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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
ANLISE AMBIENTAL APLICADA DEFINIO DA ZONA DE
AMORTECIMENTO NO PARQUE ESTADUAL DA PEDRA BRANCA
(MUNICPIO DO RIO DE JANEIRO, RJ), COM BASE EM GEOPROCESSAMENTO
Marta Foeppel Ribeiro
2013
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ANLISE AMBIENTAL APLICADA DEFINIO DA ZONA DE
AMORTECIMENTO NO PARQUE ESTADUAL DA PEDRA BRANCA
(MUNICPIO DO RIO DE JANEIRO, RJ), COM BASE EM GEOPROCESSAMENTO
Marta Foeppel Ribeiro
Tese de Doutorado apresentada ao Programa de
Ps-graduao em Planejamento Energtico,
COPPE, da Universidade Federal do Rio de
Janeiro, como parte dos requisitos necessrios
obteno do ttulo de Doutor em Planejamento
Energtico.
Orientadores: Marcos Aurlio Vasconcelos de
Freitas
Vivian Castilho da Costa
Rio de JaneiroSetembro de 2013
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ANLISE AMBIENTAL APLICADA DEFINIO DA ZONA DE
AMORTECIMENTO NO PARQUE ESTADUAL DA PEDRA BRANCA
(MUNICPIO DO RIO DE JANEIRO, RJ), COM BASE EM GEOPROCESSAMENTO
Marta Foeppel Ribeiro
TESE SUBMETIDA AO CORPO DOCENTE DO INSTITUTO ALBERTO LUIZ
COIMBRA DE PS-GRADUAO E PESQUISA DE ENGENHARIA (COPPE) DA
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS
REQUISITOS NECESSRIOS PARA A OBTENO DO GRAU DE DOUTOR EM
CINCIAS EM PLANEJAMENTO ENERGTICO
Examinada por:
_____________________________________________Prof. Marcos Aurlio Vasconcelos de Freitas, D.Sc.
_____________________________________________Prof Vivian Castilho da Costa, D.Sc.
_____________________________________________Prof Alessandra Magrini, D.Sc.
_____________________________________________Prof. Antonio Jose Teixeira Guerra, D.Sc.
_____________________________________________Prof. Christovam Barcellos, D.Sc.
RIO DE JANEIRO, RJ - BRASILSETEMBRO DE 2013
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Ribeiro, Marta Foeppel
Anlise Ambiental aplicada Definio da Zona de
Amortecimento no Parque Estadual da Pedra Branca
(Municpio do Rio de Janeiro, RJ), com base em
Geoprocessamento/ Marta Foeppel Ribeiro - Rio de Janeiro:
UFRJ/COPPE, 2013.
XXXII, 407 p.: il.; 29,7 cm.
Orientadores: Marcos Aurlio Vasconcelos de Freitas
Vivian Castilho da Costa
Tese (doutorado) UFRJ/ COPPE/ Programa de
Planejamento Energtico, 2013.
Referncias Bibliogrficas: 371 - 388
1. Unidade de Conservao. 2. SNUC. 3. rea de
Preservao Permanente. 4. Zona de amortecimento.
Plano de manejo 5. Parque Estadual da Pedra Branca. 6.
Geoprocessamento. I. Freitas, Marcos Aurlio
Vasconcelos de et al.II. Universidade Federal do Rio deJaneiro, COPPE, Programa de Planejamento Energtico.
III.Ttulo.
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minha me, Maria Jos (in memorian) minha filha, Amanda
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AGRADECIMENTOS
Chegar ao fim desta Tese de Doutorado representa a concluso de uma trajetria
que demandou um longo tempo de leitura, conversas, debates, ponderaes, no
somente no mbito acadmico, mas tambm com equipes tcnicas vinculadas a diversos
rgos pblicos e profissionais de diferentes reas de conhecimento.
Escrever a tese um rduo, porm edificante trabalho de congregar os frutos
derivados dos levantamentos e das discusses. No entanto, a construo do seu
contedo no significa um trabalho solitrio. Muito pelo contrrio. Ao final, existe uma
longa lista de nomes de instituies e de pessoas que merecem o meu mais sincero e
profundo agradecimento. A seguir, constam os nomes daqueles que contriburam
enormemente para o desenvolvimento da tese, sem os quais seria impossvel conclu-la:
UERJ por ter concedido minha licena para o Doutorado.
Ao Corpo deliberativo do Instituto de Geografia da UERJ por ter aprovado, por
unanimidade, a minha licena para Doutoramento.
Ao Laboratrio de Geoprocessamento (LEGEPRO) do Instituto de Geografia da
UERJ, por ter fornecido todo o suporte computacional, tcnico e informacional
para realizar todas as anlises espaciais, mapeamentos e plotagem dos mapas.
Ao Grupo de Estudos Ambientais (GEA/UERJ), coordenado pela Profa. Dra.
Nadja Maria Castilho da Costa por ter cedido mapas digitais gerados pelo grupo,
por meio de projetos de pesquisa no Macio da Pedra Branca.
Ao Instituto Brasileiro de Geografia Estatstica (IBGE) por ter concedido os
dados do Censo Demogrfico de 2010.
Defesa Civil Municipal por ter cedido as planilhas eletrnicas com todos os
registros atendidos pelo rgo no perodo de 2001 a 2011.
Secretaria Municipal de Urbanismo por ter concedido os dados das licenasurbansticas para construes e obras.
Secretaria Municipal de Meio Ambiente por ter concedido os dados das
licenas ambientais para construes e obras e o mapa digital de Cobertura
Vegetal do Municpio do Rio de Janeiro, datado de 2010.
Secretaria Municipal de Habitao por ter fornecido dados atualizados sobre
localizao e extenso espacial das reas de habitao popular e dos loteamentos
regulares e irregulares da cidade.
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Ao Instituto Pereira Passos por ter fornecido o mapa digital de Uso do Solo
(2010).
Fundao Geo-Rio por ter fornecido o mapa digital de geometria de encostas.
Aos gestores do Parque Estadual da Pedra Branca, Alexandre Pedrozo e Vanessa
Teixeira, por darem acesso a dados e informaes solicitadas e por estarem
sempre abertos a prestar esclarecimentos acerca das rotinas e dos procedimentos
de gesto adotados.
Ao Conselho Consultivo do Parque Estadual da Pedra Branca por me permitirem
participar e acompanhar as discusses com todas as entidades que tem assento
no Conselho e, com isso, conhecer mais a fundo a realidade e os problemas
vividos pelo PEPB, bem como a busca por solues.
Ao Instituto de Pesquisas Ecolgicas (IP) pelos arquivos dos mdulos que
compuseram a proposta do Plano de Manejo aprovado pelo INEA em junho de
2013 e por discutirem e esclarecerem diversas questes necessrias ao plano.
Diviso (transporte/garagem) da UERJ por terem concedido veculo e
motorista para eu poder fazer os trabalhos de campo e poder comparecer s
vrias reunies do Conselho Consultivo do PEPB realizadas na sua sede.
Ao gegrafo do IBGE, Dr. Jos Antnio Sena do Nascimento, por todos os
esclarecimentos e discusses acerca dos dados censitrios e dos conceitos de
Risco e Vulnerabilidade ambiental. No campo pessoal, agradeo pela forte e
antiga amizade e por toda a ateno, carinho e estmulo ao longo dessa trajetria.
gegrafa do IBGE, Camilla Motta, por ter convertido os dados censitrios
para o formato prprio do ARCGIS, permitindo que eu pudesse processar esses
dados no SIG e gerasse os mapas temticos de saneamento ambiental,
necessrios pesquisa.
Ao Jos Augusto Sapienza e ao Rodrigo Batista Lobato, especialistas vinculadosao Laboratrio de Geoprocessamento (LABGIS) da Faculdade de Geologia da
UERJ por terem processado no aplicativo Personal Geocode as planilhas
eletrnicas fornecidas pela Defesa Civil Municipal, pela Secretaria Municipal de
Urbanismo e pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente. Por meio deste
aplicativo, foi possvel fazer o georreferenciamento das ocorrncias de
movimentos de massa e dos licenciamentos concedidos por ambas as secretarias.
Ao Professor Emrito Jorge Xavier da Silva, coordenador do Laboratrio deGeoprocessamento (LAGEOP), vinculado ao Instituto de Geocincias da UFRJ,
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por ter discutido e ajudado a construir a rvore de deciso para executar as
anlises multicritrio para fins de avaliao ambiental de Risco de Ocorrncia de
movimentos de massa.
Ao Professor Titular em Meteorologia e Climatologia, Ricardo Miranda, do
Departamento de Geografia Fsica do Instituto de Geografia da UERJ, por
fornecer explicaes necessrias quanto ao processamento dos dados
pluviomtricos das estaes meteorolgicas da rede do Sistema Alerta-Rio e
avaliar os resultados desse processamento.
Aos Professores Doutores Antnio Soares da Silva e Hugo Portocarrero do
Departamento de Geografia Fsica do Instituto de Geografia da UERJ por terem
auxiliado na definio de pesos e notas dos mapas pedolgico e geolgico que
foram includos na anlise multicritrio de Risco de Ocorrncia de movimentos
de massa.
Profa Dra. Nadja Maria Castilho da Costa, do Departamento de Geografia
Fsica do Instituto de Geografia da UERJ, por ter auxiliado na atribuio de
pesos e notas ao Mapa de Uso do solo e Cobertura vegetal e por todas as horas
destinadas a avaliar os resultados obtidos e fornecer conhecimentos sobre o
PEPB, gerados em mais de vinte anos de pesquisas na rea.
Ao Prof. Dr. Jorge Soares Marques, do Departamento de Geografia Fsica do
Instituto de Geografia da UERJ, meu eterno orientador, por ter me dado a
primeira oportunidade de travar pesquisa na rea da Geografia Fsica e estar
sempre disponvel para discutir, ensinar, tirar dvidas e levantar questes; por
ter feito a reviso crtica do artigo, antes do mesmo ser submetido, e pelas
palavras de incentivo de sempre. Deixo registrados o meu carinho e eterna
gratido.
Ao gegrafo do LAGEOP/IGEO/UFRJ, Oswaldo Elias Abdo, por ter meajudado com os procedimentos analticos do SAGA e por ter avaliado a
consistncia dos mapas resultantes das anlises multicritrio.
Ao Mestre em Geotecnologias e Tcnico PROATEC em
Geoprocessamento/LAGEPRO Newton Magalhes pelos ensinamentos no
ARCGIS, por ter dado todo o apoio tcnico no processamento dos dados das 32
estaes do Sistema Alerta-Rio, na elaborao dos mapas de erosividade e de
MDT, na gerao dos arquivos em formato kmlpara o georreferenciamento dos
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dados da Defesa Civil Municipal e das secretarias municipais de Urbanismo e de
Meio Ambiente.
