Teoria e questes de Processo do Trabalho para ANALISTA
JUDICIRIO REA JUD E OF DE JUST DO TRT/MG - FCC Prof. Bruno Klippel Aula 00
Prof. Bruno Klippel www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 1 de 115
AULA 00 DEMONSTRATIVA: DIREITO
PROCESSUAL DO TRABALHO:TEORIA GERAL DO
PROCESSO DO TRABALHO; PRINCPIOS E
ORGANIZAO DA JUSTIA DO TRABALHO.Com 4
Simulados, aula de dicas, smulas e OJs do TST
mais cobradas, videoaulas de questes
comentadas e reviso por meio de dicas.
SUMRIO PGINA
1. Apresentao 01
2. Cronograma 04
3. Metodologia 07
4. Matria objeto da aula Teoria: 08
5. Questes comentadas sobre o tema: 63
6. Lista das questes apresentada 97
7. Gabaritos 114
8. Consideraes finais 115
1. APRESENTAO:
Prezados Alunos do ESTRATGIA CONCURSOS,
Estamos iniciando os estudos de direito processual do trabalho para
CONCURSO DO TRT/MG, 3 REGIO, que foi autorizado no dia
17/07/2014 pelo Tribunal Pleno do TRT/MG, conforme notcia constante
no site do Estratgia Concursos no link a seguir:
http://www.estrategiaconcursos.com.br/blog/autorizada-abertura-de-
concurso-publico-trt-mg/
Teoria e questes de Processo do Trabalho para ANALISTA
JUDICIRIO REA JUD E OF DE JUST DO TRT/MG - FCC Prof. Bruno Klippel Aula 00
Prof. Bruno Klippel www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 2 de 115
O curso est sendo montado de acordo com os ltimos editais de TRTs
realizados pela FCC Fundao Carlos Chagas, que realizou o ltimo
concurso do TRT/MG e que deve ser escolhida novamente. Assim, o
programa que vamos seguir est em conformidade com os editais dos
TRTs de So Paulo (2 Regio), Alagoas (19 Regio) e Maranho (16
Regio).
CLARO QUE SE HOUVER ALGUMA MODIFICAO, COM A INCLUSO
DE ALGUMA MATRIA NO CONSTANTE NO PROGRAMA ATUAL, A
MESMA SER DEVIDAMENTE INCLUDA NO CURSO, SEM
QUALQUER PREJUZO PARA O ALUNO.
Desde o ano de 2013 a preparao de direito processual do
trabalho se d por meio de AULAS EM PDF + VIDEOAULAS, que j
foram gravadas e esto disponveis aos alunos. Gravei um curso
completo de processo do trabalho com quase 30 horas de durao.
So quase 60 vdeos sobre a nossa matria, de forma a auxili-los
na preparao.
Os vdeos que tenho certeza que gostaro so os de REVISO.
Gravei 10 vdeos s de reviso, com 120 dicas. Alguns deles, esto
disponveis no meu canal do Youtube, no seguinte endereo:
http://www.youtube.com/channel/UCCEj0GPQONUvFEkjz_4NTXQ
Alm disso, tambm sero disponibilizados 08 (oito) vdeos de
simulados com questes da FCC, j gravados, divididos por
assunto, de forma a que voc possa treinar o direito processual
do trabalho por meio de questes j cobradas pela Fundao
Carlos Chagas.
Teoria e questes de Processo do Trabalho para ANALISTA
JUDICIRIO REA JUD E OF DE JUST DO TRT/MG - FCC Prof. Bruno Klippel Aula 00
Prof. Bruno Klippel www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 3 de 115
Antes de adentrarmos nas informaes sobre nosso curso, um breve
currculo para que voc possa me conhecer:
Meu nome BRUNO KLIPPEL, sou Advogado, mestre em Direito
Processual Civil pela Faculdade de Direito de Vitria (FDV), curso
Doutorado em Direito do Trabalho na PUC/SP, sou Professor de Direito do
Trabalho e Processo do Trabalho na FDV/ES, na Universidade de Vila
Velha (UVV/ES), da Faculdade Estcio de S de Vitria/ES, bem como no
curso preparatrio para concursos CEP Centro de Evoluo Profissional,
em Vila Velha e Vitria (ES), IOB/Marcato Concursos/SP. Tenho alguns
livros escritos, voltados para concursos pblicos, que recomendo como
leitura para todos os concursos da rea trabalhista. So eles:
a. DIREITO SUMULAR TST ESQUEMATIZADO, 4
ed, 2014, da Editora Saraiva
(http://www.livrariasaraiva.com.br/produto/7415
250)
b. PASSE EM CONCURSOS PBLICOS - QUESTES
COMENTADAS PARA CARREIRAS TRABALHISTAS, no
qual comento as questes de direito do trabalho e
processo do trabalho, 2012, Ed. Saraiva
(http://www.livrariasaraiva.com.br/produto/4090856/c
arreiras-trabalhistas-magistratura-e-mpt-col-passe-
em-concursos-publicos-questoes-comentadas/).
Teoria e questes de Processo do Trabalho para ANALISTA
JUDICIRIO REA JUD E OF DE JUST DO TRT/MG - FCC Prof. Bruno Klippel Aula 00
Prof. Bruno Klippel www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 4 de 115
c. PASSE NA OAB PRTICA TRABALHISTA, 2013, Ed.
Saraiva
(http://www.livrariasaraiva.com.br/produto/4867982/p
asse-na-oab-2-fase-teoria-modelos-trabalho/).
d. MANUAL DE DICAS MINISTRIO PBLICO
ESTADUAL E DA UNIO, 2013, Ed. Saraiva.
http://www.livrariasaraiva.com.br/produto/497
5349
Tenho mais de 10 anos de experincia docente em cursos preparatrios
para concursos e a utilizarei para ajud-los na anlise dos temas de
processo do trabalho que podem ser cobrados no CONCURSO PARA O
TRT 3 REGIO MG.
2. CRONOGRAMA:
Nosso curso est dividido em 10 aulas,de forma a cobrir absolutamente
todas as matrias que podem ser cobradas pela FCC FUNDAO
CARLOS CHAGAS nas provas de processo do trabalho. Trata-se da
Teoria e questes de Processo do Trabalho para ANALISTA
JUDICIRIO REA JUD E OF DE JUST DO TRT/MG - FCC Prof. Bruno Klippel Aula 00
Prof. Bruno Klippel www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 5 de 115
primeira aula GRATUITA e DEMONSTRATIVA, seguindo-se 09 aulas de
processo do trabalho. O nosso estudo ser dividido da seguinte
maneira:
Aula 00 Aula demonstrativa Teoria geral do processo do trabalho; princpios e organizao da Justia do Trabalho.
Aula 01
Competncia da Justia do Trabalho.
Aula 02
Servios Auxiliares da Justia do Trabalho; Partes e Procuradores; Ministrio Pblico.
Aula 03
Prazos Processuais; custas; nulidades processuais; Petio inicial.
Aula 04
Notificao do reclamado; resposta do ru; revelia.
Aula 05
Audincia; das provas no processo do trabalho; da sentena e da coisa julgada; rito
sumrio e sumarssimo.
Aula 06
Dos recursos no processo do trabalho teoria geral e recursos em espcie.
Aula 07
Liquidao de sentena e processo de execuo.
Aula 08
Procedimentos especiais trabalhistas.
Aula 09
Dissdio coletivo de trabalho e ao de cumprimento.
As aulas acima descritas contemplam todo o contedo dos editais
da FCC (TRT/SP, AL e MA), que seguem no quadro abaixo.
Percebam que as matrias no esto na mesma ordem do edital,
mas em uma ordem que entendemos ser mais simples para a
compreenso da matria, tantas vezes difcil e com detalhes.
1 Da Justia do Trabalho: organizao e competncia. 2 Das Varas do Trabalho, dos
Tribunais Regionais do Trabalho e do Tribunal Superior do Trabalho: jurisdio e
competncia. 3 Dos servios auxiliares da Justia do Trabalho: das secretarias das Varas do
Trabalho; dos distribuidores; dos oficiais de justia e oficiais de justia avaliadores. 4 Do
Ministrio Pblico do Trabalho: organizao. 5 Do processo judicirio do trabalho:
Teoria e questes de Processo do Trabalho para ANALISTA
JUDICIRIO REA JUD E OF DE JUST DO TRT/MG - FCC Prof. Bruno Klippel Aula 00
Prof. Bruno Klippel www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 6 de 115
princpios gerais do processo trabalhista (aplicao subsidiria do CPC). 6 Dos atos, termos e
prazos processuais. 7 Da distribuio. 8 Das custas e Emolumentos. 9 Das partes e
procuradores: do jus postulandi; da substituio e representao processuais; da assistncia
judiciria; dos honorrios de advogado. 10 Das nulidades. 11 Das excees. 12 Das
audincias: de conciliao, de instruo e de julgamento; da notificao das partes; do
arquivamento do processo; da revelia e confisso. 13 Das provas. 14 Dos dissdios
individuais: da forma de reclamao e notificao; da reclamao escrita e verbal; da
legitimidade para ajuizar. 15 Do procedimento ordinrio e sumarssimo.16 Dos
procedimentos especiais: inqurito para apurao de falta grave, ao rescisria e mandado de
segurana. 17 Da sentena e da coisa julgada: da liquidao da sentena: por clculo, por
artigos e por arbitramento. 18 Dos dissdios coletivos: extenso, cumprimento e reviso da
sentena normativa. 19 Da execuo: execuo provisria; execuo por prestaes sucessivas;
execuo contra a Fazenda Pblica; execuo contra a massa falida. 20 Da citao; do depsito
da condenao e da nomeao de bens; do mandado e penhora; dos bens penhorveis e
impenhorveis; da impenhorabilidade do bem de famlia (Lei n 8.009/1990). 21 Dos
embargos execuo; da impugnao sentena; dos embargos de terceiro. 22 Da
praa e leilo; da arrematao; da remio; das custas na execuo. 23 Dos recursos no
processo do trabalho.
Alm disso, temos tambm algumas aulas extras, conforme quadro
abaixo:
4 (trs) simulados de questes objetivas englobando toda a matria
de direito processual do trabalho, para praticar ainda mais e saber como
as bancas cobram o que est estudando.
Aula de Dicas de Direito Processual do Trabalho, com mais de 100
dicas fceis de memorizar, de forma a que voc possa, antes da prova,
revisar o contedo atravs de informaes diretas, alm das vdeoaulas
de reviso a que j referi.
Smulas e OJs mais cobradas nas provas: trata-se de arquivo em
que selecionei as Smulas e OJs do TST com maior incidncia nas provas
e que foram mencionadas nas aulas de nosso curso, de forma a que leia
e memorize os entendimentos do TST. Assim, voc aumentar as
chances de acertar todas as questes do concurso.
