criação no curso. O autor
enfatiza que atualmente qualquer pessoa pode capturar, editar e
compartilhar videoclipes, utilizando celulares e softwares gratuitos,
disponíveis na web.
30
Projetos de criação de vídeos sobre assuntos específicos, dentro de várias áreas do conhecimento são cada vez mais frequentes no site. Os próprios alunos que por ventura faltarem a alguma aula certamente encontrarão no Youtube algum vídeo explicativo ou algum comentário que o ajudará a entender melhor o fenômeno estudado. (KAMERS, 2012, p.137)
Contamos hoje com um vasto número de mídias disponíveis na internet
para utilização nos cursos à distância. Além dos vídeos online gratuitos,
como os incluídos no YouTube EDU que agrega vídeos e canais de
faculdades e universidades, também contamos com ferramentas que
potencializam as oportunidades de integração dos conteúdos multimídia
nas propostas pedagógicas, auxiliando no desenvolvimento no design
instrucional do curso. (MATTAR, 2009).
Os vídeos do Youtube podem ser usados para exemplificar e ilustrar,
trazer o mundo real para a sala de aula e promover experiências práticas
e registrá-las em vídeos. Estes são recursos bastante interessantes para
auxiliar no processo de aprendizagem. (KAMERS, 2012).
Moran Costas (2013, p.48) ressalta que “o vídeo muitas vezes ajuda a
mostrar o que se fala em aula, a compor cenários desconhecidos dos
alunos. Um vídeo traz para a sala de aula realidades distantes dos
alunos”.
• PODCAST E VIDEOCAST: Atualmente existem recursos áudio visuais
disponíveis na web muito interessantes para utilização no planejamento
do conteúdo EAD, como é o caso do podcast e o videocast, sendo este
último o videocast em formato de vídeo. Estas ferramentas permitem a
produção e transmissão de arquivos de áudio e vídeo. Estes arquivos
podem ser usados pelos professores na composição do curso (vídeo ou
webaulas) e pelos alunos no desenvolvimento de atividades e projetos
em seu curso. (MORAN COSTAS, 2013).
O podcast, nas suas variáveis com som e vídeo sob demanda, pode ser muito importante para tornar a aprendizagem mais interessante, fácil, rica e econômica, liberando os professores da rotina da transmissão do conteúdo para que se concentrem na mediação e na orientação efetivas dadas a seus alunos (MORAN COSTAS, 2013, p.46).
31
O autor Moran Costas (2013) explica que a utilização do videocast é
fundamental para a comunicação do professor com seus alunos. Pois
neste vídeo, ele poderá gravar os conteúdos mais significativos e as
principais orientações, podendo utilizar vários recursos para manter o
interesse dos alunos, como filmes, dramatizações, depoimentos e etc,
contextualizando o conteúdo. Com isso, o professor terá mais tempo
para trabalhar as discussões, sínteses, questionamentos,
problematizações e dúvidas com seus alunos.
Outra forma de utilizar os podcast e videocast é para documentar
projetos e eventos acadêmicos. E, dependendo do planejamento, este
vídeo poderá ser gravado por professores ou alunos em atividades
institucionais ou atividades relacionadas ao conteúdo estudado. Sua
importância como recurso utilizado em projetos de autoria estimulam a
participação e o envolvimento dos alunos e professores em projetos
educacionais.
• HOT POTATOES: Como ferramenta externa e compatível com o
sistema Moodle, podemos contar também com o Hot Potatoes. Este é
um software que permite criar perguntas mais interativas e práticas,
podendo ser em parte personalizado, por meio da linguagem HTML ou
JavaScript. É um programa que permite trabalhar com cinco tipos de
exercícios interativos que geram páginas Web. Para utilizá-lo não é
necessário ter conhecimentos específicos de informática, bastando
apenas indicar as informações necessárias para a formação das
questões, como textos, imagens, vídeos, perguntas, respostas e outros.
(PIVETTA , 2009).
Em uma pesquisa realizada por Santos e Bitencourt (2012) com
professores que utilizaram essa ferramenta em seu projeto educacional,
puderam identificar o resultado de algumas experiências positivas. Os
principais resultados foram aulas mais produtivas, interessantes e
diferentes que geraram maior participação dos alunos; maior interação
entre professores/tutores que fomentavam discussões e reflexões sobre
tema desenvolvido; a utilização da ferramenta como forma de aprimorar
o trabalho pedagógico, oferecendo uma alternativa na elaboração de
32
atividades; uma ferramenta que permite o desenvolvimento de
atividades apropriadas ao público-alvo, como portadores da Síndrome
de Down e, além disso, é uma ferramenta de autoria auto instrucional,
compatível com o sistema Moodle.
