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A sustentabilidade do turismo na Região Autónoma da Madeira Luís Pedro Pereira de Gouveia Reis Dissertação para obtenção do Grau de Mestre em Engenharia do Território Júri Presidente: Prof. Maria do Rosário Maurício Ribeiro Macário Orientador: Prof. José Álvaro Pereira Antunes Ferreira Vogais: Prof. Fernando Nunes da Silva Setembro de 2007

A sustentabilidade do turismo na Região Autónoma da Madeira · sensibilidade do turista em questões relacionadas com qualidade/preço do produto, torna-se necessário, uma análise

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A sustentabilidade do turismo na Região Autónoma da Madeira

Luís Pedro Pereira de Gouveia Reis

Dissertação para obtenção do Grau de Mestre em Engenharia do Território

Júri Presidente: Prof. Maria do Rosário Maurício Ribeiro Macário Orientador: Prof. José Álvaro Pereira Antunes Ferreira Vogais: Prof. Fernando Nunes da Silva

Setembro de 2007

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Agradecimentos

Venho por este meio agradecer minha irmã Luísa Reis e ao José Iglezias pela ajuda na

formatação deste trabalho, à Maria Moura pela revisão do texto, agradeço também ao Sr. Arquitecto

Raúl Abreu, à Filipa Febrer, ao João Alexandre Varela e ao Filipe de Portugal pela ajuda na

elaboração em inglês do extended abstract, à minha mãe Maria da Paz pelo apoio moral, ao meu pai

Eng. Hugo Reis pelo apoio e pela ajuda na obtenção de informação, ao meu primo José Agostinho

Pereira de Gouveia pela ajuda na aquisição de informação, ao Dr. António Trindade pela importante

alusão à temática do turismo Madeirense, à Professora Doutora Maria dos Anjos Ramos pela

cedência de bibliografia e por fim ao meu orientador Professor Doutor José Álvaro Pereira Antunes

Ferreira pela orientação dada na elaboração do trabalho.

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Resumo

Com o aumento de oferta de destinos turísticos, modificações na procura e aumento da

sensibilidade do turista em questões relacionadas com qualidade/preço do produto, torna-se

necessário, uma análise de indicadores que traduzam fragilidades possíveis num desenvolvimento

sustentável do turismo na Madeira. A caracterização da oferta e a sua dinâmica foi analisada durante

o período 1998 a 2005. Esta análise relacionada com a procura, permitiu identificar áreas e tipos de

intervenção a efectuar, na tentativa de assegurar um desenvolvimento sustentável. As principais

áreas de intervenção são as acessibilidades, o produto turístico e as estratégias de marketing, sendo

esta última área, alvo de um estudo mais aprofundado. Foram analisadas as brochuras presentes em

cada um dos principais mercados emissores, comparadas com as brochuras de destinos

concorrentes e verificadas respectivas adequações. O Sector Turístico na Madeira, no cenário actual,

não apresenta condições de sustentabilidade, pelo que a curto prazo terão de ser implementadas

novas propostas de intervenção como as resultantes deste estudo.

Palavras-Chave : Oferta; Procura; Sustentabilidade; Acessibilidades; Produto; Marketing.

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Abstract

The increasing number of touristic destinations has made the tourist more sensible to

questions related to the costs and quality of the touristic products. Therefore, an analysis of indicators

that reflect possible flaws in the sustainable development of tourism in Madeira is necessary. The

touristic offer and its dynamics in Madeira were analysed for the period between 1998 and 2005. This

analysis, related to the demands registered, allowed the identification of areas and types of

intervention in order to ensure a sustainable development. The main areas of intervention are the

accessibilities, the tourist product and marketing strategies, which were thoroughly analysed.

Promotion brochures were analysed and compared to those from competing destinations, and their

adequacy was assessed. The tourism sector in Madeira does not have reliable conditions for

sustainability and interventions in different areas must be made to ensure a sustained development of

tourism in the region.

Keywords: Sustainability; accessibilities; marketing; product; development; offer; demand.

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ÍNDICE

1. INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 1

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ........................... ....................................................... 4

3. A SUSTENTABILIDADE TURÍSTICA NO ÂMBITO INTERNACI ONAL.............. 10

4. COMO DESENVOLVER UMA ESTRATÉGIA E UM PLANO DE AC ÇÃO DE TURISMO SUSTENTÁVEL................................ ...................................................... 12

5. MADEIRA COMO DESTINO TURÍSTICO.................. .......................................... 14

6. SECTOR TURÍSTICO .......................................................................................... 17

6.1. Caracterização do ramo hotéis e similares ........................................................................................... 18 6.1.1. Estabelecimentos Hoteleiros ............................................................................................................ 18 6.1.2. Turismo no Espaço Rural................................................................................................................. 19 6.1.3. Conclusões ...................................................................................................................................... 19

6.2. Análise dinâmica do ramo..................................................................................................................... 20 6.2.1. Variáveis Adoptadas ........................................................................................................................ 20 6.2.2. Análises das variáveis ...................................................................................................................... 21

6.3. Análise económica do ramo................................................................................................................... 30 6.3.1. Variáveis adoptadas ......................................................................................................................... 30 6.3.2. Análise de variáveis ......................................................................................................................... 30

6.4. Conclusões ............................................................................................................................................. 32

7. METAS DE SUSTENTABILIDADE....................... ............................................... 34

7.1 Acessibilidades ....................................................................................................................................... 34

7.2. Produto.................................................................................................................................................. 39

7.3 Marketing............................................................................................................................................... 40

8. ANÁLISE AO MARKETING............................ ..................................................... 41

8.1. Despesa local.......................................................................................................................................... 42 8.1.1. Análise dos gastos nos sectores, por mercado emissor....................................................................... 43

8.2. Análise de Brochuras ............................................................................................................................ 45 8.2.1. Parâmetros estudados para os mercados emissores............................................................................ 45 8.2.2. Mercados emissores......................................................................................................................... 46

9. CONSIDERAÇÕES FINAIS E PROPOSTAS DE INTERVENÇÃO. ..................... 82

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................... ............................................... 84

ANEXOS .................................................................................................................. 85

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ÍNDICE DE FIGURAS

CAPÍTULO 6

FIGURA 1 – GRÁFICO DA DISTRIBUIÇÃO DE HOTÉIS PELOS CONCELHOS NA MADEIRA ........................................ 18

FIGURA 2 – GRÁFICO DA EVOLUÇÃO DO NÚMERO DE UNIDADES DE ALOJAMENTO.............................................. 21

FIGURA 3 – GRÁFICO DA EVOLUÇÃO ANUAL DO NÚMERO DE UNIDADES DE ALOJAMENTO .................................. 22

FIGURA 4 – GRÁFICO DA EVOLUÇÃO DOS GRUPOS DE UNIDADES HOTELEIRAS.................................................... 22

FIGURA 5 – GRÁFICO DA EVOLUÇÃO DO NÚMERO DE HOTÉIS POR CATEGORIA ................................................... 23

FIGURA 6 – GRÁFICO DA EVOLUÇÃO DA CAPACIDADE DE ALOJAMENTO ............................................................ 24

FIGURA 7 – GRÁFICO DA EVOLUÇÃO DO NÚMERO TOTAL DE DORMIDAS ............................................................ 25

FIGURA 8 – GRÁFICO DA EVOLUÇÃO ANUAL DA TAXA DE OCUPAÇÃO DAS UNIDADES DE ALOJAMENTO............... 26

FIGURA 9 – GRÁFICO DE COMPARAÇÃO DAS TAXAS DE OCUPAÇÃO DO RAMO HOTELEIRO E DOS

ESTABELECIMENTOS HOTELEIROS........................................................................................................... 26

FIGURA 10 – GRÁFICO DA EVOLUÇÃO DO NÚMERO DE UNIDADES DE ALOJAMENTO............................................ 28

FIGURA 11 – GRÁFICO DA EVOLUÇÃO DA CAPACIDADE DE ALOJAMENTO NO PORTO SANTO ............................... 28

FIGURA 12 – GRÁFICO DA EVOLUÇÃO DAS DORMIDAS NO PORTO SANTO .......................................................... 29

FIGURA 13 – GRÁFICO DA EVOLUÇÃO DA TAXA DE OCUPAÇÃO NO PORTO SANTO.............................................. 29

FIGURA 14 – GRÁFICO DA EVOLUÇÃO DOS CUSTOS COM FUNCIONÁRIOS............................................................ 30

FIGURA 15 – GRÁFICO DA EVOLUÇÃO DAS RECEITAS NO RAMO TOTAIS ............................................................. 31

FIGURA 16 – GRÁFICO DE DORMIDAS DISPONÍVEIS/VERIFICADAS NOS ESTABELECIMENTOS HOTELEIROS ............ 32

FIGURA 17 – GRÁFICO DE DORMIDAS VERIFICADAS/DISPONÍVEIS NO TER......................................................... 32

CAPÍTULO 7

FIGURA 18 – GRÁFICO DAS TAXAS AEROPORTUÁRIAS....................................................................................... 38

CAPÍTULO 8

FIGURA 19 – GRÁFICO DA DISTRIBUIÇÃO DE PÁGINAS POR TIPO DE INFORMAÇÃO NO INVERNO .......................... 46

FIGURA 20 – GRÁFICO DA DISTRIBUIÇÃO DE PÁGINAS POR TIPO DE INFORMAÇÃO NO VERÃO ............................. 47

FIGURA 21 – GRÁFICO DA DISTRIBUIÇÃO DA OFERTA DE ALOJAMENTO POR DESTINO E TIPOLOGIA NO INVERNO .. 47

FIGURA 22 – GRÁFICO DA DISTRIBUIÇÃO DA OFERTA DE ALOJAMENTO POR DESTINO E TIPOLOGIA NO VERÃO..... 48

FIGURA 23 – GRÁFICO DA AVALIAÇÃO DE CADA DESTINO POR CRITÉRIO NO INVERNO ....................................... 49

FIGURA 24 – GRÁFICO DE AVALIAÇÃO DAS VOCAÇÕES TURÍSTICAS DE CADA DESTINO NO INVERNO ................... 49

FIGURA 25 – GRÁFICO DA AVALIAÇÃO DE CADA DESTINO POR CRITÉRIO NO VERÃO .......................................... 50

FIGURA 26 – GRÁFICO DE AVALIAÇÃO DAS VOCAÇÕES TURÍSTICAS DE CADA DESTINO NO VERÃO ...................... 50

FIGURA 27 – GRÁFICO DA DISTRIBUIÇÃO DE PÁGINAS POR TIPOLOGIA DE INFORMAÇÃO NO INVERNO ................. 52

FIGURA 28 – GRÁFICO DA DISTRIBUIÇÃO DE PÁGINAS POR TIPOLOGIA DE INFORMAÇÃO NO VERÃO .................... 53

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FIGURA 29 – GRÁFICO DA DISTRIBUIÇÃO DE OFERTA DE ALOJAMENTO POR DESTINO E TIPOLOGIA NO INVERNO .. 53

FIGURA 30 – GRÁFICO DA DISTRIBUIÇÃO DE OFERTA DE ALOJAMENTO POR DESTINO E TIPOLOGIA NO VERÃO ..... 54

FIGURA 31 – GRÁFICO DA AVALIAÇÃO DOS DESTINOS POR CRITÉRIO NO INVERNO ............................................. 54

FIGURA 32 – GRÁFICO DE AVALIAÇÃO DAS VOCAÇÕES TURÍSTICAS DE CADA DESTINO NO INVERNO ................... 55

FIGURA 33 – GRÁFICO DA AVALIAÇÃO DE CADA DESTINO POR CRITÉRIO NO VERÃO .......................................... 55

FIGURA 34 – GRÁFICO DE AVALIAÇÃO DAS VOCAÇÕES TURÍSTICAS DE CADA DESTINO NO VERÃO ...................... 56

FIGURA 35 – GRÁFICO DA DISTRIBUIÇÃO DE PÁGINAS POR TIPOLOGIA DE INFORMAÇÃO NO INVERNO ................. 58

FIGURA 36 – GRÁFICO DA DISTRIBUIÇÃO DE PÁGINAS POR TIPOLOGIA DE INFORMAÇÃO NO VERÃO .................... 58

FIGURA 37 – GRÁFICO DA DISTRIBUIÇÃO DA OFERTA DE ALOJAMENTO POR DESTINO E TIPOLOGIA NO INVERNO .. 59

FIGURA 38 – GRÁFICO DA DISTRIBUIÇÃO DE OFERTA POR DESTINO E TIPOLOGIA NO VERÃO ............................... 60

FIGURA 39 – GRÁFICO DA AVALIAÇÃO DE CADA DESTINO POR CRITÉRIO NO INVERNO ....................................... 60

FIGURA 40 – GRÁFICO DE AVALIAÇÃO DAS VOCAÇÕES TURÍSTICAS DE CADA DESTINO NO INVERNO ................... 61

FIGURA 41 – GRÁFICO DA AVALIAÇÃO DE CADA DESTINO POR CRITÉRIO NO VERÃO .......................................... 61

FIGURA 42 – GRÁFICO DE AVALIAÇÃO DAS VOCAÇÕES TURÍSTICAS DE CADA DESTINO NO VERÃO ...................... 62

FIGURA 43 – GRÁFICO DA DISTRIBUIÇÃO DE PÁGINAS POR TIPOLOGIA DE INFORMAÇÃO NO INVERNO ................. 64

FIGURA 44 – GRÁFICO DA DISTRIBUIÇÃO DE PÁGINAS POR TIPOLOGIA DE INFORMAÇÃO NO VERÃO .................... 64

FIGURA 45 – GRÁFICO DA DISTRIBUIÇÃO DE OFERTA DE ALOJAMENTO POR DESTINO E TIPOLOGIA NO INVERNO .. 65

FIGURA 46 – GRÁFICO DA DISTRIBUIÇÃO DE OFERTA DE ALOJAMENTO POR DESTINO E TIPOLOGIA NO VERÃO ..... 65

FIGURA 47 – GRÁFICO DA AVALIAÇÃO DE CADA DESTINO POR CRITÉRIO NO INVERNO ....................................... 66

FIGURA 48 – GRÁFICO DE AVALIAÇÃO DAS VOCAÇÕES TURÍSTICAS DE CADA DESTINO NO INVERNO ................... 67

FIGURA 49 – GRÁFICO DA AVALIAÇÃO DE CADA DESTINO POR CRITÉRIO NO VERÃO .......................................... 67

FIGURA 50 – GRÁFICO DE AVALIAÇÃO DAS VOCAÇÕES TURÍSTICAS DE CADA DESTINO NO VERÃO ...................... 68

FIGURA 51 – GRÁFICO DA DISTRIBUIÇÃO DE PÁGINAS POR TIPOLOGIA DE INFORMAÇÃO NO INVERNO ................. 69

FIGURA 52 – GRÁFICO DA DISTRIBUIÇÃO DE PÁGINAS POR TIPOLOGIA DE INFORMAÇÃO NO VERÃO .................... 70

FIGURA 53 – GRÁFICO DA DISTRIBUIÇÃO DE OFERTA POR DESTINO E TIPOLOGIA NO INVERNO ............................ 71

FIGURA 54 – GRÁFICO DA DISTRIBUIÇÃO DE OFERTA POR DESTINO E TIPOLOGIA NO VERÃO ............................... 71

FIGURA 55 – GRÁFICO DA AVALIAÇÃO DE CADA DESTINO POR CRITÉRIO NO INVERNO ....................................... 72

FIGURA 56 – GRÁFICO DE AVALIAÇÃO DAS VOCAÇÕES TURÍSTICAS DE CADA DESTINO NO INVERNO ................... 73

FIGURA 57 – GRÁFICO DA AVALIAÇÃO DE CADA DESTINO POR CRITÉRIO NO VERÃO .......................................... 73

FIGURA 58 – GRÁFICO DE AVALIAÇÃO DAS VOCAÇÕES TURÍSTICAS DE CADA DESTINO NO VERÃO ...................... 74

FIGURA 59 – GRÁFICO DA DISTRIBUIÇÃO DE PÁGINAS POR TIPOLOGIA DE INFORMAÇÃO NO INVERNO ................. 76

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FIGURA 60 – GRÁFICO DA DISTRIBUIÇÃO DE PÁGINAS POR TIPOLOGIA DE INFORMAÇÃO NO VERÃO .................... 76

FIGURA 61 – GRÁFICO DA DISTRIBUIÇÃO DA OFERTA DE ALOJAMENTO POR DESTINO E TIPOLOGIA NO INVERNO .. 77

FIGURA 62 – GRÁFICO DA DISTRIBUIÇÃO DA OFERTA DE ALOJAMENTO POR DESTINO E TIPOLOGIA NO VERÃO..... 78

FIGURA 63 – GRÁFICO DA AVALIAÇÃO DE CADA DESTINO POR CRITÉRIO NO INVERNO ....................................... 78

FIGURA 64 – GRÁFICO DE AVALIAÇÃO DAS VOCAÇÕES TURÍSTICAS DE CADA DESTINO NO INVERNO ................... 79

FIGURA 65 – GRÁFICO DA AVALIAÇÃO DE CADA DESTINO POR CRITÉRIO NO VERÃO .......................................... 79

FIGURA 66 – GRÁFICO DE AVALIAÇÃO DAS VOCAÇÕES TURÍSTICAS DE CADA DESTINO NO VERÃO ...................... 80

ÍNIDICE DE TABELAS

CAPÍTULO 7

TABELA 1 – TABELA DAS TAXAS DE CRESCIMENTO DOS DIFERENTES TIPOS DE LIGAÇÃO AÉREA ......................... 38

CAPÍTULO 8

TABELA 2 – TABELA DO NÚMERO DE INQUIRIDOS POR MERCADO EMISSOR ........................................................ 43

TABELA 3 – TABELA DOS GASTOS NOS SECTORES POR MERCADO EMISSOR ........................................................ 43

ÍNDICE DE ILUSTRAÇÕES

CAPÍTULO 7

ILUSTRAÇÃO 1 – ELEMENTOS CHAVE DO SUCESSO DAS LOW COST. .................................................................... 35

ILUSTRAÇÃO 2 – LINHAS DE ACÇÃO DE VOOS CHARTER E LOW COST .................................................................. 37

ÍNDICE DE ANEXOS

CAPÍTULO 6

ANEXO 1 – GRÁFICO DA DISTRIBUIÇÃO DOS HOTÉIS – APARTAMENTOS ............................................................. 85

ANEXO 2 – GRÁFICO DA DISTRIBUIÇÃO DAS PENSÕES....................................................................................... 85

ANEXO 3 – GRÁFICO DA DISTRIBUIÇÃO DAS POUSADAS E ESTALAGENS ............................................................. 85

ANEXO 4 – GRÁFICO DA DISTRIBUIÇÃO DOS APARTAMENTOS TURÍSTICOS ......................................................... 86

ANEXO 5 – GRÁFICO DA DISTRIBUIÇÃO DAS UNIDADES DE TURISMO NO ESPAÇO RURAL.................................... 86

ANEXO 6 – GRÁFICO DA EVOLUÇÃO DA CAPACIDADE DE ALOJAMENTO NOS ESTABELECIMENTOS HOTELEIROS ... 87

ANEXO 7 – GRÁFICO DA EVOLUÇÃO DA CAPACIDADE DE ALOJAMENTO NO TER................................................ 87

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ANEXO 8 – GRÁFICO DA EVOLUÇÃO DAS DORMIDAS NOS ESTABELECIMENTOS HOTELEIROS ............................... 87

ANEXO 9 – GRÁFICO DA EVOLUÇÃO DAS DORMIDAS NAS UNIDADES DE TER..................................................... 88

ANEXO 10 – GRÁFICO DA EVOLUÇÃO DAS TAXAS DE OCUPAÇÃO NOS ESTABELECIMENTOS HOTELEIROS............. 88

ANEXO 11 – GRÁFICO COM AS TAXAS DE OCUPAÇÃO DOS ESTABELECIMENTOS DE TER..................................... 88

ANEXO 12 – GRÁFICO DA DISTRIBUIÇÃO SAZONAL DA TAXA DE OCUPAÇÃO DO RAMO HOTELEIRO ..................... 89

ANEXO 13 – GRÁFICO DA EVOLUÇÃO DO Nº DE EMPREGADOS POR CAMA .......................................................... 89

ANEXO 14 – GRÁFICO DA EVOLUÇÃO ANUAL DAS RECEITAS DE APOSENTO ....................................................... 90

CAPÍTULO 8

ANEXO 15 – TABELA DE GASTOS NO RAMO DE TOURS/ EXCURSÕES .................................................................. 90

ANEXO 16 – TABELA DE GASTOS NAS ACTIVIDADES CULTURAIS POR TIPO DE ACTIVIDADE................................. 91

ANEXO 17 – TABELA DE GASTOS NAS ACTIVIDADES DESPORTIVAS POR TIPO DE ACTIVIDADE ............................. 91

ANEXO 18 – TABELA DE GASTOS EM ARTESANATO/COMÉRCIO POR TIPO ............................................................ 92

ANEXO 19 – TABELA DE PREÇOS MÉDIOS DOS PACOTES POR DESTINO EM PORTUGAL......................................... 92

ANEXO 20 – TABELA DE PREÇOS MÉDIOS DOS PACOTES POR DESTINO EM ESPANHA ........................................... 93

ANEXO 21 – TABELA DE PREÇOS MÉDIOS DOS PACOTES POR DESTINO EM FRANÇA............................................. 93

ANEXO 22 – TABELA DE PREÇOS MÉDIOS DOS PACOTES POR DESTINO NA ALEMANHA........................................ 94

ANEXO 23 – TABELA DE PREÇOS MÉDIOS DOS PACOTES POR DESTINO NO REINO UNIDO ..................................... 94

ANEXO 24 – TABELA DE PREÇOS MÉDIOS DOS PACOTES POR DESTINO NA SUÉCIA .............................................. 95

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LISTA DE ABREVIAÇÕES

R.A.M. - REGIÃO AUTÓNOMA DA MADEIRA

T.E.R - TURISMO DE ESPAÇO RURAL

SELF-CAT. - SELF CATERING

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1. Introdução

A Madeira como destino turístico, no mercado internacional, está cada vez mais susceptível

a efeitos de competitividade, tanto por parte do surgimento de novos destinos como de mutações

registadas nos já existentes abalando a actividade turística que actualmente é um agente activo na

promoção da qualidade de vida regional. Na Madeira, o turismo é indiscutivelmente um sector-chave

de desenvolvimento visto apresentar um mercado com pouca produtividade e actividades

económicas pouco competitivas. A ordem dos Economistas, delegação Regional da Madeira na I

Conferência Anual do turismo em no presente ano diz que “a contribuição da “Actividade Turística

Global” para o Valor Acrescentado Bruto (VAB) Regional situa-se nos 28%, o turismo por si origina

impactos directos e globais no Produto Interno Bruto (PIB) Regional à volta dos 25% e é responsável

directamente, por 15% dos postos de trabalho existentes”.

A importância deste sector para a região evidencia um interesse comum a todos os agentes

envolvidos na teia economia em promover um desenvolvimento “saudável” do turismo. Por

desenvolvimento “saudável” entende-se aquando de uma abordagem mais técnica como

desenvolvimento sustentável.

No meu entender existem dois aspectos necessários que motivam e justificam intervenções

nos diversos âmbitos na tentativa de promover um desenvolvimento turístico sustentável. O primeiro

sugere que terão que se verificar resultados positivos numa análise custo/beneficio sobre o que o

turismo pode proporcionar à população regional, o segundo aspecto refere ao grau positivo de

satisfação do turista que para além dos serviços e equipamentos, está intimamente ligada ao

património cultural e ambiental, sendo estes cada vez mais, o grande motivo de visita pelo turista.

Para atingir os graus positivos nos dois aspectos anteriores existem intervenções a promover

em distintos âmbitos e que de acordo com a Organização Mundial de Turismo acerca da

sustentabilidade turística são, o âmbito ambiental, o âmbito Sócio-Cultural e o âmbito Económico.