Perguntas e respostas de direito processual do trabalho:nessa aula
Teoria e questes de Processo do Trabalho para ANALISTA
JUDICIRIO REA JUD E OF DE JUST DO TRT/MG - FCC Prof. Bruno Klippel Aula 00
Prof. Bruno Klippel www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 7 de 115
reuni mais de 40 (quarenta) perguntas sobre pontos especficos da
matria e as respondi. Tambm uma tima forma de revisar a matria
e retirar dvidas pontuais.
Provas de Direito Processual do Trabalho do TRT/SC, TRT/GO,
TRT/BA (2013), TRT/Campinas (2013), TRT/AL (2014), TRT/SP
(2014) e TRT/MA comentadas, questo por questo.
8 videoaulas de simulados de questes de direito processual do
trabalho, com quase 100 questes da FCC, aplicadas em
concursos anteriores.
As nossas aulas sero ofertadas de acordo com o seguinte cronograma,
que nos permitir estudar com calma todo o contedo da matria,
realizando uma preparao com antecedncia:
AULA 00 22/07
AULA 01 02/08
AULA 02 13/08
AULA 03 20/08
AULA 04 30/08
AULA 05 10/09
AULA 06 20/09
AULA 07 30/09
AULA 08 15/10
AULA 09 25/10
3. METODOLOGIA:
O nosso curso de TEORIA + QUESTES seguir a metodologia que ser
explicada a diante, por entendermos que a melhor forma de estudo.
Teoria e questes de Processo do Trabalho para ANALISTA
JUDICIRIO REA JUD E OF DE JUST DO TRT/MG - FCC Prof. Bruno Klippel Aula 00
Prof. Bruno Klippel www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 8 de 115
Num primeiro momento, ser explicada a matria por meio de texto de
linguagem simples, direta, prpria de materiais de cursos preparatrios
para concursos. Depois, sero inseridas algumas questes comentadas de
concursos anteriores. Ao trmino das questes comentadas, sero
inseridas as questes sem comentrios, para que voc possa faz-las
sozinho, pois mais a frente estar o gabarito. Assim, com TEORIA +
QUESTES o aprendizado fica muito mais fcil.
4. MATRIA OBJETO DA AULA TEORIA:
1. Conceito de direito processual do trabalho;
O direito processual do trabalho pode ser conceituado como o conjunto de
princpios e normas que visam dar cumprimento s normas de direito material
do trabalho, aplicando a norma geral e abstrata aos casos concretos de forma a
promover a composio dos conflitos.
O direito processual do trabalho possui regras prprias, dispostas na
Consolidao das Leis do Trabalho (CLT), alm de lhe ser aplicada normas de
direito processual comum, ou seja, de direito processual civil. Assim, aplicam-se
o Cdigo de Processo Civil (CPC), a Lei de Execues Fiscais (L. 6830/80), Lei de
Ao Civil Pblica (L. 7347/85), Lei do Mandado de Segurana (L. 12016/09),
dentre outras. A aplicao das normas extravagantes h que ser feita apenas
quando omissa a CLT, isto , aplica-se o direito processual comum apenas
subsidiariamente ao processo do trabalho, conforme disposio constante no art.
769 da CLT.
Art. 769 CLT - Nos casos omissos, o direito processual
comum ser fonte subsidiria do direito processual do
trabalho, exceto naquilo em que for incompatvel com as
normas deste Ttulo.
Teoria e questes de Processo do Trabalho para ANALISTA
JUDICIRIO REA JUD E OF DE JUST DO TRT/MG - FCC Prof. Bruno Klippel Aula 00
Prof. Bruno Klippel www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 9 de 115
2. Eficcia da lei processual no tempo e no espao;
Em primeiro lugar, destaca-se a eficcia da lei processual no tempo. Acerca de
tal tema, a doutrina majoritria destaca 3 (trs) teorias: 1. Unidade; 2. Fases
processuais; 3. Atos processuais. A primeira teoria destaca que uma lei
processual nova no poderia ser aplicada a um processo em curso, isto , aquele
deve ser tratado como uma unidade, iniciando e terminando sob a gide de uma
mesma lei. A segunda teoria afirma que, para fins de verificao da incidncia de
uma lei processual nova, h que se dividir o processo em fases (postulatria,
saneatria, instrutria, decisria, etc), sendo que a legislao processual nova
somente seria aplicada prxima fase processual. Por fim, a teoria dos atos
processuais, aplicvel ao processo do trabalho, pela incidncia do art. 1211 do
CPC, afirma que a lei processual nova ser aplicada aos atos processuais
seguintes, no podendo retroagir. Em sntese, aguarda-se apenas a concluso
do ato processual presente para, no prximo, j se aplicar a legislao novata,
j que aquela de aplicao imediata.
! Aplica-se a teoria dos atos processuais no tocante eficcia
da lei processual no tempo.
Art. 1.211. CPC: Este Cdigo reger o processo civil em
todo o territrio brasileiro. Ao entrar em vigor, suas
disposies aplicar-se-o desde logo aos processos
pendentes.
Por fim, importante destacar importante aspecto relacionado ao tema, disposto
no art. 915 da CLT. Ao ser intimado de uma sentena condenatria, nasce para
mim o direito de recorrer (in casu, interpor o Recurso Ordinrio art. 895 CLT)
no prazo de 8 (oito) dias? Caso entre em vigor, durante o prazo para recurso,
nova lei, alternando aquele para 5 (cinco) dias, seguirei qual dos dois prazos? A
resposta encontra-se nos dois dispositivos j citados (Art. 1211 do CPC e 915 da
CLT). O recurso ser interposto normalmente no prazo de 8 (oito) dias, no
sofrendo qualquer interferncia em virtude da lei nova, pois deve-se seguir a lei
que estava vigente ao tempo em que nasceu o direito ao recurso, ou seja,
quando do incio do prazo recursal. No nosso exemplo, o prazo recursal foi
reduzido de 8 (oito) para 5 (cinco) dias. Caso fosse aumentado, o pensamento
Teoria e questes de Processo do Trabalho para ANALISTA
JUDICIRIO REA JUD E OF DE JUST DO TRT/MG - FCC Prof. Bruno Klippel Aula 00
Prof. Bruno Klippel www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 10 de 115
seria o mesmo, j que a norma e ser seguida sempre aquela em vigor quando
do nascimento do direito processual (recorrer).
Art. 915 CLT - No sero prejudicados os recursos
interpostos com apoio em dispositivos alterados ou cujo
prazo para interposio esteja em curso data da vigncia
desta Consolidao.
No que concerne eficcia da lei processual no espao, a lei processual ser
aplicada em todo territrio nacional, aplicando-se aos brasileiros e estrangeiros
que ali laboram. Segundo RENATO SARAIVA, (..) prevalece o princpio da
territorialidade, vigorando a lei processual trabalhista em todo o territrio
nacional, sendo aplicada tanto aos brasileiros quantos aos estrangeiros
residentes no Brasil. A mesma idia est sedimentada no art. 1 do CPC.
! Lei processual estrangeira no se aplica aos processos
trabalhistas que tramitam no Brasil.
Art. 1 CPC: A jurisdio civil, contenciosa e voluntria,
exercida pelos juzes, em todo o territrio nacional,
conforme as disposies que este Cdigo estabelece.
3. Princpios;
3.1. Dispositivo;
Tambm denominado de princpio da inrcia, o princpio dispositivo est
contemplado nos artigos 2 e 262 do CPC, dispe que o juiz no poder prestar
a tutela jurisdicional sem ser provocado, o que significa dizer que o Poder
Judicirio mantm-se inerte at ser provocado pelo autor, que exerce o direito
de ao, requerendo ao Estado-Juiz que analise a pretenso exposta na petio
inicial.
Art. 2 CPC: Nenhum juiz prestar a tutela jurisdicional
seno quando a parte ou o interessado a requerer, nos
casos e forma legais.
Teoria e questes de Processo do Trabalho para ANALISTA
JUDICIRIO REA JUD E OF DE JUST DO TRT/MG - FCC Prof. Bruno Klippel Aula 00
Prof. Bruno Klippel www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 11 de 115
Art. 262 CPC. O processo civil comea por iniciativa da
parte, mas se desenvolve por impulso oficial.
Em sede trabalhista, o princpio possui algumas excees, que devem ser
analisadas detidamente:
Art. 878 CLT: trata-se da exceo mais importante, que afirma a
possibilidade da execuo ser promovida ex officio pelo Magistrado. Trata-
se apenas da execuo definitiva, pois a provisria depende de
requerimento (art. 475-O CPC);
Art. 878 CLT - A execuo poder ser promovida por
qualquer interessado, ou exofficio pelo prprio Juiz ou
Presidente ou Tribunal competente, nos termos do
artigo anterior.
Art. 39 CLT: prev que a DRT (hoje SRT Superintendncia Regional do
Trabalho e Emprego) remeta cpia do processo administrativo para a
Justia do Trabalho, para que se d incio reclamao trabalhista contra
falta de anotao da CTPS e reconhecimento de vnculo empregatcio;
Art. 39 CLT - Verificando-se que as alegaes feitas pelo
reclamado versam sbre a no existncia de relao de
emprgo ou sendo impossvel verificar essa condio
pelos meios administrativos, ser o processo
encaminhado a Justia do Trabalho ficando, nesse caso,
sobrestado o julgamento do auto de infrao que
houver sido lavrado.
Art. 856 CLT: dispe que o dissdio coletivo poder ser iniciado de ofcio
pelo Tribunal. A FCC continua entendendo que o dispositivo est em vigor,
apesar de entendimentos contrrios.
Teoria e questes de Processo do Trabalho para ANALISTA
JUDICIRIO REA JUD E OF DE JUST DO TRT/MG - FCC Prof. Bruno Klippel Aula 00
Prof. Bruno Klippel www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 12 de 115
Art. 856 CLT - A instncia ser instaurada mediante
representao escrita ao Presidente do Tribunal. Poder
ser tambm instaurada por iniciativa do presidente, ou,
ainda, a requerimento da Procuradoria da Justia do
Trabalho, sempre que ocorrer suspenso do trabalho.
A regra continue sendo a impossibilidade do Poder Judicirio instaurar processo
de ofcio, ou seja, sem provocao da parte legtima, sob pena de violao
reflexa ao princpio da imparcialidade.
Exemplo: Digamos que Joo tenha sido demitido, sem receber as verbas
a que tinha direito. Para que a ao trabalhista tenha incio, Joo dever
buscar a Justia do Trabalho, por meio de advogado ou sozinho. Mas
vejam que ele ter que pedir ao Poder Judicirio uma providncia, que no
caso a condenao da empresa ao pagamento das verbas devidas. Caso
a empresa seja condenada e no recorra, teremos o trnsito em julgado,
que significa dizer que a sentena se tornar imutvel. Se no houver o
pagamento voluntrio da quantia fixada na sentena, teremos que iniciar
outro processo, que chamado de processo de execuo. Esse processo
de execuo pode ser iniciado por meio de pedido de Joo ou mesmo pelo
prprio Juiz, conforme art. 878 da CLT. Nessa segunda situao, j no
processo de execuo, pode o Juiz iniciar os atos para retirada da quantia
do patrimnio da empresa. Vejam que no primeiro processo, chamado de
conhecimento, h a incidncia do princpio dispositivo, pois o Juiz fica
inerte. J no processo de execuo, incide o princpio inquisitivo, em que o
Juiz atua mesmo sem pedido da parte.
