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Acidente de trabalho

São Paulo 2014

Acidente de trabalho

Jarbas Miguel TorTorello

Copyright © 2014 by Editora Baraúna SE Ltda

Capa Jacilene Moraes

Diagramação Isaac Tiago

Revisão Nadhiesta Santos

CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO-NA-FONTESINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ

________________________________________________________________T653a

Tortorello, Jarbas Miguel Acidente de trabalho / Jarbas Miguel Tortorello. - 1. ed. - São Paulo : Baraúna, 2014.

ISBN 978-85-7923-954-0

1. Direito do trabalho - Brasil. II. Título.

14-11531 CDU: 349.2(81)________________________________________________________________23/04/2014 29/04/2014

Impresso no BrasilPrinted in Brazil

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PreFÁCio

Senti-me imensamente lisonjeado ao ser convi-dado pelo autor para prefaciar a presente obra, uma dentre tantas de sua lavra. Deveras, o ilustre Dr. Jar-bas Miguel Tortorello, que há muito anos advoga com imensa militância no ramo de Direito Previdenciário, e que outrora já foi Procurador, Promotor de Justiça e Magistrado no Estado de São Paulo, é homem de elevada sabedoria, de linguagem clara e concisa e técnica apurada.

Nas inúmeras ocasiões em que fui nomeado Pe-rito Judicial, para elaborar cálculos e emitir pareceres em processos de cunho previdenciário em algumas pude apreciar ações patrocinadas pelo Dr. Jarbas, cujas teses defendidas com extrema ética e idealismo invariavelmente proporcionavam o ganho de causa ao seu representado, o pobre segurado do INSS.

Sob o título genérico de Acidentes do Trabalho, na verdade a obra é cuidadosa ao esmiuçar questões que envolvem a matéria infortunística, pois nela se encon-tram, além da legislação vigente, ricas e precisas infor-mações sobre os benefícios acidentários, facilitando a postulação administrativa dos referidos. Ainda, como se já não bastasse, a obra traz modelos de petição ini-cial para a dedução em juízo, facilitando em muito a militância do advogado na área em questão.

Pelo todo, trata-se portanto, de um livro de grande utilidade para aqueles que, no campo do Direito, se dedi-cam ao exame das ações de acidentes do trabalho, sejam advogados, procuradores de justiça ou juízes.

Saúdo, pois, o autor e o leitor.

Durval Pedro Ferreira SantiagoAdvogado, perito judicial e autor de obras sobre Direito

Previdenciário

suMÁrio

Acidente de trabalho . . . . . . . . . . . . . . . . . 11

Comunicação do acidente de trabalho – CAT – e suas consequências . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18

Fundamentos da intervenção judicial no acidente de trabalho . . . . . . . . . . . . . . . . . 21

Responsabilidade civil decorrente de acidente do trabalho . . . . . . . . . . . . . . . . . 25

Modalidades de responsabilidade . . . . . . . . . 26

Reparação de danos decorrentes de acidente de trabalho . 30

Questões sobre competência no acidente do trabalho . .32

Segurados do regime geral da previdência social . . . 34

Segurados facultativos . . . . . . . . . . . . . . 34

Segurados obrigatórios . . . . . . . . . . . . . . 35

Empregado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36

Empregado(a) doméstico(a) . . . . . . . . . . . 37

Contribuinte individual . . . . . . . . . . . . . 37

Trabalhador avulso . . . . . . . . . . . . . . . . 39

Segurado especial . . . . . . . . . . . . . . . . . 40

Beneficiários e dependenes do instituto nacional do seguro social – INSS . . . . . . . . . . . . . . . . . 42

Primeira classe . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42

Segunda classe . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43

Terceira classe . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43

Benefícios acidentários da previdência social . . . . . 44

Auxílio-acidente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45

Conceito . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45

Requisitos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46

Início, término e valor do auxílio-acidente . . . . 47

Auxílio-doença acidentário . . . . . . . . . . . . . . 49

Aposentadoria por invalidez acidentária . . . . . . . 53

Carência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53

Renda mensal . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54

Inìcio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54

Término . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55

Pensão acidentária por morte . . . . . . . . . . . . . 58

Requisito . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58

Beneficiários . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58

Carência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59

Renda mensal . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59

Inicio do pagamento . . . . . . . . . . . . . . . 59

Cessação do pagamento . . . . . . . . . . . . . 60

Abono anual em acidente do trabalho . . . . . . . . 62

Serviços de habilitação e reabilitação profissional . . . 63

Acumulação de benefícios . . . . . . . . . . . . . . 65

Quadro comparativo das diferenças entre os vários benefícios acidentários . . . . . . . . . . . . . 69

Modelos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 71

Bibliografia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 123

Leis diversas sobre acidente do trabalho . . . . . . 125

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aCiDeNTe De TrabalHo

O acidente de trabalho pode ser conceituado como um fato ou acontecimento, o qual esteja relacionado ao trabalho do acidentado e que determine a morte, perda ou redução da capacidade para o trabalho.

O acidente do trabalho ocorre pelo exercício da ati-vidade laboral com o segurado empregado, trabalhador avulso (CF, artigo 7º, XXXIV), segurado especial e médi-co residente (Lei nº 8.138/1990), além daquele exercido pelos domésticos (Emenda Constitucional nº 66/2012).

Ao contribuinte individual e ao segurado facultativo não são devidas as prestações relativas ao acidente do tra-balho (artigo 104, do Decreto nº 3048/1999).

