A trajetória de um dos mais importantes grupos
empresariais do agronegócio brasileiro, pioneiro no uso
de inúmeras inovações tecnológicas e que se mostra
já preparado para o futuro.
Agroceres 70 anos
42 | Guia Gessulli da Avicultura e Suinocultura Industrial | 2015
Criada em 1945, a Agroceres foi a responsável por introduzir inúmeras tecnologias
inovadoras no campo, entre elas o milho e o suíno hibridos, e se transformou em um
dos principais grupos empresariais do País, cuja trajetória se confunde com a própria
evolução do agronegócio brasileiro.
70 ANOS DE INOVAÇÃO NO AGRONEGÓCIO
Agroceres continua a escrever uma das histórias mais importantes dentro da trajetória de sucesso do
agronegócio brasileiro. A empresa nascida com a inovação em seu cerne cresceu ao longo de seus 70
anos com foco no desenvolvimento de tecnologias voltadas à
melhoria da produtividade no campo e na contínua difusão de
conceitos de alta eficiência em gestão e manejo. Foi pioneira ao desenvolver e
introduzir o milho híbrido na agricultura brasileira, o seu primeiro grande de-
safio. O cereal é um símbolo forte dentro da história da Agroceres, na verdade
sua própria razão de existir.
Quando desembarcou vindo dos Estados Unidos, após um período de estudos
no Iowa State College, Antônio Secundino de São José trouxe consigo para o
Brasil uma coleção de linhagens e cruzamentos de milho. Mais do que isso, o
havia impressionado o que viu nas lavouras norte-americanas. A tecnologia do
milho híbrido introduzida em 1926 nas plantações do país gerou um gigantesco
salto em produtividade. Em 1937, durante sua permanência nos Estados Unidos,
pôde ver de perto como o uso des-
sa nova tecnologia e outras poderia
ampliar os resultados no campo,
permitindo melhoria de renda aos
produtores e maior disponibilidade
de alimentos. Nesse período, teve
APor | Humberto Luis Marques e Rodolfo Antunes, de Rio Claro (SP)
432015 | Guia Gessulli da Avicultura e Suinocultura Industrial |
ainda como professor o geneticista Ernest W. Lindstorm,
uma das principais autoridades em pesquisa com milho
híbrido no país. Retornou com o cereal transformado em
uma de suas paixões e acalentando um sonho: disponibi-
lizar essa tecnologia ao agricultor brasileiro.
Nascido em 1910 em Santa Rita de Patos, atual Presidente
Olegário (MG), distrito de Patos de Minas à época, Secun-
dino formou-se engenheiro agrônomo na primeira turma da
então Escola Superior de Agricultura e Veterinária (Esav)
em Viçosa (MG), hoje UFV. Em 1933, torna-se professor
assistente do Departamento de Agronomia, assumindo
quatro anos depois o cargo de chefe do Departamento de
Genética, Experimentação e Biometria, quando recebeu
uma bolsa para estudar nos Estados Unidos. Quando retor-
na em 1938, organiza o Departamento de Genética Vegetal,
onde passaria a ter o
auxílio do engenheiro
agrônomo recém-for-
mado Gladstone de
Almeida Drummond.
Com as linhagens de
milho oriundas dos Es-
tados Unidos, foi dado
início a um intenso
trabalho de pesquisa
direcionado à obten-
ção de uma variedade híbrida adaptada às condições bra-
sileiras. Um desafio gigantesco. O material genético trazido
não se mostrou adaptável ao clima tropical e subtropical
do País, exigindo o desenvolvimento de novas linhagens a
partir de variedades nacionais. A única exceção era a varie-
dade Tuxpan Yellow Dent, derivada
da Tuxpeño mexicana. Os estudos
voltados ao desenvolvimento de um
híbrido nacional se mostraram então
exigentes de mais tempo e recursos.
Em 1941, Secundino aceitou um
convite para ocupar o cargo de se-
cretário de Agricultura, Transporte
e Comércio do Estado da Paraíba.
Retornaria no ano seguinte, indo
trabalhar na Comissão Brasileiro-A-
mericana de Produção de Gêneros
Alimentícios. Dali, foi contratado em
1944 pela General Mills, uma das
maiores empresas de alimentos do
mundo, cuja sede era Niterói, no Rio
de Janeiro. Foi quando conheceu o
químico John Ware, que o incentivou
a apresentar o projeto do milho híbri-
do à companhia.
O projeto não foi aprovado, mas os dois se tornaram amigos.
Nasceu daí a ideia de se criar uma empresa. Com capital
financiado por seu sogro, Secundino resolveu apostar no
negócio. Convidou os amigos Gladstone e Adylio Vitarelli
para participarem, assim como Ware trouxe seu conterrâ-
neo Dee William Jackson para o grupo. O nome seria o da
deusa romana Ceres, responsável pelas boas colheitas e
origem da palavra cereal. Como já havia uma marca regis-
trada com esse nome, a opção foi por incluir o termo Agro
à frente. Nascia assim, no dia 20 de setembro de 1945, a
empresa Agroceres.
44 | Guia Gessulli da Avicultura e Suinocultura Industrial | 2015
UMA VELA DE MILHO
O primeiro ano de vida da empresa exigiu grandes esforços.
Não era apenas um novo produto, mas sim todo um conceito
inovador que teria de ser “comprado” pelos agricultores. As
sementes eram mais produtivas, mas tinham um custo um
pouco maior. O Brasil era um país eminentemente rural, com
a maior parte de sua população vivendo no campo, mas com
pouca ou nenhuma tecnologia aplicada à produção. Secun-
dino teve de peregrinar de propriedade em propriedade ten-
tando convencer os produtores dos ganhos em produtividade
do milho híbrido.
