RAFAEL DE CAMARGO PENTEADO BORGES
“AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE FÍSICA SOBRE A
PRESSÃO ARTERIAL E A FUNÇÃO RENAL EM
RATOS ESPONTANEAMENTE HIPERTENSOS (SHR)”
CAMPINAS
2006
i
RAFAEL DE CAMARGO PENTEADO BORGES
“AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE FÍSICA SOBRE A PRESSÃO
ARTERIAL E A FUNÇÃO RENAL EM
RATOS ESPONTANEAMENTE HIPERTENSOS (SHR)”
Dissertação de Mestrado apresentada à Pós-Graduação
da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade
Estadual de Campinas para obtenção do título de
Mestre em Fisiopatologia Médica, área de concentração
Medicina Experimental
Orientador: Prof. Dr. José Antonio Rocha Gontijo
CAMPINAS
2006
iii
BANCA EXAMINADORA DA DISSERTAÇÃO DE MESTRADO
Orientador: Prof. Dr. José Antonio Rocha Gontijo
Membros:
1. Prof. Dr. José Francisco Figueiredo_______________________________________
2. Prof. Dr. José Antonio Rocha Gontijo _____________________________________
3. Prof. Dr. Carlos Eduardo Negrão _________________________________________
4. Prof. Dr. Edílson Serpeloni Cyrino ________________________________________
5. Profa. Dra. Patrícia Aline Boer ___________________________________________
Curso de Pós-Graduação em Fisiopatologia Médica, área de concentração Medicina
Experimental, da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de
Campinas.
Data: 26/07/2006
v
Dedico esse trabalho
aos meus pais
Maria Christina e Odair, e
ao meu irmão
Felipe.
Obrigado por tudo.
vii
AGRADECIMENTOS
A Deus por iluminar sempre o meu caminho e as minhas decisões.
Ao meu orientador, Prof. Dr. José Antonio Rocha Gontijo, pelo apoio e
incentivo durante a realização desse trabalho, e pela oportunidade de participar da sua
equipe de pesquisa.
Ao Prof. Dr. José Francisco Figueiredo, por abrir as portas de seu laboratório
quando necessário e suas explicações claras e exatas.
O apoio fundamental dado pelo Dr. Sigisfredo Luis Brenelli para a minha
iniciação a ciência.
Às biólogas do laboratório Amanda Roberta de Almeida e Elisabeth Cristina
Cambiucci pelo apoio dado nos momentos necessários durante a pesquisa.
Aos ratos que usei na experimentação, que sem eles tudo isso não seria
possível.
ix
SUMÁRIO
Pág.
RESUMO............................................................................................................... xxvii
ABSTRACT.......................................................................................................... xxxi
1- INTRODUÇÃO................................................................................................ 35
1.1- Hipertensão no ser humano...................................................................... 37
1.2- Hipertensão Arterial: Aspectos Fisiopatológicos................................... 38
1.3- Ingestão de sódio e hipertensão arterial.................................................. 40
1.4- O exercício físico........................................................................................ 41
1.5- Pressão arterial e atividade física controlada......................................... 43
1.6- Repercussão cardíaca do treinamento físico........................................... 44
1.7- Implicações dos pressoreceptores arteriais............................................. 45
1.8- Liberação de óxido nítrico e atividade física.......................................... 45
1.9- Função Renal e atividade física................................................................ 46
1.10- Exercício físico em ratos espontaneamente hipertensos (SHR).......... 48
2- OBJETIVOS..................................................................................................... 51
3- MATERIAIS E MÉTODOS............................................................................ 55
3.1- Os animais.................................................................................................. 57
3.2- Desenho experimental - desenvolvimento piloto.................................... 59
3.3- Cronograma semanal dos experimentos................................................. 61
3.4 O exercício no meio líquido e temperatura deste meio........................... 61
3.5- Atividade física aeróbia............................................................................ 62
3.6- Ração animal............................................................................................. 68
xi
3.7- Aferição da pressão arterial caudal......................................................... 68
3.8- Testes funcionais renais - Clearances de Creatinina e Lítio................. 71
3.8.1- Testes funcionais renais - Clearance de Creatinina.......................... 76
3.8.2- Testes funcionais renais - Clearance de Lítio................................... 76
3.9- Metodologia Analítica.............................................................................. 77
3.9.1- Cálculos utilizados............................................................................ 78
3.9.2- Análise estatística dos resultados..................................................... 80
4- RESULTADOS................................................................................................. 81
4.1- Curva de desenvolvimento ponderal da massa corporal....................... 83
4.2- Treinamento de força durante o desenvolvimento da atividade física
programada...............................................................................................
89
4.2.1- Força absoluta................................................................................... 89
4.2.2- Força absoluta versus Massa corporal.............................................. 90
4.2.3- Força relativa.................................................................................... 93
4.3- Tempo de atividade física programada................................................... 96
4.4- Variação da Pressão Arterial................................................................... 97
4.5- Função Renal............................................................................................. 102
4.5.1- Clearance de Creatinina (Ccr).......................................................... 102
4.5.2- Clearance de Lítio (CLi+)................................................................. 105
4.5.3- Fração de Excreção de Sódio (FENa+)............................................. 107
4.5.4- Fração de Excreção Proximal de Sódio (FEPNa+)........................... 111
4.5.5- Fração de Excreção Pós Proximal de Sódio (FEPPNa+).................. 114
4.5.6- Fração de Excreção de Potássio (FEK+)........................................... 117
4.5.7- Carga Excretada de Sódio (UNa+V)................................................. 121
xiii
5- DISCUSSÃO..................................................................................................... 129
5.1- Atividade física programada.................................................................... 131
5.2- Desenvolvimento da massa corporal....................................................... 132
5.3- A atividade física programada no meio líquido termoneutro............... 133
5.4- Análise dos parâmetros da pressão arterial e função renal.................. 134
6- CONCLUSÕES................................................................................................ 137
7- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................... 141
8- ANEXOS........................................................................................................... 155
8.1- Anexo 1- Descrição metodológica - Dosagem de creatinina.................. 157
8.2- Anexo 2- Dosagem dos eletrólitos plasmáticos e urinários.................... 159
9- APÊNDICES..................................................................................................... 161
9.1- Apêndice 1- Ficha de exercício................................................................. 163
9.2- Apêndice 2- Ficha de Pressão Arterial.................................................... 165
9.3- Apêndice 3- Ficha de coleta de dados do Clearance.............................. 167
9.4- Apêndice 4- Ficha de dosagem do Clearance......................................... 169
9.5- Apêndice 5- Planilha de cálculos do Clearance...................................... 171
xv
LISTA DE SIGLAS ABREVIATURAS
AP Na+ Aporte Proximal de Sódio
App Na+ Aporte Pós Proximal de Sódio
Ccr Clearance de Creatinina
cr Creatinina
Cli Clearance de Lítio
CNa Carga de Sódio
CE K+ Carga Excretada de Potássio
CF K+ Carga Filtrada de Potássio
CF Na+ Carga Filtrada de Sódio
DD Na+ Delivery Distal de Sódio
DP Desvio Padrão
EPM Erro Padrão da Média
FE Na+ Fração de Excreção de Sódio
FE K+ Fração de Excreção de Potássio
FEP Na+ Fração de Excreção Proximal de Sódio
FEPPNa+ Fração de Excreção Pós Proximal de Sódio
H.A Hipertensão Arterial
K+ Potássio
LiCl Cloreto de Lítio
Li+ Lítio
M Média
xvii
Max Máximo
Min Mínimo
mmHg Milímetros de Mercúrio
mEq mili equivalente
mg/dl miligrama por decilitro
Na+ Sódio
NaCl Cloreto de Sódio
P Plasma
P.A Pressão Arterial
SHR Spontaneously Hypertensive Rats
WKy Wistar Kyoto
U Urina
UNa+V Carga Excretada de Sódio
VU Volume Urinário
V(min) Volume Urinário/minuto
xix
LISTA DE FIGURAS
Pág.
Figura 1 Evolução da massa corporal - SHR............................................. 84
Figura 2 Evolução da massa corporal - WKy............................................. 84
Figura 3 Massa Corporal - SHR................................................................. 85
Figura 4 Área sobre a Curva Massa Corporal - SHRc vs. SHRe............... 86
Figura 5 Massa Corporal - WKy................................................................ 87
Figura 6 Área sobre a Curva Massa Corporal - WKyc vs. WKye............. 88
Figura 7 Evolução da Sobrecarga SHRc/e vs. WKyc/e............................. 90
Figura 8 Massa Corporal x Sobrecarga 1º Período - WKye....................... 91
Figura 9 Massa Corporal x Sobrecarga 1º Período - SHRe....................... 91
Figura 10 Massa Corporal x Sobrecarga 2º Período - Wkye....................... 92
Figura 11 Massa Corporal x Sobrecarga 2º Período - SHRc....................... 93
Figura 12 Relação Sobrecarga x Massa Corporal - SHRe/WKye................ 94
Figura 13 Relação Sobrecarga x Massa Corporal - SHRc/WKyc................ 95
Figura 14 Tempo x Sobrecarga - SHRe/c..................................................... 96
Figura 15 Tempo x Sobrecarga - WKye/c.................................................... 97
Figura 16 Pressão Arterial - SHRc vs. SHRe............................................... 98
Figura 17 Área sobre a Curva - Pressão Arterial - SHRc vs. SHRe............. 99
Figura 18 Pressão Arterial - WKyc vs. WKye............................................. 100
Figura 19 Área sobre a Curva - Pressão Arterial - WKyc vs. WKye........... 101
Figura 20 Clearance de Creatinina - SHRc vs. SHRe.................................. 102
Figura 21 Área sobre a Curva - Clearance de Creatinina - SHRc
vs.SHRe........................................................................................
103
Figura 22 Clearance de Creatinina - WKyc vs. WKye................................ 104
Figura 23 Área sobre a Curva - Clearance de Creatinina - WKyc
vs.Wkye........................................................................................
105
Figura 24 Clearance de Lítio - SHRc vs. SHRe........................................... 106
Figura 25 Clearance de Lítio - WKyc vs. WKye......................................... 107
xxi
Figura 26 Fração de Excreção de Sódio - SHRc vs. SHRe.......................... 108
Figura 27 Área sobre a Curva - Fração de Excreção de Sódio - SHRc vs.
SHRe............................................................................................
109
Figura 28 Fração de Excreção de Sódio - WKyc vs. WKye........................ 110
Figura 29 Fração de Excreção Proximal de Sódio - SHRc vs. SHRe.......... 111
Figura 30 Área sobre a Curva - Períodos 1 e 2 FEPNa+ - SHRc vs.
SHRe............................................................................................
112
Figura 31 Área sobre a Curva - Semanas 1 a 3 e 4 a 8 FEPNa+ - SHRc vs.
SHRe............................................................................................
113
Figura 32 Fração de Excreção Proximal de Sódio - WKyc vs. WKye......... 114
Figura 33 Fração de Excreção Pós Proximal de Sódio - SHRc vs. SHRe.... 115
Figura 34 Área sobre a Curva - FEPNa+ - SHRc vs. SHRe......................... 116
Figura 35 Fração de Excreção Pós Proximal de Sódio - WKyc vs WKye... 117
Figura 36 Fração de Excreção de Potássio - SHRc vs. SHRe...................... 118
Figura 37 Área sobre a Curva - Períodos 1 e 2 - SHRc vs. SHRe................ 119
Figura 38 Área sobre a Curva - Semanas 1 a 3 e 4 a 8 - SHRc vs. SHRe.... 120
Figura 39 Fração de Excreção de Potássio - WKyc vs. WKye.................... 121
Figura 40 Carga Excretada de Sódio - SHRc vs.SHRe................................ 123
Figura 41 Carga Excretada de Sódio - WKyc vs. WKye............................. 124
Figura 42 Área sobre a Curva - Períodos 1 e 2 UNa+V - SHRc vs. SHRe... 125
Figura 43 Área sobre a Curva - Semanas 1 a 3 e 4 a 8 - SHRc vs. SHRe.... 126
Figura 44 Área sobre a Curva - Carga Excretada de Sódio - WKyc vs.
WKye...........................................................................................
127
xxiii
LISTA DE FOTOS
Pág.
Foto 1 Geral......................................................................................... 58
Foto 2 Geral......................................................................................... 58
Foto 3 Geral......................................................................................... 59
Foto 4 Atividade Física....................................................................... 63
Foto 5 Atividade Física....................................................................... 64
Foto 6 Atividade Física....................................................................... 64
Foto 7 Sobrecarga............................................................................... 65
Foto 8 Sobrecarga............................................................................... 66
Foto 9 Materiais para exercício........................................................... 66
Foto 10 Materiais para exercício........................................................... 67
Foto 11 Materiais para exercício........................................................... 67
Foto 12 Aquecimento para aferição...................................................... 68
Foto 13 Aquecimento para aferição...................................................... 69
Foto 14 Aferição da pressão.................................................................. 70
Foto 15 Aferição da pressão.................................................................. 70
Foto 16 Aferição da pressão.................................................................. 71
Foto 17 Gavagem.................................................................................. 72
Foto 18 Clearance................................................................................. 73
Foto 19 Clearance................................................................................. 73
Foto 20 Clearance................................................................................. 73
Foto 21 Coleta e armazenamento.......................................................... 74
Foto 22 Coleta e armazenamento.......................................................... 75
Foto 23 Coleta e armazenamento.......................................................... 75
xxv
RESUMO
xxvii
A vinculação entre os níveis de atividade física e a elevação pressórica tem sido aventada.
No entanto, os mecanismos fisiopatológicos envolvidos nesta modificação da pressão
arterial são pouco conhecidos e estudados. O presente estudo tem como objetivo avaliar o
efeito da atividade física aeróbia sobre a pressão arterial, a filtração glomerular e a
manipulação tubular renal de sódio em ratos espontaneamente hipertensos SHR e
normotensos WKy.
Os ratos foram divididos em 2 grupos; SHR e WKy, e depois subdivididos em Sedentários
e Exercício aleatoriamente. Os ratos tiveram livre acesso a água e comida.
A atividade física aeróbia proporcionou um treinamento diário com sobrecarga relativa ao
peso corporal, para isso os ratos eram pesados diariamente, durante todo período
experimental que foi dividido em 2 etapas subseqüentes. A primeira foi da 4° semana de
vida até a 12° semana de vida, totalizando 8 semanas. Após esse período,
iniciou-se a segunda etapa, onde os ratos que eram sedentários passaram a fazer exercícios
(da mesma forma que o período anterior), e os que faziam exercícios passaram a ser
sedentários. Esta segunda etapa durou 6 semanas foi da 12° a 18° semana de vida,
totalizando no total de 14 semanas seguidas. A aferição da pressão arterial foi feita
semanalmente durante todo o período experimental de todos os grupos.
Os resultados mostram que o exercício proporcionou uma redução nos níveis pressóricos
nos normotensos e hipertensos, sendo este último uma redução mais evidente
(189 ± 0,8 mmHg para 163 ±12 mmHg (p<0,0001)).
O estudo da função renal dos animais foi feito semanalmente, através do clearance de
Lítio e Creatinina, através da coleta de urina e plasma sangüíneo. As dosagens dos
materiais coletados demonstraram que os animais hipertensos mantiveram a taxa de
filtração glomerular e a excreção de sódio reduzida. Essa pesquisa conclui que a atividade
física aeróbica programada promove uma redução significativa na pressão arterial dos
animais hipertensos, e por outro lado, mecanismos contra-regulatórios diminuem a
excreção de sódio na aparente tentativa de restabelecer os níveis pressóricos.
Palavras chave: Hipertensão, Natriurese, Rim, Exercício, Natação.
Resumo xxix
ABSTRACT
xxxi
Effects of physical activity upon arterial blood pressure and the renal function in
spontaneously hypertensive rats (SHR).
