A sustentabilidade do turismo na Região Autónoma da Madeira
Luís Pedro Pereira de Gouveia Reis
Dissertação para obtenção do Grau de Mestre em Engenharia do Território
Júri Presidente: Prof. Maria do Rosário Maurício Ribeiro Macário Orientador: Prof. José Álvaro Pereira Antunes Ferreira Vogais: Prof. Fernando Nunes da Silva
Setembro de 2007
ii
Agradecimentos
Venho por este meio agradecer minha irmã Luísa Reis e ao José Iglezias pela ajuda na
formatação deste trabalho, à Maria Moura pela revisão do texto, agradeço também ao Sr. Arquitecto
Raúl Abreu, à Filipa Febrer, ao João Alexandre Varela e ao Filipe de Portugal pela ajuda na
elaboração em inglês do extended abstract, à minha mãe Maria da Paz pelo apoio moral, ao meu pai
Eng. Hugo Reis pelo apoio e pela ajuda na obtenção de informação, ao meu primo José Agostinho
Pereira de Gouveia pela ajuda na aquisição de informação, ao Dr. António Trindade pela importante
alusão à temática do turismo Madeirense, à Professora Doutora Maria dos Anjos Ramos pela
cedência de bibliografia e por fim ao meu orientador Professor Doutor José Álvaro Pereira Antunes
Ferreira pela orientação dada na elaboração do trabalho.
iii
Resumo
Com o aumento de oferta de destinos turísticos, modificações na procura e aumento da
sensibilidade do turista em questões relacionadas com qualidade/preço do produto, torna-se
necessário, uma análise de indicadores que traduzam fragilidades possíveis num desenvolvimento
sustentável do turismo na Madeira. A caracterização da oferta e a sua dinâmica foi analisada durante
o período 1998 a 2005. Esta análise relacionada com a procura, permitiu identificar áreas e tipos de
intervenção a efectuar, na tentativa de assegurar um desenvolvimento sustentável. As principais
áreas de intervenção são as acessibilidades, o produto turístico e as estratégias de marketing, sendo
esta última área, alvo de um estudo mais aprofundado. Foram analisadas as brochuras presentes em
cada um dos principais mercados emissores, comparadas com as brochuras de destinos
concorrentes e verificadas respectivas adequações. O Sector Turístico na Madeira, no cenário actual,
não apresenta condições de sustentabilidade, pelo que a curto prazo terão de ser implementadas
novas propostas de intervenção como as resultantes deste estudo.
Palavras-Chave : Oferta; Procura; Sustentabilidade; Acessibilidades; Produto; Marketing.
iv
Abstract
The increasing number of touristic destinations has made the tourist more sensible to
questions related to the costs and quality of the touristic products. Therefore, an analysis of indicators
that reflect possible flaws in the sustainable development of tourism in Madeira is necessary. The
touristic offer and its dynamics in Madeira were analysed for the period between 1998 and 2005. This
analysis, related to the demands registered, allowed the identification of areas and types of
intervention in order to ensure a sustainable development. The main areas of intervention are the
accessibilities, the tourist product and marketing strategies, which were thoroughly analysed.
Promotion brochures were analysed and compared to those from competing destinations, and their
adequacy was assessed. The tourism sector in Madeira does not have reliable conditions for
sustainability and interventions in different areas must be made to ensure a sustained development of
tourism in the region.
Keywords: Sustainability; accessibilities; marketing; product; development; offer; demand.
v
ÍNDICE
1. INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 1
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ........................... ....................................................... 4
3. A SUSTENTABILIDADE TURÍSTICA NO ÂMBITO INTERNACI ONAL.............. 10
4. COMO DESENVOLVER UMA ESTRATÉGIA E UM PLANO DE AC ÇÃO DE TURISMO SUSTENTÁVEL................................ ...................................................... 12
5. MADEIRA COMO DESTINO TURÍSTICO.................. .......................................... 14
6. SECTOR TURÍSTICO .......................................................................................... 17
6.1. Caracterização do ramo hotéis e similares ........................................................................................... 18 6.1.1. Estabelecimentos Hoteleiros ............................................................................................................ 18 6.1.2. Turismo no Espaço Rural................................................................................................................. 19 6.1.3. Conclusões ...................................................................................................................................... 19
6.2. Análise dinâmica do ramo..................................................................................................................... 20 6.2.1. Variáveis Adoptadas ........................................................................................................................ 20 6.2.2. Análises das variáveis ...................................................................................................................... 21
6.3. Análise económica do ramo................................................................................................................... 30 6.3.1. Variáveis adoptadas ......................................................................................................................... 30 6.3.2. Análise de variáveis ......................................................................................................................... 30
6.4. Conclusões ............................................................................................................................................. 32
7. METAS DE SUSTENTABILIDADE....................... ............................................... 34
7.1 Acessibilidades ....................................................................................................................................... 34
7.2. Produto.................................................................................................................................................. 39
7.3 Marketing............................................................................................................................................... 40
8. ANÁLISE AO MARKETING............................ ..................................................... 41
8.1. Despesa local.......................................................................................................................................... 42 8.1.1. Análise dos gastos nos sectores, por mercado emissor....................................................................... 43
8.2. Análise de Brochuras ............................................................................................................................ 45 8.2.1. Parâmetros estudados para os mercados emissores............................................................................ 45 8.2.2. Mercados emissores......................................................................................................................... 46
9. CONSIDERAÇÕES FINAIS E PROPOSTAS DE INTERVENÇÃO. ..................... 82
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................... ............................................... 84
ANEXOS .................................................................................................................. 85
vi
ÍNDICE DE FIGURAS
CAPÍTULO 6
FIGURA 1 – GRÁFICO DA DISTRIBUIÇÃO DE HOTÉIS PELOS CONCELHOS NA MADEIRA ........................................ 18
FIGURA 2 – GRÁFICO DA EVOLUÇÃO DO NÚMERO DE UNIDADES DE ALOJAMENTO.............................................. 21
FIGURA 3 – GRÁFICO DA EVOLUÇÃO ANUAL DO NÚMERO DE UNIDADES DE ALOJAMENTO .................................. 22
FIGURA 4 – GRÁFICO DA EVOLUÇÃO DOS GRUPOS DE UNIDADES HOTELEIRAS.................................................... 22
FIGURA 5 – GRÁFICO DA EVOLUÇÃO DO NÚMERO DE HOTÉIS POR CATEGORIA ................................................... 23
FIGURA 6 – GRÁFICO DA EVOLUÇÃO DA CAPACIDADE DE ALOJAMENTO ............................................................ 24
FIGURA 7 – GRÁFICO DA EVOLUÇÃO DO NÚMERO TOTAL DE DORMIDAS ............................................................ 25
FIGURA 8 – GRÁFICO DA EVOLUÇÃO ANUAL DA TAXA DE OCUPAÇÃO DAS UNIDADES DE ALOJAMENTO............... 26
FIGURA 9 – GRÁFICO DE COMPARAÇÃO DAS TAXAS DE OCUPAÇÃO DO RAMO HOTELEIRO E DOS
ESTABELECIMENTOS HOTELEIROS........................................................................................................... 26
FIGURA 10 – GRÁFICO DA EVOLUÇÃO DO NÚMERO DE UNIDADES DE ALOJAMENTO............................................ 28
FIGURA 11 – GRÁFICO DA EVOLUÇÃO DA CAPACIDADE DE ALOJAMENTO NO PORTO SANTO ............................... 28
FIGURA 12 – GRÁFICO DA EVOLUÇÃO DAS DORMIDAS NO PORTO SANTO .......................................................... 29
FIGURA 13 – GRÁFICO DA EVOLUÇÃO DA TAXA DE OCUPAÇÃO NO PORTO SANTO.............................................. 29
FIGURA 14 – GRÁFICO DA EVOLUÇÃO DOS CUSTOS COM FUNCIONÁRIOS............................................................ 30
FIGURA 15 – GRÁFICO DA EVOLUÇÃO DAS RECEITAS NO RAMO TOTAIS ............................................................. 31
FIGURA 16 – GRÁFICO DE DORMIDAS DISPONÍVEIS/VERIFICADAS NOS ESTABELECIMENTOS HOTELEIROS ............ 32
FIGURA 17 – GRÁFICO DE DORMIDAS VERIFICADAS/DISPONÍVEIS NO TER......................................................... 32
CAPÍTULO 7
FIGURA 18 – GRÁFICO DAS TAXAS AEROPORTUÁRIAS....................................................................................... 38
CAPÍTULO 8
FIGURA 19 – GRÁFICO DA DISTRIBUIÇÃO DE PÁGINAS POR TIPO DE INFORMAÇÃO NO INVERNO .......................... 46
FIGURA 20 – GRÁFICO DA DISTRIBUIÇÃO DE PÁGINAS POR TIPO DE INFORMAÇÃO NO VERÃO ............................. 47
FIGURA 21 – GRÁFICO DA DISTRIBUIÇÃO DA OFERTA DE ALOJAMENTO POR DESTINO E TIPOLOGIA NO INVERNO .. 47
FIGURA 22 – GRÁFICO DA DISTRIBUIÇÃO DA OFERTA DE ALOJAMENTO POR DESTINO E TIPOLOGIA NO VERÃO..... 48
FIGURA 23 – GRÁFICO DA AVALIAÇÃO DE CADA DESTINO POR CRITÉRIO NO INVERNO ....................................... 49
FIGURA 24 – GRÁFICO DE AVALIAÇÃO DAS VOCAÇÕES TURÍSTICAS DE CADA DESTINO NO INVERNO ................... 49
FIGURA 25 – GRÁFICO DA AVALIAÇÃO DE CADA DESTINO POR CRITÉRIO NO VERÃO .......................................... 50
FIGURA 26 – GRÁFICO DE AVALIAÇÃO DAS VOCAÇÕES TURÍSTICAS DE CADA DESTINO NO VERÃO ...................... 50
FIGURA 27 – GRÁFICO DA DISTRIBUIÇÃO DE PÁGINAS POR TIPOLOGIA DE INFORMAÇÃO NO INVERNO ................. 52
FIGURA 28 – GRÁFICO DA DISTRIBUIÇÃO DE PÁGINAS POR TIPOLOGIA DE INFORMAÇÃO NO VERÃO .................... 53
vii
FIGURA 29 – GRÁFICO DA DISTRIBUIÇÃO DE OFERTA DE ALOJAMENTO POR DESTINO E TIPOLOGIA NO INVERNO .. 53
FIGURA 30 – GRÁFICO DA DISTRIBUIÇÃO DE OFERTA DE ALOJAMENTO POR DESTINO E TIPOLOGIA NO VERÃO ..... 54
FIGURA 31 – GRÁFICO DA AVALIAÇÃO DOS DESTINOS POR CRITÉRIO NO INVERNO ............................................. 54
FIGURA 32 – GRÁFICO DE AVALIAÇÃO DAS VOCAÇÕES TURÍSTICAS DE CADA DESTINO NO INVERNO ................... 55
FIGURA 33 – GRÁFICO DA AVALIAÇÃO DE CADA DESTINO POR CRITÉRIO NO VERÃO .......................................... 55
FIGURA 34 – GRÁFICO DE AVALIAÇÃO DAS VOCAÇÕES TURÍSTICAS DE CADA DESTINO NO VERÃO ...................... 56
FIGURA 35 – GRÁFICO DA DISTRIBUIÇÃO DE PÁGINAS POR TIPOLOGIA DE INFORMAÇÃO NO INVERNO ................. 58
FIGURA 36 – GRÁFICO DA DISTRIBUIÇÃO DE PÁGINAS POR TIPOLOGIA DE INFORMAÇÃO NO VERÃO .................... 58
FIGURA 37 – GRÁFICO DA DISTRIBUIÇÃO DA OFERTA DE ALOJAMENTO POR DESTINO E TIPOLOGIA NO INVERNO .. 59
FIGURA 38 – GRÁFICO DA DISTRIBUIÇÃO DE OFERTA POR DESTINO E TIPOLOGIA NO VERÃO ............................... 60
FIGURA 39 – GRÁFICO DA AVALIAÇÃO DE CADA DESTINO POR CRITÉRIO NO INVERNO ....................................... 60
FIGURA 40 – GRÁFICO DE AVALIAÇÃO DAS VOCAÇÕES TURÍSTICAS DE CADA DESTINO NO INVERNO ................... 61
FIGURA 41 – GRÁFICO DA AVALIAÇÃO DE CADA DESTINO POR CRITÉRIO NO VERÃO .......................................... 61
FIGURA 42 – GRÁFICO DE AVALIAÇÃO DAS VOCAÇÕES TURÍSTICAS DE CADA DESTINO NO VERÃO ...................... 62
FIGURA 43 – GRÁFICO DA DISTRIBUIÇÃO DE PÁGINAS POR TIPOLOGIA DE INFORMAÇÃO NO INVERNO ................. 64
FIGURA 44 – GRÁFICO DA DISTRIBUIÇÃO DE PÁGINAS POR TIPOLOGIA DE INFORMAÇÃO NO VERÃO .................... 64
FIGURA 45 – GRÁFICO DA DISTRIBUIÇÃO DE OFERTA DE ALOJAMENTO POR DESTINO E TIPOLOGIA NO INVERNO .. 65
FIGURA 46 – GRÁFICO DA DISTRIBUIÇÃO DE OFERTA DE ALOJAMENTO POR DESTINO E TIPOLOGIA NO VERÃO ..... 65
FIGURA 47 – GRÁFICO DA AVALIAÇÃO DE CADA DESTINO POR CRITÉRIO NO INVERNO ....................................... 66
FIGURA 48 – GRÁFICO DE AVALIAÇÃO DAS VOCAÇÕES TURÍSTICAS DE CADA DESTINO NO INVERNO ................... 67
FIGURA 49 – GRÁFICO DA AVALIAÇÃO DE CADA DESTINO POR CRITÉRIO NO VERÃO .......................................... 67
FIGURA 50 – GRÁFICO DE AVALIAÇÃO DAS VOCAÇÕES TURÍSTICAS DE CADA DESTINO NO VERÃO ...................... 68
FIGURA 51 – GRÁFICO DA DISTRIBUIÇÃO DE PÁGINAS POR TIPOLOGIA DE INFORMAÇÃO NO INVERNO ................. 69
FIGURA 52 – GRÁFICO DA DISTRIBUIÇÃO DE PÁGINAS POR TIPOLOGIA DE INFORMAÇÃO NO VERÃO .................... 70
FIGURA 53 – GRÁFICO DA DISTRIBUIÇÃO DE OFERTA POR DESTINO E TIPOLOGIA NO INVERNO ............................ 71
FIGURA 54 – GRÁFICO DA DISTRIBUIÇÃO DE OFERTA POR DESTINO E TIPOLOGIA NO VERÃO ............................... 71
FIGURA 55 – GRÁFICO DA AVALIAÇÃO DE CADA DESTINO POR CRITÉRIO NO INVERNO ....................................... 72
FIGURA 56 – GRÁFICO DE AVALIAÇÃO DAS VOCAÇÕES TURÍSTICAS DE CADA DESTINO NO INVERNO ................... 73
FIGURA 57 – GRÁFICO DA AVALIAÇÃO DE CADA DESTINO POR CRITÉRIO NO VERÃO .......................................... 73
FIGURA 58 – GRÁFICO DE AVALIAÇÃO DAS VOCAÇÕES TURÍSTICAS DE CADA DESTINO NO VERÃO ...................... 74
FIGURA 59 – GRÁFICO DA DISTRIBUIÇÃO DE PÁGINAS POR TIPOLOGIA DE INFORMAÇÃO NO INVERNO ................. 76
viii
FIGURA 60 – GRÁFICO DA DISTRIBUIÇÃO DE PÁGINAS POR TIPOLOGIA DE INFORMAÇÃO NO VERÃO .................... 76
FIGURA 61 – GRÁFICO DA DISTRIBUIÇÃO DA OFERTA DE ALOJAMENTO POR DESTINO E TIPOLOGIA NO INVERNO .. 77
FIGURA 62 – GRÁFICO DA DISTRIBUIÇÃO DA OFERTA DE ALOJAMENTO POR DESTINO E TIPOLOGIA NO VERÃO..... 78
FIGURA 63 – GRÁFICO DA AVALIAÇÃO DE CADA DESTINO POR CRITÉRIO NO INVERNO ....................................... 78
FIGURA 64 – GRÁFICO DE AVALIAÇÃO DAS VOCAÇÕES TURÍSTICAS DE CADA DESTINO NO INVERNO ................... 79
FIGURA 65 – GRÁFICO DA AVALIAÇÃO DE CADA DESTINO POR CRITÉRIO NO VERÃO .......................................... 79
FIGURA 66 – GRÁFICO DE AVALIAÇÃO DAS VOCAÇÕES TURÍSTICAS DE CADA DESTINO NO VERÃO ...................... 80
ÍNIDICE DE TABELAS
CAPÍTULO 7
TABELA 1 – TABELA DAS TAXAS DE CRESCIMENTO DOS DIFERENTES TIPOS DE LIGAÇÃO AÉREA ......................... 38
CAPÍTULO 8
TABELA 2 – TABELA DO NÚMERO DE INQUIRIDOS POR MERCADO EMISSOR ........................................................ 43
TABELA 3 – TABELA DOS GASTOS NOS SECTORES POR MERCADO EMISSOR ........................................................ 43
ÍNDICE DE ILUSTRAÇÕES
CAPÍTULO 7
ILUSTRAÇÃO 1 – ELEMENTOS CHAVE DO SUCESSO DAS LOW COST. .................................................................... 35
ILUSTRAÇÃO 2 – LINHAS DE ACÇÃO DE VOOS CHARTER E LOW COST .................................................................. 37
ÍNDICE DE ANEXOS
CAPÍTULO 6
ANEXO 1 – GRÁFICO DA DISTRIBUIÇÃO DOS HOTÉIS – APARTAMENTOS ............................................................. 85
ANEXO 2 – GRÁFICO DA DISTRIBUIÇÃO DAS PENSÕES....................................................................................... 85
ANEXO 3 – GRÁFICO DA DISTRIBUIÇÃO DAS POUSADAS E ESTALAGENS ............................................................. 85
ANEXO 4 – GRÁFICO DA DISTRIBUIÇÃO DOS APARTAMENTOS TURÍSTICOS ......................................................... 86
ANEXO 5 – GRÁFICO DA DISTRIBUIÇÃO DAS UNIDADES DE TURISMO NO ESPAÇO RURAL.................................... 86
ANEXO 6 – GRÁFICO DA EVOLUÇÃO DA CAPACIDADE DE ALOJAMENTO NOS ESTABELECIMENTOS HOTELEIROS ... 87
ANEXO 7 – GRÁFICO DA EVOLUÇÃO DA CAPACIDADE DE ALOJAMENTO NO TER................................................ 87
ix
ANEXO 8 – GRÁFICO DA EVOLUÇÃO DAS DORMIDAS NOS ESTABELECIMENTOS HOTELEIROS ............................... 87
ANEXO 9 – GRÁFICO DA EVOLUÇÃO DAS DORMIDAS NAS UNIDADES DE TER..................................................... 88
ANEXO 10 – GRÁFICO DA EVOLUÇÃO DAS TAXAS DE OCUPAÇÃO NOS ESTABELECIMENTOS HOTELEIROS............. 88
ANEXO 11 – GRÁFICO COM AS TAXAS DE OCUPAÇÃO DOS ESTABELECIMENTOS DE TER..................................... 88
ANEXO 12 – GRÁFICO DA DISTRIBUIÇÃO SAZONAL DA TAXA DE OCUPAÇÃO DO RAMO HOTELEIRO ..................... 89
ANEXO 13 – GRÁFICO DA EVOLUÇÃO DO Nº DE EMPREGADOS POR CAMA .......................................................... 89
ANEXO 14 – GRÁFICO DA EVOLUÇÃO ANUAL DAS RECEITAS DE APOSENTO ....................................................... 90
CAPÍTULO 8
ANEXO 15 – TABELA DE GASTOS NO RAMO DE TOURS/ EXCURSÕES .................................................................. 90
ANEXO 16 – TABELA DE GASTOS NAS ACTIVIDADES CULTURAIS POR TIPO DE ACTIVIDADE................................. 91
ANEXO 17 – TABELA DE GASTOS NAS ACTIVIDADES DESPORTIVAS POR TIPO DE ACTIVIDADE ............................. 91
ANEXO 18 – TABELA DE GASTOS EM ARTESANATO/COMÉRCIO POR TIPO ............................................................ 92
ANEXO 19 – TABELA DE PREÇOS MÉDIOS DOS PACOTES POR DESTINO EM PORTUGAL......................................... 92
ANEXO 20 – TABELA DE PREÇOS MÉDIOS DOS PACOTES POR DESTINO EM ESPANHA ........................................... 93
ANEXO 21 – TABELA DE PREÇOS MÉDIOS DOS PACOTES POR DESTINO EM FRANÇA............................................. 93
ANEXO 22 – TABELA DE PREÇOS MÉDIOS DOS PACOTES POR DESTINO NA ALEMANHA........................................ 94
ANEXO 23 – TABELA DE PREÇOS MÉDIOS DOS PACOTES POR DESTINO NO REINO UNIDO ..................................... 94
ANEXO 24 – TABELA DE PREÇOS MÉDIOS DOS PACOTES POR DESTINO NA SUÉCIA .............................................. 95
x
LISTA DE ABREVIAÇÕES
R.A.M. - REGIÃO AUTÓNOMA DA MADEIRA
T.E.R - TURISMO DE ESPAÇO RURAL
SELF-CAT. - SELF CATERING
1
1. Introdução
A Madeira como destino turístico, no mercado internacional, está cada vez mais susceptível
a efeitos de competitividade, tanto por parte do surgimento de novos destinos como de mutações
registadas nos já existentes abalando a actividade turística que actualmente é um agente activo na
promoção da qualidade de vida regional. Na Madeira, o turismo é indiscutivelmente um sector-chave
de desenvolvimento visto apresentar um mercado com pouca produtividade e actividades
económicas pouco competitivas. A ordem dos Economistas, delegação Regional da Madeira na I
Conferência Anual do turismo em no presente ano diz que “a contribuição da “Actividade Turística
Global” para o Valor Acrescentado Bruto (VAB) Regional situa-se nos 28%, o turismo por si origina
impactos directos e globais no Produto Interno Bruto (PIB) Regional à volta dos 25% e é responsável
directamente, por 15% dos postos de trabalho existentes”.
A importância deste sector para a região evidencia um interesse comum a todos os agentes
envolvidos na teia economia em promover um desenvolvimento “saudável” do turismo. Por
desenvolvimento “saudável” entende-se aquando de uma abordagem mais técnica como
desenvolvimento sustentável.
No meu entender existem dois aspectos necessários que motivam e justificam intervenções
nos diversos âmbitos na tentativa de promover um desenvolvimento turístico sustentável. O primeiro
sugere que terão que se verificar resultados positivos numa análise custo/beneficio sobre o que o
turismo pode proporcionar à população regional, o segundo aspecto refere ao grau positivo de
satisfação do turista que para além dos serviços e equipamentos, está intimamente ligada ao
património cultural e ambiental, sendo estes cada vez mais, o grande motivo de visita pelo turista.