Os esforços envolviam toda a família. Os sacos de um quilo
eram costurados por horas a fio por sua esposa Memorina.
Cheios, lotavam o veículo de Secundino para mais uma
romaria por estradas de chão
batido. Levavam o resultado
de anos de pesquisas feitas
por ele e Gladstone, as quais
envolveram o cruzamento de
linhagens obtidas da varie-
dade Tuxpan Yellow Dent e
das nacionais Catete, Xavier
e Amarelão, cuja produção de
sementes agora era feita na
recém-adquirida Fazenda São
Fernando em Goianá, distrito
de Rio Novo (MG).
Quando a Agroceres comple-
tou seu primeiro ano de vida, a
data coincidiu com o batizado
da filha caçula de Secundino.
Na casa em festa, a presença
dos familiares e do seu amigo
e sócio Adylio Vitarelli. A empresa havia
conseguido comercializar três mil quilos
de sementes nesse primeiro ano, um
feito frente a todas as dificuldades enfren-
tadas. O principal símbolo de toda essa
empreitada ganhou destaque especial.
Perfurada, uma espiga de milho trazia
uma vela em seu interior e ornamentava
o bolo comemorativo. Mesmo sem saber,
Secundino e Adylio apagaram juntos a vela
e acenderam o futuro para a inovação no
agronegócio, construindo a base para a
formação de um dos principais grupos
empresariais do agronegócio brasileiro.
APORTE DE CAPITAL INESPERADO
Mesmo com a fluência dos negócios, Secundino vivia a limi-
tação de capital para fazer a empresa crescer, assim como os
lucros, que demoravam a chegar. Retorna então a Esav em
1947, assumindo o cargo de diretor, função que exerceu até
1951. Ao mesmo tempo, mantém-se à frente da empresa. O
tão esperado recurso acaba por vir de uma fonte inesperada.
O futuro vice-presidente dos Estados Unidos, Nelson Rocke-
feller, havia criado durante os meses finais da Segunda Guerra
Mundial a International Basic Economy Corporation (Ibec).
Herdeiro do Grupo Rockefeller, via na iniciativa uma forma de
demonstrar as vantagens do capitalismo no desenvolvimento
Segmentos de atuação das empresas do Grupo Agroceres
conseguido comercializar três mil quilos
de sementes nesse primeiro ano, um
feito frente a todas as dificuldades enfren-
tadas. O principal símbolo de toda essa
empreitada ganhou destaque especial.
Perfurada, uma espiga de milho trazia
uma vela em seu interior e ornamentava
o bolo comemorativo. Mesmo sem saber,
Secundino e Adylio apagaram juntos a vela
e acenderam o futuro para a inovação no
agronegócio, construindo a base para a
formação de um dos principais grupos
empresariais do agronegócio brasileiro.
APORTE DE CAPITAL INESPERADO
452015 | Guia Gessulli da Avicultura e Suinocultura Industrial |
econômico e social, principalmente
na América Latina.
Por intermédio de Dee Jackson, sou-
be dos projetos da Agroceres como
empresa tecnológica de sementes.
Procurou então Secundino e propôs
uma cooperação que pouco tempo
mais tarde se tornaria uma joint
venture. Com a associação, a Ibec
passaria a ter o controle acionário e a
maior parte do capital da Agroceres.
A administração, no entanto, ficaria a
cargo dos sócios brasileiros. Com o
aporte de capital, a empresa passou
a ampliar sua estrutura de produção
e distribuição, registrando um rápido
crescimento nas vendas.
Era o impulso final para o desenvol-
vimento da empresa, que consoli-
dou sua posição de referência em
produtividade com o uso do milho
híbrido ao longo dos anos 1950-60.
O cereal foi tão importante na histó-
ria da Agroceres e de seu fundador,
que se tornou símbolo da principal e
mais singela homenagem prestada
a Secundino em seu falecimento em
1986. “Gostaria de ter em minha se-
pultura um pé de milho”, costumava
brincar. O amigo Lourival Machado
lhe prestou essa referência ao colo-
car entre as flores de seu túmulo três
perfeitas espigas de milho; a maior
homenagem que poderia ser presta-
da a quem mudou completamente o
cultivo desse cereal no País.
UM FUNGO MUDA TODA UMA TRAJETÓRIA
No final de 1970 um duro golpe muda completamente a traje-
tória da empresa. Focos de Helminthosporium maydis foram
detectados em instalações da Agroceres no norte do Paraná.
O fungo já tinha afetado plantações de milho nos Estados Uni-
dos, causando severos prejuízos. Comercializar as sementes
produzidas geraria o risco de difusão da helmintosporiose por
todo o País. Com firmeza, Secundino vetou a comercialização
de toda e qualquer semente da Agroceres da Safra 1970-71,
Fernando Pereira,presidente doGrupo Agroceres Urbano Campos
Ribeiral, presidentedo Conselho doGrupo Agroceres
Urbano Ribeiral Junior, diretor de Novos Negócios
Ricardo Ribeiral, diretor Comercial da AgroceresMultimix e diretor do Negóciode Palmito Cultivado
Vitor Vanetti de Araujo, diretor de MarketingCorporativo
Alexandre Furtadoda Rosa, diretorSuperintendenteda Agroceres PIC
Mauricio Nacif de Faria, diretor Superintendente da Agroceres Multimix
Guilherme Vanetti de Araujo, diretor Financeiro Marcelo Ribeiral,
vice-presidentedo Grupo Agroceres
absorvendo completamente os prejuízos decorrentes dessa
decisão. Um montante superior ao faturamento total registrado
no período anterior. “Um homem cumpre suas promessas,
não importa quanto isso lhe custe”, era uma de suas máximas.