Ao Tcnico PROATEC em Geoprocessamento/LAGEPRO, Bernardo Rgis
Guimares de Oliveira, pelo apoio na edio final dos diversos mapas gerados e
por sempre estar disponvel para sanar dvidas e dar sugestes valiosas.
Ao gegrafo e doutorando Rodrigo Conceio, por estar sempre disponvel para
me ajudar a desvendar algumas funes do ARCGIS, por me ensinar a
converso dos mapas em formato prprio do SAGA-UFRJ.
Ao Robson, tcnico de informtica do LAGEPRO, por estar sempre a postos,
desvendando os mistrios dos computadores e perifricos.
Brbara Jardim, pela fundamental reviso das Referncias Bibliogrficas
Ktia Ges, pela ajuda na preparao grfica da rvore de deciso.
Ao Leonardo Almeida, bolsista de iniciao cientfica, por ter dado suporte na
vetorizao da drenagem e das curvas de nvel que apresentavam erros de
edio.
Simone Magalhes pelo auxlio inicial na vetorizao das reas de cultivo a
partir da interpretao visual de imagens IKONOS II.
Cristiane Carneiro pelas sugestes e constantes estmulos.
A todos os professores do PPE, pelos ensinamentos fornecidos pelas disciplinas
que me permitiram melhor conhecer outras perspectivas acerca da questo
ambiental.
Aos funcionrios da Secretaria do PPE, em especial Sandra Bernardo e a Paulo
Feij por todo apoio, pelo cordial atendimento e pelo estmulo aos alunos.
Ao colega Marcio Gianini por ter dado todo apoio a mim e aos demais colegas
do curso na estruturao do artigo, alm do incentivo constante.
Aos amigos feitos durante o Curso de Doutorado, especialmente Leandro,Brbara, Mariana, Marcelo, Giancarlo, Gleide, Jander, Cla, Riane e Claudia,
pelos inesquecveis momentos juntos, tanto para estudo como para descontrao.
Sei que sero futuros parceiros de pesquisa.
Aos colegas do Instituto de Geografia da UERJ, especialmente Alexander,
Antonio, Hugo e Gilmar por todo apoio, palavras de estmulo e trocas de idias.
Aos funcionrios do Instituto de Geografia da UERJ por todo apoio
administrativo e palavras de incentivo.
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Aos meu orientador, Professor Marcos Aurlio Vasconcelos de Freitas, por ter
dado a oportunidade de participar de projetos do IVIG acerca de riscos e
vulnerabilidades ambientais no mbito do Rio de Janeiro, pelas sugestes dadas,
por ter viabilizado a aquisio da imagem IKONOS II e a publicao de
resultados da pesquisa de tese e por ter proporcionado junto Editora
Intercincia a Coleo Mudanas Globais, dando visibilidade a muitos trabalhos
e pesquisas relativas a pesquisadores e doutorandos do IVIG/UFRJ e
PPE/COPPE/UFRJ.
minha orientadora Vivian Castilho da Costa, especialista na rea do
Geoprocessamento e profunda conhecedora do contexto espacial do Macio da
Pedra Branca e rea circunvizinha, por todas as horas de discusso, pela leitura
crtica dos captulos, pelo acompanhamento nos trabalhos de campo e pelo
companheirismo ao longo desses anos.
Fora do mbito acadmico e profissional, mas extremamente valiosos:
Marinalva Gomes Oliveira Ferreira por ter cuidado de mim e da minha melhor
produo, minha filha Amanda, ao longo de todos esses anos de dedicao.
Aos meus irmos Cludio e Luiz pelo apoio e pelo estmulo.
s cuidadoras do meu pai, Eledy, Snia, Aparecida e Luciana pelos cuidados
com ele ao longo dos ltimos trs anos e por me proporcionarem a tranqilidade
necessria para concluir a tese.
Aos grandes amigos Renata Arajo, Carlos Alberto Arajo, Fbia Casal e Eldio
Casal, pela parceria ao longo dos ltimos dez, pelo apoio, pelo incentivo e pelos
cuidados com a minha filha, quando no pude estar presente a algumas festas e
passeios.
Enfim, agradeo pessoa mais importante da minha vida, minha filha Amandapelo apoio, pela pacincia, pela compreenso em relao aos momentos de
ausncia e por todo amor incondicional que me deu desde sempre. Em agosto de
2013 voc completa 10 anos de existncia e eu cumpro a promessa de findar a
tese e voltar completa para voc.
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Se no conheo os mapas, escolho oimprevisto: qualquer sinal um bom
pressgio.
Lya Luft
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Resumo da Tese apresentada COPPE/UFRJ como parte dos requisitos necessrios
para a obteno do grau de Doutor em Cincias (D.Sc.)
ANLISE AMBIENTAL APLICADA DEFINIO DA ZONA DE
AMORTECIMENTO NO PARQUE ESTADUAL DA PEDRA BRANCA
(MUNICPIO DO RIO DE JANEIRO, RJ), COM BASE EM GEOPROCESSAMENTO
Marta Foeppel Ribeiro
Setembro/ 2013
Orientadores: Marcos Aurlio Vasconcelos de Freitas
Vivian Castilho da Costa
Programa: Planejamento Energtico
O aumento da populao urbana mundial vem provocando crescentes presses sobre a
vegetao e demais recursos naturais. A criao de unidades de conservao (UC) representa
uma estratgia adotada no mundo para a preservao de remanescentes de vegetao e para amanuteno da biodiversidade e do equilbrio ambiental. A rea de estudo, localizada na Zona
Oeste do municpio do Rio de Janeiro (RJ), corresponde a uma extenso de trs quilmetros a
partir do limite do Parque Estadual da Pedra Branca (PEPB) na vertente leste do Macio da
Pedra Branca. Neste, situa-se uma das maiores florestas em rea urbana no Brasil e no mundo,
cujo entorno vem sofrendo desmatamento para dar lugar a novas reas construdas. Esta tese
tem como principal objetivo propor um modelo metodolgico que possibilite identificar reas
indicativas para incluso em zona de amortecimento a ser delimitada no PEPB, com base nas
determinaes do IBAMA e do INEA e no plano de manejo aprovado recentemente. O modelo
metodolgico proposto utilizou o Geoprocessamento para realizar o diagnstico do contexto
ambiental da rea de estudo, as avaliaes ambientais de risco de ocorrncia de movimentos de
massa e a delimitao de reas de Preservao Permanente definidas pelo novo Cdigo
Florestal brasileiro. Os mapas temticos que resultaram das avaliaes ambientais
possibilitaram identificar reas potenciais para serem inseridas em futura zona de
amortecimento do PEPB. Os procedimentos adotados permitiram gerar um importante banco de
dados georreferenciados, a ser disponibilizado aos gestores do parque, comunidade tcnico-
cientfica e populao de um modo geral.
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Abstract of Thesis presented to COPPE/UFRJ as a partial fulfillment of the
requirements for the degree of Doctor of Science (D.Sc.)
ENVIRONMENTAL ANALYSIS APPLIED TO THE DEFINITION OF BUFFER
ZONE IN THE STATE PARK OF PEDRA BRANCA (CITY OF RIO DE JANEIRO,
RJ) BASED ON GEOPROCESSING
Marta Foeppel Ribeiro
September/2013
Advisors: Marcos Aurlio Vasconcelos de Freitas
Vivian Castilho da Costa
Department: Energy Planning
The increase of world urban population has been causing ongoing pressures on vegetation and
other natural resources. The creation ofprotected areas represents a strategy adopted in the world forthe preservation of vegetation remains and the maintenance of biodiversity and environmental balance.
The area of study, located in the western zone of the city of Rio de Janeiro (RJ), comprises an stretch
of three kilometers from the borders of the State Park of Pedra Branca (PEPB) on the west side of
Pedra Branca range. In this range, there is one of the biggest forests in urban areas in Brazil and in the
world which surroundings has been suffering from deforestation to give place to new constructed
areas. This thesis aims at proposing a methodological model to enable the identification of indicative
areas for inclusion in buffer zone to be delimited in the PEPB based on IBAMA and INEA
determinations and the handling plan recently approved. The proposed methodological model usesGeoprocessing to perform the diagnosis of the environmental context of the area of study, the
environmental risk evaluations of occurrence of mass movements and the delimitation of Permanent
Preservation Areas defined by the new Brazilian Forest Code. The thematic maps resulting from the
environmental evaluations enabled the identification of potential areas to be inserted into future buffer
zone of the PEPB. The adopted procedures allowed the generation of important georeferred database
that will be made available to the managers of the park, the technical-scientific community and the
population in general.