Para atingir os graus positivos nos dois aspectos anteriores existem intervenções a promover
em distintos âmbitos e que de acordo com a Organização Mundial de Turismo acerca da
sustentabilidade turística são, o âmbito ambiental, o âmbito Sócio-Cultural e o âmbito Económico.
Para estudar a sustentabilidade do turismo na Madeira terão que ser analisadas variáveis
relacionadas com estes três diferentes âmbitos, no entanto por falta dos mais variados tipos de
recursos, neste estudo, será apenas abordada a temática relacionada com o âmbito económico da
sustentabilidade turística na Região não obstante de que a sustentabilidade económica apresenta um
elevado grau de relação com boas estratégias de desenvolvimento nos âmbitos sócio-cultural e
ambiental.
Para elaborar então um estudo sobre a sustentabilidade económica do turismo na Madeira,
serão analisados os estados de variáveis internas do sector turístico que traduzam a dinâmica sofrida
nestes últimos anos, e, que possam servir de base, para caracterizar futuros cenários de
sustentabilidade.
No presente estudo, para além da abordagem prática de análises de variáveis foram
também efectuadas fundamentações teóricas no sentido de apresentar ao leitor a temática que
justifica a elaboração deste trabalho.
2
No Capitulo 2 apresenta-se o conjunto de definições teóricas dos termos e temas abordados
no estudo com fundamentação científica.
No Capítulo 3 é exposto a problemática do tema da sustentabilidade turística em âmbitos
nacional e internacional, assim como quais os tipos de actividades em prática e organismos
envolvidos na sua divulgação e estudo.
No Capítulo 4 estão descritas as etapas por ordem da execução de um plano de acção de
turismo sustentável e também de desenvolvimento de estratégias para esse efeito. Essas etapas
estão dispostas pelos temas principais juntamente com pontos descritivos de acções mais
detalhadas.
O Capítulo 5 com tema “A Madeira como destino Turístico”, apresenta uma breve introdução
histórica da Madeira como destino turístico, as vocações turísticas predominantes e as actividades e
eventos que a promovem.
Após o enquadramento temático e a descrição do objecto de estudo, nesta abordagem
metodológica, seguem-se os capítulos de análise do sector que traduz o comportamento e
produtividade que compõe a teia económica turística da Região.
O Capítulo 6 com o título “Sector turístico” apresenta tal como o título indica, o estudo ao
sector turístico regional. Este estudo, devido a dificuldade de recursos na obtenção de informação
para tal necessária, foi elaborado por analogia a um estudo de um dos ramos que compõem o sector,
o ramo dos Hotéis e Similares, visto que este apresenta um elevado grau de proporcionalidade com
a dinâmica do sector, numa relação de “ceteris paribus” com os restantes ramos, num género de
análise por variável proxy. Neste capítulo são efectuados dois tipos de análise, uma análise que
caracteriza a oferta de alojamento actual referindo o tipo, a capacidade e a sua distribuição territorial,
e, uma análise dinâmica referente ao período de 1998 a 2005 que se reparte em dois campos
distintos, uma estudo das variáveis chave do sector relativas à oferta e procura e um estudo das
variáveis económicas. No final deste capítulo são dispostas observações conclusivas que permitam
evidenciar qual a dinâmica comportamento até à actualidade, e, quando comparado com o
comportamento necessário para garantir sustentabilidade económica, concluir quais as áreas de
possível intervenção para esse efeito.
Efectuada a analise que caracteriza a dinâmica do sector hoteleiro, que traduz falta de
eficiência maioritariamente justificada pela baixa taxa de ocupação registada na ilha, é nos capítulos
seguintes que são referidas áreas a intervir para garantir um possível aumento desta variável
fundamental e consequentemente garantir futuros cenários de sustentabilidade na Região. Tal como
em qualquer destino turístico, esta intervenção baseia-se nas áreas em que o turista apresenta mais
sensibilidade, nomeadamente nas variações de preços afectos a cada destino, à qualidade e
serviços do produto turístico e por fim a actividades de marketing e publicidade.
No Capítulo 7 são referidas as áreas de potencial intervenção que se caracterizam por ser
três, a área das acessibilidades, a área de análise do produto turístico existente e a área de
marketing e promoção do destino.
3
Na área de acessibilidades, tratando-se de uma ilha, existem apenas as possibilidades de
acesso aéreo ou marítimo, no entanto é apenas analisada uma potencial intervenção no meio de
acessibilidade aéreo, pelo que nas rotas marítimas apenas se evidenciam as comerciais visto que o
porto do Funchal impõe maioritariamente o uso como porto de escala no transporte de passageiros.
Na área de intervenção potencial ao “Produto Turístico”, são descritas muito superficialmente
acções que num futuro próximo resultem numa melhoria substancial do produto em diversos âmbitos,
e através das quais seja possível melhorar a atractividade da ilha como destino turístico em
iniciativas de promoção e marketing.
A área de marketing foi a área principal deste estudo, sendo alvo de uma análise mais
específica e aprofundada na qual será posta em causa a sua eficiência no capítulo que se segue.
Capitulo 8 , a análise efectuada ao marketing, refere apenas as qualidades e estratégias
promocionais da ferramenta em estudo, neste caso as brochuras, em relação às suas características
do destino Madeira e em comparação com brochuras dos destinos concorrentes, no entanto não
engloba métodos de distribuição e divulgação.
Esta análise engloba os principais mercados emissores, com capacidades de emissão
superiores a 30000 visitantes por ano, referentes ao Verão 2004 e ao Inverno 2003/2004,
nomeadamente Portugal, Reino Unido, Alemanha, França, Holanda e Suécia. (Não houve dados
sobre o mercado holandês, no entanto foi efectuada uma analise ao mercado Espanhol, por este
apresentar capacidades de emissão potencialmente elevadas).
A área da qualidade destas ferramentas de marketing abrange uma análise aos elementos
descritivos, nomeadamente a expressividade, a vocação e a sua adequação aos diferentes
mercados emissores, para a qual foi efectuado, um estudo complementar sobre as principais áreas
de gastos pelos turistas desses mercados na Região referentes ao ano 2002, que traduz os gostos e
as suas vocações turísticas principais, partindo do pressuposto que se mantêm relativamente
constantes no espaço de dois anos.
A componente estratégica desta análise, abrange os níveis de representatividade nos
diferentes mercados relativamente às suas capacidades de emissão e os preços dos pacotes
turísticos, sendo ambos comparados com a concorrência mais directa.
A elaboração do estudo respeita uma metodologia tal como descrita nos parágrafos
anteriores, visto que, para apurar o tipo de intervenção a fazer nas áreas referidas, requer como
base, uma prévia caracterização descritiva do sector turístico, e, para efeitos de análise,
principalmente de adequação, a efectuar nas brochuras é também necessária a caracterização do
turista tipo de cada mercado resultante da tabela das principais áreas de gastos na região.
No capítulo 9 do relatório foram efectuadas propostas de intervenção futuras, baseadas
observações conclusivas, com o objectivo de proporcionar um desenvolvimento sustentável deste
sector económico na Região. Para além das importantes conclusões relativas aos aspectos
económicos do turismo, serão também referidas observações nos âmbitos sócio-culturais e
ambientais, que apresentem ligação com os resultados económicos deste destino.
4
2. Revisão bibliográfica
A base que sustenta o objectivo principal deste estudo é no fundo uma pergunta bastante
simples, sendo no entanto um bocado complexa de responder. A pergunta consiste no seguinte:
“Poderão as actuais políticas de desenvolvimento aplicadas na Madeira suportar futuros
cenários de desenvolvimento sustentável como destino turístico?”
A resposta a esta pergunta terá necessariamente que passar por uma abordagem teórica
que relacione os aspectos a pesquisar com as áreas a abordar, possibilitando na fase final do
tratamento de dados, elaborar observações conclusivas e propostas de intervenção.
A abordagem teórica do âmbito em que este estudo se insere, sugere uma abordagem que
respeite uma sequência possibilitando uma melhor interpretação por parte do leitor. Uma sequência
lógica nesse aspecto poderá começar por uma introdução ao conceito de sustentabilidade .
O conceito sustentabilidade , poderá ser interpretado como um fenómeno relacionado com
vários aspectos, variando assim de especialista para especialista. Após uma pesquisa bibliográfica
acerca deste conceito, foram verificadas algumas definições que se adaptam relativamente bem ao
âmbito deste estudo, no optou-se por uma compilação de dos pontos de vistas de vários
especialistas dispostos no relatório da referencia bibliográfica número 13.
Dessa compilação de interpretações resulta “Sustentabilidade é a habilidade de ser
sustentável. A sustentabilidade de um sistema consiste na habilidade de manter o seu estado
saudável, seja este o estado desejável ou aceitável. A sustentabilidade reconhece a necessidade de
mudança como força para manter a viabilidade dos processos nos âmbitos a que está afecta”.
Para além da definição do conceito em si, existem actualmente inúmeras recomendações da
vários especialistas acerca de quais os âmbitos ou critérios aos quais pode estar afecto o conceito de
sustentabilidade, no entanto, após alguma pesquisa sobre o assunto a recomendação que transmitiu
uma visão mais abrangente e completa foi de Sachs (2002, P. 85) adaptada para brasileiro e
dispostas no relatório da referencia bibliográfica número 13 que diz que existem oito critérios distintos
de sustentabilidade para validação dos objectivos do desenvolvimento sustentável:
1) Sustentabilidade Social
• Alcance de um patamar razoável de coesão social;
• Distribuição justa de rendimentos;
• Emprego por conta de outrem e/ou autónomo com qualidade de vida decente;
• Igualdade no acesso aos recursos e serviços sociais.
5
2) Sustentabilidade cultural
• Mudanças no interior da continuidade cultural (equilíbrio entre respeito à tradição
e inovação);
• Capacidade de autonomia para elaboração de um projecto nacional integrado e
endógeno (em oposição às cópias servis dos modelos alienígenas);
• Autoconfianças combinada com abertura para o mundo.
3) Sustentabilidade Ecológica
• Preservação do potencial da natureza na sua produção de recursos renováveis;
• Limitação do uso de recursos não renováveis.
4) Sustentabilidade Ambiental
• Respeito à capacidade de auto depuração dos ecossistemas naturais
(capacidade de identificar os problemas afectos ao seu desenvolvimento e
resolvê-los por si mesmo).
5) Sustentabilidade Territorial
• Configurações urbanas e rurais balanceadas (eliminação de tendências urbanas
na locação do investimento público);
• Melhoria do ambiente urbano
• Superação das disparidades inter regionais (assimetrias regionais);
• Estratégias de desenvolvimento seguro para áreas ecologicamente frágeis
(conservação da biodiversidade pelo eco desenvolvimento).
6) Sustentabilidade Económica
• Desenvolvimento económico inter sectorial equilibrado;
• Segurança alimentar;
• Capacidade de modernização continua dos instrumentos de produção; Razoável
nível de autonomia na pesquisa cientifica e tecnológica;
• Inserção soberana na economia internacional.
7) Sustentabilidade Política (Nacional)
• Democracia definida em termos de apropriação universal dos direitos humanos;
• Desenvolvimento da capacidade do Estado para implementar o projecto
nacional, em parceria com todos os empreendedores;
• Um nível razoável de coesão social.
6
8) Sustentabilidade Política (Internacional)
• Eficácia do sistema de prevenção de guerras, na garantia de paz e na promoção
da cooperação internacional;
• Um pacote entre países dos hemisférios Norte e sul de co-desenvolvimento,
baseado no principio de igualdade (regras do jogo e o compartilhar da
responsabilidade de favorecimento do parceiro mais fraco);
• Controle institucional efectivo do sistema internacional financeiro e de negócios;
• Controle institucional efectivo da aplicação do princípio da precaução na gestão
do meio ambiente e dos recursos naturais; prevenção das mudanças globais
negativas; protecção da diversidade biológica (e cultural); e gestão do património
global, como herança comum da humanidade;
• Sistema efectivo de cooperação cientifica e tecnológica internacional e
eliminação parcial do carácter de commodity da ciência e tecnologia, também
como propriedade da herança comum da humanidade.
O conceito de sustentabilidade descrito anteriormente no seu âmbito geral abrange
aplicações e aspectos de todos os sectores que contribuem para o bom desenvolvimento da
condição humana e embora sejam todos estes importantes, este estudo está mais relacionado com
os aspectos afectos ao desenvolvimento do sector turístico. Para uma boa compreensão do leitor e
um bom desenvolvimento do conceito de desenvolvimento sustentável do turismo é por sua vez
necessário a introdução aos conceitos relacionados com o tema. Para melhor entender quais os
conceitos necessários para tal, foi dissolvida por conceito o tema “desenvolvimento sustentável do
turismo ”
O primeiro conceito é desenvolvimento, este conceito descreve-se de várias maneiras
distintas quando relacionada em diferentes contextos. A sua definição no âmbito geral, tal como
descrito na Wikipédia, interpreta-se como “um processo dinâmico de melhoria, que implica uma
mudança, uma evolução, crescimento e avanço”. Esta interpretação embora simples, é
necessariamente respeitada quando adaptada para a sua aplicação nos vários contextos por
exemplo: Desenvolvimento Económico; Desenvolvimento Urbano; Desenvolvimento Biológicos;
Desenvolvimento Pessoal; Desenvolvimento Sustentável, etc.
Na continuação desta abordagem teórica, após a interpretação do primeiro conceito do tema,
o “Desenvolvimento ”, procede-se à interpretação do conceito “Desenvolvimento sustentável ”, que
nada mais é do que a aplicação do primeiro conceito no contexto especifico de sustentabilidade.
Segundo a Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (CMMAD) da
Organização das Nações Unidas, “o desenvolvimento sustentável, é aquele que atende às
necessidades presentes sem comprometer a possibilidade de que as gerações futuras satisfaçam as
suas próprias necessidades.” Embora existam varias definições de desenvolvimento sustentável,
depois de algumas pesquisas na Internet como a Wikipédia, sites de organismos com a WTO e
7
CMMAD e algumas leituras de relatórios tal como dispostos nas referências bibliográficas Nº 13 e 14,
verificou-se que esta anterior descrição apresenta-se como a mais abrangente e no seu conteúdo dá
a entender a necessária racionalização do uso dos recursos limitados para não comprometer o futuro
das nossas gerações e de gerações futuras, neste caso acrescenta-se o futuro das nossas gerações
pois com a dimensão de volume de recursos usados actualmente compromete significativamente a
sua disponibilidade num futuro próximo.
Atingiu-se então a parte de interpretação de todos os conceitos acrescentando-se ao
conceito desenvolvimento sustentável a palavra turismo . O tema turismo sugere a apresentação
de dos conceitos turista e consecutivamente o turismo, pois um é o sujeito e o outro é a actividade
praticada por ele.
O conceito turismo também disposto na Wikipédia é definido como “ o conjunto de
actividades que as pessoas realizam durante as suas viagens e permanência em lugares distintos do
que vivem, por um período de tempo consecutivo, inferior a um ano, com fins de lazer, negócios e
outros”. Este conceito noutras palavras, é o conjunto de actividades efectuadas pelo turista quando
em lugares distintos do seu habitual.
O conceito turista é definido pela análise do contexto que o diferencia de um comum
habitante local e mesmo após alguma pesquisa não foi encontrado uma definição que considerasse
adequada por questões de subjectividade afectas a alguns termos utilizados. Por essa razão foi
elaborada uma definição resultado de partes de várias definições encontradas em dicionários,
Wikipédia, e em sites como o da OMT, dessa resultou que o turista é “” um visitante que se desloca
voluntariamente por um período de tempo consecutivo igual ou superior a vinte e quatro horas e
inferior a um ano, para um local diferente do seu habitual, com fins de lazer, negócios e outros.” Esta
descrição embora mais completa, apresenta uma falha na sua constituição, nomeadamente no grau
de subjectividade desta descrição relacionada com a interpretação que cada um tem de local, por
exemplo podendo ser este ao âmbito do bairro, da freguesia, do concelho.
A principal razão da não utilização da definição descrita na Wikipédia de turista está na
tendência de ligação desta descrição com o turismo de lazer, não reconhecendo o turismo de
negócios que por sua vez está cada vez mais reconhecido no nosso país que na elaboração do
PENT (Plano Estratégico Nacional do Turismo) o Turismo de Negócios foi considerado como um dos
10 produtos estratégicos para o desenvolvimento e capacitação da oferta turística de Portugal.
Depois de uma introdução aos conceitos mais relevantes, podemos aprofundar sobre a
temática em questão, o desenvolvimento sustentável do turismo .
Segundo a Organização Mundial de Turismo, o desenvolvimento sustentável do turismo
é aquele que “ atende às necessidades dos turistas de hoje e das regiões receptoras, ao mesmo
tempo que protege e amplia as oportunidades para o futuro”
Organização Mundial de Turismo, 2003, P. 24
8
“ é visto como um condutor à gestão de todos os recursos, de tal forma que as
necessidades económicas, sociais e estéticas passam a ser satisfeitas sem desprezar a manutenção
da integridade cultural, dos processos ecológicos essenciais, da diversidade biológica e dos sistemas
que garantem a vida”.
Organização Mundial de Turismo, 2003, P. 24
Este tema é reconhecido como o conceito desenvolvimento, num contexto específico de
sustentabilidade e afecto ao âmbito turístico. Estando assim relacionado com o contexto de
sustentabilidade é correcto afirmar que está relacionado com todos os âmbitos sustentabilidade
abordados no principio deste capítulo. Esta relação no entanto, segundo alguns especialistas está
mais evidente em alguns âmbitos específicos, sendo uma opinião unânime, no entanto a discórdia
aparece apenas na escolha de quais.
Numa pesquisa efectuada a sites como o da WTO e a relatórios especificados nas
referências bibliográficas sob o número 13, optou-se por referir a interpretação de Zimmermann
(1996), pois foi considerada a mais completa. De acordo com Zimmermann (1996), o
desenvolvimento sustentável da actividade turística apresenta especial relevância ou níveis de
dependência com intervenções nos âmbitos da:
� Sustentabilidade Ecológica: assegura que o desenvolvimento seja compatível com a
manutenção dos processos ecológicos essenciais, diversidade biológica e
recursos biológicos. As actividades turísticas devem ser desenvolvidas
respeitando os limites dos ambientes envolvidos, com mínimos danos aos
ecossistemas;
� Sustentabilidade Social: as actividades turísticas devem contribuir para uma justa
repartição de riqueza e benefícios, reduzindo as desigualdades de padrões de
vida e a segregação sócio-espacial, promovendo um exercício de verdadeira
cidadania;
� Sustentabilidade Cultural: assegura que o desenvolvimento e o controle das pessoas
sobre as suas próprias vidas sejam compatíveis com a cultura e com os valores
das pessoas atingidas pelo desenvolvimento, aumentando e fortalecendo a
identidade cultural da comunidade;
� Sustentabilidade Económica: assegura que o desenvolvimento seja economicamente
eficiente, incentivando o fluxo contínuo de investimentos, e que os recursos
sejam geridos de forma que suportem as gerações actuais e futuras, garantindo
a participação da comunidade local;
� Sustentabilidade Espacial: o desenvolvimento deve incidir numa organização
harmoniosa das áreas recreativas, promovendo uma distribuição territorial mais
equilibrada dos núcleos turísticos e preservando os ambientes;”
Fonte: Número 13 da bibliografia
9
Esta referência aos âmbitos relacionados com a sustentabilidade turística apresenta um
certo grau de subjectividade e pode caracterizar-se por ser mais específica ou mais generalista, por
exemplo a perspectiva da United Nations Environment Programme / World Tourism Organization
(UNEP/WTO) (2005) é mais generalista do que a perspectiva de Zimmermann e considera que o
turismo sustentável evidência três âmbitos chave de intervenção:
� Ambiental
Optimização do uso dos recursos ambientais, que constituem o elemento-chave para o
desenvolvimento turístico, com a manutenção dos processos ecológicos e apoio à
conservação dos recursos renováveis e da biodiversidade;
� Sócio-Cultural
Respeito à autenticidade sócio-cultural das comunidades dos destinos, com o
compromisso de conservação do seu património construído e seu estilo de vida e valores
tradicionais, e fortalecimento da compreensão inter-cultural e tolerância;
� Económico
Garantia de operações económicas viáveis, de longo prazo, com a geração de benefícios
socioeconómicos para todos os agentes envolvidos, incluindo emprego estável e
oportunidades de ganhos e serviços sociais às comunidades de destino, de maneira a
contribuir para alívio à pobreza.
Esta interpretação descritiva dos âmbitos chave que possam garantir o desenvolvimento
sustentável do turismo para além de ser adoptada por uma das principais organizações
internacionais relacionadas com o tema, é das mais generalistas, mas engloba na sua descrição
aspectos relacionados com outros âmbitos considerados por outros especialistas.
10
3. A Sustentabilidade turística no âmbito internaci onal
Podemos afirmar que a problemática da sustentabilidade turística na Madeira, sofre dos
mesmo sintomas que a maioria dos destinos turísticos com semelhantes níveis de desenvolvimento.
Qualquer tipo de iniciativa para promover a sustentabilidade turística, terá que surgir com
base em politicas de cooperação entre organismos intervenientes nos mais diversos âmbitos
considerados relevantes para a sustentabilidade em geral.
O conceito de sustentabilidade é considerado como a base do nosso estilo de vida actual e
futuro. Esta questão não está relacionada apenas com países ou qualquer tipo de povos em
especial, mas sim com a Humanidade em geral, tendo isso em conta, em 1992, na Conferencia das
Nações Unidas sobre Meio ambiente e Desenvolvimento, denominada como Rio 92, estabeleceu-se
através da criação da Agenda 21, um plano de acção detalhado adoptado por 178 países,
estabelecendo um conjunto de objectivos e princípios, fundamentados em critérios de
sustentabilidade, para orientar o desenvolvimento turístico, fortalecendo as suas vertentes
ecológicas, económicas e sociais. Este tema foi aprofundado na Cimeira Mundial sobre
Desenvolvimento Sustentável em 2002 na cidade de Joanesburgo no qual se deu ênfase às
parcerias público privadas.
O Desenvolvimento sustentável foi eleito como objectivo geral pela União Europeia, através
da Estratégia de Desenvolvimento Sustentável (EDS), que foi renovado em 2006 e considerado
como complementar avançando em conjunto com as Estratégias do Crescimento e do Emprego.
Em 2004 foi criado pela Comissão Europeia o Grupo para a Sustentabilidade do Turismo
(GST), constituído por indivíduos dos vários estados-membros. De autoridades regionais e locais e
quaisquer organismos relacionados directa ou indirectamente com a actividade turística, mas apenas
na qualidade de especialistas.
