133
AULA 5: ASSUNTO: SOCIEDADE ( SOCIEDADE ANÔNIMA) Caro aluno, Por conta da complexidade e extensão do tema, achei por bem separarmos uma aula apenas para falarmos sobre sociedade anônima. Vamos aumentar nosso número de aula, visto que no cronograma, este tema estaria inserido na aula 4. Acredito que a qualidade de nosso estudo será muito maior... Bom, vamos ao que realmente interessa! DA SOCIEDADE ANÔNIMA Meu aluno, a sociedade anônima recebeu do nosso ordenamento jurídico tratamento diferenciado, regida por uma lei específica (lei 6.404/76), não sendo tratada no Código Civil, como as demais sociedades. Da prática de governança corporativa:

AULA 5: ASSUNTO: SOCIEDADE ( SOCIEDADE ANÔNIMA)€¦ · O mercado de capitais pode operar no setor primário ou secundário. Aquele consiste nas operações de subscrição dos valores,

  • Upload
    others

  • View
    1

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

AULA 5:

ASSUNTO: SOCIEDADE ( SOCIEDADE ANÔNIMA)

Caro aluno,

Por conta da complexidade e extensão do tema, achei por bem

separarmos uma aula apenas para falarmos sobre sociedade

anônima.

Vamos aumentar nosso número de aula, visto que no cronograma,

este tema estaria inserido na aula 4.

Acredito que a qualidade de nosso estudo será muito maior...

Bom, vamos ao que realmente interessa!

DA SOCIEDADE ANÔNIMA

Meu aluno, a sociedade anônima recebeu do nosso ordenamento

jurídico tratamento diferenciado, regida por uma lei específica (lei

6.404/76), não sendo tratada no Código Civil, como as demais

sociedades.

Da prática de governança corporativa:

Tem como fim estabelecer padrões de gestão das sociedades

anônimas, com o intuito de passar aos seus acionistas mais

confiança.

Provavelmente você já ouviu falar na BOVESPA, mas não identifica

exatamente o que vem a ser.

Expliquemos agora a sua utilidade: em 2.000 fora criado o Novo

Mercado da BOVESPA, justamente com o fim de passar aos sócios

os padrões de gestão adotados pelas sociedades, conferindo

àqueles mais segurança quanto a sua participação social.

Entretanto, a adesão à BOVESPA é ato voluntário, conferido às

sociedades anônimas que queiram atrair investidores, passando a

estes mais confiança, visto que as sociedades que aderem,

proporcionarão aos seus acionistas boa gestão dos negócios e

constante monitoramento da atuação gerencial.

O fundamento da BOVESPA, para proporcionar tais benefícios aos

acionistas das sociedades que a aderirem, encontra-se:

Na transparência

Equidade de tratamento entre os acionistas majoritários e

minoritários

Prestação de contas confiável

PANORAMA GERAL DA SOCIEDADE ANÔNIMA

1- Natureza capitalista:

Em regra, a entrada de estranhos ao seu quadro social

independerá da anuência dos demais sócios.

Entretanto, em nosso ordenamento contemporâneo, não se

pode mais afirmar que toda sociedade anônima é capitalista.

Não é difícil encontrarmos sociedades anônimas que limitem

a entrada de estranhos. Tal situação é muito normal nas

sociedades anônimas de capital fechado de cunho familiar.

Tais limitações, por exemplo, ocorrem quando o estatuto ou

acordo de acionistas da sociedade prevê a limitação de

circulação de ações nominativas.

2- Da natureza empresarial

Como já vimos, nas aulas anteriores, a sociedade anônima é

tipo societário que sempre será empresária!

Ainda que uma sociedade anônima desenvolva atividade

econômica sem organização, será considerada empresária.

3- Adotará denominação como nome social

A sociedade anônima designará seu objeto social (descrição

da atividade que realiza), acompanhada das expressões:

sociedade anônima ou companhia, por extenso ou de forma

abreviada. A expressão companhia não poderá estar no final.

Somente poderá aparecer no começo ou no meio. Veja:

Cia de fabricação de roupas (pode)

Roupas Cia de fabricação (pode)

Fabricação de roupas Cia (não pode)

4- Da responsabilidade dos acionistas

A responsabilidade dos sócios será limitada e cada um só

responde por aquilo que subscreveu.

5- Da classificação das sociedades anônimas

As sociedades anônimas podem ser de:

a) Capital aberto:

São aquelas que têm autorização da CVM para negociar

seus valores mobiliários no mercado de capitais.

b) Capital fechado:

É justamente o contrário da definição anterior. É aquela

que não tem autorização da CVM, e por isso, não poderá

negociar seus valores mobiliários no mercado de capitais.

Do mercado de capitais:

Trata-se do local onde os valores mobiliários emitidos pela

companhia de capital aberto serão negociados.

Verifica-se que para negociar tais valores no mercado, a

Cia precisará de uma autorização, concedida pela CVM.

A CVM é uma autarquia federal que tem a função de

fiscalizar e controlar as operações no mercado de capitais.

Trata-se na verdade de uma agência reguladora.

Logo, podemos concluir que a competência da CVM

consiste em:

Regulamentar

Autorizar

Fiscalizar

A bolsa de valores é uma associação privada, formada por

sociedades corretoras, que por meio de autorização da CVM,

mantém local adequado para a realização de operações de compra

e venda de valores mobiliários.

A finalidade da bolsa de valores é dinamizar as operações do

mercado de capitais, ampliando o volume de negócios por meio de

pregão diário, em que os agentes das corretoras que participam da

bolsa, se encontram constantemente.

O mercado de balcão consiste em qualquer operação realizada

fora da bolsa de valores. Podem atuar no mercado de balcão, as

sociedades corretoras e instituições financeiras autorizadas pela

CVM.

Assim, o mercado de capitais é formado pela bolsa de valores e

mercado de balcão.

O mercado de capitais pode operar no setor primário ou secundário.

Aquele consiste nas operações de subscrição dos valores,

enquanto o secundário consistirá apenas na compra e venda de

ações já subscritas.

Perceba que o mercado primário apresenta uma ligação entre a Cia

e aquela pessoa que está subscrevendo. Trata-se da primeira

negociação daquele valor mobiliário.

Já no mercado secundário, verifica-se que um investidor não mais

tem interesse em permanecer detentor daquele valor mobiliário e o

transfere a outro interessado.

Verifique:

A bolsa de valores somente operará no mercado secundário, ou

seja, somente poderá intermediar a relação entre aquele que detém

o valor mobiliário e o interessado em adquiri-lo. (perceba que não

há aqui qualquer participação da Cia)

Já o mercado de balcão, poderá operar no setor primário ou

secundário.

6- Da constituição da sociedade anônima

Como a sociedade anônima não é uma sociedade de

pessoas, ela não é contratual, mas sim institucional, a ser

regida por um estatuto, e não um contrato social.

É no artigo 80 da lei 6.404 que encontramos requisitos

preliminares de constituição da sociedade anônima, a ser

obedecido por quaisquer delas (tanto a s.a de capital aberto,

quanto a s.a de capital fechado).

Observe:

“A constituição da Cia depende dos seguintes requisitos

preliminares:

I. Subscrição, pelo menos por 2 pessoas, de todas as

ações que se divide o capital;

Todas as ações deverão ter imediatamente um

proprietário, desde o início da constituição da sociedade

anônima. Não se pode por exemplo, ter uma sociedade

com 3 ações e apenas 2 estarem subscritas por alguém

e a outra a ganhar subscritor após a constituição da Cia.

II. Realização, como entrada de ao mínimo 10% , no

mínimo, do preço de emissão das ações subscritas, em

dinheiro

Na subscrição não é necessário a integralização daquilo

que subscreveu, imediatamente. Apenas 10% desse

valor precisa ser integralizado imediatamente.

III. Depósito no Banco do Brasil ou em outro

estabelecimento bancário autorizado pela CVM, da

parte do capital realizado em dinheiro.”

Os 10% imediatamente integralizados deverão ser

depositados no Banco do Brasil. Tal depósito somente

poderá ser levantado pela s.a após a aquisição de sua

personalidade jurídica. Como a personalidade se

adquire com o registro na junta comercial, a sociedade

somente poderá levantar os valores depositados, após o

efetivo registro. Portanto, se a sua constituição não

ocorrer em 6 meses da data do depósito, o dinheiro

depositado será devolvido pela instituição financeira aos

seus devidos subscritores.

Requisitos específicos para a constituição de uma

sociedade anônima de capital aberto:

se constituem por meio de subscrição pública ,

que se dará com o registro prévio na CVM,

colocação das ações à disposição dos

subscritores interessados e realização de

assembleia inicial de fundação.

Tanto na busca da autorização, quanto na

colocação das ações à disposição dos

interessados, os fundadores precisarão contratar

uma instituição financeira, que intermediará essas

duas atividades. Trata-se do chamado serviço de

underwriting.

após a conquista da autorização e a colocação de

tais ações no mercado, a Cia deverá realizar uma

assembleia- geral de fundação, que deverá

obedecer ao seguinte quórum específico:

1ª convocação: com subscritores que

representem ao menos metade do capital

2ª convocação: com qualquer número

Nessa assembleia, será aprovado o projeto de estatuto.

Cada ação, independentemente de sua classe ou tipo,

dará ao seu subscritor direito a um voto. A manifestação

em contrário pela maioria, não terá o poder de alterar o

estatuto. Para a sua alteração, será necessário

inanimidade. O estatuto será considerado aprovado,

desde que não ocorra oposição de mais da metade do

capital social.

E

m

n

o

Aprovação

Não oposição de mais da

metade do capital social

Alteração do projeto Unanimidade

Não aprovação

Oposição por mais da

metade do capital social

máximo 30 dias da realização da assembleia, os

fundadores deverão levar seus atos constitutivos à

registro na junta comercial. Junto ao estatuto, deverão

levar a ata da reunião, devidamente assinada ao menos

por subscritores que bastem à validade das

deliberações ou todos os presentes.

Dos requisitos específicos para a constituição de uma

sociedade anônima de capital fechado

O procedimento é bem mais simples, e pode ser

chamado de subscrição particular, a ocorrer em

assembleia –geral ou por escritura pública.

Se a constituição se der por assembleia, tem-se, aqui,

as mesmas regras elencadas na assembleia de

constituição das sociedades anônimas de capital aberto.

Se a escolha for por escritura pública, a ser lavrada em

cartório, deverá esta ser assinada por todos os

subscritores, com suas respectivas qualificações.

7- Da participação no capital social com bens

Pode ser que ao subscrever uma parte do capital, um

determinado acionista queira integralizá-la com um bem

imóvel seu. Nesse caso, efetivará a transferência do bem à

sociedade.

Em termos gerais, a transferência de um bem imóvel somente

ocorrerá após a prática de dois atos, quais sejam: escritura

pública e posterior registro no RGI.

Entrementes, o legislador civil previu que a lei poderá afastar

a necessidade da escritura pública, e foi justamente o que a

lei 6.404 fez.

Em seu artigo 89, a referida lei dispensou a necessidade de

escritura pública quando a transferência do bem imóvel se der

em composição do capital social, bastando uma certidão, a

ser expedida pela junta comercial, sobre os atos constitutivos

da s.a, para que se efetive a transferência.

Tal dispensa somente será aplicada às sociedades anônimas

e às sociedades comanditas por ações, visto que são regidas

subsidiariamente pelas regras da lei 6.404.

8- Observações gerais

Enquanto não registrados os seus atos constitutivos na junta

comercial, a sociedade anônima deverá usar a expressão:

“em organização”

Os fundadores e as instituições financeiras responderão pelos

prejuízos causados, por conta da inobservância dos preceitos

legais.

Quanto às operações realizadas antes da constituição da Cia,

os seus fundadores responderão, solidariamente, pelo

prejuízo decorrente de culpa ou dolo.

Nenhuma companhia poderá funcionar antes do arquivamento

e publicidade, que deverá se dar nos 30 dias seguintes ao

arquivamento, em órgão oficial, dos seus atos constitutivos na

junta comercial. Um exemplar do órgão oficial deverá ser

arquivado no registro de comércio.

9 – Do capital social

O capital social consiste no montante das contribuições dos sócios

para a sociedade.

O capital social, corrigido anualmente, será fixado pelo estatuto da

Cia.

O valor mobiliário representativo do capital social é a ação.

As ações podem ser emitidas com ou sem valor nominal. (valor

nominal corresponde ao valor total do capital, dividido pelo número

de ações emitidas pela Cia).

A emissão de ações sem valor nominal permitirá que a Cia, caso

emita novas ações, as emita com valor inferior ao valor nominal das

primeiras. Isso acarretará um prejuízo ao acionista anterior, que terá

uma redução injustificada no valor nominal de suas ações.

Já se a emissão da ação for com valor nominal, caso a sociedade

posteriormente emita novas ações, não poderá cobrar valor inferior

ao valor nominal das ações já existentes. As novas ações sempre

serão emitidas por valor igual ou superior às já existentes. Caso a

emissão seja Por valor superior ao valor nominal, a diferença entre

o preço cobrado e o valor nominal será chamada de ágio e será

destinada à reserva de capital da Cia.

Exemplo:

Capital social: 1000

Ações emitidas: 10

Valor nominal das ações: 1000 : 10 = 100 (cada ação valerá 100

reais. todas as ações sempre terão o mesmo valor)

Se as ações tiverem valor nominal de 100 reais, as novas ações

não podem ter preço inferior a 100. Se o preço for, por exemplo,

150, os 50 reais de diferença, será destinado à reserva de capital,

que funcionará como se fosse uma poupança da sociedade.

Se as ações não tiverem valor nominal, e a Cia decidir emitir

mais 100 ações, por 50 reais cada, o valor das ações agora sofrerá

a seguinte modificação:

Capital: 1000 + 5000 = 6000

Total de ações: 10 + 100 = 110

Valor nominal das ações: 6000 : 110 = 54,54 (cada ação passará a

valer 54,54 reais. observe que o acionista antigo sofreu uma

diminuição no seu valor nominal e o novo está na vantagem, visto

que pagou 50, mas o valor nominal de sua ação será de 54.

O princípio da intangibilidade do capital social é no sentido de

tornar impossível a alteração no capital social por conta da

devolução da parte do sócio que não mais queira continuar no

quadro societário. Esses acionistas insatisfeitos deverão por conta

própria, a princípio, promover a transferência de sua ação a outro

interessado. Diferente do que ocorre nas sociedades contratuais,

não há que se falar aqui em liquidação parcial da sociedade.

Como já fora comentado, é possível que a integralização do

capital se dê por bens. Nesse caso, tais bens deverão ser

avaliados por 3 peritos ou por empresa especializada. A escolha do

avaliador deverá ser feita em assembleia, convocada para esse fim,

a ser instalada em primeira convocação por subscritores que

representem no mínimo metade do capital social, ou em segunda

chamada, por qualquer número.

O laudo pericial realizado será apresentado ao

subscritor, que poderá concordar ou não com o valor;

Se houver concordância, haverá uma assembleia para

aprovar o valor apresentado.

O valor da perícia não poderá ser superior ao valor

arbitrado pelo subscritor

Se não houver aprovação do valor pela assembleia ou

subscritor, ficará sem efeito o projeto de constituição da

Cia.

Os avaliadores e o subscritor responderão por culpa ou

dolo na avaliação dos bens.

A responsabilidade civil dos subscritores que

contribuírem com bens será idêntica ao do vendedor,

que responderá pelo vício redibitório, evicção ou

solvência, sendo neste último caso, quando a

integralização se der com transferência de crédito.

10 – Da integralização do capital social

As condições e prazos de pagamento da integralização deverão ser

definidos no próprio estatuto ou pelo boletim de subscrição.

Caso sejam omissos, caberá aos órgãos administrativos efetuar

chamada, mediante avisos publicados na imprensa, por 3 vezes,

fixando prazo não inferior a 30 dias, para pagamento.

O acionista que não satisfizer o crédito de acordo com os prazos

fixados nas situações anteriores será considerado constituído em

mora, sujeitando-se a pagar juros, correção monetária e multa,

determinada pelo estatuto, que não poderá ser superior a 10% do

valor da prestação.

Ao ser constituído em mora, o acionista inadimplente passa a ser

chamado de acionista remisso, podendo sofrer as seguintes

conseqüências:

Art. 107, lei 6.404. segundo o referido dispositivo, a Cia poderá

tomar uma das seguintes atitudes:

Promover processo de execução – servindo o boletim de

subscrição e o aviso de chamada como título executivo

extrajudicial.

Mandar vender as ações em bolsa, por conta e risco do

acionista. Assim, se a venda for por valor superior ao que falta

para integralizar, o saldo positivo será entregue ao remisso.

Do contrário, caso a venda seja por valor inferior, o saldo

remanescente continuará a perseguir o remisso. Tal leilão

deverá ser especial, a ser publicado por 3 vezes, com

antecedência mínima de 3 dias.

Promovendo a execução, sendo esta frustrada, no todo ou em

parte, poderá a companhia promover a alienação das ações em

bolsa. Do contrário, caso opte pela venda em bolsa e não se

consiga alienar todo o necessário à integralização, poderá a

companhia executar o saldo remanescente.

É possível ainda que nenhuma dessas duas medidas adotadas seja

eficaz. Assim, infrutíferas tais mediadas, o parágrafo 4º do artigo

107 da lei 6.404, dispõe que a companhia terá de declará-las

caducas, realizar a integralização, com os lucros e reservas, exceto

a legal, da sociedade, tomando as ações para si.

Caso a companhia não tenha lucros ou reservas suficientes, terá 1

ano para colocar as ações caídas em comisso, findo qual não tendo

sido encontrado comprador, a assembleia deliberará sobre a

redução do capital em importância correspondente.

11- Das ações

É o principal valor mobiliário emitido pela Cia. Na verdade,

representa parcela do capital social, conferindo ao seu titular o

status de sócio.

São consideradas bens móveis e podem assim ser classificadas:

a) Quanto aos direitos e obrigações:

Ordinárias Preferenciais

Conferem direito a voto Podem afastar do seu titular o direito a voto.

Conferem ao seu titular direitos ordinários, elencados no artigo 109, da lei 6.404/76

Preferência ou vantagem em relação às ações ordinárias. Tais preferências podem consistir em: Prioridade na distribuição

de dividendo, fixo ou mínimo;

Prioridade no reembolso do capital, com prêmio ou sem ele

Acumulação das vantagens anteriores ou outras vantagens dispostas no estatuto

Na sociedade anônima de capital aberto, não podem ser divididas em classes diferentes.

Podem ser divididas em diversas classes, seja a Cia de capital aberto ou fechado.

Observações:

O STJ entendeu válida cláusula estatutária que iniba a

participação do acionista preferencial, cuja preferência

consista em dividendos fixos, no saldo remanescente do

lucro. (exemplo disso pode ser verificado quando o acionista

já recebeu o dividendo fixo, estabelecido no estatuto, mas ao

final, os sócios acabam recebendo valor bastante superior ao

dividendo fixo. É possível que o estatuto determine que nesse

caso, o sócio preferencial não receba mais do que aquilo que

fora pago a título de dividendo fixo).

Há uma outra categoria de ações preferenciais, usada em

processo de privatização das companhias estatais brasileiras

ou ainda nos casos de alienação do controle acionário. Tais

ações preferenciais são conhecidas como “golden share”.

Estas ações serão de titularidade do ente, e lhe conferirá o

poder que especificar, e ainda, o poder de veto em

determinadas deliberações em assembleia.

O número de ações preferenciais emitidas com restrição ao

direito de voto não poderá ultrapassar a 50% do total das

ações emitidas pela Cia. Assim, caso a Cia emita 30 ações

ordinárias e 70 ações preferenciais, necessariamente, 20

dessas ações preferenciais precisarão conferir direito a voto.

As outras 50 podem ou não conferir direito a voto, a depender

do que estipulará o estatuto. Isso significa dizer que ao

menos metade das ações emitidas pela Cia deverá conferir

aos seus titulares direito a voto.

Ação de fruição

São emitidas em substituição a ações ordinárias ou preferenciais que foram totalmente amortizadas, conferindo aos seus titulares direito de gozo ou fruição. A amortização consiste na distribuição aos acionistas, a título de antecipação e sem redução do capital, de quantias que lhes poderiam tocar em caso de liquidação da Cia. Assim, as ações integralmente amortizadas poderão ser substituídas por ações de fruição. Ocorrendo a liquidação da Cia, as ações amortizadas só concorrerão ao acervo líquido depois de assegurado às ações não amortizadas valor igual ao da amortização, corrigido monetariamente. Exemplo:

fulano teve a sua ação amortizada por 10 reais.

Em troca recebera ação de fruição.

Esta somente será usada se a Cia um dia vier a ser extinta.

5 anos depois da amortização, a Cia vem a ser extinta.

Nela há apenas 2 acionistas, e cada um receberá 20 reais, a título de rateio do que sobrou após o pagamento de todo o passivo.

Os 10 reais pagos ao acionista de fruição hoje valem 15 reais, por conta da correção monetária. A Cia pode entregar 20 reais a cada acionista, mas não fará, visto que ela deverá entregar apenas aquilo que corresponde ao valor das ações que foram amortizadas anteriormente.

Como ela poderia pagar 20 a cada e apenas pagará 15, terá uma sobra de 10 reais.

Quanto a essa sobra, haverá um novo rateio, participando deste o acionista portador da ação de fruição.