Objective- Evaluate the effect of aerobic physical activity upon arterial blood pressure,
the glomerular rate and the tubular renal handling of sodium, in spontaneously hypertensive
rats and normotensive rats.
Methodology- Rats SHR (10) and WKy (10) with 4 weeks each, free Access for water and
food especial for rats. Divide in 2 groups, the exercise and control. Submitted into a
8 weeks swimming training, the exercise group was inverted to sedentary station for more
6 weeks. In the other hand, the sedentary group was submitted into an opposite inversion.
The animals was submit a diary Weight-in and weekly check blood pressure and renal
functional test by creatinin clearances (CCr) and lithium clearances (Cli+). Plasma and
urine sample was submitting a dosage of Na+, Li+, K+, and creatinin. The results in average
and Standard error.
Results- The results showed in exercise group a decrease of blood pressure
(189±0,8 mmHg to 163±12 mmHg (p<0,0001)), a normal glomerular filtration rate,
and decrease in Na+ excretion. This research conclude that a aerobic physical activity
promote a significant decrease of Blood Pressure in SHR, and by the other side,
mechanisms contra-regulators increase the (Ccr) and decrease sodium excretion.
Key words: Hypertension, Natriuresis, Kidney, Exercise, Swimming.
Abstract xxxiii
1- INTRODUÇÃO
35
1.1- Hipertensão no ser humano
A Hipertensão Arterial (HA) afeta cerca de 50 milhões de norte americanos
(WOLZ et al., 2000), contribuindo para que as doenças cardiovasculares liderem os índices
nos Estados Unidos a mais de 80 anos. Estima-se que mais de 320 bilhões de dólares são
gastos anualmente (AMERICAN HEART ASSOCIATION, 1999)1 no diagnóstico,
prevenção e tratamento desta afecção. No Brasil, segundo dados do Ministério da Saúde de
1993, cerca de 12 milhões de indivíduos eram hipertensos. Além disso, 40% dos casos de
aposentadoria precoce e falta ao trabalho se deviam as conseqüências desta doença
(SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSÃO ARTERIAL, 1998). A Hipertensão é
definida pelo Fifth Report of the Joint National Committee (JNC-V) como pressão arterial
maior ou igual a 140/90 mmHg com ou sem o uso atual de medicação anti hipertensiva
(THOMPSON, 2004). A Organização Mundial da Saúde e a Sociedade Internacional de
Hipertensão, em seu relatório de 1993, passaram também a considerar a hipertensão arterial
valores acima de 140/90 mmHg, porém mantiveram o conceito de hipertensão limítrofe,
que corresponde à pressão sistólica entre 140 e 160 mmHg e diastólica entre
90 e 95 mmHg.
Estudos epidemiológicos indicam que a hipertensão arterial eleva a incidência
de acidentes cardiovasculares, insuficiência cardíaca e, em estágio final, a doença renal
(HE et al., 1999a). Por outro lado, observações clínicas demonstram que a queda da pressão
arterial reduz a incidência de morte e doença cardiovascular (HE et al., 1999b).
Esses estudos também indicam que a diminuição de 2 mmHg na pressão diastólica reduz
substancialmente o risco de doenças associadas com a hipertensão (COOK et al., 1995).
Em hipertensos, a capacidade de exercício é reduzida em 30% em relação aos
normotensos de mesma idade (LIM et al., 1996). Inatividade física é um dos maiores
fatores de risco para doenças cardiovasculares. Indivíduos inativos têm 30% a 50% a mais
de risco de desenvolverem hipertensão arterial (WHELTON et al., 2002). Observações
clínicas têm demonstrado que a atividade física reduz a pressão arterial em hipertensos e
1WHELTON, S.P.; CHIN, A.; XIN, X.; HE, J. Effect of Aerobic Exercice on Blood Pressure:
A Meta Analysis of Randomized, Controlled Trials. Annals of Internal Medicine 2002; 136:493-503.
Introdução 37
normotensos, independente da perda de peso (ARROLL et al., 1992; FAGARD, 1993;
KELLEY, 1995; KELLEY, 1999) e também segundo WHELTON et al. (2002),
em estudo de meta análise, demonstrou que os exercícios aeróbicos reduzem
significativamente a pressão arterial em ambos indivíduos, hipertensos e normotensos.
Assim, tem sido demonstrado que o aumento na atividade física aeróbica é um importante
componente de mudança do estilo de vida na prevenção e durante o tratamento da
hipertensão arterial sistêmica.
Considerando os hábitos diários e de oficio da sociedade moderna,
pode-se observar em estudos de MORRIS et al. (1953), que a mortalidade por doenças
coronárias em motoristas de ônibus sedentários, foi maior do que os motoristas de ônibus
duplos, e em trabalhadores do correio sedentários, comparados com carteiros ativos que
andavam a pé por seus itinerários, a taxa de mortalidade por doença coronariana no
primeiro grupo, também foram duas vezes maior. Tendo como base estes estudos,
POOLE (1984), conclui que, a menor atividade física, esta associada a um significante
aumento futuro da incidência de doença coronariana, e que o nível de exigência física
exercida no trabalho também proporciona efeitos benéficos semelhantes ao de uma
atividade física programada.
O tratamento da hipertensão arterial compreende dois aspectos,
que infelizmente poucas vezes são usados em conjunto: (1) Tratamento farmacológico,
que implica na utilização continuada de drogas efetivas, que por sua vez, possuem
diferentes efeitos colaterais; (2) Tratamento não farmacológico que implica na mudança
dos hábitos de vida, como suspensão do tabagismo, redução da ingestão de sal e álcool,
redução de peso e principalmente o aumento da atividade física.
1.2- Hipertensão arterial: aspectos fisiopatológicos
Clinicamente a hipertensão divide-se em 2 categorias: primária e secundária.
A hipertensão secundária deve ser tratada adequadamente por meio de intervenções clínicas
ou cirúrgicas, dependendo da etiologia. A causa mais comum de hipertensão secundária é a
doença renovascular. Causas adicionais são feocromocitoma, aldosteronismo primário,
Introdução 38
anticoncepcionais orais, coarctação da aorta e síndrome de apnéia do sono.
Apenas 5% dos pacientes hipertensos sustentados tem uma causa secundária para a
hipertensão, e o restante apresenta hipertensão primária. As causas da hipertensão primária
são multifatoriais, mas o denominador comum desta doença relaciona aspectos ambientais e
genéticos. Essa conclusão é sustentada pela observação clínica comum de agrupamento de
hipertensão em certas famílias. (THOMPSON, 2004). Denomina-se hipertensão arterial
primária aquela na qual, após a investigação clínica e laboratorial cuidadosa, excluíram-se
todas as possíveis causas de hipertensão secundária. Dentre os fatores envolvidos
destacam-se, a existência de antecedentes familiares de hipertensão, idade superior a
40 anos, sexo (REBBECK et al., 1996), grupo étnico (CAULFIELD et al., 1996),
e a presença de outros fatores de risco individuais como a obesidade
(KUCZMARSKI et al., 1994), sedentarismo (KOKKINOS et al., 1995), uso excessivo de
sal (CAMPESE et al., 1996) e bebidas alcoólicas (WANNAMETHEE et al., 1996).
A manutenção de níveis pressóricos elevados, faz com que órgãos e tecidos
trabalhem em regime de sobrecarga pressórica, o que provoca alterações estruturais e
funcionais, que causam lesão em diversos órgãos alvo (SOCIEDADE BRASILEIRA DE
HIPERTENÇÃO ARTERIAL, 1998 e THE JOINT NATIONAL COMMITTEE, 1998).
Os principais órgãos afetados são: cérebro, coração, rim e retinas.
Dentre estes órgãos o rim é um dos mais afetados. Neste, a hipertensão arterial
produz glomeruloesclerose e lesão túbulo intersticial como complicação direta da
hipertensão arterial (SLEIGHT et al., 1982). Este comprometimento renal é progressivo,
podendo levar a insuficiência renal crônica. Basicamente os aspectos histopatológicos são
caracterizados por esclerose com hialinização glomerular e atrofia dos túbulos,
e em conseqüência perda de proteína urinária. Uma segunda complicação renal, rara,
mas conseqüente à hipertensão acelerada e maligna é a arterioesclerose hiperplasica com
endarterite, e destruição rápida do rim (LUNA et al., 1990).
No coração, a hipertensão arterial é uma das principais causas de cardiopatia
hipertrófica (SRIKANTHAN et al., 1997). Essa hipertrofia caracteriza-se por ser
concêntrica reduzindo a cavidade interna do ventrículo esquerdo, situação esta que diminui
a perfusão miocárdica em relação à massa e, reduzindo a carga de trabalho,
Introdução 39
a força de contração e o enchimento diastólico ventricular. Nesta condição, foi verificada
elevada incidência de mortes súbitas causadas por isquemia coronariana e cardiomegalia
com corações pesando mais de 400g e 350g respectivamente em homens e mulheres.
(KULLER et al., 1973)
1.3- Ingestão de sódio e hipertensão arterial
Os animais SHR são considerados modelos adequados para hipertensão
primária ou essencial conforme definido anteriormente, aspectos fisiopatológicos mais
proeminentes caracteriza-se por um balanço corporal anormal de sódio. Cerca de um terço
dos indivíduos hipertensos apresentam alterações semelhantes na manipulação renal devido
a ingesta excessiva de sódio (MCARDLE et al., 2001). É estimado que aproximadamente
30% a 50% dos hipertensos são sensíveis ao NaCl, e uma porcentagem menor de pessoas
não hipertensas também sejam sensíveis ao NaCl, portanto a pressão arterial aumentará se
ingerirem na sua dieta, mais NaCl, e poderão reduzir sua pressão arterial se passarem a
ingerir menos NaCl (WEINBERGER et al., 1986 e SULLIVAN et al., 1988).
O sódio encontrado nos alimentos “in natura” é suficiente para atender a
demanda diária do organismo. Nos Estados Unidos a ingestão de sódio ultrapassa
regularmente as necessidades diárias recomendadas para adultos, (1.100 a 3.000 mg)
o que corresponde à quantidade de sódio contida em 0,5 a 1,5 colher de chá de sal de
cozinha (o sódio representa cerca de 40% da molécula de NaCl). A dieta ocidental típica
contém aproximadamente 4.500 mg de sódio (8 a 12 gramas de sal, NaCl) por dia o que
representa um acréscimo diário de 10 vezes a quantidade recomendada (MCARDLE et al.,
2001). Em populações de países ocidentais, a pressão arterial sistólica tem a tendência a se
elevar com o envelhecimento (OLIVER et al., 1975). A alta ingestão de NaCl pode causar
sérias conseqüências deletérias ao sistema cardiovascular, além da elevação pressórica tais
como acidente vascular cerebral, hipertrofia ventricular esquerda, doença renal vascular e
lesão glomerular (MCGREGOR, 1997).
O balanço positivo de sódio causa um excesso de sódio corporal total e
consequentemente aumento do volume extracelular que pode ser responsável pela elevação
da pressão arterial por estimular um ou mais dos seguintes mecanismos:
Introdução 40
(1) aumento da atividade do sistema nervoso simpático; (2) aumento da reatividade
(resposta) arteriolar às diferentes substâncias vasoconstritoras; ou (3) aumentar o débito
cardíaco. Embora não exista um limiar, recomenda-se que a dieta de indivíduos
predispostos à hipertensão arterial não ultrapasse 6 gramas de cloreto de sódio (NaCl)
ao dia (STALMER, 1997 e THE SIXTH REPORT OF THE JOINT NATIONAL
COMMITEE, 1997).
Durante décadas, a primeira linha de defesa contra a aceleração da pressão
arterial foi a redução do sódio excessivo encontrado na dieta. Ao reduzir a ingestão de
sódio consegue-se significativa atenuação da pressão arterial através de redução do volume
plasmático (MCARDLE et al., 2001). Entretanto, existe variação individual considerável
entre hipertensos no que se refere a resposta hipertensora à ingestão de dietas com reduzida
carga NaCl (KOTCHEN et al., 1998). A restrição de sódio não reduz a pressão arterial em
pessoas com níveis tencionais normais, e afeta aproximadamente, apenas 30% das pessoas
com pressão arterial alta (GRAUDAL et al., 1998). Atualmente sabe-se que a hipertensão
primária é multifatorial e tem como agravante o sedentarismo e a alimentação
desequilibrada. SUTER et al. (2002), apontam no desequilíbrio alimentar a alta ingestão de
sódio, uma grande razão na taxa Sódio – Potássio, o consumo de álcool e a elevada ingestão
calórica incluindo a alta ingestão protéica. Essas alterações são associadas, inversamente,
ao menor conteúdo de cálcio, magnésio e potássio nas dietas. SACKS et al. (1995),
demonstraram que a redução na pressão arterial em alguns indivíduos, até mesmo igual à
terapia farmacológica, é obtida após a suplementação dietética com esses minerais.
1.4- O exercício físico
O relatório apresentado em 1998 pelo Centro de Prevenção e Controle de
Doenças do EUA afirmava que: “A inatividade física é uma das principais causas
subjacentes de mortalidade prematura nos Estados Unidos”. Essa asserção confirma que a
vida sedentária causa cerca de um terço das mortes por doença cardíaca coronariana,
câncer do cólon, e diabetes tipo 2.
WILMORE at al. (2001) relatam observações de um relatório publicado em
1996 sobre a atividade física e saúde, que resumidamente descreve:
Introdução 41
1- Pessoas de qualquer idade e de qualquer sexo se beneficiam com a atividade física;
2- Benefícios significativos a saúde podem ser obtidos com a atividade física moderada,
baseada na freqüência semanal, duração e intensidade;
3- A atividade física e a melhora da qualidade de vida reduz o risco de morte prematura,
em geral, bem como de doença coronariana, hipertensão, câncer de colón e diabetes
mellitus. Também tem sido relacionada melhora da saúde mental e osteoarticular;
4- Mais de 60% dos americanos adultos não se encontram ativos fisicamente de modo
regular. De fato, 25% de todos os adultos são completamente inativos;
5- Aproximadamente metade dos jovens, entre 12 a 21 anos de idade,
não são vigorosamente ativos de forma regular, e a atividade física diminuiu
consideravelmente durante a adolescência;
6- A participação diária das aulas de Educação Física diminuiu, entre os estudantes
secundaristas, de 42% em 1991 para 25% em 1995.
Portanto, levando-se em consideração os benefícios de um tratamento não
farmacológico para a hipertensão arterial, existem muitos estudos que indicam mudanças
fisiológicas do organismo, principalmente neuro-humorais, porém pouco se conhece a
respeito de modificações da função renal.
A perda de líquidos através do suor durante o exercício vigoroso desencadeia
liberação rápida e coordenada dos hormônios vasopressina, renina e aldosterona que
reduzem a perda de sódio e de água através dos rins (MONTAIN et al., 1997).
Esta conservação do sódio ocorre até mesmo em condições extremas, tais como na
maratona em clima quente e úmido quando a sudorese alcança com freqüência fluxo de
2 litros por hora, com a excreção de sódio entre 20 a 100 mEq/l. Cada quilograma (1 litro)
de suor em geral contém cerca de 1,5 gramas de sal (MCARDLE et al., 2001).
Os suplementos salinos podem ser necessários durante o exercício prolongado em clima
quente quando a perda de líquidos ultrapassa 4 ou 5 Kg. Isso é obtido ingerindo solução
salina a 0,1 a 0,2%. (acrescentando 0,3 colher de chá de sal de cozinha por litro de água)
Introdução 42
(MCARDLE et al., 2001). Uma ligeira deficiência no aporte de potássio pode ocorrer
durante exercício intenso sob o estresse térmico, porém uma dieta que contenha
quantidades normais deste mineral em geral garante níveis corporais adequados de potássio
(COSTILL et al., 1982). Portanto nestas condições, as variáveis da concentração na urina e
no suor devido a auto-regulação orgânica para preservar a homeostase osmótica e
eletrolítica, dificulta o estabelecimento de padrões de balanço hidroeletrolíticos no
organismo ativo a longo prazo.
