Alessandra Mendona Torres
Cintia Ramalho Caetano da Silva
Hardware adaptado para apoio ao desenvolvimento de portadores da
Sndrome de Down
Silva Jardim
2006
UNIVERSIDADE DO GRANDE RIO PROF. JOS DE SOUZA HERDY
ESCOLA DE INFORMTICA SISTEMAS DE INFORMAO
1.1.1 -
Alessandra Mendona Torres
Cintia Ramalho Caetano da Silva
Hardware adaptado para apoio ao desenvolvimento de portadores da
Sndrome de Down
Projeto Final de Curso apresentado como
requisito final para concluso do curso de
Sistemas de Informao da Universidade do
Grande Rio Prof. Jos de Souza Herdy
(UNIGRANRIO).
Orientadora: Prof. Luciene Soares Motta
Co-Orientador: Prof. Jos Luiz Thomaselli Nogueira
Silva Jardim
2006
UNIVERSIDADE DO GRANDE RIO PROF. JOS DE SOUZA HERDY
ESCOLA DE INFORMTICA
SISTEMAS DE INFORMAO
Hardware adaptado para apoio ao desenvolvimento de portadores da
Sndrome de Down
Alessandra Mendona Torres
Cintia Ramalho Caetano da Silva
Projeto Final de Curso apresentado como
requisito final para concluso do curso de
Sistemas de Informao da Universidade do
Grande Rio Prof. Jos de Souza Herdy
(UNIGRANRIO).
Aprovado em Dezembro de 2006.
BANCA EXAMINADORA
_____________________________________________________________
Profa. MsC. Luciene Cristina Soares Motta Orientadora
Universidade do Grande Rio - UNIGRANRIO
_____________________________________________________________
Profo. MsC. Jos Luiz Thomaselli Nogueira Co-orientador
Universidade do Grande Rio - UNIGRANRIO
_____________________________________________________________
Profo. BsC. Robson Rodrigues Vaz
Universidade do Grande Rio - UNIGRANRIO
_____________________________________________________________
BsC. Fernanda Pereira da Costa
Colgio Estadual Desembargador Jos Augusto Coelho da Rocha Junior
_____________________________________________________________
BsC. Marlene Prevot
Rede Estadual de Ensino
Silva Jardim
2006
CINTIA RAMALHO CAETANO DA SILVA E
ALESSANDRA MENDONA TORRES
Hardware adaptado para apoio ao
desenvolvimento de portadores da Sndrome de
Down [Silva Jardim] 2006
Xii, 75 p. 29,7 cm. (Escola de Informtica,
2006).
Projeto de Final de Curso - Universidade do
Grande Rio, Escola de Informtica.
1. Informtica 2. Educao Especial 3. Tecnologia Assistiva
I. EIN/UNIGRANRIO II. Ttulo (srie)
i
Dedicamos esse trabalho a Deus, pelo privilgio de viver.
A nossa famlia por tudo que vocs representam pra ns. Vocs
fazem parte dessa realizao. Pelos erros e acertos, por tudo que
somos, dedicamos esse trabalho a vocs.
ii
AGRADECIMENTOS
Primeiramente a Deus, pelo presente que foi desenvolver este trabalho.
Minha gratido, amor e fidelidade sempre e sempre.
A querida orientadora Luciene Motta, com quem tive a oportunidade de
aprender muito durante esse projeto. Obrigada pela confiana depositada em ns para o
desenvolvimento desse trabalho. Sei o quanto voc desejou v-lo pronto. Obrigada pelo
tempo dedicado, pelos finais de semana. Nosso convvio foi muito importante.
Meu carinho, reconhecimento e amizade.
Ao Professor Jos Luiz, pelo carinho, dedicao e amizade. Obrigada por
me permitir entrar no convvio de sua famlia.
Meu carinho, reconhecimento e amizade.
Ao Coordenador da Escola de Informtica, Cludio Mendes, obrigada pelo
incentivo e pela ateno.
O meu muito obrigado!
Aos professores da Escola de Informtica que formam uma grande famlia.
Aprendi muito com vocs. Obrigada por tudo!
Meu agradecimento e reconhecimento.
Aos amigos de Projeto, Massao e Samuel. Foi muito bom trabalhar com
vocs. Contem sempre comigo, que essa parceria venha gerar muitos frutos.
Meu sincero agradecimento!
As Professoras, Marlene Prevot e Fernanda Pereira. Obrigada pelo tempo
dispensado para nos ajudar.
Muitssimo obrigado!
Aos meus pais, Csar e Lilian, amigos de todas as horas. Obriga pelo
carinho e incentivo que so essenciais na minha caminhada. Obrigada pelos princpios que
me foram ensinados, tudo que sou devo a vocs. Agradeo a cada dia pelo esforo que
vocs fizeram para hoje eu estar me formando, s nos sabemos tudo que passamos.
Obrigada pelas madrugadas de espera, pelas oraes, pelo investimento financeiro, pelo
lanchinho na porta do nibus, pela preocupao, etc. Sei que vocs esto se formando
junto comigo. Obrigada por tudo. Vocs so incansveis!
Meu amor, sempre e sempre.
Ao meu esposo, Caetano, meu sacerdote, meu amor, meu amigo, meu
cmplice, meu brao forte, meu incentivador de todas as horas. Voc em todos os
momentos esteve de forma surpreendente me ajudando e incentivando, nas horas difceis,
de desistncia, de cansao, voc como sempre, nunca me deixou desistir. Obrigada pelas
oraes, pelas noites da esperando o nibus, pelas noites me ajudando no projeto, pelos
conselhos, por tudo. S nos sabemos o quanto abrimos mo para realizao desse sonho.
Mais uma etapa ns vencemos. Obrigada por sempre poder contar com voc.
Te amo muito. Mil beijos.
iii
Aos meus sogros, Helio e Ana, obrigada pelo filho to especial que vocs
geraram.
Amo muito vocs.
A minha tia, Eliane, por me receber em sua casa. Foi muito importante sua
ajuda. Obrigada por tudo!
Meu muitssimo obrigado!
Aos meus tios, Celeste e Paulo, por me receber em sua casa, pelas noites
que tambm esperou no ponto do nibus. Foi muito importante sua ajuda. Obrigada por
tudo.
Amo muito vocs.
Aos meus primos, Safira, Marcela e Rodrigo, obrigada por dividir o quarto e
muitas vezes, a cama de vocs comigo.
Obrigado lindinhos! Amo muito vocs!
Ao meu tio, Luiz Cludio, por todo investimento que voc fez na minha
vida.
Te amo muito. Valeu Tio!
Aos meus pastores, Washington e Rachel Aras. Obrigada pelas oraes!
Amo vocs!
Aos amigos, Claudia Brum, Leandro Ferreira e Angelo Dinardo. Vocs
sabem como tudo comeou. Nem tenho como agradecer.
Amo muito vocs.
Aos amigos mais que fiis, Betnia, Jaqueline e Sandro. Obrigado por
sonhar comigo!
Receba meu carinho e fidelidade!
A amiga, Brbara Seixa, que aprendi a amar. Amiga de nibus que sempre
ouviu as reclamaes e tambm meus sonhos e projetos. Obrigada por sonhar comigo.
Valeu Brbara. Voc 10.
A amiga Ca Castro, que sempre esteve pronta para ajudar, sua ajuda foi
muito importante para concluso desse projeto. Obrigada por tudo.
Meu sincero agradecimento
Aos amigos Nazar e Clio, obrigada por tudo, a concluso desse trabalho
s foi possvel com a ajuda de vocs.
Meu muito obrigado!
Ao amigo virtual, Ricardo Hoffmam, que mesmo sem nos conhecer
demonstrou muito interesse pelo nosso trabalho. Sua ajuda foi muito importante. Creio que
esse trabalho no terminar aqui.
Agradeo muito.
iv
Agradeo a todos que direta ou indiretamente ajudaram neste trabalho,
perdoe-me se esqueci de citar algum nome. Simplesmente agradeo. Obrigada a todos!
Durante todo o perodo que estive realizando este projeto, foi necessrio
abrir mo de muitas coisas: tempo, famlia, passeios, noites de sono, etc, porm foi um
tempo de investir em meus sonhos. Um tempo que nos trouxe a certeza que posso fazer
algo que mudar a realidade de muitas pessoas.
Cintia Ramalho Caetano da Silva
Em primeiro lugar, a Deus, por me dar foras para conseguir terminar meu
curso e realizar um sonho. Sonho este que para muitas pessoas pode parecer impossvel,
mas eu consegui.
Em segundo lugar, aos meus pais, que sempre me incentivaram e nunca me
deixaram desanimar, nem nas horas mais difceis, nem nos momentos em que eu estava
mais cansada, pois sempre tinham uma palavra de nimo para mim. Sempre pude contar
com vocs para tudo que precisei. At quando eu ficava decorando meus questionrios,
trabalhos e etc, depois vocs me perguntavam para saber se eu realmente tinha aprendido.
Nem todos tm a sorte de ter pais como os que eu tenho. Tambm por todos as noites que
ficaram me esperando chegar e me trouxeram para casa. Muito obrigada!!! Sem a ajuda de
vocs eu no teria conseguido chegar at aqui. Amo vocs demais!
Agradeo ainda a nossa Orientadora, professora Luciene, por toda a sua
dedicao com nosso projeto, por sempre me dar fora e incentivo, mesmo tendo que me
dar uns puxes de orelha de vez em quando. Pelas noites de sono perdida, corrigindo tudo
que a gente escrevia, sempre tentando melhorar ainda mais nosso projeto. Foi bom ter voc
como nossa orientadora.
Obrigada por tudo mesmo!
Agradeo tambm ao professor e Co-orientador Jos Luiz por sua pacincia
e boa vontade que sempre demonstrou conosco.
No posso esquecer a minha colega, Cntia, que dedicou-se de corpo e alma
a este projeto e sem ela, talvez esse trabalho no tivesse ficado to bom. Foi muito bom
trabalhar com voc.
Obrigada por tudo Cintia!