O GST foi incumbido pela Comissão Europeia de criar um relatório denominado como “Plano
de Acção para um Turismo Europeu Mais Sustentável”, onde explicita um quadro de acção com a
intervenção dos vários agentes envolvidos, gestão de destinos turísticos locais, utilização de
indicadores e acompanhamento de sistemas. Este relatório servira de base na elaboração da
Agenda para a Sustentabilidade do Turismo Europeu, antes denominada como Agenda 21 para o
Turismo Europeu.
A justificação desta polémica à volta do turismo está na importância do sector turístico para
um país, que está directamente ligada à capacidade deste sector proporcionar benefícios
económicos e contribuir para o desenvolvimento noutros âmbitos distintos com repercussões muito
positivas por exemplo em assuntos actuais como o desemprego, qualidade de vida, ambiente, etc..
Os Estados europeus registaram cerca de 440 milhões de entradas de turistas em 2005. O
turismo directa ou indirectamente é responsável por cerca de 20 milhões de postos de trabalho e
cerca de 10% do PIB europeu. Este continente é no entanto responsável por mais de metade das
11
viagens internacionais e contribuem como fonte de produtividade para alguns países em vias de
desenvolvimento segundo dados da GST.
Na base de sustentabilidade turística estão tal como considerados pela World Tourism
Organization (WTO), os âmbitos ambiental, sócio-cultural e económico, a sustentabilidade dos mais
diversos factores afectos as estes principais âmbitos, não podem por si só expressar sinais de
sustentabilidade pois estão relacionados não só entre si mas também com outros âmbitos, sendo por
isso em 2005 criado pela OMT e Programa das nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), uma
agenda com 12 principais metas para um desenvolvimento sustentável:
1) VIABILIDADE ECONÓMICA – Assegurar a viabilidade e competitividade dos destinos e
empresas turísticas, para que consigam prosperar e usufruir de benefícios a longo prazo.
2) PROSPERIDADE LOCAL – Maximizar a contribuição do turismo para a prosperidade do
destino hospedeiro, incluindo a percentagem de despesas do visitante que é retida localmente.
3) QUALIDADE DO EMPREGO – Reforçar o número e a qualidade dos postos de trabalho
locais criados e apoiados pelo turismo, incluindo níveis salariais, condições de trabalho e
possibilidade de acessos a todos sem discriminação em razão de sexo, raça, incapacidade ou de
qualquer outro motivo.
4) EQUIDADE SOCIAL – Procurar uma distribuição alargada de benefícios económicos e
sociais do turismo ao longo da comunidade receptora, incluindo a melhoria de oportunidades,
rendimentos e serviços à disposição dos mais pobres.
5) REALIZAÇÃO POR PARTE DO VISITANTE – Proporcionar uma experiência segura,
satisfatória e realizadora para os visitantes, acessível a todos sem discriminação em razão de sexo,
raça, incapacidade ou de qualquer outro motivo.
6) CONTROLO LOCAL – Envolver e dar poder às comunidades locais no planeamento e na
tomada de decisões sobre a gestão e o desenvolvimento futuro na sua área, em consulta com outros
actores chave.
7) BEM-ESTAR DA COMUNIDADE – Manter e reforçar a qualidade de vida nas
comunidades locais, incluindo as estruturas sociais e o acesso aos recursos, equipamentos públicos
e sistemas de apoio à vida, evitando qualquer tipo de degradação ou exploração social.
8) RIQUEZA CULTURAL – Respeitar e reforçar o património histórico, a autenticidade
cultural, as tradições e os traços distintivos das comunidades hospedeiras.
9) INTEGRIDADE FÍSICA – Manter e reforçar a qualidade das paisagens, sejam urbanas ou
rurais, e evitar a degradação física e visual do ambiente.
10) DIVERSIDADE BIOLÓGICA – Apoiar a conservação de áreas naturais, habitats e vida
selvagem, e minimizar os danos a eles causados.
11) EFICIÊNCIA DOS RECURSOS – Minimizar a utilização de recursos escassos e não
renováveis no desenvolvimento e operação das instalações e serviços turísticos.
12
12) PUREZA AMBIENTAL – Minimizar a poluição do ar, da água e dos solos e a produção de
resíduos por parte das empresas de turismo e dos visitantes.
O Grupo para a Sustentabilidade do Turismo (GST), Incluiu também no relatório “Plano de
Acção para um Turismo Europeu Mais Sustentável”, oito desafios-chave importantes para poder
atingir as metas antes referidas, esses desafios são a redução da sazonalidade da procura,
abordagem do impacto do transporte turístico, melhoria da qualidade do emprego no sector turístico,
a manutenção e melhoramento da prosperidade e qualidade de vida da comunidade, em função da
mudança, minimizar o impacto da utilização de recursos e da produção de resíduos, conservar e
acrescentar valor ao património cultural e natural, possibilitar o gozo de férias a todos e por fim
utilizar o turismo como ferramenta no desenvolvimento sustentável global.
A informação explícita neste capítulo foi maioritariamente retirada do relatório “Plano de
Acção para um Turismo Europeu Mais Sustentável”, sendo complementado por informação disposta
no site do World Tourism Organization.
4. Como desenvolver uma estratégia e um plano de ac ção de turismo sustentável
Este capítulo contribui para introdução do leitor nas fases e recursos necessários para
elaboração e implementação de um plano de estratégia para o desenvolvimento do turismo
sustentável. A elaboração de um plano de estratégia para o desenvolvimento do turismo sustentável,
apresenta uma metodologia padrão, sendo possível aplicar tanto na Madeira como destino turístico
como noutro local de características diferentes, é apenas necessário uma interpretação de acordo
com as circunstâncias presentes nesse destino. Este plano e sua interpretação deve ter em conta as
metas e desafios previamente referidos neste estudo, no Capítulo 3 . Este deve ser um processo
dinâmico e contínuo, com objectivos, metas e acções acompanhadas e revistas ao longo do tempo
face aos resultados conseguidos e à evolução da situação. A metodologia adaptada para elaboração
deste plano estratégico foi retirada tal qual como disposto no relatório “Plano de Acção para um
Turismo Europeu Mais Sustentável” pelo GST (Grupo de sustentabilidade do Turismo) e segue as
seguintes etapas:
1) Mandato político
• Assegurar o empenhamento de todos os principais interessados no sentido de preparar e
implementar um plano estratégico e de acção que adopte os princípios de sustentabilidade, com
base numa visão e identidade partilhada.
• Especificar a organização que vai liderar o processo e os seus termos de referência.
2) Análise da situação
• Recolha e compilação de dados sobre as estatísticas actuais de turismo, número de empresas,
medidas de apoio ao emprego, oferta de instalações e serviços ao visitante, condições ambientais
(água, ar), contributo relativo do turismo para a economia.
13
• Avaliação dos recursos patrimoniais culturais e naturais, incluindo as condições e a sensibilidade de
utilização futura.
• Avaliação da capacidade das infra-estruturas turísticas (incluindo transportes).
• Consulta à comunidade local.
• Inquérito/consulta ao sector do turismo, abrangendo o desempenho, as perspectivas, as
necessidades.
• Inquérito ao visitante – perfil, necessidades, satisfação.
• Avaliação das políticas existentes e ferramentas em prática.
• Avaliação da eficácia do trabalho das parcerias existentes e identificação de quaisquer barreiras
para uma maior colaboração.
• Avaliação de factores externos – oportunidades e ameaças: tendências de mercado, percepções,
análise da concorrência, mudança ambiental, etc.
3) Escolhas estratégicas
Os actores chave devem trabalhar no sentido de:
• Identificarem questões chave
• Considerarem a capacidade de carga
• Estabelecerem uma visão e objectivos
• Identificarem alvos turísticos – quantidade, tipo, onde, quando.
4) Plano de acção
• Definir um programa de acção, indicando prioridades, agências líderes, agências de apoio, escala
temporal e necessidades em termos de recursos
• Obter um compromisso e concentração de recursos
5) Acompanhamento e revisão
• Estabelecer indicadores e processos de acompanhamento
• Revisão anual, apresentação de um relatório de metas, e revisão do plano de acção
• Revisão regular e periódica da estratégia.
Neste estudo são abordados alguns aspectos das fases 2, na avaliação das capacidades das
infra-estruturas turísticas e transportes e alguns aspectos da fase 3 na identificação de questões
chave e na identificação de alvos turísticos. Estas fases são apenas um contributo para elaboração
de um plano deste nível, no entanto é informação real, baseada em estudos e pesquisas reais
deixando em aberto o seu uso no mínimo complementar.
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5. Madeira como destino turístico
O Arquipélago da Madeira encontra-se a no norte do Oceano Atlântico a cerca de 700 km da
costa africana e a cerca de 1000 km de Lisboa, apresentando um total de cerca de 260 000
habitantes distribuídos por uma área de 741 km2.
Foi João Gonçalves Zarco, navegador, fidalgo português da Casa do Infante D. Henrique e
comandante de caravelas, quem, juntamente com Tristão Vaz Teixeira, em 1418 descobriu a ilha de
Porto Santo. Posteriormente Bartolomeu Perestrelo, descobriu a Ilha da Madeira, em 1419, data à
qual se iniciou o seu povoamento.
Devido à sua localização geográfica, às características geológicas, morfológicas e climáticas
da ilha, estavam proporcionadas excelentes condições para a produção de vinho, madeira e açúcar
em quantidades tais, que a elevaram a entreposto comercial do Atlântico. Foram desta ilha que
saíram actividades de apoio as principais praças do Norte de África e para a colonização das
restantes ilhas Atlânticas, Brasil e conquistas do Oriente.
Ao longo do século XIX a Ilha tornou-se num destino de cariz romântico e terapêutico sendo
incluída quase obrigatoriamente nos roteiros do Grand Tour do nascente turismo internacional e por
onde passaram personalidades de renome internacional. Em 1891, William Reid criou o seu primeiro
hotel o qual se tornou muito conceituado, ainda hoje mantém-se em funcionamento e levou à
abertura de muitos outros hotéis na época promovendo este destino como vocacionado para turismo
de lazer.
Apoiado pela hospitalidade da população e pelo clima mas também por um desenvolvimento
das acessibilidades, a nível marítimo e a nível aéreo, com as novas instalações do porto do Funchal
e pela construção do aeroporto de Santa Catarina, o período entre o final do século XIX e o início do
século XX foi marcado por um significativo aumento da procura como destino de lazer principalmente
de turistas do norte da Europa, reflectindo-se num aumento do parque hoteleiro.
Impondo-se como centro obrigatório de passagem das rotas comerciais portuguesas de
então, foram para ali transferidos importantes interesses comerciais europeus, o que se reflectiu
desde cedo numa necessidade de oferta de alojamento.
Este destino, como qualquer destino turístico, apresenta determinadas características que se
evidenciam como imagens de marca e potenciam a elaboração de acções de promoção mais
eficazes. Como características principais evidenciam-se o clima, o parque hoteleiro, a paisagem e
biodiversidade naturais e por fim os eventos com projecção internacional periódicos.
Para além de um clima com pouca amplitude térmica, verões confortáveis e Invernos suaves,
a Madeira é também banhada pelas correntes quentes do Golfo apresentando águas relativamente
quentes durante todo o ano.
O parque hoteleiro é maioritariamente de luxo com uma percentagem bastante elevada de
oferta de camas de hotéis de 4 e 5 estrelas.
15
Dos principais eventos de carácter internacional, merecem especial destaque o reveillón, as
festas da flor e do Carnaval, que em complemento com a procura registada no Verão, ajudam a
contrariar picos de sazonalidade.
As paisagens e a biodiversidade naturais, evidenciam-se por gerar actividades tais como
levadas e outros tipos de excursões, apresentando um peso significativo em processos de decisão
da procura e é uma característica pouco presente em maior parte dos destinos concorrentes,
funcionando como imagem de marca e proporcionando agradáveis relações de complementaridade
com as outras imagens de marca antes referenciadas contribuindo para uma oferta mais
diversificada de actividades na ilha.
A ilha para além das atractividades já referenciadas, apresenta também muitas actividades
de lazer que proporcionam entretenimento ao turista, de entre as quais, merecem especial destaque:
• As caminhadas . Embora a ilha apresente uma orografia acentuada, através de levadas,
podemos efectuar caminhadas de uma maneira relativamente agradável e fácil
proporcionado acesso a locais exóticos e únicos.
Estas levadas estão bem assinaladas assim como os seus graus de dificuldade e permitem,
na sua maioria, acesso a quase todas as classes etárias.
• Excursões . Através de autocarros de empresas do ramo de tours e excursões, podemos
percorrer maior parte das estradas mais turísticas da ilha, e, dependendo dos pacotes de
compra, podemos até passar dias inteiros com refeições nos restaurantes de gastronomia
local. Estas excursões são regra geral efectuadas com o apoio de guias, permitindo o
conhecimento dos costumes, das tradições e da cultura das diferentes localidades.
• Actividades desportivas . As que mais se evidenciam e possibilitam o acesso aos turistas
são o surf, a pesca desportiva, equitação, ténis, golfe e o mergulho.
Á excepção do mergulho, todas estas actividades desportivas organizam ocasionalmente
campeonatos com projecção internacional funcionando não só como actividades
ocupacionais, mas também como ferramentas de promoção do destino no âmbito
internacional.
• Parques temáticos e parque aquático . Os primeiros fornecem actividades relacionadas
com aspectos culturais da ilha, o segundo funciona apenas como ocupação de lazer.
• Serviços de lazer . Existem um grupo vasto de actividades de lazer prestadas na ilha, tais
como as viagens de barco para ver baleias e golfinhos, descidas dos carrinhos do Monte,
viagens de teleférico, voos de helicóptero e passeios de balão. Todas estas actividades
estão presentes em maior parte dos cartazes turísticos.
• Actividades nocturnas . Na ilha, principalmente na zona do Funchal, encontramos um vasto
grupo de estabelecimentos que proporcionam as actividades nocturnas, como por exemplo
as discotecas e bares com vários estilos e preços. Acontecem também com alguma
frequência festivais musicais com artistas de projecção internacional.
16
• Museus. Principalmente na zona do Funchal, podemos encontrar os mais variados tipos de
museus tradicionais merecendo especial destaque um museu interactivo sendo este o mais
mediático actualmente.
• Serviços de restauração . Neste ramo encontram-se estabelecimentos de restauração de
origens e gastronomia local como também de origens estrangeiras contribuindo para uma
maior diversidade e uma oferta vasta a nível quantitativo e qualitativo.
Tal como outros destinos concorrentes, a Região Autónoma da Madeira apresenta actividades
complementares de ocupação ao turista, no entanto algumas delas apresentam-se como
insuficientes ou pouco optimizadas. Estas serão mais adiante referenciadas, e, se possível, serão
apresentadas estratégias de carácter sugestivo para melhoria das mesmas.
Numa primeira apreciação geral, o destino Madeira, apresenta atractivos de peso a nível
internacional, actividades suficientes de lazer disponíveis, no entanto estas apresentam-se pouco
optimizadas e exploradas, limitando o turismo regional a uma procura mais orientada para classes
etárias mais altas. Dos principais atractivos e imagens de marca, destacamos o clima por se
evidenciar perante a concorrência mais próxima.
Um melhor aproveitamento e promoção de outros recursos e actividades levarão a um
aumento da diversidade e consequentemente da procura por parte do turismo familiar, eliminando a
discórdia de interesses no seio das mesmas.
17
6. Sector turístico
De uma maneira geral, todos os ramos económicos que contribuam directa ou
indirectamente para a riqueza gerada pelo sector turístico, são agentes de um sistema
maioritariamente dependente da procura e da despesa efectuada pelo turista na Região.
Os ramos desse sistema económico apresentam dois tipos de relações de interacção e de
tipo de aproveitamento do capital gerado pelos gastos da procura turística.
Esses ramos designam-se como ramos específicos, que são os que uma parte substancial
da produção resulta exclusivamente do turismo por interacção directa com o turista, e os ramos
conexos, que são os que o gasto turístico representa apenas parte da produtividade dos mesmos,
subsistindo também de mercados de consumo local e de interacção com outras empresas.
Os ramos classificados como específicos são:
• Restaurantes
• Hotéis e similares
• Agencias de Navegação, viagens e turismo
Os ramos classificados como conexos são:
• Comercio por grosso e a retalho
• Transportes de passageiros por estrada
• Transportes Aéreos
• Empresas de aluguer de veículos
• Empresas de prestação de serviços
A produção somada destes ramos resulta na actividade económica turística global na Região.
Como referimos anteriormente, embora estes sejam ramos com actividades e níveis de relação
com o turismo diferentes, todos eles sentem directamente as variações de procura registada na ilha.
Tendo em conta a difícil aquisição de informação acerca da produtividade das várias
actividades, é de uma maneira relativamente mais fácil embora menos exacta, estudar uma delas
que se relacione com as outras de uma maneira proporcional, e, nos sirva de indicador do
comportamento deste sector económico da Região, neste sentido, o ramo dos Hotéis e Similares foi
o que de uma maneira distinta, mais características de ligação directa com os outros ramos
apresentou, sendo possível afirmar que, quanto maior o número de dormidas, maiores os níveis de
produtividade globais, isto claro numa relação de “ceteris paribus”, ou seja, em que todas as outras
variáveis se mantêm constantes.
18
6.1. Caracterização do ramo hotéis e similares
6.1.1. Estabelecimentos Hoteleiros
De acordo com a classificação em vigor, o decreto regulamentar nº 16/99 de 18 de Agosto,
os tipos e as categorias de estabelecimentos hoteleiros que se pode encontrar na Região Autónoma
da Madeira ao ano de 2005, são:
● Hotel 5, 4, 3 e 2 estrelas. ● Pousada
● Hotel Apartamento 5, 4, 3 e 2 estrelas. ● Estalagem 5 e 4 estrelas.
● Pensão Albergaria ● Pensão 1ª, 2ª e 3ª.
● Apartamento Turístico 5, 4, 3 e 2 estrelas.
A sua distribuição no território será estudada ao nível do concelho, facilitando a formulação de
elações mais específicas.
Distribuição de hotéis
02468
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Funch
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Stª Cru
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S. Vice
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P. Mon
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Brava
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os
Concelhos
Nº
de e
stab
elec
imen
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Hotel 5*
Hotel 4*
Hotel 3*
Hotel 2*
Figura 1 – Gráfico da distribuição de hotéis pelos Concelhos na Madeira
Fonte: 4 da bibliografia
O gráfico indica-nos que o Funchal, para além de ser o concelho que oferece o maior número
de estabelecimentos, é também o único que apresenta todas as categorias. Pelo contrário, o
concelho de Câmara de Lobos, não apresenta nenhum estabelecimento deste grupo. Nos restantes
concelhos apenas existem estabelecimentos de 3 e 4 estrelas, sendo a categoria dominante a de 4
estrelas. O número de estabelecimentos de 5 estrelas é o segundo maior grupo verificado, no
entanto encontra-se apenas no Funchal.
A distribuição do grupo dos Hotéis-Apartamentos tal como disposto no gráfico disposto no
anexo nº1, apresenta estabelecimentos nos concelhos do Funchal, Santa Cruz, São Vicente, Porto
Santo e Calheta. Tal como no gráfico anterior, o Funchal é o único concelho que apresenta todas as
categorias sendo a categoria dominante é a de 4 estrelas e apresenta-se muito concentrada na zona
do Funchal.
19
No gráfico disposto no anexo nº2, está disposta a distribuição por concelho das pensões, o
Funchal é o concelho que oferece mais uma vez, o maior número de estabelecimentos, no entanto, à
excepção da pensão de 2ª, este grupo apresenta uma distribuição ligeiramente mais homogénea
encontrando-se nula apenas nos concelhos de Câmara de Lobos e Ponta do Sol. A pensão de 2ª
caracteriza-se como a categoria dominante.
No gráfico disposto no anexo nº3, foram caracterizados os grupos das pousadas e das
estalagens em conjunto, pois o primeiro apresenta apenas uma unidade situada no concelho da
Ribeira Brava, não justificando o recurso a um elemento representativo de distribuição territorial. No
grupo das estalagens, a categoria de 4 estrelas caracteriza-se como dominante e mais
homogeneamente distribuída Evidencia-se no concelho do Funchal uma elevada concentração de
estalagens de 5 estrelas.
A distribuição dos apartamentos turísticos encontra-se disposta no gráfico no anexo nº4,
apresentando uma grande heterogeneidade na sua distribuição no território regional, encontrando-se
os três maiores pólos de concentração nos concelhos do Funchal, Santa Cruz e no Porto Santo, no
entanto, o concelho do Funchal evidencia-se tanto pelo número como pela diversidade de
estabelecimentos. As categorias dominantes são as de 2 e 3 estrelas, não obstante da existência de
apenas uma unidade de 5 estrelas no Funchal.
6.1.2. Turismo no Espaço Rural
O gráfico disposto no anexo nº5, retrata a distribuição territorial dos estabelecimentos de
Turismo no Espaço Rural, que numa primeira análise, apresenta as moradias turísticas de 2 estrelas
e as casas de campo como categorias predominantes, já a categoria de hotel rural, apresenta
apenas uma unidade situada no concelho da Ponta do Sol. As moradias turísticas de 1 estrela, à
semelhança do hotel rural, apresentam um peso na oferta total muito pouco significante e encontram-
se apenas no concelho do Funchal.
6.1.3. Conclusões
A distribuição geral das unidades de alojamento regionais apresenta uma forte
heterogeneidade, concentrando-se maior parte dos estabelecimentos no concelho do Funchal. Esta
característica deve-se muito a uma maior oferta por parte deste concelho ao nível de actividades,
serviços e equipamentos.
Os factores que influenciam esta distribuição são as diferentes condições climatéricas,
situações de diferentes atractividades, tanto de culturas/costumes como de beleza natural e também
condições de acessibilidades.
20
Embora qualquer uma destas variáveis referidas anteriormente tenham um peso significativo,
é de referir também as decisivas fazes de desenvolvimento que tiveram como principal catalizador a
imensidão de obras de melhoria das acessibilidades na ilha.
Estas infra estruturas foram construídas por consecutivas fases temporais, provocando uma
certa desigualdade no contínuo desenvolvimento dos concelhos.
Estes diferentes desenvolvimentos e diferentes tipos de evoluções favoreceram um
bocadinho a vertente sul da ilha onde se encontram um maior e mais diversificado parque de
estabelecimentos e onde se situa também o tipo de estabelecimento destino mais procurado até à
data, os hotéis.
Na vertente norte da ilha encontramos oferta mais direccionada para o turismo espaço rural e
com menos condições de oferta de serviços ao turista, mas com uma vocação principalmente
orientada para as actividades relacionadas com a natureza.
Uma observação de carácter complementar, será o da escolha de local de construção de
estabelecimentos, resultantes de condições negociadas com os órgãos executivos municipais, visto
que estes funcionam como elementos que contribuem para aumento das condições sócio
económicas locais.