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SUMRIO
1 INTRODUO 1
1.1 Hiptese da Pesquisa e Objetivos 4
1.1.1 Hiptese da Pesquisa 41.1.2 Objetivo Geral 4
1.1.3 Objetivos Especficos 5
1.2 Justificativa para o desenvolvimento da pesquisa 6
1.3 Estrutura da Tese 7
2 BASES E DISCUSSES TERICO-CONCEITUAIS 9
2.1 Unidades de Conservao: definio e relevncia ambiental,breve histrico, legislao brasileira pertinente 9
2.1.1 Definio e Relevncia Ambiental 9
2.1.2 Breve histrico das Unidades de Conservao 12
2.1.2.1 Abordagem geral sobre as Unidades de Conservao no contextobrasileiro 15
2.1.3 Legislao brasileira pertinente 16
2.1.3.1 Uma viso geral do Sistema Nacional de Unidades de Conservao
(SNUC) - Lei no
9985 de 18 de julho de 2000 182.1.3.1.1 A evoluo jurdica relativa s zonas de amortecimento de Unidades
de conservao no Brasil 23
2.2 O papel das zonas de amortecimento de Unidades deConservao 26
2.3 Os critrios para delimitao das zonas de amortecimento deUnidades de Conservao 28
2.4 O desafio da normatizao de uso e ocupao do solo em zonasde amortecimento de Unidades de Conservao em reas
urbanas: o contexto do Municpio do Rio de Janeiro 312.5 As reas de Preservao Permanente e sua incluso nas zonas
de amortecimento de Unidades de Conservao 37
2.6 A importncia da determinao do risco de ocorrncia demovimentos de massa para a definio de zona deamortecimento de Unidades de Conservao 39
2.6.1 Principais marcos conceituais sobre risco e vulnerabilidadeambiental 40
2.6.2 Um risco frequente nas cidades brasileiras: ocorrncia e tipos de
movimentos de massa 46
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2.6.3 Fatores condicionantes dos movimentos de massa 53
2.6.4 A componente espacial nas anlises ambientais integradas de riscode ocorrncia de movimentos de massa 57
2.6.5 O mapeamento de zonas de risco de ocorrncia de movimentos de
massa como instrumento para o planejamento ambiental 592.6.6 - Medidas estruturais e no estruturais de previso, reduo e de
gesto de risco de ocorrncia de movimentos de massa 62
2.7 Consideraes sobre o Geoprocessamento aplicado a anlisesmulticritrio de risco ambiental e a zoneamento de reasprotegidas 66
2.7.1 Definies de Geoprocessamento e Sistema de InformaoGeogrfica 66
2.7.2 A modelagem do mundo real e o procedimento de Anlise
Multicritrio por Geoprocessamento 702.7.3 Sntese da proposta de procedimentos metodolgicos de Anlise
Ambiental Multicritrio por meio do Sistema de AnliseGeoambiental SAGA/LAGEOP/UFRJ 73
2.7.4 O uso de SIG em estudos ambientais de reas protegidas no mbitourbano 81
3 REA DE ESTUDO: LOCALIZAO, EXTENSO ECARACTERIZAO AMBIENTAL 84
3.1 Localizao e apresentao da rea de estudo 84
3.2 Aspectos lito-estruturais 93
3.3 Aspectos Geomorfolgicos e sua Relao com as caractersticaslito-estruturais 98
3.4 Aspectos Hidrogrficos 101
3.5 Aspectos Climticos 106
3.6 Aspectos Pedolgicos 111
3.7 Aspectos Fitogeogrficos 1153.8 Aspectos faunsticos predominantes 119
3.9 Aspectos relevantes sobre o processo histrico de ocupaoantrpica e de degradao ambiental no Macio da PedraBranca. 122
3.9.1 Principais mudanas na paisagem impostas pelo processo deocupao diversificado no Macio da Pedra Branca e seus efeitosambientais 122
3.9.2 Principais aes e medidas de proteo dos remanescentes de
florestas nativa e secundria no Macio da Pedra Branca 129
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3.9.3 Os conflitos territoriais mais evidentes a partir da criao do PEPB 133
3.9.4 Os desafios para uma gesto sustentvel e participativa 136
4 MATERIAIS E MTODOS 1414.1 Etapa desenvolvida em Gabinete 142
4.1.1 Levantamentos bibliogrficos 142
4.2 Etapas desenvolvidas no Laboratrio de Geoprocessamento 143
4.2.1 Levantamentos na Internet 143
4.2.2 Edio de mapas temticos digitais para execuo de anlisesmulticritrio por Geoprocessamento 143
4.2.2.1 Obteno de bases cartogrficas temticas digitais junto a diferentes
rgos das esferas municipal, estadual e federal. 1464.2.2.2 Elaborao de mapas temticos derivados de bases cartogrficas
digitais oficiais. 147
4.2.2.2.1 Gerao do Modelo Digital do Terreno (MDT) e dos mapastemticos derivados: Hipsomtrico, Declividade e Orientao deencostas 147
4.2.2.2.2 Elaborao do mapa temtico de Uso do solo e Cobertura vegetal 152
4.2.2.3 Elaborao do Mapa de Restries Legais para preservao davegetao 157
4.2.2.4 Gerao de mapas temticos a partir de dados organizados emplanilhas eletrnicas 159
4.2.2.4.1 Elaborao de Mapa temtico digital das ocorrncias atendidas pelaDefesa Civil Municipal 159
4.2.2.4.2 Elaborao de Mapa temtico digital das licenas concedidas pelaSecretaria Municipal de Urbanismo 165
4.2.2.4.3 Elaborao de Mapa temtico digital das licenas concedidas pelaSecretaria Municipal de Meio Ambiente 165
4.2.2.5 Anlise de dados pluviomtricos do Sistema Alerta Rio 1664.2.2.5.1 Levantamento de dados de chuva das estaes pluviomtricas do
Sistema Alerta Rio e escolha do interpolador matemtico 167
4.2.2.5.2 Aplicao do interpolador matemtico IDW para anlise dasacumuladas mdias mensais na rea de estudo 170
4.2.2.5.3 Elaborao do Mapa de Erosividade 172
4.2.2.6 Elaborao de Mapas Temticos de Saneamento ambiental a partirde dados do Censo Demogrfico 2010 174
4.2.2.6.1 Seleo de setores censitrios e clculos percentuais relativos svariveis escolhidas por meio de SIG 175
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4.2.2.6.2 Gerao dos mapas quanto s condies de saneamento ambientaldos domiclios particulares permanentes 176
4.2.3 Anlises multicritrio para avaliao ambiental de risco deocorrncia de movimentos de massa 178
4.2.3.1 Converso dos mapas temticos digitais, em formato shape(ARCGIS) para o formato prprio do SAGA 179
4.2.3.2 Assinaturas Ambientais dos mapas temticos digitais em formatoraster 181
4.2.3.3 Aplicao de anlises multicritrio por meio do mdulo deAvaliao Ambiental do SAGA/UFRJ 184
4.2.3.3.1 Atribuio dos pesos aos mapas temticos digitais na AvaliaoAmbiental Direta dos Fatores condicionantes e do Risco deOcorrncia de movimentos de massa 185
4.2.3.3.2 Atribuio das notas s categorias das legendas dos mapas temticosdigitais na Avaliao Ambiental Direta dos Fatores condicionantes edos Riscos de Ocorrncia de movimentos de massa 187
4.2.4 Combinao entre mapas temticos para consistir resultados edefinir zoneamentos 198
4.2.4.1 Combinao entre os mapas temticos digitais de Proximidade decicatrizes de movimentos de massa (100m) e do Fator deFragilidade do meio fsico 198
4.2.4.2 Combinao entre os mapas temticos digitais de Proximidade decicatrizes de movimentos de massa (100m) e do Fator de
Interveno antrpica 198
4.2.4.3 Combinao entre os mapas temticos digitais de Proximidade decicatrizes de movimentos de massa (100m) e de Risco deOcorrncias de Movimentos de Massa. 198
4.2.4.4 Combinao entre os mapas de Risco de Ocorrncia de Movimentosde Massa e de Uso do Solo e Cobertura Vegetal 199
4.2.4.5 Combinao entre os mapas de reas de mdio a altssimo risco deocorrncia de movimentos de massa e de Restries Legais para
preservao da vegetao 200
4.2.4.6 Sobreposio e Combinao da Figura 74 com o Mapa de Uso dosolo e Cobertura vegetal - reas indicativas para a composio dazona de amortecimento. 200
4.3 Etapas realizadas em campo 201
5 RESULTADOS E DISCUSSES 203
5.1 Mapas Temticos Digitais para construo dos Mapas deFatores 204
5.1.1 Mapas derivados do Modelo Digital do Terreno (MDT):Hipsomtrico, Declividade e Orientao de encostas 205
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5.1.2 Mapa de Proximidade de lineamentos estruturais 212
5.1.3 Mapa de Proximidade de rios 214
5.1.4 Mapa de Uso do solo e Cobertura vegetal 216
5.1.5 Mapa de Proximidades de logradouros 2215.1.6 Mapa de Proximidade de linhas de transmisso 223
5.1.7 Mapas Temticos a partir de dados censitrios Aglomeradossubnormais e de Saneamento ambiental (abastecimento de gua,esgotamento sanitrio e coleta de lixo) 225
5.1.8 Mapa de Erosividade 234
5.1.8.1 Anlise de dados pluviomtricos referentes ao perodo de dezembrode 1997 a abril de 2011 236
5.2 Resultados das Assinaturas Ambientais 238
5.3 Mapas dos Fatores e do Mapa de Risco de Ocorrncia demovimentos de massa 249
5.3.1 Mapa do Fator Geolgico 250
5.3.2 Mapa do Fator Geomorfolgico 254
5.3.3 Mapa do Fator Topogrfico 257
5.3.4 Mapa do Fator de Ocupao e Cobertura vegetal 260
5.3.5 Mapa do Fator de Saneamento ambiental 263
5.3.6 Mapa do Fator Morfoestrutural 266
5.3.7 Mapa do Fator Pedo-Topogrfico 269
5.3.8 Mapa do Fator de Fragilidade do meio fsico 271
5.3.9 Mapa do Fator de Interveno antrpica 274
5.3.10 Mapa de Risco de Ocorrncia de movimentos de massa 277
5.4 Mapeamentos elaborados para consistncia dos resultados 282
5.4.1 Mapas temticos digitais com a distribuio espacial dasocorrncias registradas pela Defesa Civil Municipal (DCM) 282
5.4.2 Mapa de Licenas urbansticas concedidas pela SecretariaMunicipal de Urbanismo 286
5.4.3 Mapa de Licenas ambientais concedidas pela Secretaria Municipalde Meio Ambiente 288
5.4.4 Mapa de Proximidade de cicatrizes de movimentos de massa(100m) 290
5.4.5 Mapa de Restries Legais para preservao da vegetao 292
5.5 Mapas derivados de combinaes entre mapeamentos 294
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5.5.1 Mapa da Combinao entre os mapas de Proximidade de Cicatrizesde movimentos de massa (100 m) com Mapa do Fator deFragilidade do meio fsico 294
5.5.2 Mapa da Combinao entre os mapas de Proximidade de Cicatrizesde movimentos de massa (100 m) e do Fator de Intervenoantrpica 296
5.5.3 Mapa da Combinao entre os mapas de Mapa de Proximidade decicatrizes de movimentos de massa (100m) e de Risco deOcorrncia de movimentos de massa 298
5.5.4 Mapa da Combinao entre os mapas de Risco de Ocorrncia demovimentos de massa e de Uso do solo e Cobertura vegetal (notasagregadas) 300
5.5.5 Mapa da Combinao entre os mapas de reas de mdio a altssimorisco de ocorrncia de movimentos de massa e de Restries Legais
para preservao da vegetao 3215.5.6 Sobreposio da Figura 74 com o Mapa de Uso do solo e Cobertura
vegetal 323
5.5.7 Mapa da Combinao da Figura 74 com o Mapa de Uso do solo eCobertura vegetal - reas indicativas para a composio da zona deamortecimento. 326
