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Macroeconomia para Anpec
Aula 00 – Contabilidade
Nacional
Macroeconomia para Anpec
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Macroeconomia para Anpec
Sumário
APRESENTAÇÃO ....................................................................................................................................... 3
COMO ESTE CURSO ESTÁ ORGANIZADO .................................................................................................. 4
CONTABILIDADE NACIONAL .................................................................................................................... 6
AGREGADOS MACROECONÔMICOS ........................................................................................................................... 6
Fluxo Circular da Renda ................................................................................................................................... 7
Produto Interno Bruto (PIB) .............................................................................................................................. 8
Ótica do Produto ............................................................................................................................................. 9
Ótica da Renda .............................................................................................................................................. 10
Ótica da Despesa ........................................................................................................................................... 10
Absorção Interna ........................................................................................................................................... 11
Algumas identidades contábeis ...................................................................................................................... 11
Produto Bruto e Produto Líquido .................................................................................................................... 14
Produto a Preços de Mercado e Produto a Custo de Fatores ............................................................................. 15
Produto Interno Bruto (PIB) e Produto Nacional Bruto (PNB) ........................................................................... 15
Renda Interna e Renda Nacional .................................................................................................................... 16
Renda Pessoal (RP) e Renda Pessoal Disponível (RPD) .................................................................................... 17
PIB Nominal e PIB Real .................................................................................................................................. 17
Deflator Implícito do PIB ................................................................................................................................ 18
MATRIZ INSUMO-PRODUTO ................................................................................................................................... 21
CONTAS ECONÔMICAS INTEGRADAS ....................................................................................................................... 21
BALANÇO DE PAGAMENTOS ................................................................................................................................... 23
Estrutura do Balanço de Pagamentos (BPM6 e BPM5) .................................................................................... 24
Posição Internacional de Investimentos (PII) ................................................................................................... 37
Mensuração da Variação de Reservas ............................................................................................................. 39
QUESTÕES COMENTADAS PELO PROFESSOR ......................................................................................... 42
LISTA DE QUESTÕES............................................................................................................................. 101
GABARITO ............................................................................................................................................ 117
RESUMO DIRECIONADO ....................................................................................................................... 118
REFERÊNCIAS ....................................................................................................................................... 123
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Apresentação
Olá! Tudo joia? Meu nome é Natália França e é excelente ter você por aqui!
A preparação para o exame da Associação Nacional dos Centros de Pós-
Graduação em Economia (Anpec) requer esforço e dedicação, e irei te ajudar nessa
caminhada. Antes, vou falar um pouco sobre mim.
Formei-me com excelência em Economia pelo Ibmec Minas em 2011. No final
daquele ano, fiz a prova da Anpec e ingressei no mestrado do programa de Pós-
Graduação em Economia da Universidade Federal do Ceará (CAEN/UFC) em 2012.
Finalizei o doutorado em 2019 no CAEN/UFC, tendo um período na Rice University
no Texas.
Concomitante a minha carreira acadêmica, ingressei no mundo dos concursos públicos. Fui aprovada para
o cargo de Analista Administrativo (Economia) na Ebserh em 2018 e para o cargo de Auditor de Controle Interno
na Controladoria e Ouvidoria Geral do Estado do Ceará (CGE/CE) em 2019. Atualmente estou como professora
substituta no Departamento de Economia Aplicada na UFC.
Não existe fórmula mágica para aprovação em concursos e provas. Temos que ter foco, disciplina,
persistência, além de fazer revisões e resolver muitas questões! Nesse sentido, materiais de qualidade são
essenciais para potencializar nossos resultados positivos. E aqui está a chave para o seu sucesso, pode contar
comigo!
Nesse curso de MACROECONOMIA que estamos iniciando agora, você verá, ao longo de vários materiais
escritos (PDFs), teoria combinada com a resolução de várias questões de provas passadas da Anpec. Minha
meta é lhe fornecer um material objetivo, focado e de alta qualidade, de forma a lhe auxiliar na sua conquista
em ingressar na Pós-Graduação em Economia.
Ah.... Acompanhe minhas redes sociais para ficar por dentro do meu trabalho e conferir dicas de estudo:
https://www.youtube.com/channel/UCRVwQ5xxU-LmFGFbqREbMiA
@prof.natalia.franca
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Como este curso está organizado
Para cobrir os pontos em Macroeconomia cobrados no edital da Anpec, o nosso curso está organizado da
seguinte forma:
Aula Data Conteúdo do edital
00 23/12/2020
Os conceitos de renda e produto. Produto e renda das empresas e das
famílias. Gastos e receitas do governo. Balanço de pagamentos (sexta
edição do Manual do Balanço de Pagamentos do Fundo Monetário
Internacional - BPM6): a conta de transações correntes, a conta capital, a
conta financeira, o conceito de déficit e superávit. Contas Nacionais do
Brasil. Conceito de deflator implícito da renda. Tabela de relações insumo-
produto.
01 15/02/2021
Economia Monetária - Funções da moeda. Criação e distribuição de moeda
pelos bancos comerciais. Controle dos meios de pagamentos: taxa de
redesconto, reservas obrigatórias, gerências da dívida pública. Procura da
moeda: motivos determinantes da retenção de ativos líquidos. Papel do
Banco Central. Equivalência Ricardiana. Dinâmica da Dívida e sua Relação
com o Superávit Primário. Conceitos alternativos de déficit público.
02 25/02/2021
Modelo IS x LM x BP - Equilíbrio no mercado de bens. Equilíbrio no mercado
Monetário. Análise IS x LM. Impactos de Políticas fiscal e Monetária.
Modelo Mundell-Fleming. Regimes Cambiais.
03 07/03/2021
Oferta e Demanda agregadas e Curva de Phillips - Modelo AS x AD (curto e
longo prazo). Curva de Phillips: Expectativas Adaptativas e Racionais;
Rigidez de Preços e Salários; Teoria dos Ciclos Reais e Modelos Novos
Keynesianos. Equação de Fisher.
04 17/03/2021
Crescimento - Modelo de Solow. Crescimento endógeno. Decomposição
(contabilidade) do crescimento. Instituições e crescimento. Capital
Humano.
04 27/03/2021 Economia Aberta - Noção de taxa de câmbio real e nominal. Equação de
Paridade de juros e de preços.
06 06/04/2021 Investimento e Consumo - Q de Tobin. Teoria da Renda Permanente. Ciclo
de Vida. Restrição de Crédito. Papel das expectativas.
O tópico referente a números índices será abordado na disciplina de Microeconomia (aula 01). Vale
destacar que esse tema também é cobrado na prova de Estatística.
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Nessa primeira aula, vamos ver os seguintes assuntos:
Os conceitos de renda e produto. Produto e renda das empresas e das famílias. Gastos e receitas do governo. Balanço de
pagamentos (sexta edição do Manual do Balanço de Pagamentos do Fundo Monetário Internacional - BPM6): a conta de
transações correntes, a conta capital, a conta financeira, o conceito de déficit e superávit. Contas Nacionais do Brasil.
Conceito de deflator implícito da renda. Tabela de relações insumo-produto.
Então vamos começar logo, não é mesmo? Bons estudos!
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Contabilidade Nacional
A Macroeconomia se encarrega do estudo sobre o comportamento dos grandes agregados econômicos
como produto, renda, preços, emprego e desemprego, estoque de moeda, taxa de juros, taxa de câmbio, entre
outros. Nesse sentido, iremos começar nosso curso pela Contabilidade Nacional e o Balanço de Pagamentos,
assuntos incluídos no primeiro ponto abordado pela prova da Anpec.
A Contabilidade Nacional, também denominada Contabilidade Social, “tem como objetivo mensurar a
totalidade das transações econômicas do país” (LOPES & VASCONCELLOS, 2008). Esse ramo da
Macroeconomia se desenvolveu, principalmente, depois da publicação, em 1936, da obra de John Maynard
Keynes, a Teoria geral do emprego do juro e da moeda. Estudaremos a teoria keynesiana com detalhes em aula
posterior, está bom?!
Importante você saber que os agregados macroeconômicos, conforme veremos na nossa aula de hoje,
são contabilizados por meio do Sistemas de Contas Nacionais e do Balanço de Pagamentos. Conforme Feijó et
al (2017), 0 “Sistema de Contas Nacionais se desenvolveu a partir do reconhecimento pelos países da
necessidade de produção sistemática e comparável, no tempo e no espaço, de estatísticas econômicas para
orientar a tomada de decisões, tanto na esfera pública como na privada”. No Brasil, o Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE) é o órgão responsável pelas contas nacionais.
Ainda no âmbito da Contabilidade Social, temos a Matriz de Insumo-Produto, também conhecida como
Matriz de Relações Intersetoriais ou Matriz de Leontief, que mostra “uma visão detalhada da estrutura
produtiva brasileira e [permite] avaliar o grau de interligação setorial da economia e também os impactos de
variações na demanda final dos produtos, mediante a identificação dos diversos fluxos de produção de bens e
serviços”1.
Esse é um tema importante para a nossa preparação. Então, mãos à obra né!
Agregados Macroeconômicos
Ao longo da aula de hoje, veremos diversos agregados macroeconômicos, tais como:
1) Produto
2) Renda
3) Despesa
4) Consumo
5) Poupança
6) Investimento
1 https://www.ibge.gov.br/estatisticas/economicas/contas-nacionais/9085-matriz-de-insumo-produto.html?=&t=o-que-e. Acesso em 13 de dezembro de 2020.
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7) Absorção
Mas antes de começar nosso estudo sobre a definição desses diferentes agregados macroeconômicos,
iremos estudar um pouco sobre o fluxo circular da renda, que é um diagrama bastante útil para visualizarmos a
identidade contábil básica (já vou adiantando que essa identidade retrata a igualdade entre produto, renda e
despesa).
Fluxo Circular da Renda
O fluxo circular da renda, em sua versão simplificada, considera as transações entre apenas dois setores
na economia: as famílias e as empresas. As famílias compram bens e serviços finais para consumo, que são
produzidos e vendidos pelas empresas. Como forma de pagamento, as famílias oferecem renda monetária, que
elas obtêm ao fornecer os meios de produção para as empresas (as famílias são as detentoras dos fatores de
produção). Na figura a seguir, as setas em cor laranja representam os fluxos reais, que medem quantidades, e
as setas em preto indicam os fluxos monetários, que mensuram valores. Veremos a seguir que há uma
equivalência entre os fluxos reais e monetários, refletindo-se na identidade contábil básica.
Analisando a economia de um modo agregado, em termos ex-post, a produção total da firma se converte
em remuneração dos fatores de produção, de forma que temos a igualdade entre produto e renda. Ademais, a
produção também equivale a despesa das famílias, que mostra as possíveis destinações da produção (estamos
considerando o caso mais simples de todos: economia fechada e sem governo). Portanto, verificamos a
igualdade entre produto e despesa.
Fluxo Circular da Renda
Fonte: Adaptado de Lopes e Vasconcellos (2008) e Feijó et al (2017).
À medida em que mais setores são inseridos na economia, o fluxo circular da renda vai se tornando mais
rebuscado, com várias inter-relações entre os agentes econômicos.
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Então, vamos começar nosso estudo dos agregados macroeconômicos? O primeiro que veremos é o
Produto Interno Bruto, um dos principais agregados macroeconômicos de uma economia.
Produto Interno Bruto (PIB)
O Produto Interno Bruto (PIB) “de um país ou região representa a produção de todas as unidades
produtoras da economia (empresas públicas e privadas produtoras de bens e prestadoras de serviços,
trabalhadores autônomos, governo etc.) num dado período (ano ou trimestre, em geral) a preços de
mercado” (FEIJÓ et al, 2017).
Importante você saber que o PIB é mensurado a preços de mercado (preços finais praticados no mercado
de bens e serviços). Isso ocorre em virtude da inviabilidade de se agregar quantidades de uma infinidade de
bens e serviços. Os demais agregados macroeconômicos que veremos hoje também são expressos em valores
monetários.
De um modo geral, o cálculo do PIB engloba transações de compra e venda (de bens e serviços). No
entanto, em alguns casos, ou essas transações não ocorrem, ou são de difícil mensuração. Assim, algumas
considerações acerca do cálculo do PIB devem ser feitas:
1) o PIB mede o valor de bens e serviços finais produzidos em uma economia em determinado período do
tempo. Dessa forma, um bem produzido no período t, mas vendido no período t + 1, entra no PIB do período t
(período em que foi produzido), não tendo efeito algum no PIB em t + 1.
2) serviços providos pelo poder público não envolvem transações de compra e venda e são considerados
no cálculo do PIB com base em seu custo.
3) se uma pessoa faz uso de um imóvel alugado, há uma transação: o indivíduo usufrui dos serviços
habitacionais e paga uma remuneração ao proprietário do imóvel por isso. No entanto, no caso de uma pessoa
usufruindo de um imóvel próprio, não há a transação, mas o serviço habitacional ainda existe. Nesse caso, é
calculado um aluguel implícito, ou seja, qual seria o aluguel do imóvel (com base em outros similares) e esse
valor é imputado no cálculo do PIB. Então, o valor de um imóvel alugado entra, sim, no PIB.
4) se alguém aluga um carro, existe uma transação envolvendo um serviço, que entra no PIB. No entanto,
se a pessoa compra o carro, embora o serviço continue existindo, ele deixa de ser contabilizado no cálculo do
PIB. Isso também vale para outros bens duráveis (veículos, eletrodomésticos, etc.). Da mesma forma, uma
refeição num restaurante é contabilizada no PIB, mas se a comida é feita em casa não entra no PIB (embora o
serviço de fazer o alimento continue a existir).
5) atividades informais e ilegais também ficam de fora do cálculo do PIB.
O Produto Interno Bruto reflete o desempenho econômico e, em certa medida, o bem-estar em
determinada sociedade. Outra medida utilizada nesse sentido, é o PIB per capita, que corresponde ao PIB do
período dividido pela população residente no mesmo período. Vale destacar que o PIB e o PIB per capita têm
certas limitações em mensurar o bem-estar de uma população: existem transações que não são contabilizadas
no cálculo, como lazer; a desigualdade na distribuição de renda não é refletida; etc.
Por fim, a partir do fluxo circular da renda, é possível definir três óticas de mensuração do produto: ótica
do produto, ótica da renda e ótica da despesa. Veremos cada uma delas a seguir.
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Ótica do Produto
Segundo a ótica do produto, o PIB a preços de mercado, 𝑃𝐼𝐵 ou 𝑃𝐼𝐵𝑝𝑚, equivale à soma de todos os
bens e serviços finais produzidos na economia durante determinado período de tempo (produto
agregado). Importante destacar que são considerados apenas bens e serviços finais para evitar a dupla
contagem dos bens intermediários (insumos).
Um bem ou serviço ser considerado final ou não, relaciona-se ao fato de ele ter sido ou não utilizado na
produção de outro bem. Dessa forma, a farinha de trigo que nós compramos no supermercado é um bem final;
ao passo que a farinha utilizada na produção do pão comercializado pelas padarias é um bem intermediário.
Um detalhe em relação à notação, quando se escreve apenas PIB estamos nos referindo ao PIB a preços
de mercado (mais adiante veremos a definição de PIB a custo de fatores). Algebricamente:
𝑃𝑟𝑜𝑑𝑢𝑡𝑜 𝐴𝑔𝑟𝑒𝑔𝑎𝑑𝑜 = 𝑃𝐼𝐵 = 𝑠𝑜𝑚𝑎 𝑑𝑜 𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑑𝑒 𝑡𝑜𝑑𝑜𝑠 𝑜𝑠 𝑏𝑒𝑛𝑠 𝑒 𝑠𝑒𝑟𝑣𝑖ç𝑜𝑠 𝑓𝑖𝑛𝑎𝑖𝑠
Supondo que existem n bens e serviços finais na economia, temos:
𝑃𝐼𝐵𝑡 = ∑ 𝑃𝑡𝑖𝑄𝑡
𝑖
𝑛
𝑖=1
Em que 𝑃𝑡𝑖 é o preço médio do bem/serviço final i no período t; 𝑄𝑡
𝑖 é a quantidade do bem/serviço final i no
período t; 𝑃𝑡𝑖𝑄𝑡
𝑖 é o valor da produção no setor do bem/serviço i em t.
Vejamos, por meio de um exemplo extraído de Lopes e Vasconcellos (2008), uma outra forma de medir o
PIB pela ótica do produto. Suponha que a cadeia produtiva do pão (bem final) seja composta apenas pelos
produtos trigo, farinha e pão. O trigo é insumo na produção de farinha, que é insumo na produção de pão. A
segunda coluna da tabela apresenta o valor bruto da produção de cada bem, totalizando 45 unidades
monetárias (o valor bruto da produção – VBP – da economia ou do setor é o total do valor bruto da produção
de todas as unidades produtivas).
No entanto, você deve perceber que o valor do trigo e da farinha foram contabilizados duas vezes (pois
são insumos no processo produtivo), de modo que o PIB não seja igual ao valor bruto da produção, $ 45. Temos,
portanto, de descontar o valor dos bens e serviços intermediários, de modo que a rubrica que realmente nos
interessa é o valor que cada empresa adiciona no seu processo produtivo. O valor adicionado, também
denominado valor agregado, em cada etapa corresponde à diferença entre o valor bruto da produção e o
gasto com insumos adquiridos de outras empresas.
Produto Valor da Produção Valor dos Insumos Valor Adicionado
Trigo 10 0 10
Farinha 15 10 5
Pão 20 15 5
Total 45 25 20
Fonte: Lopes e Vasconcellos (2008).
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Podemos dizer, então, que o PIB a preços de mercado é dado pela soma dos valores adicionados de
todas as unidades produtoras da economia. Algebricamente:
𝑃𝐼𝐵 = 𝑠𝑜𝑚𝑎 𝑑𝑜𝑠 𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟𝑒𝑠 𝑎𝑑𝑖𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑑𝑜𝑠 = 𝑉𝐵𝑃 − 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜 𝑖𝑛𝑡𝑒𝑟𝑚𝑒𝑑𝑖á𝑟𝑖𝑜 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙
Quando consideramos a presença do governo na economia, cabe uma consideração sobre o valor bruto
da produção: ela corresponde ao valor do que foi produzido mais os impostos sobre o produto:
𝑉𝐵𝑃 = 𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑑𝑎 𝑃𝑟𝑜𝑑𝑢çã𝑜 + 𝐼𝑚𝑝𝑜𝑠𝑡𝑜𝑠 𝑠𝑜𝑏𝑟𝑒 𝑜 𝑃𝑟𝑜𝑑𝑢𝑡𝑜
Ótica da Renda
De acordo com a ótica da renda, a Renda Agregada representa a remuneração de todos os fatores de
produção de determinada economia:
𝑅𝑒𝑛𝑑𝑎 𝐴𝑔𝑟𝑒𝑔𝑎𝑑𝑎 = 𝑠𝑜𝑚𝑎 𝑑𝑎 𝑟𝑒𝑚𝑢𝑛𝑒𝑟𝑎çã𝑜 𝑑𝑒 𝑡𝑜𝑑𝑜𝑠 𝑜𝑠 𝑓𝑎𝑡𝑜𝑟𝑒𝑠 𝑑𝑒 𝑝𝑟𝑜𝑑𝑢çã𝑜
A Renda Interna Bruta a preços de mercado, 𝑹𝑰𝑩, é expressa por:
𝑅𝐼𝐵 = 𝑠𝑎𝑙á𝑟𝑖𝑜𝑠 + 𝑗𝑢𝑟𝑜𝑠 + 𝑎𝑙𝑢𝑔𝑢é𝑖𝑠 + 𝑙𝑢𝑐𝑟𝑜𝑠 + 𝑖𝑚𝑝𝑜𝑠𝑡𝑜𝑠 𝑖𝑛𝑑𝑖𝑟𝑒𝑡𝑜𝑠 + 𝑑𝑒𝑝𝑟𝑒𝑐𝑖𝑎çã𝑜 − 𝑠𝑢𝑏𝑠í𝑑𝑖𝑜𝑠
Em que os salários são a remuneração do trabalho, juros são a remuneração do capital monetário,
aluguéis são a remuneração do capital físico e os lucros são a remuneração do empresário. Veremos mais
adiante que se somam os impostos indiretos e subtraem-se os subsídios para chegarmos ao conceito da renda
a preços de mercado. E a depreciação é adicionada para migrarmos do conceito de renda líquida para o de
renda bruta.
A soma de juros, lucros e aluguéis é conhecida como Excedente Operacional Bruto (EOB):
𝐸𝑂𝐵 = 𝑗𝑢𝑟𝑜𝑠 + 𝑎𝑙𝑢𝑔𝑢é𝑖𝑠 + 𝑙𝑢𝑐𝑟𝑜𝑠
Lembra que vimos, no fluxo circular da renda, que o fluxo de produção se converte em um fluxo de renda
(na forma de pagamento pelos fatores de produção)? Isso representa a equivalência entre produto e renda
agregados, de modo que a ótica da renda seja uma maneira de mensurar o valor adicionado na economia:
𝑃𝐼𝐵 = 𝑅𝐼𝐵
Ótica da Despesa
A Despesa Agregada (DA), também denominada Despesa Interna Bruta a preços de mercado, 𝑫𝑰𝑩,
indica a soma dos gastos com as possíveis destinações do produto. Veremos mais adiante algumas
identidades básicas acerca dessas destinações em três situações possíveis: (1) economia fechada e sem
governo; (2) economia fechada e com governo; e (3) economia aberta e com governo.
Já adianto que em uma economia aberta e com governo:
𝐷𝐼𝐵 = 𝐶 + 𝐼 + 𝐺 + (𝑋 − 𝑀)
Em que C representa os gastos com consumo; I, investimento agregado; G, gastos do governo; X,
exportação de bens e serviços; e M, importação de bens e serviços.
Nós também vimos no fluxo circular da renda que toda a produção tem uma destinação específica,
indicando a igualdade entre produto e despesa. Nesse sentido, pela ótica da despesa:
𝑃𝐼𝐵 = 𝐷𝐼𝐵
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Absorção Interna
A absorção interna se refere ao valor da produção de bens e serviços que a sociedade absorve
internamente. Em uma economia com a presença do governo, a absorção interna (𝐴) corresponde à soma do
consumo mais investimento mais gastos do governo:
𝐴 = 𝐶 + 𝐼 + 𝐺
Em uma economia fechada (que não mantém relações com o resto do mundo), a absorção coincide com
o produto (𝑌).
𝑌 = 𝐶 + 𝐼 + 𝐺 → 𝑌 = 𝐴
Já em uma economia aberta, esses dois agregados podem ser diferentes, a depender do saldo externo
(exportações de bens e serviços não fatores menos as importações). Pela ótica da despesa, o produto
corresponde à absorção interna mais o saldo das exportações sobre importações de bens e serviços não fatores:
𝑌 = 𝐶 + 𝐼 + 𝐺 + (𝑋 − 𝑀) → 𝑌 = 𝐴 + (𝑋 − 𝑀)
Conforme destacado por Simonsen e Cysne (2009):
“Se a economia exporta mais bens ou serviços do que importa, parte da produção total não é absorvida
pelo país, mas pelo exterior, ou seja, o produto é superior à absorção, e vice-versa. O excesso (positivo ou
negativo) do produto sobre a absorção coincide com o saldo das exportações sobre as importações de bens
e serviços”. (SIMONSEN & CYSNE, 2009)
Algumas identidades contábeis
Nesse tópico veremos algumas identidades contábeis importantes. Um detalhe interessante, o termo
identidade contábil é empregado, pois não se trata de uma relação de causalidade.
Identidade Contábil Básica
Por meio das três óticas de mensuração do produto, chegamos a um resultado extremamente
importante, a identidade contábil básica, que retrata a igualdade entre produto, renda e despesa:
𝑃𝑟𝑜𝑑𝑢𝑡𝑜 ≡ 𝑅𝑒𝑛𝑑𝑎 ≡ 𝐷𝑒𝑠𝑝𝑒𝑠𝑎
Para que a identidade contábil básica seja válida, todos os valores devem ser medidos aos mesmos preços
(veremos mais adiante que podemos avaliar os agregados macroeconômicos a preços de mercado ou a custos
de fatores). Em termos dos agregados macroeconômicos vistos até agora:
𝑃𝐼𝐵 = 𝑅𝐼𝐵 = 𝐷𝐼𝐵
Caso de uma Economia Fechada e sem Governo
No caso de uma economia fechada (sem relação com o resto do mundo) e sem governo, sob a ótica da
despesa, as possíveis destinações do produto são os gastos com consumo das famílias (𝐶) e investimentos
agregados das empresas (𝐼). Assim, podemos escrever a despesa agregada (DA) como:
𝐷𝐴 = 𝐶 + 𝐼
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Os investimentos são gastos realizados com o intuito de aumentar a capacidade produtiva, e são
compostos pela formação bruta de capital fixo (compra de máquinas, equipamentos, edifícios, etc.), FBKF,
e pela acumulação de estoques (são considerados os estoques de bens finais e de bens intermediários).
𝐼 = 𝐹𝐵𝐾𝐹 + Δ𝐸𝑠𝑡𝑜𝑞𝑢𝑒𝑠
Embora normalmente os investimentos do governo sejam considerados dentro do agregado G (veremos
mais adiante sua definição), em alguns momentos pode ser que o investimento agregado seja desmembrado
entre investimento privado (𝐼𝑃) e investimento do governo (𝐼𝐺𝑜𝑣):
𝐼 = 𝐼𝑃 + 𝐼𝐺𝑜𝑣
Suponha, agora, que as famílias (mais genericamente, o setor privado) não consomem toda a sua renda.
Essa parcela da renda agregada que não é consumida é denominada Poupança Agregada do setor privado
(𝑺 ou 𝑺𝑷, quando for o caso). Algebricamente, denotando a renda agregada por Y, temos:
𝑆 = 𝑌 − 𝐶 → 𝑌 = 𝐶 + 𝑆
Essa relação acima indica as destinações da renda.
Fazendo uso da identidade contábil básica, que postula a igualdade entre produto, renda e despesa:
𝑌 = 𝐷𝐴 → 𝐶 + 𝑆 = 𝐶 + 𝐼
Então:
𝑆 = 𝐼
Chegamos a mais uma identidade contábil, que indica a igualdade entre poupança e investimento.
Caso de uma Economia Fechada e com Governo
Vamos, agora, inserir o governo nessa economia, sendo que por governo entende-se apenas as funções
típicas de Estado (administração direta, legislativo, executivo, etc.), que dependem de dotação orçamentária.
As empresas estatais são consideradas juntamente com as empresas privadas.
A inclusão desse agente econômico cria um novo destino para a renda das famílias, o pagamento de
impostos, T:
𝑌 = 𝐶 + 𝑆 + 𝑇
No caso de uma economia fechada e com governo, a poupança privada é dada pela renda excedente após
as famílias terem realizado seus gastos de consumo e pago os impostos:
𝑆 = 𝑌 − 𝐶 − 𝑇
Pelo lado da despesa, temos também uma nova destinação para o produto, os gastos do governo com
aquisição de bens e serviços, denotado por G (normalmente o componente de gastos do governo inclui seus
investimentos). Assim, a Despesa Agregada pode ser escrita como:
𝐷𝐴 = 𝐶 + 𝐼 + 𝐺
Em uma economia com governo, o consumo total é dado pela soma entre o consumo privado e o
consumo do governo:
𝐶𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 = 𝐶 + 𝐺
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Da identidade contábil básica, já sabemos que renda se iguala a despesa:
𝑌 = 𝐷𝐴 → 𝐶 + 𝑆 + 𝑇 = 𝐶 + 𝐼 + 𝐺 → 𝑆 + 𝑇 = 𝐼 + 𝐺 → 𝑆 − 𝐼 = 𝐺 − 𝑇
Temos que se o governo apresenta um déficit público, ou seja, gasta mais do que arrecada (𝐺 > 𝑇), é
preciso que haja um excesso de poupança no setor privado (𝑆 > 𝐼) para financiar o governo.
Vejamos como é definida a poupança do governo (𝑆𝐺𝑜𝑣), lembrando que poupança se refere a uma parte
da renda que não é consumida. A renda líquida do governo (RLG) é dada pela diferença entre o que ele arrecada
com impostos diretos e indiretos e outras receitas líquidas (T) menos o que é gasto com subsídios e
transferências governamentais (Tr):
𝑅𝐿𝐺 = 𝑇 − 𝑇𝑟 = 𝐼𝑚𝑝𝑜𝑠𝑡𝑜𝑠 𝐷𝑖𝑟𝑒𝑡𝑜𝑠 + 𝐼𝑚𝑝𝑜𝑠𝑡𝑜𝑠 𝐼𝑛𝑑𝑖𝑟𝑒𝑡𝑜𝑠 − 𝑆𝑢𝑏𝑠í𝑑𝑖𝑜𝑠 − 𝑇𝑟𝑎𝑛𝑠𝑓𝑒𝑟ê𝑛𝑐𝑖𝑎𝑠
+ 𝑂𝑢𝑡𝑟𝑎𝑠 𝑅𝑒𝑐𝑒𝑖𝑡𝑎𝑠 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑎𝑠 𝑑𝑜 𝐺𝑜𝑣𝑒𝑟𝑛𝑜
Dessa forma, a poupança do governo corresponde à diferença entre sua receita líquida e seus gastos
correntes:
𝑆𝐺𝑜𝑣 = 𝑅𝐿𝐺 − 𝐺
E o déficit público (situação em que o governo gasta mais do que arrecada) é o negativo da poupança do
governo (em aula posterior veremos outros conceitos de déficit do governo):
𝐷é𝑓𝑖𝑐𝑖𝑡 𝑃ú𝑏𝑙𝑖𝑐𝑜 = −𝑆𝐺𝑜𝑣
Em uma economia fechada e com governo, a poupança agregada é dada pela soma das poupanças privada (𝑆𝑃) e do
governo (𝑆𝐺𝑜𝑣).
A identidade entre poupança e investimento no caso de uma economia fechada e com governo é escrita como:
𝑆𝑃 + 𝑆𝐺𝑜𝑣 = 𝐼
Caso de uma Economia Aberta e com Governo
Uma economia aberta realiza transações com agentes econômicos do resto do mundo. Tais transações
podem envolver bens e serviços (esses serviços também podem ser denominados serviços não fatores), bem
como fatores de produção (serviços fatores ). As exportações de bens e serviços, denotadas por X, são uma
parte da produção interna vendida para o resto do mundo (ou seja, são um elemento da demanda pela
produção interna). Já as importações de bens e serviços, representada por M, são compras da produção de
outros países feitas pelos residentes.
Com a introdução do setor externo, a oferta agregada global passa a ser composta pela produção interna
(Y) e pelas importações (M). E a demanda/despesa agregada global inclui uma nova destinação, as exportações
(X). Igualando oferta agregada global a demanda agregada global, temos:
𝑌 + 𝑀 = 𝐶 + 𝐼 + 𝐺 + 𝑋
A demanda agregada interna, também denominada Despesa Interna Bruta a preços de mercado (𝐷𝐼𝐵),
deve excluir as importações, sendo expressa por (𝐶 + 𝐼 + 𝐺 + 𝑋 − 𝑀). A igualdade entre oferta agregada
interna e demanda agregada interna é:
𝑌 = 𝐶 + 𝐼 + 𝐺 + (𝑋 − 𝑀)
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O termo (𝑋 − 𝑀) é denominado gastos líquidos do setor externo ou transferência líquida de recursos ao
exterior (TLRE). Conforme veremos na parte da aula sobre Balanço de Pagamentos, a transferência líquida de
recursos ao exterior inclui as balanças comercial (bens) e de serviços (serviços não fatores).
Continuamos tendo consumo, poupança e pagamento de impostos como destinações da renda:
𝑌 = 𝐶 + 𝑆 + 𝑇
E conforme vimos nesse tópico, sob a ótica da despesa, temos as seguintes destinações para o produto:
𝑌 = 𝐶 + 𝐼 + 𝐺 + (𝑋 − 𝑀)
Da igualdade entre renda e despesa, temos:
𝐶 + 𝑆 + 𝑇 = 𝐶 + 𝐼 + 𝐺 + (𝑋 − 𝑀) → (𝑋 − 𝑀) = (𝑇 − 𝐺) + (𝑆 − 𝐼)
A identidade acima mostra que se houver um superávit das exportações (𝑋 > 𝑀), deve haver um
superávit do governo (𝑇 > 𝐺), do setor privado (𝑆 > 𝐼) ou de ambos. Já se houver um déficit das exportações
(𝑋 < 𝑀), teremos um excesso dos gastos internos (𝐼 + 𝐺) em relação aos meios de financiamento (𝑆 + 𝑇). E,
como podemos ver em Lopes e Vasconcellos (2008), “este excesso de gastos internos só pode efetivamente se
materializar caso haja o ingresso líquido de produtos estrangeiros (𝑀 > 𝑋)”.
Vale adiantar que a poupança externa (𝑆𝐸𝑥𝑡) equivale ao déficit do Balanço de Pagamentos em
transações correntes (TC):
𝑆𝐸𝑥𝑡 = −𝑇𝐶
Em uma economia aberta e com governo, a poupança agregada é dada pela soma das poupanças privada (𝑆𝑃), do governo
(𝑆𝐺𝑜𝑣) e externa (𝑆𝐸𝑥𝑡).
Assim, a igualdade entre poupança e investimento é dada por:
𝑆𝑃 + 𝑆𝐺𝑜𝑣 + 𝑆𝐸𝑥𝑡 = 𝐼
Se denominarmos a soma das poupança privada e do governo por poupança interna (𝑆𝐷𝑜𝑚), temos:
𝑆𝐷𝑜𝑚 + 𝑆𝐸𝑥𝑡 = 𝐼
Produto Bruto e Produto Líquido
Os bens de capital se desgastam ao longo do tempo como consequência natural de um fenômeno
denominado depreciação. Dessa forma, nem todos os gastos com investimento contribuem para a ampliação
do estoque de capital (parte desses gastos são realizados para repor o capital depreciado). Nesse sentido,
podemos falar do investimento bruto (𝐼𝐵) e do investimento líquido (𝐼𝐿), cuja relação é dada por:
𝐼𝐿 = 𝐼𝐵 − 𝐷𝑒𝑝𝑟𝑒𝑐𝑖𝑎çã𝑜
Diante dessa distinção entre investimento bruto e líquido, podemos falar em Produto Interno Líquido
(𝑃𝐼𝐿), que corresponde ao Produto Interno Bruto descontado da depreciação:
𝑃𝐼𝐿 = 𝑃𝐼𝐵 − 𝐷𝑒𝑝𝑟𝑒𝑐𝑖𝑎çã𝑜
Em geral, quando questões de prova falam apenas em investimento e produto, estão se referindo aos
conceitos brutos.
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Produto a Preços de Mercado e Produto a Custo de Fatores
A presença do governo na economia permite que falemos em produto a preços de mercado e produto a
custos de fatores. Ao considerarmos os preços vigentes no mercado de bens e serviços, estamos
mensurando o produto a preços de mercado. Porém, o governo pode adotar algumas políticas que alteram o
preço dos produtos, fazendo com que a receita de vendas não seja igual à remuneração dos fatores de
produção.
Impostos Diretos, Impostos Indiretos e Subsídios
1) Impostos diretos – incidem diretamente sobre a renda (remuneração) decorrente da propriedade de alguns fatores de
produção. Exemplos: Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF), Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores
(IPVA), Imposto Predial Territorial Urbano (IPTU).
2) Impostos indiretos – incidem sobre o produto e não sobre a renda. Dessa forma, esses impostos reduzem
indiretamente a renda das pessoas. Exemplo: Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), Imposto sobre
Serviços (ISS), Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).
3) Subsídios – o governo concede dinheiro para alguma atividade, algum produto, etc., na intenção de fornecer estímulos.
Podem ser considerados impostos negativos.
Os impostos indiretos, ao incidir sobre a produção, elevam o preço dos produtos, fazendo com que o
preço seja mais alto que o custo de produção. Nessa situação, parte das receitas é destinada ao pagamento
desses impostos, ou seja, nem toda a receita de vendas remunera os fatores de produção. Por outro lado, os
subsídios também afetam os preços dos produtos, mas reduzindo-os. Assim, a incidência de subsídios faz com
que o preço seja inferior à remuneração dos fatores de produção.
O produto a preços de mercado inclui os impostos indiretos e exclui os subsídios, pois retrata os preços
finais pagos pelo consumidor. Quando excluímos os impostos indiretos e incluímos os subsídios, obtemos
o produto a custo de fatores, que é o produto mensurado em termos da soma daremuneração dos fatores
de produção. O Produto Interno Bruto a custo de fatores, 𝑃𝐼𝐵𝑐𝑓, é dado por:
𝑃𝐼𝐵𝑐𝑓 = 𝑃𝐼𝐵𝑝𝑚 − 𝐼𝑚𝑝𝑜𝑠𝑡𝑜𝑠 𝐼𝑛𝑑𝑖𝑟𝑒𝑡𝑜𝑠 + 𝑆𝑢𝑏𝑠í𝑑𝑖𝑜𝑠
Produto Interno Bruto (PIB) e Produto Nacional Bruto (PNB)
Tudo bem até agora? Pausa para beber uma água... E vamos continuar!
O PIB engloba a produção de bens e serviços finais realizada dentro das fronteiras de determinado
território, independentemente da origem do capital. Porém, quando estamos analisando uma economia
aberta, “há fatores de produção estrangeira (capital e trabalho) produzindo no país e fatores de produção de
propriedade de residentes no país produzindo fora do país” (FEIJÓ et al, 2017). E isso gera um fluxo de renda
entre o país e o resto do mundo. Em contas nacionais, o que distingue residentes dos não residentes é o centro
de interesse econômico:
“Teoricamente, a residência de determinado agente econômico deve corresponder ao país onde esteja
localizado o seu “centro de interesse”, ou seja, onde se espera que ocorra, em termos não apenas
temporários, a sua participação na produção e absorção de bens e serviços. Sob este prisma, consideram-
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se residentes os indivíduos que vivem permanentemente no país (incluindo os estrangeiros com residência
fixa), os funcionários em serviço no exterior e as pessoas que se encontram transitoriamente fora do país
em viagens de turismo, negócios, educação etc. Consideram-se também residentes as pessoas jurídicas de
direito público ou privado sediadas no país, inclusive sucursais ou filiais de empresas estrangeiras”.