Logo, os 10 reais que sobraram será dividido por 3 (2 sócios + 1 que teve a sua ação amortizada)

Repare que no final das contas, todos receberão a mesma quantia. É como se o amortizado tivesse recebido apenas de forma antecipada.

Caso o que tenha sobrado, após dividido entre os acionistas não supere o que foi pago ao amortizado, corrigido monetariamente, não haverá a chamada ao portador da ação de fruição! Conclusão: ela não terá servido para nada!

b) Quanto à forma de transferência:

Nominativas Escriturais

São transferidas através de registro em livro específico

São mantidas em conta depósito, em nome de seu titular

Trata-se de ato formal, a exigir certa solenidade, consistente no comparecimento do adquirente e alienante

São mantidas por uma instituição financeira autorizada pela CVM. A transferência se efetivará à débito na conta de ações do alienante e a crédito na conta de ações do adquirente

A prova de sua titularidade se dará por certificado

Não possuem certificado. A prova de sua titularidade ocorrerá por extratos todas as vezes que o titular requerer, sempre que houver

movimentação e uma vez por ano.

12- Do valor da ação

Imagine uma casa construída. Este bem apresentará diversos

valores, visto que o valor da obra será um, o valor da casa por

conta da localidade será outro. Assim, podemos dizer que essa

mesma casa tem dois valores diferentes, quais sejam: valor de

construção e valor de mercado.

Assim como no fato narrado acima, as ações podem possuir

diferentes valores, a depender do fator que se está levando em

consideração na avaliação.

a) Valor nominal

Como já abordado anteriormente, o valor nominal pode ser

apurado da seguinte forma: valor do capital dividido pelo

número de ações emitidas pela Cia.

O estatuto poderá definir se as ações terão ou não valor

nominal.

b) Valor de negociação

Também chamado de valor burístico.

Você, meu aluno já sabe que as operações de compra e

venda de ações ocorrerá no mercado de capitais secundário.

Nessa negociação, o valor da ação oscilará conforme o

momento econômico pelo qual passa a companhia. Tudo

influenciará... o valor nominal, patrimonial, a fama da

companhia no mercado de capitais...entretanto, o valor da

venda será definido pelas partes. Pois trata-se de negociação

que envolverá apenas o alienante e o interessado.

c) Valor patrimonial

Esse valor leva em conta o patrimônio líquido da companhia.

Para se chegar a esse valor, divide-se o patrimônio líquido da

sociedade pelo número de ações existentes na companhia. O

resultado dessa operação consistirá no valor patrimonial de

cada uma das ações.

No momento da constituição da companhia, se as ações

tiverem valor nominal, o valor patrimonial e o valor nominal

será o mesmo, visto que nesse momento, a companhia não

terá assumido nenhuma obrigação. Assim, não haverá

passivo. Logo, o ativo que a companhia possui corresponde

às contribuições dadas pelos acionistas para a formação do

capital.

O valor patrimonial da ação é de suma importância, por

exemplo se houver amortização de alguma ação. O valor

pago ao acionista que teve a sua ação amortizada é o valor

patrimonial da companhia ao tempo da amortização.

d) Valor econômico

Esse valor é obtido através de estudos, realizados por

especialistas, no qual se analisa o quanto as ações valeriam

se fossem colocadas à venda no mercado de capitais.

e) Preço de emissão

O preço de emissão consiste no valor que se entrega à

companhia, quando da sua constituição ou quando esta

resolve aumentar o seu capital social.

Percebe-se que essa operação encontra lugar no mercado

primário, visto que a operação envolverá a companhia e o

interessado em subscrever a ação.

13 – Dos direitos e obrigações dos acionistas

Existem direitos que pertencem a todo e qualquer acionista. São os

chamados direitos essenciais.

Tais direitos encontram-se no artigo 109, da lei 6.404/76:

Art. 109. Nem o estatuto social nem a assembléia-geral poderão privar o acionista dos direitos de:

I - participar dos lucros sociais;

II - participar do acervo da companhia, em caso de liquidação;

III - fiscalizar, na forma prevista nesta Lei, a gestão dos negócios sociais;

IV - preferência para a subscrição de ações, partes beneficiárias conversíveis em ações, debêntures conversíveis em ações e bônus de subscrição, observado o disposto nos artigos 171 e 172; (Vide Lei nº 12.838, de 2013)

V - retirar-se da sociedade nos casos previstos nesta Lei.

Cada ação ordinária conferirá ao acionista direito a um voto, nas

deliberações da Assembleia- Geral.

Apesar de cada ação permitir direito a um voto, a lei confere a

possibilidade do estatuto limitar a quantidade de votos por acionista,

quando este detiver um determinado número de ações ordinárias.

O voto plural, que consiste na possibilidade de mais de um voto por

ação é vedado. Não o confunda com o voto múltiplo, este sim

permitido em nosso ordenamento. Seu fundamento encontra-se no

artigo 141, da lei 6.404. Este será usado quando da eleição dos

membros da administração da companhia, e confere a possibilidade

de cada uma das ações ordinárias emitir tantos votos quanto for o

número de vagas.

É sabido por você, meu aluno, que as ações preferenciais podem

não conferir aos seus titulares, direito a voto. Entretanto, se o titular

da ação preferencial, sem direito a voto, pelo prazo previsto no

estatuto, que não poderá superar a 3 anos, não receber dividendo

fixos ou mínimos, passará a ter direito a voto, que permanecerá até

que ocorra o pagamento de todos os dividendos devidos . Essa

regra somente passará a vigorar a partir do término da implantação

do empreendimento inicial da companhia.

A ação poderá ser objeto de garantia. Nesse caso, temos a

garantia pignoratícia, que consistirá no penhor das ações. Esse

penhor não impedirá ao titular de exercer seu direito de voto.

Entretanto, querendo as partes, poderá haver no contrato cláusula

que impedirá o titular, sem consentimento do credor, votar em

determinadas deliberações.

Se a garantia fora fiduciária, o direito de voto deve ser exercido

pelo devedor (titular) .

Se a ação for gravada com usufruto, em regra, o direito de voto

deve ser regulado no gravame de usufruto. Se o contrato for omisso

quanto a esse ponto, o voto somente poderá ser exercido mediante

prévio acordo entre o proprietário e usufrutuário.

O acionista deverá sempre exercer o direito de voto em benefício da

companhia, alcançando os interesses desta. Caso tal direito seja

realizado, com desvio, ou seja, para interesse próprio ou alheio, ou

ainda, com o fim de causar dano à companhia e a outros acionistas,

trazendo prejuízos a esta e aos respectivos acionistas, terá

cometido voto abusivo.

Para que o acionista seja responsabilizado, diferente das

sociedades contratuais, não haverá necessidade do seu voto ter

prevalecido. Sendo assim, basta que tenha agido com abuso.

Presente o abuso, encontra-se possível a sua responsabilização.

O acionista deverá abster-se de votar, quando seus interesses

forem conflitantes com os da companhia. Assim, por exemplo, o

acionista que contribuir com a transferência de um determinado

bem não poderá participar da assembleia que realizará a votação

sobre a avaliação. Você se lembra dessa situação?

Segundo o artigo 116, da lei 6404, acionista controlador é aquele

que é titular da maioria dos votos nas deliberações (requisito

objetivo) e usa efetivamente o seu poder para dirigir as atividades

sociais e orientar o funcionamento dos órgãos da companhia

(requisito subjetivo).

O acionista controlador responderá pelos danos causados à

companhia, quando agir com abuso de poder. Segundo o STJ, a

caracterização do abuso de poder independerá da intenção do

agente, mas será imprescindível a ocorrência do dano.

O artigo 117, parágrafo primeiro elenca situações que são

consideradas abuso de poder, que segundo o STJ, trata-se de rol

meramente exemplificativo.

Observe que o acionista comum, quando praticar abuso de poder

será responsabilizado independentemente de causar prejuízos, mas

agir com a intenção de atender interesse pessoal, que possa causar

danos à companhia ou ainda, com a intenção de prejudicar esta ou

os demais acionistas. Entretanto, o acionista controlador, somente

responderá se gerar à companhia efetivo prejuízo, quando agir com

abuso de poder.

O poder de controle pode ser dividido da seguinte forma:

a) Controle totalitário: ocorre nas companhias em que todos os

acionistas possuem direito de voto.

b) Controle majoritário: exercido pelo acionista que detém a

maioria das ações com direito a voto.

c) Controle minoritário: o poder de controle é exercido por

acionista detentor de menos da metade das ações com direito

a voto. Exemplo: quando uma assembleia é realizada na sua

segunda convocação, tendo apenas a presença de um

quórum muito pequeno para deliberar.

d) Controle gerencial: quando o capital social encontra-se

super distribuído entre vários acionistas, e ninguém detém

quantidade considerável. Nesse caso, o verdadeiro controle

será exercido pelos administradores da companhia.

Geralmente, as sociedades anônimas de capital aberto

possuem controle gerencial, por conta do vasto número de

acionistas.

O controle da companhia poderá ser alienado. Seus efeitos estão

previstos no artigo 254-A, da lei 6.404, que prevê o famoso tag

along, também conhecido como direito de venda conjunta. Esse

fenômeno exige que o adquirente do controle se obrigue a fazer

oferta pública de aquisição de ações, com direito a voto,

pertencente aos demais acionistas. Assim, esse adquirente

deverá anunciar que comprará as respectivas ações, sendo

garantido que este pagará ao menos por estas, 80% do valor que

pagara por cada ação pertencente ao bloco de controle.

A aquisição de controle de uma companhia aberta poderá ser

feita através da oferta pública, em que o interessado na

aquisição desse controle demonstrará o número mínimo e

máximo de ações que se propõe a adquirir, preço e condições de

pagamento, prazo de validade da oferta, que não poderá ser

inferior a 20 dias, subordinação da oferta a número mínimo de

aceitantes...

As companhias abertas somente farão a oferta pública por

intermédio de uma instituição financeira, que garantirá o

cumprimento das obrigações assumidas pelo ofertante.

Até que seja publicada a oferta, a instituição financeira, a

companhia e a CVM devem manter sigilo sobre a oferta

projetada.

A oferta poderá ser amigável, quando preceder de negociação

com os administradores da companhia ou hostil, quando a

aquisição se der sem essa prévia negociação ou mesmo quando

essa for rejeitada.

É possível também que os acionistas realizem um Acordo de

Acionistas, também chamado de contrato parassocial. Tal acordo

poderá consistir em:

a) Forma de compra e venda de ações;

b) Preferência para a aquisição de ações;

c) Exercício do direito de voto;

d) Exercício do poder de controle

Esse acordo tem como fim reunir as forças dos acionistas, em

regra minoritários. O acordo quando arquivado na companhia

deverá ser respeitado e poderá ser objeto de execução judicial.

Entretanto, as obrigações desse acordo somente poderão ser

oponíveis a terceiros, depois de averbados nos livros de registro

e nos certificados das ações. Assim, quem não é parte no acordo

somente será por este atingido se o mesmo estiver averbado.

Os acionistas que através de suas ações, participarem do

acordo, não poderão negociá-las na bolsa ou no mercado de

balcão.

Os votos proferidos em desacordo com o acordo de acionistas,

quando devidamente arquivado na companhia, não serão

computados. O não comparecimento dos acionistas pertencentes

ao acordo, ou dos administradores eleitos por este assegurará à

parte prejudicada, ou seja, aos acionistas presentes que

aderiram ao acordo, a possibilidade de votar com as ações

pertencentes aos ausentes.

14- Dos valores mobiliários:

Além das ações, a companhia poderá emitir outros valores

mobiliários que terão como fim captar recursos para a companhia.

Assim, a companhia consegue recursos financeiros, sem se sujeitar

às imposições de uma instituição financeira.

Esse autofinanciamento poderá consistir em capitalização, quando

a companhia emite novas ações ou securitização, quando a

companhia emitir outros valores mobiliários, que veremos a seguir.

Bom...vamos agora, meu aluno, conhecer especificamente cada um

desses valores mobiliários:

a) Debêntures:

Tem como fim conferir ao adquirente direito de crédito contra

a companhia. Trata-se na verdade de um contrato de mútuo.

O adquirente emprestará à companhia o valor da debênture, e

esta deverá lhe pagar com juros e correção. A vantagem, meu

aluno, é que nesse contrato de empréstimo, caberá à

companhia estipular prazos e condições de pagamento.

Assim, a companhia “pega um pouquinho de cada um, até

chegar ao valor que necessita – trata-se do famoso ditado que

diz: “...de grão em grão, a galinha enche o papo”

A debênture será considerada título executivo extrajudicial.

A companhia poderá emitir debêntures que estipule que o seu

vencimento somente ocorrerá no caso de inadimplemento do

pagamento de juros, dissolução da companhia, ou outras

condições.

A debênture poderá ofertar ao seu titular juros fixos ou

variáveis, participação no lucro da companhia e prêmio de

reembolso ou ainda, estipular a sua conversão em ações.

Neste último caso, verifica-se que o titular deixará de ser

credor e se tornará acionista.

Em regra, quem tem competência para deliberar sobre a

emissão de debênture é a assembleia. Entretanto, na

sociedade anônima de capital aberto, essa competência

poderá ser exercida pelo conselho de administração em duas

situações:

a) Por delegação da assembleia ao conselho, caso a

debênture seja conversível em ação;

b) Por previsão estatutária conferindo ao conselho de

administração a emissão de debêntures conversíveis em

ações.

c) Quando a debênture não for conversível em ação

Podemos esquematizar da seguinte forma:

Espécies de debêntures:

a) Com garantia real

b) Com garantia flutuante

c) Quirografárias e

d) Subordinadas

b) Partes beneficiárias:

Caro aluno, agora vamos falar das partes beneficiárias que

são espécies de valores mobiliários, fundamentadas no artigo

46 da lei 6.404/76, que confere ao seu titular direito de crédito

eventual contra a companhia.

Trata-se de título sem valor nominal, estranho ao capital

social, que consistirá na participação nos lucros anuais.

Fácil agora entender porque que se trata de direito eventual

de crédito: se não houver lucro, seu titular nada receberá.

Bem como as debêntures, as partes beneficiárias também

podem ser convertidas em ações.

Com o fim de garantir aos acionistas a efetiva participação

nos lucros, a lei determina que não poderá a companhia

dispor de mais de 10% do seu lucro anual, para o pagamento

de partes beneficiárias.

Somente as companhias de capital fechado podem emitir

partes beneficiárias.

As partes beneficiárias podem ser usadas para remunerar a

prestação de serviços. Nesse caso, temos a emissão de partes

beneficiárias a título oneroso.

Ex.: Suponha-se que uma companhia ao invés de pagar

mensalmente por uma prestação de serviço emita em favor do

prestador, partes beneficiárias. Isso significa dizer que esse

prestador de serviço acabou de efetuar um contrato que pode ser

ou não vantajoso para ele, visto que se ao final do exercício social a

companhia não obtiver lucro, não haverá qualquer pagamento a

esse prestador de serviço.

Esse contrato é um contrato de risco em que se ele ganhar poderá

receber muito mais do que receberia mensalmente. Entretanto, se

não houver lucro naquele exercício social esse prestador de

serviços arcará com todos os prejuízos e não poderá realizar

qualquer cobrança por fora pela prestação do serviço.

As partes beneficiárias também poderão ser emitidas a título

gratuito. Por exemplo, isso ocorre quando a companhia quer ajudar

socialmente um orfanato, mas também não quer assumir um

compromisso que não possa cumprir. Nesse caso, a companhia

emite em favor do orfanato um título chamado partes beneficiárias e

este só poderá receber algum recurso se por ventura ao final do

exercício social a companhia obtiver lucro.

Um outro exemplo de partes beneficiárias a título gratuito também

pode ser visualizado quando a companhia quer construir alguma

coisa em prol dos seus funcionários, como por exemplo, um clube

para que estes possam usufruir. Entretanto, não quer assumir o

compromisso de manter o clube mensalmente e, assim, emite

partes beneficiárias com o fim de financiar os custos do clube.

Cabe salientar que as partes beneficiárias emitidas a título gratuito

quando não for em favor dos funcionários da companhia não podem

ultrapassar o prazo de dez anos. Diante disso, no exemplo em que

a companhia emite partes beneficiárias em favor do clube custa

salientar que essa emissão poderá ser por prazo indeterminado.

Quando ela emite em favor do orfanato essa emissão terá como

prazo máximo o período de dez anos.

c) Bônus de subscrição

Trata-se de valor mobiliário emitido pela companhia que assegura

ao seu titular o direito de preferência na subscrição de novas ações.

Assim, sempre que a companhia emitir novas ações, os acionistas

da companhia que em regra têm preferência para subscrevê-la

perderão este lugar, perderão este direito, para aqueles que são

portadores de bônus de subscrição.

Isso significa dizer que o portador de bônus de subscrição vai ter

direito e ser praticamente o “número um” em adquirir as novas

ações da companhia. Em regra, esse direito pertence aos

acionistas, e é por isso que quando a companhia emite bônus de

subscrição antes de oferecer a terceiros oferece aos próprios

acionistas da companhia.

Meu aluno, o valor que é pago para a aquisição de bônus de

subscrição corresponde tão somente ao direito de ter preferência na

fila de aquisição das novas ações, ou seja, corresponde apenas ao

direito de ser um dos primeiros a adquirir novas ações. Entretanto,

ao realizar essa aquisição o portador de bônus de subscrição

também deverá pagar pelo preço da ação. Logo, cabe ratificar que

o bônus de subscrição não garante ao seu portador a entrega de

novas ações. Ele tem, nesse caso, apenas a preferência em

adquiri-las, mas também deverá pagar por estas.

O bônus de subscrição também pode ser atribuído adicionalmente

ao subscritor de uma ação ou debênture. Isso significa dizer que

dependendo do que dispuser a assembleia ou o estatuto, uma ação

emitida ou uma debênture, também pode ser acompanhada com

um bônus de subscrição, garantindo ao seu titular direito de

preferência na aquisição de novas ações, quando emitidas pela

companhia.

14- dos órgãos societários

Os órgãos societários são: Assembleia Geral, que se chama

Assembleia de Acionistas, Conselho de Administração, Diretoria e

Conselho Fiscal.

a) Assembleia Geral:

Trata-se de órgão máximo de deliberação da sociedade anônima. A

Assembleia que é composta por todos os acionistas, ou seja, sócios

da companhia, pode deliberar qualquer assunto, desde os mais

simples aos mais complexos.

Entretanto, existem assuntos que são de competência privativa da

Assembleia.

As matérias de competência privativa estão elencadas no art. 122

da lei 6404/76 e estão assim expressas:

I-Reformar o estatuto social;

II- Eleger ou destituir a qualquer tempo os administradores e

fiscais da companhia;

III- Tomar anualmente as contas dos administradores e

deliberar sobre as demonstrações financeiras por eles

apresentadas;

IV – Autorizar a emissão de debêntures;

V- Suspender o exercício dos direitos do acionista;

VI –Deliberar sobre a avaliação de bens com que o acionista

concorrer para a formação do capital social;

VII- Autorizar a emissão de partes beneficiárias;

VIII – Deliberar sobre transformação, fusão, incorporação e

cisão da companhia, dissolução e liquidação e ainda eleger e

destituir liquidantes e julgar as suas contas;

IX – Autorizar os administradores a confessar a falência e

pedir a recuperação judicial;

Diante disso, havendo necessidade de deliberar sobre as matérias

elencadas anteriormente tem-se a convocação de uma Assembleia,

que em regra será feita pelo Conselho de Administração, se houver,

ou pela Diretoria, no caso de ausência do Conselho de

Administração.

A competência para a convocação de Assembleia não é exclusiva

do Conselho de Administração ou da Diretoria. A Assembleia pode

ser convocada por outros órgãos da sociedade anônima ou ainda

por acionistas. Tudo isso se encontra descrito no art. 123 que assim

dispõe:

a) o Conselho Fiscal nos casos previstos nesta lei poderá convocar

a assembleia;

b) qualquer acionista poderá convocá-la quando os administradores

retardarem por mais de 60 (sessenta) dias a convocação dos casos

previstos em lei ou no estatuto;

c) por acionistas que representem no mínimo 5% do capital social

quando os administradores não atenderem no prazo de oito dias

pedido de convocação, apresentado devidamente fundamentado

com indicação das matérias a serem tratadas;

d) por acionistas que representem 5% no mínimo do capital votante

ou 5% no mínimo do capital não votante quando os administradores

não atenderem no prazo de oito dias pedido de convocação de

assembleia para a instalação do Conselho Fiscal.

Percebe-se que a convocação da Assembleia por acionistas

ocorrerá quando os administradores permanecerem inertes a esse

tipo de pedido. Toda convocação será publicada no mínimo três

vezes. Nessa publicação será consignado o local, a data, a hora e a

ordem em que a assembleia será realizada.

primeira

convocação

segunda convocação

Companhia

fechada

publicação com no

mínimo de 8 dias de

antecedência,

não havendo o quórum

necessário na primeira

convocação, a segunda

publicação acontecerá

com cinco dias de

antecedência.

Sociedade

Anônima de

capital aberto

publicação com no

mínimo de 15 dias de

antecedência.

não havendo o quórum

necessário na primeira

convocação, a segunda

acontecerá com oito dias

de antecedência.

Se houver desobediência a alguma formalidade da convocação, a

Assembleia ainda assim poderá ser considerada válida se todos os

acionistas comparecerem. Entretanto, a ausência de um ou outro

acionista poderá gerar a anulação da Assembleia que fora realizada

em desobediência a tais dispositivos legais.