Durante a atividade física, a ingestão hipotônica de água promove o surgimento
da hiponatremia, envolvendo a perda acentuada de sódio através da transpiração
prolongada, associada a diluição do sódio no meio extracelular.
1.5- Pressão arterial e atividade física controlada
FORJAZ et al. (1998), sugerem que o treinamento físico crônico de baixa
intensidade (30% a mais de consumo de oxigênio) possui pequeno efeito direto sobre a
pressão arterial em indivíduos normotensos. KINGWELL et al. (1993) também constataram
a mesma resposta promovendo elevação de 70% do consumo de oxigênio. Por outro lado,
FORJAZ et al. (2000), verificaram que a atividade física aguda (50% do VO2 Máx) em
normotensos promoveu queda pressórica significativa.
Em pacientes hipertensos os resultados são mais consistentes como verificado
por WALLACE (2003), mostrando que exercícios de alta intensidade (>75% VO2 Máx)
podem não ser tão efetivo na queda pressórica como o exercício de baixa intensidade
(<70% VO2 Máx) e, que a freqüência de exercícios 3 vezes por semana deve ser
considerada o mínimo necessário para a redução da pressão (quanto maior a freqüência
semanal maior tendência a resultados melhores). NELSON et al. (1986), verificaram que
pacientes hipertensos em exercício regular de intensidade moderada (70%) reduziram a
pressão arterial de forma significativa. HAGBERG et al. (1989) avaliaram a ação de
exercícios de baixa intensidade (53%) e moderado (73%) do consumo de oxigênio na
resposta pressórica de indivíduos entre 60 a 69 anos, verificando que exercícios de baixa
Introdução 43
intensidade causam redução pressórica maior comparado a intensidade moderada.
ISHIKAWA et al. (1999) demonstraram que hipertensos sedentários, homens e mulheres,
de 30 a 69 anos, tiveram redução pressórica significativa, sendo que os indivíduos mais
velhos apresentaram queda menor comparados aos mais novos.
Portanto, tem sido efetivamente demonstrado que o treinamento físico aeróbio
pode reduzir a pressão arterial sistólica e diastólica em cerca de 10 mmHg em indivíduos
com hipertensão arterial (NELSON et al., 1986 e WHELTON et al., 2002).
1.6- Repercussão cardíaca do treinamento físico
Com o treinamento físico é possível serem avaliadas e constatadas alterações
morfológicas no coração de atletas. O atleta que necessita de alta capacidade de transporte
de oxigênio se caracteriza por apresentar grande volume-contração, baixa freqüência
cardíaca e parede ventricular hipertrofiada (THOMPSON, 2004). MORGANROTH et al.
(1991) avaliaram o ventrículo esquerdo em 56 atletas verificaram que a massa e o volume
diastólico final do ventrículo esquerdo aumentavam em atletas isotônicos, quais sejam,
que realizam trabalho com demanda crônica de consumo de O2 comparados a atletas
isométricos, os quais tinham maior massa ventricular esquerda, mas volume diastólico final
normal.
O coração responde ao treinamento como um músculo esquelético, sendo capaz
de se hipertrofiar e reverter esta hipertrofia com a redução da atividade física
(EHSANI et al., 1978). Este estudo avaliou a dimensão cardíaca em resposta ao
treinamento e redução do treinamento em nadadores de competição por 12 semanas.
Para assegurar que o fluxo sanguíneo na circulação sistêmica não sofra
alterações abruptas, devido à variação pressórica, é necessário que a pressão arterial média
seja regulada e mantida dentro de valores adequados. Isso é conseguido por meio de um
complexo mecanismo que envolve os sistemas neural e hormonal, tendo o rim como um
dos efetores principais.
Introdução 44
1.7- Implicações dos pressoreceptores arteriais
Os baroreceptores ou pressoreceptores são receptores neurais especiais situados
nas paredes da aorta e da artéria carótida interna, sensíveis a distensão e contração das
paredes arteriais. Estes auxiliam no controle da pressão arterial em curto prazo, gerando
reflexos que são enviados para o tronco cerebral, que por sua vez, eferem através do
sistema nervoso autônomo promovendo bradicardia, diminuição do inotropismo e vaso
dilatação das arteríolas e das grandes veias.
LA ROVERE et al. (1992) verificaram que após um programa de treinamento
físico em 70 pacientes com insuficiência cardíaca crônica obtiveram uma elevação de
30% na sensibilidade do baroreflexo. Este aumento na sensibilidade baroreflexa foi
correlacionado a redução da atividade simpática e da freqüência cardíaca nestes pacientes.
Resultados semelhantes foram verificados por GILLEN et al. (1994),
demonstraram que a modificação baroreceptora após exercício físico, per se, pode atenuar a
atividade neural reduzindo a expansão do volume sanguíneo.
1.8- Liberação de óxido nítrico e atividade física
O controle hormonal da homeostase circulatória envolve vários sistemas dentre
os quais, o Sistema Renina Angiotensina Aldosterona (SRAA) e o sistema nitrérgico.
A secreção de Óxido Nítrico (NO) induzida pela atividade física provoca
redução da resistência vascular periférica, diminuição do débito cardíaco, da freqüência
cardíaca de repouso, e redução do volume sistólico efetivo através da diminuição do
volume sanguíneo.
MELO et al. (2003), demonstraram a adaptação vascular dos músculos
esqueléticos ao treinamento físico, aumentando a vascularização muscular e a vasodilatação
funcional. JOANNIDES et al. (1995), demonstraram que o óxido nítrico (NO) é um
importante fator de auto-regulação do fluxo sanguíneo tecidual, funcionando como uma
importante molécula sinalizadora capaz de se propagar rapidamente através das membranas
celulares subjacentes para as células musculares dentro da parede arterial.
Introdução 45
KIMURA et al. (2003), enfatizaram a participação do exercício
proporcionalmente a sua intensidade na liberação de óxido nítrico e na queda pressórica
induzida por este.
O óxido nítrico contribui para a vasodilatação cutânea ativa durante o estresse
induzido pelo aumento de temperatura corporal (KELLOG et al., 1998). Desta forma os
receptores da parede vascular para o óxido nítrico, contribuem para a regulação da pressão
arterial e fluxo sanguíneo tecidual em resposta a estimulação cardiovascular central durante
diferentes situações de estresse e exercício físico programado (MCARDLE, 2001).
1.9- Função renal e atividade física
O controle renal é responsável pelo controle hemodinâmico em longo prazo,
e sobre a ação de mecanismos regulatórios intrínsecos neurais e hormonais.
Tem sido demonstrado que o exercício induz profundas mudanças na
hemodinâmica renal e na excreção de proteínas e eletrólitos (POORTMANS, 1984 e
NEUMAYR, 2003). Durante o exercício físico o fluxo plasmático renal é reduzido de
acordo com a intensidade do exercício, e pode ter uma queda de até 25% sob exercício
vigoroso. A combinação da atividade nervosa simpática e a liberação de catecolaminas
estão envolvidas nesse processo. Tem sido também demonstrado aumento da aldosterona
com retenção de sódio devida a maior reabsorção pelos túbulos coletores
(POORTMANS, 1984). Porém, são escassas as informações sobre os mecanismos e
modificação funcionais renais envolvidos no exercício físico programado durante um longo
período, tanto em organismos hipertensos quanto normotensos.
URATA et al. (1987), não observaram redução significativa na excreção
urinária de sódio, porém demonstraram queda no volume plasmático de indivíduos
hipertensos após um período de treinamento físico. KOHNO et al. (1997),
observaram redução tanto na fração de filtração quanto na fração de excreção de sódio em
indivíduos hipertensos submetidos à atividade física durante 3 semanas.
Introdução 46
Estudos constataram diminuição da atividade nervosa simpática periférica após
um período de treinamento físico, esses efeitos foram verificados indiretamente pela
redução dos níveis plasmáticos da norepinefrina (URATA, 1987 e MEREDITH, 1991) ou
diretamente pela atividade nervosa simpática renal reduzida. SAKAI et al. (1998),
observaram que o exercício promoveu aumento na liberação renal de dopamina e ativação
do sistema calicreina-cinina resultando em natriurese e queda da pressão arterial em
4 semanas de exercício moderado. MAEDA et al. (2000), confirmaram os resultados acima
e acrescentaram que o exercício eleva a produção da dopamina pela ativação de AADC
(aromatic-L-amino-acid-decarboxylase) o qual estimula o sistema calicreina-cinina.
DUNCAN et al. (1985) e TIPTON et al. (1991), demonstraram que a
diminuição da pressão arterial com o treinamento físico é maior nos indivíduos com
maiores níveis de norepinefrina plasmática, acreditando-se que o treinamento físico possa
diminuir a atividade simpática e reduzir estes níveis de catecolaminas.
KIONAGA et al. (1985) e ARAKAWA (1993), sugerem a possibilidade do
aumento dos níveis plasmáticos de prostaglandina E ou diminuição de insulina como
possíveis responsáveis pela redução da liberação de norepinefrina pelo nervo simpático
após um período de treinamento físico. KOHNO et al. (1997) observaram que pacientes
hipertensos com alta resistência vascular renal e renina plasmática ativa, apresentaram com
o treinamento queda da pressão arterial em paralelo a redução da atividade da renina
plasmática e do tônus simpático.
KIYONAGA et al. (1985), DUBBERT et al. (1994) e KOHNO et al. (1997),
observaram diminuição na concentração de catecolaminas plasmáticas (adrenalina,
noradrenalina e dopamina) em indivíduos hipertensos.
DUBBERT et al. (1994) mostraram redução na renina plasmática em homens
hipertensos após o treinamento físico. URATA et al. (1987) relataram diminuição
proporcional na pressão arterial sistólica de 21 mmHg em hipertensos com baixos níveis de
renina plasmática e de 9 mmHg em hipertensos com altos níveis de renina. Por outro lado,
KYONAGA et al. (1985), não observaram modificações das concentrações plasmáticas de
renina, angiotensina e aldosterona após um período de treinamento físico.
Introdução 47
Estudo feito em eqüinos normotensos e não treinados (MCKEEVER et al.,
1991) submetidas ao exercício a 60% da freqüência cardíaca máxima, demonstrou que o
exercício aumentou significativamente a osmolaridade plasmática, o fluxo urinário e a
excreção urinária de Na+ e K+. Nestes animais houve aumento do peptídeo natriurético
atrial durante o exercício de aproximadamente 264%, associada a elevação da atividade da
renina e da concentração da aldosterona plasmática. Paralelamente observou-se elevação na
concentração de vasopressina após o exercício. Portanto o exercício submáximo em
eqüinos induz um aumento no fluxo urinário e na excreção de sódio possivelmente devido
ao aumento da concentração plasmática do peptídeo natriurético atrial.
Os resultados acima mostram o quanto são controversos e pouco claros os
estudos relativos a função renal durante o exercício físico programado e em longo prazo.
O presente trabalho em modelo experimental de hipertensão arterial primária buscará
esclarecer algumas destas controvérsias.
1.10- Exercício físico em ratos espontaneamente hipertensos (SHR)
O estudo fisiopatológico de hipertensão arterial humana sofreu grande impacto
com o desenvolvimento de modelos experimentais de hipertensão espontânea,
entre os quais a linhagem hipertensiva de ratos (SHR), sendo o único modelo que
desenvolve não só a hipertensão, mas também doenças cardiovasculares relacionadas a esta
tais como, infarto do miocárdio, nefroesclerose e acidente vascular cerebral sem qualquer
acréscimo de sal à dieta. A linhagem SHR é um excelente modelo para estudo da
hipertensão essencial por guardar similaridade com humanos hipertensos na manipulação
renal de sódio e água; e ambos necessitam de grande pressão arterial para manter a função
renal normal (BEIERWALTES et al., 1978; GUYTON et al., 1974). As características
hemodinâmicas comumente notadas em SHR e humanos com hipertensão essencial
estabelecida são aumento da resistência vascular periférica e da freqüência cardíaca
(KAWASAKI et al., 1978).
Os benefícios do exercício físico sobre a atenuação da pressão arterial em SHR
incluem pontos importantes, sendo mais evidentes nos exercícios físicos de baixa
intensidade comparados à alta intensidade. KRIEGER et al. (1999) e
Introdução 48
OVERTON et al. (1988), verificaram redução significativa da pressão arterial em ratos
hipertensos submetidos à sessão de exercícios agudos (70% do consumo de oxigênio).
MELO et al. (2003), também constataram queda da pressão arterial associada a atenuação
da freqüência cardíaca quando estes animais foram submetidos a exercícios crônicos
(50% e 70% do consumo de oxigênio) após 13 semanas de exercício. BRUM et al. (2000),
verificaram que o treinamento de ratos normotensos e SHR em esteira promoveu elevação
na sensibilidade baroreflexa aórtica, proporcionando maior eficiência na regulação da
pressão arterial.
A queda da pressão arterial observada está relacionada a vários fatores tais
como a significativa atenuação da atividade simpática e ao aumento da atividade
parassimpática. (CLAUSEN, 1969). Além disso observa-se aumento do leito capilar
tecidual seja em animais normotensos ou hipertensos (MELO et al., 2003).
O treinamento de roedores em exercícios na água tem sido uma pratica
difundida experimentalmente no estudo da implicação do exercício físico na hemodinâmica
corporal. Assim VOGT et al. (1986), realizaram um estudo com controle da temperatura do
meio líquido verificando que os ratos SHR apresentaram melhor resposta quando
submetidos a exercícios em meio isotérmico em relação a temperatura corporal (36ºC).
Assim, mesmo em modelos experimentais de hipertensão arterial, há escassez
de estudos sobre a implicação do exercício físico no controle pressórico, o que justifica a
implementação de novos trabalhos que tragam subsídios ao entendimento de suas
implicações em aspectos fisiopatológicos desta grave afecção humana.
Introdução 49
2- OBJETIVOS
51
Embora as modificações da pressão arterial sistêmica relacionadas à atividade
física tenham sido muito estudadas, investigações correlacionando o exercício à
modificação da função renal são escassas. Na tentativa de elucidar os mecanismos
funcionais de órgãos e tecidos expostos a atividade física já foram propostos vários
modelos experimentais em humanos e animais. Estes avaliaram diversos parâmetros como,
atividades esportivas de intensidades variadas em ambientes diferentes em meio líquido ou
terrestre, ausência de gravidade e condições climáticas de umidade relativa e temperatura
ambiental variadas.
O presente estudo tem como objetivo avaliar o efeito da atividade física aeróbia
(natação) no meio líquido com sobrecarga relativa a massa corporal, em SHR
(Spontaneously Hypertensive Rats - SHR) e WKy (Wistar Kyoto) sobre a pressão arterial,
a filtração glomerular e a manipulação tubular renal de sódio.
Objetivos 53
3- MATERIAL E MÉTODOS
55
3.1- Os animais
Foram utilizados ratos machos com 4 semanas de vida normotensos Wistar
Kyoto (WKy, n= 10; massa corporal de 127,3 ± 6,4 g) e ratos espontaneamente hipertensos
(SHR, n= 10; massa corporal 61,9 ± 8,1 g). Os animais foram fornecidos pelo Centro de
Bioterismo da Unicamp (CEMIB), Campinas - SP. Durante as 14 semanas de
experimentação os ratos foram subdivididos em controle e experimentais para cada
linhagem, mantidos em grupos de cinco animais, em caixas específicas, com livre acesso à
dieta sólida e água.