33
CAPÍTULO III
ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS
Para atender os objetivos desta pesquisa, foi realizado um estudo
exploratório, a fim de proporcionar maior familiaridade com o problema e torná-
lo mais explícito, utilizando como meio de investigação o levantamento
bibliográfico, com base em materiais publicados em livros, revistas, artigos e
redes eletrônicas, além de um questionário distribuído à um grupo de (42)
quarenta e dois alunos de diversos cursos superiores de Ensino a Distância
(EAD) do Centro de Educação Superior a Distancia do Estado do Rio de
Janeiro (CEDERJ), que utilizam ou utilizaram as ferramentas de apoio do AVA
Moodle.
3.1 Público Participante da Pesquisa
Com base no questionário aplicado, anexo 1, foi constatado que a maior
parte dos entrevistados, 92,85% trabalham fora e apenas 7,15% não
trabalham; 100% utilizariam o AVA moodle novamente; 100% possuem
computadores em casa, sendo 97,6% com internet e 2,4% não tem conexão
em sua residência, apenas o computador.
Quanto a velocidade da conexão, foi constatado que dos que possuem
computador com internet, 35,7% tem velocidade acima de 5MB, 26% entre 1 a
5MB, 28,9% menor ou igual a 1MB e 7% não souberam responder, sendo que
2,4% dos entrevistados não possuem internet. O gráfico 1, abaixo, demonstra a
freqüência semanal de uso da internet.
34
Gráfico 1 – Freqüência semanal de uso da internet
Fonte: Dados da pesquisa
Conforme análise realizada no gráfico 1, foi observado no espaço
amostral que 83% do total dos entrevistados utilizam diariamente a internet.
Esse levantamento foi importante para que se conhecesse o público que
participou da pesquisa e compreendesse as reais dificuldades que poderiam
ser encontradas no manuseio dos recursos disponibilizados pelo (AVA)
Moodle, sem que houvesse interferências externas ligadas a velocidade
conexão ou até mesmo, total desconhecimento do uso da internet.
Ainda com relação ao público participante da pesquisa, foi constatado
que dos quarenta e dois (42) entrevistados, 85,7% são mulheres e 14,3%
homens, 38% estão na faixa de idade entre 20 e 40 anos e 62% entre 40 e 60
anos. Sendo assim, podemos notar que a maioria são mulheres e que a maior
parte possui idade acima de 40 anos, conforme representado nos gráficos 2 e
3, respectivamente, abaixo.
83,3%
4,8%
2,4%9,5%
DIARIAMENTE 2 A 3 VEZES 3 A 4 VEZES OUTROS
35
Gráfico 2 - Sexo dos entrevistados Gráfico 3 - Idade dos entrevistados
Fonte:Dados da pesquisa Fonte:Dados da pesquisa
Com a identificação do público participante da pesquisa foi possível
constatar o quanto a educação na modalidade a distância, proporciona a
chance dos estudantes realizarem um curso, sem a exigência de um horário
pré-determinado em um curso presencial.
3.1.2 O Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) Moodle
Podemos observar no gráfico 4 que a maioria dos tutores utilizam
diferentes ferramentas, porém é notório que 86% mesmo utilizando outras
ferramentas não descartam o uso dos fóruns, isso demonstra a importância de
se manter uma comunicação constante entre professores/tutores e alunos.
Gráfico 4 – Ferramentas mais utilizadas pelo tutor.
Fonte: Dados da pesquisa
60%
2,4%
4,6%
4,6%
2,4%
26%
FOR.,CHATS,WIKIS,MENS.,
VID.E QUESTIONÁRIOS
MENSAGENS
NÃO RESPONDERAM
LINKIS
VÍDEO
FÓRUM
36
O mesmo acontece quando a pergunta é direcionada a ferramenta que
oferece maior interatividade entre os participantes do curso, pois 60% dos
entrevistados responderam que o fórum promove maior troca de conhecimento,
proporcionando maior interação. Esse fator pode indicar que alguns recursos
precisam ser adequados para atender melhor os usuários do AVA moodle, uma
vez que 4,8% não souberam responder, como pode ser observado no gráfico 5.
