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Page 1: Aleitamento Materno e Transição para a Maternidade: o Orkut como recurso simbólico

Aleitamento Materno e Transição Aleitamento Materno e Transição para a Maternidade: o Orkut como para a Maternidade: o Orkut como

recurso simbólico *recurso simbólico *Adalene SALES, Denise COUTINHO & Ana Cecília BASTOS

IntroduçãoA questão do aleitamento materno tem sido objeto de atenção das políticas públicas de saúde e segurança alimentar desde a 27ª Assembléia Mundial da Saúde, em 1974, quando estudos demonstraram uma estreita relação entre altas taxas de mortalidade e desnutrição infantis e a diminuição do aleitamento materno nos primeiros meses de vida em diversas regiões do mundo. No Brasil, a Política Nacional de Aleitamento Materno (PNAM) foi implementada há 27 anos, em 1981. Embora tenham alcançado essa evidência nos últimos anos, desde o século XVI que o discurso da medicina está permeado por defesas do aleitamento materno argumentando que a criança suga o caráter e as paixões de quem amamenta (Kinibiehler, 2003; Parat, 1999; Sudo, 2004; Perrot, 1991), e que uma mulher só se torna mãe por completo quando nutre seu filho com seu próprio leite (Paré como citado por Sandre-Pereira, 2006).

ObjetivoExaminar, a partir da análise de narrativa de mulheres que amamentam, o processo de transição para a maternidade, especificamente se ele caracteriza um processo desenvolvimental .

MétodoÉ uma pesquisa qualitativa de natureza etnográfica.

Etnografia on-line: primeira aproximação ao universo simbólico e também para coleta de dados. Análise descritiva dos relatos de amamentação aplicando os três processos implicados na transição desenvolvimental proposto por Zittoun (2002, 2004, 2006) como categorias de análise.

Participantes: membros da comunidade Pediatria Radical, Orkut.

Discussão dos Dados A participação ativa nessa comunidade nos últimos três anos me permitiu verificar diversas situações em que ela teve a função de recurso simbólico, conforme definição proposta por Zittoun (2002, 2004, 2006).

1. Aquisição de competências cognitivas e sociais. A comunidade tem o ideal de democratizar a informação e desmitificar o saber médico, pois acredita que desse modo poderá devolver a autonomia às mães (Oliveira, 2007, Prefácio).Considerações Finais

Podemos ver nesses relatos que a participação na comunidade possibilita reposicionamento social e simbólico após uma situação de ruptura como é o nascimento de um filho. Também verificamos a centralidade da experiência da amamentação para definir uma maternagem mais próxima da criança e mais atenta às necessidades infantis.Referências Bibliográficas

Almeida, João A. G de, & Novak, Franz Reis (2004). Amamentação: um híbrido natureza-cultura. Jornal de Pediatria, Porto Alegre, 5(80). Recuperado em 28 de outubro de 2007, da SciELO (Scientific Eletrocnic Library On line): www.scielo.br.Crossley, M. L. Breastfeeding as a Moral Imperative: An Autoethnographic Study. Feminism & Psychology, 19(1), No. 1, 71-87. Recuperado em 13 de junho de 2009, do site da Sage Publications: http://online.sagepub.comDessen, M. A., & Costa Jr., Á. L. (2005). (orgs.). A ciência do desenvolvimento humano. Tendências atuais e perspectivas futuras. Porto Alegre, RS: Armed.