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A TERCEI RA ONDA DE REFORMAS NO CÓDI GO DE PROCESSO CI VI L – LEI S 11 .23 2 , DE 2 2 DE DEZEMBRO DE 20 05 , 11 .27 7 E 11 .27 6 , AMBAS DE 07 DE FEVEREI RO DE 20 06
JESUALDO EDUARDO ALMEIDA JUNIOR
SUMÁRIO:
Introdução; 1. As Ondas Reformistas do
Código de Processo Civil; 2. A Adoção do
Sincretismo das Tutelas; 3. As sentençasde resolução de mérito; 4. Novos efeitos
das sentenças; 5. O novo procedimento
da liquidação de sentença; 6. O
Cumprimento da Sentença; 7. Dos títulos
executivos judiciais; 8. Da execução
provisória; 9. Da sentença condenatória
de prestação alimentícia indenizatória;10. Da execução contra a Fazenda Pública
e da ação monitória; 11. A vacatio legis
da Lei 11.232, de 22 de dezembro de
2005; 12. As inovações da lei 11276, de
07 de fevereiro de 2006; 13. A lei 11277;
14. A vacatio legis das Leis 11276 e
11277; Considerações Finais; Referênciasbibliográficas.
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A Terceira Onda de Reformas no Código de Processo Civil – Leis 11.232, de 22 dedezembro de 2005, 11.277 e 11.276, Ambas de 07 de fevereiro de 2006
RESUMO
O Código de Processo Civil, de 1973, está experimentando a
terceira onda renovadora. Recentemente editou-se a Lei 11.232/05, que
apresenta profundas modificações neste codex, notadamente em relação
à execução judicial, agora denominada de cumprimento de sentença.
Em 07 de fevereiro sobrevieram outras duas leis (Lei 11.277 e 11.276),
também com alterações pontuais no Código processual. O que se busca,
então, é apresentar essas inovações, comparando-as com o texto
revogado.
INTRODUÇÃO
Em geral, todos os ordenamentos jurídicos do mundo
necessitam de mecanismos processuais mais céleres, efetivos e menos
custosos. Já é clássica entre nós a obra “Acesso à Justiça”, de Mauro
Capelletti e Bryant Garth, editada pela Sérgio Antonio Fabris Editor.
Nela, os autores escancaram as mazelas judiciais. Dizem, inclusive que
os grandes problemas são mais sentidos pela classe pobre, que
possuem menos mecanismos de buscas judiciais.
Os obstáculos criados por nossos sistemas jurídicos são mais
pronunciados para as pequenas causas e para os autores individuais,
especialmente os pobres; ao mesmo tempo, as vantagens pertencem de
modo especial aos litigantes organizacionais, adeptos do uso do sistema
judicial para obterem seus próprios interesses.
Após apontarem os pesares, apresentam eventuais soluções,
sobretudo focado no acesso à justiça, exigindo o estudo crítico e
reformatório de todo o aparelho judicial. Propõem a criação de
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A Terceira Onda de Reformas no Código de Processo Civil – Leis 11.232, de 22 dedezembro de 2005, 11.277 e 11.276, Ambas de 07 de fevereiro de 2006
legislações mais adequadas aos fatos sociais, dotando-os inclusive de
tribunais específicos sobre suas temáticas.
Também destacam que a atenção dos modernosreformadores está muito mais voltada às alternativas ao Judiciário
(arbitragem, mediação, juizados informais etc), do que propriamente à
reforma do próprio Poder. Contudo, reconhecem que muitos direitos são
impassíveis de solução senão mediante o Judiciário, daí a necessidade
de readequá-lo.
Depois destacam a reforma processual que alguns países
têm experimentado, incorporando definitivamente princípios como o da
oralidade, da identidade física do juiz, da isenção de custas etc. A
França, citam, eliminou em 1977 todas as custas processuais.
Portanto, é tendência mundial a busca incessante de
modelos processuais mais ágeis, e que desenvolvam sua função social:
“a função social do processo”, pregada por José Carlos Barbosa
Moreira1.
O Brasil também se ressente de um sistema processual mais
dinâmico. Neste propósito, está em curso a “terceira onda reformista do
Código de Processo Civil (Lei nº 5869, de 11-01-1973)”, iniciada com a
Lei 11.187, de 19-10-2005, dispondo que doravante caberá em regra
agravo retido contra as decisões interlocutórias, mas cujas principais
modificações estão presentes na Lei nº 11.232, de 22-12-2005, que,
dentre outras novidades, estabelece a fase de cumprimento das
sentenças no processo de conhecimento e revoga dispositivos relativos à
execução fundada em título judicial, dando outras providências.
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Além destas, houve a edição das Leis 11.276, e 11.277,
ambas de 07 de Fevereiro de 2006.
Sendo assim, o objetivo deste trabalho é dar uma visãopanorâmica das novidades apresentadas pela terceira onda reformista
do Código Processual Civil.
1. AS ONDAS REFORMISTAS DO CÓDIGO DE PROCESSOCIVIL
O nosso sistema processual civil, representado, sobretudo,
pelo Código de Processo Civil (Lei nº 5869, de 11-01-1973), era
constantemente achincalhado, acusando-lhe – e com razão – de
moroso, paternalista, custoso, e principalmente preocupado com as
tutelas patrimoniais em detrimento das tutelas protetivas dos direitos de
personalidade.
A situação era tão grave que engendrava uma “litigiosidade
contida” 2. Os indivíduos descontentes com a resposta judicial, amiúde
lenta e insatisfatória, simplesmente abdicavam de seu constitucional edigno direito à prestação jurisdicional, resignando-se amarga e
frustrantemente ao desrespeito aos seus direitos.
Visando dar maior credibilidade ao processo, em busca de
uma “efetividade na prestação jurisdicional”, sobrevém no final do ano
de 1994, a primeira onda reformista do Código de Processo Civil. A
comissão presidida pelo então Ministro do Superior Tribunal de Justiça,
Sálvio De Figueiredo Teixeira, elaborou vários projetos setoriais de
modificação do Código. Contudo, alguns anos antes já houve mudanças
significativas do Código processual. Com efeito, em 24-08-1992, a Lei
n3º 8455 deu nova feição à prova pericial: dispensou-se o compromisso
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de Peritos e Assistentes Técnicos - estendendo-se aos primeiros as
causas de impedimento e suspeição previstas no Código para os
auxiliares da Justiça; instituiu-se a possibilidade de dispensa de perícia
formal, quando os laudos técnicos trazidos pelas partes já contenham
elementos necessários à formação da convicção do julgador - e a
apresentação do laudo, oralmente, em audiência, pelo expert; a Lei nº
8710, de 24-09-1993, estender a admissibilidade da citação por correio
em qualquer caso, com as exceções que trazia; em 29-06-1994, foi
publicada a Lei nº 8898, sobre a liquidação de sentença. Aqui, foi
suprimida, como procedimento diferenciado, a liquidação por cálculo do
contador. O próprio credor, ao requerer seja iniciada a execução, já
oferece memória do cálculo, indicando o valor inicial, a incidência de
juros e correção monetária e o valor atualizado de seu crédito.
Num segundo momento edita-se a Lei nº 8950, de 13-12-
1994, que pretendeu dar maior impulso à sistemática recursal, atingindo
os recursos de embargos de declaração, embargos infringentes,
apelação, agravo, e recursos destinados aos Tribunais Superiores.
Ato seguinte publicou-se a Lei nº 8951, de 13-12-1994, cuja
maior inovação foi criar a consignação em pagamento extrajudicial, que
indisfarçavelmente iniciava a busca de alternativas a mesmice do Poder
Judiciário. Doravante, imaginou-se, a resolução dos conflitos de
interesse podem se dar alheios ao Poder Judiciário.
Ainda houve a Lei nº 8952, de 13-12-1994, cuja maior erevolucionária contribuição foi a criação das tutelas antecipada e
específica, com a adoção das medidas coercitivas de cumprimento dos
atos judiciais.
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Editou-se, também, a Lei nº 8953, de 13-12-1994, que
alterava topicamente o processo de execução.
E fechando esse primeiro ciclo, ocorreu a edição da Lei nº9079, de 14-07-1995, que introduziu no nosso sistema processual a
ação monitória.
As modificações eram substanciais, contributivas sem
dúvida. Mas ainda insuficientes. Inicia-se, então, a segunda grande onda
reformista do CPC. Sendo assim, no final do ano de 2001 veio a lume a
Lei nº 10352, de 26-01-2001, que modifica mais uma vez os recursos,
notadamente o reexame necessário. Ainda advém a Lei nº 10358, de
27-12-2001, que entre outras modificações do processo de
conhecimento, consolida a existência e eficácia das decisões
mandamentais.
Já em Maio de 2002, a última grande alteração do CPC
modificou pontualmente o processo de execução, através da Lei nº
10.444, de 07-04-2002.
Esse modelo reformista, bem como aquele vivenciado na
“terceira onda de reformas”, que abaixo nos preocuparemos, adotaram
o sincretismo das tutelas como forma de agilização da resposta judicial.