3.2. Inquisitivo;
O princpio em anlise possui importantes desdobramentos em sede de processo
do trabalho. O primeiro deles, destaca-se, est relacionado ao impulso oficial,
descrito no art. 262 do CPC e 765 da CLT. Uma vez exercido o direito de ao,
tem o Juiz o dever de realizar os atos processuais de ofcio, evitando que o
processo j instaurado permanece sem a prtica de atos processuais. A Lei n.
Teoria e questes de Processo do Trabalho para ANALISTA
JUDICIRIO REA JUD E OF DE JUST DO TRT/MG - FCC Prof. Bruno Klippel Aula 00
Prof. Bruno Klippel www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 13 de 115
5584/70, que entre outros importantes temas disciplina o rito sumrio, traz em
seu art. 4 o dever do Juiz impulsionar o processo de ofcio.
Art. 765 CLT - Os Juzos e Tribunais do Trabalho tero
ampla liberdade na direo do processo e velaro
pelo andamento rpido das causas, podendo
determinar qualquer diligncia necessria ao
esclarecimento delas.
Ademais, mostra-se inevitvel falar sobre os poderes instrutrios do juiz,
prescritos no art. 130 do CPC, de ampla aplicao no processo do trabalho.
Segundo aquele dispositivo, deve o Juiz determinar as provas que sero
produzidas, independentemente de pedido das partes, alm de indeferir aquelas
que foram pedidas, mas que se mostram protelatrias, dispensveis. O mesmo
sentido traz o art. 852-D da CLT, quando trata do rito sumarssimo.
! A Smula 74 do TST foi alterada por meio da Resoluo n
174 de maio de 2011, fazendo-se inserir o inciso III que trata
dos poderes instrutrios do juiz.
Art. 130 CPC. Caber ao juiz, de ofcio ou a
requerimento da parte, determinar as provas
necessrias instruo do processo, indeferindo as
diligncias inteis ou meramente protelatrias.
Smula 74, III TST: A vedao produo de prova
posterior pela parte confessa somente a ela se aplica,
no afetando o exerccio, pelo magistrado, do
poder/dever de conduzir o processo.
Art. 852-D CLT. O juiz dirigir o processo com
liberdade para determinar as provas a serem
produzidas, considerado o nus probatrio de cada
litigante, podendo limitar ou excluir as que considerar
excessivas, impertinentes ou protelatrias, bem como
Teoria e questes de Processo do Trabalho para ANALISTA
JUDICIRIO REA JUD E OF DE JUST DO TRT/MG - FCC Prof. Bruno Klippel Aula 00
Prof. Bruno Klippel www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 14 de 115
para apreci-las e dar especial valor s regras de
experincia comum ou tcnica.
Por fim, o princpio inquisitivo (ou inquisitrio) revela-se na possibilidade do
Magistrado conhecer de ofcio das matrias de ordem pblica, tais como
condies da ao e pressupostos processuais. Nestes termos, o juiz pode
conhecer de ofcio a incompetncia absoluta (art. 113 CPC), determinando a
remessa para o juzo que julgar competente. Alm disso, se verificar que o
mandado de segurana foi impetrado aps o prazo de 120 (cento e vinte) dias,
extinguir o mesmo por ausncia da condio da ao interesse processual.
Exemplo: Pense que Joo ajuizou uma ao trabalhista pedindo a
equiparao salarial com Jos, seu colega de trabalho. No requereu a
produo de prova pericial, pois entendeu que os documentos juntados
ao processo serviam para provar o seu direito. Mesmo sem que nenhuma
das partes tenha pedido a produo da percia, na audincia, o Juiz
entendeu que somente poderia julgar com certeza se naquela situao
fosse produzida uma percia, para ver se os argumentos do autor e ru
eram verdadeiros ou no. Vejam que o Juiz, de ofcio, ou seja, sem
pedido de ningum, pode determinar a produo da prova que entender
necessria. Aps a produo das provas, haver o livre convencimento
do Magistrado, ou seja, ele interpretar a prova e lhe dar o valor,
conforme o seu entendimento.
Art. 113 CPC: A incompetncia absoluta deve ser
declarada de ofcio e pode ser alegada, em qualquer
tempo e grau de jurisdio, independentemente de
exceo. 1o No sendo, porm, deduzida no prazo
da contestao, ou na primeira oportunidade em que
Ihe couber falar nos autos, a parte responder
integralmente pelas custas. 2o Declarada a
incompetncia absoluta, somente os atos decisrios
sero nulos, remetendo-se os autos ao juiz
competente.
Teoria e questes de Processo do Trabalho para ANALISTA
JUDICIRIO REA JUD E OF DE JUST DO TRT/MG - FCC Prof. Bruno Klippel Aula 00
Prof. Bruno Klippel www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 15 de 115
3.3. Juiz natural;
O princpio constitucional em destaque est inserido em dois importantes incisos
do art. 5 da CRFB/88, o que demonstra o grau de preocupao do Legislador
Constituinte com a garantia de que os julgamentos sero proferidos por rgos
designados por meio de regras objetivas, excluindo-se critrios subjetivos de
escolha.
Os incisos XXXVII e LIII do art. 5 da Carta Magna afirmam, em coro, que
ningum deve ser processado e julgado seno por autoridade competente, que
aquela que possui atribuio legal para julgar determinado conflito de interesses.
As regras de competncia, que esto espalhadas pela Constituio Federal,
Cdigo de Processo Civil, Consolidao das Leis do Trabalho e diversas outras
leis extravagantes, demonstram qual a autoridade judiciria que possui
atribuio para julgar um conflito de interesses, sendo que tal atribuio
determinada por critrios objetivos (nunca subjetivos), tais como: matria a ser
analisada, pessoa em que est sendo julgada, relao para com outro processo,
valor da causa e territrio no qual surgiu o conflito.
! Prev o princpio que os rgos judicirios devem ser pr-
constitudos e as normas de competncia preestabelecidas.
XXXVII - no haver juzo ou tribunal de exceo;
LIII - ningum ser processado nem sentenciado seno
pela autoridade competente;
Os mesmos dispositivos so utilizados para justificar a existncia do princpio do
promotor natural, cuja idia tambm busca evitar a designao por critrios
subjetivos, j que absolutamente distantes da imparcialidade que exigida dos
sujeitos estatais do processo.
Exemplo: Se trabalhei na cidade de Vitria/ES e quero ajuizar uma ao
trabalhista em face da minha ex-empregadora, sei que a ao dever ser
ajuizada naquela mesma cidade, pois o art. 651 da CLT diz que o local
do ajuizamento da ao trabalhista o local da prestao dos servios. A
regra pr-estabelecida, criada antes do ajuizamento da ao. No pode
Teoria e questes de Processo do Trabalho para ANALISTA
JUDICIRIO REA JUD E OF DE JUST DO TRT/MG - FCC Prof. Bruno Klippel Aula 00
Prof. Bruno Klippel www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 16 de 115
ocorrer de ser criada uma Vara do Trabalho especfica para julgar o meu
processo ou ser designado um Juiz especial para julgar a minha ao,
pois haveria ferimento ao princpio do Juiz Natural, j que esse aquele
criado pela lei antes da ocorrncia do fato.
3.4. Identidade fsica do juiz;
Previsto no art. 132 do CPC, dispe que o Magistrado que concluir a audincia de
instruo e julgamento deve julgar a lide, j que teve contato direto com as
testemunhas, partes, perito, etc, o que lhe traz, presumidamente, uma melhor
possibilidade de julgar. Esse princpio no era aplicado no processo do trabalho,
mas em setembro/2012 o TST cancelou a SMULA N 136, o que fez com
que tal princpio agora passe a ser aplicado na esfera trabalhista. Cuidado, pois
se trata de informao que pode ser cobradas nos concursos pblicos.
Exemplo: Ajuizei uma reclamao trabalhista em face da minha ex-
empregadora, sendo que a primeira audincia foi presidida pelo Juiz Joo
da Silva, que produziu as provas, ouviu as testemunhas, colheu o
depoimento das partes, ouviu as explicaes do perito, etc. Como ele
manteve contato direto com as partes, testemunhas e perito, ou seja,
com as provas, deve ele julgar a ao. Esse o princpio da identidade
fsica do juiz. Claro que pode ser do Juiz Joo da Silva se aposentar,
antes de proferir a sentena. Pode ser que ele seja afastado por motivo
de sade ou qualquer outro. Nessas situaes, outro Juiz o substituir,
pois so excees ao princpio, que esto descritas no art. 132 do CPC.
Art. 132 CPC. O juiz, titular ou substituto, que
concluir a audincia julgar a lide, salvo se estiver
convocado, licenciado, afastado por qualquer motivo,
promovido ou aposentado, casos em que passar os
autos ao seu sucessor. Pargrafo nico. Em qualquer
hiptese, o juiz que proferir a sentena, se entender
necessrio, poder mandar repetir as provas j
produzidas.
Teoria e questes de Processo do Trabalho para ANALISTA
JUDICIRIO REA JUD E OF DE JUST DO TRT/MG - FCC Prof. Bruno Klippel Aula 00
Prof. Bruno Klippel www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 17 de 115
3.5. Imparcialidade;
Mostra-se bastante natural encontrar em livros e manuais sobre direito
processual (civil, penal, trabalhista, etc), uma figura triangular, demonstrando
nas bases as partes e no cume o juiz, sendo que este se encontra mesma
distncia de autor e ru. Nestes termos, o juiz demonstra ser imparcial, ou seja,
propicia um tratamento igual s partes, conforme preconiza o art. 125, I do CPC
(um dos deveres do Juiz, na conduo do processo, tratar as partes de
maneira igualitria).
Art. 125 CPC. O juiz dirigir o processo conforme as
disposies deste Cdigo, competindo-lhe: I - assegurar
s partes igualdade de tratamento;
Contudo, existem situaes que o legislador j pressups que o Juiz no deve
atuar, por entender que ele tende a ser parcial, isto , tende a ajudar ou
prejudicar uma das partes. Essas so as situaes arroladas nos artigos 134 e
135 do CPC, que receberam a denominao, respectivamente, de impedimento e
suspeio. Em ambas, deve o juiz de ofcio declarar-se impedido ou suspeito,
determinando a remessa dos autos para o substituto legal.
! No curso da demanda, o tratamento dado pelo legislador s
hipteses de suspeio e impedimento o mesmo. Porm, aps
o trnsito em julgado, somente o impedimento subsiste pelo
prazo de 2 (dois) anos, ocasio em que pode ser ajuizada a
ao rescisria.