(SIMONSEN & CYSNE, 2009)
Nesse sentido, surge a distinção entre produto interno e produto nacional. O Produto Nacional Bruto
(PNB) diz respeito ao valor adicionado gerado por fatores de produção de propriedade de residentes, não
importando se estão dentro ou fora do território. Temos, por exemplo, que a produção de estrangeiros no
Brasil entra no conceito do produto interno brasileiro, mas não no conceito de produto nacional. Já a produção
de brasileiros no exterior é contabilizada no PIB do país estrangeiro e no produto nacional do Brasil.
Algebricamente, o Produto Nacional Bruto corresponde ao Produto Interno Bruto menos a Renda Líquida
Enviada ao Exterior (RLEE):
𝑃𝑁𝐵 = 𝑃𝐼𝐵 − 𝑅𝐿𝐸𝐸
Vale destacar que a Renda Líquida Enviada ao Exterior é a diferença entre a renda enviada ao exterior e a
renda recebida do exterior, ou seja, “é a diferença entre o que é pago por fatores de produção externos
utilizados internamente e o que é recebido do exterior por fatores de produção nacionais empregados em
outros países” (LOPES & VASCONCELLOS, 2008).
𝑅𝐿𝐸𝐸 = 𝑅𝑒𝑛𝑑𝑎 𝐸𝑛𝑣𝑖𝑎𝑑𝑎 𝑎𝑜 𝐸𝑥𝑡𝑒𝑟𝑖𝑜𝑟 − 𝑅𝑒𝑛𝑑𝑎 𝑅𝑒𝑐𝑒𝑏𝑖𝑑𝑎 𝑑𝑜 𝐸𝑥𝑡𝑒𝑟𝑖𝑜𝑟
Se 𝑅𝐿𝐸𝐸 > 0 (o país envia mais renda ao exterior do que recebe), então o produto nacional é menor que
o produto interno. Por outro lado, se 𝑅𝐿𝐸𝐸 < 0 (o país recebe mais renda do exterior do que envia), então o
produto nacional é maior que o produto interno. O hiato entre o PIB e o PNB pode ser grande em economias
com alto grau de endividamento externo e com presença de muitas multinacionais (dado o grande fluxo de
rendas com o exterior).
O conceito de renda líquida recebida do exterior (RLRE) é o inverso positivo da RLEE:
𝑅𝐿𝑅𝐸 = −𝑅𝐿𝐸𝐸
Analogamente, teremos:
𝑃𝑁𝐵 = 𝑃𝐼𝐵 + 𝑅𝐿𝑅𝐸
Renda Interna e Renda Nacional
A Renda Interna é dada pelo Produto Interno Líquido a custo de fatores, e representa a remuneração
dos fatores de produção (independente da origem destes, se interna ou externa):
𝑅𝑒𝑛𝑑𝑎 𝐼𝑛𝑡𝑒𝑟𝑛𝑎 = 𝑃𝐼𝐿𝑐𝑓 = 𝑃𝐼𝐵𝑐𝑓 − 𝐷𝑒𝑝𝑟𝑒𝑐𝑖𝑎çã𝑜 = 𝑠𝑎𝑙á𝑟𝑖𝑜𝑠 + 𝑗𝑢𝑟𝑜𝑠 + 𝑎𝑙𝑢𝑔𝑢é𝑖𝑠 + 𝑙𝑢𝑐𝑟𝑜𝑠
Já a Renda Nacional representa a soma das remunerações dos fatores de produção pagas a
residentes. Nesse sentido, a Renda Nacional Bruta (RNB) é equivalente ao Produto Nacional Bruto a custo
de fatores (𝑷𝑵𝑩𝒄𝒇), e corresponde ao PIB a custo de fatores menos a renda líquida enviada ao exterior (𝑅𝐿𝐸𝐸):
𝑅𝑒𝑛𝑑𝑎 𝑁𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙 𝐵𝑟𝑢𝑡𝑎 (𝑅𝑁𝐵) = 𝑃𝑁𝐵𝑐𝑓 = 𝑃𝐼𝐵𝑐𝑓 − 𝑅𝐿𝐸𝐸
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Por sua vez, a Renda Nacional Líquida (RNL), também denominada Renda Nacional (RN), equivale ao
Produto Nacional Líquido a custo de fatores:
𝑅𝑒𝑛𝑑𝑎 𝑁𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑎 (𝑅𝑁𝐿) = 𝑅𝑒𝑛𝑑𝑎 𝑁𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙 (𝑅𝑁) = 𝑃𝑁𝐿𝑐𝑓 = 𝑃𝐼𝐿𝑐𝑓 − 𝑅𝐿𝐸𝐸
A relação entre os conceitos de Renda Interna e de Renda Nacional é tal que:
𝑅𝑒𝑛𝑑𝑎 𝑁𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙 = 𝑅𝑒𝑛𝑑𝑎 𝐼𝑛𝑡𝑒𝑟𝑛𝑎 − 𝑅𝐿𝐸𝐸
Renda Pessoal (RP) e Renda Pessoal Disponível (RPD)
A Renda Pessoal (RP) representa a renda total (como salários, juros, lucros, aluguéis, transferências
governamentais recebidas) de todos os indivíduos descontados os lucros retidos pelas empresas, os
impostos diretos sobre as empresas e outras receitas do governo (contribuições sociais/previdenciárias,
FGTS, etc.):
𝑅𝑃 = 𝑅𝑁 − 𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜𝑠 𝑅𝑒𝑡𝑖𝑑𝑜𝑠 – 𝐼𝑚𝑝𝑜𝑠𝑡𝑜𝑠 𝐷𝑖𝑟𝑒𝑡𝑜𝑠 𝑠𝑜𝑏𝑟𝑒 𝐸𝑚𝑝𝑟𝑒𝑠𝑎𝑠 – 𝐶𝑜𝑛𝑡𝑟𝑖𝑏𝑢𝑖çõ𝑒𝑠 𝑆𝑜𝑐𝑖𝑎𝑖𝑠
/𝑃𝑟𝑒𝑣𝑖𝑑𝑒𝑛𝑐𝑖á𝑟𝑖𝑎𝑠 + 𝑇𝑟𝑎𝑛𝑠𝑓𝑒𝑟ê𝑛𝑐𝑖𝑎𝑠 𝐺𝑜𝑣𝑒𝑟𝑛𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑎𝑖𝑠
Já a Renda Pessoal Disponível (RPD), também denominada Renda Disponível (RD), representa a
renda que efetivamente sobra para as famílias, ou seja, é a Renda Pessoal menos os impostos diretos sobre
as famílias:
𝑅𝑃𝐷 = 𝑅𝑃 − 𝐼𝑚𝑝𝑜𝑠𝑡𝑜𝑠 𝐷𝑖𝑟𝑒𝑡𝑜𝑠 𝑠𝑜𝑏𝑟𝑒 𝐹𝑎𝑚í𝑙𝑖𝑎𝑠
Em outras palavras, a Renda Disponível representa a renda obtida sob a forma de salários, aluguéis,
lucros, benefícios sociais, etc.
Variáveis Fluxo versus Variáveis Estoque
A variáveis fluxo são mensuradas ao longo de determinado período de tempo. Exemplos: PIB, investimento, consumo,
déficit público, exportação, importação, poupança, renda.
Já as variáveis estoque são mensuradas em um certo instante do tempo. Exemplos: riqueza, capital, população, dívida
pública, reservas.
Temos a seguinte relação entre variáveis fluxo e variáveis estoque: todo estoque é alimentado por um fluxo. Ou seja, a
diferença entre o valor de uma variável estoque em dois períodos fornece o valor do fluxo no período considerado.
PIB Nominal e PIB Real
Ao longo da aula de hoje, estamos vendo diversos agregados macroeconômicos, medidos aos preços do
ano corrente ou, em outras palavras, em termos nominais. Quando estamos avaliando o comportamento
desses agregados ao longo do tempo (do PIB, por exemplo), cabe indagarmos o que causa as variações no
decorrer de determinado período. Claramente, o PIB se altera em virtude de mudanças nas quantidades
produzidas ou nos preços dos bens e serviços.
Dessa forma, surge a necessidade de distinguirmos os conceitos nominal e real. O PIB nominal (PIB a
preços correntes) é definido como a soma das quantidades de bens e serviços finais multiplicadas por seus
preços correntes:
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𝑃𝐼𝐵 𝑁𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑙𝑡 = ∑ 𝑃𝑡𝑖𝑄𝑡
𝑖
𝑛
𝑖=1
Quando queremos analisar apenas as alterações no volume produzido, devemos isolar o efeito de
mudanças nos preços. Para isso, fazemos uso do PIB real (PIB a preços constantes), que corresponde à soma
das quantidades de bens e serviços finais no período corrente multiplicada por preços constantes (de um
período base). O PIB real em um período t expresso em unidades monetárias do período b é dado por:
𝑃𝐼𝐵 𝑅𝑒𝑎𝑙𝑡𝑏 = ∑ 𝑃𝑏
𝑖 𝑄𝑡𝑖
𝑛
𝑖=1
Vale destacar que ao expressar o PIB real sempre devemos indicar qual o período considerado referência.
Por exemplo, o PIB de 2020 a preços de 2014 representa as quantidades transacionadas em 2020 valoradas aos
preços médios de 2014.
Deflator Implícito do PIB
No tópico anterior vimos que as alterações no PIB nominal ao longo do tempo podem decorrer de
mudanças no volume produzido ou nos preços. O PIB real capta as alterações decorrentes das modificações
nas quantidades produzidas (pois os preços são mantidos constantes). Nessa parte da aula veremos as
mudanças que decorrem de alterações nos níveis de preços.
Primeiramente, é importante você saber que a inflação representa um aumento sustentado dos preços
da economia, enquanto que a deflação (fenômeno mais raro) está ligada à uma queda generalizada desses
preços. Assim, é importante definir meios de mensurar os preços na economia. A seguir veremos dois índices
de preços: o deflator implícito do PIB e o Índice de Preços ao Consumidor (IPC).
Conforme destacado em Blanchard (2017), “se o PIB nominal aumenta mais rapidamente que o PIB real,
a diferença resulta de um aumento nos preços”. Nesse sentido convém definirmos o deflator implícito do PIB.
O deflator do PIB no período t é definido como a razão entre o PIB nominal em t e o PIB real em t (tendo
um período como base, b):
𝐷𝑒𝑓𝑙𝑎𝑡𝑜𝑟𝑡 =𝑃𝐼𝐵 𝑁𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑙𝑡
𝑃𝐼𝐵 𝑅𝑒𝑎𝑙𝑡𝑏 =
∑ 𝑃𝑡𝑖. 𝑄𝑡
𝑖𝑛𝑖=1
∑ 𝑃𝑏𝑖 . 𝑄𝑡
𝑖𝑛𝑖=1
Podemos perceber que o deflator implícito do PIB é um índice de preços de Paasche, ou seja, analisa
as variações nos preços e utiliza as quantidades no período atual (corrente) como fator de ponderação.
Nesse sentido, à medida que o período corrente muda, a cesta considerada no cálculo do deflator se altera. E
quando avaliado no período base, o deflator assume valor 1 (ou 100).
Vou te ensinar um mnemônico (para mim funcionou ) que vai te ajudar a não confundir o fator de ponderação entre os
índices de Paasche e de Laspeyres:
Não me leve a mal, mas PAAsche tem dois A, igual AtuAl!
Então já sabe, né. Índices de Paasche usam o período atual como fator de ponderação. E os de Laspeyres, o período base.
A taxa de variação do deflator do PIB pode ser escrita como:
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Δ𝐷𝑒𝑓𝑙𝑎𝑡𝑜𝑟𝑡 =(𝐷𝑒𝑓𝑙𝑎𝑡𝑜𝑟𝑡 − 𝐷𝑒𝑓𝑙𝑎𝑡𝑜𝑟𝑡−1)
𝐷𝑒𝑓𝑙𝑎𝑡𝑜𝑟𝑡−1
Ela mede a taxa de inflação (ou deflação), isto é, a taxa em que o nível geral de preços aumenta (diminui)
ao longo do tempo.
A partir da definição do deflator, temos que o PIB nominal corresponde ao produto entre o PIB real e o
deflator do PIB:
𝑃𝐼𝐵 𝑁𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑙𝑡 = 𝐷𝑒𝑓𝑙𝑎𝑡𝑜𝑟𝑡(𝑃𝐼𝐵 𝑅𝑒𝑎𝑙𝑡𝑏)
Nesse sentido, a taxa de crescimento do PIB nominal é aproximadamente a taxa de crescimento do
deflator mais a taxa de crescimento do PIB real.
(1 + Δ𝑃𝐼𝐵 𝑁𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑙𝑡) = (1 + Δ𝐷𝑒𝑓𝑙𝑎𝑡𝑜𝑟𝑡)(1 + Δ𝑃𝐼𝐵 𝑅𝑒𝑎𝑙𝑡𝑏)
Δ𝑃𝐼𝐵 𝑁𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑙𝑡 ≈ Δ𝐷𝑒𝑓𝑙𝑎𝑡𝑜𝑟𝑡 + Δ𝑃𝐼𝐵 𝑅𝑒𝑎𝑙𝑡𝑏
Índice de Preços ao Consumidor
Conforme vimos anteriormente, “o deflator do PIB fornece o preço médio do produto — os bens finais
produzidos na economia. Entretanto, os consumidores se preocupam com o preço médio do consumo — os
bens que eles consomem” (BLANCHARD, 2017). A cesta de bens que os indivíduos consomem não
necessariamente é igual a cesta com todos os bens produzidos na economia. Isso porque nem tudo que é
produzido em um país é comprado pelos consumidores finais e alguns bens que as pessoas consomem são
importados (bens importados entram no cálculo do índice de preços ao consumidor, mas não são considerados
no deflator do PIB).
Nesse contexto, o índice de preços ao consumidor (IPC) mensura o preço médio de uma cesta fixa de
um consumidor típico, e sua taxa de variação é uma outra forma de medir a taxa de inflação.
Algebricamente:
𝐼𝑃𝐶 =∑ 𝑃𝑡
𝑖𝑄𝑏𝑖𝑛
𝑖=1
∑ 𝑃𝑏𝑖 𝑄𝑏
𝑖𝑛𝑖=1
Podemos perceber que o IPC é um índice de preços de Laspeyres, ou seja, avalia a mudança de preços
ao longo do tempo e utiliza as quantidades do período base como fator de ponderação (por isso a cesta
considerada é fixa).
Vale destacar que, em geral, a taxa de inflação medida pelo deflator do PIB ou pelo IPC são bem próximas
uma da outra. Porém, em momentos nos quais os bens importados ficam mais caros em comparação com os
bens produzidos internamente, o IPC aumenta mais rapidamente do que o deflator do PIB.
Vamos resolver uma questão que cobra alguns dos conceitos que já vimos até agora.
ANPEC – 2002 – Questão 1
Indique se as proposições são falsas ou verdadeiras:
(0) Renda disponível é aquela que sobra para a pessoa depois de descontados os impostos diretos e a poupança.
(1) Em uma economia fechada, o Produto Interno Bruto coincide com o Produto Nacional Bruto.
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(2) Por deflator do PNB entende-se a razão entre o PNB e o PIB.
(3) Quando os investimentos superam a poupança privada, as exportações líquidas do país são negativas.
(4) O consumo, o PIB e a riqueza pessoal são variáveis de fluxo.
RESOLUÇÃO:
(0) A Renda Pessoal Disponível (RPD), também denominada Renda Disponível (RD), representa a renda que
efetivamente sobra para as famílias, ou seja, é a Renda Pessoal menos os impostos diretos sobre as famílias:
𝑅𝑃𝐷 = 𝑅𝑃 − 𝐼𝑚𝑝𝑜𝑠𝑡𝑜𝑠 𝐷𝑖𝑟𝑒𝑡𝑜𝑠 𝑠𝑜𝑏𝑟𝑒 𝑎𝑠 𝐹𝑎𝑚í𝑙𝑖𝑎𝑠
A Renda Disponível representa a renda obtida sob a forma de salários, aluguéis, lucros, benefícios sociais.
Resposta: FALSO
(1) A diferença entre PNB e PIB é o fluxo de rendas com o exterior:
𝑃𝑁𝐵 = 𝑃𝐼𝐵 − 𝑅𝐿𝐸𝐸
Em uma economia fechada, a renda líquida enviada ao exterior é nula, de modo que o Produto Interno Bruto
coincide com o Produto Nacional Bruto.
Resposta: VERDADEIRO
(2) O deflator implícito do PIB é a razão entre o PIB nominal e o PIB real:
𝐷𝑒𝑓𝑙𝑎𝑡𝑜𝑟𝑡 =𝑃𝐼𝐵 𝑁𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑙𝑡
𝑃𝐼B Realt𝑏 =
∑ 𝑃𝑡𝑖. 𝑄𝑡
𝑖𝑛𝑖=1
∑ 𝑃𝑏𝑖 . 𝑄𝑡
𝑖𝑛𝑖=1
Vale lembrar que o deflator implícito do PIB é um índice de preços de Paasche (analisa a variação de preços
entre dois períodos e utiliza as quantidades no período atual como fator de ponderação).
Resposta: FALSO
(3) Primeiramente, vamos nos lembrar da relação entre poupança externa e o saldo em transações correntes:
𝑆𝐸𝑥𝑡 = −𝑇𝐶
Dessa forma, dizer que as exportações líquidas do país são negativas, implica dizer que a poupança externa é
positiva.
A partir da identidade contábil que postula a igualdade entre poupança e investimento, temos:
𝐼 = 𝑆𝑃 + 𝑆𝐺𝑜𝑣 + 𝑆𝐸𝑥𝑡 → 𝐼 − 𝑆𝑃 = 𝑆𝐺𝑜𝑣 + 𝑆𝐸𝑥𝑡
O item afirma que os investimentos superam a poupança privada, então:
𝐼 − 𝑆𝑃 > 0 → 𝑆𝐺𝑜𝑣 + 𝑆𝐸𝑥𝑡 > 0
Podemos apenas afirmar que a soma entre a poupança do governo e a poupança externa será positiva (a
depender do sinal da poupança do governo, a poupança externa pode ser positiva ou negativa, desde que a
soma de ambas continue sendo positiva). Como o item afirmou categoricamente que somente a poupança
externa será positiva, a afirmação se torna falsa.
Resposta: FALSO
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(4) Conforme vimos, consumo e PIB são variáveis de fluxo. Por sua vez, a riqueza é uma variável de estoque.
Resposta: FALSO
Matriz Insumo-Produto
Vejamos, de maneira extremamente breve (dado que não é um assunto muito recorrente na prova da
Anpec), a Matriz Insumo-Produto2. Esse é um modelo proposto por Leontief, que leva em consideração os
fluxos entre as diferentes atividades econômicas. Conforme vemos em Feijó et al (2017), “Leontief desenvolveu
seu modelo admitindo que a relação entre os insumos consumidos em cada atividade e a produção total dessa
atividade é constante e medida no que chamou de coeficiente técnico de produção”. Esse coeficiente técnico
de produção, 𝑎𝑖𝑗, é definido como:
𝑎𝑖𝑗 =𝑔𝑖𝑗
𝑔𝑗
Em que: 𝑎𝑖𝑗 é o valor produzido na atividade i e consumido pela atividade j para produzir uma unidade
monetária; 𝑔𝑖𝑗 é o valor da produção da atividade i consumido na atividade j; e 𝑔𝑗 é o valor total da produção
da atividade j.
Ao montar uma Matriz Leontief, a base de dados necessária deve descrever as relações dessas atividades
entre si e com a demanda final – Formação Bruta de Capital Fixo (FBKF), Exportações (X), Variação de Estoques
(VE), Consumo do Governo (G) e Consumo Pessoal (C) –, sua conta de renda e as importações. Consoante o que
está apresentado em Feijó et al (2017), a “visualização desses fluxos é facilitada por uma tabela, chamada
Tabela de Transações, construída de acordo com as seguintes identidades econômicas”:
1) Produção ≡ consumo intermediário + valor adicionado
2) Produção ≡ consumo intermediário + consumo final – importações
3) Valor adicionado ≡ soma das rendas primárias
Podemos perceber, então, que o Modelo Insumo-Produto é bem mais complexo, pois necessita de
informações tanto do consumo final quanto do consumo intermediário para os setores da economia. No Brasil,
é o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística o responsável pela construção dessa matriz.
Contas Econômicas Integradas
Em linhas gerais, as Contas Econômicas Integradas (CEIs) indicam como ocorrem diferentes tipos de
atividades econômicas num determinado período de tempo, sendo registrados os valores de ativos e passivos
dos diferentes setores institucionais no início e no fim de um período. É utilizada a nomenclatura usos e
recursos. Conforme destacam Feijó et al (2017):
2 Para quem tiver interesse no tema, sugiro consultar Feijó et al (2017).
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“O termo usos se refere às operações que reduzem o montante do valor econômico de um setor, e por
convenção são lançados do lado esquerdo das contas-correntes. As remunerações, por exemplo, são um
recurso para quem recebe, porém, um uso para o setor que as paga, um gasto. O termo recursos é usado
para designar o lado das contas-correntes em que figuram operações que aumentam o valor econômico de
um setor, uma receita, por exemplo. Por convenção, são lançados no lado direito. Os saldos são obtidos
pela diferença entre recursos e usos. Representam o resultado líquido das atividades. É por meio dos saldos,
como já dissemos, que a sequência de contas se articula. Os saldos se constituem em agregados
econômicos de interesse, como o PIB, renda nacional, renda disponível bruta, poupança bruta etc.” (FEIJÓ
ET AL, 2017)
A seguir, vemos de forma resumida a estruturação dos três subconjuntos das CEIs: contas correntes,
contas de acumulação e contas de patrimônio.
Contas Correntes Saldo da Conta
1. Conta de Produção PIB
2. Conta de Renda
2.1 Conta de Distribuição Primária da Renda
2.1.1 Conta de Geração da Renda Excedente Operacional Bruto
2.1.2 Conta de Alocação da Renda Renda Nacional
2.2 Conta de Distribuição Secundária da Renda Renda Disponível Bruta
2.3 Conta de uso da Renda Poupança
Fonte: Feijó et al (2017).
3. Conta de Acumulação Saldo da Conta
3.1 Conta de Capital Capacidade ou necessidade de
financiamento
3.2 Conta Financeira Igual ao da conta de capital com sinal
trocado
3.3 Conta de outras variações no volume de ativos e contas
de reavaliação
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3.3.1 Conta de outras variações nos ativos financeiros Mudanças no patrimônio líquido
resultantes de outras variações no volume
dos ativos
3.3.2 Conta de reavaliação Mudanças no patrimônio líquido
resultantes de ganhos/perdas de detenção
nominais
Fonte: Feijó et al (2017).
4. Conta de Patrimônio Saldo da Conta
4.1 Conta de patrimônio inicial Patrimônio líquido
4.2 Conta de variação do patrimônio Variação do patrimônio líquido total.
Registra saldos das contas de capital
(variações do patrimônio líquido resultante
de poupança e transferência líquida de
capital) e conta de outras variações no
volume dos ativos e conta de reavaliação
(3.3.1 e 3.3.2)
4.3 Conta de patrimônio final Patrimônio líquido
Fonte: Feijó et al (2017).
Tudo bem até aqui? Sei que já vimos várias identidades contábeis, mas a boa notícia é que estamos
caminhando para a parte final da aula. Então força aí, hein!
Balanço de Pagamentos
Veremos a partir de agora um pouco sobre o Balanço de Pagamentos (BP), que é o registro das
transações entre residentes e não residentes de um país ao longo de determinado período de tempo. Vale
dizer que não importa em qual mercado ou em qual moeda essas transações ocorrem. De um modo geral, o
registro dessas transações segue o critério de competência, ou seja, são registradas no momento em que o
valor econômico é criado, transformado, trocado ou extinto.
O Banco Central do Brasil (BCB) é responsável pela divulgação de nosso BP e de 2016 em diante, passou
a publicar as estatísticas do BP e da Posição Internacional de Investimento – PII (veremos esse demonstrativo
mais adiante) em conformidade com a sexta edição do Manual do Balanço de Pagamentos do Fundo Monetário
Internacional (BPM6), publicado em 2009. Vale destacar que, desde 2001, essas estatísticas eram divulgadas
pelo BCB de acordo com a 5ª edição do Manual de Balanço de Pagamentos (BPM5), de 1993.
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Estrutura do Balanço de Pagamentos (BPM6 e BPM5)
A contabilização dos registros no BP, em ambas as edições, segue a técnica das partidas dobradas (Uai?
Estamos em uma aula de contabilidade? Não, é Macro mesmo... rsrsrs), em que para cada registro a débito em
uma conta temos um a crédito correspondente (mesmo saldo) em alguma outra e vice-versa.
Vale destacar que o BPM6 traz algumas modificações em relação ao BPM5, que incluem a apresentação
do Balanço de Pagamentos; a nomenclatura de algumas contas; as convenções estatísticas; e alguns conceitos.
Veremos, a seguir, a estrutura do BP em conformidade com as duas versões.
BPM5
De acordo com o BPM5, as contas do Balanço de Pagamentos podem ser separadas em dois grandes
grupos:
1) contas operacionais – que correspondem aos fatos geradores do recebimento ou do envio de recursos
ao exterior (como exportações, importações, fretes, seguros, juros, dividendos, investimentos, transferências
unilaterais, empréstimos, amortizações, investimentos, etc.). Os fatos que geram entrada de divisas
(recursos externos), são lançados como crédito nas contas operacionais; já os que geram saída de divisas
são lançados a débito.
2) conta de reservas (ou conta caixa) – registra o movimento dos meios de pagamento internacionais à
disposição do país, isto é, são contabilizadas as variações das reservas internacionais de determinada localidade
decorrentes de transações entre residentes e não residentes. Os registros na conta caixa, que são uma conta
do ativo, seguem a lógica usual da contabilidade: aumentam a débito e reduzem a crédito. Geralmente dentro
da conta de reservas, temos: (i) haveres monetários de curto prazo no exterior, (ii) ouro monetário, (iii) direitos
especiais de saque, (iv) posição de reservas no FMI (Fundo Monetário Internacional).
Dada a utilização do método das partidas dobradas, o saldo global de todas as contas deve ser nulo. Dessa
forma, caso se divida o BP em duas partes distintas, traçando uma linha horizontal por exemplo, temos que os
componentes “acima da linha” devem ter o mesmo saldo que os componentes “abaixo da linha”, mas com sinal
trocado. Segundo essa versão, o saldo total do Balanço de Pagamentos inclui as transações correntes, a conta
capital e financeira e erros e omissões (que é uma conta residual). Vejamos a seguir cada uma dessas contas.
A conta de Transações Correntes (TC), também denominada Conta Corrente, engloba as transações que
se referem à movimentação de bens e serviços, a conta de rendas (remuneração a fatores de produção) e as
transferências unilaterais correntes (representam os donativos, que são pagamentos e recebimentos sem
contrapartida de bens ou serviços). As exportações e importações são computadas pelo seu valor FOB (free on
board), que é o valor de embarque, isto é, não são incluídos os fretes e seguros (estes são contabilizados na
Balança de Serviços). Um saldo positivo em transações correntes representa que o país exporta capitais
(poupança externa negativa), ou seja, parte da poupança interna financia gastos de investimento no exterior.
Por sua vez, um déficit em transações correntes indica uma poupança externa positiva (poupança do resto do
mundo financiando investimentos internos), isto é, o país importa capitais em quantia equivalente ao déficit
em transações correntes.
Já a conta Capital e Financeira (antiga conta “Capitais Autônomos” – 𝐾𝑎) inclui os movimentos
autônomos de capitais, que são movimentações financeiras que não têm por objetivo o financiamento do BP.
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O saldo total do Balanço de Pagamentos (BP) é obtido com a soma do saldo em Conta Corrente, do
saldo da conta Capital e Financeira, e os erros e omissões (que são uma conta residual):
𝐵𝑃 = 𝑇𝐶 + 𝐾𝑎 + (𝐸 & 𝑂)
Os itens que entram no cálculo do saldo do BP são classificados como “acima da linha”, indicando
transações voluntárias entre residentes e não residentes. Por sua vez, a conta de Capitais Compensatórios (𝐾𝑐)
não entra no saldo do Balanço de Pagamentos, por isso são denominados itens “abaixo da linha”,
representando atrasados ou uma fonte de financiamento do saldo do BP. Diante da técnica das partidas
dobradas, o saldo da conta Capitais Compensatórios é igual ao saldo total do BP, mas com sinal trocado:
𝐵𝑃 = −𝐾𝑐
Se um país apresenta déficit no BP, terá um saldo positivo na conta Capitais Compensatórios (que
equivale ao demonstrativo de resultados do BP):
𝐵𝑃 < 0 → 𝐾𝑐 > 0
Conforme destacam Simonsen e Cysne (2009):
“De fato, tal déficit só pode ser financiado por uma perda de reservas e/ou pela aquisição de um empréstimo
de regularização que, como sabemos, equivalem ambos a um lançamento contábil positivo na conta de
capitais compensatórios. Não havendo pagamento da obrigação devida, a conta “atrasados” será
creditada, desta forma garantindo-se a igualdade entre o saldo total do balanço de pagamentos e o
simétrico do seu demonstrativo de resultados”. (SIMONSEN & CYSNE, 2009)
Vejamos dois exemplos de lançamentos que envolvem as transações correntes, apresentados em
Simonsen e Cysne (2009), sendo uma transação liquidada em moeda e outra não:
i) Um país exporta mercadorias recebendo à vista o pagamento em moeda estrangeira: temos um crédito
na conta “Exportações” (pois exportações de mercadorias geram uma entrada de recursos) e um débito na
conta de “Haveres no exterior” (um débito representa um aumento em uma conta de ativo);
ii) Um país recebe do exterior um donativo em mercadorias: é como se o país tivesse primeiro recebido
um donativo em dinheiro e posteriormente importado mercadorias do exterior. Dessa forma, temos um débito
na conta “Importações” e um crédito em “Transferências Unilaterais”.
Simonsen e Cysne (2009) também apresentam alguns exemplos de lançamentos contabilizados com sinal
positivo (representam a entrada de divisas) na conta Capital e Financeira: (i) os ingressos de novos
investimentos, sejam diretos, de portfólio ou aqueles classificados na rubrica “demais investimentos”; (ii) os
ingressos de novos empréstimos externos (que são agrupados sob a rubrica de Demais Investimentos); (iii) as
amortizações (efetuadas por não residentes) de empréstimos outrora concedidos pelo país ao resto do mundo;
(iv) as repatriações de investimentos do país no exterior; (v) as transferências unilaterais de capital recebidas
pelo país.
Agora, exemplos de lançamentos contabilizados com sinal negativo (indicam a saída de divisas) na conta
Capital e Financeira: (i) os novos investimentos (diretos ou não) de residentes, realizados no exterior; (ii) os
novos empréstimos dos residentes no país ao resto do mundo; (iii) as amortizações pagas ao exterior de
empréstimos contraídos pelos residentes no país; (iv) as repatriações de investimentos estrangeiros diretos
outrora efetuados no país.
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Outro ponto que convém destacar, é que “lucros de não residentes reinvestidos internamente devem ser
contabilizados como se os recursos deixassem o país e depois voltassem. O saldo líquido das duas operações
equivale a um débito na conta de Renda e a um crédito na conta de Investimentos Diretos” (SIMONSEN &
CYSNE, 2009).
Convenção de Sinais
Antes de considerarmos alguns pontos específicos em relação ao BPM6 (conforme as notas
metodológicas do Banco Central do Brasil), veremos a convenção de sinais nos registros contábeis em cada
uma das edições do BP.
No BPM5, créditos (exportações, receitas de rendas, de transferências, reduções nos ativos e aumentos
nos passivos) eram lançados com sinais positivos, enquanto débitos (importações, despesas de rendas, de
transferências, aumentos nos ativos e reduções nos passivos), com sinal negativo. Já no BPM6, sinais positivos
indicam exportações e importações, receitas e despesas de rendas, receitas e despesas de transferências e
aumentos em ativos e passivos. Os sinais negativos somente são utilizados para indicar renda negativa (perdas)
e reduções de ativos ou passivos (por exemplo, quando investimentos são retornados, os desinvestimentos).
Na conta financeira, fluxos que contribuem liquidamente para elevação (redução) de estoques, tanto para
ativos, como para passivos, são representados por sinal positivo (negativo).
A tabela a seguir ilustra os sinais em que são feitos os registros nas contas em ambas as edições.
Contas do BP BPM5 BPM6
Transações correntes, receitas + +
Transações correntes, despesas - +
Saldo de transações correntes Receitas + Despesas = +/- Receitas - Despesas = +/-
Receitas de transferências de
capital
+ +
Despesas de transferências de
capital
- +
Saldo da conta capital Receitas + Despesas = +/- Receitas - Despesas = +/-
Aquisição líquida de ativos
financeiros (no BPM5, saída
líquida de capitais brasileiros)
- +
Incidência líquida de passivos
financeiros (no BPM5, entrada
líquida de capitais estrangeiros)
+ +
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Concessões líquidas (+) /
captações líquidas (-) (saldo da
Conta financeira)
Entrada de capital + saída de
capital = +/-
Aquisição líquida de ativos
financeiros – incidência líquida
de passivos financeiros = +/–
Resumo
(saldo de Transações correntes +
saldo da Conta capital + saldo da
Conta financeira) * (–1) = Erros e
omissões
saldo da Conta financeira
– saldo de Transações correntes
– saldo da Conta capital
= Erros e omissões
Fonte: Nota metodológica 1 do Banco Central do Brasil.
www.bcb.gov.br/content/estatisticas/Documents/notas_metodologicas/balanco_pagamentos/bpm6/nm1bpm6p.pd
f. Acesso em 20 de dezembro de 2020.
BPM63
Já sabemos que o BPM6 apresenta algumas alterações em relação ao BPM5. Nessa parte da aula, iremos
abordar alguns pontos em relação ao BPM6, que são apresentados nas notas metodológicas disponíveis no site
do Banco Central do Brasil4. De acordo com essa edição, o Balanço de Pagamentos compreende a conta
corrente, a conta de capital e a conta financeira (além de erros e omissões).
A conta corrente engloba os fluxos das contas de bens, serviços, renda primária e renda secundária. Em
relação às contas de bens (balança comercial), exportações e importações são registradas no BP no momento
em que ocorre a mudança de propriedade econômica entre residente e não residente. A propriedade
econômica é atribuída ao agente que detém os riscos, responsabilidades, direitos e benefícios do bem ou ativo.
Em geral essa propriedade coincide com a propriedade legal, mas pode haver casos em que ambas não
coincidem (por exemplo, arrendamento mercantil). A rubrica renda primária, antiga “balança de rendas” no
BPM5, continua refletindo os montantes a pagar ou a receber em troca do uso temporário de recursos
financeiros, trabalho ou ativos não financeiros não produzidos. Já a renda secundária substitui as
“transferências unilaterais”, que tiveram a nomenclatura ajustada às contas nacionais, e apresenta a renda
gerada em uma economia e distribuída para outra.
A conta de capital considera as transações envolvendo compra e venda de ativos não financeiros não
produzidos, e transferências de capital. A conta financeira permanece mostrando as aquisições de ativos e
3 Essa parte da aula, que fala sobre o BPM6, é um resumo abordando alguns pontos importantes das notas metodológicas publicadas pelo Banco Central do Brasil, disponíveis em www.bcb.gov.br/estatisticas/notasmetodologicas. Acesso em 20 de dezembro de 2020. 4https://www.bcb.gov.br/content/estatisticas/Documents/notas_metodologicas/balanco_pagamentos/bpm6/nm1bpm6p.pdf. Acesso em 20 de dezembro de 2020.
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passivos, identificados nas categorias de investimento direto, investimento em carteira (ações e títulos) e
outros investimentos (depósitos, empréstimos, créditos comerciais e outros ativos e passivos).
Considerações Gerais Sobre o BPM6
1) A compra ou venda de ativo externo entre dois residentes não é registrada como transação do BP (pois
não ocorre entre residente e não residente), mas como reclassificação, afetando os estoques mensurados pela
PII, caso os residentes pertençam a setores institucionais distintos. As intervenções no mercado de câmbio
constituem exceção. Ainda que o Banco Central, residente no Brasil, compre ou venda moeda estrangeira
de/para dealer residente no Brasil, a transação permanecerá sendo registrada no BP.
2) De modo análogo, a transferência de migrante, ou seja, a mudança de residência de pessoa física ou
empresa, e a consequente mudança do seu conjunto de ativos e passivos de uma economia para outra, passa a
ser tratada como reclassificação, e não transação de BP. Embora seja possível identificar residente e não
residente, trata-se da mesma pessoa ou empresa, o que fere o conceito de transação.
3) Indivíduos que possuem domicílio em diferentes territórios – o BP considerará a pessoa como residente
no local em que passar a maior parte do tempo.
4) A residência de empresas com pouca ou nenhuma presença física é determinada pelo território
econômico que abriga o conjunto de leis sob as quais a corporação foi criada.
5) Setores institucionais – o BPM5 apresentava os setores Governo Geral, Autoridade Monetária, Bancos
e Demais Setores. Já o BPM6 altera a nomenclatura de Autoridade Monetária para Banco Central, e de Bancos
para “Instituições que aceitam depósitos, exceto Banco Central”. A modificação mais substancial é o
detalhamento concedido aos Demais Setores, que apresenta subcontas para as instituições financeiras que não
captam depósitos, como fundos de investimento, empresas de seguro, fundos de pensão e outros auxiliares
(corretoras e distribuidoras, holdings, dentre outros). Adicionam-se também as empresas não financeiras,
famílias e organizações não governamentais.
A seguir, veremos alguns pontos referentes às rubricas que compõem a conta corrente5 no BPM6.
Considerações Sobre o BPM6: Balança Comercial
1) Energia elétrica – é considerada um bem, sendo incluída nas contas de exportação e importação,
incluindo os casos em que não há cobertura cambial ou efetiva entrega de recursos financeiros, parcial ou
integralmente.
2) Exportações fictas – a transferência de propriedade a um não residente, com a entrega do bem
ocorrendo dentro do território nacional. A recomendação do BPM6 é que se inclua qualquer mercadoria nessas
condições, ainda que não haja amparo de regime fiscal específico
5 www.bcb.gov.br/content/estatisticas/Documents/notas_metodologicas/balanco_pagamentos/bpm6/nm2bpm6p.pdf. Acesso em 20 de dezembro de 2020.
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3) Importações fictas – ocorre quando residentes brasileiros se tornam proprietários de bens que são
recebidos fora do território nacional. A aquisição de combustível no exterior por parte de empresas brasileiras
de transporte, como aeronaves ou embarcações, é um exemplo típico dessa modalidade de transação, que
passará a ser incluída no BP.
