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A INTERSUBJETIVIDADE COMO REDUTO DE VERDADE NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM HISTÓRICA: entrelaço entre consciência

histórica e cultura histórica

Rafael Reinaldo Freitas ([email protected])Orientador: Prof. Dr. Marcelo Fronza

([email protected])

INTRODUÇÃONa convicção da formação histórica como consequência dediferentes instâncias da vida, este artigo se propõe aanalisar os conceitos de cultura histórica e consciênciahistórica no intuito de entender o lugar e a importância dediferentes artefatos de cultura portadores de narrativahistórica de constituição de sentido. Insere-se no conjuntode pesquisas as quais tomam como parâmetro investigativoa cognição histórica situada (SCHMIDT, 2009) e se pautamna epistemologia da história para a delimitação einterpretações de questões que envolvam o estudo dasideias históricas de sujeitos, em diálogo com a teoria daconsciência histórica (RÜSEN 2010a).Ao pensar a aprendizagem histórica em uma centralidadenaquilo que se aprende, ao invés naquilo que se deveriaaprender, observa-se a manifestação de diferentes fontes,posicionamentos e identidades históricas que trazemconsigo contribuições de filmes, quadrinhos, músicas ejogos eletrônicos, por exemplo.A consciência histórica está exposta a diversas intervençõesintencionais e involuntárias, conforme a vivência emsociedade. Sabores estéticos, a rememoração dos feitoscoletivos, a tradição que envolve o moderno nas diferentesformas de narrar e entender os percalços da vida humanaao longo do tempo, seja institucionalmente transmitida,como na escola, ou em contextos fora dela, o discursohistórico aparece em diferentes linguagens constituindoorientação temporal futura.Diante disso surge a seguinte pergunta: qual a relaçãoentre aprendizagem histórica e os meios de comunicaçãode massa, e como manter uma emancipação do sujeitodiante de tanta informação? Pensando no debatequalificador de aprendizagem, onde a racionalidadecientífica precisa ser mantida, é importante queentendamos o lugar da verdade nestas interferências e suarelação no processo de subjetivação dos saber histórico.Uma possibilidade de encararmos tal problema é atravésda intersubjetividade como reduto de aparecimento epermanências de narrativas históricas materializadas apartir da cultura histórica vigente.

RESULTADOSLevando em consideração o papel da “subjetivação

como fundamento da aprendizagem histórica” e naconvicção que a aprendizagem histórica é “um processofundamental e básico da vida humana prática” (RÜSEN,2012 p. 73), este trabalho procurou sistematizar leiturassobre a relação de artefatos artísticos portadores dediscurso histórico, a imanência de verdade provida dacultura histórica e possíveis análises da relação entresujeito-artefato tomando a intersubjetividade como guia,a partir de investigações que tomam como critério osprincípios da cognição histórica situada (SCHMIDT,2009).A partir da leitura e diálogo feito com Jörn Rüsen(2015), Marcelo Fronza (2012) e Bodo V. Borries(2016) é possível conclui que:A atribuição de sentido para o passado humanomediante as formatações estéticas, artísticas do saberhistórico perpassa a intersubjetividade como principalreduto de subjetivação, da formação da identidadehistórica e da participação na cultura histórica. Para asjovens estudantes, o fator estético é articulador designificância da temporalidade e sua plausibilidade estáno ato comunicativo, de confronto, onde osimpedimentos morais, éticos e religiosos próprios dacultura histórica assumem carga na percepção, trato ejulgamento da experiência destes artefatos culturais. Aformação histórica tem como função última inserir,através da teoria da história, a controvérsia (pluralidadede sentido) ao se fazer perceber a desnaturalização dosfenômenos humanos e dar posição protagonizante aosujeito no processo de subjetivação das narrativas deconstituição de sentido para a consciência histórica.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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OBJETIVOSGeral:Analisar os conceitos de cultura histórica, consciênciahistórica e sua complexa relação quando pensando aaprendizagem histórica, além de apontar suascontribuições para investigações que busquem entender oenvolvimento do sujeito aprendiz com artefatos culturaisportadores de discurso histórico.

Específico:•Apresentar como pesquisadores do campo da educaçãohistórica e da didática da história tem pensado asubjetivação do conhecimento histórico tomandocontribuições de diferentes linguagens, na preocupação deevidenciar a aprendizagem histórica como processoresultante do sentimental e do racional, ou ainda, comomobilizações das diferentes dimensões da cultura históricae diálogo com a consciência histórica.

METODOLOGIADe natureza de revisão teórica e metodológica, trata-sede leituras de trabalhos empíricos nos quais a consciência histórica está no centro no processo deaprendizagem histórica. Tomamos auxilio das pesquisasde Marcelo Fronza (2012) e Bodo V. Borries (2016)para esclarecer o diálogo entre consciência histórica(individuo) e cultura histórica (totalidade) no processode aprendizagem histórica.

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