Para estudar a sustentabilidade do turismo na Madeira terão que ser analisadas variáveis

relacionadas com estes três diferentes âmbitos, no entanto por falta dos mais variados tipos de

recursos, neste estudo, será apenas abordada a temática relacionada com o âmbito económico da

sustentabilidade turística na Região não obstante de que a sustentabilidade económica apresenta um

elevado grau de relação com boas estratégias de desenvolvimento nos âmbitos sócio-cultural e

ambiental.

Para elaborar então um estudo sobre a sustentabilidade económica do turismo na Madeira,

serão analisados os estados de variáveis internas do sector turístico que traduzam a dinâmica sofrida

nestes últimos anos, e, que possam servir de base, para caracterizar futuros cenários de

sustentabilidade.

No presente estudo, para além da abordagem prática de análises de variáveis foram

também efectuadas fundamentações teóricas no sentido de apresentar ao leitor a temática que

justifica a elaboração deste trabalho.

Page 12: A sustentabilidade do turismo na Região Autónoma da Madeira · sensibilidade do turista em questões relacionadas com qualidade/preço do produto, torna-se necessário, uma análise

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No Capitulo 2 apresenta-se o conjunto de definições teóricas dos termos e temas abordados

no estudo com fundamentação científica.

No Capítulo 3 é exposto a problemática do tema da sustentabilidade turística em âmbitos

nacional e internacional, assim como quais os tipos de actividades em prática e organismos

envolvidos na sua divulgação e estudo.

No Capítulo 4 estão descritas as etapas por ordem da execução de um plano de acção de

turismo sustentável e também de desenvolvimento de estratégias para esse efeito. Essas etapas

estão dispostas pelos temas principais juntamente com pontos descritivos de acções mais

detalhadas.

O Capítulo 5 com tema “A Madeira como destino Turístico”, apresenta uma breve introdução

histórica da Madeira como destino turístico, as vocações turísticas predominantes e as actividades e

eventos que a promovem.

Após o enquadramento temático e a descrição do objecto de estudo, nesta abordagem

metodológica, seguem-se os capítulos de análise do sector que traduz o comportamento e

produtividade que compõe a teia económica turística da Região.

O Capítulo 6 com o título “Sector turístico” apresenta tal como o título indica, o estudo ao

sector turístico regional. Este estudo, devido a dificuldade de recursos na obtenção de informação

para tal necessária, foi elaborado por analogia a um estudo de um dos ramos que compõem o sector,

o ramo dos Hotéis e Similares, visto que este apresenta um elevado grau de proporcionalidade com

a dinâmica do sector, numa relação de “ceteris paribus” com os restantes ramos, num género de

análise por variável proxy. Neste capítulo são efectuados dois tipos de análise, uma análise que

caracteriza a oferta de alojamento actual referindo o tipo, a capacidade e a sua distribuição territorial,

e, uma análise dinâmica referente ao período de 1998 a 2005 que se reparte em dois campos

distintos, uma estudo das variáveis chave do sector relativas à oferta e procura e um estudo das

variáveis económicas. No final deste capítulo são dispostas observações conclusivas que permitam

evidenciar qual a dinâmica comportamento até à actualidade, e, quando comparado com o

comportamento necessário para garantir sustentabilidade económica, concluir quais as áreas de

possível intervenção para esse efeito.

Efectuada a analise que caracteriza a dinâmica do sector hoteleiro, que traduz falta de

eficiência maioritariamente justificada pela baixa taxa de ocupação registada na ilha, é nos capítulos

seguintes que são referidas áreas a intervir para garantir um possível aumento desta variável

fundamental e consequentemente garantir futuros cenários de sustentabilidade na Região. Tal como

em qualquer destino turístico, esta intervenção baseia-se nas áreas em que o turista apresenta mais

sensibilidade, nomeadamente nas variações de preços afectos a cada destino, à qualidade e

serviços do produto turístico e por fim a actividades de marketing e publicidade.

No Capítulo 7 são referidas as áreas de potencial intervenção que se caracterizam por ser

três, a área das acessibilidades, a área de análise do produto turístico existente e a área de

marketing e promoção do destino.

Page 13: A sustentabilidade do turismo na Região Autónoma da Madeira · sensibilidade do turista em questões relacionadas com qualidade/preço do produto, torna-se necessário, uma análise

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Na área de acessibilidades, tratando-se de uma ilha, existem apenas as possibilidades de

acesso aéreo ou marítimo, no entanto é apenas analisada uma potencial intervenção no meio de

acessibilidade aéreo, pelo que nas rotas marítimas apenas se evidenciam as comerciais visto que o

porto do Funchal impõe maioritariamente o uso como porto de escala no transporte de passageiros.

Na área de intervenção potencial ao “Produto Turístico”, são descritas muito superficialmente

acções que num futuro próximo resultem numa melhoria substancial do produto em diversos âmbitos,

e através das quais seja possível melhorar a atractividade da ilha como destino turístico em

iniciativas de promoção e marketing.

A área de marketing foi a área principal deste estudo, sendo alvo de uma análise mais

específica e aprofundada na qual será posta em causa a sua eficiência no capítulo que se segue.

Capitulo 8 , a análise efectuada ao marketing, refere apenas as qualidades e estratégias

promocionais da ferramenta em estudo, neste caso as brochuras, em relação às suas características

do destino Madeira e em comparação com brochuras dos destinos concorrentes, no entanto não

engloba métodos de distribuição e divulgação.

Esta análise engloba os principais mercados emissores, com capacidades de emissão

superiores a 30000 visitantes por ano, referentes ao Verão 2004 e ao Inverno 2003/2004,

nomeadamente Portugal, Reino Unido, Alemanha, França, Holanda e Suécia. (Não houve dados

sobre o mercado holandês, no entanto foi efectuada uma analise ao mercado Espanhol, por este

apresentar capacidades de emissão potencialmente elevadas).

A área da qualidade destas ferramentas de marketing abrange uma análise aos elementos

descritivos, nomeadamente a expressividade, a vocação e a sua adequação aos diferentes

mercados emissores, para a qual foi efectuado, um estudo complementar sobre as principais áreas

de gastos pelos turistas desses mercados na Região referentes ao ano 2002, que traduz os gostos e

as suas vocações turísticas principais, partindo do pressuposto que se mantêm relativamente

constantes no espaço de dois anos.

A componente estratégica desta análise, abrange os níveis de representatividade nos

diferentes mercados relativamente às suas capacidades de emissão e os preços dos pacotes

turísticos, sendo ambos comparados com a concorrência mais directa.

A elaboração do estudo respeita uma metodologia tal como descrita nos parágrafos

anteriores, visto que, para apurar o tipo de intervenção a fazer nas áreas referidas, requer como

base, uma prévia caracterização descritiva do sector turístico, e, para efeitos de análise,

principalmente de adequação, a efectuar nas brochuras é também necessária a caracterização do

turista tipo de cada mercado resultante da tabela das principais áreas de gastos na região.

No capítulo 9 do relatório foram efectuadas propostas de intervenção futuras, baseadas

observações conclusivas, com o objectivo de proporcionar um desenvolvimento sustentável deste

sector económico na Região. Para além das importantes conclusões relativas aos aspectos

económicos do turismo, serão também referidas observações nos âmbitos sócio-culturais e

ambientais, que apresentem ligação com os resultados económicos deste destino.

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2. Revisão bibliográfica

A base que sustenta o objectivo principal deste estudo é no fundo uma pergunta bastante

simples, sendo no entanto um bocado complexa de responder. A pergunta consiste no seguinte:

“Poderão as actuais políticas de desenvolvimento aplicadas na Madeira suportar futuros

cenários de desenvolvimento sustentável como destino turístico?”

A resposta a esta pergunta terá necessariamente que passar por uma abordagem teórica

que relacione os aspectos a pesquisar com as áreas a abordar, possibilitando na fase final do

tratamento de dados, elaborar observações conclusivas e propostas de intervenção.

A abordagem teórica do âmbito em que este estudo se insere, sugere uma abordagem que

respeite uma sequência possibilitando uma melhor interpretação por parte do leitor. Uma sequência

lógica nesse aspecto poderá começar por uma introdução ao conceito de sustentabilidade .

O conceito sustentabilidade , poderá ser interpretado como um fenómeno relacionado com

vários aspectos, variando assim de especialista para especialista. Após uma pesquisa bibliográfica

acerca deste conceito, foram verificadas algumas definições que se adaptam relativamente bem ao

âmbito deste estudo, no optou-se por uma compilação de dos pontos de vistas de vários

especialistas dispostos no relatório da referencia bibliográfica número 13.

Dessa compilação de interpretações resulta “Sustentabilidade é a habilidade de ser

sustentável. A sustentabilidade de um sistema consiste na habilidade de manter o seu estado

saudável, seja este o estado desejável ou aceitável. A sustentabilidade reconhece a necessidade de

mudança como força para manter a viabilidade dos processos nos âmbitos a que está afecta”.

Para além da definição do conceito em si, existem actualmente inúmeras recomendações da

vários especialistas acerca de quais os âmbitos ou critérios aos quais pode estar afecto o conceito de

sustentabilidade, no entanto, após alguma pesquisa sobre o assunto a recomendação que transmitiu

uma visão mais abrangente e completa foi de Sachs (2002, P. 85) adaptada para brasileiro e

dispostas no relatório da referencia bibliográfica número 13 que diz que existem oito critérios distintos

de sustentabilidade para validação dos objectivos do desenvolvimento sustentável:

1) Sustentabilidade Social

• Alcance de um patamar razoável de coesão social;

• Distribuição justa de rendimentos;

• Emprego por conta de outrem e/ou autónomo com qualidade de vida decente;

• Igualdade no acesso aos recursos e serviços sociais.

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5

2) Sustentabilidade cultural

• Mudanças no interior da continuidade cultural (equilíbrio entre respeito à tradição

e inovação);

• Capacidade de autonomia para elaboração de um projecto nacional integrado e

endógeno (em oposição às cópias servis dos modelos alienígenas);

• Autoconfianças combinada com abertura para o mundo.

3) Sustentabilidade Ecológica

• Preservação do potencial da natureza na sua produção de recursos renováveis;

• Limitação do uso de recursos não renováveis.

4) Sustentabilidade Ambiental

• Respeito à capacidade de auto depuração dos ecossistemas naturais

(capacidade de identificar os problemas afectos ao seu desenvolvimento e

resolvê-los por si mesmo).

5) Sustentabilidade Territorial

• Configurações urbanas e rurais balanceadas (eliminação de tendências urbanas

na locação do investimento público);

• Melhoria do ambiente urbano

• Superação das disparidades inter regionais (assimetrias regionais);

• Estratégias de desenvolvimento seguro para áreas ecologicamente frágeis

(conservação da biodiversidade pelo eco desenvolvimento).

6) Sustentabilidade Económica

• Desenvolvimento económico inter sectorial equilibrado;

• Segurança alimentar;

• Capacidade de modernização continua dos instrumentos de produção; Razoável

nível de autonomia na pesquisa cientifica e tecnológica;

• Inserção soberana na economia internacional.

7) Sustentabilidade Política (Nacional)

• Democracia definida em termos de apropriação universal dos direitos humanos;

• Desenvolvimento da capacidade do Estado para implementar o projecto

nacional, em parceria com todos os empreendedores;

• Um nível razoável de coesão social.

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8) Sustentabilidade Política (Internacional)

• Eficácia do sistema de prevenção de guerras, na garantia de paz e na promoção

da cooperação internacional;

• Um pacote entre países dos hemisférios Norte e sul de co-desenvolvimento,

baseado no principio de igualdade (regras do jogo e o compartilhar da

responsabilidade de favorecimento do parceiro mais fraco);

• Controle institucional efectivo do sistema internacional financeiro e de negócios;

• Controle institucional efectivo da aplicação do princípio da precaução na gestão

do meio ambiente e dos recursos naturais; prevenção das mudanças globais

negativas; protecção da diversidade biológica (e cultural); e gestão do património

global, como herança comum da humanidade;

• Sistema efectivo de cooperação cientifica e tecnológica internacional e

eliminação parcial do carácter de commodity da ciência e tecnologia, também

como propriedade da herança comum da humanidade.

O conceito de sustentabilidade descrito anteriormente no seu âmbito geral abrange

aplicações e aspectos de todos os sectores que contribuem para o bom desenvolvimento da

condição humana e embora sejam todos estes importantes, este estudo está mais relacionado com

os aspectos afectos ao desenvolvimento do sector turístico. Para uma boa compreensão do leitor e

um bom desenvolvimento do conceito de desenvolvimento sustentável do turismo é por sua vez

necessário a introdução aos conceitos relacionados com o tema. Para melhor entender quais os

conceitos necessários para tal, foi dissolvida por conceito o tema “desenvolvimento sustentável do

turismo ”

O primeiro conceito é desenvolvimento, este conceito descreve-se de várias maneiras

distintas quando relacionada em diferentes contextos. A sua definição no âmbito geral, tal como

descrito na Wikipédia, interpreta-se como “um processo dinâmico de melhoria, que implica uma

mudança, uma evolução, crescimento e avanço”. Esta interpretação embora simples, é

necessariamente respeitada quando adaptada para a sua aplicação nos vários contextos por

exemplo: Desenvolvimento Económico; Desenvolvimento Urbano; Desenvolvimento Biológicos;

Desenvolvimento Pessoal; Desenvolvimento Sustentável, etc.

Na continuação desta abordagem teórica, após a interpretação do primeiro conceito do tema,

o “Desenvolvimento ”, procede-se à interpretação do conceito “Desenvolvimento sustentável ”, que

nada mais é do que a aplicação do primeiro conceito no contexto especifico de sustentabilidade.

Segundo a Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (CMMAD) da

Organização das Nações Unidas, “o desenvolvimento sustentável, é aquele que atende às

necessidades presentes sem comprometer a possibilidade de que as gerações futuras satisfaçam as

suas próprias necessidades.” Embora existam varias definições de desenvolvimento sustentável,

depois de algumas pesquisas na Internet como a Wikipédia, sites de organismos com a WTO e

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7

CMMAD e algumas leituras de relatórios tal como dispostos nas referências bibliográficas Nº 13 e 14,

verificou-se que esta anterior descrição apresenta-se como a mais abrangente e no seu conteúdo dá

a entender a necessária racionalização do uso dos recursos limitados para não comprometer o futuro

das nossas gerações e de gerações futuras, neste caso acrescenta-se o futuro das nossas gerações

pois com a dimensão de volume de recursos usados actualmente compromete significativamente a

sua disponibilidade num futuro próximo.

Atingiu-se então a parte de interpretação de todos os conceitos acrescentando-se ao

conceito desenvolvimento sustentável a palavra turismo . O tema turismo sugere a apresentação

de dos conceitos turista e consecutivamente o turismo, pois um é o sujeito e o outro é a actividade

praticada por ele.

O conceito turismo também disposto na Wikipédia é definido como “ o conjunto de

actividades que as pessoas realizam durante as suas viagens e permanência em lugares distintos do

que vivem, por um período de tempo consecutivo, inferior a um ano, com fins de lazer, negócios e

outros”. Este conceito noutras palavras, é o conjunto de actividades efectuadas pelo turista quando

em lugares distintos do seu habitual.

O conceito turista é definido pela análise do contexto que o diferencia de um comum

habitante local e mesmo após alguma pesquisa não foi encontrado uma definição que considerasse

adequada por questões de subjectividade afectas a alguns termos utilizados. Por essa razão foi

elaborada uma definição resultado de partes de várias definições encontradas em dicionários,

Wikipédia, e em sites como o da OMT, dessa resultou que o turista é “” um visitante que se desloca

voluntariamente por um período de tempo consecutivo igual ou superior a vinte e quatro horas e

inferior a um ano, para um local diferente do seu habitual, com fins de lazer, negócios e outros.” Esta

descrição embora mais completa, apresenta uma falha na sua constituição, nomeadamente no grau

de subjectividade desta descrição relacionada com a interpretação que cada um tem de local, por

exemplo podendo ser este ao âmbito do bairro, da freguesia, do concelho.

A principal razão da não utilização da definição descrita na Wikipédia de turista está na

tendência de ligação desta descrição com o turismo de lazer, não reconhecendo o turismo de

negócios que por sua vez está cada vez mais reconhecido no nosso país que na elaboração do

PENT (Plano Estratégico Nacional do Turismo) o Turismo de Negócios foi considerado como um dos

10 produtos estratégicos para o desenvolvimento e capacitação da oferta turística de Portugal.

Depois de uma introdução aos conceitos mais relevantes, podemos aprofundar sobre a

temática em questão, o desenvolvimento sustentável do turismo .

Segundo a Organização Mundial de Turismo, o desenvolvimento sustentável do turismo

é aquele que “ atende às necessidades dos turistas de hoje e das regiões receptoras, ao mesmo

tempo que protege e amplia as oportunidades para o futuro”

Organização Mundial de Turismo, 2003, P. 24

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“ é visto como um condutor à gestão de todos os recursos, de tal forma que as

necessidades económicas, sociais e estéticas passam a ser satisfeitas sem desprezar a manutenção

da integridade cultural, dos processos ecológicos essenciais, da diversidade biológica e dos sistemas

que garantem a vida”.

Organização Mundial de Turismo, 2003, P. 24

Este tema é reconhecido como o conceito desenvolvimento, num contexto específico de

sustentabilidade e afecto ao âmbito turístico. Estando assim relacionado com o contexto de

sustentabilidade é correcto afirmar que está relacionado com todos os âmbitos sustentabilidade

abordados no principio deste capítulo. Esta relação no entanto, segundo alguns especialistas está

mais evidente em alguns âmbitos específicos, sendo uma opinião unânime, no entanto a discórdia

aparece apenas na escolha de quais.

Numa pesquisa efectuada a sites como o da WTO e a relatórios especificados nas

referências bibliográficas sob o número 13, optou-se por referir a interpretação de Zimmermann

(1996), pois foi considerada a mais completa. De acordo com Zimmermann (1996), o

desenvolvimento sustentável da actividade turística apresenta especial relevância ou níveis de

dependência com intervenções nos âmbitos da:

� Sustentabilidade Ecológica: assegura que o desenvolvimento seja compatível com a

manutenção dos processos ecológicos essenciais, diversidade biológica e

recursos biológicos. As actividades turísticas devem ser desenvolvidas

respeitando os limites dos ambientes envolvidos, com mínimos danos aos

ecossistemas;

� Sustentabilidade Social: as actividades turísticas devem contribuir para uma justa

repartição de riqueza e benefícios, reduzindo as desigualdades de padrões de

vida e a segregação sócio-espacial, promovendo um exercício de verdadeira

cidadania;

� Sustentabilidade Cultural: assegura que o desenvolvimento e o controle das pessoas

sobre as suas próprias vidas sejam compatíveis com a cultura e com os valores

das pessoas atingidas pelo desenvolvimento, aumentando e fortalecendo a

identidade cultural da comunidade;

� Sustentabilidade Económica: assegura que o desenvolvimento seja economicamente

eficiente, incentivando o fluxo contínuo de investimentos, e que os recursos

sejam geridos de forma que suportem as gerações actuais e futuras, garantindo

a participação da comunidade local;

� Sustentabilidade Espacial: o desenvolvimento deve incidir numa organização

harmoniosa das áreas recreativas, promovendo uma distribuição territorial mais

equilibrada dos núcleos turísticos e preservando os ambientes;”

Fonte: Número 13 da bibliografia

Page 19: A sustentabilidade do turismo na Região Autónoma da Madeira · sensibilidade do turista em questões relacionadas com qualidade/preço do produto, torna-se necessário, uma análise

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Esta referência aos âmbitos relacionados com a sustentabilidade turística apresenta um

certo grau de subjectividade e pode caracterizar-se por ser mais específica ou mais generalista, por

exemplo a perspectiva da United Nations Environment Programme / World Tourism Organization

(UNEP/WTO) (2005) é mais generalista do que a perspectiva de Zimmermann e considera que o

turismo sustentável evidência três âmbitos chave de intervenção:

� Ambiental

Optimização do uso dos recursos ambientais, que constituem o elemento-chave para o

desenvolvimento turístico, com a manutenção dos processos ecológicos e apoio à

conservação dos recursos renováveis e da biodiversidade;

� Sócio-Cultural

Respeito à autenticidade sócio-cultural das comunidades dos destinos, com o

compromisso de conservação do seu património construído e seu estilo de vida e valores

tradicionais, e fortalecimento da compreensão inter-cultural e tolerância;

� Económico

Garantia de operações económicas viáveis, de longo prazo, com a geração de benefícios

socioeconómicos para todos os agentes envolvidos, incluindo emprego estável e

oportunidades de ganhos e serviços sociais às comunidades de destino, de maneira a

contribuir para alívio à pobreza.

Esta interpretação descritiva dos âmbitos chave que possam garantir o desenvolvimento

sustentável do turismo para além de ser adoptada por uma das principais organizações

internacionais relacionadas com o tema, é das mais generalistas, mas engloba na sua descrição

aspectos relacionados com outros âmbitos considerados por outros especialistas.

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3. A Sustentabilidade turística no âmbito internaci onal

Podemos afirmar que a problemática da sustentabilidade turística na Madeira, sofre dos

mesmo sintomas que a maioria dos destinos turísticos com semelhantes níveis de desenvolvimento.

Qualquer tipo de iniciativa para promover a sustentabilidade turística, terá que surgir com

base em politicas de cooperação entre organismos intervenientes nos mais diversos âmbitos

considerados relevantes para a sustentabilidade em geral.

O conceito de sustentabilidade é considerado como a base do nosso estilo de vida actual e

futuro. Esta questão não está relacionada apenas com países ou qualquer tipo de povos em

especial, mas sim com a Humanidade em geral, tendo isso em conta, em 1992, na Conferencia das

Nações Unidas sobre Meio ambiente e Desenvolvimento, denominada como Rio 92, estabeleceu-se

através da criação da Agenda 21, um plano de acção detalhado adoptado por 178 países,

estabelecendo um conjunto de objectivos e princípios, fundamentados em critérios de

sustentabilidade, para orientar o desenvolvimento turístico, fortalecendo as suas vertentes

ecológicas, económicas e sociais. Este tema foi aprofundado na Cimeira Mundial sobre

Desenvolvimento Sustentável em 2002 na cidade de Joanesburgo no qual se deu ênfase às

parcerias público privadas.

O Desenvolvimento sustentável foi eleito como objectivo geral pela União Europeia, através

da Estratégia de Desenvolvimento Sustentável (EDS), que foi renovado em 2006 e considerado

como complementar avançando em conjunto com as Estratégias do Crescimento e do Emprego.

Em 2004 foi criado pela Comissão Europeia o Grupo para a Sustentabilidade do Turismo

(GST), constituído por indivíduos dos vários estados-membros. De autoridades regionais e locais e

quaisquer organismos relacionados directa ou indirectamente com a actividade turística, mas apenas

na qualidade de especialistas.

O GST foi incumbido pela Comissão Europeia de criar um relatório denominado como “Plano

de Acção para um Turismo Europeu Mais Sustentável”, onde explicita um quadro de acção com a

intervenção dos vários agentes envolvidos, gestão de destinos turísticos locais, utilização de

indicadores e acompanhamento de sistemas. Este relatório servira de base na elaboração da

Agenda para a Sustentabilidade do Turismo Europeu, antes denominada como Agenda 21 para o

Turismo Europeu.

A justificação desta polémica à volta do turismo está na importância do sector turístico para

um país, que está directamente ligada à capacidade deste sector proporcionar benefícios

económicos e contribuir para o desenvolvimento noutros âmbitos distintos com repercussões muito

positivas por exemplo em assuntos actuais como o desemprego, qualidade de vida, ambiente, etc..