Os ratos SHR foram utilizados por melhor representar em um modelo adequado
de hipertensão arterial primária que desenvolve paulatinamente entre 4 e 12 semanas de
vida pós natal (SLEIGHT et al., 1982).
Os ratos WKy são caracterizados como controle adequado para este modelo
hipertensivo, já que a linhagem SHR é descendente da linhagem WKy.
Os grupos experimentais foram aleatoriamente divididos em:
WKyc - WKy controle 5 animais numerados 1 a 5
WKye - WKy exercício 5 animais numerados de 6 a 10
SHRc - SHR controle 5 animais numerados de 11 a 15
SHRe - SHR exercício 5 animais numerados de 16 a 20
Após 8 semanas de experimentação, os grupos submetidos a atividade física
foram modificados, mantendo a mesma numeração, e seguidos à partir de então até a
14° semana de experimentação com os grupos:
WKyc - 1 a 5 passaram a fazer exercício
WKye - 6 a 10 passaram a ser sedentários
SHRc - 11 a 15 passaram a fazer exercício
SHRe - 16 a 20 passaram a ser sedentários
Materiais e Métodos
57
Como mostra a ilustração abaixo, os animais foram identificados através de marcação
numérica na cauda.
Foto 1- Local onde os ratos ficam entre os períodos experimentais, separados em caixas
iguais de acordo com os grupos, com ração e água.
Foto 2- A caixa do grupo WKy Exercício, ratos 6 a 10
Materiais e Métodos
58
Foto 3- Ratos quando pequenos, dentro da caixa, com a marcação dos números na cauda.
3.2- Desenho experimental - desenvolvimento piloto
Os animais SHR e WKy nas diferentes idades foram inicialmente submetidos à
atividade física com e sem sobrecarga, para se estabelecer o condicionamento físico,
o tempo diário de treinamento e carga adequada a ser imposta aos animais.
Foi observado que após um período de treinamento de 1 semana, os ratos conseguiam nadar
1 hora sem sobrecarga. Não foi observado neste período nenhuma diferença entre
capacidade física de SHR e WKy. As observações iniciais demonstraram que o melhor tipo
de trabalho físico a ser executado com os animais seria o de resistência muscular,
que segundo PLATONOV (2004) corresponde à capacidade de se manter elevados níveis
de força durante o maior tempo possível, vencendo a fadiga, e de realizar um grande
número de movimentos repetitivos, ou aplicação prolongada de força contra uma
resistência externa.
Após o período de 1 semana, os animais independentemente da linhagem,
conseguiram manter a atividade física por 1 hora, mesmo submetidos à sobrecarga de
1% do peso corporal. Com a elevação de sobrecarga para 2% do peso corporal, a maioria
dos animais já não mantinham a mesma performance, sendo necessária redução do peso
adicional aplicado.
Materiais e Métodos
59
Observações preliminares sugerem que os princípios teóricos de treinamento,
agora aplicados à modelos animais de experimentação também são válidos:
a) Princípio da especificidade. As mudanças morfológicas e funcionais, durante o
treinamento físico, acontecem somente nos órgãos, células e estruturas intracelulares de
maneira específica ao exercício.
b) Princípio da reversibilidade. As adaptações do treinamento declinarão gradualmente se
os sistemas ou órgãos adaptados não forem suficientemente estimulados de forma
regular.
c) Princípio da sobrecarga. As mudanças funcionais do corpo somente ocorrem quando o
estimulo é suficiente para causar uma ativação considerável de energia.
d) Princípio da individualidade biológica. As respostas que os indivíduos tem sobre um
mesmo treinamento podem ser diferentes, devidos a fatores genéticos ou nível inicial de
aptidão.
PLATONOV (2004) descreve que com um treinamento organizado,
observa-se efeito significativo tanto nos diferentes tipos de força como no aumento da
massa muscular, nas suas formas e nas estruturas corporais.
Foram feitas tentativas adicionais de elevação da carga para 4,5% e 6% do peso
corporal, os animais não suportaram mais de 8 minutos para a primeira carga e menos de
1 minuto para a segunda carga de exercício continuado. Estabelecendo-se desta forma o
princípio de força máxima descrito por HOLLMAN et al. (1983) e ZATSIORSKY (1999).
Nossas observações preliminares definiram que a sobrecarga para uma
atividade de longa duração (1 hora), e de média intensidade, deve ser antecedida por um
período de adaptação ao meio líquido sem sobrecarga conforme os princípios de
treinamento e adaptação à atividade, descrito por PLATONOV (2001) e
ZATSIORKY (1999) seguido por aumento gradual da carga de trabalho de acordo com o
peso corporal.
Materiais e Métodos
60
3.3- Cronograma semanal dos experimentos
2ª Feira:
Manhã: 9:00 h- Pesagem e Exercício SHR e WKy
3ª Feira:
Manhã: 9:00 h- Aferição de Pressão Arterial SHR
Tarde: 15:00 h- Pesagem e Exercício SHR e WKy
Tarde: 17:00 h- Gavagem de LiCl nos SHR
4ª Feira:
Manhã: 7:00 h- Clearance SHR
Tarde: 15:00 h- Pesagem e exercício SHR e WKy
5ª Feira:
Manhã: 9:00 h- Aferição da Pressão Arterial WKy
Tarde: 15:00 h- Pesagem e Exercício SHR e WKy
Tarde: 17:00 h- Gavagem LiCl nos WKy
6ª Feira:
Manhã: 7:00 h- Clearance WKy
Tarde: 15:00 h- Pesagem e Exercício
3.4- O exercício no meio líquido e a temperatura deste meio
A opção da atividade física no meio liquido foi definida face aos recursos
disponíveis no laboratório e à padronização da técnica em trabalhos previamente
publicados (VOGT et al., 1986; MAEDA et al., 2000; EVANGELISTA et al., 2003 e
OLIVEIRA et al., 2004).
Materiais e Métodos
61
Tem sido demonstrado que a imersão na água por um tempo prolongado induz
mudanças na função renal tais como elevação na diurese, natriurese e caliurese
(EPSTEIN et al., 1978). Essas mudanças podem ser atribuídas a redistribuição da
circulação e à elevação do volume sanguíneo central (MCARDLE et al., 2001).
Para DE NADEL et al. (1974), a temperatura ideal para a pratica de atividade
física em imersão, sem que haja estresse térmico é próxima de 28 e 30° Celsius para seres
humanos. Nesta temperatura a energia gerada sob forma de calor é transferida para água
evitando o resfriamento ou um super aquecimento excessivo. Segundo VOGT et al. (1986),
para ratos SHR em treinamento na água, os melhores resultados no que diz respeito a
adaptação cardiovascular foram obtidos com a água a 36°C.
3.5- Atividade física aeróbia
A finalidade maior do treinamento de resistência aeróbica é adquirir adaptação
orgânica máxima, em particular do sistema cárdio-respiratório. É um excelente estimulo à
formação muscular e de capacitação respiratória sendo a resistência aeróbica a base onde se
apoiarão todas as demais qualidades físicas (BARBANTI, 1997).
O exercício aeróbio segundo GUYTON (1988), é aquele que define a oxidação
completa dos nutrientes, nas mitocôndrias, para produção de energia pela conversão de
glicose, ácidos graxos e aminoácidos em ATP, CO2 e água.
Portanto para a finalidade do presente estudo a melhor atividade que representa
este modelo teórico corresponde a atividade física onde os animais são submetidos a um
trabalho de sustentação aquática (flutuação), com a sobrecarga inicial de seu peso corporal
de maneira que se mantenham nadando de forma lenta e continua. Gradativamente são
acrescidas cargas que induzam aos animais a atividade com movimentos mais rápidos
(aumento dos ciclos das patadas), disponibilizando mais força e potência, que finalmente
aumentam as exigências cardiovasculares para suprir os tecidos periféricos de substratos
para a atividade física aeróbica.
Materiais e Métodos
62
A quantificação de intensidade do exercício no presente estudo utilizou a
avaliação subjetiva do esforço feito pelos ratos, através do esforço percebido.
Para humanos, segundo WILMORE et al. (2001), a classificação do esforço percebido é
realizada através da escala de classificação do esforço percebido de BORG, com pontuação
que varia de 6 a 20.
No presente estudo, a escala de esforço percebido de BORG foi adaptado em
uma escala simplificada onde o observador-pesquisador verificou o comportamento do
animal durante o exercício conforme descrito abaixo.
Os ratos foram submetidos a atividade física aeróbia diária, (natação)
5 vezes por semana durante 1 hora e, conforme o condicionamento físico obtido,
foi acrescida carga com chumbada de pesca na cauda de cada animal relativa ao sua massa
corporal, seguindo o princípio de força relativa ao peso corporal. (HOLLMANN et al.,
1983 e ZATSIORKY, 1999).
A avaliação diária do comportamento dos ratos frente a carga imposta,
foi realizada por um mesmo observador durante toda a prática do exercício.
Foto 4- Balde de 60 Litros, com marcação dos níveis de profundidade para treinamento de
natação.
Materiais e Métodos
63
Foto 5- Ratos durante o treinamento dentro do balde, em um posicionamento normal onde
somente a cabeça esta para fora.
Foto 6- Ratos durante o treinamento, em um momento de disputa pelo espaço, grande parte
do corpo para fora
Esta avaliação diária levou em conta o princípio da evolução da carga imposta e
o tempo de exercício aplicado a cada animal. Avaliando-se os seguintes parâmetros:
1°- O comportamento e estresse do rato na água.
2°- Tempo de exercício; o qual foi cronometrado, em animais foram submetidos a atividade
sempre em dupla, iniciadas à intervalos de 5 minutos.
Materiais e Métodos
64
3°- Sobrecarga utilizada; relacionada a massa corporal precedente ao início dos exercícios.
4º- Estágios de exaustão:
a) Com a cabeça e orelhas para fora da água, indica um nado tranqüilo e com sobrecarga
adequada.
b) Com a cabeça e parte da orelhada para fora da água, indica um nado mais difícil com
sobrecarga mais pesada, indicando o primeiro estagio de exaustão.
c) Somente com o focinho para fora da água, indica um nado muito difícil com sobrecarga
pesada, indicando o segundo estágio de exaustão.
d) Afundar totalmente e impulsionar-se com as patas para retornar a superfície de forma
repetida após passar pelos dois outros estágios de exaustão, indica o terceiro estagio de
exaustão, sendo necessária a retirada da sobrecarga ou uma diminuição desta para que o
animal não se afogue.
Foto 7- Verificação da sobrecarga com chumbada de pesca, para ser envolvida com
esparadrapo.
Materiais e Métodos
65
Foto 8- Após a verificação e ajuste da sobrecarga aproximada, completa-se o restante com
o esparadrapo, o qual servirá de sobrecarga de ajuste e para fixar na cauda.
Para a confecção das cargas, foram utilizadas chumbadas de pesca de diversos
pesos aderidos às caudas dos animais com esparadrapo. Para a aferição da carga utilizada e
a aferição do peso dos ratos foi utilizada uma balança de precisão (AL 500 Denver
Instruments - USA).
A atividade física dos animais foi realizada em 5 baldes plásticos de 60 litros,
brancos preenchidos com água morna a 33 graus Celsius, cuja temperatura era aferida
periodicamente com o termômetro digital. O volume de água utilizado foi aquele que não
permitisse com que o rato apoiasse as patas traseiras e a cauda no fundo do balde.
Foto 9- Ratos nadando sem sobrecarga, em uma posição horizontal. Os pontos pretos são
fezes.
Materiais e Métodos
66
Foto 10- Local do laboratório com os baldes de exercício, termômetro digital, cronômetro e
planilha para marcação dos dados.
Foto 11- Torneira elétrica para aquecer a água diariamente.
Materiais e Métodos
67
Após o término da atividade física, os ratos foram retirados da água, enxutos, e
colocados por 10 a 15 minutos debaixo do foco (Lâmpada de 60 Watts) para auxiliar na
secagem dos pêlos retornando-os, em seguida, para as caixas com maravalhas seca e limpa.
3.6- Ração animal
Os animais foram alimentados com ração para roedores de laboratório - Purina
Labina, Agribrands do Brasil Ltda (Paulínia - SP). Produto destinado para a alimentação de
roedores de laboratório e Hamsters.
Constituído a cada 100 gramas por: Potássio 0,9 g; Sódio 0,2 g, proteína,
sais minerais e vitaminas, apresentado sob forma peletizada.
3.7- Aferição da pressão arterial caudal
Para a aferição da pressão arterial sistólica os ratos foram previamente
aquecidos a temperatura estável de 45° Celsius.
Foto 12- Caixa de madeira com uma lâmpada para aquecer os ratos antes de serem
colocados no contentor.
Materiais e Métodos
68
Foto 13- Caixa de madeira fechada para manter a temperatura e os ratos presos.
A temperatura era aferida com um termômetro de mercúrio introduzido por um
pequeno furo na madeira.
Após o aquecimento, o animal foi colocado no contentor, sobre uma superfície
aquecida a 30° Celsius, (Rat Temperature Control Unit - Narco Bio Systems - Austin,
Texas, USA). Em seguida são fixados a porção proximal da cauda, um manguito e um
transdutor (Transdutor KSM Microphone Assy - International Biomedical Inc. - Austin,
Texas, USA) que capta pulsação arterial.
A Pressão Arterial Caudal (PAC) foi então medida por pletismografia de cauda
(Programmed Eletro-Sphygmomanometer, Pe-300, Narco Bio-systems, USA) utilizando a
técnica de LOVENBERG (1987) combinando um transdutor/ amplificador o qual capta os
sinais emitidos pela pulsação arterial proporcional a da pressão arterial caudal, e tais sons
são captados pelo transdutor de KOROTKOFF, e amplificados por um amplificador com
saída para um fone de ouvido (Sony CD 10) e relacionados a pressão de mercúrio
estabelecido em uma coluna.
Materiais e Métodos
69
Foto 14- Rato no contentor, pano para não permitir visão exterior, manguito e transdutor
para captação do som.
Foto 15- Rato no contentor, ao fundo a coluna de mercúrio para verificação da pressão
arterial.
Materiais e Métodos
70
Foto 16- Aparelhagem para amplificação do som auscultado por um fone de ouvido
conectado no transdutor. A esquerda o aparelho que mantém aquecida a chapa de
aço do contentor, para manter o rato e a cauda aquecidos.
3.8- Testes funcionais renais - clearances de creatinina e lítio
To Clear: Limpar ou depurar, os líquidos corporais. Sempre que uma parte do
plasma é filtrado pela membrana glomerular de permeabilidade seletiva, este passa para os
túbulos onde é reabsorvido ou acrescido de substância secretadas. Nesse processo o plasma
inicial foi depurado ou limpo. Para isso usa-se como marcadores substâncias que sejam
depurada na mesma velocidade da formação do filtrado glomerular, no presente estudo a
Creatinina. Para a execução dos testes funcionais renais, são coletados urina e sangue,
sendo o volume de urina estabelecido em minutos. Das amostras coletadas são dosadas a
concentração das substancias presentes no sangue e na urina (GUYTON, 1988).
Os experimentos foram realizados semanalmente, durante 14 semanas
consecutivas, sempre nos mesmos dias da semana. Eram iniciados ás 7 horas da manhã
sendo um dia para cada linhagem perfazendo assim um intervalo de 7 dias entre cada
clearance. Quatorze horas antes dos experimentos, os animais receberam Cloreto de Lítio a
0,06 M/ml/100g administrado por gavagem. Em seguida os animais foram colocados nas
suas respectivas caixas em jejum para ração sólida e sem restrição a movimentos e livre
acesso à água.