6.2. Análise dinâmica do ramo
6.2.1. Variáveis Adoptadas
Para analisar as tendências e o comportamento turístico global na Região, por falta de
informação disponível, entende-se por suficiente analisar como já antes referido, o comportamento
de um dos maiores ramos específicos do turismo, os hotéis e similares. Através de analogias e
comparações, podemos afirmar que qualquer um dos outros ramos, específicos ou conexos, estão
directamente relacionados com as variáveis estudadas para este alvo de estudo. Por outras palavras,
o comportamento dos ramos ligados ao turismo, reagem de uma maneira geral, com as mesmas
tendências e comportamentos que o ramo dos hotéis e similares.
Este estudo será efectuado no período de 1998 a 2005 e serão abordadas as seguintes
variáveis:
� Nº de unidades de alojamento
� Capacidade de alojamento (nº de camas)
� Nº de dormidas
� Taxa de ocupação
21
6.2.2. Análises das variáveis
Qualquer uma das seguintes variáveis será alvo de uma separação sectorial entre os
mercados da Madeira e do Porto Santo, pois trata-se de mercados com vocações e dimensões
diferentes. Estes mercados no entanto apresentam actualmente relações de complementaridade
como destinos turísticos.
3.2.2.1. Análise sectorial de variáveis
Madeira
Unidades de Alojamento
O estudo desta variável traduz a evolução do número de unidades de alojamento, que
engloba o ramo dos hotéis e o ramo do turismo em espaço rural.
0
50
100
150
200
250
300
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005
Anos
Evolução das unidades de alojamento
Figura 2 – Gráfico da evolução do número de unidades de alojamento
Fonte: 3 e 9 da bibliografia
O gráfico revela que desde o ano de 1998 até ao ano de 2005, o número de unidades
apresenta uma variação positiva. Esta variável, não apresenta uma taxa anual de crescimento
constante, e atinge o valor médio de 8.4%. Um destaque especial para o ano 2004, que apresenta
uma taxa de crescimento de 26,3% em relação ao ano de 2003 e uma variação de 75,4% em relação
ao início do período em análise.
O número de unidades de alojamento em funcionamento no ano 2005 apresenta uma quebra
de 1,7% em relação ao ano anterior, resultado talvez do crescimento de unidades de alojamento
desadequado à procura, registado no ano anterior.
22
O gráfico seguinte traduz uma análise independente aos estabelecimentos Hoteleiros e às
unidades de Turismo no Espaço Rural.
Evolução no ramo de hotéis e sim ilares
0
50
100
150
200
250
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
anos
nº d
e un
idad
es
estabelecimentos hoteleiros
Unidades de turismo emespaço rural
Figura 3 – Gráfico da evolução anual do número de unidades de alojamento
Fonte: 3 e 9 da bibliografia
O número de unidades hoteleiras revela uma tendência crescente no seu desenvolvimento,
no entanto, houve uma tendência a estabilizar a partir do ano de 2003. As unidades de turismo rural
apresentam em 2004 um aumento no número de unidades 5 vezes ao do ano 1998 e o dobro em
relação ao ano anterior.
Tal como verificado no gráfico anterior, o grupo dos estabelecimentos hoteleiros apresenta
um decréscimo no número de unidades em funcionamento de 2004 para 2005, no entanto, este é
também um comportamento verificado nos estabelecimentos de turismo rural.
Para melhor entender qual ou quais os tipos de estabelecimentos que contribuíram para este
decréscimo, serão analisadas as evoluções dos estabelecimentos hoteleiros por grupo, como
disposto no gráfico que precede:
Evolução dos grupos de unidades hoteleiras
0
10
20
30
40
50
60
70
2000 2001 2002 2003 2004 2005
Anos
nº d
e un
idad
es
Hoteis
Hoteis- apartamentos
Pensões
Estalagens
Apart. Turistico
Figura 4 – Gráfico da evolução dos grupos de unidades hoteleiras
Fonte: 3 e 9 da bibliografia
23
A generalidade dos grupos apresenta taxas de crescimento relativamente constantes,
exceptuando os apartamentos turísticos que em 2003 sofreram um pico de crescimento
relativamente acentuado.
À excepção dos hotéis e das estalagens, todos os grupos dentro das unidades hoteleiras,
apresentaram um decréscimo no número de unidades disponíveis a partir do ano 2004, devendo-se
possivelmente ao encerramento ou a transformações de um grupo para outro, por exemplo, o grupo
das pensões dos Hotéis-Apartamentos e dos Apartamentos Turísticos tornaram-se grupos com
menos procura, caracterizando-se como economicamente inviáveis, sendo assim necessário, um
investimento para uma mudança de grupo na unidade ou mesmo em último caso o seu
encerramento.
Este ultimo grupo de unidades referido, aparenta ser a principal causa da variação negativa
verificada no ano de 2004.
Evolução do nº de hoteis por categoria
8 8 9 9 10 10
2024
27 26 27 29
13 14 13 14 14 14
1 1 1 1 1 105
101520253035
2000 2001 2002 2003 2004 2005
anos
esta
bele
cim
ento
s
Hotel 5*
Hotel 4*
Hotel 3*
Hotel 2*
Figura 5 – Gráfico da evolução do número de Hotéis por categoria
Fonte: 3 e 9 da bibliografia
Na evolução registada no grupo dos hotéis, os hotéis de 4 estrelas, apresentam um
acréscimo no número de unidades relativamente significativo, mais precisamente de sete unidades.
As restantes categorias não apresentam variações dignas de referência, sendo estas variações de
apenas duas unidades na categoria com a segunda maior taxa de crescimento, os hotéis de 5
estrelas.
Capacidade de alojamento
Uma variável também muito importante nesta análise é a capacidade de alojamento. Esta
traduz o número de camas disponíveis na região. O cruzamento de dados desta variável com a
procura na região proporcionará a elaboração de juízos acerca do comportamento da oferta e a sua
viabilidade.
24
Evolução da capacidade de alojamento no ramo
19996 2120524183
26121 27212 27412 28318 28011
0
5000
10000
15000
20000
25000
30000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005
anos
nº c
amas
Figura 6 – Gráfico da evolução da capacidade de alojamento
Fonte: 3 e 9 da bibliografia
A evolução registada, apresenta taxas de variação inconstantes, no entanto apresenta uma
dinâmica semelhante à do número de estabelecimentos, seja na taxa de crescimento global positiva
como também na variação negativa neste caso de 1,6% registada no ano 2005.
As maiores variações positivas, verificam-se nos anos de 1999 – 2000 e 2000 – 2001, com
valores respectivos de 14% e 9,7%.
Estas capacidades de alojamento no que refere às unidades de alojamento hoteleiro e tal
como indica o gráfico no anexo nº6, apresentam-se tendencialmente crescentes, no entanto a taxa
de crescimento é maior do ano 1999 para o ano 2000, sendo possível afirmar por cruzamento de
dados com o crescimento de unidades, que as unidades que abriram nesse ano apresentavam
grandes capacidades de alojamento, possivelmente hotéis.
Já a capacidade de alojamento no Turismo de Espaço Rural, como indica o gráfico disposto
no anexo nº7, embora em proporções muito menores, regista uma taxa de crescimento mais elevada
do que o grupo dos estabelecimentos hoteleiros.
Numa apreciação global, a capacidade de alojamento na ilha da Madeira, tem aumentado ao
longo dos anos, no entanto, no ano 2005 registou um decrescimento relativamente significante,
produto do encerramento de unidades de alojamento desadaptadas à procura registada na ilha,
nomeadamente apartamentos turísticos, pensões e hotéis apartamentos. O turismo do Espaço rural
embora com pesos menos significativos, apresenta uma dinâmica muito semelhante à dos
estabelecimentos hoteleiros.
25
Número de dormidas
A variável número de dormidas é muito relevante pois é a variável que nos indica o
cruzamento de informação entre o número de hóspedes e o seu tempo de estadia.
Evolução do nº de dormidas no ramo de hotéis e simi lares
44831274782759 4993555
5551436 5510223 5641942 5540953 5681260
0
1000000
2000000
3000000
4000000
5000000
6000000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005
anos
dorm
idas
Figura 7 – Gráfico da evolução do número total de dormidas
Fonte: 3 e 9 da bibliografia
Analisando o gráfico anterior verificamos que existe um aumento relativamente significativo
no número de dormidas desde o ano 1998 ate ao ano 2001, apresentando uma media de 9,05%. A
partir desta data a esses valores atingem uma media de 0,6% até 2005, caracterizando esta
tendência como estabilizadora.
A maior taxa de crescimento regista-se no ano 2001, coincidindo com a abertura de 4 novos
hotéis de 4 estrelas, justificando então esta procura registada por acções promocionais efectuadas
pelos demais grupos hoteleiros.
O comportamento das dormidas nos estabelecimentos hoteleiros, tal como indica o gráfico
no anexo nº8, verifica-se muito semelhante ao ramo em geral, sendo o ano que apresenta a taxa de
variação mais elevada o ano 2001 com o valor de 10,9%. A tendência geral para o período de estudo
é para estabilizar à volta das 5.500.000 dormidas.
O Turismo de Espaço Rural, como disposto no gráfico no anexo nº9, apresenta uma variação
global positiva e a sua maior taxa de crescimento, apresenta-se tal como nos estabelecimentos
hoteleiros, entre o ano 2000 e o ano 2001. Para o resto do período encontramos taxas cada vez
menos positivas, sendo que no seu total sofrem um aumento de cerca de 315%.
A procura e o registo de dormidas na ilha da Madeira centraram-se mais nas categorias de 4
estrelas, pois estes apresentam excelentes ratios qualidade/preço. A Madeira apresenta de uma
maneira geral, um significativo aumento na procura, no entanto estes valores poderiam ser mais
altos, surgindo aqui uma falha no sistema turístico madeirense, pois o número de dormidas
representa aproximadamente 53% do possível, considerando a oferta existente e 365 dias no ano
2005. Estes números reflectem um cenário menos positivo quanto o expectável quando relacionados
com outras variáveis da economia gerada neste ramo.
26
Taxas de ocupação
A variável taxa de ocupação, permite-nos avaliar a capacidade média por mês de uma
unidade e a sua utilização efectiva durante esse mesmo período. Os seguintes gráficos apresentam
as médias anuais das taxas de ocupação no ramo dos hotéis e similares.
Evolução anual da taxa de ocupação dos hotéis e sim ilares
63,0 64,759,3 60,0
56,4 57,053,8 54,6
0,0
10,0
20,0
30,0
40,0
50,0
60,0
70,0
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005
Anos
%
Figura 8 – Gráfico da evolução anual da taxa de ocupação das unidades de alojamento Fonte: 3 e 9 da bibliografia
Ao longo do período em análise, a taxa de ocupação do sector hoteleiro apresenta uma taxa
de crescimento negativa, variando num total de 8,4% desde o ano 1998 até o ano de 2005. Embora a
taxa geral seja negativa, a passagem desde 1998, de anos pares para anos ímpares, apresenta
sempre taxas positivas, não sendo no entanto suficientes para estabilizar os valores.
Em relação às taxas de ocupação específicas dos estabelecimentos hoteleiros, tal como
disposto no gráfico no anexo nº10, estas apresentam um comportamento muito semelhante ao da
totalidade do ramo. A diferença das taxas é de apenas 0,2%, passando de 8,4% para 8,6%.
Curvas comparativas da taxa de ocupação entre secto r e estabelecimentos hoteleiros
0,010,020,030,040,050,060,070,0
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005
Anos
%
Sector hoteleiro
Estabelecimentoshoteleiros
Figura 9 – Gráfico de comparação das taxas de ocupação do ramo hoteleiro e dos estabelecimentos hoteleiros
Fonte: 3 e 9 da bibliografia
27
As taxas de ocupação do ramo e dos estabelecimentos hoteleiros, como demonstrado no
gráfico anterior são praticamente idênticas, o que nos faz concluir, que o peso de turismo em espaço
rural é muito pouco significativo.
Embora pouco significativo, as taxas de ocupação do TER, tal como apresentado no gráfico
no anexo nº11, baseiam-se em informação retirada da DRE (Direcção Regional de Estatística) até ao
ano de 2003, e, por escassez de dados os valores de 2004 e 2005 foram extrapolados a partir do
peso da capacidade total de dormidas e as dormidas verificadas.
As taxas no TER mantém-se relativamente constantes na ordem dos 20% e nunca chegam a
ultrapassar os valores apresentados pelos estabelecimentos hoteleiros.
Estas taxas de ocupação, são resultado de valores diferentes verificados na sua distribuição
pelos meses do ano, e tal como disposto no gráfico do anexo nº12, apresentam uma variação
negativa em todos os meses do ano desde 1998 a 2005. Os meses de menor procura são Janeiro,
Novembro e Dezembro, que mesmo na altura do natal e fim do ano apresenta uma procura muito
pontual. A taxa de ocupação nunca é inferior a 40% e varia desde este limite até aos 78%. Será de
realçar, um pico de procura muito invulgar no âmbito nacional, nos meses de Março e Abril, não só
pelos valores apresentados mas também pela sua extensão.
A principal conclusão que depreendemos da análise deste indicador, é que as taxas de
ocupação estão a baixar. Pelo contrário o número de dormidas e a capacidade de alojamento tem
aumentado com o decorrer dos anos. O cruzamento destes três indicadores indica que, se as
dormidas apresentam taxas com variações positivas e existe uma diminuição das taxas de ocupação,
o crescimento da capacidade de alojamento apresenta a ritmos demasiado acelerados.
Porto Santo
Qualquer estudo de variáveis na ilha do Porto Santo, é significativamente mais reduzido em
questões proporcionais do que na ilha da Madeira, no entanto, este contribui imenso para os níveis
de atractividade da região devido a algumas características singulares que apresenta relativamente a
mercados concorrentes.
28
Nº de unidades de alojamento
Evolução do nº unidades de alojamento
25 25
26 26
27
26
25
23
21
22
23
24
25
26
27
28
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005
Anos
unid
ades
Figura 10 – Gráfico da evolução do número de unidades de alojamento Fonte: 3 e 9 da bibliografia
O número de unidades de alojamento, além de reduzido, apresenta pouca variação no
decorrer do período, cerca de 15%, ou seja 4 unidades. A redução de unidades a partir do ano 2002
deve-se principalmente à criação de estabelecimentos de maior capacidade, nomeadamente hotéis,
que saturaram o mercado com oferta contribuindo para o encerramento de estabelecimentos de
menor capacidade tal como estalagens e pousadas.
Capacidade de alojamento
Evolução da capacidade de alojamento no Porto Santo
800894
1448 1452 1494 1544 1542 1518
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
1600
1800
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005
ano s
Figura 11 – Gráfico da evolução da capacidade de alojamento no Porto Santo Fonte: 3 e 9 da bibliografia
O número registado de dormidas no Porto Santo, apresenta taxas de crescimento positivas,
com tendência a estabilizar, a partir do ano 2000. Esta estabilização deve-se maioritariamente ao
carácter limitado de acolhimento próprio da ilha, visto ser uma procura com uma sazonalidade muito
acentuada e consequentemente de difícil viabilidade para investidor.
29
Nº de dormidas
Evolução das dormidas no Porto Santo
0
10000
20000
30000
40000
50000
Jane
iro
Fever
eiro
Mar
çoAbr
ilM
aio
Junho
Julho
Agosto
Setem
bro
Outubr
o
Novem
bro
Dezembr
o
Meses
dorm
idas 2002
2004
2005
Figura 12 – Gráfico da evolução das dormidas no Porto Santo Fonte: 3 e 9 da bibliografia
A evolução das dormidas no Porto santo pode apenas ser estudada nos anos 2002, 2004 e
2005, por falta de informação disponível, por isso foram agregados num só gráfico a procura por ano
e por mês melhorando a quantidade de informação do gráfico em análise.
Nestes anos, a análise revela que, o melhor ano em qualquer dos meses foi 2004. A
sazonalidade, tal como dito anteriormente, é muito acentuada, com picos de procura desde Junho
até Outubro, encontrando-se no resto do ano, nunca acima de valores na ordem dos 10.000/15.000
hóspedes.
Taxa de ocupação
Evolução da taxa de ocupação Porto Santo
020406080
100120
Jane
iro
Fevere
iro
Mar
çoAbr
ilM
aio
Junh
oJu
lho
Agosto
Setem
bro
Outubr
o
Novem
bro
Dezem
bro
Meses
%
1999
2000
2002
2003
2004
Figura 13 – Gráfico da evolução da taxa de ocupação no Porto Santo Fonte: 3 e 9 da bibliografia
As taxas de ocupação apresentam um comportamento muito semelhante ao do número das
dormidas, pois nos meses de maior procura, verificamos escassez de oferta de alojamento.
A elevadíssima taxa de ocupação no ano de 1999, pode ser umas das principais razões do
acréscimo de capacidade de alojamento no ano 2000, sendo esta uma reacção natural do mercado
para atingir valores optimizados e de equilíbrio. A média de ocupação anual em 2004 é de 41%.
30
6.3. Análise económica do ramo
6.3.1. Variáveis adoptadas
Na análise económica, serão interpretados os resultados de determinadas variáveis
resultantes do funcionamento dos estabelecimentos deste ramo.
Estas variáveis interferem não apenas nos resultados económicos do ramo, mas também
têm repercussões no âmbito socio-económico da Região.
Algumas das variáveis aqui analisadas, encontram-se disponíveis para os períodos de 1998
a 2003, sendo normal o período de 1998 e 2005.
Estas variáveis são:
� Nº de empregados por cama
� Custos com pessoal
� Receitas de aposento
� Receitas totais
6.3.2. Análise de variáveis Nº de empregados por cama
A evolução do número de empregados ao serviço deste ramo específico do turismo, tal como
disposto no gráfico no anexo nº13, dentro do período em análise, demonstra uma certa
proporcionalidade com o aumento do número de camas demonstrado anteriormente, visto que nunca
ultrapassa os 0,25 valores e nunca baixa os 0,2 valores.
Como o número de camas tem aumentado de uma maneira exponencial, depreende-se que
o número de empregados também o tenha.
Custos com pessoal
6166179073753719
8381137592358932 95459183
0
20000000
40000000
60000000
80000000
100000000
(€)
1999 2000 2001 2002 2003
Anos
Evolução dos custos com pessoal
Figura 14 – Gráfico da evolução dos custos com funcionários Fonte: 3 e 9 da bibliografia
31
Este gráfico traduz o previsível aumento do custo afecto ao pessoal ao serviço, pois detém,
uma relação de proporcionalidade com o aumento do alojamento como referido anteriormente.
Esta relação de proporcionalidade apresenta discrepância no aumento registado do número
de empregados do ano 2000 para o ano 2001, devendo-se possivelmente a diferentes tipos de
contractos, e o uso de mais mão-de-obra especializada, repercutindo-se no aumento dos salários.
Outra das variáveis em estudo, são as receitas de aposento, que são exclusivamente pelas
receitas afectas pelo uso do quarto, ou seja, sem contar com outro tipo de serviços usados pelos
hóspedes nos estabelecimentos.
Receitas de aposento
Em relação às receitas de aposento, tal como indica o gráfico no anexo nº14, indica que as
receitas de aposento tiveram um acréscimo muito grande no ano de transição 2000/2001. Os
restantes anos em estudo apresentaram tendências de crescimento mas com uma estabilização a
partir do ano 2002. Esta reacção talvez se deva a uma forte descida nos preços praticados e um
aumento da despesa com funcionários, contrariando o proporcional aumento esperado o crescimento
da oferta.
Receitas totais
Evolução das receitas totais
163388 181078200583
230632 237129 245195 243684 248545
0
50000
100000
150000
200000
250000
300000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005
Anos
10^3
€
Figura 15 – Gráfico da evolução das receitas no ramo totais Fonte: 3 e 9 da bibliografia
As receitas totais verificadas no ramo dos hotéis e similares, apresentam um comportamento com
taxas de crescimento positivas, à excepção do ano 2004, que tal como nas receitas de aposento, é
menor que o ano anterior.
A maior taxa de crescimento como seria de esperar, é novamente do ano 2000 para o ano
2001, apresentando com tendência a estabilizar nos anos seguintes. Através do cruzamento de
dados das receitas de aposento com as receitas totais, que as receitas geradas pelos demais
serviços prestados nas unidades mantêm-se relativamente constantes.
32
6.4. Conclusões
• A evolução da oferta por tipo e categoria de estabelecimento é muito difícil de definir como
adequado ou não, pois embora lenta, a mesma apresenta, tendências de transformação de
acordo com o tipo de procura, sendo assim a única maneira de apresentar viabilidade
económica.
• O tipo de estabelecimento mais procurado na ilha da Madeira é o hotel e o hotel
apartamento, e as categorias são os de 4 e 5 estrelas no hotel e 4 estrelas no hotel
apartamento, pois são os que apresentam os ratios qualidade/preço mais competitivos.
• O crescimento da oferta foi superior ao da procura, tal como indica o gráfico seguinte:
Dormidas disponiveis e verificadas
0
2000000
4000000
6000000
8000000
10000000
12000000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005
anos
dorm
idas dormidas verificadas
dormidas disponiveis
Figura 16 – Gráfico de dormidas disponíveis/verificadas nos estabelecimentos hoteleiros
• Este comportamento de oferta excessivo resulta em taxas de ocupação menores, no
aumento das despesas dos estabelecimentos e na diminuição dos preços praticados,
chegando mesmo à prática de preços que resultem na inviabilidade económica dos mesmos.
• No turismo de Espaço Rural, na comparação oferta disponível/ dormidas verificadas temos:
Dormidas verificadas e disponiveis
0
50000
100000
150000
200000
250000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005
dormidas verificadas
dormidas disponiveis
Figura 17 – Gráfico de dormidas verificadas/disponíveis no TER
33
• Os Estabelecimentos em Espaço Rural, apresentam o mesmo comportamento estudado nos
estabelecimentos hoteleiros, mas evidencia ainda mais o excesso de oferta.
• A sazonalidade registada na Madeira, apresenta-se medianamente acentuada, evidenciando
dois picos de procura, um na Páscoa e outro no Verão.
• O Porto Santo tem comportamentos muito diferentes da ilha da Madeira, com uma
sazonalidade extremamente acentuada, apresenta durante o ano taxas de ocupação
pontuais de 100% e durante outros meses de apenas 20%, a oferta está adequada à procura
sendo os pontos fracos, o período e a intensidade da procura, que deverá ser mais extenso e
mais homogéneo.
• O mercado do Porto Santo necessita de mais quantidade e diversidade de tipos de atracção,
para poder combater esta sazonalidade.
• Os mercados de procura no Porto Santo são praticamente os mesmos verificados na ilha da
Madeira, os do Norte da Europa potenciando os mesmos tipos de fragilidades.
• O motivo de encerramento de estabelecimentos, esteve também ligado ao aumento
significativo de casa própria na ilha dourada, retirando assim alguma procura nos meses de
menor afluência.
• A região registou um aumento nas receitas de aposento e nas receitas totais, no entanto,
aliando as despesas com pessoal ao serviço que também aumentaram na mesma proporção
à diminuição do preço praticado devido a efeitos de concorrência, estas receitas apresentam-
se com comportamentos cada vez menos positivos.