4) Bens em triangulação (merchanting) – operação em que um residente no Brasil adquire uma
mercadoria em um segundo país, para revendê-la em um terceiro. O bem, portanto, não ingressa no território
nacional. O BPM5 recomendava registrar a diferença entre os preços de compra e venda como um serviço. O
BPM6 indica que a aquisição do bem deve figurar como exportação com sinal negativo, enquanto a venda é
uma exportação com sinal positivo.
3) Bens para processamento – o BPM6 recomenda excluir das exportações e importações bens que
cruzam a fronteira, mas não envolvem mudança de propriedade.
Considerações Sobre o BPM6: Serviços
1) Serviços de manufatura – referem-se à prestação de serviços sobre bens nos casos em que prestador e
proprietário residem em países distintos (bens para processamento).
2) Seguros – os prêmios de seguros serão repartidos entre as contas de rendas secundárias e serviços de
seguro. Ao mesmo tempo, o envio e recebimento de recursos relativos a sinistros serão registrados em rendas
secundárias.
3) Pesquisa e desenvolvimento – a negociação de patentes, copyrights e processos industriais,
desenvolvidos em atividades de pesquisa, são registradas nessa nova conta de serviços. O BPM5 recomendava
sua classificação como ativos não financeiros não produzidos, anteriormente registrados na conta de capital.
4) Telecomunicações, computação e serviços de informação – essas três categorias de serviços serão
apresentadas em grupo único. Até o BPM5, os serviços de telecomunicação constituíam grupo separado.
5) Serviços de propriedade intelectual – mudança de nomenclatura, substituindo a conta “Royalties e
licenças” do BPM5.
6) Serviços Financeiros Indiretamente Medidos (FISIM) – os pagamentos e recebimentos de juros incluem,
além da remuneração do capital, a cobrança implícita de um serviço financeiro.
Considerações Sobre o BPM6: Renda primária
1) Juros – o pagamento de cupom de juros a investidores não residentes, realizado no mercado doméstico
e em Reais, será registrado como despesa de juros. Essa despesa tem por contrapartida um ingresso líquido na
conta financeira de mesmo valor, especificamente na conta de passivo de investimentos em carteira, títulos de
renda fixa negociados no mercado doméstico. Naqueles casos residuais em que o investidor não residente opta
por remeter esses juros ao exterior, a contrapartida no BP continuará a ser a redução dos ativos em moeda
estrangeira detidos pelo banco que intermediou a transação.
2) Lucros – dentro das rendas de investimentos diretos, o lucro líquido total de uma empresa pode ser
particionado, por uma decisão econômica do investidor, em lucros (dividendos) e lucros reinvestidos. A receita
(despesa) de lucro recebida (remetida) tem como contrapartida aumento (redução) de ativos em moeda
estrangeira, detido por bancos que intermediam a operação cambial. Já o lucro reinvestido, que reflete a
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decisão da matriz de ampliar seus investimentos no país de residência de sua subsidiária, não tem impacto
sobre o mercado de câmbio, e sua contrapartida é registrada em investimento direto (participação no capital).
A partir da adoção do BPM6 será retomada a compilação da conta de lucros reinvestidos (que não era feita no
BPM5).
Considerações Sobre o BPM6: Renda Secundária
A renda secundária se refere à antiga conta de Transferências Unilaterais. O principal item dessa rubrica
são as transferências pessoais, uma expansão do conceito anterior de “manutenção de residentes”. No BPM6,
é necessário apenas que o emissor e o receptor das remessas sejam pessoas físicas, não importando a forma
como os recursos financeiros tenham sido gerados, ou seja, o BPM6 amplia o escopo dessa rubrica (que no
BPM5 vinculava-se apenas à renda do trabalho).
Considerações Sobre o BPM6: Conta Financeira6
A conta financeira é composta pelas categorias investimento direto, investimento em carteira,
derivativos e outros investimentos. No BPM6, investimentos envolvendo empresas irmãs são incluídos em
investimento direto (dívida intercompanhia). Empresas irmãs são empresas que se relacionam entre si (aquelas
que mantêm relação mútua com o investimento direto na medida em que são controladas ou influenciadas
pelo mesmo investidor imediato ou indireto), porém sem que nenhuma delas detenha 10 por cento ou mais do
poder de voto na outra.
Importante você saber que o BPM6 adota o critério de ativos e passivos, de forma que o saldo da conta
financeira é calculado pela diferença entre a aquisição líquida de ativos financeiros e a incidência líquida de
passivos financeiros. Com a adoção desse critério, não é mais determinante a identificação de matriz,
subsidiária ou irmã (isso era necessário no BPM5, em que vigorava o princípio direcional). Agora, no BPM6, a
classificação de determinada transação é feita a partir da identificação das residências do credor e do devedor.
A contabilização de lucros reinvestidos impacta tanto a receita de lucros reinvestidos na conta corrente
(renda primária), quanto o investimento direto brasileiro no exterior (participação no capital). Ou seja, os
impactos dos lucros reinvestidos nas transações correntes, terão, por definição, financiamento automático na
conta financeira. Os sinais desses lançamentos de lucros reinvestidos são alterados caso ocorram prejuízos, ou
mesmo se o montante distribuído superar os lucros totais para um determinado período. Nesses casos, as
receitas e despesas se invertem, e ocorre redução dos fluxos de investimento direto – participação no capital.
Considerações Sobre o BPM6: Dívida externa7
Como a dívida externa se trata de passivos de residentes contra não residentes, os passivos entre dois
residentes, ainda que denominados ou indexados à moeda estrangeira, não são classificados como dívida
6 www.bcb.gov.br/content/estatisticas/Documents/notas_metodologicas/balanco_pagamentos/bpm6/nm3bpm6p.pdf. Acesso em 20 de dezembro de 2020. 7 www.bcb.gov.br/content/estatisticas/Documents/notas_metodologicas/balanco_pagamentos/bpm6/nm4bpm6p.pdf. Acesso em 20 de dezembro de 2020.
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externa. Da mesma forma, passivos de residentes contra não residentes, ainda que denominados e liquidados
em moeda nacional, integram a dívida externa.
Veremos mais adiante que a Posição de Investimento Internacional (PII) compreende todos os passivos
financeiros externos, incluindo aqueles de dívida externa. Portanto, a dívida externa pode ser obtida a partir da
exclusão, na PII, do conjunto de passivos que não representam endividamento, formado por derivativos e
investimento direto modalidade participação no capital.
É fundamental ressaltar que a dívida externa denominada em moeda nacional não acarreta
vulnerabilidade externa de mesma magnitude que aquela denominada em moeda estrangeira. No primeiro
caso, o risco cambial é suportado exclusivamente pelo investidor e credor não residente. Adicionalmente, para
servir a dívida, não é necessário obter receitas em moeda estrangeira. Por fim, estoque de títulos de dívida
emitidos por empresas privadas no mercado doméstico também será incorporado ao endividamento externo.
Estrutura Resumida do Balanço de Pagamentos
A tabela a seguir mostra a estrutura resumida do Balanço de Pagamentos de acordo com as versões BPM5
e BPM6.
BPM5 BPM6
I) Transações Correntes ou Conta Corrente:
TC = Balança Comercial + Balança de Serviços + Balança
de Rendas + Transferências Unilaterais Correntes
I) Transações Correntes ou Conta Corrente:
TC = Balança Comercial + Balança de Serviços
+ Renda Primária + Renda Secundária
I.A. Balança Comercial
Exportação de Mercadorias
Importação de Mercadorias
I.A. Balança Comercial
Exportação de Mercadorias
Importação de Mercadorias
I.B. Balança de Serviços
Fretes, seguros e transportes
Royalties e licenças
Aluguéis
Viagens Internacionais
Computação e Informática
Serviços governamentais
Serviços financeiros
Serviços de comunicações
Serviços de construção
Serviços relativos ao comércio
I.B. Balança de Serviços
Serviços de manufatura
Serviços de manutenção e reparo
Transportes
Viagens
Construção
Seguros
Serviços financeiros
Serviços de propriedade intelectual
Telecomunicação, computação e
informações
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Serviços empresariais, profissionais e técnicos
Serviços pessoais, culturais e recreação
Serviços diversos
Aluguel de equipamento
Outros serviços de negócio
Serviços culturais, pessoais e recreativos
Serviços governamentais
I.C. Balança de Rendas
Salários e ordenados
Lucros e dividendos
Juros
Demais itens de rendas
I.C. Renda primária
Remuneração de trabalhadores
Renda de investimento
Investimento direto
Lucros e dividendos
Juros
Investimento em carteira
Outros investimentos
Ativos de reserva
I.D. Transferências Unilaterais Correntes (TUC)
Doações
Remessas de imigrantes
Reparações de guerra
I.D. Renda secundária
II) Conta Capital e Financeira ou “Capitais Autônomos”:
Ka = (II.A) + (II.B) + (II.C) + (II.D) + (II.E)
II.A. Transferências de Capital
II.B. Investimentos Diretos
II.C. Investimentos em Carteira
Ações, títulos de renda fixa
II.D. Derivativos
II.E. Outros Investimentos
Empréstimos, amortizações, reinvestimentos e
financiamentos
II. Conta capital
III. Conta financeira
Investimento direto no exterior
Participação no capital e cotas em
fundos
Dívida intercompanhia
Investimento direto no país
Participação no capital e cotas em
fundos
Dívida intercompanhia
Investimento em carteira - Ativos
Ações e cotas em fundos
Títulos de renda fixa
Investimento em carteira - Passivos
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Ações e cotas em fundos
Títulos de renda fixa
Derivativos - Ativos
Derivativos - Passivos
Outros investimentos - Ativos
Moedas e depósitos
Empréstimos
Créditos comerciais e adiantamentos
Amortizações
Demais
Outros investimentos - Passivos
Moedas e depósitos
Empréstimos
Créditos comerciais e adiantamentos
Amortizações
Demais
Ativos de reserva
III) Erros e Omissões (E & O) IV) Erros e Omissões (E & O)
IV) Saldo do BP = (I) + (II) + (III) V) Saldo do BP = (I) + (II) + (III) + (IV)
V) Capitais Compensatórios (“abaixo da linha”):
Kc = – BP = (V.A) + (V.B) + (V.C) + (V.D)
V.A. Contas de Caixa ou Variação das Reservas
Internacionais Totais (−ΔResTOTAL)
(i) Haveres monetários de curto prazo no exterior
(ii) Ouro monetário
(iii) Direitos especiais de saque (DES)
(iv) Posição de reservas no FMI
V.B. Empréstimos de Regularização (ER)
V.C. Atrasados Comerciais (AC)
V.D. Contrapartidas (𝐶 = ΔResC)
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Fonte: Schröder et al (2019) e Simonsen e Cysne (2009).
Mais adiante veremos com mais detalhes o significado de
ΔResTOTAL e ΔResC.
Fonte: Nota metodológica 1 do Banco Central do
Brasil8.
O saldo da Balança Comercial e da Balança de Serviços é conhecido como Transferências Líquidas de
Recursos ao Exterior (TLRE):
𝑇𝐿𝑅𝐸 = 𝑋 − 𝑀
Em que X e M incluem bens e serviços não fatores (a denominação serviços não fatores ainda é, em alguns
casos, utilizada para designar os serviços). O hiato de recursos é o simétrico negativo da transferência líquida
de recursos:
𝐻𝑖𝑎𝑡𝑜 𝑑𝑒 𝑅𝑒𝑐𝑢𝑟𝑠𝑜𝑠 = −𝑇𝐿𝑅𝐸 = 𝑀 − 𝑋
Às vezes ainda encontramos a denominação serviços fatores se referindo à renda. O saldo da Balança de
Rendas (renda primária no BPM6) mais as Transferências Unilaterais (renda secundária no BPM6) representa a
renda líquida enviada/recebida do exterior, e é o que diferencia o produto interno do produto nacional.
𝑅𝐿𝐸𝐸 = 𝑅𝑒𝑛𝑑𝑎𝑠 𝐸𝑛𝑣𝑖𝑎𝑑𝑎𝑠 − 𝑅𝑒𝑛𝑑𝑎𝑠 𝑅𝑒𝑐𝑒𝑏𝑖𝑑𝑎𝑠 + 𝑇𝑟𝑎𝑛𝑠𝑓𝑒𝑟ê𝑛𝑐𝑖𝑎𝑠 𝐸𝑛𝑣𝑖𝑎𝑑𝑎𝑠
− 𝑇𝑟𝑎𝑛𝑠𝑓𝑒𝑟ê𝑛𝑐𝑖𝑎𝑠 𝑅𝑒𝑐𝑒𝑏𝑖𝑑𝑎𝑠
Ou:
𝑅𝐿𝐸𝐸 = −(𝐵𝑎𝑙𝑎𝑛ç𝑎 𝑑𝑒 𝑅𝑒𝑛𝑑𝑎 + 𝑇𝑈𝐶)
Recapitulando:
𝑃𝑁𝐵 = 𝑃𝐼𝐵 − 𝑅𝐿𝐸𝐸
O saldo do BP em transações correntes pode ser escrito como:
𝑇𝐶 = 𝑇𝐿𝑅𝐸 + 𝑅𝐿𝑅𝐸
Vamos ver como isso já foi cobrado em prova?
ANPEC – 2003 – Questão 1
As operações abaixo foram registradas, no ano t, para uma economia aberta:
(a) O país recebeu donativos, em mercadorias, no valor de $20 milhões;
(b) A renda líquida enviada ao exterior foi nula;
(c) O país importou equipamentos no valor de $5 bilhões, financiados no exterior mediante empréstimo de
longo prazo;
8 www.bcb.gov.br/content/estatisticas/Documents/notas_metodologicas/balanco_pagamentos/bpm6/nm1bpm6p.pdf. Acesso em 20 de dezembro de 2020.
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(d) Multinacionais estrangeiras reinvestiram no país lucros no valor de $10 bilhões;
(e) O país apresentou déficit em transações correntes de $30 bilhões;
(f) O país recebeu capitais de curto prazo no valor de $15 bilhões.
Com base nas informações acima, avalie as proposições que se seguem. No ano t:
(0) O PNB foi maior do que o PIB.
(1) Os donativos recebidos exerceram impacto positivo, no valor de $20 bilhões, sobre o balanço de transações
correntes.
(2) A importação de máquinas não teve impacto algum sobre o saldo do balanço de pagamentos.
(3) O saldo do balanço de pagamentos foi deficitário e equivalente a $15 bilhões.
RESOLUÇÃO:
Antes de resolver os itens, vamos fazer os lançamentos contábeis para cada uma das transações, quando
aplicável. E depois iremos montar o Balanço de Pagamentos associado.
(a) O país recebeu donativos, em mercadorias, no valor de $20 milhões;
Crédito: o recebimento de donativos gera uma entrada de divisas no país no valor de $20 milhões. Assim sendo,
é registrado como um crédito na conta transferências unilaterais (transações correntes).
Débito: como os donativos foram recebidos em mercadorias, devemos fazer o lançamento como se o país
tivesse importado mercadorias no valor de $20 milhões. Dessa forma, teremos um débito na conta importação
(é um débito, pois uma importação representa uma saída de divisas), registrada na balança comercial
(transações correntes). Vale destacar que se os donativos tivessem sido recebidos em moeda, o lançamento a
débito seria na conta haveres monetários de curto prazo no exterior (capitais compensatórios).
(b) A renda líquida enviada ao exterior foi nula;
A renda líquida enviada ao exterior corresponde ao saldo (com valor trocado) da balança de rendas e das
transferências unilaterais:
𝑅𝐿𝐸𝐸 = −(𝐵𝑎𝑙𝑎𝑛ç𝑎 𝑑𝑒 𝑅𝑒𝑛𝑑𝑎𝑠 + 𝑇𝑈𝐶) → 𝑅𝐿𝐸𝐸 = 0
(c) O país importou equipamentos no valor de $5 bilhões, financiados no exterior mediante empréstimo de longo
prazo;
Débito: teremos um débito na conta importação (transações correntes) no valor de $5 bilhões. Lembre-se de
que importar uma mercadoria gera saída de divisas,
Crédito: dado que as importações foram financiadas mediante empréstimo de longo prazo, teremos um
crédito de $5 bilhões na rubrica outros investimentos (conta capital e financeira).
(d) Multinacionais estrangeiras reinvestiram no país lucros no valor de $10 bilhões;
Crédito: esse reinvestimento dos lucros é lançado a crédito no valor de $10 bilhões na conta outros
investimentos (conta capital e financeira).
Débito: haverá um lançamento a débito correspondente de $10 bilhões na balança de rendas (transações
correntes).
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(e) O país apresentou déficit em transações correntes de $30 bilhões;
O saldo do Balanço de Pagamentos em transações correntes é dado pela soma da balança comercial
(exportação e importação apenas de BENS), da balança de serviços, da balança de rendas e do saldo das
transações unilaterais correntes (TUC):
𝑇𝐶 = 𝐵𝑎𝑙𝑎𝑛ç𝑎 𝐶𝑜𝑚𝑒𝑟𝑐𝑖𝑎𝑙 + 𝐵𝑎𝑙𝑎𝑛ç𝑎 𝑑𝑒 𝑆𝑒𝑟𝑣𝑖ç𝑜𝑠 + 𝐵𝑎𝑙𝑎𝑛ç𝑎 𝑑𝑒 𝑅𝑒𝑛𝑑𝑎𝑠 + 𝑇𝑈𝐶 → 𝑇𝐶 = −30
(f) O país recebeu capitais de curto prazo no valor de $15 bilhões.
Crédito: o recebimento desses capitais de curto prazo é lançado como um crédito no valor de $15 bilhões na
conta investimentos em carteira (conta capital e financeira).
Débito: associado a esse lançamento, haverá um débito de $15 bilhões na conta haveres monetários de curto
prazo no exterior (capitais compensatórios).
Com base nas informações fornecidas pela questão, vamos montar a estrutura do BP:
Transações Correntes: -30
Conta Capital e Financeira: 5 + 10 + 15 = 30
Saldo do Balanço de Pagamentos: -30 + 30 = 0
(0) O PNB foi maior do que o PIB.
A diferença entre o PNB e o PIB se dá pelo fluxo de rendas com o resto do mundo:
𝑃𝑁𝐵 = 𝑃𝐼𝐵 − 𝑅𝐿𝐸𝐸
Conforme afirmado na questão, 𝑅𝐿𝐸𝐸 = 0, ou seja, PIB e PNB são iguais.
Resposta: FALSO
(1) Os donativos recebidos exerceram impacto positivo, no valor de $20 bilhões, sobre o balanço de transações
correntes.
Vimos que os donativos recebidos em mercadoria geram um crédito de $20 bilhões em transferências
unilaterais e um débito de mesmo valor na conta importações. Como ambas as contas são contabilizadas em
transações correntes, os saldos se anulam, de forma que não há impacto sobre o balanço em transações
correntes.
Resposta: FALSO
(2) A importação de máquinas não teve impacto algum sobre o saldo do balanço de pagamentos.
A importação das máquinas foi financiada mediante empréstimo de longo prazo. Vimos que o registro foi um
débito em importação (transações correntes) e um crédito de mesmo valor em outros investimentos (conta
capital e financeira). Sabemos que o saldo total do BP é dado pela soma do balanço em transações correntes
com a conta capital e financeira. Diante disso, como ambos os lançamentos da transação são contabilizados no
saldo do BP, seus efeitos se anulam, gerando um impacto nulo no BP.
Resposta: VERDADEIRO
(3) O saldo do balanço de pagamentos foi deficitário e equivalente a $15 bilhões.
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Vimos que o saldo total do BP é nulo (soma do déficit de $30 bilhões em transações correntes com o superávit
de $30 bilhões na conta capital e financeira).
Resposta: FALSO
Ajuste do Balanço de Pagamentos
De um modo geral, é muito raro o Balanço de Pagamentos de um país se equilibrar (a não ser em um
regime de taxas de câmbio puramente flutuantes). Não há problemas em sucessivos superávits, ao passo que
os déficits só podem ocorrer se o país tiver reservas internacionais ou outros capitais compensatórios que os
financiem. Simonsen e Cysne (2009) destacam algumas medidas a serem adotadas no intuito de corrigir
déficits permanentes no BP:
i) desvalorizações reais da taxa de câmbio;
ii) redução do nível de atividade econômica;
iii) restrições tarifárias ou quantitativas às importações;
iv) subsídios às exportações;
v) aumento da taxa interna de juros;
vi) controle da saída de capitais e de rendimentos para o exterior.
As quatro primeiras medidas visam corrigir o problema do déficit em transações correntes. Uma
desvalorização da taxa de câmbio faz com que a produção interna fique mais barata em comparação ao resto
do mundo, dessa forma favorece as exportações em detrimento das importações. A redução do nível de
atividade econômica também contribui para uma diminuição das importações (dado que diminui a renda da
economia). Por sua vez, “as duas últimas medidas procuram melhorar o balanço de pagamentos ou atraindo
ou evitando a fuga de capitais autônomos. Elas são mais eficazes a curto do que a longo prazo” (SIMONSEN &
CYSNE, 2009).
Posição Internacional de Investimentos (PII)
Vamos ver nessa parte da aula outro importante balanço contábil, que também faz parte do conjunto de
contas externas de determinado país. A Posição Internacional de Investimento (PII) é definida como o
demonstrativo estatístico que apresenta, em determinado momento, o valor dos ativos financeiros de
residentes de uma economia, que compõem direitos contra não residentes, e os passivos de residentes de
uma economia, que constituem obrigações junto a não residentes.
Nesse sentido, a PII apresenta os estoques de ativos e de passivos externos de uma determinada
economia, e a diferença entre eles é o valor líquido da PII e pode representar tanto um direito líquido quanto
uma obrigação líquida com o resto do mundo. A Posição Internacional de Investimentos Líquida (PIIL),
também denominada Ativos Externos Líquidos (AEL), corresponde ao estoque de ativos financeiros
externos (são ativos financeiros emitidos por não residentes e em poder de residentes em determinada
economia) menos o estoque de passivos financeiros externos. O simétrico (com sinal trocado) da PIIL é
chamado de Passivo Externo Líquido (PEL), e indica o estoque de passivos financeiros externos menos o
estoque de ativos financeiros externos (excedente econômico do resto do mundo em posse dos residentes).
Algebricamente:
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𝑃𝐸𝐿 = −𝑃𝐼𝐼𝐿
Nos países em desenvolvimento, a maior parte do passivo externo líquido corresponde à sua dívida
externa líquida, que é a dívida bruta menos as reservas.
Importante você saber a variação do Passivo Externo Líquido durante um certo período de tempo pode
ser aproximada pelo déficit do balanço de Transações Correntes ocorrido no período:
Δ𝑃𝐸𝐿 = −𝑇𝐶
Uma vez que a poupança externa corresponde ao déficit do balanço em Transações Correntes, temos:
Δ𝑃𝐸𝐿 = −𝑇𝐶 = 𝑆𝑒𝑥𝑡
De maneira simétrica, a variação nos ativos externos líquidos é aproximada pelo saldo em transações
correntes:
Δ𝐴𝐸𝐿 = 𝑇𝐶
O déficit em Transações Correntes corresponde à soma do hiato de recursos com a renda líquida enviada ao exterior, desse
modo a poupança externa pode ser escrita como:
𝑆𝐸𝑥𝑡 = −TC = (𝑀 − 𝑋) + 𝑅𝐿𝐸𝐸
Em que (𝑀 − 𝑋) envolve bens e serviços não fatores e 𝑅𝐿𝐸𝐸 = −(𝐵𝑎𝑙𝑎𝑛ç𝑎 𝑑𝑒 𝑅𝑒𝑛𝑑𝑎𝑠 + 𝑇𝑈𝐶)
Vale dize que, no BPM6, a PII concilia os estoques de abertura e fechamento de ativos e passivos em cada
período com os fluxos da conta financeira (transações do BP) e outras variações (cambial, de preços e outras
variações de volume). A seguir vemos um exemplo de demonstrativo integrado da PII.
US$ milhões
Estoque
em 2012
Transações (conta
financeira do BP)
Variações de
preço e paridades
Demais
variações
Estoque
em 2013
Posição Internacional de Investimento
Ativos
Investimento direto no exterior
Investimento em carteira
Derivativos
Outros investimentos
Ativos de reserva
Passivos
Investimento direto no país
Investimento em carteira
Derivativos
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Outros investimentos
Fonte: Nota metodológica 1 do BCB.
www.bcb.gov.br/content/estatisticas/Documents/notas_metodologicas/balanco_pagamentos/bpm6/nm1bpm6p.pdf.
Acesso em 20 de dezembro de 2020.
Antes de encerrar esse tópico, convém abordarmos os principais pontos que diferenciam o Balanço de
Pagamentos da Posição Internacional de Investimentos.
Balanço de Pagamentos versus Posição Internacional de Investimentos
Basicamente, dois pontos diferem o Balanço de Pagamentos da Posição Internacional de Investimentos:
1) o BP contabiliza fluxos, enquanto que a PII contabiliza estoques;
2) no BP são efetuados apenas lançamentos que refletem alguma transação entre residentes e não residentes, enquanto
que na PII também são consideradas variações nos preços de ativos e passivos.
Mensuração da Variação de Reservas
Dada a natureza dos lançamentos realizados no Balanço de Pagamentos, o BP registra somente as
variações de reservas decorrentes das transações entre residentes e não residentes. Ou seja, o Balanço de
Pagamentos NÃO registra as variações de reservas oriundas de monetização ou desmonetização de ouro,
alocação ou cancelamento de Direitos Especiais de Saque e/ou valorizações ou desvalorizações monetárias.
Vamos denotar a variação de reservas registrada no BP por ΔResBP.
A variação monetária total das reservas internacionais (ΔResTOTAL) decorre tanto das variações causadas
pelas transações entre residentes e não residentes (ΔResBP), quanto das operações de
valorização/desvalorização, monetização/desmonetização e alocação/cancelamento (já sabemos que essas
variações não são registradas no BP). Vamos denotar as variações de reservas não decorrentes de transações
entre residentes e não residentes de ΔResC. Algebricamente:
ΔResTOTAL = ΔResBP + ΔResC
Para o cálculo de ΔResC, é utilizado o artifício contábil de incluir a rubrica Contrapartidas no Balanço de
Pagamentos, dentro da conta Caixa. A lógica é a mesma que a do BP: lançam-se a débito os aumentos de
qualquer uma das contas de caixa e, necessariamente, a crédito, a respectiva contrapartida, dado que a soma
de toda operação tem que ser zerada. Dessa forma, ΔResC iguala-se ao saldo da conta Contrapartidas (C):
ΔResC = 𝐶
Você se lembra de como é a estrutura do Balanço de Pagamentos (BPM5)? Se a resposta for não, dê mais
uma olhadinha lá, está bom?! Para facilitar, vou reproduzir aqui a composição da conta Capitais
Compensatórios:
V) Capitais Compensatórios (“abaixo da linha”): Kc = – BP = (V.A) + (V.B) + (V.C) + (V.D)
V.A. Contas de Caixa ou Variação das Reservas Internacionais Totais (−ΔResTOTAL)
(i) Haveres monetários de curto prazo no exterior
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(ii) Ouro monetário
(iii) Direitos especiais de saque (DES)
(iv) Posição de reservas no FMI
V.B. Empréstimos de Regularização (ER)
V.C. Atrasados Comerciais (AC)
V.D. Contrapartidas (𝐶 = ΔResC)
Sabemos que o saldo da conta Capitais Compensatórios é dado pela soma do saldo das Contas de Caixa
ou Variação das Reservas Internacionais Totais (−ΔResTOTAL)9; dos Empréstimos de Regularização (ER); dos
Atrasados Comerciais (AC); e das Contrapartidas (C = ΔResC). Assim:
KC = −ΔResTOTAL + ER + AC + ΔResC
Além disso, o saldo da conta Capitais Compensatórios tem o mesmo valor, mas com sinal trocado, que o
saldo total do BP (isso por causa da técnica das partidas dobradas):
KC = −BP → −BP = −ΔResTOTAL + ER + AC + ΔResC → ΔResTOTAL = BP + ER + AC + ΔResC
Utilizando essa relação acima e sabendo que a variação total das reservas é decomposta entre variações
decorrentes de transações registadas no BP (ΔResBP) e aquelas que não são (ΔResC), temos:
ΔResBP = 𝐵𝑃 + 𝐸𝑅 + 𝐴𝐶
Ou seja, a variação de reservas decorrente apenas das transações entre residentes e não residentes
(ΔResBP) corresponde à soma do saldo total do Balanço de Pagamentos com o saldo dos Empréstimos de
Regularização (ER) e com o saldo dos Atrasados Comerciais (AC).
Resumindo...
9 O saldo da conta Caixa ou Variação das Reservas Internacionais Totais é uma conta do ativo, ou seja, aumenta a débito e diminui a crédito. Por essa razão, seu saldo é o negativo da variação total das reservas internacionais (um aumento nas reservas (sinal positivo) é lançado a débito (sinal negativo)).
A variação nas reservas
internacionais foi consequência de uma
transação entre residentes e não
residentes?
SIM
É contabilizada no BP, e nada acontece na contacontrapartida.
Altera o termo Δ𝑅𝑒𝑠𝐵𝑃
NÃO
NÃO é contabilizada no BP. Deve ser feito umlançamento na respectiva conta do caixa,acompanhado de uma contrapartida commesmo saldo e sinal oposto (ambos oslançamentos devem somar zero).
Altera o termo Δ𝑅𝑒𝑠𝐶
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Para facilitar nosso entendimento, vejamos alguns exemplos de lançamentos e como se dá a alteração
nas reservas internacionais (SIMONSEN & CYSNE, 2009):
1) Importações pagas em dólares – como a importação de mercadoria gera uma saída de recursos,
iremos debitar a conta Importações do BP, suponha um débito de – 𝑥. Dado que o pagamento foi realizado em
moeda estrangeira, teremos uma redução nas reservas internacionais, sendo que essa redução foi decorrente
de uma transação entre residentes e não residentes. Essa diminuição nas reservas é representada por um
crédito na conta Haveres no Exterior (lembre que as contas do ativo diminuem a crédito), suponha um crédito
no valor de +𝑥. O saldo total do Balanço de Pagamentos é dado pela soma entre o saldo em conta corrente
(– 𝑥) e o saldo de capitais autônomos (0). Dessa forma, 𝐵𝑃 = −𝑥. Vale dizer que não houve nenhuma
contrapartida neste caso (C = 0), já que a operação considerada não envolve monetizações, valorizações ou
alocações. Assim:
ΔResTOTAL = ΔResBP + ΔResC = 𝐵𝑃 + 𝐸𝑅 + 𝐴𝐶 + 𝐶 = −𝑥 + 0 + 0 + 0 = −𝑥
2) Amortização devida a não residentes, vencida e não paga (atrasada) – a amortização devida a não
residentes é lançada com um débito na conta Amortização (Conta Capitais Autônomos), suponha um débito
no valor de – 𝑥. O saldo do BP, nesse caso, é dado por – 𝑥. Como a amortização está atrasada, temos um
lançamento a crédito, no valor de 𝑥, na conta Atrasados Comerciais. Logo:
ΔResTOTAL = ΔResBP + ΔResC = 𝐵𝑃 + 𝐸𝑅 + 𝐴𝐶 + 𝐶 = −𝑥 + 0 + 𝑥 + 0 = 0
Se a amortização venceu, mas não foi paga (está atrasada), não há porque haver variação de reservas.
3) Valorização do Euro (supõe-se que o país mantenha parte de suas reservas nesta moeda) em
relação ao dólar, implicando um aumento das reservas medidas em dólares no valor de x dólares – O
aumento nas reservas internacionais não foi decorrente de transações entre residentes e não residentes, mas
sim da simples valorização da moeda. Logo, ΔResBP = 0. O lançamento contábil da operação é um débito na
conta Haveres no Exterior em – 𝑥 (as contas do ativo aumentam a débito). Teremos uma contrapartida de um
crédito no valor x (para que a soma de lançamentos se anule). Dessa forma: C = +x. Então:
ΔResTOTAL = ΔResBP + ΔResC = 𝐵𝑃 + 𝐸𝑅 + 𝐴𝐶 + 𝐶 = 0 + 0 + 0 + 𝑥 = 𝑥
4) Compra de ouro pelo Banco Central para utilização como liquidez internacional (monetização) – a
variação nas reservas internacionais não foi consequência de transação entre residentes e não residentes, e sim
de uma monetização. Teremos um débito na conta Ouro Monetário no valor de – 𝑥, e uma contrapartida de um
crédito no valor x, C = +x. A variação das reservas é:
ΔResTOTAL = ΔResBP + ΔResC = 𝐵𝑃 + 𝐸𝑅 + 𝐴𝐶 + 𝐶 = 0 + 0 + 0 + 𝑥 = 𝑥
Vamos ver isso em uma questão de prova!
ANPEC – 2003 – Questão 1
As operações abaixo foram registradas, no ano t, para uma economia aberta:
(a) O país recebeu donativos, em mercadorias, no valor de $20 milhões;
(b) A renda líquida enviada ao exterior foi nula;
(c) O país importou equipamentos no valor de $5 bilhões, financiados no exterior mediante empréstimo de
longo prazo;
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(d) Multinacionais estrangeiras reinvestiram no país lucros no valor de $10 bilhões;
(e) O país apresentou déficit em transações correntes de $30 bilhões;
(f) O país recebeu capitais de curto prazo no valor de $15 bilhões.
Com base nas informações acima, avalie as proposições que se seguem. No ano t:
(4) Não houve variação de reservas cambiais.
RESOLUÇÃO:
Sabemos que a variação total das reservas internacionais pode ser escrita como:
ΔResTOTAL = ΔResBP + ΔResC = 𝐵𝑃 + 𝐸𝑅 + 𝐴𝐶 + 𝐶
Anteriormente, nós já fizemos os lançamentos associados a essa questão (caso você não lembre, volte algumas
páginas antes de prosseguir). Não houve empréstimos de regularização, nem atrasos comerciais, nem
tampouco lançamentos na conta contrapartida. Dessa forma, as variações totais nas reservas internacionais
correspondem ao saldo do Balanço de Pagamentos:
ΔResTOTAL = 𝐵𝑃
Obtivemos que o saldo do Balanço de Pagamentos é nulo. Assim, não houve alteração nas reservas cambiais.
Resposta: VERDADEIRO
Chegamos ao fim da parte teórica da nossa aula de hoje! Chegou a hora de treinar resolvendo questões
de provas passadas da Anpec. Mãos à obra!!!
Questões comentadas pelo professor
1. ANPEC – 2004 – Questão 1
Utilizando como referência a estrutura geral do balanço de pagamentos, julgue as afirmativas:
(0) A conta de capital é negativa para um país que apresenta superávit em transações correntes, o que equivale
a uma diminuição dos ativos externos líquidos em poder dos residentes desta economia.
(1) Caso não ocorra o pagamento de um empréstimo externo no seu vencimento, debita-se a conta de
amortizações e credita-se a conta de atrasados comerciais. No momento da liquidação efetiva desse atrasado,
debita-se esta última conta e credita-se uma conta de caixa.
(2) O balanço de serviços engloba, entre outros itens, os pagamentos e os recebimentos relativos a viagens
internacionais, seguros, amortizações, lucros e dividendos.
(3) A renda líquida recebida (+) ou enviada (–) para o exterior é, por definição, o saldo de serviços de fatores
mais o de transferências unilaterais. Por sua vez, a transferência líquida de recursos para o exterior equivale ao
saldo comercial mais o saldo de serviços de não-fatores.
(4) O aumento do passivo externo líquido de um país em determinado período de tempo é equivalente ao
déficit, nesse mesmo período, dos movimentos de capitais autônomos e compensatórios.
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RESOLUÇÃO:
(0) Sabemos que a variação no estoque de ativos externos líquidos pode ser aproximada pelo saldo em
transações correntes:
Δ𝐴𝐸𝐿 = 𝑇𝐶
Se o país apresenta superávit em transações correntes, haverá um AUMENTO dos ativos externos líquidos em
poder dos residentes desta economia.
Além disso, apresentar superávit em transações correntes não necessariamente implica um saldo negativo na
conta capital e financeira (antiga conta capitais autônomos, 𝐾𝑎). Vejamos isso algebricamente. Sabemos que
o saldo do BP é a soma dos saldos em transações correntes e na conta de capital:
BP = 𝑇𝐶 + 𝐾𝑎
Sabemos, também, que, dado o método das partidas dobradas, a conta capitais compensatórios (𝐾𝑐) tem o
mesmo saldo (mas com sinal trocado) que o BP:
𝐾𝑐 = −𝐵𝑃
Assim:
𝐾𝑐 = −𝑇𝐶 − 𝐾𝑎 → −TC = (𝐾𝑎 + 𝐾𝑐) = 𝑆𝐸𝑥𝑡
A igualdade acima nos mostra que um superávit em transações correntes faz com que a soma 𝐾𝑎 + 𝐾𝑐 seja
negativa, de modo que nada podemos afirmar acerca do saldo da conta capital (𝐾𝑎) de maneira isolada. Além
disso, um saldo positivo em transações correntes, faz com que a poupança externa seja negativa (conforme já
sabemos, uma redução no passivo externo líquido).
Resposta: FALSO
(1) O item descreve com exatidão os lançamentos contábeis no caso de não haver o pagamento de
empréstimos externos no seu vencimento. Vale destacar que a rubrica amortizações é contabilizada em outros
investimentos, dentro da conta capital e financeira. Já as contas referentes a atrasados comerciais e caixa estão
inseridas em capitais compensatórios.
Resposta: VERDADEIRO
(2) Vamos ver a classificação de cada registro apresentado no item:
i) Viagens internacionais e seguros: balança de serviços (transações correntes);
ii) Amortizações: outros investimentos (conta capital e financeira);
iii) Lucros e dividendos: balança de rendas (transações correntes).
Resposta: FALSO
(3) De fato, a renda líquida recebida (+) ou enviada (–) para o exterior corresponde ao saldo da balança de rendas
(serviços de fatores) mais o de transferências unilaterais. Já a transferência líquida de recursos para o exterior
corresponde ao saldo da balança comercial (transações envolvendo bens) mais o saldo da balança de serviços
(serviços de não-fatores).
Resposta: VERDADEIRO
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(4) Vimos que o aumento no passivo externo líquido pode ser aproximado pelo déficit em transações correntes:
ΔPEL = −TC = (𝐾𝑎 + 𝐾𝑐)
Então, se ΔPEL > 0, temos (𝐾𝑎 + 𝐾𝑐) > 0.