3. A ADOÇÃO DO SINCRETISMO DAS TUTELAS
Talvez o grande marco diferenciador destas reformas seja a
adoção do modelo sincretista de tutelas. Nosso processo civil sempre foi
marcado pela clássica divisão de tutelas. Levada uma questão para ser
resolvida perante o Poder Judiciário, iniciava-se a via crucis processual
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mediante a lide de acertamento, ao encargo do processo de
conhecimento.
No processo de conhecimento, a atividade desenvolvida erameramente cognitiva, visando à certeza jurídica quanto ao direito que
deve solucionar o conflito, mediante a “formulação da norma jurídica
concreta.” 4 O juiz conhece dos fatos afirmados e provados pelas partes
e do direito abstrato, para decidir a controvérsia. A sentença,
declarando o direito concretamente, deve reger a situação vivenciada
pelas partes. Com a definitividade da decisão, formando-se coisa
julgada, o processo de conhecimento atingia seu fim5
. Conforme lecionaJéferson Isidoro Mafra:
Na visão clássica, enquanto não obtido o título executivo judicial, tem-se a impossibilidade de alterar a situaçãofática: nulla executio sine titulo. A atividade executivapressupõe a definitividade da atividade cognitiva. Asegurança e certeza jurídicas impedem a simultaneidadede tais atividades jurisdicionais.
Assim concebido, o processo civil clássico, com algumasexceções, não admite atos executivos durante o seu trâmite. Tais atos
são praticados em nova relação processual, com nova iniciativa da
parte, agora vencedora, e nova citação do vencido que, mesmo tendo
conhecimento da regra que deve obedecer, não a cumpre
voluntariamente.
Portanto, segundo a inicial formulação do Código de
Processo Civil, os atos executivos ficavam relegados ao subseqüente
processo de execução. Essa é a explicação de Ovídio Araújo Baptista da
Silva6:
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A Terceira Onda de Reformas no Código de Processo Civil – Leis 11.232, de 22 dedezembro de 2005, 11.277 e 11.276, Ambas de 07 de fevereiro de 2006
A justificação teórica para a formação do conceitomoderno de Processo de Conhecimento decorre,fundamentalmente, da necessidade de expurgá-lo de todae qualquer atividade executória, de modo que a relação
processual declaratória que lhe dá substância encerre-secom a prolação da sentença de mérito, tal como dispõe oart. 463 do nosso Código de Processo Civil, transferindo-separa a subseqüente - e autônoma - relação processualexecutória toda a atividade jurisdicional posterior àdecisão da causa.
Logo, tinha-se dois processos, com dois tipos de tutelas
específicas, para se alcançar o mesmo fim: a busca da efetividade da
prestação jurisdicional. Dispensam comentar os seus entraves!
Contrapondo-se a essa concepção há o sincretismo das
tutelas processuais, garantindo ao juiz, e, por conseguinte àquele que
busca a tutela judicial, que se lhe defiram medidas executivas já no
curso do processo de conhecimento, de maneira muito mais ágil e
eficiente.
Ademais, o direito fundamental à efetiva tutela jurisdicional,
pautada na tempestividade e adequação do processo ao direito material,
aliado à constatação que as situações em sociedade não são iguais,
acarreta a impossibilidade de tratamento processual uniforme aos
conflitos sociais. Com efeito, certas situações sociais merecem
tratamento diferenciado: novas formas de tutela7.
A superação das técnicas clássicas de tutela,
especificamente da “necessidade” da dualidade de mecanismos jurisdicionais visando atingir o mesmo fim, foi e está sendo a tônica das
ondas reformistas do CPC. Primeiro com a criação dos institutos da
antecipação da tutela jurisdicional8; mais recentemente com o
reconhecimento de efeitos mandamentais e executivos nos processos de
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conhecimento, possibilitando-se, destarte, cognição e execução em uma
única demanda, dispensando a subseqüente relação executiva, bastando
serem realizados atos executivos no próprio processo cognitivo para
atingir a satisfação fática imposta pela decisão de mérito, seja ela
provisória ou definitiva. Neste desiderato são as lições de Jéferson
Isidoro Mafra9
Nesta linha, supera-se, em certas situações, a dicotomia
processual até então prevalecente pelo processo clássico, com a
possibilidade de satisfação, através de atos executivos, no próprio
processo de conhecimento. Através destas técnicas há um sincretismoprocessual: simultaneidade de cognição e execução no mesmo processo.
O sincretismo das tutelas tem sido louvado pela doutrina10.
Indubitavelmente torna a prestação jurisdicional mais ágil, célere e, por
conseguinte eficaz. E essa tendência sincrética é a força motriz da Lei nº
11.232, de 22-12-2005, que parece ser a peça principal da terceira onda
reformista do Código de Processo Civil, que ao nosso ver iniciou-se com
a Lei 11.187, de 19-10-2005, dispondo que doravante caberá em regra
do agravo retido contra as decisões interlocutórias.
Para se ter uma idéia superficial, a execução de título
extrajudicial é suprimida. Em seu lugar sobrevém o denominado
instituto do “cumprimento da sentença”. Contudo, esse, agora, está
localizado dentro do processo de conhecimento, como ato contínuo e
ocorrente sem necessidade de instauração da sucessiva execução judicial.
Nos tópicos abaixo procurar-se-á apontar as principais
modificações introduzidas por essa Lei, fazendo-se, inclusive, uma
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análise mais pormenorizada do instituto do “cumprimento da sentença
judicial”.
4. AS SENTENÇAS DE RESOLUÇÃO DE MÉRI TOA dedução da lide em juízo é, quase sempre, a conseqüência
da impossibilidade em que se encontram as partes de comporem
amigavelmente o conflito de interesses surgido entre elas. Neste passo,
a função jurisdicional opera como meio supletivo de composição da lide,
nos casos em que as partes não podem entrar em acordo, ou nas em
que o acordo só é possível quando homologado ou declarado pelo
Judiciário, como a separação amigável.
O Estado, então, no exercício da jurisdição, resolve os
conflitos de interesse substituindo a vontade das partes, valendo-se,
para tanto, do processo, que, nas palavras de Eduardo Couture11,
“nasce com a iniciativa do autor, delimita-se com a contestação do
demandado, e culmina com a sentença do juiz”. Poder-se-ia
acrescentar, o “processo tem por fim a constituição da coisa julgada, doefeito de que a pretensão do autor valha no futuro diante dos
tribunais”.12
Em vista disso, “a sentença é emitida como prestação do
Estado, em virtude da obrigação assumida na relação jurídica processual
(processo), quando a parte ou as partes vierem a juízo, isto é,
exercerem a pretensão à tutela jurídica”.13 Arruda Alvim14 arremata:
A sentença, por sua vez, é o ato culminante do processode conhecimento. Na sentença, o juiz, na qualidade derepresentante do Estado, dá, com base em fatos, na lei eno Direito, uma resposta imperativa ao pedido formuladopelo autor, bem como à resistência oposta a esse pedido,pelo réu, na defesa apresentada. Mesmo não havendo
10
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defesa, e tendo sido o réu revel, não fica libertado oEstado do dever de resolver a pretensão, o que é feitoessencialmente pela sentença.
Para este desiderato, no curso do processo o juiz intervémconstantemente: para deferir ou indeferir os requerimentos das partes,
para determinar e orientar a feitura dos atos que incumbem aos
funcionários e auxiliares da justiça, para resolver as dúvidas ou
incidentes surgidos durante a fluência da causa, e, por fim, depois de
praticados todos os atos da instrução, para decidir a própria lide15. O
juiz profere decisões. “Decisões”, lato sensu, que no sistema do Código
de Processo Civil são consideradas como o gênero, constituindo-se assentenças e as decisões interlocutórias16 suas espécies17.
As decisões interlocutórias apenas encaminham o processo
para a decisão final ou sentença18, ou, na dicção do Código de Processo
Civil19, “resolve questão incidente”. Esse conceito permanece intacto.
No entanto, a primeira modificação trazida pela Lei de
reforma (Lei nº 11.232, de 22-12-2005) do Código diz respeito aoconceito de sentença. Antes, lia-se no art. 162, § 1º, do CPC: “sentença
é o ato pelo qual o juiz põe termo ao processo, decidindo ou não o
mérito da causa”.20
Agora, a nova redação dispõe: “CPC, Art. 162, § 1º.
Sentença é o ato do juiz que implica alguma das situações previstas nos
arts. 267 e 269 desta Lei”.
Nesta linha, pouco importa que a decisão tenha ou não
atingido o mérito. De fato, não é relevante para a conceituação que se
trata de decisão definitiva ou terminativa21. Dessarte, o Código mantém
quanto à sentença um critério que leva em conta unicamente os seus11
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efeitos, pouco importando o conteúdo declarado na relação jurídica. Em
outras palavras, “a sentença extingue as relações processuais, isto é,
põe fim ao processo visto como o somatório dos atos processuais”.
