AULA 5:
ASSUNTO: SOCIEDADE ( SOCIEDADE ANÔNIMA)
Caro aluno,
Por conta da complexidade e extensão do tema, achei por bem
separarmos uma aula apenas para falarmos sobre sociedade
anônima.
Vamos aumentar nosso número de aula, visto que no cronograma,
este tema estaria inserido na aula 4.
Acredito que a qualidade de nosso estudo será muito maior...
Bom, vamos ao que realmente interessa!
DA SOCIEDADE ANÔNIMA
Meu aluno, a sociedade anônima recebeu do nosso ordenamento
jurídico tratamento diferenciado, regida por uma lei específica (lei
6.404/76), não sendo tratada no Código Civil, como as demais
sociedades.
Da prática de governança corporativa:
Tem como fim estabelecer padrões de gestão das sociedades
anônimas, com o intuito de passar aos seus acionistas mais
confiança.
Provavelmente você já ouviu falar na BOVESPA, mas não identifica
exatamente o que vem a ser.
Expliquemos agora a sua utilidade: em 2.000 fora criado o Novo
Mercado da BOVESPA, justamente com o fim de passar aos sócios
os padrões de gestão adotados pelas sociedades, conferindo
àqueles mais segurança quanto a sua participação social.
Entretanto, a adesão à BOVESPA é ato voluntário, conferido às
sociedades anônimas que queiram atrair investidores, passando a
estes mais confiança, visto que as sociedades que aderem,
proporcionarão aos seus acionistas boa gestão dos negócios e
constante monitoramento da atuação gerencial.
O fundamento da BOVESPA, para proporcionar tais benefícios aos
acionistas das sociedades que a aderirem, encontra-se:
Na transparência
Equidade de tratamento entre os acionistas majoritários e
minoritários
Prestação de contas confiável
PANORAMA GERAL DA SOCIEDADE ANÔNIMA
1- Natureza capitalista:
Em regra, a entrada de estranhos ao seu quadro social
independerá da anuência dos demais sócios.
Entretanto, em nosso ordenamento contemporâneo, não se
pode mais afirmar que toda sociedade anônima é capitalista.
Não é difícil encontrarmos sociedades anônimas que limitem
a entrada de estranhos. Tal situação é muito normal nas
sociedades anônimas de capital fechado de cunho familiar.
Tais limitações, por exemplo, ocorrem quando o estatuto ou
acordo de acionistas da sociedade prevê a limitação de
circulação de ações nominativas.
2- Da natureza empresarial
Como já vimos, nas aulas anteriores, a sociedade anônima é
tipo societário que sempre será empresária!
Ainda que uma sociedade anônima desenvolva atividade
econômica sem organização, será considerada empresária.
3- Adotará denominação como nome social
A sociedade anônima designará seu objeto social (descrição
da atividade que realiza), acompanhada das expressões:
sociedade anônima ou companhia, por extenso ou de forma
abreviada. A expressão companhia não poderá estar no final.
Somente poderá aparecer no começo ou no meio. Veja:
Cia de fabricação de roupas (pode)
Roupas Cia de fabricação (pode)
Fabricação de roupas Cia (não pode)
4- Da responsabilidade dos acionistas
A responsabilidade dos sócios será limitada e cada um só
responde por aquilo que subscreveu.
5- Da classificação das sociedades anônimas
As sociedades anônimas podem ser de:
a) Capital aberto:
São aquelas que têm autorização da CVM para negociar
seus valores mobiliários no mercado de capitais.
b) Capital fechado:
É justamente o contrário da definição anterior. É aquela
que não tem autorização da CVM, e por isso, não poderá
negociar seus valores mobiliários no mercado de capitais.
Do mercado de capitais:
Trata-se do local onde os valores mobiliários emitidos pela
companhia de capital aberto serão negociados.
Verifica-se que para negociar tais valores no mercado, a
Cia precisará de uma autorização, concedida pela CVM.
A CVM é uma autarquia federal que tem a função de
fiscalizar e controlar as operações no mercado de capitais.
Trata-se na verdade de uma agência reguladora.
Logo, podemos concluir que a competência da CVM
consiste em:
Regulamentar
Autorizar
Fiscalizar
A bolsa de valores é uma associação privada, formada por
sociedades corretoras, que por meio de autorização da CVM,
mantém local adequado para a realização de operações de compra
e venda de valores mobiliários.
A finalidade da bolsa de valores é dinamizar as operações do
mercado de capitais, ampliando o volume de negócios por meio de
pregão diário, em que os agentes das corretoras que participam da
bolsa, se encontram constantemente.
O mercado de balcão consiste em qualquer operação realizada
fora da bolsa de valores. Podem atuar no mercado de balcão, as
sociedades corretoras e instituições financeiras autorizadas pela
CVM.
Assim, o mercado de capitais é formado pela bolsa de valores e
mercado de balcão.
O mercado de capitais pode operar no setor primário ou secundário.
Aquele consiste nas operações de subscrição dos valores,
enquanto o secundário consistirá apenas na compra e venda de
ações já subscritas.
Perceba que o mercado primário apresenta uma ligação entre a Cia
e aquela pessoa que está subscrevendo. Trata-se da primeira
negociação daquele valor mobiliário.
Já no mercado secundário, verifica-se que um investidor não mais
tem interesse em permanecer detentor daquele valor mobiliário e o
transfere a outro interessado.
Verifique:
A bolsa de valores somente operará no mercado secundário, ou
seja, somente poderá intermediar a relação entre aquele que detém
o valor mobiliário e o interessado em adquiri-lo. (perceba que não
há aqui qualquer participação da Cia)
Já o mercado de balcão, poderá operar no setor primário ou
secundário.
6- Da constituição da sociedade anônima
Como a sociedade anônima não é uma sociedade de
pessoas, ela não é contratual, mas sim institucional, a ser
regida por um estatuto, e não um contrato social.
É no artigo 80 da lei 6.404 que encontramos requisitos
preliminares de constituição da sociedade anônima, a ser
obedecido por quaisquer delas (tanto a s.a de capital aberto,
quanto a s.a de capital fechado).
Observe:
“A constituição da Cia depende dos seguintes requisitos
preliminares:
I. Subscrição, pelo menos por 2 pessoas, de todas as
ações que se divide o capital;
Todas as ações deverão ter imediatamente um
proprietário, desde o início da constituição da sociedade
anônima. Não se pode por exemplo, ter uma sociedade
com 3 ações e apenas 2 estarem subscritas por alguém
e a outra a ganhar subscritor após a constituição da Cia.
II. Realização, como entrada de ao mínimo 10% , no
mínimo, do preço de emissão das ações subscritas, em
dinheiro
Na subscrição não é necessário a integralização daquilo
que subscreveu, imediatamente. Apenas 10% desse
valor precisa ser integralizado imediatamente.
III. Depósito no Banco do Brasil ou em outro
estabelecimento bancário autorizado pela CVM, da
parte do capital realizado em dinheiro.”
Os 10% imediatamente integralizados deverão ser
depositados no Banco do Brasil. Tal depósito somente
poderá ser levantado pela s.a após a aquisição de sua
personalidade jurídica. Como a personalidade se
adquire com o registro na junta comercial, a sociedade
somente poderá levantar os valores depositados, após o
efetivo registro. Portanto, se a sua constituição não
ocorrer em 6 meses da data do depósito, o dinheiro
depositado será devolvido pela instituição financeira aos
seus devidos subscritores.
Requisitos específicos para a constituição de uma
sociedade anônima de capital aberto:
se constituem por meio de subscrição pública ,
que se dará com o registro prévio na CVM,
colocação das ações à disposição dos
subscritores interessados e realização de
assembleia inicial de fundação.
Tanto na busca da autorização, quanto na
colocação das ações à disposição dos
interessados, os fundadores precisarão contratar
uma instituição financeira, que intermediará essas
duas atividades. Trata-se do chamado serviço de
underwriting.
após a conquista da autorização e a colocação de
tais ações no mercado, a Cia deverá realizar uma
assembleia- geral de fundação, que deverá
obedecer ao seguinte quórum específico:
1ª convocação: com subscritores que
representem ao menos metade do capital
2ª convocação: com qualquer número
Nessa assembleia, será aprovado o projeto de estatuto.
Cada ação, independentemente de sua classe ou tipo,
dará ao seu subscritor direito a um voto. A manifestação
em contrário pela maioria, não terá o poder de alterar o
estatuto. Para a sua alteração, será necessário
inanimidade. O estatuto será considerado aprovado,
desde que não ocorra oposição de mais da metade do
capital social.
E
m
n
o
Aprovação
Não oposição de mais da
metade do capital social
Alteração do projeto Unanimidade
Não aprovação
Oposição por mais da
metade do capital social
máximo 30 dias da realização da assembleia, os
fundadores deverão levar seus atos constitutivos à
registro na junta comercial. Junto ao estatuto, deverão
levar a ata da reunião, devidamente assinada ao menos
por subscritores que bastem à validade das
deliberações ou todos os presentes.
Dos requisitos específicos para a constituição de uma
sociedade anônima de capital fechado
O procedimento é bem mais simples, e pode ser
chamado de subscrição particular, a ocorrer em
assembleia –geral ou por escritura pública.
Se a constituição se der por assembleia, tem-se, aqui,
as mesmas regras elencadas na assembleia de
constituição das sociedades anônimas de capital aberto.
Se a escolha for por escritura pública, a ser lavrada em
cartório, deverá esta ser assinada por todos os
subscritores, com suas respectivas qualificações.
7- Da participação no capital social com bens
Pode ser que ao subscrever uma parte do capital, um
determinado acionista queira integralizá-la com um bem
imóvel seu. Nesse caso, efetivará a transferência do bem à
sociedade.
Em termos gerais, a transferência de um bem imóvel somente
ocorrerá após a prática de dois atos, quais sejam: escritura
pública e posterior registro no RGI.
Entrementes, o legislador civil previu que a lei poderá afastar
a necessidade da escritura pública, e foi justamente o que a
lei 6.404 fez.
Em seu artigo 89, a referida lei dispensou a necessidade de
escritura pública quando a transferência do bem imóvel se der
em composição do capital social, bastando uma certidão, a
ser expedida pela junta comercial, sobre os atos constitutivos
da s.a, para que se efetive a transferência.
Tal dispensa somente será aplicada às sociedades anônimas
e às sociedades comanditas por ações, visto que são regidas
subsidiariamente pelas regras da lei 6.404.
8- Observações gerais
Enquanto não registrados os seus atos constitutivos na junta
comercial, a sociedade anônima deverá usar a expressão:
“em organização”
Os fundadores e as instituições financeiras responderão pelos
prejuízos causados, por conta da inobservância dos preceitos
legais.
Quanto às operações realizadas antes da constituição da Cia,
os seus fundadores responderão, solidariamente, pelo
prejuízo decorrente de culpa ou dolo.
Nenhuma companhia poderá funcionar antes do arquivamento
e publicidade, que deverá se dar nos 30 dias seguintes ao
arquivamento, em órgão oficial, dos seus atos constitutivos na
junta comercial. Um exemplar do órgão oficial deverá ser
arquivado no registro de comércio.
9 – Do capital social
O capital social consiste no montante das contribuições dos sócios
para a sociedade.
O capital social, corrigido anualmente, será fixado pelo estatuto da
Cia.
O valor mobiliário representativo do capital social é a ação.
As ações podem ser emitidas com ou sem valor nominal. (valor
nominal corresponde ao valor total do capital, dividido pelo número
de ações emitidas pela Cia).
A emissão de ações sem valor nominal permitirá que a Cia, caso
emita novas ações, as emita com valor inferior ao valor nominal das
primeiras. Isso acarretará um prejuízo ao acionista anterior, que terá
uma redução injustificada no valor nominal de suas ações.
Já se a emissão da ação for com valor nominal, caso a sociedade
posteriormente emita novas ações, não poderá cobrar valor inferior
ao valor nominal das ações já existentes. As novas ações sempre
serão emitidas por valor igual ou superior às já existentes. Caso a
emissão seja Por valor superior ao valor nominal, a diferença entre
o preço cobrado e o valor nominal será chamada de ágio e será
destinada à reserva de capital da Cia.
Exemplo:
Capital social: 1000
Ações emitidas: 10
Valor nominal das ações: 1000 : 10 = 100 (cada ação valerá 100
reais. todas as ações sempre terão o mesmo valor)
Se as ações tiverem valor nominal de 100 reais, as novas ações
não podem ter preço inferior a 100. Se o preço for, por exemplo,
150, os 50 reais de diferença, será destinado à reserva de capital,
que funcionará como se fosse uma poupança da sociedade.
Se as ações não tiverem valor nominal, e a Cia decidir emitir
mais 100 ações, por 50 reais cada, o valor das ações agora sofrerá
a seguinte modificação:
Capital: 1000 + 5000 = 6000
Total de ações: 10 + 100 = 110
Valor nominal das ações: 6000 : 110 = 54,54 (cada ação passará a
valer 54,54 reais. observe que o acionista antigo sofreu uma
diminuição no seu valor nominal e o novo está na vantagem, visto
que pagou 50, mas o valor nominal de sua ação será de 54.
O princípio da intangibilidade do capital social é no sentido de
tornar impossível a alteração no capital social por conta da
devolução da parte do sócio que não mais queira continuar no
quadro societário. Esses acionistas insatisfeitos deverão por conta
própria, a princípio, promover a transferência de sua ação a outro
interessado. Diferente do que ocorre nas sociedades contratuais,
não há que se falar aqui em liquidação parcial da sociedade.
Como já fora comentado, é possível que a integralização do
capital se dê por bens. Nesse caso, tais bens deverão ser
avaliados por 3 peritos ou por empresa especializada. A escolha do
avaliador deverá ser feita em assembleia, convocada para esse fim,
a ser instalada em primeira convocação por subscritores que
representem no mínimo metade do capital social, ou em segunda
chamada, por qualquer número.
O laudo pericial realizado será apresentado ao
subscritor, que poderá concordar ou não com o valor;
Se houver concordância, haverá uma assembleia para
aprovar o valor apresentado.
O valor da perícia não poderá ser superior ao valor
arbitrado pelo subscritor
Se não houver aprovação do valor pela assembleia ou
subscritor, ficará sem efeito o projeto de constituição da
Cia.
Os avaliadores e o subscritor responderão por culpa ou
dolo na avaliação dos bens.
A responsabilidade civil dos subscritores que
contribuírem com bens será idêntica ao do vendedor,
que responderá pelo vício redibitório, evicção ou
solvência, sendo neste último caso, quando a
integralização se der com transferência de crédito.
10 – Da integralização do capital social
As condições e prazos de pagamento da integralização deverão ser
definidos no próprio estatuto ou pelo boletim de subscrição.
Caso sejam omissos, caberá aos órgãos administrativos efetuar
chamada, mediante avisos publicados na imprensa, por 3 vezes,
fixando prazo não inferior a 30 dias, para pagamento.
O acionista que não satisfizer o crédito de acordo com os prazos
fixados nas situações anteriores será considerado constituído em
mora, sujeitando-se a pagar juros, correção monetária e multa,
determinada pelo estatuto, que não poderá ser superior a 10% do
valor da prestação.
Ao ser constituído em mora, o acionista inadimplente passa a ser
chamado de acionista remisso, podendo sofrer as seguintes
conseqüências:
Art. 107, lei 6.404. segundo o referido dispositivo, a Cia poderá
tomar uma das seguintes atitudes:
Promover processo de execução – servindo o boletim de
subscrição e o aviso de chamada como título executivo
extrajudicial.
Mandar vender as ações em bolsa, por conta e risco do
acionista. Assim, se a venda for por valor superior ao que falta
para integralizar, o saldo positivo será entregue ao remisso.
Do contrário, caso a venda seja por valor inferior, o saldo
remanescente continuará a perseguir o remisso. Tal leilão
deverá ser especial, a ser publicado por 3 vezes, com
antecedência mínima de 3 dias.
Promovendo a execução, sendo esta frustrada, no todo ou em
parte, poderá a companhia promover a alienação das ações em
bolsa. Do contrário, caso opte pela venda em bolsa e não se
consiga alienar todo o necessário à integralização, poderá a
companhia executar o saldo remanescente.
É possível ainda que nenhuma dessas duas medidas adotadas seja
eficaz. Assim, infrutíferas tais mediadas, o parágrafo 4º do artigo
107 da lei 6.404, dispõe que a companhia terá de declará-las
caducas, realizar a integralização, com os lucros e reservas, exceto
a legal, da sociedade, tomando as ações para si.
Caso a companhia não tenha lucros ou reservas suficientes, terá 1
ano para colocar as ações caídas em comisso, findo qual não tendo
sido encontrado comprador, a assembleia deliberará sobre a
redução do capital em importância correspondente.
11- Das ações
É o principal valor mobiliário emitido pela Cia. Na verdade,
representa parcela do capital social, conferindo ao seu titular o
status de sócio.
São consideradas bens móveis e podem assim ser classificadas:
a) Quanto aos direitos e obrigações:
Ordinárias Preferenciais
Conferem direito a voto Podem afastar do seu titular o direito a voto.
Conferem ao seu titular direitos ordinários, elencados no artigo 109, da lei 6.404/76
Preferência ou vantagem em relação às ações ordinárias. Tais preferências podem consistir em: Prioridade na distribuição
de dividendo, fixo ou mínimo;
Prioridade no reembolso do capital, com prêmio ou sem ele
Acumulação das vantagens anteriores ou outras vantagens dispostas no estatuto
Na sociedade anônima de capital aberto, não podem ser divididas em classes diferentes.
Podem ser divididas em diversas classes, seja a Cia de capital aberto ou fechado.
Observações:
O STJ entendeu válida cláusula estatutária que iniba a
participação do acionista preferencial, cuja preferência
consista em dividendos fixos, no saldo remanescente do
lucro. (exemplo disso pode ser verificado quando o acionista
já recebeu o dividendo fixo, estabelecido no estatuto, mas ao
final, os sócios acabam recebendo valor bastante superior ao
dividendo fixo. É possível que o estatuto determine que nesse
caso, o sócio preferencial não receba mais do que aquilo que
fora pago a título de dividendo fixo).
Há uma outra categoria de ações preferenciais, usada em
processo de privatização das companhias estatais brasileiras
ou ainda nos casos de alienação do controle acionário. Tais
ações preferenciais são conhecidas como “golden share”.
Estas ações serão de titularidade do ente, e lhe conferirá o
poder que especificar, e ainda, o poder de veto em
determinadas deliberações em assembleia.
O número de ações preferenciais emitidas com restrição ao
direito de voto não poderá ultrapassar a 50% do total das
ações emitidas pela Cia. Assim, caso a Cia emita 30 ações
ordinárias e 70 ações preferenciais, necessariamente, 20
dessas ações preferenciais precisarão conferir direito a voto.
As outras 50 podem ou não conferir direito a voto, a depender
do que estipulará o estatuto. Isso significa dizer que ao
menos metade das ações emitidas pela Cia deverá conferir
aos seus titulares direito a voto.
Ação de fruição
São emitidas em substituição a ações ordinárias ou preferenciais que foram totalmente amortizadas, conferindo aos seus titulares direito de gozo ou fruição. A amortização consiste na distribuição aos acionistas, a título de antecipação e sem redução do capital, de quantias que lhes poderiam tocar em caso de liquidação da Cia. Assim, as ações integralmente amortizadas poderão ser substituídas por ações de fruição. Ocorrendo a liquidação da Cia, as ações amortizadas só concorrerão ao acervo líquido depois de assegurado às ações não amortizadas valor igual ao da amortização, corrigido monetariamente. Exemplo:
fulano teve a sua ação amortizada por 10 reais.
Em troca recebera ação de fruição.
Esta somente será usada se a Cia um dia vier a ser extinta.
5 anos depois da amortização, a Cia vem a ser extinta.
Nela há apenas 2 acionistas, e cada um receberá 20 reais, a título de rateio do que sobrou após o pagamento de todo o passivo.
Os 10 reais pagos ao acionista de fruição hoje valem 15 reais, por conta da correção monetária. A Cia pode entregar 20 reais a cada acionista, mas não fará, visto que ela deverá entregar apenas aquilo que corresponde ao valor das ações que foram amortizadas anteriormente.
Como ela poderia pagar 20 a cada e apenas pagará 15, terá uma sobra de 10 reais.
Quanto a essa sobra, haverá um novo rateio, participando deste o acionista portador da ação de fruição.
Logo, os 10 reais que sobraram será dividido por 3 (2 sócios + 1 que teve a sua ação amortizada)
Repare que no final das contas, todos receberão a mesma quantia. É como se o amortizado tivesse recebido apenas de forma antecipada.
Caso o que tenha sobrado, após dividido entre os acionistas não supere o que foi pago ao amortizado, corrigido monetariamente, não haverá a chamada ao portador da ação de fruição! Conclusão: ela não terá servido para nada!
b) Quanto à forma de transferência:
Nominativas Escriturais
São transferidas através de registro em livro específico
São mantidas em conta depósito, em nome de seu titular
Trata-se de ato formal, a exigir certa solenidade, consistente no comparecimento do adquirente e alienante
São mantidas por uma instituição financeira autorizada pela CVM. A transferência se efetivará à débito na conta de ações do alienante e a crédito na conta de ações do adquirente
A prova de sua titularidade se dará por certificado
Não possuem certificado. A prova de sua titularidade ocorrerá por extratos todas as vezes que o titular requerer, sempre que houver
movimentação e uma vez por ano.