Gráfico 5 – Ferramentas que promovem maior interação entre os alunos
Fonte:Dados da pesquisa
Ao analisar os dados do gráfico 6, constatou-se que para a orientação e
utilização correta de todos os recursos oferecidos no (AVA) Moodle, juntamente
com outras ferramentas,74% dos entrevistados também responderam que o
fórum é o recurso que proporciona um maior aprendizado, sendo que 12%
optaram somente pelo fórum.
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%FÓRUM
CHAT
WIK
WEBCONFERÊNCIA
NÃO SOUBERAM
RESPONDER
VÍDEO
37
Gráfico 6 – Ferramentas que favorecem o aprendizado
Fonte: Dados da Pesquisa.
Quanto a resposta dos entrevistados, em relação a maior dificuldade
encontrada para acessar o (AVA) Moodle, 33,4% afirmam não ter dificuldades,
12% relacionam as dificuldades a falta de tempo, 28,6% reclamam sobre as
diversas atividades apresentadas e 26% citaram outros fatores isolados,
conforme apresentado no gráfico 7.
Gráfico 7 – Maior dificuldade encontrada no AVA Moodle.
Fonte: Dados da pesquisa
Sendo assim, podemos concluir que o ambiente virtual de aprendizagem
Moodle, permite um trabalho com atividades diversificadas, oferecendo
ferramentas de fácil manuseio, ou seja 74% dos entrevistados não atribui as
dificuldades encontradas durante o período de curso ao ambiente.
Para que se pudesse verificar a veracidade das respostas postadas
anteriormente, foi solicitado aos 42 (quarenta e dois) entrevistados que
atribuíssem um valor de 0 a 10, para avaliar o ambiente virtual de
62%12%
7%
5% 7%
2%
5%
FÓRUM E OUTROS
FÓRUM
CHATS
LINKS
VÍDEOS, IMAG.,TEXT.,E
AUDIOS
33,4%
28,6%
26%
12%NÃO TEM
DIVERSIDADE DAS ATIVIDADES
OUTROS
FALTA DE TEMPO
38
aprendizagem Moodle, quanto a sua acessibilidade, permitindo demonstrar os
resultado na planilha abaixo, o qual vem de encontro com as análises
anteriores da amostra em pesquisa, onde mais de 70% avaliaram o AVA
Moodle, com o conceito entre bom e muito bom.
PLANILHA DE AVALIAÇÃO AVALIAÇÃO INSUFICIENTE REGULAR BOM MUITO BOM INTERVALO DE NOTAS
0 a 5 6 a7 8 a 9 10
Nº DE PESSOAS
0 09 21 12
PERCENTUAL 0 21,5% 50% 28,5%
39
CONCLUSÃO
No decorrer do trabalho desenvolvido, foi observada a amplitude do
assunto estudado, visto que a EAD se apresenta em constante
desenvolvimento. Devido as Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC),
apropriadas para esta modalidade de ensino é possível uma maior interação
entre alunos - professores, alunos - instituição e alunos – alunos, onde as TIC
são utilizadas para mediar este contato, adequando cada conteúdo a realidade
de cada curso. Porém não se pode esquecer que só é possível alcançar uma
educação de qualidade, seja essa em qualquer modalidade, presencial ou a
distância, quando educadores e alunos, falarem a mesma linguagem na busca
desse bem comum.
Ao analisar a plataforma Moodle e suas ferramentas, vimos, através
da bibliografia pesquisada, que as diversas ferramentas disponibilizadas por
ela, quando bem utilizadas, são capazes de elevar o nível de qualidade do
ensino e do aprendizado dos alunos, o que é essencial para essa nova
sociedade do conhecimento, dentro da modalidade da EAD.
Porém na pratica, apesar do AVA Moodle, apresentar facilidade de
acesso e se enquadrar de forma significativa no processo de aprendizagem
dos alunos, foi notório a não utilização de todas as ferramentas oferecidas pelo
ambiente.
Diante da análise dos dados foi verificado que o Ambiente Virtual de
Aprendizagem (AVA) moodle, se enquadra de forma significativa no processo
de educação a distância, sendo este um software livre e de fácil compreensão
e utilização. O perfil dos educandos que utilizam ou que já utilizaram o AVA
moodle, não é um dos mais novos e nem tão pouco nasceram em uma era
tecnológica, pois, dois (42) quarenta e dois alunos entrevistados, 62% estão na
faixa de idade entre 40 e 60 anos, sendo a maioria com idade a cima de 40
anos.