5.6 Resultados das atividades realizadas em campo 328
5.6.1 Visitas a rgos pblicos e a bibliotecas setoriais 328
5.6.2 Reunies junto ao Conselho Consultivo do PEPB 3295.6.3 Participao nas discusses e nas dinmicas de grupo para
elaborao da proposta do plano de manejo do PEPB 330
5.6.4 Trabalhos de campo para avaliao dos mapeamentos e paraobservao das reas indicadas para incluso na zona deamortecimento do PEPB 346
6 CONCLUSES E RECOMENDAES 355
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS 371
APNDICE A Esquema simplificado da proposta metodolgicapara definio de reas indicativas para compor a zona deamortecimento do PEPB 389
APNDICE B - Parmetros criados pelo Personal Geocodedurante o procedimento de georreferenciamento dos endereos 390
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APNDICE C - Procedimentos para aplicar a ferramenta join doArcGis nos arquivos da malha censitria e da tabela de atributos(formatoxlsconvertido a partir de arquivo csv) 391
APNDICE D - Passo a passo para converso de planos deinformao em formato shape (ARCGIS) para o formato rs2(SAGA/UFRJ) 392
APNDICE E Exemplo de resultado do procedimento deAssinatura Ambiental por categoria 393
APNDICE F Exemplo de Relatrio de combinao decategorias gerado pelo Mdulo de Avaliao Ambiental doSAGA/UFRJ. 395
ANEXO A - ndices Lineares e Areais das Micro-BaciasHidrogrficas, por Vertentes no Macio da Pedra Branca RJ 399
ANEXO B - Quadro resumo das principais problemticas do PEPB 400
ANEXO C - Quadro resumo das principais potencialidades doPEPB 403
ANEXO D Portaria/INEA/DIBAP N 27 de 10 de outubro de2012 405
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LISTA DE FIGURAS
Figura 1 Horizonte temporal relativo elaborao e continuidade doplano de manejo de Unidade de conservao 23
Figura 2 Foto e Perfil esquemtico do Deslizamento Planar ou
Translacional 50Figura 3 Foto e Perfil esquemtico do Deslizamento Circular ou
Rotacional 51
Figura 4 Foto e Perfil esquemtico do Deslizamento em Cunha 51
Figura 5 Foto e Perfil esquemtico da Quedas de blocos e/ou lascas 52
Figura 6 Sntese da Metodologia de Anlise Ambiental porGeoprocessamento 74
Figura 7 Tela do Mdulo de Avaliao Ambiental do SAGA/UFRJ, emque os pesos (0 a 100%) so atribudos aos mapas temticosdigitais e as notas (0 a 10) so dadas s categorias das legendas. 79
Figura 8 Localizao da rea de estudo, na vertente leste do macio daPedra Branca, Municpio do Rio de Janeiro, RJ 85
Figura 9 Mapa de localizao das vertentes do Macio da Pedra Branca 88
Figura 10 Mapa de Limites de bairros 89
Figura 11 Mapa de Limites de bacias hidrogrficas 92
Figura 12 Mapa Geolgico 95
Figura 13 Mapa de Geometria de encostas 100
Figura 14 Representao esquemtica dos tipos de geometria de encostas 101
Figura 15 Rosa dos ventos a partir de dados registrados na estaolocalizada no aeroporto de Jacarepagu: (a) anual, (b) vero, (c)inverno 110
Figura 16 Mapa Pedolgico 112
Figura 17 Frequncia de ocorrncias no Parque Estadual da Pedra Brancaregistradas pela Administrao da UC 135
Figura 18 Tela do ARCGIS que mostra a gerao do Mapa de Orientao
de encostas, por meio do procedimento Aspect, vinculado ferramentaRaster Surface 152
Figura 19 Tela do Google Earth mostrando o procedimento para ogeorreferenciamento dos endereos fornecidos pela DCM 163
Figura 20 Tela do ARCGIS, mostrando a ferramenta KML to Layer queconverte os arquivos em formato .kml parashape 164
Figura 21 Mapa de Localizao das estaes pluviomtricas 168
Figura 22 Tela do ARCGIS mostrando o procedimento de seleo dossetores censitrios inseridos na rea de estudo 175
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Figura 23 Tela do ARCGIS mostrando o procedimento para anlise dohistograma, definio do nmero e da amplitude das classes domapa 177
Figura 24 rvore de Deciso norteadora das anlises de multicritrio 180
Figura 25 Tela do procedimento de Assinatura Ambiental do SAGA/UFRJcom as reas a serem assinadas no interior da rea de estudo,marcadas em preto 182
Figura 26 Tela do procedimento de Combinar mapas do SAGA/UFRJ 182
Figura 27 Mapa de Curvas de nvel e drenagem 206
Figura 28 Mapa Hipsomtrico 207
Figura 29 Mapa de Declividade 209
Figura 30 Mapa de Orientao de encostas 211
Figura 31 Mapa de Proximidade de lineamentos estruturais 213
Figura 32 Mapa de Proximidade de rios 215
Figura 33 Mapa de Uso do solo e Cobertura vegetal 217
Figura 34 Mapa de Proximidades de logradouros 222
Figura 35 Mapa de Proximidade de linhas de transmisso 224
Figura 36 Mapa de Localizao dos Aglomerados subnormais 227
Figura 37 Mapa dos Domiclios ligados rede geral de gua por setor
censitrio (%) 229Figura 38 Mapa dos Domiclios ligados rede geral de esgoto por setor
censitrio (%) 231
Figura 39 Mapa dos Domiclios com coletas direta e indireta de lixo porsetor censitrio (%) 233
Figura 40 Mapa de Erosividade 235
Figura 41 Palete de cores atribudas s notas das legendas dos mapas defatores e de risco de ocorrncia de movimentos de massa 250
Figura 42 Mapa do Fator Geolgico 251Figura 43 Mapa do Fator Geomorfolgico 255
Figura 44 Mapa do Fator Topogrfico 258
Figura 45 Mapa do Fator de Ocupao e Cobertura vegetal 261
Figura 46 Mapa do Fator de Saneamento ambiental 264
Figura 47 Mapa do Fator Morfoestrutural 267
Figura 48 Mapa do Fator Pedo-Topogrfico 270
Figura 49 Mapa do Fator de Fragilidade do meio fsico 272
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Figura 50 Mapa do Fator de Interveno antrpica 275
Figura 51 Mapa de Risco de Ocorrncia de movimentos de massa 278
Figura 52 Mapa das reas de mdio a altssimo risco de ocorrncia demovimentos de massa 280
Figura 53 Mapa dos Registros das ocorrncias de movimentos de massa 283
Figura 54 Mapa dos Registros de ocorrncias de ameaas de deslizamentose desabamentos 284
Figura 55 Mapa de Licenas urbansticas concedidas pela SecretariaMunicipal de Urbanismo 287
Figura 56 Mapa de Licenas ambientais concedidas pela SecretariaMunicipal de Meio Ambiente 289
Figura 57 Mapa de Proximidade de cicatrizes de movimentos de massa
(100m) 291Figura 58 Mapa de Restries Legais para preservao da vegetao 293
Figura 59 Mapa da Combinao entre os mapas de Proximidade deCicatrizes de movimentos de massa (100 m) com Mapa do Fatorde Fragilidade do meio fsico 295
Figura 60 Mapa da Combinao entre os mapas de Proximidade deCicatrizes de movimentos de massa (100 m) e do Fator deInterveno antrpica 297
Figura 61 Mapa da Combinao entre os mapas de Proximidade deCicatrizes de movimentos de massa (100 m) e de Risco deOcorrncia de movimentos de massa 299
Figura 62 Mapa da Combinao entre os mapas das reas de mdio aaltssimo risco de ocorrncia de movimentos de massa e de Usodo solo e Cobertura vegetal (notas agregadas) 301
Figura 63 Sobreposio dos registros da DCM Figura 62 303
Figura 64 Sobreposio das licenas da SMU e da SMAC Figura 62 304
Figura 65 Mapa da Combinao entre os mapas das reas de mdio a
altssimo risco de ocorrncia de movimentos de massa e de Usodo solo e Cobertura vegetal (notas desagregadas) 306
Figura 66 Legenda do Mapa da Combinao entre os mapas das reas demdio a altssimo risco de ocorrncia de movimentos de massa ede Uso do solo e Cobertura vegetal (notas desagregadas) 307
Figura 67 rea 1 Representao detalhada da Figura 65 bacias dos riosGrande, Pequeno e dos Teixeiras 309
Figura 68 rea 2 Representao detalhada da Figura 65 bacias dos riosdo Pereiro e Caixa Dgua e trechos da Taquara 311
Figura 69 rea 3 Representao detalhada da Figura 65 bacia do RioCamorim 313
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Figura 70 rea 4 Representao detalhada da Figura 65 bacias dos riosdo Caf, da Divisa, Cabungui, da Cachoeira, do Morgado ePorto 315
Figura 71 rea 5 Representao detalhada da Figura 65 bacias dos riosPiabas, Currupira, Boa Vista, Boa Vista II e Rio das Almas 317
Figura 72 Sobreposio dos registros de ocorrncia de movimentos demassa discriminados por tipo Figura 68 319
Figura 73 Sobreposio dos registros de ocorrncia de movimentos demassa discriminados por ano Figura 68 320
Figura 74 Mapa da Combinao entre os mapas de reas de mdio aaltssimo risco de ocorrncia de movimentos de massa e deRestries Legais para preservao da vegetao 322
Figura 75 Sobreposio da Figura 74 com o Mapa de Uso do solo eCobertura vegetal (risco agregado) 324
Figura 76 Mapa da Combinao da Figura 74 com o Mapa de Uso do soloe Cobertura vegetal - reas indicativas para a composio dazona de amortecimento 327
Figura 77 Mapa de Localizao dos pontos dos levantamentos fotogrficos 347
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LISTA DE QUADROS
Quadro 1 Critrios para delimitao da Zona de amortecimento 29
Quadro 2 Questes bsicas a serem respondidas por um SIG 71
Quadro 3 Categorias correspondentes s letras A a I do Mapa Geolgico 96Quadro 4 Descrio do relevo conforme os intervalos de Classe de
declividade (%) 150
Quadro 5 Classes de Mapeamento das Coberturas Vegetais do Municpio doRio de Janeiro 154
Quadro 6 Amostras ilustrativas das principais categorias de coberturavegetal 155
Quadro 7 Pesos atribudos aos mapas temticos digitais naAvaliao Ambiental Direta do Fator Geolgico 185
Quadro 8 Pesos atribudos aos mapas temticos digitais naAvaliao Ambiental Direta do Fator Geomorfolgico 185
Quadro 9 Pesos atribudos aos mapas temticos digitais naAvaliao Ambiental Direta do Fator Morfoestrutural 185
Quadro 10 Pesos atribudos aos mapas temticos digitais naAvaliao Ambiental Direta do Fator Topogrfico 186
Quadro 11 Pesos atribudos aos mapas temticos digitais naAvaliao Ambiental Direta do Fator Pedo-topogrfico 186
Quadro 12 Pesos atribudos aos mapas temticos digitais naAvaliao Ambiental Direta do Fator de Fragilidade domeio fsico 186
Quadro 13 Pesos atribudos aos mapas temticos digitais naAvaliao Ambiental Direta do Fator de Ocupao e Coberturavegetal 186
Quadro 14 Pesos atribudos aos mapas temticos digitais naAvaliao Ambiental Direta do Fator de Saneamento ambiental 187
Quadro 15 Pesos atribudos s bases digitais na Avaliao Ambiental Diretado Fator de Interveno antrpica 187
Quadro 16 Pesos atribudos s bases digitais na Avaliao Ambiental Diretado Risco de Ocorrncia de movimentos de massa 187
Quadro 17 Notas atribudas s categorias da legenda do Mapa Geolgico(Figura 12) 188