Apesar das perdas financeiras, a posição adotada pela Agro-
ceres ampliou exponencialmente o seu grau de credibilidade
junto aos agricultores. Também, mudou os rumos do seu
negócio. Em 1971, Ney Bittencourt de Araujo, filho de Secun-
dino, assumiu a presidência da companhia. O episódio do
46 | Guia Gessulli da Avicultura e Suinocultura Industrial | 2015
Unidades da Agroceres em todo o País
Helminthosporium reforçou a convicção em Ney
Bittencourt da clara necessidade de diversificação
dos negócios da Agroceres. Sob seu comando,
a empresa passou a atuar em sementes de hor-
taliças, de sorgo e de pastagens, além de iscas
formicidas, genética e nutrição animal.
Com um espírito empreendedor, liderou a criação
da Associação Brasileira de Agribusiness (Abag)
– hoje, Associação Brasileira do Agronegócio –
visando representar os interesses comuns das
diversas cadeias produtivas. Praticamente implan-
tou o conceito e o termo agronegócio no País, cria-
do originalmente por Ray Goldberg e John Davis,
professores da Havard Business School, dos Estados Unidos.
Durante o seu período à frente da Agroceres, o controle acio-
nário retornou às mãos dos sócios brasileiros, o que ocorreu
em 1980 via capital financiado junto ao Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), com a maior
parte de suas ações sendo negociadas na Bolsa de Valores de
São Paulo até 1997. Ney Bittencourt faleceu em 1996, aos 59
anos. A presidência foi então assumida por Urbano Campos
Ribeiral, engenheiro agrônomo, cunhado de Ney, e que ocupava
a vice-presidência da Divisão Vegetal do Grupo Agroceres.
TECNOLOGIA E INOVAÇÃO PARA
O AGRONEGÓCIO
Desde a sua formação, a Agroceres
carrega em seu DNA o gene da tec-
nologia e inovação voltada à melhoria
de produtividade e competitividade
no agronegócio. Com o processo de
diversificação, entrou em novos negó-
cios sempre com esse mesmo foco. Em
1977, por exemplo, mostrou novamente
seu pioneirismo ao introduzir o suíno hí-
brido na suinocultura brasileira. Repetia
assim o trajeto do milho, tendo de supe-
rar velhos paradigmas, difundir novos
conceitos e demonstrar as vantagens
econômicas do híbrido em relação aos
cruzamentos de raças puras.
Em avicultura, a empresa foi respon-
sável pela implantação da primeira
granja elite de melhoramento genético
de aves no País, com a importação de
bisavós por meio de uma joint venture
com a britânica Ross Poultry Breeders
em 1985. Posteriormente, a Agroceres
deixaria a atividade avícola, repassando
todo o negócio para a Aviagen, suces-
sora da Ross.
472015 | Guia Gessulli da Avicultura e Suinocultura Industrial |
Na área de nutrição, a Agroceres desenvolveu ao longo dos
anos todo um expertise visando atender as crescentes deman-
das por formulações cada vez mais alinhadas às necessidades
dos animais tendo em vista os constantes avanços genéticos.
Tanto, que a empresa especializou-se na produção e comer-
cialização de pré-misturas nutricionais (premixes, núcleos ou
concentrados).
Nos últimos cinco anos, o Grupo Agroceres fez três importan-
tes aquisições. Em 2010, comprou a Multimix Nutrição Animal,
incorporada a Agroceres Nutrição Animal, hoje Agroceres
Multimix, ampliando sua atuação e participação no mercado
de nutrição animal nos segmentos de suínos, aves e bovinos.
No ano seguinte, adquire a Santa Helena Sementes, aumen-
tando sua atuação neste mercado. Com isso, a Agroceres
atua hoje em sementes de milho com as marcas Biomatrix e
Santa Helena, licenciando a marca Agroceres (pertencente ao
Grupo Agroceres) para ser usada no mercado de sementes
pela Monsanto. E em 2014, concluiu a aquisição da Genétipórc
do Brasil, empresa que representava no País a companhia
canadense de genética suína, incorporada à Agroceres PIC.
Diante de sua característica inovadora, o Grupo Agroceres
montou uma infraestrutura voltada à Pesquisa & Desenvol-
vimento (P&D), com unidades direcionadas às áreas de
negócios em que atua. A Granja Paraíso é um bom exemplo.
Hoje, estão alojadas ali cerca de quatro mil fêmeas suínas. A
propriedade é modelo, responsável por gerar conhecimento
e tecnologias tanto para a área de suínos quanto de nutrição,
além de ser uma importante ferramenta para teste e validação
de novos produtos. Estrategicamente, o Grupo Agroceres
mantém parcerias com universidades, centros e institutos
de pesquisas nacionais e internacionais, assim como com
companhias de alta tecnologia. Investe ainda fortemente na
capacitação de todo o seu corpo técnico-administrativo.
Os resultados de toda essa aplicação tecnológica, investimen-
tos em inovação e parcerias estratégicas são vistos no campo.
Ao longo de toda a sua trajetória, o Grupo Agroceres contribuiu
de maneira decisiva para os ganhos de produtividade em
diversas áreas do agronegócio. O milho é uma boa referência.
Em 1945, o Brasil plantou quatro milhões de hectares com
milho e colheu 4,8 milhões de toneladas, uma produtividade
média de 1.200 kg por hectare. Em 2014, foram 15,8 milhões
de hectares (incluindo 9,2 milhões da segunda safra) planta-
dos e 80,1 milhões de toneladas colhidos, produtividade 4,25
vezes maior, de 5.100 kg por hectare. Com a soja e o milho
produzidos em um hectare (soja no verão e milho na segunda
safra, produtividades médias), é possível obter atualmente
mais de 2.500 kg de carne suína ou 3.000 kg de carne de
frango. Essa produção é no mínimo 14 vezes superior ao que
era possível obter em 1945 usando um hectare de milho (não
havia soja nem segunda safra) para alimentar o suíno ou o
frango daquela época.