Os Estados europeus registaram cerca de 440 milhões de entradas de turistas em 2005. O

turismo directa ou indirectamente é responsável por cerca de 20 milhões de postos de trabalho e

cerca de 10% do PIB europeu. Este continente é no entanto responsável por mais de metade das

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viagens internacionais e contribuem como fonte de produtividade para alguns países em vias de

desenvolvimento segundo dados da GST.

Na base de sustentabilidade turística estão tal como considerados pela World Tourism

Organization (WTO), os âmbitos ambiental, sócio-cultural e económico, a sustentabilidade dos mais

diversos factores afectos as estes principais âmbitos, não podem por si só expressar sinais de

sustentabilidade pois estão relacionados não só entre si mas também com outros âmbitos, sendo por

isso em 2005 criado pela OMT e Programa das nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), uma

agenda com 12 principais metas para um desenvolvimento sustentável:

1) VIABILIDADE ECONÓMICA – Assegurar a viabilidade e competitividade dos destinos e

empresas turísticas, para que consigam prosperar e usufruir de benefícios a longo prazo.

2) PROSPERIDADE LOCAL – Maximizar a contribuição do turismo para a prosperidade do

destino hospedeiro, incluindo a percentagem de despesas do visitante que é retida localmente.

3) QUALIDADE DO EMPREGO – Reforçar o número e a qualidade dos postos de trabalho

locais criados e apoiados pelo turismo, incluindo níveis salariais, condições de trabalho e

possibilidade de acessos a todos sem discriminação em razão de sexo, raça, incapacidade ou de

qualquer outro motivo.

4) EQUIDADE SOCIAL – Procurar uma distribuição alargada de benefícios económicos e

sociais do turismo ao longo da comunidade receptora, incluindo a melhoria de oportunidades,

rendimentos e serviços à disposição dos mais pobres.

5) REALIZAÇÃO POR PARTE DO VISITANTE – Proporcionar uma experiência segura,

satisfatória e realizadora para os visitantes, acessível a todos sem discriminação em razão de sexo,

raça, incapacidade ou de qualquer outro motivo.

6) CONTROLO LOCAL – Envolver e dar poder às comunidades locais no planeamento e na

tomada de decisões sobre a gestão e o desenvolvimento futuro na sua área, em consulta com outros

actores chave.

7) BEM-ESTAR DA COMUNIDADE – Manter e reforçar a qualidade de vida nas

comunidades locais, incluindo as estruturas sociais e o acesso aos recursos, equipamentos públicos

e sistemas de apoio à vida, evitando qualquer tipo de degradação ou exploração social.

8) RIQUEZA CULTURAL – Respeitar e reforçar o património histórico, a autenticidade

cultural, as tradições e os traços distintivos das comunidades hospedeiras.

9) INTEGRIDADE FÍSICA – Manter e reforçar a qualidade das paisagens, sejam urbanas ou

rurais, e evitar a degradação física e visual do ambiente.

10) DIVERSIDADE BIOLÓGICA – Apoiar a conservação de áreas naturais, habitats e vida

selvagem, e minimizar os danos a eles causados.

11) EFICIÊNCIA DOS RECURSOS – Minimizar a utilização de recursos escassos e não

renováveis no desenvolvimento e operação das instalações e serviços turísticos.

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12) PUREZA AMBIENTAL – Minimizar a poluição do ar, da água e dos solos e a produção de

resíduos por parte das empresas de turismo e dos visitantes.

O Grupo para a Sustentabilidade do Turismo (GST), Incluiu também no relatório “Plano de

Acção para um Turismo Europeu Mais Sustentável”, oito desafios-chave importantes para poder

atingir as metas antes referidas, esses desafios são a redução da sazonalidade da procura,

abordagem do impacto do transporte turístico, melhoria da qualidade do emprego no sector turístico,

a manutenção e melhoramento da prosperidade e qualidade de vida da comunidade, em função da

mudança, minimizar o impacto da utilização de recursos e da produção de resíduos, conservar e

acrescentar valor ao património cultural e natural, possibilitar o gozo de férias a todos e por fim

utilizar o turismo como ferramenta no desenvolvimento sustentável global.

A informação explícita neste capítulo foi maioritariamente retirada do relatório “Plano de

Acção para um Turismo Europeu Mais Sustentável”, sendo complementado por informação disposta

no site do World Tourism Organization.

4. Como desenvolver uma estratégia e um plano de ac ção de turismo sustentável

Este capítulo contribui para introdução do leitor nas fases e recursos necessários para

elaboração e implementação de um plano de estratégia para o desenvolvimento do turismo

sustentável. A elaboração de um plano de estratégia para o desenvolvimento do turismo sustentável,

apresenta uma metodologia padrão, sendo possível aplicar tanto na Madeira como destino turístico

como noutro local de características diferentes, é apenas necessário uma interpretação de acordo

com as circunstâncias presentes nesse destino. Este plano e sua interpretação deve ter em conta as

metas e desafios previamente referidos neste estudo, no Capítulo 3 . Este deve ser um processo

dinâmico e contínuo, com objectivos, metas e acções acompanhadas e revistas ao longo do tempo

face aos resultados conseguidos e à evolução da situação. A metodologia adaptada para elaboração

deste plano estratégico foi retirada tal qual como disposto no relatório “Plano de Acção para um

Turismo Europeu Mais Sustentável” pelo GST (Grupo de sustentabilidade do Turismo) e segue as

seguintes etapas:

1) Mandato político

• Assegurar o empenhamento de todos os principais interessados no sentido de preparar e

implementar um plano estratégico e de acção que adopte os princípios de sustentabilidade, com

base numa visão e identidade partilhada.

• Especificar a organização que vai liderar o processo e os seus termos de referência.

2) Análise da situação

• Recolha e compilação de dados sobre as estatísticas actuais de turismo, número de empresas,

medidas de apoio ao emprego, oferta de instalações e serviços ao visitante, condições ambientais

(água, ar), contributo relativo do turismo para a economia.

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• Avaliação dos recursos patrimoniais culturais e naturais, incluindo as condições e a sensibilidade de

utilização futura.

• Avaliação da capacidade das infra-estruturas turísticas (incluindo transportes).

• Consulta à comunidade local.

• Inquérito/consulta ao sector do turismo, abrangendo o desempenho, as perspectivas, as

necessidades.

• Inquérito ao visitante – perfil, necessidades, satisfação.

• Avaliação das políticas existentes e ferramentas em prática.

• Avaliação da eficácia do trabalho das parcerias existentes e identificação de quaisquer barreiras

para uma maior colaboração.

• Avaliação de factores externos – oportunidades e ameaças: tendências de mercado, percepções,

análise da concorrência, mudança ambiental, etc.

3) Escolhas estratégicas

Os actores chave devem trabalhar no sentido de:

• Identificarem questões chave

• Considerarem a capacidade de carga

• Estabelecerem uma visão e objectivos

• Identificarem alvos turísticos – quantidade, tipo, onde, quando.

4) Plano de acção

• Definir um programa de acção, indicando prioridades, agências líderes, agências de apoio, escala

temporal e necessidades em termos de recursos

• Obter um compromisso e concentração de recursos

5) Acompanhamento e revisão

• Estabelecer indicadores e processos de acompanhamento

• Revisão anual, apresentação de um relatório de metas, e revisão do plano de acção

• Revisão regular e periódica da estratégia.

Neste estudo são abordados alguns aspectos das fases 2, na avaliação das capacidades das

infra-estruturas turísticas e transportes e alguns aspectos da fase 3 na identificação de questões

chave e na identificação de alvos turísticos. Estas fases são apenas um contributo para elaboração

de um plano deste nível, no entanto é informação real, baseada em estudos e pesquisas reais

deixando em aberto o seu uso no mínimo complementar.

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5. Madeira como destino turístico

O Arquipélago da Madeira encontra-se a no norte do Oceano Atlântico a cerca de 700 km da

costa africana e a cerca de 1000 km de Lisboa, apresentando um total de cerca de 260 000

habitantes distribuídos por uma área de 741 km2.

Foi João Gonçalves Zarco, navegador, fidalgo português da Casa do Infante D. Henrique e

comandante de caravelas, quem, juntamente com Tristão Vaz Teixeira, em 1418 descobriu a ilha de

Porto Santo. Posteriormente Bartolomeu Perestrelo, descobriu a Ilha da Madeira, em 1419, data à

qual se iniciou o seu povoamento.

Devido à sua localização geográfica, às características geológicas, morfológicas e climáticas

da ilha, estavam proporcionadas excelentes condições para a produção de vinho, madeira e açúcar

em quantidades tais, que a elevaram a entreposto comercial do Atlântico. Foram desta ilha que

saíram actividades de apoio as principais praças do Norte de África e para a colonização das

restantes ilhas Atlânticas, Brasil e conquistas do Oriente.

Ao longo do século XIX a Ilha tornou-se num destino de cariz romântico e terapêutico sendo

incluída quase obrigatoriamente nos roteiros do Grand Tour do nascente turismo internacional e por

onde passaram personalidades de renome internacional. Em 1891, William Reid criou o seu primeiro

hotel o qual se tornou muito conceituado, ainda hoje mantém-se em funcionamento e levou à

abertura de muitos outros hotéis na época promovendo este destino como vocacionado para turismo

de lazer.

Apoiado pela hospitalidade da população e pelo clima mas também por um desenvolvimento

das acessibilidades, a nível marítimo e a nível aéreo, com as novas instalações do porto do Funchal

e pela construção do aeroporto de Santa Catarina, o período entre o final do século XIX e o início do

século XX foi marcado por um significativo aumento da procura como destino de lazer principalmente

de turistas do norte da Europa, reflectindo-se num aumento do parque hoteleiro.

Impondo-se como centro obrigatório de passagem das rotas comerciais portuguesas de

então, foram para ali transferidos importantes interesses comerciais europeus, o que se reflectiu

desde cedo numa necessidade de oferta de alojamento.

Este destino, como qualquer destino turístico, apresenta determinadas características que se

evidenciam como imagens de marca e potenciam a elaboração de acções de promoção mais

eficazes. Como características principais evidenciam-se o clima, o parque hoteleiro, a paisagem e

biodiversidade naturais e por fim os eventos com projecção internacional periódicos.

Para além de um clima com pouca amplitude térmica, verões confortáveis e Invernos suaves,

a Madeira é também banhada pelas correntes quentes do Golfo apresentando águas relativamente

quentes durante todo o ano.

O parque hoteleiro é maioritariamente de luxo com uma percentagem bastante elevada de

oferta de camas de hotéis de 4 e 5 estrelas.

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Dos principais eventos de carácter internacional, merecem especial destaque o reveillón, as

festas da flor e do Carnaval, que em complemento com a procura registada no Verão, ajudam a

contrariar picos de sazonalidade.

As paisagens e a biodiversidade naturais, evidenciam-se por gerar actividades tais como

levadas e outros tipos de excursões, apresentando um peso significativo em processos de decisão

da procura e é uma característica pouco presente em maior parte dos destinos concorrentes,

funcionando como imagem de marca e proporcionando agradáveis relações de complementaridade

com as outras imagens de marca antes referenciadas contribuindo para uma oferta mais

diversificada de actividades na ilha.

A ilha para além das atractividades já referenciadas, apresenta também muitas actividades

de lazer que proporcionam entretenimento ao turista, de entre as quais, merecem especial destaque:

• As caminhadas . Embora a ilha apresente uma orografia acentuada, através de levadas,

podemos efectuar caminhadas de uma maneira relativamente agradável e fácil

proporcionado acesso a locais exóticos e únicos.

Estas levadas estão bem assinaladas assim como os seus graus de dificuldade e permitem,

na sua maioria, acesso a quase todas as classes etárias.

• Excursões . Através de autocarros de empresas do ramo de tours e excursões, podemos

percorrer maior parte das estradas mais turísticas da ilha, e, dependendo dos pacotes de

compra, podemos até passar dias inteiros com refeições nos restaurantes de gastronomia

local. Estas excursões são regra geral efectuadas com o apoio de guias, permitindo o

conhecimento dos costumes, das tradições e da cultura das diferentes localidades.

• Actividades desportivas . As que mais se evidenciam e possibilitam o acesso aos turistas

são o surf, a pesca desportiva, equitação, ténis, golfe e o mergulho.

Á excepção do mergulho, todas estas actividades desportivas organizam ocasionalmente

campeonatos com projecção internacional funcionando não só como actividades

ocupacionais, mas também como ferramentas de promoção do destino no âmbito

internacional.

• Parques temáticos e parque aquático . Os primeiros fornecem actividades relacionadas

com aspectos culturais da ilha, o segundo funciona apenas como ocupação de lazer.

• Serviços de lazer . Existem um grupo vasto de actividades de lazer prestadas na ilha, tais

como as viagens de barco para ver baleias e golfinhos, descidas dos carrinhos do Monte,

viagens de teleférico, voos de helicóptero e passeios de balão. Todas estas actividades

estão presentes em maior parte dos cartazes turísticos.

• Actividades nocturnas . Na ilha, principalmente na zona do Funchal, encontramos um vasto

grupo de estabelecimentos que proporcionam as actividades nocturnas, como por exemplo

as discotecas e bares com vários estilos e preços. Acontecem também com alguma

frequência festivais musicais com artistas de projecção internacional.

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16

• Museus. Principalmente na zona do Funchal, podemos encontrar os mais variados tipos de

museus tradicionais merecendo especial destaque um museu interactivo sendo este o mais

mediático actualmente.

• Serviços de restauração . Neste ramo encontram-se estabelecimentos de restauração de

origens e gastronomia local como também de origens estrangeiras contribuindo para uma

maior diversidade e uma oferta vasta a nível quantitativo e qualitativo.

Tal como outros destinos concorrentes, a Região Autónoma da Madeira apresenta actividades

complementares de ocupação ao turista, no entanto algumas delas apresentam-se como

insuficientes ou pouco optimizadas. Estas serão mais adiante referenciadas, e, se possível, serão

apresentadas estratégias de carácter sugestivo para melhoria das mesmas.

Numa primeira apreciação geral, o destino Madeira, apresenta atractivos de peso a nível

internacional, actividades suficientes de lazer disponíveis, no entanto estas apresentam-se pouco

optimizadas e exploradas, limitando o turismo regional a uma procura mais orientada para classes

etárias mais altas. Dos principais atractivos e imagens de marca, destacamos o clima por se

evidenciar perante a concorrência mais próxima.

Um melhor aproveitamento e promoção de outros recursos e actividades levarão a um

aumento da diversidade e consequentemente da procura por parte do turismo familiar, eliminando a

discórdia de interesses no seio das mesmas.

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6. Sector turístico

De uma maneira geral, todos os ramos económicos que contribuam directa ou

indirectamente para a riqueza gerada pelo sector turístico, são agentes de um sistema

maioritariamente dependente da procura e da despesa efectuada pelo turista na Região.

Os ramos desse sistema económico apresentam dois tipos de relações de interacção e de

tipo de aproveitamento do capital gerado pelos gastos da procura turística.

Esses ramos designam-se como ramos específicos, que são os que uma parte substancial

da produção resulta exclusivamente do turismo por interacção directa com o turista, e os ramos

conexos, que são os que o gasto turístico representa apenas parte da produtividade dos mesmos,

subsistindo também de mercados de consumo local e de interacção com outras empresas.

Os ramos classificados como específicos são:

• Restaurantes

• Hotéis e similares

• Agencias de Navegação, viagens e turismo

Os ramos classificados como conexos são:

• Comercio por grosso e a retalho

• Transportes de passageiros por estrada

• Transportes Aéreos

• Empresas de aluguer de veículos

• Empresas de prestação de serviços

A produção somada destes ramos resulta na actividade económica turística global na Região.

Como referimos anteriormente, embora estes sejam ramos com actividades e níveis de relação

com o turismo diferentes, todos eles sentem directamente as variações de procura registada na ilha.

Tendo em conta a difícil aquisição de informação acerca da produtividade das várias

actividades, é de uma maneira relativamente mais fácil embora menos exacta, estudar uma delas

que se relacione com as outras de uma maneira proporcional, e, nos sirva de indicador do

comportamento deste sector económico da Região, neste sentido, o ramo dos Hotéis e Similares foi

o que de uma maneira distinta, mais características de ligação directa com os outros ramos

apresentou, sendo possível afirmar que, quanto maior o número de dormidas, maiores os níveis de

produtividade globais, isto claro numa relação de “ceteris paribus”, ou seja, em que todas as outras

variáveis se mantêm constantes.

Page 28: A sustentabilidade do turismo na Região Autónoma da Madeira · sensibilidade do turista em questões relacionadas com qualidade/preço do produto, torna-se necessário, uma análise

18

6.1. Caracterização do ramo hotéis e similares

6.1.1. Estabelecimentos Hoteleiros

De acordo com a classificação em vigor, o decreto regulamentar nº 16/99 de 18 de Agosto,

os tipos e as categorias de estabelecimentos hoteleiros que se pode encontrar na Região Autónoma

da Madeira ao ano de 2005, são:

● Hotel 5, 4, 3 e 2 estrelas. ● Pousada

● Hotel Apartamento 5, 4, 3 e 2 estrelas. ● Estalagem 5 e 4 estrelas.

● Pensão Albergaria ● Pensão 1ª, 2ª e 3ª.

● Apartamento Turístico 5, 4, 3 e 2 estrelas.

A sua distribuição no território será estudada ao nível do concelho, facilitando a formulação de

elações mais específicas.

Distribuição de hotéis

02468

10121416

Funch

al

Stª Cru

z

Mac

hico

Santa

na

S. Vice

nte

P. Mon

iz

P. San

to

Calheta

P. Sol

Ribeira

Brava

C. Lob

os

Concelhos

de e

stab

elec

imen

tos

Hotel 5*

Hotel 4*

Hotel 3*

Hotel 2*

Figura 1 – Gráfico da distribuição de hotéis pelos Concelhos na Madeira

Fonte: 4 da bibliografia

O gráfico indica-nos que o Funchal, para além de ser o concelho que oferece o maior número

de estabelecimentos, é também o único que apresenta todas as categorias. Pelo contrário, o

concelho de Câmara de Lobos, não apresenta nenhum estabelecimento deste grupo. Nos restantes

concelhos apenas existem estabelecimentos de 3 e 4 estrelas, sendo a categoria dominante a de 4

estrelas. O número de estabelecimentos de 5 estrelas é o segundo maior grupo verificado, no

entanto encontra-se apenas no Funchal.

A distribuição do grupo dos Hotéis-Apartamentos tal como disposto no gráfico disposto no

anexo nº1, apresenta estabelecimentos nos concelhos do Funchal, Santa Cruz, São Vicente, Porto

Santo e Calheta. Tal como no gráfico anterior, o Funchal é o único concelho que apresenta todas as

categorias sendo a categoria dominante é a de 4 estrelas e apresenta-se muito concentrada na zona

do Funchal.

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19

No gráfico disposto no anexo nº2, está disposta a distribuição por concelho das pensões, o

Funchal é o concelho que oferece mais uma vez, o maior número de estabelecimentos, no entanto, à

excepção da pensão de 2ª, este grupo apresenta uma distribuição ligeiramente mais homogénea

encontrando-se nula apenas nos concelhos de Câmara de Lobos e Ponta do Sol. A pensão de 2ª

caracteriza-se como a categoria dominante.

No gráfico disposto no anexo nº3, foram caracterizados os grupos das pousadas e das

estalagens em conjunto, pois o primeiro apresenta apenas uma unidade situada no concelho da

Ribeira Brava, não justificando o recurso a um elemento representativo de distribuição territorial. No

grupo das estalagens, a categoria de 4 estrelas caracteriza-se como dominante e mais

homogeneamente distribuída Evidencia-se no concelho do Funchal uma elevada concentração de

estalagens de 5 estrelas.

A distribuição dos apartamentos turísticos encontra-se disposta no gráfico no anexo nº4,

apresentando uma grande heterogeneidade na sua distribuição no território regional, encontrando-se

os três maiores pólos de concentração nos concelhos do Funchal, Santa Cruz e no Porto Santo, no

entanto, o concelho do Funchal evidencia-se tanto pelo número como pela diversidade de

estabelecimentos. As categorias dominantes são as de 2 e 3 estrelas, não obstante da existência de

apenas uma unidade de 5 estrelas no Funchal.

6.1.2. Turismo no Espaço Rural

O gráfico disposto no anexo nº5, retrata a distribuição territorial dos estabelecimentos de

Turismo no Espaço Rural, que numa primeira análise, apresenta as moradias turísticas de 2 estrelas

e as casas de campo como categorias predominantes, já a categoria de hotel rural, apresenta

apenas uma unidade situada no concelho da Ponta do Sol. As moradias turísticas de 1 estrela, à

semelhança do hotel rural, apresentam um peso na oferta total muito pouco significante e encontram-

se apenas no concelho do Funchal.

6.1.3. Conclusões

A distribuição geral das unidades de alojamento regionais apresenta uma forte

heterogeneidade, concentrando-se maior parte dos estabelecimentos no concelho do Funchal. Esta

característica deve-se muito a uma maior oferta por parte deste concelho ao nível de actividades,

serviços e equipamentos.

Os factores que influenciam esta distribuição são as diferentes condições climatéricas,

situações de diferentes atractividades, tanto de culturas/costumes como de beleza natural e também

condições de acessibilidades.

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20

Embora qualquer uma destas variáveis referidas anteriormente tenham um peso significativo,

é de referir também as decisivas fazes de desenvolvimento que tiveram como principal catalizador a

imensidão de obras de melhoria das acessibilidades na ilha.

Estas infra estruturas foram construídas por consecutivas fases temporais, provocando uma

certa desigualdade no contínuo desenvolvimento dos concelhos.

Estes diferentes desenvolvimentos e diferentes tipos de evoluções favoreceram um

bocadinho a vertente sul da ilha onde se encontram um maior e mais diversificado parque de

estabelecimentos e onde se situa também o tipo de estabelecimento destino mais procurado até à

data, os hotéis.

Na vertente norte da ilha encontramos oferta mais direccionada para o turismo espaço rural e

com menos condições de oferta de serviços ao turista, mas com uma vocação principalmente

orientada para as actividades relacionadas com a natureza.

Uma observação de carácter complementar, será o da escolha de local de construção de

estabelecimentos, resultantes de condições negociadas com os órgãos executivos municipais, visto

que estes funcionam como elementos que contribuem para aumento das condições sócio

económicas locais.

6.2. Análise dinâmica do ramo

6.2.1. Variáveis Adoptadas

Para analisar as tendências e o comportamento turístico global na Região, por falta de

informação disponível, entende-se por suficiente analisar como já antes referido, o comportamento

de um dos maiores ramos específicos do turismo, os hotéis e similares. Através de analogias e

comparações, podemos afirmar que qualquer um dos outros ramos, específicos ou conexos, estão

directamente relacionados com as variáveis estudadas para este alvo de estudo. Por outras palavras,

o comportamento dos ramos ligados ao turismo, reagem de uma maneira geral, com as mesmas

tendências e comportamentos que o ramo dos hotéis e similares.

Este estudo será efectuado no período de 1998 a 2005 e serão abordadas as seguintes

variáveis:

� Nº de unidades de alojamento

� Capacidade de alojamento (nº de camas)

� Nº de dormidas

� Taxa de ocupação

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21

6.2.2. Análises das variáveis

Qualquer uma das seguintes variáveis será alvo de uma separação sectorial entre os

mercados da Madeira e do Porto Santo, pois trata-se de mercados com vocações e dimensões

diferentes. Estes mercados no entanto apresentam actualmente relações de complementaridade

como destinos turísticos.

3.2.2.1. Análise sectorial de variáveis

Madeira

Unidades de Alojamento

O estudo desta variável traduz a evolução do número de unidades de alojamento, que

engloba o ramo dos hotéis e o ramo do turismo em espaço rural.