12- Do valor da ação
Imagine uma casa construída. Este bem apresentará diversos
valores, visto que o valor da obra será um, o valor da casa por
conta da localidade será outro. Assim, podemos dizer que essa
mesma casa tem dois valores diferentes, quais sejam: valor de
construção e valor de mercado.
Assim como no fato narrado acima, as ações podem possuir
diferentes valores, a depender do fator que se está levando em
consideração na avaliação.
a) Valor nominal
Como já abordado anteriormente, o valor nominal pode ser
apurado da seguinte forma: valor do capital dividido pelo
número de ações emitidas pela Cia.
O estatuto poderá definir se as ações terão ou não valor
nominal.
b) Valor de negociação
Também chamado de valor burístico.
Você, meu aluno já sabe que as operações de compra e
venda de ações ocorrerá no mercado de capitais secundário.
Nessa negociação, o valor da ação oscilará conforme o
momento econômico pelo qual passa a companhia. Tudo
influenciará... o valor nominal, patrimonial, a fama da
companhia no mercado de capitais...entretanto, o valor da
venda será definido pelas partes. Pois trata-se de negociação
que envolverá apenas o alienante e o interessado.
c) Valor patrimonial
Esse valor leva em conta o patrimônio líquido da companhia.
Para se chegar a esse valor, divide-se o patrimônio líquido da
sociedade pelo número de ações existentes na companhia. O
resultado dessa operação consistirá no valor patrimonial de
cada uma das ações.
No momento da constituição da companhia, se as ações
tiverem valor nominal, o valor patrimonial e o valor nominal
será o mesmo, visto que nesse momento, a companhia não
terá assumido nenhuma obrigação. Assim, não haverá
passivo. Logo, o ativo que a companhia possui corresponde
às contribuições dadas pelos acionistas para a formação do
capital.
O valor patrimonial da ação é de suma importância, por
exemplo se houver amortização de alguma ação. O valor
pago ao acionista que teve a sua ação amortizada é o valor
patrimonial da companhia ao tempo da amortização.
d) Valor econômico
Esse valor é obtido através de estudos, realizados por
especialistas, no qual se analisa o quanto as ações valeriam
se fossem colocadas à venda no mercado de capitais.
e) Preço de emissão
O preço de emissão consiste no valor que se entrega à
companhia, quando da sua constituição ou quando esta
resolve aumentar o seu capital social.
Percebe-se que essa operação encontra lugar no mercado
primário, visto que a operação envolverá a companhia e o
interessado em subscrever a ação.
13 – Dos direitos e obrigações dos acionistas
Existem direitos que pertencem a todo e qualquer acionista. São os
chamados direitos essenciais.
Tais direitos encontram-se no artigo 109, da lei 6.404/76:
Art. 109. Nem o estatuto social nem a assembléia-geral poderão privar o acionista dos direitos de:
I - participar dos lucros sociais;
II - participar do acervo da companhia, em caso de liquidação;
III - fiscalizar, na forma prevista nesta Lei, a gestão dos negócios sociais;
IV - preferência para a subscrição de ações, partes beneficiárias conversíveis em ações, debêntures conversíveis em ações e bônus de subscrição, observado o disposto nos artigos 171 e 172; (Vide Lei nº 12.838, de 2013)
V - retirar-se da sociedade nos casos previstos nesta Lei.
Cada ação ordinária conferirá ao acionista direito a um voto, nas
deliberações da Assembleia- Geral.
Apesar de cada ação permitir direito a um voto, a lei confere a
possibilidade do estatuto limitar a quantidade de votos por acionista,
quando este detiver um determinado número de ações ordinárias.
O voto plural, que consiste na possibilidade de mais de um voto por
ação é vedado. Não o confunda com o voto múltiplo, este sim
permitido em nosso ordenamento. Seu fundamento encontra-se no
artigo 141, da lei 6.404. Este será usado quando da eleição dos
membros da administração da companhia, e confere a possibilidade
de cada uma das ações ordinárias emitir tantos votos quanto for o
número de vagas.
É sabido por você, meu aluno, que as ações preferenciais podem
não conferir aos seus titulares, direito a voto. Entretanto, se o titular
da ação preferencial, sem direito a voto, pelo prazo previsto no
estatuto, que não poderá superar a 3 anos, não receber dividendo
fixos ou mínimos, passará a ter direito a voto, que permanecerá até
que ocorra o pagamento de todos os dividendos devidos . Essa
regra somente passará a vigorar a partir do término da implantação
do empreendimento inicial da companhia.
A ação poderá ser objeto de garantia. Nesse caso, temos a
garantia pignoratícia, que consistirá no penhor das ações. Esse
penhor não impedirá ao titular de exercer seu direito de voto.
Entretanto, querendo as partes, poderá haver no contrato cláusula
que impedirá o titular, sem consentimento do credor, votar em
determinadas deliberações.
Se a garantia fora fiduciária, o direito de voto deve ser exercido
pelo devedor (titular) .
Se a ação for gravada com usufruto, em regra, o direito de voto
deve ser regulado no gravame de usufruto. Se o contrato for omisso
quanto a esse ponto, o voto somente poderá ser exercido mediante
prévio acordo entre o proprietário e usufrutuário.
O acionista deverá sempre exercer o direito de voto em benefício da
companhia, alcançando os interesses desta. Caso tal direito seja
realizado, com desvio, ou seja, para interesse próprio ou alheio, ou
ainda, com o fim de causar dano à companhia e a outros acionistas,
trazendo prejuízos a esta e aos respectivos acionistas, terá
cometido voto abusivo.
Para que o acionista seja responsabilizado, diferente das
sociedades contratuais, não haverá necessidade do seu voto ter
prevalecido. Sendo assim, basta que tenha agido com abuso.
Presente o abuso, encontra-se possível a sua responsabilização.
O acionista deverá abster-se de votar, quando seus interesses
forem conflitantes com os da companhia. Assim, por exemplo, o
acionista que contribuir com a transferência de um determinado
bem não poderá participar da assembleia que realizará a votação
sobre a avaliação. Você se lembra dessa situação?
Segundo o artigo 116, da lei 6404, acionista controlador é aquele
que é titular da maioria dos votos nas deliberações (requisito
objetivo) e usa efetivamente o seu poder para dirigir as atividades
sociais e orientar o funcionamento dos órgãos da companhia
(requisito subjetivo).
O acionista controlador responderá pelos danos causados à
companhia, quando agir com abuso de poder. Segundo o STJ, a
caracterização do abuso de poder independerá da intenção do
agente, mas será imprescindível a ocorrência do dano.
O artigo 117, parágrafo primeiro elenca situações que são
consideradas abuso de poder, que segundo o STJ, trata-se de rol
meramente exemplificativo.
Observe que o acionista comum, quando praticar abuso de poder
será responsabilizado independentemente de causar prejuízos, mas
agir com a intenção de atender interesse pessoal, que possa causar
danos à companhia ou ainda, com a intenção de prejudicar esta ou
os demais acionistas. Entretanto, o acionista controlador, somente
responderá se gerar à companhia efetivo prejuízo, quando agir com
abuso de poder.
O poder de controle pode ser dividido da seguinte forma:
a) Controle totalitário: ocorre nas companhias em que todos os
acionistas possuem direito de voto.
b) Controle majoritário: exercido pelo acionista que detém a
maioria das ações com direito a voto.
c) Controle minoritário: o poder de controle é exercido por
acionista detentor de menos da metade das ações com direito
a voto. Exemplo: quando uma assembleia é realizada na sua
segunda convocação, tendo apenas a presença de um
quórum muito pequeno para deliberar.
d) Controle gerencial: quando o capital social encontra-se
super distribuído entre vários acionistas, e ninguém detém
quantidade considerável. Nesse caso, o verdadeiro controle
será exercido pelos administradores da companhia.
Geralmente, as sociedades anônimas de capital aberto
possuem controle gerencial, por conta do vasto número de
acionistas.
O controle da companhia poderá ser alienado. Seus efeitos estão
previstos no artigo 254-A, da lei 6.404, que prevê o famoso tag
along, também conhecido como direito de venda conjunta. Esse
fenômeno exige que o adquirente do controle se obrigue a fazer
oferta pública de aquisição de ações, com direito a voto,
pertencente aos demais acionistas. Assim, esse adquirente
deverá anunciar que comprará as respectivas ações, sendo
garantido que este pagará ao menos por estas, 80% do valor que
pagara por cada ação pertencente ao bloco de controle.
A aquisição de controle de uma companhia aberta poderá ser
feita através da oferta pública, em que o interessado na
aquisição desse controle demonstrará o número mínimo e
máximo de ações que se propõe a adquirir, preço e condições de
pagamento, prazo de validade da oferta, que não poderá ser
inferior a 20 dias, subordinação da oferta a número mínimo de
aceitantes...
As companhias abertas somente farão a oferta pública por
intermédio de uma instituição financeira, que garantirá o
cumprimento das obrigações assumidas pelo ofertante.
Até que seja publicada a oferta, a instituição financeira, a
companhia e a CVM devem manter sigilo sobre a oferta
projetada.
A oferta poderá ser amigável, quando preceder de negociação
com os administradores da companhia ou hostil, quando a
aquisição se der sem essa prévia negociação ou mesmo quando
essa for rejeitada.
É possível também que os acionistas realizem um Acordo de
Acionistas, também chamado de contrato parassocial. Tal acordo
poderá consistir em:
a) Forma de compra e venda de ações;
b) Preferência para a aquisição de ações;
c) Exercício do direito de voto;
d) Exercício do poder de controle
Esse acordo tem como fim reunir as forças dos acionistas, em
regra minoritários. O acordo quando arquivado na companhia
deverá ser respeitado e poderá ser objeto de execução judicial.
Entretanto, as obrigações desse acordo somente poderão ser
oponíveis a terceiros, depois de averbados nos livros de registro
e nos certificados das ações. Assim, quem não é parte no acordo
somente será por este atingido se o mesmo estiver averbado.
Os acionistas que através de suas ações, participarem do
acordo, não poderão negociá-las na bolsa ou no mercado de
balcão.
Os votos proferidos em desacordo com o acordo de acionistas,
quando devidamente arquivado na companhia, não serão
computados. O não comparecimento dos acionistas pertencentes
ao acordo, ou dos administradores eleitos por este assegurará à
parte prejudicada, ou seja, aos acionistas presentes que
aderiram ao acordo, a possibilidade de votar com as ações
pertencentes aos ausentes.
14- Dos valores mobiliários:
Além das ações, a companhia poderá emitir outros valores
mobiliários que terão como fim captar recursos para a companhia.
Assim, a companhia consegue recursos financeiros, sem se sujeitar
às imposições de uma instituição financeira.
Esse autofinanciamento poderá consistir em capitalização, quando
a companhia emite novas ações ou securitização, quando a
companhia emitir outros valores mobiliários, que veremos a seguir.
Bom...vamos agora, meu aluno, conhecer especificamente cada um
desses valores mobiliários:
a) Debêntures:
Tem como fim conferir ao adquirente direito de crédito contra
a companhia. Trata-se na verdade de um contrato de mútuo.
O adquirente emprestará à companhia o valor da debênture, e
esta deverá lhe pagar com juros e correção. A vantagem, meu
aluno, é que nesse contrato de empréstimo, caberá à
companhia estipular prazos e condições de pagamento.
Assim, a companhia “pega um pouquinho de cada um, até
chegar ao valor que necessita – trata-se do famoso ditado que
diz: “...de grão em grão, a galinha enche o papo”
A debênture será considerada título executivo extrajudicial.
A companhia poderá emitir debêntures que estipule que o seu
vencimento somente ocorrerá no caso de inadimplemento do
pagamento de juros, dissolução da companhia, ou outras
condições.
A debênture poderá ofertar ao seu titular juros fixos ou
variáveis, participação no lucro da companhia e prêmio de
reembolso ou ainda, estipular a sua conversão em ações.
Neste último caso, verifica-se que o titular deixará de ser
credor e se tornará acionista.
Em regra, quem tem competência para deliberar sobre a
emissão de debênture é a assembleia. Entretanto, na
sociedade anônima de capital aberto, essa competência
poderá ser exercida pelo conselho de administração em duas
situações:
a) Por delegação da assembleia ao conselho, caso a
debênture seja conversível em ação;
b) Por previsão estatutária conferindo ao conselho de
administração a emissão de debêntures conversíveis em
ações.
c) Quando a debênture não for conversível em ação
Podemos esquematizar da seguinte forma:
Espécies de debêntures:
a) Com garantia real
b) Com garantia flutuante
c) Quirografárias e
d) Subordinadas
b) Partes beneficiárias:
Caro aluno, agora vamos falar das partes beneficiárias que
são espécies de valores mobiliários, fundamentadas no artigo
46 da lei 6.404/76, que confere ao seu titular direito de crédito
eventual contra a companhia.
Trata-se de título sem valor nominal, estranho ao capital
social, que consistirá na participação nos lucros anuais.
Fácil agora entender porque que se trata de direito eventual
de crédito: se não houver lucro, seu titular nada receberá.
Bem como as debêntures, as partes beneficiárias também
podem ser convertidas em ações.
Com o fim de garantir aos acionistas a efetiva participação
nos lucros, a lei determina que não poderá a companhia
dispor de mais de 10% do seu lucro anual, para o pagamento
de partes beneficiárias.
Somente as companhias de capital fechado podem emitir
partes beneficiárias.
As partes beneficiárias podem ser usadas para remunerar a
prestação de serviços. Nesse caso, temos a emissão de partes
beneficiárias a título oneroso.
Ex.: Suponha-se que uma companhia ao invés de pagar
mensalmente por uma prestação de serviço emita em favor do
prestador, partes beneficiárias. Isso significa dizer que esse
prestador de serviço acabou de efetuar um contrato que pode ser
ou não vantajoso para ele, visto que se ao final do exercício social a
companhia não obtiver lucro, não haverá qualquer pagamento a
esse prestador de serviço.
Esse contrato é um contrato de risco em que se ele ganhar poderá
receber muito mais do que receberia mensalmente. Entretanto, se
não houver lucro naquele exercício social esse prestador de
serviços arcará com todos os prejuízos e não poderá realizar
qualquer cobrança por fora pela prestação do serviço.
As partes beneficiárias também poderão ser emitidas a título
gratuito. Por exemplo, isso ocorre quando a companhia quer ajudar
socialmente um orfanato, mas também não quer assumir um
compromisso que não possa cumprir. Nesse caso, a companhia
emite em favor do orfanato um título chamado partes beneficiárias e
este só poderá receber algum recurso se por ventura ao final do
exercício social a companhia obtiver lucro.
Um outro exemplo de partes beneficiárias a título gratuito também
pode ser visualizado quando a companhia quer construir alguma
coisa em prol dos seus funcionários, como por exemplo, um clube
para que estes possam usufruir. Entretanto, não quer assumir o
compromisso de manter o clube mensalmente e, assim, emite
partes beneficiárias com o fim de financiar os custos do clube.
Cabe salientar que as partes beneficiárias emitidas a título gratuito
quando não for em favor dos funcionários da companhia não podem
ultrapassar o prazo de dez anos. Diante disso, no exemplo em que
a companhia emite partes beneficiárias em favor do clube custa
salientar que essa emissão poderá ser por prazo indeterminado.
Quando ela emite em favor do orfanato essa emissão terá como
prazo máximo o período de dez anos.
c) Bônus de subscrição
Trata-se de valor mobiliário emitido pela companhia que assegura
ao seu titular o direito de preferência na subscrição de novas ações.
Assim, sempre que a companhia emitir novas ações, os acionistas
da companhia que em regra têm preferência para subscrevê-la
perderão este lugar, perderão este direito, para aqueles que são
portadores de bônus de subscrição.
Isso significa dizer que o portador de bônus de subscrição vai ter
direito e ser praticamente o “número um” em adquirir as novas
ações da companhia. Em regra, esse direito pertence aos
acionistas, e é por isso que quando a companhia emite bônus de
subscrição antes de oferecer a terceiros oferece aos próprios
acionistas da companhia.
Meu aluno, o valor que é pago para a aquisição de bônus de
subscrição corresponde tão somente ao direito de ter preferência na
fila de aquisição das novas ações, ou seja, corresponde apenas ao
direito de ser um dos primeiros a adquirir novas ações. Entretanto,
ao realizar essa aquisição o portador de bônus de subscrição
também deverá pagar pelo preço da ação. Logo, cabe ratificar que
o bônus de subscrição não garante ao seu portador a entrega de
novas ações. Ele tem, nesse caso, apenas a preferência em
adquiri-las, mas também deverá pagar por estas.
O bônus de subscrição também pode ser atribuído adicionalmente
ao subscritor de uma ação ou debênture. Isso significa dizer que
dependendo do que dispuser a assembleia ou o estatuto, uma ação
emitida ou uma debênture, também pode ser acompanhada com
um bônus de subscrição, garantindo ao seu titular direito de
preferência na aquisição de novas ações, quando emitidas pela
companhia.
14- dos órgãos societários
Os órgãos societários são: Assembleia Geral, que se chama
Assembleia de Acionistas, Conselho de Administração, Diretoria e
Conselho Fiscal.
a) Assembleia Geral:
Trata-se de órgão máximo de deliberação da sociedade anônima. A
Assembleia que é composta por todos os acionistas, ou seja, sócios
da companhia, pode deliberar qualquer assunto, desde os mais
simples aos mais complexos.
Entretanto, existem assuntos que são de competência privativa da
Assembleia.
As matérias de competência privativa estão elencadas no art. 122
da lei 6404/76 e estão assim expressas:
I-Reformar o estatuto social;
II- Eleger ou destituir a qualquer tempo os administradores e
fiscais da companhia;
III- Tomar anualmente as contas dos administradores e
deliberar sobre as demonstrações financeiras por eles
apresentadas;
IV – Autorizar a emissão de debêntures;
V- Suspender o exercício dos direitos do acionista;
VI –Deliberar sobre a avaliação de bens com que o acionista
concorrer para a formação do capital social;
VII- Autorizar a emissão de partes beneficiárias;
VIII – Deliberar sobre transformação, fusão, incorporação e
cisão da companhia, dissolução e liquidação e ainda eleger e
destituir liquidantes e julgar as suas contas;
IX – Autorizar os administradores a confessar a falência e
pedir a recuperação judicial;
Diante disso, havendo necessidade de deliberar sobre as matérias
elencadas anteriormente tem-se a convocação de uma Assembleia,
que em regra será feita pelo Conselho de Administração, se houver,
ou pela Diretoria, no caso de ausência do Conselho de
Administração.
A competência para a convocação de Assembleia não é exclusiva
do Conselho de Administração ou da Diretoria. A Assembleia pode
ser convocada por outros órgãos da sociedade anônima ou ainda
por acionistas. Tudo isso se encontra descrito no art. 123 que assim
dispõe:
a) o Conselho Fiscal nos casos previstos nesta lei poderá convocar
a assembleia;
b) qualquer acionista poderá convocá-la quando os administradores
retardarem por mais de 60 (sessenta) dias a convocação dos casos
previstos em lei ou no estatuto;
c) por acionistas que representem no mínimo 5% do capital social
quando os administradores não atenderem no prazo de oito dias
pedido de convocação, apresentado devidamente fundamentado
com indicação das matérias a serem tratadas;
d) por acionistas que representem 5% no mínimo do capital votante
ou 5% no mínimo do capital não votante quando os administradores
não atenderem no prazo de oito dias pedido de convocação de
assembleia para a instalação do Conselho Fiscal.
Percebe-se que a convocação da Assembleia por acionistas
ocorrerá quando os administradores permanecerem inertes a esse
tipo de pedido. Toda convocação será publicada no mínimo três
vezes. Nessa publicação será consignado o local, a data, a hora e a
ordem em que a assembleia será realizada.
primeira
convocação
segunda convocação
Companhia
fechada
publicação com no
mínimo de 8 dias de
antecedência,
não havendo o quórum
necessário na primeira
convocação, a segunda
publicação acontecerá
com cinco dias de
antecedência.
Sociedade
Anônima de
capital aberto
publicação com no
mínimo de 15 dias de
antecedência.
não havendo o quórum
necessário na primeira
convocação, a segunda
acontecerá com oito dias
de antecedência.
Se houver desobediência a alguma formalidade da convocação, a
Assembleia ainda assim poderá ser considerada válida se todos os
acionistas comparecerem. Entretanto, a ausência de um ou outro
acionista poderá gerar a anulação da Assembleia que fora realizada
em desobediência a tais dispositivos legais.
Perceba, meu aluno, que a Assembleia poderá ser convocada duas
vezes. Foi explicitado que uma segunda convocação ocorrerá se
não houver o atingimento do quórum necessário para a realização
da Assembleia na primeira convocação.
Em regra, a Assembleia somente irá se instalar na primeira
convocação com a presença de acionistas que representem no
mínimo um quarto do capital social, com o direito a voto. Se este
quórum não for atingido realizar-se-á uma segunda convocação, em
que a Assembleia será instalada com qualquer número.
Como visto inicialmente, quando começamos a discutir sobre
Sociedades Anônimas, nem todos acionistas terão direito a voto,
entretanto, todos os acionistas podem comparecer e expor suas
opiniões. Não terão direito a voto, mas terão direito a voz.