Os números para serem superados já estão aí. A trajetória
do Grupo Agroceres mostra que são possíveis novos saltos
em produtividade. Os desafios existem e sempre existirão.
“Se fosse fácil, qualquer um fazia”, costuma dizer Secundino
diante das dificuldades. E como também afirmava o fundador
do Grupo Agroceres: “O sucesso de qualquer organização
está na sua gente”. SI
Empreendedor: foi sob o comando de Ney Bittencourt que a Agroceres diversificou suas
atividades. De espiríto empreendedor, Bittencourt liderou a criação da Abag e implantou
o conceito do agronegócio no País
Agroceres 70 anos
48 | Guia Gessulli da Avicultura e Suinocultura Industrial | 2015
Uma históriade pioneirismoe inovação
1945 1947
1970
19711977
1978
1979
1980
1983 1985
1988
1986
Nasce a Agroceres empresa voltada à inovação e cujo propósito-central era levar tecnologia inovadora ao campo. Empresa estreia no mercado lançando a primeira semente de milho híbrido no Brasil.
Empolgado com os propósitos da Agroceres, Nelson Rockefel-ler, herdeiro do Grupo Rocke-feller e futuro vice-presidente dos Estados Unidos, propõe associação com a empresa bra-sileira. O acordo se dá através da empresa IBEC, braço agrícola da Fundação Rockefeller.
Inaugura uma unidade voltada à fabricação de iscas formicidas em Matão (SP).
Cria a Agroceres PIC, numa joint venturecom a companhia inglesa Pig Improvement Company (PIC).
Episódio Helminthosporium e iniciaprocesso de diversificação.
Inaugura no Brasil o primeiro Núcleo Genético de desenvol-vimento de suínos híbridos de alto desempenho.
Lança a primeira fêmea matriz híbrida do Brasil chamada Camborough.
Lança o primeiro macho repro-dutor suíno híbrido do Brasil: o AGPIC 210.
Adquire o investimento em Genética de Aves que a IBEC possuía no Brasil, em associa-ção com a norte-americana Arbor Acres, para multiplica-ção de animais importados do exterior.
Cria um setor de Engenharia e Projetos para apoiar seus clientes, difundindo inovações em arquitetura e construção de granjas para a criação comercial de suínos.
Assina contrato com a companhia inglesa Ross Poultry Breeders, expande a sua atuação em genética animal, trazendo para o Brasil a primeira granja de melhoramento genético de aves.
Desenvolve o primeiro Programa de Nutrição exclu-sivamente voltado para suínos de alta performance.
Lança sua primeira linha de nutrição para suínos com a marca AGMIX.
Inaugura sua fábrica de Rio Claro (SP) consolidando a sua posição no mercado de nutrição animal.
Inaugura no Brasil o primeiro
Desenvolve o primeiro Programa de Nutrição exclu-
Inaugura sua fábrica de Rio Claro (SP) consolidando a sua Lança a primeira fêmea matriz
Inaugura sua fábrica de Rio Claro (SP) consolidando a sua Inaugura sua fábrica de Rio Claro (SP) consolidando a sua
Lança sua primeira linha de nutrição para suínos com a
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1990 1993 1994
1995
1999
1997
20002001
20032004
2005 2006
2007 2009
2010
2011
2012
2013
2014 2015
Com o lançamento da linha MasterLine, passa a se dedicar a linhas puras exclusi-vas para o desenvol-vimento de machos reprodutores suínos.
Lança o AGPIC 405, deno-minado “Suíno Light”, inau-gurando um novo padrão de qualidade de carcaças.
Implanta umaUnidade deDisseminaçãode Genes deSuínos (UDG’s).
Lança a linha Avant para nutri-ção de suínos que trouxe novos conceitos para a alimentação de leitões de alto desempenho.
Torna-se a primeira empresa de nutrição animal no Brasil certificada pela ISO 9001.
Se associa à empresa à Inaexpo, divisão de palmito culti-vado do Grupo Pronaca, maior empresa de alimentos do Equador, e cria a Inaceres, especializada no cultivo de palmito de pupunha.
Lança a linha de nutrição Focus e passa a atender seus clientes com produtos per-sonalizados, desenvolvidos e produzidos sob medida para solucionar os desafios específicos de cada granja ou criação.
Inaugura sua fábrica de palmito cultivado na Bahia. O palmito culti-vado substitui o palmito extrativo e traz a ca-tegoria para um novo patamar de sustentabi-
lidade e segurança alimentar.
Lança o BM-3061, produto dedicado à produção de sila-gem de milho.
Adquire os 50% da Inaceres que per-tenciam a Inaexpo e assume o controle total da empresa líder no mercado nacional de palmi-tos cultivados.
Lança a linha nu-tricional AGMILK, destinada à bovino-cultura de leite.
Inaugura, em Rio Claro (SP), sua primeira Unidade de Produtos Veterinários (UPV).
Conclui a venda do negócio Genética de Aves paraa Aviagen.
Com o objetivo de transmitir conhecimento de confinamento para seus clientes bovinoculto-res e ao mesmo tempo capacitar seus profissionais cria o Seminá-rio Confinatto.
Adquire a Multimix Nutrição Animal ampliando sua atua-ção e participação no mer-cado de nutrição animal nos segmentos de aves, suínos e bovinos.
Adquire a Santa Helena Sementes. Com a união das duas marcas, a Biomatrix torna--se a maior empresa de sementes de milho e sorgo controlada por brasileiros.
Lança no Brasil uma nova versão de sua matriz suína global: Camborough, fêmea de alto potencial genético.