Alessandra Mendona Torres
v
O amor sofredor, benigno; o amor no invejoso; o amor no
se vangloria, no se ensoberbece, no se portai
inconvenientemente, no busca os seus prprios interesses, no se
irrita, no suspeita mal; no se regozija com a injustia, mas se
regozija com a verdade; tudo sofre, tudo cr, tudo espera, tudo
suporta.
1 Corntios 13:4-7
vi
RESUMO
As grandes potncias atualmente so aquelas que investiram na educao. O Japo
hoje uma das grandes potncias mundiais graas ao grande investimento que o pas ainda
realiza na educao da populao. Certamente, o caminho para o desenvolvimento passa
pelo investimento na educao. Portanto, fcil perceber que o Brasil ainda precisa de
muito investimento na educao para mudar o quadro de pas em desenvolvimento, j que
educao encontra-se com problemas em todas as modalidades, como por exemplo, a
Educao Inclusiva, carente de recursos, tanto humanos quanto financeiros.
Este trabalho visa contribuir, usando a informtica como ferramenta, para o
desenvolvimento e aprimoramento das prticas voltadas para a Educao Inclusiva.
Dados do Censo Escolar de 2005 (MEC/INEP) registram que a participao do
atendimento inclusivo cresceu, no Brasil, passando dos 24,7% em 2002 para 41% em
2005.[MEC & INEP, 2005].
Como proposta, apresentado um mouse adaptado para auxiliar no
desenvolvimento cognitivo de portadores de Sndrome de Down. Este mouse
desenvolvido com materiais de baixo custo, o que o torna um equipamento mais acessvel
em termos financeiros do que os equipamentos existentes no mercado.
Palavras-chave: Educao inclusiva, Sndrome de Down, Hardware adaptado.
vii
SUMRIO
RESUMO ............................................................................................................................. vi
LISTA DE FIGURAS ......................................................................................................... ix
LISTA DE TABELAS ......................................................................................................... x
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ....................................................................... xi
1 - Introduo ..................................................................................................................... 13
2 - O universo de um portador da de Sndrome de Down ............................................. 15
2.1 - Tipos de Sndrome de Down .............................................................................................................. 21
3 - Fundamentao Terica .............................................................................................. 24
3.1 - Educao Especial .............................................................................................................................. 24
3.2 - Tecnologias Assistivas ....................................................................................................................... 25
3.3 - Instituies e seus trabalhos desenvolvidos no Brasil ........................................................................ 29
3.3.1 - APAE - RIO ............................................................................................................................... 30
3.3.2 - NCE ............................................................................................................................................ 31
3.3.3 - FENASP ..................................................................................................................................... 32
3.3.4 - SSD ............................................................................................................................................. 33
3.3.5 - Grupo de Discusso RJ Down .................................................................................................... 33
3.3.6 - FEASPERJ ................................................................................................................................. 33
3.3.7 - ARFEF ........................................................................................................................................ 33
3.3.8 - CEPDE ....................................................................................................................................... 33
3.3.9 - AACD ......................................................................................................................................... 34
3.3.10 - APADASG ............................................................................................................................... 34
3.3.11 - Centro Municipal de Reabilitao de Cabo Frio ....................................................................... 34
3.3.12 - ABRASPP ................................................................................................................................ 35
3.3.13 - GAPEB ..................................................................................................................................... 35
3.3.14 - TERRA ELETRNICA ........................................................................................................... 35
4 - Materiais e Mtodos ..................................................................................................... 39
viii
4.1 - Confeco do prottipo do mouse adaptado ....................................................................................... 39
4.1.1 - Primeiro prottipo ....................................................................................................................... 41
4.1.2 - Segundo prottipo ....................................................................................................................... 42
4.2 - Adaptao Eletrnica ......................................................................................................................... 42
4.2.1 - Funcionamento dos mouses atuais .............................................................................................. 43
4.2.2 - - Mouse optomecnico ................................................................................................................ 43
4.2.3 - Mouse ptico .............................................................................................................................. 45
4.2.4 - Prs e contras de adaptar os modelos existentes ......................................................................... 45
4.2.5 - Adaptao proposta .................................................................................................................... 46
4.3 - Testes com o mouse proposto............................................................................................................. 46
4.3.1 - Objetivo do teste ......................................................................................................................... 46
4.3.2 - Verificaes necessrias ............................................................................................................. 46
4.3.3 - Metodologia para aplicao dos testes ........................................................................................ 47
5 - Divulgao do trabalho realizado ............................................................................... 49
5.1 - Primeira palestra ................................................................................................................................. 49
5.2 - Segunda palestra ................................................................................................................................. 50
5.3 - Terceira palestra ................................................................................................................................. 51
5.4 - Quarta palestra .................................................................................................................................... 53
6 - Concluso ...................................................................................................................... 55
6.1 - Trabalhos futuros ................................................................................................................................ 55
Anexos ................................................................................................................................. 56
ANEXO I - Apresentao utilizada nas palestras .................................................................................. 56
ANEXO II Questionrio com os professores ...................................................................................... 62
ANEXO III Questionrio com os pais ................................................................................................ 63
Apndice ............................................................................................................................. 64
Referncias Bibliogrficas ................................................................................................ 83
ix
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Trissomia do cromossomo 21 ......................................................................................................... 15
Figura 2: Correlao entre idade materna e nascimento de crianas com SD ................................................ 16
Figura 3: Criana com Sndrome de Down .................................................................................................... 17
Figura 4: Mos de uma criana com Sndrome de Down............................................................................... 17
Figura 5: Mos de uma criana com Sndrome de Patau ............................................................................... 21
Figura 6: Mos de uma criana com Sndrome de Edwards .......................................................................... 22
Figura 7: Mos de uma criana com Mosaicismo .......................................................................................... 23
Figura 8: Teclado Adaptado ........................................................................................................................... 26
Figura 9: Estabilizador de Punho e Abdutor de Polegar ................................................................................ 27
Figura 10: Mascara de Teclado ...................................................................................................................... 27
Figura 11: Mouse Barban ............................................................................................................................... 28
Figura 12: Alunos utilizando o laboratrio de informtica ............................................................................ 30
Figura 13: Pessoa utilizando o Motrix ........................................................................................................... 31
Figura 14: Pessoa utilizando o DOSVOX ...................................................................................................... 32
Figura 15: Tela do DOSVOX ........................................................................................................................ 32
Figura 16: Projeto Informtica na Educao .................................................................................................. 34
Figura 17: Roller Mouse ................................................................................................................................ 36
Figura 18: Switch Mouse ............................................................................................................................... 36
Figura 19: Mouse ++ ...................................................................................................................................... 37
Figura 20: Lupa Eletrnica ............................................................................................................................. 38
Figura 21: Prottipo do mouse adaptado ........................................................................................................ 40
Figura 22: Primeiro Prottipo ........................................................................................................................ 41
Figura 23: Segundo Prottipo ........................................................................................................................ 42
Figura 24: Estrutura interna do mouse optomecnico .................................................................................... 43
Figura 25: Disco perfurado ............................................................................................................................ 44
Figura 26: Disco perfurado entre o foto-interruptor ....................................................................................... 44
Figura 27: Mouse ptico ................................................................................................................................ 45
Figura 28: Autora Alessandra na UNIGRANRIO.......................................................................................... 49
Figura 29: Autora Cintia na UNIGRANRIO ................................................................................................. 50
Figura 30: Alunos do Colgio Cenecista ........................................................................................................ 51
Figura 31: Autora Cintia no Colgio Cenecista ............................................................................................. 51
Figura 32: Alunos do Colgio Jos Augusto .................................................................................................. 52
Figura 33: Autora Cintia no Colgio Jos Augusto........................................................................................ 53
Figura 34: Alunos do Colgio Mrcio Dulio ................................................................................................ 53
Figura 35: Autora Cintia no Colgio Mrcio Dulio ...................................................................................... 54
x
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Evoluo da Matrcula de Alunos com Necessidades Especiais ............................................... 25
xi
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
AACD Associao de Assistncia das Crianas Deficientes
ABRASPP Associao Brasileira de Sndrome Ps-Plio
APADASG Associao de Pais e Amigos dos Deficientes de Audio de So
Gonalo
APAE Associao de Pais e Amigos dos Excepcionais
ARFEF Associao de Reabilitao e Pesquisa Fonoaudiolgica
CAA Comunicao Alternativa e Aplicada
CEPDE Conselho Estadual para a Poltica de Integrao de Pessoa Portadora
de Deficincia
CINET Centro Integrado de Educao e Trabalho
INFOESP Informtica na Educao Especial
EE Educao Especial
FAMERP Faculdade de Medicina de So Jos do Rio Preto
FEASPERJ Federao das Associaes Pestalozzi do Estado do Rio de Janeiro
FENASP Federao Nacional das Associaes Pestalozzi
GAPEB Grupo Assistencial Professor Eurpedes Barsanulpho
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica
INEP Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas
MEC Ministrio da Educao e Cultura
NCE Ncleo de Computao Eletrnica
NIED Ncleo de Informtica Aplicada Educao da UNICAMP
PROINFO Programa Nacional de Informtica na Educao
PROJIS Projeto Internet & Sade
RIBIE Rede Iberoamericana de Informtica Educativa
xii
REACESS Feira Nacional de Acessibilidade e Reabilitao
REATECH Feira Internacional de Tecnologias em Reabilitao, Incluso e
Acessibilidade
RJ Rio de Janeiro
SD Sndrome de Down
SEEC Secretaria de Estado da Cultura
SSD Sociedade Sndrome de Down
UFMG Universidade Federal de Minas Gerais
UFRJ Universidade Federal do Rio de Janeiro
UNICAMP Universidade Estadual de Campinas
UNIEMP Universidade-Empresa
UNIGRANRIO Universidade do Grande Rio
13
1 - Introduo
O aumento do uso de computadores nas ltimas dcadas provocou a necessidade de
inserir a cultura digital tambm no contexto educacional, uma vez que esperado que
grande parte das pessoas sejam capazes de executar tarefas bsicas no computador.