Perceba, meu aluno, que a Assembleia poderá ser convocada duas

vezes. Foi explicitado que uma segunda convocação ocorrerá se

não houver o atingimento do quórum necessário para a realização

da Assembleia na primeira convocação.

Em regra, a Assembleia somente irá se instalar na primeira

convocação com a presença de acionistas que representem no

mínimo um quarto do capital social, com o direito a voto. Se este

quórum não for atingido realizar-se-á uma segunda convocação, em

que a Assembleia será instalada com qualquer número.

Como visto inicialmente, quando começamos a discutir sobre

Sociedades Anônimas, nem todos acionistas terão direito a voto,

entretanto, todos os acionistas podem comparecer e expor suas

opiniões. Não terão direito a voto, mas terão direito a voz.

É possível que o acionista que não possa comparecer seja

representado por procurador constituído a menos de um ano, desde

que este seja acionista, administrador da companhia ou advogado.

Se a Sociedade Anônima for de capital aberto o procurador poderá

ser também uma instituição financeira.

A Assembleia terá um presidente e um secretário que serão

escolhidos pelos acionistas presentes.

Instalada a Assembleia, passa-se à votação que será considerada

realizada quando atingir o quórum da maioria relativa dos

acionistas, ou seja, maioria dos presentes. Esta regra encontra-se

disposta no art. 129 da lei 6404.

Tal dispositivo usa a expressão “maioria absoluta” de votos. Neste

ponto, equivocou-se o legislador que na verdade, queria fazer

referência à maioria relativa, ou seja, à maioria daqueles que

encontram-se presentes na Assembleia.

Esta conclusão pode ser ratificada quando se verifica que o quórum

de instalação de uma Assembleia é de um quarto dos acionistas

com direito a voto. Ora, se as deliberações necessitassem da

maioria absoluta, metade mais um do capital, nunca se conseguiria

resolver qualquer coisa em Assembleia, visto que esta pode ser

instalada com apenas um quarto do capital votante.

O §1º do art. 129 prevê quórum diferenciado para a resolução de

determinadas matérias:

Art. 129. As deliberações da assembleia-geral, ressalvadas as exceções previstas em lei, serão tomadas por maioria absoluta de votos, não se computando os votos em branco.

§ 1º O estatuto da companhia fechada pode aumentar o quórum exigido para certas deliberações, desde que especifique as matérias.

O mesmo dispositivo confere às Sociedades Anônimas de capital

fechado a possibilidade de seus estatutos apresentarem quórum

diferenciado, mais rigoroso, para a deliberação de determinadas

situações. O nome desse fenômeno chama-se maioria de bloqueio

e se trata de importante mecanismo de defesa dos acionistas

minoritários que pode chegar a prever até mesmo a necessidade de

deliberação unânime, para a aprovação de determinadas matérias.

Quórum diferenciado para deliberação de determinadas matérias

encontra-se no art. 136 que assim dispõe:

Tal dispositivo exige quórum de pelo menos metade das ações

com direito a voto para criação de ações preferenciais ou

aumento de classes de ações preferenciais existentes, sem

guardar proporção com as demais classes de ações preferenciais,

salvo se já previstos ou autorizados pelo estatuto tal aumento;

alteração nas preferências, vantagens e condições de resgate

ou amortização de uma ou mais classes de ações

preferenciais, criação de nova classe mais favorecida; redução

do dividendo obrigatório; fusão da companhia ou sua

incorporação em outra; participação em grupo de sociedade;

mudança do objeto da companhia; cessação do estado de

liquidação da companhia; criação de partes beneficiárias; cisão

da companhia; dissolução da companhia.

Observe que tal dispositivo não traz exigência de quórum

diferenciado para a transformação da companhia. Logo, se assim

for, posta em pauta, a sua aprovação ocorrerá com a maioria

relativa.

Voltando ao quórum de instalação da Assembleia, cabe salientar

que esta situação também pode trazer em cena quórum

diferenciado. Isso ocorre quando houver necessidade e reforma do

estatuto. Nesse caso, a Assembleia somente será instalada em

primeira chamada se houver a presença de pelo menos dois terços

do capital votante da companhia.

Sem qualquer exceção, a segunda chamada permitirá a instalação

da Assembleia com qualquer número de acionistas.

de instalação

1ª chamada

1/4 capital

social votante

2/3 capital

social votante

se houver

proposta de

reforma dos

QUÓRUM S/A estatutos

2ª chamada qualquer

número de

acionistas

de deliberação

matérias do

art. 129

maioria dos

presentes

(salvo no

quórum

estatutário

instituído para

as companhias

fechadas)

matérias do

art. 136

quórum

qualificado

(acionistas que

representem

metade, no

mínimo, das

ações com

direito a voto,

salvo no

quórum

estatutário

instituído para

as cias.

fechadas)

É possível que nas deliberações haja empate. Nesse caso, aplica-

se a regra exarada no art. 129 da lei 6404. Segundo esse

dispositivo se o estatuto da sociedade não estabelecer o

procedimento de arbitragem e não contiver nenhum procedimento

próprio, haverá a necessidade da convocação de uma Assembleia

com o intervalo mínimo de dois meses, a contar da deliberação que

fora empatada.

Nesse caso, haverá nova deliberação, e se o empate permanecer

os acionistas podem concordar em levar tal deliberação a terceiro,

ou seja, arbitragem. Caso os acionistas assim não concordem o

Poder Judiciário poderá decidir no interesse da Companhia.

EMPATE NAS

DELIBERAÇÕES

1º 2º 3º

ESTATUTO ARBITRAGEM PODER

JUDICIÁRIO

Verificar se o

estatuto prevê

a forma de

deliberação

em caso de

empate.

Caso haja

omissão do

estatuto, a

situação pode

ser levada à

arbitragem,

mas apenas se

os acionistas

concordarem.

Se não houver

acordo da

resolução por

meio da

arbitragem

não restará

outra senão a

deliberação

pelo Poder

Judiciário,

sendo o

Judiciário a

última

alternativa.

Todas as deliberações deverão ser lavradas em uma ata de

Assembleia. Tal ata deve ser assinada pelos membros da mesa e

pelos acionistas presentes. Para que haja validade da deliberação é

suficiente a assinatura de quantos bastem para constituir a maioria

necessária para as deliberações tomadas na assembleia.

Classificação das assembléias:

A Assembleia Geral poderá ser ordinária ou extraordinária. A

Assembleia geral ordinária é aquela que tem por objeto as matérias

previstas no art. 132 e extraordinária nos demais casos.

Art. 132. Anualmente, nos 4 (quatro) primeiros meses seguintes ao término do exercício social, deverá haver 1 (uma) assembléia-geral para:

I - tomar as contas dos administradores, examinar, discutir e votar as demonstrações financeiras;

II - deliberar sobre a destinação do lucro líquido do exercício e a distribuição de dividendos;

III - eleger os administradores e os membros do conselho fiscal, quando for o caso;

IV - aprovar a correção da expressão monetária do capital social (artigo 167).

Na verdade na Assembleia considerada ordinária só pode ser

objeto de deliberação as matérias que estão elencadas no art 132.

A Assembleia Geral Extraordinária trata de qualquer deliberação.

Além disso, uma outra característica da Assembleia Geral Ordinária

é que ela ocorre necessariamente todo ano até o quarto mês do

exercício financeiro seguinte. Por exemplo: a Assembleia geral

ordinária de 2014 vai ter que acontecer agora em 2015 até o mês

de abril (o quarto mês).

A Assembleia geral ordinária e a extraordinária podem ser

convocadas cumulativamente para que aconteçam na mesma data,

no mesmo local e no mesmo horário quando, por exemplo, exista

alguma matéria que extrapole o limite do art. 132, ou seja, matéria

que não esteja no art. 132, mas que venha a ser deliberada por

algum acaso no momento em que se julgarão as contas dos

administradores. Aproveito então a Assembleia geral ordinária para

tratar de outros assuntos além daqueles.

O procedimento para a realização da Assembleia geral ordinária é

um pouco diferenciado e específico, porque os administradores

devem comunicar até um mês antes da data marcada para a

realização da Assembleia através de anúncios, aos acionistas que

se encontram à disposição destes alguns documentos, como por

exemplo, o relatório da administração sobre os negócios sociais, a

cópia das demonstrações financeiras, o parecer dos auditores

independentes, se houver, o parecer do Conselho Fiscal, os demais

documentos pertinentes aos assuntos que vão ser tratados na

Assembleia geral ordinária. Isso ocorre para que os acionistas

recebam isso previamente, possam ler, pensar sobre o assunto,

para quando ocorrer a Assembleia geral ordinária eles venham a

deliberar. Então eles chegam na Assembleia geral ordinária já

sabendo exatamente quais assuntos serão tratados, e a que pé

está a sociedade. Assim, é importante que um mês antes da data

marcada para essa Assembleia os documentos fiquem disponíveis

para que os acionistas tenham acesso a eles.

Existem situações que podem acabar gerando o adiamento da

Assembleia. Quais as situações que podem gerar esse adiamento?

Quando a Assembleia pode ser adiada? Ela pode ser adiada

quando, de repente, não comparecer um administrador que precise

estar ali presente para esclarecer alguma dúvida. Ou ainda, quando

houver alguma dúvida em relação a situações pertinentes ao

assunto mas que não possa ser esclarecida naquele momento, ou

seja, quando houver aí a necessidade de diligências para se

esclarecer as dúvidas que surgiram no momento da Assembleia.

Então é possível adiar a Assembleia devido a presença de dúvidas

que venham a surgir, ou por conta da ausência de algum

administrador ou de um conselheiro fiscal que precise prestar algum

esclarecimento, que precise esclarecer algo que está na planilha,

ou por conta da existência de algumas dúvidas que só podem ser

esclarecidas através de determinadas diligências.

ASSEMBLEIA GERAL

ORDINÁRIA

ASSEMBLEIA GERAL

EXTRAORDINÁRIA

matériasdo art. 132 trata de qualquer deliberação

que não esteja no art. 132

ela ocorre necessariamente todo

ano até o quarto mês do

exercício financeiro seguinte

sempre que necessário

Falando um pouco sobre aprovação de contas, ela pode ser com

reserva ou sem reserva. A aprovação de contas sem reserva é

quando a Assembleia aprova as contas que foram apresentadas

pelos administradores e, se isso ocorrer, esses administradores e

fiscais estão livres de qualquer responsabilidade. A não ser que,

seja comprovado que eles agiram com erro, com dolo, fraude ou

simulação.

Então, aprovada as contas sem reservas, e posteriormente

comprovada a fraude, a simulação, o dolo ou o erro por parte dos

administradores ou ainda na deliberação, aí sim é possível anular a

Assembleia e cogitar a responsabilidade dos administradores.

Órgãos de administração da companhia

Segundo o art. 138, os órgãos de administração de uma companhia

podem ser: conselho de administração e diretoria ou apenas a

diretoria.

A lei ao final fala em “apenas a diretoria” porque existem algumas

sociedades anônimas que não terão a obrigação de ter o conselho

de administração. Então, o conselho de administração para

algumas sociedade anônimas é órgão facultativo, enquanto que a

direitoria sempre será órgão obrigatório.

O Conselho de Administração vai ser órgão facultativo nas

sociedades anônimas de capital fechado, quando estas não tiverem

no seu estatuto autorização para aumento de capital. Significa dizer

que a sociedade anônima de capital fechado que tiver autorização

estatutária para aumento de capital necessariamente deverá ter

conselho de administração. Todos os outros tipos de sociedade

anônima deverão ter conselho de administração.

Então podemos concluir que o conselho de administração é órgão

obrigatório na sociedade anônima de capital aberto e nas

sociedades anônimas de capital autorizado e ainda na sociedade de

economia mista – que é uma sociedade anônima em que parte do

capital é público.

O conselho de administração tem uma deliberação de forma

colegiada, mas a representação da companhia é da diretoria. Os

poderes que são conferidos aos órgãos administrativos pela lei, não

podem ser atribuídos a outros órgãos que porventura venham a ser

criados pelo estatuto, ou seja, eles são privativos daqueles órgãos.

Então se a lei disser que compete ao conselho de administração

determinados atos, esses atos não poderão ser objeto de

competência de nenhum outro órgão que venha a ser criado pelo

estatuto.

capital abertocapital fechado com autorização de aumento de

capital social

sociedade de economia mista

conselho de administração

(obrigatório)

Conselho de Administração

O conselho de administração é na verdade um órgão de

deliberação colegiada que tem como fim substituir a assembleia.

Como há uma certa dificuldade para a constituição da assembleia,

pois é preciso chamar um número grande de acionistas, muitas

vezes as matérias serão deliberadas através do conselho de

administração.

O que ocorre na prática é que a assembleia só é convocada quando

for preciso deliberar sobre as matérias privativas da assembleia

(aquelas elencadas no art. 122). Em regra, acabo deliberando pelo

conselho de administração.

Podemos concluir, assim, que o conselho de administração é um

órgão de deliberação colegiada que vai fazer muitas vezes o papel

da própria assembleia.

Características do conselho de administração

* composto por no mínimo 3 membros que serão eleitos pela

assembleia e podem ser destituídos a qualquer tempo

* o prazo de gestão não pode ser superior a 3 anos e é permitida a

reeleição, ou seja, o prazo pode ser de um ano, dois anos... só não

pode ultrapassar 3 anos

* as deliberações tomadas no conselho de administração serão por

maioria de votos, mas o estatuto pode estabelecer quórum

qualificado para determinadas deliberações do conselho

* não há necessidade de ser acionista da companhia, mas é

necessário que todos os membros do conselho de administração

sejam pessoas físicas

* é possível também a participação excepcional de representantes

de funcionários da companhia no conselho de administração, desde

que o estatuto preveja essa participação e que esse representante

dos funcionários chegue ali por meio de eleição direta realizada

pelos próprios funcionários.

* a maneira de eleição dos membros do conselho de administração

pode ser por critério majoritário ou proporcional, vai depender do

que o estatuto traga como previsão

No critério majoritário, a votação vai ser feita para cada cargo

separadamente; é como se houvesse a realização de eleições

isoladas para cada cargo. Cada ação vai conferir ao seu portador

um voto; no final das contas, o acionista controlador sempre vai

conseguir eleger todos os cargos do conselho de administração. O

critério majoritário também permite a formação de chapas, então os

acionistas podem votar em chapas e cada cargo separadamente.

O critério proporcional é diferente, ou seja, não vai permitir a

formação se chapas para a disputa, bem como eleições isoladas;

haverá apenas uma eleição para o preenchimento de todo órgão,

considerando eleitos os candidatos mais votados. Ex.: se eu tenho

5 candidatos e 3 foram os mais votados e eu tenho 3 cargos, eu vou

pegar esses 3 mais votados e colocar cada um em um cargo. Esse

tipo de deliberação proporcional vai fazer com que ela seja mais

justa, pois vai garantir que tanto o majoritário quanto o minoritário

consiga colocar na administração membros de seus interesses.

A lei também permite um outro procedimento que se chama critério

de voto múltiplo; esse critério de voto múltiplo precisa ser requerido

por acionistas que representem pelo menos um décimo do capital

social e com direito a voto (ou seja, dez por cento dos acionistas

que têm o direito a voto podem requerer que a votação seja através

de voto múltiplo); esse voto múltiplo vai consistir na verdade na

possibilidade de, por exemplo, caso eu seja portador de uma única

ação e se eu tenho 3 cargos a serem preenchidos na

administração, eu, através dessa única ação, posso emanar 3

votos: um para o preenchimento de cada cargo.

Há ainda uma permissão pela lei que é a seguinte: se são 3 cargos,

eu, acionista, portador de uma única ação, posso votar 3 vezes. A

lei diz ser possível acumular essas 3 possibilidades de votos em

uma pessoa só ou em várias pessoas. Todavia, se houver

interesses por parte desses acionistas eles precisam apresentar

esse requerimento 48 horas antes da realização da assembleia.

Competência do conselho de administração – art. 142

O conselho de administração tem como competência:

1-fixar a orientação geral dos negócios da companhia;

2-eleger e destituir os diretores da companhia e ficar-lhes as

atribuições;

Obs.: Importante salientar que se não houver a presença do

conselho de administração, essa competência será da assembleia.

Imagine uma pirâmide: teremos lá em cima a assembleia de

acionistas, no meio o conselho de administração e, por último, na

base, a diretoria. Se retiramos o órgão conselho de administração

no meio da pirâmide eu só vou ter assembleia acima da diretoria.

Então, se não houver o conselho de administração na companhia,

por ela ser, por exemplo, uma sociedade anônima de capital

fechado, quem elege os diretores da companhia é a assembleia de

acionistas.

3- fiscalizar a gestão dos diretores; examinar os livros e

papeis da companhia; solicitar informações e qualquer outro

ato;

4- convocar a assembleia geral quando julgar conveniente ou

no caso do art. 132 que fala sobre a necessidade de

convocação da assembleia geral ordinária;

5- manifestar-se sobre o relatório da administração e as

contas da diretoria;

6- quando as deliberações tomadas pelo conselho de

administração tiverem a necessidade de serem opostas em

terceiros é necessário levar essa ata do conselho de

administração a registro na junta comercial

Diretoria

Os diretores na verdade são os executivos da sociedade anônima.

São eles quem vão desempenhar a gestão e a representação da

respectiva sociedade.

A diretoria precisa ser composta por no mínimo 2 diretores.

Também são eleitos e destituíveis a qualquer tempo. Em regra,

quem vai eleger e destituir vai ser o conselho de administração e,

se não houver o conselho, vai caber na verdade, à assembleia

realizar essa nomeação e destituição.

O prazo de gestão também não pode superar 3 anos, sendo

permitida a reeleição.

Os diretores também não precisam ser acionistas mas, cuidado,

precisam ser pessoas físicas residentes no país. Há uma diferença.

Aqui, na diretoria, há a necessidade da residência ser no Brasil, não

pode residir fora, já no conselho, essa exigência não encontra-se

presente.

conselho de

administração

diretoria

Formação 3 membros no mínimo 2 diretores

tempo de

candidatura

não pode ser superior

a 3 anos

não pode ser superior

a 3 anos

eleição e

destituição

conselho de

administração e, na

ausência deste, a

assembleia

conselho de

administração e, na

ausência deste, a

assembleia

Reeleição permitida permitida

membros não precisam ser

acionista, mas precisa

ser pessoa física

não precisam ser

acionistas, mas

precisam ser pessoa

física e residir no

Brasil

Até um terço do conselho de administração também poderá ser ao

mesmo tempo diretores. Por exemplo, se eu tenho um conselho de

administração com nove membros é possível que 3 desses

conselheiros também sejam diretores.

Situações aplicadas tanto ao conselho de administração

quanto à diretoria

Quando se fala em administradores da companhia, faz-se

referência tanto aos conselheiros quanto aos diretores.

Existem situações que vão gerar um impedimento para a

investidura nos cargos de administração de uma companhia. Essas

situações estão previstas no art. 147, §§ 1º e 2º.

Art. 147. Quando a lei exigir certos requisitos para a investidura em cargo de administração da companhia, a assembléia-geral somente poderá eleger quem tenha exibido os necessários comprovantes, dos quais se arquivará cópia autêntica na sede social.

§ 1º São inelegíveis para os cargos de administração da companhia as pessoas impedidas por lei especial, ou condenadas por crime falimentar, de prevaricação, peita ou suborno, concussão, peculato, contra a economia popular, a fé pública ou a propriedade, ou a pena criminal que vede, ainda que temporariamente, o acesso a cargos públicos.

§ 2º São ainda inelegíveis para os cargos de administração de companhia aberta as pessoas declaradas inabilitadas por ato da Comissão de Valores Mobiliários.

Outra situação também que está descrita no § 3º é que o

conselheiro precisa ter reputação ilibada.

Também não vai poder ser eleito conselheiro se ele ocupar cargos

em sociedades que possam ser consideradas concorrentes da

sociedade em questão ou ainda, se o interesse dele conflitar com o

da sociedade, a não ser que a assembleia geral afaste tal

impedimento.

O art. 148 permite a possibilidade do estatuto trazer uma exigência

de prestação de garantia por parte dos administradores para que

eles possam ser eleitos, e essa garantia só é levantada após a

aprovação das contas desse administradores, isso porque se

porventura eles causarem determinados prejuízos à sociedade,

essa garantia vai ficar como indenização à sociedade.

O estatuto pode estabelecer participação nos lucros por parte dos

administradores. Então os administradores ou diretores, ainda que

não sejam acionistas, podem ter acesso à participação dos lucros.

Mas para que o estatuto faça isso, ele precisa obedecer a alguns

pressupostos, como por exemplo, estabelecer pelo menos a

possibilidade de fixar dividendo obrigatório em no mínimo 25% do

lucro líquido aos acionistas. Então se o estatuto tem essa previsão

de que todo ano, pelo menos 25% do lucro líquido vai ser

distribuído aos acionistas, ele pode então prever também a

possibilidade dos administradores terem acesso ao acervo do lucro

anual. Essa participação nos lucros também não poderá ultrapassar

ao total da remuneração anual dos administradores, então eles não

podem receber a título de participação nos lucros mais do que eles

recebem somando todos os meses naquele ano. Também não

poderá superar um décimo do lucro, ou seja, mais de dez por cento

do lucro.