ONU autoriza a Granja Paraíso a vender Certificados de Redução de Emissão de Carbono (CERs) obtidos a partir de seu projeto de captura e queima de gás metano.
Conclui a aquisição da Gené-tipórc do Brasil, empresa que representava no País a com-panhia genética canadense.
Completa 70 anos de atu-ação no Brasil como uma das empresas mais res-peitadas e admiradas do agronegócio brasileiro.
Inaugura, em Frai-burgo (SC), princi-pal polo produtor de carne suína do Brasil, sua segunda Unidade de Disse-minação de Genes (UDG).
Lança a linha nutricional Confinatto, destinada ao confinamento de bovinos de corte.
Adquire a participação da Fertibrás na Atta-Kill e assume o controle de 100% das ações da empresa.
Lança o BM-2202, sementes de milho híbridas com am-pla adaptação aos diversos ambientes de clima e solo do Brasil.
Adquire a Gini, uma das mais tradicionais e conhecidas marcas de palmitos do País.
Cria a Biomatrix e retoma seus negócios no segmento de sementes.
Compra o controle da PIC Argentina, cria a Agroceres PIC Argentina e inaugura operação própria no país, abrindo frente comercial no Cone Sul.
Lança a isca formicida Mirex S e se torna líder de mercado em isca formicida, posição que ocupa até hoje.
Com o objetivo de difundir conhecimento sobre a cadeia produtiva suinícola, cria o Seminário Internacional de Suino-cultura, hoje um dos mais tradicionais e concorridos eventos da suinocultura brasileira.
Conclui a venda do negócio de sementes.
Suínos (UDG’s).
Com o objetivo de difundir conhecimento sobre a cadeia
Com o objetivo de transmitir conhecimento de confinamento para seus clientes bovinoculto-res e ao mesmo tempo capacitar seus profissionais cria o Seminá-
Completa 70 anos de atu-ação no Brasil como uma das empresas mais res-peitadas e admiradas do
Lança a linha nu-
Lança o BM-3061,
Adquire a participação da Fertibrás na Atta-Kill e
Lança no Brasil uma nova versão de sua matriz
Agroceres 70 anos
50 | Guia Gessulli da Avicultura e Suinocultura Industrial | 2015
“O SUCESSO DA AGROCERES É RESULTADODA CONFIANÇA QUE ELA CONQUISTOUJUNTO AOS SEUS CLIENTES. UMACONFIANÇA QUE FOI CONQUISTADACOM O TRABALHO E A DEDICAÇÃODE SUA GENTE”
Guia Gessulli - A Agroceres está completando 70
anos. O senhor é um observador privilegiado de toda
a história da empresa e de suas contribuições para o
agronegócio brasileiro. Que avaliação o senhor faz da
trajetória da Agroceres no Brasil?
Urbano Ribeiral - A Agroceres nasceu do sonho de seus
fundadores de criar a primeira empresa de sementes de
milho híbrido do Brasil. Ao longo de sua trajetória a empresa
cresceu, introduziu e difundiu novas tecnologias, criou novos
negócios, enfrentou desafios, vendeu empresas e comprou
empresas. O que se mantém é o propósito que uniu milhares
de pessoas ao longo destes 70 anos: o de levar tecnologia
ao campo e contribuir com agronegócio brasileiro em sua
busca por produzir cada vez mais e melhor.
Guia Gessulli - Na opinião do senhor, quais foram as
principais contribuições da Agroceres ao agronegócio
brasileiro nesses 70 anos de atuação?
Urbano Ribeiral - A introdução da primeira semente de
milho híbrido do Brasil, em 1945, foi certamente uma de
suas maiores contribuições. Mas tivemos outras histórias de
pioneirismo igualmente importantes: em 1978 implantamos
o primeiro programa comercial de melhoramento genético
de suínos no Brasil, através da Agroceres PIC, e em 1985 a
Agroceres Ross foi a primeira empresa de genética de aves
a fazer melhoramento no Brasil.
Em nutrição animal, a Agroceres Multimix também trabalha
com um modelo inovador, baseado em extensa validação
experimental, rígido controle de qualidade e forte presença e
qualificação de sua equipe de atendimento. A isca formicida
Mirex-S foi a primeira a usar Sulfluramida em sua composi-
ção, e é essencial para o controle da formiga cortadeira, um
grande problema da agricultura brasileira. Nosso negócio
de palmito cultivado, a Inaceres, trouxe a indústria brasileira
de palmito para um novo patamar de sustentabilidade e
segurança alimentar. O trabalho que a Biomatrix e a Santa
Helena fazem em sementes de milho híbrido para silagem
também é muito inovador.
Guia Gessulli - O senhor tem uma história profissional
que se mistura com a da Agroceres. Em sua opinião
- e tendo como pano de fundo todo o tempo que co-
laborou e liderou a empresa - quais foram os fatos/
momentos mais marcantes para o senhor nesses 70
anos? Por quê?
Urbano Ribeiral - Comecei minha história na Agroceres
na área de pesquisa de sementes de milho híbrido. Foi uma
época de vários desafios e realizações com o lançamento
de vários híbridos de sucesso no mercado brasileiro. Em
seguida, assumi a vice-presidência e depois a presidência da
empresa, onde os desafios são outros. A conclusão da venda
da área de sementes e o posterior retorno a este mercado
com a marca Biomatrix certamente foram momentos muito
marcantes. O momento atual em que atuo como presidente
do Conselho do Grupo Agroceres e completo 50 anos na
empresa também é muito especial. É muito gratificante
poder ver a empresa completar 70 anos e se perpetuar com
sucesso no mercado.
512015 | Guia Gessulli da Avicultura e Suinocultura Industrial |
Guia Gessulli - A Agroceres é um marco histórico no
agronegócio brasileiro. A que fatores o senhor atribui
o sucesso da empresa no Brasil?