Porém, há de se observar que os artigos 26722 e 26923, do
CPC, também tiveram suas redações modificadas. Em ambos, a
expressão julgamento de mérito passa agora a ser “resolução de
mérito”. E, além disso, no artigo 269 não se encontra mais a dicção que
a sentença que resolve o mérito põe fim ao processo. Sim, pois como se
verá linhas abaixo, o processo não se encerra com a sentença que
resolve o mérito, uma vez que posterior a ela poderá surgir o incidentedo “cumprimento da sentença”, dentro do mesmo processo de
conhecimento, que assim manterá seu curso até a cabal satisfação do
direito pretendido pelo exeqüente.
Portanto, o que peremptoriamente extingue o processo é
apenas a sentença que não resolver o mérito. Se houver solução de
mérito, o processo não se extingue. Antes, continua através de atos
executivos agora praticados dentro do próprio processo de acertamento,
no recém criado “cumprimento de sentença”.
O Art. 463 do referido diploma legal igualmente sofreu
alteração. Assim era redigido: “Art. 463. Ao publicar a sentença de
mérito, o juiz cumpre e acaba o ofício jurisdicional, só podendo alterá-
la:" E agora: Art. 463. Publicada a sentença, o juiz só poderá alterá-la.
Note-se que pela nova redação não se fala mais em
sentença de mérito, nem tampouco que a sentença é a última etapa do
ofício jurisdicional. Essa disposição mostra-se mais apropriada. Sim, pois
mesmo após a sentença o juiz pode praticar atos oficiosos. O que se
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finda, na verdade, é o ofício de julgar. Mas o juiz pode praticar outros
atos, como, por exemplo, receber recurso, modificar as ordens
coercitivas e, agora, praticar inclusive atos executivos subseqüentes.
Essas modificações adaptaram o Código a uma melhor
técnica, mas sem trazer conseqüências práticas relevantes. No entanto,
os artigos modificados que seguem abaixo são neste sentido.
4. NOVOS EFEITOS DAS SENTENÇAS
Uma vez prolatada a sentença há prestação do ofício
judicial,
24
emergindo efeitos para o processo e também conseqüênciasextraprocessuais.
No tocante aos efeitos processuais da sentença, destaca-se
sobremodo o término da instância, com a exceção recém criada dos atos
executivos e cumprimento de sentença. Além disso, põe cabo à lide
deduzida em juízo. É o que se extrai do magistério de João Bonumá25:
Assim, quanto ao processo; a) por ser ela o ato culminante,do qual todos os outros são preparatórios, termina a instância; b)
exaure, em qualquer hipótese, a jurisdição do juiz que, pelo fato de sua
prolação, se desobriga de continuar a oficiar no feito; c) é irretratável e
imodificável pelo mesmo juiz que a proferiu, a não ser nos casos
seguintes, expressamente previstos em lei (...) obriga o vencido, os
interessados, nos casos de jurisdição graciosa, à satisfação das custas e
despesas judiciais.
Quando à lide, o efeito normal e esperado de todas as
sentenças é a sua final solução, pela cogente afirmação do direito
aplicável à espécie, o que somente ocorre quando a sentença, pelo
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trânsito em julgado, adquire os característicos de incontestabilidade e
imutabilidade, ou, por outras palavras, quando produz coisa julgada
substancial.
Sem a preocupação de detalhar o tema, cabe dizer que
neste propósito pode gerar efeitos meramente declaratórios,
constitutivos ou condenatórios26 em correspondência às ações em que
são proferidas. Sua principal finalidade é a entrega da prestação
jurisdicional, e neste desiderato se transparece numa destas
modalidades.
Ao lado desta tripartição tradicional das sentenças, um
número cada vez maior de autores coloca a ação mandamental como
uma quarta modalidade. Por tal ação, busca-se uma ordem judicial, um
mandado, dirigido a outro órgão do Estado ou a particulares. Antônio
Carlos de Araújo Cintra, Ada Pellegrini Grinover e Cândido Rangel
Dinamarco27 assim a definem:
É o caso da sentença que concede mandado de segurança,ou da proferida contra oficial do registro público pararetificação de nome, ou para cumprimento específico dasobrigações de fazer ou não fazer. Para o descumprimentoda ordem emanada pela sentença mandamental, oordenamento prevê sanções de natureza material eprocessual, chegando até a eventual configuração decrime de desobediência (com a necessidade, para a suacaracterização, de processo criminal revestido de todas asgarantias do devido processo penal).
Ainda, fala-se também da existência da sentença executivacomo uma quinta modalidade. Mediante a ação judicial que busca um
provimento executivo, tem-se em mira um processo de conhecimento
em que sua decisão seja em muito análoga à condenatória, mas provida
de uma especial eficácia consistente em legitimar a execução sem
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necessidade de novo processo subseqüente de execução ou qualquer
incidente complexo, como o “cumprimento da sentença”, sendo exemplo
desta as possessórias e as ações de despejo28. A propósito, eis o teor da
lição de Pontes de Miranda (Apud SILVA, Ovídio Batista da, ano:
página)29:
Sentença executiva é toda aquela que contém, imanenteem si mesma, como eficácia interna que lhe é própria, opoder de operar uma mudança no mundo exterior,compreendida tal mudança como correspondendo a umatransferência de valor jurídico do patrimônio dodemandado pra o patrimônio do demandante, onde talvalor deveria estar (Pontes de Miranda, Tratado dasações, cit., p. 122 e 212).
Mais recentemente viu-se nas tutelas específicas e nas
tutelas antecipadas, com as imposições das medidas coercitivas, alguns
efeitos para a sentença no sentido de se fazerem cumprir.
No tocante às questões temporais, as sentenças podem ter
efeitos retroativos – ex tunc – ou somente para o futuro – ex nunc. Por
citar-se, as declaratórias, via de regra, possuem natureza retroativa, ao
passo que as constitutivas detém caráter ex nunc.
Já quanto aos efeitos extraprocessuais, Ovídio Batista sugere
a existência de dois destes: um a que dá o nome de eficácia direta ou
natural, cujos efeitos produzem alcance erga omnes; outro, a que
chama de eficácia reflexa da sentença, alcançando terceiros que
possuem relação jurídica ligada ao objeto sub judice:
Sendo todas as eficácias que sejam imanentes à própriasentença, como virtualidade da demanda de que elasresultam. Esses efeitos diretos atingem tanto as partescomo os terceiros e nada tem a ver com o fenômeno dacoisa julgada.30
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E exemplifica:
Se, numa ação possessória de reintegração de posse,cumulada com perdas e danos, o autor resulta vitorioso,
obtendo a recuperação de sua posse legítima e mais acondenação do demandado a indenizar, esses efeitosnaturais da sentença atingem não só as partes, masigualmente aos terceiros, que não poderão desconhecer ofato da execução contra o esbulhador ou a suacondenação, sofrendo, eventualmente, prejuízos que detais eficácias lhes possam advir, sem, por outro lado,encontrarem qualquer expediente processual capaz detorná-los imunes a tais efeitos. Se nessa demandapossessória, cumulada com perdas e danos, proposta porA contra o esbulhador B, um terceiro C com este
contratara, digamos realizando com ele um contrato dearrendamento do imóvel cuja posse lhe seja retirada comoconseqüência da sentença; ou um outro terceiro D hajaemprestado dinheiro a B, tornando-se seu credor de somaavultada, sem qualquer garantia especial; tanto C quantoD sofrerão os efeitos da sentença, que influirá nas suasrelações jurídicas com B, tornando-se, quanto ao primeiro,impossível o cumprimento do contrato de arrendamentopor parte de B, já que a obrigação de transmitir a posseao arrendatário tornou-se, com a sentença, impossívelquanto a D, na medida em que, sendo ele credorquirografário de B, poderá ter seu crédito desfalcado, casoo montante da obrigação de ressarcimento de danos que asentença reconheceu, torne B insolvente, ocasionando ainstauração do concurso de credores.
Esse alcance da sentença em relação a terceiros é o que se
usou chamar por Ovídio Batista, influenciado por Carnelutti, de efeito
reflexo da sentença.
O mesmo autor31 reconhece a existência de um outro efeito,
ao qual dá o nome de “efeito anexo”, decorrente da própria lei, como a
hipoteca judiciária do art. 466, do CPC. Esse efeito, sequer incluído no
pedido, decorre de uma fonte legal, e produz efeitos externos à
demanda32.
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E é exatamente esse art. 466 que sofreu mudanças. Com a
terminologia específica de efeitos da sentença, o Código resolveu tratar
da questão precisa das ações onde se buscam declarações de vontade
da parte ex adversa, como, por exemplo, naquelas onde se pretende a
outorga da escritura do promitente vendedor de um imóvel; ou ainda
naquelas onde se aguarda a manifestação por escrito de alguém, com
vistas a realização de um negócio jurídico. Assim, manteve-se a redação
do art. 466, e introduziu-se os arts. 466-A, 466-B, e 466-C:
Art. 466-A. Condenado o devedor a emitir declaração de
vontade, a sentença, uma vez transitada em julgado, produzirá todos osefeitos da declaração não emitida.