Materiais e Métodos
71
Foto 17- Gavagem, administração via oral de Cloreto de Lítio e água antes da coleta do
clearance
No dia seguinte, às 7 horas da manhã, para a obtenção de um fluxo urinário
regular e estável, os animais eram submetidos uma sobrecarga hídrica por gavagem no
volume de 10% do peso corporal, dividida em 2 aplicações de 5% cada, sendo a primeira às
7 horas e uma segunda 60 minutos depois, nunca ultrapassando o volume total de 15 ml.
Após a sobrecarga hídrica os ratos foram colocados em gaiolas metabólicas individuais de
aço inoxidável. Transcorrido o tempo de equilíbrio de 20 minutos, teve início a coleta da
urina, com tubos de ensaio graduados para quantificação do fluxo urinário, constantemente,
durante os 120 minutos.
Materiais e Métodos
72
Fotos 18 e 19- Gaiolas metabólicas individuais, as quais os ratos ficam contidos para a
coleta de urina. Funil plástico abaixo da gaiola, sustentado por um pote de
vidro maior, que conduz para dentro de um tubo de ensaio para
posteriormente ser feita a marcação volumétrica.
Foto 20- Período de coleta de urina de todos os ratos simultaneamente
Materiais e Métodos
73
Após a coleta de urina, os animais previamente anestesiados com éter etílico
foram submetidos a coleta de sangue através de vasos da cauda. Foram coletados 1,5 ml de
sangue nos eppendorfs com 20 µL de heparina. O plasma foi separado por centrifugação e
com as amostras de urina congeladas a -20 graus Celsius, para posteriores dosagens de
creatinina por espectrofotometria (Micronal, SP. Brasil) e eletrólitos Na+, K+ e Li+ por e
fotometria de chama (Micronal, SP. Brasil).
Foto 21- Rato depois de anestesiado logo após sair da gaiola metabólica para a cama de
coleta de sangue via caudal.
Materiais e Métodos
74
Foto 22- Centrifuga do sangue coletado de todos os ratos para posterior coleta do
sobrenadante.
Foto 23- Gaveta do freezer para congelamento das amostras de plasma e urina identificadas
por números para futura dosagens.
Materiais e Métodos
75
3.8.1- Testes funcionais renais - clearance de creatinina
A creatinina é um composto orgânico nitrogenado e não protéico formado a
partir da desidratação da creatina fosfoquinase produzida pela reação catalisada pela
creatinaquinase, sendo constantes sua produção e liberação pelo músculo. A quantidade de
creatinina produzida endogenamente é proporcional a massa muscular, variando de acordo
com a idade e sexo. Os hábitos alimentares e o catabolismo protéico causam pequenas
variações na sua concentração plasmática e excreção, e estes dependem muito pouco da
atividade física. Após liberação pelo músculo esta é excretada somente pelo rim sendo
livremente filtrada no glomérulo não é reabsorvida pelos túbulos renais. A quantidade
filtrada de creatinina é igual a quantidade excretada, como resultado, a depuração da
creatinina tem sido utilizado como método de estimativa da taxa de filtração glomerular
(COCKCROFT et al., 1976).
O Clearance de Creatinina reflete com grande precisão a filtração glomerular,
e assim sendo a concentração plasmática de creatinina depende da filtração glomerular,
podendo assim verificar qualquer alteração na filtração glomerular decorrente do exercício
físico.
3.8.2- Testes funcionais renais - clearance de lítio
A técnica do clearance de lítio é um método indireto de avaliação funcional
tubular. O método tornou-se mais confiável, após a verificação de sua viabilidade e
reprodutibilidade comparando-o a técnicas de micropunção tubular em animais de
laboratório (THOMSEN et al., 1968 e SHIRLEY et al., 1997).
O lítio é usado como um marcador do manuseio tubular hidro-salino,
permitindo estudo funcional global, no qual, estão incluídos os néfros corticais
e justaglomerulares, favorecendo o estudo do túbulo proximal como um todo,
inclusive da pars recta. (GONTIJO et al., 1992).
Materiais e Métodos
76
A técnica do clearance de lítio pode ser também utilizada em experimentos
clínicos fornecendo informações sobre o manuseio de sódio e água pelos nefros proximais e
distais em indivíduos saudáveis e doentes. (WHITING, 1999).
O conceito de clearance de lítio baseia-se na evidencia de que sua maior via de
eliminação é realizada pelo rim, sendo o clearance de lítio cerca de 20%-40% da taxa de
filtração glomerular. Segundo THOMSEN et al. (1968), o lítio é reabsorvido no túbulo
proximal em paralelo e proporcionalmente a reabsorção de sódio e a água proporcionando
ao clearance de lítio a possibilidade da utilização desta técnica como marcadora
manipulação de líquido e sódio oriundos do túbulo proximal.
3.9- Metodologia analítica
A creatinina plasmática e urinária foram medidas determinados pelo método
calorimétrico por espectrofotometria utilizando espectrofotômetro Micronal
(Modelo 383, São Paulo).
As dosagens urinárias e plasmáticas, de sódio (Na+), potássio (K+) e lítio (Li+),
foram realizadas por fotometria de chama em aparelho Micronal (Modelo 262, São Paulo).
Os metais alcalinos, quando elevados a uma temperatura suficientemente alta,
absorvem energia da fonte de calor e passam ao estado de excitação em sua forma atômica.
Quando estes átomos se resfriam, estes voltam ao estado normal não excitado e reemitem
sua energia absorvida por radiação com comprimentos de onda específicos,
alguns dos quais na região visível da luz (Na+ - 589nm, Li+ - 670nm, K+ - 768nm).
Um metal alcalino aspirado através de uma chama de baixa temperatura,
na forma nebulizada vai, depois de excitado pelo calor desta chama, emitir uma onda de
freqüência discreta, a qual pode ser isolada por um filtro ótico. A emissão é proporcional ao
número de átomos excitados e, portanto a concentração do íon na amostra.
(Detalhes Anexo 1).
Materiais e Métodos
77
3.9.1- Cálculos utilizados
Clearance renal (C) foi calculado pela formula padrão (C=UV/P) usando os
níveis de creatinina e lítio plasmático para cada período. O clearance de creatinina foi
usado para estimar a taxa de filtração glomerular, e o clearance de lítio (CLi+) para avaliar a
manipulação tubular de sódio. As Frações de excreção de sódio (FE Na+) e potássio (FEK+)
foram calculadas como CNa+/Ccr e CK+/Ccr, respectivamente, onde CNa+ e CK+ são os
clearances dos íons e o clearance de creatinina (Ccr). Fração de excreção proximal
(FEPNa+) e pós-proximal (FEPPNa+) de sódio foi calculada como CLi+/Ccr x 100 e
CNa+/CLi+ x 100, respectivamente e expressos em % (GONTIJO et al., 1992;
XAVIER et al., 2000; FURLAN et al., 2003).
Clearance de creatinina
CFcr = CEcr
CFcr = [cr]p x Ccr
CEcr = [cr]u x V(min)
Ccr = [cr]u x V(min)/[cr]p
Ccr = Ucr x V/Pcr
Carga Filtrada
CF = Pcr x Ccr
Carga Excretada creatinina
CEcr = Ucr x V(min)
Materiais e Métodos
78
Clearance de Lítio
Cli = ULi x V(min)/PLi
Aporte Distal Sódio = Delivery Distal
ApD Na = CLi x PNa
Carga Filtrada de Sódio
CF Na = PNa x Ccr
Carga Excretada de Sódio
CE Na = UNa x V(min)
Carga Filtrada de Sódio
CFNa = PNa x Ccr
Fração de Excreção de sódio
CFNa - DDNa =RPNa = %RP. FNa = (CFNa - DDNa/CFNa )x 100
Fração de Excreção Proximal de Sódio
FEPNa = 1- [CFNa-DDNa/CFNa] x 100
Materiais e Métodos
79
Fração de Excreção Pós Proximal
FEPP = DDNa - CENa
FEPP = 1- [DDNa-CENa/DDNa] x 100
Fração de Excreção de Potássio
FE K = CE K/ CF K x 100
Fração de Excreção de Sódio
FE Na = CENa/CFNa x 100
Fração de Excreção Sódio
[U]Na x V(min)/[P]Na x Ccr x 100
FE Na = CNa/Ccr x 100
3.9.2- Análise estatística dos resultados
A análise estatística dos resultados realizados para cada variável e comparadas
semana a semana dentro do mesmo grupo e entre os grupos estudados através da Análise da
Variância (ANOVA) e post-hoc pelo teste de Bonferroni.
Para as variáveis funcionais também foram calculados as áreas sobre a curva
em diferentes períodos dos experimentos.
Os resultados foram expressos com média ± DP e os níveis de significância
para p< 0,05.
Materiais e Métodos
80
4- RESULTADOS
81
Para melhor entendimento dos gráficos e legendas, os grupos foram assim
divididos:
“c”- controle: corresponde aos ratos que iniciaram o experimento como controle
secundários, e após a 8º semana de experimento passaram a ser submetidos a
atividade física programada.
“e”- exercício: corresponde aos ratos que iniciaram o experimento em atividade física
programada e, após a 8º semana de experimento (12º semana de vida) passaram ao
estado sedentário.
A anotação acima foi aplicada a ambas linhagens SHR e seus controles
adequados WKy.
4.1- Curva de desenvolvimento ponderal da massa corporal
Pode-se observar na figura 1 e 2 a evolução da massa corporal diária durante
todo o período experimental para os grupos SHR e WKy submetidos ou não a atividade
física.
No primeiro período observa-se que os ratos de ambos os grupos e de ambas as
linhagens apresentaram discretas oscilações nas massas relacionados aos clearances
semanais durante os quais permaneciam em jejum para ração sólida, com livre acesso a
água por aproximadamente 18 horas. Porém, observa-se que todos os grupos apresentaram
um acréscimo semelhante nas massas corporais independentemente da atividade física.
Resultados
83
Evolução da massa corporal SHR
507090
110130150170190210230250270290
1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31 33 35 37 39 41 43 45 47 49 51 53 55 57 59 61 63 65 67 69
Dias
Pes
o (g
)
SHRc SHRe
Figura 1- Grupo SHR durante todo o período experimental; médias diárias dos pesos
aferidos antes da atividade física. Os pontos quadrados representados nas
respectivas linhas marcam o momento de inversão dos grupos.
Evolução da massa corporal WKy
80110140170200230260290320350380
1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31 33 35 37 39 41 43 45 47 49 51 53 55 57 59 61 63 65 67 69
Dias
Peso
(g)
WKYc WKYe
Figura 2- Grupo WKy durante todo o período experimental; médias diárias dos pesos
aferidos antes da atividade física. Os pontos quadrados representados nas
respectivas linhas marcam o momento de inversão dos grupos.
Resultados
84
Como pode ser observado na figura 3 os ratos SHR submetidos a atividade
física programada ao se tornarem sedentários, apresentaram aumento significativo da massa
corporal em relação ao grupo controle.
Estes resultados não foram significativos quando analisadas as curvas dos
animais WKy (figura 5).
Massa Corporal - SHRc vs. SHRe
Semanas
0 2 4 6 8 10 12 14 16
Mas
sa C
orpo
ral (
gram
as)
50
100
150
200
250
300
350
SHR Exercício SHR Controle
Inversão dos grupos
* * *
* P<0,05
Figura 3- Massa corporal dos ratos SHRc versus SHRe durante todo o período
experimental. *p<0,05
Resultados
85
Área sobre a Curva Períodos 1 e 2Massa Corporal - SHRc vs. SHRe
Período
P1 P2
Uni
dade
s ar
bitrá
rias
0
2000
4000
6000
8000
10000
12000
SHR Exercício SHR Controle
Figura 4- Área sobre a curva para as massas corporais dos ratos SHRc versus SHRe.
Período 1 corresponde ao período de 0 a 8a semana. Período 2 corresponde ao
período da 9a a 14a semana de acompanhamento.
Resultados
86
Massa Corporal - WKyc vs. Wkye
Semanas
0 2 4 6 8 10 12 14 16
Mas
sa C
orpo
ral (
gram
as)
100
150
200
250
300
350
400
WKy Exercício WKy Controle
Inversão dos grupos
* P<0,05
Figura 5- Massa corporal dos ratos WKyc versus WKye durante todo o período
experimental. *P<0,05
Resultados
87
Área sobre a Curva - Períodos 1 e 2Massa Corporal - WKyc vs. WKye
Períodos
P1 P2
Uni
dade
s ar
bitrá
rias
0
2000
4000
6000
8000
10000
12000
14000
16000
Exercício Controle
Figura 6- Área sobre a curva das massas corporais dos ratos Wkyc versus WKye durante
todo seguimento experimental. Período 1 corresponde ao período de
0 a 8a semana. Período 2 corresponde ao período da 9a a 14a semana.
Resultados
88
4.2- Treinamento de força durante o desenvolvimento da atividade física programada
4.2.1- Força absoluta
A evolução das sobrecargas associadas à atividade física para ambas as
linhagens foram semelhantes conforme análise de HEGEDUS (1972) e
PLATONOV (2004), para os diversos tipos de treinamentos utilizados com o objetivo de
incrementar a força, potência e resistência muscular. Observando os micro ciclos semanais,
pode-se visualizar o método de “escada”, uma mescla entre os métodos de treinamento em
“pirâmide” e o de cargas estáveis. Já em uma análise do mesociclo que engloba o período
do 1º ao 25º dia, pode-se ter em conta o método de ondulação devido ao descanso dos dias
de clearance. Uma análise dos macrociclos de treinamento executado pode-se visualizar um
segundo mesociclo que compreende ao período do 26º ao 38º dia, quando a carga foi
reduzida a metade do previamente estabelecido.
Esta redução teria sido ocasionada por basicamente três causas que
comprometeriam o aumento da força imposta. A primeira e mais consistente foi devido ao
processo provável de “overtraining”. A segunda causa provável pode ter decorrido do
desgaste orgânico e físico devido a execução semanal dos testes funcionais renais,
que submetiam os animais a um período de 18 horas de jejum e subsequente anestesia para
coleta de aproximadamente 1,5 ml de sangue para análise futura. A terceira causa, e menos
provável, seria decorrente da perda natural de rendimento físico pela chegada idade adulta.
O “overtraining” ou treinamento excessivo é bem documentado e estudado.
Segundo WILMORE et al., (1999) a síndrome do treinamento excessivo é subjetiva e
multifatorial, caracterizada pelo declínio abrupto do desempenho que não pode ser
remediado por alguns dias de repouso e manipulação da dieta. Isso ocorre quando a carga
de treinamento é muito intensa, ultrapassando a capacidade do organismo de recuperação
de adaptação e de atingir nova homeostase metabólica apresentando desequilíbrio entre o
estado catabólico e anabólico.
Resultados
89
Evolução da sobrecarga associada a atividade física programada em SHRe/c e WKYe/c
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31 33 35 37 39 41 43 45 47 49 51 53 55 57 59 61 63 65 67
Dias
Carg
a im
post
a (g
)
SHRe/c WKYe/c
Figura 7- Mostra a evolução da sobrecarga imposta os grupos SHRe/SHRc (linha azul)
e WKye/WKyc (linha vermelha). O grupo SHRe, é representado até o 38º dia,
o grupo SHRc, é representado a partir do 43º dia. O grupo WKye é representado
até o 40º dia, e o grupo WKyc é representado a partir do 45º dia.
4.2.2- Força absoluta versus massa corporal
Para a análise destes componentes é necessário relembrar que os ratos iniciaram
a atividade física logo após o seu desmame, e a curva de ganho de massa corporal
acompanha o aumento de força absoluta destes até o momento da suspensão da atividade
física programada como representados nas figuras 8 e 9.
Nas figuras 8 e 9 observa-se o paralelismo das curvas para massa corporal e
ganho de força, até o momento do overtraining, quando as curvas deixam de ter a relação
crescente.