Conseqentemente, as escolas foram impulsionadas a montar laboratrios para incluir
digitalmente seus alunos, a comear pela educao infantil. Com tantos atrativos
relacionados a formas, cores, sons e etc, os alunos entram na era digital, tendo a certeza
que podem ir muito mais alm da incluso digital. Os recursos viabilizados pelos
computadores tm possibilitado aos alunos novos meios e estmulos de aprendizado,
atravs da utilizao de softwares educacionais, da Internet, do uso de redes, multimdia e
etc, facilitando assim o processo de outras aprendizagens.
Dentro do contexto educacional encontra-se a educao especial (EE), que
desenvolvida atravs de adaptaes pedaggicas, curriculares e materiais no ensino-
aprendizagem dos alunos com necessidades educativas especiais, que muitas vezes
freqentam escolas tradicionais.
Crianas com necessidades especiais so aquelas que, por alguma espcie de
limitao requerem certas modificaes ou adaptaes no programa educacional,
a fim de que possam atingir seu potencial mximo. Essas limitaes podem
decorrer de problemas visuais, auditivos, mentais ou motores, bem como de
condies ambientais desfavorveis. [ZACHARIAS, 2006]
A atual estrutura dos computadores no permite que uma pessoa portadora de
necessidades especiais tenha uma total interao com o meio. Elas necessitam de recursos
especializados para superar ou minimizar suas limitaes. Por isso, esse trabalho prope a
criao de um hardware adaptado, que no somente inclua digitalmente, mas apie o
desenvolvimento cognitivo da pessoa, oferecendo um ambiente de aprendizagem adaptado
as suas necessidades, estimulando o crescimento, o conhecimento, a criatividade, a auto-
estima, etc.
De acordo com Afonso,
Hardware adaptativo um hardware que, desempenha as mesmas funes que o
convencional, porm se encontra adaptado para poder ser utilizado por pessoas
com incapacidades fsicas. [AFONSO, 1998].
Diante dessa definio e a partir de um minucioso levantamento bibliogrfico o
trabalho tem como objetivo propor um mouse adaptado, simples e de fcil utilizao para
14
apoiar a alfabetizao, estimular o desenvolvimento cognitivo e facilitar o aprendizado de
portadores de Sndrome de Down.
A Sndrome de Down foi escolhida como base para esse projeto, pois comum
encontrar em escolas regulares crianas portadoras dessa deficincia e tambm pela
enorme capacidade que essas crianas tm de romper limites e transpor barreiras.
A informtica modifica totalmente a forma como os alunos aprendem, pois requer
interao e participao ativa nas atividades, possibilitando que o prprio aluno dite o seu
ritmo de crescimento, desenvoltura, interesse, criatividade, etc. No apenas o computador
e suas tecnologias que apiam o aluno com necessidade especial, mas so recursos
materiais e pedaggicos devidamente adaptados que levam o aluno a pensar, aprender e
crescer tanto cognitiva como emocionalmente.
Dessa forma, o presente trabalho justifica-se pela necessidade das escolas pblicas
municipais e estaduais disponibilizarem na sua estrutura tecnolgica, um laboratrio com
hardwares adaptados para atender a alunos com Sndrome de Down ou qualquer outra
necessidade especial, que possam ser adquiridos a baixo custo, que seja de boa qualidade e
que leve os alunos com SD a um pleno desenvolvimento escolar utilizando hardwares
adaptados.
A preocupao da escola no deve ser apenas com a incluso digital desses alunos,
mas sim na utilizao desta forma de ensino como um estimulador do potencial que essas
pessoas tm.
15
2 - O universo de um portador da de Sndrome de Down
A Sndrome de Down (SD) uma alterao gentica que acontece na
formao do beb no incio da gravidez [UNIEMP, 2003]. uma freqente forma de
atraso mental, causada por uma alterao do nmero de cromossomos. Conforme
PUESCHEL [1999, p.60], na criana com Sndrome de Down, a diviso celular apresenta
uma distribuio defeituosa dos cromossomos. Um indivduo normal possui um total de 46
cromossomos, divididos em 23 pares. A pessoa com Sndrome de Down possui 47
cromossomos, sendo o cromossomo extra ligado ao par 21, por isso a Sndrome de Down
tambm chamada de trissomia do cromossomo 21.
uma anomalia gentica que causa alteraes no organismo devido ao excesso
de material gentico, cuja origem a cincia ainda no pde determinar com
preciso. Um beb com SD pouco ativo, molinho, o que chamamos hipotonia.
[SANTIAGO et al., 1997, p. 2].
A Figura 1 representa o conjunto de cromossomos de uma clula de uma pessoa
portadora de SD.
Figura 1: Trissomia do cromossomo 21
Fonte: [PROJIS, 2004].
Como pode ser observado, o par 21 apresenta um cromossomo extra, podendo
ento visualizar a trissomia (trs cromossomos) no par 21.
16
Foi comprovado atravs de estudos que aps os 35 anos a mulher tem maior
probabilidade de ter filhos com a SD.
comprovado que a idade materna, e, em menor grau, tambm a paterna,
podem influenciar na m-formao do feto, mas, alm desses, suspeita-se de
outros fatores, como alteraes hormonais na me, exposio ao Raio-X, a
substncias qumicas e agentes infecciosos em geral. [SANTIAGO et al., 1997,
p. 4].
Como pode ser observado na Figura 2, h uma relao muito importante entre o
nascimento de uma criana com SD e a idade materna.
Figura 2: Correlao entre idade materna e nascimento de crianas com SD
Fonte: [BURNS, 1991]
Outro ponto que ser bastante discutido so as caractersticas fsicas apresentadas
pela criana com SD. A criana com SD possui caractersticas muito diferentes em relao
a uma criana sem a sndrome.
Algumas das caractersticas fsicas das crianas com Sndrome de Down so:
achatamento da parte de trs da cabea, inclinao das fendas palpebrais,
pequenas dobras de pele no canto interno dos olhos, lngua proeminente, ponte
nasal achatada, orelhas ligeiramente menores, boca pequena, tnus muscular
diminudo, ligamentos soltos, mos e ps pequenos, pele na nuca em excesso.
[ABC DA SADE, 2001]
A Figura 3 ilustra a aparncia facial de uma criana portadora de SD, que apresenta
caractersticas particulares da sndrome, citadas anteriormente.
17
Figura 3: Criana com Sndrome de Down
Fonte: [JONES, 1998, p. 12]
Uma das caractersticas marcantes na anatomia de um portador de SD so suas
mos grossas, curtas, seus dedos pequenos e seu tnus muscular diminudo, que limitam
seu desenvolvimento motor.
As limitaes motoras e cognitivas esto bem descritas na literatura, sendo que
se observa uma predominncia dos dficits motores no perodo referente
primeira infncia e uma predominncia dos dficits cognitivos na idade escolar.
[GARCIAS et al., 1995, p. 31]
A Figura 4 mostra as mos de uma criana com SD, onde pde-se verificar suas
mos grossas, curtas, com dedos pequenos, etc.
Figura 4: Mos de uma criana com Sndrome de Down
Fonte: [JONES, 1998, p. 12]
A criana com SD no somente apresenta caractersticas diferentes na sua
anatomia, mas tambm na sua formao cerebral.
18
Segundo Pinter [PINTER et al., 2001, p. 3], em sua pesquisa encontrou um menor
volume de matria cinzenta e branca no crebro dos portadores de Sndrome de Down,
alm da hipoplasia cerebral, que uma espcie de m formao do crebro, pode ser global
ou de uma rea especfica como vermis (rea estreita localizada na regio central do
cerebelo relacionada principalmente com equilbrio) ou hemisfrios cerebelares
(relacionados principalmente com coordenao). O volume dos lobos frontais, tambm so
reduzido nos portadores da Sndrome de Down, eles so responsveis pelos dficits
cognitivos, incluindo a falta de ateno e a tendncia a perseverao. Os lobos frontais
controlam as habilidades motoras aprendidas, coordenam as expresses faciais e os gestos
expressivos.
Uma pessoa com SD capaz de aprender tudo que uma pessoa normal pode
aprender, porm, de forma bem mais lenta. O portador da SD precisa ser estimulado desde
o nascimento para vencer suas limitaes. Por isso h necessidade de uma ateno especial
em relao ao atraso no desenvolvimento dessas crianas. A limitao mais freqente na
SD o atraso mental, porm o desenvolvimento motor e da linguagem tambm so mais
lentos, alm da deficincia de audio, problemas oculares e problemas ortopdicos.
Uma das maiores dificuldades que a criana com SD encontra na escola o seu
ritmo de desenvolvimento, que mais lento, em relao ao restante da turma. Outro fato
a discriminao vinda por parte dos colegas de classe ou at mesmo pais e/ou professores.
Jose Miguel Lopes Melero [MELERO, 1998], educador que coordena o Projeto Roma em
Mlaga, define assim o princpio que norteia seu trabalho: "O desenvolvimento da
inteligncia est condicionado pelo contexto, ou melhor, pela qualidade do contexto, em
princpio familiar e depois escolar e social".
A educao da pessoa com Sndrome de Down deve atender s suas
necessidades especiais sem se desviar dos princpios bsicos da educao
proposta s demais pessoas. A criana deve freqentar desde cedo escola, e
esta deve valorizar, sobretudo os acertos da criana, trabalhando sobre suas
potencialidades para vencer as dificuldades. A educao especial, garantida por
lei ao deficiente, deve atender aos seguintes objetivos: respeitar a variao
intelectual de cada um, oferecendo iguais possibilidades de desenvolvimento,
independente do ritmo individual; Valorizar a criana ou jovem, incentivando-o
em seu processo educacional; Realizar planejamentos e avaliaes peridicas, a
fim de poder suprir todas as necessidades do grupo (gerais e individuais), com
constante reavaliao do trabalho. [ENTRE AMIGOS, 2003].
Na escola o aluno desenvolve sua capacidade de aprendizagem, adquire valores e
princpios. A escola a grande incentivadora do aluno com necessidade especial, pois alm
do ensino bsico ela ajuda o aluno a romper suas limitaes.