Quadro 18 Notas atribudas s categorias da legenda do Mapa de Proximidadede lineamentos estruturais (Figura 31) 189
Quadro 19 Notas atribudas s categorias da legenda do Mapa de Geometriade encostas (Figura 13) 189
Quadro 20 Notas atribudas s categorias da legenda do Mapa de Orientaode encostas (Figura 30) 189
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Quadro 21 Notas atribudas s categorias da legenda do Mapa de Proximidadede rios (Figura 32) 190
Quadro 22 Notas atribudas s categorias da legenda do Mapa de Declividade(Figura 29) 190
Quadro 23 Notas atribudas s categorias da legenda do Mapa Hipsomtrico(Figura 28) 190
Quadro 24 Notas atribudas s categorias da legenda do Mapa de Uso do soloe Cobertura vegetal (Figura 33) 191
Quadro 25 Notas atribudas s categorias da legenda do Mapa de Proximidadede linhas de transmisso (Figura 35) 191
Quadro 26 Notas atribudas s categorias da legenda do Mapa de Proximidadede logradouros (Figura 34) 191
Quadro 27 Notas atribudas s categorias da legenda do Mapa dos Domiclios
ligados rede geral de gua por setor censitrio (%) (Figura 37) 192Quadro 28 Notas atribudas s categorias da legenda do Mapa dos Domiclios
ligados rede geral de esgoto por setor censitrio (%) (Figura 38) 192
Quadro 29 Notas atribudas s categorias da legenda do Mapa dos Domiclioscom coletas direta e indireta de lixo por setor censitrio (%)(Figura 39) 192
Quadro 30 Notas atribudas s categorias da legenda do Mapa do FatorGeolgico (Figura 42) 193
Quadro 31 Notas atribudas s categorias da legenda do Mapa do Fator
Geomorfolgico (Figura 43) 193Quadro 32 Notas atribudas s categorias da legenda do Mapa Pedolgico
(Figura 16) 194
Quadro 33 Notas atribudas s categorias da legenda do Mapa do FatorTopogrfico (Figura 44) 194
Quadro 34 Quadro 33 Notas atribudas s categorias da legenda do Mapa do
Fator Morfoestrutural (Figura 47) 195
Quadro 35 Notas atribudas s categorias da legenda Mapa do Fator Pedo-topogrfico (Figura 48) 195
Quadro 36 Notas atribudas s categorias da legenda do Mapa de Erosividade(Figura 40) 196
Quadro 37 Notas atribudas s categorias da legenda do Mapa do Fator deOcupao e Cobertura vegetal (Figura 45) 196
Quadro 38 Notas atribudas s categorias da legenda do Mapa do Fator deSaneamento ambiental (Figura 46) 196
Quadro 39 Notas atribudas s categorias da legenda do Mapa do Fator deFragilidade do meio fsico (Figura 49) 197
Quadro 40 Notas atribudas s categorias da legenda do Mapa do Fator deInterveno antrpica (Figura 50) 197
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Quadro 41 Percentuais das reas residenciais distribudos por bairros 218
Quadro 42 Percentuais das reas de habitao popular distribudos por bairros 219
Quadro 43 Percentuais das reas de loteamentos irregulares distribudos porbairros 219
Quadro 44 Percentuais das reas de cultivo distribudos por bairros 220
Quadro 45 Mdias histricas de chuvas mensais (mm) considerando-se 70valores interpolados para todos os pixels contidos na rea deestudo. 236
Quadro 46 Distribuio das notas, classes e percentuais para composio danota final do Fator Geolgico 253
Quadro 47 Distribuio das notas, classes e percentuais para composio danota final do Fator Geomorfolgico 256
Quadro 48 Distribuio das notas, classes e percentuais para composio danota final do Fator Topogrfico 259
Quadro 49 Distribuio das notas, classes e percentuais para composio danota final do Fator de Ocupao e Cobertura vegetal 262
Quadro 50 Distribuio das notas, classes e percentuais para composio danota final do Fator de Saneamento ambiental 265
Quadro 51 Distribuio das notas, classes e percentuais para composio danota final do Fator Morfoestrutural 268
Quadro 52 Distribuio das notas, classes e percentuais para composio da
nota final do Fator Pedo-topogrfico271
Quadro 53 Distribuio das notas, classes e percentuais para composio danota final do Fator de Fragilidade do meio fsico 273
Quadro 54 Distribuio das notas, classes e percentuais para composio danota final do Fator de Interveno Antrpica 276
Quadro 55 Distribuio das notas, classes e percentuais para composio danota final do Mapa de Risco de Ocorrncia de Movimentos deMassa 281
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LISTA DE GRFICOS
Grfico 1 Mdia Anual de precipitao das quatro estaes pluviomtricaslocalizadas na vertente leste do Macio da Pedra Branca perodo2003 a 2008 109
Grfico 2 Distribuio de frequncia das acumuladas mensais de chuva 237Grfico 3 Assinatura Ambiental das cicatrizes de movimentos de massa e
faixas de proximidade de 100 metros em relao aos Tipos delitologia. 239
Grfico 4 Assinatura Ambiental das cicatrizes de movimentos de massa efaixas de proximidade de 100 metros em relao aos Tipos desolo. 240
Grfico 5 Assinatura Ambiental das cicatrizes de movimentos de massa efaixas de proximidade de 100 metros em relao s Classesaltimtricas. 241
Grfico 6 Assinatura Ambiental das cicatrizes de movimentos de massa efaixas de proximidade de 100 metros em relao Declividade. 241
Grfico 7 Assinatura Ambiental das cicatrizes de movimentos de massa efaixas de proximidade de 100 metros em relao Orientao deencostas. 242
Grfico 8 Assinatura Ambiental das cicatrizes de movimentos de massa efaixas de proximidade de 100 metros em relao Erosividade. 243
Grfico 9 Assinatura Ambiental das cicatrizes de movimentos de massa efaixas de proximidade de 100 metros em relao Geometria deencostas e feies topogrficas. 244
Grfico 10 Assinatura Ambiental das cicatrizes de movimentos de massa efaixas de proximidade de 100 metros em relao s categorias deUso do solo e Cobertura vegetal. 246
Grfico 11 Assinatura Ambiental das cicatrizes de movimentos de massa efaixas de proximidade de 100 metros em relao Proximidade derios 248
Grfico 12 Distribuio da frequncia de movimentos de massa 286
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LISTA DE FOTOS
Foto 1 Queda de gua na sub-bacia do Rio Grande e a presena deencanamentos sem identificao, em pontos de captao e tratamentodgua da CEDAE 103
Foto 2 Reunio do Conselho Consultivo com representantes do INEA, deassociaes, cooperativas, comunidades e de ONGs na sede doPEPB Ncleo Pau da Fome (Data 03/04/2012) 330
Foto 3 Reunio do Conselho Consultivo do PEPB na sede (Ncleo Pau daFome) em 06/06/2012 330
Foto 4a Vista parcial da reunio com os gestores do PEPB e com o ConselhoConsultivo do parque acerca do Diagnstico Rpido Participativorealizado no dia 17/08/2011. 341
Foto 4b Vista parcial da reunio com os gestores do PEPB e com o ConselhoConsultivo do parque acerca do Diagnstico Rpido Participativorealizado no dia 17/08/2011 341
Foto 5 Apresentao feita aos participantes presentes pelos consultores doInstituto IP acerca do desenvolvimento da dinmica do DiagnsticoRpido Participativo em 17/08/2011. 342
Foto 6 Vista parcial dos participantes presentes na reunio onde foirealizado o DRP ampliado (17/08/2011). 342
Foto 7 Exemplo de quadro construdo no DRP, a partir da participaocoletiva, que revela as expectativas passveis de serem atingidasquanto gesto participativa do PEPB (17/08/2011). 343
Foto 8 Exemplo de quadro construdo no DRP, a partir da participaocoletiva, que revela as expectativas que no so passveis de serematingidas quanto gesto participativa do PEPB (17/08/2011). 343
Foto 9 Colaborao com a montagem do quadro que contm a relao deproblemas identificados no PEPB e em seu entorno imediato pelosparticipantes do DRP (17/08/2011). 343
Foto 10 Exemplo de quadro de sugestes apresentadas no DRP relativas questo do ordenamento da ocupao de terrenos no interior doPEPB e no seu entorno imediato (17/08/2011). 343
Foto 11 Viso detalhada do quadro com algumas sugestes apresentadas noDRP relativas questo da Gesto do PEPB (17/08/2011). 344
Foto 12 Viso parcial do quadro que sintetizou algumas potencialidades doPEPB e da rea adjacente identificadas pelos participantes durante oDRP (17/08/2011). 344
Foto 13 Viso do esquema montado ao final do DRP, que mostra como cadainstituio participante se posiciona quanto ao seu envolvimento coma realidade do PEPB (17/08/2011). 344
Foto 14 Reunio em Furnas com o INEA, cooperativas e associaes paradiscutir questes ambientais referentes ao plano de manejo emelaborao (14/09/2011). 345
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Foto 15 Reunio para discusso de mdulos do Plano de manejo do PEPBem elaborao Ncleo Pau da Fome na sede do PEPB, em03/04/2012. 345
Foto 16 Apresentao da equipe do Instituto IP acerca da incorporao dassugestes dos participantes ao texto do plano de manejo(09/05/20120, Ncleo Pau da Fome. 345
Foto 17 Representantes de diversos segmentos em reunio acerca dassugestes feitas ao texto do plano de manejo (09/05/2012), NcleoPau da Fome 345
Foto 18 Cobertura vegetal arbreo-arbustiva com sinais de remoo parcialem encosta ao fundo do Condomnio Pousadas do Engenho, no
bairro da Taquara (05/12/2011). 348
Foto 19 Torres de linhas de transmisso cortando a vegetao secundria nobairro da Taquara (05/12/2011). 348
Foto 20 Crescimento da ocupao no entorno das encostas do Macio daPedra Branca Estrada do Engenho Velho, Taquara (05/12/2011). 348
Foto 21 Vista de frente de construes em condomnio irregular iniciado em2011 na Estrada do Curuma, Taquara. (05/12/2011). 348
Foto 22 Vista por trs de condomnio irregular aterrado com o prpriomaterial de corte na Estrada do Curuma, Taquara. (05/12/2011) 349
Foto 23 Viso parcial do condomnio irregular, instalado onde parte do quefoi um aude se rompeu aps as chuvas de 1996, hoje h instalado
prximo Rua Curuma, Taquara (05/12/2011). 349
Foto 24 Viso do final da Estrada do Curuma, Taquara, com construes eacmulo de lixo em via inclinada para onde converge a gua pluvial(05/12/2011). 349
Foto 25 rea de habitao popular em posio de topo com a vegetaodegradada (05/12/2011) 349
Foto 26 rea que sofreu corte expe o material solo degradado, com cultivode banana (05/12/2011). 350
Foto 27 Habitao popular caracterizada pelo baixo construtivo e acmulo delixo em rea de declive bastante acentuado, prximo Estrada do
Boina (05/12/2011). 350Foto 28 Construo irregular de prdio de quatro andares, revelando a
verticalizao da ocupao no entorno prximo ao PEPB. Boina,Taquara (05/12/2011). 350