É possível que o acionista que não possa comparecer seja
representado por procurador constituído a menos de um ano, desde
que este seja acionista, administrador da companhia ou advogado.
Se a Sociedade Anônima for de capital aberto o procurador poderá
ser também uma instituição financeira.
A Assembleia terá um presidente e um secretário que serão
escolhidos pelos acionistas presentes.
Instalada a Assembleia, passa-se à votação que será considerada
realizada quando atingir o quórum da maioria relativa dos
acionistas, ou seja, maioria dos presentes. Esta regra encontra-se
disposta no art. 129 da lei 6404.
Tal dispositivo usa a expressão “maioria absoluta” de votos. Neste
ponto, equivocou-se o legislador que na verdade, queria fazer
referência à maioria relativa, ou seja, à maioria daqueles que
encontram-se presentes na Assembleia.
Esta conclusão pode ser ratificada quando se verifica que o quórum
de instalação de uma Assembleia é de um quarto dos acionistas
com direito a voto. Ora, se as deliberações necessitassem da
maioria absoluta, metade mais um do capital, nunca se conseguiria
resolver qualquer coisa em Assembleia, visto que esta pode ser
instalada com apenas um quarto do capital votante.
O §1º do art. 129 prevê quórum diferenciado para a resolução de
determinadas matérias:
Art. 129. As deliberações da assembleia-geral, ressalvadas as exceções previstas em lei, serão tomadas por maioria absoluta de votos, não se computando os votos em branco.
§ 1º O estatuto da companhia fechada pode aumentar o quórum exigido para certas deliberações, desde que especifique as matérias.
O mesmo dispositivo confere às Sociedades Anônimas de capital
fechado a possibilidade de seus estatutos apresentarem quórum
diferenciado, mais rigoroso, para a deliberação de determinadas
situações. O nome desse fenômeno chama-se maioria de bloqueio
e se trata de importante mecanismo de defesa dos acionistas
minoritários que pode chegar a prever até mesmo a necessidade de
deliberação unânime, para a aprovação de determinadas matérias.
Quórum diferenciado para deliberação de determinadas matérias
encontra-se no art. 136 que assim dispõe:
Tal dispositivo exige quórum de pelo menos metade das ações
com direito a voto para criação de ações preferenciais ou
aumento de classes de ações preferenciais existentes, sem
guardar proporção com as demais classes de ações preferenciais,
salvo se já previstos ou autorizados pelo estatuto tal aumento;
alteração nas preferências, vantagens e condições de resgate
ou amortização de uma ou mais classes de ações
preferenciais, criação de nova classe mais favorecida; redução
do dividendo obrigatório; fusão da companhia ou sua
incorporação em outra; participação em grupo de sociedade;
mudança do objeto da companhia; cessação do estado de
liquidação da companhia; criação de partes beneficiárias; cisão
da companhia; dissolução da companhia.
Observe que tal dispositivo não traz exigência de quórum
diferenciado para a transformação da companhia. Logo, se assim
for, posta em pauta, a sua aprovação ocorrerá com a maioria
relativa.
Voltando ao quórum de instalação da Assembleia, cabe salientar
que esta situação também pode trazer em cena quórum
diferenciado. Isso ocorre quando houver necessidade e reforma do
estatuto. Nesse caso, a Assembleia somente será instalada em
primeira chamada se houver a presença de pelo menos dois terços
do capital votante da companhia.
Sem qualquer exceção, a segunda chamada permitirá a instalação
da Assembleia com qualquer número de acionistas.
de instalação
1ª chamada
1/4 capital
social votante
2/3 capital
social votante
se houver
proposta de
reforma dos
QUÓRUM S/A estatutos
2ª chamada qualquer
número de
acionistas
de deliberação
matérias do
art. 129
maioria dos
presentes
(salvo no
quórum
estatutário
instituído para
as companhias
fechadas)
matérias do
art. 136
quórum
qualificado
(acionistas que
representem
metade, no
mínimo, das
ações com
direito a voto,
salvo no
quórum
estatutário
instituído para
as cias.
fechadas)
É possível que nas deliberações haja empate. Nesse caso, aplica-
se a regra exarada no art. 129 da lei 6404. Segundo esse
dispositivo se o estatuto da sociedade não estabelecer o
procedimento de arbitragem e não contiver nenhum procedimento
próprio, haverá a necessidade da convocação de uma Assembleia
com o intervalo mínimo de dois meses, a contar da deliberação que
fora empatada.
Nesse caso, haverá nova deliberação, e se o empate permanecer
os acionistas podem concordar em levar tal deliberação a terceiro,
ou seja, arbitragem. Caso os acionistas assim não concordem o
Poder Judiciário poderá decidir no interesse da Companhia.
EMPATE NAS
DELIBERAÇÕES
1º 2º 3º
ESTATUTO ARBITRAGEM PODER
JUDICIÁRIO
Verificar se o
estatuto prevê
a forma de
deliberação
em caso de
empate.
Caso haja
omissão do
estatuto, a
situação pode
ser levada à
arbitragem,
mas apenas se
os acionistas
concordarem.
Se não houver
acordo da
resolução por
meio da
arbitragem
não restará
outra senão a
deliberação
pelo Poder
Judiciário,
sendo o
Judiciário a
última
alternativa.
Todas as deliberações deverão ser lavradas em uma ata de
Assembleia. Tal ata deve ser assinada pelos membros da mesa e
pelos acionistas presentes. Para que haja validade da deliberação é
suficiente a assinatura de quantos bastem para constituir a maioria
necessária para as deliberações tomadas na assembleia.
Classificação das assembléias:
A Assembleia Geral poderá ser ordinária ou extraordinária. A
Assembleia geral ordinária é aquela que tem por objeto as matérias
previstas no art. 132 e extraordinária nos demais casos.
Art. 132. Anualmente, nos 4 (quatro) primeiros meses seguintes ao término do exercício social, deverá haver 1 (uma) assembléia-geral para:
I - tomar as contas dos administradores, examinar, discutir e votar as demonstrações financeiras;
II - deliberar sobre a destinação do lucro líquido do exercício e a distribuição de dividendos;
III - eleger os administradores e os membros do conselho fiscal, quando for o caso;
IV - aprovar a correção da expressão monetária do capital social (artigo 167).
Na verdade na Assembleia considerada ordinária só pode ser
objeto de deliberação as matérias que estão elencadas no art 132.
A Assembleia Geral Extraordinária trata de qualquer deliberação.
Além disso, uma outra característica da Assembleia Geral Ordinária
é que ela ocorre necessariamente todo ano até o quarto mês do
exercício financeiro seguinte. Por exemplo: a Assembleia geral
ordinária de 2014 vai ter que acontecer agora em 2015 até o mês
de abril (o quarto mês).
A Assembleia geral ordinária e a extraordinária podem ser
convocadas cumulativamente para que aconteçam na mesma data,
no mesmo local e no mesmo horário quando, por exemplo, exista
alguma matéria que extrapole o limite do art. 132, ou seja, matéria
que não esteja no art. 132, mas que venha a ser deliberada por
algum acaso no momento em que se julgarão as contas dos
administradores. Aproveito então a Assembleia geral ordinária para
tratar de outros assuntos além daqueles.
O procedimento para a realização da Assembleia geral ordinária é
um pouco diferenciado e específico, porque os administradores
devem comunicar até um mês antes da data marcada para a
realização da Assembleia através de anúncios, aos acionistas que
se encontram à disposição destes alguns documentos, como por
exemplo, o relatório da administração sobre os negócios sociais, a
cópia das demonstrações financeiras, o parecer dos auditores
independentes, se houver, o parecer do Conselho Fiscal, os demais
documentos pertinentes aos assuntos que vão ser tratados na
Assembleia geral ordinária. Isso ocorre para que os acionistas
recebam isso previamente, possam ler, pensar sobre o assunto,
para quando ocorrer a Assembleia geral ordinária eles venham a
deliberar. Então eles chegam na Assembleia geral ordinária já
sabendo exatamente quais assuntos serão tratados, e a que pé
está a sociedade. Assim, é importante que um mês antes da data
marcada para essa Assembleia os documentos fiquem disponíveis
para que os acionistas tenham acesso a eles.
Existem situações que podem acabar gerando o adiamento da
Assembleia. Quais as situações que podem gerar esse adiamento?
Quando a Assembleia pode ser adiada? Ela pode ser adiada
quando, de repente, não comparecer um administrador que precise
estar ali presente para esclarecer alguma dúvida. Ou ainda, quando
houver alguma dúvida em relação a situações pertinentes ao
assunto mas que não possa ser esclarecida naquele momento, ou
seja, quando houver aí a necessidade de diligências para se
esclarecer as dúvidas que surgiram no momento da Assembleia.
Então é possível adiar a Assembleia devido a presença de dúvidas
que venham a surgir, ou por conta da ausência de algum
administrador ou de um conselheiro fiscal que precise prestar algum
esclarecimento, que precise esclarecer algo que está na planilha,
ou por conta da existência de algumas dúvidas que só podem ser
esclarecidas através de determinadas diligências.
ASSEMBLEIA GERAL
ORDINÁRIA
ASSEMBLEIA GERAL
EXTRAORDINÁRIA
matériasdo art. 132 trata de qualquer deliberação
que não esteja no art. 132
ela ocorre necessariamente todo
ano até o quarto mês do
exercício financeiro seguinte
sempre que necessário
Falando um pouco sobre aprovação de contas, ela pode ser com
reserva ou sem reserva. A aprovação de contas sem reserva é
quando a Assembleia aprova as contas que foram apresentadas
pelos administradores e, se isso ocorrer, esses administradores e
fiscais estão livres de qualquer responsabilidade. A não ser que,
seja comprovado que eles agiram com erro, com dolo, fraude ou
simulação.
Então, aprovada as contas sem reservas, e posteriormente
comprovada a fraude, a simulação, o dolo ou o erro por parte dos
administradores ou ainda na deliberação, aí sim é possível anular a
Assembleia e cogitar a responsabilidade dos administradores.
Órgãos de administração da companhia
Segundo o art. 138, os órgãos de administração de uma companhia
podem ser: conselho de administração e diretoria ou apenas a
diretoria.
A lei ao final fala em “apenas a diretoria” porque existem algumas
sociedades anônimas que não terão a obrigação de ter o conselho
de administração. Então, o conselho de administração para
algumas sociedade anônimas é órgão facultativo, enquanto que a
direitoria sempre será órgão obrigatório.
O Conselho de Administração vai ser órgão facultativo nas
sociedades anônimas de capital fechado, quando estas não tiverem
no seu estatuto autorização para aumento de capital. Significa dizer
que a sociedade anônima de capital fechado que tiver autorização
estatutária para aumento de capital necessariamente deverá ter
conselho de administração. Todos os outros tipos de sociedade
anônima deverão ter conselho de administração.
Então podemos concluir que o conselho de administração é órgão
obrigatório na sociedade anônima de capital aberto e nas
sociedades anônimas de capital autorizado e ainda na sociedade de
economia mista – que é uma sociedade anônima em que parte do
capital é público.
O conselho de administração tem uma deliberação de forma
colegiada, mas a representação da companhia é da diretoria. Os
poderes que são conferidos aos órgãos administrativos pela lei, não
podem ser atribuídos a outros órgãos que porventura venham a ser
criados pelo estatuto, ou seja, eles são privativos daqueles órgãos.
Então se a lei disser que compete ao conselho de administração
determinados atos, esses atos não poderão ser objeto de
competência de nenhum outro órgão que venha a ser criado pelo
estatuto.
capital abertocapital fechado com autorização de aumento de
capital social
sociedade de economia mista
conselho de administração
(obrigatório)
Conselho de Administração
O conselho de administração é na verdade um órgão de
deliberação colegiada que tem como fim substituir a assembleia.
Como há uma certa dificuldade para a constituição da assembleia,
pois é preciso chamar um número grande de acionistas, muitas
vezes as matérias serão deliberadas através do conselho de
administração.
O que ocorre na prática é que a assembleia só é convocada quando
for preciso deliberar sobre as matérias privativas da assembleia
(aquelas elencadas no art. 122). Em regra, acabo deliberando pelo
conselho de administração.
Podemos concluir, assim, que o conselho de administração é um
órgão de deliberação colegiada que vai fazer muitas vezes o papel
da própria assembleia.
Características do conselho de administração
* composto por no mínimo 3 membros que serão eleitos pela
assembleia e podem ser destituídos a qualquer tempo
* o prazo de gestão não pode ser superior a 3 anos e é permitida a
reeleição, ou seja, o prazo pode ser de um ano, dois anos... só não
pode ultrapassar 3 anos
* as deliberações tomadas no conselho de administração serão por
maioria de votos, mas o estatuto pode estabelecer quórum
qualificado para determinadas deliberações do conselho
* não há necessidade de ser acionista da companhia, mas é
necessário que todos os membros do conselho de administração
sejam pessoas físicas
* é possível também a participação excepcional de representantes
de funcionários da companhia no conselho de administração, desde
que o estatuto preveja essa participação e que esse representante
dos funcionários chegue ali por meio de eleição direta realizada
pelos próprios funcionários.
* a maneira de eleição dos membros do conselho de administração
pode ser por critério majoritário ou proporcional, vai depender do
que o estatuto traga como previsão
No critério majoritário, a votação vai ser feita para cada cargo
separadamente; é como se houvesse a realização de eleições
isoladas para cada cargo. Cada ação vai conferir ao seu portador
um voto; no final das contas, o acionista controlador sempre vai
conseguir eleger todos os cargos do conselho de administração. O
critério majoritário também permite a formação de chapas, então os
acionistas podem votar em chapas e cada cargo separadamente.
O critério proporcional é diferente, ou seja, não vai permitir a
formação se chapas para a disputa, bem como eleições isoladas;
haverá apenas uma eleição para o preenchimento de todo órgão,
considerando eleitos os candidatos mais votados. Ex.: se eu tenho
5 candidatos e 3 foram os mais votados e eu tenho 3 cargos, eu vou
pegar esses 3 mais votados e colocar cada um em um cargo. Esse
tipo de deliberação proporcional vai fazer com que ela seja mais
justa, pois vai garantir que tanto o majoritário quanto o minoritário
consiga colocar na administração membros de seus interesses.
A lei também permite um outro procedimento que se chama critério
de voto múltiplo; esse critério de voto múltiplo precisa ser requerido
por acionistas que representem pelo menos um décimo do capital
social e com direito a voto (ou seja, dez por cento dos acionistas
que têm o direito a voto podem requerer que a votação seja através
de voto múltiplo); esse voto múltiplo vai consistir na verdade na
possibilidade de, por exemplo, caso eu seja portador de uma única
ação e se eu tenho 3 cargos a serem preenchidos na
administração, eu, através dessa única ação, posso emanar 3
votos: um para o preenchimento de cada cargo.
Há ainda uma permissão pela lei que é a seguinte: se são 3 cargos,
eu, acionista, portador de uma única ação, posso votar 3 vezes. A
lei diz ser possível acumular essas 3 possibilidades de votos em
uma pessoa só ou em várias pessoas. Todavia, se houver
interesses por parte desses acionistas eles precisam apresentar
esse requerimento 48 horas antes da realização da assembleia.
Competência do conselho de administração – art. 142
O conselho de administração tem como competência:
1-fixar a orientação geral dos negócios da companhia;
2-eleger e destituir os diretores da companhia e ficar-lhes as
atribuições;
Obs.: Importante salientar que se não houver a presença do
conselho de administração, essa competência será da assembleia.
Imagine uma pirâmide: teremos lá em cima a assembleia de
acionistas, no meio o conselho de administração e, por último, na
base, a diretoria. Se retiramos o órgão conselho de administração
no meio da pirâmide eu só vou ter assembleia acima da diretoria.
Então, se não houver o conselho de administração na companhia,
por ela ser, por exemplo, uma sociedade anônima de capital
fechado, quem elege os diretores da companhia é a assembleia de
acionistas.
3- fiscalizar a gestão dos diretores; examinar os livros e
papeis da companhia; solicitar informações e qualquer outro
ato;
4- convocar a assembleia geral quando julgar conveniente ou
no caso do art. 132 que fala sobre a necessidade de
convocação da assembleia geral ordinária;
5- manifestar-se sobre o relatório da administração e as
contas da diretoria;
6- quando as deliberações tomadas pelo conselho de
administração tiverem a necessidade de serem opostas em
terceiros é necessário levar essa ata do conselho de
administração a registro na junta comercial
Diretoria
Os diretores na verdade são os executivos da sociedade anônima.
São eles quem vão desempenhar a gestão e a representação da
respectiva sociedade.
A diretoria precisa ser composta por no mínimo 2 diretores.
Também são eleitos e destituíveis a qualquer tempo. Em regra,
quem vai eleger e destituir vai ser o conselho de administração e,
se não houver o conselho, vai caber na verdade, à assembleia
realizar essa nomeação e destituição.
O prazo de gestão também não pode superar 3 anos, sendo
permitida a reeleição.
Os diretores também não precisam ser acionistas mas, cuidado,
precisam ser pessoas físicas residentes no país. Há uma diferença.
Aqui, na diretoria, há a necessidade da residência ser no Brasil, não
pode residir fora, já no conselho, essa exigência não encontra-se
presente.
conselho de
administração
diretoria
Formação 3 membros no mínimo 2 diretores
tempo de
candidatura
não pode ser superior
a 3 anos
não pode ser superior
a 3 anos
eleição e
destituição
conselho de
administração e, na
ausência deste, a
assembleia
conselho de
administração e, na
ausência deste, a
assembleia
Reeleição permitida permitida
membros não precisam ser
acionista, mas precisa
ser pessoa física
não precisam ser
acionistas, mas
precisam ser pessoa
física e residir no
Brasil
Até um terço do conselho de administração também poderá ser ao
mesmo tempo diretores. Por exemplo, se eu tenho um conselho de
administração com nove membros é possível que 3 desses
conselheiros também sejam diretores.
Situações aplicadas tanto ao conselho de administração
quanto à diretoria
Quando se fala em administradores da companhia, faz-se
referência tanto aos conselheiros quanto aos diretores.
Existem situações que vão gerar um impedimento para a
investidura nos cargos de administração de uma companhia. Essas
situações estão previstas no art. 147, §§ 1º e 2º.
Art. 147. Quando a lei exigir certos requisitos para a investidura em cargo de administração da companhia, a assembléia-geral somente poderá eleger quem tenha exibido os necessários comprovantes, dos quais se arquivará cópia autêntica na sede social.
§ 1º São inelegíveis para os cargos de administração da companhia as pessoas impedidas por lei especial, ou condenadas por crime falimentar, de prevaricação, peita ou suborno, concussão, peculato, contra a economia popular, a fé pública ou a propriedade, ou a pena criminal que vede, ainda que temporariamente, o acesso a cargos públicos.
§ 2º São ainda inelegíveis para os cargos de administração de companhia aberta as pessoas declaradas inabilitadas por ato da Comissão de Valores Mobiliários.
Outra situação também que está descrita no § 3º é que o
conselheiro precisa ter reputação ilibada.
Também não vai poder ser eleito conselheiro se ele ocupar cargos
em sociedades que possam ser consideradas concorrentes da
sociedade em questão ou ainda, se o interesse dele conflitar com o
da sociedade, a não ser que a assembleia geral afaste tal
impedimento.
O art. 148 permite a possibilidade do estatuto trazer uma exigência
de prestação de garantia por parte dos administradores para que
eles possam ser eleitos, e essa garantia só é levantada após a
aprovação das contas desse administradores, isso porque se
porventura eles causarem determinados prejuízos à sociedade,
essa garantia vai ficar como indenização à sociedade.
O estatuto pode estabelecer participação nos lucros por parte dos
administradores. Então os administradores ou diretores, ainda que
não sejam acionistas, podem ter acesso à participação dos lucros.
Mas para que o estatuto faça isso, ele precisa obedecer a alguns
pressupostos, como por exemplo, estabelecer pelo menos a
possibilidade de fixar dividendo obrigatório em no mínimo 25% do
lucro líquido aos acionistas. Então se o estatuto tem essa previsão
de que todo ano, pelo menos 25% do lucro líquido vai ser
distribuído aos acionistas, ele pode então prever também a
possibilidade dos administradores terem acesso ao acervo do lucro
anual. Essa participação nos lucros também não poderá ultrapassar
ao total da remuneração anual dos administradores, então eles não
podem receber a título de participação nos lucros mais do que eles
recebem somando todos os meses naquele ano. Também não
poderá superar um décimo do lucro, ou seja, mais de dez por cento
do lucro.
O art. 190 estabelece que o patamar a ser respeitado quando se
coloca em questão um décimo dos lucros e a remuneração anual
do administrador deve-se respeitar o patamar menor.
Por exemplo, suponha-se que ele tenha recebido por remuneração
anual 120 mil e dez por cento do lucro corresponda a 80 mil. Então,
na verdade, eu vou respeitar o patamar de 80 mil. Temos dois
limitadores aí. O primeiro limitador a ser alcançado é o que vai ser
respeitado.
Deveres dos administradores
Segundo o art. 153 da lei 6404, o administrador da companhia deve
empregar no exercício de suas funções o cuidado e diligência que
todo homem ativo e probo costuma empregar na administração dos
seus próprios negócios.