19
Um outro aspecto importante o desenvolvimento cognitivo. A psicologia
cognitiva estuda o modo como as pessoas percebem, aprendem, recordam e
pensam sobre a informao. O processo de percepo dos seres humanos sobre
determinado acontecimento ou experincia afeta fortemente as respostas
emocionais, comportamentais e fisiolgicas e so diferentes de pessoa para
pessoa. [CAETANO, 2003]
As dificuldades cognitivas de uma criana com SD se acentuam na idade escolar,
pois nessa fase elas superam suas dificuldades fsicas e encontram dificuldades no
aprendizado, na percepo, no desenvolvimento. Por isso, nessa fase a criana deve ser
bem acompanhada por aqueles que atuam diretamente com elas, desenvolvendo atividades
que envolvam outros recursos tecnolgicos, como a informtica.
Um ponto bastante relevante o estimulo, ele importantssimo para o
desenvolvimento de qualquer atividade educacional, que por sua vez deve ser atrativa ao
aluno. O estimulo deve ocorrer nas reas de limitaes, ele deve vir no somente por parte
do ambiente de trabalho ou das atividades em si, mas tambm por parte do professor, que
o condutor das atividades.
O objetivo da informtica na Educao Especial oferecer mais uma ferramenta de trabalho para o desenvolvimento cognitivo dos alunos, seja no
enriquecimento do trabalho pedaggico, bem como na instrumentalizao para a
capacitao profissional dos alunos que puderem se beneficiar deste recurso.
[NCLEO APRENDIZADO E DESENVOLVIMENTO, 2003]
A informtica no somente mais uma ferramenta de trabalho em sala, mas sim
ferramenta riqussima para apoiar o aluno e o professor. A informtica d ao aluno a
possibilidade de desenvolver novas experincias e ao professor resultados mais slidos e
eficazes.
A informtica pode desempenhar um papel importante tambm na educao
especial, permitindo que as pessoas construam seus prprios conhecimentos. O
uso da computao na educao especial aumentou o grau de interesse dos
alunos em aprender novos contedos e o interesse em trabalhar em equipe,
havendo uma valorizao da solidariedade entre as crianas. [TANAKA, 2003]
A informtica traz novos paradigmas educacionais, como: modificaes no
currculo e no material didtico dos alunos e professores. Essas modificaes se tornam
importantssimas na educao especial, que alvo de estudos para que seja possvel a
obteno de resultados mais palpveis como interesse, criatividade, etc.
Atualmente existem inmeros projetos para capacitar e qualificar professores e
profissionais que lidam com pessoas que sejam portadoras de alguma necessidade
educacional especial. O importante que haja um acompanhamento de profissionais que
conheam sobre Sndrome de Down, para um melhor aproveitamento da criana.
[SANTIAGO et al., 1997, p. 15]
20
Para que o professor venha ser esse instrumento de apoio e acompanhamento do
aluno, ele precisa passar por um processo de capacitao e qualificao. De nada adiantaria
ter um dispositivo poderoso para trabalhar e o professor no estar capacitado para da dar
esse apoio to importante ao aluno.
O acompanhamento essencial para o desenvolvimento de qualquer atividade
educacional, pois mesmo sendo o aluno que dite o ritmo de crescimento e interesse, o
professor nortear as atividades para que sejam obtidos resultados timos.
Os portadores de SD tm vencido suas limitaes. Atualmente no pas existem
inmeros projetos em funcionamento que no utilizam adaptaes de hardware para apoio
aos portadores de Sndrome de Down. Mesmo sendo conhecedores que as adaptaes so
de grande importncia para o desenvolvimento dessas pessoas, temos uma grande barreira
a romper esses hardwares adaptados so caros e as escolas pblicas no tem recursos
financeiros para investir na compra desses equipamentos.
Uma das dificuldades de um portador de SD que atualmente nas escolas,
principalmente da rede pblica, no existem equipamentos adequados s suas limitaes.
Eles podem e devem realizar as mesmas tarefas que um indivduo normal, mas necessitam
de adaptaes com hardwares e softwares. O problema que os equipamentos adaptados
disponveis no mercado atualmente so caros e as escolas no tm recursos para adquiri-
los.
De um modo geral, as potencialidades de uma criana com Sndrome de Down no
so valorizadas devido ao atraso no seu desenvolvimento mental, fsico e social. Por isso,
se no forem estimuladas ao crescimento, se tornam ociosas diante da nova realidade.
Quando essas crianas ingressam em uma escola tradicional ou at mesmo numa escola
especial, normalmente so excludas de atividades que dificultem de alguma forma sua
interao.
O professor deve estar atento a esse tipo de situao, pois o preconceito e a
excluso bloqueiam o desenvolvimento do aluno criando barreiras no aprendizado que
podem at mesmo anular todo o crescimento j obtido.
O ser humano tende a no incentivar o aprendizado do portador de Sndrome de
Down, j que esse aprendizado envolve custo, tempo e muita dedicao. At porque para
muitas pessoas o computador ainda no visto como uma ferramenta que pode auxiliar na
aprendizagem.
21
De acordo com Melo, os portadores desta sndrome possuem necessidades
educacionais especiais, pois apresentam limitaes na capacidade de aprendizagem e em
seu desenvolvimento fsico, mental e social. [MELO, 2002] Por isso, as novas tecnologias
ajudam ao portador da Sndrome de Down a exercer sua cidadania, realizando tarefas que
at ento no podia realizar. Isso faz com que suas habilidades cresam de forma natural e
acelerada.
2.1 - Tipos de Sndrome de Down
A Sndrome de Down divida em trs tipos: trissomia 21 simples, translocao e
mosaicismo.
A Trissomia 21 simples a mais comum e caracterizada pela presena do material
gentico em excesso no par de cromossomos 21. Este tipo de SD atinge cerca de 95% dos
portadores desta sndrome. [BATISTA, 2002, p. 10]
A Translocao atinge cerca de 4% dos casos e ocorre quando um pedao do
cromossomo 21 se rompe e se adere a outro cromossomo. O individuo com translocao
tem a maioria das caractersticas da trissomia no cromossomo 21. [BATISTA, 2002, p. 10]
A Translocao apresenta caractersticas especficas dependendo do cromossomo
que a caracteriza. Se a Trissomia for do cromossomo 13, o indivduo ter a Sndrome de
Patau. [MANICA et al., 2000, p. 5]. Um indivduo com a Sndrome de Patau apresenta:
deficincia mental, surdez, lbio e/ou palato fendido e anomalias cardacas. Cerca de 88%
morrem no 1 ms de vida e 5% morrem at o 6 ms. [JONES, 1998, p. 21]
A Figura 5 mostra as mos de uma criana com a Sndrome de Patau, que apresenta
as mos grossas e curtas, com o segundo dedo sobreposto ao terceiro e o primeiro dedo
torto.
Figura 5: Mos de uma criana com Sndrome de Patau
22
Fonte: [JONES, 1998, p. 21]
Quando a Trissomia for do cromossomo 18, caracterizada a Sndrome de
Edwards. Esta sndrome apresenta ms formaes mltiplas, como: deficincia mental e
crescimento; hipertonicidade; implantao baixa das orelhas; mandbula recuada; rim
duplo; dedos das mos imbricados (2 e 3 dedos), hipoplasia das unhas, posio das mos
caractersticas com tendncia a punho fechado hlux curto e fletido dorsalmente, calcneo
proeminente e reas simples nas polpas digitais. Somente cerca de 5% a 10% sobrevive o
1 ano. [JONES, 1998, p. 17]
A Figura 6 ilustra a mo de uma criana com Sndrome de Edwards, que apresenta
as mos grossas e curtas, com os dedos muito juntos, e o primeiro e segundo dedo
sobreposto ao terceiro.
Figura 6: Mos de uma criana com Sndrome de Edwards
Fonte: [JONES, 1998, p. 17]
O Mosaicismo atinge cerca de 1% dos portadores da SD. Este tipo ocorre quando os
portadores apresentam dois tipos de clulas: um com 46 cromossomos e outro com 47
cromossomos, o que quer dizer que s algumas clulas do corpo tm trissomia 21 e no
todas. [BATISTA, 2002, p. 17] Algumas caractersticas apresentadas so: crescimento pr-
natal deficiente; deficincia mental severa; anomalias nas juntas; estrabismo;
hipertelorismo; crescimento varivel; pescoo curto ou alado; orelhas com lobos alterados.
A maior parte morre na fase ps-natal, os que sobrevivem apresentam severa deficincia
mental e motora. [JONES, 1998, p. 26]
Segundo Rodini e Souza [2002], quanto menor o nmero de clulas trissmicas,
menor o envolvimento fentipico, por isso os portadores de mosaicismo so menos
afetados que os portadores dos outros tipos de Sndrome de Down.
23
A Figura 7 apresenta as mos de uma pessoa com mosaicismo, que por causa de seu
crescimento varivel apresenta os dedos com tamanhos diferentes e muito separados uns
dos outros.
Figura 7: Mos de uma criana com Mosaicismo
Fonte: [JONES, 1998, p. 26]
Pode-se perceber que a limitao motora ocorre nos trs tipos de SD. Ela uma
caracterstica que todo portador de SD apresenta, uns mais e outro menos, dependendo do
nvel de hipoplasia cerebral apresentada.
Com isso, torna-se necessrio um trabalho rigoroso e eficaz do estimulo motor, para
que a pessoa desenvolva firmeza e autoconfiana e assim, possa vencer suas limitaes
motoras.
24
3 - Fundamentao Terica
O trabalho ter como base terica artigos e teses publicadas por estudantes e
profissionais da rea de educao especial, informtica educativa e pedagogia, onde cada
autor na sua particularidade contribui para o enriquecimento e xito deste trabalho.
3.1 - Educao Especial
Por educao especial, conforme especificado na Lei n 9.394/96, de 20 de
dezembro de 1996 e o Decreto n 3.298, de 20 de dezembro de 1999, entende-se,
um processo educacional definido em uma proposta pedaggica que assegure
recursos educacionais especiais, organizados institucionalmente para apoiar,
complementar, suplementar e, em alguns casos, substituir os servios
educacionais comuns, de modo a garantir a educao escolar e promover o
desenvolvimento das potencialidades dos educandos que apresentam
necessidades educacionais especiais, em todas as etapas e modalidades da
educao bsica. [MEC, 2001]
Cerca de 14,6% da populao brasileira portadora de alguma necessidade
educacional especial [IBGE, 2000], conforme apresentado na Tabela 1. Mesmo com esse
nmero expressivo de pessoas com algum tipo de deficincia, h poucas adaptaes na
sociedade para que estes indivduos possam interagir socialmente. [Brum & Canal, 2004,
p. 2]
O artigo Publicado no IV RIBIE Tecnologias para Educao Especial, escrito
pelas professoras MSc. Mrcia de Borba Campos, MSc. Milene Selbach Silveira e Dra.