No processo do trabalho, as regras esto dispostas, principalmente, nos artigos
795 e 799 da CLT. O primeiro dispositivo legal destaca o momento de que dispe
a parte para alegar as nulidades processuais, sendo a audincia o momento
adequado (caso o juiz no se declare suspeito ou impedido). O segundo afirma
que as partes podero oferecer exceo de suspeio e incompetncia. Silencio a
CLT acerca da exceo de impedimento. Justifica-se a ausncia de preciso
expressa em virtude da Consolidao Trabalhista ter sido redigida quando em
vigor o CPC/39, que tambm era silente sobre a matria. Contudo, aplica-se
Teoria e questes de Processo do Trabalho para ANALISTA
JUDICIRIO REA JUD E OF DE JUST DO TRT/MG - FCC Prof. Bruno Klippel Aula 00
Prof. Bruno Klippel www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 18 de 115
subsidiariamente o CPC para possibilitar a apresentao da exceo de
impedimento.
Exemplo:Imagina se Joo ajuza uma reclamao trabalhista, que
distribuda 3 Vara do Trabalho de Vitria/ES, que a Vara em que
titular o Dr. Jos, melhor amigo de Joo. claro que h uma forte
tendncia a que o Juiz ajude o amigo, razo pela qual ele no deve
julgar aquela ao. Deve considerar-se suspeito, passando os autos para
o seu substituto legal, que o outro Juiz designado pelas normas
internas do Tribunal. Da mesma forma ocorreria se o Juiz fosse inimigo
de uma das partes, parente, credor, devedor, bem como outras
situaes em que, provavelmente, no seria o Juiz imparcial.
Art. 795 CLT - As nulidades no sero declaradas
seno mediante provocao das partes, as quais
devero argi-las primeira vez em que tiverem de
falar em audincia ou nos autos. 1 - Dever,
entretanto, ser declarada exofficio a nulidade
fundada em incompetncia de foro. Nesse caso,
sero considerados nulos os atos decisrios. 2 -
O juiz ou Tribunal que se julgar incompetente
determinar, na mesma ocasio, que se faa
remessa do processo, com urgncia, autoridade
competente, fundamentando sua deciso.
Art. 799 CLT - Nas causas da jurisdio da Justia
do Trabalho, somente podem ser opostas, com
suspenso do feito, as excees de suspeio ou
incompetncia. 1 - As demais excees sero
alegadas como matria de defesa. 2 - Das
decises sobre excees de suspeio e
incompetncia, salvo, quanto a estas, se
terminativas do feito, no caber recurso, podendo,
no entanto, as partes aleg-las novamente no
Teoria e questes de Processo do Trabalho para ANALISTA
JUDICIRIO REA JUD E OF DE JUST DO TRT/MG - FCC Prof. Bruno Klippel Aula 00
Prof. Bruno Klippel www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 19 de 115
recurso que couber da deciso final.
3.6. Concentrao dos atos processuais;
O princpio da concentrao dos atos processuais est intimamente relacionado
ao princpio da celeridade. Em verdade, trata-se de tcnica utilizada pelo
legislador trabalhista para acelerar o trmite processual. A idia foi simples:
concentrar a maioria dos atos processuais em uma nica audincia, de forma a
que o procedimento possa ser encurtado, levando o julgamento a ser proferida
em perodo de tempo menor.
No processo do trabalho a audincia una (art. 849 CLT), no devendo ser
interrompida, regra geral. Naquela ser buscada a soluo conciliatria,
produzida a defesa, colhidas as provas e decidida a lide. Tudo isso apenas uma
audincia. Comparando-se o rito ordinrio do processo do trabalho com mesmo
procedimento do processo civil, verifica-se, graficamente, que o primeiro
extremamente simples e, por isso, mais clere.
Art. 849 CLT - A audincia de julgamento ser contnua;
mas, se no for possvel, por motivo de fora maior,
conclu-la no mesmo dia, o juiz ou presidente marcar a
sua continuao para a primeira desimpedida,
independentemente de nova notificao.
Direito Processual do Trabalho Rito Ordinrio
Petio Inicial Distribuio Notificao Audincia (sentena)
Direito Processual Civil Rito Ordinrio
Petio Inicial Distribuio Concluso ao Juiz e Despacho Inicial
Citao Defesa Aud. Preliminar Aud. de Instruo Razes
finais Sentena
Teoria e questes de Processo do Trabalho para ANALISTA
JUDICIRIO REA JUD E OF DE JUST DO TRT/MG - FCC Prof. Bruno Klippel Aula 00
Prof. Bruno Klippel www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 20 de 115
A simples comparao acima atesta que a maioria dos atos processuais
realizada na audincia, no havendo que se falar em citao para posterior
apresentao de defesa para depois designar-se audincia preliminar e, aps,
audincia de instruo. Ao final desta, geralmente concedido prazo para
apresentao de memoriais (razes finais escritas), indo os autos conclusos para
ser proferida sentena.
Exemplo: No dia da audincia, Joo compareceu sala de audincia da
3 Vara do Trabalho de Vitria/ES. As 9h em ponto, foi feito o prego,
sendo chamados autor e ru. Na mesma audincia foi tentado o acordo
entre as partes, o que no ocorreu. Em seguida, o ru apresentou
defesa, foram ouvidas as partes e testemunhas. Cada parte teve 10
minutos para apresentar as razes finais, demonstrando ao Juiz os
motivos que ele deveria levar em considerao na hora do julgamento.
Foi novamente tentado o acordo entre as partes. Como novamente no
houve conciliao, passou-se sentena, que condenou o ru ao
pagamento de R$10.000,00 ao autor, seu ex-empregador, por dano
moral decorrente do vnculo de emprego havido no passado. Vejam que
todos esses atos processuais ocorreram em um nico dia, em uma
audincia, todos os atos concentrados naquele momento.
3.7. Oralidade;
Um dos aspectos mais relevantes do direito processual do trabalho a
celeridade, ou seja, a busca pela entrega da prestao jurisdicional em perodo
de tempo razovel, conforme preconiza o art. 5, LXXVIII da CRFB/88. Contudo,
a celeridade somente alcanada pela efetivao de diversos princpios aqui
estudados, dentre eles, o da oralidade.
LXXVIII a todos, no mbito judicial e administrativo, so
assegurados a razovel durao do processo e os meios
que garantam a celeridade de sua tramitao.
A viso do processo do trabalho criada pelo legislador, ao elaborar a
Consolidao das Leis do Trabalho, foi de pensar em um procedimento em que
Teoria e questes de Processo do Trabalho para ANALISTA
JUDICIRIO REA JUD E OF DE JUST DO TRT/MG - FCC Prof. Bruno Klippel Aula 00
Prof. Bruno Klippel www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 21 de 115
os atos processuais fossem realizados oralmente, dispensando-se a formalidade
dos atos escritos e o tempo necessrio sua comunicao e realizao.
Por esses e outros motivos, a serem analisados, dispe o legislador que:
O reclamante poder ajuizar reclamao trabalhista oral, nos
termos do art. 840 da CLT, sendo que nessa hiptese a reclamao ser
distribuda vara do trabalho, devendo o reclamante comparecer no
prazo de 5 (cinco) dias para reduo termo dos fatos e fundamentos.
Facilita-se, com isso, o acesso justia, pois mesmo quem no sabe
escrever e no possui advogado, pode buscar a soluo dos litgios
atravs da jurisdio.
Art. 840 CLT- A reclamao poder ser escrita ou verbal.
1 - Sendo escrita, a reclamao dever conter a
designao do Presidente da Junta, ou do juiz de direito a
quem for dirigida, a qualificao do reclamante e do
reclamado, uma breve exposio dos fatos de que resulte
o dissdio, o pedido, a data e a assinatura do reclamante
ou de seu representante. 2 - Se verbal, a reclamao
ser reduzida a termo, em 2 (duas) vias datadas e
assinadas pelo escrivo ou secretrio, observado, no que
couber, o disposto no pargrafo anterior.
O juiz realizar a leitura da petio inicial (reclamao
trabalhista), caso no seja dispensada pelas partes (art. 847 CLT):
Nesse ponto, quis o legislador privilegiar, alm do fator tempo, os
reclamantes que viessem a utilizar-se do jus postulandi, ou seja, que
ajuizassem suas aes sem Advogado, nos termos do art. 791 da CLT.
No sabendo ler e tendo apresentado petio inicial oral, poderia verificar
se o servidor reduziu a termo exatamente o que lhe foi exposto. Alm
disso, privilegia-se igualmente o reclamado, que sem Advogado, no
sabendo ler, teria cincia dos fatos que lhe foram imputados, de maneira
a contrap-los no momento adequado.
O reclamado apresentar a defesa oralmente, no prazo de 20 (vinte)
minutos, conforme art. 847 da CLT. Apesar de no ser habitual na
prtica, a defesa oral no prazo acima exposto a regra nas questes
Teoria e questes de Processo do Trabalho para ANALISTA
JUDICIRIO REA JUD E OF DE JUST DO TRT/MG - FCC Prof. Bruno Klippel Aula 00
Prof. Bruno Klippel www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 22 de 115
objetiva, isto , para tais questes de concursos, deve-se assinalar, em
sombra de dvidas, que a resposta do ru ser apresentada oralmente,
no prazo de 20 (vinte) minutos. Em tal prazo devero ser apresentadas
todas as peas de defesa, se for a hiptese (contestao, excees e
reconveno).
Art. 847 CLT - No havendo acordo, o reclamado ter vinte
minutos para aduzir sua defesa, aps a leitura da
reclamao, quando esta no for dispensada por ambas as
partes.
O juiz buscar a conciliao em dois momentos obrigatrios da
audincia, sob pena de nulidade processual. Dispem os artigos 846 e
850 da CLT que o juiz tentar a conciliao no incio da audincia (ou
seja, antes da apresentao da defesa) e aps as razes finais. Em tese,
a ausncia de qualquer das tentativas de conciliao torna o processo
nulo. Contudo, a jurisprudncia trabalhista abrandou a regra, afirmando
que a ausncia da 2 tentativa conciliatria (depois das razes finais)
que impe a nulidade referida.
Art. 846 CLT - Aberta a audincia, o juiz ou presidente
propor a conciliao.
Art. 850 CLT - Terminada a instruo, podero as partes
aduzir razes finais, em prazo no excedente de 10 (dez)
minutos para cada uma. Em seguida, o juiz ou presidente
renovar a proposta de conciliao, e no se realizando
esta, ser proferida a deciso.
As razes finais sero realizadas em audincia, nos termos do art.
850 da CLT, em 10 (dez) minutos para cada parte, sem que haja, na CLT,
a possibilidade de converso em memoriais escritos. Contudo, diante da
complexidade da causa, poder o Magistrado, utilizando-se
Teoria e questes de Processo do Trabalho para ANALISTA
JUDICIRIO REA JUD E OF DE JUST DO TRT/MG - FCC Prof. Bruno Klippel Aula 00
Prof. Bruno Klippel www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 23 de 115
subsidiariamente do CPC, determinar a converso, designando prazo para
as partes apresentarem as alegaes finais em cartrio.