0

50

100

150

200

250

300

1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005

Anos

Evolução das unidades de alojamento

Figura 2 – Gráfico da evolução do número de unidades de alojamento

Fonte: 3 e 9 da bibliografia

O gráfico revela que desde o ano de 1998 até ao ano de 2005, o número de unidades

apresenta uma variação positiva. Esta variável, não apresenta uma taxa anual de crescimento

constante, e atinge o valor médio de 8.4%. Um destaque especial para o ano 2004, que apresenta

uma taxa de crescimento de 26,3% em relação ao ano de 2003 e uma variação de 75,4% em relação

ao início do período em análise.

O número de unidades de alojamento em funcionamento no ano 2005 apresenta uma quebra

de 1,7% em relação ao ano anterior, resultado talvez do crescimento de unidades de alojamento

desadequado à procura, registado no ano anterior.

Page 32: A sustentabilidade do turismo na Região Autónoma da Madeira · sensibilidade do turista em questões relacionadas com qualidade/preço do produto, torna-se necessário, uma análise

22

O gráfico seguinte traduz uma análise independente aos estabelecimentos Hoteleiros e às

unidades de Turismo no Espaço Rural.

Evolução no ramo de hotéis e sim ilares

0

50

100

150

200

250

1998

1999

2000

2001

2002

2003

2004

2005

anos

nº d

e un

idad

es

estabelecimentos hoteleiros

Unidades de turismo emespaço rural

Figura 3 – Gráfico da evolução anual do número de unidades de alojamento

Fonte: 3 e 9 da bibliografia

O número de unidades hoteleiras revela uma tendência crescente no seu desenvolvimento,

no entanto, houve uma tendência a estabilizar a partir do ano de 2003. As unidades de turismo rural

apresentam em 2004 um aumento no número de unidades 5 vezes ao do ano 1998 e o dobro em

relação ao ano anterior.

Tal como verificado no gráfico anterior, o grupo dos estabelecimentos hoteleiros apresenta

um decréscimo no número de unidades em funcionamento de 2004 para 2005, no entanto, este é

também um comportamento verificado nos estabelecimentos de turismo rural.

Para melhor entender qual ou quais os tipos de estabelecimentos que contribuíram para este

decréscimo, serão analisadas as evoluções dos estabelecimentos hoteleiros por grupo, como

disposto no gráfico que precede:

Evolução dos grupos de unidades hoteleiras

0

10

20

30

40

50

60

70

2000 2001 2002 2003 2004 2005

Anos

nº d

e un

idad

es

Hoteis

Hoteis- apartamentos

Pensões

Estalagens

Apart. Turistico

Figura 4 – Gráfico da evolução dos grupos de unidades hoteleiras

Fonte: 3 e 9 da bibliografia

Page 33: A sustentabilidade do turismo na Região Autónoma da Madeira · sensibilidade do turista em questões relacionadas com qualidade/preço do produto, torna-se necessário, uma análise

23

A generalidade dos grupos apresenta taxas de crescimento relativamente constantes,

exceptuando os apartamentos turísticos que em 2003 sofreram um pico de crescimento

relativamente acentuado.

À excepção dos hotéis e das estalagens, todos os grupos dentro das unidades hoteleiras,

apresentaram um decréscimo no número de unidades disponíveis a partir do ano 2004, devendo-se

possivelmente ao encerramento ou a transformações de um grupo para outro, por exemplo, o grupo

das pensões dos Hotéis-Apartamentos e dos Apartamentos Turísticos tornaram-se grupos com

menos procura, caracterizando-se como economicamente inviáveis, sendo assim necessário, um

investimento para uma mudança de grupo na unidade ou mesmo em último caso o seu

encerramento.

Este ultimo grupo de unidades referido, aparenta ser a principal causa da variação negativa

verificada no ano de 2004.

Evolução do nº de hoteis por categoria

8 8 9 9 10 10

2024

27 26 27 29

13 14 13 14 14 14

1 1 1 1 1 105

101520253035

2000 2001 2002 2003 2004 2005

anos

esta

bele

cim

ento

s

Hotel 5*

Hotel 4*

Hotel 3*

Hotel 2*

Figura 5 – Gráfico da evolução do número de Hotéis por categoria

Fonte: 3 e 9 da bibliografia

Na evolução registada no grupo dos hotéis, os hotéis de 4 estrelas, apresentam um

acréscimo no número de unidades relativamente significativo, mais precisamente de sete unidades.

As restantes categorias não apresentam variações dignas de referência, sendo estas variações de

apenas duas unidades na categoria com a segunda maior taxa de crescimento, os hotéis de 5

estrelas.

Capacidade de alojamento

Uma variável também muito importante nesta análise é a capacidade de alojamento. Esta

traduz o número de camas disponíveis na região. O cruzamento de dados desta variável com a

procura na região proporcionará a elaboração de juízos acerca do comportamento da oferta e a sua

viabilidade.

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Evolução da capacidade de alojamento no ramo

19996 2120524183

26121 27212 27412 28318 28011

0

5000

10000

15000

20000

25000

30000

1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005

anos

nº c

amas

Figura 6 – Gráfico da evolução da capacidade de alojamento

Fonte: 3 e 9 da bibliografia

A evolução registada, apresenta taxas de variação inconstantes, no entanto apresenta uma

dinâmica semelhante à do número de estabelecimentos, seja na taxa de crescimento global positiva

como também na variação negativa neste caso de 1,6% registada no ano 2005.

As maiores variações positivas, verificam-se nos anos de 1999 – 2000 e 2000 – 2001, com

valores respectivos de 14% e 9,7%.

Estas capacidades de alojamento no que refere às unidades de alojamento hoteleiro e tal

como indica o gráfico no anexo nº6, apresentam-se tendencialmente crescentes, no entanto a taxa

de crescimento é maior do ano 1999 para o ano 2000, sendo possível afirmar por cruzamento de

dados com o crescimento de unidades, que as unidades que abriram nesse ano apresentavam

grandes capacidades de alojamento, possivelmente hotéis.

Já a capacidade de alojamento no Turismo de Espaço Rural, como indica o gráfico disposto

no anexo nº7, embora em proporções muito menores, regista uma taxa de crescimento mais elevada

do que o grupo dos estabelecimentos hoteleiros.

Numa apreciação global, a capacidade de alojamento na ilha da Madeira, tem aumentado ao

longo dos anos, no entanto, no ano 2005 registou um decrescimento relativamente significante,

produto do encerramento de unidades de alojamento desadaptadas à procura registada na ilha,

nomeadamente apartamentos turísticos, pensões e hotéis apartamentos. O turismo do Espaço rural

embora com pesos menos significativos, apresenta uma dinâmica muito semelhante à dos

estabelecimentos hoteleiros.

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25

Número de dormidas

A variável número de dormidas é muito relevante pois é a variável que nos indica o

cruzamento de informação entre o número de hóspedes e o seu tempo de estadia.

Evolução do nº de dormidas no ramo de hotéis e simi lares

44831274782759 4993555

5551436 5510223 5641942 5540953 5681260

0

1000000

2000000

3000000

4000000

5000000

6000000

1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005

anos

dorm

idas

Figura 7 – Gráfico da evolução do número total de dormidas

Fonte: 3 e 9 da bibliografia

Analisando o gráfico anterior verificamos que existe um aumento relativamente significativo

no número de dormidas desde o ano 1998 ate ao ano 2001, apresentando uma media de 9,05%. A

partir desta data a esses valores atingem uma media de 0,6% até 2005, caracterizando esta

tendência como estabilizadora.

A maior taxa de crescimento regista-se no ano 2001, coincidindo com a abertura de 4 novos

hotéis de 4 estrelas, justificando então esta procura registada por acções promocionais efectuadas

pelos demais grupos hoteleiros.

O comportamento das dormidas nos estabelecimentos hoteleiros, tal como indica o gráfico

no anexo nº8, verifica-se muito semelhante ao ramo em geral, sendo o ano que apresenta a taxa de

variação mais elevada o ano 2001 com o valor de 10,9%. A tendência geral para o período de estudo

é para estabilizar à volta das 5.500.000 dormidas.

O Turismo de Espaço Rural, como disposto no gráfico no anexo nº9, apresenta uma variação

global positiva e a sua maior taxa de crescimento, apresenta-se tal como nos estabelecimentos

hoteleiros, entre o ano 2000 e o ano 2001. Para o resto do período encontramos taxas cada vez

menos positivas, sendo que no seu total sofrem um aumento de cerca de 315%.

A procura e o registo de dormidas na ilha da Madeira centraram-se mais nas categorias de 4

estrelas, pois estes apresentam excelentes ratios qualidade/preço. A Madeira apresenta de uma

maneira geral, um significativo aumento na procura, no entanto estes valores poderiam ser mais

altos, surgindo aqui uma falha no sistema turístico madeirense, pois o número de dormidas

representa aproximadamente 53% do possível, considerando a oferta existente e 365 dias no ano

2005. Estes números reflectem um cenário menos positivo quanto o expectável quando relacionados

com outras variáveis da economia gerada neste ramo.

Page 36: A sustentabilidade do turismo na Região Autónoma da Madeira · sensibilidade do turista em questões relacionadas com qualidade/preço do produto, torna-se necessário, uma análise

26

Taxas de ocupação

A variável taxa de ocupação, permite-nos avaliar a capacidade média por mês de uma

unidade e a sua utilização efectiva durante esse mesmo período. Os seguintes gráficos apresentam

as médias anuais das taxas de ocupação no ramo dos hotéis e similares.

Evolução anual da taxa de ocupação dos hotéis e sim ilares

63,0 64,759,3 60,0

56,4 57,053,8 54,6

0,0

10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

60,0

70,0

1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005

Anos

%

Figura 8 – Gráfico da evolução anual da taxa de ocupação das unidades de alojamento Fonte: 3 e 9 da bibliografia

Ao longo do período em análise, a taxa de ocupação do sector hoteleiro apresenta uma taxa

de crescimento negativa, variando num total de 8,4% desde o ano 1998 até o ano de 2005. Embora a

taxa geral seja negativa, a passagem desde 1998, de anos pares para anos ímpares, apresenta

sempre taxas positivas, não sendo no entanto suficientes para estabilizar os valores.

Em relação às taxas de ocupação específicas dos estabelecimentos hoteleiros, tal como

disposto no gráfico no anexo nº10, estas apresentam um comportamento muito semelhante ao da

totalidade do ramo. A diferença das taxas é de apenas 0,2%, passando de 8,4% para 8,6%.

Curvas comparativas da taxa de ocupação entre secto r e estabelecimentos hoteleiros

0,010,020,030,040,050,060,070,0

1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005

Anos

%

Sector hoteleiro

Estabelecimentoshoteleiros

Figura 9 – Gráfico de comparação das taxas de ocupação do ramo hoteleiro e dos estabelecimentos hoteleiros

Fonte: 3 e 9 da bibliografia

Page 37: A sustentabilidade do turismo na Região Autónoma da Madeira · sensibilidade do turista em questões relacionadas com qualidade/preço do produto, torna-se necessário, uma análise

27

As taxas de ocupação do ramo e dos estabelecimentos hoteleiros, como demonstrado no

gráfico anterior são praticamente idênticas, o que nos faz concluir, que o peso de turismo em espaço

rural é muito pouco significativo.

Embora pouco significativo, as taxas de ocupação do TER, tal como apresentado no gráfico

no anexo nº11, baseiam-se em informação retirada da DRE (Direcção Regional de Estatística) até ao

ano de 2003, e, por escassez de dados os valores de 2004 e 2005 foram extrapolados a partir do

peso da capacidade total de dormidas e as dormidas verificadas.

As taxas no TER mantém-se relativamente constantes na ordem dos 20% e nunca chegam a

ultrapassar os valores apresentados pelos estabelecimentos hoteleiros.

Estas taxas de ocupação, são resultado de valores diferentes verificados na sua distribuição

pelos meses do ano, e tal como disposto no gráfico do anexo nº12, apresentam uma variação

negativa em todos os meses do ano desde 1998 a 2005. Os meses de menor procura são Janeiro,

Novembro e Dezembro, que mesmo na altura do natal e fim do ano apresenta uma procura muito

pontual. A taxa de ocupação nunca é inferior a 40% e varia desde este limite até aos 78%. Será de

realçar, um pico de procura muito invulgar no âmbito nacional, nos meses de Março e Abril, não só

pelos valores apresentados mas também pela sua extensão.

A principal conclusão que depreendemos da análise deste indicador, é que as taxas de

ocupação estão a baixar. Pelo contrário o número de dormidas e a capacidade de alojamento tem

aumentado com o decorrer dos anos. O cruzamento destes três indicadores indica que, se as

dormidas apresentam taxas com variações positivas e existe uma diminuição das taxas de ocupação,

o crescimento da capacidade de alojamento apresenta a ritmos demasiado acelerados.

Porto Santo

Qualquer estudo de variáveis na ilha do Porto Santo, é significativamente mais reduzido em

questões proporcionais do que na ilha da Madeira, no entanto, este contribui imenso para os níveis

de atractividade da região devido a algumas características singulares que apresenta relativamente a

mercados concorrentes.

Page 38: A sustentabilidade do turismo na Região Autónoma da Madeira · sensibilidade do turista em questões relacionadas com qualidade/preço do produto, torna-se necessário, uma análise

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Nº de unidades de alojamento

Evolução do nº unidades de alojamento

25 25

26 26

27

26

25

23

21

22

23

24

25

26

27

28

1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005

Anos

unid

ades

Figura 10 – Gráfico da evolução do número de unidades de alojamento Fonte: 3 e 9 da bibliografia

O número de unidades de alojamento, além de reduzido, apresenta pouca variação no

decorrer do período, cerca de 15%, ou seja 4 unidades. A redução de unidades a partir do ano 2002

deve-se principalmente à criação de estabelecimentos de maior capacidade, nomeadamente hotéis,

que saturaram o mercado com oferta contribuindo para o encerramento de estabelecimentos de

menor capacidade tal como estalagens e pousadas.

Capacidade de alojamento

Evolução da capacidade de alojamento no Porto Santo

800894

1448 1452 1494 1544 1542 1518

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005

ano s

Figura 11 – Gráfico da evolução da capacidade de alojamento no Porto Santo Fonte: 3 e 9 da bibliografia

O número registado de dormidas no Porto Santo, apresenta taxas de crescimento positivas,

com tendência a estabilizar, a partir do ano 2000. Esta estabilização deve-se maioritariamente ao

carácter limitado de acolhimento próprio da ilha, visto ser uma procura com uma sazonalidade muito

acentuada e consequentemente de difícil viabilidade para investidor.

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29

Nº de dormidas

Evolução das dormidas no Porto Santo

0

10000

20000

30000

40000

50000

Jane

iro

Fever

eiro

Mar

çoAbr

ilM

aio

Junho

Julho

Agosto

Setem

bro

Outubr

o

Novem

bro

Dezembr

o

Meses

dorm

idas 2002

2004

2005

Figura 12 – Gráfico da evolução das dormidas no Porto Santo Fonte: 3 e 9 da bibliografia

A evolução das dormidas no Porto santo pode apenas ser estudada nos anos 2002, 2004 e

2005, por falta de informação disponível, por isso foram agregados num só gráfico a procura por ano

e por mês melhorando a quantidade de informação do gráfico em análise.

Nestes anos, a análise revela que, o melhor ano em qualquer dos meses foi 2004. A

sazonalidade, tal como dito anteriormente, é muito acentuada, com picos de procura desde Junho

até Outubro, encontrando-se no resto do ano, nunca acima de valores na ordem dos 10.000/15.000

hóspedes.

Taxa de ocupação

Evolução da taxa de ocupação Porto Santo

020406080

100120

Jane

iro

Fevere

iro

Mar

çoAbr

ilM

aio

Junh

oJu

lho

Agosto

Setem

bro

Outubr

o

Novem

bro

Dezem

bro

Meses

%

1999

2000

2002

2003

2004

Figura 13 – Gráfico da evolução da taxa de ocupação no Porto Santo Fonte: 3 e 9 da bibliografia

As taxas de ocupação apresentam um comportamento muito semelhante ao do número das

dormidas, pois nos meses de maior procura, verificamos escassez de oferta de alojamento.

A elevadíssima taxa de ocupação no ano de 1999, pode ser umas das principais razões do

acréscimo de capacidade de alojamento no ano 2000, sendo esta uma reacção natural do mercado

para atingir valores optimizados e de equilíbrio. A média de ocupação anual em 2004 é de 41%.

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30

6.3. Análise económica do ramo

6.3.1. Variáveis adoptadas

Na análise económica, serão interpretados os resultados de determinadas variáveis

resultantes do funcionamento dos estabelecimentos deste ramo.

Estas variáveis interferem não apenas nos resultados económicos do ramo, mas também

têm repercussões no âmbito socio-económico da Região.

Algumas das variáveis aqui analisadas, encontram-se disponíveis para os períodos de 1998

a 2003, sendo normal o período de 1998 e 2005.

Estas variáveis são:

� Nº de empregados por cama

� Custos com pessoal

� Receitas de aposento

� Receitas totais

6.3.2. Análise de variáveis Nº de empregados por cama

A evolução do número de empregados ao serviço deste ramo específico do turismo, tal como

disposto no gráfico no anexo nº13, dentro do período em análise, demonstra uma certa

proporcionalidade com o aumento do número de camas demonstrado anteriormente, visto que nunca

ultrapassa os 0,25 valores e nunca baixa os 0,2 valores.

Como o número de camas tem aumentado de uma maneira exponencial, depreende-se que

o número de empregados também o tenha.

Custos com pessoal

6166179073753719

8381137592358932 95459183

0

20000000

40000000

60000000

80000000

100000000

(€)

1999 2000 2001 2002 2003

Anos

Evolução dos custos com pessoal

Figura 14 – Gráfico da evolução dos custos com funcionários Fonte: 3 e 9 da bibliografia

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31

Este gráfico traduz o previsível aumento do custo afecto ao pessoal ao serviço, pois detém,

uma relação de proporcionalidade com o aumento do alojamento como referido anteriormente.

Esta relação de proporcionalidade apresenta discrepância no aumento registado do número

de empregados do ano 2000 para o ano 2001, devendo-se possivelmente a diferentes tipos de

contractos, e o uso de mais mão-de-obra especializada, repercutindo-se no aumento dos salários.

Outra das variáveis em estudo, são as receitas de aposento, que são exclusivamente pelas

receitas afectas pelo uso do quarto, ou seja, sem contar com outro tipo de serviços usados pelos

hóspedes nos estabelecimentos.

Receitas de aposento

Em relação às receitas de aposento, tal como indica o gráfico no anexo nº14, indica que as

receitas de aposento tiveram um acréscimo muito grande no ano de transição 2000/2001. Os

restantes anos em estudo apresentaram tendências de crescimento mas com uma estabilização a

partir do ano 2002. Esta reacção talvez se deva a uma forte descida nos preços praticados e um

aumento da despesa com funcionários, contrariando o proporcional aumento esperado o crescimento

da oferta.

Receitas totais

Evolução das receitas totais

163388 181078200583

230632 237129 245195 243684 248545

0

50000

100000

150000

200000

250000

300000

1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005

Anos

10^3

Figura 15 – Gráfico da evolução das receitas no ramo totais Fonte: 3 e 9 da bibliografia

As receitas totais verificadas no ramo dos hotéis e similares, apresentam um comportamento com

taxas de crescimento positivas, à excepção do ano 2004, que tal como nas receitas de aposento, é

menor que o ano anterior.

A maior taxa de crescimento como seria de esperar, é novamente do ano 2000 para o ano

2001, apresentando com tendência a estabilizar nos anos seguintes. Através do cruzamento de

dados das receitas de aposento com as receitas totais, que as receitas geradas pelos demais

serviços prestados nas unidades mantêm-se relativamente constantes.

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32

6.4. Conclusões

• A evolução da oferta por tipo e categoria de estabelecimento é muito difícil de definir como

adequado ou não, pois embora lenta, a mesma apresenta, tendências de transformação de

acordo com o tipo de procura, sendo assim a única maneira de apresentar viabilidade

económica.

• O tipo de estabelecimento mais procurado na ilha da Madeira é o hotel e o hotel

apartamento, e as categorias são os de 4 e 5 estrelas no hotel e 4 estrelas no hotel

apartamento, pois são os que apresentam os ratios qualidade/preço mais competitivos.

• O crescimento da oferta foi superior ao da procura, tal como indica o gráfico seguinte:

Dormidas disponiveis e verificadas

0

2000000

4000000

6000000

8000000

10000000

12000000

1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005

anos

dorm

idas dormidas verificadas

dormidas disponiveis

Figura 16 – Gráfico de dormidas disponíveis/verificadas nos estabelecimentos hoteleiros

• Este comportamento de oferta excessivo resulta em taxas de ocupação menores, no

aumento das despesas dos estabelecimentos e na diminuição dos preços praticados,

chegando mesmo à prática de preços que resultem na inviabilidade económica dos mesmos.

• No turismo de Espaço Rural, na comparação oferta disponível/ dormidas verificadas temos:

Dormidas verificadas e disponiveis

0

50000

100000

150000

200000

250000

1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005

dormidas verificadas

dormidas disponiveis

Figura 17 – Gráfico de dormidas verificadas/disponíveis no TER

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33

• Os Estabelecimentos em Espaço Rural, apresentam o mesmo comportamento estudado nos

estabelecimentos hoteleiros, mas evidencia ainda mais o excesso de oferta.

• A sazonalidade registada na Madeira, apresenta-se medianamente acentuada, evidenciando

dois picos de procura, um na Páscoa e outro no Verão.

• O Porto Santo tem comportamentos muito diferentes da ilha da Madeira, com uma

sazonalidade extremamente acentuada, apresenta durante o ano taxas de ocupação

pontuais de 100% e durante outros meses de apenas 20%, a oferta está adequada à procura

sendo os pontos fracos, o período e a intensidade da procura, que deverá ser mais extenso e

mais homogéneo.

• O mercado do Porto Santo necessita de mais quantidade e diversidade de tipos de atracção,

para poder combater esta sazonalidade.

• Os mercados de procura no Porto Santo são praticamente os mesmos verificados na ilha da

Madeira, os do Norte da Europa potenciando os mesmos tipos de fragilidades.

• O motivo de encerramento de estabelecimentos, esteve também ligado ao aumento

significativo de casa própria na ilha dourada, retirando assim alguma procura nos meses de

menor afluência.

• A região registou um aumento nas receitas de aposento e nas receitas totais, no entanto,

aliando as despesas com pessoal ao serviço que também aumentaram na mesma proporção

à diminuição do preço praticado devido a efeitos de concorrência, estas receitas apresentam-

se com comportamentos cada vez menos positivos.

• Embora para o ramo dos hotéis e similares isto seja um resultado longe do óptimo, as

repercussões sociais a curto prazo são positivas resultando na diminuição da taxa de

desemprego.

• A região tem perdido receitas na hotelaria desde 2002 nos meses da Páscoa, isto apresenta-

se como uma retracção muito grande na procura da Região visto que costumava ser uma

das alturas de maior afluência com maiores gastos da administração pública na realização

de eventos de projecção internacional.

• O número de dormidas na Região apresenta tendências de estagnação. Este cenário pode

dever-se principalmente a três factores, o aumento relativo do custo de acessibilidades à

ilha, as características da ilha como produto turístico insuficientes ou ultrapassadas e por fim

pode dever-se também a estratégias de promoção e marketing do destino pouco eficientes.

• A Madeira face à concorrência verificada actualmente, necessita urgentes intervenções que

resultem num aumento da procura e proporcionem cenários tendenciais de sustentabilidade

económica.

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34

7. Metas de sustentabilidade

Após um estudo do comportamento e da produtividade do turismo na Região, verificou-se

que este apresenta falhas no circuito económico com repercussões na totalidade do sector.

Caracterizando este sector como um motor gerador de riqueza com incidência nos domínios

socio-económicos, estas falhas repercutem-se directamente no rendimento/desenvolvimento real em

relação ao rendimento/desenvolvimento potencial.