O art. 190 estabelece que o patamar a ser respeitado quando se

coloca em questão um décimo dos lucros e a remuneração anual

do administrador deve-se respeitar o patamar menor.

Por exemplo, suponha-se que ele tenha recebido por remuneração

anual 120 mil e dez por cento do lucro corresponda a 80 mil. Então,

na verdade, eu vou respeitar o patamar de 80 mil. Temos dois

limitadores aí. O primeiro limitador a ser alcançado é o que vai ser

respeitado.

Deveres dos administradores

Segundo o art. 153 da lei 6404, o administrador da companhia deve

empregar no exercício de suas funções o cuidado e diligência que

todo homem ativo e probo costuma empregar na administração dos

seus próprios negócios.

A obrigação dos administradores, na verdade, vai ser de meio, não

se resultado. É o que estabelece, por exemplo, o art. 154. O art.

154 §2º também traz outras vedações.

Art. 154 § 2° É vedado ao administrador:

a) praticar ato de liberalidade à custa da companhia;

b) sem prévia autorização da assembléia-geral ou do conselho de administração, tomar por empréstimo recursos ou bens da companhia, ou usar, em proveito próprio, de sociedade em que tenha interesse, ou de terceiros, os seus bens, serviços ou crédito;

c) receber de terceiros, sem autorização estatutária ou da assembléia-geral, qualquer modalidade de vantagem pessoal, direta ou indireta, em razão do exercício de seu cargo.

O art. 155 trata do dever de lealdade que dispõe que o

administrador deve servir com lealdade a companhia e manter

reserva sobre os seus negócios sendo-lhe vedado:

I - usar, em benefício próprio ou de outrem, com ou sem prejuízo para a companhia, as oportunidades comerciais de que tenha conhecimento em razão do exercício de seu cargo;

II - omitir-se no exercício ou proteção de direitos da companhia ou, visando à obtenção de vantagens, para si ou para outrem, deixar de aproveitar oportunidades de negócio de interesse da companhia;

III - adquirir, para revender com lucro, bem ou direito que sabe necessário à companhia, ou que esta tencione adquirir.

§ 1º Cumpre, ademais, ao administrador de companhia aberta, guardar sigilo sobre qualquer informação que ainda não tenha sido divulgada para conhecimento do mercado, obtida em razão do cargo e capaz de influir de modo ponderável na cotação de valores mobiliários, sendo-lhe vedado valer-se da informação para obter, para si ou para outrem, vantagem mediante compra ou venda de valores mobiliários.

§ 2º O administrador deve zelar para que a violação do disposto no § 1º não possa ocorrer através de subordinados ou terceiros de sua confiança.

§ 3º A pessoa prejudicada em compra e venda de valores mobiliários, contratada com infração do disposto nos §§ 1° e 2°, tem direito de haver do infrator indenização por perdas e danos, a menos que ao contratar já conhecesse a informação.

§ 4o É vedada a utilização de informação relevante ainda não divulgada, por qualquer pessoa que a ela tenha tido acesso, com a finalidade de auferir vantagem, para si ou para outrem, no mercado de valores mobiliários. (Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001)

Há também um outro dever que é o dever de sigilo e que na

sociedade anônima de capital aberto esse dever é extremamente

importante, porque fala sobre a necessidade do administrador

guardar sigilo sobre qualquer informação que ainda não tenha sido

divulgada no mercado.

Essa informação sigilosa é aquela que possa apresentar no

mercado alguma influência sobre a cotação dos valores mobiliários.

Além do dever de sigilo, o administrador também tem de fazer de

tudo para que os terceiros e os empregados da companhia não

tenham acesso a esse tipo de informação. Inclusive a pessoa que

for prejudicada por conta da quebra desse sigilo, ou seja, com

infração a esse dispositivo, a essa imposição legal, terá a

possibilidade de haver do infrator indenização por perdas e danos.

Essas imposições, na verdade, têm como fim afastar o chamado

insider trading que consiste no uso de informações internas e

sigilosas para a obtenção de vantagem.

Cabe salientar que o simples uso de informações, ainda não

tornadas públicas, por um investidor, não é errado. São os famosos

especuladores, então, fazer estudos, especular, não é proibido, não

há qualquer irregularidade e ilegalidade nessa ação. O que não é

possível é aquele que detentor, guardião da informação, abrir essa

informação a terceiros para a obtenção de vantagem própria ou de

outrem.

É sabido que o administrador não pode aparecer, deliberar, quando

o assunto tiver interesses conflitantes, ou seja, seus interesses e o

da companhia. Mas você pode consignar aí que apesar desse

impedimento é possível que o administrador contrate com a

companhia, ou seja, é possível que a empresa do administrador, a

qual ele é sócio, venha participar, venha prestar um serviço para a

companhia, seja contratado pela companhia. Isso só vai ocorrer se

a assembleia aceitar e as condições sejam equiparáveis com as

condições do mercado. Então, o preço seria compatível com o pago

a um terceiro.

O art. 157 traz o dever de informação. Esse dever de informação é

somente imposto às sociedades anônimas de capital aberto.

Art. 157. O administrador de companhia aberta deve declarar, ao firmar o termo de posse, o número de ações, bônus de subscrição, opções de compra de ações e debêntures conversíveis em ações, de emissão da companhia e de sociedades controladas ou do mesmo grupo, de que seja titular.

§ 1º O administrador de companhia aberta é obrigado a revelar à assembléia-geral ordinária, a pedido de acionistas que representem 5% (cinco por cento) ou mais do capital social:

a) o número dos valores mobiliários de emissão da companhia ou de sociedades controladas, ou do mesmo grupo, que tiver adquirido ou alienado, diretamente ou através de outras pessoas, no exercício anterior;

b) as opções de compra de ações que tiver contratado ou exercido no exercício anterior;

c) os benefícios ou vantagens, indiretas ou complementares, que tenha recebido ou esteja recebendo da companhia e de sociedades coligadas, controladas ou do mesmo grupo;

d) as condições dos contratos de trabalho que tenham sido firmados pela companhia com os diretores e empregados de alto nível;

e) quaisquer atos ou fatos relevantes nas atividades da companhia.

§ 2º Os esclarecimentos prestados pelo administrador poderão, a pedido de qualquer acionista, ser reduzidos a escrito, autenticados pela mesa da assembléia, e fornecidos por cópia aos solicitantes.

§ 3º A revelação dos atos ou fatos de que trata este artigo só poderá ser utilizada no legítimo interesse da companhia ou do acionista, respondendo os solicitantes pelos abusos que praticarem.

§ 4º Os administradores da companhia aberta são obrigados a comunicar imediatamente à bolsa de valores e a divulgar pela imprensa qualquer deliberação da assembléia-geral ou dos órgãos de administração da companhia, ou fato relevante ocorrido nos seus negócios, que possa influir, de modo ponderável, na decisão dos investidores do mercado de vender ou comprar valores mobiliários emitidos pela companhia.

§ 5º Os administradores poderão recusar-se a prestar a informação (§ 1º, alínea e), ou deixar de divulgá-la (§ 4º), se entenderem que sua revelação porá em risco interesse legítimo da companhia, cabendo à Comissão de Valores Mobiliários, a pedido dos administradores, de qualquer acionista, ou por iniciativa própria, decidir sobre a prestação

de informação e responsabilizar os administradores, se for o caso.

§ 6o Os administradores da companhia aberta deverão informar imediatamente, nos termos e na forma determinados pela Comissão de Valores Mobiliários, a esta e às bolsas de valores ou entidades do mercado de balcão organizado nas quais os valores mobiliários de emissão da companhia estejam admitidos à negociação, as modificações em suas posições acionárias na companhia. (Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001)

É possível também que o administrador de uma sociedade anônima

de capital aberto seja obrigado a revelar durante a assembleia geral

ordinária o número de valores mobiliários que ele detém da

sociedade ou das sociedades controladas pela sociedade na qual

ele é administrador.

Terá também que declarar as opções de compras de ações que

tiver contratado, os benefícios e vantagens indiretas ou diretas que

tiver recebido ou que esteja recebendo, as condições de contrato de

trabalho tenham sido firmadas pela companhia, com os diretores e

empregados, e qualquer outro ato relevante que seja feito a pedido

dos acionistas e que sejam de interesse das atividades da

companhia.

Essas declarações, essas disposições, que vão obrigar o

administrador, precisam ser solicitadas por acionistas que

representem pelo menos 5% ou mais do capital social. Não há

exigência que seja 5% do capital votante. Então, essa exigência

pode ser feita por portadores que tenham ações com direito a voto

ou ações sem direito a voto.

Os administradores têm obrigação, quanto a todos os atos tomados

e que venham a influenciar no mercado, de averbar na junta

comercial. E se a sociedade anônima for de capital aberto é

importante também divulgar as informações na bolsa de valores, ou

seja, comunicar à bolsa de valores p, além do dever de publicar na

imprensa essas deliberações tomadas.

Entretanto, se os administradores entenderem que a divulgação vai

por em risco o interesse legítimo da companhia, poderão abster-se

de praticar esse ato. Quem vai julgar se esse ato, se essa omissão

é legítima ou não, se a sociedade anônima for de capital aberto, é a

CVM, posteriormente. E se ela vier a julgar pela não necessidade

da omissão das informações, a CVM irá responsabilizar esses

administradores.

Responsabilidade dos administradores

Em regra, os atos de gestão que venham a prejudicar terceiros

praticados pelos administradores vão ser de reponsabilidade da

própria companhia.

Mas é lógico que a companhia em determinadas situações poderá

ingressar com uma ação de indenização ou com uma ação de

regresso contra tais administradores.

Essa possibilidade vai acontecer quando estiver presente uma das

situações previstas nos incisos do art. 158 que dispõe que o

administrador pode acabar respondendo perante a sociedade

quando dentro das suas atribuições ou poderes ele agir com dolo

ou culpa, ou quando ele violar a lei ou o estatuto.

É importante salientar que a responsabilidade do administrador

perante a companhia pode ocorrer por ação ou por omissão.

No caso de responsabilidade por ato ilícito (ou seja, ação), cada

administrador vai responder pelo seu próprio ato, seja sociedade

anônima de capital aberto ou de capital fechado. Logo, cada um

responde pelo ato que tenha praticado.

No caso de responsabilidade por omissão vai depender se a

companhia é de capital fechado ou de capital aberto. Na sociedade

anônima de capital fechado a responsabilidade por omissão vai ser

solidária, ou seja, um deixa de praticar o ato atribuído a sua

competência, todos respondem. Já na sociedade anônima de

capital aberto a responsabilidade vai ser individual também por

omissão.

Concluímos então que na sociedade anônima de capital aberto

tanto a prática de ato ilícito quanto a omissão vai gerar

responsabilidade individual. Cada um responde por si a não ser que

o outro tome conhecimento e não comunique aos órgãos

competentes aquilo que viu. Assim, se tomar conhecimento da

omissão ou da irregularidade e não comunicar o órgão superior que

é a assembleia geral ou ao conselho fiscal, ele também será

responsabilizado por ser considerado conivente, vai haver

responsabilidade solidária entre eles. Já a sociedade anônima de

capital fechado se nós falarmos sobre responsabilidade por atos

ilícitos, ela vai ser individual, com a mesma ressalva anterior, a não

ser que um dos administradores tome conhecimento e não faça a

comunicação, caso em que será considerado conivente e, junto

com aquele, irá responder. Agora se a responsabilidade for por

omissão, haverá solidariedade na responsabilidade dos

administradores de sociedade anônima de capital fechado.

Entretanto, a lei confere a possibilidade de um ou outro se eximir

dessa responsabilidade quando fizer constar na ata que ele é

dissidente, ou seja, que ele não concorda com a deliberação ou, se

isso não for possível, ele tem que comunicar os órgãos superiores a

sua discordância.

Essa responsabilização vai se dar através de uma ação chamada

ação de responsabilidade. Quem vai decidir sobre a propositura

dessa ação ou não, em regra, a princípio, é a assembleia geral

ordinária ou a assembleia geral extraordinária, se houver a

necessidade de propositura da ação sobre a responsabilização em

tempo diverso daqueles quatro meses posteriores.

Se houver deliberação e houver a decisão sobre a propositura da

ação de responsabilidade, em que seja concluída nessa assembleia

que haverá responsabilização dos atos omissos ou ilícitos

praticados pelos administradores, automaticamente estes irão se

tornar impedidos.

Deliberada a assembleia a companhia deverá agora propor a ação

de responsabilidade. Essa propositura deve ser feita por um dos

órgãos de administração. Se eles permanecerem inertes por 3

meses a contar da deliberação, qualquer acionista em nome da

companhia poderá propor a ação.

Nós vimos então que, em regra, compete à assembleia de

acionistas decidir se vai responsabilizar ou não os administradores.

Mas se a assembleia, por um acaso, deliberar pela não

responsabilização ainda assim é possível a propositura da ação de

responsabilidade. Essa atitude pode ser tomada por acionistas que

representem pelo menos 5% do capital social. Nesse caso, nós

temos a seguinte situação: a assembleia deliberou pela não

propositura da ação de responsabilidade, mas alguns acionistas

não concordaram com essa deliberação (geralmente acionistas

minoritários). Se eu conseguir fazer essa composição de 5% do

capital, ainda com a negativa da assembleia, é possível a

propositura da ação de responsabilidade.

Perceba que, se houver a procedência dessa ação de

responsabilidade, os resultados, os recursos auferidos por conta da

ação,se reverterão em favor da sociedade, ou seja, esta é quem irá

receber os recursos pela procedência da ação de responsabilida.de

seja ela proposta pelos administradores, seja ela proposta por

esses 5% do capital social, caberá à própria companhia o destino

daquilo que proveio da procedência da ação. Esses demandantes

terão apenas o direito de sere ressarcidos daquilo que gastaram

para a propositura da ação.

Interessante também é quando a assembleia aprova as contas do

administrador e, posteriormente, alguns acionistas da própria

companhia chegam à conclusão de que essa aprovação ocorreu

com dolo, fraude ou simulação. Como houve aprovação haverá a

necessidade de se anular aquela assembleia, visto que a aprovação

foi feita em assembleia.

Essa anulação assemblear precisa ser feita no prazo máximo de 2

anos. Então, superado esses 2 anos, não é mais possível anular a

assembleia, desconstituir a aprovação e responsabilizar os

administradores. Isso porque eu só se consegue responsabilizar os

administradores que tiveram as suas contas aprovadas, se houver a

anulação da assembleia que aprovou as contas. Então, se o desejo

é responsabilizar um dministrador cuja conta tenha sido aprovada,

só se pode fazer isso se antes do pedido de responsabilidade, o

requerente perseguir a anulação da assembleia. Essa anulação

deve ser judicial e, como eu já fiz referência, tem como prazo

prescricional período de 2 anos.

A ação, então, pode ser social ou pode ser também individual. A

ação vai ser individual quando os administradores causarem algum

prejuízo direto aos acionistas da companhia. Então, eles vão

ingressar com uma ação individualmente. O divisor de águas para

saber se a ação é social ou individual é quanto a quem é atingido

pels eventuais prejuízos. Se os prejuízos atingirem diretamente a

companhia e indiretamente os acionistas, a ação é social. Mas se o

prejuízo atingir diretamente o acionista e indiretamente a

companhia, a ação será individual.

Conselho Fiscal

Trata-se de órgão interno que tem como fim fiscalizar a gestão

realizada pelos órgãos administrativos. Além disso, também irá

prestar assessoramento à assembleia.

O conselho fiscal é órgão de existência obrigatória, mas o seu

funcionamento é facultativo. Então é o órgão que precisa existir mas

não necessariamente precisa funcionar o tempo inteiro. Diante

disso, é possível se concluir que o conselho fiscal somente irá

funcionar quando houver requerimento por parte dos acionistas.

Segundo a lei, há um quórum qualificado para esse requerimento.

Esse requerimento precisa ser feito por um décimo, ou seja, 10%

dos acionistas que são representantes de ações com direito a voto,

ou 5% das ações sem direito ao voto.

A composição do conselho fiscal se dá por no mínimo 3 membros e

no máximo 5 e suplentes em igual número, podendo ser acionistas

ou não, e vão ser eleitos pela assembleia geral.

O mandato dos conselheiros fiscais eleitos dura até a assembleia

geral ordinária seguinte, permitida a reeleição.

Segundo o art. 162 da lei nº 6404 somente podem ser eleitos para o

conselho fiscal pessoas físicas, naturais, residentes no país e

diplomadas em curso de nível universitário ou que tenham exercido

por prazo mínimo de 3 anos, cargo de administrador de empresa ou

de conselheiro fiscal. Nas localidades em que não houver pessoas

habilitadas em número suficiente para o exercício da função, caberá

ao juiz dispensar a companhia da satisfação dos requisitos

estabelecidos na lei nº 6404. Significa dizer que, em regra, para ser

conselheiro fiscal precisa ter diploma universitário. Se não tiver

diploma universitário, é necessário que tenha sido administrador por

pelo menos 3 anos. Se na localidade não houver ninguém hábil

para o preenchimento do cargo será necessário uma autorização

judicial para se nomear um conselheiro fiscal que não atenda a

esses requisitos.

Aquele que é impedido para ser administrador, também é impedido

para ser conselheiro fiscal. Mas além dos impedimentos genéricos

que a gente encontra no exercício da administração, o conselheiro

fiscal também sofre outras restrições. Para ser conselheiro fiscal ele

não pode ser membro de órgãos de administração e empregado da

companhia ou de sociedade controlada, ou do mesmo grupo, ou

cônjuge, ou parente até o terceiro grau, de administrador da

companhia.

Os conselheiros fiscais também vão receber remuneração. A

remuneração será fixada pela assembleia geral que os eleger e não

pode ser inferior a 10% da que em média recebe os diretores da

companhia. Nesse cômputo não se leva em consideração os

benefícios e as verbas de representação, bem como a participação

nos lucros que esse diretor tem direito.

O art. 163 arrola a competência do conselho fiscal.

Art. 163. Compete ao conselho fiscal:

I - fiscalizar, por qualquer de seus membros, os atos dos administradores e verificar o cumprimento dos seus deveres legais e estatutários; (Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)

II - opinar sobre o relatório anual da administração, fazendo constar do seu parecer as informações complementares que julgar necessárias ou úteis à deliberação da assembléia-geral;

III - opinar sobre as propostas dos órgãos da administração, a serem submetidas à assembléia-geral,

relativas a modificação do capital social, emissão de debêntures ou bônus de subscrição, planos de investimento ou orçamentos de capital, distribuição de dividendos, transformação, incorporação, fusão ou cisão;

IV - denunciar, por qualquer de seus membros, aos órgãos de administração e, se estes não tomarem as providências necessárias para a proteção dos interesses da companhia, à assembléia-geral, os erros, fraudes ou crimes que descobrirem, e sugerir providências úteis à companhia; (Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)

V - convocar a assembléia-geral ordinária, se os órgãos da administração retardarem por mais de 1 (um) mês essa convocação, e a extraordinária, sempre que ocorrerem motivos graves ou urgentes, incluindo na agenda das assembléias as matérias que considerarem necessárias;

VI - analisar, ao menos trimestralmente, o balancete e demais demonstrações financeiras elaboradas periodicamente pela companhia;

VII - examinar as demonstrações financeiras do exercício social e sobre elas opinar;

VIII - exercer essas atribuições, durante a liquidação, tendo em vista as disposições especiais que a regulam.

§ 1º Os órgãos de administração são obrigados, através de comunicação por escrito, a colocar à disposição dos membros em exercício do conselho fiscal, dentro de 10 (dez) dias, cópias das atas de suas reuniões e, dentro de 15 (quinze) dias do seu recebimento, cópias dos balancetes e demais demonstrações financeiras elaboradas periodicamente e, quando houver, dos relatórios de execução de orçamentos.

§ 2o O conselho fiscal, a pedido de qualquer dos seus membros, solicitará aos órgãos de administração esclarecimentos ou informações, desde que relativas à sua função fiscalizadora, assim como a elaboração de demonstrações financeiras ou contábeis especiais. (Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)

§ 3° Os membros do conselho fiscal assistirão às reuniões do conselho de administração, se houver, ou da

diretoria, em que se deliberar sobre os assuntos em que devam opinar (ns. II, III e VII).

§ 4º Se a companhia tiver auditores independentes, o conselho fiscal, a pedido de qualquer de seus membros, poderá solicitar-lhes esclarecimentos ou informações, e a apuração de fatos específicos. (Redação dada pela Lei nº 9.457, de 1997)

§ 5º Se a companhia não tiver auditores independentes, o conselho fiscal poderá, para melhor desempenho das suas funções, escolher contador ou firma de auditoria e fixar-lhes os honorários, dentro de níveis razoáveis, vigentes na praça e compatíveis com a dimensão econômica da companhia, os quais serão pagos por esta.

§ 6º O conselho fiscal deverá fornecer ao acionista, ou grupo de acionistas que representem, no mínimo 5% (cinco por cento) do capital social, sempre que solicitadas, informações sobre matérias de sua competência.

§ 7º As atribuições e poderes conferidos pela lei ao conselho fiscal não podem ser outorgados a outro órgão da companhia.