Os dias em que os ratos alcançaram maior índice de força absoluta foram:
WKy- maior força desenvolvida nos dias 21 e 22 com 10,8 g e 10,9 g respectivamente.
SHR- maior força desenvolvida nos dias 21 e 22 com 7,9 g e 7,7 g respectivamente.
Resultados
90
Massa corporal (g) x Sobrecarga (g)
0,0
50,0
100,0
150,0
200,0
250,0
300,0
350,0
1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31 33 35 37 39
Dias
Mas
sa c
orpo
ral (
g)
0,0
2,0
4,0
6,0
8,0
10,0
12,0
Carg
a im
post
a (g
)
WKYe massa corporal WKYe Sobrecarga
Figura 8- Mostra a relação massa corporal versus sobrecarga do grupo WKye. A linha azul
representa a massa corporal em gramas; e a linha verde representa a carga imposta
em gramas.
Massa corporal (g) x Sobrecarga (g)
0,0
50,0
100,0
150,0
200,0
250,0
300,0
350,0
1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31 33 35 37 39
Dias
Mas
sa c
orpo
ral (
g)
0,0
2,0
4,0
6,0
8,0
10,0
12,0
Carg
a im
post
a (g
)
SHRe massa corporal SHRe Sobrecarga
Figura 9- Mostra a relação massa corporal versus sobrecarga do grupo SHRe. A linha azul
representa a massa corporal em gramas; e a linha verde representa a carga
imposta em gramas.
Resultados
91
Após a suspensão da atividade física (figura 10 e 11), nota-se que os ratos
sedentários de ambas linhagens necessitaram do período de uma semana para que
suportassem uma elevação de carga imposta.
WKy- maior força desenvolvida nos dias 16 ao 20 com uma estabilidade de 5,6 g.
SHR- maior força desenvolvida nos dias 20 com 5,1 g.
Massa corporal (g) x Sobrecarga (g)
0,0
50,0
100,0
150,0
200,0
250,0
300,0
350,0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28
Dias
Mas
sa c
orpo
ral (
g)
0,0
2,0
4,0
6,0
8,0
10,0
12,0
Car
ga im
post
a (g
)
WKYc massa corporal WKYc Sobrecarga
Figura 10- Mostra a relação massa corporal versus sobrecarga do grupo WKyc.
A linha azul representa massa corporal em gramas; e a linha verde representa a
sobrecarga em gramas.
Resultados
92
Massa corporal (g) x Sobrecarga (g)
0,0
50,0
100,0
150,0
200,0
250,0
300,0
350,0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 1112 13 14 1516 17 1819 20 21 2223 24 2526 27 28 29
Dias
Mas
sa c
orpo
ral (
g)
0,0
2,0
4,0
6,0
8,0
10,0
12,0
Carg
a im
post
a (g
)
SHRc massa corporal SHRc Sobrecarga
Figura 11- Mostra a relação massa corporal versus sobrecarga do grupo SHRc.
A linha azul representa massa corporal em gramas; e a linha verde representa a
sobrecarga em gramas.
4.2.3- Força relativa
A figura 12 e 13 mostram a força relativa similar desenvolvida por ambas as
linhagens submetidos a atividade física programada executada durante o período de 1 hora
diariamente. Inicialmente nos primeiros 8 dias os ratos da linhagem WKy apresentaram um
índice de força relativa média de 3%, enquanto os SHR 2%, subseqüentemente a linhagem
WKy apresentou uma força relativa de 4% e a SHR de 3%, até a suspensão da atividade
física, mostrando que os animais foram submetidos a mesma força relativa.
Os picos máximos de força relativa alcançados pelos ratos foram:
WKy- manteve durante o período dos dias 9 ao 14, portanto 6 dias uma força relativa de
4%.
SHR- manteve durante o período dos dias 19 ao 22, portanto 4 dias uma força relativa de
4%.
Resultados
93
Relação sobrecarga/massa corporal por 100g de rato
0,00
0,50
1,001,50
2,00
2,50
3,003,50
4,00
4,50
4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36
dias
Sob
reca
rga/
100g
rat
o
SHRe WKYe
Figura 12- Mistura a relação sobrecarga/massa corporal por 100 gramas de massa corporal.
A linha vermelha representa o grupo SHRe e a linha azul representa o grupo
WKye.
Após a supressão da atividade física programada os índices de força relativa
apresentaram uma estabilidade, para ambas as linhagens, sendo que os períodos de maior
índice de força relativa coincidem com os dias de maior força absoluta.
Resultados
94
Relação sobrecarga/massa corporal por 100g de rato
0,00
0,50
1,00
1,50
2,00
2,50
43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 53 54 55 56 57 58 59 60 61 62 63 64 65 66 67 68
dias
Sobr
ecar
ga/1
00g
rato
SHRc WKYc
Figura 13- Mostra a relação sobrecarga/massa corporal por 100 gramas de massa corporal
do rato. A linha vermelha representa o grupo SHRc e a linha azul representa o
grupo WKyc.
Analisando os resultados relativos de força absoluta (F.A) e força relativa (F.R)
pode-se concluir que para os animais:
WKy- O ápice de maior força relativa (11º dia), FR = 4,18%, antecedeu o ponto de maior
índice de força absoluta (22º dia), FR = 3,99%, confirmando que os ratos
normotensos desenvolveram força relativa, precocemente, antes de atingir o ápice
do seu desenvolvimento muscular.
SHR- Nesta linhagem o período de maior força relativa (19º a 22º dia) coincidiu com o
período relativo aquele de maior índice de força absoluta, comportamento também
normal resultado do treinamento adequado e limite em relação à sobrecarga/peso.
Resultados
95
4.3- Tempo de atividade física programada
O tempo de duração da atividade física é um parâmetro importante tanto quanto
a intensidade desta. As figuras 14 e 15 demonstram a relação de tempo de exercício em
relação a sobrecarga utilizada ao longo dos dias de experimentação.
Tempo (min) x Sobrecarga (g)
0
10
20
30
40
50
60
70
1 4 7 10 13 16 19 22 25 28 31 34 37 40 43 46 49 52 55 58 61 64 67
Dias
Tem
po (m
in)
0,0
2,0
4,0
6,0
8,0
10,0
12,0
Carg
a im
post
a (g
)
SHRe/c Tempo SHRe/c Sobrecarga
Figura 14- Linha azul mostra os valores em minutos, e a linha verde mostra a sobrecarga
em gramas. O grupo SHRe é representado pelas linhas até o dia 37.
O grupo SHRc é representado pelas linhas do dia 41 a 68.
Resultados
96
Tempo (min) x Sobrecarga (g)
0
10
20
30
40
50
60
70
1 4 7 10 13 16 19 22 25 28 31 34 37 40 43 46 49 52 55 58 61 64 67
Dias
Tem
po (m
in)
0,0
2,0
4,0
6,0
8,0
10,0
12,0
Car
ga im
post
a (g
)
WKYe/c Tempo WKYe/c Sobrecarga
Figura 15- Linha azul mostra os valores em minutos, e a linha verde mostra a sobrecarga
em gramas. O grupo WKYe é representado pelas linhas até o dia 40.
O grupo WKYc é representado pelas linhas do dia 42 a 68.
4.4- Variação da pressão arterial
Para entendimento das figuras relativas a pressão arterial em ambas as
linhagens é necessário chamar a atenção novamente para os 2 períodos relacionados ao
acompanhamento dos grupos durante e após a supressão da atividade física programada.
No acompanhamento pressórico dos SHR, subdividimos o período
experimental respectivamente da 1ª a 4ª semana, da 5ª a 8ª semana, da 9ª a 12ª semana e da
13ª a 15ª semana.
A figura 16 mostra que iniciada a atividade física nota-se pequena e não
significativa diferença entre os grupos SHRc e SHRe. Após a terceira semana verifica-se
diferença estatística progressiva entre os grupos sedentários e exercício com significativa
queda no grupo SHRe quando comparada a progressiva elevação pressórica do grupo
sedentário (P de 0,026 a 0,0001, ANOVA com post-hoc Bonferroni).
Resultados
97
Após supressão da atividade física os ratos hipertensos apresentaram um
aumento progressivo da pressão arterial caudal enquanto o grupo que iniciou a atividade
física programada mostrou uma tendência a queda que efetivamente ocorreu na 16ª semana
de acompanhamento quando as pressões voltaram a ser significativamente diferentes
(P<0,028) (figura 16).
Os animais hipertensos previamente sedentários apresentaram uma acentuada e
rápida resposta à atividade física, com uma queda pressórica de 20,2% correspondente a
34 mmHg em relação ao início do programa de atividade física ocorrida na 8ª semana.
Pressão Arterial - SHRc vs. SHRe
Semanas
0 2 4 6 8 10 12 14 16
Pre
ssão
Arte
rial (
mm
Hg)
60
80
100
120
140
160
180
200
220
SHR Exercício SHR Controle
Inversão dos grupos
*
** * * * *
*
* P<0,05
Figura 16- Pressão Arterial SHRc versus SHRe durante todo o período deacompanhamento experimental. *p<0,05.
Resultados
98
Área sobre a Curva - Período 1 e 2Pressão Arterial - SHRc vs. SHRe
Período
P1 P2
Uni
dade
s ar
bitrá
rias
0
2000
4000
6000
8000
10000
SHR Exercício SHR Controle
Figura 17- Área sobre a curva dos ratos SHRc versus SHRe referente ao desenvolvimento
da pressão arterial. Períodos 1 e 2. Período 1 corresponde ao período de
0 a 8a semana. Período 2 corresponde ao período da 9a a 14a semana.
A figura 18 mostra a evolução da pressão arterial no grupo WKy.
Nota-se diferenças significativas logo após a primeira semana de atividade física quando o
grupo WKy apresenta queda pressórica significativa, porém menor que a observada no
grupo SHR (p<0,014 a p<0,0001, ANOVA, post-hoc Bonferroni). Após supressão da
atividade física, os animais normotensos não apresentam diferenças ao se compararem
WKyc e WKye, embora haja clara tendência de elevação pressórica nos animais
sedentários.
Resultados
99
Pressão Arterial - WKyc vs. WKye
Semanas
0 2 4 6 8 10 12 14 16
Pres
são
Arte
rial (
mm
Hg)
70
80
90
100
110
120
130
140
150
WKy Exercício WKy Controle
Inversão dos grupos
**
*
*
*
* *
* P<0,05
Figura 18- Pressão Arterial WKyc versus WKye durante todo o período experimental.
*p<0,05.
Resultados
100
Área sobre a Curva - Períodos 1 e 2P.A - WKYc vs. WKye
Períodos
P1 P2
Uni
dade
s ar
bitrá
rias
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
7000
Exercício Controle
Figura 19- Área sobre a curva dos ratos WKyc versus WKye referente ao desenvolvimento
da pressão arterial. Períodos 1 e 2. Período 1 corresponde ao período de
0 a 8a semana. Período 2 corresponde ao período da 9a a 14a semana.
Os resultados das curvas gráficas para pressão arterial (figuras 18 e 19) mostra
que nos animais hipertensos, a atividade física programada promove uma queda rápida da
pressão arterial, enquanto a supressão do exercício físico causa nos animais agora
sedentários uma elevação gradual e lenta da pressão arterial. As respostas, embora de
magnitudes diferentes, foram similares em ambas linhagens.
Resultados
101
4.5- Função renal
4.5.1- Clearance de creatinina (CCR)
A figura 20 mostra que o Clearance de Creatinina, estimativa da filtração
glomerular, não apresentou diferenças estatísticas significativas em nenhuma das linhagens
antes ou após a atividade física programada.
CCr - SHRc vs. SHRe
Semanas
0 2 4 6 8 10 12 14 16
Ccr
(µlm
in-1
100g
-1b.
w)
40
60
80
100
120
140
160
SHR Exercício SHR Controle
Inversão dos grupos
* P<0,05
Figura 20- Clearance de Creatinina dos ratos SHRc versus SHRe durante todo o período
experimental. *p<0,05.
Resultados
102
Área sobre a Curva - Períodos 1 e 2 CCr - SHRc vs. SHRe
Períodos
P1 P2
Uni
dade
s ar
bitrá
rias
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
SHR Exercício SHR Controle
Figura 21- Área sobre a curva dos ratos SHRc versus SHRe referente ao clearance de
Creatinina. Períodos 1 e 2. Período 1 corresponde ao período de 0 a 8a semana.
Período 2 corresponde ao período da 9a a 14a semana.
Resultados
103
Ccr - WKyc vs. Wkye
Semanas
0 2 4 6 8 10 12 14 16
Ccr
(µlm
in-1
.100
g-1. b
.w)
40
60
80
100
120
140
160
180
WKy Exercício WKy Controle
Inversão dos grupos
*
*
*
* P<0,05
Figura 22- Clearance de Creatinina dos ratos WKyc versus WKye durante todo o período
experimental. *p<0,05.
Resultados
104
Área sobre a Curva - Períodos 1 e 2Ccr - WKyc vs. WKye
Períodos
P1 P2
Uni
dade
s ar
bitrá
rias
0
2000
4000
6000
8000
10000
Exercício Controle
Figura 23- Área sobre a curva dos ratos WKyc versus WKye referente ao clearance de
creatinina. Períodos 1 e 2. Período 1 corresponde ao período da 0 a 8a semana.
Período 2 corresponde ao período da 9a a 14a semana.
4.5.2- Clearance de lítio (CLI)
Como mostra a figura 24, exceto na primeira semana de estudo para os animais
hipertensos, o clearance de lítio não apresentou diferenças estatísticas significativas em
nenhuma das linhagens, relacionadas ou não a atividade física programada.
Resultados
105
CLi - SHRc vs. SHRe
Semanas
0 2 4 6 8 10 12 14 16
CLi
(µlm
in-1
.100
g-1.b
.w)
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
SHR Exercício SHR Controle
Inversão dos grupos*
* P<0,05
Figura 24- Clearance de lítio dos ratos SHRc versus SHRe durante todo o período
experimental. *p<0,05.
Observa-se, entretanto, no grupo hipertenso, que os experimentos ao longo do
tempo, principalmente à partir da 4a semana, apresentam resultados mais estáveis,
possivelmente relacionados a maturação funcional dos nefros.
Resultados
106
CLi - WKye vs. WKyc
Semanas
0 2 4 6 8 10 12 14 16
CLi
(µlm
in-1
.100
g-1b.
w)
0
5
10
15
20
25
WKy Exercício WKy Controle
Inversão dos grupos
*
* P<0,05
Figura 25- Clearance de lítio dos ratos WKyc versus WKye durante todo o período
experimental. *p<0,05.
4.5.3- Fração de excreção de sódio (FE Na+).
Os resultados referentes a FENa+ mostram evidente redução na excreção
urinária de sódio nos animais SHR após a 4º semana experimental comparada à resposta
observada nos SHRc (figura 26). A fração de excreção de sódio na linhagem hipertensa
apresentou diferenças estatísticas (p<0,05) nas semanas 5, 8, 10 e 13, comparando SHRc
versus SHRe
Resultados
107
FE Na+ - SHRc vs. SHRe
Semanas
0 2 4 6 8 10 12 14 16
FE N
a+ (%)
-0,5
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
SHR Exercício SHR Controle
Inversão dos grupos
*
*
*
* P<0,05
*
Figura 26- Fração de excreção de sódio dos ratos SHRc versus SHRe durante todo o
período experimental. *p<0,05.
Após a 8ª semana, com a supressão da atividade física os animais anteriormente
sedentários passam a apresentar tendência a menor excreção urinária de sódio (figura 27).
Os animais normotensos apresentam, independentemente da atividade física, excreção
urinaria de sódio semelhante (figura 28).