Estas falhas encontram-se na pouca optimização da parte logística, com incidência na

procura registada, e na parte de marketing com incidências na procura potencial.

Para garantir um cenário de sustentabilidade no sector turístico regional, existem três planos

de intervenção a elaborar no sentido de melhorar a atractividade deste destino no âmbito

internacional, nomeadamente:

• Plano de intervenção na área das acessibilidades;

• Plano de intervenção na área de melhoramento do produto;

• Plano de intervenção na área de promoção do produto, nomeadamente nas áreas de

marketing;

7.1 Acessibilidades O termo acessibilidades está associado a variados temas e cenários, neste estudo o

abordado são as “facilidade de acesso a …”.

A acessibilidade abordada neste estudo refere-se à facilidade de acesso às ilhas que

compõem a Região Autónoma da Madeira no que toca às condições operacionais dos meios de

transporte sejam estes aéreos ou marítimos.

A acessibilidade apresenta-se como uma variável fulcral que por si só pode determinar o

sucesso deste produto turístico. Tendo em conta que analisamos o turismo numa ilha existem dois

meios de transporte possível, o transporte marítimo que neste caso não apresenta especial

relevância visto que além das rotas comerciais existem as rotas dos navios de cruzeiros que

encaram o porto da região como porto de escala e não como porto de chegada ou partida, e o

transporte aéreo. Este meio de transporte é o mais importante e caracteriza-se por ser relativamente

caro, resultando numa desvantagem de peso em relação a outros destinos, no entanto alguns dos

destinos concorrentes, à excepção das Canárias apresentam este meio de transporte como um

ponto a seu favor pois garantiram através de políticas de intervenção neste sector preços muito

convidativos que na maior parte das vezes tornam os destinos mais acessíveis através de transporte

aéreo do que qualquer outro tipo de transporte.

Neste caso tratando-se de uma região ultra-periférica em que, para além dos necessários

movimentos dos residentes, os fluxos turísticos detêm um forte peso na economia, a questão do

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35

transporte aéreo e do comportamento dos diferentes agentes envolvidos é considerado como um

epicentro de vários outros problemas originando debates e críticas das entidades ligadas à promoção

dos destinos, unidades hoteleiras e demais empresas turísticas, é fundamental formar um quadro

actual da realidade presente neste sector económico, identificando oportunidades e evitando erros de

outros destinos.

Neste sentido, sabendo que é possível tornar as acessibilidades para a Madeira de ponto

fraco para ponto forte tal como a maioria dos destinos concorrentes, terão que ser formadas políticas

de intervenção que permitam a transformação deste sector numa variável economicamente positiva.

Uma possível intervenção muito positiva na área das acessibilidades é a criação de

condições que permitam a adesão das ligações denominadas de low cost.

Os operadores de low cost, abrangem neste momento uma parte do mercado antes

abrangida pelas companhias charter, oferecendo voos mais flexíveis a turistas mais sensíveis ao

preço.

Este tipo de ligação, para praticar estes preços relativamente mais aliciantes, tanto a nível de

outras empresas do mesmo como outro tipo de transporte, baseia-se em três elementos base:

• Produto simples

• Posicionamento

• Baixos custos operacionais

Ilustração 1 – Elementos chave do sucesso das low cost.

Fonte: 6 da bibliografia

Posicionamento

Companhias aéreas low cost

Produto Simples

Baixos Custos

Operacionais

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36

Produto simples

O produto simples representa ausência de refeições, sendo que a sua venda a bordo significa

uma receita adicional para a empresa; lugares mais estreitos aumentando a capacidade do avião;

ausência de reserva de lugar; ausência de programas de passageiro frequente;

Posicionamento

O posicionamento refere-se as políticas usadas para interacção com os vários cenários que

se lhes deparam nos diferentes mercados, e, políticas de interacção com os clientes, sendo estes na

sua maioria, passageiros de lazer, passageiros de negócios mais sensíveis ao preço e residentes em

segunda habitação e assim proporcionam um tráfego ponto a ponto com elevada frequência e

distâncias reduzidas; politicas de marketing agressivas; uso de aeroportos secundários; forte

competição com todas as companhias aéreas;

Baixos custos operacionais

Os baixos custos operacionais referem-se a estratégias internas da empresa que resultem

na viabilidade económica da venda de um produto deste género, nomeadamente salários baixos,

baixas taxas aeroportuárias, baixos custos de manutenção apresentando apenas um modelo de

avião, elevadas estratégias operacionais nos sectores das esperas em terra, ausências de transporte

de mercadorias, rápidos períodos de limpeza, um tipo de vendas com comissão reduzidas, com

elevado recurso à Internet;

O aeroporto da Madeira tem na sua extensão 2781 metros sendo o suficiente para a

recepção de qualquer tipo de avião, 15 plataformas de estacionamento e 16 portas de embarque,

sendo na sua totalidade capaz de mexer com um tráfego de 3,5 milhões de pessoas por ano.

Sabendo que o tráfego no ano de 2004 apresenta valores a rondar os 2,2 milhões de

passageiros, não serão as capacidades operacionais nem infraestruturais que se apresentam como

obstáculos na criação de condições atractivas para os operadores low cost.

As duas principais razões na dificuldade da implementação destas linhas são a localização

geográfica da Madeira, e as condições operacionais do aeroporto.

Embora a localização geográfica da ilha seja um factor importante na venda do produto ao

turista que o interpreta positivamente, para as companhias low cost este factor assim já não o é, pois

vai contra as suas politicas operacionais que garantem viabilidade económica da ligação. As

companhias em questão, para garantir uma maior rentabilidade, recorrem a uma utilização muito

intensa das suas aeronaves, recorrendo a um maior número de utilizações diárias, estipulando para

esse fim uma distância máxima variando de companhia para companhia, mas situado entre 1000 e

1500 km, e uma duração máxima de 2 horas.

A localização geográfica da Madeira, como indica a seguinte figura, apresenta-se então fora

das linhas de viabilidade económica dos principais mercados emissores de voos low cost, que por

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37

sua vez são também grandes mercados emissores de turistas para a região, nomeadamente

Inglaterra e Alemanha, resultando no recurso às companhias charter mais caras, por parte destes

mesmos turistas.

Ilustração 2 – Linhas de acção de voos charter e low cost Fonte: 6 da bibliografia

O segundo problema referido é originado pelas condições operacionais do aeroporto da

Madeira.

Este aeroporto foi inaugurado a 8 de Julho de 1964, com a denominação de Aeroporto do

Funchal, tendo na altura uma pista com um comprimento total de 1.600 metros. Actualmente a pista

tem um comprimento de 2.781 m, após terem sido acrescentados 3.400.000 m3 de aterro sob parte

da nova Pista, e feitos 180 pilares com diâmetro de 3 metros e altura máxima de 50 metros, assentes

em fundações que atingem na maior profundidade os 70 metros, encontrando-se preparado para

receber qualquer tipo de avião, o que não acontecia no passado.

Esta obra, com um custo total estimado de mais de 500 milhões de Euros, foi comparticipada

pela União Europeia que estabeleceu determinados compromissos económicos, obrigando a

empresa exploradora a praticar taxas aeroportuárias sensivelmente 2 vezes superiores a outras

praticadas em estruturas aeroportuárias no território nacional, tal como nos indica o gráfico seguinte:

Low cost

Charter

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Figura 18 – Gráfico das taxas aeroportuárias Fonte: 6 da bibliografia

Existem de facto, dificuldades na sua implementação, no entanto as ligações low cost

comprovaram ao longo dos anos ser extremamente produtivas para os destinos aos quais fornecem

os seus serviços. Valerá assim a pena tentar ultrapassar as barreiras para a sua implementação?

O seguinte quadro expressa essa realidade e indica-nos que de facto embora a criação de

condições para a sua implementação, seja uma aposta que acarreta volumes significativos de

capital, a longo prazo, de uma maneira relativamente segura, podemos esperar desse investimento

uma actuação muito positiva na economia regional

Anos/Lugares 2001 2002 Variação 2003 Variação 2004 Variação 2005 Variação

Low cost 15 23.8 8.9 29.2 5.4 33.5 4.3 37.1 3.6

Tabela 1 – Tabela das taxas de crescimento dos diferentes tipos de ligação aérea

Fonte: 6 da bibliografia

De maneira a proporcionar as tais condições necessárias que tornem o destino Madeira

atractivo para as linhas low cost, já que não podemos alterar as condições geográficas da ilha, terão

que ser criados incentivos económicos por parte da administração pública central e regional, já que

estes investimentos têm repercussões ao nível do país, esses incentivos poderão existir através de

políticas fiscais ou até mesmo subsídios.

Uma segunda atitude pró activa é facilitar a cooperação entre os organismos responsáveis

pelo turismo e sua promoção, e as companhias, já que este tipo de ligação melhora a promoção do

destino e também as condições de venda por parte das operadoras deste tipo de ligação.

As empresas estão cientes dos benefícios e importância destas ligações e indicam que

desde que sejam os destinos a financiar esta actividade promocional, estão disponíveis a interagir.

7 , 13

4 ,0 3

12 ,5 5

23 ,7 1

3 , 63 4 ,0 3

6 ,8 1

14 ,4 7

3 ,9 3

1,18

4 , 07

9 ,18

0

5

10

15

2 0

2 5

A t e r r a gem /

De sc o la ge m

S e gur anç a S er v i ço P a ssage i r os TOTA L

Madeira

Portugal Continental

Espanha e Canárias

Principais Taxas Aeroportuárias (2005; euros por passageiro)

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“…nós podemos trabalhar com o destino no desenvolvimento de uma nova campanha, ou

acompanhar os seus esforços na promoção de informação já existente numa oferta com um

brand partilhado...”

Fonte: 6 da bibliografia

Um terceiro potencial tema a intervir, seria o de incentivar, através de políticas conjuntas com

o país vizinho, voos low cost da Península Ibérica que não só interfere com o habitual tipo de

turismo, mas poderá desencadear uma procura por outro tipo de turismo actualmente pouco

registado, o turismo de “short stay”.

7.2. Produto

O produto turístico resulta de uma oferta num destino turístico que engloba atractivos, infra-

estruturas básicas, infra-estruturas de acesso, serviços bancários, de segurança, de saúde, de

informações e uma diversificada oferta de outros equipamentos e serviços normalmente procuradas

em situações de estadia fora da realidade habitual de cada um. Quanto maiores, melhores e mais

diversificados forem estes equipamentos e serviços, melhor será o produto turístico.

De entre os vários factores possíveis de referir, os que contribuem para melhorar o produto e

a sua atractividade na globalidade das várias vocações turísticas, são a melhoria da sinalética para

ajudar o Touring pela ilha, a melhoria do acesso ao mar e promoção do desenvolvimento de

desportos náuticos através de políticas de incentivos fiscais ou facilidades de licenças, visto que a

temperatura das águas é um recurso muito pouco aproveitado; podem ser também criados planos de

revitalização da zona do porto do Funchal para uma melhor promoção da ilha nas escalas dos

cruzeiros, potenciar incentivos ao melhoramento dos eventos existentes de projecção internacional e

também investir na sua promoção, revitalizar zonas históricas, aumentar as acções de protecção das

faixas litorais, principalmente no Porto Santo, e, por ultimo, incentivar o investimento nas infra-

estruturas do golfe, que tal como os desportos náuticos tem condições ambientais para a sua prática

durante todo o ano.

Outro tema também muito importante na construção de um produto turístico de qualidade e

previsões de sustentabilidade é na parte da elaboração, execução e monitorização de bons

instrumentos de gestão territorial, em que neste momento verificamos casos de falta de harmonia

paisagística e territorial. Este tema de harmonia paisagística está relacionado com as questões de

âmbito ambiental e actua tal como o âmbito sócio-cultural na qualidade do produto turístico deste

destino Estas situações embora de âmbitos distintos, podem resultar em efeitos colaterais negativos

que prejudicam este destino e põem em causa a sua sustentabilidade como sector económico.

Através de intervenções positivas efectuadas nestes âmbitos a Madeira passa a usufruir de

condições que permitam a sua colocação nos olhos do mundo como um destino turístico de

excelência.

Page 50: A sustentabilidade do turismo na Região Autónoma da Madeira · sensibilidade do turista em questões relacionadas com qualidade/preço do produto, torna-se necessário, uma análise

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7.3 Marketing

O terceiro factor fulcral na sustentabilidade da Madeira como destino turístico é a promoção

do produto através das estratégias de marketing. Existem várias interpretações e muitas definições

técnicas para marketing, no entanto existe uma que me parece adaptar-se melhor ao tipo de

marketing abordado neste estudo que é:

“Marketing é o estudo do mercado. É uma ferramenta administrativa que possibilita a

observação de tendências e a criação de novas oportunidades de consumo visando a satisfação do

cliente e respondendo aos objectivos financeiros e mercadológicos das empresas de produção ou

prestação de serviços”.

(FRAGA, Robson, 2006)

As estratégias de marketing podem neste caso ser divididas em dois cenários distintos. O

primeiro cenário é o da corrida a uma cota parte das emissões de turistas de mercados emergentes,

tal como a Rússia, a Polónia, a Eslovénia, etc.

O segundo cenário possível e o escolhido para a elaboração deste estudo, apresenta como

objectivo principal a procura de maiores quantidades de emissões de turistas dos mercados já

estabelecidos tal como a Alemanha, o Reino Unido, a França, Portugal, a Espanha e a França. Neste

segundo cenário, a única intervenção a fazer é no sistema de marketing usado em cada país e tentar

melhorar a sua eficiência.

A eficiência é outra questão que se divide em duas partes distintas, a parte da distribuição e

a sua maneira de chegar ao público-alvo, e, a questão da quantidade e qualidade da informação

transmitida. Este segundo plano servirá de base para a elaboração do estudo que se segue.

Page 51: A sustentabilidade do turismo na Região Autónoma da Madeira · sensibilidade do turista em questões relacionadas com qualidade/preço do produto, torna-se necessário, uma análise

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8. ANÁLISE AO MARKETING

Nesta 1ª parte do estudo será abordada apenas uma porção desta imensidão de variáveis

que constituem o marketing de um destino, a parte da adequação da informação transmitida ao

turista potencial com base na informação dos gostos característicos dos turistas de cada país,

obtidos num questionário elaborado acerca das principais áreas dos gastos efectuados pelos

mesmos, na ilha. Esta análise não tem só o objectivo de uma melhoria mas também a actualização

da imagem deste destino.

Esta estratégia de actualização e melhoria da imagem nos principais mercados emissores,

contribui indiscutivelmente para a melhoria da procura e consequentemente também para a

constatação de futuros cenários de sustentabilidade. No entanto embora a estratégia de atrair mais

procura dentro dos actuais mercados emissores, seja mais simples do que ir buscar a sua quota-

parte noutros mercadores emergentes, fica afecto a este destino um risco bastante elevado, sujeito a

cenários de transformação suportados por variáveis incontroláveis por parte dos órgãos responsáveis

pela sua promoção. Para diminuir esse risco e com sorte até melhorar os movimentos de procura,

poderão estabelecer-se relações de complementaridade, com o cenário de procura de novos

mercados emissores emergentes, satisfazendo assim à partida, parte dos objectivos de procura.

O tipo de divulgação de informação estudada neste relatório são as brochuras que embora

estejam já nos tempos actuais a ser ultrapassadas pela divulgação on-line, não invalida a eficácia

deste estudo, pois não está em causa o meio de divulgação mas sim a qualidade e quantidade da

transmissão da informação, não obstante no entanto de uma apreciação mais positiva da Internet

como meio de divulgação mais eficiente.

O objectivo, neste capítulo de estratégias de marketing é cruzar os dados dos tipos de gastos

de cada país emissor, com os dados das actuais brochuras direccionadas aos mesmos, verificando a

sua adequação ou não. Essas brochuras serão também comparadas com as dos principais destinos

de concorrência na tentativa de identificar fraquezas perante o marketing dos mesmos, sendo estas

as duas principais análises a efectuar.

Estas análises serão efectuadas de uma maneira singular a cada mercado emissor e na

seguinte ordem, Portugal, Inglaterra, Alemanha, Espanha, França e Suécia. Neste estudo, por falta

de informação disponível, não serão efectuadas análises ao mercado Holandês, no entanto será

analisado o marketing no mercado espanhol, pois este mercado apresenta potencialidades de

emissão elevadas.

O destino Madeira em análise, inclui o destino Porto Santo, no entanto no âmbito das

conclusões, serão elaborados juízos, tendo em conta o tipo de vocação afecta a cada um.

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8.1. Despesa local

A ilha da Madeira, apresenta vários sectores onde o turista pode efectuar despesa, tanto em

áreas de consumo como nas áreas de prestação de serviços.

Este estudo reparte-se pela análise de gastos turísticos por sector seguida de uma outra

análise dos gastos nos sectores por mercado emissor, permitindo tirar conclusões mais específicas e

pertinentes. Esta análise não reflecte valores monetários gastos mas sim as principais áreas de

despesa para o turista.

Os sectores que serão estudados são os economicamente mais relevantes, estando

associados tanto a ramos específicos como a ramos conexos do turismo.

Esses sectores são:

● Alojamento ● Alimentação ● Deslocações ● Comunicações

● Aluguer de automóvel ● Combustível ● Artesanato/Comércio

● Tours/Excursões ● Actividades culturais e entretenimento ● Actividades

desportivas

● Outras despesas

A análise da despesa registada, baseia-se num estudo efectuado pela empresa de estudos

de mercado, Synovate Portugal, realizado no ano 2003, referente ao ano 2002. Este estudo é

globalmente constituído por questionários efectuados a turistas, provenientes dos 6 principais

mercados emissores, que saem da Região a partir do Aeroporto Intercontinental da Madeira. Estes

principais mercados emissores compreendem-se por apresentar mais de 30.000 visitantes por ano.

Dados das “Estatísticas de Turismo” relativos a 2002, disponibilizados pela D.R.T.

O universo da amostra foi de 2000 inquéritos, realizados de uma maneira aleatória, no

entanto era previsto um total de 0,3% de inquiridos da procura anual por pais.

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O seguinte quadro apresenta o número de inquéritos efectuados por país, os reais e os expectáveis:

As diferenças de número de inquéritos reais em relação aos previstos deveu-se

principalmente a razões de sazonalidade, e baixas taxas de receptividade do inquérito por parte dos

turistas.

8.1.1. Análise dos gastos nos sectores, por mercado emissor

Mercado

Emissor

ANUAL

2002 PREVISTA REAL

Portugal 204.067 618 620

Reino Unido 195.673 593 632

Alemanha 137.979 418 411

França 56.128 170 88

Holanda 36.010 109 50

Suécia 30.380 92 101

TOTAIS 660.237 2000 1902

Tabela 2 – Tabela do número de inquiridos por mercado emissor Fonte: 5 da bibliografia

AREAS DE DESPESA (%) Global Portugal Inglaterra Alemanha Holanda França Suécia

Alojamento 84,2 73,4 89,7 95,1 88 81,8 71,3

Alimentação 92,6 95,6 92,4 94,6 90 86,4 74,3

Deslocações 46 53,9 47,9 35,8 36 34,1 41,6

Comunicações 36,6 33,5 33,9 44,3 60 34,1 34,7

Aluguer de Automóvel 32,9 32,3 23,7 45 52 46,6 22,8

Combustível 29,4 31,1 19,5 41,1 48 40,9 14,9

Artesanato/Comércio 23,4 26,9 20,3 25,8 34 20,5 9,9

Tours/Excursões 16,2 7,7 20,9 24,8 10 9,1 13,9

Actividades Culturais 8 8,7 8,9 4,1 12 15,9 5

Actividades Desportivas 4,8 2,3 4,3 9 12 2,3 5

Outras despesas 4,9 2,4 5,4 8,8 8 1,1 4

NR/NS 3,4 1,5 4,6 1,2 8 4,5 13,9

Média do numero de

áreas de despesa 3,8 3,7 3,7 4,3 4,6 3,8 3,1

Tabela 3 – Tabela dos gastos nos sectores por mercado emissor Fonte: 5 da bibliografia

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Numa análise muito simples e objectiva deste quadro verifica-se que os mercados que mais

consomem são os da Alemanha e Holanda e os que efectuam menos despesa são os Suecos. As

áreas de despesa menos exploradas são as actividades culturais e desportivas. Os países, que

apresentam maior potencial de procura por estas actividades são outra vez a Alemanha, a Holanda,

e, com um peso menos representativo, Portugal.

Nas áreas de Tours e Excursões, verifica-se que destes países emissores, a Alemanha e

Inglaterra são os que mais se interessam e procuram.

Nas restantes áreas, qualquer um destes mercados comporta-se de uma maneira

relativamente parecida, não se verificando situações de excepcionalidade.

No sector das Tours e excursões, tal como disposto na tabela no anexo nº15, verifica-se que

as actividades com maior afluência são, os Tours específicos, os Tours pela ilha e Outros, as tão

conhecidas levadas deixam-se cair para segundo plano, sendo mais procuradas pelos portugueses.

Os teleféricos e os jardins são menos relevantes, adoptando lugares de complementaridade

na procura destas actividades, mostrando apenas necessidade de promoção do mercado Holandês.

No sector das actividades culturais, por análise ao quadro no anexo nº16, depreende-se que

a actividade com maior relevância é o casino para o qual contribuem com maior peso os mercados

de Portugal, Inglaterra e Holanda. A vida nocturna é a segunda actividade com maior peso,

apresentando uma certa homogeneidade na totalidade destes mercados, exceptuando a França e a

Suécia que recaem mais pela procura dos museus.

Apesar dos valores apresentados para este sector, numa análise de peso relativo, estas

actividades culturais foram referidas apenas por 8% dos inquiridos.

Tal como as actividades culturais, estas actividades desportivas, por análise ao quadro no

anexo nº17, apresentam um peso na amostra total, muito pouco significativo, cerca de 5%. Isto

justifica-se também pelo facto deste questionário ter sido efectuado no mês de Dezembro, época de

pouca actividade neste sector. De qualquer modo, a modalidade desportiva que mais se destaca é o

golfe e outras, que abrange uma totalidade de actividades de poucas infra-estruturas e logística. O

mergulho embora só se tenha evidenciado Portugal na sua procura, é uma actividade que apresenta

muita procura por turismo de cruzeiros, que não entram nesta amostra pois foi elaborada no

aeroporto e por turismo de Verão que aparece em alturas diferentes da deste questionário. A

modalidade de mergulho, devido às águas quentes deste destino, apresenta potenciais de procura

muito grandes, embora também apresente competitividade com outros destinos bastante elevada,

sendo contrariada com atitudes pró activas, na melhoria da oferta.

O último sector ao qual se torna relevante uma análise mais específica é o do artesanato e

comércio, e tal como disposto no quadro no anexo nº18, notamos um destaque especial para o

comércio com o vinho madeira e outras despesas, sendo que nos restantes tipos de despesa

verificam-se valores relativamente parecidos, não se evidenciando nenhum em geral. O mercado

emissor que mais despesa aparenta realizar, é o Francês. Em relação ao peso global da amostra,

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45

como demonstrado no primeiro quadro deste tema, seja pela grande quantidade de áreas de

despesa ou pela procura habitual destes tipos de produtos, este sector apresenta-se como bastante

relevante nos gastos efectuados neste destino, com valores de 28%.

Dos valores apresentados nos quadros anteriores, verifica-se que existem, de facto,

actividades como Tours/excursões, actividades culturais, actividades desportivas que apresentam

défice logístico e no caso do comércio/artesanato que apresentam estratégias e produtos algo

desactualizados. Estes valores, para além de revelarem os gostos e hábitos dos turistas, também

informam, sobre o tipo de cultura de cada mercado emissor, contribuindo positivamente na

elaboração do marketing afecto a esses países.