Assim, o aumento do passivo externo líquido de um país em determinado período de tempo é equivalente ao
SUPERÁVIT, nesse mesmo período, dos movimentos de capitais autônomos e compensatórios
Resposta: FALSO
2. ANPEC – 2004 – Questão 2
Com base nos princípios da contabilidade nacional, julgue as afirmativas:
(0) Em uma economia aberta, a absorção coincidirá com o produto, independente do sinal do saldo comercial
do país.
(1) A poupança bruta, em uma economia fechada e sem governo, é idêntica à soma da formação bruta de capital
fixo mais a variação de estoques.
(2) Em uma economia aberta e sem governo, são registradas como importações apenas as aquisições de bens
e serviços que não correspondam ao pagamento de fatores de produção. Este último é computado no cálculo
da renda líquida enviada ao exterior.
(3) O total dos créditos da conta de produção, em uma economia aberta e com governo, é a soma do consumo
total, investimento bruto e importações. Portanto, o total dos créditos representa a soma da despesa interna
bruta mais exportações.
(4) Na apuração da renda nacional, são incluídos os ganhos auferidos na revenda de ações de empresas e na
especulação imobiliária.
RESOLUÇÃO:
(0) A absorção corresponde ao valor dos bens e serviços (produzidos internamente) que são absorvidos pela
sociedade. Ou seja:
𝐴 = 𝐶 + 𝐼 + 𝐺
A absorção corresponde aos gastos com consumo, com investimento e gastos do governo. No caso de uma
economia aberta, pela ótica da despesa:
𝑌 = 𝐶 + 𝐼 + 𝐺 + (𝑋 − 𝑀) → 𝑌 = 𝐴 + (𝑋 − 𝑀) → 𝑌 − 𝐴 = 𝑋 − 𝑀
Em uma economia aberta, a absorção irá coincidir com o produto (𝑌 − 𝐴 = 0) somente quando o saldo
comercial for nulo (𝑋 − 𝑀 = 0). Lembrando que esse saldo comercial inclui bens e serviços não fatores.
Resposta: FALSO
(1) Sabemos que o investimento agregado é dado pela formação bruta de capital fixo e pela acumulação de
estoques:
𝐼 = 𝐹𝐵𝐾𝐹 + Δ𝐸𝑠𝑡𝑜𝑞𝑢𝑒𝑠
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Outra coisa que nós já sabemos é que a poupança agregada corresponde à soma das poupanças privada, do
governo e externa:
𝑆 = 𝑆𝑃 + 𝑆𝐺𝑜𝑣 + 𝑆𝐸𝑥𝑡
Da igualdade entre investimento e poupança:
𝐼 = 𝑆 → 𝐹𝐵𝐾𝐹 + Δ𝐸𝑠𝑡𝑜𝑞𝑢𝑒𝑠 = 𝑆𝑃 + 𝑆𝐺𝑜𝑣 + 𝑆𝐸𝑥𝑡
Supondo uma economia fechada (𝑆𝐸𝑥𝑡 = 0) e sem governo (𝑆𝐺𝑜𝑣 = 0):
𝐹𝐵𝐾𝐹 + Δ𝐸𝑠𝑡𝑜𝑞𝑢𝑒𝑠 = 𝑆𝑃
Ou seja, a poupança bruta (dada pela poupança privada) é idêntica à soma da formação bruta de capital fixo
mais a variação de estoques.
Resposta: VERDADEIRO
(2) De fato, sob a ótica da despesa, em que temos 𝑌 = 𝐶 + 𝐼 + 𝐺 + (𝑋 − 𝑀), a rubrica importações inclui as
aquisições de bens e serviços não fatores, ou seja, engloba componentes da balança comercial e da balança de
serviços do Balanço de Pagamentos. Já a remuneração de fatores de produção entra na balança de rendas
(serviços fatores), que faz parte do cálculo da renda líquida enviada ao exterior.
Resposta: VERDADEIRO
(3) No contexto das Contas Econômicas Integradas, o saldo da conta de produção é dado pelo PIB, que em uma
economia aberta e com governo é expresso por:
𝑃𝐼𝐵 = 𝐶 + 𝐼 + 𝐺 + 𝑋 − 𝑀 → 𝑃𝐼𝐵 + 𝑀 = 𝐶 + 𝐼 + 𝐺 + 𝑋
Dessa forma, os créditos dessa conta (valores que aumentam seu saldo) são dados pela soma do consumo total
(consumo privado mais consumo do governo), investimento bruto e exportações. Portanto, o total dos créditos
representa a soma da despesa interna bruta mais importações.
Repare que o item inverteu as palavras importações e exportações, e por isso é falso.
Resposta: FALSO
(4) Vale destacar que a revenda de ações e a especulação imobiliária não representam produção de bens e
serviços finais em determinado período. Assim, essas transações NÃO são incluídas do PIB e, dada a identidade
contábil básica (Produto = Renda = Despesa), elas também não fazem parte da Renda Nacional.
Resposta: FALSO
3. ANPEC – 2005 – Questão 1
Sobre contas nacionais, avalie as proposições:
(0) Quando crescem as remessas de juros ao exterior, aumenta-se o déficit na conta de capitais, ceteris paribus.
(1) Quando em um país operam um grande número de empresas estrangeiras, ao mesmo tempo em que poucas
empresas e residentes deste país operam em outras economias, o PIB será maior que o PNB.
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(2) Se um aumento do juro doméstico for contrabalançado por um corte de gastos correntes, o déficit primário
do governo cairá.
(3) A variação do PIB real será sempre igual ou menor que sua variação nominal.
(4) A soma das remunerações dos fatores de produção é igual à soma dos gastos em bens e serviços finais
produzidos internamente.
RESOLUÇÃO:
(0) Remessas de juros ao exterior representam saídas de divisas, de forma que a transação seja registrada como
um débito na balança de rendas (transações correntes) e um crédito em haveres monetários de curto prazo no
exterior (capitais compensatórios). Assim, tudo o mais mantido constante, um aumento nas remessas de juros
ao exterior, eleva o déficit em TRANSAÇÕES CORRENTES.
Resposta: FALSO
(1) Quando em um país operam um grande número de empresas estrangeiras, ao mesmo tempo em que poucas
empresas e residentes deste país operam em outras economias, temos que o fluxo de renda enviada ao exterior
supera o fluxo de renda recebida do exterior. Ou seja, a renda líquida enviada ao exterior é positiva. A relação
entre PNB e PIB é tal que:
𝑃𝑁𝐵 = 𝑃𝐼𝐵 − 𝑅𝐿𝐸𝐸
Na medida em que a renda líquida enviada ao exterior é positiva, o PNB será menor que o PIB.
Resposta: VERDADEIRO
(2) Primeiramente, vejamos que fundos para empréstimos (ou fundos emprestáveis) correspondem ao
montante de renda que as pessoas poupam para emprestar ao invés de gastá-la para consumo. O equilíbrio
entre oferta e demanda desses fundos define seu preço, que é a taxa de juros. Um aumento na taxa de juros
torna mais vantajoso investir o dinheiro em aplicações que rendem juros, contribuindo para a diminuição da
disponibilidade dos fundos emprestáveis.
Agora, vamos analisar como o déficit do governo altera o mercado dos fundos emprestáveis. De um modo
geral, o governo pega dinheiro emprestado para financiar se déficit, o que contribui para diminuir a oferta dos
fundos emprestáveis para que o setor privado realize investimentos (veremos, em aula posterior, que esse
efeito recebe o nome de efeito deslocamento). Dessa forma, em uma situação como a apresentada pelo item
(corte de gastos correntes), haverá um aumento na oferta de fundos emprestáveis, contrabalanceando o efeito
de um aumento nos juros. Assim, não há mudanças no mercado de fundos emprestáveis, de modo que não haja
alterações na arrecadação tributária. Isso aliado à redução nos gastos correntes do governo reduz o déficit
primário, que é dado pela diferença entre o que o governo gasta e o que ele ganha.
Resposta: VERDADEIRO
(3) A partir da definição do deflator do PIB, podemos escrever o PIB nominal como o produto entre o deflator e
o PIB real:
𝑃𝐼𝐵 𝑁𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑙𝑡 = 𝐷𝑒𝑓𝑙𝑎𝑡𝑜𝑟𝑡(𝑃𝐼𝐵 𝑅𝑒𝑎𝑙𝑡𝑏)
Em termos de taxa de crescimento:
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(1 + Δ𝑃𝐼𝐵 𝑁𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑙𝑡) = (1 + Δ𝐷𝑒𝑓𝑙𝑎𝑡𝑜𝑟𝑡)(1 + Δ𝑃𝐼𝐵 𝑅𝑒𝑎𝑙𝑡𝑏)
Δ𝑃𝐼𝐵 𝑁𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑙𝑡 ≈ Δ𝐷𝑒𝑓𝑙𝑎𝑡𝑜𝑟𝑡 + Δ𝑃𝐼𝐵 𝑅𝑒𝑎𝑙𝑡𝑏
De forma que a taxa de crescimento do PIB real pode ser aproximada por:
Δ𝑃𝐼𝐵 𝑅𝑒𝑎𝑙𝑡𝑏 ≈ Δ𝑃𝐼𝐵 𝑁𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑙𝑡 − Δ𝐷𝑒𝑓𝑙𝑎𝑡𝑜𝑟𝑡
Assim, se houver deflação (Δ𝐷𝑒𝑓𝑙𝑎𝑡𝑜𝑟𝑡 < 0), a variação do PIB real será maior que a variação do PIB nominal.
Resposta: FALSO
(4) Muita atenção nos detalhes, hein! Na verdade, a soma das remunerações dos fatores de produção é igual à
soma dos gastos em bens e serviços finais produzidos internamente ou importados (produção externa).
Resposta: FALSO
4. ANPEC – 2005 – Questão 2
Com base nas identidades das contas nacionais, avalie as proposições que se seguem, para uma economia
aberta:
(0) Um aumento do déficit público leva a igual elevação do déficit externo.
(1) Se a poupança externa for igual ao déficit público, a poupança do setor privado será idêntica ao
investimento.
(2) A conta de capitais será negativa quando a poupança doméstica for menor que o investimento.
(3) Um déficit do balanço de pagamentos pode ser financiado com a perda de reservas, cujo lançamento
contábil terá sinal negativo.
(4) A igualdade entre poupança e investimento é equivalente ao equilíbrio do mercado de bens.
RESOLUÇÃO:
(0) Um aumento do déficit público pode gerar uma elevação no déficit externo. Isso se dá pelo fato de que um
aumento no déficit público gera uma pressão na taxa de juros da economia, o que atrai capital estrangeiro para
o país. Essa maior entrada de divisas, torna a moeda nacional relativamente mais cara, piorando, assim as
exportações vis-à-vis as importações. Ou seja, pode haver uma piora no déficit externo, mas não podemos
afirmar categoricamente que será em uma igual proporção.
Resposta: FALSO
(1) Da igualdade entre poupança e investimento, temos:
𝐼 = 𝑆𝑃 + 𝑆𝐺𝑜𝑣 + 𝑆𝐸𝑥𝑡
Se a poupança externa é igual ao déficit público (𝑆𝐸𝑥𝑡 = −𝑆𝐺𝑜𝑣):
𝐼 = 𝑆𝑃 + 𝑆𝐺𝑜𝑣 − 𝑆𝐺𝑜𝑣 → 𝐼 = 𝑆𝑃
Ou seja, nessa situação a poupança privada se iguala ao investimento.
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Resposta: VERDADEIRO
(2) A poupança doméstica, 𝑆𝐷𝑜𝑚, é definida como a soma das poupanças privada e do governo. Dessa forma:
𝐼 = 𝑆𝐷𝑜𝑚 + 𝑆𝐸𝑥𝑡 → 𝐼 − 𝑆𝐷𝑜𝑚 = 𝑆𝐸𝑥𝑡
Se a poupança doméstica for menor que o investimento (𝐼 − 𝑆𝐷𝑜𝑚 > 0), a poupança externa será positiva
(𝑆𝐸𝑥𝑡 > 0). Sabemos que a poupança externa corresponde ao déficit em transações correntes:
𝑆𝐸𝑥𝑡 = −𝑇𝐶
Assim, uma poupança externa positiva faz com que o saldo em TRANSAÇÕES CORRENTES seja negativo.
Vejamos, agora, o que acontece com as contas de capitais autônomos e compensatórios. O saldo total do BP é
dado pela soma dos saldos em transações correntes e na conta capital e financeira (𝐾𝑎):
𝐵𝑃 = 𝑇𝐶 + 𝐾𝑎
Além disso, dada a técnica das partidas dobradas, os saldos do BP e da conta capitais compensatórios, 𝐾𝑐, têm
o sinal trocado (𝐵𝑃 = −𝐾𝑐). Logo:
𝑇𝐶 + 𝐾𝑎 = −𝐾𝑐 → −𝑇𝐶 = 𝐾𝑎 + 𝐾𝑐
Sabendo que 𝑆𝐸𝑥𝑡 = −𝑇𝐶 > 0, temos (𝐾𝑎 + 𝐾𝑐) > 0. Dessa forma, uma poupança externa positiva faz com
que os capitais autônomos e compensatórios sejam positivos (e não podemos dizer nada sobre o saldo de cada
um individualmente).
Resposta: FALSO
(3) É verdade que um déficit do balanço de pagamentos pode ser financiado com a perda de reservas, no
entanto o lançamento contábil terá sinal positivo. Isso porque os lançamentos realizados na conta caixa
(equivalente a variações totais das reservas internacionais) são feitos seguindo a lógica dos ativos na
contabilidade tradicional. Ou seja, essa conta aumenta a débito (lançamento negativo) e reduz a crédito
(lançamento positivo).
Resposta: FALSO
(4) O mercado de bens está em equilíbrio quando a oferta agregada se iguala a demanda agregada (veremos
isso em mais detalhes em aula posterior). No caso de uma economia fechada e sem governo:
𝑌 = 𝐶 + 𝐼 → 𝑌 − 𝐶 = 𝐼 → 𝑆 = 𝐼
Ou seja, o equilíbrio no mercado de bens equivale à igualdade entre poupança e investimento.
Resposta: VERDADEIRO
5. ANPEC – 2006 – Questão 1
Sobre as contas nacionais, avalie as proposições:
(0) A remessa de dinheiro de brasileiros que residem no exterior a familiares no Brasil aumenta a Renda
Nacional Bruta.
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(1) O PIB corresponde ao valor adicionado de todos os bens e serviços produzidos em um país, sendo que, por
valor adicionado, entende-se o valor da produção mais o consumo dos bens intermediários.
(2) Em geral, países com alto grau de endividamento externo têm, ceteris paribus, o PIB maior que o PNB.
(3) Havendo equilíbrio nas contas do governo, um déficit em transações correntes do balanço de pagamentos
implica um excesso de investimentos.
(4) O deflator implícito do PIB corresponde à razão entre o PIB nominal e o PIB real.
RESOLUÇÃO:
(0) A relação entre PIB e PNB (equivalente à Renda Nacional Bruta) é dada por:
𝑃𝑁𝐵 = 𝑃𝐼𝐵 − 𝑅𝐿𝐸𝐸
Além disso, a renda líquida enviada ao exterior é dada pelo negativo da soma dos saldos da balança de rendas
e das transferências unilaterais correntes:
𝑅𝐿𝐸𝐸 = −(𝐵𝑎𝑙𝑎𝑛ç𝑎 𝑑𝑒 𝑅𝑒𝑛𝑑𝑎𝑠 + 𝑇𝑈𝐶)
A remessa de dinheiro de brasileiros que residem no exterior a familiares no Brasil eleva as transferências
unilaterais recebidas, o que reduz a renda líquida enviada ao exterior. Como consequência, há um aumento no
PNB.
Resposta: VERDADEIRO
(1) O erro do item está quase no final da frase. Então, no dia da prova, toda atenção é pouca e nada de preguiça,
beleza?!
De fato, o PIB corresponde ao valor adicionado de todos os bens e serviços produzidos em um país. Porém, por
valor adicionado (VA), entende-se o valor da produção MENOS o consumo dos bens intermediários (CI):
𝑉𝐴 − 𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑑𝑎 𝑃𝑟𝑜𝑑𝑢çã𝑜 − 𝐶𝐼
Resposta: FALSO
(2) Países com alto grau de endividamento externo costumam ter uma renda líquida enviada ao exterior
positiva. Assim, em geral eles têm o PIB maior que o PNB (lembra que 𝑃𝑁𝐵 = 𝑃𝐼𝐵 − 𝑅𝐿𝐸𝐸).
Resposta: VERDADEIRO
(3) Um equilíbrio nas contas do governo significa que 𝑆𝐺𝑜𝑣 = 0, e um déficit em transações correntes do balanço
de pagamentos representa uma poupança externa positiva (𝑆𝐸𝑥𝑡 = −𝑇𝐶 > 0). Da igualdade entre poupança e
investimento:
𝐼 = 𝑆𝑃 + 𝑆𝐺𝑜𝑣 + 𝑆𝐸𝑥𝑡 → 𝐼 − 𝑆𝑃 = 𝑆𝐸𝑥𝑡 > 0
Uma poupança externa positiva faz com que 𝐼 − 𝑆𝑃 > 0 → 𝐼 > 𝑆𝑃. Temos, pois, em excesso de investimentos
em relação a poupança.
Resposta: VERDADEIRO
(4) De fato, o deflator implícito do PIB corresponde à razão entre o PIB nominal e o PIB real:
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𝐷𝑒𝑓𝑙𝑎𝑡𝑜𝑟𝑡 =𝑃𝐼𝐵 𝑁𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑙𝑡
𝑃𝐼𝐵 𝑅𝑒𝑎𝑙𝑡𝑏 =
∑ 𝑃𝑡𝑖. 𝑄𝑡
𝑖𝑛𝑖=1
∑ 𝑃𝑏𝑖 . 𝑄𝑡
𝑖𝑛𝑖=1
Vale destacar que o deflator implícito do PIB é um índice de preços de Paasche (analisa a variação de preços
entre dois períodos e utiliza as quantidades no período atual como fator de ponderação).
Resposta: VERDADEIRO
6. ANPEC – 2006 – Questão 2
Avalie as proposições:
(0) O balanço de pagamentos registra as transferências, os pagamentos internacionais e o comércio de bens e
serviços entre um país e o resto do mundo.
(1) A aquisição por investidor estrangeiro de ações da Petrobras é registrada como crédito na conta de capital
brasileira.
(2) Se um país tem superávit no balanço de pagamentos, suas exportações líquidas serão positivas.
(3) Numa economia aberta, o Produto Nacional Bruto é determinado pelos gastos em produtos domésticos
efetuados por residentes e não residentes do país.
(4) O acúmulo de estoques indesejados é contabilizado como investimento nas contas nacionais.
RESOLUÇÃO:
(0) Balanço de Pagamentos (BP) é um balanço contábil, que registra as transações entre residentes e não
residentes de um país durante determinado período de tempo.
Resposta: VERDADEIRO
(1) A aquisição por investidor estrangeiro de ações da Petrobras representa uma entrada de divisas no país.
Dessa forma, temos um lançamento a crédito em investimentos em carteira (conta capital e financeira) e um
lançamento a débito em haveres monetários de curto prazo no exterior (capitais compensatórios).
Resposta: VERDADEIRO
(2) O saldo no BP é dado pela soma dos saldos em transações correntes e conta capital e financeira:
𝐵𝑃 = 𝑇𝐶 + 𝐾𝑎
Dessa forma, um superávit no BP não necessariamente faz com que as exportações líquidas sejam positivas
(uma vez que são apenas um componente do saldo em transações correntes).
Resposta: FALSO
(3) O Produto Nacional Bruto corresponde ao valor dos bens e serviços finais produzidos por fatores de
produção nacionais (que podem estar localizados no país ou no resto do mundo). Lembrando que o Produto
Interno Bruto corresponde ao valor dos bens e serviços finais produzidos internamente, independentemente
da origem dos fatores de produção. E já sabemos que o que diferencia um do outro é o fluxo de rendas do país
com o resto do mundo.
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Resposta: FALSO
(4) O investimento agregado em uma economia é dado pela soma da formação bruta de capital fixo com a
acumulação de estoques:
𝐼 = 𝐹𝐵𝐾𝐹 + Δ𝐸𝑠𝑡𝑜𝑞𝑢𝑒𝑠
Resposta: VERDADEIRO
7. ANPEC – 2007 – Questão 1
O país “A” apresentou os seguintes valores de suas transações externas e internas no ano “t”:
Transações Milhões de
US$
Exportações de mercadorias US$ 18
Compra de ações de empresa do país “A” por investidores estrangeiros em bolsa de valores US$ 8
Donativos líquidos recebidos US$ 2*
Empréstimo a não residentes por banco do país “A” US$ 4
Empresa de outro país implanta subsidiária em “A” sem cobertura cambial US$ 8
Saldo externo segundo o Sistema de Contas Nacionais de “A” UM**$ 10
Aumento de reservas em ouro monetário do país “A” adquirido de residentes US$ 10
Amortização de parcela da dívida externa de “A” pelo Banco Central US$ 26
Importações de mercadorias US$ 4
Taxa nominal de câmbio E = UM$ 2/US$ 1.
* em mercadorias.
** em que UM é a unidade de medida monetária do país “A”.
(0) O saldo do balanço de pagamentos em transações correntes é de US$ 5 milhões.
(1) O saldo do balanço de pagamentos apresenta déficit de US$ 9 milhões.
(2) O saldo do balanço de serviços é negativo em US$ 9 milhões.
(3) O saldo do financiamento de capitais compensatórios é negativo em US$ 10 milhões.
(4) “Erros e omissões” são diferentes de zero.
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RESOLUÇÃO:
Antes de irmos para a resolução dos itens, vamos fazer o lançamento das transações apresentadas na questão.
Transação Débito (-) Crédito (+)
Exportações de mercadorias -18 Haveres
Monetários (Kc)
18 Exportação (TC)
Compra de ações de empresa do país “A”
por investidores estrangeiros em bolsa de
valores
-8 Haveres
Monetários (Kc)
8 Investimentos em
carteira (Ka)
Donativos líquidos recebidos em
mercadorias
-2 Importação (TC) 2 Transferências
Unilaterais (TC)
Empréstimo a não residentes por banco do
país “A”
-4 Outros
investimentos (Ka)
4 Haveres Monetários
(Kc)
Empresa de outro país implanta subsidiária
em “A” sem cobertura cambial
-8 Importação (TC) 8 Investimento direto
externo (Ka)
Aumento de reservas em ouro monetário do
país “A” adquirido de residentes
-10 Ouro (Kc) 10 Contrapartida (Kc)
Amortização de parcela da dívida externa de
“A” pelo Banco Central
-26 Outros
investimentos (Ka)
26 Haveres Monetários
(Kc)
Importações de mercadorias -4 Importação (TC) 4 Haveres Monetários
(Kc)
Conforme destacado no enunciado, Saldo externo segundo o Sistema de Contas Nacionais (que equivale ao
saldo em transações correntes) é de UM$ 10. Devemos converter esse valor para a moeda do país A. Para tanto,
usamos a taxa de câmbio fornecida: E = UM$ 2/US$ 1. Assim, o saldo em transações correntes é de US$ 5.
Perceba que o saldo em transações correntes fornecido é de US$ 5. No entanto, a soma dos saldos da balança
comercial e transferências unilaterais é US$ 6. Ou seja, resta um lançamento a débito no valor de - US$ 1 em
transações correntes. Faremos esse lançamento na balança de serviços (item 2 da questão) da seguinte forma:
Débito: -US$ 1 na balança de serviços (transações correntes)
Crédito: US$ 1 em haveres monetários (capitais compensatórios)
A estrutura do Balanço de Pagamentos fica da seguinte forma:
Estrutura do Balanço de Pagamentos (BPM5)
I) Transações Correntes ou Conta Corrente:
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[TC = 5]
Balança Comercial [18 – 14 = 4]
Exportação de Mercadorias [18]
Importação de Mercadorias [-2 – 8 – 4 = -14]
Balança de Serviços [-1]
Balança de Rendas [0]
Transferências Unilaterais [2]
II) Conta Capital e Financeira [8 + 8 – 30 = -14]
Investimentos em Carteira [8]
Investimento Direto Externo [8]
Outros Investimentos [-4 – 26 = -30]
Empréstimos [-4]
Amortização [-26]
III) Erros e Omissões [x]
IV) Saldo do BP = (I) + (II) + (III) = 5 – 14 + x = -9 + x = -9
V) Capitais Compensatórios (“abaixo da linha”): Kc = – BP = -1 + 10 = 9
Contas de Caixa ou Variação das Reservas Internacionais Totais [−ΔResTOTAL = 9 − 10 = −1]
(i) Haveres monetários de curto prazo no exterior -18 – 8 + 4 + 26 + 4 + 1 = 9]
(ii) Ouro monetário [-10]
(iii) Direitos especiais de saque [0]
(iv) Posição de reservas no FMI [0]
Empréstimos de Regularização [0]
Atrasados Comerciais [0]
Contrapartidas [10]
Pela técnica das partidas dobradas, as contas do BP e capitais compensatórios têm o mesmo saldo, mas com
sinal trocado:
𝐾𝑐 = −𝐵𝑃 → 9 = 9 − 𝑥 → 𝑥 = 0
Obtemos um saldo nulo na conta erros e omissões, de forma que haja um déficit no BP no valor de US$ 9
milhões.
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(0) Vimos que o saldo em transações correntes é de UM$ 10. Ao converter esse valor para a moeda do país A
(taxa de câmbio: E = UM$ 2/US$ 1), o saldo em transações correntes é de US$ 5 milhões.
Resposta: VERDADEIRO
(1) Ao montarmos o BP, obtemos um déficit no BP no valor de US$ 9 milhões.
Resposta: VERDADEIRO
(2) De acordo com o gabarito da Anpec, esse item é verdadeiro. Porém vimos que o saldo na balança de serviços
é negativo em US$ 1 milhão.
Resposta: FALSO
(3) O saldo da conta capitais compensatórios é positivo no valor de US$ 9 milhões (lembre-se de que essa conta
tem o mesmo saldo, mas com sinal trocado em relação ao BP).
Resposta: FALSO
(4) Vimos que o saldo em erros e omissões é nulo.
Resposta: FALSO
8. ANPEC – 2007 – Questão 13
De acordo com o sistema de contas nacionais, calcule o consumo final do governo com base nas seguintes
informações:
Descrição Valores em R$
Formação bruta de capital fixo 40
Transferências do governo 15
Déficit em transações correntes 10
Subsídios 25
Impostos diretos 20
Impostos indiretos 50
Poupança do setor privado 20
Variação dos estoques 10
Outras receitas líquidas do governo 60
Para resolver essa questão, iremos fazer uso da identidade entre investimento e poupança:
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𝐼 = 𝑆𝑃 + 𝑆𝐺𝑜𝑣 + 𝑆𝐸𝑥𝑡
Sabemos que o investimento bruto é dado pela soma entre a formação bruta de capital fixo e a acumulação de
estoques:
𝐼 = 𝐹𝐵𝐾𝐹 + Δ𝐸𝑠𝑡𝑜𝑞𝑢𝑒𝑠 → 𝐼 = 40 + 10 → 𝐼 = 50
O item nos forneceu poupança privada (𝑆𝑃 = 20) e o déficit em transações correntes (𝑇𝐶 = −10). De forma
que a poupança externa seja:
𝑆𝐸𝑥𝑡 = −𝑇𝐶 → 𝑆𝐸𝑥𝑡 = 10
A partir da igualdade entre poupança e investimento, somos capazes de obter a poupança do governo:
50 = 20 + SGov + 10 → SGov = 20
A questão está interessada em saber o consumo final do governo, G. Assim, nos resta utilizar mais outras duas
relações:
SGov = 𝑅𝐿𝐺 − 𝐺
Em que a renda líquida do governo é tal que:
𝑅𝐿𝐺 = 𝑇 − 𝑇𝑟 = 𝑖𝑚𝑝𝑜𝑠𝑡𝑜𝑠 𝑑𝑖𝑟𝑒𝑡𝑜𝑠 + 𝑖𝑚𝑝𝑜𝑠𝑡𝑜𝑠 𝑖𝑛𝑑𝑖𝑟𝑒𝑡𝑜𝑠 − 𝑠𝑢𝑏𝑠í𝑑𝑖𝑜𝑠 − 𝑡𝑟𝑎𝑛𝑠𝑓𝑒𝑟ê𝑛𝑐𝑖𝑎𝑠
+ 𝑜𝑢𝑡𝑟𝑎𝑠 𝑟𝑒𝑐𝑒𝑖𝑡𝑎𝑠 𝑙í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑎𝑠 𝑑𝑜 𝑔𝑜𝑣𝑒𝑟𝑛𝑜
Assim:
𝑅𝐿𝐺 = 20 + 50 − 25 − 15 + 60 → 𝑅𝐿𝐺 = 90
Agora estamos aptos a obter o consumo final do governo:
20 = 90 − 𝐺 → 𝐺 = 70
Resposta: 70
9. ANPEC – 2008 – Questão 2
Julgue as afirmativas.
(0) Um bem é produzido em 2000 e vendido em 2001. Este bem contribui para o PIB de 2000, não para o PIB de
2001.
(1) Se reservas internacionais permanecem inalteradas, um país cuja poupança nacional é superior ao
investimento apresenta déficit na conta de capital.
RESOLUÇÃO:
(0) Sob a ótica do produto, o PIB corresponde ao valor da produção de todos os bens e serviços finais produzidos
em um território durante determinado período de tempo. Nesse sentido, o bem é contabilizado no cálculo do
PIB no ano de sua produção (no caso em 2000) e não no ano de sua venda.
Já pela ótica da despesa, o PIB equivale às possíveis destinações do produto:
𝑌 = 𝐶 + 𝐼 + 𝐺 + (𝑋 − 𝑀)
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Sabemos que o investimento é composto pela formação bruta de capital fixo mais a acumulação de estoques.
Um bem produzido em 2000, mas que não foi vendido, contribui para o aumento dos estoques, ou seja,
contribui para a expansão do investimento em 2000. Por isso é contabilizado no PIB de 2000 e não no PIB de
2001.
Resposta: VERDADEIRO
(1) Sabemos que a poupança nacional é dada pela soma das poupança privada e do governo. A partir da
igualdade entre poupança e investimento:
𝐼 = 𝑆𝐷𝑜𝑚 + 𝑆𝐸𝑥𝑡
Se a poupança nacional é superior ao investimento:
𝐼 − 𝑆𝐷𝑜𝑚 < 0 → 𝑆𝐸𝑥𝑡 < 0
Caso a poupança externa seja negativa, o saldo em transações correntes no BP é positivo (𝑆𝐸𝑥𝑡 = −𝑇𝐶):
𝑆𝐸𝑥𝑡 < 0 → 𝑇𝐶 > 0
Sabemos, também, que o saldo do BP é a soma dos saldos em transações correntes e da conta capital e
financeira (Ka):
𝐵𝑃 = 𝑇𝐶 + 𝐾𝑎
Dada a técnica das partidas dobradas, o saldo total do BP e a conta capitais compensatórios (Kc) apresentam
o mesmo saldo, mas com sinal trocado:
Kc = −𝐵𝑃
Assim:
Kc = −𝑇𝐶 − 𝐾𝑎 → 𝑇𝐶 = −(𝐾𝑎 + Kc)
Já sabemos que o saldo em transações correntes é positivo e o item nos afirmou que as reservas internacionais
permanecem inalteradas (Kc = 0). Dessa forma:
𝑇𝐶 = −(𝐾𝑎) > 0 → 𝐾𝑎 < 0
Ou seja, nessa situação, o país apresenta déficit na conta capital e financeira.
Resposta: VERDADEIRO
10.ANPEC – 2008 – Questão 11
Uma economia é constituída por uma única empresa, cujos proprietários são não residentes no país: uma
fábrica de automóveis. Em 2007, a produção da fábrica foi de $ 100, dos quais $ 60 referem-se a vendas a
consumidores residentes no país e $ 40 a não residentes. A fábrica gasta $ 30 em aço importado e paga $ 60 em
salários a residentes no país. Os lucros são integralmente remetidos aos proprietários da empresa, no exterior.
Calcule o saldo em transações correntes dessa economia no ano 2007.
RESOLUÇÃO:
A questão nos pede para obtermos o saldo em transações correntes, que é dado por:
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𝑇𝐶 = 𝐵𝑎𝑙𝑎𝑛ç𝑎 𝐶𝑜𝑚𝑒𝑟𝑐𝑖𝑎𝑙 + 𝐵𝑎𝑙𝑎𝑛ç𝑎 𝑑𝑒 𝑆𝑒𝑟𝑣𝑖ç𝑜𝑠 + 𝐵𝑎𝑙𝑎𝑛ç𝑎 𝑑𝑒 𝑅𝑒𝑛𝑑𝑎𝑠 + 𝑇𝑈𝐶
Vejamos quais as informações fornecidas pela questão:
Valor bruto da produção: $ 100 (coincide exatamente com o valor da produção, pois não há impostos sobre os
produtos)
Consumo interno: $ 60
Exportação: $ 40
Insumo (aço importado): $ 30
Insumo (trabalho): $ 60
Em primeiro lugar, vamos obter o lucro (valor adicionado) obtido por essa empresa:
𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 = 𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝐴𝑑𝑖𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑑𝑜 = 𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝐵𝑟𝑢𝑡𝑜 𝑑𝑎 𝑃𝑟𝑜𝑑𝑢çã𝑜 − 𝐶𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜 𝐼𝑛𝑡𝑒𝑟𝑚𝑒𝑑𝑖á𝑟𝑖𝑜
𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 = 100 − 30 − 60 → 𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 = $ 10
O saldo da balança comercial é: 𝑋 − 𝑀 = 40 − 30 = $ 10
Os saldos da balança de serviços e das transferências unilaterais são nulos.
O saldo da balança de rendas é negativo em $ 10 (todos os lucros são enviados ao exterior).
Assim, o saldo em transações correntes é dado por:
𝑇𝐶 = 10 + 0 − 10 + 0 → 𝑇𝐶 = 0
Resposta: 00
11.ANPEC – 2009 – Questão 1
Considere os seguintes dados para uma economia, expressos em unidades monetárias:
Descrição Valores em R$
Produto nacional líquido 1.700
Exportações de bens e serviços não fatores 300
Importações de bens e serviços não fatores 400
Impostos diretos 350
Impostos indiretos 400
Depreciação 250
Subsídios 60
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Investimento do governo 80
Transferências unilaterais correntes 0
Saldo do balanço de pagamentos em conta-corrente –50
Indique se as afirmações são falsas ou verdadeiras:
(0) A renda nacional é de 1.350.
(1) A renda líquida enviada ao exterior é igual a 50.
(2) O PIB é igual a 1.900.
(3) A poupança interna é menor do que o investimento.
(4) A absorção interna é igual a 2.000.
RESOLUÇÃO:
(0) A Renda Nacional (RN) equivale ao Produto Nacional Líquido a custo de fatores (𝑃𝑁𝐿𝑐𝑓). Para migrarmos
do conceito avaliado a preços de mercado para o conceito a custo de fatores, devemos descontar os impostos
indiretos e incluir os subsídios:
𝑅𝑁 = 𝑃𝑁𝐿𝑐𝑓 = 𝑃𝑁𝐿 − 𝑖𝑚𝑝𝑜𝑠𝑡𝑜𝑠 𝑖𝑛𝑑𝑖𝑟𝑒𝑡𝑜𝑠 + 𝑠𝑢𝑏𝑠í𝑑𝑖𝑜𝑠
Assim:
𝑅𝑁 = 𝑃𝑁𝐿𝑐𝑓 = 1.700 − 400 + 60 = 1.360
Resposta: FALSO
(1) Podemos obter a renda líquida enviada ao exterior por meio de sua relação com o saldo do BP em conta
corrente:
𝑇𝐶 = 𝐵𝑎𝑙𝑎𝑛ç𝑎 𝐶𝑜𝑚𝑒𝑟𝑐𝑖𝑎𝑙 + 𝐵𝑎𝑙𝑎𝑛ç𝑎 𝑑𝑒 𝑆𝑒𝑟𝑣𝑖ç𝑜𝑠 + 𝐵𝑎𝑙𝑎𝑛ç𝑎 𝑑𝑒 𝑅𝑒𝑛𝑑𝑎𝑠 + 𝑇𝑈𝐶
Sabemos que 𝑅𝐿𝐸𝐸 = −(𝐵𝑎𝑙𝑎𝑛ç𝑎 𝑑𝑒 𝑅𝑒𝑛𝑑𝑎𝑠 + 𝑇𝑈𝐶). Assim:
𝑇𝐶 = (𝑋 − 𝑀) − 𝑅𝐿𝐸𝐸
Em que X e M incluem bens e serviços não fatores. Substituindo as informações fornecidas pela questão:
−50 = (300 − 400) − 𝑅𝐿𝐸𝐸 → 𝑅𝐿𝐸𝐸 = −50
A renda líquida enviada ao exterior é negativa em 50. Sabendo que a renda líquida recebida do exterior tem o
sinal trocado em relação a renda líquida enviada ao exterior, temos:
𝑅𝐿𝑅𝐸 = 50
Logo, quem tem o saldo positivo é a renda líquida RECEBIDA do exterior.
Resposta: FALSO
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(2) A questão nos forneceu o Produto Nacional Líquido. Temos que passar desse conceito para o de Produto
Interno Bruto. Primeiro vamos obter o produto bruto:
𝑃𝑁𝐿 = 𝑃𝑁𝐵 − 𝐷𝑒𝑝𝑟𝑒𝑐𝑖𝑎çã𝑜 → 𝑃𝑁𝐵 = 𝑃𝑁𝐿 + 𝐷𝑒𝑝𝑟𝑒𝑐𝑖𝑎çã𝑜
𝑃𝑁𝐵 = 1.700 + 250 → 𝑃𝑁𝐵 = 1.950
Agora iremos chegar ao conceito de produto interno:
𝑃𝑁𝐵 = 𝑃𝐼𝐵 − RLEE → PIB = PNB + RLEE
No item anterior, obtivemos 𝑅𝐿𝐸𝐸 = −50. Logo:
PIB = 1.950 − 50 → 𝑃𝐼𝐵 = 1.900
Resposta: VERDADEIRO
(3) A poupança externa se relaciona com o saldo do BP em conta corrente da seguinte forma:
𝑆𝐸𝑥𝑡 = −𝑇𝐶
A questão afirma que o saldo em conta corrente é negativo (-50), de modo que a poupança externa é positiva.