Urbano Ribeiral - O sucesso da Agroceres é resultado da
confiança que ela conquistou junto aos seus clientes. Esta
confiança foi conquistada com o trabalho e a dedicação de
sua gente. Milhares de pessoas que, ao longo de gerações,
construíram os pilares da nossa proposta de valor: Tecnologia
& Inovação; Qualidade; Atendimento presente e capacitado; e
Resultado no campo.
Guia Gessulli - Como o senhor
projeta o futuro do Grupo Agro-
ceres nos próximos anos?
Qual papel a empresa ainda
tem a cumprir para o de-
senvolvimento do agrone-
gócio brasileiro?
Urbano Ribeiral - Teste-
munhando os ganhos de
produtividade dos últimos
anos, muitas pessoas po-
dem achar que estes ga-
nhos não se repetirão. No
entanto, para alimentar-
mos um mundo com 10
bilhões de pessoas em
2050 não há outra saída. A
produtividade tem que au-
mentar e a única maneira
possível é através da ado-
ção de novas tecnologias.
A Agroceres continuará
fazendo o que sempre fez e
o que faz de melhor: buscar,
desenvolver e adaptar novas
tecnologias para que o agro-
negócio brasileiro seja cada
vez mais produtivo, rentável e
sustentável. SI
Urbano CamposRibeiral, presidentedo Conselho doGrupo Agroceres
Agroceres 70 anos
52 | Guia Gessulli da Avicultura e Suinocultura Industrial | 2015
“A Agroceres é umA empresA de 70 Anos,mAs muito jovem sob o ponto de vistAdA inovAção”guia gessulli - o grupo Agroceres está completando 70
anos. Qual a importância desta data?
Fernando Pereira - Esta data é um marco para o agronegócio
brasileiro, pois não apenas traduz um longo tempo de vida e
atuação da empresa como também o estágio em que nos en-
contramos. A Agroceres é uma empresa de 70 anos, mas muito
jovem sob o ponto de vista da inovação. Essa data tem uma
relevância enorme para nós e queremos entender esse processo
para capitalizá-lo para nosso crescimento futuro.
guia gessulli - o grupo Agroceres tem um modelo de ne-
gócios focado no desenvolvimento de novas tecnologias,
na qualidade de seus produtos e serviços e no compro-
misso com os resultados de seus clientes no campo. A
principal marca da Agroceres no mercado brasileiro é o
pioneirismo, a inovação. predominantemente, a Agroce-
res é percebida como uma empresa inovadora. como o
senhor vê essa percepção?
Fernando Pereira - É muito gratificante ver que aquilo que foi
plantado ao longo de todos os anos de sua existência resulte
nessa percepção de que a Agroceres é uma empresa inovadora,
o que traduz, em última análise, a confiança do mercado para
com a empresa. Esse é um valor inestimável para todos nós do
Grupo Agroceres. E por isso mesmo mencionei que a Agroceres
é uma empresa de 70 anos, mas ainda muito jovem sob o ponto
de vista de inovação. E digo isto porque quando falamos em
ciência e tecnologia não existe produto acabado, o que existe é
uma constante transição, um processo de constante melhoria. E
é nisso que a Agroceres sempre apostou; no aperfeiçoamento
contínuo de suas tecnologias. Acreditamos nisso desde a fun-
dação da Agroceres, a 70 anos atrás, e é exatamente nisso que
continuamos apostando para construir o futuro desta empresa.
guia gessulli - como o grupo Agroceres trabalha para
manter essa “cultura da inovação” acesa na empresa
depois de tantos anos de trabalho?
Fernando Pereira - A inovação faz parte da cultura da empresa.
Temos um conjunto de ferramentas de gestão, promovemos
muita análise para sabermos o que o mercado vai precisar no
futuro e como vamos responder a essa demanda. Ou seja, aquela
pergunta aparentemente simples, mas de difícil resposta “o que o
mercado estará demandando das empresas líderes nos próximos
anos?” norteia nosso trabalho. Estamos o tempo todo procurando
responder a essa pergunta. É dessa busca intensiva que saem
as inovações. Temos que nos preocupar com o futuro porque
é para lá que vamos. E isso nos remete a uma frase atribuída a
vários autores, que sinceramente não sei lhe dizer de quem é de
fato, que diz “temos sempre que nos reportar ao passado para
entender o presente e a partir daí construir o futuro”. É dessa
forma que pensamos.
guia gessulli - o agronegócio é muito dinâmico. nenhuma
empresa mantem-se relevante apenas fazendo mais, da
mesma forma que sempre fez. numa análise retrospectiva,
o que tem se visto nas últimas décadas é o acirramento da
concorrência entre as empresas, exigências crescentes
e diferenciadas por parte dos clientes, a necessidade de
rápida compreensão e agregação de novas tecnologias,
entre vários outros movimentos que obrigam as empresas
a se reinventarem constantemente. na opinião do senhor,
quais são os principais desafios que o grupo Agroceres
vai enfrentar para repetir nos próximos 70 anos a mesma
atuação que teve até aqui?
Fernando Pereira - A história da Agroceres nos dá uma tremen-
da confiança. Essa história está umbilicalmente ligada à própria
história do agronegócio brasileiro, no mínimo, naquelas atividades
em que a Agroceres esteve envolvida, mas também foi além disto.
E toda esta trajetória faz com que tenhamos uma cultura interna
de compreensão de muitos processos de crescimento. Você
citou o acirramento da concorrência entre as empresas. Para nós
é mais do que claro que nenhuma empresa será eficiente sem
concorrência. A concorrência é absolutamente fundamental para
a inovação e para o crescimento de uma empresa. O que se tem
que fazer é entender esse processo, de onde ele vem, como ele
vem, para liderar os fatos e não ser levado pelos fatos. É isso que a
Agroceres vê. Sabemos que o mercado vai continuar em acelerada
transição, como, aliás, já tem acontecido ao longo desses muitos
anos, e tem que se ter confiança, capacitação interna, métodos
de gestão, para continuar produzindo os mesmos resultados.