Apesar dos pontos positivos ressaltados nesta pesquisa, tendo o AVA
moodle uma boa aceitação entre os alunos na modalidade a distância, ainda há
muitos recursos disponibilizados pelo ambiente que são pouquíssimos
40
utilizados. Vimos que nesse ambiente o conhecimento é construído de forma
contínua, assim como o processo de aprender e ensinar, nesse contexto é
importante a atualização e a busca constante pela melhoria do ambiente virtual
de aprendizagem.
Pelo exposto, conclui-se que é nítida a preocupação do AVA modlle com
a responsabilidade de se manter uma comunicação permanente e clara, não só
dispondo de tecnologia, mas empregando-a de forma correta e satisfatória,
oferecendo as ferramentas necessárias para realização de um curso a
distância, permitindo interação, aquisição de conhecimento e formação plena
do estudante, possibilitando a mesma capacitação de um curso presencial.
Também, foi possível concluir que o AVA oferece vários recursos que
são conhecidos, porém é visível a preferência pela utilização dos fóruns, pois
74% dos alunos entrevistados, responderam que o fórum é o recurso que mais
proporciona a interatividade e aprendizado, fato esse que pode ser justificado
por ser um espaço informal, que de certa forma permite a participação de todos
os integrantes do grupo de estudo, permitindo a troca de conhecimento.
No entanto, sabendo da velocidade do desenvolvimento tecnológico e
que nem sempre ou que na maioria das vezes não é acompanhado pela
sociedade, este trabalho serve como base para que futuramente outros
estudos possam ser apresentados e comparados com os dados atuais, dando
continuidade a esta pesquisa, com a finalidade do desenvolvimento da
educação, contribuindo para que as futuras gerações possam aprimorar-se na
busca do bem comum, visando uma educação a distância de qualidade, com
ambientes virtuais de aprendizagem bem elaborados que não só permitam o
acesso as ferramentas, mas que também a utilização de todas essas
ferramentas e por todos os seus usuários de forma a promover uma educação
igualitária para todos.
41
BIBLIOGRAFIA
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42
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VIEIRA, R. S. O Papel das tecnologias da informação e comunicação na educação a distância: um estudo sobre a percepção do professor/tutor. Revista Brasileira de Aprendizagem Aberta e a Distância, São Paulo, v. 10, 2011. Disponível em: <http://www.abed.org.br/revistacientifica/Revista_PDF_Doc/2011/Artigo_05.pdf>. Acesso em: 10 de junho de 2016.
43
ANEXO 1
Questionário utilizado na pesquisa, disponibilizado pelo link: https://docs.google.com/document/d/1GuLdEdXwYlWrAHlQgG5j6Lv0LzjXonNfgdNf8LOlMIc/edit#heading=h.mq28wftj74zq. Feito através do Google docs.
Pesquisa de Pós Graduação – A EAD e a utilização da
plataforma Moodle
Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) Docência do Ensino Superior – Instituto A Vez do Mestre – Universidade Cândido Mendes, sobre as ferramentas de apoio utilizadas na Plataforma Moodle. Dirigida à um grupo de (42) quarenta e dois alunos de diversos cursos superiores de Ensino a Distância (EAD) do Centro de Educação Superior a Distancia do Estado do Rio de Janeiro (CEDERJ) que utilizam ou já utilizaram a Plataforma Moodle.
*Obrigatório
Há quanto tempo você utiliza o Ambiente Virtual Moodle? *
Qual seu sexo? *
o Masculino
o Feminino
Você trabalha? *
o Sim
o Não
o Outro:
Qual a sua faixa etária? *
o Entre 20 e 30 anos
o Entre 30 e 40 anos
44
o Entre 40 e 50 anos
o Outro:
Você possui computador em casa? *
o Sim, com internet.
o Sim, sem internet
o Não.
o Outro:
Se você possui acesso à internet em casa, informe qual a velocidade de sua conexão. *
Qual lugar você acessa mais a internet? *
o Casa.
o Trabalho.
o Escola/Curso/faculdade.
o Celular/Tablet
o Outro:
Com que frequência você acessa a internet? *
o Uma vez por semana.
o De 2 a 3 vezes por semana.