A obrigação dos administradores, na verdade, vai ser de meio, não
se resultado. É o que estabelece, por exemplo, o art. 154. O art.
154 §2º também traz outras vedações.
Art. 154 § 2° É vedado ao administrador:
a) praticar ato de liberalidade à custa da companhia;
b) sem prévia autorização da assembléia-geral ou do conselho de administração, tomar por empréstimo recursos ou bens da companhia, ou usar, em proveito próprio, de sociedade em que tenha interesse, ou de terceiros, os seus bens, serviços ou crédito;
c) receber de terceiros, sem autorização estatutária ou da assembléia-geral, qualquer modalidade de vantagem pessoal, direta ou indireta, em razão do exercício de seu cargo.
O art. 155 trata do dever de lealdade que dispõe que o
administrador deve servir com lealdade a companhia e manter
reserva sobre os seus negócios sendo-lhe vedado:
I - usar, em benefício próprio ou de outrem, com ou sem prejuízo para a companhia, as oportunidades comerciais de que tenha conhecimento em razão do exercício de seu cargo;
II - omitir-se no exercício ou proteção de direitos da companhia ou, visando à obtenção de vantagens, para si ou para outrem, deixar de aproveitar oportunidades de negócio de interesse da companhia;
III - adquirir, para revender com lucro, bem ou direito que sabe necessário à companhia, ou que esta tencione adquirir.
§ 1º Cumpre, ademais, ao administrador de companhia aberta, guardar sigilo sobre qualquer informação que ainda não tenha sido divulgada para conhecimento do mercado, obtida em razão do cargo e capaz de influir de modo ponderável na cotação de valores mobiliários, sendo-lhe vedado valer-se da informação para obter, para si ou para outrem, vantagem mediante compra ou venda de valores mobiliários.
§ 2º O administrador deve zelar para que a violação do disposto no § 1º não possa ocorrer através de subordinados ou terceiros de sua confiança.
§ 3º A pessoa prejudicada em compra e venda de valores mobiliários, contratada com infração do disposto nos §§ 1° e 2°, tem direito de haver do infrator indenização por perdas e danos, a menos que ao contratar já conhecesse a informação.
§ 4o É vedada a utilização de informação relevante ainda não divulgada, por qualquer pessoa que a ela tenha tido acesso, com a finalidade de auferir vantagem, para si ou para outrem, no mercado de valores mobiliários. (Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001)
Há também um outro dever que é o dever de sigilo e que na
sociedade anônima de capital aberto esse dever é extremamente
importante, porque fala sobre a necessidade do administrador
guardar sigilo sobre qualquer informação que ainda não tenha sido
divulgada no mercado.
Essa informação sigilosa é aquela que possa apresentar no
mercado alguma influência sobre a cotação dos valores mobiliários.
Além do dever de sigilo, o administrador também tem de fazer de
tudo para que os terceiros e os empregados da companhia não
tenham acesso a esse tipo de informação. Inclusive a pessoa que
for prejudicada por conta da quebra desse sigilo, ou seja, com
infração a esse dispositivo, a essa imposição legal, terá a
possibilidade de haver do infrator indenização por perdas e danos.
Essas imposições, na verdade, têm como fim afastar o chamado
insider trading que consiste no uso de informações internas e
sigilosas para a obtenção de vantagem.
Cabe salientar que o simples uso de informações, ainda não
tornadas públicas, por um investidor, não é errado. São os famosos
especuladores, então, fazer estudos, especular, não é proibido, não
há qualquer irregularidade e ilegalidade nessa ação. O que não é
possível é aquele que detentor, guardião da informação, abrir essa
informação a terceiros para a obtenção de vantagem própria ou de
outrem.
É sabido que o administrador não pode aparecer, deliberar, quando
o assunto tiver interesses conflitantes, ou seja, seus interesses e o
da companhia. Mas você pode consignar aí que apesar desse
impedimento é possível que o administrador contrate com a
companhia, ou seja, é possível que a empresa do administrador, a
qual ele é sócio, venha participar, venha prestar um serviço para a
companhia, seja contratado pela companhia. Isso só vai ocorrer se
a assembleia aceitar e as condições sejam equiparáveis com as
condições do mercado. Então, o preço seria compatível com o pago
a um terceiro.
O art. 157 traz o dever de informação. Esse dever de informação é
somente imposto às sociedades anônimas de capital aberto.
Art. 157. O administrador de companhia aberta deve declarar, ao firmar o termo de posse, o número de ações, bônus de subscrição, opções de compra de ações e debêntures conversíveis em ações, de emissão da companhia e de sociedades controladas ou do mesmo grupo, de que seja titular.
§ 1º O administrador de companhia aberta é obrigado a revelar à assembléia-geral ordinária, a pedido de acionistas que representem 5% (cinco por cento) ou mais do capital social:
a) o número dos valores mobiliários de emissão da companhia ou de sociedades controladas, ou do mesmo grupo, que tiver adquirido ou alienado, diretamente ou através de outras pessoas, no exercício anterior;
b) as opções de compra de ações que tiver contratado ou exercido no exercício anterior;
c) os benefícios ou vantagens, indiretas ou complementares, que tenha recebido ou esteja recebendo da companhia e de sociedades coligadas, controladas ou do mesmo grupo;
d) as condições dos contratos de trabalho que tenham sido firmados pela companhia com os diretores e empregados de alto nível;
e) quaisquer atos ou fatos relevantes nas atividades da companhia.
§ 2º Os esclarecimentos prestados pelo administrador poderão, a pedido de qualquer acionista, ser reduzidos a escrito, autenticados pela mesa da assembléia, e fornecidos por cópia aos solicitantes.
§ 3º A revelação dos atos ou fatos de que trata este artigo só poderá ser utilizada no legítimo interesse da companhia ou do acionista, respondendo os solicitantes pelos abusos que praticarem.
§ 4º Os administradores da companhia aberta são obrigados a comunicar imediatamente à bolsa de valores e a divulgar pela imprensa qualquer deliberação da assembléia-geral ou dos órgãos de administração da companhia, ou fato relevante ocorrido nos seus negócios, que possa influir, de modo ponderável, na decisão dos investidores do mercado de vender ou comprar valores mobiliários emitidos pela companhia.
§ 5º Os administradores poderão recusar-se a prestar a informação (§ 1º, alínea e), ou deixar de divulgá-la (§ 4º), se entenderem que sua revelação porá em risco interesse legítimo da companhia, cabendo à Comissão de Valores Mobiliários, a pedido dos administradores, de qualquer acionista, ou por iniciativa própria, decidir sobre a prestação
de informação e responsabilizar os administradores, se for o caso.
§ 6o Os administradores da companhia aberta deverão informar imediatamente, nos termos e na forma determinados pela Comissão de Valores Mobiliários, a esta e às bolsas de valores ou entidades do mercado de balcão organizado nas quais os valores mobiliários de emissão da companhia estejam admitidos à negociação, as modificações em suas posições acionárias na companhia. (Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001)
É possível também que o administrador de uma sociedade anônima
de capital aberto seja obrigado a revelar durante a assembleia geral
ordinária o número de valores mobiliários que ele detém da
sociedade ou das sociedades controladas pela sociedade na qual
ele é administrador.
Terá também que declarar as opções de compras de ações que
tiver contratado, os benefícios e vantagens indiretas ou diretas que
tiver recebido ou que esteja recebendo, as condições de contrato de
trabalho tenham sido firmadas pela companhia, com os diretores e
empregados, e qualquer outro ato relevante que seja feito a pedido
dos acionistas e que sejam de interesse das atividades da
companhia.
Essas declarações, essas disposições, que vão obrigar o
administrador, precisam ser solicitadas por acionistas que
representem pelo menos 5% ou mais do capital social. Não há
exigência que seja 5% do capital votante. Então, essa exigência
pode ser feita por portadores que tenham ações com direito a voto
ou ações sem direito a voto.
Os administradores têm obrigação, quanto a todos os atos tomados
e que venham a influenciar no mercado, de averbar na junta
comercial. E se a sociedade anônima for de capital aberto é
importante também divulgar as informações na bolsa de valores, ou
seja, comunicar à bolsa de valores p, além do dever de publicar na
imprensa essas deliberações tomadas.
Entretanto, se os administradores entenderem que a divulgação vai
por em risco o interesse legítimo da companhia, poderão abster-se
de praticar esse ato. Quem vai julgar se esse ato, se essa omissão
é legítima ou não, se a sociedade anônima for de capital aberto, é a
CVM, posteriormente. E se ela vier a julgar pela não necessidade
da omissão das informações, a CVM irá responsabilizar esses
administradores.
Responsabilidade dos administradores
Em regra, os atos de gestão que venham a prejudicar terceiros
praticados pelos administradores vão ser de reponsabilidade da
própria companhia.
Mas é lógico que a companhia em determinadas situações poderá
ingressar com uma ação de indenização ou com uma ação de
regresso contra tais administradores.
Essa possibilidade vai acontecer quando estiver presente uma das
situações previstas nos incisos do art. 158 que dispõe que o
administrador pode acabar respondendo perante a sociedade
quando dentro das suas atribuições ou poderes ele agir com dolo
ou culpa, ou quando ele violar a lei ou o estatuto.
É importante salientar que a responsabilidade do administrador
perante a companhia pode ocorrer por ação ou por omissão.
No caso de responsabilidade por ato ilícito (ou seja, ação), cada
administrador vai responder pelo seu próprio ato, seja sociedade
anônima de capital aberto ou de capital fechado. Logo, cada um
responde pelo ato que tenha praticado.
No caso de responsabilidade por omissão vai depender se a
companhia é de capital fechado ou de capital aberto. Na sociedade
anônima de capital fechado a responsabilidade por omissão vai ser
solidária, ou seja, um deixa de praticar o ato atribuído a sua
competência, todos respondem. Já na sociedade anônima de
capital aberto a responsabilidade vai ser individual também por
omissão.
Concluímos então que na sociedade anônima de capital aberto
tanto a prática de ato ilícito quanto a omissão vai gerar
responsabilidade individual. Cada um responde por si a não ser que
o outro tome conhecimento e não comunique aos órgãos
competentes aquilo que viu. Assim, se tomar conhecimento da
omissão ou da irregularidade e não comunicar o órgão superior que
é a assembleia geral ou ao conselho fiscal, ele também será
responsabilizado por ser considerado conivente, vai haver
responsabilidade solidária entre eles. Já a sociedade anônima de
capital fechado se nós falarmos sobre responsabilidade por atos
ilícitos, ela vai ser individual, com a mesma ressalva anterior, a não
ser que um dos administradores tome conhecimento e não faça a
comunicação, caso em que será considerado conivente e, junto
com aquele, irá responder. Agora se a responsabilidade for por
omissão, haverá solidariedade na responsabilidade dos
administradores de sociedade anônima de capital fechado.
Entretanto, a lei confere a possibilidade de um ou outro se eximir
dessa responsabilidade quando fizer constar na ata que ele é
dissidente, ou seja, que ele não concorda com a deliberação ou, se
isso não for possível, ele tem que comunicar os órgãos superiores a
sua discordância.
Essa responsabilização vai se dar através de uma ação chamada
ação de responsabilidade. Quem vai decidir sobre a propositura
dessa ação ou não, em regra, a princípio, é a assembleia geral
ordinária ou a assembleia geral extraordinária, se houver a
necessidade de propositura da ação sobre a responsabilização em
tempo diverso daqueles quatro meses posteriores.
Se houver deliberação e houver a decisão sobre a propositura da
ação de responsabilidade, em que seja concluída nessa assembleia
que haverá responsabilização dos atos omissos ou ilícitos
praticados pelos administradores, automaticamente estes irão se
tornar impedidos.
Deliberada a assembleia a companhia deverá agora propor a ação
de responsabilidade. Essa propositura deve ser feita por um dos
órgãos de administração. Se eles permanecerem inertes por 3
meses a contar da deliberação, qualquer acionista em nome da
companhia poderá propor a ação.
Nós vimos então que, em regra, compete à assembleia de
acionistas decidir se vai responsabilizar ou não os administradores.
Mas se a assembleia, por um acaso, deliberar pela não
responsabilização ainda assim é possível a propositura da ação de
responsabilidade. Essa atitude pode ser tomada por acionistas que
representem pelo menos 5% do capital social. Nesse caso, nós
temos a seguinte situação: a assembleia deliberou pela não
propositura da ação de responsabilidade, mas alguns acionistas
não concordaram com essa deliberação (geralmente acionistas
minoritários). Se eu conseguir fazer essa composição de 5% do
capital, ainda com a negativa da assembleia, é possível a
propositura da ação de responsabilidade.
Perceba que, se houver a procedência dessa ação de
responsabilidade, os resultados, os recursos auferidos por conta da
ação,se reverterão em favor da sociedade, ou seja, esta é quem irá
receber os recursos pela procedência da ação de responsabilida.de
seja ela proposta pelos administradores, seja ela proposta por
esses 5% do capital social, caberá à própria companhia o destino
daquilo que proveio da procedência da ação. Esses demandantes
terão apenas o direito de sere ressarcidos daquilo que gastaram
para a propositura da ação.
Interessante também é quando a assembleia aprova as contas do
administrador e, posteriormente, alguns acionistas da própria
companhia chegam à conclusão de que essa aprovação ocorreu
com dolo, fraude ou simulação. Como houve aprovação haverá a
necessidade de se anular aquela assembleia, visto que a aprovação
foi feita em assembleia.
Essa anulação assemblear precisa ser feita no prazo máximo de 2
anos. Então, superado esses 2 anos, não é mais possível anular a
assembleia, desconstituir a aprovação e responsabilizar os
administradores. Isso porque eu só se consegue responsabilizar os
administradores que tiveram as suas contas aprovadas, se houver a
anulação da assembleia que aprovou as contas. Então, se o desejo
é responsabilizar um dministrador cuja conta tenha sido aprovada,
só se pode fazer isso se antes do pedido de responsabilidade, o
requerente perseguir a anulação da assembleia. Essa anulação
deve ser judicial e, como eu já fiz referência, tem como prazo
prescricional período de 2 anos.
A ação, então, pode ser social ou pode ser também individual. A
ação vai ser individual quando os administradores causarem algum
prejuízo direto aos acionistas da companhia. Então, eles vão
ingressar com uma ação individualmente. O divisor de águas para
saber se a ação é social ou individual é quanto a quem é atingido
pels eventuais prejuízos. Se os prejuízos atingirem diretamente a
companhia e indiretamente os acionistas, a ação é social. Mas se o
prejuízo atingir diretamente o acionista e indiretamente a
companhia, a ação será individual.
Conselho Fiscal
Trata-se de órgão interno que tem como fim fiscalizar a gestão
realizada pelos órgãos administrativos. Além disso, também irá
prestar assessoramento à assembleia.
O conselho fiscal é órgão de existência obrigatória, mas o seu
funcionamento é facultativo. Então é o órgão que precisa existir mas
não necessariamente precisa funcionar o tempo inteiro. Diante
disso, é possível se concluir que o conselho fiscal somente irá
funcionar quando houver requerimento por parte dos acionistas.
Segundo a lei, há um quórum qualificado para esse requerimento.
Esse requerimento precisa ser feito por um décimo, ou seja, 10%
dos acionistas que são representantes de ações com direito a voto,
ou 5% das ações sem direito ao voto.
A composição do conselho fiscal se dá por no mínimo 3 membros e
no máximo 5 e suplentes em igual número, podendo ser acionistas
ou não, e vão ser eleitos pela assembleia geral.
O mandato dos conselheiros fiscais eleitos dura até a assembleia
geral ordinária seguinte, permitida a reeleição.
Segundo o art. 162 da lei nº 6404 somente podem ser eleitos para o
conselho fiscal pessoas físicas, naturais, residentes no país e
diplomadas em curso de nível universitário ou que tenham exercido
por prazo mínimo de 3 anos, cargo de administrador de empresa ou
de conselheiro fiscal. Nas localidades em que não houver pessoas
habilitadas em número suficiente para o exercício da função, caberá
ao juiz dispensar a companhia da satisfação dos requisitos
estabelecidos na lei nº 6404. Significa dizer que, em regra, para ser
conselheiro fiscal precisa ter diploma universitário. Se não tiver
diploma universitário, é necessário que tenha sido administrador por
pelo menos 3 anos. Se na localidade não houver ninguém hábil
para o preenchimento do cargo será necessário uma autorização
judicial para se nomear um conselheiro fiscal que não atenda a
esses requisitos.
Aquele que é impedido para ser administrador, também é impedido
para ser conselheiro fiscal. Mas além dos impedimentos genéricos
que a gente encontra no exercício da administração, o conselheiro
fiscal também sofre outras restrições. Para ser conselheiro fiscal ele
não pode ser membro de órgãos de administração e empregado da
companhia ou de sociedade controlada, ou do mesmo grupo, ou
cônjuge, ou parente até o terceiro grau, de administrador da
companhia.
Os conselheiros fiscais também vão receber remuneração. A
remuneração será fixada pela assembleia geral que os eleger e não
pode ser inferior a 10% da que em média recebe os diretores da
companhia. Nesse cômputo não se leva em consideração os
benefícios e as verbas de representação, bem como a participação
nos lucros que esse diretor tem direito.
O art. 163 arrola a competência do conselho fiscal.
Art. 163. Compete ao conselho fiscal:
I - fiscalizar, por qualquer de seus membros, os atos dos administradores e verificar o cumprimento dos seus deveres legais e estatutários; (Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)
II - opinar sobre o relatório anual da administração, fazendo constar do seu parecer as informações complementares que julgar necessárias ou úteis à deliberação da assembléia-geral;
III - opinar sobre as propostas dos órgãos da administração, a serem submetidas à assembléia-geral,
relativas a modificação do capital social, emissão de debêntures ou bônus de subscrição, planos de investimento ou orçamentos de capital, distribuição de dividendos, transformação, incorporação, fusão ou cisão;
IV - denunciar, por qualquer de seus membros, aos órgãos de administração e, se estes não tomarem as providências necessárias para a proteção dos interesses da companhia, à assembléia-geral, os erros, fraudes ou crimes que descobrirem, e sugerir providências úteis à companhia; (Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)
V - convocar a assembléia-geral ordinária, se os órgãos da administração retardarem por mais de 1 (um) mês essa convocação, e a extraordinária, sempre que ocorrerem motivos graves ou urgentes, incluindo na agenda das assembléias as matérias que considerarem necessárias;
VI - analisar, ao menos trimestralmente, o balancete e demais demonstrações financeiras elaboradas periodicamente pela companhia;
VII - examinar as demonstrações financeiras do exercício social e sobre elas opinar;
VIII - exercer essas atribuições, durante a liquidação, tendo em vista as disposições especiais que a regulam.
§ 1º Os órgãos de administração são obrigados, através de comunicação por escrito, a colocar à disposição dos membros em exercício do conselho fiscal, dentro de 10 (dez) dias, cópias das atas de suas reuniões e, dentro de 15 (quinze) dias do seu recebimento, cópias dos balancetes e demais demonstrações financeiras elaboradas periodicamente e, quando houver, dos relatórios de execução de orçamentos.
§ 2o O conselho fiscal, a pedido de qualquer dos seus membros, solicitará aos órgãos de administração esclarecimentos ou informações, desde que relativas à sua função fiscalizadora, assim como a elaboração de demonstrações financeiras ou contábeis especiais. (Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)
§ 3° Os membros do conselho fiscal assistirão às reuniões do conselho de administração, se houver, ou da
diretoria, em que se deliberar sobre os assuntos em que devam opinar (ns. II, III e VII).
§ 4º Se a companhia tiver auditores independentes, o conselho fiscal, a pedido de qualquer de seus membros, poderá solicitar-lhes esclarecimentos ou informações, e a apuração de fatos específicos. (Redação dada pela Lei nº 9.457, de 1997)
§ 5º Se a companhia não tiver auditores independentes, o conselho fiscal poderá, para melhor desempenho das suas funções, escolher contador ou firma de auditoria e fixar-lhes os honorários, dentro de níveis razoáveis, vigentes na praça e compatíveis com a dimensão econômica da companhia, os quais serão pagos por esta.
§ 6º O conselho fiscal deverá fornecer ao acionista, ou grupo de acionistas que representem, no mínimo 5% (cinco por cento) do capital social, sempre que solicitadas, informações sobre matérias de sua competência.
§ 7º As atribuições e poderes conferidos pela lei ao conselho fiscal não podem ser outorgados a outro órgão da companhia.
§ 8º O conselho fiscal poderá, para apurar fato cujo esclarecimento seja necessário ao desempenho de suas funções, formular, com justificativa, questões a serem respondidas por perito e solicitar à diretoria que indique, para esse fim, no prazo máximo de trinta dias, três peritos, que podem ser pessoas físicas ou jurídicas, de notório conhecimento na área em questão, entre os quais o conselho fiscal escolherá um, cujos honorários serão pagos pela companhia. (Incluído pela Lei nº 9.457, de 1997)
O conselho fiscal deverá fornecer ao acionista ou ao grupo de
acionistas que representem no mínimo 5% do capital social sempre
que solicitadas, informações sobre matérias de sua competência.
Quanto à responsabilidade do conselho fiscal fica bem parecida
com a responsabilidade que é atribuída ao conselho de
administração. Se o ato for ilícito, não há responsabilidade solidária.