Confiamos plenamente que isso continuará acontecendo.
532015 | Guia Gessulli da Avicultura e Suinocultura Industrial |
guia gessulli - como o grupo Agroceres enxerga o
futuro do agronegócio brasileiro e, principalmente, o
seu papel na construção desse futuro?
Fernando Pereira - Está muito claro que o Brasil aumentará
seu protagonismo como provedor de alimentos para o mundo e
tem dado sucessivas demonstrações disso com o crescimento
de várias das suas cadeias produtivas, sempre acompanhado
de ganhos expressivos de produtividade. A Agroceres tem
alta capacitação nos setores em que atua e um amplo conhe-
cimento do agronegócio brasileiro e, por isso, está preparada
para seguir dando sua contribuição neste processo. Isso não é
apenas um sonho. É, antes de tudo, um diagnóstico baseado
em fatos objetivos que demonstram as grandes vantagens
comparativas do Brasil.
guia gessulli - como o senhor projeta o futuro dos
setores em que a Agroceres atua, especialmente os
de proteína animal?
Fernando Pereira - Acreditamos fortemente que a suino-
cultura brasileira mudará de patamar num horizonte de dez
anos. Essa mudança virá numa proporção igual, talvez,
entre a exportação e o consumo interno. A nossa
avicultura já é um expoente mundial de altís-
simo destaque e tudo indica que ampliará
sua participação global. A bovinocultura,
tanto de corte quanto de leite, está em
aceleradíssimo processo de transição
no sentido de adoção de tecnologias. É
um setor que caminha para um cenário
de muito maior eficiência do que já
tem hoje. Somos fornecedores de
insumos e tecnologias para estas
cadeias produtivas. E, por tudo isso,
o futuro é promissor para o agrone-
gócio brasileiro e para a Agroceres.
guia gessulli - certa vez ouvi
o senhor citar numa palestra
uma frase do escritor e
professor austríaco, peter
drucker, que diz o seguinte:
“A melhor maneira de predi-
zer o futuro é cria-lo”. o grupo
Agroceres vale-se bastante
dessa máxima para definir a sua
estratégia de atuação, não?
Fernando Pereira - Sim, perfeitamente. Era comum se dizer
“temos que procurar nossa bola de cristal”. Isso não faz sen-
tido, pois é impossível predizer exatamente o que acontecerá
daqui a uns dez, 15 anos ou muito mais do que isso. O que é
necessário fazer é criar as condições para que aconteça aquilo
que você acredita que tem que ser feito. A colocação do Peter
Drucker é muito verdadeira. Cabe a nós criar o futuro e a Agro-
ceres sempre acreditou nisso. A história de pioneirismo dela é
um exemplo claro dessa crença.
Continuamos acreditando
nisso cada vez com mais
convicção. si
Fernando pereira,presidente doGrupo Agroceres
Agroceres 70 anos
54 | Guia Gessulli da Avicultura e Suinocultura Industrial | 2015
“O resultadO dO cliente é O cOmprOmissO que Orienta tOdO O trabalhO e a existência da agrOceres”guia gessulli - a agroceres tem tradição em pesquisa
& inovação e isso se dá hoje via uma estrutura própria
de pesquisa, mas também por meio de parcerias com
universidades, centros e institutos de pesquisa. qual a
importância dessas parcerias para o desenvolvimento
de inovações tecnológicas?
Marcelo Ribeiral - A importância dessas parcerias é vital para
nosso trabalho. Desenvolvemos alianças tecnológicas com
empresas, universidades e instituições de pesquisa no Brasil
e no exterior, além de manter uma robusta estrutura própria,
que inclui centros de pesquisa, granjas, campos experimentais
e centro de desenvolvimento de produtos espalhados pelo
Brasil inteiro. Temos o compromisso de levar sempre a melhor
tecnologia para nossos clientes. Nossa estrutura e as parcerias
tecnológicas nos permitem desenvolver, testar e adaptar as
melhores tecnologias existentes à realidade de nossos clientes.
guia gessulli - qual o montante ou percentual investido
pelo grupo em pesquisa & inovação?
Marcelo Ribeiral - A Agroceres investe muito em pesquisa
e inovação. Isso faz parte da cultura da empresa desde a sua
criação. Está em nosso DNA. Não é por acaso que somos per-
cebidos como uma empresa pioneira, inovadora. Basta olhar
para nossa estrutura de pesquisa. Contamos com diferentes
centros de pesquisa - como a Granja Brasil [granja-núcleo de
melhoramento genético de suínos], a Granja Paraíso [granja
núcleo-filial de genética de suínos e centro de pesquisa para
nutrição animal], o Centro de Pesquisa José Maria Lamas [cen-
tro de desenvolvimento de produtos para nutrição animal] e os
Campos Experimentais de Cultivares Ipiaçu e Patos de Minas.
Investimos pesadamente em pesquisa para fornecer tecnologia
de ponta aos nossos clientes.
guia gessulli - a adoção de um modelo eficiente de
gestão em recursos humanos e capacitação de pessoas
é outra característica marcante da agroceres. como
esse investimento em pessoas se reflete nos resultados
das unidades de negócios do grupo?