§ 8º O conselho fiscal poderá, para apurar fato cujo esclarecimento seja necessário ao desempenho de suas funções, formular, com justificativa, questões a serem respondidas por perito e solicitar à diretoria que indique, para esse fim, no prazo máximo de trinta dias, três peritos, que podem ser pessoas físicas ou jurídicas, de notório conhecimento na área em questão, entre os quais o conselho fiscal escolherá um, cujos honorários serão pagos pela companhia. (Incluído pela Lei nº 9.457, de 1997)

O conselho fiscal deverá fornecer ao acionista ou ao grupo de

acionistas que representem no mínimo 5% do capital social sempre

que solicitadas, informações sobre matérias de sua competência.

Quanto à responsabilidade do conselho fiscal fica bem parecida

com a responsabilidade que é atribuída ao conselho de

administração. Se o ato for ilícito, não há responsabilidade solidária.

Cada um responde individualmente pela prática de seu próprio ato,

salvo se houver por parte de um outro conselheiro fiscal conivência

com o ato e ausência de informação aos órgão competente que no

caso seria a assembleia geral. A responsabilidade por omissão vai

ser solidária independentemente de a companhia ser de capital

aberto ou de capital fechado.

Livros e demonstrações contábeis da companhia

Trata-se do dever de escrituração do empresário. Além dos livros

exigidos a toda e qualquer sociedade, a sociedade anônima

também tem livros específicos.

Art. 100. A companhia deve ter, além dos livros obrigatórios para qualquer comerciante, os seguintes, revestidos das mesmas formalidades legais:

I - o livro de Registro de Ações Nominativas, para inscrição, anotação ou averbação: (Redação dada pela Lei nº 9.457, de 1997)

a) do nome do acionista e do número das suas ações;

b) das entradas ou prestações de capital realizado;

c) das conversões de ações, de uma em outra espécie ou classe; (Redação dada pela Lei nº 9.457, de 1997)

d) do resgate, reembolso e amortização das ações, ou de sua aquisição pela companhia;

e) das mutações operadas pela alienação ou transferência de ações;

f) do penhor, usufruto, fideicomisso, da alienação fiduciária em garantia ou de qualquer ônus que grave as ações ou obste sua negociação.

II - o livro de "Transferência de Ações Nominativas", para lançamento dos termos de transferência, que deverão ser assinados pelo cedente e pelo cessionário ou seus legítimos representantes;

III - o livro de "Registro de Partes Beneficiárias Nominativas" e o de "Transferência de Partes Beneficiárias Nominativas", se tiverem sido emitidas, observando-se, em ambos, no que couber, o disposto nos números I e II deste artigo;

IV - o livro de Atas das Assembléias Gerais;(Redação dada pela Lei nº 9.457, de 1997)

V - o livro de Presença dos Acionistas; (Redação dada pela Lei nº 9.457, de 1997)

VI - os livros de Atas das Reuniões do Conselho de Administração, se houver, e de Atas das Reuniões de Diretoria; (Redação dada pela Lei nº 9.457, de 1997)

VII - o livro de Atas e Pareceres do Conselho Fiscal. (Redação dada pela Lei nº 9.457, de 1997)

§ 1º A qualquer pessoa, desde que se destinem a defesa de direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal ou dos acionistas ou do mercado de valores mobiliários, serão dadas certidões dos assentamentos constantes dos livros mencionados nos incisos I a III, e por elas a companhia poderá cobrar o custo do serviço, cabendo, do indeferimento do pedido por parte da companhia, recurso à Comissão de Valores Mobiliários. (Redação dada pela Lei nº 9.457, de 1997)

§ 2oNas companhias abertas, os livros referidos nos incisos I a V do caput deste artigo poderão ser substituídos, observadas as normas expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários, por registros mecanizados ou eletrônicos. (Redação dada pela Lei nº 12.431, de 2011).

Segundo o §6º do art. 176 a sociedade anônima de capital

fechado com patrimônio líquido na data do balanço inferior a

dois milhões de reais não será obrigada a elaboração e

publicação da demonstração dos fluxos de caixa.

Lucros e dividendos

Todo final do exercício social, o momento em que se realiza a

assembleia geral ordinária a assembleia define se vai haver ou não

distribuição de lucros e dividendos.

O exercício social terá duração de um ano e a data do término será

fixada no estatuto.

Segundo o art. 190, as participações estatutárias de empregados,

administradores e partes beneficiárias vão ser pagas nessa ordem.

Há necessidade de se chegar o lucro líquido que somente ocorrerá

após a dedução do pagamento de todos os tributos, pagamento dos

funcionários e distribuição de participações estatutárias. Definido o

lucro líquido a assembleia geral ordinária irá deliberar sobre a

destinação.

Cabe salientar que, mesmo se havendo a existência de lucro

líquido, é possível que não haja distribuição do mesmo. Quem irá

definir se vai haver ou não distribuição de lucros é a assembleia

geral ordinária.

A lei exige que uma parte do lucro líquido seja destinada à reserva.

Trata-se da chamada reserva legal e está disciplinada no art. 193

da lei nº 6404.

Art. 193. Do lucro líquido do exercício, 5% (cinco por cento) serão aplicados, antes de qualquer outra destinação, na constituição da reserva legal, que não excederá de 20% (vinte por cento) do capital social.

§ 1º A companhia poderá deixar de constituir a reserva legal no exercício em que o saldo dessa reserva, acrescido do montante das reservas de capital de que trata o § 1º do artigo 182, exceder de 30% (trinta por cento) do capital social.

§ 2º A reserva legal tem por fim assegurar a integridade do capital social e somente poderá ser utilizada para compensar prejuízos ou aumentar o capital.

Vamos entender melhor esse dispositivo. Se 5% do lucro líquido

ultrapassar a 20% do capital social não haverá a necessidade de se

destinar à tal reserva legal 5%. Será destinado no final das contas

um valor menor do que corresponde a 5% do lucro, ou seja, apenas

o valor que corresponda a 20% do capital.

Não será necessário destinar qualquer recurso à reserva legal se na

soma das reservas o valor exceder a 30% do capital social. Então,

se juntando as reservas, a reserva legal e a reserva de capital,

encontrarmos um valor superior a 30% do capital social não haverá

a necessidade de direcionar qualquer valor à reserva legal.

Essa reserva legal só pode ser usada para a compensação de

prejuízos ou aumento do capital social.

A lei nº 6404 também prevê que além da reserva legal o estatuto

pode criar outras reservas com finalidades específicas.

Além do estatuto, a assembleia geral poderá também criar tais

reservas. A assembleia poderá criar, por exemplo, a reserva de

lucros a realizar, que ocorre quando no exercício o montante do

dividendo obrigatório ultrapassar o valor que foi auferido por conta

do lucro líquido.

É importante salientar que a destinação dos lucros para a

constituição das reservas facultativas e a retenção de lucro não

podem ser aprovadas em cada exercício em prejuízo da distribuição

dos dividendos obrigatórios. Então se há dividendo obrigatório e

também lucro líquido, primeiro se paga o dividendo obrigatório,

salvo a reserva legal, depois o que sobrar pode ser destinado à

constituição de outras reservas.

Com exceção das reservas para contingência de incentivos fiscais e

de lucros a realizar, o saldo das reservas não poderá ultrapassar o

capital social.

Se, porventura, o valor vier a ultrapassar esse saldo remanescente

deverá ser usado para a integralização ou aumento do capital ou,

ainda, para a distribuição de dividendos.

Teoria completa e bem explorada, vamos à próxima etapa...

Chegou o momento de colocarmos em prática tudo que

aprendemos...

Exercícios:

-Sociedade Anônima

1) Assinale a alternativa correta. A respeito da assembleia geral de

sociedade anônima:

a) A ausência do acionista majoritário impede a instalação de

assembleia geral.

b) Não se admite, na assembleia geral, deliberação a respeito do

ajuizamento de ação de responsabilidade civil contra o

administrador, se a matéria não estiver prevista na ordem do dia.

c) É lícito deliberar em assembleia geral que o saldo da reserva

legal ultrapasse o valor do capital social em até 20%.

d) O acionista pode ser representado na assembleia geral por

advogado cuja procuração tenha sido outorgada há menos de 1

(um) ano.

CORRETA LETRA D: Letra E: art. 126, § 1º da Lei das S.A

§ 1º O acionista pode ser representado na assembléia-geral

por procurador constituído há menos de 1 (um) ano, que seja

acionista, administrador da companhia ou advogado; na

companhia aberta, o procurador pode, ainda, ser

instituição financeira, cabendo ao administrador de fundos de

investimento representar os condôminos.

2) Assinale a alternativa INCORRETA. A respeito da sociedade

anônima:

a) Se a assembleia deliberar não promover ação de

responsabilidade civil do administrador, qualquer acionista poderá

ajuizá-la, como substituto processual da companhia.

b) Pode o juiz reconhecer a exclusão da responsabilidade do

administrador, se convencido de que este agiu de boa-fé e

visando ao interesse da companhia.

c) Os resultados de ação de responsabilidade civil do

administrador, promovida por acionista, deferem-se à companhia,

mas esta deverá indenizá-lo, até o limite daqueles resultados, de

todas as despesas em que tiver incorrido, inclusive correção

monetária e juros dos dispêndios realizados.

d) O administrador ou os administradores contra os quais deva ser

proposta ação de responsabilidade civil por deliberação da

assembleia geral ficarão impedidos e deverão ser substituídos na

mesma assembleia.

CORRETA LETRA A: Art. 159. § 4º, Lei das SA: Se a assembléia

deliberar não promover a ação, poderá ela ser proposta

poracionistas que representem 5% (cinco por cento), pelo

menos, do capital social

3) Sobre Sociedade Anônima, é correto afirmar:

a) A emissão pública de valores mobiliários dispensa registro

prévio na Comissão de Valores Mobiliários, desde que seja

publicada, com 30 (trinta) dias de antecedência, no Diário Oficial

do Estado no qual sediada a companhia.

b) O voto é direito essencial do acionista, pois é vedada a

emissão de ações sem direito de voto.

c) A responsabilidade dos acionistas será limitada ao preço de

emissão das ações subscritas ou adquiridas, mas todos os sócios

responderão solidariamente pela integralização do capital social.

d) É permitida a constituição de sociedade anônima tendo como

único acionista sociedade brasileira.

CORRETA LETRA D: Lei 6404/76 (S/A)

Subsidiária Integral

Art. 251. A companhia pode ser constituída, mediante escritura

pública, tendo como único acionista sociedade brasileira.

4) Para constituir uma subsidiária integral de uma sociedade

anônima, além das demais formalidades, é necessário. a) o

notário lavrar uma ata notarial, comparecendo na assembleia geral

dos acionistas que deliberar sobre a criação da subsidiária

integral.

b) lavrar a ata da assembleia geral que deliberou a constituição

da subsidiária integral, dando-lhe, pois, pública forma e

transcrevendo o estatuto social.

c) lavrar uma escritura de constituição da subsidiária integral após

verificação dos poderes dos representantes legais e sua

conformidade com o estatuto.

d) apenas arquivar a ata da assembleia geral da sociedade

anônima que criou a subsidiária integral, com cópia dos estatutos

sociais e da ata de eleição da diretoria

CORRETA LETRA D: LEI DAS S/A (Lei nº 6.404/76)

Art. 251. A companhia pode ser constituída, mediante escritura

pública, tendo como único acionista sociedade brasileira.

§ lº A sociedade que subscrever em bens o capital de subsidiária

integral deverá aprovar o laudo de avaliação de que trata o artigo

8º, respondendo nos termos do § 6º do artigo 8º e do artigo 10 e

seu parágrafo único.

§ 2º A companhia pode ser convertida em subsidiária integral

mediante aquisição, por sociedade brasileira, de todas as suas

ações, ou nos termos do artigo 252.

5) Acerca do Conselho de Administração da Sociedade Anônima,

é correto afirmar:

a) Compete ao Conselho de Administração, entre outras

atribuições, a eleição dos membros da Diretoria e do Conselho

Fiscal.

b) Compete ao Conselho de Administração, entre outras

atribuições, fiscalizar a gestão dos diretores e deliberar, quando

autorizado pelo estatuto, sobre a emissão de ações ou de bônus

de subscrição. Esse órgão será composto por, no mínimo, 3 (três)

membros, eleitos pela Assembleia-Geral e destituíveis por ela a

qualquer tempo. Os membros do Conselho de Administração, até

o máximo de 1/3 (um terço), também poderão ser eleitos para

cargos de diretores, hipótese em que exercerão cumulativamente

as funções dos dois cargos.

c) É órgão obrigatório nas companhias abertas e nas companhias

de economia mista, mas de existência facultativa nas companhias

de capital autorizado.

d) Na eleição dos membros do Conselho de Administração, é

cabível a adoção do processo de voto múltiplo a pedido de

acionistas representantes de 0,1 (um décimo) do capital social

com direito a voto, desde que exista previsão no estatuto social e

que o requerimento seja formulado até a data da instalação da

assembleia, salvo se houver oposição de acionistas

representantes de mais da metade do capital social com direito a

voto.

CORRETA LETRA B: art. 140 e o art. 143, par. 1º, da LSA.

6) Assinale a alternativa correta em relação às sociedades

anônimas.

a) A responsabilidade do sócio é limitada ao volume de capital

correspondente às cotas integralizadas.

b) O capital social poderá ser formado com contribuições em

dinheiro ou em qualquer espécie de bens suscetíveis de avaliação

em dinheiro.

c) A sociedade anônima pode ter como objeto qualquer atividade

com fim lucrativo ou não, desde que não contrário à lei, à ordem

pública e aos bons costumes.

d) O nome empresarial da sociedade anônima deverá

corresponder ao ramo do objeto social, vedado figurar o nome de

sócio ou acionista.

CORRETA LETRA B: LEI Nº 6.404 Art. 7º O capital social poderá

ser formado com contribuições em dinheiro ou em qualquer

espécie de bens suscetíveis de avaliação em dinheiro.

7) No tocante às sociedades anônimas é correto afirmar:

a) O administrador não é pessoalmente responsável pelas

obrigações que contrair em nome da sociedade e em virtude de

ato regular de gestão; responde, porém, civilmente, pelos

prejuízos que causar, quando proceder, dentro de suas atribuições

ou poderes, com culpa ou dolo, bem como com violação da lei ou

do estatuto social.

b) A companhia ou sociedade anônima terá o capital dividido em

ações, e a responsabilidade solidária dos sócios ou acionistas

será limitada ao valor total do capital social integralizado.

c) Pode ser objeto da sociedade anônima qualquer empresa, de

fim lucrativo ou não, desde que não contrário à lei, à ordem

pública e aos bons costumes.

d) O estatuto fixará o número das ações em que se divide o capital

social, estabelecendo obrigatoriamente seu valor nominal.

CORRETA LETRA A: Art. 158. O administrador não é

pessoalmente responsável pelas obrigações que contrair em

nome da sociedade e em virtude de ato regular de gestão;

responde, porém, civilmente, pelos prejuízos que causar, quando

proceder:

I - dentro de suas atribuições ou poderes, com culpa ou dolo;

II - com violação da lei ou do estatuto.

8) Com relação às sociedades anônimas, assinale a opção

correta.

a) As ações preferenciais são sempre ações sem direito de voto e

com prioridade no recebimento de dividendos fixos e cumulativos.

b) A vantagem das ações preferenciais de companhia fechada

pode consistir exclusivamente em prioridade no reembolso do

capital.

c) A primeira convocação de assembleia geral de companhia

fechada deverá ser feita no prazo de 15 (quinze) dias antes de sua

realização.

d) O conselho de administração é órgão obrigatório em todas as

sociedades anônimas fechadas, com capital autorizado e de

economia mista.

CORRETA LETRA B: A vantagem das ações preferenciais de

companhia fechada pode consistir exclusivamente

em prioridade no reembolso do capital. (Art.17, LSA).

9) Em relação à sociedade anônima é correto afirmar que :

a) a companhia pode adquirir as próprias ações para permanência

em tesouraria.

b) a ação é divisível em relação à companhia.

c) a gestão dos administradores não pode ser garantida pelas

próprias ações da companhia

d) a transferência das ações nominativas opera-se por endosso

em preto

CORRETA LETRA A: Art. 30. A companhia não poderá negociar

com as próprias ações.

§ 1º Nessa proibição não se compreendem:

b) a aquisição, para permanência em tesouraria ou

cancelamento, desde que até o valor do saldo de lucros ou

reservas, exceto a legal, e sem diminuição do capital social, ou por

doação;

10) Poderão ser eleitas para membros dos órgãos de

administração da sociedade anônima:

a) pessoas naturais, devendo os diretores ser residentes no País.

b) pessoas naturais, residentes no País, devendo os membros do

conselho de administração ser acionistas, e os diretores,

acionistas ou não.

c) pessoas naturais, devendo os membros do conselho de

administração ser acionistas, e os diretores residentes no País,

acionistas ou não.

d) pessoas naturais, residentes no País, diplomadas em curso de

nível universitário, ou que tenham exercido, por prazo mínimo de

três anos, cargo de admnistrador de empresa ou de conselheiro

fiscal.

CORRETA LETRA A: Art. 146. Poderão ser eleitas para

membros dos órgãos de administração pessoas naturais,

devendo os diretores ser residentes no País. (Redação dada pela

Lei nº 12.431, de 2011). Obs: órgãos de administração = conselho

de administração e diretoria.

11) Assinale a assertiva correta acerca das características da

companhia ou sociedade anônima.

a) Consideram-se ações em circulação no mercado todas as

ações do capital da companhia aberta, inclusive as de propriedade

de conselheiros da administração e as em tesouraria, mas não as

que pertençam ao acionista controlador e aos diretores.

b) A sociedade será designada por denominação acompanhada

das expressões “companhia”, ou “sociedade anônima”, nos

moldes estabelecidos em lei, na qual poderá figurar o nome do

fundador, acionista, ou pessoa que, por qualquer outro modo

tenha concorrido para o êxito da empresa.

c) Somente os valores mobiliários de emissão de companhia

registrada no Banco Central do Brasil podem ser negociados no

mercado de valores mobiliários.

d) Na dependência de qual seja seu objeto, a companhia será

considerada empresária ou não empresária, podendo, em ambos

os casos, ser de capital aberto ou fechado, conforme seus valores

mobiliários sejam, respectivamente, admitidos ou não em bolsa de

valores ou mercado de balcão.

CORRETA LETRA B: Art. 3º Lei 6.404/76. A sociedade será

designada por denominação acompanhada das expressões

"companhia" ou "sociedade anônima", expressas por extenso ou

abreviadamente mas vedada a utilização da primeira ao final.

§ 1º O nome do fundador, acionista, ou pessoa que por qualquer

outro modo tenha concorrido para o êxito da empresa, poderá

figurar na denominação.

12) Assinale a opção correta com relação às sociedades anônima:

a) Quanto aos direitos e obrigações, as ações classificam-se

como ordinárias, preferenciais ou de fruição, sendo as ações

ordinárias da companhia fechada e as ações preferenciais da

companhia aberta e fechada apenas de uma classe.

b) O vencimento da debênture deve constar da escritura de

emissão e do certificado, podendo a companhia estipular

amortizações parciais de cada série, criar fundos de

amortização e reservar-se o direito de resgate antecipado,

parcial ou total, dos títulos da mesma série; contudo, não

poderá a debênture assegurar ao seu titular participação no

lucro da companhia.

c) Não se admite que os administradores de sociedades

anônimas votem para a aprovação ou a rejeição de suas

próprias contas, ainda que o façam por interposta pessoa.

d) A constituição da companhia por subscrição particular do

capital pode ser feita por deliberação dos subscritores em

assembleia-geral ou por escritura pública, considerando-se

fundadores todos os subscritores. Essa representação na

escritura pública por procurador com poderes especiais é

chamada pela doutrina de serviços de underwriting.

CORRETA LETRA C: Enunciado n. 14 da 1 Jornada de Direito

Empresarial:

VER: "14. É vedado aos administradores de sociedades anônimas

votarem para aprovação/rejeição de suas próprias contas, mesmo

que o façam por interposta pessoa."

13) A respeito das diferenças existentes entre as sociedades

anônimas abertas e fechadas, assinale a afirmativa correta.

a) A companhia será aberta ou fechada conforme os valores

mobiliários de sua emissão sejam admitidos ou não à

negociação no mercado de bolsa ou de balcão.

b) As companhias abertas poderão emitir partes beneficiárias,

opções de compra de ações e bônus de subscrição.

c) O estatuto social de uma companhia fechada nunca poderá

impor limitações à circulação das ações ordinárias, mas

poderá fazê-lo em relação às ações preferenciais.

d) As ações ordinárias e preferenciais de uma companhia

aberta poderão ser de uma ou mais classes.

CORRETA LETRA A: Lei 6.404/76:

Art. 4o Para os efeitos desta Lei, a companhia é aberta ou fechada

conforme os valores mobiliários de sua emissão estejam ou não

admitidos à negociação no mercado de valores mobiliários.

14) Assinale a alternativa correta, de acordo com o que estabelece

a Lei das Sociedades Anônimas.

a) A companhia pode criar, a qualquer tempo, títulos negociáveis,

sem valor nominal e estranhos ao capital social, denominados

“bônus de subscrição”, que conferirão aos seus titulares direito de

crédito eventual contra a companhia, consistente na participação

nos lucros anuais.

b) O estatuto da companhia pode autorizar ou estabelecer que

todas as ações da companhia, ou uma ou mais classes delas,

sejam mantidas em contas de depósito, em nome de seus titulares,

na instituição que designar, sem emissão de certificados. Esta

classe será denominada de ações preferenciais.

c) As preferências ou vantagens das ações escriturais podem

consistir em prioridade na distribuição de dividendo, fixo ou mínimo

ou em prioridade no reembolso do capital, com prêmio ou sem ele.

d) A companhia poderá emitir debêntures que conferirão aos seus

titulares direito de crédito contra ela, nas condições constantes da

escritura de emissão e, se houver, do certificado.