A sentena ser proferida ao trmino da audincia, oralmente,
prestigiando-se o princpio em estudo e em reforo ao princpio da
concentrao dos atos processuais, demonstrando-se o que fora exposto:
o processo do trabalho se desenvolve em sua maioria na audincia una. A
sentena oral, ao trmino da audincia, est prevista nos artigos 831 e
850 da CLT.
Art. 831 - A deciso ser proferida depois de rejeitada
pelas partes a proposta de conciliao.
A parte apresentar o protesto em audincia, caso discorde de
alguma deciso interlocutria proferida em audincia, visando evitar a
precluso acerca da matria. O protesto uma figura processual parecida
com o agravo retido oral, previsto no art. 523, 3 do CPC, porm, sem
qualquer fundamentao, bastando parte que requeira ao Juiz que
inclua na ata de audincia o protesto da parte, isto , a sua discordncia.
Tal ato j permite que a parte, no recurso da deciso final, se insurja em
face da deciso proferida em audincia, j que protesto evitou a
precluso em relao matria.
! Nunca esquecer: defesa oral em 20 (vinte) minutos. Alm
disso, dois momentos obrigatrios de conciliao (incio da
audincia e aps razes finais).
Exemplo: Os atos processuais so realizados, em sua maioria, de forma
oral. Assim, posso ir Justia do Trabalho e dizer que quero ajuizar uma
reclamao trabalhista verbal. Esse meu pedido ser distribudo a uma
das Varas do Trabalho existentes e eu, em 5 dias, comparecerei Vara
do Trabalho sorteada para narrar a minha histria, que ser reduzida
termo, ou seja, colocada no papel. Essa a petio inicial verbal. Na
audincia, o ru apresentar, pelas normas da CLT, a defesa oralmente,
no prazo de at 20 minutos. Pela CLT, no h defesa escrita, como
Teoria e questes de Processo do Trabalho para ANALISTA
JUDICIRIO REA JUD E OF DE JUST DO TRT/MG - FCC Prof. Bruno Klippel Aula 00
Prof. Bruno Klippel www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 24 de 115
geralmente ocorre, mas oral, no prazo acima destacado. Ao final da
audincia, o Juiz deve proferir a sentena, oralmente. Vejam que os
principais atos so orais, facilitando o acesso das pessoas ao Poder
Judicirio e tornando o processo mais rpido.
3.8. Irrecorribilidade imediata das interlocutrias;
Uma das mais importantes tcnicas utilizadas pelo legislador para alcanar a
celeridade dos ritos trabalhistas, toca impossibilidade de ser interposto recurso
em face de decises interlocutrias, ao contrrio do que ocorre no processo civil,
pois naquela seara as referidas decises so impugnadas por agravo
(instrumento ou retido).
Assim, sendo proferida deciso interlocutria deferindo a reintegrao do
reclamante, no poder a empresa interpor de imediato qualquer recurso.
Dever aguardar ser proferida sentena para interpor o recurso cabvel em face
desta ltima deciso. Ao interpor o recurso ordinrio (art. 895, I CLT),
demonstrar o seu inconformismo tambm em face de interlocutria proferida.
Assim dispe o art. 893, 1 da CLT.
Art. 893 1 CLT - Os incidentes do processo so
resolvidos pelo prprio Juzo ou Tribunal, admitindo-se a
apreciao do merecimento das decises interlocutrias
somente em recursos da deciso definitiva.
Na sistemtica do direito processual do trabalho, tal princpio no traz prejuzo
s partes, j que o rito processual mostra-se bastante clere, em virtude da
concentrao dos atos processuais.
Portanto, a regra a impossibilidade de se interpor recurso em face de decises
interlocutrias. Ocorre que a regra comporta excees. A primeira, descrita no
art. 799, 2 da CLT, que trata das decises interlocutrias terminativas do
feito. Entende-se que tais decises so aquelas que reconhecem a
incompetncia absoluta da Justia do Trabalho e que, por isso, conforme art.
113, 2 do CPC, determinam a remessa dos autos para fora da Justia do
Trabalho, isto, para a justia comum ou outra especializada. Nessa situao,
Teoria e questes de Processo do Trabalho para ANALISTA
JUDICIRIO REA JUD E OF DE JUST DO TRT/MG - FCC Prof. Bruno Klippel Aula 00
Prof. Bruno Klippel www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 25 de 115
caber recurso e imediato e, apesar de tratar-se de deciso interlocutria, o
recurso cabvel ser o ordinrio (art. 895, I da CLT).
! Pouco importa o momento em que a interlocutria
proferida. A regra a impossibilidade de se interpor recurso,
salvo as excees legais e jurisprudenciais.
Art. 799 2 CLT - Das decises sobre excees de
suspeio e incompetncia, salvo, quanto a estas, se
terminativas do feito, no caber recurso, podendo, no
entanto, as partes aleg-las novamente no recurso que
couber da deciso final.
Outras excees esto contidas na Smula 214 do TST. So trs as situaes
destacadas pelo Tribunal Superior do Trabalho:
Deciso de TRT contrria Orientao Jurisprudencial ou Smula
do TST: nessa hiptese, ao dar provimento ao recurso e determinar a
anulao da sentena, com retorno dos autos ao primeiro grau, pode o
TRT decidir em desconformidade com Orientao Jurisprudencial ou
Smula do TST, hiptese que gera o cabimento de recurso de revista para
o TST.
Deciso suscetvel de impugnao mediante recurso para o prprio
tribunal: nessa situao, apesar de ter sido proferida deciso
interlocutria, poder a parte prejudicada valer-se de recurso, pois a
deciso pode ser impugnada por recurso interno, ou seja, processado e
julgado pelo mesmo tribunal. Situao tpica ocorre quando o Relator
analisa pedido liminar, cabendo a interposio de agravo regimental ou
julga nos termos do art. 557 do CPC, podendo-se impugnar a deciso por
agravo interno (art. 557, 1 CPC).
Art. 557 CPC. O relator negar seguimento a recurso
manifestamente inadmissvel, improcedente, prejudicado
ou em confronto com smula ou com jurisprudncia
dominante do respectivo tribunal, do Supremo Tribunal
Federal, ou de Tribunal Superior.(Redao dada pela Lei
Teoria e questes de Processo do Trabalho para ANALISTA
JUDICIRIO REA JUD E OF DE JUST DO TRT/MG - FCC Prof. Bruno Klippel Aula 00
Prof. Bruno Klippel www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 26 de 115
n 9.756, de 17.12.1998) (...) 1o Da deciso caber
agravo, no prazo de cinco dias, ao rgo competente para
o julgamento do recurso, e, se no houver retratao, o
relator apresentar o processo em mesa, proferindo voto;
provido o agravo, o recurso ter seguimento.
Deciso que julga exceo de incompetncia, determinando a
remessa dos autos para Vara do Trabalho vinculada outro
TRT:nessa situao, deve-se verificar, quando do julgamento de exceo
de incompetncia territorial, se o juzo para o qual ser remetida a
demanda trabalhista est vinculado ou no ao mesmo TRT. Por exemplo,
se a ao for ajuizada perante Vara do Trabalho de Vitria/ES (TRT 17
Regio) e for determinada a remessa dos autos para Vara do Trabalho de
So Paulo/SP (TRT 2 Regio), caber recurso, pois a demanda foi
ajuizada perante um TRT (ES), sendo remetida para outro TRT (SP).
Muda-se de regio por meio do julgamento da exceo de incompetncia.
No se pode pensar em Estado, e sim, em Regio, pois o Estado do So
Paulo possui duas regies Capital (2 Regio) e Campinas (15 Regio)
sendo que, por outro lado, alguns Estados da Federao no possuem
TRT, tais como RR, AP, AC e TO.
Exemplo: Digamos que Joana, apesar de grvida, tenha sido demitida
sem justa causa da empresa em que trabalhava. Revoltada, procurou um
Advogado que ajuizou uma ao trabalhista, pedindo a imediata
reintegrao, ou seja, o seu retorno por deciso liminar, no incio do
processo. Analisando esse pedido liminar, o Juiz proferiu uma deciso
negando o pedido de retorno, por entender que no ficou provado que a
autora engravidou enquanto empregada. Essa deciso negando o pedido,
no incio do processo, recebe o nome de deciso interlocutria, pois o
processo no terminou, e sim, apenas analisou um pedido de urgncia.
Por mais revoltada que Joana esteja com a deciso desfavorvel, no
poder interpor nenhum recurso, pois a regra que no cabe recurso de
deciso proferida no meio do processo (deciso interlocutria).
Teoria e questes de Processo do Trabalho para ANALISTA
JUDICIRIO REA JUD E OF DE JUST DO TRT/MG - FCC Prof. Bruno Klippel Aula 00
Prof. Bruno Klippel www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 27 de 115
SUM-214 TST - DECISO
INTERLOCUTRIA.IRRECORRIBILIDADE (nova redao) -
Res. 127/2005, DJ 14, 15 e 16.03.2005 Na Justia do
Trabalho, nos termos do art. 893, 1, da CLT, as
decises interlocutrias no ensejam recurso imediato,
salvo nas hipteses de deciso: a) de Tribunal Regional
do Trabalho contrria Smula ou Orientao
Jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho; b)
suscetvel de impugnao mediante recurso para o
mesmo Tribunal; c) que acolhe exceo de incompetncia
territorial, com a remessa dos autos para Tribunal
Regional distinto daquele a que se vincula o juzo
excepcionado, consoante o disposto no art. 799, 2, da
CLT.
3.9. Duplo grau de jurisdio;
O princpio do duplo grau de jurisdio gera a possibilidade das partes
recorreram de decises que lhes forem desfavorveis, interpondo os recursos
previstos em lei. Apesar de usual a utilizao de recursos, o direito de interp-
los no considerado uma garantia constitucional, pois no h qualquer
dispositivo na CRFB/88 prevendo tal direito.
O exerccio do duplo grau se d por interpretao sistemtica do texto
constitucional, j que naquele h previso da existncia de tribunais, sendo
competentes para o processamento e julgamento de recursos.
Ao se buscar a reforma ou anulao de uma deciso judicial, afirma-se a
existncia de um dos seguintes vcios: error in judicandoe error in procedendo,
que significam o equvoco do julgador quando de sua anlise acerca da situao
concreta, sujeita jurisdio estatal e o equvoco na realizao de algum ato
processual, isto, erro no procedimento.
! O error in procedendo gera o pedido de anulao da deciso,
enquanto o error in judicando faz com que o recorrente
requeria a reforma do julgado.