Cada um responde individualmente pela prática de seu próprio ato,
salvo se houver por parte de um outro conselheiro fiscal conivência
com o ato e ausência de informação aos órgão competente que no
caso seria a assembleia geral. A responsabilidade por omissão vai
ser solidária independentemente de a companhia ser de capital
aberto ou de capital fechado.
Livros e demonstrações contábeis da companhia
Trata-se do dever de escrituração do empresário. Além dos livros
exigidos a toda e qualquer sociedade, a sociedade anônima
também tem livros específicos.
Art. 100. A companhia deve ter, além dos livros obrigatórios para qualquer comerciante, os seguintes, revestidos das mesmas formalidades legais:
I - o livro de Registro de Ações Nominativas, para inscrição, anotação ou averbação: (Redação dada pela Lei nº 9.457, de 1997)
a) do nome do acionista e do número das suas ações;
b) das entradas ou prestações de capital realizado;
c) das conversões de ações, de uma em outra espécie ou classe; (Redação dada pela Lei nº 9.457, de 1997)
d) do resgate, reembolso e amortização das ações, ou de sua aquisição pela companhia;
e) das mutações operadas pela alienação ou transferência de ações;
f) do penhor, usufruto, fideicomisso, da alienação fiduciária em garantia ou de qualquer ônus que grave as ações ou obste sua negociação.
II - o livro de "Transferência de Ações Nominativas", para lançamento dos termos de transferência, que deverão ser assinados pelo cedente e pelo cessionário ou seus legítimos representantes;
III - o livro de "Registro de Partes Beneficiárias Nominativas" e o de "Transferência de Partes Beneficiárias Nominativas", se tiverem sido emitidas, observando-se, em ambos, no que couber, o disposto nos números I e II deste artigo;
IV - o livro de Atas das Assembléias Gerais;(Redação dada pela Lei nº 9.457, de 1997)
V - o livro de Presença dos Acionistas; (Redação dada pela Lei nº 9.457, de 1997)
VI - os livros de Atas das Reuniões do Conselho de Administração, se houver, e de Atas das Reuniões de Diretoria; (Redação dada pela Lei nº 9.457, de 1997)
VII - o livro de Atas e Pareceres do Conselho Fiscal. (Redação dada pela Lei nº 9.457, de 1997)
§ 1º A qualquer pessoa, desde que se destinem a defesa de direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal ou dos acionistas ou do mercado de valores mobiliários, serão dadas certidões dos assentamentos constantes dos livros mencionados nos incisos I a III, e por elas a companhia poderá cobrar o custo do serviço, cabendo, do indeferimento do pedido por parte da companhia, recurso à Comissão de Valores Mobiliários. (Redação dada pela Lei nº 9.457, de 1997)
§ 2oNas companhias abertas, os livros referidos nos incisos I a V do caput deste artigo poderão ser substituídos, observadas as normas expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários, por registros mecanizados ou eletrônicos. (Redação dada pela Lei nº 12.431, de 2011).
Segundo o §6º do art. 176 a sociedade anônima de capital
fechado com patrimônio líquido na data do balanço inferior a
dois milhões de reais não será obrigada a elaboração e
publicação da demonstração dos fluxos de caixa.
Lucros e dividendos
Todo final do exercício social, o momento em que se realiza a
assembleia geral ordinária a assembleia define se vai haver ou não
distribuição de lucros e dividendos.
O exercício social terá duração de um ano e a data do término será
fixada no estatuto.
Segundo o art. 190, as participações estatutárias de empregados,
administradores e partes beneficiárias vão ser pagas nessa ordem.
Há necessidade de se chegar o lucro líquido que somente ocorrerá
após a dedução do pagamento de todos os tributos, pagamento dos
funcionários e distribuição de participações estatutárias. Definido o
lucro líquido a assembleia geral ordinária irá deliberar sobre a
destinação.
Cabe salientar que, mesmo se havendo a existência de lucro
líquido, é possível que não haja distribuição do mesmo. Quem irá
definir se vai haver ou não distribuição de lucros é a assembleia
geral ordinária.
A lei exige que uma parte do lucro líquido seja destinada à reserva.
Trata-se da chamada reserva legal e está disciplinada no art. 193
da lei nº 6404.
Art. 193. Do lucro líquido do exercício, 5% (cinco por cento) serão aplicados, antes de qualquer outra destinação, na constituição da reserva legal, que não excederá de 20% (vinte por cento) do capital social.
§ 1º A companhia poderá deixar de constituir a reserva legal no exercício em que o saldo dessa reserva, acrescido do montante das reservas de capital de que trata o § 1º do artigo 182, exceder de 30% (trinta por cento) do capital social.
§ 2º A reserva legal tem por fim assegurar a integridade do capital social e somente poderá ser utilizada para compensar prejuízos ou aumentar o capital.
Vamos entender melhor esse dispositivo. Se 5% do lucro líquido
ultrapassar a 20% do capital social não haverá a necessidade de se
destinar à tal reserva legal 5%. Será destinado no final das contas
um valor menor do que corresponde a 5% do lucro, ou seja, apenas
o valor que corresponda a 20% do capital.
Não será necessário destinar qualquer recurso à reserva legal se na
soma das reservas o valor exceder a 30% do capital social. Então,
se juntando as reservas, a reserva legal e a reserva de capital,
encontrarmos um valor superior a 30% do capital social não haverá
a necessidade de direcionar qualquer valor à reserva legal.
Essa reserva legal só pode ser usada para a compensação de
prejuízos ou aumento do capital social.
A lei nº 6404 também prevê que além da reserva legal o estatuto
pode criar outras reservas com finalidades específicas.
Além do estatuto, a assembleia geral poderá também criar tais
reservas. A assembleia poderá criar, por exemplo, a reserva de
lucros a realizar, que ocorre quando no exercício o montante do
dividendo obrigatório ultrapassar o valor que foi auferido por conta
do lucro líquido.
É importante salientar que a destinação dos lucros para a
constituição das reservas facultativas e a retenção de lucro não
podem ser aprovadas em cada exercício em prejuízo da distribuição
dos dividendos obrigatórios. Então se há dividendo obrigatório e
também lucro líquido, primeiro se paga o dividendo obrigatório,
salvo a reserva legal, depois o que sobrar pode ser destinado à
constituição de outras reservas.
Com exceção das reservas para contingência de incentivos fiscais e
de lucros a realizar, o saldo das reservas não poderá ultrapassar o
capital social.
Se, porventura, o valor vier a ultrapassar esse saldo remanescente
deverá ser usado para a integralização ou aumento do capital ou,
ainda, para a distribuição de dividendos.
Teoria completa e bem explorada, vamos à próxima etapa...
Chegou o momento de colocarmos em prática tudo que
aprendemos...
Exercícios:
-Sociedade Anônima
1) Assinale a alternativa correta. A respeito da assembleia geral de
sociedade anônima:
a) A ausência do acionista majoritário impede a instalação de
assembleia geral.
b) Não se admite, na assembleia geral, deliberação a respeito do
ajuizamento de ação de responsabilidade civil contra o
administrador, se a matéria não estiver prevista na ordem do dia.
c) É lícito deliberar em assembleia geral que o saldo da reserva
legal ultrapasse o valor do capital social em até 20%.
d) O acionista pode ser representado na assembleia geral por
advogado cuja procuração tenha sido outorgada há menos de 1
(um) ano.
CORRETA LETRA D: Letra E: art. 126, § 1º da Lei das S.A
§ 1º O acionista pode ser representado na assembléia-geral
por procurador constituído há menos de 1 (um) ano, que seja
acionista, administrador da companhia ou advogado; na
companhia aberta, o procurador pode, ainda, ser
instituição financeira, cabendo ao administrador de fundos de
investimento representar os condôminos.
2) Assinale a alternativa INCORRETA. A respeito da sociedade
anônima:
a) Se a assembleia deliberar não promover ação de
responsabilidade civil do administrador, qualquer acionista poderá
ajuizá-la, como substituto processual da companhia.
b) Pode o juiz reconhecer a exclusão da responsabilidade do
administrador, se convencido de que este agiu de boa-fé e
visando ao interesse da companhia.
c) Os resultados de ação de responsabilidade civil do
administrador, promovida por acionista, deferem-se à companhia,
mas esta deverá indenizá-lo, até o limite daqueles resultados, de
todas as despesas em que tiver incorrido, inclusive correção
monetária e juros dos dispêndios realizados.
d) O administrador ou os administradores contra os quais deva ser
proposta ação de responsabilidade civil por deliberação da
assembleia geral ficarão impedidos e deverão ser substituídos na
mesma assembleia.
CORRETA LETRA A: Art. 159. § 4º, Lei das SA: Se a assembléia
deliberar não promover a ação, poderá ela ser proposta
poracionistas que representem 5% (cinco por cento), pelo
menos, do capital social
3) Sobre Sociedade Anônima, é correto afirmar:
a) A emissão pública de valores mobiliários dispensa registro
prévio na Comissão de Valores Mobiliários, desde que seja
publicada, com 30 (trinta) dias de antecedência, no Diário Oficial
do Estado no qual sediada a companhia.
b) O voto é direito essencial do acionista, pois é vedada a
emissão de ações sem direito de voto.
c) A responsabilidade dos acionistas será limitada ao preço de
emissão das ações subscritas ou adquiridas, mas todos os sócios
responderão solidariamente pela integralização do capital social.
d) É permitida a constituição de sociedade anônima tendo como
único acionista sociedade brasileira.
CORRETA LETRA D: Lei 6404/76 (S/A)
Subsidiária Integral
Art. 251. A companhia pode ser constituída, mediante escritura
pública, tendo como único acionista sociedade brasileira.
4) Para constituir uma subsidiária integral de uma sociedade
anônima, além das demais formalidades, é necessário. a) o
notário lavrar uma ata notarial, comparecendo na assembleia geral
dos acionistas que deliberar sobre a criação da subsidiária
integral.
b) lavrar a ata da assembleia geral que deliberou a constituição
da subsidiária integral, dando-lhe, pois, pública forma e
transcrevendo o estatuto social.
c) lavrar uma escritura de constituição da subsidiária integral após
verificação dos poderes dos representantes legais e sua
conformidade com o estatuto.
d) apenas arquivar a ata da assembleia geral da sociedade
anônima que criou a subsidiária integral, com cópia dos estatutos
sociais e da ata de eleição da diretoria
CORRETA LETRA D: LEI DAS S/A (Lei nº 6.404/76)
Art. 251. A companhia pode ser constituída, mediante escritura
pública, tendo como único acionista sociedade brasileira.
§ lº A sociedade que subscrever em bens o capital de subsidiária
integral deverá aprovar o laudo de avaliação de que trata o artigo
8º, respondendo nos termos do § 6º do artigo 8º e do artigo 10 e
seu parágrafo único.
§ 2º A companhia pode ser convertida em subsidiária integral
mediante aquisição, por sociedade brasileira, de todas as suas
ações, ou nos termos do artigo 252.
5) Acerca do Conselho de Administração da Sociedade Anônima,
é correto afirmar:
a) Compete ao Conselho de Administração, entre outras
atribuições, a eleição dos membros da Diretoria e do Conselho
Fiscal.
b) Compete ao Conselho de Administração, entre outras
atribuições, fiscalizar a gestão dos diretores e deliberar, quando
autorizado pelo estatuto, sobre a emissão de ações ou de bônus
de subscrição. Esse órgão será composto por, no mínimo, 3 (três)
membros, eleitos pela Assembleia-Geral e destituíveis por ela a
qualquer tempo. Os membros do Conselho de Administração, até
o máximo de 1/3 (um terço), também poderão ser eleitos para
cargos de diretores, hipótese em que exercerão cumulativamente
as funções dos dois cargos.
c) É órgão obrigatório nas companhias abertas e nas companhias
de economia mista, mas de existência facultativa nas companhias
de capital autorizado.
d) Na eleição dos membros do Conselho de Administração, é
cabível a adoção do processo de voto múltiplo a pedido de
acionistas representantes de 0,1 (um décimo) do capital social
com direito a voto, desde que exista previsão no estatuto social e
que o requerimento seja formulado até a data da instalação da
assembleia, salvo se houver oposição de acionistas
representantes de mais da metade do capital social com direito a
voto.
CORRETA LETRA B: art. 140 e o art. 143, par. 1º, da LSA.
6) Assinale a alternativa correta em relação às sociedades
anônimas.
a) A responsabilidade do sócio é limitada ao volume de capital
correspondente às cotas integralizadas.
b) O capital social poderá ser formado com contribuições em
dinheiro ou em qualquer espécie de bens suscetíveis de avaliação
em dinheiro.
c) A sociedade anônima pode ter como objeto qualquer atividade
com fim lucrativo ou não, desde que não contrário à lei, à ordem
pública e aos bons costumes.
d) O nome empresarial da sociedade anônima deverá
corresponder ao ramo do objeto social, vedado figurar o nome de
sócio ou acionista.
CORRETA LETRA B: LEI Nº 6.404 Art. 7º O capital social poderá
ser formado com contribuições em dinheiro ou em qualquer
espécie de bens suscetíveis de avaliação em dinheiro.
7) No tocante às sociedades anônimas é correto afirmar:
a) O administrador não é pessoalmente responsável pelas
obrigações que contrair em nome da sociedade e em virtude de
ato regular de gestão; responde, porém, civilmente, pelos
prejuízos que causar, quando proceder, dentro de suas atribuições
ou poderes, com culpa ou dolo, bem como com violação da lei ou
do estatuto social.
b) A companhia ou sociedade anônima terá o capital dividido em
ações, e a responsabilidade solidária dos sócios ou acionistas
será limitada ao valor total do capital social integralizado.
c) Pode ser objeto da sociedade anônima qualquer empresa, de
fim lucrativo ou não, desde que não contrário à lei, à ordem
pública e aos bons costumes.
d) O estatuto fixará o número das ações em que se divide o capital
social, estabelecendo obrigatoriamente seu valor nominal.
CORRETA LETRA A: Art. 158. O administrador não é
pessoalmente responsável pelas obrigações que contrair em
nome da sociedade e em virtude de ato regular de gestão;
responde, porém, civilmente, pelos prejuízos que causar, quando
proceder:
I - dentro de suas atribuições ou poderes, com culpa ou dolo;
II - com violação da lei ou do estatuto.
8) Com relação às sociedades anônimas, assinale a opção
correta.
a) As ações preferenciais são sempre ações sem direito de voto e
com prioridade no recebimento de dividendos fixos e cumulativos.
b) A vantagem das ações preferenciais de companhia fechada
pode consistir exclusivamente em prioridade no reembolso do
capital.
c) A primeira convocação de assembleia geral de companhia
fechada deverá ser feita no prazo de 15 (quinze) dias antes de sua
realização.
d) O conselho de administração é órgão obrigatório em todas as
sociedades anônimas fechadas, com capital autorizado e de
economia mista.
CORRETA LETRA B: A vantagem das ações preferenciais de
companhia fechada pode consistir exclusivamente
em prioridade no reembolso do capital. (Art.17, LSA).
9) Em relação à sociedade anônima é correto afirmar que :
a) a companhia pode adquirir as próprias ações para permanência
em tesouraria.
b) a ação é divisível em relação à companhia.
c) a gestão dos administradores não pode ser garantida pelas
próprias ações da companhia
d) a transferência das ações nominativas opera-se por endosso
em preto
CORRETA LETRA A: Art. 30. A companhia não poderá negociar
com as próprias ações.
§ 1º Nessa proibição não se compreendem:
b) a aquisição, para permanência em tesouraria ou
cancelamento, desde que até o valor do saldo de lucros ou
reservas, exceto a legal, e sem diminuição do capital social, ou por
doação;
10) Poderão ser eleitas para membros dos órgãos de
administração da sociedade anônima:
a) pessoas naturais, devendo os diretores ser residentes no País.
b) pessoas naturais, residentes no País, devendo os membros do
conselho de administração ser acionistas, e os diretores,
acionistas ou não.
c) pessoas naturais, devendo os membros do conselho de
administração ser acionistas, e os diretores residentes no País,
acionistas ou não.
d) pessoas naturais, residentes no País, diplomadas em curso de
nível universitário, ou que tenham exercido, por prazo mínimo de
três anos, cargo de admnistrador de empresa ou de conselheiro
fiscal.
CORRETA LETRA A: Art. 146. Poderão ser eleitas para
membros dos órgãos de administração pessoas naturais,
devendo os diretores ser residentes no País. (Redação dada pela
Lei nº 12.431, de 2011). Obs: órgãos de administração = conselho
de administração e diretoria.
11) Assinale a assertiva correta acerca das características da
companhia ou sociedade anônima.
a) Consideram-se ações em circulação no mercado todas as
ações do capital da companhia aberta, inclusive as de propriedade
de conselheiros da administração e as em tesouraria, mas não as
que pertençam ao acionista controlador e aos diretores.
b) A sociedade será designada por denominação acompanhada
das expressões “companhia”, ou “sociedade anônima”, nos
moldes estabelecidos em lei, na qual poderá figurar o nome do
fundador, acionista, ou pessoa que, por qualquer outro modo
tenha concorrido para o êxito da empresa.
c) Somente os valores mobiliários de emissão de companhia
registrada no Banco Central do Brasil podem ser negociados no
mercado de valores mobiliários.
d) Na dependência de qual seja seu objeto, a companhia será
considerada empresária ou não empresária, podendo, em ambos
os casos, ser de capital aberto ou fechado, conforme seus valores
mobiliários sejam, respectivamente, admitidos ou não em bolsa de
valores ou mercado de balcão.
CORRETA LETRA B: Art. 3º Lei 6.404/76. A sociedade será
designada por denominação acompanhada das expressões
"companhia" ou "sociedade anônima", expressas por extenso ou
abreviadamente mas vedada a utilização da primeira ao final.
§ 1º O nome do fundador, acionista, ou pessoa que por qualquer
outro modo tenha concorrido para o êxito da empresa, poderá
figurar na denominação.
12) Assinale a opção correta com relação às sociedades anônima:
a) Quanto aos direitos e obrigações, as ações classificam-se
como ordinárias, preferenciais ou de fruição, sendo as ações
ordinárias da companhia fechada e as ações preferenciais da
companhia aberta e fechada apenas de uma classe.
b) O vencimento da debênture deve constar da escritura de
emissão e do certificado, podendo a companhia estipular
amortizações parciais de cada série, criar fundos de
amortização e reservar-se o direito de resgate antecipado,
parcial ou total, dos títulos da mesma série; contudo, não
poderá a debênture assegurar ao seu titular participação no
lucro da companhia.
c) Não se admite que os administradores de sociedades
anônimas votem para a aprovação ou a rejeição de suas
próprias contas, ainda que o façam por interposta pessoa.
d) A constituição da companhia por subscrição particular do
capital pode ser feita por deliberação dos subscritores em
assembleia-geral ou por escritura pública, considerando-se
fundadores todos os subscritores. Essa representação na
escritura pública por procurador com poderes especiais é
chamada pela doutrina de serviços de underwriting.
CORRETA LETRA C: Enunciado n. 14 da 1 Jornada de Direito
Empresarial:
VER: "14. É vedado aos administradores de sociedades anônimas
votarem para aprovação/rejeição de suas próprias contas, mesmo
que o façam por interposta pessoa."
13) A respeito das diferenças existentes entre as sociedades
anônimas abertas e fechadas, assinale a afirmativa correta.
a) A companhia será aberta ou fechada conforme os valores
mobiliários de sua emissão sejam admitidos ou não à
negociação no mercado de bolsa ou de balcão.
b) As companhias abertas poderão emitir partes beneficiárias,
opções de compra de ações e bônus de subscrição.
c) O estatuto social de uma companhia fechada nunca poderá
impor limitações à circulação das ações ordinárias, mas
poderá fazê-lo em relação às ações preferenciais.
d) As ações ordinárias e preferenciais de uma companhia
aberta poderão ser de uma ou mais classes.
CORRETA LETRA A: Lei 6.404/76:
Art. 4o Para os efeitos desta Lei, a companhia é aberta ou fechada
conforme os valores mobiliários de sua emissão estejam ou não
admitidos à negociação no mercado de valores mobiliários.
14) Assinale a alternativa correta, de acordo com o que estabelece
a Lei das Sociedades Anônimas.
a) A companhia pode criar, a qualquer tempo, títulos negociáveis,
sem valor nominal e estranhos ao capital social, denominados
“bônus de subscrição”, que conferirão aos seus titulares direito de
crédito eventual contra a companhia, consistente na participação
nos lucros anuais.
b) O estatuto da companhia pode autorizar ou estabelecer que
todas as ações da companhia, ou uma ou mais classes delas,
sejam mantidas em contas de depósito, em nome de seus titulares,
na instituição que designar, sem emissão de certificados. Esta
classe será denominada de ações preferenciais.
c) As preferências ou vantagens das ações escriturais podem
consistir em prioridade na distribuição de dividendo, fixo ou mínimo
ou em prioridade no reembolso do capital, com prêmio ou sem ele.
d) A companhia poderá emitir debêntures que conferirão aos seus
titulares direito de crédito contra ela, nas condições constantes da
escritura de emissão e, se houver, do certificado.