CORRETA LETRA D: art. 52 da Lei 6.404/76;

15) Com relação à responsabilidade na sociedade anônima, é

correto afirmar que o administrador:

a) não é responsável por atos ilícitos de outros administradores,

salvo se com eles for conivente, se negligenciar em descobri-los ou

se, deles tendo conhecimento, deixar de agir para impedir a sua

prática.

b) é pessoalmente responsável pelas obrigações que contrair em

nome da sociedade e em virtude de ato regular de gestão,

respondendo, ademais, civilmente, pelos prejuízos que causar,

quando proceder com culpa ou dolo.

c) dissidente exime-se de responsabilidade desde que faça

consignar sua divergência e dê ciência imediata à assembleia-

geral, convocada com um prazo mínimo de 30 (trinta) dias de

antecedência.

d) é subsidiariamente responsável com os demais administradores

pelos prejuízos causados em virtude do não cumprimento dos

deveres impostos por lei para assegurar o funcionamento normal

da companhia, desde que, pelo estatuto, tais deveres caibam a

todos eles.

CORRETA LETRA A:

Letra A – CORRETA – Artigo 158, § 1º: O administrador não é

responsável por atos ilícitos de outros administradores, salvo se

com eles for conivente, se negligenciar em descobri-los ou se,

deles tendo conhecimento, deixar de agir para impedir a sua

prática. Exime-se de responsabilidade o administrador dissidente

que faça consignar sua divergência em ata de reunião do órgão de

administração ou, não sendo possível, dela dê ciência imediata e

por escrito ao órgão da administração, no conselho fiscal, se em

funcionamento, ou à assembleia-geral.

Letra B – INCORRETA – Artigo 158: O administrador não é

pessoalmente responsável pelas obrigações que contrair em nome

da sociedade e em virtude de ato regular de gestão; responde,

porém, civilmente, pelos prejuízos que causar, quando proceder:

I - dentro de suas atribuições ou poderes, com culpa ou dolo.

Letra C – INCORRETA – Artigo 158, § 1º: O administrador não é

responsável por atos ilícitos de outros administradores, salvo se

com eles for conivente, se negligenciar em descobri-los ou se,

deles tendo conhecimento, deixar de agir para impedir a sua

prática. Exime-se de responsabilidade o administrador dissidente

que faça consignar sua divergência em ata de reunião do órgão de

administração ou, não sendo possível, dela dê ciência imediata e

por escrito ao órgão da administração, no conselho fiscal, se em

funcionamento, ou à assembléia-geral.

Letra D – INCORRETA – Artigo 158, § 2º: Os administradores são

solidariamente responsáveis pelos prejuízos causados em virtude

do não cumprimento dos deveres impostos por lei para assegurar o

funcionamento normal da companhia, ainda que, pelo estatuto, tais

deveres não caibam a todos eles.

16) Com relação às sociedades anônimas, assinale a opção

correta.

a) É lícita a constituição de uma companhia, por escritura pública,

cujo único acionista seja uma sociedade brasileira.

b) A sociedade por subscrição pública do capital deve ser

constituída por deliberação dos subscritores em assembleia geral

ou por escritura pública.

c) As ações escriturais, cuja propriedade presume-se pela

declaração do nome do acionista, podem ser transferidas mediante

termo lavrado no livro de registro de ações escriturais e emissão de

certificado.

d) Conforme a forma de constituição e o objeto social, as

sociedades anônimas podem ser simples ou empresárias.

CORRETA LETRA A: Lei S/A, art. 251. A companhia pode ser

constituída, mediante escritura pública, tendo como único acionista

sociedade brasileira.

17) Consoante expressa previsão da Lei nº 6.404/76, realiza-da a

conferência de bem imóvel para a integralização de capital social

na constituição de sociedade anônima, será o documento hábil

para a transferência, por transcrição no Registro de Imóveis a:

a) escritura pública de incorporação do imóvel conferido.

b) certidão dos atos constitutivos da companhia, passada pelo

Registro do Comércio em que foram arquivados.

c) ata da assembleia de avaliação do imóvel conferido.

d) ata da assembleia de constituição da companhia.

CORRETA LETRA B: Art. 98, § 2º Lei 6.404/76. A certidão dos

atos constitutivos da companhia, passada pelo registro do

comércio em que foram arquivados, será o documento hábil para a

transferência, por transcrição no registro público competente, dos

bens com que o subscritor tiver contribuído para a formação do

capital social.

18) Assinale a assertiva INCORRETA, a respeito das Sociedades

Anônimas:

a) Segundo a Lei 6.404, cisão é a operação pela qual a companhia

transfere parcelas do seu patrimônio para uma ou mais

sociedades, constituídas para esse fim ou já existentes,

extinguindo-se a companhia cindida, se houver versão de todo o

seu patrimônio, ou dividindo-se o seu capital, se parcial a versão;

fusão é a operação pela qual se unem duas ou mais sociedades

para formar sociedade nova, que lhes sucederá em todos os

direitos e obrigações; e incorporação é a operação pela qual uma

ou mais sociedades são absorvidas por outra, que lhes sucede em

todos os direitos e obrigações.

b) No que concerne a incorporação, fusão ou cisão de Sociedades

Anônimas, estabelece a lei que as condições da operação

constarão de protocolo firmado pelos órgãos de administração ou

sócios das sociedades interessadas, que incluirá: o número,

espécie e classe das ações que serão atribuídas em substituição

dos direitos de sócios que se extinguirão e os critérios utilizados

para determinar as relações de substituição, os elementos ativos e

passivos que formarão cada parcela do patrimônio, no caso de

cisão, os critérios de avaliação do patrimônio líquido, a data a que

será referida a avaliação, e o tratamento das variações

patrimoniais posteriores, a solução a ser adotada quanto às ações

ou quotas do capital de uma das sociedades possuídas por outra, o

valor do capital das sociedades a serem criadas ou do aumento ou

redução do capital das sociedades que forem parte na operação, o

projeto ou projetos de estatuto, ou de alterações estatutárias, que

deverão ser aprovados para efetivar a operação, todas as demais

condições a que estiver sujeita a operação.

c) No que concerne a incorporação, fusão ou cisão de Sociedades

Anônimas, estabelece a lei que se a operação envolver companhia

aberta, as sociedades que a sucederem serão também abertas,

devendo obter o respectivo registro e, se for o caso, promover a

admissão de negociação das novas ações no mercado secundário,

no prazo máximo de 60 dias, contados da data da assembléia-

geral que aprovou a operação, observando as normas pertinentes

baixadas pela Comissão de Valores Mobiliários.

d) No que concerne a incorporação, fusão ou cisão de Sociedades

Anônimas, estabelece a lei que as operações em questão serão

submetidas à deliberação da assembleia geral das companhias

interessadas mediante “justificação” e que somente poderão ser

efetivadas nas condições aprovadas, se peritos nomeados

determinarem que o valor do patrimônio ou patrimônios líquidos a

serem vertidos para a formação de capital social é, ao menos, igual

ao montante do capital a realizar.

CORRETA LETRA C: Art. 223. A incorporação, fusão ou cisão

podem ser operadas entre sociedades de tipos iguais ou

diferentes e deverão ser deliberadas na forma prevista para a

alteração dos respectivos estatutos ou contratos sociais.

§ 1º Nas operações em que houver criação de sociedade

serão observadas as normas reguladoras da constituição das

sociedades do seu tipo.

§ 2º Os sócios ou acionistas das sociedades incorporadas,

fundidas ou cindidas receberão, diretamente da companhia

emissora, as ações que lhes couberem.

§ 3º Se a incorporação, fusão ou cisão envolverem

companhia aberta, as sociedades que a sucederem serão também

abertas, devendo obter o respectivo registro e, se for o caso,

promover a admissão de negociação das novas ações no

mercado secundário, no prazo máximo de cento e vinte dias,

contados da data da assembléia-geral que aprovou a operação,

observando as normas pertinentes baixadas pela Comissão de

Valores Mobiliários.

§ 4º O descumprimento do previsto no parágrafo anterior

dará ao acionista direito de retirar-se da companhia, mediante

reembolso do valor das suas ações (art. 45), nos trinta dias

seguintes ao término do prazo nele referido, observado o disposto

nos §§ 1º e 4º do art. 137.

19) No âmbito da Lei das Sociedades Anônimas é correto afirmar

que:

a) O direito do acionista em participar dos frutos da sociedade

(lucros e acervo) e o de fiscalizá-los pode sofrer restrições em

razão da participação societária.

b) O poder do acionista controlador pode aumentar, desde que de

forma limitada.

c) Os direitos essenciais fixam os limites das posições de

controlador e minoritários, podendo ser suprimidos aos acionistas

por ato de vontade expresso nos estatutos ou em decisão

assemblear.

d) O remisso não pode ser privado do direito de ingresso, ainda

que não esteja em dia com o pagamento do preço demissão das

suas ações.

CORRETA LETRA B: art. 116, parágrafo único, da Lei das S/A

20)

A Assembleia Geral de S.A. Empreendimentos Turísticos, com

panhia aberta sediada em “X”, delegou ao Conselho de Admi

nistração a deliberação sobre a oportunidade de emissão, épo

ca e condições de vencimento de debêntures conversíveis em

ações. Petrossian Participações Ltda., acionista minoritário, co

nsultou seu advogado sobre a legalidade da deliberação.

Com relação ao fato acima, assinale a alternativa que aprese

nta a resposta correta à consulta.

a)

A deliberação é válida, porque a deliberação sobre a oportuni

dade de emissão, a época e as condições de vencimento de

debêntures conversíveis em ações pode ser delegada ao Conse

lho de Administração.

b)

A deliberação é anulável, porque a deliberação sobre a oport

unidade de emissão, a época e as condições de vencimento

de debêntures conversíveis em ações é privativa da assemblei

a geral nas companhias abertas.

c)

A deliberação é nula, porque a emissão de debêntures conve

rsíveis em ações depende da autorização prévia dos titulares de

ações preferenciais reunidos em assembleia especial convocad

a para esse fim.

d)

A deliberação é ineficaz em relação aos acionistas minoritário

s, pois a emissão de debêntures conversíveis em ações acarr

etará aumento de capital com diluição injustificada de participaç

ão desses acionistas.

CORRETA LETRA A: Lei 6404, Art. 59:

§ 2o O estatuto da companhia aberta poderá autorizar o conselho

de administração a, dentro dos limites do capital autorizado,

deliberar sobre a emissão de debêntures conversíveis em ações,

especificando o limite do aumento de capital decorrente da

conversão das debêntures, em valor do capital social ou em

número de ações, e as espécies e classes das ações que poderão

ser emitidas.

21) Analise as assertivas seguintes sobre acordo de acionistas.

I. As obrigações ou ônus decorrentes desses acordos somente

serão oponíveis a terceiros, depois de averbados nos livros de

registro e nos certificados das ações, se emitidos.

II. Esses acordos não poderão ser invocados para eximir o

acionista de responsabilidade no exercício do direito de voto ou do

poder de controle.

III. O acordo de acionistas cujo prazo for fixado em função de

termo ou condição resolutiva somente pode ser denunciado

segundo suas estipulações.

Está correto o que se afirma em:

a) I, apenas.

b) III, apenas.

c) I e II, apenas.

d) I, II e III.

CORRETA LETRA D: I - Art. 118. paragrafo 1º.As obrigações ou

ônus decorrentes desses acordos somente serão oponíveis a

terceiros, depois de averbados nos livros de registro e nos

certificados das ações, se emitidos.

II - § 2° Esses acordos não poderão ser invocados para eximir o

acionista de responsabilidade no exercício do direito de voto (artigo

115) ou do poder de controle (artigos 116 e 117).

III - § 6o O acordo de acionistas cujo prazo for fixado em função

de termo ou condição resolutiva somente pode ser denunciado

segundo suas estipulações.

22) É correto afirmar que o voto múltiplo nas companhias abertas:

a) é obrigatório nas deliberações do conselho de administração.

b) é obrigatório nas assembleias gerais ordinárias.

c) é facultativo nas deliberações do conselho de administração.

d) pode ser utilizado facultativamente na eleição de conselheiros.

CORRETA LETRA D: Art. 141, LSA. Na eleição dos conselheiros,

é facultado aos acionistas que representem, no mínimo, 0,1 (um

décimo) do capital social com direito a voto, esteja ou não previsto

no estatuto, requerer a adoção do processo de voto múltiplo,

atribuindo-se a cada ação tantos votos quantos sejam os membros

do conselho, e reconhecido ao acionista o direito de cumular os

votos num só candidato ou distribuí-los entre vários.

23) Sobre sociedades anônimas e nos termos da Lei 6.404/76,

é correto o que se afirma em:

a) A ação é indivisível em relação à companhia, sendo vedado o

condomínio.

b) Consideram-se ações em circulação no mercado todas aquelas

do capital da companhia aberta.

c) A contribuição dos subscritores ou acionistas, para a formação

do capital social inicial, não poderá consistir em bens.

d) Quando a entrada do capital social consistir em crédito, o

subscritor ou acionista responderá pela solvência do devedor.

CORRETA LETRA D:

Letra A - Incorreta. Art. 28. A ação é indivisível em relação à

companhia.

Parágrafo único. Quando a ação pertencer a mais de uma pessoa,

os direitos por ela conferidos serão exercidos pelo representante

do condomínio.

Letra B - Incorreta. Art. 4o-A. Na companhia aberta, os titulares de,

no mínimo, 10% (dez por cento) das ações em circulação no

mercado poderão requerer aos administradores da companhia que

convoquem assembléia especial dos acionistas titulares de ações

em circulação no mercado, para deliberar sobre a realização de

nova avaliação pelo mesmo ou por outro critério, para efeito de

determinação do valor de avaliação da companhia, referido no §

4o do art. 4o.

§ 2o Consideram-se ações em circulação no mercado todas as

ações do capital da companhia aberta menos as de propriedade do

acionista controlador, de diretores, de conselheiros de

administração e as em tesouraria.

Letra C - Incorreta. Art. 7º O capital social poderá ser formado com

contribuições em dinheiro ou em qualquer espécie de bens

suscetíveis de avaliação em dinheiro.

Letra D - Correta. Art. 10. A responsabilidade civil dos subscritores

ou acionistas que contribuírem com bens para a formação do

capital social será idêntica à do vendedor.

Parágrafo único. Quando a entrada consistir em crédito, o

subscritor ou acionista responderá pela solvência do devedor.

24) Sobre sociedades anônimas e nos termos da Lei

6.404/76, NÃO é correto o que se afirma em:

a) Permite-se a conversão de debêntures em ações.

b) As companhias abertas e fechadas podem emitir partes

beneficiárias.

c) As debêntures geram para os seus titulares direito de crédito

contra a companhia.

d) As partes beneficiárias conferirão aos seus titulares direito de

crédito eventual contra a companhia, consistente na participação

nos lucros anuais.

CORRETA LETRA B: Lei 6.404/1976, Art. 47. As partes

beneficiárias poderão ser alienadas pela companhia, nas

condições determinadas pelo estatuto ou pela assembléia-geral, ou

atribuídas a fundadores, acionistas ou terceiros, como

remuneração de serviços prestados à companhia.

Parágrafo único. É vedado às companhias abertas emitir partes

beneficiárias.

25) De acordo com a legislação das sociedades anônimas,

assinale a opção correta acerca da administração e dos

administradores da companhia.

a) De acordo com a jurisprudência do STJ, o acionista minoritário

tem legitimidade para propor ação indenizatória contra

administradores da sociedade, por danos advindos de desvio de

receitas.

b) Em regra, os administradores da companhia são pessoalmente

responsáveis pelas obrigações contraídas em nome da sociedade.

c) A propositura de ação de responsabilidade civil contra

administrador cujas contas sejam aprovadas sem reservas pela

assembleia geral depende de prévia ação de anulação da decisão

da assembleia de aprovação de contas da sociedade no prazo

bienal.

d) O juiz deverá reconhecer a exclusão da responsabilidade do

administrador que pratique ato de liberalidade em detrimento dos

interesses da companhia.

CORRETA LETRA C: Informativo nº 0500

Período: 18 a 29 de junho de 2012. Terceira Turma SOCIEDADE

ANÔNIMA. RESPONSABILIDADE DOS ADMINISTRADORES.

CONTAS APROVADAS PELA AGO.

A aprovação das contas sem reservas pela assembleia geral

ordinária (AGO), salvo se anulada, exonera os administradores e

diretores de quaisquer responsabilidades (art. 134, § 3º, da Lei n.

6.404/1976 – Lei das Sociedades Anônimas). Na espécie, a

empresa recorrente ajuizou ação indenizatória para obter do

recorrido (diretor financeiro da empresa) reparação

correspondente ao valor das operações (derivativos) que realizou

sem consentimento e que geraram prejuízos em razão da

disparidade cambial. Todavia, a regra do art. 134, § 3º, da lei

supradita é especial em relação ao art. 159 do referido diploma

legal, de modo que, no caso de aprovação de contas, não bastaria

a prévia deliberação da assembleia geral para a propositura da

ação de responsabilidadecivil, como ocorreu na hipótese, mas,

mister, antes de tal propositura ou concomitantemente a ela, o

ajuizamento da ação de anulação da assembleia que aprovou

as contas da sociedade (art. 286 da mencionada lei). Salientou-se

ainda que, somente após o trânsito em julgado da sentença que

acolher a anulatória (pela ocorrência de erro, dolo, fraude ou

simulação), será possível ajuizar a ação de responsabilidade

pertinente. In casu, não é cabível ação de

responsabilidade civilcontra quem dela, por força de lei e do ato

jurídico perfeito, foi exonerado. Precedentes citados: AgRg no Ag

640.050-RS, DJe 1º/6/2009; AgRg no Ag 950.104-DF, DJe

30/3/2009, e REsp 257.573-DF, DJ 25/6/2001. REsp 1.313.725-

SP, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 26/6/2012.

26) Assinale a alternativa INCORRETA.

a) A sociedade anônima é designada por denominação

acompanhada das expressões companhia ou sociedade anônima,

expressas por extenso ou abreviadamente.

b) A assembleia geral da sociedade anônima pode ser suspensa,

admitindo-se a continuidade em data posterior, sendo necessário

publicação de novos editais de convocação, sendo determinado o

local, a nova data e a hora de prosseguimento da sessão.

c) A assembleia de constituição da sociedade anônima instalar-se-

á, em primeira convocação, com a presença de subscritores que

representem, no mínimo, metade do capital social e, em segunda

convocação, com qualquer número.

d) Não pode ser membro do Conselho de Administração da

sociedade anônima, embora possa ser diretor, a pessoa natural

não acionista.

CORRETA LETRA B: Art. 129, LSA. As deliberações da

assembléia-geral, ressalvadas as exceções previstas em lei, serão

tomadas por maioria absoluta de votos, não se computando os

votos em branco.

§ 2º No caso de empate, se o estatuto não estabelecer

procedimento de arbitragem e não contiver norma diversa, a

assembléia será convocada, com intervalo mínimo de 2 (dois)

meses, para votar a deliberação; se permanecer o empate e os

acionistas não concordarem em cometer a decisão a um terceiro,

caberá ao Poder Judiciário decidir, no interesse da companhia.

27) A sociedade anônima W, de capital fechado, pretende lançar

ações no mercado bursátil aberto. No sistema jurídico brasileiro,

ela deve obter autorização ao seguinte órgão:

a) Superintendência de Seguros Privados

b) Instituto de Resseguros do Brasil

c) Comissão de Valores Mobiliários

d) Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social

CORRETA LETRA D: De acordo com a lei Nº 6.404/ 76:

Art. 4o Para os efeitos desta Lei, a companhia é aberta ou fechada

conforme os valores mobiliários de sua emissão estejam ou não

admitidos à negociação no mercado de valores mobiliários.

(Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)

§ 1o Somente os valores mobiliários de emissão de companhia

registrada na Comissão de Valores Mobiliários podem ser

negociados no mercado de valores mobiliários.

28) Relativamente à disciplina jurídica da sociedade anônima,

assinale a opção correta.

a) Nos certificados das ações devem constar a denominação da

companhia, sua sede e prazo de duração, e a omissão dessas

declarações confere ao acionista direito a indenização por perdas

e danos contra a companhia e contra os diretores na gestão dos

quais os certificados hajam sido emitidos.

b) Para a constituição da sociedade anônima, são necessárias a

subscrição, por pelo menos três pessoas, de todas as ações em

que se divide o capital social e a realização, como entrada, de

30%, no mínimo, do preço de emissão das ações subscritas em

dinheiro.

c) O capital social das sociedades anônimas pode ser formado por

dinheiro ou bens imóveis, e estes últimos serão avaliados por dois

peritos nomeados em assembleia geral dos subscritores,

convocada por meio da imprensa e presidida por um dos

fundadores, instalando-se em primeira convocação com a

presença de subscritores que representem dois terços do capital

social.

d) Compete à sociedade anônima emitir partes beneficiárias que

confiram aos titulares direito de crédito determinado contra ela,

nas condições constantes da escritura de emissão e, se houver,

do certificado.