Art. 466-B. Se aquele que se comprometeu a concluir um
contrato não cumprir a obrigação, a outra parte, sendo isso possível e
não excluído pelo título, poderá obter uma sentença que produza o
mesmo efeito do contrato a ser firmado.
Art. 466-C. Tratando-se de contrato que tenha por objeto atransferência da propriedade de coisa determinada, ou de outro direito,
a ação não será acolhida se a parte que a intentou não cumprir a sua
prestação, nem a oferecer, nos casos e formas legais, salvo se ainda
não exigível.
As redações são interessantes e não deixam dúvidas. Se o
contrato havido entre as partes impuser a uma delas a emissão de
declaração de vontade, e esta não fizer, o prejudicado poderá obter uma
sentença que a supra (art. 466-A). No mesmo talante, se houver
condenação judicial do réu a emitir uma declaração de vontade, no seu
silêncio a sentença fará suas vezes (art. 466-B).
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É bem verdade que essas disposições não são propriamente
inovações. De efeito, nosso CPC já detinha regra semelhante,
estampada no art. 64133, que agora está revogado expressamente pela
Lei nº 11.232/05.
Curioso ainda o art. 466-C, que nada mais fez do que
contemplar a regra civilista da exceptio non adimplenti contractus, pela
qual se alguém não cumpriu com sua parte num contrato, não poderá
exigir que a outra execute a sua.
Retornando ao exemplo prático: Sócrates compra um imóvel
de Platão, pagando por ele 06 (seis) parcelas mensais e sucessivas, com
o comprometimento expresso de que Platão, ao final dos pagamentos,
outorgue a escritura definitiva. Contudo, ao final do contrato não houve
os pagamentos. Sendo assim, Sócrates interpõe a ação de outorga
compulsória de escritura, podendo cominar inclusive medidas coercitivas
como as astreintes, comprovando apenas que cumpriu com sua parte no
avençado, anexando aos autos as cópias dos recibos de pagamentos. Se
mesmo ante essas medidas coercitivas Platão se negar a outorga da
escritura, o juiz proferirá uma sentença que valerá tanto quanto a
escritura negada voluntariamente, podendo Sócrates levá-la a registro.
5. O NOVO PROCEDIMENTO DA LIQUI DAÇÃO DE SENTENÇA
Quando na sentença houver uma parte líquida e outra
ilíquida, ao credor é lícito promover simultaneamente o cumprimento dasentença daquela e, em autos apartados, a liquidação desta34.
A liquidação já era encarada como não integrante do
processo executivo, mas sim como seu antecedente lógico, quando
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necessária, constituindo procedimento complementar do processo de
conhecimento para tornar líquido o título judicial.
Outrora disposta nos artigos 603 a 611 do Código deProcesso Civil, teve todos seus artigos expressamente revogados, sendo
trazidos em seus lugares os vicejantes artigos 475-A a 475-H. Com isso,
reforça-se a tese de que, doravante, a liquidação da sentença é um iter
do processo de conhecimento.
Basicamente o procedimento assim será: quando a sentença
não determinar o valor devido, procede-se à sua liquidação. Do
requerimento de liquidação de sentença será a parte intimada, na
pessoa de seu advogado.
De plano, o novo procedimento impossibilita que nos casos
de ressarcimento por danos causados em acidente de veículo de via
terrestre, e nos de cobrança de seguro relativamente aos danos
causados em acidente de veículo, as sentenças sejam ilíquidas. Mesmo
inexistindo subsídios apriorísticos, cumprirá ao juiz, se for o caso, fixarde plano, a seu prudente critério, o valor devido35.
Interessante que agora a liquidação poderá ser requerida na
pendência de recurso, evidentemente se o mesmo for recebido apenas
no efeito devolutivo, processando-se em autos apartados, no juízo de
origem, cumprindo ao liquidante instruir o pedido com cópias das peças
processuais pertinentes.
Quando a determinação do valor da condenação depender
apenas de cálculo aritmético, o credor o promoverá mediante memória
discriminada e atualizada, determinando de imediato o cumprimento da
sentença, oportunizando ao réu um prazo de 15 (quinze) dias para19
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pronto pagamento, requerendo concomitantemente que em isso não
ocorrendo que se dê a expedição de mandado de penhora e avaliação36.
Se a elaboração da memória do cálculo depender de dadosexistentes em poder do devedor ou de terceiro, deverá o credor
requerer ao juiz que determine a exibição num prazo de 30 (trinta) dias.
Ao nosso ver, não se faz necessário a instauração de nenhum incidente
apartado, bastando tão-somente um pedido simples, discriminado os
documentos e apondo-lhes a importância devida, tudo por intermédio de
petição incidental nos autos da própria liquidação.
A recusa injustificada na apresentação dos documentos
acarretará, as conseqüências previstas para os incidentes formais de
exibição de documentos: se a recusa for de ato imputável a outra parte,
presume-se como verdadeiros os cálculos que o autor vier a apresentar
posteriormente; se a recusa for de terceiro, poderão ser-lhe aplicadas as
penas do art. 362, do CPC (expedição de mandado de busca e
apreensão dos documentos), e, ao nosso ver, a aplicação de toda e
qualquer medida coercitiva pelo ato atentatório à dignidade da Justiça37,
como multa diária e prisão por descumprimento de ordem judicial.
Evidentemente que pelo princípio da persuasão racional do
juiz, este não é obrigado a aceitar a liquidação trazida pelo autor,
mesmo que o réu não se manifeste, ou que se lhe aplique a pena de
confissão. Nos termos do art. 475-B, § 3º, poderá valer-se do Contador
Judicial para dirimir-lhe as dúvidas38.
Se isto ocorrer, discordando dos cálculos apresentados pelo
Contador, o autor poderá impugná-los, valendo-se de todos os recursos
cabíveis. Sem prejuízo, poderá de plano iniciar o cumprimento da
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sentença do valor incontroverso, inclusive com a penhora de bens,
tendo “por base o valor encontrado pelo contador” 39.
A liquidação por arbitramento permanece devida quandodeterminada pela sentença ou convencionado pelas partes40 ou o exigir
a natureza do objeto da liquidação41, mediante laudo apresentado por
perito nomeado pelo juiz.
Mantém-se a regra de que se houver necessidade de prova
de fatos novos, a liquidação será por artigos, que seguirá o rito
comum42.
Igualmente ficou assente a regra de que na liquidação é
vedada a nova discussão da lide, ou a modificação do teor da decisão43.
No entanto, profunda modificação diz respeito ao recurso
cabível contra a decisão de homologação da liquidação. O antes cabível
recurso de apelação é agora substituído pelo recurso de agravo44.
6. O CUMP RIMENTO DA SENTENÇA
A Lei nº 11.232/05 modificou significativamente a execução
de título judicial, agora denominada de “cumprimento da sentença”. De
efeito, não há mais se falar em execução de título judicial autônoma,
haja vista que o “cumprimento da sentença” passa a fazer parte do
processo cognitivo.
Ao tratar do expediente do “cumprimento da sentença”, aLei 11.232/05 já assenta que é definitiva a execução da sentença
transitada em julgado e provisória quando se tratar de sentença
impugnada mediante recurso ao qual não foi atribuído efeito
suspensivo45.
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O Juízo competente está fixado no art. 475-P. Quando a
sentença for proferida pelo Juízo Cível de Primeiro Grau, a este
competirá cumpri-la, e da mesma forma quando houver sentença penal
condenatória passível de cumprimento executivo; por outro turno, serão
competentes os Tribunais quando o julgamento for de sua alçada.
Se a sentença condenatória for líquida, ou se ilíquida for
liquidada, o quantum debeatur estará resolvido. Assim, caberá ao
devedor pagar a quantia fixada num prazo de 15 (quinze) dias46. Em
caso de descumprimento desse pagamento, ser-lhe-á aplicado
automaticamente uma multa de 10% (dez por cento), reversível aocredor. Se efetuado o pagamento parcial no prazo previsto no caput
deste artigo, a multa de dez por cento incidirá sobre o restante
inadimplido.47
O credor, em caso de descumprimento parcial ou total,
poderá, pelo valor devido, dar início à penhora e avaliação dos bens do
devedor, requerendo ao juiz que assim o faça, instruindo seu pedido
com a planilha atualizada e discriminada de seu débito, fazendo incluir a
multa de 10% pela inadimplência. No entanto, foi-lhe assinalado um
prazo de 06 (seis) meses para principiar o cumprimento da sentença,
sob pena de arquivamento dos autos, ressalvada, contudo, a
possibilidade de seu posterior desarquivamento48.
O exeqüente poderá, em seu requerimento de constrição e
avaliação, indicar desde logo os bens a serem penhorados49.
Frise-se: doravante, assim como nos executivos fiscais, a
avaliação ficará ao encargo do Oficial de Justiça, que se não a fizer por
depender de conhecimentos especializados, deverá o juiz, de imediato,
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nomeará avaliador, assinando-lhe breve prazo para a entrega do
laudo50. Evidentemente que as partes deverão se manifestar sobre o
auto, e mesmo sobre o laudo, podendo promover provas em seu favor e
atacar a decisão que lhe seja desfavorável mediante recurso de agravo.