Lucila Maria Costi Santarosa [CAMPOS et al., 1998], aborda sobre a educao especial e
as ajudas tcnicas para cada deficincia, e mostra que atravs dessas ajudas tcnicas
podemos diminuir as limitaes das pessoas portadoras de necessidades especiais.
Segundo Tefilo Alves Galvo Filho em seu artigo, As novas tecnologias na
escola e no mundo atual: Fator de incluso social do aluno com necessidades especiais?
[GALVO, 2002], as adaptaes de acessibilidade e as tecnologias assistivas so as
tecnologias para incluso social da pessoa com necessidades educacionais especiais,
podendo ser: fsicas e rteses, ou adaptaes de hardware, ou softwares especiais de
acessibilidade.
Como pode ser visto na Tabela 1, h um crescimento de aproximadamente 41% na
evoluo das matrculas dos alunos com necessidade especial no pas, do ano de 1996 a
2003.
25
Tabela 1: Evoluo da Matrcula de Alunos com Necessidades Especiais
Fonte: [MEC/INEP/SEEC, 2003]
1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003
Tipo de
Necessidade
Quantidade
Alunos
Quantidade
Alunos
Quantidade
Alunos
Quantidade
Alunos
Quantidade
Alunos
Quantidade
Alunos
Quantidade
Alunos
Quantidade
Alunos
Deficincia
Visual 8.081 13.875 15.473 18.629 8.019 8.570 9.622 20.521
Deficincia
Auditiva 30.578 43.241 42.584 47.810 35.545 36.055 35.582 56.024
Deficincia
Fsica 7.921 13.135 16.463 17.333 10.764 12.182 11.817 24.658
Deficincia
Mental 121.021 189.370 181.377 197.996 178.005 189.499 199.502 251.506
Deficincia
Mltipla 23.522 47.481 42.582 46.745 41.726 47.086 50.484 62.283
Condutas
Tpicas 9.529 25.681 8.994 9.223 7.739 9.190 9.744 16.858
Superdotao 490 1.724 1.187 1.228 454 692 625 1.675
Outras - - 28.666 35.165 18.268 20.125 20.521 66.850
Total Brasil 201.142 334.507 337.326 374.129 300.520 323.399 337.897 500.375
Tal fato prova a necessidade de investimentos na rea de educao especial,
reabilitao, tecnologia, acessibilidade, etc., que venham apoiar o desenvolvimento e
facilitar a integrao dessas pessoas na sociedade.
3.2 - Tecnologias Assistivas
Denomina-se Tecnologia Assistiva qualquer item, pea de equipamento ou
sistema de produtos, adquirido comercialmente ou desenvolvido artesanalmente,
produzido em srie, modificado ou feito sob medida, que usado para aumentar,
manter ou melhorar habilidades de pessoas com limitaes funcionais, sejam
fsicas ou sensoriais. [ENTRE AMIGOS, 2003]
Existem no mercado atual hardwares adaptados que atendem as necessidades dessas
pessoas. Normalmente so teclados, mscaras de teclado, mouses, pulseira de peso,
estabilizador de punho, microfones, etc, porm esses equipamentos tm um alto custo para
sua aquisio, implementao, treinamento e manuteno.
A dissertao de mestrado Desenvolvimento de uma ajuda tcnica informtica
para o processo de comunicao aumentativa, escrita por Jones Ado Pereira Soares
26
[SOARES, 2002], mostra que atravs de uma simples adaptao, pessoas com
necessidades especiais podem exercer atividades que o ser humano normal pode considerar
impossveis de serem feitas. No decorrer do projeto o autor mostra um prottipo para
criao de um teclado adaptado para portadores de paralisia. Esse prottipo proporcionou a
interao da criana com o computador, permitindo responder a estmulos ou informaes
solicitadas por um software especfico.
A Figura 8 mostra um teclado adaptado para portadores de paralisa, que permite
apoiar as limitaes motoras, atravs de teclas grandes e fceis de visualizar.
Figura 8: Teclado Adaptado
Fonte: [SOARES, 2002, p. 78 e 80]
O projeto As Novas Tecnologias como Tecnologia Assistiva: Usando os Recursos
de Acessibilidade na Educao Especial, escrito por Luciana Lopes Damasceno e Tefilo
Alves Galvo Filho [DAMASCENO & GALVO, 2002], apresenta um programa que
aplica recursos de acessibilidade como ferramentas de aprendizagem na Educao
Especial. Todos os aparelhos ou adaptaes fixadas e utilizadas no corpo do aluno
facilitam sua interao com o computador, por exemplo, mscara de teclado (ou colmia),
estabilizador de punho e abdutor de polegar, ponteira para digitao, entre outros. O autor
[DAMASCENO & GALVO, 2002], com essa metodologia mostra que no o
computador que ensina o aluno, mas sim o aluno que aprende ensinando o computador,
ou seja, criando e desenvolvendo novos projetos.
27
A Figura 9 apresenta um estabilizador de punho e abdutor de polegar para pessoas
com grave comprometimento motor. utilizado para facilitar o trabalho no computador e
ajudar no controle dos movimentos involuntrios.
Figura 9: Estabilizador de Punho e Abdutor de Polegar
Fonte: [DAMASCENO & GALVO, 2002, p. 8]
Essa uma das muitas adaptaes de hardware utilizadas no projeto, que est
inserido no Programa INFOESP. Nesse projeto, so testadas tecnologias assistivas para
acesso ao computador e a Internet. Os alunos utilizam diferentes recursos que
proporcionam uma maior autonomia e uma melhor interao com o meio.
Como pode ser visto na Figura 10, outra adaptao muito til a mscara de
teclado, que possui perfuraes para cada tecla do teclado. Ela utilizada para que a
pessoa com comprometimento motor no precione teclas indesejadas.
Figura 10: Mascara de Teclado
Fonte: [DAMASCENO & GALVO, 2002, p. 7]
28
Segundo Dorisvaldo Rodrigues da Silva, em sua dissertao de mestrado A
Educao de Pessoas com Deficincia Visual: Requisitos Bsicos para o Desenvolvimento
de um Aplicativo Educacional [SILVA, 2005], um dos fatores relevantes no processo de
ensino e aprendizagem da pessoa com necessidade especial o material didtico, que
adaptado, inclusive foi citado inmeras vezes o teclado Braille, o simulador de teclado e o
mouse adaptado como forma de apoio.
A RCT Computadores em parceria com o projetista eletrnico Edson Barban
lanou o mouse para pessoas com dificuldades motoras, ele possui as mesmas funes que
o mouse comum, porm executado atravs de toques em seus botes (com os dedos, com
os ps, apontador de cabea), seu valor de R$ 300,00 [RCT, 2005]. A Figura 11
apresenta uma foto ilustrativa do mouse Barban.
Figura 11: Mouse Barban
Fonte: [RCT, 2005]
O artigo Educao Especial e Recursos da Informtica: Superando Antigas
Dicotomias, escrito por Fernanda Maria Pereira Freire [FREIRE, 2000], fala sobre os
inmeros dispositivos que facilitam o acesso a pessoas com necessidades especiais, como:
telas sensveis a toque, sintetizadores de voz, mouses e teclados especiais, capacetes com
ponteiros, etc.
Pedro Pinto e Secundino Correia em seu estudo de caso Tecnologias Assistivas no
Brasil [PINTO & CORREIA, 2003], estimulam o desenvolvimento de projetos em
tecnologia de assistncia com alto ou baixo custo, tais como: adaptadores de teclados e
mouse, cadeiras ergonmicas, adaptao de estao de trabalho, etc.
O artigo O Uso de Softwares Aplicados a Comunicao Alternativa de Margaret
Carvalho Paiva, Vera Lcia Vieira de Souza, Vania Mefano, Miryam Pelosi e Ana Helena
http://www.acessibilidade.net/at/kit2004/Programas%20CD/ATs/cnotinfor/Relatorio_Inclusiva/cv/cv_pedro_2003.html
29
Schreiber [PAIVA et al., 2002], relata que o uso de programas associados a teclados
especiais ou acionadores permite que crianas com dificuldades motoras acentuadas
alcancem uma maior independncia e novas possibilidades de acesso a recursos de
Comunicao Alternativa.
O computador um importante recurso de acesso a Comunicao Alternativa e
Ampliada - CAA, contudo, para as crianas com comprometimento motor grave
so necessrios recursos adicionais para possibilitar sua utilizao. As
adaptaes podem ser a colmia (keyboard), o mouse adaptado, os acionadores e
programas especiais, como o Comunique [SOUZA et al., 2002, p. 1]
O artigo Desenvolvimento de Jogos Musicais Computadorizados para Auxiliar a
Alfabetizao de Crianas com Ataxia escrito por Silvia Regina Matos da Silva Boschi,
Flavio Cezar Amate, Virglio Padovani Neto e Annie France Frre [Boschi et al., 2002],
obteve xito na elaborao de jogos musicais computadorizados para promover a
reabilitao da coordenao motora dos movimentos de punho e mo em crianas
portadoras de ataxia que conseqentemente obtiveram um melhor uso do computador. O
dispositivo conseguiu despertar o interesse da criana para as atividades programadas e
motivou-a a reabilitao.
O artigo Perifricos Adaptados para Alfabetizao de Portadores de Tetraplegia
escrito por Jaqueline Lima da Silva Garcez de Almeida, Andr da Costa, Ewerton Massaru
Komatsu e Annie France Frre [Almeida et al., 2002], prope um projeto de
desenvolvimento de um dispositivo que facilita a alfabetizao de portadores de
tetraplegia, ele emula as funes do mouse utilizando um capacete.