Agora, vamos ver a igualdade entre poupança e investimento:
𝑆𝐷𝑜𝑚 + 𝑆𝐸𝑥𝑡 = 𝐼 → 𝑆𝐸𝑥𝑡 = 𝐼 − 𝑆𝐷𝑜𝑚
Em que a poupança doméstica, 𝑆𝐷𝑜𝑚 , inclui as poupanças privada e do governo.
Sabendo que a poupança externa é positiva, temos:
𝑆𝐸𝑥𝑡 > 0 → 𝐼 − 𝑆𝐷𝑜𝑚 > 0 → 𝐼 > 𝑆𝐷𝑜𝑚
Ou seja, a poupança interna é menor que o investimento.
Resposta: VERDADEIRO
(4) Pela ótica da despesa:
𝑃𝐼𝐵 = 𝑌 = 𝐶 + 𝐼 + 𝐺 + (𝑋 − 𝑀)
Apenas relembrando que o saldo (𝑋 − 𝑀) inclui bens e serviços não fatores (as balanças comercial e de
serviços).
O item faz uma afirmação acerca do valor da absorção interna: 𝐴 = 𝐶 + 𝐼 + 𝐺.
Vejamos a relação entre PNB e PIB:
𝑃𝑁𝐵 = 𝑃𝐼𝐵 − 𝑅𝐿𝐸𝐸
Vamos usar a relação entre a RLEE e o saldo em transações correntes (conforme vimos no item 1):
𝑇𝐶 = (𝑋 − 𝑀) − 𝑅𝐿𝐸𝐸 → 𝑅𝐿𝐸𝐸 = (𝑋 − 𝑀) − 𝑇𝐶
Podemos, então, reescrever a relação entre PNB e PIB da seguinte forma:
𝑃𝑁𝐵 = 𝐴 + (𝑋 − 𝑀) − (𝑋 − 𝑀) + 𝑇𝐶 → 𝑃𝑁𝐵 = 𝐴 + 𝑇𝐶 → 𝐴 = 𝑃𝑁𝐵 − 𝑇𝐶
Substituindo as informações que nós já temos (o PNB foi encontrado no item 2):
𝐴 = 1.950 − (−50) → 𝐴 = 2.000
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Resposta: VERDADEIRO
12.ANPEC – 2010 – Questão 1
Julgue as seguintes afirmativas.
(0) Certo país mantém o saldo em transações correntes sempre igual a zero. Entre os anos 1 e 2, os gastos de
consumo e investimento do governo aumentaram, enquanto os gastos privados de consumo e investimento se
mantiveram constantes. Logo, podemos concluir que o PIB necessariamente aumentou.
(1) Entre os anos 1 e 2, a poupança do setor privado se manteve constante e a poupança do governo diminuiu,
mas o investimento bruto aumentou. Logo, podemos concluir que o saldo em transações correntes
necessariamente diminuiu.
(2) O pagamento de maiores salários aos servidores públicos e o aumento das transferências de assistência
social, como o Bolsa-Família, têm impacto semelhante sobre o consumo do governo, nas contas nacionais.
(3) O PIB, a preços correntes, foi de $ 200 no ano 1 e de $246 no ano 2; a preços do ano anterior, o PIB do ano 2
foi de $ 205. Logo, conclui-se que a variação do deflator do PIB, entre os anos 1 e 2, foi de 23%.
(4) No caso de uma economia aberta e sem governo, a diferença entre o Produto Interno Bruto e a renda
nacional líquida é a renda líquida enviada para o exterior mais depreciações.
RESOLUÇÃO:
(0) Sabemos que o que diferencia o Produto Interno do Produto Nacional é a Renda Líquida Enviada ao Exterior
(RLEE):
𝑃𝑁𝐵 = 𝑃𝐼𝐵 − 𝑅𝐿𝐸𝐸 (1)
Segundo a ótica da despesa, o PIB de uma economia aberta e com governo é tal que:
𝑃𝐼𝐵 = 𝐶 + 𝐼 + 𝐺 + (𝑋 − 𝑀) (2)
Vale lembrar que X e M incluem bens e serviços não fatores (balanças comercial e de serviços).
Vimos, no Balanço de Pagamentos, que o saldo em Transações Correntes (TC) corresponde à soma do saldo do
balanço de bens e serviços (TLRE) menos a Renda Líquida Enviada ao Exterior (RLEE):
𝑇𝐶 = 𝑋 − 𝑀 − 𝑅𝐿𝐸𝐸
Assim:
𝑅𝐿𝐸𝐸 = (𝑋 − 𝑀) − 𝑇𝐶 (3)
Substituindo (2) e (3) em (1):
𝑃𝑁𝐵 = 𝐶 + 𝐼 + 𝐺 + (𝑋 − 𝑀) − [(𝑋 − 𝑀) − 𝑇𝐶] → 𝑃𝑁𝐵 = 𝐶 + 𝐼 + 𝐺 + 𝑇𝐶 (4)
O enunciado nos traz as seguintes informações: 𝑇𝐶 = 0, Δ𝐺 > 0, Δ𝐶 = 0, Δ𝐼 = 0. Então, a partir de (4):
Δ𝑃𝑁𝐵 = Δ𝐶 + Δ𝐼 + Δ𝐺 + Δ𝑇𝐶 → Δ𝑃𝑁𝐵 = Δ𝐺 > 0
Temos que o Produto NACIONAL Bruto necessariamente aumenta. Mas e o PIB? Em (1), temos:
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𝑃𝑁𝐵 = 𝑃𝐼𝐵 − 𝑅𝐿𝐸𝐸 → 𝑃𝐼𝐵 = 𝑃𝑁𝐵 + 𝑅𝐿𝐸𝐸 → Δ𝑃𝐼𝐵 = Δ𝑃𝑁𝐵 + Δ𝑅𝐿𝐸𝐸
Acabamos de ver que Δ𝑃𝑁𝐵 > 0, mas não sabemos nada a respeito de Δ𝑅𝐿𝐸𝐸, que pode ser positiva, negativa
ou nula. Assim, não podemos fazer afirmações categóricas sobre a variação do PIB.
Percebeu a sutiliza no item, né! Bom prestar atenção nos detalhes!!!!
Resposta: FALSO
(1) Da igualdade entre poupança e investimento, temos:
𝐼 = 𝑆𝑃 + 𝑆𝐺𝑜𝑣 + 𝑆𝐸𝑥𝑡
Em que 𝑆𝑃 é a poupança do setor privado; 𝑆𝐺𝑜𝑣 é a poupança do governo; e 𝑆𝐸𝑥𝑡 é a poupança externa. Logo:
𝐼 = 𝑆𝑃 + 𝑆𝐺𝑜𝑣 − 𝑇𝐶
O enunciado nos diz que ΔS𝑃 = 0, ΔSGov < 0 e ΔI > 0. Então:
Δ𝐼 = Δ𝑆𝑃 + Δ𝑆𝐺𝑜𝑣 + Δ𝑆𝐸𝑥𝑡 → Δ𝑆𝐸𝑥𝑡 > 0
Devemos ter Δ𝑆𝐸𝑥𝑡 > 0 para compensar a queda na poupança do governo e garantir que a variação no
investimento seja positiva. Sabemos que a poupança externa corresponde ao saldo em Transações Correntes
(TC) com o sinal trocado (𝑆𝐸𝑥𝑡 = −𝑇𝐶). Dessa forma:
Δ𝑆𝐸𝑥𝑡 > 0 → Δ𝑇𝐶 < 0
Concluímos que o saldo em Transações Correntes necessariamente diminui.
Resposta: VERDADEIRO
(2) O aumento no pagamento de salários aos servidores públicos provoca um aumento nos gastos correntes do
governo, G. Todavia, o aumento das transferências (Tr) de assistência social tem impacto na poupança do
governo, na medida em que reduz a Renda Líquida do Governo (RLG), que por sua vez afeta a poupança desse
agente econômico. Vamos relembrar como esses conceitos se relacionam:
𝑅𝐿𝐺 = 𝑇 − 𝑇𝑟 = 𝐼𝑚𝑝𝑜𝑠𝑡𝑜𝑠 𝐼𝑛𝑑𝑖𝑟𝑒𝑡𝑜𝑠 + 𝐼𝑚𝑝𝑜𝑠𝑡𝑜𝑠 𝐷𝑖𝑟𝑒𝑡𝑜𝑠 − 𝑆𝑢𝑏𝑠í𝑑𝑖𝑜𝑠 − 𝑇𝑟𝑎𝑛𝑠𝑓𝑒𝑟ê𝑛𝑐𝑖𝑎𝑠
+ 𝑂𝑢𝑡𝑟𝑎𝑠 𝑅𝑒𝑐𝑒𝑖𝑡𝑎𝑠 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑎𝑠
𝑆𝐺𝑜𝑣 = 𝑅𝐿𝐺 − 𝐺
Assim, o efeito do aumento no pagamento de salários aos servidores públicos é diferente do efeito do aumento
das transferências.
Resposta: FALSO
(3) O deflator do PIB é dado por:
𝐷𝑒𝑓𝑙𝑎𝑡𝑜𝑟𝑡 =𝑃𝐼𝐵 𝑁𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑙𝑡
𝑃𝐼𝐵 𝑅𝑒𝑎𝑙𝑡𝑏
Substituindo as informações que o item forneceu, no ano 2 o deflator é dado por:
𝐷𝑒𝑓𝑙𝑎𝑡𝑜𝑟2 =𝑃𝐼𝐵 𝑁𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑙2
𝑃𝐼𝐵 𝑅𝑒𝑎𝑙21 =
246
205= 1,2
A taxa de variação do deflator é:
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Δ𝐷𝑒𝑓𝑙𝑎𝑡𝑜𝑟𝑡 =𝐷𝑒𝑓𝑙𝑎𝑡𝑜𝑟𝑡 − 𝐷𝑒𝑓𝑙𝑎𝑡𝑜𝑟𝑡−1
𝐷𝑒𝑓𝑙𝑎𝑡𝑜𝑟𝑡−1
Dado que o período 1 é considerado o período base, temos: 𝐷𝑒𝑓𝑙𝑎𝑡𝑜𝑟1 = 1. Assim:
Δ𝐷𝑒𝑓𝑙𝑎𝑡𝑜𝑟2 =1,2 − 1
1= 0,2 𝑜𝑢 20%
A taxa de crescimento do deflator, entre os anos 1 e 2, foi de 20%.
Resposta: FALSO
(4) Pela identidade contábil básica, temos a igualdade entre produto e renda.
Para passarmos do conceito bruto para o líquido, devemos retirar a depreciação:
𝑃𝐼𝐿 = 𝑃𝐼𝐵 − 𝐷𝑒𝑝𝑟𝑒𝑐𝑖𝑎çã𝑜
E para passar do conceito interno para o nacional, devemos descontar a renda líquida enviada ao exterior
(RLEE):
𝑃𝑁𝐵 = 𝑃𝐼𝐵 − 𝑅𝐿𝐸𝐸
Assim, a Renda Nacional Líquida (RNL), que é equivalente ao PBL, é tal que:
𝑅𝑁𝐿 = 𝑃𝐼𝐵 − 𝑅𝐿𝐸𝐸 − 𝐷𝑒𝑝𝑟𝑒𝑐𝑖𝑎çã𝑜
Assim, a diferença entre o Produto Interno Bruto e a Renda Nacional Líquida é a renda líquida enviada ao
exterior mais a depreciação:
𝑃𝐼𝐵 − 𝑅𝑁𝐿 = 𝑅𝐿𝐸𝐸 + 𝐷𝑒𝑝𝑟𝑒𝑐𝑖𝑎çã𝑜
Resposta: VERDADEIRO
13. ANPEC – 2010 – Questão 3
Julgue as seguintes afirmações:
Considere as informações contidas na tabela a seguir, sobre um país hipotético, para os anos de 2006 a 2008.
Assuma que sejam produzidos apenas 2 bens finais, chamados X e Y. O preço de cada bem é expresso em
unidades monetárias ($). A unidade de medida de cada variável está entre parênteses. Com base nas
informações da tabela, julgue as afirmativas a seguir:
Ano População
(habitantes)
Bem Final Quantidade
(unidades)
Preço ($)
2006 100 X 5 10.000,00
Y 10 20.000,00
2007 125 X 10 5.000,00
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Y 20 10.000,00
2008 150 X 15 4.000,00
Y 15 10.000,00
Observação: Para o cálculo do PIB real, não utilize encadeamento.
(0) Houve uma redução de 10% no PIB real, a preços de 2006, entre os anos de 2007 e 2008.
(1) O PIB real para o ano de 2008, a preços de 2006, é igual a $210.000,00.
(2) O PIB real per capita, a preços de 2006, cresceu 40%, entre os anos de 2006 e 2007.
(3) O deflator do PIB, a preços de 2006, sofreu uma queda de 50%, entre 2006 e 2007.
(4) A taxa de crescimento anual do PIB real per capita independe da escolha do ano-base para os preços.
RESOLUÇÃO:
O Produto Interno Bruto é a soma do valor de todos os bens e serviços finais produzidos em determinada
economia. Já sabemos que ele pode ser analisado em termos nominais (preços correntes) ou termos reais
(preços constantes). Em séries temporais, convém fazer análises com o PIB real para identificarmos as
variações em termos das quantidades físicas. Vamos relembrar como calculamos o PIB nominal:
𝑃𝐼𝐵 𝑁𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑙𝑡 = ∑ 𝑃𝑖,𝑡
𝑛
𝑖=1
𝑄𝑖,𝑡
Já o PIB real no período t, a preços constantes de um período base, b, é dado por:
𝑃𝐼𝐵 𝑅𝑒𝑎𝑙𝑡𝑏 = ∑ 𝑃𝑖,𝑏
𝑛
𝑖=1
𝑄𝑖,𝑡
(0) Vamos obter o PIB real em 2007 e 2008, a preços de 2006:
𝑃𝐼𝐵 𝑅𝑒𝑎𝑙20072006 = ∑ 𝑃𝑖,2006
𝑛
𝑖=1
𝑄𝑖,2007 = 10.000(10) + 20.000(20) = 500.000
𝑃𝐼𝐵 𝑅𝑒𝑎𝑙20082006 = ∑ 𝑃𝑖,2006
𝑛
𝑖=1
𝑄𝑖,2008 = 10.000(15) + 20.000(15) = 450.000
Vejamos qual foi a variação do PIB real no período:
Δ𝑃𝐼𝐵𝑅𝑒𝑎𝑙 =𝑃𝐼𝐵 𝑅𝑒𝑎𝑙2008
2006 − 𝑃𝐼𝐵 𝑅𝑒𝑎𝑙20072006
𝑃𝐼𝐵 𝑅𝑒𝑎𝑙20072006 =
450.000 − 500.000
500.000= −0,1 𝑜𝑢 − 10%
Resposta: VERDADEIRO
(1) Acabamos de ver no item (0) que:
𝑃𝐼𝐵 𝑅𝑒𝑎𝑙20082006 = 450.000
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Resposta: FALSO
(2) Do item (0), já sabemos que:
𝑃𝐼𝐵 𝑅𝑒𝑎𝑙20072006 = 500.000
O PIB real em 2006 a preços de 2006 é:
𝑃𝐼𝐵 𝑅𝑒𝑎𝑙20062006 = 𝑃𝐼𝐵 𝑁𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑙2006 = ∑ 𝑃𝑖,2006
𝑛
𝑖=1
𝑄𝑖,2006 = 10.000(5) + 20.000(10) = 250.000
Vamos obter o PIB real per capita, 𝑃𝐼𝐵𝑝𝑐𝑡𝑏, para ambos os períodos. Para tal, devemos dividir o PIB real pelo
tamanho da população:
𝑃𝐼𝐵𝑝𝑐𝑡𝑏 =
𝑃𝐼𝐵 𝑅𝑒𝑎𝑙𝑡𝑏
𝑃𝑜𝑝𝑢𝑙𝑎çã𝑜𝑡
Assim:
𝑃𝐼𝐵𝑝𝑐20072006 =
500.000
125= 4.000
𝑃𝐼𝐵𝑝𝑐20062006 =
250.000
100= 2.500
A variação do PIB real per capita no período considerado foi de:
Δ𝑃𝐼𝐵 𝑅𝑒𝑎𝑙 𝑝𝑐𝑡 =𝑃𝐼𝐵𝑝𝑐2007
2006 − 𝑃𝐼𝐵𝑝𝑐20062006
𝑃𝐼𝐵𝑝𝑐20062006 =
4.000 − 2.500
2.500= 0,6 𝑜𝑢 60%
Resposta: FALSO
(3) O deflator do PIB é definido com a razão entre o PIB nominal em t e o PIB real em t a preços constantes de
um período base, b:
𝐷𝑒𝑓𝑙𝑎𝑡𝑜𝑟𝑡 =𝑃𝐼𝐵 𝑁𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑙𝑡
𝑃𝐼𝐵 𝑅𝑒𝑎𝑙𝑡𝑏 =
∑ 𝑃𝑡𝑖𝑄𝑡
𝑖𝑛𝑖=1
∑ 𝑃𝑏𝑖 𝑄𝑡
𝑖𝑛𝑖=1
Assim, o deflator em 2007 tendo 2006 como base é:
𝐷𝑒𝑓𝑙𝑎𝑡𝑜𝑟2007 =𝑃𝐼𝐵 𝑁𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑙2007
𝑃𝐼𝐵 𝑅𝑒𝑎𝑙20072006 =
∑ 𝑃2007𝑖 𝑄2007
𝑖𝑛𝑖=1
∑ 𝑃2006𝑖 𝑄2007
𝑖𝑛𝑖=1
𝐷𝑒𝑓𝑙𝑎𝑡𝑜𝑟2007 =5.000(10) + 10.000(20)
10.000(10) + 20.000(20)=
250.000
500.000= 0,5
Como 2006 é o período base, 𝐷𝑒𝑓𝑙𝑎𝑡𝑜𝑟2006 = 1. Assim, a variação do deflator entre 2006 e 2007 foi de:
𝐷𝑒𝑓𝑙𝑎𝑡𝑜𝑟2007 =𝐷𝑒𝑓𝑙𝑎𝑡𝑜𝑟2007 − 𝐷𝑒𝑓𝑙𝑎𝑡𝑜𝑟2006
𝐷𝑒𝑓𝑙𝑎𝑡𝑜𝑟2006=
0,5 − 1
1= −0,5 𝑜𝑢 − 50%
Temos uma queda de 50% no período analisado.
Resposta: VERDADEIRO
(4) No item (2), vimos que a taxa de crescimento, entre 2006 e 2007, do PIB per capita a preços de 2006 foi de
60%.
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Vejamos, por exemplo, qual é a taxa de crescimento do PIB per capita a preços de 2007, entre 2007 e 2008.
𝑃𝐼𝐵 𝑅𝑒𝑎𝑙20072007 = ∑ 𝑃𝑖,2007
𝑛
𝑖=1
𝑄𝑖,2007 = 5.000(10) + 10.000(20) = 250.000
𝑃𝐼𝐵 𝑅𝑒𝑎𝑙20082007 = ∑ 𝑃𝑖,2007
𝑛
𝑖=1
𝑄𝑖,2008 = 5.000(15) + 10.000(15) = 225.000
O PIB real per capita é:
𝑃𝐼𝐵𝑝𝑐20072007 =
250.000
125= 2.000
𝑃𝐼𝐵𝑝𝑐20082007 =
225.000
150= 1.500
A variação do PIB real per capita no período considerado foi de:
Δ𝑃𝐼𝐵 𝑅𝑒𝑎𝑙 𝑝𝑐 =𝑃𝐼𝐵𝑝𝑐2008
2007 − 𝑃𝐼𝐵𝑝𝑐20072007
𝑃𝐼𝐵𝑝𝑐20072007 =
1.500 − 2.000
2.000= −0,25 𝑜𝑢 − 25%
Desse modo, a taxa de crescimento do PIB real per capita varia de acordo com o período base considerado.
Resposta: FALSO
14. ANPEC – 2011 – Questão 1
No ano de 2009, um país hipotético apresentou os seguintes dados em suas contas nacionais (em unidades
monetárias):
Produto interno líquido a custo de fatores 3.500
Formação bruta de capital fixo (do setor privado) 600
Variação de estoques (do setor privado) 50
Impostos diretos 350
Impostos indiretos 150
Outras receitas correntes do governo (líquidas) 50
Consumo do governo 350
Subsídios 100
Transferências 150
Depreciação 150
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Déficit do balanço de pagamentos em transações correntes 200
Com base nessas informações, julgue as seguintes afirmativas:
(0) O PIB a preços de mercado é igual a 3.900.
(1) Considerando que o déficit publico é igual a 150, então o investimento publico é de 200.
(2) A poupança do setor privado é igual a 600.
(3) O investimento total líquido é de 500.
(4) O país em questão absorve poupança externa em 2009.
RESOLUÇÃO:
(0) O item faz uma afirmação sobre o PIB a preços de mercado, sendo que nos foi fornecido o valor do Produto
interno líquido a custo de fatores. Iremos usar duas relações conhecidas para resolver esse item.
Para passar do conceito líquido para bruto, devemos somar a depreciação:
𝑃𝐼𝐵𝑐𝑓 = 𝑃𝐼𝐿𝑐𝑓 + 𝐷𝑒𝑝𝑟𝑒𝑐𝑖𝑎çã𝑜
E para passar do conceito de custo de fatores (relacionado a remuneração dos fatores de produção) para preços
de mercado (preços finais pagos pelos consumidores), devemos incorporar os impostos indiretos (impostos que
incidem sobre as vendas e elevam os preços) e descontar os subsídios (diminuem os preços finais):
𝑃𝐼𝐵𝑝𝑚 = 𝑃𝐼𝐵𝑐𝑓 + 𝐼𝑚𝑝𝑜𝑠𝑡𝑜𝑠 𝐼𝑛𝑑𝑖𝑟𝑒𝑡𝑜𝑠 − 𝑆𝑢𝑏𝑠í𝑑𝑖𝑜𝑠
Assim:
𝑃𝐼𝐵𝑝𝑚 = 𝑃𝐼𝐿𝑐𝑓 + 𝐷𝑒𝑝𝑟𝑒𝑐𝑖𝑎çã𝑜 + 𝐼𝑚𝑝𝑜𝑠𝑡𝑜𝑠 𝐼𝑛𝑑𝑖𝑟𝑒𝑡𝑜𝑠 − 𝑆𝑢𝑏𝑠í𝑑𝑖𝑜𝑠
𝑃𝐼𝐵𝑝𝑚 = 3.500 + 150 + 150 − 100 → 𝑃𝐼𝐵𝑝𝑚 = 3.700
Resposta: FALSO
(1) Vamos relembrar como obter a Renda Líquida do Governo (RLG):
𝑅𝐿𝐺 = 𝑇 − 𝑇𝑟
Em que T representa a arrecadação e outras receitas líquidas do governo; e Tr são as transferências
governamentais.
A poupança do governo é dada pela diferença entre sua receita líquida e seus gastos, G:
𝑆𝐺𝑜𝑣 = 𝑅𝐿𝐺 − 𝐺
Por fim, temos a necessidade de financiamento do setor público (NFSP), dada pela diferença entre
investimento e poupança do governo:
𝑁𝐹𝑆𝑃 = 𝐼𝐺𝑜𝑣 − 𝑆𝐺𝑜𝑣
Se 𝑁𝐹𝑆𝑃 > 0, então a poupança do governo não é suficiente para cobrir os investimentos, de modo que haja
um déficit público (veremos em aula posterior o conceito de déficit público em maiores detalhes).
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Substituindo os dados da questão, a renda líquida do governo é:
𝑅𝐿𝐺 = 𝐼𝑚𝑝𝑜𝑠𝑡𝑜𝑠 𝐷𝑖𝑟𝑒𝑡𝑜𝑠 + 𝐼𝑚𝑝𝑜𝑠𝑡𝑜𝑠 𝐼𝑛𝑑𝑖𝑟𝑒𝑡𝑜𝑠 + 𝑂𝑢𝑡𝑟𝑎𝑠 𝑅𝑒𝑐𝑒𝑖𝑡𝑎𝑠 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑎𝑠 − 𝑆𝑢𝑏𝑠í𝑑𝑖𝑜𝑠
− 𝑇𝑟𝑎𝑛𝑠𝑓𝑒𝑟ê𝑛𝑐𝑖𝑎𝑠
𝑅𝐿𝐺 = 350 + 150 + 50 – 150 – 100 → 𝑅𝐿𝐺 = 300
A poupança pública:
𝑆𝐺𝑜𝑣 = 300 – 350 → 𝑆𝐺𝑜𝑣 = – 50
O item afirmou haver um déficit público de 150, ou seja, 𝑁𝐹𝑆𝑃 = 150. Assim:
150 = 𝐼𝐺𝑜𝑣 − (−50) → 𝐼𝐺𝑜𝑣 = 100
Resposta: FALSO
(2) Para responder essa questão vamos partir da identidade contábil que nos diz que poupança é igual a
investimento (𝑆 = 𝐼).
Em uma economia aberta e com governo, a poupança é dada pela soma da poupança privada, 𝑆𝑃, com a
poupança do governo, 𝑆𝐺𝑜𝑣, e a poupança externa, 𝑆𝐸𝑥𝑡.
Vimos, na parte da aula referente a Balanço de Pagamentos, que a poupança externa tem o mesmo saldo, mas
com sinal trocado, que as Transações Correntes: 𝑆𝐸𝑥𝑡 = −𝑇𝐶. Logo:
𝑆 = 𝑆𝑃 + 𝑆𝐺𝑜𝑣 + 𝑆𝐸𝑥𝑡 → 𝑆 = 𝑆𝑃 + 𝑆𝐺𝑜𝑣 − 𝑇𝐶
Do lado do investimento, temos o investimento (bruto) privado, 𝐼𝑃, e o investimento do governo, 𝐼𝐺𝑜𝑣. O
investimento privado é dado pela soma da formação bruta de capital fixo (FMKF) com a variação de estoque
(Δ𝐸). Assim:
𝐼 = 𝐼𝑃 + 𝐼𝐺𝑜𝑣 → 𝐼 = 𝐹𝐵𝐾𝐹 + Δ𝐸 + 𝐼𝐺𝑜𝑣
Dessa forma, podemos escrever nossa identidade contábil como:
𝑆 = 𝐼 → 𝑆𝑃 + 𝑆𝐺𝑜𝑣 − 𝑇𝐶 = 𝐹𝐵𝐾𝐹 + Δ𝐸 + 𝐼𝐺𝑜𝑣
O enunciado da questão nos forneceu as seguintes informações: 𝐹𝐵𝐾𝐹 = 600, Δ𝐸 = 50, 𝑇𝐶 = −200. No item
(1), encontramos 𝑆𝐺𝑜𝑣 = – 50 e 𝐼𝐺𝑜𝑣 = 100. Substituindo:
𝑆𝑃 + (– 50 ) − (−200) = 600 + 50 + 100 → 𝑆𝑃 = 600
Resposta: VERDADEIRO
(3) O investimento total líquido é dado pelo investimento total bruto menos a depreciação:
𝐼𝐿 = 𝐼 − 𝐷𝑒𝑝𝑟𝑒𝑐𝑖𝑎çã𝑜 → 𝐼𝐿 = 𝐹𝐵𝐾𝐹 + Δ𝐸 + 𝐼𝐺𝑜𝑣 − 𝐷𝑒𝑝𝑟𝑒𝑐𝑖𝑎çã𝑜
Logo:
𝐼𝐿 = 600 + 50 + 100 − 150 → 𝐼𝐿 = 600
Resposta: FALSO
(4) Sabemos que a poupança externa tem o sinal trocado em relação ao saldo do Balanço de Pagamentos em
Transações Correntes: 𝑆𝐸𝑥𝑡 = −𝑇𝐶. Como a economia apresentada na questão apresenta um déficit em
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transações correntes, a poupança externa é positiva. Ou seja, país em questão realmente absorve poupança
externa em 2009.
Resposta: VERDADEIRO
15. ANPEC – 2011 – Questão 3
Com respeito a critérios de decisão, relações de preferência e funções de utilidade, julgue as questões a seguir:
A tabela abaixo apresenta dados sobre as transações de determinado país com o resto do mundo durante o ano
de 2009. Sabe-se também que o aumento das reservas internacionais do país nesse ano foi de US$ 200 milhões.
Itens US$ milhões
Exportação de bens 700
Importação de bens 900
Doações e ajudas ao desenvolvimento no Resto do Mundo 50
Recebimento de contribuições de Ongs nacionais 200
Receita de lucros recebidos do exterior 40
Remessa de lucros enviados ao exterior 100
Pagamentos de serviços de seguros 20
Pagamento de serviços de fretes 30
Pagamentos de juros ao exterior 140
Suponha que os únicos ativos externos do país sejam suas reservas internacionais, mantidas exclusivamente
em US$, e que não ocorram: (i) “erros ou omissões” no Balanço de Pagamentos; (ii) monetizações ou
desmonetizações de ouro; (iii) valorizações/desvalorizações dos passivos e ativos financeiros externos; (iv)
fluxos de “capitais compensatórios” como empréstimos de regularização e atrasados.
Com base nessas informações, julgue as seguintes afirmativas referentes ao ano em questão:
(0) O passivo externo líquido do país certamente aumentou.
(1) A dívida externa bruta do país certamente aumentou.
(2) O saldo da conta de capital e financeira (exclusive capitais compensatórios) foi positivo.
(3) A renda liquida enviada ao exterior foi de US$ 250 milhões.
(4) O saldo total do balanço de pagamentos foi negativo.
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RESOLUÇÃO:
Antes de irmos para a resolução dos itens, vamos fazer o lançamento das transações apresentadas na questão.
Transação Débito (-) Crédito (+)
Exportação de bens -700 Haveres
Monetários (Kc)
700 Exportação (TC)
Importação de bens -900 Importação (TC) 900 Haveres Monetários
(Kc)
Doações e ajudas ao desenvolvimento no
Resto do Mundo
-50 Transferências
Unilaterais (TC)
50 Haveres Monetários
(Kc)
Recebimento de contribuições de Ongs
nacionais
-200 Haveres
Monetários (Kc)
200 Transferências
Unilaterais (TC)
Receita de lucros recebidos do exterior -40 Haveres
Monetários (Kc)
40 Balança de Rendas
(TC)
Remessa de lucros enviados ao exterior -100 Balança de Rendas
(TC)
100 Haveres Monetários
(Kc)
Pagamentos de serviços de seguros -20 Balança de
Serviços (TC)
20 Haveres Monetários
(Kc)
Pagamento de serviços de fretes -30 Balança de
Serviços (TC)
30 Haveres Monetários
(Kc)
Pagamentos de juros ao exterior -140 Balança de Rendas
(TC)
140 Haveres Monetários
(Kc)
A estrutura do Balanço de Pagamentos fica da seguinte forma:
Estrutura do Balanço de Pagamentos (BPM5)
I) Transações Correntes ou Conta Corrente:
[TC = (I.A) + (I.B) + (I.C) + (I.D) = [-300]
I.A. Balança Comercial [-200]
Exportação de Mercadorias [700]
Importação de Mercadorias [-900]
I.B. Balança de Serviços [-50]
Fretes [-30]
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Seguros [-20]
I.C. Balança de Rendas [-200]
Lucros recebidos [40]
Lucros enviados [-100]
Juros Pagos [-140]
I.D. Transferências Unilaterais [150]
Doações enviadas [-50]
Contribuições recebidas [200]
II) Conta Capital e Financeira [x]
III) Erros e Omissões [EO = 0]
IV) Saldo do BP = (I) + (II) + (III) = -300 + x = -300 + 500 = 200
V) Capitais Compensatórios (“abaixo da linha”):
Kc = – BP = (V.A) + (V.B) + (V.C) + (V.D) = -200
V.A. Contas de Caixa ou Variação das Reservas Internacionais Totais [−ΔResTOTAL = −200]
(i) Haveres monetários de curto prazo no exterior [-700 + 900 + 50 – 200 – 40 + 100 + 20 + 30
+ 140 – x = 300 – x]
(ii) Ouro monetário [0]
(iii) Direitos especiais de saque [DES = 0]
(iv) Posição de reservas no FMI [0]
V.B. Empréstimos de Regularização [ER = 0]
V.C. Atrasados Comerciais [AC = 0]
V.D. Contrapartidas [𝐶 = ΔResC = 0]
(0) A variação do Passivo Externo Líquido durante um certo período de tempo pode ser aproximada pelo déficit
do balanço de Transações Correntes (que equivale à poupança externa) ocorrido no período:
Δ𝑃𝐸𝐿 = −𝑇𝐶 = 𝑆𝐸𝑥𝑡 → Δ𝑃𝐸𝐿 = −(−300) → Δ𝑃𝐸𝐿 = 300 > 0
Assim, o Passivo Externo Líquido necessariamente aumentou.
Resposta: VERDADEIRO
(1) O enunciado da questão afirma que não houve fluxo de capitais compensatórios. Assim, não temos
informações suficientes para tirar conclusões em relação ao endividamento externo do País, o que torna o item
falso.
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Resposta: FALSO
(2) O enunciado não nos forneceu diretamente o saldo da conta capital e financeira. Então, como vamos obter
esse valor?
Lembra da parte da aula em que vimos as variações nas reservas internacionais? Lá temos a seguinte relação:
ΔResTOTAL = ΔResBP + ΔResC = 𝐵𝑃 + 𝐸𝑅 + 𝐴𝐶 + 𝐶
As variações totais nas reservas internacionais (ΔResTOTAL) são compostas pelas variações decorrentes de
transações entre residentes e não residentes, que são registradas no BP (ΔResBP), juntamente com aquelas que
não advêm de transações entre residentes e não residentes (ΔResC).
Conforme dados fornecidos pela questão: ΔResTOTAL = 200, 𝐸𝑅 = 0, 𝐴𝐶 = 0 e 𝐶 = 0. Podemos, então,
obter o saldo do Balanço e Pagamentos:
200 = 𝐵𝑃 + 0 + 0 + 0 → 𝐵𝑃 = 200
Ou seja, o saldo do BP é positivo em US$ 200 milhões.
Sabemos também, que o saldo da BP é dado pela soma do saldo em transações correntes; em conta capital e
financeira; e erros e omissões. Logo:
𝐵𝑃 = 𝑇𝐶 + 𝐾𝑎 + 𝐸𝑂 → 200 = −300 + 𝑥 + 0 → 𝑥 = 500
Assim, o saldo da conta capital e financeira é positivo no valor de US$ 500 milhões.
Resposta: VERDADEIRO
(3) A Renda Líquida Enviada ao Exterior (RLEE) é dada pela soma do saldo da Balança de Rendas juntamente
com as Transações Unilaterais:
𝑅𝐿𝐸𝐸 = −(𝐵𝑎𝑙𝑎𝑛ç𝑎 𝑑𝑒 𝑅𝑒𝑛𝑑𝑎𝑠 + 𝑇𝑟𝑎𝑛𝑠𝑓𝑒𝑟ê𝑛𝑐𝑖𝑎𝑠 𝑈𝑛𝑖𝑙𝑎𝑡𝑒𝑟𝑎𝑖𝑠)
𝑅𝐿𝐸𝐸 = −(−200 + 150) → 𝑅𝐿𝐸𝐸 = 50
A Renda Líquida Enviada ao Exterior foi de US$ 50 milhões.
Resposta: FALSO
(4) Vimos que o saldo do BP foi positivo em US$ 200 milhões.
Resposta: FALSO
16.ANPEC – 2012 – Questão 3
São conhecidos os seguintes dados do balanço de pagamentos de certo país no ano T.
Itens US$ milhões
Saldo da conta de transferências unilaterais correntes 500
Saldo da conta de serviços -500
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Saldo da conta de rendas -1500
Saldo da conta de capitais compensatórios -1000
Saldo da conta de capitais autônomos 1000
Saldo da conta de empréstimos de regularização 100
Saldo da conta de “Atrasados” 0
Importações de bens 3000
Juros líquidos pagos ao exterior 400
Erros e Omissões 0
Com base nessas informações, julgue as seguintes afirmativas referentes ao ano em questão:
(0) As exportações foram de US$ 3500 milhões.
(1) As reservas aumentaram US$ 900 milhões.
(2) A transferência líquida de recursos ao exterior foi de US$ 1000 milhões.
(3) O PIB do país foi maior que o PNB.
(4) Se a poupança do governo foi nula, podemos afirmar que a poupança privada foi certamente maior do que
o investimento agregado na economia.
RESOLUÇÃO:
(0) Para resolver esse item, vamos usar alguns fatos conhecidos em relação ao saldo do BP:
𝐵𝑃 = −𝐾𝑐 𝑒 𝐵𝑃 = 𝑇𝐶 + 𝐾𝑎 + 𝐸𝑟𝑟𝑜𝑠 𝑒 𝑂𝑚𝑖𝑠𝑠õ𝑒𝑠
Temos:
−(−1.000) = 𝑇𝐶 + 1.000 + 0 → 𝑇𝐶 = 0
Já sabemos o saldo do BP em Transações Correntes. Nos resta, por meio da composição desse grupo de contas,
obter o valor das exportações:
𝑇𝐶 = (𝑋 − 𝑀) + 𝐵𝑎𝑙𝑎𝑛ç𝑎 𝑑𝑒 𝑆𝑒𝑟𝑣𝑖ç𝑜𝑠 + 𝐵𝑎𝑙𝑎𝑛ç𝑎 𝑑𝑒 𝑅𝑒𝑛𝑑𝑎𝑠 + 𝑆𝑎𝑙𝑑𝑜 𝑇𝑟𝑎𝑛𝑠𝑓𝑒𝑟ê𝑛𝑐𝑖𝑎𝑠 𝑈𝑛𝑖𝑙𝑎𝑡𝑒𝑟𝑎𝑖𝑠
Substituindo as informações que temos:
0 = 𝑋 − 3.000 − 500 − 1.500 + 500 → 𝑋 = 4.500
Assim, o valor das exportações foi US$ 4.500 milhões.