8.2. Análise de Brochuras

8.2.1. Parâmetros estudados para os mercados emisso res Nestas brochuras em cada mercado emissor para o Verão 2004 e para o Inverno 2003/2004

serão avaliadas a representatividade a qualidade e o preço deste destino em relação à concorrência.

Na análise de representatividade, será referido o peso na totalidade das amostras em cada

mercado emissor, dos elementos de alojamento, entretenimento e apresentação geral, não só do

destino Madeira mas também da sua mais directa concorrência. Na análise de qualidade, serão

avaliados de 0-5 valores, a capacidade de descrição da Madeira no desenvolvimento dos principais

temas que a caracterizam e a promovem, e também os impactes que as brochuras transmitem,

quando direccionadas para os vários tipos de turismo possíveis de frequentar nesses destinos. Os

valores foram atribuídos por uma equipa experiente de consultores especializada na procura e

motivação turística. A análise dos preços deste destino em cada mercado, será elaborada com base

em preços médios por pacotes com idênticas características, e será subdividido por categorias de 5,

4, 3 estrelas.

Os valores e gráficos representativos são retirados de um estudo elaborado pela empresa

NEOTURIS de consultoria em turismo, no sentido de dotar o projecto CIETMAC (Centro de

Investigação e Estudos Turísticos da Macaronésia) da iniciativa comunitária INTERREG III B 2000-

2006, com alguma informação sobre o posicionamento do destino Madeira e Canárias junto dos

operadores turísticos.

Estes valores como já referido anteriormente serão cruzados com a informação das áreas de

despesa desses mercados emissores que nos traduzem alguns costumes e hábitos de férias,

permitindo assim, tirar juízos acerca da adequação destas brochuras como ferramentas de promoção

e da sua posição perante a concorrência.

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46

8.2.2. Mercados emissores

Portugal

Figura 19 – Gráfico da distribuição de páginas por tipo de informação no Inverno Fonte: 7 da bibliografia

No mercado emissor português, no Inverno, o destino Madeira está relativamente bem

representado de uma maneira quantitativa geral, no entanto os destinos Canárias e Tunísia

apresentam potenciais de concorrência bastante elevados.

Na análise do tipo de uso dedicado pelas páginas afectas a cada destino nas respectivas

promoções, verifica-se que o destino Madeira apresenta-se nos três tipos de informação

relativamente bem diversificado evidenciando-se na tipologia do alojamento em relação à

concorrência.

O destino que opta por uma promoção de características mais parecidas à Madeira é a

Tunísia, sendo o Egipto, pelo contrário, o destino que apresenta menos semelhanças, optando por

uma promoção mais acentuada das suas actividades.

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47

Figura 20 – Gráfico da distribuição de páginas por tipo de informação no Verão Fonte: 7 da bibliografia

No Verão, verifica-se um aumento na agressividade representativa dos destinos Canárias e

Baleares, que, no caso do primeiro, chega mesmo a preencher mais 8% de páginas que a Madeira.

Verifica-se também que, todos os destinos aumentam em grandes proporções as páginas

dedicadas ao alojamento, em detrimento das páginas dedicadas às actividades. Às excepções da

Tunísia e Egipto, que reagem da maneira oposta, tentando evidenciar os seus pontos fortes de

capazes de gerar atracção. Os destinos Malta, Chipre e Grécia não apresentam volumes

significantes de concorrência nos valores de representatividade no mercado Português.

Figura 21 – Gráfico da distribuição da oferta de alojamento por destino e tipologia no Inverno Fonte: 7 da bibliografia

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48

Dos valores de alojamento apresentados, os principais destinos revelados pelos dados deste

gráfico são em primeiro lugar a Madeira e depois, respectivamente, as Canárias, Baleares e Tunísia.

O destino Madeira, para além de apresentar como imagem de marca o parque hoteleiro de

luxo, é também na quantidade o destino que melhor se caracteriza, no entanto, na categoria de 4

estrelas, Canárias encontra-se mais bem promovida, e, sendo esta uma das principais categorias na

contribuição para o aumento das taxas de ocupação, evidencia-se aqui uma fraqueza perante a

concorrência mais directa. Os principais destinos mais presentes na oferta disponível no mercado

português são a Madeira, as Canárias e as Baleares.

Figura 22 – Gráfico da distribuição da oferta de alojamento por destino e tipologia no Verão

Fonte: 7 da bibliografia

Os espanhóis, apresentam na totalidade, um cenário de representatividade e de oferta muito

elevados quando comparados com a Madeira e sobretudo com qualquer um dos outros destinos

concorrentes. Tanto as Canárias como as ilhas Baleares, apresentam oferta de alojamento de 3 e 4

estrelas dominante, demonstrando claramente um forte atractivo para o turista português.

A diversidade aumenta claramente no Verão em termos de destinos de escolha, com o

surgimento de alguma significância da Grécia e Chipre. A Madeira apresenta diversidade na sua

oferta para este mercado, no entanto aparenta limites muito inferiores à concorrência espanhola face

à capacidade de oferta de alojamento.

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49

Figura 23 – Gráfico da avaliação de cada destino por critério no Inverno Fonte: 7 da bibliografia

As brochuras representantes de cada destino na oferta verificada em Portugal, de um ponto

de vista da promoção dos destinos pelos critérios referidos, indicam que a Madeira apresenta uma

pontuação baixa na descrição geral e em quase todos os critérios, exceptuando a qualidade das

fotografias e a facilidade de manuseamento. Um ponto pouco aproveitado é a descrição do clima no

Inverno visto tratar-se de uma mais-valia perante concorrência.

Figura 24 – Gráfico de avaliação das vocações turísticas de cada destino no Inverno Fonte: 7 da bibliografia

Na vocação turística por cada destino, a Madeira encontra-se mal caracterizada em todos os

aspectos principalmente nas vocações de Touring e Golfe. O golfe encontra-se pouco promovido

atendendo à qualidade dos campos da região. Na área de desporto e aventura, este destino

apresenta-se com pouca presença podendo ser alvo de uma potencial melhoria, visto que apresenta

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50

relações de complementaridade com a do turismo de família, e de haver condições climatéricas

favoráveis durante quase todo o ano.

Figura 25 – Gráfico da avaliação de cada destino por critério no Verão Fonte: 7 da bibliografia

Nos meses de Verão, verifica-se uma maior agressividade de promoção do destino Madeira,

em todos os sectores, à excepção do critério clima. Este facto resulta de uma transformação

pertinente, pois nesta época do ano o factor clima evidencia-se pouco face à concorrência. Nota-se

um aumento de qualidade na promoção face à concorrência.

Figura 26 – Gráfico de avaliação das vocações turísticas de cada destino no Verão Fonte: 7 da bibliografia

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Na qualidade relacionada com a descrição da vocação turística, a Madeira apresenta

relativamente bem evidenciadas as suas potencialidades neste mercado competitivo. A vocação de

destino familiar e actividades desportivas apresentam potencial de melhoria, sendo que são

actividades que apresentam fortes possibilidades de melhoria na oferta Regional.

Preços

Analisando o quadro no anexo nº19, verifica-se que a Madeira, na categoria de 5 estrelas,

apresenta preços muito competitivos, tanto no Inverno como no Verão tendo em conta a qualidade

dos estabelecimentos. Talvez este fenómeno resulte da maior oferta registada desta categoria nesse

destino ou de uma maior concorrência verificada no Verão.

Nas categorias de 4 e 3 estrelas, apresenta também preços muito acessíveis, em relação à

concorrência, no entanto verifica-se uma acentuação deste cenário no Verão, talvez pelas razões

apresentadas anteriormente. De qualquer maneira, em qualquer das categorias e em qualquer das

épocas, a Madeira apresenta valores médios sempre inferiores às Canárias. Os mercados com

preços mais elevados nos pacotes são a Madeira, as Canárias e Marrocos.

Conclusões relativas a Portugal

A Madeira em comparação com alguns destinos concorrentes, apresenta no Inverno, uma

maior representatividade, sendo que no Verão, este cenário muda, evidenciando os destinos

espanhóis. Estes dois destinos nomeadamente Canárias e Baleares, são indiscutivelmente os mais

agressivos, seguidos do Egipto e da Tunísia.

Em relação ao alojamento, a Madeira apresenta uma oferta de categorias muito homogénea,

tal como maior parte dos outros destinos, à excepção das Ilhas Baleares que apostam principalmente

nas categorias de 3 e 4 estrelas.

Os preços praticados para a Madeira no mercado nacional no Inverno, são competitivos

apenas em relação aos destinos espanhóis, e no Verão apresentam-se competitivos em relação a

todos os outros destinos, devido ao aumento do nível de oferta.

Em relação à tipologia de informação, no Inverno, a Madeira segue as mesmas politicas da

concorrência, evidenciando apenas o Egipto na promoção das suas actividades.

Nos meses de Verão, a Madeira e os destinos Espanhóis promovem mais o alojamento em

detrimento da apresentação geral e das actividades, a concorrência, com especial destaque para a

Tunísia, adopta cenários contrários, resultando num aumento de páginas dedicadas à apresentação

geral e actividades. Esta estratégia posiciona a Madeira em posição de concorrência directa com o

grupo mais competitivo, os destinos Espanhóis, revelando-se como uma posição muito competitiva.

Uma característica muito positiva encontrada no destino Madeira durante todo o ano, é o seu

clima ameno e com pouca amplitude térmica, no entanto, este encontra-se pouco promovido em

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relação ao seu valor potencial e em relação à concorrência visto que este factor é uma das principais

causas para a procura registada no Inverno e justificam os preços mais elevados.

No que referente à promoção por vocação, no Inverno, o critério Natureza está muito pouco

expressivo em relação ao seu potencial, no entanto as categorias Sol e Mar e Short Stays estão

muito positivas. Para além do critério Natureza, deviam melhorar o critério Família, Desporto e

Aventura e o Golfe, aumentando a sua cota parte deste tipo de procura visto são critérios procurados

por este mercado emissor.

Os Portugueses, caracterizam-se por procurar as categorias mais baixas de alojamento e os

mais diversos tipos de actividades. A Madeira numa análise geral, não é o destino que mostra a

oferta mais atractiva para este mercado emissor, existem assim melhorias a referir. Estas melhorias

afectam não só modificações à estrutura deste tipo de promoção, mas também ao próprio produto

turístico oferecido na ilha.

O português é um turista muito sensível a questões de variação de preços, pelo que uma

melhoria de preços praticados nas acessibilidades poderia resultar num aumento do turismo Short

Stay oriundo deste mercado emissor.

Espanha

Figura 27 – Gráfico da distribuição de páginas por tipologia de informação no Inverno Fonte: 7 da bibliografia

Este destino, pouco ou nada apresenta como atractivo ao mercado espanhol em qualquer

tipo de informação. No Inverno, a oferta de alojamento ganha maior referência, no entanto, está

muito aquém da sua oferta potencial. Os destinos espanhóis, apresentam uma percentagem alta de

oferta de alojamento, e os destinos como a Tunísia e Marrocos, para além de um peso bastante

representativo, são os apresentam uma distribuição mais equilibrada entre alojamento e actividades.

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Figura 28 – Gráfico da distribuição de páginas por tipologia de informação no Verão Fonte: 7 da bibliografia

Nos meses de Verão, muda radicalmente a oferta de destinos dignos de referência presentes

no mercado espanhol, mantendo-se apenas a Madeira, Marrocos e Canárias, sendo este último

destino, o mais representado, seguido de Marrocos, Grécia e Madeira. Embora com muito menos

volume, a Madeira apresenta estratégias de marketing idênticas às de Canárias, evidenciando o

alojamento, já os outros dois destinos apostam mais nas actividades.

Figura 29 – Gráfico da distribuição de oferta de alojamento por destino e tipologia no Inverno Fonte: 7 da bibliografia

O destino Madeira apresenta uma aposta mais significativa em alojamentos de luxo, no

entanto, em comparação com os outros destinos, não se destaca em aspectos quantitativos. O

destino Canárias apresenta além de uma oferta bastante mais numerosa de alojamento, diversidade

de tipologias bastante homogénea, sendo este um ponto forte deste destino. As Baleares tal como as

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Canárias, apresentam-se como destino dominante no grupo em estudo. A Madeira, a Tunísia e

Marrocos, apresentam o mesmo tipo de estratégia de oferta neste mercado.

Figura 30 – Gráfico da distribuição de oferta de alojamento por destino e tipologia no Verão Fonte: 7 da bibliografia

Nos meses de Verão, a Madeira encontra-se mais presente na oferta praticada no mercado

espanhol situando-se agora na segunda posição do grupo, sendo que o destino mais representado

continua a ser as Canárias apresentando-se com estratégias marketing muito agressivas. É de

salientar a perda de estatuto das Ilhas Baleares no mercado das ofertas principais espanhol.

Qualquer um dos destinos representados no mercado espanhol, aparentam apostar

proporcionalmente na diversidade de categorias na oferta.

Figura 31 – Gráfico da avaliação dos destinos por critério no Inverno Fonte: 7 da bibliografia

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A concorrência espanhola, tal como a Madeira, promove pouco o seu clima nos meses de

Inverno, no entanto evidencia-se na constatação da sua história e qualidade das fotos, abordando

uma estratégia diferente da concorrência mais directa. É de salientar a pouca importância dada

pelos destinos espanhóis à sua descrição geral. A Madeira nos restantes critérios, apresenta valores

medianos de pontuação, não evidenciando nenhuma fraqueza.

Figura 32 – Gráfico de avaliação das vocações turísticas de cada destino no Inverno Fonte: 7 da bibliografia

Verifica-se uma evidente superioridade por parte da Tunísia em relação à Madeira que

apresenta pontuações mais altas em todos os tipos de vocação. A Madeira nas vocações turísticas

Família, Desporto e Golfe, apresenta os valores mais baixos de todos os destinos presentes em

Espanha, e, mesmo com boas pontuações nas vocações Sol e Mar, Short Stays e Touring, encontra-

se muito aquém das qualificações das vocações apresentadas pela sua concorrência mais directa.

Figura 33 – Gráfico da avaliação de cada destino por critério no Verão Fonte: 7 da bibliografia

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A Grécia à excepção da referência à sua história, apresenta melhores pontuações em todos

os outros critérios do que a Madeira, no entanto este último destino adquire valores muito

semelhantes aos outros dois principais destinos concorrentes, encontrando-se nesta altura do ano

mais expressiva. Os outros destinos presentes neste mercado não se evidenciam em nada, pelo

contrário, apresentam valores muito baixos, principalmente nos critérios de história e tradição

regional.

Figura 34 – Gráfico de avaliação das vocações turísticas de cada destino no Verão Fonte: 7 da bibliografia

Nas vocações explícitas nas brochuras de cada destino em análise, salientamos que de uma

maneira geral, a Madeira à excepção do Golfe, apresenta valores médios na totalidade das vocações

estudadas. Especial destaque no entanto, à boa promoção deste destino ao turismo de Natureza, ao

turismo de Sol e Mar e ao do Desporto e Aventura. As Canárias, apresentam melhores pontuações

nas vocações de Sol e Mar, Família, Golfe e Short Stays.

A Turquia também se apresenta como um destino com valores altos nas vocações que lhe

são afectas, com uma forte aposta nas vocações que caracterizam o turismo praticado nesse país.

Preços

Os valores relativos aos preços de pacotes presentes no mercado Espanhol, estão dispostos

no quadro no anexo nº20 e indicam que, de Inverno a Madeira apresenta os preços mais baixos do

que os seus concorrentes directos, as Canárias e as Baleares, exceptuando as Canárias na

categoria de 5 estrelas. Este cenário no Verão inverte-se pois apenas a Grécia e Malta é que

apresentam valores superiores aos da Madeira. A Madeira caracteriza-se então, por ser um destino

com preços bastante equilibrados durante o ano.

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Conclusões relativas ao mercado Espanhol

O mercado espanhol, pela representatividade afecta ao destino Madeira, revela ser um

mercado emissor com pouco interesse. Os destinos que mais se evidenciam neste mercado são os

espanhóis, as Canárias no Verão e as Ilhas Baleares no Inverno. Na vertente de preços, as Baleares

apresentam-se como concorrência directa à Madeira visto que aposta também em campanhas de

Verão, no entanto a pergunta resume-se em saber se a maior promoção no Verão aliado a uma boa

política de preços permite aumentar a procura. Neste sentido, contribuiria muito uma ligação Low

cost oriunda deste país.

Este mercado emissor releva-se pouco interessante por razões de muita competitividade e

pelo facto das vocações predominantes de procura deste mercado emissor serem mais expressivas

nos próprios destinos nacionais. Neste sentido apenas o Algarve e o Porto Santo apresentam no

território nacional, vocações semelhantes ás dos Espanhóis, e numa apreciação complementar,

apresentam a vantagem da língua em relação a outros destinos de escolha.

Em relação aos valores de avaliação a impressão geral é mediana, mas merece especial

destaque a pouca promoção do clima e temperaturas da água nos meses de Inverno.

A vocação predominante da Madeira é tal como em Marrocos, a Natureza, no entanto a

concorrência aposta mais na Família, Short Stays, Sol e Mar e Golfe que são as que mexem maiores

volumes de turistas e são os que em média mais gastos efectuam, merecendo especial atenção e

potencial melhoria.

As condições existentes na Ilha, tanto a nível de infra-estruturas como de características não

são suficientes para justificar falhas na sua promoção, no entanto a única maneira de competir com

os mercados Espanhóis parece ser através dos preços praticados nas acessibilidades, no sentido de

tornar os pacotes de preços competitivos.

Neste mercado torna-se impreterível a separação dos destinos Madeira e Porto Santo, no

sentido de promover um destino muito vocacionado para o seu principal turismo de emissão, o Sol e

Mar.

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França

Figura 35 – Gráfico da distribuição de páginas por tipologia de informação no Inverno

Fonte: 7 da bibliografia

No Inverno, no mercado francês, existe uma grande e diversificada oferta de destinos,

revelando-se um mercado emissor muito atraente mas no entanto difícil de cativar. A Madeira, neste

país, encontra-se relativamente bem representada, mantendo-se um pouco atrás, da sua mais

directa concorrência, Marrocos, Tunísia e Canárias. De entre estes quatro principais destinos, a

Madeira embora seja o que apresenta menos oferta de alojamento, é o que apresenta mais

actividades.

Figura 36 – Gráfico da distribuição de páginas por tipologia de informação no Verão Fonte: 7 da bibliografia

Page 69: A sustentabilidade do turismo na Região Autónoma da Madeira · sensibilidade do turista em questões relacionadas com qualidade/preço do produto, torna-se necessário, uma análise

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Nos meses de Verão, encontra-se um mercado ainda mais competitivo, com mais oferta de

destinos. A madeira encontra-se relativamente bem representada, apresentando uma boa

percentagem de alojamento e de actividades, posicionando-se como o terceiro destino mais

representado neste mercado emissor. Os destinos Marrocos e Tunísia são os mercados que mais se

evidenciam tanto em alojamento como em actividades. Os restantes destinos, encontram-se com

pesos semelhantes, uns pelas estratégias de marketing, outros pela capacidade de oferta de cada

um.

Figura 37 – Gráfico da distribuição da oferta de alojamento por destino e tipologia no Inverno

Fonte: 7 da bibliografia

Dentro dos volumes de oferta de alojamento, a Madeira, Marrocos e a Tunísia apresentam os

volumes maiores estando o destino Madeira em segundo lugar.

Já nos tipos de alojamento disponível, estes três, encontram-se outra vez com estratégias

parecidas, apresentando uma oferta mais volumosa e diversificada, atingindo um mercado alvo mais

abrangente. As Canárias apresentam também uma certa presença neste mercado, mais

direccionada para as categorias de hotel de 4 e 3 estrelas.

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Figura 38 – Gráfico da distribuição de oferta por destino e tipologia no Verão Fonte: 7 da bibliografia

A oferta no mercado francês, nos meses de Verão, torna-se como já dito anteriormente mais

competitiva, com aumento de diversidade de oferta, e com o surgimento de novos destinos como a

Croácia, a Grécia e a Turquia.

A Madeira, o Egipto e a Tunísia, apresentam estratégias de oferta muito similares e

diversificadas, sendo nestas predominantes os hotéis de 4 e 5 estrelas. O destino Tunísia é durante

todo o ano o destino predominante.

Figura 39 – Gráfico da avaliação de cada destino por critério no Inverno Fonte: 7 da bibliografia

Quando se analisa as brochuras disponíveis, em relação à qualidade afecta a cada um dos

critérios, verifica-se que a Madeira apenas apresenta boas pontuações na descrição geral, na

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61

História e na tradição regional, nos outros critérios encontra-se pontuada abaixo dos mercados

concorrentes.

Figura 40 – Gráfico de avaliação das vocações turísticas de cada destino no Inverno Fonte: 7 da bibliografia

A Madeira, apenas apresenta valores positivos face à concorrência na vocação de Natureza.

Os três principais destinos concorrentes, nomeadamente a Tunísia, Marrocos e Canárias,

apresentam-se como destinos melhor qualificados nas restantes vocações. O destino Madeira

revela-se muito fraco relativamente à concorrência.

Figura 41 – Gráfico da avaliação de cada destino por critério no Verão Fonte: 7 da bibliografia

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Nos meses de Verão os critérios estudados são os mesmos, no entanto o número de

destinos disponíveis para análise aumenta significativamente. O destino Madeira encontra-se

expressiva nas brochuras em relação a todos os critérios de uma forma geral, contudo, o clima é um

critério menos evidenciado, relativamente à concorrência mais directa, Marrocos, Tunísia, Grécia e

Canárias. Nos restantes critérios apresentados, este destino não demonstra sinais de sub

valorização perante a concorrência verificada.

Figura 42 – Gráfico de avaliação das vocações turísticas de cada destino no Verão Fonte: 7 da bibliografia

As pontuações atribuídas nos meses de Verão à promoção de cada destino por vocação

turística, encontram-se muito fracas para o destino Madeira, relativamente aos valores apresentados

pela concorrência, principalmente nas vocações Família, Desporto e Aventura e Wellness. A Madeira

apresenta uma certa complementaridade com as vocações das Canárias, mas são os destinos

Marrocos e Grécia, que à excepção das vocações de Natureza e Touring para o primeiro e Golfe e

Touring para o segundo, apresentam a concorrência mais significativa do grupo.

Preços

Como disposto no quadro no anexo nº21, verifica-se que à excepção das Canárias, todos os

principais destinos concorrentes da Madeira apresentam preços muito mais competitivos para

qualquer categoria e épocas do ano.

Os destinos Madeira e Canárias, pelo tipo de clima ameno apresentado como imagem de marca,

aproveitam os meses de Inverno para sobressair em relação a destinos concorrentes e elevam os

preços devido à especificidade da procura. O destino Madeira apresenta-se em média como o

destino mais caro representado neste mercado.

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Conclusões relativas ao mercado Francês

O mercado Francês é um mercado muito procurado pelos destinos estudados, pois é um

mercado com enormes capacidades de emissão de turistas.

A Madeira tanto no Inverno como no Verão, apresenta-se medianamente representada e

com estratégias para promoção do alojamento bastante diversificada, no entanto, a Grécia, a Tunísia

e Marrocos apresentam uma oferta quase idêntica, apostando também num mercado alvo muito mais

abrangente.

Infelizmente, os preços praticados para os pacotes deste país com destino para a Madeira e

para as Canárias, são muito elevados sendo essa barreira mais evidente para os pacotes das

categorias de 3 e 4 estrelas.

Na análise da adequação das brochuras, pelo cruzamento de informação com o quadro dos

gastos, verificamos que o típico francês gosta de actividades de Touring pelo aluguer de viaturas e

actividades culturais, sendo menos aptos a actividades desportivas, assim sendo, seria de melhorar

tanto no Inverno como no Verão, os critérios da descrição geral, a qualidade das fotografias, a

Tradição Regional e a História, estando estas duas últimas com valores muito baixos necessitando

assim uma intervenção.