CORRETA LETRA D: art. 52 da Lei 6.404/76;
15) Com relação à responsabilidade na sociedade anônima, é
correto afirmar que o administrador:
a) não é responsável por atos ilícitos de outros administradores,
salvo se com eles for conivente, se negligenciar em descobri-los ou
se, deles tendo conhecimento, deixar de agir para impedir a sua
prática.
b) é pessoalmente responsável pelas obrigações que contrair em
nome da sociedade e em virtude de ato regular de gestão,
respondendo, ademais, civilmente, pelos prejuízos que causar,
quando proceder com culpa ou dolo.
c) dissidente exime-se de responsabilidade desde que faça
consignar sua divergência e dê ciência imediata à assembleia-
geral, convocada com um prazo mínimo de 30 (trinta) dias de
antecedência.
d) é subsidiariamente responsável com os demais administradores
pelos prejuízos causados em virtude do não cumprimento dos
deveres impostos por lei para assegurar o funcionamento normal
da companhia, desde que, pelo estatuto, tais deveres caibam a
todos eles.
CORRETA LETRA A:
Letra A – CORRETA – Artigo 158, § 1º: O administrador não é
responsável por atos ilícitos de outros administradores, salvo se
com eles for conivente, se negligenciar em descobri-los ou se,
deles tendo conhecimento, deixar de agir para impedir a sua
prática. Exime-se de responsabilidade o administrador dissidente
que faça consignar sua divergência em ata de reunião do órgão de
administração ou, não sendo possível, dela dê ciência imediata e
por escrito ao órgão da administração, no conselho fiscal, se em
funcionamento, ou à assembleia-geral.
Letra B – INCORRETA – Artigo 158: O administrador não é
pessoalmente responsável pelas obrigações que contrair em nome
da sociedade e em virtude de ato regular de gestão; responde,
porém, civilmente, pelos prejuízos que causar, quando proceder:
I - dentro de suas atribuições ou poderes, com culpa ou dolo.
Letra C – INCORRETA – Artigo 158, § 1º: O administrador não é
responsável por atos ilícitos de outros administradores, salvo se
com eles for conivente, se negligenciar em descobri-los ou se,
deles tendo conhecimento, deixar de agir para impedir a sua
prática. Exime-se de responsabilidade o administrador dissidente
que faça consignar sua divergência em ata de reunião do órgão de
administração ou, não sendo possível, dela dê ciência imediata e
por escrito ao órgão da administração, no conselho fiscal, se em
funcionamento, ou à assembléia-geral.
Letra D – INCORRETA – Artigo 158, § 2º: Os administradores são
solidariamente responsáveis pelos prejuízos causados em virtude
do não cumprimento dos deveres impostos por lei para assegurar o
funcionamento normal da companhia, ainda que, pelo estatuto, tais
deveres não caibam a todos eles.
16) Com relação às sociedades anônimas, assinale a opção
correta.
a) É lícita a constituição de uma companhia, por escritura pública,
cujo único acionista seja uma sociedade brasileira.
b) A sociedade por subscrição pública do capital deve ser
constituída por deliberação dos subscritores em assembleia geral
ou por escritura pública.
c) As ações escriturais, cuja propriedade presume-se pela
declaração do nome do acionista, podem ser transferidas mediante
termo lavrado no livro de registro de ações escriturais e emissão de
certificado.
d) Conforme a forma de constituição e o objeto social, as
sociedades anônimas podem ser simples ou empresárias.
CORRETA LETRA A: Lei S/A, art. 251. A companhia pode ser
constituída, mediante escritura pública, tendo como único acionista
sociedade brasileira.
17) Consoante expressa previsão da Lei nº 6.404/76, realiza-da a
conferência de bem imóvel para a integralização de capital social
na constituição de sociedade anônima, será o documento hábil
para a transferência, por transcrição no Registro de Imóveis a:
a) escritura pública de incorporação do imóvel conferido.
b) certidão dos atos constitutivos da companhia, passada pelo
Registro do Comércio em que foram arquivados.
c) ata da assembleia de avaliação do imóvel conferido.
d) ata da assembleia de constituição da companhia.
CORRETA LETRA B: Art. 98, § 2º Lei 6.404/76. A certidão dos
atos constitutivos da companhia, passada pelo registro do
comércio em que foram arquivados, será o documento hábil para a
transferência, por transcrição no registro público competente, dos
bens com que o subscritor tiver contribuído para a formação do
capital social.
18) Assinale a assertiva INCORRETA, a respeito das Sociedades
Anônimas:
a) Segundo a Lei 6.404, cisão é a operação pela qual a companhia
transfere parcelas do seu patrimônio para uma ou mais
sociedades, constituídas para esse fim ou já existentes,
extinguindo-se a companhia cindida, se houver versão de todo o
seu patrimônio, ou dividindo-se o seu capital, se parcial a versão;
fusão é a operação pela qual se unem duas ou mais sociedades
para formar sociedade nova, que lhes sucederá em todos os
direitos e obrigações; e incorporação é a operação pela qual uma
ou mais sociedades são absorvidas por outra, que lhes sucede em
todos os direitos e obrigações.
b) No que concerne a incorporação, fusão ou cisão de Sociedades
Anônimas, estabelece a lei que as condições da operação
constarão de protocolo firmado pelos órgãos de administração ou
sócios das sociedades interessadas, que incluirá: o número,
espécie e classe das ações que serão atribuídas em substituição
dos direitos de sócios que se extinguirão e os critérios utilizados
para determinar as relações de substituição, os elementos ativos e
passivos que formarão cada parcela do patrimônio, no caso de
cisão, os critérios de avaliação do patrimônio líquido, a data a que
será referida a avaliação, e o tratamento das variações
patrimoniais posteriores, a solução a ser adotada quanto às ações
ou quotas do capital de uma das sociedades possuídas por outra, o
valor do capital das sociedades a serem criadas ou do aumento ou
redução do capital das sociedades que forem parte na operação, o
projeto ou projetos de estatuto, ou de alterações estatutárias, que
deverão ser aprovados para efetivar a operação, todas as demais
condições a que estiver sujeita a operação.
c) No que concerne a incorporação, fusão ou cisão de Sociedades
Anônimas, estabelece a lei que se a operação envolver companhia
aberta, as sociedades que a sucederem serão também abertas,
devendo obter o respectivo registro e, se for o caso, promover a
admissão de negociação das novas ações no mercado secundário,
no prazo máximo de 60 dias, contados da data da assembléia-
geral que aprovou a operação, observando as normas pertinentes
baixadas pela Comissão de Valores Mobiliários.
d) No que concerne a incorporação, fusão ou cisão de Sociedades
Anônimas, estabelece a lei que as operações em questão serão
submetidas à deliberação da assembleia geral das companhias
interessadas mediante “justificação” e que somente poderão ser
efetivadas nas condições aprovadas, se peritos nomeados
determinarem que o valor do patrimônio ou patrimônios líquidos a
serem vertidos para a formação de capital social é, ao menos, igual
ao montante do capital a realizar.
CORRETA LETRA C: Art. 223. A incorporação, fusão ou cisão
podem ser operadas entre sociedades de tipos iguais ou
diferentes e deverão ser deliberadas na forma prevista para a
alteração dos respectivos estatutos ou contratos sociais.
§ 1º Nas operações em que houver criação de sociedade
serão observadas as normas reguladoras da constituição das
sociedades do seu tipo.
§ 2º Os sócios ou acionistas das sociedades incorporadas,
fundidas ou cindidas receberão, diretamente da companhia
emissora, as ações que lhes couberem.
§ 3º Se a incorporação, fusão ou cisão envolverem
companhia aberta, as sociedades que a sucederem serão também
abertas, devendo obter o respectivo registro e, se for o caso,
promover a admissão de negociação das novas ações no
mercado secundário, no prazo máximo de cento e vinte dias,
contados da data da assembléia-geral que aprovou a operação,
observando as normas pertinentes baixadas pela Comissão de
Valores Mobiliários.
§ 4º O descumprimento do previsto no parágrafo anterior
dará ao acionista direito de retirar-se da companhia, mediante
reembolso do valor das suas ações (art. 45), nos trinta dias
seguintes ao término do prazo nele referido, observado o disposto
nos §§ 1º e 4º do art. 137.
19) No âmbito da Lei das Sociedades Anônimas é correto afirmar
que:
a) O direito do acionista em participar dos frutos da sociedade
(lucros e acervo) e o de fiscalizá-los pode sofrer restrições em
razão da participação societária.
b) O poder do acionista controlador pode aumentar, desde que de
forma limitada.
c) Os direitos essenciais fixam os limites das posições de
controlador e minoritários, podendo ser suprimidos aos acionistas
por ato de vontade expresso nos estatutos ou em decisão
assemblear.
d) O remisso não pode ser privado do direito de ingresso, ainda
que não esteja em dia com o pagamento do preço demissão das
suas ações.
CORRETA LETRA B: art. 116, parágrafo único, da Lei das S/A
20)
A Assembleia Geral de S.A. Empreendimentos Turísticos, com
panhia aberta sediada em “X”, delegou ao Conselho de Admi
nistração a deliberação sobre a oportunidade de emissão, épo
ca e condições de vencimento de debêntures conversíveis em
ações. Petrossian Participações Ltda., acionista minoritário, co
nsultou seu advogado sobre a legalidade da deliberação.
Com relação ao fato acima, assinale a alternativa que aprese
nta a resposta correta à consulta.
a)
A deliberação é válida, porque a deliberação sobre a oportuni
dade de emissão, a época e as condições de vencimento de
debêntures conversíveis em ações pode ser delegada ao Conse
lho de Administração.
b)
A deliberação é anulável, porque a deliberação sobre a oport
unidade de emissão, a época e as condições de vencimento
de debêntures conversíveis em ações é privativa da assemblei
a geral nas companhias abertas.
c)
A deliberação é nula, porque a emissão de debêntures conve
rsíveis em ações depende da autorização prévia dos titulares de
ações preferenciais reunidos em assembleia especial convocad
a para esse fim.
d)
A deliberação é ineficaz em relação aos acionistas minoritário
s, pois a emissão de debêntures conversíveis em ações acarr
etará aumento de capital com diluição injustificada de participaç
ão desses acionistas.
CORRETA LETRA A: Lei 6404, Art. 59:
§ 2o O estatuto da companhia aberta poderá autorizar o conselho
de administração a, dentro dos limites do capital autorizado,
deliberar sobre a emissão de debêntures conversíveis em ações,
especificando o limite do aumento de capital decorrente da
conversão das debêntures, em valor do capital social ou em
número de ações, e as espécies e classes das ações que poderão
ser emitidas.
21) Analise as assertivas seguintes sobre acordo de acionistas.
I. As obrigações ou ônus decorrentes desses acordos somente
serão oponíveis a terceiros, depois de averbados nos livros de
registro e nos certificados das ações, se emitidos.
II. Esses acordos não poderão ser invocados para eximir o
acionista de responsabilidade no exercício do direito de voto ou do
poder de controle.
III. O acordo de acionistas cujo prazo for fixado em função de
termo ou condição resolutiva somente pode ser denunciado
segundo suas estipulações.
Está correto o que se afirma em:
a) I, apenas.
b) III, apenas.
c) I e II, apenas.
d) I, II e III.
CORRETA LETRA D: I - Art. 118. paragrafo 1º.As obrigações ou
ônus decorrentes desses acordos somente serão oponíveis a
terceiros, depois de averbados nos livros de registro e nos
certificados das ações, se emitidos.
II - § 2° Esses acordos não poderão ser invocados para eximir o
acionista de responsabilidade no exercício do direito de voto (artigo
115) ou do poder de controle (artigos 116 e 117).
III - § 6o O acordo de acionistas cujo prazo for fixado em função
de termo ou condição resolutiva somente pode ser denunciado
segundo suas estipulações.
22) É correto afirmar que o voto múltiplo nas companhias abertas:
a) é obrigatório nas deliberações do conselho de administração.
b) é obrigatório nas assembleias gerais ordinárias.
c) é facultativo nas deliberações do conselho de administração.
d) pode ser utilizado facultativamente na eleição de conselheiros.
CORRETA LETRA D: Art. 141, LSA. Na eleição dos conselheiros,
é facultado aos acionistas que representem, no mínimo, 0,1 (um
décimo) do capital social com direito a voto, esteja ou não previsto
no estatuto, requerer a adoção do processo de voto múltiplo,
atribuindo-se a cada ação tantos votos quantos sejam os membros
do conselho, e reconhecido ao acionista o direito de cumular os
votos num só candidato ou distribuí-los entre vários.
23) Sobre sociedades anônimas e nos termos da Lei 6.404/76,
é correto o que se afirma em:
a) A ação é indivisível em relação à companhia, sendo vedado o
condomínio.
b) Consideram-se ações em circulação no mercado todas aquelas
do capital da companhia aberta.
c) A contribuição dos subscritores ou acionistas, para a formação
do capital social inicial, não poderá consistir em bens.
d) Quando a entrada do capital social consistir em crédito, o
subscritor ou acionista responderá pela solvência do devedor.
CORRETA LETRA D:
Letra A - Incorreta. Art. 28. A ação é indivisível em relação à
companhia.
Parágrafo único. Quando a ação pertencer a mais de uma pessoa,
os direitos por ela conferidos serão exercidos pelo representante
do condomínio.
Letra B - Incorreta. Art. 4o-A. Na companhia aberta, os titulares de,
no mínimo, 10% (dez por cento) das ações em circulação no
mercado poderão requerer aos administradores da companhia que
convoquem assembléia especial dos acionistas titulares de ações
em circulação no mercado, para deliberar sobre a realização de
nova avaliação pelo mesmo ou por outro critério, para efeito de
determinação do valor de avaliação da companhia, referido no §
4o do art. 4o.
§ 2o Consideram-se ações em circulação no mercado todas as
ações do capital da companhia aberta menos as de propriedade do
acionista controlador, de diretores, de conselheiros de
administração e as em tesouraria.
Letra C - Incorreta. Art. 7º O capital social poderá ser formado com
contribuições em dinheiro ou em qualquer espécie de bens
suscetíveis de avaliação em dinheiro.
Letra D - Correta. Art. 10. A responsabilidade civil dos subscritores
ou acionistas que contribuírem com bens para a formação do
capital social será idêntica à do vendedor.
Parágrafo único. Quando a entrada consistir em crédito, o
subscritor ou acionista responderá pela solvência do devedor.
24) Sobre sociedades anônimas e nos termos da Lei
6.404/76, NÃO é correto o que se afirma em:
a) Permite-se a conversão de debêntures em ações.
b) As companhias abertas e fechadas podem emitir partes
beneficiárias.
c) As debêntures geram para os seus titulares direito de crédito
contra a companhia.
d) As partes beneficiárias conferirão aos seus titulares direito de
crédito eventual contra a companhia, consistente na participação
nos lucros anuais.
CORRETA LETRA B: Lei 6.404/1976, Art. 47. As partes
beneficiárias poderão ser alienadas pela companhia, nas
condições determinadas pelo estatuto ou pela assembléia-geral, ou
atribuídas a fundadores, acionistas ou terceiros, como
remuneração de serviços prestados à companhia.
Parágrafo único. É vedado às companhias abertas emitir partes
beneficiárias.
25) De acordo com a legislação das sociedades anônimas,
assinale a opção correta acerca da administração e dos
administradores da companhia.
a) De acordo com a jurisprudência do STJ, o acionista minoritário
tem legitimidade para propor ação indenizatória contra
administradores da sociedade, por danos advindos de desvio de
receitas.
b) Em regra, os administradores da companhia são pessoalmente
responsáveis pelas obrigações contraídas em nome da sociedade.
c) A propositura de ação de responsabilidade civil contra
administrador cujas contas sejam aprovadas sem reservas pela
assembleia geral depende de prévia ação de anulação da decisão
da assembleia de aprovação de contas da sociedade no prazo
bienal.
d) O juiz deverá reconhecer a exclusão da responsabilidade do
administrador que pratique ato de liberalidade em detrimento dos
interesses da companhia.
CORRETA LETRA C: Informativo nº 0500
Período: 18 a 29 de junho de 2012. Terceira Turma SOCIEDADE
ANÔNIMA. RESPONSABILIDADE DOS ADMINISTRADORES.
CONTAS APROVADAS PELA AGO.
A aprovação das contas sem reservas pela assembleia geral
ordinária (AGO), salvo se anulada, exonera os administradores e
diretores de quaisquer responsabilidades (art. 134, § 3º, da Lei n.
6.404/1976 – Lei das Sociedades Anônimas). Na espécie, a
empresa recorrente ajuizou ação indenizatória para obter do
recorrido (diretor financeiro da empresa) reparação
correspondente ao valor das operações (derivativos) que realizou
sem consentimento e que geraram prejuízos em razão da
disparidade cambial. Todavia, a regra do art. 134, § 3º, da lei
supradita é especial em relação ao art. 159 do referido diploma
legal, de modo que, no caso de aprovação de contas, não bastaria
a prévia deliberação da assembleia geral para a propositura da
ação de responsabilidadecivil, como ocorreu na hipótese, mas,
mister, antes de tal propositura ou concomitantemente a ela, o
ajuizamento da ação de anulação da assembleia que aprovou
as contas da sociedade (art. 286 da mencionada lei). Salientou-se
ainda que, somente após o trânsito em julgado da sentença que
acolher a anulatória (pela ocorrência de erro, dolo, fraude ou
simulação), será possível ajuizar a ação de responsabilidade
pertinente. In casu, não é cabível ação de
responsabilidade civilcontra quem dela, por força de lei e do ato
jurídico perfeito, foi exonerado. Precedentes citados: AgRg no Ag
640.050-RS, DJe 1º/6/2009; AgRg no Ag 950.104-DF, DJe
30/3/2009, e REsp 257.573-DF, DJ 25/6/2001. REsp 1.313.725-
SP, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 26/6/2012.
26) Assinale a alternativa INCORRETA.
a) A sociedade anônima é designada por denominação
acompanhada das expressões companhia ou sociedade anônima,
expressas por extenso ou abreviadamente.
b) A assembleia geral da sociedade anônima pode ser suspensa,
admitindo-se a continuidade em data posterior, sendo necessário
publicação de novos editais de convocação, sendo determinado o
local, a nova data e a hora de prosseguimento da sessão.
c) A assembleia de constituição da sociedade anônima instalar-se-
á, em primeira convocação, com a presença de subscritores que
representem, no mínimo, metade do capital social e, em segunda
convocação, com qualquer número.
d) Não pode ser membro do Conselho de Administração da
sociedade anônima, embora possa ser diretor, a pessoa natural
não acionista.
CORRETA LETRA B: Art. 129, LSA. As deliberações da
assembléia-geral, ressalvadas as exceções previstas em lei, serão
tomadas por maioria absoluta de votos, não se computando os
votos em branco.
§ 2º No caso de empate, se o estatuto não estabelecer
procedimento de arbitragem e não contiver norma diversa, a
assembléia será convocada, com intervalo mínimo de 2 (dois)
meses, para votar a deliberação; se permanecer o empate e os
acionistas não concordarem em cometer a decisão a um terceiro,
caberá ao Poder Judiciário decidir, no interesse da companhia.
27) A sociedade anônima W, de capital fechado, pretende lançar
ações no mercado bursátil aberto. No sistema jurídico brasileiro,
ela deve obter autorização ao seguinte órgão:
a) Superintendência de Seguros Privados
b) Instituto de Resseguros do Brasil
c) Comissão de Valores Mobiliários
d) Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
CORRETA LETRA D: De acordo com a lei Nº 6.404/ 76:
Art. 4o Para os efeitos desta Lei, a companhia é aberta ou fechada
conforme os valores mobiliários de sua emissão estejam ou não
admitidos à negociação no mercado de valores mobiliários.
(Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)
§ 1o Somente os valores mobiliários de emissão de companhia
registrada na Comissão de Valores Mobiliários podem ser
negociados no mercado de valores mobiliários.
28) Relativamente à disciplina jurídica da sociedade anônima,
assinale a opção correta.
a) Nos certificados das ações devem constar a denominação da
companhia, sua sede e prazo de duração, e a omissão dessas
declarações confere ao acionista direito a indenização por perdas
e danos contra a companhia e contra os diretores na gestão dos
quais os certificados hajam sido emitidos.
b) Para a constituição da sociedade anônima, são necessárias a
subscrição, por pelo menos três pessoas, de todas as ações em
que se divide o capital social e a realização, como entrada, de
30%, no mínimo, do preço de emissão das ações subscritas em
dinheiro.
c) O capital social das sociedades anônimas pode ser formado por
dinheiro ou bens imóveis, e estes últimos serão avaliados por dois
peritos nomeados em assembleia geral dos subscritores,
convocada por meio da imprensa e presidida por um dos
fundadores, instalando-se em primeira convocação com a
presença de subscritores que representem dois terços do capital
social.
d) Compete à sociedade anônima emitir partes beneficiárias que
confiram aos titulares direito de crédito determinado contra ela,
nas condições constantes da escritura de emissão e, se houver,
do certificado.
CORRETA LETRA A: Art. 24. Os certificados das ações serão
escritos em vernáculo e conterão as seguintes declarações:
I - denominação da companhia, sua sede e prazo de duração;
§ 1º A omissão de qualquer dessas declarações dá ao acionista
direito à indenização por perdas e danos contra a companhia e os
diretores na gestão dos quais os certificados tenham sido
emitidos.