Realizado o auto de penhora e avaliação – ou só de penhora,
conforme as circunstâncias - haverá a intimação do executado. O
interessante aqui é que a intimação será feita na pessoa do advogado
constituído nos autos. Na falta desse, poderá se dar a intimação pessoal
ou por representante legal, inclusive por correio, sempre sendo
assinalada a oportunidade de oferecer “impugnação” num prazo de 15(quinze) dias.51
Deste modo, estão abolidos os embargos executivos de
títulos judiciais, fazendo-lhe às vezes a denominada impugnação.
Outrossim, o prazo de defesa também mudou. Os antes 10 (dez) dias
previstos para os embargos são agora substituídos por 15 (quinze) dias
prenunciados para a “impugnação”.
No entanto, a cognição horizontal e vertical da
“impugnação” 52 são basicamente as mesmas anteriormente previstas
para os embargos à execução de título judicial53. A principal modificação
diz respeito ao ambiente adequado para discussão sobre a penhora e
sua avaliação. Antes, a doutrina mais esmerada propunha que os
embargos não poderiam acolher essa matéria, devendo ser discutida
nos autos da própria execução. Agora, extreme de dúvidas, aimpugnação é que cuidará do assunto.
Por outro lado, enrijeceu-se a discussão sobre o “excesso de
execução”. Amiúde os embargantes lançavam mão deste argumento,
23
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sem, contudo, dar provas ou meramente indícios do ocorrido. Agora,
“quando o executado alegar que o exeqüente, em excesso de execução,
pleiteia quantia superior à resultante da sentença, cumprir-lhe-á
declarar de imediato o valor que entende correto, sob pena de rejeição
liminar dessa impugnação” 54
Manteve-se a redação contida no art. 741, § único, do
Código de Processo Civil, que, ao nosso sentir, consagra da tese da
ineficácia da coisa julgada inconstitucional55 56 Neste sentido, considera-
se também inexigível o título judicial fundado em lei ou ato normativo
declarados inconstitucionais pelo Supremo Tribunal Federal, ou fundadoem aplicação ou interpretação da lei ou ato normativo tidas pelo
Supremo Tribunal Federal como incompatíveis com a Constituição
Federal57.
Outrossim, a impugnação, ao contrário dos embargos
executivos, não suspende, em regra, o curso da execução. Essa
suspensividade fica condicionada ao critério do juiz, podendo atribuí-la
desde que relevantes seus fundamentos e o prosseguimento da
execução seja manifestamente suscetível de causar ao executado grave
dano de difícil ou incerta reparação58. No entanto, se for atribuído efeito
suspensivo, o autor poderá prestar caução idônea, e prosseguir a
execução em todos os seus termos, inclusive com atos expropriatórios59.
Significativa também é a mudança recursal. Agora, da
sentença que decide sobre a impugnação cabe recurso de agravo,diferentemente da apelação que desafiava a decisão dos embargos
executivos judiciais60
24
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Contudo, é imperioso frisar: as alterações atingem apenas a
execução de título judicial, agora denominada de cumprimento de
sentença. As medidas atinentes à execução de títulos extrajudiciais se
mantêm intactas. E, cabe ressaltar, aplicam-se subsidiariamente ao
cumprimento da sentença, no que couber, as normas que regem o
processo de execução de título extrajudicial61”.
7. DOS TÍTULOS EXECUTIVOS JUDICIAIS
Nos termos do art. 475-N, são esses os títulos executivos
judiciais:
I - a sentença proferida no processo civil que reconheça a
existência de obrigação de fazer, não fazer, entregar coisa ou pagar
quantia;
II - a sentença penal condenatória transitada em julgado;
III - a sentença homologatória de conciliação ou de
transação, ainda que inclua matéria não posta em juízo. Note-se que atransação ou conciliação poderão conter matéria que sequer foi
ventilada na inicial ou na contestação, e mesmo assim farão parte do
título executivo judicial;
IV - a sentença arbitral;
V - o acordo extrajudicial, de qualquer natureza,
homologado judicialmente;
VI - a sentença estrangeira, homologada pelo Superior
Tribunal de Justiça. Já em consonância com a Emenda Constitucional 45,
que subtraiu do STF essa competência, delegando-a ao STJ;
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VII - o formal e a certidão de partilha, exclusivamente em
relação ao inventariante, aos herdeiros e aos sucessores a título singular
ou universal.
Sobretudo no caso da sentença penal, das sentenças
arbitrais e sentenças estrangeiras eventualmente ilíquidas, deverá haver
a prévia liquidação de valores, sendo que o devedor será citado para
esse procedimento62.
8. DA EXECUÇÃO PROVI SÓRIA
O artigo 475-O
63
preocupa-se com a execução provisória dasentença, que correrá por conta e risco do exeqüente, que se obriga, se
a sentença for reformada, a reparar os danos que o executado tenha
sofrido64.
Como não poderia deixar de ser, caso haja acórdão que
reforme ou anule a sentença, a execução provisória eventualmente em
curso ficará sem efeito, sendo restituídas as partes às condições
anteriores à decisão65.
Estão autorizados atos de levantamento de dinheiro, ou
mesmo de alienação judicial de bens, na pendência da execução
provisória. Contudo, tais atos ficam condicionados à prestação de
caução suficiente a ser dada pelo exeqüente, em valores arbitrados pelo
juiz66. Essa caução será dispensada apenas em casos de crédito de
natureza alimentar ou decorrente de ato ilícito, até o limite de sessentavezes o valor do salário-mínimo, quando o exeqüente demonstrar
situação de necessidade67. A outra hipótese de dispensa de caução dar-
se-á quando houver pendência de julgamento de recurso de agravo de
instrumento junto ao Supremo Tribunal Federal ou ao Superior Tribunal
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de Justiça (art. 544), salvo quando da dispensa possa manifestamente
resultar risco de grave dano, de difícil ou incerta reparação.
Logo, a velha e malfadada prática de se aguardar o julgamento definitivo dos embargos para os atos expropriatórios
definitivos deixa de existir. O exeqüente, repita-se, sob sua
responsabilidade e risco, pode promover a execução provisória, inclusive
com atos expropriatórios. Caso, ao final, haja reversão da decisão,
deverá indenizar o executado, que terá a garantia dos bens caucionados
para satisfação de seus prejuízos.
9. DA SENTENÇA CONDENATÓRIA DE PRESTAÇÃOALIMENTÍCIA INDENIZATÓRIA
A reforma do Código Processual se preocupou bastante com
as sentenças desta natureza. Primeiramente, dispensou a caução do
cumprimento provisório da sentença nas causas de até 60 salários
mínimos, quando o exeqüente demonstrar necessidade.
Nas causas indenizatórias em que se incluir prestaçõesalimentícias, o juiz poderá ordenar ao executado que constitua de
capital inalienável e impenhorável, incidente em bens de qualquer
natureza, cuja renda garanta o cumprimento periódico do
pensionamento68.
Disposição semelhante era encontrada no art. 60269 do CPC.
O Superior Tribunal de Justiça era implacável com essa regra, editando
inclusive a Súmula 313, que dispunha: “Em ação de indenização,
procedente o pedido, é necessária a constituição de capital ou caução
fidejussória para a garantia de pagamento da pensão,
independentemente da situação financeira do demandado”.
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Contudo, pela nova sistemática, o juiz poderá substituir a
constituição do capital pela inclusão do beneficiário da prestação em
folha de pagamento de entidade de direito público ou de empresa de
direito privado de notória capacidade econômica, ou, a requerimento do
devedor, por fiança bancária ou garantia real, em valor a ser arbitrado
de imediato pelo juiz70. A Súmula perde, pois, sua força implacável.
Ademais, cessada a obrigação de prestar alimentos, o juiz
mandará liberar o capital, interromper o desconto em folha ou cancelar
as garantias prestadas71.
Seguindo a regra do art. 1699 do Código Civil brasileiro72, o
Código Processual determina que se houver modificação nas condições
econômicas, poderá a parte requerer, conforme as circunstâncias,
redução ou aumento da prestação alimentícia indenizatória.73
A polêmica reside no art. 475-Q, § 4º, que reza que os
alimentos podem ser fixados tomando por base o salário-mínimo. Essa
prática já era de muito utilizada por decisões condenatórias alimentícias,bem como em fixação de danos morais, como forma de indexação
monetária, preservando os valores fixados da depreciação inflacionária,
e evitando sucessivas ações revisionais.
Ocorre, contudo, que o art. 7º, IV, da Constituição Federal,
ao tratar do salário mínimo, assevera ser direito do trabalhador salário
mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender as
suas necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia,
alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e
previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder
aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim;
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Como se vê, o salário mínimo não poderia ser indexador de
condenações judicial, pois é “vedada sua vinculação para qualquer fim”.