CORRETA LETRA A: Art. 24. Os certificados das ações serão

escritos em vernáculo e conterão as seguintes declarações:

I - denominação da companhia, sua sede e prazo de duração;

§ 1º A omissão de qualquer dessas declarações dá ao acionista

direito à indenização por perdas e danos contra a companhia e os

diretores na gestão dos quais os certificados tenham sido

emitidos.

29) É correto afirmar que compete à assembleia geral da

sociedade anônima

a) fiscalizar os atos dos administradores e verificar o cumprimento

dos seus deveres legais e estatutários.

b) analisar, ao menos trimestralmente, o balancete e demais

demonstrações financeiras elaboradas periodicamente pela

companhia.

c) suspender o exercício dos direitos do acionista

d) deliberar sobre o plano de recuperação judicial da companhia,

em caso de grave crise financeira.

CORRETA LETRA C: ART 122, V, da LEI 6404/76.

30) O modelo da sociedade anônima foi concebido originalmente

para viabilizar grandes empreendimentos, constituindo

instrumento próprio para a captação de recursos perante número

expressivo de investidores. Com relação a esse tipo de sociedade,

assinale a opção correta.

a) Nas companhias abertas, caso o pagamento do preço da ação

não tenha sido feito integralmente no momento da subscrição, sua

venda somente pode efetivar-se depois de realizados pelo menos

20% do preço de emissão, sob pena de nulidade. Nesse caso, o

alienante continuará responsável, solidariamente com o

adquirente, pelo pagamento das prestações que faltarem para a

integralização das ações transferidas, responsabilidade que

perdurará pelo prazo de dois anos a contar da transferência das

ações.

b) Inspirado na figura do trustee do direito anglo-saxão, o

legislador criou a figura do agente fiduciário dos debenturistas,

cuja incumbência é justamente fiscalizar a companhia e preservar

os interesses dos credores debenturísticos. Tanto na emissão

pública de debêntures como na emissão privada, destinada a um

número de pessoas determinadas e conhecidas, é obrigatória a

nomeação do agente fiduciário. Cabe à companhia, quando da

emissão de debêntures, a escolha desse agente, que pode ser

pessoa física, desde que satisfaça os requisitos do cargo.

c) A companhia fechada de pequeno porte, mesmo que faça parte

de um grupo de sociedades, como controladora ou filiada, está

isenta de diversas obrigações comuns às demais sociedades.

Contudo, não está dispensada de publicar os documentos da

administração, tais como o relatório sobre os negócios sociais e os

principais fatos administrativos do exercício, as demonstrações

financeiras e o parecer dos auditores independentes, ainda que

tais documentos sejam arquivados no registro do comércio.

d) O commercial paper, por constituir título de curto prazo, deve

ser emitido com vencimento mínimo de trinta dias contados da

emissão do título. Em se tratando de companhia fechada, o prazo

máximo será de cento e oitenta dias; tratando-se de companhia

aberta, o prazo poderá chegar a trezentos e sessenta dias. Existe

a possibilidade de resgate antecipado do referido título, desde que

com anuência do titular; se o resgate for parcial, deverá ser

realizado sorteio ou leilão entre os titulares.

CORRETA LETRA D: COMMERCIAL PAPERS (Notas

Promissórias) são títulos de curto prazo que as empresas por

sociedades anônimas emitem, visando captar recursos no

mercado interno para financiar suas necessidades de capital de

giro. É uma alternativa às operações de empréstimos bancários

convencionais, permitindo geralmente uma redução nas taxas de

juros pela eliminação da intermediação financeira bancária. Os

commercial papers imprimem ainda maior agilidade às captações

das empresas, determinada pela possibilidade de os tomadores

negociarem diretamente com os investidores de mercado (bancos,

fundos de pensão, etc.). As instituições financeiras, as sociedades

corretoras e distribuidoras de valores mobiliários e sociedades de

arrendamento mercantil (empresas de leasing), não podem emitir

esses títulos.

INSTRUÇÃO CVM Nº 134, DE 1 DE NOVEMBRO DE 1990 -

Dispõe acerca da emissão de NOTA PROMISSÓRIA para

distribuição pública:

Artigo 7º: O prazo de vencimento das notas promissórias, contado

a partir da data da emissão, será de:

I - trinta dias, no mínimo, e cento e oitenta dias, no máximo,

quando emitidas por companhia fechada;

II - trinta dias, no mínimo, e trezentos e sessenta dias, no máximo,

na hipótese de emissão por companhia aberta.

§ 1º: Na data de vencimento, a nota promissória deve ser

liquidada.

§ 2º: A emissora pode, havendo anuência expressa do titular,

resgatar antecipadamente as notas promissórias.

§ 3º: O resgate da nota promissória implica a extinção do título,

vedada sua manutenção em tesouraria.

§ 4º: O resgate parcial deve ser efetivado mediante sorteio ou

leilão, observado o prazo mínimo deste artigo.

31) Sobre o regime jurídico das sociedades anônimas, assinale a

alternativa correta:

I – as preferências ou vantagens das ações preferenciais podem

consistir em prioridade na distribuição de dividendo, fixo ou

mínimo; ou em prioridade no reembolso do capital, com prêmio ou

sem ele; ou ainda, na acumulação de ambas as preferências e

vantagens.

II – nas companhias objeto de desestatização poderá ser criada

ação preferencial de classe especial, de propriedade exclusiva do

ente desestatizante, à qual o estatuto social poderá conferir os

poderes que especificar, inclusive o poder de veto às deliberações

da assembléia-geral nas matérias que especificar.

III – o estatuto pode assegurar a uma ou mais classes de ações

preferenciais o direito de eleger, em votação em separado, um ou

mais membros dos órgãos de administração, sendo que o estatuto

pode subordinar as alterações estatutárias que especificar à

aprovação, em assembléia especial, dos titulares de uma ou mais

classes de ações preferenciais.

IV – a debênture terá valor nominal expresso em moeda nacional,

salvo nos casos de obrigação que, nos termos da legislação em

vigor, possa ter o pagamento estipulado em moeda estrangeira.

V – a debênture poderá assegurar ao seu titular juros, fixos ou

variáveis, participação no lucro da companhia e prêmio de

reembolso.

Alternativas:

a) somente as alternativas I, II e III estão corretas;

b) somente as alternativas I, II e IV estão corretas;

c) somente as alternativas II, III e V estão corretas;

d) todas as alternativas estão corretas.

CORRETA LETRA D: LEI DAS S/A (LEI No 6.404) EM SUA

LITERALIDADE

I - Correta

Art. 17. As preferências ou vantagens das ações preferenciais

podem consistir:

I - em prioridade na distribuição de dividendo, fixo ou mínimo;

II - em prioridade no reembolso do capital, com prêmio ou

sem ele; ou

III - na acumulação das preferências e vantagens de que

tratam os incisos I e II

II - Correta

Art. 17 § 7º Nas companhias objeto de desestatização poderá ser

criada ação preferencial de classe especial, de propriedade

exclusiva do ente desestatizante, à qual o estatuto social poderá

conferir os poderes que especificar, inclusive o poder de veto às

deliberações da assembléia-geral nas matérias que especificar

III - Correta

Art. 18. O estatuto pode assegurar a uma ou mais classes de

ações preferenciais o direito de eleger, em votação em separado,

um ou mais membros dos órgãos de administração.

Parágrafo único. O estatuto pode subordinar as alterações

estatutárias que especificar à aprovação, em assembléia especial,

dos titulares de uma ou mais classes de ações preferenciais.

IV - Correta

Art. 54. A debênture terá valor nominal expresso em moeda

nacional, salvo nos casos de obrigação que, nos termos da

legislação em vigor, possa ter o pagamento estipulado em moeda

estrangeira.

V - Correta

Art. 56. A debênture poderá assegurar ao seu titular juros, fixos ou

variáveis, participação no lucro da companhia e prêmio de

reembolso.

32) Ao folhear uma revista jurídica, um advogado identificou

uma INCORREÇÃO em uma matéria escrita que versava sobre

sociedade anônima.

Qual das afirmações abaixo foi a identificada pelo advogado?

a) O capital social poderá ser integralizado em dinheiro ou bens

suscetíveis de avaliação em dinheiro.

b) O máximo de ações preferenciais sem direito a voto ou com

restrições a esse direito não pode ultrapassar 50% do total das

ações emitidas.

c) As ações, conforme a natureza dos direitos ou vantagens que

confiram a seus titulares, são ordinárias, preferenciais ou de

fruição.

d) As ações podem ser classificadas, quanto à forma, em

nominativas, endossáveis, ao portador e escriturais.

CORRETA LETRA D: As ações eram classificadas, quanto à

forma, em nominativas, endossáveis, ao portador ou escriturais.

A Lei nº. 8.021/90 deu nova redação ao art. 20 da lei das

Sociedades por Ações, extinguindo as formas ao portador e

endossáveis. Restaram, portando, apenas as ações nominativas e

as escriturais, que também não são nominativas.

Por esse motivo, a expressão sociedade anônima, usada no Novo

Código Civil no artigo 1.089, e também nos jornais, na verdade

perdeu seu significado, pois, com a extinção das ações ao

portador ou endossáveis, não restou nenhuma possibilidade de

anonimato para o acionista. No que diz respeito à própria

companhia, como ela tem nome empresarial e endereço

conhecido, também não há, a rigor, como chamá-la de sociedade

anônima.

33) Acerca das sociedades anônimas, assinale a

alternativa CORRETA:

I. Os integrantes do conselho fiscal de uma S/A, caso detectem

alguma irregularidade nos atos de gestão da companhia, podem

convocar assembleia geral extraordinária diretamente, estando

dispensados de fazer pedido formal para que a diretoria convoque

a referida assembleia.

II. O prazo prescricional para a ação de responsabilidade civil de

integrantes dos órgãos de administração e do conselho fiscal para

deles haver reparação civil por atos culposos ou dolosos, no caso

de violação da lei, do estatuto ou da convenção de grupo é de 3

(três) anos, contado o prazo da data da publicação da ata que

aprovar o balanço referente ao exercício em que a violação tenha

ocorrido.

III. Acionistas minoritários detentores de 5% (cinco por cento) do

capital social poderão, em nome próprio, ajuizar ação em face de

diretores, caso a assembleia geral extraordinária decida pelo não

ajuizamento de medidas judiciais contra os diretores envolvidos

em atos que causem prejuízo à companhia. Nesse caso, os

minoritários autores da ação de responsabilidade civil contra os

diretores serão os titulares da indenização eventualmente

reconhecida por decisão judicial.

IV. A ação para anular as deliberações tomadas em assembleia

geral ou especial, irregularmente convocada ou instalada,

violadoras da lei ou do estatuto, ou eivadas de erro, dolo, fraude

ou simulação, prescreve em 2 (dois) anos, contados da

deliberação.

a) Somente as assertivas I, II e IV são verdadeiras.

b) Somente as assertivas II, III e IV são verdadeiras.

c) Somente as assertivas II e III são verdadeiras.

d) Todas as assertivas são verdadeiras.

CORRETA LETRA A:

I – CORRETA.

Art. 123. Compete ao conselho de administração, se houver, ou

aos diretores, observado o disposto no estatuto, convocar a

assembléia-geral.

Parágrafo único. A assembléia-geral pode também ser

convocada:

a) pelo conselho fiscal, nos casos previstos no número V, do

artigo 163;

Art. 163. Compete ao conselho fiscal:

V - convocar a assembléia-geral ordinária, se os órgãos da

administração retardarem por mais de 1 (um) mês essa

convocação, e a extraordinária, sempre que ocorrerem motivos

graves ou urgentes, incluindo na agenda das assembléias as

matérias que considerarem necessárias;

II – CORRETA

Art. 287. Prescreve:

II - em 3 (três) anos:

b) a ação contra os fundadores, acionistas, administradores,

liquidantes, fiscais ou sociedade de comando, para deles haver

reparação civil por atos culposos ou dolosos, no caso de violação

da lei, do estatuto ou da convenção de grupo, contado o prazo:

III - para os acionistas, administradores, fiscais e sociedades

de comando, da data da publicação da ata que aprovar o

balanço referente ao exercício em que a violação tenha ocorrido;

III – ERRADA

Art. 159. Compete à companhia, mediante prévia deliberação da

assembléia-geral, a ação de responsabilidade civil contra o

administrador, pelos prejuízos causados ao seu patrimônio.

§ 4º Se a assembléia deliberar não promover a ação, poderá ela

ser proposta por acionistas que representem 5% (cinco por cento),

pelo menos, do capital social.

§ 5° Os resultados da ação promovida por acionista deferem-se à

companhia, mas esta deverá indenizá-lo, até o limite daqueles

resultados, de todas as despesas em que tiver incorrido, inclusive

correção monetária e juros dos dispêndios realizados.

IV – CORRETA.

Art. 286. A ação para anular as deliberações tomadas em

assembléia-geral ou especial, irregularmente convocada ou

instalada, violadoras da lei ou do estatuto, ou eivadas de erro,

dolo, fraude ou simulação, prescreve em 2 (dois) anos, contados

da deliberação.

34) Acerca das Sociedades Anônimas, assinale a única

alternativa CORRETA:

a) A Assembleia Geral Ordinária (AGO) pode ser realizada várias

vezes no ano e tem competência para tratar de quaisquer

assuntos os do interesse da companhia.

b) O capital social de uma Sociedade Anônima pode ser composto

por ações ordinárias e preferenciais. As ações ordinárias sempre

dão a seu titular o direito de voto. Já as preferenciais nunca

conferem aos seus titulares o direito de voto, mas sim vantagens

de natureza política ou econômica em relação às ações ordinárias.

c) O agente fiduciário é o legitimado para a propositura de

medidas judiciais em caso de inadimplemento, pela companhia

emissora, de debêntures emitidas em subscrição pública por

Sociedade Anônima de capital aberto.

d) A competência para a eleição e destituição dos Diretores, em

uma Sociedade Anônima de capital aberto, é da Assembleia

Geral.

CORRETA LETRA C: Lei 6.404/76, art. 68.

§ 3º O agente fiduciário pode usar de qualquer ação para proteger

direitos ou defender interesses dos debenturistas, sendo-lhe

especialmente facultado, no caso de inadimplemento da

companhia:

a) declarar, observadas as condições da escritura de

emissão, antecipadamente vencidas as debêntures e cobrar o seu

principal e acessórios;

b) executar garantias reais, receber o produto da cobrança e

aplicá-lo no pagamento, integral ou proporcional, dos

debenturistas;

c) requerer a falência da companhia emissora, se não

existirem garantias reais;

d) representar os debenturistas em processos de falência,

concordata, intervenção ou liquidação extrajudicial da companhia

emissora, salvo deliberação em contrário da assembléia dos

debenturistas;

e) tomar qualquer providência necessária para que os

debenturistas realizem os seus créditos.

35) Sobre as Sociedades Anônimas, assinale única

alternativa CORRETA.

a) Quando uma sociedade anônima detém 100% das quotas de

uma sociedade limitada, diz-se que esta é uma subsidiária integral

da primeira.

b) Em uma Companhia com o capital dividido em 1000 ações,

sendo 500 ordinárias e 500 preferenciais sem direito a voto, o

acionista A detém 251 ações ordinárias e 100 preferenciais,

totalizando 351 ações. O acionista B detém 249 ordinárias e 400

preferenciais, totalizando 649 ações. Diante disso, é correto

afirmar que o acionista A é o acionista controlador.

c) Os acionistas em Assembleia não podem destituir, sem motivo

justificado, os integrantes dos órgãos de administração.

d) Caso a sociedade A detenha a maioria do capital social da

sociedade B, é correto dizer que a sociedade B é controladora da

sociedade A.

CORRETA LETRA B: ACIONISTA CONTROLADOR - é aquele

que tem a maioria das ações com direito de voto (ações ordinárias

sem exceção conferem direito de voto). Não necessariamente tem

a maioria das ações, mas necessariamente têm a maioria das que

tem direito a voto.

Art. 116. Entende-se por acionista controlador a pessoa, natural

ou jurídica, ou o grupo de pessoas vinculadas por acordo de voto,

ou sob controle comum, que:

a) é titular de direitos de sócio que lhe assegurem, de modo

permanente, a maioria dos votos nas deliberações da assembléia-

geral e o poder de eleger a maioria dos administradores da

companhia; e

b) usa efetivamente seu poder para dirigir as atividades sociais e

orientar o funcionamento dos órgãos da companhia.

Art. 110. A cada ação ordinária corresponde 1 (um) voto nas

deliberações da assembléia-geral.

§ 1º O estatuto pode estabelecer limitação ao número de votos de

cada acionista.

§ 2º É vedado atribuir voto plural a qualquer classe de ações.

Art. 111. O estatuto poderá deixar de conferir às ações

preferenciais algum ou alguns dos direitos reconhecidos às ações

ordinárias, inclusive o de voto, ou conferi-lo com restrições,

observado o disposto no artigo 109.

36) A Companhia CBA Tintas, sociedade anônima cujo capital

social fixado no projeto do estatuto, no valor de R$ 100.000,00

(cem mil reais), foi dividido em oitenta ações ordinárias no valor

total de R$ 80.000,00 (oitenta mil reais) a serem subscritas pelos

sócios João e José, em partes iguais, e vinte ações preferenciais

no valor total de R$ 20.000,00 (vinte mil reais) a serem subscritas

pelo sócio Joaquim, é considerada regularmente constituída

somente a partir:

a) do arquivamento dos documentos relativos à constituição no

Registro Público de Empresas Mercantis e a sua subsequente

publicação, em até trinta dias, em órgão oficial do local de sua

sede.

b) da assembleia geral de constituição, desde que aprovada a

proposta por votos de acionistas que representem, ao menos,

metade do capital social.

c) do depósito realizado em estabelecimento bancário autorizado

pela Comissão de Valores Mobiliários, da parte do capital

realizado em dinheiro.

d) do arquivamento da ata da assembleia de constituição da

companhia perante o Registro Público de Empresas Mercantis.

CORRETA LETRA A: De acordo com o Art. 98 da Lei 6404,

está correta, pois diz que arquivados os documentos relativos à

constituição da companhia, os seus administradores

providenciarão, nos 30 (trinta) dias subseqüentes, a publicação

deles, bem como a de certidão do arquivamento, em órgão oficial

do local de sua sede.

A publicação de tal arquivamento marca o fim das formalidades da

constituição, tornando a S/A regularmente constituída.

37) Nas Sociedades Anônimas, é considerado controlador aquele

que:

a) faz o poder de voto de suas ações prevalecer, de maneira

permanente, nas deliberações sociais e nas eleições de

administradores, orientando os negócios da companhia.

b) possui mais de 75% das ações com direito a voto.

c) é titular de mais de 50% do capital social da companhia e tenha

integralizado sua participação tempestivamente, nos termos do

quanto definido no estatuto social.

d) tem o poder de assinar contratos e celebrar negócios em nome

da companhia, individualmente.

CORRETA LETRA A: Art. 116,LSA. Entende-se por acionista

controlador a pessoa, natural ou jurídica, ou o grupo de pessoas

vinculadas por acordo de voto, ou sob controle comum, que:

a) é titular de direitos de sócio que lhe assegurem, de modo

permanente, a maioria dos votos nas deliberações da assembléia-

geral e o poder de eleger a maioria dos administradores da

companhia; e

b) usa efetivamente seu poder para dirigir as atividades

sociais e orientar o funcionamento dos órgãos da companhia.

38) As Sociedades Anônimas têm uma pesada estrutura,

necessitando, assim, de vários órgãos para atingir seu desiderato,

cada um com sua função específica. Um desses órgãos é a

Diretoria, sendo seus diretores efetivamente os administradores

da companhia. Esses diretores possuem alguns deveres para com

a sociedade empresarial e para com o mercado.

Entre esses deveres encontra-se o desclosure, que é o dever :

a) que os diretores possuem de convocar os acionistas para

deliberar sobre determinado assunto ou vários assuntos que

devem constar de uma pauta previamente escolhida.

b) de fiscalizar os gastos da sociedade e se ela está cumprindo o

que está disposto no estatuto social.

c) que os administradores têm para com o mercado de informar

todas as operações em que a companhia estiver envolvida e

que possam influir na cotação das suas ações, das debêntures

e dos valores mobiliários.

d) que os administradores possuem de agir de forma diligente,

respeitando o estatuto social, de forma a não causar prejuízos

aos acionistas, podendo responder de forma pessoal com seu

patrimônio caso violem esse dever.

CORRETA LETRA C:

a) ERRRADA:A convocação dos acionistas para deliberar sobre

assuntos de interesse da companhia pode ser feita pelos

diretores. Nesse caso a deliberação será tomada em

assembleia-geral, que pode ser ordinária quando tem por

objeto deliberar sobre as matérias previstas no art. 132,da Lei

6.404/1976e será extraordinária nos demais casos. Os órgãos

societários que estão autorizados por lei a fazer a convocação

são: o conselho de administração, se houver, ou os diretores,

observado o disposto no estatuto, o conselho fiscal, nos casos

previstos no número V, do artigo 163; bem como qualquer

acionista ou acionistas que representem cinco por cento, no

mínimo, do capital social com ou sem direito de voto, nos

precisos termos do art. 123, da Lei 6.404/1976.

Segundo critério do art. 123, da Lei 6.404/1976, a convocação

de assembleia geral é ato que se atribui a esses entes a título

de competência, ou seja, capacidade funcional, que se

traduzprecipuamente numa faculdade ou poder jurídico que a

lei confere ao conselho de administração, aos diretores, ao

conselho fiscal, bem como qualquer acionista para a prática de

certo ato jurídico ou para decidir determinadas questões.