Foto 29 Vista parcial da Favela na Estrada Boina, revelando o avano dehabitaes populares e de cultivo de banana (05/12/2011). 350
Foto 30 Vista de antiga cicatriz aberta por movimento de massadesencadeado com as chuvas fortes de 1996, j parcialmenterecomposta. (05/12/2011) 351
Foto 31 Vista parcial de plantao de bananas em encosta prxima Estradado Rio Pequeno (05/12/2011). 351
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Foto 32 Vista parcial da Favela do Rio Pequeno, na Rua Condor, emJacarepagu (05/12/2011). 351
Foto 33 Ocupaes muito prximas s encostas do Macio da Pedra Brancana Estrada do Camorim (05/12/2011). 351
Foto 34 Avano de ocupaes residenciais no entorno do PEPB, na RuaCludio Jacoby, Vargem Pequena (05/12/2011). 352
Foto 35 Avano de ocupaes residenciais no entorno do PEPB, na EstradaPacu, Vargem Grande (05/12/2011). 352
Foto 36 Elevao com blocos fraturados, solos rasos e cobertos porvegetao rasteira. Cultivo de banana no sop da elevao, prximo Estrada dos Bandeirantes (05/12/2011). 352
Foto 37 Vista da Rua Sargento Luiz da Silva, na Taquara, onde foramregistrados pela DCM pontos de acmulo de material pordeslizamento em anos anteriores, antes das obras de terraplanagem e
de conteno de materiais (12/07/2013). 352
Foto 38 Rio em obras de canalizao, prximo Estrada do Rio Pequeno,com a colocao de estrutura fsica para proteger a margem contraeroso fluvial (12/07/2013). 353
Foto 39 Avano da ocupao residencial na Estrada Vale da Pedra Branca,bem prximo cota altimtrica de 100 m (12/07/2013). 353
Foto 40 Vista parcial das ocupaes na Estrada Vale da Pedra Branca, quemostra construes de padres diferenciados (12/07/2013). 353
Foto 41 Vista parcial das habitaes populares em encosta atrs do Hospital
Estadual Santa Maria, na estrada do Rio Pequeno, Taquara(12/07/2013). 353
Foto 42 rea atrs do Hospital Estadual Santa Maria, onde houvedeslizamento em 2012 que derrubou a grade que cercava o terreno(12/07/2013). 354
Foto 43 rea no fundo do Hospital Estadual Santa Maria, onde observa-se oavano ocupacional por habitaes populares em direo ao terrenodo hospital localizado em declive acentuado. (12/07/2013). 354
Foto 44 Vista parcial de ocupao residencial adjacente a paredo rochoso
fraturado e coberto por solos rasos com vegetao rasteira, Rua SeteLagoas, Taquara (12/07/2013). 354
Foto 45 Vista detalhada do corte na base da encosta formada por afloramentofraturado no final da Rua Sete Lagoas, gerando possivelmente maiorinstabilidade do material mineral e aumentando o risco dedeslizamento (12/07/2013). 354
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LISTA DE SIGLAS
APP rea de Preservao Permanente
CCA/RJ Cmara de Compensao Ambiental do Estado do Rio de Janeiro
CEDAE Companhia Estadual de guas e Esgotos do Estado do Rio de JaneiroCF Constituio Federal
CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente
CONPDEC Conselho Nacional de Proteo e Defesa Civil
CPRM Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais
DCM Defesa Civil Municipal
DIBAP Diretoria de Biodiversidade e reas Protegidas
DRP Diagnstico Rpido ParticipativoEIV Estudo prvio de Impacto de Vizinhana
EIA Estudo prvio de Impacto Ambiental
EMBRAPA Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuria
FGEO Faculdade de Geologia (UERJ)
FIOCRUZ Fundao Oswaldo Cruz
FOD Floresta Ombrfila Densa
FUNDAR Fundao Darcy Ribeiro
GEA Grupo de Estudos Ambientais (vinculado ao IGEOG/UERJ)
GEORIO Fundao Instituto de Geotcnica do Municpio do Rio de Janeiro
GPS Global Position System (Sistema de Posicionamento Global)
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica
IBAMA Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos NaturaisRenovveis
IGEO Instituto de Geocincias (UFRJ)IGEOG Instituto de Geografia (UERJ)
ICMBio Instituto Chico Mendes de Conservao da Biodiversidade
INEA Instituto Estadual do Ambiente
IPP Instituto Municipal de Planejamento Urbano Pereira Passos
IP Instituto de Pesquisas Ecolgicas
IPT Instituto de Pesquisas Tecnolgicas do Estado de So Paulo
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IUCN International Union for Conservation of Nature (Unio Internacionalpara a Conservao da Natureza),
LABGIS Laboratrio de Geoprocessamento/FGEO/UERJ
LAGEOP Laboratrio de Geoprocessamento/IGEO/UFRJ
LAGEPRO Laboratrio de Geoprocessamento/IGEOG/UERJ
MDT Modelo Digital do Terreno
MIC Ministrio das Cidades
MMA Ministrio do Meio Ambiente
ONU Organizao das Naes Unidas
PEPB Parque Estadual da Pedra Branca
PNMA Poltica Nacional de Meio Ambiente
PNPDEC Poltica Nacional de Proteo e Defesa Civil
PNUMA Programa das Naes Unidas para o Meio Ambiente
SEA Secretaria de Estado do Ambiente
SIG Sistema de Informao Geogrfica
SINPDEC Sistema Nacional de Proteo e Defesa Civil
SISNAMA Sistema Nacional de Meio Ambiente
SMAC Secretaria Municipal de Meio AmbienteSMH Secretaria Municipal de Habitao
SMU Secretaria Municipal de Urbanismo
SNUC Sistema Nacional de Unidades de Conservao
UC Unidade de Conservao
UERJ Universidade do Estado do Rio de Janeiro
UFRJ Universidade Federal do Rio de Janeiro
UFRRJ Universidade Federal Rural do Rio de JaneiroUNESCO Organizao das Naes Unidas para a Educao, a Cincia e a
Cultura
UTM Universal Transversa de Mercator
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1
1 INTRODUO
A partir da Revoluo Industrial e, principalmente ao longo dos ltimos cem anos,
trs quartos da populao mundial passou a viver em cidades e, em decorrncia disso, o
ritmo e as presses sobre o ambiente, a gua, as florestas e outros recursos naturais vmse acelerando cada vez mais.
Como consequncia da tendncia global de crescimento populacional em reas
urbanas, as questes relacionadas aos riscos ambientais e vulnerabilidade associada a
eles ganham destaque crescente. Isso decorre, principalmente, do processo de
urbanizao acelerado e desorganizado, sem obedecer a critrios ambientais e sem ser
acompanhado pelo planejamento urbano, como mostra o histrico de grandes cidades
brasileiras. Um dos efeitos desse processo a fragmentao da cobertura vegetal,particularmente de florestas, tanto em reas de baixada como de encosta, para atender
demanda crescente da populao urbana por lugares para instalar novas reas
construdas, principalmente para fins residenciais.
Alm da remoo da cobertura vegetal original, outras profundas modificaes na
paisagem natural caracterizam o meio urbano, como, por exemplo, aterros de reas
embrejadas e inundveis, impermeabilizao de grandes extenses, canalizao de rios e
construo nas suas margens, cortes em encostas para passagens de vias pblicas ou
para construes residenciais, entre outras. Essas modificaes contribuem para criar e
ampliar as reas de ocorrncia de movimentos de massa, por exemplo.
Diversos estudos e publicaes, gerados por meio de pesquisas em vrias reas do
conhecimento, vm discutindo h anos a importncia da preservao florestal e os
efeitos biticos e abiticos da fragmentao da cobertura vegetal (CENTRO DE
INFORMAES E DADOS DO RIO DE JANEIRO, 2000; ARAJO, 2007). Em
linhas gerais, os efeitos biticos esto vinculados ao comprometimento da
biodiversidade e os efeitos abiticos referem-se a desequilbrios ambientais, como
mudanas microclimticas, rebaixamento do lenol fretico e reduo da alimentao
das cabeceiras fluviais, aumento do escoamento superficial, aumento da eroso pluvial,
elevao dos riscos de ocorrncia de deslizamentos, desmoronamentos e queda de
blocos, entre outros.
A criao de reas protegidas, como as unidades de conservao (UC), representa
uma estratgia adotada pelos pases para a preservao de remanescentes de vegetao
representativos de ecossistemas, para a conservao da biodiversidade e para a
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2
manuteno do equilbrio de processos fsicos e ecolgicos, amenizando os riscos
ambientais potenciais causados pelas atividades antrpicas (VITALLI et al., 2007).
No Brasil, o estabelecimento de critrios e normas para criao, implantao e
gesto das unidades de conservao ocorreu por meio da Lei no9985 de 18 de julho de
2000, conhecida como Lei do SNUC, promulgada aps um demorado processo de
elaborao legislativa. Essa lei instituiu o Sistema Nacional de Unidades de
Conservao (SNUC) e procurou, de forma sistemtica, garantir a preservao de
remanescentes de vegetao florestal e sua biodiversidade e, deste modo, manter e
restaurar processos ecolgicos essenciais, de modo a proporcionar qualidade de vida s
populaes humanas (VASQUES, 2008).
Alm das unidades de conservao, o Cdigo Florestal Brasileiro - Lei n 4.471
(BRASIL, 1965), revogada pela Lei n 12.651 (BRASIL, 2012) - determina que outras
reas naturais devem ser protegidas sempre, como as margens de rios, nascentes e topos
de morro, entre outras, independentemente de estarem situadas em reas rurais ou
urbanas, em terras particulares ou pblicas. Trata-se das reas de Preservao
Permanente (APP), as quais, juntamente com as unidades de conservao, protegem a
biodiversidade, os recursos hdricos, os ecossistemas frgeis, alm de serem
importantes para a regulao do clima, para o controle da eroso e para a preveno de
riscos de movimentos de massa, uma vez que funciona como uma ferramenta eficiente
na reduo das emisses de gases poluentes e do desmatamento (SCHFFER et al. ,
2011). Acrescenta-se que as reas protegidas UC e APP desempenham papel
importante para o turismo e para outras alternativas econmicas sustentveis de
desenvolvimento, representando fontes de renda direta ou indireta para as populaes
locais, bem como significam locais sagrados para diversas crenas, sob o ponto de vista
cultural.
Atualmente, o Sistema Nacional de Unidades de Conservao (SNUC) protegecerca de 1,5 milho de km2 em todos os biomas do territrio brasileiro: Amaznia,
Cerrado, Mata Atlntica, Caatinga, Pampa, Pantanal e Marinho. So mais de 1.600
unidades de conservao federais, estaduais, municipais e particulares. Elas conservam
14,9 % do territrio continental e 0,71 % da rea marinha. A gesto desse imenso
territrio um grande desafio para o Brasil, com suas dimenses continentais, ampla
variedade de ecossistemas naturais e diferenas socioeconmicas (PORTAL BRASIL,
2013).