As restantes vocações a intervir, são as da Natureza, Touring e a Família, principalmente

este último que no Verão apresenta valores muito baixos.

As vocações Sol e Mar podem ser indiscutivelmente melhoradas em relação à concorrência

desde que, se adopte a já referida separação dos destinos Madeira e Porto Santo.

Infelizmente, a maior parte dos outros destinos apresentam-se bem representados em quase

todos os critérios e vocações, para além de serem mais baratos e mais perto, proporcionando um

cenário crítico para este destino em estudo.

O destino Madeira tem potencialidades para atingir este mercado tão intensamente como a

concorrência, talvez com uma promoção mais adequada que permita combater a barreira dos preços

praticados assim o faça. No entanto existem vocações pouco exploradas tal como o Sol e Mar e

Família que são facilmente moldáveis para permitir atingir maiores valores de procura.

Embora este seja um mercado com um nível de vida mais elevado que o Português, os

consumidores, revelam alguma sensibilidade a preços praticados numa procura de destino de férias.

Aqui aborda-se a questão da dificuldade de implementação das linhas Low cost, sendo que estas

com certeza contribuíam muito significativamente para o aumento da procura registada.

Este mercado tem uma particularidade de ser muito gastador em serviços, actividades

culturais e produtos regionais, sendo por isso um potencial alvo de estudo de viabilidade económica

na implementação de uma ligação aérea subsidiada pelas entidades responsáveis.

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64

Alemanha

Figura 43 – Gráfico da distribuição de páginas por tipologia de informação no Inverno Fonte: 7 da bibliografia

No mercado emissor Alemão, encontra-se com uma forte aposta por parte dos destinos

Ibéricos, sobretudo as Canárias. O destino Madeira apresenta o terceiro posto na representatividade

geral, sendo o primeiro na representatividade das actividades e apresentação. È de salientar que

apenas os destinos Madeira e Baleares intensificam as informações na apresentação e em

actividades, sendo no entanto em todos os destinos, predominante o alojamento.

Figura 44 – Gráfico da distribuição de páginas por tipologia de informação no Verão Fonte: 7 da bibliografia

Page 75: A sustentabilidade do turismo na Região Autónoma da Madeira · sensibilidade do turista em questões relacionadas com qualidade/preço do produto, torna-se necessário, uma análise

65

Nos meses de Verão, a representatividade relativa dos destinos em estudo permanecem

praticamente idênticos, no entanto o destino Madeira é o único que para além de intensificar imenso

a apresentação, continua a postar mais nas actividades do que a concorrência. O destino que

apresenta agora, mais oferta de alojamento passa a ser as Baleares em vez das Canárias. Estes por

serem do mesmo país, podem apresentar estratégias complementares de desenvolvimento turístico,

planeado em âmbitos nacionais.

Figura 45 – Gráfico da distribuição de oferta de alojamento por destino e tipologia no Inverno

Fonte: 7 da bibliografia

De todos estes destinos, os espanhóis são os que apresentam mais representatividade de

hotéis de categoria 4 e 3 estrelas, no entanto, assim parecem todos entender, como sendo estes as

categorias mais atraentes economicamente para este mercado emissor. O destino Madeira

apresenta oferta relativamente diversificada, embora em níveis relativos muito inferiores.

Figura 46 – Gráfico da distribuição de oferta de alojamento por destino e tipologia no Verão

Fonte: 7 da bibliografia

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66

Nos meses de Verão, a estratégia utilizada para promoção do destino Madeira, enveredou

por apresentação de alojamento económico em detrimento do alojamento de luxo. Já a promoção

das ilhas Baleares, apostou num aumento significativo de representatividade em todos as categorias

de alojamento. Os destinos Espanhóis são os que apresentam maior diversidade de oferta, e

praticamente são os únicos com apostas significativas nas categorias de Self-Catering.

Preços

Os valores dos preços dos pacotes neste mercado emissor, estão dispostos no quadro no

anexo nº22 e indicam que o destino Madeira, é indiscutivelmente, o que apresenta preços mais

elevados, evidenciando-se nas categorias de hotéis de 4 e 3 estrelas, sendo uma clara desvantagem

deste destino. Os destinos ibéricos, apresentam os preços mais elevados, desfrutando talvez dos

seus nomes estarem presentes neste mercado emissor há mais tempo, e, daí mais reconhecidos.

Os destinos Tunísia e Turquia, apresentam preços mais elevados nos meses de Verão do

que no Inverno, contrariando a estratégia utilizada por todos os outros destinos.

Figura 47 – Gráfico da avaliação de cada destino por critério no Inverno

Fonte: 7 da bibliografia

Analisando agora as brochuras a nível qualitativo em relação aos critérios apresentados,

aferiu-se que nos meses de Inverno, o destino Madeira apresenta valores em média superiores à

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67

concorrência, embora no critério afecto ao clima, esteja muito aquém do potencial, verificando-se

este factor nos três destinos Ibéricos.

Figura 48 – Gráfico de avaliação das vocações turísticas de cada destino no Inverno Fonte: 7 da bibliografia

Nas classificações afectas à promoção destes destinos por vocações turísticas, verificamos

que o destino Madeira apenas se evidencia na vocação de Touring e Natureza. Isto traduz uma

concorrência muito forte por parte de outros destinos, no entanto apresenta uma posição positiva em

relação à maioria verificada.

Figura 49 – Gráfico da avaliação de cada destino por critério no Verão Fonte: 7 da bibliografia

Page 78: A sustentabilidade do turismo na Região Autónoma da Madeira · sensibilidade do turista em questões relacionadas com qualidade/preço do produto, torna-se necessário, uma análise

68

Nestes meses de Verão, o destino Madeira, nos critérios de Descrição Geral e Clima, a

Madeira está relativamente melhor avaliada que os outros destinos. Já nos outros critérios, à

excepção da história, este destino encontra-se dentro da média, no entanto, a totalidade do grupo

apresenta valores de fraca expressão.

Figura 50 – Gráfico de avaliação das vocações turísticas de cada destino no Verão Fonte: 7 da bibliografia

O destino Madeira, nos meses de Verão, promove-se nas brochuras com uma qualidade

bastante superior, procurando a sua cota parte de emissões de turismo face à concorrência. Os

pontos fortes, Natureza e Sol e Mar, encontram-se mais expressivos, sem perder qualidade nos já

promovidos no Inverno, a única vocação que continua fraca face à concorrência é mesmo a

promoção afecta ao golfe. De um modo geral o aumento de qualidade relativamente à concorrência

apresenta-se maior do Inverno para o Verão, pois o aumento da expressividade verifica-se em todo o

grupo.

Conclusões relativas ao mercado Alemão

O mercado alemão, é um dos mercados que actualmente mais turistas emite para a Madeira,

e para além da quantidade, emite os passageiros de uma maneira homogénea, durante todo o ano,

contribuindo assim para combater a sazonalidade.

Em relação ao tipo de alojamento oferecido por categorias, este aparenta ser adequado visto

ser idêntico ao dos destinos concorrentes, presumindo que estes, ao longo dos anos, adaptaram-se

ao tipo de procura deste mercado para todo o ano.

Os preços praticados, apresentam ser uma desvantagem visto que a Madeira é o destino

mais caro deste segmento, em qualquer das categorias e em qualquer altura do ano. A Tunísia e a

Turquia são os destinos que apresentam valores mais baixos, talvez pela proximidade geográfica.

Uma aposta da Tunísia e Turquia nos meses de Inverno nos preços dos pacotes mais

baixos, reflectem a incapacidade competitiva relativamente a outros destinos turísticos ou então

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69

demonstra ser uma estratégia de captação do turismo de Inverno, pois este revela ser mais gastador

e consumidor sem contribuir para a saturação dos serviços.

No Inverno existe uma fraca expressão para a apresentação geral e para o clima. Será muito

positivo assim melhoria não só destes dois referidos mas também da qualidade das fotografias e a

facilidade de manuseamento. No critério do clima, principalmente nos meses de Inverno, resultará

uma maior procura por parte das classes etárias mais altas, pois apresentam neste país, movimentos

de migração para países de climas mais amenos.

No Verão, embora não tão necessário como nos meses de Inverno, encontramos lugar

para potencial melhoria do clima, do mapa e da facilidade de manuseamento, visto que nesta altura

existe muito mais competitividade e a facilidade de transmissão de informação é mais importante.

O turista alemão é consumista, adepto de actividades desportivas e Touring, logo, em qualquer

altura do ano existe espaço de intervenção nas vocações Desporto e Aventura e no Golfe. Em

contrapartida evidencia-se a forte expressão da Natureza e Touring face à concorrência que

apresentam valores muito positivos e muito adequados.

Este mercado, sendo um dos mais importantes, merece uma atitude pró activa sendo que

uma aposta numa formação e instrução dos recursos humanos tanto para o conhecimento da cultura

mas sobretudo da língua, a longo prazo, seria mais um elemento positivo a evidenciar na promoção

regional. Esta sugestão embora seja muito útil para qualquer um dos mercados emissores em

estudo, revela-se mais prático no mercado alemão pois este povo revela pouca facilidade para

dominar línguas estrangeiras, incluindo o inglês a língua mais praticada.

Reino Unido

Figura 51 – Gráfico da distribuição de páginas por tipologia de informação no Inverno Fonte: 7 da bibliografia

Page 80: A sustentabilidade do turismo na Região Autónoma da Madeira · sensibilidade do turista em questões relacionadas com qualidade/preço do produto, torna-se necessário, uma análise

70

Esta análise de representatividade numérica de páginas, dos destinos turísticos

apresentados neste mercado emissor, indica-nos que o destino Madeira encontra-se nos três

destinos menos representados, apenas à frente da Tunísia e do Egipto sendo os destinos que

apresentam um maior número de páginas promocionais por ordem decrescente, as Canárias, o

Chipre, Sul de Espanha e Malta. O destino Canárias apresenta valores que evidenciam uma forte

aposta deste destino sobre este mercado emissor.

A diversidade de informação apresentada nestes destinos é muito semelhante a um nível

proporcional.

Figura 52 – Gráfico da distribuição de páginas por tipologia de informação no Verão

Fonte: 7 da bibliografia

Nos meses de Verão, o cenário verificado no âmbito da representatividade dos vários

destinos neste país, aumenta significativamente na oferta de destinos turísticos. O destino Madeira,

apresenta valores relativamente baixos de representatividade nas três tipologias de informação, com

especial relevância para as actividades. Os destinos Espanhóis, continuam por apresentar a maior

representatividade, seguidos do Chipre, da Grécia e da Turquia. A estratégia promocional do destino

Madeira, assemelha-se com os destinos Malta, Tunísia, Croácia, Sul de Espanha e Egipto.

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71

Figura 53 – Gráfico da distribuição de oferta por destino e tipologia no Inverno Fonte: 7 da bibliografia

A pouca representatividade nas brochuras do destino Madeira neste mercado, relativamente

ao alojamento, desenvolve-se numa aposta nos sectores de 4 e 5 estrelas, sendo pouco relevante

nas outras categorias. A fraca aposta nas categorias de 5 estrelas parece ser geral, no entanto,

através de uma boa diversificação das restantes categorias, contribuem para uma maior

atractividade, principalmente do destino Canárias. O nível de representatividade do destino Madeira

encontra-se ao nível dos valores de Malta, Chipre e Sul de Espanha, situando se nos mais baixos do

grupo.

Figura 54 – Gráfico da distribuição de oferta por destino e tipologia no Verão Fonte: 7 da bibliografia

Page 82: A sustentabilidade do turismo na Região Autónoma da Madeira · sensibilidade do turista em questões relacionadas com qualidade/preço do produto, torna-se necessário, uma análise

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A diversidade de oferta de destinos aumentou significativamente e a oferta já existente

aumentou a representatividade praticada no Inverno. O destino Canárias apresenta mais diversidade

e quantidade de páginas de promoção aos alojamentos, determinando uma estratégia destinada a

movimentar grandes massas de turismo provenientes deste mercado.

Continuam a ser os países ibéricos, mas principalmente os espanhóis, a apresentar maior

representatividade, no entanto, o destino Madeira, apresenta valores de representatividade medianos

quando comparados com os restantes destinos apresentados.

A Madeira apresenta, tal como no Inverno, nas páginas disponibilizadas para o alojamento,

uma maior percentagem destinada às categorias de 4 e 5 estrelas.

Figura 55 – Gráfico da avaliação de cada destino por critério no Inverno Fonte: 7 da bibliografia

Numa análise qualitativa destas brochuras, verifica-se que todos os destinos apresentam

pontuações bastante positivas, apenas se desleixando nos critérios de Historia e Tradição Regional,

sobretudo no Egipto. O Egipto, embora mais fraco nestes critérios, é o mais forte nos restantes, não

menos importantes. A Madeira para além de apresentar valores muito positivos, encontra-se ao

mesmo nível da concorrência, sendo por isso desnecessárias quaisquer observações comparativas,

descritivas ou de adequação.

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Figura 56 – Gráfico de avaliação das vocações turísticas de cada destino no Inverno Fonte: 7 da bibliografia

No Inverno, as pontuações afectas à promoção por vocação turística, em qualquer destino,

evidencia-se uma forte expressão na vocação de Sol e Mar. O destino Madeira apresenta a sua

melhor classificação na vocação de Natureza e o Egipto na vocação Desporto e Aventura. Estes

destinos promovem um tipo de turismo vocacional muito parecido.

Figura 57 – Gráfico da avaliação de cada destino por critério no Verão

Fonte: 7 da bibliografia

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A avaliação dos critérios, apresentados no Verão, indica-nos que, a oferta presente é agora

mais diversificada e os destinos em geral, apresentam comportamentos muito semelhantes na

elaboração destas brochuras. A pontuação no geral então transmite-se em boas prestações nos critérios

da descrição geral, o clima, a qualidade das fotografias e a facilidade de manuseamento, sendo as piores

nos critérios de História e Tradição Regional. O destino Madeira encontra-se numa posição ligeiramente

acima da média, embora seja pouco evidente, devido à forte semelhança apresentada na totalidade dos

destinos.

Figura 58 – Gráfico de avaliação das vocações turísticas de cada destino no Verão Fonte: 7 da bibliografia

Todos os destinos apresentados neste mercado nos meses de Verão apresentam, uma

surpreendente nota máxima na vocação de Sol e Mar. A Madeira mais uma vez apresenta a Natureza

como vocação com melhores qualificações, sendo que nas restantes vocações, os valores atribuídos são

muito medianos, evidenciando-se as vocações de Família e Touring tal como os restantes destinos. O

Egipto, é o destino que mais promove a vocação Desporto e Aventura, sendo a Madeira e Marrocos os

destinos que aí se expressam pior. A vocação Golfe e Short Stays são as vocações menos pontuadas no

cenário geral. A Madeira apresenta valores gerais competitivos relativamente à concorrência.

Preços

Na análise relativa aos preços praticados nos pacotes turísticos, tal como disposto no quadro

no anexo nº23, verifica-se que as categorias de 5 estrelas dos destinos Ibéricos, tanto no Inverno

como no Verão, são os mais caros, no entanto, o Chipre e a Grécia, embora apenas na altura do

Verão, apresentam preços no mesmo intervalo de valores. A Madeira, no Verão, dentro deste grupo

de destinos turísticos, é o destino que apresenta valores mais altos, embora nas categorias de 3 e 4

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estrelas, apresente fortes semelhanças nos preços praticados para as Canárias, intensificando-se

esta semelhança nos meses de Inverno.

Os preços no Verão, para a Madeira, são factor negativo em relação à maioria da

concorrência, encontrando algum grau de competitividade apenas com os destinos Espanhóis.

Conclusões relativas ao Reino Unido

O mercado do Reino Unido é sem dúvida um mercado muito atraente, do ponto de vista de

emissões de turismo, e consequentemente muito concorrido por parte da Madeira e principais

destinos concorrentes.

A Madeira apresenta estratégias de promoção idênticas ás do destino Canárias, embora em

quantidades relativamente inferiores. Este factor aliado ao facto de apresentar também uma

diversidade de oferta também menos abrangente, torna Canárias num destino dominante em relação

à Madeira.

Em relação aos preços praticados, os destinos ibéricos aparentam ser os mais caros, sendo

respectivamente no Inverno por ordem de preços, as Canárias, as Ilhas Baleares e a Madeira, no

entanto, na Madeira nas categorias de 3 e 4 estrelas nos meses de Verão, a situação inverte,

apresentando--se este destino como o mais caro, constituindo uma barreira no curso natural da

procura oriunda daquele país.

Na parte qualitativa das brochuras, tendo em conta que as tabelas de gastos indicam que as

áreas que os ingleses mais efectuam despesa são nas actividades Culturais/Entretenimento e o

Touring pela ilha, a Madeira apresenta promoções relativamente bem pontuadas, no entanto, existem

margens de melhoria nas vocações de Natureza, Família e Touring, sendo de referir, a título

complementar, o Golfe e o desporto e Aventura, pois apresentam pontuações muito baixas.

Os critérios nos meses de Verão são positivos e muito regulares na totalidade dos destinos

em estudo, no entanto é impreterível a sua manutenção, resultado do cenário de competitividade

intensa da concorrência.

O mercado emissor inglês é um mercado com capacidade de emissão muito significativo,

sendo por isso, qualquer tipo de promoção minimamente eficaz. Não obstante da importância das

políticas de captação de turistas, nomeadamente ao nível dos preços e divulgação do produto,

existem outras estratégias possíveis de promoção, que embora algo pontuais podem mostrar-se

extremamente eficazes, a título de exemplo, a nomeação do tão mediático jogador de futebol

Cristiano Ronaldo por quem os ingleses nutrem um grande carinho, embaixador da Madeira 500

anos, isto, associado ao facto de jogar num país tão ligado a este desporto, consegue atingir

proporções de divulgação de informação gigantescas.

A Madeira deveria intensificar as ligações com operadores turísticos ingleses, pois estes são

a nível mundial, líderes em volumes de emissão, tornando ainda mais evidente, a importância deste

mercado emissor não para o destino Madeira, mas para qualquer destino turístico mundial.

Page 86: A sustentabilidade do turismo na Região Autónoma da Madeira · sensibilidade do turista em questões relacionadas com qualidade/preço do produto, torna-se necessário, uma análise

76

Suécia

Figura 59 – Gráfico da distribuição de páginas por tipologia de informação no Inverno Fonte: 7 da bibliografia

No Inverno, a Madeira apresenta níveis de representatividade muito baixos. O destino com

maior aposta neste mercado são as Canárias, com valores substancialmente maiores que a

concorrência, estando os destinos Egipto, Baleares e Madeira em segundo plano, cada um com

menos de 25% da representatividade do primeiro. As Canárias são também as que apresentam

maior diversidade de informação, seguidas do Egipto, das Baleares e da Madeira, respectivamente.

Este último grupo apresenta-se quase idêntico, tanto a nível de representatividade como a nível de

diversidade.

Figura 60 – Gráfico da distribuição de páginas por tipologia de informação no Verão Fonte: 7 da bibliografia

Page 87: A sustentabilidade do turismo na Região Autónoma da Madeira · sensibilidade do turista em questões relacionadas com qualidade/preço do produto, torna-se necessário, uma análise

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Nos meses de Verão, este mercado emissor, torna-se bastante mais concorrido. Os destinos

aqui mais representados são a Grécia e a Turquia, estando os destinos espanhóis em segundo

plano. No entanto é de salientar um aumento significativo das Baleares. Embora com um peso algo

significativo, o destino Madeira apresenta-se com uma menor representatividade que os principais

destinos, evidenciando-se apenas em relação ao Sul de Espanha. Especial destaque à estratégia de

investimento promocional neste mercado por parte da Turquia, da Grécia e Chipre, pois normalmente

encontram-se menos representados que os destinos Ibéricos. Nas tipologias de informação, nota-se

pouco destaque geral nas actividades, sendo apenas as baleares a apresentar níveis significativos. A

apresentação no destino Madeira, é o menos representado, sendo isto, num mercado competitivo

como este, um factor muito negativo.

Figura 61 – Gráfico da distribuição da oferta de alojamento por destino e tipologia no Inverno Fonte: 7 da bibliografia

A distribuição das categorias de alojamento, caracteriza-se por no geral, evidenciar mais o

Self-Cat e o hotel de 4 estrelas, sendo a primeira tipologia a mais evidente. O único destino com

maior promoção dos hotéis de 4 estrelas é o Egipto. A Madeira, é o destino que apresenta a oferta

mais homogénea, mas com maior incidência também no Self-Cat, ao contrário do usual deste

destino.

Especial destaque para a supremacia das Canárias perante a concorrência.

Page 88: A sustentabilidade do turismo na Região Autónoma da Madeira · sensibilidade do turista em questões relacionadas com qualidade/preço do produto, torna-se necessário, uma análise

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Figura 62 – Gráfico da distribuição da oferta de alojamento por destino e tipologia no Verão Fonte: 7 da bibliografia

Nos meses de Verão, a aposta geral continua no alojamento de Self-Cat, principalmente dos

destinos Grécia e Turquia. A Madeira continua a ser o destino com a aposta mais homogénea, no

entanto, embora com mais expressividade, continua com uma presença muito aquém dos principais

destinos.

Figura 63 – Gráfico da avaliação de cada destino por critério no Inverno Fonte: 7 da bibliografia

Page 89: A sustentabilidade do turismo na Região Autónoma da Madeira · sensibilidade do turista em questões relacionadas com qualidade/preço do produto, torna-se necessário, uma análise

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No Inverno, o destino Madeira, falha nos critérios mais fortes deste segmento,

nomeadamente no Clima e na Qualidade das Fotografias, no entanto, é dos destinos em média

melhor pontuados pois apresenta melhores resultados em História e na Tradição Regional face à

maioria dos outros destinos.

Figura 64 – Gráfico de avaliação das vocações turísticas de cada destino no Inverno Fonte: 7 da bibliografia

O destino com melhores pontuações é Canárias, já o destino Madeira, embora com

pontuações gerais medianas, apresenta as melhores pontuações do grupo, nas vocações Desporto e

Aventura e Natureza e as piores pontuações na vocação Família. Boas pontuações gerais nas

vocações de Sol e Mar.

Figura 65 – Gráfico da avaliação de cada destino por critério no Verão Fonte: 7 da bibliografia

Page 90: A sustentabilidade do turismo na Região Autónoma da Madeira · sensibilidade do turista em questões relacionadas com qualidade/preço do produto, torna-se necessário, uma análise

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No âmbito geral, os critérios menos qualificados são a Historia e a Tradição Regional, sendo

a Madeira o destino que apresenta as pontuações menos baixas. Nos critérios Clima, Descrição

Regional, Mapa, e Qualidade das Fotografias, todos os destinos apresentam pontuações muito

positivas.

Figura 66 – Gráfico de avaliação das vocações turísticas de cada destino no Verão Fonte: 7 da bibliografia

Na avaliação dada às brochuras de cada destino por vocação turística, evidencia-se a

vocação Sol e Mar e Família. As piores pontuações verificam-se nas vocações de Natureza,

Desporto e Aventura, Golfe e Short-Stays. O destino Madeira apresenta-se ligeiramente melhor

mesmo nessas vocações especialmente em Natureza e Touring, sendo a sua pior vocação a

Familiar, contrariando a tendência geral, no entanto, este destino apresenta-se como o mais

homogéneo através das pontuações adquiridas.

Preços

Numa análise dos preços praticados na Suécia, como disposto no quadro no anexo nº24,

verificou-se que o destino mais caro pertence às Canárias, seguido da Madeira, no entanto nas

categorias de 3 e 4 estrelas, os preços apresentam-se muito semelhantes na totalidade dos destinos,

apresentado variações muito pouco significativas. Os preços praticados são muito mais competitivos

nas categorias mais procuradas.