No entanto, tem-se entendido que o salário mínimo, assimcomo os alimentos, visam atender as necessidades vitais básicas de
uma pessoa, com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer,
vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes
periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo.
Portanto, se a finalidade é a mesma, razoável e
constitucional imaginar-se que podem os alimentos ser fixados com
base em salários-mínimos, não havendo qualquer irregularidade na nova
redação do Código de Processo Civil.
10. DA EXECUÇÃO CONTRA A FAZENDA PÚBLICA E DA AÇÃOMONITÓRIA
Há tênues modificações na execução prevista no art. 741 do
CPC, que envolve a Fazenda Pública. Na verdade, modificam-se apenas
as matérias suscetíveis de embargos executórios, o que de há muito a jurisprudência já vinha aceitando.
No respeitante à ação monitória, todas as matérias também
alteradas estão consolidadas na jurisprudência. Aceitou-se
expressamente que uma vez rejeitados os embargos, a execução
prossegue nos termos do “cumprimento da sentença”. Deste modo,
afasta-se a tese de alguns, que viam nos embargos executórios
oportunidade de reiterar as matérias constantes dos embargos
monitórios.
11. A VACATIO LEGIS DA LEI 11.232, DE 22 DE DEZEMBRODE 2005
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Disse o Art. 8º da Lei 11.232, de 22 de dezembro de 2005,
que esta entraria em vigor 06 (seis) meses a partir da sua publicação.
Sabe-se que essa Lei foi publicada no Diário Oficial no dia 22de dezembro de 2005. Por outro lado, a Lei Complementar nº. 107 de
26-04-2001, estabelece em seu artigo 8.º, § 1.º, o seguinte: "A
contagem do prazo para entrada em vigor das leis que estabeleçam
período de vacância far-se-á com a inclusão da data de publicação e do
último dia do prazo, entrando em vigor no dia subseqüente a sua
consumação integral".
Sendo assim, conta-se o dia 22 de dezembro de 2005, data
da publicação. Os seis meses posteriores vencerão em 22 de junho de
2006. Inclui-se esse dia, e então teremos a entrada em vigor da Lei
11232/05, em 23 de junho de 2006.
Nos termos do princípio processual do tempus regit actum,
os atos já praticados sob a vigência do Código de Processo Civil, com
sua redação atual, deverão ser mantidos. No entanto, com a entrada emvigor das novas disposições, todos os atos de um processo em curso,
quer pendentes, quer futuros, deverão observar a nova regra da Lei
11.232/05.
12. AS INOVAÇÕES DA LEI 11276, DE 07 DE FEVEREIRO DE2006
Essa lei modifica pontualmente os recursos previstos no
CPC. Aliás, insta salientar que praticamente todos os recursos previstos
no Código de Processo Civil sofreram modificações significativas ao
longo das ondas reformistas, o que nos leva a concluir que esse “Título”
do Código seja o mais problemático.
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Como primeira modificação trazida o art. 504 passa a ser
redigido da seguinte forma: “Dos despachos não cabe recurso.”
Suprimiu-se em relação a redação original a expressão “despachos de
mero expediente”. Com isso, o Código deixa ainda mais claro que os
atos pelos quais o juiz dá mero andamento ao processo, sem carga
decisória, são impassíveis de recurso.
Após, modificou-se o Art. 506, III, dispondo que de agora
em diante serão publicados na imprensa oficial apenas a parte do
dispositivo do acórdão para efeito de contagem de prazo recursal.
O Art. 515, que trata da apelação, recebe novo parágrafo
4º: “Constatando a ocorrência de nulidade sanável, o tribunal poderá
determinar a realização ou renovação do ato processual, intimadas as
partes; cumprida a diligência, sempre que possível prosseguirá o
julgamento da apelação.”
Novamente a reforma do Código de Processo Civil aceita a
tese da supressão de instância. Sim, pois o já em vigor parágrafoterceiro dispôs que “nos casos de extinção do processo sem julgamento
do mérito (art. 267), o tribunal pode julgar desde logo a lide, se a causa
versar questão exclusivamente de direito e estiver em condições de
imediato julgamento.” Com isso, o tribunal poderia conhecer e julgar
matérias sequer tratadas na sentença de primeira instância.
Seguindo a mesma tendência, se for detectada pelo tribunal
alguma nulidade processual que possa ser sanada, o próprio tribunal
determinará a realização ou renovação do ato processual, ainda que o
Juízo de Primeiro Grau não o tenha realizado, ou o tenha de forma
equivocada.
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Como exemplo há de se citar a possibilidade de
regularização da representação processual74. Os Tribunais vinham
abonando absurdamente a tese que a aplicação do art. 13, do CPC75,
somente se dirigia ao juiz de primeiro grau. Agora, por força do art.
515, § 4º, deverão assinalar prazo razoável para a regularização de
eventual nulidade de representação processual.
Outra alteração de destaque trazida pela Lei 11.276 diz
respeito ao juízo de admissibilidade do recurso de apelação. O art. 518
teve seu parágrafo único suprimido, sendo substituído por outros dois
parágrafos, que ditam:
§ 1º O juiz não receberá o recurso de apelação quando a
sentença estiver em conformidade com súmula do Superior Tribunal de
Justiça ou do Supremo Tribunal Federal.
§ 2º Apresentada a resposta, é facultado ao juiz, em cinco
dias, o reexame dos pressupostos de admissibilidade do recurso.” (NR).
O Código Processual já previa a hipótese do relator do
recurso negar seguimento ao mesmo quando estivesse em confronto
com súmulas ou jurisprudências dominantes do seu Tribunal, do STJ ou
do STF.
Agora semelhante “juízo de prelibação” é estendido ao juiz
de primeiro grau, com algumas modificações. Este, quer quando da
interposição do recurso, quer posteriormente à sua resposta, poderá
rejeitar seu seguimento se sua sentença estiver em conformidade com
súmulas do STJ ou do STF.
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Mas, note-se: o relator do recurso pode negar-lhe
seguimento quando houver contrariedade às jurisprudências
dominantes; o juiz não, pois só lhe cabe tal providência se houver
conformidade com súmulas.
Outrossim, o relator pode ter por parâmetro jurisprudência
ou súmula do seu próprio Tribunal, ao passo que o juiz somente poderá
reportar-se à súmula do STJ e do STF.
13. A LEI 11.277.
A Lei 11277, de 07 de fevereiro de 2006, acrescentou aoArt. 285, o Art. 285-A, que passa a dispor:
Art. 285-A. Quando a matéria controvertida for unicamente
de direito e no juízo já houver sido proferida sentença de total
improcedência em outros casos idênticos, poderá ser dispensada a
citação e proferida sentença, reproduzindo-se o teor da anteriormente
prolatada.
§ 1º Se o autor apelar, é facultado ao juiz decidir, no prazo
de 5 (cinco) dias, não manter a sentença e determinar o
prosseguimento da ação.
§ 2º Caso seja mantida a sentença, será ordenada a citação
do réu para responder ao recurso.
Confere-se ao juiz uma faculdade até então desconhecida. Apossibilidade da rejeição da inicial era cabível apenas por questões
processuais. Era regra76 o juiz indeferir a peça inaugural caso essa não
preenchesse os requisitos exigidos pela lei77. Contudo, esse julgamento
jamais atingia a resolução do mérito.
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Questões meritórias somente poderiam ser conhecidas de
ofício em casos de prescrição e decadência, desde que não versasse
sobre questões patrimoniais78.
Todavia, ao nosso ver, com a edição do novo Código Civil, as
regras de reconhecimento da prescrição e da decadência ex officio
tiveram significativa alteração. Com efeito, agora a prescrição pode ser
reconhecida pelo juiz unicamente quando aproveitar incapazes79, ao
passo que a decadência tão-somente quando o prazo estiver fixado em
lei80.
Nestes julgamentos onde se reconhece, ainda que
oficiosamente, a prescrição e a decadência, inegavelmente têm-se
julgamento com resolução do mérito. Mas estes eram as únicas
hipóteses previstas em lei.
No entanto, com a Lei 11.277, essa possibilidade tem
significativa abertura. Com efeito, se a matéria trazida na inicial for
apenas de questões de direito, e o juiz já tiver julgado casos idênticos,ainda que não envolvendo as mesmas partes poderá, de ofício, dar pela
improcedência dos pedidos, proferindo sentença com resolução de
mérito.
Por exemplo, se o juiz já reconheceu numa ação revisional
que Paulo move contra o Banco “X” que é possível a cobrança de juros
capitalizados mensalmente, dando pela improcedência daquela ação, se
João promover ação com pleito idêntico contra o Banco “Y”, o juiz
poderá rejeitar liminarmente a inicial, dando pela improcedência do
pedido, com resolução de mérito.
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Sequer haverá a determinação de citação do réu, e caso o
autor discorde da sentença, poderá apelar num prazo de 05 (cinco) dias,
com possibilidade de juízo de retratação.
Se a sentença de improcedência ex officio for mantida, aí
então haverá a citação do réu para acompanhar e contra-arrazoar o
recurso de apelação.