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A Lei do SNUC contribuiu tambm com a sistematizao e consolidao de
conceitos relevantes associados s unidades de conservao, como, por exemplo, plano
de manejo e zona de amortecimento, ambos de interesse direto desta tese. Essa lei exige
que toda unidade de conservao possua um plano de manejo, o qual deve estabelecer
uma zona de amortecimento, isto , uma faixa de rea situada no entorno da unidade
sujeita a restries de usos, de modo a minimizar danos decorrentes do aumento das
presses sobre os espaos protegidos, evitando que haja atividades que possam colocar
em risco a funo ecolgica do espao (VASQUES, 2008).
O Parque Estadual da Pedra Branca (PEPB), localizado no municpio do Rio de
Janeiro, um exemplo de unidade de conservao do bioma Mata Atlntica. O Parque,
criado em 1974, est delimitado acima da cota de 100 metros no Macio da Pedra
Branca e representa uma unidade de conservao urbana de extrema importncia para a
cidade do Rio de Janeiro e para a regio fluminense, considerando-se a relevncia de
seu patrimnio natural e os aspectos sociais e econmicos a ele associados
(CONCEIO et al., 2011).
Embora o PEPB tenha sido criado h quase quarenta anos, somente teve o seu
plano de manejo aprovado recentemente, em junho de 2013. Isso significa que durante
todo esse tempo, a unidade no contou com um plano de manejo que estabelecesse o
seu zoneamento interno, uma zona de amortecimento no seu entorno, ou mesmo, as
normas que orientassem o uso adequado da rea e o manejo dos recursos naturais,
incluindo a a implantao das estruturas fsicas necessrias gesto da unidade
(BRASIL, 2000).
A falta de um plano de manejo durante quase quatro dcadas e a inexistncia de
uma zona de amortecimento, somados ao crescimento urbano em direo zona oeste
da cidade, geraram um quadro, no mnimo, preocupante em relao gesto do PEPB: o
aumento progressivo de presses antrpicas, tanto no interior do PEPB como na suaperiferia prxima, onde deveria haver uma zona de amortecimento. A rea do Parque e
o seu entorno imediato vm sofrendo presses antrpicas cada vez mais intensas,
representadas tanto pelo processo de favelizao e pelos loteamentos irregulares, como
tambm pela crescente expanso de condomnios fechados de casas e prdios de classes
mdia e alta. Alm do uso residencial, h outras formas de ocupao do solo dentro dos
limites do Parque e no seu entorno imediato que afetam a integridade dessa rea
protegida: atividades comerciais, agrcolas (pastagem, cultivo de banana, entre outros) emineradoras. As reas de baixada ao redor do Macio da Pedra Branca j contam com
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4
uma densa ocupao contnua e apresentam as mais elevadas taxas de crescimento
demogrfico da cidade (OLIVEIRA, 2005).
Devido s presses antrpicas para diversas finalidades, predominantemente para
uso residencial, torna-se um grande desafio gerir UC e implementar APP em reasurbanas, como no caso do PEPB. Por isso, essencial delimitar a zona de
amortecimento e planejar o uso do solo no entorno de unidades de conservao urbanas,
possibilitando um maior controle sobre as atividades humanas com objetivo de evitar
impactos negativos e aumento de riscos ambientais sobre essas reas protegidas.
1.1 Hiptese da Pesquisa e Objetivos
Com base no que foi exposto anteriormente, foram estabelecidos os objetivos
geral e especficos da presente tese, norteada pela hiptese de trabalho que se segue.
1.1.1 Hiptese da Pesquisa
A premissa bsica, norteadora da presente pesquisa de tese, que possvel
estabelecer um modelo metodolgico que permita definir reas indicativas para incluso
em zona de amortecimento a ser delimitada no Parque Estadual da Pedra Branca
(PEPB), tomando como base as determinaes do Instituto Brasileiro de Meio
Ambiente e Recursos Naturais Renovveis (IBAMA) e do Instituto Estadual do
Ambiente (INEA), bem como o diagnstico do contexto ambiental da rea analisada,obtido a partir do uso de recursos do Geoprocessamento. Entende-se que, alm da
identificao de reas que necessariamente devam ser includas na zona de
amortecimento, possvel reconhecer extenses espaciais de vegetao florestal que
devam ser preservadas e de vegetao rasteira, degradada ou ausente que devam ser
recompostas, considerando-se o fator de contiguidade, contribuindo para o aumento de
conectividade entre fragmentos florestais no municpio. As reas com ocupao
consolidada, por sua vez, a princpio, podem ser indicadas para excluso da zona deamortecimento.
1.1.2 Objetivo Geral
A presente tese tem como objetivo geral propor um modelo metodolgico que
possibilite identificar reas indicativas para incluso em futura zona de amortecimento a
ser delimitada no Parque Estadual da Pedra Branca a partir do seu recm-aprovado
plano de manejo.
A determinao das reas indicativas tem como base dois importantes critriospresentes nos roteiros metodolgicos do IBAMA (2002) e do INSTITUTO
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ESTADUAL DO AMBIENTE (2011), os quais estabelecem reas que obrigatoriamente
devam ser includas na Zona de amortecimento de uma Unidade de Conservao: as
reas naturais preservadas, com potencial de conectividade com a unidade de
conservao, como o caso das reas de Preservao Permanente (APP); e as reas
sujeitas a processos de eroso, de movimentos de massa, que possam vir a afetar a
integridade da UC.
O modelo metodolgico proposto apoiado em avaliaes ambientais de risco de
ocorrncia de movimentos de massa e na delimitao de APP definidas pelo Cdigo
Florestal vigente no pas, ambos realizados por meio do Geoprocessamento. O
APNDICE A mostra o resumo esquemtico da metodologia de anlise multicritrio
proposta.
1.1.3 Objetivos Especficos
Visando alcanar o objetivo geral, so definidos os seguintes objetivos
especficos:
Realizar o diagnstico ambiental da rea de estudo por intermdio da
elaborao de diversos mapas temticos digitais, considerados
condicionantes na avaliao ambiental de risco de ocorrncia de
movimentos de massa;
Espacializar as reas de Preservao Permanente (APP) conforme as
determinaes do atual Cdigo Florestal Brasileiro;
Cotejar o georreferenciamento, na rea de estudo, das ocorrncias de
movimentos de massa e de ameaas de deslizamentos e de desabamentos
registradas pela Defesa Civil Municipal (DCM) com a distribuio espacial
das licenas ambientais e urbansticas concedidas para construo e
ampliao de empreendimentos residenciais e comerciais emitidas pela
Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro. Esse procedimento viabiliza a
consolidao dos resultados obtidos pelas anlises multicritrio para
avaliao ambiental de risco de ocorrncia de movimentos de massa e a
identificao de licenas emitidas em locais considerados de mdio, alto e
de alto a altssimo risco de ocorrncia de movimentos de massa;
Fazer avaliaes ambientais para determinar os fatores de risco de
ocorrncia de movimentos de massa por meio de anlises multicritrio com
base em uma rvore de deciso;
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Buscar correspondncias espaciais a partir de combinaes entre
mapeamentos para: a) determinar as reas prioritrias para incluso na zona
de amortecimento do PEPB; b) reconhecer as reas no entorno imediato do
Parque que ainda mantm alto grau de preservao (situaes de
contiguidade florestal) e aquelas mais alteradas, onde dever haver
recomposio da cobertura vegetal; c) identificar as reas com ocupao
consolidada, as quais, a princpio, podero ser excludas da zona de
amortecimento.
1.2 Justificativa para o desenvolvimento da pesquisa
O Parque Estadual da Pedra Branca reconhecido como uma das maioresflorestas em rea urbana do mundo e tambm do Brasil. Sua preservao fundamental
para manter o equilbrio hdrico e climtico, para controlar a eroso pluvial e para
proteger mais de 50% do remanescente de Mata Atlntica da cidade do Rio de Janeiro,
j que considerado um dos biomas mais ricos e mais ameaados do Brasil e do mundo
(COSTA, 2002).
Entretanto, atualmente o PEPB caracterizado por um contexto socioambiental
complexo, marcado por variados conflitos, que decorrem do crescimento demogrfico,da ocupao desordenada do solo e de seus impactos sobre o patrimnio natural
(HORTA et al., 2008). Esses aspectos justificam a necessidade urgente de definio de
reas que possam vir a compor a zona de amortecimento dessa unidade de conservao,
minimizando os efeitos das presses antrpicas.
O PEPB teve o seu plano de manejo aprovado em junho de 2013 e tal fato exigir
que a zona de amortecimento seja traada. A vertente leste do Macio da Pedra Branca
possui expressivas extenses preservadas de vegetao secundria, ou ainda, pouco
exploradas fora dos limites da unidade, a qual poderia vir a compor parte dessa zona de
amortecimento, tomando-se como base as determinaes dos roteiros metodolgicos do
IBAMA e do INEA. A partir da definio da zona de amortecimento, ser possvel
propor formas de apropriao adequadas aos usos mais restritos, como atividades
ligadas ao lazer, ao turismo ecolgico e prtica de esportes de aventura.
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1.3 Estrutura da Tese
Buscando-se organizar conceitos, mtodos, resultados, discusses, concluses e
recomendaes, a tese est estruturada em seis captulos, cujos principais contedos so
apresentados a seguir: O Captulo 1 introduz a temtica estudada e a hiptese para realizar a
pesquisa de tese, elencando os objetivos e a justificativa para desenvolv-la;
O Captulo 2 apresenta as principais bases terico-conceituais trabalhadas ao
longo do desenvolvimento da tese, as quais orbitam em torno da questo
Zona de amortecimento de Unidades de Conservao. Mais
especificamente, neste captulo so tratadas temticas relativas relevncia
ambiental de unidades de conservao, os seus principais instrumentos legaisde gesto, alm dos desafios de sua implementao no espao urbano.