29) É correto afirmar que compete à assembleia geral da
sociedade anônima
a) fiscalizar os atos dos administradores e verificar o cumprimento
dos seus deveres legais e estatutários.
b) analisar, ao menos trimestralmente, o balancete e demais
demonstrações financeiras elaboradas periodicamente pela
companhia.
c) suspender o exercício dos direitos do acionista
d) deliberar sobre o plano de recuperação judicial da companhia,
em caso de grave crise financeira.
CORRETA LETRA C: ART 122, V, da LEI 6404/76.
30) O modelo da sociedade anônima foi concebido originalmente
para viabilizar grandes empreendimentos, constituindo
instrumento próprio para a captação de recursos perante número
expressivo de investidores. Com relação a esse tipo de sociedade,
assinale a opção correta.
a) Nas companhias abertas, caso o pagamento do preço da ação
não tenha sido feito integralmente no momento da subscrição, sua
venda somente pode efetivar-se depois de realizados pelo menos
20% do preço de emissão, sob pena de nulidade. Nesse caso, o
alienante continuará responsável, solidariamente com o
adquirente, pelo pagamento das prestações que faltarem para a
integralização das ações transferidas, responsabilidade que
perdurará pelo prazo de dois anos a contar da transferência das
ações.
b) Inspirado na figura do trustee do direito anglo-saxão, o
legislador criou a figura do agente fiduciário dos debenturistas,
cuja incumbência é justamente fiscalizar a companhia e preservar
os interesses dos credores debenturísticos. Tanto na emissão
pública de debêntures como na emissão privada, destinada a um
número de pessoas determinadas e conhecidas, é obrigatória a
nomeação do agente fiduciário. Cabe à companhia, quando da
emissão de debêntures, a escolha desse agente, que pode ser
pessoa física, desde que satisfaça os requisitos do cargo.
c) A companhia fechada de pequeno porte, mesmo que faça parte
de um grupo de sociedades, como controladora ou filiada, está
isenta de diversas obrigações comuns às demais sociedades.
Contudo, não está dispensada de publicar os documentos da
administração, tais como o relatório sobre os negócios sociais e os
principais fatos administrativos do exercício, as demonstrações
financeiras e o parecer dos auditores independentes, ainda que
tais documentos sejam arquivados no registro do comércio.
d) O commercial paper, por constituir título de curto prazo, deve
ser emitido com vencimento mínimo de trinta dias contados da
emissão do título. Em se tratando de companhia fechada, o prazo
máximo será de cento e oitenta dias; tratando-se de companhia
aberta, o prazo poderá chegar a trezentos e sessenta dias. Existe
a possibilidade de resgate antecipado do referido título, desde que
com anuência do titular; se o resgate for parcial, deverá ser
realizado sorteio ou leilão entre os titulares.
CORRETA LETRA D: COMMERCIAL PAPERS (Notas
Promissórias) são títulos de curto prazo que as empresas por
sociedades anônimas emitem, visando captar recursos no
mercado interno para financiar suas necessidades de capital de
giro. É uma alternativa às operações de empréstimos bancários
convencionais, permitindo geralmente uma redução nas taxas de
juros pela eliminação da intermediação financeira bancária. Os
commercial papers imprimem ainda maior agilidade às captações
das empresas, determinada pela possibilidade de os tomadores
negociarem diretamente com os investidores de mercado (bancos,
fundos de pensão, etc.). As instituições financeiras, as sociedades
corretoras e distribuidoras de valores mobiliários e sociedades de
arrendamento mercantil (empresas de leasing), não podem emitir
esses títulos.
INSTRUÇÃO CVM Nº 134, DE 1 DE NOVEMBRO DE 1990 -
Dispõe acerca da emissão de NOTA PROMISSÓRIA para
distribuição pública:
Artigo 7º: O prazo de vencimento das notas promissórias, contado
a partir da data da emissão, será de:
I - trinta dias, no mínimo, e cento e oitenta dias, no máximo,
quando emitidas por companhia fechada;
II - trinta dias, no mínimo, e trezentos e sessenta dias, no máximo,
na hipótese de emissão por companhia aberta.
§ 1º: Na data de vencimento, a nota promissória deve ser
liquidada.
§ 2º: A emissora pode, havendo anuência expressa do titular,
resgatar antecipadamente as notas promissórias.
§ 3º: O resgate da nota promissória implica a extinção do título,
vedada sua manutenção em tesouraria.
§ 4º: O resgate parcial deve ser efetivado mediante sorteio ou
leilão, observado o prazo mínimo deste artigo.
31) Sobre o regime jurídico das sociedades anônimas, assinale a
alternativa correta:
I – as preferências ou vantagens das ações preferenciais podem
consistir em prioridade na distribuição de dividendo, fixo ou
mínimo; ou em prioridade no reembolso do capital, com prêmio ou
sem ele; ou ainda, na acumulação de ambas as preferências e
vantagens.
II – nas companhias objeto de desestatização poderá ser criada
ação preferencial de classe especial, de propriedade exclusiva do
ente desestatizante, à qual o estatuto social poderá conferir os
poderes que especificar, inclusive o poder de veto às deliberações
da assembléia-geral nas matérias que especificar.
III – o estatuto pode assegurar a uma ou mais classes de ações
preferenciais o direito de eleger, em votação em separado, um ou
mais membros dos órgãos de administração, sendo que o estatuto
pode subordinar as alterações estatutárias que especificar à
aprovação, em assembléia especial, dos titulares de uma ou mais
classes de ações preferenciais.
IV – a debênture terá valor nominal expresso em moeda nacional,
salvo nos casos de obrigação que, nos termos da legislação em
vigor, possa ter o pagamento estipulado em moeda estrangeira.
V – a debênture poderá assegurar ao seu titular juros, fixos ou
variáveis, participação no lucro da companhia e prêmio de
reembolso.
Alternativas:
a) somente as alternativas I, II e III estão corretas;
b) somente as alternativas I, II e IV estão corretas;
c) somente as alternativas II, III e V estão corretas;
d) todas as alternativas estão corretas.
CORRETA LETRA D: LEI DAS S/A (LEI No 6.404) EM SUA
LITERALIDADE
I - Correta
Art. 17. As preferências ou vantagens das ações preferenciais
podem consistir:
I - em prioridade na distribuição de dividendo, fixo ou mínimo;
II - em prioridade no reembolso do capital, com prêmio ou
sem ele; ou
III - na acumulação das preferências e vantagens de que
tratam os incisos I e II
II - Correta
Art. 17 § 7º Nas companhias objeto de desestatização poderá ser
criada ação preferencial de classe especial, de propriedade
exclusiva do ente desestatizante, à qual o estatuto social poderá
conferir os poderes que especificar, inclusive o poder de veto às
deliberações da assembléia-geral nas matérias que especificar
III - Correta
Art. 18. O estatuto pode assegurar a uma ou mais classes de
ações preferenciais o direito de eleger, em votação em separado,
um ou mais membros dos órgãos de administração.
Parágrafo único. O estatuto pode subordinar as alterações
estatutárias que especificar à aprovação, em assembléia especial,
dos titulares de uma ou mais classes de ações preferenciais.
IV - Correta
Art. 54. A debênture terá valor nominal expresso em moeda
nacional, salvo nos casos de obrigação que, nos termos da
legislação em vigor, possa ter o pagamento estipulado em moeda
estrangeira.
V - Correta
Art. 56. A debênture poderá assegurar ao seu titular juros, fixos ou
variáveis, participação no lucro da companhia e prêmio de
reembolso.
32) Ao folhear uma revista jurídica, um advogado identificou
uma INCORREÇÃO em uma matéria escrita que versava sobre
sociedade anônima.
Qual das afirmações abaixo foi a identificada pelo advogado?
a) O capital social poderá ser integralizado em dinheiro ou bens
suscetíveis de avaliação em dinheiro.
b) O máximo de ações preferenciais sem direito a voto ou com
restrições a esse direito não pode ultrapassar 50% do total das
ações emitidas.
c) As ações, conforme a natureza dos direitos ou vantagens que
confiram a seus titulares, são ordinárias, preferenciais ou de
fruição.
d) As ações podem ser classificadas, quanto à forma, em
nominativas, endossáveis, ao portador e escriturais.
CORRETA LETRA D: As ações eram classificadas, quanto à
forma, em nominativas, endossáveis, ao portador ou escriturais.
A Lei nº. 8.021/90 deu nova redação ao art. 20 da lei das
Sociedades por Ações, extinguindo as formas ao portador e
endossáveis. Restaram, portando, apenas as ações nominativas e
as escriturais, que também não são nominativas.
Por esse motivo, a expressão sociedade anônima, usada no Novo
Código Civil no artigo 1.089, e também nos jornais, na verdade
perdeu seu significado, pois, com a extinção das ações ao
portador ou endossáveis, não restou nenhuma possibilidade de
anonimato para o acionista. No que diz respeito à própria
companhia, como ela tem nome empresarial e endereço
conhecido, também não há, a rigor, como chamá-la de sociedade
anônima.
33) Acerca das sociedades anônimas, assinale a
alternativa CORRETA:
I. Os integrantes do conselho fiscal de uma S/A, caso detectem
alguma irregularidade nos atos de gestão da companhia, podem
convocar assembleia geral extraordinária diretamente, estando
dispensados de fazer pedido formal para que a diretoria convoque
a referida assembleia.
II. O prazo prescricional para a ação de responsabilidade civil de
integrantes dos órgãos de administração e do conselho fiscal para
deles haver reparação civil por atos culposos ou dolosos, no caso
de violação da lei, do estatuto ou da convenção de grupo é de 3
(três) anos, contado o prazo da data da publicação da ata que
aprovar o balanço referente ao exercício em que a violação tenha
ocorrido.
III. Acionistas minoritários detentores de 5% (cinco por cento) do
capital social poderão, em nome próprio, ajuizar ação em face de
diretores, caso a assembleia geral extraordinária decida pelo não
ajuizamento de medidas judiciais contra os diretores envolvidos
em atos que causem prejuízo à companhia. Nesse caso, os
minoritários autores da ação de responsabilidade civil contra os
diretores serão os titulares da indenização eventualmente
reconhecida por decisão judicial.
IV. A ação para anular as deliberações tomadas em assembleia
geral ou especial, irregularmente convocada ou instalada,
violadoras da lei ou do estatuto, ou eivadas de erro, dolo, fraude
ou simulação, prescreve em 2 (dois) anos, contados da
deliberação.
a) Somente as assertivas I, II e IV são verdadeiras.
b) Somente as assertivas II, III e IV são verdadeiras.
c) Somente as assertivas II e III são verdadeiras.
d) Todas as assertivas são verdadeiras.
CORRETA LETRA A:
I – CORRETA.
Art. 123. Compete ao conselho de administração, se houver, ou
aos diretores, observado o disposto no estatuto, convocar a
assembléia-geral.
Parágrafo único. A assembléia-geral pode também ser
convocada:
a) pelo conselho fiscal, nos casos previstos no número V, do
artigo 163;
Art. 163. Compete ao conselho fiscal:
V - convocar a assembléia-geral ordinária, se os órgãos da
administração retardarem por mais de 1 (um) mês essa
convocação, e a extraordinária, sempre que ocorrerem motivos
graves ou urgentes, incluindo na agenda das assembléias as
matérias que considerarem necessárias;
II – CORRETA
Art. 287. Prescreve:
II - em 3 (três) anos:
b) a ação contra os fundadores, acionistas, administradores,
liquidantes, fiscais ou sociedade de comando, para deles haver
reparação civil por atos culposos ou dolosos, no caso de violação
da lei, do estatuto ou da convenção de grupo, contado o prazo:
III - para os acionistas, administradores, fiscais e sociedades
de comando, da data da publicação da ata que aprovar o
balanço referente ao exercício em que a violação tenha ocorrido;
III – ERRADA
Art. 159. Compete à companhia, mediante prévia deliberação da
assembléia-geral, a ação de responsabilidade civil contra o
administrador, pelos prejuízos causados ao seu patrimônio.
§ 4º Se a assembléia deliberar não promover a ação, poderá ela
ser proposta por acionistas que representem 5% (cinco por cento),
pelo menos, do capital social.
§ 5° Os resultados da ação promovida por acionista deferem-se à
companhia, mas esta deverá indenizá-lo, até o limite daqueles
resultados, de todas as despesas em que tiver incorrido, inclusive
correção monetária e juros dos dispêndios realizados.
IV – CORRETA.
Art. 286. A ação para anular as deliberações tomadas em
assembléia-geral ou especial, irregularmente convocada ou
instalada, violadoras da lei ou do estatuto, ou eivadas de erro,
dolo, fraude ou simulação, prescreve em 2 (dois) anos, contados
da deliberação.
34) Acerca das Sociedades Anônimas, assinale a única
alternativa CORRETA:
a) A Assembleia Geral Ordinária (AGO) pode ser realizada várias
vezes no ano e tem competência para tratar de quaisquer
assuntos os do interesse da companhia.
b) O capital social de uma Sociedade Anônima pode ser composto
por ações ordinárias e preferenciais. As ações ordinárias sempre
dão a seu titular o direito de voto. Já as preferenciais nunca
conferem aos seus titulares o direito de voto, mas sim vantagens
de natureza política ou econômica em relação às ações ordinárias.
c) O agente fiduciário é o legitimado para a propositura de
medidas judiciais em caso de inadimplemento, pela companhia
emissora, de debêntures emitidas em subscrição pública por
Sociedade Anônima de capital aberto.
d) A competência para a eleição e destituição dos Diretores, em
uma Sociedade Anônima de capital aberto, é da Assembleia
Geral.
CORRETA LETRA C: Lei 6.404/76, art. 68.
§ 3º O agente fiduciário pode usar de qualquer ação para proteger
direitos ou defender interesses dos debenturistas, sendo-lhe
especialmente facultado, no caso de inadimplemento da
companhia:
a) declarar, observadas as condições da escritura de
emissão, antecipadamente vencidas as debêntures e cobrar o seu
principal e acessórios;
b) executar garantias reais, receber o produto da cobrança e
aplicá-lo no pagamento, integral ou proporcional, dos
debenturistas;
c) requerer a falência da companhia emissora, se não
existirem garantias reais;
d) representar os debenturistas em processos de falência,
concordata, intervenção ou liquidação extrajudicial da companhia
emissora, salvo deliberação em contrário da assembléia dos
debenturistas;
e) tomar qualquer providência necessária para que os
debenturistas realizem os seus créditos.
35) Sobre as Sociedades Anônimas, assinale única
alternativa CORRETA.
a) Quando uma sociedade anônima detém 100% das quotas de
uma sociedade limitada, diz-se que esta é uma subsidiária integral
da primeira.
b) Em uma Companhia com o capital dividido em 1000 ações,
sendo 500 ordinárias e 500 preferenciais sem direito a voto, o
acionista A detém 251 ações ordinárias e 100 preferenciais,
totalizando 351 ações. O acionista B detém 249 ordinárias e 400
preferenciais, totalizando 649 ações. Diante disso, é correto
afirmar que o acionista A é o acionista controlador.
c) Os acionistas em Assembleia não podem destituir, sem motivo
justificado, os integrantes dos órgãos de administração.
d) Caso a sociedade A detenha a maioria do capital social da
sociedade B, é correto dizer que a sociedade B é controladora da
sociedade A.
CORRETA LETRA B: ACIONISTA CONTROLADOR - é aquele
que tem a maioria das ações com direito de voto (ações ordinárias
sem exceção conferem direito de voto). Não necessariamente tem
a maioria das ações, mas necessariamente têm a maioria das que
tem direito a voto.
Art. 116. Entende-se por acionista controlador a pessoa, natural
ou jurídica, ou o grupo de pessoas vinculadas por acordo de voto,
ou sob controle comum, que:
a) é titular de direitos de sócio que lhe assegurem, de modo
permanente, a maioria dos votos nas deliberações da assembléia-
geral e o poder de eleger a maioria dos administradores da
companhia; e
b) usa efetivamente seu poder para dirigir as atividades sociais e
orientar o funcionamento dos órgãos da companhia.
Art. 110. A cada ação ordinária corresponde 1 (um) voto nas
deliberações da assembléia-geral.
§ 1º O estatuto pode estabelecer limitação ao número de votos de
cada acionista.
§ 2º É vedado atribuir voto plural a qualquer classe de ações.
Art. 111. O estatuto poderá deixar de conferir às ações
preferenciais algum ou alguns dos direitos reconhecidos às ações
ordinárias, inclusive o de voto, ou conferi-lo com restrições,
observado o disposto no artigo 109.
36) A Companhia CBA Tintas, sociedade anônima cujo capital
social fixado no projeto do estatuto, no valor de R$ 100.000,00
(cem mil reais), foi dividido em oitenta ações ordinárias no valor
total de R$ 80.000,00 (oitenta mil reais) a serem subscritas pelos
sócios João e José, em partes iguais, e vinte ações preferenciais
no valor total de R$ 20.000,00 (vinte mil reais) a serem subscritas
pelo sócio Joaquim, é considerada regularmente constituída
somente a partir:
a) do arquivamento dos documentos relativos à constituição no
Registro Público de Empresas Mercantis e a sua subsequente
publicação, em até trinta dias, em órgão oficial do local de sua
sede.
b) da assembleia geral de constituição, desde que aprovada a
proposta por votos de acionistas que representem, ao menos,
metade do capital social.
c) do depósito realizado em estabelecimento bancário autorizado
pela Comissão de Valores Mobiliários, da parte do capital
realizado em dinheiro.
d) do arquivamento da ata da assembleia de constituição da
companhia perante o Registro Público de Empresas Mercantis.
CORRETA LETRA A: De acordo com o Art. 98 da Lei 6404,
está correta, pois diz que arquivados os documentos relativos à
constituição da companhia, os seus administradores
providenciarão, nos 30 (trinta) dias subseqüentes, a publicação
deles, bem como a de certidão do arquivamento, em órgão oficial
do local de sua sede.
A publicação de tal arquivamento marca o fim das formalidades da
constituição, tornando a S/A regularmente constituída.
37) Nas Sociedades Anônimas, é considerado controlador aquele
que:
a) faz o poder de voto de suas ações prevalecer, de maneira
permanente, nas deliberações sociais e nas eleições de
administradores, orientando os negócios da companhia.
b) possui mais de 75% das ações com direito a voto.
c) é titular de mais de 50% do capital social da companhia e tenha
integralizado sua participação tempestivamente, nos termos do
quanto definido no estatuto social.
d) tem o poder de assinar contratos e celebrar negócios em nome
da companhia, individualmente.
CORRETA LETRA A: Art. 116,LSA. Entende-se por acionista
controlador a pessoa, natural ou jurídica, ou o grupo de pessoas
vinculadas por acordo de voto, ou sob controle comum, que:
a) é titular de direitos de sócio que lhe assegurem, de modo
permanente, a maioria dos votos nas deliberações da assembléia-
geral e o poder de eleger a maioria dos administradores da
companhia; e
b) usa efetivamente seu poder para dirigir as atividades
sociais e orientar o funcionamento dos órgãos da companhia.
38) As Sociedades Anônimas têm uma pesada estrutura,
necessitando, assim, de vários órgãos para atingir seu desiderato,
cada um com sua função específica. Um desses órgãos é a
Diretoria, sendo seus diretores efetivamente os administradores
da companhia. Esses diretores possuem alguns deveres para com
a sociedade empresarial e para com o mercado.
Entre esses deveres encontra-se o desclosure, que é o dever :
a) que os diretores possuem de convocar os acionistas para
deliberar sobre determinado assunto ou vários assuntos que
devem constar de uma pauta previamente escolhida.
b) de fiscalizar os gastos da sociedade e se ela está cumprindo o
que está disposto no estatuto social.
c) que os administradores têm para com o mercado de informar
todas as operações em que a companhia estiver envolvida e
que possam influir na cotação das suas ações, das debêntures
e dos valores mobiliários.
d) que os administradores possuem de agir de forma diligente,
respeitando o estatuto social, de forma a não causar prejuízos
aos acionistas, podendo responder de forma pessoal com seu
patrimônio caso violem esse dever.
CORRETA LETRA C:
a) ERRRADA:A convocação dos acionistas para deliberar sobre
assuntos de interesse da companhia pode ser feita pelos
diretores. Nesse caso a deliberação será tomada em
assembleia-geral, que pode ser ordinária quando tem por
objeto deliberar sobre as matérias previstas no art. 132,da Lei
6.404/1976e será extraordinária nos demais casos. Os órgãos
societários que estão autorizados por lei a fazer a convocação
são: o conselho de administração, se houver, ou os diretores,
observado o disposto no estatuto, o conselho fiscal, nos casos
previstos no número V, do artigo 163; bem como qualquer
acionista ou acionistas que representem cinco por cento, no
mínimo, do capital social com ou sem direito de voto, nos
precisos termos do art. 123, da Lei 6.404/1976.
Segundo critério do art. 123, da Lei 6.404/1976, a convocação
de assembleia geral é ato que se atribui a esses entes a título
de competência, ou seja, capacidade funcional, que se
traduzprecipuamente numa faculdade ou poder jurídico que a
lei confere ao conselho de administração, aos diretores, ao
conselho fiscal, bem como qualquer acionista para a prática de
certo ato jurídico ou para decidir determinadas questões.