Está afastada a hipótese do julgamento liminar de
improcedência quando as questões ventiladas forem de fato.
Por outro lado, entendemos que em face da exigência damotivação das decisões, o juiz deverá indicar precisamente a qual(is)
“processo(s)-paradigma” se reporta, colacionando-a(as) aos autos, a
fim de que o autor possa comparar as decisões, exercendo na plenitude
a ampla defesa, o contraditório, e principalmente o duplo grau de
jurisdição.
Deste modo, agora existe dois procedimentos para o caso de
extinção de ofício dos processos: se o juiz rejeitar a petição inicial por
questões processuais, notadamente pela inépcia, o recurso de apelação
será exercido num prazo de 48 horas, com possibilidade de juízo de
retratação; se, contudo, houver julgamento liminar de improcedência, o
recurso também será de apelação, mas agora num prazo de 05 (cinco)
dias, mas com igual possibilidade de juízo iterativo. E apenas nesta
última hipótese há a determinação de que o réu seja citado para
acompanhar o recurso, podendo contra-arrazoá-lo.
14. VACATIO LEGIS DAS LEIS 11.276 E 11.277
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Ambas leis fixam um prazo de vacatio legis de 90 dias.
Sendo assim, entrarão em vigor no dia 08 de maio de 2.006, seguindo
os critérios da Lei Complementar nº. 107 de 26-04-2001.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Do até aqui exposto, pode-se concluir:
a) As reformas veementes do Código de Processo Civil
tiveram início em 1993, com acentuadas modificações em 1994 e 1995;
após, uma segunda etapa desenvolveu-se em 2001 e 2002; agora, em
2005, tem início um terceiro ciclo de alterações, sobretudo com a ediçãoda lei 11.232, de 22 de dezembro de 2005;
b) A tendência das alterações legislativas processuais está
pautada na assunção do sincretismo da tutela, notadamente agora, em
que os atos executivos de cumprimento da sentença condenatória fazem
parte do processo de cognição;
c) As sentenças são divididas em aquelas que extinguem oprocesso, sem resolução de mérito, e aquelas que resolvem o mérito,
sem extinguirem o processo, haja vista que posteriormente a sentença,
caso seja ela descumprida, inicia-se o incidente de cumprimento da
sentença, dentro do próprio processo de acertamento;
d) As ações que tenham por objeto a obtenção da
declaração de vontade da outra parte estão aparelhadas com medidas
de efetividade, sendo que o juiz pode suprir a declaração que a parte
deixou de emanar;
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e) A liquidação passa a ser um incidente do processo de
conhecimento, cuja maior alteração reside no fato de que o recurso
cabível contra sua decisão é o agravo;
f) Transitada em julgada a sentença condentória, ou em se
tratando de execução provisória, o devedor terá 15 (quinze) dias para o
cumprimento da Sentença. Em não o fazendo, sujeita-se a multa de
10%, expedindo-se contra ele mandado de penhora e avaliação de
bens;
g) Havida a garantia do juízo, o devedor poderá impugna-la
num prazo de 15 dias, sem, contudo, suspender-se o curso da
execução;
h) A decisão da impugnação desafiará recurso de agravo;
i) Garante-se maior efetividade na execução provisória. O
juiz poderá autorizar atos expropriatórios, mesmo na pendência de
recursos, desde que haja prestação de caução idônea por parte do
exeqüente, dispensada esta nas causas alimentares ou indenizatórias de
até 60 salários mínimos, desde que justificada a necessidade;
j) Como “efeito anexo” da sentença condenatória de
prestação alimentícia indenizatória, o juiz poderá determinar a
constituição de capital que assegure o cumprimento das pensões,
dispensando-a em casos de inclusão do beneficiário da prestação em
folha de pagamento de entidade de direito público ou de empresa de
direito privado de notória capacidade econômica, ou, a requerimento do
devedor, por fiança bancária ou garantia real, em valor a ser arbitrado
de imediato pelo juiz;
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k) Nada de tão significativo houve no respeitante às
execuções contra a Fazenda Pública e à ação monitória. A jurisprudência
já tinha perfilhado o que agora é lei;
l) As reformas previstas na Lei 11.232 entram em vigor no
dia 23 de Junho de 2006, respeitando-se os atos dos processos em
curso já praticados, mas plenamente aplicáveis aos atos pendentes e
futuros;
m) O recurso de apelação teve algumas alterações,
concedendo-se poderes ao juiz para negar seguimento a recurso que
seja contrário às súmulas do STJ ou STF;
n) O Tribunal poderá determinar diligências que supram
eventuais nulidades sanáveis, antes do julgamento do recuso de
apelação;
o) O juiz poderá proferir sentença de total improcedência
dos pedidos declinados na inicial, de ofício e sem a citação do réu,
quando já tiver julgado casos idênticos;
p) Deste julgamento caberá apelação num prazo de 05
(cinco) dias, com possibilidade de retratação, citando-se o réu para
acompanhá-lo.
q) As Leis 11.276 e 11.277, entram em vigor no dia 08 de
Maio de 2.005.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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41
1 A função social do processo civil moderno e o papel do juiz e das partes nadireção e na instrução do processo. Revista de Processo, São Paulo, ano 10, n. 37, p. 140-150, jan/mar. 1985.
2 Na feliz expressão (porém que demonstra uma triste realidade) de KazuoWatanabe, citada exaustivamente pelos processualistas.
3 KFOURI NETO, Miguel. As reformas do CPC. In Porto Alegre: SíntesePublicações, 2005, CD-Rom n. 52. Produzida por Sonopress Rimo Indústria eComércio Fonográfico Ltda
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42
4 MOREIRA, José Carlos Barbosa. O novo processo civil brasileiro: exposiçãosistemática do procedimento. Rio de Janeiro: Forense, 1998, p. 3.
5 MAFRA, Jéferson Isidoro. Sincretismo processual. In Porto Alegre: SíntesePublicações, 2005, CD-Rom n. 52. Produzida por Sonopress Rimo Indústria eComércio Fonográfico Ltda.
6 Curso de processo civil: execução obrigacional, execução real e ações
mandamentais. Volume 2. 3 ed. São Paulo: Editora Revista do Tribunais, 1998,p. 21.
7 MAFRA, Jéferson Isidoro. Sincretismo processual. In Porto Alegre: SíntesePublicações, 2005, CD-Rom n. 52. Produzida por Sonopress Rimo Indústria eComércio Fonográfico Ltda.
8 Código de Processo Civil, arts. 273, 461 e 461-A.
9 Loc. cit.
10 FIGUEIRA JÚNIOR, Joel Dias. Comentários à novíssima reforma do CPC Lei10.444, de 07 de maio de 2002. Rio de Janeiro: Forense, 2002, p. 03.; LUCON,Paulo Henrique dos Santos. Eficácia das decisões e execução provisória. SãoPaulo: Editora Revista dos Tribunais, 2000, p.162; MEDINA, José Miguel Garcia.Execução civil: princípios fundamentais. São Paulo: Editora Revista dosTribunais, 2002; MARINONI, Luiz Guilherme. Tutela inibitória. São Paulo: EditoraRevista dos Tribunais, 1998, p. 358.
11 Introdução ao estudo do processo civil. Belo Horizonte : Editora Líder, 2003, p.
39. (trad. Hiltomar Martins de Oliveira).
12 WACH, Adolf. in GOLDSCHIMIDT, James. Prinípios gerais do processo civil.Belo Horizonte: Editora Líder, 2003, p. 31 (trad. Hiltomar Martins de Oliveira).
13 PONTES DE MIRANDA. Comentários ao código de processo civil. 2a. ed., Rio deJaneiro : Editora Forense, 1979, v. V, p. 395.
14 Loc. cit.
15 BONUMÁ, João. Direito processual civil. São Paulo : Editora Saraiva & Cia
Livraria Acadêmica, 1946, p. 425.
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43
16 Código de Processo Civil, art. 162, § 2º: Decisão interlocutória é o ato peloqual o juiz, no curso do processo, resolve questão incidente.
17 ALVIM, Arruda. Manual de direito processual civil. 7a. ed., São Paulo : EditoraRevista dos Tribunais, 2000, v. II, p. 627.
18 COSTA, José Rubens. Tratado do processo de conhecimento. Rio de Janeiro :Editora Juarez de Oliveira, 2002, p. 889.
19 Código de Processo Civil, art. 162, § 2º.
20 Código de Processo Civil, art. 162, § 1º.
21 Por amor à minúcia, vale relembrar que sentença terminativa é aquela quepõem fim ao processo, sem lhe resolver o mérito, ao passo que sentençadefinitiva é aquela que resolve o mérito no todo ou em parte.
22 Art. 267. Extingue-se o processo, sem resolução de mérito.
23 Art. 269. Haverá resolução de mérito.
24 GRINOVER, Ada Pellegrini. Direito processual civil. São Paulo : Bushatsky,
1974, p. 81.