o De 3 a 4 vezes por semana.
o Diariamente
o Outro:
Você utiliza o Moodle em um curso de : *
o Graduação
o Pós Graduação
o Extensão
o Atualização
o Aperfeiçoamento
o Qualificação
o Outro:
45
Você acessa o AVA Moodle, preferencialmente: *
o Em casa.
o No pólo
o No trabalho.
o Outro:
Com que frequência você acessa o ambiente? *
o Uma vez por semana
o De 2 a 3 vezes por semana
o Diariamente
o Outro:
É o primeiro curso EAD que está fazendo? *
o Sim
o Não
Caso já tenha feito outro curso EAD, o ambiente utilizado também foi o Moodle? *
o Sim
o Não
Em caso negativo na resposta anterior, qual outro AVA que você já utilizou? Gostou? Há diferenças com o Moodle? Exemplifique-as
Quais ferramentas que o ambiente Moodle oferece que o seu tutor mais utiliza? *
o Fóruns
o Chats
o Wikis
o questionários
o AVA - Plataforma (mensagens)
o Vídeos
o Imagens
o Áudio
o Links
46
o Outro:
Se sua resposta for outro, justifique:
Qual o meio mais utilizado para comunicar-se com o tutor? *
o Fóruns
o Chats
o AVA - Plataforma (mensagens)
o Telefone
o Redes Sociais
o Presencialmente (Polo)
o Outro:
Com que frequência você interage com seu tutor? *
o Diariamente
o Uma vez por semana
o De 2 a 3 vezes por semana
o Outro:
Se sua resposta anterior for outro, justifique:
Quais ferramentas midiáticas que o ambiente oferece que você acha que propicia uma maior interação, seja aluno-aluno e/ou aluno-professor? *
Quais ferramentas utilizadas, na sua opinião, que favorecem o aprendizado? *
o Fóruns
o Chats
o Wikis
o Questionários
o AVA - Mensagens
o Vídeos
o Imagens
o Áudios
o Links
47
o Outro:
Se sua resposta for outro, justifique:
Qual a maior dificuldade encontrada para realização de atividades no ambiente Moodle? Justifique sua resposta: *
Você está gostando de utilizar o Moodle? Usaria novamente, ou seja, em outro curso? *
o Sim.
o Não
Em caso negativo na resposta anterior, justifique a sua resposta.
De 0 a 10, qual nota você daria ao Moodle? *
Deseja deixar algum outro comentário?
Deseja receber meu trabalho final por e-mail? Deixe seu e-mail:
Formulário da pesquisa online aplicada. Fonte:<https://docs.google.com/document/d/1GuLdEdXwYlWrAHlQgG5j6Lv0LzjXonNgdNf8LOlMIc/edit#heading=h.mq28wftj74zq>
48
INDICE
FOLHA DE ROSTO --------------------------------------------------------------------------2
AGRADECIMENTO----------------------------------------------------------------------------3
DEDICATÓRIA----------------------------------------------------------------------------------4
RESUMO-----------------------------------------------------------------------------------------5
METODOLOGIA--------------------------------------------------------------------------------6
SUMÁRIO----------------------------------------------------------------------------------------7
INTRODUÇÃO----------------------------------------------------------------------------------8
CAPÍTULO I
EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA E CULTURA DIGITAL ---------------------------------11
1.1 – Contexto histórico ------------------------------------------------------------------ 12
1.1.2- A EAD no contexto atual --------------------------------------------------- 14
1.2 – Pressupostos teóricos --------------------------------------------------------------16
CAPÍTULO II
O AMBIENTE VIRTUAL DE APRENDIZAGEM MOMOODLE --------------------19
2.1 - Ferramentas do AVA Moodle e suas funcionalidades --------------------21
2.1.1- Interfaces do AVA Moodle --------------------------------------------------25
2.1.2 - Ferramentas de Interface da WEB 2.0 com o AVA Moodle -----26
CAPÍTULO III
ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS ----------------------------------------33
3.1- Público participante da pesquisa -------------------------------------------------33
3.1.2 - O ambiente de aprendizagem AVA Moodle ---------------------------35
CONCLUSÃO.----------------------------------------------------------------------------------39
BIBLIOGRAFIA --------------------------------------------------------------------------------41
ANEXO1------------------------------------------------------------------------------------------43
INDICE -------------------------------------------------------------------------------------------48