Logo, a alternativa está incorreta, pois a convocação de
acionistas para deliberar em assembleia sobre assuntos que
constem de uma pauta previamente escolhida não é um dever
jurídico.
b) ERRADA:A fiscalização gestão dos negócios sociaisnão é
dever jurídico, mas sim direito essencial de todos os sócios que
está previsto no art. 109, III, da Lei 6.404/1976. Assim, a
fiscalização da gestão societária não se confunde com o dever
de informar que está no cerne da questão do instituto da
Disclosure, como se verificará pelas anotações à alternativa
abaixo. Logo, a alternativa está incorreta.
c) CERTA: A palavra Disclosure tem origem no inglês e significa
revelação, publicação, divulgação.
Apesar da Lei de Sociedades anônimas não prever
expressamente o direito a informação para os acionistas no rol
descrito no art. 109, a doutrina o reconhece de forma ampla.
Nesse sentido, a Disclosure é meio de afirmação do expresso
dever dos administradores de prestar divulgação pública de
fatos relevantes que possam influenciar os interesses dos
acionistas no mercado.
Para Fran Martins: “As informações aos acionistas, em regra,
são dadas através das publicações de balanços e relatórios da
sociedade; mas em alguns casos o acionista tem direito a uma
informação direta, feita pela própria companhia ou mediante
requerimento do sócio. Compreendendo a necessidade de
serem os acionistas e investidores bem informados sobre os
negócios sociais para a maior garantia dos seus interesses
junto às sociedades, nos Estados unidos ganhou fama a
chamada disclosure, ou seja, a maior publicidade e informação
possível sobre os negócios sociais para o conhecimento não
apenas dos acionistas como dos futuros investidores na
sociedade. [Nota: A disclosure surge, assim, pela mensagem
do presidente americano Franklin D. Roosevelt em 1933 face
aos reflexos da crise de 1929, fazendo surgir dai leis como: a
Securities Act de 1933, a Securities Exchange Act de 1934, o
Public Utility Holding Company Act de 1935, o Trust Indenture
Act de 1939, o Investiment Company Act de 1940 e o
Investiment Advisers Act de 1940. É desse período a criação da
SEC – Securities Exchange Commision, órgão regulador do
mercado mobiliário americano]
Pela disclosure, devem ser fornecidas ao acionista todas as
informações de que a sociedade dispuser a respeito dos
negócios sociais, de modo a mantê-lo amplamente cientificado
dos mesmos; caso os administradores soneguem informações
ficarão sujeitos a penalidades, que podem ser as mais
rigorosas, tendo em vista os prejuízos sofridos pelo acionista
em face da ocultação de tais informações.” (IN Comentários à
lei das sociedades anônimas. 2ª ed. Rio de Janeiro: Forense.
1984. p. 30-31 e 395-396. Vol. 2 Tomo I).
d) ERRADA:O administrador não responde pessoalmente pelas
obrigações que contrair em nome da sociedade, desde que sua
conduta seja realizada em virtude de ato regular de gestão; no
entanto, responde pelos prejuízos que causar quando proceder
com culpa ou dolo ou com violação da lei ou do estatuto,
conforme dispõe o art.158 da Lei n. 6.404/76. O dever
mencionado nesta situação diz respeito ao dever de lealdade,
previsto no art. 155 da Lei n. 6.404/76, no qual o administrador
deve servir com lealdade à companhia e manter reserva sobre
os seus negócios.
Constata-se, portanto, que a responsabilidade pessoal dos
administradores dá-se não somente em virtude de violação ao
dever de lealdade, mas caso cometa ilícitos subjetivos ou
violem preceito da lei ou do estatuto.
Logo, O dever de lealdade não se confunde com o dever de
informar ao mercado que integra o instituto da Disclosure, como
se verifica pelas anotações à alternativa acima. Logo, a
alternativa está incorreta.
39) Sobre as sociedades anônimas, marque a opção incorreta.
a) O voto é um direito essencial dos acionistas.
b) Na falta de declaração expressa em contrário, em matéria de
capital social, os bens transferem-se à companhia a título de
propriedade.
c) O estatuto da companhia fechada pode impor limitações à
circulação das ações nominativas, contanto que regule
minuciosamente tais limitações e não impeça a negociação, nem
sujeite o acionista ao arbítrio dos órgãos de administração da
companhia ou da maioria dos acionistas.
d) A companhia pode negociar com as próprias ações em caso de
aquisição, para permanência em tesouraria ou cancelamento,
desde que até o valor do saldo de lucro ou reservas, exceto a
legal, e sem diminuição do capital social ou por doação.
CORRETA LETRA A: De acordo com o artigo 109 da Lei S/A os
Acionistas possuem 5 Direitos Essenciais:
a) participação nos lucros;
b) participação do acervo da Cia em caso de liquidação;
c) direito de preferência;
d) direito de retirada;
e) direito de fiscalização.
Lembrando que Direito de Voto NÃO é Direito Essencial.
40) Acerca de sociedades anônimas, assinale a opção correta.
a) A sociedade anônima que tem por objeto social atividades
eminentemente rurais deve ser constituída na forma societária
simples.
b) Bônus de subscrição são valores mobiliários que conferem ao
seu titular, nas condições constantes do certificado, direito de
subscrever, em momento futuro, ações do capital social da
companhia emissora.
c) As companhias brasileiras não dependem de autorização do
BACEN para a emissão de debêntures no exterior com garantia
real ou flutuante de bens situados no país.
d) Por ser titular de direitos de sócio que lhe asseguram, de modo
permanente, a maioria dos votos nas deliberações da assembleia-
geral e o poder de eleger a maioria dos administradores da
companhia, o acionista controlador não pode ser responsabilizado
por danos que causar à companhia por abuso de poder, uma vez
que seus interesses e os da companhia são necessariamente
convergentes.
CORRETA LETRA B:
Letra A - ERRADA - Art. 971 do CC/02 - O empresário,
cuja atividade rural constitua sua principal
profissão, pode, observadas as formalidades de que tratam o art.
968 e seus parágrafos, requerer inscrição no Registro Público de
Empresas Mercantis da respectiva sede, caso em que, depois de
inscrito, ficará equiparado, para todos os efeitos, ao empresário
sujeito a registro.
Letra B - CORRETA - Art. 75, p. ún., da Lei nº 6.404/76 - Os bônus
de subscrição conferirão aos seus titulares, nas condições
constantes do certificado, direito de subscrever ações do capital
social, que será exercido mediante apresentação do título à
companhia e pagamento do preço de emissão das ações.
Letra C - ERRADA - Art. 73, caput, da Lei nº 6.404/76 - Somente
com a prévia aprovação do Banco Central do Brasil as
companhias brasileiras poderão emitir debêntures no exterior com
garantia real ou flutuante de bens situados no País.
Letra D - ERRADA - Art. 117, caput, da Lei nº 6.404/76 - O
acionista controlador responde pelos danos causados por atos
praticados com abuso de poder.
41) Com relação às sociedades anônimas, considere as
afirmativas a seguir.
I - A companhia ou sociedade anônima terá o capital dividido em
ações, e a responsabilidade dos sócios ou acionistas será limitada
ao preço de emissão das ações subscritas ou adquiridas.
II - As sociedades anônimas de economia mista estão sujeitas à
Lei no 6.404/76, sem prejuízo das disposições especiais de lei
federal.
III - As ações, de acordo com o disposto no estatuto social, podem
ou não ter valor nominal, que significa o resultado da divisão do
capital social pelo número de ações emitidas.
IV - O capital social poderá ser formado com contribuições em
dinheiro ou em qualquer espécie de bens suscetíveis de avaliação
em dinheiro.
V - O funcionamento dos Conselhos de Administração e Fiscal é
permanente nas companhias de economia mista.
São corretas as afirmativas:
a) I e II, apenas.
b) III e V, apenas.
c) III, IV e V, apenas.
d) I, II, III e IV, apenas.
CORRETA LETRA D: I) correta. Art. 1ºA companhia ou sociedade
anônima terá o capital dividido em ações, e a responsabilidade
dos sócios ou acionistas será limitada ao preço de emissão das
ações subscritas ou adquiridas.
II) correta.Art. 235. As sociedades anônimas de economia mista
estão sujeitas a esta Lei, sem prejuízo das disposições especiais
de lei federal.
III) correta. Art. 11. O estatuto fixará o número das ações em que
se divide o capital social e estabelecerá se as ações terão, ou não,
valor nominal.§ 1º Na companhia com ações sem valor nominal, o
estatuto poderá criar uma ou mais classes de ações preferenciais
com valor nominal.§ 2º O valor nominal será o mesmo para todas
as ações da companhia.§ 3º O valor nominal das ações de
companhia aberta não poderá ser inferior ao mínimo fixado pela
Comissão de Valores Mobiliários.
IV) correta. Art. 7ºO capital social poderá ser formado com
contribuições em dinheiro ou em qualquer espécie de bens
suscetíveis de avaliação em dinheiro.Art. 89. A incorporação de
imóveis para formação do capital social não exige escritura
pública.
V)incorreta. Art. 239. As companhias de economia mista terão
obrigatoriamente Conselho de Administração, assegurado à
minoria o direito de eleger um dos conselheiros, se maior número
não lhes couber pelo processo de voto múltiplo.
Parágrafo único. Os deveres e responsabilidades dos
administradores das companhias de economia mista são os
mesmos dos administradores das companhias abertas.
Art. 240. O funcionamento do conselho fiscal será permanente nas
companhias de economia mista; um dos seus membros, e
respectivo suplente, será eleito pelas ações ordinárias minoritárias
e outro pelas ações preferenciais, se houver.
42) A sociedade anônima, no que se refere à subscrição do capital
social, poderá ser constituída:
a) por subscrição particular, apenas.
b) por subscrição pública, apenas.
c) por subscrição mobiliária, apenas.
d) por subscrição pública ou por subscrição particular.
CORRETA LETRA D: SUBSCRIÇÃO PÚBLICA (quando
dependerá de prévio registro da emissão na Comissão de Valores
Mobiliários e haverá a intermediação obrigatória de instituição
financeira – art. 82 da Lei 6.404/76) ou por SUBSCRIÇÃO
PARTICULAR (quando poderá fazer-se por deliberação dos
subscritores em assembleia geral ou por escritura pública – art. 88
da Lei 6.404/76).
43) O Conselho de Administração nas sociedades anônimas, de
acordo com a Lei 6.404/76, poderá ser:
a) facultativo nas sociedades de economia mista e nas sociedades
de capital aberto.
b) facultativo nas sociedades de economia mista e obrigatório nas
sociedades de capital aberto.
c) obrigatório nas sociedades de economia mista e facultativo nas
sociedades de capital fechado.
d) obrigatório somente nas sociedades de economia mista.
CORRETA LETRA C: Art. 239,LSA. As companhias de economia
mista terão obrigatoriamente Conselho de Administração,
assegurado à minoria o direito de eleger um dos conselheiros, se
maior número não lhes couber pelo processo de voto múltiplo.
44) Com relação aos órgãos sociais das sociedades anônimas,
analise as afirmativas a seguir.
I. A assembleia geral ordinária poderá deliberar sobre qualquer
assunto de interesse da companhia.
II. O estatuto da companhia poderá prever a existência de órgãos
técnicos de assessoramento, não previstos na lei das sociedades
por ações.
III. O conselho de administração é, em princípio, órgão facultativo,
sendo obrigatório somente nas sociedades anônimas abertas, nas
de capital autorizado e nas de economia mista.
Assinale:
a)se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.
b) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas.
c) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.
d) se somente a afirmativa I estiver correta.
CORRETA LETRA C:
Item I (incorreta): a competência da assembléia geral ordinária está
restrita aos temas elencados no artigo 132 da lei das sociedades
por ações, sendo que, para qualquer outro tema, é necessária a
convocação de uma assembléia geral extraordinária, conforme o
artigo 131 da mesma lei.
Item II - correto.Em regra, as companhias são compostas dos
seguintes órgãos: a assembléia geral, o conselho de administração,
a diretoria e o conselho fiscal. No entanto, além dos aludidos
anteriormente, o estatuto poderá prever a existência de órgãos
técnicos de assessoramento ou de execução.
Item III - Correto:Segundo o art. 138 da Lei nº 6.404/76 é obrigatório
à existência do Conselho de Administração para as sociedades de
capital autorizado e as abertas, e facultativo nas demais sociedades
anônimas, cabendo ao estatuto dispor a respeito da criação desse
órgão.
45) No que diz respeito à Sociedade Anônima, considere as
afirmativas abaixo
I - Trata-se de sociedade empresária com capital social dividido em
ações, cujos sócios têm, como obrigações sociais, responsabilidade
limitada ao preço da emissão das ações que titularizam.
II - O capital social poderá ser formado com contribuições em
dinheiro ou em qualquer espécie de bens suscetíveis de avaliação
em dinheiro.
III - As ações, de acordo com o disposto no estatuto social, podem
ou não ter valor nominal, que significa o resultado da divisão do
capital social pelo número de ações emitidas.
IV - A forma de transferência da ação pode ser nominativa,
escritural, endossável e ao portador.
Está correto APENAS o que se afirma em:
a) I.
b) III.
c) II e IV.
d) I, II e III.
CORRETA LETRA D:
Item I - O CC assim prescreve:
Art. 1.088. Na sociedade anônima ou companhia, o capital divide-
se em ações, obrigando-se cada sócio ou acionista somente pelo
preço de emissão das ações que subscrever ou adquirir.
Item II - Lei nº 6.404 assim prescreve:
Art. 7º O capital social poderá ser formado com contribuições em
dinheiro ou em qualquer espécie de bens suscetíveis de avaliação
em dinheiro.
Item III - Lei nº 6.404:
Art. 11. O estatuto fixará o número das ações em que se divide o
capital social e estabelecerá se as ações terão, ou não, valor
nominal.
Item IV - As formas de transferência da ação endossável e ao
portador antes previstas pela Lei nº 6.404/76 (Lei das S.A.) foram
revogadas pela Lei nº 8.021, de 1990
46) Sobre o poder de controle nas Sociedades Anônimas, assinale
a alternativa CORRETA:
a) É suficiente para configuração do poder do controle a presença
de pessoa, natural ou jurídica, ou grupo de pessoas vinculadas
por acordo de voto, ou sob controle comum, que seja titular de
direitos de sócio que lhe assegurem, de modo permanente, a
maioria dos votos nas deliberações da assembleia geral e o poder
de eleger a maioria dos administradores da companhia.
b) Exercendo o acionista controlador cargo de administrador ou de
fiscal da companhia, fica este vinculado unicamente às
responsabilidades do cargo que ocupa na administração.
c) O controlador que contratar com a companhia, diretamente ou
através de outrem, ou de sociedade na qual tenha interesse, em
condições de favorecimento ou não equitativas pode vir a ser
responsabilizado pelos danos que causar por abuso do poder de
controle, configurando tal conduta a utilização de partes
beneficiárias.
d) Na hipótese de existência de acordo de acionistas sobre o
exercício de direito de voto que assegure a formação do poder de
controle, o mandato outorgado nos termos deste acordo para
proferir, em assembleia geral ou especial, voto contra ou a favor
determinada deliberação, poderá prever prazo superior a um ano.
CORRETA LETRA D:
a) INCORRETA. Lei 6.404/76 Art. 116. Entende-se por acionista
controlador a pessoa, natural ou jurídica, ou o grupo de
pessoas vinculadas por acordo de voto, ou sob controle
comum, que: a) é titular de direitos de sócio que lhe
assegurem, de modo permanente, a maioria dos votos nas
deliberações da assembléia-geral e o poder de eleger a maioria
dos administradores da companhia; e b) usa efetivamente seu
poder para dirigir as atividades sociais e orientar o
funcionamento dos órgãos da companhia.
b) INCORRETA. Lei 6.404/76 art. 117 § 3º O acionista
controlador que exerce cargo de administrador ou fiscal tem
também os deveres e responsabilidades próprios do cargo.
c) INCORRETA. Lei 6.404/76 Art. 117. O acionista controlador
responde pelos danos causados por atos praticados com abuso
de poder.
§ 1º São modalidades de exercício abusivo de poder:
(...)
f) contratar com a companhia, diretamente ou através de
outrem, ou de sociedade na qual tenha interesse, em condições
de favorecimento ou não equitativas;
Comentário meu - não há previsão legal de configuração da
conduta pela utilização de partes beneficiárias, a despeito do
art. 122, VII da mesma lei prever a competência privativa de a
Assembléia-Geral autorizar a sua emissão.
d) CORRETA. Lei 6.404/76 art. 118, § 7o O mandato outorgado
nos termos de acordo de acionistas para proferir, em
assembléia-geral ou especial, voto contra ou a favor de
determinada deliberação, poderá prever prazo superior ao
constante do § 1o do art. 126 desta Lei.(Incluído pela Lei nº
10.303, de 2001)
Art. 126 § 1º O acionista pode ser representado na assembléia-
geral por procurador constituído há menos de 1 (um) ano, que
seja acionista, administrador da companhia ou advogado; na
companhia aberta, o procurador pode, ainda, ser instituição
financeira, cabendo ao administrador de fundos de investimento
representar os condôminos.
47) Em relação às ações de uma sociedade anônima, suas
características e direitos, a lei estabelece que:
a) a ação é indivisível, razão pela qual duas pessoas não poderão
ser titulares de uma mesma ação.
b) a titularidade de ações ordinárias ou preferenciais conferirá
sempre direito a voto nas assembleias, sendo vedado ao estatuto
afastar esse direito.
c) as ações ordinárias poderão ter classes diversas somente nas
companhias fechadas.
d) o estatuto poderá privar o sócio titular de ações ordinárias de
participar dos lucros sociais, sendo que a assembleia só poderá
fazê-lo com quórum de /5 dos acionistas ordinários e
preferenciais.
CORRETA LETRA C: LEI 6.404 Art.16 - As ações ordinárias de
companhia fechada poderão ser de classes diversas, em função
de:I - conversibilidade em ações preferenciais; II - exigência de
nacionalidade brasileira do acionista; ouIII - direito de voto em
separado para o preenchimento de determinados cargos de
órgãos administrativos.
48) A respeito da sociedade anônima aberta e das regras que lhe
são aplicáveis, assinale a opção correta.
a) A venda de ações para aumento de capital exige que o capital
social esteja integralizado.
b) Em regra, não há responsabilidade solidária entre os
administradores.
c) O estatuto não pode eliminar o direito de preferência para
subscrição de ações.
d) Se o representante age nos limites da lei e do contrato social,
terá responsabilidade limitada.
CORRETA LETRA B: A regra é que não haja responsabilidade
solidária entre os administradores (Art. 158, §1º, primeira parte).
As exceções são estabelecidas logo em seguida: a) se o
Administrador for conivente, negligente em descobrir a fraude ou
se tomar conhecimento desta deixar de impedi-la (Art. 158, §1º,
segunda parte). b) se houver prejuízos causados ao regular
funcionamento da empresa pelo não cumprimento da lei, ainda
que no estatuto não conste previsão de que o dever cumpriria a
todos. (Art. 158, §2º). Vejamos os artigos citados: Art. 158 (...) §
1º O administrador não é responsável por atos ilícitos de outros
administradores (primeira parte), salvo se com eles for conivente,
se negligenciar em descobri-los ou se, deles tendo conhecimento,
deixar de agir para impedir a sua prática (segunda parte). Exime-
se de responsabilidade o administrador dissidente que faça
consignar sua divergência em ata de reunião do órgão de
administração ou, não sendo possível, dela dê ciência imediata e
por escrito ao órgão da administração, no conselho fiscal, se em
funcionamento, ou à assembléia-geral.
§ 2º Os administradores são solidariamente responsáveis pelos
prejuízos causados em virtude do não cumprimento dos deveres
impostos por lei para assegurar o funcionamento normal da
companhia, ainda que, pelo estatuto, tais deveres não caibam a
todos eles.
49) A empresa Companhia do Calçado foi constituída sob a forma
de sociedade anônima aberta, com ações no mercado ao custo
unitário de R$ 5,00. Ricardo, que detém mais da metade das
ações com direito a voto, acumula a função de presidente da
empresa.
Com relação a essa situação hipotética, assinale a opção correta.
a) Na sociedade em questão, o estatuto pode assegurar a uma ou
mais classes de ações preferenciais o direito de eleger, em
votação em separado, um ou mais membros dos órgãos de
administração.
b) A constituição da sociedade depende de aprovação da CVM.
Após tal aprovação, a subscrição das ações poderá ser efetuada
diretamente com a companhia.
c) A sociedade terá como órgãos obrigatórios a assembleia geral e
a diretoria e, como órgãos facultativos, o conselho fiscal e o
conselho de administração.
d) Ricardo poderá ser presidente e diretor único da empresa.
CORRETA LETRA A: art. 18, LSA.
50) Nas sociedades anônimas:
a) compete privativamente à assembléia geral eleger os diretores
da companhia.
b) é direito essencial do acionista o da preferência para a
subscrição de debêntures conversíveis em ações, observado o
disposto em lei.
c) a diretoria será composta por três ou mais diretores, destituíveis
a qualquer tempo pela assembléia geral.
d) é vedado ao estatuto estabelecer a exigência de garantia,
prestada por terceiro, para o exercício do cargo de administrador.
CORRETA LETRA B: art. 109, IV, Lei 6.404/76.