Marcelo Ribeiral - Boa parte da proposta de valor da Agroce-
res é entregue para nossos clientes através de um atendimento
muito próximo, personalizado e altamente capacitado. Não
adianta entregar apenas o produto ao nosso parceiro, por mais
inovador que ele seja. A tecnologia precisa ser acompanhada
por um excelente atendimento. Estamos sempre muito próximos
aos nossos clientes. Precisamos entender sua realidade para
garantir que nossos produtos expressem todo o seu potencial e
garantam os resultados esperados por ele. E isso só se faz com
tecnologia de ponta e profissionais capacitados para oferecer
serviços de extrema qualidade. Por isso a capacitação de nossa
equipe é algo primordial para nós.
guia gessulli - um dos valores da agroceres é a impor-
tância do resultado no campo decorrente do uso das
tecnologias que desenvolve. gostaria que falasse um
pouco sobre esse valor que norteia o trabalho de todas
as unidades integrantes do grupo agroceres.
Marcelo Ribeiral - Existem quatro pilares que norteiam o nosso
trabalho desde o início e que são muito sólidos na Agroceres. São
eles, tecnologia e inovação, qualidade,
atendimento presente e capacitado e
resultado no campo. O pilar resul-
tado no campo, entretanto, é o que
norteia as ações dos nossos outros
três fundamentos. De nada adianta
fazer tecnologia por tecnologia,
qualidade por qualidade, aten-
dimento por atendimento,
se não houver resultado
concreto no campo. O
resultado do cliente é
o compromisso que
orienta todo o traba-
lho e a existência da
Agroceres. si
marcelo ribeiral,vice-presidentedo Grupo Agroceres
552015 | Guia Gessulli da Avicultura e Suinocultura Industrial |
“A mArcA Agroceres é o nosso principAlAtivo. nestes 70 Anos de históriA elA sempre retrAtou o respeito que temos com os nossos clientes, criAndo umA forte relAção deconfiAnçA com o mercAdo do Agronegócio”guia gessulli - quais as principais características que podem
ser atribuídas à marca Agroceres?
Vitor Vanetti - A marca Agroceres é o nosso principal ativo. Nestes
70 anos de história ela sempre retratou o respeito que temos com os
nossos clientes, criando uma forte relação de confiança com o mercado
do agronegócio. A Agroceres sempre buscou oferecer ao mercado a
melhor tecnologia aplicada ao campo, capaz de proporcionar aos nossos
clientes maior competitividade, rentabilidade e sustentabilidade. Desde
1945 até hoje, a empresa enfrentou vários obstáculos. Nesses momen-
tos sempre se posicionou de forma transparente e ética com os seus
clientes. Em 1970, por exemplo, a empresa enfrentou uma contaminação
de suas sementes de milho com o fungo Helminthosporium. Frente ao
risco de disseminar essa enfermidade a empresa optou por não ven-
der nenhum saco de sementes da safra 70-71, resultando em grandes
prejuízos econômicos. Na época, o seu fundador, Antônio Secundino,
afirmou que não mancharia a reputação acumulada em 25 anos pela
Agroceres com a possibilidade de repassar sementes contaminadas.
Situações e decisões como essa ajudaram a estabelecer um vínculo
de confiança muito forte com os nossos clientes, gerando uma grande
valorização da nossa marca.
guia gessulli - A Agroceres foi pioneira ao adotar um marke-
ting intensivo no agronegócio. inclusive, lançando campanhas
com personalidades como o jogador pelé. como nasceu essa
estratégia?
Vitor Vanetti - A comunicação adotada pelo setor agrícola nos anos 70-80
trazia uma linguagem muito tradicional e valorizava somente os produtos
vendidos. A nossa ideia foi realmente de inovar e causar um impacto
trazendo pessoas de fora do meio rural. Foram criadas campanhas com
o Ayrton Senna, com a atriz Maitê Proença, com o jogador Pelé. Dessa
campanha com o Pelé, me lembro bem. A mensagem era “tem horas
que você não pode errar”, mostrando o jogador marcando seu milésimo
gol. Trazia toda aquela carga emocional para a tomada de decisão do
nosso cliente, que no momento do plantio da safra também não pode
errar. Dessa decisão dependem os resultados que irá colher lá na frente.
Foram analogias como essa que começamos a imprimir nas campanhas.
guia gessulli - uma das opções fortes dessas campanhas
foi utilizar veículos de massa, como a televisão. qual foi o
impacto sobre a marca?
Vitor Vanetti - A divulgação nos veículos de massa é uma alternativa
interessante quando se trabalha com produtos sazonais e as compras
são concentradas em um curto período do ano, como era o caso na
época. Inclusive participamos da novela “O Rei do Gado” com uma
inserção de um dia de campo da Agroceres na trama. Teve um impacto
muito interessante. Hoje, mesmo o público consumidor em geral não
conhecendo a Agroceres, muitos já ouviram falar da marca. Isso é muito
relevante. Quando se tem uma marca forte, que gera confiança, fica
mais fácil mantê-la viva na mente das pessoas, mesmo em segmentos
de atuação diferentes do alvo da empresa.
guia gessulli - mudou o perfil do marketing desenvolvido
pela empresa?
Vitor Vanetti - A empresa passou por várias mudanças importantes nos
últimos anos e hoje está em uma fase muito sólida com uma taxa de cres-
cimento muito expressiva. No marketing nós dobramos os investimentos
nos últimos cinco anos. Nesses 70 anos o maior objetivo da marca Agro-
ceres foi o de sempre levar a melhor tecnologia ao campo e contribuir
para o crescimento do agronegócio brasileiro. Fizemos isso através do
compromisso com os quatro pilares da
nossa proposta de valor: Tecnologia &
Inovação, Qualidade, Atendimento
e Resultado. Um compromisso
que pode ser percebido em tudo
o que a Agroceres faz. Sabemos
que foi cumprindo com esse
compromisso que conquistamos
a confiança do mercado nos últimos
70 anos, e será assim que mante-
remos essa confiança
pelos muitos anos
que virão. si