Resposta: FALSO
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(1) Sabemos que o saldo do BP tem o mesmo saldo, mas com sinal trocado em relação a conta dos Capitais
compensatórios: 𝐵𝑃 = −𝐾𝑐
Além disso, a variação total das reservas internacionais é dada por:
Δ𝑅𝑒𝑠𝑇𝑂𝑇𝐴𝐿 = 𝐵𝑃 + 𝐴𝐶 + 𝐸𝑅 + Δ𝑅𝑒𝑠𝐶
Assim,
Δ𝑅𝑒𝑠𝑇𝑂𝑇𝐴𝐿 = 1.000 + 0 + 100 + 0 → Δ𝑅𝑒𝑠𝑇𝑂𝑇𝐴𝐿 = 1.100
Resposta: FALSO
(2) Vamos recordar que a Transferência Líquida de Recursos ao Exterior (TLRE) é dada pela soma do saldo da
balança comercial com a balança de serviços:
𝑇𝑅𝐿𝐸 = 𝑋 − 𝑀 + 𝐵𝑎𝑙𝑎𝑛ç𝑎 𝑑𝑒 𝑆𝑒𝑟𝑣𝑖ç𝑜𝑠
𝑇𝑅𝐿𝐸 = 4.500 − 3.000 − 500 → 𝑇𝑅𝐿𝐸 = 1.000
Resposta: VERDADEIRO
(3) A diferença entre o Produto Interno e o Produto Nacional se dá em virtude do fluxo de rendas com do País
com o resto do mundo. Podemos escrever:
𝑃𝑁𝐵 = 𝑃𝐼𝐵 − 𝑅𝐿𝐸𝐸
Em que a Renda Líquida Enviada ao Exterior corresponde a:
𝑅𝐿𝐸𝐸 = −(𝐵𝑎𝑙𝑎𝑛ç𝑎 𝑑𝑒 𝑅𝑒𝑛𝑑𝑎 + 𝑆𝑎𝑙𝑑𝑜 𝑇𝑟𝑎𝑛𝑠𝑓𝑒𝑟ê𝑛𝑐𝑖𝑎𝑠 𝑈𝑛𝑖𝑙𝑎𝑡𝑒𝑟𝑎𝑖𝑠)
𝑅𝐿𝐸𝐸 = −(−1.500 + 500) → 𝑅𝐿𝐸𝐸 = 1.000 > 0
Como 𝑅𝐿𝐸𝐸 > 0, O PNB é menor que o PIB.
Resposta: VERDADEIRO
(4) Temos a identidade básica que postula a igualdade entre poupança e investimento agregados. Sabemos
que a poupança agregada pode ser escrita como a soma das poupanças privada (𝑆𝑃), do governo (𝑆𝐺𝑜𝑣) e
externa (𝑆𝐸𝑥𝑡). A poupança externa corresponde ao saldo na Conta Corrente (Transações Correntes) com o sinal
invertido.
No item (0), vimos que 𝑇𝐶 = 0, logo 𝑆𝐸𝑥𝑡 = 0. Além disso, o enunciado da questão nos diz que 𝑆𝐺𝑜𝑣 = 0. Então:
𝐼 = 𝑆 → 𝐼 = 𝑆𝑃 + 𝑆𝐺𝑜𝑣 + 𝑆𝐸𝑥𝑡 → 𝐼 = 𝑆𝑃
Temos que a poupança privada é exatamente igual ao investimento agregado da economia.
Resposta: FALSO
17. ANPEC – 2013 – Questão 6
Classifique as afirmativas abaixo como Verdadeiras (V) ou Falsas (F):
(0) Em uma economia aberta, podemos afirmar que o aumento do gasto governamental implica redução
equivalente no saldo em transações correntes.
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(1) Em uma economia aberta, se o investimento é superior à poupança doméstica, o saldo total do balanço de
pagamentos é necessariamente negativo.
(2) O deflator implícito de preços do PIB mede o preço da produção corrente relativo ao preço desta mesma
produção no ano-base.
(3) O PIB é o valor de mercado de todos os bens e serviços produzidos dentro de uma economia, em
determinado período.
(4) Os exportadores de um país são beneficiados quando a moeda do seu país aprecia-se em termos reais, em
relação às moedas estrangeiras.
RESOLUÇÃO:
(0) Um aumento dos gastos go governo reduzem a poupança deste agente econômico. Basta lembrar de como
a poupança do governo é definida:
𝑆𝐺𝑜𝑣 = 𝑅𝐿𝐺 − 𝐺
Em que RLG é a renda líquida do governo.
Vejamos a igualdade entre investimento e poupança:
𝐼 = 𝑆𝑃 + 𝑆𝐺𝑜𝑣 + 𝑆𝐸𝑥𝑡
Dada a redução na poupança do governo, a identidade acima pode ser preservada por meio de diferentes
possibilidades:
i) mantendo-se as poupanças privada e externa constantes, uma redução no nível de investimentos preserva a
igualdade;
ii) mantendo-se o nível de investimentos constante, um aumento na poupança privada ou na poupança externa
(que tem saldo com sinal oposto às Transações Correntes) pode preservar a igualdade entre poupança e
investimento.
Assim, não necessariamente haverá uma redução equivalente no saldo em transações correntes (aumento da
poupança externa).
Resposta: FALSO
(1) Em primeiro lugar, vale lembrar que a poupança doméstica (𝑆𝐷𝑜𝑚) é composta pela poupança privada e pela
poupança do governo. Assim, a igualdade entre poupança e investimento pode ser escrita como:
𝐼 = 𝑆𝐷𝑜𝑚 + 𝑆𝐸𝑥𝑡
Conforme o enunciado afirma, 𝐼 > 𝑆𝐷𝑜𝑚, assim:
𝐼 − 𝑆𝐷𝑜𝑚 = 𝑆𝐸𝑥𝑡 > 0
Se a poupança externa é positiva, então necessariamente o saldo em TRANSAÇÕES CORRENTES é negativo.
Muito cuidado com a pegadinha, hein! O item afirma que o saldo total do BP é que será negativo. Porém, o
saldo do BP é a soma do saldo em transações correntes (negativo) com o saldo da conta capital e financeira
(não sabemos o sinal). Portanto, não temos como saber o sinal do saldo total do BP.
Você já reparou que a prova da Anpec é cheia de detalhes né?! Mas não se preocupe, pois você vai tirar de letra!!!
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Resposta: FALSO
(2) O deflator implícito do PIB é a razão entre o PIB a preços correntes no período t e o PIB nesse período a
preços de um ano base, b:
𝐷𝑒𝑓𝑙𝑎𝑡𝑜𝑟𝑡 =𝑃𝐼𝐵 𝑁𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑙𝑡
𝑃𝐼𝐵 𝑅𝑒𝑎𝑙𝑡𝑏 =
∑ 𝑃𝑡𝑖. 𝑄𝑡
𝑖𝑛𝑖=1
∑ 𝑃𝑏𝑖 . 𝑄𝑡
𝑖𝑛𝑖=1
Temos que o deflator implícito do PIB é um índice de preços de Paasche (analisa a variação de preços entre dois
períodos e utiliza as quantidades no período atual como fator de ponderação).
Resposta: VERDADEIRO
(3) Faltou a palavra “finais”. O PIB é o valor de mercado de todos os bens e serviços FINAIS produzidos dentro
de uma economia, em determinado período. Os bens e serviços intermediários são excluídos, para se evitar o
problema da dupla contagem.
Muito cuidado, está bom!?
Resposta: FALSO
(4) Quando a moeda de um país se aprecia em relação a moedas estrangeiras, isso significa que a moeda
nacional está mais cara, o que encarece a produção interna em relação ao resto do mundo. Ou seja, as
exportações são prejudicadas. Fica mais favorável exportar, quando a moeda local fica mais barata, ou seja,
quando ela se deprecia em relação a moedas estrangeiras.
Resposta: FALSO
18.ANPEC – 2013 – Questão 12
Considere as seguintes transações realizadas entre os residentes e não residentes de um determinado país em
um determinado período (valores em milhões de dólares):
a) O país importa, pagando à vista, mercadorias no valor de 350;
b) O país importa equipamentos no valor de 50 financiados a prazo longo;
c) Ingressam no país, sob forma de investimento direto sem cobertura cambial, 20 em equipamentos;
d) O país exporta, recebendo à vista, 400 de mercadorias;
e) O país paga ao exterior, à vista, 50 de fretes;
f) Remete-se para o exterior, em dinheiro, 10 de lucros de companhias estrangeiras, 20 de juros e 30 de
amortizações;
g) O país recebe 10 de donativos sob a forma de mercadorias;
Com base nessas informações, classifique as afirmativas abaixo como Verdadeiras (V) ou Falsas (F):
(0) As importações foram de US$ 430 milhões.
(1) O país teve um déficit em transações correntes de US$ 100 milhões.
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(2) O PIB deste país foi menor que o PNB.
(3) Houve um aumento de US$ 60 milhões nas reservas internacionais do país.
(4) Supondo que o governo tenha tido orçamento equilibrado, podemos afirmar que a poupança privada foi
maior que o investimento agregado no período.
RESOLUÇÃO:
Vamos, antes de resolver a questão, fazer os lançamentos das transações apresentadas e depois montar o
Balanço de Pagamentos para essa economia.
Transação Débito (-) Crédito (+)
a) Importação de mercadorias -350 Importação (TC) 350 Haveres Monetários (Kc)
b) Importação de equipamentos -50 Importação (TC) 50 Outros Investimentos (Ka)
c) Importação de equipamentos -20 Importação (TC) 20 Investimento Direto
Estrangeiro (Ka)
d) Exportação de mercadorias -400 Haveres Monetários (Kc) 400 Exportação (TC)
e) Pagamento de fretes -50 Balança de Servicos (TC) 50 Haveres Monetários (Kc)
f) Envio de lucros e juros
Amortização
-10-20=-30
-30
Balança de Rendas (TC)
Outros investimentos (Ka)
30
30
Haveres Monetários (Kc)
Haveres Monetários (Kc)
g) Recebimento de donativos
em forma de mercadoria
-10 Importação (TC) 10 Transferências unilaterais
(TC)
A estrutura do Balanço de Pagamentos fica da seguinte forma:
Estrutura do Balanço de Pagamentos (BPM5)
I) Transações Correntes ou Conta Corrente [TC = -30 – 50 -30 + 10 = -100]
I.A. Balança Comercial [400 – 403 = -30]
Exportação de Mercadorias [400]
Importação de Mercadorias [-350-50-20-10 = -430]
I.B. Balança de Serviços [-50]
Fretes [-50]
I.C. Balança de Rendas [-10 -20 = -30]
Lucros enviados [-10]
Juros Pagos [-20]
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I.D. Transferências Unilaterais [10]
II) Conta Capital e Financeira [Ka = 20 + 20 = 40]
Investimentos Diretos [20]
Outros Investimentos [50 - 30 = 20]
Financiamento [50]
Amortização [-30]
IV) Saldo do BP = (I) + (II) = -100 + 40 = - 60
V) Capitais Compensatórios (“abaixo da linha”) [Kc = – BP = 60]
Contas de Caixa ou Variação das Reservas Internacionais Totais [−ΔResTOTAL = 60]
Haveres monetários de curto prazo no exterior [350 – 400 + 50 + 30 + 30 = 60]
(0) Conforme vimos no Balanço de Pagamentos, as importações foram sim US$ 430 milhões.
Resposta: VERDADEIRO
(1) Também, de acordo com o BP, temos um déficit em Transações Correntes no valor de US$ 100 milhões.
Resposta: VERDADEIRO
(2) Para responder esse item, devemos obter a Renda Líquida Enviada ao Exterior:
𝑅𝐿𝐸𝐸 = −(𝐵𝑎𝑙𝑎𝑛ç𝑎 𝑑𝑒 𝑅𝑒𝑛𝑑𝑎 + 𝑆𝑎𝑙𝑑𝑜 𝑇𝑟𝑎𝑛𝑠𝑓𝑒𝑟ê𝑛𝑐𝑖𝑎𝑠 𝑈𝑛𝑖𝑙𝑎𝑡𝑒𝑟𝑎𝑖𝑠)
𝑅𝐿𝐸𝐸 = −(−30 + 10) = 20
Sabendo que 𝑃𝑁𝐵 = 𝑃𝐼𝐵 − 𝑅𝐿𝐸𝐸 e que 𝑅𝐿𝐸𝐸 > 0, temos que o PNB é menor que o PIB (sendo que o item
afirmou o contrário).
Não custa nada reforçar a importâncias de ficarmos atentos quanto aos detalhes.
Resposta: FALSO
(3) Vamos relembrar a fórmula que nos fornece a variação total nas reservas internacionais:
Δ𝑅𝑒𝑠𝑇𝑂𝑇𝐴𝐿 = 𝐵𝑃 + 𝐴𝐶 + 𝐸𝑅 + Δ𝑅𝑒𝑠𝐶
Substituindo as informações que temos no BP que foi montado no início da questão:
Δ𝑅𝑒𝑠𝑇𝑂𝑇𝐴𝐿 = −60
Temos, portanto, uma redução nas reservas internacionais no mesmo montante que o saldo do BP, ou seja,
uma redução de US$ 60 milhões.
Resposta: FALSO
(4) Caso o governo tenha tido orçamento equilibrado: SGov = 0. Da igualdade entre investimento e poupança
e usando 𝑆𝐸𝑥𝑡 = −𝑇𝐶:
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𝐼 = 𝑆𝑃 + 𝑆𝐺𝑜𝑣 + 𝑆𝐸𝑥𝑡 → 𝐼 = 𝑆𝑝 + 0 + 100 → 𝐼 = 𝑆𝑝 + 100 → 𝐼 − 𝑆𝑃 = 100 > 0
Concluímos que, nessa situação, o investimento agregado é mais alto que a poupança privada, sendo que o
item diz o contrário.
Resposta: FALSO
19.ANPEC – 2014 – Questão 1
Classifique as afirmativas como Verdadeiras (V) ou Falsas (F):
(0) Países com a renda líquida enviada ao exterior negativa possuem um PNB maior do que o PIB.
(1) Por não pagarem aluguel, a habitação de pessoas que habitam em casa própria não é computada no cálculo
do PIB brasileiro.
(2) A renda nacional de um país é calculada subtraindo-se a depreciação e os impostos indiretos do Produto
Interno Bruto.
(3) Um país tem uma balança comercial superavitária em US$ 50 bilhões, um déficit na conta Rendas em US$
10 bilhões e um déficit de serviços em US$ 25 bilhões. Dado que o superávit em conta-corrente é de US$ 10
bilhões, podemos concluir que o valor das transferências unilaterais será deficitário em US$ 5 bilhões.
(4) O deflator implícito da renda reflete a variação do custo de aquisição de uma cesta fixa de bens e serviços.
RESOLUÇÃO:
(0) Você se lembra da relação entre PIB e PNB? Já percebeu que ela aparece bastante, né... Vejamos:
𝑃𝑁𝐵 = 𝑃𝐼𝐵 − 𝑅𝐿𝐸𝐸
Se 𝑅𝐿𝐸𝐸 < 0, então o PNB é mais elevado que o PIB.
Resposta: VERDADEIRO
(1) Se alguém mora em uma casa e paga aluguel, há uma transação cujo valor faz parte do cálculo do PIB. No
entanto, se a moradia é própria, a transação não existe, ou seja, não há um aluguel sendo efetivamente pago.
Mas quem mora na residência continua usufruindo dos serviços habitacionais, de forma que isso deva ser levado
em consideração no PIB. Nesse caso, por não haver um preço de mercado, deve-se estimar seu valor para
imputá-lo no PIB. Assim, o PIB inclui o valor do aluguel implícito que os proprietários de imóveis próprios pagam
a si mesmos.
Resposta: FALSO
(2) A Renda Nacional, também denominada Renda Nacional Líquida, equivale ao Produto Nacional Líquido a
custo de fatores. Assim:
𝑅𝑁 = 𝑃𝑁𝐿𝑐𝑓 = 𝑃𝐼𝐵 − 𝐷𝑒𝑝𝑟𝑒𝑐𝑖𝑎çã𝑜 − 𝐼𝑚𝑝𝑜𝑠𝑡𝑜𝑠 𝐼𝑛𝑑𝑖𝑟𝑒𝑡𝑜𝑠 + 𝑆𝑢𝑏𝑠í𝑑𝑖𝑜𝑠 − 𝑅𝐿𝐸𝐸
Ou seja, a renda nacional de um país é calculada subtraindo-se a depreciação, os impostos indiretos (líquidos)
e a renda líquida enviada ao exterior do Produto Interno Bruto.
Resposta: FALSO
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(3) Vimos que o saldo em conta corrente, ou transações correntes (TC), no BP é dado pela soma dos saldos da
balança comercial, da balança de serviços, da balança de rendas e das transferências unilaterais correntes
(TUC). Então:
𝑇𝐶 = (𝑋 − 𝑀) + 𝐵𝑎𝑙𝑎𝑛ç𝑎 𝑑𝑒 𝑆𝑒𝑟𝑣𝑖ç𝑜𝑠 + 𝐵𝑎𝑙𝑎𝑛ç𝑎 𝑑𝑒 𝑅𝑒𝑛𝑑𝑎𝑠 + 𝑇𝑈𝐶
Substituindo os dados apresentados no item:
10 = 50 − 25 − 10 + 𝑇𝑈𝐶 → 𝑇𝑈𝐶 = −5
De fato, há um déficit em transferências unilaterais correntes no valor de US$ 5 bilhões.
Resposta: VERDADEIRO
(4) Vamos relembrar que o deflator implícito do PIB é um índice de preços de Paasche, ou seja, utiliza as
quantidades do período atual como fator de ponderação. Algebricamente:
𝐷𝑒𝑓𝑙𝑎𝑡𝑜𝑟𝑏,𝑡 =𝑃𝐼𝐵 𝑁𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑙𝑡
𝑃𝐼𝐵 𝑅𝑒𝑎𝑙𝑡𝑏 =
∑ 𝑃𝑡𝑖. 𝑄𝑡
𝑖𝑛𝑖=1
∑ 𝑃𝑏𝑖 . 𝑄𝑡
𝑖𝑛𝑖=1
Dessa forma, não é possível falar em variação do custo de aquisição de uma cesta fixa de bens e serviços, tendo
em vista que o fator de ponderação muda sempre que alteramos o período atual em relação ao período base.
Resposta: FALSO
20.ANPEC – 2015 – Questão 1
As operações abaixo foram registradas para uma economia aberta durante o ano t:
(a) Recebimento de doações humanitárias em moeda forte, no valor de US$ 1 bilhão.
(b) Importações de mercadorias no valor (FOB) de US$ 7 bilhões.
(c) Pagamento de US$ 13 bilhões em amortizações da dívida externa.
(d) Pagamentos de juros da dívida externa no valor de US$ 5 bilhões.
(e) Exportações de mercadorias no valor (FOB) de US$ 15 bilhões.
(f) Recebimento de novos empréstimos e financiamento do exterior, no valor de US$ 16 bilhões.
(g) Pagamentos de fretes internacionais no valor de US$ 3 bilhões.
Com base nas informações acima, classifique as afirmativas como Verdadeiras (V) ou Falsas (F) para o ano t:
(0) O saldo da balança comercial foi de US$ 5 bilhões.
(1) O saldo da conta de transações correntes do balanço de pagamentos foi de US$ 1 bilhão.
(2) O saldo total do balanço de pagamentos foi superavitário em US$ 3 bilhões.
(3) O saldo da conta de serviços foi deficitário em US$ 3 bilhões.
(4) As reservas internacionais aumentaram em US$ 4 bilhões.
RESOLUÇÃO:
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Você já sabe que quando tivermos uma questão que envolve uma série de transações, vamos fazer os
lançamentos e depois montar o BP. Então, mãos à obra:
Transação Débito (-) Crédito (+)
a) Recebimento de doações -1 Haveres Monetários (Kc) 1 Transferências unilaterais
(TC)
b) Importação de mercadorias -7 Importação (TC) 7 Haveres Monetários (Kc)
c) Pagamento de amortização -13 Outros investimentos (Ka) 13 Haveres Monetários (Kc)
d) Pagamento de juros -5 Balança de Rendas (TC) 5 Haveres Monetários (Kc)
e) Exportação de mercadorias -15 Haveres Monetários (Kc) 15 Exportação (TC)
f) Recebimento de empréstimos -16 Haveres Monetários (Kc) 16 Outros investimentos (Ka)
g) Pagamento de fretes -3 Balança de Serviços (TC) 3 Haveres Monetários (Kc)
A estrutura do Balanço de Pagamentos fica da seguinte forma:
Estrutura do Balanço de Pagamentos (BPM5)
I) Transações Correntes ou Conta Corrente [TC = 8 – 3 – 5 + 1 = 1]
I.A. Balança Comercial [15 – 7 = 8]
Exportação de Mercadorias [15]
Importação de Mercadorias [-7]
I.B. Balança de Serviços [-3]
Fretes [-3]
I.C. Balança de Rendas [-5]
Juros Pagos [-5]
I.D. Transferências Unilaterais [1]
II) Conta Capital e Financeira [Ka = 3]
Outros Investimentos [-13 + 16 = 3]
Amortização [-13]
Empréstimos [16]
IV) Saldo do BP = (I) + (II) = 1 + 3 = 4
V) Capitais Compensatórios (“abaixo da linha”) [Kc = – BP = -4]
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Contas de Caixa ou Variação das Reservas Internacionais Totais [−ΔResTOTAL = −4]
Haveres monetários de curto prazo no exterior [-1 + 7 + 13 + 5 – 15 – 16 + 3 = -4]
(0) O saldo da balança comercial (exportações menos importações) foi de US$ 8 bilhões. Muita atenção, pois a
balança comercial (de bens) é mensurada separadamente da balança de serviços.
Resposta: FALSO
(1) Vimos, ao montar o BP, que o saldo em transações correntes é US$ 1 bilhão.
Resposta: VERDADEIRO
(2) O saldo total do BP foi superavitário em US$ 4 bilhões.
Resposta: FALSO
(3) De fato, a balança de serviços apresentou um déficit no valor de US$ 3 bilhões.
Resposta: VERDADEIRO
(4) Sabemos que a variação total das reservas internacionais é dada por:
ΔResTOTAL = 𝐵𝑃 + 𝐸𝑅 + 𝐴𝐶 + Δ𝑅𝑒𝑠𝐶
Como não tivemos nenhum lançamento referente a empréstimos de regularização, nem atrasos comerciais e
nem nada na conta contrapartida:
ΔResTOTAL = 𝐵𝑃 → ΔResTOTAL = 4
Houve, portanto, um aumento de US$ 4 bilhões nas reservas internacionais.
Resposta: VERDADEIRO
21.ANPEC – 2015 – Questão 9
Classifique as afirmativas como Verdadeiras (V) ou Falsas (F):
(0) Se numa economia o investimento é superior à poupança doméstica, o saldo das transações correntes do
balanço de pagamentos é negativo.
(1) Quando as pessoas habitam em casa própria, a habitação não é computada no cálculo do PIB.
(3) A cesta de bens incluída no deflator implícito da renda muda de ano em ano dependendo daquilo que estiver
sendo produzido na economia.
(4) O deflator implícito da renda mede os preços de um grupo menor de bens do que o índice de preços ao
consumidor.
RESOLUÇÃO:
(0) Da igualdade entre investimento e poupança, temos:
𝐼 = 𝑆𝑃 + 𝑆𝐺𝑜𝑣 + 𝑆𝐸𝑥𝑡
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Sabendo que a poupança doméstica (𝑆𝐷𝑜𝑚) é a soma entre a poupança privada e a poupança do governo:
𝐼 = 𝑆𝐷𝑜𝑚 + 𝑆𝐸𝑥𝑡 → 𝐼 − 𝑆𝐷𝑜𝑚 = 𝑆𝐸𝑥𝑡
Se o investimento é mais alto que a poupança doméstica (𝐼 − 𝑆𝐷𝑜𝑚 > 0), então a poupança externa é positiva,
𝑆𝐸𝑥𝑡 > 0. Tendo em vista que 𝑆𝐸𝑥𝑡 = −𝑇𝐶, o saldo em transações correntes no BP é negativo.
Resposta: VERDADEIRO
(1) Já vimos que a habitação de pessoas que moram em casa própria é incluída sim no cálculo do PIB. Isso é feito
por meio da inclusão do valor do aluguel implícito que os proprietários de imóveis próprios pagam a si mesmos.
Resposta: FALSO
(3) Conforme já vimos anteriormente, o deflator implícito do PIB (ou deflator implícito da renda) é um índice de
preços de Paasche, isto é, analisa a variação de preços utilizando a cesta do período atual como fator de
ponderação. Assim, a cesta incluída muda de ano em ano.
Resposta: VERDADEIRO
(4) O deflator implícito da renda mede a variação nos preços de TODOS os bens e serviços finais produzidos na
economia. Por sua vez, o índice de preços ao consumidor mede a variação nos preços de uma cesta fixa de bens.
Assim, o grupo de bens incluído no deflator implícito da renda é maior que aquele incluído no índice de preços
ao consumidor.
Resposta: FALSO
22.ANPEC – 2016 – Questão 1
Um país realizou, em determinado ano t, as seguintes transações com o exterior, com todos os pagamentos
sendo feitos em US$ milhões e à vista:
a) Exportações: 800;
b) Importações: 600;
c) Fretes pagos ao exterior: 250;
d) Investimento estrangeiro direto recebido do exterior em equipamentos: 100;
e) Donativos recebidos em mercadorias: 20;
f) Empréstimos recebidos de bancos estrangeiros: 300;
g) Amortizações de empréstimos pagos a bancos estrangeiros: 80;
h) Juros pagos ao exterior: 70.
Com base nas informações acima, classifique as afirmativas como verdadeiras (V) ou falsas (F) para o ano t:
(0) O superávit da balança comercial foi de US$ 200 milhões;
(1) O país teve um déficit na conta de transações correntes do balanço de pagamentos de US$ 200 milhões;
(2) A renda líquida enviada ao exterior foi de US$ 50 milhões;
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(3) O saldo da conta financeira do balanço de pagamentos foi superavitário em US$ 320 bilhões;
(4) As reservas internacionais aumentaram em US$ 100 milhões.
RESOLUÇÃO:
Os lançamentos associados as transações apresentadas são:
Transação Débito (-) Crédito (+)
a) Exportação -800 Haveres Monetários (Kc) 800 Exportação (TC)
b) Importação -600 Importação (TC) 600 Haveres Monetários (Kc)
c) Pagamento de fretes -250 Balança de Serviços (TC) 250 Haveres Monetários (Kc)
d) Investimento estrangeiro
direto recebido em
equipamentos
-100 Importação (TC) 100 Investimento estrangeiro
direto (Ka)
e) Donativos recebidos em
mercadorias
-20 Importação (TC) 20 Transferências unilaterais
(TC)
f) Recebimento de empréstimos -300 Haveres Monetários (Kc) 300 Outros investimentos (Ka)
g) Pagamento de amortizações -80 Outros investimentos (Ka) 80 Haveres Monetários (Kc)
h) Pagamento de juros -70 Balança de Rendas (TC) 70 Haveres Monetários (Kc)
A estrutura do Balanço de Pagamentos fica da seguinte forma:
Estrutura do Balanço de Pagamentos (BPM5)
I) Transações Correntes ou Conta Corrente [TC = 80 – 250 – 70 + 20 = -220]
I.A. Balança Comercial [800 – 720 = 80]
Exportação [800]
Importação [-600 – 100 – 20 = -720]
I.B. Balança de Serviços [-250]
Fretes [-250]
I.C. Balança de Rendas [-70]
Juros Pagos [-70]
I.D. Transferências Unilaterais [20]
II) Conta Capital e Financeira [Ka = 100 + 220 = 320]
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Investimento Estrangeiro Direto [100]
Outros Investimentos [-80 + 300 = 220]
Amortização [-80]
Empréstimos [300]
IV) Saldo do BP = (I) + (II) = -220 + 320 = 100
V) Capitais Compensatórios (“abaixo da linha”) [Kc = – BP = -100]
Contas de Caixa ou Variação das Reservas Internacionais Totais [−ΔResTOTAL = −100]
Haveres monetários de curto prazo no exterior [-800 + 600 + 250 – 300 + 80 + 70 = -100]
(0) A balança comercial foi superavitária em US$ 80 milhões.
Resposta: FALSO
(1) Verificamos um déficit em transações correntes no valor de US$ 220 milhões.
Resposta: FALSO
(2) A renda líquida enviada ao exterior é dada pelo saldo (com sinal trocado) da balança de renda e das
transferências unilaterais correntes:
𝑅𝐿𝐸𝐸 = −(−70 + 20) → 𝑅𝐿𝐸𝐸 = 50
Assim, a renda líquida enviada ao exterior foi de US$ 50 milhões
Resposta: VERDADEIRO
(3) De fato, a conta capital e financeira apresentou um superávit de US$ 320 milhões.
Resposta: VERDADEIRO
(4) Nós já sabemos que a variação total das reservas internacionais é tal que:
ΔResTOTAL = 𝐵𝑃 + 𝐸𝑅 + 𝐴𝐶 + Δ𝑅𝑒𝑠𝐶
Como não tivemos nenhum lançamento referente a empréstimos de regularização, nem atrasos comerciais e
nem nada na conta contrapartida:
ΔResTOTAL = 𝐵𝑃 → ΔResTOTAL = 100
Houve, portanto, um aumento de US$ 100 milhões nas reservas internacionais.
Resposta: VERDADEIRO
23. ANPEC – 2017 – Questão 1
Classifique as seguintes afirmativas como verdadeiras (V) ou falsas (F):
(0) Em uma economia fechada, o PIB coincide com o PNB.
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(1) O deflator implícito do PIB corresponde à razão entre o PNB e o PIB.
(2) A remessa de dinheiro de brasileiros residentes no exterior a familiares no Brasil não altera a Renda Nacional
Bruta.
(3) Um bem que foi produzido no ano t e vendido no ano t+1 é computado no PIB do ano t e não entra no cálculo
do PIB do ano t+1.
(4) Supondo que o orçamento do governo esteja equilibrado, um excesso de investimentos em relação à
poupança privada implica um déficit em transações correntes do balanço de pagamentos.
RESOLUÇÃO:
(0) O que diferencia o PIB do PNB é o saldo de rendas com o resto do mundo:
𝑃𝑁𝐵 = 𝑃𝐼𝐵 − 𝑅𝐿𝐸𝐸
Se a economia é fechada, temos 𝑅𝐿𝐸𝐸 = 0. Portanto, o PIB coincide com o PNB.
Resposta: VERDADEIRO
(1) O deflator implícito do PIB é a razão entre o PIB nominal e o PIB real:
𝐷𝑒𝑓𝑙𝑎𝑡𝑜𝑟𝑡 =𝑃𝐼𝐵 𝑁𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑙𝑡
𝑃𝐼𝐵 𝑅𝑒𝑎𝑙𝑡𝑏 =
∑ 𝑃𝑡𝑖. 𝑄𝑡
𝑖𝑛𝑖=1
∑ 𝑃𝑏𝑖 . 𝑄𝑡
𝑖𝑛𝑖=1
Lembrando que se trata de um índice de preços de Paasche.
Resposta: FALSO
(2) Sabemos que a renda líquida enviada ao exterior corresponde à soma (com sinal trocado) da balança de
renda e das transferências unilaterais. Como remessa de dinheiro de brasileiros residentes no exterior a
familiares no Brasil é contabilizada na rubrica transferências unilaterais correntes, essa transação afeta a RLEE,
que por sua vez afeta o Produto Nacional Bruto (que equivale à Renda Nacional Bruta).
Resposta: FALSO
(3) O PIB é como a soma do valor de todos os bens e serviços finais produzidos na economia em determinado
período. Assim, de fato, um bem (final) que foi produzido no ano t e vendido no ano t+1 é computado no PIB
do ano t e não entra no cálculo do PIB do ano t+1.
Resposta: VERDADEIRO
(4) Caso o governo tenha um orçamento equilibrado (gasta exatamente sua renda líquida), a poupança pública
é nula: 𝑆𝐺𝑜𝑣 = 0. Assim, a partir da igualdade entre poupança e investimento:
𝐼 = 𝑆𝑃 + 𝑆𝐺𝑜𝑣 + 𝑆𝐸𝑥𝑡 → 𝐼 = 𝑆𝑃 + 𝑆𝐸𝑥𝑡 → 𝐼 − 𝑆𝑃 = 𝑆𝐸𝑥𝑡
Se tivermos um excesso do investimento sobre a poupança privada, a poupança externa é positiva:
𝐼 − 𝑆𝑃 = 𝑆𝐸𝑥𝑡 > 0
Se a poupança externa é positiva, há um déficit em transações correntes do balanço de pagamentos (lembre
que 𝑆𝐸𝑥𝑡 = −𝑇𝐶).
Resposta: VERDADEIRO
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24.ANPEC – 2017 – Questão 2
Avalie as assertivas abaixo:
(0) No sistema de contas nacionais, a formação de estoques não afeta a renda.
(1) Se, em 2014, foram vendidas 120 unidades de um bem A a R$ 30,00 cada e 60 unidades de um bem B a R$
15,00 cada, e, em 2015, foram vendidas 120 unidades de A a R$ 35,00 cada e 80 unidades de B a R$ 15,00 cada,
então, tomando-se apenas esses dois bens, o índice de preços de Paasche em 2015 (2014 como base) foi de
1,125.
(2) Se a relação entre o preço dos bens finais importados e o preço dos bens finais produzidos no país aumenta,
a relação entre o deflator do PIB e o índice de preços ao consumidor também aumenta.
(3) Se, em determinado ano, foi registrado um déficit de US$ 800 bilhões nas transações correntes dos EUA, as
reservas internacionais mantidas por seu Banco Central caíram em US$ 5 bilhões e os Bancos Centrais do resto
do mundo compraram US$ 440 bilhões para serem adicionados às suas próprias reservas, então o saldo de US$
435 bilhões foi a medida da contribuição de todos os Bancos Centrais para cobrir o déficit em transações
correntes dos EUA naquele ano.
(4) Quando uma cafeteria localizada nos EUA compra um lote de grãos de café do Brasil, registram-se, no
balanço de pagamentos brasileiro, um crédito nas transações correntes e um débito na conta capital.
RESOLUÇÃO:
(0) A formação de estoques é contabilizada no investimento da economia:
𝐼 = 𝐹𝐵𝐾𝐹 + Δ𝐸𝑠𝑡𝑜𝑞𝑢𝑒𝑠
Na medida em que a variação de estoques afeta os investimentos, haverá um impacto na renda. Isto porque,
pela ótica da despesa:
𝑌 = 𝐶 + 𝐼 + 𝐺 + (𝑋 − 𝑀)
Resposta: FALSO
(1) O item nos apresenta as seguintes informações:
Ano Bem Preço (R$) Quantidade
2014
A 30 120
B 15 60
2015
A 35 120
B 15 80
O índice de preços de Paasche em 2015 (2014 como base) corresponde ao deflator implícito do PIB neste
período:
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𝐷𝑒𝑓𝑙𝑎𝑡𝑜𝑟2015 =∑ 𝑃2015
𝑖 . 𝑄2015𝑖𝑛
𝑖=1
∑ 𝑃2014𝑖 . 𝑄2015
𝑖𝑛𝑖=1
=35(120) + 15(80)
30(120) + 15(80)=
5.400
4.800= 1,125
Resposta: VERDADEIRO
(2) O deflator implícito do PIB, definido como a razão entre o PIB nominal e o PIB real, mede a variação dos
preços de todos os bens e serviços finais produzidos na economia, tendo o período atual como fator de
ponderação. Assim, esse índice não inclui as importações em seu cálculo. Por sua vez, o índice de preços ao
consumidor mensura a variação nos preços de uma cesta de consumo, incluindo, portanto, bens produzidos
internamente e importados.
Temos, pois, que se a relação entre o preço dos bens finais importados e o preço dos bens finais produzidos no
país aumenta, a relação entre o deflator do PIB e o índice de preços ao consumidor diminui (pois sabemos que
o índice de preços ao consumidor aumentará mais que proporcionalmente, dado que inclui importados e o
deflator, não).
Resposta: FALSO
(3) A contribuição de todos os Bancos Centrais para cobrir o déficit em transações correntes dos EUA naquele
ano corresponde ao saldo de US$ 440 bilhões, valor dos títulos americanos que eles compraram para serem
adicionados às suas próprias reservas.
Resposta: FALSO
(4) O item descreve uma exportação de grãos, cujo registro é um crédito (dado que exportação gera entrada de
divisas no país) em transações correntes (mais precisamente na balança comercial), e um débito equivalente
na conta caixa (haveres monetários de curto prazo no exterior), que faz parte dos capitais compensatórios.
Resposta: FALSO
25. ANPEC – 2018 – Questão 1
Suponha que as seguintes operações foram registradas para a economia brasileira durante o ano t:
• Uma firma exporta um bem por 300 mil dólares e o pagamento será feito daqui a 90 dias;
• Um importador compra vinho de uma empresa chilena por 500 mil dólares e o pagamento será feito daqui a
30 dias;
• Um investidor local investe 1 milhão de dólares no Paraguai num projeto de exploração de gás natural;
• Uma firma paga 200 mil dólares a um banco irlandês por serviços financeiros (comissões e juros);
• O governo efetua uma doação de 300 mil dólares à Bolívia;
• Um fundo de investimento da Inglaterra investe 500 mil dólares na bolsa de valores brasileira;
• Um fundo de investimento brasileiro investe 300 mil dólares em bônus internacionais.
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Com base nas informações acima, classifique as seguintes afirmativas como verdadeiras (V) ou falsas (F) para
o ano t:
(0) O saldo da balança comercial foi deficitário em 200 mil dólares.
(1) O saldo da conta de transações correntes do balanço de pagamentos foi deficitário em 400 mil dólares.
(2) O saldo total do balanço de pagamentos foi deficitário em 1,3 milhão de dólares.
(3) O saldo da conta capital e financeira do balanço de pagamentos foi deficitário em 600 mil dólares.
(4) As reservas internacionais reduziram 300 mil dólares.