Logo, a alternativa está incorreta, pois a convocação de

acionistas para deliberar em assembleia sobre assuntos que

constem de uma pauta previamente escolhida não é um dever

jurídico.

b) ERRADA:A fiscalização gestão dos negócios sociaisnão é

dever jurídico, mas sim direito essencial de todos os sócios que

está previsto no art. 109, III, da Lei 6.404/1976. Assim, a

fiscalização da gestão societária não se confunde com o dever

de informar que está no cerne da questão do instituto da

Disclosure, como se verificará pelas anotações à alternativa

abaixo. Logo, a alternativa está incorreta.

c) CERTA: A palavra Disclosure tem origem no inglês e significa

revelação, publicação, divulgação.

Apesar da Lei de Sociedades anônimas não prever

expressamente o direito a informação para os acionistas no rol

descrito no art. 109, a doutrina o reconhece de forma ampla.

Nesse sentido, a Disclosure é meio de afirmação do expresso

dever dos administradores de prestar divulgação pública de

fatos relevantes que possam influenciar os interesses dos

acionistas no mercado.

Para Fran Martins: “As informações aos acionistas, em regra,

são dadas através das publicações de balanços e relatórios da

sociedade; mas em alguns casos o acionista tem direito a uma

informação direta, feita pela própria companhia ou mediante

requerimento do sócio. Compreendendo a necessidade de

serem os acionistas e investidores bem informados sobre os

negócios sociais para a maior garantia dos seus interesses

junto às sociedades, nos Estados unidos ganhou fama a

chamada disclosure, ou seja, a maior publicidade e informação

possível sobre os negócios sociais para o conhecimento não

apenas dos acionistas como dos futuros investidores na

sociedade. [Nota: A disclosure surge, assim, pela mensagem

do presidente americano Franklin D. Roosevelt em 1933 face

aos reflexos da crise de 1929, fazendo surgir dai leis como: a

Securities Act de 1933, a Securities Exchange Act de 1934, o

Public Utility Holding Company Act de 1935, o Trust Indenture

Act de 1939, o Investiment Company Act de 1940 e o

Investiment Advisers Act de 1940. É desse período a criação da

SEC – Securities Exchange Commision, órgão regulador do

mercado mobiliário americano]

Pela disclosure, devem ser fornecidas ao acionista todas as

informações de que a sociedade dispuser a respeito dos

negócios sociais, de modo a mantê-lo amplamente cientificado

dos mesmos; caso os administradores soneguem informações

ficarão sujeitos a penalidades, que podem ser as mais

rigorosas, tendo em vista os prejuízos sofridos pelo acionista

em face da ocultação de tais informações.” (IN Comentários à

lei das sociedades anônimas. 2ª ed. Rio de Janeiro: Forense.

1984. p. 30-31 e 395-396. Vol. 2 Tomo I).

d) ERRADA:O administrador não responde pessoalmente pelas

obrigações que contrair em nome da sociedade, desde que sua

conduta seja realizada em virtude de ato regular de gestão; no

entanto, responde pelos prejuízos que causar quando proceder

com culpa ou dolo ou com violação da lei ou do estatuto,

conforme dispõe o art.158 da Lei n. 6.404/76. O dever

mencionado nesta situação diz respeito ao dever de lealdade,

previsto no art. 155 da Lei n. 6.404/76, no qual o administrador

deve servir com lealdade à companhia e manter reserva sobre

os seus negócios.

Constata-se, portanto, que a responsabilidade pessoal dos

administradores dá-se não somente em virtude de violação ao

dever de lealdade, mas caso cometa ilícitos subjetivos ou

violem preceito da lei ou do estatuto.

Logo, O dever de lealdade não se confunde com o dever de

informar ao mercado que integra o instituto da Disclosure, como

se verifica pelas anotações à alternativa acima. Logo, a

alternativa está incorreta.

39) Sobre as sociedades anônimas, marque a opção incorreta.

a) O voto é um direito essencial dos acionistas.

b) Na falta de declaração expressa em contrário, em matéria de

capital social, os bens transferem-se à companhia a título de

propriedade.

c) O estatuto da companhia fechada pode impor limitações à

circulação das ações nominativas, contanto que regule

minuciosamente tais limitações e não impeça a negociação, nem

sujeite o acionista ao arbítrio dos órgãos de administração da

companhia ou da maioria dos acionistas.

d) A companhia pode negociar com as próprias ações em caso de

aquisição, para permanência em tesouraria ou cancelamento,

desde que até o valor do saldo de lucro ou reservas, exceto a

legal, e sem diminuição do capital social ou por doação.

CORRETA LETRA A: De acordo com o artigo 109 da Lei S/A os

Acionistas possuem 5 Direitos Essenciais:

a) participação nos lucros;

b) participação do acervo da Cia em caso de liquidação;

c) direito de preferência;

d) direito de retirada;

e) direito de fiscalização.

Lembrando que Direito de Voto NÃO é Direito Essencial.

40) Acerca de sociedades anônimas, assinale a opção correta.

a) A sociedade anônima que tem por objeto social atividades

eminentemente rurais deve ser constituída na forma societária

simples.

b) Bônus de subscrição são valores mobiliários que conferem ao

seu titular, nas condições constantes do certificado, direito de

subscrever, em momento futuro, ações do capital social da

companhia emissora.

c) As companhias brasileiras não dependem de autorização do

BACEN para a emissão de debêntures no exterior com garantia

real ou flutuante de bens situados no país.

d) Por ser titular de direitos de sócio que lhe asseguram, de modo

permanente, a maioria dos votos nas deliberações da assembleia-

geral e o poder de eleger a maioria dos administradores da

companhia, o acionista controlador não pode ser responsabilizado

por danos que causar à companhia por abuso de poder, uma vez

que seus interesses e os da companhia são necessariamente

convergentes.

CORRETA LETRA B:

Letra A - ERRADA - Art. 971 do CC/02 - O empresário,

cuja atividade rural constitua sua principal

profissão, pode, observadas as formalidades de que tratam o art.

968 e seus parágrafos, requerer inscrição no Registro Público de

Empresas Mercantis da respectiva sede, caso em que, depois de

inscrito, ficará equiparado, para todos os efeitos, ao empresário

sujeito a registro.

Letra B - CORRETA - Art. 75, p. ún., da Lei nº 6.404/76 - Os bônus

de subscrição conferirão aos seus titulares, nas condições

constantes do certificado, direito de subscrever ações do capital

social, que será exercido mediante apresentação do título à

companhia e pagamento do preço de emissão das ações.

Letra C - ERRADA - Art. 73, caput, da Lei nº 6.404/76 - Somente

com a prévia aprovação do Banco Central do Brasil as

companhias brasileiras poderão emitir debêntures no exterior com

garantia real ou flutuante de bens situados no País.

Letra D - ERRADA - Art. 117, caput, da Lei nº 6.404/76 - O

acionista controlador responde pelos danos causados por atos

praticados com abuso de poder.

41) Com relação às sociedades anônimas, considere as

afirmativas a seguir.

I - A companhia ou sociedade anônima terá o capital dividido em

ações, e a responsabilidade dos sócios ou acionistas será limitada

ao preço de emissão das ações subscritas ou adquiridas.

II - As sociedades anônimas de economia mista estão sujeitas à

Lei no 6.404/76, sem prejuízo das disposições especiais de lei

federal.

III - As ações, de acordo com o disposto no estatuto social, podem

ou não ter valor nominal, que significa o resultado da divisão do

capital social pelo número de ações emitidas.

IV - O capital social poderá ser formado com contribuições em

dinheiro ou em qualquer espécie de bens suscetíveis de avaliação

em dinheiro.

V - O funcionamento dos Conselhos de Administração e Fiscal é

permanente nas companhias de economia mista.

São corretas as afirmativas:

a) I e II, apenas.

b) III e V, apenas.

c) III, IV e V, apenas.

d) I, II, III e IV, apenas.

CORRETA LETRA D: I) correta. Art. 1ºA companhia ou sociedade

anônima terá o capital dividido em ações, e a responsabilidade

dos sócios ou acionistas será limitada ao preço de emissão das

ações subscritas ou adquiridas.

II) correta.Art. 235. As sociedades anônimas de economia mista

estão sujeitas a esta Lei, sem prejuízo das disposições especiais

de lei federal.

III) correta. Art. 11. O estatuto fixará o número das ações em que

se divide o capital social e estabelecerá se as ações terão, ou não,

valor nominal.§ 1º Na companhia com ações sem valor nominal, o

estatuto poderá criar uma ou mais classes de ações preferenciais

com valor nominal.§ 2º O valor nominal será o mesmo para todas

as ações da companhia.§ 3º O valor nominal das ações de

companhia aberta não poderá ser inferior ao mínimo fixado pela

Comissão de Valores Mobiliários.

IV) correta. Art. 7ºO capital social poderá ser formado com

contribuições em dinheiro ou em qualquer espécie de bens

suscetíveis de avaliação em dinheiro.Art. 89. A incorporação de

imóveis para formação do capital social não exige escritura

pública.

V)incorreta. Art. 239. As companhias de economia mista terão

obrigatoriamente Conselho de Administração, assegurado à

minoria o direito de eleger um dos conselheiros, se maior número

não lhes couber pelo processo de voto múltiplo.

Parágrafo único. Os deveres e responsabilidades dos

administradores das companhias de economia mista são os

mesmos dos administradores das companhias abertas.

Art. 240. O funcionamento do conselho fiscal será permanente nas

companhias de economia mista; um dos seus membros, e

respectivo suplente, será eleito pelas ações ordinárias minoritárias

e outro pelas ações preferenciais, se houver.

42) A sociedade anônima, no que se refere à subscrição do capital

social, poderá ser constituída:

a) por subscrição particular, apenas.

b) por subscrição pública, apenas.

c) por subscrição mobiliária, apenas.

d) por subscrição pública ou por subscrição particular.

CORRETA LETRA D: SUBSCRIÇÃO PÚBLICA (quando

dependerá de prévio registro da emissão na Comissão de Valores

Mobiliários e haverá a intermediação obrigatória de instituição

financeira – art. 82 da Lei 6.404/76) ou por SUBSCRIÇÃO

PARTICULAR (quando poderá fazer-se por deliberação dos

subscritores em assembleia geral ou por escritura pública – art. 88

da Lei 6.404/76).

43) O Conselho de Administração nas sociedades anônimas, de

acordo com a Lei 6.404/76, poderá ser:

a) facultativo nas sociedades de economia mista e nas sociedades

de capital aberto.

b) facultativo nas sociedades de economia mista e obrigatório nas

sociedades de capital aberto.

c) obrigatório nas sociedades de economia mista e facultativo nas

sociedades de capital fechado.

d) obrigatório somente nas sociedades de economia mista.

CORRETA LETRA C: Art. 239,LSA. As companhias de economia

mista terão obrigatoriamente Conselho de Administração,

assegurado à minoria o direito de eleger um dos conselheiros, se

maior número não lhes couber pelo processo de voto múltiplo.

44) Com relação aos órgãos sociais das sociedades anônimas,

analise as afirmativas a seguir.

I. A assembleia geral ordinária poderá deliberar sobre qualquer

assunto de interesse da companhia.

II. O estatuto da companhia poderá prever a existência de órgãos

técnicos de assessoramento, não previstos na lei das sociedades

por ações.

III. O conselho de administração é, em princípio, órgão facultativo,

sendo obrigatório somente nas sociedades anônimas abertas, nas

de capital autorizado e nas de economia mista.

Assinale:

a)se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.

b) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas.

c) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.

d) se somente a afirmativa I estiver correta.

CORRETA LETRA C:

Item I (incorreta): a competência da assembléia geral ordinária está

restrita aos temas elencados no artigo 132 da lei das sociedades

por ações, sendo que, para qualquer outro tema, é necessária a

convocação de uma assembléia geral extraordinária, conforme o

artigo 131 da mesma lei.

Item II - correto.Em regra, as companhias são compostas dos

seguintes órgãos: a assembléia geral, o conselho de administração,

a diretoria e o conselho fiscal. No entanto, além dos aludidos

anteriormente, o estatuto poderá prever a existência de órgãos

técnicos de assessoramento ou de execução.

Item III - Correto:Segundo o art. 138 da Lei nº 6.404/76 é obrigatório

à existência do Conselho de Administração para as sociedades de

capital autorizado e as abertas, e facultativo nas demais sociedades

anônimas, cabendo ao estatuto dispor a respeito da criação desse

órgão.

45) No que diz respeito à Sociedade Anônima, considere as

afirmativas abaixo

I - Trata-se de sociedade empresária com capital social dividido em

ações, cujos sócios têm, como obrigações sociais, responsabilidade

limitada ao preço da emissão das ações que titularizam.

II - O capital social poderá ser formado com contribuições em

dinheiro ou em qualquer espécie de bens suscetíveis de avaliação

em dinheiro.

III - As ações, de acordo com o disposto no estatuto social, podem

ou não ter valor nominal, que significa o resultado da divisão do

capital social pelo número de ações emitidas.

IV - A forma de transferência da ação pode ser nominativa,

escritural, endossável e ao portador.

Está correto APENAS o que se afirma em:

a) I.

b) III.

c) II e IV.

d) I, II e III.

CORRETA LETRA D:

Item I - O CC assim prescreve:

Art. 1.088. Na sociedade anônima ou companhia, o capital divide-

se em ações, obrigando-se cada sócio ou acionista somente pelo

preço de emissão das ações que subscrever ou adquirir.

Item II - Lei nº 6.404 assim prescreve:

Art. 7º O capital social poderá ser formado com contribuições em

dinheiro ou em qualquer espécie de bens suscetíveis de avaliação

em dinheiro.

Item III - Lei nº 6.404:

Art. 11. O estatuto fixará o número das ações em que se divide o

capital social e estabelecerá se as ações terão, ou não, valor

nominal.

Item IV - As formas de transferência da ação endossável e ao

portador antes previstas pela Lei nº 6.404/76 (Lei das S.A.) foram

revogadas pela Lei nº 8.021, de 1990

46) Sobre o poder de controle nas Sociedades Anônimas, assinale

a alternativa CORRETA:

a) É suficiente para configuração do poder do controle a presença

de pessoa, natural ou jurídica, ou grupo de pessoas vinculadas

por acordo de voto, ou sob controle comum, que seja titular de

direitos de sócio que lhe assegurem, de modo permanente, a

maioria dos votos nas deliberações da assembleia geral e o poder

de eleger a maioria dos administradores da companhia.

b) Exercendo o acionista controlador cargo de administrador ou de

fiscal da companhia, fica este vinculado unicamente às

responsabilidades do cargo que ocupa na administração.

c) O controlador que contratar com a companhia, diretamente ou

através de outrem, ou de sociedade na qual tenha interesse, em

condições de favorecimento ou não equitativas pode vir a ser

responsabilizado pelos danos que causar por abuso do poder de

controle, configurando tal conduta a utilização de partes

beneficiárias.

d) Na hipótese de existência de acordo de acionistas sobre o

exercício de direito de voto que assegure a formação do poder de

controle, o mandato outorgado nos termos deste acordo para

proferir, em assembleia geral ou especial, voto contra ou a favor

determinada deliberação, poderá prever prazo superior a um ano.

CORRETA LETRA D:

a) INCORRETA. Lei 6.404/76 Art. 116. Entende-se por acionista

controlador a pessoa, natural ou jurídica, ou o grupo de

pessoas vinculadas por acordo de voto, ou sob controle

comum, que: a) é titular de direitos de sócio que lhe

assegurem, de modo permanente, a maioria dos votos nas

deliberações da assembléia-geral e o poder de eleger a maioria

dos administradores da companhia; e b) usa efetivamente seu

poder para dirigir as atividades sociais e orientar o

funcionamento dos órgãos da companhia.

b) INCORRETA. Lei 6.404/76 art. 117 § 3º O acionista

controlador que exerce cargo de administrador ou fiscal tem

também os deveres e responsabilidades próprios do cargo.

c) INCORRETA. Lei 6.404/76 Art. 117. O acionista controlador

responde pelos danos causados por atos praticados com abuso

de poder.

§ 1º São modalidades de exercício abusivo de poder:

(...)

f) contratar com a companhia, diretamente ou através de

outrem, ou de sociedade na qual tenha interesse, em condições

de favorecimento ou não equitativas;

Comentário meu - não há previsão legal de configuração da

conduta pela utilização de partes beneficiárias, a despeito do

art. 122, VII da mesma lei prever a competência privativa de a

Assembléia-Geral autorizar a sua emissão.

d) CORRETA. Lei 6.404/76 art. 118, § 7o O mandato outorgado

nos termos de acordo de acionistas para proferir, em

assembléia-geral ou especial, voto contra ou a favor de

determinada deliberação, poderá prever prazo superior ao

constante do § 1o do art. 126 desta Lei.(Incluído pela Lei nº

10.303, de 2001)

Art. 126 § 1º O acionista pode ser representado na assembléia-

geral por procurador constituído há menos de 1 (um) ano, que

seja acionista, administrador da companhia ou advogado; na

companhia aberta, o procurador pode, ainda, ser instituição

financeira, cabendo ao administrador de fundos de investimento

representar os condôminos.

47) Em relação às ações de uma sociedade anônima, suas

características e direitos, a lei estabelece que:

a) a ação é indivisível, razão pela qual duas pessoas não poderão

ser titulares de uma mesma ação.

b) a titularidade de ações ordinárias ou preferenciais conferirá

sempre direito a voto nas assembleias, sendo vedado ao estatuto

afastar esse direito.

c) as ações ordinárias poderão ter classes diversas somente nas

companhias fechadas.

d) o estatuto poderá privar o sócio titular de ações ordinárias de

participar dos lucros sociais, sendo que a assembleia só poderá

fazê-lo com quórum de /5 dos acionistas ordinários e

preferenciais.

CORRETA LETRA C: LEI 6.404 Art.16 - As ações ordinárias de

companhia fechada poderão ser de classes diversas, em função

de:I - conversibilidade em ações preferenciais; II - exigência de

nacionalidade brasileira do acionista; ouIII - direito de voto em

separado para o preenchimento de determinados cargos de

órgãos administrativos.

48) A respeito da sociedade anônima aberta e das regras que lhe

são aplicáveis, assinale a opção correta.

a) A venda de ações para aumento de capital exige que o capital

social esteja integralizado.

b) Em regra, não há responsabilidade solidária entre os

administradores.

c) O estatuto não pode eliminar o direito de preferência para

subscrição de ações.

d) Se o representante age nos limites da lei e do contrato social,

terá responsabilidade limitada.

CORRETA LETRA B: A regra é que não haja responsabilidade

solidária entre os administradores (Art. 158, §1º, primeira parte).

As exceções são estabelecidas logo em seguida: a) se o

Administrador for conivente, negligente em descobrir a fraude ou

se tomar conhecimento desta deixar de impedi-la (Art. 158, §1º,

segunda parte). b) se houver prejuízos causados ao regular

funcionamento da empresa pelo não cumprimento da lei, ainda

que no estatuto não conste previsão de que o dever cumpriria a

todos. (Art. 158, §2º). Vejamos os artigos citados: Art. 158 (...) §

1º O administrador não é responsável por atos ilícitos de outros

administradores (primeira parte), salvo se com eles for conivente,

se negligenciar em descobri-los ou se, deles tendo conhecimento,

deixar de agir para impedir a sua prática (segunda parte). Exime-

se de responsabilidade o administrador dissidente que faça

consignar sua divergência em ata de reunião do órgão de

administração ou, não sendo possível, dela dê ciência imediata e

por escrito ao órgão da administração, no conselho fiscal, se em

funcionamento, ou à assembléia-geral.

§ 2º Os administradores são solidariamente responsáveis pelos

prejuízos causados em virtude do não cumprimento dos deveres

impostos por lei para assegurar o funcionamento normal da

companhia, ainda que, pelo estatuto, tais deveres não caibam a

todos eles.

49) A empresa Companhia do Calçado foi constituída sob a forma

de sociedade anônima aberta, com ações no mercado ao custo

unitário de R$ 5,00. Ricardo, que detém mais da metade das

ações com direito a voto, acumula a função de presidente da

empresa.

Com relação a essa situação hipotética, assinale a opção correta.

a) Na sociedade em questão, o estatuto pode assegurar a uma ou

mais classes de ações preferenciais o direito de eleger, em

votação em separado, um ou mais membros dos órgãos de

administração.

b) A constituição da sociedade depende de aprovação da CVM.

Após tal aprovação, a subscrição das ações poderá ser efetuada

diretamente com a companhia.

c) A sociedade terá como órgãos obrigatórios a assembleia geral e

a diretoria e, como órgãos facultativos, o conselho fiscal e o

conselho de administração.

d) Ricardo poderá ser presidente e diretor único da empresa.

CORRETA LETRA A: art. 18, LSA.

50) Nas sociedades anônimas:

a) compete privativamente à assembléia geral eleger os diretores

da companhia.

b) é direito essencial do acionista o da preferência para a

subscrição de debêntures conversíveis em ações, observado o

disposto em lei.

c) a diretoria será composta por três ou mais diretores, destituíveis

a qualquer tempo pela assembléia geral.

d) é vedado ao estatuto estabelecer a exigência de garantia,

prestada por terceiro, para o exercício do cargo de administrador.

CORRETA LETRA B: art. 109, IV, Lei 6.404/76.