Segundo o livro Saberes e prticas da incluso: dificuldades acentuadas de
aprendizagem: deficincia mltipla [MEC & SEESP, 2003], os equipamentos eletrnicos
podem ser operados pelo sistema direto de teclado, teclado adaptado, mouse adaptado, tela
sensvel ao toque, e indireto, pelo movimento corporal, olhar, sopro, piscar ou varredura
automtica. Esses equipamentos de ajuda comunicao possibilitam independncia e
autonomia na execuo das atividades pedaggicas.
3.3 - Instituies e seus trabalhos desenvolvidos no Brasil
Neste captulo ser descrita a visita feita a REACESS Feira Nacional de
Acessibilidade e Reabilitao, realizada no Rio Centro, nos dias 21, 22 e 23 de setembro de
2006, com a parceria da Prefeitura do Rio de Janeiro e realizao do Grupo CIPA. Foi a
primeira vez que aconteceu uma feira profissional voltada para solues em acessibilidade,
reabilitao e incluso na cidade do Rio de Janeiro.
30
Foram encontradas solues para acessibilidade, reabilitao e incluso de pessoas
portadoras de deficincia (fsicas, mentais, visuais, auditivas e mltiplas). Os produtos
apresentados na feira atendem no somente as pessoas portadoras de deficincia, mas
tambm a famlia do deficiente, idosos, pessoas com debilidades, empresas, profissionais
da rea, faculdades, estudantes, etc. A REACESS foi chamada irm da REATECH -
Feira Internacional de Tecnologias em Reabilitao, Incluso e Acessibilidade, que ocorre
na cidade de So Paulo h 5 (cinco) anos e considerada, na atualidade, a terceira maior
feira do mundo voltada ao tema.
Abaixo sero descritas algumas instituies que colocaram stand na feira, e
desenvolvem trabalhos voltados para o tema do Projeto em questo.
3.3.1 - APAE - RIO
Fundada em 1954, a APAE - RIO Associao de Pais e Amigos dos Excepcionais
uma entidade filantrpica privada sem fins lucrativos, que atende mais de 1200 pessoas
portadoras de necessidades especiais. Atua na rea da preveno neonatal, tratamento de
deficincias mentais congnitas, promove incluso social e capacitao profissional de
portadores de necessidades especiais, capacitando o portador de necessidades especiais
para o ingresso no mercado de trabalho.
O Programa Profissionalizao tem o objetivo de proporcionar noes bsicas que
leve o aluno a desenvolver aptides e habilidades motoras, gerando segurana na execuo
das tarefas e despertando para a importncia do trabalho. A Figura 12 apresenta alunos
utilizando o laboratrio de informtica.
Figura 12: Alunos utilizando o laboratrio de informtica
Fonte: [APAE-RIO, 2006]
http://www.apaerio.org.br/
31
A APAE RIO possui dois projetos: o Projeto Futuro Garantido e o Projeto Um
Futuro Campeo. O primeiro prepara o portador de necessidade para integr-lo no ensino
regular, inclu-lo no mercado de trabalho, visando sempre aceitao da sociedade; e o
segundo uma escola especial, que trabalha no ensino gerando possibilidade de incluso
no mercado de trabalho. Seu trabalho visa apoiar deficientes mentais e outras deficincias.
3.3.2 - NCE
O NCE (Ncleo de Computao Eletrnica) da UFRJ desenvolve seus trabalhos
unindo a universidade sociedade atravs de projetos de pesquisa. So inmeros os
projetos que so disponibilizados e testados pela sociedade. O MOTRIX um deles que
tem se destacado, pois foi desenvolvido para permitir que pessoas com deficincias
motoras graves possam acessar o computador. Ele funciona atravs da fala, a pessoa d
comandos ao computador por meio de um microfone. A Figura 13 apresenta uma pessoa
utilizado o Motrix.
Figura 13: Pessoa utilizando o Motrix
Fonte: [NCE, 2006]
Outro projeto o DOSVOX que um sistema destinado a auxiliar o deficiente
visual a fazer uso do computador atravs do uso de um sintetizador de voz. Sua utilizao
mostrada na Figura 14.
32
Figura 14: Pessoa utilizando o DOSVOX
Fonte: [NCE, 2006]
A Figura 15 apresenta umas das telas do DOSVOX.
Figura 15: Tela do DOSVOX
Fonte: [NCE, 2006]
3.3.3 - FENASP
Fundada em 1948, a FENASP Federao Nacional das Associaes Pestalozzi
uma entidade particular com personalidade jurdica que tem o objetivo de congregar todas
as Associaes Pestalozzi existente no pas, assistindo pessoas portadoras de deficincia e
buscando integr-las na sociedade, atravs de trs modalidades: fisioterapia,
fonoaudiologia e terapia ocupacional, alm do suporte da Psicologia e do Servio Social.
33
3.3.4 - SSD
A SSD Sociedade Sndrome de Down uma entidade que apia pessoas com
deficincia mental integrando-as sociedade. Ela trabalha desenvolvendo seminrios e
encontros, palestras, visitas, oficinas, etc. Tudo isso, a fim de dar ao portador de
necessidade especial um estmulo para a sua vida.
3.3.5 - Grupo de Discusso RJ Down
um grupo de discusso e apoio na Internet que contribui para informar pais e
profissionais e disseminar o conhecimento sobre a Sndrome de Down. Disponibiliza
informaes como endereos de clnicas, escolas pblicas e privadas, textos, notcias sobre
a Sndrome de Down e promove reunies peridicas entre pais e profissionais.
3.3.6 - FEASPERJ
A FEASPERJ - Federao das Associaes Pestalozzi do Estado do Rio de Janeiro
atende em sua totalidade as reas de assistncia social e setor clnico, onde a educao
especial compreende a 93,2% dos casos.
3.3.7 - ARFEF
A ARFEF Associao de Reabilitao e Pesquisa Fonoaudiolgica, desenvolve
programas para crianas e adolescentes e adultos com dificuldades de comunicao, tendo
como nfase a surdez.
3.3.8 - CEPDE
O CEPDE - Conselho Estadual para a Poltica de Integrao de Pessoa Portadora de
Deficincia um rgo que representa os portadores de deficincia junto ao Estado. Ele
formado por representantes governamentais e no-governamentais, trabalha fazendo
acompanhamento de denncias, consultorias, fiscalizao, etc. Este conselho atende a
portadores de SD, hansenase, paralisia motora, ostomia, deficincia mental, paralisia
cerebral, etc.
34
3.3.9 - AACD
A AACD Associao de Assistncia das Crianas Deficientes, trabalha na
reabilitao e integrao social de crianas portadoras de necessidades especiais. Ela
mantm uma parceria com o NIED UNICAMP e desenvolve um projeto de informtica
na educao, que trabalha como ferramenta educacional e como instrumento de apoio ao
professor.
A Figura 16 apresenta essas prticas de forma mais expressiva, atravs da
dependncia entre o aluno e o professor.
Figura 16: Projeto Informtica na Educao
Fonte: [AACD, 2006]
3.3.10 - APADASG
A APADASG - Associao de Pais e Amigos dos Deficientes de Audio de So
Gonalo, uma associao formada por pais de deficientes auditivos, visa orientao
familiar e a integrao social dos seus membros.
3.3.11 - Centro Municipal de Reabilitao de Cabo Frio
uma unidade da Secretaria de Sade da cidade de Cabo Frio que oferece
tratamento multidisciplinar de reabilitao a pacientes com patologias fsicas e seqelas
neurolgicas. O objetivo recuperar a funcionalidade de forma a proporcionar a
35
independncia nas suas atividades dirias e retorno vida social. O centro no faz
trabalhos voltados para rea de informtica.
3.3.12 - ABRASPP
A ABRASPP Associao Brasileira de Sndrome Ps-Plio uma organizao
composta por: pacientes, familiares e profissionais, a fim de apoiar portadores de Sndrome
Ps-Poliomielite (SPP). Alm dar pleno apoio a portadores da Plio a ABRASPP faz um
trabalho de incluso social que d aos portadores da Plio uma melhor qualidade de vida.
3.3.13 - GAPEB
O GAPEB - Grupo Assistencial Professor Eurpedes Barsanulpho uma instituio
que apia o deficiente e sua famlia. As deficincias atendidas so: deficincias mentais,
autistas e outras sndromes. A GAPEB oferece atendimentos pedaggicos, teraputicos,
assistenciais, inclusive evangelizao, tratando tambm a questo espiritual do portador de
necessidade e de sua famlia.
3.3.14 - TERRA ELETRNICA
A Terra Eletrnica uma empresa desenvolvedora de equipamentos eletrnicos
para apoio ao deficiente fsico, seja ele motor, visual ou na fala. Os equipamentos, em sua
maioria, so voltados para acesso ao computador e estiveram disponveis no stand da Terra
Eletrnicas para utilizao e apreciao dos visitantes.
O Roller Mouse um mouse adaptado que atende portadores de deficincia motora,
podendo ser usado at mesmo com os ps. Sua estrutura apresenta dois roletes para
movimento (vertical e horizontal), que substitui o movimento de arrastar o mouse
convencional, possui tambm 4 teclas grandes e coloridas para click, duplo-click, click
direito e click esquerdo. Seu valor na feira foi de R$ 700,00.
A Figura 17 mostra uma foto do roller mouse, retirada na Feira REACESS.
36
Figura 17: Roller Mouse
O Switch Mouse tambm um mouse adaptado que atende a portadores de
deficincia motora, podendo ser usado por pessoas que no possuem os membros
superiores (com os ps). Ele composto por 4 teclas para movimentos (direta, esquerda,
para cima e para baixo) que substitui o arrastar do mouse convencional, 3 teclas para click
(click , duplo-click e tecla direita). Seu valor na feira foi de R$ 700,00.
A Figura 18 mostra uma foto do switch mouse, retirada na Feira REACESS.
Figura 18: Switch Mouse
37
O Mouse ++ um mouse convencional adaptado que apresenta 4 teclas especiais:
click, meio click, duplo click e tecla esquerda. Seu valor na feira foi de R$ 300,00.
A Figura 19 mostra uma foto do mouse ++, retirada na Feira REACESS.