RESOLUÇÃO:
Os lançamentos (em mil dólares) associados as transações apresentadas são:
Transação Débito (-) Crédito (+)
Exportação -300 Financiamento (Ka) 300 Exportação (TC)
Importação -500 Importação (TC) 500 Financiamento (Ka)
Investimento externo direto
feito no Paraguai
-1.000 Investimento externo
direto (Ka)
1.000 Haveres Monetários (Kc)
Pagamento de comissões e
juros
-200 Balança de Rendas (TC) 200 Haveres Monetários (Kc)
Doação para a Bolívia -300 Transferências unilaterais
(TC)
300 Haveres Monetários (Kc)
Investimento de fundo inglês
em ações da bolsa brasileira
-500 Haveres Monetários (Kc) 500 Investimento em portfólio
(Ka)
Fundo de investimento
brasileiro investe em bônus
internacionais
-300 Investimento em portfólio
(Ka)
300 Haveres Monetários (Kc)
A estrutura do Balanço de Pagamentos fica da seguinte forma:
Estrutura do Balanço de Pagamentos (BPM5)
I) Transações Correntes ou Conta Corrente [TC = -200 – 200 – 300 = -700]
I.A. Balança Comercial [300 – 500 = -200]
Exportação [300]
Importação [-500]
I.C. Balança de Rendas [-200]
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Pagamento de juros e comissões [-200]
I.D. Transferências Unilaterais [-300]
II) Conta Capital e Financeira [Ka = -1.000 + 200 + 200 = -600]
Investimento Estrangeiro Direto [-1.000]
Investimentos em Carteira [500 – 300 = 200]
Ações [500]
Bônus internacionais [-300]
Outros Investimentos [200]
Financiamento [-300 + 500 = 200]
IV) Saldo do BP = (I) + (II) = -700 – 600 = -1.300
V) Capitais Compensatórios (“abaixo da linha”) [Kc = – BP = 1.300]
Contas de Caixa ou Variação das Reservas Internacionais Totais [−ΔResTOTAL = 1.300]
Haveres monetários de curto prazo no exterior [1.000 + 200 + 300 – 500 + 300]
(0) Vimos que o saldo da balança comercial foi deficitário em 200 mil dólares. Só relembrando que a balança
comercial inclui apenas exportação e importação de bens. As transações envolvendo serviços são
contabilizadas na balança de serviços.
Resposta: VERDADEIRO
(1) O saldo em transações correntes foi deficitário em 700 mil dólares.
Resposta: FALSO
(2) Conforme vimos, o saldo total do BP foi, de fato, deficitário em 1,3 milhão de dólares.
Resposta: VERDADEIRO
(3) As transações registradas fornecem um saldo na conta capital e financeira deficitário em 600 mil dólares.
Resposta: VERDADEIRO
(4) As variações totais nas reservas internacionais são expressas como:
Δ𝑅𝑒𝑠𝑇𝑂𝑇𝐴𝐿 = 𝐵𝑃 + 𝐸𝑅 + 𝐴𝐶 + Δ𝑅𝑒𝑠𝐶
Como na questão não temos registros referentes a empréstimos de regularização, nem atrasados comerciais,
nem tampouco nada na conta das contrapartidas, a variação das reservas totais corresponde ao saldo do BP:
Δ𝑅𝑒𝑠𝑇𝑂𝑇𝐴𝐿 = 𝐵𝑃 → Δ𝑅𝑒𝑠𝑇𝑂𝑇𝐴𝐿 = −1.300
Assim, as reservas internacionais foram reduzidas exatamente em 1,3 milhão de dólares (montante utilizado
para financiar o déficit no BP).
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Resposta: FALSO
26.ANPEC – 2019 – Questão 1
Avalie como verdadeiras ou falsas as seguintes afirmativas:
(0) O PIB real refere-se à contabilização do valor de mercado, ao preço de um período base, de tudo o que foi
produzido de bens e serviços finais dentro de um território.
(1) Os rendimentos pagos aos empregados domésticos não são contabilizados no sistema de Contas Nacionais.
(2) Se o PIB nominal cresceu 50% e o PIB real cresceu 20%, então o deflator implícito do PIB é de 30%.
(3) Os estoques indesejados são contabilizados como investimento nas Contas Nacionais.
(4) Os pagamentos de juros de empréstimos realizados por empresas privadas nacionais junto a instituições
financeiras estrangeiras fazem parte da conta de transações correntes do balanço de pagamentos.
RESOLUÇÃO:
(0) O item traz a definição do conceito de PIB real (a preços constantes), utilizado principalmente em análises
de séries temporais.
Resposta: VERDADEIRO
(1) Os rendimentos pagos aos empregados domésticos são contabilizados como salários, e portanto, fazem
parte do cálculo do PIB. Sob a ótica da renda, o PIB corresponde a soma das remunerações de todos os fatores
de produção.
Resposta: FALSO
(2) O deflator implícito do PIB é dado pela razão entre o PIB nominal e o PIB real. Com base nos dados
apresentados na questão, temos:
𝐷𝑒𝑓𝑙𝑎𝑡𝑜𝑟𝑡 =𝑃𝐼𝐵 𝑁𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑙𝑡
𝑃𝐼𝐵 𝑅𝑒𝑎𝑙𝑡𝑏
A taxa de variação do deflator pode ser aproximada por:
Δ𝐷𝑒𝑓𝑙𝑎𝑡𝑜𝑟𝑡 = Δ𝑃𝐼𝐵 𝑁𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑙𝑡 − Δ𝑃𝐼𝐵 𝑅𝑒𝑎𝑙𝑡𝑏
Substituindo os valores fornecidos no item:
Δ𝐷𝑒𝑓𝑙𝑎𝑡𝑜𝑟𝑏,𝑡 = (1 + 0,5) − (1 + 0,2) = 1,3
Ou seja, o deflator implícito do PIB teve um crescimento de aproximadamente 30%. Perceba que esse valor
representa a taxa de crescimento do deflator, e não o seu valor. Por isso o item é falso.
Resposta: FALSO
(3) O investimento bruto de uma economia é composto pela formação bruta de capital fixo e formação de
estoques:
I = FBKF + ΔEstoque
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Resposta: VERDADEIRO
(4) O pagamento de juros faz parte da balança de rendas (débito na conta rendas e crédito em haveres
monetários), que está inserida nas transações correntes do BP.
Resposta: VERDADEIRO
27. ANPEC – 2019 – Questão 1
Um país realizou durante um ano as seguintes transações com o exterior:
•Recebimento de doações humanitárias, na forma de alimentos, no valor de 1 bilhão.
•Importações de mercadorias no valor FOB de 7 bilhões.
•Pagamento de 13 bilhões em amortizações da dívida externa.
•Pagamentos de juros da dívida externa no valor de 5 bilhões.
•Exportações de mercadorias no valor FOB de 15 bilhões.
•Recebimento de novos empréstimos e financiamento do exterior no valor de 16 bilhões.
•Pagamentos de fretes internacionais no valor de 3 bilhões.
Com base nestas informações e supondo a inexistência de erros e omissões, avalie como verdadeiras ou falsas
as assertivas abaixo:
(0) O saldo da balança comercial foi superavitário em 8 bilhões.
(1) O saldo da conta de transações correntes foi zero.
(2) O PNB foi menor que o PIB.
(3) Houve uma saída líquida de 2 bilhões pela conta financeira do balanço de pagamentos.
(4) Houve acumulação líquida de 3 bilhões de reservas internacionais pelo Banco Central.
RESOLUÇÃO:
Os lançamentos (em bilhões) associados as transações apresentadas são:
Transação Débito (-) Crédito (+)
Recebimento de doação na
forma de alimento
-1 Importação (TC) 1 Transferências unilaterais
(TC)
Importação -7 Importação (TC) 7 Haveres Monetários (Kc)
Pagamento de amortização -13 Outros investimentos (Ka) 13 Haveres Monetários (Kc)
Pagamento de juros -5 Balança de Rendas (TC) 5 Haveres Monetários (Kc)
Exportação -15 Haveres Monetários (Kc) 15 Exportação (TC)
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Empréstimos e financiamentos
recebidos
-16 Haveres Monetários (Kc) 16 Outros investimentos (Ka)
Pagamento de fretes -3 Balança de Serviços (TC) 3 Haveres Monetários (Kc)
A estrutura do Balanço de Pagamentos fica da seguinte forma:
Estrutura do Balanço de Pagamentos (BPM5)
I) Transações Correntes ou Conta Corrente [TC = 7 – 3 – 5 + 1 = 0]
I.A. Balança Comercial [15 – 8 = 7]
Exportação [15]
Importação [-1 – 7 = -8]
I.B. Balança de Serviços [-3]
Pagamento de fretes [-3]
I.C. Balança de Rendas [-5]
Pagamento de juros [-5]
I.D. Transferências Unilaterais [1]
II) Conta Capital e Financeira [Ka = 3]
Outros Investimentos [-13 + 16 = 3]
Amortização [-13]
Empréstimo e Financiamento [16]
IV) Saldo do BP = (I) + (II) = 0 + 3 = 3
V) Capitais Compensatórios (“abaixo da linha”) [Kc = – BP = -3]
Contas de Caixa ou Variação das Reservas Internacionais Totais [−ΔResTOTAL = −3]
Haveres monetários de curto prazo no exterior [7 + 13 + 5 – 15 – 16 + 3 = -3]
(0) O saldo da balança comercial apresenta um superávit no valor de 7 bilhões. Vale destacar que devemos
lançar como importação o valor dos bens recebidos na forma de doação. E não custa nada reforçar: a balança
comercial inclui apenas exportação e importação de bens.
Resposta: FALSO
(1) Vimos que o saldo em transações correntes foi zero na situação apresentada.
Resposta: VERDADEIRO
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(2) Para chegar a alguma conclusão em relação a diferença entre PIB e PNB, devemos obter a renda líquida
enviada ao exterior:
𝑅𝐿𝐸𝐸 = −(𝐵𝑎𝑙𝑎𝑛ç𝑎 𝑑𝑒 𝑟𝑒𝑛𝑑𝑎 + 𝑆𝑎𝑙𝑑𝑜 𝑑𝑎𝑠 𝑇𝑟𝑎𝑛𝑠𝑓𝑒𝑟ê𝑛𝑐𝑖𝑎𝑠 𝑈𝑛𝑖𝑙𝑎𝑡𝑒𝑟𝑎𝑖𝑠)
𝑅𝐿𝐸𝐸 = −(−5 + 1) = 4 > 0
Sabendo que 𝑅𝐿𝐸𝐸 > 0 e 𝑃𝑁𝐵 = 𝑃𝐼𝐵 − 𝑅𝐿𝐸𝐸, temos que o PNB é menor que o PIB.
Resposta: VERDADEIRO
(3) A conta capital e financeira do BP foi superavitária, ou seja, houve uma entrada líquida de 3 bilhões.
Resposta: FALSO
(4) As variações totais das reservas internacionais é dada por:
Δ𝑅𝑒𝑠𝑇𝑂𝑇𝐴𝐿 = 𝐵𝑃 + 𝐸𝑅 + 𝐴𝐶 + Δ𝑅𝑒𝑠𝐶
Como na questão não temos registros referentes a empréstimos de regularização, nem atrasados comerciais,
nem tampouco nada na conta das contrapartidas, a variação das reservas totais corresponde ao saldo do BP:
Δ𝑅𝑒𝑠𝑇𝑂𝑇𝐴𝐿 = 𝐵𝑃 → Δ𝑅𝑒𝑠𝑇𝑂𝑇𝐴𝐿 = 3
Assim, as reservas internacionais tiveram um aumento de 3 bilhões.
Resposta: VERDADEIRO
28.ANPEC – 2020 – Questão 1
Com base na sexta edição do Manual do Balanço de Pagamentos do Fundo Monetário Internacional (BPM6),
avalie as seguintes afirmativas como verdadeiras ou falsas:
(0) As variações nas reservas internacionais são contabilizadas na Conta Financeira como Ativos de Reserva.
(1) Os salários recebidos por trabalhadores residentes, quando trabalham para uma empresa não residente no
país, são contabilizados na Conta de Serviços.
(2) As remessas de dinheiro de imigrantes no exterior para seus países de origem são contabilizadas na Conta
Capital.
(3) A amortização de um passivo externo é contabilizada na Conta de Rendas Primárias.
(4) O saldo da Conta Financeira é calculado pela diferença entre a aquisição líquida de Ativos Financeiros e a
incidência líquida de Passivos Financeiros.
RESOLUÇÃO:
(0) Com a adoção do BPM6, as variações nas reservas internacionais passaram a ser contabilizadas na Conta
Financeira como Ativos de Reserva. Essa é uma grande mudança em relação à versão anterior, o BPM5.
Resposta: VERDADEIRO
(1) A remuneração desses trabalhadores é contabilizada na rubrica renda primária (antiga balança de renda).
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Resposta: FALSO
(2) Essas remessas de dinheiro de imigrantes no exterior para seus países de origem são registradas na rubrica
renda secundária (antiga transferências unilaterais correntes), que faz parte das transações correntes, e não da
conta capital.
Resposta: FALSO
(3) Da mesma forma que no BPM5, a amortização continua incluída em outros investimentos, na conta
financeira.
Resposta: FALSO
(4) O item descreve com exatidão a nova forma em que é obtido o saldo da conta financeira.
Resposta: VERDADEIRO
29.ANPEC – 2020 – Questão 3
Avalie as seguintes afirmativas:
(0) Para fins de registro nas Contas Nacionais, o investimento é qualquer gasto em bem ou serviço final que
aumenta a capacidade da economia de produzir mais no futuro.
(1) O Produto Nacional Bruto de um país é a soma de todos os pagamentos a fatores de produção empregados
dentro de suas fronteiras.
(2) A diferença entre Produto Interno Bruto e Produto Nacional Bruto de um país deve-se exclusivamente ao
pagamento de fatores de produção empregados nesse país que são propriedade de não residentes.
(3) Nas Contas Nacionais, o investimento das famílias em capital humano é contabilizado como gasto de
consumo.
(4) A melhora da qualidade dos produtos enviesa o PIB para cima.
RESOLUÇÃO:
(0) O investimento bruto é composto pela formação bruta de capital fixo (que é qualquer gasto em bem ou
serviço final que aumenta a capacidade da economia de produzir mais no futuro) mais a acumulação de
estoque. O item é falso, pois excluiu a acumulação de estoques da definição de investimento.
Resposta: FALSO
(1) O Produto Nacional Bruto inclui a remuneração paga aos fatores de produção de posse dos residentes, não
importa se esses fatores estão dentro ou fora das fronteiras do país. Relembrando que o PIB se diferencia do
PNB em virtude da renda líquida enviada ao exterior:
𝑃𝑁𝐵 = 𝑃𝐼𝐵 − 𝑅𝐿𝐸𝐸
Resposta: FALSO
(2) Conforme acabamos de ver, a diferença entre PIB e PNB se refere à renda líquida enviada ao exterior. Tal
conceito inclui a renda enviada ao exterior (pagamento de fatores de produção empregados nesse país que são
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propriedade de não residentes) e a renda recebia do exterior (recebimento de remuneração de fatores de
produção localizados no resto do mundo, que são propriedade de residentes). Logo o item se torna falso ao
empregar a palavra “exclusivamente”.
Muito cuidado, beleza?!
Resposta: FALSO
(3) Conforme vimos no item (0), no contexto de contas nacionais, o investimento agregado inclui a formação
bruta de capital fixo e a acumulação de estoques. Tendo em vista que o investimento das famílias em capital
humano não se enquadra em investimento agregado, ele é contabilizado como gasto de consumo.
Resposta: VERDADEIRO
(4) A melhora da qualidade dos produtos é de difícil mensuração e enviesa o PIB para BAIXO. Vamos pensar em
uma situação para ilustrar esse fato. Antigamente a capacidade de processamento dos computadores era bem
menor que hoje, sendo necessários, por exemplo, uma certa quantia de aparelhos para executar uma
determinada função. Com o passar do tempo, os computadores foram ficando mais potentes, de modo que
menos equipamentos sejam utilizados para desempenhar a mesma tarefa. Dessa forma, tudo o mais mantido
constante, tende a haver uma diminuição nas estimativas do PIB real, isto é, do PIB a preços constantes (que
mensura as variações no volume produzido). Importante perceber, que embora a melhora na qualidade dos
produtos enviese o PIB para baixo, tal fato representa, de um modo geral, uma melhora na qualidade de vida
das pessoas.
Resposta: FALSO
30.ANPEC – 2020 – Questão 11
Considere uma economia hipotética fechada que produz e consome apenas três tipos de bens finais: X, Y e Z.
Segundo a tabela a seguir para o ano-base e o ano corrente, avalie as afirmativas como verdadeiras ou falsas.
O preço de cada bem é expresso em unidades monetárias ($).
Ano Bens Quantidade (Unidades) Preço ($)
Base
X 3.000 2
Y 6.000 3
Z 8.000 4
Corrente
X 4.000 3
Y 14.000 2
Z 32.000 5
(0) O PIB real para o ano corrente foi de $ 178.000.
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(1) O PIB real cresceu mais do que 250% entre o ano-base e o ano corrente.
(2) O deflator do PNB entre o ano-base e o ano corrente foi inferior a 10%.
(3) A mudança percentual no nível de preços entre o ano-base e o ano corrente medida pelo deflator do PNB
foi superior à medida por um índice de preços ao consumidor do tipo Laspeyres.
(4) Os bens Y e Z são complementares.
RESOLUÇÃO:
(0) O PIB real no ano corrente mensura a produção corrente aos preços do período base. Assim:
𝑃𝐼𝐵 𝑅𝑒𝑎𝑙𝑡𝑏 = ∑ 𝑃𝑏
𝑖 𝑄𝑡𝑖
𝑛
𝑖=1
Portanto:
𝑃𝐼𝐵 𝑅𝑒𝑎𝑙𝑡𝑏 = 2(4.000) + 3(14.000) + 4(32.000) → 𝑃𝐼𝐵 𝑅𝑒𝑎𝑙𝑡
𝑏 = 178.000
Resposta: VERDADEIRO
(1) Para resolver esse item, primeiro vamos calcular o PIB real no período base:
𝑃𝐼𝐵 𝑅𝑒𝑎𝑙𝑏𝑏 = 𝑃𝐼𝐵 𝑁𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑙𝑏 = ∑ 𝑃𝑏
𝑖 𝑄𝑏𝑖
𝑛
𝑖=1
Substituindo as informações fornecidas pela questão:
𝑃𝐼𝐵 𝑅𝑒𝑎𝑙𝑏𝑏 = 2(3.000) + 3(6.000) + 4(8.000) → 𝑃𝐼𝐵 𝑅𝑒𝑎𝑙𝑏
𝑏 = 56.000
A taxa de variação no PIB real é aproximadamente:
Δ𝑃𝐼𝐵 𝑅𝑒𝑎𝑙 =𝑃𝐼𝐵 𝑅𝑒𝑎𝑙𝑡
𝑏 − 𝑃𝐼𝐵 𝑅𝑒𝑎𝑙𝑏𝑏
𝑃𝐼𝐵 𝑅𝑒𝑎𝑙𝑏𝑏 → Δ𝑃𝐼𝐵 𝑅𝑒𝑎𝑙 =
178.000 − 56.000
56.000→ Δ𝑃𝐼𝐵 𝑅𝑒𝑎𝑙 = 2,1785
Houve um aumento de 217,85% no PIB real entre o ano base e o ano corrente, ou seja, a taxa de crescimento
foi MENOR do que 250%.
Resposta: FALSO
(2) O Deflator do PIB é dado pela razão entre o PIB nominal e o PIB real:
𝐷𝑒𝑓𝑙𝑎𝑡𝑜𝑟𝑡 =𝑃𝐼𝐵 𝑁𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑙𝑡
𝑃𝐼𝐵 𝑅𝑒𝑎𝑙𝑡𝑏
Vamos obter o PIB nominal no ano corrente:
𝑃𝐼𝐵 𝑁𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑙𝑡 = ∑ 𝑃𝑡𝑖𝑄𝑡
𝑖
𝑛
𝑖=1
𝑃𝐼𝐵 𝑁𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑙𝑡 = 3(4.000) + 2(14.000) + 5(32.000) → 𝑃𝐼𝐵 𝑁𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑙𝑡 = 200.000
O Deflator do PIB é dado por:
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𝐷𝑒𝑓𝑙𝑎𝑡𝑜𝑟𝑡 =200.000
178.000→ 𝐷𝑒𝑓𝑙𝑎𝑡𝑜𝑟𝑡 = 1,1236
Dessa forma, encontramos uma variação de 12,36% (= (1,1236 − 1)100%) no nível de preços entre o ano
base e o ano corrente. Valor superior a 10%.
Resposta: FALSO
(3) Vamos calcular o índice de preços de Laspeyres (lembre-se de que ele utiliza as quantidades do período base
como fator de ponderação):
𝐼𝑃𝐶𝑡 =∑ 𝑃𝑡
𝑖𝑄𝑏𝑖𝑛
𝑖=1
∑ 𝑃𝑏𝑖 𝑄𝑏
𝑖𝑛𝑖=1
No item (1), nós encontramos o PIB nominal no ano base, ∑ 𝑃𝑏𝑖 𝑄𝑏
𝑖𝑛𝑖=1 = 56.000. Então:
𝐼𝑃𝐶𝑡 =3(3.000) + 2(6.000) + 5(8.000)
56.000→ 𝐼𝑃𝐶𝑡 =
55.000
56.000→ 𝐼𝑃𝐶𝑡 = 0,9821
O IPC indica uma redução de 1,79% nos preços entre o período base e o corrente (= (0,9821 − 1)100%),
sendo menor que a variação indicada pelo deflator do PIB.
Resposta: VERDADEIRO
(4) Calma que a aula é de Macro mesmo (não é de Micro não rsrsrsrs).
Dois bens são classificados como complementares, quando são consumidos juntos. Podemos verificar isso por
meio da elasticidade preço cruzada. Caso ela seja negativa, os bens são complementares; se for positiva, os
bens são substitutos; e se for nula, os bens são independentes. Tratamos desse assunto com mais detalhes em
uma aula de Micro.
Vamos calcular a elasticidade preço cruzada entre os bens Y e Z:
𝜀 =Δ𝑄𝑌 𝑄𝑏
𝑌⁄
Δ𝑃𝑍 𝑃𝑏𝑍⁄
𝜀 =(14.000 − 6.000) 6.000⁄
(5 − 4) 4⁄→ 𝜀 =
1,3333
0,25→ 𝜀 = 5,33 > 0
Encontramos um valor positivo, indicando que nessa situação os bens se comportam como substitutos.
Resposta: FALSO
31. ANPEC – 2021 – Questão 1
Avalie as assertivas abaixo:
(1) Despesas com pagamentos de juros, lucros e dividendos a não residentes elevam o déficit na Conta
Financeira do Balanço de Pagamentos.
(2) Em uma economia aberta, o Produto Interno Bruto (PIB) é determinado pelos gastos com bens e serviços
domésticos realizados apenas por residentes do país.
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(3) Se pensarmos no mundo com apenas dois países, Brasil e Resto do Mundo, um aumento da poupança do
Resto do Mundo levará a um aumento no déficit comercial brasileiro.
RESOLUÇÃO:
(1) Em conformidade com o BPM6, despesas com pagamentos de juros, lucros e dividendos são incluídos na
renda primária (antiga balança de rendas), que faz parte das transações correntes.
Resposta: FALSO
(2) O Produto Interno Bruto (PIB) é determinado pelos gastos com bens e serviços domésticos realizados dentro
das fronteiras do país em determinado período de tempo, não importando se esses gastos são feitos por
residentes ou não residentes.
Resposta: FALSO
(3) Conforme o gabarito da Anpec10, esse item é verdadeiro. Porém, devemos nos lembrar de que a poupança
externa equivale ao déficit em transações correntes:
𝑆𝐸𝑥𝑡 = −𝑇𝐶
Com base na sexta edição do Manual do Balanço de Pagamentos do Fundo Monetário Internacional (BPM6),
dentro das transações correntes estão inseridas a balança comercial, a balança de serviços, renda primária
(antiga balança de renda) e renda secundária (antiga transações unilaterais correntes).
Temos, portanto, que um aumento na poupança externa eleva o déficit em transações correntes, e não
necessariamente o déficit comercial (que é apenas um item das transações correntes).
Resposta: FALSO
32. ANPEC – 2021 – Questão 10
Assinale como verdadeiras ou falsas as assertivas abaixo:
(0) Se uma firma localizada no Brasil é de propriedade de residentes na China, a remuneração de tais residentes
por conta dessa propriedade não entra no cômputo do PIB do Brasil.
(1) Se uma firma localizada no Brasil é de propriedade de residentes na China, a remuneração de tais residentes
por conta dessa propriedade não entra no cômputo do PNB da China.
(4) Por definição, a Renda Nacional deve ser igual ao Produto Nacional Líquido a Custo de Fatores.
RESOLUÇÃO:
10 Disponível em http://www.anpec.org.br/novosite/br/exame-2021--gabaritos-e-provas. Acesso em 19 de dezembro de 2020.
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(0) Lembre-se de que o PIB contabiliza o valor de todos os bens e serviços finais produzidos em determinada
economia ao longo de certo período. Temos, portanto, que o PIB registra tudo o que é produzido internamente,
independente da origem dos fatores de produção. Sob a ótica da renda, o PIB engloba a remuneração de todos
os fatores de produção localizados dentro das fronteiras do país, não importando se são posse de residentes ou
não residentes. Assim, a remuneração dos chineses obtida em virtude da propriedade de uma firma localizada
no Brasil entra sim no cômputo do PIB brasileiro.
Essa remuneração faz parte da renda enviada ao exterior, de modo que não faça parte do PNB brasileiro. Nesse
conceito, o PNB, são consideradas as remunerações dos fatores de produção de posse de residentes
(independente se estão dentro da fronteira do país ou não).
A diferença entre o PIB e o PNB é exatamente o fluxo de rendas do país com o resto do mundo. Mais
precisamente, o PNB corresponde ao PIB menos a renda líquida enviada ao exterior:
𝑃𝑁𝐵 = 𝑃𝐼𝐵 − 𝑅𝐿𝐸𝐸
Resposta: FALSO
(1) De acordo com o gabarito da Anpec11, esse item é verdadeiro. Porém, acabamos de ver no item (0) que o
PNB inclui a remuneração dos fatores de produção possuídos por residentes do país, não importando se esses
fatores estão dentro ou fora do território. Dessa forma, a remuneração da firma localizada no Brasil, de
propriedade dos chineses, entra no PNB da China. Vale destacar que essa remuneração entra no PNB da China
se for enviada para lá e talvez a banca tenha considerado o item falso dado que apenas falou em remuneração
(sem dizer se foi ou não enviada). Porém, quando o item fala em remuneração dos residentes da China,
depreende-se que tal remuneração tenha sido enviada, de modo que seja considerada no PNB chinês.
Resposta: FALSO
(4) Essa é exatamente a definição do conceito de Renda Nacional.
A Renda Nacional Líquida (RNL), também denominada Renda Nacional (RN), equivale ao Produto Nacional
Líquido a custo de fatores:
𝑅𝑒𝑛𝑑𝑎 𝑁𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑎 (𝑅𝑁𝐿) = 𝑅𝑒𝑛𝑑𝑎 𝑁𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙 (𝑅𝑁) = 𝑃𝑁𝐿𝑐𝑓 = 𝑃𝐼𝐿𝑐𝑓 − 𝑅𝐿𝐸𝐸
Resposta: VERDADEIRO
33. ANPEC – 2021 – Questão 12
Com base nas seguintes informações do Sistema de Contas Nacionais, calcule a poupança do setor privado:
Transações....................................................Valores em R$
11 Disponível em http://www.anpec.org.br/novosite/br/exame-2021--gabaritos-e-provas. Acesso em 19 de dezembro de 2020.
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Consumo do governo .....................................................100
Transferências do governo................................................20
Subsídios do governo .......................................................20
Impostos diretos ................................................................30
Impostos indiretos .............................................................40
Déficit em transações correntes ........................................10
Formação Bruta de Capital Fixo ........................................30
Variação de estoques ........................................................20
Outras receitas líquidas do governo ..................................60
RESOLUÇÃO:
A questão nos pede para obtermos a poupança privada. Para isso, usaremos a identidade entre poupança e
investimento em uma economia aberta:
𝑆𝑃 + 𝑆𝐺𝑜𝑣 + 𝑆𝐸𝑥𝑡 = 𝐼
Sabemos que a poupança externa equivale ao saldo do Balanço de Pagamentos em transações correntes (mas
com sinal trocado):
𝑆𝐸𝑥𝑡 = −𝑇𝐶 → 𝑆𝐸𝑥𝑡 = −(−10) → 𝑆𝐸𝑥𝑡 = 10
A poupança do governo é dada pela diferença entre sua receita líquida e seus gastos com consumo corrente:
𝑆𝐺𝑜𝑣 = 𝑅𝐿𝐺 − 𝐺
E a renda líquida do governo é dada por:
𝑅𝐿𝐺 = 𝐼𝑚𝑝𝑜𝑠𝑡𝑜𝑠 𝐷𝑖𝑟𝑒𝑡𝑜𝑠 + 𝐼𝑚𝑝𝑜𝑠𝑡𝑜𝑠 𝐼𝑛𝑑𝑖𝑟𝑒𝑡𝑜𝑠 − 𝑆𝑢𝑏𝑠í𝑑𝑖𝑜𝑠 − 𝑇𝑟𝑎𝑛𝑠𝑓𝑒𝑟ê𝑛𝑐𝑖𝑎𝑠
+ 𝑂𝑢𝑡𝑟𝑎𝑠 𝑅𝑒𝑐𝑒𝑖𝑡𝑎𝑠 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑎𝑠 𝑑𝑜 𝐺𝑜𝑣𝑒𝑟𝑛𝑜
Assim:
𝑆𝐺𝑜𝑣 = (30 + 40 − 20 − 20 + 60) − 100 → 𝑆𝐺𝑜𝑣 = −10
Sabemos, também, que o investimento bruto é dado pela soma da formação bruta de capital fixo com a
acumulação de estoques:
𝐼 = 𝐹𝐵𝐾𝐹 + Δ𝐸𝑠𝑡𝑜𝑞𝑢𝑒𝑠 → 𝐼 = 30 + 20 → 𝐼 = 50
De posse das informações que obtivemos, podemos encontrar a poupança do setor privado:
𝑆𝑃 + 𝑆𝐺𝑜𝑣 + 𝑆𝐸𝑥𝑡 = 𝐼 → 𝑆𝑃 = 𝐼 − 𝑆𝐺𝑜𝑣 − 𝑆𝐸𝑥𝑡 → 𝑆𝑃 = 50 − 10 − (−10) → 𝑆𝑃 = 50
Resposta: 50
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Fim da nossa aula de hoje! Aguardo a sua presença em nossa próxima aula!
Saudações,
Prof. Natália França
Lista de questões
1. ANPEC – 2004 – Questão 1
Utilizando como referência a estrutura geral do balanço de pagamentos, julgue as afirmativas:
(0) A conta de capital é negativa para um país que apresenta superávit em transações correntes, o que equivale
a uma diminuição dos ativos externos líquidos em poder dos residentes desta economia.
(1) Caso não ocorra o pagamento de um empréstimo externo no seu vencimento, debita-se a conta de
amortizações e credita-se a conta de atrasados comerciais. No momento da liquidação efetiva desse atrasado,
debita-se esta última conta e credita-se uma conta de caixa.
(2) O balanço de serviços engloba, entre outros itens, os pagamentos e os recebimentos relativos a viagens
internacionais, seguros, amortizações, lucros e dividendos.
(3) A renda líquida recebida (+) ou enviada (–) para o exterior é, por definição, o saldo de serviços de fatores
mais o de transferências unilaterais. Por sua vez, a transferência líquida de recursos para o exterior equivale ao
saldo comercial mais o saldo de serviços de não-fatores.
(4) O aumento do passivo externo líquido de um país em determinado período de tempo é equivalente ao
déficit, nesse mesmo período, dos movimentos de capitais autônomos e compensatórios.
2. ANPEC – 2004 – Questão 2
Com base nos princípios da contabilidade nacional, julgue as afirmativas:
(0) Em uma economia aberta, a absorção coincidirá com o produto, independente do sinal do saldo comercial
do país.
(1) A poupança bruta, em uma economia fechada e sem governo, é idêntica à soma da formação bruta de capital
fixo mais a variação de estoques.
(2) Em uma economia aberta e sem governo, são registradas como importações apenas as aquisições de bens
e serviços que não correspondam ao pagamento de fatores de produção. Este último é computado no cálculo
da renda líquida enviada ao exterior.
(3) O total dos créditos da conta de produção, em uma economia aberta e com governo, é a soma do consumo
total, investimento bruto e importações. Portanto, o total dos créditos representa a soma da despesa interna
bruta mais exportações.
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(4) Na apuração da renda nacional, são incluídos os ganhos auferidos na revenda de ações de empresas e na
especulação imobiliária.
3. ANPEC – 2005 – Questão 1
Sobre contas nacionais, avalie as proposições:
(0) Quando crescem as remessas de juros ao exterior, aumenta-se o déficit na conta de capitais, ceteris paribus.
(1) Quando em um país operam um grande número de empresas estrangeiras, ao mesmo tempo em que poucas
empresas e residentes deste país operam em outras economias, o PIB será maior que o PNB.
(2) Se um aumento do juro doméstico for contrabalançado por um corte de gastos correntes, o déficit primário
do governo cairá.
(3) A variação do PIB real será sempre igual ou menor que sua variação nominal.
(4) A soma das remunerações dos fatores de produção é igual à soma dos gastos em bens e serviços finais
produzidos internamente
4. ANPEC – 2005 – Questão 2
Com base nas identidades das contas nacionais, avalie as proposições que se seguem, para uma economia
aberta:
(0) Um aumento do déficit público leva a igual elevação do déficit externo.
(1) Se a poupança externa for igual ao déficit público, a poupança do setor privado será idêntica ao
investimento.
(2) A conta de capitais será negativa quando a poupança doméstica for menor que o investimento.
(3) Um déficit do balanço de pagamentos pode ser financiado com a perda de reservas, cujo lançamento
contábil terá sinal negativo.
(4) A igualdade entre poupança e investimento é equivalente ao equilíbrio do mercado de bens.
5. ANPEC – 2006 – Questão 1
Sobre as contas nacionais, avalie as proposições:
(0) A remessa de dinheiro de brasileiros que residem no exterior a familiares no Brasil aumenta a Renda
Nacional Bruta.
(1) O PIB corresponde ao valor adicionado de todos os bens e serviços produzidos em um país, sendo que, por
valor adicionado, entende-se o valor da produção mais o consumo dos bens intermediários.
(2) Em geral, países com alto grau de endividamento externo têm, ceteris paribus, o PIB maior que o PNB.
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(3) Havendo equilíbrio nas contas do governo, um déficit em transações correntes do balanço de pagamentos
implica um excesso de investimentos.
(4) O deflator implícito do PIB corresponde à razão entre o PIB nominal e o PIB real.
6. ANPEC – 2006 – Questão 2
Avalie as proposições:
(0) O balanço de pagamentos registra as transferências, os pagamentos internacionais e o comércio de bens e
serviços entre um país e o resto do mundo.
(1) A aquisição por investidor estrangeiro de ações da Petrobras é registrada como crédito na conta de capital
brasileira.
(2) Se um país tem superávit no balanço de pagamentos, suas exportações líquidas serão positivas.
(3) Numa economia aberta, o Produto Nacional Bruto é determinado pelos gastos em produtos domésticos
efetuados por residentes e não residentes do país.
(4) O acúmulo de estoques indesejados é contabilizado como investimento nas contas nacionais.
7. ANPEC – 2007 – Questão 1
O país “A” apresentou os seguintes valores de suas transações externas e internas no ano “t”:
Transações Milhões de
US$
Exportações de mercadorias US$ 18
Compra de ações de empresa do país “A” por investidores estrangeiros em bolsa de valores US$ 8
Donativos líquidos recebidos US$ 2*
Empréstimo a não residentes por banco do país “A” US$ 4
Empresa de outro país implanta subsidiária em “A” sem cobertura cambial US$ 8
Saldo externo segundo o Sistema de Contas Nacionais de “A” UM**$ 10
Aumento de reservas em ouro monetário do país “A” adquirido de residentes US$ 10
Amortização de parcela da dívida externa de “A” pelo Banco Central US$ 26
Importações de mercadorias US$ 4
Taxa nominal de câmbio E = UM$ 2/US$ 1.
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* em mercadorias.
** em que UM é a unidade de medida monetária do país “A”.
(0) O saldo do balanço de pagamentos em transações correntes é de US$ 5 milhões.
(1) O saldo do balanço de pagamentos apresenta déficit de US$ 9 milhões.
(2) O saldo do balanço de serviços é negativo em US$ 9 milhões.
(3) O saldo do financiamento de capitais compensatórios é negativo em US$ 10 milhões.
(4) “Erros e omissões” são diferentes de zero.
8. ANPEC – 2007 – Questão 13
De acordo com o sistema de contas nacionais, calcule o consumo final do governo com base nas seguintes
informações:
Descrição Valores em R$
Formação bruta de capital fixo 40
Transferências do governo 15
Déficit em transações correntes 10
Subsídios 25
Impostos diretos 20
Impostos indiretos 50
Poupança do setor privado 20
Variação dos estoques 10
Outras receitas líquidas do governo 60
9. ANPEC – 2008 – Questão 2
Julgue as afirmativas.
(0) Um bem é produzido em 2000 e vendido em 2001. Este bem contribui para o PIB de 2000, não para o PIB de
2001.
(1) Se reservas internacionais permanecem inalteradas, um país cuja poupança nacional é superior ao
investimento apresenta déficit na conta de capital.
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10.ANPEC – 2008 – Questão 11
Uma economia é constituída por uma única empresa, cujos proprietários são não residentes no país: uma
fábrica de automóveis. Em 2007, a produção da fábrica foi de $ 100, dos quais $ 60 referem-se a vendas a
consumidores residentes no país e $ 40 a não residentes. A fábrica gasta $ 30 em aço importado e paga $ 60 em
salários a residentes no país. Os lucros são integralmente remetidos aos proprietários da empresa, no exterior.
Calcule o saldo em transações correntes dessa economia no ano 2007.
11.ANPEC – 2009 – Questão 1
Considere os seguintes dados para uma economia, expressos em unidades monetárias:
Descrição Valores em R$
Produto nacional líquido 1.700
Exportações de bens e serviços não fatores 300
Importações de bens e serviços não fatores 400
Impostos diretos 350
Impostos indiretos 400
Depreciação 250
Subsídios 60
Investimento do governo 80
Transferências unilaterais correntes 0
Saldo do balanço de pagamentos em conta-corrente –50
Indique se as afirmações são falsas ou verdadeiras:
(0) A renda nacional é de 1.350.
(1) A renda líquida enviada ao exterior é igual a 50.
(2) O PIB é igual a 1.900.
(3) A poupança interna é menor do que o investimento.
(4) A absorção interna é igual a 2.000.
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12.ANPEC – 2010 – Questão 1
Julgue as seguintes afirmativas.