Teoria e questes de Processo do Trabalho para ANALISTA
JUDICIRIO REA JUD E OF DE JUST DO TRT/MG - FCC Prof. Bruno Klippel Aula 00
Prof. Bruno Klippel www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 28 de 115
Ainda sobre o tema, mostra-se importante salientar que os recursos so
julgados, geralmente, por rgo de hierarquia superior quele que proferiu a
deciso, mas nada impede que o remdio processual seja julgado pelo mesmo
rgo que proferiu a deciso recorrida, como ocorre nos embargos de
declarao.
Alm disso, por no se tratar de garantia constitucional, pode ser restringido,
isto , pode a lei impor situaes das quais no caiba recurso, como ocorre no
procedimento sumrio, tambm conhecido por dissdio de alada, previsto na Lei
n 5584/70.
Exemplo: se ajuzo uma ao trabalhista buscando a condenao do ru
ao pagamento de R$1.000.000,00 em danos morais e perco, posso
interpor recurso, que em regra julgado pelo rgo de hierarquia
superior, um tribunal. Muitas vezes tenho mais de uma possibilidade de
interpor recurso, as vezes vrias, mas deve haver pelo menos um
recurso disponvel s partes, para que seja exercido o duplo grau de
jurisdio, j que possvel que o Juiz erre, j que humano.
3.10. Contraditrio e ampla defesa;
Os princpios em comento esto assegurados na CRFB/88 no art. 5, LV, que
aduz, em sntese, a necessidade das partes serem informadas dos atos
processuais para, querendo, apresentarem manifestao, isto , reao. Sabe-se
que a marcha processual formada por diversos atos, dos quais participam as
partes, bem como terceiros, sendo que os primeiros so intimados
cientificados pelo Estado, de maneira que possam atuar no processo, caso
queiram. O contraditrio, como j afirmado, pode ser reduzido frmula
informao + possibilidade de reao.
! No h necessidade de reao efetiva, bastante oferecer
parte a possibilidade de reagir, por tratar-se de faculdade
daquela.
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo,
e aos acusados em geral so assegurados o contraditrio
Teoria e questes de Processo do Trabalho para ANALISTA
JUDICIRIO REA JUD E OF DE JUST DO TRT/MG - FCC Prof. Bruno Klippel Aula 00
Prof. Bruno Klippel www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 29 de 115
e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes.
Assim, deve o Estado cientificar as partes por meio da citao (notificao) e da
intimao. Assim, sendo designada audincia no processo do trabalho, as partes
devem ser notificadas para comparecerem. obvio que o comparecimento no
obrigatrio, por tratar-se de nus, o que representa dizer que a ausncia trar
conseqncias processuais, tais como o arquivamento da reclamao caso o
autor falte quele ato ou a revelia sendo faltoso o ru.
Em tpico prprio, sero analisadas as regras sobre a notificao e intimao no
processo do trabalho, mas alguns pontos merecem relevo nesse momento:
A notificao do ru no processo do trabalho no necessita ser requerida
na petio inicial, por tratar-se de ato automtico do servidor do juzo;
A notificao do ru no feita para apresentar defesa em certo prazo,
como no processo civil, e sim, para comparecer audincia, na qual
poder ser apresentada defesa oral. A audincia ser a primeira
desimpedida no prazo de pelo menos 5 (cinco) dias entre o recebimento
da notificao e a realizao daquele ato, de acordo com o art. 841 da
CLT.
Art. 841 CLT - Recebida e protocolada a reclamao, o
escrivo ou secretrio, dentro de 48 (quarenta e oito)
horas, remeter a segunda via da petio, ou do termo, ao
reclamado, notificando-o ao mesmo tempo, para
comparecer audincia do julgamento, que ser a
primeira desimpedida, depois de 5 (cinco) dias. 1 - A
notificao ser feita em registro postal com franquia. Se
o reclamado criar embaraos ao seu recebimento ou no
for encontrado, far-se- a notificao por edital, inserto
no jornal oficial ou no que publicar o expediente forense,
ou, na falta, afixado na sede da Junta ou Juzo. 2 - O
reclamante ser notificado no ato da apresentao da
reclamao ou na forma do pargrafo anterior.
As intimaes so feitas de ofcio pelo Juzo, conforme disposto no art.
262 do CPC, que afirma que o processo se desenvolve por impulso oficial.
Teoria e questes de Processo do Trabalho para ANALISTA
JUDICIRIO REA JUD E OF DE JUST DO TRT/MG - FCC Prof. Bruno Klippel Aula 00
Prof. Bruno Klippel www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 30 de 115
Art. 262 CPC. O processo civil comea por iniciativa da
parte, mas se desenvolve por impulso oficial.
Por fim, vale a pena dizer que nem sempre a ausncia de citao ou intimao
importar em violao ao princpio do contraditrio, pois a nulidade processual
somente ser pronunciada se for verificado o prejuzo da parte, pois nulidade
igual a vcio de forma + prejuzo. Caso a violao ao contraditrio no acarrete
prejuzo, o ato ser vlido, pois entrar em cena o princpio da
instrumentalidade das formas, a ser estudado em tpico prprio.
! Nulidade = erro de forma + prejuzo.
Sobre a ampla defesa, afirma-se que as partes podero utilizar-se de todos os
meios processuais legais para a demonstrao de seu direito, inclusive o
silncio, pois segundo destaca o TST, por meio de sua Smula n. 403, I que
no caracteriza dolo processual, previsto no art. 485, III, do CPC, o simples
fato de a parte vencedora haver silenciado a respeito de fatos contrrios a ela.
Exemplo:aps trabalhar diversos anos em uma empresa, Joo foi
demitido e ajuizou reclamao trabalhista em face do ex-empregador,
alegando ter trabalhado em jornada extraordinria sem receber qualquer
quantia, alm de ter sido humilhado perante todos os demais
empregados, quando da sua demisso, tendo em vista que o gerente lhe
disse, em alto e bom som, que ele era incompetente, preguioso e
outros elegios. Ajuizou a ao e pediu a condenao da empresa ao
pagamento de R$100.000,00 (reunindo todos os pedidos). A empresa
deve ser notificada (citada) para conhecer as alegaes de Joo e, caso
queira, apresentar defesa. Pode at no apresentar defesa, caso no
queira, mas a possibilidade de reagir lhe foi conferida. Assim, foram
respeitados os princpios do contraditrio e ampla defesa. Situao
diversa ocorreria se Joo inclusse o endereo errado da empresa em sua
petio inicial e o ex-empregador no tivesse conhecimento da ao,
sendo condenado revelia. O erro do endereo impediu o conhecimento
da causa pelo ru.
3.11. Conciliao;
Teoria e questes de Processo do Trabalho para ANALISTA
JUDICIRIO REA JUD E OF DE JUST DO TRT/MG - FCC Prof. Bruno Klippel Aula 00
Prof. Bruno Klippel www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 31 de 115
A conciliao um dos pilares mais importantes do processo do trabalho,
contribuindo em muito para a manuteno de sua peculiar celeridade. Ao criar a
sistemtica processual trabalhista, o legislador procurou, em todos os
procedimentos, instigar as partes composio conciliatria do conflito, criando
momentos especficos e obrigatrios para que o Juiz busque o acordo, de forma
a extinguir o processo com resoluo do mrito, conforme art. 269, III do CPC,
da maneira clere e eficaz.
! Homologao de acordo gera sempre a extino do processo
com resoluo de mrito.
Art. 269 CPC. Haver resoluo de mrito:
(...) III - quando as partes transigirem;
Um primeiro ponto a ser destacado que o art. 764 da CLT afirma que os
dissdios individuais e coletivos sero objeto de tentativa de conciliao, sendo
lcito s partes formul-la em qualquer momento do processo, inclusive, em
execuo de sentena, como a prtica demonstra ser comum.
Art. 764 CLT - Os dissdios individuais ou coletivos
submetidos apreciao da Justia do Trabalho sero
sempre sujeitos conciliao.
Nos dissdios individuais, o Juiz buscar a conciliao em dois momentos
obrigatrios, no incio e no trmino da audincia. Em termos mais precisos, aps
a realizao do prego (art. 846 CLT) e aps as razes finais (art. 850 CLT). No
rito sumarssimo, destaque para o art. 852-E, que afirma que o Juiz buscar a
conciliao em todos os momentos da audincia. Nos dissdios coletivos, o
Presidente do Tribunal designar audincia prpria para a tentativa de
conciliao, conforme ser melhor estudado em aula sobre aquele espcie de
dissdio.
Art. 852-E CLT. Aberta a sesso, o juiz esclarecer as
partes presentes sobre as vantagens da conciliao e
Teoria e questes de Processo do Trabalho para ANALISTA
JUDICIRIO REA JUD E OF DE JUST DO TRT/MG - FCC Prof. Bruno Klippel Aula 00
Prof. Bruno Klippel www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 32 de 115
usar os meios adequados de persuaso para a soluo
conciliatria do litgio, em qualquer fase da audincia.
No se pode esquecer jamais que a homologao de acordo gera a extino do
processo com resoluo do mrito, de acordo com o art. 269, III do CPC. Alm
disso, caso seja apresentada proposta de acordo, o Juiz no obrigado a
homolog-la, de acordo com a Smula n. 418 do TST, no sendo possvel a
impetrao de mandado de segurana, uma vez que o Juiz do Trabalho dever
verificar se o acordo prejudicial ou no ao obreiro, tendo em vista o princpio
da proteo.
! O juiz no obrigado a homologar o acordo apresentado
pelas partes e deferir liminar.
SUM-418 TST - MANDADO DE SEGURANA VISANDO
CONCESSO DE LIMI-NAR OU HOMOLOGAO DE ACORDO
(converso das Orientaes Jurisprudenciais ns 120 e
141 da SBDI-2) - Res. 137/2005, DJ 22, 23 e 24.08.2005
A concesso de liminar ou a homologao de acordo
constituem faculdade do juiz, inexistindo direito lquido e
certo tutelvel pela via do mandado de segurana.
Por fim, importante fazer referncia ao contedo da Smula n. 259 do TST, que
afirma ser a ao rescisria o meio processual adequado para desconstituir
deciso homologatria de acordo, por faltar interesse na interposio de recurso.
! Eventual erro no acordo deve ser demonstrado por ao
rescisria.
SUM-259 TST - TERMO DE CONCILIAO. AO
RESCISRIA (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e
21.11.2003 S por ao rescisria impugnvel o termo
de conciliao previsto no pargrafo nico do art. 831 da
CLT.
Exemplo: imagine que voc tenha ajuizado uma ao trabalhista
Teoria e questes de Processo do Trabalho para ANALISTA
JUDICIRIO REA JUD E OF DE JUST DO TRT/MG - FCC Prof. Bruno Klippel Aula 00
Prof. Bruno Klippel www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 33 de 115
pedindo a condenao do reclamado ao pagamento de R$10.000,00.