Resultados
108
Área sobre a Curva - Períodos 1 e 2FE Na+ - SHRc vs. SHRe
Períodos
P1 P2
Uni
dade
s ar
bitrá
rias
0
20
40
60
80
100
120
SHR Exercício SHR Controle
Gráfico 27- Área sobre a curva dos ratos SHRc versus SHRe referente a fração de excreção
de sódio. Períodos 1 e 2. Período 1 corresponde ao período da 0 a 8a semana.
Período 2 corresponde ao período da 9a a 14a semana.
Resultados
109
FE Na+ - WKyc vs. WKye
Semanas
0 2 4 6 8 10 12 14 16
FE N
a+ (%)
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
1,2
1,4
1,6
1,8
WKy Exercício WKy Controle
Inversão dos grupos
*
* P<0,05
Figura 28- Fração de excreção de sódio dos ratos WKyc versus WKye durante todo o
período experimental. * p<0,05.
Resultados
110
4.5.4- Fração de excreção proximal de sódio (FEP Na+)
FEP Na+ - SHRc vs. SHRe
Semanas
0 2 4 6 8 10 12 14 16
FEP
Na+ (%
)
0
5
10
15
20
25
SHR Exercício SHR Controle
Inversão dos grupos*
*
* P<0,05
Figura 29- Fração de excreção proximal de sódio dos ratos SHRc versus SHRe durante
todo o período experimental. *P<0,05.
Os resultados referentes a excreção proximal de sódio apresentados às figuras
29 e 31, não mostram diferenças significativas entre os grupos, exceto no que se refere aos
animais hipertensos quando, nas 2 primeiras semanas após o início da atividade física,
ocorre pronunciada e significativa elevação na FEP Na+ nos SHRe comparados ao grupo
sedentários. A excreção proximal de sódio nos WKyc e WKye são similares (figura 32).
Resultados
111
Área sobre a Curva - Período 1 e 2
FEP Na+ - SHRc vs. SHRe
Período
P1 P2
Uni
dade
s ar
bitrá
rias
0
200
400
600
800
1000
SHR Exercício SHR Controle
Figura 30- Área sobre a curva dos ratos SHRc versus SHRe referente a fração de excreção
proximal de sódio. Períodos 1 e 2. Período 1 corresponde ao período de
0 a 8a semana. Período 2 corresponde ao período da 9a a 14a semana.
Resultados
112
Área sobre a Curva - Semanas 1 a 3 e 4 a 8FEP Na+ - SHRc vs. SHRe
Semanas
1 a 3 4 a 8
Uni
dade
s ar
bitrá
ria
0
50
100
150
200
SHR Exercício SHR Controle
Figura 31- Área sobre a curva dos ratos SHRc versus SHRe referente a fração de excreção
proximal de sódio. Semanas 1 a 3 e 4 a 8, que constituem o período 1
corresponde ao período de 0 a 8a semana.
Resultados
113
FEP Na+ - WKyc vs. WKye
Semanas
0 2 4 6 8 10 12 14 16
FEP
Na+ (%
)
-5
0
5
10
15
20
25
WKy exercício WKy Controle
Inversão dos grupos
*
*
* P<0,05
Figura 32- Fração de excreção proximal de sódio dos ratos WKyc versus WKye durante
todo o período experimental. *p<0,05.
4.5.5- Fração de excreção pós proximal de sódio (FEPP Na+)
As figuras 33 e 35 mostram as curvas relativas a FEPP Na+ nos animais
hipertensos e seus controles normotensos submetidos à atividade física programada.
A fração de excreção pós proximal nos ratos SHRe apresentou diferenças estatísticas nas
semanas 2, 3, 8 e 10 indicando significativamente menor excreção de sódio dos ratos
submetidos a exercício programado quando comparados aos seus controles adequados.
Os resultados obtidos para a FEPP Na+ sugere que as alterações encontradas para a
excreção urinária de sódio nos animais hipertensos decorrem, principalmente, por uma
menor regulação nos segmentos pós-proximais do nefro após o início da atividade física.
Resultados
114
FEPP Na+ - SHRc vs. SHRe
Semanas
0 2 4 6 8 10 12 14 16
FEPP
Na+ (%
)
0
10
20
30
40
50
60
SHR Exercício SHR Controle
Inversão dos grupos
*
*
* *
* P<0,05
Figura 33- Fração de excreção pós proximal de sódio dos ratos SHRc versus SHRe durante
todo o período experimental. *p<0,05.
Resultados
115
Área sobre a Curva Período 1 e 2FEPP Na+ - SHRc vs. SHRe
Período
P1 P2
Uni
dade
s ar
bitrá
rias
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
SHR Exercício SHR Controle
Figura 34- Área sobre a curva dos ratos SHRc versus SHRe referente a fração de excreção
pós proximal de sódio. Períodos 1 e 2. Período 1 corresponde ao período da
0 a 8a semana. Período 2 corresponde ao período da 9a a 14a semana.
Resultados
116
FEPP Na+ - WKyc vs. WKye
Semanas
0 2 4 6 8 10 12 14 16
FEPP
Na+ (%
)
0
5
10
15
20
25
WKy Exercício WKy Controle
Inversão dos grupos
*
* P<0,05
Figura 35- Fração de excreção pós proximal de sódio dos ratos WKyc versus WKye
durante todo o período experimental. *p<0,05.
Os animais WKy não apresentaram antes ou durante a atividade física
controlada diferenças significativas quanto a FEPP Na+ (figura 35).
4.5.6- Fração de excreção de potássio (FE K+).
A fração de excreção de potássio apresentou um aumento significativamente
diferente (p<0,05) nas 3 primeiras semanas pós-exercício nos animais hipertensos
(figura 36). Esta elevação é coincidente com a elevação do aporte distal de sódio vindo dos
Resultados
117
segmentos proximais do nefro como mostra a figura 29. Estes resultados sugerem que a
maior perda de potássio evidenciada nas 3 primeiras semanas é causada por uma maior
excreção deste íon nos segmentos distais do nefro.
Após a supressão da atividade física a FE K+ também apresenta uma resposta
recíproca ao período anterior.
FE K+ - SHRc vs. SHRe
Semanas
0 2 4 6 8 10 12 14 16
FE K
+ (%)
0
20
40
60
80
100
120
SHR Exercício SHR Controle
Inversão dos grupos
**
**
*
* P<0,05
Figura 36- Fração de excreção de potássio dos ratos SHRc versus SHRe durante todo o
período experimental. *p<0,05.
Resultados
118
Área sobre a Curva - Período 1 e 2
FE K+ - SHRc vs. SHRe
Períodos
P1 P2
Uni
dade
s ar
bitrá
rias
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
SHR Exercício SHR Controle
Figura 37- Área sobre a curva dos ratos SHRc versus SHRe referente a fração de excreção
de potássio. Períodos 1 e 2. Período 1 corresponde ao período de 0 a 8a semana.
Período 2 corresponde ao período da 9a a 14a semana.
Resultados
119
Área sobre a Curva - Semanas 1 a 3 e 4 a 8FE K+ - SHRc vs. SHRe
Semanas
1 a 3 4 a 8
Uni
dade
s ar
bitrá
rias
0
200
400
600
800
1000
1200
SHR Exercício SHR Controle
Figura 38- Área sobre a curva dos ratos SHRc versus SHRe referente a fração de excreção
proximal de sódio. Semanas 1 a 3 e 4 a 8, que constituem o período 1
corresponde ao período da 0 a 8a semana.
Resultados
120
FE K+ - WKyc vs. WKye
Semanas
0 2 4 6 8 10 12 14 16
FE K
+ (%)
0
5
10
15
20
25
30
35
40
WKy Exercício WKy Controle
Inversão dos grupos
* P<0,05
Figura 39- Fração de excreção de potássio dos ratos WKyc versus WKye durante todo o
período experimental. *p<0,05.
A fração de excreção de potássio na linhagem WKy não apresentou nenhuma
diferença estatística significativa antes ou durante a atividade física programada.
4.5.7- Carga excretada de sódio (UNa+V)
As figuras 40 e 41 mostram a carga excretada de sódio após o início da
atividade física programada em ratos hipertensos e normotensos.
Resultados
121
A carga excretada de sódio na linhagem SHR reduz abrupta e
significativamente após a 4ª semana de atividade física como já observado nas figuras 26 e
27, relativas a FENa+.
Também como observado anteriormente, após a queda referida acima, ocorreu
um período de estabilidade da UNa+V ao longo do experimento, apenas interrompido a
partir da 8a semana com a supressão da atividade física programada. Nitidamente
observa-se uma maior excreção de sódio nos animais sedentários, principalmente após a
4a semana de acompanhamento (figura 40).
Para a linhagem WKy não foram observadas modificações referente e
significativas quando as curvas foram comparadas antes ou após o início da atividade física.
Resultados
122
UNa+V - SHRc vs. SHRe
Semanas
0 2 4 6 8 10 12 14 16
UN
a+ V (µ
Eqm
in-1
.100
g-1.b
.w)
-0,1
0,0
0,1
0,2
0,3
0,4
SHR ExercícioSHR Controle
Inversão dos grupos
*
**
* P<0,05
Figura 40- Carga excretada de sódio dos ratos SHRc versus SHRe durante todo o período
experimental. *p<0,05.
Resultados
123
UNa+V- WKyc vs. Wkye
Semanas
0 2 4 6 8 10 12 14 16
CE
Na+ (m
Eq)
0,00
0,05
0,10
0,15
0,20
0,25
0,30
0,35
WKy ExercícioWKy Controle
Inversão dos grupos
*
* P<0,05
Figura 41- Carga excretada de sódio dos ratos WKyc versus WKye durante todo o período
experimental. *p<0,05.
Resultados
124
Área sobre a Curva - Períodos 1 e 2UNa+V- SHRc vs. SHRe
Períodos
P1 P2
Uni
dade
s ar
bitrá
rias
0
2
4
6
8
10
12
14
SHR Exercício SHR Controle
Figura 42- Área sobre a curva dos ratos SHRc versus SHRe referente a carga excretada de
sódio. períodos 1 e 2. Período 1 corresponde ao período de 0 a 8a semana.
Período 2 corresponde ao período da 9a a 14a semana.
Resultados
125
Área sobre a Curva - Semanas 1 a 3 e 4 a 8
UNa+V- SHRc vs. SHRe
Semanas
1 a 3 4 a 8
Uni
dade
s Ár
bitra
rias
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
3,5
SHR Exercício SHR Controle
Figura 43- Área sobre a curva dos ratos SHRc versus SHRe referente a carga excretada de
sódio. Semanas 1 a 3 e 4 a 8, que constituem o período 1 corresponde ao
período de 0 a 8a semana.
Resultados
126
Área sobre a Curva - Períodos 1 e 2UNa+V- WKyc vs. WKye
Períodos
P1 P2
Uni
dade
s ar
bitrá
rias
0
2
4
6
8
10
12
Exercício Controle
Figura 44- Área sobre a curva dos ratos WKyc versus WKye referente a carga excretada de
sódio. Períodos 1 e 2. Período 1 corresponde ao período de 0 a 8a semana.
Período 2 corresponde ao período da 9a a 14a semana.
No grupo do WKy é possível notar pequena diferença nas áreas, sendo que essa
diferença tende a ser uma resposta oposta ao grupo dos SHR. Os ratos da linhagem WKy
tendem a excretar mais sódio quando submetidos ao exercício em relação ao seu grupo
controle. Resultados
127
5- DISCUSSÃO
129
5.1- Atividade física programada
A atividade física, bem como o meio em que foi praticada durante a execução
do trabalho, propicia diversas mudanças e adaptações metabólicas e fisiológicas que
influenciam de forma positiva na redução pressórica.
Segundo WILMORE et al. (2001), para prescrição de exercício para a saúde e
condicionamento físico, a freqüência do exercício deve, inicialmente,
limitar-se a 3 ou 4 dias por semana, aumentando até 5 ou mais dias por semana somente se
a atividade for agradável e fisicamente tolerável. A duração do exercício não pode ser
discutida adequadamente sem que também seja discutida a sua intensidade.
Melhoras similares da capacidade aeróbia são obtidas com um programa de alta intensidade
e curta duração ou um programa de baixa intensidade e longa duração para um sedentário.
O cansaço evidencia-se por se tornar cada vez mais difícil e finalmente
impraticável a continuidade de uma atividade com a mesma intensidade. Na primeira etapa
quando o cansaço aparece, este pode ser superado por um grande esforço de tal forma que a
atividade persista com a mesma intensidade; isto é conhecido como cansaço compensado.
O cansaço passa a ser não compensado quando a intensidade é diminuída, embora ainda se
tenha força de vontade, caracterizando um real declínio da eficiência metabólica.
Para se identificar e diferenciar a intensidade do exercício (aeróbio ou anaeróbio),
existem métodos práticos diretos e indiretos, segundo a capacidade de resistência
determinada por dois fatores essenciais: transporte de oxigênio e utilização de oxigênio
pelos tecidos. Esses fatores são possibilitados pelo funcionamento adequado do aparelho
cardiorrespiratório BARBANTI (1997).
O exercício aeróbio é aquele relacionado a completa oxidação dos nutrientes
pelas mitocôndrias, para produção de energia convertendo glicose, ácidos graxos e
aminoácidos em ATP, CO2 e água (GUYTON, 1988). Para o exercício anaeróbio os
fosfatos intramusculares de alta energia, trifosfato de adenosina (ATP) e fosfocreatina
(PCr), proporcionam a energia não aeróbia necessária às contrações musculares.
Após alguns segundos, a via glicolítica passa a gerar um percentual cada vez maior de
energia (MCARDLE et al. 2003), e de ácido pirúvico que, na presença de uma
Discussão 131
concentração insuficiente de O2, se transforma em ácido lático que, progressivamente,
aumenta sua concentração muscular (BARBANTI, 1997). Portanto, toda a atividade física
percorre um continuum do estado anaeróbico para aeróbico (MCARDLE et al., 2003).
No presente estudo, para se manter a atividade física em uma intensidade
aeróbica constante foram adotados critérios, como a readequação da carga que cabia aos
animais, após observação direta do comportamento destes na água. Quando o animal
entrava em fadiga e afundava repetidamente e retornava a superfície durante
5 a 10 minutos, após 20 a 30 minutos do início do exercício, era necessário retirar a
sobrecarga imposta para que o animal completasse 1 hora de exercício. Baseando-se em
toda a fundamentação teórica do treinamento esportivo supra citado, pode-se afirmar que os
animais apresentaram e foram submetidos a uma atividade física programada com
predominância metabólica aeróbia de alta intensidade devido à sobrecarga extra além da
massa corporal, durante o período de 1 hora por dia, 5 vezes por semana
(figuras 7, 8, 9, 10, 11, 12, 13, 14 e 15).
5.2- Desenvolvimento da massa corporal
Os animais tiveram livre acesso à ração e água durante todo o período
experimental. Apesar da curva de massa corporal ter se mantido similar
(figura 1, 2, 3, 4, 5 e 6), percebe-se que os animais independentemente do grupo
experimental, mantiveram a ingestão de ração e água proporcionalmente iguais,
embora os animais submetidos à atividade física programada tenham apresentado déficit
maior de calorias relativo a atividade física, comparado ao grupo controle.
Os grupos de animais que interromperam o exercício tiveram redução no gasto calórico
porém, aparentemente permaneceram ingerindo quantidade de ração além do necessário ao
aumento do metabolismo imposto pelo exercício físico ao qual foram previamente
submetidos. O grupo da linhagem hipertensa apresentou, nas duas últimas semanas,
diferença estatisticamente significativa comparado ao seu grupo controle (figura 3) porém,
aparentemente sem significado fisiológico para a pesquisa.