Assim, a partir dos conceitos de acidente de traba-lho previstos nos artigos 11 e 19, da Lei nº 8.213/1991, bem como a previsão contida no artigo 104, do Decreto 3.048/1999, conclui-se com meridiana clareza que o segu-rado individual ou facultativo não têm direito aos benefícios previdenciários do infortúnio, ficando os mesmos adstritos aos segurados empregados, empregados avulsos, segurados especiais e aos empregados domésticos, bem como o médi-co residente favorecido pela Lei nº 8.138/1990.

No conceito já expendido a respeito de acidente de trabalho podemos relacionar os seguintes elemen-tos: 1) Do acontecimento; 2) Relação do aconteci-mento com o trabalho e 3) Morte, perda ou redução da capacidade de trabalho.

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1. Do acontecimento: é o fato, relacionado à ordem natural das coisas, sendo essas identificáveis no tempo e no espaço.

Sob a denominação de acontecimento são distingui-dos fatos dúplices, a saber:

a. Acidente típico: nesse acidente estão presentes as características de subtaneidade, perceptibilidade e previsibilidade desde a ocorrência.

Exemplo: O operário ao manusear determinada má-quina, acaba, quando em serviço, por sua desatenção, por cortar a ponta ou parte de um dos seus dedos;

b. Doenças ocupacionais: São doenças e traumas observados no tempo, crônicos e nem perceptíveis às manifestações iniciais, que podem também ser identificados pela aplicação da metodologia conhe-cida por Nexo Técnico Epidemiológico Previdenciá-rio – NTEP, dividindo-se em:

b1. Doenças profissionais ou tecnopatias: Doenças típicas de algumas atividades laborativas que têm como nexo causal presumido com aque-las profissões, estando relacionadas em normas complementares às leis acidentárias, sendo essa relação elaborada pelo Ministério do Trabalho e Previdência Social.

É de se registrar ainda que as doenças profissionais ou tecnopatias têm no trabalho sua causa única, ou seja, insalubridade, sendo doenças típicas de algumas atividades laborativas. Exemplo: uma

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enfermeira trabalhando em um hospital poderá ser vítima de uma doença contagiosa.

O trabalhador com contato direto com a sílica invariavelmente apresentará a silicose (doença pulmonar) e a leucopenia (diminuição do nú-mero de glóbulos brancos no sangue).

Nos dias atuais, a tenossinovite é o tipo mais evi-dente de doença profissional também conhecida como doença dos digitadores, pianistas e monta-dores, com o nexo presumido em lei.

O artigo 20, I, do Plano de Benefícios da Previ-dência Social define a doença profissional consi-derada como acidente do trabalho: “a produzi-da ou desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a determinada atividade e constante da respectiva relação elaborada pelo Ministé-rio do Trabalho”.

b2. Doenças do Trabalho ou Mesopatias: Doenças que não tendo nexo com determinada atividade, podem ser causadas ou agravadas pela circuns-tância do trabalho exercido pelo empregado.

As doenças do trabalho, também chamadas meso-patias, indiretamente profissionais não tem no trabalho sua única ou exclusiva, assim classificadas, porque o am-biente do trabalho é o fato que põe a causa mórbida em condições de produzir lesões incapacitantes.

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Podem ser citadas como exemplos, pneumopatias, tuberculoses, bronquites, sinusites, etc., sendo que, nes-ses casos excepcionais ou especiais do trabalho, vem a ser determinada a quebra da resistência orgânica, com consequente piora do estado de saúde do empregado, sempre dependendo, para suas caracterizações, de provas periciais, testemunhais ou indiciárias.

Nunca é demais registrar que nesse amplo conceito de acidente do trabalho, existentes as concausas de agra-vamento do estado doentio, que, não sendo responsá-veis diretamente pela incapacidade, pioram de qualquer modo o estado físico do trabalhador, devendo ser lembra-do ainda que, em questão de infortunística, as concausas se identificam com as causas para os efeitos legais de am-paro previdenciário.

Não são consideradas como doenças do trabalho:

a. a doença degenerativa;

b. a inerente ao grupo etário;

c. a que não produz incapacidade laborativa;

d. a doença endêmica adquirida por segurado habitan-te de região em que ela se desenvolva, salvo compro-vação de que é resultante de exposição ou contato direto determinado pela natureza do trabalho.

O inciso II, do artigo 20, do Plano de Benefícios da Previdência Social, define a doença do trabalho, con-siderada como acidente do trabalho: “a adquirida ou desencadeada em função das condições especiais em

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que o trabalho é realizado e com ele se relacione dire-tamente, conforme relação elaborada pelo Ministério do Trabalho”.

2. Do Relacionamento do acontecimento com o trabalho: O fato deve estar interligado com o trabalho de alguma forma, equiparando-se a acidente do trabalho:

a. o acidente ligado ao trabalho que, embora não te-nha sido causa única, haja contribuído diretamente para a morte do segurado, para a redução ou perda da sua capacidade para o trabalho ou produzido le-são que exija atenção médica para a sua recuperação. Nesse caso, aparecem as concausas, que podem ser concausas preexistentes (o trabalhador, quando em serviço, sofre um ligeiro arranhão,e, por ser hemo-fílico, acaba por morrer em virtude da grande perda de sangue); ou concausas simultâneas (caso em que o trabalhador, sofrendo de labirintite, em virtude de uma tontura, cai de um andaime, resultando lesões de natureza grave) ou concausas supervenientes (o trabalhador sofre um ferimento ao bater com o seu braço em um parafuso enferrujado, morrendo dias após em virtude de tétano);

b. acidente sofrido no local e horário do trabalho, em consequência de ato de agressão, sabotagem ou ter-rorismo praticado por terceiro ou companheiro de trabalho; ofensa física intencional, inclusive de ter-ceiro por motivo de disputa relacionada ao trabalho; ato de imprudência, de negligência ou de imperícia


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