• Embora para o ramo dos hotéis e similares isto seja um resultado longe do óptimo, as
repercussões sociais a curto prazo são positivas resultando na diminuição da taxa de
desemprego.
• A região tem perdido receitas na hotelaria desde 2002 nos meses da Páscoa, isto apresenta-
se como uma retracção muito grande na procura da Região visto que costumava ser uma
das alturas de maior afluência com maiores gastos da administração pública na realização
de eventos de projecção internacional.
• O número de dormidas na Região apresenta tendências de estagnação. Este cenário pode
dever-se principalmente a três factores, o aumento relativo do custo de acessibilidades à
ilha, as características da ilha como produto turístico insuficientes ou ultrapassadas e por fim
pode dever-se também a estratégias de promoção e marketing do destino pouco eficientes.
• A Madeira face à concorrência verificada actualmente, necessita urgentes intervenções que
resultem num aumento da procura e proporcionem cenários tendenciais de sustentabilidade
económica.
34
7. Metas de sustentabilidade
Após um estudo do comportamento e da produtividade do turismo na Região, verificou-se
que este apresenta falhas no circuito económico com repercussões na totalidade do sector.
Caracterizando este sector como um motor gerador de riqueza com incidência nos domínios
socio-económicos, estas falhas repercutem-se directamente no rendimento/desenvolvimento real em
relação ao rendimento/desenvolvimento potencial.
Estas falhas encontram-se na pouca optimização da parte logística, com incidência na
procura registada, e na parte de marketing com incidências na procura potencial.
Para garantir um cenário de sustentabilidade no sector turístico regional, existem três planos
de intervenção a elaborar no sentido de melhorar a atractividade deste destino no âmbito
internacional, nomeadamente:
• Plano de intervenção na área das acessibilidades;
• Plano de intervenção na área de melhoramento do produto;
• Plano de intervenção na área de promoção do produto, nomeadamente nas áreas de
marketing;
7.1 Acessibilidades O termo acessibilidades está associado a variados temas e cenários, neste estudo o
abordado são as “facilidade de acesso a …”.
A acessibilidade abordada neste estudo refere-se à facilidade de acesso às ilhas que
compõem a Região Autónoma da Madeira no que toca às condições operacionais dos meios de
transporte sejam estes aéreos ou marítimos.
A acessibilidade apresenta-se como uma variável fulcral que por si só pode determinar o
sucesso deste produto turístico. Tendo em conta que analisamos o turismo numa ilha existem dois
meios de transporte possível, o transporte marítimo que neste caso não apresenta especial
relevância visto que além das rotas comerciais existem as rotas dos navios de cruzeiros que
encaram o porto da região como porto de escala e não como porto de chegada ou partida, e o
transporte aéreo. Este meio de transporte é o mais importante e caracteriza-se por ser relativamente
caro, resultando numa desvantagem de peso em relação a outros destinos, no entanto alguns dos
destinos concorrentes, à excepção das Canárias apresentam este meio de transporte como um
ponto a seu favor pois garantiram através de políticas de intervenção neste sector preços muito
convidativos que na maior parte das vezes tornam os destinos mais acessíveis através de transporte
aéreo do que qualquer outro tipo de transporte.
Neste caso tratando-se de uma região ultra-periférica em que, para além dos necessários
movimentos dos residentes, os fluxos turísticos detêm um forte peso na economia, a questão do
35
transporte aéreo e do comportamento dos diferentes agentes envolvidos é considerado como um
epicentro de vários outros problemas originando debates e críticas das entidades ligadas à promoção
dos destinos, unidades hoteleiras e demais empresas turísticas, é fundamental formar um quadro
actual da realidade presente neste sector económico, identificando oportunidades e evitando erros de
outros destinos.
Neste sentido, sabendo que é possível tornar as acessibilidades para a Madeira de ponto
fraco para ponto forte tal como a maioria dos destinos concorrentes, terão que ser formadas políticas
de intervenção que permitam a transformação deste sector numa variável economicamente positiva.
Uma possível intervenção muito positiva na área das acessibilidades é a criação de
condições que permitam a adesão das ligações denominadas de low cost.
Os operadores de low cost, abrangem neste momento uma parte do mercado antes
abrangida pelas companhias charter, oferecendo voos mais flexíveis a turistas mais sensíveis ao
preço.
Este tipo de ligação, para praticar estes preços relativamente mais aliciantes, tanto a nível de
outras empresas do mesmo como outro tipo de transporte, baseia-se em três elementos base:
• Produto simples
• Posicionamento
• Baixos custos operacionais
Ilustração 1 – Elementos chave do sucesso das low cost.
Fonte: 6 da bibliografia
Posicionamento
Companhias aéreas low cost
Produto Simples
Baixos Custos
Operacionais
36
Produto simples
O produto simples representa ausência de refeições, sendo que a sua venda a bordo significa
uma receita adicional para a empresa; lugares mais estreitos aumentando a capacidade do avião;
ausência de reserva de lugar; ausência de programas de passageiro frequente;
Posicionamento
O posicionamento refere-se as políticas usadas para interacção com os vários cenários que
se lhes deparam nos diferentes mercados, e, políticas de interacção com os clientes, sendo estes na
sua maioria, passageiros de lazer, passageiros de negócios mais sensíveis ao preço e residentes em
segunda habitação e assim proporcionam um tráfego ponto a ponto com elevada frequência e
distâncias reduzidas; politicas de marketing agressivas; uso de aeroportos secundários; forte
competição com todas as companhias aéreas;
Baixos custos operacionais
Os baixos custos operacionais referem-se a estratégias internas da empresa que resultem
na viabilidade económica da venda de um produto deste género, nomeadamente salários baixos,
baixas taxas aeroportuárias, baixos custos de manutenção apresentando apenas um modelo de
avião, elevadas estratégias operacionais nos sectores das esperas em terra, ausências de transporte
de mercadorias, rápidos períodos de limpeza, um tipo de vendas com comissão reduzidas, com
elevado recurso à Internet;
O aeroporto da Madeira tem na sua extensão 2781 metros sendo o suficiente para a
recepção de qualquer tipo de avião, 15 plataformas de estacionamento e 16 portas de embarque,
sendo na sua totalidade capaz de mexer com um tráfego de 3,5 milhões de pessoas por ano.
Sabendo que o tráfego no ano de 2004 apresenta valores a rondar os 2,2 milhões de
passageiros, não serão as capacidades operacionais nem infraestruturais que se apresentam como
obstáculos na criação de condições atractivas para os operadores low cost.
As duas principais razões na dificuldade da implementação destas linhas são a localização
geográfica da Madeira, e as condições operacionais do aeroporto.
Embora a localização geográfica da ilha seja um factor importante na venda do produto ao
turista que o interpreta positivamente, para as companhias low cost este factor assim já não o é, pois
vai contra as suas politicas operacionais que garantem viabilidade económica da ligação. As
companhias em questão, para garantir uma maior rentabilidade, recorrem a uma utilização muito
intensa das suas aeronaves, recorrendo a um maior número de utilizações diárias, estipulando para
esse fim uma distância máxima variando de companhia para companhia, mas situado entre 1000 e
1500 km, e uma duração máxima de 2 horas.
A localização geográfica da Madeira, como indica a seguinte figura, apresenta-se então fora
das linhas de viabilidade económica dos principais mercados emissores de voos low cost, que por
37
sua vez são também grandes mercados emissores de turistas para a região, nomeadamente
Inglaterra e Alemanha, resultando no recurso às companhias charter mais caras, por parte destes
mesmos turistas.
Ilustração 2 – Linhas de acção de voos charter e low cost Fonte: 6 da bibliografia
O segundo problema referido é originado pelas condições operacionais do aeroporto da
Madeira.
Este aeroporto foi inaugurado a 8 de Julho de 1964, com a denominação de Aeroporto do
Funchal, tendo na altura uma pista com um comprimento total de 1.600 metros. Actualmente a pista
tem um comprimento de 2.781 m, após terem sido acrescentados 3.400.000 m3 de aterro sob parte
da nova Pista, e feitos 180 pilares com diâmetro de 3 metros e altura máxima de 50 metros, assentes
em fundações que atingem na maior profundidade os 70 metros, encontrando-se preparado para
receber qualquer tipo de avião, o que não acontecia no passado.
Esta obra, com um custo total estimado de mais de 500 milhões de Euros, foi comparticipada
pela União Europeia que estabeleceu determinados compromissos económicos, obrigando a
empresa exploradora a praticar taxas aeroportuárias sensivelmente 2 vezes superiores a outras
praticadas em estruturas aeroportuárias no território nacional, tal como nos indica o gráfico seguinte:
Low cost
Charter
38
Figura 18 – Gráfico das taxas aeroportuárias Fonte: 6 da bibliografia
Existem de facto, dificuldades na sua implementação, no entanto as ligações low cost
comprovaram ao longo dos anos ser extremamente produtivas para os destinos aos quais fornecem
os seus serviços. Valerá assim a pena tentar ultrapassar as barreiras para a sua implementação?
O seguinte quadro expressa essa realidade e indica-nos que de facto embora a criação de
condições para a sua implementação, seja uma aposta que acarreta volumes significativos de
capital, a longo prazo, de uma maneira relativamente segura, podemos esperar desse investimento
uma actuação muito positiva na economia regional
Anos/Lugares 2001 2002 Variação 2003 Variação 2004 Variação 2005 Variação
Low cost 15 23.8 8.9 29.2 5.4 33.5 4.3 37.1 3.6
Tabela 1 – Tabela das taxas de crescimento dos diferentes tipos de ligação aérea
Fonte: 6 da bibliografia
De maneira a proporcionar as tais condições necessárias que tornem o destino Madeira
atractivo para as linhas low cost, já que não podemos alterar as condições geográficas da ilha, terão
que ser criados incentivos económicos por parte da administração pública central e regional, já que
estes investimentos têm repercussões ao nível do país, esses incentivos poderão existir através de
políticas fiscais ou até mesmo subsídios.
Uma segunda atitude pró activa é facilitar a cooperação entre os organismos responsáveis
pelo turismo e sua promoção, e as companhias, já que este tipo de ligação melhora a promoção do
destino e também as condições de venda por parte das operadoras deste tipo de ligação.
As empresas estão cientes dos benefícios e importância destas ligações e indicam que
desde que sejam os destinos a financiar esta actividade promocional, estão disponíveis a interagir.
7 , 13
4 ,0 3
12 ,5 5
23 ,7 1
3 , 63 4 ,0 3
6 ,8 1
14 ,4 7
3 ,9 3
1,18
4 , 07
9 ,18
0
5
10
15
2 0
2 5
A t e r r a gem /
De sc o la ge m
S e gur anç a S er v i ço P a ssage i r os TOTA L
Madeira
Portugal Continental
Espanha e Canárias
Principais Taxas Aeroportuárias (2005; euros por passageiro)
39
“…nós podemos trabalhar com o destino no desenvolvimento de uma nova campanha, ou
acompanhar os seus esforços na promoção de informação já existente numa oferta com um
brand partilhado...”
Fonte: 6 da bibliografia
Um terceiro potencial tema a intervir, seria o de incentivar, através de políticas conjuntas com
o país vizinho, voos low cost da Península Ibérica que não só interfere com o habitual tipo de
turismo, mas poderá desencadear uma procura por outro tipo de turismo actualmente pouco
registado, o turismo de “short stay”.
7.2. Produto
O produto turístico resulta de uma oferta num destino turístico que engloba atractivos, infra-
estruturas básicas, infra-estruturas de acesso, serviços bancários, de segurança, de saúde, de
informações e uma diversificada oferta de outros equipamentos e serviços normalmente procuradas
em situações de estadia fora da realidade habitual de cada um. Quanto maiores, melhores e mais
diversificados forem estes equipamentos e serviços, melhor será o produto turístico.
De entre os vários factores possíveis de referir, os que contribuem para melhorar o produto e
a sua atractividade na globalidade das várias vocações turísticas, são a melhoria da sinalética para
ajudar o Touring pela ilha, a melhoria do acesso ao mar e promoção do desenvolvimento de
desportos náuticos através de políticas de incentivos fiscais ou facilidades de licenças, visto que a
temperatura das águas é um recurso muito pouco aproveitado; podem ser também criados planos de
revitalização da zona do porto do Funchal para uma melhor promoção da ilha nas escalas dos
cruzeiros, potenciar incentivos ao melhoramento dos eventos existentes de projecção internacional e
também investir na sua promoção, revitalizar zonas históricas, aumentar as acções de protecção das
faixas litorais, principalmente no Porto Santo, e, por ultimo, incentivar o investimento nas infra-
estruturas do golfe, que tal como os desportos náuticos tem condições ambientais para a sua prática
durante todo o ano.
Outro tema também muito importante na construção de um produto turístico de qualidade e
previsões de sustentabilidade é na parte da elaboração, execução e monitorização de bons
instrumentos de gestão territorial, em que neste momento verificamos casos de falta de harmonia
paisagística e territorial. Este tema de harmonia paisagística está relacionado com as questões de
âmbito ambiental e actua tal como o âmbito sócio-cultural na qualidade do produto turístico deste
destino Estas situações embora de âmbitos distintos, podem resultar em efeitos colaterais negativos
que prejudicam este destino e põem em causa a sua sustentabilidade como sector económico.
Através de intervenções positivas efectuadas nestes âmbitos a Madeira passa a usufruir de
condições que permitam a sua colocação nos olhos do mundo como um destino turístico de
excelência.
40
7.3 Marketing
O terceiro factor fulcral na sustentabilidade da Madeira como destino turístico é a promoção
do produto através das estratégias de marketing. Existem várias interpretações e muitas definições
técnicas para marketing, no entanto existe uma que me parece adaptar-se melhor ao tipo de
marketing abordado neste estudo que é:
“Marketing é o estudo do mercado. É uma ferramenta administrativa que possibilita a
observação de tendências e a criação de novas oportunidades de consumo visando a satisfação do
cliente e respondendo aos objectivos financeiros e mercadológicos das empresas de produção ou
prestação de serviços”.
(FRAGA, Robson, 2006)
As estratégias de marketing podem neste caso ser divididas em dois cenários distintos. O
primeiro cenário é o da corrida a uma cota parte das emissões de turistas de mercados emergentes,
tal como a Rússia, a Polónia, a Eslovénia, etc.
O segundo cenário possível e o escolhido para a elaboração deste estudo, apresenta como
objectivo principal a procura de maiores quantidades de emissões de turistas dos mercados já
estabelecidos tal como a Alemanha, o Reino Unido, a França, Portugal, a Espanha e a França. Neste
segundo cenário, a única intervenção a fazer é no sistema de marketing usado em cada país e tentar
melhorar a sua eficiência.
A eficiência é outra questão que se divide em duas partes distintas, a parte da distribuição e
a sua maneira de chegar ao público-alvo, e, a questão da quantidade e qualidade da informação
transmitida. Este segundo plano servirá de base para a elaboração do estudo que se segue.
41
8. ANÁLISE AO MARKETING
Nesta 1ª parte do estudo será abordada apenas uma porção desta imensidão de variáveis
que constituem o marketing de um destino, a parte da adequação da informação transmitida ao
turista potencial com base na informação dos gostos característicos dos turistas de cada país,
obtidos num questionário elaborado acerca das principais áreas dos gastos efectuados pelos
mesmos, na ilha. Esta análise não tem só o objectivo de uma melhoria mas também a actualização
da imagem deste destino.
Esta estratégia de actualização e melhoria da imagem nos principais mercados emissores,
contribui indiscutivelmente para a melhoria da procura e consequentemente também para a
constatação de futuros cenários de sustentabilidade. No entanto embora a estratégia de atrair mais
procura dentro dos actuais mercados emissores, seja mais simples do que ir buscar a sua quota-
parte noutros mercadores emergentes, fica afecto a este destino um risco bastante elevado, sujeito a
cenários de transformação suportados por variáveis incontroláveis por parte dos órgãos responsáveis
pela sua promoção. Para diminuir esse risco e com sorte até melhorar os movimentos de procura,
poderão estabelecer-se relações de complementaridade, com o cenário de procura de novos
mercados emissores emergentes, satisfazendo assim à partida, parte dos objectivos de procura.
O tipo de divulgação de informação estudada neste relatório são as brochuras que embora
estejam já nos tempos actuais a ser ultrapassadas pela divulgação on-line, não invalida a eficácia
deste estudo, pois não está em causa o meio de divulgação mas sim a qualidade e quantidade da
transmissão da informação, não obstante no entanto de uma apreciação mais positiva da Internet
como meio de divulgação mais eficiente.
O objectivo, neste capítulo de estratégias de marketing é cruzar os dados dos tipos de gastos
de cada país emissor, com os dados das actuais brochuras direccionadas aos mesmos, verificando a
sua adequação ou não. Essas brochuras serão também comparadas com as dos principais destinos
de concorrência na tentativa de identificar fraquezas perante o marketing dos mesmos, sendo estas
as duas principais análises a efectuar.
Estas análises serão efectuadas de uma maneira singular a cada mercado emissor e na
seguinte ordem, Portugal, Inglaterra, Alemanha, Espanha, França e Suécia. Neste estudo, por falta
de informação disponível, não serão efectuadas análises ao mercado Holandês, no entanto será
analisado o marketing no mercado espanhol, pois este mercado apresenta potencialidades de
emissão elevadas.
O destino Madeira em análise, inclui o destino Porto Santo, no entanto no âmbito das
conclusões, serão elaborados juízos, tendo em conta o tipo de vocação afecta a cada um.
42
8.1. Despesa local
A ilha da Madeira, apresenta vários sectores onde o turista pode efectuar despesa, tanto em
áreas de consumo como nas áreas de prestação de serviços.
Este estudo reparte-se pela análise de gastos turísticos por sector seguida de uma outra
análise dos gastos nos sectores por mercado emissor, permitindo tirar conclusões mais específicas e
pertinentes. Esta análise não reflecte valores monetários gastos mas sim as principais áreas de
despesa para o turista.
Os sectores que serão estudados são os economicamente mais relevantes, estando
associados tanto a ramos específicos como a ramos conexos do turismo.
Esses sectores são:
● Alojamento ● Alimentação ● Deslocações ● Comunicações
● Aluguer de automóvel ● Combustível ● Artesanato/Comércio
● Tours/Excursões ● Actividades culturais e entretenimento ● Actividades
desportivas
● Outras despesas
A análise da despesa registada, baseia-se num estudo efectuado pela empresa de estudos
de mercado, Synovate Portugal, realizado no ano 2003, referente ao ano 2002. Este estudo é
globalmente constituído por questionários efectuados a turistas, provenientes dos 6 principais
mercados emissores, que saem da Região a partir do Aeroporto Intercontinental da Madeira. Estes
principais mercados emissores compreendem-se por apresentar mais de 30.000 visitantes por ano.
Dados das “Estatísticas de Turismo” relativos a 2002, disponibilizados pela D.R.T.
O universo da amostra foi de 2000 inquéritos, realizados de uma maneira aleatória, no
entanto era previsto um total de 0,3% de inquiridos da procura anual por pais.
43
O seguinte quadro apresenta o número de inquéritos efectuados por país, os reais e os expectáveis:
As diferenças de número de inquéritos reais em relação aos previstos deveu-se
principalmente a razões de sazonalidade, e baixas taxas de receptividade do inquérito por parte dos
turistas.
8.1.1. Análise dos gastos nos sectores, por mercado emissor
Mercado
Emissor
ANUAL
2002 PREVISTA REAL
Portugal 204.067 618 620
Reino Unido 195.673 593 632
Alemanha 137.979 418 411
França 56.128 170 88
Holanda 36.010 109 50
Suécia 30.380 92 101
TOTAIS 660.237 2000 1902
Tabela 2 – Tabela do número de inquiridos por mercado emissor Fonte: 5 da bibliografia
AREAS DE DESPESA (%) Global Portugal Inglaterra Alemanha Holanda França Suécia
Alojamento 84,2 73,4 89,7 95,1 88 81,8 71,3
Alimentação 92,6 95,6 92,4 94,6 90 86,4 74,3
Deslocações 46 53,9 47,9 35,8 36 34,1 41,6
Comunicações 36,6 33,5 33,9 44,3 60 34,1 34,7
Aluguer de Automóvel 32,9 32,3 23,7 45 52 46,6 22,8
Combustível 29,4 31,1 19,5 41,1 48 40,9 14,9
Artesanato/Comércio 23,4 26,9 20,3 25,8 34 20,5 9,9
Tours/Excursões 16,2 7,7 20,9 24,8 10 9,1 13,9
Actividades Culturais 8 8,7 8,9 4,1 12 15,9 5
Actividades Desportivas 4,8 2,3 4,3 9 12 2,3 5
Outras despesas 4,9 2,4 5,4 8,8 8 1,1 4
NR/NS 3,4 1,5 4,6 1,2 8 4,5 13,9
Média do numero de
áreas de despesa 3,8 3,7 3,7 4,3 4,6 3,8 3,1
Tabela 3 – Tabela dos gastos nos sectores por mercado emissor Fonte: 5 da bibliografia
44
Numa análise muito simples e objectiva deste quadro verifica-se que os mercados que mais
consomem são os da Alemanha e Holanda e os que efectuam menos despesa são os Suecos. As
áreas de despesa menos exploradas são as actividades culturais e desportivas. Os países, que
apresentam maior potencial de procura por estas actividades são outra vez a Alemanha, a Holanda,
e, com um peso menos representativo, Portugal.
Nas áreas de Tours e Excursões, verifica-se que destes países emissores, a Alemanha e
Inglaterra são os que mais se interessam e procuram.
Nas restantes áreas, qualquer um destes mercados comporta-se de uma maneira
relativamente parecida, não se verificando situações de excepcionalidade.
No sector das Tours e excursões, tal como disposto na tabela no anexo nº15, verifica-se que
as actividades com maior afluência são, os Tours específicos, os Tours pela ilha e Outros, as tão
conhecidas levadas deixam-se cair para segundo plano, sendo mais procuradas pelos portugueses.
Os teleféricos e os jardins são menos relevantes, adoptando lugares de complementaridade
na procura destas actividades, mostrando apenas necessidade de promoção do mercado Holandês.
No sector das actividades culturais, por análise ao quadro no anexo nº16, depreende-se que
a actividade com maior relevância é o casino para o qual contribuem com maior peso os mercados
de Portugal, Inglaterra e Holanda. A vida nocturna é a segunda actividade com maior peso,
apresentando uma certa homogeneidade na totalidade destes mercados, exceptuando a França e a
Suécia que recaem mais pela procura dos museus.
Apesar dos valores apresentados para este sector, numa análise de peso relativo, estas
actividades culturais foram referidas apenas por 8% dos inquiridos.