Discussão 132
5.3- A atividade física programada no meio líquido termoneutro
A vasomotricidade ocasionada pela pressão hidrostática da água sobre a
superfície corporal também tem a contribuição da temperatura do meio líquido,
ao qual o organismo esta submerso, ocasionando vasoconstrição visceral associada a
vasodilatação periférica para que ocorra troca de calor e a manutenção da pressão arterial
constante durante o exercício. Caso o exercício fosse realizado em água fria, para manter o
calor corporal durante este estresse térmico, ocorreria vasoconstrição periférica associada
ao aumento de circulação esplânica interna para que houvesse a manutenção da temperatura
ideal ao metabolismo das vísceras (MCARDLE et al., 2001). Desta forma a redução do
fluxo sanguíneo muscular causaria redução do rendimento e da performance muscular.
Nesta situação, quando a musculatura é exigida de forma exaustiva, acaba por funcionar
como um radiador, fazendo com que o corpo não retenha calor, além de ocasionar aumento
no consumo de oxigênio devido ao aumento da atividade muscular na tentativa de regular a
temperatura central (GIESBRECHT et al., 1997). Portanto, o uso da água termoneutra,
teve como objetivo estimular vias metabólicas ao esforço físico imposto sem que outros
fatores interferissem nos achados do presente estudo. Dados de KELLOG et al. (1998)
demonstraram que a geração de óxido nítrico está envolvida nos mecanismos ativos de vaso
dilatação em humanos quando submetidos a um estresse térmico com água entre 38-39°C.
A imersão no meio líquido facilita o retorno venoso resultando numa
hipervolemia de aproximadamente de 700 ml em adultos humanos (ARBORELIUS et al.,
1972). Com o aumento do volume de sangue, são ativados mecanoreceptores de baixa
pressão cardíacos e vasculares os quais estimulam reflexos hormonais e neurais incluindo a
supressão de hormônio antidiurético (EPSTEIN et al., 1975a, 1981 e NORSK et al., 1988) e
a secreção de aldosterona (EPSTEIN et al., 1971 e EPSTEIN et al., 1975b) tanto como a
inibição da atividade nervosa simpática renal (KRISHNA et al., 1983 e MIKI et al., 1988b),
estimulação da síntese de prostaglandina renal (ESPTEIN et al., 1979) e a liberação do
peptídeo natriurético atrial (EPSTEIN et al., 1989) assegurando aumento da diurese,
natriurese e caliurese.
Discussão 133
RIM et al. (1997) verificaram, em coreanos saudáveis submetidos a dieta típica
com elevada carga de sal e a uma única sessão de 3 horas de exercício (ciclismo) dentro da
água termoneutra, que o clearance de creatinina se manteve constante, indicando uma taxa
de filtração glomerular sem mudanças. Por outro lado, observaram um aumento do fluxo
urinário, inversamente à osmolaridade urinária, devido à redução da reabsorção de água
livre nos túbulos coletores induzindo à poliúria. A carga excretada de sódio (Na+) aumentou
após 2 horas de exercício, sendo que a carga de potássio (K+) manteve-se constante,
indicando que a poliúria induzida pela imersão esteja envolvida na diurese osmótica sem
variações plasmáticas no Na+, K+, osmolaridade e Ccr.
5.4- Análise dos parâmetros da pressão arterial e função renal
Os resultados do presente estudo permitiram verificar algumas modificações
fisiológicas envolvendo o controle da pressão arterial e da função renal.
Os animais submetidos à atividade física programada apresentaram, após o
período de treinamento, queda no rendimento físico como verificado na figura 7.
A queda do rendimento físico foi ocasionada, provavelmente pelo excesso de treinamento
também conhecido por overtrainning; o que determinou diminuição proposital na
sobrecarga imposta aos ratos.
Não houve modificações significativas apreciáveis da massa corporal durante o
processo de condicionamento físico, apesar da pequena alteração no final de todo período
experimental, conforme as figuras 3 e 5. Não se pode descartar a hipótese dos animais
submetidos ao exercício terem ganhado massa muscular maior que os ratos controle,
porém em quantidade de massa corporal absoluta terem mantido-se iguais.
Essa relação de ganho de massa muscular associada à atividade física é bem documentada,
e corroboram com observações de MELO et al. (2003), que observaram ganho de massa
muscular com aumento da vascularização muscular e do diâmetro transversal da luz
vascular, promovendo uma possível diminuição da resistência periférica vascular para uma
mesma volemia.
Discussão 134
Nossas observações demonstraram atenuação significativa da pressão arterial
após o início da atividade física programada nos animais hipertensos (figura 16).
Esse comportamento já foi verificado em estudos prévios que também demonstraram
atenuação da atividade simpática sobre o coração. Adicionalmente a queda da pressão
arterial, este estudo demonstrou decréscimo na freqüência cardíaca e no volume sistólico,
associado ao aumento na sensibilidade pressoreceptora em ratos SHR
(KRIEGER et al., 1999).
Observações prévias sobre a função renal são escassas na literatura,
em particular quando verificados em pacientes hipertensos ou modelos de hipertensão
arterial submetidos a atividade física programada.
Os resultados mais relevantes do presente estudo confirmaram as repercussões
hemodinâmicas, com queda da pressão arterial sistêmica e, de maneira inédita,
definiram algumas repercussões sobre a função e manipulação de sódio em segmentos
tubulares específicos após o exercício físico.
A avaliação da função renal no presente estudo demonstra que não houve,
em ambas as linhagens, modificações apreciáveis na filtração glomerular após e durante o
treinamento físico. Estas observações definem que a atividade física, em longo prazo,
em indivíduos hipertensos não desencadeia qualquer tipo de comprometimento funcional
renal.
O resultado mais interessante observado foi a evidência de uma menor excreção
urinária de sódio (FENa+, figura 26 e UNa+V, figura 40) nos animais hipertensos após o
início do treinamento físico programado, inversamente ao comportamento observado nos
animais normotensos submetidos, de forma igual, ao mesmo experimento
(figuras 28 e 41, respectivamente). Após a inversão dos grupos, os animais hipertensos
demonstraram apreciável mudança de comportamento no que diz respeito da manipulação
tubular de sódio (figura 33 e 40). Tal comportamento sugere a existência de mecanismos
contra regulatórios, atuantes no organismo hipertenso, na tentativa de aumentar a retenção
renal de sódio e, desta forma, elevar a retenção de água e a volemia, com o objetivo de
restabelecer a pressão arterial a níveis observáveis nesta linhagem hipertensa que conforme
verificado por BOER et al. (2005), reestabelecem a natriurese pressórica observada no
Discussão 135
desenvolvimento da hipertensão desta linhagem de Kyoto. Resultados anti-natriuréticos não
foram observados nos animais normotensos (WKy) submetidos à atividade física similar.
Os animais hipertensos apresentaram elevação da reabsorção tubular de sódio,
nos segmentos distais do nefro (figura 33) e esta foi acompanhada pelo aumento na
excreção urinária de potássio. Esta elevada excreção de potássio foi significativamente
observada durante as 4 primeiras semanas de exercício com posterior redução, assumindo
valores próximos ao do grupo controle (figuras 36, 37 e 38). Esse comportamento não
acompanhou as grandes diferenças ocorridas na FENa+ (figura 26) e na UNa+V (figura 40).
Não podemos afastar a existência de uma elevada atividade do sistema renina-angiotensina-
aldosterona durante este período. Nota-se que na 4a semana a pressão arterial dos animais
hipertensos submetidos a exercício eleva-se transitoriamente, retardando a partir da
5a semana para valores mais baixos, diferenciando estatisticamente do grupo controle até a
8a semana (figura 16). Tal comportamento continua obscuro, sendo possível que
mecanismos contra regulatórios estejam atuantes na tentativa de elevar a pressão arterial já
neste momento.
Os resultados do presente estudo permitem confirmar a importância da
atividade física programada e estabelecer que esta redução pressórica em um modelo de
hipertensão genética é acompanhada por modificação na manipulação de sódio que ocorre
nos segmentos distais do nefro. Este efeito, aparentemente, é contra-regulatório e tende a
manter elevado os níveis pressóricos.
Assim o presente estudo sugere que modificações funcionais tubulares renais
ocorrem no sentido de manter elevado os níveis tensionais, não contribuindo desta forma
para a redução e inibindo ao desenvolvimento da hipertensivo nessa linhagem estudada.
Discussão 136
137
6- CONCLUSÕES
1- A atividade física programada e regular, executada no meio líquido termoneutro com
sobrecarga relativa ao peso corporal, possibilitou uma redução nos níveis pressóricos
tanto dos ratos hipertensos quanto nos normotensos, sendo no primeiro uma redução
mais significativa.
2- Os animais, ao término do experimento, não apresentaram diferenças significativas com
relação a massa corporal.
3- Os animais submetidos a atividade física programada apresentaram, após o período de
treinamento, queda no rendimento físico.
4- Após a inversão dos grupos os resultados e valores referentes a pressão arterial,
à UNa+V e a FENa+ inverteram-se de forma significativa, demonstrando o princípio da
reversibilidade biológica do treinamento esportivo.
5- A pressão arterial no grupo hipertenso demorou 6 semanas para alcançar os níveis
pressóricos do seu respectivo grupo controle devido possivelmente a alterações
hemodinâmicas que perduraram após o período de treinamento, enquanto que a
UNa+V modificou-se imediatamente após o término dos exercícios como decorrência de
possível hiperestimulação do sistema nervoso simpático e/ou do sistema
renina-angiotensina-aldosterona sobre os segmentos distais do nefro, acompanhada por
aumento na excreção de K+.
6- Nos animais hipertensos foram verificados possíveis mecanismos contra regulatórios
referente a constante tentativa de elevação pressórica, aparentemente verificada à partir
da 4ª semana de experimento. Os possíveis mecanismos contra-regulatórios envolvidos
devem ser multifatoriais envolvendo componentes humorais e neurais.
7- As alterações na manipulação renal de Na+ e K+ ocorrem em ambas as linhagens,
sem modificações apreciáveis na filtração glomerular durante o treinamento físico.
Conclusões 139
7- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Referências Bibliográficas
153
8- ANEXOS
155
Descrição metodológica - Dosagem de Creatinina
No aparelho com água deionizada:
Absorbância = 0
Transmitância = 100
Kit da empresa CELM - Creatinina Calorimétrica.
A Creatinina reage com o pícrato em meio alcalino tamponado (NaOH 10%),
com previa desproteinização com tungstato de sódio ácido pícrico. Obtendo-se um
cromógeno determinado pela leitura do espectrofotômetro em comprimento de onda de
510nm.
Dilui-se a amostra (Plasma ou Urina) a 1:10 (100µL de amostra + 900 µL de água).
Pipeta-se 500 µL da diluição da amostra.
Adiciona-se 2,5 ml de acido pícrico.
Mistura-se no vortex.
Deixa-se de repouso por 10 minutos.
Centrifuga-se por 5 minutos a 3000 rpm.
São feitos 3 tipos de tubos:
1- Branco- 0,5ml água + 0,7 ml ácido pícrico + 0,2 ml Tampão. Utiliza-se para zerar o
aparelho em absorbância e transmitância. (duplicata).
2- Padrão- 0,2 ml de padrão + 0,3 ml de água + 0,7 acido pícrico + 0,2 ml de tampão.
Utiliza-se para fazer a leitura do Padrão. (duplicata).
3- Amostra- 1,2ml da amostra sobrenadante (Plasma ou Urina) que foi centrifugada +
0,2 ml de Tampão (duplicata).
Homogeniza-se no vortex após adição do tampão.
Espera-se 20 minutos para ser feita a leitura.
Anexo 1
157
Com a leitura do padrão primeiramente, e depois das amostras pareadas,
o resultado obtido é calculado as médias. O valor obtido multiplica-se por 10 (diluição)
e em seguida multiplica-se por 2 (concentração conhecida do padrão) divide-se pela média
do padrão, o valor é dado em mg/dl.
Anexo 1
158
Descrição metodológica - Dosagem dos eletrólitos plasmáticos e urinários
No aparelho:
Sódio- referência 140 - casa decimal 0,001 sensibilidade II
Potássio- referência 5 - casa decimal 0,1 sensibilidade II
Lítio- referência 1,5 - casa decimal 0,1 sensibilidade II
Kit da empresa CELM- Soluções Padrões para Fotometria de Chama (FC 180)
Dosagem de Sódio e Potássio
Padrão: 1:50 Urina e Plasma
Diluição da Urina 1:20 (200 µL de Urina + 3,800 ml de água) duplicata
O resultado da leitura divide-se por 2,5
Diluição do Plasma 1:50 (50 µL de Plasma + 2,450 ml de água) duplicata
Diluição = padrão= resultado da leitura
Dosagem de Lítio
Padrão 1:50
Diluição da Urina: 1:5 (400 µL de Urina + 1,600 ml de água) duplicata
O resultado da leitura divide-se por 10
Diluição do Plasma 1:50 (50 µL de Urina + 2,450 ml de água)
Diluição = padrão= resultado da leitura
Os resultados são expressos em mEq/L
Anexo 2
159
9- APÊNDICES
161
iExercício Data
Rato Peso Sobrecarga % Hora Inicial Hora Final Tempo Controle Rato Peso
Pressão Arterial
Semana
Data:
Grupo:
Rato P.A
Apêndice 2 165
Clearance
Semana:
Data:
Grupo
Rato Peso 5% H2O LiCl 1/100 1º S.H 2º S.H Hora Inicial Hora Final Volume
Dosagem
Semana
Data:
Grupo
Sangue Urina
Rato Na K Li Rato Na K Li
Sangue Urina
Rato A Creati Rato A Creati
Apêndice 4 169
EXPERIMENTAL SHR VU Creatinina Na K Li Vu
Microl/min100gr Ccr Cli Cna CF Na CF K Rato N Peso P/100 120 120 P 120 P 120 P 120 P 120 120 120 120 120 120 16 17 18 19 20
M DP EPM MAX MIN
CONTROLE SHR VU Creatinina Na K Li Vu
Microl/min100gr Ccr Cli Cna CF Na CF K Rato N Peso P/100 120 120 P 120 P 120 P 120 P 120 120 120 120 120 120 11 12 13 14 15
M DP EPM MAX MIN
EXPERIMENTAL WKY VU Creatinina Na K Li Vu
Microl/min100gr Ccr Cli Cna CF Na CF K Rato N Peso P/100 120 120 P 120 P 120 P 120 P 120 120 120 120 120 120
6 7 8 9
10 M DP EPM MAX MIN
CONTROLE WKY VU Creatinina Na K Li Vu
Microl/min100gr Ccr Cli Cna CF Na CF K Rato N Peso P/100 120 120 P 120 P 120 P 120 P 120 120 120 120 120 120
1 2 3 4 5
M DP EPM MAX MIN
EXP AP Na DD Na App Na CE Na Ap Na
% FEP Na
% FEPP Na
% CE
Na% CE K CE K % APP NaRato 120 120 120 120 120 120 120 120 120 120 120 16 17 18 19 20
M DP EPM MAX MIN
EXP AP Na DD Na App Na CE Na Ap Na
% FEP Na
% FEPP Na
% CE NA
% CE K CE K % APP NaRato 120 120 120 120 120 120 120 120 120 120 120 11 12 13 14 15
M DP EPM MAX MIN
EXP AP Na DD Na App Na CE Na Ap Na
% FEP Na
% FEPP Na
% CE NA
% CE K CE K % APP NaRato 120 120 120 120 120 120 120 120 120 120 120
6 7 8 9
10 M DP EPM MAX MIN
EXP AP Na DD Na App Na CE Na Ap Na
% FEP Na
% FEPP Na
% CE NA
% CE K CE K % APP NaRato 120 120 120 120 120 120 120 120 120 120 120
1 2 3 4 5
EPM DP EPM MAX MIN
Apêndice 5
171
Apêndice 5
172