Figura 19: Mouse ++
A Lupa Eletrnica utilizada por pessoas com baixa viso e que necessitam de
grande ampliao de textos e imagens, ela composta por 3 cmeras em posies
diferentes que podem ser alternadas pelo usurio, cada uma das cmeras apresenta na tela
as letras num determinado tamanho. A tela utilizada par visualizao uma televiso
convencional ou um computador. Seu valor na feira varia de R$ 1.150,00 a R$ 3.680,00.
A Figura 20 mostra uma foto da lupa eletrnica, retirada na Feira REACESS.
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Figura 20: Lupa Eletrnica
A Feira REACESS foi de grande valia para o projeto, pois foi verificado que no
existem grandes incentivos na rea de informtica na educao especial. A informtica
utilizada apenas como mais uma ferramenta no processo de aprendizado, e no como
ferramenta de acessibilidade e apoio ao desenvolvimento cognitivo dos alunos. O que
prova a real necessidade de se desenvolver produtos que possam gerar acessibilidade e
propiciar o desenvolvimento cognitivo e motor de crianas portadoras de necessidade
especial.
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4 - Materiais e Mtodos
O trabalho foi executado em trs fases: a primeira correspondeu pesquisa
bibliogrfica, apresentada no captulo 3; a segunda fase correspondeu apresentao e
confeco do prottipo, que ser apresentado na seo 4.1 e 4.2 deste captulo; e a terceira
fase corresponde execuo do teste do mouse proposto, que tambm ser apresentada
neste captulo.
4.1 - Confeco do prottipo do mouse adaptado
Esta seo descreve em etapas todo o processo de construo do prottipo do
mouse proposto neste trabalho. Com base no levantamento bibliogrfico apresentado neste
documento, foi projetado um dispositivo baseado em um mouse, que venha a apoiar o
desenvolvimento cognitivo e motor de crianas portadoras de Sndrome de Down.
A criana portadora de SD tem inmeras limitaes, porm a mais predominante
a limitao motora, decorrente de suas mos curtas e seus dedos pequenos. A falta de tnus
muscular tambm influencia na coordenao motora das pessoas portadoras de Sndrome
de Down. Por isso, o mouse est sendo desenvolvido visando ergonomia, possibilitando
condies favorveis para que a criana possa crescer cognitivamente e obter um timo
rendimento em suas atividades, virtuais ou no.
Pode-se entender como ergonomia:
Um conjunto de estudos que visa organizao metdica do trabalho, em
funo do fim proposto e das relaes entre o homem e a mquina.
[NASCIMENTO & MORAES, 2000, p. 15].
Levando em considerao as caractersticas de cada pessoa, o mouse est sendo
trabalhado para proporcionar conforto e eficincia, dando a pessoa portadora de SD
segurana nas suas aes.
Ergonomia um conjunto de cincias e tecnologias que procura a adaptao confortvel e produtiva entre o ser humano e seu trabalho, basicamente
procurando adaptar as condies de trabalho s caractersticas do ser humano.
[COUTO, 1995, p. 11]
O mouse deve ser confortvel, de forma que ele se adapte as deficincias motoras
da criana com Sndrome de Down, para que elas tenham prazer em trabalhar com o
equipamento. Para isso existem alguns requisitos que precisam ser levados em conta na
construo do prottipo.
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Os botes devem ser grandes, pois a mo da criana com SD mais curta, tambm
devem ser espaados, para que a criana no aperte duas teclas simultaneamente. A caixa
deve ser grande e no pode ser muito alta, para no gerar nenhuma leso no punho da
criana, tambm no pode ser leve, para no deslizar na mesa. As cores devem ser fortes,
pois a criana com SD normalmente apresenta problemas visuais.
O mouse foi desenvolvido utilizando o prottipo apresentado na Figura 21:
Figura 21: Prottipo do mouse adaptado
Levando em conta os aspectos da SD e a pesquisa bibliogrfica feita no estgio
inicial do projeto, o prottipo baseia-se em 4 teclas de direo e 2 de funcionalidade. As
teclas de direo no funcionam como no mouse convencional (arrastadas), mas sim com
toques similares aos toques em um teclado, diminuindo assim as dificuldades causadas
pela falta da coordenao motora. A tecla de funcionalidade, que possui o desenho de uma
mo escrevendo, representa uma linha contnua (segurar e arrastar), quando pressionada
ser desenhada na tela a linha na direo escolhida pela criana de acordo com a tecla de
direo que for pressionada. A tecla com a mo (sinalizando OK) funciona como um boto
de confirmao das aes (clique e duplo clique).
Os materiais utilizados foram: retalhos de borracha (EVA) para confeccionar os
botes, que sero em auto-relevo, caixa de MDF ou acrlico, etc. A proposta utilizar
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apenas materiais de baixo custo, a fim de desenvolver um equipamento bem mais barato do
que os que j existem no mercado atual.
4.1.1 - Primeiro prottipo
No primeiro prottipo construdo foram utilizados os seguintes materiais:
saboneteira oval de plstico resistente com superfcie cncava, altura de aproximadamente
4 cm e tamanho de 13 X 9 cm; botes com tamanho de 2 X 2,4 cm de emborrachado EVA
10 mm preto; setas em auto-relevo com emborrachado 3mm abbora; espaamento entre
os botes foi de aproximadamente 1 cm.
A Figura 22 apresenta uma foto do primeiro prottipo.
Figura 22: Primeiro Prottipo
Aps realizar alguns testes, o prottipo foi inviabilizado, pois os requisitos
desejados no foram atendidos: a saboneteira utilizada foi pequena e muito cncava, o que
dificultaria a sua utilizao; a superfcie cncava tambm dificultou o posicionamento dos
botes, que ficou muito inclinado nas extremidades; os botes ficaram pequenos; a altura
da saboneteira muito grande, dificultando o posicionamento do punho da criana; os
botes ficaram muito prximos, o que pode fazer com que a criana esbarre em vrias
teclas ao mesmo tempo.
Com a invalidao do primeiro prottipo, foi necessria a criao de um segundo
prottipo que atendesse os requisitos necessrios.
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4.1.2 - Segundo prottipo
No segundo prottipo construdo foram utilizados os seguintes materiais: caixa de
MDF com 2,5 cm de altura e tamanho de 15,5 cm x 14 cm; botes com 3 cm x 3 cm de
emborrachado EVA 10 mm preto; setas em auto-relevo com emborrachado 3 mm abbora;
espaamento entre os botes de aproximadamente 2 cm.
A Figura 23 apresenta uma foto do segundo prottipo.
Figura 23: Segundo Prottipo
O prottipo foi aprovado, pois apresentou condies viveis para ser
utilizado por crianas portadoras de Sndrome de Down.
4.2 - Adaptao Eletrnica
O mouse um dispositivo de entrada praticamente obrigatrio nos
computadores pessoais, pois atravs dele que o usurio tem acesso rpido ao ambiente
grfico (programas). Ele pode ser de dois tipos optomecnico (bolinha) ou ptico (feixes
de luz). Para fazer a adaptao eletrnica do prottipo do mouse necessrio entender
como o funcionamento dos dois tipos de mouse existente no mercado, para assim definir
que reas sero modificadas para atingir o objetivo.
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4.2.1 - Funcionamento dos mouses atuais
Para executar as funes no mouse, os usurios devem arrast-lo sobre uma
superfcie plana, para que o ponteiro se mova na tela. Essa uma caracterstica nica dos
mouses atuais.
4.2.2 -- Mouse optomecnico
o mouse tradicional. Ele possui uma esfera envolvida num material de
borracha. Ao arrast-lo por uma superfcie plana, a esfera movimenta dois roletes internos.
Na ponta de cada rolete existe um disco perfurado, onde um responsvel por mover o
ponteiro da tela para cima e para baixo e o outro rolete responsvel por mover o ponteiro
da tela para esquerda e para direita. Existe um terceiro rolete que menor e apia a
movimentao dos outros dois. Os roletes e os discos trabalham em conjunto e assim
conseguem mover o ponteiro em todas as direes.
A Figura 24 apresenta a estrutura interna do mouse optomecnico, pode-se
ver a esfera que toca os roletes e movimenta o disco perfurado.
Figura 24: Estrutura interna do mouse optomecnico
Fonte: [DAVILA, 2001]
A Figura 25 mostra o disco perfurado, que fica na ponta de cada rolete.
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Figura 25: Disco perfurado
Fonte: [DAVILA, 2001]
Ao arrastar o mouse os roletes movimentam os discos perfurados, que ficam
encaixados entre um LED emissor de luz infravermelha e um sensor de luz infravermelha.
Cada perfurao do disco indica um ponto que o mouse vai se deslocar na tela, por isso
quanto mais perfuraes ele tiver, maior ser a preciso e a resoluo do mouse. Segundo
ALECRIM [INFOWESTER, 2004], resoluo o menor movimento que o mouse
consegue perceber.
O LED emissor da luz infravermelha transmite um sinal de infravermelho
constante que recebido do outro lado pelo sensor de luz infravermelha. Entre o emissor e
o sensor fica o disco perfurado que, quando girado, interrompe a transmisso, permitindo
a passagem da luz infravermelha para o sensor. Ligado ao sensor existe o foto-interruptor
que gera pulsos eltricos, atravs da converso do sinal luminoso que chega at ele pelas
perfuraes.
Normalmente o sistema ptico de leitura de posicionamento possui quatro foto-
interruptores. Dois para o eixo vertical e dois para o eixo horizontal. Os dois
eixos permitem a leitura de qualquer ponto no plano. Os dois foto-interruptores
no eixo determinam o sentido do movimento. [DAVILA, 2001]
A Figura 26 mostra o disco perfurado entre os foto-interruptores.
Figura 26: Disco perfurado entre o foto-interruptor
Fonte: [DAVILA, 2001]
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O mouse optomecnico tem uma estrutura muito simples, fazendo com que
o preo dele se torne muito baixo.
4.2.3 - Mouse ptico
Ganhou espao no mercado atual, pois apresentou-se muito mais preciso do
que o mouse optomecnico funciona em qualquer superfcie, no acumula sujeira, no
necessita do mouse-pad, etc.