Tal como as actividades culturais, estas actividades desportivas, por análise ao quadro no
anexo nº17, apresentam um peso na amostra total, muito pouco significativo, cerca de 5%. Isto
justifica-se também pelo facto deste questionário ter sido efectuado no mês de Dezembro, época de
pouca actividade neste sector. De qualquer modo, a modalidade desportiva que mais se destaca é o
golfe e outras, que abrange uma totalidade de actividades de poucas infra-estruturas e logística. O
mergulho embora só se tenha evidenciado Portugal na sua procura, é uma actividade que apresenta
muita procura por turismo de cruzeiros, que não entram nesta amostra pois foi elaborada no
aeroporto e por turismo de Verão que aparece em alturas diferentes da deste questionário. A
modalidade de mergulho, devido às águas quentes deste destino, apresenta potenciais de procura
muito grandes, embora também apresente competitividade com outros destinos bastante elevada,
sendo contrariada com atitudes pró activas, na melhoria da oferta.
O último sector ao qual se torna relevante uma análise mais específica é o do artesanato e
comércio, e tal como disposto no quadro no anexo nº18, notamos um destaque especial para o
comércio com o vinho madeira e outras despesas, sendo que nos restantes tipos de despesa
verificam-se valores relativamente parecidos, não se evidenciando nenhum em geral. O mercado
emissor que mais despesa aparenta realizar, é o Francês. Em relação ao peso global da amostra,
45
como demonstrado no primeiro quadro deste tema, seja pela grande quantidade de áreas de
despesa ou pela procura habitual destes tipos de produtos, este sector apresenta-se como bastante
relevante nos gastos efectuados neste destino, com valores de 28%.
Dos valores apresentados nos quadros anteriores, verifica-se que existem, de facto,
actividades como Tours/excursões, actividades culturais, actividades desportivas que apresentam
défice logístico e no caso do comércio/artesanato que apresentam estratégias e produtos algo
desactualizados. Estes valores, para além de revelarem os gostos e hábitos dos turistas, também
informam, sobre o tipo de cultura de cada mercado emissor, contribuindo positivamente na
elaboração do marketing afecto a esses países.
8.2. Análise de Brochuras
8.2.1. Parâmetros estudados para os mercados emisso res Nestas brochuras em cada mercado emissor para o Verão 2004 e para o Inverno 2003/2004
serão avaliadas a representatividade a qualidade e o preço deste destino em relação à concorrência.
Na análise de representatividade, será referido o peso na totalidade das amostras em cada
mercado emissor, dos elementos de alojamento, entretenimento e apresentação geral, não só do
destino Madeira mas também da sua mais directa concorrência. Na análise de qualidade, serão
avaliados de 0-5 valores, a capacidade de descrição da Madeira no desenvolvimento dos principais
temas que a caracterizam e a promovem, e também os impactes que as brochuras transmitem,
quando direccionadas para os vários tipos de turismo possíveis de frequentar nesses destinos. Os
valores foram atribuídos por uma equipa experiente de consultores especializada na procura e
motivação turística. A análise dos preços deste destino em cada mercado, será elaborada com base
em preços médios por pacotes com idênticas características, e será subdividido por categorias de 5,
4, 3 estrelas.
Os valores e gráficos representativos são retirados de um estudo elaborado pela empresa
NEOTURIS de consultoria em turismo, no sentido de dotar o projecto CIETMAC (Centro de
Investigação e Estudos Turísticos da Macaronésia) da iniciativa comunitária INTERREG III B 2000-
2006, com alguma informação sobre o posicionamento do destino Madeira e Canárias junto dos
operadores turísticos.
Estes valores como já referido anteriormente serão cruzados com a informação das áreas de
despesa desses mercados emissores que nos traduzem alguns costumes e hábitos de férias,
permitindo assim, tirar juízos acerca da adequação destas brochuras como ferramentas de promoção
e da sua posição perante a concorrência.
46
8.2.2. Mercados emissores
Portugal
Figura 19 – Gráfico da distribuição de páginas por tipo de informação no Inverno Fonte: 7 da bibliografia
No mercado emissor português, no Inverno, o destino Madeira está relativamente bem
representado de uma maneira quantitativa geral, no entanto os destinos Canárias e Tunísia
apresentam potenciais de concorrência bastante elevados.
Na análise do tipo de uso dedicado pelas páginas afectas a cada destino nas respectivas
promoções, verifica-se que o destino Madeira apresenta-se nos três tipos de informação
relativamente bem diversificado evidenciando-se na tipologia do alojamento em relação à
concorrência.
O destino que opta por uma promoção de características mais parecidas à Madeira é a
Tunísia, sendo o Egipto, pelo contrário, o destino que apresenta menos semelhanças, optando por
uma promoção mais acentuada das suas actividades.
47
Figura 20 – Gráfico da distribuição de páginas por tipo de informação no Verão Fonte: 7 da bibliografia
No Verão, verifica-se um aumento na agressividade representativa dos destinos Canárias e
Baleares, que, no caso do primeiro, chega mesmo a preencher mais 8% de páginas que a Madeira.
Verifica-se também que, todos os destinos aumentam em grandes proporções as páginas
dedicadas ao alojamento, em detrimento das páginas dedicadas às actividades. Às excepções da
Tunísia e Egipto, que reagem da maneira oposta, tentando evidenciar os seus pontos fortes de
capazes de gerar atracção. Os destinos Malta, Chipre e Grécia não apresentam volumes
significantes de concorrência nos valores de representatividade no mercado Português.
Figura 21 – Gráfico da distribuição da oferta de alojamento por destino e tipologia no Inverno Fonte: 7 da bibliografia
48
Dos valores de alojamento apresentados, os principais destinos revelados pelos dados deste
gráfico são em primeiro lugar a Madeira e depois, respectivamente, as Canárias, Baleares e Tunísia.
O destino Madeira, para além de apresentar como imagem de marca o parque hoteleiro de
luxo, é também na quantidade o destino que melhor se caracteriza, no entanto, na categoria de 4
estrelas, Canárias encontra-se mais bem promovida, e, sendo esta uma das principais categorias na
contribuição para o aumento das taxas de ocupação, evidencia-se aqui uma fraqueza perante a
concorrência mais directa. Os principais destinos mais presentes na oferta disponível no mercado
português são a Madeira, as Canárias e as Baleares.
Figura 22 – Gráfico da distribuição da oferta de alojamento por destino e tipologia no Verão
Fonte: 7 da bibliografia
Os espanhóis, apresentam na totalidade, um cenário de representatividade e de oferta muito
elevados quando comparados com a Madeira e sobretudo com qualquer um dos outros destinos
concorrentes. Tanto as Canárias como as ilhas Baleares, apresentam oferta de alojamento de 3 e 4
estrelas dominante, demonstrando claramente um forte atractivo para o turista português.
A diversidade aumenta claramente no Verão em termos de destinos de escolha, com o
surgimento de alguma significância da Grécia e Chipre. A Madeira apresenta diversidade na sua
oferta para este mercado, no entanto aparenta limites muito inferiores à concorrência espanhola face
à capacidade de oferta de alojamento.
49
Figura 23 – Gráfico da avaliação de cada destino por critério no Inverno Fonte: 7 da bibliografia
As brochuras representantes de cada destino na oferta verificada em Portugal, de um ponto
de vista da promoção dos destinos pelos critérios referidos, indicam que a Madeira apresenta uma
pontuação baixa na descrição geral e em quase todos os critérios, exceptuando a qualidade das
fotografias e a facilidade de manuseamento. Um ponto pouco aproveitado é a descrição do clima no
Inverno visto tratar-se de uma mais-valia perante concorrência.
Figura 24 – Gráfico de avaliação das vocações turísticas de cada destino no Inverno Fonte: 7 da bibliografia
Na vocação turística por cada destino, a Madeira encontra-se mal caracterizada em todos os
aspectos principalmente nas vocações de Touring e Golfe. O golfe encontra-se pouco promovido
atendendo à qualidade dos campos da região. Na área de desporto e aventura, este destino
apresenta-se com pouca presença podendo ser alvo de uma potencial melhoria, visto que apresenta
50
relações de complementaridade com a do turismo de família, e de haver condições climatéricas
favoráveis durante quase todo o ano.
Figura 25 – Gráfico da avaliação de cada destino por critério no Verão Fonte: 7 da bibliografia
Nos meses de Verão, verifica-se uma maior agressividade de promoção do destino Madeira,
em todos os sectores, à excepção do critério clima. Este facto resulta de uma transformação
pertinente, pois nesta época do ano o factor clima evidencia-se pouco face à concorrência. Nota-se
um aumento de qualidade na promoção face à concorrência.
Figura 26 – Gráfico de avaliação das vocações turísticas de cada destino no Verão Fonte: 7 da bibliografia
51
Na qualidade relacionada com a descrição da vocação turística, a Madeira apresenta
relativamente bem evidenciadas as suas potencialidades neste mercado competitivo. A vocação de
destino familiar e actividades desportivas apresentam potencial de melhoria, sendo que são
actividades que apresentam fortes possibilidades de melhoria na oferta Regional.
Preços
Analisando o quadro no anexo nº19, verifica-se que a Madeira, na categoria de 5 estrelas,
apresenta preços muito competitivos, tanto no Inverno como no Verão tendo em conta a qualidade
dos estabelecimentos. Talvez este fenómeno resulte da maior oferta registada desta categoria nesse
destino ou de uma maior concorrência verificada no Verão.
Nas categorias de 4 e 3 estrelas, apresenta também preços muito acessíveis, em relação à
concorrência, no entanto verifica-se uma acentuação deste cenário no Verão, talvez pelas razões
apresentadas anteriormente. De qualquer maneira, em qualquer das categorias e em qualquer das
épocas, a Madeira apresenta valores médios sempre inferiores às Canárias. Os mercados com
preços mais elevados nos pacotes são a Madeira, as Canárias e Marrocos.
Conclusões relativas a Portugal
A Madeira em comparação com alguns destinos concorrentes, apresenta no Inverno, uma
maior representatividade, sendo que no Verão, este cenário muda, evidenciando os destinos
espanhóis. Estes dois destinos nomeadamente Canárias e Baleares, são indiscutivelmente os mais
agressivos, seguidos do Egipto e da Tunísia.
Em relação ao alojamento, a Madeira apresenta uma oferta de categorias muito homogénea,
tal como maior parte dos outros destinos, à excepção das Ilhas Baleares que apostam principalmente
nas categorias de 3 e 4 estrelas.
Os preços praticados para a Madeira no mercado nacional no Inverno, são competitivos
apenas em relação aos destinos espanhóis, e no Verão apresentam-se competitivos em relação a
todos os outros destinos, devido ao aumento do nível de oferta.
Em relação à tipologia de informação, no Inverno, a Madeira segue as mesmas politicas da
concorrência, evidenciando apenas o Egipto na promoção das suas actividades.
Nos meses de Verão, a Madeira e os destinos Espanhóis promovem mais o alojamento em
detrimento da apresentação geral e das actividades, a concorrência, com especial destaque para a
Tunísia, adopta cenários contrários, resultando num aumento de páginas dedicadas à apresentação
geral e actividades. Esta estratégia posiciona a Madeira em posição de concorrência directa com o
grupo mais competitivo, os destinos Espanhóis, revelando-se como uma posição muito competitiva.
Uma característica muito positiva encontrada no destino Madeira durante todo o ano, é o seu
clima ameno e com pouca amplitude térmica, no entanto, este encontra-se pouco promovido em
52
relação ao seu valor potencial e em relação à concorrência visto que este factor é uma das principais
causas para a procura registada no Inverno e justificam os preços mais elevados.
No que referente à promoção por vocação, no Inverno, o critério Natureza está muito pouco
expressivo em relação ao seu potencial, no entanto as categorias Sol e Mar e Short Stays estão
muito positivas. Para além do critério Natureza, deviam melhorar o critério Família, Desporto e
Aventura e o Golfe, aumentando a sua cota parte deste tipo de procura visto são critérios procurados
por este mercado emissor.
Os Portugueses, caracterizam-se por procurar as categorias mais baixas de alojamento e os
mais diversos tipos de actividades. A Madeira numa análise geral, não é o destino que mostra a
oferta mais atractiva para este mercado emissor, existem assim melhorias a referir. Estas melhorias
afectam não só modificações à estrutura deste tipo de promoção, mas também ao próprio produto
turístico oferecido na ilha.
O português é um turista muito sensível a questões de variação de preços, pelo que uma
melhoria de preços praticados nas acessibilidades poderia resultar num aumento do turismo Short
Stay oriundo deste mercado emissor.
Espanha
Figura 27 – Gráfico da distribuição de páginas por tipologia de informação no Inverno Fonte: 7 da bibliografia
Este destino, pouco ou nada apresenta como atractivo ao mercado espanhol em qualquer
tipo de informação. No Inverno, a oferta de alojamento ganha maior referência, no entanto, está
muito aquém da sua oferta potencial. Os destinos espanhóis, apresentam uma percentagem alta de
oferta de alojamento, e os destinos como a Tunísia e Marrocos, para além de um peso bastante
representativo, são os apresentam uma distribuição mais equilibrada entre alojamento e actividades.
53
Figura 28 – Gráfico da distribuição de páginas por tipologia de informação no Verão Fonte: 7 da bibliografia
Nos meses de Verão, muda radicalmente a oferta de destinos dignos de referência presentes
no mercado espanhol, mantendo-se apenas a Madeira, Marrocos e Canárias, sendo este último
destino, o mais representado, seguido de Marrocos, Grécia e Madeira. Embora com muito menos
volume, a Madeira apresenta estratégias de marketing idênticas às de Canárias, evidenciando o
alojamento, já os outros dois destinos apostam mais nas actividades.
Figura 29 – Gráfico da distribuição de oferta de alojamento por destino e tipologia no Inverno Fonte: 7 da bibliografia
O destino Madeira apresenta uma aposta mais significativa em alojamentos de luxo, no
entanto, em comparação com os outros destinos, não se destaca em aspectos quantitativos. O
destino Canárias apresenta além de uma oferta bastante mais numerosa de alojamento, diversidade
de tipologias bastante homogénea, sendo este um ponto forte deste destino. As Baleares tal como as
54
Canárias, apresentam-se como destino dominante no grupo em estudo. A Madeira, a Tunísia e
Marrocos, apresentam o mesmo tipo de estratégia de oferta neste mercado.
Figura 30 – Gráfico da distribuição de oferta de alojamento por destino e tipologia no Verão Fonte: 7 da bibliografia
Nos meses de Verão, a Madeira encontra-se mais presente na oferta praticada no mercado
espanhol situando-se agora na segunda posição do grupo, sendo que o destino mais representado
continua a ser as Canárias apresentando-se com estratégias marketing muito agressivas. É de
salientar a perda de estatuto das Ilhas Baleares no mercado das ofertas principais espanhol.
Qualquer um dos destinos representados no mercado espanhol, aparentam apostar
proporcionalmente na diversidade de categorias na oferta.
Figura 31 – Gráfico da avaliação dos destinos por critério no Inverno Fonte: 7 da bibliografia
55
A concorrência espanhola, tal como a Madeira, promove pouco o seu clima nos meses de
Inverno, no entanto evidencia-se na constatação da sua história e qualidade das fotos, abordando
uma estratégia diferente da concorrência mais directa. É de salientar a pouca importância dada
pelos destinos espanhóis à sua descrição geral. A Madeira nos restantes critérios, apresenta valores
medianos de pontuação, não evidenciando nenhuma fraqueza.
Figura 32 – Gráfico de avaliação das vocações turísticas de cada destino no Inverno Fonte: 7 da bibliografia
Verifica-se uma evidente superioridade por parte da Tunísia em relação à Madeira que
apresenta pontuações mais altas em todos os tipos de vocação. A Madeira nas vocações turísticas
Família, Desporto e Golfe, apresenta os valores mais baixos de todos os destinos presentes em
Espanha, e, mesmo com boas pontuações nas vocações Sol e Mar, Short Stays e Touring, encontra-
se muito aquém das qualificações das vocações apresentadas pela sua concorrência mais directa.
Figura 33 – Gráfico da avaliação de cada destino por critério no Verão Fonte: 7 da bibliografia
56
A Grécia à excepção da referência à sua história, apresenta melhores pontuações em todos
os outros critérios do que a Madeira, no entanto este último destino adquire valores muito
semelhantes aos outros dois principais destinos concorrentes, encontrando-se nesta altura do ano
mais expressiva. Os outros destinos presentes neste mercado não se evidenciam em nada, pelo
contrário, apresentam valores muito baixos, principalmente nos critérios de história e tradição
regional.
Figura 34 – Gráfico de avaliação das vocações turísticas de cada destino no Verão Fonte: 7 da bibliografia
Nas vocações explícitas nas brochuras de cada destino em análise, salientamos que de uma
maneira geral, a Madeira à excepção do Golfe, apresenta valores médios na totalidade das vocações
estudadas. Especial destaque no entanto, à boa promoção deste destino ao turismo de Natureza, ao
turismo de Sol e Mar e ao do Desporto e Aventura. As Canárias, apresentam melhores pontuações
nas vocações de Sol e Mar, Família, Golfe e Short Stays.
A Turquia também se apresenta como um destino com valores altos nas vocações que lhe
são afectas, com uma forte aposta nas vocações que caracterizam o turismo praticado nesse país.
Preços
Os valores relativos aos preços de pacotes presentes no mercado Espanhol, estão dispostos
no quadro no anexo nº20 e indicam que, de Inverno a Madeira apresenta os preços mais baixos do
que os seus concorrentes directos, as Canárias e as Baleares, exceptuando as Canárias na
categoria de 5 estrelas. Este cenário no Verão inverte-se pois apenas a Grécia e Malta é que
apresentam valores superiores aos da Madeira. A Madeira caracteriza-se então, por ser um destino
com preços bastante equilibrados durante o ano.
57
Conclusões relativas ao mercado Espanhol
O mercado espanhol, pela representatividade afecta ao destino Madeira, revela ser um
mercado emissor com pouco interesse. Os destinos que mais se evidenciam neste mercado são os
espanhóis, as Canárias no Verão e as Ilhas Baleares no Inverno. Na vertente de preços, as Baleares
apresentam-se como concorrência directa à Madeira visto que aposta também em campanhas de
Verão, no entanto a pergunta resume-se em saber se a maior promoção no Verão aliado a uma boa
política de preços permite aumentar a procura. Neste sentido, contribuiria muito uma ligação Low
cost oriunda deste país.
Este mercado emissor releva-se pouco interessante por razões de muita competitividade e
pelo facto das vocações predominantes de procura deste mercado emissor serem mais expressivas
nos próprios destinos nacionais. Neste sentido apenas o Algarve e o Porto Santo apresentam no
território nacional, vocações semelhantes ás dos Espanhóis, e numa apreciação complementar,
apresentam a vantagem da língua em relação a outros destinos de escolha.
Em relação aos valores de avaliação a impressão geral é mediana, mas merece especial
destaque a pouca promoção do clima e temperaturas da água nos meses de Inverno.
A vocação predominante da Madeira é tal como em Marrocos, a Natureza, no entanto a
concorrência aposta mais na Família, Short Stays, Sol e Mar e Golfe que são as que mexem maiores
volumes de turistas e são os que em média mais gastos efectuam, merecendo especial atenção e
potencial melhoria.
As condições existentes na Ilha, tanto a nível de infra-estruturas como de características não
são suficientes para justificar falhas na sua promoção, no entanto a única maneira de competir com
os mercados Espanhóis parece ser através dos preços praticados nas acessibilidades, no sentido de
tornar os pacotes de preços competitivos.
Neste mercado torna-se impreterível a separação dos destinos Madeira e Porto Santo, no
sentido de promover um destino muito vocacionado para o seu principal turismo de emissão, o Sol e
Mar.
58
França
Figura 35 – Gráfico da distribuição de páginas por tipologia de informação no Inverno
Fonte: 7 da bibliografia
No Inverno, no mercado francês, existe uma grande e diversificada oferta de destinos,
revelando-se um mercado emissor muito atraente mas no entanto difícil de cativar. A Madeira, neste
país, encontra-se relativamente bem representada, mantendo-se um pouco atrás, da sua mais
directa concorrência, Marrocos, Tunísia e Canárias. De entre estes quatro principais destinos, a
Madeira embora seja o que apresenta menos oferta de alojamento, é o que apresenta mais
actividades.
Figura 36 – Gráfico da distribuição de páginas por tipologia de informação no Verão Fonte: 7 da bibliografia
59
Nos meses de Verão, encontra-se um mercado ainda mais competitivo, com mais oferta de
destinos. A madeira encontra-se relativamente bem representada, apresentando uma boa
percentagem de alojamento e de actividades, posicionando-se como o terceiro destino mais
representado neste mercado emissor. Os destinos Marrocos e Tunísia são os mercados que mais se
evidenciam tanto em alojamento como em actividades. Os restantes destinos, encontram-se com
pesos semelhantes, uns pelas estratégias de marketing, outros pela capacidade de oferta de cada
um.
Figura 37 – Gráfico da distribuição da oferta de alojamento por destino e tipologia no Inverno
Fonte: 7 da bibliografia
Dentro dos volumes de oferta de alojamento, a Madeira, Marrocos e a Tunísia apresentam os
volumes maiores estando o destino Madeira em segundo lugar.
Já nos tipos de alojamento disponível, estes três, encontram-se outra vez com estratégias
parecidas, apresentando uma oferta mais volumosa e diversificada, atingindo um mercado alvo mais
abrangente. As Canárias apresentam também uma certa presença neste mercado, mais
direccionada para as categorias de hotel de 4 e 3 estrelas.
60
Figura 38 – Gráfico da distribuição de oferta por destino e tipologia no Verão Fonte: 7 da bibliografia
A oferta no mercado francês, nos meses de Verão, torna-se como já dito anteriormente mais
competitiva, com aumento de diversidade de oferta, e com o surgimento de novos destinos como a
Croácia, a Grécia e a Turquia.
A Madeira, o Egipto e a Tunísia, apresentam estratégias de oferta muito similares e
diversificadas, sendo nestas predominantes os hotéis de 4 e 5 estrelas. O destino Tunísia é durante
todo o ano o destino predominante.
Figura 39 – Gráfico da avaliação de cada destino por critério no Inverno Fonte: 7 da bibliografia
Quando se analisa as brochuras disponíveis, em relação à qualidade afecta a cada um dos
critérios, verifica-se que a Madeira apenas apresenta boas pontuações na descrição geral, na
61
História e na tradição regional, nos outros critérios encontra-se pontuada abaixo dos mercados
concorrentes.
Figura 40 – Gráfico de avaliação das vocações turísticas de cada destino no Inverno Fonte: 7 da bibliografia
A Madeira, apenas apresenta valores positivos face à concorrência na vocação de Natureza.
Os três principais destinos concorrentes, nomeadamente a Tunísia, Marrocos e Canárias,
apresentam-se como destinos melhor qualificados nas restantes vocações. O destino Madeira
revela-se muito fraco relativamente à concorrência.
Figura 41 – Gráfico da avaliação de cada destino por critério no Verão Fonte: 7 da bibliografia
62
Nos meses de Verão os critérios estudados são os mesmos, no entanto o número de
destinos disponíveis para análise aumenta significativamente. O destino Madeira encontra-se
expressiva nas brochuras em relação a todos os critérios de uma forma geral, contudo, o clima é um
critério menos evidenciado, relativamente à concorrência mais directa, Marrocos, Tunísia, Grécia e
Canárias. Nos restantes critérios apresentados, este destino não demonstra sinais de sub
valorização perante a concorrência verificada.