(0) Certo país mantém o saldo em transações correntes sempre igual a zero. Entre os anos 1 e 2, os gastos de
consumo e investimento do governo aumentaram, enquanto os gastos privados de consumo e investimento se
mantiveram constantes. Logo, podemos concluir que o PIB necessariamente aumentou.
(1) Entre os anos 1 e 2, a poupança do setor privado se manteve constante e a poupança do governo diminuiu,
mas o investimento bruto aumentou. Logo, podemos concluir que o saldo em transações correntes
necessariamente diminuiu.
(2) O pagamento de maiores salários aos servidores públicos e o aumento das transferências de assistência
social, como o Bolsa-Família, têm impacto semelhante sobre o consumo do governo, nas contas nacionais.
(3) O PIB, a preços correntes, foi de $ 200 no ano 1 e de $246 no ano 2; a preços do ano anterior, o PIB do ano 2
foi de $ 205. Logo, conclui-se que a variação do deflator do PIB, entre os anos 1 e 2, foi de 23%.
(4) No caso de uma economia aberta e sem governo, a diferença entre o Produto Interno Bruto e a renda
nacional líquida é a renda líquida enviada para o exterior mais depreciações.
13. ANPEC – 2010 – Questão 3
Julgue as seguintes afirmações:
Considere as informações contidas na tabela a seguir, sobre um país hipotético, para os anos de 2006 a 2008.
Assuma que sejam produzidos apenas 2 bens finais, chamados X e Y. O preço de cada bem é expresso em
unidades monetárias ($). A unidade de medida de cada variável está entre parênteses. Com base nas
informações da tabela, julgue as afirmativas a seguir:
Ano População
(habitantes) Bem Final
Quantidade
(unidades) Preço ($)
2006 100
X 5 10.000,00
Y 10 20.000,00
2007 125
X 10 5.000,00
Y 20 10.000,00
2007 150
X 15 4.000,00
Y 15 10.000,00
Observação: Para o cálculo do PIB real, não utilize encadeamento.
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Macroeconomia para Anpec
(0) Houve uma redução de 10% no PIB real, a preços de 2006, entre os anos de 2007 e 2008.
(1) O PIB real para o ano de 2008, a preços de 2006, é igual a $210.000,00.
(2) O PIB real per capita, a preços de 2006, cresceu 40%, entre os anos de 2006 e 2007.
(3) O deflator do PIB, a preços de 2006, sofreu uma queda de 50%, entre 2006 e 2007.
(4) A taxa de crescimento anual do PIB real per capita independe da escolha do ano-base para os preços.
14. ANPEC – 2011 – Questão 1
No ano de 2009, um país hipotético apresentou os seguintes dados em suas contas nacionais (em unidades
monetárias):
Produto interno líquido a custo de fatores 3.500
Formação bruta de capital fixo (do setor privado) 600
Variação de estoques (do setor privado) 50
Impostos diretos 350
Impostos indiretos 150
Outras receitas correntes do governo (líquidas) 50
Consumo do governo 350
Subsídios 100
Transferências 150
Depreciação 150
Déficit do balanço de pagamentos em transações correntes 200
Com base nessas informações, julgue as seguintes afirmativas:
(0) O PIB a preços de mercado é igual a 3.900.
(1) Considerando que o déficit publico é igual a 150, então o investimento publico é de 200.
(2) A poupança do setor privado é igual a 600.
(3) O investimento total líquido é de 500.
(4) O país em questão absorve poupança externa em 2009.
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Macroeconomia para Anpec
15. ANPEC – 2011 – Questão 3
Com respeito a critérios de decisão, relações de preferência e funções de utilidade, julgue as questões a seguir:
A tabela abaixo apresenta dados sobre as transações de determinado país com o resto do mundo durante o ano
de 2009. Sabe-se também que o aumento das reservas internacionais do país nesse ano foi de US$ 200 milhões.
Itens US$ milhões
Exportação de bens 700
Importação de bens 900
Doações e ajudas ao desenvolvimento no Resto do Mundo 50
Recebimento de contribuições de Ongs nacionais 200
Receita de lucros recebidos do exterior 40
Remessa de lucros enviados ao exterior 100
Pagamentos de serviços de seguros 20
Pagamento de serviços de fretes 30
Pagamentos de juros ao exterior 140
Suponha que os únicos ativos externos do país sejam suas reservas internacionais, mantidas exclusivamente
em US$, e que não ocorram: (i) “erros ou omissões”no Balanço de Pagamentos; (ii) monetizações ou
desmonetizações de ouro; (iii) valorizações/desvalorizações dos passivos e ativos financeiros externos; (iv)
fluxos de “capitais compensatórios” como empréstimos de regularização e atrasados.
Com base nessas informações, julgue as seguintes afirmativas referentes ao ano em questão:
(0) O passivo externo líquido do país certamente aumentou.
(1) A dívida externa bruta do país certamente aumentou.
(2) O saldo da conta de capital e financeira (exclusive capitais compensatórios) foi positivo.
(3) A renda liquida enviada ao exterior foi de US$ 250 milhões.
(4) O saldo total do balanço de pagamentos foi negativo.
16.ANPEC – 2012 – Questão 3
São conhecidos os seguintes dados do balanço de pagamentos de certo país no ano T.
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Itens US$ milhões
Saldo da conta de transferências unilaterais correntes 500
Saldo da conta de serviços -500
Saldo da conta de rendas -1500
Saldo da conta de capitais compensatórios -1000
Saldo da conta de capitais autônomos 1000
Saldo da conta de empréstimos de regularização 100
Saldo da conta de “Atrasados” 0
Importações de bens 3000
Juros líquidos pagos ao exterior 400
Erros e Omissões 0
Com base nessas informações, julgue as seguintes afirmativas referentes ao ano em questão:
(0) As exportações foram de US$ 3500 milhões.
(1) As reservas aumentaram US$ 900 milhões.
(2) A transferência líquida de recursos ao exterior foi de US$ 1000 milhões.
(3) O PIB do país foi maior que o PNB.
(4) Se a poupança do governo foi nula, podemos afirmar que a poupança privada foi certamente maior do que
o investimento agregado na economia.
17. ANPEC – 2013 – Questão 6
Classifique as afirmativas abaixo como Verdadeiras (V) ou Falsas (F):
(0) Em uma economia aberta, podemos afirmar que o aumento do gasto governamental implica redução
equivalente no saldo em transações correntes.
(1) Em uma economia aberta, se o investimento é superior à poupança doméstica, o saldo total do balanço de
pagamentos é necessariamente negativo.
(2) O deflator implícito de preços do PIB mede o preço da produção corrente relativo ao preço desta mesma
produção no ano-base.
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(3) O PIB é o valor de mercado de todos os bens e serviços produzidos dentro de uma economia, em
determinado período.
(4) Os exportadores de um país são beneficiados quando a moeda do seu país aprecia-se em termos reais, em
relação às moedas estrangeiras.
18.ANPEC – 2013 – Questão 12
Considere as seguintes transações realizadas entre os residentes e não residentes de um determinado país em
um determinado período (valores em milhões de dólares):
a) O país importa, pagando à vista, mercadorias no valor de 350;
b) O país importa equipamentos no valor de 50 financiados a prazo longo;
c) Ingressam no país, sob forma de investimento direto sem cobertura cambial, 20 em equipamentos;
d) O país exporta, recebendo à vista, 400 de mercadorias;
e) O país paga ao exterior, à vista, 50 de fretes;
f) Remete-se para o exterior, em dinheiro, 10 de lucros de companhias estrangeiras, 20 de juros e 30 de
amortizações;
g) O país recebe 10 de donativos sob a forma de mercadorias;
Com base nessas informações, classifique as afirmativas abaixo como Verdadeiras (V) ou Falsas (F):
(0) As importações foram de US$ 430 milhões.
(1) O país teve um déficit em transações correntes de US$ 100 milhões.
(2) O PIB deste país foi menor que o PNB.
(3) Houve um aumento de US$ 60 milhões nas reservas internacionais do país.
(4) Supondo que o governo tenha tido orçamento equilibrado, podemos afirmar que a poupança privada foi
maior que o investimento agregado no período.
19.ANPEC – 2014 – Questão 1
Classifique as afirmativas como Verdadeiras (V) ou Falsas (F):
(0) Países com a renda líquida enviada ao exterior negativa possuem um PNB maior do que o PIB.
(1) Por não pagarem aluguel, a habitação de pessoas que habitam em casa própria não é computada no cálculo
do PIB brasileiro.
(2) A renda nacional de um país é calculada subtraindo-se a depreciação e os impostos indiretos do Produto
Interno Bruto.
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(3) Um país tem uma balança comercial superavitária em US$ 50 bilhões, um déficit na conta Rendas em US$
10 bilhões e um déficit de serviços em US$ 25 bilhões. Dado que o superávit em conta-corrente é de US$ 10
bilhões, podemos concluir que o valor das transferências unilaterais será deficitário em US$ 5 bilhões.
(4) O deflator implícito da renda reflete a variação do custo de aquisição de uma cesta fixa de bens e serviços.
20.ANPEC – 2015 – Questão 1
As operações abaixo foram registradas para uma economia aberta durante o ano t:
(a) Recebimento de doações humanitárias em moeda forte, no valor de US$ 1 bilhão.
(b) Importações de mercadorias no valor (FOB) de US$ 7 bilhões.
(c) Pagamento de US$ 13 bilhões em amortizações da dívida externa.
(d) Pagamentos de juros da dívida externa no valor de US$ 5 bilhões.
(e) Exportações de mercadorias no valor (FOB) de US$ 15 bilhões.
(f) Recebimento de novos empréstimos e financiamento do exterior, no valor de US$ 16 bilhões.
(g) Pagamentos de fretes internacionais no valor de US$ 3 bilhões.
Com base nas informações acima, classifique as afirmativas como Verdadeiras (V) ou Falsas (F) para o ano t:
(0) O saldo da balança comercial foi de US$ 5 bilhões.
(1) O saldo da conta de transações correntes do balanço de pagamentos foi de US$ 1 bilhão.
(2) O saldo total do balanço de pagamentos foi superavitário em US$ 3 bilhões.
(3) O saldo da conta de serviços foi deficitário em US$ 3 bilhões.
(4) As reservas internacionais aumentaram em US$ 4 bilhões.
21.ANPEC – 2015 – Questão 9
Classifique as afirmativas como Verdadeiras (V) ou Falsas (F):
(0) Se numa economia o investimento é superior à poupança doméstica, o saldo das transações correntes do
balanço de pagamentos é negativo.
(1) Quando as pessoas habitam em casa própria, a habitação não é computada no cálculo do PIB.
(2) O overshooting da taxa de câmbio ocorre devido ao mercado de bens ser muito mais rígido do que o
mercado de ativos.
(3) A cesta de bens incluída no deflator implícito da renda muda de ano em ano dependendo daquilo que estiver
sendo produzido na economia.
(4) O deflator implícito da renda mede os preços de um grupo menor de bens do que o índice de preços ao
consumidor.
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22.ANPEC – 2016 – Questão 1
Um país realizou, em determinado ano t, as seguintes transações com o exterior, com todos os pagamentos
sendo feitos em US$ milhões e à vista:
a) Exportações: 800;
b) Importações: 600;
c) Fretes pagos ao exterior: 250;
d) Investimento estrangeiro direto recebido do exterior em equipamentos: 100;
e) Donativos recebidos em mercadorias: 20;
f) Empréstimos recebidos de bancos estrangeiros: 300;
g) Amortizações de empréstimos pagos a bancos estrangeiros: 80;
h) Juros pagos ao exterior: 70.
Com base nas informações acima, classifique as afirmativas como verdadeiras (V) ou falsas (F) para o ano t:
(0) O superávit da balança comercial foi de US$ 200 milhões;
(1) O país teve um déficit na conta de transações correntes do balanço de pagamentos de US$ 200 milhões;
(2) A renda líquida enviada ao exterior foi de US$ 50 milhões;
(3) O saldo da conta financeira do balanço de pagamentos foi superavitário em US$ 320 bilhões;
(4) As reservas internacionais aumentaram em US$ 100 milhões.
23. ANPEC – 2017 – Questão 1
Classifique as seguintes afirmativas como verdadeiras (V) ou falsas (F):
(0) Em uma economia fechada, o PIB coincide com o PNB.
(1) O deflator implícito do PIB corresponde à razão entre o PNB e o PIB.
(2) A remessa de dinheiro de brasileiros residentes no exterior a familiares no Brasil não altera a Renda Nacional
Bruta.
(3) Um bem que foi produzido no ano t e vendido no ano t+1 é computado no PIB do ano t e não entra no cálculo
do PIB do ano t+1.
(4) Supondo que o orçamento do governo esteja equilibrado, um excesso de investimentos em relação à
poupança privada implica um déficit em transações correntes do balanço de pagamentos.
24.ANPEC – 2017 – Questão 2
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Avalie as assertivas abaixo:
(0) No sistema de contas nacionais, a formação de estoques não afeta a renda.
(1) Se, em 2014, foram vendidas 120 unidades de um bem A a R$ 30,00 cada e 60 unidades de um bem B a R$
15,00 cada, e, em 2015, foram vendidas 120 unidades de A a R$ 35,00 cada e 80 unidades de B a R$ 15,00 cada,
então, tomando-se apenas esses dois bens, o índice de preços de Paasche em 2015 (2014 como base) foi de
1,125.
(2) Se a relação entre o preço dos bens finais importados e o preço dos bens finais produzidos no país aumenta,
a relação entre o deflator do PIB e o índice de preços ao consumidor também aumenta.
(3) Se, em determinado ano, foi registrado um déficit de US$ 800 bilhões nas transações correntes dos EUA, as
reservas internacionais mantidas por seu Banco Central caíram em US$ 5 bilhões e os Bancos Centrais do resto
do mundo compraram US$ 440 bilhões para serem adicionados às suas próprias reservas, então o saldo de US$
435 bilhões foi a medida da contribuição de todos os Bancos Centrais para cobrir o déficit em transações
correntes dos EUA naquele ano.
(4) Quando uma cafeteria localizada nos EUA compra um lote de grãos de café do Brasil, registram-se, no
balanço de pagamentos brasileiro, um crédito nas transações correntes e um débito na conta capital.
25. ANPEC – 2018 – Questão 1
Suponha que as seguintes operações foram registradas para a economia brasileira durante o ano t:
• Uma firma exporta um bem por 300 mil dólares e o pagamento será feito daqui a 90 dias;
• Um importador compra vinho de uma empresa chilena por 500 mil dólares e o pagamento será feito daqui a
30 dias;
• Um investidor local investe 1 milhão de dólares no Paraguai num projeto de exploração de gás natural;
• Uma firma paga 200 mil dólares a um banco irlandês por serviços financeiros (comissões e juros);
• O governo efetua uma doação de 300 mil dólares à Bolívia;
• Um fundo de investimento da Inglaterra investe 500 mil dólares na bolsa de valores brasileira;
• Um fundo de investimento brasileiro investe 300 mil dólares em bônus internacionais.
Com base nas informações acima, classifique as seguintes afirmativas como verdadeiras (V) ou falsas (F) para
o ano t:
(0) O saldo da balança comercial foi deficitário em 200 mil dólares.
(1) O saldo da conta de transações correntes do balanço de pagamentos foi deficitário em 400 mil dólares.
(2) O saldo total do balanço de pagamentos foi deficitário em 1,3 milhão de dólares.
(3) O saldo da conta capital e financeira do balanço de pagamentos foi deficitário em 600 mil dólares.
(4) As reservas internacionais reduziram 300 mil dólares.
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26.ANPEC – 2019 – Questão 1
Avalie como verdadeiras ou falsas as seguintes afirmativas:
(0) O PIB real refere-se à contabilização do valor de mercado, ao preço de um período base, de tudo o que foi
produzido de bens e serviços finais dentro de um território.
(1) Os rendimentos pagos aos empregados domésticos não são contabilizados no sistema de Contas Nacionais.
(2) Se o PIB nominal cresceu 50% e o PIB real cresceu 20%, então o deflator implícito do PIB é de 30%.
(3) Os estoques indesejados são contabilizados como investimento nas Contas Nacionais.
(4) Os pagamentos de juros de empréstimos realizados por empresas privadas nacionais junto a instituições
financeiras estrangeiras fazem parte da conta de transações correntes do balanço de pagamentos.
27. ANPEC – 2019 – Questão 1
Um país realizou durante um ano as seguintes transações com o exterior:
•Recebimento de doações humanitárias, na forma de alimentos, no valor de 1 bilhão.
•Importações de mercadorias no valor FOB de 7 bilhões.
•Pagamento de 13 bilhões em amortizações da dívida externa.
•Pagamentos de juros da dívida externa no valor de 5 bilhões.
•Exportações de mercadorias no valor FOB de 15 bilhões.
•Recebimento de novos empréstimos e financiamento do exterior no valor de 16 bilhões.
•Pagamentos de fretes internacionais no valor de 3 bilhões.
Com base nestas informações e supondo a inexistência de erros e omissões, avalie como verdadeiras ou falsas
as assertivas abaixo:
(0) O saldo da balança comercial foi superavitário em 8 bilhões.
(1) O saldo da conta de transações correntes foi zero.
(2) O PNB foi menor que o PIB.
(3) Houve uma saída líquida de 2 bilhões pela conta financeira do balanço de pagamentos.
(4) Houve acumulação líquida de 3 bilhões de reservas internacionais pelo Banco Central.
28.ANPEC – 2020 – Questão 1
Com base na sexta edição do Manual do Balanço de Pagamentos do Fundo Monetário Internacional (BPM6),
avalie as seguintes afirmativas como verdadeiras ou falsas:
(0) As variações nas reservas internacionais são contabilizadas na Conta Financeira como Ativos de Reserva.
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(1) Os salários recebidos por trabalhadores residentes, quando trabalham para uma empresa não residente no
país, são contabilizados na Conta de Serviços.
(2) As remessas de dinheiro de imigrantes no exterior para seus países de origem são contabilizadas na Conta
Capital.
(3) A amortização de um passivo externo é contabilizada na Conta de Rendas Primárias.
(4) O saldo da Conta Financeira é calculado pela diferença entre a aquisição líquida de Ativos Financeiros e a
incidência líquida de Passivos Financeiros.
29.ANPEC – 2020 – Questão 3
Avalie as seguintes afirmativas:
(0) Para fins de registro nas Contas Nacionais, o investimento é qualquer gasto em bem ou serviço final que
aumenta a capacidade da economia de produzir mais no futuro.
(1) O Produto Nacional Bruto de um país é a soma de todos os pagamentos a fatores de produção empregados
dentro de suas fronteiras.
(2) A diferença entre Produto Interno Bruto e Produto Nacional Bruto de um país deve-se exclusivamente ao
pagamento de fatores de produção empregados nesse país que são propriedade de não residentes.
(3) Nas Contas Nacionais, o investimento das famílias em capital humano é contabilizado como gasto de
consumo.
(4) A melhora da qualidade dos produtos enviesa o PIB para cima.
30.ANPEC – 2020 – Questão 11
Considere uma economia hipotética fechada que produz e consome apenas três tipos de bens finais: X, Y e Z.
Segundo a tabela a seguir para o ano-base e o ano corrente, avalie as afirmativas como verdadeiras ou falsas.
O preço de cada bem é expresso em unidades monetárias ($).
Ano Bens Quantidade (Unidades) Preço ($)
Base
X 3.000 2
Y 6.000 3
Z 8.000 4
Corrente
X 4.000 3
Y 14.000 2
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Z 32.000 5
(0) O PIB real para o ano corrente foi de $ 178.000.
(1) O PIB real cresceu mais do que 250% entre o ano-base e o ano corrente.
(2) O deflator do PNB entre o ano-base e o ano corrente foi inferior a 10%.
(3) A mudança percentual no nível de preços entre o ano-base e o ano corrente medida pelo deflator do PNB
foi superior à medida por um índice de preços ao consumidor do tipo Laspeyres.
(4) Os bens Y e Z são complementares.
31. ANPEC – 2021 – Questão 1
Avalie as assertivas abaixo:
(0) Se um aumento dos gastos correntes do governo for compensado totalmente por uma redução na despesa
com juros nominais domésticos, não há alteração no resultado primário fiscal.
(1) Despesas com pagamentos de juros, lucros e dividendos a não residentes elevam o déficit na Conta
Financeira do Balanço de Pagamentos.
(2) Em uma economia aberta, o Produto Interno Bruto (PIB) é determinado pelos gastos com bens e serviços
domésticos realizados apenas por residentes do país.
(3) Se pensarmos no mundo com apenas dois países, Brasil e Resto do Mundo, um aumento da poupança do
Resto do Mundo levará a um aumento no déficit comercial brasileiro.
(4) Pela Contabilidade Nacional, podemos afirmar que um aumento do déficit fiscal implica uma deterioração
da balança comercial.
32. ANPEC – 2021 – Questão 10
Assinale como verdadeiras ou falsas as assertivas abaixo:
(0) Se uma firma localizada no Brasil é de propriedade de residentes na China, a remuneração de tais residentes
por conta dessa propriedade não entra no cômputo do PIB do Brasil.
(1) Se uma firma localizada no Brasil é de propriedade de residentes na China, a remuneração de tais residentes
por conta dessa propriedade não entra no cômputo do PNB da China.
(2) Se a proporção entre reservas bancárias e depósitos a vista é igual a 0,1 e a proporção entre papel moeda
em poder do público e depósitos a vista é igual a 0,8, então o multiplicador monetário é 2.
(3) A existência da quase moeda torna instável a demanda por moeda.
(4) Por definição, a Renda Nacional deve ser igual ao Produto Nacional Líquido a Custo de Fatores.
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33. ANPEC – 2021 – Questão 12
Com base nas seguintes informações do Sistema de Contas Nacionais, calcule a poupança do setor privado:
Transações....................................................Valores em R$
Consumo do governo .....................................................100
Transferências do governo................................................20
Subsídios do governo .......................................................20
Impostos diretos ................................................................30
Impostos indiretos .............................................................40
Déficit em transações correntes ........................................10
Formação Bruta de Capital Fixo ........................................30
Variação de estoques ........................................................20
Outras receitas líquidas do governo ..................................60
Gabarito 1. FVFVF
2. FVVFF
3. FVVFF
4. FVFFV
5. VFVVV
6. VVFFV
7. VVFFF
8. 70
9. VV
10. 00
11. FFVVV
12. FVFFV
13. VFFVF
14. FFVFV
15. VFVFF
16. FFVVF
17. FFVFF
18. VVFFF
19. VFFVF
20. FVFVV
21. VFVF
22. FFVVV
23. VFFVV
24. FVFFF
25. VFVVF
26. VFFVV
27. FVVFV
28. VFFFV
29. FFFVF
30. VFFVF
31. FFF
32. FFV
33. 50
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Resumo direcionado
Veja a seguir um resumo que eu preparei com pontos importantes que vimos nesta aula. Importante que
você faça o seu próprio resumo, e depois compare com esse meu.
Ótica do Produto
𝑃𝐼𝐵𝑡 = ∑ 𝑃𝑡𝑖𝑄𝑡
𝑖
𝑛
𝑖=1
𝑃𝐼𝐵 = 𝑠𝑜𝑚𝑎 𝑑𝑜𝑠 𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟𝑒𝑠 𝑎𝑑𝑖𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑑𝑜𝑠 = 𝑉𝐵𝑃 − 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜 𝑖𝑛𝑡𝑒𝑟𝑚𝑒𝑑𝑖á𝑟𝑖𝑜 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙
𝑉𝐵𝑃 = 𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑑𝑎 𝑃𝑟𝑜𝑑𝑢çã𝑜 + 𝐼𝑚𝑝𝑜𝑠𝑡𝑜𝑠 𝑠𝑜𝑏𝑟𝑒 𝑜 𝑃𝑟𝑜𝑑𝑢𝑡𝑜
Ótica da Renda
𝑅𝐼𝐵 = 𝑠𝑎𝑙á𝑟𝑖𝑜𝑠 + 𝑗𝑢𝑟𝑜𝑠 + 𝑎𝑙𝑢𝑔𝑢é𝑖𝑠 + 𝑙𝑢𝑐𝑟𝑜𝑠 + 𝑖𝑚𝑝𝑜𝑠𝑡𝑜𝑠 𝑖𝑛𝑑𝑖𝑟𝑒𝑡𝑜𝑠 + 𝑑𝑒𝑝𝑟𝑒𝑐𝑖𝑎çã𝑜 − 𝑠𝑢𝑏𝑠í𝑑𝑖𝑜𝑠
𝐸𝑂𝐵 = 𝑗𝑢𝑟𝑜𝑠 + 𝑎𝑙𝑢𝑔𝑢é𝑖𝑠 + 𝑙𝑢𝑐𝑟𝑜𝑠
Ótica da Despesa
𝐷𝐼𝐵 = 𝐶 + 𝐼 + 𝐺 + (𝑋 − 𝑀)
Absorção Interna
𝐴 = 𝐶 + 𝐼 + 𝐺
Identidade Contábil Básica
𝑃𝑟𝑜𝑑𝑢𝑡𝑜 ≡ 𝑅𝑒𝑛𝑑𝑎 ≡ 𝐷𝑒𝑠𝑝𝑒𝑠𝑎
Investimento
𝐼 = 𝐹𝐵𝐾𝐹 + Δ𝐸𝑠𝑡𝑜𝑞𝑢𝑒𝑠
Poupança do Governo
𝑆𝐺𝑜𝑣 = 𝑅𝐿𝐺 − 𝐺 = (𝑇 − 𝑇𝑟) − 𝐺
𝑅𝐿𝐺 = 𝑇 − 𝑇𝑟 = 𝑖𝑚𝑝𝑜𝑠𝑡𝑜𝑠 𝑑𝑖𝑟𝑒𝑡𝑜𝑠 + 𝑖𝑚𝑝𝑜𝑠𝑡𝑜𝑠 𝑖𝑛𝑑𝑖𝑟𝑒𝑡𝑜𝑠 − 𝑠𝑢𝑏𝑠í𝑑𝑖𝑜𝑠 − 𝑡𝑟𝑎𝑛𝑠𝑓𝑒𝑟ê𝑛𝑐𝑖𝑎𝑠
+ 𝑜𝑢𝑡𝑟𝑎𝑠 𝑟𝑒𝑐𝑒𝑖𝑡𝑎𝑠 𝑙í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑎𝑠 𝑑𝑜 𝑔𝑜𝑣𝑒𝑟𝑛𝑜
Poupança Externa
𝑆𝐸𝑥𝑡 = −𝑇𝐶
Igualdade entre Poupança e Investimento
𝑆𝑃 + 𝑆𝐺𝑜𝑣 + 𝑆𝐸𝑥𝑡 = 𝐼
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Produto Bruto e Produto Líquido
𝑃𝐼𝐿 = 𝑃𝐼𝐵 − 𝐷𝑒𝑝𝑟𝑒𝑐𝑖𝑎çã𝑜
Produto a Preços de Mercado e Produto a Custo de Fatores
𝑃𝐼𝐵𝑐𝑓 = 𝑃𝐼𝐵𝑝𝑚 − 𝐼𝑚𝑝𝑜𝑠𝑡𝑜𝑠 𝐼𝑛𝑑𝑖𝑟𝑒𝑡𝑜𝑠 + 𝑆𝑢𝑏𝑠í𝑑𝑖𝑜𝑠
Produto Interno Bruto (PIB) e Produto Nacional Bruto (PNB)
𝑃𝑁𝐵 = 𝑃𝐼𝐵 − 𝑅𝐿𝐸𝐸
𝑅𝐿𝐸𝐸 = 𝑅𝑒𝑛𝑑𝑎 𝐸𝑛𝑣𝑖𝑎𝑑𝑎 𝑎𝑜 𝐸𝑥𝑡𝑒𝑟𝑖𝑜𝑟 − 𝑅𝑒𝑛𝑑𝑎 𝑅𝑒𝑐𝑒𝑏𝑖𝑑𝑎 𝑑𝑜 𝐸𝑥𝑡𝑒𝑟𝑖𝑜𝑟
Renda Interna
𝑅𝑒𝑛𝑑𝑎 𝐼𝑛𝑡𝑒𝑟𝑛𝑎 = 𝑃𝐼𝐿𝑐𝑓 = 𝑃𝐼𝐵𝑐𝑓 − 𝐷𝑒𝑝𝑟𝑒𝑐𝑖𝑎çã𝑜 = 𝑠𝑎𝑙á𝑟𝑖𝑜𝑠 + 𝑗𝑢𝑟𝑜𝑠 + 𝑎𝑙𝑢𝑔𝑢é𝑖𝑠 + 𝑙𝑢𝑐𝑟𝑜𝑠
Renda Nacional Bruta
𝑅𝑒𝑛𝑑𝑎 𝑁𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙 𝐵𝑟𝑢𝑡𝑎 (𝑅𝑁𝐵) = 𝑃𝑁𝐵𝑐𝑓 = 𝑃𝐼𝐵𝑐𝑓 − 𝑅𝐿𝐸𝐸
Renda Nacional
𝑅𝑒𝑛𝑑𝑎 𝑁𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑎 (𝑅𝑁𝐿) = 𝑅𝑒𝑛𝑑𝑎 𝑁𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙 (𝑅𝑁) = 𝑃𝑁𝐿𝑐𝑓 = 𝑃𝐼𝐿𝑐𝑓 − 𝑅𝐿𝐸𝐸
𝑅𝑒𝑛𝑑𝑎 𝑁𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙 = 𝑅𝑒𝑛𝑑𝑎 𝐼𝑛𝑡𝑒𝑟𝑛𝑎 − 𝑅𝐿𝐸𝐸
Renda Pessoal
𝑅𝑃 = 𝑅𝑁 − 𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜𝑠 𝑅𝑒𝑡𝑖𝑑𝑜𝑠 – 𝐼𝑚𝑝𝑜𝑠𝑡𝑜𝑠 𝐷𝑖𝑟𝑒𝑡𝑜𝑠 𝑠𝑜𝑏𝑟𝑒 𝐸𝑚𝑝𝑟𝑒𝑠𝑎𝑠 – 𝐶𝑜𝑛𝑡𝑟𝑖𝑏𝑢𝑖çõ𝑒𝑠 𝑆𝑜𝑐𝑖𝑎𝑖𝑠/𝑃𝑟𝑒𝑣𝑖𝑑𝑒𝑛𝑐𝑖á𝑟𝑖𝑎𝑠
+ 𝑇𝑟𝑎𝑛𝑠𝑓𝑒𝑟ê𝑛𝑐𝑖𝑎𝑠 𝐺𝑜𝑣𝑒𝑟𝑛𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑎𝑖𝑠
Renda Pessoal Disponível
𝑅𝑃𝐷 = 𝑅𝑃 − 𝐼𝑚𝑝𝑜𝑠𝑡𝑜𝑠 𝐷𝑖𝑟𝑒𝑡𝑜𝑠 𝑠𝑜𝑏𝑟𝑒 𝐹𝑎𝑚í𝑙𝑖𝑎𝑠
PIB Real
𝑃𝐼𝐵 𝑅𝑒𝑎𝑙𝑡𝑏 = ∑ 𝑃𝑏
𝑖 𝑄𝑡𝑖
𝑛
𝑖=1
Deflator Implícito do PIB
𝐷𝑒𝑓𝑙𝑎𝑡𝑜𝑟𝑡 =𝑃𝐼𝐵 𝑁𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑙𝑡
𝑃𝐼𝐵 𝑅𝑒𝑎𝑙𝑡𝑏 =
∑ 𝑃𝑡𝑖. 𝑄𝑡
𝑖𝑛𝑖=1
∑ 𝑃𝑏𝑖 . 𝑄𝑡
𝑖𝑛𝑖=1
Estrutura Resumida do BP
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BPM5 BPM6
I) Transações Correntes ou Conta Corrente:
TC = Balança Comercial + Balança de Serviços + Balança
de Rendas + Transferências Unilaterais Correntes
I) Transações Correntes ou Conta Corrente:
TC = Balança Comercial + Balança de Serviços
+ Renda Primária + Renda Secundária
I.A. Balança Comercial
Exportação de Mercadorias
Importação de Mercadorias
I.A. Balança Comercial
Exportação de Mercadorias
Importação de Mercadorias
I.B. Balança de Serviços
Fretes, seguros e transportes
Royalties e licenças
Aluguéis
Viagens Internacionais
Computação e Informática
Serviços governamentais
Serviços financeiros
Serviços de comunicações
Serviços de construção
Serviços relativos ao comércio
Serviços empresariais, profissionais e técnicos
Serviços pessoais, culturais e recreação
Serviços diversos
I.B. Balança de Serviços
Serviços de manufatura
Serviços de manutenção e reparo
Transportes
Viagens
Construção
Seguros
Serviços financeiros
Serviços de propriedade intelectual
Telecomunicação, computação e
informações
Aluguel de equipamento
Outros serviços de negócio
Serviços culturais, pessoais e recreativos
Serviços governamentais
I.C. Balança de Rendas
Salários e ordenados
Lucros e dividendos
Juros
Demais itens de rendas
I.C. Renda primária
Remuneração de trabalhadores
Renda de investimento
Investimento direto
Lucros e dividendos
Juros
Investimento em carteira
Outros investimentos
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Ativos de reserva
I.D. Transferências Unilaterais Correntes (TUC)
Doações
Remessas de imigrantes
Reparações de guerra
I.D. Renda secundária
II) Conta Capital e Financeira ou “Capitais Autônomos”:
Ka = (II.A) + (II.B) + (II.C) + (II.D) + (II.E)
II.A. Transferências de Capital
II.B. Investimentos Diretos
II.C. Investimentos em Carteira
Ações, títulos de renda fixa
II.D. Derivativos
II.E. Outros Investimentos
Empréstimos, amortizações, reinvestimentos e
financiamentos
II. Conta capital
III. Conta financeira
Investimento direto no exterior
Participação no capital e cotas em
fundos
Dívida intercompanhia
Investimento direto no país
Participação no capital e cotas em
fundos
Dívida intercompanhia
Investimento em carteira - Ativos
Ações e cotas em fundos
Títulos de renda fixa
Investimento em carteira - Passivos
Ações e cotas em fundos
Títulos de renda fixa
Derivativos - Ativos
Derivativos - Passivos
Outros investimentos - Ativos
Moedas e depósitos
Empréstimos
Créditos comerciais e adiantamentos
Amortizações
Demais
Outros investimentos - Passivos
Moedas e depósitos
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Macroeconomia para Anpec
Empréstimos
Créditos comerciais e adiantamentos
Amortizações
Demais
Ativos de reserva
III) Erros e Omissões (E & O) IV) Erros e Omissões (E & O)
IV) Saldo do BP = (I) + (II) + (III) V) Saldo do BP = (I) + (II) + (III) + (IV)
V) Capitais Compensatórios (“abaixo da linha”):
Kc = – BP = (V.A) + (V.B) + (V.C) + (V.D)
V.A. Contas de Caixa ou Variação das Reservas
Internacionais Totais (−ΔResTOTAL)
(i) Haveres monetários de curto prazo no exterior
(ii) Ouro monetário
(iii) Direitos especiais de saque (DES)
(iv) Posição de reservas no FMI
V.B. Empréstimos de Regularização (ER)
V.C. Atrasados Comerciais (AC)
V.D. Contrapartidas (𝐶 = ΔResC)
Fonte: Schröder et al (2019) e Simonsen e Cysne (2009).
Mais adiante veremos com mais detalhes o significado de
ΔResTOTAL e ΔResC.
Fonte: Nota metodológica 1 do Banco Central do
Brasil12.
O saldo da Balança Comercial e da Balança de Serviços é conhecido como Transferências Líquidas de
Recursos ao Exterior (TLRE):
𝑇𝐿𝑅𝐸 = 𝑋 − 𝑀
Em que X e M incluem bens e serviços não fatores (a denominação serviços não fatores ainda é, em alguns
casos, utilizada para designar os serviços). O hiato de recursos é o simétrico negativo da transferência líquida de
recursos:
12 www.bcb.gov.br/content/estatisticas/Documents/notas_metodologicas/balanco_pagamentos/bpm6/nm1bpm6p.pdf. Acesso em 20 de dezembro de 2020.
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Macroeconomia para Anpec
𝐻𝑖𝑎𝑡𝑜 𝑑𝑒 𝑅𝑒𝑐𝑢𝑟𝑠𝑜𝑠 = −𝑇𝐿𝑅𝐸 = 𝑀 − 𝑋
𝑅𝐿𝐸𝐸 = −(𝐵𝑎𝑙𝑎𝑛ç𝑎 𝑑𝑒 𝑅𝑒𝑛𝑑𝑎 + 𝑇𝑈𝐶)
Variações das Reservas Internacionais
ΔResTOTAL = ΔResBP + ΔResC = 𝐵𝑃 + 𝐸𝑅 + 𝐴𝐶 + 𝐶
Referências
BLANCHARD, O. Macroeconomia. Tradução Sônia Midori Yamamoto. 7. ed. São Paulo: Pearson Education do
Brasil, 2017.
FEIJÓ, C.; BARBOSA FILHO, N. H.; GREENHOLGH, F. C.; PALIS, R. DE LA R.; RAMOS, R. L. O. Contabilidade
Social. Edição do Kindle. São Paulo: GEN Atlas, 2017.
LOPES, L. M. & VASCONCELLOS, M. Manual de macroeconomia: básico e intermediário. 3ª edição. São Paulo:
Ed. Atlas, 2008.
SCHRÖDER, B. H. V. et al. Questões Anpec Macroeconomia: questões comentadas das provas de 2002 a 2011.
Organizadora Cristiane Alkmin Junqueira Schmidt. 1. ed. Rio de Janeiro : Elsevier, 2011.
SCHRÖDER, B. H. V. et al. Questões Anpec Macroeconomia: questões comentadas das provas de 2010 a 2019.
Organizadora Cristiane Alkmin Junqueira Schmidt. 7. ed., rev. e atual. Rio de Janeiro : Elsevier, 2019.
SIMONSEN, M. H. & CYSNE, R. P. Macroeconomia. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2009.
A variação nas reservas
internacionais foi consequência de uma
transação entre residentes e não
residentes?
SIM
É contabilizada no BP, e nada acontece na contacontrapartida.
Altera o termo Δ𝑅𝑒𝑠𝐵𝑃
NÃO
NÃO é contabilizada no BP. Deve ser feito umlançamento na respectiva conta do caixa,acompanhado de uma contrapartida commesmo saldo e sinal oposto (ambos oslançamentos devem somar zero).
Altera o termo Δ𝑅𝑒𝑠𝐶