Na audincia a empresa apresentou proposta de acordo: pagaria
R$6.000,00 naquela mesma data. Voc disse que aceitava e o Juiz
achou o acordo conveniente, razo pelo qual homologou o mesmo e
extinguiu o processo com resoluo do mrito. Contudo, poderia
ocorrer da empresa oferecer apenas R$3.000,00 e voc aceitar, mas o
Juiz no homologar, por entender que aquele valor estava muito abaixo
do que voc merecia. Mesmo que voc afirme que concorda (e que o
direito seu !!) o Juiz no obrigado a homologar (aceitar) o acordo.
No aceitando, o processo continuar com a prtica dos demais atos
processuais.
3.12. Jus postulandi;
O princpio em estudo revela a possibilidade das partes realizarem os atos
processuais sem a representao de Advogado. Tal regra encontra-se prevista
no art. 791 da CLT. Essa norma passou a ser muito contestada aps a CRFB/88,
j que a Carta Magna prev no art. 133 a indispensabilidade do Advogado,
demonstrando a sua importncia para a administrao da justia. Advogou-se
tese da no recepo do dispositivo celetista.
! O art. 791 da CLT no conflita com o art. 133 da CRFB/88, por
isso foi recepcionado.
Art. 791 CLT - Os empregados e os empregadores podero
reclamar pessoalmente perante a Justia do Trabalho e
acompanhar as suas reclamaes at o final.
Art. 133 CF. O advogado indispensvel administrao
da justia, sendo inviolvel por seus atos e manifestaes
no exerccio da profisso, nos limites da lei.
Ocorre que o entendimento do STF e do TST foi em sentido contrrio. O jus
postulandi continua a existir na Justia do Trabalho, independentemente do valor
da causa ou da complexidade da demanda.
Teoria e questes de Processo do Trabalho para ANALISTA
JUDICIRIO REA JUD E OF DE JUST DO TRT/MG - FCC Prof. Bruno Klippel Aula 00
Prof. Bruno Klippel www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 34 de 115
Apesar do TST manter a aplicao do instituto, foi editada a Smula n, 425
daquele tribunal, restringindo-o em algumas situaes. Segundo o entendimento
consolidado, no subsiste o jus postulandi nos recursos para o TST, na ao
cautelar, ao rescisria e no mandado de segurana. A justificativa bastante
plausvel. Em relao aos recursos julgados pelo TST, os requisitos de
admissibilidade complexos (prequestionamento, cabimento, fundamentao, etc)
impedem que algum, que no seja Advogado, realize o ato corretamente. Nas
demais hipteses, os requisitos e procedimentos tambm dificultam a prtica
dos atos, merecendo o acompanhamento de Advogado, que possui capacidade
postulatria.
Em sntese, temos as seguintes restries ao jus postulandi;
Vara do Trabalho e Tribunal Regional do Trabalho: Ao Rescisria,
Mandado de Segurana e Ao Cautelar.
Tribunal Superior do Trabalho:Ao Rescisria, Mandado de
Segurana, Ao Cautelar e Recursos processados e julgados por aquele
tribunal.
SUM-425 TST - JUS POSTULANDI NA JUSTIA DO
TRABALHO. ALCANCE - Res. 165/2010, DEJT divulgado em
30.04.2010 e 03 e 04.05.2010 Ojus postulandidas partes,
estabelecido no art. 791 da CLT, limita-se s Varas do
Trabalho e aos Tribunais Regionais do Trabalho, no
alcanando a ao rescisria, a ao cautelar, o mandado de
segurana e os recursos de competncia do Tribunal
Superior do Trabalho.
Exemplo:Se quero ajuizar uma reclamao trabalhista em face do meu
ex-empregador, posso contratar um Advogado ou no, ajuizar a ao
pessoalmente. Posso redigir a minha prpria petio inicial ou ajuiz-la
oralmente, comparecendo Justia do Trabalho para que um servidor
(voc, por exemplo), reduz termo a minha histria, isto , coloque-a
no papel. Contudo, caso haja necessidade de impetrar um mandado de
segurana na Justia do Trabalho, ajuizar uma ao rescisria, uma ao
cautelar ou interpor um recurso para o TST, ai necessitarei de um
Advogado. Digamos que a deciso do Juiz do Trabalho (Vara do
Teoria e questes de Processo do Trabalho para ANALISTA
JUDICIRIO REA JUD E OF DE JUST DO TRT/MG - FCC Prof. Bruno Klippel Aula 00
Prof. Bruno Klippel www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 35 de 115
Trabalho) tenho sido desfavorvel. Sem Advogado estava, sem
Advogado recorri ao TRT, que manteve a deciso desfavorvel. Agora,
para recorrer ao TST tenha que contratar um Advogado, pois a Smula
n 425 do TST diz que no se aplica o jus postulandi aos recursos para
aquele Tribunal. Logo, no posso interpor o recurso sozinho.
Obrigatoriamente esse recurso dever ser assinado por um Advogado.
3.13. Motivao das decises judiciais;
Sobre esse importante princpio, merece destaque o art. 93, IX da CRFB/88, que
aduz ser necessria a fundamentao de todas as decises judiciais, sob pena de
nulidade. Trata-se de nulidade absoluta que, portanto, no pode ser sanada. Nos
termos do art. 458 do CPC, so requisitos da sentena: relatrio, fundamentao
e dispositivo. A fundamentao o momento em que o juiz analisa a causa de
pedir do autor, bem como os fundamentos da defesa, concluindo pela
procedncia ou improcedncia do pedido formulado na exordial.
Art. 93 IX CF: todos os julgamentos dos rgos do Poder
Judicirio sero pblicos, e fundamentadas todas as
decises, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a
presena, em determinados atos, s prprias partes e a
seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais
a preservao do direito intimidade do interessado no
sigilo no prejudique o interesse pblico informao.
A CLT tambm faz referncia ao princpio, quando insere no art. 832, que da
deciso devero constar o nome das partes, o resumo do pedido e da defesa, a
apreciao das provas, os fundamentos da deciso e a respectiva concluso.
! Por poltica legislativa, em alguns procedimentos, pode o
legislador deixar de exigir o relatrio, mas nunca a
fundamentao e o dispositivo.
Art. 832 CLT - Da deciso devero constar o nome das
Teoria e questes de Processo do Trabalho para ANALISTA
JUDICIRIO REA JUD E OF DE JUST DO TRT/MG - FCC Prof. Bruno Klippel Aula 00
Prof. Bruno Klippel www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 36 de 115
partes, o resumo do pedido e da defesa, a apreciao das
provas, os fundamentos da deciso e a respectiva
concluso.
O princpio aplicvel a todos os atos decisrios, ou seja, decises
interlocutrias, sentenas, acrdos e decises monocrticas. Apenas os
despachos no precisam ser fundamentos, j que no possuem forma, no
geram prejuzo, por apenas impulsionarem o processo.
! Dos despachos no cabe recurso, conforme art. 504 do CPC.
Exemplo:imagine que tenha ajuizada uma reclamao trabalhista,
alegando ter trabalhado em jornada noturna, sem receber o adicional
devido, bem como em jornada extraordinria, sem nada receber. Para
provar os suas alegaes, juntou documentos, levou testemunhas
audincia. Saiu daquele ato satisfeito(a), pensando que a sentena seria
procedente, ou seja, voc conseguiria a condenao pretendida. Quando
da intimao da sentena, voc se assustou ao saber que a deciso tinha
sido desfavorvel. Qual a primeira pergunta que lhe veio mente? Por
que o Juiz no reconheceu os meus pedidos? Imagina se ele no
precisasse explicar a deciso, no precisasse fundamentar a negativa do
seu pedido? Certamente voc ficaria ainda mais irritado(a). Vejam pelo
princpio que o Juiz deve fundamentar, motivar a deciso, explicando os
motivos que o levaram a julgar daquela maneira.
3.14. Probidade processual;
O princpio em referncia tambm conhecido por boa-f processual e destaca
que todos os sujeitos do processo parcial ou imparciais devem seguir as
condutas previstas no art. 14 do CPC. O primeiro destaque encontra-se no caput
do mencionado artigo, que faz meno s partes e todos aqueles que de
qualquer forma atuarem no processo, alterando-se entendimento anterior a
2001, que restringia o dispositivo apenas s partes.
Teoria e questes de Processo do Trabalho para ANALISTA
JUDICIRIO REA JUD E OF DE JUST DO TRT/MG - FCC Prof. Bruno Klippel Aula 00
Prof. Bruno Klippel www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 37 de 115
Art. 14 CPC. So deveres das partes e de todos aqueles
que de qualquer forma participam do processo: (Redao
dada pela Lei n 10.358, de 27.12.2001) I - expor os
fatos em juzo conforme a verdade; II - proceder com
lealdade e boa-f; III - no formular pretenses, nem
alegar defesa, cientes de que so destitudas de
fundamento; IV - no produzir provas, nem praticar atos
inteis ou desnecessrios declarao ou defesa do
direito. V - cumprir com exatido os provimentos
mandamentais e no criar embaraos efetivao de
provimentos judiciais, de natureza antecipatria ou
final.(Includo pela Lei n 10.358, de 27.12.2001)
Pargrafo nico. Ressalvados os advogados que se
sujeitam exclusivamente aos estatutos da OAB, a
violao do disposto no inciso V deste artigo constitui ato
atentatrio ao exerccio da jurisdio, podendo o juiz,
sem prejuzo das sanes criminais, civis e processuais
cabveis, aplicar ao responsvel multa em montante a ser
fixado de acordo com a gravidade da conduta e no
superior a vinte por cento do valor da causa; no sendo
paga no prazo estabelecido, contado do trnsito em
julgado da deciso final da causa, a multa ser inscrita
sempre como dvida ativa da Unio ou do Estado.
As partes que descumprirem as regras ali contidas so denominadas de
litigantes de m-f, cabendo a aplicao de penalidades previstas no art. 18 do
CPC, que destaca as normas sobre multas e outras penas pecunirias a serem
impostas. Destaca-se que tais penalidades pecunirias no so impostas ao
Advogado, pois segundo o nico do art. 14 do CPC, queles aplicam-se apenas
as regras previstas nos estatutos da Ordem dos Advogados do Brasil.
! As penas pecunirias no se aplicam aos Advogados, e sim, s
partes.
Art. 18 CPC. O juiz ou tribunal, de ofcio ou a
Teoria e questes de Processo do Trabalho para ANALISTA
JUDICIRIO REA JUD E OF DE JUST DO TRT/MG - FCC Prof. Bruno Klippel Aula 00
Prof. Bruno Klippel www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 38 de 115
requerimento, condenar o litigante de m-f a pagar
multa no excedente a um por cento sobre o valor da
causa e a indenizar a parte contrria dos prejuzos que
esta sofreu, mais os honorrios advocatcios e todas as
despesas que efetuou. (Redao dada pela Lei n 9.668,
de 23.6.1998) 1 Quando forem dois ou mais os
litigantes de m-f, o juiz condenar cada um na
proporo do seu respectivo interesse na causa, ou
solidariamente aqueles que se coligaram para lesar a
parte contrria. 2 O valor da indenizao ser desde
logo fixado pelo juiz, em quantia no superior a 20%
(vinte por cento) sobre o valor da causa, ou liquidado por
arbitramento.