Figura 42 – Gráfico de avaliação das vocações turísticas de cada destino no Verão Fonte: 7 da bibliografia
As pontuações atribuídas nos meses de Verão à promoção de cada destino por vocação
turística, encontram-se muito fracas para o destino Madeira, relativamente aos valores apresentados
pela concorrência, principalmente nas vocações Família, Desporto e Aventura e Wellness. A Madeira
apresenta uma certa complementaridade com as vocações das Canárias, mas são os destinos
Marrocos e Grécia, que à excepção das vocações de Natureza e Touring para o primeiro e Golfe e
Touring para o segundo, apresentam a concorrência mais significativa do grupo.
Preços
Como disposto no quadro no anexo nº21, verifica-se que à excepção das Canárias, todos os
principais destinos concorrentes da Madeira apresentam preços muito mais competitivos para
qualquer categoria e épocas do ano.
Os destinos Madeira e Canárias, pelo tipo de clima ameno apresentado como imagem de marca,
aproveitam os meses de Inverno para sobressair em relação a destinos concorrentes e elevam os
preços devido à especificidade da procura. O destino Madeira apresenta-se em média como o
destino mais caro representado neste mercado.
63
Conclusões relativas ao mercado Francês
O mercado Francês é um mercado muito procurado pelos destinos estudados, pois é um
mercado com enormes capacidades de emissão de turistas.
A Madeira tanto no Inverno como no Verão, apresenta-se medianamente representada e
com estratégias para promoção do alojamento bastante diversificada, no entanto, a Grécia, a Tunísia
e Marrocos apresentam uma oferta quase idêntica, apostando também num mercado alvo muito mais
abrangente.
Infelizmente, os preços praticados para os pacotes deste país com destino para a Madeira e
para as Canárias, são muito elevados sendo essa barreira mais evidente para os pacotes das
categorias de 3 e 4 estrelas.
Na análise da adequação das brochuras, pelo cruzamento de informação com o quadro dos
gastos, verificamos que o típico francês gosta de actividades de Touring pelo aluguer de viaturas e
actividades culturais, sendo menos aptos a actividades desportivas, assim sendo, seria de melhorar
tanto no Inverno como no Verão, os critérios da descrição geral, a qualidade das fotografias, a
Tradição Regional e a História, estando estas duas últimas com valores muito baixos necessitando
assim uma intervenção.
As restantes vocações a intervir, são as da Natureza, Touring e a Família, principalmente
este último que no Verão apresenta valores muito baixos.
As vocações Sol e Mar podem ser indiscutivelmente melhoradas em relação à concorrência
desde que, se adopte a já referida separação dos destinos Madeira e Porto Santo.
Infelizmente, a maior parte dos outros destinos apresentam-se bem representados em quase
todos os critérios e vocações, para além de serem mais baratos e mais perto, proporcionando um
cenário crítico para este destino em estudo.
O destino Madeira tem potencialidades para atingir este mercado tão intensamente como a
concorrência, talvez com uma promoção mais adequada que permita combater a barreira dos preços
praticados assim o faça. No entanto existem vocações pouco exploradas tal como o Sol e Mar e
Família que são facilmente moldáveis para permitir atingir maiores valores de procura.
Embora este seja um mercado com um nível de vida mais elevado que o Português, os
consumidores, revelam alguma sensibilidade a preços praticados numa procura de destino de férias.
Aqui aborda-se a questão da dificuldade de implementação das linhas Low cost, sendo que estas
com certeza contribuíam muito significativamente para o aumento da procura registada.
Este mercado tem uma particularidade de ser muito gastador em serviços, actividades
culturais e produtos regionais, sendo por isso um potencial alvo de estudo de viabilidade económica
na implementação de uma ligação aérea subsidiada pelas entidades responsáveis.
64
Alemanha
Figura 43 – Gráfico da distribuição de páginas por tipologia de informação no Inverno Fonte: 7 da bibliografia
No mercado emissor Alemão, encontra-se com uma forte aposta por parte dos destinos
Ibéricos, sobretudo as Canárias. O destino Madeira apresenta o terceiro posto na representatividade
geral, sendo o primeiro na representatividade das actividades e apresentação. È de salientar que
apenas os destinos Madeira e Baleares intensificam as informações na apresentação e em
actividades, sendo no entanto em todos os destinos, predominante o alojamento.
Figura 44 – Gráfico da distribuição de páginas por tipologia de informação no Verão Fonte: 7 da bibliografia
65
Nos meses de Verão, a representatividade relativa dos destinos em estudo permanecem
praticamente idênticos, no entanto o destino Madeira é o único que para além de intensificar imenso
a apresentação, continua a postar mais nas actividades do que a concorrência. O destino que
apresenta agora, mais oferta de alojamento passa a ser as Baleares em vez das Canárias. Estes por
serem do mesmo país, podem apresentar estratégias complementares de desenvolvimento turístico,
planeado em âmbitos nacionais.
Figura 45 – Gráfico da distribuição de oferta de alojamento por destino e tipologia no Inverno
Fonte: 7 da bibliografia
De todos estes destinos, os espanhóis são os que apresentam mais representatividade de
hotéis de categoria 4 e 3 estrelas, no entanto, assim parecem todos entender, como sendo estes as
categorias mais atraentes economicamente para este mercado emissor. O destino Madeira
apresenta oferta relativamente diversificada, embora em níveis relativos muito inferiores.
Figura 46 – Gráfico da distribuição de oferta de alojamento por destino e tipologia no Verão
Fonte: 7 da bibliografia
66
Nos meses de Verão, a estratégia utilizada para promoção do destino Madeira, enveredou
por apresentação de alojamento económico em detrimento do alojamento de luxo. Já a promoção
das ilhas Baleares, apostou num aumento significativo de representatividade em todos as categorias
de alojamento. Os destinos Espanhóis são os que apresentam maior diversidade de oferta, e
praticamente são os únicos com apostas significativas nas categorias de Self-Catering.
Preços
Os valores dos preços dos pacotes neste mercado emissor, estão dispostos no quadro no
anexo nº22 e indicam que o destino Madeira, é indiscutivelmente, o que apresenta preços mais
elevados, evidenciando-se nas categorias de hotéis de 4 e 3 estrelas, sendo uma clara desvantagem
deste destino. Os destinos ibéricos, apresentam os preços mais elevados, desfrutando talvez dos
seus nomes estarem presentes neste mercado emissor há mais tempo, e, daí mais reconhecidos.
Os destinos Tunísia e Turquia, apresentam preços mais elevados nos meses de Verão do
que no Inverno, contrariando a estratégia utilizada por todos os outros destinos.
Figura 47 – Gráfico da avaliação de cada destino por critério no Inverno
Fonte: 7 da bibliografia
Analisando agora as brochuras a nível qualitativo em relação aos critérios apresentados,
aferiu-se que nos meses de Inverno, o destino Madeira apresenta valores em média superiores à
67
concorrência, embora no critério afecto ao clima, esteja muito aquém do potencial, verificando-se
este factor nos três destinos Ibéricos.
Figura 48 – Gráfico de avaliação das vocações turísticas de cada destino no Inverno Fonte: 7 da bibliografia
Nas classificações afectas à promoção destes destinos por vocações turísticas, verificamos
que o destino Madeira apenas se evidencia na vocação de Touring e Natureza. Isto traduz uma
concorrência muito forte por parte de outros destinos, no entanto apresenta uma posição positiva em
relação à maioria verificada.
Figura 49 – Gráfico da avaliação de cada destino por critério no Verão Fonte: 7 da bibliografia
68
Nestes meses de Verão, o destino Madeira, nos critérios de Descrição Geral e Clima, a
Madeira está relativamente melhor avaliada que os outros destinos. Já nos outros critérios, à
excepção da história, este destino encontra-se dentro da média, no entanto, a totalidade do grupo
apresenta valores de fraca expressão.
Figura 50 – Gráfico de avaliação das vocações turísticas de cada destino no Verão Fonte: 7 da bibliografia
O destino Madeira, nos meses de Verão, promove-se nas brochuras com uma qualidade
bastante superior, procurando a sua cota parte de emissões de turismo face à concorrência. Os
pontos fortes, Natureza e Sol e Mar, encontram-se mais expressivos, sem perder qualidade nos já
promovidos no Inverno, a única vocação que continua fraca face à concorrência é mesmo a
promoção afecta ao golfe. De um modo geral o aumento de qualidade relativamente à concorrência
apresenta-se maior do Inverno para o Verão, pois o aumento da expressividade verifica-se em todo o
grupo.
Conclusões relativas ao mercado Alemão
O mercado alemão, é um dos mercados que actualmente mais turistas emite para a Madeira,
e para além da quantidade, emite os passageiros de uma maneira homogénea, durante todo o ano,
contribuindo assim para combater a sazonalidade.
Em relação ao tipo de alojamento oferecido por categorias, este aparenta ser adequado visto
ser idêntico ao dos destinos concorrentes, presumindo que estes, ao longo dos anos, adaptaram-se
ao tipo de procura deste mercado para todo o ano.
Os preços praticados, apresentam ser uma desvantagem visto que a Madeira é o destino
mais caro deste segmento, em qualquer das categorias e em qualquer altura do ano. A Tunísia e a
Turquia são os destinos que apresentam valores mais baixos, talvez pela proximidade geográfica.
Uma aposta da Tunísia e Turquia nos meses de Inverno nos preços dos pacotes mais
baixos, reflectem a incapacidade competitiva relativamente a outros destinos turísticos ou então
69
demonstra ser uma estratégia de captação do turismo de Inverno, pois este revela ser mais gastador
e consumidor sem contribuir para a saturação dos serviços.
No Inverno existe uma fraca expressão para a apresentação geral e para o clima. Será muito
positivo assim melhoria não só destes dois referidos mas também da qualidade das fotografias e a
facilidade de manuseamento. No critério do clima, principalmente nos meses de Inverno, resultará
uma maior procura por parte das classes etárias mais altas, pois apresentam neste país, movimentos
de migração para países de climas mais amenos.
No Verão, embora não tão necessário como nos meses de Inverno, encontramos lugar
para potencial melhoria do clima, do mapa e da facilidade de manuseamento, visto que nesta altura
existe muito mais competitividade e a facilidade de transmissão de informação é mais importante.
O turista alemão é consumista, adepto de actividades desportivas e Touring, logo, em qualquer
altura do ano existe espaço de intervenção nas vocações Desporto e Aventura e no Golfe. Em
contrapartida evidencia-se a forte expressão da Natureza e Touring face à concorrência que
apresentam valores muito positivos e muito adequados.
Este mercado, sendo um dos mais importantes, merece uma atitude pró activa sendo que
uma aposta numa formação e instrução dos recursos humanos tanto para o conhecimento da cultura
mas sobretudo da língua, a longo prazo, seria mais um elemento positivo a evidenciar na promoção
regional. Esta sugestão embora seja muito útil para qualquer um dos mercados emissores em
estudo, revela-se mais prático no mercado alemão pois este povo revela pouca facilidade para
dominar línguas estrangeiras, incluindo o inglês a língua mais praticada.
Reino Unido
Figura 51 – Gráfico da distribuição de páginas por tipologia de informação no Inverno Fonte: 7 da bibliografia
70
Esta análise de representatividade numérica de páginas, dos destinos turísticos
apresentados neste mercado emissor, indica-nos que o destino Madeira encontra-se nos três
destinos menos representados, apenas à frente da Tunísia e do Egipto sendo os destinos que
apresentam um maior número de páginas promocionais por ordem decrescente, as Canárias, o
Chipre, Sul de Espanha e Malta. O destino Canárias apresenta valores que evidenciam uma forte
aposta deste destino sobre este mercado emissor.
A diversidade de informação apresentada nestes destinos é muito semelhante a um nível
proporcional.
Figura 52 – Gráfico da distribuição de páginas por tipologia de informação no Verão
Fonte: 7 da bibliografia
Nos meses de Verão, o cenário verificado no âmbito da representatividade dos vários
destinos neste país, aumenta significativamente na oferta de destinos turísticos. O destino Madeira,
apresenta valores relativamente baixos de representatividade nas três tipologias de informação, com
especial relevância para as actividades. Os destinos Espanhóis, continuam por apresentar a maior
representatividade, seguidos do Chipre, da Grécia e da Turquia. A estratégia promocional do destino
Madeira, assemelha-se com os destinos Malta, Tunísia, Croácia, Sul de Espanha e Egipto.
71
Figura 53 – Gráfico da distribuição de oferta por destino e tipologia no Inverno Fonte: 7 da bibliografia
A pouca representatividade nas brochuras do destino Madeira neste mercado, relativamente
ao alojamento, desenvolve-se numa aposta nos sectores de 4 e 5 estrelas, sendo pouco relevante
nas outras categorias. A fraca aposta nas categorias de 5 estrelas parece ser geral, no entanto,
através de uma boa diversificação das restantes categorias, contribuem para uma maior
atractividade, principalmente do destino Canárias. O nível de representatividade do destino Madeira
encontra-se ao nível dos valores de Malta, Chipre e Sul de Espanha, situando se nos mais baixos do
grupo.
Figura 54 – Gráfico da distribuição de oferta por destino e tipologia no Verão Fonte: 7 da bibliografia
72
A diversidade de oferta de destinos aumentou significativamente e a oferta já existente
aumentou a representatividade praticada no Inverno. O destino Canárias apresenta mais diversidade
e quantidade de páginas de promoção aos alojamentos, determinando uma estratégia destinada a
movimentar grandes massas de turismo provenientes deste mercado.
Continuam a ser os países ibéricos, mas principalmente os espanhóis, a apresentar maior
representatividade, no entanto, o destino Madeira, apresenta valores de representatividade medianos
quando comparados com os restantes destinos apresentados.
A Madeira apresenta, tal como no Inverno, nas páginas disponibilizadas para o alojamento,
uma maior percentagem destinada às categorias de 4 e 5 estrelas.
Figura 55 – Gráfico da avaliação de cada destino por critério no Inverno Fonte: 7 da bibliografia
Numa análise qualitativa destas brochuras, verifica-se que todos os destinos apresentam
pontuações bastante positivas, apenas se desleixando nos critérios de Historia e Tradição Regional,
sobretudo no Egipto. O Egipto, embora mais fraco nestes critérios, é o mais forte nos restantes, não
menos importantes. A Madeira para além de apresentar valores muito positivos, encontra-se ao
mesmo nível da concorrência, sendo por isso desnecessárias quaisquer observações comparativas,
descritivas ou de adequação.
73
Figura 56 – Gráfico de avaliação das vocações turísticas de cada destino no Inverno Fonte: 7 da bibliografia
No Inverno, as pontuações afectas à promoção por vocação turística, em qualquer destino,
evidencia-se uma forte expressão na vocação de Sol e Mar. O destino Madeira apresenta a sua
melhor classificação na vocação de Natureza e o Egipto na vocação Desporto e Aventura. Estes
destinos promovem um tipo de turismo vocacional muito parecido.
Figura 57 – Gráfico da avaliação de cada destino por critério no Verão
Fonte: 7 da bibliografia
74
A avaliação dos critérios, apresentados no Verão, indica-nos que, a oferta presente é agora
mais diversificada e os destinos em geral, apresentam comportamentos muito semelhantes na
elaboração destas brochuras. A pontuação no geral então transmite-se em boas prestações nos critérios
da descrição geral, o clima, a qualidade das fotografias e a facilidade de manuseamento, sendo as piores
nos critérios de História e Tradição Regional. O destino Madeira encontra-se numa posição ligeiramente
acima da média, embora seja pouco evidente, devido à forte semelhança apresentada na totalidade dos
destinos.
Figura 58 – Gráfico de avaliação das vocações turísticas de cada destino no Verão Fonte: 7 da bibliografia
Todos os destinos apresentados neste mercado nos meses de Verão apresentam, uma
surpreendente nota máxima na vocação de Sol e Mar. A Madeira mais uma vez apresenta a Natureza
como vocação com melhores qualificações, sendo que nas restantes vocações, os valores atribuídos são
muito medianos, evidenciando-se as vocações de Família e Touring tal como os restantes destinos. O
Egipto, é o destino que mais promove a vocação Desporto e Aventura, sendo a Madeira e Marrocos os
destinos que aí se expressam pior. A vocação Golfe e Short Stays são as vocações menos pontuadas no
cenário geral. A Madeira apresenta valores gerais competitivos relativamente à concorrência.
Preços
Na análise relativa aos preços praticados nos pacotes turísticos, tal como disposto no quadro
no anexo nº23, verifica-se que as categorias de 5 estrelas dos destinos Ibéricos, tanto no Inverno
como no Verão, são os mais caros, no entanto, o Chipre e a Grécia, embora apenas na altura do
Verão, apresentam preços no mesmo intervalo de valores. A Madeira, no Verão, dentro deste grupo
de destinos turísticos, é o destino que apresenta valores mais altos, embora nas categorias de 3 e 4
75
estrelas, apresente fortes semelhanças nos preços praticados para as Canárias, intensificando-se
esta semelhança nos meses de Inverno.
Os preços no Verão, para a Madeira, são factor negativo em relação à maioria da
concorrência, encontrando algum grau de competitividade apenas com os destinos Espanhóis.
Conclusões relativas ao Reino Unido
O mercado do Reino Unido é sem dúvida um mercado muito atraente, do ponto de vista de
emissões de turismo, e consequentemente muito concorrido por parte da Madeira e principais
destinos concorrentes.
A Madeira apresenta estratégias de promoção idênticas ás do destino Canárias, embora em
quantidades relativamente inferiores. Este factor aliado ao facto de apresentar também uma
diversidade de oferta também menos abrangente, torna Canárias num destino dominante em relação
à Madeira.
Em relação aos preços praticados, os destinos ibéricos aparentam ser os mais caros, sendo
respectivamente no Inverno por ordem de preços, as Canárias, as Ilhas Baleares e a Madeira, no
entanto, na Madeira nas categorias de 3 e 4 estrelas nos meses de Verão, a situação inverte,
apresentando--se este destino como o mais caro, constituindo uma barreira no curso natural da
procura oriunda daquele país.
Na parte qualitativa das brochuras, tendo em conta que as tabelas de gastos indicam que as
áreas que os ingleses mais efectuam despesa são nas actividades Culturais/Entretenimento e o
Touring pela ilha, a Madeira apresenta promoções relativamente bem pontuadas, no entanto, existem
margens de melhoria nas vocações de Natureza, Família e Touring, sendo de referir, a título
complementar, o Golfe e o desporto e Aventura, pois apresentam pontuações muito baixas.
Os critérios nos meses de Verão são positivos e muito regulares na totalidade dos destinos
em estudo, no entanto é impreterível a sua manutenção, resultado do cenário de competitividade
intensa da concorrência.
O mercado emissor inglês é um mercado com capacidade de emissão muito significativo,
sendo por isso, qualquer tipo de promoção minimamente eficaz. Não obstante da importância das
políticas de captação de turistas, nomeadamente ao nível dos preços e divulgação do produto,
existem outras estratégias possíveis de promoção, que embora algo pontuais podem mostrar-se
extremamente eficazes, a título de exemplo, a nomeação do tão mediático jogador de futebol
Cristiano Ronaldo por quem os ingleses nutrem um grande carinho, embaixador da Madeira 500
anos, isto, associado ao facto de jogar num país tão ligado a este desporto, consegue atingir
proporções de divulgação de informação gigantescas.
A Madeira deveria intensificar as ligações com operadores turísticos ingleses, pois estes são
a nível mundial, líderes em volumes de emissão, tornando ainda mais evidente, a importância deste
mercado emissor não para o destino Madeira, mas para qualquer destino turístico mundial.
76
Suécia
Figura 59 – Gráfico da distribuição de páginas por tipologia de informação no Inverno Fonte: 7 da bibliografia
No Inverno, a Madeira apresenta níveis de representatividade muito baixos. O destino com
maior aposta neste mercado são as Canárias, com valores substancialmente maiores que a
concorrência, estando os destinos Egipto, Baleares e Madeira em segundo plano, cada um com
menos de 25% da representatividade do primeiro. As Canárias são também as que apresentam
maior diversidade de informação, seguidas do Egipto, das Baleares e da Madeira, respectivamente.
Este último grupo apresenta-se quase idêntico, tanto a nível de representatividade como a nível de
diversidade.
Figura 60 – Gráfico da distribuição de páginas por tipologia de informação no Verão Fonte: 7 da bibliografia
77
Nos meses de Verão, este mercado emissor, torna-se bastante mais concorrido. Os destinos
aqui mais representados são a Grécia e a Turquia, estando os destinos espanhóis em segundo
plano. No entanto é de salientar um aumento significativo das Baleares. Embora com um peso algo
significativo, o destino Madeira apresenta-se com uma menor representatividade que os principais
destinos, evidenciando-se apenas em relação ao Sul de Espanha. Especial destaque à estratégia de
investimento promocional neste mercado por parte da Turquia, da Grécia e Chipre, pois normalmente
encontram-se menos representados que os destinos Ibéricos. Nas tipologias de informação, nota-se
pouco destaque geral nas actividades, sendo apenas as baleares a apresentar níveis significativos. A
apresentação no destino Madeira, é o menos representado, sendo isto, num mercado competitivo
como este, um factor muito negativo.
Figura 61 – Gráfico da distribuição da oferta de alojamento por destino e tipologia no Inverno Fonte: 7 da bibliografia
A distribuição das categorias de alojamento, caracteriza-se por no geral, evidenciar mais o
Self-Cat e o hotel de 4 estrelas, sendo a primeira tipologia a mais evidente. O único destino com
maior promoção dos hotéis de 4 estrelas é o Egipto. A Madeira, é o destino que apresenta a oferta
mais homogénea, mas com maior incidência também no Self-Cat, ao contrário do usual deste
destino.
Especial destaque para a supremacia das Canárias perante a concorrência.
78
Figura 62 – Gráfico da distribuição da oferta de alojamento por destino e tipologia no Verão Fonte: 7 da bibliografia
Nos meses de Verão, a aposta geral continua no alojamento de Self-Cat, principalmente dos
destinos Grécia e Turquia. A Madeira continua a ser o destino com a aposta mais homogénea, no
entanto, embora com mais expressividade, continua com uma presença muito aquém dos principais
destinos.
Figura 63 – Gráfico da avaliação de cada destino por critério no Inverno Fonte: 7 da bibliografia
79
No Inverno, o destino Madeira, falha nos critérios mais fortes deste segmento,
nomeadamente no Clima e na Qualidade das Fotografias, no entanto, é dos destinos em média
melhor pontuados pois apresenta melhores resultados em História e na Tradição Regional face à
maioria dos outros destinos.