Tambm so apresentados os critrios de incluso de reas em zonas de
amortecimento de unidades de conservao, com destaque para os aqueles
relacionados s reas de Preservao Permanente (APP) e aos locais sujeitos
a movimentos de massa. No captulo so ainda abordadas consideraes
acerca dos principais tipos e condicionantes relacionados aos movimentos de
massa. O captulo tambm destaca a importncia da componente ambiental
para o estudo das unidades de conservao e para a definio da sua zona de
amortecimento, enfatizando o uso de Sistemas de Informao Geogrfica
(SIG) na construo metodolgica adotada;
O Captulo 3 apresenta a rea de estudo e descreve as suas principais
caractersticas fsicas, o processo de ocupao e as alteraes no quadro
ambiental decorrentes, os conflitos territoriais existentes, alm de citar
algumas aes e medidas criadas para preservao de seus recursos naturais;
O Captulo 4 apresenta e explicita os procedimentos metodolgicos adotados
ao longo do desenvolvimento da tese. Tais procedimentos contaram com o
suporte do geoprocessamento para realizar o diagnstico dos aspectos fsicos,
de uso do solo e cobertura vegetal e de saneamento ambiental da rea de
estudo, entre outros, a partir de bancos dados geoespaciais e convencionais
gerados e disponibilizados pelos rgos e instituies responsveis. Foram
utilizados dois sistemas de informao geogrfica: o ARCGIS (ESRI, EUA),
verso 10, por meio do qual foram elaborados os mapas temticos digitais
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componentes dos fatores condicionantes dos referidos processos; e o SAGA
(Sistema de Anlise Geo-ambiental), desenvolvido pelo Laboratrio de
Geoprocessamento (LAGEOP), vinculado ao Instituto de Geocincias da
UFRJ, utilizado nas anlises multicritrio para gerao dos mapas dos fatores
condicionantes dos processos de movimentos de massa, para a avaliao
ambiental de risco de ocorrncia desses processos e para as combinaes
entre os mapas temticos;
O Captulo 5 apresenta e comenta os resultados obtidos por meio do
desenvolvimento da tese. Em linhas gerais, o captulo traz todos os mapas
temticos digitais que compuseram os mapas de fatores dos condicionantes
do processo de movimento de massa, os prprios mapas de fatores, gerados
por meio de anlises multicritrio no SAGA/UFRJ, os mapas obtidos por
intermdio das combinaes e sobreposies entre mapas, alm de grficos,
tabelas e quadros com dados e informaes produzidos para o melhor
entendimento das caractersticas e dos problemas ambientais no contexto
estudado.
O Captulo 6 rene as concluses construdas a partir dos resultados
apresentados, ressaltando-se as implicaes e os desafios de gerir unidades de
conservao inseridas em contexto urbano. As anlises espaciais produzidas
podem servir como subsdios para definio de reas a serem incorporadas
em uma futura zona de amortecimento para o PEPB. As recomendaes
apresentadas podem contribuir para futuras tomadas de deciso quanto
gesto do Parque e das reas no seu e entorno prximo.
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2 BASES E DISCUSSES TERICO-CONCEITUAIS
Neste captulo sero apresentadas e discutidas as principais questes terico-
conceituais acerca da temtica Zona de Amortecimento de Unidade de Conservao
Urbana, a qual foi trabalhada segundo os seguintes vieses: relevncia ambiental,
principais instrumentos legais de gesto de unidades de conservao e os desafios de
sua implementao no espao urbano; os critrios de incluso de reas em zonas de
amortecimento, com nfase para as reas de Preservao Permanente (APP) e para os
locais sujeitos a movimentos de massa; consideraes acerca do risco de ocorrncia de
movimentos de massa; o uso de Sistemas de Informao Geogrfica (SIG) na
construo metodolgica dos parmetros envolvidos na anlise multicritrio de risco de
movimentos de massa, na delimitao de APP e no mapeamento de reas indicativaspara compor a zona de amortecimento.
Este captulo no se prope a esgotar a temtica tratada, a qual rene questes
amplas e complexas, mas sim, apresentar conceitos importantes, tecer algumas
consideraes sobre a relevncia da delimitao e da gesto integrada da zona de
amortecimento de UC, principalmente em espao urbano, alm de evidenciar a
importncia crescente do Geoprocessamento na construo de modelos operacionais de
gesto e de monitoramento de zonas de amortecimento.
2.1 Unidades de Conservao: definio e relevncia ambiental, breve
histrico, legislao brasileira pertinente
2.1.1 Definio e Relevncia Ambiental
As Unidades de Conservao so, internacionalmente, denominadas reas
protegidas. Segundo a Unio Internacional para a Conservao da Natureza (IUCN,
1994 apudARAUJO, 2007, p. 25), as Unidades de Conservao so definidas como
uma rea de terra e/ou mar especialmente dedicada proteo e manuteno da
diversidade biolgica e de seus recursos naturais e culturais associados, e manejada
atravs de instrumentos legais ou outros meios efetivos.
Um dos objetivos principais da criao de unidades de conservao o de manter
as reas naturais da forma menos alterada possvel. Essas unidades so componentes
vitais de qualquer estratgia para a conservao da biodiversidade, considerando-se que
a fragmentao da cobertura vegetal, representa, segundo diferentes autores, a causa
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primria para a diminuio da biodiversidade, especialmente em regies tropicais
(ARAUJO, 2007).
A criao de reas protegidas ou de unidades de conservao representa uma das
formas de amenizar os riscos potenciais causados pelas atividades antrpicas que
ameaam a conservao da biodiversidade. Tais reas objetivam preservar partes
representativas de ecossistema, suas biodiversidades e os processos ecolgicos e fsicos
(VITALLI et al., 2007).
No Brasil, nos ltimos cem anos, em face do aumento da populao urbana, houve
avano no processo de fragmentao da cobertura vegetal (principalmente de florestas),
tanto em baixadas como em encostas, para dar lugar a novas reas construdas.
Inmeros estudos e publicaes, gerados por meio de pesquisas em diversas reas do
conhecimento, vm discutindo h anos a importncia da preservao florestal e os
efeitos abiticos e biticos da retirada da cobertura vegetal (CENTRO DE
INFORMAES E DADOS DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO, 2000; COSTA
2002, COSTA, 2006, ARAUJO, 2007).
Os efeitos biticos esto vinculados ao comprometimento da biodiversidade, pois,
quando ocorre a fragmentao da cobertura vegetal, so geradas novas linhas
perimetrais, onde so desencadeados vrios processos fsicos e ecolgicos. Como
exemplo, maiores quantidades de luz atingem o interior do fragmento vegetal, a
umidade decresce rapidamente e a temperatura interna se eleva. A insolao passa a
atingir estratos vegetais outrora protegidos. Uma maior insolao no interior do novo
fragmento propicia uma rpida colonizao das suas bordas por espcies mais adaptadas
s novas condies microclimticas impostas. Invariavelmente, um processo de
sucesso ecolgica desencadeado no interior do fragmento florestal, tratado pela
literatura internacional como efeito de borda. Por outro lado, ocorre a diminuio de
espcies endmicas, uma vez que os animais silvestres no se distribuem aleatoriamentena natureza (CENTRO DE INFORMAES E DADOS DO ESTADO DO RIO DE
JANEIRO, 2000).
Em linhas gerais, as mudanas abiticas provocadas pela fragmentao vegetal,
principalmente em reas de encosta, envolvem desequilbrios ambientais, traduzidos
por: mudanas microclimticas, devido ao aumento das temperaturas da superfcie do
solo e do ar, j que a vegetao funciona como regulador trmico; diminuio da
alimentao das cabeceiras fluviais por fluxos internos e tambm da sua proteo aosagentes erosivos; remoo da proteo natural do solo eroso pluvial e ao de
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ventos; rebaixamento do lenol fretico, afetando o balano hdrico e a disponibilidade
de gua; e aumento do escoamento superficial (CENTRO DE INFORMAES E
DADOS DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO, op. cit.).
Segundo a Fundao SOS MATA ATLNTICA & INPE (2002 apud ARAUJO,
2007), no Brasil, a Mata Atlntica , provavelmente, o ecossistema mais devastado,
fragmentado e seriamente ameaado do mundo, com rea total correspondendo a quase
18,5% da extenso original. MOURA e COSTA (2009) afirmam que, entre os estados
brasileiros, aquele que mais sofreu com a devastao da Mata Atlntica foi o Rio de
Janeiro, principalmente o municpio que representa a sua capital. No entanto, dados
mais atuais divulgados no Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlntica1,
referente aos anos 2010 e 2011, o Estado do Rio de Janeiro que j foi a principal
unidade federativa desmatada, apresentou bons resultados, com a reduo do
desmatamento e com aes efetivas de proteo aos remanescentes florestais, como a
criao de diversas unidades de conservao e de Reservas Particulares de Patrimnio
Natural (RPPN) por parte de vrios proprietrios. Os estados de Minas Gerais, Bahia e
Mato Grosso do Sul ocupam, respectivamente, a primeira, a segunda e a terceira
posies em desmatamento da Mata Atlntica no pas.
Dentro dessa perspectiva, ARAUJO (op.cit.) destaca a importncia das unidades
de conservao para o refgio de espcies que no sobreviveriam em paisagens
manejadas, para a continuidade da evoluo natural e tambm para uma futura
restaurao ecolgica. O autor cita a contribuio de CIFUENTES et al. (2000) em
estudo que sintetizou o papel das unidades de conservao para o bem-estar da
sociedade, o que abarca:
a) manuteno de processos ecolgicos essenciais, que dependem de ecossistemas
naturais;
b) preservao da diversidade de espcies e da diversidade gentica;
c) manuteno da capacidade produtiva dos ecossistemas;
d) preservao de caractersticas histricas e culturais importantes para manter os
estilos de vida das populaes tradicionais;
e) salvaguarda de hbitats crticos para a sobrevivncia de espcies.
f) fornecimento de oportunidades para o desenvolvimento de comunidades locais,
1Maiores informaes sobre o Atlas disponveis em http://www.sosma.org.br/5697/sos-mata-atlantica-e-inpe-divulgam-dados-do-atlas-dos-remanescentes-florestais-da-mata-atlantica-no-periodo-de-2010-a-2011/ e tambm em http://www.sosma.org.br/projeto/atlas-da-mata-atlantica . Dados mais completossobre o Atlas podem ser obtidos em www.inpe.br .
7/26/2019 Anlise Ambiental aplicada Definio da Zona de Amortecimento no Parque Estadual da Pedra Branca (Municpio
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investigao cientfica, educao, capacitao, recreao e turismo;
g) proviso de bens e de servios ambientais;
h) manuteno de fontes de inspirao humana e de orgulho nacional.
2.1.2 Breve histrico das Unidades de Conservao
Em linhas gerais, desde o perodo Neoltico, quando a humanidade passou a viver
de modo sedentrio, fixando-se prximo a rios e cultivando a terra frtil para produzir o
prprio alimento, iniciou-se a separao ou o que mais tarde foi denominado de ciso
sociedade-natureza. Esta ciso foi se aprofundando ao longo da Histria, atingindo o
seu pice a partir da Revoluo Industrial (SOUSA E SILVA; TRAVASSOS, 2008).
Contriburam para intensificar essa ciso a religio e a cincia moderna, uma vez que
estabelecia ao ser humano o papel de domnio sobre a criao. Sob o ponto de vista
mecanicista, a cincia entendia a natureza como uma mquina a ser decifrada e utilizada
para alimentar o progresso. A natureza no estava, portanto, associada ao seu valor
intrnseco, pelo contrrio, a sua importncia vinculava-se sua capacidade de atender
s necessidades humanas (ARAUJO, 2007; IRVING et al., 2008).
A ideia da humanidade como agente