Destaca-se no art. 18 do CPC que a multa ser aplicada de ofcio pelo Poder
Judicirio, isto , sem necessidade de pedido. Ademais, a aplicao de multa
poder ser realizada em qualquer instncia e momento processuais.
! A litigncia de m-f, com bem como as suas conseqncias,
devem ser declaradas de ofcio pelo juiz.
Existem outros dispositivos do CPC que tratam da matria, podendo-se destacar
o art. 538, nico, extremamente utilizado na prtica forense, pois trata de
multa a ser aplicada na utilizao de embargos de declarao com fins
protelatrios.
Art. 538 CPC. Os embargos de declarao interrompem o
prazo para a interposio de outros recursos, por
qualquer das partes. (Redao dada pela Lei n 8.950, de
13.12.1994)Pargrafo nico. Quando manifestamente
protelatrios os embargos, o juiz ou o tribunal,
declarando que o so, condenar o embargante a pagar
ao embargado multa no excedente de 1% (um por
cento) sobre o valor da causa. Na reiterao de embargos
protelatrios, a multa elevada a at 10% (dez por
Teoria e questes de Processo do Trabalho para ANALISTA
JUDICIRIO REA JUD E OF DE JUST DO TRT/MG - FCC Prof. Bruno Klippel Aula 00
Prof. Bruno Klippel www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 39 de 115
cento), ficando condicionada a interposio de qualquer
outro recurso ao depsito do valor respectivo.
Exemplo:ajuizei uma ao trabalhista alegando a existncia de dano
moral, diante de uma situao chata que ocorrera no dia-a-dia da
empresa, que culminou com o meu pedido de demisso. O meu
gerente, em determinado dia, na frente de toda a equipe, afirmou que
eu nunca cumpria as metas porque era incompetente, porque no me
empenhava e que devia buscar outra profisso. Essa situao me
humilhou muito, pois toda a equipe presenciou, razo pela qual
procurei o Poder Judiciria com ao de dano moral. Ocorre que na
audincia, a empresa r levou um empregado, que a tudo presenciou,
mas pagou quele para que mentisse. Assim fez com outras 2
testemunhas. Essa atitude considerada pelo de m-f. Conseguindo
perceber a Manobra, o Juiz condenou a r ao pagamento de multa por
litigncia de m-f, j que houve ferimento ao princpio da probidade
processual.
3.15. Eventualidade;
O princpio da eventualidade normalmente aplicvel ao direito de defesa,
estando previsto no art. 300 do CPC, que aduz que toda a matria de defesa
dever ser apresentada no momento oportuno, qual seja, na contestao, sob
pena de precluso. Alm da defesa de mrito, deve o ru apresentar a defesa
processual, prevista no art. 301 do CPC. Contudo, diferentemente do que ocorre
com a defesa de mrito, no haver precluso em relao ltima, por tratar-se
em regra de defesa que pode ser conhecido de ofcio pelo Magistrado, nos
termos do art. 301, 4 do CPC.
! O nico pressupostos processual de validade negativo que
no pode ser conhecido de ofcio o compromisso arbitral,
conforme art. 301, 4 CPC.
Art. 300 CPC. Compete ao ru alegar, na contestao,
toda a matria de defesa, expondo as razes de fato e de
Teoria e questes de Processo do Trabalho para ANALISTA
JUDICIRIO REA JUD E OF DE JUST DO TRT/MG - FCC Prof. Bruno Klippel Aula 00
Prof. Bruno Klippel www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 40 de 115
direito, com que impugna o pedido do autor e
especificando as provas que pretende produzir.
Art. 301 4 CPC. Com exceo do compromisso arbitral,
o juiz conhecer de ofcio da matria enumerada neste
artigo.
Ligada ao tema, destaca-se ainda o princpio da impugnao especificada dos
fatos, previsto no art. 302 do CPC. Segundo o dispositivo, o ru dever formular
defesa especfica em relao aos fatos articulados pelo autor, no podendo,
regra geral, formular defesa genrica. Esse ltimo tipo de defesa, se
apresentada por quem no possui autorizao judicial, tida como no
apresentada, acarretando revelia, com a presuno de veracidade dos fatos
apresentados na petio inicial.
Art. 302 CPC. Cabe tambm ao ru manifestar-se
precisamente sobre os fatos narrados na petio inicial.
Presumem-se verdadeiros os fatos no impugnados,
salvo: I - se no for admissvel, a seu respeito, a
confisso; II - se a petio inicial no estiver
acompanhada do instrumento pblico que a lei
considerar da substncia do ato; III - se estiverem em
contradio com a defesa, considerada em seu conjunto.
Pargrafo nico. Esta regra, quanto ao nus da
impugnao especificada dos fatos, no se aplica ao
advogado dativo, ao curador especial e ao rgo do
Ministrio Pblico.
Exemplo:eu sou Advogado de uma empresa que est respondendo a
uma ao ajuizada por Joo. J a 2 ao ajuizada por aquele ex-
empregado pedindo a mesma coisa. J fiz a defesa na primeira ao,
que est tramitando na 2 Vara do Trabalho de Vitria. Agora, na
defesa da 2 ao, que tramita na 10 Vara de Vitria, vou alegar a
litispendncia, que a existncia de duas aes iguais, pedindo
Teoria e questes de Processo do Trabalho para ANALISTA
JUDICIRIO REA JUD E OF DE JUST DO TRT/MG - FCC Prof. Bruno Klippel Aula 00
Prof. Bruno Klippel www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 41 de 115
para extinguir a primeira ao sem resoluo do mrito. Ocorre que,
na pressa, esqueci de alegar a litispendncia. E agora? Ser que perdi
a oportunidade de alegar esse vcio? Ser que o Juiz aplicar o
princpio da eventualidade, impedindo de alegar futuramente esse
vcio? As respostas so negativas. A litispendncia, bem como as
outras matrias do art. 301 do CPC, com exceo do compromisso
arbitral, podem ser alegadas posteriormente, bem como o prprio Juiz
pode reconhecer a existncia das 2 aes idnticas e extinguir a
primeira.
3.16. Precluso;
Precluso significa perda. Tratando-se de instituto processual, acarreta a perda
da possibilidade de realizao de um ato processual, que pode ocorrer em
virtude de trs fatos:
Prtica de ato processual fora do prazo estabelecido:Denominada de
precluso temporal, encontra-se prevista no art. 183 do CPC e ocorre
quando o ato deixa de ser praticado dentro do prazo que estabelecido
por lei ou pelo juiz. Trata-se de corrente perda do prazo. A no
interposio do recurso no prazo de 8 (oito) dias gera precluso temporal,
ou seja, a perda da possibilidade de recorrer. Importante destacar que a
impossibilidade de praticar-se o ato aps o decurso do prazo relativo,
pois pode ser configurada a justa causa, nos termos do nico do artigo
referido, abrindo-se novo prazo, a ser estipulado pelo Juiz, para a
realizao do ato.
Art. 183 CPC. Decorrido o prazo, extingue-se,
independentemente de declarao judicial, o direito de
praticar o ato, ficando salvo, porm, parte provar que
o no realizou por justa causa. 1o Reputa-se justa
causa o evento imprevisto, alheio vontade da parte, e
que a impediu de praticar o ato por si ou por
mandatrio. 2o Verificada a justa causa o juiz
permitir parte a prtica do ato no prazo que Ihe
Teoria e questes de Processo do Trabalho para ANALISTA
JUDICIRIO REA JUD E OF DE JUST DO TRT/MG - FCC Prof. Bruno Klippel Aula 00
Prof. Bruno Klippel www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 42 de 115
assinar.
Realizao de ato processual incompatvel:Denominada de precluso
lgica, ocorre quando a parte perde a oportunidade de realizar
determinado ato processual, por j ter realizado outro incompatvel, ou
seja, a incompatibilidade entre o primeiro ato e o segundo impede a
prtica deste ltimo. Tal situao encontra-se prevista no art. 503 do CPC,
que prev a impossibilidade da parte que aceitou a deciso, tcita ou
expressamente, interpor recurso, por tratarem de situaes antagnicas,
incompatveis entre si.
Art. 503 CPC. A parte, que aceitar expressa ou tacitamente
a sentena ou a deciso, no poder recorrer. Pargrafo
nico. Considera-se aceitao tcita a prtica, sem reserva
alguma, de um ato incompatvel com a vontade de
recorrer.
Realizao de ato processual em momento anterior, sem
possibilidade de renovao: Por fim, a denominada precluso
consumativa, que impede a prtica de ato processual quando o mesmo j
houver sido praticado anteriormente. Trata-se da impossibilidade de
repetir-se ato j realizado, tendo em vista que as partes possuem apenas
uma oportunidade para a realizao dos atos processuais. Se apresentada
contestao incompleta, no poder repetir o ato ou complement-lo. Em
grau recursal, geralmente denominado de princpio da consumao ou
complementariedade.
No se deve confundir precluso com perempo, j que esta ltima uma pena
pela ausncia do reclamante:
Por duas vezes, audincia, sendo as demandas extintas sem resoluo
do mrito, isto , arquivadas (art. 732 CLT);
Uma nica vez no ato de reduo termo da reclamao verbal (art. 731
CLT).
Teoria e questes de Processo do Trabalho para ANALISTA
JUDICIRIO REA JUD E OF DE JUST DO TRT/MG - FCC Prof. Bruno Klippel Aula 00
Prof. Bruno Klippel www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 43 de 115
A perempo retira o direito de ao da parte pelo prazo de 6 (seis) meses, pois
durante tal prazo no poder o reclamante ajuizar novamente a demanda. Caso
ajuze, a ao ser extinta sem resoluo do mrito, por trata-se de
pressupostos processual de validade negativo, ou seja, que no pode estar
presente.
! A precluso impede a prtica de ato processual determinado,
enquanto a perempo retira do autor, provisoriamente, o
direito de ao.
Art. 731 CLT - Aquele que, tendo apresentado ao
distribuidor reclamao verbal, no se apresentar, no
prazo estabelecido no pargrafo nico do art. 786, Junta
ou Juzo para faz-lo tomar por termo, incorrer na pena
de perda, pelo prazo de 6 (seis) meses, do direito de
reclamar perante a Justia do Trabalho.
Art. 732 CLT - Na mesma pena do artigo anterior incorrer
o reclamante que, por 2 (duas) vezes seguidas, der causa
ao arquivamento de que trata o art. 844.
Exemplo:fui intimado da sentena que negou todos os meus pedidos.
Sei que posso interpor recurso no prazo mximo de 8 (oito) dias,
conforme art. 895 da CLT, j que o recurso que cabe de sentena o
ordinrio. O meu recurso ser recebido pelo Poder Judicirio desde que
preencha todos os requisitos, dentre eles, o ser interposto no prazo
adequado (8 dia