Figura 64 – Gráfico de avaliação das vocações turísticas de cada destino no Inverno Fonte: 7 da bibliografia
O destino com melhores pontuações é Canárias, já o destino Madeira, embora com
pontuações gerais medianas, apresenta as melhores pontuações do grupo, nas vocações Desporto e
Aventura e Natureza e as piores pontuações na vocação Família. Boas pontuações gerais nas
vocações de Sol e Mar.
Figura 65 – Gráfico da avaliação de cada destino por critério no Verão Fonte: 7 da bibliografia
80
No âmbito geral, os critérios menos qualificados são a Historia e a Tradição Regional, sendo
a Madeira o destino que apresenta as pontuações menos baixas. Nos critérios Clima, Descrição
Regional, Mapa, e Qualidade das Fotografias, todos os destinos apresentam pontuações muito
positivas.
Figura 66 – Gráfico de avaliação das vocações turísticas de cada destino no Verão Fonte: 7 da bibliografia
Na avaliação dada às brochuras de cada destino por vocação turística, evidencia-se a
vocação Sol e Mar e Família. As piores pontuações verificam-se nas vocações de Natureza,
Desporto e Aventura, Golfe e Short-Stays. O destino Madeira apresenta-se ligeiramente melhor
mesmo nessas vocações especialmente em Natureza e Touring, sendo a sua pior vocação a
Familiar, contrariando a tendência geral, no entanto, este destino apresenta-se como o mais
homogéneo através das pontuações adquiridas.
Preços
Numa análise dos preços praticados na Suécia, como disposto no quadro no anexo nº24,
verificou-se que o destino mais caro pertence às Canárias, seguido da Madeira, no entanto nas
categorias de 3 e 4 estrelas, os preços apresentam-se muito semelhantes na totalidade dos destinos,
apresentado variações muito pouco significativas. Os preços praticados são muito mais competitivos
nas categorias mais procuradas.
81
Conclusões relativas ao mercado Suécia
O mercado Sueco, apresenta os destinos Canárias, Baleares, Egipto e Madeira como
destinos com maior representatividade no Inverno, principalmente pela sua localização geográfica
que proporciona temperaturas mais altas nesta altura do ano. Já no Verão, este mercado emissor,
apresenta uma maior competitividade com o aparecimento de outros novos destinos, posicionando a
Madeira nos menos representados do grupo.
O povo Sueco, pela análise dos tipos de oferta de alojamento mais promovida nas brochuras,
apresenta uma maior procura pelo tipo de alojamento mais barato, predominantemente o Self-Cat, o
que resulta positivamente no combate às baixas taxas de ocupação nos hotéis dessas categorias na
Madeira.
Pela análise do quadro de gastos, verifica-se que estes turistas pouco gastam em cultura e
desporto, no entanto procuram o Touring pela ilha de autocarro. Esta vocação embora esteja no
Verão relativamente melhor que outros destinos, no Inverno apresentam carência de melhoria.
Outro factor importante a salientar, são os preços praticados no Inverno, que são menores
que os praticados no Verão, sendo esta uma estratégia diferente à normalmente adoptada. Os
pacotes 3 estrelas apresentam-se mais regulares, mas de uma maneira geral, os preços praticados
para a Madeira revelam-se competitivos.
A Suécia apresenta ser uma mais-valia para atingir uma taxa de ocupação mais alta nos
hotéis existentes na ilha, devido às suas preferências singulares pelas categorias inferiores.
Este mercado, justifica uma atenção especial no apuramento de informação adequada ao
turista tipo, que pelo quadro dos gastos, aparenta ser de vocação predominantemente o Touring,
sendo no entanto, de melhorar as vocações Sol e Mar e Família, pois parece ser a aposta da
concorrência, resultando assim num destino mais completo e mais atractivo e com maiores
capacidades de captação.
82
9. CONSIDERAÇÕES FINAIS e PROPOSTAS DE INTERVENÇÃO
• O destino Madeira ultrapassou o número óptimo de camas a disponibilizar
relativamente à procura registada, logo as autorizações de abertura de novos
estabelecimentos que contribuam para o aumento desta variável devem ser muito
controladas e programadas em cenários de planeamento futuros, devendo ser alvo
de especial atenção as tipologias e capacidades dos estabelecimentos de
alojamento, tornando este assunto uma prioridade na elaboração do POT (Plano de
Ordenamento Turístico).
• A distribuição das unidades de alojamento pela totalidade do território apresenta
sinais possivelmente de acções de planeamento deficiente. Estas acções
repercutem-se significativamente na qualidade da Região, enquanto destino turístico,
e caracterizam-se na sua maioria como irreversíveis. Implementações de futuros
estabelecimentos de alojamento têm que ter em conta a sua influência não só na
harmonia paisagística mas também na sua capacidade de intervir na correcção de
assimetrias socio-económicas, no âmbito dos concelhos.
• As unidades de maior capacidade encontram-se todas em zonas muito próximas, no
concelho do Funchal, sendo esta uma das causas do problema abordado na
conclusão anterior. Esta zona de maior concentração funciona como um pólo
atractivo para os demais serviços e actividades. Na situação actual, resulta em
repercussões positivas pois apresentam mais produtividade para quem presta o
serviço, no entanto, um aumento significativo de procura irá originar situações de
saturação desses mesmos serviços diminuindo a qualidade do destino. No futuro,
com o intuito de atenuar esses efeitos de saturação, deverão ser programadas e
controladas, no âmbito do município, as licenças, tendo em conta a localização, o
volume e o tipo de serviços/equipamentos.
• Os preços praticados nas unidades de alojamento da região têm diminuído ao longo
dos anos. Esta situação deve-se a dois factores distintos e sem qualquer tipo de
ligação entre si.
1. O primeiro factor deve-se ao crescimento muito acelerado e
desadequado à procura, originando uma competição interna neste ramo
económico.
2. O segundo factor é o da compensação dos preços praticados nas
acessibilidades à ilha. Para poder proporcionar preços semelhantes aos
praticados pela concorrência, reduz-se os valores das diárias dos
estabelecimentos, na tentativa de manter as taxas de ocupação. A longo
prazo este cenário propícia a inviabilidade económica dos
estabelecimentos em geral, neste sentido torna-se impreterível a
implementação das linhas Low Cost, que para além da correcção da
83
prática de preços, poderá aumentar a procura e também proporcionar
outro tipo de vocações pouco verificadas actualmente, como por exemplo
a Short Stay.
• O destino Madeira encontra-se bem cotado no mercado de concorrência mais
directa, no entanto à excepção do clima não proporciona nem evidência
características e produtos únicos, nos quais se possa apoiar, para garantir níveis
seguros de procura. Nesse sentido, tendo em conta a susceptibilidade apresentada
pelo turista actual, relativamente a efeitos publicitários, torna-se necessário o
investimento na elaboração de boas politicas de marketing que sustentem cenários
tendenciais de sustentabilidade económica.
• As políticas de marketing estudadas estão longe do óptimo, pois revelam-se nos
principais mercados emissores pouco adequadas em dois níveis: ao nível de
relacionamento com as áreas de procura dos turistas nas actividades locais, e ao
nível da expressão de potencialidades face à concorrência, no entanto, apresentam
estratégias e intensidades muito consideráveis no âmbito da concorrência mais
directa. Existem portanto potencial de melhoria e de se evidenciar perante a
concorrência que deve ser aproveitado.
• Os mercados com maiores capacidades de emissão para a ilha da Madeira são
países do norte da Europa, nomeadamente a Alemanha, o Reino Unido e Suécia,
resultando numa dependência muito elevada, sendo necessário uma divulgação
mais abrangente da Ilha e uma conquista de outros mercados emergentes, pois a
manutenção deste cenário acarreta riscos muito elevados relacionados com
variáveis incontroláveis por partes das entidades responsáveis pela promoção da
actividade turística da Região.
• O mercado espanhol não indica sinais de aposta por parte da promoção deste
destino, no entanto, este mercado, assim como o português, aliado a boas políticas
de acessibilidades, potencia o aumento de procura por parte de turismo de Short
Stay. Será então de considerar a implementação de linhas Low Cost oriundas destes
mercados emissores pois pela sua localização, encontram-se a menos de duas
horas e a menos de 2500 km, ou seja, introduz a Madeira no interior do raio de
acção das empresas do ramo.
• Os destinos Madeira e Porto Santo apresentam diferentes dimensões e vocações
turísticas distintas, logo será de considerar, acções promocionais independentes,
com o objectivo de proporcionar maiores movimentos de procura.
84
Referências Bibliográficas
1. ANAM – Aeroportos e Navegação Aérea da Madeira disponível em: www.anam.pt/
2. Câmara Municipal do Funchal
3. Direcção Regional de Estatística da Madeira
4. Direcção Regional do Turismo da Madeira
5. Estudo de mercado, elaborado pela empresa Synovate Portugal, realizado no ano
2003, referente ao ano 2002 relacionado com as principais áreas de gastos do turista
na Região Autónoma da Madeira
6. Relatório da Análise da realidade dos transportes aéreos da Região Autónoma da
Madeira e do Arquipélago de Canárias da iniciativa comunitária INTERREG III B 2000-
2006.
7. “Relatório Final” de uma análise de Benchmarking Madeira, Canárias e mercados
concorrentes, relativamente às brochuras dos operadores turísticos elaborado pela
empresa Neoturis no sentido de dotar o projecto CIETMAC (Centro de Investigação e
Estudos Turísticos da Macaronésia) da iniciativa da iniciativa comunitária INTERREG
III B 2000-2006.
8. Instituto de Turismo de Portugal
9. Instituto Nacional de Estatística
10. Secretaria Regional do Turismo e Cultura da Madeira
11. Relatório “ turismo e sustentabilidade nas cidades”, elaborado por Laura Umbelina
Santi para a Conferencia sobre turismo e sustentabilidade nas cidades na cidade de
Vitória no Brasil em 2006 disponível em:
www.congressocidades.com.br/images/Laura .doc
12. www.ciari.org. – “A sustentabilidade da actividade turística” por Carlos Alberto Cupeto
13. Relatório “ Os Desafios da Sustentabilidade do desenvolvimento Turístico em
Comunidades Brasileiras” por Joviniano P. S. Netto e Frederico Y. Hanai, dísponivel
em: http://www.rimisp.org/getdoc.php?docid=6566
14. Relatório elaborado pelo Grupo para a sustentabilidade do turismo (GST), sob o título “
Plano de acção para um Turismo Europeu mais Sustentável” e disponível em:
http://www.turismodeportugal.pt/Portugu%C3%AAs/Noticias/Anexos/TSG%20Final%20
Report_pt11.pdf
15. Sustainable Development & Tourism por World Tourism Organization Disponível em:
www.world-tourismo.org/
16. www.pt.wikipedia.org/ - Enciclopédia on-line.
17. Pérez, Amparo Sancho, “Apuntes de metodología de la investigación en turismo”
Organización Mundial del Turismo
85
ANEXOS
Distribuição de hotéis apartamentos
02468
10121416
Funch
al
Stª Cru
z
Mac
hico
Santa
na
S. Vice
nte
P. Mon
iz
P. San
to
Calhet
a
P. Sol
Ribeira B
rava
C. Lob
os
Concelhos
Nº
de e
stab
elec
imen
tos
Hotel Aprt 5*
Hotel Aprt 4*
Hotel Aprt 3*
Hotel Aprt 2*
Anexo 1 – Gráfico da distribuição dos hotéis – apartamentos
Fonte: 4 da bibliografia
Distribuição das pensões
0
5
10
15
Funch
al
Stª Cru
z
Mac
hico
Santa
na
S. Vice
nte
P. Mon
iz
P. San
to
Calhet
a
P. Sol
Ribeira
Bra
va
C. Lob
os
Concelhos
Nº
de e
stab
elec
imen
tos
Pensão Abergaria
Pensão 1ª
Pensão 2ª
Pensão 3ª
Anexo 2 – Gráfico da distribuição das pensões
Fonte: 4 da bibliografia
Distribuição das pousadas e estalagens
02468
10
Funch
al
Stª Cru
z
Mac
hico
Santa
na
S. Vice
nte
P. Mon
iz
P. San
to
Calhe
ta
P. Sol
Ribeir
a Bra
va
C. Lob
os
Concelhos
Nº
esta
bele
cim
ento
s
Pousada
Estalagem 5*
Estalagem 4*
Anexo 3 – Gráfico da distribuição das pousadas e estalagens
Fonte: 4 da bibliografia
86
Distribuição dos apartamentos turisticos
02468
1012
Funch
al
Stª Cru
z
Mac
hico
Santa
na
S. Vice
nte
P. Mon
iz
P. San
to
Calhet
a
P. Sol
Ribeira
Bra
va
C. Lob
os
Concelhos
Nº
esta
bele
cim
ento
s
Apt. Turistico 5*
Apt. Turistico 4*
Apt. Turistico 3*
Apt. Turistico 2*
Anexo 4 – Gráfico da distribuição dos apartamentos turísticos
Fonte: 4 da bibliografia
Distribuição do turismo no espaço rural
02468
10
Funch
al
Stª Cru
z
Mac
hico
Santa
na
S. Vice
nte
P. Mon
iz
P. San
to
Calheta
P. Sol
Ribeira
Bra
va
C. Lob
os
Concelhos
Nº
de u
nida
des
Moradia turistica 1* Moradia turistica 2* Uni. Turismo habitaçaõ
Uni. Turismo rural Uni. Agro.turismo Casa de Campo
Hotel rural
Anexo 5 – Gráfico da distribuição das unidades de turismo no Espaço Rural
Fonte: 4 da bibliografia
87
Evolução da capacidade de alojamento
19837 2095523870
25739 26762 26904 27790 27514
0
5000
10000
15000
20000
25000
30000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005
anos
nº d
e ca
mas
Est hoteleiros
Anexo 6 – Gráfico da evolução da capacidade de alojamento nos estabelecimentos hoteleiros
Fonte: 7 da bibliografia
Evolução da capacidade de alojamento
159250
313382
450508 528 497
0
100
200
300
400
500
600
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005
anos
nº c
amas
T. E.Rural
Anexo 7 – Gráfico da evolução da capacidade de alojamento no TER
Fonte: 7 da bibliografia
Evolução das dormidas nos estabelecimentos hoteleir os
4471319 4769668 49724705516397 5468706 5597985 5493475 5632168
0
1000000
2000000
3000000
4000000
5000000
6000000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005
Anos
Dor
mid
as
Anexo 8 – Gráfico da evolução das dormidas nos estabelecimentos hoteleiros
Fonte: 7 da bibliografia
88
Evolução das dormidas no TER
11808 13091
21085
3503941517 43957
47478 49092
0
10000
20000
30000
40000
50000
60000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005
Anos
Dor
mid
as
Anexo 9 – Gráfico da evolução das dormidas nas unidades de TER
Fonte: 3 e 9 da bibliografia
Evolução anual da taxa de ocupação por estabelecime ntos hoteleiros
63,4 65,159,7 60,4
55,6 57,0 53,8 54,8
0,0
10,0
20,0
30,0
40,0
50,0
60,0
70,0
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005
Anos
%
Anexo 10 – Gráfico da evolução das taxas de ocupação nos estabelecimentos hoteleiros
Fonte: 3 e 9 da bibliografia
Taxa de ocupação no TER
2318,8
21,2
26,8 27,1 25,6 27,229,6
0
5
10
15
20
25
30
35
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005
ano
Tax
a de
ocu
paçã
o(%
)
Anexo 11 – Gráfico com as taxas de ocupação dos estabelecimentos de TER
Fonte: 3 e 9 da bibliografia
89
Distribuição sazonal da taxa de ocupação do ramo ho téis e similares
0,010,020,030,040,050,060,070,080,090,0
Jane
iro
Fever
eiro
Mar
çoAbr
ilM
aio
Junh
oJu
lho
Agosto
Setem
bro
Outub
ro
Novem
bro
Dezem
bro
Meses
%
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
Anexo 12 – Gráfico da distribuição sazonal da taxa de ocupação do ramo hoteleiro
Fonte: 3 e 9 da bibliografia
00,050,1
0,150,2
0,250,3
0,350,4
nº empregados
1998 1999 2000 2001 2002 2003
Anos
Número de empregados por cama
Empregados/Cama
Anexo 13 – Gráfico da evolução do nº de empregados por cama
Fonte: 3 e 9 da bibliografia
90
107867118442129552
150466152796156689154226161700
0
50000
100000
150000
200000
10^3 €
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005
Anos
Evolução anual das receitas de aposento
Anexo 14 – Gráfico da evolução anual das receitas de aposento
Fonte: 3 e 9 da bibliografia
TOURS/EXCURSÕES (%) Global Portugal Inglaterra Alemanha Holanda França Suécia
Total na amostra dos
sectores 16 8 21 25 10 9 14
Tours Específicos 35 15 35 50 0 13 29
Tours pela ilha 25 10 35 12 60 50 57
Levadas/Caminhadas 17 25 13 19 0 0 21
Teleféricos 12 17 16 2 20 25 14
Visitas a jardins 10 12 12 4 20 13 14
Outros 31 56 22 38 20 0 0
Nº médio de respostas 1,3 1,3 1,3 1,3 1,2 1 1,4
Anexo 15 – Tabela de gastos no ramo de Tours/ Excursões
Fonte: 5 da bibliografia
91
ACTIVIDADES
CULTURAIS (%) Global Portugal Inglaterra Alemanha Holanda França Suécia
Total na amostra dos
sectores 8 9 9 4 12 16 5
Casino 37 48 41 12 33 14 20
Vida nocturna 19 15 25 24 17 7 20
Museus 15 9 13 12 33 36 40
Cinema 11 20 7 0 17 7 0
Folclore/Jantares 9 4 7 18 0 21 20
Outros 18 22 13 41 0 14 0
Nº médio de respostas 1,1 1,2 1,1 1,1 1 1 1
Anexo 16 – Tabela de gastos nas actividades culturais por tipo de actividade
Fonte: 5 da bibliografia
ACTIVIDADES
DESPORTIVAS (%) Global Portugal UK Alemanha Holanda França Suécia
Total na amostra dos
sectores 5 2 4 9 12 2 5
Golfe 33 14 30 24 67 100 100
Ténis 12 0 22 8 17 50 0
Mergulho 8 36 7 0 0 0 0
Outras 53 64 41 70 17 50 0
Nº médio de respostas 1,1 1,1 1 1 1 2 1
Anexo 17 – Tabela de gastos nas actividades desportivas por tipo de actividade
Fonte: 5 da bibliografia
92
ARTESANATO/COMÉRCIO
Outras despesas (%) Global Portugal Inglaterra Alemanha Holanda França Suécia
Total na amostra dos
sectores 28 29 25 35 42 22 14
Vinho Madeira 31 35 28 30 33 53 14
Souvenirs 16 13 27 6 14 16 36
Vestuário 14 14 13 13 24 11 14
Bordados 12 16 7 13 0 16 7
Doçarias 12 20 9 6 5 11 0
Artesanato 10 10 14 1 24 11 29
Flores 9 10 6 10 5 11 14
Toalhas Bordadas 3 4 2 0 14 11 0
Jóias 1 1 2 0 5 0 0
Compras geral 5 3 2 10 10 5 7
Outras despesas 36 26 36 52 19 16 29
Nº médio de respostas 1,7 1,7 1,7 1,6 1,7 1,8 1,7
Anexo 18 – tabela de gastos em artesanato/comércio por tipo
Fonte: 5 da bibliografia
Portugal Tipologia Época Madeira Canárias Baleares Marrocos Egipto Tunísia Malta
Inverno 1029 1126 992 863 764 547 …… 5 Estrelas
Verão 871 919 …… 1101 736 676 1136
Inverno 699 833 592 597 739 510 …… 4 Estrelas
Verão 633 689 …… 691 688 592 749
Inverno 566 595 464 612 436 …… ……
Preços médio
por pacote (€)
3 Estrelas Verão 546 572 …… 589 491 512 652
Anexo 19 – Tabela de preços médios dos pacotes por destino em Portugal
Fonte: 5 da bibliografia
93
Espanha Tipologia Época Madeira Canárias Baleares Marrocos Grécia Tunísia Malta
Inverno 1009 907 1074 671 …… 534 …… 5 Estrelas
Verão 897 667 955 580 1111 …… 1051
Inverno 615 802 631 646 …… 405 …… 4 Estrelas
Verão 697 550 687 469 1062 …… 747
Inverno 385 598 422 392 …… 321 ……
Preços médio
por pacote (€)
3 Estrelas Verão 580 484 539 444 812 …… 600
Anexo 20 – Tabela de preços médios dos pacotes por destino em Espanha
Fonte: 5 da bibliografia
França Tipologia Época Madeira Canárias Malta Marrocos Egipto Tunísia Croácia Grécia Turquia
Inverno 1277 1458 863 1253 903 874 …… …… …… 5 Estrelas
Verão 1317 1370 …… 1185 …… 767 1104 899 893
Inverno 975 846 510 619 702 480 …… …… …… 4 Estrelas
Verão 975 820 683 596 …… 612 721 794 565
Inverno 764 791 447 565 …… 452 …… …… ……
Preços
médio
por
pacote
(€) 3 Estrelas
Verão 752 775 493 547 …… 534 549 626 480
Anexo 21 – Tabela de preços médios dos pacotes por destino em França
Fonte: 5 da bibliografia
94
Anexo 22 – Tabela de preços médios dos pacotes por destino na Alemanha
Fonte: 5 da bibliografia
Reino
Unido Tipologia Época Madeira Canárias Baleares Malta Chipre Marrocos Grécia Egipto Tunísia
Inverno 1064 1077 1081 841 835 772 …… …… …… 5 Estrelas
Verão 1150 1056 1010 934 1060 834 1078 890 717
Inverno 834 853 803 581 680 636 …… …… …… 4 Estrelas
Verão 919 819 784 749 883 693 779 823 659
Inverno 680 658 491 463 562 673 …… …… ……
Preços
médio
por
pacote
(€) 3 Estrelas
Verão 770 696 692 615 798 702 661 777 624
Anexo 23 – Tabela de preços médios dos pacotes por destino no Reino Unido
Fonte: 5 da bibliografia
Alemanha Tipologia Época Madeira Canárias Baleares Egipto Tunísia Turquia
Inverno 1267 1269 …… 900 694 594 5 Estrelas
Verão 1199 1075 1053 894 705 673
Inverno 966 846 …… 613 452 471 4 Estrelas
Verão 942 818 739 542 491 627
Inverno 820 599 …… 511 331 335
Preços médio por
pacote (€)
3 Estrelas Verão 747 624 458 518 454 420
95
Suécia Tipologia Época Madeira Canárias Baleares Chipre
Sul
Espanha Grécia Turquia
Inverno 995 1120 743 …… …… …… …… 5 Estrelas
Verão 1028 1130 …… …… …… 769 719
Inverno 768 822 624 472 637 …… …… 4 Estrelas
Verão 790 765 761 663 …… 652 586
Inverno 647 686 …… 561 538 …… ……
Preços médio
por pacote (€)
3 Estrelas Verão 612 639 639 549 …… 549 527
Anexo 24 – Tabela de preços médios dos pacotes por destino na Suécia
Fonte: 5 da bibliografia