O mecanismo ptico presente neste tipo de mouse emite um feixe de luz capaz
de ler a superfcie seis mil vezes por segundo (esse valor varia de acordo com o
modelo do mouse). [INFOWESTER, 2004]
Sua leitura muito mais rpida e por isso consegue alcanar muito mais
preciso do que os mouses optomecnico. O sensor o responsvel por enviar ao
computador as direes que foram captadas para ento movimentar o ponteiro na tela.
A Figura 27 apresenta um mouse ptico, onde pode-se ver o sensor ptico
ao invs de uma esfera.
Figura 27: Mouse ptico
4.2.4 - Prs e contras de adaptar os modelos existentes
Os mouses optomecnicos (tradicionais) possuem sistemas simples e
bastante conhecidos, o que simplifica a sua adaptao. Em contrapartida, os mouses
pticos, apesar de possurem sistemas mais eficientes (chips), so muito mais sofisticados e
complexos, sendo de difcil adaptao.
Existem vrios modelos diferentes que variam de acordo com a empresa que
o fabrica. Cada empresa adota um mecanismo interno para fabricao dos seus mouses,
porm de uma forma geral o funcionamento eletrnico (portas lgicas) muito parecido.
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4.2.5 - Adaptao proposta
A adaptao proposta visa reunir somente as funes mais bsicas do
mouse: movimento na horizontal (direo 0 graus e 180 graus) e na vertical (direo 90
graus e 270 graus).
Alm destas funes, associadas ao movimento do cursor, tambm sero
implementadas o clique simples do boto esquerdo (associando a funo de confirmar) e a
funo de segurar e arrastar (linha).
4.3 - Testes com o mouse proposto
Nesta fase ser descrita a metodologia para os testes do hardware, onde ser
detalhado o conjunto de regras e tcnicas necessrias para testar o funcionamento do
mouse.
Para testar a usabilidade do hardware proposto, sero utilizados dois grupos: alunos
portadores de SD da SSD-RIO - RJ e outro grupo composto de pessoas voluntrias, de
variadas faixas etrias e nveis de desenvolvimento diferentes (cognitivo e motor).
Pretende-se avaliar se o mouse proposto atende ou no as necessidades dos portadores de
SD.
Os testes sero realizados em duas fases: a primeira usando o mouse proposto e
softwares comuns e a segunda usando um software especialmente projetado para estimular
portadores desta sndrome.
4.3.1 - Objetivo do teste
O teste tem como objetivo verificar se o hardware proposto estimula o
desenvolvimento cognitivo, a coordenao motora e a auto-estima dos usurios, alm de
proporcionar mais prazer na realizao das atividades ligadas ao computador. Em uma fase
posterior, pretende-se verificar se as crianas que utilizaram o mouse adaptado chegaram a
usar um mouse comum com maior habilidade e segurana.
4.3.2 - Verificaes necessrias
Para que o resultado proposto seja obtido, ser necessrio verificar:
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Se a coordenao motora do aluno responde melhor com o mouse normal ou
com o mouse proposto.
Se o mouse confeccionado est de acordo com o prottipo apresentado no
captulo 4;
Se o mouse apoiar o desempenho motor e cognitivo;
Se o mouse atender pessoas portadoras de outras deficincias;
Se o mouse proporciona conforto, eficincia e segurana nas aes, sejam
virtuais ou no;
Se o aluno tem prazer em trabalhar com o equipamento;
Se o mouse facilita o aprendizado;
Se o mouse estimula o potencial que as pessoas com necessidades especiais
possuem;
Se os professores esto preparados para a utilizao de hardwares adaptados.
4.3.3 - Metodologia para aplicao dos testes
A metodologia utilizada ser o preenchimento de questionrios com os professores
e pais, para verificar se houve evoluo no desenvolvimento cognitivo e motor dos alunos
que utilizaram o mouse. Outra medio ser o preenchimento de relatrios pessoais com o
objetivo de comprovar a eficincia do prottipo proposto no desenvolvimento cognitivo, na
coordenao motora e melhoria da auto-estima das crianas portadoras de SD.
O questionrio dos professores (Anexo 2) abordar as seguintes questes:
A coordenao motora do aluno responde melhor com o mouse normal ou com
o mouse proposto?
O nvel de interesse pelo computador aumentou aps a utilizao do mouse?
A criana tem prazer em trabalhar com o equipamento?
A criana desenvolveu-se melhor nas atividades de sala de aula aps a
utilizao do mouse?
Houve crescimento no aprendizado da informtica?
Etc.
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O questionrio dos pais (Anexo 3) abordar as seguintes questes:
A criana utiliza computador em casa?
A criana nas suas tarefas dirias apresenta melhor desempenho e segurana
nas aes como, por exemplo, pegar os talheres, lpis, brinquedos, etc?
Como a coordenao motora da criana respondeu aps o uso do mouse
proposto na escola?
O nvel de interesse pelo computador aumentou aps a utilizao do mouse?
Houve crescimento no aprendizado da informtica?
Etc.
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5 - Divulgao do trabalho realizado
Atravs da UNIGRANRIO foram realizadas 4 (quatro) palestras para mostrar o
andamento do projeto final realizado no Campus III da Universidade.
Com o tema Software e Hardware para o auxilio ao desenvolvimento de
portadores da Sndrome de Down, as palestras tiveram o objetivo de apresentar a proposta
do mouse e incentivar ainda mais o uso da informtica como ferramenta colaboradora para
o desenvolvimento dos indivduos portadores da Sndrome de Down. Todas as palestras
foram acompanhadas por uma apresentao projetada no data-show (vide anexos).
5.1 - Primeira palestra
A primeira palestra foi realizada na V Semana de Informtica da UNIGRANRIO
em Silva Jardim Campus III, s 19h, no dia 16 de outubro de 2006, pelas autoras do
projeto - Alessandra Mendona Torres e Cintia Ramalho Caetano da Silva.
A Figura 28 mostra a autora Alessandra apresentando aos alunos da Universidade.
Figura 28: Autora Alessandra na UNIGRANRIO
A Figura 29 mostra a autora Cintia apresentando aos alunos da Universidade o
prottipo do mouse.
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Figura 29: Autora Cintia na UNIGRANRIO
A palestra foi apresentada juntamente com um software para crianas com
Sndrome de Down, que tambm foi desenvolvido por alunos da UNIGRANRIO. A
palestra foi uma iniciativa do Projeto Nota 10, que visa apresentao de trabalhos
desenvolvidos por alunos da Universidade, que receberam nota 10 da banca examinadora.
5.2 - Segunda palestra
A segunda palestra foi realizada no Colgio Cenecista Monsenhor Antnio de
Souza Gens, no municpio de Rio Bonito RJ, no dia 19 de outubro de 2006, s 14h. A
palestra foi ministrada pela autora Cintia Ramalho Caetano da Silva, a alunos do 2 e 3
ano do ensino mdio.
A Figura 30 mostra os alunos do Colgio Cenecista assistindo a palestra.
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Figura 30: Alunos do Colgio Cenecista
A Figura 31 mostra a autora Cintia apresentando aos alunos do Colgio Cenecista
os hardwares existentes no mercado e seus respectivos valores.
Figura 31: Autora Cintia no Colgio Cenecista
A palestra foi bem recebida pelos alunos e professores da escola, que demonstraram
muito interesse pelo projeto.
5.3 - Terceira palestra
A terceira palestra foi realizada no Colgio Estadual Desembargador Jos Augusto
Coelho da Rocha Jr, no municpio de Rio Bonito RJ, no dia 19 de outubro de 2006, s
52
16h. A palestra foi ministrada pela autora Cintia Ramalho Caetano da Silva, aos alunos do
2 e 3 ano do ensino mdio.
A Figura 32 mostra os alunos do Colgio Jos Augusto assistindo a palestra.
Figura 32: Alunos do Colgio Jos Augusto
A Figura 33 mostra a autora Cintia palestrando aos alunos do Colgio Jos
Augusto.
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Figura 33: Autora Cintia no Colgio Jos Augusto
A palestra foi muito bem recebida pelos e alunos e principalmente pelos professores
do curso de formao de professores, que testificaram a grande importncia do trabalho na
rea de informtica na educao especial.
5.4 - Quarta palestra
A quarta palestra foi realizada no Colgio Municipal de Ensino Mdio Mrcio
Dulio, no municpio de Rio Bonito RJ, no dia 26 de outubro de 2006, s 19h. A palestra
foi ministrada pela autora Cintia Ramalho Caetano da Silva, aos alunos do 2 e 3 ano do
Curso Tcnico em Informtica.
A Figura 34 mostra os alunos do Colgio Mrcio Dulio assistindo a palestra.
Figura 34: Alunos do Colgio Mrcio Dulio
A Figura 35 mostra a autora Cintia palestrando aos alunos do Colgio Mrcio
Dulio.
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Figura 35: Autora Cintia no Colgio Mrcio Dulio
Os alunos demonstraram muito interesse pelo projeto e ao final da palestra foi
disponibilizado um tempo para perguntas, onde foram esclarecidas dvidas sobre a
construo, teste do prottipo, utilizao, Sndrome de Down, custo, patentes, iniciao
cientfica, etc.
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6 - Concluso
Este trabalho de pesquisa teve, a partir de um minucioso levantamento
bibliogrfico, o objetivo de propor um mouse adaptado que estimulasse o desenvolvimento
cognitivo e facilitasse o aprendizado de portadores de Sndrome de Down. O trabalho
possibilitou o entendimento das caractersticas, necessidades e limitaes de um portador
de Sndrome de Down e as possveis formas de aplicar a informtica como ferramenta de
apoio, tanto ao aluno como ao professor.
O ponto de maior relevncia deste trabalho o desenvolvimento do prottipo do
mouse adaptado, que permitiu estudar as caractersticas fsicas das mos de um portador de
SD. O prottipo foi desenvolvido considerando cada uma dessas caractersticas em
particular, visando acima de tudo ergonomia.
Neste projeto foram catalogados os principais hardwares existentes atualmente no
mercado. Foram encontrados inmeros equipamentos que atendem as pessoas por