Page 91: A sustentabilidade do turismo na Região Autónoma da Madeira · sensibilidade do turista em questões relacionadas com qualidade/preço do produto, torna-se necessário, uma análise

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Conclusões relativas ao mercado Suécia

O mercado Sueco, apresenta os destinos Canárias, Baleares, Egipto e Madeira como

destinos com maior representatividade no Inverno, principalmente pela sua localização geográfica

que proporciona temperaturas mais altas nesta altura do ano. Já no Verão, este mercado emissor,

apresenta uma maior competitividade com o aparecimento de outros novos destinos, posicionando a

Madeira nos menos representados do grupo.

O povo Sueco, pela análise dos tipos de oferta de alojamento mais promovida nas brochuras,

apresenta uma maior procura pelo tipo de alojamento mais barato, predominantemente o Self-Cat, o

que resulta positivamente no combate às baixas taxas de ocupação nos hotéis dessas categorias na

Madeira.

Pela análise do quadro de gastos, verifica-se que estes turistas pouco gastam em cultura e

desporto, no entanto procuram o Touring pela ilha de autocarro. Esta vocação embora esteja no

Verão relativamente melhor que outros destinos, no Inverno apresentam carência de melhoria.

Outro factor importante a salientar, são os preços praticados no Inverno, que são menores

que os praticados no Verão, sendo esta uma estratégia diferente à normalmente adoptada. Os

pacotes 3 estrelas apresentam-se mais regulares, mas de uma maneira geral, os preços praticados

para a Madeira revelam-se competitivos.

A Suécia apresenta ser uma mais-valia para atingir uma taxa de ocupação mais alta nos

hotéis existentes na ilha, devido às suas preferências singulares pelas categorias inferiores.

Este mercado, justifica uma atenção especial no apuramento de informação adequada ao

turista tipo, que pelo quadro dos gastos, aparenta ser de vocação predominantemente o Touring,

sendo no entanto, de melhorar as vocações Sol e Mar e Família, pois parece ser a aposta da

concorrência, resultando assim num destino mais completo e mais atractivo e com maiores

capacidades de captação.

Page 92: A sustentabilidade do turismo na Região Autónoma da Madeira · sensibilidade do turista em questões relacionadas com qualidade/preço do produto, torna-se necessário, uma análise

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9. CONSIDERAÇÕES FINAIS e PROPOSTAS DE INTERVENÇÃO

• O destino Madeira ultrapassou o número óptimo de camas a disponibilizar

relativamente à procura registada, logo as autorizações de abertura de novos

estabelecimentos que contribuam para o aumento desta variável devem ser muito

controladas e programadas em cenários de planeamento futuros, devendo ser alvo

de especial atenção as tipologias e capacidades dos estabelecimentos de

alojamento, tornando este assunto uma prioridade na elaboração do POT (Plano de

Ordenamento Turístico).

• A distribuição das unidades de alojamento pela totalidade do território apresenta

sinais possivelmente de acções de planeamento deficiente. Estas acções

repercutem-se significativamente na qualidade da Região, enquanto destino turístico,

e caracterizam-se na sua maioria como irreversíveis. Implementações de futuros

estabelecimentos de alojamento têm que ter em conta a sua influência não só na

harmonia paisagística mas também na sua capacidade de intervir na correcção de

assimetrias socio-económicas, no âmbito dos concelhos.

• As unidades de maior capacidade encontram-se todas em zonas muito próximas, no

concelho do Funchal, sendo esta uma das causas do problema abordado na

conclusão anterior. Esta zona de maior concentração funciona como um pólo

atractivo para os demais serviços e actividades. Na situação actual, resulta em

repercussões positivas pois apresentam mais produtividade para quem presta o

serviço, no entanto, um aumento significativo de procura irá originar situações de

saturação desses mesmos serviços diminuindo a qualidade do destino. No futuro,

com o intuito de atenuar esses efeitos de saturação, deverão ser programadas e

controladas, no âmbito do município, as licenças, tendo em conta a localização, o

volume e o tipo de serviços/equipamentos.

• Os preços praticados nas unidades de alojamento da região têm diminuído ao longo

dos anos. Esta situação deve-se a dois factores distintos e sem qualquer tipo de

ligação entre si.

1. O primeiro factor deve-se ao crescimento muito acelerado e

desadequado à procura, originando uma competição interna neste ramo

económico.

2. O segundo factor é o da compensação dos preços praticados nas

acessibilidades à ilha. Para poder proporcionar preços semelhantes aos

praticados pela concorrência, reduz-se os valores das diárias dos

estabelecimentos, na tentativa de manter as taxas de ocupação. A longo

prazo este cenário propícia a inviabilidade económica dos

estabelecimentos em geral, neste sentido torna-se impreterível a

implementação das linhas Low Cost, que para além da correcção da

Page 93: A sustentabilidade do turismo na Região Autónoma da Madeira · sensibilidade do turista em questões relacionadas com qualidade/preço do produto, torna-se necessário, uma análise

83

prática de preços, poderá aumentar a procura e também proporcionar

outro tipo de vocações pouco verificadas actualmente, como por exemplo

a Short Stay.

• O destino Madeira encontra-se bem cotado no mercado de concorrência mais

directa, no entanto à excepção do clima não proporciona nem evidência

características e produtos únicos, nos quais se possa apoiar, para garantir níveis

seguros de procura. Nesse sentido, tendo em conta a susceptibilidade apresentada

pelo turista actual, relativamente a efeitos publicitários, torna-se necessário o

investimento na elaboração de boas politicas de marketing que sustentem cenários

tendenciais de sustentabilidade económica.

• As políticas de marketing estudadas estão longe do óptimo, pois revelam-se nos

principais mercados emissores pouco adequadas em dois níveis: ao nível de

relacionamento com as áreas de procura dos turistas nas actividades locais, e ao

nível da expressão de potencialidades face à concorrência, no entanto, apresentam

estratégias e intensidades muito consideráveis no âmbito da concorrência mais

directa. Existem portanto potencial de melhoria e de se evidenciar perante a

concorrência que deve ser aproveitado.

• Os mercados com maiores capacidades de emissão para a ilha da Madeira são

países do norte da Europa, nomeadamente a Alemanha, o Reino Unido e Suécia,

resultando numa dependência muito elevada, sendo necessário uma divulgação

mais abrangente da Ilha e uma conquista de outros mercados emergentes, pois a

manutenção deste cenário acarreta riscos muito elevados relacionados com

variáveis incontroláveis por partes das entidades responsáveis pela promoção da

actividade turística da Região.

• O mercado espanhol não indica sinais de aposta por parte da promoção deste

destino, no entanto, este mercado, assim como o português, aliado a boas políticas

de acessibilidades, potencia o aumento de procura por parte de turismo de Short

Stay. Será então de considerar a implementação de linhas Low Cost oriundas destes

mercados emissores pois pela sua localização, encontram-se a menos de duas

horas e a menos de 2500 km, ou seja, introduz a Madeira no interior do raio de

acção das empresas do ramo.

• Os destinos Madeira e Porto Santo apresentam diferentes dimensões e vocações

turísticas distintas, logo será de considerar, acções promocionais independentes,

com o objectivo de proporcionar maiores movimentos de procura.

Page 94: A sustentabilidade do turismo na Região Autónoma da Madeira · sensibilidade do turista em questões relacionadas com qualidade/preço do produto, torna-se necessário, uma análise

84

Referências Bibliográficas

1. ANAM – Aeroportos e Navegação Aérea da Madeira disponível em: www.anam.pt/

2. Câmara Municipal do Funchal

3. Direcção Regional de Estatística da Madeira

4. Direcção Regional do Turismo da Madeira

5. Estudo de mercado, elaborado pela empresa Synovate Portugal, realizado no ano

2003, referente ao ano 2002 relacionado com as principais áreas de gastos do turista

na Região Autónoma da Madeira

6. Relatório da Análise da realidade dos transportes aéreos da Região Autónoma da

Madeira e do Arquipélago de Canárias da iniciativa comunitária INTERREG III B 2000-

2006.

7. “Relatório Final” de uma análise de Benchmarking Madeira, Canárias e mercados

concorrentes, relativamente às brochuras dos operadores turísticos elaborado pela

empresa Neoturis no sentido de dotar o projecto CIETMAC (Centro de Investigação e

Estudos Turísticos da Macaronésia) da iniciativa da iniciativa comunitária INTERREG

III B 2000-2006.

8. Instituto de Turismo de Portugal

9. Instituto Nacional de Estatística

10. Secretaria Regional do Turismo e Cultura da Madeira

11. Relatório “ turismo e sustentabilidade nas cidades”, elaborado por Laura Umbelina

Santi para a Conferencia sobre turismo e sustentabilidade nas cidades na cidade de

Vitória no Brasil em 2006 disponível em:

www.congressocidades.com.br/images/Laura .doc

12. www.ciari.org. – “A sustentabilidade da actividade turística” por Carlos Alberto Cupeto

13. Relatório “ Os Desafios da Sustentabilidade do desenvolvimento Turístico em

Comunidades Brasileiras” por Joviniano P. S. Netto e Frederico Y. Hanai, dísponivel

em: http://www.rimisp.org/getdoc.php?docid=6566

14. Relatório elaborado pelo Grupo para a sustentabilidade do turismo (GST), sob o título “

Plano de acção para um Turismo Europeu mais Sustentável” e disponível em:

http://www.turismodeportugal.pt/Portugu%C3%AAs/Noticias/Anexos/TSG%20Final%20

Report_pt11.pdf

15. Sustainable Development & Tourism por World Tourism Organization Disponível em:

www.world-tourismo.org/

16. www.pt.wikipedia.org/ - Enciclopédia on-line.

17. Pérez, Amparo Sancho, “Apuntes de metodología de la investigación en turismo”

Organización Mundial del Turismo

Page 95: A sustentabilidade do turismo na Região Autónoma da Madeira · sensibilidade do turista em questões relacionadas com qualidade/preço do produto, torna-se necessário, uma análise

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ANEXOS

Distribuição de hotéis apartamentos

02468

10121416

Funch

al

Stª Cru

z

Mac

hico

Santa

na

S. Vice

nte

P. Mon

iz

P. San

to

Calhet

a

P. Sol

Ribeira B

rava

C. Lob

os

Concelhos

de e

stab

elec

imen

tos

Hotel Aprt 5*

Hotel Aprt 4*

Hotel Aprt 3*

Hotel Aprt 2*

Anexo 1 – Gráfico da distribuição dos hotéis – apartamentos

Fonte: 4 da bibliografia

Distribuição das pensões

0

5

10

15

Funch

al

Stª Cru

z

Mac

hico

Santa

na

S. Vice

nte

P. Mon

iz

P. San

to

Calhet

a

P. Sol

Ribeira

Bra

va

C. Lob

os

Concelhos

de e

stab

elec

imen

tos

Pensão Abergaria

Pensão 1ª

Pensão 2ª

Pensão 3ª

Anexo 2 – Gráfico da distribuição das pensões

Fonte: 4 da bibliografia

Distribuição das pousadas e estalagens

02468

10

Funch

al

Stª Cru

z

Mac

hico

Santa

na

S. Vice

nte

P. Mon

iz

P. San

to

Calhe

ta

P. Sol

Ribeir

a Bra

va

C. Lob

os

Concelhos

esta

bele

cim

ento

s

Pousada

Estalagem 5*

Estalagem 4*

Anexo 3 – Gráfico da distribuição das pousadas e estalagens

Fonte: 4 da bibliografia

Page 96: A sustentabilidade do turismo na Região Autónoma da Madeira · sensibilidade do turista em questões relacionadas com qualidade/preço do produto, torna-se necessário, uma análise

86

Distribuição dos apartamentos turisticos

02468

1012

Funch

al

Stª Cru

z

Mac

hico

Santa

na

S. Vice

nte

P. Mon

iz

P. San

to

Calhet

a

P. Sol

Ribeira

Bra

va

C. Lob

os

Concelhos

esta

bele

cim

ento

s

Apt. Turistico 5*

Apt. Turistico 4*

Apt. Turistico 3*

Apt. Turistico 2*

Anexo 4 – Gráfico da distribuição dos apartamentos turísticos

Fonte: 4 da bibliografia

Distribuição do turismo no espaço rural

02468

10

Funch

al

Stª Cru

z

Mac

hico

Santa

na

S. Vice

nte

P. Mon

iz

P. San

to

Calheta

P. Sol

Ribeira

Bra

va

C. Lob

os

Concelhos

de u

nida

des

Moradia turistica 1* Moradia turistica 2* Uni. Turismo habitaçaõ

Uni. Turismo rural Uni. Agro.turismo Casa de Campo

Hotel rural

Anexo 5 – Gráfico da distribuição das unidades de turismo no Espaço Rural

Fonte: 4 da bibliografia

Page 97: A sustentabilidade do turismo na Região Autónoma da Madeira · sensibilidade do turista em questões relacionadas com qualidade/preço do produto, torna-se necessário, uma análise

87

Evolução da capacidade de alojamento

19837 2095523870

25739 26762 26904 27790 27514

0

5000

10000

15000

20000

25000

30000

1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005

anos

nº d

e ca

mas

Est hoteleiros

Anexo 6 – Gráfico da evolução da capacidade de alojamento nos estabelecimentos hoteleiros

Fonte: 7 da bibliografia

Evolução da capacidade de alojamento

159250

313382

450508 528 497

0

100

200

300

400

500

600

1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005

anos

nº c

amas

T. E.Rural

Anexo 7 – Gráfico da evolução da capacidade de alojamento no TER

Fonte: 7 da bibliografia

Evolução das dormidas nos estabelecimentos hoteleir os

4471319 4769668 49724705516397 5468706 5597985 5493475 5632168

0

1000000

2000000

3000000

4000000

5000000

6000000

1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005

Anos

Dor

mid

as

Anexo 8 – Gráfico da evolução das dormidas nos estabelecimentos hoteleiros

Fonte: 7 da bibliografia

Page 98: A sustentabilidade do turismo na Região Autónoma da Madeira · sensibilidade do turista em questões relacionadas com qualidade/preço do produto, torna-se necessário, uma análise

88

Evolução das dormidas no TER

11808 13091

21085

3503941517 43957

47478 49092

0

10000

20000

30000

40000

50000

60000

1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005

Anos

Dor

mid

as

Anexo 9 – Gráfico da evolução das dormidas nas unidades de TER

Fonte: 3 e 9 da bibliografia

Evolução anual da taxa de ocupação por estabelecime ntos hoteleiros

63,4 65,159,7 60,4

55,6 57,0 53,8 54,8

0,0

10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

60,0

70,0

1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005

Anos

%

Anexo 10 – Gráfico da evolução das taxas de ocupação nos estabelecimentos hoteleiros

Fonte: 3 e 9 da bibliografia

Taxa de ocupação no TER

2318,8

21,2

26,8 27,1 25,6 27,229,6

0

5

10

15

20

25

30

35

1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005

ano

Tax

a de

ocu

paçã

o(%

)

Anexo 11 – Gráfico com as taxas de ocupação dos estabelecimentos de TER

Fonte: 3 e 9 da bibliografia

Page 99: A sustentabilidade do turismo na Região Autónoma da Madeira · sensibilidade do turista em questões relacionadas com qualidade/preço do produto, torna-se necessário, uma análise

89

Distribuição sazonal da taxa de ocupação do ramo ho téis e similares

0,010,020,030,040,050,060,070,080,090,0

Jane

iro

Fever

eiro

Mar

çoAbr

ilM

aio

Junh

oJu

lho

Agosto

Setem

bro

Outub

ro

Novem

bro

Dezem

bro

Meses

%

1998

1999

2000

2001

2002

2003

2004

2005

Anexo 12 – Gráfico da distribuição sazonal da taxa de ocupação do ramo hoteleiro

Fonte: 3 e 9 da bibliografia

00,050,1

0,150,2

0,250,3

0,350,4

nº empregados

1998 1999 2000 2001 2002 2003

Anos

Número de empregados por cama

Empregados/Cama

Anexo 13 – Gráfico da evolução do nº de empregados por cama

Fonte: 3 e 9 da bibliografia

Page 100: A sustentabilidade do turismo na Região Autónoma da Madeira · sensibilidade do turista em questões relacionadas com qualidade/preço do produto, torna-se necessário, uma análise

90

107867118442129552

150466152796156689154226161700

0

50000

100000

150000

200000

10^3 €

1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005

Anos

Evolução anual das receitas de aposento

Anexo 14 – Gráfico da evolução anual das receitas de aposento

Fonte: 3 e 9 da bibliografia

TOURS/EXCURSÕES (%) Global Portugal Inglaterra Alemanha Holanda França Suécia

Total na amostra dos

sectores 16 8 21 25 10 9 14

Tours Específicos 35 15 35 50 0 13 29

Tours pela ilha 25 10 35 12 60 50 57

Levadas/Caminhadas 17 25 13 19 0 0 21

Teleféricos 12 17 16 2 20 25 14

Visitas a jardins 10 12 12 4 20 13 14

Outros 31 56 22 38 20 0 0

Nº médio de respostas 1,3 1,3 1,3 1,3 1,2 1 1,4

Anexo 15 – Tabela de gastos no ramo de Tours/ Excursões

Fonte: 5 da bibliografia

Page 101: A sustentabilidade do turismo na Região Autónoma da Madeira · sensibilidade do turista em questões relacionadas com qualidade/preço do produto, torna-se necessário, uma análise

91

ACTIVIDADES

CULTURAIS (%) Global Portugal Inglaterra Alemanha Holanda França Suécia

Total na amostra dos

sectores 8 9 9 4 12 16 5

Casino 37 48 41 12 33 14 20

Vida nocturna 19 15 25 24 17 7 20

Museus 15 9 13 12 33 36 40

Cinema 11 20 7 0 17 7 0

Folclore/Jantares 9 4 7 18 0 21 20

Outros 18 22 13 41 0 14 0

Nº médio de respostas 1,1 1,2 1,1 1,1 1 1 1

Anexo 16 – Tabela de gastos nas actividades culturais por tipo de actividade

Fonte: 5 da bibliografia

ACTIVIDADES

DESPORTIVAS (%) Global Portugal UK Alemanha Holanda França Suécia

Total na amostra dos

sectores 5 2 4 9 12 2 5

Golfe 33 14 30 24 67 100 100

Ténis 12 0 22 8 17 50 0

Mergulho 8 36 7 0 0 0 0

Outras 53 64 41 70 17 50 0

Nº médio de respostas 1,1 1,1 1 1 1 2 1

Anexo 17 – Tabela de gastos nas actividades desportivas por tipo de actividade

Fonte: 5 da bibliografia

Page 102: A sustentabilidade do turismo na Região Autónoma da Madeira · sensibilidade do turista em questões relacionadas com qualidade/preço do produto, torna-se necessário, uma análise

92

ARTESANATO/COMÉRCIO

Outras despesas (%) Global Portugal Inglaterra Alemanha Holanda França Suécia

Total na amostra dos

sectores 28 29 25 35 42 22 14

Vinho Madeira 31 35 28 30 33 53 14

Souvenirs 16 13 27 6 14 16 36

Vestuário 14 14 13 13 24 11 14

Bordados 12 16 7 13 0 16 7

Doçarias 12 20 9 6 5 11 0

Artesanato 10 10 14 1 24 11 29

Flores 9 10 6 10 5 11 14

Toalhas Bordadas 3 4 2 0 14 11 0

Jóias 1 1 2 0 5 0 0

Compras geral 5 3 2 10 10 5 7

Outras despesas 36 26 36 52 19 16 29

Nº médio de respostas 1,7 1,7 1,7 1,6 1,7 1,8 1,7

Anexo 18 – tabela de gastos em artesanato/comércio por tipo

Fonte: 5 da bibliografia

Portugal Tipologia Época Madeira Canárias Baleares Marrocos Egipto Tunísia Malta

Inverno 1029 1126 992 863 764 547 …… 5 Estrelas

Verão 871 919 …… 1101 736 676 1136

Inverno 699 833 592 597 739 510 …… 4 Estrelas

Verão 633 689 …… 691 688 592 749

Inverno 566 595 464 612 436 …… ……

Preços médio

por pacote (€)

3 Estrelas Verão 546 572 …… 589 491 512 652

Anexo 19 – Tabela de preços médios dos pacotes por destino em Portugal

Fonte: 5 da bibliografia

Page 103: A sustentabilidade do turismo na Região Autónoma da Madeira · sensibilidade do turista em questões relacionadas com qualidade/preço do produto, torna-se necessário, uma análise

93

Espanha Tipologia Época Madeira Canárias Baleares Marrocos Grécia Tunísia Malta

Inverno 1009 907 1074 671 …… 534 …… 5 Estrelas

Verão 897 667 955 580 1111 …… 1051

Inverno 615 802 631 646 …… 405 …… 4 Estrelas

Verão 697 550 687 469 1062 …… 747

Inverno 385 598 422 392 …… 321 ……

Preços médio

por pacote (€)

3 Estrelas Verão 580 484 539 444 812 …… 600

Anexo 20 – Tabela de preços médios dos pacotes por destino em Espanha

Fonte: 5 da bibliografia

França Tipologia Época Madeira Canárias Malta Marrocos Egipto Tunísia Croácia Grécia Turquia

Inverno 1277 1458 863 1253 903 874 …… …… …… 5 Estrelas

Verão 1317 1370 …… 1185 …… 767 1104 899 893

Inverno 975 846 510 619 702 480 …… …… …… 4 Estrelas

Verão 975 820 683 596 …… 612 721 794 565

Inverno 764 791 447 565 …… 452 …… …… ……

Preços

médio

por

pacote

(€) 3 Estrelas

Verão 752 775 493 547 …… 534 549 626 480

Anexo 21 – Tabela de preços médios dos pacotes por destino em França

Fonte: 5 da bibliografia

Page 104: A sustentabilidade do turismo na Região Autónoma da Madeira · sensibilidade do turista em questões relacionadas com qualidade/preço do produto, torna-se necessário, uma análise

94

Anexo 22 – Tabela de preços médios dos pacotes por destino na Alemanha

Fonte: 5 da bibliografia

Reino

Unido Tipologia Época Madeira Canárias Baleares Malta Chipre Marrocos Grécia Egipto Tunísia

Inverno 1064 1077 1081 841 835 772 …… …… …… 5 Estrelas

Verão 1150 1056 1010 934 1060 834 1078 890 717

Inverno 834 853 803 581 680 636 …… …… …… 4 Estrelas

Verão 919 819 784 749 883 693 779 823 659

Inverno 680 658 491 463 562 673 …… …… ……

Preços

médio

por

pacote

(€) 3 Estrelas

Verão 770 696 692 615 798 702 661 777 624

Anexo 23 – Tabela de preços médios dos pacotes por destino no Reino Unido

Fonte: 5 da bibliografia

Alemanha Tipologia Época Madeira Canárias Baleares Egipto Tunísia Turquia

Inverno 1267 1269 …… 900 694 594 5 Estrelas

Verão 1199 1075 1053 894 705 673

Inverno 966 846 …… 613 452 471 4 Estrelas

Verão 942 818 739 542 491 627

Inverno 820 599 …… 511 331 335

Preços médio por

pacote (€)

3 Estrelas Verão 747 624 458 518 454 420

Page 105: A sustentabilidade do turismo na Região Autónoma da Madeira · sensibilidade do turista em questões relacionadas com qualidade/preço do produto, torna-se necessário, uma análise

95

Suécia Tipologia Época Madeira Canárias Baleares Chipre

Sul

Espanha Grécia Turquia

Inverno 995 1120 743 …… …… …… …… 5 Estrelas

Verão 1028 1130 …… …… …… 769 719

Inverno 768 822 624 472 637 …… …… 4 Estrelas

Verão 790 765 761 663 …… 652 586

Inverno 647 686 …… 561 538 …… ……

Preços médio

por pacote (€)

3 Estrelas Verão 612 639 639 549 …… 549 527

Anexo 24 – Tabela de preços médios dos pacotes por destino na Suécia

Fonte: 5 da bibliografia