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Page 1: Apesar de popular, alguns jovens ainda não têm Facebook

VITR INE1-A

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1-AC U L T U R A & V A R I E D A D E S

Débora Anício

REPÓRTER

No início do mês de março o vice-presidente do Facebook na AméricaLatina, Alexandre Hohagen, infor-mou que o número de usuários no

Brasil aumentou 458% em dois anos. A redesocial criada por Mark Zuckerberg tinha 12milhões de usuários em 2011, e hoje possui67 milhões de adeptos, o que faz com que oBrasil seja o segundo país do mundo emnúmero de perfis, atrás apenas dos EstadosUnidos. Com quase um terço da populaçãobrasileira presente no site de relacionamen-tos, é cada vez mais difícil encontrar alguémque não tenha aderido ao "Face", principal-mente entre os jovens. Mas com um poucomais de esforço é possível encontrar quemainda não curta o Facebook, como as ipatin-guenses Erlaine Gonçalves e Jéssica Andra-de, ambas de 20 anos.

Única pessoa em seu círculo de amigos anão ter uma conta no Facebook, a estudanteErlaine Gonçalves diz que não se sente atraídapelo "Face". "Não vejo vantagem algumapara mim. É um lugar muito bom para divul-gação de trabalho, e acho que só usaria paraesse fim. Mas pessoalmente não me sintoatraída", explicou ela, comentando que nãofica muito tempo navegando na web. "Tenhointernet em casa, mas geralmente uso somentepara ler as notícias do dia. Já tive orkut emsn, mas não uso mais".

Apesar de se manter firme em sua decisãode não aderir à rede social, a estudante confes-sa que às vezes se sente deslocada. "Quasetodas as pessoas que conheço estão no Face-book. Elas sempre comentam o que está acon-tecendo por lá e eu fico meio de lado", disseela. "Mas nunca perdi uma festa por causadisso. Meus amigos marcam reuniões lá, massempre me ligam para avisar", garantiu.

Erlaine também conta que é constante ospedidos para que ela crie um perfil no Face-book. "Todo mundo me pergunta se eu tenhouma conta no 'Face', e ninguém acredita quan-do digo que não. As pessoas sempre me falam

para entrar na rede social. Recebo solicitaçõespor e-mail todos os dias", contou ela, que temo celular como principal meio de comunicação."Também uso o e-mail. Mas não consigo viversem celular, porque é através das ligações eSMS que me comunico com meus amigos efamiliares".

ESTRANHA NO NINHOQuem também se sente deslocada por estar

fora do Facebook é a recepcionista JéssicaAndrade que, apesar de ter a mãe e a irmãde 15 anos conectadas à rede social, não vêinteresse no site de relacionamento. "As pes-soas dizem que eu sou ultrapassada por nãoestar no Facebook. Acho que elas me veemcomo um E.T.", contou a jovem. "Ninguémacredita quando digo que não tenho Face-book, e todos me pedem para aderir, masnão vou fazer isso porque não tenho interes-se algum", garantiu Jéssica. "Sempre memandam entrar no site eu digo que irei fazera conta, mas só para acabar logo com a con-versa", disparou ela.

Apesar de não ser fã das redes sociais, ondegrande parte dos internautas brasileiros gasta amaior parte do tempo, Jéssica usa a web paravisitar sites e blogs de beleza. "Geralmente ficouma hora por dia na internet, onde vejo noti-ciários, sites e blogs sobre maquiagem, esmal-tes e outros assuntos relacionados a esse uni-verso", falou a recepcionista, que diz não sen-tir falta de estar no site de relacionamentosmais famoso do Brasil. "Eu busco na internet oque me interessa. E não vejo motivo algumpara entrar no Facebook".

As redes sociais conhecidas por Jéssica sãoTwitter, Instagram, MySpace e Skype. "Conhe-ço apenas de ouvir falar, mas nunca me inte-ressei em criar uma conta em nenhum dessessites. Até porque, antigamente, a maioria delesera em inglês, e como eu não entendia a línguaachava difícil usar", explicou Jéssica, que gastaseu tempo livre bem longe da internet. "Eusaio com meu namorado e meus amigos. Masno geral sou muito caseira".

Avessa aos sites de relacionamentos, Jéssicaconta que usa o celular com muita frequência."Eu uso muito o aparelho para trocar mensa-gens, não consigo ficar sem celular".

EMBORA O BRASIL SEJA O 2º PAÍS DO MUNDO COM O MAIOR NÚMERO DE PERFIS NO FACEBOOK,AINDA É POSSÍVEL ENCONTRAR ALGUNS JOVENS

QUE NÃO ADERIRAM À REDE SOCIALNão curti

AO CONTRÁRIO de um terço da população brasileira, a estudante ipatinguense Erlaine Gonçalves não aderiu ao Facebook

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