25 Op. cit., p. 453.
26 Nessa ordem de idéias, a ação é declaratória quando se endereça à obtençãode uma sentença que se limite a declarar a existência ou inexistência dedeterminada relação jurídica material. É constitutiva quando declara a existênciade um direito potestativo de uma parte contra a outra e o acolhe para criar ou
alterar uma situação jurídica material entre os litigantes. É, enfim, condenatóriaquando declara a existência de um vínculo jurídico material entre as partes ereconhece sua violação por uma delas, à qual a sentença impõe uma prestação aser realizada em favor da outra.
27 Teoria geral do processo. 18a. ed., São Paulo : Editora Malheiros, 2002, p. 302.
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44
28 CINTRA, Antonio Carlos de Araújo; GRINOVER, Ada Pellegrini; DINAMARCO,Cândido Rangel. Op. cit., p. 302.
29 Op. cit., p. 106.
30 Op. cit., p. 107.
31 Humberto Theodoro Júnior prefere denominar tais efeitos de secundários e
ainda alista como tais a dissolução da comunhão de bens, nos casos da sentençaque decreta a separação dos cônjuges ou anula o casamento; a perempção nodireito de demandar, quando o autor der causa a três extinções do processo, porabandono da causa; havendo condenação do devedor em emitir a declaração devontade, a sentença, uma vez transitada em julgado, produzirátodos os efeitosda declaração não emitida. In Curso de direito processual civil. 35a. ed., Rio de
Janeiro : Editora Forense, 2000, p. 461.
32 Há ainda outros destes efeitos, a saber: a) dissolução do regime de bens, por
ocasião da sentença de separação judicial; b) a indenização devida pelo queobteve execução provisória, em virtude de sentença depois reformada ouanuldada; c) as taxas e outros efeitos fiscais incidentes sobre sentenças; d) adissolução da sociedade na decretação da falência.
33 Art. 641. Condenado o devedor a emitir declaração de vontade, a sentença,uma vez transitada em julgado, produzirá todos os efeitos da declaração nãoemitida.
34 CPC, Art. 475-L, § 2º (NR)
35 CPC, art. 475, § 3º (NR)
36 CPC, Art. 475-J (NR)
37 CPC, art. 14, parágrafo único: “...constitui ato atentatório ao exercício da
jurisdição, podendo o juiz, sem prejuízo das sanções criminais, civis eprocessuais cabíveis, aplicar ao responsável multa em montante a ser fixado deacordo com a gravidade da conduta e não superior a vinte por cento do valor dacausa; não sendo paga no prazo estabelecido, contado do trânsito em julgado dadecisão final da causa, a multa será inscrita sempre como dívida ativa da Uniãoou do Estado.”
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A Terceira Onda de Reformas no Código de Processo Civil – Leis 11.232, de 22 dedezembro de 2005, 11.277 e 11.276, Ambas de 07 de fevereiro de 2006
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38 Art. 475-B, § 3º Poderá o juiz valer-se do contador do juízo, quando a
memória apresentada pelo credor aparentemente exceder os limites da decisãoexeqüenda e, ainda, nos casos de assistência judiciária.
39 CPC, Art. 475-B, § 4º (NR)
40 CPC, Art. 475-C, I (NR)
41 CPC, Art. 475-C, II (NR)
42 CPC, Art. 475-F (NR)
43 CPC, Art. 475-G (NR)
44 CPC, Art. 475-H (NR)
45 CPC, Art. 475-L (NR)
46 Art. 475-J. Caso o devedor, condenado ao pagamento de quantia certa ou jáfixada em liquidação, não o efetue no prazo de quinze dias, o montante dacondenação será acrescido de multa no percentual de dez por cento e, a
requerimento do credor e observado o disposto no art. 614, inciso II, desta Lei,expedir-se-á mandado de penhora e avaliação (NR)
47 CPC, Art. 475-J, § 4º (NR)
48 CPC, Art. 475-J, § 5º (NR)
49 CPC, Art. 475-J, § 3º (NR)
50 CPC, Art. 475-J, § 2º (NR)
51 CPC, Art. 475-J, § 1º (NR)
52 CPC, Art. 475-L (NR)
53 CPC, art. 741.
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54 CPC, Art. 475, L, § 2º
55 ALMEIDA JÚNIOR, Jesualdo Eduardo de. O controle da coisa julgadainconstitucional. Porto Alegre : Sergio Antonio Fabris Editor, 2006, no prelo.
56 Há de se admitir, contudo, que a doutrina nacional de peso é contrária a essetese. Para Luiz Guiherme Marinoni (Sobre a chamada relativização da coisa julgada http:/www.mundojuridicio.adv.Br/html/artigos/documentos/texto804.htm, em14/2/2005), “a coisa julgada não se sujeita – ou poderá se sujeitar – aos efeitosex tunc da declaração de inconstitucionalidade, e assim mesmo ante do art. 27,da Lei 9869/99.” E acrescenta: “A tentativa de eliminar a coisa julgada diantede uma nova interpretação constitucional não só retira o mínimo que o cidadão
pode esperar do Poder Judiciário – que é a estabilização da sua vida após oencerramento do processo que definiu o litígio – como também parece ser umatese fundada na idéia de impor um controle sobre as situações pretéritas.” Nomesmo sentido Clèmerson Merlin Clève (A fiscalização abstrata deconstitucionalidade no direito brasileiro. São Paulo : Editora Revista dosTribunais, 1995, p. 169), ao dizer que “coisa julgada consiste num importantelimite à eficácia da decisão declaratória de inconstitucionalidade.”; GilmarFerreira Mendes (Apud MARINONI, Luiz Guilherme. Sobre a chamadarelativização da coisa julgada material.http:/www.mundojuridicio.adv.Br/html/artigos/documentos/texto804.htm, em14/2/2005) é no mesmo pensar, ao determinar que o sistema de controle deconstitucionalidade brasileira contempla a ressalva da coisa julgada. E concluisentenciando que ainda que não se possa cogitar de direito adquirido ou de ato
jurídico perfeito fundado em lei inconstitucional, afigura-se evidente que anulidade ex tunc não afeta a norma concreta contida na sentença ou no acórdão.
57 Ao teor destas redações, ainda que estejamos perante o fenômeno da coisa julgada com base em determinada lei ou ato normativo, se posteriormente oSupremo Tribunal Federal vier a considerar tal lei inconstitucional, aquela coisa julgada seria rescindida, na medida em que o título executivo judicial tornar-se-ia inexigível. Note-se que essas disposições referem-se apenas aos títulosexecutivos judiciais, tratando por conseqüência apenas das sentençascondenatórias, pois como sabido, somente estas produzem títulos executivos judiciais. Note-se ainda que a declaração de inconstitucionalidade da lei ou doato normativo não precisa ser proferidos em controle concentrado de
constitucionalidade. A simples declaração do Supremo, mesmo que analisando alei num caso concreto, mediante controle difuso em sede de recursoextraordinário, permitiria a afetação da coisa julgada. Ademais, não vemosnenhum indício de inconstitucionalidade material ou formal neste texto, que aonosso ver deve prevalecer inclusive como forma de salvaguarda do textoconstitucional.
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58 CPC, Art. 475-M (NR)
59 CPC, Art. 475-M, § 1º (NR)
60 CPC, Art. 475-M, § 3º (NR)
61 CPC, Art. 475-R (NR)
62 CPC, Art. 475-N, parágrafo único. (NR)
63 CPC, Art. 475-O. A execução provisória da sentença far-se-á, no que couber,
do mesmo modo que a definitiva, observadas as seguintes normas. (NR)
64 CPC, Art. 475-O, I.(NR)
65 CPC, Art. 475-O, II.(NR)
66 CPC, Art. 475-O, III. (NR)
67 CPC, Art. 475-O, § 2o., I e II (NR)
68
CPC, Art. 475-Q e 475-Q, § 1º (NR)
69 CPC, Art. 602. Toda vez que a indenização por ato ilícito incluir prestação dealimentos, o juiz, quanto a esta parte, condenará o devedor a constituir umcapital, cuja renda assegure o seu cabal cumprimento (AR).
70 CPC, Art. 475-Q, § 2º (NR)
71 CPC, Art. 475-Q, § 5º (NR)
72 Art. 1699. Se, fixados os alimentos, sobrevier mudança na situação financeirade quem os supre, ou na de quem os recebe, poderá o interessado reclamar ao juiz, conforme as circunstâncias, exoneração, redução ou majoração do encargo.
73 CPC, Art. 475-Q, § 3º (NR)
74 Código de Processo Civil, art. 13.
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75 Art. 13. Verificando a incapacidade processual ou a irregularidade darepresentação das partes, o juiz, suspendendo o processo, marcará prazorazoável para ser sanado o defeito. Não sendo cumprido o despacho dentro doprazo, se a providência couber.
76 Código de Processo Civil, art. 284.
77 Código de Processo Civil, arts. 295 e 296.
78 Código de Processo Civil, art. 219, § 5º.
79 Código Civil, Art. 194.
80 Código Civil, Art. 210.